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NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO NOTURNO NA VISÃO
DOS ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNÍCIPIO DE PORTO
VELHO/RO
JÚLIO OLIVEIRA DE LIMA
Porto Velho – RO
2012
II
NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO NOTURNO NA VISÃO
DOS ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNÍCIPIO DE PORTO
VELHO/RO
Orientando: Júlio Oliveira de Lima
Orientadora: Prof.ª Ms. Silvia Teixeira de Pinho
Porto Velho - RO
2012
Monografia apresentada ao
Curso de Educação Física do
Núcleo de Saúde da Universidade
Federal de Rondônia – UNIR,
para obtenção do título de
Licenciatura Plena em Educação
Física.
III
JÚLIO OLIVEIRA DE LIMA
Data da Defesa: 27/07/2012
BANCA EXAMINADORA
Prof. Ms Silvia Teixeira de Pinho (orientadora)
Julgamento:______________Assinatura:_________________________
Prof. Ms Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves
Julgamento:______________Assinatura:_________________________
Prof. Ms José Roberto de Maio Godoi
Julgamento:______________Assinatura:_________________________
IV
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado ao meu filho Gustavo Henrique Silva de Lima, que mudou
a minha vida e que têm sido a grande razão e incentivo para que eu chegasse ate aqui e que
me motiva a ir muito além disso por ele.
V
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, força, raça, determinação,
motivação, honestidade e humildade, e principalmente, por ter me dado um filho saudável
e uma esposa maravilhosa.
À minha esposa Eloí Pereira da Silva que sempre esteve ao meu lado, tanto nas
horas boas como nas horas ruins, e que me motivou e me ajudou durante mais essa etapa
da minha vida.
Aos meus pais por ter me educado e me ensinado o caminho certo e por sempre me
ajudar nos momentos em que necessito.
À minha irmã Pollyana Araújo de Lima que é uma amiga e sempre esta ao meu
lado.
A todos os meus amigos que sempre me proporcionam momentos de alegria e
conseguem me entender.
A todos os professores do Curso de Educação Física da Universidade Federal de
Rondônia – UNIR, principalmente, a professora Silvia Teixeira de Pinho que me orientou
neste trabalho com paciência, conhecimento e muita sabedoria.
E a todos, que de uma forma ou de outra, contribuíram para que este trabalho fosse
desenvolvido da melhor maneira possível.
VI
“Para aquelas pessoas que pensam em se
engrandecer de tal maneira, que passam a
desprezar os humanos aqui na terra. Ai o que
acontece? Vem o papai do céu lá de cima e
confisca tudo! O olho grande acaba com a
humanidade, por isso: Humildade Sempre”.
Marcelo Falcão - Na Frente do Reto - O RAPPA
VII
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................12
1.1 HIPÓTESE...................................................................................................13
1.2 JUSTIFICATIVA........................................................................................14
2 OBJETIVOS............................................................................................................14
2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................14
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS......................................................................14
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................15
3.1 EDUCAÇÃO FÍSICA: CONCEITOS E OBJETIVOS...............................15
3.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR..............................................................20
3.3 EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO NOTURNO......................................24
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................28
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................30
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................42
7 CRONOGRAMA.....................................................................................................43
8 REFERÊNCIAS.......................................................................................................44
ANEXOS..............................................................................................................................48
ANEXO I – Questionário.....................................................................................................49
ANEXO II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................................51
VIII
RESUMO
A Educação atua na formação do aluno, sendo ela inerente ao ser humano, assim como a
Educação Física. A Educação Física é tão importante quanto às outras disciplinas, sendo
está uma área que trabalha o corpo e a mente em conjunto, tem um vasto conteúdo e se
trata de um conjunto de saberes diversificados, sendo responsável pelo ensino e
aprendizado da cultura corporal, que os alunos devem: vivenciar, conhecer e estudar. A
disciplina de Educação Física deve ser ofertada de forma satisfatória, contribuindo para a
vida dos alunos, independente do turno em que estes se encontram matriculados. Neste
contexto o presente estudo tem como objetivo analisar qual a importância da Educação
Física na visão dos alunos das escolas públicas do Ensino Noturno do município de Porto
Velho/RO. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa e do tipo
descritiva. O levantamento foi feito em quatro escolas com a participação de 77 alunos do
Ensino Noturno de ambos os gêneros, para coleta de dados utilizou-se um questionário
semiestruturado. Verificou-se que a maioria dos alunos considera a Educação Física
importante, assim como o conteúdo das aulas. Também foi observado um alto índice de
participação nas aulas de Educação Física e que as aulas são teóricas e práticas, sendo que
nas aulas práticas o conteúdo mais vivenciado é o esporte, destacando-se futsal e o vôlei.
Observou-se que os alunos se sentem motivados nas aulas de Educação Física e que eles
consideram as aulas boas em relação à qualidade. Diante do resultado concluiu-se que os
alunos do Ensino Noturno têm uma visão da Educação Física no que tange a sua função
dentro da escola e entendem que a Educação Física é importante para sua formação.
Palavras-chave: Educação Física Escolar, Ensino Noturno, Escolares.
IX
ABSTRACT
Education acts in the formation of the student, and her inherent to human beings, as well as
Physical Education. Physical Education is as important as other disciplines, is an area that
works the mind and body together, it has a large content and it is a diverse set of
knowledge, being responsible for teaching and learning of physical culture, the students
must: live, learn and study. The discipline of physical education should be offered in a
satisfactory manner, contributing to students' lives, regardless of the turn in which they are
enrolled. In this context this study aims to analyze what is the importance of physical
education on students' vision of public school Night of the municipality of Porto
Velho/RO. This is a qualitative research and quantitative and descriptive. The survey was
conducted in four schools attended by 77 years of Teaching Night of both genders, for data
collection used a semi structured questionnaire. It was found that most students view
physical education major, as well as the content of lessons. We also observed a high rate of
participation in physical education classes and the classes are practical and theoretical, and
practical lessons content is the most experienced sports, especially soccer and volleyball. It
was observed that students are motivated in physical education classes and classes that
they consider good for quality. Given the results it was concluded that the Night school
students have a vision of Physical Education in respect to their function within the school
and understand that physical education is important for its formation.
Keywords: Physical Education, School Night, School.
X
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Importância da Educação Física na formação dos alunos.
Gráfico 2 – Importância da disciplina Educação Física no componente curricular.
Gráfico 3 – Importância de tirar notas altas na disciplina de Educação Física.
Gráfico 4 – Importância dos conteúdos das aulas de Educação Física.
Gráfico 5 – Conteúdos vivenciados nas aulas de Educação Física.
Gráfico 6 – Participação nas aulas de Educação Física.
Gráfico 7 – Grau de dificuldade em relação aos conteúdos das aulas de Educação Física.
Gráfico 8 – Opinião dos alunos em relação à qualidade das aulas de Educação Física.
Gráfico 9 – Opinião dos alunos sobre como são as aulas de Educação Física em suas
escolas.
Gráfico 10 – Opinião dos alunos sobre como devem ser as aulas de Educação Física.
Gráfico 11 – Motivação nas aulas de Educação Física.
Gráfico 12 – Opinião dos alunos sobre o que eles gostariam de fazer nas aulas de Educação
Física.
12
1 INTRODUÇÃO
A Educação é um processo que atua na formação do ser humano, que está presente
em todas as sociedades humanas e é inerente ao ser humano como ser social e histórico.
De acordo com a LDB 9394/96 em seu Art. 21, a Educação Escolar Brasileira está
organizada em dois grandes níveis: Educação Básica e Educação Superior. A Educação
Básica está composta de três etapas de escolarização (Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio).
Para Gonçalves et. al. (2005) o cotidiano do Ensino Noturno apresenta uma
característica singular, pois recebe um alunado esgotado, que na sua grande maioria, chega
à escola após uma jornada de trabalho. Um alunado que já chega reprovado pelo cansaço,
que se evade e desiste da escola, porque o que aprende na sala de aula pouco tem a ver com
o mundo do trabalho.
A educação do Ensino Noturno nunca despertou interesse em nossos governantes.
Essa afirmação é baseada na leitura da legislação nacional para o ensino realizado por
Carvalho apud Gutierres (2008) que afirma: “a partir dos dados referentes ao início do
funcionamento dos cursos noturnos e do estudo da legislação escolar onde se reconhece a
existência desses cursos e sua destinação – nota-se que nada foi realmente pensado para
adaptá-la às condições específicas dessa clientela, nem para aproveitar a experiência vivida
desses alunos”.
Para Pereira e Mazzotti (2008) a inclusão da Educação Física no Ensino Noturno,
na Educação de Jovens e Adultos (EJA), é controvertida. Os legisladores permanecem em
dúvida, ainda que tenham produzido normas e regulamentos, bem como os estudantes não
têm muita certeza quanto ao caráter da disciplina e utilidade para a eles.
