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Instituto Social Mercosul - Plano Estratégico
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Plano Estratgico de Ao Social do MERCOSUL
(PEAS)
Plano Estratgico de Ao Social do MERCOSUL
(PEAS)
PEAS | 3 | MERCOSUL
Ministra de Desenvolvimento Social
da Argentina, AliciA Kirchner
Ministra de Desenvolvimento Social e combate Fome
da repblica Federativa do Brasil, TereZA cAMPellO
Ministro Secretrio executivo da Ao Social
da Presidncia da repblica do Paraguai, hUGO richer
Ministro de Desenvolvimento Social
da repblica Oriental do Uruguai, DAniel OleSKer
REUNIO DE MINISTROS E DIRETORES DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
(RMADS)
PEAS | 4 | MERCOSUL
INSTITUTO SOCIAL DO MERCOSUL
Conselho
Representantes Titulares
Secretria de Organizao e comunicao
comunitria do MDS-Ar
inS Del cArMen PeZ DAleSSAnDrO
Secretrio executivo Substituto do MDS-Br
MArcelO cArDOnA rOchA
Diretora Geral de Polticas Sociais
e Desenvolvimento Territorial da SAS-PY
STellA GArcA
Diretor de Polticas Sociais do MiDeS-UY
AnDrS ScAGliOlA
PEAS | 5 | MERCOSUL
Representantes Suplentes
coordenadora de Articulao de Assuntos
internacionais do MDS-Ar
AnA MArA cOrTS
chefa da Assessoria internacional do MDS-Br
Aline SOAreS
Diretor de relaes internacionais da SAS-PY
VicTOr leZcAnO
chefe da Unidade de Assuntos internacionais
do MiDeS-UY
GUSTAVO PAchecO
Diretor Executivo
chriSTiAn ADel MirZA
PEAS | 7 | MERCOSUL
ndice
09. Apresentao
19. Polticas Sociais no MercOSUl: a igualdade como
uma prioridade poltica, christian Adel Mirza
37. Deciso de Aprovao do Documento eixos,
Diretrizes e Objetivos Prioritrios do Plano
estratgico de Ao Social do MercOSUl
(MercOSUr/cMc/Dec. n 12/11)
41. Plano estratgico de Ao Social do MercOSUl
(PeAS)
75. instituto Social do MercOSUl
83. contatos
PEAS | 9 | MERCOSUL
APRESENTAO
As origens do MercOSUl se remontam nos anos
90 e a partir de ento em sucessivas etapas o proces-
so de integrao foi aprofundando sua estrutura, seus
objetos e suas conquistas. Desde ento, a conforma-
o do bloco1 permitiu continuar somando scios da
regio como uma plataforma estratgica de projeo
da prpria regio e do cone Sul ao mundo.
no contexto atual, o MercOSUl tem objetivos
diferentes aos inicialmente propostos. Os primeiros
anos se desenvolveram sob uma concepo de inte-
grao regional que ponderava quase exclusivamente
os fatores e indicadores de crescimento econmico-
1. O bloco regional MercOSUl est formado pelos estados Partes: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
PEAS | 10 | MERCOSUL
comercial. Assim, desenvolveu-se na primeira dcada
um MercOSUl mercantilizado at que finalmente
a crise do fim do milnio provocou a diminuio das
relaes comerciais intra-regionais, desvanecendo
as perspectivas de crescimento e aumentando os
nveis de pobreza e desemprego. O MercOSUl foi
deixando para trs aquela concepo centrada exclu-
sivamente no mercado e restrita aos assuntos adua-
neiros, tarifrios e comerciais, para ir incorporando
outras facetas da integrao regional, repensando seu
espao territorial com um olhar continental.
nos primeiros anos do presente sculo, os diver-
sos governos do bloco iniciaram processos de trans-
formao a partir de vises progressistas a nvel na-
cional e estes se projetaram gradualmente no mbito
regional. A partir disso, o contexto da integrao se
transformou e comeou a aprofundar a ideia de um
projeto estratgico e de carter integral, para dar lu-
gar dimenso social. A convergncia de vrios ob-
PEAS | 11 | MERCOSUL
jetivos sociais no espao comum no surgiu de for-
ma instantnea, j que a iniciativa do MercOSUl a
princpio exclua da sua agenda as dimenses social,
cultural, poltica, produtiva, ambiental e identitria no
seu modelo de integrao.
A crise social, econmica e poltica que afetou a
regio principalmente entre 1998 e 2002 colocou
em evidencia as limitaes e o esgotamento daquele
modelo de desenvolvimento no mbito dos estados
Partes, debilitando tambm o MercOSUl e as capa-
cidades dos estados encarregados de levar adiante
os processos de integrao regional que deixaram
de operar com a lgica mercantilista e burocrtica
nas suas instituies.
A nova questo social2 se plasmou com maior
violncia, deixando altos nveis de inequidade, pobre-
2. A questo social uma aporia fundamental, na qual uma sociedade experimenta o enigma de sua coeso e trata de impedir o risco de se romper. um desafio que interroga, pe em questo a capacidade de uma sociedade existir como conjunto vinculado por relaes de interdependncia em: cASTel, robert: la metamorfosis de la cuestin social, Buenos Aires, 1997.
PEAS | 12 | MERCOSUL
za, desemprego e excluso social em vrios pases
da regio. A este processo se somaram transforma-
es e mudanas nas conjunturas regionais, identi-
ficando novos segmentos da populao denomina-
dos novos pobres, indivduos e famlias que se
constituram como os principais destinatrios das
polticas sociais assistencialistas e focalizadas. Desta
maneira se aprofundou ainda mais a desigualdade,
afetando severamente os nveis de coeso, equidade
e integrao social nos estados da regio.
Portanto, no contexto atual, os desafios do Mer-
cOSUl so amplos, com uma proporo da popu-
lao apesar de todas as medidas tomadas ainda
ausente dos benefcios do esquema atual de inter-
cambio comercial ampliado e buscando conciliar
uma integrao com objetivos mais amplos das
suas polticas. O cenrio regional proposto supe ao
MercOSUl e seus estados associados a neces-
sidade de outorgar um novo sentido coordenao
PEAS | 13 | MERCOSUL
de esforos regionais, aprofundando o processo de
integrao e as linhas de convergncia em polticas
pblicas regionais. A reconceituao dos grandes
objetivos centrais, assim que gerar maiores nveis
de bem-estar e desenvolvimento3, determinar o
desenvolvimento das sociedades que se relacionam
dentro do espao geogrfico compartilhado no cone
Sul das Amricas.
conceber o MercOSUl repens-lo no mbito
de um projeto poltico e estratgico, que inclui tan-
3. Para Amartya Sen (2000), autor no qual se inspiram as concepes atuais de desenvolvimento social e que elaborou as bases conceituais para uma noo de desenvolvimento com liberdades, uma concepo adequada de desenvolvimento deve ir alm da acumulao de riqueza e do crescimento econmico. em sua concepo, o desenvolvimento implica a ampliao das liberdades necessrias para que os sujeitos possam tomar decises ao respeito de suas vidas e, portanto, requer o incremento das capacidades individuais, que esto relacionadas ao aumento das decises e oportunidades disponveis para cada indivduo. Desta maneira, para promover o desenvolvimento, seria preciso eliminar as principais fontes de privao da liberdade: a pobreza, a falta de oportunidades econmicas, e tambm a eliminao da negligncia sistemtica e a intolerncia dos servios pblicos. SeO BrASil, em: A Dimenso Social do MercOSUl, reunio de Ministros e Autoridades de Desenvolvimento Social do MercOSUl e estados Associados, junho de 2006.
