View
224
Download
5
Category
Preview:
Citation preview
ii
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
FIGUEIRA CV. ROXO DE VALINHOS SUBMETIDA
A DIFERENTES ÉPOCAS DE PODA E NÚMERO DE
RAMOS COMBINADO COM ESPAÇAMENTOS, EM
AMBIENTE PROTEGIDO
ADILAR CHAVES
ORIENTADOR: DR. ALEXANDRE AUGUSTO NIENOW
Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, para a obtenção do título de Mestre em Agronomia – Área de Concentração em Produção Vegetal
Passo Fundo, fevereiro de 2003.
iii
iv
ESTE TRABALHO É DEDICADO
- A meus filhos Rafael e Mateus, que na inocência de seus 11 e
9 anos souberam aceitar a ausência do pai em uma fase
importante de suas vidas e, em lugar de cobrança, muitas vezes
estiveram ao meu lado nas atividades de campo realizadas;
- À minha esposa Nizete, que soube ser presença em casa junto
aos filhos e também dar apoio e compreensão nos momentos
de dificuldades.
- A meus pais, que na humildade típica dos grandes seres
humanos, souberam transmitir os valores de trabalho e
dedicação, e dar o exemplo motivador que tem me
impulsionado em todas as conquistas.
v
AGRADECIMENTOS
- À Direção da EAFS, que não mediu esforços para
viabilizar minha participação neste curso;
- À UPF, pela oportunidade de atualização;
- Ao Prof. Dr. Alexandre Augusto Nienow, que soube ser
presença e equilíbrio nas necessidades, sem tolher a liberdade;
- À Profa. Dra. Eunice Calvete pelo exemplo de
dedicação e pela cooperação;
- À Fapergs e à Secretaria de Ciência e Tecnologia do RS
(Pólo de Inovação Tecnológica) pelo apoio financeiro;
- Ao Professores (as): Dr. Vilson Klein pelos
tensiômetros; Dra. Jurema Shons, pelo uso do laboratório; Dr. Erlei
Melo Reis pelo auxílio e sugestões de manejo dos problemas
fitossanitários; Dileta Cechetti, pelo auxílio nas análises estatísticas;
- À colega Nair Bosa, pelo coleguismo durante o período
de convívio no curso;
- Aos demais Colegas da EAFS;
- Aos professores do Programa de Pós - Graduação em
Agronomia da UPF;
- Aos colegas do mestrado, especialmente ao Cristiano
Lajús, pela amizade demonstrada e continuidade do trabalho;
- A Deus.
Os resultados obtidos neste curso se devem à participação
de cada um Vocês... Obrigado!
vi
SUMÁRIO
Lista de figuras................................................................................. ix
Lista de Tabelas ..............................................................................xiv
Lista de apêndices ............................................................................xv
INTRODUÇÃO GERAL......................................................................1
CAPÍTULO I
Figueira cv. Roxo de Valinhos submetida a diferentes épocas de
poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido...........................................................................05
RESUMO...................... ...................................................................05
SUMMARY................... ..................................................................07
1 INTRODUÇÃO........................................................................ .......09
1.1 Cultura da figueira ...................................................................09
1.1.1 Botânica, morfologia e cultivares. ...................................09
1.1.2 Clima e solo....................................................................11
1.1.3 Poda e condução .............................................................12
1.1.4 Espaçamentos .................................................................16
1.1.5 Problemas fitossanitários.................................................17
1.1.6 Colheita, classificação e armazenagem............................18
1.2 Ambientes protegidos ..............................................................19
1.2.1 Características e fatores ambientais .................................19
1.2.2 Cultivo de frutíferas em ambiente protegido....................25
2 MATERIAL E MÉTODOS ...........................................................28
2.1 Local do experimento ..............................................................28
2.2 Controle e manejo ambiental ...................................................30
vii
2.3 Tratamentos.............................................................................32
2.4 Delineamento experimental .....................................................33
2.5 Poda e condução das plantas ....................................................33
2.6 Adubação e tratamentos fitossanitários ....................................37
2.7 Avaliações...............................................................................38
2.8 Análise estatística ....................................................................42
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................43
3.1 Aspectos fenológicos ...............................................................44
3.2 Aspectos vegetativos ...............................................................49
3.2.1 Crescimento dos ramos ...................................................49
3.2.2 Número de folhas por metro linear de ramo.....................57
3.3 Aspecto produtivo quantitativo ................................................59
3.3.1 Número de frutos emitidos por ramo e taxa de
frutificação ..............................................................................59
3.3.2 Número de frutos emitidos por ramo mensalmente..........61
3.3.3 Produção de frutos maduros ............................................65
3.3.3.1 Número de frutos colhidos por ramo e por planta....65
3.3.3.2 Peso médio dos frutos.............................................68
3.3.3.3 Peso de frutos por planta e por hectare....................69
3.3.3.4 Distribuição da colheita ..........................................74
3.3.4 Produção de frutos verdes ...............................................77
3.4 Aspecto produtivo qualitativo ..................................................79
3.4.1 Classificação dos frutos maduros por tamanho ................79
3.4.2 Ocorrência de podridões e rachaduras .............................80
3.4.3 Acidez (PH) e Sólidos solúveis totais (SST) dos frutos....82
4 CONCLUSÕES.............................................................................84
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................85
viii
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................86
APÊNDICES ...................................................................................97
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
1. Esquema da poda de formação da figueira, conforme Abrahão et
al. (1997), apud Ufla (1999).............................................................. 13
2. Vista geral interna da estufa e do experimento de cultivo da
figueira cv. Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, submetida
a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos (Passo Fundo, UPF/ FAMV - Outubro/ 2001)............. 29
3. Croqui da distribuição espacial dos tratamentos adotados no
experimento de figueiras cv. Roxo de Valinhos, submetidas a
diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamento, em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS,
caracterizando o delineamento em blocos casualizados com
arranjo em faixas............................................................................... 34
4. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv. Roxo de
Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento
com 4 ramos por planta e espaçamento de 0,75 m x 1,90 m
(novembro/2001, Passo Fundo, RS) .................................................. 35
5. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv. Roxo de
Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento
com 8 ramos por planta e espaçamento de 1,50 m x 1,90 m
(novembro/2001, Passo Fundo, RS) .................................................. 36
6. Verticalização dos ramos com fita plástica, adotada na condução
de figueiras cv. Roxo de Valinhos em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS; Safra 2001/2002 – plantas com 2 anos de idade)............. 36
x
7. Equipamento usado na determinação do pH da polpa de figos cv.
Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido ...................... 40
8. Refratômetro usado na determinação do teor de SST de figos cv.
Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido ...................... 41
9. Modelo usado na classificação de figos maduros por tamanho, da
cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS – safra 2001/2002)........................................................... 42
10. Médias semanais das temperaturas registradas no interior da
estufa nas semanas que antecederam o final da colheita (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 46
11. Aparência dos frutos de figueiras cv. Roxo de Valinhos
cultivadas em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS, no final
do período de colheita em julho/ 2002, após a ocorrência de
baixas temperaturas........................................................................... 47
12. Comprimento mensal, medido a partir de novembro, dos ramos
de figueira cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetida
a diferentes épocas de poda e números de ramos por planta,
combinados com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 51
13. Vista geral da entrelinha das filas podadas em maio e agosto, em
21/02/2002........................................................................................ 51
14. Comprimento final dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos
com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e
número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente
protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002) ................................ 54
xi
15. Número de folhas por metro linear de ramo de figueiras cv. Roxo
de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 58
16. Número de frutos emitidos por ramo de figueiras cv. Roxo de
Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de
poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002) ................. 60
17. Taxas de frutificação (% de folhas com fruto na axila) de
figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas
a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 62
18. Número de frutos colhidos maduros por ramo em figueiras cv.
Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 65
19. Número de frutos colhidos maduros por planta em figueiras cv.
Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 67
20. Peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv. Roxo de
Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de
poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)................. 69
xii
21. Peso de frutos maduros colhidos por planta em figueiras cv. Roxo
de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 70
22. Peso de frutos maduros colhidos por hectare em figueiras cv.
Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 72
23. Peso mensal acumulado de frutos maduros colhidos por hectare
em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 76
24. Número de frutos verdes colhidos por ramo em figueiras cv.
Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 77
25. Peso de frutos colhidos verdes por hectare de figueiras cv. Roxo
de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 78
26. Percentual de frutos CAT II (grandes) colhidos em figueiras cv.
Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
xiii
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 79
27. Percentual de frutos CAT II (grandes) + CAT III (médios),
colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................... 80
28. Percentual de frutos com rachaduras sobre o total de frutos
colhidos na safra em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos
de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de
ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido
(Passo Fundo, RS - safra 2001/2002). ............................................... 82
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela página
1. Limites máximo e mínimo de comprimento e diâmetro para
classificação de figos maduros, cv. Roxo de Valinhos (Adaptada
de Amaro, 1997) ............................................................................... 41
2. Comportamento fenológico de figueiras cv. Roxo de Valinhos com
2 anos de idade, em ambiente protegido, podada em diferentes
épocas (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) ..................................... 45
3. Comprimento medido mensalmente, a partir de novembro/2001
dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de
idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e número de
ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido
(Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) ................................................ 52
4. Crescimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos
com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e
número de ramos combinado com espaçamentos em ambiente
protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)................................. 53
5. Número mensal de frutos emitidos por ramo em figueiras cv. Roxo
de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).................. 64
6. Distribuição mensal da colheita de frutos maduros (t.ha-1) em
figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 de idade, submetidas a
diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) ....................................................................................... 75
xv
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice Página
1A. Temperatura mensal normal histórica e médias mensais das
temperaturas máxima, mínima e média registradas no ambiente
externo em Passo Fundo, RS (Embrapa-Trigo, 2002)..................... . 98
1B. Temperaturas médias mensais (máxima, mínima e média)
registradas no interior da estufa durante o experimento (UPF/
FAMV. Passo Fundo, RS - Safra 2001/ 2002)................................ . 99
1C. Temperatura média mensal (máxima e mínima) registradas no
interior de uma estufa sob cultivo de figueiras e diferença das
médias mensais (das máximas, médias e mínimas) no ambiente
externo (Passo Fundo, RS – Safra 2001/2002) ............................... . 100
1D. Médias mensais de umidade relativa do ar verificadas no interior
da estufa às 15 h, 21 h e médias diárias, durante o período de
realização do experimento (UPF/FAMV. Passo Fundo, RS -
2001/ 2002) ................................................................................... . 101
2A. Resumo da ANOVA para o comprimento mensal dos ramos de
figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido, (Passo
Fundo, RS- safra 2001/2002) ......................................................... 102
2B. Resumo da ANOVA para o desdobramento da interação dos
efeitos da época de poda x meses sobre o comprimento mensal
acumulado dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2
anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e
xvi
número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente
protegido, (Passo Fundo, RS- safra 2001/2002) ............................. 103
2C. Resumo da ANOVA para o crescimento mensal dos ramos de
figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 103
2D. Resumo da ANOVA para o número de folhas por metro linear de
ramo e número de frutos emitidos por ramo em figueiras cv.
Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) .................................................................................... 104
2E. Resumo da ANOVA para a taxa de frutificação e número de
frutos maduros colhidos por ramo em figueiras cv. Roxo de
Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) .............. 104
2F. Resumo da ANOVA para o número de frutos maduros colhidos
por planta e o peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv.
Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes
épocas de poda e número de ramos combinado com
espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra
2001/2002) .................................................................................... 105
2G. Resumo da ANOVA para o peso de frutos maduros colhidos por
planta e por hectare de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2
anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e
xvii
número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente
protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) ............................. 105
2H. Resumo da ANOVA para a distribuição mensal da colheita de
frutos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 106
2I. Resumo da ANOVA para o peso de frutos verdes colhidos por ha
de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 107
2J. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos CAT II (grandes,
com comprimento entre 57 e 61 mm e diâmetro entre 55 e 64
mm) e percentuais somadas de CAT II + CAT III (médios, com
comprimento entre 47 e 56 mm e diâmetro entre 45 e 54 mm)
em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade,
submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos
combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo
Fundo, RS - safra 2001/2002) ........................................................ 108
2K. Resumo da ANOVA para a porcentagem de frutos maduros
colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de
Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) .............. 109
2L. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos maduros
colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de
xviii
Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas
de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em
ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002) .............. 110
INTRODUÇÃO GERAL
Segundo dados da FAO (2001), a Turquia é o maior
produtor mundial de figos, tendo produzido 260.000 t, seguida pela
Grécia, com 80.000 t e a Espanha, com 63.000 t, no ano 2000. O
Brasil é o maior produtor da América do Sul, com uma produção de
16.000 t anuais em 2400 ha cultivados. Além do Brasil, são países
produtores de figo do continente americano os Estados Unidos (6.475
ha) (Cati, 2002), a Argentina (1000 ha) e o México (1000 ha) (Botti e
Muchnik, 1998).
O Brasil exporta figos maduros desde 1972, principalmente
para a Alemanha, França, Países Baixos e Suíça, mantendo-se, nos
últimos anos, o volume exportado, em torno de 740 t anuais. O pico
das exportações ocorre na segunda quinzena de dezembro (Chalfun et
al., 1998). No ano 2001, contudo, a exportação foi de 633 t (Brasil,
2002).
Os figos exportados são produzidos basicamente no
Estado de São Paulo, onde a época de colheita vai de novembro a
abril, correspondendo ao período de entressafra no hemisfério norte,
que aliado ao período das festas natalinas, propicia a obtenção de
maiores preços no mercado (Amaro, 1997).
A figueira foi introduzida no Brasil em 1532, adquirindo
importância econômica a partir de 1920, com a chegada dos
imigrantes italianos em São Paulo. A área cultivada atingiu o auge na
década de 70, quando chegou a cerca de 1000 ha somente na região de
2
Valinhos, SP. Nos anos 80 passou por um período de forte decadência,
voltando a se recuperar nos anos 90 (Chalfun et al. 1998). Segundo
dados do IBGE (1996), a área cultivada com figueiras no Brasil, em
1995, era de 2600 ha, com o Rio Grande do Sul apresentando a maior
área (1278 ha), posicionando-se São Paulo e Minas Gerais em
segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Nos últimos anos, entretanto, esta área teve um aumento
significativo, chegando, em 2001, a 1896 ha no RS, com um
incremento de cerca de 50 % nos últimos 6 anos. O maior crescimento
foi verificado na região de Passo Fundo, onde a área cultivada com
figueiras atingiu 463 ha, tornando-se a 2ª região produtora do estado,
superada apenas por Pelotas (maior pólo conserveiro do RS), com 554
ha (João et al., 2002).
A região noroeste do RS, onde Passo Fundo está localizado,
caracteriza-se por um grande número de pequenas propriedades,
alicerçadas, basicamente, nos cultivos de soja, milho, trigo e aveia,
além da pecuária. Recentemente, a fruticultura vem apresentando-se
como uma opção de investimento, assumida por produtores que
buscam na diversificação da propriedade o caminho para a
viabilização do negócio agrícola.
A cultura da figueira encontra condições edafoclimáticas
adequadas nesta região, projetando desempenhar relevante papel na
economia das propriedades rurais, com conseqüências sociais
importantes, como a geração de empregos e melhoria da qualidade de
vida.
A expansão da área de plantio verificada nos últimos anos
tem sido destinada, principalmente, à produção de frutos para a
indústria. O maior entrave à expansão do cultivo objetivando a
3
comercialização da fruta para o mercado in natura é a alta
perecibilidade, que exige um mercado garantido, geralmente
concorrido no período de safra. Devido à poda realizada em agosto, a
produção de frutos maduros inicia tardiamente, apenas em final de
janeiro, estendendo-se até abril e, eventualmente, início de maio,
quando a temperatura média começa a reduzir impedindo que os
frutos finalizem o crescimento e a maturação.
O cultivo em ambiente protegido tem sido uma das
alternativas promissoras para alguns setores agrícolas como a
olericultura e a floricultura, principalmente em regiões onde o clima é
o fator mais limitante, protegendo as culturas de adversidades como
geadas, ventos, chuvas e granizo, permitindo às plantas melhores
condições de desenvolvimento e produção fora dos períodos normais,
inclusive de frutíferas, como observa Saúco (2002).
Entretanto, inúmeros fatores têm impedido o emprego dessa
tecnologia com pleno sucesso e em maior escala no Brasil. Dentre
estes, destaca-se o reduzido número de pesquisas, praticamente
inexistente quando nos referimos à fruticultura.
A escolha da figueira como espécie para iniciar os trabalhos
com fruticultura em ambiente protegido deveu-se à importância
econômica da cultura e a algumas características da planta, quais
sejam: possibilidade de manter um porte arbustivo (baixo e
compacto), utilizando adequadamente a poda; baixa ou nenhuma
necessidade de horas de frio durante o inverno para brotar e frutificar;
e produção em ramos do ano, possibilitando algum retorno de capital
já no primeiro ciclo.
Assim, considerando que a ocorrência de geadas tardias é o
fator mais limitante para o desenvolvimento desta cultura na região;
4
que as chuvas no período de colheita causam sérias perdas por
apodrecimento de frutos; e, que com a adoção de tecnologias
adequadas é, provavelmente, possível reduzir a lacuna de oferta de
frutos para consumo in natura durante o ano (maio a dezembro),
antecipando a entrada do produto no mercado e retardando o final da
colheita, é que esta pesquisa de cultivo em ambiente protegido foi
iniciada.
Os objetivos deste trabalho foram avaliar a figueira cv.
Roxo de Valinhos em ambiente protegido, podada em três épocas e
conduzida com diferente número de ramos, combinado com
espaçamento, quanto ao comportamento fenológico, crescimento
vegetativo e desempenho produtivo, visando desenvolver uma
tecnologia capaz de ampliar o período de colheita, reduzir as perdas
por podridão e produzir frutos de alta qualidade.
5
CAPÍTULO I
FIGUEIRA CV. ROXO DE VALINHOS SUBMETIDA A
DIFERENTES ÉPOCAS DE PODA E NÚMERO DE RAMOS
COMBINADO COM ESPAÇAMENTOS, EM AMBIENTE
PROTEGIDO
Adilar Chaves1; Alexandre Augusto Nienow2
RESUMO - Os ambientes protegidos são usados na olericultura e
floricultura para reduzir danos por geadas, ventos, chuva e granizo,
proporcionando às plantas melhores condições de desenvolvimento e
produção fora dos períodos normais. No Brasil, entretanto, são raras
as pesquisas e o uso em fruticultura. A escolha da figueira para esta
pesquisa deveu-se: à facilidade de manter a planta, com a poda, em
porte arbustivo; frutificação em ramos do ano, com produção a partir
do primeiro ciclo; grande período sem oferta de frutos para consumo
in natura no mercado; baixa exigência em frio para induzir brotação;
ocorrência de geadas tardias na região que retardam a poda e o início
da colheita; e excesso de chuvas no período da colheita, favorecendo
os danos por podridões e rachaduras de frutos. Este trabalho, realizado
na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade
de Passo Fundo, teve o objetivo de avaliar o comportamento
fenológico, vegetativo e produtivo da figueira cv. Roxo de Valinhos,
1 Aluno do curso de Mestrado em Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF) e professor de Fruticultura na Escola Agrotécnica Federal de Sertão, RS. 2 Orientador, Professor de Fruticultura, Silvicultura e Horticultura Geral na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF.
