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V Simpósio Nacional ABCiber - Dias 16, 17 e 18 de Novembro de 2011 – UDESC/UFSC
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GEO(GRAFISMOS) AFETIVO: Sistemas de informações geográficas e Arte
Leci Augusto1
Tiago Franklin R. Lucena2
Resumo: O presente artigo trata da relação em arte e tecnociência e o uso dos sistemas de informações geográficas na poética urbana, antropossocial. Além de alguns trabalhos importantes para construção de um ambiente sustentável, fazemos um estudo de caso na cidade Candangolândia, no Distrito Federal, devido a sua importância na história na construção da cidade de Brasília. Ressalta-se a relação homem/natureza/espaço, na criação de cartografias afetivas. Palavras-chave: arte, geografia, sistemas de informação geográficas, cartografias
Arte e Ambiente
O ambiente físico, desde sempre, é fonte de inspiração e forma de expressão para
narrativas e representações poéticas em diversas linguagens. Num dado momento, esse
ambiente natural – lugar das criações artísticas, por um viés interdisciplinar, é de grande
valor para produção de conhecimento histórico e cultural, pois combina o olhar do artista
sobre a realidade em suas dimensões objetiva e subjetiva, a memória individual e coletiva,
além dos processos materiais e simbólicos.
A Land Art ─ tendência que propõe um modo de relacionar a arte com o espaço
natural no contexto da chamada Earth-Art -, para Giulio C. Argan o protagonista da
experiência estética é o ambiente, espaço em que os indivíduos interagem, “ enquanto o
outro, no sentido mais amplo, com que se defronta o si" ( 1992, p. 589). A contestação dos
artistas, no momento, traduzia-se na privatização do ambiente natural, espaço de relações
sociais que ganha valor de mercado.
1 Doutoranda em Artes- UnB, na linha de pesquisa Arte e Tecnologia sob a orientação da profa. Diana Domingues. Bolsista REUNI/ Capes Endereço – SQS 304 Bolco G apt 305. Brasília /Distrito Federal / Brazil.CEP – 70337-070 telefone- 55 61 96742383. E-mail – leciaugusto@gmail.com - http://artetecnociencia.blogspot.com 2 Doutorando em Artes- UnB, na linha de pesquisa Arte e Tecnologia sob a orientaçaão da Profa. Dra. Diana Domingues. Bolsista REUNI/Capes.
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Os problemas e questões colocadas pela Land Art dialogam na atualidade com a
Geociência, pois permitem criar instrumentos para medir fenômenos ambientais e a partir
destas informações georeferenciadas podemos prover os territórios de condições de vida
sustentável. Os Sistemas de Informações Geográficas - SIGs são instrumentos que
possibilitam visualizar as condições espaciais e ambientais o que permite criar bancos de
dados, que armazenam informações que subsidiam análises sobre a ocupação e tipo de solos,
permitem captura de imagens e análises multitemporais das regiões, que possibilitam
reconfigurar práticas políticas, agrícolas, de ocupação do espaço/ambiente entendido como
um sistema vivo. Nesse vasto campo apresentado pelas ferramentas dadas por softwares
como ArcGis produzido pela empresa ESRI, para citar um exemplo, pensamos a coleta e
visualização dos geodados espacializados para a criação de poéticas onde
tecnologias/indivíduos/locais são questionados. Os dados georreferenciados possibilitam à
dectecção da situação real, além de possibilitarem a visualização de saída- datavisualization.
• Passagens
Fig. 1–Passagens, Leci Augusto, BsB, 2007.
Passagens, 2007
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Como antecedentes de nossa de pesquisa e análise da paisagem, citamos o projeto
experimental de conhecimento ambiental- “passagens”, 2007. A intervenção chama atenção
para a reconfiguração do espaço por meio dos sinais deixados pelos transeuntes que cortam
os caminhos em seus deslocamentos diários. Áreas verdes ao seu redor são constantemente
transversalizadas por caminhos que se abrem pela ocupação humana, numa espécie de
apropriação natural do corpo no espaço urbano. Reforçando essa ocupação natural, a artista
sinaliza os caminhos valendo-se de outros elementos naturais, estranhos naquele local.
