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Thely Alves Maciel
Efeito da temperatura e do volume da água sobre o
crescimento e desenvolvimento dos girinos de
Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa
(AMPHIBIA, ANURA)
Salvador2008
Thely Alves Maciel
Efeito da temperatura e do volume da água sobre o
crescimento e desenvolvimento dos girinos de
Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa
(AMPHIBIA, ANURA)
Salvador2008
Dissertação apresentada ao Instituto deBiologia da Universidade Federal da Bahia,para a obtenção de Título de Mestre emEcologia e Biomonitoramento.
Orientador: Flora Acuña Juncá
Comissão Julgadora
Maciel Alves, Thely
Efeito da temperatura e do volume da água
sobre o crescimento e desenvolvimento dos girinos
de Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa
(AMPHIBIA, ANURA) 44p.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologiada Universidade Federal da Bahia.
1. Bufonidae 2. Leiuperidae 3. corpos d’águatemporários I. Universidade Federal da Bahia.Instituto de Biologia.
______________________Prof. Dr. Mirco Solé
______________________Prof.ª Drª. Maria Lúcia Del-Grande
________________________Prof.ª Dr.ª Flora Acuña Juncá
Orientadora
Agradecimentos
A Drª Flora Acunã Juncá pela orientação durante a realização deste
trabalho.
A minha família pelo apoio incondicional.
A Rose e Alê que me acolheram com enorme carinho e generosidade.
A toda equipe do Laboratório de Animais Peçonhentos e Herpetologia/
UEFS. Em especial ao Sr. Josemir por ter divido comigo o peso dos galões
de água e pela constante preocupação com os “bichinhos”.
A Universidade Estadual de Feira de Santana pelo apoio logístico na
realização do trabalho.
A Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia pela concessão da bolsa de
mestrado.
Índice
Introdução geral
Efeito da temperatura e da água sobre o crescimento e
desenvolvimento dos girinos de Pleurodema diplolister e Rhinella
granulosa (AMPHIBIA, ANURA).
Abstract/Resumo
1.1 Introdução
1.2 Materiais e Métodos
1.3 Resultados
1.4 Discussão
1.5 Conclusão
Conclusão geral
Introdução Geral
Entre as espécies de anfíbios anuros, a duração do período larval
varia de duas semanas a três anos, sendo considerada a fase decisiva na
história de vida deste grupo (DUELLMAN & TRUEB, 1986). Espécies que
exploram ambientes permanentes, considerados propícios ao
desenvolvimento por apresentarem condições relativamente constantes ao
longo do tempo, geralmente desenvolvem-se lentamente, aproveitando os
recursos disponíveis para o crescimento, metamorfoseando com tamanho
que maximize as chances de sucesso no ambiente terrestre (WILBUR &
COLLINS, 1973). Ao contrário, espécies que exploram ambientes
temporários, geralmente desenvolvem-se rapidamente, evitando condições
adversas como dessecação, aumento na densidade de indivíduos e
temperatura da água imprópria para sobrevivência, as expensas de um
pequeno tamanho corpóreo (WILBUR, 1990).
Nestes ambientes temporários, fatores bióticos e abióticos podm
influenciar o desenvolvimento e crescimento dos girinos. Entre os fatores
bióticos estão a disponibilidade de alimento (STEINWASCHER & TRAVIS,
1983; ALFORD & HARRIS, 1988; LEIPS & TRAVIS, 1994; NEWMAN, 1994),
girinos de outras espécies (WARBURG, 1997), predadores (MERILA el al.,
2000) e densidade populacional (WILBUR & COLLINS, 1973; SEMLITSCH &
CALDWELL, 1982; CLARKE & READING, 1999). Entre os abióticos estão a
redução da água (Merila et al., 2000), temperatura (LOMAN, 2002) e
fotoperíodo (LAURILA et al., 2001).
A capacidade dos girinos alterarem o tempo de desenvolvimento e
tamanho do corpo em resposta a mudanças ambientais tem sido registrada
em vários estudos (NEWMAN, 1992; DENVER, 1997; DENVER et al., 1998;
LAURILA & KUJASALO, 1999 LAURILA et al., 2002). No entanto, ainda há
controvérsias sobre quais fatores desencadeiam tais modificações nos
girinos em ambientes temporários. Isso porque alterações como aumento da
temperatura da água e densidade populacional ocorrem em decorrência da
perda de água e o efeito de uma variável pode ser confundida com o efeito
da outra (WILBUR, 1990; NEWMAN, 1992).
A redução da água tem sido registrada como o fator que determina a
redução no tempo de desenvolvimento e tamanho do corpo dos girinos em
ambientes temporários (NEWMAN, 1989; CRUMP, 1989; LAULIRA &
KUJASALO, 1999; MERILA et al., 2002). A temperatura, outro fator
importante nestes ambientes, tem sido monitorada em experimentos
realizados em campo e em laboratório, mas, no entanto, não tem sido
incluída nas análises (CRUMP, 1989; NEWMAN, 1989; LAURILA e
KUJASALO, 1999; MERILA et al. 2000; BRADY e GRIFFITHS, 2000). Quando
incluída, a temperatura foi considerada o fator mais importante para
determinar a duração do período larval (LOMAN, 2002).