A Lei 9394/96, Art. 26, § 3º determina que a Educação Física seja facultativa nos
cursos noturnos, porém sua redação já foi modificada por duas vezes. A Lei vigente
(10.793 de 1º de Dezembro de 2003) a respeito do assunto deixa aos alunos a escolha da
disciplina Educação Física. O caráter facultativo não é mais da escola, esta deve oferecer a
disciplina, mas dos alunos que se enquadrem nos critérios estabelecidos pela Lei (que
cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade;
que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à
prática de Educação Física).
13
Para Maia e Lima (2010) já que a escola se propõe a oferecer a Educação Física é
necessário ofertá-la de forma satisfatória, que contribua significativamente para a vida dos
alunos, independente do mesmo estar matriculado nos turnos matutino, vespertino ou
noturno. Nessa perspectiva, tendo a escola como um espaço preocupado com a efetiva
formação do aluno, não faz sentido ofertar uma disciplina com diferenciação brusca se
levar em consideração o turno em que é oferecida.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) a Educação Física
Escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas
potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como
seres humanos.
Segundo Maia e Lima (2010) a disciplina Educação Física, que ao fazer parte de
um todo (universo escolar), também deve ser ofertada a todos de forma satisfatória,
contribuindo para o desenvolvimento na totalidade humana (nas dimensões motoras,
afetivas, cognitivas e sociais), inclusive preparando para o exercício da cidadania.
A partir do que foi dito pelos autores, pode-se afirmar que a Educação Física pode e
deve contribuir para um desenvolvimento satisfatório dos alunos, independentemente deste
estar matriculado no período noturno ou em outro período.
De acordo com Pereira e Mazzotti (2007) os critérios adotados para delimitar quem
pode optar por não fazer Educação Física no Ensino Noturno são bem interessantes, pois
trazem consigo uma série de representações associadas à Educação Física: atividades
físicas (Quais? Esporte? Brincadeiras?) que podem não ser apropriadas aos trabalhadores
(supõe que eles já fazem muita atividade no trabalho?), a pessoas de certa idade (qual é a
idade apropriada para fazer atividade física?), aos que já tiveram filhos (Se cansam muito
cuidando dos filhos?).
Diante do exposto, questiona-se, qual a importância da Educação Física no Ensino
Noturno na visão dos alunos das Escolas Públicas?
1.1 HIPÓTESE
A disciplina de Educação Física no Ensino Noturno se torna importante pelo fato de
conscientizar os alunos de que atualmente é necessário ter um estilo de vida ativo,
principalmente, com prática de atividade física regular e de preferência orientada para a
prevenção de doenças patológicas. Sabendo-se que muitos dos alunos do Ensino Noturno
14
são trabalhadores, a disciplina de Educação Física tem como prioridade as necessidades
dos alunos, que no caso dos alunos desse período são práticas que possam lhe
proporcionarem prazer e descontração para que eles esqueçam um pouco dos problemas e
diminua os estresses causados durante o dia, bem como preocupar-se com a formação
integral, social, psicológica e na melhoria da qualidade de vida dos alunos desse período.
A hipótese desta pesquisa é de que os alunos consideram as aulas de Educação
Física importante para o Ensino Noturno, pois os conteúdos dessa disciplina são
esclarecedores nos quesitos saúde e qualidade de vida, no entanto, acreditamos que os
mesmos consideram que falta qualidade nas aulas de Educação Física.
1.2 JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa justifica-se pela importância da Educação Física como fonte de
conhecimento necessário para a formação de um cidadão melhor, mais integrado e
consciente de seu papel na sociedade, sendo importante destacar que os professores de
Educação Física devem estar preocupados em conscientizar os alunos dos benefícios da
prática de uma atividade física para uma melhor qualidade de vida.
Este estudo tem grande importância, também, por demonstrar as atividades
desenvolvidas nas aulas de Educação Física no Ensino Noturno, para verificar o nível de
participação dos alunos e saber o que os alunos procuram e esperam das aulas de Educação
Física nesse período.
A disciplina de Educação Física é recomendada na grade curricular do Ensino
Noturno por sua relevância e contribuição para a formação do aluno contribuindo para
diminuição dos níveis estatísticos de evasão escolar por isso deve ser praticada.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a importância da Educação Física na visão dos alunos das
Escolas Públicas do Ensino Noturno do Município de Porto Velho.
15
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
Verificar os conteúdos desenvolvidos nas aulas de Educação Física;
Verificar o nível de participação nas aulas de Educação Física;
Analisar a importância das aulas de Educação Física para os alunos
do Ensino Noturno;
Descrever o grau de dificuldade das atividades realizadas nas aulas
de Educação Física no Ensino Noturno.
Identificar a qualidade das aulas do Ensino Noturno.
Descrever o percentual de prática e teoria nas aulas de Educação
Física no Ensino Noturno.
Diagnosticar a preferência dos alunos do Ensino Noturno em relação
às aulas teóricas ou práticas.
Verificar a motivação das aulas de Educação Física no Ensino
Noturno.
Identificar como os alunos gostariam das aulas de Educação Física
no Ensino Noturno.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 EDUCAÇÃO FÍSICA: CONCEITOS E OBJETIVOS
Para Martins (2009) a Educação Física ao longo de sua história recebeu diferentes
concepções, objetivos, denominações e aspectos diferentes, mas sempre esteve presente na
vida do homem.
De acordo com Betti e Zuliani (2002) a Educação Física é uma expressão que surge
no século XVIII, em obras de filósofos preocupados com a educação. A formação da
criança e do jovem passa a ser concebida como uma educação integral – corpo, mente e
espírito, como desenvolvimento pleno da personalidade. A Educação Física vem somar-se
a educação intelectual e a educação moral.
Martins (2009) ressalta que no Brasil a Educação Física existe desde o
descobrimento, pois os portugueses encontraram aqui índios habituados à prática de
exercícios físicos; nadavam, dançavam, saltavam tudo isso para sua sobrevivência. Na
16
época da escravidão os escravos africanos também introduziam uma atividade física que
fazia parte de sua cultura a capoeira, uma mistura de jogo, dança e competição.
Martins (2009) ressalta, também, que devido ao momento histórico pelo qual o país
passou principalmente na década de 70 surgiram novas concepções na Educação Física
Escolar que vieram para tentar mudar este modelo tecnicista como humanista,
fenomenológica, psicomotricidade, baseadas nos jogos cooperativos, cultural,
desenvolvimentista, internacionista-construtivista, crítica superadora, sistêmica, crítica-
emancipatória, saúde renovada, todas estas ajudaram na construção da Educação Física
Escolar.
De Acordo com os PCNs (1997) no século passado, a Educação Física esteve
estreitamente vinculada às instituições militares e à classe médica. Esses vínculos foram
determinantes, tanto no que diz respeito à concepção da disciplina e suas finalidades
quanto ao seu campo de atuação e a forma de ser ensinada.
Para Guimarães et. al. (2001) esse complexo histórico e a insuficiente qualificação
profissional são aspectos fundamentais que levaram a Educação Física a ser, de certa
forma, marginalizada.
Para Betti e Zuliani (2002) a Educação Física deve assumir a responsabilidade de
formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura
corporal do movimento – o esporte-espetáculo dos meios de comunicação, as atividades de
academia, as práticas alternativas e etc.
De acordo com Rosário e Darido (2005) a Educação Física possui um vasto
conteúdo formado pelas diversas manifestações corporais criadas pelo ser humano ao
longo dos anos. São eles jogos, brincadeiras, danças, esportes, ginásticas, lutas, etc. Este
conjunto de práticas tem sido chamado de cultura corporal de movimento, cultura corporal,
cultura de movimento, etc. Por se tratar de um conjunto de saberes diversificado e
riquíssimo, existe a possibilidade de transmiti-lo na escola, porém não é o que se observa
na maioria das aulas de Educação Física.
Segundo Barbosa et. al. (2011) a Educação Física segundo Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) norteia temas como a inclusão, a diversidade, a cultural corporal do
movimento, ética, saúde, valores, conceitos, pluralidade cultural, meio ambiente,
orientação sexual, trabalho e consumo; e a partir desses temas os objetivos da Educação
Física são elaborados para estarem trabalhando implicitamente ou diretamente a ampliação
desses temas.
17
Através do movimento corporal-gestual formativo, a Educação Física pode revelar
e/ou reforçar padrões de pensamento, valores e crenças, bem como demonstrar a pertença
cultural do indivíduo. Assim, no caso da escola, um espaço privilegiado de expressão
corporal, os movimentos constroem a cultura do grupo, fazendo conjugar as expressões de
uma cultura corporal, como parece acreditar alguns pensadores da Educação Física
contemporânea (GOMES, 2004).
