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ORDESC - Organização para o Desenvolvimento Social e Cidadania. Rua Geraldo Pereira, n. 194, sala 308, Ed. Idalina, 3º Andar, CEP n. 29700-130, Centro, Colatina-ES – Fone:
027-3120-0088 - e-mail: colatina@ordesc.org.br.
INSTRUÇÕES TÉCNICAS PARA O TESTE SELETIVO DOS
PROFISSIONAIS DO PROGRAMA DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA E NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA DO
MUNICÍPIO DE COLATINA – ESPÍRITO SANTO
Instruções Técnicas e Material de Apoio para o
Teste Seletivo dos profissionais da Saúde da
Família, elaborado pela ORDESC – Organização
para o Desenvolvimento Social e Cidadania.
ORDESC - Organização para o Desenvolvimento Social e Cidadania. Rua Geraldo Pereira, n. 194, sala 308, Ed. Idalina, 3º Andar, CEP n. 29700-130, Centro, Colatina-ES – Fone:
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COLATINA-ES
2014
1. APRESENTAÇÃO
O Material de Apoio está estruturado de forma a transmitir a todos os profissionais do setor da
saúde pública os fundamentos introdutórios do Programa de Estratégia de Saúde da Família,
introduzindo os profissionais ao conhecimento e aos métodos e formas de realizar e atender a
população adscrita nas Unidades Básicas de Saúde do Município de Colatina – Estado do
Espírito Santo, dentro de uma visão ético-humanística, com qualidade, eficácia e eficiência.
2. PÚBLICO ALVO
Profissionais inscritos no teste seletivo para as vagas de: Médico, Enfermeiro, Técnico de
Enfermagem, Odontólogo, Auxiliar de Saúde Bucal, Auxiliar Administrativo, Fisioterapeuta da
Saúde da Família, Assistente Social, Nutricionista, Educador Social, Educador Físico, Psicólogo,
Médico Psiquiatra e Farmacêutico, que serão inseridos nas Unidades Básicas de Saúde, no ESF
(Estratégia de Saúde da Família), SB (Saúde Bucal) e NASF (Núcleo de Apoio da Saúde da
Família), do Município de Colatina – Espírito Santo, conforme Termo de Parceria n. 001/2014,
definidos entre a ORDESC e a Secretaria de Saúde do Município de Colatina – ES.
3. REQUISITOS PARA OS CANDIDATOS
Os candidatos deverão possuir mais de 18 anos de idade, estar quites com as obrigações
eleitorais e militares, não possuírem antecedentes criminais com efeitos ativos até o ato da
contratação e/ou condenação criminal transitada em julgado em cumprimento, estarem em
situação regular perante seus conselhos de classe, não ter sido demitido por justa causa do
serviço de saúde do município de Colatina-ES e da ORDESC, não ter sofrido processo
administrativo disciplinar no serviço público municipal, estadual e federal com sanção de
exoneração e as seguintes qualificações para cada função:
3.1 Médico: Curso Superior de Medicina devidamente reconhecido pelo MEC ou diploma
obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como inscrição ativa
em Conselho Regional de Medicina.
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3.2 Médico Psiquiatra: Curso Superior de Medicina devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, residência médica
em psiquiatria e/ou especialização em psiquiatria e aprovação na prova de títulos da Sociedade
Brasileira de Psiquiatria, bem como inscrição ativa em Conselho Regional de Medicina.
3.3 Enfermeiro: Curso Superior de Enfermagem devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como
inscrição ativa em Conselho Regional de Enfermagem.
3.4 Odontólogo: Curso Superior de Odontologia devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como
inscrição ativa em Conselho Regional de Odontologia.
3.5 Educador Físico: Curso Superior de licenciatura ou bacharelado em Educação Física
devidamente reconhecido pelo MEC ou diploma obtido no exterior com a devida revalidação em
território brasileiro, bem como inscrição ativa em Conselho Regional de Educação Física.
3.6 Educador Social: Curso Superior de Pedagogia devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro.
3.7 Psicólogo: Curso de Psicologia devidamente reconhecido pelo MEC ou diploma obtido
no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como inscrição ativa em
Conselho Regional de Psicologia.
3.8 Nutricionista: Curso Superior de Nutrição devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como
inscrição ativa em Conselho Regional de Nutrição.
3.9 Assistente Social: Curso Superior de Serviço Social devidamente reconhecido pelo
MEC ou diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como
inscrição ativa em Conselho Regional de Assistência Social.
3.10 Fisioterapeuta: Curso Superior de Fisioterapia devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como
inscrição ativa em Conselho Regional de Fisioterapia.
3.11 Farmacêutico: Curso Superior em Farmácia, devidamente reconhecido pelo MEC ou
diploma obtido no exterior com a devida revalidação em território brasileiro, bem como
inscrição ativa em Conselho Regional de Farmácia.
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3.12 Técnico em Enfermagem: Curso Técnico de Enfermagem, devidamente reconhecido
pelo Conselho Regional de Enfermagem, possuir ensino médio ou equivalente completo e
inscrição ativa no Conselho de Enfermagem.
3.13 Auxiliar de Saúde Bucal: Curso Técnico de Saúde Bucal, devidamente reconhecido
pelo Conselho Regional de Odontologia, possuir ensino médio ou equivalente completo e
inscrição ativa no Conselho de Odontologia.
3.14 Auxiliar Administrativo: Possuir ensino médio ou equivalente completo.
3.15 Os requisitos contidos acima deverão ser comprovados no ato da contratação, sob pena
de desclassificação.
3.16 Poderão se inscrever profissionais em fase de conclusão dos cursos, desde que no ato da
contratação estejam habilitados para a vaga.
4. DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DAS FUNÇÕES
4.1 São atribuições comuns a todos os profissionais das equipes de Estratégia de Saúde da
Família (ESF), Saúde Bucal (SB) e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF):
4.1.1 Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis com ênfase nas suas
características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas;
4.1.2 Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aos quais a população
do Município de Colatina - ES está exposta;
4.1.3 Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos
problemas de saúde e fatores que colocam em risco a saúde;
4.1.4 Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de
vigilância e de vigilância epidemiológica, nas diferentes fases do ciclo de vida;
4.1.5 Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de vínculo de
confiança, de afeto, de respeito;
4.1.6 Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento;
4.1.7 Resolver os problemas de saúde do nível de atenção básica;
4.1.8 Garantir acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema de referência e
Contra-referência para os casos de maios complexidade ou que necessitem de internação
hospitalar;
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4.1.9 Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo à demanda de forma
contínua e racionalista;
4.1.10 Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde;
4.1.11 Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais
existentes na comunidade para o enfretamento conjunto dos problemas identificados;
4.1.12 Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos de cidadania,
de direitos à saúde e suas bases legais;
4.1.13 Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos conselho locais de
saúde e no conselho Municipal de Saúde, e;
4.1.14 Auxiliar na implantação do Cartão Nacional de Saúde.
4.1.15 Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe,
identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao
trabalho, e da atualização contínua dessas informações, priorizando as situações a serem
acompanhadas no planejamento local;
4.1.16 Realizar o cuidado em saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da
unidade de saúde, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre
outros), quando necessário;
4.1.17 Realizar ações de atenção integral conforme a necessidade de saúde da população local,
bem como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;
4.1.18 Garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de promoção da
saúde, prevenção de agravos e curativas;
4.1.19 Garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas e
de vigilância à saúde;
4.1.20 Realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória e de
outros agravos e situações de importância local;
4.1.21 Realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações,
proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
4.1.22 Responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado mesmo
quando esta necessita de atenção em outros serviços do sistema de saúde;
4.1.23 Participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da
utilização dos dados disponíveis;
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4.1.24 Promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle
social;
4.1.25 Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações
intersetoriais com a equipe, sob coordenação da SEMUS;
4.1.26 Garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais de informação na
Atenção Básica;
4.1.27 Participar das atividades de educação permanente; e
4.1.28 Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais.
4.2 São Atribuições Específicas, carga horária e respectivas remunerações/benefícios:
4.2.1 Auxiliar Administrativo (ESF) - 40 horas/semanas - Remuneração R$ 868,80 + R$
360,00 em Vale Alimentação + Vale transporte sem desconto - Total de Vagas: 4 + cadastro
de reserva – Funções: Realizar trabalhos de protocolo, seleção, classificação, registro e
arquivamento de documentos administrativos em geral; redigir informações de rotina; efetuar
controle de estocagem; digitar textos e relatórios, confeccionar planilhas, alimentar sistemas,
efetuar serviço de entrega de documentos; Funções Burocráticas de apoio administrativo.
Apresentando relatórios de resultados e recursos para melhorias. Auxílio nas execuções das
tarefas designadas pela direção, execução dos serviços de recursos humanos (fechamento de
ponto, controle de ponto), acompanhamento dos processos de agendamento de consultas,
encaminhamentos, arquivamento, preenchimento de cadastro, conferencia de documentação dos
usuários, atendimento de telefone, participar dos treinamentos propostos e atendimento da
população de forma cordial. Requisito: Ensino Médio completo. Conhecimento comprovado em
informática (Word, Excel, Power point).
4.2.2 Auxiliar de Saúde Bucal (ESF) - 40 horas/semanas - Remuneração R$ 872,80 + R$
360,00 em Vale Alimentação + Vale transporte sem desconto - Total de Vagas: 5 + cadastro
de reserva – Funções: realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias,
grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde; proceder à
desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados; preparar e organizar
instrumental e materiais necessários; instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD
nos procedimentos clínicos; cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos
odontológicos; organizar a agenda clínica; acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
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4.2.3 referentes à saúde bucal com os demais membros da equipe de saúde da família,
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; e participar do
gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
4.2.4 Enfermeiro (ESF) - 40 horas/semanais – Remuneração R$ 2.645,80 + R$ 360,00 de
vale alimentação - Total de Vagas: 10 + cadastro de reserva – Funções: Realizar assistência
integral (promoção e prevenção da saúde, prevenção de agravos, diagnostico, tratamento,
reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias nas unidades e/ou programas ,
quando indicado ou necessário no domicilio e/ou nos demais espaços comunitários, em todas as
fases do desenvolvimento humano: gestação, infância, adolescência, idade adulta e terceira
idade/idoso, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor
Municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; realizar consulta
de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações; planejar, gerenciar,
coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACSs; supervisionar, coordenar e realizar
atividades de educação permanente do Auxiliar de Enfermagem, ACD e THD; e participar do
gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento. Também tem como
atribuição coordenar, ser uma ponte entre equipe e usuário, planejar, programar, avaliar a
assistência de enfermagem a cada paciente ou grupo, criar e manter o ambiente terapêutico
voltado para a realização das diversas atividades, atuar junto a família e a equipe no atendimento
de suas necessidades básicas para obtenção de uma saúde física e mental; I - planejar, gerenciar,
coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; II - supervisionar, coordenar e realizar
atividades de qualificação e educação permanente dos ACS, com vistas ao desempenho de suas
funções; III - facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e ACS,
contribuindo para a organização da demanda referenciada; IV - realizar consultas e
procedimentos de enfermagem na Unidade Básica de Saúde e, quando necessário, no domicílio e
na comunidade; V - solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme
protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor Municipal ou do Distrito
Federal, observadas as disposições legais da profissão; VI - organizar e coordenar grupos
específicos de indivíduos e famílias em situação de risco da área de atuação dos ACS; e VII -
participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS.
4.2.5 Fisioterapeuta (ESF) - 40 horas/semanas - Remuneração R$ 2.645,80 + R$ 360,00
em Vale Alimentação - Total de vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções: Realizar
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4.2.6 diagnósticos, com levantamento dos problemas de saúde que requeiram ações de
prevenção de deficiências e das necessidades em termos de reabilitação, na área adstrita às
Equipes ESF; Desenvolver ações de promoção e proteção à saúde em conjunto com as Equipes
ESF incluindo aspectos físicos e da comunicação, como consciência e cuidados com o corpo,
postura, hábitos orais, com vistas ao autocuidado; Desenvolver ações para subsidiar o trabalho
das Equipes ESF no que diz respeito ao desenvolvimento infantil; Desenvolver ações conjuntas
com as Equipes ESF visando ao acompanhamento das crianças que apresentam risco para
alterações no desenvolvimento; Realizar ações para prevenção de deficiências em todas as fases
do ciclo de vida dos indivíduos; Acolher os usuários que requeiram cuidados de reabilitação,
realizando orientações, atendimento, acompanhamento, de acordo co a necessidade dos usuários
e a capacidade instalada das Equipes ESF; Desenvolver ações de reabilitação, priorizando
atendimentos coletivos; Desenvolver ações integradas aos equipamentos sociais existentes, como
escola, creches, pastorais, entre outros; Realizar visitas domiciliares para orientações, adaptações
e acompanhamentos; Realizar, em conjunto com as Equipes ESF, discussões e condutas
fisioterapêuticas conjuntas e complementares; desenvolver projetos e ações intersetoriais, para a
inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência; Orientar e informar as
pessoas com deficiência, sobre manuseio, posicionamento, atividades de vida diária, recursos e
tecnologias de atenção para o desempenho funcional frente às características específicas de cada
indivíduo; Desenvolver ações de reabilitação baseada na Comunidade, que pressuponham
valorização do potencial da comunidade, concebendo todas as pessoas como agentes do processo
de reabilitação e inclusão; Acolher, apoiar e orientar as famílias, principalmente no momento do
diagnóstico, para o manejo das situações oriundas da deficiência de um de seus componentes;
Acompanhar o uso de equipamentos auxiliares e encaminhamentos quando necessário; Realizar
encaminhamento e acompanhamento das indicações e concessões de órteses, próteses e
atendimentos específicos realizados por outro nível de atenção à saúde; Outras atividades
inerente à função tais como: 1. Participar de reuniões com profissionais das ESF, para
levantamento das reais necessidades da população adscrita; 2. Planejar ações e desenvolver
educação permanente; 3. Acolher os usuários e humanizar a atenção; 4. Trabalhar de forma
integrada com as ESF; 5. Realizar visitas domiciliares necessárias; 6. Desenvolver ações
intersetoriais; 7. Participar dos Conselhos Locais de Saúde; 8. Realizar avaliação em conjunto
com as ESF e Conselho Local de Saúde do impacto das ações implementadas através de
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4.2.7 indicadores pré-estabelecidos; 9. Promover programas coletivos de ações terapêuticas
preventivas à instalações de processos que levam à incapacidade funcional, à patologias músculo
esqueléticas, minimizando aquelas já instaladas e desenvolvendo a consciência corporal; 10.
Realizar abordagem familiar e institucional (escolas e creches) no que diz respeito a ergonomia e
postura de crianças e adolescentes; 11. Desenvolver atividades voltadas para adultos e idosos,
através de grupos já constituídos (hiperdia, gestantes, obesos), visando a prevenção e reabilitação
de complicações decorrentes de patologias, a independência na execução das atividades diárias,
assistência e inclusão social de portadores de deficiências transitórias ou permanentes; 12.
Realizar atendimentos ambulatoriais e domiciliares em pacientes portadores de enfermidades
crônicas ou degenerativas, acamados ou impossibilitados, encaminhando a serviços de maior
complexidade, quando necessário.
4.2.8 Médico (ESF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 8.144,80 + R$ 360,00 em vale
alimentação - Total de Vagas: 7 + formação de cadastro de reserva – Funções: Realizar
consultas clínicas, prestar assistência medica: prevenção, diagnósticos, prescrever e ministrar
tratamentos para diversas doenças, perturbações e lesões do organismo humano e aplicar os
métodos de medicina preventiva; executar ações de assistência integral em todas as fases do
ciclo de vida: criança, adolescente, mulher, adulto e idoso; consulta e procedimentos na
estratégia da família e quando necessário a domicilio, realizar atendimento médico integral a
população indígena, realizar as atividades clinicas correspondentes às áreas prioritárias na
intervenção; na atenção básica, aliar a atuação clinica a pratica da saúde coletiva; fomentar a
criação de grupos de patologias específicas, como de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental,
etc.; realizar o pronto atendimento médico nas urgências e emergências; providenciar tratamento
especializado; encaminhar aos serviços de maior complexidade, quando necessário, garantindo a
continuidade do tratamento, por meio de um sistema de acompanhamento e de referencia e
contra-referencia; indicar internação hospitalar; solicitar exames complementares; verificar e
atestar óbitos; desenvolver ações da área de especialização do cargo, atuar em equipes
multiprofissionais em Saúde Mental, participar de reuniões, cursos, palestras sobre medicina nas
entidades assistenciais e comunitárias, preencher e visar mapas de produção, ficha de
atendimento ambulatorial, fichas medicas com diagnostico e tratamento no prontuário, emitir
laudos, incentivar a vacinação, indicar medidas de higiene pessoal e de educação de saúde;
identificar casos de doença de notificação compulsória e dos problemas socio-sanitários
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4.2.9 definidos como prioritários, informar casos de crianças com suspeita de maus tratos,
trabalhar nas citações e emergência epidêmicas e de calamidade publica, e executar outras
funções correlatas a função. IMPORTANTE: Os profissionais médicos contratados para o
cumprimento de carga horária de 40 horas, deverão laborar, no mínimo, 32 horas nas Unidades
Básicas de Saúde e complementar as 08 horas restantes em plantão de urgência e emergência no
estabelecimento/unidade de saúde determinado pelo Parceiro Público, podendo os médicos
residentes em Medicina de Família e Comunidade, optar pelo benefício concedido pela Portaria
Nº 3.147, de 28 de dezembro de 2012 expedida pelo Ministério da Saúde.
4.2.10 Odontólogo (SB) - 40 horas/semanas – Remuneração R$ 2.645,80 + R$ 360,00 em
Vale Alimentação - Total de vagas: 5 + cadastro de reserva – Funções: Desenvolver o
Programa de Saúde Bucal nos serviços e/ou unidades e outros locais de atuação, desenvolver nos
locais de atuação atividades educativas de promoção e prevenção palestras e organizar cursos
sobre saúde; prevenir e manter a saúde bucal da população; participar de equipes
multiprofissionais envolvendo-se ativamente na vigilância em saúde e em especial no controle da
carie e doença periodontal; desenvolver no serviço público um comportamento técnico
comprometido com a prevenção da dentição natural; comprometer-se com a exatidão e
sistematicidade da informação necessária para avaliação dos resultados, assim como dos insumos
necessários para as atividades dos mesmos; treinar e supervisionar o pessoal auxiliar nas ações
educativo-preventiva, coletivas e individuais; executar as ações pertinentes e promover espaço
para as ações coletivas interprofissionais e interdisciplinares; prestar atendimento aos pacientes
agendados, coletivo e individualmente; responsabilizar-se pela conservação dos equipamentos e
materiais necessários a execução das atividades próprias do cargo e executar tarefas afins.
4.2.11 Técnico de Enfermagem (ESF) - 40 horas/semanais – Remuneração R$ 872,80 + R$
360,00 em Vale Alimentação + Vale transporte sem desconto - Total de Vagas: 15 +
cadastro de reserva – Funções: Participar das atividades de assistência básica realizando
procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão e quando indicado ou necessário,
no domicilio e/ou nos demais espaços comunitários; realizar ações de educação e saúde a grupos
específicos e a famílias em situação de risco conforme planejamento da equipe; participar do
gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento dos programas e/ou
unidades; monitoria das condições de saúde dos indivíduos e especialmente em situação de risco;
abordagem do processo saúde-doença das famílias e do coletivo; abordagem das situações de
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4.2.12 violência intra-familiar; assistir ao enfermeiro no planejamento, programação, orientação
e supervisão das atividades de enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes,
sob supervisão direta ou a distancia do profissional enfermeiro; realizar busca ativa de casos de
cunho epidemiológico; trabalho na área de enfermagem com a população indígena.
4.2.13 Médico Psiquiatra (NASF) – 20 horas/semanais – Remuneração R$ 8.000,00 - Total
de Vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções: Ações de Saúde Mental - Atenção aos usuários e
a familiares em situação de risco psicossocial ou doença mental que propicie o acesso ao sistema
de saúde e à reinserção social. As ações de combate ao sofrimento subjetivo associado a toda e
qualquer doença e a questões subjetivas de entrave à adesão a práticas preventivas ou a
incorporação de hábitos de vida saudáveis, as ações de enfrentamento de agravos vinculados ao
uso abusivo de álcool e drogas e as ações de redução de danos e combate à discriminação;
Realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional; Apoiar as ESF na
abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de transtornos mentais severos e
persistentes, uso abusivo de álcool e outras drogas, pacientes egressos de internações
psiquiátricas, pacientes atendidos nos CAPS, tentativas de suicídio, situações de violência
intrafamiliar; Discutir com as ESF os casos identificados que necessitam de ampliação da clínica
em relação a questões subjetivas; Criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar
problemas vinculados à violência e ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas, visando à redução
de danos e à melhoria da qualidade do cuidado dos grupos de maior vulnerabilidade; Evitar
práticas que levem aos procedimentos psiquiátricos e medicamentos à psiquiatrização e à
medicalização de situações individuais e sociais, comuns à vida cotidiana; Fomentar ações que
visem à difusão de uma cultura de atenção não-manicomial, diminuindo o preconceito e a
segregação em relação à loucura; Desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários,
buscando constituir espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, como oficinas
comunitárias, destacando a relevância da articulação intersetorial - conselhos tutelares,
associações de bairro, grupos de auto-ajuda etc.; Priorizar as abordagens coletivas, identificando
os grupos estratégicos para que a atenção em saúde mental se desenvolva nas unidades de saúde
e em outros espaços na comunidade; Possibilitar a integração dos agentes redutores de danos aos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família; e - ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como
parceiras no tratamento e buscando constituir redes de apoio e integração.
ORDESC - Organização para o Desenvolvimento Social e Cidadania. Rua Geraldo Pereira, n. 194, sala 308, Ed. Idalina, 3º Andar, CEP n. 29700-130, Centro, Colatina-ES – Fone:
027-3120-0088 - e-mail: colatina@ordesc.org.br.
4.2.14 Nutricionista (NASF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 2.144,80 + R$ 360,00
de vale alimentação - Total de Vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções: Ações de
Alimentação e Nutrição - Ações de promoção de práticas alimentares saudáveis em todas as
fases do ciclo da vida e respostas às principais demandas assistenciais quanto aos distúrbios
alimentares, deficiências nutricionais e desnutrição, bem como aos planos terapêuticos,
especialmente nas doenças e agravos não-transmissíveis; Conhecer e estimular a produção e o
consumo dos alimentos saudáveis produzidos regionalmente; Promover a articulação
intersetorial para viabilizar o cultivo de hortas e pomares comunitários; Capacitar as ESF e
participar de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos distúrbios nutricionais
como carências por micronutrientes, sobrepeso, obesidade, doenças crônicas não transmissíveis e
desnutrição; e, elaborar em conjunto com as ESF, rotinas de atenção nutricional e atendimento
para doenças relacionadas à Alimentação e Nutrição, de acordo com protocolos de atenção
básica, organizando a referência e a contra-referência do atendimento.
4.2.15 Fisioterapeuta (NASF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 2.645,80 + R$ 360,00
em Vale Alimentação - Total de vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções: Realizar
diagnóstico, com levantamento dos problemas de saúde que requeiram ações de prevenção de
deficiências e das necessidades em termo de reabilitação, na área adstrita às ESF; desenvolver
ações de promoção e proteção á saúde em conjunto com as ESF incluindo aspectos físicos e da
comunicação, como consciência e cuidados com o corpo, postura, alimentação com vistas ao
autocuidado; desenvolver ações para subsidiar o trabalho das ESF no que diz respeito ao
desenvolvimento infantil; desenvolver ações conjuntas com as ESF visando ao acompanhamento
das crianças que apresentam risco para alterações no desenvolvimento; Realizar ações para a
prevenção de deficiências em todas as fases do ciclo de vida dos indivíduos; acolher os usuários
que requeiram cuidados de reabilitação, realizando orientações, atendimento acompanhamento,
de acordo com a necessidade dos usuários e a capacidade instalada das ESF; desenvolver ações
de reabilitação, priorizando atendimentos coletivos; realizar visitas domiciliares para orientações,
adaptações e acompanhamentos; capacitar, orientar e dar suporte ás ações dos ACS; realizar em
conjunto com as ESF, discussões e condutas terapêuticas conjuntas e complementares;
desenvolver projetos e ações intersetoriais, para a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das
pessoas com deficiência; orientar e informar as pessoas com deficiência, cuidadores e ACS sobre
manuseio, posicionamento, atividades de vida diária, recursos e tecnologias de atenção para o
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4.2.16 desenvolvimento funcional frente ás características específicas de cada indivíduo;
desenvolver ações de Reabilitação Baseada na Comunidade; RBC que pressuponham
valorização do potencial da comunidade, concebendo todas as pessoas como agentes do processo
de reabilitação e inclusão; acolher, apoiar e orientar as famílias, principalmente no momento do
diagnóstico, para o manejo das situações oriundas da deficiência de um dos seus componentes;
acompanhar o uso de equipamentos auxiliares e encaminhamentos quando necessário; realizar
encaminhamento e acompanhamento das indicações e concessões de órtese, próteses e
atendimentos específicos realizados por outro nível de atenção á saúde; realizar grupos de mães
de crianças com problemas neurológicos: práticas de cuidados com a transferência, postura,
estímulos e cuidados para o desenvolvimento da criança e orientações a mãe; realizar grupos de
mães de crianças com infecção respiratória aguda (IRA); estimular essencialmente crianças com
atraso no desenvolvimento neuro-pscio-motor em creches, centros comunitários, treinamento das
mães, acompanhamento domiciliar, diagnóstico precoce de alterações e ou disfunções neuro-
fisico-funcionais e encaminhamento para referência; atuar em creches: ergonomia, avaliação
postural, orientações posturais, adaptação de ambientes, educação em saúde, cinesioterapia para
desenvolvimento psicomotor, estímulo a prática de atividade física; orientar sobre higiene e
saúde em geral; realizar grupos de gestantes: orientações posturais, preparação para o parto
fisiológico, cuidados, exercícios respiratórios, monitoramento da freqüência cardíaca e pressão
arterial, orientações de cuidados com o bebê e amamentação; atuar no climatério: exercícios
uroginecológicos na hipoestrogenia, acompanhamento e minimização dos sintomas, orientações
a prática de exercícios controlada; realizar grupos de posturas: orientações em empresas,
cooperativas, trabalhadores domésticos sobre postura, melhor alinhamento da coluna vertebral,
ergonomia, prática de exercícios direcionados, orientação quanto ao uso de equipamento de
proteção individual, educação em saúde; realizar grupos de pé em risco (Diabetes e Hanseníase):
prevenção de incapacidades, avaliação, monitoramento, adaptação de calçados, orientação de
cuidados, hidratação da pele e inspeção de úlceras de pressão, treinamento dos cuidadores, etc.
4.2.17 Psicólogo (NASF) - 40 horas/semanais - Remuneração R$ 2.144,80 + R$ 360,00 de
vale alimentação - Total de Vagas: 2 + cadastro de reserva – Funções: Apoiar as Equipes
PSF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de transtornos mentais severos e
persistentes, uso abusivo de álcool e outras drogas, pacientes egressos de internações psíquicas,
pacientes atendidos nos CAPS, tentativas de suicídio, situações de violência intrafamiliar;
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4.2.18 discutir com as Equipes PSF os casos identificados que necessitam de ampliação da
clínica em relação a questões subjetivas; Criar em conjunto com as Equipes PSF, estratégias para
abordar problemas vinculados à violência e ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas, visando á
redução de danos e á melhoria da qualidade do cuidado dos grupos de maior vulnerabilidade;
evitar práticas que levem aos procedimentos psiquiátricos e medicamentos à psiquiatrização e à
medicalização de situações individuais e sócias, comuns à vida cotidiana; fomentar ações que
visem à difusão de uma cultura de atenção não-manicomial, diminuindo o preconceito e a
segregação em relação à loucura; desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários,
buscando constituir espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, como oficinas
comunitárias, destacando a relevância da articulação intersetorial - conselhos tutelares,
associações de bairro, grupos de auto-ajuda etc; Priorizar as abordagens coletivas, identificando
os grupos estratégicos para que a atenção em saúde mental se desenvolva nas unidades de saúde
e em outros espaços na comunidade; e possibilitar a integração dos agentes redutores de danos
aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família; Ampliar o vínculo com as famílias, tornando-as como
parceiras no tratamento e buscando construir redes de apoio e integração.
4.2.19 Assistente Social (NASF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 2.144,80 + R$
360,00 em Vale Alimentação - Total de Vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções:
Coordenar os trabalhos de caráter social adstritos às ESF; estimular e acompanhar o
desenvolvimento de trabalhos de caráter comunitário em conjunto com as ESF; discutir e refletir
permanentemente com as ESF a realidade social e as formas de organização social dos
territórios, desenvolvendo estratégias de como lidar com suas adversidades e potencialidades;
atender as famílias de forma integral, em conjunto com as ESF, estimulando a reflexão sobre o
conhecimento dessas famílias, como espaços de desenvolvimento individual e grupal, sua
dinâmica e crises potenciais; identificar no território, junto com as ESF, valores e normas
culturais das famílias e da comunidade que possam contribuir para o processo de adoecimento;
discutir e realizar visitas domiciliares com as ESF, desenvolvendo técnicas para qualificar essa
ação de saúde; possibilitar e compartilhar técnicas que identifiquem oportunidades de geração de
renda e desenvolvimento sustentável na comunidade, ou de estratégias que propiciem o exercício
da cidadania em sua plenitude, com as ESF e a comunidade; identificar, articular e disponibilizar
com as ESF uma rede de proteção social; apoiar e desenvolver técnicas de educação e
mobilização em saúde; desenvolver junto com os profissionais das ESF estratégias para
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4.2.20 identificar e abordar problemas vinculados à violência, ao abuso de álcool e a outras
drogas; estimular e acompanhar as ações de Controle Social em conjunto com as ESF; capacitar,
orientar e organizar, junto com as ESF, o acompanhamento das famílias do Programa Bolsa
Família e outros programas federais e estaduais de distribuição de renda; identificar as
necessidades e realizar as ações de Oxigenioterapia, capacitando as ESF no acompanhamento
dessa ação de atenção à saúde.
4.2.21 Educador Físico (NASF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 2.144,80 + R$
360,00 de vale alimentação - Total de Vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções:
desenvolver atividades físicas e práticas corporais junto á comunidade; veicular informação que
visam à prevenção, minimização dos riscos e proteção à vulnerabilidade, buscando a produção
do autocuidado; incentivar a criação de espaços de inclusão social, com ações que ampliem o
sentimento de pertinência social nas comunidades, por meio de atividade física regular, do
esporte e lazer, das práticas corporais; proporcionar Educação Permanente em Atividade Física/
Práticas Corporais nutrição e saúde juntamente com as ESF, sob a forma de co-participação
acompanhamento supervisionado, discussão de caso e demais metodologias da aprendizagem em
serviço, dentro de um processo de Educação Permanente; articular ações, de forma integrada ás
ESF, sobre o conjunto de prioridades locais em saúde que incluam os diversos setores da
administração pública; contribuir para a ampliação e a valorização da utilização dos espaços
públicos de convivência como proposta de inclusão social; identificar profissionais e/ou
membros da comunidade com potencial para o desenvolvimento do trabalho em práticas
corporais; capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunitários de Saúde – ACS, para
atuarem como facilitador-monitores no desenvolvimento de Atividades Físicas/Práticas
Corporais; supervisionar de forma compartilhada, e participativa, as atividades desenvolvidas
pelas ESF na comunidade; promover ações ligadas á Atividade Física/Práticas Corporais junto
aos demais equipamentos públicos presentes no território; articular parcerias com outros setores
da área adstrita, junto com as ESF e a população, visando ao melhor uso dos espaços públicos
existentes e a ampliação das áreas disponíveis para as práticas corporais; promover eventos que
estimulem ações que valorizem Atividade Física/Práticas Corporais e sua importância para a
saúde da população.