CRUMP (1989), avaliando o efeito do stress hídrico sobre o
desenvolvimento dos girinos de Hysthmohyla pseudopuma, detectou
diferença significativa no tempo de desenvolvimento entre as bandejas
onde houve redução da quantidade de água. Naquele experimento, os
girinos que estavam nas bandejas próximas à janela metamorfosearam mais
cedo do que os girinos que estavam em bandejas distantes da mesma.
Segundo a autora, a diferença de tempo de desenvolvimento pode ter sido
provocada também pela temperatura da água, que foi mais elevada nas
bandejas próximas à janela. Mesmo que a temperatura seja considerada
uma variável de confusão no trabalho citado, essa informação indica o
possível efeito da temperatura sobre o desenvolvimento em larvas de
anfíbios em situações de dessecação.
NEWMAN (1989), avaliando o efeito da duração dos corpos d’água
sobre o desenvolvimento dos girinos de Scaphiopus choucii constatou que,
nos corpos d’água de curta duração, os girinos metamorfosearam mais cedo
em relação aos girinos dos corpos d’água de longa duração. O autor
detectou que a temperatura foi maior nos corpos d’água de curta duração e
sugeriu que o efeito da temperatura é compatível com o efeito da secagem
do corpo d’água. No entanto, não incluiu a temperatura nas análises,
impossibilitando concluir qual a real influência dessa variável sobre o
tempo de desenvolvimento das larvas estudadas.
LAURILA & KUJASALO (1999) e MERILA et al. (2000) realizaram
experimentos com larvas de Rana temporaria em laboratório, onde
estabilizaram a temperatura em 19°C e 26°C, respectivamente. Os dois
estudos demonstraram que girinos de R. temporaria são capazes de reduzir
o tempo de desenvolvimento e o tamanho do corpo, em resposta apenas a
restrição hídrica e que o aumento da temperatura não foi necessário para
induzir tal resposta.
LOMAN (2002) avaliou o tempo de desenvolvimento de Rana arvalis
e Rana temporaria em 22 corpos d’água durante oito anos. Segundo análise
de componente principal a temperatura explicou a variação no tempo de
desenvolvimento entre os corpos d’água. A diferença de 5°C entre os anos,
foi acompanhada pela redução do tempo de desenvolvimento em três
semanas nos anos mais quentes.
Durante os anos de 2006 a 2008, no Laboratório de Animais
Peçonhetos e Herpetologia da Universidade Estadual de Feira de Santana,
foram iniciados trabalhos experimentais que objetivaram analisar
simultaneamente o efeito da temperatura e do volume de água sobre o
desenvolvimento e crescimento de espécies do semi-árido nordestino que
utilizam poças temporárias. Neste sentido, foram obtidas desovas de
Pleurodema diplolister (2006 e 2008), Physalaemus albifrons (2007, 2008)
e Rinella granulosa (2008). Embora tenham sido seguidos todos os
critérios metodológicos e protocolos de manutenção para as espécies, não
houve êxito no desenvolvimento do experimento para P. albifrons e os
girinos provenientes das desovas P. diplolister, coletadas em 2008 não
desenvolveram a tempo para inclusão neste trabalho.
Assim, o presente estudo tem por objetivo analisar simultaneamente
o efeito do volume da água e da temperatura sobre o desenvolvimento e
crescimento de Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa, duas espécies
que utilizam corpos d’água temporários para reprodução.
Manuscrito para apreciação
Este capítulo apresenta o manuscrito intitulado “Efeito da temperatura e do
volume da água sobre o crescimento e desenvolvimento dos girinos de
Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa (AMPHIBIA, ANURA)” o
qual será submetido para apreciação e publicação no periódico científico
Revista Brasileira de Zoologia. A formatação segue as normas deste
periódico.
Revista Brasileira de Zoologia
Efeito da temperatura e do volume da água sobre o crescimento e desenvolvimento
dos girinos de Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa (AMPHIBIA, ANURA)
Maciel, T. A. 1 e Juncá, F. A.2
1 thelyam@yahoo.com.br
2 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana,
Km 13, Campus Universitário, 44031-460, Feira de Santana, Bahia.
