View
1
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
abri
l 20
04 22
CALEFFI LdaComponentes Hidrotérmicos
Sede:
Urbanização das Austrálias,
Iote 17, Milheirós
Apartado 1214
4471-909 Maia Codex
Tel: 229619410
Fax: 229619420
caleffi.sede@caleffi.pt
Filial:
Centro Empresarial de Talaíde
Armazém. 01
Limites do Casal do
Penedo de Talaíde
2785-601 - São Domingos de Rana
Tel: 214227190
Fax: 214227199
caleffi.filial@caleffi.pt
www.caleffi.pt
3 Dossier legionella
4 Legionellose - quadro clínico e responsabilidade
6 Condições para o desenvolvimento da legionelloseInstalações e processos tecnológicos em risco
7 Habitat da legionella nas instalações
8 Tratamentos de desinfecção
10 Prevenção e desinfecção nos sistemas da instalaçãoTorres de evaporação e condensadores evaporativos
12 Instalações de climatização
14 Piscinas, termas e fontes decorativas com jactos de água
16 Instalações de produção de água quente sanitária
18 Notas sobre tratamentos térmicos propostos pela L.G.A. 2000
20 Outras considerações sobre tratamentos térmicosTratamento térmico contínuo
24 Perigo de queimaduras
26 Outras considerações e notas conclusivas
28 Principais linhas guia europeias para o controlo e a prevenção da legionellose
30 Misturadora electrónica com desinfecção térmicaprogramável
32 Misturadora termostática para instalações centralizadas de produção de água quente sanitária
34 Segurança térmica anti-queimadura
Sumárioabri
l 20
04 22
No número 19 da Hidráulica (Abril 2001) já tínhamosassinalado a existência e a temibilidade do perigolegionella, isto é, do perigo determinado pelapresença desta bactéria nas instalações declimatização e hídricas.Aqui voltamos ao assunto para completar eactualizar o discurso, dado que, anteriormente noslimitamos essencialmente a uma simples indicaçãodo perigo. Voltamos ao tema, também e sobretudo, paraprocurar um pouco de clareza.O problema legionella é, de facto, ainda hojecaracterizado (pelo menos no nosso país) pormuitas incertezas e indeterminações. E estasituação pode colocar seriamente em dificuldadenós, Operadores de instalações térmicas(Projectistas, Instaladores, Gestores de Instalações)já que:
1. não nos permite prever e colocar em práticaas defesas correctas contra um perigo cujagravidade não é lícito duvidar;
2. expõe-nos a graves riscos profissionais, comacusações de vários graus que podem chegar,em casos de morte, até homicídio involuntário;
3. pode induzir-nos (como veremos, por exemplodevido ao choque térmico) em erros tais quecomprometam as prestações e a funcionalidadedas instalações.
Este dossier está subdividido en cinco partes:
Na primeira, relataremos uma breve história sobrea legionella e consideraremos, ainda que de formamuito sintética, as doenças que pode provocar, as disposições das normas vigentes e asresponsabilidades em caso de contaminação;
Na segunda, veremos como vive a legionella nasinstalações e como pode infectar o homem;
Na terceira, indicaremos os tratamentos químicose físicos que, geralmente, podem ser utilizadoscontra a legionella;
Na quarta, examinaremos os tratamentos específicosutilizados para desinfectar as instalações de maiorrisco;
Na quinta parte, por fim, procuraremos avaliarcom atenção os aspectos que dizem respeito àdesinfecção das instalações de produção de águaquente sanitária. E, a este respeito, proporemossoluções que consideramos convenientes erelativamente fáceis de colocar em prática.
Pretendemos agradecer à Dra. Cristina Carmignanie ao Dr. Fabrizio Speziani, director do laboratóriode Salubridade Pública da cidade italiana deBrescia.
DOSSIER LEGIONELLAEngos. Marco e Mario Doninelli do gabinete S.T.C.
3
Com o termo legionellose estão indicadas todas asformas de infecção causadas pelas várias espéciesde bactérias aeróbias do género legionella. Até hoje, foram identificadas mais de 40 espéciesdestas bactérias: a pneumophila é a espécie maisperigosa e é responsável por cerca de 90% doscasos de legionellose.
Notas históricas
O termo legionella teve origem num trágico encontrode ex combatentes da guerra do Vietname (emcalão, designados de legionários) em julho de 1976num hotel de Filadélfia (EUA). Durante esseencontro em cerca de 2.000 partecipantes, 221foram atingidos por pneumonia aguda e 34 nãoconseguiram sobreviver.Alguém colocou a hipótese de um ataquebiológico da parte dos russos. Posteriormente,descobriu-se que a causa de tais mortes era devida àacção de bactérias, anteriormente desconhecidas,que se desenvolveram na instalação declimatização, e às quais foi dado o nome delegionella. Inquéritos retrospectivos atribuíram àsmesmas bactérias numerosos casos e epidemiasde pneumonia aguda cuja causa não tinha sidoidentificada.
Formas clínicas da legionellose
Do ponto de vista clínico, a legionellose podemanifestar-se sob duas formas: a febre de Pontiace a doença do Legionário.
A febre de Pontiacmanifesta-se após um período de incubaçãovariável entre 1 e 2 dias, e é caracterizada poruma forte febre, dores musculares, dores decabeça e (mas não sempre) distúrbios intestinais.Não há pneumonia, mesmo que em algunscasos haja tosse. Esta forma de legionelloseé frequentemente confundida com uma gripenormal. Pode não ser necessária terapiaantibiótica, nem recuperação hospitalar;
A doença do Legionáriomanifesta-se após um período de incubaçãovariável entre 2 a 10 dias (em média 5 ou 6).Pode comportar febre alta, dores musculares,diarreia, dores de cabeça, dores no tórax, tossegeralmente seca, (mas também pode serpurulenta), insuficiência renal, confusão mental,desorientação e letargia.É uma infecção que não se distingueclaramente de outras formas, atípicas oubacterianas, de pneumonia.A terapia baseia-se no tratamento comantibióticos, para além das normais medidas deapoio respiratório.A doença, especialmente se diagnosticadatarde ou manifestada em sujeitos muitodébeis, pode levar à morte.
4
LEGIONELLOSEQUADRO CLÍNICO E RESPONSABILIDADE
HomensMulheres
Incidência da legionella segundo a idade e o sexo
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Cas
os/1
00 0
00
<30 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 >79
Idade
5
Modo de transmissão da doença
A legionellose contrai-se respirando águacontaminada difundida em aerossol, isto é, emgotinhas minúsculas. A doença não se podecontrair bebendo água contaminada ou portransmissão directa de pessoa para pessoa.
Indivíduos mais expostos à doença
A legionellose também pode atingir pessoas sãs ede boa saúde, como de facto demonstra o casodos Legionários de Filadélfia. Todavia, os factoresque predispõem a doença são:➢ a imunodeficiência, ➢ as doenças crónicas,➢ o tabaco,➢ o alcoolismo, ➢ a idade, ➢ o sexo do paciente.
O gráfico da página ao lado evidencia a incidênciada idade e do sexo nos casos registados em Françaem 1998 (fonte: Dr. Bénédicte Decludt-Janssens,InVS, colóquio CSTB/RISE, 16 de Dezembro de 1999).
Frequência da doença
Nos Estados Unidos acredita-se que, todos osanos, os casos de legionellose não sejam inferioresa 11.000. Em Itália, anualmente, os casosnotificados são cerca de 150. Todavia, existem motivos válidos para acreditarque os casos efectivos sejam, pelo menos, dezvezes superiores.Um dos motivos principais pelo qual a doença ésubestimada é devido (como já indicado) ao factoda legionellose não apresentar característicasclínicas capazes de a distinguir claramente deoutras formas, atípicas ou bacterianas, depneumonia.
Notificação dos casos
Dada a periculosidade desta doença, na maiorparte dos países europeus, os casos de legionellosedevem ser notificados às Autoridades Sanitáriascompetentes.Em Itália, todos os anos, os dados relativos aoscasos notificados são publicados no BoletimEpidemiológico do Ministério da Saúde, divididospor região, província e sexo.
Infraestruturas em risco
Em relação às considerações anteriormenteapresentadas, as infraestruturas e as instalaçõesmais expostas ao risco são: ➢ hospitais, clínicas, casas de saúde e afins;➢ hotéis, quartéis, parques de campismo e
estruturas de recepção e afins;➢ instalações para actividades desportivas e
escolas;➢ edifícios com torres de arrefecimento;➢ piscinas;➢ estâncias termais;➢ fontes decorativas e cascatas artificiais.
Normas vigentes em Itália
Em Itália, no momento presente, os principaisdocumentos de referência são “As Linhas Guia para a prevenção e o controlo da legionellose”,predispostas pelo Ministério da Saúde e adoptadaspela Conferência Stato Regioni em 04-04-2000. Para semplificar, a partir daqui designaremos taisLinhas com a sigla: L.G.A. 2000 (Linhas GuiaAntilegionella 2000).
Responsabilidade
A este respeito, citamos o seguinte esclarecimentoda UNI: “Actualmente não são conhecidos osresultados finais de episódios jurisdicionaisocorridos em Itália e ligados aos danos dalegionella. No caso de episódios recentesocorridos nos hospitais com casos de mortefoi aberto um inquérito penal contra osDirectores dos hospitais com as acusações deofensas corporais involuntárias, homicídioinvoluntário e violação da Lei 626/94 sobrea tutela dos trabalhadores. É, contudo, evidenteque potencialmente possam ser chamadas todasas pessoas envolvidas no processo de projecto,realização, verificação, manutenção, utilizaçãoda instalação: projectista, construtor, produtoresde aparelhos, instalador, técnico de verificação,responsável pela manutenção, proprietário egestor.”
