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INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CADE
16 a 19 de novembro de 2015
Diário Oficial da União de 16.11.2015
AC nº 08700.010558/2015-11 |
Informações gerais
Requerentes: Mitsui & Co., Ltd. ("Mitsui") e Salmones Multiexport S.A. ("Salmex").
Assuntos: subscrição e aquisição de ações.
Mercados envolvidos: produção e exportação de truta e salmão.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: subscrição e aquisição, pela Mitsui, de 23,4% das ações ordinárias da Salmex.
Resumo da decisão: ambas as Requerentes atuam na indústria de piscicultura em âmbito
mundial. Contudo, enquanto a Mitsui atua principalmente no território asiático, a Salmex atua no
território chileno. No Brasil, as Requerentes atuam de forma indireta por meio da Salmex e de sua
subsidiária Multiexport Pacific Farms (“Multiexport”). As sociedades atuam na criação,
processamento e comercialização de salmão atlântico e truta, com exportações do Chile para o
Brasil. Vale ressaltar que a Multiexport é detida pela Mitsui e pela Salmex com participação de
30% e 70%, respectivamente.
Como a Salmex também vende salmão e truta diretamente a importadores e distribuidores
brasileiros, poderia ser suscitada uma sobreposição horizontal entre a Mitsui e a Salmex nos
mercados de venda de truta e salmão. Nesse sentido, as Requerentes forneceram dados sobre o
mercado em questão na dimensão mundial, no Mercosul e no Brasil. No entanto, em qualquer
cenário apresentado, a participação da Salmex foi inferior a 20%, motivo pelo qual a definição de
mercado relevante foi deixada em aberto.
Quanto à Mitsui, sua participação seria bastante reduzida no mercado mundial. Em relação ao
mercado brasileiro e no Mercosul, suas atividades, depois da operação, estariam limitadas à
atuação da Multiexport, cuja participação já foi considerada na participação da Salmex. Dessa
forma, poderia ser suscitada uma sobreposição entre as Requerentes apenas no cenário mundial,
uma vez que tanto no Mercosul quanto no Brasil a Mitsui atuará apenas por meio da Multiexport.
Diante das reduzidas participações das Requerentes em todos os cenários considerados, a SG-
CADE decidiu que a operação não geraria efeitos anticoncorrenciais.
AC nº 08700.010318/2015-16 |
Informações gerais
Requerentes: Codema Comercial e Importadora Ltda. ("Codema"), Battistella Administração e
Participações S.A. ("Battistella").
Assuntos: aquisição de ações.
Mercados envolvidos: revenda de veículos pesados.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: aquisição da Battistella, concessionária integrante do Grupo Scania no estado de Santa
Catarina, pela Codema.
Resumo da decisão: De acordo com a jurisprudência do CADE, o mercado relevante da
operação é o de concessionárias de revenda de veículos pesados estadual, segmentado por tipo
de veículo e marca.
Considerando que a Codema atua em algumas áreas de São Paulo e Minas Gerais, e a Battistella
em Santa Catarina e Paraná, a SG-CADE concluiu que a operação não suscita sobreposição
horizontal. Ainda que o mercado geográfico fosse considerado em dimensão nacional, a
representatividade da Batistella seria muito reduzida, de forma que a soma das participações das
Requerentes seriam inferiores a 20% em qualquer segmento do mercado envolvido.
Com relação a uma possibilidade integração vertical, a SG-CADE entende que existem vínculos
típicos da indústria por conta da própria regulação do setor, que impõe algumas condições como
limitação regional de atuação das concessionárias, quotas e preços máximos de revenda.
Diante do exposto, a SG-CADE concluiu que a presente operação não levanta preocupações sob o
enfoque concorrencial.
AC nº 08700.010923/2015-89 |
Informações gerais
Requerentes: WP Participações V S.A. (“WP V”) e GPS Participações e Empreendimentos S.A.
(“GPS”).
Assuntos: aquisição de participação societária.
Mercados envolvidos: serviços prediais.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: aquisição, pela WP V, de 27,21% do capital social da GPS, anteriormente detida pelo
Capital Mezanino Fundo de Investimento em Participações. Vale ressaltar que a WP V é detida
pelo WP XI (Cayman) Fund, que é gerido pela Warburg Pincus LLC.
Resumo da decisão: os fundos geridos pela Warburg Pincus não detêm, direta ou
indiretamente, participação igual ou superior a 20% em qualquer empresa com operações no
Brasil nos mesmos mercados em que a GPS atua. Além disso, também não oferece insumos para
as atividades desenvolvidas pela GPS no Brasil. Portanto, não haveria qualquer sobreposição
horizontal ou integração vertical decorrente da operação.
Segundo a SG-CADE, as Requerentes operam em segmentos distintos do mercado brasileiro. As
atividades prestadas pela GPS consistem principalmente em serviços prediais de limpeza, vigilância
e mão de obra, enquanto as empresas da Warburg Pincus concentram-se nos setores de energia,
serviços financeiros, saúde e consumo, serviços industriais e de negócios, tecnologia, mídia e
telecomunicações.
Segundo a SG-CADE, a operação de aquisição de parte do capital social da GPS pela WP V seria
apenas uma substituição de agentes econômicos.
Diante do exposto, a SG-CADE concluiu que a operação não geraria prejuízos anticoncorrenciais.
Diário Oficial da União de 17.11.2015
PA nº 08012.008960/2010-71 |
Informações gerais
Representante: Secretaria de Direito Econômico ("SDE")ex officio.
