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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MEC – SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO-GROSSO
CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
RICARDO TADEU DE ALENCAR LOUREIRO
“JUDÔ PARA TODOS” COMO FERRAMENTA SOCIAL
PARA INCLUSÃO EDUCACIONAL DE PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS
“O CASO DO COLÉGIO AGRÍCOLA NILO PEÇANHA”
Cuiabá - MT
Setembro, 2009
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
MATO-GROSSO
CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVANOME DO CURSO
RICARDO TADEU DE ALENCAR LOUREIRO
“JUDÔ PARA TODOS” COMO FERRAMENTA SOCIAL
PARA INCLUSÃO EDUCACIONAL DE PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS
“O CASO DO COLÉGIO AGRÍCOLA NILO PEÇANHA”
Cuiabá - MT
Setembro, 2009
Ficha Catalográfica LOUREIRO, Ricardo Tadeu de Alencar “Judô para Todos” Como Ferramenta Social para Inclusão Educacional de Pessoas com Necessidades Especiais – “O Caso do Colégio Agrícola Nilo Peçanha” Cuiabá-MT, 2009 Total de folhas do TCC: 39fls MATARUNA, Leonardo José dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato-Grosso - Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva Trabalho de Conclusão Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva
RICARDO TADEU DE ALENCAR LOUREIRO
“JUDÔ PARA TODOS” COMO FERRAMENTA SOCIAL
PARA INCLUSÃO EDUCACIONAL DE PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS
“O CASO DO COLÉGIO AGRÍCOLA NILO PEÇANHA”
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, do INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO-GROSSO - CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA, como requisito para a obtenção do título de Especialista.
Orientador: Prof. Leonardo José Mataruna dos Santos
Cuiabá - MT
Setembro 2009
RICARDO TADEU DE ALENCAR LOUREIRO
“JUDÔ PARA TODOS” COMO FERRAMENTA SOCIAL
PARA INCLUSÃO EDUCACIONAL DE PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS
“O CASO DO COLÉGIO AGRÍCOLA NILO PEÇANHA”
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Profissional e
Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora composta pelos Professores
do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Mato-Grosso - Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista.
Aprovado em: ____________________
______________________________________________
Prof. Leonardo José Mataruna dos Santos (Orientador)
______________________________________________
Prof. (MSc, Dr.)____________________ (Co-orientador)
______________________________________________
Prof. (MSc, Dr.)____________________ (Membro da Banca)
______________________________________________
Prof. (MSc, Dr.)____________________ (Membro da Banca)
Cuiabá - MT
Setembro, 2009
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa Luzia Helena Gonçalves Loureiro, aos meus filhos Thalia e Diego, e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para o meu sucesso nesta jornada.
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares e amigos, ao meu orientador Leonardo Mataruna, e em
especial ao diretor do IFRJ – “Campus Nilo Peçanha”, José Arimathéa de Oliveira
que me incentivou a ingressar e concluir esta especialização.
Ao Programa TECNEP/SETEC/MEC do Governo Federal do Brasil que
proporcionou a organização deste Curso e concedeu bolsa integral a todos os
alunos participantes deste desafio educacional que é o EAD.
RESUMO
Este estudo tem como finalidade promover maior integração social da pessoa com deficiencia, provocando seu interesse pelo esporte, além de avaliar o impacto desta atividade física nas atividades funcionais da vida. Criou-se o Projeto Incluir para a utilização do Judô como uma ferramenta pedagógica que facilitasse a aceitabilidade do outro em um nicho complexo da diversidade humana que é a escola. A pesquisa foi iniciada através de uma parceria entre o Colégio Agrícola Nilo Peçanha da Universidade Federal Fluminense, hoje Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia “Campus Nilo Peçanha” – Pinheiral, e a APAE. Foram inseridos dois alunos com deficiência intelectual em cada turma do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Agrícola Nilo Peçanha, num total de oito alunos independentemente do gênero. A pesquisa teve a duração de três bimestres com uma carga horária de 42 h/aulas mais 06h/aulas destinadas a avaliações práticas e orais. Durante a investigação observou-se e registraram-se as impressões do pesquisador quanto ao relacionamento interpessoal dos discentes, para se dimensionar em proporcionalidades as respostas da integração entre alunos do ensino regular e PNEE’s. Durante a pesquisa foram elaborados relatórios semanais por turma, assim como, anotações de depoimentos dos discentes e docentes da APAE, que complementaram os registros do pesquisador. Conclui-se que, o “Judô para Todos” através de seus princípios básicos e filosóficos tornou-se um forte aliado para inserção desses alunos, tanto para o ensino regular, quanto para o campo profissional produtivo, em consonância com as suas alterações sociais, na busca de encontrar muito mais que o caminho competitivo, mas sim, a real essência da pedagogia do Caminho da Suavidade.
Palavras-chave: Judô, Educação Física adaptada, Judô para Todos.
ABSTRACT
The aim of this study is to promote social integration of disabled people, causing their interest in the sport, in addition to assessing the impact of physical activity on the functional activities of life. It was created for the project includes the use of Judo as an educational tool to facilitate the acceptability of the other in a complex niche of human diversity that is the school. The research was initiated through a partnership between the College of Agricultural Nilo Peçanha of the Federal Fluminense University; nowadays call the Federal Institute of Education Science and Technology "Nilo Peçanha Campus" – CANP/Pinheiral and APAE. Were inserted two students with Special Needs (SN) in each class in the 1st year of High School of CANP, in a total of eight students regardless of gender. The research spent a period of three dual months with a load time of 42 hours of Lectures and 06 hours to evaluate the lessons in the practical and oral assessments. During the investigation it was observed and recorded he researcher's impressions about the interpersonal relationships of students, to measure proportionality in the responses of integration between pupils in regular and SN. During the search were prepared weekly reports by class, as well as notes in the testimony of the teachers and learners of APAE, which complemented the records of the researcher. It is concluded that the "Judo for All" through its philosophical principles and became a strong ally for inclusion of these students, both for regular education, and for the professional field production. In line of these social changes, the people try to find more competitive ways to win in the life, but the real essence of the humanism is in the Sport and the pedagogy of The Gentle Way (Judo) can help this challenge. Keywords: Judo, Adapted Physical Education, Judo For All.
