Gld guia de comportamento (1)

Carlos Alberto Goldani

Um caçador contratou um feiticeiro para ajudá-lo a ser

mais objetivo nas caçadas. Depois de alguns dias, o

feiticeiro lhe entregou uma flauta mágica que, ao ser

tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.

Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou

um safari na África, convidando dois amigos.

Logo no primeiro dia o grupo encontrou um feroz tigre.

De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e,

milagrosamente, o tigre ameaçador, que já estava muito

próximo, começou a dançar.

Foi fuzilado à queima roupa.

Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por um leopardo

que saltou de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal deixou

de ser agressivo e dançou. Os caçadores não hesitaram e o mataram

com vários tiros.

Assim a flauta continuou sendo tocada, animais ferozes dançando e

caçadores matando.

Um dia, o grupo encontrou pela frente um leão faminto. A flauta soou

mas o animal não dançou. Ao contrário, atacou um dos caçadores

arrancando sua cabeça. Logo depois, estraçalhou o segundo.

O tocador de flauta, desesperadamente, fazia soar as notas musicais

sem resultado algum.

O leão não dançava e, enquanto o

caçador insistia em tocar, foi devorado.

Dois macacos que circulavam por perto

assistiram a tudo. Um deles observou

com sabedoria:

“Sabia que iam se dar mal quando

encontrassem uma fera surda...”

Não confiar cegamente em métodos que sempre deram certo;

Sempre dispor de planos de contingência;

Estar atento às mudanças.

E, principalmente:

"Feras surdas são improváveis, mas existem“.

Mahmoud Ahmadinejad e um general estão bebendo leite de cabra

em um bar de Teerã. Um repórter atento percebe e tenta uma notícia

exclusiva, perguntando o que estão fazendo. Ahmadinejad responde:

- Projetando a III Guerra Mundial.

O repórter apreensivo e curioso indaga:

- Como pretendem fazer isto?

O presidente iraniano explica:

- Detonando um artefato nuclear em Nova York e matando 15

milhões de americanos e um esquilo.

Surpreso, o repórter pergunta:

- Um esquilo? Mas porque um esquilo?

Ahmadinejad olha para o general e comenta com um ar divertido:

- Viu! Ninguém se preocupa com 15 milhões de americanos...

Nem sempre um fato inusitado é importante.

Uma mãe e um bebê camelo estavam por ali, à toa,

quando o bebê camelo perguntou:

- Mãe, por que os camelos tem corcova?

- Bem, meu filho, somos animais do deserto,

precisamos da corcova para armazenar água.

- Ah, tá. Mas mãe, por que as nossas pernas são

longas e nossas patas arredondadas?

- Filho, elas são assim para permitir maior estabilidade ao caminhar nas

areias do deserto.

- Entendi, mãe, mas por que nossos cílios são grandes e grossos?

- Amor, eles são assim porque nos protegem da claridade e dos ventos

do deserto.

- Então tá! A corcova armazena água para atravessar o deserto, as

pernas dão estabilidade para andar nas areias do deserto e os cílios

protegem da luminosidade e ventos do deserto.

Mãe, me explica então o que nós estamos fazendo aqui no

zoológico?

Habilidade, conhecimento, capacidade e experiência só são úteis se aplicadas na ocasião e local corretos.

Um criador tinha em seu haras um puro-sangue recordista em prêmios.

Um dia o cavalo adoeceu e o criador ouviu do veterinário:

- Bem, seu cavalo está com uma virose, vai ser medicado e, se em três

dias não melhorar, vamos ter que sacrificá-lo.

O porco escutou toda a conversa. Quando os humanos saíram o porco se

aproximou do cavalo e disse:

- Força amigo! Levanta daí, senão você será

sacrificado!

No segundo dia, o veterinário medicou o cavalo e

foi embora. O porco se aproximou do cavalo e disse:

- Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo

a levantar... Upa! Um, dois, três...

No terceiro dia o veterinário deu o seu diagnóstico:

- Amanhã vamos ter que sacrificá-lo. A virose pode contaminar toda a

criação.