PEAS | 14 | MERCOSUL
to aspectos de integrao econmica-social como
aqueles que implicam continuar valorizando as pol-
ticas sociais com perspectiva regional, com objetivo
de continuar superando o enfoque utilitarista e eco-
nomicista do bem-estar.
A relevncia e o entendimento da Dimenso So-
cial, no processo de integrao regional, supe con-
ceber as polticas sociais no como compensatrias
e subsidirias do crescimento econmico, mas assu-
mir que todas as polticas pblicas conformam uma
estratgia de desenvolvimento humano. em conse-
quncia disso, tanto h condies econmicas para
o desenvolvimento social, como condies sociais
para o desenvolvimento econmico. necessrio
no perder de vista que todas estas aes sero em
vo se no levam a gerar aes concretas que faci-
litem o acesso, apropriao e exerccio de uma ci-
dadania plena dos povos da regio. esta concepo
nos coloca diante do princpio irrenuncivel de dotar
PEAS | 15 | MERCOSUL
a integrao regional de sua dimenso tica, mbito
essencial se queremos conceber e desenvolver uma
integrao plena e socialmente justa.
Por outro lado, as problemticas sociais devem de
ser assumidas com toda sua complexidade, procu-
rando completar a integridade na resposta aos pro-
blemas existentes. Sobre esse fundamento o Mer-
cOSUl faz aluso Dimenso Social a partir de uma
perspectiva de interveno social necessariamente
articulada, pois a verdadeira dimenso de uma po-
ltica social considera todos os campos da realidade,
em seus aspectos econmicos, sociais, polticos e
culturais4.
A criao do instituto Social do MercOSUl (iSM)
parte da resposta necessidade de consolidar o
processo iniciado com a institucionalizao da reu-
nio de Ministros e Autoridades de Desenvolvimento
4. Xiii reunio de Ministros e Autoridades de Desenvolvimento Social do MercOSUl e estados Associados. Ata n 02/07, Anexo 5, Montevidu, 23 de novembro de 2007.
PEAS | 16 | MERCOSUL
Social do MercOSUl (rMADS) e os esforos empre-
endidos pela comisso de coordenao de Ministros
de Assuntos Sociais do MercOSUl (ccMAS)5, cuja
finalidade essencial foi precisamente hierarquizar a
dimenso social da integrao regional. em efeito,
a instaurao do instituto como instrumento tcni-
co-poltico que apoia a rMADS em tais propsitos,
exigiu no s definies de ordem programtica e
normativa, mas tambm, luz dos avanos obtidos,
comprometeu a explicitao de um marco conceitual
que oriente sua tarefa na rea social. Por outro lado,
na cpula de Assuno, realizada em junho de 2011,
se analisou e aprovou um Plano estratgico de Ao
5. rgo social que abarca todas as reunies de Ministros da rea Social, entendendo que o trabalho em matria social multisetorial e transcende o trabalho dos ministrios especficos. este mbito foi considerado o indicado para o desenho e a implementao do mencionado Plano estratgico de Ao Social no MercOSUl. Desta maneira a ccMASM foi criada em dezembro de 2008 na cpula da Bahia pelo Dec. 39/08 do cMc, e se encontra no organograma institucional como rgo auxiliar do conselho do Mercado comum. em relao a sua composio, diz-se que devero integr-la representantes de Alto nvel com competncia na matria social.
PEAS | 17 | MERCOSUL
Social (PeAS) que envolve todos os Ministrios e Se-
cretarias competentes no campo das polticas sociais
no MercOSUl.
A proposta desta cartilha, que tambm estar
disponvel em formato digital, difundir o PeAS de
modo a envolver os atores no processo de difuso,
debate e implementao do Plano. A aposta trans-
form-lo em um verdadeiro guia, capaz de contribuir
ao processo de priorizao da agenda social dentro
do bloco. em ltima instncia, fazer valer o que se
deliberou em junho de 2003, durante a XXiV reu-
nio do conselho do Mercado comum, realizada em
Assuno, Paraguai: A necessidade de priorizar a
dimenso social do MercOSUl para incentivar o de-
senvolvimento dos estados Partes e da regio com
equidade, enfatizando aquelas medidas tendentes a
propiciar a incluso social e econmica dos grupos
mais vulnerveis da populao6.
6. cMc.
PEAS | 19 | MERCOSUL
Polticas Sociais no MERCOSUL: a igualdade como uma prioridade poltica
A primeira dcada do sculo XXi sem dvida marcou
o incio de um processo significativo de mudanas
nas orientaes no campo das polticas pblicas so-
ciais da regio. Mais especificamente, estas trans-
formaes se plasmaram na esfera da ao social
do estado com relao direta aos problemas sociais.
em outras palavras, a questo social foi resignifica-
christian Adel Mirza*
* Assistente Social pela Universidade da repblica Oriental do Uruguai, com mestrado em cincia Poltica da Faculdade de cincias Sociais da Universidade da repblica. Foi Diretor nacional de Poltica Social do Ministrio de Desenvolvimento do Uruguai. na Universidade da repblica professor e foi diretor do Departamento de Servio Social da Faculdade de cincias Sociais. Atuou como Assessor do Departamento de Desenvolvimento econmico e integrao regional da cidade de Montevideo. em julho de 2011, assumiu a Diretoria executiva do instituto Social do MercOSUl, nomeado pelo Governo da repblica Oriental do Uruguai.
PEAS | 20 | MERCOSUL
da, tanto terica quanto empiricamente, pelos atores
principais que hoje assumem a direo da gesto p-
blica nos quatro estados Partes do MercOSUl.
Se observarmos as caractersticas das polticas
direcionadas incluso e integrao social, verifica-
remos uma mudana de enfoque estratgico e nor-
mativo, e sua traduo nos desenhos e formulao de
planos, programas sociais e projetos sociais, assim
como nos resultados que aos olhos se comprovam
como exitosos. Tudo parece indicar que nos encon-
tramos em uma etapa de transio assignada pela re-
viso dos sistemas e modelos de proteo social com
uma inteno implcita de reconstruir uma matriz de
bem-estar capaz de resolver os ns crticos que apre-
senta nossa realidade social. no obstante, a dvida
fundamental com a equidade e a igualdade social
assunto que preocupa aos governantes da regio,
sobretudo se consideramos que a Amrica latina con-
tinua sendo o continente mais desigual do mundo.