LISTA DE FIGURAS Figura 1: Desenho do aluno “A”, deficiente cognitivo; Figura 2: Desenho do aluno “J.”, deficiente cognitivo; Figura 3: Desenho do aluno “I”, deficiente cognitivo; Figura 4: Desenho do aluno “A”, deficiente cognitivo; Figura 5: Desenho do aluno “F”, deficiente cognitivo; Figura 6: Desenho do aluno “D”, deficiente sensorial (auditivo); Figura 7: Desenho do aluno “D”, deficiente sensorial (auditivo); Figura 8: Desenho do aluno “F”, deficiente cognitivo; Figura 9: Desenho do aluno “G”, deficiência múltipla cognição e audição; Figura 10: Desenho do aluno “L”, deficiente cognitivo; Figura 11: Desenho do aluno “A”, deficiente cognitivo; Figura 12: Desenho do aluno “D”, Síndrome de Down Figura 13: Desenho do aluno “L”, deficiente cognitivo;
LISTA DE TABELAS Tabela 1: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 2: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 3: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 4: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 5: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 6: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 7: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 8: Considerações dos docentes da APAE e do Pesquisador; Tabela 9: Depoimentos dos alunos do ensino regular do CANP.
SUMÁRIO
Resumo...........................................................................................................08
1. Introdução..................................................................................................13
1.1. Objetivos..............................................................................................16
1.1.1. Objetivo Geral..................................................................................16
1.1.2. Objetivos Específicos.......................................................................16
1.2. Justificativa...........................................................................................17
2. Referencial Teórico....................................................................................18
3. Metodologia................................................................................................20
3.1 Aspectos metodológicos da pesquisa..................................................20
4. Resultado e Discussão...............................................................................22
4.1. Os professores.....................................................................................22
4.1. 1. Pontos Positivos Comuns.................................................................27
4.1.2. Pontos Negativos Comuns................................................................27
4.2. Os alunos.............................................................................................28
4.2.1. Relato dos alunos do 1º ano do Ensino Médio CANP.......................28
4.3. Interpretação de Imagens.....................................................................29
4.3.1. Metodologia Utilizada para Análise de Imagens...............................30
4.3.1.1. Itens Observados............................................................................33
4.3.1.2. Elementos Observados...................................................................33
4.3.1.3 Demonstração dos Resultados........................................................34
5. Conclusão...................................................................................................36
6. Referências Bibliográficas..........................................................................38
13
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, desde a Constituição Federal de 1988, os documentos oficiais
legais e complementares de normalização ou de orientação à política educacional
prevêem que aos alunos com necessidades educacionais especiais, sejam
garantidos a educação e o atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 “embora
priorizando o atendimento integrado as classes comuns do ensino regular, (...) prevê
a manutenção das classes, escolas ou serviços especializados para atender aos
alunos que deles necessitarem, em complementação ou substituição ao atendimento
educacional nas classes comuns”. (art. 58, § 1º). (SOUZA e PRIETO, 2002, p.130).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) relativos à Educação Física,
refere-se aos blocos de conteúdos a serem ministrados que são: a) esportes, jogos,
lutas e ginástica; b) atividades rítmicas e expressivas: c) conhecimento sobre o
corpo. Os blocos de conteúdos definem as práticas corporais e os objetivos para
cada uma delas, as lutas são definidas da seguinte forma: “As lutas são disputas em
que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de
desequilíbrio, contusões, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na
combinação de ações de ataque e defesa”. Caracterizam-se por uma
regulamentação específica, a fim de punir atitudes de violência e de deslealdade
(PCN, 1997).
O objeto desse experimento foi o de utilizar o “Judô Adaptado” como
ferramenta pedagógica de inclusão para alcançar resultados sejam eles positivos ou
negativos no âmbito social, esportivo e educacional.
Mataruna, (2007) aponta que o movimento do “Judô Adaptado” surge de
maneira desordenada pelo mundo na década de 1970, quando a Organização das
Nações Unidas passa a ter mais atenção para as pessoas com deficiência.
O Judô Para Todos, surge junto com o seu fundador Jigoro Kano em 1882,
que visou o acesso de todas as pessoas independentes do seu credo, raça, estado
civil e social. A modalidade ganhou força e maior divulgação quando foi incluída nos
Jogos Olímpicos de Tóquio (1964), mas a notoriedade de “Esporte para Todos”,
fundamentalmente, não relevando a condição física ou sensorial do individuo foi
14
alcançada apenas na década de 1990, 20 anos mais tarde dos primeiros registros
do Judô aplicado às pessoas com deficiência.
No ano 2000, com a explosão econômica dos Jogos Paraolímpicos, o Judô
para cegos ganhou mais espaço na mídia. A idéia do desenvolvimento das
potencialidades, ao revés do foco das limitações da pessoa com deficiência foi
alcançada apenas após os Jogos Paraolímpicos de 2004.
É importante ressaltar que o Judô para Cegos foi incluído como modalidade
Paraolímpica na edição dos Jogos em Seul (1988), substituindo a Luta - Livre que
esteve nos jogos pela última vez em 1984. A título de curiosidade muitos atletas
migraram da modalidade anterior para o Judô e continuam competindo até os dias
de hoje.
O Judô, adaptado para deficientes físicos, mentais e sensoriais (auditivos e
visuais) teve início na década de 1970. A partir de 1988 esta modalidade passa a ser
inserida nos Jogos Paraolímpicos. Em 2003, o Judô foi incluído nas Olimpíadas
Especiais como modalidade de apresentação e as pessoas com Síndrome de Down
puderam competir pela primeira vez. Os avanços foram necessários para que a
modalidade evoluísse, as categorias de pesos foram criadas, as regras adaptadas e
a cor dos quimonos foram alteradas – hoje temos um dos lutadores trajando azul e o
outro continua de branco (a faixa diacrítica de cor vermelha colocada na cintura por
um dos atletas deixa de existir). As cores servem para diferenciar os lutadores.
Em 2004, as mulheres com deficiência visual conquistam espaço no cenário
mundial e confirmam sua participação nos Jogos Paraolímpicos realizados naquele
ano. Nas Olimpíadas Especiais de 2008, o Judô integra o evento pela segunda vez e
agora como modalidade definitiva. Em relação às Olimpíadas de Gays e Lésbicas
(Gay Games), o Judô foi inserido apenas nos Jogos de Vancouver-Canadá em
1990, dentro do conjunto das artes marciais (MATARUNA, 2006).
Algumas ações educacionais vêm produzindo mudanças gradativas para
encarar e tratar as pessoas com necessidades especiais com foco para a vida e
para as Atividades Físicas (AF’s) e o esporte acarretando em mudanças
significativas, que contribuem para melhoria da capacidade de produção e inserção
social.
