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Juliana Gagno Lima
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica
Rio de Janeiro
2016
Juliana Gagno Lima
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola
Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca
Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre
em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo
Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas
em Sauacutede
Orientadora Profordf Drordf Ligia Giovanella
Co-orientadora Profordf Drordf Maacutercia Cristina
Rodrigues Fausto
Rio de Janeiro
2016
Catalogaccedilatildeo na fonte
Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica
Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica
L732a Lima Juliana Gagno
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma
anaacutelise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso
e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica Juliana Gagno Lima --
2016
244 f tab graf mapas
Orientador Ligia Giovanella
Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica
Sergio Arouca Rio de Janeiro 2016
1 Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2 Avaliaccedilatildeo em Sauacutede
3 Regionalizaccedilatildeo 4 Integralidade em Sauacutede 5 Acesso aos
Serviccedilos de Sauacutede 6 Sistema Uacutenico de Sauacutede 7 Qualidade da
Assistecircncia agrave Sauacutede I Tiacutetulo
CDD ndash 22ed ndash 3621
Juliana Gagno Lima
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola
Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca
Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre
em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo
Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas
em Sauacutede
Aprovada em
Banca Examinadora
Profordf Drordf Ligia Giovanella ndash Orientadora
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto ndash 2ordf Orientadora
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Prof Dr Gustavo Correcirca Matta
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Aylene Emilia Moraes Bousquat
Faculdade de Sauacutede PuacuteblicaUniversidade de Satildeo Paulo
Profordf Drordf Cristiani Vieira Machado (suplente)
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Estela Maacutercia Saraiva Campos (suplente)
Universidade Federal de Juiz de Fora
Rio de Janeiro
2016
Dedico este trabalho
Agravequele que tanto amo e que me proporciona a integralidade da vida Douglas Mota
ldquoI hope you dont mind I hope you dont mind
That I put down in words
How wonderful life is while youre in the worldrdquo
(Elton John)
Agrave minha famiacutelia essa conquista eacute de vocecircs
ldquoE cada verso meu seraacute pra te dizer
Que eu sempre vou te amar
Por toda a minha vidardquo
(Tom Jobim e Viniacutecius de Moraes)
AGRADECIMENTOS
Meus emocionados agradecimentos a tods que torceram e me incentivaram de perto ou
de longe que fizeram e fazem parte de mais essa importante etapa da minha histoacuteria
ENSP Acompanhando a temaacutetica da dissertaccedilatildeo agradeccedilo especialmente
- agravequeles que foram minha porta de entrada para o SUS e para os quais recorro em todos os
momentos a equipe de professores da residecircncia em especial Helena Seidl Gustavo
Matta e Roberta Gondim A minha equipe de amigos PMAQ-AB Helena Seidl Maacutercia
Fausto Swheelen Vieira Lilia Romero Edson Menezes Valeacuteria Morgana Edjane Alves
Rafael Arauacutejo Patty Fidellis e Priscilla Contarato
- agravequeles que me acompanham e incentivam ao longo de toda a vida que tanto me
conhecem e cujo o viacutenculo eacute para sempre meus pais Maria Thereza e Joatildeo Soares meu
marido Douglas Mota meu irmatildeo Viniacutecius Gagno minha cunhada Ana Carolina Oliveira
minhas amigas-irmatildes Ariana Oliveira e Thatiane Barboza e minha sogra Luacutecia Mota
- agravequeles que muito me ensinam cotidianamente ampliando as perspectivas sobre a Sauacutede
Puacuteblica em seus variados escopos de atuaccedilatildeo os professores do DAPS principalmente
Maria Helena Mendonccedila Cristiani Machado e Luciana Dias toda a equipe da pesquisa
Regiotildees e Redes em especial as professoras Ana Luiza Viana Aylene Bousquat e Estela
Campos toda a equipe do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede
especialmente Renata Pella Allan Nuno e Joseacute Eudes
- agravequelas que brilhantemente coordenaram a minha trajetoacuteria acadecircmica me
acompanhando com muito cuidado dedicaccedilatildeo e construindo junto cada pedacinho de texto
e de reflexatildeo as amigas e professoras Ligia Giovanella e Maacutercia Fausto
- agravequeles que disponibilizaram seu conhecimento ldquointersetorialrdquo e sua atenccedilatildeo para auxiliar
nesse trabalho Viviane Azevedo Mariluacutecia Oliveira Luciane Vicente os estatiacutesticos
Edgard Fusaro Renata Clarisse e Paulo Borges Vanderlei Matos a equipe da SECA a
equipe do CEP ENSPFIOCRUZ e da secretaria do DAPS ENSPFIOCRUZ a CAPES
pela bolsa de estudo
- agravequeles que integram minhas diferentes famiacutelias e estatildeo sempre me apoiando os colegas
de mestrado da turma 2014 todos os familiares meu sogro Luciano Xavier minhas
amigas ldquoForeverrdquo Monique Padilha Caroline Martins Stefacircnia Soares Rafaella Peixoto e
Carolina Motta a equipe da Superintendecircncia de Atenccedilatildeo Baacutesica (SABSES ndash RJ) Gerson
Stumbo e Pedro Lima
- agravequeles com quem mais recentemente tenho conhecido e compartilhado uma nova
cultura a equipe do e-SUS AB a equipe da SESPA e os amigos de Histoacuteria da UFOPA
especialmente Gustavo Sousa e Andreacute Fonseca
Agradeccedilo a cada usuaacuterio profissional gestor entrevistador supervisor e coordenador
participante do PMAQ-AB e de antematildeo a tods que possam de alguma forma utilizar
esse trabalho na luta pelo SUS que queremos
RESUMO
A qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) pode ser avaliada por meio do exame da efetivaccedilatildeo dos
atributos de uma Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) robusta conforme definiccedilatildeo de Starfield
primeiro contato longitudinalidade abrangecircnciaintegralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a
comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica no
Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) seja de jurisdiccedilatildeo municipal para que se constitua na base de uma
rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva regional com suas
heterogeneidades O estudo teve por objetivo analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na praacutetica
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo Tipos de Regiotildees de Sauacutede Foram utilizados os bancos de
dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) ciclos 1 e 2 Os
atributos da APS foram operacionalizados em componentes e realizada seleccedilatildeo de variaacuteveis
PMAQ-AB pertinentes a cada atributo As regiotildees de sauacutede foram agrupadas em cinco tipos
segundo desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos de acordo com metodologia da
pesquisa ldquoRegiotildees e Redesrdquo A partir dos dados do ciclo 1 do PMAQ-AB foi analisada a efetivaccedilatildeo
dos atributos nos cinco grupos de regiotildees de sauacutede Posteriormente foram comparados resultados
nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Os atributos primeiro contato e integralidade
apresentaram os melhores resultados coordenaccedilatildeo e competecircncia cultural os piores No primeiro
contato destacam-se positivamente os lsquohoraacuterios de funcionamentorsquo e baixos resultados quanto agrave
facilidade para lsquoagendamento da consulta na ABrsquo No atributo longitudinalidade os resultados
tanto para o componente lsquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacientersquo como lsquoqualidade da
relaccedilatildeo profissional-pacientersquo foram inadequados Para abrangecircnciaintegralidade o componente
lsquoescopo de accedilotildeesrsquo apresentou resultados superiores aos do componente lsquoresolutividade na AB O
atributo coordenaccedilatildeo apresentou resultados inadequados em todos os componentes continuidade
informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e
comunicaccedilatildeo direta entre AB e atenccedilatildeo especializada destacando-se positivamente apenas a
presenccedila de fichas de encaminhamento e centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializadaexames
Para os atributos derivativos identificou-se escassez de variaacuteveis no instrumento PMAQ-AB que
pudessem representaacute-los A orientaccedilatildeo para a comunidade mostrou melhores resultados para
lsquoterritorializaccedilatildeorsquo e insuficiecircncia em relaccedilatildeo aos indicadores de lsquointersetorialidadersquo e lsquoparticipaccedilatildeo
socialrsquo Centralidade na famiacutelia apesar de natildeo apresentar baixos resultados seu principal
indicador ldquoos profissionais da equipe perguntavam nas consultas sobre os familiares dos usuaacuteriosrdquo
apresentou os resultados mais baixos Competecircncia cultural mostrou baixos resultados para accedilotildees
envolvendo grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos
usuaacuterios sobre respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo Entre os
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma
heterogecircnea As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)
apresentaram em geral os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) os piores resultados As equipes das Reg 5 mostraram
melhores condiccedilotildees e estrutura para o atendimento agrave sauacutede de suas populaccedilotildees e no que depende
de accedilotildees no acircmbito da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio observaram-se alguns resultados superiores nas
equipes das Reg 1 Os atributos com resultados mais baixos independente do tipo de regiatildeo de
sauacutede foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural Apesar da maior parte das
variaacuteveis do instrumento natildeo apresentar equivalecircncia de questotildees para profissionais e usuaacuterios
observou-se em geral percepccedilatildeo dos profissionais mais positiva que a dos usuaacuterios Na
comparaccedilatildeo de resultados entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria ao longo do tempo
Entre os resultados com variaccedilatildeo mais positiva destacaram-se as variaacuteveis referentes aos registros
e aspectos organizacionais sob governabilidade das proacuteprias equipes As desigualdades presentes na
sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS no SUS Essas desigualdades
devem ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor qualidade integral resolutivo e
voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo Dadas as peculiaridades das populaccedilotildees satildeo
necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham
acesso a uma mesma gama de serviccedilos de qualidade de acordo com as suas necessidades
independente do territoacuterio em que habitam
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede avaliaccedilatildeo regionalizaccedilatildeo integralidade acesso
ABSTRACT
The quality of the Basic Care can be assessed by ascertaining to what extent the attributes of robust
Primary Health Care (PHC) as defined by Starfield ndash first contact care longitudinality (person-
focused care over time) comprehensiveness coordination community orientation family-
centeredness and cultural competence ndash are embodied in practice PHC in Brazilrsquos Unified Health
System (SUS) is a municipal responsibility but for it to become the basis of a care system oriented
by PHC it cannot be isolated from a regional perspective and the heterogeneities that entails This
study examined for the presence of PHC features in the practice of primary care teams in Brazil by
Health Region (HR) types Information was sourced from the databases of cycles 1 and 2 of the
national access and quality improvement programme (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e
da Qualidade PMAQ-AB) For the study PHC features were operationalised in components and
PMAQ-AB variables relevant to each feature were selected Using the Regions and Networks
research methodology HRs were grouped into five types by level of socioeconomic development
and service supply Data from PMAQ-AB cycle 1 were analysed to determine how effectively the
PHC features had been implemented in the five HR groups Then the results of the PHC attributes
from PMAQ-AB cycles 1 and 2 were compared First contact and comprehensiveness returned the
best results coordination and cultural competence the worst Of the PMAQ-AB variables
characterising first contact ldquoworking hoursrdquo stood out favourably and ease of ldquoPHC appointment
schedulingrdquo unfavourably Results for the longitudinality components ldquorelational continuityrdquo and
ldquorelational qualityrdquo were both inadequate Comprehensiveness returned better results in terms of
ldquoscope of actionsrdquo than in ldquoPHC problem-solvingrdquo Results for all components of coordination ndash
ldquoinformation continuityrdquo ldquocare flowsrdquo ldquoaccess to secondary carerdquo and ldquodirect communication
between primary and specialised carerdquo ndash were inadequate with favourable mentions for only
ldquoreferral formsrdquo and ldquosecondary care scheduling centresrdquo The PMAQ-AB instrument was found to
lack variables to represent derivative attributes Results relating to community orientation were
good for ldquoterritorialisationrdquo but poor in terms of indicators of ldquointersectoralityrdquo and ldquosocial
participationrdquo Although scores for family-centeredness were not low they were lowest for the
key indicator team personnel asked about usersrsquo families at appointments Cultural competence
produced low results for actions involving specific population groups although user perceptions of
respect from PHC personnel for their cultural habits customs and religion stood out favourably
Practical expression of PHC features was heterogeneous among the different HR groups HRs with
high levels of socioeconomic development and service supply (HR5) returned best results while
HRs where socioeconomic development and supply were low (HR1) generally returned the worst
results Teams in HR5 enjoyed better conditions and structure for providing care to their
populations while teams of HR1 produced better results in some actions regarding user-personnel
relations Coordination of care and cultural competence scored lowest independently of HR group
Although for most variables the questions posed to users and health personnel were not
equivalent perceptions were observed to be generally more favourable among health professionals
than among users Comparison of results from cycles 1 and 2 showed slight improvement over
time Results showing greatest improvement included particularly variables relating to records and
organisational aspects under governance of the teams themselves The inequalities present in
Brazilian society are also reflected in the extent to which the SUS embodies ideal PHC features in
practice These inequalities must be addressed in order to build a better-quality SUS that is
comprehensive has the power to solve problems and is geared to the populationrsquos health needs
Given the peculiarities of Brazilrsquos different populations heterogeneous organisational and care
arrangements are needed to assure users access to the same range of quality services according to
their needs and regardless of the territory they inhabit
Keywords Primary Health Care assessment regional health planning comprehensiveness
accessibility
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR 92
Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo 1
Brasil 2013 71
Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos 1 e
2 Brasil 2014 75 Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de funcionamento por
grupos de regiotildees de sauacutede 101 Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos de
regiotildees de sauacutede 103 Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta na
AB por grupos de regiotildees de sauacutede 106 Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia e
emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108 Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 114 Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 117 Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 119 Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede124 Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 129
Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 129 Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por
grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 133
Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por
grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 134 Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede 139 Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade informacional
por grupos de regiotildees de sauacutede 142 Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 145 Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas
especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede 148
Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 151 Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 156 Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por grupos
de regiotildees de sauacutede 160 Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por grupos
de regiotildees de sauacutede 163 Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por
grupos de regiotildees de sauacutede 165 Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees
de sauacutede 170
Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de regiotildees
de sauacutede 173 Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 176 Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de regiotildees
de sauacutede 179 Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 181
Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 187 Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 189 Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 193 Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 196 Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 199
Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 200 Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 202
Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de informaccedilatildeo
para mediccedilatildeo 32
Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de sauacutede
com os usuaacuterios 55 Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 68 Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil 2011
ndash ciclo 1 69 Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica 69 Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 73 Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB 74
Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB 74 Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas 80 Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do PMAQ-
AB 80 Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Primeiro
Contato81 Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
Longitudinalidade82 Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Abrangecircncia
Integralidade 83
Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Coordenaccedilatildeo 85
Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Orientaccedilatildeo para a
comunidade 86 Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Centralidade na
famiacutelia 88 Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Competecircncia
cultural 88
Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de sauacutede
segundo pesquisa Regiotildees e Redes 90 Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da pesquisa
Regiotildees e Redes 91 Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas 94
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo grupos de regiotildees de sauacutede 93
Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede 100
Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de regiotildees de sauacutede 102
Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na AB por grupos de regiotildees de sauacutede 105
Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108
Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 116
Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 118
Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede 127
Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade da AB por grupos de regiotildees de sauacutede 132
Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por grupos de regiotildees de sauacutede 141
Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 144
Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames especializados por grupos de regiotildees de sauacutede 147
Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 149
Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede 158
Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede 162
Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo social por grupos de regiotildees de sauacutede 164
Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar por grupos de regiotildees de sauacutede 172
Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural por grupos de regiotildees de sauacutede 178
Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 185
Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 188
Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 191
Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 195
Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 198
Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 200
Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 201
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AB Atenccedilatildeo Baacutesica ACS Agente comunitaacuterio de sauacutede AE Atenccedilatildeo Especializada AIS Accedilotildees integradas de sauacutede AMQ Avaliaccedilatildeo para melhoria da qualidade APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede CEO Centro de Especialidades Odontoloacutegicas CIR Comissatildeo Intergestores Regional COAP Contrato Organizativo de Accedilatildeo Puacuteblica DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica DM Diabetes mellitus DSE Desenvolvimento socioeconocircmico EqAB Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia GP General practitioner HAS Hipertensatildeo arterial sistecircmica HIV Human Immunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ID SUS Iacutendice de Desempenho do Sistema Uacutenico de Sauacutede IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano INAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social MS Ministeacuterio da Sauacutede NASF Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia NHS National Health Service NOB Norma operacional baacutesica OCDE Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento econocircmico OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede OPAS Organizaccedilatildeo Pan-americana de Sauacutede PAB Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica PACS Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PBF Programa Bolsa Famiacutelia PcaTool Primary Care Assessment Tool PIB Produto Interno Bruto PIC Praacuteticas integrativas e complementares PMA2 Produccedilatildeo e marcadores para avaliaccedilatildeo PMAQ-AB Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo
Baacutesica PNAB Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica PROADESS Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede PSE Programa Sauacutede na Escola PSF Programa Sauacutede da Famiacutelia RAS Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede RENAME Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais SES RJ Secretaria de Estado de Sauacutede do Rio de Janeiro SGDAB Sistema de Gestatildeo de Programas do Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica SIAB Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica SISAB e-SUS
Sistema de Informaccedilatildeo em Sauacutede para a Atenccedilatildeo Baacutesica
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede TIC Tecnologia da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS 21 21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE 21 22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS 27 23 ATRIBUTOS DA APS 31 231 Primeiro contato 33 232 Longitudinalidade 36 233 Abrangecircnciaintegralidade 39 234 Coordenaccedilatildeo 41 235 Orientaccedilatildeo para a comunidade 46 236 Centralidade na famiacutelia 49 237 Competecircncia cultural 52 24 APS NA REDE REGIONALIZADA 56
3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA
ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB 61 31 PMAQ-AB CICLO 1 64 32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2 71 33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB 75
4 METODOLOGIA 79 41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA APS 79 42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES 89 43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE 89 44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA APS 93 45 ANAacuteLISE DOS DADOS 94 46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 96
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 98 51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO 99 511 Horaacuterios de funcionamento 99 512 Acolhimento 101 513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica 103 514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia 107 515 Discussatildeo 108 52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE 115 521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente 115 522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) 117 523 Discussatildeo 120 53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE 125 531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees 125 532 Resolutividade da AB 130 533 Discussatildeo 134 54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO 140 541 Continuidade informacional 140 542 Ordenamento de fluxos assistenciais 142
543 Acesso a consultasexames especializados 145 544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada 148 545 Discussatildeo 151 55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE 157 551 Territorializaccedilatildeo 157 552 Intersetorialidade 160 553 Participaccedilatildeo social 163 554 Discussatildeo 165 56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA 171 561 Abordagem familiar 171 562 Discussatildeo 173 57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL 177 571 Abordagem cultural 177 572 Discussatildeo 179 58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 e 2 PMAQ-AB 182
6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES 204
7 REFEREcircNCIAS 214
ANEXOS 227 ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR
ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB 227 ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS
COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB 237
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
Nas uacuteltimas deacutecadas a atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem sido revitalizada visto
suas contribuiccedilotildees para a melhoria dos cuidados e para os resultados em sauacutede (Starfield et
al 2005 OPASOMS 2005 OMS 2008) No Brasil com a implantaccedilatildeo do SUS a
atenccedilatildeo baacutesica teve importante expansatildeo e a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) preconizou
um novo modelo assistencial para APS no paiacutes processo que vem exigindo avaliaccedilatildeo dos
serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo com vistas agrave melhoria da qualidade da atenccedilatildeo
O objeto da dissertaccedilatildeo eacute a anaacutelise sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na
praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil na perspectiva das proacuteprias equipes e dos
usuaacuterios dos serviccedilos Para tal seratildeo analisadas variaacuteveis do banco de dados do Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) dos
ciclos 1 e 2 (20112012 e 20132014 respectivamente)
Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica seja de competecircncia municipal para que se constitua
na base de uma rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva
regional com suas heterogeneidades Dessa forma o foco da anaacutelise dos atributos da APS
seraacute segundo grupos de Regiotildees de Sauacutede definidos a partir de caracteriacutesticas de
desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos construiacutedos pela Pesquisa ldquoPoliacutetica
Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo1
As justificativas para a escolha do objeto envolvem a minha inserccedilatildeo profissional
na fase de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB a trajetoacuteria de formaccedilatildeo para a gestatildeo da APS
e aspectos de ordem ideoloacutegica-conceitual relacionados agrave importacircncia da APS na
construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos de sauacutede de qualidade para garantia do direito agrave sauacutede e agrave
importacircncia do estudo dos atributos da APS para a qualificaccedilatildeo dos serviccedilos de atenccedilatildeo
baacutesica no Brasil
No que se refere agrave proximidade com a temaacutetica da APS e PMAQ-AB os principais
motivadores foram a Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede da Famiacutelia seguida pelo
Curso de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica e a inserccedilatildeo na avaliaccedilatildeo externa
do PMAQ-AB pelo grupo de coordenaccedilatildeo da EnspFiocruz A Residecircncia foi realizada
entre os anos de 2010 a 2012 na EnspFiocruz e foi marcada pelas discussotildees teoacutericas e
vivecircncias do processo de trabalho em uma equipe de sauacutede da famiacutelia do territoacuterio de
Manguinhos Em seguida nos anos 2012 e 2013 o curso de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na
mesma instituiccedilatildeo possibilitou uma inserccedilatildeo e interlocuccedilatildeo com as trecircs esferas de
1 Essa pesquisa sob coordenaccedilatildeo da Profordf Ana Luiza DacuteAacutevila Viana seraacute referida no projeto tambeacutem pela
nomenclatura ldquoPesquisa Regiotildees e Redesrdquo
15
governo acircmbito municipal estadual e federal Nos dois momentos de formaccedilatildeo em
serviccedilo a preocupaccedilatildeo sobre a qualidade da APS sempre esteve latente Em especial o
trabalho final sobre financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) e a vivecircncia de preparaccedilatildeo
para o ciclo 1 do PMAQ-AB nas esferas estadual (estaacutegio na SES-RJ) e federal (vivecircncia
no Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede) em 2012 despertou-me um
interesse diferenciado pela temaacutetica de avaliaccedilatildeo da qualidade na AB e permitiu-me
conhecer a amplitude do PMAQ-AB
Esta oportunidade de reflexatildeo sobre o PMAQ-AB eacute produto principalmente da
inserccedilatildeo no grupo de conduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa e divulgaccedilatildeo dos resultados pela
equipe EnspFiocruz ndash instituiccedilatildeo responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo da coleta de dados em
nove estados brasileiros Esta vivecircncia propiciou debates sobre planejamento e organizaccedilatildeo
da coleta de dados anaacutelise de documentos institucionais aproximaccedilatildeo com o Ministeacuterio da
Sauacutede e discussotildees teoacutericas sobre os avanccedilos e desafios da avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica e
do PMAQ-AB enquanto ferramenta para institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo
da APS como modelo de atenccedilatildeo preferencial agrave organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede
O foco da dissertaccedilatildeo se baseia na anaacutelise dos atributos essenciais e derivativos da
APS na atuaccedilatildeo das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica sendo eles primeiro contato
longitudinalidade abrangecircncia ou integralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a
comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural segundo Starfield (2002) A
escolha por analisar se esses atributos estatildeo presentes no trabalho das equipes conforme o
preconizado parte do pressuposto dos benefiacutecios que o modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede com
base na APS proporciona agrave populaccedilatildeo e agrave organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede em redes tendo
a APS a funccedilatildeo de coordenadora do cuidado
Estudos internacionais apontam caracteriacutesticas da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede que
isoladas ou combinadas podem ser responsaacuteveis por um impacto positivo deste modelo de
atenccedilatildeo na sauacutede da populaccedilatildeo Satildeo eles
um maior e melhor acesso aos serviccedilos necessaacuterios qualidade do
atendimento um maior enfoque na prevenccedilatildeo tratamento precoce de
problemas de sauacutede o efeito cumulativo das principais caracteriacutesticas de
prestaccedilatildeo de cuidados primaacuterios e o papel da atenccedilatildeo primaacuteria na reduccedilatildeo
de cuidados especializados desnecessaacuterios e potencialmente prejudiciais
(Starfield et al 2005 487)
Starfield et al (2005) demonstram que sistemas de sauacutede com APS forte estatildeo
associados a melhores resultados de sauacutede A partir de estudo realizado em paiacuteses
16
industrializados com orientaccedilatildeo para a APS observou-se a relaccedilatildeo de uma APS robusta
com menores taxas de mortalidade por qualquer causa (por exemplo cacircncer doenccedila
cardiovascular doenccedilas respiratoacuterias mortalidade prematura e infantil) Aleacutem disso
indicam um aumento da expectativa de vida e melhoria na autopercepccedilatildeo de sauacutede dos
usuaacuterios A magnitude da melhoria estaria associada tambeacutem agrave maior disponibilidade do
profissional meacutedico generalista (Starfield et al 2005)
Em revisotildees realizadas por Atun (2004) e Starfield et al (2005) a indicaccedilatildeo eacute que
um aumento de investimentos na APS melhora a equidade de acesso quando comparado a
sistemas baseados em especialistas Os meacutedicos da APS estatildeo mais propensos do que os
especialistas para prestar um cuidado continuado e atenccedilatildeo integral ocasionando melhores
resultados de sauacutede aleacutem de menor chance de intervenccedilotildees inadequadas em especial
quando desempenham a funccedilatildeo de gatekeeper As revisotildees indicam ainda que os meacutedicos
de APS estatildeo mais propensos a perceber os eventos adversos que resultam dos seus
proacuteprios cuidados e dos cuidados de outros profissionais (Atun 2004 Starfield et al
2005)
Ao estudar o impacto da APS na reduccedilatildeo das iniquidades em sauacutede Starfield et al
(2005) demonstram que maiores taxas de meacutedicos de APS por populaccedilatildeo estatildeo associados
a impactos positivos mais intensos na sauacutede da populaccedilatildeo de aacutereas socialmente mais
desfavorecidas contribuindo para a equidade (Starfield et al 2005) Aleacutem disso com
exceccedilatildeo das aacutereas metropolitanas todos os estudos concluiacuteram menor disparidade de
cuidados em sauacutede com base na APS particularmente os que examinaram o recebimento
de serviccedilos de APS pela populaccedilatildeo (Atun 2004)
A maior oferta de meacutedicos de APS tambeacutem se apresenta associada a menores custos
totais dos serviccedilos de sauacutede quando comparada a demais aacutereas Isso provavelmente se deve
a uma melhor assistecircncia preventiva taxas de hospitalizaccedilatildeo inferiores e menor utilizaccedilatildeo
de centros de serviccedilos de emergecircncia Aleacutem disso um cuidado mais integral ao usuaacuterio eacute
resultante dessa combinaccedilatildeo entre investimento em tecnologias de menor custo como
prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede (Starfield et al 2005 Atun 2004) Poreacutem eacute importante
destacar que outros pontos influenciam nos custos totais com a APS como por exemplo o
tipo de contrato e sistemas de pagamento dos meacutedicos (Kringos et al 2010)
Por fim Starfield (2002) destaca que a importacircncia de medir os atributos da APS
reside na possibilidade dos profissionais se qualificarem para a atuaccedilatildeo em APS Se
comparada aos demais niacuteveis de atenccedilatildeo eacute niacutetido o impacto da APS na sauacutede da
populaccedilatildeo Logo o conhecimento sobre cada aspecto visa contribuir para o alcance dos
17
resultados esperados e estiacutemulo a outras pesquisas visando uma APS de qualidade
Em outras palavras espera-se que o presente estudo sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos
da APS no processo de trabalho das equipes permita identificar avanccedilos e desafios
colocados no contexto da atenccedilatildeo baacutesica brasileira para colaborar com a tomada de decisatildeo
frente a esses desafios
Para a verificaccedilatildeo da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foram escolhidos os dados do
PMAQ-AB escolha suscitada pelas seguintes reflexotildees
Eacute um dos principais mais atuais e amplos programas de avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo
Baacutesica tanto no que se refere ao nuacutemero de equipes avaliadas ao nuacutemero de UBS
visitadas aos usuaacuterios entrevistados e agraves instituiccedilotildees de ensino envolvidas no seu
processo de planejamento e desenvolvimento
O importante recurso financeiro destinado agrave Atenccedilatildeo Baacutesica nos pagamentos por
desempenho a partir do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (PAB-variaacutevel) cujo
repasse se inicia desde o momento da adesatildeo das equipesmuniciacutepio ao PMAQ-AB
Seja sob a oacutetica do recurso financeiro destinado ao PMAQ-AB seja sob o aspecto
de fortalecimento da APS no paiacutes utilizar os resultados desse programa para a
dissertaccedilatildeo visa compor um conjunto de iniciativas sobre ldquorespostasrdquoldquoprestaccedilatildeo de
contasrdquo agrave sociedade aos participantes do programa e aos gestores envolvidos
Divulgar seus resultados busca gerar reflexotildees sobre algumas das contribuiccedilotildees
desse programa e da avaliaccedilatildeo em sauacutede para a melhoria da qualidade da AB no
Brasil
O PMAQ-AB estaacute em processo de desenvolvimento e em fase de discussatildeo dos
proacuteximos ciclos o que torna possiacutevel melhorias em sua formulaccedilatildeo
Ter disponiacutevel um banco de dados com informaccedilotildees de infraestrutura de
profissionais e usuaacuterios de niacutevel nacional permite uma discussatildeo mais ampla sobre
a efetivaccedilatildeo dos atributos e mesmo uma comparaccedilatildeo entre a percepccedilatildeo dos atores
isso sem contar que para alguns atributos as respostas dos usuaacuterios satildeo as mais
centrais
O recorte de anaacutelise dos dados do PMAQ-AB escolhido para a dissertaccedilatildeo foram as
regiotildees de sauacutede segundo tipologia preacute-definida pela pesquisa Regiotildees e Redes Optou-se
por analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS nas regiotildees de sauacutede segundo essa tipologia
que considera o desenvolvimento socioeconocircmico dos municiacutepios e a oferta de serviccedilos
puacuteblicos e privados agrupando as regiotildees de sauacutede do paiacutes em 5 tipos (Viana 2014)
18
Qual a importacircncia e por que a opccedilatildeo de discutir APS nas regiotildees de sauacutede se esse
niacutevel de atenccedilatildeo eacute de responsabilidade de execuccedilatildeo municipal Primeiro porque muitos
municiacutepios brasileiros isoladamente natildeo conseguem resolver os desafios de uma APS de
qualidade quiccedilaacute de acesso integral agrave rede de atenccedilatildeo Segundo porque os municiacutepios do
Brasil em sua maioria de pequeno porte tem caracteriacutesticas extremamente diversificadas
quanto agrave sustentabilidade financeira e capacidade de gestatildeo Terceiro porque a APS apesar
de estrateacutegia prioritaacuteria eacute somente um dos pontos da rede de atenccedilatildeo que natildeo opera o SUS
se estiver desarticulado dos demais niacuteveis
A organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo regionalizada de qualidade a partir da APS estaacute
relacionada ao modelo federativo brasileiro que depende de cooperaccedilatildeo entre os entes
federativos em uma conjunccedilatildeo tripartite complexa que precisa conjugar a
interdependecircncia e a autonomia dos trecircs entes (Abrucio 2005 Lima 2012) Apesar da
organizaccedilatildeo da rede em regiotildees de sauacutede estar colocada nos marcos legais a pelo menos
duas deacutecadas o reconhecimento desta enquanto potecircncia eacute uma discussatildeo recente
Estrateacutegias que envolvam uma atuaccedilatildeo articulada entre os entes federativos com enfoques
nas especificidades de cada regiatildeo satildeo essenciais para que a APS consiga exercer a funccedilatildeo
de ordenaccedilatildeo da rede regionalizada (OPASOMS 2011)
Kringos et al (2010) da mesma forma ressaltam a responsabilidade da APS na
coordenaccedilatildeo dos cuidados e a relaccedilatildeo dessa caracteriacutestica com uma APS forte e de
qualidade visto que a coordenaccedilatildeo estaacute associada a melhor qualidade da atenccedilatildeo
Na presente pesquisa portanto o recorte da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS por
regiotildees de sauacutede segundo Tipologia desenvolvida pela Pesquisa Regiotildees e Redes (Viana
2014) visa analisar o papel da APS na coordenaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (RAS) e
na garantia do acesso dos usuaacuterios a um sistema integral e resolutivo Entende-se que essa
tipologia de regiotildees de sauacutede traz uma agregaccedilatildeo favoraacutevel para avaliar o papel da APS na
rede uma vez que considera caracteriacutesticas socioeconocircmicas e a capacidade instalada dos
serviccedilos de sauacutede contribuindo para a discussatildeo sobre equidade nos sistemas universais de
sauacutede (Viana 2014) Almeja-se que os resultados informem as gestotildees municipais ou
estaduais e mais especificamente as Comissotildees Intergestores Regionais (CIR) sobre
problemas comuns na APS possivelmente contribuindo para a anaacutelise da gestatildeo Aleacutem
disso que agregue elementos para anaacutelise da APS nas regiotildees de sauacutede conforme objetivo
pretendido pela pesquisa (Viana 2014)
Outra questatildeo motivadora desse estudo eacute o consenso entre os atores em sauacutede sobre
a necessidade de institucionalizar a ldquocultura de avaliaccedilatildeordquo Mesmo que os resultados das
19
avaliaccedilotildees natildeo gerem diretamente decisotildees imediatas espera-se que contribuam para um
julgamento que influencie mais positivamente essas decisotildees Mas visto a dificuldade
desse processo na praacutetica haacute alguns aspectos a serem destacados a pertinecircncia da
avaliaccedilatildeo o meacuterito da avaliaccedilatildeo e a credibilidade da avaliaccedilatildeo (Contandriopoulos 2011)
A pertinecircncia da avaliaccedilatildeo se refere agrave capacidade de responder aos problemas que
precisam ser resolvidos e seraacute tanto maior quanto mais coalisatildeo ela suscitar Eacute preciso
portanto que diferentes atores estejam cientes de sua importacircncia e portanto de que a
melhoria do sistema depende da institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo Jaacute o meacuterito se relaciona
agraves explicaccedilotildees teoacutericas para o potencial da avaliaccedilatildeo em melhorar as decisotildees visto os
provaacuteveis diferentes interesses envolvidos nessas decisotildees E a credibilidade consiste no
julgamento dos decisores sobre o valor da avaliaccedilatildeo ou seja a avaliaccedilatildeo enquanto
dispositivo de qualidade (Contandriopoulos 2011)
A anaacutelise mais aprofundada dos dados do PMAQ-AB pode contribuir para
potencializar meacuterito e credibilidade do programa tanto por difundir seus resultados como
por identificar pontos de aprimoramento nos instrumentos de avaliaccedilatildeo
A dissertaccedilatildeo apresenta as seguintes questotildees de pesquisa
Os atributos da APS satildeo efetivados no processo de trabalho das equipes de AB no
Brasil
Qual a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ-AB
Os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 permitem identificar uma evoluccedilatildeo nos resultados
das equipes no que se refere agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS
Existe associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de sauacutede
O objetivo geral eacute analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
na praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo grupos de regiotildees de sauacutede do Brasil a
partir do banco de dados do PMAQ-AB ciclos 1 e 2
Os objetivos especiacuteficos satildeo
Identificar a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ -AB
Examinar o cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e
usuaacuterios participantes do PMAQ-AB
Analisar a associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de
sauacutede segundo tipologia da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo de Regiotildees e
Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo
Comparar os resultados nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB referentes agraves
20
UBS equipes e usuaacuterios quanto agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS
O trabalho estaacute estruturado da seguinte forma Seguindo-se agrave introduccedilatildeo o capiacutetulo
2 eacute composto por um referencial teoacuterico-conceitual sobre Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
avaliaccedilatildeo em sauacutede e APS atributos da APS e APS na rede regionalizada a fim de
construir um arcabouccedilo geral das principais temaacuteticas da dissertaccedilatildeo
O capiacutetulo 3 foca no PMAQ-AB o que inclui seus marcos legais o desenho do
programa as caracteriacutesticas do ciclo 1 mudanccedilas no ciclo 2 e limitaccedilotildees metodoloacutegicas
Visa apresentar os principais aspectos do programa ao leitor contextualizar sua
abrangecircncia nacional e problematizar questotildees em torno do seu desenho
O capiacutetulo 4 aborda a metodologia da dissertaccedilatildeo envolvendo um detalhamento de
cada uma de suas etapas realizadas seleccedilatildeo das variaacuteveis dos ciclos 1 e 2 construccedilatildeo de
indicadores comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 e anaacutelise dos dados Possui tambeacutem um item de
apresentaccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede segundo a Pesquisa Regiotildees e
Redes que foi a base para a discussatildeo da APS nos grupos de regiotildees de sauacutede
O capiacutetulo 5 consiste na apresentaccedilatildeo dos resultados Ele foi construiacutedo em trecircs
eixos por componente de cada atributo da APS e discussatildeo desses resultados em diaacutelogo
com as bibliografias relacionadas a cada tema pela distribuiccedilatildeo dos resultados de cada
atributo por grupo de regiatildeo de sauacutede e as principais diferenccedilas entre esses grupos e pela
comparaccedilatildeo dos resultados nacionais por atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB
Nas conclusotildees sintetizam-se as principais reflexotildees derivadas do estudo sobre os
atributos da APS nas regiotildees de sauacutede a partir dos objetivos especiacuteficos Tem como
proposta retomar e articular as principais discussotildees entre os referidos capiacutetulos aleacutem de
suscitar reflexotildees para o aprofundamento e realizaccedilatildeo de novas pesquisas
21
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS
21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE
A primeira referecircncia agrave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave sauacutede como um niacutevel dos sistemas de
sauacutede eacute encontrada no Relatoacuterio Dawson de 1920 no Reino Unido Nesse relatoacuterio
constava a descriccedilatildeo completa de uma rede regionalizada com base na coordenaccedilatildeo entre
medicina preventiva e curativa em um territoacuterio Cada territoacuterio teria centros de sauacutede
primaacuterios que seriam a ldquoporta de entradardquo do sistema e buscariam resolver a maior parte
das necessidades de sauacutede por meio de meacutedico generalista Os casos natildeo resolvidos na
Atenccedilatildeo Primaacuteria deveriam ser encaminhados aos demais serviccedilos especializados e
hospitalares ao qual os centros estavam vinculados caracterizando assim a hierarquizaccedilatildeo
dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Kuschnir e Chorny 2010)
O Relatoacuterio Dawson foi o primeiro documento a discutir a territorializaccedilatildeo e
articulaccedilatildeo entre sauacutede puacuteblica e atenccedilatildeo individual No que se refere agrave organizaccedilatildeo dos
serviccedilos trouxe as concepccedilotildees de niacuteveis de atenccedilatildeo porta de entrada viacutenculo referecircncia
coordenaccedilatildeo pela APS e mecanismos de integraccedilatildeo (Kuschnir e Chorny 2010)
A concepccedilatildeo de organizaccedilatildeo hieraacuterquica influenciou sistemas de sauacutede de todo o
mundo principalmente por duas caracteriacutesticas regionalizaccedilatildeo e integralidade No caso
dos paiacuteses desenvolvidos buscavam-se novas formas de atenccedilatildeo agrave sauacutede mais eficientes e
baratas enquanto nos paiacuteses em desenvolvimento a falta de acesso a cuidados baacutesicos
predominava (Fausto e Matta 2007)
No final da deacutecada de 1970 a OMS e a Unicef realizaram a I Conferecircncia
Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede em Alma Ata (Cazaquistatildeo) o principal
marco internacional da APS A Declaraccedilatildeo de Alma Ata preconizava a APS como
estrateacutegia para melhoria da sauacutede e alcance das metas do Programa Sauacutede para Todos no
Ano 2000 um pacto assinado por 134 paiacuteses Cuidados primaacuterios em sauacutede no relatoacuterio da
Conferecircncia de Alma Ata foram definidos como
Cuidados essenciais de sauacutede baseados em meacutetodos e tecnologias
praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitaacuteveis
colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade
mediante sua plena participaccedilatildeo a um custo que a comunidade e o paiacutes
possam manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de
autoconfianccedila e autodeterminaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do
sistema de sauacutede do paiacutes do qual constituem a funccedilatildeo central e o foco
principal quanto do desenvolvimento social e econocircmico global da
comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos indiviacuteduos da
famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual os
cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares
22
onde pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um
continuado processo de assistecircncia agrave sauacutede (OPAS 19781)
A APS de acordo com a Declaraccedilatildeo de Alma Ata pressupotildee centralidade nas
necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo perspectiva interdisciplinar participaccedilatildeo social na
gestatildeo e um conjunto de accedilotildees miacutenimas que envolvem educaccedilatildeo em sauacutede para proteccedilatildeo e
prevenccedilatildeo alimentaccedilatildeo adequada tratamento de aacutegua e saneamento sauacutede materno-
infantil planejamento familiar imunizaccedilatildeo controle de endemias tratamento de doenccedilas e
lesotildees comuns e fornecimento de medicamentos essenciais Para aleacutem disso a declaraccedilatildeo
aponta para a necessidade de conceber a sauacutede como direito humano e como resultado de
condiccedilotildees econocircmicas e sociais (Fausto e Matta 2007)
A partir de Alma-Ata a APS tornou-se referecircncia para reformas de sauacutede Poreacutem
em muitos paiacuteses principalmente em desenvolvimento organismos internacionais
adotaram uma perspectiva focalizada e seletiva de APS no sentido de minimizar a
exclusatildeo social focada nas populaccedilotildees de baixa renda e distanciando-se da universalidade
proposta no documento As accedilotildees com destaque nesses paiacuteses pobres financiadas pela
Unicef eram acompanhamento do crescimento e desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral
aleitamento materno e imunizaccedilatildeo (Giovanella e Mendonccedila 2012)
Deacutecadas depois da Conferecircncia em Alma-ata a OPAS e OMS elaboraram
documentos importantes para o fortalecimento da APS Satildeo eles o documento de
posicionamento ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo (OPASOMS
2005) e o Relatoacuterio Mundial de Sauacutede de 2008 ldquoAtenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agora Mais
do que Nuncardquo (OMS 2008)
O documento da OPAS destaca a importacircncia de uma abordagem integrada e
horizontal para o alcance da universalidade bem como de cuidados orientados agrave
qualidade ecircnfase na promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo intersetorialidade participaccedilatildeo social e
responsabilizaccedilatildeo dos governos (OPASOMS 2005) E o Informe da OMS destaca o papel
da APS como coordenadora do cuidado e capaz de dar respostas integrais em todos os
niacuteveis de atenccedilatildeo atraveacutes de um conjunto de reformas que visem agrave universalidade e a
participaccedilatildeo social Nesse a centralidade eacute na pessoa e em suas necessidades de sauacutede
(OMS 2008)
O documento de ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo
(OPASOMS 2005) aponta diferenccedilas quanto aos enfoques sobre o papel da APS no
desenvolvimento do sistema social e de sauacutede classificando essas abordagens em quatro
principais
23
- APS seletiva - selective primary care (ecircnfase nos serviccedilos de sauacutede restritos agrave populaccedilatildeo
muito pobre) O conceito de APS abrange programas especiacuteficos e seletivos com cesta
restrita de serviccedilos Haacute um enfrentamento limitado de problemas de sauacutede e eacute aplicada
principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A maior parte das accedilotildees eacute dirigida ao
grupo materno-infantil como por exemplo monitoramento do crescimento e
desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral imunizaccedilatildeo e aleitamento materno
- APS como primeiro niacutevel de atenccedilatildeo - primary care O conceito de APS como ponto de
entrada no sistema de sauacutede e local de cuidados para a maioria das pessoas na maior parte
do tempo Correspondem aos serviccedilos ambulatoriais meacutedicos de primeiro contato natildeo
especializados incluindo accedilotildees de caraacuteter preventivo e serviccedilos cliacutenicos para toda a
populaccedilatildeo
- APS abrangente ou integral de Alma-ata - comprehensive primary health care (ecircnfase na
organizaccedilatildeo dos sistemas de atenccedilatildeo agrave sauacutede e promoccedilatildeo) APS integrada ao sistema de
sauacutede garantindo a integralidade e participaccedilatildeo social Princiacutepios fundamentais da APS
integral enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede acesso e cobertura universal
com base em necessidades participaccedilatildeo comunitaacuteria accedilatildeo intersetorial tecnologias
apropriadas e uso eficiente de recursos
- APS como enfoque em sauacutede e direitos humanos (ecircnfase nos processos emancipatoacuterios
setores sociais e sauacutede) APS como parte da compreensatildeo da sauacutede como direito humano
abordagem dos determinantes sociais e poliacuteticos de sauacutede defesa da ideia de que as
poliacuteticas de desenvolvimento devem ser inclusivas e que as poliacuteticas devem ser apoiadas
em compromisso financeiro dos governos e em legislaccedilatildeo para promover a equidade em
sauacutede (OPASOMS 2005)
Rifkin e Walt (1986) ao analisar as concepccedilotildees de APS seletiva e abrangente
discutem que a concepccedilatildeo de APS seletiva eacute mais atrativa agraves agecircncias financiadoras devido
seus resultados em curto prazo o incentivo ao setor privado na prestaccedilatildeo de serviccedilos e o
foco na intervenccedilatildeo em sauacutede com baixos custos Ao contraacuterio a APS abrangente ou
integral apresenta maior complexidade eacute fundamentada na compreensatildeo da sauacutede como
direito e estaacute relacionada aos processos de desenvolvimento e determinaccedilatildeo social da
doenccedila Os autores defendem assim como o documento da OPAS que a APS natildeo eacute
somente uma alternativa para a prestaccedilatildeo de cuidados de sauacutede mas eacute uma estrateacutegia para
o desenvolvimento dos sistemas de sauacutede (Rifkin e Walt 1986)
A definiccedilatildeo de APS em Alma-Ata eacute abrangente pois considera APS como funccedilatildeo
central do sistema como parte de um processo mais geral de desenvolvimento econocircmico
24
e social das comunidades apresenta preocupaccedilatildeo com os custos crescentes da assistecircncia
meacutedica por consequecircncia da incorporaccedilatildeo de novas tecnologias atentando agrave relaccedilatildeo custo-
benefiacutecio pressupotildee participaccedilatildeo comunitaacuteria inclui praacuteticas da medicina tradicional e
agentes de sauacutede da comunidade treinados se contrapondo ao elitismo meacutedico APS
representa o primeiro niacutevel de contato levando a atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel
de onde as pessoas residem ou trabalham natildeo se restringe ao primeiro niacutevel estaacute integrada
ao processo permanente da assistecircncia integral incluindo prevenccedilatildeo promoccedilatildeo cura e
reabilitaccedilatildeo e enfatiza a necessidade de accedilotildees de outros setores (Giovanella e Mendonccedila
2012)
Kringos et al (2010) destacam que sistemas de sauacutede onde a APS dispotildee de
recursos adequados para facilitar o acesso ao diversificado escopo de serviccedilos de maneira
coordenada e contiacutenua atraveacutes da aplicaccedilatildeo eficiente de recursos e prestaccedilatildeo de cuidados
de alta qualidade contribuem para a equidade em sauacutede
Para Starfield a APS corresponde ao primeiro niacutevel de atenccedilatildeo do sistema de
sauacutede articulando-se ao trabalho de todos os outros niacuteveis e organizando o uso dos
recursos direcionados agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo e melhoria da sauacutede Podemos dizer que a
autora operacionaliza a concepccedilatildeo de APS abrangente com foco na discussatildeo da qualidade
da atenccedilatildeo e identificando quatro atributos essenciais para avaliaccedilatildeo da APS primeiro
contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo O poder de intervenccedilatildeo e a
qualidade da APS satildeo potencializados quando se considera a capacidade de interaccedilatildeo dos
serviccedilos com os indiviacuteduos e com a comunidade o que foi nomeado pela autora como
atributos derivativos ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo ldquocentralidade na famiacuteliardquo e
ldquocompetecircncia culturalrdquo (Starfield 2002)
No Brasil nos anos 1980 o ideaacuterio da reforma sanitaacuteria compreendia a necessidade
de reorientaccedilatildeo do modelo assistencial e de mudanccedila do modelo da assistecircncia meacutedica
previdenciaacuteria do Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social
(Inamps) As Accedilotildees Integradas em Sauacutede (AIS) jaacute eram um ensaio aos princiacutepios de
universalidade e atenccedilatildeo integral Com a criaccedilatildeo do SUS e seus princiacutepios de
universalidade descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo popular a concepccedilatildeo de APS
tambeacutem foi se modificando Para diferenciar-se da concepccedilatildeo de APS seletiva as poliacuteticas
do Brasil adotaram o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo definida como accedilotildees individuais e coletivas
situadas no primeiro niacutevel voltadas agrave promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de agravos
tratamento e reabilitaccedilatildeo e com o objetivo de responder a maior parte de necessidades de
sauacutede da populaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006 Giovanella e Mendonccedila 2012)
25
A APS ganhou destaque nacionalmente a partir da norma operacional baacutesica
(NOB) SUS 0196 onde aparece o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo que passa a ser caracterizada
como o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo agrave sauacutede A NOB 96 traz inovaccedilotildees quanto agrave alocaccedilatildeo de
recursos instituindo nova modalidade de financiamento ndash o PAB fixo e PAB variaacutevel
fortalecimento da capacidade gestora do Estado em niacutevel local e definindo indicadores de
produccedilatildeo e de impacto epidemioloacutegico (Levcovitz et al 2001)
O PAB fixo eacute uma transferecircncia per capita para cobertura de atenccedilatildeo baacutesica pelos
municiacutepios A esfera federal repassa fundo-a-fundo aos municiacutepios um valor fixo por
habitante por ano Jaacute o PAB variaacutevel tambeacutem fundo-a-fundo eacute composto por incentivos
financeiros para programas especiacuteficosestrateacutegicos que podem variar de acordo com a
adesatildeoadoccedilatildeo dos municiacutepios aos programas
O Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (Pacs) criado em 1991 e o
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) de 1994 tinham o intuito de estimular a reorganizaccedilatildeo
da atenccedilatildeo em acircmbito local e tinham por foco as famiacutelias vulneraacuteveis Foram criados
enquanto programas verticais para as regiotildees Norte e Nordeste do paiacutes para interromper
epidemias Poreacutem principalmente no periacuteodo de 1998-2002 o PSF deixou de ser uma
poliacutetica de focalizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica para ser uma estrateacutegia de mudanccedila do modelo
de atenccedilatildeo no SUS com vistas agrave universalizaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006)
Segundo Gil (2006) a expansatildeo do PSF desencadeou reflexotildees como insuficiecircncia
nos arranjos organizacionais e falecircncia das praacuteticas profissionais e de gestatildeo voltadas ao
tradicional modelo de atenccedilatildeo A autora destaca o referencial da vigilacircncia em sauacutede como
base do PSF o que envolve organizaccedilatildeo das accedilotildees a partir do territoacuterio e problemas de
sauacutede intersetorialidade discriminaccedilatildeo positiva e paradigma da produccedilatildeo social da sauacutede
Aleacutem da vigilacircncia refere agraves accedilotildees programaacuteticas em sauacutede como um recurso
epidemioloacutegico de influecircncia no modelo do PSF para uma abordagem coletiva Ressalta
tambeacutem a proposta Em defesa da Vida (do Pacto pela Sauacutede) que foca na organizaccedilatildeo do
trabalho coletivo para produccedilatildeo de mudanccedilas no sistema e nas praacuteticas privilegiando
acolhimento viacutenculo etc
O PSF ganhou importacircncia poliacutetica governamental e passou a ser considerada uma
estrateacutegia prioritaacuteria para a organizaccedilatildeo dos sistemas municipais de sauacutede Em 2006 a
Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) formalizou o PSF enquanto estrateacutegia por
meio de acordo tripartite A PNAB 2006 incorporou os atributos de APS propostos por
Starfield
A PNAB preconiza equipe multiprofissional territorializaccedilatildeo adscriccedilatildeo de
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clientela cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea O objetivo eacute
que a UBS seja a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede integrada aos demais
serviccedilos da rede As equipes devem trabalhar no enfrentamento dos determinantes do
processo sauacutede-doenccedila desenvolvendo atividades de planejamento de educaccedilatildeo em sauacutede
accedilotildees intersetoriais e garantir assistecircncia integral agraves famiacutelias (Brasil 2006 Conill et al
2010)
Mais recentemente em 2011 com a atualizaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo
Baacutesica eacute reiterada uma concepccedilatildeo de APS abrangente
A Atenccedilatildeo Baacutesica caracteriza-se por um conjunto de accedilotildees de sauacutede no
acircmbito individual e coletivo que abrangem a promoccedilatildeo a proteccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede com o objetivo de desenvolver uma atenccedilatildeo
integral que impacte na situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas e nos
determinantes e condicionantes de sauacutede das coletividades (Brasil
2011b19)
Aleacutem disso a PNAB 2011 traz algumas propostas diferentes da PNAB 2006 no
que se refere aos programas que compotildeem o PAB variaacutevel como por exemplo o
componente qualidade (PMAQ-AB) agraves diferentes tipologias de equipes para aleacutem de
sauacutede da famiacutelia (ribeirinhas fluvial e consultoacuterio na rua por exemplo) agraves diferentes
possibilidades de inserccedilatildeo do profissional meacutedico nas equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica quanto agrave
carga horaacuteria e a institucionalizaccedilatildeo dos diferentes tipos de nuacutecleos de apoio agrave sauacutede da
famiacutelia (NASF) (Brasil 2011b)
Apesar dos avanccedilos na cobertura de atenccedilatildeo baacutesica com mais de 35000 equipes de
sauacutede da famiacutelia atuando no paiacutes permanecem importantes desafios Segundo diversos
autores os principais desafios da Atenccedilatildeo Baacutesica envolvem (Teixeira e Solla 2006 Viana
et al 2008 Conill et al 2010 Brasil 2013a Fausto et al 2013)
Situaccedilatildeo inadequada da rede fiacutesica das UBS e ambiecircncia o que influencia na
avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a qualidade dos serviccedilos oferecidos
Sobrecarga de populaccedilatildeo adscrita por equipe
Inadequadainsuficiente accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e apoio institucional que
fortaleccedilam o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes
Necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de trabalho das equipes de Atenccedilatildeo
Baacutesica principalmente quanto agrave resolutividade integraccedilatildeo entre os membros das
equipes orientaccedilatildeo em funccedilatildeo de prioridades metas e resultados baseado nas
complexidades de pequenos centros e metroacutepoles
27
Precaacuterias condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais
Rotatividade dos gestores e profissionais das equipes associado agrave fragilidade dos
viacutenculos trabalhistas o que gera insatisfaccedilatildeo por parte dos mesmos
Presenccedila irregular dos profissionais meacutedicos nas equipes principalmente em
municiacutepios do interior
Desafios especiacuteficos de municiacutepios de pequeno porte e da Regiatildeo Norte que
necessitam de outras formas de organizaccedilatildeo da AB para que se atenda agraves
necessidades de acesso geograacutefico oferta de serviccedilos e fixaccedilatildeo de profissionais
Necessidade de poliacuteticas intersetoriais para o enfrentamento de desafios da
complexidade urbana como por exemplo a violecircncia e suas repercussotildees para os
serviccedilos de sauacutede
Baixa capacidade gerencial e operacional na gestatildeo do SUS
Necessidade de processos de gestatildeo visando o acompanhamento da qualidade
Financiamento inadequado e insuficiente da AB
Integraccedilatildeo incipiente da APS agrave Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Segmentaccedilatildeo e fragmentaccedilatildeo dos serviccedilos questotildees centrais agrave compreensatildeo da
qualidade dos AB e operacionalizaccedilatildeo da concepccedilatildeo abrangente de APS
Necessidade de fortalecer a integralidade da atenccedilatildeo agrave sauacutede
Isolamento dos profissionais da Equipe de sauacutede bucal ou ausecircncia dessas equipes
com prejuiacutezos agrave integralidade
Pressatildeo dos setores do empresariado meacutedico-hospitalar e induacutestria farmacecircutica
pela manutenccedilatildeo do fluxo de recursos financeiros para os serviccedilos de meacutedia e alta
complexidade
22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS
A dinamicidade dos sistemas de sauacutede envolve o conjunto das relaccedilotildees poliacuteticas
econocircmicas e institucionais e seu arsenal de regras e serviccedilos aleacutem de aspectos essenciais
para a sua compreensatildeo como a cobertura o financiamento a forccedila de trabalho a rede de
serviccedilos a tecnologia e o conhecimento e as organizaccedilotildees Logo todos esses fatores
tornam o estudo e avaliaccedilatildeo desses sistemas complexos (Lobato e Giovanella 2012)
Em um contexto em que se associam as exigecircncias de acesso equitativo a serviccedilos
de qualidade eou as respostas ao complexo industrial de sauacutede agrave perspectiva de
desenvolvimento nacional a avaliaccedilatildeo em sauacutede se apresenta como um importante
28
mecanismo para compreender os sistemas sistematizar a anaacutelise dos contextos bem como
para responder agraves necessidades de informaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela tomada de decisatildeo
(Champagne et al 2011)
A avaliaccedilatildeo em sauacutede tem sido aprimorada ao longo do tempo Champagne et al
(2011) organizam a histoacuteria da avaliaccedilatildeo em quatro geraccedilotildees e seis periacuteodos Geraccedilatildeo I ndash
periacuteodo do Reformismo (1800 e 1900) e eficiecircncia e testagem (1900-1930) que tinham
como principal caracteriacutestica a medida Geraccedilatildeo II ndash Idade da inocecircncia (1930-1960) cuja
caracteriacutestica principal era a descriccedilatildeo Geraccedilatildeo III ndash expansatildeo (1960-1973) e
profissionalizaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo (1973-1990) tendo o julgamento como central e a
Geraccedilatildeo IV de duacutevidas (1990 ateacute a atualidade) que foca na negociaccedilatildeo e participaccedilatildeo de
diferentes atores nos processos avaliativos
Satildeo muitas as definiccedilotildees de avaliaccedilatildeo em sauacutede existentes na literatura Dubois et
al (2011) entendem a avaliaccedilatildeo em sauacutede na atualidade como um ldquoprocesso contiacutenuo de
construccedilatildeo e reconstruccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo de conhecimento sobre as intervenccedilotildeesrdquo
(Dubois et al 201120)
Para Champagne et al (2011)
Avaliar consiste fundamentalmente em emitir um juiacutezo de valor sobre
uma intervenccedilatildeo implementando um dispositivo capaz de fornecer
informaccedilotildees cientificamente vaacutelidas e socialmente legiacutetimas sobre essa
intervenccedilatildeo ou sobre qualquer um de seus componentes com o objetivo
de proceder de modo a que os diferentes atores envolvidos cujos campos
de julgamento satildeo por vezes diferentes estejam aptos a se posicionar
sobre a intervenccedilatildeo para que possam construir individual ou
coletivamente um julgamento que possa se traduzir em accedilotildees
(Champagne et al 2011 44)
Ou segundo o Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica do Ministeacuterio da Sauacutede a
avaliaccedilatildeo eacute compreendida como atribuiccedilatildeo da gestatildeo
A avaliaccedilatildeo em sauacutede eacute um processo criacutetico-reflexivo sobre praacuteticas e
processos desenvolvidos no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede Eacute um processo
contiacutenuo e sistemaacutetico cuja temporalidade eacute definida em funccedilatildeo do
acircmbito em que ela se estabelece () Deve constituir-se em um processo
de negociaccedilatildeo e pactuaccedilatildeo entre sujeitos que partilham co-
responsabilidades () A avaliaccedilatildeo eacute uma funccedilatildeo importante da gestatildeo
Nesse sentido natildeo eacute meramente atribuiccedilatildeo de avaliadores externos
devendo fazer parte do conjunto de atividades desempenhadas pelos
gestores do sistema e das equipes de sauacutede (Brasil 2005a 18)
Ambas as conceituaccedilotildees ressaltam a importacircncia da avaliaccedilatildeo para a tomada de
decisatildeo como embasamento para as accedilotildees e a necessidade do envolvimento de diferentes
29
atores nesse processo Mais que para o fornecimento de informaccedilotildees fundamentadas a
avaliaccedilatildeo pode ser vista como um processo de aprendizagem resultado de negociaccedilotildees
diversas e portanto ldquoestaacute apta a desempenhar um papel importante na governanccedila e na
melhoria contiacutenua das intervenccedilotildees do sistema de sauacutederdquo (Contandriopoulos 2011 272)
Figueiroacute et al (2010) resumem um conjunto de objetivos principais da avaliaccedilatildeo
auxiliar no planejamento e desenvolvimento de uma intervenccedilatildeo (objetivo estrateacutegico)
subsidiar por meio de informaccedilotildees a melhoria de uma intervenccedilatildeo no seu decorrer
(objetivo formativo) determinar os efeitos de uma intervenccedilatildeo para decidir se ela deve ser
mantida alterada ou interrompida (objetivo somativo) utilizar processos de avaliaccedilatildeo
como incentivo para transformaccedilatildeo de situaccedilotildees injustas ou problemaacuteticas visando o bem-
estar (objetivo transformador) ou contribuir para o progresso dos conhecimentos para a
elaboraccedilatildeo teoacuterica (objetivo fundamental)
Champagne et al (2011) destacam que as contribuiccedilotildees da avaliaccedilatildeo satildeo a
possibilidade de mediccedilatildeo controle administraccedilatildeo previsatildeo e definiccedilatildeo de prioridades para
intervenccedilotildees programas e poliacuteticas (Champagne et al 2011)
Para avaliar uma intervenccedilatildeo satildeo possiacuteveis principalmente dois tipos de estudos
avaliativos a avaliaccedilatildeo normativa e a pesquisa avaliativa A avaliaccedilatildeo normativa consiste
em ldquofazer um julgamento sobre uma intervenccedilatildeo no que se refere a seus recursos e
organizaccedilatildeo (estrutura) serviccedilos ou bens produzidos (processo) e os resultados obtidos
com criteacuterios e normas existentesrdquo (Figueiroacute et al 2010 10) Jaacute a pesquisa avaliativa se
refere a um julgamento por meio de meacutetodos cientiacuteficos Pode contemplar a anaacutelise
estrateacutegica (pertinecircncia) a anaacutelise loacutegica (coerecircncia) a anaacutelise de produccedilatildeo (produtividade
de qualidade) a anaacutelise de efeitos (eficaacutecia) a anaacutelise de eficiecircncia e a anaacutelise de
implantaccedilatildeo (interaccedilotildees entre intervenccedilatildeo e contexto de implantaccedilatildeo na produccedilatildeo de
efeitos) (Champagne et al 2011)
Outro debate essencial satildeo os enfoques de avaliaccedilatildeo de qualidade descritos por
Donabedian (1990) muito utilizados nas avaliaccedilotildees em sauacutede O autor se baseia no modelo
sistecircmico (relaccedilatildeo entre os componentes da estrutura processo e resultado) e nas
dimensotildeesatributos conhecidos como os ldquosete pilares da qualidaderdquo dos quais se incluem
(Donabedian 1990 Frias et al 2010)
Efetividade capacidade de produzir o efeito desejado quando ldquoem uso rotineirordquo
consiste na relaccedilatildeo entre o impacto real e o potencial
Eficiecircncia relaccedilatildeo entre o impacto real e o custo das accedilotildees
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Eficaacutecia capacidade de produzir o efeito desejado quando o serviccedilo eacute colocado em
ldquocondiccedilotildees ideais de usordquo
Equidade distribuiccedilatildeo dos serviccedilos de acordo com as necessidades da populaccedilatildeo
Tratar desigualmente os desiguais e priorizar para intervenccedilatildeo os grupos sociais
com maiores necessidades de sauacutede
Aceitabilidade fornecimento de serviccedilo de acordo com as normas culturais sociais
e expectativas dos usuaacuterios e seus familiares
Otimizaccedilatildeo maacuteximo cuidado efetivo obtido pelo programa Ou seja uma vez
atingido determinado estaacutegio de efetividade do cuidado melhorias adicionais
seriam pequenas diante da elevaccedilatildeo dos custos
Legitimidade grau de aceitabilidade por parte da comunidade ou da sociedade
como um todo dos serviccedilos ofertados
Em estudo de Frias et al (2010) eacute destacada tambeacutem a perspectiva de outros
autores frente aos pilares estabelecidos por Donabedian Fazendo um compilado das
perspectivas os autores propotildeem a inclusatildeo de trecircs dimensotildees na avaliaccedilatildeo o acesso a
adequaccedilatildeocobertura da oferta e a qualidade teacutecnico-cientiacutefica dos serviccedilos
Starfield (2002) se baseia na concepccedilatildeo sistecircmica de Donabedian para avaliar os
serviccedilos de APS agrave medida que considera aspectos individuais e populacionais para anaacutelise
da qualidade da atenccedilatildeo e refere necessidade de distintas abordagens para avaliaccedilatildeo da
qualidade incluindo elementos de estrutura processo e resultados A operacionalizaccedilatildeo do
conceito de APS por meio de atributos permite identificar o grau de orientaccedilatildeo agrave APS
comparar sistemas ou tipos de serviccedilos e realizar a associaccedilatildeo entre presenccedila de atributos e
efetividade da atenccedilatildeo (Starfield 2002)
Considerando a variabilidade de acordo com o contexto e eacutepoca Starfield (2002)
apresenta uma abordagem para avaliaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede Destaca que cada sistema
de sauacutede possui uma estrutura (capacidade) que satildeo as caracteriacutesticas que possibilitam a
ofertaprestaccedilatildeo de serviccedilos processos (desempenho) que satildeo as accedilotildees que constituem a
oferta e recebimento dos serviccedilos (accedilotildees dos profissionais e usuaacuterios) e resultados
observados em vaacuterios aspectos de estado de sauacutede da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
Para medir o potencial e o alcance de cada um dos atributos essenciais da APS
(atenccedilatildeo ao primeiro contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo) eacute necessaacuterio
relacionar elementos de estrutura (capacidade) e processo (desempenho) (Starfield 2002)
A autora argumenta que nenhum sistema de sauacutede alcanccedila o desempenho perfeito
31
em todos os atributos da APS ao mesmo tempo pois este eacute um processo gradativo e a
busca pela qualidade dos serviccedilos eacute um processo constante Ela chama a atenccedilatildeo para a
necessidade de uma atualizaccedilatildeo constante dos padrotildees de qualidade ou seja agrave medida que
um padratildeo eacute atingido outro deveraacute ser elaborado para o alcance de um patamar superior no
decorrer do tempo O estudo dos atributos e da qualidade da atenccedilatildeo reforccedilaria a
necessidade de qualificaccedilatildeo dos profissionais e organizaccedilatildeo dos serviccedilos para a melhoria
da qualidade do sistema e dos resultados de sauacutede (Starfield 2002)
Eacute importante ressaltar que a metodologia da avaliaccedilatildeo do PMAQ-AB se propotildee
colaborativa e construtivista agrave medida que os atores envolvidos (representantes dos entes
municipal estadual e federal) desempenham papeacuteis centrais ao mesmo tempo que natildeo
necessariamente compartilham da mesma opiniatildeo poreacutem constroem consensos que
contribuem para a permeabilidade da avaliaccedilatildeo e desenvolvimento de co-
responsabilidades Aleacutem disso pode ser considerado estrateacutegico uma vez que seu objetivo
ultrapassa a avaliaccedilatildeo do desempenho e repasse do recurso podendo suscitar a reflexatildeo
discussatildeo e qualificaccedilatildeo nos serviccedilos de APS (Fausto et al 2013)
23 ATRIBUTOS DA APS
Baacuterbara Starfield (2002) propotildee uma metodologia para avaliaccedilatildeo da APS que
abrange caracteriacutesticas que podem ser exclusivas da APS derivativas ou fundamentais
mas natildeo exclusivas
Entendendo que essas caracteriacutesticas possuem uma relaccedilatildeo entre si identifica
quatro atributos exclusivosessenciais primeiro contato longitudinalidade
abrangecircnciaintegralidade e coordenaccedilatildeo que satildeo os de maior especificidade para a
avaliaccedilatildeo da APS Estes atributos satildeo distintos conceitualmente mas apresentam
superposiccedilatildeo e complementaccedilatildeo na praacutetica das equipes (Starfield 2002)
Quanto aos aspectos derivativos da APS pode-se dizer que contribuem para o
alcance dos atributos exclusivos e potencializam a qualidade da APS agrave medida que
pressupotildeem interaccedilatildeo com os indiviacuteduos e com a comunidade Satildeo eles centralizaccedilatildeo na
famiacutelia a competecircncia cultural e a orientaccedilatildeo para a comunidade
Em relaccedilatildeo aos aspectos fundamentais mas natildeo exclusivos da APS destacam-se
caracteriacutesticas importantes para a qualidade do sistema de atenccedilatildeo agrave sauacutede tanto para a
atenccedilatildeo primaacuteria como para a atenccedilatildeo especializada Satildeo eles ldquo(1) a adequaccedilatildeo dos
prontuaacuterios meacutedicos (2) a continuidade do pessoal (3) a comunicaccedilatildeo profissional-
paciente (4) a qualidade da atenccedilatildeo e (5) a proteccedilatildeo dos pacientesrdquo (Starfield 2002 489)
32
Para efeitos deste trabalho seratildeo utilizados os atributos exclusivos e derivativos
conforme definiccedilotildees apresentadas no Quadro 1
Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de
informaccedilatildeo para mediccedilatildeo Atributo Definiccedilatildeo Tipo de informaccedilatildeo
Atributos exclusivos
Atenccedilatildeo ao
primeiro contato
Serviccedilos procurados regularmente cada vez
que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso
de adoecimento ou para acompanhamento
rotineiro da sauacutede
Porta de entrada preferencial do sistema de
sauacutede ponto de iniacutecio da atenccedilatildeo e filtro para
acesso aos serviccedilos especializados
Acessibilidade da unidade
Acesso agrave atenccedilatildeo
Uso da unidade como local de
primeiro contato
Longitudinalidade Assunccedilatildeo de responsabilidade longitudinal
pelo usuaacuterio com continuidade da relaccedilatildeo
equipeusuaacuterio ao longo da vida
independentemente da ausecircncia ou da
presenccedila de doenccedila
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva
Conhecimento do paciente e de seu
meio social
Extensatildeo e forccedila da relaccedilatildeo com os
pacientes natildeo importando o tipo de
necessidade para a atenccedilatildeo
Abrangecircncia ou
Integralidade
Reconhecimento de amplo espectro de
necessidades considerando-se os acircmbitos
orgacircnico psiacutequico e social da sauacutede dentro
dos limites de atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede
Implica oferecer serviccedilos preventivos e
curativos e garantir acesso a todos os tipos de
serviccedilos para todas as faixas etaacuterias
resolvendo a grande maioria das demandas ou
por meio de encaminhamento quando
necessaacuterio
Espectro de problemas a serem
tratados
Atividades preventivas primaacuterias e
secundaacuterias
Reconhecimento e manejo dos
problemas de sauacutede (incluindo
sauacutede mental) na populaccedilatildeo
Porcentagem de pessoas atendidas
na APS sem necessidade de
encaminhamento
Coordenaccedilatildeo da
atenccedilatildeo
Coordenaccedilatildeo significa integraccedilatildeo de todos os
serviccedilos relacionados agrave sauacutede onde quer que
os pacientes tenham sido recebidos Ocorre a
partir da disponibilidade de informaccedilotildees
relacionadas agraves necessidades de sauacutede para o
presente atendimento
Mecanismos para continuidade
Reconhecimento de informaccedilotildees de
consultas preacutevias
Reconhecimento de consultas para
encaminhamento (ocorrecircncia e
resultados)
Atributos Derivativos
Orientado para
comunidade
Conhecimento das necessidades de sauacutede da
populaccedilatildeo adscrita em razatildeo do contexto
econocircmico e social em que vive
Conhecimento da distribuiccedilatildeo dos problemas
de sauacutede e dos recursos disponiacuteveis na
comunidade
Participaccedilatildeo da comunidade nas decisotildees
sobre sauacutede
Mecanismos de alcance do
conhecimento das necessidades de
sauacutede da comunidade
Participaccedilatildeo nas atividades
comunitaacuterias
Envolvimento comunitaacuterio na
unidade
Centralidade na
famiacutelia
Consideraccedilatildeo do contexto e dinacircmica familiar
para bem avaliar como responder agraves
necessidades de cada membro
Conhecimento dos membros e de seus
problemas de sauacutede
Conhecimento dos membros da
famiacutelia
Conhecimento dos problemas de
sauacutede dos membros da famiacutelia
Competecircncia
cultural
Reconhecimento de diferentes necessidades de
grupos populacionais suas caracteriacutesticas
eacutetnicas raciais e culturais entendendo suas
representaccedilotildees dos processos sauacutede-doenccedila
Providecircncias para atender a
necessidades especiais associadas
agraves caracteriacutesticas culturais
Prestaccedilatildeo de serviccedilos especiais para
atender necessidades culturais
Fonte Adaptado de Starfield 2002 e Giovanella e Mendonccedila 2012
33
231 Primeiro contato
O atributo ldquoprimeiro contatordquo indica os serviccedilos de porta de entrada regularmente
procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de atenccedilatildeo em caso de novo problema de
sauacutede ou de acompanhamento para um problema rotineiro de sauacutede Trata-se da porta
preferencial do sistema de sauacutede ou seja o ldquoponto de iniacutecio de atenccedilatildeo e filtro para
acesso a serviccedilos especializadosrdquo (Giovanella e Mendonccedila 2012 505)
Esse atributo envolve acessibilidade e acesso embora frequentemente esses termos
sejam utilizados como sinocircnimos Travassos e Martins (2004) baseando-se em
Donabedian e Andersen realizam a discussatildeo sobre a diferenccedila entre os termos A
acessibilidade refere-se agraves caracteriacutesticas da oferta que facilitam ou dificultam a chegada
das pessoas aos serviccedilos podendo ser soacutecio organizacionais financeiras (caracteriacutesticas do
serviccedilo) e geograacuteficas (relacionadas a distacircncia tempo e custo de viagem etc) Para
Donabedian ldquoa relaccedilatildeo dos usuaacuterios com o uso de serviccedilos eacute mediada pela acessibilidade
isto eacute a acessibilidade expressa as caracteriacutesticas da oferta que intervecircm na relaccedilatildeo entre
caracteriacutesticas dos indiviacuteduos e o uso de serviccedilosrdquo (Donabedian 1973 apud Travassos e
Martins 2004 191)
Jaacute acesso eacute explicado pelas autoras como um conceito multidimensional podendo
ser definido pelo acesso potencial e acesso realizado sendo acesso potencial
relacionado agrave presenccedila nos indiviacuteduos de fatores capacitantes para o uso dos serviccedilos e
acesso realizado a utilizaccedilatildeo em si influenciado tambeacutem por outros fatores que natildeo o
acesso potencial (Travassos e Martins 2004)
Travassos e Martins (2004) concluem que diferentes estudos optam entre uma ou
outra terminologia acessibilidade se referindo a uma caracteriacutestica da oferta de serviccedilos de
sauacutede ou do ajuste entre a oferta e usuaacuterios e o acesso como entrada inicialprincipal da
capacidade instalada em sauacutede A ideia de acesso portanto aparece como uma dimensatildeo
do desempenho dos sistemas de sauacutede associada agrave oferta (Travassos e Martins 2004)
Aleacutem disso eacute sinalizado um aspecto financeiro em que a principal barreira imediata ao
acesso estaacute nos sistemas em que eacute instituiacutedo a reparticcedilatildeo de custos com co-pagamentos ou
pagamentos por parte dos usuaacuterios no ato da utilizaccedilatildeo do serviccedilo (Starfield 2002)
Segundo estudo comparativo entre Brasil e Espanha a principal estrateacutegia para
acesso e organizaccedilatildeo da porta de entrada nas UBS identificada pelos gestores nas UBS
brasileiras eacute o acolhimento como forma de articulaccedilatildeo entre demandas espontacircnea e
programada embora natildeo haja padrotildees ou garantias de tempos maacuteximos para atendimento
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(Almeida et al 2013)
O acolhimento vem sendo institucionalizado como caracteriacutestica do processo de
trabalho na ESF e atribuiccedilatildeo comum a todos os membros da equipe multiprofissional o
que favorece a universalizaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos da APS aleacutem de fortalecer o
trabalho multiprofissional e intersetorial qualificar a assistecircncia agrave sauacutede e humanizar as
praacuteticas segundo Garuzi et al (2014) Para os autores o acolhimento eacute compreendido
como ferramenta essencial para promover viacutenculo estimular o autocuidado ampliar a
compreensatildeo do processo sauacutede-doenccedila e criar corresponsabilizaccedilatildeo no cuidado em sauacutede
e destacam a necessidade de valorizar a perspectiva dos usuaacuterios para uma qualificaccedilatildeo
desse acolhimento (Garuzi et al 2014)
De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica os serviccedilos de atenccedilatildeo
primaacuteria configuram-se como a porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede no
Brasil A expectativa eacute que esse niacutevel de atenccedilatildeo seja acessiacutevel e resolutivo em relaccedilatildeo agraves
necessidades de sauacutede realizando o acolhimento com escuta qualificada assim como agrave
demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias (Brasil 2011b)
A OMS (2008) da mesma forma embasa essa concepccedilatildeo da PNAB acrescentando
que a APS deve ser porta de entrada do sistema para a maior parte dos novos problemas de
sauacutede assim como um sistema de sauacutede deve fortalecer a APS como primeiro niacutevel de
cuidado natildeo desconsiderando outros elementosserviccedilos estruturais e funcionais da rede de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (OMS 2008)
Elementos como a forma de agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica o tempo
de espera de consulta o escopo de accedilotildees ofertados pela APS o acolhimento agrave demanda
espontacircnea e a capacidade de atendimento a pequenas urgecircncias nos revelam sobre a
capacidade da APS exercer sua funccedilatildeo de porta de entrada preferencial O atendimento agrave
demanda espontacircnea deve garantir o acesso oportuno e universal dos usuaacuterios agraves accedilotildees de
sauacutede independente de serem de grupos prioritaacuteriosprogramaacuteticos (Fausto et al 2014)
Uma das principais vantagens sinalizadas por Starfield (2002) no caso da APS
como serviccedilo de primeiro contato para aleacutem da ampliaccedilatildeo do acesso se refere agrave qualidade
dos serviccedilos Ou seja utilizaccedilatildeo reduzida de serviccedilos especializados e serviccedilos de
emergecircncia menor demanda por exames e procedimentos de alto custo e menor
probabilidade de danos meacutedicos por erros o que se justifica pelas diferenccedilas na formaccedilatildeo
dos meacutedicos de APS e meacutedicos especialistas Enquanto meacutedicos de APS satildeo capacitados
para atuar com pacientes que apresentam baixa probabilidade de problemas complexos os
especialistas satildeo capacitados para atuar junto agrave pacientes com doenccedilas raras e especiacuteficas
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de sua aacuterea de atuaccedilatildeo com correspondente praacutetica intervencionista
Quanto agraves desvantagens a partir de estudos sobre o tema Starfield sinaliza o caso
dos sistemas em que existe livre escolha de meacutedico pelos por especialistas ou generalistas
No caso dos usuaacuterios acreditarem que o especialista eacute melhor esse acesso direto poderia
ser mais eficiente visto que traz uma conveniecircncia em relaccedilatildeo ao tempo marcar uma
consulta ao inveacutes de duas e receber a atenccedilatildeo agrave sauacutede mais rapidamente O exemplo dos
Estados Unidos eacute citado onde a porta de entrada obrigatoacuteria eacute difundida como mecanismo
por seguros de sauacutede privados para contenccedilatildeo de despesas e natildeo para a organizaccedilatildeo do
sistema Logo neste contexto a APS como porta de entrada eacute encarada como um
dificultador de acesso aos especialistas (Starfield 2002)
Para avaliar a atenccedilatildeo no primeiro contato a autora destaca a necessidade de trecircs
informaccedilotildees ldquoacessibilidade das unidadesrdquo (horaacuterio de disponibilidade acessibilidade ao
transporte puacuteblico oferta de atenccedilatildeo sem exigecircncias para pagamento adiantado instalaccedilotildees
adequadas para portadores de deficiecircncias horaacuterios noturnos facilidade para marcaccedilatildeo de
consulta e de tempo de espera ausecircncia de barreiras linguiacutesticas e outras barreiras
culturais) ldquoexperiecircncias pessoais com o acesso a atenccedilatildeordquo sob a perspectiva do usuaacuterio e
uso real da ldquounidade como local para primeiro contatordquo e serviccedilo de procura regular
(Starfield 2002)
Estudos apontam um bom desempenho da Sauacutede da Famiacutelia como porta de entrada
Giovanella et al (2009a e 2009b) afirmam que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria tecircm se
configurado como importante fonte de cuidado regular e porta de entrada preferencial Em
4 municiacutepios investigados ndash Belo Horizonte Vitoacuteria Aracaju e Florianoacutepolis ndash resultados
apontam que mais de 70 das famiacutelias cadastradas buscam o mesmo serviccedilo de APS para
assistecircncia ou prevenccedilatildeo
Um debate essencial agrave qualidade da APS como porta de entrada preferencial ou
obrigatoacuteria eacute a sua funccedilatildeo de filtro aos serviccedilos especializados ou ldquosistemas de
gatekeeperrdquo tal como foram denominados e implantados nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo
dos paiacuteses europeus essencial agrave coordenaccedilatildeo de cuidados pelo generalista Essa temaacutetica
seraacute melhor discutida no atributo da coordenaccedilatildeo
Fausto et al (2014) discutem esse tema a partir dos resultados do PMAQ-AB
apontando que as equipes de atenccedilatildeo baacutesica atuam cada vez mais como porta de entrada
preferencial no que se refere ao atendimento de demandas diversas e funccedilatildeo de filtro para
atenccedilatildeo especializada Poreacutem haveria necessidade de avanccedilos quanto agrave organizaccedilatildeo
funcional principalmente no acolhimento assim como agrave disponibilidade para consultas de
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urgecircncia e emergecircncia e agraves formas de acesso dos usuaacuterios agraves consultas
Da mesma forma Campos et al (2014) reconhecem uma APS como porta de
entrada do sistema poreacutem com acesso dificultado por problemas de organizaccedilatildeo uso do
acolhimento como barreira de acesso falta de recursos humanos e dificuldades de dar
seguimento ao tratamento
A existecircncia de um serviccedilo de primeiro contato procurado regularmente a cada vez
que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso de doenccedila ou acompanhamento rotineiro
facilita a formaccedilatildeo de viacutenculos e a coordenaccedilatildeo dos cuidados (Giovanella et al 2009a)
Kringos et al (2010) relatam associaccedilatildeo entre acesso integralidade continuidade e
coordenaccedilatildeo do cuidado Especificamente em relaccedilatildeo ao acesso os autores destacam que a
falta de uma atenccedilatildeo oportuna e eficaz em APS gera impactos negativos nas internaccedilotildees
por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo primaacuteria em especial em aacutereas rurais ou em grupos
socioeconocircmicos mais desfavorecidos
232 Longitudinalidade
O termo longitudinalidade ou cuidado longitudinal no contexto da APS estaacute
relacionado principalmente agrave relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e os pacientes em suas
unidades de sauacutede Significa a responsabilidade assumida pela equipe em relaccedilatildeo ao
usuaacuterio quanto agrave continuidade da relaccedilatildeo equipeusuaacuterio ao longo da vida independente da
ausecircncia ou presenccedila de doenccedila (Starfield 2002 Almeida e Macincko 2006)
Eacute comum na literatura que a longitudinalidade apareccedila como sinocircnimo de
ldquocontinuidaderdquo mas segundo Starfield (2002) o termo longitudinalidade no cunho da
relaccedilatildeo eacute mais apropriado pois independe de continuidade para que exista a continuidade
poderia ser uma caracteriacutestica tanto da atenccedilatildeo especializada como da atenccedilatildeo primaacuteria
natildeo estaria orientada para a atenccedilatildeo agraves pessoas e sim aos problemas de sauacutede Aleacutem disso
a longitudinalidade pressupotildee o componente desse acompanhamento do usuaacuterio ldquoao longo
da vidardquo
Em pesquisa realizada por Cunha e Giovanella (2011) haacute um vasto resgate de
revisotildees sistemaacuteticas quanto agrave definiccedilatildeo do atributo de longitudinalidade Pode-se dizer
que o termo natildeo eacute usual na literatura brasileira e em trabalhos avaliativos com referecircncia agrave
Starfield as palavras ldquoviacutenculo e continuidaderdquo satildeo mais frequentes que
ldquolongitudinalidaderdquo Na literatura internacional apesar das muacuteltiplas e distintas dimensotildees
associadas ao conceito na maioria das vezes envolve fonte regular e viacutenculo
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A longitudinalidade implica a existecircncia de um meacutedico ou grupo de
meacutedicos habitual e o uso desta fonte para a atenccedilatildeo que natildeo estaacute limitada
a determinados problemas ou tipos de problemas Sua avaliaccedilatildeo envolve
a mediccedilatildeo de aspectos estruturais da atenccedilatildeo (a identificaccedilatildeo da fonte
habitual de atenccedilatildeo pelas pessoas e a identificaccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva
por parte do meacutedico ou grupo) e determinados aspectos do desempenho
(uso adequado da fonte de atenccedilatildeo e a forccedila das relaccedilotildees interpessoais)
(Starfield 2002 282)
Em resumo Cunha e Giovanella (2011) identificam trecircs elementos principais ao
atributo da longitudinalidade a existecircncia e a identificaccedilatildeo de uma fonte regular de
cuidados de APS o estabelecimento de viacutenculo terapecircutico entre pacientes e profissionais
de sauacutede da equipe local de forma duradoura (relaccedilatildeo interpessoal) e ainda a
continuidade informacional entendida como registros de qualidade e disponibilizaccedilatildeo
entre a equipe para conhecimento sobre o paciente
No contexto da APS no Brasil as autoras destacam a divisatildeo de responsabilidades
do profissional meacutedico com uma equipe o que justificaria falar de viacutenculo com
profissionais da equipe ao inveacutes de com o profissional meacutedico a fim de atender ao atributo
da integralidade (Cunha e Giovanella 2011) Da mesma forma a Poliacutetica Nacional de
Atenccedilatildeo Baacutesica explicita o viacutenculoresponsabilizaccedilatildeo entre as equipes de atenccedilatildeo primaacuteria
e usuaacuterios bem como a adscriccedilatildeo da populaccedilatildeo como pressupostos para a
longitudinalidade do cuidado
Caprara e Rodrigues (2004) apoacutes revisatildeo de literatura e estudo no estado do Cearaacute
apontam como dificuldades agrave longitudinalidade a alta rotatividade dos meacutedicos a falta de
estrutura fiacutesica adequada problemas na organizaccedilatildeo dos serviccedilos e fatores culturais e
sociais Os autores afirmam que o espaccedilo de cuidado precisa facilitar a comunicaccedilatildeo
considerando a privacidade e o encontro dos atores com reconhecimento do paciente como
sujeito do cuidado
Os resultados encontrados por estes autores revelam problemas na forma da
compreensatildeo do usuaacuterio sobre o diagnoacutestico e indicaccedilotildees terapecircuticas baixo tempo de
consulta (associado a menor qualidade de anamnese e participaccedilatildeo do usuaacuterio na consulta)
e baixa consideraccedilatildeo de aspectos culturais e relatos familiares Estudos apontados por eles
demonstram que a maioria das queixas se refere agrave assimetria de comunicaccedilatildeo com o
meacutedico e natildeo agrave competecircncia cliacutenica (Caprara e Rodrigues 2004)
Cunha (2009) tambeacutem identifica fatores que dificultam o atendimento do viacutenculo
longitudinal busca de outras unidades de sauacutede para atendimento rotatividade dos
profissionais e problemas nos registros em sauacutede Ao mesmo tempo destaca avanccedilos
38
como o reconhecimento da influecircncia de fatores socioeconocircmicos no processo de
adoecimento dos indiviacuteduos e a presenccedila de viacutenculo entre usuaacuterios e profissionais da
equipe de APS
Da mesma forma Elias et al (2006) em estudo comparativo sobre PSF e UBS
tradicionais avaliam a longitudinalidade por meio do viacutenculo encontrando que o
estabelecimento de viacutenculo ocorre ldquoquase semprerdquo independente do modelo de atenccedilatildeo
baacutesica
Macincko et al (2003) definem longitudinalidade como a medida que os cuidados
satildeo organizados de modo a proporcionar uma fonte regular de cuidados ao longo do tempo
Em seu estudo sobre a organizaccedilatildeo para a cooperaccedilatildeo e desenvolvimento econocircmico
(OCDE) uma das medidas da longitudinalidade seria a lista de pacientes Essa eacute
apresentada como uma caracteriacutestica estrutural determinante para o local onde devem
ocorrer as praacuteticas de cuidados primaacuterios e com uma funccedilatildeo praacutetica de garantir que os
clientes possam ser atendidos pelo mesmo profissional durante o tempo em que residirem
na mesma aacuterea geograacutefica Visualizam que a maior parte dos sistemas de APS que utilizam
lista de espera possuem gatekeepers
Estudos sobre o tema sinalizam ainda alguns benefiacutecios e desafios em relaccedilatildeo agrave
longitudinalidade Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios destaca-se o melhor reconhecimento dos
problemasnecessidades o diagnoacutestico mais preciso a melhor concordacircncia em relaccedilatildeo agraves
consultas e tratamentos menor nuacutemero de hospitalizaccedilotildees reduccedilatildeo de custos melhor
capacidade de prevenccedilatildeo e maior satisfaccedilatildeo Aleacutem disso a longitudinalidade na
perspectiva da equipe poderaacute facilitar o relacionamento do paciente com sua fonte habitual
de atenccedilatildeo agrave sauacutede favorecendo o primeiro contato assim como contribuiraacute para uma
atenccedilatildeo integral e coordenada pela APS (Starfield 2002)
No que se refere aos desafios Cunha e Giovanella (2011) discutem que esse
atributo exige maior disponibilidade compromisso e responsabilidade dos profissionais
assim como alegam que uma relaccedilatildeo duradoura em si natildeo eacute sinocircnimo de benefiacutecios para a
qualidade do cuidado A avaliaccedilatildeo dos pacientes sobre a assistecircncia poderia ser
influenciada e tornaacute-los menos criacuteticos aos cuidados recebidos (Cunha e Giovanella
2011) Da mesma forma Starfield (2002) argumenta que um bom relacionamento entre
profissionais e pacientes estaria menos relacionado agrave duraccedilatildeo e estaria mais relacionado agrave
forccedila do viacutenculo e agrave satisfaccedilatildeo com a atenccedilatildeo em sauacutede (Starfield 2002)
Para efeitos desse trabalho consideraremos a concepccedilatildeo de Starfield em que a
mesma natildeo explicita dimensotildees para o atributo da longitudinalidade poreacutem relaciona-o a
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fonte regular de cuidados e ao viacutenculo longitudinal entre meacutedico e paciente Neste
trabalho poreacutem de acordo com as caracteriacutesticas da AB brasileira consideraremos o
viacutenculo entre ldquoequipe de sauacutederdquo e paciente A continuidade do cuidado em especial a
continuidade informacional seraacute considerada na discussatildeo do atributo ldquocoordenaccedilatildeo do
cuidadordquo
233 Abrangecircnciaintegralidade
De acordo com Starfield (2002) integralidade eacute a capacidade do serviccedilo em
reconhecer a variedade completa das necessidades do paciente e disponibilizar os recursos
para abordaacute-las Pode ser julgada pelo elenco de accedilotildees ofertadasdisponibilidade de
serviccedilos (aspecto estrutural) no atendimento agraves necessidades de sauacutede das populaccedilotildees
(aspecto processual) mas tambeacutem pela medida em que serviccedilos prestados correspondem
agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
O atributo da integralidade para a autora deve ser orientado tanto para o niacutevel
populacional em que as necessidades da populaccedilatildeo definem a variedade dos serviccedilos
quanto para o niacutevel institucional onde a variedade se baseia em diretrizes normas e
protocolos (Starfield 2002)
A OMS apresenta definiccedilatildeo no mesmo sentido especificando que necessidades
poderiam ser essas
Atenccedilatildeo integral significa que a diversidade dos serviccedilos disponiacuteveis
deve ser suficiente para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo
incluindo o fornecimento de cuidados curativos preventivos paliativos
de promoccedilatildeo de diagnoacutestico precoce e de reabilitaccedilatildeo e apoio para o
autocuidado (OMS 200813)
Poreacutem amplia a noccedilatildeo de abrangecircncia como uma funccedilatildeo de todo o sistema de
sauacutede e inclui cuidados primaacuterios secundaacuterios terciaacuterios preventivos e paliativos (OMS
2008)
Eacute importante lembrar todavia que a atenccedilatildeo primaacuteria eacute apenas um dos
componentes dos sistemas de sauacutede apesar de se constituir como componente fundamental
(Starfield 2002)
Nesse sentido Hartz e Contandriopoulos (2004) focam sua discussatildeo na
integralidade da atenccedilatildeo enquanto pilar de construccedilatildeo da integraccedilatildeo de serviccedilos por meio
de redes assistenciais envolvendo diferentes atores e organizaccedilotildees e relacionando-a
diretamente aos mecanismos de cooperaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo Ressalta-se que essa discussatildeo
40
de coordenaccedilatildeo ocorreraacute no atributo especiacutefico sobre o tema
Hartz e Contandriopoulos (2004) dialogam com Giovanella et al (2002) tomando
por base quatro dimensotildees de campos distintos de intervenccedilatildeo
(1) primazia das accedilotildees de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo (campo da poliacutetica de
prioridades) (2) garantia de atenccedilatildeo nos trecircs niacuteveis de complexidade da
assistecircncia meacutedica (campo da organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo) (3) articulaccedilatildeo
das accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo (campo da gestatildeo) (4)
abordagem integral do indiviacuteduo (campo do cuidado individual)
(Giovanella et al 200247)
Essa concepccedilatildeo em 4 dimensotildees amplia a noccedilatildeo de integralidade em alguns
sentidos concepccedilatildeo de sauacutede e a atuaccedilatildeo sobre os seus determinantes (agrave medida que
trabalha com o conceito de promoccedilatildeo de sauacutede) implicando o papel do Estado nesse
processo a existecircncia de uma rede de serviccedilos em distintos niacuteveis de complexidade e
competecircncias a articulaccedilatildeo entre as accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo e por
uacuteltimo a abordagem integral do indiviacuteduo e da famiacutelia como valor (Oliveira e Pereira
2013)
A discussatildeo sobre atenccedilatildeo integral na PNAB natildeo se diferencia das ateacute aqui
apresentadas apenas destacando o objetivo de uma atenccedilatildeo integral que impacte tanto na
situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas como nos determinantes e condicionantes de
sauacutede das coletividades Talvez a inovaccedilatildeo esteja no aspecto da autonomia dos indiviacuteduos
Kringos et al (2010) em sua revisatildeo sistemaacutetica incluem a abrangecircncia do cuidado
como dimensatildeo essencial para anaacutelise dos processos da APS Sobre esse tema os autores
chegam a conclusotildees como um escopo mais abrangente de accedilotildees de APS estaacute associado a
melhores resultados em sauacutede com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees sensiacuteveis a
APS a importacircncia dos serviccedilos de sauacutede eficazes voltados agrave prevenccedilatildeo cujo impacto
ocorre na gravidade da doenccedila ao mesmo tempo que intervenccedilotildees intersetoriais impactam
na ocorrecircncia da doenccedila
Starfield (2002) jaacute aponta uma problematizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a primeira afirmaccedilatildeo de
Kringos et al (2010) A autora relata que uma maior variedade e aplicaccedilatildeo de serviccedilos natildeo
necessariamente estaacute associada a melhor cuidado visto que alguns serviccedilos natildeo satildeo
efetivos e outros podem ser efetivos mas satildeo caros e outros podem ser ateacute mesmo
prejudiciais Em resumo a autora defende que ldquoo pacote de benefiacutecios eacute bastante notaacutevel
na atenccedilatildeo primaacuteria mesmo que natildeo ofereccedila todos os serviccedilos necessaacuteriosrdquo (Starfield
2002 325) e mais central ainda eacute a responsabilidade desse niacutevel de atenccedilatildeo sobre a
adequaccedilatildeo agraves necessidades e a coordenaccedilatildeo da prestaccedilatildeo de serviccedilos em outros locais
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Outro ponto relevante para esse debate da integralidade na perspectiva das redes
assistenciais eacute a resolutividade Sabe-se que uma maior resolutividade da APS pode reduzir
demandas por consultas especializadas e exames de maior complexidade reservando os
recursos financeiros para garantir os procedimentos mais prioritaacuterios (Starfield et al
2005)
Fausto et al (2014) em anaacutelise dos dados do PMAQ-AB destacam a visibilidade de
espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees com vistas a resolutividade poreacutem os melhores
achados foram em relaccedilatildeo ao grupo materno-infantil Cabe melhorias por exemplo em
serviccedilos como vacinaccedilatildeo e coleta de material para exames assim como quanto ao apoio
assistencialmatricial agraves equipes
Magalhatildees Junior et al (2002) discutem em estudo da rede de Belo Horizonte que
os meacutedicos da rede baacutesica natildeo esgotam os recursos assistenciais disponiacuteveis nesse niacutevel de
atenccedilatildeo antes de encaminhar a especialistas Isso gera uma forma de operar a rede de
serviccedilos com baixa solidariedade baixa responsabilizaccedilatildeo no cuidado e baixa
resolutividade da rede baacutesica
Por fim Giovanella et al (2009a) destacam para a garantia de atenccedilatildeo integral as
potencialidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia na perspectiva da APS abrangente E
tambeacutem as dificuldades em torno do financiamento da formaccedilatildeo inadequada de recursos
humanos e da intersetorialidade
E Starfield (2002) pontua que a adequaccedilatildeo da integralidade pode ser comprometida
por ausecircncia de especificaccedilatildeo sobre o que satildeo as necessidades poucos estudos sobre a
frequecircncia destas necessidades na populaccedilatildeo e imprecisatildeo sobre os custos das
intervenccedilotildees
234 Coordenaccedilatildeo
A literatura sobre o atributo da coordenaccedilatildeo eacute extensa visto sua importacircncia para a
integraccedilatildeo dos sistemas de sauacutede e qualidade do cuidado A coordenaccedilatildeo entre niacuteveis
assistenciais eacute definida por Almeida et al (2010) como
a articulaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos e accedilotildees de sauacutede relacionada agrave
determinada intervenccedilatildeo de forma que independentemente do local onde
sejam prestados estejam sincronizados e voltados ao alcance de um
objetivo comum (Almeida et al 2010287)
Satildeo vaacuterias as definiccedilotildees para a coordenaccedilatildeo do cuidado similares e
complementares a essa Poucos sistemas de sauacutede conseguem atingir alta coordenaccedilatildeo do
42
cuidado em especial quando medimos a comunicaccedilatildeo entre meacutedicos de APS e meacutedicos
especialistas (Starfield et al 2005)
Um diferencial eacute a relaccedilatildeo entre coordenaccedilatildeo integraccedilatildeo e continuidade do
cuidado Starfield (2002) descreve o atributo da coordenaccedilatildeo como ldquointegraccedilatildeordquo da
atenccedilatildeo estando relacionado agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais especialmente
por meio de ferramentas de comunicaccedilatildeo visando o reconhecimento e acompanhamento
dos problemas de sauacutede
Giovanella (2014) especifica essa relaccedilatildeo
Integraccedilatildeo coordenaccedilatildeo e continuidade satildeo processos interdependentes
que se expressam em distintos acircmbitos no sistema na atuaccedilatildeo
profissional e na experiecircncia do paciente ao ser cuidado A integraccedilatildeo se
expressa na organizaccedilatildeo da rede assistencial do sistema de sauacutede por
meio de diversos instrumentos gerenciais e normativos de definiccedilatildeo de
fluxos sistemas de informaccedilatildeo e territorializaccedilatildeo A coordenaccedilatildeo se
realiza no cuidado individual exercida pelos profissionais de sauacutede no
processo de atenccedilatildeo com articulaccedilatildeo de diferentes accedilotildees e comunicaccedilatildeo
entre prestadores Concretiza-se na experiecircncia do paciente que
reconhece a atenccedilatildeo prestada como contiacutenua oportuna e adequada agraves suas
necessidades de sauacutede (Giovanella 2014 30-31)
A coordenaccedilatildeo do cuidado se expressa na lsquocontinuidade relacionalrsquo e na
lsquocontinuidade informacionalrsquo que seriam componentes da longitudinalidade Neste
trabalho considera-se a continuidade relacional como dimensatildeo da longitudinalidade e a
continuidade informacional como imprescindiacutevel para a coordenaccedilatildeo A continuidade
informacional consiste nas informaccedilotildees disponiacuteveis oportunamente (independente do
prestador) e na comunicaccedilatildeo entre os envolvidos no cuidado (Cunha e Giovanella 2011)
Aleacutem disso a coordenaccedilatildeo se relaciona agrave continuidade assistencial percebida pelo
usuaacuterio Portanto a continuidade pode ser caracterizada como a medida que o paciente tem
suas percepccedilotildees e experiecircncias das intervenccedilotildees de cuidado em sauacutede como processo
contiacutenuo e compatiacutevel agraves suas necessidades meacutedicas e ao seu contexto pessoal (Giovanella
et al 2009a)
Starfield (2002) classifica trecircs locus principais de coordenaccedilatildeo do cuidado
enfatizando as necessidades de comunicaccedilatildeo
43
Dentro da APS ndash quando os usuaacuterios satildeo vistos por diferentes profissionais da
equipe e as informaccedilotildees geradas em diferentes pontos (laboratoacuterios e unidades de
sauacutede por exemplo)
Com especialistas ndash quando para um melhor cuidado ao usuaacuterio satildeo convocados
especialistas para intervenccedilotildees ou orientaccedilotildees pontuaisde curta duraccedilatildeo
Com especialistas para pacientes crocircnicos ndash quando o cuidado ao usuaacuterio envolve o
acompanhamento por especialista por um longo periacuteodo de tempo em virtude de
uma patologia crocircnica
A OMS por sua vez destaca o papel da coordenaccedilatildeo como atenccedilatildeo continuada
relacionando-a tambeacutem agrave abrangecircnciaintegralidade Define a atenccedilatildeo contiacutenua no acircmbito
dos profissionais e dos serviccedilos e sistemas de sauacutede
A atenccedilatildeo continuada eacute um complemento agrave abrangecircncia no sentido de
requerer integraccedilatildeo entre todas as partes do sistema de sauacutede a fim de
garantir o atendimento agraves necessidades e o prosseguimento dos cuidados
de sauacutede ao longo do tempo e dos diferentes locais e instacircncias de
cuidados sem interrupccedilatildeo Para a populaccedilatildeo o cuidado continuado
implica em acesso contiacutenuo a referecircncias e contrandashreferecircncias por toda a
vida a todos os niacuteveis do sistema de sauacutede e algumas vezes a outros
serviccedilos de seguridade social No acircmbito dos sistemas a atenccedilatildeo
continuada requer o desenvolvimento de redes de serviccedilos e de
prestadores sistemas apropriados de informaccedilatildeo e gestatildeo incentivos
poliacuteticas e procedimentos e treinamento de prestadores de serviccedilos
equipes e administradores de sauacutede (OMS 200813)
Kringos et al (2010) e Davis et al (2014) em revisatildeo de literatura identificaram
aspectos relacionados a continuidade do cuidado diagnoacutesticos precoces um registro de
pacientes apropriado qualifica o acompanhamento a continuidade do cuidado melhora a
receptividade agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo aleacutem da qualidade do atendimento o que envolve
prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees reduccedilatildeo de internaccedilotildees reduccedilatildeo do uso da emergecircncia maior
adesatildeo do paciente ao tratamento menos erros no diagnoacutestico reduccedilatildeo no uso de recursos
e reduccedilatildeo testes de laboratoacuterios
Conill e Fausto (2007) relacionam que um bom desempenho da continuidade da
atenccedilatildeo traz benefiacutecios agrave credibilidade da APS como serviccedilo de primeiro contato e porta de
entrada preferencial facilitando o viacutenculo Para as autoras a continuidade do cuidado eacute
uma dimensatildeo da qualidade do serviccedilo que eacute experimentada pelo paciente dependendo do
grau de coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos serviccedilos
Em estudo comparativo sobre APS na Ameacuterica Latina Conill et al (2010)
destacam a importacircncia da integraccedilatildeo e da coordenaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo e melhoria do
44
desempenho da APS e as fragilidades na Ameacuterica Latina ldquoEmbora haja uma poliacutetica
continental visando a renovaccedilatildeo e o fortalecimento da APS a situaccedilatildeo encontrada mostra
que a integraccedilatildeo e coordenaccedilatildeo com os demais serviccedilos ainda eacute fraacutegilrdquo (Conill 2010
524)
No caso da Uniatildeo Europeacuteia eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da
APS no sistema de sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014) serviccedilos ambulatoriais de
primeiro contato estatildeo integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo
individual eacute garantida em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede
Davis et al (2014) ressaltam a comunicaccedilatildeo eficaz entre os pacientes meacutedicos e
hospitais como essencial para o atendimento de alta qualidade Em estudo comparativo os
autores utilizam algumas caracteriacutesticas para avaliar a coordenaccedilatildeo do cuidado entre os
paiacuteses dentre as quais
O paciente possuir um meacutedico ou local de procura regular
O meacutedico ou local de procura regular sempre ou frequentemente ajuda a coordenar
e organizar o cuidado de outros meacutedicos
Quando os meacutedicos de APS encaminham um paciente para um especialista eles
sempre ou muitas vezes recebem um relatoacuterio de volta com todas as informaccedilotildees
relevantes sobre sauacutede recebem informaccedilotildees sobre alteraccedilotildees em um medicamento
ou plano de cuidados do paciente e recebem a informaccedilatildeo que precisam
oportunamente
Meacutedicos de APS recebem alerta ou aviso de resultados de exames as informaccedilotildees
necessaacuterias para gerenciar o cuidado do paciente em ateacute 2 dias apoacutes a alta do
hospital bem como plano escrito de cuidados apoacutes alta uma notificaccedilatildeo quando o
paciente for atendido em emergecircncia ou que teve alta hospitalar
Os autores demonstram que em paiacuteses com lsquoGeneral Practitionersrsquo (GP) a maior
parte desses profissionais possui uma boa comunicaccedilatildeo com os especialistas em especial
no Reino Unido Holanda e Franccedila caracterizando um bom funcionamento de contra-
referecircncia (Davis et al 2014) Giovanella (2006) reafirma tambeacutem duas questotildees centrais
na reorganizaccedilatildeo do sistema de sauacutede com foco na APS o exerciacutecio da funccedilatildeo de
coordenaccedilatildeo pelo generalista e a credibilidade dos pacientes neste profissional
Cabe destacar portanto a importacircncia da funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) exercida
pela APS No caso do Reino Unido um dos principais exemplos de sistemas de
gatekeeper os GP ocupam uma posiccedilatildeo de conduccedilatildeo do sistema de sauacutede (Saltman et al
45
2006) Dois objetivos principais podem ser destacados na funccedilatildeo de filtrocondutor pelo
GP
Em primeiro lugar o seu controle sobre a utilizaccedilatildeo de especialistas
hospitais ou outros serviccedilos caros que se destina a reduzir ou restringir
custos de tratamento de sauacutede ou seja os cliacutenicos agem como um
mecanismo de racionamento de serviccedilos Em segundo lugar eacute esperado
que eles melhorem ou mantenham a qualidade dos tratamentos atraveacutes de
seu papel de coordenaccedilatildeo Dessa forma os GPs satildeo considerados como
os coordenadores dos serviccedilos que integram o tratamento que eacute recebido
por um paciente o que pode melhorar a continuidade (Saltman et al
2006 138)
Gervaacutes e Fernaacutendez (2005) destacam que o desempenho adequado dessa funccedilatildeo de
filtro requer dos meacutedicos generalistas uma qualificaccedilatildeo constante no serviccedilo de sauacutede a
fim de assegurar a eficaacutecia do cuidado e elevada resolutividade Quanto melhor a qualidade
dos cuidados gerais prestados pelo meacutedico generalista da APS melhor seraacute desempenhado
o seu papel de filtro (em tempo e oportunidade e somente para casos necessaacuterios) (Gervaacutes
e Fernaacutendez 2005)
Da mesma forma Giovanella et al (2009b) destacam que a funccedilatildeo de filtro
exercida por generalistas com baixa qualificaccedilatildeo teacutecnica e inexperiecircncia tende a gerar
burocratizaccedilatildeo excessiva e aumento do nuacutemero de encaminhamentos aos serviccedilos
especializados Um exemplo eacute a percepccedilatildeo de gestores municipais do municiacutepio de
Vitoacuteria apontando que sistemas de gatekeeper gerariam maiores custos jaacute que
aumentariam o nuacutemero de consultas com generalistas apenas para solicitaccedilatildeo de referecircncia
(Giovanella et al 2009b)
Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de Janeiro a
coordenaccedilatildeo do cuidado aparece como um dos atributos menos presente no cotidiano das
equipes Usuaacuterios relatam a demora em receber os resultados dos exames complementares
e de conseguir alguns tipos de consultas com especialistas Aleacutem disso foi identificada
baixa qualidade da contra-referecircncia do especialista para APS salvo quando se trata de
uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS (OPAS 2013)
Fausto et al (2014) em produccedilatildeo sobre o PMAQ-AB apontam que as estrateacutegias
de integraccedilatildeo da rede assistencial e coordenaccedilatildeo do cuidado mostram-se incipientes salvo
a existecircncia de central de regulaccedilatildeo (inclusive para consultas especializadas) a quantidade
de equipes com continuidade informacional entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
(AE) por prontuaacuterio eletrocircnico eacute miacutenima somente metade das equipes tem fluxos definidos
46
para sauacutede da mulher e os contatos entre profissionais dos niacuteveis de atenccedilatildeo satildeo de baixa
frequecircncia
Magalhatildees Junior e Pinto (2014) com base nos resultados do PMAQ-AB tambeacutem
identificam deficiecircncias na coordenaccedilatildeo dos cuidados principalmente em relaccedilatildeo a
insuficiente gestatildeo do cuidado programaccedilatildeo de accedilotildees e acompanhamento de pacientes
crocircnicos e comunicaccedilatildeo entre os profissionais e serviccedilos
Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos tambeacutem foram
apontados problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo
entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e
ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre
os niacuteveis assistenciais puderem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias
nas SMS e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local organizaccedilatildeo dos
fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos especializados municipais
(Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os resultados do PMAQ-AB podem
supor uma relaccedilatildeo entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo e desenvolvimento
socioeconocircmico dos municiacutepios
De forma geneacuterica independente do sistema de sauacutede Saltman et al (2006)
apontam como mecanismos para melhorar a coordenaccedilatildeo
definir a populaccedilatildeo (do paciente) de antematildeo (acordos sobre testes
diagnoacutesticos interpretaccedilotildees definiccedilotildees etc) definir um pacote comum
de atividades de atenccedilatildeo em torno das necessidades especiacuteficas de um
grupo de pacientes definir a responsabilidade partilhada e
responsabilidades especiacuteficas do fornecimento de atenccedilatildeo de parceiros
criar respeito e confianccedila muacutetua (por exemplo o desenvolvimento de
protocolos ou consultas sobre o processo de atendimento) criar
mecanismos financeiros claros de antematildeo (por exemplo para hora extra
e trabalho administrativo relacionadas com a cooperaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo)
melhorar a comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo (TIC) e introduzir elementos da
atenccedilatildeo integrada em programas educacionais (por exemplo na formaccedilatildeo
meacutedica continuada) (Saltman et al 2006 157)
235 Orientaccedilatildeo para a comunidade
O atributo ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo envolve diferentes aacutereas de
conhecimento (medicina cliacutenica epidemiologia ciecircncias sociais etc) estando diretamente
relacionado a abordagem integral em sauacutede (Starfield 2002) Apesar das diferentes
definiccedilotildees pode ser explicado por
47
A orientaccedilatildeo para a comunidade eacute a abordagem da APS que utiliza
habilidades epidemioloacutegicas e cliacutenicas de forma complementar para
ajustar os programas para que atendam agraves necessidades especiacuteficas de
sauacutede de uma populaccedilatildeo definida Fornece o reconhecimento especiacutefico
para as interaccedilotildees relacionadas aos determinantes de sauacutede o que inclui
sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e ambiente social e fiacutesico
bem como a sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e os
comportamentos individuais que influenciam a sauacutede (Starfield 2002
538)
Starfield tambeacutem descreve algumas tarefas de uma abordagem orientada para a
comunidade ldquodefinir e caracterizar a comunidade identificar os problemas de sauacutede da
comunidade modificar programas para abordar estes problemas e monitorar a
efetividade das modificaccedilotildees no programardquo (Starfield 2002 238)
Dentre os vaacuterios valores princiacutepios e elementos de um sistema de sauacutede com base
na APS citados no documento da OPASOMS (2005) a orientaccedilatildeo para a comunidade (e
para a famiacutelia) significa que o sistema ultrapassa a perspectiva cliacutenicaindividual do
cuidado para empregar a visatildeo de sauacutede puacuteblica que avalia riscos e prioriza intervenccedilotildees
ldquoA famiacutelia e a comunidade satildeo vistas como sendo o foco principal para o planejamento e
intervenccedilatildeordquo (OPASOMS 2005 13)
Anderson e Rodrigues (2012) concordam com essa perspectiva agrave medida que
consideram que eacute essencial uma atuaccedilatildeo do profissional da APS junto agraves famiacutelias e
comunidades sob a perspectiva da integralidade e complexidade Ou seja ampliar a
capacidade de explicaccedilatildeo do processo sauacutede-doenccedila e ao mesmo tempo aumentar a
responsabilidade frente a um modelo de atenccedilatildeo baseado tambeacutem nos determinantes
sociais (Anderson e Rodrigues 2012)
Na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica o termo comunidade aparece associado a
cuidado (atividades de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo para a comunidade) participaccedilatildeo social
intersetorialidade (articulaccedilatildeo com recursos e parceiros da comunidade) visita domiciliar e
para explicar a atuaccedilatildeo das diferentes modalidades de equipes (fluvial ribeirinha e NASF)
Dessa forma podemos considerar que dentre os trecircs atributos derivativos eacute o que aparece
mais explicitamente na PNAB 2011
Na mesma loacutegica citada Gusso e Lopes (2012) destacam que para uma abordagem
comunitaacuteria de forma instrumental satildeo essenciais diagnoacutestico de sauacutede da comunidade
os grupos de educaccedilatildeo em sauacutede e a terapia comunitaacuteria
Giovanella e Mendonccedila (2012) avaliam que a orientaccedilatildeo para a comunidade requer
trecircs tipos informaccedilotildees a serem investigadas sobre a atuaccedilatildeo da equipe se a equipe conhece
48
as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto econocircmico e social se
conhece a distribuiccedilatildeo dos problemas de sauacutede no territoacuterio dos recursos disponiacuteveis na
comunidade e promove accedilotildees intersetoriais e se haacute participaccedilatildeo da comunidade nas
decisotildees sobre sua sauacutede (Giovanella e Mendonccedila 2012)
Monken e Barcellos (2005) discutem que o territoacuterio longe de ser somente o
espaccedilo poliacutetico-operativo do sistema de sauacutede eacute o espaccedilo onde se verifica a interaccedilatildeo entre
populaccedilatildeo e serviccedilos do niacutevel local com problemas de sauacutede definidos Cada territoacuterio tem
seu perfil demograacutefico epidemioloacutegico administrativo tecnoloacutegico poliacutetico social e
cultural em constante construccedilatildeo
O reconhecimento do territoacuterio eacute um passo baacutesico para a caracterizaccedilatildeo
da populaccedilatildeo e de seus problemas de sauacutede bem como para a avaliaccedilatildeo
do impacto dos serviccedilos sobre os niacuteveis de sauacutede dessa populaccedilatildeo Aleacutem
disso permite o desenvolvimento de um viacutenculo entre os serviccedilos de
sauacutede e a populaccedilatildeo mediante praacuteticas de sauacutede orientadas por categorias
de anaacutelise de cunho geograacutefico (Monken e Barcellos 2005 899)
Portanto eacute importante reforccedilar que toda essa perspectiva de relaccedilatildeo com o territoacuterio
e planejamento a partir dele tem um objetivo central que eacute a reduccedilatildeo das iniquidades entre
grupos de populaccedilotildees vulneraacuteveis a partir do direcionamento dos recursos para as aacutereas
em que satildeo mais necessaacuterios O enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede requer
uma atuaccedilatildeo da APS junto a programas intersetoriais (Starfield 2002)
Carvalho e Buss (2008) discutem que a atuaccedilatildeo sobre os diversos niacuteveis dos
determinantes sociais em sauacutede no territoacuterio extrapola as competecircncias e atribuiccedilotildees dos
equipamentos de sauacutede e portanto eacute obrigatoacuteria a accedilatildeo coordenada dos diversos setores e
instacircncias governamentais
A sauacutede das populaccedilotildees natildeo eacute produto exclusivamente das accedilotildees desenvolvidas
pelo setor sauacutede independente se for na APS ou accedilotildees nacionais de sauacutede puacuteblica Possui
determinaccedilatildeo por fatores sociais e econocircmicos por poliacuteticas e accedilotildees que natildeo estatildeo no
domiacutenio direto do setor da sauacutede Dessa forma o empenho deve ocorrer no sentido da
sauacutede articular-se com outros setores natildeo apenas para a abordagem dos problemas de
sauacutede preacute-identificados mas para assegurar que a sauacutede seja reconhecida como um dos
resultados valorizados de todas as poliacuteticas (OMSOPAS 2008) Esta chamada accedilatildeo
intersetorial jaacute estava colocada como princiacutepio na Declaraccedilatildeo de Alma-Ata
Giovanella et al (2009a) destacam a accedilatildeo comunitaacuteria e a coordenaccedilatildeo intersetorial
satildeo essenciais para a efetividade da APS integral sendo importante reforccedilar o olhar e accedilatildeo
no territoacuterio de forma articulada com outras poliacuteticas que natildeo do setor sauacutede As autoras
49
discutem que haacute limites para a atuaccedilatildeo da ESF como mediadoras da accedilatildeo intersetorial
visto que essas accedilotildees satildeo mais abrangentes quando respondem a uma poliacutetica municipal e a
uma modalidade integrada de atuaccedilatildeo do governo Os desafios portanto estatildeo colocados
desde o niacutevel federal ateacute o territoacuterio local na integraccedilatildeo de poliacuteticas municipais na
articulaccedilatildeo das secretarias de sauacutede com outras secretarias e na accedilatildeo comunitaacuteria da ESF
no territoacuterio
Na mesma perspectiva Junqueira (2000) destaca a intersetorialidade como a
ldquoarticulaccedilatildeo de saberes e experiecircncias no planejamento realizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de accedilotildees
para alcanccedilar efeito sineacutergico em situaccedilotildees complexas visando o desenvolvimento social
superando a exclusatildeo socialrdquo (Junqueira 200042) Eacute importante dessa forma discutir
que ferramentas a APS tem utilizado com vistas a uma atuaccedilatildeo intersetorial
consequentemente com maior possibilidade de atender a complexidade de necessidades da
