EUTROFIZACAO I

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Eutrofização

É o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que sejam considerados como causadores de interferências com os usos desejáveis do corpo d’água (Thomann e Mueller, 1987).

Profa. Renata F. Silvino

Florescimento de alga na lagoa dos PatosMycrocistis aeruginosa

Aguapé - Eichhornia crassipes

Alface-d’água- Pistia stratioides

Trabalho de campo

Avaliação ambiental da Lagoa da Pampulha – Maio / 2008

Disco de secchi

Avaliação da zona fótica

Radiômetro Subaquático

Avaliação da zona fótica

Oxigênio Dissolvido, Condutividade e Temperatura

Lagoa da Pampulha

� Os principais problemas do reservatório são a eutrofização, o assoreamento e o lixo doméstico.

� Os tributários que exercem maiores impactos nesse quadro de degradação são o Ressaca e o Sarandi.

� Esses ribeirões possuem as maiores vazões e também os maiores problemas ambientais em suas bacias. O Ressaca, por exemplo, drena o aterro sanitário de BH e o lixão de Contagem (problemas com metais pesados).

Lagoa da Pampulha

� Há um sistema de flotação das águas dos córregos Ressaca e Sarandi, antes que sejam lançadas na Lagoa da Pampulha.

� Basicamente, recorre-se à adição de produtos químicos à água, seguida de posterior injeção de micro-bolhas de ar.

Lagoa da Pampulha

� Mesmo método empregado no Piscinãode Ramos, no Rio de Janeiro, e nos Parques da Aclimação e Ibirapuera, em São Paulo.

� O sistema de flotação écomprovadamente limitado e não retira da água todas as substâncias químicas, notadamente as mais perigosas (cancerígenas e mutagênicas). Constitui um sistema clarificador das águas, de efeito estético.

� O principal fator de estímulo é um nível excessivo de nutrientes no corpo d’água, principalmente nitrogênio e fósforo.

� O processo de eutrofização pode ocorrer também em rios, embora seja menos frequente, devido às condições ambientais serem mais desfavoráveis para o crescimento de algas e outras plantas, como turbidez e velocidades elevadas.

Eutrofização

Associação entre o uso e ocupação do solo e a eutrofização

� Florescimento de algas e crescimento incontrolável de outras plantas aquáticas.

� Produção de substâncias tóxicas por algumas espécies de cianofíceas.

� Altas concentrações de matéria orgânica, as quais, se tratadas com cloro, podem criar compostos carcinogênicos.

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO� Deterioração do valor recreativo de um lago ou

de um reservatório devido à diminuição da transparência da água.

� Acesso restrito à pesca e a atividades recreativas devido ao acúmulo de plantas aquáticas.

� Menor número de espécies e diversidade de plantas e animais (biodiversidade).

� Alterações na composição de espécies daquelas mais importantes para as menos importantes (em termos econômicos e valor protéico).

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO� Depleção de oxigênio (ausência),

particularmente nas camadas mais profundas, durante o outono em lagos e reservatórios de regiões temperadas.

-Diferenças de temperatura entre camadas superiores e inferiores tornam-se evidentes

-água superficial menos densa e água do hipolímnio mais densa

-ESTRATIFICAÇÃO

-Logo após o degelo

-Coluna d’água fria (água mais densa) (de 0 a 4 ºC) -mesma temperatura da superfície ao fundo do lago-MISTURA

VerãoPrimavera

-Superfície congelada

-água menos densa na fase sólida do que na fase líquida.-ESTRATIFICAÇÃO

-Temperatura cai bruscamente, camadas superficiais esfriam, ficam mais densas e afundam.

-MISTURA (favorecida pelos fortes ventos da estação)

InvernoOutono

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO

� Eventuais condições anaeróbias no corpo d’água como um todo. Dependendo do grau de crescimento bacteriano, pode ocorrer, em períodos de mistura total da massa líquida ou de ausência de fotossíntese (período noturno), mortandade de peixes e grande deterioração da qualidade da água.

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO

� Com a anaerobiose, predominam condições redutoras, com compostos e elementos no estado reduzido:� o ferro e o manganês encontram-se na

forma solúvel, trazendo problemas ao abastecimento de água;

� o fosfato encontra-se também na forma solúvel, representando uma fonte interna de fósforo para as algas;

� o gás sulfídrico causa problemas de toxicidade e maus odores.

