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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO EM SISTEMAS DE GESTÃO
ORLANDO AUGUSTO VIEIRA GONÇALVES
GESTÃO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA: ESTUDO DE CASO NUM
INSTITUTO DE PESQUISA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Sistema de Gestão da Universidade Federal
Fluminense como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de
Gestão. Área de concentração: Organizações e
Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de
Gestão pela Qualidade Total.
Orientador:
Prof. Ruben Huamanchumo Gutierrez, D.Sc.
Niterói
2016
G635g Gonçalves, Orlando Augusto Vieira.
Gestão do consumo de energia elétrica: estudo de caso num
instituto de pesquisa na cidade do Rio de Janeiro / Orlando
Augusto Vieira Gonçalves – Niterói, RJ: 2016.
133f. : il. Orientador: Ruben Huamanchumo Gutierrez
Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão) – Universidade
Federal Fluminense, 2016.
1. Energia elétrica. 2. Consumo. 3. Gestão de processos. I. Título.
CDD 333.79
Dedico este trabalho
A minha mãe Ludovina de Fátima (in memoriam) que moldou o meu caráter, transmitindo
valores importantes como humildade, respeito, amizade, retidão e perseverança, sem os quais
não é possível superar as dificuldades da vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e por sua infinita misericórdia para comigo.
A minha saudosa mãe Ludovina de Fátima (in memoriam) por seu exemplo de retidão
na fé, de uma esperança firme e de uma caridade perfeita.
Ao meu pai Orlando Gonçalves por sua dedicação e trabalho incansáveis junto à família.
A minha esposa Eva Cristhina pelo companheirismo e paciência comigo.
Aos meus filhos Lucas Agostinho, Miguel Mateus e Afonso Emmanuel, presentes de
Deus em minha vida.
A minha irmã Aurora da Livração pelo seu apoio e incentivo.
A CNEN/IEN pela oportunidade de aprimoramento concedida.
Ao professor Dr. Ruben Gutierrez que foi incansável, paciente e crítico na medida certa
e que desde o primeiro momento, ao me acolher, depositou toda a confiança em mim e na
proposta de trabalho.
Ao colega de trabalho Dr. Isaac Luquetti, que me socorreu nos vários momentos em que
precisei de ajuda durante essa empreitada.
Ao colega de trabalho e de turma Ricardo Nicoll por sua contribuição e colaboração
para melhoria do trabalho e também pelos momentos de estudo e discussões.
Ao colega de trabalho Alberto Santos por sua disponibilidade em ajudar a turma durante
o curso com as reuniões mensais.
Ao colega de trabalho e de turma José Antônio pelos momentos de estudo em grupo.
Ao colega de trabalho Leonardo Falcão por sua ajuda nos aspectos relacionados à
Tecnologia da Informação para a coleta de dados.
Ao colega de trabalho Almir Barbio de Azevedo pela edição da ficha catalográfica.
Ao colega de trabalho Denilton Marins pelo incentivo em fazer o Mestrado.
Aos especialistas e demais colegas de trabalho que colaboraram respondendo ao
questionário e dando sugestões de melhoria.
Ao colega de turma Getúlio Junior por sua disponibilidade em ajudar a turma na
formatação do arquivo de dissertação.
Aos colegas de turma que colaboraram de alguma forma, com a troca de informações.
Aos Professores Miriam Méxas, Helder Costa e Júlio Vieira que participaram da Banca
de Qualificação e contribuíram para a melhoria do trabalho com suas observações.
Aos professores do Latec por seus ensinamentos, dicas e partilha de experiência.
À Bianca e a todos os profissionais da secretaria do Latec que sempre se mostraram
prestativos quando solicitei ajuda.
“Enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer.”
(Santo Agostinho)
RESUMO
A crise energética tem ganhado bastante visibilidade na sociedade, nas empresas privadas e
também nos órgãos públicos, suscitando ações necessárias para a redução do consumo de água
e de energia elétrica. A pesquisa procura identificar a problemática do consumo de energia
elétrica, com suas causas e efeitos, no contexto da crise hidroelétrica brasileira. Esta pesquisa
tem por objetivo geral analisar e discutir as principais ações que devem ser tomadas para se
obter a redução do consumo de energia elétrica em ambientes competitivos. Para tanto, tem
como objetivos específicos: fazer uma revisão na literatura sobre a gestão do consumo de
energia e identificar um conjunto de critérios que permitam avaliar a gestão de energia; estudar
os modelos relatados na literatura com a indicação de ações que contemplem o uso racional e
eficiente da energia elétrica; aplicar no estudo de caso os critérios encontrados na literatura e
propor ações de melhoria e gestão eficaz do consumo elétrico ajustado a um Instituto de
Pesquisa de uma Autarquia Federal no Rio de Janeiro. Uma revisão da literatura nas bases
Scopus e SciELO foi realizada para dar suporte à construção desse modelo. Foi utilizado um
questionário para definir e classificar o conjunto de critérios que contribuem para a redução do
consumo no modelo utilizado. Um grupo de especialistas foi formado para validar os problemas
encontrados e opinar sobre as soluções propostas. O método da pesquisa é indutivo de natureza
exploratória e descritiva com abordagem quali-quantitativa. Os resultados da revisão da
literatura apontaram para nove critérios relevantes e mostram que é possível alcançar uma
redução no consumo de energia a partir do estudo desses critérios e de sua correlação com as
variáveis coletadas no estudo de caso. Os resultados obtidos do questionário que foi aplicado
junto aos especialistas no estudo de caso excluíram os três critérios menos relevantes, através
da aplicação do Diagrama de Pareto. A pesquisa contribui para o desenvolvimento de uma
metodologia para avaliação de ações visando o uso racional da energia elétrica. Contribui
também para ações de planejamento sustentável que possam auxiliar as tomadas de decisão nos
níveis operacional e gerencial num contexto de crise hidroelétrica.
Palavras-chave: consumo de energia elétrica, gestão de processos, melhoria de processos.
ABSTRACT
The energy crisis has gained considerable visibility in society, in private companies and also in
public agencies, provoking actions necessary to reduce water and electricity consumption. The
research seeks to identify the problem of the consumption of electric energy, with its causes
and effects, in the context of the Brazilian hydroelectric crisis. This research has as general
objective to analyze and discuss the main actions that must be taken to obtain the reduction of
the consumption of electric energy in competitive environments. To do so, it has specific
objectives: to review the literature on the management of energy consumption and to identify a
set of criteria for assessing energy management; To study the models reported in the literature
with the indication of actions that contemplate the rational and efficient use of electric energy;
To apply in the case study the criteria found in the literature and to propose actions of
improvement and effective management of the adjusted electric consumption to a Research
Institute of a Federal Autarchy in Rio de Janeiro. A review of the literature on Scopus and
SciELO bases was carried out to support the construction of this model. A questionnaire was
used to define and classify the set of criteria that contribute to the reduction of consumption in
the model used. A group of experts was formed to validate the problems encountered and to
give an opinion on the proposed solutions. The research method is inductive of an exploratory
and descriptive nature with a qualitative-quantitative approach. The results of the literature
review pointed to nine relevant criteria and show that it is possible to achieve a reduction in
energy consumption based on the study of these criteria and their correlation with the variables
collected in the case study. The results obtained from the questionnaire that was applied to the
experts in the case study excluded the three less relevant criteria through the application of the
Pareto Diagram. The research contributes to the development of a methodology for the
evaluation of actions aimed at the rational use of electric energy. It also contributes to
sustainable planning actions that can aid decision making at the operational and managerial
levels in a context of hydroelectric crisis.
Keywords: electric power consumption, processes management, processes improvement
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Práticas para se atingir as diversas etapas na Gestão de Processos......................... 40
Figura 2: O ciclo PDCA.......................................................................................................... 42
Figura 3: Exemplo de Diagrama de Pareto.............................................................................. 44
Figura 4: Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito................................................................ 45
Figura 5: Critérios do Modelo de Excelência da Gestão ....................................................... 49
.
Figura 6: Modelo do Sistema de Gestão da Qualidade – NBR ISO 9001.............................. 51
Figura 7: Tipologia da Pesquisa............................................................................................. 56
Figura 8: Roteiro da Pesquisa................................................................................................. 61
Figura 9: Localização do IEN no campus da UFRJ .............................................................. 69
Figura 10: Foto aérea do IEN.................................................................................................. 70
Figura 11: Diagrama Unifilar Geral do IEN........................................................................... 71
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Artigos publicados por ano na base Scopus........................................................... 25
Gráfico 2: Artigos publicados por ano na base SciELO.......................................................... 32
Gráfico 3: Nível de escolaridade dos respondentes especialistas............................................ 77
Gráfico 4: Nível de escolaridade dos respondentes não especialistas..................................... 78
Gráfico 5: Grau de importância dos critérios.......................................................................... 79
Gráfico 6: Grau de desempenho dos critérios......................................................................... 80
Gráfico 7: Frequência de contribuição anual dos critérios...................................................... 81
Gráfico 8: Peso atribuído aos critérios.................................................................................... 82
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Palavras-chave da pesquisa (Scopus)...................................................................... 21
Quadro 2: Análise dos resumos e títulos dos artigos (Scopus)................................................ 22
Quadro 3: Artigos selecionados para a pesquisa (Scopus)...................................................... 22
Quadro 4: Distribuição de artigos por periódico (Scopus)...................................................... 25
Quadro 5: Considerações sobre os artigos (Scopus)................................................................ 26
Quadro 6: Tabulação por critério (Scopus).............................................................................. 29
Quadro 7: Palavras-chave da pesquisa (SciELO).................................................................... 30
Quadro 8: Análise dos resumos e títulos dos artigos (SciELO).............................................. 30
Quadro 9: Artigos selecionados para a pesquisa (SciELO).................................................... 31
Quadro 10: Distribuição por periódico (SciELO)................................................................... 33
Quadro 11: Considerações sobre os artigos (SciELO)............................................................ 33
Quadro 12: Tabulação por critério (SciELO).......................................................................... 35
Quadro 13: Consolidação dos artigos selecionados nas bases Scopus e SciELO................... 35
Quadro 14: Relevância dos critérios selecionados na literatura.............................................. 36
.
Quadro 15: Significado dos fatores 6M x Ishikawa................................................................. 47
Quadro 16: Situações relevantes para diferentes estratégias de pesquisa............................... 59
Quadro 17: Correlação critérios x ações adotadas.................................................................. 65
Quadro 18: Alinhamento dos objetivos com a metodologia e os resultados esperados.......... 67
Quadro 19: Consolidação dos dados coletados....................................................................... 84
Quadro 20: Resumo dos critérios selecionados e ações adotadas........................................... 85
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AHP: Analythic Hierarchy Process
ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
Capes: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CNEN: Comissão Nacional de Energia Nuclear
ELETROBRÁS: Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
EPE: Empresa de Pesquisa Energética
FINEP: Financiadora de Estudos e Projetos
FNQ: Fundação Nacional da Qualidade
GESPÚBLICA: Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização
IEN: Instituto de Engenharia Nuclear
Kg: quilograma
kV: quilovolt
kVA: quilovoltampere
kVAh: quilovoltampere-hora
kVArh: quilovoltampere reativo-hora
kW: quilowatt
kWh: quilowatt-hora
LIGHT: Light Serviços de Eletricidade S.A.
MASP: Método de Análise e Solução de Problemas
MEG: Modelo de Excelência de Gestão
MW: megawatt
PDCA: Planning, Doing, Checking and Action
PDCL: Planning, Doing, Checking and Learning
PES: Projeto Esplanada Sustentável
PROCEL: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
SciELO: Scientific Electronic Library Online
UFF: Universidade Federal Fluminense
UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Pontuação final dos critérios segundo os especialistas............................................ 63
Tabela 2: Classificação final dos critérios segundo os especialistas....................................... 63
Tabela 3: Consumo mensal Medição LIGHT: Anos 2011 a 2015, horário de ponta.............. 74
Tabela 4: Consumo mensal Medição LIGHT: Anos 2011 a 2015, horário fora da ponta....... 75
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
1.1 Contextualização ............................................................................................. 16
1.2 Problema da pesquisa ...................................................................................... 17
1.3 Questões da pesquisa ...................................................................................... 17
1.4 Objetivos da pesquisa ..................................................................................... 17
1.5 Justificativa e relevância da pesquisa ............................................................. 18
1.6 Delimitação da pesquisa ................................................................................. 18
1.7 Estrutura do trabalho ....................................................................................... 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 21
2.1 Levantamento Bibliométrico para a Base de dados Scopus ........................... 21
2.2 Estatística dos artigos selecionados na Base de dados Scopus ....................... 24
2.3 Análise dos artigos selecionados na Base de dados Scopus ........................... 26
2.3.1 Considerações sobre os artigos extraídos da Base de dados Scopus ........ 26
2.3.2 Tabulação por critério na base Scopus ...................................................... 29
2.4 Levantamento Bibliométrico para a Base de dados SciELO .......................... 29
2.5 Estatística dos artigos selecionados na Base de dados SciELO ...................... 32
2.6 Análise dos Artigos selecionados na Base de dados SciELO ......................... 33
2.6.1 Considerações sobre os artigos extraídos da Base de dados SciELO ....... 33
2.6.2 Tabulação por critério na base SciELO .................................................... 34
2.7 Consolidação dos artigos selecionados nas Bases Scopus e SciELO ............. 35
2.8 Gestão de Processos ........................................................................................ 39
2.8.1 Estágios na Gestão de Processos ............................................................... 40
2.8.2 Ferramentas de Gestão de Processos ........................................................ 41
2.9 Modelos de Gestão .......................................................................................... 46
2.9.1 Modelo de Excelência da Gestão da FNQ ................................................ 47
2.9.2 A Norma ABNT ISO 9001:2015 .............................................................. 50
2.9.3 Gestão de Processos do Governo .............................................................. 52
2.10 Gestão do consumo de energia .................................................................... 53
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 56
3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................. 57
3.2 Coleta de dados ............................................................................................... 58
3.3 Definição do método ....................................................................................... 59
3.4 População e Amostra da pesquisa ................................................................... 59
3.5 Construção da ferramenta de coleta de dados ................................................. 62
3.6 Tratamento e análise dos resultados ............................................................... 65
3.7 Alinhamento dos objetivos da pesquisa com os resultados esperados ........... 67
3.8 Critérios de seleção para os grupos de respondentes ...................................... 68
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 69
4.1 Objeto do Estudo de Caso ............................................................................... 69
4.1.1 Caracterização das instalações prediais .................................................... 69
4.1.2 Caracterização da alimentação elétrica e histórico de consumo ............... 70
4.1.3 Caracterização da iluminação ................................................................... 72
4.1.4 Caracterização do sistema de condicionamento de ar ............................... 72
4.2 Procedimentos para coleta de dados de consumo ........................................... 74
4.3 Procedimentos para coleta de dados do questionário ..................................... 75
4.3.1 A realização do pré-teste ........................................................................... 76
4.3.2 A entrega do questionário aos especialistas .............................................. 76
4.3.3 A entrega do questionário ao grupo de respondentes não especialistas .... 76
4.4 Resultados ....................................................................................................... 77
4.4.1 Análise do perfil dos respondentes ........................................................... 77
4.4.2 Grau de importância dos critérios ............................................................. 79
4.4.3 Grau de desempenho dos critérios ............................................................ 80
4.4.4 Frequência de contribuição anual dos critérios ......................................... 81
4.4.5 Peso atribuído aos critérios ....................................................................... 82
4.4.6 Análise dos dados de consumo coletados ................................................. 83
4.4.7 Consolidação dos dados coletados ............................................................ 84
4.4.8 Quadro resumo dos critérios selecionados e ações adotadas .................... 85
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................... 86
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 88
APÊNDICES ............................................................................................................... 93
ANEXO ...................................................................................................................... 133
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Desde o início da Revolução Industrial o acesso à energia elétrica e recursos naturais
era sinônimo de desenvolvimento e a sua ausência era considerada fator de atraso social e
econômico.
A geração e distribuição de energia elétrica na região Sudeste consistiam em atividades
geralmente atreladas à iluminação pública ou com a finalidade de servir de insumo para o
transporte ferroviário no início do século XX.
Com o crescimento da urbanização e a industrialização dos grandes centros urbanos, a
energia elétrica passou a ser um componente essencial para o desenvolvimento industrial e para
a infraestrutura urbana das cidades.
O Projeto Esplanada Sustentável (BRASIL, 2012), iniciativa adotada pelo Governo
Federal, através do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, que visa a redução de
gastos no custeio das instalações prediais públicas, vem obtendo resultados consideráveis,
juntamente com o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) da
Eletrobrás.
Segundo dados do PROCEL 2015, ano base 2014, essa iniciativa contribuiu com uma
economia de 10,5 bilhões de kWh de energia elétrica, com um índice 8 % superior ao alcançado
no exercício anterior (ELETROBRÁS, 2015).
No entanto, em seu Balanço Energético Nacional de 2015, a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE, 2015) registrou um aumento de 2,9 % no consumo total de energia elétrica
no país em relação ao ano anterior.
Nesse contexto, com a crise de energia que assola o Brasil desde o início do ano 2013,
surgiu a motivação principal para a escolha do tema desta pesquisa. Em vista dos baixíssimos
níveis dos reservatórios de água das usinas hidrelétricas do país, o Governo Federal, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e as Distribuidoras de Energia Elétrica sinalizaram que
haveria uma sobretaxa nos custos da energia elétrica com o repasse na conta dos consumidores.
Assim, a partir de janeiro de 2015, começou a vigorar o sistema de bandeiras tarifárias
(ANEEL, 2013), onde é incluído na conta de energia elétrica o acréscimo pelo uso das
termelétricas para a geração de energia.
17
Em outubro de 2015 o Governo Federal decretou medidas de racionalização do gasto
público, através do Decreto nº 8.540 (BRASIL, 2015) que, em seu artigo quarto, trata da
implementação de ações com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica.
Dessa forma, através do uso de um sistema de gestão de consumo elétrico, é possível
identificar os pontos críticos numa instalação e com isso melhorar a gestão dos processos
existentes, com medidas que gerem mudanças no perfil de consumo.
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA
A crise energética tem ganhado bastante visibilidade na sociedade, nas empresas
privadas e também nos órgãos públicos, suscitando medidas necessárias para a redução do
consumo de água e de energia elétrica.
A pesquisa procurou identificar a problemática do consumo de energia elétrica, com
suas causas e efeitos, no contexto da crise hidroelétrica brasileira.
1.3 QUESTÕES DA PESQUISA
Diante da situação problema, a pesquisa tem como questões norteadoras identificar
quais os critérios que devem ser considerados e quais as medidas que podem ser aplicadas para
se conseguir a redução do consumo de energia elétrica, contribuindo para a eficiência energética
das instalações de um Instituto de Pesquisa localizado no campus da UFRJ.
1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA
A pesquisa tem como objetivo geral analisar e discutir as principais ações que devem
ser tomadas para se obter a redução do consumo de energia elétrica em ambientes competitivos.
Para se alcançar o objetivo geral, previu-se os seguintes objetivos específicos:
fazer uma revisão na literatura sobre a gestão do consumo de energia e identificar
um conjunto de critérios que permitam avaliar a gestão de energia;
18
estudar os modelos de gestão de energia relatados na literatura com a indicação
de ações que contemplem o uso racional e eficiente da energia elétrica;
aplicar no estudo de caso os critérios encontrados na literatura acadêmica;
propor um conjunto de ações de melhoria para a gestão eficaz do consumo
elétrico ajustado a um Instituto de Pesquisa de uma Autarquia Federal localizado
na cidade do Rio de Janeiro.
1.5 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA
Considerando a necessidade de se reduzir os gastos da administração pública com o
consumo de energia elétrica, a pesquisa mostra-se alinhada com o Projeto Esplanada
Sustentável (BRASIL, 2012) e com o Decreto nº 8540 de 09 de outubro de 2015 (BRASIL,
2015).
Além disso, o gerenciamento energético é fundamental na identificação de
oportunidades de melhoria do desempenho energético das instalações. Dessa forma, a pesquisa
pode contribuir para:
O desenvolvimento de uma metodologia para avaliação de ações que contribuam para
o uso racional da energia elétrica;
Ações de planejamento sustentável que possam auxiliar as tomadas de decisão nos
níveis operacional e gerencial num contexto de crise hidroelétrica;
A melhoria da qualidade de vida das pessoas, tendo em vista que o uso consciente da
energia elétrica minimiza os efeitos da queima de combustíveis devido ao acionamento
das usinas termelétricas.
Análises mais abrangentes sobre o tema em estudos posteriores.
1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa teve como locus de estudo um Instituto de Pesquisa de uma Autarquia
Federal localizado na cidade do Rio de Janeiro. A investigação abordou a gestão do consumo
de energia elétrica num órgão público federal.
19
A pesquisa não contemplou o estudo de formas alternativas de geração de energia
elétrica, tais como a energia solar e a energia eólica, entre outras.
Não se considerou também a possibilidade de redução do consumo na área de produção
de radiofármacos (unidade de consumo TR-02 referente ao transformador que alimenta o
equipamento Ciclotron CV-28; unidade de consumo TR-03 referente ao transformador que
alimenta o sistema de refrigeração e a central de água gelada do equipamento Ciclotron CV-28;
unidade de consumo TR-13 referente ao transformador que alimenta o equipamento Ciclotron
RDS-111), já que são serviços considerados essenciais para o fornecimento de radiofármacos
aos hospitais e clínicas atendidos pelo Instituto.
A delimitação temporal dos dados coletados para o estudo de caso ficou compreendida
num período de 60 meses, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016.
A pesquisa bibliográfica dos artigos relacionados ao tema foi feita a partir do portal de
periódicos da Capes, nas bases científicas Scopus e SciELO, conforme indicado no capítulo 2.
Essas bases foram selecionadas devido à sua abrangência e ao seu reconhecimento como fontes
de difusão do conhecimento científico.
Apesar da qualificação dos indexadores dessas duas bases, contribuições importantes
que ainda não estejam indexadas nas mesmas, podem não ter sido consideradas na pesquisa.
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho está estruturado em cinco capítulos distribuídos da seguinte forma:
Neste capítulo introdutório ocorre a contextualização do tema escolhido e a formulação
do problema da pesquisa. São apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos, além das
questões da pesquisa. É feita a delimitação do tema e apresentada-se a justificativa e a
importância do estudo.
No segundo capítulo ocorre a revisão da literatura com a fundamentação teórica do tema
abordado, onde apresentam-se os conceitos, definições e critérios sobre gestão de processos e
gestão do consumo de energia elétrica.
O terceiro capítulo apresenta a metodologia que foi utilizada com a caracterização e
roteiro da pesquisa, apresentação da população e amostra da pesquisa, os instrumentos
utilizados para a coleta de dados, bem como a forma de tratamento dos resultados.
20
O quarto capítulo é dedicado ao estudo de caso do Instituto com a caracterização do
objeto de estudo, os procedimentos que foram realizados para a coleta de dados, além da
apresentação, análise e discussão dos resultados encontrados.
No último capítulo apresenta-se a conclusão alinhada com os objetivos, respondendo as
questões da pesquisa. São apresentadas também algumas sugestões para pesquisas futuras.
21
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O presente estudo realizou uma análise bibliométrica da produção científica disponível
nas bases de dados Scopus e SciELO do Portal da Capes sobre o tema norteador deste trabalho
acadêmico, que disponibiliza o acervo de produções científicas nacionais e internacionais
reconhecidas pela comunidade acadêmica. A metodologia utilizada para a análise bibliométrica
foi baseada no trabalho de Duarte (2012). Apresenta-se a seguir os procedimentos efetuados
para o mapeamento teórico e a busca das principais publicações nessas duas bases de dados.
2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO PARA A BASE DE DADOS SCOPUS
A pesquisa foi realizada nos meses de julho a setembro de 2015, explorando o acervo
existente na base Scopus do Portal da Capes, utilizando os seguintes termos na língua inglesa:
“electric power consumption” AND “management”;
“electric power management”;
“electrical energy consumption” AND “management”;
“electrical energy management”;
“electricity management”
Inicialmente foram inseridas as palavras-chave no campo de procura da base de dados,
limitando-se aos artigos publicados dentro das áreas temáticas “Engenharia” e “Energia” no
período compreendido entre os anos de 2010 e 2015, sem restrição quanto a região, com retorno
de 159 artigos, conforme apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 - Palavras-chave da pesquisa (Scopus)
Termos da pesquisa Número de registros encontrados
“Electric power consumption AND management” 28
“Electric power management” 25
“Electrical energy management” 30
“Electric energy consumption AND management” 38
“Electricity management” 38
Total 159
Fonte: elaborado pelo autor
22
A pesquisa limitou-se aos títulos de artigos de Periódicos e de Congressos, resumo e
palavras-chave, onde foram excluídos os artigos cujos resumos e palavras-chave não
apresentaram aderência ao tema escolhido. Depois foram analisados 41 resumos, procurando
selecionar os artigos com maior aderência ao tema da pesquisa. Os resultados obtidos estão
demonstrados no Quadro 2.
