Em tempos de Inquisição medieval, uma jovem moça está prestes a ser lançada do alto

Preview:

DESCRIPTION

Em tempos de Inquisição medieval, uma jovem moça está prestes a ser lançada do alto de uma ponte. São tempos medievais, e a morte é o destino certo de todos aqueles que não se alinham com os dogmas impostos pela Igreja Católica. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Em tempos de Inquisição medieval,

uma jovem moça está prestes a ser lançada do alto de uma ponte.

São tempos medievais, e a

morte é o destino certo de todos

aqueles que não se alinham com

os dogmas impostos pela Igreja Católica.

Na sentença acusatória são

apontados como hereges,

praticantes de bruxaria,

ou simplesmente seguidores de

outra crença que não

o catolicismo.

Mais terrível do que qualquer episódio da

história humana até então, a Inquisição

enterrou a Europa sob um milênio de

trevas,deixando um

saldo de incontáveis

vítimas de torturas e perseguições.

No chamado “auto-de-fé”,

o inquisidor fazia pública a

sentença, – um ritual de

penitência pública, uma cerimônia de humilhação

daqueles condenados por

heresia.

Em tais ocasiões, espectadores de todas as partes

do reino lotavam as praças,

– em sua maioria, vibravam.

A iminente queda no vazio.

A fragilidade do corpo

diante de umcruel destino.

O destino mais frequente

daqueles julgados culpados

era a fogueira.

A Inquisição– um tribunal eclesiástico

constituído para defender

a fé católica,a vigiar, perseguir

e condenar aqueles que ousassem

professar outras crenças e ideias.

O terrorismo consciencial.

Ideias inovadoras têm que ser combatidas,

defendia a Igreja,diante do receio de que viessem a

conduzir os crentes

à dúvida religiosa e à contestação da autoridade do

Papa.

A imposição de uma severa vigilância

sobre o comportamento moral dos fiéis;

a censura de toda produção cultural, a forte restrição a

toda manifestação do

pensamento crítico,

e qualquer inovação científica.

A chama em nome de Deus

acesa,

a consumir a delicada carne.

O fim dossonhos, anseios, e das mais tênues

esperanças...

Sobe para as abóbadas o canto

dos pássaros,Subirão ou não ao céu as preces dos

humanos...

A Inquisição constituiu

a mais insana contradição. Como se pode,

em nome da verdade,

e ainda mais de uma verdade religiosa,perseguir,

torturar, matar tanto e de forma tão obsessiva?

Diante de tal absurdo contexto,um grupo de seres humanos traumatizados conspirou, em

meados do século XVIII, por um novo paradigma.

(cabe aqui um elogio aos

traumatizados, esses que captam na própria pele a

dor de uma humanidade

dilacerada, muitas vezes, mortalmente

ferida)

Diante de tal absurdo contexto,um grupo de seres humanos traumatizados conspirou, em

meados do século XVIII, por um novo paradigma.

(cabe aqui um elogio aos

traumatizados, esses que captam na própria pele a

dor de uma humanidade

dilacerada, muitas vezes, mortalmente

ferida)

Os filósofos iluministas

pretenderam substituir

a ideia de salvação pela de felicidade na

terra.Os dogmas de

paraíso e vida eterna foram

rechaçados, a providência divina foi substituída pela certeza científica e pela ideologia do

progresso material.

A transcendência, a religiosidade

e a espiritualidade

seriam preteridas, postas de lado, desprezadas.

As ideias de progresso material,

de perfectibilidade humana, aliadas

à defesa do conhecimento racional,

passariam então a ocupar o centro das atenções da

sociedade humana.

A nossa atual sociedade

e o mundo moderno se apoiam nos

conceitos que tais pensadores

desenvolveram. Inegável é o valor do

legado que deles herdamos:...

Galileu, – ao abandonar a servil obediência

às autoridades estabelecidas, ao senso comum e à tradição –,iniciou a renovação

da ciência de sua época.

As questões científicas, afirmava, devem ser confirmadas ou

refutadas através da experiência e da observação, estabelecendo

a Natureza como ‘o livro da ciência’.