As bactérias da legionella estão presentes nosrios, nos lagos, nos poços, e nas águas termais.Podem encontrar-se também nas redes dedistribuição, pois são capazes de superar, semgrandes problemas, os tratamentos normais paratornar a água potável.Todavia, apenas a presença destas bactérias nãoconstitui perigo para as pessoas. As bactériastornam-se perigosas apenas quando subsistemsimultaneamente as seguintes condições:
1 - Temperatura óptima de desenvolvimento
varia entre 25 e 42°Co crescimento das bactérias é máximo a cerca de 37°C
2 – Ambiente aeróbio
isto é ambiente com presença de oxigénio
3 – Presença de elementos nutritivos
biofilme, escórias, iões de ferro e de calcário, outros microrganismos
4 – Pulverização da água
com formação de micro-gotas com diâmetros variáveis de 1 a 5 micron
5 – Alto nível de contaminaçãogeralmente esse nível deve ultrapassar
os 1.000 Cfu/l
Cfu/l è a unidade de medida com a qual se avaliaa contaminação da água e indica a quantidade demicrorganismos presentes num litro de água.Relativamente ao limiar de perigo, em França,através de uma circular recente (Setembro 2002) aDirection Générale de la Santé fixou os seguintesvalores:
1.000 Cfu/l para as zonas que recebem público;
100 Cfu/l para as zonas reservadas a pessoasdebilitadas ou com imunodeficiência.
Os primeiros casos de legionellose foramatribuídos, quase exclusivamente, a bactériasprovenientes de torres de arrefecimento,condensadores evaporativos e unidades detratamento de ar. Durante vários anos, por isso,pensou-se que as instalações de climatizaçãofossem as principais, senão as únicas, responsáveispela difusão da doença.Na realidade não é assim, pois estão em riscotodas as instalações e tratamentos tecnológicosque operam nas condições indicadas na coluna aolado. De um modo simplificado, estão em riscotodas as instalações e processos tecnológicosque comportam um moderado aquecimento daágua e a sua nebulização. Na prática, de facto, alegionella consegue sempre encontrar substânciasnutritivas.
Em seguida indicaremos uma lista das instalaçõese dos relativos pontos “críticos” de maior risco:
Torres de arrefecimentotorres de humidade de circuito aberto,torres de circuito fechado,condensadores evaporativos.
Instalações de climatizaçãohumidificadores a “pacco bagnato”,nebulizadores,separadores de gotas,filtros,atenuadores acústicos.
Instalações hidro-sanitáriastubagens,termoacumuladores,válvulas e torneiras,chuveiros,banheiras.
Sistemas de emergênciasistema anti-incêndio de sprinkler.
Piscinas e banheiraspiscinas e banheiras de hidromassagem,banheiras quentes.
Fontes decorativas
Aparelhos de distribuição de oxigénio
Sistemas de arrefecimento de máquinas eutensílios
6
CONDIÇÕES PARA ODESENVOLVIMENTO DA LEGIONELLOSE
INSTALAÇÕES E PROCESSOSTECNOLÓGICOS EM RISCO
7
A legionella é um inimigo que deve ser bemconhecido. Caso contrário arrisca-se a enfrentá-lo comarmas impróprias e completamente inadequadas.
Onde vive e como se desenvolve a legionella
Nas instalações, a legionella pode encontrar-seisolada ou como hóspede de protozoários comoas amibas. Para além disso, isolada ou hóspede deprotozoários está presente:
1. livre na água;
2. fixa a biofilmes, isto é, a agregados constituídospor outras bactérias, algas, polímeros e saisnaturais.
É mesmo nestes agregados que a legionellaencontra o suporte indispensável para viver edesenvolver-se.Estudos de alto nível sobre a natureza ecaracterísticas dos biofilmes foram, e ainda são,conduzidos pela Universidade do estado deMontana (MSU), que dispõe de um adequadocentro de pesquisa: o CBE (Center for BiofilmEngineering). Das publicações desse centro foramretirados os desenhos abaixo apresentados. O decima representa as trocas que normalmenteocorrem entre superfícies metálicas e biofilmes; ode baixo representa a evolução dos biofilmesquando ocorrem fenómenos de corrosão.
Todavia, sem entrar demasiado em pormenores, deveser considerado que os biofilmes se desenvolvemonde existem (1) os necessários suportes defixação (2), substâncias nutritivas e (3) temperaturasadequadas. São condições que, por exemplo, sepodem encontrar nas torres evaporativas ou nostubos que transportam água quente a velocidadesbaixas, ou seja, a velocidades que não dificultam comturbulências a fixação e o crescimento dos biofilmes.
Onde e como se pode esconder a legionella
Nos biofilmes, a legionella pode não sódesenvolver-se como também esconder-se. E estefacto deve ser cuidadosamente levado em conta jáque torna os tratamentos de desinfecção queagem apenas localmente não fiáveis.Consegue, por exemplo, que numa instalação deágua quente sanitária, não seja suficiente realizar adesinfecção (química ou térmica) apenas notermoacumulador, esperando que, mais tarde oumais cedo, o circuito de recírculo leve as bactériasa passar através do próprio termoacumulador. Seráuma esperança completamente vã, pois as bactériaspodem encontrar refúgios seguros nos biofilmes.
Avaliação da contaminação
A presença de biofilmes, pode, para além dissocomportar erros de grande relevância aodeterminar os níveis de contaminação dasinstalações.De facto, durante as operações de avaliação, osbiofilmes podem romper-se (devido a fortesdiferenças térmicas, turbulências imprevistas ouchoques mecânicos) e libertar grandes quantidadesde bactérias que, de facto, alteram de modoconsiderável o nível efectivo de contaminação dainstalação. Portanto, as medidas obtidas não sãosempre seguras e nos casos dúbios devem serrefeitas.
Acções que dificultam a formação dos biofilmes
Assim, procurar dificultar a formação dosbiofilmes é de grande importância na lutacontra a legionella. E para tal fim, geralmente,pode afirmar-se o seguinte:
- é aconselhável utilizar reservatórios de água etubos com superfícies de baixa aderência paralimitar as possibilidades de fixação dos biofilmes;
- pelo mesmo motivo, deve-se dimensionar os tuboscom velocidades elevadas, ainda que, a este respeito,não seja possível fazer referência a valores certos;
- não se deve deixar estagnar a água e, por isso,devem evitar-se termoacumuladores com ligaçõesaltas, colectores com diâmetros demasiado grandes eligações mortas para servir possíveis utilizações futuras.
HABITAT DA LEGIONELLANAS INSTALAÇÕES
São tratamentos que têm como objectivo eliminar,ou limitar de modo significativo, a presença dalegionella nas instalações.No site da Internet www.legionellose.com (exemplode clareza e rigor científico) defende-se que, atéhoje, estes tratamentos causaram “plus d’échecsque de succés”, isto é, mais derrotas graves doque sucessos. E acredita-se que tudo isto deveatribuir-se aos seguintes factores:
escasso conhecimento dos problemas relativosà presença dos biofilmes;
aquisição incompleta dos dados inerentes àscaracterísticas específicas das instalações;
consideração escassa dos fenómenos ligadosaos depósitos de calcário e à corrosão;
conhecimento inadequado dos tempos de contactonecessários entre substâncias desinfectantes ebactérias.
São avaliações e considerações que muitoprovavelmente atingem o alvo e que consideramospremissa justa à análise que se segue.Muito frequentemente, de facto, certos tratamentossão apresentados como seguros e fiáveis mesmoquando não o são na realidade.
Tratamento com cloro
O cloro é um forte agente oxidante, usado há muitosanos para a desinfecção de águas potáveis. Para otratamento antilegionella é, contudo, necessárioem doses muito elevadas e apresenta os seguintesefeitos negativos:– a formação de halometanos (substâncias em parte
consideradas cancerígenas);– o surgimento de graves fenómenos de corrosão;– a instabilidade da concentração no tempo;– a pouca penetração nos biofilmes;– a acção insuficiente onde a água estagna;– a alteração do gosto e do sabor da água.
Bióxido de cloro
Possui boas capacidades anti-bacterianas, nãoproduz halometanos e permanece relativamente porum longo período nas tubagens. Para além disso, assuas moléculas podem entrar no interior dos biofilmes.Comporta, todavia, as seguintes desvantagens:– deve ser produzido “in loco” com procedimentos
bastante complexos;– pode corroer as tubagens ainda que de modo
menos grave que o cloro;– necessita de custos de gestão um pouco
elevados.
Iões positivos de cobre e de prata
Exercitam uma forte acção bacteriana devida aofacto da sua carga eléctrica poder alterar apermeabilidade dos organismos celulares e levar auma degradação proteica. Além disso, podemacumular-se nos biofilmes. Todavia, o seu efeitopersiste (durante algumas semanas) mesmodepois da desactivação do tratamento. Estas sãoas desvantagens principais:– não podem ser usados com superfícies zincadas
já que o zinco desactiva os iões de prata;– a sua concentração não deve superar os limites
admitidos para a água potável; – requerem custos elevados.
Ácido peracético
Algumas experiências demonstram uma discretaeficácia deste composto nos tratamentos choque.
Bactericidas de síntese
Colocados no mercado por empresas especializadasno tratamento da água, também podem serutilizados contra a legionella. Alguns destesprodutos exercitam também uma acção eficazcontra incrustações e biofilmes. No entanto, énecessário verificar os efeitos negativos ligados àespecificidade do produto, à sua estabilidade notempo e aos efeitos nos utilizadores.
Ozono
Pode exercitar uma forte acção contra a legionella,as outras bactérias e os protozoários presentesnos biofilmes.Contudo, deve considerar-se que o tratamentocom ozono:– requer custos elevados para equipamentos de
produção e dosagem;– necessita de uma manutenção rigorosa;– tem uma eficácia um pouco ilimitada no tempo;– degrada alguns produtos utilizados para
tratamentos anti-calcário e anti-corrosão;– pode acrescer a possibilidade de formação de
novas infecções.A acção do ozono sobre a corrosão é ainda umpouco controversa. Alguns autores defendem quea favorece, outros o contrário. E justificam estaúltima tese com o facto de o ozono poder oxidar oazoto presente na água, formando compostos(nitratos e nitritos) que inibem a corrosão dos aços.
8
TRATAMENTOS DE DESINFECÇÃO
9
Água oxigenada catalizada
É uma técnica de desinfecção que associa à águaoxigenada um catalisador (geralmente um sal deprata). A sua eficácia depende da acção docatalisador.Na teoria, a água oxigenada apresenta diversasvantagens, entre as quais produtos de decomposiçãonão tóxicos. Vantagens e desvantagens reais são,contudo, ainda pouco conhecidas já que aexperiência prática é bastante limitada.
Filtragem
É um tratamento que tem o seu ponto forte napossibilidade de reduzir a contaminação da águasem qualquer adição de produtos químicos.Existem duas técnicas utilizadas:
➢ o sistema tradicional com filtros de areia,que é utilizado sobretudo nos circuitos dearrefecimento;
➢ o sistema com micro-filtros (de 1 µm e tambémmenos) de elevado caudal, que se utiliza, quernos circuitos de água quente sanitária, quer noscircuitos de arrefecimento. No mercado existemmicro-filtros capazes de tratar diversas dezenasde metros cúbicos de água por hora.
Estes são os principais inconvenientes da filtragem:– requer custos elevados;– necessita de uma manutenção rigorosa;– a sua eficácia não é constante no tempo devido
à progressiva obstrução dos filtros;– está exposta a roturas imprevistas dos filtros;– subsiste o perigo de contaminação dos filtros
por parte de outras bactérias.