Passagens, afirma-se com uso de material areia, uma preocupação em adequar o conceito de
entropia ─ o decair da ordem para o caos.
Nestas paisagens que se converteram em material de configuração artística, os
elementos aleatórios, como a chuva, o vento, por exemplo, tornam-se elementos
constitutivos da própria obra. A obra termina quando se degrada por completo, sofre
diretamente a ação do tempo reintegra-se ao ambiente.
Outros projetos, usando já de ferramentas de geolocalização, com o uso de GPS
(Global Position Systens) datam do final dos anos noventa, com as iniciativas de Jeremy
Wood3 no uso do GPS, uma tecnologia militar para levantamento cartográfico do espaço
físico. No Brasil, citam-se as experiências de Cícero Dias com pesquisa nesta área em
conjunto com Marcos Khoriati4.
Pela possibilidade de integração entre a construção de mapas com a poética do
espaço, surge do trabalho do artista espanhol Antoni Abad. Abad reflete sobre os problemas
da cidade, para o transito de cadeirantes. No projeto “Barcelona Acessible” (Fig. 2), o artista
disponibilizou celulares com GPS a quarenta cadeirantes da cidade de Barcelona. A
proposta foi cartografar a cidade, evidenciando pontos de inacessibilidade dos indivíduos
que usam cadeiras de rodas. São diversos os obstáculos no espaço urbano que passam
despercebidos aos pedestres que se locomovem. O artista criou um banco de dados, a partir
das fotografias dos cadeirantes em seus trajetos diários, que denotam a representação visual
dos desafios que
estes enfrentam
em sua
3 Veja diversos trabalhos na galeria do: http://www.gpsdrawing.com/ 4 http://www.gpsart.net/
Fig.2 : Geotags de pontos inacessíveis aos cadeirantes, Antoni Abad, Barcelona,
(2007).
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locomoção. O projeto fez uma critica o governo mostrando que, apesar de turística,
Barcelona possui problemas sociais, como o de acessibilidade para cadeirantes5.
5http://www.megafone.net/BARCELONA/barcelona.php?qt=0&can_actual=74&desde=5&can_visible=
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GPSOL
O uso de ferramentas como GPS pela arte vem se tornando cada vez mais
comum: Registrar um percurso realizado com o celular e GPS acionado é parte de poéticas
artísticas, classificadas como escritas com GPS. As letras ou desenhos formados pelo
percurso são “traduzidos” por ferramentas geolocalizadoras como “Google Earth”, por
exemplo, que permitem a visualização do percurso realizado pelo artista. A ferramenta foi
essencial para visualização da palavra “SOL”, desenhada por nós, na Ponta dos Seixas6 -
região mais oriental das Américas-, na cidade de João Pessoa, Paraíba.
fig.3 : GPSOL, Tiago Fanklin, Ponta do Seixas PB, 2009.
6 Tido como o ponto mais oriental das Américas. A ação fez parte oficial da Exposição Capital Digital na Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Arte da capital paraibana durante os dias de 12 de Junho a 12 de Agosto. A escrita em GPS foi realizada no dia 10 de Junho de 2009. Com a colaboração de David Sobel, Leandro Gabi e funcionários da Estação Cabo Branco. Contou também com o apoio de Alexandra Caetano, Camila Hamdan, Leci Augusto e Laboratório de Pesquisa em Arte e Realidade Virtual-UnB, sob a coordenação da profa. Suzete Venturelli. 6 O título do trabalho brinca com a aproximação da ferramenta usada GPS com a palavra Sol, bem como com o som da pronuncia da cidade em que se deu a experiência João Pessoa.
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O trabalho GPSOL7 (Fig.3) procurou versar sobre a importância dada aos locais.