populaccedilatildeo Valorizar a atuaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterios de sauacutede eacute
fundamental nesse processo para aleacutem da atuaccedilatildeo individualizada desse ator em visitas
domiciliares
Uma especial atenccedilatildeo deve ser voltada tambeacutem agrave participaccedilatildeo da comunidade nas
decisotildees sobre sua sauacutede Nogueira et al (2001) definem que
a participaccedilatildeo popular consiste nas diferentes accedilotildees desenvolvidas pelas
muacuteltiplas forccedilas sociais para contribuir na construccedilatildeo implementaccedilatildeo
fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas ou dos serviccedilos baacutesicos da
aacuterea social sauacutede habitaccedilatildeo saneamento baacutesico transporte e educaccedilatildeo
entre outros (Nogueira et al 2011 215)
Valla (1998) entende a participaccedilatildeo social de forma abrangente como a capacidade
de mobilizaccedilatildeo de cidadatildeos para garantir o atendimento agraves suas necessidades a partir da
negociaccedilatildeo com governantes Neste sentido a accedilatildeo comunitaacuteria de equipes induziria a
mobilizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo na busca pela garantia dos seus direitos
Diferentes estudos mostram que a inclusatildeo de participaccedilatildeo popular nos processos
decisoacuterios satildeo incipientes indicando baixa representatividade social e legitimaccedilatildeo dos
usuaacuterios no contexto das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Nogueira et al 2011 Reichert et al
2016 Ibantildeez et al 2006 Sala et al 2011)
236 Centralidade na famiacutelia
A centralidade da famiacutelia no acircmbito das poliacuteticas sociais eacute um aspecto que vem
sendo observado no Brasil pelo menos desde a deacutecada de 1980 e no cenaacuterio internacional
50
haacute algumas deacutecadas atraacutes principalmente nos setores de sauacutede e assistecircncia social
Jaacute na criaccedilatildeo do modelo de ldquoPrograma Sauacutede da Famiacuteliardquo em 1994 a famiacutelia eacute
compreendida como sua unidade de atenccedilatildeo Na proposta de reorientaccedilatildeo do modelo
assistencial para uma intervenccedilatildeo voltada para o contexto social agrave equipe multidisciplinar
eacute atribuiacuteda a responsabilidade sobre territoacuterio e foco de intervenccedilatildeo na famiacutelia com vistas
a uma atenccedilatildeo continuada intersetorial resolutiva e com bases nos princiacutepios da promoccedilatildeo
da sauacutede (Fausto e Matta 2007)
Na discussatildeo realizada por Curto (2009) a famiacutelia aparece como unidade de
cuidado e requer dos profissionais uma desconstruccedilatildeo de conceitos cristalizados de famiacutelia
no acircmbito bioloacutegico nuclear ou concepccedilotildees ideoloacutegicas e preacute-formatadas sobre famiacutelia
Demanda todavia considerar a perspectiva do indiviacuteduo e identificar como ocorrem e
como potencializar os processos de cuidado pela famiacutelia
Baacuterbara Starfield destaca que
A centralidade na famiacutelia resulta quando o alcance da integralidade
fornece uma base para a consideraccedilatildeo dos pacientes dentro de seus
ambientes quando a avaliaccedilatildeo das necessidades para a atenccedilatildeo integral
considera o contexto familiar e sua exposiccedilatildeo a ameaccedilas agrave sauacutede e
quando o desafio da coordenaccedilatildeo da atenccedilatildeo se defronta com recursos
familiares limitados (Starfield 2002 486-487)
Silva (2010) em diaacutelogo com Starfield complementa que tatildeo importante como
conhecer os fatores de riscos para doenccedilas a abordagem sobre promoccedilatildeo da sauacutede requer
compreensatildeo da dinacircmica familiar e sobre a determinaccedilatildeo sauacutededoenccedila na mesma Aleacutem
disso destaca a famiacutelia como uma unidade de cuidado e a capacidade dela compartilhar e
resolver seus processos de doenccedila ainda no domiciacutelio e partir das experiecircncias jaacute
vivenciadas Dessa forma o cuidado prestado a cada famiacutelia deve ser individualizado de
acordo com o potencial das proacuteprias famiacutelias de exercer um cuidado de mais ou menos
qualidade dos seus membros (Silva 2010)
Essa compreensatildeo de famiacutelia influenciando a sauacutede fornece aos profissionais de
sauacutede a possibilidade de antecipar riscos e utilizar a famiacutelia como recurso de cuidado
atraveacutes de uma parceira profissional de sauacutede-usuaacuterio-famiacutelia
Em consonacircncia com este debate eacute importante destacar o relatoacuterio da OMS (2008)
cuja proposta eacute a renovaccedilatildeo da APS baseada em evidecircncias principalmente em relaccedilatildeo aos
seus princiacutepios e atributos O ldquoFoco nas pessoas e famiacuteliasrdquo identificou melhoria da
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo maior compreensatildeo de aspectos psicoloacutegicos das pessoas aumento
do viacutenculo e adesatildeo ao tratamento melhoria da qualidade de vida maior comunicaccedilatildeo e
51
confianccedila dos usuaacuterios nos profissionais (OMS 2008)
Uma discussatildeo natildeo menos importante eacute como a abordagem sobre famiacutelia foi
realizada nas versotildees da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) Em sua versatildeo de
2006 a noccedilatildeo de famiacutelia natildeo aparece no documento Apenas na discussatildeo sobre
especificidades da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia no que se refere a duas atribuiccedilotildees do
programa cuidado dos indiviacuteduos e das famiacutelias ao longo da vida e ter a famiacutelia e a
comunidade como foco da atenccedilatildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico de sauacutede
da comunidade e planejamento das accedilotildees (Silva 2010)
Na versatildeo de 2011 a famiacutelia tambeacutem aparece principalmente quando se discute
cadastramentoadscriccedilatildeo da populaccedilatildeo e visita domiciliar (nas atribuiccedilotildees dos
profissionais) O cuidado familiar e as intervenccedilotildees conjuntas com a famiacutelia aparecem
pouco exploradas no documento
Jaacute Ribeiro (2004) problematiza algumas abordagens sobre famiacutelia no cenaacuterio do
PSF
famiacuteliaindiviacuteduo foco no indiviacuteduo pertencente a um ciclo de vida especiacutefico e
famiacutelia se mobilizando para atenccedilatildeo ao individuo em foco
famiacuteliadomiciacutelio o ambiente a infraestrutura material da famiacutelia as condiccedilotildees de
cuidado desse ambiente satildeo o foco de atenccedilatildeo
famiacuteliaindiviacuteduodomiciacutelio unem-se as duas perspectivas anteriores O foco estaacute
num doente no domiciacutelio ou em outros indiviacuteduos sob condiccedilotildees especiacuteficas do
processo de sauacutededoenccedila (pueacuterpera receacutem-nascido etc) Percebe-se a famiacutelia com
a incumbecircncia de aliviar o sistema de sauacutede
famiacuteliacomunidade natildeo existe aqui a famiacutelia com suas singularidades e
individualidade e sim as famiacutelias que satildeo definidas sob paracircmetros universais
proveniente do contexto da inserccedilatildeo social do ambiente fiacutesico social da
comunidade
famiacuteliarisco social enfoque nas condiccedilotildees de um grupo especiacutefico de famiacutelias em
exclusatildeo social Percebe-se a famiacutelia com carecircncia de condiccedilotildees materiais e sociais
de sobrevivecircncia e como consequecircncia natildeo conseguindo realizar sua missatildeo e
demandando ajuda para um funcionamento esperado
famiacuteliafamiacutelia foco principal e real da atenccedilatildeo eacute a famiacutelia com sua identidade
ldquosimbolismos emocionalidades racionalidades intencionalidades pactuaccedilotildees
52
saberes fazeres e necessidadesrdquo (Ribeiro 2004 663) A famiacutelia aqui ultrapassa a
soma das individualidades
A autora complementa sua reflexatildeo problematizando que com essa multiplicidade
de abordagens de famiacutelia no PSF associada a um baixo
diaacutelogoarticulaccedilatildeocomplementaccedilatildeo entre si gera-se o desafio de alcance da integralidade
do cuidado para um ente que natildeo estaacute suficientemente identificado Aleacutem disso os
documentos oficiais sobre a AB carecem de orientaccedilotildees sobre conduccedilatildeo da accedilatildeo
profissional frente a dinacircmica familiar (Ribeiro 2004)
Em convergecircncia com uma dessas percepccedilotildees Campos e Matta (2007) discutem se
a famiacutelia seria o foco da atenccedilatildeo da APS visto que se analisarmos o trabalho do ACS haacute
um trabalho mais focado no cadastramento e adscriccedilatildeo da aacuterea de atuaccedilatildeo que
propriamente intervenccedilotildees voltadas agrave famiacutelia Nesse sentido eacute questionado quem seria de
fato o foco da atenccedilatildeo a famiacutelia ou o territoacuterio (Silva 2010)
Baacuterbara Starfield (2002) observa que a centralidade na famiacutelia pode ser avaliada
atraveacutes das informaccedilotildees disponibilizadas nos prontuaacuterios bem como pelo conhecimento
dos problemas de sauacutede dos membros da famiacutelia
237 Competecircncia cultural
Na busca realizada foram encontradas poucas referecircncias bibliograacuteficas que
abordem a termo ldquocompetecircncia culturalrdquo relacionado agrave sauacutede Segundo Starfield esse eacute um
aspecto derivativo da APS e pode ser definido como
A competecircncia cultural envolve o reconhecimento das necessidades
especiais das subpopulaccedilotildees que podem ou natildeo estar em evidecircncia devido
a caracteriacutesticas eacutetnicas raciais ou outras caracteriacutesticas culturais
especiais (Starfield 2002 487)
Esse reconhecimento e abordagem de necessidades especiais estatildeo diretamente
relacionados agrave integralidade quanto ao reconhecimento do problema e adoccedilatildeo de
estrateacutegias terapecircuticas O acesso voltado a grupos especiacuteficos se relaciona agrave concepccedilatildeo de
equidade no sentido de realizar uma ldquodiscriminaccedilatildeo positivardquo de grupos populacionais
socialmente desiguais (Assis e Jesus 2012)
Em alguns paiacuteses da Ameacuterica Latina em especial com povos indiacutegenas cada vez
mais se consideram as noccedilotildees de interculturalidade nas Constituiccedilotildees Federais no sentindo
de abarcar o direito dos povos indiacutegenas e outros segmentos da sociedade multicultural
53
aleacutem de preservar os elementos de identidade cultural e medicina tradicional (Gonzaacutelez et
al 2014)
Tejerina Silva (2015) em anaacutelise comparada da APS na Boliacutevia Equador e
Venezuela destaca que o componente intercultural eacute enfatizado nos paiacuteses sendo que nos
dois primeiros estatildeo presentes jaacute na nomenclatura do modelo de atenccedilatildeo ldquoModelo de
Salud Familiar Comunitario Interculturalrdquo na Boliacutevia e ldquoModelo de Atencioacuten Integral en
Salud Familiar Comunitaria e Interculturalrdquo (MAIS-FCI) no Equador Especifica que
dentre as metas de desenvolvimento da APS nos trecircs paiacuteses estaacute o enfoque intercultural
com ecircnfase no respeito e assimilaccedilatildeo de saberes e praacuteticas em sauacutede dos povos locais
Segundo o autor essa abordagem que integra sistema de sauacutede formal com a medicina
tradicional eacute mais desenvolvido na Boliacutevia com presenccedila de meacutedicos tradicionais e
parteiras em algumas UBS seguido do Equador que estaacute desenvolvendo poliacutetica
especiacutefica integrando os terapeutas tradicionais Jaacute na Venezuela as accedilotildees satildeo limitadas ao
programa integral de sauacutede para o povo Yanomami (Tejerina Silva 2015)
No Brasil a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica natildeo traz os termos
interculturalidade ou competecircncia cultural e sim uma abordagem mais geneacuterica cuja APS
deve considerar o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando produzir
a atenccedilatildeo integral (Almeida 2015) O Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica apresenta apenas
em 2014 uma definiccedilatildeo para a temaacutetica
A Interculturalidade entendida como modo de coexistecircncia no qual os
indiviacuteduos grupos e instituiccedilotildees com caracteriacutesticas culturais e posiccedilotildees
diferentes convivem e interagem de forma aberta inclusiva horizontal
respeitosa e se reforccedilam mutuamente em um contexto compartilhado Os
princiacutepios da interculturalidade entendida como processo de interaccedilatildeo
entre pessoas permitem fortalecer a identidade proacutepria o autocuidado a
autoestima a valoraccedilatildeo da diversidade e das diferenccedilas e gerar nas
pessoas uma consciecircncia da interdependecircncia para o benefiacutecio e
desenvolvimento comum (Portal Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica 2014
sn)
Algumas iniciativas referentes agrave competecircncia cultural no SUS podem ser
observadas em poliacuteticas como Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede dos Povos Indiacutegenas
(2002) Poliacutetica Nacional de Sauacutede Integral das Populaccedilotildees do campo e da floresta (2013)
e Poliacutetica Nacional de Praacuteticas integrativas e complementares no SUS (2015) Almeida
(2014) destaca tambeacutem a parceria do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil com o Meacutexico em
2010 com a realizaccedilatildeo do curso agrave distacircncia ldquoSensibilizaccedilatildeo em Competecircncia Intercultural
para Atenccedilatildeo agrave Sauacutederdquo Uma maior difusatildeo dessas poliacuteticas eacute essencial tanto para
54
profissionais como para usuaacuterios
Jaacute na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica a expressatildeo ldquoculturardquo aparece somente
em dois momentos em um toacutepico das atribuiccedilotildees dos profissionais relacionado ao
diagnoacutestico do territoacuterio que deve considerar caracteriacutesticas sociais econocircmicas culturais
demograacuteficas e epidemioloacutegicas E na introduccedilatildeo do documento em que ldquoA Atenccedilatildeo
Baacutesica considera o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando
produzir a atenccedilatildeo integralrdquo (Brasil 2011b 20) Apesar da niacutetida dificuldade de englobar
o reconhecimento de necessidades especiacuteficas na proacutepria poliacutetica pode-se dizer que um
avanccedilo foi a inclusatildeo de diferentes modalidades de equipes de sauacutede da famiacutelia (equipes
fluviais ribeirinhas e consultoacuterio na rua) para o repasse do recurso de Atenccedilatildeo Baacutesica
apontando minimamente uma concepccedilatildeo diferenciada natildeo necessariamente da cultura mas
certamente do territoacuterio
Andrade e Costa (2010) discutem que a incorporaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Praacuteticas Integrativas e Complementares no SUS no cotidiano dos serviccedilos transporta para
seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional que passam a conviver
com a loacutegica e os serviccedilos convencionais da biomedicina (Andrade e Costa 2010 497)
Acentua tambeacutem a importacircncia da discussatildeo antropoloacutegica sobre integralidade em poliacuteticas
puacuteblicas de sauacutede dando ecircnfase na diversidade de aspectos envolvidos com o processo
sauacutede-doenccedila aspectos sociais simboacutelicos e culturais presentes nas realidades sanitaacuterias
Outros autores discutem a abordagem cultural na sauacutede e em especial na
enfermagem a luz da teoria da ldquoDiversidade e Universalidade do Cuidado Culturalrdquo
desenvolvida por Leininger (apud Sousa et al 2009) que demonstra os benefiacutecios do
cuidado cultural congruente2 Em outras palavras conhecer os valores expressotildees e
padrotildees de cultura do indiviacuteduo ou da coletividade fazem parte de uma articulaccedilatildeo entre o
saber profissional e o saber popular e a abordagem culturalmente fundamentada eacute uma
estrateacutegia diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede tendo como base a humanizaccedilatildeo dos serviccedilos e a
integralidade (Sousa et al 2009)
Essa abordagem amplia a noccedilatildeo de cuidado e incentiva a participaccedilatildeo e autonomia
dos usuaacuterios a partir do momento que o sujeito eacute compreendido como sujeito social em
seu contexto cultural e histoacuterico Isso entendendo a cultura como simultaneamente
2 O cuidado cultural congruente consiste no propoacutesito da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado
Cultural e constituem accedilotildees ou decisotildees assistenciais capacitadoras elaboradas para se ajustarem aos valores
e modos de vida de um indiviacuteduo grupo ou instituiccedilatildeo visando proporcionar ou apoiar um atendimento de
sauacutede satisfatoacuterio evitando choque cultural entre profissional de sauacutede e cliente (Leininger 1991 apud
Sousa et al 2009)
55
determinante de formas de agir e dinacircmica na compreensatildeo dos grupos sociais
movimento esse que precisa ser acompanhado pela praacutetica dos profissionais de sauacutede
(Muller et al 2007)
Para Targa e Oliveira (2012) em uma abordagem mais voltada agrave medicina de
famiacutelia a discussatildeo tem dois focos a competecircncia cultural para aleacutem de ldquoconsiderar as
crenccedilasrdquo envolve tanto os elementos do processo terapecircutico individual mas tambeacutem toda
a mobilizaccedilatildeo intersetorial e interdisciplinar o trabalho com as dinacircmicas familiares e com
as redes de apoio social e tambeacutem a necessidade de se desfazer a dicotomia existente
entre biologia e cultura mente e corpo natural e social ou seja a falsa noccedilatildeo de que
fatores culturais atrapalhariam o pensamento racional-cientiacutefico Pensando no tema de
forma operacional os autores sistematizam em quadros-siacutenteses os pontos iniciais para
uma aproximaccedilatildeo intercultural entre profissionais de sauacutede e usuaacuterios (Quadro 2) assim
como os enganos mais comuns de utilizaccedilatildeo do conceito de cultura na sauacutede
Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de
sauacutede com os usuaacuterios Admitir que todo encontro terapecircutico eacute intercultural e que natildeo haacute ciecircncia neutra culturalmente
Ter uma postura respeitosa interessada e empaacutetica
Procurar conhecer dados demograacuteficos
Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente
Revisar a literatura se disponiacutevel a respeito das pessoas envolvidas
Procurar reconhecer os outros recursos terapecircuticos comumente mobilizados por essas pessoas
Estudar a liacutengua e dialetos locais
Identificar e criar alianccedilas com pessoas importantes na comunidade
Fonte Extraiacutedo de Targa e Oliveira 2012
Caprara e Rodrigues (2004) destacam que considerar a diversidade cultural deve ser
uma aprendizagem para a intervenccedilatildeo meacutedica eficiente Discutem a importacircncia de uma
articulaccedilatildeo entre o conhecimento biomeacutedico ao sistema de representaccedilotildees populares sobre
sauacutede-doenccedila o que pode levar a uma melhor adesatildeo ao tratamento Exemplificam a
abordagem cultural atraveacutes de uma parceria observada no Cearaacute envolvendo as equipes de
sauacutede e rezadeiras locais que objetivava uma melhor ldquotraduccedilatildeordquo das informaccedilotildees sobre
prevenccedilatildeo e tratamento agrave populaccedilatildeo (Caprara e Rodrigues 2004)
Avaliar a competecircncia cultural demanda identificar a existecircncia de necessidades
culturais diferenciadas e perceber como a populaccedilatildeo avalia o atendimento a essas
necessidades (Starfield 2002) Dessa forma pode-se dizer que estaacute intimamente
relacionada a atenccedilatildeo integral
Em siacutentese a competecircncia cultural envolve o reconhecimento das diversas
representaccedilotildees do processo sauacutede-doenccedila a diversidade de abordagens terapecircuticas a
56
integraccedilatildeo entre as praacuteticas e a competecircncia comunicacional entre profissional e usuaacuterio
24 APS NA REDE REGIONALIZADA
Discutir a APS na rede regionalizada em sauacutede requer uma compreensatildeo mais
ampla de todo o processo de descentralizaccedilatildeomunicipalizaccedilatildeo ocorridos no Brasil desde a
constituiccedilatildeo do SUS Sem o objetivo de aprofundar tal contextualizaccedilatildeo pretende-se fazer
alguns apontamentos sobre a temaacutetica no intuito de compreender os desafios e a
importacircncia dessa forma de organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede
Viana et al (2010) destacam que em paiacuteses com sistemas de sauacutede universais a
descentralizaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede e a regionalizaccedilatildeo foram construiacutedas conjuntamente
atraveacutes da organizaccedilatildeo de redes de serviccedilos com o fortalecimento de autoridades sanitaacuterias
regionais
A experiecircncia internacional demonstra as evidecircncias do impacto da organizaccedilatildeo dos
sistemas em redes de atenccedilatildeo regionalizadas reduzem a fragmentaccedilatildeo da atenccedilatildeo
melhoram a eficiecircncia global do sistema evitam a multiplicaccedilatildeo de infraestrutura e
serviccedilos respondem melhor agraves necessidades e agraves expectativas das pessoas melhoram o
custo efetividade dos serviccedilos de sauacutede reduzem hospitalizaccedilotildees desnecessaacuterias
diminuem a utilizaccedilatildeo excessiva de serviccedilos e exames diminuem o tempo de permanecircncia
hospitalar produzem economias de escala e de escopo aumentam a produtividade do
sistema melhoram a qualidade da atenccedilatildeo produzem uma oferta balanceada de atenccedilatildeo
geral e especializada a continuidade da atenccedilatildeo gera maior efetividade cliacutenica facilitam a
utilizaccedilatildeo dos diferentes niacuteveis de atenccedilatildeo pelas pessoas e aumentam a satisfaccedilatildeo dos
usuaacuterios (OPASOMS 2011)
A regionalizaccedilatildeo no Brasil eacute apontada como um desafio seja pela ausecircncia de
investimentos compatiacuteveis com a ampliaccedilatildeo de cobertura do SUS (Conill et al 2010) seja
por caracteriacutesticas como as dimensotildees territoriais do paiacutes ou pelas desigualdades e
diversidades regionais aqui presentes (Dourado e Elias 2011)
Lima (2015) sintetiza alguns condicionantes para a regionalizaccedilatildeo no Brasil em
eixos de determinaccedilatildeo relacionados entre si
(1) a desigualdade e a diversidade territorial do paiacutes (2) a abrangecircncia e
as distintas loacutegicas territoriais observadas na atuaccedilatildeo do Estado e na
organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede (3) a multiplicidade de atores que
exercem funccedilotildees de financiamento gestatildeo e prestaccedilatildeo de accedilotildees e serviccedilos
em acircmbito regional (4) as muacuteltiplas escalas regionais configuradas pela
distribuiccedilatildeo da oferta uso de serviccedilos atuaccedilatildeo e acordo poliacutetico dos
57
atores regionais (Lima 2015 8)
Na implementaccedilatildeo do SUS na deacutecada de 90 o foco esteve na descentralizaccedilatildeo por
meio da municipalizaccedilatildeo A instituiccedilatildeo de redes regionalizadas foi retomada apenas a partir
de 2001 com a NOAS e em 2006 com o Pacto pela Sauacutede (Kuschnir e Fausto 2014) A
descentralizaccedilatildeo por meio da municipalizaccedilatildeo favoreceu a fragmentaccedilatildeo do sistema em
detrimento da sua organizaccedilatildeo em redes regionalizadas (Viana et al 2010 Kuschnir e
Fausto 2014)
Em um sistema de sauacutede fragmentado natildeo existe coordenaccedilatildeo entre os
diferentes niacuteveis e locais de atendimento podendo ser observados
problemas tais como duplicaccedilatildeo de serviccedilos e infraestrutura capacidade
produtiva natildeo utilizada e cuidados prestados em locais natildeo apropriados
como frequentemente acontece com os hospitais (OPASOMS 201158)
Em outras palavras um sistema fragmentado dificulta o acesso da populaccedilatildeo aos
serviccedilos onera a quantidade qualidade e distribuiccedilatildeo dos recursos e indica fragilidades na
capacidade de gestatildeo e lideranccedila dos diferentes entes frente a suas competecircncias e
atribuiccedilotildees (OPASOMS 2011) Os serviccedilos tendem a atuar de forma isolada ou competir
com outros em relaccedilatildeo a funccedilotildees e recursos (Silva Juacutenior et al 2015)
Na busca de caminhos de enfrentamento a essa fragmentaccedilatildeo do sistema o
governo federal introduziu marcos legais para a institucionalizaccedilatildeo de redes de atenccedilatildeo
regionalizadas com fortalecimento de instacircncias de negociaccedilatildeo como os CGR (colegiado
de gestatildeo regional) e posteriormente a CIR (comissatildeo intergestores regional) e articulaccedilatildeo
nesse acircmbito para melhorar o acesso aos niacuteveis secundaacuterio e terciaacuterio do SUS (Conill et
al 2010)
Simultaneamente a esse contexto a OPAS lanccedila o documento ldquoRedes integradas de
serviccedilos de sauacutede baseadas na APSrdquo em 2009 definindo alguns atributos essenciais das
redes integradas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Alguns deles satildeo populaccedilatildeoterritoacuterio definidos
extensa rede de serviccedilos de sauacutede que atenda o conjunto de necessidades em sauacutede ampla
participaccedilatildeo social sistema de governanccedila uacutenico para toda a rede suficiecircncia e
competecircncia de recursos humanos financiamento adequado dentre outros (Kuschnir
2014) A regionalizaccedilatildeo no acircmbito da APS se relaciona com a capacidade desse niacutevel de
atenccedilatildeo se organizar para corresponder aos princiacutepios propostos na perspectiva da
universalidade e equidade
Em 2010 a portaria 4279 do Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu as diretrizes e
58
estrateacutegias para a implementaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede dentre as quais estaacute o
fortalecimento da APS e do seu papel na coordenaccedilatildeo do cuidado Esse eacute um exemplo de
padratildeo nacional poreacutem que depende da atuaccedilatildeo de cada esfera nas suas funccedilotildees gestoras
a fim de resultar em melhores condiccedilotildees de acesso e sauacutede da populaccedilatildeo Por essa
normativa definiu-se tambeacutem as regiotildees de sauacutede como aacutereas de abrangecircncia territorial e
populacional sob a responsabilidade das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e o processo de
regionalizaccedilatildeo como estrateacutegia fundamental de configuraccedilatildeo das redes (Brasil 2010b)
Logo em seguida com a publicaccedilatildeo do decreto presidencial 75082011 novo
destaque eacute dado agraves regiotildees de sauacutede atraveacutes de instrumentos de planejamento e
organizaccedilatildeo o mapa sanitaacuterio os Contratos Organizativos de Accedilatildeo Puacuteblica (COAP) os
planos de sauacutede a relaccedilatildeo nacional de accedilotildees e serviccedilos de sauacutede (Renases) a Relaccedilatildeo
Nacional de Medicamentos essenciais (Rename) e satildeo instituiacutedas as Comissotildees
intergestores regional ndash CIR (Brasil 2011a)
Santos e Campos (2015) travam uma abrangente discussatildeo sobre esses uacuteltimos
marcos legais Os autores destacam a necessidade de valorar as CIR como instrumento de
acordos solidaacuterios visando agrave equidade regional no SUS problematizam a importacircncia de
se pensar uma arquitetura sanitaacuteria organizativa regional assim como propotildee o Decreto
75082011 sem ferir o princiacutepio federativo das autonomias e ressaltam a necessidade de
evoluir para aleacutem da governanccedila poliacutetica para a operacionalizaccedilatildeo e financiamento dos
serviccedilos na regiatildeo de sauacutede
Esta inovaccedilatildeo (nova institucionalidade do SUS) seja qual for sua
extensatildeo deve centrar-se na regionalizaccedilatildeo da sauacutede integraccedilatildeo de
serviccedilos governanccedila regional autoridade sanitaacuteria regional e suas
responsabilidades planejamento e financiamento regional Entendemos
que soacute assim seraacute possiacutevel construir a figura da regiatildeo de sauacutede de forma
robusta e sempre como a resultante da aglutinaccedilatildeo de entes municipais na
CIR que decidiriam em comum acordo a gestatildeo do COAP e os
necessaacuterios apoios administrativos e seus processos de gestatildeo O que natildeo
mais eacute possiacutevel continuar eacute o fracionamento do SUS que nem sempre se
articula e nem sempre atua de maneira sistecircmica (Santos e Campos
2015 445)
Almeida e Santos (2015) tambeacutem ressaltam a importacircncia da CIR como forma de
governanccedila regional em estudos de regionais de sauacutede na Bahia Contudo a maioria das
pautas trata das cotas de vagas para consultasexamesprocedimentos especializados ao
inveacutes de um planejamento conjunto com vistas agrave qualificaccedilatildeo e expansatildeo das accedilotildees da
APS Em contrapartida ressaltam o COAP enquanto um instrumento juriacutedico de
59
responsabilidade solidaacuteria ainda distante da realidade das regiotildees pesquisadas Ou seja se
manteacutem a loacutegica de um planejamento com base no recurso disponiacutevel (pela PPI) em
detrimento das necessidades em sauacutede
Como a APS portanto continua a se inserir nesse processo fortalecendo a
perspectiva das redes regionalizadas de sauacutede Almeida e Santos (2015) defendem
algumas formas APS como serviccedilo de acesso principal preferencial e rotineiro resgate de
valorizaccedilatildeo do ACS fortalecendo a integraccedilatildeo horizontal expansatildeo e valorizaccedilatildeo das
atribuiccedilotildees cliacutenicas da enfermagem ampliaccedilatildeo do cardaacutepio de serviccedilos e oferta puacuteblica de
serviccedilos de diferentes densidades tecnoloacutegicas incorporaccedilatildeo da perspectiva dos usuaacuterios
fortalecimento da CIR e posicionamento estrateacutegico das diretorias regionais de sauacutede
Outra forma eacute que a APS consiga exercer sua funccedilatildeo de coordenaccedilatildeo Ao contraacuterio
da experiecircncia do NHS (Reino Unido) cujo papel da APS na funccedilatildeo de gatekeeper
organiza o acesso aos demais niacuteveis de densidade tecnoloacutegica no Brasil haacute dificuldades
nesse processo Dificuldades essas seja devido a baixa cobertura de ESF atuaccedilatildeo paralela
entre serviccedilos ausecircncia de regulaccedilatildeo e fluxos formais para a atenccedilatildeo hospitalar
subsistema privado formaccedilotildees especializadas dos meacutedicos distribuiccedilatildeo inadequada de
profissionais em municiacutepios de pequeno porte dentre outros (Silva Juacutenior et al 2015
Almeida et al 2010)
Magalhatildees Junior e Pinto (2014) destacam que de modo geral as equipes de AB
natildeo estatildeo organizadas nem empoderadas para ordenar o acesso agrave rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e
coordenar o cuidado Apesar das iniciativas e avanccedilos crescentes de informatizaccedilatildeo e
composiccedilatildeo multiprofissional ainda haacute carecircncia de informaccedilotildees para acompanhamento do
usuaacuterio poucas ferramentas de comunicaccedilatildeo entre profissionais da AB e da AE assim
como poucos mecanismos de acompanhamento do usuaacuterio entre os serviccedilos
Giovanella (2014) discute que os resultados do PMAQ-AB mostram avanccedilos na
responsabilizaccedilatildeo da UBS pela marcaccedilatildeo de consultas especializadas mas aponta baixo
monitoramento de listas de espera mesmo para casos prioritaacuterios Ressalta que
A ordenaccedilatildeo da rede a partir da APS implica organizaccedilatildeo e integraccedilatildeo
do sistema de sauacutede com territorializaccedilatildeo e definiccedilatildeo dos serviccedilos de AB
como porta de entrada preferencial com funccedilatildeo de filtro para acesso agrave
Atenccedilatildeo Especializada conforme a necessidade A integraccedilatildeo da APS agrave
rede assistencial (ou em outros termos a ordenaccedilatildeo da RAS a partir da
APS) eacute essencial para a garantia da atenccedilatildeo conforme a necessidade no
SUS Eacute crucial para que a APS natildeo se constitua apenas em um pacote
baacutesico de serviccedilos no primeiro niacutevel de atenccedilatildeo para populaccedilotildees em
situaccedilatildeo de pobreza como reiteradamente preconizado por agecircncias
60
internacionais para paiacuteses em desenvolvimento que negam a
possibilidade de construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos universais como
pretendido pelo SUS (Giovanella 201436)
No Brasil mais de 80 de municiacutepios brasileiros tecircm menos de 50000 habitantes
com sua rede de serviccedilos de sauacutede resumindo-se agrave APS (Almeida e Santos 2015) e que
portanto demanda em algum grau de outros niacuteveis de complexidade de atenccedilatildeo fora
desses municiacutepios Somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e
financiamento em uma rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos
eficientes de pactuaccedilatildeo intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede
integral e resolutivo Independente de quatildeo heterogecircneo precise ser a organizaccedilatildeo dos
serviccedilos de sauacutede no Brasil para atender agraves diferentes demandas da populaccedilatildeo e
particularidades dos territoacuterios o usuaacuterio precisa ter acesso a mesma gama de serviccedilos em
tempo oportuno e sair com o seu problema de sauacutede resolvido A organizaccedilatildeo em redes
regionalizadas eacute o que favorece esse cenaacuterio em constante construccedilatildeo
Em resumo espera-se que a discussatildeo dos atributos como reflexo da qualidade da
APS no Brasil recortado pelas tipologias de regiotildees de sauacutede possa contribuir com
elementos para os desafios e fortalecimento dessa rede de atenccedilatildeo regionalizada
61
3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA
QUALIDADE DA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB
Diferentes iniciativas de avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica estatildeo presentes no processo
de larga expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil em especial a partir dos anos 2000 Nesse
periacuteodo foram desenvolvidas iniciativas para institucionalizar a avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo
Baacutesica no Brasil envolvendo diferentes atores A preocupaccedilatildeo de valorizar os enfoques
regionais e a perspectiva de territoacuterio constituiacuteram-se como preocupaccedilotildees dos processos
avaliativos todavia se nota que esses elementos natildeo foram suficientes para contemplar a
heterogeneidade de necessidades em sauacutede dos municiacutepios brasileiros Segundo o
Ministeacuterio da Sauacutede
Em se tratando da avaliaccedilatildeo em sauacutede e em especial da avaliaccedilatildeo da
atenccedilatildeo baacutesica o objeto da avaliaccedilatildeo eacute um objeto em movimento As trecircs
esferas de governo satildeo co-responsaacuteveis no que se refere agrave avaliaccedilatildeo da
atenccedilatildeo baacutesica Deve-se reforccedilar seu caraacuteter formativo pedagoacutegico e
reorientador das poliacuteticas e praacuteticas superando o tradicional enfoque
punitivo e burocraacutetico Deve-se ter o cuidado de ao recortar o objeto natildeo
reduzi-lo sob o risco de que o processo de avaliaccedilatildeo natildeo expresse toda a
riqueza das diversidades regionais e locais e os novos valores que vecircm
sendo incorporados ao SUS (Brasil 2005a 19)
Na busca de institucionalizar a avaliaccedilatildeo a atenccedilatildeo baacutesica foi criada em 2003 a
Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Departamento de
Atenccedilatildeo Baacutesica com o intuito de
formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a esse niacutevel de
atenccedilatildeo compreendendo-se seu papel estrateacutegico para o
redirecionamento da organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede no paiacutes com o
propoacutesito de formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a
esse niacutevel de atenccedilatildeo (Brasil 2005a 11)
A partir de 2005 o Ministeacuterio da Sauacutede desenvolveu a proposta de uma Poliacutetica
Nacional de Monitoramento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para qualificar processos
decisoacuterios nos acircmbitos da gestatildeo e do cuidado e com foco na integralidade e
resolutividade das accedilotildees O objetivo era envolver diretamente os governos estaduais e
municipais no processo de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na loacutegica da
descentralizaccedilatildeo (Brasil 2005a)
Almeida e Giovanella (2008) em estudo sobre avaliaccedilatildeo da AB no Brasil
identificaram no periacuteodo de 2000 a 2006 um importante conjunto de iniciativas no campo
62
da avaliaccedilatildeo e monitoramento da AB no Brasil por induccedilatildeo do gestor federal Uma das
principais iniciativas foram os estudos de ldquoLinha de Base do Programa de Expansatildeo e
Consolidaccedilatildeo do Sauacutede da Famiacutelia (Proesf)rdquo em 2005 Mais dois grupos principais de
iniciativas metodoloacutegicas de avaliaccedilatildeo da APS podem ser destacados A Avaliaccedilatildeo para
Melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (AMQ) de 2005 e a avaliaccedilatildeo
raacutepida dos serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica em niacutevel local (Primary Care Assessment Tool ndash
PCATool) adaptado no Brasil em 2002 e posteriormente validado em 2006
Os estudos de linha de base de apoio ao PROESF contemplavam municiacutepios acima
de 100000 hab tendo por objetivo fortalecer a institucionalizaccedilatildeo da AB o planejamento
local em sauacutede e identificar os movimentos de expansatildeo da ESF As propostas
apresentadas por diferentes instituiccedilotildees de ensino deveriam ser estruturadas em quatro
dimensotildees poliacutetico-institucional organizacional da atenccedilatildeo do cuidado integral e do
desempenho dos sistemas de sauacutede As avaliaccedilotildees consideraram a perspectiva de
gestores profissionais usuaacuterios do sistema de sauacutede e representantes do controle social
(Almeida e Giovanella 2008)
O AMQ elaborado pelo DAB e sua coordenaccedilatildeo de avaliaccedilatildeo e especialistas no
tema de avaliaccedilatildeo baseou-se na avaliaccedilatildeo interna de autogestatildeo a partir da compreensatildeo
dos profissionais Seus instrumentos eram voltados para gestores coordenaccedilatildeo do PSF
gerentes de UBS equipes e profissionais de niacutevel superior O principal objetivo do AMQ
era fomentar a melhoria da qualidade atraveacutes de um diagnoacutestico da organizaccedilatildeo e do
funcionamento dos serviccedilos baseado nos princiacutepios e diretrizes da AB e posteriormente
pelo desenvolvimento de projetos de intervenccedilatildeo em aspectos criacuteticos (Brasil 2005b) A
implementaccedilatildeo da metodologia natildeo foi acompanhada de incentivos financeiros tendo uma
adesatildeo de apenas parte dos municiacutepios Atualmente os instrumentos da AMQ foram
reformulados e uma versatildeo adaptada (AMAQ) compotildee o PMAQ-AB ou mais
precisamente a fase de autoavaliaccedilatildeo do PMAQ-AB (Fausto et al 2013)
O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool) eacute uma metodologia
desenvolvida sob coordenaccedilatildeo de Barbara Starfield Esse instrumento mede a presenccedila e a
extensatildeo dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos derivados da APS baseando-se em um
modelo de avaliaccedilatildeo da qualidade de serviccedilos de sauacutede de acordo com aspectos de
estrutura processo e resultados de Donabedian Os instrumentos satildeo autoaplicaacuteveis para
crianccedilas adultos profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente do serviccedilo de
sauacutede O PCATool teve seus instrumentos adaptados traduzidos e validados para uso no
Brasil (Harzheim et al 2006 Macincko e Almeida 2004) Em 2010 o Ministeacuterio da
63
Sauacutede publicou oficialmente o Manual do Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria
agrave Sauacutede (PCATool mdash Brasil) Para cada atributo essencial da APS haacute um componente
relacionado agrave estrutura e outro ao processo de atenccedilatildeo conforme segue acesso de primeiro
contato (utilizaccedilatildeo) acesso de primeiro contato (acessibilidade) grau de afiliaccedilatildeo com
serviccedilo de sauacutede longitudinalidade coordenaccedilatildeo (integraccedilatildeo de Cuidados) coordenaccedilatildeo
(sistema de informaccedilotildees) integralidade (serviccedilos disponiacuteveis) integralidade (Serviccedilos
prestados) Aleacutem de questotildees sobre os atributos derivativos orientaccedilatildeo familiar e
orientaccedilatildeo comunitaacuteria (Brasil 2010a) Uma das identificaccedilotildees eacute que a metodologia do
PCAtool foi capaz de distinguir as diferenccedilas entre os diferentes modelos de AB existentes
nos municiacutepios (Macincko e Almeida 2004)
Entre os trabalhos publicados com resultados dos estudos de linha de base do
PROESF destacam-se anaacutelises que compararam o PSF com as UBS tradicionais Vaacuterios
estudos deles utilizaram os instrumentos do PCAtool Alguns resultados das percepccedilotildees de
diferentes estudos sugerem
unidades com PSF tiveram melhores resultados quando comparadas a UBS
tradicionais Em estudo sobre a percepccedilatildeo de profissionaisgestores e usuaacuterios por
estrato de exclusatildeo social no municiacutepio de Satildeo Paulo verificou que no caso dos
usuaacuterios o PSF foi melhor avaliado que as UBS com exceccedilatildeo do estrato de maior
exclusatildeo social em que a preferecircncia dos usuaacuterios foi pelas UBS e para os
profissionais e gestores natildeo se relevaram diferenccedilas significativas entre o PSF e a
UBS nos estratos de exclusatildeo social (Elias et al 2006)
em comparaccedilatildeo do desempenho do PSF nas regiotildees nordeste e sul do Brasil a
constataccedilatildeo foi que o PSF tem maior consolidaccedilatildeo nos centros urbanos do nordeste
com maior presenccedila em regiotildees mais vulneraacuteveis (Facchini et al 2006)
em avaliaccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo concluiu-se que os trabalhadores do PSF
consideraram esse modelo melhor avaliando-o mais positivamente que os usuaacuterios
(Ibantildeez et al 2006)
Almeida e Giovanella (2008) tambeacutem destacam algumas caracteriacutesticas dos estudos
induzidos pelo Ministeacuterio da Sauacutede foco na implantaccedilatildeo do PSF fragmentaccedilatildeo na
realizaccedilatildeo das pesquisas por diferentes instituiccedilotildees acadecircmicas e com objetivos e
metodologias similares uma baixa regularidade de anaacutelise e divulgaccedilatildeo dos dados
produzidos e resultados a dificuldade de interaccedilatildeo entre gestores e pesquisadores
dificultando o uso da informaccedilatildeo para apoio agrave tomada de decisatildeo
64
Por outro lado a contrataccedilatildeo de instituiccedilotildees de ensino e pesquisa que ateacute entatildeo natildeo
haviam participado de avaliaccedilotildees em AB promovidas pelo MS como um aspecto positivo
que permite acumular experiecircncias em pesquisa e induzir a formaccedilatildeo de pessoal nas
diferentes regiotildees do paiacutes (Almeida e Giovanella 2008 Bodstein et al 2006) Apesar dos
esforccedilos do MS as autoras questionam o quanto estas iniciativas seratildeo capazes de
subsidiar as poliacuteticas de sauacutede e os processos decisoacuterios com vistas agrave equidade (Almeida e
Giovanella 2008)
Atualmente o PMAQ-AB destaca-se como a principal estrateacutegia de avaliaccedilatildeo da
AB no Brasil cujos resultados satildeo o foco de anaacutelise desse trabalho
31 PMAQ-AB CICLO 1
A partir de 2011 a gestatildeo do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede
teve como uma das prioridades o Programa Nacional para Melhoria do Acesso e Qualidade
da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) O programa foi criado mediante a Portaria GMMS 1654
de 19 de julho de 2011 como base para repasse do incentivo financeiro por desempenho
denominado ldquoComponente Qualidaderdquo do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (Brasil 2011c)
O principal objetivo do PMAQ-AB eacute induzir a ampliaccedilatildeo do acesso e a melhoria da
qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica por meio da instituiccedilatildeo de processos contiacutenuos e
progressivos que ampliem a capacidade das trecircs esferas de governo de ofertar serviccedilos
com garantia de um padratildeo de qualidade comparaacutevel nacional regional e localmente
(Brasil 2013a)
O Programa tem como diretrizes considerar as diferentes realidades de sauacutede do
paiacutes gerar melhorias que envolvam a gestatildeo o processo de trabalho das equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica e os resultados em sauacutede a transparecircncia nas etapas do programa a
mobilizaccedilatildeoresponsabilizaccedilatildeo dos atores das trecircs esferas de governo por meio de uma
cultura de negociaccedilatildeo e contratualizaccedilatildeo a mudanccedila no modelo de atenccedilatildeo com foco nas
necessidades e satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e o caraacuteter voluntaacuterio de adesatildeo ao programa
(Brasil 2011c)
Para mobilizar a adesatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede adotou a estrateacutegia de induccedilatildeo
financeira com repasse de recursos agraves equipes vinculado ao desempenho das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica conforme padrotildees especiacuteficos que deveriam expressar a ampliaccedilatildeo do
acesso aos serviccedilos a melhoria nas condiccedilotildees de trabalho e investimentos no
desenvolvimento dos profissionais da Atenccedilatildeo Baacutesica
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede o PMAQ-AB estaacute articulado a trecircs movimentos
65
mais amplos relacionados com o decreto 75082011 e com o Programa de Avaliaccedilatildeo para a
Qualificaccedilatildeo do SUS Um primeiro movimento envolve a valorizaccedilatildeo da AB no conjunto
da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua funccedilatildeo como ldquoporta de entradardquo acolhedora e resolutiva
do sistema Um segundo estaacute associado a perspectiva de governanccedila sistecircmica e
financiamento do SUS no qual o COAP eacute apresentado como uma possibilidade de
planejamento regionalizado que estaria adequado aos contextos e singularidades regionais
aleacutem de reforccedilar a loacutegica de contratualizaccedilatildeo por metas monitoramento de indicadores e
alcance de resultados E um terceiro baseado no conjunto de estrateacutegias para avaliaccedilatildeo de
desempenho e qualificaccedilatildeo do SUS o que inclui o Projeto Desenvolvimento de
Metodologia de Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede Brasileiro (PRO-ADESS)
e iniciativas como o Iacutendice de Desempenho do SUS (IDSUS) (Pinto et al 2012 e Conass
2011)
Aleacutem disso o Programa visa contribuir para enfrentar desafios da AB no Brasil
como por exemplo o acesso dos usuaacuterios agrave AB a qualificaccedilatildeo do processo de trabalho das
equipes e da gestatildeo em sauacutede e o aporte de financiamento aleacutem de identificar novos
problemas no acircmbito local
O PMAQ-AB eacute constituiacutedo por quatro fases complementares que compotildeem um
ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica A primeira fase eacute chamada
de ldquoAdesatildeo e Contratualizaccedilatildeordquo a segunda eacute denominada ldquoDesenvolvimentordquo a terceira
de ldquoAvaliaccedilatildeo Externardquo e a quarta que representa o iniacutecio do novo ciclo eacute chamada de
ldquoRecontratualizaccedilatildeordquo (Brasil 2011c)
A fase 1- Adesatildeo e contratualizaccedilatildeo eacute considerada a etapa formal de adesatildeo ao
programa por contratualizaccedilatildeo de compromissos e indicadores realizada por meio de
pactuaccedilatildeo voluntaacuteria entre equipes de atenccedilatildeo municipal inicialmente para que em um
segundo momento haja a formalizaccedilatildeo de adesatildeo do municiacutepio com o Ministeacuterio da Sauacutede
(MS) Cada equipe assina um ldquotermo de compromissordquo se responsabilizando por seguir as
diretrizes da PNAB ser monitorada pelo Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB)
e passar pelo processo de avaliaccedilatildeo de acordo com as regras do PMAQ-AB
Posteriormente o municiacutepio assume compromissos relacionados agrave aplicaccedilatildeo dos recursos
do PAB variaacutevel por desempenho a melhoria de condiccedilotildees de trabalho das equipes e agrave
estruturaccedilatildeo da gestatildeo da AB (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
A partir da homologaccedilatildeo da adesatildeo das equipes eacute transferido fundo a fundo ao
municiacutepio 20 do valor integral do Componente de Qualidade do Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica
Variaacutevel (PAB Variaacutevel) vinculado ao nuacutemero de equipes participantes Esse repasse
66
permanece ateacute o fim da terceira fase em que ao depender do desempenho pode variar de
suspensatildeo ateacute repasse integral do recurso
A Fase 2 - Desenvolvimento eacute a etapa de desenvolvimento de accedilotildees pelas equipes
de atenccedilatildeo baacutesica gestotildees municipais estaduais e Ministeacuterio da Sauacutede a fim de instaurar
processos de mudanccedila para melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica Essa
etapa inclui accedilotildees em quatro dimensotildees autoavaliaccedilatildeo monitoramento dos indicadores
contratualizados apoio institucional agraves equipes de atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente (Brasil 2011c)
Em linhas gerais a autoavaliaccedilatildeo consiste na identificaccedilatildeo pelas proacuteprias equipes
de pontos positivos e negativos do seu processo de trabalho para produzir iniciativas de
mudanccedila e aprimoramento Para tal o Ministeacuterio da Sauacutede disponibilizou uma ferramenta
especiacutefica ldquoAutoavaliaccedilatildeo para a Melhoria do Acesso e da Qualidaderdquo (AMAQ) que
aborda muacuteltiplas dimensotildees a partir do que eacute esperado em termos de qualidade na gestatildeo e
atenccedilatildeo agrave sauacutede Jaacute o monitoramento dos indicadores envolve indicadores em aacutereas
estrateacutegicas As estrateacutegias de gestatildeo satildeo o apoio institucional agraves equipes e as accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente atraveacutes das quais o Ministeacuterio da Sauacutede pretende induzir processos
de formaccedilatildeo financiamento e orientaccedilatildeo teacutecnica agraves gestotildees municipais (Pinto et al 2012)
A Fase 3 - Avaliaccedilatildeo externa eacute o momento que inclui levantamento de informaccedilotildees
para verificar as condiccedilotildees de acesso e de qualidade dos municiacutepios e das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica participantes do PMAQ-AB em dois momentos visita da equipe de
avaliaccedilatildeo externa e certificaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo externa ocorre de acordo com padrotildees
especiacuteficos para avaliar municiacutepio infraestrutura das UBS processo de trabalho e
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios Principalmente nessa etapa o Ministeacuterio da Sauacutede atua em
conjunto com Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras A construccedilatildeo dos instrumentos de
coleta seleccedilatildeo e treinamento das equipes de entrevistadores a organizaccedilatildeo e a execuccedilatildeo do
trabalho de campo aleacutem da coleta de dados satildeo atividades realizadas pelo conjunto de
Instituiccedilotildees (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
Apoacutes a coleta eacute responsabilidade do Ministeacuterio da Sauacutede realizar a certificaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de desempenho das equipes participantes segundo metodologia especiacutefica do
Programa Essa avaliaccedilatildeo gera um escore que resultaraacute na certificaccedilatildeo da equipe vinculada
ao percentual do componente qualidade que seraacute repassado ao municiacutepio
A Fase 4 - Recontratualizaccedilatildeo eacute a etapa considerada de ldquoconexatildeo re-
processamento re-iniacuteciordquo que ocorre posteriormente agrave certificaccedilatildeo das equipes da atenccedilatildeo
baacutesica Tomando como base a avaliaccedilatildeo de desempenho de cada uma das equipes uma
67
nova pactuaccedilatildeo de indicadores e compromissos deveraacute ser realizada o que deve conferir ao
programa o aspecto ciacuteclico e sistemaacutetico de qualidade Esta etapa tambeacutem deve contar com
novos padrotildees a serem escolhidos pelas equipes e gestotildees municipais privilegiando as
necessidades e prioridades locais Vale ressaltar que esta eacute a etapa ainda em formulaccedilatildeo
(Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
Pinto et al (2012) destacam pelo menos quatro aspectos em relaccedilatildeo agrave loacutegica de
construccedilatildeo das fases do PMAQ-AB Um primeiro que se refere agrave adesatildeo voluntaacuteria cuja
perspectiva eacute que a qualificaccedilatildeo do serviccedilo e as mudanccedilas no processo de trabalho teratildeo
maior sucesso quanto maior a motivaccedilatildeo e envolvimento dos trabalhadores e gestores Um
segundo associado a segunda etapa (e principal) que objetiva motivar o protagonismo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica na promoccedilatildeo de melhorias no serviccedilo assim como das gestotildees
municipais Um terceiro que o PMAQ-AB visa estimular reflexatildeo criacutetica e provocar accedilatildeo
no coletivo com vistas agrave mudanccedila do cotidiano mas se preocupa em natildeo cometer o excesso
de definir as formas estas podendo ser criadas inovadas conforme a realidade dos atores e
do territoacuterio E um quarto aspecto segundo Pinto et al (2012) eacute que apesar da co-
responsabilidade preconizada pelo programa e das dimensotildees avaliadas pelo PMAQ-AB
interessarem diretamente agraves equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica estas dimensotildees estatildeo mais
voltadas a governabilidade do gestor ou seja atribuir a responsabilidade do desempenho
agraves equipes seria um erro pois as mesmas podem natildeo ter a garantia de condiccedilotildees miacutenimas
para desenvolver seu trabalho (Pinto et al 2012)
A fase 3 do PMAQ-AB no que se refere agrave coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa eacute
realizada por instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior (por recomendaccedilatildeo da Rede de
Pesquisas em APS) em parceria com o DABMS As principais instituiccedilotildees de ensino que
participam do planejamento e coordenam o desenvolvimento da avaliaccedilatildeo externa no paiacutes
satildeo Universidade Federal de Pelotas Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal de Minas Gerais e a EnspFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz Estas satildeo
referidas como principais pois coordenam a parceria com cerca de 30 instituiccedilotildees de
ensino em todo o paiacutes
Para essa fase da avaliaccedilatildeo externa foi utilizado um instrumento elaborado
conjuntamente pelo DABMS e as instituiccedilotildees parceiras contendo padrotildees de qualidade
baseados nas normas protocolos princiacutepios e diretrizes que organizam accedilotildees e praacuteticas da
Atenccedilatildeo Baacutesica assim como conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos O instrumento
disponibilizado para a avaliaccedilatildeo externa associado ao banco de dados gerado a partir dele
68
subsidiaraacute a realizaccedilatildeo das anaacutelises quantitativas desta dissertaccedilatildeo de mestrado
O ciclo 1 do PMAQ-AB teve sua fase 3 realizada no periacuteodo de junho a novembro
de 2012 Teve como proposta aleacutem da avaliaccedilatildeo externa das equipes que aderiram ao
PMAQ-AB a aplicaccedilatildeo do moacutedulo I (infraestrutura) em todas as UBS do Brasil
independente de adesatildeo Ou seja realizou-se um censo das UBS brasileiras totalizando
38812 UBS
O instrumento utilizado para a realizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa do ciclo 1 foi
composto por trecircs moacutedulos (Brasil 2011c)
Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de
infraestrutura da unidade de sauacutede
Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica e sauacutede bucal e verificaccedilatildeo de documentos na UBS
Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo
e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede
Existia ainda um moacutedulo IV que corresponde a informaccedilotildees complementares agraves
coletadas nos Moacutedulos I II e III e foram respondidas em um moacutedulo on-line pelos
gestores e equipes no Portal do gestor O preenchimento desse moacutedulo era opcional e teve
baixa adesatildeo Logo o banco natildeo foi disponibilizado devido ao baixo percentual de
preenchimento desse grupo
As entrevistas foram baseadas em questionaacuterios estruturados aplicados por
entrevistadores treinados com equipamento com tecnologia 3G (tablet) e com transmissatildeo
imediata dos dados
Pinto et al (2012) destacam dois fatores relacionados agrave adesatildeo das equipes o
desenvolvimento socioeconocircmico (medido pelo IDH) e o porte populacional dos
municiacutepios Quanto maior o grau de desenvolvimento econocircmico maior o percentual
relativo de municiacutepios que aderiram ao PMAQ-AB (Quadro 3) E cruzando o porte
populacional com os municiacutepios que aderiram quanto menor o porte populacional menor
a adesatildeo ao PMAQ-AB (Quadro 4)
Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 IDH Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram ao
PMAQ-AB
de municiacutepios que
aderiram ao PMAQ-AB
69
Baixo 2505 1747 697
Meacutedio 2427 1738 716
Alto 575 450 783
Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012
Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil
2011 ndash ciclo 1 Porte populacional Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram
ao PMAQ-AB
de municiacutepios que
aderiram ao PMAQ-AB
Pequeno porte 3914 2646 676
Porte intermediaacuterio 1294 987 763
Grande porte 357 302 846
Total 5565 3935 707
Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012
Para a certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica do ciclo 1 foi elaborado um escore
com trecircs componentes
implementaccedilatildeo de processos autoavaliativos correspondendo a 10 do conceito
final independente de que tipo de resposta seja obtida ndash este valor eacute fornecido a
partir da realizaccedilatildeo da autoavaliaccedilatildeo pela equipe
verificaccedilatildeo do desempenho do conjunto de indicadores de sauacutede contratualizados
na adesatildeo ao PMAQ-AB equivalendo a 20 do conceito
70 resultantes da verificaccedilatildeo do desempenho por padrotildees de qualidade na
avaliaccedilatildeo externa
Para o monitoramento de indicadores foram selecionados 47 indicadores de
contratualizaccedilatildeo classificados quanto agrave natureza do seu uso monitoramento (23
indicadores) e desempenho (24 indicadores) Os indicadores de monitoramento natildeo
compotildeem nota para certificaccedilatildeo e tecircm por funccedilatildeo o acompanhamento sistemaacutetico das
equipes pelo MS Jaacute os indicadores relacionados ao processo de avaliaccedilatildeo externa e que
possuem peso na nota da certificaccedilatildeo das equipes satildeo os indicadores de desempenho
distribuiacutedos em 5 aacutereas estrateacutegicas (sauacutede da mulher da crianccedila doenccedilas crocircnicas sauacutede
bucal e produccedilatildeo geral) conforme Quadro 5
Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho
Aacuterea 1 ndash Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
12 Meacutedia de consultas de preacute-natal por gestante cadastrada
13 Proporccedilatildeo de gestantes que iniciaram o preacute-natal no 1ordm trimestre
14 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal no mecircs
15 Proporccedilatildeo de gestantes com vacina em dia
16 Proporccedilatildeo de mulheres com exame citopatoloacutegico do colo do uacutetero
realizado na faixa etaacuteria de 15 anos ou mais
Aacuterea 2 ndash Sauacutede da Crianccedila 21 Meacutedia de atendimentos de puericultura
70
Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho
22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 4 meses com aleitamento exclusivo
23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 1 ano com vacina em dia
24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 2 anos pesadas
25 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 1 ano
26 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 5 anos
Aacuterea 3 ndash Controle de
Diabetes Mellitus e
Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica
31 Proporccedilatildeo de diabeacuteticos cadastrados
32 Proporccedilatildeo de hipertensos cadastrados
33 Meacutedia de atendimentos por diabeacutetico
34 Meacutedia de atendimentos por hipertenso
Aacuterea 4 ndash Sauacutede bucal 41 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada
42Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica
43 Cobertura de primeira consulta de atendimento odontoloacutegico agrave gestante
44 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas
programaacuteticas
Aacuterea 5 ndash Produccedilatildeo Geral 51 Meacutedia de consultas meacutedicas por habitante
52 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas para cuidado continuado programado
53 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda agendada
54 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda imediata
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2012
Os padrotildees de qualidade para a certificaccedilatildeo das equipes foram descritos nos
moacutedulos do instrumento de avaliaccedilatildeo externa e agrupados em cinco dimensotildees
Gestatildeo municipal para desenvolvimento da AB
Estrutura e condiccedilotildees de funcionamento da UBS
Valorizaccedilatildeo do trabalhador acesso e qualidade da atenccedilatildeo e organizaccedilatildeo do
processo de trabalho
Utilizaccedilatildeo participaccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
Cada dimensatildeo engloba um conjunto de variaacuteveissubdimensotildees (perguntas do
instrumento) cada qual com relevacircncia e pesos diferenciados na composiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo
externa definidos por meio de metodologia especiacutefica
Os resultados do processo de certificaccedilatildeo vinculados agrave disponibilizaccedilatildeo dos
recursos pelo componente do PAB variaacutevel satildeo divulgados agraves equipes da seguinte forma
desempenho insatisfatoacuterio (natildeo recebem o recurso direcionado ao
componente qualidade) desempenho mediano ou abaixo da
meacutediaregular (continuam recebendo 20 do recurso) desempenho
acima da meacutediabom (ampliam o recebimento para 60 do recurso) e
desempenho muito acima da meacutediaoacutetimo (ampliam o recebimento para
100 do recurso) (Brasil 2013a 35)
Equipes podem ser consideradas desclassificadas principalmente por natildeo
apresentarem registro no sistema de informaccedilatildeo O resultado do desempenho das equipes
do ciclo 1 estaacute expresso no graacutefico 1
71
Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo
1 Brasil 2013
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS
Essa comparaccedilatildeo de desempenho natildeo eacute feita entre todas as equipes mas sim entre
equipes pertencentes a municiacutepios de um mesmo estrato Foram elaborados 6 estratos de
municiacutepios de acordo com aspectos sociais econocircmicos e demograacuteficos (PIB per capita
percentual da populaccedilatildeo com plano de sauacutede percentual da populaccedilatildeo com bolsa famiacutelia
percentual da populaccedilatildeo em extrema pobreza e densidade demograacutefica) bem como
baseando-se no porte populacional (municiacutepios com ateacute 10 mil habitantes de 10 mil a 20
mil habitantes de 20 mil a 50 mil habitantes de 50 mil a 100 mil habitantes de 100 mil a
500 mil habitantes e acima de 500 mil habitantes) (Brasil 2011c)
A portaria do PMAQ-AB natildeo estabelece a forma como os municiacutepios devem
utilizar os valores repassados de acordo com a certificaccedilatildeo de cada equipe ficando essa
decisatildeo a cargo da gestatildeo municipal Haacute apenas um apontamento do Ministeacuterio da Sauacutede
propondo que o recurso seja revertido em investimento nos profissionais e na melhoria das
condiccedilotildees de trabalho premiaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo por desempenho (Pinto et al 2012)
32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2
O ciclo 2 do PMAQ-AB teve as 4 fases do ciclo 1 mantidas e sua fase 3 ndash avaliaccedilatildeo
externa ndash foi realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014 Nesse ciclo natildeo houve
limite para o nuacutemero de equipes que poderiam aderir por municiacutepio devido aumento do
financiamento para o PAB variaacutevel por desempenho Logo foi possiacutevel a
Muito acima da meacutedia 176
Acima da meacutedia 439
Mediano ou abaixo da
meacutedia 348
Insatisfatoacuteria 21
Desclassificada 16
72
recontratualizaccedilatildeo de todas as equipes do ciclo 1 e a inclusatildeo de novas equipes de acordo
com a adesatildeo voluntaacuteria de cada gestatildeo municipal
No ciclo 2 natildeo foi realizado censo das UBS sendo visitadas exclusivamente as
UBS com equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica que aderiram ao programa num total de 30562
equipes Ocorreu um consideraacutevel aumento da adesatildeo de um ciclo para o outro (Quadro 6)
O instrumento utilizado para avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 tambeacutem sofreu
modificaccedilotildees tanto em organizaccedilatildeo como em conteuacutedo Foram incluiacutedos moacutedulos
adicionais para entrevista com os Nuacutecleos de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF) e moacutedulos
especiacuteficos para infraestrutura e profissionais de sauacutede bucal conforme abaixo
Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de
infraestrutura da unidade de sauacutede
Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica e verificaccedilatildeo de documentos na UBS
Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo
e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede
Moacutedulo IV ndash Entrevista com profissionais que compotildeem o Nuacutecleo de Apoio agrave
Sauacutede da Famiacutelia
Moacutedulo V ndash Observaccedilatildeo da infraestrutura especificamente das equipes de sauacutede
bucal
Moacutedulo VI ndash Entrevista com o profissional de sauacutede bucal sobre o processo de
trabalho da equipe de sauacutede bucal
Nesse segundo ciclo tambeacutem existiu o moacutedulo eletrocircnico de preenchimento dos
gestores atraveacutes do Sistema de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SGDAB) complementar aos
moacutedulos I II e III Contudo natildeo se tem informaccedilotildees sobre o quantitativo de
preenchimento ou conteuacutedo desse moacutedulo
Apesar de natildeo ser o foco desse trabalho importante relatar que o Centro de
Especialidades Odontoloacutegicas (CEO) tambeacutem participou desse ciclo sendo o campo
conduzido em um processo agrave parte por outras instituiccedilotildees de ensino Havia tambeacutem uma
proposta inicial de inclusatildeo das equipes de Consultoacuterio na Rua que natildeo se efetivou
73
Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 Caracteriacutesticas PMAQ-AB ciclo 1 PMAQ-AB ciclo 2
Periacuteodo das 4 fases 2011 a 2012 2013 a 2014
Periacuteodo da coleta de dados Junho a novembro de 2012 Novembro de 2013 a abril de 2014
Instrumento de coleta de dados Moacutedulos I II e III Moacutedulos I II III IVV e VI
Limite para adesatildeo das equipes 50 das equipes de sauacutede da
famiacutelia de cada municiacutepio Sem limites
Municiacutepios participantes do censo 5543 municiacutepios Natildeo houve censo
UBS participantes do censo 38812 UBS Natildeo houve censo
Municiacutepios com equipes
contratualizadas 3935 municiacutepios (713) 5211 municiacutepios (935)
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica
contratualizadas
- total 17482 equipes (541) 30562 equipes (945)
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com
sauacutede bucal
12075 19948
Equipes de NASF contratualizadas NASF natildeo participante 1813 NASF
UBS com equipes certificadas 13973 UBS 24055 UBS
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica
certificadas 17202 equipes 29808 equipes
Nuacutemero de usuaacuterios entrevistados 65391 usuaacuterios 114615 usuaacuterios
Avaliadores externos 900 2000
Investimento com gastos da
avaliaccedilatildeo externa e com o
pagamento de PAB variaacutevel por
desempenho (R$)
770 milhotildees ~ 42 bilhotildees
Fonte Ministeacuterio da SauacutedeDepartamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBanco de dados ciclo 1 Portaria de
homologaccedilatildeo da adesatildeo ciclo 2 relatoacuterio descritivo ciclo 2 2015
Nuacutemero de equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica existentes no Brasil 32337 (Outubro2011)
Contratualizaccedilatildeo significa as equipes que fizeram adesatildeo ao PMAQ-AB sendo esse nuacutemero reduzido na
certificaccedilatildeo (somente equipes classificadas)
Esse nuacutemero de equipes estaacute incluiacutedo no total de Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica contratualizadas 17482
equipes (ciclo 1) e 30562 equipes (ciclo 2)
Outra particularidade do ciclo 2 se refere agrave fonte de informaccedilatildeo para anaacutelise dos
indicadores (monitoramento e desempenho) No ciclo 1 as informaccedilotildees eram extraiacutedas da
base de dados do SIAB enquanto no ciclo 2 puderam ser extraiacutedas tanto do SIAB quanto
do e-SUS3 a depender do sistema de informaccedilatildeo que as equipes do municiacutepio estivessem
utilizando As competecircncias avaliadas no 2ordm ciclo foram julho agosto e setembro de 2013
(Brasil 2015)
Os 24 indicadores desempenho pactuados pelas trecircs esferas de governo foram
mantidos em relaccedilatildeo ao ciclo 1 nas 6 aacutereas estrateacutegicas para as equipes que utilizaram o
SIAB assim como os indicadores de monitoramento Jaacute no caso das equipes que
3 O SISAB (e-SUS AB) eacute o novo sistema de informaccedilatildeo da AB considerado como um avanccedilo nos registros
da Atenccedilatildeo Baacutesica visto que individualiza o registro eacute utilizado por todos os membros das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica e possibilita a obtenccedilatildeo dos dados produzidos atraveacutes da geraccedilatildeo de relatoacuterios gerenciais e
operacionais configurando-se como uma potente ferramenta de reflexatildeo e transformaccedilatildeo do processo de
trabalho (Brasil 2015)
74
utilizaram o e-SUS ABSISAB foram considerados 08 indicadores de desempenho
vinculados ao processo de certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Quadro 7) e 04
indicadores de desempenho para as equipes de atenccedilatildeo baacutesica com sauacutede bucal (Quadro 8)
(Brasil 2013a)
Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB Aacuterea 1 - Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de atenccedilatildeo baacutesica
12 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal em dia
13 Proporccedilatildeo de gestantes acompanhadas por meio de visitas
domiciliares
Aacuterea 2 - Sauacutede da Crianccedila 22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de quatro meses com aleitamento
exclusivo
23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de um ano com vacina em dia
24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de dois anos pesadas
Aacuterea 3 ndash Doenccedilas crocircnicas 31 Proporccedilatildeo de pessoas com diabetes cadastradas
32 Proporccedilatildeo de pessoas com hipertensatildeo cadastradas
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a
Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB Sauacutede bucal 1 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada
2 Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica
3 Cobertura de atendimento odontoloacutegico agrave gestante
4 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas
programaacuteticas
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a
No segundo ciclo a avaliaccedilatildeo de desempenho para aleacutem da comparaccedilatildeo com
equipes do mesmo estrato tambeacutem considerou o desenvolvimento da proacutepria equipe entre
uma certificaccedilatildeo e outra Ou seja para as equipes que participaram pela primeira vez o
desempenho foi calculado em comparaccedilatildeo com a meacutedia de desempenho das equipes do
estrato a que o municiacutepio pertence (100) Jaacute as equipes que participaram do ciclo 1 parte
da nota foi calculada por comparaccedilatildeo do desempenho da equipe com o estrato (85) e
outra parte por meio do desempenho da proacutepria equipe comparando o 1ordm e 2ordm ciclo (15)
Os resultados do processo de certificaccedilatildeo foram mantidos equipes desclassificadas
equipes com desempenho insatisfatoacuterio equipes com desempenho mediano ou abaixo da
meacutediaregular equipes com desempenho acima da meacutediabom e equipes com desempenho
muito acima da meacutediaoacutetimo O resultado do desempenho das equipes do ciclo 2 estaacute
expresso no graacutefico 2
75
Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos
1 e 2 Brasil 2014
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS
No 1ordm ciclo o desempenho no processo autoavaliativo das equipes de sauacutede bucal foi igual ao da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica No 2ordm ciclo o desempenho nesse componente da Certificaccedilatildeo foi calculado considerando cada
equipe separadamente (sauacutede bucal e atenccedilatildeo baacutesica)
33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB
Entre 2013 e 2015 uma primeira gama de estudos com foco no PMAQ-AB
comeccedilam a ser desenvolvidos e divulgados Parte deles sinaliza para o avanccedilo do PMAQ-
AB enquanto uma praacutetica de institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo com potencial para melhoria
nas praacuteticas em sauacutede e organizaccedilatildeo do serviccedilo (Fausto et al 2013 Carneiro et al 2014)
Aleacutem disso destaca-se a abrangecircncia nacional do estudo incluindo UBS de aacutereas urbanas
e rurais (Tomasi et al 2015)
Pinto et al (2014) idealizadores do programa consideram que o PMAQ-AB pode
ser visto como
CICLO 1
CICLO 2
Muito acima da meacutedia
176
Acima da meacutedia 439
Mediano ou abaixo da
meacutedia 348
Insatisfatoacuteria 21
Desclassificada 16
Muito acima da meacutedia
154
Acima da meacutedia 328
Mediano ou abaixo da
meacutedia 483
Insatisfatoacuteria 12
Desclassificada 23
76
a) parte importante das mudanccedilas qualitativas e quantitativas do
financiamento da AB b) estrateacutegia da PNAB de enfrentamento de
condicionantes do desenvolvimento da AB brasileira que integra accedilotildees
novas e antigas num formato inovador que aposta fundamentalmente na
produccedilatildeo local de uma dinacircmica e construccedilatildeo de pactos priorizaccedilatildeo de
problemas accedilatildeo permanente de mudanccedila c) processo de induccedilatildeo que
oferta movimentos de mudanccedila com diferentes sentidos e significados d)
instrumento de avaliaccedilatildeo e acompanhamento do grau de implantaccedilatildeo de
accedilotildees priorizadas tanto na PNAB quanto na PNS e) dispositivo que
coloca a opiniatildeo dos atores locais em especial dos usuaacuterios no centro da
cena da formulaccedilatildeo implantaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da poliacutetica (Pinto et al
2014 369)
Fausto et al (2013) concordam em alguns aspectos quanto aos primeiros avanccedilos
proporcionados pelo PMAQ-AB no que se refere ao caraacuteter pedagoacutegico de aplicaccedilatildeo dos
instrumentos e valorizaccedilatildeo das equipes de AB ao proacuteprio movimento de adesatildeo dos
gestores o que gerou accedilotildees internas de adequaccedilatildeoorganizaccedilatildeo nos municiacutepios aos
avanccedilos na institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo como instrumento de planejamento das
poliacuteticas puacuteblicas e a ampliaccedilatildeo das transferecircncias de recursos puacuteblicos federais para a
AB ainda que insuficiente
Todavia os estudos apontam para uma gama de limitaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
metodologia e execuccedilatildeo do programa ou mesmo das opccedilotildees poliacuteticas da gestatildeo federal em
relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo ao ciclo 1 do programa Entre estas destaca-se
Resultados da avaliaccedilatildeo externa baseado em desempenho e com desdobramentos
poliacuteticos e financeiros para a gestatildeo municipal gera um interesse do gestor em
fornecer respostas para o alcance de melhores resultados (Casotti et al 2014
Fausto et al 2014 Ney et al 2015)
Adesatildeo voluntaacuteria da gestatildeo municipal vinculada a incentivos financeiros gera um
vieacutes de positividade no universo de equipes que aderiram ao programa ou seja os
resultados satildeo provavelmente melhores do que a realidade de todas as equipes do
paiacutes (Medina et al 2014 Fausto et al 2014 Ney et al 2015 Mendes et al
2014)
A ausecircncia de representatividade da amostra dos usuaacuterios (4 usuaacuterios por equipe) e
sua forma de seleccedilatildeo (natildeo padronizada) sugere possiacuteveis vieses na seleccedilatildeo dos
usuaacuterios visto que a amostra era por conveniecircncia ndash usuaacuterios que estavam na UBS
no momento da avaliaccedilatildeo externa e tinham experiecircncia anterior de uso Isso pode
ter superestimado os resultados agrave medida que a tendecircncia satildeo usuaacuterios
selecionados com avaliaccedilotildees mais positivas sobre as equipes (Fausto et al 2014)
77
A certificaccedilatildeo das equipes utiliza como marcador de qualidade indicadores de
estrutura em detrimento de indicadores de processo e resultado (Fonseca Sobrinho
et al 2014)
Os indicadores de monitoramento selecionados pelo Programa podem natildeo
privilegiar as necessidades locais de sauacutede da populaccedilatildeo e natildeo englobar as
competecircncias teacutecnicas dos profissionais podendo natildeo ser um representativo de
melhoria de qualidade (Ney et al 2015)
O limite explicativo a partir de dados exclusivamente quantitativos em face da
complexidade e variabilidade das modelagens assistenciais no paiacutes (Casotti et al
2014)
Ainda que cada instituiccedilatildeo de ensino tenha produzido capacitaccedilotildees nos
procedimentos de coleta de dados para os estados de sua responsabilidade e
protocolos com a equipe de entrevistadores e supervisores natildeo houve padronizaccedilatildeo
sistemaacutetica de treinamento ou controle do trabalho de campo entre as instituiccedilotildees
de ensino participantes da fase 3 Logo questiona-se a confiabilidade da coleta dos
dados (Medina et al 2014)
A experiecircncia pregressa da avaliaccedilatildeo associada ao imaginaacuterio das gestotildees
municipais como accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo o que gerou uma seacuterie de tensotildees
nos diferentes atores envolvidos (Fausto et al 2013)
A realizaccedilatildeo da coleta de dados do ciclo 1 durante as eleiccedilotildees municipais gerou
conflito de interesses entre o objetivo da avaliaccedilatildeo em ldquoretratarrdquo a situaccedilatildeo da AB
no municiacutepio e as campanhas eleitorais De acordo com o contexto eleitoral
intensificava-se ou mascarava-se o apontamento de fragilidades do AB nos
municiacutepios (Fausto et al 2013)
O iniacutecio do ciclo 2 em pouco tempo de intervalo em relaccedilatildeo ao ciclo 1 ou seja
antes que pudessem ser desenvolvidas estrateacutegias de melhoria do acesso e
qualidade (Mota e David 2015)
A divulgaccedilatildeo dos resultados da avaliaccedilatildeo de desempenho de forma pouco clara sem
indicar pontos especiacuteficos de aperfeiccediloamento assim como quais estrateacutegias de
intervenccedilatildeo deveriam ser formuladas para essas melhorias (Fausto et al 2013)
Satildeo necessaacuterios estudos envolvendo o segundo ciclo do Programa a fim de
verificar a manutenccedilatildeo das limitaccedilotildees apontadas no ciclo 1 ou possiacuteveis melhorias Uma
limitaccedilatildeo importante que se supotildee ter sido resolvida no ciclo 2 se refere ao vieacutes de
78
positividade em relaccedilatildeo agrave adesatildeo das equipes Como no segundo ciclo natildeo houve limite de
adesatildeo das equipes e nacionalmente participaram mais de 90 das equipes de AB
entende-se que as respostas foram mais abrangentes e representativas da praacutetica em sauacutede
na APS Outros pontos de melhoria no ciclo 2 foram o periacuteodo de coleta de dados que natildeo
coincidiu com eleiccedilotildees municipais e aparentemente uma melhor compreensatildeo das equipes
sobre a funccedilatildeo do processo avaliativo
79
4 METODOLOGIA
Esta dissertaccedilatildeo consiste em um estudo descritivo transversal de natureza
quantitativa baseado em dados secundaacuterios dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB O banco de
dados do ciclo 1 estaacute disponibilizado no site do DABMinisteacuterio da Sauacutede e o banco de
dados do ciclo 2 foi fornecido pelo DABMinisteacuterio da Sauacutede agraves instituiccedilotildees de ensino
participantes da avaliaccedilatildeo externa do Programa em 2015 e posteriormente seraacute tambeacutem
publicizado
Trata-se de uma pesquisa avaliativa de anaacutelise de efeitos da intervenccedilatildeo uma vez
que se busca compreender se na praacutetica das equipes satildeo efetivados os atributos da APS
partindo da premissa que esses atributos trazem benefiacutecios agrave sauacutede da populaccedilatildeo e indicam
uma APS de qualidade (Champagne et al 2011) Essa anaacutelise tem uma relaccedilatildeo direta com
as dimensotildees da qualidade efetividade (agrave medida que se avalia na rotina das equipes a
presenccedila dos atributos como efeito desejado) e acesso (analisando a organizaccedilatildeo das
equipes de atenccedilatildeo baacutesica para favorecer ou dificultar agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos)
41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA
APS
Embora os instrumentos utilizados para a coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa do
PMAQ-AB natildeo estejam organizados a partir dos atributos definidos por Starfield (2002)
para a qualificaccedilatildeo da APS este trabalho busca estabelecer uma correspondecircncia entre
questotildees selecionadas do PMAQ-AB e os atributos essenciais e derivativos descritos pela
autora
Para a seleccedilatildeo das variaacuteveis do PMAQ-AB realizou-se uma busca inicial nos
instrumentos do Programa das variaacuteveis correspondentes aos componentes envolvidos
com cada atributo Buscou-se examinar a efetivaccedilatildeo de cada atributo da APS de acordo
com as respostas dos profissionais e dos usuaacuterios Quando possiacutevel a escolha relacionou a
experiecircncia de uso dos usuaacuterios com a percepccedilatildeo dos profissionais respondentes das
equipes de AB sendo selecionadas variaacuteveis similaresequivalentes respondidas por cada
ator
Apoacutes essa primeira seleccedilatildeo a equipe de pesquisadores Regiotildees e Redes ndash
Dimensatildeo APS ndash analisou esse conjunto de variaacuteveis e realizou uma segunda seleccedilatildeo com
reduccedilatildeo do nuacutemero de variaacuteveis Foram analisadas a pertinecircncia de acordo com a
concepccedilatildeo de cada atributo e uma tabulaccedilatildeo preliminar do banco de dados do ciclo 1
identificando-se a disponibilidade e a qualidade dos dados das variaacuteveis preacute-selecionadas
80
do questionaacuterio Entende-se variaacutevel aqui por cada resposta do instrumento utilizada ou
seja uma mesma pergunta do instrumento pode gerar uma ou mais variaacuteveis
O instrumento do ciclo 1 eacute composto por 1064 variaacuteveis distribuiacutedas em trecircs
moacutedulos Foram selecionadas variaacuteveis do moacutedulo I (observaccedilatildeo de infraestrutura)
moacutedulo II (entrevista com profissionais) e moacutedulo III (entrevista com usuaacuterios) O nuacutemero
de variaacuteveis selecionadas por moacutedulo eacute apresentado no Quadro 9
Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas
Moacutedulo I 450 8
Moacutedulo II 387 93
Moacutedulo III 277 44
TOTAL 1064 145
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 1 PMAQ-AB Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Os atributos essenciais e derivativos da APS a partir da revisatildeo de literatura e
anaacutelise de metodologias que avaliam esses atributos foram operacionalizados em
componentes considerando-se tambeacutem a disponibilidade das variaacuteveis do instrumento
PMAQ-AB compondo uma matriz de anaacutelise apresentada no Quadro 10
Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do
PMAQ-AB
Atributos Componentes
Primeiro contato Horaacuterios de funcionamento
Acolhimento
Agendamento da consulta na AB
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
Longitudinalidade Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
Abrangecircncia ou
Integralidade
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
Resolutividade da AB
Coordenaccedilatildeo Continuidade informacional
Ordenamento de fluxos assistenciais
Acesso a consultasexames especializados
Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo
especializada
Orientaccedilatildeo para a
comunidade Territorializaccedilatildeo
Intersetorialidade
Participaccedilatildeo social
Centralidade na famiacutelia Abordagem familiar
Competecircncia cultural Abordagem cultural Fonte Baseado em Harzheim et al 2006 Almeida 2010 Fausto et al 2014 Cunha e Giovanella 2011
Silva et al 2014
81
Para o atributo de primeiro contato ou seja a APS como serviccedilo de procura
regular e porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede os componentes selecionados
foram ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento da consulta na ABrdquo e
ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo Entende-se que as variaacuteveis selecionadas para
cada um desses componentes que mesclaram condiccedilotildees de infraestrutura percepccedilatildeo dos
profissionais e dos usuaacuterios permitem verificar se as condiccedilotildees de funcionamento e a
organizaccedilatildeo do processo de trabalho das equipes favorecem o acesso dos usuaacuterios para a
UBS se constituir como o serviccedilo de primeiro contato Ademais ao se incluir o papel da
APS no atendimento agraves pequenas urgecircncias entende-se que sua disponibilidade favorece
que os usuaacuterios privilegiem a UBS como porta de entrada preferencial A funccedilatildeo de filtro
outro possiacutevel componente do atributo lsquoprimeiro contatorsquo seraacute avaliada em conjunto com o
atributo da coordenaccedilatildeo nos componentes comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE e
no acesso a serviccedilos especializados
Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoPrimeiro
Contatordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Horaacuterios de funcionamento
I71 Quantos turnos de
funcionamento esta UBS
oferece agrave populaccedilatildeo
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas
necessidades
I73 Esta UBS funciona
quantos dias na semana
III52 O que o senhor acha da
distacircncia da sua casa ateacute esta UBS
I74 Qual a carga horaacuteria
diaacuteria de funcionamento da
UBS
I76 Esta UBS oferece
atendimento agrave populaccedilatildeo nos
fins de semana
Acolhimento
II151 Estaacute implantado o
acolhimento da UBS
II154 Todos os usuaacuterios que
chegam agrave UBS espontaneamente
buscando atendimento tem suas
necessidades escutadas e
avaliadas
III71 Na maioria das vezes que o
Senhor vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
II159 Os profissionais da equipe
que fazem o acolhimento foram
capacitados para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco dos
usuaacuterios
III74 O que o senhor acha sobre a
forma como eacute acolhidorecebido ao
procurar o serviccedilo
Agendamento da consulta na AB
II15141 Existe documento que
comprove que caso o usuaacuterio
tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento
para outro dia haacute reserva de
vagas para atendimento no
82
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
mesmo dia
II1517 Nas situaccedilotildees em que
natildeo seja o caso de agendar no dia
e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de
algum grupo que possui
atendimento programado na UBS
ele consegue sair com a consulta
marcada
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
III61 Na maioria das vezes como o
senhor faz para marcar consulta na
UBS
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
II158 A equipe realiza
atendimento de urgecircncia e
emergecircncia nesta UBS
III78 Onde o senhor procurou
atendimento (em relaccedilatildeo a urgecircncia)
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
No caso da longitudinalidade entendida como a responsabilidade da equipe pelo
cuidado ao usuaacuterio ao longo da vida optou-se pelos componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo
profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo que tem
relaccedilatildeo direta com o acompanhamento ao longo do tempo com o viacutenculo e retoma a
proposta de serviccedilo de procura regular As variaacuteveis selecionadas deste atributo focaram na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto ao atendimento pelo mesmo profissional ao longo do
tempo o conhecimento dos profissionais sobre a histoacuteria do paciente bem como a
possibilidade de contato com esse profissional
Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoLongitudinalidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
II35 Quanto tempo o senhor
atua nesta equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo
mesmo meacutedico
II325 Nas visitas domiciliares
dos ACS eacute realizada a busca
ativa no territoacuterio
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo
mesmo enfermeiro
II913 Os profissionais lembram-se do que
aconteceu nas uacuteltimas consultas do senhor
III916 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo vem a
consulta nesta UBS os profissionais procuram o
senhor para saber o que aconteceu e retomar o
atendimento
III145 Depois que a crianccedila nasceu a equipe
fez uma consulta ateacute sete dias de vida
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
III510 Se o senhor quiser pode escolher a
equipe que lhe atende
83
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
III91 Durante o atendimento nesta UBS o
meacutedico deixa tempo suficiente para o senhor
falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas
III93 Durante o atendimento nesta UBS o
enfermeiro deixa tempo suficiente para o senhor
falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando o senhor precisa tirar duvidas
apoacutes as consultas tem facilidade para falar com
os profissionais que lhe atenderam
III918 O senhor se sente agrave vontade para falar
com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees
problemas sociais familiares ou outras
questotildees
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Para o atributo da abrangecircnciaintegralidade que consiste na oferta de serviccedilos
preventivos e curativos para todas as faixas etaacuterias de acordo com as necessidades da
populaccedilatildeo adscrita foram selecionados os componentes ldquoserviccedilos realizadosescopo de
accedilotildeesrdquo e resolutividade da ABrdquo As variaacuteveis selecionadas enfatizaram a percepccedilatildeo dos
profissionais e usuaacuterios em relaccedilatildeo a que serviccedilos satildeo oferecidos (consultas exames
medicamentos vacinas) e para tal escolheu-se alguns marcadores como hipertensatildeo
diabetes e preacute-natal E tambeacutem em que medida a equipe de atenccedilatildeo baacutesica se
organizacapacitarecebe apoio para resolver a maior parte das necessidades na proacutepria
UBS
Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoAbrangecircnciaIntegralidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
I78 Quais serviccedilos estatildeo
disponiacuteveis aos usuaacuterios
durante os dias e horaacuterios de
funcionamento da UBS
II166 A equipe programa
consultas e accedilotildees para usuaacuterios que
faccedilam parte de programas ou
grupos prioritaacuterios e necessitam de
cuidado continuado
III1416 Em que local foram
feitas a maioria das vacinas da
crianccedila
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
III153 Onde o senhor fez a
maioria das consultas por causa
da pressatildeo alta nos uacuteltimos seis
meses
II176 Quais os exames solicitados
para DM
III163 Onde o senhor fez a
maioria das consultas por causa
da diabetes nos uacuteltimos seis
meses
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de
50 a 69 anos
III106 A senhora faz o exame
preventivo do cacircncer de colo de
uacutetero nesta UBS
II1710 Quais os exames
solicitados para o preacute-natal
III116 Em que local a senhora
fez a maioria das consultas de
preacute-natal
II203 A equipe realiza coleta de
84
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
material para exames de
laboratoacuterio
II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza procedimentos pequenas
cirurgias na UBS
II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza os seguintes
procedimentospequenas cirurgias
na UBS
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidados no domiciacutelio
Resolutividade
I35 Quantidade de
profissionais da equipe
miacutenima existente na UBS
II122 Quem realiza apoio agrave
equipe de atenccedilatildeo baacutesica para
resoluccedilatildeo de casos considerados
complexos
III81 Quando o senhor eacute
atendido nessa UBS o senhor
acha que a equipe busca resolver
suas necessidadesproblemas na
proacutepria UBS
II123 Equipes NASF que
recebem apoio de
III181 Quando o senhor procura
atendimento nesta UBS falta de
material ou equipamento costuma
prejudicar seu atendimento
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
III922 O senhor encontra
facilidade para saber dos
resultados dos seus exames que
chegam nesta unidade de sauacutede
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da
equipe
III75 As orientaccedilotildees que os
profissionais datildeo para o senhor na
UBS atendem suas necessidades
II201 A equipe possuirecebe
medicamentos da farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender a sua
populaccedilatildeo
III 182 Quando o profissional
receita um remeacutedio a medicaccedilatildeo
estaacute disponiacutevel na UBS
II205 A equipe realiza todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo da coordenaccedilatildeo do cuidado pode ser definido como a capacidade de
articulaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e a disponibilidade de
informaccedilotildees para atendimento das necessidades de sauacutede independente do local onde
sejam prestados Aqui se expressa a funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) da APS Foram
identificados como componentes a ldquocontinuidade informacionalrdquo o ldquoordenamento dos
fluxos assistenciaisrdquo o ldquoacesso agraves consultasexames especializadosrdquo e a ldquocomunicaccedilatildeo
direta entre serviccedilos de AB e AErdquo As variaacuteveis selecionadas desses componentes
contemplaram a percepccedilatildeo dos profissionais e usuaacuterios principalmente quanto agrave
comunicaccedilatildeo da rede de serviccedilos (informaccedilotildees disponiacuteveis prontuaacuterios referecircncias fluxos
de comunicaccedilatildeo) o acesso do usuaacuterio a essa rede e a capacidade das equipes de AB
85
organizarem-se para oferecer um cuidado de qualidade ao usuaacuterio seja esse cuidado
efetuado diretamente na AB seja em outro serviccedilo (exercendo a funccedilatildeo de filtro)
Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCoordenaccedilatildeordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Continuidade Informacional
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas
de encaminhamento dos usuaacuterios para
demais pontos de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros
pontos de atenccedilatildeo
II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com HAS com
maior riscogravidade
II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com DM com
maior riscogravidade
II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro
do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro
do nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
Ordenamento de fluxos assistenciais
II173 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades para
encaminhamento
III1120 Na consulta de preacute-
natal a senhora jaacute saia com a
proacutexima consulta marcada
II174 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
III1122 A senhora foi
orientada sobre o lugar
(maternidade) que faria o parto
II184 A equipe possui documentos
contendo as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo municipal para os
atendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio
da equipe
II185 Quais as referecircncias e fluxos
definidos
Acesso a consultasexames especializados
II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo
disponiacuteveis
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para
uma consulta especializada quais formas
possiacuteveis
III919 Quando o senhor
precisa os profissionais da
equipe conseguem marcar uma
consulta com outros
profissionais ou especialistas
II256 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
III920 Quando o senhor eacute
atendido na UBS e necessita ser
encaminhado para outros
profissionais ou especialistas o
86
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
que acontece
II266 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com DM
Comunicaccedilatildeo Direta entre serviccedilos de AB e AE
II186 Os profissionais da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com
especialistas
III921 Depois que o senhor foi
atendido por outros
profissionais fora da UBS a
equipe conversou com o senhor
sobre este atendimento
II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi
contatada por especialistas
II188 A UBS possui fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II189 Qual fluxo institucional de
comunicaccedilatildeo
II1811 Haacute uma lista de contato na UBS
com os especialistas da rede SUS
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
1
A orientaccedilatildeo para a comunidade estaacute diretamente relacionada ao conhecimento
das necessidades e dos problemas de sauacutede da populaccedilatildeo pela equipe de sauacutede com foco
no territoacuterio e na populaccedilatildeo Para tal os componentes selecionados foram
ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo As variaacuteveis selecionadas
para cada um desses componentes consideraram principalmente a perspectiva dos
profissionais uma vez que focou na organizaccedilatildeo do serviccedilo quanto agrave responsabilidade e
accedilotildees desenvolvidas no territoacuterio agraves accedilotildees desenvolvidas em contato com demais
equipamentos desse territoacuterio e quanto a valorizaccedilatildeo e os espaccedilos existentes de
participaccedilatildeo do usuaacuterio no serviccedilo Os questionaacuterios de usuaacuterios pouco abordam questotildees
especiacuteficas relacionadas agrave accedilatildeo comunitaacuteria das equipes
Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoOrientaccedilatildeo
para a comunidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Territorializaccedilatildeo
I35 Quantidade de
profissionais da equipe
miacutenima de cada equipe
existente na UBS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
III88 Na opiniatildeo do senhor
durante as consultas os
profissionais desta equipe
sugerem soluccedilotildees adequadas a sua
realidade II137 Existe populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do
territoacuterio da equipe
II131 Qual o nuacutemero de pessoas
de responsabilidade da equipe
II132 A gestatildeo considerou
criteacuterios de risco e vulnerabilidade
para a definiccedilatildeo da quantidade de
pessoas sob responsabilidade da
87
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
equipe
II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia
II136 Quando foi realizado o
uacuteltimo mapeamento da aacuterea de
abrangecircncia da equipe
II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de
sauacutede
II92 Foi realizado processo de
levantamento de problemas
II94 Foi estabelecido um plano de
accedilatildeo
Intersetorialidade
II114 A equipe planejaprograma
suas atividades considerando
II135 O mapa apresentado pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem
quais itens
II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza busca ativa de famiacutelias
elegiacuteveis para cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
II3331 A equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica comprova existecircncia de
mapa de acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no Bolsa
Famiacutelia
II3821 A equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica comprova registro de
atividades na escola
II314 Os ACS fazem accedilotildees
educativas sobre a qualidade da
aacutegua de cisternas
Participaccedilatildeo social
II355 Haacute conselho local de sauacutede
ou instancia colegiada equivalente
II341 A equipe dispotildee de canais
de comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees eou
sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica
III191 Quando o senhor quer
fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na Unidade de Sauacutede o senhor
consegue
II351 A equipe realiza pesquisa
de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
III192 Quando o senhor fez
alguma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
teve retorno
II354 A equipe considera a
opiniatildeo do usuaacuterio para a
reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do
processo de trabalho
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo centralidade na famiacutelia considera o contexto e a dinacircmica familiar para
avaliaccedilatildeo da condiccedilatildeo de sauacutede e resposta agraves necessidades de sauacutede Dadas as
88
caracteriacutesticas do instrumento de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB poucas variaacuteveis
puderam ser selecionadas nessa perspectiva e envolveram principalmente o cuidado no
domiciacutelio e a visita domiciliar
Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCentralidade na famiacuteliardquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Abordagem familiar
II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de
AB satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
III912 Os profissionais desta
unidade costumam perguntar por
seus familiares
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
III924 Outros profissionais da
equipe de sauacutede visitam a casa do
senhor
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
III923 O seu agente comunitaacuterio
de sauacutede visita o senhor na sua
casa
II3211 A equipe registra as consultas
ou atendimentos realizados no
domiciacutelio
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo competecircncia cultural trata do reconhecimento das necessidades e
representaccedilotildees diferenciadas entre os grupos populacionais nos processos sauacutede-doenccedila e a
capacidade de comunicaccedilatildeo entre profissionais e usuaacuterios A abordagem cultural buscou
abarcar variaacuteveis sobre a consideraccedilatildeo de haacutebitos culturais etnias e costumes do territoacuterio
Todavia a carecircncia de variaacuteveis nos instrumentos PMAQ-AB acabou por concentrar
perguntas sobre as praacuteticas integrativas e populaccedilotildees rurais
Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCompetecircncia culturalrdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Abordagem cultural
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
III76 O senhor se sente
respeitado pelos profissionais
em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes sua
religiatildeo
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
89
42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES
Apoacutes a seleccedilatildeo das variaacuteveis do ciclo 1 PMAQ-AB por atributo e componente a
proacutexima etapa foi a criaccedilatildeo de indicadores a partir das perguntas selecionadas e suas
respectivas respostas As respostas escolhidas denominadas ldquopadratildeo de referecircnciardquo
consideraram a resposta correspondente ao melhor padratildeo de qualidade Ou seja para cada
um dos atributos buscou-se na perspectiva dos profissionais e dos usuaacuterios que respostas
estariam relacionadas agrave maior qualidade e efetivaccedilatildeo de cada atributo na praacutetica das
equipes da APS No anexo 1 satildeo apresentados o conjunto de variaacuteveis as respostas
escolhidas como padratildeo de referecircncia e a transformaccedilatildeo das variaacuteveis em respectivos
indicadores para cada atributo e seus componentes
43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE
O recorte por regiotildees de sauacutede seguiu a tipologia previamente construiacuteda pela
pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no
Brasilrdquo A metodologia de construccedilatildeo da tipologia considerou trecircs grandes temas o
contexto socioeconocircmico com informaccedilotildees sobre renda produto interno bruto (PIB)
perfil da divisatildeo econocircmica da regiatildeo ou municiacutepio (induacutestria serviccedilos e agropecuaacuteria) o
contexto demograacutefico com taxas de crescimento densidade demograacutefica e outros dados
que podem influenciar a demanda por serviccedilos de sauacutede e o contexto da sauacutede com
informaccedilotildees gerais sobre as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo como doenccedilas
infectocontagiosas mortalidade infantil e serviccedilos (capacidade instalada
estabelecimentos produccedilatildeo ambulatorial e hospitalar modelo de organizaccedilatildeo do SUS etc)
(Viana 2014)
Como unidades de anaacutelise foram consideradas as 436 regiotildees de sauacutede o que
engloba os 5565 municiacutepios do Brasil Para a construccedilatildeo dessa tipologia a pesquisa
Regiotildees e Redes utilizou as seguintes fontes de dados Censo Demograacutefico 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE os Bancos de Dados do Sistema
Uacutenico de Sauacutede disponiacuteveis no Datasus a Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais - RAIS
do Ministeacuterio do Trabalho e o Sistema de Contas Regionais ndash IBGE
Para a tipologia das regiotildees de sauacutede4 foram considerados dois fatores Situaccedilatildeo
Socioeconocircmica e Oferta e Complexidade dos Serviccedilos de Sauacutede a partir de variaacuteveis
especiacuteficas conforme Quadro 18
4 A metodologia completa da elaboraccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede elaborado pela Pesquisa
Regiotildees e Redes estaacute disponiacutevel em httpwwwresbrnetbrindicadoresview
90
Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de
sauacutede segundo pesquisa Regiotildees e Redes Fatores Variaacuteveis Ano Fonte
Situaccedilatildeo
econocircmica
Renda domiciliar per capita (em reais)
PIB per capita (Em R$100000)
de pessoas de 10 anos e mais com pelo
menos o ensino fundamental
de pessoas com 10 anos e mais com pelo
menos ensino meacutedio
Densidade populacional
2010
2011
2010
2010
2010
Censo 2010 ndash IBGE
Contas regionais ndash IBGE
Censo 2010 ndash IBGE
Censo 2010 ndash IBGE
Elaboraccedilatildeo dos autores
Oferta e
complexidade
dos serviccedilos de
sauacutede
de leitos por 1000 habitantes
de meacutedicos por 1000 habitantes
de beneficiaacuterios de plano de sauacutede
(inclusive odontoloacutegico)
de internaccedilotildees de alta complexidade no
SUS no total de internaccedilotildees
2013
2013
2013
2013
CNES
CNES
ANS
SIH
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
Os fatores das regiotildees de sauacutede foram classificados em trecircs categorias baixa meacutedia
e alta tanto no que se refere ao desenvolvimento socioeconocircmico quanto agrave oferta de
serviccedilos O cruzamento dos fatores com as categorias gerou cinco grupos (Quadro 19)
Grupo 1 ou Reg1 ndash baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos inclui 175 regiotildees 2159 municiacutepios e 236 da populaccedilatildeo do Brasil em
2013
Grupo 2 ou Reg2 ndash meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos inclui 53 regiotildees 590 municiacutepios e 73 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010
Grupo 3 ou Reg3 ndash meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de
serviccedilos inclui 123 regiotildees 1803 municiacutepios e 201 da populaccedilatildeo do Brasil em
2010
Grupo 4 ou Reg4 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de
serviccedilos inclui 35 regiotildees 388 municiacutepios e 129 da populaccedilatildeo do Brasil em
2010
Grupo 5 ou Reg5 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos
inclui 50 regiotildees 630 municiacutepios e 405 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010
91
Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da
pesquisa Regiotildees e Redes
Caracteriacutesticas
Reg 1
Baixo
desenv
socioecon
e baixa
oferta de
serviccedilos
Reg 2
Meacutedio alto
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 3
Meacutedio
desenv
socioecon
e meacutedia
oferta de
serviccedilos
Reg 4
Alto
desenv
socioecon
e meacutedia
oferta de
serviccedilos
Reg 5
Alto
desenv
socioecon
e alta
oferta de
serviccedilos
Nuacutemero de regiotildees de
sauacutede
175 53 123 35 50
no total de regiotildees 401 122 282 80 115
Nuacutemero de municiacutepios 2159 590 1803 388 630
no total de municiacutepios 388 106 324 70 113
Populaccedilatildeo (projeccedilatildeo
2013)
45466120 14063158 38722577 24786600 77994259
no total da populaccedilatildeo 236 73 201 129 405
Meacutedia de municiacutepios por
Regiatildeo
12 11 15 11 13
Meacutedia da populaccedilatildeo por
municiacutepio
21059 23836 21477 63883 123800
Beneficiaacuterios de plano de
sauacutede na populaccedilatildeo ()
57 147 246 403 597
Meacutedicos por mil
habitantes
057 085 133 149 254
Meacutedicos SUS no total de
meacutedicos ()
923 867 835 779 711
Leitos por mil habitantes 17 17 25 19 26
Leitos SUS no total de
leitos ()
893 769 736 691 627
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
A Figura 1 apresenta um mapa com a representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo das
regiotildees de sauacutede do Brasil de acordo com a tipologia da pesquisa Regiotildees e Redes (Viana
2014) em que se percebe uma concentraccedilatildeo
No grupo 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos)
regiotildees de sauacutede predominantemente localizadas nas macrorregiotildees Norte e
Nordeste
No grupo 2 (meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos) regiotildees de sauacutede localizadas nas macrorregiotildees Norte Centro-Oeste e
parte do Sudeste (Norte de Minas e Vale do Ribeira em Satildeo Paulo)
Nos grupos 3 (meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos)
grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos) e grupo
5 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) regiotildees de sauacutede
localizadas predominantemente nas macrorregiotildees Sudeste e Sul
92
Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
A efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foi analisada para o paiacutes como um todo e por
grupos de regiotildees de sauacutede segundo Tipologia da Pesquisa Regiotildees e Redes Uma etapa
deste trabalho portanto foi cruzar as variaacuteveis do PMAQ-AB de cada atributo com os 5
grupos de regiotildees de sauacutede a fim de identificar a efetividade da APS em cada grupo
socioeconocircmico e de oferta de serviccedilos
A Tabela 1 relaciona as adesotildees das equipes ao PMAQ-AB no 1ordm ciclo com cada
grupo da tipologia de regiotildees de sauacutede Observa-se uma concentraccedilatildeo de equipes de
atenccedilatildeo baacutesica que aderiram ao PMAQ-AB nas Reg 1 (regiotildees com baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) e nas Reg 5 (regiotildees com alto desenvolvimento
93
socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) cada grupo abrangendo cerca de 30 das
equipes de adesatildeo Todavia em todos os tipos de regiotildees de sauacutede haacute adesatildeo de um
nuacutemero consideraacutevel de equipes (mais de 1000 equipes em cada grupo de regiatildeo de sauacutede)
o que permite a anaacutelise da efetivaccedilatildeo dos atributos por agrupamento de regiotildees de sauacutede
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo
grupos de regiotildees de sauacutede
Tipos de equipes
de atenccedilatildeo
baacutesica
Grupos de Regiotildees de Sauacutede segundo condiccedilotildees socioeconocircmicas e de oferta de
serviccedilos
Reg 1
Baixo
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 2
Meacutedio alto
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 3
Meacutedio
desenv
socioecon e
meacutediaalta
oferta de
serviccedilos
Reg 4
Alto desenv
socioecon e
meacutedia oferta
de serviccedilos
Reg 5
Alto desenv
socioecon e
alta oferta
de serviccedilos
Total
n n n n n n
Equipe de Sauacutede
da Famiacutelia ndash
com sauacutede bucal
4331 359 937 78 3027 251 889 74 2891 239 12075 1000
Equipe de Sauacutede
da Famiacutelia ndash sem
sauacutede bucal
813 178 304 67 913 200 488 107 2050 449 4568 1000
Equipe de
atenccedilatildeo baacutesica
(parametrizada)
ndash com sauacutede
bucal
136 415 32 98 55 168 21 64 84 256 328 1000
Equipe de
atenccedilatildeo baacutesica
(parametrizada)
ndash sem sauacutede
bucal
23 185 9 73 13 105 16 129 63 508 124 1000
Outro(s) 11 122 3 33 5 56 4 44 67 744 90 1000
Natildeo SabeNatildeo
Respondeu 6 353 2 118 5 294 1 59 3 176 17 1000
Total 5320 309 1287 75 4018 234 1419 82 5158 300 17202 1000
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de banco de dados do PMAQ ndashAB ciclo 1
44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA
APS
As variaacuteveis do ciclo 2 foram selecionadas a partir da seleccedilatildeo do ciclo 1 no intuito
de comparar os resultados entre um ciclo e outro Ou seja foi refeita a seleccedilatildeo de variaacuteveis
e indicadores ldquopadratildeo de referecircnciardquo por atributo para comparaccedilatildeo entre os resultados dos
2 ciclos do PMAQ-AB tomando-se por base a presenccedila de variaacuteveis
correspondentessimilares nos dois ciclos Foram excluiacutedas da anaacutelise as variaacuteveis do ciclo
1 que natildeo tinham variaacutevel idecircntica ou de sentido similar no ciclo 2 Raras foram as
94
situaccedilotildees em que se acrescentou na tabulaccedilatildeo alguma variaacutevel especiacutefica do ciclo 2 nesse
caso considerada de extrema importacircncia para anaacutelise do atributo em questatildeo
Importante lembrar que tanto a estrutura como a equipe de sauacutede bucal que ficavam
concentradas nos moacutedulos I e II no ciclo 1 foram deslocadas para moacutedulos proacuteprios V e VI
no ciclo 2 e natildeo foram foco de anaacutelise nesse trabalho O mesmo ocorreu com o novo
moacutedulo IV sobre NASF que natildeo foi analisado
O instrumento do ciclo 2 eacute composto por 1197 variaacuteveis distribuiacutedas em 6 moacutedulos
(Quadro 20) Do total foram selecionadas 105 variaacuteveis com seus respectivos padratildeo de
referecircncia (melhores respostas) apresentados no anexo 2
Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas
Moacutedulo I 477 10
Moacutedulo II 234 59
Moacutedulo III 211 35
Moacutedulo IV 114 1
Moacutedulo V 45 -
Moacutedulo VI 116 -
TOTAL 1197 105 Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 2 PMAQ-AB Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
45 ANAacuteLISE DOS DADOS
O banco de dados disponibilizado no ciclo 1 abrange a participaccedilatildeo de 38812 UBS
17202 equipes (539) e 65391 usuaacuterios situados em 3935 municiacutepios (Fausto e Souza
Junior 2013) Importante ressaltar que para a anaacutelise desse trabalho natildeo foi considerado o
total de UBS participantes do censo nacional e sim foram consideradas somente as UBS
com equipes da adesatildeo ao ciclo 1 O banco de dados disponibilizado estaacute subdivido nos
trecircs moacutedulos moacutedulo I (infraestrutura) moacutedulo II (equipes) e moacutedulo III (usuaacuterios) Foi
necessaacuteria uma compatibilizaccedilatildeo do banco de dados do ciclo 1 em relaccedilatildeo aos seus trecircs
moacutedulos a fim de que os resultados fossem correspondentes agraves equipes e suas respectivas
UBS Desta forma no presente estudo foram analisados os dados de 13749 UBS nas
quais atuavam 16541 equipes de atenccedilatildeo baacutesica e foram entrevistados 65391 usuaacuterios
dessas equipes A compatibilizaccedilatildeo do banco foi realizada com apoio de estatiacutestico da
pesquisa Regiotildees e Redes5
5 Gostariacuteamos de agradecer ao profissional Edgard Fusaro do Departamento Intersindical de Estatiacutestica e
Estudos Socioeconocircmicos (DIEESE) e participante da pesquisa Regiotildees e Redes por sua disponibilidade e
todo o apoio no trabalho com os banco de dados do PMAQ-AB
95
Todas as tabulaccedilotildees frequecircncias e cruzamentos envolvendo os dados dos bancos
foram executadas por meio do software SPSS 220 em conjunto com o Microsoft Excel
versatildeo 2010 para organizaccedilatildeo das tabelas e elaboraccedilatildeo dos graacuteficos
Apoacutes definiccedilatildeo e finalizada a seleccedilatildeo de variaacuteveis para cada atributo construiacutedos os
ldquopadrotildees de referecircnciardquo e compatibilizado o banco de dados somente com as equipes de
adesatildeo ao ciclo 1 foram realizadas tabulaccedilotildees simples para os indicadores selecionados a
fim de subsidiar a anaacutelise dos resultados
As tabulaccedilotildees dos resultados envolveram frequecircncia simples e percentual com
tabelas organizadas para cada componente dos atributos Apoacutes a primeira tabulaccedilatildeo
aplicou-se um criteacuterio de exclusatildeo de acordo com os resultados variaacuteveis com erro no
banco foram eliminadas da seleccedilatildeo assim como variaacuteveis com 10 ou mais de respostas
ldquoNatildeo sabenatildeo respondeurdquo entendendo que essa uacuteltima eacute proveniente de uma formulaccedilatildeo
ou compreensatildeo inadequada da pergunta
Ao todo a seleccedilatildeo final abrangeu 140 variaacuteveis do instrumento do ciclo 1 cuja
distribuiccedilatildeo por atributo resultou em 22 variaacuteveis selecionadas para o primeiro contato 12
para o atributo longitudinalidade 40 variaacuteveis para a abrangecircnciaintegralidade 36 para o
atributo coordenaccedilatildeo 24 para a orientaccedilatildeo para a comunidade 7 variaacuteveis para a
centralidade na famiacutelia e 4 para a competecircncia cultural Por mais que uma variaacutevel se
relacionasse algumas vezes com mais de um atributo para efeitos de anaacutelise cada variaacutevel
foi listada em apenas um dos atributos
Na apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas aqueles com diferenccedila de 50 ou mais
pontos percentuais entre os grupos de regiotildees de sauacutede e a meacutedia Brasil foram realccedilados
em cor cinza No intuito de uma melhor visualizaccedilatildeo dos resultados foram elaborados
graacuteficos em teia para cada componente dos atributos por variaacuteveis e grupo de regiotildees de
sauacutede Para cada componente foi calculada uma meacutedia aritmeacutetica com os percentuais a fim
de gerar um graacutefico siacutentese com o percentual meacutedio de respostas positivas para cada
atributo Importante lembrar que nem todas as variaacuteveis selecionadas foram consideradas
padratildeo de referecircncia e utilizadas para caacutelculo da meacutedia visto que algumas natildeo se esperava
o percentual de 100 como resposta Essas variaacuteveis foram sinalizadas nas tabelas
Para melhor anaacutelise dos componentes por atributo foram definidos padrotildees de
respostas muito bom para 90 ou mais de respostas positivas bom para 75 a 89 de
respostas positivas regular para 60 a 74 de respostas positivas e ruim menor que 60 de
respostas positivas O recorte dos percentuais escolhidos foram altos pois se assume um
vieacutes de positividade das respostas das equipes e usuaacuterios participantes do PMAQ-AB
96
Todo esse processo de seleccedilatildeo e anaacutelise das variaacuteveis foi realizado de forma
independente e sequencial entre os ciclos 1 e 2 Isso porque o banco de dados do ciclo 2 foi
disponibilizado somente no 1ordm semestre de 2015
A proacutexima etapa do trabalho consistiu em realizar a comparaccedilatildeo entre os resultados
do ciclo 1 e ciclo 2 Para a comparaccedilatildeo do ciclo 2 com o ciclo 1 a partir de variaacuteveis
equivalentes utilizou-se as equipes compatiacuteveis (mesmas equipes) do ciclo 2 que
participaram do ciclo 1 no intuito de obter uma comparaccedilatildeo de resultados mais precisa
Tal fator demandou uma compatibilizaccedilatildeo entre os bancos de dados dos 2 ciclos a partir
do CNES e coacutedigo de aacuterea das equipes para gerar um novo nuacutemero de UBS e equipes que
tivessem participado tanto do ciclo 1 como do ciclo 2 Logo encontrou-se entre os 2
ciclos 12985 UBS 15208 equipes e 58425 usuaacuterios das EqAB em comum Optou-se
tambeacutem por apresentar nas tabelas comparativas os resultados referentes ao total de
entrevistas do ciclo 2 (e natildeo somente as UBS compatiacuteveis com o ciclo 1) o que
representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o dobro de
participantes Considerou-se para toda essa comparaccedilatildeo exclusivamente os resultados
nacionais
Para melhor visualizaccedilatildeo da diferenccedila entre os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 (de
equipes compatiacuteveis) elaborou-se graacuteficos de teias por atributo a partir das variaacuteveis
selecionadas
46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS
O projeto em desenvolvimento foi submetido a avaliaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa da Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica ndash CEPENSPFIOCRUZ no mecircs de marccedilo
de 2015 como subprojeto da Pesquisa ldquoAvaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em municiacutepios de
nove estados brasileiros Alagoas Amapaacute Amazonas Espiacuterito Santo Paranaacute Pernambuco
Rio de Janeiro Roraima e Tocantins O projeto original pode ser identificado pela CAAE
02040212100005240 e o parecer de aprovaccedilatildeo nordm117396 E o subprojeto pelo parecer de
aprovaccedilatildeo nordm 32012 de 05 de junho de 2012
De acordo com as ldquoDiretrizes e Normas regulamentadoras sobre pesquisa
envolvendo seres humanosrdquo resoluccedilatildeo de nuacutemero 196 de 10 de outubro de 1996 foi
utilizado na pesquisa de campo o termo de consentimento livre e esclarecido quando
necessaacuterio bem como as demais recomendaccedilotildees No referido trabalho foi utilizado o
banco de dados disponibilizados pelo Ministeacuterio da Sauacutede a partir das referidas
entrevistas
97
A pesquisa foi realizada sem riscos diretos implicados para os profissionaisequipes
da Atenccedilatildeo Baacutesica agrave medida que eles natildeo foram identificados pois a anaacutelise foi realizada
por dados agregados
Aleacutem disso estatildeo previstos no desenho do Programa cuidados para evitar possiacuteveis
desvios no uso poliacutetico dos resultados e garantir a colaboraccedilatildeo dos gestores municipais e
equipes no processo de avaliaccedilatildeo Os dados do ciclo 1 satildeo puacuteblicos e os dados do ciclo 2 se
encontram sob a guarda da coordenaccedilatildeo da pesquisa sendo garantido seu sigilo e
confidencialidade
Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios a proposta eacute que as informaccedilotildees utilizadas na
dissertaccedilatildeo possam subsidiar o aperfeiccediloamento do PMAQ-AB e da Poliacutetica Nacional de
Atenccedilatildeo Baacutesica a promoccedilatildeo da cultura da avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica e identificar focos
de atuaccedilatildeo da gestatildeo para a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS e portanto melhoria da
qualidade no processo de trabalho das equipes
98
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Na perspectiva que UBS acessiacuteveis e de qualidade satildeo aquelas que conseguem ser
porta de entrada ofertar accedilotildees diversificadas e contiacutenuas para o cuidado em sauacutede exercer
papel de filtro para acesso agrave rede de sauacutede favorecer a organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco
nas necessidades dos usuaacuterios garantir a participaccedilatildeo social e interlocuccedilatildeo com os
equipamentos do territoacuterio e desenvolver accedilotildees comunitaacuterias busca-se realizar uma
discussatildeo sobre os atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria a partir de elementos praacuteticos do processo
de trabalho das equipes
Em concordacircncia com Starfield (2002) Kringos et al (2010) em revisatildeo de
literatura propotildeem quatro dimensotildees para anaacutelise dos processos em APS com vistas a bons
resultados acesso continuidade do cuidado coordenaccedilatildeo do cuidado e integralidade ou
abrangecircncia do cuidado Relacionam tambeacutem essas dimensotildees agrave reduccedilatildeo de desigualdades
socioeconocircmicas e qualidade da atenccedilatildeo com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees
sensiacuteveis a cuidados ambulatoriais Geacutervas (2009) discute que melhores resultados em
sauacutede dependem de qualidade de estrutura e processos e salienta a importacircncia de manter a
qualidade do processo mediante mecanismos de controle de indicadores de atividades de
formaccedilatildeo continuada e incentivos apropriados A presente anaacutelise insere-se nesta
perspectiva de produccedilatildeo de indicadores para possiacutevel monitoramento e melhoria do
cuidado em sauacutede
Importante compreender que uma UBS muitas vezes natildeo consegue alcanccedilar
simultaneamente esse conjunto de caracteriacutesticas poreacutem reforccedilaacute-las enquanto imagem-
objetivo aproxima o cuidado em sauacutede de um padratildeo esperado de qualidade independente
de que ponto da rede de atenccedilatildeo ele seja oferecido Outra questatildeo eacute que natildeo se objetiva
medir ou avaliar cada atributo mas sim descrever e analisar um conjunto de elementos que
contribua para uma APS de maior qualidade com serviccedilos e accedilotildees de sauacutede que estejam
voltados a esse fim
Posto isso a seccedilatildeo atual estaacute organizada por atributo da APS cada qual descrito a
partir de seus componentes e indicadores especiacuteficos selecionados do banco PMAQ-AB e
analisados segundo a tipologia de regiotildees de sauacutede da Pesquisa Regiotildees e Redes Apoacutes a
descriccedilatildeo dos resultados dos componentes de cada atributo eacute realizada uma discussatildeo sobre
os avanccedilos e desafios referente agravequele atributo
Conforme mencionado na metodologia os indicadores foram construiacutedos a partir
de variaacuteveis em que as respostas relacionadas agraves UBS foram provenientes de observaccedilatildeo
in loco agravequelas referentes agraves equipes foram atraveacutes de resposta do profissional da equipe
99
assim como as relacionadas aos usuaacuterios consistem nas respostas dadas pelos proacuteprios
usuaacuterios que estavam na UBS
51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO
O atributo do ldquoprimeiro contatordquo abrange os serviccedilos de porta de entrada
preferencial do sistema de sauacutede procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de
atenccedilatildeo para um problema de sauacutede seja ele novo ou rotineiro A APS deve cumprir um
papel nesse caso de serviccedilo de procura regular e exercer funccedilatildeo de filtro para acesso aos
demais equipamentos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e
Mendonccedila 2012)
O atributo primeiro contato foi analisado considerando os seguintes componentes
complementares entre si ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento agraves
consultas na ABrdquo e ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo
511 Horaacuterios de funcionamento
Os horaacuterios de funcionamento satildeo um dos elementos de organizaccedilatildeo das UBS que
contribui para avaliar se o serviccedilo se constitui como uma ldquoporta abertardquo ou seja se sua
organizaccedilatildeo facilita ou dificulta o acesso da populaccedilatildeo em tempo oportuno Esse
componente considera tambeacutem a experiecircncia de uso do paciente em relaccedilatildeo agrave adequaccedilatildeo
do horaacuterio agraves suas necessidades bem como no que se refere agrave distacircncia da sua casa ateacute a
UBS
A Tabela 2 e o Graacutefico 3 apresentam indicadores do componente horaacuterios de
funcionamento com recorte de variaacuteveis que expressam a organizaccedilatildeo da porta de entrada
dos serviccedilos de APS Observa-se que 949 das UBS brasileiras participantes do PMAQ-
AB oferecem dois ou mais turnos de atendimento agrave populaccedilatildeo 934 funcionam 5 ou mais
dias na semana e 89 funcionam 8 horasdia ou mais Contudo apenas 119 oferecem
atendimento agrave populaccedilatildeo nos fins de semana Tal padratildeo de atendimento eacute considerado
adequado por 857 dos usuaacuterios respondentes assim como 867 destes afirmam que a
distancia da sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel
Para maior parte dos indicadores observa-se similaridade da distribuiccedilatildeo pelos
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Um acesso mais dificultado quanto aos turnos
horaacuterios e dias de funcionamento eacute observado nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa
oferta (Reg 1) em comparaccedilatildeo com as regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5) Nas Reg 1
925 das UBS atendem em dois turnos ou mais 911 funcionam 5 ou mais dias na
100
semana 823 funcionam 8hdia ou mais e 99 abrem nos fins de semana Jaacute nas Reg 5
975 das UBS atendem em dois turnos ou mais 947 funcionam 5 ou mais dias na
semana 946 funcionam 8hdia ou mais e 168 atendem nos fins de semana Destaca-se
uma diferenccedila importante em relaccedilatildeo agraves UBS que funcionam 8hdia ou mais com 823
nas Reg 1 enquanto em todos os outros grupos de regiotildees esta frequecircncia eacute maior que
90
Os indicadores do componente horaacuterio de funcionamento mostram-se favoraacuteveis ao
padratildeo de qualidade esperado quanto ao horaacuterio dias e turnos de funcionamento tanto no
que se refere agrave organizaccedilatildeo da UBS como na perspectiva da populaccedilatildeo que
majoritariamente considera o serviccedilo perto e com horaacuterio adequado agraves suas necessidades A
exceccedilatildeo eacute o atendimento nos fins de semana que natildeo eacute uma realidade na maior parte das
UBS
Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I71 Oferecem dois ou
mais turnos de
atendimento agrave populaccedilatildeo
4626 925 1114 968 3373 951 1128 964 2811 975 13052 949
I73 Funcionam 5 ou
mais dias na semana 4617 911 1102 944 3394 942 1140 962 2793 947 13046 934
I74 Funcionam 8
horasdia ou mais 4115 823 1072 931 3226 910 1091 932 2728 946 12232 890
I76 Oferecem
atendimento agrave populaccedilatildeo
nos fins de semana
496 99 144 125 372 105 145 124 484 168 1641 119
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
Usuaacuterios
III57 O horaacuterio de
atendimento desta UBS
atende agraves suas
necessidades
17869 865 4212 860 13154 867 4672 858 16136 839 56043 857
III52 A distacircncia da
casa ateacute a UBS eacute perto ou
razoaacutevel
17528 849 4184 854 13146 867 4806 882 17056 887 56720 867
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 745 780 774 787 794 769
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
101
Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de
funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
512 Acolhimento
O acolhimento se configura como uma estrateacutegia para acesso e organizaccedilatildeo da
porta de entrada nas UBS seja no atendimento da demanda espontacircnea seja no
atendimento da demanda programada (Almeida et al 2013) Um acolhimento de qualidade
favorece um serviccedilo de porta aberta e primeiro contato ao regular e organizar o acesso em
funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo O acolhimento enquanto tecnologia
relacional permite que uma unidade de sauacutede seja capaz de rever necessidades e
prioridades realizar classificaccedilatildeo por risco e evitar a espera desnecessaacuteria dos usuaacuterios
(Garuzi et al 2014)
Na Tabela 3 e no Graacutefico 4 satildeo apresentados indicadores do componente
acolhimento O acolhimento estaacute implantado em 801 das equipes Todavia somente
578 das equipes possuem profissionais capacitados para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios o que atenta contra a qualidade do acolhimento Os
usuaacuterios que chegam agrave UBS espontaneamente buscando atendimento tecircm suas
necessidades escutadas e avaliadas segundo 972 das equipes Entretanto apenas 789
dos usuaacuterios fazem a mesma afirmaccedilatildeo e 661 avaliam como muito boa ou boa a forma
como foram acolhidos ao procurar o serviccedilo
No que se refere aos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede uma maior variaccedilatildeo
pode ser observada em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo do acolhimento com 710 e 752 nas Reg
1 e Reg 2 782 nas Reg 3 e um aumento para 889 e 900 nas Reg 4 e Reg 5 Ou seja
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I71 Oferecem dois ou maisturnos de atendimento agravepopulaccedilatildeo
I73 Funcionam 5 ou maisdias na semana
I74 Funcionam 8 horasdiaou mais
III52 A distacircncia da casa ateacutea UBS eacute perto ou razoaacutevel
III57 O horaacuterio deatendimento desta UBSatende agraves suas necessidades
I76 Oferecem atendimentoagrave populaccedilatildeo nos fins desemana
102
