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Trabalho elaborado pelos alunos Ana Gabriela Alves da Silva, Gabrieli de Moraes Jacobs, Gabriel Cassel Tassinari, José Roberto Spalding Corrêa Sobrinho e Mariana Müller. Plümer
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 METODOLOGIA .................................................................................................................. 2
2.1 Referencial Teórico ............................................................................................................. 2
2.2 Metodologia de Pesquisa .................................................................................................... 3
2.3 Pré-Entrevista ..................................................................................................................... 3
2.4 Entrevista ............................................................................................................................ 4
2.5 Pós-Entrevista ..................................................................................................................... 5
3 HISTÓRICO .......................................................................................................................... 7
4 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 11
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1 INTRODUÇÃO
Os tempos mudaram e a evolução tecnológica causou uma verdadeira revolução na
comunicação social. Com a internet e suas diversas redes sociais, todos os outros meios
tiveram que mudar, se atualizar e se moldar de acordo com o espectador. Mas como as
agências de comunicação e marketing lidaram e estão lidando com essas mudanças e o que
estão fazendo para que seu trabalho funcione e a mensagem enviada chegue a esse receptor
cada vez mais conectado e complexo?
É para sanar esse tipo de dúvida e talvez gerar muitas outras que está sendo realizado
esse trabalho de memória institucional na disciplina de Metodologia da Pesquisa em
Comunicação, ministrada pela professora Doutora Ana Maria Strohschoen. A empresa
estudada é a TAOS Comunicação e Marketing, que se localiza em Santa Cruz do Sul – RS e
atua na área de comunicação e publicidade em diversas áreas da região e até do estado,
trabalhando com grandes instituições como a UNIMED VTRP (Vales do Taquari e Rio
Pardo), o grupo de restaurantes Prato Feito, a Wizard e o Sinditabaco (Sindicato da Indústria
do Tabaco).
Este estudo visa analisar quais as estratégias usadas pela empresa e como elas
mudaram ao longo do tempo em que ela foi fundada 15 anos atrás, no dia 8 de março de 1996,
por José Arlei Cardoso, Alessandra Fischer e Ana Luiza Cardoso, até os dias de hoje. O
trabalho é feito, também, com a constante intenção de enfatizar a história da empresa junto à
de seus donos e funcionários e as grandes transformações que ocorreram dentro dela, tanto do
ponto de vista tecnológico quanto estrutural, mas sempre levando em conta o impacto que
isso teve nas pessoas que lá trabalham.
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2 METODOLOGIA
2.1 Referencial Teórico
Considerando que “a evidência oral pode expor, com muito mais clareza do que
documentos, os métodos de trabalho de um grande inovador” (THOMPSON, 1992, p. 107),
concluímos que as entrevistas orais podem ser de grande utilidade quando bem efetuadas. Na
feitura de um trabalho de memória institucional de empresa, por exemplo, como diz
Thompson em seu livro “A Voz do Passado” (1992), os depoimentos orais têm valores
extraordinários que não podem ser ignorados e cabe a nós, pesquisadores, os observarmos em
seu sentido literal verificando como se sustenta a evidência oral quando avaliada da mesma
forma como são avaliadas as outras evidências históricas.
Em uma entrevista, a verdadeira comunicação acontece quando ambas as partes do
diálogo interagem e se modificam trocando informações, as histórias são mais do que simples
dados contados oralmente, estão sujeitas a diferentes interpretações levando em conta todas as
reações do entrevistado.
A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de
interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais,
sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da
informação (MEDINA, 2002, p. 08).
Paul Thompson (1992) declara que para concretizar o trabalho de campo baseado em
histórias orais, são exigidas habilidades humanas e sociais além do conhecimento
profissional. E essas habilidades não são exclusividade de especialistas ou mais velhos, eles
nos fornecem o estímulo intelectual para fazermos o trabalho. Ele também observa que esse
tipo de trabalho pode ser realizado em absolutamente qualquer lugar, pois toda comunidade
tem uma história multifacetada de trabalho e de relações sociais esperando que alguém a traga
à tona. “Toda fonte histórica derivada da percepção humana é subjetiva, mas apenas a fonte
oral permite-nos desafiar essa subjetividade, descolar as camadas de memória, cavar fundo
em suas sombras, na expectativa de atingir a verdade oculta” (THOMPSON, 1992, p. 107). É
com base nessas referências que fomos a campo realizar esse trabalho e por a prova essa
teoria.