Para Araújo (2008) a Educação Física é uma área do conhecimento que difere das
demais pelo trato com seu objeto de estudo: o corpo em movimento. É uma matéria
responsável pelo processo de ensino-aprendizagem da cultura corporal, ou seja, um
conjunto de práticas corporais que compreende: jogos, danças, esportes, ginástica, lutas,
atividade física e saúde, etc. Em cada prática dessas encontra-se outro tanto de saberes, que
os alunos devem: vivenciar, conhecer e estudar nas aulas de Educação Física.
De Acordo com Araújo (2008) o papel da Educação Física ultrapassa o ensino de
esporte, ginástica, jogos, danças, atividades rítmicas e expressivas e o conhecimento sobre
o próprio corpo, em seus fundamentos, técnicas e organização, e inclui também os seus
valores subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para as atividades
corporais. E, finalmente, busca garantir o direito do aluno de saber por que está realizando
este ou aquele movimento, isto é, quais conceitos estão ligados àqueles procedimentos,
relacionando principalmente com o mundo do trabalho e a influência da mídia na
construção da corporeidade.
Segundo o PCNs (1997), a área de Educação Física hoje contempla múltiplos
conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do
movimento. Entre eles, se consideram fundamentais as atividades culturais de movimento
com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades
de promoção, recuperação e manutenção da saúde.
A Educação Física enquanto componente curricular da educação básica deve
assumir então outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento,
formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o
para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas
de aptidão física, em benefício da qualidade da vida. “A integração que possibilitará o
usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena – é afetiva, social, cognitiva e
motora. Vale dizer, é a integração de sua personalidade” (BETTI, 1992, 1994).
18
Segundo Correia (2009) a Educação Física numa perspectiva crítica e inovadora e
enquanto componente curricular deve subsidiar a construção de saberes de modo que
propicie aos educandos a compreensão de sua condição social e existencial, buscando uma
libertação no que tange aos processos sociais de opressão, alienação, exclusão e
discriminação.
Para Betti (1992) a Educação Física deve levar o aluno a descobrir motivos e
sentidos nas práticas corporais, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas para com
elas, levar à aprendizagem de comportamentos adequados à sua prática, levar ao
conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto os dados científicos e filosóficos
relacionados à cultura corporal de movimento, dirigir sua vontade e sua emoção para a
prática e a apreciação do corpo em movimento.
De acordo com Machado (2009) é nas aulas de Educação Física que se pode, além
de discutir a atividade física conceitualmente e o que ela representa para a sociedade,
trabalhar os aspectos relativos aos conhecimentos procedimentais e atitudinais da cultura
corporal do movimento. E, desta maneira, propiciar uma educação para autonomia de
escolha de atividades que alcancem os seus objetivos e a quebra de mitos e lendas acerca
da atividade física que permeiam o senso comum.
Marangon e Ribas (2011) dizem que os jogos, esportes, ginásticas, lutas e danças
são práticas sociais nas quais estão impregnados valores, conceitos, códigos, normas e
formas de relação. Cabe à Educação Física fazer a análise crítica dessas práticas,
procurando revelar os sentidos e significados sociais nelas presentes. Com base nessa
análise, procuramos construir novas possibilidades, outros sentidos e significados
superadores de desigualdades, injustiças, preconceitos e discriminações que aparecem
como fruto indesejado das relações sociais.
Segundo Rondinelli (2010), a conotação atual do conceito de Educação Física é a
de que esta é uma área que trabalha não apenas o corpo em movimento, mas que trabalha a
partir do corpo em movimento. Explicando: o objetivo dessa disciplina não é fazer com
que as pessoas saibam jogar basquete, mas sim que elas consigam vivenciar essa prática,
compreender sua origem, estruturar reflexões sobre o comércio envolvido nos materiais
esportivos, sobre a compra e venda de atletas, dentre outras coisas.
Para Costa et. al. (2007) a Educação Física é tão importante quanto às demais
disciplinas e o trabalho com o corpo é tão importante quanto o trabalho com a mente, mas
a pedagogia tradicional, com sua disciplina rígida, que perdurou por séculos, foi um
19
mecanismo que dificultou a evolução do trabalho com o corpo, pois o homem era
preparada numa visão muito mecanicista e baseada nos ensinamentos cartesianos.
De acordo com Voser e Giusti (2007), através do respeito a leis biológicas de
individualidade, do crescimento, do desenvolvimento e da maturação humana, a Educação
Física vai desenvolver em seus alunos o respeito pela sua corporeidade e das outras
pessoas, percebendo e compreendendo assim, o papel real da atividade física realizada
desde a infância na escola como meio de promoção e manutenção da saúde.
Segundo Voser e Giusti (2007), uma das metas da Educação Física no momento
atual é promover a autonomia dos grupos e, no jogo, valorizar o universo da cultura lúdica.
A cooperação, a inclusão social, a participação de todos, a criatividade e a diversidade
cultural, aprendizagem e lazer, prazer e qualidade de vida são temas que estão sendo
discutidos dentro das novas abordagens da Educação Física.
Para Guimarães et. al. (2001) a Educação Física, como qualquer outra disciplina,
tem responsabilidade na concretização do processo de formação e desenvolvimento de
valores e atitudes.
De acordo com Sousa e Daniel (2010) a prática da atividade física é importante
para a promoção da saúde dos indivíduos, ao ser aplicado na escola tal prática vai além
desse benefício, pois é possível trabalhar os inúmeros aspectos relacionados ao
desenvolvimento, crescimento, características motoras, cultura corporal, questões de
sociabilidade, afetividade, cooperação, aptidões físicas, formação do cidadão e outros.
Segundo Martins (2009) o mais importante é proporcionar aos alunos a
aprendizagem de forma prazerosa descontraída, mas tendo sempre em mente que o
diferencial da educação física é os conteúdos que podem e devem ser trabalhados através
de atividades divertidas e descontraídas, porém não menos importantes que os conteúdos
de qualquer outra disciplina.
Para Costa et. al. (2007) a Educação Física, como direito de todas as pessoas, é um
processo de Educação, seja por vias formais ou não formais, que ao interagir com as
influências culturais e naturais (água, ar, sol, etc.) de cada região e instalações e
equipamentos artificiais adequados; que ao utilizar atividades físicas na forma de
exercícios ginásticos, jogos, esportes, danças, atividades de aventura, relaxamento e outras
opções de lazer ativo, com propósitos educativos; que ao objetivar aprendizagem e
desenvolvimento de habilidades motoras de crianças, jovens, adultos e idosos, aumentando
as suas condições pessoais para a aquisição de conhecimentos e atitudes favoráveis para a
20
consolidação sistemática de prática física; que ao promover uma educação efetiva e
ocupação saudável do tempo livre de lazer; que ao reconhecer que práticas corporais
relacionadas ao desenvolvimento de valores, podem levar à participação de caminhos
sociais responsáveis e busca da cidadania, constitui-se num meio efetivo para a conquista
de um estilo de vida ativa dos seres humanos.
3.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Segundo Costa et. al. (2007) a Educação Física como disciplina escolar sofreu ao
longo dos anos inúmeras modificações, tais modificações, obviamente, estão atreladas ao
próprio papel e função desempenhada pela escola nos diferentes contextos e períodos.
A Educação Física é o espaço escolar que permite ao aluno experimentar os
movimentos, e por meio dessa experimentação, desenvolver um conhecimento corporal e
uma consciência dos motivos que os levam a prática desses movimentos (Martinelli et al,
2006).
De acordo com Zunino e Tonietto (2008) a Educação Física como prática
pedagógica deve ser capaz de promover o desenvolvimento da consciência corporal e das
competências necessárias à realização voluntária e consciente das práticas corporais,
propiciando a compreensão e a explicitação da realidade do aluno, bem como a atuação
dele como sujeito responsável pela construção e transformação da realidade.
Para o Coletivo de Autores apud Souza (2007) a Educação Física é entendida como
uma disciplina do currículo, cujo objetivo de estudo é a expressão corporal como
linguagem.
Segundo Zunino e Tonietto (2008) durante muitos anos, o foco da Educação Física
era desenvolver apenas o corpo. Predominavam no ensino dessa disciplina conteúdos
concernentes às ciências biológicas e as atividades desenvolvidas visavam principalmente
ao desenvolvimento e à aquisição de habilidades motoras. Porém, com as contribuições da
Sociologia, da Antropologia, da História, das Ciências Políticas, entre outras, os alunos
passaram a ser vistos não apenas como conjuntos de músculos e ossos, mas como sujeitos
com corpo e mente, que vivem em determinado contexto social e possuem uma herança
cultural.
