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COMO A FGV VÊ A SAÚDE NO BRASILCOMO A FGV VÊ A SAÚDE NO BRASIL

PalestrantePalestrante

REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVAREGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA

19/03/201219/03/2012

RESPONSABILIDADE CIVIL NA ÁREA DA SAÚDE

• “Nos últimos seis anos, a quantidade deprocessos judiciais envolvendo erro médico quechegaram à Corte aumentou 200%. Em 2002,foram 120 processos. Neste ano, até o final domês de outubro, já eram 360 novos processosautuados por esse motivo, a maioria recursosquestionando a responsabilidade civil do

Este material é de autoria da Professora Doutora Regina Beatriz Tavares da Silva.

questionando a responsabilidade civil doprofissional.”

Notícia veiculada no endereço eletrônico doSuperior Tribunal de Justiça em 09.11.2008 –www.stj.gov.br

CAUSAS COSTUMEIRAMENTE APONTADAS

– FALHAS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

– FALTA DE INFRAESTRUTURA EM UNIDADESDE SAÚDE

– DISTANCIAMENTO ENTRE MÉDICO E

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– DISTANCIAMENTO ENTRE MÉDICO EPACIENTE

OUTRA CAUSA

– ABUSOS DA VÍTIMA – INDÚSTRIA DO DANO

NORMAS DE DEONTOLOGIA MÉDICADestinadas aos procedimentos éticos em relação a médicos, hospitais e clínicas

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICARESOLUÇÃO n. 1.931, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009

Capítulo IXIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e

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XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal enunca presumido , pelos seus atos profissionais,resultantes de relação particular de confiança e executado scom diligência, competência e prudência.

XX - A natureza personalíssima da atuação profissional domédico não caracteriza relação de consumo .

NORMAS DE DEONTOLOGIA MÉDICA

Código de Ética Médica

Capítulo III - RESPONSABILIDADE PROFISSIONALÉ vedado ao médico:

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Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão , caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.

Parágrafo único. A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida .

NORMAS DA LEGISLAÇÃO FEDERAL, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA

Atuação profissional do médico pode ser caracterizadacomo relação de consumo

Responsabilidade civil do médico pode ser presumida

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Responsabilidade civil do médico pode ser presumida

COMO A FGV VÊ A SAÚDE NA RESPONSABILIDADE CIVIL

OBRIGAÇÕES DO MÉDICO

• OBRIGAÇÕES DE MEIO E NÃO DE RESULTADO

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PRESUNÇÃO DA RESPONSABILIDADE MÉDICA

• SOMENTE RELATIVA, NUNCA ABSOLUTA

PROTEÇÃO JURÍDICA: AO PACIENTEE TAMBÉM AO MÉDICO !

• LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA – CDC

• Responsabilidade objetiva

– baseada no risco

• Independe da culpa• negligência, imprudência e imperícia

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• negligência, imprudência e imperícia

• Basta ação e dano

• Há responsabilidade mesmo que não haja culpa

• Se a responsabilidade objetiva fosse aplicável, comoregra geral

– Haveria responsabilidade sem a existênciado chamado erro médico

– Haveria responsabilidade sem negligência,

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– Haveria responsabilidade sem negligência,imprudência e imperícia

• Risco de não haver a cura do pacientenão advém da atividade do prestadordos serviços de saúde !!!

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• Risco advém do problema de saúde dopaciente !!!

Este material é de autoria da Professora Doutora Regina Beatriz Tavares da Silva. Em sua utilização deverá ser feita citação dessa autoria.

SAÚDE NA ÁREA DA RESPONSABILIDADE CIVIL

EXAGEROS:

– CASO PERRUCHE

Corte de Cassação - França

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– CRIANÇA, DEFICIENTE EM RAZÃO DE RUBEÓLA DEQUE FOI PORTADORA SUA MÃE DURANTE AGESTAÇÃO, PROMOVEU AÇÃO DE REPARAÇÃO DEDANOS CONTRA O MÉDICO QUE GOROU AINTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DAQUELA GESTAÇÃO

– DANO CAUSADO PELA DOENÇA DA MÃE !!!