haacute uma priorizaccedilatildeo da implantaccedilatildeo do acolhimento no processo de trabalho das equipes
nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas No aspecto capacitaccedilatildeo dos profissionais para
realizaccedilatildeo do acolhimento os extremos estatildeo entre as regiotildees 3 (534) e a regiotildees 5
(623)
No que se refere agrave avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre comparecer a UBS sem ter hora
marcada e conseguir ser escutado as melhores respostas aparecem nas Reg 1 e Reg 3 com
aproximadamente 800 dos usuaacuterios A opiniatildeo mais negativa sobre a forma como os
usuaacuterios foram acolhidos eacute observada nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg 5) com 619
de respostas como muito boa ou boa a forma de acolhimento Nas demais regiotildees de sauacutede
pouco mais de 64 dos usuaacuterios fazem essa avaliaccedilatildeo chegando a 699 na Reg 3
Em resumo os resultados do componente acolhimento apontam duas necessidades
a implantaccedilatildeo do acolhimento nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) e a melhoria na
qualidade do acolhimento independente do grupo de regiotildees o que pode ser verificado
pelo baixo nuacutemero de profissionais capacitados e de usuaacuterios satisfeitos
Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de
regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II151 Estaacute
implantado o
acolhimento na UBS
3666 710 936 752 3007 782 1197 889 4449 900 13255 801
II154 Todos os
usuaacuterios que chegam agrave
unidade de sauacutede
espontaneamente
buscando
atendimento tecircm suas
necessidades
escutadas e avaliadas
5000 969 1195 960 3722 968 1324 983 4833 977 16704 972
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
II159 Os
profissionais que
fazem o acolhimento
foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos
usuaacuterios
2012 549 551 589 1606 534 718 600 2773 623 7660 578
N EqAB com
acolhimento
implantado
3666 936 3007 1197 4449 13255
103
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
Usuaacuterios
III71 Na maioria das
vezes que vatildeo a UBS
sem ter hora marcada
para resolver qualquer
problema conseguem
ser escutados(as)
13678 803 3082 764 10488 808 3567 784 12638 766 43453 789
III74 Consideram
muito bom ou bom a
forma como eacute
acolhido(a)
recebido(a) ao
procurar o serviccedilo
11478 674 2607 646 9074 699 3054 672 10207 619 36420 661
N usuaacuterios que
alguma vez foram a
UBS sem ter hora
marcada
17027 4034 12975 4548 16493 55077
MEacuteDIA 741 742 758 786 777 760
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos
de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica
O ldquoagendamento da consulta na ABrdquo avalia a forma de acesso dos usuaacuterios agraves UBS
a partir da organizaccedilatildeo do processo de trabalho Envolve questotildees como por exemplo se haacute
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II154 Todos os usuaacuterios que chegamagrave unidade de sauacutede espontaneamentebuscando atendimento tecircm suasnecessidades escutadas e avaliadas
II151 Estaacute implantado oacolhimento na UBS
III71 Na maioria das vezes que vatildeo aUBS sem ter hora marcada pararesolver qualquer problemaconseguem ser escutados(as)
III74 Consideram muito bom oubom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a) ao procurar o serviccedilo
II159 Os profissionais que fazem oacolhimento foram capacitados paraavaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco evulnerabilidade dos usuaacuterios
104
atendimento de demanda espontacircnea e programada se as consultas podem ser agendadas
por livre demanda ou se haacute dias e horaacuterios especiacuteficos para marcaccedilatildeo expressa a forma de
marcaccedilatildeo dessas consultas e a experiecircncia de uso dos usuaacuterios em relaccedilatildeo ao agendamento
A Tabela 4 e o Graacutefico 5 apresentam indicadores que expressam a disponibilidade
das unidades baacutesicas de sauacutede para realizar o agendamento de consultas de acordo com a
necessidade de sauacutede dos usuaacuterios 640 das equipes reservam vagas para atendimento no
mesmo dia caso usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja recomendaacutevel o agendamento
para outro dia Para as situaccedilotildees que natildeo seja o caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila
parte de algum grupo de atendimento programado na UBS 834 das equipes relatam que
o usuaacuterio consegue sair da UBS com a consulta marcada Todavia as consultas podem ser
marcadas na UBS em qualquer dia da semana e qualquer horaacuterio somente segundo 555
das equipes
As dificuldades de acesso satildeo mais niacutetidas na experiecircncia dos usuaacuterios Em relaccedilatildeo
agrave forma de marcaccedilatildeo de consultas apenas 28 dos usuaacuterios marcam consulta a qualquer
hora O percentual maior satildeo dos usuaacuterios que para marcar consulta precisam ir a UBS
pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir representando 306 Se somado aos usuaacuterios
que precisam pegar ficha (sem fazer fila) na UBS (234) esse percentual ultrapassa os
50 Para 116 dos usuaacuterios a consulta eacute marcada pelo ACS e inexiste a possibilidade de
marcaccedilatildeo por telefone (22) Aleacutem disso pocircde-se observar que a marcaccedilatildeo de consultas
pode ser feita todos os dias da semana segundo 553 dos usuaacuterios Ou seja haacute
dificuldades de acesso claramente expostas nesses indicadores de marcaccedilatildeo de consultas
Apesar de uma percepccedilatildeo geral de dificuldade de acesso em todos os grupos de
regiotildees de sauacutede observa-se maior dificuldade de agendamento nas equipes da regiatildeo de
sauacutede menos desenvolvida (Reg 1) Apenas 523 das equipes das Reg 1 e 607 das Reg
3 reservam vagas para atendimento no mesmo dia enquanto nas Reg 4 e Reg 5 mais de
75 das equipes responderam positivamente Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso de
agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo de atendimento programado na
UBS ele consegue sair com a consulta marcada principalmente nas Reg 1 (862) e nas
Reg 4 (843) e Reg 5 (852) Nas Reg 2 e 3 a dificuldade de sair com a consulta
marcada nesses casos eacute maior com apenas 775 dos usuaacuterios na Reg 2 e 791 nas Reg
3 Outra situaccedilatildeo de destaque eacute a possibilidade de marcar consulta em qualquer dia da
semana e qualquer horaacuterio que nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1) representou 491 das
respostas e nas regiotildees de alto desenvolvimento (Reg 4 e Reg 5) foi mais de 61
A diferenccedila tambeacutem eacute marcante nas respostas dos usuaacuterios entre os grupos de
105
regiotildees de sauacutede Apenas 185 dos usuaacuterios relatam marcar consulta em qualquer hora na
UBS no grupo das regiotildees de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) e esse percentual vai se
elevando ateacute chegar a 366 de respostas positivas no grupo de regiotildees de alto DSE e alta
oferta (Reg 5) Nos casos em que o usuaacuterio precisa pegar ficha para marcar consulta
chama atenccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as Reg 1 com 294 dos usuaacuterios e as Reg 2 com 207
dos usuaacuterios Nos casos em que aleacutem da ficha haacute necessidade do usuaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir as maiores respostas foram nas Reg 1 e Reg 2 (aproximadamente 340)
poreacutem a maior diferenccedila estaacute entre as Reg 3 (332) e Reg 4 (272) Um
comportamento diferente foi observado em relaccedilatildeo a marcaccedilatildeo de consultas todos os dias
da semana que se manteve baixo (464) na Reg 1 mas aumenta nas Reg 2 Reg 3 e Reg
4 com mais de 61
Os indicadores do componente agendamento da consulta na AB mostram uma
fragilidade na organizaccedilatildeo do serviccedilo para atendimento do usuaacuterio em tempo oportuno As
dificuldades de acesso satildeo ainda mais niacutetidas nas regiotildees de sauacutede de baixa oferta e baixo
desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 1) A forma prioritaacuteria de marcaccedilatildeo de consulta por
ficha ou ficha e fila resgatam a loacutegica e a praacutetica de pronto-atendimento e acesso natildeo
universal ou equitativo aos serviccedilos Ressalta-se que a marcaccedilatildeo de consultas por telefone
inexistente nas equipes poderia ser uma boa alternativa agrave agilidade do serviccedilo e facilidade
de acesso dos usuaacuterios agrave marcaccedilatildeo de consultas
Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na
AB por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalt
a oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II15141 Comprovam que
caso o usuaacuterio tenha um
problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento
para outro dia haacute reserva de
vagas para atendimento no
mesmo dia
2700 523 747 600 2335 607 1015 754 3788 766 10585 640
II1517 Nas situaccedilotildees em
que natildeo seja o caso de agendar
no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila
parte de algum grupo que
possui atendimento
programado na UBS ele
consegue sair com a consulta
marcada
4447 862 965 775 3039 791 1136 843 4216 852 13800 834
106
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalt
a oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
II1612 As consultas satildeo
agendadas na UBS em
qualquer dia da semana em
qualquer horaacuterio
2534 491 675 542 2098 546 824 612 3041 615 9172 555
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS a qualquer hora e
marcam o atendimento
3749 182 1341 274 4252 280 1951 358 7032 366 18325 280
III61 Para marcar consulta
na UBS marcam por telefone 103 05 176 36 572 38 226 41 387 20 1464 22
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS mas tem que pegar
ficha
6064 294 1016 207 3348 221 1166 214 3720 193 15314 234
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS e para pegar ficha
eacute necessaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir
7022 340 1677 342 5041 332 1484 272 4760 247 19984 306
III61 O agente comunitaacuterio
de sauacutede marca a consulta 2966 144 418 85 1425 94 417 77 2376 124 7602 116
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
III62 A marcaccedilatildeo de
consultas pode ser feita todos
os dias da semana
9477 464 2997 619 9200 612 3303 611 10830 568 35807 553
N usuaacuterios que fazem
marcaccedilatildeo nesta UBS 20433 4838 15043 5407 19071 64792
MEacuteDIA 421 474 479 537 531 481
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta
na AB por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso deagendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algumgrupo que possui atendimento programado na UBSele consegue sair com a consulta marcada
II15141 Comprovam que caso o usuaacuterio tenha umproblema que natildeo seja recomendaacutevel oagendamento para outro dia haacute reserva de vagaspara atendimento no mesmo dia
II1612 As consultas satildeo agendadas na UBS emqualquer dia da semana em qualquer horaacuterio
III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser feita todosos dias da semana
III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a qualquerhora e marcam o atendimento
III61 Para marcar consulta na UBS marcam portelefone
107
514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
O ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo que compotildee o atendimento agrave demanda
espontacircnea se refere agrave capacidade de organizaccedilatildeo do serviccedilo de APS para atendimento agraves
pequenas urgecircncias assim como a busca dos usuaacuterios por esse serviccedilo no caso de
urgecircncia Esse eacute mais um dos fatores que privilegiaria a APS como porta de entrada
preferencial seja para resoluccedilatildeo do problema de sauacutede no proacuteprio serviccedilo seja para
coordenar o cuidado para outros pontos de atenccedilatildeo quando necessaacuterio
A Tabela 5 e o Graacutefico 6 apresentam indicadores sobre a disponibilidade nas UBS
do atendimento de urgecircncia e emergecircncia e a procura dos usuaacuterios por esse tipo de
atendimento O atendimento de urgecircncia e emergecircncia eacute realizado por 729 das equipes
e em relaccedilatildeo aos usuaacuterios 653 procuraram a UBS no caso de atendimentos de urgecircncia
Existe uma similaridade comparando a opiniatildeo dos usuaacuterios nas diferentes regiotildees
de sauacutede ou seja a meacutedia Brasil (653) eacute uma meacutedia padratildeo de busca dos usuaacuterios pela
UBS no caso de urgecircncia em todas as regiotildees O mesmo natildeo ocorre em relaccedilatildeo agrave
disponibilidade de atendimento de urgecircncia pelas UBS em que haacute variaccedilatildeo de ateacute 10
pontos percentuais Apenas 643 de UBS realizam atendimento de urgecircncia nas Reg 2
com resultados crescentes de acordo com o aumento do DSE e oferta de serviccedilos chegando
a 821 nas Reg 5 Ou seja haacute alta disponibilidade de serviccedilos de urgecircncia nas UBS das
Reg 5 mas o padratildeo de uso natildeo se modifica o que pode revelar certa tradiccedilatildeo dos serviccedilos
de APS no Brasil em natildeo ofertar atendimento de urgecircncia e por isso haacute uma menor procura
do usuaacuterio
Os indicadores desse componente apontam uma coerecircncia entre oferta de
atendimento agraves pequenas urgecircncias na UBS e procura por esse tipo de atendimento com
exceccedilatildeo das Reg 5 em que a procura de atendimento de urgecircncia na UBS foi bem menor
que a oferta Haacute necessidade de aumento da disponibilidade de atendimento de pequenas
urgecircncias nas UBS em especial nos municiacutepios das regiotildees 1 e 2 Pouco mais de 60 dos
usuaacuterios entrevistados buscam a APS para urgecircncia quando precisam o que eacute um
percentual baixo se analisarmos o potencial da APS enquanto porta aberta porta de entrada
preferencial da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede
108
Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e
emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II158 Realizam
atendimento de urgecircncia
e emergecircncia nesta
unidade de sauacutede
3447 668 801 643 2689 700 1059 786 4058 821 12054 729
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III78 No caso de
urgecircncia procuraram
atendimento nesta UBS
7908 648 1882 616 6627 664 2294 650 8204 659 26915 653
N usuaacuterios que alguma
vez procurou
atendimento de urgecircncia
12197 3053 9986 3528 12454 41218
MEacuteDIA 658 629 682 718 740 691
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia
e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
515 Discussatildeo
A partir do conjunto de componentes que integram o atributo primeiro contato em
linhas gerais verifica-se que o horaacuterio de funcionamento das UBS eacute adequado e proacuteximo
agraves necessidades da populaccedilatildeo Contudo melhorias de organizaccedilatildeo do serviccedilo precisam ser
realizadas para um aumento de atendimento aos fins de semana principalmente ao
considerar uma importante parcela da populaccedilatildeo que trabalha em horaacuterio comercial e teria
uma maior facilidade em acessar o serviccedilo aos fins de semana
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II158 Realizamatendimento deurgecircncia eemergecircncia nestaunidade de sauacutede
III78 No caso deurgecircncia procuraramatendimento nestaUBS
109
A discussatildeo acerca do horaacuterio de funcionamento denominada ldquoacessibilidade
temporalrdquo aparece em estudo sobre municiacutepios brasileiros de grande porte sendo
adequada em municiacutepio com atendimento de trecircs turnos e aos saacutebados Nos demais
municiacutepios o horaacuterio de funcionamento de 8h agraves 17h foi visto como um limitante de
acesso da populaccedilatildeo de trabalhadores (Escorel et al 2007) Geacutervas (2009) identifica sobre
a APS espanhola que poucas satildeo as unidades de sauacutede da APS abertas apoacutes as 19h e que
um dos fatores para esse horaacuterio de funcionamento eacute a necessidade do profissional em
compatibilizar vida familiar e de trabalho Considerando por exemplo as regiotildees de sauacutede
de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) na Tabela 2 chama a atenccedilatildeo que cerca de 180 das
UBS natildeo funcionam 8hdia ou mais o que dificulta a acessibilidade temporal
Jaacute a acessibilidade geograacutefica parece satisfatoacuteria visto que 867 da populaccedilatildeo
encontra-se satisfeita com a distacircncia entre a UBS e sua casa Resultados similares foram
encontrados no estado da Bahia e Pernambuco para as equipes de estrateacutegia de sauacutede da
famiacutelia (Albuquerque et al 2014 Cunha e Vieira-da-Silva 2010) Os autores ressaltam
que os criteacuterios de territorializaccedilatildeo para a implantaccedilatildeo da ESF e descentralizaccedilatildeo foram
fundamentais para a melhoria na acessibilidade geograacutefica o que natildeo eacute verdadeiro para as
UBS tradicionais com barreiras financeiras para o transporte (Cunha e Vieira-da-Silva
2010)
Quanto ao tema acolhimento Assis e Jesus (2012) o definem como accedilotildees
comunicacionais que possibilitam novas praacuteticas em sauacutede a partir de respostas adequadas
agraves demandas dos usuaacuterios em todo o seu percurso Mitre et al (2012) indicam que apesar
de avanccedilos para a ampliaccedilatildeo do acesso dos serviccedilos da APS o acolhimento encontra
alguns desafios para sua operacionalizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como ausecircncia de articulaccedilatildeo
em redes integradas excesso de demandas de atendimento ausecircncia de capacitaccedilatildeo e de
espaccedilos democraacuteticos e reflexivos para organizaccedilatildeo do processo de trabalho em sauacutede
Em outras palavras um serviccedilo pode ser acessiacutevel quanto ao horaacuterio de
funcionamento e localizaccedilatildeo mas ter barreiras organizacionais como por exemplo baixa
implantaccedilatildeo do acolhimento ou baixa qualidade desse acolhimento conforme observado
na Tabela 3 em todas as regiotildees Essa baixa qualidade pode decorrer tanto da carecircncia de
profissionais capacitados para a classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade quanto em relaccedilatildeo
agrave loacutegica de organizaccedilatildeo desse acolhimento Importante tambeacutem lembrar que a classificaccedilatildeo
de risco e vulnerabilidade entendida como uma forma de priorizaccedilatildeo no acolhimento deve
ser percebida como um facilitador para a equidade evitando agravamentos dos quadros
cliacutenicos agudos e nunca como uma barreira de acesso independente da gravidade da
110
demanda do usuaacuterio
Souza et al (2008) destacam que apesar do acolhimento possibilitar maior
compreensatildeo sobre as necessidades dos usuaacuterios sua qualidade depende diretamente das
condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais Ou seja os profissionais precisam de
melhorias nas condiccedilotildees de trabalho para melhorias no serviccedilo e isso abrangeria
incentivos financeiros espaccedilos de escuta pela gestatildeo capacitaccedilotildees e autonomia no
trabalho
As respostas mais negativas em relaccedilatildeo ao acolhimento em regiotildees de baixa oferta
de serviccedilos de sauacutede pode ser um indicador de falta de acesso desse usuaacuterio a quaisquer
tratamentos de sauacutede visto as deficiecircncias da proacutepria rede de atenccedilatildeo Fausto et al (2014)
destacam que quanto menor o porte populacional do municiacutepio menor a frequecircncia de
realizaccedilatildeo do acolhimento
Diferentes estudos apontam que um desafio do acolhimento eacute o seu foco dar
respostas a todos que procuram o serviccedilo de sauacutede Ao inveacutes disso muitas vezes percebe-
se no acolhimento uma adequaccedilatildeo do atendimento dos usuaacuterios agrave organizaccedilatildeo existente e
conveniente do serviccedilo que nem sempre eacute voltada agraves necessidades da populaccedilatildeo
Souza et al (2008) verificam o dispositivo acolhimento como desconhecido no caso
das UBS tradicionais o que se traduz em um modelo tradicional de organizaccedilatildeo da
recepccedilatildeo com fichas e filas O agravamento disso eacute percebido pela reclamaccedilatildeo dos
usuaacuterios sobre a convencional disputa por vagas de atendimento atraveacutes do ldquodormir na
filardquo uma condiccedilatildeo para tentar o acesso aos serviccedilos
Tal problema tambeacutem foi constatado nos resultados da nossa pesquisa em que a
forma prioritaacuteria de marcar atendimento na Atenccedilatildeo Baacutesica eacute atraveacutes de ficha ou ficha e
fila antes da UBS abrir presente em todas as regiotildees de sauacutede e maior nas Reg 1 e 2 Nas
Reg 4 e 5 pouco mais de 350 dos usuaacuterios afirmam marcar atendimento a qualquer hora
do dia (Tabela 4) Considerar a rotina de um indiviacuteduo doente ou sintomaacutetico que precisa
acordar de madrugada enfrentar fila pegar ficha e ainda assim ser marcado para muitos
dias depois eacute uma das mais claras barreiras agrave APS como serviccedilo de primeiro contato
Geacutervas (2009) destaca na APS espanhola a frequecircncia dos encontros indiretos entre
profissional e paciente com uso de telefone ou internet chega a cerca de 20 do total Seu
estudo exemplifica o Reino Unido e experiecircncias locais como na Catalunha que oferecem
serviccedilos telefocircnicos de atenccedilatildeo agrave sauacutede 24h por dia para resolver duacutevidas de pacientes e
realizar orientaccedilotildees gerais Apesar de natildeo haver estudos acerca dos impactos na sauacutede
desse tipo de iniciativa claramente ele se constitui como um facilitador do acesso aos
111
serviccedilos em tempo oportuno O telefone portanto eacute uma das ferramentas que poderia natildeo
soacute facilitar essa marcaccedilatildeo de consultas como favorecer o viacutenculo entre serviccedilo de sauacutede e
usuaacuterios
Tatildeo importante quanto a forma de marcaccedilatildeo de consultas seria avaliar o tempo de
marcaccedilatildeo dessas consultas o que natildeo foi possiacutevel atraveacutes dos dados PMAQ-AB Em
estudo de Assis et al (2010) os autores apontam que os obstaacuteculos para o acesso funcional
estatildeo tanto na marcaccedilatildeo da consulta como na demora do atendimento Apoacutes a marcaccedilatildeo os
resultados da pesquisa no estado da Bahia revelam que metade dos usuaacuterios esperam uma
semana ou mais para a consulta com exceccedilatildeo dos casos de emergecircncia
Tal problema poderia ser minimizado por investimento da reserva de vagas para
atendimento no mesmo dia especialmente para os casos de maior gravidade cliacutenica ou
risco social para usuaacuterios com dificuldade de ir agrave UBS em horaacuterio diferente eou para
grupos prioritaacuterios A reserva de vagas para atendimento no mesmo dia eacute condicionada
pelo planejamento da agenda do profissional pela disponibilidade de profissionais e por
uma organizaccedilatildeo do acolhimento com criteacuterios de risco e vulnerabilidade Mas esse
indicador soacute foi visualizado em metade das equipes das Reg 1 e cerca de 75 das Reg 4 e
5 (Tabela 4) Nesse caso as equipes em regiotildees com maior desenvolvimento
socioeconocircmico e maior oferta de serviccedilos possuem uma melhor organizaccedilatildeo com vistas
ao acesso da populaccedilatildeo que precisa de atendimento no mesmo dia Um resultado em geral
mais favoraacutevel eacute que mesmo que o usuaacuterio natildeo seja de grupo prioritaacuterio 80 das equipes
afirmam que ele consegue sair da UBS com a consulta marcada
A AB como serviccedilo de primeiro acesso tambeacutem estaacute relacionado agrave sua capacidade
de atender as demandas de pequenas urgecircncias Vale ressaltar que o instrumento do
PMAQ-AB ciclo 1 natildeo faz uma abordagem precisa do que seriam os atendimentos de
urgecircnciaemergecircncia e isso gera tambeacutem imprecisatildeo na resposta Diferentemente do
instrumento do PMAQ AB ciclo 2 em que essa questatildeo foi melhor especificada sobre
quais seriam as accedilotildees de pequenas urgecircncias nas UBS como por exemplo dor toraacutecica
crise convulsiva nefrolitiacutease crise de asma crise hipertensiva hiperglicemia em
diabeacuteticos casos suspeitos de dengue dentre outros (Brasil 2013b) Natildeo seria adequado o
uso da UBS em emergecircncias para as quais satildeo necessaacuterios estabelecimentos de sauacutede bem
equipados com equipes capacitadas e recursos apropriados para esse tipo de atendimento
O que se pode visualizar eacute que especialmente nas regiotildees de baixa oferta de
serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) esse atendimento deveria ser mais disponibilizado jaacute que
dificilmente haveraacute Unidades de pronto atendimento disponiacuteveis em curta distacircncia ou
112
equipamentos de sauacutede que atendam urgecircncia em tempo oportuno Em muitos municiacutepios
as UBS satildeo os uacutenicos equipamentos de sauacutede existentes Contudo os resultados
visualizados apontam que mais de 80 das Reg 5 atendem urgecircncia e por volta de 65
das equipes das Reg 1 e 2 fazem esse tipo de atendimento (Tabela 5) Esse resultado natildeo
totalmente satisfatoacuterio mesmo das Reg 5 pode ser influenciado pela provaacutevel existecircncia
do equipamento das UPA abertas 24h para atendimentos de urgecircncia
A pesquisa de Escorel et al (2007) discute a fragilidade da AB nos atendimentos de
urgecircncia Oito capitais foram investigadas no estudo e seis destas tiveram a urgecircncia como
o motivo mais frequente entre os usuaacuterios na busca dos serviccedilos de sauacutede mesmo que a
maioria das urgecircncias natildeo fosse grave Em apenas 3 municiacutepios o serviccedilo de Atenccedilatildeo
Baacutesica aparece como o serviccedilo mais procurado para os casos de urgecircncia
Geacutervas (2009) discute um crescimento das urgecircncias na APS espanhola gerado por
mudanccedilas sociais problemas de acesso agraves unidades no horaacuterio habitual de funcionamento
pelo atendimento imediato em sauacutede exigido pela populaccedilatildeo e pela falta de adaptaccedilatildeo dos
serviccedilos de sauacutede a mudanccedilas Exemplifica um aumento de cerca de 8 em uma proviacutencia
espanhola na uacuteltima deacutecada e uma procura majoritaacuteria de trabalhadores do sexo masculino
por esses atendimentos de urgecircncia devido a problemas de acessibilidade Diferencia o
meio urbano do meio rural em que o primeiro centraliza as urgecircncias nos serviccedilos
especializados que funcionam fora do horaacuterio habitual dos centros de sauacutede e o segundo
em que os profissionais se organizam para suprir as demandas de urgecircncia fora do horaacuterio
de trabalho em ldquoPontos de Atenccedilatildeo Continuadardquo
Soares et al (2014) em estudo no Rio de Janeiro verificam a existecircncia de
compreensatildeo por parte de gestores municipais que a AB deve realizar atendimento agrave
demanda espontacircnea e nos casos de urgecircncia atender imediatamente estabilizar o quadro e
avaliar a necessidade de transferecircncia para outros pontos de atenccedilatildeo Para que o papel da
APS nas urgecircncias seja fortalecido eacute necessaacuteria uma integraccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo de
equipamentos como as UPA Konder (2013) sinaliza dificuldade na relaccedilatildeo entre UPA e
hospitais e um baixo referenciamento de retorno para a APS para um acompanhamento
adequado A autora aponta que as UPA atendem uma demanda em geral de baixo risco
que seria melhor acolhida na APS mas que a populaccedilatildeo encontra nas UPA respostas
imediatas mesmo que natildeo duradouras e sem acompanhamento Isso gera uma baixa
confianccedila no potencial resolutivo da APS e uma demanda cada vez maior por exames e
especialistas
Haacute uma falta de tradiccedilatildeo da APS no Brasil em ofertar atendimento de urgecircncia nas
113
UBS Associado a isso nos uacuteltimos anos os governos federal e estaduais investiram no
modelo UPA e de certa forma alguns procedimentos possiacuteveis de serem realizados na
APS passaram a ser realizados nas UPA com mais agilidade e recursos Tal fator gerou um
tipo de concorrecircncia (financeira e de atenccedilatildeo) entre os dois serviccedilos de sauacutede
Em siacutentese no atributo primeiro contato o horaacuterio de funcionamento das UBS em
geral eacute adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto ao atendimento de suas necessidades e a
distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes relatam realizar acolhimento aos usuaacuterios mas
a qualidade desse acolhimento deixa a desejar pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentem
acolhidos e os profissionais natildeo foram capacitados Haacute importantes dificuldades na
marcaccedilatildeo de consultas sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios
especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se
definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria
desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade
Do total de 22 indicadores estabeleceu-se 19 como padratildeo de referecircncia para o
atributo primeiro contato Apenas 3 indicadores alcanccedilaram o padratildeo muito bom (mais de
90 das respostas) 6 indicadores se apresentaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das
respostas) 4 indicadores se encontraram no padratildeo regular (entre 60 e 74 das respostas)
e 6 indicadores apresentaram o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) Os
indicadores de padratildeo muito bom e bom correspondem majoritariamente ao componente
horaacuterios de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo estaacute no agendamento
da consulta na AB
O Graacutefico 7 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo de
primeiro contato
114
Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalHoraacuterios defuncionamento
Acolhimento
Urgecircncia eemergecircncia
Agendamento daconsulta na AB
115
52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE
O atributo da ldquolongitudinalidaderdquo se refere agrave responsabilidade da equipe pelo
usuaacuterio ao longo da vida atraveacutes da qual a APS cumpre sua funccedilatildeo de fonte regular de
cuidados por meio da organizaccedilatildeo do serviccedilo e do fortalecimento da relaccedilatildeo entre
profissional e paciente (Starfield 2002 Macincko et al 2003)
Para analisar o atributo longitudinalidade organizou-se o conjunto de indicadores
nos seguintes componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade
da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo
521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
A ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo abrange aspectos do cuidado
ofertado aos usuaacuterios nos diferentes ciclos de vida e da organizaccedilatildeo do serviccedilo que
permita um acompanhamento pelo profissional ao longo do tempo como por exemplo a
fixaccedilatildeo dele em uma mesma UBS o atendimento do usuaacuterio pelo mesmo profissional e a
realizaccedilatildeo de busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio
A Tabela 6 e o Graacutefico 8 apresentam indicadores sobre a continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Apenas 434 dos profissionais respondentes do PMAQ-AB atuam
3 anos ou mais em sua equipe A busca ativa dos hipertensos faltosos pelos ACS eacute
realizada por 878 das equipes
Em relaccedilatildeo aos usuaacuterios na meacutedia Brasil observa-se que 643 relatam sempre ser
atendidos pelo mesmo meacutedico e 578 pelo mesmo enfermeiro Os profissionais lembram-
se do que aconteceu nas uacuteltimas consultas segundo 481 dos usuaacuterios o que poderia ser
fortemente auxiliado por registros qualificados No caso de interrupccedilatildeo de tratamento ou
falta os profissionais procuram saber o que aconteceu de acordo com 429 dos usuaacuterios
e 642 dos usuaacuterios receberam visita da equipe agrave crianccedila com ateacute sete anos de vida
Na maior parte dos indicadores existe similaridade em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do
serviccedilo nas diferentes regiotildees de sauacutede Destaca-se nas Reg 2 que apenas 382 dos
profissionais respondentes estatildeo na equipe haacute 3 anos ou mais As regiotildees de sauacutede de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) satildeo as que mais
realizam busca ativa dos hipertensos faltosos representando 897 das equipes
De uma forma geral as piores respostas dos usuaacuterios estatildeo nas regiotildees de
meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Sempre satildeo atendidos pelo mesmo meacutedico na UBS
581 dos usuaacuterios das Reg 2 e 632 das Reg 3 gerando curiosidade esse valor inferior
das Reg 2 em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees visto que a carecircncia de meacutedicos eacute realidade de
116
todas as regiotildees de sauacutede mas em especial nas de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) Observa-se
uma diferenccedila mais consideraacutevel nos usuaacuterios que afirmam sempre ser atendidos pelo
mesmo enfermeiro com 688 de respostas positivas nas Reg 1 596 nas Reg 2 e 504
nas Reg 5 Aleacutem disso nas Reg 2 apenas 368 afirmam que os profissionais os procuram
para saber o que aconteceu no caso de faltas agraves consultas e 584 receberam visita agrave
crianccedila com ateacute 7 dias de vida Nas equipes das Reg 5 essa visita agrave crianccedila jaacute aumenta para
698 dos usuaacuterios
Os indicadores da continuidade relaccedilatildeo profissional-paciente revelam dificuldades
na organizaccedilatildeo do serviccedilo como rotatividade de profissionais e baixo resgate do histoacuterico
de atendimento do usuaacuterio ou busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio Apesar da
possibilidade de melhoria os resultados mais satisfatoacuterios podem ser observados atraveacutes
dos marcadores de hipertensatildeo e puericultura independente do grupo de regiotildees de sauacutede
Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II35 O respondente atua
3 anos ou mais em sua
equipe
2115 410 475 382 1701 443 572 425 2318 469 7181 434
II325 Nas visitas
domiciliares os ACS
realizam a busca ativa de
hipertensos faltosos
4630 897 1102 885 3291 856 1163 863 4337 877 14523 878
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III97 Sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo
meacutedico na UBS
12802 620 2847 581 9583 632 3687 677 13146 683 42065 643
III99 Sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo
enfermeiro na UBS
14196 688 2921 596 8083 533 2883 529 9692 504 37775 578
III913 Os profissionais
lembram-se do que
aconteceu nas uacuteltimas
consultas
9441 457 2180 445 7150 471 2752 505 9925 516 31448 481
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
III916 Quando
interrompem o tratamento
por algum motivo ou natildeo
comparecem agrave consulta na
UBS os profissionais os
procuram para saber o que
aconteceu e retomar o
atendimento
4460 429 879 368 3132 430 1228 456 4383 435 14082 429
117
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n N usuaacuterios que alguma
vez interrompeu o
tratamento ou faltou a
consulta
10388 2388 7283 2693 10076 32828
III145 A equipe fez uma
visita agrave crianccedila com ateacute
sete dias de vida
1570 600 484 584 1417 649 519 655 1646 698 5636 642
N usuaacuterias com crianccedilas
ateacute 24 meses e que
fizeram preacute-natal
2616 829 2183 792 2357 8777
MEacuteDIA 586 549 573 587 597 584
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
O componente ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo foi analisado
principalmente sob a perspectiva do usuaacuterio Buscou-se apreender alguns resultados sobre
o viacutenculo estabelecido nessa relaccedilatildeo entre profissional-paciente para aleacutem do
acompanhamento nos diferentes ciclos de vida
A Tabela 7 e o Graacutefico 9 apresentam indicadores sobre a experiecircncia de uso do
paciente em relaccedilatildeo agrave suficiecircncia do tempo das consultas facilidade para tirar duacutevidas ou
falar de diferentes questotildees que preocupam o usuaacuterio e possibilidade de escolha da equipe
Quanto agrave meacutedia Brasil no caso de UBS com mais de uma equipe somente 81 permitem
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II325 Nas visitas domiciliares os ACS realizam a buscaativa de hipertensos faltosos
III97 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmo meacutedicona UBS
III145 EqAB fez uma visita agrave crianccedila com ateacute sete diasde vida
III99 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmoenfermeiro na UBS
III913 Os profissionais lembram-se do que aconteceunas uacuteltimas consultas
II35 O respondente atua 3 anos ou mais em suaequipe
III916 Quando interrompem o tratamento por algummotivo ou natildeo comparecem agrave consulta na UBS osprofissionais os procuram para saber o que aconteceu eretomar o atendimento
118
que o usuaacuterio opte por qual equipe deseja ser atendido e quando perguntados sobre o
mesmo tema 241 dos usuaacuterios respondem que podem fazer essa opccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao
profissional deixar tempo suficiente para o usuaacuterio falar de suas preocupaccedilotildees ou
problemas observa-se que 790 dos usuaacuterios respondem positivamente em relaccedilatildeo ao
meacutedico e 789 quanto ao enfermeiro Contudo somente 626 dos usuaacuterios sempre tecircm
facilidade de tirar duacutevidas quando precisam e 547 sempre se sentem agrave vontade para
fazer suas colocaccedilotildees
Em geral os resultados dos indicadores nos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede
apresentam proximidade entre si com melhores respostas nas Reg 1 A facilidade para
falar com os profissionais que lhe atenderam e tirar duacutevidas teve melhores respostas dos
usuaacuterios das Reg 1 (643) e a pior resposta foi dos usuaacuterios das Reg 2 (577) Os
usuaacuterios das Reg 1 satildeo os que mais podem escolher a equipe que os atendem (278) e os
usuaacuterios das Reg 5 satildeo os que menos podem escolher (207) O enfermeiro deixa tempo
suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees segundo 744 dos usuaacuterios das Reg 5 e
838 dos usuaacuterios das Reg 1 E dos grupos que menos se sente agrave vontade para falar sobre
suas preocupaccedilotildees e problemas estatildeo 497 dos usuaacuterios das Reg 2
Os resultados em relaccedilatildeo agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
mostram que os usuaacuterios natildeo podem escolher a equipe que desejam ser atendidos Eles se
mostram satisfeitos quanto ao tempo para falar sobre suas preocupaccedilotildees independente do
profissional Poreacutem quando a questatildeo se amplia a acessar o profissional no poacutes consulta e
se sentir a vontade o suficiente para falar sobre suas questotildees os percentuais apresentam
uma queda Melhorias de comunicaccedilatildeo durante a consulta favoreceriam a qualidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente
Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
Usuaacuterios
III91 O meacutedico deixa
tempo suficiente para falar
sobre suas preocupaccedilotildees
ou problemas
15790 778 3716 767 11974 795 4362 804 15273 799 51115 790
N usuaacuterios que alguma
vez foram atendidos pelo
meacutedico
20294 4848 15055 5426 19108 64731
III93 O enfermeiro deixa
tempo suficiente para falar 16153 838 3631 784 11246 786 4051 780 13560 744 48641 789
119
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
sobre suas preocupaccedilotildees
ou problemas N usuaacuterios que alguma
vez foram atendidos pelo
enfermeiro
19273 4632 14302 5192 18217 61616
III914 Quando precisam
tirar duacutevidas apoacutes as
consultas sempre tem
facilidade para falar com
os profissionais que lhe
atenderam
9604 643 1983 577 7246 648 2519 631 8560 602 29912 626
N usuaacuterios que alguma
vez precisou tirar duacutevidas 14942 3438 11182 3990 14211 47763
III510 Se quiserem
podem escolher a equipe
que lhe atende
5744 278 1139 233 3611 238 1247 229 3991 207 15732 241
III918 Sempre se sente agrave
vontade para falar com a
equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas
sociais familiares ou
outras questotildees
11388 552 2436 497 8491 560 3010 553 10471 544 35796 547
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 533 484 516 507 496 512
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III91 O meacutedico deixa tempo suficientepara falar sobre suas preocupaccedilotildees ouproblemas
III93 O enfermeiro deixa temposuficiente para falar sobre suaspreocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando precisam tirar duacutevidasapoacutes as consultas sempre tem facilidadepara falar com os profissionais que lheatenderam
III918 Sempre se sente agrave vontade parafalar com a equipe sobre suaspreocupaccedilotildees problemas sociaisfamiliares ou outras questotildees
III510 Se quiserem podem escolher aequipe que lhe atende
120
523 Discussatildeo
A longitudinalidade representada neste trabalho pelos componentes ldquocontinuidade
da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo
apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo aos marcadores de hipertensatildeo e quanto ao
tempo de consulta com meacutedico e enfermeiro em geral considerado suficiente pelos
usuaacuterios para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees
Uma gama de estudos tem associado a continuidade do cuidado e APS como fonte
regular de cuidados a resultados positivos mais amplos como diminuiccedilatildeo de internaccedilotildees e
maior satisfaccedilatildeo do paciente (Kringos et al 2010 Cunha e Giovanella 2011) Em
concordacircncia uma pesquisa no estado do Paranaacute indicou a ausecircncia do atributo de
primeiro acesso e longitudinalidade e associou a esse resultado a hospitalizaccedilatildeo de crianccedilas
por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo ambulatorial (Damasceno 2014)
Donabedian (2001) destaca que haacute dois elementos que constituem a qualidade da
assistecircncia o teacutecnico e o interpessoal Uma melhor comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo entre meacutedicos e
pacientes favoreceria a qualidade teacutecnica da atenccedilatildeo prestada ao usuaacuterio
Mainous et al (2001) destacaram a questatildeo da confianccedila no profissional meacutedico
nos serviccedilos de APS no Reino Unido e Estados Unidos Ambos os grupos de usuaacuterios
estudados demonstraram altos niacuteveis de confianccedila nos seus meacutedicos Os autores discutem
que o acompanhamento por um mesmo meacutedico ao longo do tempo estaacute associado ao
aumento da confianccedila neste profissional Logo a longitudinalidade estaria relacionada agrave
confianccedila do usuaacuterio no profissional Cunha (2009) reforccedilou a importacircncia da confianccedila e
responsabilidade na constituiccedilatildeo do viacutenculo longitudinal encontrando resultados positivos
em seu estudo em Belo Horizonte e Camaragibe nos aspectos confianccedila na competecircncia
do profissional e interesse do profissional pelos problemas dos usuaacuterios
Outro ponto relevante eacute que um maior tempo de consulta estaacute relacionado a uma
melhor qualidade do atendimento envolvendo melhor explicaccedilatildeo do problema e das
solicitaccedilotildees diagnoacutesticas e maior preocupaccedilatildeo do meacutedico sobre a compreensatildeo do paciente
(Caprara e Rodrigues 2004) Apesar dos indicadores escolhidos natildeo precisarem a duraccedilatildeo
meacutedia da consulta a Tabela 7 mostra que os usuaacuterios avaliam positivamente o tempo da
consulta com meacutedico e enfermeiro para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees (cerca de
80) Esse resultado eacute um pouco superior nas regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) no caso dos enfermeiros A mesma
relaccedilatildeo natildeo eacute percebida para o profissional meacutedico pois os melhores resultados foram
obtidos por usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 4
121
e Reg 5) Contudo apesar desse resultado positivo pouco mais da metade dos usuaacuterios
conseguem tirar duacutevidas facilmente apoacutes as consultas e apenas metade deles sempre se
sentem a vontade para falar sobre suas preocupaccedilotildees e problemas o que eacute um indicativo de
necessidade de melhorias nessa relaccedilatildeo
Na Tabela 6 tambeacutem podemos visualizar que os usuaacuterios das regiotildees mais
desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5) satildeo os que com mais frequecircncia sempre satildeo atendidos pelo
mesmo meacutedico na UBS (aproximadamente 68) E os usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de
baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo os que com mais frequecircncia satildeo atendidos pelo
mesmo enfermeiro (aproximadamente 68) Parece haver uma compatibilidade entre as
percepccedilotildees dos usuaacuterios sobre atendimento com o mesmo profissional e satisfaccedilatildeo com o
tempo de consulta Uma possiacutevel justificativa para natildeo ter resultados melhores nesse
indicador poderia estar relacionada a maior disponibilidade de enfermeiros nas UBS em
regiotildees com maior oferta de serviccedilos e a rotatividade dos meacutedicos e enfermeiros
independente do grupo de regiotildees de sauacutede
A seleccedilatildeo de parte dos indicadores da Tabela 6 se baseia na evidecircncia que a
longitudinalidade envolve preacute-condiccedilotildees como uma oferta adequada de serviccedilos de APS e
mecanismos de fixaccedilatildeo de profissionais (Cunha 2009 Campos et al 2014) Entende-se
que uma menor rotatividade dos profissionais e maior tempo de atuaccedilatildeo na equipe possa
indicar maior possibilidade de relaccedilatildeo interpessoal destes profissionais com os usuaacuterios
Contudo um dos resultados demonstra que menos da metade dos profissionais
respondentes do PMAQ AB estatildeo nas equipes trecircs anos ou mais
Em estudo no estado de Satildeo Paulo Campos e Malik (2008) analisam associaccedilotildees
da rotatividade profissional na ESF com diferentes aspectos Alguns deles satildeo quanto mais
tempo de formado menor a rotatividade profissional quanto maior a distacircncia da UBS do
local de moradia do profissional maior a rotatividade quanto menor a percepccedilatildeo de
capacitaccedilatildeo para o serviccedilo maior a rotatividade de profissionais (Campos e Malik 2008)
Novos estudos relacionando a rotatividade agrave longitudinalidade satildeo necessaacuterios mas
possivelmente o tempo de formaccedilatildeo proximidade da UBS da residecircncia do profissional e
maior oferta de capacitaccedilatildeo poderiam ser influecircncias positivas na continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Estes aspectos tambeacutem estatildeo relacionados a maior satisfaccedilatildeo do
profissional no desempenho do trabalho
A literatura aponta outras ecircnfases natildeo captadas por este trabalho com interessante
discussatildeo Uma delas destacada no estudo de Caprara e Rodrigues (2004) se refere agrave infra-
estrutura do espaccedilo da consulta que deveria facilitar a proximidade e comunicaccedilatildeo
122
garantindo conforto e privacidade por exemplo atraveacutes da colocaccedilatildeo adequada das
cadeiras e mesas sem caracterizaccedilatildeo hieraacuterquica Sobre o mesmo tema com uma
abordagem diferente Campos e Malik (2008) afirmam que quanto pior a percepccedilatildeo dos
profissionais sobre o ambiente fiacutesico da unidade maior a rotatividade
Apesar de neste trabalho a discussatildeo sobre a continuidade informacional estar
considerada como componente do atributo coordenaccedilatildeo do cuidado baseando-se na
classificaccedilatildeo de Starfield (2002) dois indicadores da Tabela 6 se relacionam agrave temaacutetica
Cunha e Giovanella (2011) caracterizam a continuidade informacional
A continuidade informacional considerada a base da longitudinalidade
diz respeito agrave qualidade dos registros em sauacutede seu manuseio e
disponibilizaccedilatildeo de forma a favorecer o acuacutemulo de conhecimento sobre
o paciente por parte da equipe de sauacutede Este acuacutemulo de conhecimento
que eacute dinacircmico deve orientar a conduta terapecircutica e favorecer a
avaliaccedilatildeo da mesma (Cunha e Giovanella 1039)
Nos indicadores ldquoos profissionais lembram-se do que aconteceu com o(a) senhor(a)
nas uacuteltimas consultasrdquo e ldquoquando interrompem o tratamento por algum motivo ou natildeo
comparecem agrave consulta na UBS os profissionais procuram o(a) senhor(a) para saber o que
aconteceu e retomar o atendimentordquo menos da metade dos usuaacuterios respondem
positivamente Logo esses resultados fornecem pistas de que as UBS carecem de um
registro adequado que permita uma maior continuidade da atenccedilatildeo o que envolve por
exemplo resgate de informaccedilotildees das uacuteltimas consultas e busca ativa quando necessaacuterio
Cabe problematizar tambeacutem o indicador de opccedilatildeo do usuaacuterio em relaccedilatildeo agrave equipe
que deseja ser atendido na Tabela 7 apresentado com baixo percentual 241 dos usuaacuterios
respondendo positivamente A percepccedilatildeo dos profissionais sobre esse tema precisou ser
excluiacuteda da seleccedilatildeo devido o alto percentual de respostas ldquonatildeo sabenatildeo respondeurdquo Sobre
isso natildeo se encontra uma especificaccedilatildeo na PNAB apenas que o atendimento das equipes
de sauacutede da famiacutelia deve ser territorializado e ter populaccedilatildeo adscrita Uma contradiccedilatildeo
portanto estaacute colocada ao mesmo tempo que escolher a equipe pode favorecer o viacutenculo
do usuaacuterio com a equipe de sauacutede envolvendo satisfaccedilatildeo desse usuaacuterio se a escolha for
permitida sem criteacuterios especiacuteficos pode desfavorecer o viacutenculo agrave medida que a troca de
profissional poderia gerar uma descontinuidade na relaccedilatildeo profissional-paciente ao longo
do tempo Giovanella e Mendonccedila (2012) diferenciam essa possibilidade de escolha dos
profissionais entre os sistemas de sauacutede inglecircs (NHS) e o SUS A funccedilatildeo da APS de porta
de entrada obrigatoacuteria no NHS eacute acompanhada de uma obrigatoriedade de inscriccedilatildeo de
123
pacientes em um consultoacuterio de meacutedico generalista (GP) e posterior troca se necessaacuterio
assegurando ao usuaacuterio certa liberdade de escolha Jaacute no Brasil pode-se falar em adscriccedilatildeo
compulsoacuteria baseada no cadastro da populaccedilatildeo a partir de aacuterea geograacutefica especiacutefica
Campos et al (2014) encontram os mesmos resultados sobre a impossibilidade dos
usuaacuterios de escolherem o seu meacutedico e equipe e discutem que a loacutegica da adscriccedilatildeo eacute
interessante mas precisa ter flexibilizaccedilatildeo para maior autonomia dos usuaacuterios Freeman e
Hughes (2010) em estudo na Inglaterra defendem que os pacientes natildeo devam ser
obrigados a consultar com o mesmo meacutedico e sim possam escolher visto que para
pacientes mais jovens ou que necessitam de um cuidado continuado tecircm menos
importacircncia que para usuaacuterios adultos e vulneraacuteveis ou de grupos prioritaacuterios Em outras
palavras determinados grupos podem natildeo considerar a longitudinalidade como um criteacuterio
de qualidade da APS
Baacuterbara Starfield (2002) salienta relaccedilotildees entre longitudinalidade e aspectos dos
demais atributos essenciais (Starfield 2002) Precede um cuidado continuado ao longo do
tempo que o usuaacuterio consiga acessar adequadamente o serviccedilo - acesso de primeiro
contato (Damasceno 2014) que o usuaacuterio tenha disponiacutevel o conjunto de accedilotildees e serviccedilos
que necessita para a resoluccedilatildeo de seu problema favorecendo a integralidade da atenccedilatildeo
(Assis e Jesus 2012) e que exista uma co-participaccedilatildeo do usuaacuterio na terapecircutica atraveacutes de
uma consulta participativa e uma troca de saberes entre profissional e usuaacuterio e para tal a
percepccedilatildeo e disposiccedilatildeo do profissional para esse diaacutelogo (Cunha 2009)
Em siacutentese no atributo da longitudinalidade tanto os resultados da continuidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente como da qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente foram
inadequados Em geral os resultados satildeo satisfatoacuterios apenas quanto ao tempo das
consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo
agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da
longitudinalidade que variam desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo
dos registros e a visita de puericultura outros dependem de questotildees mais abrangentes e
muitas vezes tripartite como a fixaccedilatildeo de profissionais e melhores condiccedilotildees de trabalho
e um outro conjunto eacute influenciado pela capacitaccedilatildeo e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo
profissional-paciente como acessibilidade ao profissional apoacutes a consulta
Do conjunto de 12 indicadores que podem ser considerados um padratildeo de
referecircncia para o atributo da longitudinalidade nenhum foi classificado no padratildeo muito
bom (mais de 90 das respostas) O padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) foi
expresso em 3 indicadores da mesma forma que o padratildeo regular (60 a 74 das respostas)
124
apresentou-se tambeacutem com 3 indicadores O padratildeo inadequado (menor que 60 das
respostas) foi visualizado na maior parte dos indicadores em 6 deles Os indicadores com
padratildeo bom concentram-se no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos
faltosos pelos ACS e dentre os piores indicadores destacam-se as questotildees de escolha da
equipe e de continuidade do cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo
lembram o que aconteceu em consultas anteriores e escassa busca ativa)
O Graacutefico 10 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
longitudinalidade
Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalQualidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente(viacutenculo)
Continuidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente
125
53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE
A integralidade envolve a capacidade do serviccedilo em reconhecer as necessidades do
paciente e ofertar recursos diversificados para uma abordagem resolutiva no acircmbito da AB
Envolve o elenco de accedilotildees dos serviccedilos e se a forma como esses serviccedilos satildeo prestados satildeo
capazes de atender agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
Para essa anaacutelise foram selecionados os componentes serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees e resolutividade da AB
531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
O componente ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo expressa a oferta de recursos
da Atenccedilatildeo Baacutesica a seus usuaacuterios a fim de se aproximar de um cuidado em sauacutede de
acordo com as necessidades da populaccedilatildeo Nesse item foram definidas como accedilotildees
essenciais consultas medicamentos exames vacinaccedilatildeo e procedimentospequenas
cirurgias
A Tabela 8 e os Graacuteficos 11 e 12 apresentam os indicadores sobre os serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees Os indicadores relacionados agrave UBS expressam que 916 das
UBS oferecem consultas meacutedicas 971 ofertam consultas de enfermagem 768
oferecem consultas odontoloacutegicas 804 possuem dispensaccedilatildeo de medicamentos pela
farmaacutecia e 853 ofertam vacinaccedilatildeo no seu escopo de accedilotildees
Quanto ao processo de trabalho das equipes pode-se observar que 788 das
equipes comprovam programar consultas e accedilotildees para usuaacuterios de programas ou grupos de
cuidado continuado Em relaccedilatildeo aos exames para problemas especiacuteficos a maioria das
equipes tem realizado a solicitaccedilatildeo 974 solicitam exame de creatinina para os usuaacuterios
com hipertensatildeo 928 solicitam exame de hemoglobina glicosilada para usuaacuterios com
diabetes 979 solicitam mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos 983 solicitam
sorologia para HIV no preacute-natal Todavia apenas 526 das equipes realizam coleta de
material para exames de laboratoacuterio Os procedimentospequenas cirurgias satildeo realizados
por 631 das equipes Poreacutem no exemplo da sutura de ferimentos a realizaccedilatildeo soacute eacute feita
por 308 das equipes Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos que
precisam receber cuidado no domiciacutelio 703 das equipes
Considerando as usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 698 fizeram a maioria das
consultas de preacute-natal em sua UBS e 776 fizeram a maioria das vacinas da crianccedila no
mesmo local Dos usuaacuterios com diabetes 777 fizeram a maioria das consultas de DM
em sua UBS nos uacuteltimos 6 meses e quanto aos usuaacuterios com HAS o mesmo resultado
126
representa 754 Das usuaacuterias em geral 732 fizeram o exame preventivo de cacircncer de
colo de uacutetero em sua UBS Ou seja independente do grupo prioritaacuterio (gestante crianccedila
usuaacuterios com diabetes ou hipertensatildeo) houve aproximadamente a mesma oferta de
serviccedilos e acesso dos usuaacuterios agraves UBS
Alguns dos resultados mais positivos desse componente estatildeo nas regiotildees de alto
desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos (Reg 5) Apesar disso natildeo se
verificou um padratildeo de comportamento de oferta entre as regiotildees com grande variaccedilatildeo
dependendo do indicador Dos principais resultados que apresentaram variaccedilatildeo entre os
grupos pode-se destacar nas UBS que a dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia
varia entre 705 (Reg 2) 731 (Reg 3) e 873 (Reg 5) nas Reg 3 apenas 763 das
UBS disponibilizam vacinaccedilatildeo Os resultados das Reg 1 e Reg 5 satildeo equiparados em
relaccedilatildeo a vacinaccedilatildeo (cerca de 900)
Entre as equipes as que mais comprovam programar consultas e accedilotildees para
usuaacuterios de programas ou cuidado continuado satildeo as das Reg 5 (862) A possibilidade de
solicitar exames gera afirmaccedilotildees similares entre as equipes dos grupos de regiotildees de sauacutede
com exceccedilatildeo da solicitaccedilatildeo de exame de hemoglobina glicosilada para DM com a variaccedilatildeo
de 872 nas Reg 1 e 985 nas Reg 5 Jaacute quanto agrave realizaccedilatildeo de coleta de material para
exames de laboratoacuterio a diferenccedila eacute gritante pois somente 344 das Reg 1 e 437 das
Reg 3 respondem positivamente enquanto 751 das Reg 5 realizam a coleta A realizaccedilatildeo
de exames na proacutepria UBS eacute um oacutetimo indicador tambeacutem de resolutividade e acesso aos
exames em tempo oportuno
A realizaccedilatildeo de procedimentos aparece com menores resultados nas Reg 1 e Reg 2
com 597 e maiores resultados nas Reg 4 com 690 das equipes Contudo na sutura de
ferimentos os extremos estatildeo entre as Reg 4 com 361 e as Reg 5 com apenas 235
das equipes realizando esse procedimento A variaccedilatildeo tambeacutem aparece nas equipes que
possuem levantamento dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio menor nas
Reg 1 e Reg 2 (cerca de 62) e maior nas Reg 4 (778) e Reg 5 (819)
Quanto agraves variaccedilotildees entre as respostas dos usuaacuterios tem-se que a realizaccedilatildeo da
maior parte das consultas de preacute-natal em sua UBS teve melhores resultados nas Reg 1
com 813 e o piores resultados nas Reg 3 com 606 dos usuaacuterios Os usuaacuterios que
realizaram as vacinas da crianccedila na UBS estatildeo em sua maioria nas Reg 1 (827) e Reg 5
(824) e em minoria nas Reg 3 (669) Dentre as mulheres entrevistadas apenas
684 das Reg 2 fizeram o exame preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS
O escopo de accedilotildees pode ser expresso como satisfatoacuterio somente nos aspectos
127
disponibilidade de consultas meacutedicas e de enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames Avanccedilos
nesse componente satildeo necessaacuterios pois ainda existem aproximadamente 30 de UBS sem
consulta odontoloacutegica assim como a dispensaccedilatildeo de medicamentos parece ser centralizada
em algumas UBS e a vacinaccedilatildeo deveria ter alcanccedilado niacuteveis proacuteximos de 100 visto seu
caraacuteter histoacuterico no escopo de accedilotildees da Atenccedilatildeo Baacutesica Merece destaque que a coleta de
material para exames laboratoriais eacute realidade apenas nas equipes das Reg 5 e a oferta de
procedimentos eacute baixa em todos os grupos de regiotildees de sauacutede
Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I78 Ofertam consultas
meacutedicas 4403 881 1077 936 3248 916 1083 926 2788 967 12599 916
I78 Ofertam consultas
de enfermagem 4851 970 1135 986 3412 962 1123 960 2825 980 13346 971
I78 Ofertam consultas
odontoloacutegicas 3874 775 867 753 2772 782 835 714 2212 767 10560 768
I78 Dispensam
medicamentos pela
farmaacutecia
4212 842 812 705 2590 731 916 783 2518 873 11048 804
I78 Ofertam vacinaccedilatildeo 4486 897 1002 871 2705 763 961 821 2573 892 11727 853
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II166 Comprova
programar consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que
faccedilam parte de grupos
prioritaacuterios de cuidado
continuado
3887 753 923 741 2852 742 1110 824 4265 862 13037 788
II175 Solicitam exame
de creatinina para HAS 4964 962 1201 965 3726 969 1327 985 4889 989 16107 974
II176 Solicitam exame
de hemoglobina
glicosilada para DM
4449 872 1099 883 3581 932 1296 962 4870 985 16541 928
II179 Solicitam
mamografia para
mulheres entre 50 e 69
anos
4980 965 1190 956 3792 986 1322 981 4906 992 16190 979
II1710 Solicitam
sorologia para HIV no
preacute-natal
5104 989 1230 988 3698 962 1334 990 4898 990 16264 983
II203 Realizam coleta
de material para exames
de laboratoacuterio
1777 344 606 487 1681 437 804 597 3836 751 8704 526
II207 Realizam
procedimentos na UBS 3080 597 742 597 2604 677 930 690 3080 623 10436 631
128
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
II208 Realizam
procedimento sutura de
ferimentos
1644 319 426 342 1372 357 486 361 1163 235 5091 308
II326 Possuem
mapeamento os usuaacuterios
adscritos que necessitam
receber cuidado no
domiciacutelio
3193 619 783 629 2557 665 1048 778 4052 819 11633 703
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III116 Fizeram a
maioria das consultas de
preacute-natal nesta UBS
2128 813 582 702 1322 606 519 655 1571 667 6122 698
III1416 Fizeram a
maioria das vacinas da
crianccedila nesta UBS
2164 827 644 777 1461 669 598 755 1941 824 6808 776
N usuaacuterias com crianccedilas
ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777
III163 Fizeram a
maioria das consultas de
diabetes nesta UBS nos
uacuteltimos 6 meses
1494 766 517 760 1352 744 613 809 2333 801 6309 777
N usuaacuterios com diabetes 1951 680 1816 758 2913 8118
III153 Fizeram a
maioria das consultas de
HAS nesta UBS nos
uacuteltimos 6 meses
4707 754 1360 742 4040 717 1663 780 6173 776 17943 754
N usuaacuterios com HAS 6239 1833 5638 2132 7955 23797
III106 Fizeram o exame
preventivo de cacircncer de
colo de uacutetero nesta UBS
12220 724 2616 684 8371 739 2870 736 11114 747 37191 732
N usuaacuterias 16870 3825 11325 3897 14874 50791
MEDIA 772 763 756 795 818 783
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
129
Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1710 Solicitam sorologia para HIVno preacute-natal
II179 Solicitam mamografia paramulheres entre 50 e 69 anos
II175 Solicitam exame de creatininapara HAS
I78 Ofertam consultas deenfermagem
II176 Solicitam exame dehemoglobina glicosilada para DM
I78 Ofertam consultas meacutedicas
I78 Ofertam vacinaccedilatildeo
I78 Dispensam medicamentos pelafarmaacutecia
I78 Ofertam consultasodontoloacutegicas
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III163 Fizeram a maioria das consultas dediabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses
III1416 Fizeram a maioria das vacinas dacrianccedila nesta UBS
III153 Fizeram a maioria das consultas deHAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses
III106 Fizeram o exame preventivo decacircncer de colo de uacutetero nesta UBS
II326 Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos quenecessitam receber cuidado no domiciacutelioIII116 Fizeram a maioria das consultas depreacute-natal nesta UBS
II207 Realizam procedimentos na UBS
II203 Realizam coleta de material paraexames de laboratoacuterio
II208 Realiza procedimento sutura deferimentos
130
532 Resolutividade da AB
A ldquoresolutividaderdquo diz respeito agrave qualidade dos serviccedilos prestados ou seja se as
accedilotildees e serviccedilos oferecidos pela Atenccedilatildeo Baacutesica conseguem responder agraves necessidades dos
usuaacuterios eou a capacidade do serviccedilo de realizar encaminhamentos adequados quando
necessaacuterio O contato da AB com outros pontos de atenccedilatildeo seraacute tratado no item
coordenaccedilatildeo do cuidado
A Tabela 9 e os Graacuteficos 13 e 14 apresentam os indicadores do componente
resolutividade da AB abrangendo a disponibilidade de profissionais de apoio do NASF
accedilotildees de educaccedilatildeo permanente medicamentos e vacina Considerando a meacutedia Brasil
963 das UBS possuem meacutedico 993 possuem enfermeiros e 780 possuem dentista
valores aproximados da disponibilidade de consultas analisada no componente anterior
561 das equipes recebem apoio do NASF cuja maior disponibilidade se refere aos
profissionais natildeo meacutedicos da seguinte forma 481 recebem apoio de psicoacutelogo 450
do fisioterapeuta 436 do nutricionista 376 do assistente social 226 do
farmacecircutico Das categorias meacutedicas no NASF 138 das equipes recebem apoio do
ginecologista 131 do pediatra e 108 do psiquiatra
A educaccedilatildeo permanente envolvendo profissionais da AB ocorre em 812 das
equipes poreacutem quando perguntado se essas accedilotildees contemplam as demandas e
necessidades da equipe apenas 613 responderam positivamente Quanto o aspecto das
ofertas 677 das equipes recebem medicamentos da farmaacutecia baacutesica em quantidade
suficiente para atender a populaccedilatildeo e 821 realizam todas as vacinas do calendaacuterio
baacutesico Contudo quando perguntados sobre os medicamentos apenas 306 dos usuaacuterios
afirmam que estes sempre estatildeo disponiacuteveis
Outras avaliaccedilotildees sob o ponto de vista dos usuaacuterios 725 acham que a sua equipe
sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS 652 relatam que nunca falta
material ou equipamento que prejudique seu atendimento 657 sempre encontram
facilidade para saber os resultados de seus exames e 528 afirmam que as orientaccedilotildees que
os profissionais fornecem na UBS sempre atende suas necessidades
Variaccedilotildees entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo observadas Em geral as regiotildees
de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5) destacam-se por resultados
que indicam maior capacidade para ser resolutiva As UBS de regiotildees de sauacutede de baixo
DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo as que mais possuem cirurgiatildeo-dentista (833) Os
menores percentuais estatildeo nas UBS regiotildees de alto DSE e meacutedia oferta (Reg 4) com
690
131
Apesar das equipes disporem de um baixo apoio dos profissionais do NASF com
valores proacuteximos a 50 mesmo nas categorias profissionais mais frequentes observa-se
maiores percentuais de equipes apoiadas pelo NASF nas Reg 5 independente da categoria
profissional Uma variaccedilatildeo importante tambeacutem eacute vista nas equipes das Reg 4 com
menores percentuais de apoio em geral (454)
Nas Reg 1 apenas 735 das equipes participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente
e 543 avaliam que estas contemplam as demandas e necessidades da equipe Nas Reg 2
o quadro eacute parecido 726 participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e 553 avaliam
como adequadas Jaacute nas Reg 5 as respostas alcanccedilam 925 das equipes com educaccedilatildeo
permanente e 733 avaliando como adequadas agraves demandas e necessidades da equipe
Os usuaacuterios mantem um mesmo padratildeo de resposta entre os diferentes grupos de
regiotildees de sauacutede acompanhando a meacutedia Brasil Uma variaccedilatildeo de destaque estaacute no
indicador sobre a presenccedila do meacutedico na UBS ou em atividades no bairro durante todos os
horaacuterios de funcionamento da UBS respondido positivamente por 695 dos usuaacuterios das
Reg 4 e Reg 5 enquanto apenas 555 das Reg 1 fizeram a mesma afirmaccedilatildeo Outro
desses indicadores se refere agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a falta de material ou
equipamento na UBS que prejudique o atendimento em que 593 dos usuaacuterios das Reg 1
e 719 das Reg 4 relatam nunca faltar material Jaacute em relaccedilatildeo aos medicamentos estarem
sempre disponiacuteveis as menores respostas estatildeo nas Reg 2 e 3 com 255 dos usuaacuterios
respondendo positivamente e 351 dos usuaacuterios das Reg 5 afirmando que os
medicamentos sempre estatildeo disponiacuteveis
Entre os indicadores de resolutividade os melhores resultados se referem agrave
disponibilidade de profissionais meacutedicos e enfermeiros necessitando ser melhorada em
relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal O apoio do NASF eacute ainda baixo dentre as categorias profissionais
mais frequentes o resultado eacute de apenas 50 de equipes o que pode gerar
encaminhamentos desnecessaacuterios para especialistas de casos que poderiam estar sendo
resolvidos na proacutepria UBS Haacute maior apoio de NASF nas regiotildees de sauacutede com alta oferta
de serviccedilos seguindo a tendecircncia Em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo permanente aleacutem da ampliaccedilatildeo
falta adequaacute-la agraves necessidades da equipe Surpreende que mais de 30 das equipes natildeo
recebem todos os medicamentos da farmaacutecia baacutesica e quase 20 natildeo disponibilizarem
todas as vacinas do calendaacuterio Na percepccedilatildeo dos usuaacuterios que em geral realizam piores
avaliaccedilotildees que os profissionais o que mais chama a atenccedilatildeo eacute a indisponibilidade de
medicamentos
132
Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade
da AB por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I35 UBS possuem
meacutedico 4796 959 1088 945 3407 961 1144 978 2811 975 13246 963
I35 UBS possuem
enfermeiro 4969 994 1146 996 3510 990 1159 991 2866 994 13650 993
I35 UBS possuem
cirurgiatildeo-dentista 4166 833 879 764 2817 795 807 690 2059 714 10728 780
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II122 Recebem apoio
do NASF 2944 571 577 463 1768 460 611 454 3384 684 9284 561
II123 Recebem apoio
de psicoacutelogo do NASF 2472 479 498 400 1510 393 529 393 2945 596 7954 481
II123 Recebem apoio
de fisioterapeuta do
NASF
2467 478 476 382 1364 355 428 318 2711 548 7446 450
II123 Recebem apoio
de nutricionista do
NASF
2371 459 439 353 1403 365 483 359 2510 508 7206 436
II123 Recebem apoio
de assistente social do
NASF
2056 398 392 315 1128 293 380 282 2263 458 6219 376
II123 Recebem apoio
de farmacecircutico do
NASF
985 191 243 195 766 199 288 214 1462 296 3744 226
II123 Recebem apoio
de ginecologista do
NASF
712 138 153 123 424 110 161 120 840 170 2290 138
II123 Recebem apoio
de pediatra do NASF 623 121 163 131 393 102 172 128 822 166 2173 131
II123 Recebem apoio
de psiquiatra do NASF 420 81 85 68 216 56 113 84 948 192 1782 108
II81 No municiacutepio haacute
accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente envolvendo
profissionais da AB
3794 735 904 726 2992 778 1172 870 4576 925 13438 812
II84 Quando haacute accedilotildees
de educaccedilatildeo
permanente estas
contemplam as
demandas e
necessidades da equipe
2800 543 688 553 2180 567 900 668 3627 733 10195 613
II201 Recebem
medicamentos da
farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender
a populaccedilatildeo
3504 679 761 611 2518 655 949 705 3460 700 11192 677
II205 Realizam todas
as vacinas do calendaacuterio
baacutesico
4498 872 1042 837 2678 697 1031 765 4335 877 13584 821
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
133
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
Usuaacuterios
III81 Quando satildeo
atendidos acham que a
equipe sempre busca
resolver suas
necessidades problemas
na proacutepria UBS
14878 721 3492 713 11280 744 4005 735 13736 714 47391 725
III181 Nunca falta
material ou
equipamento na UBS
que prejudique seu
atendimento
12250 593 2943 601 10566 697 3913 719 12968 674 42640 652
III922 Sempre
encontram facilidade
para saber os resultados
de seus exames
12890 624 3185 650 10581 698 3751 689 12532 652 42939 657
III 182 Quando o
profissional receita um
medicamento este estaacute
sempre disponiacutevel
6462 313 1250 255 3873 255 1664 306 6760 351 20009 306
III75 As orientaccedilotildees
que os profissionais
fornecem na UBS
sempre atendem suas
necessidades
10966 531 2435 497 8529 562 2849 523 9760 507 34539 528
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 539 509 517 531 597 544
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB
por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I35 UBS possuem enfermeiro
I35 UBS possuem meacutedico
II205 Realizam todas as vacinas docalendaacuterio baacutesico
II81 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente envolvendo profissionais daAB
I35 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista
III81 Quando satildeo atendidos acham quea equipe sempre busca resolver suasnecessidades problemas na proacutepria UBS
II201 Recebem medicamentos dafarmaacutecia baacutesica suficientes para atender apopulaccedilatildeo
134
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB
por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
533 Discussatildeo
A abrangecircncia ou integralidade expressa neste trabalho pelos componentes
ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo e ldquoresolutividade da ABrdquo apresentou resultados
positivos principalmente em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de
enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Os indicadores relacionados
agrave educaccedilatildeo permanente coleta de material para exames disponibilidade de medicamentos
vacinas e apoio do NASF indicam necessidade de melhorias para maior resolutividade das
accedilotildees da AB
Visto os diferentes sentidos da integralidade eacute importante destacar que para a
anaacutelise do atributo abrangecircnciaintegralidade foram selecionadas condiccedilotildees objetivas de
organizaccedilatildeo do serviccedilo e percepccedilatildeo dos usuaacuterios (Starfield 2002) Natildeo se extrapolou para
outras noccedilotildees de integralidade como por exemplo a praacutetica sanitaacuteria individual para uma
abordagem integral do indiviacuteduo a abrangecircncia das respostas governamentais (Mattos
2001) ou a integraccedilatildeo dos serviccedilos por meio de redes assistenciais (Mendes 2011)
Brandatildeo et al (2013) em estudo sobre o instrumento de avaliaccedilatildeo da APS por
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III922 Sempre encontramfacilidade para saber os resultadosde seus exames
III181 Nunca falta material ouequipamento na UBS queprejudique seu atendimento
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente estas contemplam asdemandas e necessidades da equipe
II122 Recebem apoio do NASF
III75 As orientaccedilotildees que osprofissionais fornecem na UBSsempre atendem suas necessidades
III 182 Quando o profissionalreceita um medicamento este estaacutesempre disponiacutevel
135
usuaacuterios EUROPEP apontam como sugestotildees dos usuaacuterios a ampliaccedilatildeo da oferta de
profissionais e serviccedilos a maior disponibilidade de medicamentos a ampliaccedilatildeo da oferta
de exames implantaccedilatildeo do serviccedilo de urgecircnciaemergecircncia e aumento de realizaccedilatildeo de
visitas domiciliares Tais itens satildeo similares agrave seleccedilatildeo do nosso estudo
Os resultados das Tabelas 8 e 9 mostram a carecircncia do dentista nas equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica em comparaccedilatildeo com os demais profissionais da equipe miacutenima assim
como o baixo nuacutemero de consultas odontoloacutegicas independente da regiatildeo de sauacutede Em
relaccedilatildeo agraves consultas meacutedicas os menores resultados satildeo visualizados nas equipes de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) Casotti et al (2014) indicam
resultados mais especiacuteficos em relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal em que apenas 451 dos usuaacuterios
conseguem marcar consulta com o dentista e que mais de 80 das equipes ofertam vagas
em funccedilatildeo do risco identificado
Nos grupos prioritaacuterios de cuidado continuado como pessoas com HAS DM
mulheres adultas crianccedilas e preacute-natal observou-se em nosso estudo que cerca de 20 a 30
de usuaacuterios natildeo fizeram as consultas na UBS Considerando o atributo de primeiro contato
em que o horaacuterio de funcionamento atende agraves necessidades talvez o que justifique esse
resultado seja a dificuldade na marcaccedilatildeo das consultas na ausecircncia de oferta
Aleacutem disso nos marcadores selecionados para esses grupos prioritaacuterios visualiza-
se pontos significativos como por exemplo a solicitaccedilatildeo de exames baacutesicos presente na
maioria das equipes Contudo ao observar que equipes coletam o exame na proacutepria UBS
esses resultados tem variaccedilatildeo importante de acordo com a regiatildeo de sauacutede Em regiotildees de
sauacutede alto desenvolvimento socioeconocircmico e com alta oferta de serviccedilos (Reg 5) a coleta
chega a 751 enquanto nas regiotildees de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa
oferta de serviccedilos (Reg 1) apenas 344 das equipes realizam os exames Os usuaacuterios que
sempre encontram facilidade para saber o resultado dos seus exames correspondem a
657 Fausto et al (2014) na comparaccedilatildeo por porte populacional destacam que satildeo
visiacuteveis os espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees na APS com oferta de cuidados
regulares e resolutivos mas chamam a atenccedilatildeo que mais de 50 das UBS em municiacutepios
de ateacute 100000 habitantes natildeo dispotildeem de serviccedilos baacutesicos como coleta de material para
exames
Giovanella et al (2015) em estudo sobre tipologia das UBS encontra que apenas
44 das UBS oferecem um conjunto de serviccedilos miacutenimos (consultas meacutedicas de
enfermagem e odontoloacutegicas dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia e vacinaccedilatildeo) ou
seja mais de 20 mil UBS brasileiras natildeo ofertam esse conjunto de serviccedilos
136
Especificamente a vacinaccedilatildeo uma atividade da Atenccedilatildeo Baacutesica desde a sua criaccedilatildeo natildeo eacute
realizada por mais de 9 mil UBS no paiacutes (24) A disponibilidade de geladeira exclusiva
para vacina apresenta resultados inferiores com 35 das UBS natildeo possuindo (Giovanella
et al 2015)
Nas Tabelas 8 e 9 apesar de mais de 800 das UBS possuiacuterem dispensaccedilatildeo de
medicamentos apenas 677 recebem medicamentos suficientes e somente 306 dos
usuaacuterios declaram que o medicamento sempre estaacute disponiacutevel Tais resultados demonstram
uma baixa disponibilidade de medicamentos independente da regiatildeo de sauacutede assim como
em estudo de Mendes et al (2014) que realizaram a comparaccedilatildeo por estrato populacional e
achou resultados sobre a disponibilidade meacutedia de medicamentos que convergiram com o
cenaacuterio global A disponibilidade meacutedia de medicamentos foi de 585 abaixo do valor
aceitaacutevel de 80 proposto pela OMS em todos os estratos analisados seja o populacional
seja por tipo de UBS Os autores destacam que apoacutes a Poliacutetica Nacional de Medicamentos
e descentralizaccedilatildeo da assistecircncia farmacecircutica em 2005 poucos estudos nacionais foram
realizados Tais resultados associados agrave percepccedilatildeo da organizaccedilatildeo nas UBS remete-nos agrave
hipoacutetese de que a baixa disponibilidade de medicamentos pode ser justificada pela
centralizaccedilatildeo da dispensaccedilatildeo em UBS centrais principalmente considerando a dificuldade
de logiacutestica adequada de dispensaccedilatildeo de medicamentos com qualidade
Outra questatildeo que poderia influenciar positivamente nesses resultados sobre
medicamentos seria a existecircncia do farmacecircutico no NASF Todavia apenas cerca de 20
das equipes recebe este apoio Mendes et al (2014) ressaltam que apesar de positiva e
significativamente associada agrave boa disponibilidade o apoio matricial do farmacecircutico foi
baixo
O apoio matricial tem aos poucos se estruturado no Brasil com melhorias na
qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica segundo diversos autores (Fonseca Sobrinho et al 2014
Sampaio et al 2012) Fonseca Sobrinho et al (2014) destacam os avanccedilos do NASF por
exemplo atraveacutes de accedilotildees como educaccedilatildeo permanente construccedilatildeo conjunta accedilotildees cliacutenicas
compartilhadas discussotildees de processo de trabalho e intervenccedilotildees no territoacuterio Os autores
discutem que as atividades de apoio matricial na Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil satildeo expressivas
poreacutem extremamente desiguais de acordo com o desenvolvimento das regiotildees Em regiotildees
mais desenvolvidas haacute maior presenccedila de apoio matricial da mesma forma que apontam
os resultados de nosso estudo Os autores destacam que em 12 estados brasileiros cerca de
50 das equipes de AB possuem baixo ou nenhum apoio matricial (Fonseca Sobrinho et
al 2014) Na Tabela 9 observa-se resultados similares em que nas categorias
137
profissionais mais frequentes nenhuma delas chega aos 50 de presenccedila nas equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica (meacutedia Brasil) Especialmente as categorias meacutedicas no NASF satildeo as mais
ausentes
Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de procedimentos pelas UBS a portaria 841 de maio de
2012 define o que seria caracterizado como ldquoatendimento ciruacutergico ambulatorial baacutesicordquo
Discutido no atributo de primeiro contato escolheu-se aqui o exemplo de sutura de
ferimentos que requer um ambiente esteacuteril para realizaccedilatildeo E o resultado foi um terccedilo das
equipes realizando com valores inferiores nas Reg 5 Nessas uacuteltimas a caracteriacutestica de
pequenas cirurgias seria menor devido agrave presenccedila de Unidades de pronto-atendimento Ou
essas UBS seriam mais criteriosas em relaccedilatildeo agrave seguranccedila do procedimento Esses satildeo
exemplos de questotildees que exigiriam novos estudos para aprofundamento
Assis et al (2010) em pesquisa com usuaacuterios encontraram que 82 dos usuaacuterios
referiram que sua necessidade de sauacutede foi resolvida na proacutepria UBS assim como nos
dados do PMAQ AB Os autores destacam que essa busca pela UBS para resoluccedilatildeo dos
seus problemas fortalece o viacutenculo entre instituiccedilatildeo usuaacuterios e trabalhadores de sauacutede e
sugere a identificaccedilatildeo da UBS como um serviccedilo de sauacutede resolutivo (Assis et al 2010)
Importante destacar que essa percepccedilatildeo eacute inferior quando os usuaacuterios satildeo perguntados se os
profissionais fornecem orientaccedilotildees que sempre atendem agraves suas necessidades
Outro ponto de discussatildeo se refere agraves visitas domiciliares com maior mapeamento
dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg
4 e Reg 5) Da mesma forma satildeo as regiotildees que mais possuem accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente e adequadas agraves necessidades e demandas da equipe Como uma seacuterie de
resultados satildeo melhores nessas regiotildees pode-se supor que a infraestrutura e a educaccedilatildeo
permanente tecircm influecircncia positiva na oferta e disponibilidade de serviccedilos
Uma das limitaccedilotildees na escolha dos indicadores se refere agraves accedilotildees de sauacutede bucal O
uacutenico indicador escolhido referente a esta temaacutetica eacute a disponibilidade de cirurgiatildeo-dentista
e de consultas de sauacutede bucal Isso porque o questionaacuterio PMAQ AB traz uma seacuterie de
perguntas especiacuteficas sobre instrumental e procedimentos sendo difiacutecil para um natildeo
especialista na aacuterea identificar elementos marcadores para o processo de trabalho
Uma dificuldade para a avaliaccedilatildeo da integralidade eacute que o acesso eacute inseparaacutevel ou
preacute-condiccedilatildeo para a integralidade Um conjunto de accedilotildees ofertadas soacute teraacute efetividade se
for utilizada com equidade de acordo com as necessidades do usuaacuterio Ou seja eacute
importante verificar se estaacute ocorrendo acesso a um sistema com cuidados integrais (Conill
2004)
138
A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e oferta
de serviccedilos das regiotildees de sauacutede Mendes et al (2014) apontam que municiacutepios com
menos habitantes tem menor escala de compra menor disponibilidade de recursos
humanos capacitados e maiores dificuldades de infraestrutura Da mesma forma
Giovanella et al (2015) mostram que a maior presenccedila de UBS sem condiccedilotildees de
funcionamento se concentra nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa oferta de serviccedilos
(Reg 1) assim como a melhor estrutura nas Reg 5
Em siacutentese pode-se dizer que a abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou
melhores resultados no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB
Resultados positivos foram observados quanto agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de
enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Eacute importante que as
unidades de atenccedilatildeo baacutesica ampliem seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos
para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e
medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo
dos profissionais na atenccedilatildeo agraves condiccedilotildees de impacto na sauacutede das famiacutelias seja para
grupos dos programas de sauacutede seja para problemas como alcoolismo drogas sauacutede
mental etc (Harzheim etal 2004 Leatildeo et al 2011) A alta resolutividade eacute percebida
pelo usuaacuterio agrave medida que haacute alta satisfaccedilatildeo com os serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica (Harzheim
etal 2004)
Do total de 40 indicadores haacute um conjunto de 32 indicadores que podem ser
considerados um padratildeo de referecircncia para o atributo da integralidade Tecircm-se que
resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Dos 32 indicadores 8 indicadores se apresentaram no
padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 10 indicadores se expressaram com padratildeo
bom (entre 75 e 89 das respostas) e 9 indicadores estatildeo no padratildeo regular (entre 60 a
74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) foi visualizado
em 5 indicadores A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito bom estaacute na
disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de padratildeo
inadequado se concentram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave equipe
pelas diferentes categorias do NASF
O Graacutefico 15 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
abrangecircnciaintegralidade
139
Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
Resolutividade da AB
140
54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO
A coordenaccedilatildeo refere-se agrave capacidade dos prestadores de atenccedilatildeo primaacuteria
coordenar o uso de serviccedilos no territoacuterio e em outros niacuteveis de atenccedilatildeo para resolver
necessidades menos frequentes e mais complexas e garantir continuidade assistencial
(Giovanella e Mendonccedila 2012) Relaciona-se agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais
e serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede ao acompanhamento dos casos cliacutenicos por meio de
ferramentas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo e agrave existecircncia de referecircnciasfluxos entre os
serviccedilos (Almeida et al 2010)
Para tal escolheu-se os componentes continuidade informacional ordenamento de
fluxos assistenciais acesso agrave consultaexames especializados e comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos AB e AE para a anaacutelise da coordenaccedilatildeo do cuidado pelas equipes de Atenccedilatildeo
Baacutesica
541 Continuidade informacional
A ldquocontinuidade informacionalrdquo abarca a organizaccedilatildeo do serviccedilo para registrar as
accedilotildees realizadas incluindo os prontuaacuterios que favorecem a disponibilidade e utilizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo para uma atenccedilatildeo mais integral e voltada agraves necessidades do paciente
(Navarrete et al 2009) A continuidade informacional entre diversos serviccedilos e niacuteveis de
atenccedilatildeo aumenta as possibilidades de colaboraccedilatildeocomunicaccedilatildeo entre os diferentes pontos
da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Almeida et al 2014) O registro e acompanhamento de casos
mais graves encaminhados demonstra iniciativa de coordenaccedilatildeo
Na Tabela 10 e Graacutefico 16 satildeo apresentados indicadores do componente
continuidade informacional Verificou-se que 140 das equipes possuem prontuaacuterio
eletrocircnico e apenas em 110 das equipes ele estaacute integrado com outros pontos da rede de
atenccedilatildeo As fichas de encaminhamento para os demais pontos de atenccedilatildeo foram
apresentadas por 852 das equipes contudo a comprovaccedilatildeo de registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros serviccedilos eacute de apenas 378
No que se refere agraves patologias e classificaccedilatildeo de risco 484 das equipes manteacutem
registro das pessoas com HAS com maior riscogravidade 52 possuem registro das
pessoas com DM com maior riscogravidade 660 comprovam o registro do nuacutemero de
usuaacuterios com tuberculose e 515 comprovam o registro de usuaacuterios com hanseniacutease
Comparando os grupos de regiotildees de sauacutede para todos os indicadores valores
superiores agrave meacutedia Brasil e aos demais grupos satildeo apesentados nas equipes das regiotildees de
sauacutede de alto DSE e alta oferta (Reg 5) A uacutenica exceccedilatildeo ocorre no registro de usuaacuterios
141
com hanseniacutease em que a Reg 2 se destaca com 662 das equipes apresentando
comprovaccedilatildeo
Os resultados mais negativos podem ser observados nas Reg 1 e Reg 3 Nas Reg 1
apenas 12 das equipes possuem prontuaacuterio eletrocircnico e 08 integrado a outros pontos
da atenccedilatildeo 761 comprovam existir fichas de encaminhamento para outros pontos de
atenccedilatildeo e 326 manteacutem registro dos usuaacuterios de maior risco encaminhados a outros
serviccedilos Nas Reg 3 percebemos o menor registro entre os grupos em relaccedilatildeo agraves patologias
407 possuem registro de pessoas com HAS com maior risco 437 de pessoas com DM
com maior risco e 564 comprovam o registro do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
Observa-se portanto a necessidade de melhora e qualificaccedilatildeo dos registros de
encaminhamentos Especialmente em uma realidade nacional com rotatividade de
profissionais registros incompletos geram accedilotildees duplicadas nos serviccedilos gastos
desnecessaacuterios e descontinuidade no cuidado aos usuaacuterios Haacute carecircncia de informaccedilatildeo
compartilhada entre os pontos de atenccedilatildeo ficando restrita agraves fichas de encaminhamento
dos usuaacuterios que mais se constituem como um facilitador de acesso do que como uma
ferramenta de comunicaccedilatildeo entre profissionais
Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por
grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n N
EqAB
II145 Possui
prontuaacuterio eletrocircnico
implantado
64 12 63 51 501 130 237 176 1457 295 2322 140
II146 Possuem
prontuaacuterio eletrocircnico e
ele estaacute integrado com
outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
39 08 41 33 383 100 206 153 1156 234 1825 110
II1831 Comprovam
existir fichas de
encaminhamento dos
usuaacuterios para demais
pontos de atenccedilatildeo
3926 761 1072 861 3200 832 1236 918 4651 941 14085 852
II1721 Comprovam
manter registro dos
usuaacuterios de maior risco
encaminhados para
outros pontos de
atenccedilatildeo
1680 326 455 365 1319 343 548 407 2256 456 6258 378
II254 Possui registro
das pessoas com HAS 2317 449 565 454 1563 407 696 517 2871 581 8012 484
142
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n N
com maior
riscogravidade
II264 Possui registro
das pessoas com DM
com maior
riscogravidade
2493 483 600 482 1678 437 727 540 3102 627 8600 520
II2711 Comprovam
possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios
com tuberculose
3122 605 802 644 2169 564 930 690 3901 789 10924 660
II2811 Comprovam
possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios
com hanseniacutease
2744 532 824 662 1768 460 634 471 2545 515 8515 515
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
MEacuteDIA 397 444 409 484 555 457
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade
informacional por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
542 Ordenamento de fluxos assistenciais
O ldquoordenamento de fluxos assistenciaisrdquo eacute expresso pelas referecircncias e fluxos
definidos para o encaminhamento entre os niacuteveis de atenccedilatildeo assim como pelos protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para grupos prioritaacuterios ou com patologias
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1831 Comprovam existir fichas deencaminhamento dos usuaacuterios parademais pontos de atenccedilatildeoII2711 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II264 Possui registro das pessoas comDM com maior riscogravidade
II2811 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
II254 Possui registro das pessoas comHAS com maior riscogravidade
II1721 Comprovam manter registro dosusuaacuterios de maior risco encaminhadospara outros pontos de atenccedilatildeoII145 Possui prontuaacuterio eletrocircnicoimplantado
II146 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico eele estaacute integrado com outros pontos darede de atenccedilatildeo
143
atendidos pela AB
Na Tabela 11 e Graacutefico 17 satildeo apresentados os indicadores de ordenamento de
fluxos assistenciais Os protocolos com definiccedilatildeo de prioridades de encaminhamento estatildeo
presentes em 429 das equipes Em relaccedilatildeo aos grupos prioritaacuterios 748 das equipes
possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para preacute-natal 694 para
HAS e 695 para DM As referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal estatildeo
presentes em documentos de 566 das equipes sendo que 519 das equipes possuem
referecircncias e fluxos para cacircncer de mama 527 para cacircncer de colo de uacutetero e 484
para parto Quando perguntadas sobre a maternidade que fariam o parto apenas 466 das
usuaacuterias tiveram orientaccedilatildeo sobre o local E em relaccedilatildeo a sair da consulta de preacute-natal com
a proacutexima marcada as respostas foram de 616 das usuaacuterias
As diferenccedilas de respostas entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo marcantes As
respostas mais positivas aparecem nos grupos das Reg 5 e as mais negativas variam entre
os grupos das Reg 1 e Reg 2 Os protocolos com prioridades de encaminhamento estatildeo
presentes apenas em 307 das equipes das Reg 2 resultado similar aos grupos Reg 1 e
Reg 3 e 631 das equipes das Reg 5 Quanto agraves especificidades desses protocolos tecircm-se
674 das equipes nas Reg 1 e 865 nas Reg 5 quanto ao protocolo de preacute-natal 603
nas Reg 1 e 823 nas Reg 5 em relaccedilatildeo ao protocolo de HAS 607 nas Reg 1 e 820
nas Reg 5 no que se refere ao protocolo para DM Um comportamento diferente pode ser
observado sob a perspectiva das usuaacuterias em que 539 das usuaacuterias das Reg 3 respondem
que jaacute saem do preacute-natal com a consulta marcada e 702 das Reg 1 fazem a mesma
afirmaccedilatildeo
Os documentos com referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal para o
atendimento dos usuaacuterios da equipe estatildeo disponiacuteveis por 455 das equipes das Reg 1 e
742 das equipes das Reg 5 Para o cacircncer de mama 406 das equipes das Reg 2 e
698 das Reg 5 possuem referecircncias ou fluxos definidos Para o cacircncer de colo de uacutetero
os percentuais variam entre 414 nas Reg 2 e 706 nas Reg 5 E quanto agraves definiccedilotildees
para o parto apenas 383 das equipes das Reg 1 possuem referencias e fluxos definidos
enquanto 660 das Reg 5 fazem a mesma afirmaccedilatildeo
Nota-se que as classificaccedilotildees de risco existecircncia de protocolos de prioridades de
encaminhamento assim como referecircncias e fluxos definidos satildeo mais frequentes apenas
nas regiotildees de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos Chama a
atenccedilatildeo a dificuldade de referecircncias e fluxos definidos especialmente nas regiotildees de baixa
oferta de serviccedilos
144
Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n N
EqAB
II173 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades
de encaminhamento
1658 321 382 307 1248 325 697 517 3119 631 7104 429
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para preacute-
natal
3476 674 843 677 2706 704 1077 800 4275 865 12377 748
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para HAS
3114 603 774 622 2559 666 968 719 4068 823 11483 694
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para DM
3134 607 783 629 2558 665 971 721 4056 820 11502 695
II184 Possuem
documentos contendo
as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo
municipal para os
atendimentos dos
usuaacuterios do territoacuterio da
equipe
2349 455 568 456 1918 499 857 636 3669 742 9361 566
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para cacircncer
de mama
2117 410 505 406 1733 451 773 574 3452 698 8580 519
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para cacircncer
de colo de uacutetero
2175 422 515 414 1757 457 783 581 3493 706 8723 527
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para parto
1975 383 485 390 1567 408 713 529 3263 660 8003 484
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterias
III1120 Na consulta
de preacute-natal jaacute saem
com a proacutexima consulta
marcada
1837 702 481 580 1176 539 458 578 1453 616 5405 616
III1122 Foram
orientadas sobre a
maternidade que fariam
o parto
1324 506 373 450 917 420 356 449 1122 476 4092 466
N usuaacuterias com
crianccedilas ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777
MEacuteDIA 533 519 542 627 714 595
145
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
543 Acesso a consultasexames especializados
A garantia de acesso agrave atenccedilatildeo especializada eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para que a
coordenaccedilatildeo se realize Os indicadores selecionados estatildeo relacionados aos modos como o
serviccedilo se organiza para que o usuaacuterio ingresse na atenccedilatildeo especializada quando
necessaacuterio entendendo o papel da AB como ordenadora desses encaminhamentos e
organizadora da fila de espera de acordo com prioridades em sauacutede Um acesso oportuno agrave
rede de atenccedilatildeo e acompanhamento do usuaacuterio inclusive quando este eacute encaminhado ao
cuidado especializado eacute uma das principais funccedilotildees da AB enquanto coordenadora do
cuidado (Almeida et al 2010)
Na Tabela 12 e Graacutefico 18 satildeo apresentados indicadores do componente acesso a
consultasexames especializados Na meacutedia Brasil 898 das equipes possuem central
para marcaccedilatildeo de consulta especializada e 868 possuem central para marcaccedilatildeo de
exames Ao necessitar ser encaminhado para consulta especializada somente 262 das
equipes respondem que o usuaacuterio jaacute sai da UBS com a consulta agendada e 610 das
equipes respondem que a consulta eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para preacute-natal
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para DM
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para HAS
III1120 Na consulta de preacute-natal jaacute saem com aproacutexima consulta marcada
II184 Possuem documentos contendo as referecircncias efluxos pactuados pela gestatildeo municipal para osatendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio da equipeII185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de colo de uacutetero
II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de mama
II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paraparto
III1122 Foram orientadas sobre a maternidade quefariam o parto
II173 Possuem protocolos com definiccedilatildeo deprioridades de encaminhamento
146
usuaacuterio Quando o usuaacuterio eacute perguntado sobre o mesmo tema apenas 130 relatam sair
da UBS com a consulta agendada para o especialista 465 respondem que a consulta eacute
marcada pela UBS e posteriormente informada e 677 afirmam que quando precisam
sempre conseguem marcar uma consulta com outros profissionais ou especialistas Em
relaccedilatildeo agrave fila de espera 492 das equipes coordenam a fila para usuaacuterios com HAS e
489 coordenam para usuaacuterios com DM
Observa-se similaridade nas respostas se compararmos os diferentes grupos de
regiotildees de sauacutede nos indicadores sobre centrais de marcaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo de fila de
espera E diferenccedilas consideraacuteveis quando observamos os resultados de forma de acesso agrave
consulta especializada
Nas equipes das Reg 1 e Reg 2 o usuaacuterio sai da UBS com a consulta especializada
agendada em 161 e 191 dos casos respectivamente enquanto nas Reg 4 e Reg 5 as
respostas correspondem a 339 e 330 das equipes No formato em que a consulta
especializada eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao paciente tem-se nas Reg
1 408 das equipes procedendo dessa forma enquanto nas Reg 4 e Reg 5 os valores satildeo
bem superiores sendo 736 nas Reg 4 e 821 das equipes nas Reg 5 Os usuaacuterios
fazem uma avaliaccedilatildeo mais negativa relatando que nas Reg 1 somente 298 tiveram suas
consultas marcadas pela UBS e posteriormente informadas e nas Reg 5 609 Um
resultado diferenciado aparece em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo de fila de espera para usuaacuterios
com HAS em que o grupo das Reg 2 apresentam os melhores resultados (530) e no caso
da fila de espera para usuaacuterios com diabetes os resultados das Reg 2 (515) se equiparam
agraves equipes das Reg 5 (517)
O acesso a consultasexames especializados parece ser facilitado tanto pela
existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo como pela forma como as equipes majoritariamente
vecircm marcando as consultas especializadas ndash no mesmo dia da consulta AB ou
posteriormente Observa-se uma necessidade de melhoria de acesso nas regiotildees de sauacutede
de baixa oferta de serviccedilos possivelmente impactadas pela indisponibilidade de serviccedilos
especializados A coordenaccedilatildeo da fila de espera aqui exemplificada pelas pessoas com
HAS e DM necessita ser incentivada independente da regiatildeo de sauacutede visto que tem um
papel fundamental na busca da equidade e garantia dos atendimentos em sauacutede pela rede
de atenccedilatildeo
147
Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames
especializados por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n
EqAB
II182 Possui central
para marcaccedilatildeo de
consulta especializada
4502 872 1056 848 3412 888 1256 932 4634 937 14860 898
II182Possui central
para marcaccedilatildeo de
exames
4419 856 996 800 3264 849 1210 898 4465 903 14354 868
II171 Quando o
usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser
encaminhado para
consulta especializada
jaacute sai da UBS com a
consulta agendada
829 161 238 191 1179 307 456 339 1632 330 4334 262
II171 A consulta eacute
marcada pela UBS e
depois informada ao
usuaacuterio
2106 408 622 500 2304 599 991 736 4061 821 10084 610
II256 Coordena a fila
de espera para usuaacuterios
com HAS
2492 483 660 530 1807 470 669 497 2505 507 8133 492
II266 Coordena a fila
de espera para usuaacuterios
com DM
2454 476 641 515 1775 462 669 497 2556 517 8095 489
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III919 Quando
precisam os
profissionais da equipe
sempre conseguem
marcar uma consulta
com outros
profissionais ou
especialistas
8790 633 2075 633 8384 730 3037 728 9956 674 32242 677
III920 Quando satildeo
atendidos na UBS e
necessitam ser
encaminhados para
outros profissionais ou
especialistas saem da
UBS com a consulta
agendada
1413 102 352 107 1873 163 581 139 1954 132 6173 130
III920 Quando satildeo
atendidos na UBS e
necessitam ser
encaminhados para
outros profissionais ou
especialistas a consulta
eacute marcada pela UBS e
depois informada ao
usuaacuterio
4146 298 1222 373 5345 465 2418 580 8983 609 22114 465
148
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n N usuaacuterios que
alguma vez precisou
marcar consultas com
especialistas
13897 3279 11491 4171 14761 47599
MEacuteDIA 477 500 548 594 603 543
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas
especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
A comunicaccedilatildeo eficaz entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
tanto quanto a comunicaccedilatildeo profissional-usuaacuterio satildeo elementos essenciais para o
atendimento de boa qualidade (Davis et al 2014) A coordenaccedilatildeo eacute especialmente afetada
pela falta de integraccedilatildeo entre os niacuteveis assistenciais e precaacuteria relaccedilatildeo entre os prestadores
o que resulta em barreiras para a trajetoacuteria do usuaacuterio pela rede de atenccedilatildeo (Almeida et al
2010)
Na Tabela 13 e Graacutefico 19 satildeo apresentados indicadores do componente
comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos da atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada As equipes de
atenccedilatildeo baacutesica que fizeram contato com especialistas representam 670 enquanto as que
foram contatadas por especialistas correspondem a menos da metade das equipes (485)
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II182 Possui central para marcaccedilatildeo de consultaespecializada
II182Possui central para marcaccedilatildeo de exames
III919 Quando precisam os profissionais da equipe sempreconseguem marcar uma consulta com outros profissionais ouespecialistasII171 A consulta eacute marcada pela UBS e depois informada aousuaacuterio
II256 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com HAS
II266 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com DM
III920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistas aconsulta eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterioII171 Quando o usuaacuterio eacute atendido na UBS e necessita serencaminhado para consulta especializada jaacute sai da UBS coma consulta agendadaIII920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistassaem da UBS com a consulta agendada
149
A existecircncia de fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado entre AB e AE eacute uma realidade
para metade das equipes (498) Todavia diversos tipos de fluxo institucionalizado satildeo
pouco frequentes a discussatildeo de casos ocorre em 175 das equipes as reuniotildees teacutecnicas
com especialistas em 131 o telessauacutede em 77 das equipes e a ficha de referecircncia
contra-referecircncia com histoacuteria detalhada e sugestotildees de conduta eacute utilizada por 412 das
equipes A lista de contatos na UBS com os especialistas da rede SUS estaacute presente em
431 das equipes E 401 dos usuaacuterios afirmam que depois de atendidos por outros
profissionais fora da UBS a equipe sempre conversou sobre esse atendimento
A variaccedilatildeo entre os grupos de regiotildees de sauacutede eacute expressa pelo tipo de fluxo
institucionalizado e a existecircncia de lista de contatos na UBS Quanto a esse uacuteltimo os
extremos satildeo 330 de equipes possuem lista nas Reg 1 e 530 nas Reg 5 Em relaccedilatildeo a
existecircncia de fluxo institucionalizado os melhores resultados estatildeo nas Reg 4 (578) e
Reg 5 (637) e os piores nas Reg 1 (382) e Reg 2 (368) O mesmo comportamento
pode ser observado em relaccedilatildeo aos tipos de fluxos institucionalizados (discussatildeo de casos
reuniotildees teacutecnicas com especialistas telessauacutede e fichas de referecircncia e contra-referecircncia)
com baixos resultados em geral contudo mais altos nas equipes das Reg 5 e mais baixos
nas Reg 1
Na comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE o uacutenico resultado que ultrapassa
a metade das equipes estaacute no contato feito pela atenccedilatildeo baacutesica com os especialistas A
institucionalizaccedilatildeo de fluxos de comunicaccedilatildeo seria um grande avanccedilo na organizaccedilatildeo dos
serviccedilos para potencializar o cuidado em sauacutede e o diaacutelogo entre os profissionais Mas
percebe-se que o tipo mais utilizado ainda eacute a ficha de referecircnciacontra-referecircncia
inclusive nas regiotildees de alto DSE e alta oferta
Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II186 Fizeram contato
com especialistas 3258 631 748 601 2707 704 926 687 3436 695 11075 670
II187 Foram contatadas
por especialistas 2333 452 553 444 1876 488 686 509 2576 520 8021 485
II188 Possuem fluxo de
comunicaccedilatildeo
institucionalizado entre
AB e AE
1973 382 458 368 1870 486 779 578 3150 637 8230 498
150
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE discussatildeo de
casos
684 133 184 148 599 156 288 214 1141 231 2896 175
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE reuniotildees
teacutecnicas com
especialistas
476 92 130 104 368 96 235 174 953 193 2162 131
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE telessauacutede
266 52 109 88 336 87 140 104 426 86 1277 77
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE ficha de
referecircncia
contrarreferecircncia com
histoacuteria detalhada e
sugestotildees de conduta
1581 306 359 288 1543 401 639 474 2698 546 6820 412
II1811 Possuem uma
lista de contatos na UBS
com os especialistas da
rede SUS
1701 330 417 335 1704 443 688 511 2619 530 7129 431
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III921 Depois que
foram atendidos por
outros profissionais fora
da UBS a EqAB sempre
conversou sobre o
atendimento
5665 408 1199 366 4783 416 1718 412 5713 387 19078 401
N usuaacuterios que alguma
vez precisou marcar
consultas com
especialistas
13897 3279 11491 4171 14761 47599
MEacuteDIA 310 305 364 407 425 364
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
151
Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta
entre serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
545 Discussatildeo
A partir do conjunto de componentes que integram o atributo da coordenaccedilatildeo em
linhas gerais pode-se verificar dificuldades na maior parte dos indicadores analisados que
abrangem acesso agraves consultas e exames especializados disponibilidade de equipamentos
de tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) contato entre os profissionais da AB e
AE e mecanismos de referecircncias e fluxos para o cuidado ao usuaacuterio nos diferentes pontos
da rede de atenccedilatildeo
Diferentes estudos sobre o tema em especial nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo nos
paiacuteses europeus mostram ser esta uma preocupaccedilatildeo crescente assim como o avanccedilo de
medidas para melhorar a coordenaccedilatildeo do cuidado em paiacuteses com serviccedilos nacionais de
sauacutede cuja funccedilatildeo de gatekeeper eacute exercida pela APS (Giovanella e Stegmuumlller 2013
Starfield et al 2005) Nesses casos eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da
APS no sistema de sauacutede em que os serviccedilos ambulatoriais de primeiro contato estatildeo
integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo individual eacute garantida
em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014)
Jaacute no caso brasileiro diversos estudos encontraram deficiecircncia na funccedilatildeo de
coordenaccedilatildeo pela APS (Escorel et al 2007 Ibantildeez et al 2006 OPAS 2013 Mesquita
Filho et al 2014 Almeida et al 2010 Fausto et al 2014)
Escorel et al (2007) a partir de resultados insatisfatoacuterios para a coordenaccedilatildeo do
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II186 Fizeram contato com especialistas
II188 Possuem fluxo de comunicaccedilatildeoinstitucionalizado entre AB e AE
II187 Foram contatadas por especialistas
II1811 Possuem uma lista de contatos na UBScom os especialistas da rede SUS
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEficha de referecircncia contrarreferecircncia comhistoacuteria detalhada e sugestotildees de condutaIII921 Depois que foram atendidos por outrosprofissionais fora da UBS a EqAB sempreconversou sobre o atendimentoII189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEdiscussatildeo de casos
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEreuniotildees teacutecnicas com especialistas
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEtelessauacutede
152
cuidado em estudos de caso realizados em 2001 e 2002 apontam a importacircncia da
melhoria da comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos para um cuidado continuado
O acesso agrave atenccedilatildeo secundaacuteria permaneceu difiacutecil () A referecircncia era
pouco estruturada sendo grande a dificuldade para garantir o
atendimento nas especialidades meacutedicas e exames de apoio diagnoacutestico
de meacutedia complexidade A maioria das unidades de sauacutede da famiacutelia natildeo
possui equipamentos de informaacutetica e telefonia muitas vezes valendo-se
dos celulares e dos contatos dos proacuteprios profissionais para conseguir o
atendimento especializado Na maior parte dos municiacutepios estudados
havia alguma forma de regulaccedilatildeo para a referecircncia Contudo os
mecanismos de integraccedilatildeo natildeo eram suficientes para garantir um sistema
de referecircncia e contra-referecircncia que possibilitasse a coordenaccedilatildeo do
cuidado Esse foi um dos atributos da atenccedilatildeo primaacuteria menos
desenvolvidos nas experiecircncias estudadas permanecendo como grande
desafio do PSF a melhora da comunicaccedilatildeo entre profissionais da atenccedilatildeo
baacutesica e especialistas e serviccedilos de pronto-atendimento e emergecircncia Satildeo
profissionais com experiecircncias e formaccedilotildees distintas o que exige a
criaccedilatildeo de estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e de ampliaccedilatildeo da confianccedila e da
credibilidade do profissional de atenccedilatildeo primaacuteria para que o especialista
promova o retorno do paciente ao generalista de forma a garantir a
continuidade do tratamento pelo profissional mais adequado (Escorel et
al 2007 174)
Essa discussatildeo dialoga com os resultados dos componentes continuidade
informacional e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE do nosso trabalho A troca
de informaccedilotildees entre profissionais eacute primordial para que o generalista da atenccedilatildeo baacutesica
possa exercer sua funccedilatildeo de coordenador de cuidados (Escorel et al 2007) Da mesma
forma os registros tecircm um papel fundamental na continuidade dos cuidados especialmente
considerando o trabalho em equipe multiprofissional e a constante rotatividade de
profissionais no SUS Ainda que centrais de regulaccedilatildeo estejam sempre presentes nossos
resultados mostram a deficiecircncia na continuidade informacional com existecircncia apenas de
fichas de encaminhamento dos usuaacuterios aos demais pontos de atenccedilatildeo e somente cerca de
metade das equipe registrando as pessoas com HAS e DM com maior risco ou o nuacutemero de
pessoas com tuberculose e hanseniacutease
Almeida e Santos (2015) discutem que sendo uma das caracteriacutesticas da
coordenaccedilatildeo do cuidado a articulaccedilatildeo entre serviccedilos e accedilotildees para uma prestaccedilatildeo de
cuidado mais integral e sincronizada isso pode ser potencializado por estrateacutegias de
integraccedilatildeo da rede e investimento em tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) Na
pesquisa dos autores a implantaccedilatildeo das TIC foi considerada precaacuteria assim como nos
achados de nosso estudo A continuidade informacional entre AB e AE por exemplo por
meio de prontuaacuterio eletrocircnico compartilhado estaacute presente em apenas 11 das equipes
153
participantes do PMAQ-AB assim como o uso do telessauacutede eacute incipiente (Fausto et al
2014)
Um exemplo interessante pode ser encontrado em estudo no municiacutepio de Curitiba
(Chomatas et al 2013) em que os autores encontram bons resultados para o atributo da
coordenaccedilatildeo do cuidado e em relaccedilatildeo ao sistema de informaccedilatildeo Atribuem esses resultados
ao investimento feito pelo municiacutepio no sistema informatizado tanto para resultados de
exames laboratoriais de anaacutelises cliacutenicas disponibilizados on-line no prontuaacuterio como na
operacionalizaccedilatildeo da marcaccedilatildeo de consultas especializadas
Outro ponto recorrente eacute a insuficiecircncia de fluxos institucionalizados de
comunicaccedilatildeo entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada Na Tabela 13 menos da metade
das equipes tem uma lista de contatos de especialistas da rede SUS na UBS o que
caracteriza a tradicional informalidade nos contatos Apenas metade das equipes possui
fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado e o predominante dentre os tipos satildeo as fichas de
referecircncia e contrarreferecircncia (cerca de 40) A contrarreferecircncia eacute uma dificuldade
apontada na maior parte dos estudos trazendo prejuiacutezos nessa comunicaccedilatildeo entre os
equipamentos da rede (Escorel et al 2007 Costa et al 2013 Almeida et al 2010
Carneiro et al 2014) Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de
Janeiro tambeacutem foi identificada baixa qualidade da contrarreferecircncia do especialista para
APS salvo quando se trata de uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS
Almeida e Santos (2015) discutem que em um cenaacuterio nacional de deficiente
disponibilidade de recursos tecnoloacutegicos e de informaccedilatildeo mesmo as tradicionais referecircncia
e contrarreferecircncia poderiam trazer algum avanccedilo de suporte cliacutenico
Segundo Mendes (2011) o desconhecimento de tecnologias de microgestatildeo pelos
municiacutepios e equipes como gestatildeo de casos gestatildeo de lista de espera revisatildeo do
prontuaacuterio protocolos cliacutenicos e sistema integrado de informaccedilatildeo estariam dificultando a
implantaccedilatildeo dos sistemas de referecircncia e contrarreferecircncia dos usuaacuterios Estaacute colocada
aqui pelos resultados encontrados no conjunto de estudos a reduzida capacidade de
funccedilatildeo de filtro da APS
A anaacutelise dessa funccedilatildeo de gatekeeper (ou funccedilatildeo de filtro) estaacute mais diretamente
relacionada ao componente acesso a consultasexames especializados (Tabela 12) que se
revelou tambeacutem com resultados insatisfatoacuterios Observou-se a existecircncia de centrais de
marcaccedilatildeo de consultas em exames na maior parte das equipes assim como em outros
estudos (Almeida et al 2010 Escorel et al 2007) Contudo o agendamento de consultas
especializadas no mesmo dia de atendimento do usuaacuterio na UBS ou marcaccedilatildeo pela UBS
154
informada posteriormente ao paciente mostram certo avanccedilo ainda que baixo nos
municiacutepios de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1)
Eacute niacutetida uma melhor organizaccedilatildeo das equipes das Reg 5 nesse aspecto Aleacutem disso menos
da metade das equipes coordenam as filas de espera
Cabe ressaltar a importacircncia de profissionais qualificados tambeacutem para exercer a
funccedilatildeo de filtro para o acesso aos serviccedilos especializados A qualificaccedilatildeo dos profissionais
pode evitar a burocratizaccedilatildeo excessiva (busca do profissional da AB somente para
encaminhamentos) e o aumento do nuacutemero de encaminhamentos desnecessaacuterios aos
serviccedilos especializados (Giovanella et al 2009) Leatildeo e Caldeira (2011) em concordacircncia
mostram em seus resultados que equipes em que atuavam profissionais qualificados (com
residecircncias em sauacutede da famiacutelia ou medicina de famiacutelia e comunidade) apresentaram
melhores resultados no conjunto de atributos da APS
Outra discussatildeo pertinente cabe ser apresentada sobre o ordenamento dos fluxos
assistenciais Mendes (2011) define como objetivo dos protocolos cliacutenicos ldquoprestar
atenccedilatildeo agrave sauacutede apropriada em relaccedilatildeo a partes do processo de uma condiccedilatildeo de sauacutede e
em um ponto de atenccedilatildeo agrave sauacutede determinadordquo (Mendes 2011 372) garantindo assim
processos mais precisos e seguros e com menor variabilidade Nesse sentido cerca de 70
das equipes relatam possuir protocolos para preacute-natal HAS e DM de forma mais
expressiva nas regiotildees mais desenvolvidas
Jaacute em relaccedilatildeo agraves referecircncias e fluxos ndash que estatildeo diretamente relacionadas agrave
disponibilidade de equipamentos e vagas na rede de atenccedilatildeo ndash a diferenccedila entre as regiotildees
mais desenvolvidas e maior oferta e menos desenvolvidas com menor oferta de serviccedilos eacute
ainda mais expressiva Exemplificando nem metade das mulheres foram orientadas sobre
a maternidade que fariam o parto Cabe ressaltar que a implementaccedilatildeo de protocolos e
definiccedilatildeo de referecircncias satildeo medidas que demandam pouco investimento da gestatildeo
municipal abrangendo mapeamento do territoacuterio e distribuiccedilatildeo das vagas e qualificaccedilatildeo
dos profissionais
Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos foram apontados
problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo e comunicaccedilatildeo
entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e
ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre
os niacuteveis assistenciais podem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias
nas secretarias municipais e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local
organizaccedilatildeo dos fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos
155
especializados municipais (Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os
resultados do PMAQ-AB apresentados por Fausto et al (2014) podem supor uma relaccedilatildeo
entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo e desenvolvimento
socioeconocircmico dos municiacutepios Segundo as autoras nos municiacutepios menores haacute um
pouco mais de possibilidade de interaccedilatildeo entre os profissionais de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo
especializada o que provavelmente se deve a questotildees de proximidade entre os serviccedilos e
pessoal ao inveacutes de iniciativas institucionalizadas para a integraccedilatildeo As diferenccedilas
encontradas nas condiccedilotildees de oferta e uso de serviccedilos de APS nos municiacutepios pequenos
vem mostrar a limitaccedilatildeo da gestatildeo municipal de isoladamente responder pelo conjunto de
accedilotildees proacuteprias da APS e a necessidade de articulaccedilatildeo regional
Do conjunto de 36 indicadores considerados um padratildeo de referecircncia para o
atributo da coordenaccedilatildeo nenhum se apresenta no padratildeo muito bom (mais de 90 das
respostas) 3 indicadores se expressaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) 8
indicadores estiveram no padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) e 25 indicadores no
padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) A concentraccedilatildeo dos indicadores em
padratildeo bom estaacute na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na
existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os
indicadores de padratildeo inadequado se distribuem em todos os componentes continuidade
informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames
especializados e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE Em outras palavras haacute
dificuldade de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames especializados baixa
comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de referecircnciasfluxos e
mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso dos usuaacuterios aos serviccedilos que
necessitam
O Graacutefico 20 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
coordenaccedilatildeo
156
Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Ordenamento defluxos assistenciais
Acesso agraveconsultasexamesespecializados
Continuidadeinformacional
Comunicaccedilatildeo diretaAB e AE
157
55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE
O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade envolve o conhecimento das necessidades
da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto socioeconocircmico a distribuiccedilatildeo dos problemas de
sauacutede no territoacuterio a interaccedilatildeo com recursosequipamentos disponiacuteveis no territoacuterio para o
enfrentamento dos problemas e a participaccedilatildeo da comunidade nas accedilotildees para melhoria de
sua sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e Mendonccedila 2012)
Uma atenccedilatildeo baacutesica orientada para a comunidade busca potencializar a interaccedilatildeo
entre serviccedilo de sauacutede equipamentos do territoacuterio determinantes sociais e comunidade a
fim de produzir melhores resultados em sauacutede Para operacionalizar este atributo foram
definidos trecircs componentes territorializaccedilatildeo intersetorialidade e participaccedilatildeo social
551 Territorializaccedilatildeo
O componente territorializaccedilatildeo contempla principalmente a perspectiva das equipes
no que se refere agrave sua organizaccedilatildeo voltada para o territoacuterio quais sejam adscriccedilatildeo da
populaccedilatildeo uso de criteacuterios de risco e vulnerabilidade e conhecimentomapeamento desse
territoacuterio para o planejamento das accedilotildees Buscou-se tambeacutem identificar se as ofertas ao
usuaacuterio lhe parecem adequadas agrave sua realidade
Na Tabela 14 e Graacutefico 21 satildeo expostos indicadores sobre a territorializaccedilatildeo Na
meacutedia Brasil 4 ou mais ACS estatildeo presentes em 917 das UBS A aacuterea de abrangecircncia
definida eacute um dos indicadores com resultados mais elevados existente em 977 das
equipes Contudo ainda haacute populaccedilatildeo descoberta pela atenccedilatildeo baacutesica no territoacuterio de
334 das equipes 641 das equipes tem ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade e
apenas 539 afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para
essa definiccedilatildeo de quantidade de pessoas
Em relaccedilatildeo ao mapeamento do territoacuterio 844 das equipes possuem mapas com
desenho do territoacuterio de abrangecircncia 607 das equipes realizara esse mapeamento nos
uacuteltimos 12 meses 810 realizam monitoramento e anaacutelise dos indicadores e informaccedilotildees
de sauacutede 795 das equipes realizaram algum levantamento de problemas e 765
estabeleceram um plano de accedilatildeo Jaacute os usuaacuterios 490 afirmam que os profissionais
sempre sugerem soluccedilotildees adequadas agrave realidade durante as consultas
Observou-se diferenccedilas na territorializaccedilatildeo nas diferentes regiotildees de sauacutede Haacute
273 de equipes com populaccedilatildeo descoberta no territoacuterio nas regiotildees de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) e 440 nas regiotildees de
meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Jaacute em relaccedilatildeo agraves equipes com ateacute 3500 pessoas sob
158
sua responsabilidade a maior concentraccedilatildeo estaacute nas Reg 1 com 724 de respostas
positivas e a pior concentraccedilatildeo nas Reg 5 com apenas 534 das equipes o que eacute
compatiacutevel com a alta concentraccedilatildeo populacional em municiacutepios maiores e portanto
necessidade de muitas equipes para cobertura populacional Quando perguntadas se a
gestatildeo adotou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definir a quantidade de pessoas sob
sua responsabilidade a variaccedilatildeo foi de 475 de respostas positivas nas regiotildees de meacutedio
DSE e meacutediaalta oferta (Reg 3) e 610 nas regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5)
Variaccedilotildees tambeacutem puderam ser observadas quanto ao mapeamento do territoacuterio As
Reg 1 destacam-se positivamente em relaccedilatildeo a menor populaccedilatildeo descoberta e a quantidade
de pessoas sob sua referencia contudo satildeo as que menos possuem mapas do territoacuterio de
abrangecircncia e atualizaccedilatildeo desse mapa nos uacuteltimos 12 meses As Reg 2 apresentam os
piores resultados quanto agrave populaccedilatildeo descoberta e ao planejamento das accedilotildees no territoacuterio
a partir do seu mapeamento As Reg 5 apesar de terem mais de 13 de populaccedilatildeo
descoberta conseguem ter mapas de abrangecircncia e satildeo as que mais utilizam esses mapas
para o planejamento das accedilotildees
Os avanccedilos observados nesse componente se referem agrave presenccedila de ACS e
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia nas equipes independente da regiatildeo de sauacutede Haacute cerca
de 13 de populaccedilatildeo descoberta em todas as regiotildees de sauacutede e os mapas de territoacuterio
quando existem poderiam ser amplamente utilizados no planejamento das accedilotildees o que eacute
uma realidade mais proacutexima apenas das Reg 4 e 5 Outro ponto importante eacute que os
profissionais precisam adequar suas condutas terapecircuticas agrave realidade dos usuaacuterios pois
menos da metade dos usuaacuterios em todas as regiotildees as consideram adequadas
Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente
territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I35 Possuem 4 ou
mais ACS 4664 933 1047 910 3286 927 1054 901 2560 888 12611 917
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II133 Existe
definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia
4979 965 1203 966 3775 982 1329 987 4872 985 16158 977
II137 Existe
populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno
1410 273 548 440 1210 315 469 348 1891 382 5528 334
159
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
do territoacuterio
II131 Existe ateacute
3500 pessoas sob sua
responsabilidade
3736 724 813 653 2687 699 724 537 2641 534 10601 641
II132 A gestatildeo
considerou criteacuterios
de risco e
vulnerabilidade para
a definiccedilatildeo de
quantidade de
pessoas sob sua
responsabilidade
2739 531 633 508 1827 475 707 525 3017 610 8923 539
II134 Possuem
mapas com desenho
do territoacuterio de
abrangecircncia
3784 733 976 784 3307 860 1235 917 4661 943 13963 844
II136 Nos uacuteltimos
12 meses realizou
mapeamento da aacuterea
de abrangecircncia
2724 522 672 535 2367 611 946 697 3437 687 10146 607
II910 Realizam
monitoramento e
anaacutelise dos
indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
4191 812 951 764 3012 784 1109 823 4130 835 13393 810
II92 Realizam
algum processo de
levantamento de
problemas
3905 757 891 716 2991 778 1118 830 4249 859 13154 795
II94 Estabelecem
um plano de accedilatildeo 3745 726 859 690 2829 736 1090 809 4156 840 12679 767
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III88 Durante as
consultas os
profissionais da
EqAB sempre
sugerem soluccedilotildees
adequadas a sua
realidade
9515 461 2241 458 7526 496 2711 498 10017 521 32010 490
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 681 681 702 723 744 715
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
160
Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
552 Intersetorialidade
A intersetorialidade no niacutevel local abrange a perspectiva das equipes quanto ao
conhecimento do territoacuterio e articulaccedilatildeo com os equipamentos disponiacuteveis no territoacuterio a
fim de um cuidado mais integral ao usuaacuterio capaz de reduzir iniquidades e aumentar a
responsabilidade e capacidade de intervenccedilatildeo sobre os determinantes sociais (Starfield
2002 Anderson e Rodrigues 2012) As variaacuteveis do PMAQ-AB natildeo permitem realizar
uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes e os demais setores e poliacuteticas
puacuteblicas presentes na comunidade Foram selecionados alguns indicadores com elementos
para essa discussatildeo como mapa com equipamentos sociais planejamento das atividades
considerando outros setores Programa Bolsa-famiacutelia (PBF) e Programa Sauacutede na Escola
(PSE)
A Tabela 15 e Graacutefico 22 apresentam os resultados dos indicadores selecionados
sobre a intersetorialidade Na meacutedia Brasil 596 das equipes planejam suas atividades
considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea Em relaccedilatildeo aos mapas apenas
192 das equipes possuem mapas com sinalizaccedilatildeo de aacuterea de risco e 458 das equipes
possuem mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais No que se refere ao PBF 749
das equipes realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do Programa
Bolsa Famiacutelia e 492 comprovam existecircncia de mapa de acompanhamento das famiacutelias
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I35 Possuem 4 ou mais ACS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia
II134 Possuem mapas com desenho do territoacuterio deabrangecircncia