Raios Ultravioleta (UV)
São capazes de desactivar as bactérias quepassam através dos aparelhos de emissão dosraios. Todavia, deve ser considerado que tais aparelhospodem exercer apenas uma acção local. Alémdisso, a turvação da água pode criar cones desombra que protegem as bactérias.Portanto, à acção dos raios UV devem serassociados outros sistemas de desinfecção.Também existem limites no que diz respeito àquantidade de água que pode ser tratada por cadaaparelho. De facto, o fluxo do fluido submetido àacção dos raios deve ter uma espessura fina(geralmente não mais de 3 cm) e isto reduzsensivelmente o caudal dos aparelhos utilizadosno tratamento.
Tratamentos térmicos
Como no caso da filtragem, o ponto forte destestratamentos encontra-se no facto destes poderemexercitar uma completa acção bactericida semqualquer adição de produtos químicos e sem havernecessidade (como no caso dos raios UV) desistemas integrantes.A sua acção baseia-se no facto das temperaturaselevadas causarem a morte das bactérias em gerale da legionella em particular. O diagrama abaixoapresentado indica os tempos de sobrevivência dalegionella quando varia a temperatura da água.
Este diagrama (derivado de um estudo de J.M. HODGSON e B.J. CASEY) é já assumido a nívelinternacional como um ponto de referência seguropara a desinfecção térmica da legionella e, de facto,substituiu os velhos diagramas decididamentemenos fidedignos e mais penalizantes. Na prática, o diagrama assegura-nos que se a águafor mantida acima dos 50°C não há qualquerperigo de desenvolvimento da legionella, pelocontrario, a sua eliminação ocorre ao fim dealgumas horas.
De seguida examinaremos mais atentamente oslimites, as prestações e as reais possibilidades deaplicação dos tratamentos térmicos.
0
10
20
30
40
50
60
70 Morte istantâneadas bactérias
Morte de 90% dasbactérias em 2 minutos
Morte de 90% dasbactérias em 2 horas
Temperatura óptima para ocrescimento das bactérias
A bactérias sobrevivemnão activas
Em seguida serão examinadas as intervençõesque podem limitar o perigo legionella nos seguintescasos:
1. Torres de arrefecimento e condensadoresevaporativos;
2. Instalações de climatização de ar;
3. Piscinas, termas, fontes decorativas comjactos de água;
4. Instalações de produção e distribuição deágua quente sanitária.
Servem para dispersar calor na atmosfera atravésda evaporação da água. Os desenhosapresentados ao lado ilustram o modo comofuncionam estes aparelhos.A água que serve para a troca térmica é fornecidapor rampas de pulverização. O ar, por sua vez, égeralmente expelido por um ventilador; as torresde circulação natural são já muito raras.
Na água destes aparelhos a legionella podeencontrar todas as condições para se desenvolvere tornar-se perigosa, já que:– a temperatura varia geralmente entre 30 e 35°C;– não faltam substâncias nutritivas;– a formação dos biofilmes é fácil;– as rampas de pulverização produzem aerossol.
Segundo as L.G.A. 2000 a quantidade da água“deve ser periodicamente controlada; para alémdisso, é necessário limpar e drenar o sistema:
antes do ensaio;
no fim da estação de arrefecimento ou antesde um longo período de inactividade;
no início da estação de arrefecimento oudepois de um longo período de inactividade;
pelo menos duas vezes por ano.
São recomendadas análises microbiológicasperiódicas. A carga bacteriana total máximaadmitida é de 10 7 Cfu/l; o uso de biocidos(agentes químicos) não deve ser contínuo”.
10
PREVENÇÃO E DESINFECÇÃO NOSSISTEMAS DA INSTALAÇÃO
TORRES DE EVAPORAÇÃO ECONDENSADORES EVAPORATIVOS
Condensador
Condensador
Condensador
11
Localização e protecções
É aconselhável, a este respeito, adoptar asseguintes escolhas e precauções:
➢ não posicionar as torres e os evaporadorespróximo a descargas de cozinha ou deinstalações capazes de enriquecer comsubstâncias nutritivas a água que provém dastrocas térmicas;
➢ evitar que os vapores de água emitidospossam atingir (1) correntes de ar externas, (2) janelas de abrir, (3) zonas com público;
➢ tapar as torres para as proteger dos raiossolares. O que torna mais difícil atingirtemperaturas favoráveis ao desenvolvimento dalegionella.
Notas gerais
Para a escolha dos materiais e dos intervenientesde manutenção deve-se:
➢ certificar-se que não foram instalados materiaisporosos ou facilmente corrosíveis;
➢ verificar que as torres têm formas arredondadasnos ângulos, e por isso sejam fáceis de limpar;
➢ controlar que os dispositivos de jacto sejamcapazes de minimizar a formação de aerossol;
➢ ter constantemente limpas as rampas depulverização;
➢ escolher soluções em que o condensadorpossa ser facilmente limpo;
➢ prever circuitos simples e que sejam fáceis deesvaziar e limpar;
➢ verificar que, no interior das torres, não hajamzonas de água estagnada;
➢ prever pontos de limpeza e sifões comdiâmetros suficientemente grandes parafacilitar as operações de limpeza.
Interrupção do funcionamento
Quando o fecho dos aparelhos ultrapassa ostrês dias, deve proceder-se ao seu esvaziamentocompleto. Se tal não for possível, é aconselhávelsubmeter a água estagnada a um adequadotratamento com biocidos.
Ar limpo
Janela
Janela
Torre deevaporação
Torre deevaporação
Torre deevaporação
Aerossolcomlegionella
Torre deevaporação
Aerossol comlegionella
Aerossol comlegionella
Aerossol comlegionella
Em seguida indicamos, em itálico, o que é exigidopela legislação italiana L.G.A. 2000 (Linhas guiaAntilegionella 2000):
Prescrições gerais
Para existir uma boa manutenção dascondutas de ar, é necessário projectar,construir e instalar os sistemas de ar tendoem conta as seguintes exigências demanutenção:
➢ examinar a possibilidade de drenar aficazmenteos fluidos usados para a limpeza;
➢ evitar colocar o isolamento térmico no interiordas condutas, devido à dificuldade de o limparde modo eficaz;
➢ dotar (a montante e a jusante) os acessórioscolocados nas condutas (comportas,permutadores, etc) de aberturas e de dimensõesadequadas de modo a consentir a sua limpeza,e de adaptadores que permitam a suadesmontagem rápida e fácil e nova montagem,assegurando-se que sejam fornecidas instruçõesprecisas para a montagem e a desmontagemdos componentes;
➢ utilizar matérias suficientemente sólidas paraas condutas flexíveis de modo a permitir a sualimpeza mecânica;
➢ utilizar terminais (casquilhos) desmontáveis.
Durante o funcionamento da instalação éimportante efectuar controlos periódicos paraverificar a presença de sujidades. No caso de umaintervenção de limpeza, é necessário assegurar-sesucessivamente que as substâncias usadas sejamremovidas completamente do sistema.
Atenuadores acústicos
Os materiais utilizados são, normalmente, dotipo poroso e fibroso, e por isso particularmenteadaptados para reter a sujidade, mas de limpezadifícil.Aconselha-se, portanto, a utilização de acabamentossuperficiais que limitem tais inconvenientes,ainda que isto cause uma maior extensão dassuperfícies e, por isso, custos mais elevados. Alémdisso, aconselha-se a observação das distânciasaconselhadas pelos fabricantes entre estesdispositivos e os humidificadores.
Tomadas de ar externo
As tomadas de ar externo, se colocadas emparedes verticais não protegidas, devem serdimensionadas para velocidades nãosuperiores a 2 m/s e devem ser dotadas desistemas eficazes para evitar que a água penetreno seu interior.Para além disso, é necessário verificar a distânciaentre as tomadas e possíveis fontes de poluição(incluída a expulsão do ar).
Filtros
O custo de uma filtragem mais eficaz é muitoinferior ao da limpeza dos componentes das redesde distribuição. Aconselha-se, portanto, ainstalação de filtros de classe Eurovent EU7 amontante das unidades de tratamento do ar efiltros adicionais de classe EU8/9 a jusante dessasunidades e também a jusante dos eventuaisatenuadores.Nos sistemas de tomada de ar devem ser instaladosfiltros, pelo menos, de classe EU7. Aconselha-se,obviamente, uma limpeza regular e a troca dosfiltros.
Baterias de permuta térmica
As baterias podem dar lugar à emissão de odoresdevido às incrustações que se formam nassuperfícies internas, sobretudo no caso de bateriasquentes. Para minimizar tais inconvenientes,sobretudo no caso de temperaturas elevadas, énecessário efectuar uma limpeza frequente atravésda escovagem ou aspiração.No caso de baterias de arrefecimento, o seuinterior de alhetas e, em particular, os tabuleirosde recolha de condensação constítuem os lugaresonde proliferam microrganismos e bolores. É,portanto, necessário instalar tabuleiros inclinadosde modo a evitar estagnações, e fabricá-los commateriais anti-corrosivos para facilitar a sualimpeza.
Humidificadores de ar ambiente
Deve ser assegurado que não se verifiquemformações de água de condensação durante ofuncionamento; todas as partes em contacto com aágua de modo permanente devem ser limpas e, senecessário, desinfectadas periodicamente.
12
INSTALAÇÕES DE CLIMATIZAÇÃO
Humidificadores adiabáticos
A qualidade da água expelida a jacto nas secçõesde humidificação adiabática deve serperiodicamente controlada; o aumento da cargabacteriana deve ser prevenida através de sistemasde esterilização ou da limpeza periódica dossistemas.A carga bacteriana total da água circulante nãodeve exceder o valor standard de 10 6 Cfu/l comuma temperatura de incubação de 20°C±1°C e36°C±1°C.A presença da legionella nos humidificadores éseguramente evitada se a carga bacteriana nãoexceder 10 3 Cfu/l.
Tubagens
Para permitir uma limpeza eficaz das superfíciesinternas das canalizações, evitando danos nosrevestimentos, pode empregar-se uma técnicaparticular que utiliza uma agulheta com furosassimétricos, colocada na extremidade de umatubagem flexível que é introduzida nas aberturasexistentes para esse efeito.Desta tubagem é expelido ar comprimido emgrandes quantidades (até 300 m 3/h). O elevadocaudal de ar cria uma espécie de lâmina de ar queprovoca o desprendimento da sujidade dassuperfícies internas da canalização; em seguida, aassimetria dos furos provoca uma rotação e, porisso, o avanço da tubagem em todo o seucomprimento (até 30 m).