PEAS | 21 | MERCOSUL
repassemos suscintamente os aspectos que ca-
racterizam esta etapa de transio no ltimo decnio:
1. Estabilidade democrtica e continusmoParece bsico destacar a estabilidade poltica que
apresenta toda a regio nos ltimos dez anos: no
cabe dvida de que nos encontramos diante de uma
consolidao das democracias que desdenham toda
forma de autoritarismo e opresso das liberdades
cvicas. As substituies dos sucessivos governos
durante esta ltima dcada sucederam respeitando
as normas bsicas do sistema democrtico-republi-
cano. O panorama global permite ressaltar um dado
fundamental neste sentido, e a continuidade das
orientaes poltico-estratgicas e programticas, em
virtude dos projetos de transformao que sustentam
os partidos e coligaes que conduzem as diretivas
polticas na maioria das naes sul-americanas. nos-
so argumento ressalta a varivel poltica na reconfigu-
PEAS | 22 | MERCOSUL
rao dos sistemas de proteo social como fator de
explicao das trajetrias recentes da ao social, e
isso inteiramente aplicvel ao MercOSUl.
2. Estabilidade macroeconmicaem tempos de globalizao e de forte inter-relao
no planeta os estados nacionais ainda contam com
importantes margens de autonomia no uso das prin-
cipais variveis macroeconmicas. Tal como afirma
a cePAl, a crise mundial desatada em 2008 foi ab-
sorvida pelas economias nacionais latinoamericanas
em virtude da aplicao de polticas contra-cclicas,
o que permitiu moderar a profundidade e a dura-
o do seu impacto. De fato, vrias das medidas
de poltica de mercado de trabalho adotadas foram
o veculo para que o maior gasto fiscal chegasse, na
maior medida possvel, s pessoas, refletindo uma
preocupao pela igualdade1. O ano de 2011 res-
1. cePAl, Panorama Social de Amrica latina y el caribe, 2010.
PEAS | 23 | MERCOSUL
saltava o informe de referncia iniciou-se com um
dinamismo econmico singular, revertendo e deixan-
do para trs os efeitos da crise; o crescimento do PiB
regional projetado supera os 4,1% e, em alguns ca-
sos, supera os 6%, ao mesmo tempo que decaem as
taxas de desemprego aberto, ficando em torno dos
7%. enquanto os pases mais industrializados atra-
vessam uma das piores crises financeiras (observe-
se as medidas adotadas na europa, que implicaram
a reduo do gasto pblico, disciplina fiscal, con-
gelamento de salrios, etc. e os impactos gerados
pela especulao nos estados Unidos), nossa regio
continua crescendo e suas economias se esquivam
dos impactos da crise sem maiores contratempos.
3. O retorno do Estado protetorcontrariando as doutrinas ou teses do estado mini-
malista, e a desregularizao funcional ao padro de
acumulao e aos interesses do capital, particular-
PEAS | 24 | MERCOSUL
mente o capital financeiro e transnacional, o ltimo
decnio manifesta o retorno do estado, acima de
tudo no campo das polticas sociais. O retorno do es-
tado adquire a forma de planos, programas sociais e
projetos sociais, de uma ao pblica massiva, sus-
tentada no tempo e com uma importante mobilizao
e aplicao de recursos oramentrios. A maior in-
terveno estatal deixa entrever certa intencionalida-
de de domesticar o mercado, ou seja, operar nele
com aes volitivas em algumas esferas decisivas
para a recuperao dos salrios. Veja-se o exemplo
da negociao coletiva introduzida no Uruguai me-
diante o funcionamento dos conselhos de Salrios
Tripartites, que supem uma ingerncia muito maior
que nas dcadas anteriores, fundamentada na ne-
cessidade de inclinar a balana a favor do trabalho
em uma relao que assimtrica e desigual entre
capital e Trabalho.
PEAS | 25 | MERCOSUL
4. Os cidados so sujeitos de direitoscolocar o centro da ateno nos diretos supe aban-
donar a ideia de que os cidados so objetos de
compaixo e assistncia pblica. Devem ser conside-
rados como sujeitos de direitos e o estado deve ga-
rantir seu pleno exerccio; isto precisamente o que
sustenta hoje em dia a base conceitual das polticas
sociais no MercOSUl. A integridade das polticas
pblicas a partir de um enfoque sistmico tem sido
posta em prtica nos ltimos anos. no entanto, os
prprios constrangimentos do modelo produtivo ain-
da limitam a pesar dos esforos realizados aquela
aspirao de integridade das intervenes pblicas
para obter resultados em termos de maior equidade.
Persistem caractersticas de um modelo liberal-resi-
dualista que convivem e coexistem com a aplicao
de planos sociais que pretendem apontar as causas
que produzem e reproduzem a pobreza e no s miti-
gar os efeitos perversos das polticas econmicas.
PEAS | 26 | MERCOSUL
A tendncia indica um itinerrio provvel na remoo
daqueles vcios na arquitetura de proteo social.
5. Tenso entre universalidade e focalizao o que aparece com fora no cenrio das polticas
sociais. De um lado se proclama o acesso universal
educao, sade, moradia (e, certamente, tomam-
se medidas nesse sentido); do outro lado, persiste o
critrio de focalizao ou de discriminao positiva
para o acesso s prestaes sociais no contributi-
vas. Ainda assim, a modo de exemplo, as recentes
modificaes do regime de alocaes familiares na
Argentina e a nova estratgia do programa Brasil sem Misria demonstram uma inteno de recorrer um caminho quela universalizao desvinculada da
comprovao de recursos ou ao menos de moderar
o critrio ampliando notavelmente a cobertura dos
coletivos sociais. introduzindo o conceito de focali-
zao subsidiria, isto , uma focalizao comple-
PEAS | 27 | MERCOSUL
mentar que contribui ao exerccio efetivo dos direitos
por parte dos setores vulnerveis que se encontram
em situao de desvantagem econmica e social.
6. Transferncias Monetrias DiretasA implementao de programas de Transferncias
condicionadas de renda uma caracterstica gene-
ralizada em toda a regio. Precisamente com a che-
gada dos partidos e foras progressistas ao poder
poltico, a transferncia monetria direta se apresenta
como um pilar substantivo das estratgias de com-
bate pobreza e indigncia. Vale ressaltar que os
impactos nessa direo foram altamente positivos,
dado que a indigncia ou extrema pobreza diminuiu
de maneira sensvel e em menor medida diminuram
os ndices de pobreza. Deve-se ressaltar, a modo de
exemplo, o mais recente programa desta natureza, o
Tekopor no Paraguai, o qual avanou substancial-mente em termos de cobertura, fortemente susten-
PEAS | 28 | MERCOSUL
tado na cooperao com organizaes sociais do
territrio. As condicionalidades muito discutidas
por outra parte evidenciaram um incremento da
matrcula escolar e do acesso aos diversos rgos
de sade. em relao ao impacto na diminuio da
brecha social, ou dito de outra maneira, da reduo
da desigualdade, os resultados no foram plenamen-
te satisfatrios, apesar do declnio do coeficiente de
Gini (como um dos indicadores), acima de tudo con-
siderando os altssimos nveis de desigualdade que a
regio arrasta h vrias dcadas.
