Economia Mineral no Brasil

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Economia Mineral no Brasil

Economia mineral

• ECONOMIA  MINERAL:  área  do  conhecimento  que  trata  dos princípios  econômicos  e  das  suas  aplicações  aos  problemas relacionados à atividade mineral.

• É o campo do conhecimento humano que tem por objetivo:

• Conceito Especialista: a adaptação dos princípios econômicos e administrativos às características e peculiaridades da  indústria de mineração.

• Conceito  Generalista:  a  solução  de  problema  da  indústria  de mineração  que  envolvem  as  sua  inter‐relações  técnicas, econômicas, organizacionais e legais.

Extensões da Economia Mineral: 

• Avaliação dos recursos: quantidade, qualidade e localização (disponibilidade do recurso);

• Funções da exploração, desenvolvimento, produção e do processamento minerais;

• Comércio e uso de bens minerais;• Fatores de substituição, secundarização, reciclagem e competitividade entre bens 

minerais;• Transportes, métodos  e custos;• Condições socio‐ambientais relacionadas a extração mineral;• Métodos de financiamento e estrutura empresarial da indústria mineral e seus 

componentes;• Os avanços da tecnologia mineral e seus impactos na economia;• Análises do consumo de bens minerais (commodities);• Análise de política mineral – Leis e regulamentos (Legislação);• Formulação de política mineral.

A Sociedade e os Bens Minerais

• Agricultura

• Indústria de Transformação

• Construção Civil

• Meio-Ambiente

O Conceito de Bem mineral como um bem Estratégico está associado ao conceito de Recurso Nacional pelo seu Caráter Social

Recurso Nacional

Recurso Mineral

Recurso Industrial

Recurso Natural

Papel Social da Mineração

• Importância  da  garantida  do  atendimento  das  necessidades  de consumo de insumos minerais pela população;

• Instalação  de  um  empreendimento  mineiro  é fator  de desencadeamento do desenvolvimento econômico local e regional  

• Benefícios  diretos:  geração  de  emprego,  renda,  tributos, compensações financeiras;

• Quando verticalizada, permite a  implantação de outros  segmentos industriais  consumidores  de  bens  minerais  nas  respectivas  micro‐regiões.

• Necessidade  de  Integração  das  três  esferas  administrativas  com vistas a elevar a eficiência da fiscalização e e eficácia da Arrecadação da CFEM.

• Crescimento do IDH nos municípios arrecadadores da CFEM.

O uso de bens minerais

Bens de Consumo Duráveis

O uso de bens minerais

Habitação

• Recursos minerais não renováveis; • Exaustão das jazidas; • Rigidez locacional das ocorrências minerais;• Distribuição geográfica irregular dos depósitos minerais em relação às necessidades regionais;

• Características  únicas  de  quantidade  e  qualidade  de  jazida  para jazida;

• Incerteza na fase de exploração mineral;• Alto  risco  de  investimento  em  decorrência  da  variabilidade  dos atributos de interesse econômico;

• Longo prazo de maturação dos projetos;• Escalas de produção pouco flexíveis;• Indústria de mercados transnacionais;• Necessidades  de  equipes  multidisciplinares  para  avaliação  dos recursos minerais;

Características Peculiares da Indústria Mineral

INDÚSTRIA MINERAL E SOCIEDADE

Desafios da explosão demográfica

• O  metal  consumido  em  40  anos  supera  a  quantidade  total  utilizada desde  os primórdios da civilização;

• A  demanda  futura  de  metais  aumentará a  uma  taxa  superior  à do  crescimento populacional. Espera‐se que o uso per capta dos países em desenvolvimento cresça junto com o seu padrão de vida;

• O mundo dependerá em escala crescente de fontes mais dispendiosas de minério e de reprocessamento de metal secundário;

• A  substituição  de  um  metal  por  outro  simplesmente  apenas  desvia  o  curso  da escassez (e.g.); 

• Com a queda dos teores, aumenta a necessidade de escavação e de processamento mineral, para produzir uma mesma quantidade de metal. 

• Essa  perda  de  eficiência  põe  a mineração  em  conflito  com  a  sociedade,  que  fica preocupada  com  a  preservação  do meio  ambiente  e  com  a  proteção  dos  cursos d’agua.