13
Filtr
o a
jusa
nte
da u
nida
detra
tam
ento
de
ar
Filtr
o a
mon
tant
e da
unid
ade
trata
men
to d
e ar
Secç
ão d
e m
istu
ra d
e ar
Bate
ria d
e pr
é-aq
ueci
men
to
Bate
ria d
e ar
refe
cim
ento
Bate
ria d
e po
sterio
raq
uenc
imen
to
Hum
idifi
cado
r com
bom
ba re
círc
ulo
Secç
ão v
entil
ador
a de
ida
Ate
nuad
or a
cústi
co
Filtr
o a
jusa
nte
do a
tenu
ador
Zonas com indicações e referências das Linhas Guia Antilegionella
14
De seguida referimos, em itálico, as exigências dasL.G.A. 2000 e, em caracteres normais, as nossasconsiderações:
Piscinas tradicionais
No que diz respeito às piscinas alimentadas comágua doce, a norma vigente prevê umaconcentração de cloro activo livre na água dapiscina igual a 1 mg/l (0,7-1,2 mg/l).Ainda que tais valores do cloro tornem impossíveluma eventual contaminação de legionella,todavia, aconselha-se aquando do esvaziamentoperiódico da piscina (a efectuar-se pelo menosuma vez por ano) a limpeza de desinfecçãochoque da mesma, das tubagens e a substituiçãodos filtros, a revisão rigorosa dos sistemas decirculação da água, com eliminação de todos osdepósitos e, para além disso, a manutençãoperiódica com desmontagem e limpeza rigorosa detorneiras e duches.
Piscinas para hidromassagem e hidroterapias
São piscinas mais expostas ao perigo legionellado que as tradicionais. De facto, são mantidas atemperaturas mais elevadas e, por isso, maispropícias ao desenvolvimento das bactérias. Além disso, podem ser frequentadas por pacientescom imunodeficiência ou afectados por patologiaspulmonares crónicas.
Outras indicações relativas às piscinas
No que respeita à desinfecção bacteriana daspiscinas, o Centro Controlo das Doenças deAtlanta (provavelmente o Centro internacionalmais qualificado nesta matéria) propõe adoptar osseguintes valores:
mínimo óptimo máximo
Cloro livre (mg/l) 3,0 4,0-5,0 10,0
Cloro combinado 0 0 0,2[cloroammine] (mg/l)
Bromo (mg/l) 4,0 4,0-6,0 10,0
PH 7,2 7,4-7,6 7,8
O nível máximo de 10,0 mg/l (para o cloro livre e obromo) é considerado aceitável apenas paraperíodos relativamente breves.Os valores classificados como “óptimos” devemser considerados como mínimos no plano detratamento antilegionella. A legionella é, de facto,muito mais resistente ao cloro e ao bromo do queas outras bactérias consideradas perigosas para asaúde dos banhistas.Para o bom controlo dos parâmetros aconselhadosdevem ser utilizados sistemas automáticos dedosagem. É também conveniente instalar sistemas automáticosde injecção, antes e depois do filtro, de modo aassegurar que as correctas concentrações desubstâncias desinfectantes sejam mantidas nointerior do filtro e na sua saída.
PISCINAS, TERMAS E FONTESDECORATIVAS COM JACTOS DE ÁGUA
15
Estâncias Termais
A este respeito as L.G.A. 2000 indicam que: “noque diz respeito às estâncias termais, umtratamento de desinfecção das águas não é viáveljá que a água mineral natural utilizada para ascuras termais não pode ser tratada, no entanto,pode proceder-se a uma adequada protecçãodas instalações, evitando o uso de materiais e decomponentes que forneçam um óptimo habitatpara a legionella (por exemplo algumas borrachasutilizadas para a guarnição) ou mediante umaestruturação da instalação que evite abrandamentosdo fluxo hídrico ou estagnação.”
Contudo, é muito provável que nestas instalaçõesapenas a protecção, ainda que adequada, nãoseja capaz de eliminar o perigo legionella.As estâncias termais, de facto, podem oferecer àlegionella condições ideais de desenvolvimento.Em particular, podem oferecer temperaturasfavoráveis e substâncias nutritivas abundantes,que derivam da alta densidade de utilização daspiscinas termais e que são constituídas porcosméticos, fragmentos de pele, várias bactérias,fungos e outros compostos orgânicos.
Em relação ao tipo de águas termais e ao seu ciclode utilização, é aconselhável examinar também apossibilidade de adoptar sistemas de desinfecçãoadequados.
Fontes decorativas com jactos de água
São fontes em que a água é expelida no ar comjactos mecânicos e é depois recolhida em tanquesartificiais. São colocadas no exterior ou emespaços fechados, como por exemplo em centroscomerciais, feiras, hall de hotéis, etc.As temperaturas que favorecem o desenvolvimentoda legionella podem ser atingidas em espaçosabertos com a ajuda da contribuição térmica dosol, e em espaços fechados com o contributo defontes internas de calor, tais como, o aquecimentoe a iluminação. Para além disso, podem contribuirtambém para o aquecimento da água as estaçõesde bombagem e de filtragem.
Para limitar o risco legionella nestas fontes, énecessário evitar zonas de estagnação da água.
Para a desinfecção das águas podem utilizar-sesubstâncias químicas que, em todo o caso,deverão respeitar limites normativos precisos. Aeste respeito, actualmente, pode fazer-se referênciaàs prescrições EPA (Environmental ProtectionAgency), que visam em modo específico o casodas fontes decorativas.
16
Como possíveis tratamentos térmicos dedesinfecção, as L.G.A. 2000 (cujo texto éapresentado em itálico) prevêem:
1. o choque térmico, a ser aplicado no caso degrave contaminação da instalação;
2. a desinfecção térmica, a ser utilizada comosistema preventivo para desactivar a legionella.
Choque térmico
Elevar a temperatura da água até 70-80°Ccontinuamente durante três dias e deixar correr aágua todos os dias através das torneiras durante30 minutos. Alguns autores aconselham oesvaziamento preventivo dos reservatórios de águaquente, a sua limpeza e a execução de umadescontaminação com cloro (100 mg/l para 12-14 horas). É fundamental verificar que,durante o procedimento, a temperatura da águanos pontos mais distantes atinja ou exceda os60°C; se esta temperatura não for atingida emantida, o procedimento não fornece garantias.No fim do procedimento devem efectuar-selevantamentos de água e dos sedimentos nospontos mais distantes da instalação e proceder aum controlo bacteriólogico. Em caso de umresultado desfavorável, o procedimento deve serrepetido até se atingir uma descontaminaçãocomprovada. Após a descontaminação , o controlomicrobiólogico deve ser repetido periodicamentesegundo os critérios indicados no parágrafo 9.1.4.
VantagensNão necessita de equipamentos especiais e, porisso, pode ser colocado em prática imediatamente,vantagem que não é insignificante na presençade um surto epidémico.DesvantagensRequer tempo e pessoal, ou a instalação desondas à distância para controlar a temperaturada água nos pontos mais distantes, nosreservatórios e o tempo de escoamento da água.Para além disso, é uma modalidade dedesinfecção sistémica, mas temporária já que arecolonização da instalação hídrica podeverificar-se num período de tempo variável dealgumas semanas a alguns meses após o choquetérmico, se a temperatura da água que circularegressar abaixo dos 50°C.
Desinfecção térmica
No caso de instalações de dupla regulação, aprimeira (constituída por um termostato reguladoentre 55-60°C) serve para regular a temperatura deacumulação, enquanto a segunda (constituída poruma misturadora) serve para regular a temperaturade distribuição da água quente a 42-44°C.Com base nas temperaturas normalmenteutilizadas, a legionella não pode desenvolver-senos termoacumuladores, mas apenas nas redes dedistribuição e de recírculo.Para obter a desinfecção térmica destas instalaçõespode-se:1) fazer o by-pass da misturadora com uma válvula
eléctrica de duas vias comandada por um relógioprogramador;
2) fixar (com a ajuda de um termostato) a 60°Ca temperatura de produção da água quente;
3) activar a válvula de by-pass durante meiahora no período nocturno, considerado o menorconsumo de água, fazendo circular água a 60°C.
Esquemas para realizar a desinfecçãotérmica
Para efectuar a desinfecção térmica (que a partirde agora, para evitar confusões, chamaremos dedesinfecção nocturna) podem ser utilizadosesquemas semelhantes aos da página ao lado.
O primeiro esquema utiliza uma misturadoraelectrónica com programador para dois níveis detemperatura: o nível para o funcionamento normale o nível para a desinfecção nocturna.O segundo, por sua vez, utiliza uma misturadoratermostática e válvulas de duas vias comandadaspor um relógio programador. As válvulas deduas vias são colocadas em by-pass damisturadora e no circuito de recírculo, assim comoé indicado no esquema ao lado.No regime normal a válvula de recírculo estáaberta e a de by-pass da misturadora está fechada.Pelo contrário, durante a desinfecção nocturnaa válvula de by-pass está aberta e a de recírculoestá fechada.
INSTALAÇÕES DE PRODUÇÃO DE ÁGUAQUENTE SANITÁRIA
17
Fu
nci
on
amen
to n
orm
al
Des
infe
cção
tér
mic
a
MINMAX7 1 2
CALEFFI
CALEFFI
CALEFFI
0
20
40
60
80
Balls
top
fech
ada
aber
ta
Balls
top
0
20
40
60
800
20
40
60
80
12
3
6
9
1817
16
15
1413 12 11
10
9
8
76
54
3
212423
22
21
2019
WAT
CH
Balls
top
Balls
top
CALEFFI
CALEFFI
CALEFFI
0
20
40
60
80
24 12
186
3 9
21 15
D a y
R
15’
ON
DIS
INFE
ZIO
NE
OFF
RE
GO
LA
ZIO
NE
010203040506070
Tem
pera
tura
otti
mal
edi
cre
scita
dei
bat
teri
I ba
tteri
sop
ravv
ivon
ono
n at
tivi
Dur
ata
med
ia d
ella
dis
infe
zion
e te
rmic
a
60°C
1,5
h
65°C
1
h
70°C
0,5
h
20
45
25
50 55
30
60
35
40
40
65
45
70 75
50
80
55
60
Balls
top
Esq
uem
a de
reg
ulaç
ão e
des
infe
cção
térm
ica
com
mis
tura
dora
ele
ctró
nica
ant
ilegi
onel
laE
sque
ma
de r
egul
ação
e d
esin
fecç
ão té
rmic
a co
mm
istu
rado
ra te
rmos
tátic
a
Balls
top
CALEFFI
CALEFFI
CALEFFI
0
20
40
60
80
24 12
186
3 9
21 15
D a y
R
15’
ON
DIS
INFE
ZIO
NE
OFF
RE
GO
LA
ZIO
NE
010203040506070
Tem
pera
tura
otti
mal
edi
cre
scita
dei
bat
teri
I ba
tteri
sop
ravv
ivon
ono
n at
tivi
Dur
ata
med
ia d
ella
dis
infe
zion
e te
rmic
a
60°C
1,5
h
65°C
1
h
70°C
0,5
h
20
45
25
50 55
30
60
35
40
40
65
45
70 75
50
80
55
60
Balls
top
Balls
top
Fu
nci
on
amen
to n
orm
al
Des
infe
cção
tér
mic
a
0
20
40
60
800
20
40
60
80
0
20
40
60
800
20
40
60
80
MINMAX7 1 2
CALEFFI
CALEFFI
CALEFFI
0
20
40
60
80
Balls
top
aber
ta
fech
ada
Balls
top
0
20
40
60
800
20
40
60
80
12
3
6
9
1817
16
15
1413 12 11
10
9
8
76
54
3
212423
22
21
2019
WAT
CH
Balls
top
Balls
top
18
O choque térmico e a desinfecção nocturnapodem apresentar os seguintes limites einconvenientes.