6
em ambiente protegido, submetida a três épocas de poda (15 de maio,
10 de agosto e 5 de outubro), conduzida com 4 ramos (espaçamento
de 0,75 m x 1,90 m) e 8 ramos por planta (espaçamento de 1,50 m x
1,90 m). O delineamento adotado foi o de blocos ao acaso, com
arranjo em faixas, usando-se 3 repetições e 4 plantas por parcela. A
análise dos resultados obtidos demonstrou que: o cultivo da figueira
em ambiente protegido é tecnicamente viável na região de Passo
Fundo, RS; com o ambiente protegido foi possível ampliar o período
de safra de figos maduros, antecipando o início para as primeiras
semanas de janeiro e retardando o final para o mês de julho; o
ambiente protegido, combinado com a fertirrigação possibilitou
grande desenvolvimento vegetativo às plantas (ramos com até 1,40 m
de comprimento em plantas com 2 anos de idade); a condução com 8
ramos por planta, no espaçamento de 1,50 m x 1,90 m, com poda em
agosto apresentou o maior rendimento por planta (11,65 kg) e por ha
(43,14 t), sem afetar o peso médio dos frutos (57,4 g) e os aspectos
qualitativos; o cultivo em ambiente protegido impediu as perdas por
podridão de frutos.
Palavras chave: Estufas, Ficus carica, figo, frutos.
7
FIG TREE CV. ROXO DE VALINHOS SUBMITTED TO
DIFFERENT SEASONS OF PRUNING AND THE NUMBER OF
BRANCHES COMBINED WITH SPACEMENT IN THE
GREENHOUSE
Adilar Chaves1; Alexandre Augusto Nienow2
SUMMARY: The greenhouse are used in the horticultural and
garden houses to reduce the damage caused by frost, winds, rain and
hail, providing the best conditions for development and production
away from the normal periods. In Brazil, however, the researches and
the use in the fruit production are rare. The choice of the fig tree for
this research was given to the facilities of keeping the plant in its trim,
in its arbustive port, fructification in new branches, with the
production beginning from the first cycle, low demands in the cold to
induce sprouting, late frost incidents in the beginning of the harvest,
big periods without offer of fruits to consume in natura in the market,
the excess of rain in the harvest periods, collaborating to the rotten
damage and the cracking of the fruits. This work was done in UPF’s
FAMV, and had as objective to evaluate the phonological, vegetative
and the production of the fig tree cv. Roxo de Valinhos, in the
greenhouse, was submitted to three pruning seasons (May 10, August
10 and October 5), conducted by 4 branches (spacing of 0,75 m x 1,90
m) and 8 branches per plant (spacing of 1,50 m x 1,90 m). The
adopted outline was of occasional blocks, with arrangement in belts,
1 Student of the Master Degree in Agronomy of the University of Passo Fundo (UPF) and Fruit Production Professor at the Agricultural Federal School in Sertão, RS. 2 Advisor, Professor of Fruit Production and Silviculture of the University of Agronomy and Veterinary (FAMV) at UPF.
8
with 3 repetitions and 4 plants per portion. The results showed that
the cultivation of the fig tree in the greenhouse is technically possible
in Passo Fundo, RS. It was possible to amplify the period of harvest
of mature figs, anticipating the beginning of the first weeks of January
and delaying to the end of July. The greenhouse, combining with the
fertirrigation allowed a big vegetative development for the plants
(branches up to 1,40m in length). The conduction with 8 branches per
plant, in the spacing of 1,50 m x 1,90 m and the August trim presented
the biggest hield per plant (11,65 kg) and per ha (43,14 t), without
affecting the medium fruit weight (57,4 g) and the qualitative aspects.
The cultivation in the greenhouse the loss of rotten fruits.
Key words: Ficus carica, fig, protected environment, fruits.
9
INTRODUÇÃO (Revisão bibliográfica)
1.1 Cultura da figueira
1.1.1 Botânica, morfologia e cultivares
A figueira é uma planta pertencente à família Moraceae e ao
gênero Ficus. São conhecidas mais de 750 espécies, sendo que a
melhor descrita agronomicamente é a espécie Ficus carica L.
(Dominguez, 1990).
Tendo como prováveis centros de origem a Ásia Menor e a
Síria, a figueira é cultivada desde os tempos pré-históricos. Fósseis da
cultura foram encontrados em sítios arqueológicos das eras
quaternária e terciária (Franco e Penteado, 1986). A figueira também é
usada como exemplo em várias passagens bíblicas, indicando sua
importância cultural já no tempo de Cristo.
Segundo a descrição morfológica apresentada por Rigitano
(1955) e Simão (1971), o sistema radicular da figueira caracteriza-se
por uma grande expansão lateral e desenvolvimento superficial.
Chalfun et al. (1998) registram que a raiz da figueira pode ter um
desenvolvimento lateral de até 12 m e atingir 6 m de profundidade,
quando encontra condições favoráveis. Em plantas com 2 anos de
idade, cultivadas em Selvíria, MS, Vênega e Correa (1998)
encontraram 56,89 % do total de raízes localizadas nos primeiros 15
cm ao redor do tronco e 64,8 % distribuídas regularmente até 60 cm
de profundidade.
Sob condições naturais, a parte aérea pode atingir até 10 m
de altura, porém, em sistemas tradicionais de cultivo, submetida a
10
podas drásticas, raramente ultrapassa 3 m. As folhas são decíduas,
com queda total no inverno (Chalfun et al., 1998).
As flores se encontram dentro de um receptáculo
botanicamente denominado de sicônio, que se desenvolve
independente da fecundação e é conhecido como o fruto da figueira. O
fruto comercial é, na verdade, uma infrutescência constituída de tecido
parenquimatoso não originado do ovário. O fruto verdadeiro e
individual é um pequeno aquênio que se forma pelo desenvolvimento
do ovário após a fecundação, não sendo encontrado sob as condições
brasileiras. Os aquênios apresentam embrião envolto pelo endosperma
e pelo tegumento nas inflorescências polinizadas (Maiorano et al.,
1997).
Baseado no comportamento da frutificação, as figueiras são
classificadas em quatro tipos pomológicos gerais: Caprifigo, Smirna,
Comum e Roxo de Valinhos. Nas figueiras pertencentes ao tipo
pomológico comum, único tipo cultivado no Brasil, a fixação e o
desenvolvimento das infrutescências é partenocárpica, não sendo
necessário estímulo da polinização. Variedades deste tipo são
cultivadas em quase todas as regiões produtoras do mundo (Medeiros,
1987).
No Brasil, a única cultivar plantada em escala comercial
expressiva é a Roxo de Valinhos, introduzida no país no início do
século XX pelo italiano Lino Bussato, no município de Valinhos, SP.
Esta cultivar apresenta grande valor econômico, caracterizando-se
pela rusticidade, vigor e produtividade. Adapta-se muito bem ao
sistema de poda drástica e produz frutos aceitos para o consumo in
natura (maduros), verdes (tipo indústria), inchados ou rami (Maiorano
et al., 1997). Quando maduros, os frutos adquirem coloração externa
11
roxo-violácea escura, atingem cerca de 7,5 cm de comprimento e peso
entre 60 e 90 g. São considerados grandes, com formato piriforme e
alongado, apresentam pedúnculo curto e o inconveniente de possuírem
ostíolo grande e aberto, que facilita a penetração de fungos e insetos.
A polpa é de coloração rósea-avermelhada e apresenta cavidade
central. Nos frutos maduros são observados numerosos ovários
esclerificados, ocos (Medeiros, 1987).
1.1.2 Clima e solo
A figueira se adapta a diferentes climas, sendo cultivada
tanto em regiões subtropicais como temperadas. Para uma boa
produção, exige pequeno período de frio para repouso hibernal e
longo período vegetativo, quente, com elevada luminosidade e baixa
umidade relativa do ar (Chalfun et al., 1998).
A cultura não é indicada para regiões ou locais sujeitos a
geadas fortes, pois os ramos novos são muito sensíveis e geadas
rigorosas podem matar a parte aérea da planta (Simão, 1971; Chalfun
et al., 1998).
De acordo com Almeida e Silveira (1997), a temperatura
média ideal para a figueira situa-se entre 20 ºC e 25 ºC. Abaixo de 15
ºC o crescimento é retardado e temperaturas elevadas provocam o
aumento na ocorrência de pragas e doenças. Temperaturas acima de
40 ºC, durante o período de amadurecimento dos frutos, provocam a
maturação antecipada, com alteração na consistência da casca (Simão,
1971).
Segundo Pereira (1981), a figueira adapta-se a diferentes
tipos de solo, mas os mais apropriados são os de textura argilo-
12
arenosa, bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH entre 6,0
e 6,8. Em solos mal drenados podem ocorrer podridões de raízes e,
nos excessivamente secos, a planta permanece em estado de repouso,
desenvolvendo poucas folhas e não produzindo frutos (Infoagro,
2002).
Outra característica importante relacionada à adaptabilidade
ao solo é a alta tolerância à salinidade, de concentrações até 2 g de
NaCl. L-1 (Infoagro, 2002).
1.1.3 Poda e condução
Medeiros (1987) descreve a poda de formação da figueira a
partir do desponte da muda de haste única recém plantada, feito a 50
cm do solo, deixando crescer três ramos. Na próxima poda seca, cada
ramo é cortado a 20 cm do ponto de inserção no tronco, logo após
uma gema convenientemente posicionada. Estes ramos cortados
constituem-se nas pernadas. Iniciada a brotação, é feita a desbrota,
deixando-se dois brotos vigorosos e bem posicionados em cada
pernada para formar uma copa aberta, com 6 brotos (Figura 1). Na
poda seguinte, no próximo inverno, cada ramo crescido no último
ciclo vegetativo é cortado a 10 cm de sua inserção. Após a brotação,
são deixados dois brotos por ramo, num total de 12 brotos por planta.
Desta forma, os ramos produtivos são duplicados em relação ao ano
anterior. Os brotos a serem deixados devem ser os localizados na
extremidade do ramo podado, isto é, nos dois últimos nós.
Dependendo da região, condições de solo, clima,
espaçamento e finalidade da produção, as figueiras podem ser
conduzidas com um número máximo de 12 ou 24 ramos, estabilizados
13
pela poda do ano seguinte, quando se deixa apenas um broto em cada
ramo podado no inverno. A eliminação dos ramos localizados em
pontos indesejáveis é feita durante o período vegetativo (Medeiros,
1987).
Os efeitos da poda sobre a qualidade e quantidade da
produção e as implicações decorrentes do número final de ramos em
uma planta foram temas de diversas pesquisas, encontrando-se
conclusões contraditórias em diferentes trabalhos.
Figura 1. Esquema da poda de formação da figueira conforme
Abrahão et al. (1997), apud Ufla (1999).
Rigitano (1957) comparou figueiras da cv. Roxo de
Valinhos conduzidas com 10, 20, 30 e 40 ramos. Concluiu que, para a
produção de figos maduros, o melhor número se situa entre 15 e 25
14
ramos por planta. Para a produção de figos verdes, destinados à
indústria, devem permanecer entre 25 e 35 ramos. Copas com maior
número de ramos provocaram diminuição do tamanho dos frutos,
antecipação da colheita e maiores gastos com pulverizações.
Comparando a influência de 12, 15 e 18 ramos por planta
sobre o desenvolvimento, produção e qualidade dos frutos de figueiras
da cv. São Pedro, Mânica et al. (1978) obtiveram aumento na
produção de figos verdes à medida que aumentou o número de ramos.
Quanto ao peso médio dos frutos, não detectaram diferença
significativa.
Pinheiro (1979) conduziu figueiras cv. São Pedro com 18,
24 e 30 ramos. Verificou que, com o aumento do número de ramos,
diminuiu o crescimento (comprimento e diâmetro médio) dos
mesmos, com tendência para a diminuição do número de folhas em
cada ramo e do peso médio dos frutos. Por sua vez, esta condição
propiciou aumento do número de frutos por planta.
Bringhenti (1980) estudou a influência da irrigação e do
número de ramos (18, 27, 36 e 45) deixados por planta na produção de
figos verdes da cv. Roxo de Valinhos. Nos tratamentos com 18, 27 e
36 ramos o número e o peso total de frutos aumentaram com a
elevação do número de ramos. O peso médio dos frutos não foi
afetado. Sem irrigação, as plantas com 27 e 36 ramos foram as mais
produtivas.
A influência do número de ramos na produção de figos
verdes na cv. Roxo de Valinhos foi estudada também por Bezerra et
al. (1986), no vale do São Francisco, PE. O número total de figos
verdes aumentou com a elevação do número de ramos até 32,
15
decrescendo quando este foi aumentado para 48. O peso médio dos
frutos não foi afetado.
O efeito da intensidade da poda (curta, média, longa e
ausência de poda) na produção da figueira cv. Roxo de Valinhos foi
avaliado por Abrahão et al. (1989). A poda média (rebaixamento dos
ramos pela metade) apresentou maior produção por hectare, não
diferindo da poda longa (desponte da parte apical) e da ausência de
poda. A poda curta resultou em menor diâmetro da copa, número de
frutos, produção por planta e por hectare. Por outro lado, nas plantas
que receberam poda longa ou não foram podadas foi verificada maior
incidência de ferrugem e broca da figueira.
Santos e Corrêa (1998) avaliaram a viabilidade do cultivo
e os efeitos da época de poda (março, abril, julho e agosto) e do
número de ramos (24, 36 e 48) sobre o desenvolvimento da figueira
cv. Roxo de Valinhos e a produção de figos verdes em Selvíria, MS.
As plantas, com oito anos de idade, eram cultivadas no espaçamento 3
x 2 m e irrigadas por microaspersão. As podas realizadas em março ou
julho, conduzindo a planta com 36 ramos, proporcionaram as maiores
produções por planta e por área. A antecipação da poda possibilitou a
obtenção de figos verdes com maior peso, comprimento e diâmetro
médio. A poda em março resultou em colheitas antecipadas, com a
produção de frutos na entressafra (julho à outubro). Com o aumento
do número de ramos ocorreu acréscimo na distância entre os frutos.
Analisando economicamente os resultados da cultura da
figueira nesta região, Santos et al. (2001) concluíram que o custo de
produção foi menor para as plantas submetidas à poda nos meses de
março ou abril, em função dos menores gastos com tratamentos
fitossanitários. A receita líquida foi positiva somente para as plantas
16
conduzidas com 36 ramos, submetidas às podas em março e julho,
acontecendo o mesmo com a taxa de retorno. A produção de figo
verde a partir de julho (entressafra) permitiu a obtenção de melhores
preços, devido a pouca oferta deste tipo de fruta no mercado.
Fumis et al. (2002) avaliaram a produtividade de figueiras
submetidas a diferentes épocas de poda na região de Bauru, SP.
Obtiveram os melhores resultados com as podas realizadas em maio e
junho, mais precoces em relação à comumente realizada em São Paulo
que é em agosto.
1.1.4 Espaçamentos
O espaçamento de plantio pode variar em função de
fatores como fertilidade do solo, topografia, número de ramos
conduzidos por planta, nível de mecanização e objetivo da produção.
As diferentes combinações destes fatores permitem uma ampla faixa
de espaçamentos.
Segundo Franco e Penteado (1986), o espaçamento mais
utilizado para a produção de figos de mesa é 2,5 x 2,5 m. O
espaçamento de 3,0 x 1,0 m tem sido utilizado em pomares destinados
à produção de figos verdes. Almeida e Silveira (1997) relatam que o
espaçamento pode variar de 3,0 x 2,0 m, para a produção de figo
destinado ao consumo in natura, até 2,5 x 1,5 m, para a produção de
figo tipo indústria.
El-Kansas et al. (1998) avaliaram as respostas de figueiras
jovens a diferentes espaçamentos de plantio e observaram que a
influência sobre as características morfológicas da planta foi pequena.
Nos frutos, aumentou o teor de Sólidos Solúveis Totais e diminuiu o
17
N total, quando foram utilizados espaçamentos maiores, elevando a
relação C/N. Os teores de P e K nas folhas não foram alterados.
No Rio Grande do Sul, em regiões de solo fértil,
espaçamentos de até 5 m entre linhas têm sido utilizados para pomares
conduzidos com mais de 24 ramos por planta e mecanizados.
1.1.5 Problemas fitossanitários
Os principais problemas fitossanitários da figueira são a
ferrugem (Cerotelium fici), a broca da figueira (Azochis gripusalis), a
antracnose (Colletotrichum gloesporioides) e as podridões de frutos
maduros, causadas pelos fungos Phytophthora sp. e Rhizopus sp.
(Chalfun et al., 1998).
Sob condições de alta pluviosidade, a ferrugem pode
causar desfolhamento total da planta em cerca de 20 a 30 dias,
provocando perdas de até 80 % na produção de frutos. A permanência
do inóculo da doença de um ciclo para outro no pomar ocorre em
folhas remanescentes sobre a planta ou caídas recentemente. A
disseminação se dá por ação dos ventos e de respingos de chuva
(Kimati, 1980).
A ocorrência da antracnose e das podridões de frutos é
mais comum em anos com alta precipitação pluviométrica no período
de maturação (Chalfun et al., 1998; Kimati, 1980).
A broca da figueira é a larva de uma mariposa que ataca os
ramos, causando a paralisação do crescimento e a morte da ponta dos
mesmos, provocando a queda dos frutos, com prejuízos diretos à
produção (Gallo et al., 1988; Chalfun et al., 1998).
18
1.1.6 Colheita, classificação e armazenagem
Segundo Chalfun et al. (1998), os figos de coloração roxa,
como os da cv. Roxo de Valinhos, destinados para o consumo in
natura, devem ser colhidos quando começam a perder a consistência e
a película ganha uma cor arroxeada, o que acontece gradualmente na
planta, exigindo colheitas diárias. No Rio Grande do Sul, o período de
colheita vai de fevereiro a abril, podendo o início ser antecipado para
fins de janeiro, em anos favoráveis.
Para uniformizar e racionalizar a colheita e a
comercialização dos frutos maduros, pode ser utilizada a prática da
“oleação”, que consiste na aplicação de 1 a 2 gotas de óleo vegetal
(soja, algodão ou oliva) sobre o ostíolo quando o fruto se encontra
com uma coloração rósea em seu interior (Mânica et al., 1972). Esta
prática uniformiza e antecipa a colheita (Amaro, 1997) em até 10-12
dias (Dominguez, 1990). A aplicação de etefon na concentração de
250 mg.L-1, em jatos dirigidos aos frutos, entre 15 e 20 dias antes da
completa maturação, quando apresentam coloração vermelha em seu
interior, também provoca a antecipação da maturação, com a
vantagem de não causar manchas na casca e melhorar o rendimento da
colheita, conforme observou Pereira (1979).
No final do período de colheita, em regiões de clima frio,
é comum a permanência de frutos que se tornam fibrosos sobre a
planta, impedidos de atingir a maturação. O aproveitamento pode ser
feito na forma de figos verdes destinados à indústria (Chalfun et al.,
1998).
O figo maduro apresenta baixa resistência à manipulação,
conservação e armazenagem, devendo ser encaminhado no mesmo dia
19
para o mercado. A padronização tem sido uma exigência para a
obtenção de preços mais elevados. O figo pode ser classificado por
tamanho em grande, médio e miúdo, e também por defeitos,
descartando frutos passados, imaturos, azedos, com mancha de óleo e
sem pedúnculo. Admite-se uma tolerância máxima de 20 % dos frutos
com defeitos como danos mecânicos, coloração desuniforme e
rachaduras no ostíolo (Amaro, 1997).
Quando a comercialização imediata é impossível, os frutos
maduros podem ser conservados por até 2 semanas em câmaras
frigoríficas com temperatura entre –1 ºC e 0 ºC e umidade relativa do
ar entre 90 % e 95 %, ou por até 3 a 4 semanas em câmaras de
atmosfera controlada com 5 % a 10 % de O2 e 15 % a 20 % de CO2
(Crisisto e Kader, 2002). Estes recursos, entretanto, raramente são
utilizados no Brasil, pois o figo é uma cultura típica de pequenas
propriedades, onde esta tecnologia não está disponível (Cati, 2002).