Partindo do pressuposto que os alunos da Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE/Pinheiral), já há alguns anos participam constantemente de
AFs, recreativas e esportivas no espaço físico do Colégio Agrícola Nilo Peçanha
15
(CANP), hoje “Campus Nilo Peçanha” – Pinheiral, do Instituto Federal do Rio de
Janeiro (IFRJ), afirma-se que a aceitação do Caminho da Suavidade1 não foi muito
difícil, visto que, para este grupo qualquer tipo de atividade extracurricular é bem
aceito devido a carência de oportunidades de lazer.
Vale ressaltar que graves limitações estigmatizaram a maioria dessas
pessoas como camada excluída da sociedade. Vistos como seres sem
potencialidades foram segregados durante décadas em todos os segmentos da
sociedade.
Santos (2007) denota que o esporte é o grande fenômeno sociocultural
presente na segunda metade do Século XX e início do Século XXI. É um fenômeno
plural que atrai pessoas das mais diversas idades, sexos, níveis sócio-econômicos,
etnias, nacionalidades, entre outras, uma vez que sua prática poderá ser expressa
nas seguintes dimensões:
Esporte de alto-rendimento
Esporte de Lazer
Esporte Escolar
Esporte Para Portadores de deficiências (Bento, 2004)
Ou:
Esporte Espetáculo
Esporte Educação
Esporte Participação (Tubino, 1990)
A Educação Física tem muito a oferecer as pessoas com necessidades
especiais nas mais variadas formas de expressão. Seguramente, é capaz de
promover maior integração social do indivíduo provocando o seu interesse pelo
esporte e por sua graduação profissional. O caráter formativo e pedagógico de
organização do Judô facilita o seu aprendizado e como alternativa atende a
questões que propiciam a integração e a inserção dessas pessoas na sociedade.
Partindo desse princípio realizou-se no ano de 2008 uma pesquisa de caráter
experimental no Colégio Agrícola Nilo Peçanha, no âmbito da Educação Física
Inclusiva, com a intenção de avaliar a eficiência de um programa de inclusão de
alunos com necessidades educativas especiais da APAE - Pinheiral nas atividades
1 Caminho da Suavidade, método utilizado para definir o sentido e o estado de equilíbrio, desenvolvido pelo
mestre japonês Jigoro Kano, fundador do Judô em fevereiro de 1882. Obtido em Wikpédia/wikgigorokano.
16
da disciplina de Educação Física / ensino de Judô, na melhoria do desempenho
escolar e adaptativo social desses jovens, além de observar a importância de incluir
alunos com necessidades esportivas específicas em turmas regulares do ensino
médio para gerar referências na evolução da sua autonomia.
Como metodologias para a discussão e interpretação da pesquisa foram
confeccionadas oito tabelas com depoimentos ex-post-facto dos docentes a APAE,
em consonância com os depoimentos do pesquisador. Para melhor compreensão
dos depoimentos dos alunos do ensino regular do CANP, foi confeccionada apenas
uma tabela. Por se tratar de uma pesquisa experimental no âmbito da deficiência
cognitiva, o pesquisador adotou uma metodologia da psicologia para análise e
interpretação de treze desenhos alusivos às aulas de Judô realizados ao longo dos
três bimestres de trabalho e que foram representados de forma livre e espontânea
pelos alunos com necessidades especiais da APAE – Pinheiral. As experiências
gráficas fazem parte do crescimento psicológico e são indispensáveis para o
desenvolvimento e para a formação de indivíduos sensíveis e criativos, capazes de
transpor e transformar a realidade (Goldberg, Yunes & Freitas, 2005).
1.1. OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar a eficiência de um programa de inclusão de alunos com necessidades
especiais da APAE - Pinheiral nas atividades da disciplina de Educação Física /
ensino de Judô, na melhoria do desempenho escolar e adaptativo social desses
alunos, além de observar a importância de incluir alunos com necessidades
esportivas específicas em turmas regulares do CANP, para gerar referências na
evolução da sua autonomia.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Realizar uma pesquisa do tipo ex-post-facto e avaliar a relação interpessoal entre
alunos do ensino regular e alunos com necessidades especiais;
• Fornecer aos alunos com necessidades especiais a oportunidade de um melhor
convívio social, canalizando os anseios e a agressividade comuns na fase da
17
adolescência, bem como, aliviar as tensões do dia-a-dia através da prática e da
filosofia do Judô;
• Desenvolver o senso de responsabilidade, disciplina e respeito para com o
próximo, melhorando o seu equilíbrio emocional e psicológico, através de
atividades recreativas e competitivas;
• Compreender a filosofia e os princípios básicos do Judô.
• Adquirir conhecimentos dos princípios pedagógicos desta nobre arte e noções
básicas das regras e dos deveres do praticante do Judô, despertando a sua
altivez e o seu senso crítico, com o propósito de utilizar esses ensinamentos em
situações positivas e negativas da vida.
1.2. JUSTIFICATIVA
De acordo com os especialistas em inclusão: "as comunidades com
diversidades são mais ricas, melhores e lugares mais produtivos para viver e
aprender" e que "comunidades inclusivas tenham a capacidade de criar o futuro",
(FOREST & PEARPOINT, IN MANTOAN, 1997, p. 141), daí o desejo de uma vida
melhor para todos através da inclusão.
A relevância da pesquisa para a instituição CANP dar-se-á pelo
preenchimento de possíveis lacunas de perspectiva científica, tecnológica e social,
contribuindo para um melhor entendimento das relações interpessoais entre alunos
do ensino médio, alunos com necessidades especiais. Espera-se que esta pesquisa
contribua não só para inserção desses indivíduos no ensino regular do CANP, mas
para motivar coordenadores, professores e técnicos dessa instituição a traçarem
novas metodologias disciplinares no âmbito da inclusão, contribuindo, portanto, para
o aprimoramento pessoal e pedagógico, na incessante busca pelo conhecimento à
luz dos estudos e das pesquisas científicas.
18
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A Educação Inclusiva não é uma moda passageira. Ela é o resultado de
muitas discussões, estudos teóricos e práticas que tiveram a participação e o apoio
de organizações de pessoas com deficiência e educadores no Brasil e no mundo.
Fruto também de um contexto histórico em que se resgata a Educação como lugar
do exercício da cidadania e da garantia de direitos. Isto acontece quando se
preconiza, por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), uma
sociedade mais justa em que valores fundamentais são resgatados como a
igualdade de direitos e o combate a qualquer forma de discriminação.