Representados: Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Pará e Amapá
(“Sincodiv-PA/AP”), Roberto Russel da Cunha, Atlas Veículos Ltda., Invencível Veículos Ltda.,
Viale Automóveis Ltda., Revemar – Revendedora de Veículos Marabá Ltda., J.C. Maranhão
Comércio e Representações Ltda. – Macom Veículos, Importadora de Ferragens S.A., Fênix
Veículos Ltda., Green Star Peças e Veículos Ltda., Montecarlo Veículos Ltda., Motobel Veículos
Ltda., Nippon Veículos Ltda., Toulon Veículos Ltda., Zucavel – Zucatelli Veículos Ltda., Betral
Veículos Ltda. e Moselli Veículos Ltda.
Assuntos: influência à adoção de conduta uniforme ou concertada entre concorrentes.
Mercados envolvidos: serviços de mão de obra de reparo de veículos no Pará e Amapá.
Resultado: condenação do Sincodiv-PA/AP e Sr. Roberto Russel da Cunha por formação de cartel
com aplicação de multa de R$ 425.640,00 e de R$ 53.205,00, respectivamente, bem como o
arquivamento em relação às demais Representadas.
Dados da decisão
Objeto: a investigação teve início com o Processo Administrativo nº 08012.006685/2004-11,
instaurado a fim de apurar indícios de que concessionárias de veículos do Distrito Federal,
orientadas pelo sindicato da categoria, teriam intentado um reajuste coletivo nos preços cobrados
das seguradoras em relação aos serviços de manutenção e reparo de automóveis.
Durante a instrução do Processo Administrativo nº 08012.006685/2004-11, a SDE obteve cópia de
carta remetida pelo Sincodiv-PA/AP, assinada por seu então Presidente, Sr. Roberto Russel da
Cunha, comunicando a seguradora Porto Seguro a respeito de um reajuste conjunto nos valores a
serem cobrados pelas concessionárias afiliadas ao sindicato.
Segundo a SDE, a correspondência seria uma prova da existência de um reajuste de preço
formulada pelo sindicatos e pelas concessionárias associadas. Assim, foi instaurado Processo
Administrativo em face da Sincodiv-PA/AP, seu Presidente e 14 concessionárias afiliadas.
Resumo da decisão: as Representadas alegaram que houve violação aos princípios de ampla
defesa e contraditório, uma vez que não lhes foi permitida a oportunidade de se manifestar no
Processo Administrativo nº 08012.006685/2004-11. No entanto, o Tribunal do CADE entendeu que
não havia necessidade de manifestação no referido Processo Administrativo, uma vez que as
Representadas não integravam seu polo passivo e não foram penalizadas naqueles autos. Além
disso, destacou-se que todas as Representadas tiveram a oportunidade de se manifestar nos
autos do Processo Administrativo nº 08012.008960/2010-71 ("PA"), destinado à apuração da
conduta objeto de exame.
Alegaram, ainda, vício na instauração do PA, uma vez que ocorreu prescrição intercorrente
durante a instrução do Processo Administrativo nº 08012.006685/2004-11. Para as
Representadas, desde o ofício às seguradoras em 30.8.2004 até o ofício ao Sincodiv-PA/AP em
29.1.2010 o CADE não realizou qualquer ato para apurar a conduta investigada. No entanto,
segundo o Tribunal do CADE, a prescrição intercorrente foi interrompida em 19.3.2007 com o
envio do Ofício nº 1362 ao Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito
Federal com os pedido de esclarecimento quanto às seguintes informações: (i) quais os requisitos
necessários para as concessionárias se associarem ao Sindicato; (ii) quais eram as concessionárias
associadas em 2004; (iii) como são formados os preços de mão de obra cobrados pelas
concessionárias quando prestam serviços para as seguradoras; e (iv) se houve reajuste nos preços
nos últimos 10 anos.
As Representadas também sustentaram a consumação da prescrição quinquenal, uma vez que
teriam transcorrido 5 anos entre a conduta, marcada pela correspondência do Sincodiv-PA/AP em
30.12.2003, e a instauração do PA, em 17.8.2010. Contudo, o Tribunal do CADE, alicerçado no
entendimento fixado no Processo Administrativo nº 08012.011142/2006-79 (Cartel do Cimento),
entendeu que o prazo prescricional a ser considerado seria o penal (12 anos) e não o
administrativo (5 anos), sob o argumento que a aplicação de prescrição penal independe de prévia
persecução criminal. Portanto, a prescrição se consumaria tão somente em 30.12.2015.
Para o Tribunal do CADE, a correspondência de 30.12.2003 assinada pelo Presidente do Sincodiv-
PA/AP, Sr. Roberto Russel da Cunha comprova que foi realizada reunião entre sindicato e
concessionárias concorrentes para discutir o preço a ser utilizado por todas as concessionárias, o
qual passou a ser implementado a partir de 1.1.2014.
Assim, o Tribunal do CADE entendeu pela condenação do Sincodiv-PA/AP e seu Presidente com
aplicação de multa de R$ 425.640,00 e R$ 53.205,00, respectivamente, por conduta uniforme.
Quanto às demais Representadas, o Tribunal do CADE entendeu que não seria possível determinar
quais concessionárias realmente participaram da reunião em que os preços sofreram reajuste.
Portanto, decidiu pelo arquivamento em relação às demais Representadas.
PA n º 08012.012081/2007-48 |
Informações gerais
Representadas: Saphyr Administradora de Centros Comerciais S.A. ("Saphyr"), Condomínio
Pro-Indiviso Shopping Villa-Lobos ("Pro-Indiviso"), Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A.
("Multiplan"), Condomínio Morumbi Shopping ("Morumbi"), Brookfield Brasil Shopping Centers
Administradora Ltda. ("Brookfield") e Condomínio Comercial Shopping Pátio Higienópolis
("Comercial").
Assuntos: prescrição intercorrente.
Mercados envolvidos: mercado de locação de lojas em shopping centers.
Resultado: arquivamento do processo administrativo.