1.2 Ambientes protegidos
1.2.1 Características e fatores ambientais
O cultivo de plantas em ambientes protegidos tem origem
remota, com registros de proteção de plantas em jardins privados já no
período renascentista. A partir do século XVIII, o valor atribuído às
espécies exóticas e raras nos jardins públicos tornou necessária a
busca de novos materiais e conhecimentos sobre o manejo desses
ambientes, gerando uma tecnologia que foi sendo desenvolvida e
adaptada até chegar ao uso agrícola atual, com os objetivos de
20
produzir fora das épocas normais, melhorar a qualidade dos produtos e
aumentar o rendimento (Moschini, 1983).
Segundo Alpi e Tognoni (1983), as estufas podem ser de
variados tipos e modelos, desde simples túneis cobertos com filme
plástico sobre estruturas de madeira ou ferro, até ambientes totalmente
controlados, com dispositivos automáticos de regulagem de umidade,
temperatura e luminosidade. As estufas de alta tecnologia são mais
usadas para plantas de alto valor comercial, geralmente da área da
floricultura, e são classificadas por Martins (1996) como pertencentes
ao grupo da plasticultura empresarial.
No Brasil, as estruturas mais utilizadas têm sido as mais
baratas, não climatizadas, sem sistema artificial de aquecimento e com
controle parcial de temperatura e umidade pelo manejo de abertura e
fechamento das cortinas laterais (Goto, 1997).
A denominação mais apropriada para a identificação
destas estruturas é “ambientes protegidos” (Goto, 1997), pois o
objetivo é proteger as plantas do vento, chuvas intensas e granizo
(Buriol et al., 1993). A elevação da temperatura média pode ser de 1,5
ºC a 3,8 ºC em relação à temperatura ambiente (Farias et al., 1992b),
reduzindo o risco de danos por geadas e fazendo com que os cultivos
alcancem sua constante térmica mais rapidamente. O cultivo em
ambiente protegido também diminui a evapotranspiração e aumenta a
atividade fotossintética (Saúco, 2002), além de pressupor a adoção de
medidas prévias contra as secas (Robledo e Martin, 1988).
O material plástico mais empregado em ambientes
protegidos para fins agrícolas é o PEBD (polietileno de baixa
densidade), que apresenta boa transparência à radiação solar, deixando
passar cerca de 70 a 90% da radiação de onda curta (Tapia, 1981).
21
Segundo Saúco (2002), o plástico geralmente empregado nos
ambientes protegidos é de 220 µm de espessura, com durabilidade de
cerca de 3 anos. No Brasil, predomina o uso do PEBD com 150 µm de
espessura.
A radiação solar que penetra para o interior da estufa é
absorvida pelo solo, plantas e objetos presentes, e parte é convertida
em energia térmica (radiação de onda longa). Essa radiação térmica é
emitida para o espaço e, ao atingir algum material opaco, como
deveria ser a cobertura plástica, fica retida nesse ambiente,
propiciando maior temperatura do ar. Este fenômeno é conhecido
como “efeito estufa” (Farias et al., 1992b; Herter e Reissiar, 1987).
A maior parte do calor produzido, entretanto, é perdida
por diferentes processos, destacando-se as perdas proporcionadas pela
permeabilidade do plástico às ondas longas. Segundo Seeman (1979) e
Monteiro et al. (1985), apud Farias et al. (1992a) e Tápia (1981), o
PEBD apresenta elevada permeabilidade à radiação de onda longa,
permitindo a passagem de até 80 %. Isto, muitas vezes, gera um efeito
contrário ao desejado, ou seja, valores de temperatura no interior da
estufa inferiores aos verificados a céu aberto, fenômeno conhecido por
inversão térmica.
A estabilidade térmica dentro da estufa, de acordo com
Farias et al. (1992a), está condicionada às dimensões desta,
particularmente ao volume de ar armazenado por unidade de
superfície coberta. Quanto maior o volume de ar retido, maior será a
quantidade de calor acumulada durante o dia e o efeito sobre a
elevação da temperatura mínima atingida durante a noite, após as
perdas por condução e convecção, que podem ser mais ou menos
rápidas, de acordo com o material de cobertura e as condições
22
atmosféricas externas. Na maioria dos casos, a relação ideal de
volume fica em torno de 2,7 a 3,0 m3 de ar acumulado por metro
quadrado de área coberta pela estufa.
Faria Junior et al. (1997) testaram a eficiência de modelos
de estufas plásticas com coberturas tipo capela e tipo arco, cercadas
lateralmente com sombrite, em comparação com uma área a céu
aberto, em Ilha Solteira, SP. Obtiveram médias de temperaturas
mínimas iguais em ambos os modelos de estufas e a céu aberto. As
temperaturas máximas e, conseqüentemente, as médias diárias, foram
mais altas dentro das estufas, independente do modelo utilizado.
Farias (1991), avaliando as condições ambientais dentro e
fora de estufas plásticas com o cultivo de feijão-de-vagem, observou
maior alteração nas temperaturas máximas, sendo as mínimas e as
médias pouco alteradas. A evapotranspiração de referência foi menor
no interior que no exterior da estufa.
Schiedeck et al. (1997) avaliaram as condições micro
meteorológicas dentro e fora de estufas plásticas com cultivo de
videiras, em Bento Gonçalves, RS. Obtiveram, no interior da estufa,
temperaturas máximas absolutas entre 0,1 ºC e 9,1 ºC, médias entre
0,2 ºC e 9,6 ºC e mínimas entre 0,8 ºC e 3,8 ºC superiores às
temperaturas externas. As maiores diferenças entre as temperaturas
interna e externa foram obtidas com as cortinas mantidas fechadas.
Com relação à umidade relativa do ar no interior da estufa,
Prados (1986), apud Farias (1991), afirma que os valores são muito
variáveis e estão intimamente relacionados com a temperatura do ar.
Assim, para um mesmo conteúdo de vapor d’água no ar, a umidade
relativa é inversamente proporcional à temperatura. Desta forma,
durante o dia, com o aumento da temperatura, a umidade relativa
23
diminui, tornando-se pouco inferior à verificada externamente. Faria
Júnior et al. (1997) observaram os menores níveis médios diários de
umidade do ar no interior das estufas às 13 horas, quando a
temperatura geralmente atinge os valores máximos nestes ambientes.
Durante a noite, a umidade relativa do ar quase sempre chega a 100 %
antes do nascer do sol, devido à queda acentuada da temperatura no
interior da estufa e à retenção de vapor d’água pela cobertura
(Camacho, 1994; Farias, 1991). Estes índices de umidade também
interferem sobre a temperatura. Segundo Robledo e Martin (1988), a
umidade retida junto à cobertura cria uma película de água sob o
plástico, atuando como uma barreira à passagem das ondas longas,
impedindo a perda de calor e auxiliando na manutenção das
temperaturas mínimas em níveis mais elevados no interior em relação
ao ambiente externo da estufa.
A interação entre umidade relativa do ar e temperatura
interfere sobre a duração do período de molhamento foliar, podendo
influenciar decisivamente na ocorrência e severidade de doenças
causadas por fungos (Freitas et al., 1997; Galli, 1980).
Schiedeck et al. (1997) observaram diferenças no
comportamento da umidade relativa do ar conforme o manejo
empregado no sistema de cortinas. Quando as cortinas foram mantidas
fechadas, a umidade relativa do ar média no interior da estufa se
manteve acima da observada a céu aberto, mas quando as cortinas
foram abertas houve comportamento inverso. Este fenômeno foi
atribuído à renovação do ar proporcionada pela abertura das cortinas,
associada à maior temperatura verificada no interior da estufa, mesmo
com as cortinas abertas.
24
A renovação do ar remove a umidade relativa e auxilia na
redução das temperaturas máximas atingidas. Furlan et al. (2001)
avaliaram os efeitos do manejo das cortinas associado com o uso de
nebulização para reduzir as temperaturas máximas atingidas no
interior de estufas em Piracicaba, SP. Observaram a redução de 47,1
ºC, na estufa não manejada, para 33,1 ºC, na manejada, enquanto a
temperatura na área externa foi de 30,8 ºC. A umidade relativa do ar,
no período entre 9 h e 15 h, foi de 54,3 % na estufa manejada,
enquanto na não manejada foi de 29,7 %.
Martins e Gonzáles (1995) avaliaram o uso de ventilação
forçada, associada à nebulização, para o resfriamento no interior de
estufas em Madri, Espanha. Verificaram que a renovação de ar a uma
taxa de 39,9 vezes o volume da estufa.hora-1, associada a bicos
aspersores com vazões de 7 e 14 litros.hora-1, só mantiveram as
temperaturas internas em níveis inferiores a 30 ºC quando a
temperatura externa foi de até 22 ºC.
Outro fator ambiental importante que pode ser alterado por
ambientes protegidos é a temperatura do solo. Schneider et al. (1993)
monitoraram a temperatura em diferentes profundidades do solo no
interior e exterior de diferentes modelos de estufas plásticas em Santa
Maria, RS, entre os meses de julho e setembro, por 2 anos
consecutivos. Constataram temperaturas entre 1,7 e 6,3 ºC mais altas
no interior da estufa, com as maiores diferenças observadas às 9 h e às
21 h, e as menores às 15 h. Nascimento e Silva (2000) também
compararam as temperaturas do solo no interior de estufas, chegando
a conclusões semelhantes. Porém destacam que a elevação da
temperatura do solo é menor nas estufas com maior altura.
25
Esta influência pode alterar o ciclo vegetativo de culturas
permanentes. Segundo Hartmann e Kester (1980), a elevação da
temperatura do solo pode aumentar a atividade fisiológica das raízes e
provocar a antecipação no ciclo da cultura.
1.2.2 Cultivo de frutíferas em ambiente protegido
Os ambientes protegidos têm sido pouco usados no cultivo
de frutíferas devido ao alto custo das instalações, o alto porte atingido
pelas frutíferas e o tempo necessário para que entrem em produção,
retardando o retorno do capital investido (Saúco, 2002).
Estas dificuldades têm sido superadas e, em alguns países,
os resultados obtidos são compensadores. Segundo Saúco (2002), a
bananeira, o abacaxizeiro e o mamoeiro são as três espécies frutíferas
de importância comercial mais cultivadas em ambiente protegido no
mundo. A nespereira, a lichieira e a mangueira também têm sido
cultivadas.
Samson (1986) salienta que o cultivo em ambientes
protegidos torna-se especialmente benéfico em regiões de clima
subtropical, onde as isotermas do mês mais frio giram em torno de 10
ºC e as temperaturas invernais paralisam o crescimento das espécies
de clima tropical.
No Marrocos, onde a produção de bananas ao ar livre se
mostrou inviável devido ao clima, o cultivo em ambiente protegido
teve início em 1978, obtendo rendimentos superiores a 40 t.ha-1 e
preços de mercado que proporcionaram o retorno do capital investido
no primeiro ano após o plantio (Janick e Ait-Oubahou, 1989).
26
Segundo Saúco et al. (1992), nas Ilhas Canárias, Espanha,
foi obtido aumentos de cerca de 61,7 % no peso de cachos de bananas
cultivadas em estufa, alcançando produções de até 100 t.ha-1, enquanto
em cultivos a céu aberto, as melhores produções atingiram 60 t.ha-1.
Saúco (2002) cita outros benefícios do uso desta
tecnologia: o cultivo de mangueiras em ambiente protegido tem
proporcionado antecipações de até um mês no início da colheita nas
Ilhas Canárias; no Japão, tem viabilizado a oferta desta fruta no
mercado local, devido a restrições impostas às importações e auxiliado
no controle de antracnose.
O comportamento da cultura, entretanto, pode variar
conforme a espécie e o manejo utilizado. Segundo Saúco (2002), o
mamoeiro, em ambiente protegido, apresenta maior distância entre os
nós, aumentando a altura da planta. A redução do porte desta cultura
em ambiente protegido foi obtida com a aplicação do regulador de
crescimento Paclobutrazol (PP333), nas Ilhas Canárias, Espanha
(Rodriguez e Galán, 1993). Na área da olericultura, Andriolo et al.
(1997) citam o aumento do porte em tomateiros cultivados em
ambiente protegido, indicando o uso de substratos e fertirrigação em
concentrações adequadas como alternativas para o controle.
No Brasil, são poucos os trabalhos desenvolvidos na área
da fruticultura, mas resultados positivos têm sido obtidos em outras
culturas. Martins et al. (1995) relatam aumentos de rendimento em
ambiente protegido em relação ao cultivo a céu aberto: de 1,5 a 3,0
kg.m-2 para 5,1 kg.m-2 de melão; de 1,5 kg.m-2 para 4,4 kg.m-2 de
feijão-vagem; de 3,0 a 4,0 kg.m-2 para 18,0 kg.m-2 de tomate; e de 12 a
35 t.ha-1 para 42 a 45 t.ha-1 de morango.
27
Segundo Goto (1997), os resultados econômicos obtidos
em ambiente protegido dependem de fatores tecnológicos, ambientais,
sociais e de manejo, e variam de uma região para outra, mas a
possibilidade de aumento no rendimento, em conjunto com a produção
fora da época normal, pode propiciar a obtenção de preços mais
elevados, viabilizando a exploração.
Na área da fruticultura, Schiedeck et al. (1999) avaliaram
o comportamento fenológico da uva ‘Niágara Rosada’ cultivada em
ambiente protegido e a céu aberto. Obtiveram pequena diminuição no
intervalo entre a poda e o início da brotação, mas antecipação de 17 a
32 dias na colheita. O resultado foi atribuído à maior soma de Graus-
dia em ambiente protegido. Schiedeck et al. (1997) também avaliaram
a acidez titulável e o teor de sólidos solúveis totais de uvas cultivadas
em ambiente protegido e a céu aberto mediante podas em 21 de julho,
01 de agosto e 11 de agosto. Verificaram um encurtamento do período
entre o início do período de maturação e o estádio de maturação
comercial com o cultivo em ambiente protegido, independente da
época de poda.
Schuck (2002), obteve pequena redução nos níveis de
acidez, ampliação no período de colheita e redução significativa na
incidência de doenças consideradas limitantes em videiras européias,
em ambiente protegido, em Santa Catarina.
Nenhum relato sobre o cultivo de figueiras em ambiente
protegido foi encontrado na literatura consultada, mas Ferrara (1999)
obteve antecipação de 6 a 8 dias na colheita de frutos quando protegeu
ramos isolados de figueiras com embalagens plásticas desde o início
da brotação. Estes resultados, em conjunto com os obtidos em outras
espécies, indicam a possibilidade de ampliar o período de colheita e
28
garantir a qualidade de figos maduros, ampliando o período de oferta e
proporcionando a obtenção de preços compensadores com o cultivo
em ambiente protegido.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Local do experimento
A pesquisa foi conduzida em uma estufa plástica, instalada
junto à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da
Universidade de Passo Fundo, município de Passo Fundo, RS, situado
nas coordenadas 28º15’39” S e 52º24’33” O, a uma altitude de 680 m.
O clima local é do tipo Cfa, na classificação de Köeppen,
caracterizando-se como subtropical, com chuvas bem distribuídas no
verão (Mota et al., 1970).
Segundo Cunha (1997), as normais climatológicas de
Passo Fundo são as seguintes: temperatura média anual de 17,5 oC;
média das mínimas de 13,2 oC; média das máximas de 23,6 oC;
precipitação média anual de 1.787 mm; média anual da umidade
relativa do ar de 72 %; insolação total de 2.329,6 h; média anual de
horas de frio com temperaturas ≤ 7,0 ºC de 422 h, variando de 214 h a
554 h. Mota (1992) relata acúmulos de frio de 375 h (maio a agosto) e
420 h ≤ 7,2 oC (maio a setembro).
A análise química do solo, a partir de uma amostra
retirada de 0-40 cm de profundidade, em abril de 2001, revelou as
seguintes condições: 53 % de argila; 1,7 % de matéria orgânica; pH
(SMP) 6,0; 9 mg de fósforo, 134 mg de potássio, 0,0 mg de alumínio,
29
4,1 cmol de cálcio, 3,3 cmol de magnésio e 3,6 cmol de hidrogênio +
alumínio por litro.
A estufa, disposta no sentido norte-sul, possui estrutura de
ferro galvanizado, medindo 8,2 m de largura por 39,0 m de
comprimento, com pé direito de 2,5 m e cobertura em arco, com altura
central de 3,7 m, totalizando um volume interno de 1.000 m3. A
cobertura é de polietileno de baixa densidade (PEBD), com 150 µm de
espessura, dotado de aditivo antiultravioleta. As cortinas laterais, do
mesmo material, apresentam sistema de abertura manual (Figura 2).
Figura 2. Vista geral interna da estufa e do experimento de cultivo da figueira cv. Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, submetida a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos (Passo Fundo, UPF/ FAMV - Outubro/ 2001).
30
2.2 Controle e manejo ambiental
As cortinas laterais e as portas da estufa foram mantidas
completamente fechadas durante a noite e parcialmente abertas
durante o dia, quando a temperatura ambiente no entardecer esteve
abaixo de 15 ºC. Com temperaturas entre 15 e 20 ºC, permaneceram
parcialmente abertas durante a noite e totalmente abertas durante o dia
e, acima de 20 ºC, abertas inclusive durante a noite.
Entre os dias 9 de setembro e 13 de outubro de 2001, as
plantas ficaram sob condições de céu aberto em conseqüência de uma
tempestade de vento e granizo que provocou a destruição da cobertura
plástica da estufa. A partir da reposição da cobertura, em 13 de
outubro, retomou-se o manejo normal.
O sistema de irrigação utilizado até 30 de julho de 2001
foi por aspersão, com turno de rega determinado visualmente pelo
aspecto da planta. A partir 30 de julho de 2001 passou a ser utilizado o
sistema de irrigação por gotejamento, com uma linha de gotejadores
para cada linha de plantas, e pontos de gotejo a cada 30 cm na linha.
Em 10 de novembro de 2001, foram instalados dois
conjuntos de tensiômetros mecânicos simples, com escala em coluna
de mercúrio, sendo, cada conjunto, composto por três tensiômetros,
instalados nas profundidades de 10, 20 e 30 cm, na linha central de
plantas, aproximadamente a 1/3 e 2/3 do comprimento da estufa. As
irrigações passaram então a ser feitas quando a tensão de água do solo,
medida pelo tensiômetro instalado a 20 cm de profundidade, atingia
níveis de -50 a -60 kPa, visando manter a umidade em condições
próximas à capacidade de campo, estimada segundo o conceito
descrito por Reichardt (1990).
31
As condições de temperatura dentro da estufa foram
monitoradas entre os dias 15/05/01 e 04/06/01 por um termômetro de
máxima e mínima instalado a 1,20 m de altura, fazendo-se as leituras
às 9 h e às 16 h, quando era anotada a temperatura máxima e mínima
ocorrida entre as duas leituras. A média diária neste período foi obtida
pela aplicação da fórmula:
Tm diária = Tmáx9 + Tmín9 + Tmáx16 + Tmín16, onde:
4 Tm diária = Temperatura média diária; Tmáx9 e Tmín9 =
Temperaturas máxima e mínima anotadas na leitura das 9 h; Tmáx16 e
Tmín16 = Temperaturas máxima e mínima anotadas na leitura das 16
h.
A partir de 05/06/2001, o monitoramento ambiental
passou a ser feito com uso de um termohigrógrafo da marca Sato,
modelo NS-II-Q, instalado a uma altura de 1,20 m dentro de um
abrigo metálico do tipo grade, com hastes distanciadas 5 cm entre si e
com 40 cm de altura, sendo coberto por uma telha de amianto de 0,5
m de largura e 1,0 m de comprimento, colocada no sentido norte-sul.