florajunca@yahoo.com.br
Abstract Effect of temperature and of volume water on development and growth in
tadpoles of Pleurodema diplolister and Rhinella granulosa (AMPHIBIA, ANURA)
under experimental conditions
The capacity of larvas of amphibians anuros to reduce the time of metamorphosis and
the size body in response to flotations in environmental variables of temporary ponds
has been registered in several studies accomplished in field and in laboratory. The main
alterations in these habitat are related the decreasing of level water and increase of
temperature. The decreasing of level water is pointed as the main variable that induces
such answer. However, few studies tried to dissociate the effect of reduction of water
and of temperature. The objective of present study was to analyze the effect of
reduction of volume water simultaneously the temperature on the development and
growth in tadpoles of Pleurodema diplolister and Rhinella granulosa, species that use
temporary ponds for reproduction. Tadpoles of two species were submitted to four
treatments: (1) volume water constant 2000 ml (Vc), constant temperature of 26Cº; (2)
volume water gradually decreasing of 2000 ml for 200 ml or 150 ml(Vr), constant
temperature of 26Cº; (3) Vc, constant temperature of 30Cº or 33°C and (4) Vr and
constant temperature as in the treatment (3). Tadpoles of P. diplolister e R. granulosa
responded to high temperature decreasing o length of larval period. Tadpoles responded
to decreasing volume by metamorphosing smaller size. Tadpole of P. diplolister
maintained to 30°C responded decreasing size body. Tadpoles of R. granulosa increase
size body when submitted to 30°C.
KEYWORDS: Bufonidae, Leiuperidae, temporary ponds.
Resumo A capacidade das larvas de anfíbios anuros de reduzir o tempo de metamorfose
e o tamanho do corpo em resposta a flutuações nas variáveis ambientais dos corpos
d’água temporários tem sido registrada em vários estudos realizados em campo e em
laboratório. As principais alterações nestes ambientes estão relacionadas a redução do
nível da água e o aumento da temperatura. A redução da água é apontada como a
principal variável que induz tal resposta. No entanto, poucos trabalhos tentaram
dissociar o efeito da redução da água e da temperatura. O objetivo do presente estudo
foi analisar simultaneamente o efeito da redução da água e da temperatura sobre o
desenvolvimento e crescimento dos girinos de Pleurodema diplolister e Rhinella
granulosa, espécies que utilizam ambientes temporários para reprodução. Girinos das
duas espécies foram submetidos a quatro tratamentos: (1) volume de água constante
2000 ml (Vc), temperatura constante de 26Cº; (2) volume de água reduzido
gradualmente de 2000 ml para 200 ml ou 150 ml (Vr), temperatura constante de 26Cº;
(3) Vc, temperatura constante de 30Cº ou 33°C e (4) Vr e temperatura constante como
no tratamento (3). Girinos de P. diplolister e R. granulosa responderam a altas
temperaturas reduzindo o tempo de desenvolvimento. A redução no volume da água
contribuiu para redução do tamanho do corpo das duas espécies. Girino de P. diplolister
mantidos a 30°C apresentaram redução no crescimento, ao contrário dos girinos de R.
granulosa que apresentaram aumento no crescimento quando submetidos a 30°C.
Palavras-chaves: Bufonidae, Leiuperidae, corpos d’água temporários.
INTRODUÇÃO
A plasticidade no tempo de desenvolvimento e tamanho do corpo das larvas de
anfíbios que habitam ambientes temporários tem sido registrada em várias espécies
através de experimentos realizados em campo e em laboratório. Larvas de anfíbios que
se desenvolvem em ambientes temporários apresentam uma tendência a reduzir o tempo
de desenvolvimento, migrando mais cedo para o ambiente terrestre evitando, assim, as
constantes alterações nos fatores bióticos e abióticos, as quais os corpos d’água
temporários estão sujeitos. Entre estas alterações, a mais notável é a perda de água que
provoca, entre outras conseqüências, aumento na densidade populacional, redução na
quantidade de alimento e aumento na temperatura da água (WILBUR & COLLINS, 1973;
WILBUR, 1990).
Inicialmente, acreditava-se que o aumento da densidade decorrente da perda de
água seria o fator responsável pelas alterações no tempo de desenvolvimento e tamanho
das larvas de anfíbios (WILBUR & COLLINS, 1973). Contudo, girinos de Spea
hammondii (DENVER et al., 1998) e Rana temporaria (MERILA et al., 2000) criados
individualmente sob condições de dessecação foram capazes de acelerar a metamorfose
e reduzir o tamanho do corpo, demonstrando que tal resposta pode ser independente da
densidade.
Neste contexto, a redução do nível da água tem sido apontada como fator que
desencadeia a redução do tempo de desenvolvimento e conseqüente redução do
tamanho do corpo (SEMLISTSCH & WILBUR, 1988; CRUMP, 1989; NEWMAN, 1989;
TEJEDO & REQUES, 1994; DENVER, 1997; DENVER et al. 1998; LAURILA & KUJASALO,
1999; MERILA et al., 2000).
A temperatura é um fator fortemente associado à quantidade de água em
ambientes temporários, pois a perda de água pode provocar elevação na temperatura
média e aumento na variação térmica diária dos corpos d’água (WILBUR, 1990). Alguns
estudos sugeriram o possível efeito da temperatura sobre a duração do período larval de
anuros em ambientes temporários (CRUMP, 1989; NEWMAN, 1989). LOMAN (2002)
detectou efeito significativo da temperatura sobre o tempo desenvolvimento de Rana
arvalis e Rana temporaria e apontou esta variável como a mais importante para
determinar o tempo de desenvolvimento dos girinos destas espécies. Entretanto, ao
menos dois estudos realizados em laboratório, que tentaram dissociar o efeito da
redução da água e da temperatura sobre a fase larval de anfíbios anuros, constataram um
desenvolvimento larval mais rápido apenas em resposta à restrição hídrica (LAURILA &
KUJASALO, 1999; MERILA et al., 2000). Assim, parece que o efeito da temperatura sobre
o desenvolvimento dos girinos em ambientes temporários ainda não é bem
compreendido.