7. Aumento do Gasto Pblico SocialAinda quando se entende que o Gasto Pblico Social
deveria ser considerado como investimento social,
em geral registra-se os oramentos (tecnicamente)
como gasto aplicado pelo estado para cobrir as ne-
cessidades da populao, oferecendo os bens, servi-
os e prestaes. Assim, observa-se que na Amrica
PEAS | 29 | MERCOSUL
latina a porcentagem destinada ao gasto social era
de 12,21% do PiB entre 1990-91; para o ano 2007-
2008 este ndice chegava a 18% e superava levemen-
te os 20% no MercOSUl2. isso se explica, em boa
medida, pelo incremento do gasto no setor de sade
e na educao, e pelo aumento relativo da segurana
social. Ainda quando o Gasto Pblico Social (GPS)
mantm globalmente um carter pr-cclico, a maio-
ria das naes desenvolve uma poltica de expanso
do gasto em conjunturas de contrao econmica
mediante transferncias, subsdios e estmulos de
emprego. Segundo o Panorama Social da cePAl, a
pobreza se incrementou levemente durante os anos
2008 e 2009 em consequncia da crise, mas houve
novamente uma recuperao da tendncia ao decl-
nio continuado. De acordo ao mencionado informe3,
para a Argentina, o chile, o Peru e o Uruguai a pobre-
2. ibid. 3. ibid.
PEAS | 30 | MERCOSUL
za diminuiu pelo crescimento; enquanto que para o
Brasil, o equador, o Panam e o Paraguai, o fez pela
distribuio.
8. Convergncia de estratgias: a questo social na agenda poltica
h evidencias, pelo dito anteriormente, de que o
MercOSUl caminha a passo seguro em direo
s transformaes necessrias para a superao da
pobreza e da indigncia, para a qual se devem res-
saltar as recentes decises que o bloco tomou em
relao dimenso social do processo de integrao
regional. neste sentido, se destacou na Declarao
de Buenos Aires Por um MercOSUl com rosto hu-
mano e perspectiva social, de 14 de julho de 2006,
a necessidade de assumir a dimenso social da in-
tegrao baseada em um desenvolvimento econmi-
co de distribuio equitativa, que tende a garantir o
desenvolvimento humano integral, que reconhece ao
PEAS | 31 | MERCOSUL
indivduo como cidado sujeito de direitos civis, pol-
ticos, sociais, culturais e econmicos. Desta forma, a
Dimenso Social da integrao regional se configura
como um espao inclusivo que fortalece os direitos
cidados e a democracia.
A Declarao de Princpios do MercOSUl Social
sintetiza os temas que haviam ocupado a ateno e
gerado acordos nas reunies de Ministros e Autori-
dades do MercOSUl Social at esse momento4. Os
fundamentos conceituais se referem: a centralidade
da dimenso social na integrao que pretenda pro-
mover um desenvolvimento humano e social integral;
a indissociabilidade do social e econmico na formu-
lao, desenho, implementao e na avaliao das
polticas sociais regionais; a reafirmao do ncleo
familiar como eixo de interveno privilegiado das
4. refere-se Vii reunio de Ministros e Autoridades de Desenvolvimento Social do MercOSUl, Bolvia, chile e Peru, em 2004; Declarao de Assuno e Declarao de Montevidu, em 2005; e a Declarao de Buenos Aires, em 2006.
PEAS | 32 | MERCOSUL
polticas sociais na regio; a centralidade do papel
do estado; a proteo e a promoo social a partir de
uma perspectiva de direitos, superando a viso me-
ramente compensatria do social; a participao de
uma sociedade civil fortalecida organizacionalmente.
Alm disso, na reunio de Presidentes em Assuno
no final de junho de 2011, o conselho do Mercado
comum aprovou proposta da reunio de Ministros
e Autoridades de Desenvolvimento Social (rMADS)
e da comisso de coordenao de Ministrios de As-
suntos Sociais (ccMASM) o Plano estratgico de
Ao Social (PeAS), que articula nove eixos funda-
mentais e vinte e seis diretrizes estratgicas para a
regio, que se desenvolvero a partir de 2012 sob o
formato de projetos sociais regionais. Finalmente, na
instncia realizada em Montevidu (nos dias 6 e 7 de
dezembro de 2011) e alguns dias antes da reunio
de Presidentes, a reunio de Ministros e Autorida-
des de Desenvolvimento Social (rMADS) resolveu
PEAS | 33 | MERCOSUL
definir no seu prximo Plano Bienal os eixos prio-
ritrios: a) aprofundamento da institucionalidade da
dimenso social do MercOSUl, particularmente o
seu apoio ao instituto Social do MercOSUl; b) ela-
borao e execuo de projetos regionais no mbito
do PeAS; c) desenvolvimento da estratgia de iden-
tificao, intercambio e difuso de melhores prticas
na rea social e d) fortalecimento da integrao com
outras instncias do MercOSUl, acima de tudo as
designadas pela ccMASM.
em resumo, a questo social ocupa um espao
hierarquizado nas agendas pblicas dos governantes
do bloco MercOSUl e da sociedade em conjunto:
isso significa recuperar a centralidade do trabalho
como mecanismo de integrao, observar as no-
vas manifestaes da excluso social e da pobreza,
identificar e ressaltar as formas histricas de discri-
minao de determinados coletivos sociais, advertir
os reclamos por uma cidadania plena, as urgncias
PEAS | 34 | MERCOSUL
em matria de distribuio da riqueza e, em suma,
reconhecer que a democracia se consolida e se as-
segura somente na medida em que as pessoas e fa-
mlias sentem que nela residem as respostas para as
suas demandas e necessidades. J no basta obter
um crescimento econmico sustentado; mais ainda,
para que as economias continuem crescendo e para
falarmos de desenvolvimento absolutamente im-
prescindvel a satisfao de determinadas condies
sociais que o viabilizem a longo prazo e que se re-
distribua as riquezas de modo equitativo. e se estes
assuntos ocupam um lugar privilegiado nas agendas
governamentais, isso fruto no s de uma deciso
poltica, mas tambm da ao social coletiva que re-
clama cada vez mais maior participao.
O MercOSUl, portanto, tem adiante um enorme
desafio que de alguma maneira assumiu: continuar
reduzindo a pobreza e eliminar a indigncia, para
avanar substancialmente em direo reduo da
PEAS | 35 | MERCOSUL
brecha social ainda existente. Se a qualidade de vida
e o bem-estar da populao a prioridade inequvoca
dos quatro governos do bloco, hora de aprofundar
as estratgias mancomunadas a nvel regional para
reverter o processo histrico de concentrao da ri-
queza e acrescentar os mecanismos de sua redistri-
buio equitativa.
PEAS | 37 | MERCOSUL
MercOSUl/cMc/Dec. n 12/11
Plano Estratgico de Ao Social do MERCOSUL
TenDO eM ViSTA:
O Tratado de Assuno, o Protocolo de Ouro Preto
e as Decises n 39/08, 45/10 e 67/10 do conselho
do Mercado comum;
cOnSiDerAnDO:
Que durante os ltimos anos a dimenso social
do MercOSUl consolidou-se como um dos eixos
prioritrios e estratgicos do processo de integrao
regional.
PEAS | 38 | MERCOSUL
Que por ocasio da cpula do MercOSUl reali-
zada em crdoba em julho de 2006, os Presidentes
impulsionaram a elaborao de um Plano estratgico
de Ao Social do MercOSUl.
Que o Plano estratgico de Ao Social um ins-
trumento fundamental para articular e desenvolver
aes especficas, integrais e intersetoriais, que con-
solidem a Dimenso Social do MercOSUl.