INDÚSTRIA MINERAL E SOCIEDADE

Desafios da explosão demográfica

• Há uma  tendência  de  substituição  de  materiais  escassos  por  outros  mais abundantes;

• Os  bens  minerais  são  finitos  e  não‐renováveis  e  quanto  mais  consumirmos  ou desperdiçarmos, mais diminuiremos a herança para gerações futuras;

• A  substituição de um metal  transfere o problema da  escassez para o outro bemmineral;

• Não  é descartada  a possibilidade de  escassez  aguda de bens minerais  em  futuro previsível, ainda que não haja evidência cientifica;

• Os  países  desenvolvidos  têm‐se  voltado  com  avidez  crescentes  para  os minerais situados no  fundo do mar, mas a  sua extração ainda é muito dispendiosa,  sendo antieconômica a curto prazo.

• A medida que decresce o estoque de recursos naturais não renováveis, o custo de  obtenção de cada unidade  adicional cresce.

Desenvolvimento Econômico e Mineração

• O  crescimento  econômico  implica  diretamente  num  maior  consumo  de bens minerais. 

• A  retomada  do  crescimento  econômico  impõe  o  desafio  de  se  garantir  a disponibilidade dos recursos minerais demandados por uma sociedade com uma qualidade de vida superior e um nível de consumo significativamente maior;

• A mineração  tecnicamente bem desenvolvida  é uma das  atividades  industriais que menos afeta o meio ambiente.

• O  caráter  da  mineração  é duplamente  pioneiro:  desbrava  novas  fronteiras econômicas  e  geográficas  e,  como  indústria  de  base,  é indutora  de desenvolvimento  industrial pela necessidade de se transformar o mineral bruto em produto cada vez mais elaborados.

• A mineração alavanca o desenvolvimento por proporcionar:– Fornecimento de matéria prima;– a interiorização da população;– cria demandas por infra‐estrutura e serviços, – gerando emprego e renda, além de diminuir as disparidades regionais.

A Mineração na Década de 80

• O crescimento econômico nacional e  internacional passou a ocorrer a taxas mais moderadas do que nas décadas anteriores;

• A  excessiva  concentração  de  renda  impede  o  crescimento  econômico  e aprofunda os problemas de pobreza e miséria no mundo, criando situações de constantes instabilidades políticas, sociais e econômicas;

• Fim da bi‐polaridade que exercia grande  influência na disponibilidade e   na estocagem de minerais metálicos  altera  a  importância estratégica do bem mineral para a indústria bélica;

• A  indústria  eletro‐eletrônica  ganha  peso  no  processo  de  desenvolvimento econômico deslocando para segundo plano a indústria siderúrgica, principal consumidora de bens minerais;

• O aspecto ambiental exige medidas eficazes de preservação que atingem o setor mineral de forma restritiva;

A Mineração na Década de 90

• Internamente, o Plano Real elevou as  taxas de  juros, criando um clima favorável  ao  capital  especulativo,  diminuindo  investimentos  no  setor produtivo (consumidor de matéria prima mineral);

• A  automação  elimina  milhares  de  postos  do  mercado  de  trabalho, substituindo  o  homem  pela  máquina;  na  mineração  isto  ocorre  em operações de exploração, lavra e tratamento;

• Política desastrosa de privatização de importantes estatais, sem que isso representasse  absolutamente  nenhum  ganho  expressivo  no desenvolvimento socio‐econômico do país e nenhuma alavancagem para a retomada do crescimento;

• Política recessiva impõe uma menor taxa de crescimento e no consumo de  bens  minerais,  em  particular  no  segmento  dos  metálicos,  com siderúrgicas trabalhando com alta capacidade ociosa;

• Externamente, os preços declinantes de metais preciosos e commoditiesnão‐energéticas;

• Os  preços  dos  ferrosos  eram  definidos  pelos  grandes  consumidores (grandes siderúrgicas japonesas e alemãs) e das demais commodities por cotações  nas  bolsas  de  mercadorias  e  não  mais  determinados  pelos produtores.

