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Guaraciaba Oliveira Pinto
Formação dos agentes comunitários de saúde para as ações
de prevenção às DST/HIV/AIDS/Hepatites virais: análise
crítica da produção científica
São Paulo
2011
Monografia apresentada no curso de Especialização e Prevenção ao HIV/AIDS no Quadro da Vulnerabilidade e dos Direitos Humanos do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientador: Paulo Monteiro
Guaraciaba Oliveira Pinto
Formação dos agentes comunitários de saúde para as ações
de prevenção às DST/HIV/AIDS/Hepatites virais: análise
crítica da produção científica
São Paulo
2011
Monografia apresentada no curso de Especialização e Prevenção ao HIV/AIDS no Quadro da Vulnerabilidade e dos Direitos Humanos do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientador: Paulo Monteiro
Dedicatória
A Deus, por ter me oferecido a oportunidade de viver.
Aos meus pais, irmãos e irmãs, pelo apoio e carinho oferecidos em
todos os momentos de minha vida, principalmente neste.
Aos meus filhos Carolina e Rafael, por me darem a oportunidade de
crescer e aprender a cada dia, por me proporcionarem tantas alegrias, pelo
apoio e incentivo, por me encorajarem a lutar pelo que acredito, por estarem
ao meu lado e compreenderem a minha ausência.
Aos demais familiares, por terem acreditado em mim, me fornecendo
condições para que eu concluísse mais uma etapa desta vida.
Aos meus amigos e amigas, pelo companheirismo, dedicação e
incentivo oferecidos nos momentos que sempre precisei.
Agradecimento
Agradeço a Deus pelo dom de vida que me concedeu e por iluminar o
meu caminho.
Ao meu orientador Paulo Monteiro, pelo apoio, paciência,
credibilidade e compreensão que me dedicou neste momento tão especial.
À doutora Mariliza Henrique da Silva, pela amizade, acolhimento, pela
paciência, dedicação e ensinamentos oferecidos.
A toda a Equipe de Prevenção do Programa DST/HIV/AIDS/Hepatites
virais de São Bernardo do Campo, pelo carinho, disponibilidade e apoio
permanente.
A todos os profissionais do Centro de Referência e Treinamento-
DST/AIDS Estadual e do NEPAIDS, que contribuíram para realização e
execução deste curso.
Às monitoras do curso e, em especial, à Eliana Zucchi, pela atenção,
compreensão, disponibilidade, dedicação e carinho dispensados.
Aos colegas do Departamento de Atenção Especializada e
Departamento de Atenção Básica e Gestão do Cuidado de São Bernardo do
Campo, pela atenção e apoio.
Aos Agentes Comunitários de Saúde de São Bernardo do Campo,
pelos ensinamentos e apoio nas ações realizadas.
Aos colegas, amigos e amigas pela coragem, carinho,
companheirismo e pelos momentos agradáveis de convívio nestes meses do
curso.
“A teoria sem a prática vira 'verbalismo',
assim como a prática, sem teoria, vira ativismo.
No entanto, quando se une à prática com a teoria
tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora
da realidade”.
Paulo Freire
Resumo
Este estudo é resultado de uma revisão de literatura que objetivou uma
investigação acerca de trabalhos científicos, que tenham por objeto as
propostas de formação dos agentes comunitários de saúde (ACS)
relacionada às doenças sexualmente transmissíveis (DST), HIV/AIDS e
Hepatites virais. Foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos artigos
científicos, documentos, manuais e leis sobre as propostas de formação
relacionada às DST/HIV/AIDS/Hepatites virais formuladas para os ACS. Foi
possível observar que, a despeito do expressivo número de artigos que
versam sobre a formação dos agentes comunitários, ao restringir o campo
de interesse à formação relacionada às DST/HIV/AIDS e Hepatites virais, a
produção é bastante incipiente. Nesse sentido, a produção acadêmica deve
ser incentivada para que, dessa forma, possamos reforçar, ampliar e discutir
a formação e qualificação dos ACS acerca das DST/HIV/AIDS/Hepatites
virais, para que se fortaleça o papel desses profissionais na condução de
ações relacionadas à prevenção dessas doenças e à promoção de saúde
junto à população.
Palavras Chaves: Agentes Comunitários de Saúde, Formação Técnica
em Saúde, Prevenção DST/HIV/AIDS/ Hepatites virais.