SAÚDE NA ÁREA DA RESPONSABILIDADE CIVIL

EXAGEROS:

– CASO OFTALMO

STJ. AgRg no REsp 256.174/DF. 4ª T. Rel. Min. FernandoGonçalves, j. em 04.11.2004

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Gonçalves, j. em 04.11.2004

– PACIENTE PERDE A VISÃO, SOFRENDO DE ALTO GRAUDE MIOPIA E PRÉ-DISPOSTO AO DESLOCAMENTO DERETINA, APÓS OPERAÇÃO DA CATARATA

– DANO CAUSADO PELA DOENÇA DO PACIENTE !!!

PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

- AÇÃO:- VIOLAÇÃO AO DIREITO À VIDA, OU À

INTEGRIDADE FÍSICA OU A OUTROSDIREITOS DA PERSONALIDADE

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- DANO- MORAL OU MATERIAL

- NEXO CAUSAL- LIGAÇÃO DIRETA ENTRE A AÇÃO E O DANO

FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Responsabilidade subjetivafundamentada na culpa :

perquirição da vontade ou do modo de atuação(subjetividade) do agente

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(subjetividade) do agente

- demonstração de sua vontade de causar o dano (dolo)

- ou de sua atuação negligente, imprudente ouimperita (culpa em sentido estrito)

REGRA GERAL DA RESPONSABILIDADE CIVILRESPONSABILIDADE SUBJETIVA

Ação dano

““ Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

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““ Aquele que, por ação ou omissão voluntária,negligência, ou imprudência, violar direito ecausar prejuízo a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Código Civil, art. 186

FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Responsabilidade objetivafundamentada no risco:

- não se cogita da vontade ou do modo de atuação do agente

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- basta a relação de causalidade entre a ação lesiva e o dano

- ação ou atividade, por si só, é considerada apta a gerar danos

REGRA EXCEPCIONAL DA RESPONSABILIDADE CIVILRESPONSABILIDADE OBJETIVA

“Haverá obrigação de reparar o dano,independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do dano

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normalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos deoutrem”

(Código Civil, art. 927, parágrafo único)

Lei 8.078, de 11.09.90 – CDC

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,independentemente da existência de culpa , pelareparação dos danos causados aos consumidores pordefeitos relativos à prestação dos serviços, bem como porinformações insuficientes ou inadequadas sobre fruição e

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informações insuficientes ou inadequadas sobre fruição eriscos

§ 3º. O fornecedor de serviços só não seráresponsabilizado quando provar:

I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste(não há ação e não há dano);

II – a culpa exclusiva da vítima (não há nexocausal).

Lei 8.078, de 11.09.90 – CDC

Art. 14, § 4º A responsabilidade pessoal dosprofissionais liberais será apurada mediante averificação de culpa – inclusive por

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verificação de culpa – inclusive porpresunção

Lei 8078, de 11.09.90 – CDC

Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

Inciso VIII: a facilitação da defesa de seus direitos,inclusive com a inversão do ônus da prova , a seu favor,no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil aalegação ou quando for ele hipossuficiente , segundo asregras ordinárias de experiências

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regras ordinárias de experiências

• Verossimilhança: piora evidente do paciente

• Hipossuficiência econômica• Hipossuficiência técnica

– Paciente não tem conhecimentos técnicos

OBRIGAÇÕES DE MEIO E DE RESULTADO

- obrigações de meio : utilização de todos os meios eesforços para o alcance de um objetivo

- O êxito no procedimento depende também de fatoresalheios à vontade do prestador dos serviços –condições orgânicas do paciente

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condições orgânicas do paciente

- obrigações de resultado : alcance do objetivo

- O êxito no procedimento depende somente doprestador de serviços

RESPONSABILIDADE EM RELAÇÃO DE CONSUMO

• com obrigação de meio

- presunção relativa da culpa

- inversão do ônus da prova

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- inversão do ônus da prova

- autor não precisa provar a culpa do médico

- cabe ao médico provar que não agiu com negligência , imprudência ou imperícia

CDC, art. 6º, VIII

RESPONSABILIDADE EM RELAÇÃO DE CONSUMO

• com obrigação de resultado

- presunção absoluta da culpa

- não importa se houve ou não negligência, imprudênc ia ou imperícia

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imperícia

- importa apenas que de uma ação surgiu um dano

CDC, art. 14

Distinção relevante

Responsabilidade subjetiva

- Presunção relativa da culpa

- Culpa admite prova em contrário

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- Culpa admite prova em contrário

