Floração em detalhe da palmeira Coripha Umbraculiphera Faixa 07 do CD “ECOS LÓGICOS”Rolagem...

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Floração em detalhe da palmeira Coripha Umbraculiphera

Faixa 07 do CD “ECOS LÓGICOS” Rolagem Automática

Altiva: filha da Naturezae do dever cumprido.Dos parques sou beleza,e dos ninhos, tecido.

"Coripha”, palmeira amiga,responda, por favor:como no fim da vida,permaneces altiva e desabrochas em flor?

Meu ventre, em flor, celebra a vidatentando te dizer: a morte não é o fim.Desabrocha tuas flores, amanhã pode ser a despedidae vamos fazer, do planeta, um imenso jardim,e vamos fazer, do planeta, um imenso jardim.

Meu destino, minha sorteé viver só para o amore ficar ciente da morte,quando desabrocho em flor.

Foto batida no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes (ATERRO -Rio)

A crônica a seguir, “Coripha Umbraculiphera” complementa o tema da canção “Coripha” , caso seja de interesse é só clicar e continuar clicando.

Sem dúvida alguma, a Natureza, além de nos proporcionar o mais belo dos "shows", o da vida, tem muito a nos ensinar.

Costumamos exemplificar com o aprendizado que tivemos com os ben-te-vis e com os pombos.

Os bem-te-vis nos ensinaram o poder da união. Realmente ela faz a força. Três deles botam para correr um gavião.

Num pombal que existia na casa de meus avôs, testemunhamos o desenvolvimento dos filhotes ("pombos-bebês"), bem como a insegurança que os mesmos sentiam ao bater as asas para o primeiro vôo.

Num belo dia, o pombo-pai, que regurgitou durante mais de mês, todos os dias, o alimento para o papo do filhote, entra na casinha do pombal e expulsa o "pombo-bebê".

Observamos essa cena muitas vezes. Nesse longo e distante tempo, nunca presenciamos o insucesso de um filhote ao bater as asas para os espaços de uma vida nova, adulta e independente.

Lá se vai mais de meio século. Jamais passara em nossa mente que, num dia, apesar de nos sentirmos, ainda, totalmente aprendizes da arte de viver, teríamos que começar a nos preocupar em aprender a morrer.

Vivenciamos, no presente, o grande conflito entre:apegar-se à vida desesperadamente e tentar esquecer, ou desconhecer que a morte vem paulatinamente ao nosso encontro;ou viver a consciência do fim e incluir no nosso cotidiano a preparação e o treinamento para o desempenho de nossa última cena.

Mais uma vez a Natureza oferece seus ensinamentos. Não existe qualquer garantia que aprenderemos, mas, por meio da palmeira "Coripha Umbraculifera", a Natureza aponta o caminho.

Essa palmeira, natural do Sri Lanka e da Malásia, nas regiões Sul e Sudeste da Ásia, vive em média 50 anos.

No Rio, no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, junto ao Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, existem vários exemplares da espécie.

A "Coripha" tem na floração a sua maior característica. Floresce uma única vez e, quando isto ocorre, é o prenúncio do fim da sua existência.

No seu florir exuberante, a “Coripha" demonstra: apesar de que a partir daquele momento iniciar seu declínio, tem consciência de haver embelezado os parques e produzido a sombra.

Tem fé em que, tal como as lagartas se transformam em borboletas, a morte não será o fim, mas a transformação, outro início, um renascer.

“Coripha" são as rimas produzidas pelo conflito de quem teve o privilégio e o drama de, em pleno gozo da vida, constatar que a morte é certa num futuro incerto, bem como perceber, com a ajuda da "Coripha Umbraculifera", que: "na natureza, tudo que se transforma é porque já floresceu".

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