Estatuto da Cidade e Plano Diretor...

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AUP-266

Estatuto da Cidadee Plano Diretor Participativo

Prof. Dr Nabil Bondukimaio 2008

Antecedentes do Estatuto da Cidade

• Aceleração do crescimento urbano dos anos 40 aos anos 80

• Ausência de instrumentos urbanísticos para controlar o processo de urbanização

• Primeiro ciclo de planos diretores (anos 60 e 70) com baixa efetividade

• Legislação urbanística e ambiental

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1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

População urbanaPopulação rural

EVOLUÇÃO URBANA NO BRASIL

Planejamento territorial tradicional(Planos diretores e legislação urbanística dos anos 60 e 70)

Ausência de processos participativosEstabelecimento de padrões ideais ou adequados

de urbanização, difíceis de serem obedecidosLegitimação das desigualdades existentesSeparação entre o planejamento e a gestão das

políticas setoriais Ausência de instrumentos urbanísticos para,

entre outros:• fazer valer a função social da propriedade e combater a

retenção de imóveis ociosos • obter contrapartidas pelo uso mais intenso do solo

urbano• regularizar os assentamentos informais

Movimento Nacional pela Reforma Urbana

Surge na década de 80, com a redemocratização e a organização de movimentos sociais por melhorias urbanas

Durante o processo de construção da Constituição de 1988, agregação intersetorial

Emenda Popular pela Reforma Urbana (250.000 assinaturas)

Inclusão do Capítulo de Política Urbana no Texto Constitucional (artigos 182 e 183)

Necessidade de regulamentação por lei específica

Projeto de Lei 181/89

Projeto de autoria do Senador Pompeu de Souza(origem do Estatuto da Cidade)

Aprovado no Senado em 1990

Início da tramitação na Câmara em Dezembro de 1990 (projeto 5.788/90)

Oposição de setores ligados aos proprietários urbanos

Paralisação da tramitação (1990-1997)

Aprovação do Estatuto da Cidade

Pressão permanente do Fórum Nacional Pela Reforma Urbana

Aprovação no Congresso em junho de 2001

Sanção Presidencial em Julho de 2001

A aprovação do Estatuto da Cidade não garante por si só a democratização da gestão das cidades.

O Estatuto da Cidade ressalta a importância dos municípios, onde ocorre grande parte das disputas e tensões

Para implementar o Estatuto da Cidade éindispensável a formulação e aprovação do Plano Diretor, pois ele é necessário para aplicar os novos instrumentos urbanísticos

CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988)artigos 182 e 183

condicionam direito de propriedadeà sua função social

ESTATUTO DA CIDADE (2001)instrumentos

para garantir cumprimentoda função social da cidade

PLANO DIRETOR DE S. PAULO (2002)indica e localiza

no território os instrumentosdo Estatuto da Cidade

PLANOS REGIONAISDAS SUBPREFEITURAS

(2004)

LEI DE USO E OCUPAÇÃODO SOLO

(2004)

PLANO DE HABITAÇÃOPLANO DE CIRCULAÇÃO

VIÁRIAE TRANSPORTES

LEIS ESPECÍFICASregulamentam aplicação

de cada instrumento definidono Plano Diretor

Operações UrbanasPlanos de Bairros

Planos de ZEIS

Como aplicar o Estatuto da Cidade?

Para aplicar os instrumentos urbanísticos que o Estatuto da Cidade prevê, o município deve, obrigatoriamente, produzir um Plano Diretor, a ser aprovado na Câmara.

O Plano Diretor é o instrumento básico da política municipal de desenvolvimento e expansão urbana.

Outros instrumentos, como a Regularização Fundiária e o Estudo de Impacto de Vizinhança, podem ser utilizados sem a necessidade de um Plano Diretor.

Princípios do Estatuto da Cidadepara os Planos Diretores

ParticipativosFUNÇÕES SOCIAIS DAS CIDADES E DAS PROPRIEDADES - O

Plano Diretor Participativo deve explicitar as funções sociaisdas cidades e das propriedades.

DIREITO À MORADIA E INCLUSÃO TERRITORIAL – O Plano Diretor Participativo deve superar a dualidade entre as cidades

formais/informais, legais/ilegais.

GESTÃO DEMOCRÁTICA – O Plano Diretor Participativo, comopacto sócio-territorial, deve incluir todos os segmentos sociais

na elaboração e implementação das propostas.