4.2.22 Educador Social (NASF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 1.944,80 + R$
360,00 de vale alimentação - Total de Vagas: cadastro de reserva – Funções: realizar sob a
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4.2.23 orientação do técnico de referencia do CREAS, abordagem em vias públicas e locais
identificados pela incidência de situações de risco ou violações de direitos, com atribuição de
realizar o mapeamento das situações de exploração sexual comercial e outras caracterizadas
como situações de risco de crianças e adolescentes (situação de rua, trabalho infantil, etc),
realizando ações educativas, orientações e outros procedimentos que se julguem necessários,
além de encaminhamentos para o Conselho Tutelar, a rede de serviços socioassistenciais e outros
serviços prestados no âmbito do município. Esses profissionais desempenharão, prioritariamente,
ações de busca ativa para abordagem em vias públicas e locais identificados pela incidência de
situações de risco ou violação de direitos da criança e adolescente.
4.2.24 Farmacêutico (NASF) – 40 horas/semanais – Remuneração R$ 2.144,80 + R$ 360,00
de vale alimentação - Total de Vagas: 1 + cadastro de reserva – Funções: Coordenar e
executar as atividades de Assistência Farmacêutica no âmbito da Atenção Básica/Saúde da
Família; auxiliar os gestores e a equipe de saúde no planejamento das ações e serviços de
Assistência Farmacêutica na Atenção Básica/Saúde da Família, assegurando a integralidade e a
intersetorialidade das ações de saúde; promover o acesso e o uso racional de medicamentos junto
à população e aos profissionais da Atenção Básica/Saúde da Família, por intermédio de ações
que disciplinem a prescrição, a dispensação e o uso; assegurar a dispensação adequada dos
medicamentos e viabilizar a implementação da Atenção Farmacêutica na Atenção Básica/Saúde
da Família; selecionar, programar, distribuir e dispensar medicamentos e insumos, com garantia
da qualidade dos produtos e serviços; receber, armazenar e distribuir adequadamente os
medicamentos na Atenção Básica/ Saúde da Família; acompanhar e avaliar a utilização de
medicamentos e insumos, inclusive os medicamentos fitoterápicos, homeopáticos, na perspectiva
da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população; subsidiar
o gestor, os profissionais de saúde e as ESF com informações relacionadas à morbimortalidade
associados aos medicamentos; elaborar, em conformidade com as diretrizes municipais,
estaduais e nacionais, e de acordo com o perfil epidemiológico, projetos na área da
Atenção/Assistência Farmacêutica a serem desenvolvidos dentro de seu território de
responsabilidade; intervir diretamente com os usuários nos casos específicos necessários, em
conformidade com a equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, visando uma farmacoterapia
racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados à melhoria da qualidade de
vida; estimular, apoiar, propor e garantir a educação permanente de profissionais da Atenção
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4.2.25 Básica/Saúde da Família envolvidos em atividades de Atenção/Assistência Farmacêutica;
treinar e capacitar os recursos humanos da Atenção Básica/Saúde da Família para o cumprimento
das atividades referentes à Assistência Farmacêutica.
4.2.26 Além das atribuições definidas, são atribuições mínimas específicas de cada categoria
profissional, cabendo ao gestor Municipal e a ORDESC a ampliá-las, de acordo com as
especificidades locais.
5. INSCRIÇÕES
5.1 A participação no teste seletivo é completamente gratuita e as inscrições somente serão
aceitas por meio do e-mail: edson.monteiro@ordesc.org.br, para o qual deverá ser enviado o
currículo do candidato no corpo do e-mail e no título colocado a vaga para qual pretende
concorrer.
5.2 Reservamos 5% de todas as vagas para deficientes físicos;
5.3 Os candidatos portadores de deficiência deverão mencionar em seus currículos as
necessidades especiais para realização das provas.
5.4 As inscrições serão aceitas até 2 dias úteis antes da realização das provas e as
confirmações deverão ser recebidas pelos candidatos até 24 horas após o envio do currículo, por
meio de e-mail.
5.5 Caso o candidato não receba a confirmação em 24 horas, deverá ligar para o telefone n.
027-3120-0088 para as devidas providências.
6. OBJETIVOS DO MATERIAL DE APOIO
O Presente material pretende informar aos candidatos as regras do teste seletivo, bem como aos
futuros profissionais de saúde contratados pela ORDESC para Execução do Termo de Parceria n
001/2014, a metodologia adotada para atendimento à demanda do município e da comunidade
local, para o desenvolvimento de competências técnicas, gerenciais, humanísticas e éticas que
permitam identificar soluções aos problemas da população e da comunidade assistida, bem como
questões administrativas na área de serviços de saúde.
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7. COMISSÃO AVALIADORA
A Comissão Avaliadora do teste seletivo é composta por 3 representantes da ORDESC
(Superintendência, Coordenação e Recursos Humanos), 2 representantes da Secretaria de Saúde
de Colatina-ES (Coordenação PACS/PSF/SB e Secretário de Saúde ou seu representante); e 1
representante do Conselho Municipal de Saúde (a ser indicado pelo presidente do Conselho).
8. METODOLOGIA DA AVALIAÇÃO
8.1 Avaliação escrita - A avaliação do Teste Seletivo será composta de questões sobre este
material fornecido, podendo ser formuladas questões escritas e/ou de múltipla escolha, além das
questões específicas para cada função, que serão feitas de forma prática e com base nos
procedimentos a serem utilizados no dia a dia das Unidades de Saúde de ESF (Estratégia de
Saúde da Família), SB (Saúde Bucal) e NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família). A prova
escrita objetiva valerá 5,0 pontos.
8.2 Avaliação Experiência Profissional em ESF, SB e NASF - Além da avaliação escrita,
haverá a analise do currículo, sendo atribuído 0,5 a cada ano trabalhado nos programas ESF, SB
e NASF, sendo computados até 3 anos de experiência, assim como poderão atribuídas notas
proporcionais aos meses trabalhados.
8.3 Avaliação da Capacitação em ESF, SB e NASF - Também serão avaliados os cursos de
especialização e aperfeiçoamento nos programas ESF, SB e NASF, ou aplicados a ele, com carga
horária superior a 30 horas, sendo a eles atribuída a pontuação de: 0,1 a cada curso com carga
horária entre 30 a 60 horas; 0,2 a cada curso com carga horária entre 61 a 90 horas; 0,3 a cada
curso com carga horária entre 91 a 120 horas; 0,4 cada curso com carga horária entre 121 a 150
horas; 0,5 a cada curso com carga horária entre 151 a 180 horas; 0,6 a cada curso com carga
horária entre 181 a 210 horas; 0,7 a cada curso com carga horária entre 211 e 240 horas; 0,8 a
cada curso com carga horária entre 241 a 270 horas; 0,9 a cada curso com carga horária entre
271 a 300 horas; 1,0 para cursos com carga horária entre 301 a 330 horas; 1,1 para cursos com
carga horária entre 331 a 360 horas; 1,2 para cursos com carga horária entre 361 a 390 horas; 1,3
para cursos com carga horária entre 391 a 420 horas; 1,4 para cursos com carga horária entre 421
a 450 horas; e 1,5 para cursos com carga horária acima de 450 horas.
8.4 A pontuação máxima a ser computada na análise dos cursos de especialização e
aperfeiçoamento será de 1,5 pontos. Os cursos deverão ser comprovados no ato da contratação
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8.5 através de certificado de conclusão original, apresentado junto com a ementa e o
cronograma. Não serão aceitos cursos inacabados, contudo, poderão ser aceitos módulos
devidamente concluídos com aprovação.
8.6 A pontuação máxima atribuída à análise do currículo é de 3,0, sendo 1,5 para experiência
profissional e 1,5 para cursos de aperfeiçoamento e especialização.
8.7 Entrevista Pessoal - Além das análises acima, haverá entrevista pessoal do (a)
profissional, realizada com a presença dos representantes da Comissão Avaliadora, pela qual o
candidato será sabatinado sobre as informações contidas em seu currículo, podendo lhe ser
perquirido todas as situações que dizem respeito à capacidade profissional, bem como será
avaliada a postura e comportamento exigidos para a função pleiteada.
8.8 A entrevista pessoal valerá 2,0 pontos, que serão atribuídos pela Comissão Avaliadora
conjuntamente.
9. DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A AVALIAÇÃO
9.1 Somente serão avaliados os currículos dos candidatos que atingirem, no mínimo, de 2,5
pontos na prova escrita, sendo os demais procedimentos de avaliação somente classificatórios.
9.2 A validade do teste seletivo será de 6 meses, podendo ser prorrogado por igual período.
9.3 As informações prestadas através do currículo serão confirmadas no ato da contratação,
sendo que são de inteira responsabilidade do candidato as informações prestadas no ato da
inscrição e que, caso não comprovadas, motivarão a desclassificação do referido candidato.
9.4 Caberá recurso administrativo sobre todas as etapas do teste seletivo, no prazo de 5 dias,
para a Comissão Avaliadora, que terá o mesmo prazo para julgá-lo.
DATAS PARA REALIZAÇÃO DOS TESTES SELETIVOS
As datas para realização dos testes seletivos serão:
07.06.2014 – Para as funções de: Assistente Social, Psicólogo, Médico Psiquiatra, Educador
Físico, Educador Social, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Nutricionista e Auxiliar Administrativo,
com início às 8 horas da manhã.
29.06.2014 – Para Médico (ESF), Enfermeiro, Odontólogo, Técnico de Enfermagem e Auxiliar
de Saúde Bucal, com início às 8 horas da manhã;
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10. DATA PARA AVALIAÇÃO DOS CURRÍCULOS E ENTREVISTA PESSOAL
Após a correção das provas escritas, o candidato que lograr a pontuação igual ou superior a 2,5
pontos terá seu currículo avaliado pela Comissão e, logo após, será convocado para entrevista
pessoal.
11. LOCAL PARA REALIZAÇÃO DAS PROVAS
As provas serão realizadas no prédio da Escola Octávio Manhães de Andrade, no endereço à Rua
Benjamin Costa, 78 - Sagrado Coração de Jesus, Colatina- ES ou em outro local, caso o local
não seja suficiente para comportar todos os inscritos, o que será avisado ao candidato com
antecedência de 5 dias.
12. DURAÇÃO DAS PROVAS ESCRITAS OBJETIVAS
As provas escritas terão duração improrrogável de 2 horas, a serem computadas do início da
realização.
13. APRESENTAÇÃO NO LOCAL DE PROVAS
Os candidatos deverão comparecer no local de provas com antecedência de 30 minutos do
horário marcado para sua realização, portando documentos pessoais de identificação (RG ou
CTPS ou Identidade Profissional), sem rasuras e com foto atual. As assinaturas no caderno de
provas serão conferidas com os documentos pessoais, bem como, se necessário, serão colhidas as
digitais do candidato. As provas não serão com consulta a nenhum material e deverão ser
realizadas com caneta azul esferográfica de tubo transparente.
14. FORMA DE CONTRATAÇÃO
14.1 Os candidatos selecionados dentro da quantidade de vagas abertas serão convocados para
formalizar a contratação, em caráter de experiência, por 45 dias, podendo ser renovado o prazo
por igual período, em regime disciplinado pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT,
possuindo vínculo de trabalho com a ORDESC – Organização para o Desenvolvimento Social e
Cidadania.
14.2 Somente serão contratados os candidatos considerados aptos pelo exame médico
admissional.
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14.3 Após o prazo de experiência, caso o profissional tenha desempenhado corretamente suas
funções, seu contrato será convertido para de prazo indeterminado, conforme a CLT.
14.4 Os demais candidatos classificados em cadastro de reserva aguardaram sua convocação
conforme a disponibilidade de vagas pela ORDESC, pelo prazo de validade deste teste seletivo,
ou seja, 6 meses, ou 12 meses, se prorrogado.
15. DISPOSIÇÕES FINAIS
15.1 As presentes instruções tem força normativa perante o teste seletivo em questão e deverão
ser estritamente observadas no decorrer da seletiva, sob pena de anulação e responsabilização
funcional dos envolvidos.
15.2 O material de apoio fornecido pela ORDESC não exaure todos os temas abordados no teste
seletivo, sendo sua função meramente informativa sobre o conteúdo específico abordado.
15.3 Além do material de apoio, sugerimos o estudo da bibliografia abaixo:
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1996 de 20 de agosto de 2007, Dispõe sobre as
diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá outras
providências. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_1996-
de_20_de_agosto-de-2007.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a
participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Disponível
em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Lei8142.pdf .
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2007. 68 p. – (Série E.
Legislação de Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 4). Disponível em:
http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/pactos/pactos_vol4.pdf .
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Cadernos de Atenção Básica: Números 12 (Obesidade), 13 (Controle dos Cânceres do Colo do Útero
e da Mama), 14 (Prevenção Clínica de Doença cardiovascular, cerebrovascular e renal crônica), 15
(Hipertensão Arterial Sistêmica), 16 (Diabetes Mellitus), 17 (Saúde Bucal), 18 (HIV/AIDS, hepatites
e outras DST), 19 (Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa), 20 (Deficiência de Micronutrientes),
21 (Vigilância em Saúde), 22 (Zoonoses), 23 (Saúde da Criança), 24 (Saúde na Escola), 25 (Doenças
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027-3120-0088 - e-mail: colatina@ordesc.org.br.
Respiratórias Crônicas), 26 (saúde Sexual e Saúde Reprodutiva) e 27 (NASF: Núcleo de Apoio à
Saúde da Família) Disponíveis em: http://dab.saude.gov.br/caderno_ab.php ;
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/LEI8080.pdf .
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Art.196-200, Brasília, DF, 1988
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 154 de 24 de janeiro de 2008. Dispõe sobre a criação dos
NASF (Núcleos de apoio à Saúde da Família). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 25 jan. 2008. Seção I, p. 47-50.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília,
DF, 2004. p.11-29 e 77-84. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf .
CAMPOS, Rosana Onocko; GAMA, Carlos. Saúde Mental na Atenção Básica. In: CAMPOS,
Gastão Wagner de Sousa; GUERRERO, Andre Vinicius Pires (org). Manual de Práticas de Atenção
Básica: Saúde Ampliada e Compartilhada. 2 ed. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010, p. 221-
246. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/21415116/Manual-das-Praticas-da-Atencao-Basica .
CARVALHO, Yara Maria de; CECCIM, Ricardo Burg. Formação e Educação em Saúde:
aprendizados com a saúde coletiva. In: CAMPOS, G.W.S. et al. Tratado de Saúde Coletiva. São
Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006, p.149-182.
CECCIM RB, FEUERWERKER LCM. O quadrilátero da formação para a área de saúde: ensino,
gestão, atenção e controle social. Physis: Revista de Saúde Coletiva 2004;14(1):41-65. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/physis/v14n1/v14n1a04.pdf .
DRUMOND Jr, M. Epidemiologia em Serviços de Saúde: Conceitos, Instrumentos e Modos de
fazer. In: CAMPOS, G.W.S. et al. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro:
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LANCETTI, Antonio; AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Saúde Coletiva. In: CAMPOS, GWS
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ROUQUAYROL, Maria Zélia. Contribuição da epidemiologia. In: CAMPOS, GWS et al. Tratado
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SOARES, Darli Antônio; ANDRADE, Selma Maffei de; CAMPOS, João José Batista de.
Epidemiologia e indicadores de saúde. In: ANDRADE, Selma Maffei de; SOARES, Darli Antonio;
CORDONI JUNIOR, Luiz (Org.). Bases da saúde coletiva. Londrina: Ed. UEL, 2001. cap.10, p. 183-
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MATERIAL DE APOIO PARA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAOS DAS EQUIPES
DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
SUMÁRIO
01 Histórico da Saúde Pública
02 SUS
03 Cartão SUS
04 Os desafios do Município Saudável
05 O Processo Saúde Doença
06 Estratégia Saúde da Família
07 Unidade de Saúde da Família
08 Família: Conceito Sócio-Antropológico Básico
09 A Família e a Cultura há 50 anos e hoje
10 Acolhimento solidário
11 Limites do acolhimento – A experiência de Betim (MG)
12 Visita domiciliar
13 Planejamento
14 Executando a visita
15 Registro de dados
16 Avaliação
17 Atribuições dos membros da ESF e ESB
18 A Unidade Básica de Saúde e seu Território
19 Processo de Territorialização
20 Epidemiologia
21 Cadeia Epidemiológica
22 Fases da Vigilância Epidemiológica
23 Fontes Geradoras para Vigilância Epidemiológica
24 Fluxograma – Vigilância Epidemiológica
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25 Mapa Inteligente
26 Conceitos importantes que devemos saber
27 Legenda para confecção de mapa
28 A qualidade na prestação do cuidado em saúde
29 Programação em Saúde
30 Anexos
31 Faxina na Alma
32 O jogo do sexo e gênero
33 1º caso para discussão
34 Dicas para a escuta ativa
35 Escutar
36 PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 E ANEXOS
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HISTÓRICO DA SAÚDE E A POLÍTICA NO BRASIL
João Luis Gallego Crivellaro – Curso de Especialização em Gestão em Saúde Secretaria de
Saúde do Estado do Paraná e IFPR – Instituto Federal do Paraná – 2012.
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HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL
1500 a 1888
Período do descobrimento
Características:
Controle sanitário dos portos, contra varíola;
Praticas indígenas com as plantas/curandeismo;
Fundação das Santas Casas de Misericórdias;
Marco do sanitarismo no Brasil, erradicação da Febre Amarela pelo médico Osvaldo
Cruz.
Palavras chaves neste período:
A assistência médica acompanhou a historia do Brasil;
Sanitarista Osvaldo Cruz – Presidente Rodrigues Alves
1889 a 1930
1ª República
Características:
Modelo autoritário e médicocêntrico
A doença é o resultado inevitável da negligência, da sujeira pessoal, da promiscuidade;
Saúde, nesse período, era uma visão basicamente MORAL.
Palavra chave neste período:
Modelo companhista e higienista.
1930 a 1950
Período populista
Características:
Criação dos institutos de seguridade social;
Modelo centralizador, populista, paternalista e autoritário, que caracterizou a Era Vargas;
Saúde, nesse período, é basicamente ensinar o trabalhador a cuidar do seu corpo, para
preservar sua força de trabalho, para o desenvolvimento da nação;
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Modelo excludente, pois apenas os sindicatos fortes poderiam ter acesso aos serviços de
saúde.
Palavras chaves neste período
Saúde do trabalhador, mas com o objetivo do aumento da população.
1950 a 1960
Período do Desenvolvimento
Características:
A saúde/doença começa a ser analisada sob diferentes óticas – não só a da biologia.
Inicio do desenvolvimento sanitário X atenção médica individual, face aos crescentes
problemas de saúde da população urbana e rural.
1963 – 3ª Conferencia Nacional de Saúde.
Palavras chaves neste período:
Justaposição, repetição dos serviços de Saúde, redundou na dicotomia SAUDE
PUBLICA x ATENÇÃO MÉDICA.
1964 a 1984
Período de Estado Militar e o Milagre Brasileiro
20 anos de ditadura militar;
Período de “milagre” brasileiro – 68 a 74, elevada taxa de produtividade, aliada a baixos
salários, para grande maioria dos trabalhadores (menos especializados);
A saúde passou a seu um bem de consumo;
Aumento de hospitais e clinicas com o financiamento da Previdência Social;
Orçamento para a saúde, visando à consulta medica, hospitalização, consumo de
tecnologia e de medicamentos, em detrimento de uma política de saúde coletiva;
Aumento de grupos de saúde, centrados na lógica de saúde;
Ensino médico desvinculado da realidade sanitária e voltado para a especialização e a
sofisticação tecnológica e dependente das indústrias farmacêuticas;
Serviço de saúde basicamente federal.
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Falência deste sistema, aliado a imagem da medicina como solução miraculosa, para as más
condições de saúde, começou a ser socialmente percebida como miragem, denunciada e
desmascarada.
Apesar da ditadura alguns profissionais de saúde e os movimentos sociais uniram-se para
denunciar e exigir soluções;
1975 a 1982 – Os serviços de saúde se tornaram o foco da crise do modelo da política
social vigente.
Pela primeira vez da história do país, a saúde era vista socialmente, como direito universal e
dever do estado, isto é, como dimensão social e da cidadania.
Palavras chaves neste período:
Consolidação de uma relação autoritária, mercantilizada e tecnicista;
Falência do Sistema de Saúde;
Luta da saúde como dimensão social e da cidadania.
1985 a 1989
Período da nova republica e da luta pela reforma sanitária
Características:
Transição de um regime ditatorial, para uma situação de estabilidade democrática;
Favoreceu a descentralização dos serviços, em níveis municipais, através dos AIS;
1986 – 8ª Conferência Nacional de Saúde Discussão da reforma sanitária a ser
implantada pela Assembléia Nacional Constituinte (1988);
SUDS – Extinção da apresentação da carteirinha do INAMPS.
Palavras chaves neste período:
Prioridade para os cuidados primários, integrados aos secundários e terciários (hospitais);
Hierarquização dos serviços de Saúde;
Participação popular;
Acesso a Saúde, como direito à cidadania;
SUS.
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DÉCADA 90
Características:
Transição de um regime ditatorial, para uma situação de estabilidade democrática.
SISTEMA ÚNICO DE SAUDE
O que é o SUS?
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988, que o define
como a integração de ações, atividades e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições
publicas federais, estaduais e municipais e, de forma complementar, as entidades de iniciativa
privada.
Os serviços integram uma rede organizada por regiões com diferentes níveis de complexidade.
Como surgiu o SUS?
No inicio da década de 70 os serviços públicos de saúde existentes no Brasil eram centrados na
atenção as medidas curativas e não as preventivas, priorizavam os interesses da área privada e
eram organizados sem a participação da população.
A partir da década de 70, na busca de soluções, os municípios começaram a estruturar atividades
de assistência à saúde implantando Postos de Saúde. A sociedade de organizou através do
movimento da “Reforma Sanitária”, revendo a estrutura dos serviços oferecidos pela união,
Estado e Município.
Em 1986, no fórum de debates sobre a saúde, a 8ª Conferencia Nacional de SAÚDE, foram
elaboradas propostas de mudanças que passaram a constar na Constituição Federal de 1988.
Na Constituição de 88 a saúde é então definida como resultante de políticas sociais e
econômicas, como direito do cidadão e dever do Estado, como parte de seguridade social, cujas
ações e serviços devem ser providos por um Sistema de Saúde organizado segundo as diretrizes:
1 -> Descentralização: É aproximar os responsáveis palas ações e serviços de saúde aos que
delas se utilizam. Descentralizar significa compartilhar o poder, isto é, distribuir o poder e
recursos além de redefinir as atribuições de competência de cada esfera doe governo. Assim, o
município passa a assumir uma serie de ações e serviços que antes eram feitas pelo governo do
estado ou pelo governo federal.
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2-> Atendimento integral: O principio da integralidade se baseia na compreensão de que os
usuários têm o direito de serem atendidos em todas as suas necessidades. Deve haver integração
entre as ações preventivas e curativas, com maior atenção para as preventivas.
3 -> Universalidade: Todas as pessoas têm acesso garantido às ações e serviços de saúde com
igualdade. É de responsabilidade4 do Poder Publico oferecer condições para o exercício deste
direito. Isso acontecerá mediante a implantação do SUS.
4 -> Direito às informações: Todas as pessoas têm acesso garantido às informações sobre a
situação de saúde, assim como à condição de saúde da comunidade, organizações dos serviços
bem como a forma de sua utilização.
5 -> Equidade: Não é a mesma coisa que igualdade. É o respeito às diferentes condições e
necessidades da população. O sistema de Saúde deve estar sempre atento para as desigualdades,
utilizando a realidade de cada comunidade para definir as prioridades na destinação de recursos e
na orientação de programas a serem desenvolvidos.
6 -> Participação da comunidade: Toda a sociedade tem direito de participar no planejamento,
na avaliação e na fiscalização dos servidores de saúde de forma organizada, através de conselhos
municipais, regionais e locais de saúde.
Qual o papel dos Serviços de Saúde?
A assistência à saúde se organiza em três níveis de complexidade: Primaria, Secundaria e
Terciária. Cada nível tem atribuições especificas. Esta divisão é muito importante, porque
estabelece as Unidades Básicas de Saúde (Postos de Saúde) como porta de entrada do usuário no
sistema de saúde, podendo chegar aos serviços de maior complexidade.
Rede de atenção primaria: Fazem parte as Unidades Básicas de Saúde que prestam
atendimentos como vacinação, controle de pressão, curativos, pré-natal, inalações, injeções,
atendimento odontológico e clinica médica básica (clinica geral, pediatria e ginecologia).
Rede de atenção secundaria: Divide-se em serviços ambulatoriais e hospitalares. Os serviços
ambulatoriais prestam atendimento em especialidades como: Dermatologia, Cardiologia,
Oftalmologia, etc. Os serviços hospitalares realizam ações de baixa complexidade como
urgências/emergências, partos normais e cirurgias de pequeno e médio porte.
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Rede de atenção terciária: São os serviços ambulatoriais e hospitalares que realizam
atendimento de grande complexidade e que, muitas vezes, necessitam de equipamentos
sofisticados como cirurgia de coração, hemodiálise, tomografia, quimioterapia, etc.
O que é municipalização?
Na prática, municipalizar a saúde é aplicar o principio da descentralização. É trazer para o
governo municipal a capacidade de definir junto com os usuários as ações e atividades do setor.
Os governos Estaduais e Federais transferem para os municípios as atribuições que eram de sua
competência.
Quando o município se torna gestor dos recursos públicos, existe mais agilidade para oferecer
aos cidadãos respostas para os problemas locais, diminuem as fraudes e a distribuição destes
recursos se dá de acordo com a realidade de cada município.
Como acontece a municipalização?
Para regulamentar o SUS, foi editado em 1990 as “Leis Orgânicas de Saúde” – Leis nº 8080 e
8142; em 1993 a Norma Operacional Básica/93 (NOB/93); em 1996 foi publicada a Norma
Operacional Básica/96 (NOB/96) e em 2001 a Norma Operacional da Assistência a Saúde –
01/NOAS/2001; dispondo sobre a descentralização e sobre as formas de gerencia do SUS. O
gerenciamento acontece através de três comissões especiais: Nacional, Estadual e Municipal.
Em nível nacional, a “Comissão Intergestores Tripartite” é formada por representantes do
Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Estaduais (CONASS) e o Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).
A função da “Comissão Tripartite” é elaborar propostas políticas em nível nacional. Ela esta
subordinada ao Conselho Nacional de SAÚDE, que é composto por representantes dos usuários
(50%), e representantes dos demais segmentos (governo federal, trabalhadores da saúde,
prestadores públicos e privados).
Em nível estadual, a “Comissão Bipartite” é formada por representantes da Secretaria de Estado
e Secretarias Municipais de Saúde, de forma partidária e tem a função de elaborar propostas
políticas d saúde em nível estadual. A comissão esta subordinada ao Conselho Estadual de Saúde
que é composto por representantes dos usuários (50%), e representantes dos demais segmentos
(governo estadual, trabalhadores de saúde, prestadores públicos e privados).
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No município, o “Conselho Municipal de Saúde” atua de forma deliberativa no planejamento e
no controle da execução da política de saúde municipal. A Formação do Conselho varia
conforme a lei de cada município, porem deve respeitar a Lei 8142 que estabelece que dever ser
composta de 50% usuários e 50% de outros segmentos (governo municipal, estadual,
trabalhadores de saúde, prestadores de serviço público e privado).
E tem mais:
Segundo a Lei 8142, cada esfera do governo deve realizar uma Conferência de SAÚDE, de 4 em
4 anos. A conferência é um fórum que reúne vários segmentos sociais para avaliar a situação de
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes.
Como o município passa a ser gestor do SUS?
As secretarias Municipais de Saúde assumem a gestão das ações e serviços de saúde através de
normas. A Norma Operacional Básica/93 – NOB/93 apresentou modalidades de gestão
progressivas, em que – gradativamente – os municípios foram assumindo responsabilidades. Por
esta norma, os municípios passaram a atuar no gerenciamento ambulatorial, programas de
Vigilância Epidemiológica e Sanitária e ações em Saúde do Trabalhador, podendo até chegar a
gerencia de atividades hospitalares.
A Norma Operacional Básica/96 – NOB/96 estabeleceu duas modalidades de gestão: Plena da
Atenção Básica e Plena do Sistema Municipal.
Na Gestão Plena da Atenção Básica, o município gerencia as ações e serviços relacionados à
assistência básica. Recebe os recursos para o custeio destas ações, planejamento, executando ou
acompanhando a execução e avaliando o impacto das ações e remunerando os serviços
realizados.
Na Gestão Plena do Sistema Municipal, o município é o gestor de todo o sistema de saúde,
planejamento, acompanhamento e avaliando os serviços de saúde. Recebe a totalidade dos
recursos no Fundo Municipal e procede ao pagamento dos serviços realizados.
Para o custeio das ações básicas (vacina, curativos, assistência farmacêutica, atividades
educativas e preventivas, consultas medicas de pediatria, ginecologia e clinica medica, e
procedimentos de odontologia) foi definido o valor de R$ 10,00 per capita/ano, denominado Piso
de Atenção Básica – PAB.
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O valor programado para o custeio das ações, serviços de saúde e áreas de Vigilância Sanitária e
Epidemiológica (ações básicas, ações de media e alta complexidade, internações hospitalares) é
denominado “Teto Financeiro de Assistência Municipal” – “TFAM”.
Em janeiro de 2001 foi publicada a Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS 01/2001
que define as regras de regionalização do atendimento, na qual os municípios de referencia para
procedimentos mais especializados poderão receber por atendimento prestado a moradores de
outros municípios.
NOAS/01 – estabelece:
1) Plano Diretor, Regional para assistência – P.D.R.: São as diretrizes para garantir
acesso à assistência à saúde integral dos usuários do SUS o mais próximo de sua residência, de
modo hierarquizado, utilizando bem os recursos humanos e tecnológicos existentes em cada
localidade.
2) Plano Diretor de Investimentos – P.D.I.: Estabelece, com base em critérios
populacionais, as normas para destinação de recursos tecnológicos necessários para
complementar as ações assistenciais de media e alta complexidade, criando uma rede de
referência qualificada e apta a prestar a assistência aos usuários.
3) Programação Pactuada Integrada – P.P.I.: Define o fluxo para assistência de
média e alta complexidade com o conhecimento da rede de referência (UTI, Centro de
Atendimento a Pacientes com Câncer e cirurgias cardíacas, neurocirurgia, ortopedia e outros),
entre os gestores municipais, assumindo as responsabilidades do repasse de recursos e garantia
de assistência a ser prestada.
O Ministério da Saúde está repassando um incentivo financeiro para estimular os municípios a
reorganizarem seus serviços com enfoque para a saúde da família. Assim existe um acréscimo ao
valor repassado para o Piso de Atenção Básica quando os municípios resolvem implantar tais
estratégias, como Saúde de Família e Agentes Comunitários de Saúde.
Programa Saúde da Família (PSF): Com este programa o serviço de saúde passa a funcionar
com equipes compostas por médico, agentes comunitários de saúde, auxiliares de enfermagem e
enfermeiro. Cada equipe fica responsável por grupos de aproximadamente 600 a 1000 famílias,
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cerca de 4.000 pessoas. As famílias são cadastradas e as equipes trabalham com as seguintes
atribuições:
Conhecer a realidade das famílias;
Identificar os problemas de saúde e situações de risco de adoecer;
Elaborar, com a participação da comunidade e outros serviços, um plano para enfrentar
os problemas que determinam os riscos de adoecer;
Prestar assistência integral, com ênfase à promoção da saúde;
Desenvolver ações educativas para a saúde;
Outras ações com base na realidade local. A base das ações inclui, ainda, as atividades de
visitas domiciliares, com cuidados no domicilio e participação em grupos comunitários.