Responsabilidade objetiva

- Presunção absoluta da culpa

- Culpa não admite prova em contrário

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR PROFISSIONAL LIBERAL MÉDIC O

• Verossimilhança da alegação: piora evidente

• Consumidor: hipossuficiência técnica - presunçãorelativa da culpa do médico

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• Médico: ônus da prova da inexistência da culpa

(CDC, art. 14, § 4º e art. 6º, VIII)

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EXCLUSIVO DO HOSPITAL

• obrigação de meio: presunção relativa da culpa

– verossimilhança e hipossuficiência: presunção relativa da culpa

(CDC, 6º, VIII)

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(CDC, 6º, VIII)

• obrigação de resultado: presunção absoluta da culpa

(CDC, art. 14, caput)

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EXCLUSIVO DO HOSPITAL

• ex. - falha em equipamentos

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• não depende das condições físicas do paciente

• obrigação de resultado: presunção absoluta da culpa

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EXCLUSIVO DO HOSPITAL

• ex. – resultado de exames• desde que seus dados

contenham certeza• desde que não seja

observada dúvida

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observada dúvida

• não depende das condições físicas do paciente

• obrigação de resultado: presunção absoluta da culpa

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EXCLUSIVO DO HOSPITAL

• ex. – infecção hospitalar

• depende das condições físicas do paciente

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• depende das condições físicas do paciente

• obrigação de meio: hospital dentro dos índices aceitáveis – presunção relativa da culpa

• obrigação de resultado: hospital fora dos índices aceitáveis – presunção absoluta da culpa

Piora ou agravamento nas condições do pacienteanteriores à prestação dos serviços na área dasaúde:

• fatos notórios independem de prova

• presunção da culpa

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• presunção da culpa

(CPC, art. 334, I)

“I - A relação entre médico e paciente é contratual e encerra, de m odogeral (salvo cirurgias plásticas embelezadoras), obrigação de meio, sendoimprescindível para a responsabilização do referido profi ssional ademonstração de culpa e de nexo de causalidade entre a sua con dutae o dano causado, tratando-se de responsabilidade subjetiv a; II - OTribunal de origem reconheceu a inexistência de culpa e de nexo decausalidade entre a conduta do médico e a morte da paciente, o que

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO – OBRIGAÇÃO DE MEIO

causalidade entre a conduta do médico e a morte da paciente, o queconstitui fundamento suficiente para o afastamento da condenação doprofissional da saúde; III - A chamada "teoria da perda da chance“ aplica-se aos casos em que o dano seja real, atual e certo, dentro de um juízo deprobabilidade, e não de mera possibilidade, porquanto o dano potencial ouincerto, no âmbito da responsabilidade civil, em regra, não é indenizável...inadmissível, pois, a responsabilização do médico com base naaplicação da ‘teoria da perda da chance’”.STJ, REsp 1.104.665/RS, 3ª T., Rel. Min. Massami Uyeda, j. 04.08.2009

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“Responsabilidade civil. Indenização por danos morais. Serviço médicoprestado em hospital do Município. Ocorrência de gravidez da mulher, apóscirurgia de vasectomia . Inexistência de responsabilidade indenizatóriado médico por lesão decorrente de intervenção cirúrgica, de nominadavasectomia, sem a prova da conduta culposa do profissional,especialmente considerando que, cientificamente, toda e q ualquercirurgia dessa natureza não confere ao paciente a certeza absoluta de

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO – OBRIGAÇÃO DE MEIO

cirurgia dessa natureza não confere ao paciente a certeza absoluta deque não mais poderá engravidar qualquer mulher . Erro do profissionalda medicina não configurado. Hipótese em que houve uma recanalizaçãoespontânea, deixando o autor novamente fértil. Sentença mantida. Recursonão provido”.

