Inspecionando o Evangelho de João Escola Dominical - IPJG Presb. Geraldo M. B. Valim 12 de julho de...

Inspecionando o Evangelho de João

Escola Dominical - IPJG Presb. Geraldo M. B. Valim

12 de julho de 2015

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Inspecionando o Evangelho de João

A primeira parte do Evangelho de João é arranjada por tópicos e por tema. Alguns eventos, como por exemplo o BATISMO DE JESUS, está localizado onde está por motivos cronológicos,

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enquanto outras estão alocadas na narrativa em determinado lugar por motivos teológicos, como por exemplo a limpeza do Templo, ou a ressurreição de Lázaro.

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João introduz precocemente o tema que Jesus substitui, na sua pessoa, os ritos do judaísmo.E John Stott faz seu estudo e exposição do Evangelho de João de uma maneira ordenada, que mostra bem isso.

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Mas um fato mereceu que ele “inspecionasse” esse Evangelho mais detalhadamente.

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É que enquanto os Evangelhos Sinóticos usam a palavra grega dynameis, “OBRAS OU FEITOS DE PODER”, para os milagres de Jesus, João usa a palavra grega semeia, “SINAIS”, e se refere a eles como ergon, “TRABALHO”.

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E usa de maneira consistente, em todas ocasiões. Só para comparação, no Velho Testamento, o êxodo do povo do Egito é descrito como “trabalho” de Deus. Ver Exodo 34:10

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E os milagres que Deus realizou por intermédio de Moisés são chamados de “SINAIS”. Ver Números 14:22

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Essa mesma palavra nos Evangelhos Sinóticos nunca é usada para milagres. Por exemplo, nos Sinóticos são os opositores de Jesus precisam de um sinal (ver Marcos 8:11);

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os falsos cristos e os falsos profetas realizarão “sinais e maravilhas” (ver Marcos 13:22 e Mateus 24:24). John Stott, o autor do nosso livro texto, percebeu isso e deu significância ao fato.

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Não que só ele tenha percebido isso. Milagres têm um papel fundamental no Evangelho de João, com um objetivo bem evidente: os milagres são colocados em uma perspectiva do grande milagre, a encarnação do Logos. (ver João 1:14).

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Esses “sinais” são para chamar a atenção dos leitores não para o milagre em si, mas para o que é revelado pelo milagre.

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Talvez o que tenha levantado o interesse de John Stott foram os versículos 30 e 31 do capítulo 20:

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“Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais

miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em

seu nome.”

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Três palavras se destacam nessa passagem: sinais, creiam, vida. A primeira, SINAIS, é uma indicação quanto à organização do Evangelho em volta de um número escolhido de milagres,

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que aqui são chamados de semeia, em contraste com os Sinóticos dynameis, por um significado especial.

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São nomeados sete desses sinais miraculosos, que ilustram diferentes áreas do poder de Cristo, e que juntos dão testemunho ao ensino desse Evangelho, a divindade de Jesus.

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Provavelmente por isso John Stott considerou oportuno “inspecionar” de perto esses sinais, pois assim estaremos inspecionando o próprio Evangelho!

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Ele começa com a transformação de: ÁGUA EM VINHO – UMA NOVA ORDEM

Já no primeiro capítulo Jesus é apresentado como o logos de Deus, a palavra viva.

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Uma forma nova, contrastando com a antiga. Anteriormente, Deus havia falado por intermédio dos profetas. (ver Hebreus 1:1).Mas agora a Palavra se fez carne (1.14), e inicia um novo estágio de relacionamento! (ver João 1:17)

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E o primeiro sinal mostrando Jesus introduzindo esse novo relacionamento é a transformação da água em vinho. (ver João2:1-11).

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Aqui Jesus toma o que o judaísmo oferece como meio de purificação, e o transforma em algo que realmente supre a necessidade. A mensagem aqui é refeita mais a frente no texto, (ver João 2:19-22).

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E no capítulo 3, no encontro com Nicodemos, mestre em Israel, ele ensina que Nicodemos mesmo, o repositório de todo conhecimento do judaísmo, que ele precisa ser completamente refeito pelo Espírito. Como se diz popularmente, mudar da água para o vinho.

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Com o título:DUAS CURAS -

NOVA VIDA, NOVO JULGAMENTO John Stott aborda dois sinais, em João

4: 46-54 e 5:1-9, que são dois sinais que são interpretados no discurso registrado em João 5:19-47.

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Nesse discurso, Jesus reivindica que, como o Filho, Ele exerce privilégios do próprio Deus, particularmente para conceder vida (ver 5:21), e proferir julgamento (ver 5:22). E como juiz, Jesus, o Filho, tem a autoridade de decidir sobre a vida e a morte para todos (ver 5:25-30).