Quadro 2 - Análise dos resumos e títulos dos artigos (Scopus)
Palavras-chave Registros
encontrados
Artigos
selecionados
“Electric power consumption AND
management” 28 7
“Electric power management” 25 2
“Electrical energy management” 30 2
“Electric energy consumption AND
management” 38 10
“Electricity management” 38 4
Total 159 25
Fonte: elaborado pelo autor
Em consequência desta ação foram selecionados 25 artigos para uma análise mais
aprofundada. Observou-se que alguns artigos se repetiram em mais de uma palavra-chave, o
que resultou num total de 21 artigos distintos selecionados para a pesquisa. A lista com os
artigos que foram selecionados é apresentada no Quadro 3.
Quadro 3 - Artigos selecionados para a pesquisa (Scopus)
Autor (es) Artigo selecionado para a pesquisa Periódico
1. Anastasi, Corucci &
Marcelloni (2011)
An intelligent system for electrical
management in buildings
IEEE
2. Bobmann e Staffell
(2015)
The shape of future electricity demand:
exploring load curves in 2050s Germany
and Britain
Energy
3. Cho & Chang (2013) Electric power consumption analysis model
based on user activity for power saving
IEEE
4. Choi, Cho e Kim (2012) Energy consumption characteristics of high-
rise apartment buildings according to the
building-shape and mixed-use development
Energy and
Buildings
23
5. Du et al. (2010) A review of identification and monitoring
methods for electric loads in commercial
and residential buildings
IEEE
6. Du e Lin (2015) Understanding the rapid growth of China’s
energy consumption: a comprehensive
decomposition framework
Energy
7. Eissa (2011) Demand side management program
evaluation based on industrial and
commercial field data
Energy Policy
8. Finn & Fitzpatrick
(2014)
Demand side management of industrial
electricity consumption: promoting the use
of renewable energy through real-time
pricing
Applied
Energy
9. Fumo, Mago & Luck
(2010)
Methodology to estimate building energy
consumption using EnergyPlus
benchmarking models
Energy and
Buildings
10. Gul and Patidar (2015) Understanding the energy consumption and
occupancy of a multi-purpose academic
building
Energy and
Buildings
11. Hong, Koo e Jeong
(2012)
A decision support model for reducing
electric enrgy consumption in elementary
school facilities
Applied energy
12. Lima & Navas (2012) Smart metering and systems to support a
conscious use of water and electricity
Energy
13. Loganthurai,
Rajasekaran e Gnanambal
(2014)
Optimization of operating schedule of
machines in granite industry using
evolutionary algorithms
Energy
Conversion
and
Management
14. Martirano (2011) Lighting systems to save energy in
educational classrooms
IEEE
15. Marwan e Kamel
(2010)
User-controlled electrical energy
consumption towards optimized usage of
electricity infrastructure
SREC
24
16. Orosa & Oliveira
(2011)
Reducing energy peak consumption with
passive climate control methods
Energy and
Buildings
17. Palamutcu (2010) Electric energy consumption in the cotton
textile processing stages
Energy
18. Rozali et al. (2015) Peak-off-peak load shifting for hybrid power
systems based on Power Pink Analysis
Energy
19. Sait (2013) Auditing and analysis of energy
consumption of an educational building in
hot and humid área
Energy
Conversion
and
Management
20. Soares, Gomes e
Antunes (2014)
Categorization of residential electricity
consumption as a basis for the assessment of
the impacts of demand response actions
Renewable and
Sustainable
Energy
Reviews
21. Zhang, Siebers &
Aickelin (2011)
Modelling electricity consumption in office
buildings: an agent based approach
Energy and
Buildings
Fonte: elaborado pelo autor
2.2 ESTATÍSTICA DOS ARTIGOS SELECIONADOS NA BASE DE DADOS SCOPUS
Nesta seção são apresentadas as estatísticas referentes aos artigos publicados,
organizadas por ano de publicação, autor, idioma e periódico.
Ano de publicação
O ano que predominou foi 2011 com cinco artigos publicados, seguido dos anos 2010 e
2015 com quatro artigos publicados, conforme demonstrado no Gráfico 1.
25
Gráfico 1 - Artigos publicados por ano na base Scopus
Fonte: elaborado pelo autor
Autor
Não houve nenhum autor com predominância sobre os demais. Cada um dos autores
publicou apenas um artigo.
Idioma
Na base de dados Scopus o único idioma foi a língua inglesa com 21 artigos publicados.
Periódico
Os artigos foram publicados em Periódicos e Congressos da base de dados Scopus do
portal da Capes. A distribuição dos artigos pode ser vista no Quadro 4. As fontes com maior
número de publicações foram “Energy” e “Energy and Buildings” com cinco artigos
publicados, seguidos do “IEEE” com quatro artigos publicados.
Quadro 4 - Distribuição de artigos por periódico (Scopus)
Periódico / Congresso Quantidade de artigos
Applied Energy 02
Energy 05
Energy and Buildings 05
Energy Conversion and Management 02
Energy Policy 01
IEEE 04
Renewable and Sustainable Energy
Reviews 01
SREC 01
Total 21
Fonte: elaborado pelo autor
0
1
2
3
4
5
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Distribuição dos artigos por ano de publicação
26
2.3 ANÁLISE DOS ARTIGOS SELECIONADOS NA BASE DE DADOS SCOPUS
A análise dos 21 artigos selecionados na base de dados Scopus foi feita em relação aos
seguintes constructos: objetivo, método utilizado, critérios de avaliação, delimitação
geográfica, resultados e contribuição prática. Essa análise encontra-se no apêndice A8.
2.3.1 Considerações sobre os artigos extraídos da Base de dados Scopus
O Quadro 5 apresenta um resumo das considerações referentes aos critérios de
avaliação, contexto e método utilizado pelos autores dos artigos que foram selecionados na base
dados Scopus para uma leitura mais aprofundada.
Quadro 5 - Considerações sobre os artigos (Scopus)
Autor Critérios de
avaliação
Contexto Método
1. Anastasi, Corucci
& Marcelloni (2011)
Comportamento de
consumo das cargas
Greenbuilding na
Itália
Medição individual
do consumo de
equipamentos
2. Bobmann e
Staffell (2015)
Curvas de carga;
demanda na ponta
Perfil das curvas de
carga na Alemanha e
Inglaterra até 2050
Comparação entre
dois modelos de
estimativa de
demanda
3. Cho & Chang
(2013)
Comportamento de
consumo dos
residentes; consumo
por tipo de
equipamento
Redução do
consumo de energia
em residências na
Korea
Análise quantitativa
da potencial redução
de energia
4. Choi, Cho e Kim
(2012)
Tipo construtivo do
prédio e tipo de uso
Consumidores
mistos e residenciais
na Korea
Comparação no
consumo entre
prédios diferentes
27
5. Du et al. (2010) Perfil de carga anual
por setor (comercial
e residencial)
Consumidores
comerciais e
residenciais nos
Estados Unidos
Comparação entre
métodos de
monitoramento de
cargas elétricas
6. Du e Lin (2015) Crescimento
econômico
Crescimento do
consumo de energia
na China entre 2003
e 2010
Análise de fatores
que contribuem para
o crescimento do
consumo de energia
7. Eissa (2011) Curvas de carga
utilizando dois
índices de
comparação
Consumidores em
média tensão da
Arábia Saudita
Classificação de
consumidores
8. Finn & Fitzpatrick
(2014)
Perfil de carga Consumo de
eletricidade
industrial na Irlanda
Análise comparativa
entre dois
consumidores
industriais
9. Fumo, Mago &
Luck (2010)
Clima: dados
meteorológicos
típicos por região
Consumo elétrico
predial nos Estados
Unidos da América
Estimativa do
consumo a partir de
coeficientes
extraídos das contas
de energia.
10. Gul e Patidar
(2015)
Perfil de consumo de
energia elétrica e
atividade dos
usuários
Consumo de energia
elétrica em
Universidade na
Escócia
Estudo de caso
11. Hong, Koo e
Jeong (2012)
Clima, tipo
construtivo predial e
comportamento de
consumo
Consumo de energia
elétrica de escolas na
Coreia do Sul em
2009
Modelo multicritério
de suporte a decisão
12. Lima & Navas
(2012)
Comportamento de
consumo mensal e
diário por
equipamento
Um conjunto
residencial e um
consumidor
comercial em
Medição remota do
consumo de energia
elétrica e de água
28
São Paulo em 2008
13. Loganthurai,
Rajasekaran e
Gnanambal (2014)
Redução da
demanda máxima no
horário de ponta
Indústria de granito
na Índia
Técnicas de redução
da demanda sem
afetar a produção
14. Martirano (2011) Comportamento de
consumo e
Eficiência energética
Salas de aula numa
Universidade da
Itália
Comparação entre
duas tecnologias de
controle no consumo
da iluminação
15. Marwan e Kamel
(2010)
Perfil de carga Redução do
consumo e demanda
na Austrália.
Controle remoto
para ligar/desligar
cargas
16. Orosa & Oliveira
(2011)
Características
construtivas e Perfil
de carga
Prédios comerciais
no sul da Europa
(Espanha e Portugal)
Controle ambiental
interno para redução
dos picos de energia
17. Palamutcu
(2010)
Clima e Conforto
ambiental
Indústria têxtil de
algodão na Zona
Industrial da Turquia
Investigação da
relação entre o
consumo (kWh) e a
produção (Kg).
18. Rozali et al.
(2015)
Perfil de carga Análise e Simulação
de transferência de
cargas na Malásia
Redução da
demanda máxima no
horário de ponta
19. Sait (2013) Características
construtivas,
conforto ambiental e
comportamento de
consumo
Prédios escolares na
Arábia Saudita
Medição do
consumo de energia
20. Soares, Gomes e
Antunes (2014)
Comportamento de
consumo e perfil de
carga
Caracterização do
consumo residencial
em Portugal
Redução da
demanda máxima no
horário de ponta
21. Zhang, Siebers e
Aickelin (2011)
Comportamento de
consumo
Gestão do consumo
em prédios
comerciais no Reino
Unido
Simulação do
consumo de energia
elétrica
Fonte: elaborado pelo autor
29
2.3.2 Tabulação por critério na base Scopus
A partir dos critérios elencados no Quadro 6 foram elaboradas as questões do
questionário para utilização junto aos dois grupos de servidores envolvidos nos diversos
processos.
Quadro 6 - Tabulação por critério (Scopus)
CRITÉRIOS ARTIGOS
Clima (localização,
região)
Fumo, Mago e Luck (2010); Hong, Koo e Jeong (2012);
Palamutcu (2010)
Comportamento de
consumo
Anastasi, Corucci e Marcelloni (2011) ; Cho e Chang (2013); Gul
e Patidar (2015); Hong, Koo e Jeong (2012); Lima e Navas (2012);
Martirano (2011); Sait (2013); Soares, Gomes e Antunes (2014);
Zhang, Siebers e Aickelin (2011)
Conforto ambiental
(temperatura e umidade)
Gul e Patidar (2015); Orosa e Oliveira (2011); Palamutcu (2010);
Sait (2013)
Crescimento econômico Du e Lin (2015)
Eficiência energética Martirano (2011); Zhang, Siebers e Aickelin (2011)
Perfil de carga (horário
de ponta e fora de ponta)
Boßmann e Staffell (2015); Du et al (2010); Eissa (2011); Finn e
Fitzpatrick (2014); Loganthurai, Rajasekaran e Gnanambal
(2014); Marwan e Kamel (2010); Orosa e Oliveira (2011);
Rozali et al (2015); Soares, Gomes e Antunes (2014)
Perfil predial Choi, Cho e Kim (2012); Hong, Koo e Jeong (2012); Orosa e
Oliveira (2011); Sait (2013)
Fonte: elaborado pelo autor
2.4 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO PARA A BASE DE DADOS SCIELO
A pesquisa foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2015, explorando o acervo
existente na base SciELO do Portal da CAPES, utilizando os seguintes termos na língua inglesa:
“electric power consumption” AND “management”;
“electric power management”;
30
“electrical energy management”;
“electric energy consumption” AND “management”;
“electricity management”
Inicialmente foram inseridas as palavras-chave no campo de procura da base de dados,
limitando-se aos artigos publicados dentro das áreas temáticas “Engenharia” e “Energia” no
período compreendido entre os anos de 2010 e 2015, sem restrição quanto a região, com retorno
de 64 artigos, conforme apresentado no Quadro 7.
Quadro 7 - Palavras-chave da pesquisa (SciELO)
Termos da pesquisa Número de registros encontrados
“Electric power consumption AND management” 05
“Electric power management” 30
“Electrical energy management” 02
“Electric energy consumption AND management” 11
“Electricity management” 16
Total 64
Fonte: elaborado pelo autor
A pesquisa limitou-se aos títulos de artigos, resumo e palavras-chave, onde foram
excluídos os artigos cujos resumos e palavras-chave não apresentaram aderência ao tema
escolhido. Depois foram analisados 34 resumos, procurando selecionar os artigos com maior
aderência ao tema da pesquisa. Os resultados obtidos estão indicados no Quadro 8.
Quadro 8 - Análise dos resumos e títulos dos artigos (SciELO)
Palavras-chave Registros
encontrados
Artigos
selecionados
“Electric power consumption AND
management” 05 01
“Electric power management” 30 03
“Electrical energy management” 02 02
“Electric energy consumption AND
management” 11 03
“Electricity management” 16 03
Total 64 12
Fonte: elaborado pelo autor
31
Dessa forma, foram selecionados 12 artigos para uma análise mais aprofundada.
Observou-se que alguns artigos se repetiram em mais de uma palavra-chave, o que resultou
num total de 7 artigos distintos selecionados para a pesquisa. A lista com os artigos que foram
selecionados é apresentada no Quadro 9.
Quadro 9 - Artigos selecionados para a pesquisa (SciELO)
Autor (es) Artigo selecionado para a pesquisa Periódico
1. Castrillon, González e
Quispe (2013)
Mejoramiento de la eficiência
energética em la indústria del
cemento por proceso húmedo através
de la implementación del sistema de
gestión integral de la energía
Dyna
2. Elahee (2011) The challenges and potential options
to meet the peak electricity demand in
Mauritius
Journal of Energy
in Southern Africa
3. Machado (2010) Gestión energética empresarial una
metodología para la reducción de
consumo de energia
Producción +
Limpia
4. Unachukwu (2010) Energy savings opportunities at the
University of Nigeria, Nsukka
Journal of Energy
in Southern Africa
5. Valderrama et al (2011) Análisis del comportamiento
energético en un conjunto de edificios
multifuncionales. Caso de estudio
Campus Universitario
Revista de la
Construcción
6. Vasconcelos et al (2011) Hacia un indicador de consumo de
energia eléctrica más efectivo em
hoteles del grupo Cubanacan de la
província de Camagüey
Ingeniería
Energética
7. Velázquez, Morales e
Infante (2014)
Aplicación de Gestión Total Eficiente
de Energía em el Centro
Internacional de Salud “La Pradera”
Ingeniería
Energética
Fonte: elaborado pelo autor
32
2.5 ESTATÍSTICA DOS ARTIGOS SELECIONADOS NA BASE DE DADOS SCIELO
Nesta seção são apresentadas as estatísticas referentes aos artigos publicados na base de
dados SciELO, organizadas por ano de publicação, autor, idioma e periódico.
Ano de publicação
O ano em que ocorreu o maior número de publicações de artigos foi 2011 com três
artigos, seguido do ano 2010 com dois artigos publicados, conforme mostrado no Gráfico 2.
Gráfico 2 - Artigos publicados por ano na base SciELO
Fonte: elaborado pelo autor
Autor
Não houve nenhum autor com predominância sobre os demais. Cada um dos autores
publicou apenas um artigo.
Idioma
O idioma predominante na base de dados SciELO foi a língua espanhola com cinco
artigos. Os outros dois artigos foram publicados na língua inglesa.
Periódico
Os artigos foram publicados em cinco periódicos identificados na base de dados SciELO
do portal da Capes. A distribuição dos artigos pode ser vista no Quadro 10. Os periódicos
predominantes foram Journal of Energy in Southern Africa e Ingeniería Energética com dois
artigos publicados em cada um.
0
1
2
3
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Distribuição dos artigos por ano de publicação
33
Quadro 10 - Distribuição por periódico (SciELO)
Periódico Quantidade de artigos
Dyna 1
Ingeniería Energética 2
Journal of Energy in
Southern Africa
2
Producción + Limpia 1
Revista de la Construcción 1
Total 7
Fonte: elaborado pelo autor
2.6 ANÁLISE DOS ARTIGOS SELECIONADOS NA BASE DE DADOS SCIELO
A análise dos sete artigos selecionados na base de dados SciELO foi feita em relação
aos seguintes quesitos: objetivos, método utilizado, critérios de avaliação, delimitação
geográfica, aplicação e resultados. Essa análise encontra-se no apêndice A9.
2.6.1 Considerações sobre os artigos extraídos da Base de dados SciELO
O Quadro 11 apresenta um resumo das considerações referentes aos critérios de
avaliação, contexto e método utilizado pelos autores dos artigos que foram selecionados na base
de dados SciELO para uma leitura mais aprofundada.
Quadro 11 - Considerações sobre os artigos (SciELO)
Autor Critérios de
avaliação
Contexto Método
1. Castrillon,
González e
Quispe
(2013)
Inovação dos
processos e melhoria
contínua
Indústria de
produção de cimento
na Colômbia
Melhoria de
processos
34
2. Elahee
(2011)
Conforto ambiental Demanda máxima
nas Ilhas Maurício
entre os anos 2004 e
2008
Análise de demanda
3. Machado
(2010)
Eficiência energética Empresa do setor
industrial na
Colombia
Gestão para redução
do consumo de
energia elétrica
4. Unachukwu
(2010)
Eficiência energética
e Conforto ambiental
Redução do
consumo de energia
em universidades da
Nigéria
Análise histórica dos
dados mensais de
consumo de energia
5. Valderrama
et al (2011)
Conforto ambiental e
Taxa de ocupação
Consumo de energia
num campus
universitário de
Bordeaux, na França
Estudo de Caso para
redução do consumo
de energia
6. Vasconcelos
et al (2011)
Conforto ambiental e
Taxa de ocupação
Indicador de
consumo em hotéis
de Cuba
Estudo de caso para
determinação de um
indicador de
consumo mais
efetivo
7. Velásquez,
Morales e
Infante
(2014)
Conforto ambiental e
comportamento de
consumo
Gestão da energia
em Centro de Saúde
em Cuba
Produção
equivalente
Fonte: elaborado pelo autor
2.6.2 Tabulação por critério na base SciELO
A partir dos critérios elencados no Quadro 12 foram elaboradas as perguntas do
questionário para utilização junto aos dois grupos de servidores envolvidos nos diversos
processos.
35
Quadro 12 - Tabulação por critério (SciELO)
CRITÉRIOS ARTIGOS
Comportamento de consumo Velázquez, Moralles e Infante (2014)
Conforto ambiental (temperatura e
umidade)
Elahee (2011); Velázquez, Moralles e Infante (2014);
Unachukwu (2010); Valderrama et al (2011);
Vasconcelos et al (2011)
Eficiência energética Machado (2010); Unachukwu (2010)
Inovação dos processos Castrillon, González e Quispe (2013)
Taxa de ocupação Valderrama et al (2011); Vasconcelos et al (2011)
Fonte: elaborado pelo autor
2.7 CONSOLIDAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS NAS BASES SCOPUS E
SCIELO
O Quadro 13 apresenta a consolidação dos artigos que foram selecionados nas bases
Scopus e SciELO para uma análise mais detalhada.
Quadro 13 - Consolidação dos artigos selecionados nas bases Scopus e SciELO
Termos da pesquisa Artigos Scopus Artigos SciELO Total de artigos
“Electric power consumption
AND management”
03 01 04
“Electric power management” 02 01 03
“Electrical energy
management”
07 02 09
“Electric energy consumption
AND management”
05 01 06
“Electricity management” 04 02 06
Total 21 07 28
Fonte: elaborado pelo autor
Além dos artigos registrados no Quadro 13, também foram utilizados livros, teses de
doutorado e dissertações de mestrado como referencial teórico da pesquisa.
36
Após a identificação dos critérios que foram extraídos da literatura nas bases de dados
Scopus (Quadro 6, item 2.3.2) e SciELO (Quadro 12, item 2.6.2), pode-se fazer um resumo
com a relevância de cada um dos critérios elencados, originando o Quadro 14.
Quadro 14 - Relevância dos critérios selecionados na literatura
Critérios Artigos Autores Relevância
Clima
(Localização,
região)
03 Fumo, Mago e Luck (2010); Hong,
Koo e Jeong (2012); Palamutcu
(2010)
Considera a localização
geográfica e as
condições climáticas.
Comportamento
de consumo
10 Anastasi, Corucci e Marcelloni
(2011) ; Cho e Chang (2013); Gul e
Patidar (2015); Hong, Koo e Jeong
(2012); Lima e Navas (2012);
Martirano (2011); Sait (2013);
Soares, Gomes e Antunes (2014);
Velázquez, Moralles e Infante
(2014); Zhang, Siebers e Aickelin
(2011)
Considera os hábitos de
consumo dos ocupantes.
Conforto
ambiental
(temperatura e
umidade)
09 Elahee (2011);Gul e Patidar (2015);
Orosa e Oliveira (2011); Palamutcu
(2010); Sait (2013); Unachukwu
(2010); Valderrama et al (2011);
Vasconcelos et al (2011);
Velázquez, Moralles e Infante
(2014)
É um critério muito
importante, podendo
representar entre 60% e
70% do consumo
devido aos sistemas de
refrigeração e
climatização.
Crescimento
econômico
01 Du e Lin (2015) Considera a expansão
econômica ocorrida no
país.
Eficiência
energética
04 Machado (2010);Martirano (2011);
Unachukwu (2010); Zhang, Siebers
e Aickelin (2011)
O uso de equipamentos
mais modernos pode
representar uma
economia anual de 10%
a 20%.
37
Inovação dos
processos
01 Castrillon, González e Quispe
(2013)
Considera a melhoria no
fluxo de processos.
Perfil de carga 09 Boßmann e Staffell (2015); Du et al
(2010); Eissa (2011); Finn e
Fitzpatrick (2014); Loganthurai,
Rajasekaran e Gnanambal (2014);
Marwan e Kamel (2010); Orosa e
Oliveira (2011); Rozali et al (2015);
Soares, Gomes e Antunes (2014)
É um critério importante
também pois mostra o
consumo nos horários
de ponta e fora de ponta.
Perfil predial
(características
construtivas)
04 Choi, Cho e Kim (2012); Hong, Koo
e Jeong (2012); Orosa e Oliveira
(2011); Sait (2013)
Considera os tipos de
materiais utilizados que
podem contribuir para o
isolamento térmico.
Taxa de
ocupação
02 Valderrama et al (2011);
Vasconcelos et al (2011)
Considera a quantidade
de pessoas que ocupam
o local.
Fonte: elaborado pelo autor
Nesse quadro os principais critérios estão alinhados na primeira coluna. A quantidade
de artigos que citam esses critérios está indicada na segunda coluna. Os autores estão alinhados
na terceira coluna. E na última coluna está descrita a importância de cada um dos critérios
elencados.
Nesse contexto Fumo, Mago e Luck (2010) apontam que o critério clima pode
desempenhar um papel importante na estimativa do consumo de energia. Palamutcu (2010)
corrobora com esse pensamento ao citar que as condições climáticas do ambiente representam
um importante fator de consumo de energia elétrica.
Anastasi, Corucci e Marcelloni (2011) consideram o critério comportamento de
consumo como estratégico para redução no consumo de energia. Cho e Chang (2013) seguem
a mesma linha de pensamento. Gul e Patidar (2015) identificam tendências e padrões no
consumo de energia relacionados com as atividades dos usuários.
Lima e Navas (2012) também consideram que a mudança de hábitos permite a quebra
do ciclo de desperdício, enquanto Martirano (2011) sugere investimentos nos sistemas de
controle evitando o desperdício em ambientes desocupados e horários noturnos. Sait (2013)
38
também considera o comportamento dos ocupantes dos prédios importante para a estimativa
das cargas de refrigeração.