TJSP, Ap. 0052840-30.2008.8.26.0576, 2ª Câmara de Direito Público, Rel.Des. Vera Angrisani, j. 29.03.2011

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO EM HOSPITAL – CIRURGIA

“Civil. Indenização. Morte. Culpa. Médicos. Afastamento. Condenação.Hospital. Responsabilidade. Objetiva. Impossibilidade. 1 - Aresponsabilidade dos hospitais, no que tange à atuação técnico-profissional dos médicos que neles atuam ou a eles sejam ligados porconvênio, é subjetiva, ou seja, dependente da comprovação de culpados prepostos, presumindo-se a dos preponentes. Nesse sentido são as

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dos prepostos, presumindo-se a dos preponentes. Nesse sentido são asnormas dos arts. 159, 1521, III, e 1545 do Código Civil de 1916 e,atualmente, as dos arts. 186 e 951 do novo Código Civil, bem com asúmula 341 - STF (É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo atoculposo do empregado ou preposto). 2 - Em razão disso, não se podedar guarida à tese do acórdão de, arrimado nas provas colhida s,excluir, de modo expresso, a culpa dos médicos e, ao mesmotempo, admitir a responsabilidade objetiva do hospital, pa racondená-lo a pagar indenização por morte de paciente ...”

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO EM HOSPITAL - CIRURGIA

... 3 - O art. 14 do CDC, conforme melhor doutrina, não conflita comessa conclusão, dado que a responsabilidade objetiva , nele previstapara o prestador de serviços, no presente caso, o hospital,circunscreve-se apenas aos serviços única e exclusivament erelacionados com o estabelecimento empresarial propriame ntedito , ou seja, aqueles que digam respeito à estadia do paciente(internação), instalações, equipamentos, serviços auxiliares

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(internação), instalações, equipamentos, serviços auxiliares(enfermagem, exames, radiologia), etc. e não aos serviços técnico-profissionais dos médicos que ali atuam, permanecendo estes narelação subjetiva de preposição (culpa). 4 - Recurso especialconhecido e provido para julgar improcedente o pedido”.

STJ, REsp 258.389/SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, 4ª Turma, j.em 16.06.2005”

RESPONSABILIDADE CIVIL NA CIRURGIA PLÁSTICA

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RESPONSABILIDADE CIVIL NA CIRURGIA PLÁSTICA

CREMESP divulga levantamento sobrecirurgia plástica e procedimentos estéticos

• 97% dos médicos processados não têm título deespecialista na área

• lipoaspiração e implantes de silicone são osprocedimentos mais freqüentes nos processos queenvolvem médicos não-especialistas

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envolvem médicos não-especialistas• em sete anos, 140 médicos foram condenados e

9 tiveram o registro cassado

Dados em www.cremesp.org.bracessado em 13.04.09

CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA E ESTÉTICA

• cirurgia reparadora : procedimento necessário à preservaçãoda integridade física ou da vida do paciente - finalidadeterapêutica

• exemplo: correção de queimaduras deformantes• obrigação de meio

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• cirurgia estética : não é procedimento necessário – finalidadeembelezadora

• exemplo: implantação de prótese de silicone – aumento dosseios

• obrigação de meio ou de resultado?

CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA

• cirurgia estética: obrigação de meio ou de resultado?

• obrigação de meio : resultado não depende somente do médico,mas também das reações do organismo do paciente:elasticidade da pele, poder de cicatrização etc

• inversão do ônus da prova - apoio legal : CDC, art . 6º, VIII

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• inversão do ônus da prova - apoio legal : CDC, art . 6º, VIII

• piora na aparência do paciente• verossimilhança da alegação

• desequilíbrio entre o paciente e o médico• hipossuficiência técnica do paciente

“Prestação de serviços médicos - Obrigação de meio e não deresultado - Cicatrizes decorrentes do procedimento -Previsibilidade - Culpa não evidenciada - Indenizatória improcedente.Recurso improvido. Em se tratando de ação indenizatória incumbe aoautor demonstrar, de forma inequívoca, o dano sofrido, o nexo causale a culpa imputada ao réu”.

CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICAOBRIGAÇÃO DE MEIO

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e a culpa imputada ao réu”.

•Retirada de tatuagem

TJSP, Apelação 0014152-77.2003.8.26.0348, 26ª Câmara de DireitoPrivado, Rel. Des. Renato Sartorelli, j. 01.02.2012

“... O STJ tem entendimento firmado no sentido de que quando omédico se compromete com o paciente a alcançar umdeterminado resultado , o que ocorre no caso da cirurgiaplástica meramente estética, o que se tem é uma obrigaçãode resultados e não de meios . Recurso infundado...”

CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICAOBRIGAÇÃO DE RESULTADO

STJ, AgRg no REsp 846.270/SP, 4ª T., Rel. Min. Luis FelipeSalomão, j. 22.06.2010

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“Danos morais e materiais. Alegação de erro médico em cirurgiaredutora de mama. Sentença procedente. Prova pericial que constatoua imperícia do cirurgião, especialmente no tocante ao posicionamentodas aréolas dos seios de forma totalmente atípica . Existência denexo causal entre a conduta do réu e o resultado danoso. Configuraçãodo dever de indenizar. Redução, porém, do quantum fixado na r.

CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA – PIORAEVIDENTE – INVERSÃO DO ÔNUS DAPROVA DA CULPA

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do dever de indenizar. Redução, porém, do quantum fixado na r.sentença a título de indenização por danos morais. Recursoparcialmente provido”.

TJSP, Apelação 9099730-55.2005.8.26.0000, 6ª Câmara de DireitoPrivado, Rel. Des. Francisco Loureiro, j. 12.01.2012

“No plano do direito material pode-se ter como certo que a obrigação docirurgião plástico é apenas de utilizar-se da melhor técnica, mas issonão afasta que, no plano do direito processual, seja lícito atribuir-lhe oônus de provar que assim procedeu... O que se pretende obter com acirurgia estética é algo que se pode dispensar e certamente sedispensará se os riscos forem grandes... Se o profissional dispõe-se a

CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA – PIORAEVIDENTE – INVERSÃO DO ÔNUS DAPROVA DA CULPA

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dispensará se os riscos forem grandes... Se o profissional dispõe-se aefetuá-la é porque os avaliou e concluiu que não o são. Verificando-sea deformação, em lugar do embelezamento, goza deverossimilhança a assertiva de que a melhor técnica não terá sidoseguida , ensejando a aplicação do artigo 6°, VIII do Código de Defesado Consumidor. Nem haverá qualquer desatenção ao que estabelece oartigo 14, § 4° do mesmo código. A responsabilidade depende daculpa, mas o ônus da prova se inverte ...”

STJ, REsp 81.101-PR, 3ª T., Rel. Min. Waldemar Zveiter, j. 06.04.1999.

“A operação a que a vítima foi submetida, e que colimava aredução do volume de suas mamas, deixou em seu corpocicatrizes e assimetrias que confirmam o desvio de conduta d oprofissional que a atendeu . São quase dez anos de tormento euma juventude abalada pelas marcas impingidas. Os reflexos sobresua pessoa são patentes. Nada trará de volta o tempo que perdeu,

CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA – PIORAEVIDENTE – INVERSÃO DO ÔNUS DAPROVA DA CULPA

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sua pessoa são patentes. Nada trará de volta o tempo que perdeu,nem aliviará a dor que o evento danoso lhe provocou e aindaprovoca. A valorização dos seios femininos é flagrante no mundocontemporâneo. O apelo da mídia induz às mulheres a tê-los quaseque perfeitos... “... Tal situação, mormente na psique de umajovem, tem incontestável reflexo, e quando após uma cirurgia quevisa o embelezamento, o resultado que se dá é visivelmentepior... ”TJRJ, 15ª Câmara Cível, Ap. 2008.001.18510, rel. Des. RicardoRodrigues Cardozo, j. 10.06.2008.