LIMITES E INCONVENIENTES DO CHOQUETÉRMICO
São limites e inconvenientes que devem serconsiderados atentamente, para não correr o riscode transformar este tratamento num remédio piorque o mal que se pretende curar.
Destruição da galvanização da tubagem
A norma italiana UNI 9182 (relativa ao projecto,ensaio e gestão das instalações sanitárias de águafria e quente) no apêndice U especifica que: “astubagens de aço zincado não devem ser utilizadaspara transportar água com temperatura superiora 60°C ”.E este limite não é casual. Representa o valor,para lá do qual, têm início os fenómenos dedestruição da galvanização que conduzem àdegradação e destruição do estrato de zinco queprotege os tubos. Consequentemente, o choquetérmico apenas pode ser efectuado em redes dedistribuição inteiramente fabricadas em cobre, açoinoxidável ou materiais plástico multi-camada.
Contudo, na realidade, quase todas as velhasinstalações de redes de distribuição existentes sãoem aço zincado com galvanização de qualidadefraca. Aplicado a estas redes, o choque térmicocompromete a sua camada protectora,tornando-as inadequadas para manter a águapotável. Para além disso, a formação de óxidosnas paredes dos tubos aumenta a possibilidade defixação dos biofilmes e as substâncias nutritivasdisponíveis paras as bactérias.
A este respeito, deve ser também referida umacircular francesa da Direction Générale De La Santé(a 2002/243 de 22.04.2002) relativa à prevençãodo risco ligado à legionella nos estabelecimentosde saúde, que proíbe de modo taxativo (pelosmotivos acima apresentados) o choque térmicoem instalações com tubos zincados.
Tempos necessários para a desinfecção
Devido ao facto de ser necessário manter (comoexigido pelas L.G.A. 2000) a instalação com água emcirculação a 70-80°C durante três dias, torna, defacto, impraticável o choque térmico em Hospitais,Clínicas, Casas de Saúde ou ambientes semelhantes.
Não é possível, de facto, durante o tratamento,deslocar para outro local os pacientes nemprotegê-los adequadamente contra o perigo dequeimaduras.
Formação de calcário
Para além disso, elevar a temperatura da águaaté aos 70-80°C pode causar um forte aumentodas incrustações e dos depósitos calcários. Eisto pode provocar: (1) obstruções, totais ouparciais dos permutadores, (2) reduções dassecções de passagem dos tubos, (3) bloqueio dasválvulas de regulação, (4) fácil fixação para osbiofilmes, (5) abundância de substâncias nutritivaspara as bactérias.
LIMITES DA DESINFECÇÃO NOCTURNA
Para se conhecer os limites desta desinfecçãodevem ser consideradas as característicasconstrutivas específicas das instalações de águaquente sanitária, cujo sistema distributivo écomposto por duas redes bem diferenciadas:
a primeira (designada rede de alimentação ou ida)serve para conduzir a água quente aos pontos dedistribuição e é semelhante à rede que distribui aágua fria;
a segunda (designada rede de recírculo ou retorno)serve para manter em circulação a água quentepara evitar que, na falta de utilização, a água estagnee arrefeça. E é, efectivamente, com a ajuda destacirculação que é possível efectuar a desinfecçãonocturna.
NOTAS SOBRE OS TRATAMENTOSTÉRMICOS PROPOSTOS PELAS L.G.A. 2000
Rede de alimetação ou ida
Rede de recírculo ou retorno
Coluna
Derivaçãodo andar
Sistema de distribuição de água quente
19
Derivações não atingidas pela desinfecção
Como é possível observar no desenho da páginaao lado, as derivações de andar não são atingidaspelo recírculo da água quente, e, por isso tambémnão são envolvidas no processo de desinfecçãonocturna. Na prática são braços mortos nosquais a legionella pode sobreviver.Se tais derivações forem longas e com diâmetrossuperiores a 3/4” a desinfecção nocturna podenão ser suficiente para tornar a legionellainofensiva.
Zonas da rede não alcançadas pela desinfecção
Geralmente, os circuitos de recírculo sãodimensionados com saltos térmicos de 2°C entrea temperatura de partida da água da central e a dedistribuição ao ponto mais longe. O que correspondegrosso modo a um salto térmico de 4°C entre atemperatura de ida da água e a de retorno nacentral. Portanto, se com a desinfecção nocturnaa água quente sai a 60°C deverá regressar a 56°C.Contudo, na realidade, os saltos térmicos ao longodas redes podem ser muito mais elevados doque os considerados na teoria e assumirvalores capazes de deixar amplas zonas darede abaixo dos 50°C, isto é, abaixo dastemperaturas que provocam a morte da legionella.
São duas as razões desta discordância, entre oque é considerado na teoria e obtido na prática: o isolamento inadequado dos tubos e obalanceamento errado das redes de recírculo.
O inadequado isolamento dos tubos (ou seja oisolamento fabricado com espessuras mais finasdo que as consideradas na fase de projecto oucom materiais que se degradam facilmente) podelevar a água em circulação a arrefecer muito maisdo que o previsto.
O balanceamento errado das redes de recírculopode, por sua vez, fazer passar demasiada águanas primeiras colunas e enfraquecer as últimas,que por isso, arrefecem muito mais facilmente.
O efeito combinado destes factores pode serobservado na representação gráfica do fundo dapágina. Nesta são apresentados valores datemperatura que registamos directamente numaCasa de Saúde durante uma desinfecçãonocturna. A rede distributiva era constituída por10 colunas que levavam água a 96 pontosdispostos em 4 andares. O levantamento foi efectuado com água de ida a60°C e com temperatura externa de –2°C. Os segmentos de rede nos quais a água nãoatingia os 50°C estão assinalados a azul.Naturalmente, durante o dia os saltos térmicos erammuito mais pequenos, já que as dispersões da redeeram compensadas não apenas pelo recírculo, mastambém pela água distribuída pelas torneiras.
51
9 1087654321
44485349545155525653575558565857595859
Temperaturas expressas em °CSegmentos de rede com temperatura < 50°CSegmentos de rede sem recírculo
464850 4953
Segmentos de rede com temperatura > 50°C
20
Examinados os limites e os inconvenientes do choquetérmico e da desinfecção nocturna, deve ser aindaconsiderado que os tratamentos térmicos podemoferecer as seguintes vantagens significativas:
1. não são poluentes, já que não necessitam deadições de produtos químicos, sempre difíceisde dosear e de manter sob controlo. E esta éuma característica muito importante, pois nasinstalações que produzem e distribuem águaquente sanitária, deve ser sempre garantida apotabilidade da água, com o respeito rigorosodos parâmetros físicos, químicos emicrobiológicos estabelecidos pelas normasvigentes, cuja referência mais actualizada é oDecreto-Lei 02.02.2001 n° 31 “Actuação dadirectiva 89/83/CE relativa à qualidadedas águas destinadas ao consumo humano”;
2. podem ser activados e mantidos sobcontrolo muito facilmente. Por exemplo, paraverificar se num segmento de rede está aocorrer ou não a desinfecção térmica basta umtermómetro. Para os tratamentos químicos,pelo contrário, a situação é muito mais complexa;
3. são tratamentos seguros já que fazemreferência a um diagrama (apresentado naspáginas anteriores) cuja validade científica éinquestionável.
Portanto, devemos prestar muita atenção aostratamentos térmicos. Ainda que, na realidade,deverá ser uma atenção um pouco diferente.Devemos considerá-los não apenas como tratamentosutilizáveis para obter desinfecções temporárias,mas também e, sobretudo, como tratamentosutilizáveis para obter uma desinfecção contínua.Desinfecção que pode ser convenientementeobtida, mantendo em circulação a água quente auma temperatura um pouco superior aos 50°C,isto é, um pouco superior ao limite que provoca amorte da legionella.Para além disso, a desinfecção nocturna pode serutilizada como medida integrante de segurança.
É efectivamente para este tipo de tratamentotérmico que se estão a orientar as normas e as tecnologias dos países mais atentos aoproblema da legionella.
Em seguida, tentaremos recolher e analisar osprincipais aspectos que devem ser consideradospara tornar possível e conveniente o tratamentotérmico contínuo.Para esse fim, analisaremos separadamente asnovas instalações e as já existentes.
TRATAMENTO TÉRMICO CONTÍNUO NAS NOVASINSTALAÇÕES
Para projectar e montar instalações, tendo emconta as exigências específicas de segurança ede poupança energética, ligadas à distribuiçãode água quente a temperaturas que superam os50°C, é aconselhável:
➢ adoptar uma regulação de central a doisníveis (um para a produção da água quente eoutro para a sua distribuição) com possibilidadede efectuar a desinfecção nocturna;
➢ fazer uso de misturadoras com segurançaanti-queimadura, que devem ser colocadas omais próximo possível dos pontos de utilização(ver a este respeito o capítulo: PerigoQueimaduras);
➢ prever esquemas de distribuição e derecírculo capazes de minimizar os segmentosde rede não cobertos pelo próprio recírculo;
➢ dimensionar os tubos com velocidadeselevadas, já que um ambiente fortementeturbulento impede a formação dos biofilmes;
➢ prever um tratamento de água válidopara impedir que os depósitos de calcáriofavoreçam o desenvolvimento de bactérias;
➢ utilizar termoacumuladores com superfíciesrevestidas por materiais anti-calcários eresistentes a elevadas temperaturas;
➢ utilizar, para o isolamento térmico dostubos, espessuras maiores em relação àsnormalmente previstas;
➢ dimensionar o recírculo com saltos térmicospequenos, como indicado em seguida;
➢ prever um balanceamento eficaz da rede de recírculo;
➢ instalar termómetros nos pés das colunaspara permitir um controlo rápido da temperaturasda água em circulação.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRETRATAMENTOS TÉRMICOS
TRATAMENTO TÉRMICO CONTÍNUO
21
No que diz respeito ao dimensionamento dorecírculo podem considerar-se (entre o início darede e o ponto de distribuição mais desfavorecido)saltos térmicos de 1°C, o que corresponde acaudais de 10 l/h por cada metro de tubo quedistribui água quente (ver Hidráulica 21).