A temperatura média diária a partir desta data foi calculada aplicando-
se a fórmula:
Tm diária = Tmáx + Tmín + T9 + (2 x T21), onde: 5
Tm diária = Temperatura média diária; Tmáx e Tmín = Temperatura
máxima e mínima diária, respectivamente; T9 e T21 = Temperatura às
9 h e 21h, respectivamente.
A umidade relativa do ar também foi monitorada a partir
de 05/06/2001 e a média diária (URAm diária) calculada pela fórmula:
32
URAm diária = UR9 + UR15 + (2 X UR21), onde: 4
URA9, URA15 e URA21 = Umidade relativa do ar registrada às 9 h, 15
h e 21 h, respectivamente.
As médias mensais e semanais de temperatura (médias das
máximas, das médias e das mínimas) e de umidade relativa do ar
foram obtidas pela média aritmética das médias diárias. Os dados
meteorológicos do ambiente externo, obtidos junto à Embrapa-Trigo,
localizada cerca de 3 km do local da pesquisa, e do interior da estufa,
são apresentadas nos apêndices 1A, 1B, 1C e 1D.
2.3 Tratamentos
Mudas enraizadas, do tipo tradicional, de figueiras cv.
Roxo de Valinhos foram plantadas em agosto de 2000 e, a partir de
maio de 2001, instalados os tratamentos, comparando as seguintes
épocas de poda: 15 de maio, 10 de agosto e 5 de outubro.
Para cada época de poda, foi comparada a condução das
plantas com 4 ramos no espaçamento de 0,75 m entre plantas na linha
de plantio (4 ramos/0,75 m) e com 8 ramos no espaçamento de 1,50
m entre plantas na linha (8 ramos/1,50 m), mantendo 1,90 m entre as
linhas e a densidade de 28.070 ramos.ha-1. As variáveis
representativas de crescimento de ramos e produção de frutos também
foram avaliadas no tempo.
33
2.4 Delineamento experimental
O delineamento experimental foi em Blocos Completos
Casualizados, com tratamentos arranjados em faixa, e quatro
repetições. Cada parcela foi constituída de quatro plantas da linha,
coletando-se os dados das duas centrais e considerando as plantas das
extremidades como bordadura.
Foram estabelecidas cinco linhas de plantio, utilizando as
três linhas centrais para o experimento, cada uma submetida a uma
época de poda, variando o número de ramos por planta/espaçamento
ao longo da linha, na mesma ordem em todas as épocas,
caracterizando o arranjo em faixas (Figura 3).
Problemas de drenagem provocaram a desuniformidade entre
as plantas exigindo a eliminação de um bloco, para efeito de análise
dos resultados obtidos.
As duas linhas laterais foram utilizadas como bordadura,
para minimizar os efeitos ambientais externos, localizadas a 1,40 m
das fileiras experimentais e a 0,80 m da parede da estufa, com uma
distância de 1,00 m entre as plantas, conduzidas com 6 ramos por
planta.
2.5 Poda e condução das plantas
As mudas, plantadas em agosto/2000, foram podadas a 50 cm
do solo e conduzidas com 4 ramos no primeiro ciclo vegetativo,
independente do tratamento. No segundo ciclo foram instalados os
tratamentos da pesquisa, podando cada ramo a 10-15 cm da inserção
com o tronco, conforme o melhor posicionamento das gemas, nas
34
Bloco não analisado Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3
8 ramos/ 1,5 m
4 ramos 0,75 m
4 ramos/ 0,75 m
8 ramos/ 1,5 m
8 ramos/ 1,5 m
4 ramos/ 0,75 m
8 ramos/ 1,5 m
4 ramos/ 0,75 m
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Legenda:
Bordaduras Poda 15 de maio Poda 10 de agosto Poda 05 de outubro
Figura 3. Croqui da distribuição espacial dos tratamentos adotados no experimento de figueiras cv. Roxo de Valinhos, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamento, em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS, caracterizando o delineamento em blocos casualizados com arranjo em faixas.
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �
34
35
épocas previstas (maio, agosto e outubro). Quando os brotos atingiram
15 a 20 cm foi feita a desbrota, deixando nas parcelas com 0,75 m
entre plantas um broto por ramo (Figura 4) e, nas parcelas com 1,50 m
entre plantas, dois brotos por ramo (Figura 5).
A poda das linhas laterais obedeceu ao mesmo esquema,
porém na poda verde foi eliminada a pior pernada, conduzindo 2
brotos em cada pernada mantida, num total de 6 ramos por planta.
Figura 4. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv.
Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento com 4 ramos por planta e espaçamento de 0,75 m x 1,90 m (novembro/2001, Passo Fundo, RS).
Quando os brotos atingiram cerca de 70 cm de
comprimento, foram posicionados verticalmente circundando a copa
com uma fita plástica com os objetivos de evitar o cruzamento entre
ramos e minimizar o sombreamento entre plantas vizinhas, além de
facilitar a passagem na entrelinha (Figura 6). Esta amarração foi
repetida em diferentes alturas, de acordo com a necessidade.
36
Figura 6. Verticalização dos ramos com fita plástica, adotada na condução de figueiras cv. Roxo de Valinhos em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002 – plantas com 2 anos de idade)
Figura 5. Brotações conduzidas por ramo podado em figueiras cv. Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, após a desbrota, no tratamento com 8 ramos por planta e espaçamento de 1,50 m x 1,90 m (novembro/2001, Passo Fundo, RS)
37
2.6 Adubação e tratamentos fitossanitários
A primeira adubação foi realizada após a poda e constou
de 200 g da fórmula 5–30–15 NPK por planta nas parcelas com 0,75
m entre plantas, e 400 g nas parcelas com 1,50 m entre plantas,
correspondendo a 70 kg de nitrogênio, 420,9 kg de P2O5 e 210,45 kg
de K2O.ha-1, independente do número de ramos/espaçamento adotado.
O adubo foi aplicado manualmente e incorporado superficialmente,
distribuído em uma faixa circular com raio entre 10 e 40 cm a partir
do tronco. Nas parcelas com 0,75 m entre plantas foi aplicado em uma
faixa de 40 cm para cada lado da linha, evitando-se o contato direto
com a base do tronco.
A adubação nitrogenada foi repetida em intervalos de 45 a
60 dias, iniciando na primeira semana após a poda. As doses foram de
20 e 40 g de uréia por planta nos espaçamentos de 0,75 m e 1,50 m,
respectivamente, correspondendo a 63,14 kg de nitrogênio por hectare
em cada aplicação. A partir de 30 de julho de 2001 a adubação
nitrogenada passou a ser por fertirrigação, nas mesmas doses.
Durante o experimento o solo foi mantido sem cobertura,
com capinas manuais logo após a germinação das plantas invasoras.
Os tratamentos fitossanitários constaram da aplicação de
fungicidas, inseticidas e acaricidas, conforme as recomendações para a
cultura da figueira e a necessidade observada nas seguintes
concentrações do i.a. (ingrediente ativo) para 100 litros de água: após
a 1ª época de poda, em maio, foi feita uma aplicação de mancozeb
(160 g de i.a.100 L-1) na fila podada. No mesmo dia foi aplicado
oxicloreto de cobre (250 g de i.a.100 L-1) nas demais filas. Nas filas
38
podadas posteriormente, foi aplicado mancozeb (160 g de i.a.100 L-1)
logo após a poda.
Para o controle específico da ferrugem da figueira
(Cerotelium fici) foram feitas 4 aplicações de oxicloreto de cobre (160
g de i.a.100 L-1) em 04/11/01, 19/12/01, 20/01/02 e 18/02/02 e mais 2
de tebuconazole (17,5 g de i.a.100 L-1) em 15/03/02 e 24/04/02.
Para o controle de vaquinhas (Diabrotica sp) e percevejo
verde (Nezara sp) foi aplicado folidol (80 ml de i.a.100L-1) em
05/11/2001 e de ácaros, abamectim (13,5 g de i.a.) + óleo mineral (50
ml.100 L-1), em 03/03 e 15/03/2002.
Todas as aplicações foram feitas com pulverizador costal
de acionamento manual, equipado com bico tipo cone e o volume de
calda foi o suficiente para tingir o ponto de escorrimento.
2.7 Avaliações
Os efeitos dos tratamentos realizados sobre a figueira cv.
Roxo de Valinhos, em ambiente protegido, foram avaliados em
relação aos seguintes aspectos: a) fenológico – período decorrido da
poda ao início da brotação e até 50 % das plantas atingirem 4 brotos,
início e final da colheita, e duração do período de colheita; b)
vegetativo – crescimento mensal, comprimento mensal e final dos
ramos, e número de folhas por metro linear de ramo; c) produtivo
quantitativo – porcentagem de folhas com frutos na inserção (taxa de
frutificação), número de frutos por ramo, número e peso de frutos
maduros colhidos por planta e por hectare, distribuição mensal da
colheita, peso médio dos frutos maduros, número de frutos verdes
colhidos por ramo e rendimento de frutos verdes por hectare; e d)
39
produtivo qualitativo – porcentagem de frutos grandes e médios, pH,
teor de sólidos solúveis totais (SST) e porcentagem de frutos com
defeitos.
Os aspectos fenológicos foram avaliados semanalmente.
Foi considerado início da brotação quando os primeiros brotos foram
emitidos; início da colheita quando amadureceu o primeiro fruto e
final da colheita quando mais de 50 % dos frutos colhidos
apresentavam coloração anormal e polpa fibrosa, sem condições para
o consumo in natura.
O comprimento dos ramos foi determinado mensalmente,
com fita métrica, medindo a distância do ponto de inserção até a
extremidade apical do broto.
O número de frutos por ramo foi avaliado através de
contagem na própria planta. A determinação do número de frutos
colhidos maduros por planta foi feita realizando três colheitas
semanais, a partir do início da produção. O peso médio foi obtido
dividindo-se o peso pelo número total de frutos colhidos.
Em algumas parcelas, onde houve ramos danificados pela
tempestade de granizo ocorrida em 09 de setembro de 2001, estes
ramos foram mantidos sobre a planta ou substituídos para que o
número previamente estabelecido fosse mantido. As determinações,
contudo, consideraram somente os ramos não danificados,
extrapolando-se a média obtida para os ramos danificados.
Para as determinações de pH e Sólidos Solúveis Totais
foram utilizados 2 frutos por parcela, colhidos na primeira colheita de
cada mês. Estes foram descascados, macerados e utilizados para as
determinações. Para a determinação do pH foi empregado um
40
pHmetro com sensor eletromagnético de imersão (Figura 7), calibrado
em soluções tampão de pH 4,0 e pH 7,0, antes do uso.
O teor de SST foi determinado com refratômetro manual
marca Biobrix, com correção automática da leitura para 20 ºC (Figura
8), e os valores obtidos expressos em ºBrix. Uma ou duas gotas do
macerado obtido dos frutos descascados eram utilizadas para a
determinação.
A classificação dos frutos por tamanho foi feita avaliando-
se os primeiros 20 frutos colhidos em cada parcela, a cada mês. A
classificação adotada foi diferente do padrão proposto por Amaro
(1997), procurando criar classes com limites mais estreitos de
tamanho, conforme apresentado na Tabela 1.
Figura 7. Equipamento usado na determinação do pH da polpa de
figos cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido.
41
A classificação foi feita manualmente usando um modelo
de madeira, dotado de aberturas nos diâmetros correspondentes aos
limites de cada classe e hastes com comprimento correspondente aos
limites das diferentes classes, dispostas junto às aberturas (Figura 9).
Figura 8. Refratômetro usado na determinação do teor de SST de
figos cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido.
Tabela 1. Limites máximo e mínimo de comprimento e diâmetro para classificação de figos maduros, cv. Roxo de Valinhos (Adaptada de Amaro, 1997)
CLASSES COMPRIMENTO (mm)
DIÂMETRO (mm)
CAT I (Extra Grande) � 62 � 65
CAT II (Grande) 57-61 55-64
CAT III (Médio) 47-56 45-54
CAT IV (Pequeno) � 46 32-44
CAT V (Miúdo) - � 31
42
Figura 9. Modelo usado na classificação de figos maduros por
tamanho, da cv. Roxo de Valinhos, produzidos em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002).
2.8 Análise estatística
Os dados coletados foram submetidos à análise de
variância pelo teste F e as diferenças entre médias comparadas pelo
teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Dados coletados mensalmente
(comprimento dos ramos e produção acumulada de frutos maduros)
foram submetidos à análise de regressão polinomial, na análise ao
longo do tempo, e comparados pelo teste de Tukey dentro de cada
mês.
43
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ressalvadas as diferenças decorrentes da distância entre a
estufa e o local onde foram coletadas as temperaturas externas
(aproximadamente 3 km), foi verificado que o uso do ambiente
protegido elevou a temperatura média e, principalmente, a média das
máximas. A elevação das temperaturas máximas variou entre 7,1 ºC e
10,7 ºC, e das médias entre 1,4 º C e 3,9 °C em relação à temperatura
externa. As médias das mínimas, no entanto, não sofreram influência
significativa ocorrendo, inclusive, nos meses mais frios, temperaturas
mínimas no interior da estufa inferiores às do ambiente externo
(Apêndices 1A, 1B, 1C e 1D).
Elevações das temperaturas máximas e médias, com pouca
alteração das mínimas no interior de estufas são relatadas por Tápia
(1981), Farias (1991), Farias et al. (1992a), Buriol et al. (1993) e Faria
Junior et al. (1997). Schiedeck et al. (1997), cultivando videiras em
ambiente protegido, observaram elevações entre 0,1ºC e 9,1ºC das
temperaturas máximas, e entre 0,8 e 3,8 ºC nas temperaturas mínimas,
em relação à temperatura externa.
Ocorrência de temperaturas no interior de estufas
inferiores às externas são citadas por Tápia (1981) e Farias et al.
(1992a) como resultantes das diferenças de permeabilidade às
radiações de ondas curtas e de ondas longas pelos materiais utilizados
nas coberturas que podem permitir taxas de trocas de energia com
possibilidades de uma maior perda de calor, provocando o fenômeno
da inversão térmica.
As alterações provocadas pelo ambiente protegido sobre a
temperatura, umidade do ar, radiação fotossintética e composição
44
atmosférica, entre outras alterações ambientais, associadas aos
tratamentos testados, influenciaram vários aspectos fenológicos,
vegetativos e produtivos da figueira, conforme será apresentado a
seguir.
3.1 Aspectos fenológicos
A época de poda influenciou o período transcorrido entre a
poda e o início da brotação, bem como a uniformidade da mesma.
A poda em maio proporcionou brotação desuniforme e o
tempo entre a poda e a brotação foi maior. As primeiras gemas
brotadas foram observadas 3 semanas após a poda, mas o crescimento
foi pequeno, inclusive das folhas. O índice de 50 % das plantas com 4
brotos foi atingido apenas 11 semanas após a poda. Na poda de agosto
este índice foi alcançado em 4 semanas e na poda de outubro em 3
semanas (Tabela 2), comprovando a maior uniformidade da brotação
com estas épocas de poda.
Também o intervalo médio entre a poda e o início da
colheita sofreu influência da época de poda, que foi de 32,8 semanas
na poda de maio, 21,3 semanas na de agosto e 19,8 semanas na de
outubro (Tabela 2), ou seja, quanto mais tardiamente foi feita a poda,
menor foi este intervalo. Os primeiros frutos foram colhidos,
respectivamente, na 1ª semana de janeiro, 2ª semana de janeiro e 3ª
semana de fevereiro, com as podas em maio, agosto e outubro.
A antecipação da poda não contribuiu para ampliar o
período de colheita. O final da produção das plantas podadas em
maio/01 foi determinado pela realização da poda novamente em 15 de
maio/02 e, por outro lado, a antecipação no início da colheita foi de
45
apenas uma semana, em relação à poda em agosto. Ainda, conforme
será discutido posteriormente, com a poda em maio foram colhidos
volumes menores de frutos em todos os meses, caracterizando
desvantagem desta época de poda.
Tabela 2. Comportamento fenológico de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, em ambiente protegido, podada em diferentes épocas (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Colheita
ÉPOCAS DE PODA
Primeiros brotos
(semanas/ data)
50 % das plantas com 4
brotos (semanas/
data)
Início (semanas/
data)
Final (semanas/
data)
Duração (semanas)
Maio (15/05)
3 sem./ 5 jun.
11sem./ 02 ago.
32,8 sem./ 31 dez.
52,1 sem./ 15 maio
19,3 sem.
Agosto (10/08)
2 sem./ 24 ago.
4 sem./ 08 set.
21,3 sem./
6 jan.
50,1 sem./
27 jul. 28,8 sem.
Outubro (05/10)
2 sem./ 19 out.
3 sem./ 26 out.
19,8 sem./
21 fev.
42,1 sem./
27 jul. 22,3 sem.
O período que a estufa permaneceu sem cobertura plástica,
entre 9 de setembro e 13 de outubro de 2001, pode ter influenciado de
maneira diferenciada as podas de maio e agosto, impedindo
antecipações mais significativas e a ampliação no período de colheita,
especialmente com a poda em maio.
A poda de outubro retardou o início da colheita, mas não
contribuiu para ampliar o período, pois o final coincidiu com o da
poda de agosto.
Em Passo Fundo, a temperatura média anual é de 17,5 ºC e
a média das mínimas de 13,2 ºC, atingindo níveis limitantes para a
figueira durante o inverno. Contudo, na safra avaliada, o final da
46
colheita com as podas em agosto e outubro, ocorreu em 27/07/2002,
cerca de 3 meses após o término da produção a campo, com
possibilidades de venda do produto no mercado por valores
sensivelmente superiores aos obtidos na safra. Necessário se faz,
entretanto, ressaltar nessa safra a ocorrência do fenômeno el niño, que
proporcionou temperaturas acima das normais para a região (Apêndice
1A), favorecendo a ampliação do período de safra.
O final da colheita nas plantas podadas em agosto e
outubro ocorreu em 27 de julho de 2002, após um período de
temperaturas médias semanais baixas (Figura 10), quando mais de 50
% dos frutos apresentaram polpa com textura fibrosa e casca com
coloração anormal, típica de dano causado pelo frio (Figura 11).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
03 a
09/
05
10 a
16/
05
17 a
23/
05
24 a
30/
05
31/0
5 a
06/ 0
6
07 a
13/
06
14 a
20/
06
21 a
27/
06
28/0
6 a
04/ 0
7
05 a
11/
07
12 a
18/
07
19 a
25/
07te
mp.
méd
ias
sem
anai
s (º
C)
Máximas Mínimas médias
Figura 10. Médias semanais das temperaturas registradas no interior da estufa nas semanas que antecederam o final da colheita (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).
47
Figura 11. Aparência dos frutos de figueiras cv. Roxo de Valinhos cultivadas em ambiente protegido, em Passo Fundo, RS, no final do período de colheita em julho/ 2002, após a ocorrência de baixas temperaturas.
Segundo Chalfun et al. (1998), na maioria das regiões
produtoras a colheita de figos maduros ocorre de novembro a abril. O
intervalo entre a poda e o início da colheita varia em função das
condições climáticas e ambientais do local onde o pomar está
instalado e do manejo adotado, podendo chegar a um mínimo de 4 a 5
meses.
O intervalo de 21,3 semanas transcorrido entre a poda e o
início da colheita em ambiente protegido com a poda em agosto, está
próximo ao mínimo indicado por Chalfun (1998) e é menor que o
observado a céu aberto em Passo Fundo, onde o início da colheita
ocorre em final de janeiro/início de fevereiro, demonstrando a
48
possibilidade de antecipação da colheita de frutos maduros em
ambiente protegido. O período de 19,8 semanas observado entre a
poda e o início da colheita nas plantas podadas em outubro
proporcionou pico de colheita em período próximo ao da poda de
agosto, não contribuindo para retardar a produção e prolongar o
período de colheita.