No critério conforto ambiental, Gul e Patidar (2015) afirmam que a maior fonte de
consumo elétrico é devido aos ajustes nos sistemas de refrigeração e aquecimento predial. Já
Sait (2013) sugere o uso de temporizadores nas unidades de ar condicionado para reduzir o
desperdício de energia fora do horário de trabalho.
Somente Du e Lin (2015) consideram o crescimento econômico um fator que contribui
para o aumento do consumo de energia.
No critério eficiência energética Unachukwu (2010) sugere a troca de lâmpadas e de
aparelhos de ar condicionado obsoletos e ineficientes por outros mais modernos e eficientes. Já
Machado (2010) afirma que a eficiência não se limita apenas a troca de motores ou mudança
no sistema de iluminação. É necessário o envolvimento de todos os setores da empresa.
Somente Castrillon, González e Quispe (2013) consideram a inovação dos processos
como um critério relevante para a redução no consumo de energia.
No critério perfil de carga Loganthurai, Rajasekaran e Gnanambal (2014) sugerem a
reprogramação da operação dos principais equipamentos para reduzir a demanda máxima
registrada. Seguem essa mesma sugestão Soares, Gomes e Antunes (2014).
Ainda com relação ao perfil de carga, Marwan e Kamel (2010) consideram a
transferência de cargas para evitar os picos de demanda no horário de ponta. Rozali et al (2015)
citam a transferência de cargas de forma a reduzir a demanda máxima, afirmando ser possível
uma redução de 50 % no horário de ponta.
No critério perfil predial Choi, Cho e Kim (2012) afirmam que prédios de uso misto
consomem mais do que prédios residenciais por causa do consumo nos meses de verão. Já Orosa
e Oliveira (2011) consideram que o uso de materiais permeáveis nas paredes internas pode
contribuir com uma redução de 20% no consumo durante o verão e de 4 % no inverno.
No critério taxa de ocupação Vasconcelos et al (2011) consideram que o consumo
aumenta de acordo com a taxa de ocupação predial. Valderrama et al (2011) também pensam
da mesma forma.
Na próxima seção é feita a fundamentação teórica sobre a gestão de processos.
39
2.8 GESTÃO DE PROCESSOS
O tema da gestão de processos nas empresas vem se desenvolvendo de forma contínua,
desde as teorias administrativas até as emergentes estratégias de gestão atuais. O conceito de
processo perpassa diversas áreas do conhecimento. Ele está presente na Engenharia, na
Administração, na Tecnologia da Informação, no Direito, na Sociologia, entre outras.
A gestão por processos pode ser entendida como uma abordagem sistemática e
estruturada para analisar, melhorar, controlar e gerenciar os processos de uma organização com
o objetivo de melhorar a qualidade de produtos e serviços. A qualidade dos produtos da empresa
seria um reflexo direto da sua habilidade de melhorar os processos, via gestão por processos.
(ELZINGA et al, 1995)
Hammer e Champy (1994) definem processo como um grupo de atividades executadas
em sequência com o objetivo de produzir um bem ou serviço que tenha valor para o cliente.
Segundo Harrington (1999), processo é qualquer atividade que recebe uma entrada,
agrega valor a ela e produz um resultado (saída) para um cliente interno ou externo.
Para Côrtes e Chiossi (2001) “um processo integra pessoas, ferramentas e métodos para
executar uma sequência de passos com o objetivo definido de transformar determinadas
entradas em determinadas saídas”.
Sordi (2012) sublinha a agregação de valor ao conceituar processos como “fluxos de
trabalhos que atendem a um ou mais objetivos da organização e que proporcionam agregação
de valor sob a ótica do cliente final”.
Timmins e Gutierrez (2012) consideram que o aprendizado contínuo dos processos é
uma forma pela qual as informações oportunas e confiáveis, que são geradas durante o processo,
chegam ao gestor para dar suporte a sua tomada de decisão.
Segundo Costa et al. (2012), os processos podem também ser definidos como geradores
de evidências para mudanças nas suas organizações, que necessitam de mecanismos ágeis e
precisos na disseminação de informações no apoio para a tomada de decisões.
Nesse contexto, a gestão do consumo de energia elétrica está inserida na gestão de
processos, tendo em vista que todo processo que envolva produção com equipamentos elétricos
afeta o consumo de energia elétrica da organização e como tal deve ser motivo de preocupação
dos gestores que procuram sempre aumentar a eficiência dos processos.
40
2.8.1 Estágios na Gestão de Processos
As empresas podem ser classificadas e comparadas com as demais, de acordo com o estágio
em que se encontram com relação às práticas desenvolvidas na gestão de processos e também
com relação às expectativas de seus dirigentes. (GONÇALVES, 2000)
A figura 1 correlaciona as práticas que faltam às empresas para atingir as diversas etapas na
gestão de processos.
As práticas indicadas no esquema da Figura 1 são as seguintes:
1. Conscientizar
2. Mapear processos
3. Selecionar processos essenciais e tecnologia
4. Redistribuir recursos
5. Adotar modelo estrutural, rompendo com as principais funções
6. Reformular o referencial e os mecanismos de gestão
7. Implantar
8. Monitorar a definição do negócio
9. Ajustar a organização
Figura 1 - Práticas para se atingir as diversas etapas na Gestão de Processos
Fonte: adaptado de Gonçalves (2000)
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Etapa E
Etapa D
Etapa C
Etapa B
Etapa A
Práticas
41
Dessa forma, as empresas podem ser classificadas de acordo com os estágios em que se
encontram na gestão de processos. As etapas que devem ser cumpridas para as empresas
atingirem esses estágios são descritas abaixo:
Etapa A: Nesta etapa se encontram as empresas que não têm certeza sobre a validade de
adotar uma estrutura por processos ou são capazes de vislumbrar apenas os processos
de manufatura ou sequer pensam em reestruturação.
Etapa B: As empresas que atingiram essa etapa já conseguem visualizar seus processos,
porém o foco ainda está nas funções.
Etapa C: as empresas que estão nessa etapa, apesar de já terem visto e melhorado seus
processos essenciais, ainda raciocinam por funções. Nelas há uma forte resistência à
horizontalização da gestão.
Etapa D: Nessa etapa as empresas já cumpriram as três etapas anteriores e distribuem
seus recursos em seus processos essenciais. No entanto, ainda trabalham com estruturas
antigas. Mesmo com os resultados obtidos, há um grande desconforto provocado pela
ênfase nos processos.
Etapa E: As empresas que já foram projetadas para a visão de processos encontram-se
nesta etapa. São empresas novas que não têm compromisso com os modelos de gestão
ultrapassados e surgem de novos modelos de gestão.
2.8.2 Ferramentas de Gestão de Processos
A execução eficiente da gestão de processos envolve o uso de algumas ferramentas,
dentre as quais pode-se destacar as seguintes:
2.8.2.1 O ciclo PDCA
O ciclo PDCA compõe o conjunto de ações em sequência estabelecida pelas letras que
formam a sigla em inglês: Plan (planejar), Do (fazer, executar), Check (controlar, verificar) e
Act (agir, corrigir). Dessa forma, o ciclo PDCA promove o aprendizado contínuo dos processos
e repercute positivamente na tomada de decisão do gestor (TIMMINS & GUTIERREZ, 2012).
42
A Figura 2 mostra a representação do ciclo PDCA.
Figura 2 - O ciclo PDCA
Fonte: adaptado de Bastos (2013)
O primeiro estágio (P) do ciclo envolve o exame da área estudada ou do atual método
de trabalho utilizado. Nessa etapa ocorre a análise e coleta de dados para formulação de um
plano de ação e melhoria de desempenho. É nesse momento que as metas são definidas e os
métodos selecionados para se atingir as metas propostas.
O segundo estágio (D) é o momento de colocar o plano em execução. É o momento de
educar e treinar para executar a tarefa.
Depois vem o terceiro estágio (C), que é o momento de avaliação dos resultados para
verificar se houve melhoria do desempenho.
O último estágio (A) é o momento de atuar corretivamente, onde a mudança da
metodologia é consolidada, se foi bem-sucedida. Caso contrário, as lições aprendidas são
formalizadas antes do início de novo ciclo.
2.8.2.2 A filosofia Kaizen
A busca por eliminação de desperdícios, redução no tempo de execução dos processos
e otimização dos resultados, bem como a implantação de ações visando a melhoria dos
processos pode ser sintetizada pela expressão melhoria contínua.
Dessa forma, melhoria contínua é uma técnica de abordagem que presume maior
quantidade de menores passos para o melhoramento. Melhoria contínua também é conhecida
como Kaizen, palavra de origem japonesa que significa mudar para melhor.
• D (Do)• C(Check)
• P(Plan)
• A (Action)
Agir corretiva
mente
Planejar os
métodos
Executar a tarefa
Verificar os
resultados
43
Kaizen significa melhoramento na vida pessoal, social, doméstica e profissional.
Quando aplicada no local de trabalho, Kaizen significa melhoramentos contínuos que envolvem
todas as pessoas da empresa. A filosofia Kaizen assume que nosso modo de vida merece ser
constantemente melhorado (IMAI, 1986).
O Kaizen procura incutir um pensamento orientado para os processos e não para os
resultados. Os processos devem ser melhorados antes que se possam atingir melhores
resultados. Além disso, a filosofia Kaizen é orientada para as pessoas para agregar esforços dos
colaboradores na busca da melhoria contínua.
2.8.2.3 O Método de Análise e Solução de Problemas
O Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) promove sistematicamente a
melhoria dos processos. Utiliza ferramentas administrativas que propiciam uma ordenação
lógica de procedimentos baseados em fatos e dados que tentam identificar os problemas,
localizar as causas fundamentais desses problemas, desenvolver ações corretivas e consolidar
as melhorias obtidas ao final do processo.
Segundo Terner (2008), o MASP traz melhorias relevantes às organizações, quando
corretamente utilizado e com o comprometimento das partes envolvidas.
2.8.2.4 Diagrama de Pareto
Segundo Timmins e Gutierrez (2012), o Diagrama de Pareto é uma técnica que visa
priorizar os problemas ou as causas dos problemas, ou seja, distinguir o que é mais importante
daquilo que é menos importante.
É uma técnica direta e pode ser usada para destacar áreas ou problemas que devem ser
investigados. O diagrama é composto por um gráfico de barras que ordena a frequência de
ocorrências de um determinado evento em ordem decrescente. Dessa forma, permite a
localização de problemas vitais para a empresa e a eliminação de futuras perdas.
44
A Figura 3 apresenta um exemplo de aplicação do Diagrama de Pareto.
Figura 3 - Exemplo de Diagrama de Pareto
Fonte: adaptado de TIMMINS & GUTIERREZ (2012)
Esta técnica permite estabelecer dois grupos de causas para a maioria dos processos.
Uma grande parcela das causas (cerca de 80%) contribui com muito pouco (ordem de 20%)
para os efeitos observados. Uma pequena parcela das causas (cerca de 20%) contribui de forma
majoritária (ordem de 80%) para os efeitos observados.
Em geral a melhoria começa a partir da causa mais importante, indo para as outras em
ordem decrescente e assim por diante.
2.8.2.5 Diagrama de Causa e Efeito
Também conhecida por diagrama espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa, essa
técnica foi desenvolvida no Japão por Kooru Ishikawa em 1943. É um diagrama esquemático
que permite visualizar o efeito estudado e suas causas. Tem o objetivo de mapear os fatores que
causam um problema.
45
Figura 4 - Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito
Fonte: adaptado de VIEIRA & QUELHAS (2013)
A Figura 4 mostra um exemplo de aplicação do Diagrama de Ishikawa para determinar
as causas do alto consumo de energia elétrica numa organização. Para esse caso foram
identificadas quatro possíveis causas: Mão de obra, medida, método e equipamentos envolvidos
no processo. Cada uma dessas causas pode ser desmembrada em outras causas, gerando novos
diagramas.
2.8.2.6 Benchmarking
Outro método de melhoria é o Benchmarking, que é um processo sistemático,
estruturado, formal, analítico, organizado e contínuo, para avaliação de produtos, serviços e
processos de trabalho de organizações reconhecidas como as melhores práticas implementadas,
visando a melhoria de todo o sistema organizacional (SPENDOLINI, 2003).
Segundo Camp (2002), benchmarking é a busca pelas melhores práticas que conduzem
uma organização à maximização da performance organizacional, através de cinco fases:
Planejamento: onde é identificado o que será submetido ao benchmarking e
quais são as organizações competitivas. Nessa fase também é determinado o
método de coleta de dados;
Análise: nessa fase é determinada a diferença em relação a atual performance e
são projetados os níveis futuros de performance;
Integração: essa fase serve para comunicar os achados de benchmarking e ganhar
aceitação. Também são estabelecidos os objetivos funcionais;
Ação: desenvolve-se planos de ação, implementa-se ação específica e monitora-
se o progresso. Também recalibra-se o processo de benchmarking;
Alto consumo de
energia elétrica
Mão de obra Medida
Método Máquina
46
Maturidade: nessa fase a organização atingiu a posição líder e as práticas foram
totalmente integradas nos processos.
2.9 MODELOS DE GESTÃO
Modelo de gestão é o seguir através de um exemplo já existente realizando apenas as
modificações necessárias para cada organização (FERREIRA, 2005).
O modelo de gestão refere-se à forma como as empresas organizam suas atividades
(tarefas) e seus recursos (pessoas) com a aplicação de procedimentos (tecnologia), normas e
regras (estrutura). Desta forma, a gestão da empresa reflete sua cultura organizacional
(ambiente), seus valores, sua visão (objetivos) e missão (negócio).
A gestão de uma organização é o resultado das solicitações do ambiente sobre a mesma
e evolui de forma a suprir as suas necessidades (SANTOS, 2003).
Moreira, Mingatto e Druker (2010) afirmam que é necessário que se faça uma nova
abordagem de gestão para se implantar um modelo de gestão maduro, que leve em conta a
conexão entre os elementos da gestão por processos já existentes que possam estar dispersos.
Os modelos de gestão não podem se basear em comando e controle, precisam de
negociação e colaboração (HAMMER e STANTON, 1999).
Segundo Santos (2003) as organizações têm utilizado uma infinidade de técnicas e
modelos de gestão com o intuito de obter performance superior. O sistema de gestão da
qualidade definido na norma ISO 9001, a filosofia de gerenciamento SEIS SIGMA, assim como
o modelo de gestão de desenvolvimento de software CMM (Capability Maturity Model) são
exemplos de metodologias de gestão que se encontram entre as mais utilizadas.
O tradicional Diagrama de Causa e Efeito de Ishikawa é uma importante ferramenta de
gestão, pois mostra as relações entre as causas dos problemas e o efeito. Essa ferramenta leva
em consideração os seis fatores (6M) que contribuem como causa dos problemas. São eles: mão
de obra, material e máquina, que constituem os recursos que uma organização possui. Além
desses três fatores, também há o método, a medida e o meio ambiente.
47
O quadro 15 apresenta o significado de cada um desses seis fatores.
Quadro 15 - Significado dos fatores 6M x Ishikawa
Mão de obra Capacitação; treinamento; imprudência; benefícios; salários;
recrutamento; cultura organizacional.
Material Qual a matéria utilizada? Há novos materiais que podem ser
utilizados? Pode-se prospectar novos fornecedores?
Máquina Máquinas adequadas; manutenção, operação e vida útil, falhas, custo
total de propriedade.
Método O método / processo utilizado é o melhor? Que outros processos
existem? Pode melhorar?
Medida São as medições ou Métricas do Sistema.
Meio Ambiente O ambiente pode favorecer a ocorrência de problemas.
Fonte: CÂNDIDO et al, 2015
As melhorias de processos podem ser conduzidas por vários métodos. Dessa forma, para
se ter uma ideia dos modelos de gestão existentes, serão apresentados os principais métodos
utilizados nas organizações com vistas à melhoria contínua.
2.9.1 Modelo de Excelência da Gestão da FNQ
O Modelo de Excelência da Gestão da FNQ (FUNDAÇÃO NACIONAL DA
QUALIDADE, 2010) serve para estimular e apoiar as organizações brasileiras no
desenvolvimento e na evolução de sua gestão, por meio da disseminação dos fundamentos e
critérios de excelência.
O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) é um modelo de referência e aprendizado
que serve para todo tipo e porte de empresa. Suas principais características são:
Modelo sistêmico: possui um conceito de aprendizado e melhoria contínua, pois
seu funcionamento é inspirado no ciclo PDCL (Plan, Do, Check, Learn).
Não é prescritivo: não dita regras, nem indica ferramentas, estrutura ou forma
de gerir o negócio, mas levanta questionamentos, permitindo um exercício de
reflexão sobre a gestão e a adequação de suas práticas aos conceitos de uma
empresa classe mundial.
48
Adaptável a todo tipo de organização: tem como foco o estímulo para obtenção
de respostas, por meio de práticas de gestão, sempre com vistas a geração de
resultados que tornem a organização mais competitiva.
Dentre os benefícios do MEG (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2010)
pode-se citar os seguintes:
Promove a competitividade e a sustentabilidade;
Proporciona um referencial para a gestão de organizações;
Promove o aprendizado organizacional;
Possibilita a avaliação e melhoria da gestão de forma abrangente;
Desenvolve a visão sistêmica dos executivos;
Incorpora a cultura da excelência;
Enfatiza a integração e o alinhamento sistêmico.
O MEG (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2010) está alicerçado em 13
fundamentos e 8 critérios, com o objetivo de buscar a estruturação e o alinhamento dos
componentes da gestão das organizações sob a ótica de um sistema. Os Fundamentos de
Excelência expressam conceitos reconhecidos internacionalmente que se traduzem em práticas,
processos ou fatores de desempenho. São eles:
Pensamento sistêmico;
Atuação em rede;
Aprendizado organizacional;
Inovação;
Agilidade;
Liderança transformadora;
Olhar para o futuro;
Conhecimento sobre clientes e mercados;
Responsabilidade social;
Valorização das pessoas e da cultura;
Decisões fundamentadas;
Orientação por processos;
Geração de valor.
49
A figura 5 mostra os oito critérios de excelência da gestão.
Figura 5 - Critérios do Modelo de Excelência da Gestão
Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ)
Os critérios são características tangíveis e mensuráveis que abordam processos
gerenciais e solicitações de resultados. O objetivo da distribuição das exigências em critérios e
itens é facilitar o entendimento de conteúdos afins e reproduzir a gestão de temas essenciais de
uma organização.
Os critérios de excelência, conforme indicado na figura 5, são os seguintes: clientes,
pessoas, liderança, estratégias e planos, sociedade, processos, resultados, informações e
conhecimento. Esses oito critérios estão subdivididos em vinte e três itens de avaliação. Eles
garantem à organização uma melhor compreensão do sistema gerencial, além de proporcionar
uma visão sistêmica da gestão, do mercado e do cenário local ou global onde a empresa atua.
(FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2010)
50
2.9.2 A Norma ABNT ISO 9001:2015
A norma ABNT ISO 9001, publicada em setembro de 2015, é baseada num conjunto de
princípios de gestão da qualidade (SGQ) e incentiva a adoção de abordagem por processos de
forma a desenvolver, implementar e melhorar a eficácia do SGQ, procurando aumentar a
satisfação do cliente.
Os sete princípios de gestão da qualidade são os seguintes:
Foco no cliente – o foco primordial da gestão da qualidade é a satisfação dos
requisitos dos clientes e o esforço em exceder as suas expectativas;
Liderança – os líderes estabelecem unidade no propósito e direção e criam as
condições para que as pessoas se comprometam em atingir os objetivos da
organização;
Comprometimento das pessoas – pessoas competentes, habilitadas e
empenhadas são essenciais para melhorar a capacidade de criar e proporcionar
valor;
Abordagem por processos – resultados consistentes são atingidos de modo mais
eficaz e eficiente quando as atividades são compreendidas e geridas como
processos inter-relacionados que funcionam como um sistema coerente;
Melhoria – as organizações que têm sucesso estão sempre focadas na melhoria;
Tomada de decisões baseada em evidências – decisões tomadas com base na
análise de dados são mais prováveis de produzir os resultados desejados.
Gestão de relacionamentos – para o sucesso se manter, as organizações devem
gerir as suas relações com partes interessadas relevantes.
A norma destaca que, quando é utilizada a abordagem por processos, deve-se identificar
a importância e os meios para o atendimento dos seguintes requisitos básicos:
Entendimento e atendimento de requisitos do cliente;
Necessidade de considerar os processos em termos de valor agregado;
Obtenção de resultados de desempenho e eficácia de processos;
Melhoria contínua de processos baseada em medições objetivas.
51
A figura 6 apresenta o Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade definido pela norma.
Figura 6 - Modelo do Sistema de Gestão da Qualidade - NBR ISO 9001
Fonte: NBR ISO 9001
Os requisitos mínimos definidos pela norma ISO 9001 são:
Sistema de Gestão da Qualidade baseado em processos;
Responsabilidade da Direção;
Gestão de Recursos;
Realização de Produto / Serviço;
Medição, Análise e Melhoria.
De acordo com a norma este modelo de gestão da qualidade tem capacidade de fornecer
a qualquer organização meios para garantir o atendimento dos requisitos de seus clientes, assim
como a melhoria contínua de seus processos.
52
2.9.3 Gestão de Processos do Governo
A Gestão de Processos do Governo é um método inserido dentro do Programa Nacional
de Gestão Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA, 2015), instituído pelo Decreto 5.378,
de 23 de fevereiro de 2005 do Governo Federal.
No âmbito do Gespública, a gestão de processos orientada à obtenção de resultados é
uma importante ferramenta para se atingir a melhoria na qualidade do atendimento ao público,
por meio de avaliação dos indicadores de desempenho.
A metodologia de modelagem de processos integra a plataforma de processos, tendo por
objetivo oferecer suporte conceitual e prático a todos os profissionais envolvidos na elaboração
de processos, abordando padrões, modelos de referência, técnicas e conceitos atrelados ao
gerenciamento de processos.
Os objetivos da Gestão de Processos do Governo (GESPÚBLICA, 2015) são os
seguintes:
Fornecer orientação conceitual e um conjunto de melhores práticas acerca de
processos;
Compor o corpo de conhecimentos e orientações governamentais atreladas à
gestão de processos de negócio;
Apresentar um painel ilustrando as iniciativas de gestão de processos nos
órgãos do Governo;
Compartilhar boas práticas para contratação de serviços relativos à modelagem
de processos;
Criar um grupo para consolidar conceitos disponíveis na literatura e mercado
para troca de experiências sobre gestão de processos.
Uma característica importante dos processos é a interfuncionalidade. Embora existam
processos executados integralmente em uma unidade funcional, os principais processos de uma
instituição atravessam as fronteiras das áreas funcionais, sendo conhecidos como processos
transversais, interfuncionais ou horizontais. Tais processos são executados de forma transversal
à estrutura vertical.
De acordo com o Gespública (GESPÚBLICA, 2015), a prática de gerenciamento de
processos pode ser caracterizada como um ciclo de vida contínuo de atividades integradas,
através do seguinte conjunto gradual e interativo de atividades:
53
Planejamento: são vistas as necessidades de alinhamento estratégico dos
processos.
Análise: são vistos pontos como objetivos da modelagem de negócios, ambiente
do negócio que será modelado, principais stakeholders e escopo da modelagem.
Desenho e modelagem: o desenho consiste na criação de especificações para
processos de negócio novos; a modelagem é um conjunto de atividades para
criação de representações de um processo de negócio existente ou proposto.
Implementação: é realizado o desenho aprovado do processo na forma de
procedimentos e fluxos de trabalho documentados, testados e operacionalizados.
Monitoramento: é feita a contínua medição e monitoramento dos processos de
negócio, fornecendo informações-chave para os gestores de processo ajustarem
recursos a fim de atingir os objetivos dos processos.
Refinamento: é responsável pela transformação dos processos, implementando
o resultado da análise de desempenho. Trata dos desafios associados à gestão de
mudanças na organização, à melhoria contínua e à otimização de processo.
O ciclo de gerenciamento de processos é bastante distinto e consiste das etapas de
Modelagem: são identificados os valores que o processo em estudo deve gerar.
As atividades envolvidas são registradas e identificados os efeitos colaterais
causados por cada elemento na cadeia de valor.
Simulação: incorpora dados estatísticos aos modelos de processos desenhados
na etapa anterior, visando a minimização dos riscos. São gerados cenários
alternativos que devem ser avaliados.
Emulação: são incluídos dados da realidade junto aos dados estimados,
identificados na fase anterior.
Encenação: única etapa que não pode faltar durante a execução de um trabalho.
Representa a vida real dos processos modelados, simulados e emulados.
2.10 GESTÃO DO CONSUMO DE ENERGIA
O conhecimento das rotinas de trabalho e dos sistemas energéticos existentes, bem como
a experiência dos usuários e dos técnicos quanto aos conceitos que envolvem o uso racional e
54
eficiente da energia elétrica, são condições necessárias para uma gestão eficaz desse insumo
essencial para qualquer empresa.