EXPECTATIVA DO PACIENTEx

ANÁLISE REALISTA DA ATIVIDADE MÉDICA

• “Indenização. Responsabilidade civil. Erro médico. Danoestético decorrente de cirurgia plástica. Inocorrência.Obrigação de resultado. Atos cirúrgicos, todavia, quealcançaram os fins prometidos. Prova pericial queatestou a adequação da técnica empregada.

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atestou a adequação da técnica empregada.Fotografias que demonstram uma visível melhora naaparência da autora . Ausência de culpa. Verbaindevida. Sentença mantida. Recurso improvido.

• É óbvio que, em determinadas circunstâncias, essaexpectativa se situa além dos limites da medicina .”

TJSP, 6ª Câmara de Direito Privado, Ap. 587.037-4, rel.Des. Vito Guglielmi, j. 11.09.2008.

CONSENTIMENTO INFORMADO

• Medicina defensiva?

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• Meio de proteção ao paciente – conhecer o procedimentoque será utilizado, seus riscos e suas possíveisconsequências !

CONSENTIMENTO INFORMADO E TERMO DE CONSENTIMENTO

CREMESPConsulta n. 124.460/10

Diferenças :

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Diferenças :

• Consentimento livre e esclarecido : processocontinuado na relação médico/paciente -obrigatório em todos os procedimentos médicos

• Termo de consentimento livre e esclarecido :termo formal – facultado e não obrigatório

DEVER DE INFORMAÇÃOCódigo de Ética Médica

Capítulo IV – DIREITOS HUMANOS

É vedado ao médico:

Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seurepresentante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a serrealizado, salvo em caso de risco iminente de morte.

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Capítulo V – RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES

É vedado ao médico:

Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico , osriscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunica ção diretapossa provocar-lhe dano, devendo, nesse caso, fazer a comuni cação aseu representante legal.

DEVER DE INFORMAÇÃO

A regra do novo Código de Ética é igual à do Código deÉtica anterior

Embora não esteja prevista a obrigatoriedade do TCLE, afalta desse termo pode gerar responsabilidade civil –dificuldades na prova da informação

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dificuldades na prova da informação

A informação é ato que só depende do médico: obrigaçãode resultado

O descumprimento dessa obrigação de resultado gerapresunção absoluta da culpa - responsabilidade civilobjetiva

DEVER DE INFORMAÇÃO

CDC

Art. 4º, IV: princípio da informação

Art. 6º, III: direito básico do consumidor

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a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos eserviços, com especificação correta... sobre os riscos queapresentem .

“Responsabilidade Civil. Erro Médico. Cirurgia Plástica.Abdominoplastia. Necrose. Pretensão da autora à indenização pordanos morais e materiais decorrentes de necrose resultante doprocedimento cirúrgico. Cicatriz aparente no abdômen da autora. 1. Anecrose é intercorrência possível em cirurgias plásticas. Pode sercausada por diversos fatores. No caso em exame, embora tenha sidoconstatada a adequação dos procedimentos cirúrgicos adotados, a

DEVER DE INFORMAÇÃO

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constatada a adequação dos procedimentos cirúrgicos adotados, aautora sofreu necrose. Causa não identificada. 2. A autora tinhaciência dos riscos da cirurgia, dentre eles, a necrose. Embora ocirurgião assuma obrigação de resultado, não pode serresponsabilizado por eventuais intercorrências normais. É riscoimanente ao procedimento cirúrgico escolhido pela autora. Dever deinformação cumprido pelo réu. Consentimento informado colhidoexpressamente...TJSP, Apelação 0012767-07.2005.8.26.0322, 3ª Câmara de DireitoPrivado, Rel. Des. Carlos Alberto Garbi, j. 31.01.2012

DEVER DE INFORMAÇÃO

“Civil. Responsabilidade civil. Cirurgia plástica. Dano moral. O médicoque deixa de informar o paciente acerca dos riscos da cirurgia incorreem negligência, e responde civilmente pelos danos resultantes daoperação... para pessoa de cor morena, a tração ou quelóide é fatoabsolutamente previsível, o que demonstra a culpa do réu em nãoalertar para os riscos de toda e qualquer operação”.

Este material é de autoria da Professora Doutora Regina Beatriz Tavares da Silva.

alertar para os riscos de toda e qualquer operação”.