Girinos de Pleurodema diplolister (PETERS, 1870) e Rhinella granulosa (SPIX,
1824) desenvolvem-se em ambientes temporários e podem ser indicados, portanto,
como organismos interessantes para estudos que buscam compreender como a
quantidade de água e temperatura podem influenciar o período larval das espécies de
anfíbios anuros. Pleurodema diplolister apresenta distribuição restrita ao nordeste
brasileiro, sendo encontrada em áreas de caatinga e em formações abertas da Mata
Atlântica (CARDOSO & ARZABE, 1993). Rhinella granulosa é amplamente distribuída na
América do Sul e, no Brasil, é encontrada desde o sudeste até a região da bacia
Amazônica (FROST, 2008).
O objetivo do presente estudo foi analisar simultaneamente o efeito da redução
da água e temperatura sobre o tempo de desenvolvimento e tamanho do corpo dos
girinos de Pleurodema diplolister e Rhinella granulosa.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para avaliar o efeito do volume da água e da temperatura sobre o
desenvolvimento e crescimento das larvas de P. diplolister e R. granulosa os dois
fatores: água, com dois níveis (constante e reduzida) e temperatura, também com dois
níveis (26ºC e 30º para P. diplolister e 26°C e 33°C para R. granulosa) foram
combinados de modo que os quatro grupos formados (tratamentos) representam todas as
combinações possíveis entre os níveis dos fatores.
Os experimentos com P. diplolister e R. granulosa foram realizados em períodos
distintos. Desovas de Pleurodema diplolister (7) foram coletadas no campus da
Universidade Estadual de Feira de Santana, município de Feira de Santana, Estado da
Bahia, nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2007, em corpos d’água temporários, expostos
ao sol, com profundidade não superior a 4 cm.
Após a eclosão, os girinos foram mantidos em bandejas plásticas até atingirem o
estágio 24-25 (GOSNER, 1960), quando então, foram aleatoriamente transferidos para
caixas plásticas (12x14x21cm) obedecendo aos seguintes tratamentos: (1) volume de
água constante 2000 ml (Vc), temperatura constante de 26Cº; (2) volume de água
reduzida gradualmente de 2000 ml para 200 ml (Vr), temperatura constante de 26Cº; (3)
quantidade de água constante 2000 ml, temperatura constante de 30Cº e (4) quantidade
de água reduzida como no tratamento (2) e temperatura constante como no tratamento
(3). A redução gradual da água objetivou simular o “stress” hídrico comum em
ambientes semi-áridos. Assim, a cada três dias foram retirados 150 ml de água. O
experimento foi mantido por 39 dias.
Cada tratamento foi replicado 12 vezes. Em cada caixa plástica foram mantidos
5 girinos, totalizando 240 girinos. Foram registrados: (1) o tempo de desenvolvimento,
representado pelo número de dias para emissão dos membros anteriores, que
corresponde ao estádio 42 seguindo GOSNER (1960) e (2) o crescimento, representado
pelo comprimento rostro-cloacal (CRC). O CRC foi medido com auxílio do
estereomicroscópio LEIKA MZ6® com micrométrica acoplada.
As temperaturas utilizadas no experimento foram baseadas em registros das
temperaturas obtidas em corpos d’água permanentes e temporários do sistema natural,
obtidas a partir de cinco dias de observação no mês de fevereiro de 2007. A temperatura
de 26°C representa a média da temperatura de corpos d’água permanentes, 30°C
representa o valor médio obtido das temperaturas mínima e máxima diárias de corpos
d’água temporários e 33°C representa o valor máximo da temperatura em corpos d’água
temporários. A temperatura nas caixas plásticas foi controlada por meio de termostatos
Resun®. O aquecimento e a manutenção da temperatura da água foram realizados por
condução, de modo que as 48 caixas plásticas (12x14x21cm) foram distribuídas em 12
bandejas com a água (9x31x52cm). Em cada bandeja foi instalado um termostato. A
temperatura da água das caixas plásticas foi monitorada diariamente.
Foi estabelecido um fotoperíodo de 12 horas claro e 12 horas escuro. O
experimento foi desenvolvido em uma sala climatizada, a temperatura média de 25Cº e
iluminação artificial. Os girinos foram alimentados com ração em flocos para peixes
ornamentais Nutriflakes® cuja composição apresenta nutrientes de origem animal e
vegetal. As caixas plásticas foram higienizadas a cada três dias. O pH foi monitorado
através do Labcon Test Alcon®, kit para monitoramento do pH em aquários.