Realizado com cerca de dois quarteirões de escala para cada letra. O resultado imagético, no
entanto, não conseguiu capturar toda a experiência vivida no local, visitado pela primeira
vez pelos integrantes do grupo. Poças de água que inviabilizaram a caminhada a pé, sem
molhar os pés, os cheiros de comida litorânea no ar, os moradores do local não foram
capturados, permitindo afirmar que nada substitui a experiência de estar no local8. Mesmo
com todas as ferramentas disponíveis o que efetivamente se altera são as formas de se sentir
presente.
O artista poeticamente, ao inserir marcas de ação humana nessa paisagem natural
denota conquista de território e visibilidade do ponto onde o sol nasce. GPSOL usou um
dispositivo móvel, palm top, na criação do trabalho e registro em vídeo na documentação da
performance realizada. O trabalho classifica-se como Arte em Mídias Locativas9· . De modo
geral, mídias locativas significam que os artistas se apropriam das ferramentas locativas, na
realização de sua arte. Locativo refere-se a “local” e as tecnologias e serviços baseados em
localização (location-based services e technologies – LBS e LBT) usam sistemas que
referenciam como GPS, etiquetas RFIDs, QRcodes, rede celular.
O termo Mídias Locativas foi proposto do Karlis Kalnins em 2003 no Center for
New Media na Letônia (RIXC). O termo foi criado justamente por artistas para diferir o uso
destas tecnologias dos projetos corporativos, onde tempos depois, artistas expunham as
possibilidades das mídias locativas na arte, durante o evento da Futuresonic, em
Manchester, 2004. As mídias locativas têm como representante os celulares, palms e
notebooks. Objetos e dispositivos integrantes da infra-estrutura multi-redes na qual
convivemos hoje: Bluetooth, infravermelho, celular, wi-fi, wi-max.
Podemos definir mídias locativas como tecnologias e serviços baseados em localização onde o contexto informacional é parte fundamental do processo. Locativo é uma categoria gramatical que exprime lugar, como “em” ou “ao lado de”, indicando a localização final ou o momento de uma ação. As tecnologias baseadas em
7 O título do trabalho brinca com a aproximação da ferramenta usada GPS com a palavra Sol, bem como com o som da pronuncia da cidade em que se deu a experiência João Pessoa. 8 O Google, por exemplo, lançou a ferramenta Google Street View, como tentativa de fornecer maiores detalhes para os usuários que desejam ver um determinado local. 9 Termo proposto por Drew Hemment (2004) e trabalhado no Brasil pelo pesquisador André Lemos, que criou o verbete para a enciclopédia do Itaú Cultural.
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localização podem ser divididas em dispositivos (celulares, palms, netbooks, GPS, QR Codes), sensores (entre eles as etiquetas RFID) e redes (celular, Wi-Fi, Wi-Max, bluetooth, GPS). Os serviços podem ser classificados em mapeamento, localização, redes sociais móveis, informação jornalística, games, turismo, realidade aumentada, publicidade, etc. (LEMOS, 2009).
Arte e TecnoCiência
Constituindo-se na indicação dos caminhos/trajetórias, trabalhos como I-see, por
exemplo, coloca em questão o uso de sistemas especialistas que indicam o menor/melhor
caminho entre um ponto A para um ponto B. Largamente usado pelos usuários o Google
Maps e o GPS no carro se configuram como exemplos desse guia digital. No entanto, I-see
versa justamente sobre esses caminhos ao propor uma rota na cidade de Londres onde o
usuário não será visualizado por nenhuma câmera no centro da cidade. O usuário por meio
de um site indica o ponto em que está e para onde quer ir e o sistema traça sua rota, que
poderá ser a mais longa, para que o usuário se desvencilhe do sistema de vigilância e
controle que impera na capital inglesa.
Fig 4- Imagem do projeto isee, câmeras de vigilância.
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O Projeto i-see10 (fig. 4) mapeia as câmeras de vigilância de Londres e Nova
Iorque e propõe um mapa com percursos alternativos para as pessoas se deslocarem sem
serem capturadas pelas câmeras – numa proposta clara de contra-vigilância.