II910 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos indicadores einformaccedilotildees de sauacutede
II92 Realizaram algum processo de levantamento deproblemas
II94 Estabeleceram um plano de accedilatildeo
II131 Existe ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade
II136 Nos uacuteltimos 12 meses realizou mapeamento da aacuterea deabrangecircncia
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidadepara a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob suaresponsabilidadeIII88 Durante as consultas os profissionais da EqAB sempresugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB no entorno doterritoacuterio
161
cadastradas no PBF Cerca da metade das equipes (538) apresentam registro de
realizaccedilatildeo de atividades nas escolas Algumas equipes atuam em territoacuterios com
implantaccedilatildeo de cisternas dentre as quais 807 tecircm seus ACS fazendo accedilotildees educativas
sobre a qualidade da aacutegua de cisternas
Independente do grupo de regiatildeo de sauacutede a busca ativa para as famiacutelias elegiacuteveis
do PBF assim como as accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das cisternas foram os
itens com maior percentual de respostas positivas Poreacutem haacute variaccedilotildees importantes entre
os grupos de regiotildees de sauacutede observando os demais indicadores Equipes que planejam
suas atividades considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea corresponde a
483 nas Reg 2 e 661 nas Reg 5 Os resultados satildeo muito baixos em relaccedilatildeo aos mapas
com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e de equipamentos sociais e piores nas equipes das Reg
2 em que somente 125 possuem mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e 355 com
sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais Tais resultados sugerem um provaacutevel
desconhecimento de importantes elementos do territoacuterio
Aproximadamente 70 das equipes independente da regiatildeo de sauacutede realizam
busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o cadastramento do PBF o que poderia ser
considerado um avanccedilo na interlocuccedilatildeo com o processo de trabalho da assistecircncia social
Contudo observa-se baixa comprovaccedilatildeo da existecircncia do mapa de acompanhamento das
famiacutelias do PBF com os extremos de 410 de equipes nas Reg 2 e 577 nas Reg 4 Isso
pode indicar que as equipes tecircm demonstrado baixa capacidade de captaccedilatildeo das famiacutelias
eou de resposta ao acompanhamento das condicionalidades do PBF
A accedilatildeo intersetorial a partir das variaacuteveis analisadas pode ser considerada deficiente
no cotidiano das equipes A maioria dos indicadores apresentam resultados positivos para
menos de 50 das equipes Um dos pontos de maior avanccedilo eacute o planejamento
considerando outros setores poreacutem este natildeo estaacute associado a um mapeamento dos
equipamentos sociais do territoacuterio elemento baacutesico para a realizaccedilatildeo de atividades em
parceria
162
Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente
intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II114 Planejam suas
atividades considerando
o envolvimento de
outros setores de sua
aacuterea (intersetorialidade)
2869 556 601 483 2332 607 788 585 3267 661 9857 596
II135 Possui mapa
com sinalizaccedilatildeo de aacutereas
de risco (aacutereas de
violecircncia com precaacuterias
condiccedilotildees sanitaacuterias
zonas de risco como
encostas morros e
loteamentos irregulares)
837 162 156 125 751 195 302 224 1127 228 3173 192
II135 Possui mapa
com sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos sociais
(comeacutercios locais
igrejas escolas e outros)
2394 464 442 355 1919 499 671 498 2154 436 7580 458
II331 Realizam busca
ativa de famiacutelias
elegiacuteveis para
cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
3969 769 943 757 2653 690 973 722 3845 778 12383 749
II3331 Comprovam
existecircncia de mapa de
acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no
Programa Bolsa Famiacutelia
2254 437 511 410 1919 499 777 577 2679 542 8140 492
II3821 Comprovam
registro de atividades na
escola
3007 583 627 504 2144 558 697 517 2426 491 8901 538
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
II314 Nos territoacuterios
com cisternas os ACS
fazem accedilotildees educativas
sobre a qualidade da
aacutegua de cisternas
2723 853 492 837 1059 753 331 757 1036 756 5641 807
N EqAB que possuem
cisternas no territoacuterio
de atuaccedilatildeo
3191 588 1407 437 1371 6994
MEacuteDIA 546 496 543 554 556 547
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
163
Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
553 Participaccedilatildeo social
A participaccedilatildeo social no niacutevel local refere-se a estrateacutegias dos serviccedilos de sauacutede
que favorecem a participaccedilatildeo da comunidade para o alcance de melhores resultados em
sauacutede (Starfield 2002) A participaccedilatildeo contempla desde decisotildees sobre a organizaccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo com o serviccedilo ateacute decisotildees sobre as condutas terapecircuticas Para essa anaacutelise
foram selecionados indicadores referentes aos espaccedilos formais de participaccedilatildeo social e
canais de comunicaccedilatildeo assim como a experiecircncia da comunidade quanto ao uso desses
espaccedilos
Na Tabela 16 e no Graacutefico 23 satildeo apresentados indicadores sobre a participaccedilatildeo
social O conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente estaacute presente na UBS
segundo 592 das equipes A disponibilidade de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios
para demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees foi afirmada por 731 das equipes e 883
dizem considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho Todavia apenas 368 das entrevistadas realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo com os
usuaacuterios
Quando querem fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS 496 dos usuaacuterios
conseguem e quando fizeram reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo somente 236 afirmam ter um
retorno rapidamente
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II314 Nos territoacuterios com cisternas os ACS fazemaccedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de cisternas
II331 Realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis paracadastramento do Programa Bolsa Famiacutelia
II114 Planejam suas atividades considerando oenvolvimento de outros setores de sua aacuterea(intersetorialidade)
II3821 Comprovam registro de atividades na escola
II3331 Comprovam existecircncia de mapa deacompanhamento das famiacutelias cadastradas noPrograma Bolsa Famiacutelia
II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentossociais (comeacutercios locais igrejas escolas e outros)
II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco(aacutereas de violecircncia com precaacuterias condiccedilotildees sanitaacuteriaszonas de risco como encostas morros e loteamentosirregulares)
164
Em relaccedilatildeo aos grupos de regiotildees de sauacutede percebe-se similaridade entre a opiniatildeo
dos usuaacuterios e variabilidade entre as respostas das equipes Nas equipes das Reg 5 694
possuem conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada similar percentual superior agraves
demais regiotildees em especial a Reg 3 com 516 das equipes afirmando o mesmo Essa
variaccedilatildeo eacute similar em relaccedilatildeo agrave disponibilidade dos canais de comunicaccedilatildeo para os
usuaacuterios 851 nas equipes das Reg 5 835 nas Reg 4 e no outro extremo 606 nas
Reg 2 e 637 nas Reg 1
Observa-se maior presenccedila de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios do que
espaccedilos formais de decisatildeo como conselhos locais de sauacutede e ambos estatildeo mais instituiacutedos
nas Reg 5 Nas regiotildees de sauacutede como um todo as respostas satildeo positivas em relaccedilatildeo a
considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
(mais de 80) Contudo quando se observa os demais indicadores em especial a resposta
dos usuaacuterios ao fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS (cerca de 50) percebe-se
deficiecircncias importantes nas possibilidades de participaccedilatildeo social e de funcionamento dos
espaccedilos de interaccedilatildeo
Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo
social por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n N n
EqAB
II355 Existe conselho
local de sauacutede ou
instacircncia colegiada
equivalente
2763 535 773 621 1984 516 834 619 3432 694 9786 592
II341 Dispotildeem de
canais de comunicaccedilatildeo
para os usuaacuterios
expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees
eou sugestotildees na AB
3285 637 754 606 2723 708 1125 835 4208 851 12095 731
II351 Realizam
pesquisa de satisfaccedilatildeo
dos usuaacuterios
2024 392 389 312 1339 348 509 378 1831 370 6092 368
II354 Consideram a
opiniatildeo do usuaacuterio para
a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do
processo de trabalho
4493 871 1026 824 3360 874 1234 916 4500 910 14613 883
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III191 Quando
querem fazer uma 3006 470 756 448 2772 537 985 513 3713 495 11232 496
165
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n N n
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na UBS conseguem
III192 Quando
fizeram alguma relaccedilatildeo
ou sugestatildeo
rapidamente tiveram
um retorno
1449 227 324 192 1299 252 476 248 1794 239 5342 236
N usuaacuterios que
precisaram fazer
reclamaccedilatildeo ou
sugestatildeo na UBS
6393 1686 5158 1919 7505 22661
MEacuteDIA 522 501 539 585 593 551
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
554 Discussatildeo
O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade expresso neste trabalho pela anaacutelise dos
componentes ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo apresentou
resultados insatisfatoacuterios assim como em estudos anteriores utilizando o PCATool
demonstraram (Elias et al 2006 Curto 2009 Leao e Caldeira 2011 Ibantildeez et al 2006
Turci et al 2016)
Em estudo realizado no municiacutepio de Satildeo Paulo gestores e profissionais avaliaram
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II354 Consideram a opiniatildeo dousuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo equalificaccedilatildeo do processo de trabalho
II341 Dispotildeem de canais decomunicaccedilatildeo para os usuaacuteriosexpressarem suas demandasreclamaccedilotildees eou sugestotildees na ABII355 Existe conselho local de sauacutedeou instacircncia colegiada equivalente
III191 Quando querem fazer umareclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBSconseguem
II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeodos usuaacuterios
III192 Quando fizeram algumarelaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamentetiveram um retorno
166
positivamente a orientaccedilatildeo para a comunidade das equipes enquanto os usuaacuterios avaliaram
como negativa (Elias et al 2006)
Em outra pesquisa com foco na atenccedilatildeo agrave tuberculose realizada por Curto (2009) a
orientaccedilatildeo para a comunidade nos serviccedilos de APS foi considerada insatisfatoacuteria pelos trecircs
atores usuaacuterios profissionais e gestores com algum grau de variaccedilatildeo nas respostas
Quanto agrave existecircncia de parcerias sociais e participaccedilatildeo social os trecircs atores (usuaacuterios
profissionais e gestores) avaliaram os serviccedilos como insatisfatoacuterios ou regular e em
relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de atividades lsquoextra murosrsquo usuaacuterios consideraram insatisfatoacuterias
profissionais como regular e gestores como satisfatoacuteria (Curto 2009)
Da mesma forma Macincko et al (2003) revelam que caracteriacutesticas dos serviccedilos
de sauacutede voltadas para a melhoria da coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade satildeo
escassas em quase todos os paiacuteses da OCDE envolvidos em sua pesquisa
Em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo praticamente a totalidade das equipes possuem
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da populaccedilatildeo mas 13 ainda tecircm populaccedilatildeo descoberta no
seu territoacuterio Esse uacuteltimo resultado eacute preocupante considerando o grande nuacutemero de
pessoas sob responsabilidade de uma equipe de sauacutede da famiacutelia ndash maacuteximo de 4000
pessoas sendo recomendado 3000 pessoas (Brasil 2011b) uma vez que mesmo a
populaccedilatildeo sendo adscrita eacute notoacuteria a dificuldade de acompanhamento desse quantitativo
de pessoas por uma equipe Logo provavelmente o acesso agrave APS pela populaccedilatildeo
descoberta no territoacuterio eacute muito difiacutecil Giovanella (2006) destaca a variaccedilatildeo na lista de
cidadatildeos inscritos por meacutedico de famiacutelia em diferentes paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia que vai
desde 1030 pessoas na Itaacutelia ateacute o maacuteximo de 2500 na Espanha um nuacutemero bem inferior
agrave norma brasileira
A maior parte das equipes (80) planejam accedilotildees a partir dessa territorializaccedilatildeo
(mapas de territoacuterio anaacutelise de indicadores levantamento de problemas) a partir de
criteacuterios definidos pela gestatildeo municipal Contudo eacute baixa a atualizaccedilatildeo do mapeamento
da aacuterea de abrangecircncia pelas equipes
Faria (2013) traz a discussatildeo da territorializaccedilatildeo sob o aspecto do planejamento e
gestatildeo da sauacutede O autor destaca a importacircncia dos limites da territorializaccedilatildeo servirem
para integraccedilatildeo e natildeo segregaccedilatildeo assim como a necessidade de solidariedade no SUS
entre o planejamento em niacutevel de equipe do municiacutepio e da regiatildeo de sauacutede Somente
dessa forma poderia ser garantida a continuidade da atenccedilatildeo e o planejamento territorial na
perspectiva das redes de atenccedilatildeo
Monken (2008) define o termo como base para o relacionamento entre equipe de
167
sauacutede e comunidade conceito pelo qual se atribuiu a territorializaccedilatildeo como um
componente do atributo orientaccedilatildeo para a comunidade
uma territorializaccedilatildeo ampla em que este processo seja o meacutetodo de
obtenccedilatildeo e de anaacutelise de informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de vida e sauacutede
de populaccedilotildees um instrumento para se entender os contextos de uso do
territoacuterio em todos os niacuteveis das atividades humanas [] (Monken 2008
143)
Contudo a praacutetica e o planejamento em sauacutede algumas vezes caminham ao
contraacuterio dessa perspectiva quando o cadastramento e os limites dos serviccedilos satildeo feitos
privilegiando a dimensatildeo poliacutetico-administrativa do serviccedilo ao inveacutes da dimensatildeo das
necessidades em sauacutede no territoacuterio e sua oferta (Faria 2013)
Uma das principais perspectivas para enfrentamento de determinantes sociais
assim como uma condiccedilatildeo para uma APS abrangente consiste na accedilatildeo intersetorial
(Carvalho e Buss 2008) A accedilatildeo articulada de diversos setores pode produzir resultados
mais efetivos do que o setor sauacutede alcanccedilaria por si soacute (Giovanella et al 2009) Garcia et
al (2014) em revisatildeo de literatura sobre o tema identificam um consenso sobre o
potencial das accedilotildees intersetoriais para a transformaccedilatildeo da realidade dos serviccedilos poreacutem
concluem que as experiecircncias analisadas natildeo permitem avaliar sobre a continuidade e
sustentabilidade das accedilotildees
A anaacutelise dos resultados da Tabela 15 mostram a dificuldade de articulaccedilatildeo
intersetorial por parte das equipes com avanccedilos em poucos setores Alencar et al (2014)
destacam em estudo com usuaacuterios no municiacutepio de Satildeo Luiacutes que a oferta de serviccedilos de
sauacutede nas escolas e a intersetorialidade tiveram uma alta porcentagem de ldquonatildeo saberdquo como
resposta demonstrando o desconhecimento da comunidade a escassez de accedilotildees
intersetoriais e a incipiente participaccedilatildeo da mesma nos processos democraacuteticos
Outras abordagens sobre esse tema ressaltam dificuldades em torno da
intersetorialidade formaccedilatildeo inadequada dos recursos humanos necessidade de iniciativas
gerais do municiacutepio que respaldem as accedilotildees locais das ESF (Giovanella et al 2009)
importacircncia da interdisciplinaridade como diretriz nas graduaccedilotildees em sauacutede e as rubricas
dos orccedilamentos puacuteblicos predominantemente setorizadas (Azevedo et al 2012)
Uma problematizaccedilatildeo importante e que pouco consegue ser expressada pelos
indicadores selecionados do PMAQ-AB para a discussatildeo dessa temaacutetica se refere ao papel
do governo municipal na efetivaccedilatildeo da intersetorialidade Por mais que as equipes
cumpram um papel de mediadoras e executoras dessas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
168
intersetoriais satildeo as accedilotildees de planejamento execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de diversos atores e
setores do municiacutepio como um todo que podem contemplar uma seacuterie de respostas aos
problemas do territoacuterio A concepccedilatildeo ampliada de sauacutede depende de reformas
organizacionais que deem respostas concretas agraves necessidades da populaccedilatildeo (Papoula
2006 Inojosa e Junqueira 1997)
Haacute portanto a necessidade de ativaccedilatildeo do sujeito nas accedilotildees intersetoriais seja ele
gestor teacutecnico profissional ou usuaacuterio Uma incorporaccedilatildeo desse conjunto de sujeitos nos
processos decisoacuterios resulta em uma reflexatildeo sobre praacutetica profissional privilegiando
posturas solidaacuterias e comprometidas (Azevedo et al 2012) Ao mesmo tempo a interface
entre sauacutede e outros setores para a construccedilatildeo da cidadania pode ser expressa nos espaccedilos
institucionais como as cacircmaras para a gestatildeo da poliacutetica local municipal e as experiecircncias
de orccedilamento participativo que ampliam a visatildeo sobre os determinantes de sauacutede
(Giovanella et al 2009 Carvalho e Buss 2008)
Cerca de 70 das equipes de atenccedilatildeo baacutesica possuem canais de comunicaccedilatildeo para
os usuaacuterios expressarem suas demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees e mais de 80
relatam considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para organizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho (Tabela 16) Contudo mais de 40 das equipes natildeo tecircm um espaccedilo decisoacuterio
instituiacutedo como um conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente e menos de
13 dos usuaacuterios tiveram rapidamente algum retorno sobre sua sugestatildeo ou reclamaccedilatildeo Em
outras palavras percebe-se aqui que natildeo haacute espaccedilo para o ldquoempoderamentordquo dos grupos
nas decisotildees relativas agrave sua sauacutede conforme definem Carvalho e Buss (2008)
Ademais a simples existecircncia do conselho natildeo informa sobre a qualidade da
participaccedilatildeo Bispo Junior e Martins (2014) em discussatildeo sobre os conselhos locais
sinalizam diferentes fatores que contribuem para o baixo envolvimento da populaccedilatildeo nas
instacircncias decisoacuterias especialmente a ausecircncia de cultura participativa e baixa
resolutividade do conselho em relaccedilatildeo aos problemas comunitaacuterios Segundo os autores haacute
um ciclo vicioso que associa problemas na assistecircncia prestada agrave ausecircncia da participaccedilatildeo
popular (Bispo Junior e Martins 2014)
Escorel e Moreira (2012) entretanto aprofundam esse debate identificando que os
problemas dos conselhos relacionam-se agraves dificuldades da democracia representativa como
um todo sendo necessaacuterio fortalecer o potencial democraacutetico desses espaccedilos evitando os
existentes processos de cooptaccedilatildeo dos grupos sociais Os autores sinalizam dentre os
desafios a recuperaccedilatildeo do papel poliacutetico dos conselhos o resgate da mobilizaccedilatildeo social
das conferecircncias o respeito agrave diversidade de sujeitos poliacuteticos e a mobilizaccedilatildeo de novos
169
sujeitos poliacuteticos Reforccedilam a necessidade de aumentar a democratizaccedilatildeo por meio da
melhoria da representaccedilatildeo nos conselhos e da qualidade dessa participaccedilatildeo instaurando um
novo ciclo virtuoso o exerciacutecio da democracia deliberativa resultando em aumento da
efetividade dos conselhos e melhoria das poliacuteticas puacuteblicas (Escorel e Moreira 2012)
Em siacutentese pode-se dizer que orientaccedilatildeo para a comunidade em geral mostrou
melhores resultados para territorializaccedilatildeo e baixos resultados e insuficiecircncia em relaccedilatildeo a
indicadores de intersetorialidade e participaccedilatildeo social Os resultados positivos em relaccedilatildeo agrave
territorializaccedilatildeo se referem agrave disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia
da equipe Contudo importante destacar que esses melhores resultados provavelmente satildeo
influenciados pelo marco normativo (PNAB 2011) que vincula a existecircncia de equipes
completas (com ACS) e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia para o repasse de financiamento
da esfera federal aos municiacutepios Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes
natildeo consideram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a
interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A percepccedilatildeo positiva dos profissionais
sobre considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho se contrapotildee aos demais resultados insatisfatoacuterios de participaccedilatildeo social
Do conjunto de 24 indicadores todos foram considerados um padratildeo de referecircncia
para o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade Do total de indicadores 2 se
apresentaram no padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 6 indicadores se
expressaram com padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) e 4 indicadores estiveram no
padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das
respostas) foi visualizado em 12 indicadores ndash mais de 50 A concentraccedilatildeo dos
indicadores em padratildeo muito bom ou bom estaacute na disponibilidade e trabalho dos ACS
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para
reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se
concentram na articulaccedilatildeo com outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social
O Graacutefico 24 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
orientaccedilatildeo para a comunidade
170
Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalTeritorializaccedilatildeo
Participaccedilatildeo social
Intersetorialidade
171
56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA
O atributo centralidade na famiacutelia visa a consideraccedilatildeo do contexto e da dinacircmica
familiar a fim de dar melhores respostas agraves necessidades de cada membro Pode ser
avaliado por dois eixos principais na accedilatildeo das equipes as informaccedilotildees sobre famiacutelia
disponiacuteveis nos prontuaacuterios bem como o conhecimento dos problemas de sauacutede dos
membros da famiacutelia e sua maior ou menor capacidade de cuidado (Starfield 2002) Das
variaacuteveis disponiacuteveis no instrumento do PMAQ-AB constata-se a quase ausecircncia de
variaacuteveis especiacuteficas deste atributo e ao mesmo tempo uma valorizaccedilatildeo da visita
domiciliar como forma de abordagem familiar
Os indicadores selecionados para anaacutelise deste atributo buscam identificar quais satildeo
as estrateacutegias e a forma de organizaccedilatildeo das equipes para possibilitar o cuidado e
acompanhamento agrave famiacutelia em complementaccedilatildeo ao cuidado individual
561 Abordagem familiar
Os indicadores da abordagem familiar abarcam principalmente duas perspectivas
de registrocomprovaccedilatildeo das accedilotildees voltadas agrave famiacutelia e de visita domiciliar Abrange accedilotildees
relacionadas ao acompanhamento e ao cuidado prestado agrave famiacutelia seja na organizaccedilatildeo do
prontuaacuterio seja no atendimento realizado no domiciacutelio
Na Tabela 17 e no Graacutefico 25 satildeo apresentados os indicadores para abordagem
familiar A grande maioria das equipes (787) comprova a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios
por nuacutecleos familiares Na quase totalidade das equipes (996) as visitas domiciliares satildeo
realizadas tanto por ACS como por outros membros das equipes 930 visitam as famiacutelias
com periodicidade distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade e 960
registram as consultas ou atendimentos realizados no domiciacutelio Todavia somente 495
dos usuaacuterios referem que profissionais perguntam por seus familiares 851 dos usuaacuterios
recebem visita dos ACS e 295 jaacute receberam visita de outros profissionais de sauacutede
Observa-se uma miacutenima variaccedilatildeo na maior parte dos indicadores segundo os
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Uma diferenccedila importante pode ser observada na
organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares com os extremos de 692 nas regiotildees
de meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) e 848 nas regiotildees de baixo DSE e baixa oferta
(Reg 1) Neste atributo outra observaccedilatildeo eacute que apesar da baixa variabilidade as Reg 2
agregam em geral os piores resultados
Para o atributo centralidade da famiacutelia alguns avanccedilos podem ser identificados em
relaccedilatildeo agrave visita domiciliar realizada tanto pelos ACS como por outros profissionais de
172
sauacutede e uma priorizaccedilatildeo dessas visitas de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade
Contudo faltam elementos fundamentais para uma abordagem dos profissionais que
envolva mais diretamente a famiacutelia como um todo
Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
EqAB
II1411 Comprovam
que os prontuaacuterios dos
usuaacuterios satildeo organizados
por nuacutecleos familiares
4378 848 862 692 2948 767 1049 779 3789 766 13026 787
II321 Outros membros
da equipe aleacutem dos ACS
realizam visita
domiciliar
5132 995 1238 994 3829 996 1342 996 4936 998 16477 996
II323 Visitam as
famiacutelias com
periodicidade distinta
de acordo com avaliaccedilatildeo
de risco e
vulnerabilidade
4752 921 1117 896 3553 924 1255 932 4704 951 15381 930
II3211 Registram as
consultas ou
atendimentos realizados
no domiciacutelio
4838 938 1164 935 3695 961 1317 978 4868 984 15882 960
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III912 Profissionais da
EqAB perguntam sobre
seus familiares
10267 497 2242 458 7660 505 2857 525 9336 485 32362 495
III923 Recebem visita
do ACS 18023 873 4081 833 13123 865 4671 858 15726 818 55624 851
III924 Recebem visita
de outros profissionais
de sauacutede
6301 305 1338 273 4165 275 1532 281 5981 311 19317 295
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 768 726 756 764 759 759
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
173
Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
562 Discussatildeo
A anaacutelise do atributo centralidade na famiacutelia foi insuficiente devido agrave ausecircncia de
variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB sobre o cuidado agraves famiacutelias As informaccedilotildees
possiacuteveis de ser captadas se limitaram ao registro e visita domiciliar Em geral estudos
apontam que este atributo ainda eacute incipiente na organizaccedilatildeo do processo de trabalho das
equipes de atenccedilatildeo baacutesica com resultados ligeiramente mais altos no PSF em comparaccedilatildeo
agrave UBS tradicional (Elias et al 2006 Ibantildeez et al 2006 Van Stralen et al 2008)
Jaacute o estudo de Chomatas et al (2013) em Curitiba difere dos demais pois encontra
altos escores para centralidade na famiacutelia e orientaccedilatildeo para a comunidade Tais resultados
foram atribuiacutedos pelos autores agrave incorporaccedilatildeo de princiacutepios da APS em Curitiba como a
territorializaccedilatildeo a vigilacircncia agrave sauacutede e a responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria (Chomatas et al
2013)
Chama a atenccedilatildeo a positividade das respostas para o indicador ldquoas EqAB registram
as consultas ou atendimentos realizados no domiciacuteliordquo com resultados superiores a 90
das equipes visto a rotineira dificuldade na qualidade dos registros na Atenccedilatildeo Baacutesica em
geral identificado em diferentes estudos (Almeida 2010 Vasconcellos et al 2008 Silva
et al 2014) Uma hipoacutetese eacute que esse indicador possa ser compreendido somente como
quantitativo ou seja a EqAB tem listado o nuacutemero de consultas ou atendimentos de
domiciacutelio um dado inclusive utilizado para compor o preenchimento do antigo sistema de
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II321 Outros membros da equipealeacutem dos ACS realizam visitadomiciliar
II3211 Registram as consultas ouatendimentos realizados no domiciacutelio
II323 Visitam as famiacutelias comperiodicidade distinta de acordo comavaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade
III923 Recebem visita do ACS
II1411 Comprovam que osprontuaacuterios dos usuaacuterios satildeoorganizados por nuacutecleos familiares
III912 Profissionais da EqABperguntam sobre seus familiares
174
informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) ou mais precisamente o relatoacuterio de produccedilatildeo e
marcadores para avaliaccedilatildeo (PMA2) Neste caso uma melhor pergunta seria sobre o
ldquoregistro em prontuaacuteriordquo que minimamente detalharia as intervenccedilotildees na visita
Os indicadores relacionados agrave visita domiciliar (quem realiza e periodicidade)
tambeacutem apresentam altos resultados tanto sob o ponto de vista dos profissionais como dos
usuaacuterios Uma discussatildeo importante se refere agrave abordagem da famiacutelia nessas visitas e agraves
competecircncias e habilidades que os profissionais da ESF precisam ter para uma praacutetica
diferenciada com as famiacutelias Silva (2010) chama a atenccedilatildeo para as visitas domiciliares
com objetivos preacute-definidos com foco no campo bioloacutegico em detrimento de outros
aspectos para uma atenccedilatildeo integral como as condiccedilotildees de vida e relaccedilotildees familiares Nesse
sentido o indicador ldquoas EqAB visitam as famiacutelias com periodicidade distinta de acordo
com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidaderdquo compreendendo a amplitude do risco e
vulnerabilidade na Atenccedilatildeo Baacutesica pautada nos determinantes sociais traz resultados
interessantes
Muitas vezes a identificaccedilatildeo do problema em uma visita domiciliar consegue ser
realizada mas uma atuaccedilatildeo efetiva depende de campos de conhecimentos distintos
ausentes na formaccedilatildeo limitado no apoio matricial e insuficiente na educaccedilatildeo permanente
dos profissionais (Silva 2010) Na mesma loacutegica eacute preciso destacar a formaccedilatildeo para o
profissional ACS a fim que ele possa obter um posicionamento criacutetico sobre sua praacutetica de
trabalho evitando as possiacuteveis posiccedilotildees autoritaacuterias e invasivas que esta categoria
profissional tambeacutem estaacute sujeita (Campos e Matta 2007) A atuaccedilatildeo do ACS ao ldquoentrarrdquo
na casa das famiacutelias precisa estar acompanhada de uma seacuterie de reflexotildees eacuteticas visto que
envolve a privacidade das relaccedilotildees familiares a intimidade dos seus costumes e os
conflitos familiares (Campos e Matta 2007)
Os baixos valores no indicador ldquoUsuaacuterios recebem visita de outros profissionais de
sauacutederdquo natildeo podem ser considerados negativos pois eacute uma necessidade que varia de acordo
com o territoacuterio e o perfil de risco e vulnerabilidade da populaccedilatildeo
Em nossa pesquisa a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios dos usuaacuterios por nuacutecleos
familiares com cerca de 80 das respostas foi um resultado positivo apesar desse
indicador natildeo dizer sobre a qualidade do registro como foi discutido anteriormente Silva
(2010) mostra em seu estudo nas UBS de Manaus que a qualidade dos registros eacute
insatisfatoacuteria
175
Os registros sobre o nuacutecleo familiar se datildeo de forma incompleta e
insuficiente sem interlocuccedilatildeo entre os membros da famiacutelia () o
prontuaacuterio familiar encontra-se fragmentado com as fichas de Assistecircncia
Meacutedico Sanitaacuteria dos integrantes da famiacutelia separadas por programas
prioritaacuterios e a ficha de cadastro das famiacutelias com dados socioeconocircmicos
sob a guarda do ACS dificultando sua consulta por parte dos demais
membros das ESF A visita domiciliar eacute por sua vez uma praacutetica mais
direcionada aos indiviacuteduos do que agraves famiacutelias (Silva 2010 vii)
Em estudo de Pereira et al (2008) a partir de manual de acreditaccedilatildeo verificou-se
que natildeo houve implantaccedilatildeo massiva do uso do prontuaacuterio familiar e do genograma nos
municiacutepios estudados O elevado nuacutemero de prontuaacuterios em inconformidade com o
preconizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede ou mesmo a natildeo utilizaccedilatildeo do prontuaacuterio familiar
intensifica a necessidade de capacitaccedilatildeo sobre instrumentos de abordagem familiar (Pereira
et al 2008)
Silva et al (2014) destacam a centralidade da famiacutelia como incipiente em acircmbito
nacional com foco na abordagem hegemocircnica apenas sobre o indiviacuteduo Tal afirmaccedilatildeo se
relaciona ao indicador mais especiacutefico sobre abordagem familiar questionado aos usuaacuterios
ldquoos profissionais da EqAB perguntam sobre seus familiaresrdquo com os piores resultados
(abaixo de 50 das respostas) As autoras (Silva et al 2014) ressaltam a limitaccedilatildeo do
cadastramento familiar agraves condiccedilotildees do domiciacutelio e natildeo das caracteriacutesticas da famiacutelia o
que eacute reforccedilado pela principal forma de cadastro na eacutepoca a ficha A do sistema de
informaccedilatildeo de atenccedilatildeo baacutesica (SIAB) A criacutetica das autoras que o SIAB natildeo contempla as
relaccedilotildees de parentesco entre as famiacutelias hoje foi solucionada pela ficha de cadastro
domiciliar do novo sistema de informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica ndash SISAB Da mesma forma
nesse sistema haacute a identificaccedilatildeo de um responsaacutevel familiar no proacuteprio registro
Em resumo apesar de poucos indicadores e num geral esse atributo natildeo apresentar
baixos resultados os avanccedilos mais niacutetidos estatildeo relacionados agrave visita domiciliar e haacute
deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como organizaccedilatildeo
dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma abordagem dos
profissionais que envolva a famiacutelia como um todo
Do total de 7 indicadores estabeleceu-se 6 como padratildeo de referecircncia para o
atributo centralidade na famiacutelia O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi
encontrado em 3 indicadores o padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) se expressou
em 2 indicadores enquanto nenhum indicador esteve no padratildeo regular e 1 indicador se
localizou no padratildeo inadequado Os melhores indicadores estatildeo concentrados na
176
organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e o pior indicador eacute se os profissionais da EqAB
perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios
O Graacutefico 26 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da centralidade na
famiacutelia
Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Abordagem familiar
177
57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL
A competecircncia cultural implica no reconhecimento de diferentes necessidades dos
grupos populacionais suas caracteriacutesticas eacutetnicas culturais e diferentes representaccedilotildees
sociais dos processos sauacutede-doenccedila (Starfield 2002)
O atributo da competecircncia cultural contribui para uma compreensatildeo da dinacircmica
individual e de grupos sociais que se expressa em um cuidado mais integral (Muller et al
2007) Seu foco expande a noccedilatildeo simples do profissional de sauacutede ldquoconsiderar as crenccedilasrdquo
para envolver diferentes elementos como a mobilizaccedilatildeo intersetorial a dinacircmica familiar e
as redes de apoio social Importante destacar o papel da cultura e do bioloacutegico como
complementares (Targa e Oliveira 2012)
571 Abordagem cultural
De antematildeo observa-se fragilidade do instrumento do PMAQ-AB na abordagem
competecircncia cultural e dificuldade para a escolha de variaacuteveis visto que poucas delas
conseguem refletir aspectos da competecircncia cultural As variaacuteveis selecionadas envolvem a
adoccedilatildeo de estrateacutegias terapecircuticas mais adequadas agrave realidade aos usuaacuterios incluindo as
possiacuteveis necessidades especiais de grupos populacionais especiacuteficos
A Tabela 18 e o Graacutefico 27 apresentam os quatro indicadores selecionados para a
abordagem cultural Pode-se observar na meacutedia Brasil que apenas 188 das equipes
ofertam o serviccedilo de praacuteticas integrativas e complementares 322 realizam accedilotildees gerais
para a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas e somente 116 ofertam atendimento agrave
essa populaccedilatildeo Ao mesmo tempo 903 usuaacuterios entrevistados responderam sempre se
sentir respeitados pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e
religiatildeo
No que se refere agrave distribuiccedilatildeo segundo diferentes grupos de regiotildees de sauacutede
constata-se uma variaccedilatildeo importante na oferta de praacuteticas integrativas e complementares
que apesar de baixa em todos os grupos apresenta-se maior nas Reg 5 (311) e menor
nas Reg 1 (114) e Reg 3 (126) Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees ofertadas para a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas destaca-se positivamente as respostas das Reg 1 (468) e das
Reg 2 e 3 (com cerca de 39 cada) em contraposiccedilatildeo com os 120 das Reg 5 e 227
das Reg 4 Essa situaccedilatildeo se agrava quando o tema eacute ldquoatendimentordquo a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas com os extremos de 218 de respostas nas Reg 2 e 30 nas
Reg 5
Os indicadores do componente abordagem cultural mostram-se insuficientes para a
178
anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento do PMAQ-AB e da proacutepria
poliacutetica nacional de AB nessa temaacutetica Apesar de uma anaacutelise superficial os dados
apontam para uma dificuldade de acesso e de cuidado a diferentes grupos populacionais
Isso eacute expresso pela baixa oferta de serviccedilos agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola em
especial nos grandes centros e de poucas equipes oferecendo praacuteticas integrativas e
complementares como forma de cuidado Uma noccedilatildeo interessante parece ser o respeito das
equipes aos padrotildees culturais dos usuaacuterios
Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n
EqAB
II391 Realizam accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo
rural assentados e
quilombolas de acordo
com as especificidades e
demandas do grupo
2417 468 495 398 1510 393 306 227 591 120 5319 322
II392 Atendem a
populaccedilatildeo rural
assentada e quilombola
974 189 272 218 401 104 116 86 148 30 1911 116
II301 Oferecem o
serviccedilo de praacuteticas
integrativas e
complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
590 114 221 178 486 126 267 198 1540 311 3104 188
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III76 Sempre se
sentem respeitados pelos
profissionais em relaccedilatildeo
aos seus haacutebitos
culturais costumes e
religiatildeo
18803 911 4332 885 13980 922 4854 891 17077 888 59046 903
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 421 420 386 351 337 382
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
179
Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
572 Discussatildeo
A anaacutelise do atributo competecircncia cultural foi insuficiente devido agrave ausecircncia de
variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB Dentre os escassos indicadores selecionados
observou-se resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir
respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
Chama a atenccedilatildeo esse indicador com mais de 90 dos usuaacuterios respondendo
positivamente Todavia de forma isolada ele natildeo traz elementos suficientes para a anaacutelise
da interculturalidade
Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como
a oferta de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com
diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma
dificuldade em saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses
indicadores visto que depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e
quilombola) no territoacuterio dos municiacutepios Ou seja haacute de se compreender se os maiores
percentuais estatildeo relacionados aos locais de moradia dessas populaccedilotildees especiacuteficas
Cunha (2009) aborda um aspecto em seu estudo em Camaragibe (PE) e Belo
Horizonte (MG) parte dos profissionais entrevistados reconhece a interferecircncia dos
aspectos socioeconocircmicos psicoloacutegicos e culturais na condiccedilatildeo de sauacutede e para a adesatildeo
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III76 Sempre se sentemrespeitados pelos profissionais emrelaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturaiscostumes e religiatildeo
II391 Realizam accedilotildeesdirecionadas a populaccedilatildeo ruralassentados e quilombolas deacordo com as especificidades edemandas do grupo
II301 Oferecem o serviccedilo depraacuteticas integrativas ecomplementares para os usuaacuteriosdo territoacuterio
180
do usuaacuterio ao tratamento todavia esse reconhecimento natildeo foi suficiente para gerar
registros em prontuaacuterios ou condutas diferenciadas
No Meacutexico Gonzaacutelez et al (2014) destacam que uma das queixas constantes na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios se refere ao atendimento natildeo humanizado impessoal e
discriminaccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede Seja para os grupos indiacutegenas e rurais seja para
mulheres idosos homossexuais pacientes com HIV ou de sauacutede mental as criacuteticas se
referem ao desrespeito agrave privacidade indiferenccedila agraves suas opiniotildees e desinformaccedilatildeo dos
profissionais de sauacutede Como resultado os autores observam uma percepccedilatildeo negativa e
resistecircncia aos serviccedilos de sauacutede o abandono do tratamento e em casos extremos o choque
cultural (Gonzaacutelez et al 2014)
Partindo da observaccedilatildeo que as Reg 5 satildeo as que mais ofertam serviccedilos em geral e as
que mais capacitam profissionais em diferentes temas um ponto a se avaliar eacute se as
praacuteticas integrativas e complementares (PIC) nos grandes centros estatildeo em consonacircncia
com a cultura popular brasileira ou se referem agrave inserccedilatildeo de terapias alternativas
convenientes ao serviccedilo O tema eacute abordado por Veiga Junior (2008) em municiacutepios do
Rio de Janeiro Seus achados apontam que as plantas medicinais satildeo a principal forma de
tratamento para mais de 60 dos entrevistados mesmo com a disponibilidade de
medicamentos alopaacuteticos Isso foi visualizado de 3 formas automedicaccedilatildeo uso em
conjunto com o medicamento alopaacutetico ou em substituiccedilatildeo a esse O autor mostra que falta
compreensatildeo dos profissionais sobre a cultura de utilizaccedilatildeo de plantas medicinais pelos
usuaacuterios e uma preferecircncia por ofertar serviccedilos que natildeo fazer parte da cultura popular
brasileira como a acupuntura (Veiga Junior 2008)
Estudos sobre a PIC a sintetizam como uma ldquopoliacutetica de inclusatildeo terapecircuticardquo com
foco na complementariedade ampliando a variedade de opccedilotildees para o cuidado integral em
sauacutede As PIC valorizariam os recursos natildeo biomeacutedicos agrave medida que enriquecem as
estrateacutegias de diagnoacutesticoterapecircuticas e favorecem a integraccedilatildeo de novos saberes e
racionalidades ao tradicional saber biomeacutedico (Andrade e Costa 2010) Para incluir as PIC
na APS deve-se considerar a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o tema de inserir
as PIC na formaccedilatildeo profissional e atualizaccedilotildees de estabelecer maior relaccedilatildeo entre
cuidadores tradicionais e profissionais da rede e de organizar lista de fitoteraacutepicos e plantas
medicinais recomendadas pelos sistemas de sauacutede (Schveitzer et al 2012)
Do total de 4 indicadores estabeleceu-se 3 como padratildeo de referecircncia para o
atributo competecircncia cultural O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi
encontrado em 1 indicador e o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) se
181
expressou em 2 indicadores O atributo apresentou baixos resultados para accedilotildees envolvendo
grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre
respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
O Graacutefico 28 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da competecircncia
cultural
Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Abordagem cultural
182
58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 E 2 PMAQ-AB
A seguir satildeo comparados os resultados nacionais das variaacuteveis selecionadas por
atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Atraveacutes dessa anaacutelise busca-se apontar tanto
possiacuteveis mudanccedilas no instrumento em relaccedilatildeo aos indicadores analiacuteticos sobre os
atributos da APS como identificar possiacuteveis resultados superiores inferiores ou mantidos
nos dois anos da avaliaccedilatildeo externa (2012 e 2014) Antes disso seratildeo feitas algumas
consideraccedilotildees a respeito da anaacutelise do instrumento dos dois ciclos
Em relaccedilatildeo aos instrumentos dos ciclos 1 e 2 observa-se uma similaridade em
relaccedilatildeo agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas
variaacuteveis As subdimensotildees exclusivas do ciclo 1 se referem ao tema de sauacutede bucal
modalidade e profissionais que compotildeem a equipe de atenccedilatildeo baacutesica equipe de atenccedilatildeo
baacutesica como coordenadora do cuidado na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede e planejamento
familiar Alguns cuidados especiacuteficos como cacircncer de colo de uacutetero e de mama
hipertensatildeo arterial e diabetes apresentavam-se com uma subdimensatildeo especiacutefica no ciclo
1 e dispersaram-se na subdimensatildeo atenccedilatildeo agrave sauacutede e outras no ciclo 2 No segundo ciclo
portanto criaram-se as subdimensotildees NASF atenccedilatildeo agrave sauacutede exames solicitados pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica e realizados pela rede de serviccedilos e incluiu-se grupos especiacuteficos
como atenccedilatildeo agrave pessoa com obesidade e tabagista
Observa-se tanto no ciclo 1 como no ciclo 2 uma priorizaccedilatildeo de padrotildees de
qualidade relacionados agrave infraestrutura o que se reflete pelo nuacutemero de variaacuteveis
existentes nos respectivos moacutedulos I Nesse aspecto da infraestrutura a maior parte das
variaacuteveis se concentra nos medicamentos equipamentos e materiais e infraestrutura da
Unidade de Sauacutede
Em relaccedilatildeo ao moacutedulo II haacute uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos ciclos 1 e 2 em
temas diferenciados estando o acolhimento agrave demanda espontacircnea e o planejamento da
equipe da atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees da gestatildeo para organizaccedilatildeo do processo de trabalho da
equipe com uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos dois ciclos No ciclo 1 destacam-se o
planejamento familiar aleacutem do tempo de espera para atendimento especializado e
referecircncias especializadas para sauacutede bucal Jaacute no ciclo 2 os temas que prevalecem satildeo
nuacutecleo de apoio agrave sauacutede da famiacutelia e formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos profissionais da Equipe
de Atenccedilatildeo Baacutesica
No que se refere ao moacutedulo III percebe-se no ciclo 2 uma reduccedilatildeo consideraacutevel de
variaacuteveis no tema de viacutenculo responsabilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo do cuidado em relaccedilatildeo ao
183
ciclo 1 O maior nuacutemero de variaacuteveis se concentra na sauacutede da mulher gravidez e preacute-natal
e sauacutede da crianccedila
Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua
organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)
integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com
subdimensatildeo especiacutefica
Conforme explicitado na metodologia no ciclo 1 foram consideradas somente as
UBS que tinham moacutedulos de infraestrutura entrevista com a equipe e usuaacuterios totalizando
13749 UBS 16541 equipes e 65391 usuaacuterios correspondendo agraves equipes que aderiram
ao PMAQ-AB A fim de facilitar uma visualizaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas nos resultados
entre um ciclo e outro para a comparaccedilatildeo com o ciclo 2 utilizou-se as mesmas UBS
analisadas no ciclo 1 totalizando em comum 12985 UBS 15208 equipes e 58425
usuaacuterios das EqAB Essas UBS foram chamadas de compatiacuteveis ou seja UBSequipes do
ciclo 2 que participaram do ciclo 1 Para complementaccedilatildeo da anaacutelise foram apresentados
tambeacutem os resultados referentes ao total de entrevistas de avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 o
que representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o
dobro das equipes compatiacuteveis entre ciclo 1 e ciclo 2
Cabe ressaltar que por mais que se considere a importacircncia e o alinhamento do
PMAQ-AB a uma seacuterie de outras iniciativas nacionais do Ministeacuterio da Sauacutede como
Programa Mais Meacutedicos Programa Requalifica UBS e-SUS AB etc seriam necessaacuterios
outros estudos e maior tempo de existecircncia dos programas para avaliar o impacto dessas
iniciativas na qualidade da APS Em outras palavras independente dos resultados obtidos
entre um ciclo e outro do PMAQ-AB natildeo se pretende atribuir o impacto dos resultados ao
Programa visto que um estudo dessa envergadura demandaria outra metodologia e
aprofundamento
Em cada tabela satildeo apresentados apenas os indicadores que possuem variaacutevel
compatiacutevel nos dois ciclos O questionaacuterio do PMAQ-AB vem sendo revisado a cada ciclo
Nessas revisotildees algumas variaacuteveis satildeo excluiacutedas outras reformuladas e novas
introduzidas A fim de facilitar a visualizaccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos resultados de cada atributo
entre os ciclos 1 e 2 construiu-se os graacuteficos 29 a 35 em teia com as variaacuteveis no eixo
comparando os resultados Do total de variaacuteveis selecionadas para anaacutelise do ciclo 1 99
estavam contempladas no ciclo 2 Aleacutem dessas 6 variaacuteveis exclusivas do ciclo 2 foram
listadas nas tabelas
184
A Tabela 19 e o Graacutefico 29 apresentam os indicadores PMAQ-AB de primeiro
contato selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel compatiacutevel no questionaacuterio do ciclo
2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse tema pois do total de
19 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 17 apresentaram variaacutevel equivalente no
ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave escuta das necessidades
de todos os usuaacuterios que chegam a UBS espontaneamente agrave busca da UBS para
atendimento de urgecircncia e emergecircncia
Os resultados de quatro das seis variaacuteveis referentes ao horaacuterio de funcionamento
no ciclo 2 apresentaram pequena elevaccedilatildeo Houve uma ligeira reduccedilatildeo nas UBS que
funcionam 8h ou mais no dia (de 890 para 835) e na oferta de atendimento aos fins de
semana (de 110 para 43) Verificou-se um maior percentual de usuaacuterios avaliaram
como perto ou razoaacutevel a distacircncia da UBS ateacute a sua casa (de 867 para 923) E em
relaccedilatildeo ao acolhimento observou-se melhora em todos os aspectos o que envolve a
implantaccedilatildeo do acolhimento (de 801 para 977) e a capacitaccedilatildeo dos profissionais (de
578 para 729) Da mesma forma a percepccedilatildeo dos usuaacuterios foi mais positiva com
relaccedilatildeo agrave escuta sem ter hora marcada (de 789 para 858) e a forma como satildeo
acolhidos como boa ou muito boa (de 661 para 827)
Os indicadores do agendamento da consulta na AB tambeacutem expressam resultados
superiores no ciclo 2 referentes agrave reserva de vagas para atendimento no mesmo dia (de
640 para 883) e no caso de usuaacuterios que natildeo faccedilam parte de grupos prioritaacuterios
913 conseguem sair da UBS com a consulta marcada Todavia somente segundo os
profissionais 612 das equipes afirmam que as consultas satildeo agendadas em qualquer dia
qualquer horaacuterio O dobro de usuaacuterios dizem conseguir marcar consulta na UBS a qualquer
hora (de 280 para 608) mais usuaacuterios tecircm sua consulta marcada pelo ACS (de 116
para 192) enquanto menos usuaacuterios precisam pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir
(de 306 para 244) Contudo menos usuaacuterios afirmaram a possibilidade de marcar
consulta todos os dias da semana (de 550 para 492) Quanto ao atendimento de
urgecircncia e emergecircncia mais equipes afirmam realizar esse tipo de atendimento (956) A
variaacutevel dos usuaacuterios difere do ciclo 1 em que a afirmaccedilatildeo era sobre o uso enquanto no
ciclo 2 a pergunta eacute se os usuaacuterios contam com a UBS para este tipo de atendimento caso
necessite (891)
Em siacutentese pode-se dizer que houve uma melhora entre os resultados do ciclo 1 e
ciclo 2 no atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na
AB em qualquer dia da semana se manteacutem como uma importante barreira organizacional
185
de acesso
Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
Horaacuterio de funcionamento
UBS
I71 e I81 Oferecem 2 ou mais turnos de
atendimento6
13052 949 12810 986 23766 988
I73 e I82 Funcionam 5 ou mais dias na semana 13046 934 12673 976 23525 978
I74 e I85 Funcionam 8 horasdia ou mais 12232 890 10841 835 19639 816
I76 e I82 Oferecem atendimento nos fins de
semana 1641 119 555 43 1243 52
N UBS 13749 12985 24055
Usuaacuterios
III57 e III57 O horaacuterio de atendimento desta
UBS atende agraves suas necessidades 56043 857 50547 865 98198 857
III52 e III52 A distacircncia da sua casa ateacute a UBS eacute
perto ou razoaacutevel 56720 867 53932 923 105508 921
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Acolhimento
EqAB
II151 e II121 Estaacute implantado o acolhimento na
UBS 13255 801 14857 977 28866 969
N EqAB 16541 15208 29778
II159 e II1218 Os profissionais que fazem o
acolhimento foram capacitados para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios
7660 578 10259 691 18937 656
N EqAB com acolhimento implantado 13255 14857 28866
Usuaacuterios
III71 e III73 Na maioria das vezes que vatildeo a
UBS sem ter hora marcada conseguem ser
escutados
43453 789 30476 858 57665 853
III74 e III72 Consideram muito bom ou bom a
forma como eacute acolhido(a) ao procurar o serviccedilo 36420 661 29384 827 55700 824
N usuaacuterios que alguma vez foram a UBS sem ter hora
marcada 55077 35507 67570
Agendamento da consulta na AB
EqAB
II15141 e II126
Comprovam que caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro dia haacute
reserva de vagas para atendimento no mesmo dia
10585 640 13425 883 25321 850
II1517 e II129 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o
caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de
grupo de atendimento programado na UBS ele
consegue sair com a consulta marcada
13800 834 13878 913 26697 897
II1612 e II1212 As consultas satildeo agendadas na
UBS em qualquer dia da semana em qualquer
horaacuterio
9172 555 9310 612 17863 600
6 Com apoio do estatiacutestico da Pesquisa Regiotildees e Redes foi realizada uma primeira aproximaccedilatildeo
comparando as UBS comuns entre os ciclos 1 e 2 Observou-se a evoluccedilatildeo desta variaacutevel analisada com teste
estatiacutestico natildeo parameacutetrico McNemar concluindo que as proporccedilotildees foram diferentes entre os ciclos 1 e 2
186
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a
qualquer hora e marcam o atendimento 18325 280 35497 608 68486 598
III61 e III61 Para marcar consulta na UBS
marcam por telefone 1464 22 3485 60 6190 54
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS
mas tem que pegar ficha
15314 234 13452 230 26438 231
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS e
para pegar ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir
19984 306 14262 244 27718 242
III61 e III61 O agente comunitaacuterio de sauacutede
marca a consulta
7602 116 11207 192 22493 196
N usuaacuterios 65391 58425 114615
III62 e III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser
feita todos os dias da semana 35807 553 27501 492 52917 470
N usuaacuterios que fazem marcaccedilatildeo nesta UBS 64792 55912 112516
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
EqAB
II158 e II128 Realizam atendimento de urgecircncia
e emergecircncia nesta unidade de sauacutede 12054 729 14533 956 27980 940
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III77 O senhor(a) conta com esta unidade para
algum atendimento de urgecircncia caso necessite
- - 23824 891 43870 888
N usuaacuterios que alguma vez procurou atendimento de
urgecircncia 26734 49419
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel exclusiva do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
187
Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 20 e no Graacutefico 30 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
longitudinalidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse
tema pois do total de 12 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 10 apresentaram
variaacutevel equivalente no ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave
lembranccedila dos profissionais sobre as uacuteltimas consultas com os usuaacuterios e agrave possibilidade
de escolha da equipe que lhe atende na visatildeo do usuaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente observa-se resultados
inferiores no ciclo 2 para quatro das seis variaacuteveis Nas visitas domiciliares um percentual
menor de ACS realizam a busca ativa de hipertensos faltosos (de 878 para 741) e
somente 579 dos usuaacuterios (no ciclo 1 642) receberam uma visita da equipe agrave crianccedila
com ateacute 7 dias de vida Todavia mais usuaacuterios afirmam que ao interromper o tratamento ou
natildeo comparecer agrave consulta os profissionais os procuram para saber o que aconteceu e
retomar o atendimento (de 429 para 480)
No que se refere agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) houve
resultados melhores nos quatro indicadores ainda que a maioria apresente uma diferenccedila
pequena entre os dois ciclos O destaque de resultados superiores no ciclo 2 se refere aos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I71 e I81
I73 e I82
I74 e I85
I76 e I82
III57 e III57
III52 e III52
II151 e II121
II159 e II1218
III71 e III73
III74 e III72
II15141 e II126
II1517 e II129
II1612 e II1212
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III62 e III62
II158 e II128
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
188
usuaacuterios sempre se sentirem agrave vontade para falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees e
problemas (de 547 para 677)
Em resumo observa-se manutenccedilatildeo no comportamento das variaacuteveis entre os
resultados do ciclo 1 e ciclo 2 no atributo longitudinalidade uma vez que a continuidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente identificada como inadequada se manteve e teve resultados
ainda inferiores ao mesmo tempo que o viacutenculo apresentou melhora principalmente sobre
o usuaacuterio sentir-se agrave vontade com a equipe contudo com resultados ainda baixos em
relaccedilatildeo ao padratildeo esperado
Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
EqAB
II35 e II35 O respondente atua 3 anos ou mais
em sua equipe 7181 434 5780 380 12513 420
II325 e II147 Nas visitas domiciliares os ACS
realizam a busca ativa de hipertensos faltosos 14523 878 11274 741 21844 734
N EqAB 16541 12985 29778
Usuaacuterios
III97 e III93 Sempre satildeo atendidos(as) pelo
mesmo meacutedico na UBS 42065 643 34821 596 67335 587
III99 e III94 Sempre satildeo atendidos(as) pelo
mesmo enfermeiro na UBS 37775 578 36028 617 71310 622
N usuaacuterios 65391 58425 114615
III916 e III99 Quando interrompem o tratamento
por algum motivo ou natildeo comparecem agrave consulta na
UBS os profissionais os procuram para saber o que
aconteceu e retomar o atendimento
14082 429 12434 480 23433 464
N usuaacuterios que alguma vez interrompeu o tratamento
ou faltou a consulta 32828 25887
50527
III145 e III171 A equipe fez uma visita agrave crianccedila
com ateacute 7 dias de vida 5636 642 3826 579 7180 550
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
(viacutenculo)
Usuaacuterios
III91 e III91 O meacutedico deixa tempo suficiente
para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou problemas 51115 790 47991 821 93139 813
N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo
meacutedico (ciclo 1) e N usuaacuterios (ciclo 2) 64731 58425 114615
III93 e III92 O enfermeiro deixa tempo
suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou
problemas
48641 789 48624 832 94806 827
N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo
enfermeiro e N usuaacuterios (ciclo 2) 61616 58425 114615
III914 e III97 Quando precisam tirar duacutevidas
apoacutes as consultas sempre tem facilidade para falar
com os profissionais que lhe atenderam
29912 626 26346 638 50057 627
189
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
N usuaacuterios que alguma vez precisou tirar duacutevidas 47763 41287 79826
III918 e III87 Sempre se sente agrave vontade para
falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees
problemas sociais familiares ou outras questotildees
35796 547 39568 677 76592 668
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 21 e no Graacutefico 31 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
abrangecircnciaintegralidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu uma variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do
total de 32 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 24 apresentaram variaacutevel
equivalente no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se
referem aos indicadores de resolutividade recebimento de medicamentos realizaccedilatildeo de
todas as vacinas do calendaacuterio baacutesico pela EqAB e percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto agrave falta
de material ou equipamento facilidade de obter os resultados dos exames e orientaccedilatildeo dos
profissionais voltada agraves suas necessidades Dos indicadores de accedilotildees ofertadasescopo de
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
II35 e II35
II325 e II147
III97 e III93
III99 e III94
III916 e III99
III145 eIII171
III91 e III91
III93 e III92
III914 e III97
III918 e III87
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
190
accedilotildees a coleta de material para exames de laboratoacuterio e a realizaccedilatildeo de procedimentos na
UBS em geral natildeo puderam ser comparadas
Em relaccedilatildeo ao escopo de accedilotildees observa-se na maior parte dos indicadores
resultados superiores no ciclo 2 A oferta de consultas e vacinas e dispensaccedilatildeo de
medicamentos apresentou resultados similares entre os ciclos 1 e 2 destacando-se apenas
a oferta de consultas meacutedicas mais elevada no ciclo 2 (de 916 para 982) Os
indicadores com maior elevaccedilatildeo foram a realizaccedilatildeo de sutura de ferimentos (procedimento)
nas UBS (de 308 para 446) e a oferta de consultas para usuaacuterios de grupos
prioritaacuterios que aumentou de 788 para 907 A solicitaccedilatildeo de mamografia nas
mulheres na faixa etaacuteria apresentou leve queda (de 979 para 927) Dentre os usuaacuterios
a maioria das consultas de preacute-natal (775) e de diabetes (829) foi realizada na UBS
Um indicador com variaccedilatildeo extrema e incomum se refere ao exame preventivo de cacircncer
de colo de uacutetero na UBS com uma grande queda de 732 para 120 das usuaacuterias o que
pode indicar algum tipo de erro no banco de dados
Quanto agrave resolutividade observa-se manutenccedilatildeo ou leve melhora na maior parte
dos resultados do ciclo 2 Destacam-se poreacutem piores resultados quanto aos usuaacuterios que
consideram que a equipe sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS (de
725 para 538) e que consideram que o medicamento estaacute sempre disponiacutevel na UBS
(de 306 para 224) Em relaccedilatildeo agraves equipes envolvidas com accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente ofertadas pelo municiacutepio haacute um aumento no ciclo 2 (de 812 para 904)
Os indicadores referentes ao apoio de categorias especiacuteficas do NASF apresentaram ligeiro
aumento na maioria das categorias natildeo meacutedicas e uma ligeira queda nas categorias
meacutedicas
Portanto eacute mantida a interpretaccedilatildeo na anaacutelise dos resultados do ciclo 1 de que os
resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Em geral observa-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees
realizadas A oferta de consultas (gerais e para grupos especiacuteficos) e a solicitaccedilatildeo de
exames se mantiveram com resultados elevados melhorando a oferta do procedimento
sutura de ferimentos A maior especificidade na definiccedilatildeo do que satildeo os procedimentos no
instrumento do ciclo 2 poderia ter favorecido um resultado mais preciso nesse aspecto
poreacutem a comparaccedilatildeo natildeo foi possiacutevel pois as variaacuteveis mudaram Aleacutem disso a
experiecircncia dos usuaacuterios na temaacutetica da abrangecircnciaintegralidade foi menos valorizada no
instrumento do ciclo 2 e particularmente em suas respostas sobre a resolutividade os
191
resultados foram ainda piores O apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo em cerca da
metade das equipes assim como a disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios
Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo
entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
UBS
I78 e I86 Ofertam consultas meacutedicas 12599 916 12755 982 23523 978
I78 e I86 Ofertam consultas de enfermagem 13346 971 12896 993 23878 993
I78 e I86 Ofertam consultas odontoloacutegicas 10560 768 10726 826 18818 782
I78 e I86 Dispensam de medicamentos pela
farmaacutecia 11048 804 10132 780 18776 781
I78 e I86 Ofertam vacinaccedilatildeo 11727 853 11248 866 20458 850 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
II1661 e II131
Comprova programar
consultas e accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado
continuado
13037 788 13793 907 26605 893
II175 e II151 Solicitam exame de creatinina para
HAS 16107 974 14908 980 29037 975
II176 e II151 Solicitam exame de hemoglobina
glicosilada para DM 16541 928 14147 930 27419 921
II179 e II151 Solicitam mamografia para
mulheres entre 50 e 69 anos 16190 979 14091 927 27051 908
II1710 e II152 Solicitam sorologia para HIV no
preacute-natal 16264 983 14891 979 28958 972
II208 e II172 Realiza procedimentos sutura de
ferimentos 5091 308 6776 446 12620 424
II326 e II284 Possuem levantamento
mapeamento dos usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidado no domiciacutelio
11633 703 11367 747 21150 710
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III116 e III133 Fizeram a maioria das consultas
de preacute-natal nesta UBS 6122 698 5121 775 9945 762
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
III163 e III212 Fizeram a maioria das consultas
de diabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 6309 777 6720 829 12915 830
N usuaacuterios com diabetes 8118 8102 15557
III153 e III202 Fizeram a maioria das consultas
de HAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 17943 754 17588 786 33775 786
N usuaacuterios com HAS 23797 22380 42994
III106 e III127 Fizeram o exame preventivo de
cacircncer de colo de uacutetero nesta UBS 37191 732 5542 120 10226 112
N usuaacuterias 50791 46210 91203
Resolutividade
UBS
I35 e I33 UBS possuem meacutedico 13246 963 12686 977 23376 972
I35 e I33 UBS possuem enfermeiro 13650 993 12943 997 23941 995
I35e I33 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista 10728 780 10582 815 18629 774 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
192
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
II122 e II95 Recebem apoio do NASF
10635 643 9301 612 17157 576
II123 e II332 Recebem apoio de fisioterapeuta
do NASF 7446 450 8149 536 14993 503
II123 e II332 Recebem apoio de nutricionista do
NASF 7206 436 5936 390 10665 358
II123 e II332 Recebem apoio de assistente social
do NASF 6219 376 6463 425 11850 398
II123 e II332 Recebem apoio de farmacecircutico do
NASF 3744 226 4185 275 7012 235
II123 e II332 Recebem apoio de ginecologista do
NASF 2290 138 1564 103 2850 96
II123 e II332 Recebem apoio de pediatra do
NASF 2173 131 1622 107 3017 101
II123 e II332 Recebem apoio de psiquiatra do
NASF 1782 108 1485 98 2741 92
II81 e II71 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente envolvendo profissionais da AB 13438 812 13752 904 26463 889
II84 e II710 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as demandas e
necessidades da equipe
10195 613 9443 621 17193 577
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III81 e III81 Quando satildeo atendidos acham que a
equipe sempre busca resolver suas necessidades
problemas na proacutepria UBS
47391 725 31407 538 60393 527
III 182 e III231 Quando o profissional receita
um medicamento este estaacute sempre disponiacutevel 20009 306 13103 224 24369 213
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
A variaacutevel de NASF referente ao apoio do psicoacutelogo foi excluiacuteda da comparaccedilatildeo pois apresentava erro no banco do
ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
193
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100I78 e I86
I78 e I86I78 e I86
I78 e I86
I78 e I86
II166 e II131
II175 e II151
II176 e II151
II179 e II151
II1710 e II152
II208 e II172
II326 e II284
III116 e III133
III163 e III212
III153 e III202III106 e III127I35 e I33
I35 e I33
I35e I33
II123 e II95
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II81 e II71
II84 e II710
III81 e III81III 182 e III231
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 22 e no Graacutefico 32 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
coordenaccedilatildeo selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no questionaacuterio do
ciclo 2 Houve importante variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do total de 36
indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 16 apresentaram variaacutevel equivalente
no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos
indicadores de ordenamento de fluxos e de comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE O bloco
especiacutefico de coordenaccedilatildeo do cuidado no moacutedulo de entrevista com usuaacuterios tanto no ciclo
1 como no ciclo 2 se resumiram a questotildees sobre marcaccedilatildeo de consultas especializadas
Esse foi o atributo essencial com pior avaliaccedilatildeo no ciclo 1
A comunicaccedilatildeo entre AB e AE foi resumida por 2 indicadores no ciclo 2 ldquoA EqAB
obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos usuaacuterios encaminhados
sempre ou na maioria das vezesrdquo respondido positivamente por apenas 353 das
equipes e ldquoA EqAB monitora as gestantes que tiveram parto atraveacutes da contra referecircncia
da maternidaderdquo com 217 de respostas positivas Eacute certo que haacute prejuiacutezo na avaliaccedilatildeo
do atributo da coordenaccedilatildeo no ciclo 2 sob diferentes perspectivas contudo jaacute eacute possiacutevel
observar por essas variaacuteveis que as dificuldades de comunicaccedilatildeo se manteacutem
194
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos a maioria dos resultados se
apresentou de forma similar A maior variaccedilatildeo ocorreu na continuidade informacional com
melhora nos registros consideraacutevel melhora nos registros de usuaacuterios de maior risco
encaminhados a outros pontos de atenccedilatildeo (de 378 para 653) e aumento do registro das
pessoas com HAS com maior gravidade (de 484 para 606) Jaacute em relaccedilatildeo ao registro
de usuaacuterios com tuberculose e hanseniacutease os resultados foram inferiores o que pode
indicar um menor nuacutemero de UBS que fazem este tipo de tratamento por vezes
centralizado em uma UBS do municiacutepio No ordenamento dos fluxos assistenciais quanto
agraves usuaacuterias saiacuterem da consulta de preacute-natal com a proacutexima consulta agendada houve um
leve aumento de 616 para 677 Esse resultado se apresenta muito abaixo do esperado
visto que tal marcaccedilatildeo natildeo depende de nenhum outro recurso a natildeo ser a organizaccedilatildeo da
agenda da equipe Ainda neste componente de ordenamento dos fluxos assistenciais o
instrumento do ciclo 2 apresentou uma nova variaacutevel sobre planejamento considerando a
organizaccedilatildeo de criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a outros pontos de
atenccedilatildeo com 669 das EqNASF respondendo positivamente Esse valor estaacute abaixo do
esperado principalmente se considerarmos que apenas metade das EqAB contam com
apoio do NASF
Em siacutentese para o atributo da coordenaccedilatildeo foi menor a possibilidade de
comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 Elementos centrais como contato institucionalizado entre
profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento foram excluiacutedos do novo
instrumento Algumas variaacuteveis se dispersaram no instrumento do ciclo 2 para
especificidades da sauacutede bucal ou NASF O acesso a consultas especializadas permanece
similar com leve melhora no agendamento de consultas de atenccedilatildeo especializada realizado
pela UBS A avaliaccedilatildeo positiva no ciclo 1 sobre fichas de encaminhamento e centrais de
marcaccedilatildeo de consultas ou exames natildeo pode ser visualizado no ciclo 2 pela ausecircncia destes
indicadores Da mesma forma todas as variaacuteveis referentes a comunicaccedilatildeo da AB com a
AE na rede de atenccedilatildeo apresentadas como inadequadas no ciclo 1 foram excluiacutedas no
questionaacuterio do ciclo 27
7 As mudanccedilas no instrumento do ciclo 2 com reduccedilatildeo de variaacuteveis relacionadas agrave coordenaccedilatildeo pode ter tido
motivaccedilotildees diversas que seria interessante conhecer
195
Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1
e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
Continuidade informacional
EqAB
II145 e II113 Possui prontuaacuterio eletrocircnico
implantado 2322 140 2601 171 4133 139
II146 e II114 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico e
ele estaacute integrado com outros pontos da rede de
atenccedilatildeo
1825 110 2171 143 3337 112
II1721 e II146
Comprovam manter registro
dos usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
6258 378 9936 653 18018 605
II254 e II146 Possui registro das pessoas com
HAS com maior riscogravidade 8012 484 9209 606 16826 565
II264 e II146 Possui registro das pessoas com
DM com maior riscogravidade 8600 520 8899 585 16228 545
II2711 e II2131 Comprovam registro do nuacutemero
de usuaacuterios com tuberculose 10924 660 7644 503 14441 485
II2811 e II2211 Comprovam registro do nuacutemero
de usuaacuterios com hanseniacutease 8515 515 5414 356 9935 334
N EqAB 16541 15208 29778
Ordenamento de fluxos assistenciais
EqAB
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolos de
estratificaccedilatildeo de risco para preacute-natal
12377 748 11886 782 21763 731
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de
estratificaccedilatildeo de risco para HAS
11483 694 10626 699 19091 641
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de
estratificaccedilatildeo de risco para DM
11502 695 10642 700 19066 640
N EqAB 16541 15208 29778
II336 Planejam considerando organizaccedilatildeo de
criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a
outros serviccedilospontos de atenccedilatildeo
- - 6226 669 11042 644
N Eq NASF 9301 17157
Usuaacuterias
III1120 e III1322 Na consulta de preacute-natal jaacute
saem com a proacutexima consulta marcada 5405 616 4469 677 9060 695
III1122 e III1324 Foram orientadas sobre a
maternidade que fariam o parto 4092 466 3034 459 5659 434
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
Acesso a consultasexames especializados
EqAB
II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser
encaminhado para consulta especializada jaacute sai da
UBS com a consulta agendada
4334 262 4811 316 8234 277
II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser
encaminhado para consulta especializada a consulta
eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterio
10084 610 9164 603 16932 569
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e 6173 130 5755 170 10004 157
196
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
II145 e II113
II146 e II114
II1721 e II146
II254 e II146
II264 e II146
II2711 e II2131
II2811 e II2211
II174 e II144
II174 e II144
II174 e II144
III1120 e III1322
III1122 e III1324
II171 e II141
II171 e II141
III920 e III101
III920 e III101
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
necessitam ser encaminhados para outros
profissionais ou especialistas saem da UBS com a
consulta agendada
III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e
necessitam ser encaminhados para outros
profissionais ou especialistas a consulta eacute marcada
pela UBS e depois informada ao usuaacuterio
22114 465 15515 459 27797 435
N usuaacuterios que alguma vez precisou marcar consultas
com especialistas 47599 33767 63879
Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE
EqAB
II161 Obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos
especialistas dos usuaacuterios encaminhados sempre ou
na maioria das vezes
- - 5365 353 10134 340
II188 Monitora as gestantes que tiveram parto
atraveacutes da contra referecircncia da maternidade
- - 3302 217 5611 188
N EqAB 16541 15208 29778 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
197
Na Tabela 23 e no Graacutefico 33 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
orientaccedilatildeo para a comunidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente
no questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que dos
24 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 16 deles apresentaram variaacutevel equivalente
no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos
indicadores de intersetorialidade como planejamento de atividades considerando o
envolvimento de outros setores mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e equipamentos
sociais e busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o Programa Bolsa Famiacutelia
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos praticamente todos os resultados se
apresentaram superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo ao ciclo 1 Quanto agrave territorializaccedilatildeo os
resultados do ciclo 2 mostram que um pouco menos equipes possuem populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do territoacuterio (de 334 para 295) e mais equipes
afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definiccedilatildeo da
quantidade de pessoas sob sua responsabilidade (de 539 para 662) Aleacutem disso
916 das equipes (antes 844) possuem mapas com desenho do territoacuterio e 909
(antes 810) realizaram monitoramento e anaacutelise de indicadores e informaccedilotildees em sauacutede
nos uacuteltimos 12 meses
Na temaacutetica de intersetorialidade o ciclo 2 tambeacutem apresenta resultados superiores
ao ciclo 1 734 das equipes (antes 491) comprovam a existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa Famiacutelia 688 (antes
538) comprovam as atividades na escola e 982 (antes 807) nos territoacuterios com
cisternas os ACS fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua No que se refere agrave
participaccedilatildeo social mais equipes tanto dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios
(de 731 para 846) como realizam ou tem mecanismos de pesquisa de satisfaccedilatildeo com
os usuaacuterios (de 368 para 734) Ao mesmo tempo 958 (antes 883) afirmam
considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
Em resumo o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou melhorias no
ciclo 2 Indicadores de territorializaccedilatildeo avanccedilaram para padratildeo muito bom Os indicadores
de participaccedilatildeo social sob o ponto de vista das equipes apresentaram melhoria contudo
os indicadores na percepccedilatildeo dos usuaacuterios permaneceram ruins No componente da
intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os
dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma melhor
anaacutelise Satildeo necessaacuterios mais elementos que o Programa Bolsa Famiacutelia sauacutede na escola e
qualidade da aacutegua para uma anaacutelise da intersetorialidade
198
Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash
comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2
PMAQ-AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n N n
Territorializaccedilatildeo
UBS
I35 e I33 Possuem 4 ou mais ACS 12611 917 12225 941 22324 928 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
II133 e II102 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia 16158 977 14956 983 29141 979
II137 e II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB
no entorno do territoacuterio 5528 334 4485 295 9520 320
II132 e II101 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e
vulnerabilidade para a definiccedilatildeo de quantidade de
pessoas sob sua responsabilidade
8923 539 10063 662 18452 620
II134 e II103 Possuem mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia 13963 844 13933 916 26364 885
II910 e II84 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede 13393 810 13828 909 26363 885
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III88 e III89 Durante as consultas os profissionais da
EqAB sempre sugerem soluccedilotildees adequadas a sua
realidade
32010 490 37015 634 70987 619
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Intersetorialidade
EqAB
II3331 e II272
Comprovam existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa
Bolsa Famiacutelia
8140 492 11161 734 20751 697
II3821 e II3021Comprovam registro de atividades
na escola 8901 538 10467 688 19053 640
N EqAB 16541 15208 29778
II314 e II318 Nos territoacuterios com cisternas os ACS
fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de
cisternas
5641 807 6082 982 12116 980
N EqAB que possuem cisternas no territoacuterio de atuaccedilatildeo 6994 6191 12357
Participaccedilatildeo social
EqAB
II355 e II296 Existe conselho local de sauacutede ou
instacircncia colegiada equivalente 9786 592 9278 610 16850 566
II341 e II292 Dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo
para os usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB
12095 731 12863 846 23528 790
II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e
II291 Realiza ou tem mecanismo de avaliaccedilatildeo de
satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
6092 368 11160 734 20017 672
II354 e II295 Consideram a opiniatildeo do usuaacuterio para a
reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho 14613 883 14570 958 28123 944
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III191 e III241 Quando querem fazer uma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS conseguem 11232 496 8676 519 15992 491
III192 e III242 Quando fizeram alguma relaccedilatildeo ou
sugestatildeo rapidamente tiveram um retorno 5342 236 4686 280 8576 263
N usuaacuterios que precisaram fazer reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na UBS 22661 16720 32571
199
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por
variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 24 e no Graacutefico 34 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
centralidade na famiacutelia selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Houve pouca variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que
dos 6 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 5 deles apresentarem variaacutevel
equivalente no ciclo 2 Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos todos os resultados
se apresentaram de forma similar
Logo manteacutem-se o comportamento dos resultados no atributo centralidade na
famiacutelia conforme observado no ciclo 1 com poucos indicadores para a discussatildeo do tema
e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos
piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios
nas consultas (509)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I35 e I33
II133 e II102
II137 e II105
II132 e II101
II134 e II103
II910 e II84
III88 e III89
II3331 e II272
II3821 eII3021
II314 e II318
II355 e II296
II341 e II292
II351 e II291
II354 e II295
III191 e III241
III192 e III242
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
200
Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre
os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2
PMAQ-AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
EqAB
II1411 e II1111 Comprovam que os prontuaacuterios dos
usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos familiares 13026 787 12527 824 24124 810
II321 e II131 Outros membros da equipe aleacutem dos
ACS realizam visita domiciliar 16477 996 14520 955 28073 943
II323 e II282 Visitam as famiacutelias com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade
15381 930 14719 968 28432 955
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III912 e III96 Profissionais da EqAB perguntam
sobre seus familiares 32362 495 29710 509 56914 497
III923 e III111 Recebem visita do ACS 55624 851 49148 841 95063 829
III924 e III112 Receberam visita de outros
profissionais de sauacutede 19317 295 18396 315 34740 303
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 25 e no Graacutefico 35 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
competecircncia cultural selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100II1411 e II1111
II321 e II131
II323 e II281
III912 e III96
III923 e III111
III924 e III112
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
201
questionaacuterio do ciclo 2 Dos 3 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 todos
apresentaram equivalecircncia no ciclo 2 Houve uma melhora no instrumento sobre esse
atributo pois o instrumento do ciclo 2 trouxe um pouco mais de detalhamento nessa
temaacutetica Especifica por exemplo o tipo de praacuteticas integrativas e complementares que a
equipe realiza e o tipo de comunidades tradicionaispopulaccedilatildeo rural a equipe atende aleacutem
de questotildees de educaccedilatildeo permanente e registro Uma variaacutevel especiacutefica exclusiva do 2deg
ciclo eacute se existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de sauacutede junto a cuidadores
tradicionais como parteiras benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras Seu resultado
poreacutem apresenta apenas 77 de respostas positivas Outra variaacutevel nova se refere a
atividades de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e complementares respondido
positivamente por apenas 145 das equipes
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos os resultados se mantiveram em
niacuteveis baixos ou apresentaram melhorias em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas 391 das equipes realizam accedilotildees direcionadas e 367 realizam
atendimento a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas antes 322 e 116
respectivamente
Em siacutentese os indicadores do componente abordagem cultural tambeacutem no ciclo 2
se mantecircm insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento
Os escassos dados apontam para uma dificuldade de acesso e cuidado a diferentes grupos
populacionais e baixo diaacutelogo das EqAB com cuidadores tradicionais Apesar de
observarmos uma pequena melhoria na especificidade das variaacuteveis seu eixo ainda eacute
limitado agrave populaccedilatildeo rural e praacuteticas integrativas e complementares
Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1
PMAQ-AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n N
EqAB
II391 e II311 Realizam accedilotildees direcionadas a
populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas de acordo com
as especificidades e demandas do grupo
5319 322 5953 391 12016 404
II392 e II313 Atendem a populaccedilatildeo rural assentada e
quilombola 1911 116 5583 367 11347 381
II301 e II251 Oferecem o serviccedilo de praacuteticas
integrativas e complementares para os usuaacuterios do
territoacuterio
3104 188 3541 233 5666 190
II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de
sauacutede junto agrave cuidadores tradicionais como parteiras
benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras
- - 1167 77 2288 77
202
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1
PMAQ-AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n N
II254 A gestatildeo oferece alguma atividadecurso de
educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e
complementares para a equipe
- - 2208 145 3414 115
N EqAB 15208 29778
Usuaacuterios
III76 e III88 Sempre se sentem respeitados pelos
profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais
costumes e religiatildeo
59046 903 51698 885 100807 880
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Em siacutentese na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da
qualidade nas equipes compatiacuteveis Comparando os resultados das variaacuteveis selecionadas
para todas as UBS equipes e usuaacuterios participantes do ciclo 2 do PMAQ-AB expostos na
uacuteltima coluna das Tabelas 23 a 29 observa-se resultados em geral ligeiramente inferiores
do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2
O conjunto de resultados aqui discutidos podem nos remeter a no miacutenimo trecircs
observaccedilotildees a melhoria dos resultados na AB se expressou no conjunto de equipes
0102030405060708090
100II391 e II311
II392 e II313
II301 e II251
III76 e III88
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
203
brasileiras e natildeo soacute naquelas participantes do PMAQ-AB a importacircncia da linearidade
entre os instrumentos dos ciclos do PMAQ-AB a fim de perceber a evoluccedilatildeo das equipes
entrevistadas e a possibilidade de atraveacutes das variaacuteveis do instrumento visualizar o
funcionamento da AB em relaccedilatildeo aos quatro atributos essenciais da APS e alguns aspectos
em relaccedilatildeo aos atributos derivativos
A anaacutelise do conjunto de variaacuteveis que evoluiacuteram positivamente entre os 2 ciclos
permite observar algum destaque para as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos
organizacionais no acircmbito da governabilidade das proacuteprias equipes
204
6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES
Em deacutecadas recentes tem-se observado o crescente debate sobre as vantagens do
fortalecimento da APS nos sistemas de sauacutede que optam por organizar seus serviccedilos em
rede A literatura sobre o tema em geral indica que Sistemas de sauacutede com APS forte
estatildeo associados a melhores resultados de sauacutede maior acesso aos serviccedilos maior
qualidade de atendimento reduccedilatildeo dos cuidados especializados desnecessaacuterios e
potencialmente prejudiciais aleacutem de favorecer o diagnoacutestico e tratamento precoce dos
problemas de sauacutede
Nesta investigaccedilatildeo analisar os resultados do PMAQ-AB a partir dos atributos da
APS definidos por Starfield (2002) foi uma tentativa de colaborar para a qualificaccedilatildeo da
APS no Brasil sinalizando elementos tanto da praacutetica profissional como da organizaccedilatildeo
do serviccedilo que se relacionam com aspectos da qualidade do cuidado em sauacutede Uma APS
de qualidade foi aqui representada por UBS que conseguem ser porta de entrada coordenar
e ofertar accedilotildees diversificadas para o cuidado em sauacutede exercer papel de filtro para acesso agrave
rede especializada dar continuidade ao cuidado dos usuaacuterios ao longo da vida favorecer a
organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco nas necessidades dos usuaacuterios mediar a participaccedilatildeo
social desenvolver accedilotildees comunitaacuterias e estar integrada com os demais equipamentos do
territoacuterio
Buscar o enfoque das regiotildees de sauacutede para essa discussatildeo partiu da compreensatildeo
de que somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e financiamento em uma
rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos eficientes de pactuaccedilatildeo
intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede integral Independente da
heterogeneidade de necessidades e realidades nos territoacuterios do nosso paiacutes a organizaccedilatildeo
da rede de atenccedilatildeo em sauacutede precisa possibilitar aos usuaacuterios o acesso a uma mesma gama
de serviccedilos em tempo oportuno e de forma resolutiva
Dentre as limitaccedilotildees da dissertaccedilatildeo destacam-se quatro aspectos principais Um
primeiro se refere agrave amplitude e complexidade de tratar o conjunto dos atributos da APS
um desafio para o aprofundamento de referecircncias bibliograacuteficas e discussotildees sobre cada
grande tema Um segundo abrange a insuficiente revisatildeo de referecircncias internacionais Um
terceiro identificado foi a natildeo realizaccedilatildeo de testes estatiacutesticos para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis examinadas e diferenccedilas entre regiotildees e na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e
2 E um quarto discutido no decorrer do trabalho satildeo as proacuteprias limitaccedilotildees do
instrumento do PMAQ-AB com questotildees estruturadas para orientar o pagamento por
desempenho o vieacutes de positividade das equipes participantes e a amostra intencional dos
205
usuaacuterios
Apesar desse uacuteltimo aspecto compreende-se que cada vez mais o desenho e
execuccedilatildeo do PMAQ-AB tecircm superado as dificuldades enfrentadas no primeiro ciclo A
avaliaccedilatildeo dos resultados do PMAQ-AB possibilita apresentar um panorama de maior
amplitude da AB no Brasil tanto pela sua abrangecircncia nacional como pelo envolvimento
de diferentes atores adesatildeo ampliada e o investimento realizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede
Pode-se tecer algumas consideraccedilotildees a respeito da concepccedilatildeo orientadora do
PMAQ-AB tomando como base seus dois principais documentos os manuais instrutivos e
os instrumentos de cada ciclo O marco legal e a proposta colocada na origem do PMAQ-
AB se relacionam com uma APS abrangente e com os atributos da APS propostos por
Starfield (2002) mas com pouca ecircnfase na centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural
Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua
organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)
integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com
subdimensatildeo especiacutefica Como destacado na anaacutelise dos atributos os instrumentos carecem
de abordagem cultural a centralidade na famiacutelia eacute pouco desenvolvida e a accedilatildeo
comunitaacuteria e intersetorial satildeo pouco abordadas elementos tambeacutem cruciais para uma APS
abrangente
Os manuais instrutivos do PMAQ-AB dos ciclos 1 e 2 tecircm como foco a
apresentaccedilatildeo do Programa seu conceito e justificativa aleacutem de um detalhamento das
quatro fases de implantaccedilatildeo Foram identificadas nos documentos duas abordagens
especificamente sobre a Atenccedilatildeo Baacutesica Uma delas se refere aos desafios para a
qualificaccedilatildeo da AB que pretendem ser enfrentados pelo PMAQ precariedade da rede
fiacutesica inadequadas condiccedilotildees de trabalho necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de
trabalho elevada rotatividade de profissionais comprometendo o viacutenculo a continuidade
do cuidado e a integraccedilatildeo da equipe incipiecircncia dos processos de gestatildeo sobrecarga das
equipes por sua populaccedilatildeo adscrita pouca integraccedilatildeo das equipes de AB com outros pontos
da Rede de Atenccedilatildeo baixa integralidade e resolutividade das praacuteticas procedimento-
meacutedico-centrada e financiamento insuficiente e inadequado da AB (Brasil 2013a)
A segunda abordagem dos documentos caracteriza a Atenccedilatildeo Baacutesica tal como a
PNAB 2011 A definiccedilatildeo se refere a uma APS abrangente destacando-se entre seus
princiacutepios a territorializaccedilatildeo e responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria a adscriccedilatildeo dos usuaacuterios e
viacutenculo a acessibilidade acolhimento e porta de entrada preferencial o cuidado
longitudinal a ordenaccedilatildeo da RAS a gestatildeo do cuidado integral em rede e o trabalho em
206
equipe multiprofissional (Brasil 2013a)
Especificamente no manual instrutivo do ciclo 2 observa-se uma maior ecircnfase nos
compromissos tripartite incluindo as pactuaccedilotildees da Rede Cegonha e do Programa
Nacional do Controle do tabagismo Aleacutem disso haacute atualizaccedilotildees em relaccedilatildeo ao novo
sistema de informaccedilatildeo eSUS ABSISAB para os indicadores de monitoramento e
desempenho e sobre o acompanhamento dos NASF
Ademais os instrumentos dos ciclos 1 e 2 apresentam uma similaridade em relaccedilatildeo
agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas variaacuteveis
Questotildees antes gerais no ciclo 1 tecircm uma certa transformaccedilatildeo no ciclo 2 para os
programas prioritaacuterios aleacutem do ciclo 2 buscar mais especificidade no conceito das accedilotildees
propostas Entre os moacutedulos do Programa a concentraccedilatildeo de perguntas dos instrumentos
foi em relaccedilatildeo ao aspecto da infraestrutura (moacutedulo I)
Quanto ao cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e
de usuaacuterios participantes do PMAQ-AB podem ser destacados alguns aspectos O
primeiro eacute que a maior parte das variaacuteveis natildeo possuiacutea equivalecircncia de questotildees na
perspectiva dos dois atores Na anaacutelise dos atributos prevaleceu um maior nuacutemero de
variaacuteveis relacionadas a percepccedilatildeo dos profissionais e natildeo dos usuaacuterios apesar de no
atributo da longitudinalidade ter sido possiacutevel privilegiar a percepccedilatildeo dos usuaacuterios atraveacutes
de um maior nuacutemero de variaacuteveis selecionadas
Um segundo ponto eacute a distribuiccedilatildeo de variaacuteveis equivalentes dos moacutedulos de
profissionais e dos usuaacuterios entre os atributos Mesmo em nuacutemero extremamente reduzido
observou-se equivalecircncia com variaacuteveis similares para profissionais e usuaacuterios nos
atributos de primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade
Comparando-se o resultado dessas variaacuteveis equivalentes a percepccedilatildeo dos
profissionais foi em todos os casos mais positiva que a percepccedilatildeo dos usuaacuterios Um
exemplo que chama a atenccedilatildeo se refere agrave definiccedilatildeo de maternidade para o parto Quanto
mais desenvolvida e maior a oferta de serviccedilos na regiatildeo de sauacutede mais elevada a
afirmaccedilatildeo dos profissionais sobre a existecircncia de referecircncias e fluxos para o parto Jaacute na
percepccedilatildeo das usuaacuterias quem mais relata ter sido orientada sobre a maternidade do parto
foram as usuaacuterias de equipes do grupo de regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos
O presente estudo aponta para um conjunto de resultados sintetizados a seguir O
atributo primeiro contato apresentou os melhores resultados dentre os demais atributos O
horaacuterio de funcionamento das UBS em geral foi adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto
207
ao atendimento de suas necessidades e a distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes
relataram realizar acolhimento aos usuaacuterios mas questiona-se a qualidade desse
acolhimento pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentiam acolhidos e os profissionais natildeo
foram capacitados para tal Identificaram-se importantes dificuldades na marcaccedilatildeo de
consultas na AB sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios
especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se
definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria
desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade Em siacutentese os indicadores
de padratildeo muito bom e bom corresponderam majoritariamente ao componente horaacuterios
de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo foi no agendamento da consulta
na AB
Nas equipes das Reg 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos) foram observados os piores resultados em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento
agendamento da consulta na AB e urgecircncia e emergecircncia O acolhimento teve piores
resultados tanto nas equipes das Reg 1 como das Reg 2 Os melhores resultados no
conjunto dos componentes do primeiro contato foram observados nas Regiotildees mais
desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5)
O atributo da longitudinalidade apresentou resultados em geral insatisfatoacuterios
tanto para continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente como para qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Todavia o tempo das consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio
falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo
apresentaram resultados satisfatoacuterios Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da
longitudinalidade que variaram desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo
dos registros e puericultura ateacute questotildees mais abrangentes como a fixaccedilatildeo de profissionais
e melhores condiccedilotildees de trabalho e um outro conjunto sendo influenciado pela capacitaccedilatildeo
e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo profissional-paciente como acessibilidade ao
profissional apoacutes a consulta Em resumo os indicadores com padratildeo bom concentraram-se
no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos faltosos pelos ACS e dentre os
piores indicadores destacaram-se as questotildees de escolha da equipe e de continuidade do
cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo lembram o que aconteceu em
consultas anteriores e escassa busca ativa)
Os melhores resultados em relaccedilatildeo a qualidade profissional-paciente residiu no
grupo de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) apesar das
limitaccedilotildees encontradas em todos os grupos de sauacutede para a longitudinalidade
208
Um ponto interessante eacute a superioridade das respostas nas regiotildees de sauacutede de
baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) um
comportamento incomum da longitudinalidade em relaccedilatildeo aos demais atributos Nesse
grupo percebe-se a maior realizaccedilatildeo de busca ativa maior possibilidade de tirar duacutevidas
apoacutes as consultas e maior satisfaccedilatildeo do usuaacuterio quanto ao tempo da consulta para falar
sobre suas preocupaccedilotildees Estes resultados nos sugerem que o viacutenculo e a continuidade do
cuidado estariam sendo mais bem trabalhados nas regiotildees menos desenvolvidas Mesmo
com alta rotatividade uma hipoacutetese eacute que os profissionais que se fixam nas Reg tipo 1
sentem-se tambeacutem mais vinculados com os usuaacuterios destes contextos entendendo aqui o
viacutenculo como uma relaccedilatildeo de dupla via profissional e usuaacuterios Estudos especiacuteficos satildeo
necessaacuterios para compreender se esses melhores resultados poderiam ser atribuiacutedos agrave
indisponibilidade de outros serviccedilos e portanto ldquofalta de opccedilatildeordquo dos usuaacuterios ou realmente
a uma maior proximidade entre profissional e usuaacuterio
O atributo da abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou melhores resultados
no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB A disponibilidade de
consultas meacutedicas e de enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios
mostraram-se adequados Todavia observou-se carecircncias mostrando que as unidades de
atenccedilatildeo baacutesica necessitam ampliar seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos
para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e
medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo
dos profissionais na atenccedilatildeo agrave sauacutede A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito
bom esteve na disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de
padratildeo inadequado se concentraram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave
equipe pelas diferentes categorias do NASF
A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e agrave
oferta de serviccedilos assim como evidenciado em outros estudos Observa-se que a
integralidade estaacute mais efetivada nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas e com alta oferta
de serviccedilos (Reg 5) Um destaque positivo nas Reg 1 estaacute na disponibilidade de cirurgiatildeo-
dentista e na imunizaccedilatildeo E uma observaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave resolutividade eacute que os
resultados satildeo similares comparando as Reg 1 e Reg 4 Aleacutem disso a vacinaccedilatildeo tem uma
variaccedilatildeo consideraacutevel por regiatildeo de sauacutede com piores resultados nas regiotildees de meacutedio
desenvolvimento socioeconocircmico e meacutediaalta oferta de serviccedilos (Reg 3)
O atributo da coordenaccedilatildeo apresentou os piores resultados dentre os demais
atributos indicando dificuldades de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames
209
especializados baixa comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de
referecircnciasfluxos e escassos mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso
dos usuaacuterios aos serviccedilos que necessitam A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo bom
esteve na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na existecircncia de
centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os indicadores de
padratildeo inadequado se distribuiacuteram em todos os componentes continuidade informacional
ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e
comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE
Considerando a dificuldade da APS em desempenhar sua funccedilatildeo de coordenadora
do cuidado observa-se que a dificuldade de institucionalizaccedilatildeo ndash seja da comunicaccedilatildeo
entre serviccedilos seja de referecircncias e fluxos ndash eacute ainda maior nos municiacutepios de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) Apesar de baixos
resultados de coordenaccedilatildeo de uma forma geral as equipes das regiotildees mais desenvolvidas
(Reg 4 e Reg 5) satildeo as com melhores resultados no conjunto de indicadores As equipes
das Reg 1 satildeo as que apresentam piores resultados independente do componente se
destacando entre esses a comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE tambeacutem com os mais baixos
percentuais nas Reg 2
Sobre o atributo orientaccedilatildeo para a comunidade as variaacuteveis do instrumento do
PMAQ-AB natildeo permitem realizar uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes
e os demais setores e poliacuteticas puacuteblicas presentes na comunidade em geral Esse atributo
apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo no que se refere agrave
disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da equipe Contudo
importante destacar a relaccedilatildeo desses resultados positivos com as exigecircncias do marco
normativo (PNAB 2011) Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes natildeo
consideraram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a
interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo
muito bom ou bom esteve na disponibilidade e trabalho dos ACS definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo do processo
de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se concentraram na articulaccedilatildeo com
outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social
Observa-se na maior parte dos resultados da orientaccedilatildeo para a comunidade pouca
variaccedilatildeo conforme desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos Em geral os
piores resultados se apresentaram nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) As Reg 5
foram melhores na organizaccedilatildeo da territorializaccedilatildeo planejamento das accedilotildees e mecanismos
210
de participaccedilatildeo social
No atributo centralidade na famiacutelia apesar de poucos indicadores disponiacuteveis no
instrumento para essa anaacutelise foram niacutetidos os avanccedilos relacionados agrave visita domiciliar
assim como a deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como
organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma
abordagem dos profissionais que envolva a famiacutelia como um todo Apesar dos resultados
desse atributo em geral serem altos o pior indicador ndash central na discussatildeo ndash foi se os
profissionais da EqAB perguntavam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas
A centralidade na famiacutelia natildeo parece estar diretamente relacionada ao
desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos O atributo teve comportamento
similar entre as regiotildees de sauacutede sendo observado com menores resultados apenas nas
regiotildees de meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 2) Os
melhores resultados variaram em indicadores especiacuteficos por exemplo com melhores
resultados de organizaccedilatildeo de prontuaacuterios por nuacutecleos familiares nas Reg 1 e maior registro
de consultas ou atendimentos no domiciacutelio nas Reg 5
O atributo competecircncia cultural dentre os escassos indicadores selecionados
apresentou resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir
respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como a oferta
de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com diferenccedila
entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma dificuldade em
saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses indicadores visto que
depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e quilombola) no
territoacuterio dos municiacutepios
Ainda que com baixos percentuais os resultados da competecircncia cultural apontam
que as regiotildees de baixa oferta de serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) satildeo as com melhores resultados
principalmente por realizarem accedilotildees e atendimento agrave populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas Isso provavelmente se deve a maior concentraccedilatildeo dessa populaccedilatildeo nas
referidas regiotildees de sauacutede com municiacutepios com menos habitantes Em contrapartida as
regiotildees de maior DSE e alta oferta de serviccedilos (Reg 4 e Reg 5) satildeo as que apresentam os
piores resultados se destacando positivamente apenas por maior oferta de praacuteticas
integrativas e complementares
As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)
foram as que apresentaram os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo
211
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) a maior parte dos piores
resultados Um problema maior dos piores resultados estarem concentrados nas Reg 1 eacute
porque eacute o grupo de regiotildees que contempla mais municiacutepios brasileiros (2159 municiacutepios)
As equipes das Reg 1 contudo destacam-se por resultados levemente mais positivos no
atributo da longitudinalidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural mostrando
que eacute possiacutevel uma organizaccedilatildeo do serviccedilo da APS que favoreccedila maior qualidade do
cuidado e que esteja mais proacuteximo das pessoas mesmo em regiotildees de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos
Os atributos com resultados mais baixos independente do grupo de regiatildeo de sauacutede
foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural O primeiro principalmente em
virtude da dificuldade da comunicaccedilatildeo entre APS e os demais equipamentos da rede de
atenccedilatildeo e o segundo pela ausecircncia de accedilotildees para grupos populacionais com caracteriacutesticas
especiacuteficas ademais da falta de variaacuteveis sobre a temaacutetica
Dois atributos apresentaram resultados proporcionalmente maiores conforme a
gradaccedilatildeo dos grupos de regiotildees de sauacutede ou seja resultados menores no grupo 1 crescente
nos demais grupos e maiores no grupo 5 Esses atributos foram o primeiro contato e a
coordenaccedilatildeo Em relaccedilatildeo a um comportamento oposto ou seja resultados piores nas Reg
5 melhorando entre os grupos e apresentando melhor resultado no grupo 1 tem-se o
atributo da competecircncia cultural poreacutem limitado conforme descrito anteriormente
Os resultados das equipes das Reg 4 (Alto desenvolvimento socioeconocircmico e
meacutedia oferta de serviccedilos) foram similares aos resultados da equipes das Reg 5 na maioria
dos atributos primeiro contato longitudinalidade orientaccedilatildeo para a comunidade
centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural
Jaacute em relaccedilatildeo aos resultados das Reg 2 (Meacutedioalto desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) os resultados foram similares aos das equipes
das Reg 1 nos atributos primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e competecircncia
cultural
Ressalta-se contudo uma dificuldade em avaliar as Reg 3 (Meacutedio DSE e
meacutediaalta oferta de serviccedilos) Seus resultados apresentaram-se medianos em todo o
conjunto de atributos ora superiores agraves Reg 1 e 2 (primeiro contato coordenaccedilatildeo e
orientaccedilatildeo para a comunidade) ora similares agraves Reg 1 e 2 (integralidade e centralidade na
famiacutelia) e raramente com resultados superiores agraves equipes das Reg 4 e 5 (competecircncia
cultural) Logo natildeo foi possiacutevel apreender um padratildeo de comportamento nesse grupo
Em resumo a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma heterogecircnea entre os
212
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees mais voltadas ao acircmbito da
relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio percebe-se resultados por vezes mais positivos nas regiotildees
menos desenvolvidas e no que depende de accedilotildees mais sistecircmicas e estruturais os
resultados satildeo superiores nas regiotildees mais desenvolvidas Os resultados reforccedilam a
diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede reflexo dessa desigualdade social de uma falta de
planejamento regional das accedilotildees em sauacutede e com repercussotildees importantes no acesso e uso
dos serviccedilos de APS
Observando a distribuiccedilatildeo desses grupos de regiotildees de sauacutede nas macrorregiotildees do
Brasil percebe-se a concentraccedilatildeo das Reg 5 nas macrorregiotildees Sudeste e Sul e a
concentraccedilatildeo das Reg 1 nas macrorregiotildees Norte e Nordeste Em macrorregiotildees como o
Nordeste eacute niacutetida a variaccedilatildeo para grupos de maior desenvolvimento socioeconocircmico ou
maior oferta apenas regiotildees de sauacutede onde ficam localizadas as capitais Todavia o grupo 1
representa 40 das regiotildees de sauacutede brasileiras e estaacute presente em todas as macrorregiotildees
brasileiras caracterizando heterogeneidades dentro de uma mesma macrorregiatildeo e de um
mesmo estado Eacute importante ressaltar o sentido que tem essa heterogeneidade para a
organizaccedilatildeo da APS em um sistema universal de sauacutede Todos os usuaacuterios devem ter
acesso a uma mesma gama de serviccedilos de forma integral coordenada e resolutiva mas a
organizaccedilatildeo dessa APS precisa considerar a diversidade regional
Na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da qualidade nas
equipes compatiacuteveis Os resultados mais positivos se expressaram tambeacutem para o conjunto
de equipes brasileiras No total de equipes participantes do ciclo 2 observou-se resultados
em geral ligeiramente inferiores do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2
Destacaram-se em geral as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos organizacionais de
governabilidade das proacuteprias equipes
Em relaccedilatildeo aos atributos essenciais houve resultados superiores do ciclo 2 no
atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na AB em
qualquer dia da semana se manteve como uma importante barreira organizacional de
acesso No atributo longitudinalidade a continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
identificada como inadequada se manteve e teve resultados ainda inferiores e o viacutenculo
apresentou melhoria mas com resultados ainda baixos em relaccedilatildeo ao padratildeo esperado Na
integralidade os resultados do escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Em geral observou-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees
realizadas e que o apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo assim como a
disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios Em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo foi
213
menor a possibilidade de comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 O acesso a consultas
especializadas permaneceu similar com leve aumento nos resultados de agendamento de
consultas de atenccedilatildeo especializada realizado pela UBS Elementos centrais como contato
institucionalizado entre profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento
foram excluiacutedos do novo instrumento
Quanto aos atributos derivativos a comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 mostrou que a
orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou resultados superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo aos
indicadores de territorializaccedilatildeo e de participaccedilatildeo social na perspectiva das equipes Na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios os indicadores de participaccedilatildeo social permaneceram ruins e na
intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os
dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma anaacutelise mais
adequada Os resultados do atributo centralidade na famiacutelia foram mantidos com poucos
indicadores para a discussatildeo do tema e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na
organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB
perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas Os indicadores da competecircncia
cultural se mantiveram insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do
instrumento
Concluiacutemos ressaltando que atraveacutes desta dissertaccedilatildeo buscou-se colaborar para as
anaacutelises da APS no Brasil a partir dos atributos definidos por Starfield (2002) sempre se
pautando pelos benefiacutecios de um sistema de sauacutede organizado em redes regionalizadas de
atenccedilatildeo tendo a APS como base Almeja-se que o pano de fundo da institucionalizaccedilatildeo da
cultura da avaliaccedilatildeo aqui representado pelo PMAQ-AB contribuam para um julgamento
que influencie positivamente a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede Entre as
reflexotildees produzidas a partir deste estudo fica evidente que as desigualdades presentes na
sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS e do SUS Dadas as
peculiaridades das populaccedilotildees satildeo necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais
heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham acesso a uma mesma gama de serviccedilos de
qualidade de acordo com as suas necessidades independente do territoacuterio em que habitam
Essas desigualdades precisam ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor
qualidade integral resolutivo e voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo
214
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227
ANEXOS
ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR
ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB
Quadro 21 Atributo primeiro contato variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA INDICADORES
Horaacuterios de funcionamento
I71 Quantos turnos de
funcionamento esta UBS oferece a
populaccedilatildeo
Dois turnos ou trecircs
turnos
de UBS que oferecem dois ou mais turnos
de atendimento agrave populaccedilatildeo
I73 Esta UBS funciona quantos dias
na semana
5 6 ou 7 dias de UBS que funcionam 5 ou mais dias na
semana
I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de
funcionamento da UBS
8 horasdia ou mais de UBS que funcionam 8 horasdia ou
mais
I76 Esta UBS oferece atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
Sim de UBS que oferecem atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas
necessidades
Sim de usuaacuterios que afirmam que o horaacuterio de
funcionamento desta unidade atende agraves suas
necessidades
III 52 O que o(a) senhor(a) acha da
distacircncia da sua casa ateacute esta Unidade
de Sauacutede
Perto ou razoaacutevel de usuaacuterios que afirmam que a distacircncia da
sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel
Acolhimento
II151 Estaacute implantado o acolhimento
da UBS
Sim de EqAB que afirmam que estaacute implantado
o acolhimento na UBS
II154 Todos os usuaacuterios que chegam
agrave UBS espontaneamente buscando
atendimento tem suas necessidades
escutadas e avaliadas
Sim de EqAB que afirmam que todos os
usuaacuterios que chegam agrave unidade de sauacutede
espontaneamente buscando atendimento tecircm
suas necessidades escutadas e avaliadas
II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade no acolhimento
aos usuaacuterios
Sim de EqAB que afirmam que os profissionais
que fazem o acolhimento foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos usuaacuterios
III71 Na maioria das vezes que o(a)
senhor(a) vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
Sim de usuaacuterios que afirmam que na maioria
das vezes que vatildeo a UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer problema
conseguem ser escutados(as)
III74 O que o(a) senhor(a) acha
sobre a forma como eacute
acolhidorecebido ao procurar o
serviccedilo
Muito bom ou bom de usuaacuterios que consideram muito bom ou
bom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a)
ao procurar o serviccedilo
Agendamento da consulta na AB
II15141 Caso o usuaacuterio tenha um
problema que natildeo seja recomendaacutevel o
agendamento para outro dia haacute
reservas de vagas para atendimento no
mesmo dia
Sim de EqAB que comprovam que caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro dia
haacute reserva de vagas para atendimento no
mesmo dia
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja
o caso de agendar no dia e o usuaacuterio
natildeo faccedila parte de algum grupo que
Sim de EqAB que afirmam que nas situaccedilotildees
em que natildeo seja o caso de agendar no dia e o
usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo que
228
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA INDICADORES
possui atendimento programado na
UBS ele consegue sair dessa unidade
com a consulta marcada
possui atendimento programado na unidade
de sauacutede ele consegue sair desta unidade
com a consulta marcada
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
Em qualquer dia da
semana em
qualquer horaacuterio
de EqAB que afirmam que as consultas
satildeo agendadas na UBS em qualquer dia da
semana em qualquer horaacuterio
III61 Na maioria das vezes como
o(a) senhor(a) faz para marcar
consulta na unidade de sauacutede
Vai agrave unidade e
marca atendimento
a qualquer hora
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS a qualquer hora
e marcam o atendimento
Marca por telefone de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS marcam por telefone
Vatildeo a UBS mas
tem que pegar
ficha
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS mas tem que
pegar ficha
Vatildeo a UBS e para
pegar ficha eacute
necessaacuterio fazer
fila antes da UBS
abrir
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS e para pegar
ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da UBS
abrir
O ACS marca a
consulta
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS o ACS marca a consulta
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
Todos os dias da
semana
de usuaacuterios que afirmam que a marcaccedilatildeo
de consultas pode ser feita todos os dias da
semana
Atendimento de
urgecircnciaemergecircncia
II158 A equipe realiza atendimento
de urgecircncia e emergecircncia nesta UBS
Sim de EqAB que afirmam realizar
atendimento de urgecircncia e emergecircncia nesta
unidade de sauacutede
III78 Onde o(a) senhor(a) procurou
atendimento (em relaccedilatildeo agrave urgecircncia)
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam que no caso de
urgecircncia procuraram atendimento nesta UBS
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Indicadores cujo padratildeo de referecircncia satildeo as respostas negativas
Quadro 22 Atributo longitudinalidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente
II35 Quanto tempo o(a) senhor(a)
atua nesta Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
3 anos ou mais de EqAB em que o respondente atua 3 anos
ou mais em sua equipe
II325 Nas visitas domiciliares dos
ACS eacute realizada a busca ativa no
territoacuterio
Hipertensos
faltosos
de EqAB que afirmam que nas visitas
domiciliares os ACS realizam a busca ativa dos
hipertensos faltosos
III97 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute
atendido pelo mesmo meacutedico
Sim de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo meacutedico na UBS
III99 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute
atendido pelo mesmo enfermeiro
Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo enfermeiro na UBS
III913 Os profissionais lembram-se
do que aconteceu nas uacuteltimas consultas
do(a) senhor(a)
Sim de usuaacuterios que afirmam que os profissionais
lembram-se do que aconteceu nas uacuteltimas
consultas
III916 Quando o(a) senhor(a)
interrompe o tratamento por algum
motivo ou natildeo vem agrave consulta nesta
UBS os profissionais procuram o(a)
Sim de usuaacuterios que afirmam que quando
interrompem o tratamento por algum motivo ou
natildeo comparecem agrave consulta na UBS os
profissionais os procuram para saber o que
229
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
senhor(a) para saber o que aconteceu e
retomar o atendimento
aconteceu e retomar o atendimento
III145 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias
de vida (primeira semana)
Sim de usuaacuterios que afirmam que a equipe fez
uma visita agrave crianccedila com ateacute sete dias de vida
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente (viacutenculo)
III510 Se o(a) senhor(a) quiser pode
escolher a equipe que lhe atende
Sim de usuaacuterios que afirmam que se quiserem
podem escolher a equipe que lhe atende
III91 Durante o atendimento nesta
Unidade de Sauacutede o (a) meacutedico(a)
deixa tempo suficiente para o(a)
senhor(a) falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
Sim de usuaacuterios que afirmam que o meacutedico deixa
tempo suficiente para falar sobre suas
preocupaccedilotildees ou problemas
III93 Durante o atendimento nesta
Unidade de Sauacutede o(a) enfermeiro(a)
deixa tempo suficiente para o(a)
senhor(a) falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
Sim de usuaacuterios que afirmam que o enfermeiro
deixa tempo suficiente para falar sobre suas
preocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando o(a) senhor(a) precisa
tirar duvidas apoacutes as consultas tem
facilidade para falar com os
profissionais que lhe atenderam
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando
precisam tirar duacutevidas apoacutes as consultas sempre
tem facilidade para falar com os profissionais
que lhe atenderam
III918 O(a) senhor(a) se sente agrave
vontade para falar com a equipe sobre
suas preocupaccedilotildees problemas sociais
familiares ou outras questotildees
Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir agrave vontade
para falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas sociais familiares ou
outras questotildees
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 23 Atributo abrangecircnciaintegralidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis
aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios
de funcionamento da UBS
Consultas
meacutedicas
de UBS que ofertam consultas meacutedicas
Consultas de
enfermagem
de UBS que ofertam consultas de
enfermagem
Consultas
odontoloacutegicas
de UBS que ofertam consultas odontoloacutegicas
Dispensaccedilatildeo de
medicamentos
pela farmaacutecia
de UBS que dispensam medicamentos pela
farmaacutecia
Vacinaccedilatildeo de UBS que ofertam vacinaccedilatildeo
II166 A equipe programa consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios e
necessitam de cuidado continuado
Sim de EqAB que afirmam programar consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado
continuado
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
Creatinina
de EqAB que afirmam solicitar exame de
creatinina para HAS
II176 Quais os exames solicitados
para DM
Hemoglobina
glicosilada
de EqAB que afirmam solicitar exame de
hemoglobina glicosilada para DM
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de 50 a
69 anos
Mamografia de EqAB que afirmam solicitar mamografia
para mulheres entre 50 e 69 anos
230
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
II1710 Quais os exames solicitados
para o preacute-natal
Sorologia para
HIV
de EqAB que afirmam solicitar sorologia
para HIV no preacute-natal
II203 A equipe realiza coleta de
material para exames de laboratoacuterio
Sim de EqAB que afirmam realizar coleta de
material para exames de laboratoacuterio
II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza procedimentos pequenas
cirurgias na UBS
Sim de EqAB que afirmam realizar
procedimentospequenas cirurgias
II208 A EqAB realiza os seguintes
procedimentos pequenas cirurgias
Sutura de
ferimentos
de EqAB que afirmam realizar sutura de
ferimentos
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidado no domiciacutelio
Sim de EqAB que afirmam possuir
levantamentomapeamento dos usuaacuterios
adscritos que necessitam receber cuidado no
domiciacutelio
III1416 Em que local foram feitas a
maioria das vacinas da crianccedila
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das vacinas da crianccedila na UBS
III153 Onde o (a) Senhor (a) fez a
maioria das consultas por causa da
pressatildeo alta (hipertensatildeo) nos uacuteltimos
seis meses
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das consultas de HAS na UBS
III163 Onde o (a) Senhor (a) fez a
maioria das consultas por causa da
diabetes (accediluacutecar alto no sangue) nos
uacuteltimos seis meses
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das consultas de diabetes na UBS
III106 A Senhora faz o exame
preventivo do cacircncer do colo do uacutetero
(exame papanicolau) nesta Unidade de
Sauacutede
Sim de usuaacuterias que afirmam ter feito o exame
preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS
III116 Em que local a senhora fez a
maioria das consultas de preacute-natal
Nesta UBS de usuaacuterias que afirmam ter feito a maioria
das consultas de preacute-natal na UBS
Resolutividade
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
1 ou mais
meacutedicos
de UBS que possuem meacutedico
1 ou mais
enfermeiros
de UBS que possuem enfermeiro
1 ou mais
cirurgiotildees-
dentista
de UBS que possuem cirurgiatildeo-dentista
II122 Quem realiza apoio agrave equipe de
atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de casos
considerados complexos
NASF de EqAB que afirmam receber apoio de
profissionais do NASF
II123 Equipes que recebem apoio dos
seguintes profissionais do NASF
Psicoacutelogo de EqAB que afirmam receber apoio de
psicoacutelogo do NASF
Fisioterapeuta
de EqAB que afirmam receber apoio de
fisioterapeuta do NASF
Nutricionista
de EqAB que afirmam receber apoio de
nutricionista do NASF
Assistente Social
de EqAB que afirmam receber apoio de
assistente social do NASF
Farmacecircutico
de EqAB que afirmam receber apoio de
farmacecircutico do NASF
Ginecologista
de EqAB que afirmam receber apoio de
ginecologista do NASF
Pediatra de EqAB que afirmam receber apoio de
pediatra do NASF
231
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Psiquiatra de EqAB que afirmam receber apoio de
psiquiatra do NASF
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
Sim de EqAB que afirmam que no municiacutepio haacute
accedilotildees de educaccedilatildeo permanente envolvendo
profissionais da AB
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
Sim de EqAB que afirmam que quando haacute accedilotildees