Sumário
1 Introdução......................................................................................... ....1
1.1 Objetivo.......................................................................................... ....8
1.2 Perfil e Atribuições dos Agentes Comunitários..................................8
2 Metodologia. .................................................................................... ...12
3 Resultados e Discussão......................................................................13
4 Considerações Finais..........................................................................19
5 Referências Bibliográficas...................................................................22
1
1 Introdução
Um agradável encontro e a convivência com os Agentes Comunitários
de Saúde (ACS) foram experiências que me fizeram pensar sobre a
importância da formação desses profissionais, para que a potencialidade
destas figuras seja destacada, considerando que é um elo entre comunidade
e serviços de saúde.
Em 2005, iniciei na equipe do Programa DST/HIV/AIDS do município de
São Bernardo do Campo como Técnica de Prevenção e as várias ações de
prevenção realizadas no município contavam com a participação dos ACS.
Nesse período, a equipe do Programa de Agentes Comunitários da
Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Farina participou de um projeto
piloto que ocorreu no município, para Ações de Prevenção com
Adolescentes, sendo capacitada para o desenvolvimento de ações de
Prevenção às DST/HIV/AIDS, com os alunos do Ensino Médio das Escolas
Estaduais da região de abrangência da unidade.
Ainda nesse período, realizei com uma Técnica de Prevenção, um
processo de Terapia Comunitária envolvendo um grupo de dez ACS da UBS
do Jardim Farina. Foi o momento em que esses profissionais utilizaram este
espaço para melhorar as relações da equipe, falar das suas experiências e
práticas. Houve uma valorização da auto-estima e resgate de identidade do
grupo.
2
Foi uma iniciativa que promoveu conforto e valorização deste
profissional de saúde, que realiza um trabalho, no seu cotidiano, que exige
recursos internos e externos para concretizar as ações de saúde e se
responsabilizar por elas. Essa natureza de trabalho, em determinado
momento, pode causar sofrimento, por apresentar uma intensidade de
estímulos a que são submetidos, na medida em que trabalham e vivem no
mesmo território. r coletivo de trocas, práticas e fazeres. Considerando o humano
Em 2006, assumi a gerência da UBS Alves Dias, no município de São
Bernardo do Campo, que contava com o Programa de Agentes Comunitários
de Saúde. A aproximação com os ACS se deu com maior intensidade e
várias ações foram desenvolvidas para Promoção e Prevenção da Saúde da
população. Alguns exemplos dessa atuação são apresentados a seguir, no
intuito de ilustrar o potencial de trabalho desses agentes, no que diz respeito
às ações de prevenção das DST, HIV/AIDS e Hepatites virais.
Havia nesta região um grande número de gestantes adolescentes e
jovens usuários de drogas. Um dos ACS da equipe, sempre muito
preocupado com a situação, trazia sugestões para trabalhar com esta
população vulnerável. Este agente pediu ajuda para levar à área em que
atuava insumos de prevenção, como preservativos e material educativo para
falar e orientar sobre gravidez e DST/HIV/AIDS/Hepatites virais. Ele
desenvolveu uma forma de aproximação com esses jovens usando Origami,
com resultados muito positivos quanto à aceitação das orientações e
encaminhamento para UBS.
3
Em outro momento, em 2009, retornei para o Programa
DST/HIV/AIDS/Hepatites virais de São Bernardo do Campo, como
responsável pelo Núcleo de Prevenção. Nas atividades das Campanhas de
prevenção desenvolvidas pelo programa, os ACS sempre estavam como
parceiros e alguns se destacavam pelo interesse e ações que já
desenvolviam no território de abrangência da UBS em que trabalhavam.
Um deles havia solicitado ajuda da equipe para realizar um trabalho nos
canteiros de obras do Rodoanel, que estava em construção na região de
abrangência da sua micro área, que pertencia ao território da Unidade de
Saúde da Família (USF) Parque Selecta, no mesmo município.
Ele justificou seu pedido por perceber que a população masculina que
trabalhava e residia temporariamente no alojamento da construção, em seu
período de folga, procurava por relacionamentos sexuais e que na região
estava ocorrendo um aumento de gravidez entre as adolescentes. Além
disso, constatou que o acesso até a UBS mais próxima era difícil, tanto para
a retirada de preservativos, quanto para terem acesso a consultas médicas.