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (ACS): O agente comunitário de saúde
desenvolve suas ações nos domicílios de sua área de responsabilidade e junto à unidade de
saúde, que programa e supervisiona suas atividades. Suas atribuições básicas são:
Realizar o mapeamento da sua área de atuação;
Cadastrar e atualizar as famílias da sua área;
Identificar os indivíduos e as famílias expostas a situações de risco;
Auxiliar, através de visitas domiciliares, acompanhamento mensal de todas as famílias
sob sua responsabilidade;
Coletar dados para analisar as famílias acompanhadas;
Auxiliar no desenvolvimento de ações básicas de saúde nas áreas de atenção à criança, à
mulher, ao adolescente, ao trabalhador e ao idoso, com ênfase na promoção da saúde e
prevenção de doenças;
Auxiliar na promoção da educação em saúde e mobilização comunitária, visando melhor
qualidade de vida, mediante ações de saneamento e melhorias ambientais;
Orientar famílias para utilização adequada dos serviços de saúde;
Informar aos membros da equipe sobre a comunidade;
Participar do planejamento das ações da equipe Saúde da Família.
Observação: Em cada município deve ser elaborada a forma como será desenvolvido o trabalho
do ACS porque no Brasil existem realidades muito diferentes. Alem do P.S.F. e A.C.S. o
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Ministério da Saúde também incentiva financeiramente o Programa de Combate as Carências
Nutricionais, Ações de Vigilância Sanitária e Assistência Farmacêutica Básica.
Cartão SUS
O ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o
Brasil, esta implantando o Cartão Nacional de Saúde. É um cartão magnético que vai agilizar a
identificação do usuário do Sistema Único de Saúde e, conseqüentemente, o seu atendimento.
A emissão do cartão é feita com base no cadastramento de toda a população do município cujo
prazo de cadastro vai ate dezembro de 2001. O Cartão SUS é a identidade do usuário junto ao
sistema e armazena dados pessoais como nome, data nascimento, sexo e município de residência.
Cada pessoa tem um numero identificador exclusivo valido para todo o território nacional,
utilizando-se o numero do PIS/PASEP. Para quem não tem, será criado um numero de PIS.
O Cartão Nacional de Saúde é um importante instrumento para o gerenciamento das unidades de
saúde e do próprio SUS já que o sistema será constituído de equipamentos interligados em uma
rede de comunicação abrangendo as secretarias estaduais, municipais e o Ministério da Saúde. A
rede terá gerencia federal, com duas centrais, uma em Brasília e outra no Rio de Janeiro.
O SUS tem problemas?
O maior problema do SUS é a falta de recursos financeiros. Com o principio da universalização,
colocado em pratica após a implantação do SUS, o numero de pessoas que deve ser atendida pelo
sistema publico aumentou. Para atender a toda a população é necessário um aumento do
investimento em saúde, para que a população seja atendida com mais dignidade e qualidade.
Verifique o quadro a seguir:
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Gasto Federal em saúde em valores per capita (em reais) – Brasil, 1980 a 1996.
ANO SAÚDE
1980 103,66
1981 94,54
1982 96,75
1983 75,85
1984 77,53
1985 87,59
1986 92,08
1987 130,89
1988 121,38
1989 134,55
1990 110,35
1991 90,04
1992 74,09
1993 92,37
1994 83,08
1995 99,34
1996 86,32
Fonte: Oliveira Jr, Mozart. O financiamento da Área
Social e do Sistema Único de Saúde no Brasil,
Nescom/FM/UFMG. 1996.
Além do investimento com saúde no Brasil, os investimentos são feitos em procedimentos caros
e de baixo impacto sobra à saúde. Se comparado com outros países da América Latina, em 1990
o Brasil teve um gasto per capita semelhante ao da Argentina, Chile e Uruguai, porém foi o país
que apresentou os piores indicadores de níveis de saúde, como expectativa de vida, taxa de
mortalidade infantil, mortalidade materna e cobertura vacinal.
Outro problema é a pouca participação dos estados que, com a municipalização da saúde, retiram
progressivamente os investimentos no financiamento do SUS, alocando em media, no ano de
1995, 3,8% do seu orçamento para a área da saúde. Nos Estados, de 1982 a 1993; o gasto médio
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foi de 3,5% do orçamento estadual. Os municípios, em geral, aplicaram em 1995, cerca de 8,7%
de seus orçamentos na área da saúde.
Com a diminuição de recursos do Governo Federal, os estados e municípios têm que investir
cada vez mais em saúde.
O art. 33 da Lei Federal nº 8080 cita que os recursos financeiros serão oriundos do orçamento da
Seguridade Social e de outros orçamentos da União, além de outras fontes. O pouco
detalhamento das fontes e omissão dos percentuais orçamentários destinados á saúde, com
conseqüente redução de recursos para o setor. Esta situação fez com que vários setores se
organizassem para que fosse proposta uma emenda constitucional que fixasse percentuais de
destinação dos orçamentos da União, estados e municípios para a área da saúde. Desde o ano de
1996 esta proposta é discutida pela Assembléia Legislativa e Senado Federal e, finalmente, em
meados do ano de 2000 foi aprovada a Proposta de Emenda Constitucional nº 29 – EC 29, com
as seguintes determinações:
a União terá que agregar 5% a mais ao Orçamento da Saúde com base no repasse de
1999. O reajuste fica atrelado á variação nominal do Produto Interno Bruto;
os Estados terão que gastar, no mínimo, 7% dos seus orçamentos com saúde em 2000. O
percentual deve chegar a 12% até 2004;
Os Municípios comprometem 7% de suas contas em 2000, chegando a 15% também em
2004.
A emenda define que não são considerados gastos em “ações e serviços públicos de saúde” as
despesas com inativos e pensionistas, dividas, assistência medica e odontológica especifica para
servidores, serviços de limpeza publica e tratamento de resíduos sólidos, ações de saneamento e
ações financiadas com transferências voluntárias da União ou do Estado.
Não há duvidas que haja necessidade em aumentar os investimentos públicos em saúde, mas
devemos definir melhor o seu destino para que a prioridade seja sempre a necessidade da
população e não mais o corporativismo de empresas multinacionais de medicamentos que
provocam aumento desenfreado de custos no Sistema de saúde, sem a melhoria dos níveis de
saúde.
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O “SUSesso” do SUS
O SUS está sendo construído e, para efetivação e aprimoramento integral das diretrizes do
Sistema, é necessário a participação de todos os cidadãos nos Conselhos Locais, Regionais e
Municipal de Saúde.
Cidadania, o que significa?
O dicionário define cidadania como: estado ou qualidade de cidadão.
“... a cidadania inclui, além dos direitos civis e políticos, os direitos sociais que se referem às
condições de vida e trabalho e ao acesso a bens e serviços reconhecidos pela sociedade como
mínimos indispensáveis a uma vida digna”.
Uma das coisas mais importantes conseguidas na Constituição Federal de 1988 foi garantia da
participação da população no Sistema Único de Saúde. Isto é, exercício da cidadania através do
controle social.
Controle Social. O que é isso?
O controle social é a participação na definição de prioridades e metas e a fiscalização do poder
publico para impedir a ação inadequada do uso dos recursos públicos.
No Conselho Municipal de Saúde, a população usuária, os trabalhadores de saúde, a
administração publica (municipal e estadual) e os representantes de prestadores de serviço de
instituições privadas e filantrópicas buscam juntos a solução para os problemas de saúde.
As Conferências Municipais de Saúde também são espaços decisivos para participação da
sociedade na definição e na avaliação da política pública de saúde.
O que é Conselho Regional de Saúde?
O conselho regional é uma instância de participação dos conselhos locais de saúde e de outras
entidades sociais da área que atuam na defesa dos interesses regionais da comunidade.
Essas entidades congregam e sistematizam, em nível regional, as necessidades da população e
também contribuem com as diretrizes dos serviços de saúde para o município.
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Conselhos Locais de Saúde:
No Brasil, a saúde, muitas vezes, ocupa espaço na imprensa de forma negativa: mau
atendimento, cobranças indevidas, filas grandes, falta de vagas...
Isso está mudando e pode mudar ainda mais com a implantação dos “Conselhos Locais de
Saúde”. A comunidade organizada pode participar colaborando com a qualidade dos serviços de
saúde.
Como criar o Conselho Local de Saúde?
Os Conselhos Locais são criados pelas conferencias locais de saúde. Por isso é de fundamental
importância a participação de todo grupo organizado para que se discutam os problemas de
saúde. O Conselho, depois de eleito, deve definir as normas de funcionamento e montar o
regimento interno.
O que faz o Conselho Local de Saúde?
O Conselho Local de Saúde tem como funções:
atuar na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde com função consultiva e
fiscalizadora sobre os serviços locais de saúde;
fiscalizar a execução do plano e das políticas municipal e local de saúde;
detectar irregularidades e buscar soluções;
elaborar propostas e sugestões pra o Conselho Municipal e a Conferencia Municipal de
Saúde.
O Conselho de Saúde ainda pode:
pesquisar as condições de vida e os problemas de saúde do bairro.
priorizar soluções para problemas urgentes;
participar da elaboração de atividades a serem realizadas pela unidade como: novos
programas, forma de agendamento de consultas, etc;
elaborar formas de comunicação para divulgar os serviços prestados pela unidade;
receber denúncias de irregularidades e fazer apurações.
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Como o Conselho Local de Saúde pode planejar suas ações?
É muito importante que um Conselho Local de Saúde não fique preso apenas ao problema da
falta de médicos e medicamentos, mas que além destes pontos passe a pensar sobre aspectos que
determinam a condição de saúde e da doença.
Desenvolver um trabalho que objetive a mudança das condições da população exige que a equipe
da Unidade de Saúde e o Conselho Local de Saúde conheçam bem a área de abrangência sob a
sua responsabilidade, suas microáreas de maior risco de adoecer, a condição de seus domicílios e
de acesso aos serviços de saúde.
Para planejar suas ações, o conselho pode optar pelo Método Altadir do Planejamento Popular –
MAPP. Este método permite selecionar os problemas mais importantes e estabelecer o que fazer,
quem vai fazer e quando fazer. Permite criar uma disciplina de analise em grupo, para enfrentar
os reais problemas de sua área de responsabilidade.
O planejamento, através do MAPP, deve ser realizado por quem vai realizar as operações que
foram traçadas, isto é: PLANEJA QUEM EXECUTA. Além deste principio é preciso analisar a
condição de GOVERNABILIDADE sobre o problema e a sua IMPORTÂNCIA antes de
priorizar o que será trabalhado pelo grupo. Respeitando estes princípios, o resultado atingido
com certeza será bom, o que deixa o grupo animado para continuar agindo com compromisso.
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A seguir apresentamos uma matriz simplificada para o planejamento local:
Ator que planeja:__________________________________________________
Problema:_______________________________________________________
Causas:_________________________________________________________
Nó crítico:_______________________________________________________
Operações (o que fazer?):__________________________________________
Ação (como fazer?):_______________________________________________
Prazo:__________________________________________________________
Responsável:____________________________________________________
Resultado esperado?______________________________________________
Quando o problema ou a operação a ser executada não está ao alcance do grupo
que planeja deverá enviar a solicitação ao serviço que pode resolver:
Demanda de operação:____________________________________________
Responsável pelo encaminhamento:__________________________________
Prazo:__________________________________________________________
OS DESAFIOS DO MUNICÍPIO SAUDÁVEL
Um novo conceito de gestão municipal está melhorando muito a qualidade de vida em
comunidades do primeiro mundo e começa a ser utilizado como estratégia fundamental para
inclusão social em países com grandes desigualdades sócio – econômicas, como o Brasil.
A concepção de um município mais “saudável” tem sua origem nas preocupações do movimento
sanitário do final do século IXX, quando o urbanista Ebenezes Howard desenvolveu o projeto da
primeira “cidade jardim”, na Inglaterra, inspirado em propostas de pensadores que procuraram
mudar a situação de absoluta miséria de muitas comunidades e recomendavam incluir nas
cidades a necessidade de ar limpo, transporte público eficiente, hospitais, instituições para idosos
e doentes mentais, proibição do álcool, do tabaco e adoção de medidas de saúde no trabalho.
Howard teve grande influência em seu tempo. Porém, formulou suas propostas técnicas sem
considerar as necessidades da população diretamente afetada por seus projetos. Esta atitude pode
ser considerada como o maior fator de insucesso dos planos de Howard, como também de outros
planejadores urbanos bem mais recentes, principalmente os da Europa do pós-guerra.
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Mas o que havia de essencial na concepção da “Cidade Jardim” foi enriquecido com práticas
modernas e democráticas do consulta e participação popular e ressurgiu no bojo do movimento
de promoção da saúde, iniciado no Canadá, com o nome de “Cidades Saudáveis” ou “Municípios
Saudáveis”.
Essa idéia ganhou força e expandiu-se pelo mundo a partir da “Carta de Ottawa”, elaborada
durante a I Conferência Internacional sobre promoção à Saúde, realizada em novembro de 1986,
do qual define o “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da qualidade de
vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo”. Isso não significa
que... PARA A SAÚDE NÃO SÃO ASSEGURADOS SOMENTE PELO SETOR SAÚDE.
Sendo mais importante a integração entre os setores inter setoriais, ou seja, governo, instituições
afins, sociais, econômicas, autoridades locais, indústrias, mídias, etc.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) / Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)
define:
CIDADE SAUDÁVEL
É aquela em que as autoridades políticas e civis, as instituições e organizações públicas e
privadas, os proprietários, os empresários, trabalhadores e a sociedade dedicam esforços
constantes para melhorar as condições de vida, trabalho e cultura da população, estabelecendo
uma relação harmoniosa com o meio ambiente físico e natural, alem de expandirem os recursos
comunitários para melhorar a convivência, desenvolver a solidariedade, a ingestão e a
democracia.
IMPORTANTE: Para que se alcance a melhora da saúde e da qualidade de vida, é necessário
que as pessoas tenham a capacidade de atuar pela própria saúde e que se concentre vontade e
recursos políticos, institucionais, comunitários e pessoais para atingir esses objetivos.
Cabe aos prefeitos municipais o papel de condutor desse processo, inacabável, contando com as
riquezas existentes no município, e seus habitantes.
DESAFIOS:
Envolvimento da população no processo
Ações conjuntas entre os poderes públicos, comunidade e entidades locais;
Dificuldades de assumir o papel de cidadão;
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Descentralização;
Tomada de decisões nunca de cima para baixo;
Participação e parcerias.
Resistência da comunidade na inovação do modelo tradicional para o novo;
Disputa de poderes;
MUNICÍPIOS SAUDÁVEIS:
Citaremos alguns municípios saudáveis, que estão tendo alguns resultados:
SÃO PAULO: Jundiaí e Vargem Grande Paulista;
PARANÁ: Curitiba e Chopinzinho;
FORTALEZA: Sobral e Crateús;
O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA *Paulo de Oliveira Perna **
Para iniciar uma reflexão sobre saúde escolhemos um conceito de importância fundamental,
porque ele esta na Constituição Brasileira.
“A saúde é direito de todos...garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (artigo 196, seção II “Da Saúde”, da
Constituição Federal).
E para esclarecer melhor o que esta afirmação sobre saúde quer dizer, trazemos o texto da
própria Lei Orgânica da Saúde.
“A Saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o
acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do País”. (Artigo 2º,§3º da Lei 8080, de 19/09/1990).
É importante ressaltar que estes conceitos foram adotados depois de quase 10 anos de
mobilizações e reflexões feitas por diversos segmentos organizados da sociedade brasileira,
durante o período conhecido como Reforma Sanitária, e cujos trabalhos foram intensificados no
período Constituinte (1986-1988). Não são, portanto, elaborações teóricas nascidas da cabeça de
algum cientista ou intelectual da área da saúde, são frutos de um processo construído por vários
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atores históricos.
Com base nos conceitos acima vistos, podemos concluir que tanto a saúde, como o seu
contraponto, a doença, não pode ser considerado como estados puros ou ideais para a existência
do organismo humano, estados aos quais, se poderiam chegar depois de observar determinadas
regras e condutas de vida. Se a saúde é resultante da satisfação de inúmeras necessidades básicas
humanas, então podemos concluir que podemos ter diferentes estados de saúde e de doença,
conforme os contextos sociais e históricos em que vivem os grupos humanos considerados. Além
do que não se pode insistir na tentativa de apontar uma única causa (unicausalidade) para os
agravos da saúde, mas sim um complexo de causas (multicausalidade), em que algumas causas
serão consideradas mais importantes, mas nunca tomadas isoladamente. Estas questões nos
levam a concluir que não se pode falar num “padrão” de saúde, considerado o melhor. Por isto é
que nos anos mais recentes os textos produzidos na área da saúde passaram a adotar a expressão
processo saúde/doença, querendo assim indicar que, como todo processo, a saúde e a doença são
resultantes de idas e vindas, altos e baixos, e que terão distintas expressões conforme as
populações e grupos humanos considerados. O que não se põe em discussão é o fato de que este
processo está basicamente ancorado nas condições sociais em que vivem as pessoas.
Se formos consultar a literatura sobre o que ela diz à respeito de processo saúde/doença, vamos
encontrar uma variedade muito grande de conceitos, onde cada autor focalizará ou ressaltará um
aspecto considerado mais central, dependendo do ponto de vista do qual faz sua análise. Assim
por exemplo, se o texto tratar sobre a saúde da mulher, certamente ele questionará a qualidade
das relações de gênero em nossa sociedade, o machismo, as jornadas triplas das mulheres, o
preconceito, etc. Se o assunto for à saúde dos trabalhadores, o enfoque se dará sobre a
organização dos processos de trabalho, abrangendo desde condições ambientais de trabalho até
os aspectos da satisfação e crescimento pessoal de cada trabalhador, seu sofrimento mental, as
oportunidades criadas pelas empresas para a qualificação de seus empregados, etc. Se a saúde for
analisada sob o aspecto mental, as análises certamente discorrerão sobre as relações afetivas no
meio familiar, a educação e as possibilidades de satisfação da libido e da sexualidade humana, a
importância do lazer, etc. Ainda pode ser objeto de análise a saúde de determinadas formações
ou grupos dentro da sociedade – como a família, os índios, os idosos, os portadores de
deficiências, os homossexuais, etc. – onde as relações culturais, os preconceitos, os valores, a
religiosidade será temas de abordagem obrigatória. Para ilustrar o que estamos afirmando,
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apresentamos alguns pensamentos a respeito do tema:
“Saúde para cada homem, mulher ou criança é ter meios de traçar um caminho pessoal e
original, em direção ao bem-estar físico, psíquico e social... E por bem-estar social, cremos
que aí se deve entender a liberdade de se agir individual e coletivamente sobre a
organização do trabalho, ou seja, sobre o conteúdo do trabalho, a divisão de tarefas, a
divisão dos homens e as relações que mantêm entre si” (DEJOURS, 1986).
“As condições de saúde estreitamente relacionadas com a maneira pela qual o homem
produz seus meios de vida através do trabalho, e satisfaz suas necessidades através do
consumo. A saúde de uma população, genericamente, depende da qualidade e do acesso ao
consumo de certos bens e serviços de subsistência, que se constituem, basicamente, de
moradia, alimentação, educação e assistência em saúde” (MARQUES, 1988).
“A definição de doença (ilness) não inclui somente a experiência pessoal do problema de
saúde, mas também o significado que o indivíduo confere à mesma. Por exemplo, uma
pessoa que adoeceu repentinamente provavelmente perguntará a si mesma:” Por que
aconteceu isto comigo? ““, ou “O que eu fiz de errado para merecer isto”?”“, “ou ainda,
em determinadas sociedades:” “será que alguém provocou minha doença?”. Tanto o
significado conferido aos sintomas quanto à resposta emocional aos mesmos são
influenciados pelo background do paciente e sua personalidade, bem como pelo contexto
cultural, social e econômico em que aparecem (HELMAN, 1994).
Como podemos ver, são vários os aspectos sob os quais é possível aprofundar as análises sobre o
processo saúde/doença: aspectos políticos, econômicos, sociológicos, antropológicos,
psicológicos, históricos e clínico-biológicos.
Deixamos por último o aspecto clínico, justamente porque queremos questionar porque este
campo da ciência ocupou e vem ocupando o lugar central nas reflexões e práticas de saúde.
Historicamente, o nascimento da moderna ciência se deu pela capacidade que o ser humano
desenvolveu no século 17, na Europa, de pesquisar e estudar a matéria/natureza, incluindo aqui o
próprio corpo humano. O descobrimento da circulação sangüínea, do sistema nervoso, dos
microorganismos (bactérias), das células, etc., foram básicos para o desenvolvimento de técnicas
de intervenção sobre o corpo físico, capaz de recuperá-lo para suas funções “normais” diante de
alguma alteração anátomo-fisiológica. Esta escalada tecnológica, no entanto, como nos mostra
hoje a situação mundial, não foi capaz de impedir o aparecimento de novas doenças (Câncer,
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AIDS, Cardiopatias, etc.) e nem reduzir ou controlar outras patologias já conhecidas
(tuberculose, febre amarela, desnutrição, diarréias, etc.). É que, na verdade, esta forma de
compreender e intervir sobre o processo saúde/doença não consegue dar conta de trabalhar com
os demais aspectos que também são determinantes de agravos à saúde. Estes só muito
recentemente foram incorporados às reflexões científicas em saúde. Dentre eles podemos
lembrar os determinantes sociais (igualdade de direitos, satisfação das necessidades básicas,
educação e acesso à informação, etc.), culturais (autonomia cultural, manutenção de usos e
costumes saudáveis, atuação de agentes informais de saúde – parteiras, raizeiros, benzedeiras,
práticas religiosas, etc.), psicológicos (influência do inconsciente, papel da sexualidade,
importância dos afetos e da libido, autoestima, etc.), ambiental (relação com a natureza,
qualidade do ar e da água, manutenção das espécies de flora e fauna, conservação dos nichos
ecológicos, etc.).
Esta abertura para uma reflexão que abordasse outras dimensões do processo saúde/doença só foi
possível com a incorporação das ciências sociais no campo da saúde. Os cuidados de saúde
baseados no conhecimento clínico ainda têm sido a característica predominante nos serviços e
ações de saúde. A dificuldade para a prática da promoção e da prevenção as saúde se explica
exatamente pelo reducionismo na compreensão do processo saúde/doença.
Podemos concluir afirmando que, no fundo, aprofundar o conhecimento sobre o que seja saúde e
doença e modificar as práticas que visem à promoção e prevenção da saúde é também uma
questão política. Para que uma prática seja, de fato, transformadora, é preciso mudar o atual
modelo de trabalho em serviços de saúde, que privilegia o atendimento individual, do doente,
centrado na figura do médico e com referência no tratamento medicamentoso e hospitalar. Estas
são práticas indispensáveis, mas que devem ser adotadas em momentos e situações adequadas, e
não colocadas como aspectos centrais na organização dos serviços.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA (para o módulo I do Curso Introdutório para equipes de Saúde
da Família).
* Texto elaborado para os Cursos Introdutórios para as equipes de Saúde da FAMÍLIA – Pólo
Estadual de Formação, Capacitação e Educação Continuada em Saude da Família do Paraná –
1999.
** Enfermeiro Sanitarista e Professor (Mestre) do Departamento de Enfermagem da
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Universidade Federal do Paraná.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde Manual para a organização da
atenção básica. Brasília, Ministério da Saúde, 1999.
DEJOURS, Cristophe. Por um novo conceito de saúde. In: Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, São Paulo, v. 14 n.54, p. 7-11, abr/mai/jun. 1986. Texto que enfoca o processo
saúde/doença a partir do papel que o trabalho tem na vida dos indivíduos, e como as condições
de realização do trabalho podem provocar transtornos e agravos à saúde mental.
HELMAN, Cecil G., Cultura, Saúde e doença. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. p. 100-
107. Neste texto a autora mostra como a cultura influencia diretamente nas formas dos
indivíduos perceberem o que é “saúde” e “doença” em uma determinada sociedade ou classe
social.
GIACOMINI, Carlos Homero. A regionalização da saúde. In: Divulgação, Londrina, n.8,
mai.1992. Reflexão sobre como a concepção biológica e a concepção do processo saúde-doença
compreendem de formas diferentes o que seja saúde e a organização dos serviços de saúde.
Enfoca, ainda, os conceitos de “cidadania”, “territorialidade” e “organização de serviços para
resolver problemas de saúde” como suporte para a regionalização da saúde.
LACERDA, Eugênia et al. O SUS e o controle social: guia de referencia para conselheiros
municipais. Brasília: Ministério da SAÚDE, 1998. Publicação de 83 páginas onde estão
compilados os 5 artigos da Constituição Federal referente à Saúde, as Leis Orgânicas da Saúde
(Lei nº 8080, sobre a organização do SUS e a Lei nº 8142, sobre a participação da comunidade
no SUS) e a Norma Operacional Básica (NOB) de 1996, importante instrumento para a
regulação do SUS, particularmente para o Programa da Saúde da Família.
MARQUES, Claudia Maria da Silva. Processo saúde-doença. In: BRASIL. Ministério da Saúde.
Guia curricular para formação do atendente de consultório dentário para atuar na rede básica do
SUS: áreas I e II. Brasília: Ministério da saúde, 1988. p. 103-113. Texto que faz uma
recuperação da trajetória dos conceitos de saúde e doença na historia do ocidente e que
determinados fatores sociais (moradia, alimentação, educação) são centrais na produção de saúde
e doença.
MENDES, Eugenio Vilaça. As políticas de saúde no Brasil nos anos 80. In: Distrito sanitário: o
processo social de mudanças das praticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo – Rio
de Janeiro: Hucitec-Abrasco. 2 ed., 1994. p.19-91.
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PARANÁ. Secretaria de Estado da SAÚDE. Saúde da Família: uma estratégia de mudança do
modelo de assistência à saúde. Curitiba: SESA, jan. 2000.
SCLIAR, Moacir. O que é saúde pública? In: Do mágico ao social: a trajetória da saúde pública.
Porto Alegre: L&PM, 1987. p.32-40.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Guia Prático do Programa Saúde da Família/ MS- 2001/Port. 648/2006 MS
O único remédio infalível, contra todas as doenças, é não ficar doente. Um caminho seguro
para buscar esse objetivo é garantir que as pessoas tenham acesso aos serviços de atenção
básica, como se dá no Programa Saúde da Família (PSF): pela promoção da saúde,
assistência básica e prevenção, cada pessoa da comunidade é assistida antes que os
problemas se agravem, no surgimento, ou antes, mesmo que apareçam.
Unidade de Saúde da Família
Onde não existia o centro de saúde ou posto de saúde, pode agora estar uma Unidade de Saúde
da Família. Mas atenção: a mudança não é só de nome!
No módulo tradicional, a função dos centros de saúde, ou postos de saúde, se caracteriza pela
passividade. Sem vínculo efetivo com as pessoas, sem responsabilidade maior com a saúde da
comunidade, essas unidades se limitavam a abrir suas portas (ás vezes só pela manhã, ou só á
tarde) e a esperar que cheguem as crianças para serem vacinadas ou pacientes para serem
encaminhados a hospitais.
Já a Unidade da Saúde da Família (USF) trabalha dentro de uma nova lógica, com maior
capacidade de ação para atender ás necessidades de saúde da população de sua área de
abrangência. A função da USF é prestar assistência contínua á comunidade, acompanhando
integralmente a saúde da criança, do adulto, da mulher, dos idosos, enfim, de todas as pessoas
que vivem no território sob sua responsabilidade.
É muito mais que uma simples mudança de nome, em relação aos centros e postos de saúde,
ainda que eventualmente o endereço continue o mesmo. Só é indispensável construir uma nova
estrutura física quando se implanta o PSF numa área onde até agora não existia nenhum tipo de
atendimento.
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ATENÇÃO! Se for usado o imóvel antigo, onde até agora funcionou o centro ou posto, é
indispensável fazer uma boa vistoria de estrutura física, antes da instalação da USF, com especial
cuidado em relação ás instalações elétricas e hidráulicas, á ventilação, á iluminação natural, aos
espaços para a circulação das pessoas, buscando adequar os fluxos de atendimento ás normas de
controle de infecção.
ATENÇÃO! Os componentes da Equipe da Saúde da Família (ESF) e os próprios pacientes
devem ter muito clara e bem fixada a noção de que a USF não é um local de triagem, que se
limita a encaminhar a maior parte dos casos para os serviços especializados. Costuma-se afirmar,
em publicações internacionais, que os médicos de família devem ser considerados “médicos 5
estrelas”, porque além de bons clínicos, reúnem atribuições e competências nas áreas de
planejamento, programação e a epidemiologia, que possibilitam uma atuação voltada para a
vigilância á saúde.
Pacientes e ESF têm que estar bem informados de que a Unidade de Saúde da Família é o
primeiro contato do usuário com o sistema de saúde. Isso significa que os profissionais em ação
numa USF são capazes de resolver a maioria dos problemas de saúde daquela população, porque
antes cadastraram família por família, casa por casa, rua por rua, fizeram o diagnostico de saúde
da comunidade e prepararam um plano de ação, no qual estabeleceram ações e metas em relação
aos principais indicadores de saúde.
Pela experiência vivida nas milhares de localidades onde o PSF está implantado de maneira
adequada, a própria USF pode solucionar em torno de 85% dos casos de saúde de sua área.
Aliás, umas das maiores mudanças proporcionadas pela Saúde da Família é o esvaziamento dos
prontos-socorros e ambulatórios dos hospitais ligados á rede pública de saúde. Por quê? Porque
ocorre uma inversão de posições:
Até agora, 85% dos pacientes, aproximadamente, são encaminhados para esses hospitais,
e apenas 15% deles são tratados nos centros e postos de saúde.
De agora em diante, cerca de 85% dos pacientes recebem atendimento completo e
satisfatório na USF, restando em trono de 15% para aqueles locais onde existam os especialistas
e os equipamentos e aparelhos necessários para exames e tratamentos mais sofisticados.
ATENÇÃO! Mesmo naqueles casos excepcionais em que é preciso encaminhar o paciente para
especialistas ou hospitais, a ESF continua responsável pelo acompanhamento do caso. Ainda que
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a pessoa tenha sido levada para outro município, a ESF se mantém informada, alerta. Durante
todo o tratamento especializado e após o seu termino, a ESF é responsável por todos os cuidados
necessários para a recuperação.
Quantas equipes atuam numa USF?
Numa casa de cabloco, como dizem os caipiras, um é pouco, dois é bom, três é demais. No
mesmo estilo desatento á gramática, pode-se dizer que, na USF, uma Equipe de Saúde da
Família pode ser pouco, duas é bom, três é o Maximo recomendável.
Uma equipe, apenas, tem vários inconvenientes: faltam outros profissionais com quem trocar
idéias e a quem pedir ajuda, e pode haver baixa utilização da estrutura montada. Com duas
equipes, os profissionais se ajudam e se completam, é possível estabelecer um revezamento de
maneira que sempre haja pessoal suficiente para os casos que requerem atendimento imediato e
potencializa-se a utilização da infraestrutura da USF. Ou seja: a mesma sala de vacina é utilizada
pelas duas equipes, o mesmo acontecendo com a recepção, à sala de reuniões e com alguns
equipamentos. A Unidade de Saúde da Família pode funcionar bem com três equipes, desde que
exista espaço adequado.