Já na obra Translator II: Grower11(2004) um robo veicular se locomove na borda de
uma parede do local expositivo produzindo uma tela com tinta verde. O robô captura e
responde aos níveis de dióxido de carbono no ar desenhando imagens (linhas verticais),
como gramas na parede com a tinta. O robô captura a quantidade de dióxido de carbono
(CO2) por meio de um pequeno sensor digital. O sensor localizado em outra parede capta e
envia por conexão wireless as informações para o robô. O número de pessoas na sala, sua
respiração e exalação de CO2 interferem imediatamente no sensor, afetando a imagem que
está sendo produzida. Quanto mais CO2, mais alta e grossa ficam as linhas criadas pela
máquina.
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“iSee is a web-based application charting the locations of closed-circuit television (CCTV) surveillance cameras in urban environments. With iSee, users can find routes that avoid these cameras - paths of least surveillance - allowing them to walk around their cities without fear of being "caught on tape" by unregulated security monitors.” Disponível em: http://www.appliedautonomy.com/isee/info2.html. 11 Aluminum, ink, custom electronics, robotics and sensors
Fig. 5 - Paisagem construída por robô.
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Fig. 6 -Relevo em arcscene, Leci Augusto , 2011
No trabalho Transator II e em Relevo em arcscene são exemplos de como a ciência
pode dialogar com a arte, na formação de novas imagens. O que se vê são as informações
que foram solicitadas aos sensores e dados geográficos. Lev Manovich (2009) é da opinião
que as redes de sensores, câmeras de vigilância, etc. são os novos alimentadores de imagem,
isto é houve a computadorização da cultura visual, significa que as imagens funcionam de
várias maneiras: acrescentando interatividade, transformam imagens estáticas em espaços
navegáveis. Este novo abstracionismo que surge do tratamento dos algoritmos vindos de
Java, c++ entre outros, surgem da complexidade de um mundo que não é reduzido a uma
composição estática, mas em constante mutação.
Poderíamos pensar em Mondrian, diante de tal visibilidade?
O paradigma reducionista na arte começa a ser questionado, por volta do Século
XIX, mas é no Século XX que artistas como Mondrian, Kandinsky libertam a forma
mantendo somente a essência, a idéia, daquilo que imagem anteriormente representava. Hoje
se ressalta a estética da complexidade, onde as imagens interagem com usuários e com o
próprio sistema em relações de feedback e biofeedback quando são provenientes dos sinais
corporais, capturados no momento da ação performática.
Investigando a Candangolândia
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Fig.9- Candangolândia é a décima nona região administrativa (RA-XIX) do Distrito Federal.
A origem da cidade se confunde com início da construção da nova capital, a cidade
abrigava os pioneiros que trabalharam na construção de Brasília, juntamente com o Núcleo
Bandeirante. O primeiro acampamento na Candangolândia foi construído em 1956 pela
Novacap, criado pelo presidente Juscelino Kubitschek, abrigando a sede da empresa, um
caixa forte para fazer o pagamento dos salários dos operários, um posto de saúde, um
hospital, um posto policial, dois restaurantes – o da Novacap e o do Serviço de Alimentação
Popular, SAPs, uma escola para os filhos dos pioneiros, além das residências para as equipes
técnicas e administrativas da Novacap. Havia também outro acampamento que abrigava
cerca de 1.200 funcionários, que ficaram conhecidos como candangos, por trabalharem na
construção de Brasília. O termo candango surgiu com os africanos trazidos ao Brasil como
escravos e servia para designar os portugueses que os maltratavam. Com o tempo, o
significado mudou, passando a ser usado para nomear os trabalhadores que vinham de outras
regiões, caso da construção de Brasília, que trouxe operários de outros lugares,
principalmente de Estados do Nordeste. Em 1989, a Candangolândia tornou-se uma cidade.
Em 27 de janeiro de 1994, por meio da Lei n° 658 recebeu a denominação de Região
Administrativa XIX, fixando-se o dia 3 de novembro como data oficial de sua fundação.
Fig.10 - Arquivo Público do Distrito Federal, construção de casas pela NOVACAP, 1964
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Fig.11 -Candangolândia – Localizada à 15KM do Plano
Piloto _ intervenção sob os telhados, 2011.