Esse agente percebeu a vulnerabilidade a que aquela população estava
exposta.
A partir dessa constatação, solicitou orientação e material educativo
para desenvolver um trabalho para abordagem das DST/HIV/AIDS/Hepatites
virais e distribuição de preservativos masculinos entre esses trabalhadores.
Pode-se analisar esse contexto a partir das dimensões da
vulnerabilidade propostas por Ayres et al (2003) 1. Por sua percepção no
território, julgou necessária uma ação junto a uma população que considerou
4
ter uma vulnerabilidade individual, quando percebendo estes trabalhadores,
distante da família e de relações afetivas, fragilizados, buscavam sexo,
álcool e outras drogas, sem qualquer preocupação com a prevenção às
DST/HIV/AIDS/Hepatites virais.
No que diz respeito à vulnerabilidade social, esses trabalhadores, por
terem dificuldade profissional em seu local de origem, partiam dali em busca
de melhores condições de trabalho. Muitas vezes distantes de sua cidade,
com baixas remunerações salariais, com instabilidade empregatícia, a
grande maioria vive uma aventura por melhores condições de vida.
Quanto à vulnerabilidade programática, um indicador claro é o fato do
serviço de saúde não oferecer ações que possibilitassem o acesso dessa
população (que é temporária no território de sua abrangência e que
necessita de um olhar e escuta diferenciados e facilidade no acesso ao
serviço) às atividades e insumos de prevenção que estavam disponíveis na
UBS.
Essa intervenção resultou num contato da Assistente Social da
Construtora, responsável por estes trabalhadores, e uma parceria com o
Programa DST/HIV/AIDS/Hepatites virais de São Bernardo do Campo.
Como resultado desta parceria foram realizados orientação,
acolhimento, aconselhamento e exames sorológicos para HIV, Sífilis,
Hepatite B e C em aproximadamente quarenta trabalhadores que a empresa
trazia em grupos ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os
casos que precisaram de atendimento médico foram encaminhados ao
Serviço de Assistência Especializado (SAE).
5
Desde abril de 2011 estamos realizando no município a formação para
prevenção as DST/HIV/AIDS/Hepatites virais, das equipes das UBS,
enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, recepcionistas,
psicólogos, assistentes sociais, apoiadores de saúde, agentes de controle de
zoonoses e agentes comunitários de saúde. Já temos ações planejadas
nestes encontros que estão sendo realizadas no território com população
vulnerável, como uma das estratégias para promover a equidade,
integralidade da atenção, intersetorialidade e a inclusão social.
A experiência com os ACS, tanto na UBS, quanto no Programa
DST/HIV/AIDS/Hepatites virais me fez refletir quanto ao papel que esses
profissionais desempenham dentro da equipe, assim como sobre a
importância da qualificação e formação para prevenção das
DST/HIV/AIDS/Hepatites virais e na Promoção da Saúde.
É de fundamental importância estimular a construção de um processo
de formação e reconhecimento de tudo que existe no território, para que as
diversas ações desses profissionais favoreçam, efetivamente, a
compreensão e qualidade dessas ações dentro da comunidade, para que os
riscos e as vulnerabilidades possam ser diminuídos.
Percebendo o vínculo que esses profissionais constituem com a
comunidade, é necessário solidificar seu papel e suas atribuições dentro da
equipe em que estão inseridos no serviço de saúde.
A equipe deve favorecer a incorporação de práticas de prevenção que
promovam uma participação ativa e consciente dos usuários, através do
6
vínculo que os ACS têm com a comunidade, para que se estabeleçam,
então, o cuidado e prevenção as DST/HIV/AIDS/Hepatites virais.
Os espaços sociais em que as pessoas estão inseridas podem servir de
espaços de promoção e prevenção, desde que esses profissionais estejam
presentes na equipe e que façam sentido para todos. É necessário
requalificar e valorizar o papel que lhes é atribuído, a fim de construir
oportunidades para a interação e fortalecimento desta equipe e, dessa
maneira, alterar uma visão individualista e fragmentada, para que se possa
compreender, reconhecer e realizar efetivamente ações preventivas e de
promoção de saúde no território.