Que a comisso de coordenao de Ministros de
Assuntos Sociais do MercOSUl (ccMASM) elabo-
rou uma nova verso do documento eixos, Diretri-
zes e Objetivos Prioritrios do Plano estratgico de
Ao Social do MercOSUl (PeAS), que incorpora
as contribuies adicionais remetidas por distintas
reunies de Ministros e reunies especializadas
responsveis pelos temas sociais no mbito da De-
ciso cMc n 67/10.
PEAS | 39 | MERCOSUL
O cOnSelhO DO MercADO cOMUM
DeciDe:
Art. 1. Aprovar o documento eixos, Diretrizes e
Objetivos Prioritrios do Plano estratgico de Ao
Social do MercOSUl (PeAS), que consta como
Anexo e faz parte da presente Deciso.
Art. 2. encomendar s reunies de Ministros e
reunies especializadas responsveis pelos temas
sociais que submetam ccMASM, por meio da res-
pectiva PPT e antes da Xlii reunio Ordinria do
cMc, proposta contendo aes/atividades; prazos
para sua execuo/implementao durante o perodo
2012-2017; e, quando couber, identificao de even-
tuais fontes de financiamento.
PEAS | 40 | MERCOSUL
neste exerccio, as mencionadas reunies de Mi-
nistros e reunies especializadas podero submeter
propostas de reviso, modificao e/ou atualizao
do documento referido no Artigo 1.
Art. 3. O Anexo da presente Deciso encontra-se
unicamente no idioma espanhol.
Art. 4. esta Deciso no necessita ser incorpora-
da ao ordenamento jurdico dos estados Partes, por
regulamentar aspectos da organizao ou do funcio-
namento do MercOSUl.
Xli cMc Assuno, 28/Vi/11
PEAS | 41 | MERCOSUL
Eixos, Diretrizes e Objetivos Prioritrios do Plano Estratgico de Ao Social
do MERCOSUL (PEAS)
EIXO I Erradicar a fome, a pobreza
e combater as desigualdades sociais
Diretriz 1
Garantir a segurana alimentar e nutricional.
Objetivos prioritrios
reconhecer e garantir o direito alimentao ade-
quada e saudvel.
Assegurar o acesso alimentao adequada para
as populaes vulnerveis.
PEAS | 42 | MERCOSUL
Promover o intercmbio de iniciativas, experin-
cias exitosas e projetos na rea de alimentao
saudvel.
Promover o aleitamento materno e combater a
desnutrio infantil.
Fortalecer a agricultura familiar como provedora
de alimentos e abastecedora dos mercados locais.
Diretriz 2
Promover polticas distributivas observando a pers-
pectiva de gnero, idade, raa e etnia.
Objetivos prioritrios
Garantir o acesso a servios de assistncia social
pelas famlias e pessoas em situao de vulnera-
bilidade e risco social.
Desenvolver programas de transferncia renda s
famlias em situao de pobreza.
PEAS | 43 | MERCOSUL
Garantir a responsabilidade equitativa dos inte-
grantes do lar, envolvendo os homens nas tarefas
de cuidado familiar estabelecida nos programas
de transferncia de renda.
Fortalecer os territrios sociais por meio da arti-
culao entre as redes de proteo e promoo
social.
Promover intercmbio de iniciativas e experin-
cias exitosas.
PEAS | 44 | MERCOSUL
EIXO IIGarantir os direitos humanos,
a assistncia humanitria e a igualdade tnica, racial e de gnero
Diretriz 3
Assegurar os direitos civis, culturais, econmicos, po-
lticos e sociais, sem discriminao por motivo de g-
nero, idade, raa, etnia, orientao sexual, religio, opi-
nio, origem nacional ou social, condio econmica,
pessoas com deficincia ou qualquer outra condio.
Objetivos prioritrios
combater o trfico, a violncia e a explorao sexu-
al, especialmente de crianas e adolescentes.
Articular e implementar polticas pblicas voltadas
para adolescentes que cometeram ato infracional,
de carter socioeducativo, especialmente nas regi-
es de fronteira.
PEAS | 45 | MERCOSUL
Articular e implementar polticas pblicas volta-
das para atendimento populao em situao
de rua.
Fortalecer o instituto de Polticas Pblicas de Di-
reitos humanos do MercOSUl (iPPDh) e criar
canais de dilogo com o Sistema interamericano
de Direitos humanos.
combater todas as formas de violncia, especial-
mente contra as mulheres, crianas, adolescentes
e idosos.
Adotar medidas e polticas para plena implemen-
tao da conveno das naes Unidas sobre Di-
reitos das Pessoas com Deficincia.
coordenar posies em temas de direitos huma-
nos em organismos internacionais.
implementar o Plano regional para Preveno e
erradicao do Trabalho infantil, aprovado pelo
GMc/reS. n 36/06, assegurando os recursos fi-
nanceiros necessrios para tal fim.
PEAS | 46 | MERCOSUL
Promover a acessibilidade e alocaao universal
para facilitar o acesso das pessoas com deficin-
cia a todos os servios previstos na comunidade.
combater todas as formas de discriminao, vio-
lncia e preconceito contra os grupos lGBT, a fim
de promover a plena realizao dos seus direitos-
nos pases do bloco.
Desenvolver e partilhar instrumentos de monito-
ramento da violncia exercida contra idosos no
MercOSUl, com o objetivo de sensibilizar as so-
ciedades dos pases sobre as violaes sofridas
por este grupo.
Promover nos fruns internacionais a promoo e
defesa dos direitos dos idosos atravs do estabe-
lecimento de uma conveno internacional sobre
o assunto.
criar um sistema de indicadores sobre a situ-
ao dos direitos humanos na regio, usando a
estrutura metodolgica desenvolvida pelo Alto
PEAS | 47 | MERCOSUL
comissariado das naes Unidas para os Direitos
humanos.
coordenar a incorporao, nas polticas sociais,
de aes de preveno, de proteo e ateno que
contribuam a erradicao de todas as formas de
violncia, nos espaos pblicos e privados, espe-
cialmente contra as mulheres e as meninas.
Diretriz 4
Garantir que a livre circulao no MercOSUl seja
acompanhada do pleno gozo dos direitos humanos.
Objetivo prioritrio
Articular e implementar polticas pblicas voltadas a
promover o respeito aos direitos humanos e a plena
integrao dos migrantes e proteo aos refugiados.
Diretriz 5
Fortalecer a assistncia humanitria.
PEAS | 48 | MERCOSUL
Objetivo prioritrio
coordenar esforos para apoio e proteo s popu-
laes atingidas por situaes de emergncia de de-
sastres humanitrios, com especial ateno a crian-
as e adolescentes.
Diretriz 6
Ampliar a participao das mulheres nos cargos de
liderana e deciso no mbito das entidades repre-
sentativas.
Objetivo prioritrio
criao, reviso e implementao de instrumentos
normativos regionais com vistas igualdade de
oportunidades entre homens e mulheres e, entre as
mulheres, na ocupao de postos de deciso.
PEAS | 49 | MERCOSUL
EIXO III Universalizar a Sade Pblica
Diretriz 7
Assegurar o acesso a servios pblicos de sade
integrais, de qualidade e humanizados, como um di-
reito bsico.