As misturadoras periféricas com segurança anti-queimadura podem ser individuais (ou seja,colocadas em cada aparelho) ou de grupo (ou seja,colocadas em vários aparelhos, por exemplo,sobre todos aqueles de uma casa de banho). Aescolha é essencialmente de ordem económica.
Para limitar as zonas com água abaixo dos 50°C,alguns códigos de prática antilegionella colocamentraves ao desenvolvimento dos tubos que ligamas misturadoras de grupo às torneiras. Por exemplo, em Inglaterra não devem superar os2 m, e em França devem ter um conteúdo inferiora 3 litros de fluido.
Relativamente ao D.P.R. 412/93, isto é, aoregulamento sobre a poupança energética quefixa em 48°C ±5°C a temperatura máxima deágua na rede, pode afirmar-se que um aumentolimitado dessa temperatura não comportainconvenientes graves, especialmente se asinstalações forem projectadas e montadas emconformidade com as indicações apresentadas napágina ao lado.De facto, as dispersões térmicas não aumentamde modo significativo em relação aos valoresnormais, e além disso a água quente não édistribuída a temperaturas demasiado altas devidoà acção reguladora das misturadoras periféricas.Limites semelhantes aos do D.P.R. 412/93 tambémforam estabelecidos noutros países antes que seexpandisse o perigo legionella. Logo, de modo apoder enfrentar melhor tal perigo está a proceder-seà revisão desses limites e a uma forma de torná-losmais elevados.
Válvulas deintercepção
Regulação periférica com misturadoras em válvulas individuais
Misturadora termostática comsegurança anti-queimadura
MIX
MIX
HOT
COLD
Regulação periférica com misturadoras de grupo
Misturadora manual
Misturadora termostática comsegurança anti-queimadura
22
TRATAMENTO TÉRMICO CONTÍNUO NASINSTALAÇÕES EXISTENTES
Fazer funcionar as instalações existentes emregime de tratamento térmico contínuo não ésempre fácil, pois são instalações com limitaçõesque não existem nas novas instalações.Todavia, é quase sempre possível encontrarsoluções aceitáveis, sendo necessário umpouco de perícia, bom senso e uma análiseatenta das características dessas instalações.Estes são os principais pontos para analisar e aspossíveis intervenções a serem efectuadas:
Regulação central
Assim como para as instalações novas, deveser a dois níveis: um para a produção da águaquente e outro para a sua distribuição. Para alémdisso, deve ser prevista a possibilidade deexecutar a desinfecção nocturna. Os esquemasaconselhados são aqueles apresentados naspáginas precedentes.
Balanceamento dos circuitos de recírculo
Deve ser considerado que na maior parte doscasos, as instalações existentes são, do pontode vista hidráulico, gravemente desequilibradas,sobretuto devido à falta de meios oportunos debalanceamento, mas também devido àdesregulação dos mesmos.Tais situações, comportam elevados saltostérmicos ao longo das redes de distribuição ede recírculo, se não se verificar consumo.Portanto, se (por motivos evidentes de poupançaenergética) se pretende manter todos os pontos dainstalação acima dos 50°C e limitar ao máximo atemperatura da água de ida, é necessário verificarde modo atento e rigoroso o balanceamentohidráulico dos circuitos.
Na prática, sem consumo, os saltos térmicosentre a água que sai e aquela que volta àcentral não deveriam ultrapassar os 5-6°C, oque no âmbito de um tratamento térmico contínuopermite limitar a temperatura de ida da água em55-56°C.
Para equilibrar as instalações existentes podemutilizar-se válvulas de regulação quer do tipoestático quer dinâmico.Essas válvulas devem ser dimensionadas demodo a garantir temperaturas mais ou menosiguais aos pés das colunas de recírculo.
As válvulas de regulação do tipo estáticodevem ser de regulação micrométrica. Paraalém disso, devem ser dotadas de pré-regulaçãofixa (serve para evitar desregulações ocasionais) eligações para a medida de caudal. A sua regulaçãodeve ser seguida e verificada atentamente “in loco”.
As válvulas de regulação do tipo dinâmico, istoé, do tipo autoflow servem para garantircaudais constantes (aqueles para os quais sãoconstruídos) independentemente das pressõesque subsistem a montante e a jusante das própriasválvulas.
0
20
40
60
80 0
20
40
60
80
0
20
40
60
80 0
20
40
60
80
23
Bombas de recírculo
Convém sempre verificar se estas bombas podemser convenientemente substituídas por outrascapazes de garantir caudais mais elevados.Com caudais mais elevados, de facto, reduzem-seos saltos térmicos ao logo da rede. As bombasmais fáceis de adaptar a circuitos dos quais,geralmente, não se conhecem com precisão ascaracterísticas são as de velocidade regulável.
Regulação periférica
Deve ser activada com misturadoras dotadas desegurança anti-queimadura que devem sercolocadas o mais próximo possível dos pontos deutilização. Podem utilizar-se as mesmas soluçõespropostas para as novas instalações.
No que diz respeito à possibilidade de regular,com uma misturadora de grupo, os hospitais,clínicas, hotéis, etc., pode verificar-se que estasinstalações são, geralmente, dotadas de válvulasde intercepção de parede. Basta, por isso, cavarum nicho correspondente a essas válvulas ecolocar a misturadora na instalação.
Relativamente aos limites impostos pelo D.P.R. 412/93, pode valer, mais ou menos, o quefoi dito para as instalações novas, ainda que, naverdade, as dispersões térmicas das instalaçõesexistentes são mais elevadas do que as dasinstalações novas. Contudo, na prática, trata-se dedecidir se pretendemos uma poupança energética(em todo o caso um pouco limitada) ou sepretendemos enfrentar com os meios correctosum grave problema de saúde pública.
Exemplo de WC existente
Válvulas deintercepção
Misturadora manual
MIX
MIX
HOT
COLD
Exemplo de WC existente após inserção damisturadora de grupo
Misturadora manual
Misturadora termostática comsegurança anti-queimadura
24
Nas instalações que produzem e distribuem águaquente sanitária, para além do perigo legionellaexiste também o de queimaduras e a tal perigoestão expostas sobretudo as pessoas maisindefesas, como os idosos, deficientes e crianças.Em França (em Itália não foram encontradosdados a este respeito) a água quente sanitária é aterceira causa de queimaduras nas crianças commenos de 5 anos, e é responsável por mais de 400 casos por ano, com consequências que,frequentemente, ficam para toda a vida.
Mais de 90% das queimaduras está relacionadacom o uso de banheiras e duches. A situação típicaé aquela em que uma pessoa não auto-suficienteentra numa banheira com água demasiado quente,ou encontra-se no duche e faz deslocaracidentalmente o comando da torneira. Estas sãoas temperaturas máximas aconselhadas paraevitar queimaduras:
bidé 38°C lavabo 41°Cduche 41°C banheira 44°C
A tabela que se segue indica as temperaturas e ostempos de exposição que podem provocarqueimaduras parciais de 2° grau:
Temperatura Adultos Crianças 0-5 anos
70°C 1 seg --
65°C 2 seg 0,5 seg
60°C 5 seg 1 seg
55°C 30 seg 10 seg
50°C 5 min 2,5 min
Outros dados relacionados com as temperaturasda água e com os tempos de queimadura podemser deduzidos do diagrama abaixo apresentado,válido para pessoas adultas não debilitadas:
PERIGO DE QUEIMADURAS
45
50
55
60
65
70
75
0,1 1 10 100 1.000 10.000
Tempo (Segundos)
Tem
per
atur
a (°
C)
80
40
Queimaduraparcial
Queimaduratotal
Deve levar-se em conta que temperaturascapazes de provocar graves queimaduraspodem surgir não apenas quando a água édistribuída a temperaturas médio-altas, mastambém quando é distribuída a temperaturasmédio-baixas, por exemplo, a 40-42°C.De facto, as válvulas que regulam a temperaturada água na central podem ser desreguladas porintervenções casuais ou por erros na fase demanutenção. Para além disso, estas válvulaspodem bloquear-se por causa do calcário, cujaacção é temível, sobretudo na central, devido àselevadas temperaturas em questão.
Na prática, por isso, existe sempre a possibilidadede chegar água demasiado quente às torneiras.Para evitar que essa água possa provocarqueimaduras, pode recorrer-se à ajuda deadequados limitadores de temperatura(denominados também de limitadores desegurança anti-queimadura) que devem sercolocados para a protecção de torneirasindividuais, ou de um grupo de torneiras, porexemplo, todas as torneiras de uma área de serviço.Os limitadores de temperatura podem trabalhar demodo autónomo ou com válvulas e misturadoras.Estes são os produtos que o actual mercado oferece:
25
Válvulas termostáticas com limitador detemperatura
São válvulas capazes de assegurar, dentro delimites muito restritos, a temperatura de distribuiçãonecessária, mesmo quando variam as pressões narede, as temperaturas da água e os caudais. Olimitador de temperatura deve ser regulável eprotegido contra desregulações.
Misturadoras termostáticas com limitador detemperatura
Relativamente às prestações gerais são bastantesemelhantes às válvulas indicadas em cima.
Podem ser utilizadas para a regulação e asegurança anti-queimadura de vários aparelhos.
Para poder assegurar prestações válidas, estasmisturadoras devem ter:
– as partes funcionais (obturador, sedes, guias de deslizamento) revestidas com superfícies anti-calcário;
– elementos térmicos sensíveis de baixa inércia;
– cartuchos termostáticos substituíveis;
– sistemas anti-manipulação facilmente reguláveise seguros.
Além disso, é aconselhável montar estasmisturadoras com filtros e válvulas de retençãoseja na entrada da água fria, seja entrada deágua quente.Os filtros servem para proteger os elementos deregulação da misturadora, as válvulas de retençãoe evitar circulações indevidas de água.