de educaccedilatildeo permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
II201 A equipe possuirecebe
medicamentos da farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender a sua
populaccedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam receber medicamentos
da farmaacutecia baacutesica suficientes para atender a
populaccedilatildeo
II205 A equipe realiza todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
Sim de EqAB que afirmam realizar todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
III81 Quando o senhor eacute atendido
nessa UBS o senhor acha que a equipe
busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria
UBS
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS acham que a equipe sempre
busca resolver suas necessidadesproblemas na
proacutepria UBS
III181 Quando o senhor procura
atendimento nesta UBS falta de
material ou equipamento costuma
prejudicar seu atendimento
Nunca de usuaacuterios que afirmam que quando
procuram atendimento na UBS nunca falta
material ou equipamento que prejudique seu
atendimento
III922 O(a) senhor(a) encontra
facilidade para saber dos resultados dos
seus exames que chegam nesta unidade
de sauacutede
Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre
encontram facilidade para saber os resultados de
seus exames
III 182 Quando o profissional receita
um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute
disponiacutevel na UBS
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando o
profissional receita um medicamento este
sempre estaacute disponiacutevel
III75 As orientaccedilotildees que os
profissionais datildeo para o senhor na UBS
atendem suas necessidades
Sempre de usuaacuterios que afirmam que as orientaccedilotildees
que os profissionais fornecem na UBS sempre
atendem suas necessidades
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 24 Atributo coordenaccedilatildeo variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Continuidade informacional
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
Sim de EqAB que afirmam existir prontuaacuterio
eletrocircnico implantado
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam que o prontuaacuterio
eletrocircnico estaacute integrado com outros pontos da
rede de atenccedilatildeo
II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas
de encaminhamento dos usuaacuterios para
demais pontos de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que comprovam existir fichas de
encaminhamento dos usuaacuterios para demais
pontos de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros
pontos de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que comprovam manter registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
II254 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro de pessoas com
hipertensatildeo arterial sistecircmica com
Sim de EqAB que afirmam possuir registro das
pessoas com HAS com maior riscogravidade
232
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
maior riscogravidade
II264 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro de pessoas com diabetes
mellitus com maior riscogravidade
Sim de EqAB que afirmam possuir registro das
pessoas com DM com maior riscogravidade
II2711 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro do nuacutemero de usuaacuterios
com tuberculose
Sim de EqAB que comprovam possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II2811 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro do nuacutemero de usuaacuterios
com hanseniacutease
Sim de EqAB que comprovam possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
Ordenamento de fluxos assistenciais
II173 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades para
encaminhamento
Sim de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de prioridades de
encaminhamento
II174 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas
para
Preacute-natal
de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
preacute-natal
HAS
de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
HAS
DM de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
DM
II184 A equipe possui documentos
contendo as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo municipal para
os atendimentos dos usuaacuterios do
territoacuterio da equipe
Sim de EqAB que afirmam possuir documentos
contendo as referecircncias e fluxos pactuados pela
gestatildeo municipal para os atendimentos dos
usuaacuterios do territoacuterio da equipe
II185 Quais as referecircncias e fluxos
definidos
Cacircncer de mama de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para cacircncer de mama
Cacircncer de colo
de uacutetero
de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para cacircncer de colo de uacutetero
Parto de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para parto
III1120 Na consulta de preacute-natal a
senhora jaacute saia com a proacutexima consulta
marcada
Sim sempre de usuaacuterias que afirmam que na consulta de
preacute-natal jaacute saem com a proacutexima consulta
marcada
III1122 A senhora foi orientada sobre
o lugar (maternidade) que faria o parto
Sim de usuaacuterias que afirmam ter sido orientada
sobre a maternidade que fariam o parto
Acesso agrave consultasexames
especializados
II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo
disponiacuteveis
Marcaccedilatildeo de
consulta
especializada
de EqAB que afirmam possuir central para
marcaccedilatildeo de consulta especializada
Marcaccedilatildeo de
exames
de EqAB que afirmam possuir central para
marcaccedilatildeo de exames
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para uma consulta especializada quais
formas possiacuteveis
O paciente sai da
UBS com a
consulta
agendada
de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio
eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado
para consulta especializada jaacute sai da UBS com
a consulta agendada
A consulta eacute
marcada pela
UBS e a data
posteriormente
informada ao
de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio
eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado
para consulta especializada a consulta eacute
marcada pela UBS e a data posteriormente
informada ao paciente
233
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
paciente
II256 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
II266 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com DM
Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de
espera para usuaacuterios com DM
III919 Quando o senhor precisa os
profissionais da equipe conseguem
marcar uma consulta com outros
profissionais ou especialistas
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando
precisam os profissionais da equipe sempre
conseguem marcar uma consulta com outros
profissionais ou especialistas
III920 Quando o senhor eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para
outros profissionais ou especialistas o
que acontece
Sai da UBS com
a consulta
agendada
de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS e necessitam ser
encaminhados para outros profissionais ou
especialistas saem da UBS com a consulta
agendada
A consulta eacute
marcada pela
UBS e depois
informada ao
usuaacuterio
de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS e necessitam ser
encaminhados para outros profissionais ou
especialistas a consulta eacute marcada pela UBS e
depois informada
Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos
AB e AE
II186 Os profissionais da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com
especialistas
Sempre de EqAB que afirmam que fizeram contato
com especialistas
II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi
contatada por especialistas
Sempre de EqAB que afirmam que foram contatadas
por especialistas
II188 A UBS possui fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Sim de EqAB que afirmam possuir fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II189 Qual fluxo institucional de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Discussatildeo de
casos
de EqAB que afirmam possuir a discussatildeo de
casos como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo
entre AB e AE
Reuniotildees
teacutecnicas com
especialistas da
rede
de EqAB que afirmam possuir a reuniotildees
teacutecnicas com especialistas como fluxo
institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Telessauacutede
de EqAB que afirmam possuir telessauacutede
como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo entre
AB e AE
Ficha de
referecircncia
contra-referecircncia
de EqAB que afirmam possuir ficha de
referecircnciacontra-referecircncia como fluxo
institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II1811 Haacute uma lista de contato na
UBS com os especialistas da rede SUS
com telefones eou e-mail
Sim de EqAB que afirmam possuir uma lista de
contatos na UBS com os especialistas da rede
SUS
III921 Depois que o senhor foi
atendido por outros profissionais fora
da UBS a equipe conversou com o
senhor sobre este atendimento
Sempre de usuaacuterios que afirmam que depois que
foram atendidos por outros profissionais fora da
UBS a EqAB sempre conversou sobre o
atendimento
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 25 Atributo orientaccedilatildeo para a comunidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia
e indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
234
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Territorializaccedilatildeo
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
4 ou mais ACS de UBS que possuem 4 ou mais ACS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
Sim de EqAB que afirmam existir definiccedilatildeo de
aacuterea de abrangecircncia
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
Sim de EqAB que afirmam existir populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
II131 Qual o nuacutemero de pessoas de
responsabilidade da equipe
Ateacute 3500 pessoas de EqAB que afirmam existir ateacute 3500
pessoas sob sua responsabilidade
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de
risco e vulnerabilidade para a definiccedilatildeo
da quantidade de pessoas sob
responsabilidade da equipe
Sim de EqAB que afirmam que a gestatildeo
considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade
para a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob
sua responsabilidade
II134 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui mapas com desenho do territoacuterio
de abrangecircncia
Sim de EqAB que afirmam possuir mapas com
desenho do territoacuterio de abrangecircncia
II136 Quando foi realizado o uacuteltimo
mapeamento da aacuterea de abrangecircncia da
equipe
Ateacute 12 meses de EqAB que realizaram mapeamento da aacuterea
de abrangecircncia da equipe nos uacuteltimos 12 meses
II910 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede
Sim de EqAB que afirmam realizar
monitoramento e anaacutelise dos indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
II92 Nos uacuteltimos 12 meses a equipe
realizou algum processo de
levantamento de problemas
Sim de EqAB que afirmam que nos uacuteltimos 12
meses realizou algum processo de
levantamento de problemas
II94 Foi estabelecido um plano de
accedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam que estabeleceram um
plano de accedilatildeo
III88 Na opiniatildeo do senhor durante
as consultas os profissionais desta
equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a
sua realidade
Sempre de usuaacuterios que afirmam que durante as
consultas os profissionais da EqAB sempre
sugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade
Intersetorialidade
II114 A equipe planejaprograma
suas atividades considerando o
envolvimento de outros setores
(intersetorialidade) que atuam na sua
aacuterea
Sim de EqAB que afirmam planejar suas
atividades considerando o envolvimento de
outros setores (intersetorialidade) que atuam na
sua aacuterea
II135 O mapa apresentado pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem quais
itens
Sinalizaccedilatildeo de
aacutereas de risco
de EqAB que afirmam que o mapa
apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo de aacutereas de
risco
Sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos
sociais
de EqAB que afirmam que o mapa
apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos sociais
II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis
para cadastramento do Programa Bolsa
Famiacutelia
Sim de EqAB que afirmam realizar busca ativa de
famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
II3331 Haacute mapa de acompanhamento
das famiacutelias cadastradas no Programa
Bolsa Famiacutelia
Sim de EqAB que comprovam existir mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no
Programa Bolsa Famiacutelia
II3821 A equipe realiza e registra as
atividades realizadas na escola
Sim de EqAB que comprovam realizar atividades
na escola
II314 Os ACS fazem accedilotildees
educativas sobre a qualidade da aacutegua
Sim de EqAB que afirmam que os ACS fazem
accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das
235
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
de cisternas cisternas
Participaccedilatildeo Social
II355 Haacute conselho local de sauacutede ou
instancia colegiada equivalente
Sim de EqAB que afirmam existir conselho local
de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente
II341 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo
baacutesica
Sim de EqAB que afirmam dispor de canais de
comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB
II351 A equipe realiza pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
Sim de EqAB que afirmam realizar pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
II354 A equipe considera a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
Sim de EqAB que afirmam considerar a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo
do processo de trabalho
III191 Quando o senhor quer fazer
uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na
Unidade de Sauacutede o senhor consegue
Sim de usuaacuterios que afirmam que quando querem
fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS
conseguem
III192 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
Sim teve
rapidamente
de usuaacuterios que afirmam que quando fizeram
alguma relaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamente
tiveram um retorno
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 26 Atributo centralidade na famiacutelia variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Abordagem familiar
II1411 Os prontuaacuterios dos usuaacuterios
da equipe de AB satildeo organizados por
nuacutecleos familiares
Sim de EqAB que comprovam que os prontuaacuterios
dos usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
Sim de EqAB que afirmam que outros membros
da equipe aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
Sim de EqAB que afirmam visitar com
periodicidade distinta as famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia de acordo com avaliaccedilotildees de risco
e vulnerabilidade
II3211 A equipe registra as consultas
ou atendimentos realizados no
domiciacutelio
Sim registra em
prontuaacuterio
Sim registra em
ficha proacutepria
de EqAB que afirmam registrar as consultas
ou atendimentos realizados no domiciacutelio
III912 Os profissionais desta unidade
costumam perguntar por seus
familiares
Sempre de usuaacuterios que afirmam que os profissionais
da EqAB perguntam sobre seus familiares
III923 O seu Agente Comunitaacuterio de
Sauacutede (ACS) visita o (a) Senhor (a) na
sua casa
Sim de usuaacuterios que afirmam receber visita do
ACS
III924 Outros profissionais da equipe
de sauacutede visitam a casa do (a) Senhor
(a)
Sim usuaacuterios que afirmam receber visita de outros
profissionais de sauacutede
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
236
Quadro 27 Atributo competecircncia cultural variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Abordagem cultural
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
Sim de EqAB que afirmam realizar accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas de acordo com as especificidades e
demandas do grupo
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
Sim de EqAB que afirmam atender a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombola
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
Sim de EqAB que afirmam oferecer o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
III76 O(a) senhor(a) se sente
respeitado pelos profissionais em
relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais
costumes sua religiatildeo
Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir respeitados
pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes e religiatildeo
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
237
ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS
COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB
Quadro 28 Primeiro contato seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Horaacuterio de funcionamento
UBS
I71 Quantos turnos de funcionamento
esta UBS oferece a populaccedilatildeo
I81 Quais os turnos de atendimento 2 ou mais
I73 Esta UBS funciona quantos dias
na semana
I82 Esta UBS funciona quais dias na
semana (exceto em campanhas e mutirotildees)
5 ou mais
I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de
funcionamento da UBS
I85 Nos dias em que a UBS funciona Em
que horaacuterio abre Em que horaacuterio fecha
8 horas ou mais
I76 Esta UBS oferece atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
I82 Esta UBS funciona quais dias na
semana (exceto em campanhas e mutirotildees)
Saacutebado e domingo
Usuaacuterios
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas necessidades
III57 O horaacuterio de funcionamento desta
UBS atende agraves suas necessidades
Sim
III52 O que o senhor acha da distacircncia
da sua casa ateacute esta UBS
III 52 Chegar ateacute essa UBS eacute Muito faacutecil faacutecil e
razoaacutevel
Acolhimento
EqAB
II151 Estaacute implantado o acolhimento
da UBS
II121 A equipe realiza acolhimento agrave
demanda espontacircnea nesta UBS
Sim
II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade no acolhimento
aos usuaacuterios
II1218 Os profissionais da equipe que
fazem o acolhimento foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos usuaacuterios
Sim
Usuaacuterios
III71 Na maioria das vezes que o
senhor vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
III73 No momento em que o senhor foi
recebido foi realizado algo para resolver o
seu problema
Sim
III74 O que o senhor acha sobre a
forma como eacute acolhidorecebido ao
procurar o serviccedilo
III72 Quando o senhor vem a unidade
sem hora marcada como o senhor foi
recebido
Muito bem e bem
Agendamento da consulta na AB
EqAB
II15141 Existe comprovaccedilatildeo caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro
dia haacute reservas de vagas para
atendimento no mesmo dia
II126 Existe reserva de vagas para
consultas de demanda espontacircnea
Sim
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o
caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo
faccedila parte de algum grupo que possui
atendimento programado na UBS ele
consegue sair dessa UBS com a consulta
marcada
II129 O usuaacuterio consegue sair da UBS
com a consulta marcada nas situaccedilotildees em
que natildeo seja o caso atender no mesmo dia
Sim
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
II1212 Como satildeo agendadas as consultas
na UBS
Em qualquer dia da
semana em qualquer
horaacuterio
Usuaacuterios
238
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
III61 Na maioria das vezes como o(a)
senhor(a) faz para marcar consulta na
UBS
III61 Na maioria das vezes como eacute
marcada consulta na UBS
Vai a UBS e marca
atendimento
Marca por telefone
Vai agrave UBS mas tem
que pegar ficha sem
ficar na fila
Vai a UBS e fica na
fila para pegar ficha
O ACS marca a
consulta
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
III62 Quando o senhor consegue marcar
consulta normalmente pode ser feita
Em qualquer dia da
semana em qualquer
horaacuterio
Atendimento de urgecircncia e
emergecircncia
EqAB
II158 A equipe realiza atendimento de
urgecircncia e emergecircncia nesta UBS
II128 A equipe realiza atendimento de Natildeo para ldquoNatildeo
realiza atendimento
de urgecircncia e
emergecircnciardquo Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Essas respostas natildeo satildeo um padratildeo de referecircncia pois se espera um maior nuacutemero de respostas negativas nas mesmas
Constam para auxiliar na anaacutelise dos dados
Quadro 29 Longitudinalidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente
EqAB
II35 Quanto tempo o senhor atua nesta
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
II35 Quanto tempo o senhor atua nesta
equipe de atenccedilatildeo baacutesica
3 anos ou mais
II325 Nas visitas domiciliares dos
ACS eacute realizada a busca ativa no
territoacuterio
II147 A equipe realiza busca ativa das
seguintes situaccedilotildees
Hipertensatildeo arterial
sistecircmica
Usuaacuterios
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo meacutedico
III93 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo meacutedico
Sempre
III99 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo enfermeiro
III94 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo enfermeiro
Sempre
III916 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo
vem a consulta nesta UBS os
profissionais procuram o senhor para
saber o que aconteceu e retomar o
atendimento
III99 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo vem agrave
consulta nesta UBS os profissionais
procuram o senhor para saber o que
aconteceu e retomar o atendimento
Sempre e na maioria
das vezes
III145 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias de
vida
III171 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias de
vida (primeira semana)
Sim
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente (viacutenculo)
Usuaacuterios
III91 Durante o atendimento nesta III91 O senhor acha que o tempo de Sim
239
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
UBS o meacutedico deixa tempo suficiente
para o senhor falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
consulta com o meacutedico eacute suficiente
III93 Durante o atendimento nesta
UBS o enfermeiro deixa tempo
suficiente para o senhor falar sobre as
suas preocupaccedilotildees ou problemas
III92 O senhor acha que o tempo de
consulta com o enfermeiro eacute suficiente
Sim
III914 Quando o senhor precisa tirar
duvidas apoacutes as consultas tem
facilidade para falar com os
profissionais que lhe atenderam
III97 Quando o senhor precisa tirar
duacutevidas apoacutes as consultas tem facilidade
para falar com os profissionais que lhe
atenderam
Sempre
III918 O senhor se sente agrave vontade
para falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas sociais
familiares ou outras questotildees
III87 O senhor se sente agrave vontade para
falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 30 AbrangecircnciaIntegralidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os
ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
UBS
I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis
aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios
de funcionamento da UBS
I86 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis aos
usuaacuterios durante os horaacuterios e dias de
funcionamento da UBS
Consultas meacutedicas
de enfermagem
odontoloacutegicas
dispensaccedilatildeo de
medicamentos e
vacinaccedilatildeo
EqAB
II166 A equipe programa consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte
de programas ou grupos prioritaacuterios e
necessitam de cuidado continuado
II131 A agenda dos profissionais estaacute
organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees
Consultas para
cuidado continuado
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Creatinina
II176 Quais os exames solicitados
para DM
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Hemoglobina
glicosilada
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de 50 a
69 anos
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Mamografia
II1710 Quais os exames solicitados
para o preacute-natal
II152 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede para o preacute-natal
Sorologia para HIV
II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza os seguintes procedimentos na
UBS
II172 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza Sutura de ferimentos
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidados no domiciacutelio
II284 A equipe possui
levantamentomapeamento dos usuaacuterios
adstritos que necessitam receber cuidados no
domiciacutelio (exceto acamados)
Sim
Usuaacuterios
240
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
III116 Em que local a senhora fez a
maioria das consultas de preacute-natal
III133 Em relaccedilatildeo a sua uacuteltima gravidez a
senhora fez preacute-natal nesta unidade de
sauacutede
Sim
III163 Onde o senhor fez a maioria
das consultas por causa da diabetes
nos uacuteltimos seis meses
III212 O senhor consultou com meacutedico ou
enfermeiro por causa da diabetes (accediluacutecar alto
no sangue) nos uacuteltimos seis meses
Sim
III153 Onde o senhor fez a maioria
das consultas por causa da pressatildeo alta
nos uacuteltimos seis meses
III202 O senhor consultou com meacutedico ou
enfermeiro por causa da pressatildeo alta
(hipertensatildeo) nos uacuteltimos seis meses
Sim
III106 A senhora faz o exame
preventivo do cacircncer de colo de uacutetero
nesta UBS
III127 A senhora faz o exame preventivo de
cacircncer do colo do uacutetero (exame Papanicolau)
nesta UBS
Sim
Resolutividade
UBS
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima existente na UBS
I33 Quantidade de profissionais da equipe
miacutenima (SF AB) existentes na unidade
Meacutedico enfermeiro
e dentista
EqAB
II122 Quem realiza apoio agrave equipe
de atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de
casos considerados complexos
II95 Os profissionais que realizam o apoio
matricial satildeo
Do NASF
II123 Equipes NASF que recebem
apoio de
II332 Quais profissionais do NASF apoiam
sua equipe
Fisioterapeuta
nutricionista
assistente social
farmacecircutico
ginecologista
pediatra e psiquiatra
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
II71 A equipe participa de accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente organizadas pela gestatildeo
municipal
Sim
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
II710 Essas accedilotildees de educaccedilatildeo permanente
contemplam as demandas e necessidades da
equipe
Contempla muito e
contempla
Usuaacuterios
III81 Quando o senhor eacute atendido
nessa UBS o senhor acha que a
equipe busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria
UBS
III81 Quando eacute atendido nesta unidade o
senhor acha que a equipe busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria unidade
de sauacutede
Sempre
III 182 Quando o profissional receita
um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute
disponiacutevel nesta UBS
III231 Quando o profissional receita um
remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute disponiacutevel nesta
UBS
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 31 Coordenaccedilatildeo seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Continuidade informacional
EqAB
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
II113 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
Sim
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da
II114 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute integrado
com os outros pontos da rede de atenccedilatildeo
Sim
241
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
rede de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios
de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Natildeo para ldquoNatildeo
realiza registrordquo
II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com HAS
com maior riscogravidade
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Hipertensatildeo
II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com DM
com maior riscogravidade
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Diabetes
II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui
registro do nuacutemero de usuaacuterios com
tuberculose
II2131 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe
de atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero
de usuaacuterios com tuberculose
Sim
II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui
registro do nuacutemero de usuaacuterios com
hanseniacutease
II2211 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe de
atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero de
usuaacuterios com hanseniacutease
Sim
Ordenamento de fluxos assistenciais
EqAB
II174 A equipe possui protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para
II144 A equipe utiliza protocolos para
estratificaccedilatildeo de risco para quais situaccedilotildees
Preacute-natal
hipertensatildeo diabetes
-
II336 Indique o que foi discutido neste
planejamento
Organizaccedilatildeo de
criteacuterios e fluxos
para
encaminhamento de
usuaacuterios a outros
serviccedilospontos de
atenccedilatildeo
Usuaacuterias
III1120 Na consulta de preacute-natal a
senhora jaacute saia com a proacutexima
consulta marcada
III1322 Na consulta de preacute-natal a senhora
jaacute saiacutea com a proacutexima consulta marcada
Sempre e na maioria
das vezes
III1122 A senhora foi orientada
sobre o lugar (maternidade) que faria
o parto
III1324 Foi falado com a senhora e qual
maternidade que seria feito o parto
Sim
Acesso agrave consultasexames
especializados
EqAB
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para uma consulta especializada quais
formas possiacuteveis
II141 Quando um usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para uma
consulta especializada quais satildeo as formas
possiacuteveis
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e
informada na hora
para o usuaacuterio
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e a
data posteriormente
informada ao
usuaacuterio
Usuaacuterios
III920 Quando o senhor eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para outros profissionais ou
especialistas o que acontece
III101 Quando eacute necessaacuterio ser
encaminhado para outro profissionais em
outro serviccedilos o senhor sabe como eacute marcada
a consulta
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e
informada na hora
242
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e a
data posteriormente
informada
Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE
EqAB
-
II161 A equipe de AB obteacutem retorno da
avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos
usuaacuterios encaminhados
Sempre e na maioria
das vezes
-
II188 Como a equipe monitora as gestantes
que tiveram parto
Recebe a contra
referecircncia da
maternidade Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 32 Orientaccedilatildeo para a comunidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os
ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Territorializaccedilatildeo
UBS
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
I33 Quantidade de profissionais da equipe
miacutenima (SF AB) existentes na UBS
4 ou mais ACS
EqAB
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
II102 Existe definiccedilatildeo da aacuterea de
abrangecircncia da equipe
Sim
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela
atenccedilatildeo baacutesica no entorno do territoacuterio de
abrangecircncia da equipe
Natildeo
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios
de risco e vulnerabilidade para a
definiccedilatildeo da quantidade de pessoas
sob responsabilidade da equipe
II101 A gestatildeo utilizou alguma tipificaccedilatildeo
com base em criteacuterios de risco e
vulnerabilidade para definir a quantidade de
pessoas sob responsabilidade da equipe
Sim
II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia
II103 A equipe possui mapas com desenho
do territoacuterio de abrangecircncia
Sim
II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede
II84 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza
monitoramento e anaacutelise dos indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
Sim
Usuaacuterios
III88 Na opiniatildeo do senhor durante
as consultas os profissionais desta
equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a
sua realidade
III89 Na opiniatildeo do senhor durante as
consultas os profissionais desta equipe
sugerem soluccedilotildees possiacuteveis de serem
realizadas
Sempre
Intersetorialidade
EqAB
II3331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
comprova existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias
cadastradas no Bolsa Famiacutelia
II272 Haacute mapa de acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa
Famiacutelia
Sim
II3821 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
comprova registro de atividades na
escola
II3021 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe
possui registro das atividades realizadas na
escola
Sim
243
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
II314 Os agentes comunitaacuterios de
sauacutede fazem accedilotildees educativas sobre a
qualidade da aacutegua de cisternas
II318 Os agentes comunitaacuterios de sauacutede
orientam a populaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao uso
adequado e boa qualidade dos reservatoacuterios
de aacutegua
Sim
Participaccedilatildeo social
EqAB
II355 Haacute conselho local de sauacutede ou
instancia colegiada equivalente
II296 Haacute Conselho Local de Sauacutede ou
outros espaccedilos de participaccedilatildeo popular
Sim
II341 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo
baacutesica
II292 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos usuaacuterios
expressarem suas demandas reclamaccedilotildees
eou sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica
Sim
II351 A equipe realiza pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
II291 A equipe realiza ou tem mecanismo
de avaliaccedilatildeo de satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
Sim
II354 A equipe considera a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
II295 A equipe considera a opiniatildeo do
usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo
do processo de trabalho
Sim
Usuaacuterios
III191 Quando o senhor quer fazer
uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na
Unidade de Sauacutede o senhor
consegue
III241 Quando o senhor quer fazer uma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na unidade de sauacutede
o senhor consegue
Sim
III192 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
III242 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
Sim teve
rapidamente Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 33 Centralidade na famiacutelia seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1
e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
EqAB
II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de
AB satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
II1111 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica estatildeo organizados por nuacutecleos
familiares
Sim
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
II131 A agenda dos profissionais estaacute
organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees
Visita domiciliar
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
II281 A equipe possui protocolo ou criteacuterios
para visita domiciliar
Sim
Usuaacuterios
III912 Os profissionais desta
unidade costumam perguntar por seus
familiares
III96 Os profissionais desta unidade
costumam perguntar por seus familiares
Sempre e na maioria
das vezes
III923 O seu agente comunitaacuterio de
sauacutede visita o(a) senhor(a) na sua
casa
III111 O agente comunitaacuterio de sauacutede
(ACS) visita o senhor na sua casa
Sim
III924 Outros profissionais da
equipe de sauacutede visitam a casa do
III112 Com qual frequecircncia outro
profissionais da equipe de sauacutede visitam a
Sempre e na maioria
das vezes
244
senhor casa do senhor
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 34 Competecircncia Cultural seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e
2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
EqAB
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
II311 A equipe realiza accedilotildees junto agrave
comunidades tradicionais assentados
populaccedilatildeo rural
Sim
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
II313 A equipe atende agraves comunidades
tradicionaisassentadospopulaccedilatildeo rural
Sim
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
II251 A equipe oferece o serviccedilo de praacuteticas
integrativas e complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
Sim
- II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da
equipe de sauacutede junto agrave cuidadores
tradicionais como parteiras benzedeiras
remedieiras pajeacutes e rezadeiras
Sim
- II254 A gestatildeo oferece alguma atividade
curso de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas
integrativas e complementares para a
equipe
Sim
Usuaacuterios
III76 O senhor se sente respeitado
pelos profissionais em relaccedilatildeo aos
seus haacutebitos culturais costumes sua
religiatildeo
III88 O senhor se sente respeitado pelos
profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes religiatildeo
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Juliana Gagno Lima
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola
Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca
Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre
em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo
Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas
em Sauacutede
Orientadora Profordf Drordf Ligia Giovanella
Co-orientadora Profordf Drordf Maacutercia Cristina
Rodrigues Fausto
Rio de Janeiro
2016
Catalogaccedilatildeo na fonte
Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica
Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica
L732a Lima Juliana Gagno
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma
anaacutelise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso
e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica Juliana Gagno Lima --
2016
244 f tab graf mapas
Orientador Ligia Giovanella
Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica
Sergio Arouca Rio de Janeiro 2016
1 Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2 Avaliaccedilatildeo em Sauacutede
3 Regionalizaccedilatildeo 4 Integralidade em Sauacutede 5 Acesso aos
Serviccedilos de Sauacutede 6 Sistema Uacutenico de Sauacutede 7 Qualidade da
Assistecircncia agrave Sauacutede I Tiacutetulo
CDD ndash 22ed ndash 3621
Juliana Gagno Lima
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola
Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca
Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre
em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo
Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas
em Sauacutede
Aprovada em
Banca Examinadora
Profordf Drordf Ligia Giovanella ndash Orientadora
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto ndash 2ordf Orientadora
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Prof Dr Gustavo Correcirca Matta
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Aylene Emilia Moraes Bousquat
Faculdade de Sauacutede PuacuteblicaUniversidade de Satildeo Paulo
Profordf Drordf Cristiani Vieira Machado (suplente)
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Estela Maacutercia Saraiva Campos (suplente)
Universidade Federal de Juiz de Fora
Rio de Janeiro
2016
Dedico este trabalho
Agravequele que tanto amo e que me proporciona a integralidade da vida Douglas Mota
ldquoI hope you dont mind I hope you dont mind
That I put down in words
How wonderful life is while youre in the worldrdquo
(Elton John)
Agrave minha famiacutelia essa conquista eacute de vocecircs
ldquoE cada verso meu seraacute pra te dizer
Que eu sempre vou te amar
Por toda a minha vidardquo
(Tom Jobim e Viniacutecius de Moraes)
AGRADECIMENTOS
Meus emocionados agradecimentos a tods que torceram e me incentivaram de perto ou
de longe que fizeram e fazem parte de mais essa importante etapa da minha histoacuteria
ENSP Acompanhando a temaacutetica da dissertaccedilatildeo agradeccedilo especialmente
- agravequeles que foram minha porta de entrada para o SUS e para os quais recorro em todos os
momentos a equipe de professores da residecircncia em especial Helena Seidl Gustavo
Matta e Roberta Gondim A minha equipe de amigos PMAQ-AB Helena Seidl Maacutercia
Fausto Swheelen Vieira Lilia Romero Edson Menezes Valeacuteria Morgana Edjane Alves
Rafael Arauacutejo Patty Fidellis e Priscilla Contarato
- agravequeles que me acompanham e incentivam ao longo de toda a vida que tanto me
conhecem e cujo o viacutenculo eacute para sempre meus pais Maria Thereza e Joatildeo Soares meu
marido Douglas Mota meu irmatildeo Viniacutecius Gagno minha cunhada Ana Carolina Oliveira
minhas amigas-irmatildes Ariana Oliveira e Thatiane Barboza e minha sogra Luacutecia Mota
- agravequeles que muito me ensinam cotidianamente ampliando as perspectivas sobre a Sauacutede
Puacuteblica em seus variados escopos de atuaccedilatildeo os professores do DAPS principalmente
Maria Helena Mendonccedila Cristiani Machado e Luciana Dias toda a equipe da pesquisa
Regiotildees e Redes em especial as professoras Ana Luiza Viana Aylene Bousquat e Estela
Campos toda a equipe do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede
especialmente Renata Pella Allan Nuno e Joseacute Eudes
- agravequelas que brilhantemente coordenaram a minha trajetoacuteria acadecircmica me
acompanhando com muito cuidado dedicaccedilatildeo e construindo junto cada pedacinho de texto
e de reflexatildeo as amigas e professoras Ligia Giovanella e Maacutercia Fausto
- agravequeles que disponibilizaram seu conhecimento ldquointersetorialrdquo e sua atenccedilatildeo para auxiliar
nesse trabalho Viviane Azevedo Mariluacutecia Oliveira Luciane Vicente os estatiacutesticos
Edgard Fusaro Renata Clarisse e Paulo Borges Vanderlei Matos a equipe da SECA a
equipe do CEP ENSPFIOCRUZ e da secretaria do DAPS ENSPFIOCRUZ a CAPES
pela bolsa de estudo
- agravequeles que integram minhas diferentes famiacutelias e estatildeo sempre me apoiando os colegas
de mestrado da turma 2014 todos os familiares meu sogro Luciano Xavier minhas
amigas ldquoForeverrdquo Monique Padilha Caroline Martins Stefacircnia Soares Rafaella Peixoto e
Carolina Motta a equipe da Superintendecircncia de Atenccedilatildeo Baacutesica (SABSES ndash RJ) Gerson
Stumbo e Pedro Lima
- agravequeles com quem mais recentemente tenho conhecido e compartilhado uma nova
cultura a equipe do e-SUS AB a equipe da SESPA e os amigos de Histoacuteria da UFOPA
especialmente Gustavo Sousa e Andreacute Fonseca
Agradeccedilo a cada usuaacuterio profissional gestor entrevistador supervisor e coordenador
participante do PMAQ-AB e de antematildeo a tods que possam de alguma forma utilizar
esse trabalho na luta pelo SUS que queremos
RESUMO
A qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) pode ser avaliada por meio do exame da efetivaccedilatildeo dos
atributos de uma Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) robusta conforme definiccedilatildeo de Starfield
primeiro contato longitudinalidade abrangecircnciaintegralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a
comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica no
Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) seja de jurisdiccedilatildeo municipal para que se constitua na base de uma
rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva regional com suas
heterogeneidades O estudo teve por objetivo analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na praacutetica
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo Tipos de Regiotildees de Sauacutede Foram utilizados os bancos de
dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) ciclos 1 e 2 Os
atributos da APS foram operacionalizados em componentes e realizada seleccedilatildeo de variaacuteveis
PMAQ-AB pertinentes a cada atributo As regiotildees de sauacutede foram agrupadas em cinco tipos
segundo desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos de acordo com metodologia da
pesquisa ldquoRegiotildees e Redesrdquo A partir dos dados do ciclo 1 do PMAQ-AB foi analisada a efetivaccedilatildeo
dos atributos nos cinco grupos de regiotildees de sauacutede Posteriormente foram comparados resultados
nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Os atributos primeiro contato e integralidade
apresentaram os melhores resultados coordenaccedilatildeo e competecircncia cultural os piores No primeiro
contato destacam-se positivamente os lsquohoraacuterios de funcionamentorsquo e baixos resultados quanto agrave
facilidade para lsquoagendamento da consulta na ABrsquo No atributo longitudinalidade os resultados
tanto para o componente lsquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacientersquo como lsquoqualidade da
relaccedilatildeo profissional-pacientersquo foram inadequados Para abrangecircnciaintegralidade o componente
lsquoescopo de accedilotildeesrsquo apresentou resultados superiores aos do componente lsquoresolutividade na AB O
atributo coordenaccedilatildeo apresentou resultados inadequados em todos os componentes continuidade
informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e
comunicaccedilatildeo direta entre AB e atenccedilatildeo especializada destacando-se positivamente apenas a
presenccedila de fichas de encaminhamento e centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializadaexames
Para os atributos derivativos identificou-se escassez de variaacuteveis no instrumento PMAQ-AB que
pudessem representaacute-los A orientaccedilatildeo para a comunidade mostrou melhores resultados para
lsquoterritorializaccedilatildeorsquo e insuficiecircncia em relaccedilatildeo aos indicadores de lsquointersetorialidadersquo e lsquoparticipaccedilatildeo
socialrsquo Centralidade na famiacutelia apesar de natildeo apresentar baixos resultados seu principal
indicador ldquoos profissionais da equipe perguntavam nas consultas sobre os familiares dos usuaacuteriosrdquo
apresentou os resultados mais baixos Competecircncia cultural mostrou baixos resultados para accedilotildees
envolvendo grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos
usuaacuterios sobre respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo Entre os
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma
heterogecircnea As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)
apresentaram em geral os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) os piores resultados As equipes das Reg 5 mostraram
melhores condiccedilotildees e estrutura para o atendimento agrave sauacutede de suas populaccedilotildees e no que depende
de accedilotildees no acircmbito da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio observaram-se alguns resultados superiores nas
equipes das Reg 1 Os atributos com resultados mais baixos independente do tipo de regiatildeo de
sauacutede foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural Apesar da maior parte das
variaacuteveis do instrumento natildeo apresentar equivalecircncia de questotildees para profissionais e usuaacuterios
observou-se em geral percepccedilatildeo dos profissionais mais positiva que a dos usuaacuterios Na
comparaccedilatildeo de resultados entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria ao longo do tempo
Entre os resultados com variaccedilatildeo mais positiva destacaram-se as variaacuteveis referentes aos registros
e aspectos organizacionais sob governabilidade das proacuteprias equipes As desigualdades presentes na
sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS no SUS Essas desigualdades
devem ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor qualidade integral resolutivo e
voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo Dadas as peculiaridades das populaccedilotildees satildeo
necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham
acesso a uma mesma gama de serviccedilos de qualidade de acordo com as suas necessidades
independente do territoacuterio em que habitam
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede avaliaccedilatildeo regionalizaccedilatildeo integralidade acesso
ABSTRACT
The quality of the Basic Care can be assessed by ascertaining to what extent the attributes of robust
Primary Health Care (PHC) as defined by Starfield ndash first contact care longitudinality (person-
focused care over time) comprehensiveness coordination community orientation family-
centeredness and cultural competence ndash are embodied in practice PHC in Brazilrsquos Unified Health
System (SUS) is a municipal responsibility but for it to become the basis of a care system oriented
by PHC it cannot be isolated from a regional perspective and the heterogeneities that entails This
study examined for the presence of PHC features in the practice of primary care teams in Brazil by
Health Region (HR) types Information was sourced from the databases of cycles 1 and 2 of the
national access and quality improvement programme (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e
da Qualidade PMAQ-AB) For the study PHC features were operationalised in components and
PMAQ-AB variables relevant to each feature were selected Using the Regions and Networks
research methodology HRs were grouped into five types by level of socioeconomic development
and service supply Data from PMAQ-AB cycle 1 were analysed to determine how effectively the
PHC features had been implemented in the five HR groups Then the results of the PHC attributes
from PMAQ-AB cycles 1 and 2 were compared First contact and comprehensiveness returned the
best results coordination and cultural competence the worst Of the PMAQ-AB variables
characterising first contact ldquoworking hoursrdquo stood out favourably and ease of ldquoPHC appointment
schedulingrdquo unfavourably Results for the longitudinality components ldquorelational continuityrdquo and
ldquorelational qualityrdquo were both inadequate Comprehensiveness returned better results in terms of
ldquoscope of actionsrdquo than in ldquoPHC problem-solvingrdquo Results for all components of coordination ndash
ldquoinformation continuityrdquo ldquocare flowsrdquo ldquoaccess to secondary carerdquo and ldquodirect communication
between primary and specialised carerdquo ndash were inadequate with favourable mentions for only
ldquoreferral formsrdquo and ldquosecondary care scheduling centresrdquo The PMAQ-AB instrument was found to
lack variables to represent derivative attributes Results relating to community orientation were
good for ldquoterritorialisationrdquo but poor in terms of indicators of ldquointersectoralityrdquo and ldquosocial
participationrdquo Although scores for family-centeredness were not low they were lowest for the
key indicator team personnel asked about usersrsquo families at appointments Cultural competence
produced low results for actions involving specific population groups although user perceptions of
respect from PHC personnel for their cultural habits customs and religion stood out favourably
Practical expression of PHC features was heterogeneous among the different HR groups HRs with
high levels of socioeconomic development and service supply (HR5) returned best results while
HRs where socioeconomic development and supply were low (HR1) generally returned the worst
results Teams in HR5 enjoyed better conditions and structure for providing care to their
populations while teams of HR1 produced better results in some actions regarding user-personnel
relations Coordination of care and cultural competence scored lowest independently of HR group
Although for most variables the questions posed to users and health personnel were not
equivalent perceptions were observed to be generally more favourable among health professionals
than among users Comparison of results from cycles 1 and 2 showed slight improvement over
time Results showing greatest improvement included particularly variables relating to records and
organisational aspects under governance of the teams themselves The inequalities present in
Brazilian society are also reflected in the extent to which the SUS embodies ideal PHC features in
practice These inequalities must be addressed in order to build a better-quality SUS that is
comprehensive has the power to solve problems and is geared to the populationrsquos health needs
Given the peculiarities of Brazilrsquos different populations heterogeneous organisational and care
arrangements are needed to assure users access to the same range of quality services according to
their needs and regardless of the territory they inhabit
Keywords Primary Health Care assessment regional health planning comprehensiveness
accessibility
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR 92
Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo 1
Brasil 2013 71
Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos 1 e
2 Brasil 2014 75 Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de funcionamento por
grupos de regiotildees de sauacutede 101 Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos de
regiotildees de sauacutede 103 Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta na
AB por grupos de regiotildees de sauacutede 106 Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia e
emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108 Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 114 Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 117 Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 119 Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede124 Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 129
Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 129 Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por
grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 133
Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por
grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 134 Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede 139 Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade informacional
por grupos de regiotildees de sauacutede 142 Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 145 Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas
especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede 148
Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 151 Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 156 Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por grupos
de regiotildees de sauacutede 160 Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por grupos
de regiotildees de sauacutede 163 Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por
grupos de regiotildees de sauacutede 165 Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees
de sauacutede 170
Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de regiotildees
de sauacutede 173 Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 176 Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de regiotildees
de sauacutede 179 Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 181
Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 187 Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 189 Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 193 Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 196 Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 199
Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 200 Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 202
Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de informaccedilatildeo
para mediccedilatildeo 32
Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de sauacutede
com os usuaacuterios 55 Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 68 Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil 2011
ndash ciclo 1 69 Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica 69 Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 73 Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB 74
Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB 74 Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas 80 Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do PMAQ-
AB 80 Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Primeiro
Contato81 Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
Longitudinalidade82 Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Abrangecircncia
Integralidade 83
Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Coordenaccedilatildeo 85
Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Orientaccedilatildeo para a
comunidade 86 Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Centralidade na
famiacutelia 88 Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Competecircncia
cultural 88
Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de sauacutede
segundo pesquisa Regiotildees e Redes 90 Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da pesquisa
Regiotildees e Redes 91 Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas 94
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo grupos de regiotildees de sauacutede 93
Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede 100
Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de regiotildees de sauacutede 102
Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na AB por grupos de regiotildees de sauacutede 105
Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108
Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 116
Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 118
Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede 127
Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade da AB por grupos de regiotildees de sauacutede 132
Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por grupos de regiotildees de sauacutede 141
Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 144
Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames especializados por grupos de regiotildees de sauacutede 147
Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 149
Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede 158
Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede 162
Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo social por grupos de regiotildees de sauacutede 164
Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar por grupos de regiotildees de sauacutede 172
Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural por grupos de regiotildees de sauacutede 178
Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 185
Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 188
Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 191
Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 195
Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 198
Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 200
Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 201
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AB Atenccedilatildeo Baacutesica ACS Agente comunitaacuterio de sauacutede AE Atenccedilatildeo Especializada AIS Accedilotildees integradas de sauacutede AMQ Avaliaccedilatildeo para melhoria da qualidade APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede CEO Centro de Especialidades Odontoloacutegicas CIR Comissatildeo Intergestores Regional COAP Contrato Organizativo de Accedilatildeo Puacuteblica DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica DM Diabetes mellitus DSE Desenvolvimento socioeconocircmico EqAB Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia GP General practitioner HAS Hipertensatildeo arterial sistecircmica HIV Human Immunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ID SUS Iacutendice de Desempenho do Sistema Uacutenico de Sauacutede IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano INAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social MS Ministeacuterio da Sauacutede NASF Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia NHS National Health Service NOB Norma operacional baacutesica OCDE Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento econocircmico OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede OPAS Organizaccedilatildeo Pan-americana de Sauacutede PAB Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica PACS Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PBF Programa Bolsa Famiacutelia PcaTool Primary Care Assessment Tool PIB Produto Interno Bruto PIC Praacuteticas integrativas e complementares PMA2 Produccedilatildeo e marcadores para avaliaccedilatildeo PMAQ-AB Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo
Baacutesica PNAB Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica PROADESS Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede PSE Programa Sauacutede na Escola PSF Programa Sauacutede da Famiacutelia RAS Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede RENAME Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais SES RJ Secretaria de Estado de Sauacutede do Rio de Janeiro SGDAB Sistema de Gestatildeo de Programas do Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica SIAB Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica SISAB e-SUS
Sistema de Informaccedilatildeo em Sauacutede para a Atenccedilatildeo Baacutesica
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede TIC Tecnologia da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS 21 21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE 21 22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS 27 23 ATRIBUTOS DA APS 31 231 Primeiro contato 33 232 Longitudinalidade 36 233 Abrangecircnciaintegralidade 39 234 Coordenaccedilatildeo 41 235 Orientaccedilatildeo para a comunidade 46 236 Centralidade na famiacutelia 49 237 Competecircncia cultural 52 24 APS NA REDE REGIONALIZADA 56
3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA
ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB 61 31 PMAQ-AB CICLO 1 64 32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2 71 33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB 75
4 METODOLOGIA 79 41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA APS 79 42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES 89 43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE 89 44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA APS 93 45 ANAacuteLISE DOS DADOS 94 46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 96
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 98 51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO 99 511 Horaacuterios de funcionamento 99 512 Acolhimento 101 513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica 103 514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia 107 515 Discussatildeo 108 52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE 115 521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente 115 522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) 117 523 Discussatildeo 120 53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE 125 531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees 125 532 Resolutividade da AB 130 533 Discussatildeo 134 54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO 140 541 Continuidade informacional 140 542 Ordenamento de fluxos assistenciais 142
543 Acesso a consultasexames especializados 145 544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada 148 545 Discussatildeo 151 55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE 157 551 Territorializaccedilatildeo 157 552 Intersetorialidade 160 553 Participaccedilatildeo social 163 554 Discussatildeo 165 56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA 171 561 Abordagem familiar 171 562 Discussatildeo 173 57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL 177 571 Abordagem cultural 177 572 Discussatildeo 179 58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 e 2 PMAQ-AB 182
6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES 204
7 REFEREcircNCIAS 214
ANEXOS 227 ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR
ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB 227 ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS
COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB 237
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
Nas uacuteltimas deacutecadas a atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem sido revitalizada visto
suas contribuiccedilotildees para a melhoria dos cuidados e para os resultados em sauacutede (Starfield et
al 2005 OPASOMS 2005 OMS 2008) No Brasil com a implantaccedilatildeo do SUS a
atenccedilatildeo baacutesica teve importante expansatildeo e a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) preconizou
um novo modelo assistencial para APS no paiacutes processo que vem exigindo avaliaccedilatildeo dos
serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo com vistas agrave melhoria da qualidade da atenccedilatildeo
O objeto da dissertaccedilatildeo eacute a anaacutelise sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na
praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil na perspectiva das proacuteprias equipes e dos
usuaacuterios dos serviccedilos Para tal seratildeo analisadas variaacuteveis do banco de dados do Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) dos
ciclos 1 e 2 (20112012 e 20132014 respectivamente)
Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica seja de competecircncia municipal para que se constitua
na base de uma rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva
regional com suas heterogeneidades Dessa forma o foco da anaacutelise dos atributos da APS
seraacute segundo grupos de Regiotildees de Sauacutede definidos a partir de caracteriacutesticas de
desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos construiacutedos pela Pesquisa ldquoPoliacutetica
Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo1
As justificativas para a escolha do objeto envolvem a minha inserccedilatildeo profissional
na fase de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB a trajetoacuteria de formaccedilatildeo para a gestatildeo da APS
e aspectos de ordem ideoloacutegica-conceitual relacionados agrave importacircncia da APS na
construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos de sauacutede de qualidade para garantia do direito agrave sauacutede e agrave
importacircncia do estudo dos atributos da APS para a qualificaccedilatildeo dos serviccedilos de atenccedilatildeo
baacutesica no Brasil
No que se refere agrave proximidade com a temaacutetica da APS e PMAQ-AB os principais
motivadores foram a Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede da Famiacutelia seguida pelo
Curso de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica e a inserccedilatildeo na avaliaccedilatildeo externa
do PMAQ-AB pelo grupo de coordenaccedilatildeo da EnspFiocruz A Residecircncia foi realizada
entre os anos de 2010 a 2012 na EnspFiocruz e foi marcada pelas discussotildees teoacutericas e
vivecircncias do processo de trabalho em uma equipe de sauacutede da famiacutelia do territoacuterio de
Manguinhos Em seguida nos anos 2012 e 2013 o curso de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na
mesma instituiccedilatildeo possibilitou uma inserccedilatildeo e interlocuccedilatildeo com as trecircs esferas de
1 Essa pesquisa sob coordenaccedilatildeo da Profordf Ana Luiza DacuteAacutevila Viana seraacute referida no projeto tambeacutem pela
nomenclatura ldquoPesquisa Regiotildees e Redesrdquo
15
governo acircmbito municipal estadual e federal Nos dois momentos de formaccedilatildeo em
serviccedilo a preocupaccedilatildeo sobre a qualidade da APS sempre esteve latente Em especial o
trabalho final sobre financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) e a vivecircncia de preparaccedilatildeo
para o ciclo 1 do PMAQ-AB nas esferas estadual (estaacutegio na SES-RJ) e federal (vivecircncia
no Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede) em 2012 despertou-me um
interesse diferenciado pela temaacutetica de avaliaccedilatildeo da qualidade na AB e permitiu-me
conhecer a amplitude do PMAQ-AB
Esta oportunidade de reflexatildeo sobre o PMAQ-AB eacute produto principalmente da
inserccedilatildeo no grupo de conduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa e divulgaccedilatildeo dos resultados pela
equipe EnspFiocruz ndash instituiccedilatildeo responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo da coleta de dados em
nove estados brasileiros Esta vivecircncia propiciou debates sobre planejamento e organizaccedilatildeo
da coleta de dados anaacutelise de documentos institucionais aproximaccedilatildeo com o Ministeacuterio da
Sauacutede e discussotildees teoacutericas sobre os avanccedilos e desafios da avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica e
do PMAQ-AB enquanto ferramenta para institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo
da APS como modelo de atenccedilatildeo preferencial agrave organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede
O foco da dissertaccedilatildeo se baseia na anaacutelise dos atributos essenciais e derivativos da
APS na atuaccedilatildeo das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica sendo eles primeiro contato
longitudinalidade abrangecircncia ou integralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a
comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural segundo Starfield (2002) A
escolha por analisar se esses atributos estatildeo presentes no trabalho das equipes conforme o
preconizado parte do pressuposto dos benefiacutecios que o modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede com
base na APS proporciona agrave populaccedilatildeo e agrave organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede em redes tendo
a APS a funccedilatildeo de coordenadora do cuidado
Estudos internacionais apontam caracteriacutesticas da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede que
isoladas ou combinadas podem ser responsaacuteveis por um impacto positivo deste modelo de
atenccedilatildeo na sauacutede da populaccedilatildeo Satildeo eles
um maior e melhor acesso aos serviccedilos necessaacuterios qualidade do
atendimento um maior enfoque na prevenccedilatildeo tratamento precoce de
problemas de sauacutede o efeito cumulativo das principais caracteriacutesticas de
prestaccedilatildeo de cuidados primaacuterios e o papel da atenccedilatildeo primaacuteria na reduccedilatildeo
de cuidados especializados desnecessaacuterios e potencialmente prejudiciais
(Starfield et al 2005 487)
Starfield et al (2005) demonstram que sistemas de sauacutede com APS forte estatildeo
associados a melhores resultados de sauacutede A partir de estudo realizado em paiacuteses
16
industrializados com orientaccedilatildeo para a APS observou-se a relaccedilatildeo de uma APS robusta
com menores taxas de mortalidade por qualquer causa (por exemplo cacircncer doenccedila
cardiovascular doenccedilas respiratoacuterias mortalidade prematura e infantil) Aleacutem disso
indicam um aumento da expectativa de vida e melhoria na autopercepccedilatildeo de sauacutede dos
usuaacuterios A magnitude da melhoria estaria associada tambeacutem agrave maior disponibilidade do
profissional meacutedico generalista (Starfield et al 2005)
Em revisotildees realizadas por Atun (2004) e Starfield et al (2005) a indicaccedilatildeo eacute que
um aumento de investimentos na APS melhora a equidade de acesso quando comparado a
sistemas baseados em especialistas Os meacutedicos da APS estatildeo mais propensos do que os
especialistas para prestar um cuidado continuado e atenccedilatildeo integral ocasionando melhores
resultados de sauacutede aleacutem de menor chance de intervenccedilotildees inadequadas em especial
quando desempenham a funccedilatildeo de gatekeeper As revisotildees indicam ainda que os meacutedicos
de APS estatildeo mais propensos a perceber os eventos adversos que resultam dos seus
proacuteprios cuidados e dos cuidados de outros profissionais (Atun 2004 Starfield et al
2005)
Ao estudar o impacto da APS na reduccedilatildeo das iniquidades em sauacutede Starfield et al
(2005) demonstram que maiores taxas de meacutedicos de APS por populaccedilatildeo estatildeo associados
a impactos positivos mais intensos na sauacutede da populaccedilatildeo de aacutereas socialmente mais
desfavorecidas contribuindo para a equidade (Starfield et al 2005) Aleacutem disso com
exceccedilatildeo das aacutereas metropolitanas todos os estudos concluiacuteram menor disparidade de
cuidados em sauacutede com base na APS particularmente os que examinaram o recebimento
de serviccedilos de APS pela populaccedilatildeo (Atun 2004)
A maior oferta de meacutedicos de APS tambeacutem se apresenta associada a menores custos
totais dos serviccedilos de sauacutede quando comparada a demais aacutereas Isso provavelmente se deve
a uma melhor assistecircncia preventiva taxas de hospitalizaccedilatildeo inferiores e menor utilizaccedilatildeo
de centros de serviccedilos de emergecircncia Aleacutem disso um cuidado mais integral ao usuaacuterio eacute
resultante dessa combinaccedilatildeo entre investimento em tecnologias de menor custo como
prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede (Starfield et al 2005 Atun 2004) Poreacutem eacute importante
destacar que outros pontos influenciam nos custos totais com a APS como por exemplo o
tipo de contrato e sistemas de pagamento dos meacutedicos (Kringos et al 2010)
Por fim Starfield (2002) destaca que a importacircncia de medir os atributos da APS
reside na possibilidade dos profissionais se qualificarem para a atuaccedilatildeo em APS Se
comparada aos demais niacuteveis de atenccedilatildeo eacute niacutetido o impacto da APS na sauacutede da
populaccedilatildeo Logo o conhecimento sobre cada aspecto visa contribuir para o alcance dos
17
resultados esperados e estiacutemulo a outras pesquisas visando uma APS de qualidade
Em outras palavras espera-se que o presente estudo sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos
da APS no processo de trabalho das equipes permita identificar avanccedilos e desafios
colocados no contexto da atenccedilatildeo baacutesica brasileira para colaborar com a tomada de decisatildeo
frente a esses desafios
Para a verificaccedilatildeo da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foram escolhidos os dados do
PMAQ-AB escolha suscitada pelas seguintes reflexotildees
Eacute um dos principais mais atuais e amplos programas de avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo
Baacutesica tanto no que se refere ao nuacutemero de equipes avaliadas ao nuacutemero de UBS
visitadas aos usuaacuterios entrevistados e agraves instituiccedilotildees de ensino envolvidas no seu
processo de planejamento e desenvolvimento
O importante recurso financeiro destinado agrave Atenccedilatildeo Baacutesica nos pagamentos por
desempenho a partir do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (PAB-variaacutevel) cujo
repasse se inicia desde o momento da adesatildeo das equipesmuniciacutepio ao PMAQ-AB
Seja sob a oacutetica do recurso financeiro destinado ao PMAQ-AB seja sob o aspecto
de fortalecimento da APS no paiacutes utilizar os resultados desse programa para a
dissertaccedilatildeo visa compor um conjunto de iniciativas sobre ldquorespostasrdquoldquoprestaccedilatildeo de
contasrdquo agrave sociedade aos participantes do programa e aos gestores envolvidos
Divulgar seus resultados busca gerar reflexotildees sobre algumas das contribuiccedilotildees
desse programa e da avaliaccedilatildeo em sauacutede para a melhoria da qualidade da AB no
Brasil
O PMAQ-AB estaacute em processo de desenvolvimento e em fase de discussatildeo dos
proacuteximos ciclos o que torna possiacutevel melhorias em sua formulaccedilatildeo
Ter disponiacutevel um banco de dados com informaccedilotildees de infraestrutura de
profissionais e usuaacuterios de niacutevel nacional permite uma discussatildeo mais ampla sobre
a efetivaccedilatildeo dos atributos e mesmo uma comparaccedilatildeo entre a percepccedilatildeo dos atores
isso sem contar que para alguns atributos as respostas dos usuaacuterios satildeo as mais
centrais
O recorte de anaacutelise dos dados do PMAQ-AB escolhido para a dissertaccedilatildeo foram as
regiotildees de sauacutede segundo tipologia preacute-definida pela pesquisa Regiotildees e Redes Optou-se
por analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS nas regiotildees de sauacutede segundo essa tipologia
que considera o desenvolvimento socioeconocircmico dos municiacutepios e a oferta de serviccedilos
puacuteblicos e privados agrupando as regiotildees de sauacutede do paiacutes em 5 tipos (Viana 2014)
18
Qual a importacircncia e por que a opccedilatildeo de discutir APS nas regiotildees de sauacutede se esse
niacutevel de atenccedilatildeo eacute de responsabilidade de execuccedilatildeo municipal Primeiro porque muitos
municiacutepios brasileiros isoladamente natildeo conseguem resolver os desafios de uma APS de
qualidade quiccedilaacute de acesso integral agrave rede de atenccedilatildeo Segundo porque os municiacutepios do
Brasil em sua maioria de pequeno porte tem caracteriacutesticas extremamente diversificadas
quanto agrave sustentabilidade financeira e capacidade de gestatildeo Terceiro porque a APS apesar
de estrateacutegia prioritaacuteria eacute somente um dos pontos da rede de atenccedilatildeo que natildeo opera o SUS
se estiver desarticulado dos demais niacuteveis
A organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo regionalizada de qualidade a partir da APS estaacute
relacionada ao modelo federativo brasileiro que depende de cooperaccedilatildeo entre os entes
federativos em uma conjunccedilatildeo tripartite complexa que precisa conjugar a
interdependecircncia e a autonomia dos trecircs entes (Abrucio 2005 Lima 2012) Apesar da
organizaccedilatildeo da rede em regiotildees de sauacutede estar colocada nos marcos legais a pelo menos
duas deacutecadas o reconhecimento desta enquanto potecircncia eacute uma discussatildeo recente
Estrateacutegias que envolvam uma atuaccedilatildeo articulada entre os entes federativos com enfoques
nas especificidades de cada regiatildeo satildeo essenciais para que a APS consiga exercer a funccedilatildeo
de ordenaccedilatildeo da rede regionalizada (OPASOMS 2011)
Kringos et al (2010) da mesma forma ressaltam a responsabilidade da APS na
coordenaccedilatildeo dos cuidados e a relaccedilatildeo dessa caracteriacutestica com uma APS forte e de
qualidade visto que a coordenaccedilatildeo estaacute associada a melhor qualidade da atenccedilatildeo
Na presente pesquisa portanto o recorte da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS por
regiotildees de sauacutede segundo Tipologia desenvolvida pela Pesquisa Regiotildees e Redes (Viana
2014) visa analisar o papel da APS na coordenaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (RAS) e
na garantia do acesso dos usuaacuterios a um sistema integral e resolutivo Entende-se que essa
tipologia de regiotildees de sauacutede traz uma agregaccedilatildeo favoraacutevel para avaliar o papel da APS na
rede uma vez que considera caracteriacutesticas socioeconocircmicas e a capacidade instalada dos
serviccedilos de sauacutede contribuindo para a discussatildeo sobre equidade nos sistemas universais de
sauacutede (Viana 2014) Almeja-se que os resultados informem as gestotildees municipais ou
estaduais e mais especificamente as Comissotildees Intergestores Regionais (CIR) sobre
problemas comuns na APS possivelmente contribuindo para a anaacutelise da gestatildeo Aleacutem
disso que agregue elementos para anaacutelise da APS nas regiotildees de sauacutede conforme objetivo
pretendido pela pesquisa (Viana 2014)
Outra questatildeo motivadora desse estudo eacute o consenso entre os atores em sauacutede sobre
a necessidade de institucionalizar a ldquocultura de avaliaccedilatildeordquo Mesmo que os resultados das
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avaliaccedilotildees natildeo gerem diretamente decisotildees imediatas espera-se que contribuam para um
julgamento que influencie mais positivamente essas decisotildees Mas visto a dificuldade
desse processo na praacutetica haacute alguns aspectos a serem destacados a pertinecircncia da
avaliaccedilatildeo o meacuterito da avaliaccedilatildeo e a credibilidade da avaliaccedilatildeo (Contandriopoulos 2011)
A pertinecircncia da avaliaccedilatildeo se refere agrave capacidade de responder aos problemas que
precisam ser resolvidos e seraacute tanto maior quanto mais coalisatildeo ela suscitar Eacute preciso
portanto que diferentes atores estejam cientes de sua importacircncia e portanto de que a
melhoria do sistema depende da institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo Jaacute o meacuterito se relaciona
agraves explicaccedilotildees teoacutericas para o potencial da avaliaccedilatildeo em melhorar as decisotildees visto os
provaacuteveis diferentes interesses envolvidos nessas decisotildees E a credibilidade consiste no
julgamento dos decisores sobre o valor da avaliaccedilatildeo ou seja a avaliaccedilatildeo enquanto
dispositivo de qualidade (Contandriopoulos 2011)
A anaacutelise mais aprofundada dos dados do PMAQ-AB pode contribuir para
potencializar meacuterito e credibilidade do programa tanto por difundir seus resultados como
por identificar pontos de aprimoramento nos instrumentos de avaliaccedilatildeo
A dissertaccedilatildeo apresenta as seguintes questotildees de pesquisa
Os atributos da APS satildeo efetivados no processo de trabalho das equipes de AB no
Brasil
Qual a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ-AB
Os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 permitem identificar uma evoluccedilatildeo nos resultados
das equipes no que se refere agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS
Existe associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de sauacutede
O objetivo geral eacute analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
na praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo grupos de regiotildees de sauacutede do Brasil a
partir do banco de dados do PMAQ-AB ciclos 1 e 2
Os objetivos especiacuteficos satildeo
Identificar a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ -AB
Examinar o cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e
usuaacuterios participantes do PMAQ-AB
Analisar a associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de
sauacutede segundo tipologia da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo de Regiotildees e
Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo
Comparar os resultados nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB referentes agraves
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UBS equipes e usuaacuterios quanto agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS
O trabalho estaacute estruturado da seguinte forma Seguindo-se agrave introduccedilatildeo o capiacutetulo
2 eacute composto por um referencial teoacuterico-conceitual sobre Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
avaliaccedilatildeo em sauacutede e APS atributos da APS e APS na rede regionalizada a fim de
construir um arcabouccedilo geral das principais temaacuteticas da dissertaccedilatildeo
O capiacutetulo 3 foca no PMAQ-AB o que inclui seus marcos legais o desenho do
programa as caracteriacutesticas do ciclo 1 mudanccedilas no ciclo 2 e limitaccedilotildees metodoloacutegicas
Visa apresentar os principais aspectos do programa ao leitor contextualizar sua
abrangecircncia nacional e problematizar questotildees em torno do seu desenho
O capiacutetulo 4 aborda a metodologia da dissertaccedilatildeo envolvendo um detalhamento de
cada uma de suas etapas realizadas seleccedilatildeo das variaacuteveis dos ciclos 1 e 2 construccedilatildeo de
indicadores comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 e anaacutelise dos dados Possui tambeacutem um item de
apresentaccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede segundo a Pesquisa Regiotildees e
Redes que foi a base para a discussatildeo da APS nos grupos de regiotildees de sauacutede
O capiacutetulo 5 consiste na apresentaccedilatildeo dos resultados Ele foi construiacutedo em trecircs
eixos por componente de cada atributo da APS e discussatildeo desses resultados em diaacutelogo
com as bibliografias relacionadas a cada tema pela distribuiccedilatildeo dos resultados de cada
atributo por grupo de regiatildeo de sauacutede e as principais diferenccedilas entre esses grupos e pela
comparaccedilatildeo dos resultados nacionais por atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB
Nas conclusotildees sintetizam-se as principais reflexotildees derivadas do estudo sobre os
atributos da APS nas regiotildees de sauacutede a partir dos objetivos especiacuteficos Tem como
proposta retomar e articular as principais discussotildees entre os referidos capiacutetulos aleacutem de
suscitar reflexotildees para o aprofundamento e realizaccedilatildeo de novas pesquisas
21
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS
21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE
A primeira referecircncia agrave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave sauacutede como um niacutevel dos sistemas de
sauacutede eacute encontrada no Relatoacuterio Dawson de 1920 no Reino Unido Nesse relatoacuterio
constava a descriccedilatildeo completa de uma rede regionalizada com base na coordenaccedilatildeo entre
medicina preventiva e curativa em um territoacuterio Cada territoacuterio teria centros de sauacutede
primaacuterios que seriam a ldquoporta de entradardquo do sistema e buscariam resolver a maior parte
das necessidades de sauacutede por meio de meacutedico generalista Os casos natildeo resolvidos na
Atenccedilatildeo Primaacuteria deveriam ser encaminhados aos demais serviccedilos especializados e
hospitalares ao qual os centros estavam vinculados caracterizando assim a hierarquizaccedilatildeo
dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Kuschnir e Chorny 2010)
O Relatoacuterio Dawson foi o primeiro documento a discutir a territorializaccedilatildeo e
articulaccedilatildeo entre sauacutede puacuteblica e atenccedilatildeo individual No que se refere agrave organizaccedilatildeo dos
serviccedilos trouxe as concepccedilotildees de niacuteveis de atenccedilatildeo porta de entrada viacutenculo referecircncia
coordenaccedilatildeo pela APS e mecanismos de integraccedilatildeo (Kuschnir e Chorny 2010)
A concepccedilatildeo de organizaccedilatildeo hieraacuterquica influenciou sistemas de sauacutede de todo o
mundo principalmente por duas caracteriacutesticas regionalizaccedilatildeo e integralidade No caso
dos paiacuteses desenvolvidos buscavam-se novas formas de atenccedilatildeo agrave sauacutede mais eficientes e
baratas enquanto nos paiacuteses em desenvolvimento a falta de acesso a cuidados baacutesicos
predominava (Fausto e Matta 2007)
No final da deacutecada de 1970 a OMS e a Unicef realizaram a I Conferecircncia
Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede em Alma Ata (Cazaquistatildeo) o principal
marco internacional da APS A Declaraccedilatildeo de Alma Ata preconizava a APS como
estrateacutegia para melhoria da sauacutede e alcance das metas do Programa Sauacutede para Todos no
Ano 2000 um pacto assinado por 134 paiacuteses Cuidados primaacuterios em sauacutede no relatoacuterio da
Conferecircncia de Alma Ata foram definidos como
Cuidados essenciais de sauacutede baseados em meacutetodos e tecnologias
praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitaacuteveis
colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade
mediante sua plena participaccedilatildeo a um custo que a comunidade e o paiacutes
possam manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de
autoconfianccedila e autodeterminaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do
sistema de sauacutede do paiacutes do qual constituem a funccedilatildeo central e o foco
principal quanto do desenvolvimento social e econocircmico global da
comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos indiviacuteduos da
famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual os
cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares
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onde pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um
continuado processo de assistecircncia agrave sauacutede (OPAS 19781)
A APS de acordo com a Declaraccedilatildeo de Alma Ata pressupotildee centralidade nas
necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo perspectiva interdisciplinar participaccedilatildeo social na
gestatildeo e um conjunto de accedilotildees miacutenimas que envolvem educaccedilatildeo em sauacutede para proteccedilatildeo e
prevenccedilatildeo alimentaccedilatildeo adequada tratamento de aacutegua e saneamento sauacutede materno-
infantil planejamento familiar imunizaccedilatildeo controle de endemias tratamento de doenccedilas e
lesotildees comuns e fornecimento de medicamentos essenciais Para aleacutem disso a declaraccedilatildeo
aponta para a necessidade de conceber a sauacutede como direito humano e como resultado de
condiccedilotildees econocircmicas e sociais (Fausto e Matta 2007)
A partir de Alma-Ata a APS tornou-se referecircncia para reformas de sauacutede Poreacutem
em muitos paiacuteses principalmente em desenvolvimento organismos internacionais
adotaram uma perspectiva focalizada e seletiva de APS no sentido de minimizar a
exclusatildeo social focada nas populaccedilotildees de baixa renda e distanciando-se da universalidade
proposta no documento As accedilotildees com destaque nesses paiacuteses pobres financiadas pela
Unicef eram acompanhamento do crescimento e desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral
aleitamento materno e imunizaccedilatildeo (Giovanella e Mendonccedila 2012)
Deacutecadas depois da Conferecircncia em Alma-ata a OPAS e OMS elaboraram
documentos importantes para o fortalecimento da APS Satildeo eles o documento de
posicionamento ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo (OPASOMS
2005) e o Relatoacuterio Mundial de Sauacutede de 2008 ldquoAtenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agora Mais
do que Nuncardquo (OMS 2008)
O documento da OPAS destaca a importacircncia de uma abordagem integrada e
horizontal para o alcance da universalidade bem como de cuidados orientados agrave
qualidade ecircnfase na promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo intersetorialidade participaccedilatildeo social e
responsabilizaccedilatildeo dos governos (OPASOMS 2005) E o Informe da OMS destaca o papel
da APS como coordenadora do cuidado e capaz de dar respostas integrais em todos os
niacuteveis de atenccedilatildeo atraveacutes de um conjunto de reformas que visem agrave universalidade e a
participaccedilatildeo social Nesse a centralidade eacute na pessoa e em suas necessidades de sauacutede
(OMS 2008)
O documento de ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo
(OPASOMS 2005) aponta diferenccedilas quanto aos enfoques sobre o papel da APS no
desenvolvimento do sistema social e de sauacutede classificando essas abordagens em quatro
principais
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- APS seletiva - selective primary care (ecircnfase nos serviccedilos de sauacutede restritos agrave populaccedilatildeo
muito pobre) O conceito de APS abrange programas especiacuteficos e seletivos com cesta
restrita de serviccedilos Haacute um enfrentamento limitado de problemas de sauacutede e eacute aplicada
principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A maior parte das accedilotildees eacute dirigida ao
grupo materno-infantil como por exemplo monitoramento do crescimento e
desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral imunizaccedilatildeo e aleitamento materno
- APS como primeiro niacutevel de atenccedilatildeo - primary care O conceito de APS como ponto de
entrada no sistema de sauacutede e local de cuidados para a maioria das pessoas na maior parte
do tempo Correspondem aos serviccedilos ambulatoriais meacutedicos de primeiro contato natildeo
especializados incluindo accedilotildees de caraacuteter preventivo e serviccedilos cliacutenicos para toda a
populaccedilatildeo
- APS abrangente ou integral de Alma-ata - comprehensive primary health care (ecircnfase na
organizaccedilatildeo dos sistemas de atenccedilatildeo agrave sauacutede e promoccedilatildeo) APS integrada ao sistema de
sauacutede garantindo a integralidade e participaccedilatildeo social Princiacutepios fundamentais da APS
integral enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede acesso e cobertura universal
com base em necessidades participaccedilatildeo comunitaacuteria accedilatildeo intersetorial tecnologias
apropriadas e uso eficiente de recursos
- APS como enfoque em sauacutede e direitos humanos (ecircnfase nos processos emancipatoacuterios
setores sociais e sauacutede) APS como parte da compreensatildeo da sauacutede como direito humano
abordagem dos determinantes sociais e poliacuteticos de sauacutede defesa da ideia de que as
poliacuteticas de desenvolvimento devem ser inclusivas e que as poliacuteticas devem ser apoiadas
em compromisso financeiro dos governos e em legislaccedilatildeo para promover a equidade em
sauacutede (OPASOMS 2005)
Rifkin e Walt (1986) ao analisar as concepccedilotildees de APS seletiva e abrangente
discutem que a concepccedilatildeo de APS seletiva eacute mais atrativa agraves agecircncias financiadoras devido
seus resultados em curto prazo o incentivo ao setor privado na prestaccedilatildeo de serviccedilos e o
foco na intervenccedilatildeo em sauacutede com baixos custos Ao contraacuterio a APS abrangente ou
integral apresenta maior complexidade eacute fundamentada na compreensatildeo da sauacutede como
direito e estaacute relacionada aos processos de desenvolvimento e determinaccedilatildeo social da
doenccedila Os autores defendem assim como o documento da OPAS que a APS natildeo eacute
somente uma alternativa para a prestaccedilatildeo de cuidados de sauacutede mas eacute uma estrateacutegia para
o desenvolvimento dos sistemas de sauacutede (Rifkin e Walt 1986)
A definiccedilatildeo de APS em Alma-Ata eacute abrangente pois considera APS como funccedilatildeo
central do sistema como parte de um processo mais geral de desenvolvimento econocircmico
24
e social das comunidades apresenta preocupaccedilatildeo com os custos crescentes da assistecircncia
meacutedica por consequecircncia da incorporaccedilatildeo de novas tecnologias atentando agrave relaccedilatildeo custo-
benefiacutecio pressupotildee participaccedilatildeo comunitaacuteria inclui praacuteticas da medicina tradicional e
agentes de sauacutede da comunidade treinados se contrapondo ao elitismo meacutedico APS
representa o primeiro niacutevel de contato levando a atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel
de onde as pessoas residem ou trabalham natildeo se restringe ao primeiro niacutevel estaacute integrada
ao processo permanente da assistecircncia integral incluindo prevenccedilatildeo promoccedilatildeo cura e
reabilitaccedilatildeo e enfatiza a necessidade de accedilotildees de outros setores (Giovanella e Mendonccedila
2012)
Kringos et al (2010) destacam que sistemas de sauacutede onde a APS dispotildee de
recursos adequados para facilitar o acesso ao diversificado escopo de serviccedilos de maneira
coordenada e contiacutenua atraveacutes da aplicaccedilatildeo eficiente de recursos e prestaccedilatildeo de cuidados
de alta qualidade contribuem para a equidade em sauacutede
Para Starfield a APS corresponde ao primeiro niacutevel de atenccedilatildeo do sistema de
sauacutede articulando-se ao trabalho de todos os outros niacuteveis e organizando o uso dos
recursos direcionados agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo e melhoria da sauacutede Podemos dizer que a
autora operacionaliza a concepccedilatildeo de APS abrangente com foco na discussatildeo da qualidade
da atenccedilatildeo e identificando quatro atributos essenciais para avaliaccedilatildeo da APS primeiro
contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo O poder de intervenccedilatildeo e a
qualidade da APS satildeo potencializados quando se considera a capacidade de interaccedilatildeo dos
serviccedilos com os indiviacuteduos e com a comunidade o que foi nomeado pela autora como
atributos derivativos ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo ldquocentralidade na famiacuteliardquo e
ldquocompetecircncia culturalrdquo (Starfield 2002)
No Brasil nos anos 1980 o ideaacuterio da reforma sanitaacuteria compreendia a necessidade
de reorientaccedilatildeo do modelo assistencial e de mudanccedila do modelo da assistecircncia meacutedica
previdenciaacuteria do Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social
(Inamps) As Accedilotildees Integradas em Sauacutede (AIS) jaacute eram um ensaio aos princiacutepios de
universalidade e atenccedilatildeo integral Com a criaccedilatildeo do SUS e seus princiacutepios de
universalidade descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo popular a concepccedilatildeo de APS
tambeacutem foi se modificando Para diferenciar-se da concepccedilatildeo de APS seletiva as poliacuteticas
do Brasil adotaram o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo definida como accedilotildees individuais e coletivas
situadas no primeiro niacutevel voltadas agrave promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de agravos
tratamento e reabilitaccedilatildeo e com o objetivo de responder a maior parte de necessidades de
sauacutede da populaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006 Giovanella e Mendonccedila 2012)
25
A APS ganhou destaque nacionalmente a partir da norma operacional baacutesica
(NOB) SUS 0196 onde aparece o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo que passa a ser caracterizada
como o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo agrave sauacutede A NOB 96 traz inovaccedilotildees quanto agrave alocaccedilatildeo de
recursos instituindo nova modalidade de financiamento ndash o PAB fixo e PAB variaacutevel
fortalecimento da capacidade gestora do Estado em niacutevel local e definindo indicadores de
produccedilatildeo e de impacto epidemioloacutegico (Levcovitz et al 2001)
O PAB fixo eacute uma transferecircncia per capita para cobertura de atenccedilatildeo baacutesica pelos
municiacutepios A esfera federal repassa fundo-a-fundo aos municiacutepios um valor fixo por
habitante por ano Jaacute o PAB variaacutevel tambeacutem fundo-a-fundo eacute composto por incentivos
financeiros para programas especiacuteficosestrateacutegicos que podem variar de acordo com a
adesatildeoadoccedilatildeo dos municiacutepios aos programas
O Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (Pacs) criado em 1991 e o
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) de 1994 tinham o intuito de estimular a reorganizaccedilatildeo
da atenccedilatildeo em acircmbito local e tinham por foco as famiacutelias vulneraacuteveis Foram criados
enquanto programas verticais para as regiotildees Norte e Nordeste do paiacutes para interromper
epidemias Poreacutem principalmente no periacuteodo de 1998-2002 o PSF deixou de ser uma
poliacutetica de focalizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica para ser uma estrateacutegia de mudanccedila do modelo
de atenccedilatildeo no SUS com vistas agrave universalizaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006)
Segundo Gil (2006) a expansatildeo do PSF desencadeou reflexotildees como insuficiecircncia
nos arranjos organizacionais e falecircncia das praacuteticas profissionais e de gestatildeo voltadas ao
tradicional modelo de atenccedilatildeo A autora destaca o referencial da vigilacircncia em sauacutede como
base do PSF o que envolve organizaccedilatildeo das accedilotildees a partir do territoacuterio e problemas de
sauacutede intersetorialidade discriminaccedilatildeo positiva e paradigma da produccedilatildeo social da sauacutede
Aleacutem da vigilacircncia refere agraves accedilotildees programaacuteticas em sauacutede como um recurso
epidemioloacutegico de influecircncia no modelo do PSF para uma abordagem coletiva Ressalta
tambeacutem a proposta Em defesa da Vida (do Pacto pela Sauacutede) que foca na organizaccedilatildeo do
trabalho coletivo para produccedilatildeo de mudanccedilas no sistema e nas praacuteticas privilegiando
acolhimento viacutenculo etc
O PSF ganhou importacircncia poliacutetica governamental e passou a ser considerada uma
estrateacutegia prioritaacuteria para a organizaccedilatildeo dos sistemas municipais de sauacutede Em 2006 a
Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) formalizou o PSF enquanto estrateacutegia por
meio de acordo tripartite A PNAB 2006 incorporou os atributos de APS propostos por
Starfield
A PNAB preconiza equipe multiprofissional territorializaccedilatildeo adscriccedilatildeo de
26
clientela cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea O objetivo eacute
que a UBS seja a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede integrada aos demais
serviccedilos da rede As equipes devem trabalhar no enfrentamento dos determinantes do
processo sauacutede-doenccedila desenvolvendo atividades de planejamento de educaccedilatildeo em sauacutede
accedilotildees intersetoriais e garantir assistecircncia integral agraves famiacutelias (Brasil 2006 Conill et al
2010)
Mais recentemente em 2011 com a atualizaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo
Baacutesica eacute reiterada uma concepccedilatildeo de APS abrangente
A Atenccedilatildeo Baacutesica caracteriza-se por um conjunto de accedilotildees de sauacutede no
acircmbito individual e coletivo que abrangem a promoccedilatildeo a proteccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede com o objetivo de desenvolver uma atenccedilatildeo
integral que impacte na situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas e nos
determinantes e condicionantes de sauacutede das coletividades (Brasil
2011b19)
Aleacutem disso a PNAB 2011 traz algumas propostas diferentes da PNAB 2006 no
que se refere aos programas que compotildeem o PAB variaacutevel como por exemplo o
componente qualidade (PMAQ-AB) agraves diferentes tipologias de equipes para aleacutem de
sauacutede da famiacutelia (ribeirinhas fluvial e consultoacuterio na rua por exemplo) agraves diferentes
possibilidades de inserccedilatildeo do profissional meacutedico nas equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica quanto agrave
carga horaacuteria e a institucionalizaccedilatildeo dos diferentes tipos de nuacutecleos de apoio agrave sauacutede da
famiacutelia (NASF) (Brasil 2011b)
Apesar dos avanccedilos na cobertura de atenccedilatildeo baacutesica com mais de 35000 equipes de
sauacutede da famiacutelia atuando no paiacutes permanecem importantes desafios Segundo diversos
autores os principais desafios da Atenccedilatildeo Baacutesica envolvem (Teixeira e Solla 2006 Viana
et al 2008 Conill et al 2010 Brasil 2013a Fausto et al 2013)
Situaccedilatildeo inadequada da rede fiacutesica das UBS e ambiecircncia o que influencia na
avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a qualidade dos serviccedilos oferecidos
Sobrecarga de populaccedilatildeo adscrita por equipe
Inadequadainsuficiente accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e apoio institucional que
fortaleccedilam o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes
Necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de trabalho das equipes de Atenccedilatildeo
Baacutesica principalmente quanto agrave resolutividade integraccedilatildeo entre os membros das
equipes orientaccedilatildeo em funccedilatildeo de prioridades metas e resultados baseado nas
complexidades de pequenos centros e metroacutepoles
27
Precaacuterias condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais
Rotatividade dos gestores e profissionais das equipes associado agrave fragilidade dos
viacutenculos trabalhistas o que gera insatisfaccedilatildeo por parte dos mesmos
Presenccedila irregular dos profissionais meacutedicos nas equipes principalmente em
municiacutepios do interior
Desafios especiacuteficos de municiacutepios de pequeno porte e da Regiatildeo Norte que
necessitam de outras formas de organizaccedilatildeo da AB para que se atenda agraves
necessidades de acesso geograacutefico oferta de serviccedilos e fixaccedilatildeo de profissionais
Necessidade de poliacuteticas intersetoriais para o enfrentamento de desafios da
complexidade urbana como por exemplo a violecircncia e suas repercussotildees para os
serviccedilos de sauacutede
Baixa capacidade gerencial e operacional na gestatildeo do SUS
Necessidade de processos de gestatildeo visando o acompanhamento da qualidade
Financiamento inadequado e insuficiente da AB
Integraccedilatildeo incipiente da APS agrave Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Segmentaccedilatildeo e fragmentaccedilatildeo dos serviccedilos questotildees centrais agrave compreensatildeo da
qualidade dos AB e operacionalizaccedilatildeo da concepccedilatildeo abrangente de APS
Necessidade de fortalecer a integralidade da atenccedilatildeo agrave sauacutede
Isolamento dos profissionais da Equipe de sauacutede bucal ou ausecircncia dessas equipes
com prejuiacutezos agrave integralidade
Pressatildeo dos setores do empresariado meacutedico-hospitalar e induacutestria farmacecircutica
pela manutenccedilatildeo do fluxo de recursos financeiros para os serviccedilos de meacutedia e alta
complexidade
22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS
A dinamicidade dos sistemas de sauacutede envolve o conjunto das relaccedilotildees poliacuteticas
econocircmicas e institucionais e seu arsenal de regras e serviccedilos aleacutem de aspectos essenciais
para a sua compreensatildeo como a cobertura o financiamento a forccedila de trabalho a rede de
serviccedilos a tecnologia e o conhecimento e as organizaccedilotildees Logo todos esses fatores
tornam o estudo e avaliaccedilatildeo desses sistemas complexos (Lobato e Giovanella 2012)
Em um contexto em que se associam as exigecircncias de acesso equitativo a serviccedilos
de qualidade eou as respostas ao complexo industrial de sauacutede agrave perspectiva de
desenvolvimento nacional a avaliaccedilatildeo em sauacutede se apresenta como um importante
28
mecanismo para compreender os sistemas sistematizar a anaacutelise dos contextos bem como
para responder agraves necessidades de informaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela tomada de decisatildeo
(Champagne et al 2011)
A avaliaccedilatildeo em sauacutede tem sido aprimorada ao longo do tempo Champagne et al
(2011) organizam a histoacuteria da avaliaccedilatildeo em quatro geraccedilotildees e seis periacuteodos Geraccedilatildeo I ndash
periacuteodo do Reformismo (1800 e 1900) e eficiecircncia e testagem (1900-1930) que tinham
como principal caracteriacutestica a medida Geraccedilatildeo II ndash Idade da inocecircncia (1930-1960) cuja
caracteriacutestica principal era a descriccedilatildeo Geraccedilatildeo III ndash expansatildeo (1960-1973) e
profissionalizaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo (1973-1990) tendo o julgamento como central e a
Geraccedilatildeo IV de duacutevidas (1990 ateacute a atualidade) que foca na negociaccedilatildeo e participaccedilatildeo de
diferentes atores nos processos avaliativos
Satildeo muitas as definiccedilotildees de avaliaccedilatildeo em sauacutede existentes na literatura Dubois et
al (2011) entendem a avaliaccedilatildeo em sauacutede na atualidade como um ldquoprocesso contiacutenuo de
construccedilatildeo e reconstruccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo de conhecimento sobre as intervenccedilotildeesrdquo
(Dubois et al 201120)
Para Champagne et al (2011)
Avaliar consiste fundamentalmente em emitir um juiacutezo de valor sobre
uma intervenccedilatildeo implementando um dispositivo capaz de fornecer
informaccedilotildees cientificamente vaacutelidas e socialmente legiacutetimas sobre essa
intervenccedilatildeo ou sobre qualquer um de seus componentes com o objetivo
de proceder de modo a que os diferentes atores envolvidos cujos campos
de julgamento satildeo por vezes diferentes estejam aptos a se posicionar
sobre a intervenccedilatildeo para que possam construir individual ou
coletivamente um julgamento que possa se traduzir em accedilotildees
(Champagne et al 2011 44)
Ou segundo o Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica do Ministeacuterio da Sauacutede a
avaliaccedilatildeo eacute compreendida como atribuiccedilatildeo da gestatildeo
A avaliaccedilatildeo em sauacutede eacute um processo criacutetico-reflexivo sobre praacuteticas e
processos desenvolvidos no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede Eacute um processo
contiacutenuo e sistemaacutetico cuja temporalidade eacute definida em funccedilatildeo do
acircmbito em que ela se estabelece () Deve constituir-se em um processo
de negociaccedilatildeo e pactuaccedilatildeo entre sujeitos que partilham co-
responsabilidades () A avaliaccedilatildeo eacute uma funccedilatildeo importante da gestatildeo
Nesse sentido natildeo eacute meramente atribuiccedilatildeo de avaliadores externos
devendo fazer parte do conjunto de atividades desempenhadas pelos
gestores do sistema e das equipes de sauacutede (Brasil 2005a 18)
Ambas as conceituaccedilotildees ressaltam a importacircncia da avaliaccedilatildeo para a tomada de
decisatildeo como embasamento para as accedilotildees e a necessidade do envolvimento de diferentes
29
atores nesse processo Mais que para o fornecimento de informaccedilotildees fundamentadas a
avaliaccedilatildeo pode ser vista como um processo de aprendizagem resultado de negociaccedilotildees
diversas e portanto ldquoestaacute apta a desempenhar um papel importante na governanccedila e na
melhoria contiacutenua das intervenccedilotildees do sistema de sauacutederdquo (Contandriopoulos 2011 272)
Figueiroacute et al (2010) resumem um conjunto de objetivos principais da avaliaccedilatildeo
auxiliar no planejamento e desenvolvimento de uma intervenccedilatildeo (objetivo estrateacutegico)
subsidiar por meio de informaccedilotildees a melhoria de uma intervenccedilatildeo no seu decorrer
(objetivo formativo) determinar os efeitos de uma intervenccedilatildeo para decidir se ela deve ser
mantida alterada ou interrompida (objetivo somativo) utilizar processos de avaliaccedilatildeo
como incentivo para transformaccedilatildeo de situaccedilotildees injustas ou problemaacuteticas visando o bem-
estar (objetivo transformador) ou contribuir para o progresso dos conhecimentos para a
elaboraccedilatildeo teoacuterica (objetivo fundamental)
Champagne et al (2011) destacam que as contribuiccedilotildees da avaliaccedilatildeo satildeo a
possibilidade de mediccedilatildeo controle administraccedilatildeo previsatildeo e definiccedilatildeo de prioridades para
intervenccedilotildees programas e poliacuteticas (Champagne et al 2011)
Para avaliar uma intervenccedilatildeo satildeo possiacuteveis principalmente dois tipos de estudos
avaliativos a avaliaccedilatildeo normativa e a pesquisa avaliativa A avaliaccedilatildeo normativa consiste
em ldquofazer um julgamento sobre uma intervenccedilatildeo no que se refere a seus recursos e
organizaccedilatildeo (estrutura) serviccedilos ou bens produzidos (processo) e os resultados obtidos
com criteacuterios e normas existentesrdquo (Figueiroacute et al 2010 10) Jaacute a pesquisa avaliativa se
refere a um julgamento por meio de meacutetodos cientiacuteficos Pode contemplar a anaacutelise
estrateacutegica (pertinecircncia) a anaacutelise loacutegica (coerecircncia) a anaacutelise de produccedilatildeo (produtividade
de qualidade) a anaacutelise de efeitos (eficaacutecia) a anaacutelise de eficiecircncia e a anaacutelise de
implantaccedilatildeo (interaccedilotildees entre intervenccedilatildeo e contexto de implantaccedilatildeo na produccedilatildeo de
efeitos) (Champagne et al 2011)
Outro debate essencial satildeo os enfoques de avaliaccedilatildeo de qualidade descritos por
Donabedian (1990) muito utilizados nas avaliaccedilotildees em sauacutede O autor se baseia no modelo
sistecircmico (relaccedilatildeo entre os componentes da estrutura processo e resultado) e nas
dimensotildeesatributos conhecidos como os ldquosete pilares da qualidaderdquo dos quais se incluem
(Donabedian 1990 Frias et al 2010)
Efetividade capacidade de produzir o efeito desejado quando ldquoem uso rotineirordquo
consiste na relaccedilatildeo entre o impacto real e o potencial
Eficiecircncia relaccedilatildeo entre o impacto real e o custo das accedilotildees
30
Eficaacutecia capacidade de produzir o efeito desejado quando o serviccedilo eacute colocado em
ldquocondiccedilotildees ideais de usordquo
Equidade distribuiccedilatildeo dos serviccedilos de acordo com as necessidades da populaccedilatildeo
Tratar desigualmente os desiguais e priorizar para intervenccedilatildeo os grupos sociais
com maiores necessidades de sauacutede
Aceitabilidade fornecimento de serviccedilo de acordo com as normas culturais sociais
e expectativas dos usuaacuterios e seus familiares
Otimizaccedilatildeo maacuteximo cuidado efetivo obtido pelo programa Ou seja uma vez
atingido determinado estaacutegio de efetividade do cuidado melhorias adicionais
seriam pequenas diante da elevaccedilatildeo dos custos
Legitimidade grau de aceitabilidade por parte da comunidade ou da sociedade
como um todo dos serviccedilos ofertados
Em estudo de Frias et al (2010) eacute destacada tambeacutem a perspectiva de outros
autores frente aos pilares estabelecidos por Donabedian Fazendo um compilado das
perspectivas os autores propotildeem a inclusatildeo de trecircs dimensotildees na avaliaccedilatildeo o acesso a
adequaccedilatildeocobertura da oferta e a qualidade teacutecnico-cientiacutefica dos serviccedilos
Starfield (2002) se baseia na concepccedilatildeo sistecircmica de Donabedian para avaliar os
serviccedilos de APS agrave medida que considera aspectos individuais e populacionais para anaacutelise
da qualidade da atenccedilatildeo e refere necessidade de distintas abordagens para avaliaccedilatildeo da
qualidade incluindo elementos de estrutura processo e resultados A operacionalizaccedilatildeo do
conceito de APS por meio de atributos permite identificar o grau de orientaccedilatildeo agrave APS
comparar sistemas ou tipos de serviccedilos e realizar a associaccedilatildeo entre presenccedila de atributos e
efetividade da atenccedilatildeo (Starfield 2002)
Considerando a variabilidade de acordo com o contexto e eacutepoca Starfield (2002)
apresenta uma abordagem para avaliaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede Destaca que cada sistema
de sauacutede possui uma estrutura (capacidade) que satildeo as caracteriacutesticas que possibilitam a
ofertaprestaccedilatildeo de serviccedilos processos (desempenho) que satildeo as accedilotildees que constituem a
oferta e recebimento dos serviccedilos (accedilotildees dos profissionais e usuaacuterios) e resultados
observados em vaacuterios aspectos de estado de sauacutede da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
Para medir o potencial e o alcance de cada um dos atributos essenciais da APS
(atenccedilatildeo ao primeiro contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo) eacute necessaacuterio
relacionar elementos de estrutura (capacidade) e processo (desempenho) (Starfield 2002)
A autora argumenta que nenhum sistema de sauacutede alcanccedila o desempenho perfeito
31
em todos os atributos da APS ao mesmo tempo pois este eacute um processo gradativo e a
busca pela qualidade dos serviccedilos eacute um processo constante Ela chama a atenccedilatildeo para a
necessidade de uma atualizaccedilatildeo constante dos padrotildees de qualidade ou seja agrave medida que
um padratildeo eacute atingido outro deveraacute ser elaborado para o alcance de um patamar superior no
decorrer do tempo O estudo dos atributos e da qualidade da atenccedilatildeo reforccedilaria a
necessidade de qualificaccedilatildeo dos profissionais e organizaccedilatildeo dos serviccedilos para a melhoria
da qualidade do sistema e dos resultados de sauacutede (Starfield 2002)
Eacute importante ressaltar que a metodologia da avaliaccedilatildeo do PMAQ-AB se propotildee
colaborativa e construtivista agrave medida que os atores envolvidos (representantes dos entes
municipal estadual e federal) desempenham papeacuteis centrais ao mesmo tempo que natildeo
necessariamente compartilham da mesma opiniatildeo poreacutem constroem consensos que
contribuem para a permeabilidade da avaliaccedilatildeo e desenvolvimento de co-
responsabilidades Aleacutem disso pode ser considerado estrateacutegico uma vez que seu objetivo
ultrapassa a avaliaccedilatildeo do desempenho e repasse do recurso podendo suscitar a reflexatildeo
discussatildeo e qualificaccedilatildeo nos serviccedilos de APS (Fausto et al 2013)
23 ATRIBUTOS DA APS
Baacuterbara Starfield (2002) propotildee uma metodologia para avaliaccedilatildeo da APS que
abrange caracteriacutesticas que podem ser exclusivas da APS derivativas ou fundamentais
mas natildeo exclusivas
Entendendo que essas caracteriacutesticas possuem uma relaccedilatildeo entre si identifica
quatro atributos exclusivosessenciais primeiro contato longitudinalidade
abrangecircnciaintegralidade e coordenaccedilatildeo que satildeo os de maior especificidade para a
avaliaccedilatildeo da APS Estes atributos satildeo distintos conceitualmente mas apresentam
superposiccedilatildeo e complementaccedilatildeo na praacutetica das equipes (Starfield 2002)
Quanto aos aspectos derivativos da APS pode-se dizer que contribuem para o
alcance dos atributos exclusivos e potencializam a qualidade da APS agrave medida que
pressupotildeem interaccedilatildeo com os indiviacuteduos e com a comunidade Satildeo eles centralizaccedilatildeo na
famiacutelia a competecircncia cultural e a orientaccedilatildeo para a comunidade
Em relaccedilatildeo aos aspectos fundamentais mas natildeo exclusivos da APS destacam-se
caracteriacutesticas importantes para a qualidade do sistema de atenccedilatildeo agrave sauacutede tanto para a
atenccedilatildeo primaacuteria como para a atenccedilatildeo especializada Satildeo eles ldquo(1) a adequaccedilatildeo dos
prontuaacuterios meacutedicos (2) a continuidade do pessoal (3) a comunicaccedilatildeo profissional-
paciente (4) a qualidade da atenccedilatildeo e (5) a proteccedilatildeo dos pacientesrdquo (Starfield 2002 489)
32
Para efeitos deste trabalho seratildeo utilizados os atributos exclusivos e derivativos
conforme definiccedilotildees apresentadas no Quadro 1
Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de
informaccedilatildeo para mediccedilatildeo Atributo Definiccedilatildeo Tipo de informaccedilatildeo
Atributos exclusivos
Atenccedilatildeo ao
primeiro contato
Serviccedilos procurados regularmente cada vez
que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso
de adoecimento ou para acompanhamento
rotineiro da sauacutede
Porta de entrada preferencial do sistema de
sauacutede ponto de iniacutecio da atenccedilatildeo e filtro para
acesso aos serviccedilos especializados
Acessibilidade da unidade
Acesso agrave atenccedilatildeo
Uso da unidade como local de
primeiro contato
Longitudinalidade Assunccedilatildeo de responsabilidade longitudinal
pelo usuaacuterio com continuidade da relaccedilatildeo
equipeusuaacuterio ao longo da vida
independentemente da ausecircncia ou da
presenccedila de doenccedila
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva
Conhecimento do paciente e de seu
meio social
Extensatildeo e forccedila da relaccedilatildeo com os
pacientes natildeo importando o tipo de
necessidade para a atenccedilatildeo
Abrangecircncia ou
Integralidade
Reconhecimento de amplo espectro de
necessidades considerando-se os acircmbitos
orgacircnico psiacutequico e social da sauacutede dentro
dos limites de atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede
Implica oferecer serviccedilos preventivos e
curativos e garantir acesso a todos os tipos de
serviccedilos para todas as faixas etaacuterias
resolvendo a grande maioria das demandas ou
por meio de encaminhamento quando
necessaacuterio
Espectro de problemas a serem
tratados
Atividades preventivas primaacuterias e
secundaacuterias
Reconhecimento e manejo dos
problemas de sauacutede (incluindo
sauacutede mental) na populaccedilatildeo
Porcentagem de pessoas atendidas
na APS sem necessidade de
encaminhamento
Coordenaccedilatildeo da
atenccedilatildeo
Coordenaccedilatildeo significa integraccedilatildeo de todos os
serviccedilos relacionados agrave sauacutede onde quer que
os pacientes tenham sido recebidos Ocorre a
partir da disponibilidade de informaccedilotildees
relacionadas agraves necessidades de sauacutede para o
presente atendimento
Mecanismos para continuidade
Reconhecimento de informaccedilotildees de
consultas preacutevias
Reconhecimento de consultas para
encaminhamento (ocorrecircncia e
resultados)
Atributos Derivativos
Orientado para
comunidade
Conhecimento das necessidades de sauacutede da
populaccedilatildeo adscrita em razatildeo do contexto
econocircmico e social em que vive
Conhecimento da distribuiccedilatildeo dos problemas
de sauacutede e dos recursos disponiacuteveis na
comunidade
Participaccedilatildeo da comunidade nas decisotildees
sobre sauacutede
Mecanismos de alcance do
conhecimento das necessidades de
sauacutede da comunidade
Participaccedilatildeo nas atividades
comunitaacuterias
Envolvimento comunitaacuterio na
unidade
Centralidade na
famiacutelia
Consideraccedilatildeo do contexto e dinacircmica familiar
para bem avaliar como responder agraves
necessidades de cada membro
Conhecimento dos membros e de seus
problemas de sauacutede
Conhecimento dos membros da
famiacutelia
Conhecimento dos problemas de
sauacutede dos membros da famiacutelia
Competecircncia
cultural
Reconhecimento de diferentes necessidades de
grupos populacionais suas caracteriacutesticas
eacutetnicas raciais e culturais entendendo suas
representaccedilotildees dos processos sauacutede-doenccedila
Providecircncias para atender a
necessidades especiais associadas
agraves caracteriacutesticas culturais
Prestaccedilatildeo de serviccedilos especiais para
atender necessidades culturais
Fonte Adaptado de Starfield 2002 e Giovanella e Mendonccedila 2012
33
231 Primeiro contato
O atributo ldquoprimeiro contatordquo indica os serviccedilos de porta de entrada regularmente
procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de atenccedilatildeo em caso de novo problema de
sauacutede ou de acompanhamento para um problema rotineiro de sauacutede Trata-se da porta
preferencial do sistema de sauacutede ou seja o ldquoponto de iniacutecio de atenccedilatildeo e filtro para
acesso a serviccedilos especializadosrdquo (Giovanella e Mendonccedila 2012 505)
Esse atributo envolve acessibilidade e acesso embora frequentemente esses termos
sejam utilizados como sinocircnimos Travassos e Martins (2004) baseando-se em
Donabedian e Andersen realizam a discussatildeo sobre a diferenccedila entre os termos A
acessibilidade refere-se agraves caracteriacutesticas da oferta que facilitam ou dificultam a chegada
das pessoas aos serviccedilos podendo ser soacutecio organizacionais financeiras (caracteriacutesticas do
serviccedilo) e geograacuteficas (relacionadas a distacircncia tempo e custo de viagem etc) Para
Donabedian ldquoa relaccedilatildeo dos usuaacuterios com o uso de serviccedilos eacute mediada pela acessibilidade
isto eacute a acessibilidade expressa as caracteriacutesticas da oferta que intervecircm na relaccedilatildeo entre
caracteriacutesticas dos indiviacuteduos e o uso de serviccedilosrdquo (Donabedian 1973 apud Travassos e
Martins 2004 191)
Jaacute acesso eacute explicado pelas autoras como um conceito multidimensional podendo
ser definido pelo acesso potencial e acesso realizado sendo acesso potencial
relacionado agrave presenccedila nos indiviacuteduos de fatores capacitantes para o uso dos serviccedilos e
acesso realizado a utilizaccedilatildeo em si influenciado tambeacutem por outros fatores que natildeo o
acesso potencial (Travassos e Martins 2004)
Travassos e Martins (2004) concluem que diferentes estudos optam entre uma ou
outra terminologia acessibilidade se referindo a uma caracteriacutestica da oferta de serviccedilos de
sauacutede ou do ajuste entre a oferta e usuaacuterios e o acesso como entrada inicialprincipal da
capacidade instalada em sauacutede A ideia de acesso portanto aparece como uma dimensatildeo
do desempenho dos sistemas de sauacutede associada agrave oferta (Travassos e Martins 2004)
Aleacutem disso eacute sinalizado um aspecto financeiro em que a principal barreira imediata ao
acesso estaacute nos sistemas em que eacute instituiacutedo a reparticcedilatildeo de custos com co-pagamentos ou
pagamentos por parte dos usuaacuterios no ato da utilizaccedilatildeo do serviccedilo (Starfield 2002)
Segundo estudo comparativo entre Brasil e Espanha a principal estrateacutegia para
acesso e organizaccedilatildeo da porta de entrada nas UBS identificada pelos gestores nas UBS
brasileiras eacute o acolhimento como forma de articulaccedilatildeo entre demandas espontacircnea e
programada embora natildeo haja padrotildees ou garantias de tempos maacuteximos para atendimento
34
(Almeida et al 2013)
O acolhimento vem sendo institucionalizado como caracteriacutestica do processo de
trabalho na ESF e atribuiccedilatildeo comum a todos os membros da equipe multiprofissional o
que favorece a universalizaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos da APS aleacutem de fortalecer o
trabalho multiprofissional e intersetorial qualificar a assistecircncia agrave sauacutede e humanizar as
praacuteticas segundo Garuzi et al (2014) Para os autores o acolhimento eacute compreendido
como ferramenta essencial para promover viacutenculo estimular o autocuidado ampliar a
compreensatildeo do processo sauacutede-doenccedila e criar corresponsabilizaccedilatildeo no cuidado em sauacutede
e destacam a necessidade de valorizar a perspectiva dos usuaacuterios para uma qualificaccedilatildeo
desse acolhimento (Garuzi et al 2014)
De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica os serviccedilos de atenccedilatildeo
primaacuteria configuram-se como a porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede no
Brasil A expectativa eacute que esse niacutevel de atenccedilatildeo seja acessiacutevel e resolutivo em relaccedilatildeo agraves
necessidades de sauacutede realizando o acolhimento com escuta qualificada assim como agrave
demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias (Brasil 2011b)
A OMS (2008) da mesma forma embasa essa concepccedilatildeo da PNAB acrescentando
que a APS deve ser porta de entrada do sistema para a maior parte dos novos problemas de
sauacutede assim como um sistema de sauacutede deve fortalecer a APS como primeiro niacutevel de
cuidado natildeo desconsiderando outros elementosserviccedilos estruturais e funcionais da rede de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (OMS 2008)
Elementos como a forma de agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica o tempo
de espera de consulta o escopo de accedilotildees ofertados pela APS o acolhimento agrave demanda
espontacircnea e a capacidade de atendimento a pequenas urgecircncias nos revelam sobre a
capacidade da APS exercer sua funccedilatildeo de porta de entrada preferencial O atendimento agrave
demanda espontacircnea deve garantir o acesso oportuno e universal dos usuaacuterios agraves accedilotildees de
sauacutede independente de serem de grupos prioritaacuteriosprogramaacuteticos (Fausto et al 2014)
Uma das principais vantagens sinalizadas por Starfield (2002) no caso da APS
como serviccedilo de primeiro contato para aleacutem da ampliaccedilatildeo do acesso se refere agrave qualidade
dos serviccedilos Ou seja utilizaccedilatildeo reduzida de serviccedilos especializados e serviccedilos de
emergecircncia menor demanda por exames e procedimentos de alto custo e menor
probabilidade de danos meacutedicos por erros o que se justifica pelas diferenccedilas na formaccedilatildeo
dos meacutedicos de APS e meacutedicos especialistas Enquanto meacutedicos de APS satildeo capacitados
para atuar com pacientes que apresentam baixa probabilidade de problemas complexos os
especialistas satildeo capacitados para atuar junto agrave pacientes com doenccedilas raras e especiacuteficas
35
de sua aacuterea de atuaccedilatildeo com correspondente praacutetica intervencionista
Quanto agraves desvantagens a partir de estudos sobre o tema Starfield sinaliza o caso
dos sistemas em que existe livre escolha de meacutedico pelos por especialistas ou generalistas
No caso dos usuaacuterios acreditarem que o especialista eacute melhor esse acesso direto poderia
ser mais eficiente visto que traz uma conveniecircncia em relaccedilatildeo ao tempo marcar uma
consulta ao inveacutes de duas e receber a atenccedilatildeo agrave sauacutede mais rapidamente O exemplo dos
Estados Unidos eacute citado onde a porta de entrada obrigatoacuteria eacute difundida como mecanismo
por seguros de sauacutede privados para contenccedilatildeo de despesas e natildeo para a organizaccedilatildeo do
sistema Logo neste contexto a APS como porta de entrada eacute encarada como um
dificultador de acesso aos especialistas (Starfield 2002)
Para avaliar a atenccedilatildeo no primeiro contato a autora destaca a necessidade de trecircs
informaccedilotildees ldquoacessibilidade das unidadesrdquo (horaacuterio de disponibilidade acessibilidade ao
transporte puacuteblico oferta de atenccedilatildeo sem exigecircncias para pagamento adiantado instalaccedilotildees
adequadas para portadores de deficiecircncias horaacuterios noturnos facilidade para marcaccedilatildeo de
consulta e de tempo de espera ausecircncia de barreiras linguiacutesticas e outras barreiras
culturais) ldquoexperiecircncias pessoais com o acesso a atenccedilatildeordquo sob a perspectiva do usuaacuterio e
uso real da ldquounidade como local para primeiro contatordquo e serviccedilo de procura regular
(Starfield 2002)
Estudos apontam um bom desempenho da Sauacutede da Famiacutelia como porta de entrada
Giovanella et al (2009a e 2009b) afirmam que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria tecircm se
configurado como importante fonte de cuidado regular e porta de entrada preferencial Em
4 municiacutepios investigados ndash Belo Horizonte Vitoacuteria Aracaju e Florianoacutepolis ndash resultados
apontam que mais de 70 das famiacutelias cadastradas buscam o mesmo serviccedilo de APS para
assistecircncia ou prevenccedilatildeo
Um debate essencial agrave qualidade da APS como porta de entrada preferencial ou
obrigatoacuteria eacute a sua funccedilatildeo de filtro aos serviccedilos especializados ou ldquosistemas de
gatekeeperrdquo tal como foram denominados e implantados nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo
dos paiacuteses europeus essencial agrave coordenaccedilatildeo de cuidados pelo generalista Essa temaacutetica
seraacute melhor discutida no atributo da coordenaccedilatildeo
Fausto et al (2014) discutem esse tema a partir dos resultados do PMAQ-AB
apontando que as equipes de atenccedilatildeo baacutesica atuam cada vez mais como porta de entrada
preferencial no que se refere ao atendimento de demandas diversas e funccedilatildeo de filtro para
atenccedilatildeo especializada Poreacutem haveria necessidade de avanccedilos quanto agrave organizaccedilatildeo
funcional principalmente no acolhimento assim como agrave disponibilidade para consultas de
36
urgecircncia e emergecircncia e agraves formas de acesso dos usuaacuterios agraves consultas
Da mesma forma Campos et al (2014) reconhecem uma APS como porta de
entrada do sistema poreacutem com acesso dificultado por problemas de organizaccedilatildeo uso do
acolhimento como barreira de acesso falta de recursos humanos e dificuldades de dar
seguimento ao tratamento
A existecircncia de um serviccedilo de primeiro contato procurado regularmente a cada vez
que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso de doenccedila ou acompanhamento rotineiro
facilita a formaccedilatildeo de viacutenculos e a coordenaccedilatildeo dos cuidados (Giovanella et al 2009a)
Kringos et al (2010) relatam associaccedilatildeo entre acesso integralidade continuidade e
coordenaccedilatildeo do cuidado Especificamente em relaccedilatildeo ao acesso os autores destacam que a
falta de uma atenccedilatildeo oportuna e eficaz em APS gera impactos negativos nas internaccedilotildees
por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo primaacuteria em especial em aacutereas rurais ou em grupos
socioeconocircmicos mais desfavorecidos
232 Longitudinalidade
O termo longitudinalidade ou cuidado longitudinal no contexto da APS estaacute
relacionado principalmente agrave relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e os pacientes em suas
unidades de sauacutede Significa a responsabilidade assumida pela equipe em relaccedilatildeo ao
usuaacuterio quanto agrave continuidade da relaccedilatildeo equipeusuaacuterio ao longo da vida independente da
ausecircncia ou presenccedila de doenccedila (Starfield 2002 Almeida e Macincko 2006)
Eacute comum na literatura que a longitudinalidade apareccedila como sinocircnimo de
ldquocontinuidaderdquo mas segundo Starfield (2002) o termo longitudinalidade no cunho da
relaccedilatildeo eacute mais apropriado pois independe de continuidade para que exista a continuidade
poderia ser uma caracteriacutestica tanto da atenccedilatildeo especializada como da atenccedilatildeo primaacuteria
natildeo estaria orientada para a atenccedilatildeo agraves pessoas e sim aos problemas de sauacutede Aleacutem disso
a longitudinalidade pressupotildee o componente desse acompanhamento do usuaacuterio ldquoao longo
da vidardquo
Em pesquisa realizada por Cunha e Giovanella (2011) haacute um vasto resgate de