As faturas mensais de energia elétrica representam uma fonte de dados fundamental
para o uso e contratação da energia pois contêm informações necessárias para uma análise
preliminar do perfil de carga e do desempenho da instalação, assim como um auxílio para a
tomada de decisões.
Dessa forma, para um diagnóstico preciso das instalações existentes faz-se necessário
ter o conhecimento de alguns conceitos básicos (SANTOS et al, 2006):
Carga instalada: somatório de potência de todos os equipamentos instalados
nas dependências da unidade consumidora que, em qualquer momento, podem
utilizar energia elétrica da concessionária. A unidade é o kVA;
Curva de carga: Gráfico que mostra a variação da demanda ativa em kW para
as 24 horas de um dia típico;
Demanda ativa: potência média, registrada por aparelho integrador e apurada
por um intervalo de tempo de quinze minutos. Sua unidade é o kW;
Demanda contratada: aquela que a concessionária, por obrigação contratual,
coloca à disposição do cliente continuamente no ponto de entrega. Sua
unidade é o kW;
Energia ativa: aquela capaz de produzir trabalho. Sua unidade é o kWh;
Energia reativa: aquela que não produz trabalho e que é solicitada por alguns
equipamentos elétricos para a manutenção dos fluxos magnéticos. Sua
unidade é o kVArh;
Energia aparente: aquela resultante da soma vetorial das energias ativa e
reativa. Sua unidade é o kVAh;
Fator de carga: relação entre a demanda média e a demanda máxima ocorrida
num determinado período de tempo;
Fator de potência: relação entre a energia ativa e a energia aparente;
Horário de ponta: período definido pela concessionária de segunda a sexta-
feira, composto por três horas consecutivas, entre 17h30min e 20h30min.
Nesse horário o custo da energia elétrica é mais caro;
Horário fora de ponta: horário complementar ao horário de ponta (entre
20h30min e 17h30min) para os dias úteis e as vinte e horas do dia para
sábados, domingos e feriados. Nesse horário a energia elétrica é mais barata;
55
Período seco: período de sete meses consecutivos, entre maio e novembro;
Período úmido: período de cinco meses consecutivos entre dezembro e abril;
Potência ativa: quantidade de energia solicitada pela carga na unidade de
tempo. Sua unidade é o kW;
Segmentos horo-sazonais: são formados pela composição dos períodos úmido
e seco com os horários de ponta e fora de ponta, conforme relacionados
abaixo:
Horário de ponta em período seco;
Horário de ponta em período úmido;
Horário fora de ponta em período seco;
Horário fora de ponta em período úmido.
Tarifação horo-sazonal: sistema de tarifas que leva em conta os segmentos
horo-sazonais para precificar a energia;
Tarifa de consumo: valor em reais do kWh de energia utilizada pelo
consumidor em determinado segmento horo-sazonal;
Tarifa de demanda: valor em reais do kW em determinado segmento horo-
sazonal;
Tarifa de ultrapassagem: tarifa que será aplica ao valor de demanda registrada
que ultrapassar a demanda contratada, respeitada a tolerância.
56
3 METODOLOGIA
A metodologia aplicada a esta dissertação aborda o tema da pesquisa conforme o
esquema da Figura 7 e realiza-se em duas fases. A primeira através da revisão da literatura
existente nas bases de dados Scopus e SciELO do portal da Capes. A segunda, através do estudo
de caso, onde foram utilizados três instrumentos de coleta de dados: as contas mensais de
energia elétrica da Concessionária LIGHT, os registradores internos já instalados no Instituto e
um questionário que foi aplicado a dois grupos de respondentes.
O caminho da metodologia utilizado na pesquisa está indicado em azul e pelas setas.
Figura 7 - Tipologia da Pesquisa
Fonte: adaptado de Bastos, 2013
ABORDAGEM
DE PESQUISA
MÉTODO DE
PESQUISA
Indutivo
Exploratório Descritivo Explanatório
Dedutivo
Qualitativo Quantitativo
ESTRATÉGIA
DE PESQUISA
TÁTICA DE
PESQUISA / FONTE
DOS DADOS
Primária Secundária
Questionário Medição
interna
Medição da
LIGHT Internet
Análise
Documental
Estudo
de Caso Experimento
Múltipla
Grupo de
Especialistas
Bases de dados
Amostra
NATUREZA
DOS DADOS
57
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa observou os critérios metodológicos sustentados pela taxonomia proposta
por Gil (2010), que em relação ao tipo de pesquisa é classificado quanto aos fins a que se
destina, quanto aos propósitos e quanto aos meios empregados de investigação.
Quanto aos fins a pesquisa é caracterizada como de natureza aplicada porque contribui
para aplicações práticas e aquisição de conhecimentos para uma situação específica.
Quanto aos propósitos a pesquisa é classificada como exploratória e descritiva.
Exploratória, já que proporciona maior familiaridade com o problema para torná-lo mais
explícito. Descritiva pois tem como objeto a descrição das características de determinada
população e pretende identificar possíveis relações entre as variáveis.
Quanto aos meios de investigação, é classificada como bibliográfica, documental e
estudo de caso, com aplicação de questionário em dois grupos de respondentes. Bibliográfica
pois parte de material já publicado que envolve levantamento bibliográfico. Documental já que
utiliza documentos internos e externos como fonte para a coleta dos dados. Estudo de caso pois
trata de uma investigação empírica que analisa fenômeno contemporâneo dentro do seu
contexto da vida real (Yin 2005, p.32), onde os limites entre o fenômeno e o contexto não estão
claramente definidos.
O estudo de caso é um procedimento sistemático, controlado e crítico, que permite
descobrir fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento (LAKATOS;
MARKONI, 2010). O estudo de caso deve responder à questão-problema apresentada e cumprir
os objetivos definidos.
A abordagem da pesquisa é indutiva, uma vez que parte de uma amostra real para uma
generalização mais ampla.
A tática da pesquisa é múltipla onde os dados foram levantados através de fontes
primárias com questionários e registradores internos já instalados e de fontes secundárias, com
artigos extraídos de bases de dados do portal da Capes, contas de energia elétrica da LIGHT e
documentos da internet.
58
3.2 COLETA DE DADOS
A coleta de dados primários foi realizada através de medidores já instalados no Instituto.
Os dados coletados estão registrados nos apêndices A10 até A15. Os dados coletados
contemplam os registros mensais de consumo de janeiro de 2011 até dezembro de 2015.
Foi utilizado também um questionário junto a dez especialistas, abordando os critérios
que foram identificados na literatura para identificar aqueles que causam maior impacto no
consumo de energia. O questionário foi entregue aos especialistas por email ou pessoalmente
por via impressa. A tabulação dos dados que foram coletados está no apêndice A16.
O mesmo questionário foi enviado por email com um link para o aplicativo Google
Forms a um grupo de oitenta pessoas de diversos setores do Instituto que estão envolvidas nos
processos, para confrontar com as respostas dadas pelo grupo de dez especialistas. A tabulação
desses dados encontra-se nos apêndices A17 até A20.
A coleta dos dados secundários foi realizada através da análise documental externa
(contas de energia elétrica, artigos, teses e bibliografia).
O modelo testado é referente a um consumidor localizado na cidade do Rio de Janeiro
e alimentado pela Concessionária LIGHT em média tensão (13,8 kV), com modalidade tarifária
horo-sazonal A4 verde e demanda contratada de 850 kW.
Os valores mensais de consumo (kWh) foram coletados das contas da LIGHT. A
amostra desses dados de consumo é composta pelos registros dos valores compreendidos num
período de 60 meses, entre janeiro de 2011 até dezembro de 2015.
Os dados foram coletados pelas ferramentas descritas acima e analisados por método
quali-quantitativo da gestão de processos envolvendo qualidade total. Os dados coletados das
contas de energia elétrica estão registrados nas tabelas 3 e 4.
59
3.3 DEFINIÇÃO DO MÉTODO
Segundo Yin (2005), há três critérios para a correta escolha dos principais métodos de
pesquisa (experimento, levantamento, análise documental, pesquisa histórica e estudo de caso).
O primeiro critério refere-se a forma de questionamento da pesquisa. O segundo critério
contempla o controle que o pesquisador possui sobre o comportamento de eventos. O terceiro
critério está relacionado à natureza histórica ou contemporânea da pesquisa.
O Quadro 16 apresenta a correlação entre os métodos e os critérios que devem ser
levados em conta para a escolha do método que será utilizado.
Quadro 16 - Situações relevantes para diferentes estratégias de pesquisa
Estratégia Forma de questão
de pesquisa
Controla eventos
comportamentais
Focaliza eventos
contemporâneos
Experimento como, por que sim sim
Levantamento quem, o que, onde,
quantos, quanto
não sim
Análise de arquivos quem, o que, onde,
quantos, quanto
não sim / não
Pesquisa histórica como, por que não não
Estudo de caso como, por que não sim
Fonte: YIN, 2005 (página 24)
A pesquisa atende aos três critérios relacionados com estudo de caso. A forma de
abordagem das questões da pesquisa pretende responder “como?” e “por que?”. Não há
necessidade de controle sobre o comportamento dos eventos, já que a intenção é reunir as
informações. Por último, a gestão do consumo de energia elétrica pode ser enquadrada como
evento contemporâneo, tendo em vista o cenário de crise hidroelétrica atual.
3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA DA PESQUISA
A pesquisa que foi feita é uma análise multicriterial dos dados coletados. Os critérios
utilizados foram extraídos da pesquisa realizada nas bases Scopus e SciELO e estão indicados
no Quadro 14, item 2.7 do capítulo 2.
60
E para se atingir maior rigor metodológico confiabilidade na análise qualitativa e de
acordo com a estratégia da pesquisa, foi seguido o roteiro indicado na Figura 8.
Conforme pode ser visto nesse roteiro, após a definição dos objetivos da pesquisa, foi
realizada uma revisão prévia na literatura, onde foi possível conhecer as áreas envolvidas.
A proposição de um modelo de gestão foi feita a partir do painel bibliográfico que foi
levantado nas bases de dados Scopus e SciELO do Portal da Capes. Dois grupos foram criados:
um com especialistas nas áreas envolvidas e outro com pessoas não especialistas, que também
trabalham nas áreas envolvidas, cujos critérios de seleção estão indicados no item 3.8.
A força de trabalho atual do IEN é composta por 331 pessoas, sendo 215 servidores
federais, 98 pessoas contratadas para os serviços de administração, vigilância, limpeza e
manutenção predial, além de 18 bolsistas e estudantes de pós-graduação.
Um questionário com o uso da escala de Likert e estatística não paramétrica dos dados
foi utilizado e após o exame de qualificação foi feita uma validação da literatura junto a um
grupo de dez especialistas, que foram selecionados segundo critérios indicados no item 3.8,
tais como a formação e o envolvimento com os processos estudados.
Foi enviado um email no dia 04 de outubro de 2016 com um link do questionário para
80 servidores através do aplicativo Google Forms. Até o dia 21 de outubro responderam ao
questionário 33 servidores, correspondendo a uma taxa de retorno de 41,2 %.
A amostra total da pesquisa é composta por 43 pessoas, incluindo os 10 especialistas,
que responderam ao questionário que foi enviado por email, impresso ou pelo link do aplicativo.
Optou-se pelo questionário com perguntas fechadas pois, segundo Cury (2005), trata-se de
um método de coleta rápido, eficaz e mais fácil de quantificar e analisar do que os demais métodos
de levantamento de dados organizacionais, como entrevista ou observação in loco. As perguntas
foram elaboradas a partir da análise dos critérios extraídos da literatura e indicados no Quadro 14.
61
Figura 8 - Roteiro da Pesquisa
Fonte: elaborado pelo autor
Pesquisa
Bibliográfica
Gestão por
Processos
Gestão do
consumo de
energia elétrica
Painel
Bibliográfico
Proposição de um
Modelo de Gestão
Avaliação com
especialistas
Avaliação via percepção
dos funcionários
Aplicação do Modelo
Estudo de Caso
Resultados/Conclusões
Objetivos
62
3.5 CONSTRUÇÃO DA FERRAMENTA DE COLETA DE DADOS
Um grupo com dez especialistas em seus respectivos setores foi constituído para
responder ao questionário apresentado nos Apêndices A2, A3, A4 e A5 para validar e atribuir
pesos a cada um dos critérios encontrados na literatura, indicados no Quadro 14.
O peso atribuído a cada um dos critérios varia de 1 até 5, dependendo da importância
que o respondente considerar para cada um dos critérios avaliados. Após ser construído, o
instrumento de coleta de dados foi revisado, através de um pré-teste realizado com três
especialistas que pôde sugerir alterações de melhoria. Os principais aspectos analisados foram:
Tamanho do questionário;
Tempo para responder;
Clareza e sequência das questões.
O objetivo do pré-teste foi verificar a pertinência dos critérios elencados nas perguntas
e estabelecer uma correlação com o consumo de energia. O questionário foi construído a partir
desses critérios identificados na literatura.
O questionário foi dividido em cinco partes. A primeira parte tem o objetivo de
identificar o perfil dos participantes e é composta por quatro questões de múltipla escolha,
conforme indicado no Apêndice A2.
A segunda parte tem o objetivo de mensurar o grau de importância de cada um dos
critérios visando a redução do consumo de energia. Esta segunda parte é composta de um bloco
com nove perguntas relacionadas aos critérios selecionados na literatura acadêmica, conforme
indicado no Apêndice A3.
A terceira parte tem o objetivo de mensurar o grau de desempenho atual com relação às
ações que tem sido tomadas na instituição. Esta parte é composta por um bloco de nove
perguntas também relacionadas aos mesmos critérios, conforme indicado no Apêndice A4.
A quarta parte do questionário tem o objetivo de mensurar a frequência de contribuição
anual de cada um dos critérios para o aumento no consumo de energia elétrica, conforme
indicado na Apêndice A5.
A quinta parte é uma planilha para atribuição de pesos a cada um dos critérios. Na
segunda, terceira e quarta partes do questionário os respondentes utilizaram uma escala de
Likert de 1 a 5, conforme indicado nos Apêndices A3, A4 e A5.
Os critérios foram classificados em ordem decrescente de relevância após a coleta de
dados junto aos especialistas, segundo a equação (1) Pf = P x (T1+T2+T3), onde:
63
Pf = Pontuação final do critério;
P = Soma dos pesos atribuídos pelos especialistas para cada critério, sendo o
peso máximo igual a 5;
T1 = Somatório total das notas atribuídas pelos especialistas para o grau de
importância de cada critério, sendo 5 a nota máxima;
T2 = Idem T1 para o grau de desempenho de cada critério;
T3 = Idem T1 para a frequência de contribuição anual de cada critério.
A Pontuação Final dos critérios, segundo a resposta dos especialistas, ficou distribuída
conforme indicado na tabela 1:
Tabela 1 - Pontuação final dos critérios segundo os especialistas
Critério Pf Pf (%)
Clima 4.816 14,6
Comportamento de Consumo 4.815 14,6
Conforto Ambiental 4.300 13,0
Eficiência Energética 4.223 12,8
Perfil Predial 3.549 10,8
Perfil de Carga 3.526 10,7
Taxa de Ocupação 2.988 9,0
Inovação dos Processos 2.924 8,9
Crescimento Econômico 1.824 5,5
Fonte: dados coletados na pesquisa
Após o cálculo da pontuação final de cada critério, foi aplicado o Diagrama de Pareto e
excluídos os critérios que ficaram fora do percentual acumulado de 80 %, conforme a tabela 2.
Observa-se por essa tabela que foram excluídos os três critérios que obtiveram a
pontuação final percentual menor do que 10 %.
Tabela 2 - Classificação final dos critérios segundo os especialistas
Critério % % acumulado Observação
Clima 14,6 14,6 Incluído
Comportamento de Consumo 14,6 29,2 Incluído
Conforto Ambiental 13,0 42,3 Incluído
Eficiência Energética 12,8 55,1 Incluído
Perfil Predial 10,8 65,9 Incluído
64
Perfil de Carga 10,7 76,6 Incluído
Taxa de Ocupação 9,0 85,6 Excluído
Inovação dos Processos 8,9 94,5 Excluído
Crescimento Econômico 5,5 100 Excluído
Fonte: elaborado pelo autor
Foi realizado um teste piloto junto a três especialistas para dar sugestões de melhoria
para o questionário, alterando algumas questões e incluindo alguns aspectos relevantes para que
não houvesse dúvidas para os respondentes.
Para estimar a confiabilidade do questionário aplicado, foi utilizado o coeficiente alfa
de Cronbach que é definido segundo a equação (2).
(2), onde:
α é o coeficiente alfa de Cronbach,
k corresponde ao número de itens do questionário,
Si2 corresponde ao somatório das variâncias dos itens,
S2soma
corresponde a variância da soma dos respondentes.
Os dados coletados pelo questionário aplicado foram tabulados em planilha eletrônica e
a equação (2) modelada do mesmo modo. A tabulação dos dados coletados junto aos
especialistas encontra-se no Apêndice A16, enquanto que a tabulação dos dados coletados junto
ao grupo de não especialistas encontra-se nos Apêndices A17 até A20.
A conversão dessa escala nominal de Likert para uma escala numérica realizou-se da
seguinte maneira:
Questões com resposta 1, receberam valor zero;
Questões com resposta 2, receberam valor 0,25;
Questões com resposta 3, receberam valor 0,50;
Questões com resposta 4, receberam valor 0,75;
Questões com resposta 5, receberam valor 1,00.
65
Aplicando na equação (2) os valores de K = 36, Si2 = 2,368 e St2 = 10,279 para este caso
em estudo, chega-se a um valor de α = 0,79 que é considerado um bom índice de confiabilidade
pois está acima do nível aceitável de 0,7.
3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Foi utilizado o Diagramas de Pareto para a classificação dos dados coletados. Dessa
forma, pode-se priorizar os problemas para auxiliar na tomada de decisão. Foi utilizada também
a leitura estatística não paramétrica desses dados, bem como a classificação dos dados coletados
pelos grupos de respondentes do questionário, através da equação (1) indicada no item 3.5.
Foi utilizada uma correlação entre os critérios mais relevantes que foram retirados da
literatura com as medidas que devem ser adotadas para a redução do consumo. Os critérios
foram ranqueados do mais importante para o menos importante, segundo a equação (1) indicada
no item 3.5. A partir desse ordenamento foram geradas as medidas que contemplem o uso
racional e eficiente da energia.
O Quadro 17 mostra a matriz de correlação entre os critérios que influenciam o consumo
e as ações que devem ser adotadas. As ações que devem ser adotadas estão descritas no capítulo
5, que trata das conclusões e recomendações.
Quadro 17 - Correlação “critérios x ações adotadas”
Critérios
Escala Likert
1 2 3 4 5
Ações adotadas
Clima
Comportamento de consumo
Conforto ambiental
Crescimento econômico Critério excluído
Eficiência energética
Inovação dos processos Critério excluído
Perfil de carga
Perfil predial
Taxa de ocupação Critério excluído
Fonte: elaborado pelo autor
66
Nas linhas estão dispostos os nove critérios extraídos da literatura. São eles:
Clima
Leva em conta a localização geográfica e as condições climáticas da região em
que está situado o objeto de estudo;
Comportamento de consumo
Considera vários fatores, tais como: se os ocupantes do ambiente desligam seus
equipamentos quando saem do local; se não deixam aparelhos em standby de um
dia para o outro; se desligam as luzes e o ar condicionado na hora do almoço:
Conforto ambiental
Constituído pelos fatores temperatura ambiente e umidade relativa do ar. Está
relacionado com os ajustes nos sistemas de refrigeração e climatização.
Crescimento econômico
Considera a expansão econômica ocorrida no país.
Eficiência energética
Considera o uso de equipamentos mais modernos com baixo nível de consumo
e alto fator de potência;
Inovação dos processos
Considera a melhoria no fluxo dos processos.
Perfil de carga
Mostra o nível de consumo nos horários de ponta e fora-de-ponta;
Perfil predial
Considera as características construtivas de um prédio, bem como os materiais
que foram empregados e que podem contribuir para o isolamento térmico;
Taxa de ocupação
Considera a quantidade de pessoas que ocupam o local estudado.
Nas colunas estão dispostos os cinco graus de influência para cada um dos critérios
numa escala de Likert. São eles:
1 (extremamente pequeno);
2 (pequeno);
3 (médio);
4 (grande);
5 (extremamente grande).
A análise dos resultados está descrita no capítulo 4 da pesquisa.
67
3.7 ALINHAMENTO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA COM OS RESULTADOS
ESPERADOS
A pesquisa bibliográfica contribuiu para a formulação de um modelo de gestão de
consumo de energia elétrica no Instituto, bem como para identificar oportunidades de melhoria
nos processos já implantados. O Quadro 18 descreve, sinteticamente, o relacionamento entre os
objetivos da pesquisa e os resultados esperados.
Quadro 18 - Alinhamento dos objetivos com a metodologia e os resultados esperados
Objetivos da Pesquisa Como? Por que? Resultados esperados
Realizar um estudo
bibliográfico sobre a
gestão do consumo de
energia elétrica.
Através de
pesquisa a bases
de dados, livros,
links e outras
fontes.
Obter de forma
ampla a percepção
dos pesquisadores
em relação aos
processos.
Elaborar um painel com o
estado da arte em relação
aos processos abordados na
visão dos pesquisadores.
Estudar os modelos de
gestão de energia
relatados na literatura.
Através da
revisão teórica.
Obter um modelo
adaptado ao
estudo de caso.
Analisar o conjunto de
ações que contemplem o
uso racional e eficiente da
energia elétrica.
Aplicar os critérios da
literatura no estudo de
caso.
Através da
aplicação de
questionários de
forma rápida
com grande
abrangência.
Obter um
ranqueamento dos
critérios mais
relevantes.
Elaborar um conjunto de
ações correlacionadas com
os critérios elencados.
Propor ações de
melhoria para a gestão
eficaz do consumo de
energia elétrica.
Através da
coleta de dados
Obter a correlação
com a literatura
pesquisada.
Redução do consumo de
energia e melhoria dos
processos.
Fonte: elaborado pelo autor
68
3.8 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA OS GRUPOS DE RESPONDENTES
Esta seção trata dos critérios adotados para a seleção das pessoas que irão participar do
grupo de especialistas e do grupo de servidores não especialistas.
Foram considerados os seguintes critérios para a escolha dos especialistas que irão
contribuir e responder ao questionário para validação das perguntas:
Profissionais com Doutorado, Mestrado ou Especialização;
Profissionais com pleno conhecimento dos processos envolvidos nas atividades
diárias do seu setor de trabalho;
Profissionais com visão geral sobre os processos envolvidos nas atividades
diárias no seu setor de trabalho ou em outros setores;
Profissionais com dez anos de experiência mínima na instituição com noções
sobre gestão por processos;
Profissionais que sejam gestores nos principais setores envolvidos nos processos
da instituição;
Profissionais participantes do Projeto Esplanada Sustentável do Governo
Federal.
Os critérios de seleção para o grupo de servidores não especialistas são os seguintes:
Não fazer parte do grupo de especialistas;
Profissionais que trabalham na área de engenharia;
Profissionais que trabalham na área administrativa e que tenham conhecimento
das rotinas dos fluxos dos processos nos diversos setores do Instituto;
Profissionais que trabalham em laboratórios que utilizam equipamentos
elétricos e eletrônicos.
69
4 ESTUDO DE CASO
4.1 OBJETO DO ESTUDO DE CASO
O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), fundado em 1962, é uma das unidades da
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão vinculado ao Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI), conforme descrito em seu Portal Corporativo
(www.ien.gov.br). O IEN está localizado na Rua Hélio de Almeida 75, Cidade Universitária,
dentro do campus da UFRJ, Ilha do Fundão, numa colina próxima à Reitoria, conforme
ilustrado na Figura 9.
Figura 9 - Localização do IEN no campus da UFRJ
Fonte: www.ien.gov.br (acesso em 27/07/2016)
4.1.1 Caracterização das instalações prediais
Localizado na Cidade Universitária, Ilha do Fundão, ocupa uma área de 146.000 m2 e
tem atualmente 18.503 m2 de área construída. A figura 10 mostra uma imagem aérea do IEN.
70
Figura 10 - Foto aérea do IEN
Fonte: www.ien.gov.br (acesso em 27/07/2016)
Segundo o Portal Corporativo do Instituto (www.ien.gov.br), as principais instalações
do IEN são as seguintes:
Acelerador de partículas Ciclotron CV-28;
Acelerador de partículas Ciclotron RDS-111;
Laboratório de Computação Paralela;
Laboratório de Inteligência Artificial Aplicada;
Laboratório de Interface Homem/Sistema;
Laboratório de Realidade Virtual;
Laboratório de Usabilidade e Confiabilidade Humana;
Laboratório de Termo-Hidráulica Experimental;
Reator Argonauta.