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2.2 Metodologia de Pesquisa
A estratégia de pesquisa e levantamento de dados para este trabalho utiliza o método
qualitativo e se baseia na história oral e na análise das entrevistas feitas de acordo com o
referencial teórico utilizado. As entrevistas foram feitas com os donos e funcionários da
empresa TAOS Comunicação e Marketing.
Um dos principais objetivos do trabalho, além de contar a história da empresa junto à
dos seus entrevistados, é observar as grandes mudanças tecnológicas e os impactos dessas
mudanças na sua forma de trabalhar. Fatos como o surgimento da internet, a migração do
grande público para a rede que passou a disputar audiência com a Televisão, são
acontecimentos que afetaram o modo de se fazer propaganda e o processo da comunicação
envolvendo empresas e público alvo. Então realizar este estudo com uma empresa que passou
por todas essas transformações ao longo dos seus 15 anos é uma boa oportunidade para
entendermos estas questões.
Apesar de ser uma empresa de comunicação e marketing, a TAOS não possui muitos
documentos contando fatos sobre a sua história ou website com tais informações o que torna o
trabalho mais do que oportuno e também faz com que tenhamos que utilizar as entrevistas
orais e análises aos trabalhos feitos pela empresa para decifrarmos os acontecimentos que
compõem a sua existência.
O trabalho é feito também com o intuito de observar as relações entre os funcionários
e chefes da empresa e quais as suas reações ao lembrarem tudo que a empresa já passou,
certificando a importância da pesquisa em memória institucional para agregar valores a
empresa e funcionários.
2.3 Pré-Entrevista
No fim do mês de setembro o nosso grupo formado por Ana Gabriela Alves da Silva,
Gabrieli de Moraes Jacobs, Gabriel Cassel Tassinari, José Roberto Spalding Corrêa Sobrinho
e Mariana Müller Plümer começou a discutir sobre qual empresa poderia fazer o trabalho de
Memória Institucional de Empresa proposto na disciplina de Metodologia da Pesquisa em
Comunicação pela professora Doutora Ana Maria Strohschoen. O integrante do grupo,
Gabriel, teve a ideia de fazer com a empresa de comunicação e marketing DRAW de Santa
Cruz do Sul, porém a professora Ana disse que já havia sido feito um trabalho com essa
empresa então continuamos pensando com quem fazer. Novamente, Gabriel nos perguntou o
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que achávamos de fazer com a TAOS Comunicação e Marketing, também de Santa Cruz,
cujos donos eram seus amigos o que facilitaria o acesso às entrevistas. O grupo aceitou e ele
ficou de entrar em contato com José Arlei Cardoso, um dos donos e fundadores da empresa
que era seu conhecido.
No começo de outubro Gabriel disse que eles haviam aceitado a proposta do trabalho,
no entanto, no meio do mês, Arlei ainda não tinha respondido os e-mails que havíamos
enviado para marcar as entrevistas, então Gabriel ligou para sede da empresa para ver quando
seria possível realizá-las e soube que Arlei estava em Porto Alegre fazendo um curso. Gabriel
perguntou quando ele voltava e as entrevistas ficaram marcadas para o dia 8 de novembro
após o meio dia que era um dos poucos horários em que os entrevistados teriam mais tempo
para conversar. No dia marcado, Gabriel pegou equipamentos que haviam sido reservados
com alguns dias de antecedência na UNISC, duas câmeras Panassonic DVC20, um microfone
de lapela com fio Sony e um tripé Manfroto e foi realizar as entrevistas.
Os funcionários selecionados para as entrevistas foram os três chefes, sócios e
fundadores José Arlei Cardoso, Ana Luiza Cardoso e Alessandra Fischer por estarem na
agência desde o seu início e também o funcionário e aluno da UNISC Henrique Scherer que,
além de aluno da nossa universidade, poderia propiciar outra visão da empresa TAOS.
O site da empresa contêm a mensagem “em construção” e os únicos conhecimentos
prévios sobre a sua história eram obtidos por Gabriel pelo contato que tinha com os donos da
mesma. Sendo assim, ao conversarmos e lermos no referencial teórico de Thompson sobre o
que perguntar, decidimos que as perguntas deveriam ser breves e claras, perguntando sobre a
história de vida do entrevistado, como e quando ele começou na empresa, como ela chegou
até hoje e depois disso alguns fatos marcantes que ele lembre sobre essa história. Isso sempre
tendo em vista escutar o que ele contava e procurando não interromper, mas guiando a
conversa de acordo com o nosso objetivo que era construir a memória institucional da
empresa.
