Estudo do parágrafo

Formas de Desenvolvimento do Parágrafo

Causa e consequência - Exemplo

“Quando a imprensa se converte, efetivamente, num autêntico veículo de comunicação de massas nas áreas urbanas, surgem o rádio e a televisão, como consequência do progresso eletrônico e rapidamente incorporam-se à estrutura da sociedade de consumo massivo. O rádio e a TV surgiram com maiores condições para levar mensagens à grandes massas, porque traziam uma característica intrínseca – a oralidade – ampliando o acesso potencial a todos os indivíduos, independente dos níveis de alfabetização e educação. Grandes parcelas da massa populacional, do mundo inteiro, sobretudo nas áreas rurais, que se conservavam marginalizadas da cultura, em virtude das características elitizantes da imprensa, passaram a receber informações, através do rádio e da TV. Isso abalou, profundamente, as bases da própria cultura alfabética, linear, criando padrões culturais.”

(José Marques Melo)

Tempo e espaço - Exemplo“A produção de algodão no Brasil encontra-se na Região

Nordeste, em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, principalmente. Temos dois tipos de produção: o algodão arbóreo, predominantemente no Nordeste e Sudeste. No Nordeste, a cultura do algodão localiza-se, principalmente, na região Agreste, onde representa a maior área cultivada e a segunda cultura em valor de produção. No Ceará, cuja produção representa 17% do total brasileiro, o cultivo do algodão arbóreo tem sua maior área de ocorrência no centro-sul do Estado, enquanto o algodão herbáceo aparece no alto vale do Rio Jaguaribe e no vale do Acaraú. A produção do algodão do Sudeste iniciou-se com caráter de grande lavoura comercial em 1930, em substituição a antigas áreas de café. Sua produção concentra-se em Minas Gerais e São Paulo, sendo este último estado o maior produtor nacional com 33% da produção”

(Marcos de Amorim Coelho)

Confronto/ Comparação – Exemplo 1

“Escorraçada de toda parte, vivendo sempre esfomeada, tendo que subsistir sem morada certa, apunhalada aqui, estrangulada ali, não desejada em verdade a não ser por uns poucos e loucos humanistas e revolucionários através da história, é ridículo se apresentar a liberdade como uma mulher bela, um facho eternamente aceso na mão. Os traços finos, a fisionomia tranquila e altiva. A liberdade é um cachorro vira-lata.”

(Millôr Fernandes)

Confronto/ Contraste – Exemplo 2

“Duas concepções e duas práticas pedagógicas se antagonizam-se. De um lado, está a educação bancária que insiste em manter ocultas certas razões que explicam a maneira como estão sendo os homens no mundo e, para isso mistifica a realidade. De outro, a problematização, comprometida com a libertação, se empenha na desmistificação. Enquanto a prática bancária implica em uma espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, a educação problematizadora, de caráter atenticamente reflexivo, implica um constante ato de desvelamento da realidade. A primeira nega o diálogo, enquanto a segunda tem nele a indispensável relação ao ato congnoscente, desvelador da realidade. Se uma pretende manter a imersão; a outra, pelo contrário, busca a emersão das consciências, de que resulte sua inserção crítica na realidade. Portanto, a concepção bancária, necessariamente, mantém a contradição”

(Paulo Freire)

Enumeração ou divisão - Exemplificação

“Quatro funções básicas tem sido atribuídas aos meios de comunicação em massa: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relato, comentários etc., sobre a realidade, acompanhada, ou não, de interpretações ou explicações. A segunda função atende à procura de distração de evasão, de divertimento, por parte do público. Uma terceira função é de persuadir o indivíduo – convencê-lo a adquirir certo produto, a votar em certo candidato, a se comportar de acordo como os desejos de um anunciante. A quarta função – ensinar - é realizada de modo indireto ou direto, intencional ou n’ao, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos, planos, destrezas etc.

(Samuel Pfrom Neto)

Exemplificação - Exemplo“A inteligência madura sabe que as palavras nunca dizem tudo sobre o que quer que seja, e por isso se ajusta à incerteza. Por exemplo, quando guiamos um carro, nunca sabemos o que vai acontecer em seguida; não importa a frequência com que passamos por aquele caminho: nunca encontramos exatamente as mesmas condições de tráfego. Apesar disso, um motorista competente percorre toda a espécie de caminho, e até com grande velocidade, sem sentir medo ou nervosismo. Em sua qualidade de motorista, está ele ajustado à incerteza – a uma explosão inesperada ou acaso súbito – e não se sente inseguro. Do mesmo modo, a pessoa intelectualmente madura não sabe tudo, seja lá sobre o que for, E nem por isso se sente insegura, pois sabe que a única espécie de segurança que a vida oferece é a segurança dinâmica que provém de dentro: a segurança que deriva da infinita flexibilidade da inteligência – da orientação multipolar de uma infinidade de valores”

(S.I. Hayadawa)

Padrões de Textualidade

Exercícios – No caderno1. Nestas questões, apresentamos alguns segmentos de discurso

separados por ponto final. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os elementos de coesão adequados.

a) O solo do Nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente brota a vegetação.

b) Uma seca desoladora assolou a região Sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão disparar.

c) Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país.

d) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas chuvas inundaram a cidade.

Exercícios – No caderno2. Estas questões apresentam problemas de coesão por causa do mau uso do conectivo, isto é, da palavra que estabelece a conexão. A palavra ou expressão conectiva inadequada vem em destaque. Procure descobrir a razão dessa impropriedade de uso e substituir a forma errada pela correta.

a) Em São Paulo já não chove há mais de dois meses, apesar de que já se pense em racionamento de água e energia elétrica.

b) As pessoas caminham pelas ruas, despreocupadas, como se não existisse perigo algum, mas o policial continua folgadamente tomando o seu café no bar.

c) Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do gramado do Maracanã não é dos piores.

d) Uma boa parte das crianças mora muito longe, vai à escola, com fome, onde ocorre o grande número de desistências.

Caiu no Enem(ENEM 2010)

O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0. Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).O texto que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que:

a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça.b) enquanto tem um significado alternativo uma vez que conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo.c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência.d) mesmo traz ideia de concessão (privilégio) , já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado.e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.