A discussão dos problemas naturais,

defendia, deve começar pelos

experimentos objetivos

e não pelos textos sagrados ou escrituras.

Após Galileu,

considerado o “pai da física moderna”,

outros pensadores levariam avante a

revolução iniciada no pensamento

humano.

Francis Bacon, – tido como o arauto e

fundador da ciência moderna, o “primeiro

dos modernos eúltimo dos antigos” –,

argumentou que a ciência deve restabelecer o

‘imperium hominis’ (império do homem) sobre as coisas.

O conhecimento, o saber, seria um meio

seguro e vigoroso de

conquistar poder sobre a natureza,

que deve ser, conforme defendia,

dominada e subjugada em favor

do homem.

Descartes, “o pai da razão”, tão traumatizado estava pelos dogmas de então, que partiu

da dúvida como método sistemático: “para duvidar eu

penso e, se eu penso, logo existo”.

Filósofo, físico e matemático, Descartes sugeriu a fusão da álgebra com a

geometria – fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas, fazendo dele

uma das figuras-chave na revolução científica.

Finalmente podemos citar Isaac Newton, que fez a

síntese da matematização de Galileu,

do empirismo baconiano e do racionalismo de

Descartes.

Ao destrinchar a física mecânica, extrapolou

a metáfora da máquina para o universo inteiro, regido por leis precisas.

No entanto, aquilo que era para

ser o movimento

compensatório dialético, histórico, infelizmente levou

a uma outra esclerose.

A revolução científica conduziu a humanidade de um extremo,

onde a ciência era reprimida em nome

de algo que confusamente era chamado Deus,...

...para os momentos obscuros da modernidade,

onde a experiência sublime, onde toda essa dimensão essencial

– de onde jorram os princípios da ética –

é reprimida em nome de algo que confusamente tem

sido chamado ciência.

E o cego apego ao progresso tecnocientífico,

sem a contraparte de transcendência, de espiritualidade, do divino, fez com que as mesmas trevas

medievais recaíssem sobre os nossos atuais tempos

modernos.

Robert Oppenheimer, nesta foto ao lado de Einstein, era uma das

mentes mais brilhantes de sua época.

E por ser uma das mentes mais brilhantes de sua geração, foi designado pelo governo norte-

americano para liderar a ‘Operação Manhattan’.

Durante 28 meses – de abril

de 1943 a agosto de 1945 –, Oppenheimer

encabeçou uma equipe formada por centenas de

cientistas de ponta, e outros milhares de

técnicos e assistentes.

E como resultado desta incansável

dedicação:a primeira bomba

nuclear.

Uma enorme concentração de energia engendrada em um pequeno espaço, capaz

de ser liberada subitamente, com

resultados devastadores, aliada a

um subproduto letal: a radioatividade.

O dia 6 de agosto de 1945

tinha tudo para ser apenas mais uma segunda-

feira como tantas

outras.O sol já despontara, e os

habitantes da cidade de Hiroshima, ao sul do Japão, se preparavam para a

semana por começar.

Seria um dia como tantos outros, não fosse

o avião a sobrevoar sorrateiramente a cidade,

e lançar, às 8h 16min, a primeira bomba atômica jogada sobre uma

cidade povoada.

“Meu Deus, o que foi que nós fizemos?”

Foi a primeira interrogação

de um dos tripulantes do avião diante da

cena de absoluta devastação.

Nos aviões, devido ao sigilo da missão, quase

ninguém sabia do

poder destrutivo da bomba que

transportavam.

“Meu Deus, o que foi que nós fizemos?”

Cerca de 100 mil pessoas

morreram instantaneament

e,– as vítimas eram civis,

cidadãos comuns,

já que a cidade não era um alvo

militar importante.

Gerações inteiras,

pais e filhos, avós e netos,

crianças, jovens e velhos,

cães, gatos,e passarinhos,

dizimados num piscar de olhos.

A chama que devora a delicada

carne,transformando-a em

cinzas.Dor, sofrimento,

suplício, – o fim de toda

esperança.

Sobe para as abóbadas o canto

dos pássaros,Subirão ou não ao céu as preces dos

humanos...