A ocupação dos prédios é predominante de escritórios e laboratórios que funcionam
basicamente no horário de 07:30 a 16:30. O prédio do Ciclotron possui áreas atendidas 24 horas
por dia e áreas com funcionamento em função da produção que se estende durante a noite.
4.1.2 Caracterização da alimentação elétrica e histórico de consumo
O IEN é alimentado em média tensão (13.800 V) e possui uma subestação principal
junto à entrada do Instituto, onde é efetuada a medição da LIGHT.
71
Dessa subestação principal a energia é distribuída em média tensão (13.800 V) para
outras subestações localizadas próximas às respectivas cargas atendidas, conforme indicado no
diagrama unifilar simplificado da figura 11.
Figura 11 - Diagrama Unifilar Geral do IEN
Legenda:
Transformador
Medição do Transformador nº 1
___________________________________________________________________________________
Fonte: elaborado pelo autor
A modalidade tarifária atual é a horosazonal verde, subgrupo A4. A demanda contratada
junto à Concessionária é de 850 kW. O histórico das contas de energia de janeiro de 2011 a
dezembro de 2015 encontra-se nas tabelas 3 e 4.
O Instituto possui medidores de energia parciais localizados nos secundários dos
transformadores instalados, além de um medidor de energia na entrada em paralelo com a
medição da LIGHT, conforme indicado na Figura 11. O histórico das medições parciais
encontra-se nos apêndices A10 até A15.
Nessa pesquisa, para efeitos de redução no consumo de energia, não foram consideradas
as áreas que envolvem a produção de radiofármacos, tendo em vista ser este um setor do IEN
TR-01
72
considerado essencial, de onde são expedidos os radiofármacos para serem enviados aos
hospitais e clínicas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. No diagrama unifilar da figura 11 essas
áreas estão indicadas pelas unidades de consumo em amarelo TR-02, TR-03 e TR-13.
4.1.3 Caracterização da iluminação
A maior parte dos escritórios possui um sistema de iluminação composto por luminárias
de sobrepor com duas lâmpadas fluorescentes de 32 W e reatores eletrônicos de partida rápida.
O sistema de iluminação dos ambientes que não possuem um funcionamento contínuo
e apresentam propriedades específicas de iluminação, tais como o Auditório e alguns
laboratórios não foram considerados por não apresentarem atratividade econômica em função
da utilização descontínua.
A maioria dos ambientes possui acionamento individual por conjunto de salas, através
de interruptores, proporcionando condições para o funcionamento da iluminação associada à
ocupação do ambiente.
4.1.4 Caracterização do sistema de condicionamento de ar
A maioria dos ambientes de escritório e parte dos laboratórios são atendidos por
condicionadores de ar do tipo janela. Poucos laboratórios e algumas áreas de escritórios são
atendidos por sistemas centrais de diferentes características e tecnologias.
Os sistemas centrais existentes estão descritos a seguir:
Biblioteca
2 condicionadores de ar tipo Split dutado de 10 TR cada. Essa carga é alimentada
pelo transformador TR-04.
Serviço de Informática
3 condicionadores de ar Split dutado de 10 TR cada. Carga alimentada pelo
transformador TR-04.
Restaurante
5 condicionadores tipo Split piso/teto de 5 TR cada. Carga alimentada pelo
transformador TR-04.
73
Auditório
1 condicionador de ar tipo self-contained de 15 TR dutado. Carga alimentada
pelo transformador TR-04.
Reator Argonauta
Sistema de condicionamento de ar central com 3 condicionadores tipo self-
contained de 10 TR cada com condesação a água com respectivas torres de
resfriamento e bomba de água de condesação. Carga alimentada pelo
transformador TR-04.
Laman
2 condicionadores centrais tipo Split dutado de 4 TR cada. Carga alimentada
pelo transformador TR-06.
Dich
1 condicionador tipo Split dutado de 3 TR mais 12 split de 18.000 BTU, mais 3
split de 24.000 BTU. Carga alimentada pelo transformador TR-10.
Ciclotron CV-28
Sistema de condicionamento de ar central de água gelada, alimentado pelo
transformador TR-03 e composto dos seguintes equipamentos principais:
2 unidades resfriadoras de 100 TR dotadas de compressores tipo parafuso
e condesação a água;
3 bombas de água gelada com motor de 3 CV cada;
3 bombas de água de condensação com motor de 3 CV cada;
2 torres de resfriamento com motor de 3 CV cada;
2 bombas de água gelada com motor de 5 CV cada para o circuito
secundário contínuo.
2 bombas de água gelada com motor de 15 CV cada para o circuito
secundário descontínuo
Ciclotron RDS-111
2 fancoils de 13,3 TR cada
1 fancoil de 1 TR
2 exaustores de 5 HP cada
2 bombas de água gelada com motor de 1,5 CV cada.
Essa carga é alimentada pelo transformador TR-03.
74
4.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS DE CONSUMO
A coleta dos dados de consumo foi realizada através dos registros das contas de energia
da Concessionária e também através das medições internas.
As tabelas 3 e 4 ilustram a tabulação dos dados que foram coletados das contas de
energia da LIGHT. Na tabela 3 estão os dados de consumo mensal registrados no horário de
ponta para os anos de 2011 até 2015, enquanto que na tabela 4 encontram-se os dados referentes
ao consumo mensal para o horário fora da ponta de 2011 até 2015.
A tabulação dos dados que foram coletados das medições internas encontra-se nos
apêndices A11 até A15. Foram coletados os dados mensais de consumo desde janeiro de 2011
até dezembro de 2015.
Tabela 3 - Consumo mensal em kWh – Medição LIGHT – Anos 2011 a 2015
Horário de ponta
Mês/Ano 2011 2012 2013 2014 2015
Janeiro 13.120 12.370 13.680 14.494 13.303
Fevereiro 17.519 15.093 13.918 18.516 16.363
Março 17.688 16.368 15.928 18.385 19.048
Abril 15.431 17.022 15.546 17.934 16.220
Maio 14.298 14.165 14.864 16.718 13.147
Junho 12.701 12.558 15.480 15.416 9.851
Julho 12.688 10.072 12.207 16.124 12.097
Agosto 14.151 10.293 13.441 18.158 11.729
Setembro 13.683 13.609 14.169 19.199 11.099
Outubro 13.613 14.942 14.874 19.551 12.306
Novembro 12.771 12.651 14.051 20.732 12.250
Dezembro 14.688 12.840 13.313 19.513 11.455
Total 172.351 161.983 171.471 214.740 158.868
Fonte: contas da LIGHT S/A
75
Tabela 4 - Consumo mensal em kWh – Medição LIGHT – Anos 2011 a 2015
Horário fora da ponta
Mês/Ano 2011 2012 2013 2014 2015
Janeiro 178.200 156.168 180.792 197.280 207.000
Fevereiro 224.352 202.680 186.624 230.184 212.472
Março 183.600 221.256 203.040 205.272 216.000
Abril 192.168 209.160 181.944 219.024 197.064
Maio 165.384 173.880 188.424 180.936 157.248
Junho 133.416 149.616 178.560 160.920 148.536
Julho 145.872 109.368 139.536 161.280 159.264
Agosto 152.208 122.976 149.616 179.064 158.328
Setembro 173.736 160.344 162.864 181.224 163.296
Outubro 160.344 183.024 168.264 204.408 177.480
Novembro 182.376 191.808 186.624 213.840 181.584
Dezembro 190.080 165.168 185.472 224.352 175.536
Total 2.081.736 2.045.448 2.111.760 2.357.784 2.153.808
Fonte: contas da LIGHT S/A
4.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS DO QUESTIONÁRIO
A coleta de dados do questionário foi realizada em três etapas:
Pré-teste
Envio do questionário para o grupo de especialistas
Envio do questionário para o grupo de não especialistas
O procedimento realizado em cada uma das etapas está descrito nos itens 4.3.1, 4.3.2 e
4.3.3 a seguir.
76
4.3.1 A realização do pré-teste
Foi realizado um pré-teste do questionário com três especialistas para darem sugestões
de melhoria na formulação das perguntas. O questionário foi entregue pessoalmente a dois
especialistas no dia 15 de setembro de 2016. O terceiro especialista recebeu o questionário por
email no dia 16 de setembro de 2016.
Os questionários do pré-teste, juntamente com as sugestões de melhoria na formulação
das perguntas foram entregues até o dia 30 de setembro de 2016.
Após efetuadas as alterações no questionário que foram sugeridas no pré-teste, passou-
se para a próxima etapa de coleta de dados, que foi a entrega do questionário aos especialistas.
4.3.2 A entrega do questionário aos especialistas
O questionário elaborado e descrito no item 3.4 foi entregue pessoalmente ou por email
para cada um dos dez especialistas entre os dias 04 e 07 de outubro de 2016. Os dez especialistas
responderam ao questionário por email ou impresso até o dia 18 de outubro de 2016.
4.3.3 A entrega do questionário ao grupo de respondentes não especialistas
O questionário para o grupo de profissionais não especialistas foi enviado por email para
80 servidores no dia 04 de outubro de 2016 num arquivo anexo com extensão “ppt”. Como
houve alguns relatos de dificuldades para preenchimento do questionário no arquivo com essa
extensão, no dia 11 de outubro de 2016 o questionário foi reenviado para os 80 destinatários
com um link de acesso para preenchimento do mesmo através do aplicativo Google Forms.
Responderam ao questionário, até o dia 21 de outubro de 2016, 33 servidores de um
total de 80 que receberam o email., correspondendo a uma taxa de 41,2 % de retorno.
Após a compilação de todos os dados procedeu-se à análise dos resultados que será
tratada no próximo capítulo.
77
4.4 RESULTADOS
Terminada a coleta dos dados, através dos questionários que foram entregues ao grupo
de especialistas e ao grupo de não especialistas, procedeu-se a análise dos resultados.
O questionário construído permitiu a captação das percepções dos dois grupos de
respondentes. A amostra analisada representa uma taxa de retorno foi de 47,8 % , considerando o
total de 43 respondentes para uma população de 90 pessoas que receberam o questionário.
A partir dessas respostas pode-se captar as percepções relativas à importância, desempenho,
frequência de contribuição anual e peso atribuído para cada um dos critérios.
A seguir são apresentados os principais resultados obtidos na pesquisa.
4.4.1 Análise do perfil dos respondentes
No grupo composto por dez especialistas, 80 % dos respondentes possuem Doutorado,
10 % Mestrado e 10 % possui Especialização, conforme indicado no gráfico 3.
Os minicurrículos dos especialistas estão descritos no apêndice A6.
Gráfico 3 - Nível de escolaridade dos respondentes especialistas
Fonte: dados coletados na pesquisa
80%
10%
10%
Nível de escolaridade dos especialistas
Doutorado Mestrado Especialização
78
O gráfico 4 mostra a distribuição do nível de escolaridade no grupo composto por 33
profissionais não especialistas que responderam as questões. Representam 15,2 % da amostra
aqueles que possuem o Doutorado. Com o mesmo índice de 24,2 % ficaram as categorias do
Mestrado, Especialização e Graduação. O grupo de nível médio ficou com 12,1 %.
Gráfico 4 - Nível de escolaridade dos respondentes não especialistas
Fonte: dados coletados na pesquisa
Quanto ao tempo de atuação na instituição, atuam há mais de 20 anos 90 % dos
especialistas e 87,5 % do grupo de profissionais não especialistas.
A função desempenhada atualmente que prevaleceu entre os respondentes especialistas
foi a estratégica com um índice de 40 %, enquanto que entre os respondentes não especialistas
foi a operacional com um índice de 46,9 %, seguida da gerencial com 21,9 %.
O tempo de exercício na função atual entre os especialistas ficou distribuído da seguinte
forma:
Acima de 20 anos – 43,8 %
De 11 a 20 anos – 21,9 %
De 3 a 10 anos – 18,8 %
Até 3 anos – 15,6 %
Já no grupo de profissionais não especialistas a distribuição é a seguinte:
Acima de 20 anos – 41,4 %
De 11 a 20 anos – 24,1 %
De 3 a 10 anos – 20,7 %
Até 3 anos – 13,8 %
79
4.4.2 Grau de importância dos critérios
Todos os especialistas consideraram extremamente importante, muito importante ou
importante os critérios Clima, Comportamento de consumo, Conforto ambiental, Eficiência
energética, Inovação dos processos, Perfil Predial e Taxa de Ocupação, conforme ilustrado no
gráfico 5.
Gráfico 5 - Grau de importância dos critérios
Fonte: dados coletados na pesquisa
Observa-se ainda pelo gráfico 5 que os critérios que obtiveram maior percentual de importância
no grupo de respondentes não especialistas foram Conforto Ambiental (100%), Eficiência
Energética (96,9%), Comportamento de Consumo (87,9%), Perfil Predial (87,9%) e Taxa de
Ocupação (87,9%).
Por outro lado observa-se que apenas 50 % dos especialistas e 66,6 % do grupo de não
especialistas consideraram o critério crescimento econômico importante.
A tabulação dos dados referentes ao grau de importância está no apêndice A16 para o grupo de
especialistas e no apêndice A17 para o grupo de não especialistas.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Grau de importância dos critérios
Especialistas
Não Especialistas
80
4.4.3 Grau de desempenho dos critérios
O gráfico 6 mostra uma grande diferença entre as percepções dos especialistas e o grupo
de não especialistas quanto ao aspecto desempenho para o critério inovação de processos.
Enquanto mais de 80 % do grupo de não especialistas atribuíram um bom grau de
desempenho, apenas 50 % dos especialistas tiveram essa percepção.
Gráfico 6 - Grau de desempenho dos critérios
Fonte: dados coletados na pesquisa
Observa-se ainda no gráfico 6 que os critérios perfil de carga, perfil predial e taxa de
ocupação tiveram um baixo grau de desempenho com um índice em torno de 50 % nos dois
grupos de respondentes.
Pode-se verificar também que os critérios clima e comportamento de consumo tiveram
ótimo desempenho para mais de 80 % dos dois grupos de respondentes.
A tabulação dos dados referentes ao grau de desempenho está no apêndice A16 para o
grupo de especialistas e no apêndice A18 para o grupo de não especialistas.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Grau de Desempenho
Especialistas
Não Especialistas
81
4.4.4 Frequência de contribuição anual dos critérios
O gráfico 7 mostra que a frequência de contribuição anual dos critérios comportamento
de consumo, conforto ambiental e eficiência energética foi média ou alta para mais de 70 %
dos dois grupos de respondentes.
Observa-se ainda que o crescimento econômico teve um baixo índice de avaliação.
Apenas 10 % dos especialistas e 33 % do grupo não especialistas consideraram esse critério
com média ou alta frequência de contribuição anual.
Gráfico 7 - Frequência de Contribuição Anual dos Critérios
Fonte: dados coletados na pesquisa
A tabulação dos dados referentes a frequência de contribuição anual está no apêndice
A16 para o grupo de especialistas e no apêndice A19 para o grupo de não especialistas.
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Frequência de Contribuição Anual
Especialistas Não Especialistas
82
4.4.5 Peso atribuído aos critérios
O gráfico 8 mostra o peso que foi atribuído a cada um dos critérios pelos dois grupos de
respondentes. Observa-se que mais de 80 % dos respondentes atribuíram pesos médio, alto ou
muito alto aos critérios clima, comportamento de consumo, conforto ambiental, eficiência
energética, perfil predial e taxa de ocupação, caracterizando uma grande convergência entre
esses dois grupos de respondentes.
Gráfico 8 - Peso atribuído aos Critérios
Fonte: dados coletados na pesquisa
Por outro lado observa-se pelo gráfico 8 que o critério crescimento econômico é o
extremo oposto da convergência entre os dois grupos, ou seja, menos de 40 % dos respondentes
em ambos os grupos consideraram esse critério de peso médio, alto ou muito alto.
Num nível intermediário ficaram os critérios inovação de processos e perfil de carga,
onde mais de 90 % dos especialistas atribuíram pesos médio, alto ou muito alto. Porém, menos
de 70 % do grupo de não especialistas acompanharam os especialistas.
A tabulação dos dados referente aos pesos atribuídos está no apêndice A16 para o grupo
de especialistas e no apêndice A20 para o grupo de não especialistas.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
Peso atribuído aos critérios
Especialistas Não Especialistas
83
4.4.6 Análise dos dados de consumo coletados
Foram coletados os dados de consumo em kWh, nos horários de ponta e fora da ponta
das unidades TR-01, TR-04, TR-06, TR-08 e TR-10, conforme indicado nos apêndices A11 até
A15. E nas tabelas 3 e 4 encontram-se os dados extraídos das contas mensais da LIGHT.
Observa-se que no ano de 2015 houve uma redução considerável no consumo anual de
energia do Instituto em relação ao ano de 2014. Isso se deve ao fato de uma ação ter sido adotada
pela Diretoria do Instituto, que foi a antecipação do horário de saída dos funcionários a partir
do dia 04 de maio de 2015 e que vigorou até o dia 29 de fevereiro de 2016.
O horário de saída permitido anteriormente era até às 19 horas. Depois que a ação foi
adotada o horário permitido passou a ser até às 17h30min. A redução do consumo anual no
horário de ponta, no ano de 2015 em relação ao ano de 2014, foi de 26 %, conforme pode ser
constatado pelos dados que se encontram nas tabelas 3 e 4.
No entanto, se for levado em consideração a redução que houve somente após o mês de
maio de 2015, quando a ação foi implantada, esse percentual de redução no horário de ponta
sobe para 34,9 %. Essa ação que foi adotada está contemplada pelos critérios Comportamento
de Consumo, Perfil de Carga e Taxa de Ocupação.
Observa-se também pelas tabelas 3 e 4 que houve uma redução média do consumo no
horário fora da ponta de 11,7 % entre os meses de maio e dezembro de 2015. Essa redução pode
ser associada ao fato de ter sido substituída uma central de ar condicionado no prédio da Divisão
de Confiabilidade Humana (DICH) por 15 aparelhos do tipo Split, permitindo dessa forma o
desligamento dos aparelhos individualmente nos diversos ambientes conforme a saída dos
funcionários. Anteriormente apenas após a saída do último funcionário a central era desligada.
Outro fator que contribuiu para a redução do consumo de energia foi a substituição de
50 aparelhos de ar condicionado do tipo janela em todo o Instituto no ano de 2015 por outros
mais modernos e eficientes. Esse aspecto contempla o critério Eficiência Energética.
Também pode-se atribuir a redução no consumo de energia que ocorreu em 2015 em
relação ao ano de 2014, devido ao fato de ter havido uma redução no quadro de servidores com
12 pessoas que se aposentaram ou faleceram, contemplando o critério taxa de ocupação predial.
84
4.4.7 Consolidação dos dados coletados
Os resultados permitiram fazer uma análise cruzada para se chegar a consolidação dos
dados registrados no quadro 19, que foram coletados tanto da literatura, quanto do questionário.
Quadro 19 - Consolidação dos dados coletados
Critério Literatura Especialistas Não especialistas
Clima 03 citações 14,6 % 12,5 %
Comportamento de Consumo 10 citações 14,6 % 14,9 %
Conforto Ambiental 09 citações 13,0 % 12,9 %
Crescimento Econômico 01 citações 5,5 % 7,7 %
Eficiência Energética 04 citações 12,8 % 13,2 %
Inovação dos Processos 01 citações 8,9 % 9,5 %
Perfil de Carga 09 citações 10,7 % 8,6 %
Perfil Predial 04 citações 10,8 % 10,0 %
Taxa de Ocupação 02 citações 9,0 % 10,7 %
Fonte: elaborado pelo autor
Na análise cruzada dos dados observa-se que os critérios Comportamento de Consumo
e Conforto Ambiental sobressaem como os mais relevantes, tanto em relação ao número de
citações de artigos extraídos da literatura, quanto ao índice de avaliação dos dois grupos de
respondentes, especialistas e não especialistas.
Num segundo grupo de critérios aparecem o Clima, a Eficiência Energética e o Perfil
de Carga. Os critérios Clima e Eficiência Energética, apesar do baixo nível de citações na
literatura, obtiveram índices de avaliação dos dois grupos de respondentes bastante altos,
praticamente no mesmo patamar dos critérios Comportamento de Consumo e Conforto
Ambiental, acima dos 12 %.
Já o critério Perfil de Carga, apesar de obter índices de avaliação dos dois grupos de
respondentes um pouco abaixo dos 10 %, obteve 9 citações na literatura, ou seja o mesmo
patamar dos critérios mais relevantes.
Num terceiro grupo de critérios estão o Perfil Predial e a Taxa de Ocupação, que apesar
de terem obtido um número baixo de citações na literatura, obtiveram um índice acima dos 10%
na avaliação dos dois grupos de respondentes.
85
Por último ficaram os critérios Crescimento Econômico e Inovação dos Processos, com
apenas 1 citação na literatura e com índice menor que 10 % na avaliação dos dois grupos de
respondentes.
4.4.8 Quadro resumo dos critérios selecionados e ações adotadas
A partir da classificação final dos critérios estabelecida na tabela 2, pode-se fazer um
quadro resumo correlacionando os critérios que foram selecionados com as ações que devem
ser adotadas para se obter o uso eficiente da energia elétrica no Instituto.
O quadro 20 apresenta em sua primeira coluna os critérios que foram selecionados e na
segunda coluna as ações correspondentes a cada critério que devem ser adotadas.
Quadro 20 - Resumo dos critérios selecionados e ações adotadas
Critério selecionado Ações adotadas
Clima Instalar películas protetoras contra a luz solar, reduzindo a carga
térmica dos ambientes.
Comportamento de
consumo
Reforçar as campanhas de conscientização para o uso eficiente da
energia elétrica; desligar as lâmpadas e os aparelhos de ar
condicionado no horário de almoço; não deixar equipamentos ligados
no modo standby de um dia para outro; reduzir o consumo de água
através do seu reuso, que indiretamente reduzirá o consumo de
energia elétrica, devido à redução da frequência de acionamento das
bombas de recalque de água.
Conforto ambiental Regular os termostatos dos sistemas de climatização para a
temperatura de conforto (em torno dos 23 oC).
Eficiência
energética
Substituir motores antigos por mais modernos, de maior rendimento
e menor consumo; substituir lâmpadas incandescentes e fluorescentes
por lâmpadas tipo led, que consomem menos energia.
Perfil predial Utilizar materiais isolantes térmicos nas paredes e tetos, minimizando
os efeitos do calor no verão.
Perfil de carga Remanejar as cargas não essenciais para fora do horário de ponta.
Fonte: elaborado pelo autor
86
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A Pesquisa permitiu identificar os critérios mais citados na literatura que contribuem
para o aumento no consumo de energia, sendo possível através desses critérios estabelecer ações
para se conseguir a redução do consumo de energia elétrica.
Através da revisão da literatura nas bases Scopus e SciELO foram identificados os
seguintes critérios: Clima, Comportamento de Consumo, Conforto Ambiental, Crescimento
Econômico, Eficiência Energética, Inovação dos Processos, Perfil de Carga, Perfil Predial e
Taxa de Ocupação.
No entanto, ao se estudar os modelos de gestão de energia e aplicar esses critérios no
Estudo de Caso, através do questionário que foi enviado para os dois grupos de respondentes,
adotou-se os critérios considerados mais relevantes, segundo a metodologia utilizada para a
classificação dos critérios indicada no item 3.5 adaptada ao objeto de estudo.
Assim foram estabelecidas as seguintes ações relacionadas aos 6 critérios selecionados,
visando o uso racional e eficiente da energia elétrica:
Em relação ao critério Clima: instalar películas protetoras contra a luz solar,
reduzindo a carga térmica dos ambientes e proporcionando maior rendimento
nos aparelhos de ar condicionado.
Em relação ao critério Comportamento de Consumo: promover campanhas de
conscientização para o uso eficiente da energia elétrica; desligar as luzes e o ar
condicionado no horário de almoço; não deixar equipamentos ligados no modo
standby de um dia para outro; reduzir o consumo de água através do seu reuso,
que indiretamente reduzirá o consumo de energia elétrica, devido à redução da
frequência de acionamento das bombas de recalque de água.
Em relação ao critério Conforto Ambiental: regular os termostatos dos aparelhos
de ar condicionado para a temperatura de conforto (em torno de 23 o C).
Em relação ao critério Eficiência Energética: adquirir motores de rendimento
mais alto e, consequentemente, de menor consumo de energia; substituir
lâmpadas incandescentes e fluorescentes por lâmpadas tipo led.