A Declaração de Salamanca, resultado da Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada na Espanha em
1994, representam “os princípios, as políticas e prática em educação especial”.
Nesse documento, o termo “necessidades educacionais especiais” estabelece como
NEE “todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais
se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem”.
A partir desses estudos e documentos, chegou-se à conclusão de que a
melhor resposta para o aluno com deficiência e para todos os demais alunos é uma
educação que respeite as características de cada estudante, que ofereça alternativa
pedagógica que atendam às necessidades educacionais de cada aluno: uma escola
que ofereça tudo isso num ambiente inclusivo e acolhedor, onde todos possam
conviver e aprender com as diferenças.
Santos (2006), refletindo sobre o processo de inclusão em educação, diz que
“a necessidade de romper com a tendência fragmentadora e desarticulada do
processo do conhecimento justifica-se pela compreensão da importância da
interação e transformação recíprocas entre as diferentes áreas do saber”.
Segundo Nogueira, Teves, Mataruna; DaCosta (2005), “a inclusão social é
uma expressão atual que incorpora o passado das obras de caridade cristã,
bastante influente desde o século XVIII no Brasil; a tradição do governo propor e agir
para melhorar as condições da população pobre do país; o esforço de ordenação
jurídica, desde o século XIX, de proteção e cuidado com pessoas desprivilegiadas e
marginalizadas; e o empenho voluntário tradicional, de instituições privadas –
internacionais, nacionais e empresariais – aos grupos carentes da sociedade”
19
(DACOSTA, p. 597). Esta visão originalmente filantrópica, contudo, ao se modificar
ao longo dos séculos fez da inclusão um valor social, implicando em analisá-la,
segundo os autores antes citados, como um fato complexo que demanda múltiplas
intervenções. Estas hoje se apresentam desde as iniciativas do Estado, da
sociedade civil organizada, das instituições, de todos aqueles enfim que têm por
princípio direitos humanos, direitos de todos se desenvolverem, exercendo
plenamente a cidadania, independentemente do estado físico, da condição social, ou
de suas origens étnicas.
O entendimento da inclusão refere-se, então, à instância de direito de todos
os integrantes da sociedade poder ter acesso aos bens sociais coletivos, incluindo-
se as práticas esportivas. Tais concepções preliminares têm delineamento ao serem
apreciadas as experiências brasileiras na área 62 Manual Valores do Esporte SESI
de ações sociais em projetos esportivos, que registram iniciativas pioneiras no país
desde a década de 1920. Nota-se que os espaços de práticas esportivas têm sido
oportunizados às pessoas marginalizadas muito além das escolas e dos clubes.
Esses espaços têm sido definidos nas empresas, nos condomínios, nos hospitais,
entre outros. Em resumo, o esporte tem se revelado como uma poderosa ferramenta
para atrair e incluir as pessoas em atividades educacionais e socioculturais.
Ressalta-se a inclusão social como um dos principais valores sociais promovidos
pelo esporte, assim como o esporte torna-se um valor social sendo um direito
prescrito na Constituição. Logo, com a educação, saúde e lazer, o esporte é um dos
elementos constitutivos das políticas sociais de inclusão.
No entanto, sabe-se que os avanços sociais produzidos pelas iniciativas
advindas do esporte são eficazes, porém não corrigem a distorção estrutural que é
usualmente pressuposta como educacional. Para Nogueira, Teves, Mataruna;
DaCosta (2005), em princípio, os Programas Esportivos de Inclusão Social (PIS)
que usam o esporte e/ou a Educação Física como meio de mobilização dos
destinatários e da associação destes com os interventores – voluntários, grupos
comunitários e/ou instituições, profissionais, etc. - podem ser definidos como ações
de intervenção para o desenvolvimento social. Neste caso, tais iniciativas implicam
estabelecer objetivos comuns com os destinatários, de acordo com as propostas do
projeto. E, incluir atividades em espaços variados e para públicos diversificados
requer dos profissionais a capacidade de lidar com a diferença.
20
3. METODOLOGIA
3.1. ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
O método utilizado foi à pesquisa: ex-post-facto, que significa a investigação
sistemática e empírica na qual o pesquisador não tem controle direto sobre as
variáveis independentes, porque já ocorreram suas manifestações ou porque são
intrinsecamente não manipuláveis. Neste caso são feitas inferências sobre as
relações entre variáveis em observação direta, a partir da variação concomitante
entre as variáveis independentes e dependentes.
A pesquisa teve início através de uma parceria firmada entre o Colégio
Agrícola Nilo Peçanha, hoje IFRJ “Campus Nilo Peçanha” - Pinheiral e Associação
dos Pais e Amigos do Excepcional do município de Pinheiral APAE/Pinheiral,
instituições localizadas no município de Pinheiral no Médio Vale do Paraíba do Sul
Estado do Rio de Janeiro.
A intenção inicial do pesquisador foi de inserir oito alunos da APAE em quatro
turmas do 1º ano do Ensino Médio do CANP durante os três primeiros bimestres de
2008, tempo de duração da Unidade. A investigação transcorreu através da
observação do relacionamento interpessoal entre alunos do ensino regular do CANP
e dos alunos da APAE. Registraram-se em diário de campo alguns depoimentos de
discentes do ensino regular comparando-os com as anotações sobre a percepção
do pesquisador em resposta às vivências e experiências obtidas durante a pesquisa.
Vale destacar que os alunos das classes regulares foram conscientizados a
tempo pelo pesquisador sobre o compromisso e a responsabilidade de todos em
participar deste experimento e pela importância deste convívio no âmbito da
educação inclusiva.
As mudanças de comportamento com seus pares e a maturidade alcançada
ao longo da pesquisa, comprovou que as experiências e vivências adquiridas
durante este processo contribuíram para construção de uma nova mentalidade entre
a comunidade escolar do CANP e a comunidade local, tornando-a mais democrática,
humanitária e consciente do seu papel na sociedade. A convivência com as
diferenças, as situações inusitadas ocorridas durante as aulas, e em todo o
21
transcorrer da pesquisa, transformaram esses atores em pessoas mais críticas e
sensíveis às causas da inclusão.
22
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para acompanhamento e análise dos registros, criou-se uma tabela2
demonstrativa contendo depoimentos das impressões pessoais ex-post-facto do
pesquisador em consonância com os depoimentos da diretora e da professora de
Educação Física da APAE - Pinheiral, com o intuito de avaliar os pontos comuns
positivos e negativos dessas percepções.