A Mineração na Década de 90

• A  substituição  de  commodities minerais  por  novos  materiais  em decorrência de alterações no padrão tecnológico internacional:

• Aumento da reciclagem de matéria prima de origem mineral também contribui para a diminuição da demanda;

• Uma maior  racionalização no uso das matérias primas, determinada por técnicas de otimização da produção com o advento da informática, faz diminuir o desperdício e consequentemente diminuir a demanda;

• Reordenamento  na  divisão  internacional  do  trabalho,  desloca  parapaíses  subdesenvolvidos  investimentos  em  operações  mineiras  na busca de uma legislação mais branda e de obtenção de níveis maiores de rentabilidade dos projetos;

• A  legislação  ambiental  crescentemente  restritiva  cria  entraves operacionais e onera financeiramente as empresas;

O Boom da Mineração – Anos 2000

A Mineração vinha passando por um momento especial

Grande demanda por minerais em relação à oferta Elevação dos preços das principais commoditiesAlta rentabilidade dos empreendimentos

A Escassez de matéria prima mineral nos mercados decorria da:exaustão de jazidaslimitação  das  unidades  produtivas  atender  às  demandas  no  curto prazo. não descoberta de novas jazidas durante mais de quinze anos.

• Fim do período de estagnação econômica vigente por duas décadas;• Com a retomada paulatina do crescimento das nações, observava‐se que:

Contexto Pré-Crise Financeira

A  China  anuncia  formação  de  reservas  estratégicas  de minerais para não sofrer estrangulamento de suprimento no futuro: Urânio, cobre, alumínio, manganês, tungstênio, ferro e carvão. 

Nos  países  do  chamado  “primeiro  mundo”,  os  fundos  de pensão  adicionam  as  commodities  minerais  aos  seus portfólios de investimento.

Alta  rentabilidade  resulta  em  alta  atratividade,  trazendo fluxos  de  investimento  para  a mineração,  particularmente dirigidos para países em desenvolvimento e com economias estáveis

A crise do Sub prime

• China  estimula  o  aumento  de  suas  exportações,  para  manter  a economia aquecida e a inflação sob controle. 

• EUA  importa muito, gera um grande déficit comercial  interno e um enorme superávit nos países asiáticos, que  volta‐se em parte para os EUA, financiando o seu déficit e desvalorizando o Dólar. 

• A crise de confiança e a  instabilidade econômica  fizeram o FED, na época,  aumentar  os  juros  das  hipotecas  imobiliárias,  gerando inadimplência no sistema financeiro americano.

• Os preços dos  imóveis norte‐americanos caíram, na medida em que os  arrestos  levam  um  número maior  de propriedades  a  disputar  o mercado imobiliário;

• Essa  queda  reduz  a  demanda,  desacelerando  os  gastos  dos consumidores (viagens de férias, reformas, carros novos etc.).

• Analistas  previam  que  novos  fatos  relacionados  ao  sub‐prime voltariam a abalar o mercado.

A economia mundial é cíclica e de equilíbrio instável

A crise do Sub prime

• A crise do sub‐prime  influenciou o mercado de risco em exploração mineral:

– enxuga capitais disponíveis  investimento de risco para cobrir perdas no mercado financeiro;

– derruba  os  preços  de  algumas  commodities  nos últimos meses;

• O risco de liquidez dos investimentos continua a gerarnovos  fatos  relacionados  ao  sub  prime,  voltando  a abalar o mercado internacional.

15 de setembro de 2009A crise das Hipotecas atinge o Capital Financeiro

• Falência do 4º maior Banco Americano de  investimentos  (153 anos) – Lehman Brothers;

• Compra do Merrill Lynch pelo Bank of America

•Crack  nas Bolsas  de Ações  todo  o Mundo  – perda  de US$  3,5 trilhões só na América Latina e EUA;

• Índice Dow Jones caiu 4,5% e Bovespa 7,5%;• As Commodities Minerais despencam seus preços na Bolsa de Londres.

Evolução dos Preços Médios LME

Preço Benchmark (Carajás Sinter Feed para Europa ‐ FOB PDM)Preço Benchmark (Carajás Sinter Feed para Europa ‐ FOB PDM)

Evolução do Preço do Minério de Ferro

Dada  a  grande escala demandada pela indústria    siderúrgica,  as  vendas  de minério  de  Ferro  ocorriam  por contratos anuais de  fornecimento. Não era comercializado em bolsas

Na crise, foi vendido no mercado spot, e hoje os contratos são trimestrais.

Evolução do Preço do Ouro

Us$/Onça

80% dos negócios em ouro no mundo não são feitos com ouro físico

Contexto Econômico Atual• Crise  dos  PIIGS  (Comunidade  Européia)  – descompassos  das  economias  dos países da comunidade européia;

• O crescimento da China caiu para 10,3% no  segundo  trimestre, ante 11,9% no primeiro trimestre

• Uma desaceleração do crescimento econômico chinês, ainda que moderada, está reverbera nos mercados mundiais devido ao enorme papel do país como um comprador de commodities minerais.