Cabe lembrar que nos casos em que estejam trabalhando, numa mesma USF, mais de uma ESF, é
preciso estar atento ao gerenciamento. Deve-se possibilitar um bom desempenho das equipes,
garantindo a relação de responsabilidade com o território e a população adscrita de cada equipe.
Na verdade, o numero ideal de equipes numa USF varia de acordo com a população a ser
atendida. Num bairro urbano ou vila de periferia onde resida muita gente, é o caso de
funcionarem duas ou três equipes. Desde que o imóvel utilizado tenha espaço para todas. Se não
houver espaço suficiente, a melhor opção é providenciar outra USF que possa abrigar outras
ESF.
Nas regiões rurais distantes da cidade, por outro lado, muitas vezes não é possível instalar a ESF
numa Unidade Básica tradicional, e é necessário criar espaços alternativos para o atendimento
das pessoas que vivem nessas regiões. Nesses casos, aproveita-se, por exemplo, uma escola que
tenha salas disponíveis. Em alguns casos (de dispersão de núcleos familiares em áreas rurais),
justifica-se até a utilização de unidades móveis equipadas adequadamente. Não é o ideal, mas
funciona melhor que uma casa isolada, á qual pouca gente pode chegar.
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027-3120-0088 - e-mail: colatina@ordesc.org.br.
Os municípios que adotarem as Equipes de Saúde Bucal (ESB) devem ter as mesmas
preocupações descritas anteriormente quanto á definição dos espaços físicos adequados.
Ressalta-se a importância de se ter ao menos uma clinica instalada na área de abrangência da
equipe. Isso significa dizer que, mesmo para as equipes que tem atuação em áreas rurais.
Quantas pessoas são atendidas pelas ESF?
Existem recomendações e critérios para definir a população atendida por USF. Por esses
critérios, cada Equipe de Saúde da Família é responsável por um número determinado de
famílias. É o que se chama de “população adscrita”.
ATENÇAO! Recomenda-se que cada ESF acompanhe o limite mínimo de 2.400 pessoas e o
limite Maximo de 4.000 pessoas.
A proporção é definida pelo risco que a região representa para a saúde da comunidade. Onde o
risco é maior, recomenda-se que a população atendida seja menor, para que a ESF possa se
dedicar adequadamente ao seu trabalho.
Quem são os componentes de uma ESF?
A equipe de Saúde da Família deve ser composta, no mínimo, por um médico generalista (com
conhecimento de clinica geral), um enfermeiro, uma ou duas auxiliares de enfermagem e de
cinco a onze agentes comunitários de saúde.
ATENÇÃO! É condição essencial, para êxito da Saúde da Família, que todos eles trabalhem
oito horas por dia, o que dá 40 horas por semana.
A jornada diária de oito horas significa, na pratica, dedicação integral á Saúde da Família. Esse é
um dos pontos principais do ESF: contar com os profissionais que podem se dedicar
efetivamente a esse trabalho, todos os dias da semana. Tendo a Saúde da Família como
atividade, em regime integral, esses profissionais estabelecem uma ligação efetiva com a
comunidade. Conhecem pessoalmente cada paciente, sabem onde fica a casa de cada um, quem
são os seus parentes, qual é a sua historia de vida, de saúde.
Para conseguir essa integração com a comunidade – que talvez seja o fundamento maior da
Saúde da Família – só mesmo trabalhando oito horas por dia em regime de dedicação integral.
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A saúde bucal faz parte da saúde da família?
Do ponto de vista da Saúde da Família, também as ações da saúde bucal devem ser organizadas,
para que passe a existir, também neste campo, uma relação nova com a comunidade, baseada na
atenção, na confiança, no respeito. Os dentistas e seus assistentes (THD e ACD) são vistos como
profissionais que podem de fato desempenhar um papel decisivo nos bons resultados do
programa Saúde da Família.
Devidas adaptações? Sim, porque também na odontologia predomina a cultura da especialização
e do trabalho individualizado do dentista.
ATENÇÃO! A integração dos profissionais da Saúde Bucal, na USF, inclui a dedicação
integral. Também eles têm que trabalhar oito horas por dia, 40 horas na semana.
O município interessado em organizar as ações de saúde bucal, por meio de estratégia Saúde da
Família, deverá obedecer à proporção de uma Equipe de Saúde Bucal para cada equipe.
Os profissionais que compõem a ESB completa são um cirurgião dentista (CD), uma atendente
de consultório dentário (ACD) e um técnico em higiene dental (THD). Essa equipe corresponde
a uma das duas modalidades de adesão ao programa. Se no município não há numero suficiente
de técnicos em higiene dental, possibilita-se a adoção da outra modalidade, com apenas cirurgião
dentista e um atendente de consultório dentário. Qualquer que seja a modalidade escolhida, todos
os profissionais da ESB deverão cumprir uma jornada de trabalho semanal de 40 (quarenta)
horas.
Como deve ser a atuação da ESB numa ESF?
Quando uma ESB é implantada, passa a fazer parte de toda a família de profissionais que
compõem a USF. Portanto, com eles deve compartilhar conhecimentos e participar ativamente
das ações necessárias na atenção básica.
Veja alguns exemplos:
Participar do processo de planejamento, acompanhamento e avaliação das ações
desenvolvidas no território adscrito.
Identificar as necessidades e expectativas da população em relação á saúde bucal.
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Estimular e executar medidas de promoção da saúde, atividades educativas e preventivas
em saúde bucal.
Executar ações básicas de vigilância epidemiológica em sua área de abrangência.
Organizar o processo de trabalho de acordo com as diretrizes do PSF e do plano
municipal de saúde.
Sensibilizar as famílias para a importância da saúde bucal na manutenção da saúde.
Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento da USF.
Desenvolver ações intersetoriais para a promoção da saúde bucal
FAMÍLIA: CONCEITOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS BÁSICOS
Maria Lúcia da Silveira/ Departamento de Saúde Coletiva /UFPR
Da perspectiva estritamente biológica a família se constitui de pai, mãe e filhos. Historicamente,
entretanto há noticias de famílias que não se constituíam dessa forma: na Roma Antiga, por
exemplo, um cidadão sem herdeiros podia adotar como filho um menino de outra família;
modernamente a adoção ocorre, em geral. Quando a mãe biológica não tem condições para
cuidar de seu filho e porque alguém que não pode ter filhos ou assim o deseja, adota a criança.
Filhos de mães solteiras ou de casais separados vivem muitas vezes desligados de um de seus
pais biológicos. Por ai se vê que definir família de um ponto de vista estritamente biológico é
insuficiente para uma perspectiva social.
O termo família, que provém do Latim famulus (criado, servidor) aplicava-se originalmente ao
conjunto de empregados de um senhor e mais tarde passou a empregar-se para denominar o
grupo de pessoas que vivem numa casa, unidas por de sangue e submetidas à autoridade de um
chefe comum.
Aristóteles entendia – a como a comunidade de todos os dias e atribuía-lhe a função de atender
as necessidades primárias e permanentes do lar. E é de Cícero, a expressão que diz ser a família
o princípio da cidade e origem ou semente do Estado.
Atribui-se origem do agrupamento familiar á condição neotêmica do ser humano, condição essa
encontrada ainda em alguns animais, especialmente em primatas, que também vivem em grupos
familiares. Enquanto os seus arranjos específicos são vistos por alguns autores, especialmente na
linha materialista, com resultantes de uma determinação econômica (e.g. ENGELS, 1975).
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A família transforma um organismo biológico num ser social e é quem lhe da o primeiro aporte
de padrões culturais, valores e objetivos sociais.
A família, na visão sociológica, é uma das 5 maiores instituições sociais, que especificam os
papéis sociais e os preceitos para o comportamento dos indivíduos. Ela é a responsável pelo
controle da função reprodutora; pela socialização das crianças e pelas estratégias de segurança
econômica de seus membros (COHEN 1980, p. 62).
Segundo esse autor, uma sociedade, para sobreviver deve:
Reproduzir sua população.
Socializar seus membros;
Produzir e distribuir bens e serviços;
Manter a ordem através de algum governo;
Oferecer algum tipo de sistema religioso.
E que para garantir esse suporte são necessárias 5 instituições sociais básicas:
1) Familiar;
2) Educacional;
3) Religiosa;
4) Econômica;
5) Governamental;
Família, embora não sendo um conceito unívoco, remete á idéia de um grupo de parentes co-
residentes, ou seja, um grupo doméstico, cujo parentesco pode advir de consangüinidade, aliança
ou adoção. Para esse grupo, a finalidade precípua de sua existência é a manutenção econômica, a
identificação individual e coletiva, e a criação dos filhos. Os grupos de descendência e residência
formados pelo parentesco mantêm uma solidariedade multifuncional, determinando casamentos,
regulação dos conflitos, herança, cultos, valores, etc. (cf. LABURTHE – TOLRA e Warnier,
1993, p. 105).
A família proporciona o marco adequado para definição e conservação das diferenças, onde se dá
forma objetiva aos papéis distintos, mas mutuamente vinculados, do pai, da mãe, dos filhos, que
constituem os papeis básicos em toda cultura (cf. Pichon-Reviére, apd OSÓRIO, 1996, p.15).
A família, em composição e comportamento, varia segundo determinantes sociais, econômicos,
políticos, religiosos ou ideológicos. E, ainda, se modifica em função da localização territorial do
grupo social em que se insere e da época histórica considerada.
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Falar em família e parentesco, enquanto instituição social lembra símbolos, alguns, como ela
própria, muito forte: ser de família, moça de família. Alguns desses símbolos são ligados ao
parentesco como sangue, por exemplo; que por sua vez remete a valores sociais como o chamado
do sangue, ser de ou da família que se liga à confiabilidade, lealdade; evoca também uma
dicotomia: ser da família = ser de dentro, ou ser estranho = fora.
Sangue é o símbolo central na ideologia do parentesco no Brasil, sendo o operador entre os
binários opostos; parentes x estranhos. O casamento é o mediador entre esse domínio, donde
resulta a situação do aparentado, o ser ambíguo que parece parente, mas não é (cunhado, ou o
próprio cônjuge, por exemplo). Família e casa operam ainda outras dicotomias como: a rua x a
casa, ou seja, publico ou privado, o masculino x feminino.
O parentesco é um organizador social, por vezes utilizado como sinônimo de família, mas esta se
modifica sem cessar e pode se desfazer já o parentesco, é permanente. O parentesco é uma
construção ideológica, derivada de concepções culturais sobre a genealogia, pouco tendo a ver
com a genética ou a biologia. Exemplifica esta afirmação o fato que pessoas oriundas de
localidades ou de contextos sócios culturais diferentes classificarem de forma diversa um
aparentado, como um primo distante: para uns ele será apresentado como parente, enquanto
outros dirão: ele não é mais meu parente.
Falar em família remete ainda a termos como: incesto, afinidade, consanguinidade, alianças,
filiação, genealogia, casamento, herança, moradia ou residência, paternidade, patriarcado,
matriarcado, relações avunculares entre outros.
As transformações mais radicais da família no ocidente provavelmente se devem ao
questionamento dos papeis masculinos/femininos na sociedade industrial; e a revolução sexual
desencadeada pelo avanço das praticas contraceptivas e por outros fatores culturais (ideologia do
amor e do prazer, os Hippies, por exemplo). E acontecem num contexto de uma sociedade em
mudança no seu sistema de valores, onde se destacam:
As mudanças nas relações homem/mulher/filhos, provocadas pelo movimento feminista;
O reconhecimento dos direitos das crianças e adolescentes;
O deslocamento cada vez maior da família enquanto elemento principal no processo
socialização e aculturação da criança, colocando-se a escola em seu lugar;
A desvinculação entre sexualidade e procriação;
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Os avanços tecnológicos, cujas repercussões que mais afetam a família são
prolongamento da vida com o conseqüente acúmulo demográfico de velhos e reprodução
assexuada, que permite as mais diversas combinações em termos de paternidade, maternidade;
gestação e, quem sabe em futuro próximo, a gestação masculina e a clonagem de seres humanos;
O reconhecimento cada vez maior das uniões homossexuais;
O reconhecimento crescente de um conceito de família para um núcleo de pessoas
agregadas por valores que não obedece aos ditames da consangüinidade, da aliança por
casamento ou do parentesco e sim a amizade fraterna ou a solidariedade ditada pela necessidade
como já vê entre grupos socialmente excluídos os novos valores permitem a agregação e a
manutenção da vida.
Embora essas transformações estejam ainda em curso, e sejam profundas, pode-se encerrar esta
reflexão, dizendo que apesar delas a estrutura essencial da família continua a vigorar, uma vez
que constitui, em suas varias formas, fundamento a sociedade humana. Dentro dela se criam os
laços afetivos necessários à transmissão, a uma geração para outra da cultura e dos valores
ideológicos e morais. (BARSA, 1997, v.p. 193).
Matriarcado: Organização social na qual a mulher exerce autoridade preponderante sendo
considerada a base da família.
No estudo da saúde da família é preciso conhecer pelo menos:
1) O habitat: como as pessoas organizam o espaço; a ecologia familiar.
2) Habitação ou a moradia: como é construído, como os indivíduos se distribuem na casa e
qual a relação dessa distribuição e dos papeis na casa e na família? - Há espaços relacionados à
hierarquia dentro da família?
- Existem toaletes e banheiros
- Há uma grande sala comum para as refeições ou encontros familiares?
- Há espaços reservados para as crianças?
- Há lugares marcados para sentar à mesa?
- Como eles se distribuem?
3) As atividades econômicas da família: local de trabalho e de consumo; poder aquisitivo, o
equilíbrio do orçamento; atividades principais e de complementares;
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4) Como os símbolos próprios da cultura podem ser encontrados na casa? Por exemplo:
Fechado ou aberto (ligado às concepções de intimidade), frio e o quente; claro e escuro, a
posição da entrada, proteções, etc.
5) Elementos demográficos: relação entre homens e mulheres, evolução da natalidade e da
mortalidade, os divórcios, a pirâmide de idade, etc.
6) Elementos políticos e jurídicos: os códigos da família.
7) Genealogia e parentesco, solidariedade familiar, herança, etc.
Alguns termos comuns no estudo da família
Família nuclear, conjugal ou elementar -> Pai e filhos nascidos dessa união; os irmãos, filhos
do mesmo pai e da mesma mãe são designados pelo termo: Germanos pelo inglês siblings; a
família ocidental moderna, monogâmica; mas também pode ser encontrada em sociedades de
tecnologia mais rudimentar como os veda do Ceilão que vivem nus em abrigos rochosos.
Família composta -> Compreende o conjunto de cônjuges e de seus filhos na sociedade
poligâmica, sob duas modalidades: a poligâmica (um homem com mais de uma esposa) ou
poliandria (uma mulher com vários maridos).
Família extensa -> É uma rede familiar ligando consangüíneos, aliados e descendentes, alongo
de ao menos três gerações. Em geral corresponde a uma unidade domestica; propriedade da terra
e das habitações e a direção econômica são detidas por um chefe comumente o mais velho. Ex.
China Antiga.
Poligamia -> Casamento de uma pessoa de qualquer sexo com mais de um cônjuge
simultaneamente.
Poliginia -> Casamento de um homem com mais de uma mulher ao mesmo tempo.
Poliandria -> Casamento de uma mulher com mais de um homem ao mesmo tempo.
Patriarcado -> Regime social em que o Pai exerce autoridade preponderante e do qual derivam
arranjos familiares específicos, como as regras de transmissão da herança e local de moradia dos
filhos que se casam.
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A família e a cultura há 50 anos e hoje
Há 50 anos atrás Hoje
Pais no trabalho: 40 anos de trabalho;
Menos de 40% das crianças necessitam de
babás/creches em razão do trabalho dos
pais.
45 a 50 horas de trabalhos semanais; mais de 60%
das crianças necessitam de babás/creches em razão
do trabalho dos pais.
Religião: 70% das pessoas sentem que a
religião esta ampliando sua influencia sobre
a vida do norte americano (Fonte: Gallup
Poll).
60% das pessoas sentem que a religião esta
perdendo influencia sobre a vida do norte
americano.
90% sentem que os EEUU estão em decadência
moral.
Uso doméstico predominante rádio; pouco
ou nada de TV ou Tecnologia.
Intenso e crescente; usada até por crianças muito
pequenas; vícios eletrônicos.
Geladeiras e outros eletrodomésticos; raros
(grandes cidades).
Muitos aparelhos; Ímpetos consumistas de adquirir
aparelhos que muitas vezes ficam ociosos ou
apenas fazem de forma diferente aquilo que outro
faz; Obsolescência muito rápida.
Escola: Professores valorizados
Era permitido rezar nas escolas; Principais
problemas disciplinares: Chicletes, barulho,
uniforme, bagunça, correr nos saguões e
corredores.
A voz moral dos professores é silenciada;
Assaltos e violência contra professores;
Principais problemas disciplinares: Drogas, álcool,
gravidez, suicídio, estupros, furto e assalto. (Fonte
: Congressional Quartley).
Crimes violentos na adolescência: 16,1
incidentes para cada 100.000 adolescentes.
Cresceram 500% desde os anos cinqüenta e 22%
desde 1990: 75,8 incidentes para cada 100.000
adolescentes.
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Há 50 anos atrás Hoje
Probabilidade dos
filhos serem criados
por ambos os pais.
80 % (Fonte: Kids Count Data) Menor que
Proporção dos
divórcios. 1 em 5 casamentos 1 em cada 2 casamentos.
Rituais familiares
Jantar em família: Reuniões
familiares; pouco ou nada de
TV; Conversas ao pé do fogo
ou à mesa de refeições; Tomada
de decisões em família.
Por semana cada filho em idade escolar
passa: 1,8 horas lendo, 5,6 horas fazendo
lição de casa, 21 horas assistindo TV. Os
adultos assistem 15 horas de TV por
semana. (Fonte: Time for life).
Vizinhança Geralmente as pessoas
conheciam bem e confiavam.
A maioria dos norte americanos conhece
bem apenas 3 em cada 5 vizinhos (US
Census Bureau)
Família ampliada: moram perto
uns dos outros; mantém
contacto freqüente (US Census
Bureau).
Moram bem longe uns dos outros,
contatos e envolvimento menos
freqüentes.
REFERÊNCIAS
COHEN Bruce J. Família In – Sociologia geral. Tradução Joaquim º Pires da Silva, Denise Gros
Muller. Revisão técnica Mario Riedl. São Paulo McGraw-Hill do Brasil. 1980 p.67-75.
Conceitos sociológicos básicos, apresentados de maneira facilmente compreensível em texto
preparado para auto-ensino.
ENGELS Friedrich, A origem da Família, da propriedade privada e do Estado. Tradução de
Leandro Konder. Rio de Janeiro; Civilização Brasileira 1975 (1ª Ed 1844).
LABURTHE-TOLRA, Philippe e WARNIER, Jean-Pierre. Etnologia e antropologia. Petrópolis,
Vozes, 1993 p.105-132. Texto básico de antropologia, boa leitura.
MELLO LUIZ, Gonzaga de Estudos de parentesco na Antropologia. In – Antropologia cultural:
introdução, teoria e temas. Petrópolis: Vozes 1997, p. 313-340. Capitulo panorâmico sobre
parentesco e família, num livro que abre com uma discussão interessante sobre o Estudo
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cientifico e o método antropológico, passa péla evolução da vida e da cultura e por temas como
Economia, Política e escolas técnicas como Funcionalismo e Estruturalismo.
Acolhimento Solidário
Maria do Socorro Monteiro de Oliveira
Extraído dos Textos:
1. “O acolhimento e os processos de trabalhos em saúde; O caso de Betim” (MG) dos
autores: Túlio Batista Franco, Wanderlei Silva Bueno e Emerson Elias Merthy.
2. “O acolhimento solidário em ação” Adaptação do serviço Municipal de Saúde de
Curitiba – PR ao texto original: “inventando a Mudança na Saude de Luis Carlos de Oliveira
Cecílio – 1977”
3.
Segundo Aurélio de Holanda ACOLHER significa:
1) Dar acolhida a;
2) Dar agasalhos a:
3) Dar crédito a;
4) Dar ouvidos;
5) Admitir, aceitar, receber;
6) Tomar em consideração;
O acolhimento é uma estratégia de atenção a Saúde de um processo global de organização dos
serviços de saúde que modifica radicalmente o processo de trabalho.
O acolhimento como fator de mudança.
O que transparece de forma enfática em todo o trabalho de investigação sobre o acolhimento é
sua contemporaneidade, ou seja, a capacidade de se colocar no nosso tempo, mobilizar energias
adormecidas, reacender a esperança e colocar em movimento segmentos importantes dos
serviços de saúde, como grupos sujeito que se propõem à construção de novo, a fazer no tempo
presente, aquilo que é o objetivo no futuro.
Discutindo um pouco mais esta questão, lembramos que a historia brasileira, é marcada pela
exclusão social da grande maioria da população.
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Apesar de modificarem, ao longo do tempo, o cenário político nacional, os grupos dominantes no
poder, em todas as épocas, o modelo de saúde se define sempre, pela exclusão de significativos
segmentos sociais. A conjuntura política na década de 80, com a derrota da ditadura militar, o
Ascenso dos movimentos populares urbanos, criou um ambiente favorável às mudanças. A
conjunção destes fatores criou no país uma atmosfera política favorável à ruptura com o modelo
de assistência à saúde do passado, podendo assim, os proponentes da reforma sanitária, partir
para a construção de um sistema de saúde, com diretrizes definidas a partir do entendimento de
que a saúde é um direito, concluindo com os princípios de cidadania.
O Acolhimento surge como proposta para possibilitar à inclusão social, a defesa do SUS, a
reorganização dos serviços de saúde a partir do processo de trabalho envolvendo toda a equipe
trazendo com isso a necessidade de mudanças estruturais na forma de organização/gestão do
Serviço de SAÚDE e mesmo física e de meio ambiente.
A organização do serviço de saúde sob a ótica do acolhimento tem como principais objetivos
ampliar o acesso e humanizar o atendimento ao publico que procura o serviço.
Potencializa a proposta do Acolhimento à capacidade de estabelecer adesão entre usuários e
trabalhadores de saúde, particularmente. Os primeiros pela satisfação com os resultados diante
do atendimento no serviço de saúde e os trabalhadores, na motivação, por encontrarem uma
alternativa profissional satisfatória, de realização pessoal e coletiva que o Acolhimento
proporciona. Esse encadeamento político fortalece sobremaneira a proposta.
É importante lembrar que o Acolhimento Solidário não se resume a uma sala onde se faz triagem
é preciso que tenha toda da equipe de um serviço devera ser envolvida, na discussão sobre quais
produtos deveríamos realizar no Acolhimento para obtenção dos seguintes resultados:
Tratar humanizadamente toda a demanda;
Dar resposta a toda a demanda;
Descriminar os riscos, as urgências e emergências;
Produzir a informação necessária para a unidade de assistência.
Dar respostas para demanda individual e coletiva;
Ficar alerta, junto a Unidade de Assistência, para ter o problema do ponto de vista de sua
dimensão coletiva e abrir possibilidades de novas opções tecnológicas de intervenção.
A experiência de Betim (MG) demonstrou que existem alguns problemas a ser enfrentado na
implantação do Acolhimento o temos próprio da condição humana de emanar o novo pro
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excelência o desconhecido. Por maior que seja o conhecimento teórico na inversão do modelo
técnico-assistencial, na hora da implantação aparece o medo de implantá-lo.
A reflexão que se faz necessária na equipe é: Como a US conseguira dar respostas ao sofrimento
e à ampla dimensão dos problemas de saúde, na sua área de abrangência, com o que dispõe,
criando alternativas de soluções tecnológicas e se responsabilizando por isso?
Assim devem-se equacionar as responsabilidades que estão colocadas para a US, o
estabelecimento do vinculo com a população desse território e o modo de atender a população
para a construção deste vínculo.
Sendo o acesso aos serviços de saúde e os beneficio advindos das praticas um direito do cidadão,
nos técnicos de saúde temos que lançar mão de todas as tecnologias disponíveis para minorar o
sofrimento da população sob nossa esfera de influencia.
Como fazer esse atendimento sem cair no pronto atendimento banal ou sem produzir um
agendamento improdutivo? Apesar de que tanto um quanto o outro são instrumentos que, se bem
usados podem ser adequados conforme o problema que enfrentamos e o que podemos ofertar.
Por exemplo: é adequado fazer pronto-atendimento em muitos momentos da assistência se o caso
e sua gravidade já são profundamente conhecidos pela equipe da saúde e o risco for baixo, ou se
for uma emergência.
Como interferir nos determinantes e nas situações de risco?
Temos que discutir como dar atenção diferenciada para paciente com riscos diferenciados.
Temos que saber exercer nossa autonomia, como portadores de saberes tecnológicos para
enfrentar problemas de saúde, no processo de autogestão do trabalho, para desenhar as nossas
intervenções de acordo com as opções tecnológicas que dispomos, a submetê-las a permanente
avaliação publica.
Nessa discussão cabe também definir o processo de trabalho dentro da unidade de saúde, como
se dará à divisão de trabalho e como será a atuação da equipe multiprofissional, mas procurando
evitar a burocratização que impede ao usuário uma relação mais efetiva com a equipe.
Cada profissional tem que participar ativamente desse processo, inserindo-se na resolução dessa
problemática. Acesso e acolhimento deixam de serem problemas de recepção e torna-se objeto
de toda a equipe de saúde.
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A função da porta não é mais barrar e limitar o atendimento, e, sim, responder aos problemas que
ali aparecem de modo criativo, explorando ao Maximo as tecnologias leves de que dispomos em
nosso saber e em nossas relações.
Acolhimento
Uma das traduções disso é a relação humanizada acolhedora que os trabalhadores e o serviço
como um todo tem que estabelecer com os diferentes tipos de usuários.
Temos que refletir sobre como tem sido as nossas práticas nos diferentes momentos da relação
como os usuários, por exemplo, nas nossas portarias onde se tenciona esta relação, onde
respondemos friamente ao usuário, e onde nos posicionamos, normalmente de forma distante
sem produzir este acolhimento que é direito de todos nós usuários e cidadãos do vínculo e do
próprio processo terapêutico que deve visar a autonomização do usuário.
Vínculo
Refletir sobre a responsabilidade e o compromisso que a equipe tem com cada usuário da sua
área de abrangência e com os tipos de problemas que eles apresentam.
Criar vínculos implica em ter relações tão próximas e tão claras que nós nos sensibilizamos com
todo o sofrimento daquele outro, daquela população. É permitir a continuação de um processo de
transferência entre o usuário e o trabalhador que possa servir á construção da autonomia do
próprio usuário. E sentir-se responsável pela vida e pela morte do paciente dentro de uma dada
responsabilidade de intervenção nem burocratizada nem impessoal. E ter relação e integrar-se
com a comunidade em seu território no serviço no consultório, nos grupos e se tornar referencia
para o usuário individual e coletivo.
Por exemplo, quando um médico ou uma U.B.S. detecta uma positividade em uma citologia de
uma paciente, eles assumem a responsabilidade pelos caminhos na resolução do caso, não
cabendo transferir burocraticamente a responsabilidade.
Resolutividade
Ter ação resolutiva não se limita a ter uma conduta, mas, além disso, coloca a possibilidade de
usar tudo que se dispõe para eliminar o sofrimento e as causas reais do problema do paciente. E
colocar a disposição do paciente, toda a tecnologia disponível a fim de conseguir o diagnostico e
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o tratamento adequado a cada caso a fim de abordar a dimensão individual e coletiva dos
problemas de saúde, implica em criar um processo que tenha como desdobramento uma
alteração do quadro do usuário e uma satisfação do mesmo.
Permite construir uma intervenção afetiva, e isto implica numa abordagem mais integral dos
problemas, pois como a clinica sozinha não é suficiente para dar todas as respostas para as varias
dimensões que adquirem os problemas, muito para além do sofrimento individual, é fundamental
se trabalhar associadamente com as ações coletivas. A nossa atenção, na U.B.S., implica em
responsabilidade na atuação da área de abrangência. Estabelecer a vigilância á saúde, construir
redes de petição e compromissos com os outros equipamentos, identificar os problemas de saúde
da área, fazer a vigilância de alimentos, medicamentos, epidemias...
Na U.B.S. é necessário sair a campo, fazer visitas nos domicílios, incentivar o extra muro. A
responsabilidade da equipe não se limita nunca ás 04 paredes da U.S. implica em impactar os
problemas e trazer respostas reais que alteram o quadro de saúde da área de abrangência.
Organizar um serviço de saúde efetivo significa montar um serviço que altere as condições de
saúde do território, alterando o modo de produção dos riscos e dos sofrimentos. Que tenha, em
ultima instância, um aumento do grau de autonomia dos usuários diante de seus problemas.
Discutir o processo de trabalho
Nesse momento, temos que discutir setorialmente, por áreas de atenção á saúde, identificando as
unidades produtivas e como se dará o novo processo de trabalho. Como será a divisão técnica do
trabalho em função do projeto que estamos construindo saber qual é o papel de um dado
profissional, por ex. como a enfermeira, é saber o que se está propondo fazer e quis tecnologias
este profissional porta para incorporar nesta proposta, considerando-se tudo que dissemos até
agora na perspectiva do trabalhador coletivo.
Dessa forma, cada um se apropria do seu trabalho de modo coletivo, torna-se responsável pelo
produto final e pelos resultados, torna-se agente e sujeito. Todos são capazes de criar, de dar
respostas positivas, quando estimuladas e valorizadas amplamente e não só economicamente.
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Limites do Acolhimento – A Experiência de Betim (MG)
Após um ano de implantação do Acolhimento na Unidade permanecem três questões que se
impõem como limites à nova diretriz sobre os quais devemos nos debruçar para encontrar as
alternativas técnicas para sua consolidação, quais sejam:
1. A pequena inserção dos profissionais médicos no Acolhimento. Isto, não diz respeito
apenas à sua participação, o que inclusive acontece, mas o processo de trabalho do medico se
altera pouco, em vista dos outros profissionais.
2. O agendamento de consultas médicas permanece como ponto crítico no serviço.
A diretriz do Acolhimento pressupõe agenda aberta para os casos que necessitem, porém isto
permanece negociado (e não sem tensões) com os médicos. Á questões “Participa do
Acolhimento ou Consulta”, a equipe da Unidade tenta encontrar um caminho, onde o medico
faça os dois, sem, contudo chegar a uma solução satisfatória.
3. Um terceiro desafio é a conciliação do trabalho da assistência dentro da Unidade de
SAÚDE com o trabalho “extramuros”. Os relatos deixam claro que o Acolhimento absorveu o
trabalho dos profissionais não restando tempo para a “vigilância à saúde”, na área de
abrangência. Após algum período, e com a incorporação de novos profissionais ao trabalho da
Unidade essas atividades foram retomadas, mas de forma incipiente a quem do que era antes
insatisfatória na opinião de alguns.
VISITA DOMICILIAR
Sônia Silva Marcos/UEM
A visita domiciliar constitui uma das formas de atuação onde ocorre um contato discreto entre
membros da equipe de enfermagem e membros de uma família vem sendo utilizada há muito
tempo pela enfermagem comunitária ou de saúde pública, como um dos métodos mais eficientes
proporcionarem à família.
DEFINIÇÃO: Visita domiciliar: É a atenção dispensada no lar visando cumprir procedimentos
de enfermagem cujo conteúdo educativo é assistencial relacionado ao cliente que foi objeto de
visita, como também ao grupo familiar (FUEL).
A assistência de enfermagem á família prestada por meio de Visita Domiciliar (V.D.) tem
demonstrado, apesar de sua pequena utilização e valorização pelos serviços de saúde, a sua
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eficácia em termos de desenvolvimento
global da família no tocante à saúde (QUEIROZ e EGRY, 1983).