Vale ressaltar que o nome dos alunos observados foi substituído por letras, a
fim de preservar a integridade moral desses voluntários e atendendo a Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde a respeito de pesquisa com Seres Humanos
e a Resolução 41/95, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente, vinculado ao Ministério da Justiça, estabelece que, além do
consentimento por procuração dos pais ou responsáveis, também as crianças ou
adolescentes devem participar ativamente do processo, quando tiverem capacidade
moral adequada.
Portanto, além dos docentes, os discentes também foram escutados neste
processo que serve de conexão avaliativa entre o constructo gerado a partir da
práxis e o elemento participante do projeto não somente como ator, mas como ponto
crítico de todo o processo. Para alunos sem comprometimento, utilizou-se o método
de depoimento e para alunos comprometidos (com necessidades especiais)
solicitou-se a produção de desenhos.
4.1 OS PROFESSORES
Segue abaixo as tabelas de depoimentos contendo as considerações ex-post-
facto dos representantes da APAE - Pinheiral em consonância com os depoimentos
do pesquisador com relação às modificações comportamentais dos alunos com
Necessidades Especiais, inseridos nas aulas de Educação Física/ensino de Judô do
IFRJ - Campus Nilo Peçanha durante o ano de 2008.
2 Utilizou-se a fonte itálica nos depoimentos e percepções das interlocutoras da APAE.
23
TABELAS DE DEPOIMENTOS DO PESQUISADOR E DOS REPRESENTANTES DA APAE-PINHEIRAL, CONTENDO AS CONSIDERAÇÕES EX-POST-FACTO.
Tabela 1. Considerações dos docentes
ALUNO “A”
Antes
Percepção da Prof. E.F/Diretora/APAE
O aluno era mais disperso e menos integrado ao grupo de convívio.
Percepção do Prof.
de Judô
O aluno era pouco falante e menos integrado à turma do ensino regular.
Depois
Percepção da Prof. E.F/Diretora/APAE
Demonstrou maior concentração, responsabilidade e interesse diante das AF, além de se relacionar melhor com os colegas e funcionários da escola.
Percepção do Prof. de Judô
Simpático e divertido, gosta de se exibir demonstrando performances incríveis como: saltos mortais e movimentos ginásticos com grau de dificuldade elevado. Gosta de dançar e possui muita habilidade. Tem facilidade em executar vários tipos de movimento. Dificuldade de cognição e síntese.
Tabela 2. Considerações dos docentes
ALUNO “F”
Antes
Percepção da Prof.
E.F/Diretora/APAE
Quando chegou à APAE no ano de 2007 o aluno apresentava boas qualidades físicas (habilidades psicomotoras) em relação aos outros alunos, não apresentava dificuldades e sempre muito interessado nas diferentes atividades realizadas na escola como: dança, teatro, futebol, vôlei, natação .
Percepção do Prof. de Judô
Era tímido, com dificuldades de relacionamento com a turma.
Depois
Percepção da Prof.
E.F/Diretora/APAE
No ano de 2008 foi selecionado participar também das atividades de Judô, demonstrando bastante interesse e habilidade. Seu comportamento em relação ao grupo melhorou aceitando melhor seus colegas e ajudando-os quando possível.
Percepção do Prof. de Judô
Mais falante e divertido compreendeu bem os ensinamentos e gostou de treinar com meninas, sempre se recusava a treinar se o companheiro fosse mais forte. Dificuldade de cognição demonstrou imaturidade. Mudou-se da cidade no final do ano impossibilitando a sua permanência no ano seguinte (2009).
24
Tabela 3 Considerações dos docentes
ALUNO “V”
Antes
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Sempre foi interessado apresentando qualidades físicas para atividades esportivas diversas.
Percepção do Prof. de Judô
Bastante tímido com dificuldade de relacionamento.
Depois
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Continua interessado, porém prefere não mais participar dos treinamentos de Judô. Talvez em função da timidez.
Percepção do Prof. de Judô
Comunica-se com dificuldade, demonstra pouca habilidade para execução dos movimentos. Demonstra passividade e aceitação na interferência dos colegas. Dificuldade de comunicação, cognição, coordenação motora e linguagem. Seus resultados foram satisfatórios, porém inferior aos resultados de seus colegas.
Tabela 4 Considerações dos docentes
ALUNO “D”
Antes
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
O aluno não se interessava em participar das atividades propostas.
Percepção do
Prof. de Judô
Apresentava problemas de comunicação e de relacionamento por não ser alfabetizado e oralizado.
Depois
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
As aulas de Judô vêm proporcionando bem estar, alegria e entusiasmo possibilitando maior participação nas atividades diversas.
Percepção do Prof. de Judô
Entrou no meio do curso e demonstrou grande interesse em permanecer. Desenha muito bem e é bastante criativo. Gosta de estar junto com os companheiros. Demonstra boa habilidade e poder de raciocínio. Foram criados pelo professor gestos específicos para facilitar o entendimento das técnicas. Seu amigo/companheiro Jessé (DM com surdez moderada), sempre se mostra solidário e preocupado em ajudá-lo. Dificuldade de comunicação e linguagem devido à surdez profunda. Aluno não oralizado encontra-se em processo de alfabetização.
25
Tabela 5 Considerações dos docentes
ALUNO “J”
Antes
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Sempre demonstrou muita habilidade e agilidade diante das atividades que envolvem dança e dramatização, no entanto, tudo no tempo desejado.
Percepção do Prof. de Judô
Já o conhecia através de eventos esportivos da região é conhecido pela comunidade por sua habilidade no futebol e pela sua simpatia.
Depois
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Ainda não realiza as atividades quando solicitado, mas quando o faz, demonstra excelente desempenho.
Percepção do Prof. de Judô
Simpático e muito habilidoso gosta de demonstrar seus conhecimentos através de movimentos circenses como: saltos mortais e exercícios de capoeira etc. Dificuldade na fala (linguagem), cognição e na comunicação, surdez moderada.
Tabela 6 Considerações dos docentes
ALUNO “L”
Antes
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Sempre interessado em participar de todas as atividades desenvolvidas, demonstrando qualidades físicas necessárias para as mesmas.
Percepção do
Prof. de Judô
O aluno era introvertido, mas atento e preocupado com suas ações, demonstrando maturidade.
Depois
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Vem apresentando desinteresse nas atividades fora do horário escolar não participando freqüentemente. (estamos analisando os possíveis motivos).
