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·A DISTRIBUiÇÃO ESPACIAL DA POPULAçÃO ANGOLANA
Grandes vazios humanos: que soluções?,
A população absoluta é o número total de habitantes de um país ou região. A populaçãorelativa (densidade populacional ou densidade demográfica) é o número de habitantes porquilómetro quadrado, isto é:
população absolutaDensidade demográfica = -------
superfície (km2)
Em 1990, o vasto território angolano (1 246 700 km2) apresentava uma distribuição popula-cional bastante desigual, com densidades populacionais que variavam, aproximadamente, entre:
• 0,6 hab.lkm2 para a província do Kuando Kubango;• 638,7 hab.lkm2 para a província de Luanda; .• 43,3 hab.lkm2 para a província do Huambo, que era a segunda província demografica
mente mais densa do País;• 20,0 hab.lkm2 para as restantes províncias.
A densidade populacional média do País é de 11,7 hab.lkm2, aproximadamente.Em Angola existem regiões que são mais povoadas do que outras, dando origem a gran
des desigualdades na distribuição da população.As zonas de maior densidade' populacional distribuem-se pelo litoral e pelo interior cen
tro e norte, sobretudo no planalto central.Todo o Leste e a fronteira sul apresentam regiões menos povoadas, juntamente com as
províncias do Zaire e do Namibe.
o 100 200 300 400 km1 I , , IEscala 1:15000000
" çf'b KUANDD KUBANGD
'\
Pessoas por quilómetro quadrado
Mais de 100 m25 a 50 05 alO50al00 12110 a 25 DOa5
N
t
Fig. 68 Mapa da densidade demográfica, por províncias, em 2002.
o Governo deve tomar as medidas necessárias, a fim de evitar que certas por9é>((l~ d<:> tor&ritório nacional constituam imensos vazios, enquanto que outras se apresentem d0l18lMl'Iéín .•te povoadas (o caso da província de Luanda).
Estas medidas passam por desenvolver e criar melhores condições de vida e d~ 1t'll!Jttillf\,;
ção das populações em todas as regiões do território nacional, para que a distribulçâo I'l~h;lmais equilibrada.
Concentração da população nas cidades: o caso de Luanda
Como vimos atrás, o vasto território angolano encontra-se desigualmente povoado, com'uma população que não está apenas a crescer a um ritmo rápido, mas que apresenta umatendência para se concentrar nas cidades.
Em 1990, as duas províncias mais populosas do país - Luanda e Huambo - repartiam empartes aproximadamente iguais quase 30% da população total do País.
Em 1996, Luanda assumiu rapidamente a primazia absoluta nessa distribuição, dado ocrescimento populacional mais rápido que aí se tem verificado.
Um aspecto a destacar é que o crescimento populacional observado na província deLuanda corresponde inteiramente ao crescimento urbano que se verifica na cidade capitaldo País.
População residente por província, em 2000Províncias População
Benqo
384 111Benquela
1 614883Bié
1 095813Cabinda
207628Huambo
1 598734Huíla
1 225004Kuando Kubanqo
385265Kwanza Norte
403721Kwanza Sul
807441Kunene
406028Luanda
2824891Lunda Sul
451 014Lunda Norte
403721Malanie
855888Moxico
387572Namibe
275684Uíqe
986232Zaire
288372TOTAL
14602000
/Fonte: Monografia de Angola, Ministério do Planeamento, 2001, tendocomo fonte os Cadernos do PRC e o Boletim Demográfico n.o 33 doInstituto Nacional de Estatística.
Pela sua densidade populacional, Luanda já ocupa o 4.0 lugar entre as cidades africanase o 14.0 lugar no Mundo.
A excessiva concentração populacional em Luanda reflecte-se em toda uma série de difi-culdades e problemas ligados a:
• habitação;• abastecimento de água;• fornecimento de energia eléctrica;• saneamento urbano;• insuficiência de infra-estruturas produtivas e sociais para abrigar um efectivo populacional
que vem crescendo de forma acelerada;• intenso tráfego rodoviário;• poluição, etc.
Fig. 69 Um dos problemas da cidade de Luanda é a falta de saneamento urbano.
A redistribuição da 'população angolana passa por:• fim das hostilidades (guerra);• reactivação do sector industrial, fábricas e outras actividades para produção de bens
em todas as províncias, de modo a que as populações tenham emprego;• acesso à educação e assistência médica;• condições de habitação;• distribuição e comercialização de alimentos, vestuário, calçado, etc.;• estabelecimento e melhoramento da rede de vias de comunicação (estradas, pontes,
caminhos-de-ferro, aeroportos).
Fig. 70 Acesso à educação.
Movimentos da população: o êxodo rural
A movimentação da população dentro de uma determinada região. geralrnontl} elT1
busca de melhores condições de vida, chama-se migração.A migração em Angola reflecte, sem dúvida, a transferência de um número slgnlflcutlvõ
de pessoas dos campos para as cidades, resultante da própria insegurança verificado 1105
áreas rurais afectadas pela guerra. A estes movimentos do campo para as cidade dÉH\Q onome de êxodo rural e têm-se verificado com alguma frequência, em Angola, ao longo dO:Júltimos anos, como sintoma de que, nas áreas rurais, a vida é cada vez mais difícil.
Fig. 71 População rural.
As principais causas de migração encontram-se na procura de:• segurança física e alimentar;• emprego;• melhores condições de habitação;
.• saúde e educação.
Fig. 72 Nas cidades há melhores condições de habitação.
As migrações têm efeitos tanto nas zonas de saída (proveniência) como nas zonas dechegada (destino).
Efeitos das migrações
Nas zonas de saída (emigração) Nas zonas de chegada(hnigração)
Os campos e as povoações perdem a mão-
A população aumenta rapidame'nte.
-de-obra, atrasando o desenvolvimento. A concentração excessiva de pessoas nas cida-Dá-se a desagregação de núcleos familiares.
des aumenta as necessidades de habitação, em-prego, água, energia eléctrica, transportes e outrosserviços.
Quando essas necessidades não são totalmente satisfeitas, as condições de vida daI:>opulação rural tornam-se difíceis.
As más condições de vida têm como consequência:• fome;• delinquência;• prostituição;• assaltos;• desagregação familiar;• abandono escolar, etc.
Fig. 73 Fome.
Ao melhorar as condições de vida da população rural nas zonas de origem, pode contribuir-se para reduzir as migrações e a concentração de pessoas nas cidades. Isto só serápossível com a criação de:
• escolas;• centros de saúde;• centros recreativos;• fábricas;• indústrias para transformação de produtos do campo;• construção de infra-estruturas comunitárias, etc.
Fig. 74 Infra-estruturas comunitárias (Sumbe).
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