Objetivos prioritrios
Desenvolver estratgias coordenadas para uni-
versalizao do acesso aos servios pblicos de
sade integrais, de qualidade e humanizados.
Promover e harmonizar polticas especificas para
sade indgena.
Aprofundar polticas de sade publica para as mu-
lheres e ateno primeira infncia.
Articular as polticas e promover acordos regio-
nais que garantam acesso sade pblica na faixa
de fronteira.
PEAS | 50 | MERCOSUL
Promover a reviso dos instrumentos normati-
vos que garantam o acesso livre e responsvel
de homens e mulheres aos servios apropriados,
aconselhamento cientfico e educao sobre sa-
de sexual e reprodutiva.
Fortalecer a articulao inter-setorial e o trabalho
conjunto nas instncias institucionais do MercO-
SUl, nos aspectos vinculados aos Determinantes
Sociais da Sade (DSS).
Diretriz 8
Ampliar a capacidade nacional e regional em matria
de pesquisa e desenvolvimento no campo da sade.
Objetivo prioritrio
implantar rede de pesquisa em Sade Pblica e De-
terminantes Sociais da Sade.
PEAS | 51 | MERCOSUL
Diretriz 9
reduzir a morbidade e mortalidade feminina nos es-
tados Partes, especialmente por causas evitveis, em
todas as fases do seu ciclo de vida e nos diversos
grupos populacionais, sem discriminao de qual-
quer espcie.
Objetivo prioritrio
Promover a assistncia obsttrica qualificada e
humanizada, especialmente entre as mulheres
negras e indgenas, e com deficincia, incluindo
a ateno ao abortamento inseguro, de forma a
reduzir a morbidade materna.
PEAS | 52 | MERCOSUL
EIXO IVUniversalizar a educao e erradicar
o analfabetismo
Diretriz 10
Acordar e executar polticas educativas coordenadas
que promovam uma cidadania regional, uma cultura
de paz e respeito democracia, aos direitos humanos
e ao meio ambiente.
Objetivos prioritrios
Fomentar aes de formao docente/multiplica-
dores para a integrao regional.
implementar programas complementares de for-
mao docente em espanhol e portugus como
segunda lngua.
Articular aes com outros setores dentro do
mbito de competncia, para promover o direito
a educao sexual e reprodutiva nas escolas de
PEAS | 53 | MERCOSUL
acordo com as normas vigentes em cada pas e
acordos internacionais vigentes.
Fortalecer a integrao regional entre os pases do
MercOSUl a partir de estratgias e aes con-
cretas nas regies de fronteiras com as institui-
es educativas.
Fortalecer a organizao institucional para a ges-
to democrtica da escola pblica, garantindo a
participao de todos os atores envolvidos na vida
escolar.
Diretriz 11
Promover a educao de qualidade para todos como
fator de incluso social, de desenvolvimento humano
e produtivo.
Objetivos prioritrios
impulsionar o reconhecimento de ttulos docentes
na regio.
PEAS | 54 | MERCOSUL
Desenvolver um modelo educacional e polifun-
cional e inclusivo de educao rural formal e no
formal, com base em: i) Formao de professores
em consonncia com as propostas educativas da
educao rural; ii) coordenao interinstitucional
entre os atores governamentais com participao
das organizaes da agricultura familiar nos espa-
os de definio e implementao de polticas de
educao rural.
Desenvolver programas coordenados de educa-
o profissional e tecnolgica de qualidade.
Promover e harmonizar polticas de educao es-
pecificas para os povos originrios e a construo
de currculos adequados as suas necessidades,
respeitando sua diversidade cultural.
Articular programas sociais para erradicar o anal-
fabetismo feminino, em especial entre afrodes-
cendentes, indgenas e mulheres portadoras de
deficincia e mulheres acima de 50 anos.
PEAS | 55 | MERCOSUL
Garantir a igualdade de oportunidades de acesso,
permanncia e concluso com qualidade, em tem-
po oportuno, s crianas e jovens nos sistemas
de ensino.
Fortalecer a formao de professores na educa-
o Superior.
harmonizar e coordenar iniciativas de educao
distncia como meio de incluso social e demo-
cratizao.
Diretriz 12
Promover a cooperao solidria e o intercmbio,
para o melhoramento dos sistemas educativos.
Objetivos prioritrios
identificar e propor reas para integrar as polticas
educacionais dos pases membros.
PEAS | 56 | MERCOSUL
Propiciar espaos para intercambio de experin-
cias relativas ao acompanhamento e formao
dos docentes recm-ingressos nos sistemas
educativos.
Promover aes de articulao dos pases, esta-
dos, municpios e regies com os municpios que
possuem escolas participantes do Programa es-
colas de Fronteira.
Fortalecer e aprofundar o Sistema de Acreditao
de cursos de Graduao para o reconhecimento
regional da Qualidade Acadmica dos Diplomas
Universitrios do ArcU-SUr.
Diretriz 13
impulsionar e fortalecer os programas de mobilidades
de estudantes, estagirios, pesquisadores, gestores,
diretores e profissionais.
PEAS | 57 | MERCOSUL
Objetivos prioritrios
Fortalecer programas de cooperao existentes
que fomentem o intercmbio acadmico, de pro-
fissionais, especialistas, gestores, docentes e es-
tudantes, de forma a contribuir com a melhoria e
integrao da regio.
Facilitar as condies de mobilidade educacional
na regio.
Organizar um conjunto integrado de programas
de mobilidade diferente, que tenha uma verdadei-
ra apropriao pela instituio de ensino Superior,
com foco na cooperao e internacionalizao.
PEAS | 58 | MERCOSUL
EIXO VValorizar e promover a diversidade cultural
Diretriz 14 Promover a conscincia de uma identidade cultural re-
gional, valorizando e difundindo a diversidade cultural
dos pases do MercOSUl e de suas culturas regionais.
Objetivos prioritrios
Disseminar atitudes igualitrias e valores ticos
de irrestrito respeito s diversidades e de valori-
zao da paz.
Articular as aes com vistas ao fortalecimen-
to das iniciativas desenvolvidas pela reunio de
Ministros de educao do MercOSUl na rea da
diversidade cultural.
incentivar a produo cultural dos mais diversos
grupos originrios, populares e contemporneos.
PEAS | 59 | MERCOSUL
Fomentar o potencial cultural das zonas frontei-
rias como espao de dilogos interculturais na
elaborao de polticas conjuntas.
Diretriz 15
Ampliar o acesso aos bens e servios culturais da
regio e dinamizar suas indstrias culturais, favore-
cendo os processos de incluso social e gerao de
emprego e renda.
Objetivos prioritrios
Aumentar o nvel de produo das pequenas e
mdias empresas do setor cultural, ampliando a
empregabilidade.
Ampliar a pauta de exportao das grandes em-
presas do setor cultural.
Aumentar as experincias de intercmbios, com
objetivo de reduzir custos de produo.
PEAS | 60 | MERCOSUL
Desenvolver aes de qualificao para o setor
cultural independente.
expandir as aes associadas economia da cul-
tura em todos os segmentos de patrimnio, arte-
sanato e moda.