Percepção do
Prof. de Judô
Discreto e compenetrado demonstra maturidade e evita brincadeiras. Bom poder de assimilação. Demonstra alguma dificuldade motora.
26
Tabela 7 Considerações dos docentes
ALUNO “G”
Antes
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Sempre habilidoso e participativo. Excelente atleta e membro da fanfarra.
Percepção do
Prof. de Judô
Conhecido na comunidade por suas performances em Olimpíadas das APAE’s e dos Jogos Estudantis Regionais. Atleta nato, sempre se destacou em várias modalidades esportivas.
Depois
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Muita dificuldade em participar dos treinamentos propostos fora do horário escolar, pois foi inserido no mercado de trabalho.
Percepção do
Prof. de Judô
Demonstra interesse em aprender e encara os desafios com muita determinação. Não pode dar continuidade ao curso por ter sido inserido no mercado de trabalho.
Tabela 8 Considerações dos docentes
ALUNO “I”
Antes
Percepção da
Prof. E.F/Diretora/APAE
Sempre se interessou pelas atividades pedagógicas, esportivas e culturais desenvolvidas na Unidade Escolar.
Percepção do Prof. de Judô
O aluno começou bastante tímido, embora tenha demonstrado interesse nos ensinamentos.
Depois
Percepção da Prof.
E.F/Diretora/APAE
O aluno foi inserido no mercado de trabalho que o impediu de participar das atividades. No período em que realizou as aulas de Judô apresentou melhor domínio corporal, pois a tonicidade muscular (tensão) é grande e às vezes não domina as quedas caindo como “um bloco de tijolo” não amortecendo as quedas o que nos preocupa até hoje. É interessado e melhorou o desempenho nas outras atividades, reclama que não pode continuar por causa do horário de trabalho.
Percepção do Prof. de Judô
Consegue executar os ensinamentos com alguma dificuldade, mas supera a situação demonstrando interesse e capacidade de interagir com os colegas. Participação discreta.
27
4.1.1. Pontos Positivos Comuns
Através das experiências e vivências adquiridas durante a pesquisa e ao
interpretar as considerações descritas na Tabela de Impressões (ex-post-facto), em
consonância com os docentes da APAE - Pinheiral considera-se que nos casos
analisados os alunos com necessidades especiais obtiveram resultados positivos em
comum como:
a) Ascensão comportamental no relacionamento interpessoal e familiar;
b) Melhoria no desempenho das funções para realização das tarefas
acadêmicas;
c) Evolução do relacionamento com seus pares e funcionários da escola;
d) Maior poder de persuasão e concentração;
e) Melhor senso de responsabilidade para resolver tarefas do cotidiano;
f) Mais interesse diante das atividades propostas no ambiente escolar.
O caráter formativo e pedagógico de organização do Judô facilitou o
aprendizado desses indivíduos e como alternativa atendeu a questões que
propiciaram a integração e a inserção desses alunos nas turmas do 1º Ano do
Ensino Médio do CANP. Através dessa prática observou-se significativa melhora no
desempenho das rotinas diárias dos alunos e na relação com os colegas e
funcionários da escola.
A continuidade e a freqüência de alguns desses alunos nas aulas de Judô no
ano letivo de 2009, têm sido para toda a comunidade estudantil uma experiência
inovadora no convívio com a diversidade e também para o aprendizado de todo o
processo inclusivo. Esse novo paradigma educacional tem proporcionado um bem
estar geral entre os alunos, além da satisfação pessoal e do reconhecimento da
conquista desta interação.
4.1.2. Pontos Negativos Comuns
Alguns pontos negativos foram observados durante o projeto e no ano
subseqüente, o qual impediu que alguns desses alunos pudessem dar seqüência ao
trabalho desenvolvido; alguns motivos estão elencados a seguir:
28
a) Necessidade de inserção no mercado de trabalho para auxiliar na renda
familiar;
b) Impossibilidade de continuar no projeto por necessidade de mudança da
cidade;
c) Falta de motivação, para continuar no projeto no ano subseqüente;
d) Dificuldade financeira para poder participar de eventos estaduais e nacionais.
4.2. OS ALUNOS 4.2.1. Relato de alunos do 1º ano do Ensino Médio do CANP que participaram da pesquisa
Tabela 9. Depoimentos dos alunos do CANP
Relato da aluna Ingrid, Turma 102: Acho possível que haja essa integração. Achei proveitosa a troca de experiência e de informações. Às vezes pensamos ser impossível esta relação devido à dificuldade na comunicação, visto que alguns são surdos, mas creio que esta relação irá avançando aos poucos, melhorando a relação de ambas as partes.
Relato da aluna Karine, Turma 104: Achei a aula muito produtiva. Com relação à habilidade dos garotos fiquei impressionada com a capacidade de execução e a habilidade com que praticam os movimentos. Notei que em alguns momentos eles executam as técnicas melhor do que nós, alunos da turma. Estou muito otimista e tenho certeza que acharemos um caminho para estreitarmos nosso convívio e assim melhorarmos nosso relacionamento. Achei interessante, pois eles prestam bastante atenção e curtem mais do que nossos colegas. Relato da aluna Nathieli, Turma 102: Observei que em alguns momentos eles têm um desempenho melhor do que o nosso. Relato da aluna Crislaina, Turma 101:
29
Acho que eles se interessam bem mais pelas aulas do que nossos próprios colegas tornando o aproveitamento deles melhor do que o nosso. Noto também que eles se comunicam pouco conosco, mas creio que gradativamente nosso relacionamento irá melhorar. Relato da aluna Meire Turma 103: Foi muito bom poder fazer a aula com eles, pois interagiram muito bem com a turma. Eles fizeram tudo direito e quase não da para notar que eles possuem alguma deficiência. Relato do aluno Elias, Turma 101: A turma se identificou bem com eles, observei que apesar das dificuldades são capazes de se desenvolver. Relato da aluna Fernanda Turma 104:
Notei que além da dedicação eles se divertem bastante! Podemos tê-los como exemplo para superar nossas dificuldades. Relato do aluno Raí,Turma 104: Achei legal a iniciativa de integrar esses alunos no nosso convívio, observei que eles demonstram mais interesse do que nós, além da necessidade de mostrar que eles também são capazes.
4.3. INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS Vale salientar que foram coletados e registrados alguns desenhos elaborados
pelos alunos da APAE, que serviram como diagnóstico e objeto de análise do
pesquisador para interpretação dos resultados finais da pesquisa.