Os resultados obtidos concordam com Coelho et al.
(2002), que observaram um encurtamento do período entre a poda e o
início da colheita de figos verdes quando as podas foram realizadas
mais tarde, e por Norberto et al. (2001), que obtiveram um intervalo
superior a 6 meses da poda à colheita do primeiro fruto em plantas
podadas em abril, enquanto o início da colheita nas plantas podadas
entre junho e agosto ocorreu entre dezembro e janeiro (5 a 6 meses),
indicando um encurtamento do ciclo nas que receberam podas mais
tardias, em trabalhos desenvolvidos em Lavras, MG.
Estes resultados diferem dos relatados por Fumis et al.
(2002), em Bauru, SP, a céu aberto, onde foi obtida ampliação
significativa no período de colheita de figos da cv. Roxo de Valinhos
com a alteração na época de poda.
Diferem também dos resultados obtidos por Santos e
Corrêa (1997), que observaram a ampliação para 9 meses no período
de colheita de figos verdes em Selvíria, MS, com picos em outubro,
novembro e janeiro, antecipando a poda para março. As podas em
julho e agosto proporcionaram, respectivamente, 7 meses de colheita e
picos em novembro, janeiro e fevereiro, e 6 meses de colheita com
picos em janeiro e fevereiro. Em Selvíria, entretanto, a temperatura
média anual é de 24,45 ºC e a média das mínimas de 21,4 ºC (Santos e
49
Corrêa, 2000), não sendo limitante para o desenvolvimento da figueira
no período de inverno.
Sampaio et al. (2002) referem-se à ampliação do período
de colheita com alteração nas épocas de poda em Bauru, SP, e citam o
final do período de colheita coincidindo com o mês da poda, exceto na
poda de junho.
Os ambientes protegidos têm permitido antecipações na
colheita também em outras espécies frutíferas. Saúco (2002) cita
antecipação de um mês na colheita de mangas. Schiedeck et al. (1997)
anteciparam em até 32 dias a colheita de uva cv. Niágara Rosada em
ambiente protegido, em Bento Gonçalves, RS, atribuindo a
antecipação à maior soma de graus dia resultante da elevação da
temperatura média observada no interior da estufa.
Estes resultados permitem afirmar que os ambientes
protegidos permitem a ampliação do período de colheita de figos
maduros, dentro de limites estabelecidos pela ocorrência de
temperaturas mínimas limitantes.
3.2 Aspectos vegetativos
3.2.1 Crescimento dos ramos
A análise de variância revelou efeito significativo da
interação épocas de poda x meses após a poda e épocas de poda x
espaçamento sobre o comprimento mensal dos ramos (Apêndice 2A).
Medido o comprimento dos brotos mensalmente, a partir
de novembro, foi verificado que o crescimento das plantas podadas
em maio apresentou um comportamento linear até a nova poda em 15
50
de maio/2002, enquanto as podadas em agosto e outubro, tiveram um
crescimento quadrático, caracterizado por um crescimento inicial
maior, seguido de um período de redução progressiva até a paralisação
total durante o inverno, independente do número de ramos/
espaçamento (Figura 12 e Tabela 4).
Analisando o desdobramento da interação dos efeitos da
época de poda e meses sobre o comprimento das brotações medido
entre novembro e maio (Apêndice 2B), é possível verificar que no mês
de novembro, estatisticamente os ramos das plantas podadas em
agosto não diferiam das podadas em maio e, a partir de janeiro, os
ramos das podadas em agosto eram de maior tamanho que as de maio,
não havendo diferença entre as plantas podadas em maio e em outubro
(Tabela 3). A diferença no comprimento dos ramos observada entre as
podas de maio e agosto (Figura 13) se manteve até o final do ciclo.
O menor crescimento das plantas podadas em maio
principalmente nos meses de dezembro e janeiro se refletiu no
comprimento final dos ramos que, no desdobramento da interação
meses x épocas de poda x espaçamentos, revelou um maior
comprimento de ramos nas plantas podadas em agosto e conduzidas
com 8 ramos/1,50 m (Apêndice 2C e Figura 14).
Nas plantas conduzidas com 4 ramos/0,75 m, o maior
comprimento final de ramos foi proporcionado pelas podas de agosto
que não diferiu da poda de outubro, não diferindo, também, os ramos
das plantas podadas em outubro e maio.
Para a mesma época de poda, o maior crescimento foi
verificado nas plantas conduzidas com 8 ramos e 1,50 m entre plantas,
exceto quando a poda foi realizada em outubro, que não diferiu das
plantas conduzidas com 4 ramos e 0,75 m entre plantas.
51
Poda 15/05: y = 8,8925x + 49,019 R2 = 0,94
Poda 10/08: y = -0,9454x2 + 21,345x + 30,47 R2 = 0,95
Poda 05/10: y = -3,0011x2 + 41,245x - 22,183 R2 = 0,97
0
30
60
90
120
150
Com
prim
ento
dos
bro
tos
(cm
)
Maio Agosto OutubroPoda 15/05 Poda 10/08 Poda 05/10
Figura 12. Comprimento mensal, medido a partir de novembro, dos ramos de figueira cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetida a diferentes épocas de poda e números de ramos por planta, combinados com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).
Figura 13. Vista geral da entrelinha das filas podadas em maio e agosto, em 21/02/2002
nov/01 dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02
52
* Dados não submetidos à análise de variância
Tabela 3. Comprimento medido mensalmente, a partir de novembro/2001 dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Comprimento dos ramos (cm) Épocas
de poda Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.* Jul.*
Maio 55,98 a 71,79 a 79,03 b 79,99 b 85,37 b 105,71 b 114,25 b
Agosto 45,00 a 74,07 a 95,92 a 98,36 a 102,27 a 126,27 a 136,72 a 137,15 137,32
Outubro 10,31 b 52,73 b 83,33 ab 94,49 ab 99,18 ab 115,03 ab 124,37 ab 124,68 124,68
Médias não seguidas de mesma letra na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p�0,05)
52
53
Tabela 4. Crescimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda, e número de ramos combinado com espaçamentos em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Crescimento mensal (cm) Épocas de poda
Out.*
Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Jun.*
Jul.*
Ago.*
Maio
7,85
38,50 a 15,82 c 7,24 c 0,96 b 5,38 a 20,34ab 8,55 a
Agosto
8,25 32,10 b 29,07 b 21,85 b 2,44 b 3,91 a 23,98 a 10,45 a
0,4
0,2
0,0
Outubro -
10,35 c 42,43 a 30,60 a 11,17 a 4,69 a 15,85 b 9,34 a
0,3
0,0
0,0
Médias não seguidas de mesma letra na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (p�0,05) * Dados não submetidos à análise de variância.
53
54
B 1
22,7
a
B 1
05,8
b
A 13
3,3
b
A 14
1,3
a
B 1
22,2
a
AB 1
27,1
a
0
20
40
60
80
100
120
140
160
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Com
p. fi
nal d
os ra
mos
(cm
)
maioagosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 14. Comprimento final dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
O menor crescimento das plantas podadas em maio pode
ser atribuído a uma série de razões que agiram de forma interativa,
especialmente sobre o crescimento inicial que foi maior nas outras
épocas de poda. Dentre as possíveis razões que contribuíram para esse
menor crescimento destaca-se as condições ambientais desfavoráveis,
com temperaturas baixas verificadas após a poda (Apêndice 1B)
mantendo a planta por um longo período em estado de semidormência
55
com folhas sem expansão completa numa condição anormal de
vegetação. Aliado a esses fatores, considera-se também a influência
do período que a estufa permaneceu sem cobertura, e a substituição
dos sistemas de irrigação por aspersão e adubação superficial pela
irrigação por gotejo e fertirrigação, sistemas considerados mais
eficientes, a partir de 30 de julho/01, promovendo uma influência
diferenciada, com benefícios às podas de agosto e outubro .
Ainda, o menor crescimento dos ramos das plantas
podadas em maio pode ser atribuído à presença de folhas e frutos em
desenvolvimento por ocasião da poda, provocando perdas de
fotoassimilados acumulados, e conseqüente redução no vigor inicial
da brotação, conforme descreve Sousa (1990).
Norberto et al. (2001), testando os efeitos da irrigação,
aplicação de Dormex e épocas de poda, com intervalos de 15 dias,
entre os meses de abril e agosto na cultura da figueira, em Lavras,
MG, detectaram diferença apenas nas plantas irrigadas, podadas em
30 de maio, e conduzidas sem o uso de Dormex, que apresentaram
menor crescimento dos ramos. Santos e Corrêa (1998) também não
observaram diferenças significativas entre os comprimentos de ramos
de figueiras podadas em março, abril, julho e agosto em Ilha Solteira,
SP.
Matsuura et al. (2001a) submeteram folhas de figueiras
com 2 anos de idade a tratamentos com 13CO2 no outono e
monitoraram a localização dos fotoassimilados resultantes.
Observaram um acúmulo significativo nas raízes, tronco e ramos no
período de dormência, e a remobilização destes para os pontos de
crescimento no período inicial de brotação, a partir das raízes mais
grossas e ramos de 2 anos. Assim, prejuízos podem ter sido
56
provocados à brotação pelo desfolhamento precoce da planta, com a
poda realizada.
Na poda de agosto, por sua vez, as plantas encontravam-se
sem folhas, indicando a transferência dos fotoassimilados para os
órgãos de reserva, que proporcionaram maior vigor às brotações,
favorecendo o maior crescimento. Condições ambientais mais
favoráveis no período após a poda também devem ter contribuído.
Cabe salientar que o período que a estufa permaneceu descoberta
coincidiu com o segundo mês após a poda, sendo este período
correspondente ao de mais rápido crescimento verificado na poda de
outubro. Mesmo os ramos danificados pelo granizo não sendo
considerados na avaliação, o desequilíbrio provocado pelo dano deve
ter causado algum efeito sobre o crescimento em geral.
As plantas podadas em outubro apresentavam muitas
gemas apicais brotadas na época de poda e tiveram um rápido
crescimento inicial, principalmente a partir do segundo mês, também
provavelmente em decorrência das condições de temperatura e
fotoperíodo ideais para a brotação e desenvolvimento. A partir de
fevereiro, o crescimento mensal foi, de modo geral, semelhante às
demais épocas (Tabela 4).
O efeito do número de ramos sobre o crescimento da
figueira foi estudado por Mânica et al. (1978), que observaram
redução no crescimento com a elevação de 12 para 18 do número de
ramos por planta com poda no mês de agosto. Nienow e Sacomori
(2001), no entanto, não observaram diferença no crescimento de
ramos de figueiras conduzidas com 8, 12, 16, 20 e 24 ramos, em Passo
Fundo, RS.
57
Cabe salientar que os trabalhos apresentados para
discussão foram conduzidos a campo. Assim, as diferenças dos
resultados obtidos devem estar relacionadas com as condições de
condução dos experimentos, incluindo diferenças edáficas, climáticas
e de fotoperíodo entre os locais, de idade das plantas, etc., uma vez
que estes fatores interferem sobre a atividade fotossintética e o vigor
(Magalhães, 1979).
3.2.2 Número de folhas por metro linear de ramo
O número de folhas por metro linear de ramo sofreu
influência apenas da época de poda (Apêndice 2D e Figura 15).
A distância entre as folhas reduziu à medida que a poda
foi realizada mais cedo, mostrando-se significativamente menor nas
plantas podadas em maio em relação às podadas em outubro,
independente do número de ramos/espaçamento em que foram
conduzidas.
Este comportamento provavelmente está relacionado com
a velocidade de crescimento dos ramos, já discutida anteriormente,
que foi menor nas plantas podadas em maio, provocando o
encurtamento dos internós.
58
A 3
1,78
AB
29,
34
B 2
9,25
0
5
10
15
20
25
30
35
Núm
ero
de
folh
as/
met
ro d
e ra
mo
maio
agosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 15. Número de folhas por metro linear de ramo de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
3.3 Aspecto produtivo quantitativo
3.3.1 Número de frutos emitidos por ramo e taxa de frutificação
O número de frutos emitidos por ramo sofreu a influência
da interação épocas de poda x número de ramos/espaçamento
(Apêndice 2D e Figura 16).
59
O maior número de frutos foi emitido pelas plantas
podadas em agosto, destacando-se as conduzidas com 8 ramos/1,50 m
entre plantas (28,3 frutos por ramo) que apresentaram um número de
frutos maior que as conduzidas com 4 ramos/ 0,75 m (26,4 frutos/
ramo). As plantas podadas em maio emitiram o menor número de
frutos por ramo, sendo que na condução com 8 ramos/1,50 m não
diferiram da poda em outubro.
As taxas de frutificação (porcentagem de folhas com fruto
na axila) foram influenciadas pelas épocas de poda (Apêndice 2E e
Figura 17). Os maiores índices foram apresentados pela poda de
agosto (66,5 %), o que explica o maior número de frutos emitidos por
ramo neste tratamento (Figura 16).
Podando em maio e outubro, as taxas de frutificação não
diferiram estatisticamente, contudo é necessário destacar, nas plantas
conduzidas com 4 ramos/0,75 m e podadas em outubro, chegou a 60,8
% permitindo que este tratamento se destacasse quanto ao número de
frutos por ramo, ficando abaixo apenas do número de frutos
proporcionado pela poda de agosto, conforme Figura 16.
Segundo Simão (1971), Pereira (1981), Chalfun et al.
(1988) e Antunes et al. (1997), o figo exige clima quente e alta
luminosidade no período vegetativo para apresentar altos níveis de
rendimento. Os dias curtos e com baixas temperaturas verificados
durante o período inicial de brotação, logo após a poda, são as causas
mais prováveis para as baixas taxas de frutificação apresentadas pela
poda de maio. Por outro lado, a poda em agosto proporcionou um
período de dias mais longos e quentes na fase de maior crescimento e
emissão de frutos, favorecendo a atividade fotossintética e as maiores
taxas de frutificação.
60
B 1
9,4
a
C 1
8,2
a
A 2
8,3
a
A 2
6,4
b
B 1
7,8
bB 2
3,2
a
0
5
10
15
20
25
30
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Núm
ero
de fr
utos
/ram
o
maio
agostooutubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 16. Número de frutos emitidos por ramo de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002)
A menor taxa de frutificação verificada nas plantas
podadas em outubro em relação às podadas em agosto pode ter sido
resultado da concorrência entre os drenos de fotoassimilados
representados pelo crescimento de ramos e emissão de frutos. Estas
plantas apresentaram alta taxa de crescimento mensal logo após a
poda (Tabela 4) e menor ciclo da poda ao início da colheita,
possivelmente exigindo maior aporte de nutrientes.
61
Em videiras, Peruzzo (1990) constatou uma forte
concorrência entre a ponta de crescimento do ramo e a formação de
frutos. Sepúlveda et al. (1986) afirmam que esta concorrência é mais
forte em temperaturas elevadas.
Matsuura et al. (2001b) trataram folhas de figueira
localizadas em diferentes alturas do ramo com 13C, em várias fases de
desenvolvimento dos frutos. Observaram que a maior parte dos
fotoassimilados produzidos pelas folhas localizadas na base do ramo
foi armazenada nos frutos da axila dessas folhas e na base do ramo,
enquanto os produzidos pelas folhas da parte mais apical do ramo
foram armazenados na folha e grande parte direcionado para o ápice
do broto. Isto indica uma forte concorrência entre os pontos de
crescimento e a formação de frutos também em figueiras.
3.3.2 Número de frutos emitidos por ramo mensalmente
A emissão de frutos não foi linear no decorrer do tempo
(Tabela 5). Os maiores picos foram verificados no 4º mês após a poda
nas plantas podadas em agosto e outubro (dezembro e fevereiro,
respectivamente). A poda de maio apresentou pico de emissão em
dezembro, juntamente com as plantas podadas em agosto, ou seja, 6
meses após a poda. Em fevereiro e abril foram verificados novos
incrementos para as plantas podadas em maio e agosto, indicando a
ocorrência de picos de emissão aproximadamente a cada 2 meses.
Com a poda em outubro, o segundo pico ocorreu em maio.
Os resultados permitem constatar que é possível ampliar o
período de oferta de figos com a realização da poda mais tardiamente,
provocando picos de emissão de frutos também mais tardios,
62
necessitando, entretanto que as condições de temperatura permitam
que os frutos alcancem a maturação.
B 5
0,88 A 6
6,56
B
55,2
9
0
20
40
60
80
100
Taxa
de
frut
ifica
ção
(%)
maio
agosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula não diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 17. Taxas de frutificação (% de folhas com fruto na axila) de figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Não foram encontradas referências à taxa de emissão de
frutos na bibliografia consultada, mas Simão (1971), Chalfun et al.
(1998) e Amaro (1997), referem-se a ocorrência de picos de colheita
de frutos. Sampaio et al. (1981) e Santos et al. (2001) obtiveram 2 a 3
picos, distanciados de cerca de 2 meses entre si, concordando com os
intervalos observados, possivelmente provocados por pontos de
equilíbrio atingidos na relação fonte/dreno, que seria atingido a partir
de um determinado número de frutos em formação.
63
Tabela 5. Número mensal de frutos emitidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Tratamento Set/01 Out/01 nov/01 Dez/01 jan/02 fev/02 Mar/02 abr/02 maio/02 jun/02 jul/02
Maio (4 / 0,75) 0 0,1 0,5 7,5 0,2 3,1 0,3 5,0 1,6 - -
Maio (8 / 1,50) 0 0 0,6 7,2 0,6 3,1 0,4 5,7 1,9 - -
Ago. (4 / 0,75) 0,1 0 2,3 6,2 2,3 5,0 0,9 4,3 1,8 2,3 1,3
Ago. (8 / 1,50) 0,1 0 2,4 7,2 1,8 6,6 1,1 6,1 2,0 0,9 0,1
Out. (4 / 0,75) - - 0 0,8 4,3 6,8 3,6 1,7 4,0 1,9 0,2
Out. (8 / 1,50) - - 0 0,4 3,0 5,7 1,8 2,6 3,3 1,1 0,1
63
64
3.3.3 Produção de frutos maduros
3.3.3.1 Número de frutos colhidos por ramo e por planta
No número de frutos colhidos maduros por ramo houve
efeito da interação épocas de poda x números de ramos/espaçamentos
(Apêndice 2E e Figura 18). C
11,
4 ns
B 1
1,9
A 2
2,4
ns
A 2
5,4
B 1
3,7 B
19,
0 ns
0
5
10
15
20
25
30
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Núm
ero
de fr
utos
co
lhid
os p
or ra
mo
maioagostooutubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
ns: Diferença não significativa para número de ramos/espaçamentos entre plantas podadas na mesma época
Figura 18. Número de frutos colhidos maduros por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
65
O maior número de frutos maduros por ramo foi colhido
nas plantas podadas em agosto (23,9 frutos, em média). Estes
resultados refletem os resultados obtidos para o número de frutos
emitidos por ramo (Figura 16).
Nas plantas conduzidas com 8 ramos/1,50 m, não houve
diferença entre as podas de maio e outubro. Na condução com 4
ramos/0,75 m, o número de frutos colhidos por ramo na poda de
outubro foi maior que na poda de maio (Figura 18).
Convém ressaltar, no entanto, que as plantas podadas em
maio tiveram o período de produção interrompido pela poda,
impedindo que um maior número de frutos atingissem a maturação.