revisotildees sistemaacuteticas quanto agrave definiccedilatildeo do atributo de longitudinalidade Pode-se dizer
que o termo natildeo eacute usual na literatura brasileira e em trabalhos avaliativos com referecircncia agrave
Starfield as palavras ldquoviacutenculo e continuidaderdquo satildeo mais frequentes que
ldquolongitudinalidaderdquo Na literatura internacional apesar das muacuteltiplas e distintas dimensotildees
associadas ao conceito na maioria das vezes envolve fonte regular e viacutenculo
37
A longitudinalidade implica a existecircncia de um meacutedico ou grupo de
meacutedicos habitual e o uso desta fonte para a atenccedilatildeo que natildeo estaacute limitada
a determinados problemas ou tipos de problemas Sua avaliaccedilatildeo envolve
a mediccedilatildeo de aspectos estruturais da atenccedilatildeo (a identificaccedilatildeo da fonte
habitual de atenccedilatildeo pelas pessoas e a identificaccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva
por parte do meacutedico ou grupo) e determinados aspectos do desempenho
(uso adequado da fonte de atenccedilatildeo e a forccedila das relaccedilotildees interpessoais)
(Starfield 2002 282)
Em resumo Cunha e Giovanella (2011) identificam trecircs elementos principais ao
atributo da longitudinalidade a existecircncia e a identificaccedilatildeo de uma fonte regular de
cuidados de APS o estabelecimento de viacutenculo terapecircutico entre pacientes e profissionais
de sauacutede da equipe local de forma duradoura (relaccedilatildeo interpessoal) e ainda a
continuidade informacional entendida como registros de qualidade e disponibilizaccedilatildeo
entre a equipe para conhecimento sobre o paciente
No contexto da APS no Brasil as autoras destacam a divisatildeo de responsabilidades
do profissional meacutedico com uma equipe o que justificaria falar de viacutenculo com
profissionais da equipe ao inveacutes de com o profissional meacutedico a fim de atender ao atributo
da integralidade (Cunha e Giovanella 2011) Da mesma forma a Poliacutetica Nacional de
Atenccedilatildeo Baacutesica explicita o viacutenculoresponsabilizaccedilatildeo entre as equipes de atenccedilatildeo primaacuteria
e usuaacuterios bem como a adscriccedilatildeo da populaccedilatildeo como pressupostos para a
longitudinalidade do cuidado
Caprara e Rodrigues (2004) apoacutes revisatildeo de literatura e estudo no estado do Cearaacute
apontam como dificuldades agrave longitudinalidade a alta rotatividade dos meacutedicos a falta de
estrutura fiacutesica adequada problemas na organizaccedilatildeo dos serviccedilos e fatores culturais e
sociais Os autores afirmam que o espaccedilo de cuidado precisa facilitar a comunicaccedilatildeo
considerando a privacidade e o encontro dos atores com reconhecimento do paciente como
sujeito do cuidado
Os resultados encontrados por estes autores revelam problemas na forma da
compreensatildeo do usuaacuterio sobre o diagnoacutestico e indicaccedilotildees terapecircuticas baixo tempo de
consulta (associado a menor qualidade de anamnese e participaccedilatildeo do usuaacuterio na consulta)
e baixa consideraccedilatildeo de aspectos culturais e relatos familiares Estudos apontados por eles
demonstram que a maioria das queixas se refere agrave assimetria de comunicaccedilatildeo com o
meacutedico e natildeo agrave competecircncia cliacutenica (Caprara e Rodrigues 2004)
Cunha (2009) tambeacutem identifica fatores que dificultam o atendimento do viacutenculo
longitudinal busca de outras unidades de sauacutede para atendimento rotatividade dos
profissionais e problemas nos registros em sauacutede Ao mesmo tempo destaca avanccedilos
38
como o reconhecimento da influecircncia de fatores socioeconocircmicos no processo de
adoecimento dos indiviacuteduos e a presenccedila de viacutenculo entre usuaacuterios e profissionais da
equipe de APS
Da mesma forma Elias et al (2006) em estudo comparativo sobre PSF e UBS
tradicionais avaliam a longitudinalidade por meio do viacutenculo encontrando que o
estabelecimento de viacutenculo ocorre ldquoquase semprerdquo independente do modelo de atenccedilatildeo
baacutesica
Macincko et al (2003) definem longitudinalidade como a medida que os cuidados
satildeo organizados de modo a proporcionar uma fonte regular de cuidados ao longo do tempo
Em seu estudo sobre a organizaccedilatildeo para a cooperaccedilatildeo e desenvolvimento econocircmico
(OCDE) uma das medidas da longitudinalidade seria a lista de pacientes Essa eacute
apresentada como uma caracteriacutestica estrutural determinante para o local onde devem
ocorrer as praacuteticas de cuidados primaacuterios e com uma funccedilatildeo praacutetica de garantir que os
clientes possam ser atendidos pelo mesmo profissional durante o tempo em que residirem
na mesma aacuterea geograacutefica Visualizam que a maior parte dos sistemas de APS que utilizam
lista de espera possuem gatekeepers
Estudos sobre o tema sinalizam ainda alguns benefiacutecios e desafios em relaccedilatildeo agrave
longitudinalidade Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios destaca-se o melhor reconhecimento dos
problemasnecessidades o diagnoacutestico mais preciso a melhor concordacircncia em relaccedilatildeo agraves
consultas e tratamentos menor nuacutemero de hospitalizaccedilotildees reduccedilatildeo de custos melhor
capacidade de prevenccedilatildeo e maior satisfaccedilatildeo Aleacutem disso a longitudinalidade na
perspectiva da equipe poderaacute facilitar o relacionamento do paciente com sua fonte habitual
de atenccedilatildeo agrave sauacutede favorecendo o primeiro contato assim como contribuiraacute para uma
atenccedilatildeo integral e coordenada pela APS (Starfield 2002)
No que se refere aos desafios Cunha e Giovanella (2011) discutem que esse
atributo exige maior disponibilidade compromisso e responsabilidade dos profissionais
assim como alegam que uma relaccedilatildeo duradoura em si natildeo eacute sinocircnimo de benefiacutecios para a
qualidade do cuidado A avaliaccedilatildeo dos pacientes sobre a assistecircncia poderia ser
influenciada e tornaacute-los menos criacuteticos aos cuidados recebidos (Cunha e Giovanella
2011) Da mesma forma Starfield (2002) argumenta que um bom relacionamento entre
profissionais e pacientes estaria menos relacionado agrave duraccedilatildeo e estaria mais relacionado agrave
forccedila do viacutenculo e agrave satisfaccedilatildeo com a atenccedilatildeo em sauacutede (Starfield 2002)
Para efeitos desse trabalho consideraremos a concepccedilatildeo de Starfield em que a
mesma natildeo explicita dimensotildees para o atributo da longitudinalidade poreacutem relaciona-o a
39
fonte regular de cuidados e ao viacutenculo longitudinal entre meacutedico e paciente Neste
trabalho poreacutem de acordo com as caracteriacutesticas da AB brasileira consideraremos o
viacutenculo entre ldquoequipe de sauacutederdquo e paciente A continuidade do cuidado em especial a
continuidade informacional seraacute considerada na discussatildeo do atributo ldquocoordenaccedilatildeo do
cuidadordquo
233 Abrangecircnciaintegralidade
De acordo com Starfield (2002) integralidade eacute a capacidade do serviccedilo em
reconhecer a variedade completa das necessidades do paciente e disponibilizar os recursos
para abordaacute-las Pode ser julgada pelo elenco de accedilotildees ofertadasdisponibilidade de
serviccedilos (aspecto estrutural) no atendimento agraves necessidades de sauacutede das populaccedilotildees
(aspecto processual) mas tambeacutem pela medida em que serviccedilos prestados correspondem
agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
O atributo da integralidade para a autora deve ser orientado tanto para o niacutevel
populacional em que as necessidades da populaccedilatildeo definem a variedade dos serviccedilos
quanto para o niacutevel institucional onde a variedade se baseia em diretrizes normas e
protocolos (Starfield 2002)
A OMS apresenta definiccedilatildeo no mesmo sentido especificando que necessidades
poderiam ser essas
Atenccedilatildeo integral significa que a diversidade dos serviccedilos disponiacuteveis
deve ser suficiente para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo
incluindo o fornecimento de cuidados curativos preventivos paliativos
de promoccedilatildeo de diagnoacutestico precoce e de reabilitaccedilatildeo e apoio para o
autocuidado (OMS 200813)
Poreacutem amplia a noccedilatildeo de abrangecircncia como uma funccedilatildeo de todo o sistema de
sauacutede e inclui cuidados primaacuterios secundaacuterios terciaacuterios preventivos e paliativos (OMS
2008)
Eacute importante lembrar todavia que a atenccedilatildeo primaacuteria eacute apenas um dos
componentes dos sistemas de sauacutede apesar de se constituir como componente fundamental
(Starfield 2002)
Nesse sentido Hartz e Contandriopoulos (2004) focam sua discussatildeo na
integralidade da atenccedilatildeo enquanto pilar de construccedilatildeo da integraccedilatildeo de serviccedilos por meio
de redes assistenciais envolvendo diferentes atores e organizaccedilotildees e relacionando-a
diretamente aos mecanismos de cooperaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo Ressalta-se que essa discussatildeo
40
de coordenaccedilatildeo ocorreraacute no atributo especiacutefico sobre o tema
Hartz e Contandriopoulos (2004) dialogam com Giovanella et al (2002) tomando
por base quatro dimensotildees de campos distintos de intervenccedilatildeo
(1) primazia das accedilotildees de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo (campo da poliacutetica de
prioridades) (2) garantia de atenccedilatildeo nos trecircs niacuteveis de complexidade da
assistecircncia meacutedica (campo da organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo) (3) articulaccedilatildeo
das accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo (campo da gestatildeo) (4)
abordagem integral do indiviacuteduo (campo do cuidado individual)
(Giovanella et al 200247)
Essa concepccedilatildeo em 4 dimensotildees amplia a noccedilatildeo de integralidade em alguns
sentidos concepccedilatildeo de sauacutede e a atuaccedilatildeo sobre os seus determinantes (agrave medida que
trabalha com o conceito de promoccedilatildeo de sauacutede) implicando o papel do Estado nesse
processo a existecircncia de uma rede de serviccedilos em distintos niacuteveis de complexidade e
competecircncias a articulaccedilatildeo entre as accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo e por
uacuteltimo a abordagem integral do indiviacuteduo e da famiacutelia como valor (Oliveira e Pereira
2013)
A discussatildeo sobre atenccedilatildeo integral na PNAB natildeo se diferencia das ateacute aqui
apresentadas apenas destacando o objetivo de uma atenccedilatildeo integral que impacte tanto na
situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas como nos determinantes e condicionantes de
sauacutede das coletividades Talvez a inovaccedilatildeo esteja no aspecto da autonomia dos indiviacuteduos
Kringos et al (2010) em sua revisatildeo sistemaacutetica incluem a abrangecircncia do cuidado
como dimensatildeo essencial para anaacutelise dos processos da APS Sobre esse tema os autores
chegam a conclusotildees como um escopo mais abrangente de accedilotildees de APS estaacute associado a
melhores resultados em sauacutede com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees sensiacuteveis a
APS a importacircncia dos serviccedilos de sauacutede eficazes voltados agrave prevenccedilatildeo cujo impacto
ocorre na gravidade da doenccedila ao mesmo tempo que intervenccedilotildees intersetoriais impactam
na ocorrecircncia da doenccedila
Starfield (2002) jaacute aponta uma problematizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a primeira afirmaccedilatildeo de
Kringos et al (2010) A autora relata que uma maior variedade e aplicaccedilatildeo de serviccedilos natildeo
necessariamente estaacute associada a melhor cuidado visto que alguns serviccedilos natildeo satildeo
efetivos e outros podem ser efetivos mas satildeo caros e outros podem ser ateacute mesmo
prejudiciais Em resumo a autora defende que ldquoo pacote de benefiacutecios eacute bastante notaacutevel
na atenccedilatildeo primaacuteria mesmo que natildeo ofereccedila todos os serviccedilos necessaacuteriosrdquo (Starfield
2002 325) e mais central ainda eacute a responsabilidade desse niacutevel de atenccedilatildeo sobre a
adequaccedilatildeo agraves necessidades e a coordenaccedilatildeo da prestaccedilatildeo de serviccedilos em outros locais
41
Outro ponto relevante para esse debate da integralidade na perspectiva das redes
assistenciais eacute a resolutividade Sabe-se que uma maior resolutividade da APS pode reduzir
demandas por consultas especializadas e exames de maior complexidade reservando os
recursos financeiros para garantir os procedimentos mais prioritaacuterios (Starfield et al
2005)
Fausto et al (2014) em anaacutelise dos dados do PMAQ-AB destacam a visibilidade de
espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees com vistas a resolutividade poreacutem os melhores
achados foram em relaccedilatildeo ao grupo materno-infantil Cabe melhorias por exemplo em
serviccedilos como vacinaccedilatildeo e coleta de material para exames assim como quanto ao apoio
assistencialmatricial agraves equipes
Magalhatildees Junior et al (2002) discutem em estudo da rede de Belo Horizonte que
os meacutedicos da rede baacutesica natildeo esgotam os recursos assistenciais disponiacuteveis nesse niacutevel de
atenccedilatildeo antes de encaminhar a especialistas Isso gera uma forma de operar a rede de
serviccedilos com baixa solidariedade baixa responsabilizaccedilatildeo no cuidado e baixa
resolutividade da rede baacutesica
Por fim Giovanella et al (2009a) destacam para a garantia de atenccedilatildeo integral as
potencialidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia na perspectiva da APS abrangente E
tambeacutem as dificuldades em torno do financiamento da formaccedilatildeo inadequada de recursos
humanos e da intersetorialidade
E Starfield (2002) pontua que a adequaccedilatildeo da integralidade pode ser comprometida
por ausecircncia de especificaccedilatildeo sobre o que satildeo as necessidades poucos estudos sobre a
frequecircncia destas necessidades na populaccedilatildeo e imprecisatildeo sobre os custos das
intervenccedilotildees
234 Coordenaccedilatildeo
A literatura sobre o atributo da coordenaccedilatildeo eacute extensa visto sua importacircncia para a
integraccedilatildeo dos sistemas de sauacutede e qualidade do cuidado A coordenaccedilatildeo entre niacuteveis
assistenciais eacute definida por Almeida et al (2010) como
a articulaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos e accedilotildees de sauacutede relacionada agrave
determinada intervenccedilatildeo de forma que independentemente do local onde
sejam prestados estejam sincronizados e voltados ao alcance de um
objetivo comum (Almeida et al 2010287)
Satildeo vaacuterias as definiccedilotildees para a coordenaccedilatildeo do cuidado similares e
complementares a essa Poucos sistemas de sauacutede conseguem atingir alta coordenaccedilatildeo do
42
cuidado em especial quando medimos a comunicaccedilatildeo entre meacutedicos de APS e meacutedicos
especialistas (Starfield et al 2005)
Um diferencial eacute a relaccedilatildeo entre coordenaccedilatildeo integraccedilatildeo e continuidade do
cuidado Starfield (2002) descreve o atributo da coordenaccedilatildeo como ldquointegraccedilatildeordquo da
atenccedilatildeo estando relacionado agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais especialmente
por meio de ferramentas de comunicaccedilatildeo visando o reconhecimento e acompanhamento
dos problemas de sauacutede
Giovanella (2014) especifica essa relaccedilatildeo
Integraccedilatildeo coordenaccedilatildeo e continuidade satildeo processos interdependentes
que se expressam em distintos acircmbitos no sistema na atuaccedilatildeo
profissional e na experiecircncia do paciente ao ser cuidado A integraccedilatildeo se
expressa na organizaccedilatildeo da rede assistencial do sistema de sauacutede por
meio de diversos instrumentos gerenciais e normativos de definiccedilatildeo de
fluxos sistemas de informaccedilatildeo e territorializaccedilatildeo A coordenaccedilatildeo se
realiza no cuidado individual exercida pelos profissionais de sauacutede no
processo de atenccedilatildeo com articulaccedilatildeo de diferentes accedilotildees e comunicaccedilatildeo
entre prestadores Concretiza-se na experiecircncia do paciente que
reconhece a atenccedilatildeo prestada como contiacutenua oportuna e adequada agraves suas
necessidades de sauacutede (Giovanella 2014 30-31)
A coordenaccedilatildeo do cuidado se expressa na lsquocontinuidade relacionalrsquo e na
lsquocontinuidade informacionalrsquo que seriam componentes da longitudinalidade Neste
trabalho considera-se a continuidade relacional como dimensatildeo da longitudinalidade e a
continuidade informacional como imprescindiacutevel para a coordenaccedilatildeo A continuidade
informacional consiste nas informaccedilotildees disponiacuteveis oportunamente (independente do
prestador) e na comunicaccedilatildeo entre os envolvidos no cuidado (Cunha e Giovanella 2011)
Aleacutem disso a coordenaccedilatildeo se relaciona agrave continuidade assistencial percebida pelo
usuaacuterio Portanto a continuidade pode ser caracterizada como a medida que o paciente tem
suas percepccedilotildees e experiecircncias das intervenccedilotildees de cuidado em sauacutede como processo
contiacutenuo e compatiacutevel agraves suas necessidades meacutedicas e ao seu contexto pessoal (Giovanella
et al 2009a)
Starfield (2002) classifica trecircs locus principais de coordenaccedilatildeo do cuidado
enfatizando as necessidades de comunicaccedilatildeo
43
Dentro da APS ndash quando os usuaacuterios satildeo vistos por diferentes profissionais da
equipe e as informaccedilotildees geradas em diferentes pontos (laboratoacuterios e unidades de
sauacutede por exemplo)
Com especialistas ndash quando para um melhor cuidado ao usuaacuterio satildeo convocados
especialistas para intervenccedilotildees ou orientaccedilotildees pontuaisde curta duraccedilatildeo
Com especialistas para pacientes crocircnicos ndash quando o cuidado ao usuaacuterio envolve o
acompanhamento por especialista por um longo periacuteodo de tempo em virtude de
uma patologia crocircnica
A OMS por sua vez destaca o papel da coordenaccedilatildeo como atenccedilatildeo continuada
relacionando-a tambeacutem agrave abrangecircnciaintegralidade Define a atenccedilatildeo contiacutenua no acircmbito
dos profissionais e dos serviccedilos e sistemas de sauacutede
A atenccedilatildeo continuada eacute um complemento agrave abrangecircncia no sentido de
requerer integraccedilatildeo entre todas as partes do sistema de sauacutede a fim de
garantir o atendimento agraves necessidades e o prosseguimento dos cuidados
de sauacutede ao longo do tempo e dos diferentes locais e instacircncias de
cuidados sem interrupccedilatildeo Para a populaccedilatildeo o cuidado continuado
implica em acesso contiacutenuo a referecircncias e contrandashreferecircncias por toda a
vida a todos os niacuteveis do sistema de sauacutede e algumas vezes a outros
serviccedilos de seguridade social No acircmbito dos sistemas a atenccedilatildeo
continuada requer o desenvolvimento de redes de serviccedilos e de
prestadores sistemas apropriados de informaccedilatildeo e gestatildeo incentivos
poliacuteticas e procedimentos e treinamento de prestadores de serviccedilos
equipes e administradores de sauacutede (OMS 200813)
Kringos et al (2010) e Davis et al (2014) em revisatildeo de literatura identificaram
aspectos relacionados a continuidade do cuidado diagnoacutesticos precoces um registro de
pacientes apropriado qualifica o acompanhamento a continuidade do cuidado melhora a
receptividade agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo aleacutem da qualidade do atendimento o que envolve
prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees reduccedilatildeo de internaccedilotildees reduccedilatildeo do uso da emergecircncia maior
adesatildeo do paciente ao tratamento menos erros no diagnoacutestico reduccedilatildeo no uso de recursos
e reduccedilatildeo testes de laboratoacuterios
Conill e Fausto (2007) relacionam que um bom desempenho da continuidade da
atenccedilatildeo traz benefiacutecios agrave credibilidade da APS como serviccedilo de primeiro contato e porta de
entrada preferencial facilitando o viacutenculo Para as autoras a continuidade do cuidado eacute
uma dimensatildeo da qualidade do serviccedilo que eacute experimentada pelo paciente dependendo do
grau de coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos serviccedilos
Em estudo comparativo sobre APS na Ameacuterica Latina Conill et al (2010)
destacam a importacircncia da integraccedilatildeo e da coordenaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo e melhoria do
44
desempenho da APS e as fragilidades na Ameacuterica Latina ldquoEmbora haja uma poliacutetica
continental visando a renovaccedilatildeo e o fortalecimento da APS a situaccedilatildeo encontrada mostra
que a integraccedilatildeo e coordenaccedilatildeo com os demais serviccedilos ainda eacute fraacutegilrdquo (Conill 2010
524)
No caso da Uniatildeo Europeacuteia eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da
APS no sistema de sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014) serviccedilos ambulatoriais de
primeiro contato estatildeo integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo
individual eacute garantida em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede
Davis et al (2014) ressaltam a comunicaccedilatildeo eficaz entre os pacientes meacutedicos e
hospitais como essencial para o atendimento de alta qualidade Em estudo comparativo os
autores utilizam algumas caracteriacutesticas para avaliar a coordenaccedilatildeo do cuidado entre os
paiacuteses dentre as quais
O paciente possuir um meacutedico ou local de procura regular
O meacutedico ou local de procura regular sempre ou frequentemente ajuda a coordenar
e organizar o cuidado de outros meacutedicos
Quando os meacutedicos de APS encaminham um paciente para um especialista eles
sempre ou muitas vezes recebem um relatoacuterio de volta com todas as informaccedilotildees
relevantes sobre sauacutede recebem informaccedilotildees sobre alteraccedilotildees em um medicamento
ou plano de cuidados do paciente e recebem a informaccedilatildeo que precisam
oportunamente
Meacutedicos de APS recebem alerta ou aviso de resultados de exames as informaccedilotildees
necessaacuterias para gerenciar o cuidado do paciente em ateacute 2 dias apoacutes a alta do
hospital bem como plano escrito de cuidados apoacutes alta uma notificaccedilatildeo quando o
paciente for atendido em emergecircncia ou que teve alta hospitalar
Os autores demonstram que em paiacuteses com lsquoGeneral Practitionersrsquo (GP) a maior
parte desses profissionais possui uma boa comunicaccedilatildeo com os especialistas em especial
no Reino Unido Holanda e Franccedila caracterizando um bom funcionamento de contra-
referecircncia (Davis et al 2014) Giovanella (2006) reafirma tambeacutem duas questotildees centrais
na reorganizaccedilatildeo do sistema de sauacutede com foco na APS o exerciacutecio da funccedilatildeo de
coordenaccedilatildeo pelo generalista e a credibilidade dos pacientes neste profissional
Cabe destacar portanto a importacircncia da funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) exercida
pela APS No caso do Reino Unido um dos principais exemplos de sistemas de
gatekeeper os GP ocupam uma posiccedilatildeo de conduccedilatildeo do sistema de sauacutede (Saltman et al
45
2006) Dois objetivos principais podem ser destacados na funccedilatildeo de filtrocondutor pelo
GP
Em primeiro lugar o seu controle sobre a utilizaccedilatildeo de especialistas
hospitais ou outros serviccedilos caros que se destina a reduzir ou restringir
custos de tratamento de sauacutede ou seja os cliacutenicos agem como um
mecanismo de racionamento de serviccedilos Em segundo lugar eacute esperado
que eles melhorem ou mantenham a qualidade dos tratamentos atraveacutes de
seu papel de coordenaccedilatildeo Dessa forma os GPs satildeo considerados como
os coordenadores dos serviccedilos que integram o tratamento que eacute recebido
por um paciente o que pode melhorar a continuidade (Saltman et al
2006 138)
Gervaacutes e Fernaacutendez (2005) destacam que o desempenho adequado dessa funccedilatildeo de
filtro requer dos meacutedicos generalistas uma qualificaccedilatildeo constante no serviccedilo de sauacutede a
fim de assegurar a eficaacutecia do cuidado e elevada resolutividade Quanto melhor a qualidade
dos cuidados gerais prestados pelo meacutedico generalista da APS melhor seraacute desempenhado
o seu papel de filtro (em tempo e oportunidade e somente para casos necessaacuterios) (Gervaacutes
e Fernaacutendez 2005)
Da mesma forma Giovanella et al (2009b) destacam que a funccedilatildeo de filtro
exercida por generalistas com baixa qualificaccedilatildeo teacutecnica e inexperiecircncia tende a gerar
burocratizaccedilatildeo excessiva e aumento do nuacutemero de encaminhamentos aos serviccedilos
especializados Um exemplo eacute a percepccedilatildeo de gestores municipais do municiacutepio de
Vitoacuteria apontando que sistemas de gatekeeper gerariam maiores custos jaacute que
aumentariam o nuacutemero de consultas com generalistas apenas para solicitaccedilatildeo de referecircncia
(Giovanella et al 2009b)
Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de Janeiro a
coordenaccedilatildeo do cuidado aparece como um dos atributos menos presente no cotidiano das
equipes Usuaacuterios relatam a demora em receber os resultados dos exames complementares
e de conseguir alguns tipos de consultas com especialistas Aleacutem disso foi identificada
baixa qualidade da contra-referecircncia do especialista para APS salvo quando se trata de
uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS (OPAS 2013)
Fausto et al (2014) em produccedilatildeo sobre o PMAQ-AB apontam que as estrateacutegias
de integraccedilatildeo da rede assistencial e coordenaccedilatildeo do cuidado mostram-se incipientes salvo
a existecircncia de central de regulaccedilatildeo (inclusive para consultas especializadas) a quantidade
de equipes com continuidade informacional entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
(AE) por prontuaacuterio eletrocircnico eacute miacutenima somente metade das equipes tem fluxos definidos
46
para sauacutede da mulher e os contatos entre profissionais dos niacuteveis de atenccedilatildeo satildeo de baixa
frequecircncia
Magalhatildees Junior e Pinto (2014) com base nos resultados do PMAQ-AB tambeacutem
identificam deficiecircncias na coordenaccedilatildeo dos cuidados principalmente em relaccedilatildeo a
insuficiente gestatildeo do cuidado programaccedilatildeo de accedilotildees e acompanhamento de pacientes
crocircnicos e comunicaccedilatildeo entre os profissionais e serviccedilos
Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos tambeacutem foram
apontados problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo
entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e
ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre
os niacuteveis assistenciais puderem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias
nas SMS e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local organizaccedilatildeo dos
fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos especializados municipais
(Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os resultados do PMAQ-AB podem
supor uma relaccedilatildeo entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo e desenvolvimento
socioeconocircmico dos municiacutepios
De forma geneacuterica independente do sistema de sauacutede Saltman et al (2006)
apontam como mecanismos para melhorar a coordenaccedilatildeo
definir a populaccedilatildeo (do paciente) de antematildeo (acordos sobre testes
diagnoacutesticos interpretaccedilotildees definiccedilotildees etc) definir um pacote comum
de atividades de atenccedilatildeo em torno das necessidades especiacuteficas de um
grupo de pacientes definir a responsabilidade partilhada e
responsabilidades especiacuteficas do fornecimento de atenccedilatildeo de parceiros
criar respeito e confianccedila muacutetua (por exemplo o desenvolvimento de
protocolos ou consultas sobre o processo de atendimento) criar
mecanismos financeiros claros de antematildeo (por exemplo para hora extra
e trabalho administrativo relacionadas com a cooperaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo)
melhorar a comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo (TIC) e introduzir elementos da
atenccedilatildeo integrada em programas educacionais (por exemplo na formaccedilatildeo
meacutedica continuada) (Saltman et al 2006 157)
235 Orientaccedilatildeo para a comunidade
O atributo ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo envolve diferentes aacutereas de
conhecimento (medicina cliacutenica epidemiologia ciecircncias sociais etc) estando diretamente
relacionado a abordagem integral em sauacutede (Starfield 2002) Apesar das diferentes
definiccedilotildees pode ser explicado por
47
A orientaccedilatildeo para a comunidade eacute a abordagem da APS que utiliza
habilidades epidemioloacutegicas e cliacutenicas de forma complementar para
ajustar os programas para que atendam agraves necessidades especiacuteficas de
sauacutede de uma populaccedilatildeo definida Fornece o reconhecimento especiacutefico
para as interaccedilotildees relacionadas aos determinantes de sauacutede o que inclui
sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e ambiente social e fiacutesico
bem como a sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e os
comportamentos individuais que influenciam a sauacutede (Starfield 2002
538)
Starfield tambeacutem descreve algumas tarefas de uma abordagem orientada para a
comunidade ldquodefinir e caracterizar a comunidade identificar os problemas de sauacutede da
comunidade modificar programas para abordar estes problemas e monitorar a
efetividade das modificaccedilotildees no programardquo (Starfield 2002 238)
Dentre os vaacuterios valores princiacutepios e elementos de um sistema de sauacutede com base
na APS citados no documento da OPASOMS (2005) a orientaccedilatildeo para a comunidade (e
para a famiacutelia) significa que o sistema ultrapassa a perspectiva cliacutenicaindividual do
cuidado para empregar a visatildeo de sauacutede puacuteblica que avalia riscos e prioriza intervenccedilotildees
ldquoA famiacutelia e a comunidade satildeo vistas como sendo o foco principal para o planejamento e
intervenccedilatildeordquo (OPASOMS 2005 13)
Anderson e Rodrigues (2012) concordam com essa perspectiva agrave medida que
consideram que eacute essencial uma atuaccedilatildeo do profissional da APS junto agraves famiacutelias e
comunidades sob a perspectiva da integralidade e complexidade Ou seja ampliar a
capacidade de explicaccedilatildeo do processo sauacutede-doenccedila e ao mesmo tempo aumentar a
responsabilidade frente a um modelo de atenccedilatildeo baseado tambeacutem nos determinantes
sociais (Anderson e Rodrigues 2012)
Na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica o termo comunidade aparece associado a
cuidado (atividades de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo para a comunidade) participaccedilatildeo social
intersetorialidade (articulaccedilatildeo com recursos e parceiros da comunidade) visita domiciliar e
para explicar a atuaccedilatildeo das diferentes modalidades de equipes (fluvial ribeirinha e NASF)
Dessa forma podemos considerar que dentre os trecircs atributos derivativos eacute o que aparece
mais explicitamente na PNAB 2011
Na mesma loacutegica citada Gusso e Lopes (2012) destacam que para uma abordagem
comunitaacuteria de forma instrumental satildeo essenciais diagnoacutestico de sauacutede da comunidade
os grupos de educaccedilatildeo em sauacutede e a terapia comunitaacuteria
Giovanella e Mendonccedila (2012) avaliam que a orientaccedilatildeo para a comunidade requer
trecircs tipos informaccedilotildees a serem investigadas sobre a atuaccedilatildeo da equipe se a equipe conhece
48
as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto econocircmico e social se
conhece a distribuiccedilatildeo dos problemas de sauacutede no territoacuterio dos recursos disponiacuteveis na
comunidade e promove accedilotildees intersetoriais e se haacute participaccedilatildeo da comunidade nas
decisotildees sobre sua sauacutede (Giovanella e Mendonccedila 2012)
Monken e Barcellos (2005) discutem que o territoacuterio longe de ser somente o
espaccedilo poliacutetico-operativo do sistema de sauacutede eacute o espaccedilo onde se verifica a interaccedilatildeo entre
populaccedilatildeo e serviccedilos do niacutevel local com problemas de sauacutede definidos Cada territoacuterio tem
seu perfil demograacutefico epidemioloacutegico administrativo tecnoloacutegico poliacutetico social e
cultural em constante construccedilatildeo
O reconhecimento do territoacuterio eacute um passo baacutesico para a caracterizaccedilatildeo
da populaccedilatildeo e de seus problemas de sauacutede bem como para a avaliaccedilatildeo
do impacto dos serviccedilos sobre os niacuteveis de sauacutede dessa populaccedilatildeo Aleacutem
disso permite o desenvolvimento de um viacutenculo entre os serviccedilos de
sauacutede e a populaccedilatildeo mediante praacuteticas de sauacutede orientadas por categorias
de anaacutelise de cunho geograacutefico (Monken e Barcellos 2005 899)
Portanto eacute importante reforccedilar que toda essa perspectiva de relaccedilatildeo com o territoacuterio
e planejamento a partir dele tem um objetivo central que eacute a reduccedilatildeo das iniquidades entre
grupos de populaccedilotildees vulneraacuteveis a partir do direcionamento dos recursos para as aacutereas
em que satildeo mais necessaacuterios O enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede requer
uma atuaccedilatildeo da APS junto a programas intersetoriais (Starfield 2002)
Carvalho e Buss (2008) discutem que a atuaccedilatildeo sobre os diversos niacuteveis dos
determinantes sociais em sauacutede no territoacuterio extrapola as competecircncias e atribuiccedilotildees dos
equipamentos de sauacutede e portanto eacute obrigatoacuteria a accedilatildeo coordenada dos diversos setores e
instacircncias governamentais
A sauacutede das populaccedilotildees natildeo eacute produto exclusivamente das accedilotildees desenvolvidas
pelo setor sauacutede independente se for na APS ou accedilotildees nacionais de sauacutede puacuteblica Possui
determinaccedilatildeo por fatores sociais e econocircmicos por poliacuteticas e accedilotildees que natildeo estatildeo no
domiacutenio direto do setor da sauacutede Dessa forma o empenho deve ocorrer no sentido da
sauacutede articular-se com outros setores natildeo apenas para a abordagem dos problemas de
sauacutede preacute-identificados mas para assegurar que a sauacutede seja reconhecida como um dos
resultados valorizados de todas as poliacuteticas (OMSOPAS 2008) Esta chamada accedilatildeo
intersetorial jaacute estava colocada como princiacutepio na Declaraccedilatildeo de Alma-Ata
Giovanella et al (2009a) destacam a accedilatildeo comunitaacuteria e a coordenaccedilatildeo intersetorial
satildeo essenciais para a efetividade da APS integral sendo importante reforccedilar o olhar e accedilatildeo
no territoacuterio de forma articulada com outras poliacuteticas que natildeo do setor sauacutede As autoras
49
discutem que haacute limites para a atuaccedilatildeo da ESF como mediadoras da accedilatildeo intersetorial
visto que essas accedilotildees satildeo mais abrangentes quando respondem a uma poliacutetica municipal e a
uma modalidade integrada de atuaccedilatildeo do governo Os desafios portanto estatildeo colocados
desde o niacutevel federal ateacute o territoacuterio local na integraccedilatildeo de poliacuteticas municipais na
articulaccedilatildeo das secretarias de sauacutede com outras secretarias e na accedilatildeo comunitaacuteria da ESF
no territoacuterio
Na mesma perspectiva Junqueira (2000) destaca a intersetorialidade como a
ldquoarticulaccedilatildeo de saberes e experiecircncias no planejamento realizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de accedilotildees
para alcanccedilar efeito sineacutergico em situaccedilotildees complexas visando o desenvolvimento social
superando a exclusatildeo socialrdquo (Junqueira 200042) Eacute importante dessa forma discutir
que ferramentas a APS tem utilizado com vistas a uma atuaccedilatildeo intersetorial
consequentemente com maior possibilidade de atender a complexidade de necessidades da
populaccedilatildeo Valorizar a atuaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterios de sauacutede eacute
fundamental nesse processo para aleacutem da atuaccedilatildeo individualizada desse ator em visitas
domiciliares
Uma especial atenccedilatildeo deve ser voltada tambeacutem agrave participaccedilatildeo da comunidade nas
decisotildees sobre sua sauacutede Nogueira et al (2001) definem que
a participaccedilatildeo popular consiste nas diferentes accedilotildees desenvolvidas pelas
muacuteltiplas forccedilas sociais para contribuir na construccedilatildeo implementaccedilatildeo
fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas ou dos serviccedilos baacutesicos da
aacuterea social sauacutede habitaccedilatildeo saneamento baacutesico transporte e educaccedilatildeo
entre outros (Nogueira et al 2011 215)
Valla (1998) entende a participaccedilatildeo social de forma abrangente como a capacidade
de mobilizaccedilatildeo de cidadatildeos para garantir o atendimento agraves suas necessidades a partir da
negociaccedilatildeo com governantes Neste sentido a accedilatildeo comunitaacuteria de equipes induziria a
mobilizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo na busca pela garantia dos seus direitos
Diferentes estudos mostram que a inclusatildeo de participaccedilatildeo popular nos processos
decisoacuterios satildeo incipientes indicando baixa representatividade social e legitimaccedilatildeo dos
usuaacuterios no contexto das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Nogueira et al 2011 Reichert et al
2016 Ibantildeez et al 2006 Sala et al 2011)
236 Centralidade na famiacutelia
A centralidade da famiacutelia no acircmbito das poliacuteticas sociais eacute um aspecto que vem
sendo observado no Brasil pelo menos desde a deacutecada de 1980 e no cenaacuterio internacional
50
haacute algumas deacutecadas atraacutes principalmente nos setores de sauacutede e assistecircncia social
Jaacute na criaccedilatildeo do modelo de ldquoPrograma Sauacutede da Famiacuteliardquo em 1994 a famiacutelia eacute
compreendida como sua unidade de atenccedilatildeo Na proposta de reorientaccedilatildeo do modelo
assistencial para uma intervenccedilatildeo voltada para o contexto social agrave equipe multidisciplinar
eacute atribuiacuteda a responsabilidade sobre territoacuterio e foco de intervenccedilatildeo na famiacutelia com vistas
a uma atenccedilatildeo continuada intersetorial resolutiva e com bases nos princiacutepios da promoccedilatildeo
da sauacutede (Fausto e Matta 2007)
Na discussatildeo realizada por Curto (2009) a famiacutelia aparece como unidade de
cuidado e requer dos profissionais uma desconstruccedilatildeo de conceitos cristalizados de famiacutelia
no acircmbito bioloacutegico nuclear ou concepccedilotildees ideoloacutegicas e preacute-formatadas sobre famiacutelia
Demanda todavia considerar a perspectiva do indiviacuteduo e identificar como ocorrem e
como potencializar os processos de cuidado pela famiacutelia
Baacuterbara Starfield destaca que
A centralidade na famiacutelia resulta quando o alcance da integralidade
fornece uma base para a consideraccedilatildeo dos pacientes dentro de seus
ambientes quando a avaliaccedilatildeo das necessidades para a atenccedilatildeo integral
considera o contexto familiar e sua exposiccedilatildeo a ameaccedilas agrave sauacutede e
quando o desafio da coordenaccedilatildeo da atenccedilatildeo se defronta com recursos
familiares limitados (Starfield 2002 486-487)
Silva (2010) em diaacutelogo com Starfield complementa que tatildeo importante como
conhecer os fatores de riscos para doenccedilas a abordagem sobre promoccedilatildeo da sauacutede requer
compreensatildeo da dinacircmica familiar e sobre a determinaccedilatildeo sauacutededoenccedila na mesma Aleacutem
disso destaca a famiacutelia como uma unidade de cuidado e a capacidade dela compartilhar e
resolver seus processos de doenccedila ainda no domiciacutelio e partir das experiecircncias jaacute
vivenciadas Dessa forma o cuidado prestado a cada famiacutelia deve ser individualizado de
acordo com o potencial das proacuteprias famiacutelias de exercer um cuidado de mais ou menos
qualidade dos seus membros (Silva 2010)
Essa compreensatildeo de famiacutelia influenciando a sauacutede fornece aos profissionais de
sauacutede a possibilidade de antecipar riscos e utilizar a famiacutelia como recurso de cuidado
atraveacutes de uma parceira profissional de sauacutede-usuaacuterio-famiacutelia
Em consonacircncia com este debate eacute importante destacar o relatoacuterio da OMS (2008)
cuja proposta eacute a renovaccedilatildeo da APS baseada em evidecircncias principalmente em relaccedilatildeo aos
seus princiacutepios e atributos O ldquoFoco nas pessoas e famiacuteliasrdquo identificou melhoria da
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo maior compreensatildeo de aspectos psicoloacutegicos das pessoas aumento
do viacutenculo e adesatildeo ao tratamento melhoria da qualidade de vida maior comunicaccedilatildeo e
51
confianccedila dos usuaacuterios nos profissionais (OMS 2008)
Uma discussatildeo natildeo menos importante eacute como a abordagem sobre famiacutelia foi
realizada nas versotildees da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) Em sua versatildeo de
2006 a noccedilatildeo de famiacutelia natildeo aparece no documento Apenas na discussatildeo sobre
especificidades da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia no que se refere a duas atribuiccedilotildees do
programa cuidado dos indiviacuteduos e das famiacutelias ao longo da vida e ter a famiacutelia e a
comunidade como foco da atenccedilatildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico de sauacutede
da comunidade e planejamento das accedilotildees (Silva 2010)
Na versatildeo de 2011 a famiacutelia tambeacutem aparece principalmente quando se discute
cadastramentoadscriccedilatildeo da populaccedilatildeo e visita domiciliar (nas atribuiccedilotildees dos
profissionais) O cuidado familiar e as intervenccedilotildees conjuntas com a famiacutelia aparecem
pouco exploradas no documento
Jaacute Ribeiro (2004) problematiza algumas abordagens sobre famiacutelia no cenaacuterio do
PSF
famiacuteliaindiviacuteduo foco no indiviacuteduo pertencente a um ciclo de vida especiacutefico e
famiacutelia se mobilizando para atenccedilatildeo ao individuo em foco
famiacuteliadomiciacutelio o ambiente a infraestrutura material da famiacutelia as condiccedilotildees de
cuidado desse ambiente satildeo o foco de atenccedilatildeo
famiacuteliaindiviacuteduodomiciacutelio unem-se as duas perspectivas anteriores O foco estaacute
num doente no domiciacutelio ou em outros indiviacuteduos sob condiccedilotildees especiacuteficas do
processo de sauacutededoenccedila (pueacuterpera receacutem-nascido etc) Percebe-se a famiacutelia com
a incumbecircncia de aliviar o sistema de sauacutede
famiacuteliacomunidade natildeo existe aqui a famiacutelia com suas singularidades e
individualidade e sim as famiacutelias que satildeo definidas sob paracircmetros universais
proveniente do contexto da inserccedilatildeo social do ambiente fiacutesico social da
comunidade
famiacuteliarisco social enfoque nas condiccedilotildees de um grupo especiacutefico de famiacutelias em
exclusatildeo social Percebe-se a famiacutelia com carecircncia de condiccedilotildees materiais e sociais
de sobrevivecircncia e como consequecircncia natildeo conseguindo realizar sua missatildeo e
demandando ajuda para um funcionamento esperado
famiacuteliafamiacutelia foco principal e real da atenccedilatildeo eacute a famiacutelia com sua identidade
ldquosimbolismos emocionalidades racionalidades intencionalidades pactuaccedilotildees
52
saberes fazeres e necessidadesrdquo (Ribeiro 2004 663) A famiacutelia aqui ultrapassa a
soma das individualidades
A autora complementa sua reflexatildeo problematizando que com essa multiplicidade
de abordagens de famiacutelia no PSF associada a um baixo
diaacutelogoarticulaccedilatildeocomplementaccedilatildeo entre si gera-se o desafio de alcance da integralidade
do cuidado para um ente que natildeo estaacute suficientemente identificado Aleacutem disso os
documentos oficiais sobre a AB carecem de orientaccedilotildees sobre conduccedilatildeo da accedilatildeo
profissional frente a dinacircmica familiar (Ribeiro 2004)
Em convergecircncia com uma dessas percepccedilotildees Campos e Matta (2007) discutem se
a famiacutelia seria o foco da atenccedilatildeo da APS visto que se analisarmos o trabalho do ACS haacute
um trabalho mais focado no cadastramento e adscriccedilatildeo da aacuterea de atuaccedilatildeo que
propriamente intervenccedilotildees voltadas agrave famiacutelia Nesse sentido eacute questionado quem seria de
fato o foco da atenccedilatildeo a famiacutelia ou o territoacuterio (Silva 2010)
Baacuterbara Starfield (2002) observa que a centralidade na famiacutelia pode ser avaliada
atraveacutes das informaccedilotildees disponibilizadas nos prontuaacuterios bem como pelo conhecimento
dos problemas de sauacutede dos membros da famiacutelia
237 Competecircncia cultural
Na busca realizada foram encontradas poucas referecircncias bibliograacuteficas que
abordem a termo ldquocompetecircncia culturalrdquo relacionado agrave sauacutede Segundo Starfield esse eacute um
aspecto derivativo da APS e pode ser definido como
A competecircncia cultural envolve o reconhecimento das necessidades
especiais das subpopulaccedilotildees que podem ou natildeo estar em evidecircncia devido
a caracteriacutesticas eacutetnicas raciais ou outras caracteriacutesticas culturais
especiais (Starfield 2002 487)
Esse reconhecimento e abordagem de necessidades especiais estatildeo diretamente
relacionados agrave integralidade quanto ao reconhecimento do problema e adoccedilatildeo de
estrateacutegias terapecircuticas O acesso voltado a grupos especiacuteficos se relaciona agrave concepccedilatildeo de
equidade no sentido de realizar uma ldquodiscriminaccedilatildeo positivardquo de grupos populacionais
socialmente desiguais (Assis e Jesus 2012)
Em alguns paiacuteses da Ameacuterica Latina em especial com povos indiacutegenas cada vez
mais se consideram as noccedilotildees de interculturalidade nas Constituiccedilotildees Federais no sentindo
de abarcar o direito dos povos indiacutegenas e outros segmentos da sociedade multicultural
53
aleacutem de preservar os elementos de identidade cultural e medicina tradicional (Gonzaacutelez et
al 2014)
Tejerina Silva (2015) em anaacutelise comparada da APS na Boliacutevia Equador e
Venezuela destaca que o componente intercultural eacute enfatizado nos paiacuteses sendo que nos
dois primeiros estatildeo presentes jaacute na nomenclatura do modelo de atenccedilatildeo ldquoModelo de
Salud Familiar Comunitario Interculturalrdquo na Boliacutevia e ldquoModelo de Atencioacuten Integral en
Salud Familiar Comunitaria e Interculturalrdquo (MAIS-FCI) no Equador Especifica que
dentre as metas de desenvolvimento da APS nos trecircs paiacuteses estaacute o enfoque intercultural
com ecircnfase no respeito e assimilaccedilatildeo de saberes e praacuteticas em sauacutede dos povos locais
Segundo o autor essa abordagem que integra sistema de sauacutede formal com a medicina
tradicional eacute mais desenvolvido na Boliacutevia com presenccedila de meacutedicos tradicionais e
parteiras em algumas UBS seguido do Equador que estaacute desenvolvendo poliacutetica
especiacutefica integrando os terapeutas tradicionais Jaacute na Venezuela as accedilotildees satildeo limitadas ao
programa integral de sauacutede para o povo Yanomami (Tejerina Silva 2015)
No Brasil a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica natildeo traz os termos
interculturalidade ou competecircncia cultural e sim uma abordagem mais geneacuterica cuja APS
deve considerar o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando produzir
a atenccedilatildeo integral (Almeida 2015) O Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica apresenta apenas
em 2014 uma definiccedilatildeo para a temaacutetica
A Interculturalidade entendida como modo de coexistecircncia no qual os
indiviacuteduos grupos e instituiccedilotildees com caracteriacutesticas culturais e posiccedilotildees
diferentes convivem e interagem de forma aberta inclusiva horizontal
respeitosa e se reforccedilam mutuamente em um contexto compartilhado Os
princiacutepios da interculturalidade entendida como processo de interaccedilatildeo
entre pessoas permitem fortalecer a identidade proacutepria o autocuidado a
autoestima a valoraccedilatildeo da diversidade e das diferenccedilas e gerar nas
pessoas uma consciecircncia da interdependecircncia para o benefiacutecio e
desenvolvimento comum (Portal Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica 2014
sn)
Algumas iniciativas referentes agrave competecircncia cultural no SUS podem ser
observadas em poliacuteticas como Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede dos Povos Indiacutegenas
(2002) Poliacutetica Nacional de Sauacutede Integral das Populaccedilotildees do campo e da floresta (2013)
e Poliacutetica Nacional de Praacuteticas integrativas e complementares no SUS (2015) Almeida
(2014) destaca tambeacutem a parceria do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil com o Meacutexico em
2010 com a realizaccedilatildeo do curso agrave distacircncia ldquoSensibilizaccedilatildeo em Competecircncia Intercultural
para Atenccedilatildeo agrave Sauacutederdquo Uma maior difusatildeo dessas poliacuteticas eacute essencial tanto para
54
profissionais como para usuaacuterios
Jaacute na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica a expressatildeo ldquoculturardquo aparece somente
em dois momentos em um toacutepico das atribuiccedilotildees dos profissionais relacionado ao
diagnoacutestico do territoacuterio que deve considerar caracteriacutesticas sociais econocircmicas culturais
demograacuteficas e epidemioloacutegicas E na introduccedilatildeo do documento em que ldquoA Atenccedilatildeo
Baacutesica considera o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando
produzir a atenccedilatildeo integralrdquo (Brasil 2011b 20) Apesar da niacutetida dificuldade de englobar
o reconhecimento de necessidades especiacuteficas na proacutepria poliacutetica pode-se dizer que um
avanccedilo foi a inclusatildeo de diferentes modalidades de equipes de sauacutede da famiacutelia (equipes
fluviais ribeirinhas e consultoacuterio na rua) para o repasse do recurso de Atenccedilatildeo Baacutesica
apontando minimamente uma concepccedilatildeo diferenciada natildeo necessariamente da cultura mas
certamente do territoacuterio
Andrade e Costa (2010) discutem que a incorporaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Praacuteticas Integrativas e Complementares no SUS no cotidiano dos serviccedilos transporta para
seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional que passam a conviver
com a loacutegica e os serviccedilos convencionais da biomedicina (Andrade e Costa 2010 497)
Acentua tambeacutem a importacircncia da discussatildeo antropoloacutegica sobre integralidade em poliacuteticas
puacuteblicas de sauacutede dando ecircnfase na diversidade de aspectos envolvidos com o processo
sauacutede-doenccedila aspectos sociais simboacutelicos e culturais presentes nas realidades sanitaacuterias
Outros autores discutem a abordagem cultural na sauacutede e em especial na
enfermagem a luz da teoria da ldquoDiversidade e Universalidade do Cuidado Culturalrdquo
desenvolvida por Leininger (apud Sousa et al 2009) que demonstra os benefiacutecios do
cuidado cultural congruente2 Em outras palavras conhecer os valores expressotildees e
padrotildees de cultura do indiviacuteduo ou da coletividade fazem parte de uma articulaccedilatildeo entre o
saber profissional e o saber popular e a abordagem culturalmente fundamentada eacute uma
estrateacutegia diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede tendo como base a humanizaccedilatildeo dos serviccedilos e a
integralidade (Sousa et al 2009)
Essa abordagem amplia a noccedilatildeo de cuidado e incentiva a participaccedilatildeo e autonomia
dos usuaacuterios a partir do momento que o sujeito eacute compreendido como sujeito social em
seu contexto cultural e histoacuterico Isso entendendo a cultura como simultaneamente
2 O cuidado cultural congruente consiste no propoacutesito da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado
Cultural e constituem accedilotildees ou decisotildees assistenciais capacitadoras elaboradas para se ajustarem aos valores
e modos de vida de um indiviacuteduo grupo ou instituiccedilatildeo visando proporcionar ou apoiar um atendimento de
sauacutede satisfatoacuterio evitando choque cultural entre profissional de sauacutede e cliente (Leininger 1991 apud
Sousa et al 2009)
55
determinante de formas de agir e dinacircmica na compreensatildeo dos grupos sociais
movimento esse que precisa ser acompanhado pela praacutetica dos profissionais de sauacutede
(Muller et al 2007)
Para Targa e Oliveira (2012) em uma abordagem mais voltada agrave medicina de
famiacutelia a discussatildeo tem dois focos a competecircncia cultural para aleacutem de ldquoconsiderar as
crenccedilasrdquo envolve tanto os elementos do processo terapecircutico individual mas tambeacutem toda
a mobilizaccedilatildeo intersetorial e interdisciplinar o trabalho com as dinacircmicas familiares e com
as redes de apoio social e tambeacutem a necessidade de se desfazer a dicotomia existente
entre biologia e cultura mente e corpo natural e social ou seja a falsa noccedilatildeo de que
fatores culturais atrapalhariam o pensamento racional-cientiacutefico Pensando no tema de
forma operacional os autores sistematizam em quadros-siacutenteses os pontos iniciais para
uma aproximaccedilatildeo intercultural entre profissionais de sauacutede e usuaacuterios (Quadro 2) assim
como os enganos mais comuns de utilizaccedilatildeo do conceito de cultura na sauacutede
Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de
sauacutede com os usuaacuterios Admitir que todo encontro terapecircutico eacute intercultural e que natildeo haacute ciecircncia neutra culturalmente
Ter uma postura respeitosa interessada e empaacutetica
Procurar conhecer dados demograacuteficos
Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente
Revisar a literatura se disponiacutevel a respeito das pessoas envolvidas
Procurar reconhecer os outros recursos terapecircuticos comumente mobilizados por essas pessoas
Estudar a liacutengua e dialetos locais
Identificar e criar alianccedilas com pessoas importantes na comunidade
Fonte Extraiacutedo de Targa e Oliveira 2012
Caprara e Rodrigues (2004) destacam que considerar a diversidade cultural deve ser
uma aprendizagem para a intervenccedilatildeo meacutedica eficiente Discutem a importacircncia de uma
articulaccedilatildeo entre o conhecimento biomeacutedico ao sistema de representaccedilotildees populares sobre
sauacutede-doenccedila o que pode levar a uma melhor adesatildeo ao tratamento Exemplificam a
abordagem cultural atraveacutes de uma parceria observada no Cearaacute envolvendo as equipes de
sauacutede e rezadeiras locais que objetivava uma melhor ldquotraduccedilatildeordquo das informaccedilotildees sobre
prevenccedilatildeo e tratamento agrave populaccedilatildeo (Caprara e Rodrigues 2004)
Avaliar a competecircncia cultural demanda identificar a existecircncia de necessidades
culturais diferenciadas e perceber como a populaccedilatildeo avalia o atendimento a essas
necessidades (Starfield 2002) Dessa forma pode-se dizer que estaacute intimamente
relacionada a atenccedilatildeo integral
Em siacutentese a competecircncia cultural envolve o reconhecimento das diversas
representaccedilotildees do processo sauacutede-doenccedila a diversidade de abordagens terapecircuticas a
56
integraccedilatildeo entre as praacuteticas e a competecircncia comunicacional entre profissional e usuaacuterio
24 APS NA REDE REGIONALIZADA
Discutir a APS na rede regionalizada em sauacutede requer uma compreensatildeo mais
ampla de todo o processo de descentralizaccedilatildeomunicipalizaccedilatildeo ocorridos no Brasil desde a
constituiccedilatildeo do SUS Sem o objetivo de aprofundar tal contextualizaccedilatildeo pretende-se fazer
alguns apontamentos sobre a temaacutetica no intuito de compreender os desafios e a
importacircncia dessa forma de organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede
Viana et al (2010) destacam que em paiacuteses com sistemas de sauacutede universais a
descentralizaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede e a regionalizaccedilatildeo foram construiacutedas conjuntamente
atraveacutes da organizaccedilatildeo de redes de serviccedilos com o fortalecimento de autoridades sanitaacuterias
regionais
A experiecircncia internacional demonstra as evidecircncias do impacto da organizaccedilatildeo dos
sistemas em redes de atenccedilatildeo regionalizadas reduzem a fragmentaccedilatildeo da atenccedilatildeo
melhoram a eficiecircncia global do sistema evitam a multiplicaccedilatildeo de infraestrutura e
serviccedilos respondem melhor agraves necessidades e agraves expectativas das pessoas melhoram o
custo efetividade dos serviccedilos de sauacutede reduzem hospitalizaccedilotildees desnecessaacuterias
diminuem a utilizaccedilatildeo excessiva de serviccedilos e exames diminuem o tempo de permanecircncia
hospitalar produzem economias de escala e de escopo aumentam a produtividade do
sistema melhoram a qualidade da atenccedilatildeo produzem uma oferta balanceada de atenccedilatildeo
geral e especializada a continuidade da atenccedilatildeo gera maior efetividade cliacutenica facilitam a
utilizaccedilatildeo dos diferentes niacuteveis de atenccedilatildeo pelas pessoas e aumentam a satisfaccedilatildeo dos
usuaacuterios (OPASOMS 2011)
A regionalizaccedilatildeo no Brasil eacute apontada como um desafio seja pela ausecircncia de
investimentos compatiacuteveis com a ampliaccedilatildeo de cobertura do SUS (Conill et al 2010) seja
por caracteriacutesticas como as dimensotildees territoriais do paiacutes ou pelas desigualdades e
diversidades regionais aqui presentes (Dourado e Elias 2011)
Lima (2015) sintetiza alguns condicionantes para a regionalizaccedilatildeo no Brasil em
eixos de determinaccedilatildeo relacionados entre si
(1) a desigualdade e a diversidade territorial do paiacutes (2) a abrangecircncia e
as distintas loacutegicas territoriais observadas na atuaccedilatildeo do Estado e na
organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede (3) a multiplicidade de atores que
exercem funccedilotildees de financiamento gestatildeo e prestaccedilatildeo de accedilotildees e serviccedilos
em acircmbito regional (4) as muacuteltiplas escalas regionais configuradas pela
distribuiccedilatildeo da oferta uso de serviccedilos atuaccedilatildeo e acordo poliacutetico dos
57
atores regionais (Lima 2015 8)
Na implementaccedilatildeo do SUS na deacutecada de 90 o foco esteve na descentralizaccedilatildeo por
meio da municipalizaccedilatildeo A instituiccedilatildeo de redes regionalizadas foi retomada apenas a partir
de 2001 com a NOAS e em 2006 com o Pacto pela Sauacutede (Kuschnir e Fausto 2014) A
descentralizaccedilatildeo por meio da municipalizaccedilatildeo favoreceu a fragmentaccedilatildeo do sistema em
detrimento da sua organizaccedilatildeo em redes regionalizadas (Viana et al 2010 Kuschnir e
Fausto 2014)
Em um sistema de sauacutede fragmentado natildeo existe coordenaccedilatildeo entre os
diferentes niacuteveis e locais de atendimento podendo ser observados
problemas tais como duplicaccedilatildeo de serviccedilos e infraestrutura capacidade
produtiva natildeo utilizada e cuidados prestados em locais natildeo apropriados
como frequentemente acontece com os hospitais (OPASOMS 201158)
Em outras palavras um sistema fragmentado dificulta o acesso da populaccedilatildeo aos
serviccedilos onera a quantidade qualidade e distribuiccedilatildeo dos recursos e indica fragilidades na
capacidade de gestatildeo e lideranccedila dos diferentes entes frente a suas competecircncias e
atribuiccedilotildees (OPASOMS 2011) Os serviccedilos tendem a atuar de forma isolada ou competir
com outros em relaccedilatildeo a funccedilotildees e recursos (Silva Juacutenior et al 2015)
Na busca de caminhos de enfrentamento a essa fragmentaccedilatildeo do sistema o
governo federal introduziu marcos legais para a institucionalizaccedilatildeo de redes de atenccedilatildeo
regionalizadas com fortalecimento de instacircncias de negociaccedilatildeo como os CGR (colegiado
de gestatildeo regional) e posteriormente a CIR (comissatildeo intergestores regional) e articulaccedilatildeo
nesse acircmbito para melhorar o acesso aos niacuteveis secundaacuterio e terciaacuterio do SUS (Conill et
al 2010)
Simultaneamente a esse contexto a OPAS lanccedila o documento ldquoRedes integradas de
serviccedilos de sauacutede baseadas na APSrdquo em 2009 definindo alguns atributos essenciais das
redes integradas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Alguns deles satildeo populaccedilatildeoterritoacuterio definidos
extensa rede de serviccedilos de sauacutede que atenda o conjunto de necessidades em sauacutede ampla
participaccedilatildeo social sistema de governanccedila uacutenico para toda a rede suficiecircncia e
competecircncia de recursos humanos financiamento adequado dentre outros (Kuschnir
2014) A regionalizaccedilatildeo no acircmbito da APS se relaciona com a capacidade desse niacutevel de
atenccedilatildeo se organizar para corresponder aos princiacutepios propostos na perspectiva da
universalidade e equidade
Em 2010 a portaria 4279 do Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu as diretrizes e
58
estrateacutegias para a implementaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede dentre as quais estaacute o
fortalecimento da APS e do seu papel na coordenaccedilatildeo do cuidado Esse eacute um exemplo de
padratildeo nacional poreacutem que depende da atuaccedilatildeo de cada esfera nas suas funccedilotildees gestoras
a fim de resultar em melhores condiccedilotildees de acesso e sauacutede da populaccedilatildeo Por essa
normativa definiu-se tambeacutem as regiotildees de sauacutede como aacutereas de abrangecircncia territorial e
populacional sob a responsabilidade das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e o processo de
regionalizaccedilatildeo como estrateacutegia fundamental de configuraccedilatildeo das redes (Brasil 2010b)
Logo em seguida com a publicaccedilatildeo do decreto presidencial 75082011 novo
destaque eacute dado agraves regiotildees de sauacutede atraveacutes de instrumentos de planejamento e
organizaccedilatildeo o mapa sanitaacuterio os Contratos Organizativos de Accedilatildeo Puacuteblica (COAP) os
planos de sauacutede a relaccedilatildeo nacional de accedilotildees e serviccedilos de sauacutede (Renases) a Relaccedilatildeo
Nacional de Medicamentos essenciais (Rename) e satildeo instituiacutedas as Comissotildees
intergestores regional ndash CIR (Brasil 2011a)
Santos e Campos (2015) travam uma abrangente discussatildeo sobre esses uacuteltimos
marcos legais Os autores destacam a necessidade de valorar as CIR como instrumento de
acordos solidaacuterios visando agrave equidade regional no SUS problematizam a importacircncia de
se pensar uma arquitetura sanitaacuteria organizativa regional assim como propotildee o Decreto
75082011 sem ferir o princiacutepio federativo das autonomias e ressaltam a necessidade de
evoluir para aleacutem da governanccedila poliacutetica para a operacionalizaccedilatildeo e financiamento dos
serviccedilos na regiatildeo de sauacutede
Esta inovaccedilatildeo (nova institucionalidade do SUS) seja qual for sua
extensatildeo deve centrar-se na regionalizaccedilatildeo da sauacutede integraccedilatildeo de
serviccedilos governanccedila regional autoridade sanitaacuteria regional e suas
responsabilidades planejamento e financiamento regional Entendemos
que soacute assim seraacute possiacutevel construir a figura da regiatildeo de sauacutede de forma
robusta e sempre como a resultante da aglutinaccedilatildeo de entes municipais na
CIR que decidiriam em comum acordo a gestatildeo do COAP e os
necessaacuterios apoios administrativos e seus processos de gestatildeo O que natildeo
mais eacute possiacutevel continuar eacute o fracionamento do SUS que nem sempre se
articula e nem sempre atua de maneira sistecircmica (Santos e Campos
2015 445)
Almeida e Santos (2015) tambeacutem ressaltam a importacircncia da CIR como forma de
governanccedila regional em estudos de regionais de sauacutede na Bahia Contudo a maioria das
pautas trata das cotas de vagas para consultasexamesprocedimentos especializados ao
inveacutes de um planejamento conjunto com vistas agrave qualificaccedilatildeo e expansatildeo das accedilotildees da
APS Em contrapartida ressaltam o COAP enquanto um instrumento juriacutedico de
59
responsabilidade solidaacuteria ainda distante da realidade das regiotildees pesquisadas Ou seja se
manteacutem a loacutegica de um planejamento com base no recurso disponiacutevel (pela PPI) em
detrimento das necessidades em sauacutede
Como a APS portanto continua a se inserir nesse processo fortalecendo a
perspectiva das redes regionalizadas de sauacutede Almeida e Santos (2015) defendem
algumas formas APS como serviccedilo de acesso principal preferencial e rotineiro resgate de
valorizaccedilatildeo do ACS fortalecendo a integraccedilatildeo horizontal expansatildeo e valorizaccedilatildeo das
atribuiccedilotildees cliacutenicas da enfermagem ampliaccedilatildeo do cardaacutepio de serviccedilos e oferta puacuteblica de
serviccedilos de diferentes densidades tecnoloacutegicas incorporaccedilatildeo da perspectiva dos usuaacuterios
fortalecimento da CIR e posicionamento estrateacutegico das diretorias regionais de sauacutede
Outra forma eacute que a APS consiga exercer sua funccedilatildeo de coordenaccedilatildeo Ao contraacuterio
da experiecircncia do NHS (Reino Unido) cujo papel da APS na funccedilatildeo de gatekeeper
organiza o acesso aos demais niacuteveis de densidade tecnoloacutegica no Brasil haacute dificuldades
nesse processo Dificuldades essas seja devido a baixa cobertura de ESF atuaccedilatildeo paralela
entre serviccedilos ausecircncia de regulaccedilatildeo e fluxos formais para a atenccedilatildeo hospitalar
subsistema privado formaccedilotildees especializadas dos meacutedicos distribuiccedilatildeo inadequada de
profissionais em municiacutepios de pequeno porte dentre outros (Silva Juacutenior et al 2015
Almeida et al 2010)
Magalhatildees Junior e Pinto (2014) destacam que de modo geral as equipes de AB
natildeo estatildeo organizadas nem empoderadas para ordenar o acesso agrave rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e
coordenar o cuidado Apesar das iniciativas e avanccedilos crescentes de informatizaccedilatildeo e
composiccedilatildeo multiprofissional ainda haacute carecircncia de informaccedilotildees para acompanhamento do
usuaacuterio poucas ferramentas de comunicaccedilatildeo entre profissionais da AB e da AE assim
como poucos mecanismos de acompanhamento do usuaacuterio entre os serviccedilos
Giovanella (2014) discute que os resultados do PMAQ-AB mostram avanccedilos na
responsabilizaccedilatildeo da UBS pela marcaccedilatildeo de consultas especializadas mas aponta baixo
monitoramento de listas de espera mesmo para casos prioritaacuterios Ressalta que
A ordenaccedilatildeo da rede a partir da APS implica organizaccedilatildeo e integraccedilatildeo
do sistema de sauacutede com territorializaccedilatildeo e definiccedilatildeo dos serviccedilos de AB
como porta de entrada preferencial com funccedilatildeo de filtro para acesso agrave
Atenccedilatildeo Especializada conforme a necessidade A integraccedilatildeo da APS agrave
rede assistencial (ou em outros termos a ordenaccedilatildeo da RAS a partir da
APS) eacute essencial para a garantia da atenccedilatildeo conforme a necessidade no
SUS Eacute crucial para que a APS natildeo se constitua apenas em um pacote
baacutesico de serviccedilos no primeiro niacutevel de atenccedilatildeo para populaccedilotildees em
situaccedilatildeo de pobreza como reiteradamente preconizado por agecircncias
60
internacionais para paiacuteses em desenvolvimento que negam a
possibilidade de construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos universais como
pretendido pelo SUS (Giovanella 201436)
No Brasil mais de 80 de municiacutepios brasileiros tecircm menos de 50000 habitantes
com sua rede de serviccedilos de sauacutede resumindo-se agrave APS (Almeida e Santos 2015) e que
portanto demanda em algum grau de outros niacuteveis de complexidade de atenccedilatildeo fora
desses municiacutepios Somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e
financiamento em uma rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos
eficientes de pactuaccedilatildeo intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede
integral e resolutivo Independente de quatildeo heterogecircneo precise ser a organizaccedilatildeo dos
serviccedilos de sauacutede no Brasil para atender agraves diferentes demandas da populaccedilatildeo e
particularidades dos territoacuterios o usuaacuterio precisa ter acesso a mesma gama de serviccedilos em
tempo oportuno e sair com o seu problema de sauacutede resolvido A organizaccedilatildeo em redes
regionalizadas eacute o que favorece esse cenaacuterio em constante construccedilatildeo
Em resumo espera-se que a discussatildeo dos atributos como reflexo da qualidade da
APS no Brasil recortado pelas tipologias de regiotildees de sauacutede possa contribuir com
elementos para os desafios e fortalecimento dessa rede de atenccedilatildeo regionalizada
61
3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA
QUALIDADE DA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB
Diferentes iniciativas de avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica estatildeo presentes no processo
de larga expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil em especial a partir dos anos 2000 Nesse
periacuteodo foram desenvolvidas iniciativas para institucionalizar a avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo
Baacutesica no Brasil envolvendo diferentes atores A preocupaccedilatildeo de valorizar os enfoques
regionais e a perspectiva de territoacuterio constituiacuteram-se como preocupaccedilotildees dos processos
avaliativos todavia se nota que esses elementos natildeo foram suficientes para contemplar a
heterogeneidade de necessidades em sauacutede dos municiacutepios brasileiros Segundo o
Ministeacuterio da Sauacutede
Em se tratando da avaliaccedilatildeo em sauacutede e em especial da avaliaccedilatildeo da
atenccedilatildeo baacutesica o objeto da avaliaccedilatildeo eacute um objeto em movimento As trecircs
esferas de governo satildeo co-responsaacuteveis no que se refere agrave avaliaccedilatildeo da
atenccedilatildeo baacutesica Deve-se reforccedilar seu caraacuteter formativo pedagoacutegico e
reorientador das poliacuteticas e praacuteticas superando o tradicional enfoque
punitivo e burocraacutetico Deve-se ter o cuidado de ao recortar o objeto natildeo
reduzi-lo sob o risco de que o processo de avaliaccedilatildeo natildeo expresse toda a
riqueza das diversidades regionais e locais e os novos valores que vecircm
sendo incorporados ao SUS (Brasil 2005a 19)
Na busca de institucionalizar a avaliaccedilatildeo a atenccedilatildeo baacutesica foi criada em 2003 a
Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Departamento de
Atenccedilatildeo Baacutesica com o intuito de
formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a esse niacutevel de
atenccedilatildeo compreendendo-se seu papel estrateacutegico para o
redirecionamento da organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede no paiacutes com o
propoacutesito de formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a
esse niacutevel de atenccedilatildeo (Brasil 2005a 11)
A partir de 2005 o Ministeacuterio da Sauacutede desenvolveu a proposta de uma Poliacutetica
Nacional de Monitoramento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para qualificar processos
decisoacuterios nos acircmbitos da gestatildeo e do cuidado e com foco na integralidade e
resolutividade das accedilotildees O objetivo era envolver diretamente os governos estaduais e
municipais no processo de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na loacutegica da
descentralizaccedilatildeo (Brasil 2005a)
Almeida e Giovanella (2008) em estudo sobre avaliaccedilatildeo da AB no Brasil
identificaram no periacuteodo de 2000 a 2006 um importante conjunto de iniciativas no campo
62
da avaliaccedilatildeo e monitoramento da AB no Brasil por induccedilatildeo do gestor federal Uma das
principais iniciativas foram os estudos de ldquoLinha de Base do Programa de Expansatildeo e
Consolidaccedilatildeo do Sauacutede da Famiacutelia (Proesf)rdquo em 2005 Mais dois grupos principais de
iniciativas metodoloacutegicas de avaliaccedilatildeo da APS podem ser destacados A Avaliaccedilatildeo para
Melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (AMQ) de 2005 e a avaliaccedilatildeo
raacutepida dos serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica em niacutevel local (Primary Care Assessment Tool ndash
PCATool) adaptado no Brasil em 2002 e posteriormente validado em 2006
Os estudos de linha de base de apoio ao PROESF contemplavam municiacutepios acima
de 100000 hab tendo por objetivo fortalecer a institucionalizaccedilatildeo da AB o planejamento
local em sauacutede e identificar os movimentos de expansatildeo da ESF As propostas
apresentadas por diferentes instituiccedilotildees de ensino deveriam ser estruturadas em quatro
dimensotildees poliacutetico-institucional organizacional da atenccedilatildeo do cuidado integral e do
desempenho dos sistemas de sauacutede As avaliaccedilotildees consideraram a perspectiva de
gestores profissionais usuaacuterios do sistema de sauacutede e representantes do controle social
(Almeida e Giovanella 2008)
O AMQ elaborado pelo DAB e sua coordenaccedilatildeo de avaliaccedilatildeo e especialistas no
tema de avaliaccedilatildeo baseou-se na avaliaccedilatildeo interna de autogestatildeo a partir da compreensatildeo
dos profissionais Seus instrumentos eram voltados para gestores coordenaccedilatildeo do PSF
gerentes de UBS equipes e profissionais de niacutevel superior O principal objetivo do AMQ
era fomentar a melhoria da qualidade atraveacutes de um diagnoacutestico da organizaccedilatildeo e do
funcionamento dos serviccedilos baseado nos princiacutepios e diretrizes da AB e posteriormente
pelo desenvolvimento de projetos de intervenccedilatildeo em aspectos criacuteticos (Brasil 2005b) A
implementaccedilatildeo da metodologia natildeo foi acompanhada de incentivos financeiros tendo uma
adesatildeo de apenas parte dos municiacutepios Atualmente os instrumentos da AMQ foram
reformulados e uma versatildeo adaptada (AMAQ) compotildee o PMAQ-AB ou mais
precisamente a fase de autoavaliaccedilatildeo do PMAQ-AB (Fausto et al 2013)
O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool) eacute uma metodologia
desenvolvida sob coordenaccedilatildeo de Barbara Starfield Esse instrumento mede a presenccedila e a
extensatildeo dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos derivados da APS baseando-se em um
modelo de avaliaccedilatildeo da qualidade de serviccedilos de sauacutede de acordo com aspectos de
estrutura processo e resultados de Donabedian Os instrumentos satildeo autoaplicaacuteveis para
crianccedilas adultos profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente do serviccedilo de
sauacutede O PCATool teve seus instrumentos adaptados traduzidos e validados para uso no
Brasil (Harzheim et al 2006 Macincko e Almeida 2004) Em 2010 o Ministeacuterio da
63
Sauacutede publicou oficialmente o Manual do Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria
agrave Sauacutede (PCATool mdash Brasil) Para cada atributo essencial da APS haacute um componente
relacionado agrave estrutura e outro ao processo de atenccedilatildeo conforme segue acesso de primeiro
contato (utilizaccedilatildeo) acesso de primeiro contato (acessibilidade) grau de afiliaccedilatildeo com
serviccedilo de sauacutede longitudinalidade coordenaccedilatildeo (integraccedilatildeo de Cuidados) coordenaccedilatildeo
(sistema de informaccedilotildees) integralidade (serviccedilos disponiacuteveis) integralidade (Serviccedilos
prestados) Aleacutem de questotildees sobre os atributos derivativos orientaccedilatildeo familiar e
orientaccedilatildeo comunitaacuteria (Brasil 2010a) Uma das identificaccedilotildees eacute que a metodologia do
PCAtool foi capaz de distinguir as diferenccedilas entre os diferentes modelos de AB existentes
nos municiacutepios (Macincko e Almeida 2004)
Entre os trabalhos publicados com resultados dos estudos de linha de base do
PROESF destacam-se anaacutelises que compararam o PSF com as UBS tradicionais Vaacuterios
estudos deles utilizaram os instrumentos do PCAtool Alguns resultados das percepccedilotildees de
diferentes estudos sugerem
unidades com PSF tiveram melhores resultados quando comparadas a UBS
tradicionais Em estudo sobre a percepccedilatildeo de profissionaisgestores e usuaacuterios por
estrato de exclusatildeo social no municiacutepio de Satildeo Paulo verificou que no caso dos
usuaacuterios o PSF foi melhor avaliado que as UBS com exceccedilatildeo do estrato de maior
exclusatildeo social em que a preferecircncia dos usuaacuterios foi pelas UBS e para os
profissionais e gestores natildeo se relevaram diferenccedilas significativas entre o PSF e a
UBS nos estratos de exclusatildeo social (Elias et al 2006)
em comparaccedilatildeo do desempenho do PSF nas regiotildees nordeste e sul do Brasil a
constataccedilatildeo foi que o PSF tem maior consolidaccedilatildeo nos centros urbanos do nordeste
com maior presenccedila em regiotildees mais vulneraacuteveis (Facchini et al 2006)
em avaliaccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo concluiu-se que os trabalhadores do PSF
consideraram esse modelo melhor avaliando-o mais positivamente que os usuaacuterios
(Ibantildeez et al 2006)
Almeida e Giovanella (2008) tambeacutem destacam algumas caracteriacutesticas dos estudos
induzidos pelo Ministeacuterio da Sauacutede foco na implantaccedilatildeo do PSF fragmentaccedilatildeo na
realizaccedilatildeo das pesquisas por diferentes instituiccedilotildees acadecircmicas e com objetivos e
metodologias similares uma baixa regularidade de anaacutelise e divulgaccedilatildeo dos dados
produzidos e resultados a dificuldade de interaccedilatildeo entre gestores e pesquisadores
dificultando o uso da informaccedilatildeo para apoio agrave tomada de decisatildeo
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Por outro lado a contrataccedilatildeo de instituiccedilotildees de ensino e pesquisa que ateacute entatildeo natildeo
haviam participado de avaliaccedilotildees em AB promovidas pelo MS como um aspecto positivo
que permite acumular experiecircncias em pesquisa e induzir a formaccedilatildeo de pessoal nas
diferentes regiotildees do paiacutes (Almeida e Giovanella 2008 Bodstein et al 2006) Apesar dos
esforccedilos do MS as autoras questionam o quanto estas iniciativas seratildeo capazes de
subsidiar as poliacuteticas de sauacutede e os processos decisoacuterios com vistas agrave equidade (Almeida e
Giovanella 2008)
Atualmente o PMAQ-AB destaca-se como a principal estrateacutegia de avaliaccedilatildeo da
AB no Brasil cujos resultados satildeo o foco de anaacutelise desse trabalho
31 PMAQ-AB CICLO 1
A partir de 2011 a gestatildeo do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede
teve como uma das prioridades o Programa Nacional para Melhoria do Acesso e Qualidade
da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) O programa foi criado mediante a Portaria GMMS 1654
de 19 de julho de 2011 como base para repasse do incentivo financeiro por desempenho
denominado ldquoComponente Qualidaderdquo do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (Brasil 2011c)
O principal objetivo do PMAQ-AB eacute induzir a ampliaccedilatildeo do acesso e a melhoria da
qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica por meio da instituiccedilatildeo de processos contiacutenuos e
progressivos que ampliem a capacidade das trecircs esferas de governo de ofertar serviccedilos
com garantia de um padratildeo de qualidade comparaacutevel nacional regional e localmente
(Brasil 2013a)
O Programa tem como diretrizes considerar as diferentes realidades de sauacutede do
paiacutes gerar melhorias que envolvam a gestatildeo o processo de trabalho das equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica e os resultados em sauacutede a transparecircncia nas etapas do programa a
mobilizaccedilatildeoresponsabilizaccedilatildeo dos atores das trecircs esferas de governo por meio de uma
cultura de negociaccedilatildeo e contratualizaccedilatildeo a mudanccedila no modelo de atenccedilatildeo com foco nas
necessidades e satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e o caraacuteter voluntaacuterio de adesatildeo ao programa
(Brasil 2011c)
Para mobilizar a adesatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede adotou a estrateacutegia de induccedilatildeo
financeira com repasse de recursos agraves equipes vinculado ao desempenho das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica conforme padrotildees especiacuteficos que deveriam expressar a ampliaccedilatildeo do
acesso aos serviccedilos a melhoria nas condiccedilotildees de trabalho e investimentos no
desenvolvimento dos profissionais da Atenccedilatildeo Baacutesica
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede o PMAQ-AB estaacute articulado a trecircs movimentos
65
mais amplos relacionados com o decreto 75082011 e com o Programa de Avaliaccedilatildeo para a
Qualificaccedilatildeo do SUS Um primeiro movimento envolve a valorizaccedilatildeo da AB no conjunto
da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua funccedilatildeo como ldquoporta de entradardquo acolhedora e resolutiva
do sistema Um segundo estaacute associado a perspectiva de governanccedila sistecircmica e
financiamento do SUS no qual o COAP eacute apresentado como uma possibilidade de
planejamento regionalizado que estaria adequado aos contextos e singularidades regionais
aleacutem de reforccedilar a loacutegica de contratualizaccedilatildeo por metas monitoramento de indicadores e
alcance de resultados E um terceiro baseado no conjunto de estrateacutegias para avaliaccedilatildeo de
desempenho e qualificaccedilatildeo do SUS o que inclui o Projeto Desenvolvimento de
Metodologia de Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede Brasileiro (PRO-ADESS)
e iniciativas como o Iacutendice de Desempenho do SUS (IDSUS) (Pinto et al 2012 e Conass
2011)
Aleacutem disso o Programa visa contribuir para enfrentar desafios da AB no Brasil
como por exemplo o acesso dos usuaacuterios agrave AB a qualificaccedilatildeo do processo de trabalho das
equipes e da gestatildeo em sauacutede e o aporte de financiamento aleacutem de identificar novos
problemas no acircmbito local
O PMAQ-AB eacute constituiacutedo por quatro fases complementares que compotildeem um
ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica A primeira fase eacute chamada
de ldquoAdesatildeo e Contratualizaccedilatildeordquo a segunda eacute denominada ldquoDesenvolvimentordquo a terceira
de ldquoAvaliaccedilatildeo Externardquo e a quarta que representa o iniacutecio do novo ciclo eacute chamada de
ldquoRecontratualizaccedilatildeordquo (Brasil 2011c)
A fase 1- Adesatildeo e contratualizaccedilatildeo eacute considerada a etapa formal de adesatildeo ao
programa por contratualizaccedilatildeo de compromissos e indicadores realizada por meio de
pactuaccedilatildeo voluntaacuteria entre equipes de atenccedilatildeo municipal inicialmente para que em um
segundo momento haja a formalizaccedilatildeo de adesatildeo do municiacutepio com o Ministeacuterio da Sauacutede
(MS) Cada equipe assina um ldquotermo de compromissordquo se responsabilizando por seguir as
diretrizes da PNAB ser monitorada pelo Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB)
e passar pelo processo de avaliaccedilatildeo de acordo com as regras do PMAQ-AB
Posteriormente o municiacutepio assume compromissos relacionados agrave aplicaccedilatildeo dos recursos
do PAB variaacutevel por desempenho a melhoria de condiccedilotildees de trabalho das equipes e agrave
estruturaccedilatildeo da gestatildeo da AB (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
A partir da homologaccedilatildeo da adesatildeo das equipes eacute transferido fundo a fundo ao
municiacutepio 20 do valor integral do Componente de Qualidade do Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica
Variaacutevel (PAB Variaacutevel) vinculado ao nuacutemero de equipes participantes Esse repasse
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permanece ateacute o fim da terceira fase em que ao depender do desempenho pode variar de
suspensatildeo ateacute repasse integral do recurso
A Fase 2 - Desenvolvimento eacute a etapa de desenvolvimento de accedilotildees pelas equipes
de atenccedilatildeo baacutesica gestotildees municipais estaduais e Ministeacuterio da Sauacutede a fim de instaurar
processos de mudanccedila para melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica Essa
etapa inclui accedilotildees em quatro dimensotildees autoavaliaccedilatildeo monitoramento dos indicadores
contratualizados apoio institucional agraves equipes de atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente (Brasil 2011c)
Em linhas gerais a autoavaliaccedilatildeo consiste na identificaccedilatildeo pelas proacuteprias equipes
de pontos positivos e negativos do seu processo de trabalho para produzir iniciativas de
mudanccedila e aprimoramento Para tal o Ministeacuterio da Sauacutede disponibilizou uma ferramenta
especiacutefica ldquoAutoavaliaccedilatildeo para a Melhoria do Acesso e da Qualidaderdquo (AMAQ) que
aborda muacuteltiplas dimensotildees a partir do que eacute esperado em termos de qualidade na gestatildeo e
atenccedilatildeo agrave sauacutede Jaacute o monitoramento dos indicadores envolve indicadores em aacutereas
estrateacutegicas As estrateacutegias de gestatildeo satildeo o apoio institucional agraves equipes e as accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente atraveacutes das quais o Ministeacuterio da Sauacutede pretende induzir processos
de formaccedilatildeo financiamento e orientaccedilatildeo teacutecnica agraves gestotildees municipais (Pinto et al 2012)
A Fase 3 - Avaliaccedilatildeo externa eacute o momento que inclui levantamento de informaccedilotildees
para verificar as condiccedilotildees de acesso e de qualidade dos municiacutepios e das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica participantes do PMAQ-AB em dois momentos visita da equipe de
avaliaccedilatildeo externa e certificaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo externa ocorre de acordo com padrotildees
especiacuteficos para avaliar municiacutepio infraestrutura das UBS processo de trabalho e
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios Principalmente nessa etapa o Ministeacuterio da Sauacutede atua em
conjunto com Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras A construccedilatildeo dos instrumentos de
coleta seleccedilatildeo e treinamento das equipes de entrevistadores a organizaccedilatildeo e a execuccedilatildeo do
trabalho de campo aleacutem da coleta de dados satildeo atividades realizadas pelo conjunto de
Instituiccedilotildees (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
Apoacutes a coleta eacute responsabilidade do Ministeacuterio da Sauacutede realizar a certificaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de desempenho das equipes participantes segundo metodologia especiacutefica do
Programa Essa avaliaccedilatildeo gera um escore que resultaraacute na certificaccedilatildeo da equipe vinculada
ao percentual do componente qualidade que seraacute repassado ao municiacutepio
A Fase 4 - Recontratualizaccedilatildeo eacute a etapa considerada de ldquoconexatildeo re-
processamento re-iniacuteciordquo que ocorre posteriormente agrave certificaccedilatildeo das equipes da atenccedilatildeo
baacutesica Tomando como base a avaliaccedilatildeo de desempenho de cada uma das equipes uma
67
nova pactuaccedilatildeo de indicadores e compromissos deveraacute ser realizada o que deve conferir ao
programa o aspecto ciacuteclico e sistemaacutetico de qualidade Esta etapa tambeacutem deve contar com
novos padrotildees a serem escolhidos pelas equipes e gestotildees municipais privilegiando as
necessidades e prioridades locais Vale ressaltar que esta eacute a etapa ainda em formulaccedilatildeo
(Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
Pinto et al (2012) destacam pelo menos quatro aspectos em relaccedilatildeo agrave loacutegica de
construccedilatildeo das fases do PMAQ-AB Um primeiro que se refere agrave adesatildeo voluntaacuteria cuja
perspectiva eacute que a qualificaccedilatildeo do serviccedilo e as mudanccedilas no processo de trabalho teratildeo
maior sucesso quanto maior a motivaccedilatildeo e envolvimento dos trabalhadores e gestores Um
segundo associado a segunda etapa (e principal) que objetiva motivar o protagonismo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica na promoccedilatildeo de melhorias no serviccedilo assim como das gestotildees
municipais Um terceiro que o PMAQ-AB visa estimular reflexatildeo criacutetica e provocar accedilatildeo
no coletivo com vistas agrave mudanccedila do cotidiano mas se preocupa em natildeo cometer o excesso
de definir as formas estas podendo ser criadas inovadas conforme a realidade dos atores e
do territoacuterio E um quarto aspecto segundo Pinto et al (2012) eacute que apesar da co-
responsabilidade preconizada pelo programa e das dimensotildees avaliadas pelo PMAQ-AB
interessarem diretamente agraves equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica estas dimensotildees estatildeo mais
voltadas a governabilidade do gestor ou seja atribuir a responsabilidade do desempenho
agraves equipes seria um erro pois as mesmas podem natildeo ter a garantia de condiccedilotildees miacutenimas
para desenvolver seu trabalho (Pinto et al 2012)
A fase 3 do PMAQ-AB no que se refere agrave coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa eacute
realizada por instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior (por recomendaccedilatildeo da Rede de
Pesquisas em APS) em parceria com o DABMS As principais instituiccedilotildees de ensino que
participam do planejamento e coordenam o desenvolvimento da avaliaccedilatildeo externa no paiacutes
satildeo Universidade Federal de Pelotas Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal de Minas Gerais e a EnspFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz Estas satildeo
referidas como principais pois coordenam a parceria com cerca de 30 instituiccedilotildees de
ensino em todo o paiacutes
Para essa fase da avaliaccedilatildeo externa foi utilizado um instrumento elaborado
conjuntamente pelo DABMS e as instituiccedilotildees parceiras contendo padrotildees de qualidade
baseados nas normas protocolos princiacutepios e diretrizes que organizam accedilotildees e praacuteticas da
Atenccedilatildeo Baacutesica assim como conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos O instrumento
disponibilizado para a avaliaccedilatildeo externa associado ao banco de dados gerado a partir dele
68
subsidiaraacute a realizaccedilatildeo das anaacutelises quantitativas desta dissertaccedilatildeo de mestrado
O ciclo 1 do PMAQ-AB teve sua fase 3 realizada no periacuteodo de junho a novembro
de 2012 Teve como proposta aleacutem da avaliaccedilatildeo externa das equipes que aderiram ao
PMAQ-AB a aplicaccedilatildeo do moacutedulo I (infraestrutura) em todas as UBS do Brasil
independente de adesatildeo Ou seja realizou-se um censo das UBS brasileiras totalizando
38812 UBS
O instrumento utilizado para a realizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa do ciclo 1 foi
composto por trecircs moacutedulos (Brasil 2011c)
Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de
infraestrutura da unidade de sauacutede
Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica e sauacutede bucal e verificaccedilatildeo de documentos na UBS
Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo
e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede
Existia ainda um moacutedulo IV que corresponde a informaccedilotildees complementares agraves
coletadas nos Moacutedulos I II e III e foram respondidas em um moacutedulo on-line pelos
gestores e equipes no Portal do gestor O preenchimento desse moacutedulo era opcional e teve
baixa adesatildeo Logo o banco natildeo foi disponibilizado devido ao baixo percentual de
preenchimento desse grupo
As entrevistas foram baseadas em questionaacuterios estruturados aplicados por
entrevistadores treinados com equipamento com tecnologia 3G (tablet) e com transmissatildeo
imediata dos dados
Pinto et al (2012) destacam dois fatores relacionados agrave adesatildeo das equipes o
desenvolvimento socioeconocircmico (medido pelo IDH) e o porte populacional dos
municiacutepios Quanto maior o grau de desenvolvimento econocircmico maior o percentual
relativo de municiacutepios que aderiram ao PMAQ-AB (Quadro 3) E cruzando o porte
populacional com os municiacutepios que aderiram quanto menor o porte populacional menor
a adesatildeo ao PMAQ-AB (Quadro 4)
Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 IDH Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram ao
PMAQ-AB
de municiacutepios que
aderiram ao PMAQ-AB
69
Baixo 2505 1747 697
Meacutedio 2427 1738 716
Alto 575 450 783
Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012
Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil
2011 ndash ciclo 1 Porte populacional Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram
ao PMAQ-AB
de municiacutepios que
aderiram ao PMAQ-AB
Pequeno porte 3914 2646 676
Porte intermediaacuterio 1294 987 763
Grande porte 357 302 846
Total 5565 3935 707
Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012
Para a certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica do ciclo 1 foi elaborado um escore
com trecircs componentes
implementaccedilatildeo de processos autoavaliativos correspondendo a 10 do conceito
final independente de que tipo de resposta seja obtida ndash este valor eacute fornecido a
partir da realizaccedilatildeo da autoavaliaccedilatildeo pela equipe
verificaccedilatildeo do desempenho do conjunto de indicadores de sauacutede contratualizados
na adesatildeo ao PMAQ-AB equivalendo a 20 do conceito
70 resultantes da verificaccedilatildeo do desempenho por padrotildees de qualidade na
avaliaccedilatildeo externa
Para o monitoramento de indicadores foram selecionados 47 indicadores de
contratualizaccedilatildeo classificados quanto agrave natureza do seu uso monitoramento (23
indicadores) e desempenho (24 indicadores) Os indicadores de monitoramento natildeo
compotildeem nota para certificaccedilatildeo e tecircm por funccedilatildeo o acompanhamento sistemaacutetico das
equipes pelo MS Jaacute os indicadores relacionados ao processo de avaliaccedilatildeo externa e que
possuem peso na nota da certificaccedilatildeo das equipes satildeo os indicadores de desempenho
distribuiacutedos em 5 aacutereas estrateacutegicas (sauacutede da mulher da crianccedila doenccedilas crocircnicas sauacutede
bucal e produccedilatildeo geral) conforme Quadro 5
Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho
Aacuterea 1 ndash Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
12 Meacutedia de consultas de preacute-natal por gestante cadastrada
13 Proporccedilatildeo de gestantes que iniciaram o preacute-natal no 1ordm trimestre
14 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal no mecircs
15 Proporccedilatildeo de gestantes com vacina em dia
16 Proporccedilatildeo de mulheres com exame citopatoloacutegico do colo do uacutetero
realizado na faixa etaacuteria de 15 anos ou mais
Aacuterea 2 ndash Sauacutede da Crianccedila 21 Meacutedia de atendimentos de puericultura
70
Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho
22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 4 meses com aleitamento exclusivo
23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 1 ano com vacina em dia
24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 2 anos pesadas
25 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 1 ano
26 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 5 anos
Aacuterea 3 ndash Controle de
Diabetes Mellitus e
Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica
31 Proporccedilatildeo de diabeacuteticos cadastrados
32 Proporccedilatildeo de hipertensos cadastrados
33 Meacutedia de atendimentos por diabeacutetico
34 Meacutedia de atendimentos por hipertenso
Aacuterea 4 ndash Sauacutede bucal 41 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada
42Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica
43 Cobertura de primeira consulta de atendimento odontoloacutegico agrave gestante
44 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas
programaacuteticas
Aacuterea 5 ndash Produccedilatildeo Geral 51 Meacutedia de consultas meacutedicas por habitante
52 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas para cuidado continuado programado
53 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda agendada
54 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda imediata
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2012
Os padrotildees de qualidade para a certificaccedilatildeo das equipes foram descritos nos
moacutedulos do instrumento de avaliaccedilatildeo externa e agrupados em cinco dimensotildees
Gestatildeo municipal para desenvolvimento da AB
Estrutura e condiccedilotildees de funcionamento da UBS
Valorizaccedilatildeo do trabalhador acesso e qualidade da atenccedilatildeo e organizaccedilatildeo do
processo de trabalho
Utilizaccedilatildeo participaccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
Cada dimensatildeo engloba um conjunto de variaacuteveissubdimensotildees (perguntas do
instrumento) cada qual com relevacircncia e pesos diferenciados na composiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo
externa definidos por meio de metodologia especiacutefica
Os resultados do processo de certificaccedilatildeo vinculados agrave disponibilizaccedilatildeo dos
recursos pelo componente do PAB variaacutevel satildeo divulgados agraves equipes da seguinte forma
desempenho insatisfatoacuterio (natildeo recebem o recurso direcionado ao
componente qualidade) desempenho mediano ou abaixo da
meacutediaregular (continuam recebendo 20 do recurso) desempenho
acima da meacutediabom (ampliam o recebimento para 60 do recurso) e
desempenho muito acima da meacutediaoacutetimo (ampliam o recebimento para
100 do recurso) (Brasil 2013a 35)
Equipes podem ser consideradas desclassificadas principalmente por natildeo
apresentarem registro no sistema de informaccedilatildeo O resultado do desempenho das equipes
do ciclo 1 estaacute expresso no graacutefico 1
71
Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo
1 Brasil 2013
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS
Essa comparaccedilatildeo de desempenho natildeo eacute feita entre todas as equipes mas sim entre
equipes pertencentes a municiacutepios de um mesmo estrato Foram elaborados 6 estratos de
municiacutepios de acordo com aspectos sociais econocircmicos e demograacuteficos (PIB per capita
percentual da populaccedilatildeo com plano de sauacutede percentual da populaccedilatildeo com bolsa famiacutelia
percentual da populaccedilatildeo em extrema pobreza e densidade demograacutefica) bem como
baseando-se no porte populacional (municiacutepios com ateacute 10 mil habitantes de 10 mil a 20
mil habitantes de 20 mil a 50 mil habitantes de 50 mil a 100 mil habitantes de 100 mil a
500 mil habitantes e acima de 500 mil habitantes) (Brasil 2011c)
A portaria do PMAQ-AB natildeo estabelece a forma como os municiacutepios devem
utilizar os valores repassados de acordo com a certificaccedilatildeo de cada equipe ficando essa
decisatildeo a cargo da gestatildeo municipal Haacute apenas um apontamento do Ministeacuterio da Sauacutede
propondo que o recurso seja revertido em investimento nos profissionais e na melhoria das
condiccedilotildees de trabalho premiaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo por desempenho (Pinto et al 2012)
32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2
O ciclo 2 do PMAQ-AB teve as 4 fases do ciclo 1 mantidas e sua fase 3 ndash avaliaccedilatildeo
externa ndash foi realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014 Nesse ciclo natildeo houve
limite para o nuacutemero de equipes que poderiam aderir por municiacutepio devido aumento do
financiamento para o PAB variaacutevel por desempenho Logo foi possiacutevel a
Muito acima da meacutedia 176
Acima da meacutedia 439
Mediano ou abaixo da
meacutedia 348
Insatisfatoacuteria 21
Desclassificada 16
72
recontratualizaccedilatildeo de todas as equipes do ciclo 1 e a inclusatildeo de novas equipes de acordo
com a adesatildeo voluntaacuteria de cada gestatildeo municipal
No ciclo 2 natildeo foi realizado censo das UBS sendo visitadas exclusivamente as
UBS com equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica que aderiram ao programa num total de 30562
equipes Ocorreu um consideraacutevel aumento da adesatildeo de um ciclo para o outro (Quadro 6)
O instrumento utilizado para avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 tambeacutem sofreu
modificaccedilotildees tanto em organizaccedilatildeo como em conteuacutedo Foram incluiacutedos moacutedulos
adicionais para entrevista com os Nuacutecleos de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF) e moacutedulos
especiacuteficos para infraestrutura e profissionais de sauacutede bucal conforme abaixo
Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de
infraestrutura da unidade de sauacutede
Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica e verificaccedilatildeo de documentos na UBS
Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo
e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede
Moacutedulo IV ndash Entrevista com profissionais que compotildeem o Nuacutecleo de Apoio agrave
Sauacutede da Famiacutelia
Moacutedulo V ndash Observaccedilatildeo da infraestrutura especificamente das equipes de sauacutede
bucal
Moacutedulo VI ndash Entrevista com o profissional de sauacutede bucal sobre o processo de
trabalho da equipe de sauacutede bucal
Nesse segundo ciclo tambeacutem existiu o moacutedulo eletrocircnico de preenchimento dos
gestores atraveacutes do Sistema de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SGDAB) complementar aos
moacutedulos I II e III Contudo natildeo se tem informaccedilotildees sobre o quantitativo de
preenchimento ou conteuacutedo desse moacutedulo
Apesar de natildeo ser o foco desse trabalho importante relatar que o Centro de
Especialidades Odontoloacutegicas (CEO) tambeacutem participou desse ciclo sendo o campo
conduzido em um processo agrave parte por outras instituiccedilotildees de ensino Havia tambeacutem uma
proposta inicial de inclusatildeo das equipes de Consultoacuterio na Rua que natildeo se efetivou
73
Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 Caracteriacutesticas PMAQ-AB ciclo 1 PMAQ-AB ciclo 2
Periacuteodo das 4 fases 2011 a 2012 2013 a 2014
Periacuteodo da coleta de dados Junho a novembro de 2012 Novembro de 2013 a abril de 2014
Instrumento de coleta de dados Moacutedulos I II e III Moacutedulos I II III IVV e VI
Limite para adesatildeo das equipes 50 das equipes de sauacutede da
famiacutelia de cada municiacutepio Sem limites
Municiacutepios participantes do censo 5543 municiacutepios Natildeo houve censo
UBS participantes do censo 38812 UBS Natildeo houve censo
Municiacutepios com equipes
contratualizadas 3935 municiacutepios (713) 5211 municiacutepios (935)
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica
contratualizadas
- total 17482 equipes (541) 30562 equipes (945)
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com
sauacutede bucal
12075 19948
Equipes de NASF contratualizadas NASF natildeo participante 1813 NASF
UBS com equipes certificadas 13973 UBS 24055 UBS
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica
certificadas 17202 equipes 29808 equipes
Nuacutemero de usuaacuterios entrevistados 65391 usuaacuterios 114615 usuaacuterios
Avaliadores externos 900 2000
Investimento com gastos da
avaliaccedilatildeo externa e com o
pagamento de PAB variaacutevel por
desempenho (R$)
770 milhotildees ~ 42 bilhotildees
Fonte Ministeacuterio da SauacutedeDepartamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBanco de dados ciclo 1 Portaria de
homologaccedilatildeo da adesatildeo ciclo 2 relatoacuterio descritivo ciclo 2 2015
Nuacutemero de equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica existentes no Brasil 32337 (Outubro2011)
Contratualizaccedilatildeo significa as equipes que fizeram adesatildeo ao PMAQ-AB sendo esse nuacutemero reduzido na
certificaccedilatildeo (somente equipes classificadas)
Esse nuacutemero de equipes estaacute incluiacutedo no total de Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica contratualizadas 17482
equipes (ciclo 1) e 30562 equipes (ciclo 2)
Outra particularidade do ciclo 2 se refere agrave fonte de informaccedilatildeo para anaacutelise dos
indicadores (monitoramento e desempenho) No ciclo 1 as informaccedilotildees eram extraiacutedas da
base de dados do SIAB enquanto no ciclo 2 puderam ser extraiacutedas tanto do SIAB quanto
do e-SUS3 a depender do sistema de informaccedilatildeo que as equipes do municiacutepio estivessem
utilizando As competecircncias avaliadas no 2ordm ciclo foram julho agosto e setembro de 2013
(Brasil 2015)
Os 24 indicadores desempenho pactuados pelas trecircs esferas de governo foram
mantidos em relaccedilatildeo ao ciclo 1 nas 6 aacutereas estrateacutegicas para as equipes que utilizaram o
SIAB assim como os indicadores de monitoramento Jaacute no caso das equipes que
3 O SISAB (e-SUS AB) eacute o novo sistema de informaccedilatildeo da AB considerado como um avanccedilo nos registros
da Atenccedilatildeo Baacutesica visto que individualiza o registro eacute utilizado por todos os membros das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica e possibilita a obtenccedilatildeo dos dados produzidos atraveacutes da geraccedilatildeo de relatoacuterios gerenciais e
operacionais configurando-se como uma potente ferramenta de reflexatildeo e transformaccedilatildeo do processo de
trabalho (Brasil 2015)
74
utilizaram o e-SUS ABSISAB foram considerados 08 indicadores de desempenho
vinculados ao processo de certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Quadro 7) e 04
indicadores de desempenho para as equipes de atenccedilatildeo baacutesica com sauacutede bucal (Quadro 8)
(Brasil 2013a)
Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB Aacuterea 1 - Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de atenccedilatildeo baacutesica
12 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal em dia
13 Proporccedilatildeo de gestantes acompanhadas por meio de visitas
domiciliares
Aacuterea 2 - Sauacutede da Crianccedila 22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de quatro meses com aleitamento
exclusivo
23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de um ano com vacina em dia
24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de dois anos pesadas
Aacuterea 3 ndash Doenccedilas crocircnicas 31 Proporccedilatildeo de pessoas com diabetes cadastradas
32 Proporccedilatildeo de pessoas com hipertensatildeo cadastradas
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a
Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB Sauacutede bucal 1 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada
2 Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica
3 Cobertura de atendimento odontoloacutegico agrave gestante
4 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas
programaacuteticas
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a
No segundo ciclo a avaliaccedilatildeo de desempenho para aleacutem da comparaccedilatildeo com
equipes do mesmo estrato tambeacutem considerou o desenvolvimento da proacutepria equipe entre
uma certificaccedilatildeo e outra Ou seja para as equipes que participaram pela primeira vez o
desempenho foi calculado em comparaccedilatildeo com a meacutedia de desempenho das equipes do
estrato a que o municiacutepio pertence (100) Jaacute as equipes que participaram do ciclo 1 parte
da nota foi calculada por comparaccedilatildeo do desempenho da equipe com o estrato (85) e
outra parte por meio do desempenho da proacutepria equipe comparando o 1ordm e 2ordm ciclo (15)
Os resultados do processo de certificaccedilatildeo foram mantidos equipes desclassificadas
equipes com desempenho insatisfatoacuterio equipes com desempenho mediano ou abaixo da
meacutediaregular equipes com desempenho acima da meacutediabom e equipes com desempenho
muito acima da meacutediaoacutetimo O resultado do desempenho das equipes do ciclo 2 estaacute
expresso no graacutefico 2
75
Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos
1 e 2 Brasil 2014
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS
No 1ordm ciclo o desempenho no processo autoavaliativo das equipes de sauacutede bucal foi igual ao da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica No 2ordm ciclo o desempenho nesse componente da Certificaccedilatildeo foi calculado considerando cada
equipe separadamente (sauacutede bucal e atenccedilatildeo baacutesica)
33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB
Entre 2013 e 2015 uma primeira gama de estudos com foco no PMAQ-AB
comeccedilam a ser desenvolvidos e divulgados Parte deles sinaliza para o avanccedilo do PMAQ-
AB enquanto uma praacutetica de institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo com potencial para melhoria
nas praacuteticas em sauacutede e organizaccedilatildeo do serviccedilo (Fausto et al 2013 Carneiro et al 2014)
Aleacutem disso destaca-se a abrangecircncia nacional do estudo incluindo UBS de aacutereas urbanas
e rurais (Tomasi et al 2015)
Pinto et al (2014) idealizadores do programa consideram que o PMAQ-AB pode
ser visto como
CICLO 1
CICLO 2
Muito acima da meacutedia
176
Acima da meacutedia 439
Mediano ou abaixo da
meacutedia 348
Insatisfatoacuteria 21
Desclassificada 16
Muito acima da meacutedia
154
Acima da meacutedia 328
Mediano ou abaixo da
meacutedia 483
Insatisfatoacuteria 12
Desclassificada 23
76
a) parte importante das mudanccedilas qualitativas e quantitativas do
financiamento da AB b) estrateacutegia da PNAB de enfrentamento de
condicionantes do desenvolvimento da AB brasileira que integra accedilotildees
novas e antigas num formato inovador que aposta fundamentalmente na
produccedilatildeo local de uma dinacircmica e construccedilatildeo de pactos priorizaccedilatildeo de
problemas accedilatildeo permanente de mudanccedila c) processo de induccedilatildeo que
oferta movimentos de mudanccedila com diferentes sentidos e significados d)
instrumento de avaliaccedilatildeo e acompanhamento do grau de implantaccedilatildeo de
accedilotildees priorizadas tanto na PNAB quanto na PNS e) dispositivo que
coloca a opiniatildeo dos atores locais em especial dos usuaacuterios no centro da
cena da formulaccedilatildeo implantaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da poliacutetica (Pinto et al
2014 369)
Fausto et al (2013) concordam em alguns aspectos quanto aos primeiros avanccedilos
proporcionados pelo PMAQ-AB no que se refere ao caraacuteter pedagoacutegico de aplicaccedilatildeo dos
instrumentos e valorizaccedilatildeo das equipes de AB ao proacuteprio movimento de adesatildeo dos
gestores o que gerou accedilotildees internas de adequaccedilatildeoorganizaccedilatildeo nos municiacutepios aos
avanccedilos na institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo como instrumento de planejamento das
poliacuteticas puacuteblicas e a ampliaccedilatildeo das transferecircncias de recursos puacuteblicos federais para a
AB ainda que insuficiente
Todavia os estudos apontam para uma gama de limitaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
metodologia e execuccedilatildeo do programa ou mesmo das opccedilotildees poliacuteticas da gestatildeo federal em
relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo ao ciclo 1 do programa Entre estas destaca-se
Resultados da avaliaccedilatildeo externa baseado em desempenho e com desdobramentos
poliacuteticos e financeiros para a gestatildeo municipal gera um interesse do gestor em
fornecer respostas para o alcance de melhores resultados (Casotti et al 2014
Fausto et al 2014 Ney et al 2015)
Adesatildeo voluntaacuteria da gestatildeo municipal vinculada a incentivos financeiros gera um
vieacutes de positividade no universo de equipes que aderiram ao programa ou seja os
resultados satildeo provavelmente melhores do que a realidade de todas as equipes do
paiacutes (Medina et al 2014 Fausto et al 2014 Ney et al 2015 Mendes et al
2014)
A ausecircncia de representatividade da amostra dos usuaacuterios (4 usuaacuterios por equipe) e
sua forma de seleccedilatildeo (natildeo padronizada) sugere possiacuteveis vieses na seleccedilatildeo dos
usuaacuterios visto que a amostra era por conveniecircncia ndash usuaacuterios que estavam na UBS
no momento da avaliaccedilatildeo externa e tinham experiecircncia anterior de uso Isso pode
ter superestimado os resultados agrave medida que a tendecircncia satildeo usuaacuterios
selecionados com avaliaccedilotildees mais positivas sobre as equipes (Fausto et al 2014)
77
A certificaccedilatildeo das equipes utiliza como marcador de qualidade indicadores de
estrutura em detrimento de indicadores de processo e resultado (Fonseca Sobrinho
et al 2014)
Os indicadores de monitoramento selecionados pelo Programa podem natildeo
privilegiar as necessidades locais de sauacutede da populaccedilatildeo e natildeo englobar as
competecircncias teacutecnicas dos profissionais podendo natildeo ser um representativo de
melhoria de qualidade (Ney et al 2015)
O limite explicativo a partir de dados exclusivamente quantitativos em face da
complexidade e variabilidade das modelagens assistenciais no paiacutes (Casotti et al
2014)
Ainda que cada instituiccedilatildeo de ensino tenha produzido capacitaccedilotildees nos
procedimentos de coleta de dados para os estados de sua responsabilidade e
protocolos com a equipe de entrevistadores e supervisores natildeo houve padronizaccedilatildeo
sistemaacutetica de treinamento ou controle do trabalho de campo entre as instituiccedilotildees
de ensino participantes da fase 3 Logo questiona-se a confiabilidade da coleta dos
dados (Medina et al 2014)
A experiecircncia pregressa da avaliaccedilatildeo associada ao imaginaacuterio das gestotildees
municipais como accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo o que gerou uma seacuterie de tensotildees
nos diferentes atores envolvidos (Fausto et al 2013)
A realizaccedilatildeo da coleta de dados do ciclo 1 durante as eleiccedilotildees municipais gerou
conflito de interesses entre o objetivo da avaliaccedilatildeo em ldquoretratarrdquo a situaccedilatildeo da AB
no municiacutepio e as campanhas eleitorais De acordo com o contexto eleitoral
intensificava-se ou mascarava-se o apontamento de fragilidades do AB nos
municiacutepios (Fausto et al 2013)
O iniacutecio do ciclo 2 em pouco tempo de intervalo em relaccedilatildeo ao ciclo 1 ou seja
antes que pudessem ser desenvolvidas estrateacutegias de melhoria do acesso e
qualidade (Mota e David 2015)
A divulgaccedilatildeo dos resultados da avaliaccedilatildeo de desempenho de forma pouco clara sem
indicar pontos especiacuteficos de aperfeiccediloamento assim como quais estrateacutegias de
intervenccedilatildeo deveriam ser formuladas para essas melhorias (Fausto et al 2013)
Satildeo necessaacuterios estudos envolvendo o segundo ciclo do Programa a fim de
verificar a manutenccedilatildeo das limitaccedilotildees apontadas no ciclo 1 ou possiacuteveis melhorias Uma
limitaccedilatildeo importante que se supotildee ter sido resolvida no ciclo 2 se refere ao vieacutes de
78
positividade em relaccedilatildeo agrave adesatildeo das equipes Como no segundo ciclo natildeo houve limite de
adesatildeo das equipes e nacionalmente participaram mais de 90 das equipes de AB
entende-se que as respostas foram mais abrangentes e representativas da praacutetica em sauacutede
na APS Outros pontos de melhoria no ciclo 2 foram o periacuteodo de coleta de dados que natildeo
coincidiu com eleiccedilotildees municipais e aparentemente uma melhor compreensatildeo das equipes
sobre a funccedilatildeo do processo avaliativo
79
4 METODOLOGIA
Esta dissertaccedilatildeo consiste em um estudo descritivo transversal de natureza
quantitativa baseado em dados secundaacuterios dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB O banco de
dados do ciclo 1 estaacute disponibilizado no site do DABMinisteacuterio da Sauacutede e o banco de
dados do ciclo 2 foi fornecido pelo DABMinisteacuterio da Sauacutede agraves instituiccedilotildees de ensino
participantes da avaliaccedilatildeo externa do Programa em 2015 e posteriormente seraacute tambeacutem
publicizado
Trata-se de uma pesquisa avaliativa de anaacutelise de efeitos da intervenccedilatildeo uma vez
que se busca compreender se na praacutetica das equipes satildeo efetivados os atributos da APS
partindo da premissa que esses atributos trazem benefiacutecios agrave sauacutede da populaccedilatildeo e indicam
uma APS de qualidade (Champagne et al 2011) Essa anaacutelise tem uma relaccedilatildeo direta com
as dimensotildees da qualidade efetividade (agrave medida que se avalia na rotina das equipes a
presenccedila dos atributos como efeito desejado) e acesso (analisando a organizaccedilatildeo das
equipes de atenccedilatildeo baacutesica para favorecer ou dificultar agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos)
41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA
APS
Embora os instrumentos utilizados para a coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa do
PMAQ-AB natildeo estejam organizados a partir dos atributos definidos por Starfield (2002)
para a qualificaccedilatildeo da APS este trabalho busca estabelecer uma correspondecircncia entre
questotildees selecionadas do PMAQ-AB e os atributos essenciais e derivativos descritos pela
autora
Para a seleccedilatildeo das variaacuteveis do PMAQ-AB realizou-se uma busca inicial nos
instrumentos do Programa das variaacuteveis correspondentes aos componentes envolvidos
com cada atributo Buscou-se examinar a efetivaccedilatildeo de cada atributo da APS de acordo
com as respostas dos profissionais e dos usuaacuterios Quando possiacutevel a escolha relacionou a
experiecircncia de uso dos usuaacuterios com a percepccedilatildeo dos profissionais respondentes das
equipes de AB sendo selecionadas variaacuteveis similaresequivalentes respondidas por cada
ator
Apoacutes essa primeira seleccedilatildeo a equipe de pesquisadores Regiotildees e Redes ndash
Dimensatildeo APS ndash analisou esse conjunto de variaacuteveis e realizou uma segunda seleccedilatildeo com
reduccedilatildeo do nuacutemero de variaacuteveis Foram analisadas a pertinecircncia de acordo com a
concepccedilatildeo de cada atributo e uma tabulaccedilatildeo preliminar do banco de dados do ciclo 1
identificando-se a disponibilidade e a qualidade dos dados das variaacuteveis preacute-selecionadas
80
do questionaacuterio Entende-se variaacutevel aqui por cada resposta do instrumento utilizada ou
seja uma mesma pergunta do instrumento pode gerar uma ou mais variaacuteveis
O instrumento do ciclo 1 eacute composto por 1064 variaacuteveis distribuiacutedas em trecircs
moacutedulos Foram selecionadas variaacuteveis do moacutedulo I (observaccedilatildeo de infraestrutura)
moacutedulo II (entrevista com profissionais) e moacutedulo III (entrevista com usuaacuterios) O nuacutemero
de variaacuteveis selecionadas por moacutedulo eacute apresentado no Quadro 9
Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas
Moacutedulo I 450 8
Moacutedulo II 387 93
Moacutedulo III 277 44
TOTAL 1064 145
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 1 PMAQ-AB Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Os atributos essenciais e derivativos da APS a partir da revisatildeo de literatura e
anaacutelise de metodologias que avaliam esses atributos foram operacionalizados em
componentes considerando-se tambeacutem a disponibilidade das variaacuteveis do instrumento
PMAQ-AB compondo uma matriz de anaacutelise apresentada no Quadro 10
Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do
PMAQ-AB
Atributos Componentes
Primeiro contato Horaacuterios de funcionamento
Acolhimento
Agendamento da consulta na AB
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
Longitudinalidade Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
Abrangecircncia ou
Integralidade
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
Resolutividade da AB
Coordenaccedilatildeo Continuidade informacional
Ordenamento de fluxos assistenciais
Acesso a consultasexames especializados
Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo
especializada
Orientaccedilatildeo para a
comunidade Territorializaccedilatildeo
Intersetorialidade
Participaccedilatildeo social
Centralidade na famiacutelia Abordagem familiar
Competecircncia cultural Abordagem cultural Fonte Baseado em Harzheim et al 2006 Almeida 2010 Fausto et al 2014 Cunha e Giovanella 2011
Silva et al 2014
81
Para o atributo de primeiro contato ou seja a APS como serviccedilo de procura
regular e porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede os componentes selecionados
foram ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento da consulta na ABrdquo e
ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo Entende-se que as variaacuteveis selecionadas para
cada um desses componentes que mesclaram condiccedilotildees de infraestrutura percepccedilatildeo dos
profissionais e dos usuaacuterios permitem verificar se as condiccedilotildees de funcionamento e a
organizaccedilatildeo do processo de trabalho das equipes favorecem o acesso dos usuaacuterios para a
UBS se constituir como o serviccedilo de primeiro contato Ademais ao se incluir o papel da
APS no atendimento agraves pequenas urgecircncias entende-se que sua disponibilidade favorece
que os usuaacuterios privilegiem a UBS como porta de entrada preferencial A funccedilatildeo de filtro
outro possiacutevel componente do atributo lsquoprimeiro contatorsquo seraacute avaliada em conjunto com o
atributo da coordenaccedilatildeo nos componentes comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE e
no acesso a serviccedilos especializados
Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoPrimeiro
Contatordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Horaacuterios de funcionamento
I71 Quantos turnos de
funcionamento esta UBS
oferece agrave populaccedilatildeo
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas
necessidades
I73 Esta UBS funciona
quantos dias na semana
III52 O que o senhor acha da
distacircncia da sua casa ateacute esta UBS
I74 Qual a carga horaacuteria
diaacuteria de funcionamento da
UBS
I76 Esta UBS oferece
atendimento agrave populaccedilatildeo nos
fins de semana
Acolhimento
II151 Estaacute implantado o
acolhimento da UBS
II154 Todos os usuaacuterios que
chegam agrave UBS espontaneamente
buscando atendimento tem suas
necessidades escutadas e
avaliadas
III71 Na maioria das vezes que o
Senhor vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
II159 Os profissionais da equipe
que fazem o acolhimento foram
capacitados para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco dos
usuaacuterios
III74 O que o senhor acha sobre a
forma como eacute acolhidorecebido ao
procurar o serviccedilo
Agendamento da consulta na AB
II15141 Existe documento que
comprove que caso o usuaacuterio
tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento
para outro dia haacute reserva de
vagas para atendimento no
82
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
mesmo dia
II1517 Nas situaccedilotildees em que
natildeo seja o caso de agendar no dia
e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de
algum grupo que possui
atendimento programado na UBS
ele consegue sair com a consulta
marcada
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
III61 Na maioria das vezes como o
senhor faz para marcar consulta na
UBS
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
II158 A equipe realiza
atendimento de urgecircncia e
emergecircncia nesta UBS
III78 Onde o senhor procurou
atendimento (em relaccedilatildeo a urgecircncia)
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
No caso da longitudinalidade entendida como a responsabilidade da equipe pelo
cuidado ao usuaacuterio ao longo da vida optou-se pelos componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo
profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo que tem
relaccedilatildeo direta com o acompanhamento ao longo do tempo com o viacutenculo e retoma a
proposta de serviccedilo de procura regular As variaacuteveis selecionadas deste atributo focaram na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto ao atendimento pelo mesmo profissional ao longo do
tempo o conhecimento dos profissionais sobre a histoacuteria do paciente bem como a
possibilidade de contato com esse profissional
Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoLongitudinalidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
II35 Quanto tempo o senhor
atua nesta equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo
mesmo meacutedico
II325 Nas visitas domiciliares
dos ACS eacute realizada a busca
ativa no territoacuterio
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo
mesmo enfermeiro
II913 Os profissionais lembram-se do que
aconteceu nas uacuteltimas consultas do senhor
III916 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo vem a
consulta nesta UBS os profissionais procuram o
senhor para saber o que aconteceu e retomar o
atendimento
III145 Depois que a crianccedila nasceu a equipe
fez uma consulta ateacute sete dias de vida
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
III510 Se o senhor quiser pode escolher a
equipe que lhe atende
83
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
III91 Durante o atendimento nesta UBS o
meacutedico deixa tempo suficiente para o senhor
falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas
III93 Durante o atendimento nesta UBS o
enfermeiro deixa tempo suficiente para o senhor
falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando o senhor precisa tirar duvidas
apoacutes as consultas tem facilidade para falar com
os profissionais que lhe atenderam
III918 O senhor se sente agrave vontade para falar
com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees
problemas sociais familiares ou outras
questotildees
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Para o atributo da abrangecircnciaintegralidade que consiste na oferta de serviccedilos
preventivos e curativos para todas as faixas etaacuterias de acordo com as necessidades da
populaccedilatildeo adscrita foram selecionados os componentes ldquoserviccedilos realizadosescopo de
accedilotildeesrdquo e resolutividade da ABrdquo As variaacuteveis selecionadas enfatizaram a percepccedilatildeo dos
profissionais e usuaacuterios em relaccedilatildeo a que serviccedilos satildeo oferecidos (consultas exames
medicamentos vacinas) e para tal escolheu-se alguns marcadores como hipertensatildeo
diabetes e preacute-natal E tambeacutem em que medida a equipe de atenccedilatildeo baacutesica se
organizacapacitarecebe apoio para resolver a maior parte das necessidades na proacutepria
UBS
Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoAbrangecircnciaIntegralidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
I78 Quais serviccedilos estatildeo
disponiacuteveis aos usuaacuterios
durante os dias e horaacuterios de
funcionamento da UBS
II166 A equipe programa
consultas e accedilotildees para usuaacuterios que
faccedilam parte de programas ou
grupos prioritaacuterios e necessitam de
cuidado continuado
III1416 Em que local foram
feitas a maioria das vacinas da
crianccedila
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
III153 Onde o senhor fez a
maioria das consultas por causa
da pressatildeo alta nos uacuteltimos seis
meses
II176 Quais os exames solicitados
para DM
III163 Onde o senhor fez a
maioria das consultas por causa
da diabetes nos uacuteltimos seis
meses
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de
50 a 69 anos
III106 A senhora faz o exame
preventivo do cacircncer de colo de
uacutetero nesta UBS
II1710 Quais os exames
solicitados para o preacute-natal
III116 Em que local a senhora
fez a maioria das consultas de
preacute-natal
II203 A equipe realiza coleta de
84
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
material para exames de
laboratoacuterio
II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza procedimentos pequenas
cirurgias na UBS
II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza os seguintes
procedimentospequenas cirurgias
na UBS
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidados no domiciacutelio
Resolutividade
I35 Quantidade de
profissionais da equipe
miacutenima existente na UBS
II122 Quem realiza apoio agrave
equipe de atenccedilatildeo baacutesica para
resoluccedilatildeo de casos considerados
complexos
III81 Quando o senhor eacute
atendido nessa UBS o senhor
acha que a equipe busca resolver
suas necessidadesproblemas na
proacutepria UBS
II123 Equipes NASF que
recebem apoio de
III181 Quando o senhor procura
atendimento nesta UBS falta de
material ou equipamento costuma
prejudicar seu atendimento
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
III922 O senhor encontra
facilidade para saber dos
resultados dos seus exames que
chegam nesta unidade de sauacutede
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da
equipe
III75 As orientaccedilotildees que os
profissionais datildeo para o senhor na
UBS atendem suas necessidades
II201 A equipe possuirecebe
medicamentos da farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender a sua
populaccedilatildeo
III 182 Quando o profissional
receita um remeacutedio a medicaccedilatildeo
estaacute disponiacutevel na UBS
II205 A equipe realiza todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo da coordenaccedilatildeo do cuidado pode ser definido como a capacidade de
articulaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e a disponibilidade de
informaccedilotildees para atendimento das necessidades de sauacutede independente do local onde
sejam prestados Aqui se expressa a funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) da APS Foram
identificados como componentes a ldquocontinuidade informacionalrdquo o ldquoordenamento dos
fluxos assistenciaisrdquo o ldquoacesso agraves consultasexames especializadosrdquo e a ldquocomunicaccedilatildeo
direta entre serviccedilos de AB e AErdquo As variaacuteveis selecionadas desses componentes
contemplaram a percepccedilatildeo dos profissionais e usuaacuterios principalmente quanto agrave
comunicaccedilatildeo da rede de serviccedilos (informaccedilotildees disponiacuteveis prontuaacuterios referecircncias fluxos
de comunicaccedilatildeo) o acesso do usuaacuterio a essa rede e a capacidade das equipes de AB
85
organizarem-se para oferecer um cuidado de qualidade ao usuaacuterio seja esse cuidado
efetuado diretamente na AB seja em outro serviccedilo (exercendo a funccedilatildeo de filtro)
Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCoordenaccedilatildeordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Continuidade Informacional
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas
de encaminhamento dos usuaacuterios para
demais pontos de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros
pontos de atenccedilatildeo
II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com HAS com
maior riscogravidade
II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com DM com
maior riscogravidade
II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro
do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro
do nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
Ordenamento de fluxos assistenciais
II173 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades para
encaminhamento
III1120 Na consulta de preacute-
natal a senhora jaacute saia com a
proacutexima consulta marcada
II174 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
III1122 A senhora foi
orientada sobre o lugar
(maternidade) que faria o parto
II184 A equipe possui documentos