EFEITOS DA EUTROFIZAÇÃO

� Eventuais mortandades de peixes.� anaerobiose� toxicidade por amônia. Em condições de pH

elevado (frequentes durante os períodos de elevada fotossíntese), a amônia apresenta-se em grande parte na forma livre (NH3), tóxica aos peixes, ao invés de na forma ionizada (NH4+), não tóxica.

Lagoa da Pampulha – Maio / 2008

Lago Washington

� Diversão (transferência) das águas residuárias foi usada em área com pequena agricultura, desviando-a do Lago.

Lago Victoria� Utilização de método biológico – besouro que se

alimenta de aguapé.

Perca do NiloLates niloticus

GRAUS DE TROFIA

� oligotrófico (lagos claros e com baixa produtividade)

� mesotrófico (lagos com produtividade intermediária)

� eutrófico (lagos com elevada produtividade, comparada ao nível natural básico)

� De forma a se caracterizar com uma particularidade ainda mais elevada os corpos d’água, há outras classificações com outros níveis tróficos, tais como: ultraoligotrófico, oligotrófico, oligomesotrófico, mesotrófico, mesoeutrófico, eutrófico, eupolitrófico, hipereutrófico (listados da menor para a maior produtividade).

GRAUS DE TROFIA

Classificação trófica

BaixoBaixoPrejuízo aos usos múltiplos

Normalmente saturado

Normalmente saturado

Dinâmica de oxigênio na camada inferior

Normalmente saturado

Normalmente saturado

Dinâmica de oxigênio na camada superior

BaixaBastante baixaDinâmica de produção

BaixaBaixa ou ausenteMacrófitas

BaixaBaixaFração de algas verdes e/ou cianofíceas

ReduzidaBastante baixaBiomassa

OligotróficoUltraoligotrófico

Bastante altoAltoVariávelPrejuízo aos usos múltiplos

Bastante instável, de

supersaturação à ausência

Abaixo da saturação à

completa ausência

Variável abaixo da saturação

Dinâmica de oxigênio na camada

inferior

Bastante instável, de

supersaturação à ausência

Frequentemente supersaturado

Variável em torno da

supersaturação

Dinâmica de oxigênio na camada

superior

Alta, instávelAltaMédiaDinâmica de produção

BaixaAlta ou baixaVariávelMacrófitas

Bastante altaAltaVariávelFração de algas verdes e/ou cianofíceas

Bastante altaAltaMédiaBiomassa

HipereutróficoEutróficoMesotrófico

SATURAÇÃO » Condição de um líquido quando guarda em solução a quantidade máxima possível de uma dada substância em certa pressão e temperatura.

SUPERSATURAÇÃO

ABAIXO DA SATURAÇÃO

Quantificação do nível trófico

Concentração de fósforo

Faixas aproximadas de valores de fósforo total (P-total em ug/l) para os principais graus de trofia de lagos temperados e tropicais

> 100

30-100

10 - 30

5 - 10

< 5

Temperado

> 200 Hipereutrófico

> 50 Eutrófico

> 20 Mesotrófico

> 10Oligotrófico

< 10Ultraoligotrófico

TropicalClasse de trofia

FONTE: ESTEVES (1998) e TUNDISI (2000)

DINÂMICA DE LAGOS E RESERVATÓRIOS TROPICAIS E ESTADO TRÓFICO

VERÃO

ESTRATIFICAÇÃO

Dependendo do grau de trofia do corpo d’água, poderá haver uma ausência completa de oxigênio dissolvido no hipolímnio. Em decorrência, nesta camada tem-se a predominância de compostos reduzidos de ferro, manganês e outros.

INVERNO

MISTURA

Em lagos com uma maior concentração de compostos reduzidos no hipolímnio, a reintrodução destes na massa d’água de todo o lago pode causar uma grande deterioração na qualidade da água. Ocorre a redução da concentração de oxigênio dissolvido, devido à demanda introduzida pelos compostos orgânicos e inorgânicos reduzidos, bem como o levantamento da camada anaeróbia do fundo.

Referências Bibliográficas

ILEC (International Lake Environment Committee) - Comitê Internacional do Meio Ambiente Lacustre) – Lagos e reservatórios Qualidade da Água: O Impacto da Eutrofização. (edição em português)

ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interamericana/FINEP. 1988.

TUNDISI, J.G. Diretrizes para o gerenciamento de lagos. São Carlos: RiMa. 2000.

TUNDISI, J. G. Água no século XXI: Enfrentando a escassez. São Carlos : RiMa. 2003.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: DESA-UFMG.1996.

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