A Candangolândia é considerada uma
ilha dentro de um corredor ecológico, pois está
inserida no corredor verde formado ao longo do
córrego Riacho Fundo, Córrego do Guará e Córrego Vicente Pires, os quais possuem
importância estratégica na preservação e recuperação das águas do Lago Paranoá.
RA XIX – Candangolândia / Áreas / limites e dados sócios- culturais/ Área: 6,60
Km2 Limites: Norte – BR – 51./ Sul – DF - 025./ Leste – DF – 047./ Oeste – DF – 003. Parque Ecológico e Vivencial da Candangolândia - 1.443,30m População – 16. 362, mulheres – 8.163 ; homens- 7.471; 0,76% da população total do DF.
Como proposta poética que surge da nossa relação com o espaço escolhido, por essa
paisagem que nos toca, sensibiliza por ter uma história no pioneirismo na construção de
Brasília e, também, por Brasília ter uma mística em torno das informações vindas do céu,
resolvemos dar visibilidade aos telhados da cidade, por encontrar-se na rota de descida dos
aviões, vindos do sul do país para o aeroporto Juscelino Kubistchek (JK). Considerar o
espaço da Candangolândia como um sistema vivo é a primeira condição colocada por nós.
Inspirados pelas idéias do geógrafo Milton Santos (2004) que amplia essa questão para
pensar o espaço como um sistema complexo.
“Na verdade, se os elementos do espaço são sistemas (tanto quanto o espaço), eles são também verdadeiras estruturas. Nesse caso, o espaço é um sistema complexo, um sistema de estruturas, submetido em sua evolução a evolução das suas próprias estruturas” (SANTOS, 2008, p. 28).
Ao visitar a cidade nos deparamos com um núcleo urbano bem organizado e cuidado
quanto as suas vias publicas e espaços privado que tivemos acesso. A Cidade tem ruas
estreitas e suas casas mantêm uma unidade arquitetônica, quanto ao tamanho dos terrenos, a
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organização das quadras contribuem para circularidade antropossocial. No entanto, as
notícias dos jornais sobre a cidade ressaltam que sua paisagem merece cuidados com relação
à dengue, como a maioria das cidades Brasileiras. Várias ações estão sendo implementadas
para combate a esta doença, que conforme administrador local, Sr. José Carlos Casado, as
ações realizadas pelo Estado fazem a diferença, mas é de grande importância que a
população procure se informar e esteja consciente de que o combate é contínuo e deve
começar no próprio quintal. “Devemos desenvolver um trabalho de sensibilização e
orientação. É de responsabilidade da escola, da administração, do governo e também do
cidadão”, diz Casado12.
Fig.13 - Blocos coloridos indicarão a quantidade dos focos do mosquito da dengue- Cores verdes/azuis (frias) focos
controlados. Cores vermelho/laranja (quentes) focos do mosquito.
12 Disponívem em : http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/042/04299003.asp?ttCD_CHAVE=107584. Acesso em
03 fev. 2011.
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Pensando em contribuir com esta realidade na cidade, propomos uma ação social que
sensibilize a comunidade para cuidar do meio ambiente. Propomos um mapeamento das
zonas infectadas pelo aedes aegypti (portador da Dengue), em realidade aumentada que
enfatize o perigo e mobilize os moradores para ação coletiva.
Realidade Aumentada (AR) refere-se às técnicas de inserção de imagens sintéticas
sobre imagens “reais”. Como antecedentes encontramos a técnica do Chroma Key no
cinema e vídeo, porém em AR usa-se de câmeras em processos de visão computacional que
lêem marcadores e inserem sobre eles imagens sintéticas. Na RA objetos sintéticos são
inseridos ao ambiente real (BIMBER; RASKAR, 2005).
Em nossos projetos utilizamos a técnica de RA para uso dos telefones celulares, que
possuem navegador android. No projeto para Candangolândia o alerta de contaminação
(bolas) será modelado sinteticamente e georreferenciada nas coordenadas geográficas do
local infectado, para que os Indivíduos de posse de smartphones (i-phones e celulares
Android) possam por meio das câmeras visualizarem esse objeto e terem a referência da
enfermidade próxima a sua residência.