Duas vantagens e limitações tem sido muito discutida, mas como as primeiras tem suplantado as
segundas, ela continua a ser utilizada, estando inclusive prevista no programa materno infantil do
país como complemento seguimento da assistência e no programa de imunização do país para a
convocação de faltosos.
Na primeira das situações, em virtude da falta de enfermeiras, do acumulo de atividades
assumidas por esta, a VD tem sido realizada pelo pessoal auxiliar de enfermagem (agentes de
saúde ou visitadores), treinados e supervisionados pela enfermeira. (NOGUEIRA, 1979)
A seguir, são listadas as principais vantagens e desvantagens (ou limitações) da visita domiciliar
como método de trabalho de enfermagem junto às famílias ou indivíduos.
I - VANTAGENS
Proporcionar o conhecimento do indivíduo ou família dentro de seu próprio contexto de
habitação e relações afetivo-sociais entre os vários membros da família o que permite:
Observar a situação da família em ação possivelmente avaliar os recursos dessa família;
Reconhecer as condições bio-psico-sociais da família, de forma a identificar o maior
número de elementos ou fatores envolvidos na conservação da saúde e na prevenção de doenças;
Uma melhor adaptação da assistência de enfermagem de acordo com os recursos que a
família dispõe;
Que as orientadoras, tendo em vista a educação para a saúde, sejam mais completas e
eficientes uma vez que estão baseadas nas necessidades especificas da família;
Descobrir pela observação a existência de alguns problemas de saúde não referidos pelos
membros da família, seja por vergonha ou mesmo por desconhecer a existência do mesmo, uma
vez que desconhece, por exemplo, à forma correta de executar algumas atividades;
Uma maior captação pelos membros das famílias, dos ensinamentos feitos pelo pessoal
de enfermagem, uma vez que o ensino no local onde se passa o problema exige a utilização dos
recursos disponíveis, evitando desta forma que a família passe por problemas de adaptação dos
ensinamentos e seus recursos;
Observar, no caso de haver doente, a aplicação correta ou não dos ensinamentos
feitos_______________ a recuperação e promoção da saúde;
Oportunidade para analisar com a família suas necessidades.
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Proporcionar um melhor relacionamento do profissional de enfermagem com a família
por ser um método menos formal e sigiloso em relação aos utilizados nas atividades
internas dos serviços de saúde e também representar uma maior disponibilidade do tempo
do profissional à família em questão e isto permite:
Uma maior liberdade para os indivíduos fazerem perguntas e esclarecerem dúvidas
relacionadas à questão saúde/doença;
Uma maior liberdade para os indivíduos exporem seus problemas a nível individual e/ou
familiar;
Uma participação ativa da família na reabilitação do paciente dada a maior compreensão
dos ensinamentos;
Uma oportunidade para analisar, com a família, sua necessidades, ajudando a planejar e
identificar os meios possíveis para atender estas necessidades, principalmente através de uma
utilização correta dos recursos da comunidade.
II – LIMITAÇÕES OU DESVANTAGENS DA VISITA DOMICILIAR
1) “É um método relativamente caro, comparado com outros, pois depende da utilização de
pessoal treinado e de meios de transporte”;
2) “O rendimento é pequeno em relação a outros métodos, pois é gasto muito tempo não só
na execução da visita como também em locomoção, tornando quase impossível atender a todas
as famílias que necessitam de cuidados na comunidade”;
3) “Os afazeres das donas de casa podem impedir ou dificultar, ás vezes a prestação deste
tipo de assistência”, pois em lares que a mãe tem muito que fazer ela nem sempre pode prestar
atenção ao enfermeiro, dificultando o ensinamento devido ao tempo;
4) Não dá oportunidade de alguns membros da família compartilhar suas experiências com
outras famílias que tem o mesmo problema.
III – OBJETIVOS DA VISITA DOMICILIAR
Em linhas gerais, os primeiros objetivos da VD como método de trabalho da enfermagem é:
1) Prestar assistência, cuidado de enfermagem no domicilio, observando a conveniência
para o cliente, família e serviço, que sob o aspecto econômico, social ou psicológico;
2) Orientar os membros da família para a prestação de cuidados no domicilio;
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3) Supervisionar os cuidados delegados à família;
4) Orientar os membros da família em assuntos relacionados à promoção, proteção e
recuperação da saúde;
5) Coletar informações sobre as condições sócio-sanitárias da família, por meio de
entrevista e observação;
6) Conhecer a realidade bio-psico-social que esteja influenciando no aparecimento de
alguma doença, a fim de serem tomadas medidas preventivas adequadas;
7) _______________ fontes, comunicantes, casos novos e portadores a fim de serem
encaminhados para receberem assistência devida.
IV - METODOLOGIA
Para realização de uma visita domiciliar se faz necessário, tanto quanto para a prestação de
qualquer tipo de assistência, a aplicação de uma metodologia, com o objetivo de se obter maior
eficácia no menor tempo possível.
De acordo com o modelo proposto por NOGUEIRA (1977) esta atividade pode ser sistematizada
em quatro fases: Planejamento, Execução, Registro de dados e Avaliação.
4.1. PLANEJAMENTO
O planejamento da visita domiciliar visa um maior rendimento de objetividade e deverá incluir:
a) Seleção das visitas a serem realizadas
Alguns fatores devem ser considerados na seleção das visitas a serem realizadas num dia
específico:
As necessidades da família, onde deverá ser considerada a gravidade e urgência dos
casos;
As necessidades do serviço;
O itinerário, a fim de que seja despendido mais tempo na locomoção dos visitantes da sua
atividade junto à família;
O tempo a ser gasto em cada visita, o que se encontra relacionado ao tipo de atividade a
ser desenvolvida durante a visita, por exemplo, quando o objetivo da visita é colher dados ou
apenas fornecer alguma informação ou orientação sumária, ela dura em média 30 minutos.
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Quando inclui demonstração ou execução de alguns cuidados o tempo gasto pode ser de
uma a duas horas;
O horário mais adequado para cada família, desde que não seja prejudicial ao bom
andamento do serviço, procurando sempre que possível não interromper os afazeres domésticos.
b) Coleta de dados
O individuo responsável pela visita necessitara conhecer, pelo menos teoricamente, a família a
ser visitada. Este conhecimento poderá ser obtido através dos prontuários ou de informações de
profissionais que já cuidaram ou cuidam de algum membro da família. Devem ser relacionados
aos dados mais importantes e os relacionados com a visita.
c) Revisão de conhecimentos:
Uma vez que cada família é constituída por indivíduos de diferentes idades e diferentes
necessidades e problemas, para uma assistência familiar adequada se faz necessário alem de uma
polivalência do pessoal de enfermagem responsável pela visita, uma revisão dos conhecimentos
que a visita requer, a qual pode ser obtida através da leitura bibliográfica.
d) ----------------------------------------
Uma vez que o visitador realiza várias visitas num mesmo período de trabalho, se faz necessário
à existência por escrito de alguns dados de cada família a ser visitada, a fim de que não os
esqueça, facilitando ao visitador a manutenção de um bom entrosamento com a família, dando-
lhe maior segurança no que irá falar ou fazer.
Para a elaboração do plano de visita se faz necessário à determinação clara do que se pretende.
Estes objetivos devem estar de acordo com os do serviço de saúde e principalmente com as
expectativas e necessidades da família a ser visitada.
Os objetivos estabelecidos devem ser suficientemente flexíveis a ponto de poderem ser mudados
frente à existência de intercorrências durante a visita.
O plano, resumidamente deverá conter:
Objetivos gerais (motivo da solução de VD por um serviço, por um profissional ou pela
própria família);
Objetivos específicos;
Dados gerais referentes às condições sócio-sanitárias da família;
Diagnóstico e tratamento medico;
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Dados da assistência de enfermagem prestada;
Endereço completo e demais dados de identificação da família;
Atividades a serem executadas.
e) Preparo do material
O material a ser utilizado na VD deverá ser preparado previamente e poderá ser do tipo
educativo ou para tratamentos e cuidados em geral, dependendo dos objetivos e atividades da
mesma.
Tradicionalmente tem sido utilizado uma maleta ou objeto especifico para as visitas com os
seguintes objetivos:
Solicitar o transporte;
Impedir sua contaminação;
Facilitar a prestação de cuidado.
Qualquer que seja o objetivo utilizado por este transporte deve-se levar em consideração os
seguintes aspectos:
Deve ser o mais simples possível;
Deve ser confeccionado em material lavável para facilitar a limpeza;
Não deve ser nem muito grande nem muito pequeno.
4.2. EXECUTANDO A VISITA
Durante a execução da visita alguns aspectos devem ser considerados, tais como o tipo de
abordagem, as atividades a serem desenvolvidas e resumo e avaliação.
a) Abordagens
O primeiro aspecto a ser considerado diz respeito à finalidade da visita, assim o visitador deve
estar ciente e de alguma forma passar as famílias que a VD não é uma atividade social e sim
profissional.
Para tanto, o visitador deve apresentar-se a família com a identificação de seu nome e função,
bem como uma explicação dos objetivos que o levaram no domicilio.
Durante a visita deve ser cultivada a cortesia e não a amizade, pois uma vez aceito como
profissional, trazendo como conseqüência a não aceitação ou respeito ás orientações.
Por outro lado, o clima informal que constitui uma vantagem da VD não deve ser perdido, assim
deve-se fazer uma abordagem mais informal no inicio da visita, a fim de se estabelecer uma
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relação mais agradável, seja perguntando da saúde em geral de um membro ausente ou mesmo
dos presentes, preferencialmente fazendo referência aos nomes, ou conservando sobre assuntos
da atualidade, apenas para quebrar o gelo, procurando sempre não interferir ou interromper os
afazeres domésticos, e em seguida passar para a execução das atividades planejadas.
Na medida do possível (a menos que perceba que a família se ofender) o visitador não deve
aceitar algo para comer ou beber, por correr o risco de perder tempo, de fugir as finalidades da
visita e mesmo de se contaminar quando houver um problema de doença transmissível na
família.
Além disso, o visitador também deve tomar cuidado para não fornecer dados relacionados á sua
pessoa em particular.
b) Atividades
Durante a execução da visita domiciliar, o visitador deverá procurar manter-se dentro dos
objetivos propostos, embora a adaptação ás necessidades sentidas no momento pela família deve
sempre constituir em prioridade.
Alguns princípios gerais, comuns a outras atividades também são indicados durante as VD, tais
como:
1. Em relação á conversação:
Deixar as pessoas falar à vontade, isto é, sobre o que desejarem e a seu ritmo;
Não interromper bruscamente o cliente, mesmo quando o assunto não for interessante
para o objetivo da pesquisa, aproveitar a própria pausa do cliente para procurar mudar o assunto;
Incentivar a continuidade da conversa, quando for interessante, através de um balanço
afirmativo da cabeça, porém procurar não demonstrar interesse demasiado com perguntas muito
diretas;
Organizar e dosar o conteúdo do assunto a ser transmitido, selecionado o que é prioritário
no momento (a assimilação é menor quando grandes quantidades de informações são
transmitidas de uma só vez);
Verificar, por meio de perguntas claras, objetivas, o que as pessoas já sabem a respeito de
um determinado assunto, antes de introduzi-lo como ensinamento e a partir de então reforçar os
aspectos positivos deste conhecimento e fornecer as informações necessárias para seu
complemento;
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Respeitar e manter a neutralidade a respeito de opiniões, comportamentos, traços
culturais, conhecimentos e experiências da família;
Não demonstrar reação de surpresa, aprovação, desaprovação ou indiferença total quando
um membro da família expressa suas idéias ou relata comportamentos;
Só tentar mudar opiniões, comportamentos, traços culturais e conhecimentos empíricos
quando estes forem prejudiciais á saúde mesmo assim de forma bastante sutil e tomando todos os
cuidados para que a família não se sinta diminuída.
2. Em relação á assistência:
Prestar assistência sempre de forma consoante com os princípios científicos de
enfermagem e de outras ciências, porém adaptados aos recursos da família;
Procurar tornar a família o mais independente e responsável possível quanto a execuções
que visem à promoção, proteção e recuperação da saúde;
Não tomar decisões pela família, apenas fazê-la conhecer as vantagens e desvantagens
dos possíveis caminhos a serem seguidos, além de orientá-los sobre a possibilidade de uma
adequada utilização de recursos próprios e da comunidade.
3. Em relação ao contexto:
Observar, sutilmente, enquanto conversa ou executa alguns cuidados, o que ocorre ao
redor, com as pessoas e o meio ambiente a fim de estabelecer uma mudança nos objetivos, caso
haja a constatação de alguns problemas prioritários;
Não se esquecer de cronometrar o tempo deixando, se for o caso, as orientações e
cuidados programados, mas não prioritários, para outra oportunidade;
Evitar tomar nota durante a visita uma vez que esta atividade além de inibir a família
também pode dificultar a observação do ambiente;
Procurar sempre explicar cada atitude adotada durante a visita, não esquecendo que por
mais óbvio que possa parecer ao visitador, poderá constituir em algo desconhecido e/ou
desnecessário para os membros da família.
Sempre ao final da visita é recomendável que se faça uma avaliação por meio de perguntas do
que foi orientado, além de um resumo dos pontos principais, por mais objetivas que tenham sido
as informações da enfermagem, uma vez que sempre ocorrem distrações, dispersão a atenção da
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família para que seja mais importante a ser executado, podendo haver ainda alguma duvida a
respeito de alguns aspectos da orientação.
4.3. REGISTRO DE DADOS
O registro de dados, tanto ocorre com as outras atividades da enfermagem deve ser efetuado logo
após o termino da VSD. Este registro tem como objetivo favorecer o orientador e dar
continuidade do trabalho.
Para que alcance sua finalidade, o registro deve ser feito da seguinte forma:
Conter apenas informações objetivas, que descrevam a situação tal como ela ocorreu;
Não conter julgamentos sobre as situações em questão;
Ser claro;
Não conter expressões indefinidas ou vagas, orientações particulares e letra legível;
Mostrar continuidade em relação a relatórios anteriores;
Ser resumido e conter uma seqüência lógica para facilitar a compreensão dos aspectos
mais importantes;
Conter no mínimo dados referentes à:
Observações feitas pelo observador;
Necessidade de saúde atual;
Mudanças ocorridas desde a última visita ou desde o ultimo atendimento;
Informações prestadas pela própria família, por parentes ou vizinhos;
__________________desenvolvidas durante a visita, cuidados orientações e casamentos;
__________________futuro para seguimento.
4.4. AVALIAÇÃO
O objetivo da avaliação da VD é verificar a adequação do método planejando para apresentação
de cuidados a família bem como a atuação do visitador no planejamento e execução da visita, e
ainda o progresso da família na resolução dos seus problemas.
Alguns aspectos referentes à avaliação tais como eficácia da visita, só será verificada ao longo e
médio prazo, através do relatório das atividades do serviço, poderá ser contatado
comparecimento das famílias visitadas no serviço após a realização de novas visitas.
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ATRIBUIÇÕES DE CADA MEMBRO DAS ESF E DAS ESB
As equipes de saúde da família e as equipes de saúde bucal trabalham unidas, em conjunto,
mas existem atribuições especificas para ambas e para os membros de cada uma.
Atribuições comuns a todos os profissionais que integram as equipes.
Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase nas suas
características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas.
Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns às quais aquela
população está exposta.
Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos
problemas de saúde e fatores que colocam em risco á saúde.
Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de
vigilância á saúde e de vigilância epidemiológica, nas diferentes fases do ciclo de vida.
Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de vinculo de
confiança, de afeto, de respeito.
Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento.
Resolver os problemas de saúde no nível de atenção básica.
Garantir acesso á continuidade do tratamento dentro de um sistema de referencia e
contra-referencia para os casos de maior complexidade ou que necessitem de internação
hospitalar.
Prestar a assistência integral á população adscrita, respondendo á demanda de forma
contínua e racionalizada.
Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde.
Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais
existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas identificados.
Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos de cidadania,
de direito á saúde e suas bases legais.
Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos Conselhos Locais de
Saúde e no Conselho Municipal de Saúde.
Auxiliar na implantação do Cartão Nacional de Saúde.
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ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO MÉDICO:
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – (NO ANEXO)
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO ENFERMEIRO:
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – (NO ANEXO)
ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM:
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – (NO ANEXO)
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO CIRURGIÃO DENTISTA:
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – (NO ANEXO)
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO TSB (TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL) OU THD
(TÉCNICO DE HIGIENE DENTAL).
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – NO ANEXO
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO ACD (ATENDENTE DE CONSULTÓRIO
DENTÁRIO):
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – NO ANEXO
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE - ACS:
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006 – NO ANEXO
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E SEUS TERRITÓRIOS
Ana Maria Rigo Silva
Maria do Socorro Monteiro de Oliveira
Elizabete de Fátima P. Almeida Nunes
Zelma Francisca Torres
Descentralizar para planejar: reconhecendo o território como instrumento para o planejamento
local.
A transformação das práticas sanitárias para implantação da Reforma Sanitária brasileira,
produto de grandes lutas que se travaram nas últimas décadas, passa por um repensar da
operacionalização da Unidade Básica de Saúde.
Durante as décadas de 70 e 80 houve uma expansão do numero de Unidades Básicas de Saúde,
também chamadas de Postinhos, Postos de Saúde ou Centros de Saúde. Este aumento, proposital,
proporcionou um aumento da cobertura da população.
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Entretanto, a proposta de descentralização dos serviços, ampliação da cobertura, integralidade da
assistência, regionalização dos serviços com qualidade e resolutividade e a racionalidade das
ações, que inicialmente foi concebida como uma estratégia de mudança do modelo assistencial,
não se realizou e, em muitos locais, a reprodução do modelo baseado na doença, no qual o foco
do trabalho é o tratamento curativo, com pouca ou nenhuma valorização das atividades de
promoção e prevenção da saúde, continua sendo a pratica hegemônica.
Partimos da premissa de que saúde e doença não são estados estanques ou isolados, de que ter
saúde ou doença não é obra do acaso, pois há uma determinação permanente, um processo
causal, que se identifica com o modo de organização da sociedade. Parafraseando Breilh apud
ALMEIDA et al (1998) “o processo de saúde-doença constitui uma doença particular do
processo geral da vida social”. Sendo assim, o objeto do sistema de saúde deve ser entendido
como as condições de saúde das populações e seus determinantes, de modo que alterações
positivas nessas condições produzem progressivamente melhores estados e níveis de saúde dos
indivíduos e das coletividades.
Num sentido mais programático, em toda a população há indivíduos sujeitos ao risco de adoecer
com maior ou menor freqüência, e com maior ou menor gravidade. Além disso, existem
diferenças de possibilidades de “produzir condições” para sua saúde a ter acesso aos cuidados no
estado da doença. Portanto, para uma determinada população, são necessárias ações e serviços de
natureza, variada, atuando articulada e integralmente, com reprodução dos riscos de doença,
seqüelas e óbitos.
Nesse sentido, torna-se necessário criar mecanismos para entender melhor as causas dos agravos
de saúde, ampliando-se a possibilidade de enfrentá-los com êxito. Desta forma têm-se melhores
condições de escolher ações, recursos e instrumentos mais efetivos, que possam promover e
preservar a saúde.
Entre os princípios do SUS destaca-se o da integralidade, que traz para os serviços a
responsabilidade de prestar uma assistência integral á saúde.
Na assistência integral á saúde, busca-se transcender a dicotomia artificialmente criada entre
saúde e doença, e prevenção e cura, recolocando o ser humano (olhando individualmente ou
coletivamente) como centro norteador da atenção. Ressalta-se a importância de se criar
condições para que o setor da saúde faça acompanhamento e vigilância do processo de
crescimento e desenvolvimento dos serviços de saúde e das comunidades, dando resposta ás
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intercorrências ali presentes da forma mais global e participativa possível. Integra-se á rede das
relações sociais em que os indivíduos/grupos se inscrevem, contribuindo para um maior
engajamento destes, como atores da construção de uma sociedade com melhores condições de
vida (FURTADO & TANAKA, 1998).
A distritalização da saúde, entendida como processo social de mudanças práticas sanitárias
(MENDES, 1993), ou seja, enquanto estratégia de construção do SUS prevê, num conjunto de
bairros, regiões de um município, município, ou até num conjunto de municípios de uma região,
a apropriação do território (territorialização) como elemento essencial para o planejamento e
gestão dos serviços ofertados á população.
Neste capítulo, trataremos da territorialização da Unidade Básica de Saúde como uma
estratégia/instrumento para a construção de um modelo assistencial voltado para a realização
social.
Para melhor compreensão, apresentamos alguns elementos conceituais importantes nesta
proposta:
Território Distrito Sanitário
Tem um caráter político-administrativo e compreende uma área geográfica que comporta uma
população com características epidemiológicas e sociais e com suas necessidades e os recursos
de saúde para atendê-la, podendo ser: vários bairros de um município ou vários municípios de
uma região (ALMEIDA et al. 1998).
Território Área de Abrangência
Corresponde á área de responsabilidade de uma unidade de saúde. Baseia-se em critérios de
acessibilidade geográfica e de fluxo da população (UNGLERT, 1993).
A acessibilidade aos serviços de saúde está intimamente vinculada às condições de vida da
população e pode ser analisada sob vários enfoques (UNGLERT, 1993):
Geográfico
E refere ao nível de distancia a ser percorrida, associada á disponibilidade de transporte e
obstáculos a serem transpostos (avenidas, ruas sem pavimentação, declives, aclives etc...);
Funcional
Se considerarmos os tipos de serviços que são oferecidos, seu horário de funcionamento e sua
qualidade;
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Cultural Relaciona-se à inserção do serviço de saúde nos hábitos e costumes da
população;
Econômico
A totalidade dos serviços não disponível a todos os cidadãos.
É importante destacar que o conceito de território área de abrangência envolve, ainda, a noção
de corresponsabilidade da população e da unidade de saúde sobre as ações de promoção da saúde
na área de abrangência, e no levantamento dos principais problemas de saúde na área definida,
torna-se imprescindível para o sucesso das ações de vigilância á saúde.
Território Área de Influência
É gerada na lógica assistencial da demanda espontânea, onde a população procura atenção de
seus problemas de saúde considerando as distintas modalidades de acessibilidade já colocadas
(UNGLERT, 1993). Pode citar como exemplo aquelas pessoas que mesmo morando próximo a
uma UBS, deslocam-se para outros serviços similares por terem maior afinidade com a equipe de
saúde, pelo horário de atendimento,
Território de Micro área de Risco
Define-se como área de extensão onde é possível afirmar que a população tem condições de vida
homogênea de risco (TANCREDI et al,1993). Através da caracterização desse perfil é que serão
definidas ações de saúde específicas.
Território Domicílio
Detalhamento da base territorial no nível de domicílio possibilita a adscrição de clientela, além
de favorecer o estabelecimento de ações de controlo de saúde específicas (UNGLERT, 1993).
Problema de saúde
É toda situação encontrada no território estudado que sob o ponto de vista (valores, padrões) do
ator social (equipe, população, governo) não deveria estar acontecendo.
Setor censitário
É a unidade básica de coleta para o Censo Demográfico, estabelecido pelo IBGE (UNGLERT,
1993).
Bairro
O respeito á distribuição por conglomerados estabelecidos pela própria população é desejável.
Dessa forma, os bairros, vilas e jardins que a população refere devem ser respeitados
(UNGLERT, 1993).
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A Unidade Básica de Saúde – UBS
A Unidade Básica de Saúde tem como objetivo atender uma determinada área de abrangência
populacional, ou seja, um território.
Na perspectiva de um modelo assistencial, proposto pelo SUS, e que contemple, além do
atendimento á demanda, também a vigilância á saúde, esse território deve ser entendido como
espaço em permanente construção, produto de uma dinâmica social (MENDES et al., 1993).
Portanto, a antiga área de abrangência ganha outros significados, que completam a simples
delimitação geográfica, com a interação dos problemas econômicos, políticos, culturais e
sanitários. Esse território-processo ultrapassa a superfície do solo, as características geográficas e
físicas. É na verdade um espaço de vida pulsante, de alegrias e conflitos sempre em movimento e
que não são simetrias. Deverá ser esquadrinhado para que se possa conhecer a realidade de saúde
da área socialmente determinada (MENDES et al, 1993). Faz-se necessário que a apropriação do
território seja realizada por parte da equipe local e com a participação da população, e esta
apropriação deve ser feita de forma contínua e não enquanto fato pontual. Isto pode ser realizado,
inicialmente, através de trabalho para desencadear o processo de territorialização e,
posteriormente, estar atuando os dados através de diversas estratégias, entre elas a visita
domiciliar. A visita merece ser entendida como espaço importante de se conhecer melhor a
comunidade, além da prestação de cuidados e orientações de saúde.
Processo de Territorialização
No processo de territorialização, as informações da área a ser estudada representam a parte mais
estratégica do processo.
Na prática, freqüente, os sistemas de informação produzem apenas dados descritivos, assim
como computadores são utilizados só como “instrumentos de entrada de dados não de uso
desses dados” (TASTA et al., 1993).
Os sistemas de informações em saúde, em geral, são constituídos por grandes bancos de dados de
nível central, seja do Município, Estado ou País, com características entre outras de:
a) grande agregação das informações, ou seja, dados gerais e não desagregados para as áreas de
abrangência das Unidades Básicas, que se torna de pouca utilidade para o nível local, que pode
ter uma realidade muito diferente da média do Município. Por exemplo, para Londrina, em 1999,
o coeficiente de mortalidade infantil foi de 13,3/1000 nascidos vivos enquanto que na área de
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abrangência da UBS de União da Vitória foi de 14,3; no Lindóia foi de 28,2; no Ouro Branco de
11,0; no Marabá de 24,4 por mil nascidos vivos.
b) Levantamentos centrados na coleta de dados médicos ou de doença;
c) Inexistência de participação da comunidade na coleta de dados.
A desagregação dos dados é condição indispensável para desmascarar desigualdades das
condições de vida de uma população, permitindo um planejamento local mais adequado á
realidade da área a ser estudada. Permite, ao mesmo tempo, detectar as necessidades e os
problemas da população e, com características semelhantes em microáreas (áreas homogêneas de
risco), facilitando o processo de planejamento local.
As técnicas de coleta de dados por estimativa rápida participativa e a divisão do território surgem
como um conjunto de métodos e técnicas de coleta e tratamento das informações relativas ás
necessidades básicas da população (DI VILLAROSA, 1993).
A estimativa rápida: uma técnica de pesquisa para se conhecer o território.
A técnica da estimativa rápida consiste em trabalho de campo cujo objetivo é colher dados para
divisão do território em microáreas quanto ás condições de vida da população;
Estas condições de vida podem ser detectadas a partir de um processo que compreende segundo
DI VILLAROSA (1993), as seguintes etapas:
a) um momento anterior ao próprio trabalho de campo, que inclui o levantamento das
informações já disponíveis da área estudada, como dados demográficos e Epidemiológicos;
b) preparo dos questionários a serem utilizados;
c) conhecimento do território por meio de mapa inteligente (retrato de uma região localizando os
problemas, recursos, etc);
d) formulação de hipótese de sua divisão por microáreas, com base nos dados já conhecidos pela
equipe.
e) identificação dos informantes-chaves (fonte primária) do local para realização de entrevistas
para coleta de dados. A apropriada identificação destes informantes constitui-se elemento
fundamental para o sucesso do processo de pesquisa e são, ás vezes, mais eficazes do que as
pesquisas institucionais tradicionais, e as visitas pessoais mais produtivas que os contatos
telefônicos.
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Utilização de fontes secundárias
No primeiro momento de uma coleta de informações, são imprescindíveis a busca e análise dos
dados já disponíveis. Se não existirem, é preciso que seja realizado um censo, que pode ser feito
por meio de cadastramento (por exemplo, o utilizado para identificação de famílias dentro do
Programa de Saúde da Família). A utilização de dados já disponíveis facilita e orienta o trabalho
de campo e evita gastos e esforços na busca de dados duplicados. Estas informações podem ser
encontradas no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografias e Estatística); nas Secretarias: Estaduais
e Municipais de Saúde como; Saúde, Ação Social, Educação, Meio Ambiente, Trabalho, etc. nas
companhias de abastecimento de água e esgoto, limpeza urbana, energia elétrica; nos Conselhos
Locais de Saúde; Departamento de Trânsito; etc. Também existem pesquisas ocasionais que
podem fornecer importantes dados sobre as condições de vida, como, por exemplo, pesquisa de
emprego e desemprego, PNAD (pesquisa nacional por amostra de domicílio), etc.
Utilização de Fontes Primárias
Tem como características o fato de utilizar um básico apenas para direcionar o diálogo entre
entrevistador e entrevistado para registro de informações qualitativas e não devem se referir às
características individuais dos entrevistados ou de sua família, mas ás características da área na
qual moram.
É muito importante a escolha dos informantes-chaves, que devem ser moradores conheçam as
características da área que está estudada.
Em linhas gerais, este roteiro deveria contemplar informações relativas a características
socioeconômicas, conforme consta no quadro do manual de instruções sobre estimativa rápida e
divisão do território no distrito sanitário – Anexo I (DI VILLAROSA, 1993). Além destes, são
necessários dados como; lugar onde foi amplificado o questionário, nome e características do
entrevistado (idade, ocupação, tempo de residência na área, tipo de informante, etc).
A regra geral a ser seguida nos dados primários é a de identificar diferenças significativas nas
condições de vida da população, portanto, discriminar mais especificamente os “não oficiais”
(autoconstruído, esgotamento dejetos e liquidos, etc).
A coleta de informações deve ser adequada para cada área, refletindo a realidade estudada. Por
exemplo, se o nível de renda é baixo, é oportuno discriminar em número de salários mínimos.
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Para o reconhecimento do território é necessário um passeio ambiental pela área de abrangência
a ser pesquisa, podendo ser no geral e em particular, salientando aspectos físicos da área, como
topografia, condições e densidade das habitações, sistema de drenagem, eventual presença de
esgoto a céu aberto, acúmulo de lixo, córregos, e outros aspectos visíveis que indiquem
diferenças nas condições de vida entre os residentes na área.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
É um conjunto de atividades capaz de proporcionar o conhecimento necessário sobre o
comportamento de determinada doença ou agravos à saúde e de seus fatores condicionantes, de
forma a racionalizar e tornar oportuna a aplicação de medidas que venham interromper a Cadeia
Epidemiológica nas doenças transmissíveis (DT), como criar mecanismos de controle e
prevenção nas doenças não transmissíveis.
‘’ Aquele que faz, corre o risco de erra, mas aquele
“que não faz, não sabe se é capaz de acertar”.
Cadeia Epidemiológica nas Doenças Transmissíveis
VAMOS ROMPER A CADEIA
EPIDEMIOLÓGICA
NAS DT.
1. Agente causal Específico
2. Reservatório
3. Porta de saída
4. Modo de transmissão do
agente
5. Porta de entrada no novo
hospedeiro 6.
Suscetibilidade
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1. Agente causal específico: bactéria, vírus, outros;
2. Reservatório: homem ou animal que abriga o agente causador, apresentando ou não a doença;
3. Porta de saída: local (boca, nariz, aparelho digestivo, etc) por onde o agente causador sai
para infectar.
4. Modo de transmissão: é a maneira como o agente causador passa do doente para o sadio
(novo hospedeiro);
5. Porta de entrada no novo hospedeiro: é o local por onde o agente causador entra para o
organismo;
6. Suscetibilidade: é a capacidade de o novo hospedeiro enfrentar o agente causador ou ter a
doença;
O elo da cadeia pode ser quebrado ou rompido através da adoção de medidas. Por exemplo: com
a vacinação ataca-se o elo de 6 (seis), eliminando os suscetíveis, protegendo as pessoas,
permitindo que o organismo crie defesas contra as doenças, interrompendo a cadeia de
transmissão.