2.4 Entrevista
As entrevistas aconteceram todas no dia agendado, 8 de novembro de 2011, na sede da
empresa TAOS Comunicação e Marketing. Entrevistamos todas as pessoas que tinham sido
selecionadas anteriormente o dono e fundador José Arlei Cardoso, as também donas e
fundadoras, Ana Luiza Cardoso e Alessandra Fischer e o funcionário e aluno da UNISC
Henrique Scherer.
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Gabriel foi o entrevistador por ter contato com os entrevistados há anos o que,
teoricamente, os deixaria mais a vontade para falar e contar histórias. Os equipamentos
usados nas entrevistas foram as câmeras Panassonic DVC20 e o microfone lapela com fio
Sony, pois o microfone “shotgun” que Gabriel tinha levado não funcionou.
A entrevista com as sócias Ana Luiza e Alessandra aconteceu simultaneamente como
um experimento para observarmos como seria a dinâmica da conversa e porque as duas são
amigas e foram colegas de faculdade antes de fundarem a empresa junto com Arlei. No final
da entrevista Arlei interviu quando chamado pelas duas empresárias para lembrar-se de um
fato sobre a empresa. A entrevista aconteceu na sala de reuniões da empresa e começou às
13h00min e durou cerca de 16 minutos além do pequeno tempo de preparação.
Depois aconteceu a entrevista com Arlei, na sala de design, que começou às 14h00min
e durou 24 minutos além do tempo usado para preparar o equipamento e a acomodação. Essa
entrevista teve um intervalo no qual o entrevistador Gabriel tomou um chimarrão e conversou
com Arlei que falou algumas coisas interessantes sobre mudanças tecnológicas ao longo do
tempo, como eram as coisas quando se usava disquete para transportar arquivos. Vendo isso,
Gabriel ligou a câmera novamente e gentilmente pediu para que Arlei repetisse o que tinha
dito por ser muito interessante para o trabalho e ele repetiu tudo.
A entrevista com Ike, como é conhecido Henrique Scherer, ocorreu em torno das
14h30min na sala de criação e durou cerca de 2 minutos. Foi praticamente um depoimento,
pois o entrevistado tinha outras atividades para concretizar e não falou muita coisa mesmo
quando incitado pelo entrevistador Gabriel, apenas disse como se sentia trabalhando na
empresa em poucas e rápidas palavras.
2.5 Pós-Entrevista
Após a realização das entrevistas, no mesmo dia, Gabriel passou os vídeos da câmera
para o computador na sala de edição da UNISC e separou e enviou todos os áudios por e-mail
para o integrante do grupo, José Roberto, fazer a transcrição das mesmas. As transcrições
foram feitas no dia 8 e 9 de novembro e finalizadas para serem lidas pelo grupo e pela
professora na aula do dia 10. Depois da aula, Ana Gabriela levou as transcrições e os vídeos
das entrevistas para analisar e redigir a terceira parte do trabalho, o histórico novo,
selecionando as melhores falas e escrevendo o que os entrevistados nos passaram nas
entrevistas, tanto com suas palavras, gestos ou atitudes. Nessa parte estão uma breve história
da empresa, os maiores acontecimentos e todas as coisas que os entrevistados ressaltaram em
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suas falas como filosofia de trabalho, transformações da empresa e toda a importância que ela
tem para eles.
Como todos entrevistados aceitaram a gravação de suas imagens, após o dia 8 de
novembro nós tivemos o resto do mês para editar e analisar os dados coletados nas entrevistas
para finalizar todas as partes do trabalho. A edição do vídeo foi feita por Ana Gabriela,
Mariana e Gabrieli que tentaram preservar os melhores momentos das entrevistas em que os
mais interessantes e importantes fatos sobre a empresa são contados e evitando que o vídeo se
tornasse enfadonho.
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3 HISTÓRICO
Um histórico de conquistas surge com o resgate de memória realizado com a empresa
TAOS Comunicação e Marketing. Localizada em Santa Cruz do Sul, a empresa tinha como
proposta inicial de trabalho a atuação na área de comunicação e publicidade em diversas
partes da região e até do Estado. Foi fundada dia 8 de março de 1996 por José Arlei Cardoso,
Alessandra Fischer e Ana Luiza Cardoso que até hoje trabalham unidos pelo desenvolvimento
integral da empresa.
Um diferencial da Taos é a proposta inicial da empresa, conforme afirma Ana Luiza.