Desovas de R. granulosa (2) foram coletadas também em corpos d’água
temporários da UEFS no dia 1º de março de 2008. Os girinos foram submetidos ao
mesmo delineamento experimental utilizado para P. diplolister, exceto pela mudança
nos níveis do fator temperatura e nos critérios de retirada da água. Neste experimento os
níveis do fator temperatura foram 26°C e 33°C. O volume d’água foi reduzido de 2000
ml para 150 ml. Nos tratamentos com redução de água, após três dias do início do
experimento foram retirados 1000 ml, em seguida, a cada três dias foram retirados 200
ml, sendo que no 14º dia após o início do experimento foram retirados 250 ml, restando
150 ml. O experimento foi mantido durante 39 dias.
Análises Estatísticas
As premissas de normalidade, homocedasticidade e homogeneidade de co-
variâncias foram verificadas através dos testes Kolmogorov-Smirnov, Levene e o teste
M de Box, respectivamente (MAROCO, 2003). As variáveis dependentes tempo de
desenvolvimento e tamanho do corpo de P. diplolister atenderam a estas premissas e a
análise prosseguiu com a realização da análise de variância multivariada (MANOVA)
para detectar se as médias das variáveis dependentes diferiram em relação aos
tratamentos.
Entre os testes oferecidos pela MANOVA, o Pillai’s Trace foi escolhido por ser
um método robusto para amostras de pequena dimensão (MAROCO, 2003; QUINN &
KEOUGH, 2004; HAIR et al.,2005). Após a MANOVA, foi utilizado o teste de
comparações múltiplas de Tukey (QUINN & KEOUGH, 2004). As análises foram
realizadas através do programa SPSS 8.0 for Windows.
Para R. granulosa as variáveis dependentes não atenderam a premissa de
normalidade e foram analisadas individualmente utilizando a análise de variância
multivariada permutacional (PERMANOVA; ANDERSON, 2005). Para esta análise, o
nível de significância foi corrigido segundo método de Bonferroni (MAROCO, 2003). O
nível de significância adotado para as análises foi 0,05.
RESULTADOS
Devido à mortalidade das larvas de Pleurodema diplolister e a presença de
“outliers”, a MANOVA foi realizada com sete réplicas por tratamento, sendo que cada
réplica representa a média do tempo de desenvolvimento e tamanho do corpo de quatro
girinos, totalizando 112 larvas analisadas. Pelos mesmos motivos citados acima as
PERMANOVA’s foram realizadas com nove réplicas por tratamento, sendo que cada
réplica representa a média do tempo de desenvolvimento e tamanho do corpo de três
girinos, totalizando 108 larvas analisadas. A MANOVA detectou efeito significativo
dos tratamentos sobre o tempo de desenvolvimento e tamanho do corpo (F = 6,999, p <
0,001). As PERMANOVA’S detectaram efeito significativo dos tratamentos sobre o
tempo de desenvolvimento (F = 12,480, p = 0,001) e tamanho do corpo (F = 5,353, p =
0,004).
Tempo de Metamorfose
Os girinos de Pleurodema diplolister apresentaram um período larval que variou
de 9 a 35 dias ( = 23; DP = 3,2; n = 112; Tabela I). A média do tempo de
desenvolvimento dos girinos submetidos ao tratamento 3 (Vc; 30°C) foi
significativamente diferente da média do tempo de desenvolvimento dos girinos
submetidos aos demais tratamentos (Tabela II). Girinos que experimentaram
temperatura alta e volume de água constante apresentaram redução no tempo de
desenvolvimento quando comparados aos girinos submetidos aos demais tratamentos
(Figura 1). Embora não tenha sido detectada diferença significativa entre as médias dos
tratamentos 1, 2 e 4 (Tabela II), nota-se que a distribuição das médias do tratamento 4
(Vr e T 30o.C) mostra uma tendência a redução do tempo de desenvolvimento, quando
comparada às distribuições dos tratamentos 1 (Vc e T 26o.C) e 2 (Vr e T 26o.C) (Figura
1).
O período larval de R. granulosa variou de 6 a 38 dias ( = 12,7; DP = 3,6; n =
108; Tabela III). A média do tempo de desenvolvimento das larvas de R. granulosa
submetidas aos tratamentos com temperatura a 33°C diferiu significativamente da
média do tempo de desenvolvimento dos girinos submetidos aos tratamentos com
temperaturas a 26°C (Tabela IV). Em altas temperaturas a redução no tempo de
desenvolvimento ocorreu tanto no tratamento com volume de água constante quanto no
tratamento com o volume de água reduzido, indicando que a 30°C o efeito da
temperatura sobre o tempo de desenvolvimento dos girinos desta espécie foi
independente do volume de água (Figura 2).