Nosso projeto de ação sociocultural na Candangolândia visa uma parceria com a
Faculdade do Gama (FGA/UnB), que desenvolve o projeto SAPIO13 - Sistema de Aquisição
e Processamento de Imagens em ovitrampas. O projeto conta com outros colaboradores e
visa a automatização da contagem dos ovos depositados pelo mosquito Aedes aegypti em
locais onde as ovitrampas são previamente instaladas, em zonas de maior incidência da
doença. Também foi desenvolvido um sistema de Informações Geográficas para auxiliar no
acompanhamento estatístico da proliferação do mosquito, da doença.
13 Departamento de Engenharia Elétrica – Universidade de Brasília (UNB) Área Especial 2 Lote 14 Setor Cep: 72405-610 – Central Gama – DF – Brasil. Professores responsáveis:Lourdes Mattos Brazil e Marcelino Monteiro de Andrade.
Fig.14 - Ovitrampas: sua contagem se dá por forma visual. Individuo responsável pela contagem informa via celular o número de ovos naquela placa.
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Os dados coletados pelo sistema do SAPIO são compartilhados e pelo banco de
dados podemos informar com as imagens gráficas (bolas) a incidência de focos de dengue
naquela região.
Considerações:
O lócus de discussão da reestruturação produtiva para o sistema da arte ambiental –
environmental art, se faz nos modos de gerir os processos de cuidar do ambiente em que
vivemos, significa criação e inovação tecnológica de modelos contemporâneos para a
produção desse cuidado coletivo. O sistema de informações geográficas (SIG) é atualmente
utilizado, em todos os níveis da administração pública, porém, para o diagnóstico e controle
de problemas socioambientais, tem sido de fundamental interesse e importância para
planejamento transversal dos territórios, por detectar a situação real, possibilitando
apreensão da uma realidade e conseqüente ação proativa.
Um SIG é um sistema de hardware, software de informação espacial e
procedimentos computacionais que permitem e facilita a análise, gestão ou representação do
espaço e dos fenômenos que nele ocorrem. Essa tecnologia busca a melhor eficiência
operacional, permitindo uma boa administração das informações para minimizar os custos
de trafego de informações e dar maior velocidade na tomada de decisões, pois permite um
contato instantâneo 14.
Por outro lado, verifica-se que grafismos cartográficos capazes de descrever fatos do
mundo real têm sido codificados nas formas analógicas e digital, como ocorre hoje em dia.
Ressalta-se que desde os babilônios que a cartografia é um modelo de representação da
superfície da terra. Os babilônios, por volta de 2400 aC. usavam tabletes de argila cozida
para representar cadeias de montanhas, pintores Renascentistas, como Leonardo da Vinci
criou mapas a partir da experiência in lócus, que expressavam os cursos dos rios e que
serviram de estudos para muitos cartógrafos. No Brasil há vários mapas do Xingu, criados
14http://www.geolab.faed.udesc.br/sites_disciplinas/geoprocessamento_aplicado_ao_planejamento/docs/apostila_s ig%5B1%5D.pdf
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de forma esquemática e que representam a ocupação dos indígenas, além das corredeiras e
rios da região.
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REFERÊNCIAS
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Virtual Worlds. Wellesley, Massachusetts: A K Peters, 2005. Agencia Brasília. Disponível em: http://www.agenciabrasilia.df.gov.br/042/04299003.asp?ttCD_CHAVE=107584. Acesso em 03 fev. 2011. BRASIL, L.M. (Org.), Informática em Saúde. Editoras: Universa e Eduel, 2008. Google Earth. Image2002DigitalGlobe. 2002. Europa Technologies. Google 2002 .Disponível em:< http://earth.google.com/intl/pt/download-earth.html>. Acesso em: 10 de junho de 2011. ________________. Image2008DigitalGlobe. 2008. Europa Technologies. Google 2008. Disponível em:< http://earth.google.com/intl/pt/download-earth.html>. Acesso em: 10 jun. 2011.
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