• Imagens criadas pelos alunos da APAE no ano de 2008 – desenhos
referentes às aulas.
• Total de imagens: treze (13); desenhos criados por oito (8) alunos da APAE –
Pinheiral, (7) sete com deficiência intelectual e (1) um com surdez profunda.
30
4.3.1. Metodologia utilizada para análise das imagens
“A representação não precisa ser arte, mas nem por isso é menos misteriosa” E.H. Gombrich.
A partir da metodologia utilizada para análise das i A A
A partir da metodologia utilizada para análise das imagens criadas pelos
alunos da APAE inseridos nas atividades da disciplina de Educação Física/ ensino
de Judô, observou-se algumas questões no que concerne ao aprendizado/treino e
vivência do grupo, em geral.
Os estudos sobre o desenho infantil geralmente estão associados à
investigação da inteligência, motricidade ou à sua utilização como instrumento
projetivo da personalidade. Os critérios adotados para interpretar o desenho, de
modo geral pautam-se no traçado, cores, localização, elementos constitutivos e faixa
etária das crianças submetidas à avaliação psicológica.
O desenho tem sido compreendido como um meio que permite ao aluno
organizar informações, processar experiências vividas e pensadas, estimulando-o a
desenvolver um estilo de representação singular do mundo. Portanto, as
experiências gráficas fazem parte do crescimento psicológico e são indispensáveis
para o desenvolvimento e para a formação de indivíduos sensíveis e criativos,
capazes de transpor e transformar a realidade (Goldberg, Yunes & Freitas, 2005).
Observa-se na figura abaixo:
A aproximação dos bonecos observados nas figuras a seguir, se expressa
sobre a sociabilidade, à união e a relação com o grupo e com o professor.
Há necessidade de um companheiro e não de um
adversário para realização das atividades
propostas.
Figura 1
Figura 2
Figura 3 Figura 4 Figura 5
31
Zannon (1991) sinaliza que a relação entre ambiente e organismo, nos
diversos contextos, deve possibilitar a busca das melhores oportunidades de
desenvolvimento para cada indivíduo. Essa perspectiva pode ser compreendida sob
a ótica do modelo ecológico do desenvolvimento humano de Bronfenbrenner (1996),
que afirma que os indivíduos estão em constante crescimento psicológico decorrente
das diferentes relações estabelecidas entre pessoas e entre pessoas e seus
ambientes. A observação desse crescimento pode ser exteriorizada por meio das
manifestações da linguagem, seja ela gráfica, escrita ou falada, na medida em que
eventos ou pessoas provoquem a sua expressão.
Conforme a interpretação da próxima figura se observa uma imagem bem
definida, rica em detalhes, desenhada por um aluno com necessidades sensoriais
(auditivas), porém muito talentoso que encontrou no Judô uma forma de expressar
seu desejo maior, visto que a imagem do boneco com as mãos para o alto com
medalha, representa a vitória, a conquista e a superação.
No conjunto das figuras abaixo, observam-se algumas características
peculiares presentes no dia-a-dia na prática e no desenvolvimento do Judô tais
como: disciplina, observação, postura/respeito, símbolos e alguns de seus
movimentos (ataque/defesa); têm o intuito de trabalhar a observação, memória e
auto-expressão.
Para Goldberg e colaboradores (2005) o
desenho pode emergir como um elo de
representação dessas relações e de outras vivências
significativas para o desenvolvimento social, afetivo e
cognitivo dos indivíduos.
Figura 6
Figura 7 Figura 8 Figura 9
32
A criação de imagens (arte) sejam desenhos, pinturas, colagens etc.
referentes a alguma ação, pede atenção de vários elementos presentes na cena, no
caso específico; o local para o desenvolvimento da prática do Judô.
A observação de objetos, utensílios e expressões corporais e faciais,
encontrados nas figuras abaixo, aguça o olhar e a percepção visual. “Enfim, arte é
ver com os olhos [sic] com a emoção e com a história. Arte é sentido. É treino
também. Um exercício de refinar os sentidos” (CANTON, 2002).
Observa-se na próxima figura o boneco desenhado de quimono, mas também
de saia. Essa expressão demonstra a relação do eu - outro, ou seja, as relações
humanas, a boa integração alcançada por todos, independentemente do gênero.
Os desenhos analisados apresentam uma forma solta e aproximam-se do
traço infantil. Essa maneira de criar o desenho está livre de pré-conceitos
estabelecidos. Cada desenho traz então, um olhar estruturado pelo espontâneo,
pelo prazer de fazer, de representar alguma ação.
Gombrich (2007, p.76-77), entende que:
Como vetores de análise dos desenhos
foram observados elementos que compõem uma
imagem:
• Linhas
• Formas
• Cores
• Gestos– maneira na qual são criadas as
linhas, formas, cores e expressões das
figuras.
• Composição – distribuição dos elementos.
Figura 10 Figura 11 Figura 12
Figura 13
33
A criança – argumenta-se – não olha árvores; contenta-se com o esquema “conceitual” de uma árvore, (…) Esse apoio na construção, e não na imitação, tem sido atribuído à mentalidade peculiar das crianças e dos primitivos, que vivem num mundo seu, à parte. (…) Se toda arte é conceitual, então a questão é simples. Porque os conceitos, como as pinturas, não podem ser verdadeiros ou falsos. Podem ser apenas mais ou menos úteis à formação de descrições.
4.3.1.1. Itens observados
1. Cenário (local da prática do Judô);
2. Quimono (vestimenta característica do esporte);
3. Simbologia do Judô; ideograma e retrato do criador do Judô, mestre Jigoro
Kano;
4. Prática do Judô - postura dos praticantes e movimentos (ataque/defesa).
4.3.1.2. Elementos observados
• Vestimenta / quimono: Cor usual: azul e (ou) branca.
• Cores nos desenhos: verde, laranja, amarelo, vermelha, azul.
• Faixa / local da faixa correto: em alguns desenhos na cintura;
• Outros: sem representação visual.
• Símbolo yin-yang e ideograma JU - DO:
• Nos desenhos: localização coerente com o espaço observado;
• Cor: usual, preta e branca;
• Nos desenhos: preta e vermelha.