Esse processo pode acontecer enfatizando a importância da melhoria
da formação e qualificação desses profissionais, para lidarem, no seu
cotidiano, com a prevenção as DST/HIV/AIDS/Hepatites virais e promoção
da saúde, considerando que são mediadores e atores importantes que estão
inseridos no território e que podem facilitar ações voltadas às linhas de
cuidado e prevenção à saúde.
Considerando os ACS como fundamentais para promover mudanças de
modelo na promoção e prevenção de saúde junto à comunidade, o
Programa DST/HIV/AIDS/Hepatites virais e o Departamento de Atenção
Básica e Gestão do Cuidado (DABGC) do município podem viabilizar a
qualificação desses profissionais para realizarem estas ações.
Os ACS devem ser qualificados para atingirem a população de risco
acrescido e maior vulnerabilidade no território de abrangência da UBS/USF,
a partir de uma proposta de formação que favoreça uma visão crítica que os
7
façam perceber em seu entorno as questões relacionadas ao HIV/AIDS no
campo da vulnerabilidade individual, social e programática e dos direitos
humanos. Essa abordagem é justificada principalmente pelo fato de que,
estando também inseridos na comunidade, esses agentes podem fomentar,
nos espaços de convivência, discussões acerca de cidadania e direitos,
como importantes agentes de prevenção.
Para tanto, deve ser formulada uma mudança de modelo na formação e
atuação que favoreça o envolvimento e desenvolvimento de novas
competências e que os façam sentir como parte deste processo, tendo o
reconhecimento do seu trabalho e sendo respeitados nas suas
competências, potencialidades e limites, para que possam desenvolver
ações abrangentes e organizadas.
A partir do que o Ministério da Saúde (MS) entende pela natureza de
ação dos ACS, ao afirmar que
“O agente comunitário de saúde é um trabalhador
que faz parte da equipe de saúde e da comunidade
onde mora. É uma pessoa preparada para orientar
famílias sobre cuidados com sua própria saúde e
também com a saúde da comunidade (Brasil, 1999), 2 "
considera-se que estes profissionais fazendo parte de um mesmo território,
convivendo com os problemas e necessidades da população, acabam por
ter um saber, um olhar e uma escuta diferenciados dos demais da equipe.
8
1.1 Objetivo
A partir dessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo uma
investigação acerca de trabalhos científicos que tenham por objeto as
propostas de formação dos Agentes Comunitários de Saúde relacionada às
Doenças Sexualmente Transmissíveis, HIV/AIDS e Hepatites virais.
1.2 Perfil e Atribuições dos Agentes Comunitários
Com a Lei nº 10.507/2002, institui-se a profissão de Agente Comunitário
de Saúde, o Decreto nº 3.189/1999 delibera sobre as diretrizes para o
exercício da atividade e a Portaria nº 1.886/1997 (do Ministro de Estado da
Saúde) aprova as normas e diretrizes do Programa de Agente Comunitário e
do Programa de Saúde da Família (Brasil-MS-1997).3
"Segundo o MS o Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS) é uma importante
estratégia e busca promover a reorientação do modelo
assistencial no âmbito do município, a quem compete
a prestação da atenção básica à saúde. (Brasil-MS-
1997).4"
O Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), da
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do
9
Ministério da Saúde (MS) definem e apresentam o Perfil de Competências
Profissionais do Agente Comunitário de Saúde e sua atribuição especifica.
Esse órgão descreve 33 itens de atribuições básicas para o ACS, que
compreendem desde conhecimento da área, com mapeamento da área de
atuação, cadastro, acompanhamento, coleta de dados das famílias,
atribuições que promovem o desenvolvimento de ações para promoção e
prevenção à saúde da mulher, adolescente, trabalhador e idoso, e as que
favorecem a participação no processo de programação e até planejamento
local das ações relativas ao território de abrangência da unidade de Saúde
da Família, com vistas à superação dos problemas identificados. (Brasil. MS,
1997, p. 17-18). 5
Nota-se que as atribuições desses profissionais são bastante
abrangentes e referem-se tanto à atuação junto à equipe do serviço de
saúde, como à comunidade, considerando as famílias assistidas e a
população de todo o entorno e micro área abrangida em seu território de
atuação.