Dados da decisão
Objeto: Processo Administrativo instaurado a partir de investigações iniciadas depois do
julgamento, do PA nº 08012.006636/1997-43 pelo Tribunal do CADE, em 4.9.2007, em desfavor
do Condomínio Shopping Center Iguatemi ("Iguatemi"). Nessa ocasião, o Tribunal entendeu que
as "cláusulas de raio" presentes nos contratos de locação firmados pela então Representada não
seriam razoáveis, tampouco lícitas, na medida em que prejudicariam a livre concorrência e a livre
iniciativa através da limitação de acesso de novas empresas ao mercado e à criação de óbices ao
desenvolvimento de concorrentes.
Na instrução do referido processo, constatou-se que a inclusão de "cláusulas de raio" era prática
comum adotada pelos shopping centers integrantes do mesmo mercado relevante do Iguatemi.
Assim, foi instaurado processo administrativo em relação às Representadas.
Resumo da decisão: como exposto, o presente Processo Administrativo foi instaurado em face
das administradoras dos shopping centers envolvidos no PA nº 08012.006636/1997-43. Assim, a
Saphyr consta como administradora do Shopping Villa-Lobos, a Pro-Indiviso e Multiplan como
administradoras do Morumbi Shopping, e a Brookfield e Comercial como responsáveis pelo
Shopping Pátio Higienópolis.
As defesas apresentadas pelas Requerentes, os pareceres da Procuradoria Federal especializada
junto ao CADE e do Ministério Público Federal foram no sentido da consumação de prescrição
intercorrente, uma vez que o Processo Administrativo teria permanecido paralisado no período de
18.5.2010 a 28.4.2014.
O Tribunal analisou a alegação a partir da Lei nº 9.873/1999, relativa ao prazo de prescrição para
o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, e da Lei nº 12.529/2011, a atual
lei antitruste. Tal análise se fundamenta no entendimento de que a segunda lei referida não traria
qualquer regra transitória em relação à aplicação de suas normas de prescrição intercorrente.
Conforme assinalado acima, as Representadas entenderam que a inércia no processo
administrativa teria se operado em período no qual ambas as leis estavam vigentes.
O Tribunal assinalou que o §1º do art. 1º da Lei nº 9.873/1999 prevê a incidência da prescrição
no processo administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou de
despacho. De acordo com o inciso II do art. 2º da mesma Lei, ainda, o fluxo do prazo
prescricional trienal estabelecido no art. 1º somente seria interrompido "por qualquer ato
inequívoco, que importe apuração do fato". Segundo o Tribunal do CADE, a interpretação do art.
46 da Lei nº 12.529/2011 conduziria à mesma conclusão, não obstante a diferença de redação
relativa à interrupção da prescrição, descrita no §1º do dispositivo como ocorrente por ocasião de
qualquer "ato administrativo ou judicial que tenha por objeto a apuração da infração contra a
ordem econômica".
Assim, no caso concreto, verificou-se que, o último ato praticado no âmbito do Processo
Administrativo, voltado a apurar a ocorrência da conduta, foi a expedição de ofício ao Instituto
Brasileiro de Defesa dos Lojistas de Shoppings ("IDELOS"), requerendo informações sobre a
existência de processos judiciais em que tivessem como objeto a discussão das "cláusulas de
raio". Em que pese o ofício ter sido encaminhado no dia 18.5.2010, foi concedido o prazo de dez
dias para resposta, de modo que o Tribunal considerou a data de 31.5.2010, primeiro dia útil após
o transcurso do prazo para resposta do IDELOS, como o dia do início da contagem de prazo
prescricional (dies a quo).
Após essa data, todos os atos constantes do Processo Administrativo foram de dois tipos: (i)
manifestações das partes com requerimentos de vistas, cópias e/ou juntada de
substabelecimentos; e (ii) juntada aos autos de despachos/decisões relacionadas ao Requerimento
de TCC nº 08700.003933/2009-10, vinculado a três Representadas.
Concluiu-se, assim, que as movimentações ocorridas nos autos entre os dias 31.5.2010 e
25.4.2014 não caracterizaram atos de apuração de fatos e, portanto, não tinham o condão de
interromper o fluxo do prazo prescricional.
Diante do exposto, o Processo Administrativo foi arquivado visto que a pretensão punitiva da
Administração foi extinta pela consumação da prescrição intercorrente.
PA nº 08700.011276/2013-60 |
Informações gerais
Representante: CADE Ex Officio.
Representados: Walter Marzagão Beringhs e Amilton Bento.
Assuntos: formação de cartel em licitações.
Mercados envolvidos: mercado nacional de portas de segurança detectoras de metais.
Resultado: condenação dos Representados.
Dados da decisão
Objeto: Processo Administrativo instaurado para apuração da participação dos Representados em
cartel julgado no Processo Administrativo nº 08012.009611/2008-51 ("PA Originário"). Durante
a fase de instrução do PA Originário, surgiram indícios de que pessoas físicas que não integravam
o polo passivo tinham conhecimento e concorriam para o suposto conluio em investigação. A SG-
CADE recomendou, portanto, a instauração de novo Processo Administrativo para a apuração das
condutas dos pessoas físicas então citadas.
Resumo da decisão: os Representados Walter Marzagão Beringhs e Amilton Bento são,
respectivamente, sócio-administradores das empresas MPCI – Metal Protector Ltda. (“MPCI”) e
Beringhs Indústria e Comércio Ltda. (“Beringhs”), ambas condenadas no PA Originário.
Amilton Bento apresentou defesa alegando que a prova apresentada pela SG-CADE se resumiria a
conversas de terceiros que, segundo eles próprios, não teriam conseguido falar com Amilton,
revelando sua falta de interesse em se envolver com qualquer negócio irregular.
Por sua vez, o representado Walter Marzagão Beringhs não se manifestou nos autos, tendo sido
declarado revel.