Do ponto de vista de Oliveira apud Bernaldino (2005) a Educação Física Escolar ao
deixar de ser considerada por Lei (LDB 5.692/71), como atividades para ser considerada
21
por Lei (LDB 9.394/96), como componente curricular, assumi um novo papel no contexto
educacional. Esse novo papel vem atender aos longos processos de discussões e produções
mais fortemente iniciados nos anos oitenta. Trata-se de um papel pedagógico formativo e
informativo de nossas crianças, jovens e adolescentes, integrantes do processo educacional.
Formativo no sentido de estar contribuindo com aspectos relacionados ao desenvolvimento
físico, social e psicológico e, informativo, no sentido de estar contribuindo com os aspectos
relacionados à transmissão e produção do conhecimento vinculado ao objeto de estudo da
área – o movimento humano.
Contudo, entende-se que o corpo e a mente estão integrados e que cada individuo
possui características individuais, não sendo possível o pensamento de movimento na
escola sem fazer menção aos aspectos psicossociais e culturais do aluno e do seu contexto
social.
Segundo Guerriero e Araújo apud Bernaldino (2007) a Educação Física Escolar não
está sendo desenvolvida de forma significativa com grande abordagem dos conteúdos.
Estes são resumidos à prática desportiva, principalmente aos esportes coletivos como
voleibol, basquetebol, handebol e futebol, limitando a produção de conhecimento corporal
e cultural do aluno.
De acordo com Voser e Giusti (2007), a Educação Física, pela suas possibilidades
de desenvolver a dimensão psicomotora das pessoas, principalmente nas crianças e
adolescentes, conjuntamente com os domínios cognitivos e sociais, deve ser disciplina
obrigatória nas escolas primárias e secundárias, devendo fazer parte de um currículo
longitudinal. Não se deve tratar a Educação Física com descaso. É vergonhoso ver jogos,
gincanas e competições substituírem verdadeiras aulas de Educação Física.
Para Rondinelli (2010), a Educação Física, quando inserida no currículo escolar, era
tida como um momento para a prática da ginástica, com a finalidade de deixar o corpo
saudável. Após muitas reformas na própria ideia de Educação Física, atualmente ela é uma
disciplina complexa que deve, ao mesmo tempo, trabalhar as suas próprias especificidades
e se inter-relacionar com os outros componentes curriculares.
Segundo Balbé (2008), a Educação Física presente nos currículos escolares, é
muitas vezes o momento em que a criança tem para a prática de uma atividade física. Pois,
cada vez mais as maiorias das crianças vivem isoladas em apartamentos, em frente à
televisão, ao computador e rodeado de guloseimas e frituras, tornando-se um hábito,
contribuindo para o surgimento de futuros sedentários.
22
Segundo o PCNs (1997) nas escolas, embora já seja reconhecida como uma área
essencial, a Educação Física ainda é tratada como “marginal”, que pode, por exemplo, ter
seu horário “empurrado” para fora do período que os alunos estão na escola ou alocado em
horários convenientes para outras áreas e não de acordo com as necessidades de suas
especificidades. Outra situação em que essa “marginalidade” se manifesta é no momento
de planejamento, discussão e avaliação do trabalho, no qual raramente a Educação Física é
integrada. Muitas vezes o professor acaba por se convencer da “pequena importância” de
seu trabalho, distanciando-se da equipe pedagógica, trabalhando isoladamente.
Paradoxalmente, esse professor é uma referência importante para seus alunos, pois a
Educação Física propicia uma experiência de aprendizagem peculiar ao mobilizar os
aspectos afetivos, sociais, éticos e de sexualidade de forma intensa e explícita, o que faz
com que o professor de Educação Física tenha um conhecimento abrangente de seus
alunos. Levando essas questões em conta e considerando a importância da própria área,
evidencia-se cada vez mais, a necessidade de integração.
De acordo com Darido e Rangel (2005) a Educação Física deve ser compreendida
como uma disciplina que consiga oferecer igualdade e oportunidade a todos os seus
praticantes. Da mesma forma como muitos alunos não conseguem permanecer na escola,
muitos alunos, também, não conseguem participar de uma aula de Educação Física.
Para Guimarães et. al. (2001) as aulas de Educação Física estão quase inteiramente
voltadas às práticas esportivas, dando importância somente às suas técnicas. Sendo a
criança um ser sociocultural, vemos que essas aulas voltadas exclusivamente às técnicas
esportivas fragmentam a formação integral da criança, deixando de lado fatores como
respeito mútuo, cooperação e afetividade, que são a base para a criança viver em
sociedade.
Faggion (2000) ressalta que não basta somente praticar as atividades nas aulas de
Educação Física só por praticar, nem tão pouco competi por simplesmente competir. É
necessário transmitir aos alunos os conhecimentos que o levam a compreender o porquê
que estão realizando determinada atividade. Sendo assim o aluno poderá entender e
vivenciar o seu aprendizado, levando-o, portanto a uma mudança de comportamento e
assumir novas atitudes.
Durante muito tempo as aulas de Educação Física foram entendidas pelos alunos
como momentos de descontração, sem objetivos, sendo possível brincar com bolas, arcos,
cordas e elásticos, conversar com amigos e etc. Atualmente, esse ainda é o pensamento de
23
muitos alunos. Porém, cabe ao professor estabelecer a energia dos alunos para fazer atingir
os objetivos específicos da aula.
De acordo com o PCNs (1997) a Educação Física escolar pode sistematizar
situações de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a conhecimentos
práticos e conceituais. Para isso é necessário mudar a ênfase na aptidão física e no
rendimento padronizado que caracterizava a Educação Física, para uma concepção mais
abrangente, que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal. É
fundamental também que se faça uma clara distinção entre os objetivos da Educação Física
Escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e da luta profissionais, pois,
embora seja uma referência, o profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola.
A Educação Física Escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que
desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu
aprimoramento como seres humanos. Nesse sentido, cabe assinalar que os alunos
portadores de deficiências físicas não podem ser privados das aulas de Educação Física.
Silva e Silva (2007) entende que a Educação Física Escolar tem como objetivo,
proporcionar aos alunos espaços para refletir, discutir, problematizar, vivenciar na prática
questões relacionadas à motricidade humana. E que precisamos pensar em uma Educação
Física Escolar que tenha significância dentro do círculo escolar, que seja dinâmica e pronta
para contribuir para a construção da cidadania.
Segundo o PCNs (1997) é tarefa da Educação Física Escolar, portanto, garantir o
acesso dos alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo
pessoal de exercê-las e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las
criticamente.
Para Sousa e Daniel (2010) a Educação Física na escola deve promover uma
aprendizagem significativa para os alunos, sobre a importância da sua prática e o que esta
contribui para a vida do indivíduo. É preciso que os nossos alunos compreendam a sua
importância, para que possamos formar cidadãos autônomos, participativos e críticos.
Segundo Beggiato (2009) a Educação Física brasileira, especialmente dos últimos
10 (dez) anos, encaminha-se para um desenvolvimento cada vez mais diferenciado em
relação à sua prática. De um lado existe um modelo tradicional que se configura,
basicamente, no desenvolvimento das modalidades esportivas e, por outro, ocorre cada vez
mais intensamente o desenvolvimento de projetos para uma Educação Física Escolar
comprometida com finalidades mais amplas; ou seja, além da sua especificidade, que deve
24
ainda se inserir nas propostas político-educacionais de tendência crítica e interdisciplinar
na educação brasileira.
3.3 EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO NOTURNO
Segundo Barni e Scheneider apud Bernaldino (2007) a Educação Física Escolar que
se tem hoje nos cursos noturnos é o resultado de várias influências recebidas na sua
trajetória enquanto componente curricular.
Carneiro apud Bernaldino (2007) defendem que a escola necessita aproximar-se de
seus alunos e a Educação Física em especial precisa recriar condições mais aconchegantes
e significativas para as aulas de uma forma geral e, principalmente para a clientela do
Ensino Noturno. Os autores destacam também a necessidade de olhar para o curso noturno
mais pelo ângulo de que pela sua clientela é composta em sua maioria por trabalhadores.
Para Machado (2009) um dos fatores pela não obrigatoriedade da Educação Física
na Educação de Jovens e Adultos - EJA é de que, a maioria dos alunos que estuda no
período noturno, cumpre uma jornada de trabalho desgastante durante o dia e, a prática de
atividades corporais torna-se incompatível com a prática educacional destes. Porém, não se
justifica, pois a Educação Física não é composta somente por exercícios físicos
desgastantes e treinamento corporal, e deve ser entendida a partir de uma visão muito mais
ampla que apenas o gesto motor.