Diante das exigências e situações apresentadas pelo serviço de saúde,
torna-se necessário um delineamento do Perfil dos ACS, ou seja, uma
adequação ao perfil existente, que viabilize a valorização deste, como um
profissional de saúde que interage com questões sociais, educativas,
culturais, entre outras. Faz-se necessário observar a importância da
formação desse profissional para lidarem com as diversas práticas e saberes
e prepará-los para serem agentes de prevenção no combate à epidemia da
AIDS.
10
Em sua dissertação de mestrado em 1984, que relatava a ação de
agentes no Vale do Ribeira, Silva, apresenta uma consideração quanto à
capacitação dos ACS:
"Primeiro deve-se fortalecer o compromisso e a
solidariedade do agente de saúde com a comunidade
e segundo, prover condições para a apropriação, pelo
agente de saúde, do instrumental adequado e
necessário para lidar com os problemas de saúde do
grupo. (p.33) 6"
Através de uma formação adequada, os ACS poderão, como diz Silva,
ter um fortalecimento do seu compromisso com a comunidade e agregar
conhecimento, no intuito de ter condições favoráveis para lidar, no seu
cotidiano, com os problemas de saúde do grupo em que está inserido.
Hoje a epidemia da AIDS tem modificações em diversos aspectos
epidemiológicos: há um aumento de incidência em populações consideradas
de baixo nível socioeconômico e de baixa escolaridade, assim como o
aumento de casos entre os jovens e mulheres. Além disso, com o advento
da Terapia Antiretroviral, houve uma melhora na qualidade de vida das
pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS, o que também nos faz
repensar a prevenção secundária nesta população.
Diante desta realidade, há uma necessidade de uma qualificação dos
ACS mais efetiva, que viabilize sua atuação, considerando o respeito aos
direitos humanos e fomentando o desenvolvimento do exercício da
11
cidadania. Deste modo, haverá uma facilitação para a divulgação das
informações sobre a doença, a forma de transmissão, o tratamento, os tabus
e preconceitos que envolvem essa discussão, para que tenham significado
no cotidiano de cada individuo e possibilitem um cuidado das populações
que se encontram em situação de risco acrescido e vulnerabilidade à
infecção.
Os ACS serão importantes atores na construção de estratégias de
prevenção as DST/HIV/AIDS/Hepatites virais se forem qualificados com
informações dos mecanismos de transmissão e de proteção dessas
doenças, constituindo assim o primeiro passo para que se instrumentalizem
para dar informações.
Estabelecer intervenções considerando aspectos culturais, sociais e os
valores que estão envolvidos na população atendida, que promovam
mudança de práticas, atitudes, valores e crenças em relação ao HIV/AIDS, é
facilitado pelo vínculo que os ACS mantêm com a comunidade e segundo
Campos (1997- pg. 27-87)7:
"A produção de vínculo permite o estreitamento
das relações com a população, monitoramento das
ações de saúde, bem como incentiva a autonomia do
usuário no cuidado à saúde."
12
2 Metodologia
Para esse estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos
artigos científicos, documentos, manuais e leis sobre as propostas de
formação relacionada às DST/HIV/AIDS/Hepatites virais formuladas para os
ACS.
A busca foi iniciada através do acesso ao banco de dados da Bireme,
onde foram utilizados como descritores: Agente Comunitário de Saúde e
HIV, Agente Comunitário de Saúde e AIDS, Agente Comunitário de Saúde e
DST, Agente Comunitário de Saúde e Hepatites virais, Formação e Agente
Comunitário de Saúde e AIDS, Formação e Agentes Comunitários de Saúde
e HIV, Formação e Agente Comunitário de Saúde e DST, Formação e
Agente Comunitário de Saúde e Hepatites virais, Formação e Agentes
Comunitários de Saúde.
Nesse banco de dados foram encontradas 68 referências, sendo 60
publicações excluídas por não terem relação com a formação de ACS.
Foram acessados os bancos de dados da Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) utilizando os mesmos descritores
acima citados.
No LILACS foram encontradas 30 referências, 20 publicações foram
excluídas por não haver relação com a formação de ACS.
Acessado o Google Acadêmico verificou-se que a busca remeteu a
publicações já encontradas nos bancos de dados descritos acima.
13
Houve também acesso ao site do Ministério da Saúde e foi realizada
uma consulta ao Manual do Agente Comunitário de Saúde, Cadernos da
Atenção Básica e leis que se relacionavam ao Programa de Agentes
Comunitários de Saúde, Programa de Saúde da Família e criação da
profissão do ACS.