Tamanho do corpo
O comprimento rostro-cloacal dos girinos de P. diplolister variou de 9,4 a 14,7
mm ( = 11,7; DP = 0,4; n = 112; Tabela V). A média do CRC dos girinos submetidos
ao tratamento 1 (Vc; 26°C) foi significativamente diferente da média do CRC dos
girinos submetidos ao tratamento 4 (Vr; 30°C) (p = 0,004). Girinos que experimentaram
volume de água constante e temperaturas de 26°C cresceram mais do que os girinos
submetidos à redução no volume da água e temperaturas de 30°C (Tabela VI). A
distribuição das médias entre os tratamentos indica que o crescimento foi influenciado
negativamente por ambos: redução do volume da água e aumento da temperatura
(Figura 3).
Girinos de R. granulosa apresentaram um comprimento rostro-cloacal que
variou de 4,4 a 7,4 mm ( = 5,8; DP = 0,3; n = 108; Tabela VI). A diferença entre as
médias dos tratamentos 2 e 3 (p = 0,001) e a distribuição das médias entre os
tratamentos indicam que o tamanho do corpo foi influenciado negativamente pela
mudança no volume de água e positivamente pelo aumento da temperatura (Figura 4).
Girinos submetidos à redução no volume de água e temperatura de 26°C cresceram
menos do que os girinos mantidos a volume de água constante e temperaturas de 30°C.
Assim como detectado para P. diplolister, a redução do nível da água contribuiu
para redução do tamanho do corpo de girinos de R. granulosa. Entretanto, a temperatura
alta atuou de forma diferente nas duas espécies diminuindo o tamanho do corpo em P.
diplolister e aumentando em R. granulosa.
DISCUSSÃO
O efeito da temperatura sobre os processos fisiológicos de anfíbios anuros é
bastante conhecido, sobretudo pela natureza ectotérmica deste grupo (DUELLMAN &
TRUEB, 1986; ULTSCH et al., 1999). Os resultados obtidos pelo presente estudo
confirmam a importância da temperatura para os representantes deste grupo, pois a
temperatura foi o fator que influenciou o tempo de desenvolvimento dos girinos de P.
diplolister e R. granulosa. Altas temperaturas foram capazes de reduzir o tempo de
desenvolvimento de R. granulosa independente volume de água.
A redução no tempo de desenvolvimento em resposta a altas temperaturas foi
detectada também por outros estudos. SMITH-GILL & BERVEN (1979) avaliaram o efeito
da temperatura sobre o desenvolvimento dos girinos de Lithobates pipiens, Lithobates
sylvaticus, Lithobates clamitans em diferentes densidades e constataram que o efeito da
temperatura foi independente da densidade populacional. LOMAN (2002), constatou que
,um aumento de 5°C na temperatura foi suficiente para reduzir o período larval de Rana
arvalis e Rana temporaria em três semanas.
A relação entre temperatura e tempo de desenvolvimento pode ser explicada
fisiologicamente através da influência da temperatura sobre o sistema endócrino
(SMITH-GILL & BERVEN, 1979). Os raros estudos direcionados à compreensão dos
processos que relacionam fatores ambientais, produção de hormônios, modificações
fisiológicas e morfológicas em larvas de anfíbios apontam a temperatura como o fator
responsável por regular a produção da tiroxina, hormônio produzido pela glândula
tireóide, que estimula o desenvolvimento das larvas de anfíbios (BROWN & FRYE, 1969;
SMITH-GILL & BERVEN, 1979; DENVER, 1997).
A redução do nível da água pode acelerar o desenvolvimento das larvas de
anfíbios através de estímulos como proximidade da superfície e redução do espaço para
locomoção (DENVER et al., 1998). Tais estímulos parecem não desencadear a redução
no tempo de desenvolvimento em P. diplolister, assim como não reduziu o tempo de
desenvolvimento de Lithobates silvaticus, Ambystoma jeffersomianum, Ambystoma
maculatum (Rowe & Dunson, 1995), Bufo bufo, Epidelea calamita, Rana temporaria
(BRADY & GRIFFITHS, 2000) e Rana temporaria (VENCES et. al., 2002).
Girinos de P. diplolister foram sensíveis à mudança no nível da água apenas
quando expostos a 30°C e embora trabalhos relataram que a redução do nível da água
desencadeia redução no tempo de desenvolvimento (LAURILA & KUJASALO, 1999;
MERILA et al., 2000) , em P. diplolister a redução de água retardou a metamorfose em
cinco dias quando comparados aos girinos mantidos a volume constante e 30°C.
O menor crescimento das larvas de P. diplolister foi associado tanto à redução
no volume de água quanto à temperatura alta. A redução no tamanho do corpo
desencadeada pela redução da quantidade de água foi registrada também para
Hysthmohyla pseudopuma (CRUMP, 1989), Scaphiopus chocii (NEWMAN, 1989), Spea
hammondii (DENVER et al., 1998), Rana temporaria (LAURILA & KUJASALO, 1999;
MERILA et al., 2000) e Bufo bufo, Epidelea calamita, Rana temporaria (BRADY &
GRIFFITHS, 2000). Segundo DENVER et al. (1998), a restrição hídrica diminui o espaço
de locomoção, inibibindo o comportamento de forrageio e causando a redução no
tamanho do corpo. Temperaturas elevadas também podem inibir o comportamento de
forrageio e diminuir o crescimento como foi registrado para Pseudacris regilla
(WATKINS, 2000).