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Como já dissemos, esses dois “privilégios” são anunciados nos dois sinais que precedem o discurso, a cura do oficial do rei (ver 4:46-54), e a cura do paralítico (ver 5:1-9).

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No primeiro caso, Jesus profere uma frase que vivifica:

“Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive” (ver 4:50) – e o filho do oficial do rei vive.

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Em seguida, Ele pronuncia o julgamento ao homem aleijado, não somente para ordenar-lhe que se levante, mas também para dizer-lhe que carregue sua cama no sábado (ver 5:8-10). E ainda o adverte, “ não peques mais”! (ver 5:14).

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ALIMENTANDO OS CINCO MIL JESUS, O PÃO DA VIDA

Por três vezes Jesus alegou ser o pão da vida (ver 6 :35,48,51).

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Quando Ele parte os pães e alimenta os 5000 (ver 6:1-15), que é o único milagre registrado em todos os quatro Evangelhos, Jesus está simbolizando a dádiva de sua própria carne “que darei pela vida do mundo” (ver 6:51).

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A verdadeira comida é a sua carne, e a verdadeira bebida é o seu sangue (ver 6:55). A multiplicação dos pães e a alimentação da multidão foi um símbolo.

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Para viver tinham que comer. E se compararmos 6:47 com 6:5, vemos que para ter a vida real é preciso crer em Jesus. Comer e beber são uma ilustração da fé.

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A Ceia do Senhor não havia sido ainda instituída, mas nós a celebramos, em memória dele, e comemos e bebemos, lembrando quem nos deu a vida eterna.

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CURANDO UM HOMEM CEGO – JESUS, A LUZ DO MUNDO

A festa da Páscoa era muito importante para os judeus. Celebra-se a libertação dos hebreus da escravidão do Egito.

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Outra festa muito importante era a Festa dos Tabernáculos, e é nesse contexto que Jesus efetua a cura de um cego de nascença. Por duas vezes Jesus proclama: “ Eu sou a luz do mundo” (ver 8:12 e 9:5),

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uma referência a famosa cerimônia das luzes que tinha lugar durante a festa dos tabernáculos, quando grandes lâmpadas eram colocadas no templo, representando a “coluna de fogo” que Israel tinha para seguir através do deserto.

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E agora Jesus proclama: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, ao contrário, terá a luz da vida” (ver 8:12). Os que vivem na escuridão, sem a luz verdadeira, mesmo com as lâmpadas no templo não poderão ver.

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E John Stott lembra que, depois do ano 70, não havia mais templo nem a festa, mas a verdadeira luz continuava a brilhar!

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No caso do cego, Jesus lhe restaura a visão física, mas lhe dá também uma vista espiritual, que o leva a adoração (ver 9:35-38). Como deve nos levar!

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RESSUSCITANDO LÁZARO – JESUS, A RESSURREIÇÃO E A VIDA

O último grande ato público de Jesus antes de sua morte é abordado.

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João prepara seus leitores no capítulo 10, relatando o discurso do Senhor onde ele aborda o tema do “Bom Pastor”, que dá a sua própria vida pelas ovelhas (ver 10:11,14,15).

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Sua posição na narrativa tem motivo teológico, logo antes dos eventos aos quais Jesus se entregou, e que culminaram a com a morte e a ressurreição Dele.

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Essa auto-entrega de Jesus é dramaticamente prefigurada no capítulo 11. Ele escapa de hostilidades violentas em Jerusalém e cruza o rio Jordão para sua segurança (ver 10:31,39,40).

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Tomé sabia perfeitamente que voltar a Jerusalém significaria morrer (ver 11:16). Jesus também sabia. Mas ele foi assim mesmo, por amor a Lázaro, e, como se veio a compreender mais tarde, a nós.

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A ressurreição de Lázaro está ligada a estonteante afirmação que o Senhor fez de si mesmo: “ Eu sou a Ressurreição e a vida” (ver 11:25)! Mas para Lázaro, a sua ressurreição seria ao custo da vida de Jesus.

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O sinédrio se reúne, e considera que a ressurreição de Lázaro é a última gota. Na opinião deles, a continuidade da missão de Jesus teria consequências incalculáveis. E decidem que ele deve morrer (ver 11:47-53).

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Todos esses sinais apontam, como já dissemos, não para o milagre em si, mas para o que eles revelam. Cada um mostra um aspecto importante do Senhor, em coisas que nós não podemos reproduzir, mudar ou criar.

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João apresenta esses sinais como uma introdução, como uma preparação para o grande sinal, que ele anunciou no início de seu Evangelho. “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”. (ver 2:19)

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E explicitou mais ao fim, em 20:30-31. “Jesus realizou na presença dos seus

discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas

estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome”.

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Esses milagres foram então selecionados por sua capacidade de nos auxiliar a crer em Jesus!

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