guerra justa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

VERBETE

Os vários conceitos sobre Guerra Justa

ERICK DE OLIVEIRA FERNANDES DE SOUZA

ERICK DE OLIVEIRA FERNANDES DE SOUZA

DEFESA E GESTÃO ESTRATÉGICA INTERNACIONAL

DISCIPLINA: Bioética e Defesa

PROFESSOR(A): Miriam Ventura

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Os vários conceitos sobre Guerra Justa

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GUERRA JUSTA

Desconstruindo o termo, pode-se definir como guerra, segundo o dicionário Aurélio: “Luta armada entre nações ou entre partidos do mesmo povo.”. Já o termo justiça é definido como: “Virtude moral pela qual se atribui a cada indivíduo o que lhe compete: praticar a justiça.”. Compete então, após uma breve reflexão, superficialmente que a Guerra Justa é um conflito armado com fundo moral da prática da justiça.

Enquadraremos Guerra Justa em quatro campos: No que diz respeito às Relações Internacionais [1]; Na Bioética[2]; Na Política [3]; no Direito [4];

A Guerra Justa foi abordada pela primeira vez no Estado moderno. Defender o direito era seu fundamento. O tempo mostrou que o Estado soberano mais forte, contendor da maior força militar, sempre vencia a guerra ainda que este fosse o autor da injustiça.

O conceito de Guerra Justa, ou legítima, se desenvolveu em Roma, com base na filosofia cristã, durante a idade média. Santo Tomás de Aquino observa que uma guerra justa deve apresentar uma causa justa (reparação de um ilícito), uma intenção reta nas hostilidades, e ainda que seja declarada pela autoridade competente. [1]

Na Teoria da Guerra Justa1, segundo Morgan Pollard da Southern Cross University, Austrália, Uma suposta "Guerra Justa" (jus ad bellum) deve ser caracterizada pelas seguintes condições: Causa justa, tal como a proteção dos direitos humanos; Intenção correta, que deve ser o estabelecimento da paz; Proporcionalidade apropriada, com fins justos ultrapassando os meios; Posição defensiva ao invés de ofensiva; Uso da força apenas como o último recurso após medidas econômicas e diplomáticas; Autoridade e liderança competentes; Alta probabilidade de sucesso; Limitação do uso excessivo da força; Não utilização de soldados alistados e crianças; Não uso intencional de táticas ou armas malignas, por exemplo, adesão à Convenção de Genebra; Uso cuidadoso de discriminação na prevenção de situações com inocentes. [2]

  Geralmente este conceito é associado aos antigos impérios, sendo que conseguimos encontrar a sua complexa genealogia nas tradicionais interpretações da Bíblia.

Entretanto este conceito reapareceu no léxico político primeiro com a Guerra do Golfo, depois nos Bálcãs, no Afeganistão e atualmente no Iraque. A Guerra Justa é baseada na idéia que quando um Estado é ameaçado por uma agressão que seja passível de ferir a sua integridade ou território, pode utilizar o jus ad bellum, o direito de declarar guerra enquanto resposta a uma agressão. O conceito desvaloriza a noção de guerra, transformando-a numa ferramenta ética para atingir a paz perpétua. Os fins justificam os meios. A necessidade de segurança, legitima todo o investimento que o Estado possa

1 A Teoria da Guerra Justa tem suas origens no pensamento de Cícero, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e Hugo Grotius. Para Santo Agostinho ou Agostinho de Hipona, como preferem alguns, a guerra é uma extensão do ato de governar, sem que com isto todas as guerras se justifiquem moralmente.

fazer na sua defesa, seja como aparelho de controlo interno ou ataque ao possível inimigo.

Uma das características fundamentais da Guerra Justa é a clareza com que se pretende definir os dois campos opostos, O Bom ou o Mau, o Deus ou o Diabo, o lado da Paz ou o lado do Terrorismo. Estes argumentos e artifícios são utilizados por ambas as partes, sendo mais refinados de acordo com o respectivo fundamentalismo religioso.[3]

A doutrina da Guerra Justa é uma teoria filosófica que tem como alicerce as mais variadas fontes. Dentre elas podemos citar o direito greco-romano, alguns preceitos cristãos, como também outras vertentes religiosas e laicas. Essa teoria procura especificar quais os critérios determinantes para que um Estado que esteja em Guerra atenda o princípio do justo, e também, quais as condições básicas em que a guerra deve ser travada. [4]

[1]CASTRO, Thales Cavalcanti. A Arqueologia Da Moral Internacional E O Seu Conceito De

Guerra Justa < http://bit.ly/ga4ERs> Acessado em 23/04/2011

[2] GOLDIM, José Roberto. Teoria da Guerra Justa <http://bit.ly/gzVbZq> Acessado

em 23/04/2011

[3] SARAIVA, Tiago Mota. “Guerra Justa”. <http://bit.ly/eyMvZH> Acessado em

23/04/2011

[4] JORDÃO, Marco Aurélio de Medeiros. Bellum Justum: Problematizações E

Implicações Éticas Na Conduta Em Guerra. < http://bit.ly/g834Pv> Acessado em:

23/04/2011

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