Limitadores de temperatura autónomos
São regulados de fábrica a uma determinadatemperatura (geralmente 47±1°C) e são capazesde bloquer o fluxo da água quando essatemperatura é superada.Servem para proteger os pontos de distribuiçãoisolados ou os duches de centros desportivos,parques de campismo e vestiários.O exemplo abaixo indicado representa ofuncionamento destes dispositivos e ilustra comopodem ser instalados em duches de parede ou detipo externo em série.
FRIA
QU
ENTE
MISTURADA
Filtro e retenção Filtro e retenção
Limitadores de temperatura: exemplos de colocação na instalação
26
Com base nas considerações e avaliaçõesexpostas, é possível reter que nas instalações deágua quente sanitária a forma mais segura, etambém mais vantajosa, para evitar a difusão dalegionella, é mudar das instalações quefuncionam com temperaturas médio-baixas(40-42°C) para as instalações que funcionamcom temperaturas médio-altas (52-54°C), ouseja, mudar das instalações que nas suas redesfavorecem o crescimento da legionella parainstalações que provocam a sua morte. E istopode fazer-se através de soluções, como aquelaspropostas precedentemente e que apresentamosem baixo em gráfico.
É muito provável, contudo, que a legionellacomporte um passo evolutivo decisivo na história
das instalações sanitárias, sendo uma espécie demarco memorável, para lá da qual o panoramamuda nitidamente.Até ao momento, passos evolutivos assim tão clarosforam determinados apenas pela disponibilidadede novos produtos (por exemplo, as bombas) oupor acontecimentos políticos e económicos, taiscomo, a crise energética dos anos setenta que, defacto, levou à substituição das instalaçõescentralizadas pelas de zonas.Aqui, pelo contrário, encontramo-nos face a algode novo e de todo imprevisível: uma simplesbactéria (a da legionella) da qual, até há poucotempo, era mesmo ignorada a existência; umorganismo unicelular de tal forma pequeno quepode caber um bilião de vezes num milímetrocúbico, e contudo, já tão importante para merecer(modo de dizer) recentemente a primeira página doTIMES que apresentamos na capa.
OUTRAS CONSIDERAÇÕESE NOTAS CONCLUSIVAS
Regulação com possibilidadede desinfecção nocturna
ESQUEMA GUIA PARANOVAS INSTALAÇÕES
Misturadora com segurançaanti-queimadura
Dim
ensio
nar t
ubos
de
recí
rcul
oco
m b
aixo
s sal
tos t
érm
icos
Dimensionar tubagem comvelocidades elevadas
Efectuar un balanceamento rigorosoda rede de recírculo
Term
oacu
mul
ador
com
sup
erfíc
iean
ti-ca
lcár
io
Isolamento térmico dos tubos comespessuras maiores em relação àsdas normas adoptadas
Prever um sistema detratamento de águas válido
27
E, por fim, algumas observações que estãorelacionadas com o nosso trabalho de Operadoresde instalações térmicas.
Comparativamente a alguns anos atrás, agoraexistem algumas normas de referência (assimcomo as normas italianas L.G.A. 2000) que tornama nossa tarefa um pouco menos vaga eindeterminada. Todavia, como vimos, essasnormas têm limites e indeterminações que não nospermitem enfrentar a legionella com a devidaclareza e segurança.
Regulação com possibilidadede desinfecção nocturna
ESQUEMA GUIAPARA INSTALAÇÕESEXISTENTES
Controlo das característicasda bomba de recírculo eeventual substituição
Verificação e eventual adequaçãodo sistema de tratamento de águas
Verificação e novo balanceamentoeventual da rede de recírculo
Misturadora com segurançaanti-queimadura
Controlo e eventual alteraçãodo posicionamento térmicodos tubos à vista
Verificação e novo balanceamentoeventual da rede de recírculo
Misturadora com segurançaanti-queimadura
País
Bélgica
Dinamarca
França
Alemanha
Inglaterra
Irlanda
Itália
Holanda
Noruega
Nome do documento
Relatif aus dangers et aux mesures preventives contre unecontaminitation par Legionella en Belgique C:S:H: 4870
Recommandations Pour La Prevention Des Infections ALegionella Dans Les Etablissements De Soins CSH:7509
Guidelines: Legionella
En Vejledning: Legionella i varmt brugsvand.Overvagning, udbredelse og forebyggelse af legionersygdom.ISBN 87-89148-25-8
Guide des bonnes pratique: Legionella et toursaéroréfrigeérantes
Gestion du risque lié aux legionelles: Rapport du ConseilSupérieur d’Hygiéne Publique de France
Drinking water heating systems and conduits; Technicalmeasures to decrease legionella growth
Drinking water heating systems and conduits; Technicalmeasures to decrease legionella growth; rehabilitation andoperation
Protection of Infection Act (IfSG) Act on Prevention andControl of Infectious Diseases in Man
Legionnaires’ disease The control of legionella bacteriain water systems (L8)
The Management Of Legionnaires’ Disease in Ireland
Linee-guida per la prevenzione ed il controllo dellalegionellosi
Modelbeheersplan Legionellapreentie in LeidingwaterDistribution No 16827
Tiltak mot Legionella-bakterier I VVS-installasjoner(“Actions against Legionella-bacteria in water systems”)(1993) INBN 82-7364-069-8
Smittevern 5. Smittevernhandbok for kommune-helsetjenesten 2002-2003 (“Communicable Disease ControlHandbook”) (2001) ISBN 82-7364-177-5
Ano
2000
2002
1998
2000
2001
2001
1993
1996
2000
2000
2002
2000
2002
1993
2001
Publicação
Conseil Superieur d’Hygiéne Brussels
Conseil Superieur d’Hygiéne Brussels
Sratens Serum Institut, Copenhagen
As above
Directorate-General of health, Paris
Directorate-General of health, Paris
W 551 DVGW, Eschborn
W 552 DVGW Bonn
Federal Ministry of Health
Health and Safety Commission
National Disease Surveillance Centre,Dublin
Gazzetta Ufficiale della RepubblicaItaliana, 103
VROM (The Netherlands Ministry ofHousing)
Statens institutt for folkehelse
As above
PRINCIPAIS LINHAS GUIA EUROPEIAS PARA O CONTROLOE A PREVENÇÃO DA LEGIONELLOSE
28
País
Portugal
Espanha
Suiça
Nome do documento
Doenças dos Legionários. Procedimentos de controlo nosempreendimentos turisticos
Legionella y Legionelosis: Normas Basicas de Prevencion yControl de Instalaciones Hoteleras
Climatizaciòn Guia para la prevenciòn de la legionela eninstalciones
Recomendaçiones para la prevenciòn y control de lalegionelosis
Légionelles et légionellose.Particularités biologiques, épidémiologie, aspects cliniques, enquetes environnementales, prevention etmesures de lutte.
Ano
2001
1993
1994
1999
1999
Publicação
Direcção Geral de Saúde e Direcção Geral de Turismo
Fondacion Barcelo
AENOR, Madrid
Ministero de Sanidad y Consumo,Madrid
Office Fédéral de la Santé Publique,Berne
PRINCIPAIS LINHAS GUIA EUROPEIAS PARA O CONTROLOE A PREVENÇÃO DA LEGIONELLOSE
29
Misturadora electrónica comdesinfecção térmicaprogramável série 6000(Patenteada)
Componentes
1.Corpo misturadora 2.Servomotor3.Sonda temperatura da água misturada4.Programador diário-semanal5.Regulação da temperatura funcionamento normal6.Regulação da temperatura desinfecção7.Estado de funcionamento da válvula misturadora8.Termómetro
Prestações misturadora
Caudais mínimosPrecisão relativa aos caudais G especificados em baixo: ± 2°C600050 (3/4”) G ≥ 1.500 l/h600060 (1”) G ≥ 1.700 l/h600070 (1 1/4”) G ≥ 1.000 l/h600080 (1 1/2”) G ≥ 1.500 l/h600090 (2”) G ≥ 1.500 l/hPressão máx. de exercício (dinâmica): 5 barRelação máxima entre as pressões na entrada (Q/F ou F/Q): 2:1
MISTURADORA ELECTRÓNICA COMDESINFECÇÃO TÉRMICA PROGRAMÁVEL
24
12
18 6
3
9
21
15
Day
R
15’
ONDISINFEZIONE
OFFREGOLAZIONE
0
10
20
30
40
50
60
70
Temperatura ottimaledi crescita dei batteri
I batteri sopravvivononon attivi
Durata media della disinfezione termica
60°C 60 min
65°C 45 min
70°C 30 min
20
45
25
5055 30
60
35
40
40
65
45
7075 50
80
55
60
°C
0
20
80
6040
1
2
3
4
5
6
7
8
Características técnicas e construtivas
Corpo válvulaMateriais:Corpo: Latão EN 12165 CW617N, niquelado
Esfera: Latão EN 12165 CW617N, cromadoVedações hidráulicas: NBR
Pressão máx. de exercício (estática): 10 barTemperatura máxima na entrada: 100°CTermómetro (medidas 1”÷2”); escala temperatura: 0÷80°CLigações água quente e fria: 3/4”÷2” FLigações água misturada: 3/4” F; 1”÷2” F com casquilho
ServomotorAlimentação: 230 V - 50/60 Hz directamente do reguladorConsumo: (3/4”÷1 1/4”) 4 W; (1 1/2”÷2”) 10 WTampa de protecção: auto-extinguível V0Grau de protecção: IP 54Temperatura ambiente máxima: 50°CComprimento cabo alimentação: 0,9 m
Regulador electrónicoAlimentação: 230 V - 50/60 HzCampo temperatura de regulação: 20÷60°CCampo temperatura de desinfecção: 40÷80°CGrau de protecção: IP 54Corrente contactos micro-interruptor auxiliar (utilizável na gestão da desinfecção): 16 A (cos ϕ = 1)Bateria: duração 15 dias no caso de falta de alimentaçãoTempo de recarga da bateria: 72 hHomologação: CE
Características hidráulicas
1000
1000
0
0,01
0,003
200
500
2000
5000
0,005
0,1
0,02
0,03
0,05
∆p (bar)
1,0
0,2
0,3
0,5
2000
0
1
0,3
0,5
1
2
3
5
10
2
3
5
∆p (m c.a.)
G (l/h)
5000
0
3/4”
1” 1 1/
4”
1 1/
2”
2”
MedidaKv (m3/h)
1”9,0
1 1/4”14,5
1 1/2”23,0
2”32,0
3/4”5,2
30
MISTURADORA ELECTRÓNICA COMDESINFECÇÃO TÉRMICA PROGRAMÁVEL
Princípio de funcionamento
A sonda de temperatura imersa no tubo da água misturadaenvia o sinal de temperatura ao programador, o qualcomanda o movimento da válvula motorizada. Esta alteraas passagens de água quente e fria na entrada de modo amanter a temperatura da água de saída no valor regulado.