contendo as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo municipal para os
atendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio
da equipe
II185 Quais as referecircncias e fluxos
definidos
Acesso a consultasexames especializados
II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo
disponiacuteveis
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para
uma consulta especializada quais formas
possiacuteveis
III919 Quando o senhor
precisa os profissionais da
equipe conseguem marcar uma
consulta com outros
profissionais ou especialistas
II256 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
III920 Quando o senhor eacute
atendido na UBS e necessita ser
encaminhado para outros
profissionais ou especialistas o
86
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
que acontece
II266 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com DM
Comunicaccedilatildeo Direta entre serviccedilos de AB e AE
II186 Os profissionais da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com
especialistas
III921 Depois que o senhor foi
atendido por outros
profissionais fora da UBS a
equipe conversou com o senhor
sobre este atendimento
II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi
contatada por especialistas
II188 A UBS possui fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II189 Qual fluxo institucional de
comunicaccedilatildeo
II1811 Haacute uma lista de contato na UBS
com os especialistas da rede SUS
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
1
A orientaccedilatildeo para a comunidade estaacute diretamente relacionada ao conhecimento
das necessidades e dos problemas de sauacutede da populaccedilatildeo pela equipe de sauacutede com foco
no territoacuterio e na populaccedilatildeo Para tal os componentes selecionados foram
ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo As variaacuteveis selecionadas
para cada um desses componentes consideraram principalmente a perspectiva dos
profissionais uma vez que focou na organizaccedilatildeo do serviccedilo quanto agrave responsabilidade e
accedilotildees desenvolvidas no territoacuterio agraves accedilotildees desenvolvidas em contato com demais
equipamentos desse territoacuterio e quanto a valorizaccedilatildeo e os espaccedilos existentes de
participaccedilatildeo do usuaacuterio no serviccedilo Os questionaacuterios de usuaacuterios pouco abordam questotildees
especiacuteficas relacionadas agrave accedilatildeo comunitaacuteria das equipes
Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoOrientaccedilatildeo
para a comunidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Territorializaccedilatildeo
I35 Quantidade de
profissionais da equipe
miacutenima de cada equipe
existente na UBS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
III88 Na opiniatildeo do senhor
durante as consultas os
profissionais desta equipe
sugerem soluccedilotildees adequadas a sua
realidade II137 Existe populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do
territoacuterio da equipe
II131 Qual o nuacutemero de pessoas
de responsabilidade da equipe
II132 A gestatildeo considerou
criteacuterios de risco e vulnerabilidade
para a definiccedilatildeo da quantidade de
pessoas sob responsabilidade da
87
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
equipe
II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia
II136 Quando foi realizado o
uacuteltimo mapeamento da aacuterea de
abrangecircncia da equipe
II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de
sauacutede
II92 Foi realizado processo de
levantamento de problemas
II94 Foi estabelecido um plano de
accedilatildeo
Intersetorialidade
II114 A equipe planejaprograma
suas atividades considerando
II135 O mapa apresentado pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem
quais itens
II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza busca ativa de famiacutelias
elegiacuteveis para cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
II3331 A equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica comprova existecircncia de
mapa de acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no Bolsa
Famiacutelia
II3821 A equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica comprova registro de
atividades na escola
II314 Os ACS fazem accedilotildees
educativas sobre a qualidade da
aacutegua de cisternas
Participaccedilatildeo social
II355 Haacute conselho local de sauacutede
ou instancia colegiada equivalente
II341 A equipe dispotildee de canais
de comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees eou
sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica
III191 Quando o senhor quer
fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na Unidade de Sauacutede o senhor
consegue
II351 A equipe realiza pesquisa
de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
III192 Quando o senhor fez
alguma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
teve retorno
II354 A equipe considera a
opiniatildeo do usuaacuterio para a
reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do
processo de trabalho
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo centralidade na famiacutelia considera o contexto e a dinacircmica familiar para
avaliaccedilatildeo da condiccedilatildeo de sauacutede e resposta agraves necessidades de sauacutede Dadas as
88
caracteriacutesticas do instrumento de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB poucas variaacuteveis
puderam ser selecionadas nessa perspectiva e envolveram principalmente o cuidado no
domiciacutelio e a visita domiciliar
Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCentralidade na famiacuteliardquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Abordagem familiar
II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de
AB satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
III912 Os profissionais desta
unidade costumam perguntar por
seus familiares
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
III924 Outros profissionais da
equipe de sauacutede visitam a casa do
senhor
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
III923 O seu agente comunitaacuterio
de sauacutede visita o senhor na sua
casa
II3211 A equipe registra as consultas
ou atendimentos realizados no
domiciacutelio
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo competecircncia cultural trata do reconhecimento das necessidades e
representaccedilotildees diferenciadas entre os grupos populacionais nos processos sauacutede-doenccedila e a
capacidade de comunicaccedilatildeo entre profissionais e usuaacuterios A abordagem cultural buscou
abarcar variaacuteveis sobre a consideraccedilatildeo de haacutebitos culturais etnias e costumes do territoacuterio
Todavia a carecircncia de variaacuteveis nos instrumentos PMAQ-AB acabou por concentrar
perguntas sobre as praacuteticas integrativas e populaccedilotildees rurais
Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCompetecircncia culturalrdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Abordagem cultural
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
III76 O senhor se sente
respeitado pelos profissionais
em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes sua
religiatildeo
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
89
42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES
Apoacutes a seleccedilatildeo das variaacuteveis do ciclo 1 PMAQ-AB por atributo e componente a
proacutexima etapa foi a criaccedilatildeo de indicadores a partir das perguntas selecionadas e suas
respectivas respostas As respostas escolhidas denominadas ldquopadratildeo de referecircnciardquo
consideraram a resposta correspondente ao melhor padratildeo de qualidade Ou seja para cada
um dos atributos buscou-se na perspectiva dos profissionais e dos usuaacuterios que respostas
estariam relacionadas agrave maior qualidade e efetivaccedilatildeo de cada atributo na praacutetica das
equipes da APS No anexo 1 satildeo apresentados o conjunto de variaacuteveis as respostas
escolhidas como padratildeo de referecircncia e a transformaccedilatildeo das variaacuteveis em respectivos
indicadores para cada atributo e seus componentes
43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE
O recorte por regiotildees de sauacutede seguiu a tipologia previamente construiacuteda pela
pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no
Brasilrdquo A metodologia de construccedilatildeo da tipologia considerou trecircs grandes temas o
contexto socioeconocircmico com informaccedilotildees sobre renda produto interno bruto (PIB)
perfil da divisatildeo econocircmica da regiatildeo ou municiacutepio (induacutestria serviccedilos e agropecuaacuteria) o
contexto demograacutefico com taxas de crescimento densidade demograacutefica e outros dados
que podem influenciar a demanda por serviccedilos de sauacutede e o contexto da sauacutede com
informaccedilotildees gerais sobre as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo como doenccedilas
infectocontagiosas mortalidade infantil e serviccedilos (capacidade instalada
estabelecimentos produccedilatildeo ambulatorial e hospitalar modelo de organizaccedilatildeo do SUS etc)
(Viana 2014)
Como unidades de anaacutelise foram consideradas as 436 regiotildees de sauacutede o que
engloba os 5565 municiacutepios do Brasil Para a construccedilatildeo dessa tipologia a pesquisa
Regiotildees e Redes utilizou as seguintes fontes de dados Censo Demograacutefico 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE os Bancos de Dados do Sistema
Uacutenico de Sauacutede disponiacuteveis no Datasus a Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais - RAIS
do Ministeacuterio do Trabalho e o Sistema de Contas Regionais ndash IBGE
Para a tipologia das regiotildees de sauacutede4 foram considerados dois fatores Situaccedilatildeo
Socioeconocircmica e Oferta e Complexidade dos Serviccedilos de Sauacutede a partir de variaacuteveis
especiacuteficas conforme Quadro 18
4 A metodologia completa da elaboraccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede elaborado pela Pesquisa
Regiotildees e Redes estaacute disponiacutevel em httpwwwresbrnetbrindicadoresview
90
Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de
sauacutede segundo pesquisa Regiotildees e Redes Fatores Variaacuteveis Ano Fonte
Situaccedilatildeo
econocircmica
Renda domiciliar per capita (em reais)
PIB per capita (Em R$100000)
de pessoas de 10 anos e mais com pelo
menos o ensino fundamental
de pessoas com 10 anos e mais com pelo
menos ensino meacutedio
Densidade populacional
2010
2011
2010
2010
2010
Censo 2010 ndash IBGE
Contas regionais ndash IBGE
Censo 2010 ndash IBGE
Censo 2010 ndash IBGE
Elaboraccedilatildeo dos autores
Oferta e
complexidade
dos serviccedilos de
sauacutede
de leitos por 1000 habitantes
de meacutedicos por 1000 habitantes
de beneficiaacuterios de plano de sauacutede
(inclusive odontoloacutegico)
de internaccedilotildees de alta complexidade no
SUS no total de internaccedilotildees
2013
2013
2013
2013
CNES
CNES
ANS
SIH
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
Os fatores das regiotildees de sauacutede foram classificados em trecircs categorias baixa meacutedia
e alta tanto no que se refere ao desenvolvimento socioeconocircmico quanto agrave oferta de
serviccedilos O cruzamento dos fatores com as categorias gerou cinco grupos (Quadro 19)
Grupo 1 ou Reg1 ndash baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos inclui 175 regiotildees 2159 municiacutepios e 236 da populaccedilatildeo do Brasil em
2013
Grupo 2 ou Reg2 ndash meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos inclui 53 regiotildees 590 municiacutepios e 73 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010
Grupo 3 ou Reg3 ndash meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de
serviccedilos inclui 123 regiotildees 1803 municiacutepios e 201 da populaccedilatildeo do Brasil em
2010
Grupo 4 ou Reg4 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de
serviccedilos inclui 35 regiotildees 388 municiacutepios e 129 da populaccedilatildeo do Brasil em
2010
Grupo 5 ou Reg5 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos
inclui 50 regiotildees 630 municiacutepios e 405 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010
91
Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da
pesquisa Regiotildees e Redes
Caracteriacutesticas
Reg 1
Baixo
desenv
socioecon
e baixa
oferta de
serviccedilos
Reg 2
Meacutedio alto
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 3
Meacutedio
desenv
socioecon
e meacutedia
oferta de
serviccedilos
Reg 4
Alto
desenv
socioecon
e meacutedia
oferta de
serviccedilos
Reg 5
Alto
desenv
socioecon
e alta
oferta de
serviccedilos
Nuacutemero de regiotildees de
sauacutede
175 53 123 35 50
no total de regiotildees 401 122 282 80 115
Nuacutemero de municiacutepios 2159 590 1803 388 630
no total de municiacutepios 388 106 324 70 113
Populaccedilatildeo (projeccedilatildeo
2013)
45466120 14063158 38722577 24786600 77994259
no total da populaccedilatildeo 236 73 201 129 405
Meacutedia de municiacutepios por
Regiatildeo
12 11 15 11 13
Meacutedia da populaccedilatildeo por
municiacutepio
21059 23836 21477 63883 123800
Beneficiaacuterios de plano de
sauacutede na populaccedilatildeo ()
57 147 246 403 597
Meacutedicos por mil
habitantes
057 085 133 149 254
Meacutedicos SUS no total de
meacutedicos ()
923 867 835 779 711
Leitos por mil habitantes 17 17 25 19 26
Leitos SUS no total de
leitos ()
893 769 736 691 627
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
A Figura 1 apresenta um mapa com a representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo das
regiotildees de sauacutede do Brasil de acordo com a tipologia da pesquisa Regiotildees e Redes (Viana
2014) em que se percebe uma concentraccedilatildeo
No grupo 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos)
regiotildees de sauacutede predominantemente localizadas nas macrorregiotildees Norte e
Nordeste
No grupo 2 (meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos) regiotildees de sauacutede localizadas nas macrorregiotildees Norte Centro-Oeste e
parte do Sudeste (Norte de Minas e Vale do Ribeira em Satildeo Paulo)
Nos grupos 3 (meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos)
grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos) e grupo
5 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) regiotildees de sauacutede
localizadas predominantemente nas macrorregiotildees Sudeste e Sul
92
Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
A efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foi analisada para o paiacutes como um todo e por
grupos de regiotildees de sauacutede segundo Tipologia da Pesquisa Regiotildees e Redes Uma etapa
deste trabalho portanto foi cruzar as variaacuteveis do PMAQ-AB de cada atributo com os 5
grupos de regiotildees de sauacutede a fim de identificar a efetividade da APS em cada grupo
socioeconocircmico e de oferta de serviccedilos
A Tabela 1 relaciona as adesotildees das equipes ao PMAQ-AB no 1ordm ciclo com cada
grupo da tipologia de regiotildees de sauacutede Observa-se uma concentraccedilatildeo de equipes de
atenccedilatildeo baacutesica que aderiram ao PMAQ-AB nas Reg 1 (regiotildees com baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) e nas Reg 5 (regiotildees com alto desenvolvimento
93
socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) cada grupo abrangendo cerca de 30 das
equipes de adesatildeo Todavia em todos os tipos de regiotildees de sauacutede haacute adesatildeo de um
nuacutemero consideraacutevel de equipes (mais de 1000 equipes em cada grupo de regiatildeo de sauacutede)
o que permite a anaacutelise da efetivaccedilatildeo dos atributos por agrupamento de regiotildees de sauacutede
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo
grupos de regiotildees de sauacutede
Tipos de equipes
de atenccedilatildeo
baacutesica
Grupos de Regiotildees de Sauacutede segundo condiccedilotildees socioeconocircmicas e de oferta de
serviccedilos
Reg 1
Baixo
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 2
Meacutedio alto
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 3
Meacutedio
desenv
socioecon e
meacutediaalta
oferta de
serviccedilos
Reg 4
Alto desenv
socioecon e
meacutedia oferta
de serviccedilos
Reg 5
Alto desenv
socioecon e
alta oferta
de serviccedilos
Total
n n n n n n
Equipe de Sauacutede
da Famiacutelia ndash
com sauacutede bucal
4331 359 937 78 3027 251 889 74 2891 239 12075 1000
Equipe de Sauacutede
da Famiacutelia ndash sem
sauacutede bucal
813 178 304 67 913 200 488 107 2050 449 4568 1000
Equipe de
atenccedilatildeo baacutesica
(parametrizada)
ndash com sauacutede
bucal
136 415 32 98 55 168 21 64 84 256 328 1000
Equipe de
atenccedilatildeo baacutesica
(parametrizada)
ndash sem sauacutede
bucal
23 185 9 73 13 105 16 129 63 508 124 1000
Outro(s) 11 122 3 33 5 56 4 44 67 744 90 1000
Natildeo SabeNatildeo
Respondeu 6 353 2 118 5 294 1 59 3 176 17 1000
Total 5320 309 1287 75 4018 234 1419 82 5158 300 17202 1000
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de banco de dados do PMAQ ndashAB ciclo 1
44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA
APS
As variaacuteveis do ciclo 2 foram selecionadas a partir da seleccedilatildeo do ciclo 1 no intuito
de comparar os resultados entre um ciclo e outro Ou seja foi refeita a seleccedilatildeo de variaacuteveis
e indicadores ldquopadratildeo de referecircnciardquo por atributo para comparaccedilatildeo entre os resultados dos
2 ciclos do PMAQ-AB tomando-se por base a presenccedila de variaacuteveis
correspondentessimilares nos dois ciclos Foram excluiacutedas da anaacutelise as variaacuteveis do ciclo
1 que natildeo tinham variaacutevel idecircntica ou de sentido similar no ciclo 2 Raras foram as
94
situaccedilotildees em que se acrescentou na tabulaccedilatildeo alguma variaacutevel especiacutefica do ciclo 2 nesse
caso considerada de extrema importacircncia para anaacutelise do atributo em questatildeo
Importante lembrar que tanto a estrutura como a equipe de sauacutede bucal que ficavam
concentradas nos moacutedulos I e II no ciclo 1 foram deslocadas para moacutedulos proacuteprios V e VI
no ciclo 2 e natildeo foram foco de anaacutelise nesse trabalho O mesmo ocorreu com o novo
moacutedulo IV sobre NASF que natildeo foi analisado
O instrumento do ciclo 2 eacute composto por 1197 variaacuteveis distribuiacutedas em 6 moacutedulos
(Quadro 20) Do total foram selecionadas 105 variaacuteveis com seus respectivos padratildeo de
referecircncia (melhores respostas) apresentados no anexo 2
Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas
Moacutedulo I 477 10
Moacutedulo II 234 59
Moacutedulo III 211 35
Moacutedulo IV 114 1
Moacutedulo V 45 -
Moacutedulo VI 116 -
TOTAL 1197 105 Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 2 PMAQ-AB Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
45 ANAacuteLISE DOS DADOS
O banco de dados disponibilizado no ciclo 1 abrange a participaccedilatildeo de 38812 UBS
17202 equipes (539) e 65391 usuaacuterios situados em 3935 municiacutepios (Fausto e Souza
Junior 2013) Importante ressaltar que para a anaacutelise desse trabalho natildeo foi considerado o
total de UBS participantes do censo nacional e sim foram consideradas somente as UBS
com equipes da adesatildeo ao ciclo 1 O banco de dados disponibilizado estaacute subdivido nos
trecircs moacutedulos moacutedulo I (infraestrutura) moacutedulo II (equipes) e moacutedulo III (usuaacuterios) Foi
necessaacuteria uma compatibilizaccedilatildeo do banco de dados do ciclo 1 em relaccedilatildeo aos seus trecircs
moacutedulos a fim de que os resultados fossem correspondentes agraves equipes e suas respectivas
UBS Desta forma no presente estudo foram analisados os dados de 13749 UBS nas
quais atuavam 16541 equipes de atenccedilatildeo baacutesica e foram entrevistados 65391 usuaacuterios
dessas equipes A compatibilizaccedilatildeo do banco foi realizada com apoio de estatiacutestico da
pesquisa Regiotildees e Redes5
5 Gostariacuteamos de agradecer ao profissional Edgard Fusaro do Departamento Intersindical de Estatiacutestica e
Estudos Socioeconocircmicos (DIEESE) e participante da pesquisa Regiotildees e Redes por sua disponibilidade e
todo o apoio no trabalho com os banco de dados do PMAQ-AB
95
Todas as tabulaccedilotildees frequecircncias e cruzamentos envolvendo os dados dos bancos
foram executadas por meio do software SPSS 220 em conjunto com o Microsoft Excel
versatildeo 2010 para organizaccedilatildeo das tabelas e elaboraccedilatildeo dos graacuteficos
Apoacutes definiccedilatildeo e finalizada a seleccedilatildeo de variaacuteveis para cada atributo construiacutedos os
ldquopadrotildees de referecircnciardquo e compatibilizado o banco de dados somente com as equipes de
adesatildeo ao ciclo 1 foram realizadas tabulaccedilotildees simples para os indicadores selecionados a
fim de subsidiar a anaacutelise dos resultados
As tabulaccedilotildees dos resultados envolveram frequecircncia simples e percentual com
tabelas organizadas para cada componente dos atributos Apoacutes a primeira tabulaccedilatildeo
aplicou-se um criteacuterio de exclusatildeo de acordo com os resultados variaacuteveis com erro no
banco foram eliminadas da seleccedilatildeo assim como variaacuteveis com 10 ou mais de respostas
ldquoNatildeo sabenatildeo respondeurdquo entendendo que essa uacuteltima eacute proveniente de uma formulaccedilatildeo
ou compreensatildeo inadequada da pergunta
Ao todo a seleccedilatildeo final abrangeu 140 variaacuteveis do instrumento do ciclo 1 cuja
distribuiccedilatildeo por atributo resultou em 22 variaacuteveis selecionadas para o primeiro contato 12
para o atributo longitudinalidade 40 variaacuteveis para a abrangecircnciaintegralidade 36 para o
atributo coordenaccedilatildeo 24 para a orientaccedilatildeo para a comunidade 7 variaacuteveis para a
centralidade na famiacutelia e 4 para a competecircncia cultural Por mais que uma variaacutevel se
relacionasse algumas vezes com mais de um atributo para efeitos de anaacutelise cada variaacutevel
foi listada em apenas um dos atributos
Na apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas aqueles com diferenccedila de 50 ou mais
pontos percentuais entre os grupos de regiotildees de sauacutede e a meacutedia Brasil foram realccedilados
em cor cinza No intuito de uma melhor visualizaccedilatildeo dos resultados foram elaborados
graacuteficos em teia para cada componente dos atributos por variaacuteveis e grupo de regiotildees de
sauacutede Para cada componente foi calculada uma meacutedia aritmeacutetica com os percentuais a fim
de gerar um graacutefico siacutentese com o percentual meacutedio de respostas positivas para cada
atributo Importante lembrar que nem todas as variaacuteveis selecionadas foram consideradas
padratildeo de referecircncia e utilizadas para caacutelculo da meacutedia visto que algumas natildeo se esperava
o percentual de 100 como resposta Essas variaacuteveis foram sinalizadas nas tabelas
Para melhor anaacutelise dos componentes por atributo foram definidos padrotildees de
respostas muito bom para 90 ou mais de respostas positivas bom para 75 a 89 de
respostas positivas regular para 60 a 74 de respostas positivas e ruim menor que 60 de
respostas positivas O recorte dos percentuais escolhidos foram altos pois se assume um
vieacutes de positividade das respostas das equipes e usuaacuterios participantes do PMAQ-AB
96
Todo esse processo de seleccedilatildeo e anaacutelise das variaacuteveis foi realizado de forma
independente e sequencial entre os ciclos 1 e 2 Isso porque o banco de dados do ciclo 2 foi
disponibilizado somente no 1ordm semestre de 2015
A proacutexima etapa do trabalho consistiu em realizar a comparaccedilatildeo entre os resultados
do ciclo 1 e ciclo 2 Para a comparaccedilatildeo do ciclo 2 com o ciclo 1 a partir de variaacuteveis
equivalentes utilizou-se as equipes compatiacuteveis (mesmas equipes) do ciclo 2 que
participaram do ciclo 1 no intuito de obter uma comparaccedilatildeo de resultados mais precisa
Tal fator demandou uma compatibilizaccedilatildeo entre os bancos de dados dos 2 ciclos a partir
do CNES e coacutedigo de aacuterea das equipes para gerar um novo nuacutemero de UBS e equipes que
tivessem participado tanto do ciclo 1 como do ciclo 2 Logo encontrou-se entre os 2
ciclos 12985 UBS 15208 equipes e 58425 usuaacuterios das EqAB em comum Optou-se
tambeacutem por apresentar nas tabelas comparativas os resultados referentes ao total de
entrevistas do ciclo 2 (e natildeo somente as UBS compatiacuteveis com o ciclo 1) o que
representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o dobro de
participantes Considerou-se para toda essa comparaccedilatildeo exclusivamente os resultados
nacionais
Para melhor visualizaccedilatildeo da diferenccedila entre os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 (de
equipes compatiacuteveis) elaborou-se graacuteficos de teias por atributo a partir das variaacuteveis
selecionadas
46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS
O projeto em desenvolvimento foi submetido a avaliaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa da Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica ndash CEPENSPFIOCRUZ no mecircs de marccedilo
de 2015 como subprojeto da Pesquisa ldquoAvaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em municiacutepios de
nove estados brasileiros Alagoas Amapaacute Amazonas Espiacuterito Santo Paranaacute Pernambuco
Rio de Janeiro Roraima e Tocantins O projeto original pode ser identificado pela CAAE
02040212100005240 e o parecer de aprovaccedilatildeo nordm117396 E o subprojeto pelo parecer de
aprovaccedilatildeo nordm 32012 de 05 de junho de 2012
De acordo com as ldquoDiretrizes e Normas regulamentadoras sobre pesquisa
envolvendo seres humanosrdquo resoluccedilatildeo de nuacutemero 196 de 10 de outubro de 1996 foi
utilizado na pesquisa de campo o termo de consentimento livre e esclarecido quando
necessaacuterio bem como as demais recomendaccedilotildees No referido trabalho foi utilizado o
banco de dados disponibilizados pelo Ministeacuterio da Sauacutede a partir das referidas
entrevistas
97
A pesquisa foi realizada sem riscos diretos implicados para os profissionaisequipes
da Atenccedilatildeo Baacutesica agrave medida que eles natildeo foram identificados pois a anaacutelise foi realizada
por dados agregados
Aleacutem disso estatildeo previstos no desenho do Programa cuidados para evitar possiacuteveis
desvios no uso poliacutetico dos resultados e garantir a colaboraccedilatildeo dos gestores municipais e
equipes no processo de avaliaccedilatildeo Os dados do ciclo 1 satildeo puacuteblicos e os dados do ciclo 2 se
encontram sob a guarda da coordenaccedilatildeo da pesquisa sendo garantido seu sigilo e
confidencialidade
Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios a proposta eacute que as informaccedilotildees utilizadas na
dissertaccedilatildeo possam subsidiar o aperfeiccediloamento do PMAQ-AB e da Poliacutetica Nacional de
Atenccedilatildeo Baacutesica a promoccedilatildeo da cultura da avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica e identificar focos
de atuaccedilatildeo da gestatildeo para a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS e portanto melhoria da
qualidade no processo de trabalho das equipes
98
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Na perspectiva que UBS acessiacuteveis e de qualidade satildeo aquelas que conseguem ser
porta de entrada ofertar accedilotildees diversificadas e contiacutenuas para o cuidado em sauacutede exercer
papel de filtro para acesso agrave rede de sauacutede favorecer a organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco
nas necessidades dos usuaacuterios garantir a participaccedilatildeo social e interlocuccedilatildeo com os
equipamentos do territoacuterio e desenvolver accedilotildees comunitaacuterias busca-se realizar uma
discussatildeo sobre os atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria a partir de elementos praacuteticos do processo
de trabalho das equipes
Em concordacircncia com Starfield (2002) Kringos et al (2010) em revisatildeo de
literatura propotildeem quatro dimensotildees para anaacutelise dos processos em APS com vistas a bons
resultados acesso continuidade do cuidado coordenaccedilatildeo do cuidado e integralidade ou
abrangecircncia do cuidado Relacionam tambeacutem essas dimensotildees agrave reduccedilatildeo de desigualdades
socioeconocircmicas e qualidade da atenccedilatildeo com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees
sensiacuteveis a cuidados ambulatoriais Geacutervas (2009) discute que melhores resultados em
sauacutede dependem de qualidade de estrutura e processos e salienta a importacircncia de manter a
qualidade do processo mediante mecanismos de controle de indicadores de atividades de
formaccedilatildeo continuada e incentivos apropriados A presente anaacutelise insere-se nesta
perspectiva de produccedilatildeo de indicadores para possiacutevel monitoramento e melhoria do
cuidado em sauacutede
Importante compreender que uma UBS muitas vezes natildeo consegue alcanccedilar
simultaneamente esse conjunto de caracteriacutesticas poreacutem reforccedilaacute-las enquanto imagem-
objetivo aproxima o cuidado em sauacutede de um padratildeo esperado de qualidade independente
de que ponto da rede de atenccedilatildeo ele seja oferecido Outra questatildeo eacute que natildeo se objetiva
medir ou avaliar cada atributo mas sim descrever e analisar um conjunto de elementos que
contribua para uma APS de maior qualidade com serviccedilos e accedilotildees de sauacutede que estejam
voltados a esse fim
Posto isso a seccedilatildeo atual estaacute organizada por atributo da APS cada qual descrito a
partir de seus componentes e indicadores especiacuteficos selecionados do banco PMAQ-AB e
analisados segundo a tipologia de regiotildees de sauacutede da Pesquisa Regiotildees e Redes Apoacutes a
descriccedilatildeo dos resultados dos componentes de cada atributo eacute realizada uma discussatildeo sobre
os avanccedilos e desafios referente agravequele atributo
Conforme mencionado na metodologia os indicadores foram construiacutedos a partir
de variaacuteveis em que as respostas relacionadas agraves UBS foram provenientes de observaccedilatildeo
in loco agravequelas referentes agraves equipes foram atraveacutes de resposta do profissional da equipe
99
assim como as relacionadas aos usuaacuterios consistem nas respostas dadas pelos proacuteprios
usuaacuterios que estavam na UBS
51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO
O atributo do ldquoprimeiro contatordquo abrange os serviccedilos de porta de entrada
preferencial do sistema de sauacutede procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de
atenccedilatildeo para um problema de sauacutede seja ele novo ou rotineiro A APS deve cumprir um
papel nesse caso de serviccedilo de procura regular e exercer funccedilatildeo de filtro para acesso aos
demais equipamentos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e
Mendonccedila 2012)
O atributo primeiro contato foi analisado considerando os seguintes componentes
complementares entre si ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento agraves
consultas na ABrdquo e ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo
511 Horaacuterios de funcionamento
Os horaacuterios de funcionamento satildeo um dos elementos de organizaccedilatildeo das UBS que
contribui para avaliar se o serviccedilo se constitui como uma ldquoporta abertardquo ou seja se sua
organizaccedilatildeo facilita ou dificulta o acesso da populaccedilatildeo em tempo oportuno Esse
componente considera tambeacutem a experiecircncia de uso do paciente em relaccedilatildeo agrave adequaccedilatildeo
do horaacuterio agraves suas necessidades bem como no que se refere agrave distacircncia da sua casa ateacute a
UBS
A Tabela 2 e o Graacutefico 3 apresentam indicadores do componente horaacuterios de
funcionamento com recorte de variaacuteveis que expressam a organizaccedilatildeo da porta de entrada
dos serviccedilos de APS Observa-se que 949 das UBS brasileiras participantes do PMAQ-
AB oferecem dois ou mais turnos de atendimento agrave populaccedilatildeo 934 funcionam 5 ou mais
dias na semana e 89 funcionam 8 horasdia ou mais Contudo apenas 119 oferecem
atendimento agrave populaccedilatildeo nos fins de semana Tal padratildeo de atendimento eacute considerado
adequado por 857 dos usuaacuterios respondentes assim como 867 destes afirmam que a
distancia da sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel
Para maior parte dos indicadores observa-se similaridade da distribuiccedilatildeo pelos
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Um acesso mais dificultado quanto aos turnos
horaacuterios e dias de funcionamento eacute observado nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa
oferta (Reg 1) em comparaccedilatildeo com as regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5) Nas Reg 1
925 das UBS atendem em dois turnos ou mais 911 funcionam 5 ou mais dias na
100
semana 823 funcionam 8hdia ou mais e 99 abrem nos fins de semana Jaacute nas Reg 5
975 das UBS atendem em dois turnos ou mais 947 funcionam 5 ou mais dias na
semana 946 funcionam 8hdia ou mais e 168 atendem nos fins de semana Destaca-se
uma diferenccedila importante em relaccedilatildeo agraves UBS que funcionam 8hdia ou mais com 823
nas Reg 1 enquanto em todos os outros grupos de regiotildees esta frequecircncia eacute maior que
90
Os indicadores do componente horaacuterio de funcionamento mostram-se favoraacuteveis ao
padratildeo de qualidade esperado quanto ao horaacuterio dias e turnos de funcionamento tanto no
que se refere agrave organizaccedilatildeo da UBS como na perspectiva da populaccedilatildeo que
majoritariamente considera o serviccedilo perto e com horaacuterio adequado agraves suas necessidades A
exceccedilatildeo eacute o atendimento nos fins de semana que natildeo eacute uma realidade na maior parte das
UBS
Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I71 Oferecem dois ou
mais turnos de
atendimento agrave populaccedilatildeo
4626 925 1114 968 3373 951 1128 964 2811 975 13052 949
I73 Funcionam 5 ou
mais dias na semana 4617 911 1102 944 3394 942 1140 962 2793 947 13046 934
I74 Funcionam 8
horasdia ou mais 4115 823 1072 931 3226 910 1091 932 2728 946 12232 890
I76 Oferecem
atendimento agrave populaccedilatildeo
nos fins de semana
496 99 144 125 372 105 145 124 484 168 1641 119
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
Usuaacuterios
III57 O horaacuterio de
atendimento desta UBS
atende agraves suas
necessidades
17869 865 4212 860 13154 867 4672 858 16136 839 56043 857
III52 A distacircncia da
casa ateacute a UBS eacute perto ou
razoaacutevel
17528 849 4184 854 13146 867 4806 882 17056 887 56720 867
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 745 780 774 787 794 769
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
101
Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de
funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
512 Acolhimento
O acolhimento se configura como uma estrateacutegia para acesso e organizaccedilatildeo da
porta de entrada nas UBS seja no atendimento da demanda espontacircnea seja no
atendimento da demanda programada (Almeida et al 2013) Um acolhimento de qualidade
favorece um serviccedilo de porta aberta e primeiro contato ao regular e organizar o acesso em
funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo O acolhimento enquanto tecnologia
relacional permite que uma unidade de sauacutede seja capaz de rever necessidades e
prioridades realizar classificaccedilatildeo por risco e evitar a espera desnecessaacuteria dos usuaacuterios
(Garuzi et al 2014)
Na Tabela 3 e no Graacutefico 4 satildeo apresentados indicadores do componente
acolhimento O acolhimento estaacute implantado em 801 das equipes Todavia somente
578 das equipes possuem profissionais capacitados para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios o que atenta contra a qualidade do acolhimento Os
usuaacuterios que chegam agrave UBS espontaneamente buscando atendimento tecircm suas
necessidades escutadas e avaliadas segundo 972 das equipes Entretanto apenas 789
dos usuaacuterios fazem a mesma afirmaccedilatildeo e 661 avaliam como muito boa ou boa a forma
como foram acolhidos ao procurar o serviccedilo
No que se refere aos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede uma maior variaccedilatildeo
pode ser observada em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo do acolhimento com 710 e 752 nas Reg
1 e Reg 2 782 nas Reg 3 e um aumento para 889 e 900 nas Reg 4 e Reg 5 Ou seja
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I71 Oferecem dois ou maisturnos de atendimento agravepopulaccedilatildeo
I73 Funcionam 5 ou maisdias na semana
I74 Funcionam 8 horasdiaou mais
III52 A distacircncia da casa ateacutea UBS eacute perto ou razoaacutevel
III57 O horaacuterio deatendimento desta UBSatende agraves suas necessidades
I76 Oferecem atendimentoagrave populaccedilatildeo nos fins desemana
102
haacute uma priorizaccedilatildeo da implantaccedilatildeo do acolhimento no processo de trabalho das equipes
nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas No aspecto capacitaccedilatildeo dos profissionais para
realizaccedilatildeo do acolhimento os extremos estatildeo entre as regiotildees 3 (534) e a regiotildees 5
(623)
No que se refere agrave avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre comparecer a UBS sem ter hora
marcada e conseguir ser escutado as melhores respostas aparecem nas Reg 1 e Reg 3 com
aproximadamente 800 dos usuaacuterios A opiniatildeo mais negativa sobre a forma como os
usuaacuterios foram acolhidos eacute observada nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg 5) com 619
de respostas como muito boa ou boa a forma de acolhimento Nas demais regiotildees de sauacutede
pouco mais de 64 dos usuaacuterios fazem essa avaliaccedilatildeo chegando a 699 na Reg 3
Em resumo os resultados do componente acolhimento apontam duas necessidades
a implantaccedilatildeo do acolhimento nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) e a melhoria na
qualidade do acolhimento independente do grupo de regiotildees o que pode ser verificado
pelo baixo nuacutemero de profissionais capacitados e de usuaacuterios satisfeitos
Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de
regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II151 Estaacute
implantado o
acolhimento na UBS
3666 710 936 752 3007 782 1197 889 4449 900 13255 801
II154 Todos os
usuaacuterios que chegam agrave
unidade de sauacutede
espontaneamente
buscando
atendimento tecircm suas
necessidades
escutadas e avaliadas
5000 969 1195 960 3722 968 1324 983 4833 977 16704 972
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
II159 Os
profissionais que
fazem o acolhimento
foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos
usuaacuterios
2012 549 551 589 1606 534 718 600 2773 623 7660 578
N EqAB com
acolhimento
implantado
3666 936 3007 1197 4449 13255
103
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
Usuaacuterios
III71 Na maioria das
vezes que vatildeo a UBS
sem ter hora marcada
para resolver qualquer
problema conseguem
ser escutados(as)
13678 803 3082 764 10488 808 3567 784 12638 766 43453 789
III74 Consideram
muito bom ou bom a
forma como eacute
acolhido(a)
recebido(a) ao
procurar o serviccedilo
11478 674 2607 646 9074 699 3054 672 10207 619 36420 661
N usuaacuterios que
alguma vez foram a
UBS sem ter hora
marcada
17027 4034 12975 4548 16493 55077
MEacuteDIA 741 742 758 786 777 760
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos
de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica
O ldquoagendamento da consulta na ABrdquo avalia a forma de acesso dos usuaacuterios agraves UBS
a partir da organizaccedilatildeo do processo de trabalho Envolve questotildees como por exemplo se haacute
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II154 Todos os usuaacuterios que chegamagrave unidade de sauacutede espontaneamentebuscando atendimento tecircm suasnecessidades escutadas e avaliadas
II151 Estaacute implantado oacolhimento na UBS
III71 Na maioria das vezes que vatildeo aUBS sem ter hora marcada pararesolver qualquer problemaconseguem ser escutados(as)
III74 Consideram muito bom oubom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a) ao procurar o serviccedilo
II159 Os profissionais que fazem oacolhimento foram capacitados paraavaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco evulnerabilidade dos usuaacuterios
104
atendimento de demanda espontacircnea e programada se as consultas podem ser agendadas
por livre demanda ou se haacute dias e horaacuterios especiacuteficos para marcaccedilatildeo expressa a forma de
marcaccedilatildeo dessas consultas e a experiecircncia de uso dos usuaacuterios em relaccedilatildeo ao agendamento
A Tabela 4 e o Graacutefico 5 apresentam indicadores que expressam a disponibilidade
das unidades baacutesicas de sauacutede para realizar o agendamento de consultas de acordo com a
necessidade de sauacutede dos usuaacuterios 640 das equipes reservam vagas para atendimento no
mesmo dia caso usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja recomendaacutevel o agendamento
para outro dia Para as situaccedilotildees que natildeo seja o caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila
parte de algum grupo de atendimento programado na UBS 834 das equipes relatam que
o usuaacuterio consegue sair da UBS com a consulta marcada Todavia as consultas podem ser
marcadas na UBS em qualquer dia da semana e qualquer horaacuterio somente segundo 555
das equipes
As dificuldades de acesso satildeo mais niacutetidas na experiecircncia dos usuaacuterios Em relaccedilatildeo
agrave forma de marcaccedilatildeo de consultas apenas 28 dos usuaacuterios marcam consulta a qualquer
hora O percentual maior satildeo dos usuaacuterios que para marcar consulta precisam ir a UBS
pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir representando 306 Se somado aos usuaacuterios
que precisam pegar ficha (sem fazer fila) na UBS (234) esse percentual ultrapassa os
50 Para 116 dos usuaacuterios a consulta eacute marcada pelo ACS e inexiste a possibilidade de
marcaccedilatildeo por telefone (22) Aleacutem disso pocircde-se observar que a marcaccedilatildeo de consultas
pode ser feita todos os dias da semana segundo 553 dos usuaacuterios Ou seja haacute
dificuldades de acesso claramente expostas nesses indicadores de marcaccedilatildeo de consultas
Apesar de uma percepccedilatildeo geral de dificuldade de acesso em todos os grupos de
regiotildees de sauacutede observa-se maior dificuldade de agendamento nas equipes da regiatildeo de
sauacutede menos desenvolvida (Reg 1) Apenas 523 das equipes das Reg 1 e 607 das Reg
3 reservam vagas para atendimento no mesmo dia enquanto nas Reg 4 e Reg 5 mais de
75 das equipes responderam positivamente Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso de
agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo de atendimento programado na
UBS ele consegue sair com a consulta marcada principalmente nas Reg 1 (862) e nas
Reg 4 (843) e Reg 5 (852) Nas Reg 2 e 3 a dificuldade de sair com a consulta
marcada nesses casos eacute maior com apenas 775 dos usuaacuterios na Reg 2 e 791 nas Reg
3 Outra situaccedilatildeo de destaque eacute a possibilidade de marcar consulta em qualquer dia da
semana e qualquer horaacuterio que nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1) representou 491 das
respostas e nas regiotildees de alto desenvolvimento (Reg 4 e Reg 5) foi mais de 61
A diferenccedila tambeacutem eacute marcante nas respostas dos usuaacuterios entre os grupos de
105
regiotildees de sauacutede Apenas 185 dos usuaacuterios relatam marcar consulta em qualquer hora na
UBS no grupo das regiotildees de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) e esse percentual vai se
elevando ateacute chegar a 366 de respostas positivas no grupo de regiotildees de alto DSE e alta
oferta (Reg 5) Nos casos em que o usuaacuterio precisa pegar ficha para marcar consulta
chama atenccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as Reg 1 com 294 dos usuaacuterios e as Reg 2 com 207
dos usuaacuterios Nos casos em que aleacutem da ficha haacute necessidade do usuaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir as maiores respostas foram nas Reg 1 e Reg 2 (aproximadamente 340)
poreacutem a maior diferenccedila estaacute entre as Reg 3 (332) e Reg 4 (272) Um
comportamento diferente foi observado em relaccedilatildeo a marcaccedilatildeo de consultas todos os dias
da semana que se manteve baixo (464) na Reg 1 mas aumenta nas Reg 2 Reg 3 e Reg
4 com mais de 61
Os indicadores do componente agendamento da consulta na AB mostram uma
fragilidade na organizaccedilatildeo do serviccedilo para atendimento do usuaacuterio em tempo oportuno As
dificuldades de acesso satildeo ainda mais niacutetidas nas regiotildees de sauacutede de baixa oferta e baixo
desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 1) A forma prioritaacuteria de marcaccedilatildeo de consulta por
ficha ou ficha e fila resgatam a loacutegica e a praacutetica de pronto-atendimento e acesso natildeo
universal ou equitativo aos serviccedilos Ressalta-se que a marcaccedilatildeo de consultas por telefone
inexistente nas equipes poderia ser uma boa alternativa agrave agilidade do serviccedilo e facilidade
de acesso dos usuaacuterios agrave marcaccedilatildeo de consultas
Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na
AB por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalt
a oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II15141 Comprovam que
caso o usuaacuterio tenha um
problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento
para outro dia haacute reserva de
vagas para atendimento no
mesmo dia
2700 523 747 600 2335 607 1015 754 3788 766 10585 640
II1517 Nas situaccedilotildees em
que natildeo seja o caso de agendar
no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila
parte de algum grupo que
possui atendimento
programado na UBS ele
consegue sair com a consulta
marcada
4447 862 965 775 3039 791 1136 843 4216 852 13800 834
106
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalt
a oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
II1612 As consultas satildeo
agendadas na UBS em
qualquer dia da semana em
qualquer horaacuterio
2534 491 675 542 2098 546 824 612 3041 615 9172 555
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS a qualquer hora e
marcam o atendimento
3749 182 1341 274 4252 280 1951 358 7032 366 18325 280
III61 Para marcar consulta
na UBS marcam por telefone 103 05 176 36 572 38 226 41 387 20 1464 22
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS mas tem que pegar
ficha
6064 294 1016 207 3348 221 1166 214 3720 193 15314 234
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS e para pegar ficha
eacute necessaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir
7022 340 1677 342 5041 332 1484 272 4760 247 19984 306
III61 O agente comunitaacuterio
de sauacutede marca a consulta 2966 144 418 85 1425 94 417 77 2376 124 7602 116
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
III62 A marcaccedilatildeo de
consultas pode ser feita todos
os dias da semana
9477 464 2997 619 9200 612 3303 611 10830 568 35807 553
N usuaacuterios que fazem
marcaccedilatildeo nesta UBS 20433 4838 15043 5407 19071 64792
MEacuteDIA 421 474 479 537 531 481
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta
na AB por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso deagendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algumgrupo que possui atendimento programado na UBSele consegue sair com a consulta marcada
II15141 Comprovam que caso o usuaacuterio tenha umproblema que natildeo seja recomendaacutevel oagendamento para outro dia haacute reserva de vagaspara atendimento no mesmo dia
II1612 As consultas satildeo agendadas na UBS emqualquer dia da semana em qualquer horaacuterio
III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser feita todosos dias da semana
III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a qualquerhora e marcam o atendimento
III61 Para marcar consulta na UBS marcam portelefone
107
514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
O ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo que compotildee o atendimento agrave demanda
espontacircnea se refere agrave capacidade de organizaccedilatildeo do serviccedilo de APS para atendimento agraves
pequenas urgecircncias assim como a busca dos usuaacuterios por esse serviccedilo no caso de
urgecircncia Esse eacute mais um dos fatores que privilegiaria a APS como porta de entrada
preferencial seja para resoluccedilatildeo do problema de sauacutede no proacuteprio serviccedilo seja para
coordenar o cuidado para outros pontos de atenccedilatildeo quando necessaacuterio
A Tabela 5 e o Graacutefico 6 apresentam indicadores sobre a disponibilidade nas UBS
do atendimento de urgecircncia e emergecircncia e a procura dos usuaacuterios por esse tipo de
atendimento O atendimento de urgecircncia e emergecircncia eacute realizado por 729 das equipes
e em relaccedilatildeo aos usuaacuterios 653 procuraram a UBS no caso de atendimentos de urgecircncia
Existe uma similaridade comparando a opiniatildeo dos usuaacuterios nas diferentes regiotildees
de sauacutede ou seja a meacutedia Brasil (653) eacute uma meacutedia padratildeo de busca dos usuaacuterios pela
UBS no caso de urgecircncia em todas as regiotildees O mesmo natildeo ocorre em relaccedilatildeo agrave
disponibilidade de atendimento de urgecircncia pelas UBS em que haacute variaccedilatildeo de ateacute 10
pontos percentuais Apenas 643 de UBS realizam atendimento de urgecircncia nas Reg 2
com resultados crescentes de acordo com o aumento do DSE e oferta de serviccedilos chegando
a 821 nas Reg 5 Ou seja haacute alta disponibilidade de serviccedilos de urgecircncia nas UBS das
Reg 5 mas o padratildeo de uso natildeo se modifica o que pode revelar certa tradiccedilatildeo dos serviccedilos
de APS no Brasil em natildeo ofertar atendimento de urgecircncia e por isso haacute uma menor procura
do usuaacuterio
Os indicadores desse componente apontam uma coerecircncia entre oferta de
atendimento agraves pequenas urgecircncias na UBS e procura por esse tipo de atendimento com
exceccedilatildeo das Reg 5 em que a procura de atendimento de urgecircncia na UBS foi bem menor
que a oferta Haacute necessidade de aumento da disponibilidade de atendimento de pequenas
urgecircncias nas UBS em especial nos municiacutepios das regiotildees 1 e 2 Pouco mais de 60 dos
usuaacuterios entrevistados buscam a APS para urgecircncia quando precisam o que eacute um
percentual baixo se analisarmos o potencial da APS enquanto porta aberta porta de entrada
preferencial da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede
108
Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e
emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II158 Realizam
atendimento de urgecircncia
e emergecircncia nesta
unidade de sauacutede
3447 668 801 643 2689 700 1059 786 4058 821 12054 729
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III78 No caso de
urgecircncia procuraram
atendimento nesta UBS
7908 648 1882 616 6627 664 2294 650 8204 659 26915 653
N usuaacuterios que alguma
vez procurou
atendimento de urgecircncia
12197 3053 9986 3528 12454 41218
MEacuteDIA 658 629 682 718 740 691
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia
e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
515 Discussatildeo
A partir do conjunto de componentes que integram o atributo primeiro contato em
linhas gerais verifica-se que o horaacuterio de funcionamento das UBS eacute adequado e proacuteximo
agraves necessidades da populaccedilatildeo Contudo melhorias de organizaccedilatildeo do serviccedilo precisam ser
realizadas para um aumento de atendimento aos fins de semana principalmente ao
considerar uma importante parcela da populaccedilatildeo que trabalha em horaacuterio comercial e teria
uma maior facilidade em acessar o serviccedilo aos fins de semana
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II158 Realizamatendimento deurgecircncia eemergecircncia nestaunidade de sauacutede
III78 No caso deurgecircncia procuraramatendimento nestaUBS
109
A discussatildeo acerca do horaacuterio de funcionamento denominada ldquoacessibilidade
temporalrdquo aparece em estudo sobre municiacutepios brasileiros de grande porte sendo
adequada em municiacutepio com atendimento de trecircs turnos e aos saacutebados Nos demais
municiacutepios o horaacuterio de funcionamento de 8h agraves 17h foi visto como um limitante de
acesso da populaccedilatildeo de trabalhadores (Escorel et al 2007) Geacutervas (2009) identifica sobre
a APS espanhola que poucas satildeo as unidades de sauacutede da APS abertas apoacutes as 19h e que
um dos fatores para esse horaacuterio de funcionamento eacute a necessidade do profissional em
compatibilizar vida familiar e de trabalho Considerando por exemplo as regiotildees de sauacutede
de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) na Tabela 2 chama a atenccedilatildeo que cerca de 180 das
UBS natildeo funcionam 8hdia ou mais o que dificulta a acessibilidade temporal
Jaacute a acessibilidade geograacutefica parece satisfatoacuteria visto que 867 da populaccedilatildeo
encontra-se satisfeita com a distacircncia entre a UBS e sua casa Resultados similares foram
encontrados no estado da Bahia e Pernambuco para as equipes de estrateacutegia de sauacutede da
famiacutelia (Albuquerque et al 2014 Cunha e Vieira-da-Silva 2010) Os autores ressaltam
que os criteacuterios de territorializaccedilatildeo para a implantaccedilatildeo da ESF e descentralizaccedilatildeo foram
fundamentais para a melhoria na acessibilidade geograacutefica o que natildeo eacute verdadeiro para as
UBS tradicionais com barreiras financeiras para o transporte (Cunha e Vieira-da-Silva
2010)
Quanto ao tema acolhimento Assis e Jesus (2012) o definem como accedilotildees
comunicacionais que possibilitam novas praacuteticas em sauacutede a partir de respostas adequadas
agraves demandas dos usuaacuterios em todo o seu percurso Mitre et al (2012) indicam que apesar
de avanccedilos para a ampliaccedilatildeo do acesso dos serviccedilos da APS o acolhimento encontra
alguns desafios para sua operacionalizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como ausecircncia de articulaccedilatildeo
em redes integradas excesso de demandas de atendimento ausecircncia de capacitaccedilatildeo e de
espaccedilos democraacuteticos e reflexivos para organizaccedilatildeo do processo de trabalho em sauacutede
Em outras palavras um serviccedilo pode ser acessiacutevel quanto ao horaacuterio de
funcionamento e localizaccedilatildeo mas ter barreiras organizacionais como por exemplo baixa
implantaccedilatildeo do acolhimento ou baixa qualidade desse acolhimento conforme observado
na Tabela 3 em todas as regiotildees Essa baixa qualidade pode decorrer tanto da carecircncia de
profissionais capacitados para a classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade quanto em relaccedilatildeo
agrave loacutegica de organizaccedilatildeo desse acolhimento Importante tambeacutem lembrar que a classificaccedilatildeo
de risco e vulnerabilidade entendida como uma forma de priorizaccedilatildeo no acolhimento deve
ser percebida como um facilitador para a equidade evitando agravamentos dos quadros
cliacutenicos agudos e nunca como uma barreira de acesso independente da gravidade da
110
demanda do usuaacuterio
Souza et al (2008) destacam que apesar do acolhimento possibilitar maior
compreensatildeo sobre as necessidades dos usuaacuterios sua qualidade depende diretamente das
condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais Ou seja os profissionais precisam de
melhorias nas condiccedilotildees de trabalho para melhorias no serviccedilo e isso abrangeria
incentivos financeiros espaccedilos de escuta pela gestatildeo capacitaccedilotildees e autonomia no
trabalho
As respostas mais negativas em relaccedilatildeo ao acolhimento em regiotildees de baixa oferta
de serviccedilos de sauacutede pode ser um indicador de falta de acesso desse usuaacuterio a quaisquer
tratamentos de sauacutede visto as deficiecircncias da proacutepria rede de atenccedilatildeo Fausto et al (2014)
destacam que quanto menor o porte populacional do municiacutepio menor a frequecircncia de
realizaccedilatildeo do acolhimento
Diferentes estudos apontam que um desafio do acolhimento eacute o seu foco dar
respostas a todos que procuram o serviccedilo de sauacutede Ao inveacutes disso muitas vezes percebe-
se no acolhimento uma adequaccedilatildeo do atendimento dos usuaacuterios agrave organizaccedilatildeo existente e
conveniente do serviccedilo que nem sempre eacute voltada agraves necessidades da populaccedilatildeo
Souza et al (2008) verificam o dispositivo acolhimento como desconhecido no caso
das UBS tradicionais o que se traduz em um modelo tradicional de organizaccedilatildeo da
recepccedilatildeo com fichas e filas O agravamento disso eacute percebido pela reclamaccedilatildeo dos
usuaacuterios sobre a convencional disputa por vagas de atendimento atraveacutes do ldquodormir na
filardquo uma condiccedilatildeo para tentar o acesso aos serviccedilos
Tal problema tambeacutem foi constatado nos resultados da nossa pesquisa em que a
forma prioritaacuteria de marcar atendimento na Atenccedilatildeo Baacutesica eacute atraveacutes de ficha ou ficha e
fila antes da UBS abrir presente em todas as regiotildees de sauacutede e maior nas Reg 1 e 2 Nas
Reg 4 e 5 pouco mais de 350 dos usuaacuterios afirmam marcar atendimento a qualquer hora
do dia (Tabela 4) Considerar a rotina de um indiviacuteduo doente ou sintomaacutetico que precisa
acordar de madrugada enfrentar fila pegar ficha e ainda assim ser marcado para muitos
dias depois eacute uma das mais claras barreiras agrave APS como serviccedilo de primeiro contato
Geacutervas (2009) destaca na APS espanhola a frequecircncia dos encontros indiretos entre
profissional e paciente com uso de telefone ou internet chega a cerca de 20 do total Seu
estudo exemplifica o Reino Unido e experiecircncias locais como na Catalunha que oferecem
serviccedilos telefocircnicos de atenccedilatildeo agrave sauacutede 24h por dia para resolver duacutevidas de pacientes e
realizar orientaccedilotildees gerais Apesar de natildeo haver estudos acerca dos impactos na sauacutede
desse tipo de iniciativa claramente ele se constitui como um facilitador do acesso aos
111
serviccedilos em tempo oportuno O telefone portanto eacute uma das ferramentas que poderia natildeo
soacute facilitar essa marcaccedilatildeo de consultas como favorecer o viacutenculo entre serviccedilo de sauacutede e
usuaacuterios
Tatildeo importante quanto a forma de marcaccedilatildeo de consultas seria avaliar o tempo de
marcaccedilatildeo dessas consultas o que natildeo foi possiacutevel atraveacutes dos dados PMAQ-AB Em
estudo de Assis et al (2010) os autores apontam que os obstaacuteculos para o acesso funcional
estatildeo tanto na marcaccedilatildeo da consulta como na demora do atendimento Apoacutes a marcaccedilatildeo os
resultados da pesquisa no estado da Bahia revelam que metade dos usuaacuterios esperam uma
semana ou mais para a consulta com exceccedilatildeo dos casos de emergecircncia
Tal problema poderia ser minimizado por investimento da reserva de vagas para
atendimento no mesmo dia especialmente para os casos de maior gravidade cliacutenica ou
risco social para usuaacuterios com dificuldade de ir agrave UBS em horaacuterio diferente eou para
grupos prioritaacuterios A reserva de vagas para atendimento no mesmo dia eacute condicionada
pelo planejamento da agenda do profissional pela disponibilidade de profissionais e por
uma organizaccedilatildeo do acolhimento com criteacuterios de risco e vulnerabilidade Mas esse
indicador soacute foi visualizado em metade das equipes das Reg 1 e cerca de 75 das Reg 4 e
5 (Tabela 4) Nesse caso as equipes em regiotildees com maior desenvolvimento
socioeconocircmico e maior oferta de serviccedilos possuem uma melhor organizaccedilatildeo com vistas
ao acesso da populaccedilatildeo que precisa de atendimento no mesmo dia Um resultado em geral
mais favoraacutevel eacute que mesmo que o usuaacuterio natildeo seja de grupo prioritaacuterio 80 das equipes
afirmam que ele consegue sair da UBS com a consulta marcada
A AB como serviccedilo de primeiro acesso tambeacutem estaacute relacionado agrave sua capacidade
de atender as demandas de pequenas urgecircncias Vale ressaltar que o instrumento do
PMAQ-AB ciclo 1 natildeo faz uma abordagem precisa do que seriam os atendimentos de
urgecircnciaemergecircncia e isso gera tambeacutem imprecisatildeo na resposta Diferentemente do
instrumento do PMAQ AB ciclo 2 em que essa questatildeo foi melhor especificada sobre
quais seriam as accedilotildees de pequenas urgecircncias nas UBS como por exemplo dor toraacutecica
crise convulsiva nefrolitiacutease crise de asma crise hipertensiva hiperglicemia em
diabeacuteticos casos suspeitos de dengue dentre outros (Brasil 2013b) Natildeo seria adequado o
uso da UBS em emergecircncias para as quais satildeo necessaacuterios estabelecimentos de sauacutede bem
equipados com equipes capacitadas e recursos apropriados para esse tipo de atendimento
O que se pode visualizar eacute que especialmente nas regiotildees de baixa oferta de
serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) esse atendimento deveria ser mais disponibilizado jaacute que
dificilmente haveraacute Unidades de pronto atendimento disponiacuteveis em curta distacircncia ou
112
equipamentos de sauacutede que atendam urgecircncia em tempo oportuno Em muitos municiacutepios
as UBS satildeo os uacutenicos equipamentos de sauacutede existentes Contudo os resultados
visualizados apontam que mais de 80 das Reg 5 atendem urgecircncia e por volta de 65
das equipes das Reg 1 e 2 fazem esse tipo de atendimento (Tabela 5) Esse resultado natildeo
totalmente satisfatoacuterio mesmo das Reg 5 pode ser influenciado pela provaacutevel existecircncia
do equipamento das UPA abertas 24h para atendimentos de urgecircncia
A pesquisa de Escorel et al (2007) discute a fragilidade da AB nos atendimentos de
urgecircncia Oito capitais foram investigadas no estudo e seis destas tiveram a urgecircncia como
o motivo mais frequente entre os usuaacuterios na busca dos serviccedilos de sauacutede mesmo que a
maioria das urgecircncias natildeo fosse grave Em apenas 3 municiacutepios o serviccedilo de Atenccedilatildeo
Baacutesica aparece como o serviccedilo mais procurado para os casos de urgecircncia
Geacutervas (2009) discute um crescimento das urgecircncias na APS espanhola gerado por
mudanccedilas sociais problemas de acesso agraves unidades no horaacuterio habitual de funcionamento
pelo atendimento imediato em sauacutede exigido pela populaccedilatildeo e pela falta de adaptaccedilatildeo dos
serviccedilos de sauacutede a mudanccedilas Exemplifica um aumento de cerca de 8 em uma proviacutencia
espanhola na uacuteltima deacutecada e uma procura majoritaacuteria de trabalhadores do sexo masculino
por esses atendimentos de urgecircncia devido a problemas de acessibilidade Diferencia o
meio urbano do meio rural em que o primeiro centraliza as urgecircncias nos serviccedilos
especializados que funcionam fora do horaacuterio habitual dos centros de sauacutede e o segundo
em que os profissionais se organizam para suprir as demandas de urgecircncia fora do horaacuterio
de trabalho em ldquoPontos de Atenccedilatildeo Continuadardquo
Soares et al (2014) em estudo no Rio de Janeiro verificam a existecircncia de
compreensatildeo por parte de gestores municipais que a AB deve realizar atendimento agrave
demanda espontacircnea e nos casos de urgecircncia atender imediatamente estabilizar o quadro e
avaliar a necessidade de transferecircncia para outros pontos de atenccedilatildeo Para que o papel da
APS nas urgecircncias seja fortalecido eacute necessaacuteria uma integraccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo de
equipamentos como as UPA Konder (2013) sinaliza dificuldade na relaccedilatildeo entre UPA e
hospitais e um baixo referenciamento de retorno para a APS para um acompanhamento
adequado A autora aponta que as UPA atendem uma demanda em geral de baixo risco
que seria melhor acolhida na APS mas que a populaccedilatildeo encontra nas UPA respostas
imediatas mesmo que natildeo duradouras e sem acompanhamento Isso gera uma baixa
confianccedila no potencial resolutivo da APS e uma demanda cada vez maior por exames e
especialistas
Haacute uma falta de tradiccedilatildeo da APS no Brasil em ofertar atendimento de urgecircncia nas
113
UBS Associado a isso nos uacuteltimos anos os governos federal e estaduais investiram no
modelo UPA e de certa forma alguns procedimentos possiacuteveis de serem realizados na
APS passaram a ser realizados nas UPA com mais agilidade e recursos Tal fator gerou um
tipo de concorrecircncia (financeira e de atenccedilatildeo) entre os dois serviccedilos de sauacutede
Em siacutentese no atributo primeiro contato o horaacuterio de funcionamento das UBS em
geral eacute adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto ao atendimento de suas necessidades e a
distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes relatam realizar acolhimento aos usuaacuterios mas
a qualidade desse acolhimento deixa a desejar pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentem
acolhidos e os profissionais natildeo foram capacitados Haacute importantes dificuldades na
marcaccedilatildeo de consultas sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios
especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se
definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria
desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade
Do total de 22 indicadores estabeleceu-se 19 como padratildeo de referecircncia para o
atributo primeiro contato Apenas 3 indicadores alcanccedilaram o padratildeo muito bom (mais de
90 das respostas) 6 indicadores se apresentaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das
respostas) 4 indicadores se encontraram no padratildeo regular (entre 60 e 74 das respostas)
e 6 indicadores apresentaram o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) Os
indicadores de padratildeo muito bom e bom correspondem majoritariamente ao componente
horaacuterios de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo estaacute no agendamento
da consulta na AB
O Graacutefico 7 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo de
primeiro contato
114
Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalHoraacuterios defuncionamento
Acolhimento
Urgecircncia eemergecircncia
Agendamento daconsulta na AB
115
52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE
O atributo da ldquolongitudinalidaderdquo se refere agrave responsabilidade da equipe pelo
usuaacuterio ao longo da vida atraveacutes da qual a APS cumpre sua funccedilatildeo de fonte regular de
cuidados por meio da organizaccedilatildeo do serviccedilo e do fortalecimento da relaccedilatildeo entre
profissional e paciente (Starfield 2002 Macincko et al 2003)
Para analisar o atributo longitudinalidade organizou-se o conjunto de indicadores
nos seguintes componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade
da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo
521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
A ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo abrange aspectos do cuidado
ofertado aos usuaacuterios nos diferentes ciclos de vida e da organizaccedilatildeo do serviccedilo que
permita um acompanhamento pelo profissional ao longo do tempo como por exemplo a
fixaccedilatildeo dele em uma mesma UBS o atendimento do usuaacuterio pelo mesmo profissional e a
realizaccedilatildeo de busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio
A Tabela 6 e o Graacutefico 8 apresentam indicadores sobre a continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Apenas 434 dos profissionais respondentes do PMAQ-AB atuam
3 anos ou mais em sua equipe A busca ativa dos hipertensos faltosos pelos ACS eacute
realizada por 878 das equipes
Em relaccedilatildeo aos usuaacuterios na meacutedia Brasil observa-se que 643 relatam sempre ser
atendidos pelo mesmo meacutedico e 578 pelo mesmo enfermeiro Os profissionais lembram-
se do que aconteceu nas uacuteltimas consultas segundo 481 dos usuaacuterios o que poderia ser
fortemente auxiliado por registros qualificados No caso de interrupccedilatildeo de tratamento ou
falta os profissionais procuram saber o que aconteceu de acordo com 429 dos usuaacuterios
e 642 dos usuaacuterios receberam visita da equipe agrave crianccedila com ateacute sete anos de vida
Na maior parte dos indicadores existe similaridade em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do
serviccedilo nas diferentes regiotildees de sauacutede Destaca-se nas Reg 2 que apenas 382 dos
profissionais respondentes estatildeo na equipe haacute 3 anos ou mais As regiotildees de sauacutede de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) satildeo as que mais
realizam busca ativa dos hipertensos faltosos representando 897 das equipes
De uma forma geral as piores respostas dos usuaacuterios estatildeo nas regiotildees de
meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Sempre satildeo atendidos pelo mesmo meacutedico na UBS
581 dos usuaacuterios das Reg 2 e 632 das Reg 3 gerando curiosidade esse valor inferior
das Reg 2 em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees visto que a carecircncia de meacutedicos eacute realidade de
116
todas as regiotildees de sauacutede mas em especial nas de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) Observa-se
uma diferenccedila mais consideraacutevel nos usuaacuterios que afirmam sempre ser atendidos pelo
mesmo enfermeiro com 688 de respostas positivas nas Reg 1 596 nas Reg 2 e 504
nas Reg 5 Aleacutem disso nas Reg 2 apenas 368 afirmam que os profissionais os procuram
para saber o que aconteceu no caso de faltas agraves consultas e 584 receberam visita agrave
crianccedila com ateacute 7 dias de vida Nas equipes das Reg 5 essa visita agrave crianccedila jaacute aumenta para
698 dos usuaacuterios
Os indicadores da continuidade relaccedilatildeo profissional-paciente revelam dificuldades
na organizaccedilatildeo do serviccedilo como rotatividade de profissionais e baixo resgate do histoacuterico
de atendimento do usuaacuterio ou busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio Apesar da
possibilidade de melhoria os resultados mais satisfatoacuterios podem ser observados atraveacutes
dos marcadores de hipertensatildeo e puericultura independente do grupo de regiotildees de sauacutede
Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II35 O respondente atua
3 anos ou mais em sua
equipe
2115 410 475 382 1701 443 572 425 2318 469 7181 434
II325 Nas visitas
domiciliares os ACS
realizam a busca ativa de
hipertensos faltosos
4630 897 1102 885 3291 856 1163 863 4337 877 14523 878
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III97 Sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo
meacutedico na UBS
12802 620 2847 581 9583 632 3687 677 13146 683 42065 643
III99 Sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo
enfermeiro na UBS
14196 688 2921 596 8083 533 2883 529 9692 504 37775 578
III913 Os profissionais
lembram-se do que
aconteceu nas uacuteltimas
consultas
9441 457 2180 445 7150 471 2752 505 9925 516 31448 481
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
III916 Quando
interrompem o tratamento
por algum motivo ou natildeo
comparecem agrave consulta na
UBS os profissionais os
procuram para saber o que
aconteceu e retomar o
atendimento
4460 429 879 368 3132 430 1228 456 4383 435 14082 429
117
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n N usuaacuterios que alguma
vez interrompeu o
tratamento ou faltou a
consulta
10388 2388 7283 2693 10076 32828
III145 A equipe fez uma
visita agrave crianccedila com ateacute
sete dias de vida
1570 600 484 584 1417 649 519 655 1646 698 5636 642
N usuaacuterias com crianccedilas
ateacute 24 meses e que
fizeram preacute-natal
2616 829 2183 792 2357 8777
MEacuteDIA 586 549 573 587 597 584
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
O componente ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo foi analisado
principalmente sob a perspectiva do usuaacuterio Buscou-se apreender alguns resultados sobre
o viacutenculo estabelecido nessa relaccedilatildeo entre profissional-paciente para aleacutem do
acompanhamento nos diferentes ciclos de vida
A Tabela 7 e o Graacutefico 9 apresentam indicadores sobre a experiecircncia de uso do
paciente em relaccedilatildeo agrave suficiecircncia do tempo das consultas facilidade para tirar duacutevidas ou
falar de diferentes questotildees que preocupam o usuaacuterio e possibilidade de escolha da equipe
Quanto agrave meacutedia Brasil no caso de UBS com mais de uma equipe somente 81 permitem
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II325 Nas visitas domiciliares os ACS realizam a buscaativa de hipertensos faltosos
III97 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmo meacutedicona UBS
III145 EqAB fez uma visita agrave crianccedila com ateacute sete diasde vida
III99 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmoenfermeiro na UBS
III913 Os profissionais lembram-se do que aconteceunas uacuteltimas consultas
II35 O respondente atua 3 anos ou mais em suaequipe
III916 Quando interrompem o tratamento por algummotivo ou natildeo comparecem agrave consulta na UBS osprofissionais os procuram para saber o que aconteceu eretomar o atendimento
118
que o usuaacuterio opte por qual equipe deseja ser atendido e quando perguntados sobre o
mesmo tema 241 dos usuaacuterios respondem que podem fazer essa opccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao
profissional deixar tempo suficiente para o usuaacuterio falar de suas preocupaccedilotildees ou
problemas observa-se que 790 dos usuaacuterios respondem positivamente em relaccedilatildeo ao
meacutedico e 789 quanto ao enfermeiro Contudo somente 626 dos usuaacuterios sempre tecircm
facilidade de tirar duacutevidas quando precisam e 547 sempre se sentem agrave vontade para
fazer suas colocaccedilotildees
Em geral os resultados dos indicadores nos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede
apresentam proximidade entre si com melhores respostas nas Reg 1 A facilidade para
falar com os profissionais que lhe atenderam e tirar duacutevidas teve melhores respostas dos
usuaacuterios das Reg 1 (643) e a pior resposta foi dos usuaacuterios das Reg 2 (577) Os
usuaacuterios das Reg 1 satildeo os que mais podem escolher a equipe que os atendem (278) e os
usuaacuterios das Reg 5 satildeo os que menos podem escolher (207) O enfermeiro deixa tempo
suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees segundo 744 dos usuaacuterios das Reg 5 e
838 dos usuaacuterios das Reg 1 E dos grupos que menos se sente agrave vontade para falar sobre
suas preocupaccedilotildees e problemas estatildeo 497 dos usuaacuterios das Reg 2
Os resultados em relaccedilatildeo agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
mostram que os usuaacuterios natildeo podem escolher a equipe que desejam ser atendidos Eles se
mostram satisfeitos quanto ao tempo para falar sobre suas preocupaccedilotildees independente do
profissional Poreacutem quando a questatildeo se amplia a acessar o profissional no poacutes consulta e
se sentir a vontade o suficiente para falar sobre suas questotildees os percentuais apresentam
uma queda Melhorias de comunicaccedilatildeo durante a consulta favoreceriam a qualidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente
Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
Usuaacuterios
III91 O meacutedico deixa
tempo suficiente para falar
sobre suas preocupaccedilotildees
ou problemas
15790 778 3716 767 11974 795 4362 804 15273 799 51115 790
N usuaacuterios que alguma
vez foram atendidos pelo
meacutedico
20294 4848 15055 5426 19108 64731
III93 O enfermeiro deixa
tempo suficiente para falar 16153 838 3631 784 11246 786 4051 780 13560 744 48641 789
119
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
sobre suas preocupaccedilotildees
ou problemas N usuaacuterios que alguma
vez foram atendidos pelo
enfermeiro
19273 4632 14302 5192 18217 61616
III914 Quando precisam
tirar duacutevidas apoacutes as
consultas sempre tem
facilidade para falar com
os profissionais que lhe
atenderam
9604 643 1983 577 7246 648 2519 631 8560 602 29912 626
N usuaacuterios que alguma
vez precisou tirar duacutevidas 14942 3438 11182 3990 14211 47763
III510 Se quiserem
podem escolher a equipe
que lhe atende
5744 278 1139 233 3611 238 1247 229 3991 207 15732 241
III918 Sempre se sente agrave
vontade para falar com a
equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas
sociais familiares ou
outras questotildees
11388 552 2436 497 8491 560 3010 553 10471 544 35796 547
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 533 484 516 507 496 512
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III91 O meacutedico deixa tempo suficientepara falar sobre suas preocupaccedilotildees ouproblemas
III93 O enfermeiro deixa temposuficiente para falar sobre suaspreocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando precisam tirar duacutevidasapoacutes as consultas sempre tem facilidadepara falar com os profissionais que lheatenderam
III918 Sempre se sente agrave vontade parafalar com a equipe sobre suaspreocupaccedilotildees problemas sociaisfamiliares ou outras questotildees
III510 Se quiserem podem escolher aequipe que lhe atende
120
523 Discussatildeo
A longitudinalidade representada neste trabalho pelos componentes ldquocontinuidade
da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo
apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo aos marcadores de hipertensatildeo e quanto ao
tempo de consulta com meacutedico e enfermeiro em geral considerado suficiente pelos
usuaacuterios para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees
Uma gama de estudos tem associado a continuidade do cuidado e APS como fonte
regular de cuidados a resultados positivos mais amplos como diminuiccedilatildeo de internaccedilotildees e
maior satisfaccedilatildeo do paciente (Kringos et al 2010 Cunha e Giovanella 2011) Em
concordacircncia uma pesquisa no estado do Paranaacute indicou a ausecircncia do atributo de
primeiro acesso e longitudinalidade e associou a esse resultado a hospitalizaccedilatildeo de crianccedilas
por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo ambulatorial (Damasceno 2014)
Donabedian (2001) destaca que haacute dois elementos que constituem a qualidade da
assistecircncia o teacutecnico e o interpessoal Uma melhor comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo entre meacutedicos e
pacientes favoreceria a qualidade teacutecnica da atenccedilatildeo prestada ao usuaacuterio
Mainous et al (2001) destacaram a questatildeo da confianccedila no profissional meacutedico
nos serviccedilos de APS no Reino Unido e Estados Unidos Ambos os grupos de usuaacuterios
estudados demonstraram altos niacuteveis de confianccedila nos seus meacutedicos Os autores discutem
que o acompanhamento por um mesmo meacutedico ao longo do tempo estaacute associado ao
aumento da confianccedila neste profissional Logo a longitudinalidade estaria relacionada agrave
confianccedila do usuaacuterio no profissional Cunha (2009) reforccedilou a importacircncia da confianccedila e
responsabilidade na constituiccedilatildeo do viacutenculo longitudinal encontrando resultados positivos
em seu estudo em Belo Horizonte e Camaragibe nos aspectos confianccedila na competecircncia
do profissional e interesse do profissional pelos problemas dos usuaacuterios
Outro ponto relevante eacute que um maior tempo de consulta estaacute relacionado a uma
melhor qualidade do atendimento envolvendo melhor explicaccedilatildeo do problema e das
solicitaccedilotildees diagnoacutesticas e maior preocupaccedilatildeo do meacutedico sobre a compreensatildeo do paciente
(Caprara e Rodrigues 2004) Apesar dos indicadores escolhidos natildeo precisarem a duraccedilatildeo
meacutedia da consulta a Tabela 7 mostra que os usuaacuterios avaliam positivamente o tempo da
consulta com meacutedico e enfermeiro para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees (cerca de
80) Esse resultado eacute um pouco superior nas regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) no caso dos enfermeiros A mesma
relaccedilatildeo natildeo eacute percebida para o profissional meacutedico pois os melhores resultados foram
obtidos por usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 4
121
e Reg 5) Contudo apesar desse resultado positivo pouco mais da metade dos usuaacuterios
conseguem tirar duacutevidas facilmente apoacutes as consultas e apenas metade deles sempre se
sentem a vontade para falar sobre suas preocupaccedilotildees e problemas o que eacute um indicativo de
necessidade de melhorias nessa relaccedilatildeo
Na Tabela 6 tambeacutem podemos visualizar que os usuaacuterios das regiotildees mais
desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5) satildeo os que com mais frequecircncia sempre satildeo atendidos pelo
mesmo meacutedico na UBS (aproximadamente 68) E os usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de
baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo os que com mais frequecircncia satildeo atendidos pelo
mesmo enfermeiro (aproximadamente 68) Parece haver uma compatibilidade entre as
percepccedilotildees dos usuaacuterios sobre atendimento com o mesmo profissional e satisfaccedilatildeo com o
tempo de consulta Uma possiacutevel justificativa para natildeo ter resultados melhores nesse
indicador poderia estar relacionada a maior disponibilidade de enfermeiros nas UBS em
regiotildees com maior oferta de serviccedilos e a rotatividade dos meacutedicos e enfermeiros
independente do grupo de regiotildees de sauacutede
A seleccedilatildeo de parte dos indicadores da Tabela 6 se baseia na evidecircncia que a
longitudinalidade envolve preacute-condiccedilotildees como uma oferta adequada de serviccedilos de APS e
mecanismos de fixaccedilatildeo de profissionais (Cunha 2009 Campos et al 2014) Entende-se
que uma menor rotatividade dos profissionais e maior tempo de atuaccedilatildeo na equipe possa
indicar maior possibilidade de relaccedilatildeo interpessoal destes profissionais com os usuaacuterios
Contudo um dos resultados demonstra que menos da metade dos profissionais
respondentes do PMAQ AB estatildeo nas equipes trecircs anos ou mais
Em estudo no estado de Satildeo Paulo Campos e Malik (2008) analisam associaccedilotildees
da rotatividade profissional na ESF com diferentes aspectos Alguns deles satildeo quanto mais
tempo de formado menor a rotatividade profissional quanto maior a distacircncia da UBS do
local de moradia do profissional maior a rotatividade quanto menor a percepccedilatildeo de
capacitaccedilatildeo para o serviccedilo maior a rotatividade de profissionais (Campos e Malik 2008)
Novos estudos relacionando a rotatividade agrave longitudinalidade satildeo necessaacuterios mas
possivelmente o tempo de formaccedilatildeo proximidade da UBS da residecircncia do profissional e
maior oferta de capacitaccedilatildeo poderiam ser influecircncias positivas na continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Estes aspectos tambeacutem estatildeo relacionados a maior satisfaccedilatildeo do
profissional no desempenho do trabalho
A literatura aponta outras ecircnfases natildeo captadas por este trabalho com interessante
discussatildeo Uma delas destacada no estudo de Caprara e Rodrigues (2004) se refere agrave infra-
estrutura do espaccedilo da consulta que deveria facilitar a proximidade e comunicaccedilatildeo
122
garantindo conforto e privacidade por exemplo atraveacutes da colocaccedilatildeo adequada das
cadeiras e mesas sem caracterizaccedilatildeo hieraacuterquica Sobre o mesmo tema com uma
abordagem diferente Campos e Malik (2008) afirmam que quanto pior a percepccedilatildeo dos
profissionais sobre o ambiente fiacutesico da unidade maior a rotatividade
Apesar de neste trabalho a discussatildeo sobre a continuidade informacional estar
considerada como componente do atributo coordenaccedilatildeo do cuidado baseando-se na
classificaccedilatildeo de Starfield (2002) dois indicadores da Tabela 6 se relacionam agrave temaacutetica
Cunha e Giovanella (2011) caracterizam a continuidade informacional
A continuidade informacional considerada a base da longitudinalidade
diz respeito agrave qualidade dos registros em sauacutede seu manuseio e
disponibilizaccedilatildeo de forma a favorecer o acuacutemulo de conhecimento sobre
o paciente por parte da equipe de sauacutede Este acuacutemulo de conhecimento
que eacute dinacircmico deve orientar a conduta terapecircutica e favorecer a
avaliaccedilatildeo da mesma (Cunha e Giovanella 1039)
Nos indicadores ldquoos profissionais lembram-se do que aconteceu com o(a) senhor(a)
nas uacuteltimas consultasrdquo e ldquoquando interrompem o tratamento por algum motivo ou natildeo
comparecem agrave consulta na UBS os profissionais procuram o(a) senhor(a) para saber o que
aconteceu e retomar o atendimentordquo menos da metade dos usuaacuterios respondem
positivamente Logo esses resultados fornecem pistas de que as UBS carecem de um
registro adequado que permita uma maior continuidade da atenccedilatildeo o que envolve por
exemplo resgate de informaccedilotildees das uacuteltimas consultas e busca ativa quando necessaacuterio
Cabe problematizar tambeacutem o indicador de opccedilatildeo do usuaacuterio em relaccedilatildeo agrave equipe
que deseja ser atendido na Tabela 7 apresentado com baixo percentual 241 dos usuaacuterios
respondendo positivamente A percepccedilatildeo dos profissionais sobre esse tema precisou ser
excluiacuteda da seleccedilatildeo devido o alto percentual de respostas ldquonatildeo sabenatildeo respondeurdquo Sobre
isso natildeo se encontra uma especificaccedilatildeo na PNAB apenas que o atendimento das equipes
de sauacutede da famiacutelia deve ser territorializado e ter populaccedilatildeo adscrita Uma contradiccedilatildeo
portanto estaacute colocada ao mesmo tempo que escolher a equipe pode favorecer o viacutenculo
do usuaacuterio com a equipe de sauacutede envolvendo satisfaccedilatildeo desse usuaacuterio se a escolha for
permitida sem criteacuterios especiacuteficos pode desfavorecer o viacutenculo agrave medida que a troca de
profissional poderia gerar uma descontinuidade na relaccedilatildeo profissional-paciente ao longo
do tempo Giovanella e Mendonccedila (2012) diferenciam essa possibilidade de escolha dos
profissionais entre os sistemas de sauacutede inglecircs (NHS) e o SUS A funccedilatildeo da APS de porta
de entrada obrigatoacuteria no NHS eacute acompanhada de uma obrigatoriedade de inscriccedilatildeo de
123
pacientes em um consultoacuterio de meacutedico generalista (GP) e posterior troca se necessaacuterio
assegurando ao usuaacuterio certa liberdade de escolha Jaacute no Brasil pode-se falar em adscriccedilatildeo
compulsoacuteria baseada no cadastro da populaccedilatildeo a partir de aacuterea geograacutefica especiacutefica
Campos et al (2014) encontram os mesmos resultados sobre a impossibilidade dos
usuaacuterios de escolherem o seu meacutedico e equipe e discutem que a loacutegica da adscriccedilatildeo eacute
interessante mas precisa ter flexibilizaccedilatildeo para maior autonomia dos usuaacuterios Freeman e
Hughes (2010) em estudo na Inglaterra defendem que os pacientes natildeo devam ser
obrigados a consultar com o mesmo meacutedico e sim possam escolher visto que para
pacientes mais jovens ou que necessitam de um cuidado continuado tecircm menos
importacircncia que para usuaacuterios adultos e vulneraacuteveis ou de grupos prioritaacuterios Em outras
palavras determinados grupos podem natildeo considerar a longitudinalidade como um criteacuterio
de qualidade da APS
Baacuterbara Starfield (2002) salienta relaccedilotildees entre longitudinalidade e aspectos dos
demais atributos essenciais (Starfield 2002) Precede um cuidado continuado ao longo do
tempo que o usuaacuterio consiga acessar adequadamente o serviccedilo - acesso de primeiro
contato (Damasceno 2014) que o usuaacuterio tenha disponiacutevel o conjunto de accedilotildees e serviccedilos
que necessita para a resoluccedilatildeo de seu problema favorecendo a integralidade da atenccedilatildeo
(Assis e Jesus 2012) e que exista uma co-participaccedilatildeo do usuaacuterio na terapecircutica atraveacutes de
uma consulta participativa e uma troca de saberes entre profissional e usuaacuterio e para tal a
percepccedilatildeo e disposiccedilatildeo do profissional para esse diaacutelogo (Cunha 2009)
Em siacutentese no atributo da longitudinalidade tanto os resultados da continuidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente como da qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente foram
inadequados Em geral os resultados satildeo satisfatoacuterios apenas quanto ao tempo das
consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo
agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da
longitudinalidade que variam desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo
dos registros e a visita de puericultura outros dependem de questotildees mais abrangentes e
muitas vezes tripartite como a fixaccedilatildeo de profissionais e melhores condiccedilotildees de trabalho
e um outro conjunto eacute influenciado pela capacitaccedilatildeo e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo
profissional-paciente como acessibilidade ao profissional apoacutes a consulta
Do conjunto de 12 indicadores que podem ser considerados um padratildeo de
referecircncia para o atributo da longitudinalidade nenhum foi classificado no padratildeo muito
bom (mais de 90 das respostas) O padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) foi
expresso em 3 indicadores da mesma forma que o padratildeo regular (60 a 74 das respostas)
124
apresentou-se tambeacutem com 3 indicadores O padratildeo inadequado (menor que 60 das
respostas) foi visualizado na maior parte dos indicadores em 6 deles Os indicadores com
padratildeo bom concentram-se no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos
faltosos pelos ACS e dentre os piores indicadores destacam-se as questotildees de escolha da
equipe e de continuidade do cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo
lembram o que aconteceu em consultas anteriores e escassa busca ativa)
O Graacutefico 10 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
longitudinalidade
Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalQualidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente(viacutenculo)
Continuidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente
125
53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE
A integralidade envolve a capacidade do serviccedilo em reconhecer as necessidades do
paciente e ofertar recursos diversificados para uma abordagem resolutiva no acircmbito da AB
Envolve o elenco de accedilotildees dos serviccedilos e se a forma como esses serviccedilos satildeo prestados satildeo
capazes de atender agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
Para essa anaacutelise foram selecionados os componentes serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees e resolutividade da AB
531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
O componente ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo expressa a oferta de recursos
da Atenccedilatildeo Baacutesica a seus usuaacuterios a fim de se aproximar de um cuidado em sauacutede de
acordo com as necessidades da populaccedilatildeo Nesse item foram definidas como accedilotildees
essenciais consultas medicamentos exames vacinaccedilatildeo e procedimentospequenas
cirurgias
A Tabela 8 e os Graacuteficos 11 e 12 apresentam os indicadores sobre os serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees Os indicadores relacionados agrave UBS expressam que 916 das
UBS oferecem consultas meacutedicas 971 ofertam consultas de enfermagem 768
oferecem consultas odontoloacutegicas 804 possuem dispensaccedilatildeo de medicamentos pela
farmaacutecia e 853 ofertam vacinaccedilatildeo no seu escopo de accedilotildees
Quanto ao processo de trabalho das equipes pode-se observar que 788 das
equipes comprovam programar consultas e accedilotildees para usuaacuterios de programas ou grupos de
cuidado continuado Em relaccedilatildeo aos exames para problemas especiacuteficos a maioria das
equipes tem realizado a solicitaccedilatildeo 974 solicitam exame de creatinina para os usuaacuterios
com hipertensatildeo 928 solicitam exame de hemoglobina glicosilada para usuaacuterios com
diabetes 979 solicitam mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos 983 solicitam
sorologia para HIV no preacute-natal Todavia apenas 526 das equipes realizam coleta de
material para exames de laboratoacuterio Os procedimentospequenas cirurgias satildeo realizados
por 631 das equipes Poreacutem no exemplo da sutura de ferimentos a realizaccedilatildeo soacute eacute feita
por 308 das equipes Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos que
precisam receber cuidado no domiciacutelio 703 das equipes
Considerando as usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 698 fizeram a maioria das
consultas de preacute-natal em sua UBS e 776 fizeram a maioria das vacinas da crianccedila no
mesmo local Dos usuaacuterios com diabetes 777 fizeram a maioria das consultas de DM
em sua UBS nos uacuteltimos 6 meses e quanto aos usuaacuterios com HAS o mesmo resultado
126
representa 754 Das usuaacuterias em geral 732 fizeram o exame preventivo de cacircncer de
colo de uacutetero em sua UBS Ou seja independente do grupo prioritaacuterio (gestante crianccedila
usuaacuterios com diabetes ou hipertensatildeo) houve aproximadamente a mesma oferta de
serviccedilos e acesso dos usuaacuterios agraves UBS
Alguns dos resultados mais positivos desse componente estatildeo nas regiotildees de alto
desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos (Reg 5) Apesar disso natildeo se
verificou um padratildeo de comportamento de oferta entre as regiotildees com grande variaccedilatildeo
dependendo do indicador Dos principais resultados que apresentaram variaccedilatildeo entre os
grupos pode-se destacar nas UBS que a dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia
varia entre 705 (Reg 2) 731 (Reg 3) e 873 (Reg 5) nas Reg 3 apenas 763 das
UBS disponibilizam vacinaccedilatildeo Os resultados das Reg 1 e Reg 5 satildeo equiparados em
relaccedilatildeo a vacinaccedilatildeo (cerca de 900)
Entre as equipes as que mais comprovam programar consultas e accedilotildees para
usuaacuterios de programas ou cuidado continuado satildeo as das Reg 5 (862) A possibilidade de
solicitar exames gera afirmaccedilotildees similares entre as equipes dos grupos de regiotildees de sauacutede
com exceccedilatildeo da solicitaccedilatildeo de exame de hemoglobina glicosilada para DM com a variaccedilatildeo
de 872 nas Reg 1 e 985 nas Reg 5 Jaacute quanto agrave realizaccedilatildeo de coleta de material para
exames de laboratoacuterio a diferenccedila eacute gritante pois somente 344 das Reg 1 e 437 das
Reg 3 respondem positivamente enquanto 751 das Reg 5 realizam a coleta A realizaccedilatildeo
de exames na proacutepria UBS eacute um oacutetimo indicador tambeacutem de resolutividade e acesso aos
exames em tempo oportuno
A realizaccedilatildeo de procedimentos aparece com menores resultados nas Reg 1 e Reg 2
com 597 e maiores resultados nas Reg 4 com 690 das equipes Contudo na sutura de
ferimentos os extremos estatildeo entre as Reg 4 com 361 e as Reg 5 com apenas 235
das equipes realizando esse procedimento A variaccedilatildeo tambeacutem aparece nas equipes que
possuem levantamento dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio menor nas
Reg 1 e Reg 2 (cerca de 62) e maior nas Reg 4 (778) e Reg 5 (819)
Quanto agraves variaccedilotildees entre as respostas dos usuaacuterios tem-se que a realizaccedilatildeo da
maior parte das consultas de preacute-natal em sua UBS teve melhores resultados nas Reg 1
com 813 e o piores resultados nas Reg 3 com 606 dos usuaacuterios Os usuaacuterios que
realizaram as vacinas da crianccedila na UBS estatildeo em sua maioria nas Reg 1 (827) e Reg 5
(824) e em minoria nas Reg 3 (669) Dentre as mulheres entrevistadas apenas
684 das Reg 2 fizeram o exame preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS
O escopo de accedilotildees pode ser expresso como satisfatoacuterio somente nos aspectos
127
disponibilidade de consultas meacutedicas e de enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames Avanccedilos
nesse componente satildeo necessaacuterios pois ainda existem aproximadamente 30 de UBS sem
consulta odontoloacutegica assim como a dispensaccedilatildeo de medicamentos parece ser centralizada
em algumas UBS e a vacinaccedilatildeo deveria ter alcanccedilado niacuteveis proacuteximos de 100 visto seu
caraacuteter histoacuterico no escopo de accedilotildees da Atenccedilatildeo Baacutesica Merece destaque que a coleta de
material para exames laboratoriais eacute realidade apenas nas equipes das Reg 5 e a oferta de
procedimentos eacute baixa em todos os grupos de regiotildees de sauacutede
Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I78 Ofertam consultas
meacutedicas 4403 881 1077 936 3248 916 1083 926 2788 967 12599 916
I78 Ofertam consultas
de enfermagem 4851 970 1135 986 3412 962 1123 960 2825 980 13346 971
I78 Ofertam consultas
odontoloacutegicas 3874 775 867 753 2772 782 835 714 2212 767 10560 768
I78 Dispensam
medicamentos pela
farmaacutecia
4212 842 812 705 2590 731 916 783 2518 873 11048 804
I78 Ofertam vacinaccedilatildeo 4486 897 1002 871 2705 763 961 821 2573 892 11727 853
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II166 Comprova
programar consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que
faccedilam parte de grupos
prioritaacuterios de cuidado
continuado
3887 753 923 741 2852 742 1110 824 4265 862 13037 788
II175 Solicitam exame
de creatinina para HAS 4964 962 1201 965 3726 969 1327 985 4889 989 16107 974
II176 Solicitam exame
de hemoglobina
glicosilada para DM
4449 872 1099 883 3581 932 1296 962 4870 985 16541 928
II179 Solicitam
mamografia para
mulheres entre 50 e 69
anos
4980 965 1190 956 3792 986 1322 981 4906 992 16190 979
II1710 Solicitam
sorologia para HIV no
preacute-natal
5104 989 1230 988 3698 962 1334 990 4898 990 16264 983
II203 Realizam coleta
de material para exames
de laboratoacuterio
1777 344 606 487 1681 437 804 597 3836 751 8704 526
II207 Realizam
procedimentos na UBS 3080 597 742 597 2604 677 930 690 3080 623 10436 631
128
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
II208 Realizam
procedimento sutura de
ferimentos
1644 319 426 342 1372 357 486 361 1163 235 5091 308
II326 Possuem
mapeamento os usuaacuterios
adscritos que necessitam
receber cuidado no
domiciacutelio
3193 619 783 629 2557 665 1048 778 4052 819 11633 703
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III116 Fizeram a
maioria das consultas de
preacute-natal nesta UBS
2128 813 582 702 1322 606 519 655 1571 667 6122 698
III1416 Fizeram a
maioria das vacinas da
crianccedila nesta UBS
2164 827 644 777 1461 669 598 755 1941 824 6808 776
N usuaacuterias com crianccedilas
ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777
III163 Fizeram a
maioria das consultas de
diabetes nesta UBS nos
uacuteltimos 6 meses
1494 766 517 760 1352 744 613 809 2333 801 6309 777
N usuaacuterios com diabetes 1951 680 1816 758 2913 8118
III153 Fizeram a
maioria das consultas de
HAS nesta UBS nos
uacuteltimos 6 meses
4707 754 1360 742 4040 717 1663 780 6173 776 17943 754
N usuaacuterios com HAS 6239 1833 5638 2132 7955 23797
III106 Fizeram o exame
preventivo de cacircncer de
colo de uacutetero nesta UBS
12220 724 2616 684 8371 739 2870 736 11114 747 37191 732
N usuaacuterias 16870 3825 11325 3897 14874 50791
MEDIA 772 763 756 795 818 783
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
129
Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1710 Solicitam sorologia para HIVno preacute-natal
II179 Solicitam mamografia paramulheres entre 50 e 69 anos
II175 Solicitam exame de creatininapara HAS
I78 Ofertam consultas deenfermagem
II176 Solicitam exame dehemoglobina glicosilada para DM
I78 Ofertam consultas meacutedicas
I78 Ofertam vacinaccedilatildeo
I78 Dispensam medicamentos pelafarmaacutecia
I78 Ofertam consultasodontoloacutegicas
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III163 Fizeram a maioria das consultas dediabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses
III1416 Fizeram a maioria das vacinas dacrianccedila nesta UBS
III153 Fizeram a maioria das consultas deHAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses
III106 Fizeram o exame preventivo decacircncer de colo de uacutetero nesta UBS
II326 Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos quenecessitam receber cuidado no domiciacutelioIII116 Fizeram a maioria das consultas depreacute-natal nesta UBS
II207 Realizam procedimentos na UBS
II203 Realizam coleta de material paraexames de laboratoacuterio
II208 Realiza procedimento sutura deferimentos
130
532 Resolutividade da AB
A ldquoresolutividaderdquo diz respeito agrave qualidade dos serviccedilos prestados ou seja se as
accedilotildees e serviccedilos oferecidos pela Atenccedilatildeo Baacutesica conseguem responder agraves necessidades dos
usuaacuterios eou a capacidade do serviccedilo de realizar encaminhamentos adequados quando
necessaacuterio O contato da AB com outros pontos de atenccedilatildeo seraacute tratado no item
coordenaccedilatildeo do cuidado
A Tabela 9 e os Graacuteficos 13 e 14 apresentam os indicadores do componente
resolutividade da AB abrangendo a disponibilidade de profissionais de apoio do NASF
accedilotildees de educaccedilatildeo permanente medicamentos e vacina Considerando a meacutedia Brasil
963 das UBS possuem meacutedico 993 possuem enfermeiros e 780 possuem dentista
valores aproximados da disponibilidade de consultas analisada no componente anterior
561 das equipes recebem apoio do NASF cuja maior disponibilidade se refere aos
profissionais natildeo meacutedicos da seguinte forma 481 recebem apoio de psicoacutelogo 450
do fisioterapeuta 436 do nutricionista 376 do assistente social 226 do
farmacecircutico Das categorias meacutedicas no NASF 138 das equipes recebem apoio do
ginecologista 131 do pediatra e 108 do psiquiatra
A educaccedilatildeo permanente envolvendo profissionais da AB ocorre em 812 das
equipes poreacutem quando perguntado se essas accedilotildees contemplam as demandas e
necessidades da equipe apenas 613 responderam positivamente Quanto o aspecto das
ofertas 677 das equipes recebem medicamentos da farmaacutecia baacutesica em quantidade
suficiente para atender a populaccedilatildeo e 821 realizam todas as vacinas do calendaacuterio
baacutesico Contudo quando perguntados sobre os medicamentos apenas 306 dos usuaacuterios
afirmam que estes sempre estatildeo disponiacuteveis
Outras avaliaccedilotildees sob o ponto de vista dos usuaacuterios 725 acham que a sua equipe
sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS 652 relatam que nunca falta
material ou equipamento que prejudique seu atendimento 657 sempre encontram
facilidade para saber os resultados de seus exames e 528 afirmam que as orientaccedilotildees que
os profissionais fornecem na UBS sempre atende suas necessidades
Variaccedilotildees entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo observadas Em geral as regiotildees
de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5) destacam-se por resultados
que indicam maior capacidade para ser resolutiva As UBS de regiotildees de sauacutede de baixo
DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo as que mais possuem cirurgiatildeo-dentista (833) Os
menores percentuais estatildeo nas UBS regiotildees de alto DSE e meacutedia oferta (Reg 4) com
690
131
Apesar das equipes disporem de um baixo apoio dos profissionais do NASF com
valores proacuteximos a 50 mesmo nas categorias profissionais mais frequentes observa-se
maiores percentuais de equipes apoiadas pelo NASF nas Reg 5 independente da categoria
profissional Uma variaccedilatildeo importante tambeacutem eacute vista nas equipes das Reg 4 com
menores percentuais de apoio em geral (454)
Nas Reg 1 apenas 735 das equipes participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente
e 543 avaliam que estas contemplam as demandas e necessidades da equipe Nas Reg 2
o quadro eacute parecido 726 participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e 553 avaliam
como adequadas Jaacute nas Reg 5 as respostas alcanccedilam 925 das equipes com educaccedilatildeo
permanente e 733 avaliando como adequadas agraves demandas e necessidades da equipe
Os usuaacuterios mantem um mesmo padratildeo de resposta entre os diferentes grupos de
regiotildees de sauacutede acompanhando a meacutedia Brasil Uma variaccedilatildeo de destaque estaacute no
indicador sobre a presenccedila do meacutedico na UBS ou em atividades no bairro durante todos os
horaacuterios de funcionamento da UBS respondido positivamente por 695 dos usuaacuterios das
Reg 4 e Reg 5 enquanto apenas 555 das Reg 1 fizeram a mesma afirmaccedilatildeo Outro
desses indicadores se refere agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a falta de material ou
equipamento na UBS que prejudique o atendimento em que 593 dos usuaacuterios das Reg 1
e 719 das Reg 4 relatam nunca faltar material Jaacute em relaccedilatildeo aos medicamentos estarem
sempre disponiacuteveis as menores respostas estatildeo nas Reg 2 e 3 com 255 dos usuaacuterios
respondendo positivamente e 351 dos usuaacuterios das Reg 5 afirmando que os
medicamentos sempre estatildeo disponiacuteveis
Entre os indicadores de resolutividade os melhores resultados se referem agrave
disponibilidade de profissionais meacutedicos e enfermeiros necessitando ser melhorada em
relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal O apoio do NASF eacute ainda baixo dentre as categorias profissionais
mais frequentes o resultado eacute de apenas 50 de equipes o que pode gerar
encaminhamentos desnecessaacuterios para especialistas de casos que poderiam estar sendo
resolvidos na proacutepria UBS Haacute maior apoio de NASF nas regiotildees de sauacutede com alta oferta
de serviccedilos seguindo a tendecircncia Em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo permanente aleacutem da ampliaccedilatildeo
falta adequaacute-la agraves necessidades da equipe Surpreende que mais de 30 das equipes natildeo
recebem todos os medicamentos da farmaacutecia baacutesica e quase 20 natildeo disponibilizarem
todas as vacinas do calendaacuterio Na percepccedilatildeo dos usuaacuterios que em geral realizam piores
avaliaccedilotildees que os profissionais o que mais chama a atenccedilatildeo eacute a indisponibilidade de
medicamentos
132
Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade
da AB por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I35 UBS possuem
meacutedico 4796 959 1088 945 3407 961 1144 978 2811 975 13246 963
I35 UBS possuem
enfermeiro 4969 994 1146 996 3510 990 1159 991 2866 994 13650 993
I35 UBS possuem
cirurgiatildeo-dentista 4166 833 879 764 2817 795 807 690 2059 714 10728 780
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II122 Recebem apoio
do NASF 2944 571 577 463 1768 460 611 454 3384 684 9284 561
II123 Recebem apoio
de psicoacutelogo do NASF 2472 479 498 400 1510 393 529 393 2945 596 7954 481
II123 Recebem apoio
de fisioterapeuta do
NASF
2467 478 476 382 1364 355 428 318 2711 548 7446 450
II123 Recebem apoio
de nutricionista do
NASF
2371 459 439 353 1403 365 483 359 2510 508 7206 436
II123 Recebem apoio
de assistente social do
NASF
2056 398 392 315 1128 293 380 282 2263 458 6219 376
II123 Recebem apoio
de farmacecircutico do
NASF
985 191 243 195 766 199 288 214 1462 296 3744 226
II123 Recebem apoio
de ginecologista do
NASF
712 138 153 123 424 110 161 120 840 170 2290 138
II123 Recebem apoio
de pediatra do NASF 623 121 163 131 393 102 172 128 822 166 2173 131
II123 Recebem apoio
de psiquiatra do NASF 420 81 85 68 216 56 113 84 948 192 1782 108
II81 No municiacutepio haacute
accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente envolvendo
profissionais da AB
3794 735 904 726 2992 778 1172 870 4576 925 13438 812
II84 Quando haacute accedilotildees
de educaccedilatildeo
permanente estas
contemplam as
demandas e
necessidades da equipe
2800 543 688 553 2180 567 900 668 3627 733 10195 613
II201 Recebem
medicamentos da
farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender
a populaccedilatildeo
3504 679 761 611 2518 655 949 705 3460 700 11192 677
II205 Realizam todas
as vacinas do calendaacuterio
baacutesico
4498 872 1042 837 2678 697 1031 765 4335 877 13584 821
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
133
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
Usuaacuterios
III81 Quando satildeo
atendidos acham que a
equipe sempre busca
resolver suas
necessidades problemas
na proacutepria UBS
14878 721 3492 713 11280 744 4005 735 13736 714 47391 725
III181 Nunca falta
material ou
equipamento na UBS
que prejudique seu
atendimento
12250 593 2943 601 10566 697 3913 719 12968 674 42640 652
III922 Sempre
encontram facilidade
para saber os resultados
de seus exames
12890 624 3185 650 10581 698 3751 689 12532 652 42939 657
III 182 Quando o
profissional receita um
medicamento este estaacute
sempre disponiacutevel
6462 313 1250 255 3873 255 1664 306 6760 351 20009 306
III75 As orientaccedilotildees
que os profissionais
fornecem na UBS
sempre atendem suas
necessidades
10966 531 2435 497 8529 562 2849 523 9760 507 34539 528
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 539 509 517 531 597 544
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB
por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I35 UBS possuem enfermeiro
I35 UBS possuem meacutedico
II205 Realizam todas as vacinas docalendaacuterio baacutesico
II81 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente envolvendo profissionais daAB
I35 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista
III81 Quando satildeo atendidos acham quea equipe sempre busca resolver suasnecessidades problemas na proacutepria UBS
II201 Recebem medicamentos dafarmaacutecia baacutesica suficientes para atender apopulaccedilatildeo
134
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB
por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
533 Discussatildeo
A abrangecircncia ou integralidade expressa neste trabalho pelos componentes
ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo e ldquoresolutividade da ABrdquo apresentou resultados
positivos principalmente em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de
enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Os indicadores relacionados
agrave educaccedilatildeo permanente coleta de material para exames disponibilidade de medicamentos
vacinas e apoio do NASF indicam necessidade de melhorias para maior resolutividade das
accedilotildees da AB
Visto os diferentes sentidos da integralidade eacute importante destacar que para a
anaacutelise do atributo abrangecircnciaintegralidade foram selecionadas condiccedilotildees objetivas de
organizaccedilatildeo do serviccedilo e percepccedilatildeo dos usuaacuterios (Starfield 2002) Natildeo se extrapolou para
outras noccedilotildees de integralidade como por exemplo a praacutetica sanitaacuteria individual para uma
abordagem integral do indiviacuteduo a abrangecircncia das respostas governamentais (Mattos
2001) ou a integraccedilatildeo dos serviccedilos por meio de redes assistenciais (Mendes 2011)
Brandatildeo et al (2013) em estudo sobre o instrumento de avaliaccedilatildeo da APS por
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III922 Sempre encontramfacilidade para saber os resultadosde seus exames
III181 Nunca falta material ouequipamento na UBS queprejudique seu atendimento
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente estas contemplam asdemandas e necessidades da equipe
II122 Recebem apoio do NASF
III75 As orientaccedilotildees que osprofissionais fornecem na UBSsempre atendem suas necessidades
III 182 Quando o profissionalreceita um medicamento este estaacutesempre disponiacutevel
135
usuaacuterios EUROPEP apontam como sugestotildees dos usuaacuterios a ampliaccedilatildeo da oferta de
profissionais e serviccedilos a maior disponibilidade de medicamentos a ampliaccedilatildeo da oferta
de exames implantaccedilatildeo do serviccedilo de urgecircnciaemergecircncia e aumento de realizaccedilatildeo de
visitas domiciliares Tais itens satildeo similares agrave seleccedilatildeo do nosso estudo
Os resultados das Tabelas 8 e 9 mostram a carecircncia do dentista nas equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica em comparaccedilatildeo com os demais profissionais da equipe miacutenima assim
como o baixo nuacutemero de consultas odontoloacutegicas independente da regiatildeo de sauacutede Em
relaccedilatildeo agraves consultas meacutedicas os menores resultados satildeo visualizados nas equipes de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) Casotti et al (2014) indicam
resultados mais especiacuteficos em relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal em que apenas 451 dos usuaacuterios
conseguem marcar consulta com o dentista e que mais de 80 das equipes ofertam vagas
em funccedilatildeo do risco identificado
Nos grupos prioritaacuterios de cuidado continuado como pessoas com HAS DM
mulheres adultas crianccedilas e preacute-natal observou-se em nosso estudo que cerca de 20 a 30
de usuaacuterios natildeo fizeram as consultas na UBS Considerando o atributo de primeiro contato
em que o horaacuterio de funcionamento atende agraves necessidades talvez o que justifique esse
resultado seja a dificuldade na marcaccedilatildeo das consultas na ausecircncia de oferta
Aleacutem disso nos marcadores selecionados para esses grupos prioritaacuterios visualiza-
se pontos significativos como por exemplo a solicitaccedilatildeo de exames baacutesicos presente na
maioria das equipes Contudo ao observar que equipes coletam o exame na proacutepria UBS
esses resultados tem variaccedilatildeo importante de acordo com a regiatildeo de sauacutede Em regiotildees de
sauacutede alto desenvolvimento socioeconocircmico e com alta oferta de serviccedilos (Reg 5) a coleta
chega a 751 enquanto nas regiotildees de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa
oferta de serviccedilos (Reg 1) apenas 344 das equipes realizam os exames Os usuaacuterios que
sempre encontram facilidade para saber o resultado dos seus exames correspondem a
657 Fausto et al (2014) na comparaccedilatildeo por porte populacional destacam que satildeo
visiacuteveis os espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees na APS com oferta de cuidados
regulares e resolutivos mas chamam a atenccedilatildeo que mais de 50 das UBS em municiacutepios
de ateacute 100000 habitantes natildeo dispotildeem de serviccedilos baacutesicos como coleta de material para
exames
Giovanella et al (2015) em estudo sobre tipologia das UBS encontra que apenas
44 das UBS oferecem um conjunto de serviccedilos miacutenimos (consultas meacutedicas de
enfermagem e odontoloacutegicas dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia e vacinaccedilatildeo) ou
seja mais de 20 mil UBS brasileiras natildeo ofertam esse conjunto de serviccedilos
136
Especificamente a vacinaccedilatildeo uma atividade da Atenccedilatildeo Baacutesica desde a sua criaccedilatildeo natildeo eacute
realizada por mais de 9 mil UBS no paiacutes (24) A disponibilidade de geladeira exclusiva
para vacina apresenta resultados inferiores com 35 das UBS natildeo possuindo (Giovanella
et al 2015)
Nas Tabelas 8 e 9 apesar de mais de 800 das UBS possuiacuterem dispensaccedilatildeo de
medicamentos apenas 677 recebem medicamentos suficientes e somente 306 dos
usuaacuterios declaram que o medicamento sempre estaacute disponiacutevel Tais resultados demonstram
uma baixa disponibilidade de medicamentos independente da regiatildeo de sauacutede assim como
em estudo de Mendes et al (2014) que realizaram a comparaccedilatildeo por estrato populacional e
achou resultados sobre a disponibilidade meacutedia de medicamentos que convergiram com o
cenaacuterio global A disponibilidade meacutedia de medicamentos foi de 585 abaixo do valor
aceitaacutevel de 80 proposto pela OMS em todos os estratos analisados seja o populacional
seja por tipo de UBS Os autores destacam que apoacutes a Poliacutetica Nacional de Medicamentos
e descentralizaccedilatildeo da assistecircncia farmacecircutica em 2005 poucos estudos nacionais foram
realizados Tais resultados associados agrave percepccedilatildeo da organizaccedilatildeo nas UBS remete-nos agrave
hipoacutetese de que a baixa disponibilidade de medicamentos pode ser justificada pela
centralizaccedilatildeo da dispensaccedilatildeo em UBS centrais principalmente considerando a dificuldade
de logiacutestica adequada de dispensaccedilatildeo de medicamentos com qualidade
Outra questatildeo que poderia influenciar positivamente nesses resultados sobre
medicamentos seria a existecircncia do farmacecircutico no NASF Todavia apenas cerca de 20
das equipes recebe este apoio Mendes et al (2014) ressaltam que apesar de positiva e
significativamente associada agrave boa disponibilidade o apoio matricial do farmacecircutico foi
baixo
O apoio matricial tem aos poucos se estruturado no Brasil com melhorias na
qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica segundo diversos autores (Fonseca Sobrinho et al 2014
Sampaio et al 2012) Fonseca Sobrinho et al (2014) destacam os avanccedilos do NASF por
exemplo atraveacutes de accedilotildees como educaccedilatildeo permanente construccedilatildeo conjunta accedilotildees cliacutenicas
compartilhadas discussotildees de processo de trabalho e intervenccedilotildees no territoacuterio Os autores
discutem que as atividades de apoio matricial na Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil satildeo expressivas
poreacutem extremamente desiguais de acordo com o desenvolvimento das regiotildees Em regiotildees
mais desenvolvidas haacute maior presenccedila de apoio matricial da mesma forma que apontam
os resultados de nosso estudo Os autores destacam que em 12 estados brasileiros cerca de
50 das equipes de AB possuem baixo ou nenhum apoio matricial (Fonseca Sobrinho et
al 2014) Na Tabela 9 observa-se resultados similares em que nas categorias
137
profissionais mais frequentes nenhuma delas chega aos 50 de presenccedila nas equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica (meacutedia Brasil) Especialmente as categorias meacutedicas no NASF satildeo as mais
ausentes
Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de procedimentos pelas UBS a portaria 841 de maio de
2012 define o que seria caracterizado como ldquoatendimento ciruacutergico ambulatorial baacutesicordquo
Discutido no atributo de primeiro contato escolheu-se aqui o exemplo de sutura de
ferimentos que requer um ambiente esteacuteril para realizaccedilatildeo E o resultado foi um terccedilo das
equipes realizando com valores inferiores nas Reg 5 Nessas uacuteltimas a caracteriacutestica de
pequenas cirurgias seria menor devido agrave presenccedila de Unidades de pronto-atendimento Ou
essas UBS seriam mais criteriosas em relaccedilatildeo agrave seguranccedila do procedimento Esses satildeo
exemplos de questotildees que exigiriam novos estudos para aprofundamento
Assis et al (2010) em pesquisa com usuaacuterios encontraram que 82 dos usuaacuterios
referiram que sua necessidade de sauacutede foi resolvida na proacutepria UBS assim como nos
dados do PMAQ AB Os autores destacam que essa busca pela UBS para resoluccedilatildeo dos
seus problemas fortalece o viacutenculo entre instituiccedilatildeo usuaacuterios e trabalhadores de sauacutede e
sugere a identificaccedilatildeo da UBS como um serviccedilo de sauacutede resolutivo (Assis et al 2010)
Importante destacar que essa percepccedilatildeo eacute inferior quando os usuaacuterios satildeo perguntados se os
profissionais fornecem orientaccedilotildees que sempre atendem agraves suas necessidades
Outro ponto de discussatildeo se refere agraves visitas domiciliares com maior mapeamento
dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg
4 e Reg 5) Da mesma forma satildeo as regiotildees que mais possuem accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente e adequadas agraves necessidades e demandas da equipe Como uma seacuterie de
resultados satildeo melhores nessas regiotildees pode-se supor que a infraestrutura e a educaccedilatildeo
permanente tecircm influecircncia positiva na oferta e disponibilidade de serviccedilos
Uma das limitaccedilotildees na escolha dos indicadores se refere agraves accedilotildees de sauacutede bucal O
uacutenico indicador escolhido referente a esta temaacutetica eacute a disponibilidade de cirurgiatildeo-dentista
e de consultas de sauacutede bucal Isso porque o questionaacuterio PMAQ AB traz uma seacuterie de
perguntas especiacuteficas sobre instrumental e procedimentos sendo difiacutecil para um natildeo
especialista na aacuterea identificar elementos marcadores para o processo de trabalho
Uma dificuldade para a avaliaccedilatildeo da integralidade eacute que o acesso eacute inseparaacutevel ou
preacute-condiccedilatildeo para a integralidade Um conjunto de accedilotildees ofertadas soacute teraacute efetividade se
for utilizada com equidade de acordo com as necessidades do usuaacuterio Ou seja eacute
importante verificar se estaacute ocorrendo acesso a um sistema com cuidados integrais (Conill
2004)
138
A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e oferta
de serviccedilos das regiotildees de sauacutede Mendes et al (2014) apontam que municiacutepios com
menos habitantes tem menor escala de compra menor disponibilidade de recursos
humanos capacitados e maiores dificuldades de infraestrutura Da mesma forma
Giovanella et al (2015) mostram que a maior presenccedila de UBS sem condiccedilotildees de
funcionamento se concentra nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa oferta de serviccedilos
(Reg 1) assim como a melhor estrutura nas Reg 5
Em siacutentese pode-se dizer que a abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou
melhores resultados no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB
Resultados positivos foram observados quanto agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de
enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Eacute importante que as
unidades de atenccedilatildeo baacutesica ampliem seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos
para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e
medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo
dos profissionais na atenccedilatildeo agraves condiccedilotildees de impacto na sauacutede das famiacutelias seja para
grupos dos programas de sauacutede seja para problemas como alcoolismo drogas sauacutede
mental etc (Harzheim etal 2004 Leatildeo et al 2011) A alta resolutividade eacute percebida
pelo usuaacuterio agrave medida que haacute alta satisfaccedilatildeo com os serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica (Harzheim
etal 2004)
Do total de 40 indicadores haacute um conjunto de 32 indicadores que podem ser
considerados um padratildeo de referecircncia para o atributo da integralidade Tecircm-se que
resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Dos 32 indicadores 8 indicadores se apresentaram no
padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 10 indicadores se expressaram com padratildeo
bom (entre 75 e 89 das respostas) e 9 indicadores estatildeo no padratildeo regular (entre 60 a
74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) foi visualizado
em 5 indicadores A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito bom estaacute na
disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de padratildeo
inadequado se concentram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave equipe
pelas diferentes categorias do NASF
O Graacutefico 15 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
abrangecircnciaintegralidade
139
Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
Resolutividade da AB
140
54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO
A coordenaccedilatildeo refere-se agrave capacidade dos prestadores de atenccedilatildeo primaacuteria
coordenar o uso de serviccedilos no territoacuterio e em outros niacuteveis de atenccedilatildeo para resolver
necessidades menos frequentes e mais complexas e garantir continuidade assistencial
(Giovanella e Mendonccedila 2012) Relaciona-se agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais
e serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede ao acompanhamento dos casos cliacutenicos por meio de
ferramentas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo e agrave existecircncia de referecircnciasfluxos entre os
serviccedilos (Almeida et al 2010)
Para tal escolheu-se os componentes continuidade informacional ordenamento de
fluxos assistenciais acesso agrave consultaexames especializados e comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos AB e AE para a anaacutelise da coordenaccedilatildeo do cuidado pelas equipes de Atenccedilatildeo
Baacutesica
541 Continuidade informacional
A ldquocontinuidade informacionalrdquo abarca a organizaccedilatildeo do serviccedilo para registrar as
accedilotildees realizadas incluindo os prontuaacuterios que favorecem a disponibilidade e utilizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo para uma atenccedilatildeo mais integral e voltada agraves necessidades do paciente
(Navarrete et al 2009) A continuidade informacional entre diversos serviccedilos e niacuteveis de
atenccedilatildeo aumenta as possibilidades de colaboraccedilatildeocomunicaccedilatildeo entre os diferentes pontos
da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Almeida et al 2014) O registro e acompanhamento de casos
mais graves encaminhados demonstra iniciativa de coordenaccedilatildeo
Na Tabela 10 e Graacutefico 16 satildeo apresentados indicadores do componente
continuidade informacional Verificou-se que 140 das equipes possuem prontuaacuterio
eletrocircnico e apenas em 110 das equipes ele estaacute integrado com outros pontos da rede de
atenccedilatildeo As fichas de encaminhamento para os demais pontos de atenccedilatildeo foram
apresentadas por 852 das equipes contudo a comprovaccedilatildeo de registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros serviccedilos eacute de apenas 378
No que se refere agraves patologias e classificaccedilatildeo de risco 484 das equipes manteacutem
registro das pessoas com HAS com maior riscogravidade 52 possuem registro das
pessoas com DM com maior riscogravidade 660 comprovam o registro do nuacutemero de
usuaacuterios com tuberculose e 515 comprovam o registro de usuaacuterios com hanseniacutease
Comparando os grupos de regiotildees de sauacutede para todos os indicadores valores
superiores agrave meacutedia Brasil e aos demais grupos satildeo apesentados nas equipes das regiotildees de
sauacutede de alto DSE e alta oferta (Reg 5) A uacutenica exceccedilatildeo ocorre no registro de usuaacuterios
141
com hanseniacutease em que a Reg 2 se destaca com 662 das equipes apresentando
comprovaccedilatildeo
Os resultados mais negativos podem ser observados nas Reg 1 e Reg 3 Nas Reg 1
apenas 12 das equipes possuem prontuaacuterio eletrocircnico e 08 integrado a outros pontos
da atenccedilatildeo 761 comprovam existir fichas de encaminhamento para outros pontos de
atenccedilatildeo e 326 manteacutem registro dos usuaacuterios de maior risco encaminhados a outros
serviccedilos Nas Reg 3 percebemos o menor registro entre os grupos em relaccedilatildeo agraves patologias
407 possuem registro de pessoas com HAS com maior risco 437 de pessoas com DM
com maior risco e 564 comprovam o registro do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
Observa-se portanto a necessidade de melhora e qualificaccedilatildeo dos registros de
encaminhamentos Especialmente em uma realidade nacional com rotatividade de
profissionais registros incompletos geram accedilotildees duplicadas nos serviccedilos gastos
desnecessaacuterios e descontinuidade no cuidado aos usuaacuterios Haacute carecircncia de informaccedilatildeo
compartilhada entre os pontos de atenccedilatildeo ficando restrita agraves fichas de encaminhamento
dos usuaacuterios que mais se constituem como um facilitador de acesso do que como uma
ferramenta de comunicaccedilatildeo entre profissionais
Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por
grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n N
EqAB
II145 Possui
prontuaacuterio eletrocircnico
implantado
64 12 63 51 501 130 237 176 1457 295 2322 140
II146 Possuem
prontuaacuterio eletrocircnico e
ele estaacute integrado com
outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
39 08 41 33 383 100 206 153 1156 234 1825 110
II1831 Comprovam
existir fichas de
encaminhamento dos
usuaacuterios para demais
pontos de atenccedilatildeo
3926 761 1072 861 3200 832 1236 918 4651 941 14085 852
II1721 Comprovam
manter registro dos
usuaacuterios de maior risco
encaminhados para
outros pontos de
atenccedilatildeo
1680 326 455 365 1319 343 548 407 2256 456 6258 378
II254 Possui registro
das pessoas com HAS 2317 449 565 454 1563 407 696 517 2871 581 8012 484
142
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n N
com maior
riscogravidade
II264 Possui registro
das pessoas com DM
com maior
riscogravidade
2493 483 600 482 1678 437 727 540 3102 627 8600 520
II2711 Comprovam
possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios
com tuberculose
3122 605 802 644 2169 564 930 690 3901 789 10924 660
II2811 Comprovam
possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios
com hanseniacutease
2744 532 824 662 1768 460 634 471 2545 515 8515 515
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
MEacuteDIA 397 444 409 484 555 457
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade
informacional por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
542 Ordenamento de fluxos assistenciais
O ldquoordenamento de fluxos assistenciaisrdquo eacute expresso pelas referecircncias e fluxos
definidos para o encaminhamento entre os niacuteveis de atenccedilatildeo assim como pelos protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para grupos prioritaacuterios ou com patologias
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1831 Comprovam existir fichas deencaminhamento dos usuaacuterios parademais pontos de atenccedilatildeoII2711 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II264 Possui registro das pessoas comDM com maior riscogravidade
II2811 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
II254 Possui registro das pessoas comHAS com maior riscogravidade
II1721 Comprovam manter registro dosusuaacuterios de maior risco encaminhadospara outros pontos de atenccedilatildeoII145 Possui prontuaacuterio eletrocircnicoimplantado
II146 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico eele estaacute integrado com outros pontos darede de atenccedilatildeo
143
atendidos pela AB
Na Tabela 11 e Graacutefico 17 satildeo apresentados os indicadores de ordenamento de
fluxos assistenciais Os protocolos com definiccedilatildeo de prioridades de encaminhamento estatildeo
presentes em 429 das equipes Em relaccedilatildeo aos grupos prioritaacuterios 748 das equipes
possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para preacute-natal 694 para
HAS e 695 para DM As referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal estatildeo
presentes em documentos de 566 das equipes sendo que 519 das equipes possuem
referecircncias e fluxos para cacircncer de mama 527 para cacircncer de colo de uacutetero e 484
para parto Quando perguntadas sobre a maternidade que fariam o parto apenas 466 das
usuaacuterias tiveram orientaccedilatildeo sobre o local E em relaccedilatildeo a sair da consulta de preacute-natal com
a proacutexima marcada as respostas foram de 616 das usuaacuterias
As diferenccedilas de respostas entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo marcantes As
respostas mais positivas aparecem nos grupos das Reg 5 e as mais negativas variam entre
os grupos das Reg 1 e Reg 2 Os protocolos com prioridades de encaminhamento estatildeo
presentes apenas em 307 das equipes das Reg 2 resultado similar aos grupos Reg 1 e
Reg 3 e 631 das equipes das Reg 5 Quanto agraves especificidades desses protocolos tecircm-se
674 das equipes nas Reg 1 e 865 nas Reg 5 quanto ao protocolo de preacute-natal 603
nas Reg 1 e 823 nas Reg 5 em relaccedilatildeo ao protocolo de HAS 607 nas Reg 1 e 820
nas Reg 5 no que se refere ao protocolo para DM Um comportamento diferente pode ser
observado sob a perspectiva das usuaacuterias em que 539 das usuaacuterias das Reg 3 respondem
que jaacute saem do preacute-natal com a consulta marcada e 702 das Reg 1 fazem a mesma
afirmaccedilatildeo
Os documentos com referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal para o
atendimento dos usuaacuterios da equipe estatildeo disponiacuteveis por 455 das equipes das Reg 1 e
742 das equipes das Reg 5 Para o cacircncer de mama 406 das equipes das Reg 2 e
698 das Reg 5 possuem referecircncias ou fluxos definidos Para o cacircncer de colo de uacutetero
os percentuais variam entre 414 nas Reg 2 e 706 nas Reg 5 E quanto agraves definiccedilotildees
para o parto apenas 383 das equipes das Reg 1 possuem referencias e fluxos definidos
enquanto 660 das Reg 5 fazem a mesma afirmaccedilatildeo
Nota-se que as classificaccedilotildees de risco existecircncia de protocolos de prioridades de