Segundo ela, queriam destacar-se como sendo a primeira agência da região com todos os
profissionais formados na área ou cursando comunicação social. Propósito que se mantém até
hoje como o diferencial nos seus trabalhos, ou seja, uma filosofia empresarial de possuir nos
seus quadros de colaboradores somente pessoas capacitadas para a função.
A Taos é fruto de um sonho, afirma Alessandra relatando que, quando acadêmicas,
pensavam em unir esforços e aprendizagem e abrir um espaço onde pudessem exercitar seus
conhecimentos oferecendo qualidade e bom gosto aos que procurassem pelos seus serviços.
Um fato interessante neste resgate histórico é que Ana Luiza e Alessandra foram colegas de
faculdade e estagiaram juntas, sendo que Arlei, natural de Uruguaiana e formado em
jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria, veio agregar-se a proposta de trabalho
na sequência. Ele conheceu as duas publicitárias em Santa Maria onde elas estagiaram, Arlei,
já morava e trabalhava lá, já na área de comunicação com uma assessoria de imprensa que
havia montado. Como ele mesmo conta: “Em 96 eu recebi um convite da Ana e da Alessandra
que eram muito amigas e estagiaram juntas em Santa Maria e tinham grandes ideias de
montar uma agência de publicidade aqui na região de Santa Cruz, então elas me fizeram uma
proposta de que eu largasse tudo e viesse pra cá, trabalhar com elas.” Outro detalhe é que José
Arlei é casado com Ana Luiza e, segundo ele, ela foi um dos motivos que o fez aceitar a
proposta saindo de sua cidade e vindo para Santa Cruz do Sul.
A empresa passou por um processo de estruturação física nos primeiros anos. Desde o
espaço onde funcionava a empresa até a aquisição de equipamentos. Do ano de 1995 a 1997,
fez-se um trabalho aparentemente lento, mas de investimento, para garantir um futuro mais
promissor. Em 1997, com nova sede e mais tecnologia a disposição, a empresa lança uma
proposta inovadora: comunicação para os colaboradores das empresas, ou seja, não mais uma
comunicação só para anúncios ou comunicação externa, mas também interna, envolvendo
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todos os componentes dentro de uma empresa. Deixando de ser tarefeiros para atuar junto
com toda a comunidade empresarial como afirma Alessandra.
Segundo Ana Luiza, o grupo nunca investiu na comunicação da própria empresa. Eles
primeiro buscam a satisfação dos seus clientes, outro diferencial que propiciou uma
ampliação expressiva no número de clientes. E além da melhora nos negócios, todo este
crescimento estimulou a equipe a especializar-se em cursos específicos oferecidos pela
UNISC. As duas entrevistadas afirmam que hoje a TAOS apenas recebe seus clientes, pois
eles vêm até a empresa. E para que isso continue acontecendo, eles são atendidos com
qualidade e planejamento. Aliás, planejamento é uma palavra que descreve bem a empresa.
Usada a exaustão por Arlei, fica claro que a Taos não é uma agência de publicidade como as
que os universitários costumam ouvir falar. Ana Luiza e Alessandra também ressaltam isso em
suas falas: “agência de propaganda tem muito de estereótipo de não cumprir prazo, ou de
passar a noite em claro pra tentar cumprir um prazo e de não ter horário pra começar de
manhã, mas a TAOS não é assim, a gente tem horário e cumpre os nossos prazos dentro desse
horário”. Elas dizem que algo bem característico na empresa é o ambiente de trabalho, que
buscam uma equipe sintonizada e comprometida com as metas da empresa, que saiba se
planejar e tenha profissionalismo, até porque como diz Alessandra: “as pessoas têm que ter
qualidade de vida”. E algo muito relevante dito pelas entrevistadas é que só é criativo quem
descansa, quem tem lazer, por isso a importância do planejamento, do fato da empresa não
assumir trabalhos que não consiga realizar no prazo e no horário de trabalho.
Devido à forma de trabalho da Taos Comunicação e Marketing, eles vem conquistando
grandes instituições como a UNIMED VTRP (Vales Taquari e Rio Pardo), o grupo de
restaurantes Prato Feito, a Wizard e o Sinditabaco (Sindicato da Indústria do Tabaco).