Particularidades construtivas
· Vedações de esferaEstas vedações encontram-se apoiadas em suportesadequados de borracha de modo a evitar um eventualmau funcionamento da esfera.
· Cabos eléctricosOs cabos eléctricos entre o regulador e a válvula foramsimplificados e encontram-se assinalados para facilitar as operações deligação.
FRIA
QU
ENTE
MISTURADA
1 2 3 4 5 6 7
VERM
ELHO
CINZ
ENTO
AZULL N
230 V~ SMAmar
elo/
Verd
e
SERVOMOTOR SONDA IDA
Programador
O relógio digital permite uma programação diária esemanal, com intervalos mínimos de 15 minutos.No caso de falta de alimentação eléctrica, o relógiopossui uma bateria com uma duração de 15 dias.
Temperatura de regulação: selecção através domanípulo OFF regulação.
Temperatura de desinfecção: selecção através domanípulo ON desinfecção.
24
12
18 6
3
9
21
15
Day
R
15’
ONDESINFECÇÃO
OFFREGULAÇÃO
20
45
25
5055 30
60
35
40
40
65
45
7075 50
80
55
60
Desinfecção térmica
As temperaturas e os tempos correspondentesde desinfecção da rede devem ser escolhidosem função do tipo de instalação e da respectivautilização. De acordo com o que é exigido pelalegislação mundial mais desenvolvida a esterespeito, podem adoptar-se, como indicação, osseguintes critérios:
T = 70°C para 30 minutosT = 65°C para 45 minutosT = 60°C para 60 minutos
Para assegurar que a desinfecção térmicaseja efectivamente realizada à temperaturadesejada e no tempo estabelecido,aconselha-se a adopção de um sistemaadequado de registo. Por exemplo, podeadoptar-se um sistema assim constituído:um termostato, um conta-impulsos, e umconta-horas.
31
MISTURADORA TERMOSTÁTICA PARAINSTALAÇÕES CENTRALIZADAS DE PRODUÇÃODE ÁGUA QUENTE SANITÁRIA
Misturadora termostática com cartuchosubstituível para instalações centralizadas série 5230 (Patenteada)
Gama de produtos
Código 523040/50/60/70/80/90Misturadora termostática com cartucho substituível para instalações centralizadas,medidas 1/2” - 3/4” - 1” - 1 1/4” - 1 1/2” - 2”
Código 523053/63/73Misturadora termostática com cartucho substituível com válvulas de retenção naentrada, medidas 3/4” - 1” - 1 1/4”
Código 523052/62Misturadora termostática com cartucho substituível com válvulas de retenção naentrada, medidas Ø 22 e Ø 28 mm para tubo em cobre
MIN MAX 712
CALEFFI
Características técnicas e construtivas
- Materiais: - Corpo: Latão EN 12165 CW617N, cromado- Cartucho: Latão EN 12164 CW614N- Obturador: Latão EN 12164 CW614N- Molas: Aço inox- Elementos de vedação: NBR
Fluido de utilização: águaCampo de regulação: - Ø22, Ø28, 1/2”÷1 1/4”; 30÷65°C
-1 1/2”÷2”; 36÷60°CPrecisão relativa aos caudais indicados em baixo: ± 2°C1/2” G ≥ 1.400 l/h3/4” - Ø 22 G ≥ 1.500 l/h1” - Ø 28 G ≥ 1.800 l/h1 1/4” G ≥ 1.000 l/h1 1/2” G ≥ 2.800 l/h2” G ≥ 3.000 l/hPressão máx. de exercício (estática): 14 barPressão máx. de exercício (dinâmica): 5 barTemperatura máx. de entrada: 85°C
Relação máxima entre as pressões de entrada (Q/F ou F/Q): 2:1
Ligações: - 1/2”÷2” M com casquilho -Ø 22 e Ø 28 mm para tubo de cobre
Características hidráulicas
MedidaKv (m3/h)
1”6,9
1 1/4”9,1
1 1/2”14,5
2”19,0
1/2”4,0
3/4”4,5
100
1000
0,001
0,01
0,002
0,003
200
500
0,005
0,1
0,02
0,03
0,05
2000
5000
∆p (bar)1,0
0,2
0,3
0,5
1”1 1/4”
1000
0
2000
0
2”1 1/2”3/4”
Ø 28Ø 221/2”
G (l/h)
3000
0
∆p (m c.a.)
0,01
0,1
0,02
0,03
0,05
1
0,2
0,3
0,5
10
2
3
5
32
MISTURADORA TERMOSTÁTICA PARAINSTALAÇÕES CENTRALIZADAS DE PRODUÇÃODE ÁGUA QUENTE SANITÁRIA
QU
ENTE
MISTURADA
FRIA
Princípio de funcionamento
O elemento regulador da misturadora termostática é umsensor de temperatura completamente imerso na condutade saída da água misturada que, com os seus movimentosde dilatação ou contracção, estabelece de modo contínuoa proporção correcta entre as quantidades de água quentee água fria na entrada.
Particularidades construtivas
· Sede dupla de passagemA misturadora está dotata com um obturador especial queactua sobre uma sede dupla de passagem de água. Destemodo, garante um elevado caudal de água e ao mesmotempo uma regulação precisa da temperatura.
· Revestimento anti-calcárioTodas as partes funcionais do obturador, sedes esuperfícies de passagem são revestidas a quente comPTFE. Tal revestimento reduz ao mínimo a possibilidadede depósito de calcário e garante a sua durabilidade.
· Termostato de inércia reduzidaO elemento sensível à temperatura, o “motor” damisturadora termostática é caracterizado por uma inérciatérmica muito baixa de modo a poder reagir rapidamenteà variação das condições de pressão e temperatura naentrada, reduzindo os tempos de resposta da válvula.
Regulação da temperatura
A regulação da temperatura para o valordesejado é efectuada, utilizando o manípulo daválvula que possui uma escala graduada para oefeito.
Tabela de regulação da temperatura
Condições de referência: Tquente = 68°C; Tfria = 13°C;
Pressões de entrada quente e fria = 3 bar
Fixação da regulação
Posicionar o manípulo nonúmero desejado, desapertaro parafuso superior, retirar omanípulo e recolocá-lo demodo a que o encaixe superiorse enfie directamente nasaliência existente na roscado porta-manípulo.
Substituição do cartuchoO cartucho interno que contém todos oscomponentes de regulação pode serinspeccionado e, eventualmente, substituídosem haver necessidade de desmontar o corpoda válvula da tubagem.
MIN MAX7
12
3
33
Mín 1 2 3 4 5 6 7 Máx
25 29 33 39 43 48 52 58 65
Posição
1/2”÷ 3/4” - Ø 22; T (°C)
27 32 38 44 49 53 58 63 671”÷ 1 1/4” - Ø 28; T (°C)
36 39 42 45 48 51 54 57 601 1/2”÷2”; T (°C)
Modelo com retenção
SEGURANÇA TÉRMICA ANTI-QUEIMADURA
Misturadora termostática com acção de segurançaanti-queimadura(Homologado segundo as normas NHS D08 e BS 7942:2000)
Gama de produtos
Código 521203Misturadora termostática anti-queimadura com filtros e válvulas de retenção naentrada, medida 3/4” M com casquilho.
Código 521215/222Misturadora termostática anti-queimadura, com filtros e válvulas de retenção naentrada, medidas Ø 15 e Ø 22 mm para tubo de cobre.
MIXMIX
HO
T
CO
LD
Características técnicas e construtivas
Materiais:- Corpo: liga anti-dezincificaçãoEN 12165 CW602N, cromado
- Obturador: PPO- Molas: aço inox- Elementos de vedação: EPDM- Tampa: ABS
Campo de regulação: 30÷50°CPrecisão: ±2°C
Pressão máx. de exercício (estática): 10 barPressão máx. de exercício (dinâmica): 5 bar
Temperatura máx. de entrada: 85°C
Relação máxima entre as pressões na entrada (Q/F ou F/Q): 6:1
Diferença mínima de temperatura entre entrada de águaquente e saída de misturada para assegurar a acção deanti-queimadura: 10°C
Caudal mínimo para um funcionamento estável: 4 l/min
Ligações: - 3/4” M com casquilho- Ø15 e Ø22 mm com casquilho
e calote para tubos de cobre
Segurança anti-queimadura
No caso da falta acidental de água fria ou quente naentrada, o obturador fecha a passagem da água,interrompendo a saída de água misturada (prestaçõessegundo a norma específica inglesa NHS D08 e a norma BS7942:2000).
Características hidráulicas
Princípio de funcionamento
A misturadora termostática mistura água quentee fria na entrada de modo a manter constante atemperatura regulada da água misturada nasaída. Um elemento termostático écompletamente submerso na conduta de águamisturada. Este contrai-se ou expande-se,causando o movimento de um obturador quecontrola a passagem de água quente ou fria naentrada. Se existirem variações de temperaturaou de pressão na entrada, o elemento internoreage automaticamente, restabelecendo o valorda temperatura regulada na saída.
10 100
0,01
20 50
0,1
0,02
0,03
0,05
200
500
∆p (bar)1,0
0,2
0,3
0,5
1000
2000
G (l/h)30
00
∆p (m c.a.)
0,1
1
0,2
0,3
0,5
10
2
3
5
Kv (m3/h) 1,26
34
SEGURANÇA TÉRMICA ANTI-QUEIMADURAQ
UEN
TE
MISTURADA
FRIA
Regulação datemperatura
Utilização da tampa pararegular a temperatura
Tampa sobre o parafuso deregulação da temperatura
Bloqueio da regulaçãocom a rosca
1
2
3
4
Regulação e bloqueio da temperatura
Características técnicas e construtivas
Materiais: - Corpo: latão EN 12164 CW614N, cromado- Molas: aço inox
Pressão máxima de exercício (estática): 10 barPressão máxima de exercício (dinâmica): 5 barTemperatura de regulação: 48±1°C
Ligações: 1/2” F entrada1/2” M saída
Características hidráulicas
Kv = 0,8 (m3/h)
Funcionamento
Aberto
Fechado
Dispositivo de segurança térmica para instalações hidro-sanitárias código 600140
Princípio de funcionamento
Um elemento termostático inserido na água misturada interrompe o fluxo de água no caso datemperatura da mesma atingir um valor fixo de regulação.
35
Recommended