As atividades de vigilância epidemiológica são componentes imprescindíveis para o controle de
doenças ou agravos a saúde e devem ser escutados em todos os níveis de prestação de serviços
(Local, Municipal, Regional e Central).
FASES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
1. Fontes de Dados e Informações
2. Reunir Informações
3. Analisar e Interpretar
4. Ação de Investigação Epidemiológica
5. Recomendações para Ações de Controle
6. Retro-alimentação de fontes de
notificação
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TIPOS E FONTES DE DADOS UTILIZADOS PELA VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA.
Dados Demográficos
- grupo de idade
- zona geográfica
(rural e urbana)
- sexo
Fontes
- Instituição responsável
pelo censo (IBGE)
- Serviço de estatística das
Secretarias de Saúde, Cartório
de Registro Civil.
- Estimativa da população
por grupo etário, segundo
dados do censo ou através de
amostragem.
Sistema de Informação
É toda rede de produção, registro,
análise, interpretação e
retroalimentação de dados que
possibilitem a tomada de decisões
no âmbito da Vigilância
Epidemiológica
Este sistema utiliza diferentes
tipos de dados. Dentro de cada
um desses tipos, é diversa a
informação que se pode obter,
sempre considerando as fontes
geradoras.
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Dados de Morbidade
Devem conter:
- Unidades Notificadora
- Dados de identificação (nome,
idade, residência, etc)
- Data de início da doença, na
notificação e da investigação
- Antecedentes e data da
vacinação
- Lista de comunicantes.
Fontes
- Fontes notificação de
doenças
- Pessoal de saúde
- Comunidade
- Escolas e outras instituições
- Imprensa
- Investigação
epidemiológica.
Dados de Mortalidade
Devem conter:
- Fonte de informação
- Unidade notificadora
- Dados de identificação
- Data de início da doença
- Data do óbito
- Local de residência e do óbito
- Antecedentes de vacinação
- Lista de comunicantes
Fontes
- Serviço de estatística demográfica
- Serviço de atenção à saúde
- Cartório de registro civil
- Cemitérios
- Investigação epidemiológica
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Dados relativos ao controle de
doenças
- Percentual de Unidades com
notificação regular.
- Pontualidade na notificação
e da investigação.
- Número de casos, óbitos por
faixa etária e localização
- Número de doses de vacinas
aplicadas por idade
- Cobertura Vacinal
- Apoio Laboratorial
- Retro – alimentação
Fontes
- Serviço de atenção à saúde
- Serviço de Epidemiologia
- Serviço de Estatística das
secretarias de Saúde
FONTES GERADORAS, TIPOS DE DADOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS PELA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Fontes de Dados
IBGE
IPARDES
- Hospitais - Ambulatórios
- Centros de
Saúde
- Laboratórios - Creches
- População
-Programas
de controle de
doenças.
Cartórios, cemitérios e
serviços de
saúde.
Tipos de Dados
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Morbidade Demográfico Mortalidade
Instrumentos
(impressos)
- Notificação
Semanal - Registro de
doenças de
notificação obrigatória
(RDNO)
- Ficha de
investigação Epidemiológica
- Nº de doses
de vacinas aplicadas.
- Percentual de
unidades com notificação e
investigação:
- Apoio
Laboratorial
Anuário do
IBGE
Relatórios e
Pesquisas.
Atestado de Óbito
SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
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-FLUXOGRAMA-
NÍVEIS LABORATÓRIO INSTITUIÇÃO ÓRGÃO
CENTRAL
NACIONAL
CENTRAL
ESTADUAL
REGIONAL
ESTADUAL
MUNICIPAL
L.REF. MS CNE
LACEM SESA/
ISEP CEPI SEÇÃO
Morbidade
L.R. R.S. SVE
L.L. N.V.E.M.
ou
NIS UVE
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A COMUNIDADE
MAPA INTELIGENTE
MENDES et al. (1993) propõem uma representação gráfica interativa com os problemas que se
distribuem no território, numa tentativa de ordenar esta situação de acordo com as necessidades e
possibilidades das praticas de intervenção que se divide em: território área, território microáreas
e território domicílio.
Todas as informações obtidas das fontes secundárias, primárias e do passeio ambiental serão
analisadas e devem ser posteriormente, referenciadas num mapa da área de abrangência com
característica de vidas semelhantes. A figura 1 esquematiza os indicadores para definição das
microáreas.
RededeEsgoto
Barreiras
Geográficas Moradia
Organização
Abastecimento água
Serviço
Indicadores para definição micro áreas de Risco
Coleta de Lixo
Violência
Renda Familiar
Perfil de Morbi-
mortalidade Escolaridade Transporte
Figura1 – Indicadores para definição de microáreas
OUTRO
S
H C L PS M
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Fonte: Adaptado do quadro elaborado pelo pólo regional de Capacitação e Formação de Saúde
da Família – Ponta Grossa – Paraná, para o curso Introdutório de Saúde da Família.
A visualização, em mapa, da área a ser trabalhada, é de fundamental importância. Recomenda-se
a escala 1:5.000 ou1:10.000 para áreas urbanas e escalas de 1:25.000 ou de 1:50.000 nas áreas
rurais (UNGLERT, 1993).
Os mapas devem ser “mapas vivos”, com condição de colher as diferenças sociais e localizar
geograficamente e socialmente as desigualdades do território (TASCA et al. 1993).
Essa percepção de trabalhar de acordo com os problemas no território traz a intencionalidade e
capacidade de determinar ou influenciar as práticas sanitárias, com o objetivo de mudança para
um novo modelo assistencial que responda ás necessidades e aos problemas de saúde da
população daquele território, e não apenas á demanda espontânea.
Resgatando o próprio conceito de território-processo enquanto espaço de vida pulsante, em
permanente movimento, o conhecimento deste território é um trabalho que nuca cessa e que deve
fazer parte da rotina de uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
As estratégias para conhecer melhor o seu território vão sendo criadas e sta é uma tarefa que não
deve ser propriedade de um, mas de todos os profissionais locados na UBS. TOMAZI (1996)
salienta a importância de incluir os servidores nesse processo. O grande desafio é tornar as
informações obtidas instrumentos de trabalho para a construção de um novo modelo assistencial,
que atenda ás necessidades de saúde da comunidade e que garanta espaços de efetiva
participação da comunidade, exercendo o controle social.
A seguir, apresentamos um quadro, com algumas informações necessárias para o conhecimento
do território; á medida que isto ocorre, novas informações vão se tornando necessárias, de forma
que a UBS se torne um eterno aprendiz de seu próprio território. O Anexo II demonstra, ainda,
como podemos programar uma oficina de territorialização e estimativa rápida participativa, para
ser realizada em dois dias, e descreve as técnicas, material e condições de necessárias de
trabalho.
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Quadro 1 – Resumo das informações necessárias para apropriação do Território
OBJETIVO INFORMAÇÕES
NECESSÁRIAS COMO (FONTES) FINALIDADE
Levantar
população
em números
de
habitantes.
População por sexo e faixa
etária, se possível por bairro.
Dados secundários
IBGE, pesquisas
anteriores;
Dados primários:
censo local.
Análise
demográfica.
Identificar
condições de
moradia.
Características da construção,
posse da moradia,
abastecimento de água,
destino dos dejetos, coleta de
lixo, energia elétrica,
pavimentação asfáltica.
Dados secundários:
Secretaria de
Planejamento,
companhia de
abastecimento de Água,
Esgotos e Luz.
Dados primários:
informantes – chaves e
passeio ambiental.
Análise das
condições de
moradia.
Identificar
condições
ambientais.
Fontes de poluição
ambiental:
- Rios ou lagos
contaminados;
- Depósito de lixo;
- Industrias;
- Terrenos baldios.
Dados secundários –
Secretaria do Meio
Ambiente, IAP.
Dados primários –
Informantes – chave e
passeio ambiental.
Levantamento das
áreas com risco
ambiental.
Identificar as
condições de
trabalho,laze
r, educação.
Numero de desempregados,
renda, ocupação, geração de
emprego na área, recursos
disponíveis para lazer, taxo
de analfabetismo, oferta de
escolas de primeiro e
Dados secundários:
Secretarias de Educação
e Secretarias da Fazenda.
Dados primários:
entrevistas com
informantes – chave e
Análise das
condições sócio
econômicas da
população.
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segundo grau, creches. passeio ambiental.
Identificar
condições de
transporte.
Linhas de ônibus, horários,
outros meios de transporte.
Dados secundários –
Prefeitura Municipal.
Dados primários –
Informantes chave e
passeio ambiental.
Análise das
condições de
transporte
disponíveis.
Levantar o
perfil de
Morbi –
Mortalidade
da área de
abrangência
da UBS.
Numero de óbitos, segundo
causa básica e faixas etárias;
freqüência de doenças de
notificação obrigatória e
outras; problemas de saúde
do ponto de vista das
lideranças; estado nutricional
da população, grupos de risco
(idoso, alcoolismo, gravidez
na adolescência, etc.)
Dados secundários:
SIM, SINASC,
SISVAN, SINAN,
Secretarias de Saúde.
Dados primários:
informantes chave.
Análise da situação
do individuo família
e comunidade.
Identificar a
infra-
estrutura da
UBS para
atendimento
a população.
Recursos humanos existentes
por turno, categoria, carga
horária, vinculo
empregatício.
Dados
secundários:
Secretaria de Saúde.
Dados primários:
Entrevistas com a
UBS.
Análise de recursos
com a UBS e sua
adequação ao
atendimento das
necessidades;
planejamento e
programação da oferta
dos serviços da UBS.
Identificar os
serviços
oferecidos
pela UBS.
Numero de consultas
medicas em cada clinica.
Programas oferecidos e
cobertura.
Outros atendimentos da
equipe.
Atendimento
odontológico.
Dados secundários:
Secretaria da SAÚDE e
UBS.
Dados primários:
entrevistas com a UBS.
Análise de
recursos da UBS
e sua adequação
ao atendimento
das necessidades,
programação da
oferta dos
serviços da UBS
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Identificar as
formas de
organização
social da
comunidade.
Associação de moradores,
conselho local de saúde,
recursos sociais, lideranças
comunitárias.
Dados secundários –
Prefeitura local.
Dados primários –
Entrevistas com
informantes – chave.
Análise do
potencial de
recursos
existentes para a
efetivação da
mudança de
propostas
(agregação de
forças).
QUADRO COM ROTEIRO PARA OBTER INFORMAÇÕES SOBRE O TERRITÓRIO.
Características do solo
Topografia: cumeada, encostas, baixadas, etc;
Propriedades: publica, privada, não legalizada, etc;
Uso predominante do solo; residencial, comercial, agrícola, área verde, etc;
Tempo de urbanização;
Declividade: muito íngreme, íngreme, plano;
Densidade de habitações: baixa, regular, elevada
Características do meio ambiente, infra-estrutura e dotações domésticas:
Condições de moradia: precária, semiprecária, permanente;
Abastecimento de água: rede encanada com abastecimento regular, rede encanada
com abastecimento irregular (freqüência), ligações clandestinas à rede oficial, uso de
fontes, poços, bicas, riachos, etc;
Sistema de esgoto: rede oficial, fossas (de vários tipos: sépticas, úmidas,
rudimentares, etc), esgoto a céu aberto, ausente;
Eletricidade: rede oficial, ligações clandestinas, ausentes;
Sistema de coleta de lixo: regular, irregular, o lixo é acumulado em determinados
lugares/queimado/jogado/etc;
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Características sócio econômicas
Nível de renda familiar (em salários mínimos);
Tipos de ocupações mais freqüentes (respectivamente para homens e mulheres);
trabalho dependente (em empresas de grande/pequeno porte); trabalho autônomo (ex:
pequenos comerciantes); trabalho informal (eventualmente, de que tipo: na construção
civil, biscate, etc)
Presença de produção domestica ou comunitária para o auto consumo;
Nível de educação médio: presença de analfabetismo (elevada, regular,baixa), grau
de escolaridade médio (serie/grau).
Fonte: Manual de instruções sobre estimativa rápida e divisão de território no distrito sanitário,
OPAS, Brasília, 1993
CONCEITOS IMPORTANTES QUE DEVEMOS SABER:
TERRITÓRIO: é um espaço em permanente construção, produto de dinâmica social
(movimentos sociais), nunca acabado, em constante construção e reconstrução;
TERRITÓRIO PROCESSO: ultrapassam a superfície, o solo, as características geográficas e
físicas. É na verdade, um espaço de vida pulsante, de alegrias, conflitos, política, cultura, ganho
econômico e características epidemiológicas.
O território processo é representado na sua dinâmica, por uma configuração, que interage com os
problemas, que se distribuem, em um espaço, conforme as condições de vida dos diferentes
grupos populacionais.
Território processo divide-se em:
Território Distrito: é uma cidade ou um distrito (descentralizada da prefeitura) de uma
grande cidade, tem autonomia decisória para mudanças das praticas sanitárias;
Território área: é a área de abrangência de uma unidade de saúde. Há
corresponsabilidade entre a população e serviço;
Território microárea: é uma subdivisão do território área caracterizada, por áreas
homogêneas de risco, sendo priorizadas para ações especificas;
Território moradia: é o espaço de vida de uma família.
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MAPA INTELIGENTE: é a representação de um território segundo as condições de vida dos
diferentes grupos de pessoas que ali vivem estabelecendo as regiões de risco.
É o retrato de uma determinada região, onde se levantam os problemas, apontando onde estão
localizados. Está em permanente construção.
INFORMANTE-CHAVE: são aquelas pessoas que podem informar sobre a comunidade. São
líderes da comunidade, padres, benzedeiras, pastores, presidentes de associação de moradores,
comerciantes etc.
PORQUE CONHECER O TERRITÓRIO É IMPORTANTE:
Historicamente nosso sistema de saúde é concentrado na doença;
Toda responsabilidade no tratamento está nas mãos do medico e do medicamento;
Este sistema acarreta gastos excessivos de dinheiro e não resolve os problemas;
Os sistemas de saúde, do mundo inteiro não têm mais como se sustentar e entram em
crise;
O modelo de assistência á saúde não dá mais conta dos problemas da área;
É NECESSÁRIO INVERTER ESTE MODELO DE SAÚDE.
A palavra chave para inversão do modelo é prevenção;
É o reforço ás ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária;
Como estratégia para inversão do modelo há: a territorialização, os agentes comunitários
de saúde. O programa saúde da família e a educação em saúde;
E A PARTICIPAÇÃO DO CIDADÃO É FUNDAMENTAL
Participação comunitária: é a participação do cidadão, das associações de moradores, nos
conselhos municipais de saúde nas conferencias de saúde, na elaboração do planejamento das
ações baseado no território.
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LEGENDA PARA A CONFECÇÃO DO MAPA
LIXO
ESGOTO
* LUZ ELÉTRICA
ÁGUA
QUALIDADES DOS DETEMINANTES
AZUL: Boa qualidade
MARROM: Qualidade ruim
VERDE: Qualidade regular
A QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
Maria Christina Fekete (*)
Apresentação
O termo “cuidado em saúde” tem interpretação pouco precisa tal como ocorre com o conceito de
qualidade. Assim sendo, tratar da qualidade do cuidado em saúde constitui-se num grande
desafio, na medida em que a compreensão de seu significado depende de um conjunto de
fatores que derivam de princípios científicos, expectativas individuais e valores sociais.
Neste sentido, a qualidade não pode ser avaliada ou julgada apenas em termos técnicos pelos
profissionais de saúde. É preciso reconhecer as preferências individuais e sócias, buscando
equaciona-las na garantia da eqüidade.
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A qualidade do cuidado é um conceito que agrega muitos componentes, dentre os quais se
destacam: acessibilidade, eficácia e oportunidade.
Considerando-se que, no âmbito da saúde, estes componentes têm tido diversas interpretações,
precisar-se-á adiante seu alcance, sem pretender que o entendido dado seja aceito como única
alternativa possível, mas deixando claro o significado dos conceitos emitidos.
Cabe ainda referir o contexto em que serão abordados, neste artigo, os aspectos do cuidado em
saúde o trabalho das equipes que atuam no Programa de Saúde da Família. Este trabalho
implica na atenção direta aos indivíduos, famílias, grupos sociais e ambientais (natural e social)
visando solucionar problemas e satisfazer necessidades prioritárias. Para tanto requer a
elaboração de uma programação que compreenda as ações destinadas a determinar com certa
racionalidade, o tipo, numero e destino dos serviços de promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação. Compreende, ainda, a definição das atividades gerenciais necessárias ao
desenvolvimento dessas ações.
GERÊNCIA DO CUIDADO
A gerência, no enfoque que preside a proposta de organização do cuidado em saúde, transcende a
simples aplicação de técnicas administrativa e a simples administração de recursos, na medida
em que persegue a eqüidade da atenção e busca dar respostas concretas aos problemas
identificados.
Numa compreensão ampliada sobre a determinação do processo saúde-doença, é importante que
os profissionais da equipe de saúde tenham uma visão integra dos problemas e dos recursos
necessários ao seu enfrentamento.
Para exercer as funções relativas ao gerenciamento do cuidado, as equipes de saúde necessitam
de dois tipos de instrumentos distintos: a programação e o desenho e aplicação de certa
“disciplina de desempenho” (normas, regulamentos, rotinas) que orientam a organização do
processo de trabalho.
Enquanto função exercida por todos os integrantes da equipe, a gerência da prestação do cuidado
tem como uma de suas missões apontarem para o alcance da eqüidade. Para isso, é preciso que
não se coloque como meta principal apenas a produção e a produtividade.
Nesse sentido, a programação de saúde refere-se a um conjunto de praticas que, a partir de um
referencial epidemiológico, utiliza como instrumentos de intervenção ações que são articuladas e
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organizadas para produzir um efeito sobre a saúde nos planos individual e coletivo. Envolve,
portanto, a realização de um conjunto de atividades que, se não seguem uma seqüência linear,
têm entre si relações de precedência.
Na prática, diversas atividades podem ser realizadas simultaneamente, observando-se o
predomínio temporal de algumas delas, o que não deve induzir ao erro de se pensar que elas se
completam como etapas sobre as quais só se volta em um próximo ciclo de programação. Ao
contrário, essas etapas são momentos do processo e sua identificação é dada pelo predomínio de
determinada atividade sobre outra, num determinado momento.
O processo tem inicio com a identificação e análise dos problemas, passa pela determinação das
prioridades, definição dos objetivos, desenho das operações, identificação dos recursos (inclusive
financeiros) necessários e dos instrumentos de avaliação, até o acompanhamento da execução e,
se for o caso, a determinação de nova ordem de prioridades.
A equipe de saúde da família não é a única responsável pela programação de saúde. Existem
ações que correspondem à competência dos demais níveis do Sistema de Saúde, muitas das quais
demandam recursos diferenciados ou especiais.
Nesses casos, é necessário que sejam definidos mecanismos de articulação com os demais níveis
para evitar conflito entre metas a serem alcançadas, os recursos a serem empregados e os tempos
nos quais se pretendem executar as atividades. Também alguns problemas não se resolvem
exclusivamente pela ação dos componentes da equipe e nesses casos é requerida a ação de outros
atores sociais e de outros setores para a sua resolução.
É assim um processo participativo e flexível que deve permitir a incorporação de todas as
experiências que surjam á luz dos diferentes saberes, dentro de um marco comum que lhe dê a
consistência e a coerência necessária á sua generalização.
Ademais da programação, é preciso que sejam conhecidos e pactuados as normas, regulamentos
e rotinas que serão adotados visando assegurar o desempenho da equipe e conferir
direcionalidade ás ações.
É dentro desta perspectiva política de mudança, tanto no âmbito do setor quanto na realidade da
saúde da população, que a avaliação ganha nova dimensão e importância, enquanto momento do
processo de programação e instrumento de gerência.
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A avaliação deve, portanto, contribuir para a compreensão dos impactos porventura existentes,
em decorrência das atividades desenvolvidas, permitindo corrigir distorções e alterar o rumo da
programação, visando o alcance dos objetivos.
Para tanto, é fundamental superar os limites estreitos da avaliação centrada no desenho de
gráficos e tabelas que, na maioria das vezes, apresentam apenas dados de produção e
produtividade. A produtividade é um meio em relação a uma finalidade social. Eficiência é
condição necessária, mas, por si só, não é suficiente para justificar a ação estratégica
transformadora que se deve esperar do desempenho das equipes de saúde da família.
Portanto, é requisito básico que todos e cada um dos atores envolvidos com a problemática de
saúde de uma determinada população se preocupem, no que lhes cabe, com a melhor maneira
possível de alcançar os objetivos e utilizar os recursos disponíveis.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE
As reflexões aqui expostas referem-se, inicialmente, ao significado da avaliação segundo os
princípios da administração clássica, que lida com o funcionamento das organizações.
Nesta perspectiva, cada organização é avaliada sob o ponto de vista da eficácia e da eficiência. A
primeira é uma medida normativa do alcance dos resultados e a segunda mede a utilização dos
recursos.
Na abordagem econômica a eficácia de uma organização se refere á sua capacidade de
contemplar as necessidades da sociedade pelo suprimento de produtos, seja bens ou serviços. A
eficiência está voltada para a aplicação dos métodos, a fim de que os recursos (físicos, materiais
e humanos) sejam aplicados da forma mais racional. Relaciona-se, portanto, com os meios e não
com fins, visando assegurar a otimização da utilização dos recursos. O alcance dos objetivos faz
parte da esfera de competência da eficácia.
Um exemplo caricatural pode ajudar na compreensão desses conceitos. Um time de futebol será
eficiente se jogar uma bela partida, acertando os passes e encantando a torcida. Será eficaz se
ganhar a partida ou, melhor ainda, o campeonato.
Assim, se um gerente se preocupa mais com o melhor uso dos recursos estará mais voltado para
a eficiência. Porém, quando verifica se os objetivos estão sendo alcançados estará analisando a
eficiência.
Contudo, nem sempre a organização consegue reunir eficácia e eficiência.
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Algumas vezes pode consumir uma grande quantidade de recursos (desperdício ou altos custos
operacionais) para atingir os objetivos e, neste caso, não será eficiente. Em outras situações,
apesar da utilização intensiva e racional dos recursos, podem-se não alcançar os objetivos,
indicando que há baixa eficácia. O ideal é que a organização seja eficiente e eficaz. Quando
ocorre está situação considera-se que prevalece a efetividade.
Com a finalidade de facilitar o entendimento sobre as relações conceituais entre esses três
atributos, recorre-se a sua explicitação em termos matemáticos:
Eficácia: atos úteis/atos
Eficiência: atos/custos
Efetividade: atos úteis/custos
Apesar de parecer simples, este conceito é bastante complexo, na medida em que permeando a
“equação” está a noção está a noção de utilidade (atos úteis). Nem sempre se encontram
suficientemente estabelecidos os critérios pelos quais se pode determinar a utilidade das ações.
Isto porque esta modalidade de avaliação não é imparcial, nem sequer dotada de uma suposta
neutralidade técnica, mas depende da visão e das expectativas daqueles que participam da
produção e do consumo em saúde.
Claro que todos os envolvidos com a prestação do cuidado em saúde, sabem, por indicação do
bom senso, que uma série de atos desenvolvidos pelos serviços não tem utilidade frente á
resolução dos problemas de saúde. Para ilustrar esta questão, pode-se questionar a utilidade da
verificação dos sinais vitais de um paciente, sem que a esta atividade corresponda à adoção de
um plano de cuidados, envolvendo desde ações de promoção até as de reabilitação, quando for o
caso. No entanto, é freqüente a realização deste tipo de atividade como mera rotina de trabalho,
seguida, quando muito, da anotação dos dados em algum dos inúmeros formulários que integram
os sistemas de informação.
Assim, para dar conta da complexidade da questão da qualidade, é preciso agregar aos
pressupostos da administração clássica a dimensão estratégica do conceito, ampliada a partir dos
estudos sobre gestão da qualidade.
Segundo NOGUEIRA, em versão adaptada do artigo de DONABEDIAN, a qualidade do
cuidado em saúde pode ser definida por sete atributos: eficácia, eficiência, efetividade,
otimização, aceitabilidade, legitimidade e eqüidade.
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Portanto, ademais dos três primeiros atributos, anteriormente abordados, há que se considerarem
outras dimensões no que se refere á qualidade do cuidado:
Otimidade: conceito próximo ao de eficiência, pois também lida com a questão
custo/beneficio. Avalia os efeitos do cuidado em relação aos custos, a partir do seguinte
questionamento: vale a pena adicionar pequenas melhorias se estas agregam um montante
desproporcionalmente alto de custos? Em se tratando de situações nas quais há escassez
de recursos esta pergunta assume caráter fundamental no planejamento das ações;
Aceitabilidade: adaptação do cuidado aos desejos, expectativas e valores dos
indivíduos e das famílias. Relaciona-se com a acessibilidade, que resulta da combinação
de fatores de distintas ordens que podem ser classificados como geográficos,
organizacionais, socioculturais e econômicos. Uma situação freqüente no setor saúde
pode ajudar a compreender a importância deste atributo da qualidade. Basta verificar o
fracasso de várias ações de educação em saúde que ignoram aspectos culturais e
econômicos. Uma das dificuldades no controle da epidemia de cólera era convencer as
mães a levar os filhos com diarréia ao posto de saúde. “Na imprensa, eram comuns
depoimentos deste tipo:” aqui sempre teve diarréia porque não tem comida direito e nem
água boa, mas a gente resolve em casa mesmo... Fica claro que, sem levar em conta a
percepção da população sobre o problema de saúde, as medidas adotadas podem ser
inócuas.
Legitimidade: refere-se á qualidade do cuidado, sem eu componente social,
significando que, além da preocupação com os indivíduos, deve-se levar em conta a
responsabilidade pelo bem estar da comunidade. As ações de imunização e controle das
doenças transmissíveis são exemplos de cuidados que se destinam ao benefício da
sociedade em geral.
Eqüidade: é o atributo pelo qual se determinam os cuidados aceitáveis para os
indivíduos e legítimo para a sociedade. Mais do que uma dimensão do cuidado, é uma
questão de política publica.
Toda definição de um modelo de atenção á saúde, deve levar em consideração os
atributos supracitados, tendo em vista que a gestão competente dos recursos alocados é parte
essencial do processo de democratização do sistema. Para tanto, os processos de administração
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dos recursos devem ser transparentes e as determinações das políticas de saúde amplamente
discutidas e aceitas pela equipe de trabalho.
A gerência, vista sob o ângulo da qualidade, refere-se á ação que torna viável e factível o melhor
uso dos recursos para atingir os objetivos sociais perseguidos, mediante um processo contínuo de
tomada de decisão, que se fundamenta na definição e análise de problemas e na alocação dos
recursos correspondentes para sua superação e controle, de maneira que as decisões se
convertam em ações efetivas.
PROGRAMAÇÃO EM SAÚDE
Programação significa estabelecer o conjunto de ações, atividades e tarefas que serão executadas
de acordo com os recursos humanos, físicos, materiais e financeiros necessários para se cumprir
os objetivos desejados. A programação em saúde é uma atividade institucional e sua elaboração
deve ser feita a partir da identificação, priorização e análise dos problemas, buscando
alternativas para transformar as decisões em ações efetivas. Está diretamente relacionada com a
organização dos serviços, devendo elaborar propostas e estratégias que possibilitem enfrentar e
equacionar os problemas de saúde da população.
As duas principais funções da programação são, portanto, a organizativa e a gerencial: a
programação local deve orientar a execução e a gerencia dos serviços, detalhando os problemas,
as prioridades, as estratégias de ação, as atividades, metas, recursos e procedimentos técnico-
administrativos.
A elaboração de um programa local de saúde deve se dar a partir de três fases:
análise da situação
definição de prioridades, objetivos e estratégias;
avaliação e acompanhamento;
A – Análise da situação
Tem como objetivo entender como e de que adoece e morre um determinado grupo
populacional. Isso implica num conhecimento detalhado da realidade local: os problemas de
saúde da população, a situação sanitária do ambiente em que vive, o serviço de saúde que utiliza,
os fatores que condicionam e determinam seu estado de saúde. Estes dados podem ser obtidos de
várias formas, como exemplo: entrevistas com os usuários e trabalhadores do setor, pesquisas
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junto á população, análises técnicas do local (verificação da rede de esgoto, feita por
profissionais da área, por exemplo), consulta ao banco de dados, etc...
A Análise da situação permite formular propostas de reorientação das práticas de saúde e
detectar os limites e possibilidades de intervenção do setor para o enfrentamento dos problemas
de saúde observados.
B – Definição de prioridades, objetivos e estratégias,
A identificação e hierarquização dos principais problemas de saúde configuram-se num quadro
que é chamado situação-inicial, que se quer avançar para uma situação – objetivo. Por
exemplo, se uma doença, qualquer é o principal problema detectado, a situação – objetivo será a
erradicação ou o controle desta doença. As prioridades e os objetivos devem ser definidos
caracterizando-se com precisão as situações objetivos que se pretende alcançar ao longo do
tempo. Neste momento, as estratégias de ação devem ser elaboradas para que se resolvam os
problemas priorizados.
É preciso, então, indicar e quantificar as metas a serem atingidas num determinado período de
tempo.
O exemplo abaixo facilita o entendimento deste momento do processo de programação:
problema priorizado: aumento da incidência de sarampo em menores de 5 anos;
situação objetivo: reduzir a incidência de sarampo;
proposta: implantação do Programa de Atenção Integral á Saúde da Criança com ênfase
no controle do sarampo.
Para que a situação – objetivo seja alcançada, as ações dêem ser planejadas de acordo com os
fatores detectados como causas do problema.
No exemplo citado, pode-se supor que estas seriam algumas das possíveis ações e atividades que
poderiam ser necessárias para resolver o problema:
redimensionar a capacidade física das unidades para facilitar o desenvolvimento do
programa;
suprir a unidade com os recursos materiais necessários: vacinas, equipamentos, material
de consumo, etc.;
reorganizar as rotinas de trabalho;
garantir referência para o hospital dos casos que necessitem internação;
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desenvolver ações de educação para a saúde.
Estas ações e atividades devem ser detalhadas e desdobradas em metas quantificadas:
aumentar a cobertura de vacinas para 80% em um ano;
realizar 3 cursos sobre controle de doenças transmissíveis na infância, em 1 ano;
Em cada unidade as tarefas e os cursos necessários ao cumprimento das metas devem ser
discutidos e calculados;
nº de doses de vacinas;
nº de visitas domiciliares;
nº de consultas médicas, etc;
C – Avaliação e acompanhamento
A avaliação tem como objetivo identificar em que medida as metas estão sendo alcançadas, a
que custo e quais as dificuldades existentes, indicando novas ações mais eficazes. A avaliação
revelará se as atividades desenvolvidas são adequadas e compatíveis com a realidade local e qual
seu impacto sobre o nível de saúde da população.
A avaliação deve ser ágil e eficaz e por isso é necessário que o sistema de informação seja apto a
coletar, processar e distribuir informações de apoio á programação.
REFERÊNCIAS
1. FEKETE, Maria Christina. Programação Local em Saúde. IN: Currículo integrado para
Formação do Visitador Sanitário,Área III. Brasília, 1985. (mimeo).
1º Caso para discussão
Em uma das reuniões da equipe de Saúde da Família, a agente de saúde desabafou, dizendo que
estava muito desanimada, porque em sua área de trabalho, apesar dos esforços, os problemas de
saúde da população continuavam os mesmos, as crianças viviam com diarréia ( os serviços de
água e esgoto da Companhia de Saneamento passavam por perto, mas não atingiam os
domicílios), freqüentemente era solicitada para atender crianças acidentadas na escola, cujo
ambiente físico oferecia muitos riscos; a creche instalada em uma casa improvisada,
apresentando péssimas condições de higiene, ocasionando surtos freqüentes de diarréias e outras
doenças transmissíveis entre crianças.