De acordo com Barbosa et. al. (2011) na EJA a Educação Física é um componente
curricular obrigatório, entretanto o que a diferencia das outras disciplinas é o fato desta ser
facultativa em alguns casos, ou seja, o aluno que se enquadra nos tópicos citados na lei,
pode optar em fazer ou não as aulas. Nesta problemática o professor possui um papel muito
importante, pois para persuadir os alunos amparados pela lei, o mesmo deverá ter um
diferencial em suas aulas como: estimular e adequar os conteúdos.
Segundo Costa et. al. (2007) a disciplina Educação Física vem sendo encarada nas
escolas como prática esportiva e desenvolvimento de habilidades motoras, esquecendo que
ela pode ultrapassar esses conceitos, como desenvolver raciocínio, concentração, relaxar o
corpo e desenvolver habilidades mentais, trazendo com isso benefícios a todos os jovens e
adultos que frequentam os núcleos de EJA, proporcionando momentos únicos e valiosos
para aqueles que, normalmente frequentam os núcleos após uma jornada árdua de trabalho.
25
Sousa e Oliveira (2004) recomendam à obrigatoriedade da oferta da disciplina de
Educação Física no Ensino Noturno entendendo sua importância na formação dos alunos
desse período, no estímulo à maior integração entre alunos e alunos e professores,
importante procedimento de combate à evasão e, ainda, seu potencial estimulador de uma
vida saudável.
De acordo com Machado (2009) levando em consideração que os alunos da EJA
não concluíram o curso no período regular, e por isso estão no curso noturno, fica claro que
também não tiveram acesso a Educação Física. E, já que passaram por um dia desgastante
de trabalho, ficando o lazer resumido aos finais de semana, a Educação Física vem como
uma oportunidade de mostrar a eles o conhecimento da necessidade que todo o ser humano
tem de ser ativo, no intuito de proporcionar uma melhor disposição para as atividades
diárias, além de um relacionamento mais estreito e harmonioso em seu convívio diário com
as pessoas, no trabalho, na escola, bem como nas relações familiares.
A Educação Física Escolar possibilita ao seu praticante, o direito de desprender-se
das sobrecargas físicas e emocionais, adquiridas durante o dia, proporcionando-lhe a
sensação de bem-estar tanto físico quanto emocional, ofertando-lhe também, com isso o
benefício de um aprendizado menos árduo e mais eficaz, diminuindo assim as barreiras
existentes no processo de ensino-aprendizagem (RISCIK, 2009).
Segundo o PCNs (1998) pode-se afirmar que a não valorização da Educação Física
nos cursos noturnos representa uma legalização da exclusão de cidadãos dos seus direitos
de acesso a um universo de cultura. Novamente ressalta-se a necessidade de construção do
conhecimento com uma acentuada participação do aluno.
Para Caldat (2009) a Educação Física no Ensino Noturno é considerada por alguns
professores, uma disciplina estanque das demais áreas, vista apenas como parte da grade
curricular de um curso noturno, e em um tempo não muito distante, um professor de
qualquer outra área poderia ministrar, e que num contexto geral não contribuía o suficiente
para o desenvolvimento do educando, ficando apenas relevada a completar a carga horária
dos alunos. Mas nós, professores da disciplina, somos sabedores do quanto a Educação
Física se torna relevante na sua vida social e acadêmica, contribuindo entre outros fatores,
para a saúde e qualidade de vida dos mesmos.
Para o PCNs (1998) os procedimentos de ensino e aprendizagem serão os mesmos
do ensino diurno, cabendo às adaptações ao tempo das aulas e às características dos
grupos. O fato de os alunos dos cursos noturnos serem em sua maioria trabalhadores e com
26
idade mais avançada que os dos cursos diurnos caracterizará um padrão próprio de
abordagem, que não deve significar diferencial quanto à qualidade do ensino e
aprendizagem oferecidas. Pois as diferenças se expressam no trato de todos os conteúdos
nas inúmeras regiões do país, com escolas e comunidades com características específicas.
Segundo Caldat (2009) por ser a Educação Física facultativa para os alunos do
Ensino Noturno, quase se perdeu a sua identidade dentro do contexto educacional, e
deixou-se a prática de atividades físicas àqueles que de certa maneira possui maiores
condições de consegui-las, afastando aqueles que mais precisam de incentivo à prática
esportiva.
Martins (2009) ressalta que o fato de a Educação Física ser uma disciplina
facultativa no Ensino Noturno é um dos pontos negativos para esta disciplina que já é
discriminada e tem tão pouco espaço e valor nas escolas, porém, se o professor
desenvolver um bom trabalho, conquistando assim seus alunos e provando a todos que aula
Educação Física não é só para descansar os professores de outras disciplinas, tapar buraco
de outra aula, esta disciplina tem suas especialidades, objetivos e importância daí a
importância do profissional da área defendê-la e a melhor forma de se fazer isso é
trabalhando e mostrando a todos que o espaço conquistado na escola não é por acaso,
portanto toda a oportunidade dada à disciplina Educação Física precisa ser abraçada, tendo
sempre claro que o mais importante nisso tudo é o aluno é ele quem precisa ser valorizado.
Para Costa et. al. (2007) à facultatividade da Educação Física nos cursos noturnos,
não se justifica, se assim for, trata-se de uma visão reducionista, situando-a apenas no
âmbito das práticas corporais que se caracterizam pura e simplesmente pelos exercícios
desgastantes e pelo treinamento corporal. Esta ideia de Educação Física, ultrapassada, nos
reporta ao passado, no qual os corpos deveriam ser fortalecidos para o trabalho mecânico e
repetitivo a que eram submetidos. O corpo neste momento da história era visto de uma
forma totalmente utilitarista, e por causa disto, esquecido de todas as suas outras
potencialidades que não estivessem relacionadas ao exercício corporal.
De acordo com Silva e Silva (2007) precisamos pensar em uma Educação Física
Escolar para o Ensino Noturno que busque atender ao aluno em todos os seus domínios, ou
seja, que dê oportunidades para estes alunos expressarem seus valores, suas vontades, seus
desejos e fazer com que se libertem das “algemas da dependência”, que sejam seres
humanos que tenham uma visão crítica sobre seu papel na sociedade e consigam com isso
dar um salto para um verdadeiro conhecimento válido.
27
Para Tavares (2009) a aceitação pela prática da Educação Física, na EJA, é fato,
pois as ações do tempo são reais e visíveis de indivíduos para indivíduos. Sendo assim, o
corpo humano, independentemente de sua faixa etária, não deve permanecer intacto, sem
movimentação.
Tavares (2009) ressalta que a Educação Física, na EJA, pode ser introduzida através
uma abordagem interdisciplinar, pois o turno noturno é frequentado por alunos que,
realmente, vão à busca de uma formação, seja por exigência profissional, seja por
realização pessoal, visto que, muitas vezes, não tiveram oportunidade de cursar a
escolaridade no curso regular, sendo necessária a opção da EJA para concluírem seus
estudos. Os professores da EJA têm um envolvimento maior com seu alunado, por isso é
importante à integração dos professores de Educação Física com os de outras disciplinas.
De acordo com Barbosa et. al. (2011) o desenvolvimento completo de um cidadão é
considerado de muita importância na sociedade, e na escola é prezado por todas as
disciplinas que o aluno se desenvolva plenamente e criticamente, para que consiga fazer
reflexões sobre os diversos assuntos. No ensino da Educação Física na EJA não é diferente,
pois busca fazer com que os alunos vivenciem a prática de atividades físicas se
conscientize do bem que faz a sua prática e tenham um bom conhecimento sobre o corpo.
Segundo a proposta curricular para EJA (2002) esta é parte integrante do projeto
educativo da escola em que se insere desse modo, não se pode ser tratada como mera
“inquilina” do espaço escolar.
Segundo Machado (2009) levando em consideração que os alunos da EJA, na
grande maioria estão em busca somente de uma maior qualificação para o mercado de
trabalho e não se preocupam muito com o bem-estar, as aulas de Educação Física poderiam
auxiliar para este trabalho de conscientização, onde a atividade física entraria como meio
de melhorar a saúde e a qualidade de vida dos alunos.
Para Machado (2009) é preciso fazer com que estes alunos compreendam estas
relações e passem a valorizar a prática das atividades físicas, colocando-as como parte das
suas atividades diárias. Uma vez que, é grande o número de adultos que contribuem para o
aumento das estatísticas associadas às doenças crônico-degenerativas em consequência dos
maus hábitos de vida, principalmente no que se relaciona com a prática de atividade física.