Foram analisados artigos periódicos, monografias de cursos,
dissertações de mestrado, teses de doutorado, relatos de experiências,
Manuais do Agente Comunitário, Cadernos da Atenção Básica e leis.
As categorias analisadas nesta revisão foram: formação de ACS em
Doenças Sexualmente Transmissíveis, análise de projeto e práticas de
formação de agentes multiplicadores, práticas educativas, representação
social e qualificação de ACS.
3 Resultados e Discussão
Analisamos 10 publicações considerando que apenas uma se
enquadrou como categoria à formação de ACS em Doenças Sexualmente
Transmissíveis, por apresentar um trabalho desenvolvido em Centros de
Saúde de Florianópolis, em Santa Catarina. Este teve o objetivo de estimular
a capacidade dos ACS, tornando-os participantes transformadores sociais,
aptos a realizarem ações de prevenção das DST e AIDS para os indivíduos
e familiares da micro área atendida por eles. Foram desenvolvidas oficinas
para que os agentes pudessem refletir e construir novas ações, com o
14
resgate no seu cotidiano da condição de um cidadão crítico participante e
transformador, com conhecimento e técnica para usarem no momento da
orientação às DSTs.8
Dessas pesquisas, quatro referem-se à categoria de análise de
projeto e práticas de formação de agentes multiplicadores, não só ACS. O
primeiro: Análise do Impacto do Projeto de Formação de Agentes
Multiplicadores de Informação sobre DST/AIDS, objetivou avaliar a formação
de agentes multiplicadores de informação sobre as DST/AIDS, na cidade de
Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Através de um questionário foi
realizada uma coleta de dados no período de 1997-2006 em três
Comunidades (Tira-Gosto, Baleeira e Parque Aldeia), e os dados mostraram
que houve impacto das ações informativas realizadas pelos agentes
multiplicadores. Houve um aumento na procura do Centro de Testagem e
Aconselhamento (CTA) e tiveram a percepção que precisavam elaborar um
questionário para aplicação na comunidade, que avaliasse melhor a
compreensão sobre as questões da AIDS, as idéias dos sujeitos frente à
doença. E isso surgiu após avaliação da abstenção no questionário do CTA
em relação às perguntas relacionadas aos hábitos e comportamento sexual.9
A segunda pesquisa diz respeito à ampliação de discussão sobre o
trabalho dos ACS frente ao HIV/AIDS, objetivando apresentar dados
relacionados ao sentido construído sobre a doença em um grupo de ACS.
Realizada em Ribeirão Preto - SP, em um Núcleo de Saúde da Família,
onde houve uma análise de narrativas dos ACS através do referencial
teórico de construcionismo social, assim como proposto por Gergen10. Esta
15
pesquisa apontou para uma necessidade de criar espaços para troca,
discussão, interlocução entre os profissionais para que seja problematizado
o sentido acerca do HIV/AIDS. 11
Na terceira publicação são relatados a sensibilização e a capacitação
de ACS para ações em Redução de Danos (RD) com portadores do vírus
HIV e usuários de drogas injetáveis, realizadas em sete municípios do
estado do Rio Grande do Sul. Houve uma entrevista com 61 ACS em 10
Unidades de Saúde (US) realizada por meio de um questionário aplicado
aos ACS, individualmente, que comprovou uma superação do preconceito, e
que se estabeleceram novos conhecimentos e a compreensão da
importância da RD como aliada no controle das DST/AIDS. Foi concluído
nesta pesquisa que apenas a capacitação não garante uma continuidade
das ações e que se faz necessária uma sensibilização de toda a equipe das
US e gestores dos municípios. 12
No quarto estudo, realizado em Campinas, no período de 2001 a 2003,
o objetivo foi o de identificar as contribuições do curso de formação para
ACS, a avaliação da sua inserção no território e impacto na prática
profissional do ACS.
Foi realizada uma pesquisa qualitativa que possibilitou a análise de
conteúdo temático e a constatação que a formação do ACS contribui para
que este seja um agente de transformação, que viabilize a reflexão e análise
crítica, favorecendo, no seu cotidiano, a solução de problemas no território
em que atua. 13
16
Em relação à categoria de práticas educativas, tivemos três pesquisas
que mostraram a importância do trabalho educativo voltado para a
prevenção do HIV/AIDS.