O Tribunal do CADE afastou as teses de defesa levantadas por Amilton Bento, em especial: (i)
prescrição intercorrente, a qual deixou de ser acolhida pois, tratando-se de cartel, deve-se aplicar
o prazo prescricional de 12 anos e não 5, uma vez que a conduta também configura crime; (ii)
inviabilidade de iniciar investigações a partir de denúncia anônima, de acordo com o atual
entendimento do STJ e do STF em sentido contrário; (iii) ofensa ao direito de ampla defesa, em
virtude do indeferimento do pedido de notificação ao Banco do Brasil para que informasse o
endereço das testemunhas indicadas por Amilton, tese que foi afastada diante do entendimento
de que o art. 407 do Código de Processo Civil atribui o ônus de localizar a testemunha à parte que
tem interesse na produção da rova.
Por fim, o Tribunal do CADE entendeu que Amilton Bento teria sido responsável pela infração
cometida pela empresa, baseado em diálogos entabulados pela internet em que se discutia a
estratégia comum que as empresas participantes do cartel julgado no Processo Administrativo nº
08012.009611/2008-51 adotaram em relação a uma licitação.
O Representado Walter Marzagão Beringhs foi igualmente tido como responsável pela infração
cometida pela empresa da qual era sócio-administrador, tendo em vista que as provas do PA
orginário permitiram concluir que toda a negociação teria sido entabulada em sua presença e que
ele teria sido o responsável por autorizar valores e prazos. Além disso, consta dos autos e-mail
que cita nominalmente o Representado ao tratar do cartel.
Para efeitos de dosimetria, o Tribunal do CADE utilizou como base a a Lei nº 12.529/2011, por ser
mais benéfica para os Representados, em linha com o que restou decidido no PA Originário.
Assim, o senhor Walter Marzagão Beringhs foi condenado ao pagamento de multa de R$
106.410,00, correspondente a 5% do valor imposto à Beringhs no PA Originário. Ao senhor
Amilton Bento foi aplicado o mesmo critério, resultando em uma multa de R$78.927,57 5% da
penalidade aplicada à MPCI no PA Originário.
AC nº 08700.010373/2015-06 |
Informações gerais
Requerentes: Empresa de Serviços Hospitalares - ESHO ("ESHO"), Hospitais Associados de
Pernambuco Ltda. ("Hospital Santa Joana "), Topimagem Diagnósticos Por Imagem Ltda.
("Topimagem"), Dilab Medicina Nuclear Ltda. ("Dilab"), Multiangio Ltda. ("Multiangio"),
Hemodiálise e Nefrologia Ltda. - HEMONEFRO ("Hemonefro") e Medalliance Net Ltda.
("Medalliance").
Assuntos: aquisição de ações com e sem aquisição de controle.
Mercados envolvidos: planos de saúde médico-hospitalares, hospitais gerais, exames de
diagnóstico por imagem, telemedicina, promoção da saúde e clínicas de electrocardiogramas,
hemodinâmica e hemodiálise.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: aquisição, pela ESHO, de 90% do capital social do Hospital Santa Joana; 80% do capital
social da Topimagem; 80% do capital social da Dilab; 44% do capital social da Multiangio; 28,5%
do capital social da Hemonefro; 100% do capital social da Medalliance. A operação resultará na
aquisição de controle de todas as empresas listadas, com exceção da Multiangio e Hemonefro.
Resumo da decisão: inicialmente, cumpre ressaltar que a ESHO é empresa pertencente ao
Grupo UHG. As demais Requerentes são detidas pelo Grupo Fernandes Vieira ("GFV"). A SG-CADE
entendeu ser desnecessário tecer discussões sobre a constituição desses grupos, pois não foram
identificadas maiores preocupações concorrenciais mesmo na consideração mais ampla e
conservadora possível, na qual o Grupo UHG consta como comprador e as empresas indicadas do
GFV como alvo.
A SG-CADE assinalou a existência de integração vertical entre mercados de hospitais gerais,
clínicas de exames de diagnósticos por imagem, clínicas de electrocardiogramas, hemodinâmica e
hemodiálise, serviços de telemedicina e de promoção de saúde, todos à montante, e o mercado
de planos de saúde médico-hospitalares, à jusante.
Na definição de mercado relevante sob a óptica geográfica, o mercado de hospitais-gerais e de
clínicas especializadas tem abrangência geográfica de 10 km ou 20 minutos a partir dos hospitais
adquiridos. Por sua vez, o mercado de serviços de apoio à medicina diagnóstica (exames de
medicina laboratorial, exames de apoio a outros laboratórios, exames de diagnóstico por imagem
e exames de diagnósticos por métodos gráficos) tem abrangência geográfica de um raio de 10 km
a partir das clínicas especializadas envolvidas. Cumpre notar que, não obstante a definição do
mercado geográfico, a SG-CADE indicou que não haveria necessidade de examinar as
concentrações no caso concreto, em virtude da baixa concentração de mercado que seria
ocasionada em razão da operação.
Assim, considerando as participações das Requerentes, a SG-CADE concluiu pela baixa
possibilidade de eventual fechamento d os mercados nos quais haveria possibilidade de integração
vertical, bem como pela complementaridade do mercado geral de serviços de apoio à medicina
diagnóstica com o de serviços médico-hospitalares.
Ante o exposto, a operação foi aprovada sem restrições.
Requerimento nº 08700.006654/2015-56 |
Informações gerais
Requerentes: Unimed São Carlos (“Unimed”) e Serviço de Anestesiologia Hemo Inaloterapia de
São Carlos (“SAHISC”).
Assuntos: proposta de TCC.
Mercados envolvidos: mercado de saúde suplementar.
Resultado: homologação de TCC.
Dados da decisão
Objeto: proposta de TCC no âmbito do Inquérito Administrativo nº 08700.008576/2014-43, que
apura suposto ilícito concorrencial decorrente de práticas concertadas entre médicos pertencentes
à Unimed e médicos anestesiologistas pertencentes à SAHISC, fruto de denúncia do Ministério
Público do Estado de São Paulo.