De modo semelhante ao que ocorreu com os girinos de P. diplolister, os girinos
de R. granulosa cresceram menos quando experimentaram redução no volume da água.
Mas quando considerado o efeito da temperatura, os girinos desta espécie responderam
a altas temperaturas crescendo mais do que os girinos mantidos a temperatura mais
baixa. O aumento do crescimento em resposta a altas temperaturas foi registrado
também para girinos de Litorea aurea. Girinos desta espécie foram submetidos a 15°C,
22°C e 28°C e só apresentaram aumento no comprimento rostro-clocal a 28°C
(BROWNE & EDWARDS, 2003).
Alguns autores têm buscado explicar a influencia da temperatura sobre o período
larval. Segundo SMITH-GILL & BERVEN (1979) o tempo de desenvolvimento é mais
sensível à temperatura do que o crescimento. BRADY & GRIFFITHS (2000), sugeriram
que desenvolvimento e crescimento são influenciados por fatores ambientais diferentes,
a temperatura determina o tempo de desenvolvimento das larvas, enquanto a mudança
no nível da água determina o tamanho do corpo. Os resultados obtidos pelo presente
estudo confirmam que a temperatura afeta principalmente o tempo de desenvolvimento
e demonstra a sua influência sobre o crescimento, embora agindo de forma oposta nas
espécies estudadas.
Pleurodema diplolister é uma espécie restrita a região Nordeste do Brasil,
pertencente a uma família exclusiva da América do Sul e utiliza para reprodução apenas
poças temporárias (CARDOSO & ARZABE, 1993). Por outro lado, Rhinella granulosa é
amplamente distribuída, pertence a uma família cosmopolita e os girinos desenvolvem-
se tanto ambientes permanentes quanto em ambientes temporários (GAA, 2008). Assim,
possivelmente, as diferentes pressões seletivas as quais as duas espécies
experimentaram ao longo de sua evolução e se submetem atualmente nos diferentes
ambientes onde se desenvolvem, podem levar seus girinos a responderem de forma
diferente aos diversos fatores ambientais (NEWMAN, 1992) explicando as diferenças
encontradas entre as espécies.
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LEGENDAS DAS FIGURAS
Figura 1. Tempo de desenvolvimento (número médio de dias para emissão dos
membros anteriores, estádio 42, segundo Gosner, 1960) dos girinos de Pleurodema
diplolistris nos diferentes tratamentos. Tratamento: (1) volume de água constante 2000
ml (Vc), temperatura constante de 26Cº; (2) volume de água reduzido gradualmente de
2000 ml para 200 ml (Vr), temperatura constante de 26Cº; (3) Vc e temperatura
constante de 30Cº e (4) Vr e temperatura constante como no tratamento (3).
Figura 2. Tempo de desenvolvimento (número médio de dias para emissão dos
membros anteriores, estádio 42, segundo Gosner, 1960) dos girinos de Rhinella
granulosa nos diferentes tratamentos. Tratamento: (1) volume de água constante 2000
ml (Vc), temperatura constante de 26Cº; (2) volume de água reduzido gradualmente de
2000 ml para 150 ml (Vr), temperatura constante de 26Cº; (3) Vc e temperatura
constante de 33Cº e (4) Vr e temperatura constante como no tratamento (3).
Figura 3. Tamanho do corpo (Comprimento rostro-cloacal no estádio 42 em mm) dos
girinos de Pleurodema diplolistris nos diferentes tratamentos. Tratamento: (1) volume
de água constante 2000 ml (Vc), temperatura constante de 26Cº; (2) volume de água
reduzido gradualmente de 2000 ml para 200 ml (Vr), temperatura constante de 26Cº; (3)
Vc e temperatura constante de 30Cº e (4) Vr e temperatura constante como no
tratamento (3).
Figura 4. Tamanho do corpo (Comprimento rostro-cloacal no estádio 42 em mm) dos
girinos de Rhinella granulosa nos diferentes tratamentos. Tratamento: (1) volume de
água constante 2000 ml (Vc), temperatura constante de 26Cº; (2) volume de água
reduzido gradualmente de 2000 ml para 150 ml (Vr), temperatura constante de 26Cº; (3)
Vc e temperatura constante de 33Cº e (4) Vr e temperatura constante como no
tratamento (3).
TABELAS
Tabela I: Sumário dos valores do tempo de desenvolvimento dos girinos de P.
diplolister. Média, valor médio do tempo de desenvolvimento obtido a partir dos 28
girinos de cada tratamento; DP, desvio padrão; Mín, valor mínimo obtido; Máx, valor
máximo obtido.