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Analisar o caso e refletir a partir das questões:
1. Nesta situação o que a equipe de SF poderia fazer para ampliar sua atuação e diminuir os
agravos á saúde desta comunidade?
2. O que caberia a cada membro da equipe em situação semelhante?
3. A população deve ou não participar das discussões sobre as questões de saúde? Se
afirmativo como deve ser o processo e quais os resultados esperados?
“DICAS” PARA A ESCUTA ATIVA
1) Focalizar
Prestar atenção nos sentimentos da pessoa que está falando. “olhar, mas olhar além dos
sentimentos”.
2) Aceitar
Não julgar, não perguntar o porquê, e não fazer comentários a não ser quando para ajudar a
pessoa que esta falando a clarificar seus sentimentos.
3) Refletir
“Agir como um espelho” para os sentimentos da pessoa que esta falando, usando paráfrases. “Eu
percebo que esta situação te deixou irritado”.
4) Estimular
Fazer perguntas abertas, estimulando a pessoa a se expressar. “me fale mais sobre ........ eu queria
entender melhor”.
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5) Silêncio Solidário
Mesmo sem falar você presta atenção, aceita o outro, reflete e estimula através de outras formas
de comunicação que não apenas a linguagem, solidariamente.
ESCUTAR
Quando eu peço a você que me escute e você começa a em dar conselhos, você não fez o que eu
pedi.
Quando eu peço a você que me escute e você sente que tem alguma coisa para resolver meu
problema, você não esta me escutando, por mais estranho que pareça.
Escute! A única coisa que lhe pedi é que me escutasse, não que falasse ou que fizesse alguma
coisa – simplesmente me ouça.
Tudo isso eu posso fazer por mim mesmo (a). Eu não sou uma pessoa desamparada. Eu posso
estar um pouco desanimado (a).
Quando você faz alguma coisa para mim que eu posso e preciso fazer por mim mesmo, você esta
contribuindo para os meus receios e imperfeições.
Mas quando você aceita como simples fato que eu sinto, não importando o quão irracional meus
sentimentos sejam, então eu posso parar de tentar convencer você a começar a tentar entender o
que na verdade esta por trás deste sentimento.
E quando este sentimento se tornar claro, as respostas são óbvias e eu não preciso de conselhos.
Sentimentos irracionais fazem sentido quando nos compreendemos o que esta por trás deles.
Por isso, por favor, escute e simplesmente me ouça.
E, se você quiser falar, espere um pouco por sua vez – e eu lhe escutarei.
O CARPINTEIRO E A CASA
Um velho carpinteiro esta para se aposentar. Contou a seu patrão sobre seus planos de deixar o
serviço de carpintaria e construção de casas, para viver uma vida calma com sua família.
Obviamente ele se ressentia da falta do salário mensal, porem, necessitava e merecia a tão
sonhada aposentadoria. O proprietário da empresa lamentou o desligamento de um de seus
melhores funcionários, entretanto considerou justa sua reivindicação.
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Como ultima tarefa a desempenhar, o patrão solicitou a ele que construísse ainda mais uma
ultima casa e então, poderia afastar-se da labuta diária.
O carpinteiro consentiu mas, como o tempo, percebia-se nitidamente que seus pensamentos e seu
coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e utilizou mão de obra e
matéria prima de qualidade inferior.
Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira!
Quando o carpinteiro terminou o trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a
chave da porta ao carpinteiro, dizendo: esta casa é sua, é meu presente para você!
Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo a sua própria casa, teria
feito completamente diferente, não teria sido relapso! Agora, iria morar numa casa feita de
qualquer maneira......
Assim acontece conosco. Construímos nossas vidas de maneira distraída, reagindo mais do que
agindo, desejando colocar menos do que o melhor.
Nos assuntos importantes, não empenhamos nosso melhor esforço. Então, em choque, olhamos
para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos.
Pense em você como um carpinteiro. Pense em sua casa. Cada dia você martela um prego novo.
Coloca uma armação ou levanta uma parede. Construa sabiamente, pois da qualidade desta
construção, depende diretamente o seu futuro!!!
A vida é um projeto de “Faça você mesmo”!
A sua vida de hoje é o resultado de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de manha
será o resultado das atitudes e escolhas que fizer hoje.
PORTARIA Nº 648/GM DE 28 DE MARÇO DE 2006.
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas
para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e
Considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual momento do
desenvolvimento da atenção básica no Brasil;
Considerando a expansão do Programa Saúde da Família (PSF) que se consolidou como a
estratégia prioritária para reorganização da atenção básica no Brasil;
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Considerando a transformação do PSF em uma estratégia de abrangência nacional que demonstra
necessidade de adequação de suas normas, em virtude da experiência acumulada nos diversos
estados e municípios brasileiros;
Considerando os princípios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e
de Gestão, entre as esferas de governo na consolidação do SUS, que inclui a desfragmentação do
financiamento da Atenção Básica;
Considerando a diretriz do Governo Federal de executar a gestão pública por resultados
mensuráveis; e
Considerando a pactuação na Reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 23 de março
de 2006,
R E S O L V E:
Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica, com vistas à revisão da regulamentação
de implantação e operacionalização vigentes, nos termos constantes do Anexo a esta Portaria.
Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará
manuais e guias com detalhamento operacional e orientações específicas desta Política.
Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que trata a presente Portaria corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de Trabalho:
I - 10.301.1214.0589 - Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso
de Atenção Básica;
II - 10.301.1214.8577 - Atendimento Assistencial Básico nos Municípios Brasileiros; e
III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Ficando revogadas as Portarias nº 1.882/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no
Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 10, nº 1.884/GM,
de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de
1997, Seção 1, página 11, nº 1.885/GM, de 18 de dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial
da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, página 11, nº 1.886/GM, de 18 de
dezembro de 1997, publicada no Diário Oficial da União nº 247, de 22 de dezembro de 1997,
Seção 1, página 11, nº 59/GM, de 16 de janeiro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº
14-E, de 21 de janeiro de 1998, Seção 1, página 2, nº 157/GM, de 19 de fevereiro de 1998,
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publicada no Diário Oficial da União nº 58, de 26 de março de 1998, Seção 1, página 104, nº
2.101/GM, de 27 de fevereiro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 42, de 4 de
março de 1998, Seção 1, página 70, nº 3.476/GM, de 20 de agosto de 1998, publicada no Diário
Oficial da União nº 160, de 21 de agosto de 1998, Seção 1, página 55, nº 3.925/GM, de 13 de
novembro de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 22-E, 2 de fevereiro de 1999, Seção
1, página 23, nº 223/GM, de 24 de março de 1999, publicada no Diário Oficial da União nº 57,
de 25 de março de 1999, Seção 1, página 15, nº 1.348/GM, de 18 de novembro de 1999,
publicada no Diário Oficial da União nº 221, de 19 de novembro de 1999, Seção 1, página 29, nº
1.013/GM, de 8 de setembro de 2000, publicada no Diário Oficial da União nº 175-E, de 11 de
setembro de 2000, Seção 1, página 33, nº 267/GM, de 6 de março de 2001, publicada no Diário
Oficial da União nº 46, de 7 de março de 2001, Seção 1, página 67, nº 1.502/GM, de 22 de
agosto de 2002, publicada no Diário Oficial da União nº 163, de 23 de agosto de 2002, Seção 1,
página 39, nº 396/GM, de 4 de abril de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 104, de 2
de junho de 2003, Seção 1, página 21, nº 673/GM, de 3 de junho de 2003, publicada no Diário
Oficial da União nº 106, de 4 de junho de 2003, Seção 1, página 44, nº 674/GM, de 3 de junho de
2003, publicada no Diário Oficial da União nº 106, de 4 de junho de 2003, Seção 1, página 44, nº
675/GM, de 3 de junho de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 106, de 4 de junho de
2003, Seção 1, página 45, nº 2.081/GM, de 31 de outubro de 2003, publicada no Diário Oficial
da União nº 214, de 4 de novembro de 2003, Seção 1, página 46, nº 74/GM, de 20 de janeiro de
2004, publicada no Diário Oficial da União nº 15, de 23 de janeiro de 2004, Seção 1, página 55,
nº 1.432/GM, de 14 de julho de 2004, publicada no Diário Oficial da União nº 157, de 16 de
agosto de 2004, Seção 1, página 35, nº 1.434/GM, de 14 de julho de 2004, publicada no Diário
Oficial da União nº 135, de 15 de julho de 2004, Seção 1, página 36, nº 2.023/GM, de 23 de
setembro de B2004, publicada no Diário Oficial da União nº 185, de 24 de setembro de 2004,
Seção 1, página 44, nº 2.024/GM, de 23 de setembro de 2004, publicada no Diário Oficial da
União nº 185, de 24 de setembro de 2004, Seção 1, página 44, nº 2.025/GM, de 23 de setembro
de 2004, publicada no Diário Oficial da União nº 185, de 24 de setembro de 2004, Seção 1,
página 45, nº 619/GM, de 25 de abril de 2005, publicada no Diário Oficial da União nº 78, de 26
de abril de 2005, Seção 1, página 56, nº 873/GM, de 8 de junho de 2005. publicada no Diário
Oficial da União nº 110, de 10 de junho de 2005, Seção 1, página 74 e nº 82/SAS, de 7 de julho
de 1998, publicada no Diário Oficial da União nº 128, de 8 de julho de 1998, Seção 1, página 62.
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SARAIVA FELIPE
POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
CAPÍTULO I
Da Atenção Básica
1 - DOS PRINCÍPIOS GERAIS
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e
coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do
exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho
em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem
essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem
resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da
universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da
integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social.
A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e
na inserção sócio-cultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças
e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de
modo saudável.
A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de
acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.
A Atenção Básica tem como fundamentos:
I - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos,
caracterizados como a porta de entrada preferencial do sistema de saúde, com território adscrito
de forma a permitir o planejamento e a programação descentralizada, e em consonância com o
princípio da eqüidade;
II - efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e
demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos,
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vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e
coordenação do cuidado na rede de serviços;
III - desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita
garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado;
IV - valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante de
sua formação e capacitação;
V - realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do
processo de planejamento e programação; e
VI - estimular a participação popular e o controle social.
Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como áreas estratégicas para
atuação em todo o território nacional a eliminação da hanseníase, o controle da tuberculose, o
controle da hipertensão arterial, o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição
infantil, a saúde da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a promoção da
saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo com prioridades e pactuações
definidas nas CIBs.
Para o processo de pactuação da atenção básica será realizado e firmado o Pacto de Indicadores
da Atenção Básica, tomando como objeto as metas anuais a serem alcançadas em relação a
indicadores de saúde acordados. O processo de pactuação da Atenção Básica seguirá
regulamentação específica do Pacto de Gestão. Os gestores poderão acordar nas CIBs
indicadores estaduais de Atenção Básica a serem acompanhados em seus respectivos territórios.
2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA ESFERA DE GOVERNO
Os municípios e o Distrito Federal, como gestores dos sistemas locais de saúde, são responsáveis
pelo cumprimento dos princípios da Atenção Básica, pela organização e execução das ações em
seu território.
2.1 - Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal:
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma universal,
dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União;
II - incluir a proposta de organização da Atenção Básica e da forma de utilização dos recursos do
PAB fixo e variável, nos Planos de Saúde municipais e do Distrito Federal;
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III - inserir preferencialmente, de acordo com sua capacidade institucional, a estratégia de Saúde
da Família em sua rede de serviços, visando à organização sistêmica da atenção à saúde;
IV - organizar o fluxo de usuários, visando a garantia das referências a serviços e ações de saúde
fora do âmbito da Atenção Básica;
V - garantir infra-estrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde,
dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações
propostas;
VI - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes
multiprofissionais de Atenção Básica, inclusive os da Saúde da Família, em conformidade com a
legislação vigente;
VII - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial, utilizando
instrumento de programação nacional ou correspondente local;
VIII - alimentar as bases de dados nacionais com os dados produzidos pelo sistema de saúde
municipal, mantendo atualizado o cadastro de profissionais, de serviços e de estabelecimentos
ambulatoriais, públicos e privados, sob sua gestão;
IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica na
esfera municipal;
X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação de recursos
humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção Básica;
XI - definir estratégias de articulação com os serviços de saúde com vistas à institucionalização
da avaliação da Atenção Básica;
XII - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica no seu território,
divulgando anualmente os resultados alcançados;
XIII - verificar a qualidade e a consistência dos dados alimentados nos sistemas nacionais de
informação a serem enviados às outras esferas de gestão;
XIV - consolidar e analisar os dados de interesse das equipes locais, das equipes regionais e da
gestão municipal, disponíveis nos sistemas de informação, divulgando os resultados obtidos;
XV - acompanhar e avaliar o trabalho da Atenção Básica com ou sem Saúde da Família,
divulgando as informações e os resultados alcançados;
XVI - estimular e viabilizar a capacitação e a educação permanente dos profissionais das
equipes; e
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XVII - buscar a viabilização de parcerias com organizações governamentais, não governamentais
e com o setor privado para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do seu território.
2.2 - Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito Federal:
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde por meio do apoio à Atenção
Básica e estímulo à adoção da estratégia Saúde da Família pelos serviços municipais de saúde
em caráter substitutivo às práticas atualmente vigentes para a Atenção Básica;
II - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, estratégias, diretrizes e normas de
implementação da Atenção Básica no Estado, mantidos os princípios gerais regulamentados
nesta Portaria;
III - estabelecer, no Plano de Saúde Estadual e do Distrito Federal, metas e prioridades para a
organização da Atenção Básica no seu território;
IV - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica;
V - pactuar com a Comissão Intergestores Bipartite e informar à Comissão Intergestores
Tripartite a definição da utilização dos recursos para Compensação de Especificidades
Regionais;
VI - prestar assessoria técnica aos municípios no processo de qualificação da Atenção Básica e
de ampliação e consolidação da estratégia Saúde da Família, com orientação para organização
dos serviços que considere a incorporação de novos cenários epidemiológicos;
VII - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica na
esfera estadual;
VIII - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação de recursos
humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção Básica;
IX - definir estratégias de articulação com as gestões municipais do SUS com vistas à
institucionalização da avaliação da Atenção Básica;
X - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica no território estadual,
divulgando anualmente os resultados alcançados;
XI - estabelecer outros mecanismos de controle e regulação, monitoramento e avaliação das
ações da Atenção Básica e da estratégia Saúde da Família no âmbito estadual ou do Distrito
Federal;
XII - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde, pelo monitoramento da utilização dos
recursos da Atenção Básica transferidos aos municípios e ao Distrito Federal;
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XIII - submeter à CIB, para resolução acerca das irregularidades constatadas na execução do
PAB fixo e variável, visando:
a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as irregularidades;
b) comunicação ao Ministério da Saúde; e
c) bloqueio do repasse de recursos ou demais providências consideradas necessárias e
regulamentadas pela CIB;
XIV - assessorar os municípios para implantação dos sistemas de informação da Atenção Básica,
como instrumentos para monitorar as ações desenvolvidas;
XV - consolidar, analisar e transferir os arquivos dos sistemas de informação enviados pelos
municípios para o Ministério da Saúde, de acordo com os fluxos e prazos estabelecidos para cada
sistema;
XVI - verificar a qualidade e a consistência dos dados enviados pelos municípios por meio dos
sistemas informatizados, retornando informações aos gestores municipais;
XVII - analisar os dados de interesse estadual, gerados pelos sistemas de informação, divulgar os
resultados obtidos e utilizá-los no planejamento;
XVIII - assessorar municípios na análise e gestão dos sistemas de informação, com vistas ao
fortalecimento da capacidade de planejamento municipal;
XIX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o
processo de formação e educação permanente dos membros das equipes;
XX - articular instituições, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, para
capacitação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde das equipes de
Atenção Básica e das equipes de saúde da família;
XXI - promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios, para disseminar
tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da Atenção Básica; e
XXII - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações governamentais,
não-governamentais e do setor privado para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do
estado e do Distrito Federal.
2.3 - Compete ao Ministério da Saúde:
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde no País, por meio do apoio à
Atenção Básica e do estímulo à adoção da estratégia de Saúde da Família como estruturante para
a organização dos sistemas municipais de saúde;
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II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento do Piso da Atenção Básica
– PAB fixo e variável;
III - prestar assessoria técnica aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios no processo de
qualificação e de consolidação da Atenção Básica e da estratégia de Saúde da Família;
IV - estabelecer diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que
facilitem o processo de capacitação e educação permanente dos profissionais da Atenção Básica;
V - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as Secretarias de Saúde Estaduais,
Municipais e do Distrito Federal, para capacitação e garantia de educação permanente para os
profissionais de saúde da Atenção Básica;
VI - articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças curriculares nos
cursos de graduação na área da saúde, em especial de medicina, enfermagem e odontologia,
visando à formação de profissionais com perfil adequado à Atenção Básica;
VII - assessorar estados, municípios e o Distrito Federal na implantação dos sistemas de
informação da Atenção Básica;
VIII - analisar dados de interesse nacional, relacionados com a Atenção Básica, gerados pelos
sistemas de informação em saúde, divulgando os resultados obtidos;
IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica de
âmbito nacional;
X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação de recursos
humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da Atenção Básica;
XI - definir estratégias de articulação com as gestões estaduais e municipais do SUS com vistas à
institucionalização da avaliação da Atenção Básica;
XII - monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica, no âmbito nacional,
divulgando anualmente os resultados alcançados, de acordo com o processo de pactuação
acordado na Comissão Intergestores Tripartite;
XIII - estabelecer outros mecanismos de controle e regulação, de monitoramento e de avaliação
das ações da Atenção Básica e da estratégia de Saúde da Família no âmbito nacional;
XIV - promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvimento de estudos e
pesquisas que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos
voltados à Atenção Básica; e
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XV - viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações governamentais, não
governamentais e do setor privado, para fortalecimento da Atenção Básica e da estratégia de
saúde da família no País.
3 - DA INFRA-ESTRUTURA E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS
São itens necessários à realização das ações de Atenção Básica nos municípios e no Distrito
Federal:
I - Unidade(s) Básica(s) de Saúde (UBS) com ou sem Saúde da Família inscrita(s) no Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, de acordo com as normas
sanitárias vigentes;
II – UBS com ou sem Saúde da Família que, de acordo com o desenvolvimento de suas ações,
disponibilizem:
III - equipe multiprofissional composta por médico, enfermeiro, cirurgião dentista, auxiliar de
consultório dentário ou técnico em higiene dental, auxiliar de enfermagem ou técnico de
enfermagem e agente comunitário de saúde, entre outros;
IV - consultório médico, consultório odontológico e consultório de enfermagem para os
profissionais da Atenção Básica;
V - área de recepção, local para arquivos e registros, uma sala de cuidados básicos de
enfermagem, uma sala de vacina e sanitários, por unidade;
VI - equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações propostas, de forma a garantir a
resolutividade da Atenção Básica;
VII - garantia dos fluxos de referência e contra-referência aos serviços especializados, de apoio
diagnóstico e terapêutico, ambulatorial e hospitalar; e
VIII - existência e manutenção regular de estoque dos insumos necessários para o funcionamento
das unidades básicas de saúde, incluindo dispensação de medicamentos pactuados
nacionalmente.
Para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da Família em grandes centros urbanos,
recomenda-se o parâmetro de uma UBS para até 30 mil habitantes, localizada dentro do território
pelo qual tem responsabilidade sanitária, garantindo os princípios da Atenção Básica.
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Para UBS com Saúde da Família em grandes centros urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma
UBS para até 12 mil habitantes, localizada dentro do território pelo qual tem responsabilidade
sanitária, garantindo os princípios da Atenção Básica.
4 - DO CADASTRAMENTO DAS UNIDADES QUE PRESTAM SERVIÇOS BÁSICOS
DE SAÚDE
O cadastramento das Unidades Básicas de Saúde será feito pelos gestores municipais e do
Distrito Federal em consonância com as normas do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde.
5 - DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA
São características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica:
I - definição do território de atuação das UBS;
II - programação e implementação das atividades, com a priorização de solução dos problemas
de saúde mais freqüentes, considerando a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda
espontânea;
III - desenvolvimento de ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da
população e ampliar o controle social na defesa da qualidade de vida;
IV - desenvolvimento de ações focalizadas sobre os grupos de risco e fatores de risco
comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a
manutenção de doenças e danos evitáveis;
V - assistência básica integral e contínua, organizada à população adscrita, com garantia de
acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial;
VI - implementação das diretrizes da Política Nacional de Humanização, incluindo o
acolhimento;
VII - realização de primeiro atendimento às urgências médicas e odontológicas;
VIII - participação das equipes no planejamento e na avaliação das ações;
IX - desenvolvimento de ações intersetoriais, integrando projetos sociais e setores afins, voltados
para a promoção da saúde; e
X - apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social.
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6 - DAS ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA
As atribuições específicas dos profissionais da Atenção Básica deverão constar de normatização
do município e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela respectiva gestão
e as prioridades nacionais e estaduais pactuadas.
7 - DO PROCESSO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE
A educação permanente dos profissionais da Atenção Básica é de responsabilidade conjunta das
SMS e das SES, nos estados, e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Os conteúdos mínimos da Educação Permanente devem priorizar as áreas estratégicas da
Atenção Básica, acordadas na CIT, acrescidos das prioridades estaduais, municipais e do Distrito
Federal.
Devem compor o financiamento da Educação Permanente recursos das três esferas de governo
acordados na CIT e nas CIBs.
Os serviços de atenção básica deverão adequar-se à integração ensino-aprendizagem de acordo
com processos acordados na CIT e nas CIBs.
CAPÍTULO II
Das Especificidades da Estratégia de Saúde da Família
1 - PRINCÍPIOS GERAIS
A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no País, de acordo com
os preceitos do Sistema Único de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a
estratégia Saúde da Família deve:
I - ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que
as Equipes Saúde da Família atuam;
II - atuar no território, realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações
dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o
cuidado dos indivíduos e das famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura pró-ativa
frente aos problemas de saúde-doença da população;
III - desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizados com base
no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade;
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IV - buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de
abrangência, para o desenvolvimento de parcerias; e
V - ser um espaço de construção de cidadania.
2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL DE GOVERNO
Além das responsabilidades propostas para a Atenção Básica, em relação à estratégia Saúde da
Família, os diversos entes federados têm as seguintes responsabilidades:
2.1 Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Distrito Federal:
I - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços visando à organização do
sistema local de saúde;
II - definir, no Plano de Saúde, as características, os objetivos, as metas e os mecanismos de
acompanhamento da estratégia Saúde da Família;
III - garantir infra-estrutura necessária ao funcionamento das equipes de Saúde da Família, de
Saúde Bucal e das unidades básicas de referência dos Agentes Comunitários de Saúde, dotando-
as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas;
IV - assegurar o cumprimento de horário integral – jornada de 40 horas semanais – de todos os
profissionais nas equipes de saúde da família, de saúde bucal e de agentes comunitários de saúde,
com exceção daqueles que devem dedicar ao menos 32 horas de sua carga horária para
atividades na equipe de SF e até 8 horas do total de sua carga horária para atividades de
residência multiprofissional e/ou de medicina de família e de comunidade, ou trabalho em
hospitais de pequeno porte, conforme regulamentação específica da Política Nacional dos
Hospitais de Pequeno Porte;
V - realizar e manter atualizado o cadastro dos ACS, dos enfermeiros da equipe PACS e dos
profissionais das equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal, bem como da população
residente na área de abrangência das equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS, nos
Sistemas Nacionais de Informação em Saúde definidos para esse fim; e
VI - estimular e viabilizar a capacitação específica dos profissionais das equipes de Saúde da
Família.
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2.2 Compete às Secretarias Estaduais de Saúde:
I - pactuar com a Comissão Intergestores Bipartite estratégias, diretrizes e normas de
implementação e gestão da Saúde da Família no Estado, mantidos os princípios gerais
regulamentados nesta Portaria;
II - estabelecer no Plano de Saúde estadual metas e prioridades para a Saúde da Família;
III - submeter à Comissão Intergestores Bipartite (CIB), no prazo máximo de 30 dias após a data
do protocolo de entrada do processo, a proposta de implantação ou expansão de ESF, ESB e
ACS elaborada pelos municípios e aprovada pelos Conselhos de Saúde dos municípios;
IV - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acompanhamento do cadastramento dos
profissionais das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS nos sistemas de
informação nacionais, definidos para esse fim;
V - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de descredenciamento e/ou o bloqueio de recursos
diante de irregularidades constatadas na implantação e no funcionamento das Equipes de Saúde
da Família, de Saúde Bucal e ACS, a ser publicado como portaria de resolução da CIB, visando à
regularização das equipes que atuam de forma inadequada;
VI - analisar e consolidar as informações enviadas pelos municípios, referentes à implantação e
ao funcionamento das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS;
VII - enviar, mensalmente, ao Ministério da Saúde o consolidado das informações encaminhadas
pelos municípios, autorizando a transferência dos incentivos financeiros federais aos municípios;
VIII - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde pelo monitoramento, o controle e a
avaliação da utilização dos recursos de incentivo da Saúde da Família transferidos aos
municípios no território estadual;
IX - prestar assessoria técnica aos municípios no processo de implantação e ampliação da SF;
X - articular com as instituições formadoras de recursos humanos do estado estratégias de
expansão e qualificação de cursos de pós-graduação, residências médicas e multiprofissionais em
Saúde da Família e educação permanente, de acordo com demandas e necessidades identificadas
nos municípios e pactuadas nas CIBs; e
XI - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvimento da estratégia Saúde da Família nos
municípios, identificando situações em desacordo com a regulamentação, garantindo suporte às
adequações necessárias e divulgando os resultados alcançados.
2.3. Compete ao Distrito Federal:
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027-3120-0088 - e-mail: colatina@ordesc.org.br.
I - estabelecer, no Plano de Saúde do Distrito Federal, metas e prioridades para a Saúde da
Família;
II - analisar e consolidar as informações referentes à implantação e ao funcionamento das
equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e ACS;
III - responsabilizar-se junto ao Ministério da Saúde pelo monitoramento, o controle e a
avaliação da utilização dos recursos de incentivo da Saúde da Família transferidos ao Distrito
Federal; e
IV - acompanhar, monitorar e avaliar o desenvolvimento da estratégia Saúde da Família no
Distrito Federal, identificando e adequando situações em desacordo com a regulamentação e
divulgando os resultados alcançados.
2.4 Compete ao Ministério da Saúde:
I - definir e rever, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes e as
normas da Saúde da Família;
II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da Atenção Básica
organizada por meio da estratégia Saúde da Família;
III - apoiar a articulação de instituições, em parceria com Secretarias de Saúde Estaduais,
Municipais e do Distrito Federal, para capacitação e garantia de educação permanente específica
aos profissionais da Saúde da Família;
IV - articular com o Ministério da Educação estratégias de expansão e de qualificação de cursos
de pós-graduação, residências médicas e multiprofissionais em Saúde da Família e em educação
permanente;
V - analisar dados de interesse nacional relacionados com a estratégia Saúde da Família, gerados
pelos sistemas de informação em saúde, divulgando os resultados obtidos; e
VI - para a análise de indicadores, de índices de valorização de resultados e de outros
parâmetros, o cálculo da cobertura populacional pelas ESF, ESB e ACS será realizado a partir da
população cadastrada no sistema de informação vigente.
3 - DA INFRA-ESTRUTURA E DOS RECURSOS NECESSÁRIOS
São itens necessários à implantação das Equipes de Saúde da Família:
I - existência de equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a
média recomendada de 3.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para
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todos os seus integrantes e composta por, no mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar de
enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde;
II - número de ACS suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de
750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família;
III - existência de Unidade Básica de Saúde inscrita no Cadastro Geral de Estabelecimentos de
Saúde do Ministério da Saúde, dentro da área para o atendimento das Equipes de Saúde da
Família que possua minimamente:
a) consultório médico e de enfermagem para a Equipe de Saúde da Família, de acordo com as
necessidades de desenvolvimento do conjunto de ações de sua competência;
b) área/sala de recepção, local para arquivos e registros, uma sala de cuidados básicos de
enfermagem, uma sala de vacina e sanitários, por unidade;
c) equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações programadas, de forma a garantir a
resolutividade da Atenção Básica à saúde;
IV - garantia dos fluxos de referência e contra-referência aos serviços especializados, de apoio
diagnóstico e terapêutico, ambulatorial e hospitalar; e
V - existência e manutenção regular de estoque dos insumos necessários para o funcionamento
da UBS.
São itens necessários à incorporação de profissionais de saúde bucal nas Equipes de Saúde da
Família:
I - no caso das Equipes de Saúde Bucal (ESB), modalidade 1: existência de equipe
multiprofissional, com composição básica de cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário,
com trabalho integrado a uma ou duas ESF, com responsabilidade sanitária pela mesma
população e território que as ESF às quais está vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas
semanais para todos os seus componentes;
II - no caso das ESB, modalidade 2: existência de equipe multiprofissional, com composição
básica de cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário e técnico de higiene dental, com
trabalho integrado a uma ou duas ESFs, com responsabilidade sanitária pela mesma população e
território que as ESFs, às quais está vinculada, e com jornada de trabalho de 40 horas semanais
para todos os seus componentes;
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III - existência de Unidade de Saúde inscrita no Cadastro Geral de Estabelecimentos de Saúde do
Ministério da Saúde, dentro da área para atendimento das equipes de Saúde Bucal, que possua
minimamente:
a) consultório odontológico para a Equipe de Saúde Bucal, de acordo com as necessidades de
desenvolvimento do conjunto de ações de sua competência; e
b) equipamentos e materiais adequados ao elenco de ações programadas, de forma a garantir a
resolutividade da Atenção Básica à saúde.
É prevista a implantação da estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas
de Saúde como uma possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica. São itens
necessários à organização da implantação dessa estratégia:
I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no Cadastro Geral de estabelecimentos
de saúde do Ministério da Saúde, de referência para os ACS e o enfermeiro supervisor;
II - a existência de um enfermeiro para até 30 ACS, o que constitui uma equipe de ACS;
III - o cumprimento da carga horária de 40 horas semanais dedicadas à equipe de ACS pelo
enfermeiro supervisor e pelos ACS;
IV - definição das microareas sob responsabilidade de cada ACS, cuja população não deve ser
superior a 750 pessoas; e
V - o exercício da profissão de Agente Comunitário de Saúde regulamentado pela Lei nº
10.507/2002.
4. DO PROCESSO DE TRABALHO DA SAÚDE DA FAMÍLIA
Além das características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica, são
características do processo de trabalho da Saúde da Família:
I - manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de forma
sistemática, os dados para a análise da situação de saúde considerando as características sociais,
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território;
II - definição precisa do território de atuação, mapeamento e reconhecimento da área adstrita,
que compreenda o segmento populacional determinado, com atualização contínua;
III - diagnóstico, programação e implementação das atividades segundo critérios de risco à
saúde, priorizando solução dos problemas de saúde mais freqüentes;
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IV - prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio do conhecimento da estrutura e da
funcionalidade das famílias que visa propor intervenções que influenciem os processos de saúde-
doença dos indivíduos, das famílias e da própria comunidade;
V - trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de diferentes
formações;
VI - promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais, buscando parcerias e integrando
projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde, de acordo com prioridades e
sob a coordenação da gestão municipal;
VII - valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral e
resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e respeito;
VIII - promoção e estímulo à participação da comunidade no controle social, no planejamento,
na execução e na avaliação das ações; e
IX - acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas, visando à readequação
do processo de trabalho.
