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Irapuan Glória Júnior (Org.)
Marcos de Oliveira Morais
Neusa Andrade
Edna Mataruco Duarte
Marcelo Bernardino Araújo
João Roberto Maiellaro
Engenharia de Produção Tecnologia & Informação
1ª Edição
São Paulo
2016
Dedicamos este livro aos nossos familiares
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
i
Introdução
Este livro teve como origem a necessidade de
compartilhar recortes de pesquisas que estão sendo realizadas.
Desta forma, o resultado obtido foram capítulos com temas
diversos de Engenharia de Produção, tais como tecnologia da
informação, gestão do conhecimento, gestão da qualidade e da
área financeira.
No decorrer do livro o leitor identificará a liberdade
concedida a cada autor-pesquisador na criação dos capítulos,
mas com o rigor científico que lhe é peculiar. Poderão ser
encontrados textos e estruturas diferenciadas, como aqueles
que possuem questionamentos reflexivos ao final, sugestões
de futuras pesquisas, argumentações para serem aplicadas nas
empresas, e outros formatos. Tivemos, ainda, o cuidado de
colocar as referências dos materiais utilizados no texto ao
final de cada capítulo, no intuito de apresentar a origem de
inspiração de nossas pesquisas.
A estrutura do livro compreende esta introdução,
seguido dos capítulos das pesquisas, um capítulo sobre os
autores e um último capítulo com uma pequena explanação da
associação da Engenharia de Produção.
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
ii
Foi escolhida a aglutinação dos capítulos nas áreas
definidas pela associação para que o leitor possa dirigir-se
diretamente a área que mais lhe agrade e ao mesmo tempo, ser
inserido naturalmente aos rótulos empregados pelos
engenheiros de produção.
É entendido que desta forma, o leitor ao definir uma
predileção a um determinado tema, poderá obter informações
detalhadas do autor-pesquisador e sobre as pesquisas no
capítulo intitulado "Sobre os Autores".
Agora, convido o leitor a conhecer um pouco mais
sobre a Engenharia da Produção por meio dos capítulos
que seguem.
Irapuan Glória Jr
Organizador e
Autor-pesquisador
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
Sumário
Engenharia da Qualidade
Gestão da Qualidade – Referencial para a Excelência 1 João Roberto Maiellaro
Engenharia Organizacional
O Conhecimento, a Qualidade e a Inovação como
fatores de desenvolvimento nas organizações
27
Marcos de Oliveira Morais
Ferramentas e Ciclos da Gestão do Conhecimento para
Redes de Suprimentos
65
Neusa Andrade
A Identificação dos Riscos em Projetos de TI em uma
Indústria de Corrosão: Aspectos Técnicos
105
Irapuan Glória Júnior
Cloud Computing: Contribuições do COBIT na Gestão
dos Processos de Continuidade de Negócios de TI
127
Edna Mataruco Duarte
Engenharia Econômica
Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica 155
Marcelo Bernardino Araújo
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
Finalização
Sobre os autores 183
Apêndice
ABREPRO 199
Gestão da Qualidade – Referencial para a
Excelência
João Roberto Maiellaro
Capítulo
1
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
3
Gestão da Qualidade – Referencial para
a Excelência
João Roberto Maiellaro
Visão do Capítulo
A busca pela competitividade é constante e a gestão da
qualidade assume grande importância à medida que os
padrões de desempenho de produtos e serviços são
estabelecidos globalmente. Empresas de todos os portes e
ramos de atividade necessitam criar planos e estratégias no
sentido de atingir elevado grau de qualidade que seja
percebido por clientes, e por agentes como a comunidade no
entorno e a sociedade como um todo. Há dúvidas de como
gerir a qualidade visto que existe uma ampla gama de
conceitos, métodos e ferramentas. A adequação dessas teorias
às práticas não é tarefa simples. Esse capítulo traz aspectos da
gestão da qualidade sob o ponto de vista corporativo. A ênfase
dos conceitos discutidos está pautada em linguagem clara e
prática, empregando termos utilizados no Brasil. Ao final do
capitulo o leitor irá deter conhecimentos sobre formulação de
estratégias competitivas, conceitos de excelência de gestão e
também conhecimentos sobre um conjunto de ferramentas
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
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simples que podem ser aplicadas em ações de melhorias e
resolução de problemas.
Objetivos do capítulo
A gestão da qualidade sob o ponto de vista
corporativo. Conceitos e definições da qualidade com base na
visão dos gurus da qualidade. A qualidade como estratégia
competitiva. Gestão da Qualidade Total (TQM) e modelos de
excelência. Prêmios da Qualidade. Métodos e Ferramentas da
qualidade.
