Entrevista Com Psicóloga Desirèe Monteiro Cordeiro

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Entrevista com psicóloga Desirèe Monteiro Cordeiro para TCC sobre transexualidade.

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Desirèe Monteiro Cordeiro - psicóloga no AMTIGOSDepois de alguns e-mails e indicações, conseguimos agendar uma entrevista com a psicóloga Desirèe Monteiro Cordeiro, que trabalha no AMTIGOS (Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual). Foi marcada para o dia 20 de agosto, às 18h, no consultório particular da psicóloga situado à rua Capote Valente, em São Paulo.

No dia da entrevista, só puderam comparecer dois integrantes do grupo, Camila e Tiago. Os outros dois, infelizmente por causa do horário marcado, não conseguiram ir. A escolha do horário foi feita pela própria psicóloga, que aproveitou um horário vago nas consultas do dia, não sendo possível nos atender em outro horário.

Curiosidades e informações. Assim foi a conversa com a psicóloga. Em um ambiente com luz amena e poltronas confortáveis, Desirèe se mostrou uma pessoa muito agradável de se conversar e fez-nos sentir instigados a continuar perguntando. Respondeu a todos os nossos questionamentos e foi além sempre que o assunto permitia.

A entrevista, além de outras coisas, foi principalmente sobre a parte psicológica do atendimento aos transexuais, como funciona, como começa, onde ir, o que fazer, e também sobre o que o AMTIGOS faz pelas pessoas que os procuram.

Questões importantes foram esclarecidas, como, por exemplo, os dois anos de acompanhamento psicoterapêutico. Mesmo com todas as informações obtidas, estávamos equivocados nesta parte: “é importante frisar o mínimo de dois anos, não significa que com dois anos a pessoa vai ser encaminhada, [...] eu posso vir para terapia e ficar quieta e fazer terapia, então não estou fazendo terapia, então estou a dois anos aqui e eu me sinto no direito de operar, por que é isso o que diz, não, o que diz é no mínimo 2 anos de psicoterapia de fato”.

Em 2013, foi emitido um parecer pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), em que a hormonioterapia já pode ser administrada aos adolescentes a partis dos 16 anos. Antes desta resolução, era somente aos 18. A respeito disso, a psicóloga nos disse que, quanto antes o tratamento puder começar, melhor será o resultado: “o que vai mudar, que melhora 100%. Uma coisa é você se desenvolver como menino e depois tentar virar uma menina, [...] e outra coisa é você, quando começa a desenvolver, para e vira do sexo que pertence a você”.

Em outra parte da entrevista, Desirèe nos falou sobre os pacientes mais antigos do ambulatório, que são casos especiais. Hoje, com a internet e a difusão da informação, transexuais que antes não podiam ou não entendiam a própria situação, estão procurando o AMTIGOS em busca de tratamento. Alguns deles já não podem mais fazer a cirurgia devido à idade avançada, mesmo que passe pelo mínimo de dois anos de tratamento. Por volta dos 70 anos os cirurgiões não operam mais: “o risco cirúrgico é muito grande”.

Esta parte foi uma que não nos passou pela cabeça, não havíamos pensado nos desejos das pessoas que, antes, não tiveram oportunidade de ter o corpo que gostariam. Foi uma ótima entrevista, muito proveitosa e instrutiva sob vários aspectos.

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