A SG-CADE decidiu pela recomendação de homologação do TCC na Nota Técnica nº 55/2015 e
encaminhou o Requerimento do Tribunal do CADE.
Resumo da decisão: segundo o Tribunal, todos os requisitos legais do TCC foram cumpridos
pelas Requerentes. Quanto à conveniência e oportunidade, o Tribunal do CADE considerou que a
conduta ilícita foi realizada por um curto período de tempo, apenas 4 meses. Além disso, o acordo
se mostrou oportuno, pois o Processo Administrativo ainda se encontra em fase inicial. Vale
ressaltar que, por meio do TCC, a Requerente admitiu a participação da conduta investigada.
O valor arrecadado, recolhido pela Requerente ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos,
corresponde a R$100.000,00, considerado adequado pelo Tribunal do CADE em virtude da
recorrência da proponente em condutas anticompetitivas, bem como fatores que atenuam os
efeitos da conduta examinada, como o período em que a prática ocorreu e o momento em que a
proposta foi formulada.
Diante do exposto, o Tribunal do CADE homologou a proposta de TCC.
Embargos de Declaração no PA nº 08012.001273/2010-24 |
Informações gerais
Embargantes: Aquecedor Solar Transsen Ltda. (“Transsen”) e Tuma Instalações Térmicas Ltda.
(“Tuma”).
Assuntos: Embargos de Declaração, ausência de intimação.
Mercados envolvidos: mercado de fornecimento de kits de aquecimento solar.
Resultado: provimento dos Embargos de Declaração da Transsen e parcial provimento em
relação à Tuma.
Dados da decisão
Objeto: Embargos de Declaração no Processo Administrativo nº 08012.001273/2010-24, por
meio do qual houve a condenação das Representadas Astéria Incorporações e Construções Ltda.,
Tuma Instalações Térmicas Ltda., Enalter Engenharia, Indústria e Comércio Ltda., Bosch
Termotecnologia Ltda. (nova denominação da Heliotek Máquinas e Equipamentos Ltda.), Sol
Tecnologia em Energias Renováveis e Obras Ltda. (nova denominação da Soletrol Tecnologia em
Energias Renováveis e Obras Ltda.) e Aquecedor Solar Transsen Ltda. pela formação de cartel em
processos licitatórios para a aquisição de aquecedores solares para habitações de baixa renda
construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo
(“CDHU”).
Resumo da decisão: segundo a Transsen, houve nulidade do julgamento pela falta de
intimação, uma vez que a publicação da pauta da 70ª Sessão Ordinária de Julgamento no Diário
Oficial da União de 30.7.2015 apresentou os nomes dos antigos procuradores da Transsen e não
dos atuais representantes. A falta de intimação teria impossibilitado que os atuais procuradores
realizassem uma sustentação oral no julgamento. Diante do alegado, o Conselheiro João Paulo de
Resende anulou o julgamento iniciado na 70ª Sessão Ordinária de julgamento apenas para a
Transsen e remeteu os autos ao Conselheiro originário para determinação de nova data de
julgamento.
As alegações da Tuma, por outro lado, questionam a base de cálculo e os critérios de dosimetria
utilizados pelo Tribunal do CADE para a fixação da alíquota a ser aplicada sobre o faturamento da
empresa. O Conselheiro João Paulo Resende entendeu que a alegação de erro material quanto ao
valor do faturamento bruto total de 2011 procede, uma vez que o Tribunal do CADE considerou
conjuntamente o faturamento bruto no ramo de atividade e o faturamento total. Além disso, a
obrigatoriedade de considerar o faturamento bruto no mercado relevante como base de cálculo
não foi acatado pelo Tribunal do CADE, ainda que haja algumas jurisprudências nesse sentido.
Segundo o Tribunal do CADE, o entendimento que a Embargante apresentou não era majoritário e
não foi consolidado, uma vez que a jurisprudência mais recente adota o faturamento bruto no
ramo de atividade empresarial como base de cálculo.
A Tuma apresentou ao CADE tanto o faturamento total como o faturamento de “Energia Solar”,
dividido em venda de mercadorias e prestação de serviços. Segundo a Embargante, deveria ser
considerado como base de cálculo da multa apenas as receitas identificadas como de Energia
Solar, já que o restante do faturamento de venda de mercadorias e prestação de serviços estaria
relacionado com o mercado de ar-condicionado.
No entanto, o Tribunal do CADE entendeu que deveria ser levado em consideração o faturamento
total. Isso porque a instalação e manutenção de ares condicionados e sistemas de aquecimento
compõem o mesmo ramo de atividade. Vale ressaltar que o Tribunal do CADE entendeu que a
atividade de instalação não é separada da atividade de manutenção na Resolução CADE nº
3/2012 e nem na Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
Desta forma, além da correção do erro material do faturamento bruto, o Tribunal do CADE
entendeu pela exclusão da parcela referente ao aluguel de imóveis do faturamento bruto, uma vez
que tal valor não integra o ramo de atividade. Assim, a multa inicialmente estimada em R$
4.802.245,86, passou a ser no valor de R$ 4.130.987,33.
Pedido de Reapreciação nº 08012.001591/2004-47 |
Informações gerais
Representantes: SDE ex officio
Representados: Associação de Médicos de Hospitais Privados do Distrito Federal, Conselho
Regional de Medicina do Distrito Federal (“CRM/DF”), Associação Médica de Brasília, Sindicato
dos Médicos do Distrito Federal (“SINDMÉDICO/DF”) e Joaquim de Oliveira Fernandes.
Assuntos: pedido de reapreciação, Embargos de Declaração.
Mercados envolvidos: mercado de saúde complementar.
Resultado: rejeição do pedido de reapreciação.