1. Introdução
A gestão da qualidade está na agenda de gestores de
empresas de diversos portes e ramos de atividade. O
acirramento e globalização da competição leva a busca de
desempenho global por meio de práticas que contemplem as
mais diversas necessidades, no intuito da organização ser
respeitada e admirada, e livre de problemas.
A gestão da qualidade trata de diversas questões além
da produção e operações propriamente ditas, como aspectos
ambientais, responsabilidade social, segurança do trabalho e
saúde ocupacional, motivação, aprendizagem corporativa e
questões estratégicas.
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
5
Devido a ampla abordagem, a gestão da qualidade é
apoiada por uma gama de metodologias, ferramentas, modelos
de excelência e sistemas de gestão, que se adequam aos
diferentes estágios evolutivos e níveis de maturidade das
organizações.
Consumidores dos mercados emergentes, como o
Brasil, tornam-se mais educados em relação aos padrões de
desempenho globais de produtos e serviços, mas relutam em
pagar os preços de economias mais desenvolvidas. Estes
consumidores estão atentos à relação preço-desempenho dos
produtos e serviços. As teorias e a discussão sobre satisfação
dos clientes e sua relação com atributos dos produtos e
serviços indicam que esta relação não é linear. Certos
atributos quando não são atendidos geram nos clientes um
impacto dramaticamente negativo, mas geram nos mesmos
clientes um mínimo impacto positivo quando atendidos
(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).
Engenharia de Produção: Tecnologia & Informação
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Qualidade em foco
Com faturamento superior a R$ 1 bilhão por ano, mais de quatro mil
funcionários, e plantas industriais localizadas no Brasil, Chile e Argentina,
todas certificadas pelas normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001,
uma empresa brasileira atribui seu sucesso dentre outros fatores, a sua
ampla e contínua gestão da qualidade. A preocupação da empresa com o
tema fica evidente no organograma, onde a qualidade ocupa posição
estratégica, respondendo pelas áreas de garantia da qualidade, meio
ambiente e segurança do trabalho. Dentre os resultados alcançados, o
gerente corporativo de gestão da qualidade comenta que a empresa
conseguiu ao longo de aproximadamente 15 anos reduzir estoques de
materiais improdutivos em quarenta vezes.
1.1. Conceitos e definições
É vasta a discussão sobre o modelo ideal para a gestão
da qualidade a ser implantado nas organizações. Especialistas
desenvolveram e divulgaram opiniões sobre a qualidade e sua
aplicabilidade. As práticas observadas atualmente têm origem
nas ideias desses especialistas que são com muita frequência
citados na literatura e são conhecidos como os "gurus da
qualidade". Crosby, Deming, Feingenbaum, Ishikawa, Juran e
Taguchi são exemplos. Observando-se as principais ideias dos
gurus, é possível concluir que não há entre eles uma definição
consensual sobre qualidade. A tabela 1 mostra de forma
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bastante concisa as abordagens propostas por estes
pensadores.
Tabela 1: abordagens propostas pelos gurus da qualidade
Guru Abordagem Proposta
Phillip B.
CROSBY
Defensor de programas de prevenção de defeitos e
slogans da qualidade criou o programa ZERO
DEFEITOS.
Motivação para a qualidade e valorização do
trabalhador, popularizou a frase: "Qualidade é grátis;
o que custam são defeitos"
W. Edward
DEMING
Considerado o pai do controle de qualidade e o
principal dos gurus, teve suas principais ideias
aplicadas no Japão.
Ao mesmo tempo em que dá importância à aplicação
de métodos estatísticos, também dá ênfase à liderança
e ao foco da administração nas atividades ligadas à
gestão da qualidade.
Armand
FEINGENBAUM
Precursor da ideia de que a qualidade é
responsabilidade de todos na organização, além da
produção, originado o conceito conhecido como
Gestão da Qualidade Total.
Ênfase nos custos acarretados pela baixa qualidade de
produtos.
Kaoru
ISHIKAWA
É considerado o criador dos Círculos de Controle de
Qualidade (CCQs) que foram amplamente adotados
no Brasil principalmente na década de 80.
Ênfase na participação de "não especialistas" da
qualidade através de técnicas simples e de fácil
assimilação e aplicação, afirmou que 95% dos
problemas de uma empresa podem ser resolvidos
através do uso das sete ferramentas básicas da
qualidade.
Joseph M.
JURAN
Considerado como o criador de conceitos importantes
como o de cliente e fornecedor interno e da
abordagem da qualidade voltada ao cliente externo.
Mudou o enfoque de atender especificações para a
"adequação ao uso", com visão focada no controle
com menor importância à dimensão humana da
qualidade.
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