Em relação ao critério Perfil de Carga: remanejar as cargas não essenciais para
fora do horário de ponta, suavizando o perfil de carga.
Em relação ao critério Perfil Predial: utilizar materiais isolantes térmicos nas
paredes e tetos dos ambientes, minimizando os efeitos do calor no verão.
87
Considerando os resultados obtidos sugere-se aos gestores da organização que priorizem
ações de melhoria nas dimensões Comportamento de Consumo, Conforto Ambiental,
Eficiência Energética e Perfil Predial.
Como exemplo de ação pode-se sugerir a aquisição de materiais e equipamentos mais
eficientes, como lâmpadas do tipo led para os sistemas de iluminação e motores com alto
rendimento para as instalações em substituição aos existentes de menor eficiência.
O estudo contribui com pesquisadores para a incorporação de novos conceitos à área
temática de qualidade total que podem se servir desta base inicial à medida que a avaliação for
validada no campo empírico e instituída como uma nova técnica.
Os dados da pesquisa permitem concluir que o crescente aumento no consumo da
energia elétrica é um tema bem atual e que vem sendo objeto de estudo da comunidade
científica, corroborando com as teses dos autores apresentados anteriormente.
Como sugestão para trabalhos futuros recomenda-se o tratamento dos dados neste
estudo com técnicas de análise multicritério como o AHP e a lógica Fuzzy, a consideração de
pesos diferentes para os respondentes especialistas e a implantação no IEN de um modelo de
gestão mais detalhado com as áreas de consumo atuais sendo estratificadas para comparação
dos resultados com outros modelos existentes na literatura.
88
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93
APÊNDICE A1: Carta de apresentação da pesquisa
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Data: ___ /___ / ___
Prezado (a) participante,
Este instrumento de coleta de dados é parte integrante da dissertação de Mestrado em
Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense. A pesquisa tem o objetivo de
investigar e identificar quais são as medidas necessárias para conscientizar as pessoas a
praticar o uso eficiente da energia elétrica, contribuindo assim para a melhoria dos processos
da instituição estudada.
A sua participação é voluntária, mas gostaríamos de contar com sua especial
colaboração na resposta ao questionário, esclarecendo que suas informações serão tratadas
de forma responsável e sua identidade será mantida em sigilo pelo pesquisador, bem como a
identidade da instituição em estudo.
As questões são organizadas em blocos para facilitar a abordagem dos temas.
A referida pesquisa científica está sob a orientação do professor Ruben
Huamanchumo Gutierrez, D.Sc.
Agradecemos antecipadamente a sua valiosa participação e apoio.
Atenciosamente,
______________________________________
Orlando Augusto Vieira Gonçalves
Mestrando em Sistemas de Gestão / UFF
Matrícula: M046.214.137
94
Apêndice A2:
Questão 1: Assinale com um “X” apenas uma alternativa para os seguintes itens:
1.1 Nível de escolaridade
Fundamental Especialização
Médio Mestrado
Graduação Doutorado
1.2 Tempo de atuação na instituição pública
Até 3 anos De 11 a 20 anos
De 3 a 10 anos Acima de 20 anos
1.3 Função desempenhada atualmente
Operacional Gerencial
Estratégica Outra
1.4 Tempo de exercício na função atual
Até 3 anos
De 3 a 10 anos
De 11 a 20 anos
Acima de 20 anos
95
Apêndice A3: Questionário Bloco 2
Objetivo:
Mensurar o grau de importância de cada um dos critérios visando a redução
do consumo de energia elétrica de forma eficaz, sem prejudicar a qualidade
dos processos do Instituto.
Utilize a escala 1 para avaliar os itens 2.1 a 2.9:
Escala 1 1 2 3 4 5 N
Grau de
importância
Nada
importante
Pouco
importante
Medianamente
importante
Muito
importante
Extremamente
importante
Não sei /
Não quero
responder
TÉCNICAS DE GESTÃO ESCALA 1
Grau de importância
Item DESCRIÇÃO 1 2 3 4 5 N
2.1
A localização
geográfica das
instalações e o
clima da região
contribuem para a
redução do
consumo de energia
2.2
Os hábitos de
consumo das
pessoas e dos
processos
favorecem a
redução do
consumo de energia
2.3
O conforto
ambiental com o
ajuste da
temperatura e
umidade contribui
96
para o uso eficiente
da energia elétrica
2.4
O crescimento
econômico do país
influencia no
consumo de energia
do Instituto
2.5
O uso de
equipamentos mais
eficientes contribui
para a otimização
dos processos e
melhoria no
consumo de energia
2.6
A melhoria no
fluxo dos processos
é importante para o
uso eficiente da
energia
2.7
O perfil de carga da
instalação contribui
para a redução na
demanda de energia
2.8
O perfil pedial é
determinante para a
redução dos gastos
com energia
2.9
A taxa de ocupação
predial favorece a
redução do
consumo de energia
97
Apêndice A4: Questionário Bloco 3
Objetivo:
Mensurar o grau de desempenho das medidas que tem sido tomadas na
instituição relacionadas aos critérios abaixo.
Utilize a escala 2 para avaliar os itens 3.1 a 3.9
Escala 2 1 2 3 4 5 N
Desempenho Nunca Raramente Algumas
vezes Frequentemente Sempre
Não sei /
Não quero
responder
TÉCNICAS DE GESTÃO ESCALA 2
Grau de desempenho atual
Item DESCRIÇÃO 1 2 3 4 5 N
3.1
O clima contribuiu
para a redução do
consumo de energia
no Instituto
3.2
Houve um
comportamento de
consumo
consciente da
energia no Instituto
3.3
Ocorreu ajuste nos
termostatos dos
sistemas de
refrigeração e
climatização
3.4
A situação
econômica do país
influenciou no
consumo de energia
do Instituto
98
3.5
Houve substituição
de equipamentos
por outros de
menor consumo de
energia
3.6
Houve inovação
dos processos no
Instituto
3.7
O perfil de carga da
instalação foi
otimizado
3.8
O perfil predial das
instalações
contribuiu para a
redução no
consumo de energia
3.9
Houve redução na
taxa de ocupação
predial do Instituto
99
Apêndice A5: Questionário Bloco 4
Objetivo:
Mensurar a frequência de contribuição anual do critério para a redução do
consumo de energia elétrica do Instituto.
Utilize a escala 3 para avaliar os itens 4.1 a 4.9
Escala 3 1 2 3 4 5 N
Frequência Nunca
Baixa
(de 1 a 4
meses)
Média
(de 5 a 8
meses)
Alta
(de 9 a 11
meses)
Sempre
12
meses
Não sei /
Não quero
responder
Item Critério Resposta
4.1 Clima
4.2 Comportamento de consumo
4.3 Conforto ambiental
4.4 Crescimento econômico
4.5 Eficiência energética
4.6 Inovação dos processos
4.7 Perfil de carga
4.8 Perfil predial
4.9 Taxa de ocupação
100
Apêndice A6: Minicurrículos dos especialistas
Código Descrição
E1 Graduado em Engenharia Eletrônica (1980), Pós-graduado em Engenharia Nuclear
pela COPPE-UFRJ (1984), Mestrado em Engenharia de Produção pela UFF (1997)
e Doutorado em Engenharia de Produção pela COPPE-UFRJ (2003). Chefe
substituto da Seção de Engenharia de Sistemas Complexos do IEN/CNEN.
Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PEA) da
UFRJ na área de Segurança / Sistemas Complexos.
E2 Graduado em Ciências da Computação (1991), Mestrado e Doutorado em
Engenharia Nuclear pela COPPE-UFRJ (1991 e 2003). Atualmente é inspetor de
salvaguardas da Agência Brasileira e Argentina de Controle e Contabilidade de
Materiais Nucleares. Coordenador ...
E3 Graduado em Engenharia Mecânica (1979), Mestrado em Engenharia Metalúrgica
e de Materiais pela COPPE-UFRJ (2012). Chefiou a Divisão de Apoio Técnico do
IEN de 2000 a 2003. Atualmente é Tecnologista Senior do IEN/CNEN atuando em
Pesquisa e Desenvolvimento de Técnicas Ultrassônicas Não Convencionais.
E4 Graduado em Engenharia Eletrônica (1992), Mestrado em Engenharia Nuclear pelo
Instituto Militar de Engenharia (2001), Especialização em Ergonomia pela
COPPE-UFRJ (2010), Doutorado em Engenharia de Produção pela COPPE-UFRJ
(2012), Professor na Universidade Castelo Branco. Atualmente é Tecnologista
Senior do IEN/CNEN e integrante do Grupo de Engenharia de Fatores Humanos
da Coordenação Geral de Reatores e Ciclo Combustível.
E5 Graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (1988), Mestrado em Engenharia de Produção pela
UFRJ (1995), Doutorado em Engenharia de Produção pela COPPE-UFRJ (2016).
Atualmente é Tecnologista Pleno do IEN/CNEN, atuando nas áreas de substituição
de equipamentos, modelos probabilísticos e determinísticos, confiabilidade de
sistemas, gerenciamento da manutenção, lógica fuzzy, AHP e fatores humanos.
E6 Graduado em Engenharia Mecânica (1982), Pós-Graduado em Altos Estudos de
Política e Estratégia na Escola Superior de Guerra (1998). Tem experiência na área
de Engenharia Nuclear com ênfase em Planejamento, Fiscalização e Segurança.
Foi responsável pela implementação do Programa de Qualidade do Laboratório de
101
Salvaguardas da CNEN e pelo Departamento de Engenharia do IEN. Foi Assessor
da Presidência e Coordenador de Obras da CNEN. Atualmente é Técnico na área
de Emergência Radiológica e Nuclear do IRD/CNEN.
E7 Graduado em Engenharia Elétrica pela UERJ (1989), Mestrado em Administração
pela COPPEAD-UFRJ (1994), Doutorado em Administração de Fundação Getúlio
Vargas (2002). Foi Coordenador do Escritório de Gestão de Projetos do IEN,
Coordenador de Tecnologia e Inovação do IEN/CNEN. É Professor Visitante da
FGV desde 1999, onde ministra Disciplinas no Mestrado Profissionalizante e nos
cursos MBA/FGV. Atualmente é Tecnologista Senior do IEN/CNEN.
E8 Graduado em Engenharia Elétrica pela UFRJ (1983), Mestrado (1986) e Doutorado
(2009) em Engenharia Nuclear pela COPPE-UFRJ. Atualmente é Tecnologista
Senior da CNEN. Tem experiência na área de Inteligência Artificial, com ênfase
em Modelos de Otimização, atuando principalmente com simulação neurônico-
termohidráulica, recarga de combustível nuclear e processamento paralelo.
E9 Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ (1982), Mestrado em Engenharia
Nuclear pela UFRJ (1985) e Doutorado em Engenharia Civil pela University of
Wales (1991). Atualmente é pesquisador titular iii da CNEN, bolsista de
produtividade em pesquisa do CNPQ, consultor acadêmico da CAPES e
colaborador da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de
Pernambuco e do Fondo para la Investigación Científica y Tecnológica.
E10 Graduado em Engenharia Mecânica pela UERJ (1994), Mestrado em Engenharia
de Produção pela UFF (2003), Doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ-
IBICT (2014). Doutorado sanduíche no Science and Technology Policy Research,
na Universidade de Sussex, Inglaterra (2012/2013). Foi chefe da Divisão de
Planejamento e Projetos Estratégicos, Coordenador Geral de Infraestrutura,
Coordenador Geral de Planejamento e Avaliação e Assessor da Diretoria de
Radioproteção e Segurança Nuclear na CNEN. Atualmente é Diretor do IEN.
102
Apêndice A7: Médias Mensais de Consumo Total – 2011 a 2015
Médias mensais de consumo (kWh) - 2011 a 2015
MÊS Total Ponta Fora da Ponta
JAN 178.581 13.393 183.888
FEV 206.318 16.282 211.262
MAR 201.612 17.483 205.834
ABR 196.155 16.431 199.872
MAI 171.038 14.638 173.174
JUN 152.177 13.201 154.210
JUL 142.542 12.638 143.064
AGO 152.091 13.554 152.438
SET 166.155 14.352 168.293
OUT 176.537 15.057 178.704
NOV 188.599 14.491 191.246
DEZ 188.436 14.280 188.122
-
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Médias Mensais Consumo (kWh) - 2011 a 2015
Médias mensais de consumo (kWh) - 2011 a 2015 Total
Médias mensais de consumo (kWh) - 2011 a 2015 Ponta
Médias mensais de consumo (kWh) - 2011 a 2015 Fora daPonta
103
Apêndice A8: Análise dos artigos selecionados na base de dados Scopus
Artigo 1: Anastasi, Corucci e Marcelloni (2011) propõem um sistema de gestão de
energia (Greenbuilding) que monitora o consumo de energia e automaticamente controla o
comportamento dos equipamentos elétricos usados em prédios residenciais e comerciais da
Itália.
Esse sistema incorpora uma rede de sensores e atuadores para atingir dois objetivos:
Conscientizar o usuário dos custos econômicos e ambientais devido ao uso
impróprio dos equipamentos elétricos;
Fornecer soluções automáticas de eficiência energética através da gestão
apropriada dos equipamentos elétricos.
Foram registrados os consumos de diversos equipamentos e monitorados parâmetros,
tais como temperatura, intensidade da luz e presença humana nos prédios. O sistema envia
mensagens para o usuário, sugerindo possíveis ações para economizar energia. Dessa forma é
possível gerenciar o comportamento de cada equipamento elétrico.
Anastasi, Corucci e Marcelloni (2011) relacionam quatro estratégias de conservação
de energia:
Conscientização do usuário: mudança de comportamento;
Redução de consumo no modo “stand-by”: desligar os equipamentos;
Reprogramação das atividades flexíveis: transferir do horário de ponta para o
horário fora-de-ponta;
Controle dos equipamentos elétricos: ajustar os termostatos dos sistemas de ar
condicionado, desligar as lâmpadas quando a luz natural do dia é suficiente.
Os resultados mostram que o sistema proposto é capaz de atingir significativa redução
no consumo de energia ao eliminar o consumo no modo “stand-by” e adequar o comportamento
de uso dos equipamentos elétricos em função das condições ambientais.
Artigo 2: Bobmann e Staffell (2015) exploram a evolução das curvas de carga até o ano
de 2050 na Alemanha e Inglaterra, dois países radicalmente diferentes na transformação de
energia. A pesquisa revisa o desenvolvimento recente na demanda de eletricidade na Europa e
introduz dois modelos de estimativa futura para as curvas de carga.
Ambos os modelos são aplicados para um cenário de descarbonização para 2050 e
mostram um aumento dos picos de carga de aproximadamente 23 % acima da demanda anual,
103 GW na Alemanha e 92 GW na Inglaterra.
104
Os dois métodos independentes são apresentados para demonstrar como o perfil de
carga mudará substancialmente nas próximas décadas. Em 2050 a demanda na Alemanha deve
cair 6 %, enquanto os picos de carga devem crescer 15 %, levando a uma queda de 20 % na
capacidade de geração. Na Inglaterra, o aumento do pico de carga vai ser o dobro da demanda,
necessitando 30 GW de capacidade adicional em 2050, comparado a 15 GW caso o perfil de
carga permanecesse com os mesmos valores de hoje.
Segundo Bobmann e Staffell (2015), estimativas preliminares sugerem que até 2050
mudanças desfavoráveis no perfil de carga vão demandar 17 bilhões de euros de capacidade
adicional no sistema elétrico da Alemanha e 12 bilhões de euros no sistema elétrico da
Inglaterra.
Artigo 3: Cho e Chang (2013) apresentam um modelo para análise quantitativa do
consumo de energia elétrica residencial e orientações para a redução desse consumo baseados
nas atividades dos usuários.
As atividades são extraídas com o registro do horário, tipo de equipamento, localização
e consumo de energia de cada dispositivo. Tais atividades são analisadas para verificar os
hábitos de consumo dos residentes e promover uma mudança no comportamento para reduzir
o consumo de energia elétrica.
A redução no consumo de energia com o modelo adotado chegou a um índice de 36,1%.
Segundo Cho e Chang (2013), em estudos anteriores o índice de redução chegou até 15%. Os
resultados demonstram que o modelo utilizado é mais eficiente ao promover a conservação de
energia.
Segundo os autores, o conceito de “atividade” numa residência é similar ao conceito de
“processo” numa indústria. Dessa forma o modelo proposto pode ser adotado num sistema de
gestão de energia na área industrial.
Artigo 4: Choi, Cho e Kim (2012) apresentam um modelo para identificar as
características de consumo de prédios residenciais e de uso misto. Foram utilizados os dados
de consumidores da Korea Electric Power Corporation nos anos de 2008 e 2009.
Foram utilizados também questionários estruturados para que os residentes
respondessem a questões de percepção de conforto dos ambientes internos e consumo de
energia elétrica.
No estudo de caso foram comparados quatro tipos de complexos prediais:
Complexo A: Quatro prédios tipo torre (layout em Y) de uso misto, todos
envidraçados, com 38 andares e 390 unidades;
105
Complexo B: Quatorze prédios tipo torre (layout em Y) de uso residencial, todos
em concreto reforçado, com 30 até 51 andares e 2752 unidades;
Complexo C: Dez prédios planos (layout em I/L) de uso residencial, todos em
concreto reforçado, com 31 andares e 1082 unidades;
Complexo D: Seis prédios tipo torre (layout em Y) de uso residencial, todos em
concreto reforçado com 35 andares e 591 unidades.
Na análise do consumo de energia os complexos A e B foram cotejados para identificar
as características de consumo de acordo com o uso (misto ou residencial). Já os complexos C e
D foram cotejados para identificar as características de consumo de acordo com o layout (perfil
“I/L” ou “Y”).
Choi, Cho e Kim (2012) concluem que:
Entre os complexos A e B, o de uso misto consome mais energia do que o de
uso residencial. Especialmente no verão (julho a setembro) o consumo de
energia dos prédios de uso misto é muito maior do que nos outros meses do ano.
Fato que não ocorre nos prédios de uso residencial;
No questionário os residentes dos prédios de uso misto mostraram maior atitude
consciente em relação ao consumo de energia ao utilizar películas de proteção
contra o calor nas janelas.
Apesar de ter mais equipamentos elétricos instalados nos prédios de uso misto
do que os prédios residenciais, não houve grande diferença no consumo de
energia entre os dois tipos. Isso pode ser atribuído ao fato de que os residentes
de prédios de uso misto passam menos tempo nos prédios, consumindo menos
energia com aparelhos de ar condicionado.
Houve uma significativa diferença no consumo nas áreas de uso comum. Os
prédios tipo torre (complexo D) consumiram 1,48 vezes mais do que os prédios
planos (complexo C). Isso mostra a influência do perfil do prédio no consumo
de energia elétrica.
Artigo 5: Du et al (2010) apresentam uma revisão atualizada de vários métodos
desenvolvidos para o monitoramento e a identificação de cargas elétricas em prédios comerciais
e residenciais, comparando a aplicabilidade de cada um deles.
Segundo os autores, no setor comercial o consumo de energia elétrica representa 35 %
do consumo total nos Estados Unidos e espera-se um aumento de 40 % de 2010 a 2030.
Iluminação, sistemas de aquecimento e refrigeração, aquecimento de água, ventilação e
106
refrigeração representam 70 % do consumo total. Os outros 30 % são devidos a computadores
e eletroeletrônicos.
Du et al (2010) afirmam que o setor residencial responde por outros 35 % do consumo
total nos Estados Unidos e espera-se um aumento de 35 % de 2010 a 2030. A iluminação, os
sistemas de aquecimento e refrigeração e o aquecimento de água respondem por 70 % do
consumo total, enquanto que computadores e eletroeletrônicos respondem por 30 %.
Os autores concluem que nenhum método sozinho pode identificar todos os tipos de
carga nos prédios e o sucesso na identificação diminui dramaticamente, conforme aumenta o
tamanho do banco de dados das cargas.
Artigo 6: Du e Lin (2015) apresentam um quadro que combina análise de decomposição
de índices para explicar o rápido crescimento no consumo de energia ocorrido na China entre
os anos 2003 e 2010. A abordagem proposta fornece informações sobre a influência da
produção tecnológica, bem como os efeitos da substituição nos insumos.
Os resultados da pesquisa mostram que a expansão econômica foi o maior direcionador
no crescimento do consumo de energia, que aumentou em 236 % nesse período de oito anos.
Das trinta províncias da China pesquisadas na pesquisa, o consumo de energia cresceu
em média 96 % entre os anos 2003 e 2010.
Artigo 7: Eissa (2011) aborda uma metodologia para classificação de consumidores
utilizando as curvas de carga como critério, baseado em dois índices: PR (peak ratio) e NR
(night ratio).
Eissa (2011) apresenta a “Resposta de Demanda” como uma importante ferramenta para
classificar os consumidores da Electricity Saudi Company conectados em média tensão de 22
kV, considerando o consumo nos horários de ponta e fora-de-ponta. O horário de ponta na
Arábia Saudita é o período compreendido entre 13h e 17h. O horário fora-de-ponta é o restante
das horas do dia.
A “Resposta de Demanda” é definida como mudança de comportamento no uso da
eletricidade pelos consumidores finais de seus padrões normais de consumo. Ela pode ser
classificada em dois tipos:
Baseada no preço
Oferece aos consumidores tarifas variáveis no tempo que refletem o valor e o
custo da eletricidade em diferentes períodos do dia. Os consumidores tendem a
usar menos eletricidade nos horários em que o custo da eletricidade é maior.
107
“Baseada em incentivos”
Programas de incentivo pagam uma participação aos consumidores para reduzir
suas cargas nos horários requisitados pelo programa patrocinador, desencadeado
tanto por um problema de confiabilidade ou pelos altos custos das tarifas.
Através de 120 curvas de carga anuais, correspondendo ao consumo de clientes de várias
áreas geográficas dos setores industrial e comercial na Arábia Saudita, Eissa (2011) apresenta
dois índices para classificação dos dados:
PR é a razão entre o consumo no horário de ponta num determinado período e o
consumo no horário fora-de-ponta para o mesmo período.
NR é a razão entre o consumo no horário noturno num determinado período e o
consumo no horário fora-de-ponta para o mesmo período.
O horário noturno não é fixo, é um período variável que depende da carga de cada
consumidor. Para aumentar e melhorar o fator de carga da instalação, deve-se reduzir o valor
de PR e aumentar o valor de NR dos consumidores.
Eissa (2011) conclui que a maior parte dos consumidores apresenta pequenos valores
de PR, o que indica que a Resposta de Demanda baseada em incentivo é a melhor solução para
esses consumidores do que a Resposta de Demanda baseada no preço.
Artigo 8: Finn e Fitzpatrick (2014) analisam a viabilidade de implementar preços
baseados na resposta de demanda de consumidores industriais da Irlanda. Fazem um estudo
comparativo entre dois consumidores industriais de média tensão para verificar se existe alguma
relação entre o preço médio da eletricidade e seu consumo de energia eólica.
Os dados foram analisados num período de doze meses, entre março de 2011 e fevereiro
de 2012. Ambos os consumidores estão regidos pela tarifa de preços em tempo real, que está
sujeita a influências sazonais.
O consumidor 1 é um moderno e eficiente armazém com um perfil de carga altamente
flexível. O consumidor 2 é uma fábrica com reduzida flexibilidade nos seus horários de
consumo devido a seu rígido processo.
Os resultados mostram que uma redução de 10% no consumo, devido a implementação
de preços incentivados pela resposta de demanda, causam um aumento de 5,8% no consumo de
energia eólica. Isso dá um incentivo para a participação do consumidor que resultará num
benefício para o sistema elétrico nacional.
Artigo 9: Fumo, Mago e Luck (2010) apresentam uma metodologia para estimar o
consumo elétrico e de combustível de um prédio, aplicando uma série de coeficientes extraídos
108
a partir das contas de energia e usando dados de simulações do programa Energyplus. Esse é o
programa oficial do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Os coeficientes são obtidos com simulações de 15 minutos para uma gama de prédios
padronizados e usando dados meteorológicos típicos para uma determinada localização. Os
autores afirmam que em geral o clima pode desempenhar um papel importante na estimativa do
consumo de energia em prédios.
Artigo 10: Gul e Patidar (2015) apresentam um estudo piloto para analisar a relação
entre os perfis de demanda de energia elétrica e as atividades dos usuários de um prédio
universitário. Um questionáro online foi distribuído aos funcionários e aos estudantes, assim
como entrevistas foram conduzidas com o pessoal especialista em gestão.
A análise foi feita numa base de dados com intervalo de 30 minutos entre as medições,
procurando identificar tendências e padrões no consumo de energia. O perfil e a magnitude da
demanda energética mostraram uma tendência relevante que parece não estar relacionada aos
padrões de ocupação predial.