As atribuições dos diversos profissionais das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal, ACS
e enfermeiros das equipes PACS estão descritas no Anexo I.
5 - DA CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES
O processo de capacitação deve iniciar-se concomitantemente ao início do trabalho das ESF por
meio do Curso Introdutório para toda a equipe.
Recomenda-se que:
I - o Curso Introdutório seja realizado em até 3 meses após a implantação da ESF;
II - a responsabilidade da realização do curso introdutório e/ou dos cursos para educação
permanente das equipes, em municípios com população inferior a 100 mil habitantes, seja da
Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde; e
III - a responsabilidade da realização do curso introdutório e/ou dos cursos para educação
permanente das equipes, em municípios com população superior a 100 mil habitantes, e da
Secretaria Municipal de Saúde, que poderá realizar parceria com a Secretaria de Estado da
Saúde. No Distrito Federal, a sua Secretaria de Saúde é responsável pela realização do curso
introdutório e/ou dos cursos para educação permanente das equipes.
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Os conteúdos mínimos do Curso Introdutório e da Educação Permanente para as ESFs serão
objeto de regulamentação específica editada pelo Ministério da Saúde.
6 - DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO
I - O município e o Distrito Federal deverão elaborar a proposta de implantação ou expansão de
ESF, ESB e ACS e em conformidade com a regulamentação estadual aprovada pela CIB. Na
ausência de regulamentação específica, poderão ser utilizados os quadros constantes no Anexo II
a esta Portaria. A proposta deve definir:
a) território a ser coberto, com estimativa da população residente, definição do número de
equipes que deverão atuar e com o mapeamento das áreas e micro-áreas;
b) infra-estrutura incluindo área física, equipamentos e materiais disponíveis nas UBS onde
atuarão as equipes, explicitando o número e o local das unidades onde irão atuar cada uma das
equipes;
c) ações a serem desenvolvidas pelas equipes no âmbito da Atenção Básica, especialmente nas
áreas prioritárias definidas no âmbito nacional;
d) processo de gerenciamento e supervisão do trabalho das equipes;
e) forma de recrutamento, seleção e contratação dos profissionais das equipes, contemplando o
cumprimento da carga horária de 40 horas semanais;
f) implantação do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), incluindo recursos
humanos e materiais para operá-lo;
g) processo de avaliação do trabalho das equipes, da forma de acompanhamento do Pacto dos
Indicadores da Atenção Básica e da utilização dos dados dos sistemas nacionais de informação;
h) a contrapartida de recursos do município e do Distrito Federal.
II - A proposta elaborada deverá ser aprovada pelos Conselhos de Saúde dos Municípios e
encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional para análise. O Distrito
Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta para o
Ministério da Saúde;
III - A Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional terá o prazo máximo de 30 dias
após a data do protocolo de entrada do processo para sua análise e encaminhamento à Comissão
Intergestores Bipartite (CIB);
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IV - Após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde dos Estados e do Distrito Federal
informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de ESF, de ESB e de ACS
que fazem jus ao recebimento de incentivos financeiros do PAB variável;
V - O município, com as equipes previamente credenciadas pelo estado, conforme decisão da
CIB, passará a receber o incentivo correspondente às equipes efetivamente implantadas, a partir
do cadastro de profissionais no sistema nacional de informação definido para esse fim, e da
alimentação de dados no sistema que comprovem o início de suas atividades;
VI -O Ministério da Saúde, os estados e os municípios terão o prazo de até 180 dias para
implantação do novo fluxo de credenciamento e implantação de ESF, de ESB e de ACS; e
VII - O fluxo dos usuários para garantia da referência e contra-referência à atenção
especializada, nos serviços assistenciais de média complexidade ambulatorial, incluindo apoio
diagnóstico laboratorial e de imagem - RX e ultra-som, saúde mental e internação hospitalar,
levando em conta os padrões mínimos de oferta de serviços de acordo com os protocolos
estabelecidos pelo Ministério da Saúde e a proposta para garantia da assistência farmacêutica
básica devem constar no Plano Municipal de Saúde.
CAPÍTULO III
Do Financiamento Da Atenção Básica
1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
O financiamento da Atenção Básica se dará em composição tripartite.
O Piso da Atenção Básica (PAB) constitui-se no componente federal para o financiamento da
Atenção Básica, sendo composto de uma fração fixa e outra variável.
O somatório das partes fixa e variável do Piso da Atenção Básica (PAB) comporá o Teto
Financeiro do Bloco Atenção Básica conforme estabelecido nas diretrizes dos Pactos pela Vida,
em Defesa do SUS e de Gestão.
Os recursos do Teto Financeiro do Bloco Atenção Básica deverão ser utilizados para
financiamento das ações de Atenção Básica descritas nos Planos de Saúde do município e do
Distrito Federal.
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2 - DO PISO DE ATENÇÃO BÁSICA
O Piso da Atenção Básica - PAB consiste em um montante de recursos financeiros federais
destinados à viabilização de ações de Atenção Básica à saúde e compõe o Teto Financeiro do
Bloco Atenção Básica.
O PAB é composto de uma parte fixa (PAB fixo) destinada a todos os municípios e de uma parte
variável (PAB variável) que consiste em montante de recursos financeiros destinados a estimular
a implantação das seguintes estratégias nacionais de reorganização do modelo de atenção à
saúde: Saúde da Família – SF; Agentes Comunitários de Saúde – ACS; Saúde Bucal – SB;
Compensação de Especificidades Regionais; Saúde Indígena – SI; e Saúde no Sistema
Penitenciário.
Os repasses dos recursos dos PABs fixo e variável aos municípios são efetuados em conta aberta
especificamente para essa finalidade, com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos
Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal.
Os recursos serão repassados em conta específica denominada “FMS – nome do município –
PAB” de acordo com a normatização geral de transferências fundo a fundo do Ministério da
Saúde.
O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamentos, assim como seus identificadores
literais, que constarão nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o objeto de cada
lançamento em conta. O aviso de crédito deverá ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de
Saúde, ao Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério Público dos respectivos
níveis de governo.
Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais mensais devidamente atualizados relativos
aos recursos repassados a essas contas, ficarão, permanentemente, à disposição dos Conselhos
responsáveis pelo acompanhamento, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais, estaduais e municipais, de controle interno
e externo.
Os municípios deverão remeter por via eletrônica o processamento da produção de serviços
referentes ao PAB à Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com cronograma por ela
estabelecido. As Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem enviar as
informações ao DATASUS, observando cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde.
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Os municípios e o Distrito Federal deverão efetuar suas despesas segundo as exigências legais
requeridas a quaisquer outras despesas da administração pública (processamento, empenho,
liquidação e efetivação do pagamento).
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, a comprovação da aplicação dos recursos
transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde, na
forma do Decreto nº 1.232/94, que trata das transferências, fundo a fundo, deve ser apresentada
ao Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de relatório de gestão, aprovado pelo respectivo
Conselho de Saúde.
Da mesma forma, a prestação de contas dos valores recebidos e aplicados no período deve ser
aprovada no Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado ou
Município e à Câmara Municipal.
A demonstração da movimentação dos recursos de cada conta deverá ser efetuada, seja na
Prestação de Contas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, mediante a apresentação
de:
I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos recursos;
II - demonstrativo sintético de execução orçamentária;
III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e
IV - relatório de gestão.
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recursos financeiros resultou em
ações de saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de produção de
serviços de Atenção Básica.
2.1. Da parte fixa do Piso da Atenção Básica
Os recursos do PAB serão transferidos mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo
Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal.
Excepcionalmente, os recursos do PAB correspondentes à população de municípios que não
cumprirem com os requisitos mínimos regulamentados nesta Portaria podem ser transferidos,
transitoriamente, aos Fundos Estaduais de Saúde, conforme resolução das Comissões
Intergestores Bipartites.
A parte fixa do PAB será calculada pela multiplicação de um valor per capita fixado pelo
Ministério da Saúde pela população de cada município e do Distrito Federal e seu valor será
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publicado em portaria específica. Nos municípios cujos valores referentes já são superiores ao
mínimo valor per capita proposto, será mantido o maior valor.
A população de cada município e do Distrito Federal será a população definida pelo IBGE e
publicada em portaria específica pelo Ministério da Saúde.
Os municípios que já recebem incentivos referentes a equipes de projetos similares ao PSF, de
acordo com a Portaria nº 1.348/GM, de 18 de novembro de 1999, e Incentivos de
Descentralização de Unidades de Saúde da FUNASA, de acordo com Portaria nº 1.502/GM, de
22 de agosto de 2002, terão os valores correspondentes incorporados a seu PAB fixo a partir da
publicação do teto financeiro do Bloco da Atenção Básica.
Ficam mantidas as ações descritas nos Grupos dos Procedimentos da Atenção Básica, na Tabela
do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde que permanecem como
referência para a alimentação dos bancos de dados nacionais.
2.2. Do Piso da Atenção Básica Variável
Os recursos do PAB variável são parte integrante do Bloco da Atenção Básica e terão sua
utilização definida nos planos municipais de saúde, dentro do escopo das ações previstas nesta
Política.
O PAB variável representa a fração de recursos federais para o financiamento de estratégias
nacionais de organização da Atenção Básica, cujo financiamento global se dá em composição
tripartite.
Para fazer jus ao financiamento específico do PAB variável, o Distrito Federal e os municípios
devem aderir às estratégias nacionais:
I - Saúde da Família (SF);
II - Agentes Comunitários de Saúde (ACS);
III - Saúde Bucal (SB);
IV - Compensação de Especificidades Regionais;
V - Saúde Indígena (SI); e
VI - Saúde no Sistema Penitenciário.
A transferência dos recursos financeiros que compõem os incentivos relacionados ao PAB
variável da Saúde Indígena – SI será regulamentada em portaria específica.
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A transferência dos recursos financeiros que compõem os incentivos relacionados ao PAB
variável da Saúde no Sistema Penitenciário se dará em conformidade ao disposto na Portaria
Interministerial nº 1.777, de 9 de setembro de 2003.
A efetivação da transferência dos recursos financeiros que compõem os incentivos relacionados
ao PAB variável da SF, dos ACS e da SB tem por base os dados de alimentação obrigatória do
SIAB, cuja responsabilidade de manutenção e atualização é dos gestores do Distrito Federal e
dos municípios:
I - os dados serão transferidos, pelas Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal para o
Departamento de Informática do SUS - DATASUS, por via magnética, até o dia 15 de cada mês;
II - os dados a serem transferidos referem-se ao período de 1º a 3 do mês imediatamente anterior
ao do seu envio;
III - a transferência dos dados para a Base Nacional do SIAB se dará por meio do BBS/MS, da
Internet, ou por disquete;
IV - o DATASUS remeterá à Secretaria Estadual de Saúde o recibo de entrada dos dados na
Base Nacional do SIAB; e
V - O DATASUS atualizará a Base Nacional do SIAB, localizada no Departamento de Atenção
Básica, da Secretaria de Atenção à Saúde, até o dia 20 de cada mês.
O número máximo de equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e de ACS a serem
financiadas pelo Ministério da Saúde, a cada ano, será definido em portaria específica,
respeitando os limites orçamentários.
Os valores dos componentes do PAB variável serão definidos em portaria específica pelo
Ministério da Saúde.
Equipe de Saúde da Família (ESF)
Os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família implantadas serão
transferidos a cada mês, tendo como base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF)
registrados no cadastro de equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica –
SIAB, no mês anterior ao da respectiva competência financeira.
O número máximo de ESF pelas quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao
recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: população / 2400.
A fonte de dados populacionais a ser utilizada para o cálculo será a mesma vigente para cálculo
da parte fixa do PAB.
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São estabelecidas duas modalidades de financiamento para as ESF:
1. ESF Modalidade 1: são as ESF que atendem aos seguintes critérios:
I - estiverem implantadas em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual
ou inferior a 0,7 e população de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia Legal e até 30
mil habitantes nos demais Estados do País; ou
II - estiverem implantadas em municípios que integraram o Programa de Interiorização do
Trabalho em Saúde (PITS) e que não estão enquadrados no estabelecido na alínea I deste item; e
III - estiverem implantadas em municípios não incluídos no estabelecido nas alíneas I e II e
atendam a população remanescente de quilombos ou residente em assentamentos de no mínimo
70 (setenta) pessoas, respeitado o número máximo de equipes por município, publicado em
portaria específica.
2. ESF Modalidade 2: são as ESF implantadas em todo o território nacional que não se
enquadram nos critérios da Modalidade 1.
Os valores dos componentes do PAB variável para as ESF Modalidades I e II serão definidos em
portaria específica publicada pelo Ministério da Saúde. Os municípios passarão a fazer jus ao
recebimento do incentivo após o cadastramento das Equipes de Saúde da Família responsáveis
pelo atendimento dessas populações específicas no Sistema de Informação da Atenção Básica
(SIAB).
Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS implantadas são transferidos a
cada mês, tendo como base o número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), registrados no
cadastro de equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, na
respectiva competência financeira.
Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com
base no número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro de equipes e
profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB, no mês de agosto do ano
vigente.
O número máximo de ACS pelos quais o município e o Distrito Federal podem fazer jus ao
recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pela fórmula: população IBGE/
400.
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Para municípios dos estados da Região Norte, Maranhão e Mato Grosso, a fórmula será:
população IBGE da área urbana / 400 + população da área rural IBGE/ 280.
A fonte de dados populacionais a ser utilizada para o cálculo será a mesma vigente para cálculo
da parte fixa do PAB, definida pelo IBGE e publicada pelo Ministério da Saúde.
Equipes de Saúde Bucal (ESB)
Os valores dos incentivos financeiros para as Equipes de Saúde Bucal implantadas serão
transferidos a cada mês, tendo como base o número de Equipes de Saúde Bucal (ESB)
registrados no cadastro de Equipes e profissionais do Sistema de Informação de Atenção Básica
– SIAB, na respectiva competência financeira.
Farão jus ao recebimento dos incentivos financeiros referentes a Equipes de Saúde Bucal (ESB),
quantas equipes estiverem implantadas no SIAB, desde que não ultrapassem o número existente
de Equipes de Saúde da Família, e considerem a lógica de organização da Atenção Básica -
Saúde da Família.
São estabelecidas duas modalidades de financiamento para as ESB:
I - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 1: composta por no mínimo 1 cirurgião-dentista e 1
auxiliar de consultório dentário;
II - Equipe de Saúde Bucal Modalidade 2: composta por no mínimo 1 cirurgião-dentista, 1
auxiliar de consultório dentário e 1 técnico de higiene dental.
Compensação de Especificidades Regionais
Os valores do recurso Compensação de Especificidades Regionais serão definidos em Portaria
Ministerial especifica para este fim.
A utilização dos recursos de Compensação de Especificidades Regionais será definida
periodicamente pelas CIBs.
A CIB selecionará os municípios a serem contemplados, a partir de critérios regionais, bem
como a forma de utilização desses recursos de acordo com as especificidades regionais e/ou
municipais de cada estado, a exemplo de sazonalidade, migrações, dificuldade de fixação de
profissionais, IDH, indicadores de resultados, educação permanente, formação de ACS.
Os critérios definidos devem ser informados ao plenário da CIT. No caso do Distrito Federal, a
proposta de aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprovação pelo Conselho de Saúde
do Distrito Federal.
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As Secretarias Estaduais de Saúde enviarão a listagem de municípios com os valores e o período
de transferência dos recursos pactuados nas CIBs ao Departamento de Atenção Básica do
Ministério da Saúde, para que os valores sejam transferidos do FNS para os FMS.
3 - REQUISITOS MÍNIMOS PARA MANUTENÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DO PAB
Os requisitos mínimos para a manutenção da transferência do PAB são aqueles definidos pela
legislação federal do SUS.
O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde
e atualizado a cada ano, deve especificar a proposta de organização da Atenção Básica e
explicitar como serão utilizados os recursos do Bloco da Atenção Básica. Os municípios e o
Distrito Federal devem manter a guarda desses Planos por no mínimo 10 anos, para fins de
avaliação, monitoramento e auditoria.
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a aplicação dos recursos financeiros resultou em
ações de saúde para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais de produção de
serviços de Atenção Básica, e deverá ser apresentado anualmente para apreciação e aprovação
pelo Conselho Municipal de Saúde.
Os valores do PAB fixo serão corrigidos anualmente mediante cumprimento de metas pactuadas
para indicadores da Atenção Básica. Excepcionalmente o não alcance de metas poderá ser
avaliado e justificado pelas Secretarias Estaduais de Saúde e pelo Ministério da Saúde de
maneira a garantir esta correção.
Os indicadores de acompanhamento para 2006 são:
I - Cobertura firmada pelo gestor municipal e do Distrito Federal para o ano anterior no Pacto da
Atenção Básica, para:
a) média anual de consultas médicas por habitante nas especialidades básicas;
b) proporção de nascidos vivos de mães com quatro ou mais consultas de pré-natal;
c) razão entre exames citopatológico cérvico-vaginais em mulheres entre 25 e 59 anos e a
população feminina nessa faixa etária; e
II - Cobertura vacinal da terceira dose de tetravalente em menores de um ano de idade maior ou
igual a 95%;
O Ministério da Saúde publicará anualmente, em portaria específica, os indicadores de
acompanhamento para fins de reajuste do PAB fixo.
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4 - DA SOLICITAÇÃO DE CRÉDITO RETROATIVO
Considerando a ocorrência de problemas na alimentação do Sistema de Informação de Atenção
Básica – SIAB, por parte dos municípios e/ou do Distrito Federal, e na transferência dos
arquivos, realizada pelos municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo Nacional de Saúde
- FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroativo dos incentivos financeiros a equipes de Saúde da
Família, a equipes de Saúde Bucal e a de Agentes Comunitários de Saúde, com base em
solicitação da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS.
Esta retroatividade se limitará aos seis meses anteriores ao mês em curso.
Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o Distrito Federal deverão:
I - preencher a planilha constante do Anexo III a esta Política, para informar o tipo de incentivo
financeiro que não foi creditado no Fundo Municipal de Saúde ou do Distrito Federal,
discriminando a competência financeira correspondente e identificando a equipe, com os
respectivos profissionais que a compõem ou o agente comunitário de saúde que não gerou
crédito de incentivo;
II - imprimir o relatório de produção, no caso de equipes de Saúde da Família, referente à equipe
e ao mês trabalhado que não geraram a transferência dos recursos; e
III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando a complementação de crédito,
acompanhado da planilha referida no item I e do relatório de produção correspondente. No caso
do Distrito Federal, o ofício deverá ser encaminhado ao Departamento de Atenção Básica da
SAS/MS.
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a documentação recebida dos municípios,
deverão encaminhar ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS solicitação de
complementação de crédito dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos
referidos nos itens I e II.
A Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS, por meio do Departamento de Atenção Básica,
procederá à análise das solicitações recebidas, verificando a adequação da documentação
enviada, se houve suspensão do crédito em virtude da constatação de irregularidade no
funcionamento das equipes e se a situação de qualificação do município ou do Distrito Federal,
na competência reclamada, permite o repasse dos recursos pleiteados.
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5 - DA SUSPENSÃO DO REPASSE DE RECURSOS DO PAB
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos do PAB aos municípios e ao Distrito
Federal, quando:
I - Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e do Distrito Federal, dos bancos
de dados nacionais de informação, a saber:
a) Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) - para os municípios e o Distrito Federal,
caso tenham implantado ACS e/ou ESF e/ou ESB;
b) Sistema de Informações Ambulatorial - SIA;
c) Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM;
d) Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC;
e) Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN;
f) Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN; e
g) Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações SIS-PNI.
Considera-se alimentação irregular a ausência de envio de informações por 2 meses consecutivos
ou 3 meses alternados no período de um ano.
II - Forem detectados, por meio de auditoria federal ou estadual, malversação ou desvio de
finalidade na utilização dos recursos.
A suspensão será mantida até a adequação das irregularidades identificadas.
5.1. Da suspensão do repasse de recursos do PAB variável
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos dos incentivos a equipes de Saúde da
Família ou de Saúde Bucal ao município e/ou ao Distrito Federal, nos casos em que forem
constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde ou da
Secretaria Estadual de saúde ou por auditoria do DENASUS, alguma das seguintes situações:
I - inexistência de unidade de saúde cadastrada para o trabalho das equipes e/ou;
II - ausência de qualquer um dos profissionais da equipe por período superior a 90 (noventa)
dias, com exceção dos períodos em que a contratação de profissionais esteja impedida por
legislação específica e/ou;
III - o descumprimento da carga horária para os profissionais das Equipes de Saúde da Família
ou de Saúde Bucal estabelecida nesta Política.
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos dos incentivos, relativos aos Agentes
Comunitários de Saúde, ao município e/ou ao Distrito Federal, nos casos em que forem
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constatadas, por meio do monitoramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde ou da
Secretaria Estadual de Saúde, ou por auditoria do DENASUS, alguma das seguintes situações:
I - inexistência de unidade de saúde cadastrada como referência para a população cadastrada
pelos ACS e/ou;
II - ausência de enfermeiro supervisor por período superior a 90 (noventa) dias, com exceção dos
períodos em que a legislação eleitoral impede a contratação de profissionais, nos quais será
considerada irregular a ausência de profissional por e/ou;
III - ausência de ACS, por período superior a 90 (noventa) dias consecutivos, e/ou;
IV - descumprimento da carga horária estabelecida nesta Política, para os profissionais.
6 - DOS RECURSOS DE ESTRUTURAÇÃO
Na implantação das Equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal os municípios e/ou o Distrito
Federal receberão recursos específicos para estruturação das Unidades de Saúde de cada Equipe
de Saúde da Família e para Equipes de Saúde Bucal, visando à melhoria da infra-estrutura física
e de equipamentos das Unidades Básicas de Saúde para o trabalho das equipes.
Esses recursos serão repassados na competência financeira do mês posterior à implantação das
equipes.
Caso a equipe implantada seja desativada num prazo inferior a 12 (doze) meses, contados a partir
do recebimento do incentivo de estruturação, o valor recebido será descontado de futuros valores
repassados aos Fundos de Saúde do Distrito Federal, do estado ou do município.
Em caso de redução do numero de Equipes de Saúde da Família ou de Saúde Bucal, o município
ou o Distrito Federal não farão jus a novos recursos de implantação até que seja alcançado o
número de equipes já implantadas anteriormente.
O Ministério da Saúde disponibilizará, a cada ano, recursos destinados à estruturação da rede
básica de serviços de acordo com sua disponibilidade orçamentária. A CIT pactuará os critérios
para a seleção dos municípios e/ou do Distrito Federal.
Para o ano de 2006 serão disponibilizados recursos aos municípios:
I - Que realizem residência médica em medicina de família e comunidade credenciada pelo
CNRM; e
II - Que em suas Unidades Básicas de Saúde recebam alunos de Cursos de Graduação
contemplados no PROSAUDE.
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O Ministério da Saúde publicará portaria especifica com o montante disponibilizado, a forma de
repasse, a listagem de contemplados e o cronograma de desembolso.
Esses recursos serão transferidos fundo a fundo aos municípios que se adequarem a esses
critérios, e depositados em conta específica.
ANEXO I
AS ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA,
DE SAÚDE BUCAL E DE ACS
As atribuições globais abaixo descritas podem ser complementadas com diretrizes e normas da
gestão local.
1 - SÃO ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS:
I - participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe,
identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao
trabalho, e da atualização contínua dessas informações, priorizando as situações a serem
acompanhadas no planejamento local;
II - realizar o cuidado em saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de
saúde, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações,entre outros),
quando necessário;
III - realizar ações de atenção integral conforme a necessidade de saúde da população local, bem
como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;
IV - garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de promoção da saúde,
prevenção de agravos e curativas; e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da
realização das ações programáticas e de vigilância à saúde;
V - realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória e de
outros agravos e situações de importância local;
VI - realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações,
proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do vínculo;
VII - responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação do cuidado mesmo
quando esta necessita de atenção em outros serviços do sistema de saúde;
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VIII - participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da
utilização dos dados disponíveis;
IX - promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle
social;
X - identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais
com a equipe, sob coordenação da SMS;
XI - garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais de informação na
Atenção Básica;
XII - participar das atividades de educação permanente; e
XIII - realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais.
2 - SÃO ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS
Além das atribuições definidas, são atribuições mínimas específicas de cada categoria
profissional, cabendo ao gestor municipal ou do Distrito Federal ampliá-las, de acordo com as
especificidades locais.
Do Agente Comunitário de Saúde:
I - desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à
UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de
indivíduos e grupos sociais ou coletividade;
II - trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea;
III - estar em contato permanente com as famílias desenvolvendo ações educativas, visando à
promoção da saúde e a prevenção das doenças, de acordo com o planejamento da equipe;
IV - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados;
V - orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
VI - desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e de agravos, e de
vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas
nos domicílios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito
daquelas em situação de risco;
VII - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua
responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe; e
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VIII - cumprir com as atribuições atualmente definidas para os ACS em relação à prevenção e ao
controle da malária e da dengue, conforme a Portaria nº 44/GM, de 3 de janeiro de 2002.
Nota: É permitido ao ACS desenvolver atividades nas unidades básicas de saúde, desde que
vinculadas às atribuições acima.
Do Enfermeiro do Programa Agentes Comunitários de Saúde:
I - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;
II - supervisionar, coordenar e realizar atividades de qualificação e educação permanente dos
ACS, com vistas ao desempenho de suas funções;
III - facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e ACS, contribuindo
para a organização da demanda referenciada;
IV - realizar consultas e procedimentos de enfermagem na Unidade Básica de Saúde e, quando
necessário, no domicílio e na comunidade;
V - solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme protocolos ou outras
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as
disposições legais da profissão;
VI - organizar e coordenar grupos específicos de indivíduos e famílias em situação de risco da
área de atuação dos ACS; e
VII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
UBS.
Do Enfermeiro:
I - realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,
diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e,
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações etc), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade
adulta e terceira idade;
II - conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do
Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem,
solicitar exames complementares e prescrever medicações;
III - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;
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IV - supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe
de enfermagem;
V - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem,
ACD e THD; e
VI - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
USF.
Do Médico:
I - realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,
diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias em todas
as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade;
II - realizar consultas clínicas e procedimentos na USF e, quando indicado ou necessário, no
domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc);
III - realizar atividades de demanda espontânea e programada em clínica médica, pediatria,
ginecoobstetrícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clínico-cirúrgicas e procedimentos
para fins de diagnósticos;
IV - encaminhar, quando necessário, usuários a serviços de média e alta complexidade,
respeitando fluxos de referência e contra-referência locais, mantendo sua responsabilidade pelo
acompanhamento do plano terapêutico do usuário, proposto pela referência;
V - indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização
pelo acompanhamento do usuário;
VI - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente dos ACS, Auxiliares de
Enfermagem, ACD e THD; e
VII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
USF.
Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem:
I - participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no
exercício de sua profissão na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
demais espaços comunitários (escolas, associações etc);
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II - realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco,
conforme planejamento da equipe; e
III - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
USF.
Do Cirurgião Dentista:
I - realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a
programação em saúde bucal;
II - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo atendimento
das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais;
III - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com
resolubilidade;
IV - encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência, mantendo
sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do tratamento;
V - coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de
doenças bucais;
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais
membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de
forma multidisciplinar.
VII - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF;
VIII - realizar supervisão técnica do THD e ACD; e
IX - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
USF.
Do Técnico em Higiene Dental (THD):
I - realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e reabilitação)
individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, segundo
programação e de acordo com suas competências técnicas e legais;
II - coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos;
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III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais
membros da equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar.
IV - apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde
bucal; e
V - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
USF.
Do auxiliar de Consultório Dentário (ACD):
I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos,
mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;
II - proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados;
III - preparar e organizar instrumental e materiais necessários;
IV - instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos;
V - cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;
VI - organizar a agenda clínica;
VII - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais
membros da equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar; e
VIII - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
USF.
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ANEXO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
Quadros Para Projetos de Implantação – ACS/SF/SB
Caracterização Geral
Nome ou nº da
SF/SB.
Área geográfica de atuação (Nome do município / Bairro
/ Comunidade)
População
estimada
Infra-Estrutura
Nome ou nº da
ESF
Material Permanente
Existentes Qtde. A adquirir Qtde.
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Forma de contratação de recursos humanos
Profissional Forma de
recrutamento
Forma de
seleção
Forma de
contratação
Regime de
trabalho
Médico
Enfermeiro
Auxiliar de enfermagem
Agente comunitário de
saúde
Dentista
Auxiliar de Consultório
Dentário (ACD)
Técnico em Higiene Dental
(THD)
Outros profissionais
(especificar)
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Quadro de Metas das Ações em Áreas Estratégicas
Nome ou nº da
ESF Área estratégica de atuação
Ações propostas
para a ESF
Quantitativo de ações
programadas por ano, por
ESF
Saúde da Criança
Saúde da Mulher
Controle do Diabetes
Controle da Hipertensão
Eliminação da Hanseníase
Controle da Tuberculose
Saúde Bucal
Eliminação da desnutrição
infantil
Promoção da saúde
Saúde do Idoso
Avaliação e acompanhamento das ações
Instrumento de Avaliação Forma de acompanhamento proposta
SIAB
Pacto de Atenção Básica
Pacto de Gestão
Outros (especificar)
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Quadro resumo de financiamento das áreas de implantação
Despesas
Despesas com
pessoal
Despesas com
material/manutenção. Estruturação TOTAL
Atual
Proposta com
SF/SB
Receitas
Recursos
municipais
Recursos
estaduais
Incentivo Ministério da
Saúde TOTAL
Atual PAB Fixo
Proposta com
SF/SB ?
Definição das Referências na Média Complexidade
Ações de Referência Nome e local da Unidade de
Referência
Forma de
Encaminhamento
Atendimentos especializados
Atendimentos de urgência
Exames de laboratório
Radiodiagnóstico
Ultra-sonografia
Reabilitação
Internação nas Clínicas
Básicas
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ANEXO III
DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
SOLICITAÇÃO RETROATIVA DE COMPLEMENTAÇÃO DO REPASSE DOS
INCENTIVOS FINANCEIROS – ANO ______
EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, EQUIPES DE SAÚDE BUCAL E DE AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE.
MUNICÍPIO:____________________ UF: _____________________
CÓDIGO IBGE: _____________________________________
COMPETÊNCIA:_______________________
TIPO DE INCENTIVO: CUSTEIO ( ) ADICIONAL ( )
ESF ( ) ACS ( ) ESB Mod I ( ) ESB Mod II ( )
IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE: _____________________________
MOTIVO DO NÃO CADASTRAMENTO NO SIAB:
_____________________________________________________________________________
________________________
________________________________________________________
NOME DOS
PROFISSIONAIS
CATEGORIA
PROFISSIONAL
REGISTRO PROFISSIONAL /
IDENTIDADE
NOME DA EQUIPE: Identificação da equipe através do nome por ela utilizado.
TIPO DE INCENTIVO: Identificar, inicialmente, se o incentivo é de custeio (aquele transferido
mensalmente) ou é o adicional. Em seguida, marcar se é relativo a equipes de saúde da família,
agentes comunitários de saúde ou equipes de saúde bucal, modalidade I ou II.
RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS: Nome completo de cada profissional integrante da equipe,
que não gerou incentivo.
CATEGORIA PROFISSIONAL: Identificar a categoria de cada profissional listado na coluna
anterior
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IDENTIDADE/ REGISTRO PROFISSIONAL: Informar, para o médico, enfermeiro e dentista,
o registro profissional; e para os demais, digitar o número do documento de identidade,
DATA:__________________________________________________
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE:_____________________
SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO: _____________________
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