28
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Na pesquisa foram utilizados procedimentos do tipo quali-quanti, sendo feita uma
abordagem do tipo descritiva. De acordo com Dantas e Cavalcante (2006) a pesquisa
qualitativa tem caráter exploratório, isto é, estimula os entrevistados a pensarem livremente
sobre algum tema, objeto ou conceito, mostra aspectos subjetivos e atingem motivações
não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. É utilizada quando se busca
percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a
interpretação. Já a pesquisa quantitativa é mais adequada para apurar opiniões e atitudes
explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utiliza instrumentos estruturados
(questionários), deve ser representativa de um determinado universo de modo que seus
dados possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Seu objetivo é mensurar
e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são concretos e menos passíveis de
erros de interpretação. Em muitos casos cria-se índices que podem ser comparados ao
longo do tempo, permitindo traçar um histórico de informação.
Segundo Martins e Bicudo (1994) para se compreender o sentido de uma pesquisa
qualitativa é necessário primeiro diferenciar fato de fenômeno haja vista que a pesquisa
qualitativa investiga fenômenos enquanto a pesquisa do tipo quantitativa preocupa-se com
fatos.
Outro ponto de vista de Martins e Bicudo (1994) é a questão da generalização. Pois
a pesquisa qualitativa não tem por objetivo alcançar princípios explicativos e propor
generalizações sobre os alvos estudados bem como exceder-se em preocupação com o
tratamento estatístico dos dados, como acontece na pesquisa do tipo quantitativa.
Para Günther (2006), enquanto participante do processo de construção de
conhecimento, idealmente, o pesquisador não deveria escolher entre um método ou outro,
mas utilizar as várias abordagens, qualitativas e quantitativas que se adequam à sua questão
de pesquisa.
Segundo Araújo e Oliveira (1997), a pesquisa quali-quanti, como o próprio nome
sugere, representa a combinação das duas modalidades citadas, utilizando em parte do
trabalho a visão positivista, e em outra parte a visão fenomenológica, aproveitando-se o
que há de melhor em cada uma delas.
Ensslin e Vianna (2008) Consideram que a pesquisa de predominância quali-quanti
pode ser utilizada para explorar melhor as questões pouco estruturadas, os territórios ainda
29
não mapeados, os horizontes inexplorados, problemas que envolvem atores, contextos e
processos.
Thomas e Nelson (2002) descrevem que o valor da pesquisa descritiva está baseado
na premissa que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio de
observação, análise e descrição objetivas e completas. De acordo com Gil (2008), as
pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das características de uma
população, fenômeno ou de uma experiência.
O levantamento foi feito em três Escolas Públicas do Munícipio de Porto
Velho/RO. A população estudada foi composta por 77 alunos do Ensino Noturno
(distribuídos detalhadamente na tabela 1), devidamente matriculados nas Instituições de
Ensino. Fez parte da amostra somente alunos que possuem 75% de frequência nas aulas.
Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado (composto por
12 questões fechadas e abertas) devidamente validado. Thomas e Nelson (2002) acreditam,
com o uso do questionário, ser possível através das respostas dos sujeitos fornecerem as
suas percepções, interpretações e consciências da situação total na interação entre os atores
e o cenário. Gil (1996) aponta que esta técnica mostra-se bastante útil para a obtenção de
informações acerca do que a pessoa sabe, crê ou espera, sente ou deseja, pretende fazer, faz
ou fez, bem como a respeito de suas explicações ou razões para quaisquer das coisas
precedentes.
Foi assinado termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes do
estudo.
Tabela 1: Distribuição detalhada dos alunos por Escolas e Gêneros.
DISTRIBUIÇÃO DOS ALUNOS POR ESCOLAS E POR GÊNEROS
ESCOLAS GÊNEROS NÚMEROS
1 Masculino 13
Feminino 09
2 Masculino 13
Feminino 14
3 Masculino 11
Feminino 17
TOTAL DOS GÊNEROS Masculino 37
Feminino 40
TOTAL GERAL 77
30
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do estudo mostram a visão dos escolares das Escolas Públicas de
Porto Velho/RO sobre as aulas de Educação Física no Ensino Noturno, apresentando a
questão, depois os gráficos e os resultados numéricos e logo após, a discussão das
informações encontradas.
Gráfico 1 – Importância da Educação Física na formação dos alunos.
De acordo com o gráfico 1, verificamos que os escolares consideram as aulas de
Educação Física muito importante para sua formação, pois 96% responderam
positivamente deixando clara a visão dos alunos do Ensino Noturno neste aspecto.
O resultado respalda-se no que disse Barbosa et. al. (2011), que o
desenvolvimento completo de um cidadão é considerado de muita importância na
sociedade, e na escola é prezado por todas as disciplinas que o aluno se desenvolva
plenamente e criticamente, para que consiga fazer reflexões sobre os diversos assuntos.
Não sendo diferente no ensino da Educação Física que busca fazer com que os alunos
vivenciem a prática de atividades físicas se conscientize do bem que faz a sua prática e
tenham um bom conhecimento sobre o corpo.
96%
4%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Questão 1
sim
não
31
A Educação Física é a disciplina que mais contribui para a formação de um
cidadão. Já que seus conteúdos não visam apenas à prática de atividades física, mais há
atividades que desenvolvam o trabalho em grupo e a cooperação.
Gráfico 2 – Importância da disciplina Educação Física no componente curricular.
Segundo o gráfico 2, constatou-se que os alunos consideram a Educação Física
como uma disciplina importante no componente curricular, já que prevaleceu a
resposta “sim” mostrando que 83% dos alunos acham a Educação Física importante
como componente curricular e apenas 17% não consideraram importante a Educação
Física como uma disciplina importante no componente curricular.
Esse resultado não podia ser diferente, já que Costa et. al. (2007) considera a
inclusão da Educação Física na EJA como representação da possibilidade dos sujeitos
no contato com a cultura corporal de movimento, numa perspectiva de usufruto de
instrumentos para promover à saúde, aguçar a criatividade no aproveitamento do tempo
de lazer e expressar afetos e sentimentos em diversos contextos de convivência. Costa
et. al. (2007) afirma que a inserção desse componente na EJA, como em qualquer outro
tipo de educação, deve-se constituir em arma de inserção social, de exercício da
cidadania e de melhoria da qualidade de vida, conforme abordagem dos manifestos e
documentos legais que a compõe.
Não tem como dizer que a Educação Física não é importante no componente
curricular, pois é uma disciplina que contribui bastante para a escola. No caso do
83%
17%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Questão 2
Sim
Não
32
Ensino Noturno a Educação Física auxilia na redução da evasão e na diminuição da
tensão e pressão que os alunos sofrem no seu cotidiano, já que a grande maioria são
trabalhadores.
Gráfico 3 – Importância de tirar notas altas na disciplina de Educação Física.
O gráfico 3 exibi o resultado da pergunta em que o aluno e questionado se ele
considera importante tirar notas altas na disciplina de Educação Física, neste
questionamento 83% dos alunos responderam que “sim”, deixando evidente que a
Educação Física é uma disciplina na qual os alunos do Ensino Noturno consideram
importante tirar notas altas, contra apenas 17% que afirmaram não considerar
importante tirar notas altas em Educação Física.
Esta resposta traz consigo muito mais do que a importância de tirar notas altas,
ela mostra a relevância da Educação Física diante deste alunado e que os alunos do
Ensino Noturno, que já são mais maduros que os alunos de outros turnos, reconhecem
o valor desta disciplina, o quanto ela pode ajudar no cotidiano e na qualidade de vida
através dos seus conteúdos e indicando o caminho para uma vida melhor e mais
saudável.
83%
17%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Questão 3
Sim
Não
33
Gráfico 4 – Importância dos conteúdos das aulas de Educação Física.
De acordo com o gráfico 4, que exibi o resultado do questionamento sobre a
importância dos conteúdos das aulas de Educação Física, 92% dos alunos responderam
de forma positiva, mostrando que os alunos consideram os conteúdos das aulas de
Educação Física importantes, contra apenas 8% que responderam negativamente, este
percentual pequeno de respostas negativas e a grande diferença apontada no gráfico
mostra um melhor entendimento dos alunos em relação aos conteúdos da Educação
Física e de que estes conteúdos vão de encontro com as perspectivas dos alunos desse
período.
Para respaldar esse resultado cito Garavello (2007) que disse que a importância
atribuída aos conteúdos do ensino e à aprendizagem dos alunos chama a atenção nas
propostas curriculares atuais. É através dos conteúdos que se obtêm as bases para
aplicar as lições diárias e fazer com que o aluno adquira conhecimento, eles se
relacionam às necessidades e às capacidades dos alunos em aprender. Sendo assim,
para Kunz (2004), o conteúdo principal da Educação Física é o Se - movimentar
humano, sendo uma tarefa dificílima legitimar a Educação Física enquanto área
pedagógica que contribui na formação da cidadania. Para o autor a Educação Física
deve conter conteúdos que visem mais que a aprendizagem motora, que estejam
voltados também para o desenvolvimento social do aluno contribuindo para o
desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas e sociais.