Considerando-se que não houve diferença no número de
frutos verdes colhidos entre as podas de agosto e outubro, conforme é
discutido no item ‘produção de figos verdes’, admite-se que as plantas
podadas em maio atingiriam o mesmo número de frutos verdes por
ramo se a poda fosse retardada para o final de julho (final do ciclo de
maturação viável de frutos verificado), aumentando em até 3,5 o
número de frutos amadurecidos por ramo e incrementando a produção
obtida com esta época de poda.
Para o número de frutos maduros colhidos por planta, a
análise de variância demonstrou ter ocorrido efeito significativo da
interação época de poda x número de ramos/espaçamento (Apêndice
2F, Figura 19).
Neste experimento observou-se um aumento no número de
frutos por planta, em proporção semelhante ao aumento no número de
ramos, nas podas de maio (de 45 frutos nas plantas com 4 ramos para
95 nas com 8 ramos) e agosto (de 89,5 nas com 4 ramos para 202,9
nas com 8 ramos). Na poda de outubro, no entanto, o aumento no
66
número de frutos por planta (76 nas conduzidas com 4 ramos/0,75 m e
109 nas conduzidas com 8 ramos/1,50 m) não ocorreu na mesma
proporção que nas demais épocas de poda. Esta diferença reflete o
menor número de frutos emitidos por ramo nas plantas podadas em
outubro e conduzidas com 8 ramos.
As prováveis causas para este resultado são discutidas no
item ‘taxa de emissão de frutos’.
C
95,0
a
C 4
5,5
b
A 2
02,9
a
A 8
9,5
b
B 1
09,3
a
B 7
5,8
b
0
30
60
90
120
150
180
210
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Nº d
e fr
utos
mad
uros
/ pla
nta
maioagostooutubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 19. Número de frutos colhidos maduros por planta em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
67
Estes resultados concordam com os obtidos por Mânica et
al. (1978), Pinheiro (1979), Bringuenti (1980) e Bezerra (1986), que
observaram aumento no número de frutos produzidos por planta com
o aumento no número de ramos.
3.3.3.2 Peso médio dos frutos
Apenas a época de poda apresentou influência sobre o
peso médio dos frutos colhidos maduros (Apêndice 2F e Figura 20).
O maior peso médio foi obtido nas plantas podadas em
agosto (57,5 g, em média), seguido da poda em outubro e maio (53,1 g
e 48,3 g, em média, respectivamente). Os resultados demonstram,
portanto, que o maior número de frutos produzidos com a poda em
agosto, apesar do possível maior desgaste nutricional, não chegou a
interferir reduzindo o peso médio dos frutos.
Estes resultados estão de acordo com os obtidos por
Mânica et al. (1978), Bringuenti (1980) e Bezerra (1986), à campo,
que não observaram diferença no peso médio de frutos quando
aumentaram o número de ramos por planta, e com Rigitano e Ojima
(1963), que obtiveram os maiores pesos médios de frutos com a poda
em agosto e julho, respectivamente, diferindo estatisticamente da poda
em maio e em setembro.
Sampaio et al. (1981), não obtiveram diferença no peso
médio de frutos maduros com podas em março e em agosto, no
entanto, observaram aumento progressivo, do início para o final da
safra, no peso médio dos frutos produzidos nas plantas podadas em
março, e redução progressiva nas plantas podadas em agosto.
68
C 4
8,3 A
57,
5
B 5
3,1
0
10
20
30
40
50
60
70P
eso
méd
io d
os fr
utos
(g) maio
agosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 20. Peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Rigitano (1957), entretanto, relata uma redução no peso
médio dos frutos quando elevou de 6 para 10 o número de ramos por
planta; Pinheiro (1979) também destaca a tendência para um menor
peso médio de frutos quando elevou de 18 para 30 o número de ramos
por planta, mas não especifica o espaçamento utilizado entre as
plantas.
3.3.3.3 Peso de frutos por planta e por hectare
Houve efeito significativo da interação épocas de poda x
número de ramos/espaçamento sobre o peso de frutos colhidos
maduros por planta (Apêndice 2G e Figura 21).
69
C 4
,5 a
C 2
.23
b
A 1
1.65
a
A 5
,16
b
B 4
,10
b
B 5
,73
a
0
2
4
6
8
10
12
14
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Pes
o de
frut
os m
adur
os (k
g/pl
anta
)
maio
agosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05)..
Figura 21. Peso de frutos maduros colhidos por planta em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).
O peso de frutos maduros colhidos por planta refletiu
apenas os resultados verificados para número de frutos maduros por
planta, uma vez que o peso médio do fruto não foi afetado pelo
número de frutos por planta.
As plantas conduzidas com 8 ramos/1,50 m produziram
maior peso de frutos em todas as épocas de poda.
70
Independente do número de ramos/espaçamento, a poda
realizada em agosto destacou-se por resultar em maior peso de frutos,
seguida da poda de outubro e, por último, a poda em maio.
As respostas às épocas de poda foram semelhantes às que
têm sido obtidas a céu aberto. Rigitano e Ojima (1963) testaram podas
entre maio e setembro, em figueiras cultivadas no estado de São
Paulo. Obtiveram os maiores rendimentos com a poda de agosto,
seguido pela poda de julho. Sampaio et al. (1981) podaram figueiras
em março, agosto e dezembro. Obtiveram os maiores rendimentos nas
plantas podadas em agosto, sendo que as podadas em março sofreram
uma interrupção na produção durante os meses de inverno.
Norberto (1999) testou podas a intervalos de 15 dias,
irrigação e aplicação de cianamida hidrogenada na produção de figos
verdes em Lavras, MG. Concluiu que a melhor época de poda foi 15
de abril, com aplicação de cianamida hidrogenada a 2 %. As maiores
produções por planta, entretanto, foram verificadas em podas
realizadas entre 30 de maio e 15 de agosto.
Oliveira et al. (2002) avaliaram a produção de figueiras
podadas em 24 de março, 24 de maio e 23 de junho, tendo obtido os
maiores rendimentos quando a poda foi realizada em junho.
Assim como aconteceu para peso de frutos maduros
colhidos por planta, também para peso por hectare foi significativa a
interação épocas de poda x número de ramos/espaçamento (Apêndice
2G e Figura 22).
71
B 1
6,68
a
C 1
6,52
a
A 43
,14
a
A 38
,11
b
B 3
0,38
a
B 2
1,21
b
0
10
20
30
40
50
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Pes
o de
frut
os m
adur
os (t
/ha)
maioagostooutubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula (na comparação de épocas de poda entre plantas conduzidas com mesmo número de ramos/espaçamento) e não sucedidas da mesma letra minúscula (na comparação de número de ramos/espaçamento entre plantas podadas na mesma época) diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 22. Peso de frutos maduros colhidos por hectare em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Em decorrência do resultado para peso de frutos por
planta, as plantas podadas em agosto apresentaram maior peso de
frutos por hectare, seguidas das podadas em outubro e, com menor
rendimento, as podadas em maio.
A poda de maio, no entanto, apresentou um maior número
de figos colhidos verdes por ramo no momento da poda do próximo
ciclo (Figura 24). Admitindo que essa poda fosse retardada para final
de julho (final do período viável de maturação de frutos verificado nas
72
demais épocas, onde não houve diferença no número de frutos verdes
colhidos por ramo), a poda de maio teria um incremento médio de 3,5
frutos maduros por ramo, com aumento de cerca de 4,7 t.ha-1 na
produção obtida.
Já na comparação dos pesos em função do número de
ramos/espaçamento, lembrando que a densidade de ramos estabelecida
foi fixada em 28.070 ramos.ha-1, através do aumento proporcional do
número de ramos e do espaçamento na linha, as plantas conduzidas
com 8 ramos/1,50 m, podadas em agosto, mantiveram a superioridade,
com 43,14 t.ha-1; as podadas em maio não diferiram entre si; e, com a
poda em outubro, as plantas mais produtivas passaram a ser as
conduzidas com 4 ramos/0,75 m.
O rendimento de frutos maduros em ambiente protegido
foi superior aos obtidos a céu aberto. Segundo a Cati (2002) a média
mundial de rendimento de figos maduros a céu aberto é de 28,64 t.
ha-1. No Brasil, segundo Chalfun et al (1998), o rendimento máximo
pode chegar a 20 a 30 t.ha-1, em pomares bem conduzidos, a partir dos
6 anos de idade. No Rio Grande do Sul, dados da Emater (2002)
apresentam um rendimento máximo de 15 t.ha-1, verificado em um
município, isoladamente. Nos demais municípios, o rendimento
raramente ultrapassa a 5 t.ha-1 (semelhante ao rendimento obtido
apenas com o aproveitamento de figos verdes no final da safra neste
experimento).
A produção de 43.14 t.ha-1, com plantas aos 2 anos,
representa um acréscimo de 43 % em relação aos máximos
rendimentos alcançados a céu aberto no Brasil. Em Passo Fundo,
Nienow e Sacomomori (2001) obtiveram produção de 22,79 t.ha-1 de
figos maduros, em cultivo a céu aberto, com plantas aos 5 anos de
73
idade, representando um acréscimo, com o cultivo em ambiente
protegido e uso de fertirrigação, de 89,3 % no rendimento.
Este rendimento ainda pode aumentar nos próximos ciclos.
Rigitano (1957) obteve aumento na produção de figos maduros de
9.039 kg.ha-1 com plantas aos dois anos de idade para 15.990 kg.ha-1
aos 4 anos, indicando aumento no rendimento com a maturidade das
plantas.
3.3.3.4 Distribuição da colheita
A produção mensal (em peso) acumulada de frutos
maduros mostrou efeito significativo da interação épocas de poda x
número de ramos/espaçamento x mês (Apêndice 2H).
O volume mensal acumulado de colheita demonstrou um
comportamento linear até o final da safra para todos os tratamentos
(Figura 23).
Analisando a distribuição mensal da colheita (Tabela 6),
constata-se que picos de colheita ocorreram, nas podas de maio e
agosto, em fevereiro e março e, na poda de outubro, em março.
Analisando-se conjuntamente a emissão mensal de frutos
(Tabela 4) e a distribuição mensal da colheita (Tabela 6) constata-se
que os picos de colheita ocorreram entre o 2º e o 3º mês após o pico de
emissão nas podas de maio e agosto, e entre o 1º e 2º mês na poda de
outubro.
74
M
édia
s nã
o an
tece
dida
s da
mes
ma
letr
a m
aiús
cula
na
linha
e n
ão s
uced
idas
da
mes
ma
letr
a m
inús
cula
na
colu
na d
ifere
m e
ntre
si p
elo
test
e de
Tuk
ey (p�
0,0
5).
* Si
gnifi
cativ
amen
te m
aior
, na
com
para
ção
do n
úmer
o de
ram
os/e
spaç
amen
to e
ntre
pla
ntas
pod
adas
na
mes
ma
époc
a.
Tab
ela
6.
Dis
trib
uiçã
o m
ensa
l da
colh
eita
de
frut
os m
adur
os (
t/ha)
em
fig
ueir
as c
v. R
oxo
de V
alin
hos,
com
2 a
os
de id
ade,
sub
met
idas
a d
ifer
ente
s ép
ocas
de
poda
e n
úmer
o de
ram
os c
ombi
nado
com
esp
açam
ento
s, e
m
ambi
ente
pro
tegi
do (P
asso
Fun
do, R
S - s
afra
200
1/20
02)
Peso
de
frut
os (t
/ha-1
)
(4ra
mos
/ 0,7
5m)
(8ra
mos
/1,5
0m)
Épo
cas d
e po
da
Épo
cas d
e po
da
ME
SES
Mai
o A
gost
o O
utub
ro
Mai
o A
gost
o O
utub
ro
Jane
iro
B 0
,351
d
A
3,11
9 cd
B
0,0
00 d
B
0
,138
c
A
2,61
0 cd
B
0,0
00 d
Feve
reir
o B
6,0
49 a
A
9,
023
a C
1,8
37 c
d B
5
,942
a
A 1
0,25
4 b
C 0
,479
d
Mar
ço
C 4
,900
ab
B 1
1,34
4 a
A 1
3,94
5 a*
B
5
,056
a
A 1
2,85
0 a
C 8
,962
a
Abr
il A
3,3
53 b
c
A 4
,978
bc
A 4
,754
b
A 3
,396
ab
A 4
,357
c
A 3
,553
bc
Mai
o B
1,8
65 c
d A
B 2
,572
cd
A 4
,311
bc
B
2,1
45 b
c A
B 3
,700
c
A 4
,613
b
Junh
o B
0,0
00 d
A
B 1
,200
d
A 3
,021
bc
NS
0,0
00 c
0,9
72 d
1,8
66 c
d
Julh
o C
0,0
00 d
A
5,
982
b B
2,5
15 b
cd
B
0,0
00 c
A
8,3
66b*
B
1,7
39 c
d
74
75
(4/0,75): y = 0,1233x - 4591,8 R2 = 0,9586
(8/1,50): y = 0,1248x - 4647,6 R2 = 0,9594
0
10
20
30
40
50
dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02
Pro
duçã
o ac
umul
ada
de fr
utos
(t/h
a)
Maio (4 / 0,75) Maio (8 / 1,50) (4/0,75) (8/1,50)
(4/0,75): y = 0,1858x - 6916,6 R2 = 0,9391
(8/1,50): y = 0,2084x - 7756,9 R2 = 0,9439
0
10
20
30
40
50
dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02
Pro
duç
ão a
cum
ula
da
de
frut
os
(t/h
a)
Ago. (4 / 0,75) Ago. (8 / 1,50) (4/0,75) (8/1,50)
(4/0,75): y = 0,1675x - 6236,5 R2 = 0,9315
(8/1,50): y = 0,1183x - 4406,9 R2 = 0,936
0
10
20
30
40
50
jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02
Pro
duçã
o ac
umul
ada
de fr
uto
s (t
/ha)
Out. (4 / 0,75) Out. (8 / 1,50) (4/0,75) (8/1,50)
Figura 23. Peso mensal acumulado de frutos maduros colhidos por hectare em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).
Prod
ução
cum
ulad
a de
fr
utos
(t.h
a-1)
Prod
ução
cum
ulad
a de
fr
utos
(t.h
a-1)
Prod
ução
cum
ulad
a de
fr
utos
(t.h
a-1)
76
3.3.4 Produção de frutos verdes
O objetivo central desta pesquisa é a produção de figos
maduros em ambiente protegido, de maior valor no mercado. Assim, a
produção de figos verdes, decorreu do aproveitamento de frutos
impedidos de amadurecer, seja pela realização da poda para o próximo
ciclo ou pela ocorrência de temperaturas baixas.
Houve efeito significativo apenas da época de poda sobre
o número de frutos verdes colhidos por ramo (Apêndice 2I e Figura
24) e o peso de frutos verdes por hectare (Apêndice 2I, e Figura 25). A
7,1
B 3
,5
B
4,0
012345678
Núm
ero
de
fru
tos
verd
es/r
amo
maio
agosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 24. Número de frutos verdes colhidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002).
A poda de maio propiciou o maior número de figos verdes
colhidos por ramo atingindo um rendimento de 6,9 t.ha-1. Não houve
diferenças para o número de frutos verdes e peso por hectare entre as
podas de agosto e outubro.
77
A 6
,9
B 3
,6
B 3
,9
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Pro
duç
ão d
e fr
uto
s ve
rdes
(t.h
a-1)
maio
agosto
outubro
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p� 0,05).
Figura 25. Peso de frutos colhidos verdes por hectare de figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
A maior produção de figos verdes com a poda em maio se
justifica porque quando foi realizada a poda para o próximo ciclo, em
maio/2002, as plantas ainda não haviam finalizado o ciclo em
andamento. Considerando-se que não houve diferença no número de
frutos verdes colhidos entre as podas de agosto e outubro, admite-se
que as plantas podadas em maio também atingiriam o mesmo número
de frutos verdes por ramo se a poda fosse retardada para o final de
julho (final do ciclo de maturação viável de frutos verificado),
permitindo maior produção de figos maduros.
78
3.4 Aspecto produtivo qualitativo
3.4.1Classificação dos frutos maduros por tamanho
A análise de variância não revelou efeito significativo dos
tratamentos sobre a classificação por tamanho dos frutos colhidos
maduros (Apêndice 2J), mas houve uma tendência da poda de maio
produzir frutos menores, conforme pode ser observado na Figura 26,
do percentual de frutos classificados como grandes ou CAT II
(comprimento entre 57 e 61 mm e diâmetro entre 55 e 64 mm), e na
Figura 27, somando grandes - CAT II + médios - CAT III
(comprimento entre 47 e 61 mm e diâmetro entre 45 e 64 mm).
NS
9,
10
N
S
12,7
0 n
s
14,
97
17,
73
ns
13,4
7
16,7
3
ns
010
2030
405060
7080
90100
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Per
cent
ual d
e fr
utos
CAT
II
(gra
ndes
)
maio
agostooutubro
NS: diferença não significativa entre plantas podadas em épocas diferentes e conduzidas com o mesmo número de ramos/espaçamento.
ns: diferença não significativa entre plantas conduzidas com diferentes números de ramos/espaçamentos, podadas na mesma época.
Figura 26. Percentual de frutos CAT II (grandes) colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
79
NS
66,
67
NS
67,
22 n
s
90,0
0
89,
17
ns
78,3
3 93,3
3 n
s
0
10
2030
40
50
60
7080
90
100
(4 / 0,75) (8 / 1,50)
Per
cent
ual d
e fr
utos
CAT
II +
CAT
III
maioagostooutubro
NS: diferença não significativa entre plantas podadas em épocas diferentes e conduzidas com o mesmo número de ramos/espaçamento.
ns: diferença não significativa entre plantas conduzidas com diferentes números de ramos/espaçamentos, podadas na mesma época.
Figura 27. Percentual de frutos CAT II (grandes) + CAT III (médios), colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
3.4.2 Ocorrência de podridões e rachaduras
Não foi constatada a ocorrência de podridão de frutos
maduros, resultado que comprova a eficiência do ambiente protegido
em impedir a manifestação deste problema, capaz de comprometer
totalmente a produção a céu aberto. Kimati (1980) descreve o
ambiente chuvoso e com alta umidade relativa do ar como o ideal para
a ocorrência de podridões e, no cultivo em ambiente protegido, a
pluviosidade é totalmente eliminada e a umidade relativa do ar média
é menor que a verificada externamente. É provável que os tratamentos
80
destinados ao controle da ferrugem também tenham contribuído para
evitar a manifestação da doença.
A partir da segunda quinzena de março, entretanto, foi
constatada a ocorrência de rachaduras na região do ostíolo dos frutos.
A incidência de rachaduras atingiu 26,3 % dos frutos
colhidos a partir dessa época nas plantas podadas em agosto, 22,9 %
dos frutos nas plantas podadas em outubro e 20 % dos frutos nas
podadas em maio não sendo, as diferenças entre os tratamentos,
estatisticamente significativas (Apêndice 2K).
Quando considerado o total de frutos colhidos na safra, o
percentual de incidência de rachaduras foi de 15,5 % na poda de
outubro, 14,6 % na poda de agosto e 9,1 % na poda de maio, o que
também não representou diferença estatística entre os tratamentos
(Apêndice 2K e figura 28). Estes percentuais indicam uma tendência
de, com as podas mais tardias, aumentar o percentual de frutos
colhidos rachados. Isto se deve ao fato de, nas podas mais tardias, a
maior proporção de frutos maduros ter sido colhida no período de
ocorrência do problema.
A causa para as rachaduras pode ter sido ambiental e estar
relacionada a diferentes fatores, dentre os quais destacam-se as altas
temperaturas registradas no interior da estufa durante a fase de
formação, inchamento e maturação dos frutos ou ser de origem
fitossanitária, ou ainda, resultar da ação conjunta destes e outros
fatores.