Dados da decisão
Objeto: pedido de reapreciação da decisão tomada em sede de embargos, requerendo concessão
do efeito suspensivo à decisão do CADE e alegando prescrição intercorrente da pretensão
punitiva, além de suposta inexistência de qualquer conduta punitiva por parte do Representado.
Resumo da decisão: De acordo com o Regimento Interno do CADE ("RICADE"), o pedido de
reapreciação possui como pressuposto a existência de fato ou documento novo que, por si só,
possa assegurar reforma da decisão a favor do peticionário. Diante disso, a SINDMÉDICO/DF
requereu a consideração de decisão colegiada do TRF da 1ª Região no Processo 0036392-
46.2006.4.01.3400, proferida em 21.7.2015, como fato novo. Nesse contexto, a SINDMÉDICO/DF,
em seu pedido de reapreciação, alegou a consumação da prescrição intercorrente bem como a
suposta inexistência da prática de qualquer infração à ordem econômica por parte do
Representado.
Entretanto, o Tribunal do CADE argumentou que é pacífico o entendimento acerca da autonomia
das instâncias administrativa e judicial, sendo certo que tão somente os casos de sentença
absolutória, transitada em julgado, com base na inexistência do fato ou na negativa de autoria, e
que verse exatamente sobre os mesmos fatos, enseja vinculação da esfera administrativa. Como
esse não seria o caso da decisão trazida pela SINDMÉDICO/DF, não haveria fato novo que
justificasse a apresentação do pedido de reapreciação.
A respeito da prescrição intercorrente, o Tribunal alegou que não há razões para o acolhimento de
tal prejudicial de mérito, tendo em vista que o fluxo do prazo prescricional foi interrompido
diversas vezes, inclusive por ocasião da instauração do processo e das diversas intimações para
produção de provas.
Diante do exposto, o Tribunal do CADE rejeitou o pedido de reapreciação.
Pedido de Reapreciação nº 08012.001794/2004-33 |
Informações gerais
Representante: SDE ex officio
Representados: Oliveira E Lima Com. Extintor, Chamatec Extintores De Incêndio Ltda, Eficaz
Ltda, Extintur Ltda, Casa Do Extintor Ltda, Confiança Extintores De Incêndio Ltda, Copel Extintores
Sist. Seg. Ltda, Fn Equipamentos Contra Incêndio, Gama Extintores Com. E Serv. Ltda, Centraltec
Com. De Extintores, Comando Extintores Ltda, Aaba Extintores Ltda, Guanabara Extintores Ltda,
Getel Equipamentos De Segurança Ltda, Triunfo Com. E Serv. Ltda, Alfa Sistemas Ltda,
Taguatinga Com. E Serviços Ltda, Samambaia Extintores Ltda, Ceilândia Extintores Ltda, Extinserv
Extintores Comércio ("Extinserv") e Serviços Ltda – ME.
Assuntos: pedido de reapreciação.
Mercados envolvidos: mercado de extintores de incêndio no Distrito Federal.
Resultado: rejeição do pedido de reapreciação.
Dados da decisão
Objeto: pedido de reconsideração apresentado pelo representante legal da Extinserv, Arcelino
Barreira Neto, apreciado como pedido de reapreciação por fungibilidade pelo Conselheiro Relator
Márcio de Oliveira Júnior, nos termos dos arts. 222 a 226 do Regimento Interno do CADE
("RICADE").
Resumo da decisão: o Processo Administrativo objeto do pedido de reapreciação em tela foi
julgado pelo CADE em 5.2.2014, com análise de mérito da infração imputada aos Representados.
O Conselheiro Relator Ricardo Ruiz, à época, entendeu que as Representadas cometeram o ilícito
de cartel, razão pela qual votou pela condenação de todos os integrantes do polo passivo. Em
28.4.2014, o processo foi distribuído à Conselheira Ana Frazão, em cumprimento a recomendação
constante de Parecer Jurídico 131/2015 do ProCADE ("Parecer ProCADE"), que assinalou erro
material quanto à ausência da Extinserv no dispositivo do voto, a despeito de ter sido condenada
na fundamentação do mesmo. Por meio do Despacho Decisório nº 18 ("Despacho Decisório"), a
Extinserv foi inclusa na parte dispositiva da decisão, extinguindo qualquer dúvida quanto à sua
condenação.
A Extinserv protocolou seu pedido de reapreciação com base em três fundamentos: (i) violação à
ampla defesa e contraditório; (ii) a possibilidade de correção de eventuais inexatidões ou erros
materiais não legitimaria a modificação de substância do julgado; (iii) não foi examinada a tese de
consumação da prescrição, apresentada nos autos.
O Conselheiro Relator concluiu pela improcedência da violação à ampla defesa e contraditório,
visto que a Extinserv foi devidamente notificada da instrução do Processo Administrativo em
19.3.2004 e 28.4.2003, apresentando defesa em 6.12.2004. Em 29.7.2010, a SG-CADE encerrou a
instrução processual e notificou regularmente todos os Representados para a apresentação de
alegações finais no prazo de cinco dias. Nessa oportunidade, não obstante notificada, também não
houve manifestação da Extinserv.
Quanto à correção de erros materiais e sua legitimidade em relação à modificação de substância
do julgado, Márcio de Oliveira Júnior entendeu que tal questão diz respeito à inexatidão material
constante do Parecer ProCADE. O Conselheiro Relator apontou que o artigo 463, I, do Código de
Processo Civil, confere ao julgador a prerrogativa de corrigir, de ofício, erro material. Acostou
também entendimento doutrinário de Cassio Scarpinella Bueno, apontando que a correção de erro
material não modifica a substância do julgado, mas serviria tão somente para aperfeiçoar e
retificar eventuais equívocos de decisão colegiada.
Finalmente, em relação à alegação de prescrição trazida pela Representada, também se entendeu
por sua improcedência, em razão da existência de atos que importaram em apuração de
informação para análise do Processo Administrativo durante o período apontado pela Extinserv.