Em sua entrevista, José Arlei contou um pouco sobre as transformações ocorridas na
empresa devido à evolução tecnológica, tudo com grande naturalidade. Como a empresa tem
15 anos de história, ela passou por todas as últimas grandes mudanças tecnológicas como a
evolução dos computadores, o surgimento do CD e DVD para armazenamento de dados, da
Internet, enfim diversos equipamentos que modificaram completamente a forma de trabalhar
com publicidade. Ele conta que quando começou tudo era feito manualmente, desde
manipular uma fotografia até a montagem de textos, títulos, diagramação, pois o computador
ainda era de muito difícil acesso por causa do custo e bem primitivo. E segundo Arlei, isso
tem alguns pontos muito positivos para essa geração de comunicadores de que ele vem. Como
ele mesmo diz:
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“Primeiro porque a gente teve que se adaptar a informática, mas trazendo uma cultura
organizacional e mais planejada de antigamente. Como a gente tinha que fazer tudo
manualmente, as coisas não podiam dar errado, então tudo era meticulosamente planejado.
Ninguém podia se dar ao luxo, na publicidade, de cometer grandes erros.”
E se pensarmos bem no que ele diz acabamos concordando, pois a publicidade não é
feita apenas de equipamentos e tecnologia, mas também de ideias e planejamento, e quem
veio da época de Arlei e conseguiu se adaptar aos meios de hoje consegue concretizar o
trabalho com todas essas qualidades.
Outro fato interessante relatado por Arlei é o modo como eles trabalhavam nos
primeiros anos de agência, com um computador e usando muitos disquetes, eles mandavam
todo o trabalho feito em caixas cheias de disquetes no ônibus para Porto Alegre para ser
impresso. Depois quando o trabalho ficava pronto ele voltava para Santa Cruz para ser
analisado pela equipe se estava correto e aí sim mostrado para o cliente. E esse processo, que
levava dias, hoje leva alguns minutos. Com a internet o trabalho pode ser demonstrado
digitalmente para qualquer lugar do planeta onde o cliente possa estar, para aí sim ser
finalizado. Porém Arlei ressalta que toda essa evolução tecnológica facilitou o trabalho por
um lado, mas dificultou por outro, ao mesmo tempo em que é tudo mais fácil de fazer e
demonstrar, as exigências dos clientes mudaram, eles querem tudo cada vez mais rápido, seja
um website ou um simples anúncio. A velocidade da comunicação aumentou em todos os
sentidos. E como ele mesmo diz: “Então tem essa diferença né? A gente é obrigado a
trabalhar, digamos assim, numa velocidade muito maior pra poder acompanhar esse novo
tempo.”
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4 CONCLUSÃO
O trabalho de memória institucional, todas as entrevistas, idas a campo, pesquisas e
atividades que fizemos para tornar possível a sua realização nos levaram a entender o
verdadeiro valor que história das pessoas e de sua empresa pode adquirir.
Como já foi dito anteriormente, a empresa TAOS Comunicação e Marketing não
possuía documentos contando fatos sobre sua história ou site com tais informações, pois este
contém a mensagem em construção. Todas as histórias da empresa e das pessoas que a
compõem estavam em suas próprias memórias e, com o nosso trabalho, todos tiveram a
oportunidade de relembrar um pouco dessas histórias, de como tudo aconteceu, o que fez
surgir um certo orgulho no rosto dos entrevistados enquanto eles falavam.
De certa forma, as coisas aconteceram como o nosso esperava, os entrevistados
relataram suas lembranças cada um com seu jeito, mas sempre mostrando o orgulho de
trabalhar onde trabalha e de ser um dos responsáveis pelo êxito da empresa nos negócios. Os
três sócios e fundadores, Alessandra, Ana Luiza e Arlei falaram com grande naturalidade das
dificuldades e transformações que aconteceram ao longo do tempo sem fazer nenhum drama
quando o assunto era as tarefas mais difíceis que tinham que realizar quando a tecnologia dos
equipamentos eletrônicos ainda era pouca e os custos altos. E esse fato tornou a conversa, e
consequentemente os vídeos, bem agradáveis, sem momentos demasiadamente melancólicos
e com ótimas risadas tanto da parte do entrevistador quanto do entrevistado.
Enfim, como disse Thompson: “As palavras podem ser emitidas de maneira
idiossincrática, mas, por isso mesmo, são mais expressivas. Elas insuflam vida na história”
(THOMPSON, 1992, p. 41). E essa é uma das mais importantes lições que aprendemos nesse
trabalho, as palavras emitidas oralmente podem encher uma história de vida tornando o
exercício de escutar muito mais prazeroso do que qualquer outra forma de aprender.
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REFERÊNCIAS
THOMPSON, Paul. A Voz do Passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo Possível. São Paulo: Ática, 2002.
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