Plano Diretor Participativo• É obrigatório para as cidades: com mais de

20.000 habitantes;• pertencentes a regiões metropolitanas e

aglomerados urbanos;• em áreas de especial interesse turítico;• em áreas de influência de empreendimentos de

significativo impacto ambiental;• que queiram aplicar os instrumentos de

parcelamento, edificação e utilizaçãocompulsórios, IPTU progressivo no tempo e desapropriação sanção.

Plano Diretor Participativo

• É o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana;

• Deve abranger o território do município comoum todo, incluindo as zonas urbanas e rurais;

• Deve orientar os orçamentos públicossubsequentes definidos democraticamente;

• Deve ser elaborado, implementado e revisto a partir de processos de participação social;

• Deve ser instituído através de Lei Municipal aprovada na Câmara Municipal de vereadores.

O planejamento e gestão territorial baseadono manejo da valorização imobiliária

.

O valor da terra é definido pela distribuição de investimentos públicos e parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo.

A valorização decorrente de ações públicasnormalmente é apropriada de forma privadapelo proprietário do imóvel, sem que hajaqualquer retorno à coletividade.

O planejamento e gestão territorial baseado no manejo da valorizaçãoimobiliária visa REDISTRIBUIR a

valorização imobiliária socialmenteproduzida. Para isto é fundamental o

Plano DIretor

1 Diagnosticar, com participação da sociedade, os problemas da cidade e definir os temas a serem trabalhados.

2 Estabelecer os objetivos a serem alcançados no

prazo previsto no Plano Diretor. 3 Definir os instrumentos urbanísticos e as

intervenções (projetos, obras, programas públicos) necessários para alcançar os objetivos.

As etapas do Plano Diretor

4 Enviar a proposta para a Câmara para os vereadores debaterem com a sociedade em audiências públicas, formularem contribuições para aperfeiçoar o PD e aprovarem.

5 Estabelecer o processo de planejamento, com prazos para implementar Plano Diretor.

6 Estabelecer o prazo de revisão do Plano Diretor pois a cidade sofre mudanças difíceis de prever. O Estatuto estabelece o prazo máximo de dez anos para o Plano Diretor ser revisto.

As etapas do Plano Diretor

INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS PARA O PLANEJAMENTO APÓS O ESTATUTO DA

CIDADE

Planos nacional, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social

Planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões

Planos diretores municipais

Planos de ordenação do território

Plano Pluri-anual de Desenvolvimento (a cada 4 anos)

Lei de Diretrizes OrçamentáriasOrçamento Programa (anual)Gestão orçamentária participativa

Gestão Orçamentária vinculada ao Planejamento

Lei de parcelamento do soloLei de uso e ocupação do solo (Zoneamento)Zoneamento ambientalUnidades de conservação AmbientalZonas Especiais de Interesse SocialDesapropriaçãoTombamento / Preservação de imóveis, bairros e

área de interesse paisagísticoEstudos de Impactos ambiental e de vizinhança

Instrumentos Urbanísticos anteriores ao Estatuto da Cidade

Direito de superfícieSolo criado ou outorga onerosa do direito

de construirTransferência do direito de construirOperações urbanasParcelamento, edificação compulsóriaImposto Progressivo no tempoDireito de preemção

Instrumentos Urbanísticos regula-mentados pelo Estatuto da Cidade

Áreas especiais de interesse social para fins de regularização

Concessão de direito real de usoConcessão de uso especial para fins de

moradiaUsucapião especial de imóvel urbanoAssistência técnica gratuita

Instrumentos de Regularização fundiária

IPTU – Alicotas progressivas por valor do imóvelIPTU Progressivo no TempoEmissão de títulos para desapropriaçãoOutorga Onerosa do Direito de ConstruirTransferência do Direito de Construir Operações Urbanas Consorciadas Certificados de Potencial Construtivo (Cepac´s)Contribuição de melhoriaIncentivos e benefícios fiscais e financeiros Consórcio ImobiliárioOutros recursos orçamentários

Instrumentos tributários e financeiros

Planos nacional, estaduais e municipais de habitação

Planos metropolitanos, municipais ou intermunicipais de circulação e transporte

Planos de desenvolvimento econômico e socialPlanos de manejo de bacias hidrográficas

Planos Integrados ou Setoriais

Instrumentos de Gestão Democrática da Cidade

Conferências da CidadeConselhos da CidadeAudiências PúblicasEstudos de Impacto de VizinhançaOrçamento ParticipativoIniciativa PopularPlebicitoReferendo

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