Diante de todo o exposto, o pedido de reapreciação foi rejeitado em sua totalidade nos termos do
art. 224, III do RI-CADE.
Diário Oficial da União de 18.11.2015
AC nº 08700.010652/2015-61 |
Informações gerais
Requerentes: Honeywell International Inc. ("Honeywell") e Sigma-Aldrich Laborchemikalien.
("Sigma-Aldrich").
Assuntos: aquisição de ativos.
Mercados envolvidos: mercado de solventes e inorgânicos.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: aquisição, pela Honeywell, do negócio de solventes e inorgânicos da Sigma-Aldrich, que
passará a ser subsidiária integral indireta da Honeywell.
A operação é resultado da decisão da Comissão Europeia que, ao julgar o caso M. 7435, aprovou
a operação entre Merck KGaA (“Merck”) e Sigma-Aldrich Corporation (“Sigma”), condicionando-a
a algumas restrições. A operação consistia na aquisição da Sigma, pela Merck, que, segundo a
Comissão, poderia gerar preocupações concorrenciais quanto ao fornecimento de solventes e
inorgânicos. Para reduzir possíveis preocupações, a Merck e a Sigma resolveram propor um
desinvestimento no negócio de solventes e inorgânicos, consistente na venda de ativos da Sigma.
Vale destacar que, no Brasil, essa operação foi aprovada sem restrições no Ato de Concentração
nº 08700.000206/2015-49, em 15.8.2015.
Resumo da decisão: ambas as Requerentes atuam no setor de químicos de laboratório,
principalmente relacionados a solventes e inorgânicos. A Honeywell informou que produz
solventes e inorgânicos semi-acabados, principalmente para a Sigma-Aldrich. No Brasil, a
Honeywell vende apenas dois tipos de solventes (para indústria regulada e de grau técnico) e dois
tipos de inorgânicos (bases e ácidos), e atua no país somente por meio de exportações. A Sigma
também atua no Brasil apenas por meio de exportações, nos mesmos segmentos em que a
Honeywell. Contudo, as Requerentes afirmaram que suas atuações são bastante complementares,
de modo que não haveria preocupações concorrenciais.
A SG-CADE identificou sobreposição horizontal decorrente da operação no fornecimento de
solventes (para indústria regulada e grau técnico) e inorgânicos (bases e ácido). Além disso,
constatou-se também integração vertical entre o fornecimento de solventes e inorgânicos semi-
acabados, fabricados pela Honeywell, para a planta da Sigma-Aldrich localizada em Seelze, na
Alemanha.
As Requerentes apresentaram cenários para o mercado de produto de solventes e inorgânicos,
como um todo e de forma segmentada. Para solventes, foram considerados (i) todos os solventes;
(ii) solventes para indústria regulada; e (iii) solventes de grau técnico. Para inorgânicos, também
foram considerados 3 cenários, quais sejam: (i) todos os inorgânicos; (ii) inorgânicos base; e (iii)
inorgânicos ácidos, todos na dimensão do território nacional. Segundo os dados fornecidos, tanto
para solventes como para inorgânicos, em todos os cenários considerados, seja de forma
segmentada ou não, a participação foi bastante reduzida, sempre inferior a 10%.
Adicionalmente, segundo a SG-CADE, os faturamentos reduzidos obtidos pelas Requerentes no
Brasil, em 2014, reforçam a baixa participação das Requerentes. Além disso, todos os setores
possuem concorrentes relevantes, como a Merck, empresa líder no Brasil tanto em solventes
quanto em quanto em inorgânicos.
Diante do exposto, a SG-CADE entendeu que a operação não acarretaria prejuízos
anticoncorrenciais.
AC nº 08700.010557/2015-68 |
Informações gerais
Requerentes: General Electric Capital Corporation ("GE Capital") e Global Jet Capital, Inc.
("GJC"), detida pela Global Jet Capital Holdings, LP (“GJC Holdings”).
Assuntos: aquisição de ativos.
Mercados envolvidos: financiamento e leasing de aeronaves corporativas.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: aquisição, por parte da GJC, de um portfólio de ativos financeiros, a maioria localizada na
América do Norte, relacionados a aeronaves. O portfólio compreende, também, empréstimos,
contratos de leasing e as respectivas aeronaves.
Resumo da decisão: de acordo com as Requerentes, a GJC é uma sociedade criada
recentemente e que não possui qualquer atividade no negócio de financiamento e leasing de
aeronaves em qualquer território no qual os ativos adquiridos estão localizados ou geram receita.
Ademais, ainda conforme as Requerentes, não haveria sobreposição horizontal entre os ativos
adquiridos e as atividades realizadas pelos acionistas da GJC Holdings.
Por conseguinte, o presente caso não ensejaria sobreposição horizontal, se considerado o cenário
nacional. Além disso, a GJC Holdings não detém outras empresas cujas atividades sejam
horizontal ou verticalmente relacionadas à GJC, o que denota, também, ausência de sobreposição
horizontal no cenário mundial.
Ressalte-se, por fim, que a presente operação teria o condão de afetar, mais especificamente, o
mercado norte-americano, onde se encontram grande parte dos ativos adquiridos.
Diante do exposto, a SG-CADE concluiu que a presente operação não levanta preocupações sob a
óptica concorrencial no Brasil.
Diário Oficial da União de 19.11.2015
AC nº 08700.010733/2015-61 |
Informações gerais
Requerentes: Companhia Ultragaz S/A ("Ultragaz") e Servgás Distribuidora de Gás S.A.
("Servgás").
Assuntos: aquisição de ativos.
Mercados envolvidos: distribuição de GLP granel.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: aquisição parcial de ativos, pela Ultragaz, correspondente à carteira de clientes de gás
liquefeito de petróleo (“GLP”) granel da Servgás, nos Estados de São Paulo, Paraná e Minas
Gerais, além dos respectivos tanques e instalações.