Depois de saírem, o porco se aproximou do cavalo e insistiu:

- Cara é agora ou nunca. Levanta logo! Coragem! Upa! Isso, devagar!

Ótimo, vamos lá, um, dois, três, legal, mais depressa! Corre mais!

Upa! Vai! Isto! Você conseguiu, amigão!

Quando o criador chegou e viu o seu campeão correndo, vibrou de

felicidade e gritou:

- Milagre! Meu campeão melhorou. Isto merece uma grande

comemoração! Vamos matar o porco!!!

Boa vontade, orientada para um objetivo não alinhado com as reais necessidades, pode ser prejudicial.

Dois matutos estão pescando na beira de um rio quando passou um

elefante voando, agitando as orelhas como se fossem asas. Um olha

para o outro, o outro olha para um, ninguém faz nenhum comentário e

os dois continuam pescando.

Passa algum tempo, ouve-se um novo farfalhar de asas e passam dois

elefantes voando na mesma direção. De novo os dois entreolham-se e

continuam pescando. Meio hora mais tarde um novo ruído de asas e

passam cinco elefantes voando. Um dos pescadores olha para o outro e

comenta:

- Ôce viu!

- Ví.

- E o que ocê acha?

- O ninho deles deve ser para lá.

Contra evidências reais não há contestação possível.

O diretor de produção, o diretor de marketing e o presidente

de uma empresa estacionaram o carro e estão voltando de

uma reunião. Ao atravessarem um parque, encontram uma

lâmpada antiga. Esfregam a lâmpada e de repente aparece

um gênio, que diz:

- Só tenho três desejos, por isso, cada um só pode pedir um

desejo.

O diretor de produção diz logo:

- "Eu primeiro, eu primeiro!" - e exprime o desejo: - "Eu quero

estar nas Bahamas, ao volante de um barco ultra-rápido e muito

dinheiro na conta."

E puff!!! Partiu.

- “Agora eu, agora eu!!!" - grita o diretor de marketing. "Eu quero

estar nas Caraibas, rodeado das mais belas mulheres, com uma fonte

inesgotável de cocktails exóticos e muito dinheiro na conta".

Puff!!! Partiu.

Em seguida diz o gênio ao presidente da empresa:

- "É a sua vez". O presidente diz:

- "Cancele os pedidos deles. Eu quero estes dois cretinos de volta ao

trabalho depois do almoço!“

Ouvir antes de falar é uma virtude que deve ser cultivada.

Há 30 anos, talvez mais, o Santos tinha aquele timaço

acima de qualquer suspeita. Apesar disso, o apetite da

equipe por vitórias continuava o mesmo, e lá estava o

Santos na reta final para vencer mais um campeonato.

Então, numa daquelas partidas contra um time sem

expressão, em que o Santos sempre se empanturrava

e fazer gols, a máquina emperra.

O tempo vai passando e o placar teima em não sair do zero. Aquele

pontinho perdido poderia ser desastroso, e Lula, o técnico, ia ficando

cada vez mais aflito. Até que, faltando 15 minutos para o fim do jogo, ele

cansa de esperar que seus craques resolvam a situação e decide por uma

providência gerencial. Olha para o banco de reservas e chama o Pitico.

- Pitico, vem cá. É o seguinte. O Pelé ficou muito isolado ali na frente. Vai lá e encosta nele, para a gente ter mais opção de ataque.

- Falou, seu Lula.

- Além disso, nosso meio-de-campo está no maior bagaço. Vê se volta um pouquinho para ajudar na armação das jogadas.

- Certinho, seu Lula.

- Só mais uma coisa. O ponta-esquerda deles já matou o Carlos Alberto de tanto correr. Quando eles saírem jogando, você cai ali pela direita e fecha o espaço. Alguma dúvida?

- Só uma, seu Lula. Se o senhor acha que eu sou mesmo capaz de fazer tudo isso, por que é que eu fiquei no banco até agora?

A correta avaliação dos recursos disponíveis evita a geração de falsas espectativas.

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Carlos Alberto GoldaniTecnologia da Informação

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