Ampliar as aes para a promoo do consumo
cultural em regies scio- econmicas menos fa-
vorecidas.
Aumentar a participao das atividades culturais no
currculo escolar do ensino fundamental e bsico.
Desenvolver projetos de cunho itinerante, promo-
vendo o acesso s atividades/bens culturais, inde-
pendentemente de espaos e meios formalmente
constitudos.
Ampliar a disseminao de produtos culturais
subsidiados pelo governo, em aes impulsio-
nadas por meios tecnolgicos, para segmentos
como a msica e dana.
PEAS | 61 | MERCOSUL
EIXO VIGarantir a incluso produtiva
Diretriz 16
Fomentar a integrao produtiva, particularmente em
regies de fronteira, com vistas a beneficiar reas de
menor desenvolvimento e segmentos vulnerveis da
populao.
Objetivo prioritrio
estimular o acesso de setores vulnerveis da popula-
o a atividades produtivas globais e integradas em
zonas de fronteiras.
Diretriz 17
Promover o desenvolvimento das micro, pequenas
e mdias empresas, de cooperativas, de agricultura
familiar e economia solidria, a integrao de redes
PEAS | 62 | MERCOSUL
produtivas, incentivando a complementaridade pro-
dutiva no contexto da economia regional.
Objetivos prioritrios
Facilitar o acesso ao crdito, tecnologia e tributa-
o simplificada desses empreendimentos.
Promover o desenvolvimento de polticas pblicas
para a agricultura familiar e incentivar a sua orga-
nizao produtiva e insero comercial.
Facilitar os processos de integrao produtiva das
micro, pequenas e mdias empresas por meio da
insero na cadeia produtiva.
estimular o investimento em infraestrutura em re-
gies de fronteira.
Promover o consumo de produtos e servios da
economia solidria.
Promover os direitos das mulheres no acesso a
terra, reforma agrria e ao desenvolvimento ru-
ral sustentvel.
PEAS | 63 | MERCOSUL
Promover a autonomia econmica e financeira
das mulheres, por meio de assistncia tcnica,
promoo do empreendedorismo, do associativo
e o cooperativismo, por integrao das redes de
mulheres aos processos econmicos, produtivos
e de mercados locais e regionais.
Diretriz 18
incorporar a perspectiva de gnero na elaborao de
polticas pblicas laborais.
Objetivos prioritrios
Garantir a igualdade salarial entre homens e mu-
lheres tendo em conta o princpio de salrios
iguais para funes iguais.
Garantir s trabalhadoras domsticas o exerccio
de todos os direitos trabalhistas concedidos s
trabalhadoras em geral, especialmente nas regies
de fronteira.
PEAS | 64 | MERCOSUL
Tomar medidas para avanar na valorizao social
e o reconhecimento do valor econmico do tra-
balho remunerado realizado pelas mulheres no
mbito domstico e do cuidado familiar, e contri-
buir para a superao da atual diviso de gnero
do trabalho.
PEAS | 65 | MERCOSUL
EIXO VII Assegurar o acesso ao trabalho decente
e aos direitos previdencirios
Diretriz 19
Promover a gerao de emprego produtivo e trabalho
decente na formulao de programas de integrao
produtiva no MercOSUl.
Objetivos prioritrios
Avanar na implementao da estratgia Mer-
cOSUl para o crescimento do emprego eMce,
criada pela Deciso cMc n 04/06, mediante a ela-
borao de Planos nacionais de emprego e Traba-
lho Decente PneTD e Diretrizes regionais para o
crescimento do emprego.
Promover investimentos pblicos e privados para a
criao de unidades produtivas em setores estrat-
gicos e intensivos em mo-de-obra, prioritariamente
PEAS | 66 | MERCOSUL
na regio de fronteira, especialmente para jovens e
outros grupos em situao social desfavorecida.
Fortalecer os servios de qualificao profissio-
nal, com o objetivo de promover as competncias
dos trabalhadores, a incluso digital, a melhoria
de suas remuneraes, a produtividade e susten-
tabilidade das empresas.
Prosseguir com a implementao do plano regio-
nal de inspeo de trabalho e formao conjunta
de inspetores e fiscais.
Adotar medidas para promover as convenes da
OiT e os Tratados internacionais sobre a matria.
Diretriz 20
Fortalecer o Dilogo Social e a negociao coletiva.
Objetivos prioritrios
Prosseguir com a reviso e aperfeioamento da
Declarao Sociolaboral do MercOSUl.
PEAS | 67 | MERCOSUL
Dotar a comisso Scio-laboral de mecanismos
geis para assegurar a aplicao dos direitos e
compromissos inscritos na Declarao Sociola-
boral.
Fortalecer o Observatrio do Mercado de Trabalho
(OMTM).
Diretriz 21
consolidar o sistema multilateral de previdncia
social.
Objetivos prioritrios
Promover medidas para plena implementao
do Acordo Multilateral de Previdncia Social do
MercOSUl.
Promover medidas para a regularizao dos tra-
balhadores informais, especialmente nas reas
de fronteira.
PEAS | 68 | MERCOSUL
estabelecer um programa regional de educao
previdenciria.
Modernizar os servios de atendimento aos segu-
rados da previdncia social nos estados Partes e
compartilhar tecnologias.
PEAS | 69 | MERCOSUL
EIXO VIIIPromover a Sustentabilidade Ambiental
Diretriz 22
consolidar a temtica ambiental como eixo transversal
das polticas pblicas.
Objetivos prioritrios
criar instrumentos regulatrios e econmicos
adequados que facilitem a complementaridade
entre as polticas produtivas e ambientais e entre
as polticas sociais e ambientais.
Promover polticas pblicas para a agricultura
familiar visando a sua sustentabilidade scio-am-
biental e adaptao s mudanas climticas.
Fortalecer as instncias ambientais nos nveis
regional, nacional e local, nos termos do Acordo
Marco sobre Meio Ambiente do MercOSUl.
PEAS | 70 | MERCOSUL
Diretriz 23
Promover mudanas em direo a padres mais sus-
tentveis de produo e consumo.
Objetivos prioritrios
elaborar e implementar estratgias nacionais e
regional de produo e consumo sustentveis e
facilitar o acesso da sociedade informao sobre
o tema.
Promover programas de conscientizao sobre
prticas de produo e consumo sustentveis
nos setores governamental, produtivo e na socie-
dade civil.
Fomentar a inovao no desenho e desenvolvi-
mento de produtos e servios que gerem o menor
impacto ambiental e promovam o desenvolvimen-
to sustentvel, com equidade social.
PEAS | 71 | MERCOSUL
Eixo IXAssegurar o Dilogo Social
Diretriz 24
Promover o dilogo entre as organizaes sociais
e rgos responsveis pela formulao e gesto de
polticas sociais.
Objetivos prioritrios
Promover o dilogo com a sociedade sobre a implementao do PeAS, entre outros, com a Unidade de Participao Social (UPS).Garantir e fortalecer outros espaos institucio-
nais de discusso e implementao de polticas
pblicas.
PEAS | 72 | MERCOSUL
EIXO X Estabelecer mecanismos de cooperao
regional para a implementao e financiamento de polticas sociais
Diretriz 25
Garantir que os projetos prioritrios disponham de
mecanismos regionais e nacionais de financiamento
adequado.