Resumo da decisão: a operação envolve a aquisição de ativos no setor de distribuição de GLP
granel. Considerando que ambas as Requerentes atuam na distribuição de GLP envasado e granel,
a SG-CADE constatou sobreposição horizontal no setor de distribuição de GLP granel.
Conforme precedentes do CADE (Atos de Concentração nº 08012.006534/2003-7,
08012.004404/2011-14 e 08012.011945/2011-9), as Requerentes apresentaram os cenários de
mercado relevante de distribuição de GLP a granel nas dimensões do território nacional, e nos
Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Nesses cenários, a participação de mercado dos ativos da Servgás objeto da operação é bastante
reduzida em qualquer cenário considerado, sendo inferior a 10%. Além disso, a SG-CADE também
constatou uma variação no HHI bastante reduzida, o que configura ausência de nexo de
causalidade entre a possibilidade de exercício de poder unilateral, pela Ultragaz, e a operação em
análise.
Diante do exposto, a SG-CADE concluiu que a operação não enseja prejuízos anticoncorrenciais.
AC nº 08700.011030/2015-51 |
Informações gerais
Requerentes: BioMarin Pharmaceutical Inc. ("BioMarin") e Merck Serono ("Merck Serono").
Assuntos: substituição de agente econômico.
Mercados envolvidos: mercado de medicamentos para uso humano.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: retorno antecipado à BioMarin dos direitos mundiais exclusivos aos medicamentos Kuvan
e Pegvaliase, atualmente detidos pela Merck Serono. A BioMarin fará um pagamento adiantado à
Merck Serono pela rescisão do Contrato de Desenvolvimento, Licença e Comercialização
("Contrato") relacionado ao Kuvan, com valores adicionais a serem pagos à Merck Serono, a
serem apurados de acordo com o atingimento de certas metas de vendas cumulativas, para o
Kuvan, e metas regulatórias, em relação ao Pegvaliase.
Resumo da decisão: os direitos a ambos os medicamentos foram originalmente licenciados para
a Merck Serono nos termos do Contrato celebrado pelas partes em 13.5.2005. Nesse contexto, a
BioMarin transferiu à Merck Serono licença exclusiva para a comercialização de produtos
farmacêuticos contendo Kuvan e Pegvaliase em todos os países do mundo, com a exceção dos
EUA e do Japão; e, exclusivamente em relação ao Kuvan, do Canadá.
O Kuvan é medicamento órfão aprovado nos EUA em 2007. Trata-se de produto comercializado
para o tratamento de hiperfenilalina causado por fenilcetonúria em pacientes de todas as idades.
Esse medicamento foi desenvolvido em conjunto pelas Requerentes.
O Pegvaliase, por sua vez, é produto em fase de estudos, que se baseia na terapia de reposição
enzimática para o tratamento de fenilcetonúria.
Cumpre ressaltar que a BioMarin é uma empresa farmacêutica, cuja atuação no Brasil é limitada à
comercialização de dois produtos: as drogas Naglazyme e Vimzim. Nenhuma dessas duas drogas
pode ser utilizadas para o tratamento da fenilcetonúria.
Por fim, levando-se em consideração que a BioMarin não registra vendas no Brasil de qualquer
produto que possa ser utilizado para o tratamento de fenilcetonúria, a SG-CADE concluiu pela
inexistência de sobreposição horizontal ou integração vertical entre as atividades da BioMarin e
aquelas associadas a ambos os ativos adquiridos, em qualquer cenário de mercado relevante de
produto possível.
Diante do exposto a operação foi aprovada sem restrições.
AC nº 08700.010994/2015-81 |
Informações gerais
Requerentes: Reckitt Benckiser Group plc (“Reckitt Benckiser”) e Bristol-Myers Squibb
Company (“Bristol-Myers Squibb”).
Assuntos: aquisição de ativos.
Mercados envolvidos: medicamentos para uso humano.
Resultado: aprovação sem restrições.
Dados da decisão
Objeto: exercício de opção de compra conferida pelo Master Transaction Agreement ("MTA")
celebrado entre Reckitt Benckiser e Bristol-Myers Squibb em 10 de fevereiro de 2013, e submetido
ao CADE como Ato de Concentração nº 08700.001826/2013-33, o qual foi aprovado sem
restrições em 14 de março de 2013.
Resumo da decisão: por meio do MTA, as Requerentes celebraram acordo com relação ao
negócio de medicamentos isentos de prescrição médica no Brasil e no México. Além disso, o MTA
dá à Reckitt Benckiser, no período de 24 a 30 meses da sua vigência, o direito de adquirir da
Bristol-Myers Squibb e suas afiliadas a propriedade dos ativos relacionados à produção,
distribuição e comercialização dos produtos objeto do MTA no território.
Como previsto no MTA, os ativos relacionados à produção, distribuição e comercialização dos
produtos no território foram transferidos da Bristol-Myers Squibb e suas afiliadas no México e no
Brasil à Reckitt Benckiser. Essa transferência, feita logo após a assinatura do MTA, não abarcava a
opção de compra objeto da presente operação, qual seja: a propriedade e responsabilidades
inerentes a esses ativos.
Considerando que os ativos já estavam em posse da Reckitt Benckiser, não se verifica situação
nova em relação àquela analisada no Ato de Concentração nº 08700.001826/2013-33. A
transferência dos ativos já havia sido feita e a SG-CADE analisou a concentração referente a esses
medicamentos. Assim, a atual operação refere-se apenas ao exercício de opção sobre a
propriedade e responsabilidade sobre os ativos, o que em nada altera o mercado em termos
concorrenciais.
Diante do exposto, a SG-CADE entendeu que não a operação não gera preocupações sob a óptica
concorrencial.
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