Na primeira, foram analisadas algumas atividades educativas numa
rede básica de saúde em Ribeirão Preto – SP, com a participação de
enfermeiros. Mostrou-se que existe um entendimento limitado, tradicional e
formal da educação em saúde, não existem ações suficientes para suprir a
necessidade imediata de capacitação dos profissionais, que não há ações
educativas e promoção de discussão envolvendo profissionais, comunidade
e gestores sobre educação em saúde. É necessário que sejam
implementadas ações efetivas na conscientização da população, na
promoção da educação preventiva da AIDS, com uma equipe
multidisciplinar, visando, dessa forma, a uma melhoria na qualidade de vida
da população. 14
Em um segundo estudo ocorrido em USF de Vila União e COSIROF,
Distrito Sanitário IV de Recife, estado de Pernambuco, houve uma avaliação
de ações de profissionais com enfoque em HIV/AIDS e infecções
sexualmente transmissíveis (IST), com coletas de dados através de
questionário. Este estudo evidenciou que todos os profissionais de saúde
tiveram treinamento para atuarem nesta questão e que realizam atividades
preventivas. Porém observou-se a necessidade de uma educação
continuada neste campo e uma sensibilização de médicos e enfermeiros
para realizarem as notificações dos casos de IST e reconhecimento dos
casos de HIV/AIDS na população atendida. 15
17
No terceiro estudo, realizado no Rio de Janeiro, demonstram-se
práticas educativas voltadas para a prevenção do HIV/AIDS, conceituando a
complexidade deste trabalho, apontando a diversidade de métodos e
práticas, que podem favorecer a discussão com a participação da
comunidade no planejamento de atividades, produzindo importantes
multiplicadores.
Este estudo propõe três aspectos para serem avaliados no
planejamento das ações de prevenção à AIDS: a informação que será
realizada, a facilitação das respostas e o acesso aos espaços de reflexão,
para que, desta forma, as equipes de saúde possam realizar de forma mais
efetiva ações que favoreçam mudança de atitude da população frente à
epidemia da AIDS. 16
Quanto às categorias representação social e qualificação do ACS,
foram analisados os seguintes trabalhos realizados, respectivamente, na
Paraíba e Rio de Janeiro.
O primeiro teve como objetivo apreender as representações sociais dos
ACS acerca da AIDS, com a participação de 70 ACS. Este estudo utilizou
entrevistas semi-estruturadas e o Teste de Associação Livre de Palavras
que, segundo os autores Castanha, A.R e Araujo, L.F ,¨é bastante difundido
no âmbito da Psicologia Social¨. Após análise dos dados, percebe-se ser
necessária uma intervenção para desmistificar as questões que envolvem
preconceito, medo, desconhecimento, crenças e valores em relação à AIDS
que desfavorecem a prática educativa destes profissionais.
18
Foram apontadas também a necessidade de qualificação e treinamento
para que os agentes possam orientar, reconhecer populações vulneráveis,
realizar encaminhamentos, orientar para o uso correto dos insumos de
prevenção e, dessa forma, contribuírem para a diminuição da epidemia da
AIDS e transmissão das DST na comunidade. Espera-se que os resultados
obtidos nesta pesquisa favoreçam estratégias de implementação de políticas
públicas para continuidade da formação e qualificação dos ACS. Além de
apontarem para a necessidade de disponibilidade de recursos para que
possam realizar ações de promoção em saúde e prevenção, diminuindo
assim o impacto psicossocial da epidemia da AIDS entre a população
atendida por eles. 17
No segundo estudo, foi analisada a qualificação dos ACS realizada no
Rio de Janeiro, que teve como objetivos investigar, analisar e compreender
as implicações na vida pessoal e profissional dos participantes do programa
de qualificação e desenvolvimento profissional para ACS.
Foi usado o método de estudo qualitativo, utilizando grupo focal, e a
análise de conteúdo foi a técnica empregada. Houve a constatação de um
favorecimento da consolidação de políticas de atenção, assim como uma
construção coletiva do conhecimento. O ACS percebe que o conhecimento o
faz superar limites, amplia seu olhar, favorecendo a produção do saber,
possibilitando o reconhecimento de um sujeito de ação. Além disso, a
formação viabiliza o acesso à profissionalização e a novos espaços sociais
que têm importância para a transformação da sua atuação na comunidade.18
19
4 Considerações Finais
Diante dos estudos apresentados, percebemos que o ACS é um
profissional que tem condição de fortalecer a equipe de saúde e a
comunidade nas ações de promoção de saúde e prevenção.