O prédio é controlado por um sistema de gestão predial, onde os usuários do prédio têm
pouco acesso aos controles. A informação detalhada dos padrões de ocupação ajudou a equipe
de gestão a redesenhar as estratégias de controle para a performance ótima de energia predial.
A análise do consumo diário de eletricidade indicou que os padrões de consumo foram
muito similares para diferentes meses. Os resultados do questionário indicaram que 92 % dos
usuários do prédio são visitantes e os remanescentes são funcionários e acadêmicos que têm um
escritório permanente no prédio.
Os estudantes têm pouca influência no consumo elétrico. Em termos de uso, 67 % dos
respondentes disseram que usam um laptop, 14 % usam um computador pessoal e 37 % usam
um tablet ou um ipad. Em torno de 6 % utilizam uma lâmpada de mesa, 4 % utlizam forno de
micro-ondas e apenas 2 % usam aquecedores portáteis.
Foi identificado que 90 % dos respondentes nunca imprimiram ou tiraram cópias no
Centro de Pós-graduação e apenas 7 % dos respondentes imprimem de 1 a 10 páginas por dia.
E que 60 % dos respondentes nunca carregam seus telefones móveis, laptops ou tablets.
Os autores identificaram que 32 % desligam as luzes quando saem das salas e 14 %
desligam seus PCs quando não estão em uso. Finalmente, ficou evidenciado que a maior fonte
do consumo elétrico é devido aos ajustes nos sistemas de refrigeração e aquecimento predial.
Artigo 11: Hong, Koo e Jeong (2012) apresentam um modelo de suporte à decisão para
reduzir o consumo de energia elétrica em escolas localizadas em sete cidades metropolitanas
da Coreia do Sul. Os dados foram coletados no ano de 2009 em 6.282 escolas.
109
Os autores dividiram os fatores que influenciam o consumo em dois tipos: externos e
internos. Os fatores externos podem ser expressos com valores numéricos, tais como área total,
ou com valores categorizados, tais como o tipo de estrutura.
Por outro lado, os fatores internos não são facilmente quantificáveis, tais como o padrão
de comportamento das pessoas (ajuste da temperatura de conforto no inverno ou no verão).
As variáveis independentes foram divididas em três tipos: localização (região), predial
(tipo de fundação, tipo de estrutura, área, número de andares e área por andar) e habitantes
(número de estudantes, professores, turmas e alunos por turma).
A variável dependente é o consumo de energia em kWh.
Os autores concluem que a pesquisa pode ser útil como estudo preliminar para gestão
contínua de instalações escolares. Pode ser usada como pesquisa básica na previsão do consumo
de energia. Por último, pode ser útil como pesquisa prática para selecionar uma instalação ótima
como um sistema de suporte à decisão.
Artigo 12: Lima e Navas (2012) propõem um sistema de medição remota do consumo
de energia elétrica e de água que contribui para o uso consciente desses dois insumos básicos,
ajudando os consumidores na análise, monitoramento e controle de seus hábitos de consumo.
A pesquisa foi financiada pela FINEP e ocorreu no ano de 2008 em prédios residenciais
no estado de São Paulo. Dois testes de campo foram realizados.
O primeiro num conjunto de prédios de baixa renda, com tipologia vertical e várias
unidades consumidoras. O segundo teste ocorreu em um ambiente horizontal de um consumidor
comercial, numa área de 2000 m2, que consome muita água e energia elétrica.
Foi concebida uma rede local com cada unidade de consumo baseada em tecnologia sem
fio, incluindo medidores de energia elétrica com sensores em vários pontos de consumo.
Os resultados da pesquisa trouxeram algumas sugestões de melhoria:
Ações para tornar o consumo mais eficiente, com mudança de hábitos, permitem
a quebra do ciclo de desperdício.
Desenvolver atitudes proativas em campanhas visando a mudança de
paradigmas da população quanto ao uso da energia elétrica.
Programas governamentais brasileiros, tais como o PROCEL, que objetivam o
combate ao desperdício devem ser revisados em sua forma e dinamismo,
assegurando informações adequadas quanto às mudanças de comportamento e
consciência no uso da energia.
110
A evolução do modelo de tarifação brasileiro, com diferentes tarifas para cada
grupo de consumidor, dependendo do seu perfil de consumo, bem como a
criação de bandeiras tarifárias com sinalização de três horários: ponta,
intermediário e fora de ponta.
Lima e Navas (2012) concluem que o sistema proposto permite a gestão eficiente da
energia de forma sustentável ao encorajar a cidadania participativa dos consumidores no uso
dos recursos.
Artigo 13: Loganthurai, Rajasekaran e Gnanambal (2014) apresentam técnicas para
redução dos custos referentes à demanda máxima sem afetar a produção na indústria de granito
da Índia. Para isso, propõem o reescalonamento das maiores cargas existentes na indústria.
Considerando que as contas de energia elétrica são calculadas com dupla tarifação, a
primeira parte referente à demanda máxima registrada (kW) e a segunda parte referente ao
consumo de energia (kWh), os autores indicam a reprogramação da operação dos principais
equipamentos elétricos nesse tipo de indústria.
Os autores sugerem que o tempo de operação de cada máquina de polimento seja
reprogramado em função do consumo dos outros equipamentos, de forma que a demanda
máxima e os custos de produção sejam reduzidos.
Para isso utilizam duas técnicas com algoritmos. Os resultados mostraram que ambas as
técnicas reduzem o custo referente à demanda máxima na mesma proporção. No entanto, a
primeira técnica reduz o fluxo de potência dos alimentadores mais do que a segunda técnica.
Artigo 14: Martirano (2011) apresenta dois sistemas de controle de iluminação distintos
que usam o mesmo conceito, porém com diferentes componentes, para a iluminação de duas
salas de aula na Universidade de Roma Sapienza, Itália.
Segundo o autor, deve-se utilizar três tipos de procedimentos para minimizar o consumo
devido aos sistemas de iluminação:
a) Investir em novos e mais eficientes equipamentos, tais como lâmpadas e
controles;
b) Investir em melhorias de práticas de projeto (sistemas de iluminação
localizados);
c) Investir em melhorias dos sistemas de controle de iluminação para evitar o
desperdício em ambientes desocupados e horários diurnos.
Os resultados são úteis para comparar os dois tipos de abordagem de controle utilizados
na pesquisa (chaveamento e dimerização), bem como os dois tipos de ação (com e sem
111
modernização das luminárias), de forma que se possa analisar os custos, o consumo de energia
elétrica e o conforto ambiental.
As duas tecnologias de controle foram comparadas em relação a uma terceira sala de
aula sem nenhum tipo de controle da iluminação, utilizada como referência para as avaliações.
No estudo de caso de Martirano (2011), a economia de energia alcançada por meio da
estratégia “a” ficou em torno dos 20%. A economia de energia atingida através da dimerização
foi de 42%, enquanto que a economia através do chaveamento foi de 35%. Já a economia obtida
utilizando ambos procedimentos atingiu os 54%.
Artigo 15: Marwan e Kamel (2010) apresentam um esquema que habilita os
consumidores a utilizar as informações recebidas via internet para controlar o consumo de
energia elétrica. O esquema possui as seguintes vantagens:
Picos de demanda são removidos;
A volatilidade dos preços da energia é reduzida;
O custo da energia é reduzido;
O consumo de energia é otimizado;
Os custos da produção caem;
Atinge-se grandes economias com pouco investimento.
A metodologia se baseia na possibilidade dos consumidores transferir ou cortar cargas
de modo a evitar os picos de demanda no horário de ponta, suavizando a curva de carga.
Artigo 16: Orosa e Oliveira (2011) abordam um novo método de estudo para redução
do consumo de energia nas horas de pico em prédios comerciais de países no sul da Europa,
tais como Espanha e Portugal.
Os autores afirmam que a aplicação de coberturas internas de paredes permeáveis
melhorou a pressão de vapor interna, causando um maior conforto ambiental. Segundo Orosa e
Oliveira (2011), os períodos do dia nos quais esse tipo de cobertura melhor funciona são as
primeiras horas da manhã no inverno e as últimas horas de ocupação no verão.
Foi obtida uma redução de 20% no consumo de energia durante o verão e 4% durante o
inverno, devido aos sistemas de refrigeração e condicionamento do ar.
Foram estudados 25 prédios comerciais com o mesmo tipo de estrutura de paredes de
concreto e tijolos. A única diferença entre eles foi o tipo de cobertura interna com diferentes
graus de permeabilidade como papel, plástico, vidro e madeira tratada.
Todos os prédios tinham as mesmas dimensões, nível de ocupação e atividade interna.
O horário de ocupação dos prédios é de 09:00 às 14:00.
112
As melhores condições foram obtidas com materiais permeáveis, sendo a pressão de
vapor menor durante o verão e maior no inverno, especificamente no período de ocupação do
prédio até algumas horas mais tarde.
O segundo ponto de análise de Orosa e Oliveira (2011) foi estudar o consumo de energia
dos prédios em função da permeabilidade dos diversos tipos de cobertura, especialmente no
horário de ponta.
Os resultados mostram que o consumo de energia para obter a desejada entalpia interna
com materiais impermeáveis é 20% maior durante as horas do dia na estação do verão,
especialmente no final do período de ocupação.
No inverno, o consumo de energia é reduzido, embora haja uma clara tendência de picos
de energia com materiais impermeáveis.
Artigo 17: Palamutcu (2010) investiga o consumo de energia elétrica de uma unidade
de processamento têxtil de algodão na Zona Industrial da Turquia, usando o método de medição
em tempo real. O artigo tem como objetivo caracterizar o consumo de energia elétrica,
quantificar os valores reais e estimados de consumo e discutir a razão da diferença entre esses
valores, cotejando-os para cada um dos cinco estágios de processamento nesse tipo de indústria.
Segundo Palamutcu (2010), os resultados mostram que o consumo de energia elétrica
real por unidade têxtil produzida é maior do que o consumo de energia elétrica estimado para
cada um dos cinco processos envolvidos.
As condições climáticas do ambiente para os estágios de fiação e tecelagem representam
um importante fator de consumo de energia elétrica, tendo em vista que as variações climáticas
sazonais são consideráveis para o consumo de energia dos sistemas de condicionamento do ar.
Em sua metodologia Palamutcu (2010) investiga a relação que há entre o consumo de
energia elétrica mensal em kWh e a produção têxtil no mês em Kg, através dos dados coletados,
e chega à conclusão de que essa relação se dá através de uma equação do tipo y = mx + c, onde
y (eixo das ordenadas) representa a energia elétrica consumida em kWh; x (eixo das abscissas)
representa a produção têxtil em kg; m é a inclinação da reta (coeficiente angular); c é a
interseção da reta com o eixo y (coeficiente linear).
Os resultados da pesquisa mostram que o maior consumo de energia entre os cinco
estágios de produção é o processo de fiação, onde as máquinas são totalmente acionadas.
O coeficiente angular da reta representa a quantidade de energia necessária para cada
unidade de produção que torna o processo eficiente. Já o coeficiente linear da reta indica a
energia mínima requerida para iniciar a produção.
113
Palamutcu (2010) conclui que:
o consumo de eletricidade aumenta com o aumento da produção;
a equação da reta de cada estágio do processo pode ser usada para estimar a
redução de energia relacionada aos custos de produção e as potenciais economias
de energia que podem ser feitas no consumo não relacionado à produção.
Percebeu-se que a conscientização sobre gestão energética ainda não chegaram
a um nível desejado na administração e nos trabalhadores envolvidos. E que os
princípios de gestão energética devem ser introduzidos e implementados.
Artigo 18: Rozali et al (2015) desenvolvem uma estratégia de transferência de cargas
do horário de ponta para o horário fora de ponta de forma a reduzir a demanda máxima.
Segundo os autores, a distribuição das cargas ao longo do dia tende a variar em função
do tempo de operação dos equipamentos e processos. E também em função das condições
climáticas. A transferência de cargas do horário de ponta para o horário fora de ponta modifica
o perfil de carga e permite que os consumidores controlem a demanda máxima e otimizem o
custo da energia elétrica.
A transferência de carga é definida como o processo de realocar as demandas de
eletricidade do horário de ponta, quando a tarifa de energia é mais alta, para o horário fora de
ponta, quando a tarifa é mais baixa. Segundo Rozali et al (2015), os resultados mostram que
mais de 50% de redução na demanda máxima pode ser alcançada no horário de ponta.
Artigo 19: Sait (2013) investiga o consumo de energia elétrica em prédios escolares
localizados na cidade de Rabigh, Arábia Saudita. Considerou-se tipos de materiais de
construção utilizados, consumo de energia, carga térmica e iluminação dos ambientes.
A umidade relativa do ar e a temperatura foram registradas em vários locais dentro dos
prédios. Percebeu-se que os meses de julho e agosto são os mais quentes do ano e com a menor
umidade relativa do ar. Os gráficos também mostram que as menores temperaturas ocorrem nos
meses de janeiro, fevereiro e dezembro, com a mais alta umidade relativa do ar.
Sait (2013) afirma que o comportamento dos ocupantes dos prédios desempenha um
importante papel para a estimativa das cargas de refrigeração, aquecimento e ventilação, bem
como para o consumo de água e eletricidade.
Segundo a pesquisa, o consumo de energia elétrica diário predial ficou entre 1600 kWh
a 2000 kWh e o menor consumo foi registrado nos fins de semana. A média estimada de
ocupação predial durante o horário de trabalho é de 300 pessoas.
A pesquisa também registrou a variação do consumo durante o dia. No horário do
expediente o consumo ficou em torno de 874 kWh ou 145,7 kWh por hora. No restante do dia
114
o consumo registrado foi de 1049 kWh ou 58,1 kWh por hora. Significa que 45% da energia
elétrica é consumida durante as horas de trabalho, enquanto que 55% é consumida fora do
horário de trabalho.
Segundo Sait (2013), por esses dados pode-se afirmar que há um grande desperdício de
energia durante as horas não trabalhadas. A maior parte do consumo de energia elétrica é devida
ao condicionamento do ar, que pode atingir até 91% do consumo total, quando todos os
aparelhos estão ligados. O consumo devido à iluminação e outras cargas menores representa
apenas 9% do consumo total. Entretanto, segundo Sait (2013), na maior parte dos prédios
comerciais o consumo elétrico devido ao ar condicionado está entre 50% e 70%.
Devido ao desperdício de energia de 55% fora do horário de trabalho, Sait (2013) sugere
que temporizadores automáticos devem ser instalados nas unidades de ar condicionado para
desligá-los nesse horário e durante os fins de semana e ligá-los antes do início do expediente.
Percebeu-se que os principais termostatos estavam ajustados para uma temperatura
abaixo da normal de conforto de 23 ºC. Registrou-se que uma diferença de temperatura de ajuste
de 2 ºC (23 ºC ao invés de 21 ºC) resulta numa economia de 37% da energia total diária
consumida. Um simples ajuste nos termostatos representa uma grande economia.
Verificou-se também que algumas salas de aula e escritórios tinham um nível de
iluminamento acima de 1000 lux e que esse nível deveria ser reduzido para 450 lux para reduzir
a conta de energia elétrica e também reduzir a carga térmica do ar condicionado.
Por último, a pesquisa de Sait (2013) sugere que a economia de energia pode chegar até 45%
com o tempo de retorno do investimento de 2,7 anos. E que uma campanha de conscientização
dos consumidores pode ser necessária para a implementação da conservação de energia.
Artigo 20: Soares, Gomes e Antunes (2014) apresentam um modelo para caracterizar o
consumo de eletricidade de equipamentos elétricos residenciais em Portugal.
Segundo os autores, há algumas decisões que podem ser tomadas e que os consumidores
residenciais não estão preparados ou aptos para executá-las: reprogramar o horário de
funcionamento de alguns equipamentos (máquinas de lavar roupas, secadoras de roupas, entre
outros); alterar os ajustes dos termostatos de cargas que podem ser controladas (aparelhos de ar
condicionado, boilers, refrigeradores e freezers).
O artigo possui dois objetivos: o primeiro é caracterizar e classificar a demanda
potencialmente controlável no setor residencial em Portugal. O segundo é avaliar os impactos
das ações de Resposta de Demanda sobre algumas cargas controláveis.
Soares, Gomes e Antunes (2014) afirmam que é possível classificar as cargas em quatro
categorias, de acordo com o grau de controle:
115
Cargas não controláveis: quando controladas podem causar desconforto ao usuário ou
perturbação nas atividades (iluminação, equipamentos de escritório, dispositivos
utilizados no preparo de comida).
Cargas que podem ser reprogramadas: cargas controladas por termostatos e que
permitem ajuste da temperatura sem causar desconforto ao usuário (sistemas de ar
condicionado, aquecedores de água);
Cargas que podem ser interrompidas: podem ser desligadas por um curto período de
tempo sem diminuir a qualidade da energia (sistemas de ar condicionado e aquecedores
elétricos de água);
Cargas reprogramáveis: cargas cujo funcionamento pode ser postergado ou antecipado
de acordo com as preferências dos usuários sem trazer desconforto (máquinas de lavar
roupas, secadoras de roupas, lava-louças e aquecedores elétricos de água).
Os resultados mostram que:
as cargas que podem ser reprogramadas têm uma redução no consumo de 5 % durante
o horário de ponta;
as cargas que podem ser interrompidas terão uma redução no consumo de 10 % durante
o horário de ponta e consequentemente um aumento de 15 % durante o horário fora de
ponta devido ao efeito retorno;
as cargas reprogramáveis serão operadas apenas no horário fora de ponta.
Artigo 21: Zhang, Siebers e Aickelin (2011) desenvolvem um modelo que integra
quatro importantes elementos para utilizar um método de simulação do consumo de energia
elétrica em prédios comerciais. Os quatro elementos são:
Políticas de gestão energética executadas pela Gestão de uma organização;
Tecnologias de Gestão Energética instaladas nos prédios comerciais (por
exemplo medição, monitoramento e automação);
Tipo e quantidade de equipamentos e dispositivos em prédios comerciais
(por exemplo lâmpadas, computadores, aquecedores);
Comportamento dos usuários de energia quanto ao uso dos equipamentos e
dispositivos nos prédios comerciais.
Baseados num estudo de caso os autores utilizam esse modelo para testar a eficácia de
diferentes estratégias de gestão da eletricidade e resolver os problemas de consumo elétrico.
116
Zhang, Siebers e Aickelin (2011) focam sua pesquisa em dois objetivos:
Integração dos quatro elementos envolvidos no consumo de energia em um
modelo;
Desenvolvimento de um quadro para estudar os tópicos de gestão energética de
uma organização.
Os autores concluem que embora não seja possível replicar perfeitamente para um caso real, a
simulação se apresenta como uma moderna abordagem que integra os quatro elementos
envolvidos no consumo predial, sendo uma ferramenta útil para a gestão de prédios comerciais.
117
Apêndice A9: Análise dos artigos selecionados na base de dados SciELO
Artigo 1: Castrillon, González e Quispe (2013) apresentam uma metodologia para
implementação de um Sistema de Gestão Integrado de Energia (SGIE) na indústria de produção
de cimento na Colômbia, que mostrou como resultado o aumento da eficiência energética
associada com uma redução no consumo de eletricidade de 4,6%, conseguidos sem
investimentos, apenas com a inovação dos processos e a adoção de uma cultura de gestão de
energia e melhoria eficiente e contínua.
Essa metodologia desenvolve-se em três etapas:
A primeira, decisão estratégica, é a fase para avaliação do estágio atual da gestão de
energia da empresa com a definição de metas e atividades de economia possíveis de se executar.
A segunda refere-se à implementação do sistema de gestão de energia, tendo em vista
indicadores, variáveis de controle, definição do sistema de monitoramento, avaliação energética
e um plano de formação.
A última etapa refere-se à operação do sistema e como torná-lo sustentável, garantindo
a melhoria contínua.
Os autores concluem que no estágio 1 os potenciais de poupança chegaram até 6 % do
consumo de energia que pode ser alcançado com ações de manejo muito baixo ou nenhum
investimento. Concluem ainda que para melhorar os indicadores de eficiência e produtividade
alterações primárias são necessárias tanto na cultura organizacional, quanto nos processos e
procedimentos produtivos, que devem ser documentadas e disseminadas.
Finalizando os autores afirmam que deve-se exigir o compromisso da gestão do topo da
empresa com definição clara das responsabilidades e funções dentro da estrutura
organizacional, bem como as condições do ambiente de trabalho devem contribuir para a
consecução dos objetivos de gestão eficiente de energia.
Artigo 2: Elahee (2011) analisa a natureza dos picos de demanda de energia que
ocorreram entre os anos de 2004 e 2008 nas Ilhas Maurício. Um novo cenário é proposto para
estabilizar os picos de demanda, reduzindo a média de aumento na demanda elétrica total.
Segundo Elahee (2011), os picos de demanda ocorrem durante os meses de verão. A
pesquisa mostra que o pico de demanda em 2009 atingiu 389 MW, o que representa um aumento
de 17 % ao longo de cinco anos. E a diferença entre a demanda máxima no verão e e a demanda
máxima no inverno passou de 25 MW em 2004 para 40 MW em 2008, devido ao uso mais
intenso de equipamentos de ventilação, ar condicionado e refrigeração.
118
O autor afirma que os fatores que contribuem para o aumento da demanda máxima são
temperatura, umidade relativa do ar e tempo de radiação solar. Elahee (2011) conclui que os
picos de demanda máxima continuarão ocorrendo no verão, principalmente na parte da manhã.
Artigo 3: Machado (2010) descreve as etapas necessárias para executar uma
administração energética numa empresa do setor industrial localizada na Colômbia. Aborda
uma metodologia que aplica conceitos básicos de estatística e matemática no entendimento dos
fenômenos de consumo energético numa máquina, linha de produção ou processo geral.
Machado (2010) faz uso de gráficos que relacionam o consumo de energia versus
unidade de produção em m3 para mostrar que o índice de consumo depende do nível de
produção realizado. Cita o uso de diagramas de Pareto para classificar as causas mais relevantes
que provocam 80 % do consumo de energia.
O autor afirma que o uso dessas ferramentas de boas práticas no uso dos recursos
energéticos permitiu uma otimização do gasto energético elétrico por m3 produzido e que a
eficiência energética não se limita apenas a troca de motores ou mudança do sistema de
iluminação. É um processo que deve envolver todos os setores da empresa, desde o mais
simples funcionário até a alta gerência.
Machado (2010) conclui que a economia de energia na Conasfaltos S.A. é modelada
através de diferentes séries que incluem as tarifas de energia, sua demanda em diferentes escalas
de tempo e muitas outras séries relacionadas, com o fim de compreender melhor os diferentes
“hitos” históricos que explicam suas flutuações ao longo do tempo.
Em sua conclusão, o autor afirma que o uso de tecnologias como variadores de
velocidade para os sistemas de bombeamento, controle de torques e mudança de velocidades
para os diferentes processos ajudam a obter eficiência energética.
Artigo 4: Unachukwu (2010) examina a possibilidade de redução no consumo de
energia em universidades da Nigéria. Segundo o autor 51 % do consumo total de energia ocorre
na vila residencial dos funcionários e 16 % ocorrem nas vila residencial estudantil.
Unachukwu (2010) considera que uma política de energia interna em conjunto com uma
campanha de conscientização e a implantação de um sistema de gestão na Universidade são
algumas das medidas que podem garantir uma boa economia nos gastos com energia elétrica.
O consumo de eletricidade na Universidade da Nigéria, em Nsukka, é principalmente
devido à iluminação, conforto ambiental (climatização), aquecimento de água, bombeamento
de água e atividades de pesquisa.
O método utilizado na pesquisa foi a auditoria das contas de energia elétrica, através da
análise histórica dos dados mensais de consumo entre os anos de 1998 e 2008. O autor conclui
119
que medidas bem articuladas de eficiência energética nas instituições da Nigéria podem resultar
numa economia anual entre 10 % e 20 %. Algumas das medidas que podem ser tomadas são:
Substituição sistemática das lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas;
Substituição de aparelhos de ar condicionado obsoletos e ineficientes por outros mais
modernos e eficientes;
Desobrigação de pagamento das contas de energia das vilas residenciais, através da
instalação de medidores individuais para que os funcionários sejam responsáveis pelo
uso da energia;
Instituição de competições anuais, com reconhecimento e entrega de medalhas para os
consumidores de energia mais eficientes;
Política de uso da energia solar e outras fontes renováveis para aquecimento de água
nas vilas residenciais estudantis.
Artigo 5: Valderrama et al (2011) apresentam um estudo de caso num Campus
Universitário em Bordeaux, na França para analisar o comportamento energético de um
conjunto de 36 edifícios multifuncionais. A análise foi dividida em duas visões, uma geral do
campus inteiro e uma segunda visão de um edifício tipo.