92%
8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Questão 4
Sim
Não
34
O que faz a Educação Física ser tão importante para todos, inclusive para os
alunos do Ensino Noturno, é o seu conteúdo. Pois a Educação Física é uma disciplina
muito abrangente e que através de seus conteúdos oferece mais do que exercícios
físicos, mais a possibilidade de formar um cidadão mais desenvolvido nos aspectos
cognitivo, motor e social.
Gráfico 5 – Conteúdos vivenciados nas aulas de Educação Física.
O gráfico 5 constatou os conteúdos vivenciados pelos escolares nas aulas de
Educação Física, neste questionamento o gráfico mostra, com uma pequena diferença,
que os alunos do Ensino Noturno vivenciam mais aulas teóricas (44%) do que práticas
e que nas aulas práticas o principal conteúdo vivenciado por eles é o esporte (38%).
Este gráfico comprova também o que foi colocado no gráfico 9, no qual mostra que as
aulas são teóricas e práticas. Por outro lado o pequeno índice encontrado no gráfico
aponta que alguns conteúdos de grande importância, como exercícios físicos e
atividades lúdicas, foram deixados de lado.
Diante do resultado obtido cito Kunz (2004), para ele é necessário que o
conteúdo seja ensinado na Educação Física Escolar de forma que não se desenvolva
somente as habilidades e técnicas, mas deve incluir conteúdos de caráter teórico-prático
permitindo assim que os alunos organizem a sua realidade.
O gráfico 5 mostrou o que muitos autores consideram ideal, a conciliação entre
a teoria e a prática. A prática requer uma revisão teórica para que o aluno execute a
44%
38%
10% 8%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Questão 5
Teoria
Esportes
Exercícios Físicos
Atividades Lúdicas
35
atividade entendendo e sabendo o porquê de estar fazendo determinada atividade física
e faze-la com mais motivação e prazer.
Gráfico 6 – Participação nas aulas de Educação Física.
Para o gráfico 6 ficou claro que mesmo com a Educação Física sendo uma
disciplina facultativa no Ensino Noturno a grande maioria dos alunos participam das
aulas. Já que prevaleceu a resposta “sim” com 73% e em segundo a reposta “de vez em
quando” com 22% quando se perguntou aos alunos se eles participam das aulas de
Educação Física, o que é muito positivo já que apenas 5% dos alunos pesquisados não
participam das aulas.
Através deste resultado, que nos mostra um alto índice de participação dos
alunos do Ensino Noturno nas aulas de Educação Física, percebe-se que a Educação
Física é considerada por esses alunos importante e mostra que apesar da disciplina ser
facultativa no Ensino Noturno os alunos tem a concepção de que para eles é
fundamental participarem das aulas, já que a maioria dos alunos que estudam nesse
período trabalham durante todo o dia e não tenham tempo para a prática de algum
exercício físico eles utilizam essas aulas para a prática de exercícios e até mesmo evitar
e combater algumas doenças, já que alguns alunos deste período tem a idade mais
avançada, sendo também, essas aulas para eles uma fonte de lazer, já que muitos não
desfrutam de tempo para isso.
73%
5%
22%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Questão 6
Sim
Não
De vez enquando
36
Gráfico 7 – Grau de dificuldade em relação aos conteúdos das aulas de Educação
Física.
De acordo com o gráfico 7, verificou-se no questionamento sobre o grau de
dificuldade dos conteúdos das aulas de Educação Física, que prevaleceu a resposta
“fácil” com 53% e a “regular” com 38%, assim, a maioria dos alunos não encontram
dificuldades em relação aos conteúdos das aulas de Educação Física, mas alguns alunos
têm pelo menos um pouco de dificuldade nos conteúdos das aulas, o baixo índice das
respostas difícil e muito difícil se deve ao fato de que os alunos participam das aulas
com prazer e de se tratar mais de um lazer, deve-se também ao fato de não se sentirem
pressionados a serem aprovados ou reprovados com há em outras disciplinas do
componente curricular.
A Educação Física ser considerada como uma disciplina fácil é normal, já que
os alunos estão desfrutando de uma atividade que proporciona um bem estar físico,
mental e social e por estarem participando da aula por vontade própria.
53%
8%
38%
1% 0% 0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Questão 7
Fácil
Muito Fácil
Regular
Dificil
Muito Dificil
37
Gráfico 8 – Opinião dos alunos em relação à qualidade das aulas de Educação
Física.
Segundo o gráfico 8, constatou-se que os alunos quando foram questionados
sobre o que acham das aulas de Educação Física, que prevaleceram as respostas “boa”
com 43% e a “muito boa” com 40%, não deixando dúvidas de que os alunos do Ensino
Noturno gostam das aulas da disciplina de Educação Física. Considera-se normal o
baixo percentual de respostas nas opções ruim e muito ruim, já que no Ensino Noturno
a Educação Física é facultativa, significando que eles participam das aulas só quando
se sentem motivados ou quando gostam dos conteúdos aplicados nas aulas.
É importante para os escolares que as aulas de Educação Física sejam de boa
qualidade, pois é preciso que os alunos possam usufruir dos benefícios que a Educação
Física oferece, para que, assim, eles tenham um melhor desenvolvimento físico, mental
e social. Necessitam-se, também, de uma boa qualidade nas aulas de Educação Física
para estimular os alunos, principalmente os alunos do Ensino Noturno no qual a
disciplina é facultativa, a participarem das aulas e das atividades desenvolvidas pelo
professor.
43% 40%
16%
0% 1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Questão 8
Boa
Muito boa
Regular
Ruim
Muito Ruim
38
Gráfico 9 – Opinião dos alunos sobre como são as aulas de Educação Física em
suas escolas.
De acordo com gráfico 9, verificou-se que quando questionados sobre como são
as aulas de Educação Física na escola em que estudam, a grande maioria dos alunos
com 58% responderam que as aulas são teóricas e práticas.
De acordo com as respostas obtidas as aulas de Educação Física são uma
relação entre teoria e prática indo de acordo com Lorenz e Tibeau (2003) declarando
que a Educação Física não deve atingir extremos: totalmente prática ou totalmente
teorização. Isto implica que se deve haver uma consolidação de teoria e prática, aulas
somente de um modelo repassa uma ideia falsa e fragmentada do que seja essa
disciplina.
A teoria e a prática devem caminhar juntas nas aulas de Educação Física, para
que os alunos possam participar das aulas conscientes do que estão fazendo e para que
esses se sintam mais motivados à prática das atividades desenvolvidas.
12%
30%
58%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Questão 9
Teóricas
Práticas
Teóricas e Práticas
39
Gráfico 10 – Opinião dos alunos sobre como devem ser as aulas de Educação
Física.
Segundo o gráfico 10, quando os alunos do Ensino Noturno foram questionados
sobre como eles acham que as aulas de Educação Física devem ser, a grande maioria
com 70% responderam que as aulas devem ser teóricas e práticas, neste caso eles estão
satisfeitos, pois o gráfico anterior mostrou que as aulas de Educação Física são teóricas
e práticas, indo de acordo com a opinião deles.
Diante do exposto destaca-se Barbosa (1997), quando em suas considerações
sobre teoria e prática destaca que “a teoria é um processo interno, abstrato – é o
pensamento em si – e a prática é o ato concreto que se pode ver, ouvir, sentir; é quando
nosso interior entra em contato com o mundo exterior”.
A Educação Física é uma disciplina que abrange diversos temas, então se
encontra a necessidade das aulas teóricas, a Educação Física precisa, nos dias de hoje,
ter aulas sobre saúde, qualidade de vida, sedentarismo, e com isso motivar os alunos,
principalmente os alunos do Ensino Noturno, a praticarem atividades físicas com
regularidade, ou seja, a teoria entra com a motivação e a prática como papel de
melhorar a saúde e a qualidade de vida.
5%
25%
70%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Questão 10
Teóricas
Práticas
Teóricas e Práticas
40
Gráfico 11 – Motivação nas aulas de Educação Física.
De acordo com o gráfico 11, verificou-se que quando os alunos foram
questionados sobre se sentirem motivados nas aulas de Educação Física, a grande
maioria respondeu que “sim” com 64% e logo depois “de vez enquanto” com 29%,
deixando claro que os alunos do Ensino Noturno se sentem motivados nas aulas da
disciplina de Educação Física.
Sobre motivação encontra-se respaldo em Maggil (1984), segundo ele a
motivação é importante para a compreensão da aprendizagem e do desempenho de
habilidades motoras, pois tem um papel importante na iniciação, manutenção e
intensidade do comportamento. Sem a presença da motivação, os alunos em aulas de
Educação Física, não exercerão as atividades, ou então, farão mal o que for proposto.