Tempo de desenvolvimento Média DP Mín-Máx
Tratamento 1 24,8 6,4 16 - 34
Tratamento 2 25,1 5,3 17 - 35
Tratamento 3 18,1 6,0 9-32
Tratamento 4 23,0 6,3 14 - 31
Total (n=112) 23,0 3,2 9 - 35
Tabela II: Sumário das probabilidades obtidas pelo teste Tukey de comparações
múltiplas das médias do tempo de desenvolvimento de Pleurodema diplolister. Entre
parênteses a combinação entre volume da água e temperatura dos tratamentos (Vc:
volume constante; Vr: volume reduzido)
* médias com diferença significativaα = 0,05
Tratamentos 1 (Vc/26°C) 2 (Vr/26°C) 3 (Vc/30°C) 4 (Vr/30°C)
1 (Vc/26°C) ---
2 (Vr/26°C) 0,997 ---
3 (Vc/30°C) 0,001* 0,001* ---
4 (Vr/30°C) 0,640 0,512 0,020* ---
Tabela III: Sumário dos valores do tempo de desenvolvimento dos girinos de Rhinella
granulosa. Média, valor médio do tempo de desenvolvimento obtido a partir dos 27
girinos de cada tratamento; DP, desvio padrão; Mín, valor mínimo obtido; Máx, valor
máximo obtido.
Tempo de desenvolvimento Média DP Mín-Máx
Tratamento 1 15,2 5,3 11-38
Tratamento 2 16,5 7,2 11-37
Tratamento 3 9,4 1,6 6-13
Tratamento 4 9,9 3,2 7-24
Total (n=108) 12,7 3,6 6-38
Tabela IV: Sumário das probabilidades obtidas pelo teste de comparações múltiplas
realizado pela PERMANOVA das médias do tempo de desenvolvimento de Rhinella
granulosa. Entre parênteses a combinação entre volume da água e temperatura dos
tratamentos (Vc: volume constante; Vr: volume reduzido).
* p(perm); médias com diferença significativa.α = 0,025
Tratamentos 1 (Vc/26°C) 2 (Vr/26°C) 3 (Vc/33°C) 4 (Vr/33°C)
1 (Vc/26°C) ---
2 (Vr/26°C) 0,520 ---
3 (Vc/33°C) 0,001* 0,001* ---
4 (Vr/33°C) 0,002* 0,001* 1,000 ---
Tabela V: Sumário dos valores do comprimento rostro-cloacal dos girinos de P.
diplolister. Média, valor médio do comprimento rostro-cloacal obtido a partir dos 28
girinos de cada tratamento; DP, desvio padrão; Mín, valor mínimo obtido; Máx, valor
máximo obtido.
Comprimento rostro-cloacal Média DP Mín-Máx
Tratamento 1 12,1 1,0 9,8 – 14,7
Tratamento 2 11,6 0,8 9,8 – 12,8
Tratamento 3 11,8 1,1 9,4 – 14,0
Tratamento 4 11,2 0,9 9,6 – 13,3
Total (n=112) 11,7 0,4 9,4 – 14,7
Tabela VI: Sumário das probabilidades obtidas pelo teste Tukey de comparações
múltiplas das médias do tamanho rostro-cloacal de Pleurodema diplolister. Entre
parênteses a combinação entre volume da água e temperatura dos tratamentos (Vc:
volume constante; Vr: volume reduzido).
* médias com diferença significativaα = 0,05
Tratamentos 1 (Vc/26°C) 2 (Vr/26°C) 3 (Vc/30°C) 4 (Vr/30°C)
1 (Vc/26°C) ---
2 (Vr/26°C) 0,087 ---
3 (Vc/30°C) 0,453 0,757 ---
4 (Vr/30°C) 0,004* 0,508 0,105 ---
Tabela VII: Sumário dos valores do comprimento rostro-cloacal dos girinos de Rhinella
granulosa. Média, valor médio do tempo de desenvolvimento obtido a partir dos 27
girinos de cada tratamento; DP, desvio padrão; Mín, valor mínimo obtido; Máx, valor
máximo obtido.
Comprimento rostro-cloacal Média DP Mín-Máx
Tratamento 1 5,7 0,4 5,2-7,1
Tratamento 2 5,5 0,4 4,4-6,3
Tratamento 3 6,2 0,4 5,3-6,9
Tratamento 4 5,8 0,5 4,8-7,4
Total (n=112) 5,8 0,3 4,4-7,4
Tabela VIII: Sumário das probabilidades obtidas pelo teste de comparações múltiplas
realizado pela PERMANOVA das médias do tamanho rostro-cloacal de Rhinella
granulosa. Entre parênteses a combinação entre volume da água e temperatura dos
tratamentos (Vc: volume constante; Vr: volume reduzido).
* p(perm); médias com diferença significativa.α = 0,025
Tratamentos 1 (Vc/26°C) 2 (Vr/26°C) 3 (Vc/33°C) 4 (Vr/33°C)
1 (Vc/26°C) ---
2 (Vr/26°C) 0,091 ---
3 (Vc/33°C) 0,033 0,001* ---
4 (Vr/33°C) 0,619 0,053 0,134 ---
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