Que pensamentos terão ecoado na mente de Oppenheimer diante dos

resultados do mais avançado projeto científico de sua época, que ele liderou com tamanho

afinco?

Além dos cem mil mortos no ataque,

outros tantos milhares viriam a falecer

em consequência das feridas e do envenenamento radioativo.

E três dias mais tarde, na manhã do dia

09 de agosto de 1945, a chama radioativa consumiria outros 80.000

em Nagasaki.

Philip Morrison, um físico que participou

decisivamente na criação da bomba,

viajou ao Japão logo após a

explosão, em 1945, e confessou ter ficado chocado

com o que viu.

“Não havia restado nada, apenas uma ‘cicatriz’ sobre o

solo”.

Oppenheimer, ao refletir sobre o resultado de seus esforços, quase

enlouqueceu, e disse a célebre frase:...

“O maior perigo da humanidade

é o cientista alienado”.

A alienação, a desumanização a que Oppenheimer fez referência, se alastra hoje pelos mais diversos

campos da sociedade.

Hoje, o maior perigo para a humanidade é

o cientista alienado,o político alienado,

o educador, o aluno,o profissional

alienado,

o consumidor, o cidadão,

o ser humano alienado. Uma alienação que põe em risco

o próprio projeto civilizatório.

Tempos confusos estes

em que nos coube viver.Dias desleais,

de fria indiferença diante do essencial.

A chama da bondade,

da fraternidade e da compaixão,tão trêmula, vacilante e

fraca, a passar a impressão de que a qualquer momento

pode se apagar.

Os paradigmas do passado já não

atendem aos graves desafios

que encontramos pela frente.

Toda a violência que nos cerca,a ignorância

existencial que se alastra,todas as crises que se

espalham por todos os recantos da Terra.

Em que curva da estrada

foi que perdemos o nosso rumo?

O mundo contemporâneo

atravessa uma de suas

mais graves crises, – uma crise

de demolição,caracterizada pelo

desmoronar de velhos padrões e

certezas.

Nestes tempos de vidraças quebradas

e flores partidas,haverá tarefa mais

urgente do que reconduzir os passos em direção à senda

que conduz à plenitude esquecida?

Da mesma forma que a religião sem ciência

nos conduziu à degradação no passado,

Na atualidade, a ciência sem religião está nos levando à

autodestruição.

A ciência tem um caminho próprio,

que é o analítico. A religião tem

um caminho próprio, que é o sintético.

Um não precisa do outro.

Mas como afirmou Fritjof Capra:

“o ser humano precisa de ambos”.

Ciência & Religião

São as duas pernas que o ser humano

necessita para empreenderuma

jornada com o

coração.

São tempos existencialmente

duros estes que nos coube vivenciar.

O momento que vivemos

encontra-se refletido na

seguinte metáfora: “a lagarta

já morreu e a borboleta ainda

não nasceu”.

O velho mundo já não mais

existe,já foi

ultrapassado,esfarela-se

a olhos vistos, e o novo mundo ainda não surgiu,

espera por nascer.

É, sem dúvida, um tempo decisivo,

de desafios sem precedentes que

ombreamos, – todos nós, a quem coube

vivenciar estes tempos de transição,

de passagem para

uma nova época.

“A lagarta já morreu,

E a borboleta ainda não nasceu”.

O resgate necessário,

da transcendência, da espiritualidade,da arte, da poesia.

Esta apresentação é baseada em textos

do terapeuta holístico

Roberto Crema.

Possa a citação a seguir,

que finaliza esta mensagem,

servir de inspiração e alento para todos

aqueles atentos aos desafios e

oportunidades dos nossos dias.

“Na escuridão da noite planetária que atravessamos,

no pressentimento de uma manhã ensolarada e de um oásis secreto a nos aguardar e redimir no tempo

justo,

nossa tarefa é a de seguir adiante...”

“Peregrinar sempre, repousar no orvalho da pausa,

despertar no Instante, ser agente de um cuidado integral e sorrir para o Grande Mistério da

Vida.

Em marcha!”Roberto Crema

“Em marcha!”

Formatação: um_peregrino@hotmail.com

“Em marcha!”