• Tatame - cor do tatame:
• Nos desenhos: cor coerente com o referente. Amarela. Algumas cores nos desenhos foram representadas de modo diferente ao
objeto original, ou seja, os alunos deram vazão à experimentação, a expressão e ao
imaginário. Ou mesmo usaram cores diferentes sem saber, sem intenção,
intuitivamente. “O artista, quando trabalha, está consciente ou inconscientemente,
34
estabelecendo a ligação entre as emoções recebidas do mundo exterior e suas
próprias emoções e experiências” (ANDRÉS, 2000, p. 37).
Percebe-se, pela composição de cada desenho, pelo traço específico de cada
aluno e pelo ato gestual ao gerar a forma, uma figuração (figura humana) contendo
todas suas partes; como cabeça, pés, mãos, tronco e face. No geral, os desenhos
apresentam faces alegres, isso pode estar relacionado ao fato de alegria ao
treinamento do Judô e uma boa interação dos participantes.
Os desenhos têm sido utilizados em larga escala como uma medida de vários
processos e fenômenos psicológicos, entre eles, a inteligência e o desenvolvimento
cognitivo (Hutz & Bandeira, 2000). O uso do desenho da figura humana como
medida de inteligência pauta-se na premissa de que a mesma é familiar a todas as
culturas, independente das experiências acadêmicas anteriores e até mesmo da
coordenação motora (Wechsler, 2003; Sisto, 2005). Outro dado relevante é o fato
dessa medida ter sido popularizada pela sua utilidade e brevidade e por não
apresentar caráter invasivo, sendo aceita pelo aluno, independente da sua faixa
etária. A relação entre o desenho da figura humana e o desempenho em testes de
inteligência, tem sido objeto de estudos cujos resultados apontam para a eficácia do
desenho como um instrumento de medida de funções cognitivas (Wechsler, 2003).
Cabe salientar que um instrumento de medida, segundo Alchieri e Cruz (2004),
representa conceitualmente uma forma de estender-se uma ação em direção ao
objeto de investigação, a fim de minimizar limitações do processo de observação,
potencializando a eficácia na obtenção de dados e resultados.
4.3.1.3. Demonstração dos resultados
Os desenhos idealizados pelos discentes da APAE permitiram-lhes uma
observação diferenciada, pois, além da prática ressaltando a disciplina, os mesmos
tiveram a oportunidade de perceber cada um destes elementos que compõem o
conjunto destas ações. Tratou-se de manter registradas as formas na memória para,
então, desenhar o processo. A proximidade dos bonecos em vários desenhos
demonstra uma percepção de sociabilidade e afetividade com relação ao professor e
ao grupo.
Com traços simples, porém, significativos para seus criadores, os desenhos
revelam o contexto de experiência com a prática do Judô. Mais do que uma criação,
35
as imagens são representações de algum momento da prática desenvolvida e um
registro de coisas que foram feitas/ discutidas. Sem querer ser uma precisão
fotográfica, evocam um ou outro recorte dos momentos vividos durante as atividades
de Judô e interação com outros alunos.
36
5. CONCLUSÃO
Percebe-se que a utilização do Judô como ferramenta pedagógica facilita a
integração e o relacionamento interpessoal das pessoas com necessidades
especiais em um universo de diversidade encontrado no ambiente acadêmico. O
interesse pelo esporte estreita os laços afetivos entre os sujeitos deste processo
proporcionando-lhes maior poder de inferência em sua rede social. A inserção e o
convívio no ambiente escolar do ensino regular corroboram significativamente para o
desenvolvimento psicológico e para a melhoria do relacionamento interpessoal
dessas pessoas, fato observado pelo pesquisador através dos registros e das
análises relativas aos depoimentos ex-post-facto dos docentes da APAE, dos alunos
do ensino regular do CANP e da metodologia utilizada para interpretação dos
desenhos. Em contrapartida a prática desportiva tornar-se-á uma aliada para o
desenvolvimento do relacionamento interpessoal desses indivíduos tornando-os
pessoas mais atuantes, responsáveis e comprometidas com os seus ideais.
Para garantir a inserção e o acesso desses indivíduos no ambiente escolar
urge a implantação do NAPNE, Núcleo de Assistência as Pessoas com
Necessidades Especiais, institucionalizado através de portaria e assinada pelo
diretor da instituição.
Deverá haver por parte dos gestores um comprometimento efetivo com as
políticas de acessibilidade e com as causas da inclusão. É urge a necessidade de se
investir em infra-estrutura e gestão, em reformas arquitetônicas, em mão de obra
especializada e contratação de profissionais, de modo a oferecer às pessoas com
necessidades especiais condições adequadas para o seu desenvolvimento, num
ambiente salutar, igualitário e democrático, onde sejam respeitadas as diferenças e
a individualidade de cada um.
É importante que os gestores invistam em cursos de capacitação e
qualificação para que seus profissionais possam desenvolver estudos e pesquisas
não só na área do ensino técnico, mas também na área da Educação Profissional e
Tecnológica Inclusiva.
Com a implantação deste novo paradigma educacional quebram-se as
barreiras do conservadorismo, do estigma e do preconceito contribuindo para o
37
desenvolvimento, e para transformação social das pessoas com necessidades
especiais.
Cria-se, portanto, uma nova mentalidade, um modelo de ensino democrático,
igualitário, em que se valoriza a individualidade de cada indivíduo, respeitando as
diferenças e estimulando as suas potencialidades.
As adaptações curriculares deverão ser debatidas e implantadas de forma
gradual através do Projeto Político Pedagógico da escola e deverá ser entendida
como o verdadeiro caminho para o atendimento às necessidades específicas e de
aprendizagem dos alunos. No entanto, identificar essas “necessidades” requer que
os sistemas educacionais modifiquem não apenas as suas atitudes e expectativas
em relação a esses alunos, mas que se organizem para construir uma real escola
para todos, que dê conta dessas especificidades.
Através da disseminação da cultura da “educação para convivência” onde
cada um aceita e convive com a diversidade, estarão, portanto, garantidos os
direitos e os deveres dessas pessoas em cursos oferecidos pelo CANP nas diversas
áreas a fins.
Sendo o Instituto Federal do Rio de Janeiro “Campus Nilo Peçanha” a única
instituição de ensino Técnico e Tecnológico da região dotado de infra-estrutura na
oferta de atividades esportivas inclusivas e cursos técnicos nas áreas a fins, espera-
se, portanto, que esse projeto seja um norteador para que ambas as instituições
possam a partir desse experimento, desenvolver um trabalho transdisciplinar,
voltado para melhoria da qualidade de vida e da formação profissional dessas
pessoas transformando-as em entes sociais e cidadãos ativos.
38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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