Destaca-se, também, Franchin e Barreto (2006) para eles do ponto de vista
pedagógico, a motivação significa fornecer um motivo, ou seja, estimular o aluno a ter
vontade de aprender. E uma das condições indispensáveis para o aluno aprender é o seu
nível motivacional, que pode depender muito do professor.
A motivação é algo essencial nas aulas de Educação Física, principalmente para
os alunos do Ensino Noturno. Necessita-se de motivação para fazer com que os alunos
participem das aulas, para um melhor desempenho e aprendizado do aluno e para
alcançar os objetivos da aula, daí a importância do professor de motivar os alunos
através de atividades prazerosas.
64%
8%
29%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Questão 11
Sim
Não
De vez enquando
41
Gráfico 12 – Opinião dos alunos sobre o que eles gostariam de fazer nas aulas de
Educação Física.
Na última questão do questionário foi feita uma pergunta aos escolares do
Ensino Noturno com o propósito de apresentar sugestões sobre o que eles gostariam de
fazer nas aulas de Educação Física, considerada pelos mesmos como sendo de
fundamental importância para a melhoria das aulas de Educação Física.
Embora não tenham sido delimitados os temas, pode-se perceber no gráfico 12
que as sugestões dos alunos se concentram em quatro temas, são eles: prática de
esportes (44%), destacando-se ai o futsal e o vôlei, aulas teóricas (30%), exercícios
físicos (19%) e atividades lúdicas (7%), as atividades lúdicas, apesar de pouco
lembradas no Ensino Noturno, são de fundamental importância para essa clientela, já
que são atividades que proporcionam lazer, descontração e prazer o que muitos alunos
desse período não conseguem encontrar ou encaixar em seu cotidiano.
Nota-se que os alunos do Ensino Noturno sugeriram a prática de esporte e as
aulas teóricas, mais o gráfico 5 mostra que esses são os conteúdos que eles mais
vivenciaram, será que eles só sugeriram isso porque foi os conteúdos aos quais eles
mais tiveram acesso nas aulas de Educação Física?.
Há uma necessidade dos professores de Educação Física, na inserção de novos
conteúdos já que, a própria disciplina é de fato, uma área muito abrangente. Sabe-se
que a disciplina é de extrema importância, mais se tornaria algo mais eficaz, se os
próprios estivessem acesso á novos conteúdos, e assim, consequentemente teriam uma
melhor formação.
44%
30%
19%
7%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Questão 12
Praticar esportes
Teoria
Exercícios Físicos
Atividades Lúdicas
42
6 CONCLUSÃO
Considerando o exposto, foi possível verificar que a Educação Física no Ensino
Noturno é vista pelos alunos como sendo de fundamental importância para sua formação.
Nos gráficos 1, 2, 3 e 4 que tem o objetivo de identificar a importância da Educação Física
para os alunos do Ensino Noturno, foram respondidos positivamente deixando claro o
resultado obtido. Além de ser vista que a disciplina tem grande contribuição para sua
formação, os alunos consideram ainda que a Educação Física é uma disciplina importante
no componente curricular da escola e foi também constatado que os conteúdos da
disciplina e até mesmo tirar notas altas na disciplina de Educação Física é vista pelos
alunos como sendo importante.
Verificou-se, também, que apesar da disciplina de Educação Física ser facultativa
para os alunos do Ensino Noturno há um grande índice de participação nas aulas,
constatou-se que eles acham o conteúdo dessa disciplina fácil e que a disciplina é boa em
relação a sua qualidade. Quando questionados sobre como são as aulas de Educação Física,
certificou-se que as aulas de Educação Física no Ensino Noturno são teóricas e práticas,
sendo que nas aulas práticas o conteúdo mais vivenciado é o esporte, destacando-se ai o
futsal e o vôlei. Diante disto pôde-se confirmar que os alunos encontraram-se satisfeitos,
pois quando foram questionados sobre como eles preferem as aulas, eles responderam em
sua maioria que as aulas devem ser teóricas e práticas. O estudo deixou claro nos
resultados que os alunos se sentem motivados nas aulas de Educação Física e, por fim,
verificou-se na última questão em que os alunos do Ensino Noturno deixaram suas
sugestões em relação ao que gostariam de fazer nas aulas de Educação Física, que eles
querem praticar esportes, ter aulas teóricas, exercícios físicos e atividades lúdicas.
Diante do resultado conclui-se que os alunos do Ensino Noturno têm uma visão da
Educação Física no que tange a sua função dentro da escola e entendem que a Educação
Física é importante para escola e que contribui para que eles tenham uma vida mais
saudável e também para sua formação social.
43
7 CRONOGRAMA
ATIVIDADES
2011
JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do Tema X
Elaboração do Projeto X
Entrega do Projeto X
Revisão do Projeto pelo orientador X
Correção do Projeto de Pesquisa X
Elaboração do Instrumento de coleta de
dados X
Coleta de Dados X X
Férias X
ATIVIDADES
2012
FEV MAR ABR MAI JUN JUL
Análise dos Dados X
Redação da Monografia X X
Revisão da Monografia pelo Orientador X X
Redação Final da Monografia X X
Entrega da Monografia X
Defesa da Monografia X
44
8 REFERÊNCIAS
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ZUNINO, A.P E TONIETTO, M.R. Educação Física: 1º ao 5º ano. Curitiba: Positivo,
2008.
49
ANEXO I - Questionário
QUESTIONÁRIO
Caro (a) Aluno (a) este é um questionário que tem como objetivo analisar a disciplina de Educação
Física no Ensino Noturno no que diz respeito à importância, conteúdo, participação, dificuldade, qualidade e
motivação. O resultado deste levantamento será apresentado em um Trabalho de Conclusão do Curso de
Educação Física da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Agradeço sua colaboração em participar do
estudo respondendo as questões.
Pesquisador: Júlio O. de Lima.
I. PREENCHA OS DADOS ABAIXO:
Serie/Ano:_________ Turma:________ Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
II. RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:
1) Você considera a Educação Física importante para sua formação?
( ) Sim
( ) Não
Porque?_________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
2) Você considera a Educação Física como uma disciplina importante no componente
curricular?
( ) Sim
( ) Não
3) Você considera importante tirar notas altas na disciplina de Educação Física?
( ) Sim
( ) Não
Porque?_________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4) Você considera importante o conteúdo das aulas de Educação Física?
( ) Sim
( ) Não
5) Quais conteúdos você vivenciou nas aulas de Educação Física do Ensino Noturno?
50
6) Você participa das aulas de Educação Física?
( ) Sim
( ) Não
( ) De vez em quando
Porque?_________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
7) Qual o grau de dificuldade em relação aos conteúdos das aulas de Educação Física?
( ) Fácil
( ) Muito fácil
( ) Regular
( ) Difícil
( ) Muito difícil
8) O que você acha das aulas de Educação Física?
( ) Boa
( ) Muito boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Muito ruim
9) As suas aulas de Educação Física na escola são:
( ) Teóricas
( ) Práticas
( ) Teóricas e Práticas
10) Você acha que as aulas de Educação Física devem ser:
( ) Teóricas
( ) Práticas
( ) Teóricas e Práticas
11) Você se sente motivado nas aulas de Educação Física?
( ) Sim
( ) Não
( ) De vez em quando
12) O que você gostaria de fazer nas aulas de Educação Física?
51
ANEXO II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Declaro, por meio deste termo, que concordo em participar da pesquisa de campo
intitulada IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO NOTURNO NA
VISÃO DOS ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNÍCIPIO DE PORTO
VELHO – RO, desenvolvida pelo acadêmico Júlio Oliveira de Lima, a quem posso
consultar a qualquer momento que julgar necessário através do telefone: 9212-6064 ou e-
mail: olivedelima@hotmail.com.
Afirmo que aceito participar por minha própria vontade, sem receber qualquer
incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com finalidade exclusiva de colaborar para o
sucesso da pesquisa. Fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo,
que, em linhas gerais é analisar a importância da Educação Física na visão dos alunos das
Escolas Públicas do Ensino Noturno do Município de Porto Velho – RO.
Fui também esclarecido (a) de que os usos das informações por mim oferecidas
estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do
Ministério da Saúde.
Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de um questionário
semiestruturado composto por 12 questões. O acesso e a análise dos dados coletados se
farão apenas pelo pesquisador e seu orientador.
Fui ainda informado (a) de que posso me retirar dessa pesquisa a qualquer
momento, sem prejuízo para meu acompanhamento ou sofrer quaisquer sanções ou
constrangimentos.
O pesquisador se coloca à disposição para esclarecimentos sobre os resultados
encontrados.
Portanto, eu concordo em dar meu consentimento para participar como voluntário
desta Pesquisa.
Porto Velho, ____ de _______________ de 2011.
________________________________________
Assinatura do Pesquisador
_________________________________________
Assinatura do (a) Participante
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