Simão (1971) afirma que temperatura acima de 42 ºC pode
alterar a consistência da casca dos frutos e, no mês de março/2002,
período de surgimento das rachaduras, a média das temperaturas
máximas registradas na estufa esteve acima de 35 ºC e a média das
mínimas, próximo aos 20 ºC, sendo o mês de temperaturas mais altas
registradas durante a colheita (Apêndice 1B).
81
14,6
15,1
NS
9,1
0102030405060708090
100
Per
cen
tual
de
fru
tos
rach
ado
s so
bre
o to
tal
de
frut
os
co
lhid
os n
a sa
fra
maioagostooutubro
NS: diferença não significativa entre plantas podadas em épocas diferentes.
Figura 28. Percentual de frutos com rachaduras sobre o total de frutos colhidos na safra em figueiras cv. Roxo de Valinhos, com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
A causa fitossanitária está relacionada com danos
provocados por ácaros, pois houve incidência desta praga sobre frutos
na primeira quinzena de março. Souza e Reis (1997) descrevem o
ataque de ácaros em figueiras causando bronzeamento na casca dos
frutos, com ataques mais severos em climas secos e altas
temperaturas. Não há referências a rachaduras como conseqüência,
mas como a casca é afetada e uma maior incidência de rachaduras foi
observada nas parcelas onde iniciou o ataque dos ácaros, estabeleceu-
se esta relação.
3.4.3 Acidez (pH) e sólidos solúveis totais (SST)
O pH e SST dos frutos maduros não foram afetados pelas
diferentes épocas de poda e número de ramos/espaçamento utilizado
(Apêndice 2L), oscilando, o pH, entre 5,03 e 5,27, e o teor sólidos
solúveis totais entre 14,6 e 15,9 ºBrix.
82
Os valores de pH obtidos estão abaixo dos citados por
Almeida e Martin (1997) para figos produzidos no Brasil, entre 5,5 e
6,0. Bostan et al. (1999), Koyuncu (1999), Koyunku et al. (1999) e
Oseker e Isfendiyaroglu (1999), no entanto, relatam pH entre 4,2 e 5,9
e teores de SST entre 11,90 e 27,6, verificados em figos produzidos
em diferentes regiões da Turquia, onde os frutos são considerados de
alta qualidade.
83
4 CONCLUSÕES
Nas condições em que a pesquisa foi conduzida, os
resultados obtidos permitem concluir que:
1. O cultivo da figueira cv Roxo de Valinhos em
ambientes protegidos mostrou-se tecnicamente viável na região de
Passo Fundo, RS.
2. Com o ambiente protegido, foi possível ampliar o
período da safra, antecipando o início para as primeiras semanas de
janeiro e retardando em até 3 meses o final da colheita, que ocorreu
em julho.
3. O ambiente protegido, combinado com a fertirrigação,
possibilitou excelente crescimento vegetativo, considerando-se o
comprimento de até 1,40 m atingido pelos ramos, em plantas com 2
anos de idade.
4. A condução da planta com 8 ramos, o espaçamento de
1,50 m x 1,90 m, podada em 10 de agosto, apresentou melhores
resultados, proporcionando maior produção por planta e por hectare,
sem afetar o peso médio dos frutos e os aspectos qualitativos.
5. O cultivo em ambiente protegido impediu as perdas por
podridões de frutos.
84
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho permitiu uma avaliação inicial da
possibilidade de cultivo de figueiras em ambiente protegido. Estes
primeiros resultados indicam a viabilidade da tecnologia e apontam a
necessidade de continuidade das pesquisas.
A ampliação do período de safra, com o uso de ambiente
protegido, e a inviabilidade da poda em maio ficaram evidentes, mas
acredita-se que com podas em épocas intermediárias (sugere-se final
de junho) e uso de quebra de dormência com produtos químicos, o
início da colheita possa ter antecipação maior, ampliando o período de
colheita obtido. Outra tecnologia usada em nível de campo e que
necessita ser investigada em ambiente protegido, é o uso da oleação.
O provável acréscimo no rendimento com o aumento da
idade das plantas e uso de outros números de ramos e espaçamentos
podem otimizar o uso do espaço, aumentando as chances de
viabilidade da tecnologia. O aspecto geral das plantas e o espaço entre
linhas observado no final deste experimento indicam a possibilidade
de conduzir um maior número de ramos por planta, aumentando o
rendimento obtido por área construída.
Alguns problemas constatados, entretanto, precisam ser
estudados em maior profundidade antes de recomendar o uso da
tecnologia em larga escala: a alta incidência de ferrugem constatada
no período de colheita pode se tornar um fator limitante; a ocorrência
de dano provocado por ácaros, praga pouco comum em figueiras
cultivadas a céu aberto, também é um fator que requer atenção.
Os resultados econômicos proporcionados pelo aumento
do rendimento, ampliação do período da colheita e redução dos riscos
de perda de frutos por podridão também precisam ser analisados em
85
conjunto com o custo das instalações, para determinar a viabilidade
econômica da tecnologia.
87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAHÃO, E.; CHALFUN, N. N. J.; ALVARENGA, A. A.; REGINA, M. A. Influência de diferentes tipos de poda na formação e produção da figueira cultivar Roxo de Valinhos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 10, 1989, Fortaleza. Anais... Fortaleza: SBF, 1989. p. 30.
ALPI, A.; TOGNONI, F. Cultura em estufa. Eduardo Nogueira e Conceição Jardim.(Trad) Lisboa: Editorial Presença, 1983. 201p.
ALMEIDA, M. E. M de; MARTIN, Z. J. de. A industrialização do figo. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 188, p. 14-21, 1997.
ALMEIDA, M. de M.; SILVEIRA, E. T. da. Tratos culturais na cultura da figueira no sudoeste de Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 188, p. 27-33, 1997.
AMARO, A. A. Comercialização de figo. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 188, p. 49-56, 1997.
ANDRIOLO, J. L.; DUARTE, T. S.; LUDKE, L.; SKREBSKY, E. C. Crescimento e desenvolvimento do tomateiro cultivado em substrato com fertirrigação. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 1, p. 28-32, 1997.
ANTUNES, L. E. C.; ABRAHÃO, E.; SILVA, VALTER J. da. Caracterização da cultura da figueira no estado de Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 188, p. 43-44, 1997.
BEZERRA, J. E. F.; GONZAGA NETO, L.; ABRAMOF, L.; DANTAS, A. P. Influência do número de ramos frutíferos na produção de figos verdes na var. Roxo de Valinhos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 8, 1986, Brasília. Anais... Brasília: Embrapa-DDT/CNPq, v. 2, 1986. p. 273-279.
BOSTAN, S. Z.; ISLAM, A.; AYGÜN, A. A study on pomolocical characteristics of local fig cultivars in northern Turkey. Acta Horticulturae, n. 480, p. 71-73. 1998. Resumo n. 8449 em Horticultural Abstracts, v. 69, n. 10, p. 1123, 1999.
88
BOTTI, C.; MUCHNIK, E. Fig production in Latin America. Acta Horticulturae, n. 480, p. 37-41, 1998.
BRASIL, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO. SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR. Exportações de frutas. Disponível em: <http://www.fruticom.com.br/ exportações/frutas>. Acesso em: 10/05/2001.
BRINGHENTI, E. Influência do número de ramos básicos, e da irrigação, na produção de figo verde (Ficus carica L.) da cultivar Roxo de Valinhos. 1980. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 1980. 48p.
BURIOL, G. A.; SCHNEIDER, F. M.; ESTEFANEL, V.; ANDRIOLO, G. L.; MEDEIROS, S. L. P. Modificação na temperatura mínima do ar causada por estufas de polietileno transparente de baixa densidade. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 43-49, 1993.
CAMACHO, M. J. C. Avaliação de parâmetros meteorológicos em estufas plásticas na região de Pelotas, RS. 1994. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 1994. 56p.
CATI/SP. Produção integrada de figo: produção mundial e brasileira. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetos/PIF/ figo/producao _mundial_brasileira. htm>. Acesso em: 18/ 12/2002.
CHALFUN, N. N. J.; PASQUAL, M.; HOFFMANN, A. Cultura da figueira. In: Fruticultura comercial: frutíferas de clima temperado. Lavras: Ufla/Faepe, 1998. p. 13-69.
COELHO, G. V de A.; CHALFUN, N. N. J.; MIRANDA, C. S. de; VEIGA, R. D.; GONÇALVES, F. C. Efeito da época de poda, da Cianamida Hidrogenada e da cobertura do solo na produção antecipada de figo verde da cultivar ‘Roxo de Valinhos’. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, 2002. Belém. Anais... Belém: SBF, 2002. (CD-ROM).
CRISISTO, C. H.; KADER, A. A. Figs: postharvest quality maintenance guidelines. Disponível em: <http://postharvest.ucdavis. edu/produce/producefacts/>. Acesso em: 18/12/ 2002.
89
CUNHA, G. R. Meteorologia: fatos e mitos. Passo Fundo: Embrapa-CNPT, 1997. 268p.
DOMINGUEZ, A. F. La higuera. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, 1990. 190p.
EL-KASSAS, S. E.; AMIN, K. I. A; MOSTAFA, F. M. A; SHAABAM, M. M. M. Response of young plants of some fig cultivars to certain horticultural practices of planting distances and pruning. Jiangsu Journal of Agricultural Sciences, Nanjing, v. 29, n. 4, p. 43-58. 1998. Resumo n. 6577 em Horticultural Abstracts, v. 69, n. 8, p. 873, 1998.
FAO. DATABASE/AGRICULTURE. Disponível em: <http://www. fao.org./statisticaldatabase/ agriculture>. Acesso em: 10/05/2001.
FARIA JUNIOR, M. J. A.; ARAÚJO, J. A. C.; SENO, S. Monitoramento de alguns parâmetros climáticos em estufas modelo capela e arco, cobertas com filme de polietileno. Revista Cultura Agronômica, Ilha Solteira, v. 6, n. 1, p. 13-28, 1997.
FARIAS, J. R. B. Respostas do feijão-de-vagem à disponibilidade hídrica associada a alterações micrometeorológicas em estufa plástica. 1991. Tese (Doutorado em Agronomia) – Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1991. 177p.
FARIAS, J. R. B.; BERGAMASCHI, H.; MARTINS, S. R.; BERLATO, M. A.; OLIVEIRA, A. C. B. Alterações na temperatura e umidade relativa do ar provocadas pelo uso de estufa plástica. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 51-62, 1992a.
FARIAS, J. R. B.; BERGAMASCHI, H.; MARTINS, S. R.; BERLATO, M. A. Efeito da cobertura plástica de estufa sobre a radiação solar. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 31-36, 1992b.
FERRARA, E. Forzatura localizzata del fico per la produzioni di fioroni. Informatore Agrario, Bari, v. 55, n. 25, p. 33-34. 1999. Branch end forcing of fig trees for the production of fruit (synconia). Resumo n. 9286 em Horticultural Abstracts, v. 69, n. 11, p. 1236, 1999.
90
FRANCO, J. A. M.; PENTEADO, S. R. Cultura da figueira. In: PENTEADO, S.R. Fruticultura de clima temperado em São Paulo. Campinas: Fundação Cargill, 1986. p.113-129.
FREITAS, J. C. de; AGOSTINI, L. A.; MATSUOKA, S.; JUNIOR, P. C.; GARCIA, A. A. F.; OLIVEIRA, S. H. F. de. Controle da ferrugem branca do crisântemo (Puccinia horiana) em condições de casas de vegetação com diferentes mantas de cobertura. Summa Phytophatologica, Brasília, v. 23, p. 268-271, 1997.
FUMIS, T. F.; SAMPAIO, A. C.; OLIVEIRA, O. M.; LEONEL, S. Épocas de poda e cobertura morta sobre a produtividade e sazonalidade do figo cv. Roxo de Valinhos- 1. Figo Verde. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, 2002. Belém, Anais... Belém: SBF, 2002. (CD-ROM).
FURLAN, R. A.; FOLWGATTI, M. V.; SENTELHAS, P. C. Efeito da nebulização e ventilação natural na redução da temperatura do ar em ambiente protegido. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 9, n. 2, p. 181-186, 2001.
GALLO, D.; NAKANO, O.; NETO, S. S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C.; FILHO, E. B.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIM, J. D. Pragas das frutíferas – Figueira (Ficus carica L). In: Manual de entomologia agrícola. 2. ed. São Paulo: Ceres, 1988. p. 465-468.
GOTO, R. Plasticultura nos trópicos: uma avaliação técnico- econômica. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, p. 163-165, 1997 (suplemento).
HARTMANN, H. T.; KESTER, D. E. Propagación de Plantas. Principios y Practicas. 2. ed. Compania Editorial Continental, 1980. 814p.
HERTER, F. G.; REISSIAR JR, C. Balanço térmico em estufas plásticas em Pelotas, RS. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 5, n. 1, p. 60, 1987.
IBGE. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, v. 56, 1996. p. 33.
91
INFOAGRO. El cultivo de la higuera breval. Disponível em: <http:// www.infoagro.com/frutas/frutas_tradicionales/breva.htm>. Acesso em: 21/12/2002.
JANICK, J.; AIT-OUBAHOU, A. Grenhouse production of banana in Marocco. Hortiscience, v. 24, n. 1, p. 22-27, 1989.
JOÃO, P. L.; ROSA, J. I. da; FERRI, V. C.; MARTINELLO, M. D. (Org.) Levantamento da fruticultura comercial do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Emater/RS – Ascar, 2002. 80 p.
JUNQUEIRA, M. R.; GUERRA, J. G. M.; BUSQUET, R. N. B.; VASCONCELLOS, M. A. S.; RIBAS, R. G. T.; OLIVEIRA, F. L. Efeitos de tipos de cobertura de solo no desenvolvimento vegetativo e produtivo da figueira sob manejo orgânico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, 2002, Belém. Anais... Belém: SBF, 2002. (CD-ROM).
KIMATI, H. Doenças da figueira – Ficus carica L. In: GALLI, F. Manual de Fitopatologia : Doenças das plantas cultivadas. v. 2, São Paulo: Ceres, 1980. p. 319-323.
KOYUNCU, M. A. A study on some fruit characteristics in local fig cultivars grown in Hilvan (Urfa, southern Turkey). Acta Horticulturae, n. 480, p. 83-85. 1998. Resumo n. 8450 em Horticultural Abstracts, v. 69, n. 10, p. 1123, 1999.
KOYUNCU, M. A.; BOSTAN, S. Z.; ISLAM, A.; KOYUNCU, F. Investigations on some physical and chemical characteristics in fig cultivars grown in Ordu. Acta Horticulturae, n. 480, p. 133-136. 1998. Resumo n. 8448 em Horticultural Abstracts, v. 69, n. 10, p. 1123, 1999.
MAGALHÃES, A. C. N. Fotossíntese. In: FERRI, M. G. (Coord). Fisiologia Vegetal. v. 1, São Paulo: Edusp, 1979. p. 117-166.
MAIORANO, J. A.; ANTUNES, L. E. C.; REGINA. M. de A.; ABRAHÃO, E.; PEREIRA, A. F. Botânica e caracterização de cultivares de figueira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 188, p. 22-24, 1997.
MANICA, I.; FERREIRA, A. A.; SILVA, A. R. D. da; SILVEIRA JÚNIOR, P.; FACHINELLO, J. C. Influência de figueiras (Ficus
92
carica L.) cv. São Pedro, conduzidas com 12, 15 e 18 ramos, no desenvolvimento, produção e qualidade de seus frutos. Revista Ceres, Viçosa, v. 25, n. 142, p. 610-13, 1978.
MÂNICA, IVO; PINHEIRO, RUBENS V. R.; CONDÉ, ALCIDES, R.; PINTO, GERALDO L. Influência de óleos vegetais no apressamento da maturação de figos (Fícus carica L.) cv. Roxo de Valinhos. Ceres, Viçosa, v. 19, n. 102, p. 119–123, 1972.
MARTINS, S. R.; Desafios da plasticultura brasileira: limites sócio-econômicos e tecnológicos frente as novas e crescentes demandas. Horticultura Brasileira. v. 14, n. 2, p. 133-138, 1996.
MARTINS, S. R.; FERNANDES, H. S.; POSTINGHER, D. ; SCHWENGBER, J. E.; QUINTANILLA, L. F. Avaliação da cultura do pepino (Cucumis sativus, L.), cultivado em estufa plástica, sob diferentes tipos de poda e arranjos de plantas. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 1, n. 1, 1995.
MARTINS, S. R.; GONZALEZ, J. F. Avaliação do resfriamento em estufa plástica mediante sistema de ventilação e nebulização. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 3, p. 13-18, 1995.
MATSUURA, K; TANABE, K; TAMURA, F; ITAI, A. Distribution of 13C administered to a leaf of a bearing shoot of fig trees during the fruit enlargement and maturation stages at the lower nodes. Journal of the Japanese Society forHorticultural Science. Tokyo, v. 70, n. 4, p. 466-472, 2001a.
MATSUURA, K; TANABE, K; TAMURA, F; ITAI, A. Storage and translocation of 13C-photosynthates from 'Masui Daufine' fig (Ficus carica L.) leaves administered 13CO2 in autumn. Journal of the Japanese Society for Horticultural Science. Tokyo, v. 70, n. 1, p. 66-71, 2001b.
MEDEIROS, A. R .M. de. A cultura da figueira. Pelotas: Embrapa-CNPFT, 1987. 20 p. (Circular Técnica, 13).
MOSCHINI, E. Introdução. In: ALPI, A.; TOGNONI, F. Cultura em estufa. Trad. Eduardo Nogueira e Conceição Jardim. Lisboa: Editorial Presença, 1983. p. 7-9.
93
MOTA, F. S.; BEIRSDORF, M. I. C.; GARCEZ, J. R. B. Zoneamento agroclimático do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Porto Alegre: Ministério da Agricultura, Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária do Sul, v.1, 1970. 80p. (Circular, 50).
MOTA , F. S. da. Mapeamento de horas de frio para indicação do cultivo de frutíferas criófilas no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 14, n. 1, p. 83-88, 1992.
NASCIMENTO, A. L. C.; SILVA, I. J O. Alterações microclimáticas de uma estufa em função da altura do pé direito, na primavera e no verão. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 29, 2000. Disponível em: <http://www.kramuiao.hpg.ig. com. br/publicated.htm>. acesso em: 08/09/02.
NIENOW, A. A.; SACOMORI, M. D. F. Crescimento e produção da figueira cv. Roxo deValinhos conduzida com diferente número de ramos. Passo Fundo, RS. In: REUNIÃO TÉCNICA DE FRUTICULTURA, 6, 2001, Bagé. Disponível em: http://www. fepagro.rs.gov.br/fruti/traba/PROD02.doc>. Acesso em: 15/03/2002.
NORBERTO, P. M. Efeitos da época de poda, cianamida hidrogenada, irrigação e ácido indol butírico na colheita antecipada e enraizamento de estacas de figueira (Ficus carica L.). 1999. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1999.
NORBERTO, P. M.; CHALFUN, N. N. J.; PASQUAL, M.; VEIGA, R. D.; MOTA, J. H. Efeito da época de poda, cianamida hidrogenada e irrigação na produção antecipada de figos verdes. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 36, n. 11, p. 1363-1369, 2001.
OLIVIERA, O. M. de; SAMPAIO, A. C.; FUMIS, T. de F.; LEONEL, S. Épocas de poda e cobertura morta sobre a produtividade e sazonalidade do figo cv. Roxo de Valinhos – 2. Fruta fresca. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, 2002, Belém. Anais... Belém: SBF, 2002. (CD-ROM).
OSEKER, E.; ISFENDIYAROGLU, M. Evaluation of table fig cultivars in Cesme Peninsula. Acta Horticulturae, n. 480, p. 55-60. 1998. Resumo n. 8444 em Horticultural Abstracts, v. 69, n. 10, p. 1123, 1999.