Objetivos prioritrios
criar e fortalecer fundos especficos para polticas
e projetos sociais regionais.
Promover mecanismos regionais inovadores de
financiamento do desenvolvimento regional.
coordenar os oramentos e aportes nacionais
para o financiamento conjunto de polticas e pro-
jetos sociais regionais.
PEAS | 73 | MERCOSUL
Diretriz 26
Fortalecer o instituto Social do MercOSUl (iSM)
como rgo de apoio tcnico execuo do
PeAS.
Objetivos prioritrios
Dotar o iSM de instrumentos adequados imple-
mentao, monitoramento e avaliao dos proje-
tos sociais.
Promover e consolidar acordos e convnios de
cooperao com instituies de pesquisa dos es-
tados Partes.
Viabilizar parcerias para a implementao dos
projetos sociais previstos.
PEAS | 75 | MERCOSUL
Instituto Social do MERCOSUL
O instituto Social do MercOSUl (iSM) um rgo
tcnico poltico estabelecido em 18 de janeiro de
2007 por Deciso do conselho do Mercado comum
(cMc/Dec n 03/07), resultado da iniciativa da re-
unio de Ministros e Autoridades de Desenvolvimen-
to Social do MercOSUl (rMDAS).
A rMADS, por sua vez, est formada pelos Minis-
trios e Secretarias de Desenvolvimento Social da Ar-
gentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que aportam tc-
nica e financeiramente para o funcionamento do ins-
tituto. cada estado Parte tem um representante que
integra o conselho do iSM, rgo diretivo que tem
como objetivo definir, em coordenao com a Direo
executiva, as linhas estratgicas e programticas, o
oramento e os projetos a serem executados.
PEAS | 76 | MERCOSUL
em resumo, o iSM uma instncia tcnica de
pesquisa no campo das polticas sociais e de imple-
mentao das linhas estratgicas, com o objetivo de
contribuir consolidao da dimenso social como
um eixo central no processo de integrao do Mer-
cOSUl. neste sentido, o iSM se soma aos esforos
de consolidao do processo de integrao, atravs
de iniciativas que contribuam com a reduo das
assimetrias sociais entre os estados Partes e com a
promoo do desenvolvimento humano integral.
importante ressaltar que o PeAS, em sua Dire-
triz 26, apresenta a necessidade de fortalecer o ins-
tituto Social do MercOSUl (iSM) como organismo
de apoio tcnico para a execuo do Plano. como
objetivos prioritrios prope: dotar o iSM de instru-
mentos adequados para implementao, monitora-
mento e avaliao dos projetos sociais; promover e
consolidar acordos e convnios de cooperao com
instituies de pesquisa dos estados Partes; e viabi-
PEAS | 77 | MERCOSUL
lizar associaes para a implementao dos projetos
sociais previstos.
Breve histricoA instalao do instituto comeou em julho de
2009, durante a Presidncia Pro Tempore do Para-
guai, primeiro pas a assumir a Direo executiva
da organizao. naquela ocasio, a sociloga Dra.
Magdalena rivarola assumiu a direo, ficando res-
ponsvel por consolidar a instalao do rgo, cuja
sede est situada na cidade de Assuno, capital da
repblica do Paraguai.
em fevereiro de 2011, iniciou-se um novo ciclo de
funcionamento com a incorporao dos funcionrios
que constituem a equipe tcnica e um conselho po-
ltico integrado por representantes de cada um dos
estados Partes, designados para tal fim pela rMADS
que junto com a Direo executiva, definem os ali-
nhamentos estratgicos e programticos.
PEAS | 78 | MERCOSUL
Atualmente, a Direo executiva est a cargo do
Assistente Social christian Adel Mirza, nomeado pelo
Governo da repblica Oriental do Uruguai, quem se-
guir nestas funes at julho de 2013.
Misso: consolidar a Dimenso Social do Mer-cOSUl como um eixo fundamental no processo de
construo da regio por meio da pesquisa, do in-
tercambio, da articulao e da difuso de polticas
sociais regionais, contribuindo com a reduo das
assimetrias e com a promoo do desenvolvimento
humano integral.
Viso: Ao cabo de cinco anos, o instituto Social do MercOSUl se consolida e se legitima na regio
como um rgo tcnico-poltico com capacidade
para incidir e assessorar governos em processo de
construo de Polticas Sociais regionais.
PEAS | 79 | MERCOSUL
Objetivoscoordenar o design, o monitoramento, a avaliao
e a difuso de projetos sociais regionais.
Promover e desenvolver pesquisas com a finalida-
de de apoiar a tomada de deciso na elaborao,
implementao e avaliao dos impactos das Po-
lticas Sociais.
Fomentar espaos de reflexo, anlise e difuso
sobre os temas emergentes na agenda social do
MercOSUl.
recompilar, intercambiar e difundir as melhores
experincias e prticas sociais a nvel regional e
inter-regional.
EstruturaO instituto est estruturado com base em uma Di-
reo executiva e quatro Departamentos:
PEAS | 80 | MERCOSUL
Departamento de investigao e Gesto da infor-
mao. responsvel por realizar pesquisas e estu-
dos comparativos, identificar indicadores sociais
regionais e gerar espaos de intercambio em torno
gesto dos sistemas de informao social (indicado-
res socioeconmicos e de programas sociais).
Departamento de Promoo e intercambio de Po-
lticas Sociais regionais. responsvel por contribuir
na criao de instncias tcnicas de dilogo e ela-
borao de projetos em matria de polticas sociais
regionais, no intercambio de prticas socialmente
relevantes e na identificao de oportunidades para
a cooperao horizontal.
Departamento de comunicao. responsvel pela
elaborao e execuo da estratgia de comunicao
pblica e institucional do iSM, com o objetivo de pro-
PEAS | 81 | MERCOSUL
mover a transparncia, a interatividade e a participa-
o dos diversos atores da sociedade civil.
Departamento de Administrao e Finanas. res-
ponsvel por dar assistncia Direo executiva em
todas as atividades relacionadas s demandas admi-
nistrativas, financeiras e de recursos humanos.
PEAS | 83 | MERCOSUL
Contatos / Instituto Social do MERCOSUL
Diretor executivo: christian Adel Mirza
chefa do Departamento de Administrao e Finanas:
celeste Acevedo
chefa do Departamento de comunicao: carla Arago
chefe do Departamento de Pesquisa e Gesto da
informao: Marcelo Mondelli
Tcnica do Departamento de Pesquisa e Gesto da
informao: carmen Garca
chefe do Departamento de Promoo e intercmbio de
Polticas Sociais regionais: Mariano nascone
Pessoal de Apoio: estefana Vizioli e Orlando Aguirre
editora: carla Arago
chefa do Departamento de comunicao
do instituto Social do MercOSUl
imagens da capa: Archivo rMADS
Produo editorial: Tekoha
Assuno, Paraguai
Junho de 2012
inSTiTUTO SOciAl D0 MercOSUl
cnel. rafael Franco no 507 e Juliana insfrn
Assuno - Paraguai
Telefax + 595 21 207 858
institutosocialmercosur@ismercosur.org
www.ismercosur.org
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