Os dados foram coletados das faturas de energia elétrica dos anos 2008, 2009 e 2010. O
objetivo principal foi descrever o comportamento global energético, analisando algumas das
variáveis que interferem no consumo.
Dentre os fatores que influenciam diretamente no consumo estão o clima, cujas
variáveis consideradas no estudo foram a umidade relativa do ar e a temperatura. Outro fator
que deve ser considerado, segundo os autores, está o perfil de comportamento de consumo e o
cenário de ocupação dos prédios.
Artigo 6: Vasconcelos et al (2011) pesquisam a influência que há sobre o consumo de
energia elétrica de fatores como a temperatura ambiente e o nível ocupacional em um grupo
hoteleiro situado na província de Camaguey, em Cuba.
No estudo de caso dos quatro hotéis do grupo, procurou-se estabelecer um indicador de
consumo de energia elétrica mais efetivo a partir da correlação entre o nível ocupacional e o
consumo, tendo em vista que o consumo aumenta conforme aumenta também a taxa de
ocupação das instalações. Mas além disso observou-se que o consumo no segmento turístico
nacional é 1,8 vezes o consumo em relação ao segmento turístico internacional.
Outro fator relevante no consumo de energia é a temperatura ambiente. Observou-se
que nas instalações hoteleiras se consome entre 60 a 70% de energia para satisfazer as demandas
120
de climatização. O tempo de funcionamento dos equipamentos de climatização depende da
carga térmica, na qual desempenha um papel fundamental a temperatura ambiente externa.
Segundo Vasconcelos et al (2011), o consumo de energia elétrica em Cuba para
satisfazer as demandas de climatização pode elevar-se até 40% nos meses de maior temperatura
(julho e agosto) com relação aos meses de menor temperatura, sendo de 13 ºC a diferença de
temperatura entre esses meses.
A proposta de um indicador de consumo mais efetivo de Vasconcelos et al (2011) leva
em conta o efeito da temperatura ambiente e o tipo de segmento turístico ao mesmo tempo. Essa
correlação se dá através da equação ICEE = kWh / HDOeqtotal, onde
ICEE é o indicador de consumo de eletricidade mais efetivo
kWh é o consumo de energia elétrica num determinado período
HDOeqtotal é o nível ocupacional equivalente total nesse mesmo período.
O nível ocupacional equivalente total é expresso pela equação
HDOeqtotal = (HDOi + 1,8.HDOn).Kt , onde
HDOi representa o nível ocupacional com clientes internacionais;
HDOn representa o nível ocupacional com clientes nacionais;
Kt representa o fator temperatura, dado pela equação Kt = 0,0462.T – 0,1231, onde T é
a temperatura ambiente externa.
Vasconcelos et al (2011) concluem que foi possível determinar a influência da
temperatura ambiente e do tipo de segmento turístico no consumo de energia. E que o tipo de
segmento turístico pode influenciar mais que a temperatura ambiente no consumo de energia.
Por outro lado, o uso de um nível de ocupação a partir do HDO equivalente total, tendo em
conta a influência de ambos fatores, pode constituir um indicador de consumo muito mais
efetivo (ICEE) que o utilizado atualmente no grupo hoteleiro para a avaliação da eficiência
energética das instalações hoteleiras.
Artigo 7: Velázquez, Moralles e Infante (2014) apresentam os primeiros resultados
obtidos com a aplicação da Metodologia de Gestão Total Eficiente de Energia no Centro
Internacional de Saúde “La Pradera” em Cuba.
Realizaram uma caracterização energética do Centro através da estrutura de consumo
dos portadores energéticos. Com a investigação dos dados durante os anos de 2010 e 2011
constataram que o portador energético mais influente no consumo da instalação é a energia
elétrica com um percentual de 90%. Em segundo lugar está o consumo de diesel com o
percentual de 8% do total. Em terceiro e quarto lugares vem o consumo de gás liquefeito de
petróleo e o consumo de gasolina, ambos com 1% do total.
121
Primeiramente analisou-se a relação entre o índice de consumo em kWh versus taxa de
ocupação diária (kWh/HDO) para avaliar corretamente a eficiência energética do Centro e
constatou-se que existe uma baixa correlação entre o consumo de eletricidade e a taxa de
ocupação, podendo-se afirmar que não há uma dependência direta entre essas variáveis.
Depois, através dos resultados, os autores constataram que outros fatores têm maior peso
sobre o consumo de energia elétrica. O principal desses fatores é a temperatura ambiente, que
pode representar mais de 60% do consumo total de eletricidade, devido aos sistemas de
refrigeração e climatização terem que superar a carga térmica dos ambientes.
Afirmam os autores que, em geral as instalações consomem entre 60% e 70% da energia
elétrica para satisfazer as necessidades das demandas de refrigeração e climatização. O período
de funcionamento dos equipamentos de climatização tanto individuais, quanto de sistemas
centrais, para obtenção da temperatura de conforto depende da carga térmica, na qual
desempenha um papel fundamental a temperatura ambiente externa.
Segundo Velázquez, Moralles e Infante (2014), estudos realizados em Cuba
demonstram que o consumo de energia elétrica destinado à refrigeração e climatização pode
elevar-se em 40% nos meses de maior temperatura ambiente, com relação aos meses de menor
temperatura, sendo essa diferença de aproximadamente 13ºC.
Os autores propõem o Método da Produção Equivalente, incorporando um parâmetro
que caracteriza o nível de atividade dos serviços, fatores e atividades que têm uma influência
significativa sobre o consumo de energia que não são normalmente considerados.
Dessa forma, estabelecem um novo índice, introduzindo o conceito de taxa de ocupação
diária equivalente (HDOeq), através da equação HDOeq = HDO.Fc.Ft+Fs, onde:
HDOeq = taxa de ocupação diária equivalente; HDO = taxa de ocupação diária real;
Fc = fator de carga; Ft = fator de temperatura; Fs = fator de serviços.
122
Apêndice A10
Legenda para as unidades de consumo instaladas no IEN
Nos apêndices A11 até A15 foi utilizada a seguinte codificação para identificar as
unidades de consumo instaladas no Instituto:
TR-01: Transformador no 1 de 500 kVA
Alimenta o prédio do Ciclotron e seu anexo, o prédio do RDS, a guarita de entrada do
Instituto e a Portaria 1 do Instituto.
TR-04: Transformador no 4 de 500 kVA
Alimenta o Prédio Central do Instituto, o prédio do Serviço Médico e Auditório, a Casa
de Bombas, o Almoxarifado Central, o prédio do Reator Argonauta, o Refeitório, o prédio da
Manutenção Predial, o prédio de Rejeitos Radioativos, a iluminação externa e a Portaria 2.
TR-06: Transformador no 6 de 225 kVA
Alimenta a maior parte do prédio do Laboratório de Materiais Nucleares (LAMAN).
TR-08: Transformador no 8 de 225 kVA
Alimenta apenas uma parte do prédio do Laboratório de Materiais Nucleares (LAMAN).
TR-10: Transformador no 10 de 500 kVA
Alimenta o prédio da Divisão de Confiabilidade Humana (DICH).
123
Apêndice A11: Consumo em kWh por unidades de consumo - Ano de 2011
Horário de Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 1.824 2.184 854 06 906
Fevereiro 2.277 2.556 736 32 894
Março 1.115 1.386 1.080 42 740
Abril 1.991 3.093 1.004 21 1.801
Maio 1.715 2.542 860 15 1.379
Junho 1.793 2.328 762 10 1.370
Julho 2.029 2.070 755 30 1.203
Agosto 2.057 2472 747 59 1.437
Setembro 1.978 2.512 955 65 1.557
Outubro 1.901 2.412 966 64 1.468
Novembro 2.128 2.042 691 59 928
Dezembro 2.174 2.555 850 50 1.052
Total 24.097 29.538 19.359 14.189 21.893
Horário Fora da Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 23.511 48.112 14.608 125 12.802
Fevereiro 25.714 52.460 21.735 390 14.377
Março 12.801 25.010 17.558 538 6.577
Abril 24.100 53.112 16.527 260 15.060
Maio 21.155 42.616 12.626 152 11.398
Junho 18.770 32.700 9.874 87 10.000
Julho 22.392 32.633 9.578 343 9.013
Agosto 21.834 36.556 9.996 543 10.916
Setembro 23.541 39.643 13.558 634 11.573
Outubro 20.649 39.903 13.684 637 11.683
Novembro 26.342 41.138 13.184 666 12.299
Dezembro 25.345 54.283 16.172 595 14.656
Total 278.955 523.176 169.100 4.970 146.931
Fonte: Medições internas
124
Apêndice A12: Consumo em kWh por unidades de consumo - Ano de 2012
Horário de Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 1.942 2.026 686 15 991
Fevereiro 2.266 2.628 898 04 1.118
Março 2.362 3.110 1.161 06 1.802
Abril 2.492 3.342 1.319 09 2.098
Maio 2.385 2.510 913 22 1.258
Junho 2.237 2.227 618 16 1.062
Julho 1.817 1.782 382 07 554
Agosto 1.852 2.015 471 08 775
Setembro 2.145 2.474 682 10 1.129
Outubro 2.422 2.826 705 07 1.769
Novembro 2.236 2.105 597 06 1.006
Dezembro 1.810 2.276 544 04 912
Total 25.966 29.321 8.976 114 14.474
Horário Fora da Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 21.391 44.742 13.600 239 13.455
Fevereiro 25.611 53.686 18.803 96 16.178
Março 29.786 56.313 20.354 81 16.457
Abril 29.780 54.191 20.198 100 16.085
Maio 26.031 37.361 13.381 207 11.028
Junho 24.874 34.425 10.411 209 10.070
Julho 17.559 25.378 6.021 109 6.139
Agosto 20.090 29.238 7.461 121 8.197
Setembro 21.589 38.570 11.564 133 11.097
Outubro 27.029 47.102 13.061 78 12.827
Novembro 27.599 51.370 15.707 74 13.500
Dezembro 21.436 49.574 12.746 65 12.981
Total 292.775 521.950 163.307 1.512 148.014
125
Apêndice A13: Consumo em kWh por unidades de consumo - Ano de 2013
Horário de Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 1.923 2.155 633 05 846
Fevereiro 2.198 2.223 566 04 862
Março 2.188 3.241 888 06 1.935
Abril 2.207 2.955 804 12 1.808
Maio 2.254 2.628 714 19 1.250
Junho 2.313 2.744 761 23 1.116
Julho 2.157 2.401 571 20 791
Agosto 2.141 2.556 551 19 990
Setembro 2.043 3.027 758 20 1.579
Outubro 2.087 2.674 678 16 1.539
Novembro 1.867 2.565 514 14 864
Dezembro 1.606 2.293 481 11 935
Total 24.984 31.462 7.919 169 14.515
Horário Fora da Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 23.273 49.034 15.619 55 12.403
Fevereiro 24.956 42.965 12.656 120 12.493
Março 25.906 57.188 18.059 67 15.631
Abril 22.692 49.944 12.762 112 13.930
Maio 27.071 41.685 10.493 169 11.274
Junho 24.695 39.860 10.305 154 10.722
Julho 21.046 35.272 7.938 180 8.328
Agosto 22.561 34.988 7.328 152 9.174
Setembro 22.436 42.650 10.052 150 12.718
Outubro 21.961 38.603 9.813 155 12.516
Novembro 22.023 46.996 10.640 133 12.682
Dezembro 20.634 41.322 10.495 145 13.447
Total 279.254 520.507 136.160 1.592 145.318
126
Apêndice A14: Consumo em kWh por unidades de consumo - Ano de 2014
Horário de Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 1.616 2.479 463 08 840
Fevereiro 2.350 3.286 578 04 1.272
Março 2.176 3.640 581 05 1.773
Abril 2.018 2.919 585 09 1.649
Maio 2.129 2.370 515 09 1.384
Junho 1.844 2.156 579 08 1.295
Julho 1.969 2.079 612 38 1.031
Agosto 2.273 2.283 785 58 1.384
Setembro 2.395 2.336 777 53 1.567
Outubro 2.129 2.642 654 31 1.818
Novembro 2.188 2.281 534 44 1.010
Dezembro 2.319 2.202 563 39 1.081
Total 25.406 30.673 7.226 306 16.104
Horário Fora da Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 22.522 47.719 11.481 88 12.736
Fevereiro 25.780 62.885 14.819 143 15.633
Março 22.663 54.106 12.308 140 13.664
Abril 23.394 49.597 11.313 146 12.602
Maio 21.372 35.409 7.458 154 9.080
Junho 18.958 32.894 8.495 122 8.851
Julho 19.453 30.365 7.652 241 7.751
Agosto 22.638 33.425 9.164 475 9.436
Setembro 23.415 35.326 10.874 402 10.704
Outubro 23.829 41.143 12.703 261 12.907
Novembro 24.621 44.078 12.774 375 13.793
Dezembro 26.074 47.155 13.328 362 13.510
Total 274.719 514.102 132.369 2.909 140.667
127
Apêndice A15: Consumo em kWh por unidades de consumo - Ano de 2015
Horário de Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 1.816 2.075 459 33 948
Fevereiro 2.295 2.088 597 39 894
Março 2.324 2.585 787 44 1.694
Abril 1.962 2.131 662 49 1.335
Maio 1.643 1.605 427 56 595
Junho 1.731 1.563 365 60 221
Julho 2.062 1.484 357 61 264
Agosto 1.972 1.422 360 53 259
Setembro 1.732 1.438 356 52 274
Outubro 1.689 1.645 385 49 254
Novembro 1.987 1.410 380 44 157
Dezembro 1.416 1.457 403 40 157
Total 22.629 20.903 5.538 580 7.052
Horário Fora da Ponta
Mês/Unidade TR-01 TR-04 TR-06 TR-08 TR-10
Janeiro 26.859 50.951 13.285 331 12.615
Fevereiro 26.509 50.305 13.185 429 13.205
Março 25.041 52.120 14.510 380 13.593
Abril 23.690 42.430 11.880 502 11.804
Maio 19.386 31.030 7.918 426 9.226
Junho 20.622 32.423 7.989 514 10.354
Julho 22.146 28.685 6.701 434 8.168
Agosto 21.137 27.746 6.993 432 8.380
Setembro 20.445 31.653 8.452 489 8.924
Outubro 19.289 39.903 10.121 373 8.647
Novembro 22.503 36.023 10.359 421 6.917
Dezembro 18.395 35.562 9.675 433 7.082
Total 266.022 458.831 121.068 5.164 118.915
128
Apêndice A16: Dados coletados junto aos especialistas
Grau de importância (bloco 2)
Item Descrição E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 Total 1
1 Clima 4 4 4 3 5 4 4 4 4 4 40
2 Comportamento de consumo 3 4 4 5 5 4 5 3 4 5 42
3 Conforto ambiental 3 3 5 4 5 4 4 5 3 4 40
4 Crescimento econômico 2 3 4 2 2 2 2 3 5 4 29
5 Eficiência energética 5 3 5 5 4 4 5 3 4 5 43
6 Inovação dos processos 3 3 5 4 4 4 3 3 4 4 37
7 Perfil de carga 4 3 5 4 3 4 3 5 N 4 35
8 Perfil predial 4 3 5 4 3 4 3 3 4 4 37
9 Taxa de ocupação 3 3 4 3 3 3 5 3 3 3 33
Grau de desempenho (bloco 3)
Item Descrição E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 Total 2
1 Clima 5 4 3 3 5 4 5 5 3 5 42
2 Comportamento de consumo 5 2 4 4 3 3 3 4 3 3 34
3 Conforto ambiental 5 2 4 4 2 N 3 3 2 3 28
4 Crescimento econômico 2 3 5 3 3 2 2 3 4 4 31
5 Eficiência energética 3 3 4 4 3 N 4 3 2 2 28
6 Inovação dos processos 3 2 4 4 2 N 2 3 3 2 25
7 Perfil de carga 2 2 3 4 4 N 3 3 N N 21
8 Perfil predial 3 2 3 3 2 4 2 2 2 5 28
9 Taxa de ocupação 3 2 4 3 3 N 5 N 2 3 25
Frequência de contribuição anual (bloco 4)
Item Descrição E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 Total 3
1 Clima 3 1 2 2 5 4 5 3 2 3 30
2 Comportamento de consumo 3 2 3 4 5 4 4 1 2 3 31
3 Conforto ambiental 3 2 5 4 5 4 3 1 2 3 32
4 Crescimento econômico 2 1 3 2 2 1 2 1 1 1 16
5 Eficiência energética 3 2 3 4 5 4 4 3 2 2 32
6 Inovação dos processos 3 1 2 3 4 2 3 2 2 2 24
7 Perfil de carga 3 1 5 4 2 2 3 5 N 5 30
8 Perfil predial 2 2 5 2 3 1 3 1 2 5 26
9 Taxa de ocupação 2 1 4 3 3 1 5 1 2 3 25
Peso atribuído aos critérios
Item Descrição E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 P
1 Clima 5 5 4 3 5 5 5 5 2 4 43
2 Comportamento de consumo 5 5 5 4 5 5 4 3 4 5 45
3 Conforto ambiental 4 4 4 5 5 5 4 5 3 4 43
4 Crescimento econômico 2 2 3 2 2 2 3 3 2 3 24
5 Eficiência energética 5 4 3 5 5 5 3 3 3 5 41
6 Inovação dos processos 4 3 3 3 4 5 2 3 3 4 34
7 Perfil de carga 4 4 5 4 2 5 4 4 4 5 41
8 Perfil predial 4 4 3 5 3 5 4 3 3 5 39
9 Taxa de ocupação 3 4 4 4 3 5 4 2 3 4 36
129
Apêndice A17: Dados coletados junto aos não especialistas
Grau de Importância
Respondentes Critérios
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9
1 3 4 4 1 3 2 3 2 3
2 4 4 4 4 4 5 0 3 3
3 4 2 3 5 4 4 5 3 4
4 1 2 3 2 5 4 3 3 3
5 1 4 4 3 5 3 1 3 4
6 3 4 5 1 3 2 2 2 4
7 3 5 3 5 5 5 5 5 0
8 5 5 4 2 5 3 4 3 3
9 5 5 5 3 5 3 5 5 3
10 2 5 3 3 4 2 3 4 4
11 4 4 5 5 5 5 4 3 2
12 4 5 5 4 5 4 4 3 3
13 3 4 5 3 4 3 4 3 3
14 5 5 4 3 4 5 5 4 3
15 3 3 3 3 3 3 3 3 3
16 3 3 3 1 2 2 1 2 2
17 3 4 3 2 5 4 3 3 3
18 4 5 4 5 5 3 4 4 2
19 3 5 5 5 5 4 5 4 4
20 1 2 3 2 5 4 3 3 3
21 5 4 4 5 4 4 4 4 4
22 2 5 4 3 5 3 4 4 3
23 4 4 5 2 5 3 5 5 3
24 4 3 3 3 3 2 3 4 3
25 3 3 3 3 3 3 3 3 3
26 4 4 3 5 4 4 0 4 3
27 4 5 4 3 5 5 5 5 4
28 4 5 4 4 5 4 4 5 5
29 5 5 4 4 5 4 0 4 4
30 5 5 4 5 5 5 5 4 5
31 2 3 3 1 3 2 3 3 4
32 2 2 5 2 4 3 4 2 4
33 4 4 3 1 5 3 5 4 4
130
Apêndice A18: Dados coletados junto aos não especialistas
Grau de Desempenho
Respondentes Critérios
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9
1 4 3 2 1 2 2 2 3 3
2 3 4 3 5 3 3 3 1 3
3 2 3 2 1 2 2 1 2 5
4 2 3 3 3 2 2 2 3 3
5 3 2 2 2 2 2 1 1 2
6 3 3 2 1 2 2 2 2 3
7 3 3 4 3 3 3 2 2 2
8 4 4 3 3 5 4 3 3 3
9 5 3 0 3 2 2 3 0 0
10 3 3 2 3 2 3 3 2 2
11 2 3 3 3 2 0 3 2 2
12 5 3 3 1 3 2 3 3 2
13 3 3 4 3 3 0 0 0 3
14 3 3 0 5 4 3 3 4 4
15 3 3 0 0 0 0 1 0 3
16 3 3 3 1 2 2 2 1 1
17 3 4 4 5 5 4 4 3 4
18 3 2 2 3 3 2 1 1 2
19 4 3 2 4 3 3 3 3 5
20 2 2 2 2 3 2 3 3 3
21 5 3 3 4 3 3 4 3 3
22 3 3 2 5 4 3 4 2 4
23 3 4 3 2 5 0 4 5 3
24 4 3 2 2 2 3 2 3 1
25 3 3 4 4 2 2 2 2 1
26 3 3 2 4 2 3 0 2 2
27 3 3 3 3 3 3 2 2 4
28 4 4 5 5 5 2 3 2 0
29 5 4 4 3 2 2 0 2 3
30 4 3 0 4 0 0 0 4 0
31 3 3 3 1 3 3 3 3 4
32 5 5 4 3 3 3 4 3 4
33 5 4 4 3 3 2 2 3 4
131
Apêndice A19: Dados coletados junto aos não especialistas
Frequência de Contribuição Anual
Respondentes Critérios
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9
1 3 3 2 1 2 2 2 3 3
2 2 3 2 0 3 2 0 2 3
3 2 2 3 2 2 2 3 2 4
4 2 2 2 2 5 2 2 3 3
5 2 3 3 2 1 1 1 1 2
6 3 4 4 1 2 2 2 2 3
7 0 3 3 4 4 3 0 0 0
8 2 4 3 2 4 3 3 3 2
9 3 3 3 2 2 2 2 2 2
10 2 3 3 2 3 2 2 2 2
11 3 4 5 3 3 3 4 4 4
12 3 3 3 3 3 1 3 3 2
13 3 3 4 3 3 3 3 0 0
14 3 3 4 3 3 3 4 3 4
15 0 0 0 0 0 0 0 0 0
16 2 3 4 1 3 3 2 1 1
17 3 4 3 3 4 4 4 4 5
18 1 2 2 1 3 1 2 1 3
19 3 5 5 2 3 3 3 2 2
20 2 2 2 2 5 2 2 2 3
21 5 4 3 3 4 4 3 3 3
22 2 3 3 4 3 2 4 2 2
23 2 4 3 2 5 2 4 4 3
24 3 2 3 1 1 2 2 3 3
25 4 3 3 2 3 3 3 2 2
26 2 2 2 1 2 2 0 2 2
27 2 3 3 2 3 2 2 2 3
28 3 3 4 3 3 2 1 1 5
29 5 4 4 3 4 2 0 3 3
30 0 0 0 0 0 0 0 0 0
31 2 2 3 1 2 2 3 2 3
32 4 5 4 4 3 4 3 3 3
33 3 3 3 2 3 2 3 3 2
132
Apêndice A20: Dados coletados junto aos não especialistas
Peso atribuído aos critérios
Respondentes Critérios
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9
1 4 4 5 1 2 2 3 3 4
2 4 4 3 3 4 5 0 3 4
3 2 4 3 2 4 4 5 3 5
4 3 4 4 2 5 3 4 4 4
5 1 4 4 1 1 1 1 4 4
6 3 4 5 1 2 2 2 2 3
7 4 3 3 3 3 3 3 3 3
8 5 5 4 2 3 3 3 3 4
9 4 4 3 3 5 3 3 4 4
10 4 3 2 2 2 2 2 2 1
11 4 3 4 4 4 3 3 3 4
12 4 5 3 3 4 5 4 4 2
13 3 3 4 3 3 2 3 3 3
14 5 5 4 2 4 4 4 4 4
15 3 3 3 3 3 3 3 3 3
16 4 5 5 2 5 4 2 5 2
17 3 5 4 4 5 5 5 4 4
18 2 3 3 1 4 2 2 1 3
19 4 5 4 2 4 3 4 3 3
20 3 4 4 2 5 3 4 4 4
21 5 4 4 4 4 4 3 4 4
22 4 5 4 3 5 2 4 3 2
23 2 4 4 3 0 4 0 5 4
24 3 2 3 2 4 4 0 3 3
25 3 3 3 3 3 3 3 3 3
26 2 4 3 2 3 3 4 3 3
27 5 4 4 3 5 5 5 4 4
28 4 4 3 4 4 2 3 3 4
29 5 4 4 2 3 2 0 3 3
30 5 4 3 4 4 4 4 4 4
31 3 2 3 1 3 3 3 3 3
32 5 4 4 3 3 3 4 4 3
33 5 3 4 2 3 1 1 5 5
133
ANEXO A
Conta de energia elétrica da LIGHT (Mês de referência: Dezembro/2015)
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