94
PEREIRA, F. M. Efeitos dos reguladores de crescimento, ethephon e giberelina sobre a maturação de frutos da figueira (Fícus carica L.) variedade “Roxo de Valinhos”. 1979. Tese (Livre Docência). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias- Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1979.
PEREIRA, F. M. Cultura da Figueira. Piracicaba: Livroceres, 1981. 73p.
PERUZZO, E. L. Efeitos do sombreamento e da área foliar na produção e qualidade do fruto de Vitis labrusca L., cv. Niágara Rosada. 1990. Tese (Curso de Fisiologia Vegetal – Magister Scientiae) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1990. 69p.
PINHEIRO, D. Influência do número de ramos de frutificação na produção de frutos verdes em figueira (Ficus carica L.) cv. São Pedro. 1979. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 1979.
REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo: Editora Manole Ltda, 1990. 188p.
REIS, N. V. B.; HORINO, Y.; OLIVIERA,, C. A DA S.; BOITEUX, L. S. Influência dos parâmetros agrometeorológicos sobre a produção de nove genótipos de tomate plantados a céu aberto e sob proteção de estufas plásticas. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 9, n. 1, p. 55, 1991.
RIGITANO, O. A figueira cultivada no estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1955. 59p.
RIGITANO, O. Resultados experimentais relativos à poda da figueira, variedade Roxo de Valinhos. Bragantia, Campinas, v. 16, n. 9, p. 109-125, 1957.
RIGITANO, O.; OJIMA, M. Época de poda da figueira cultivada no estado de São Paulo. Braganti, Campinas, v. 22, n. 42, p. 530-536, 1963.
ROBLEDO, F. P.; MARTIN, L. V. Aplicación de los plasticos en la agricultura. 2. ed. Madri: Mundi-Prensa, 1988. 753p.
95
RODRIGUEZ, M. C.; GALÁN, V. Preliminary study of Paclobutrazol (PP333) effects on greenhouse papaya (Carica papaya L.) in the Canary Islands. Acta Horticulturae, Vitória, n. 370, p. 167-171, 1993.
SAMPAIO, A. C.; FUMIS, T. de F. OLIVEIRA, O. M. de; LEONEL, S. aspectos econômicos do figo cv. Roxo de Valinhos sob diferentes épocas de poda e cobertura morta. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, 2002, Belém. Anais... Belém: SBF, 2002. (CD-ROM).
SAMPAIO, V. R.; OLITTA, A. F.; OLIVEIRA, A. S. Épocas de poda na produção de figo irrigado por gotejamento. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Anais... Piracicaba: Esalq, v. 38, n. 2, p. 847-856, 1981.
SAMSON, J. A. Tropical Fruits. 2. ed. London: Longmans, 1986. 335p.
SANTOS, S. C.; CORRÊA, L. de S. Desenvolvimento e produção da Figueira (Ficus carica L.), cultivada em Selvíria – MS. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, n. 2, p. 213-217, 2000.
SANTOS, S. C.; CORRÊA, L. de S. Efeitos da época de poda e no número de ramos sobre o desenvolvimento e produção da figueira (Ficus carica L.), cultivada em Selvíria - MS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 15, 1998, Poços de Caldas. Resumos... Lavras: Universidade Federal de Lavras, 1998. p. 349.
SANTOS, S. C.; CORRÊA, L. de S. Épocas de poda na produção e qualidade dos frutos da figueira (Ficus carica L.) cv. Roxo de Valinhos. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 19, n. 3, p. 283-288, 1997.
SANTOS, S. C.; TARSITANO, M. A. A.; CORRÊA, L. de S. Análise econômica da figueira (Ficus carica L.) submetida a variações na época de poda e no número de ramos, na região de Selvíria - MS. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 1, p. 64-68, 2001.
SAÚCO, V. G.; CABRERA, C. J.; DELGADO, H. P. M. Phenological and production diferences between greenhouse and open- air bananas in Canary Islands. Acta Horticulturae, v. 296, p. 97-111, 1992.
96
SAÚCO, V. G. Cultivo de frutas em ambientes protegidos: abacaxi, banana, carambola, cherimóia, lichia, mamão, manga, maracujá, nêspera. Editor: Ivo Mânica. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2002. 85p.
SCHIEDECK, G.; MIELE, A.; BARRADAS, C. I. N.; MANDELLI, F. Fenologia da videira Niágara Rosada, cultivada em estufa e a céu aberto. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 5, n. 2, p. 199-206, 1997.
SCHIEDECK, G.; MIELE, A.; BARRADAS, C. I. N.; MANDELLI, F. Maturação da uva Niágara Rosada cultivada em estufa de plástico e a céu aberto. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v. 29, n. 4, p. 629-633, 1999.
SCHNEIDER, F. M.; BURIOL, G. A.; ANDRIOLO, J. L.; ESTEFANEL, V.; STRECK, N. A. Modificação na temperatura do solo causada por estufas de polietileno transparente de baixa densidade em Santa Maria, RS. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 37-42, 1993.
SCHUCK, E. Efeitos da plasticultura na melhoria da qualidade de frutas de clima temperado. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 5, 2002. Fraiburgo. Anais... Caçador: Epagri, 2002. p. 203-214.
SEPULVEDA, G.; KLIEWER, W. M.; RYUGO, K. Effect of high temperature on grapevines (Vitis vinifera L.). II. Distribution of soluble sugars. American Journal of Enology and. Viticulture, Davis, v. 37, n. 1, p. 20-25, 1986.
SIMÃO, S. Manual de Fruticultura. São Paulo: Editora Ceres, 1971. p. 291-309.
SOUZA, J. C. de; REIS, P. R. Pragas da figueira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 18, n. 188, p. 44-49, 1997.
SOUSA, J. S. INGLEZ de. Poda das plantas frutíferas. 14. ed. São Paulo: Nobel, 1990. 224p.
TAPIA, G. J. Filmes térmicos para invernaderos. Revista de Los Plásticos Modernos, Barcelona, v. 295, p. 75-82, 1981.
97
UFLA. Tecnologias de produção de frutas de clima temperado. In: Fruticultura: Tecnologias de produção, gerenciamento e comercialização, 1. ed. 1999. (CD-ROM).
VENEGA, M. F.; CORRÊA, L. S. Distribuição do sistema radicular da figueira (Ficus carica L.) cultivada num latossolo vermelho escuro, na região de Selvíria – MS. Revista Cultura Agronômica, Ilha Solteira, v. 7, n. 1, p. 65-72, 1998.
98
APÊNDICES
99
Apêndice 1A. Temperatura mensal normal histórica e médias mensais das temperaturas máxima, mínima e média registradas no ambiente externo em Passo Fundo, RS (Embrapa-Trigo, 2002)
Temperaturas ambientes
0
5
10
15
20
25
30
35m
ai/0
1ju
n/01
jul/0
1ag
o/01
set/0
1ou
t/01
nov/
01de
z/01
jan/
02fe
v/02
mar
/02
abr/0
2m
ai/0
2ju
n/02
jul/0
2ag
o/02
set/0
2
tem
p. m
édia
s m
ensa
is (º
C)
média das máximas média das mínimasmédia das médias Normal histórica
100
Interior da estufa
0
5
10
15
20
25
30
35
40
jun/
01ju
l/01
ago/
01se
t/01
out/0
1no
v/01
dez/
01ja
n/02
fev/
02m
ar/0
2ab
r/02
mai
/02
jun/
02ju
l/02
ago/
02S
et-0
2
tem
p. m
édia
s m
ensa
is (º
C)
média das mínimas média das máximas média das médias
Apêndice 1B. Temperaturas médias mensais (máxima, mínima e média) registradas no interior da estufa durante o experimento – (UPF/FAMV. Passo Fundo- 2001/ 2002)
101
Apêndice 1C. Temperatura média mensal (máxima e mínima) registradas no interior de uma estufa sob cultivo de figueiras e diferença das médias mensais (das máximas, médias e mínimas) no ambiente externo (Passo Fundo, RS; Safra 2001/2002)
Temperaturas registradas na estufa
Diferenças
(estufa -ambiente) Meses máximas mínimas máximas mínimas médias
jun/01 28,0 9,0 8,83 -0,74 1,62
jul/01 28,7 8,7 9,38 -2,21 2,12
ago/01 30,4 11,9 7,73 -0,51 1,66
set/01 27,4 14,0 7,25 2,05 1,35
out/01 31,8 14,6 7,12 0,72 2,74
nov/01 36,9 16,8 9,41 1,00 3,73
dez/01 37,0 16,7 9,36 0,95 3,57
jan/02 35,8 17,7 7,99 0,87 3,20
fev/02 36,4 17,0 9,04 1,11 3,67
mar/02 36,8 20,0 7,88 1,41 2,86
abr/02 33,5 16,6 7,72 1,07 2,69
mai/02 30,6 13,5 8,23 0,59 2,35
jun/02 26,2 10,2 7,75 1,08 2,58
jul/02 26,7 9,4 8,40 0,62 2,18
ago/02 28,3 11,2 7,86 -0,12 2,29
set/02 30,7 9,8 10,72 0,73 3,91
102
Apêndice 1D. Méd Médias mensais de umidade relativa do ar verificadas no interior da estufa às 15 h, 21 h e médias diárias, durante o período de realização do experimento (UPF/FAMV. Passo Fundo- 2001/ 2002)
20
30
40
50
60
70
80
90
100ju
n/01
jul/0
1
ago/
01
set/
01
out/
01
nov/
01
dez/
01
jan/
02
fev/
02
mar
/02
abr/
02
mai
/02
jun/
02
jul/0
2
ago/
02
UR
A (%
)
média das médias média 15 h média 21 h
103
Apêndice 2A. Resumo da ANOVA para o comprimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido, (Passo Fundo, RS- safra 2001/2002)
Comprimento mensal acumulado dos ramos FV GL
QM p Bloco 2 794,202 0,064 Época poda 2 2496,820 0,009 Erro 1 4 134,680 Nº ramos/Espaçamento 1 1159,158 0,096 Erro 2 2 131,038 Meses após poda 6 15387,851 0,000 Erro 3 12 216,826 Época poda x Nº ramos/ Espaç. 2 684,009 0,004 Época poda x Meses após poda 12 774,059 0,000
Meses após poda x Nº ramos/ espaç.
6
31,653
0,941
Meses após poda x Época poda X nº ramos/espaç.
12
26,523
0,995
Erro 4 64 110,358
TOTAL 125 CV 1 (%) 13,17 CV 2 (%) 12,99 CV 3 (%) 16,71 CV 4 (%) 11,92
DESDOBRAMENTO (MESES APÓS PODA x ÉPOCA PODA) Época poda FV GL QM p
Regressão linear 1 13282,372 0,00 Regressão quadrática 1 102,890 0,33 M
aio
Regressão Cúbica 1 324,660 0,09
Regressão linear 1 31907,039 0,00 Regressão quadrática 1 449,990 0,05
Ago
sto
Regressão Cúbica 1 1100,359 0,00
Regressão linear 1 49916,353 0,00 Regressão quadrática 1 4540,261 0,00
Out
ubro
Regressão Cúbica 1 1289,887 0,00
104
Apêndice 2B. Resumo da ANOVA para o desdobramento da interação dos efeitos da época de poda x meses sobre o comprimento mensal acumulado dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido, (Passo Fundo, RS- safra 2001/2002)
Comprimento acumulado de ramos Meses
Nov. Jan. Maio
FV
GL QM p QM p QM p
Trat. desdob. 2 92,980 0,36 824,07 0,00 635,91 0,01 Resíduo 64 110,360 110,36 110,36
Apêndice 2C. Resumo da ANOVA para o crescimento mensal dos ramos de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Taxa de crescimento FV
GL QM p
Bloco 2 108,048 0,05 Época poda 2 114,715 0,50 Erro 1 4 16,384 Nº ramos/Espaçamento 1 29,930 0,11 Erro 2 2 3,939 Meses após poda 6 2733,684 0,00 Erro 3 12 67,297 Época x Nº ramos/ Espaç. 2 25,548 0,39 Época poda x Meses após poda 12 901,889 0,00
Meses após poda x Nº ramos/Espaçamento
6
12,360
0,83
Meses após poda x Época poda X Nº ramos/Espaçamento 12 17,741 0,77
Erro 4 64 26609
TOTAL 125 CV 1 (%) 22,69 CV 2 (%) 11,12 CV 3 (%) 45,98 CV 4 (%) 28,91
105
Apêndice 2D.
Resumo da ANOVA para o número de folhas por metro linear de ramo e número de frutos emitidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Nº de folhas /metro de ramo
Número frutos emitidos/ramo FV GL
QM p QM p Bloco 2 5,109 0,13 5,711 0,77 Época poda 2 12,341 0,04 122,749 0,01 Erro 1 4 1,456 4,445 Nº ramos/ Espaç. 1 35,001 0,20 2,722 0,52 Erro 2 2 9,842 4,421 Época poda x Nº ramos/Espaç.
2
0,771
0,66
24,202
0,00
Erro 3 4 1,682 2,232 Total 17 CV 1 (%) 4,00 9,49 CV 2 (%) 10,41 9,47 CV 3 (%) 4,31 3,36
Apêndice 2E.
Resumo da ANOVA para a taxa de frutificação e número de frutos maduros colhidos por ramo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS – safra 2001/2002)
Taxa de frutificação
Nº frutos maduros colhidos por ramo FV GL
QM p QM p Bloco 2 7,894 0,77 8,874 0,26 Época poda 2 391,074 0,02 228,591 0,00 Erro 1 4 27,631 4,509 Nº ramos/Espaç. 1 2,801 0,54 1,561 0,44 Erro 2 2 5,217 1,744 Época poda x Nº ramos/Espaç.
2
116,284
0,07 27,251 0,01
Erro 3 4 20,166 1,039
Total 17 CV 1 (%) 9,13 12,29 CV 2 (%) 3,97 7,65 CV 3 (%) 7,80 5,90
106
Apêndice 2F.
Resumo da ANOVA para o número de frutos maduros colhidos por planta e o peso médio dos frutos colhidos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Nº de frutos maduros/planta
Peso médio dos frutos maduros FV GL
QM p QM p Bloco 2 239,543 0,25 37,087 0,02 Época poda 2 919,696 0,00 128,862 Erro 1 4 120,118 3,350 Nº ramos/Espaç. 1 19286,480 0,00 6,361 0,39 Erro 2 2 11,895 5,394 Época poda x Nº ramos/Espaç.
2
2681,607
0,00 1,282 0,72
Erro 3 4 8,369 3,593
Total 17 CV 1 (%) 10,64 0,46 CV 2 (%) 3,35 4,39 CV 3 (%) 2,81 3,58
Apêndice 2G.
Resumo da ANOVA para o peso de frutos maduros colhidos por planta e por hectare de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Peso de frutos maduros/planta
Peso de frutos maduros.ha-1 FV GL
QM p QM p Bloco 2 1,681 0,07 56979504,635 0,08 Época poda 2 39,962 0,00 881824641,846 0,00 Erro 1 4 0,314 10708367,315 Nº ramos/Espaç. 1 53,941 0,00 7943035,082 0,50 Erro 2 2 0,038 11811619,818 Época poda x Nº ramos/Espaç.
2
10,472
0,00 78081679,146 0,01
Erro 3 4 0,069 3878087,930
Total 17 CV 1 (%) 10,08 11,83 CV 2 (%) 3,53 12,42 CV 3 (%) 4,71 7,13
107
Apêndice 2H. Resumo da ANOVA para a distribuição mensal da colheita de frutos em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Distribuição mensal da colheita
FV
GL
QM p Bloco 2 8,067 0,08 Época poda 2 126,406 0,00 Erro 1 4 1,520 Nº ramos/Espaçamento 1 1,215 0,48 Erro 2 2 1,643 Meses após poda 6 153,305 0,00 Erro 3 12 1,607 Época poda x Nº ramos/ Espaç. 2 32,068 0,00 Época poda x Meses após poda 12 1,647 0,19 Meses após poda x Nº ramos/Espaç. 6 10,969 0,00
Meses após poda x Época poda x Nº ramos/Espaç. 12 2,464 0,02
Erro 4 64 1,087
TOTAL 125
CV 1 (%) 31,17 CV 2 (%) 32,40 CV 3 (%) 32,06 CV 4 (%) 26,36
108
Apêndice 2I. Resumo da ANOVA para o peso de frutos verdes colhidos por ha de figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Número de frutos verdes/ramo
Peso de frutos verdes. ha-1 FV GL
QM p QM p Bloco 2 0,904 0,60 55868,722 0,95 Época poda 2 23,320 0,01 19615388,722 0,01
Erro 1 4 1,538 976993,389
Nº ramos/Espaçamento 1 0,010 0,96 54340,056 0,91 Erro 2 2 2,879 3011011,056
Época poda x Nº ramos/Espaç.
2
1,303
0,42
1330832,056
0,31
Erro 3 4 1,195 844862,055
Total 17 CV 1 (%) 25,46 20,61 CV 2 (%) 34,84 36,18 CV 3 (%) 22,44 19,17
109
Apêndice 2J. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos CAT II (grandes, com comprimento entre 57 e 61 mm e diâmetro entre 55 e 64 mm) e percentuais somadas de CAT II + CAT III (médios, com comprimento entre 47 e 56 mm e diâmetro entre 45 e 54 mm) em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
Porcentagem de frutos CAT II (grandes) + CAT III (médios)
Porcentagem de frutos CAT II
(grandes) FV GL
QM p QM p Bloco 2 677,147 0,13 42,647 0,14 Época poda 2 882,407 0,09 48,905 0,11 Erro 1 4 194,811 12,431 Nº ramos/Espaçamento 1 107,556 0,50 46,401 0,33 Erro 2 2 157,342 28,762 Época poda x Nº ramos/Espaçamento
2
115,749
0,54
0,264
0,96
Erro 3 4 162338 7,070
Total 17 CV 1 (%) 17,27 24,98 CV 2 (%) 15,24 37,99 CV 3 (%) 15,79 18,84
110
Apêndice 2K. Resumo da ANOVA para a porcentagem de frutos maduros colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
% frutos rachados no ostíolo após março
% frutos rachados no ostíolo sobre total colhido
FV GL QM p QM p Bloco 2 95,368 0,64 15,652 0,74 Época poda 2 58,590 0,75 65,982 0,35 Erro 1 4 191,618 47,103 Nº ramos/Espaç. 1 3,636 0,72 0,005 0,98 Erro 2 2 20,890 7,464 Época poda x Nº ramos/Espaçamento
2
52,219
0,56
16,220
0,58
Erro 3 4 77,886 25,509
Total 17 CV 1 (%) 60,04 53,12 CV 2 (%) 19,82 21,15 CV 3 (%) 38,28 39,09
111
Apêndice 2L. Resumo da ANOVA para o percentual de frutos maduros colhidos com rachaduras no ostíolo em figueiras cv. Roxo de Valinhos com 2 anos de idade, submetidas a diferentes épocas de poda e número de ramos combinado com espaçamentos, em ambiente protegido (Passo Fundo, RS - safra 2001/2002)
pH SST FV GL QM p QM p Bloco 2 0,008 0,504 0,674 0,388 Época poda 2 0,017 0,285 1,284 0,216 Erro 1 4 0,010 0,557 Nº ramos/Espaçamento 1 0,003 0,343 0,790 0,446 Erro 2 2 0,002 0,890 Época poda x Nº ramos/Espaçamento
2
0,029
0,270
0,561
0,202
Erro 3 4 0,016 0,229
Total 17
CV 1 (%) 1,93 4,89 CV 2 (%) 0,93 6,18 CV 3 (%) 2,45 3,14
Recommended