Sua legitimação como profissional de saúde se dá com a formação e
qualificação adequadas. Diante de uma situação efetiva de combate à
infecção às DST/HIV/AIDS/Hepatites virais, que continuam crescendo e
representando risco a população, temos um profissional que tem o potencial
de intervir na realidade da comunidade, desde que seja preparado
adequadamente para tal.
Numa perspectiva construcionista e emancipatória, podemos, através
de estratégias baseadas no quadro da vulnerabilidade e direitos humanos,
formar e qualificar os ACS para desenvolverem ações de prevenção às
DST/HIV/AIDS/Hepatites virais, apesar desta iniciativa ser pouco explorada
pelos gestores.
Tivemos como objetivo investigar a produção científica acerca das
propostas de formação dos ACS relacionada às DST/HIV/AIDS/Hepatites
virais. Encontramos apenas um artigo que trata de tal formação, os demais
trabalhos estão relacionados à descrição de experiências e processos de
trabalho, projetos de capacitação direcionados à atuação de multiplicadores
envolvendo outros profissionais e não só ACS.
20
Nesse sentido, foi possível observar que, a despeito de haver uma
produção importante relacionada ao trabalho dos Agentes Comunitários de
Saúde, assim como de seu processo formativo de maneira geral, a questão
da formação relacionada às DST, AIDS e Hepatites virais ainda é bastante
incipiente.
A formação do ACS tradicionalmente é realizada de forma abrangente,
onde as discussões especificas relacionadas às ações de prevenção dos
agravos específicos (no caso as DSTs, AIDS e Hepatites Virais) ocupa
pouco espaço e, quando tratados, esses temas são vistos apenas
superficialmente. Dadas as características e repercussões psicossociais
inerentes a esses agravos, esse tipo de abordagem no processo formativo é
insuficiente para se realizar uma educação em saúde na prevenção da AIDS
e outras DSTs.
Hoje é necessária uma intervenção com o intuito de estimular a
discussão, conscientização e autocuidado do individuo. As atividades de
prevenção devem levar em consideração os aspectos sócio-econômico-
culturais, além das crenças, preconceitos, tabus que envolvem as questões
relacionadas à AIDS, para que se possibilite uma inclusão dos diversos
sujeitos da comunidade.
O engajamento e envolvimento do ACS com toda equipe é de suma
importância, para que, de forma multidisciplinar, os profissionais estejam
preparados para desenvolverem as ações que deverão constituir um
significado à comunidade, fazendo-a refletir e resignificar as suas práticas no
cotidiano.
21
Ainda percebemos nos profissionais um entendimento formal,
tradicional de educação em saúde. Há uma urgência na reavaliação das
práticas e, consequentemente, na criação de novas estratégias que
favoreçam a educação preventiva às DSTs/HIV/AIDS/Hepatites virais.
Faz-se necessário discutir o trabalho do ACS, sua valorização na
equipe, suas atividades cotidianas, a prevenção e promoção de saúde,
compreender de forma integral o seu papel, incorporar à sua prática os
determinantes sociais, econômicos, culturais e tudo além que envolve a
mudança de comportamento para uma transformação positiva da realidade.
Devemos prepará-los para um enfrentamento da epidemia da AIDS
com formação e qualificação. É preciso investir num profissional que tenha
potencial a ser explorado, de maneira a favorecer que incorpore e
redirecione seu olhar para a equidade, e favoreça o protagonismo dos
sujeitos no cuidado da saúde e na conquista da cidadania.
Nesse sentido, considera-se que é de fundamental relevância que
sejam empreendidas pesquisas e análises, visando à produção de
conhecimento no sentido de realizar processos de avaliação e
sistematização dessas ações formativas.
A produção acadêmica deve ser incentivada para que, dessa forma,
possa se reforçar, ampliar e discutir a formação e qualificação dos ACS
acerca das DST/HIV/AIDS/Hepatites virais, para que se fortaleça a
promoção de saúde e prevenção à população.
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