STJ. AgRg no Ag 818.144/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, 3ª T., j. em09.10.2007

“Recurso especial. Ação de indenização. Danos morais e materiais. Cirurgia devasectomia. Suposto erro médico. Responsabilidade civil subjetiva. Obrigaçãode meio. Precedentes. Ausência de comprovação de imprudência na condutado profissional. Cumprimento do dever de informação. Entendimento obtido daanálise do conjunto fático-probatório. Reexame de provas. Impossibilidade.Óbice do enunciado n. 7 da Súmula/STJ. Recurso especial não conhecido...I - A relação entre médico e paciente é contratual, e encerra, de modo geral(salvo cirurgias plásticas embelezadoras), obrigação de meio, e não deresultado. II - Em razão disso, no caso da ineficácia porventura decorrente da

DEVER DE INFORMAÇÃO

resultado. II - Em razão disso, no caso da ineficácia porventura decorrente daação do médico, imprescindível se apresenta a demonstração de culpa doprofissional, sendo descabida presumi-la à guisa de responsabilidade objetiva;III - Estando comprovado perante as instâncias ordinárias o cumprimento dodever de informação ao paciente e a ausência de negligência na conduta doprofissional, a revisão de tal entendimento implicaria reexame do materialfático-probatório, providência inadmissível nesta instância extraordinária(Enunciado n. 7/STJ); IV - Recurso especial não conhecido”.

STJ, REsp 1.051.674/RS, 3ª T., Rel. Min. Massami Uyeda, j. 03.02.2009

Este material é de autoria da Professora Doutora Regina Beatriz Tavares da Silva.

“Responsabilidade civil. Ação de indenização por danos materiais emorais decorrentes da gravidez não planejada da autora depois de tero autor se submetido a procedimento de vasectomia. Cirurgia, noentanto, que não foi eficaz. Necessidade da realização de outra paraobter o resultado desejado Hipótese em que os autores foramadvertidos do risco de nova gravidez. Prova realizada nesse sentido.Conclusão até mesmo, óbvia, diante das circunstâncias.

DEVER DE INFORMAÇÃO

Conclusão até mesmo, óbvia, diante das circunstâncias.Desaparecimento do médico réu. Fato não aceito. Profissional comconsultório na comarca, em local de grande circulação de pessoas.Caso, ademais, em que tal alegação se mostra contraditória com a deque os autores aguardavam o seu contato para o agendamento dasegunda cirurgia. Culpa do réu afastada. Indenização indevida.Recurso desprovido”.

TJSP, Ap. 919468-4-88.2008.8.26.0000, 1ª Câmara de Direito Privado,Rel. Des. Rui Cascaldi, j. 19.07.2011

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“Indenização. Autor que se submete à vasectomia, vindo aengravidar a esposa alguns meses depois da cirurgia. Médicoque não prestou as devidas e completas informações aopaciente, nem mesmo requereu a realização de espermograma,depois de 90 dias da cirurgia, a fim de atestar o sucesso doprocedimento. Negligência patente. Dever de indenizar o filhomenor do autor nascido da indesejada gravidez, imposto

DEVER DE INFORMAÇÃO

menor do autor nascido da indesejada gravidez, impostosolidariamente aos réus. Dano moral configurado. Recursos doautor e do Ministério Público providos, improvido o da SantaCasa”.

TJSP, Ap. 494.864-4/6-00, 5ª Câmara de Direito Privado, Rel.Des. A. C. Mathias Coltro, j. 18.11.2009

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AVALIAÇÃO PRÉVIA DOS RISCOS PELO MÉDICO EDEVER DE INFORMAÇÃO

OS RISCOS, VIA DE REGRA, NÃO PODEM SER MAIORES DO QUE AS VANTAGENS ALMEJADASNO TRATAMENTO CLÍNICO OU CIRÚRGICO

DEVER/DIREITO DE INFORMAÇÃO

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DEVER/DIREITO DE INFORMAÇÃO

OS RISCOS DEVEM SER INFORMADOS PELO MÉDICO AO PACIENTE: OBRIGAÇÃO DE RESULTADO

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