• Desde que China  começou a  conter o  superaquecido mercado  imobiliário, em  abril,  os  preços mundiais  do  alumínio  caíram  18%;  os  do  cobre,  13%; chumbo,  19%;  e  níquel,  27%,  embora  as  cotações  de  todos  esses metais tenham  se  estabilizado  nas  últimas  semanas.  Os  preços  do  aço  na  China encolheram 15% no período.

• Macroeconomia Brasileira;

• Retomada do crescimento pós‐crise – PIB – crescimento de 7,5% em 2010

• Reservas Cambiais US$ 280 Bilhões ‐ Risco Brasil 174

• Economia de pleno emprego ‐ taxa de desemprego 6,6%

Contexto Econômico

MINÉRIO DE FERRO• Até 2014,  China  deverá responder  por  2/3  da  demanda  mundial  de  ferro. Enquanto em 2008, China importava 50,2% do seu consumo de minério de ferro, em 2014 será de 64,6%.• China deverá importar um total de 667 milhões de toneladas, quase o dobro detodas  as  exportações  brasileiras  do  insumo,  que  devem  fechar  o  ano  em  319 milhões de toneladas.• Os  chineses  estão  lavrando minério  com  teores  cada  vez mais  baixos  e  com custos de produção elevados, (atualmente em torno de US$ 100/ton, no Brasil a matéria prima a uma média de US$ 20 por tonelada). • Há um movimento dos chineses no sentido da aquisição de ativos de minério de ferro fora da China, tendo   em 2009,  investido US$ 43,3 bilhões na aquisição de ativos de mineração e outros não financeiros no exterior.• Produtores  de  minério  podem  mudar  para  preço  mensal  (era  anual,  hoje trimestral).• Estima‐se que em 2 anos o minério de ferro deverá ser negociado em bolsa.

Valor da Produção Mineral, da metalurgia e de não‐metálicos (1995– 2009)

1211 11 10

7 9 8 79 9

14

1820

26

21

37 38 38

3330

33

29 28

33

47 47

42

66

79

59

11 1214

16

2220

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

US$

 Bilhõe

s (dólar de 20

09)

Ano

Valor da Produção Mineral Valor da Produção de Metalurgia Valor da Produção de Não Metálicos

Fonte: DNPM e MME/SGM. Elaboração SGM

Investimentos em Mineração

• Muitos  países  no  mundo  tem  revelado  crescimento expressivo  cuja  produção  e  o  consumo  apresentam tendência  de  crescimento  como  na  China,  índia,  Japão, Rússia e Brasil.

• Isto requer investimentos em infra‐estrutura, em habitação, novos padrões de consumo (automóveis). 

• O mundo hoje é carente de infra‐estrutura, que vai requerer muito aço. 

• A  maior  mina  de  ferro  da  China  produz  10  milhões  de toneladas por ano. É um minério  caro,  com  infra‐estrutura complicada, com teor de ferro baixo.

Panorama da Mineração no Cenário Internacional

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Investimentos em Pesquisa Mineral no Brasil(2004 – 2010)

Áreas com Alvarás de Pesquisa e Áreas com Concessões de Lavra2010‐ ‐ Áreas com Alvarás de Pesquisa = US$ 187,4  Milhões; Área com Concessão de Lavra = US$ 25,5 Milhões 

Fonte: DIPEM + RAL / DNPM

127,4

293,6 313,0375,9

482,3

212,9

500,0

0

100

200

300

400

500

600

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Estimado

Investimentos em Pesquisa Mineral – 2009(Os dez principais países respondem por 67% do orçamento total de 2009  de US$ 7,32 bilhões)

Fonte: Metals Economics Group, 2010

Fonte: IBRAM

Conclusão

‐ O Setor Mineral Brasileiro tende a acompanhar o desenvolvimento econômico do país como um todo, notadamente quando analisamos os novos projetos;

‐ Outro grande indicador desse forte crescimento é a quantidade de Requerimentos de Pesquisa protocolados no DNPM, que tinham caído em 49% com a crise mas já

recuperou os mesmos índices pré‐crise 

Muito obrigado

www.dnpm.gov.br

joao.pinheiro@dnpm.gov.br

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