encaminhamento assim como referecircncias e fluxos definidos satildeo mais frequentes apenas
nas regiotildees de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos Chama a
atenccedilatildeo a dificuldade de referecircncias e fluxos definidos especialmente nas regiotildees de baixa
oferta de serviccedilos
144
Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n N
EqAB
II173 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades
de encaminhamento
1658 321 382 307 1248 325 697 517 3119 631 7104 429
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para preacute-
natal
3476 674 843 677 2706 704 1077 800 4275 865 12377 748
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para HAS
3114 603 774 622 2559 666 968 719 4068 823 11483 694
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para DM
3134 607 783 629 2558 665 971 721 4056 820 11502 695
II184 Possuem
documentos contendo
as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo
municipal para os
atendimentos dos
usuaacuterios do territoacuterio da
equipe
2349 455 568 456 1918 499 857 636 3669 742 9361 566
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para cacircncer
de mama
2117 410 505 406 1733 451 773 574 3452 698 8580 519
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para cacircncer
de colo de uacutetero
2175 422 515 414 1757 457 783 581 3493 706 8723 527
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para parto
1975 383 485 390 1567 408 713 529 3263 660 8003 484
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterias
III1120 Na consulta
de preacute-natal jaacute saem
com a proacutexima consulta
marcada
1837 702 481 580 1176 539 458 578 1453 616 5405 616
III1122 Foram
orientadas sobre a
maternidade que fariam
o parto
1324 506 373 450 917 420 356 449 1122 476 4092 466
N usuaacuterias com
crianccedilas ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777
MEacuteDIA 533 519 542 627 714 595
145
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
543 Acesso a consultasexames especializados
A garantia de acesso agrave atenccedilatildeo especializada eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para que a
coordenaccedilatildeo se realize Os indicadores selecionados estatildeo relacionados aos modos como o
serviccedilo se organiza para que o usuaacuterio ingresse na atenccedilatildeo especializada quando
necessaacuterio entendendo o papel da AB como ordenadora desses encaminhamentos e
organizadora da fila de espera de acordo com prioridades em sauacutede Um acesso oportuno agrave
rede de atenccedilatildeo e acompanhamento do usuaacuterio inclusive quando este eacute encaminhado ao
cuidado especializado eacute uma das principais funccedilotildees da AB enquanto coordenadora do
cuidado (Almeida et al 2010)
Na Tabela 12 e Graacutefico 18 satildeo apresentados indicadores do componente acesso a
consultasexames especializados Na meacutedia Brasil 898 das equipes possuem central
para marcaccedilatildeo de consulta especializada e 868 possuem central para marcaccedilatildeo de
exames Ao necessitar ser encaminhado para consulta especializada somente 262 das
equipes respondem que o usuaacuterio jaacute sai da UBS com a consulta agendada e 610 das
equipes respondem que a consulta eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para preacute-natal
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para DM
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para HAS
III1120 Na consulta de preacute-natal jaacute saem com aproacutexima consulta marcada
II184 Possuem documentos contendo as referecircncias efluxos pactuados pela gestatildeo municipal para osatendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio da equipeII185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de colo de uacutetero
II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de mama
II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paraparto
III1122 Foram orientadas sobre a maternidade quefariam o parto
II173 Possuem protocolos com definiccedilatildeo deprioridades de encaminhamento
146
usuaacuterio Quando o usuaacuterio eacute perguntado sobre o mesmo tema apenas 130 relatam sair
da UBS com a consulta agendada para o especialista 465 respondem que a consulta eacute
marcada pela UBS e posteriormente informada e 677 afirmam que quando precisam
sempre conseguem marcar uma consulta com outros profissionais ou especialistas Em
relaccedilatildeo agrave fila de espera 492 das equipes coordenam a fila para usuaacuterios com HAS e
489 coordenam para usuaacuterios com DM
Observa-se similaridade nas respostas se compararmos os diferentes grupos de
regiotildees de sauacutede nos indicadores sobre centrais de marcaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo de fila de
espera E diferenccedilas consideraacuteveis quando observamos os resultados de forma de acesso agrave
consulta especializada
Nas equipes das Reg 1 e Reg 2 o usuaacuterio sai da UBS com a consulta especializada
agendada em 161 e 191 dos casos respectivamente enquanto nas Reg 4 e Reg 5 as
respostas correspondem a 339 e 330 das equipes No formato em que a consulta
especializada eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao paciente tem-se nas Reg
1 408 das equipes procedendo dessa forma enquanto nas Reg 4 e Reg 5 os valores satildeo
bem superiores sendo 736 nas Reg 4 e 821 das equipes nas Reg 5 Os usuaacuterios
fazem uma avaliaccedilatildeo mais negativa relatando que nas Reg 1 somente 298 tiveram suas
consultas marcadas pela UBS e posteriormente informadas e nas Reg 5 609 Um
resultado diferenciado aparece em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo de fila de espera para usuaacuterios
com HAS em que o grupo das Reg 2 apresentam os melhores resultados (530) e no caso
da fila de espera para usuaacuterios com diabetes os resultados das Reg 2 (515) se equiparam
agraves equipes das Reg 5 (517)
O acesso a consultasexames especializados parece ser facilitado tanto pela
existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo como pela forma como as equipes majoritariamente
vecircm marcando as consultas especializadas ndash no mesmo dia da consulta AB ou
posteriormente Observa-se uma necessidade de melhoria de acesso nas regiotildees de sauacutede
de baixa oferta de serviccedilos possivelmente impactadas pela indisponibilidade de serviccedilos
especializados A coordenaccedilatildeo da fila de espera aqui exemplificada pelas pessoas com
HAS e DM necessita ser incentivada independente da regiatildeo de sauacutede visto que tem um
papel fundamental na busca da equidade e garantia dos atendimentos em sauacutede pela rede
de atenccedilatildeo
147
Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames
especializados por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n
EqAB
II182 Possui central
para marcaccedilatildeo de
consulta especializada
4502 872 1056 848 3412 888 1256 932 4634 937 14860 898
II182Possui central
para marcaccedilatildeo de
exames
4419 856 996 800 3264 849 1210 898 4465 903 14354 868
II171 Quando o
usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser
encaminhado para
consulta especializada
jaacute sai da UBS com a
consulta agendada
829 161 238 191 1179 307 456 339 1632 330 4334 262
II171 A consulta eacute
marcada pela UBS e
depois informada ao
usuaacuterio
2106 408 622 500 2304 599 991 736 4061 821 10084 610
II256 Coordena a fila
de espera para usuaacuterios
com HAS
2492 483 660 530 1807 470 669 497 2505 507 8133 492
II266 Coordena a fila
de espera para usuaacuterios
com DM
2454 476 641 515 1775 462 669 497 2556 517 8095 489
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III919 Quando
precisam os
profissionais da equipe
sempre conseguem
marcar uma consulta
com outros
profissionais ou
especialistas
8790 633 2075 633 8384 730 3037 728 9956 674 32242 677
III920 Quando satildeo
atendidos na UBS e
necessitam ser
encaminhados para
outros profissionais ou
especialistas saem da
UBS com a consulta
agendada
1413 102 352 107 1873 163 581 139 1954 132 6173 130
III920 Quando satildeo
atendidos na UBS e
necessitam ser
encaminhados para
outros profissionais ou
especialistas a consulta
eacute marcada pela UBS e
depois informada ao
usuaacuterio
4146 298 1222 373 5345 465 2418 580 8983 609 22114 465
148
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n N usuaacuterios que
alguma vez precisou
marcar consultas com
especialistas
13897 3279 11491 4171 14761 47599
MEacuteDIA 477 500 548 594 603 543
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas
especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
A comunicaccedilatildeo eficaz entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
tanto quanto a comunicaccedilatildeo profissional-usuaacuterio satildeo elementos essenciais para o
atendimento de boa qualidade (Davis et al 2014) A coordenaccedilatildeo eacute especialmente afetada
pela falta de integraccedilatildeo entre os niacuteveis assistenciais e precaacuteria relaccedilatildeo entre os prestadores
o que resulta em barreiras para a trajetoacuteria do usuaacuterio pela rede de atenccedilatildeo (Almeida et al
2010)
Na Tabela 13 e Graacutefico 19 satildeo apresentados indicadores do componente
comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos da atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada As equipes de
atenccedilatildeo baacutesica que fizeram contato com especialistas representam 670 enquanto as que
foram contatadas por especialistas correspondem a menos da metade das equipes (485)
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II182 Possui central para marcaccedilatildeo de consultaespecializada
II182Possui central para marcaccedilatildeo de exames
III919 Quando precisam os profissionais da equipe sempreconseguem marcar uma consulta com outros profissionais ouespecialistasII171 A consulta eacute marcada pela UBS e depois informada aousuaacuterio
II256 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com HAS
II266 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com DM
III920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistas aconsulta eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterioII171 Quando o usuaacuterio eacute atendido na UBS e necessita serencaminhado para consulta especializada jaacute sai da UBS coma consulta agendadaIII920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistassaem da UBS com a consulta agendada
149
A existecircncia de fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado entre AB e AE eacute uma realidade
para metade das equipes (498) Todavia diversos tipos de fluxo institucionalizado satildeo
pouco frequentes a discussatildeo de casos ocorre em 175 das equipes as reuniotildees teacutecnicas
com especialistas em 131 o telessauacutede em 77 das equipes e a ficha de referecircncia
contra-referecircncia com histoacuteria detalhada e sugestotildees de conduta eacute utilizada por 412 das
equipes A lista de contatos na UBS com os especialistas da rede SUS estaacute presente em
431 das equipes E 401 dos usuaacuterios afirmam que depois de atendidos por outros
profissionais fora da UBS a equipe sempre conversou sobre esse atendimento
A variaccedilatildeo entre os grupos de regiotildees de sauacutede eacute expressa pelo tipo de fluxo
institucionalizado e a existecircncia de lista de contatos na UBS Quanto a esse uacuteltimo os
extremos satildeo 330 de equipes possuem lista nas Reg 1 e 530 nas Reg 5 Em relaccedilatildeo a
existecircncia de fluxo institucionalizado os melhores resultados estatildeo nas Reg 4 (578) e
Reg 5 (637) e os piores nas Reg 1 (382) e Reg 2 (368) O mesmo comportamento
pode ser observado em relaccedilatildeo aos tipos de fluxos institucionalizados (discussatildeo de casos
reuniotildees teacutecnicas com especialistas telessauacutede e fichas de referecircncia e contra-referecircncia)
com baixos resultados em geral contudo mais altos nas equipes das Reg 5 e mais baixos
nas Reg 1
Na comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE o uacutenico resultado que ultrapassa
a metade das equipes estaacute no contato feito pela atenccedilatildeo baacutesica com os especialistas A
institucionalizaccedilatildeo de fluxos de comunicaccedilatildeo seria um grande avanccedilo na organizaccedilatildeo dos
serviccedilos para potencializar o cuidado em sauacutede e o diaacutelogo entre os profissionais Mas
percebe-se que o tipo mais utilizado ainda eacute a ficha de referecircnciacontra-referecircncia
inclusive nas regiotildees de alto DSE e alta oferta
Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II186 Fizeram contato
com especialistas 3258 631 748 601 2707 704 926 687 3436 695 11075 670
II187 Foram contatadas
por especialistas 2333 452 553 444 1876 488 686 509 2576 520 8021 485
II188 Possuem fluxo de
comunicaccedilatildeo
institucionalizado entre
AB e AE
1973 382 458 368 1870 486 779 578 3150 637 8230 498
150
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE discussatildeo de
casos
684 133 184 148 599 156 288 214 1141 231 2896 175
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE reuniotildees
teacutecnicas com
especialistas
476 92 130 104 368 96 235 174 953 193 2162 131
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE telessauacutede
266 52 109 88 336 87 140 104 426 86 1277 77
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE ficha de
referecircncia
contrarreferecircncia com
histoacuteria detalhada e
sugestotildees de conduta
1581 306 359 288 1543 401 639 474 2698 546 6820 412
II1811 Possuem uma
lista de contatos na UBS
com os especialistas da
rede SUS
1701 330 417 335 1704 443 688 511 2619 530 7129 431
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III921 Depois que
foram atendidos por
outros profissionais fora
da UBS a EqAB sempre
conversou sobre o
atendimento
5665 408 1199 366 4783 416 1718 412 5713 387 19078 401
N usuaacuterios que alguma
vez precisou marcar
consultas com
especialistas
13897 3279 11491 4171 14761 47599
MEacuteDIA 310 305 364 407 425 364
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
151
Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta
entre serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
545 Discussatildeo
A partir do conjunto de componentes que integram o atributo da coordenaccedilatildeo em
linhas gerais pode-se verificar dificuldades na maior parte dos indicadores analisados que
abrangem acesso agraves consultas e exames especializados disponibilidade de equipamentos
de tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) contato entre os profissionais da AB e
AE e mecanismos de referecircncias e fluxos para o cuidado ao usuaacuterio nos diferentes pontos
da rede de atenccedilatildeo
Diferentes estudos sobre o tema em especial nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo nos
paiacuteses europeus mostram ser esta uma preocupaccedilatildeo crescente assim como o avanccedilo de
medidas para melhorar a coordenaccedilatildeo do cuidado em paiacuteses com serviccedilos nacionais de
sauacutede cuja funccedilatildeo de gatekeeper eacute exercida pela APS (Giovanella e Stegmuumlller 2013
Starfield et al 2005) Nesses casos eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da
APS no sistema de sauacutede em que os serviccedilos ambulatoriais de primeiro contato estatildeo
integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo individual eacute garantida
em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014)
Jaacute no caso brasileiro diversos estudos encontraram deficiecircncia na funccedilatildeo de
coordenaccedilatildeo pela APS (Escorel et al 2007 Ibantildeez et al 2006 OPAS 2013 Mesquita
Filho et al 2014 Almeida et al 2010 Fausto et al 2014)
Escorel et al (2007) a partir de resultados insatisfatoacuterios para a coordenaccedilatildeo do
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II186 Fizeram contato com especialistas
II188 Possuem fluxo de comunicaccedilatildeoinstitucionalizado entre AB e AE
II187 Foram contatadas por especialistas
II1811 Possuem uma lista de contatos na UBScom os especialistas da rede SUS
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEficha de referecircncia contrarreferecircncia comhistoacuteria detalhada e sugestotildees de condutaIII921 Depois que foram atendidos por outrosprofissionais fora da UBS a EqAB sempreconversou sobre o atendimentoII189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEdiscussatildeo de casos
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEreuniotildees teacutecnicas com especialistas
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEtelessauacutede
152
cuidado em estudos de caso realizados em 2001 e 2002 apontam a importacircncia da
melhoria da comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos para um cuidado continuado
O acesso agrave atenccedilatildeo secundaacuteria permaneceu difiacutecil () A referecircncia era
pouco estruturada sendo grande a dificuldade para garantir o
atendimento nas especialidades meacutedicas e exames de apoio diagnoacutestico
de meacutedia complexidade A maioria das unidades de sauacutede da famiacutelia natildeo
possui equipamentos de informaacutetica e telefonia muitas vezes valendo-se
dos celulares e dos contatos dos proacuteprios profissionais para conseguir o
atendimento especializado Na maior parte dos municiacutepios estudados
havia alguma forma de regulaccedilatildeo para a referecircncia Contudo os
mecanismos de integraccedilatildeo natildeo eram suficientes para garantir um sistema
de referecircncia e contra-referecircncia que possibilitasse a coordenaccedilatildeo do
cuidado Esse foi um dos atributos da atenccedilatildeo primaacuteria menos
desenvolvidos nas experiecircncias estudadas permanecendo como grande
desafio do PSF a melhora da comunicaccedilatildeo entre profissionais da atenccedilatildeo
baacutesica e especialistas e serviccedilos de pronto-atendimento e emergecircncia Satildeo
profissionais com experiecircncias e formaccedilotildees distintas o que exige a
criaccedilatildeo de estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e de ampliaccedilatildeo da confianccedila e da
credibilidade do profissional de atenccedilatildeo primaacuteria para que o especialista
promova o retorno do paciente ao generalista de forma a garantir a
continuidade do tratamento pelo profissional mais adequado (Escorel et
al 2007 174)
Essa discussatildeo dialoga com os resultados dos componentes continuidade
informacional e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE do nosso trabalho A troca
de informaccedilotildees entre profissionais eacute primordial para que o generalista da atenccedilatildeo baacutesica
possa exercer sua funccedilatildeo de coordenador de cuidados (Escorel et al 2007) Da mesma
forma os registros tecircm um papel fundamental na continuidade dos cuidados especialmente
considerando o trabalho em equipe multiprofissional e a constante rotatividade de
profissionais no SUS Ainda que centrais de regulaccedilatildeo estejam sempre presentes nossos
resultados mostram a deficiecircncia na continuidade informacional com existecircncia apenas de
fichas de encaminhamento dos usuaacuterios aos demais pontos de atenccedilatildeo e somente cerca de
metade das equipe registrando as pessoas com HAS e DM com maior risco ou o nuacutemero de
pessoas com tuberculose e hanseniacutease
Almeida e Santos (2015) discutem que sendo uma das caracteriacutesticas da
coordenaccedilatildeo do cuidado a articulaccedilatildeo entre serviccedilos e accedilotildees para uma prestaccedilatildeo de
cuidado mais integral e sincronizada isso pode ser potencializado por estrateacutegias de
integraccedilatildeo da rede e investimento em tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) Na
pesquisa dos autores a implantaccedilatildeo das TIC foi considerada precaacuteria assim como nos
achados de nosso estudo A continuidade informacional entre AB e AE por exemplo por
meio de prontuaacuterio eletrocircnico compartilhado estaacute presente em apenas 11 das equipes
153
participantes do PMAQ-AB assim como o uso do telessauacutede eacute incipiente (Fausto et al
2014)
Um exemplo interessante pode ser encontrado em estudo no municiacutepio de Curitiba
(Chomatas et al 2013) em que os autores encontram bons resultados para o atributo da
coordenaccedilatildeo do cuidado e em relaccedilatildeo ao sistema de informaccedilatildeo Atribuem esses resultados
ao investimento feito pelo municiacutepio no sistema informatizado tanto para resultados de
exames laboratoriais de anaacutelises cliacutenicas disponibilizados on-line no prontuaacuterio como na
operacionalizaccedilatildeo da marcaccedilatildeo de consultas especializadas
Outro ponto recorrente eacute a insuficiecircncia de fluxos institucionalizados de
comunicaccedilatildeo entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada Na Tabela 13 menos da metade
das equipes tem uma lista de contatos de especialistas da rede SUS na UBS o que
caracteriza a tradicional informalidade nos contatos Apenas metade das equipes possui
fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado e o predominante dentre os tipos satildeo as fichas de
referecircncia e contrarreferecircncia (cerca de 40) A contrarreferecircncia eacute uma dificuldade
apontada na maior parte dos estudos trazendo prejuiacutezos nessa comunicaccedilatildeo entre os
equipamentos da rede (Escorel et al 2007 Costa et al 2013 Almeida et al 2010
Carneiro et al 2014) Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de
Janeiro tambeacutem foi identificada baixa qualidade da contrarreferecircncia do especialista para
APS salvo quando se trata de uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS
Almeida e Santos (2015) discutem que em um cenaacuterio nacional de deficiente
disponibilidade de recursos tecnoloacutegicos e de informaccedilatildeo mesmo as tradicionais referecircncia
e contrarreferecircncia poderiam trazer algum avanccedilo de suporte cliacutenico
Segundo Mendes (2011) o desconhecimento de tecnologias de microgestatildeo pelos
municiacutepios e equipes como gestatildeo de casos gestatildeo de lista de espera revisatildeo do
prontuaacuterio protocolos cliacutenicos e sistema integrado de informaccedilatildeo estariam dificultando a
implantaccedilatildeo dos sistemas de referecircncia e contrarreferecircncia dos usuaacuterios Estaacute colocada
aqui pelos resultados encontrados no conjunto de estudos a reduzida capacidade de
funccedilatildeo de filtro da APS
A anaacutelise dessa funccedilatildeo de gatekeeper (ou funccedilatildeo de filtro) estaacute mais diretamente
relacionada ao componente acesso a consultasexames especializados (Tabela 12) que se
revelou tambeacutem com resultados insatisfatoacuterios Observou-se a existecircncia de centrais de
marcaccedilatildeo de consultas em exames na maior parte das equipes assim como em outros
estudos (Almeida et al 2010 Escorel et al 2007) Contudo o agendamento de consultas
especializadas no mesmo dia de atendimento do usuaacuterio na UBS ou marcaccedilatildeo pela UBS
154
informada posteriormente ao paciente mostram certo avanccedilo ainda que baixo nos
municiacutepios de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1)
Eacute niacutetida uma melhor organizaccedilatildeo das equipes das Reg 5 nesse aspecto Aleacutem disso menos
da metade das equipes coordenam as filas de espera
Cabe ressaltar a importacircncia de profissionais qualificados tambeacutem para exercer a
funccedilatildeo de filtro para o acesso aos serviccedilos especializados A qualificaccedilatildeo dos profissionais
pode evitar a burocratizaccedilatildeo excessiva (busca do profissional da AB somente para
encaminhamentos) e o aumento do nuacutemero de encaminhamentos desnecessaacuterios aos
serviccedilos especializados (Giovanella et al 2009) Leatildeo e Caldeira (2011) em concordacircncia
mostram em seus resultados que equipes em que atuavam profissionais qualificados (com
residecircncias em sauacutede da famiacutelia ou medicina de famiacutelia e comunidade) apresentaram
melhores resultados no conjunto de atributos da APS
Outra discussatildeo pertinente cabe ser apresentada sobre o ordenamento dos fluxos
assistenciais Mendes (2011) define como objetivo dos protocolos cliacutenicos ldquoprestar
atenccedilatildeo agrave sauacutede apropriada em relaccedilatildeo a partes do processo de uma condiccedilatildeo de sauacutede e
em um ponto de atenccedilatildeo agrave sauacutede determinadordquo (Mendes 2011 372) garantindo assim
processos mais precisos e seguros e com menor variabilidade Nesse sentido cerca de 70
das equipes relatam possuir protocolos para preacute-natal HAS e DM de forma mais
expressiva nas regiotildees mais desenvolvidas
Jaacute em relaccedilatildeo agraves referecircncias e fluxos ndash que estatildeo diretamente relacionadas agrave
disponibilidade de equipamentos e vagas na rede de atenccedilatildeo ndash a diferenccedila entre as regiotildees
mais desenvolvidas e maior oferta e menos desenvolvidas com menor oferta de serviccedilos eacute
ainda mais expressiva Exemplificando nem metade das mulheres foram orientadas sobre
a maternidade que fariam o parto Cabe ressaltar que a implementaccedilatildeo de protocolos e
definiccedilatildeo de referecircncias satildeo medidas que demandam pouco investimento da gestatildeo
municipal abrangendo mapeamento do territoacuterio e distribuiccedilatildeo das vagas e qualificaccedilatildeo
dos profissionais
Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos foram apontados
problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo e comunicaccedilatildeo
entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e
ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre
os niacuteveis assistenciais podem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias
nas secretarias municipais e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local
organizaccedilatildeo dos fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos
155
especializados municipais (Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os
resultados do PMAQ-AB apresentados por Fausto et al (2014) podem supor uma relaccedilatildeo
entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo e desenvolvimento
socioeconocircmico dos municiacutepios Segundo as autoras nos municiacutepios menores haacute um
pouco mais de possibilidade de interaccedilatildeo entre os profissionais de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo
especializada o que provavelmente se deve a questotildees de proximidade entre os serviccedilos e
pessoal ao inveacutes de iniciativas institucionalizadas para a integraccedilatildeo As diferenccedilas
encontradas nas condiccedilotildees de oferta e uso de serviccedilos de APS nos municiacutepios pequenos
vem mostrar a limitaccedilatildeo da gestatildeo municipal de isoladamente responder pelo conjunto de
accedilotildees proacuteprias da APS e a necessidade de articulaccedilatildeo regional
Do conjunto de 36 indicadores considerados um padratildeo de referecircncia para o
atributo da coordenaccedilatildeo nenhum se apresenta no padratildeo muito bom (mais de 90 das
respostas) 3 indicadores se expressaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) 8
indicadores estiveram no padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) e 25 indicadores no
padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) A concentraccedilatildeo dos indicadores em
padratildeo bom estaacute na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na
existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os
indicadores de padratildeo inadequado se distribuem em todos os componentes continuidade
informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames
especializados e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE Em outras palavras haacute
dificuldade de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames especializados baixa
comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de referecircnciasfluxos e
mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso dos usuaacuterios aos serviccedilos que
necessitam
O Graacutefico 20 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
coordenaccedilatildeo
156
Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Ordenamento defluxos assistenciais
Acesso agraveconsultasexamesespecializados
Continuidadeinformacional
Comunicaccedilatildeo diretaAB e AE
157
55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE
O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade envolve o conhecimento das necessidades
da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto socioeconocircmico a distribuiccedilatildeo dos problemas de
sauacutede no territoacuterio a interaccedilatildeo com recursosequipamentos disponiacuteveis no territoacuterio para o
enfrentamento dos problemas e a participaccedilatildeo da comunidade nas accedilotildees para melhoria de
sua sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e Mendonccedila 2012)
Uma atenccedilatildeo baacutesica orientada para a comunidade busca potencializar a interaccedilatildeo
entre serviccedilo de sauacutede equipamentos do territoacuterio determinantes sociais e comunidade a
fim de produzir melhores resultados em sauacutede Para operacionalizar este atributo foram
definidos trecircs componentes territorializaccedilatildeo intersetorialidade e participaccedilatildeo social
551 Territorializaccedilatildeo
O componente territorializaccedilatildeo contempla principalmente a perspectiva das equipes
no que se refere agrave sua organizaccedilatildeo voltada para o territoacuterio quais sejam adscriccedilatildeo da
populaccedilatildeo uso de criteacuterios de risco e vulnerabilidade e conhecimentomapeamento desse
territoacuterio para o planejamento das accedilotildees Buscou-se tambeacutem identificar se as ofertas ao
usuaacuterio lhe parecem adequadas agrave sua realidade
Na Tabela 14 e Graacutefico 21 satildeo expostos indicadores sobre a territorializaccedilatildeo Na
meacutedia Brasil 4 ou mais ACS estatildeo presentes em 917 das UBS A aacuterea de abrangecircncia
definida eacute um dos indicadores com resultados mais elevados existente em 977 das
equipes Contudo ainda haacute populaccedilatildeo descoberta pela atenccedilatildeo baacutesica no territoacuterio de
334 das equipes 641 das equipes tem ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade e
apenas 539 afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para
essa definiccedilatildeo de quantidade de pessoas
Em relaccedilatildeo ao mapeamento do territoacuterio 844 das equipes possuem mapas com
desenho do territoacuterio de abrangecircncia 607 das equipes realizara esse mapeamento nos
uacuteltimos 12 meses 810 realizam monitoramento e anaacutelise dos indicadores e informaccedilotildees
de sauacutede 795 das equipes realizaram algum levantamento de problemas e 765
estabeleceram um plano de accedilatildeo Jaacute os usuaacuterios 490 afirmam que os profissionais
sempre sugerem soluccedilotildees adequadas agrave realidade durante as consultas
Observou-se diferenccedilas na territorializaccedilatildeo nas diferentes regiotildees de sauacutede Haacute
273 de equipes com populaccedilatildeo descoberta no territoacuterio nas regiotildees de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) e 440 nas regiotildees de
meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Jaacute em relaccedilatildeo agraves equipes com ateacute 3500 pessoas sob
158
sua responsabilidade a maior concentraccedilatildeo estaacute nas Reg 1 com 724 de respostas
positivas e a pior concentraccedilatildeo nas Reg 5 com apenas 534 das equipes o que eacute
compatiacutevel com a alta concentraccedilatildeo populacional em municiacutepios maiores e portanto
necessidade de muitas equipes para cobertura populacional Quando perguntadas se a
gestatildeo adotou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definir a quantidade de pessoas sob
sua responsabilidade a variaccedilatildeo foi de 475 de respostas positivas nas regiotildees de meacutedio
DSE e meacutediaalta oferta (Reg 3) e 610 nas regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5)
Variaccedilotildees tambeacutem puderam ser observadas quanto ao mapeamento do territoacuterio As
Reg 1 destacam-se positivamente em relaccedilatildeo a menor populaccedilatildeo descoberta e a quantidade
de pessoas sob sua referencia contudo satildeo as que menos possuem mapas do territoacuterio de
abrangecircncia e atualizaccedilatildeo desse mapa nos uacuteltimos 12 meses As Reg 2 apresentam os
piores resultados quanto agrave populaccedilatildeo descoberta e ao planejamento das accedilotildees no territoacuterio
a partir do seu mapeamento As Reg 5 apesar de terem mais de 13 de populaccedilatildeo
descoberta conseguem ter mapas de abrangecircncia e satildeo as que mais utilizam esses mapas
para o planejamento das accedilotildees
Os avanccedilos observados nesse componente se referem agrave presenccedila de ACS e
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia nas equipes independente da regiatildeo de sauacutede Haacute cerca
de 13 de populaccedilatildeo descoberta em todas as regiotildees de sauacutede e os mapas de territoacuterio
quando existem poderiam ser amplamente utilizados no planejamento das accedilotildees o que eacute
uma realidade mais proacutexima apenas das Reg 4 e 5 Outro ponto importante eacute que os
profissionais precisam adequar suas condutas terapecircuticas agrave realidade dos usuaacuterios pois
menos da metade dos usuaacuterios em todas as regiotildees as consideram adequadas
Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente
territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I35 Possuem 4 ou
mais ACS 4664 933 1047 910 3286 927 1054 901 2560 888 12611 917
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II133 Existe
definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia
4979 965 1203 966 3775 982 1329 987 4872 985 16158 977
II137 Existe
populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno
1410 273 548 440 1210 315 469 348 1891 382 5528 334
159
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
do territoacuterio
II131 Existe ateacute
3500 pessoas sob sua
responsabilidade
3736 724 813 653 2687 699 724 537 2641 534 10601 641
II132 A gestatildeo
considerou criteacuterios
de risco e
vulnerabilidade para
a definiccedilatildeo de
quantidade de
pessoas sob sua
responsabilidade
2739 531 633 508 1827 475 707 525 3017 610 8923 539
II134 Possuem
mapas com desenho
do territoacuterio de
abrangecircncia
3784 733 976 784 3307 860 1235 917 4661 943 13963 844
II136 Nos uacuteltimos
12 meses realizou
mapeamento da aacuterea
de abrangecircncia
2724 522 672 535 2367 611 946 697 3437 687 10146 607
II910 Realizam
monitoramento e
anaacutelise dos
indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
4191 812 951 764 3012 784 1109 823 4130 835 13393 810
II92 Realizam
algum processo de
levantamento de
problemas
3905 757 891 716 2991 778 1118 830 4249 859 13154 795
II94 Estabelecem
um plano de accedilatildeo 3745 726 859 690 2829 736 1090 809 4156 840 12679 767
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III88 Durante as
consultas os
profissionais da
EqAB sempre
sugerem soluccedilotildees
adequadas a sua
realidade
9515 461 2241 458 7526 496 2711 498 10017 521 32010 490
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 681 681 702 723 744 715
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
160
Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
552 Intersetorialidade
A intersetorialidade no niacutevel local abrange a perspectiva das equipes quanto ao
conhecimento do territoacuterio e articulaccedilatildeo com os equipamentos disponiacuteveis no territoacuterio a
fim de um cuidado mais integral ao usuaacuterio capaz de reduzir iniquidades e aumentar a
responsabilidade e capacidade de intervenccedilatildeo sobre os determinantes sociais (Starfield
2002 Anderson e Rodrigues 2012) As variaacuteveis do PMAQ-AB natildeo permitem realizar
uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes e os demais setores e poliacuteticas
puacuteblicas presentes na comunidade Foram selecionados alguns indicadores com elementos
para essa discussatildeo como mapa com equipamentos sociais planejamento das atividades
considerando outros setores Programa Bolsa-famiacutelia (PBF) e Programa Sauacutede na Escola
(PSE)
A Tabela 15 e Graacutefico 22 apresentam os resultados dos indicadores selecionados
sobre a intersetorialidade Na meacutedia Brasil 596 das equipes planejam suas atividades
considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea Em relaccedilatildeo aos mapas apenas
192 das equipes possuem mapas com sinalizaccedilatildeo de aacuterea de risco e 458 das equipes
possuem mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais No que se refere ao PBF 749
das equipes realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do Programa
Bolsa Famiacutelia e 492 comprovam existecircncia de mapa de acompanhamento das famiacutelias
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I35 Possuem 4 ou mais ACS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia
II134 Possuem mapas com desenho do territoacuterio deabrangecircncia
II910 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos indicadores einformaccedilotildees de sauacutede
II92 Realizaram algum processo de levantamento deproblemas
II94 Estabeleceram um plano de accedilatildeo
II131 Existe ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade
II136 Nos uacuteltimos 12 meses realizou mapeamento da aacuterea deabrangecircncia
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidadepara a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob suaresponsabilidadeIII88 Durante as consultas os profissionais da EqAB sempresugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB no entorno doterritoacuterio
161
cadastradas no PBF Cerca da metade das equipes (538) apresentam registro de
realizaccedilatildeo de atividades nas escolas Algumas equipes atuam em territoacuterios com
implantaccedilatildeo de cisternas dentre as quais 807 tecircm seus ACS fazendo accedilotildees educativas
sobre a qualidade da aacutegua de cisternas
Independente do grupo de regiatildeo de sauacutede a busca ativa para as famiacutelias elegiacuteveis
do PBF assim como as accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das cisternas foram os
itens com maior percentual de respostas positivas Poreacutem haacute variaccedilotildees importantes entre
os grupos de regiotildees de sauacutede observando os demais indicadores Equipes que planejam
suas atividades considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea corresponde a
483 nas Reg 2 e 661 nas Reg 5 Os resultados satildeo muito baixos em relaccedilatildeo aos mapas
com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e de equipamentos sociais e piores nas equipes das Reg
2 em que somente 125 possuem mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e 355 com
sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais Tais resultados sugerem um provaacutevel
desconhecimento de importantes elementos do territoacuterio
Aproximadamente 70 das equipes independente da regiatildeo de sauacutede realizam
busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o cadastramento do PBF o que poderia ser
considerado um avanccedilo na interlocuccedilatildeo com o processo de trabalho da assistecircncia social
Contudo observa-se baixa comprovaccedilatildeo da existecircncia do mapa de acompanhamento das
famiacutelias do PBF com os extremos de 410 de equipes nas Reg 2 e 577 nas Reg 4 Isso
pode indicar que as equipes tecircm demonstrado baixa capacidade de captaccedilatildeo das famiacutelias
eou de resposta ao acompanhamento das condicionalidades do PBF
A accedilatildeo intersetorial a partir das variaacuteveis analisadas pode ser considerada deficiente
no cotidiano das equipes A maioria dos indicadores apresentam resultados positivos para
menos de 50 das equipes Um dos pontos de maior avanccedilo eacute o planejamento
considerando outros setores poreacutem este natildeo estaacute associado a um mapeamento dos
equipamentos sociais do territoacuterio elemento baacutesico para a realizaccedilatildeo de atividades em
parceria
162
Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente
intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II114 Planejam suas
atividades considerando
o envolvimento de
outros setores de sua
aacuterea (intersetorialidade)
2869 556 601 483 2332 607 788 585 3267 661 9857 596
II135 Possui mapa
com sinalizaccedilatildeo de aacutereas
de risco (aacutereas de
violecircncia com precaacuterias
condiccedilotildees sanitaacuterias
zonas de risco como
encostas morros e
loteamentos irregulares)
837 162 156 125 751 195 302 224 1127 228 3173 192
II135 Possui mapa
com sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos sociais
(comeacutercios locais
igrejas escolas e outros)
2394 464 442 355 1919 499 671 498 2154 436 7580 458
II331 Realizam busca
ativa de famiacutelias
elegiacuteveis para
cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
3969 769 943 757 2653 690 973 722 3845 778 12383 749
II3331 Comprovam
existecircncia de mapa de
acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no
Programa Bolsa Famiacutelia
2254 437 511 410 1919 499 777 577 2679 542 8140 492
II3821 Comprovam
registro de atividades na
escola
3007 583 627 504 2144 558 697 517 2426 491 8901 538
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
II314 Nos territoacuterios
com cisternas os ACS
fazem accedilotildees educativas
sobre a qualidade da
aacutegua de cisternas
2723 853 492 837 1059 753 331 757 1036 756 5641 807
N EqAB que possuem
cisternas no territoacuterio
de atuaccedilatildeo
3191 588 1407 437 1371 6994
MEacuteDIA 546 496 543 554 556 547
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
163
Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
553 Participaccedilatildeo social
A participaccedilatildeo social no niacutevel local refere-se a estrateacutegias dos serviccedilos de sauacutede
que favorecem a participaccedilatildeo da comunidade para o alcance de melhores resultados em
sauacutede (Starfield 2002) A participaccedilatildeo contempla desde decisotildees sobre a organizaccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo com o serviccedilo ateacute decisotildees sobre as condutas terapecircuticas Para essa anaacutelise
foram selecionados indicadores referentes aos espaccedilos formais de participaccedilatildeo social e
canais de comunicaccedilatildeo assim como a experiecircncia da comunidade quanto ao uso desses
espaccedilos
Na Tabela 16 e no Graacutefico 23 satildeo apresentados indicadores sobre a participaccedilatildeo
social O conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente estaacute presente na UBS
segundo 592 das equipes A disponibilidade de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios
para demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees foi afirmada por 731 das equipes e 883
dizem considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho Todavia apenas 368 das entrevistadas realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo com os
usuaacuterios
Quando querem fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS 496 dos usuaacuterios
conseguem e quando fizeram reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo somente 236 afirmam ter um
retorno rapidamente
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II314 Nos territoacuterios com cisternas os ACS fazemaccedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de cisternas
II331 Realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis paracadastramento do Programa Bolsa Famiacutelia
II114 Planejam suas atividades considerando oenvolvimento de outros setores de sua aacuterea(intersetorialidade)
II3821 Comprovam registro de atividades na escola
II3331 Comprovam existecircncia de mapa deacompanhamento das famiacutelias cadastradas noPrograma Bolsa Famiacutelia
II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentossociais (comeacutercios locais igrejas escolas e outros)
II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco(aacutereas de violecircncia com precaacuterias condiccedilotildees sanitaacuteriaszonas de risco como encostas morros e loteamentosirregulares)
164
Em relaccedilatildeo aos grupos de regiotildees de sauacutede percebe-se similaridade entre a opiniatildeo
dos usuaacuterios e variabilidade entre as respostas das equipes Nas equipes das Reg 5 694
possuem conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada similar percentual superior agraves
demais regiotildees em especial a Reg 3 com 516 das equipes afirmando o mesmo Essa
variaccedilatildeo eacute similar em relaccedilatildeo agrave disponibilidade dos canais de comunicaccedilatildeo para os
usuaacuterios 851 nas equipes das Reg 5 835 nas Reg 4 e no outro extremo 606 nas
Reg 2 e 637 nas Reg 1
Observa-se maior presenccedila de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios do que
espaccedilos formais de decisatildeo como conselhos locais de sauacutede e ambos estatildeo mais instituiacutedos
nas Reg 5 Nas regiotildees de sauacutede como um todo as respostas satildeo positivas em relaccedilatildeo a
considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
(mais de 80) Contudo quando se observa os demais indicadores em especial a resposta
dos usuaacuterios ao fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS (cerca de 50) percebe-se
deficiecircncias importantes nas possibilidades de participaccedilatildeo social e de funcionamento dos
espaccedilos de interaccedilatildeo
Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo
social por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n N n
EqAB
II355 Existe conselho
local de sauacutede ou
instacircncia colegiada
equivalente
2763 535 773 621 1984 516 834 619 3432 694 9786 592
II341 Dispotildeem de
canais de comunicaccedilatildeo
para os usuaacuterios
expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees
eou sugestotildees na AB
3285 637 754 606 2723 708 1125 835 4208 851 12095 731
II351 Realizam
pesquisa de satisfaccedilatildeo
dos usuaacuterios
2024 392 389 312 1339 348 509 378 1831 370 6092 368
II354 Consideram a
opiniatildeo do usuaacuterio para
a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do
processo de trabalho
4493 871 1026 824 3360 874 1234 916 4500 910 14613 883
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III191 Quando
querem fazer uma 3006 470 756 448 2772 537 985 513 3713 495 11232 496
165
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n N n
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na UBS conseguem
III192 Quando
fizeram alguma relaccedilatildeo
ou sugestatildeo
rapidamente tiveram
um retorno
1449 227 324 192 1299 252 476 248 1794 239 5342 236
N usuaacuterios que
precisaram fazer
reclamaccedilatildeo ou
sugestatildeo na UBS
6393 1686 5158 1919 7505 22661
MEacuteDIA 522 501 539 585 593 551
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
554 Discussatildeo
O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade expresso neste trabalho pela anaacutelise dos
componentes ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo apresentou
resultados insatisfatoacuterios assim como em estudos anteriores utilizando o PCATool
demonstraram (Elias et al 2006 Curto 2009 Leao e Caldeira 2011 Ibantildeez et al 2006
Turci et al 2016)
Em estudo realizado no municiacutepio de Satildeo Paulo gestores e profissionais avaliaram
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II354 Consideram a opiniatildeo dousuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo equalificaccedilatildeo do processo de trabalho
II341 Dispotildeem de canais decomunicaccedilatildeo para os usuaacuteriosexpressarem suas demandasreclamaccedilotildees eou sugestotildees na ABII355 Existe conselho local de sauacutedeou instacircncia colegiada equivalente
III191 Quando querem fazer umareclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBSconseguem
II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeodos usuaacuterios
III192 Quando fizeram algumarelaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamentetiveram um retorno
166
positivamente a orientaccedilatildeo para a comunidade das equipes enquanto os usuaacuterios avaliaram
como negativa (Elias et al 2006)
Em outra pesquisa com foco na atenccedilatildeo agrave tuberculose realizada por Curto (2009) a
orientaccedilatildeo para a comunidade nos serviccedilos de APS foi considerada insatisfatoacuteria pelos trecircs
atores usuaacuterios profissionais e gestores com algum grau de variaccedilatildeo nas respostas
Quanto agrave existecircncia de parcerias sociais e participaccedilatildeo social os trecircs atores (usuaacuterios
profissionais e gestores) avaliaram os serviccedilos como insatisfatoacuterios ou regular e em
relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de atividades lsquoextra murosrsquo usuaacuterios consideraram insatisfatoacuterias
profissionais como regular e gestores como satisfatoacuteria (Curto 2009)
Da mesma forma Macincko et al (2003) revelam que caracteriacutesticas dos serviccedilos
de sauacutede voltadas para a melhoria da coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade satildeo
escassas em quase todos os paiacuteses da OCDE envolvidos em sua pesquisa
Em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo praticamente a totalidade das equipes possuem
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da populaccedilatildeo mas 13 ainda tecircm populaccedilatildeo descoberta no
seu territoacuterio Esse uacuteltimo resultado eacute preocupante considerando o grande nuacutemero de
pessoas sob responsabilidade de uma equipe de sauacutede da famiacutelia ndash maacuteximo de 4000
pessoas sendo recomendado 3000 pessoas (Brasil 2011b) uma vez que mesmo a
populaccedilatildeo sendo adscrita eacute notoacuteria a dificuldade de acompanhamento desse quantitativo
de pessoas por uma equipe Logo provavelmente o acesso agrave APS pela populaccedilatildeo
descoberta no territoacuterio eacute muito difiacutecil Giovanella (2006) destaca a variaccedilatildeo na lista de
cidadatildeos inscritos por meacutedico de famiacutelia em diferentes paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia que vai
desde 1030 pessoas na Itaacutelia ateacute o maacuteximo de 2500 na Espanha um nuacutemero bem inferior
agrave norma brasileira
A maior parte das equipes (80) planejam accedilotildees a partir dessa territorializaccedilatildeo
(mapas de territoacuterio anaacutelise de indicadores levantamento de problemas) a partir de
criteacuterios definidos pela gestatildeo municipal Contudo eacute baixa a atualizaccedilatildeo do mapeamento
da aacuterea de abrangecircncia pelas equipes
Faria (2013) traz a discussatildeo da territorializaccedilatildeo sob o aspecto do planejamento e
gestatildeo da sauacutede O autor destaca a importacircncia dos limites da territorializaccedilatildeo servirem
para integraccedilatildeo e natildeo segregaccedilatildeo assim como a necessidade de solidariedade no SUS
entre o planejamento em niacutevel de equipe do municiacutepio e da regiatildeo de sauacutede Somente
dessa forma poderia ser garantida a continuidade da atenccedilatildeo e o planejamento territorial na
perspectiva das redes de atenccedilatildeo
Monken (2008) define o termo como base para o relacionamento entre equipe de
167
sauacutede e comunidade conceito pelo qual se atribuiu a territorializaccedilatildeo como um
componente do atributo orientaccedilatildeo para a comunidade
uma territorializaccedilatildeo ampla em que este processo seja o meacutetodo de
obtenccedilatildeo e de anaacutelise de informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de vida e sauacutede
de populaccedilotildees um instrumento para se entender os contextos de uso do
territoacuterio em todos os niacuteveis das atividades humanas [] (Monken 2008
143)
Contudo a praacutetica e o planejamento em sauacutede algumas vezes caminham ao
contraacuterio dessa perspectiva quando o cadastramento e os limites dos serviccedilos satildeo feitos
privilegiando a dimensatildeo poliacutetico-administrativa do serviccedilo ao inveacutes da dimensatildeo das
necessidades em sauacutede no territoacuterio e sua oferta (Faria 2013)
Uma das principais perspectivas para enfrentamento de determinantes sociais
assim como uma condiccedilatildeo para uma APS abrangente consiste na accedilatildeo intersetorial
(Carvalho e Buss 2008) A accedilatildeo articulada de diversos setores pode produzir resultados
mais efetivos do que o setor sauacutede alcanccedilaria por si soacute (Giovanella et al 2009) Garcia et
al (2014) em revisatildeo de literatura sobre o tema identificam um consenso sobre o
potencial das accedilotildees intersetoriais para a transformaccedilatildeo da realidade dos serviccedilos poreacutem
concluem que as experiecircncias analisadas natildeo permitem avaliar sobre a continuidade e
sustentabilidade das accedilotildees
A anaacutelise dos resultados da Tabela 15 mostram a dificuldade de articulaccedilatildeo
intersetorial por parte das equipes com avanccedilos em poucos setores Alencar et al (2014)
destacam em estudo com usuaacuterios no municiacutepio de Satildeo Luiacutes que a oferta de serviccedilos de
sauacutede nas escolas e a intersetorialidade tiveram uma alta porcentagem de ldquonatildeo saberdquo como
resposta demonstrando o desconhecimento da comunidade a escassez de accedilotildees
intersetoriais e a incipiente participaccedilatildeo da mesma nos processos democraacuteticos
Outras abordagens sobre esse tema ressaltam dificuldades em torno da
intersetorialidade formaccedilatildeo inadequada dos recursos humanos necessidade de iniciativas
gerais do municiacutepio que respaldem as accedilotildees locais das ESF (Giovanella et al 2009)
importacircncia da interdisciplinaridade como diretriz nas graduaccedilotildees em sauacutede e as rubricas
dos orccedilamentos puacuteblicos predominantemente setorizadas (Azevedo et al 2012)
Uma problematizaccedilatildeo importante e que pouco consegue ser expressada pelos
indicadores selecionados do PMAQ-AB para a discussatildeo dessa temaacutetica se refere ao papel
do governo municipal na efetivaccedilatildeo da intersetorialidade Por mais que as equipes
cumpram um papel de mediadoras e executoras dessas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
168
intersetoriais satildeo as accedilotildees de planejamento execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de diversos atores e
setores do municiacutepio como um todo que podem contemplar uma seacuterie de respostas aos
problemas do territoacuterio A concepccedilatildeo ampliada de sauacutede depende de reformas
organizacionais que deem respostas concretas agraves necessidades da populaccedilatildeo (Papoula
2006 Inojosa e Junqueira 1997)
Haacute portanto a necessidade de ativaccedilatildeo do sujeito nas accedilotildees intersetoriais seja ele
gestor teacutecnico profissional ou usuaacuterio Uma incorporaccedilatildeo desse conjunto de sujeitos nos
processos decisoacuterios resulta em uma reflexatildeo sobre praacutetica profissional privilegiando
posturas solidaacuterias e comprometidas (Azevedo et al 2012) Ao mesmo tempo a interface
entre sauacutede e outros setores para a construccedilatildeo da cidadania pode ser expressa nos espaccedilos
institucionais como as cacircmaras para a gestatildeo da poliacutetica local municipal e as experiecircncias
de orccedilamento participativo que ampliam a visatildeo sobre os determinantes de sauacutede
(Giovanella et al 2009 Carvalho e Buss 2008)
Cerca de 70 das equipes de atenccedilatildeo baacutesica possuem canais de comunicaccedilatildeo para
os usuaacuterios expressarem suas demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees e mais de 80
relatam considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para organizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho (Tabela 16) Contudo mais de 40 das equipes natildeo tecircm um espaccedilo decisoacuterio
instituiacutedo como um conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente e menos de
13 dos usuaacuterios tiveram rapidamente algum retorno sobre sua sugestatildeo ou reclamaccedilatildeo Em
outras palavras percebe-se aqui que natildeo haacute espaccedilo para o ldquoempoderamentordquo dos grupos
nas decisotildees relativas agrave sua sauacutede conforme definem Carvalho e Buss (2008)
Ademais a simples existecircncia do conselho natildeo informa sobre a qualidade da
participaccedilatildeo Bispo Junior e Martins (2014) em discussatildeo sobre os conselhos locais
sinalizam diferentes fatores que contribuem para o baixo envolvimento da populaccedilatildeo nas
instacircncias decisoacuterias especialmente a ausecircncia de cultura participativa e baixa
resolutividade do conselho em relaccedilatildeo aos problemas comunitaacuterios Segundo os autores haacute
um ciclo vicioso que associa problemas na assistecircncia prestada agrave ausecircncia da participaccedilatildeo
popular (Bispo Junior e Martins 2014)
Escorel e Moreira (2012) entretanto aprofundam esse debate identificando que os
problemas dos conselhos relacionam-se agraves dificuldades da democracia representativa como
um todo sendo necessaacuterio fortalecer o potencial democraacutetico desses espaccedilos evitando os
existentes processos de cooptaccedilatildeo dos grupos sociais Os autores sinalizam dentre os
desafios a recuperaccedilatildeo do papel poliacutetico dos conselhos o resgate da mobilizaccedilatildeo social
das conferecircncias o respeito agrave diversidade de sujeitos poliacuteticos e a mobilizaccedilatildeo de novos
169
sujeitos poliacuteticos Reforccedilam a necessidade de aumentar a democratizaccedilatildeo por meio da
melhoria da representaccedilatildeo nos conselhos e da qualidade dessa participaccedilatildeo instaurando um
novo ciclo virtuoso o exerciacutecio da democracia deliberativa resultando em aumento da
efetividade dos conselhos e melhoria das poliacuteticas puacuteblicas (Escorel e Moreira 2012)
Em siacutentese pode-se dizer que orientaccedilatildeo para a comunidade em geral mostrou
melhores resultados para territorializaccedilatildeo e baixos resultados e insuficiecircncia em relaccedilatildeo a
indicadores de intersetorialidade e participaccedilatildeo social Os resultados positivos em relaccedilatildeo agrave
territorializaccedilatildeo se referem agrave disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia
da equipe Contudo importante destacar que esses melhores resultados provavelmente satildeo
influenciados pelo marco normativo (PNAB 2011) que vincula a existecircncia de equipes
completas (com ACS) e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia para o repasse de financiamento
da esfera federal aos municiacutepios Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes
natildeo consideram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a
interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A percepccedilatildeo positiva dos profissionais
sobre considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho se contrapotildee aos demais resultados insatisfatoacuterios de participaccedilatildeo social
Do conjunto de 24 indicadores todos foram considerados um padratildeo de referecircncia
para o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade Do total de indicadores 2 se
apresentaram no padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 6 indicadores se
expressaram com padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) e 4 indicadores estiveram no
padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das
respostas) foi visualizado em 12 indicadores ndash mais de 50 A concentraccedilatildeo dos
indicadores em padratildeo muito bom ou bom estaacute na disponibilidade e trabalho dos ACS
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para
reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se
concentram na articulaccedilatildeo com outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social
O Graacutefico 24 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
orientaccedilatildeo para a comunidade
170
Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalTeritorializaccedilatildeo
Participaccedilatildeo social
Intersetorialidade
171
56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA
O atributo centralidade na famiacutelia visa a consideraccedilatildeo do contexto e da dinacircmica
familiar a fim de dar melhores respostas agraves necessidades de cada membro Pode ser
avaliado por dois eixos principais na accedilatildeo das equipes as informaccedilotildees sobre famiacutelia
disponiacuteveis nos prontuaacuterios bem como o conhecimento dos problemas de sauacutede dos
membros da famiacutelia e sua maior ou menor capacidade de cuidado (Starfield 2002) Das
variaacuteveis disponiacuteveis no instrumento do PMAQ-AB constata-se a quase ausecircncia de
variaacuteveis especiacuteficas deste atributo e ao mesmo tempo uma valorizaccedilatildeo da visita
domiciliar como forma de abordagem familiar
Os indicadores selecionados para anaacutelise deste atributo buscam identificar quais satildeo
as estrateacutegias e a forma de organizaccedilatildeo das equipes para possibilitar o cuidado e
acompanhamento agrave famiacutelia em complementaccedilatildeo ao cuidado individual
561 Abordagem familiar
Os indicadores da abordagem familiar abarcam principalmente duas perspectivas
de registrocomprovaccedilatildeo das accedilotildees voltadas agrave famiacutelia e de visita domiciliar Abrange accedilotildees
relacionadas ao acompanhamento e ao cuidado prestado agrave famiacutelia seja na organizaccedilatildeo do
prontuaacuterio seja no atendimento realizado no domiciacutelio
Na Tabela 17 e no Graacutefico 25 satildeo apresentados os indicadores para abordagem
familiar A grande maioria das equipes (787) comprova a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios
por nuacutecleos familiares Na quase totalidade das equipes (996) as visitas domiciliares satildeo
realizadas tanto por ACS como por outros membros das equipes 930 visitam as famiacutelias
com periodicidade distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade e 960
registram as consultas ou atendimentos realizados no domiciacutelio Todavia somente 495
dos usuaacuterios referem que profissionais perguntam por seus familiares 851 dos usuaacuterios
recebem visita dos ACS e 295 jaacute receberam visita de outros profissionais de sauacutede
Observa-se uma miacutenima variaccedilatildeo na maior parte dos indicadores segundo os
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Uma diferenccedila importante pode ser observada na
organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares com os extremos de 692 nas regiotildees
de meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) e 848 nas regiotildees de baixo DSE e baixa oferta
(Reg 1) Neste atributo outra observaccedilatildeo eacute que apesar da baixa variabilidade as Reg 2
agregam em geral os piores resultados
Para o atributo centralidade da famiacutelia alguns avanccedilos podem ser identificados em
relaccedilatildeo agrave visita domiciliar realizada tanto pelos ACS como por outros profissionais de
172
sauacutede e uma priorizaccedilatildeo dessas visitas de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade
Contudo faltam elementos fundamentais para uma abordagem dos profissionais que
envolva mais diretamente a famiacutelia como um todo
Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
EqAB
II1411 Comprovam
que os prontuaacuterios dos
usuaacuterios satildeo organizados
por nuacutecleos familiares
4378 848 862 692 2948 767 1049 779 3789 766 13026 787
II321 Outros membros
da equipe aleacutem dos ACS
realizam visita
domiciliar
5132 995 1238 994 3829 996 1342 996 4936 998 16477 996
II323 Visitam as
famiacutelias com
periodicidade distinta
de acordo com avaliaccedilatildeo
de risco e
vulnerabilidade
4752 921 1117 896 3553 924 1255 932 4704 951 15381 930
II3211 Registram as
consultas ou
atendimentos realizados
no domiciacutelio
4838 938 1164 935 3695 961 1317 978 4868 984 15882 960
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III912 Profissionais da
EqAB perguntam sobre
seus familiares
10267 497 2242 458 7660 505 2857 525 9336 485 32362 495
III923 Recebem visita
do ACS 18023 873 4081 833 13123 865 4671 858 15726 818 55624 851
III924 Recebem visita
de outros profissionais
de sauacutede
6301 305 1338 273 4165 275 1532 281 5981 311 19317 295
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 768 726 756 764 759 759
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
173
Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
562 Discussatildeo
A anaacutelise do atributo centralidade na famiacutelia foi insuficiente devido agrave ausecircncia de
variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB sobre o cuidado agraves famiacutelias As informaccedilotildees
possiacuteveis de ser captadas se limitaram ao registro e visita domiciliar Em geral estudos
apontam que este atributo ainda eacute incipiente na organizaccedilatildeo do processo de trabalho das
equipes de atenccedilatildeo baacutesica com resultados ligeiramente mais altos no PSF em comparaccedilatildeo
agrave UBS tradicional (Elias et al 2006 Ibantildeez et al 2006 Van Stralen et al 2008)
Jaacute o estudo de Chomatas et al (2013) em Curitiba difere dos demais pois encontra
altos escores para centralidade na famiacutelia e orientaccedilatildeo para a comunidade Tais resultados
foram atribuiacutedos pelos autores agrave incorporaccedilatildeo de princiacutepios da APS em Curitiba como a
territorializaccedilatildeo a vigilacircncia agrave sauacutede e a responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria (Chomatas et al
2013)
Chama a atenccedilatildeo a positividade das respostas para o indicador ldquoas EqAB registram
as consultas ou atendimentos realizados no domiciacuteliordquo com resultados superiores a 90
das equipes visto a rotineira dificuldade na qualidade dos registros na Atenccedilatildeo Baacutesica em
geral identificado em diferentes estudos (Almeida 2010 Vasconcellos et al 2008 Silva
et al 2014) Uma hipoacutetese eacute que esse indicador possa ser compreendido somente como
quantitativo ou seja a EqAB tem listado o nuacutemero de consultas ou atendimentos de
domiciacutelio um dado inclusive utilizado para compor o preenchimento do antigo sistema de
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II321 Outros membros da equipealeacutem dos ACS realizam visitadomiciliar
II3211 Registram as consultas ouatendimentos realizados no domiciacutelio
II323 Visitam as famiacutelias comperiodicidade distinta de acordo comavaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade
III923 Recebem visita do ACS
II1411 Comprovam que osprontuaacuterios dos usuaacuterios satildeoorganizados por nuacutecleos familiares
III912 Profissionais da EqABperguntam sobre seus familiares
174
informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) ou mais precisamente o relatoacuterio de produccedilatildeo e
marcadores para avaliaccedilatildeo (PMA2) Neste caso uma melhor pergunta seria sobre o
ldquoregistro em prontuaacuteriordquo que minimamente detalharia as intervenccedilotildees na visita
Os indicadores relacionados agrave visita domiciliar (quem realiza e periodicidade)
tambeacutem apresentam altos resultados tanto sob o ponto de vista dos profissionais como dos
usuaacuterios Uma discussatildeo importante se refere agrave abordagem da famiacutelia nessas visitas e agraves
competecircncias e habilidades que os profissionais da ESF precisam ter para uma praacutetica
diferenciada com as famiacutelias Silva (2010) chama a atenccedilatildeo para as visitas domiciliares
com objetivos preacute-definidos com foco no campo bioloacutegico em detrimento de outros
aspectos para uma atenccedilatildeo integral como as condiccedilotildees de vida e relaccedilotildees familiares Nesse
sentido o indicador ldquoas EqAB visitam as famiacutelias com periodicidade distinta de acordo
com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidaderdquo compreendendo a amplitude do risco e
vulnerabilidade na Atenccedilatildeo Baacutesica pautada nos determinantes sociais traz resultados
interessantes
Muitas vezes a identificaccedilatildeo do problema em uma visita domiciliar consegue ser
realizada mas uma atuaccedilatildeo efetiva depende de campos de conhecimentos distintos
ausentes na formaccedilatildeo limitado no apoio matricial e insuficiente na educaccedilatildeo permanente
dos profissionais (Silva 2010) Na mesma loacutegica eacute preciso destacar a formaccedilatildeo para o
profissional ACS a fim que ele possa obter um posicionamento criacutetico sobre sua praacutetica de
trabalho evitando as possiacuteveis posiccedilotildees autoritaacuterias e invasivas que esta categoria
profissional tambeacutem estaacute sujeita (Campos e Matta 2007) A atuaccedilatildeo do ACS ao ldquoentrarrdquo
na casa das famiacutelias precisa estar acompanhada de uma seacuterie de reflexotildees eacuteticas visto que
envolve a privacidade das relaccedilotildees familiares a intimidade dos seus costumes e os
conflitos familiares (Campos e Matta 2007)
Os baixos valores no indicador ldquoUsuaacuterios recebem visita de outros profissionais de
sauacutederdquo natildeo podem ser considerados negativos pois eacute uma necessidade que varia de acordo
com o territoacuterio e o perfil de risco e vulnerabilidade da populaccedilatildeo
Em nossa pesquisa a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios dos usuaacuterios por nuacutecleos
familiares com cerca de 80 das respostas foi um resultado positivo apesar desse
indicador natildeo dizer sobre a qualidade do registro como foi discutido anteriormente Silva
(2010) mostra em seu estudo nas UBS de Manaus que a qualidade dos registros eacute
insatisfatoacuteria
175
Os registros sobre o nuacutecleo familiar se datildeo de forma incompleta e
insuficiente sem interlocuccedilatildeo entre os membros da famiacutelia () o
prontuaacuterio familiar encontra-se fragmentado com as fichas de Assistecircncia
Meacutedico Sanitaacuteria dos integrantes da famiacutelia separadas por programas
prioritaacuterios e a ficha de cadastro das famiacutelias com dados socioeconocircmicos
sob a guarda do ACS dificultando sua consulta por parte dos demais
membros das ESF A visita domiciliar eacute por sua vez uma praacutetica mais
direcionada aos indiviacuteduos do que agraves famiacutelias (Silva 2010 vii)
Em estudo de Pereira et al (2008) a partir de manual de acreditaccedilatildeo verificou-se
que natildeo houve implantaccedilatildeo massiva do uso do prontuaacuterio familiar e do genograma nos
municiacutepios estudados O elevado nuacutemero de prontuaacuterios em inconformidade com o
preconizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede ou mesmo a natildeo utilizaccedilatildeo do prontuaacuterio familiar
intensifica a necessidade de capacitaccedilatildeo sobre instrumentos de abordagem familiar (Pereira
et al 2008)
Silva et al (2014) destacam a centralidade da famiacutelia como incipiente em acircmbito
nacional com foco na abordagem hegemocircnica apenas sobre o indiviacuteduo Tal afirmaccedilatildeo se
relaciona ao indicador mais especiacutefico sobre abordagem familiar questionado aos usuaacuterios
ldquoos profissionais da EqAB perguntam sobre seus familiaresrdquo com os piores resultados
(abaixo de 50 das respostas) As autoras (Silva et al 2014) ressaltam a limitaccedilatildeo do
cadastramento familiar agraves condiccedilotildees do domiciacutelio e natildeo das caracteriacutesticas da famiacutelia o
que eacute reforccedilado pela principal forma de cadastro na eacutepoca a ficha A do sistema de
informaccedilatildeo de atenccedilatildeo baacutesica (SIAB) A criacutetica das autoras que o SIAB natildeo contempla as
relaccedilotildees de parentesco entre as famiacutelias hoje foi solucionada pela ficha de cadastro
domiciliar do novo sistema de informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica ndash SISAB Da mesma forma
nesse sistema haacute a identificaccedilatildeo de um responsaacutevel familiar no proacuteprio registro
Em resumo apesar de poucos indicadores e num geral esse atributo natildeo apresentar
baixos resultados os avanccedilos mais niacutetidos estatildeo relacionados agrave visita domiciliar e haacute
deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como organizaccedilatildeo
dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma abordagem dos
profissionais que envolva a famiacutelia como um todo
Do total de 7 indicadores estabeleceu-se 6 como padratildeo de referecircncia para o
atributo centralidade na famiacutelia O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi
encontrado em 3 indicadores o padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) se expressou
em 2 indicadores enquanto nenhum indicador esteve no padratildeo regular e 1 indicador se
localizou no padratildeo inadequado Os melhores indicadores estatildeo concentrados na
176
organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e o pior indicador eacute se os profissionais da EqAB
perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios
O Graacutefico 26 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da centralidade na
famiacutelia
Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Abordagem familiar
177
57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL
A competecircncia cultural implica no reconhecimento de diferentes necessidades dos
grupos populacionais suas caracteriacutesticas eacutetnicas culturais e diferentes representaccedilotildees
sociais dos processos sauacutede-doenccedila (Starfield 2002)
O atributo da competecircncia cultural contribui para uma compreensatildeo da dinacircmica
individual e de grupos sociais que se expressa em um cuidado mais integral (Muller et al
2007) Seu foco expande a noccedilatildeo simples do profissional de sauacutede ldquoconsiderar as crenccedilasrdquo
para envolver diferentes elementos como a mobilizaccedilatildeo intersetorial a dinacircmica familiar e
as redes de apoio social Importante destacar o papel da cultura e do bioloacutegico como
complementares (Targa e Oliveira 2012)
571 Abordagem cultural
De antematildeo observa-se fragilidade do instrumento do PMAQ-AB na abordagem
competecircncia cultural e dificuldade para a escolha de variaacuteveis visto que poucas delas
conseguem refletir aspectos da competecircncia cultural As variaacuteveis selecionadas envolvem a
adoccedilatildeo de estrateacutegias terapecircuticas mais adequadas agrave realidade aos usuaacuterios incluindo as
possiacuteveis necessidades especiais de grupos populacionais especiacuteficos
A Tabela 18 e o Graacutefico 27 apresentam os quatro indicadores selecionados para a
abordagem cultural Pode-se observar na meacutedia Brasil que apenas 188 das equipes
ofertam o serviccedilo de praacuteticas integrativas e complementares 322 realizam accedilotildees gerais
para a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas e somente 116 ofertam atendimento agrave
essa populaccedilatildeo Ao mesmo tempo 903 usuaacuterios entrevistados responderam sempre se
sentir respeitados pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e
religiatildeo
No que se refere agrave distribuiccedilatildeo segundo diferentes grupos de regiotildees de sauacutede
constata-se uma variaccedilatildeo importante na oferta de praacuteticas integrativas e complementares
que apesar de baixa em todos os grupos apresenta-se maior nas Reg 5 (311) e menor
nas Reg 1 (114) e Reg 3 (126) Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees ofertadas para a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas destaca-se positivamente as respostas das Reg 1 (468) e das
Reg 2 e 3 (com cerca de 39 cada) em contraposiccedilatildeo com os 120 das Reg 5 e 227
das Reg 4 Essa situaccedilatildeo se agrava quando o tema eacute ldquoatendimentordquo a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas com os extremos de 218 de respostas nas Reg 2 e 30 nas
Reg 5
Os indicadores do componente abordagem cultural mostram-se insuficientes para a
178
anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento do PMAQ-AB e da proacutepria
poliacutetica nacional de AB nessa temaacutetica Apesar de uma anaacutelise superficial os dados
apontam para uma dificuldade de acesso e de cuidado a diferentes grupos populacionais
Isso eacute expresso pela baixa oferta de serviccedilos agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola em
especial nos grandes centros e de poucas equipes oferecendo praacuteticas integrativas e
complementares como forma de cuidado Uma noccedilatildeo interessante parece ser o respeito das
equipes aos padrotildees culturais dos usuaacuterios
Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n
EqAB
II391 Realizam accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo
rural assentados e
quilombolas de acordo
com as especificidades e
demandas do grupo
2417 468 495 398 1510 393 306 227 591 120 5319 322
II392 Atendem a
populaccedilatildeo rural
assentada e quilombola
974 189 272 218 401 104 116 86 148 30 1911 116
II301 Oferecem o
serviccedilo de praacuteticas
integrativas e
complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
590 114 221 178 486 126 267 198 1540 311 3104 188
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III76 Sempre se
sentem respeitados pelos
profissionais em relaccedilatildeo
aos seus haacutebitos
culturais costumes e
religiatildeo
18803 911 4332 885 13980 922 4854 891 17077 888 59046 903
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 421 420 386 351 337 382
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
179
Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
572 Discussatildeo
A anaacutelise do atributo competecircncia cultural foi insuficiente devido agrave ausecircncia de
variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB Dentre os escassos indicadores selecionados
observou-se resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir
respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
Chama a atenccedilatildeo esse indicador com mais de 90 dos usuaacuterios respondendo
positivamente Todavia de forma isolada ele natildeo traz elementos suficientes para a anaacutelise
da interculturalidade
Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como
a oferta de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com
diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma
dificuldade em saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses
indicadores visto que depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e
quilombola) no territoacuterio dos municiacutepios Ou seja haacute de se compreender se os maiores
percentuais estatildeo relacionados aos locais de moradia dessas populaccedilotildees especiacuteficas
Cunha (2009) aborda um aspecto em seu estudo em Camaragibe (PE) e Belo
Horizonte (MG) parte dos profissionais entrevistados reconhece a interferecircncia dos
aspectos socioeconocircmicos psicoloacutegicos e culturais na condiccedilatildeo de sauacutede e para a adesatildeo
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III76 Sempre se sentemrespeitados pelos profissionais emrelaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturaiscostumes e religiatildeo
II391 Realizam accedilotildeesdirecionadas a populaccedilatildeo ruralassentados e quilombolas deacordo com as especificidades edemandas do grupo
II301 Oferecem o serviccedilo depraacuteticas integrativas ecomplementares para os usuaacuteriosdo territoacuterio
180
do usuaacuterio ao tratamento todavia esse reconhecimento natildeo foi suficiente para gerar
registros em prontuaacuterios ou condutas diferenciadas
No Meacutexico Gonzaacutelez et al (2014) destacam que uma das queixas constantes na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios se refere ao atendimento natildeo humanizado impessoal e
discriminaccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede Seja para os grupos indiacutegenas e rurais seja para
mulheres idosos homossexuais pacientes com HIV ou de sauacutede mental as criacuteticas se
referem ao desrespeito agrave privacidade indiferenccedila agraves suas opiniotildees e desinformaccedilatildeo dos
profissionais de sauacutede Como resultado os autores observam uma percepccedilatildeo negativa e
resistecircncia aos serviccedilos de sauacutede o abandono do tratamento e em casos extremos o choque
cultural (Gonzaacutelez et al 2014)
Partindo da observaccedilatildeo que as Reg 5 satildeo as que mais ofertam serviccedilos em geral e as
que mais capacitam profissionais em diferentes temas um ponto a se avaliar eacute se as
praacuteticas integrativas e complementares (PIC) nos grandes centros estatildeo em consonacircncia
com a cultura popular brasileira ou se referem agrave inserccedilatildeo de terapias alternativas
convenientes ao serviccedilo O tema eacute abordado por Veiga Junior (2008) em municiacutepios do
Rio de Janeiro Seus achados apontam que as plantas medicinais satildeo a principal forma de
tratamento para mais de 60 dos entrevistados mesmo com a disponibilidade de
medicamentos alopaacuteticos Isso foi visualizado de 3 formas automedicaccedilatildeo uso em
conjunto com o medicamento alopaacutetico ou em substituiccedilatildeo a esse O autor mostra que falta
compreensatildeo dos profissionais sobre a cultura de utilizaccedilatildeo de plantas medicinais pelos
usuaacuterios e uma preferecircncia por ofertar serviccedilos que natildeo fazer parte da cultura popular
brasileira como a acupuntura (Veiga Junior 2008)
Estudos sobre a PIC a sintetizam como uma ldquopoliacutetica de inclusatildeo terapecircuticardquo com
foco na complementariedade ampliando a variedade de opccedilotildees para o cuidado integral em
sauacutede As PIC valorizariam os recursos natildeo biomeacutedicos agrave medida que enriquecem as
estrateacutegias de diagnoacutesticoterapecircuticas e favorecem a integraccedilatildeo de novos saberes e
racionalidades ao tradicional saber biomeacutedico (Andrade e Costa 2010) Para incluir as PIC
na APS deve-se considerar a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o tema de inserir
as PIC na formaccedilatildeo profissional e atualizaccedilotildees de estabelecer maior relaccedilatildeo entre
cuidadores tradicionais e profissionais da rede e de organizar lista de fitoteraacutepicos e plantas
medicinais recomendadas pelos sistemas de sauacutede (Schveitzer et al 2012)
Do total de 4 indicadores estabeleceu-se 3 como padratildeo de referecircncia para o
atributo competecircncia cultural O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi
encontrado em 1 indicador e o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) se
181
expressou em 2 indicadores O atributo apresentou baixos resultados para accedilotildees envolvendo
grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre
respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
O Graacutefico 28 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da competecircncia
cultural
Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Abordagem cultural
182
58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 E 2 PMAQ-AB
A seguir satildeo comparados os resultados nacionais das variaacuteveis selecionadas por
atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Atraveacutes dessa anaacutelise busca-se apontar tanto
possiacuteveis mudanccedilas no instrumento em relaccedilatildeo aos indicadores analiacuteticos sobre os
atributos da APS como identificar possiacuteveis resultados superiores inferiores ou mantidos
nos dois anos da avaliaccedilatildeo externa (2012 e 2014) Antes disso seratildeo feitas algumas
consideraccedilotildees a respeito da anaacutelise do instrumento dos dois ciclos
Em relaccedilatildeo aos instrumentos dos ciclos 1 e 2 observa-se uma similaridade em
relaccedilatildeo agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas
variaacuteveis As subdimensotildees exclusivas do ciclo 1 se referem ao tema de sauacutede bucal
modalidade e profissionais que compotildeem a equipe de atenccedilatildeo baacutesica equipe de atenccedilatildeo
baacutesica como coordenadora do cuidado na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede e planejamento
familiar Alguns cuidados especiacuteficos como cacircncer de colo de uacutetero e de mama
hipertensatildeo arterial e diabetes apresentavam-se com uma subdimensatildeo especiacutefica no ciclo
1 e dispersaram-se na subdimensatildeo atenccedilatildeo agrave sauacutede e outras no ciclo 2 No segundo ciclo
portanto criaram-se as subdimensotildees NASF atenccedilatildeo agrave sauacutede exames solicitados pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica e realizados pela rede de serviccedilos e incluiu-se grupos especiacuteficos
como atenccedilatildeo agrave pessoa com obesidade e tabagista
Observa-se tanto no ciclo 1 como no ciclo 2 uma priorizaccedilatildeo de padrotildees de
qualidade relacionados agrave infraestrutura o que se reflete pelo nuacutemero de variaacuteveis
existentes nos respectivos moacutedulos I Nesse aspecto da infraestrutura a maior parte das
variaacuteveis se concentra nos medicamentos equipamentos e materiais e infraestrutura da
Unidade de Sauacutede
Em relaccedilatildeo ao moacutedulo II haacute uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos ciclos 1 e 2 em
temas diferenciados estando o acolhimento agrave demanda espontacircnea e o planejamento da
equipe da atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees da gestatildeo para organizaccedilatildeo do processo de trabalho da
equipe com uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos dois ciclos No ciclo 1 destacam-se o
planejamento familiar aleacutem do tempo de espera para atendimento especializado e
referecircncias especializadas para sauacutede bucal Jaacute no ciclo 2 os temas que prevalecem satildeo
nuacutecleo de apoio agrave sauacutede da famiacutelia e formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos profissionais da Equipe
de Atenccedilatildeo Baacutesica
No que se refere ao moacutedulo III percebe-se no ciclo 2 uma reduccedilatildeo consideraacutevel de
variaacuteveis no tema de viacutenculo responsabilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo do cuidado em relaccedilatildeo ao
183
ciclo 1 O maior nuacutemero de variaacuteveis se concentra na sauacutede da mulher gravidez e preacute-natal
e sauacutede da crianccedila
Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua
organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)
integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com
subdimensatildeo especiacutefica
Conforme explicitado na metodologia no ciclo 1 foram consideradas somente as
UBS que tinham moacutedulos de infraestrutura entrevista com a equipe e usuaacuterios totalizando
13749 UBS 16541 equipes e 65391 usuaacuterios correspondendo agraves equipes que aderiram
ao PMAQ-AB A fim de facilitar uma visualizaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas nos resultados
entre um ciclo e outro para a comparaccedilatildeo com o ciclo 2 utilizou-se as mesmas UBS
analisadas no ciclo 1 totalizando em comum 12985 UBS 15208 equipes e 58425
usuaacuterios das EqAB Essas UBS foram chamadas de compatiacuteveis ou seja UBSequipes do
ciclo 2 que participaram do ciclo 1 Para complementaccedilatildeo da anaacutelise foram apresentados
tambeacutem os resultados referentes ao total de entrevistas de avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 o
que representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o
dobro das equipes compatiacuteveis entre ciclo 1 e ciclo 2
Cabe ressaltar que por mais que se considere a importacircncia e o alinhamento do
PMAQ-AB a uma seacuterie de outras iniciativas nacionais do Ministeacuterio da Sauacutede como
Programa Mais Meacutedicos Programa Requalifica UBS e-SUS AB etc seriam necessaacuterios
outros estudos e maior tempo de existecircncia dos programas para avaliar o impacto dessas
iniciativas na qualidade da APS Em outras palavras independente dos resultados obtidos
entre um ciclo e outro do PMAQ-AB natildeo se pretende atribuir o impacto dos resultados ao
Programa visto que um estudo dessa envergadura demandaria outra metodologia e
aprofundamento
Em cada tabela satildeo apresentados apenas os indicadores que possuem variaacutevel
compatiacutevel nos dois ciclos O questionaacuterio do PMAQ-AB vem sendo revisado a cada ciclo
Nessas revisotildees algumas variaacuteveis satildeo excluiacutedas outras reformuladas e novas
introduzidas A fim de facilitar a visualizaccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos resultados de cada atributo
entre os ciclos 1 e 2 construiu-se os graacuteficos 29 a 35 em teia com as variaacuteveis no eixo
comparando os resultados Do total de variaacuteveis selecionadas para anaacutelise do ciclo 1 99
estavam contempladas no ciclo 2 Aleacutem dessas 6 variaacuteveis exclusivas do ciclo 2 foram
listadas nas tabelas
184
A Tabela 19 e o Graacutefico 29 apresentam os indicadores PMAQ-AB de primeiro
contato selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel compatiacutevel no questionaacuterio do ciclo
2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse tema pois do total de
19 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 17 apresentaram variaacutevel equivalente no
ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave escuta das necessidades
de todos os usuaacuterios que chegam a UBS espontaneamente agrave busca da UBS para
atendimento de urgecircncia e emergecircncia
Os resultados de quatro das seis variaacuteveis referentes ao horaacuterio de funcionamento
no ciclo 2 apresentaram pequena elevaccedilatildeo Houve uma ligeira reduccedilatildeo nas UBS que
funcionam 8h ou mais no dia (de 890 para 835) e na oferta de atendimento aos fins de
semana (de 110 para 43) Verificou-se um maior percentual de usuaacuterios avaliaram
como perto ou razoaacutevel a distacircncia da UBS ateacute a sua casa (de 867 para 923) E em
relaccedilatildeo ao acolhimento observou-se melhora em todos os aspectos o que envolve a
implantaccedilatildeo do acolhimento (de 801 para 977) e a capacitaccedilatildeo dos profissionais (de
578 para 729) Da mesma forma a percepccedilatildeo dos usuaacuterios foi mais positiva com
relaccedilatildeo agrave escuta sem ter hora marcada (de 789 para 858) e a forma como satildeo
acolhidos como boa ou muito boa (de 661 para 827)
Os indicadores do agendamento da consulta na AB tambeacutem expressam resultados
superiores no ciclo 2 referentes agrave reserva de vagas para atendimento no mesmo dia (de
640 para 883) e no caso de usuaacuterios que natildeo faccedilam parte de grupos prioritaacuterios
913 conseguem sair da UBS com a consulta marcada Todavia somente segundo os
profissionais 612 das equipes afirmam que as consultas satildeo agendadas em qualquer dia
qualquer horaacuterio O dobro de usuaacuterios dizem conseguir marcar consulta na UBS a qualquer
hora (de 280 para 608) mais usuaacuterios tecircm sua consulta marcada pelo ACS (de 116
para 192) enquanto menos usuaacuterios precisam pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir
(de 306 para 244) Contudo menos usuaacuterios afirmaram a possibilidade de marcar
consulta todos os dias da semana (de 550 para 492) Quanto ao atendimento de
urgecircncia e emergecircncia mais equipes afirmam realizar esse tipo de atendimento (956) A
variaacutevel dos usuaacuterios difere do ciclo 1 em que a afirmaccedilatildeo era sobre o uso enquanto no
ciclo 2 a pergunta eacute se os usuaacuterios contam com a UBS para este tipo de atendimento caso
necessite (891)
Em siacutentese pode-se dizer que houve uma melhora entre os resultados do ciclo 1 e
ciclo 2 no atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na
AB em qualquer dia da semana se manteacutem como uma importante barreira organizacional
185
de acesso
Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
Horaacuterio de funcionamento
UBS
I71 e I81 Oferecem 2 ou mais turnos de
atendimento6
13052 949 12810 986 23766 988
I73 e I82 Funcionam 5 ou mais dias na semana 13046 934 12673 976 23525 978
I74 e I85 Funcionam 8 horasdia ou mais 12232 890 10841 835 19639 816
I76 e I82 Oferecem atendimento nos fins de
semana 1641 119 555 43 1243 52
N UBS 13749 12985 24055
Usuaacuterios
III57 e III57 O horaacuterio de atendimento desta
UBS atende agraves suas necessidades 56043 857 50547 865 98198 857
III52 e III52 A distacircncia da sua casa ateacute a UBS eacute
perto ou razoaacutevel 56720 867 53932 923 105508 921
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Acolhimento
EqAB
II151 e II121 Estaacute implantado o acolhimento na
UBS 13255 801 14857 977 28866 969
N EqAB 16541 15208 29778
II159 e II1218 Os profissionais que fazem o
acolhimento foram capacitados para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios
7660 578 10259 691 18937 656
N EqAB com acolhimento implantado 13255 14857 28866
Usuaacuterios
III71 e III73 Na maioria das vezes que vatildeo a
UBS sem ter hora marcada conseguem ser
escutados
43453 789 30476 858 57665 853
III74 e III72 Consideram muito bom ou bom a
forma como eacute acolhido(a) ao procurar o serviccedilo 36420 661 29384 827 55700 824
N usuaacuterios que alguma vez foram a UBS sem ter hora
marcada 55077 35507 67570
Agendamento da consulta na AB
EqAB
II15141 e II126
Comprovam que caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro dia haacute
reserva de vagas para atendimento no mesmo dia
10585 640 13425 883 25321 850
II1517 e II129 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o
caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de
grupo de atendimento programado na UBS ele
consegue sair com a consulta marcada
13800 834 13878 913 26697 897
II1612 e II1212 As consultas satildeo agendadas na
UBS em qualquer dia da semana em qualquer
horaacuterio
9172 555 9310 612 17863 600
6 Com apoio do estatiacutestico da Pesquisa Regiotildees e Redes foi realizada uma primeira aproximaccedilatildeo
comparando as UBS comuns entre os ciclos 1 e 2 Observou-se a evoluccedilatildeo desta variaacutevel analisada com teste
estatiacutestico natildeo parameacutetrico McNemar concluindo que as proporccedilotildees foram diferentes entre os ciclos 1 e 2
186
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a
qualquer hora e marcam o atendimento 18325 280 35497 608 68486 598
III61 e III61 Para marcar consulta na UBS
marcam por telefone 1464 22 3485 60 6190 54
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS
mas tem que pegar ficha
15314 234 13452 230 26438 231
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS e
para pegar ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir
19984 306 14262 244 27718 242
III61 e III61 O agente comunitaacuterio de sauacutede
marca a consulta
7602 116 11207 192 22493 196
N usuaacuterios 65391 58425 114615
III62 e III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser
feita todos os dias da semana 35807 553 27501 492 52917 470
N usuaacuterios que fazem marcaccedilatildeo nesta UBS 64792 55912 112516
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
EqAB
II158 e II128 Realizam atendimento de urgecircncia
e emergecircncia nesta unidade de sauacutede 12054 729 14533 956 27980 940
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III77 O senhor(a) conta com esta unidade para
algum atendimento de urgecircncia caso necessite
- - 23824 891 43870 888
N usuaacuterios que alguma vez procurou atendimento de
urgecircncia 26734 49419
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel exclusiva do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
187
Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 20 e no Graacutefico 30 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
longitudinalidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse
tema pois do total de 12 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 10 apresentaram
variaacutevel equivalente no ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave
lembranccedila dos profissionais sobre as uacuteltimas consultas com os usuaacuterios e agrave possibilidade
de escolha da equipe que lhe atende na visatildeo do usuaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente observa-se resultados
inferiores no ciclo 2 para quatro das seis variaacuteveis Nas visitas domiciliares um percentual
menor de ACS realizam a busca ativa de hipertensos faltosos (de 878 para 741) e
somente 579 dos usuaacuterios (no ciclo 1 642) receberam uma visita da equipe agrave crianccedila
com ateacute 7 dias de vida Todavia mais usuaacuterios afirmam que ao interromper o tratamento ou
natildeo comparecer agrave consulta os profissionais os procuram para saber o que aconteceu e
retomar o atendimento (de 429 para 480)
No que se refere agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) houve
resultados melhores nos quatro indicadores ainda que a maioria apresente uma diferenccedila
pequena entre os dois ciclos O destaque de resultados superiores no ciclo 2 se refere aos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I71 e I81
I73 e I82
I74 e I85
I76 e I82
III57 e III57
III52 e III52
II151 e II121
II159 e II1218
III71 e III73
III74 e III72
II15141 e II126
II1517 e II129
II1612 e II1212
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III62 e III62
II158 e II128
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
188
usuaacuterios sempre se sentirem agrave vontade para falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees e
problemas (de 547 para 677)
Em resumo observa-se manutenccedilatildeo no comportamento das variaacuteveis entre os
resultados do ciclo 1 e ciclo 2 no atributo longitudinalidade uma vez que a continuidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente identificada como inadequada se manteve e teve resultados
ainda inferiores ao mesmo tempo que o viacutenculo apresentou melhora principalmente sobre
o usuaacuterio sentir-se agrave vontade com a equipe contudo com resultados ainda baixos em
relaccedilatildeo ao padratildeo esperado
Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
EqAB
II35 e II35 O respondente atua 3 anos ou mais
em sua equipe 7181 434 5780 380 12513 420
II325 e II147 Nas visitas domiciliares os ACS
realizam a busca ativa de hipertensos faltosos 14523 878 11274 741 21844 734
N EqAB 16541 12985 29778
Usuaacuterios
III97 e III93 Sempre satildeo atendidos(as) pelo
mesmo meacutedico na UBS 42065 643 34821 596 67335 587
III99 e III94 Sempre satildeo atendidos(as) pelo
mesmo enfermeiro na UBS 37775 578 36028 617 71310 622
N usuaacuterios 65391 58425 114615
III916 e III99 Quando interrompem o tratamento
por algum motivo ou natildeo comparecem agrave consulta na
UBS os profissionais os procuram para saber o que
aconteceu e retomar o atendimento
14082 429 12434 480 23433 464
N usuaacuterios que alguma vez interrompeu o tratamento
ou faltou a consulta 32828 25887
50527
III145 e III171 A equipe fez uma visita agrave crianccedila
com ateacute 7 dias de vida 5636 642 3826 579 7180 550
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
(viacutenculo)
Usuaacuterios
III91 e III91 O meacutedico deixa tempo suficiente
para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou problemas 51115 790 47991 821 93139 813
N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo
meacutedico (ciclo 1) e N usuaacuterios (ciclo 2) 64731 58425 114615
III93 e III92 O enfermeiro deixa tempo
suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou
problemas
48641 789 48624 832 94806 827
N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo
enfermeiro e N usuaacuterios (ciclo 2) 61616 58425 114615
III914 e III97 Quando precisam tirar duacutevidas
apoacutes as consultas sempre tem facilidade para falar
com os profissionais que lhe atenderam
29912 626 26346 638 50057 627
189
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
N usuaacuterios que alguma vez precisou tirar duacutevidas 47763 41287 79826
III918 e III87 Sempre se sente agrave vontade para
falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees
problemas sociais familiares ou outras questotildees
35796 547 39568 677 76592 668
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 21 e no Graacutefico 31 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
abrangecircnciaintegralidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu uma variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do
total de 32 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 24 apresentaram variaacutevel
equivalente no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se
referem aos indicadores de resolutividade recebimento de medicamentos realizaccedilatildeo de
todas as vacinas do calendaacuterio baacutesico pela EqAB e percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto agrave falta
de material ou equipamento facilidade de obter os resultados dos exames e orientaccedilatildeo dos
profissionais voltada agraves suas necessidades Dos indicadores de accedilotildees ofertadasescopo de
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
II35 e II35
II325 e II147
III97 e III93
III99 e III94
III916 e III99
III145 eIII171
III91 e III91
III93 e III92
III914 e III97
III918 e III87
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
190
accedilotildees a coleta de material para exames de laboratoacuterio e a realizaccedilatildeo de procedimentos na
UBS em geral natildeo puderam ser comparadas
Em relaccedilatildeo ao escopo de accedilotildees observa-se na maior parte dos indicadores
resultados superiores no ciclo 2 A oferta de consultas e vacinas e dispensaccedilatildeo de
medicamentos apresentou resultados similares entre os ciclos 1 e 2 destacando-se apenas
a oferta de consultas meacutedicas mais elevada no ciclo 2 (de 916 para 982) Os
indicadores com maior elevaccedilatildeo foram a realizaccedilatildeo de sutura de ferimentos (procedimento)
nas UBS (de 308 para 446) e a oferta de consultas para usuaacuterios de grupos
prioritaacuterios que aumentou de 788 para 907 A solicitaccedilatildeo de mamografia nas
mulheres na faixa etaacuteria apresentou leve queda (de 979 para 927) Dentre os usuaacuterios
a maioria das consultas de preacute-natal (775) e de diabetes (829) foi realizada na UBS
Um indicador com variaccedilatildeo extrema e incomum se refere ao exame preventivo de cacircncer
de colo de uacutetero na UBS com uma grande queda de 732 para 120 das usuaacuterias o que
pode indicar algum tipo de erro no banco de dados
Quanto agrave resolutividade observa-se manutenccedilatildeo ou leve melhora na maior parte
dos resultados do ciclo 2 Destacam-se poreacutem piores resultados quanto aos usuaacuterios que
consideram que a equipe sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS (de
725 para 538) e que consideram que o medicamento estaacute sempre disponiacutevel na UBS
(de 306 para 224) Em relaccedilatildeo agraves equipes envolvidas com accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente ofertadas pelo municiacutepio haacute um aumento no ciclo 2 (de 812 para 904)
Os indicadores referentes ao apoio de categorias especiacuteficas do NASF apresentaram ligeiro
aumento na maioria das categorias natildeo meacutedicas e uma ligeira queda nas categorias
meacutedicas
Portanto eacute mantida a interpretaccedilatildeo na anaacutelise dos resultados do ciclo 1 de que os
resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Em geral observa-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees
realizadas A oferta de consultas (gerais e para grupos especiacuteficos) e a solicitaccedilatildeo de
exames se mantiveram com resultados elevados melhorando a oferta do procedimento
sutura de ferimentos A maior especificidade na definiccedilatildeo do que satildeo os procedimentos no
instrumento do ciclo 2 poderia ter favorecido um resultado mais preciso nesse aspecto
poreacutem a comparaccedilatildeo natildeo foi possiacutevel pois as variaacuteveis mudaram Aleacutem disso a
experiecircncia dos usuaacuterios na temaacutetica da abrangecircnciaintegralidade foi menos valorizada no
instrumento do ciclo 2 e particularmente em suas respostas sobre a resolutividade os
191
resultados foram ainda piores O apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo em cerca da
metade das equipes assim como a disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios
Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo
entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
UBS
I78 e I86 Ofertam consultas meacutedicas 12599 916 12755 982 23523 978
I78 e I86 Ofertam consultas de enfermagem 13346 971 12896 993 23878 993
I78 e I86 Ofertam consultas odontoloacutegicas 10560 768 10726 826 18818 782
I78 e I86 Dispensam de medicamentos pela
farmaacutecia 11048 804 10132 780 18776 781
I78 e I86 Ofertam vacinaccedilatildeo 11727 853 11248 866 20458 850 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
II1661 e II131
Comprova programar
consultas e accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado
continuado
13037 788 13793 907 26605 893
II175 e II151 Solicitam exame de creatinina para
HAS 16107 974 14908 980 29037 975
II176 e II151 Solicitam exame de hemoglobina
glicosilada para DM 16541 928 14147 930 27419 921
II179 e II151 Solicitam mamografia para
mulheres entre 50 e 69 anos 16190 979 14091 927 27051 908
II1710 e II152 Solicitam sorologia para HIV no
preacute-natal 16264 983 14891 979 28958 972
II208 e II172 Realiza procedimentos sutura de
ferimentos 5091 308 6776 446 12620 424
II326 e II284 Possuem levantamento
mapeamento dos usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidado no domiciacutelio
11633 703 11367 747 21150 710
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III116 e III133 Fizeram a maioria das consultas
de preacute-natal nesta UBS 6122 698 5121 775 9945 762
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
III163 e III212 Fizeram a maioria das consultas
de diabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 6309 777 6720 829 12915 830
N usuaacuterios com diabetes 8118 8102 15557
III153 e III202 Fizeram a maioria das consultas
de HAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 17943 754 17588 786 33775 786
N usuaacuterios com HAS 23797 22380 42994
III106 e III127 Fizeram o exame preventivo de
cacircncer de colo de uacutetero nesta UBS 37191 732 5542 120 10226 112
N usuaacuterias 50791 46210 91203
Resolutividade
UBS
I35 e I33 UBS possuem meacutedico 13246 963 12686 977 23376 972
I35 e I33 UBS possuem enfermeiro 13650 993 12943 997 23941 995
I35e I33 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista 10728 780 10582 815 18629 774 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
192
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
II122 e II95 Recebem apoio do NASF
10635 643 9301 612 17157 576
II123 e II332 Recebem apoio de fisioterapeuta
do NASF 7446 450 8149 536 14993 503
II123 e II332 Recebem apoio de nutricionista do
NASF 7206 436 5936 390 10665 358
II123 e II332 Recebem apoio de assistente social
do NASF 6219 376 6463 425 11850 398
II123 e II332 Recebem apoio de farmacecircutico do
NASF 3744 226 4185 275 7012 235
II123 e II332 Recebem apoio de ginecologista do
NASF 2290 138 1564 103 2850 96
II123 e II332 Recebem apoio de pediatra do
NASF 2173 131 1622 107 3017 101
II123 e II332 Recebem apoio de psiquiatra do
NASF 1782 108 1485 98 2741 92
II81 e II71 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente envolvendo profissionais da AB 13438 812 13752 904 26463 889
II84 e II710 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as demandas e
necessidades da equipe
10195 613 9443 621 17193 577
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III81 e III81 Quando satildeo atendidos acham que a
equipe sempre busca resolver suas necessidades
problemas na proacutepria UBS
47391 725 31407 538 60393 527
III 182 e III231 Quando o profissional receita
um medicamento este estaacute sempre disponiacutevel 20009 306 13103 224 24369 213
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
A variaacutevel de NASF referente ao apoio do psicoacutelogo foi excluiacuteda da comparaccedilatildeo pois apresentava erro no banco do
ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
193
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100I78 e I86
I78 e I86I78 e I86
I78 e I86
I78 e I86
II166 e II131
II175 e II151
II176 e II151
II179 e II151
II1710 e II152
II208 e II172
II326 e II284
III116 e III133
III163 e III212
III153 e III202III106 e III127I35 e I33
I35 e I33
I35e I33
II123 e II95
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II81 e II71
II84 e II710
III81 e III81III 182 e III231
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 22 e no Graacutefico 32 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
coordenaccedilatildeo selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no questionaacuterio do
ciclo 2 Houve importante variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do total de 36
indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 16 apresentaram variaacutevel equivalente
no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos
indicadores de ordenamento de fluxos e de comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE O bloco
especiacutefico de coordenaccedilatildeo do cuidado no moacutedulo de entrevista com usuaacuterios tanto no ciclo
1 como no ciclo 2 se resumiram a questotildees sobre marcaccedilatildeo de consultas especializadas
Esse foi o atributo essencial com pior avaliaccedilatildeo no ciclo 1
A comunicaccedilatildeo entre AB e AE foi resumida por 2 indicadores no ciclo 2 ldquoA EqAB
obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos usuaacuterios encaminhados
sempre ou na maioria das vezesrdquo respondido positivamente por apenas 353 das
equipes e ldquoA EqAB monitora as gestantes que tiveram parto atraveacutes da contra referecircncia
da maternidaderdquo com 217 de respostas positivas Eacute certo que haacute prejuiacutezo na avaliaccedilatildeo
do atributo da coordenaccedilatildeo no ciclo 2 sob diferentes perspectivas contudo jaacute eacute possiacutevel
observar por essas variaacuteveis que as dificuldades de comunicaccedilatildeo se manteacutem
194
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos a maioria dos resultados se
apresentou de forma similar A maior variaccedilatildeo ocorreu na continuidade informacional com
melhora nos registros consideraacutevel melhora nos registros de usuaacuterios de maior risco
encaminhados a outros pontos de atenccedilatildeo (de 378 para 653) e aumento do registro das
pessoas com HAS com maior gravidade (de 484 para 606) Jaacute em relaccedilatildeo ao registro
de usuaacuterios com tuberculose e hanseniacutease os resultados foram inferiores o que pode
indicar um menor nuacutemero de UBS que fazem este tipo de tratamento por vezes
centralizado em uma UBS do municiacutepio No ordenamento dos fluxos assistenciais quanto
agraves usuaacuterias saiacuterem da consulta de preacute-natal com a proacutexima consulta agendada houve um
leve aumento de 616 para 677 Esse resultado se apresenta muito abaixo do esperado
visto que tal marcaccedilatildeo natildeo depende de nenhum outro recurso a natildeo ser a organizaccedilatildeo da
agenda da equipe Ainda neste componente de ordenamento dos fluxos assistenciais o
instrumento do ciclo 2 apresentou uma nova variaacutevel sobre planejamento considerando a
organizaccedilatildeo de criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a outros pontos de
atenccedilatildeo com 669 das EqNASF respondendo positivamente Esse valor estaacute abaixo do
esperado principalmente se considerarmos que apenas metade das EqAB contam com
apoio do NASF
Em siacutentese para o atributo da coordenaccedilatildeo foi menor a possibilidade de
comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 Elementos centrais como contato institucionalizado entre
profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento foram excluiacutedos do novo
instrumento Algumas variaacuteveis se dispersaram no instrumento do ciclo 2 para
especificidades da sauacutede bucal ou NASF O acesso a consultas especializadas permanece
similar com leve melhora no agendamento de consultas de atenccedilatildeo especializada realizado
pela UBS A avaliaccedilatildeo positiva no ciclo 1 sobre fichas de encaminhamento e centrais de
marcaccedilatildeo de consultas ou exames natildeo pode ser visualizado no ciclo 2 pela ausecircncia destes
indicadores Da mesma forma todas as variaacuteveis referentes a comunicaccedilatildeo da AB com a
AE na rede de atenccedilatildeo apresentadas como inadequadas no ciclo 1 foram excluiacutedas no
questionaacuterio do ciclo 27
7 As mudanccedilas no instrumento do ciclo 2 com reduccedilatildeo de variaacuteveis relacionadas agrave coordenaccedilatildeo pode ter tido
motivaccedilotildees diversas que seria interessante conhecer
195
Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1
e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
Continuidade informacional
EqAB
II145 e II113 Possui prontuaacuterio eletrocircnico
implantado 2322 140 2601 171 4133 139
II146 e II114 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico e
ele estaacute integrado com outros pontos da rede de
atenccedilatildeo
1825 110 2171 143 3337 112
II1721 e II146
Comprovam manter registro
dos usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
6258 378 9936 653 18018 605
II254 e II146 Possui registro das pessoas com
HAS com maior riscogravidade 8012 484 9209 606 16826 565
II264 e II146 Possui registro das pessoas com
DM com maior riscogravidade 8600 520 8899 585 16228 545
II2711 e II2131 Comprovam registro do nuacutemero
de usuaacuterios com tuberculose 10924 660 7644 503 14441 485
II2811 e II2211 Comprovam registro do nuacutemero
de usuaacuterios com hanseniacutease 8515 515 5414 356 9935 334
N EqAB 16541 15208 29778
Ordenamento de fluxos assistenciais
EqAB
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolos de
estratificaccedilatildeo de risco para preacute-natal
12377 748 11886 782 21763 731
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de
estratificaccedilatildeo de risco para HAS
11483 694 10626 699 19091 641
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de
estratificaccedilatildeo de risco para DM
11502 695 10642 700 19066 640
N EqAB 16541 15208 29778
II336 Planejam considerando organizaccedilatildeo de
criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a
outros serviccedilospontos de atenccedilatildeo
- - 6226 669 11042 644
N Eq NASF 9301 17157
Usuaacuterias
III1120 e III1322 Na consulta de preacute-natal jaacute
saem com a proacutexima consulta marcada 5405 616 4469 677 9060 695
III1122 e III1324 Foram orientadas sobre a
maternidade que fariam o parto 4092 466 3034 459 5659 434
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
Acesso a consultasexames especializados
EqAB
II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser
encaminhado para consulta especializada jaacute sai da
UBS com a consulta agendada
4334 262 4811 316 8234 277
II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser
encaminhado para consulta especializada a consulta
eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterio
10084 610 9164 603 16932 569
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e 6173 130 5755 170 10004 157
196
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
II145 e II113
II146 e II114
II1721 e II146
II254 e II146
II264 e II146
II2711 e II2131
II2811 e II2211
II174 e II144
II174 e II144
II174 e II144
III1120 e III1322
III1122 e III1324
II171 e II141
II171 e II141
III920 e III101
III920 e III101
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
necessitam ser encaminhados para outros
profissionais ou especialistas saem da UBS com a
consulta agendada
III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e
necessitam ser encaminhados para outros
profissionais ou especialistas a consulta eacute marcada
pela UBS e depois informada ao usuaacuterio
22114 465 15515 459 27797 435
N usuaacuterios que alguma vez precisou marcar consultas
com especialistas 47599 33767 63879
Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE
EqAB
II161 Obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos
especialistas dos usuaacuterios encaminhados sempre ou
na maioria das vezes
- - 5365 353 10134 340
II188 Monitora as gestantes que tiveram parto
atraveacutes da contra referecircncia da maternidade
- - 3302 217 5611 188
N EqAB 16541 15208 29778 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
197
Na Tabela 23 e no Graacutefico 33 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
orientaccedilatildeo para a comunidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente
no questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que dos
24 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 16 deles apresentaram variaacutevel equivalente
no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos
indicadores de intersetorialidade como planejamento de atividades considerando o
envolvimento de outros setores mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e equipamentos
sociais e busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o Programa Bolsa Famiacutelia
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos praticamente todos os resultados se
apresentaram superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo ao ciclo 1 Quanto agrave territorializaccedilatildeo os
resultados do ciclo 2 mostram que um pouco menos equipes possuem populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do territoacuterio (de 334 para 295) e mais equipes
afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definiccedilatildeo da
quantidade de pessoas sob sua responsabilidade (de 539 para 662) Aleacutem disso
916 das equipes (antes 844) possuem mapas com desenho do territoacuterio e 909
(antes 810) realizaram monitoramento e anaacutelise de indicadores e informaccedilotildees em sauacutede
nos uacuteltimos 12 meses
Na temaacutetica de intersetorialidade o ciclo 2 tambeacutem apresenta resultados superiores
ao ciclo 1 734 das equipes (antes 491) comprovam a existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa Famiacutelia 688 (antes
538) comprovam as atividades na escola e 982 (antes 807) nos territoacuterios com
cisternas os ACS fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua No que se refere agrave
participaccedilatildeo social mais equipes tanto dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios
(de 731 para 846) como realizam ou tem mecanismos de pesquisa de satisfaccedilatildeo com
os usuaacuterios (de 368 para 734) Ao mesmo tempo 958 (antes 883) afirmam
considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
Em resumo o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou melhorias no
ciclo 2 Indicadores de territorializaccedilatildeo avanccedilaram para padratildeo muito bom Os indicadores
de participaccedilatildeo social sob o ponto de vista das equipes apresentaram melhoria contudo
os indicadores na percepccedilatildeo dos usuaacuterios permaneceram ruins No componente da
intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os
dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma melhor
anaacutelise Satildeo necessaacuterios mais elementos que o Programa Bolsa Famiacutelia sauacutede na escola e
qualidade da aacutegua para uma anaacutelise da intersetorialidade
198
Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash
comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2
PMAQ-AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n N n
Territorializaccedilatildeo
UBS
I35 e I33 Possuem 4 ou mais ACS 12611 917 12225 941 22324 928 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
II133 e II102 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia 16158 977 14956 983 29141 979
II137 e II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB
no entorno do territoacuterio 5528 334 4485 295 9520 320
II132 e II101 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e
vulnerabilidade para a definiccedilatildeo de quantidade de
pessoas sob sua responsabilidade
8923 539 10063 662 18452 620
II134 e II103 Possuem mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia 13963 844 13933 916 26364 885
II910 e II84 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede 13393 810 13828 909 26363 885
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III88 e III89 Durante as consultas os profissionais da
EqAB sempre sugerem soluccedilotildees adequadas a sua
realidade
32010 490 37015 634 70987 619
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Intersetorialidade
EqAB
II3331 e II272
Comprovam existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa
Bolsa Famiacutelia
8140 492 11161 734 20751 697
II3821 e II3021Comprovam registro de atividades
na escola 8901 538 10467 688 19053 640
N EqAB 16541 15208 29778
II314 e II318 Nos territoacuterios com cisternas os ACS
fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de
cisternas
5641 807 6082 982 12116 980
N EqAB que possuem cisternas no territoacuterio de atuaccedilatildeo 6994 6191 12357
Participaccedilatildeo social
EqAB
II355 e II296 Existe conselho local de sauacutede ou
instacircncia colegiada equivalente 9786 592 9278 610 16850 566
II341 e II292 Dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo
para os usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB
12095 731 12863 846 23528 790
II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e
II291 Realiza ou tem mecanismo de avaliaccedilatildeo de
satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
6092 368 11160 734 20017 672
II354 e II295 Consideram a opiniatildeo do usuaacuterio para a
reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho 14613 883 14570 958 28123 944
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III191 e III241 Quando querem fazer uma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS conseguem 11232 496 8676 519 15992 491
III192 e III242 Quando fizeram alguma relaccedilatildeo ou
sugestatildeo rapidamente tiveram um retorno 5342 236 4686 280 8576 263
N usuaacuterios que precisaram fazer reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na UBS 22661 16720 32571
199
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por
variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 24 e no Graacutefico 34 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
centralidade na famiacutelia selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Houve pouca variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que
dos 6 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 5 deles apresentarem variaacutevel
equivalente no ciclo 2 Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos todos os resultados
se apresentaram de forma similar
Logo manteacutem-se o comportamento dos resultados no atributo centralidade na
famiacutelia conforme observado no ciclo 1 com poucos indicadores para a discussatildeo do tema
e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos
piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios
nas consultas (509)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I35 e I33
II133 e II102
II137 e II105
II132 e II101
II134 e II103
II910 e II84
III88 e III89
II3331 e II272
II3821 eII3021
II314 e II318
II355 e II296
II341 e II292
II351 e II291
II354 e II295
III191 e III241
III192 e III242
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
200
Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre
os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2
PMAQ-AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
EqAB
II1411 e II1111 Comprovam que os prontuaacuterios dos
usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos familiares 13026 787 12527 824 24124 810
II321 e II131 Outros membros da equipe aleacutem dos
ACS realizam visita domiciliar 16477 996 14520 955 28073 943
II323 e II282 Visitam as famiacutelias com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade
15381 930 14719 968 28432 955
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III912 e III96 Profissionais da EqAB perguntam
sobre seus familiares 32362 495 29710 509 56914 497
III923 e III111 Recebem visita do ACS 55624 851 49148 841 95063 829
III924 e III112 Receberam visita de outros
profissionais de sauacutede 19317 295 18396 315 34740 303
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 25 e no Graacutefico 35 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
competecircncia cultural selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100II1411 e II1111
II321 e II131
II323 e II281
III912 e III96
III923 e III111
III924 e III112
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
201
questionaacuterio do ciclo 2 Dos 3 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 todos
apresentaram equivalecircncia no ciclo 2 Houve uma melhora no instrumento sobre esse
atributo pois o instrumento do ciclo 2 trouxe um pouco mais de detalhamento nessa
temaacutetica Especifica por exemplo o tipo de praacuteticas integrativas e complementares que a
equipe realiza e o tipo de comunidades tradicionaispopulaccedilatildeo rural a equipe atende aleacutem
de questotildees de educaccedilatildeo permanente e registro Uma variaacutevel especiacutefica exclusiva do 2deg
ciclo eacute se existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de sauacutede junto a cuidadores
tradicionais como parteiras benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras Seu resultado
poreacutem apresenta apenas 77 de respostas positivas Outra variaacutevel nova se refere a
atividades de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e complementares respondido
positivamente por apenas 145 das equipes
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos os resultados se mantiveram em
niacuteveis baixos ou apresentaram melhorias em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas 391 das equipes realizam accedilotildees direcionadas e 367 realizam
atendimento a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas antes 322 e 116
respectivamente
Em siacutentese os indicadores do componente abordagem cultural tambeacutem no ciclo 2
se mantecircm insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento
Os escassos dados apontam para uma dificuldade de acesso e cuidado a diferentes grupos
populacionais e baixo diaacutelogo das EqAB com cuidadores tradicionais Apesar de
observarmos uma pequena melhoria na especificidade das variaacuteveis seu eixo ainda eacute
limitado agrave populaccedilatildeo rural e praacuteticas integrativas e complementares
Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1
PMAQ-AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n N
EqAB
II391 e II311 Realizam accedilotildees direcionadas a
populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas de acordo com
as especificidades e demandas do grupo
5319 322 5953 391 12016 404
II392 e II313 Atendem a populaccedilatildeo rural assentada e
quilombola 1911 116 5583 367 11347 381
II301 e II251 Oferecem o serviccedilo de praacuteticas
integrativas e complementares para os usuaacuterios do
territoacuterio
3104 188 3541 233 5666 190
II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de
sauacutede junto agrave cuidadores tradicionais como parteiras
benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras
- - 1167 77 2288 77
202
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1
PMAQ-AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n N
II254 A gestatildeo oferece alguma atividadecurso de
educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e
complementares para a equipe
- - 2208 145 3414 115
N EqAB 15208 29778
Usuaacuterios
III76 e III88 Sempre se sentem respeitados pelos
profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais
costumes e religiatildeo
59046 903 51698 885 100807 880
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Em siacutentese na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da
qualidade nas equipes compatiacuteveis Comparando os resultados das variaacuteveis selecionadas
para todas as UBS equipes e usuaacuterios participantes do ciclo 2 do PMAQ-AB expostos na
uacuteltima coluna das Tabelas 23 a 29 observa-se resultados em geral ligeiramente inferiores
do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2
O conjunto de resultados aqui discutidos podem nos remeter a no miacutenimo trecircs
observaccedilotildees a melhoria dos resultados na AB se expressou no conjunto de equipes
0102030405060708090
100II391 e II311
II392 e II313
II301 e II251
III76 e III88
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
203
brasileiras e natildeo soacute naquelas participantes do PMAQ-AB a importacircncia da linearidade
entre os instrumentos dos ciclos do PMAQ-AB a fim de perceber a evoluccedilatildeo das equipes
entrevistadas e a possibilidade de atraveacutes das variaacuteveis do instrumento visualizar o
funcionamento da AB em relaccedilatildeo aos quatro atributos essenciais da APS e alguns aspectos
em relaccedilatildeo aos atributos derivativos
A anaacutelise do conjunto de variaacuteveis que evoluiacuteram positivamente entre os 2 ciclos
permite observar algum destaque para as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos
organizacionais no acircmbito da governabilidade das proacuteprias equipes
204
6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES
Em deacutecadas recentes tem-se observado o crescente debate sobre as vantagens do
fortalecimento da APS nos sistemas de sauacutede que optam por organizar seus serviccedilos em
rede A literatura sobre o tema em geral indica que Sistemas de sauacutede com APS forte
estatildeo associados a melhores resultados de sauacutede maior acesso aos serviccedilos maior
qualidade de atendimento reduccedilatildeo dos cuidados especializados desnecessaacuterios e
potencialmente prejudiciais aleacutem de favorecer o diagnoacutestico e tratamento precoce dos
problemas de sauacutede
Nesta investigaccedilatildeo analisar os resultados do PMAQ-AB a partir dos atributos da
APS definidos por Starfield (2002) foi uma tentativa de colaborar para a qualificaccedilatildeo da
APS no Brasil sinalizando elementos tanto da praacutetica profissional como da organizaccedilatildeo
do serviccedilo que se relacionam com aspectos da qualidade do cuidado em sauacutede Uma APS
de qualidade foi aqui representada por UBS que conseguem ser porta de entrada coordenar
e ofertar accedilotildees diversificadas para o cuidado em sauacutede exercer papel de filtro para acesso agrave
rede especializada dar continuidade ao cuidado dos usuaacuterios ao longo da vida favorecer a
organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco nas necessidades dos usuaacuterios mediar a participaccedilatildeo
social desenvolver accedilotildees comunitaacuterias e estar integrada com os demais equipamentos do
territoacuterio
Buscar o enfoque das regiotildees de sauacutede para essa discussatildeo partiu da compreensatildeo
de que somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e financiamento em uma
rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos eficientes de pactuaccedilatildeo
intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede integral Independente da
heterogeneidade de necessidades e realidades nos territoacuterios do nosso paiacutes a organizaccedilatildeo
da rede de atenccedilatildeo em sauacutede precisa possibilitar aos usuaacuterios o acesso a uma mesma gama
de serviccedilos em tempo oportuno e de forma resolutiva
Dentre as limitaccedilotildees da dissertaccedilatildeo destacam-se quatro aspectos principais Um
primeiro se refere agrave amplitude e complexidade de tratar o conjunto dos atributos da APS
um desafio para o aprofundamento de referecircncias bibliograacuteficas e discussotildees sobre cada
grande tema Um segundo abrange a insuficiente revisatildeo de referecircncias internacionais Um
terceiro identificado foi a natildeo realizaccedilatildeo de testes estatiacutesticos para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis examinadas e diferenccedilas entre regiotildees e na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e
2 E um quarto discutido no decorrer do trabalho satildeo as proacuteprias limitaccedilotildees do
instrumento do PMAQ-AB com questotildees estruturadas para orientar o pagamento por
desempenho o vieacutes de positividade das equipes participantes e a amostra intencional dos
205
usuaacuterios
Apesar desse uacuteltimo aspecto compreende-se que cada vez mais o desenho e
execuccedilatildeo do PMAQ-AB tecircm superado as dificuldades enfrentadas no primeiro ciclo A
avaliaccedilatildeo dos resultados do PMAQ-AB possibilita apresentar um panorama de maior
amplitude da AB no Brasil tanto pela sua abrangecircncia nacional como pelo envolvimento
de diferentes atores adesatildeo ampliada e o investimento realizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede
Pode-se tecer algumas consideraccedilotildees a respeito da concepccedilatildeo orientadora do
PMAQ-AB tomando como base seus dois principais documentos os manuais instrutivos e
os instrumentos de cada ciclo O marco legal e a proposta colocada na origem do PMAQ-
AB se relacionam com uma APS abrangente e com os atributos da APS propostos por
Starfield (2002) mas com pouca ecircnfase na centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural
Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua
organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)
integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com
subdimensatildeo especiacutefica Como destacado na anaacutelise dos atributos os instrumentos carecem
de abordagem cultural a centralidade na famiacutelia eacute pouco desenvolvida e a accedilatildeo
comunitaacuteria e intersetorial satildeo pouco abordadas elementos tambeacutem cruciais para uma APS
abrangente
Os manuais instrutivos do PMAQ-AB dos ciclos 1 e 2 tecircm como foco a
apresentaccedilatildeo do Programa seu conceito e justificativa aleacutem de um detalhamento das
quatro fases de implantaccedilatildeo Foram identificadas nos documentos duas abordagens
especificamente sobre a Atenccedilatildeo Baacutesica Uma delas se refere aos desafios para a
qualificaccedilatildeo da AB que pretendem ser enfrentados pelo PMAQ precariedade da rede
fiacutesica inadequadas condiccedilotildees de trabalho necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de
trabalho elevada rotatividade de profissionais comprometendo o viacutenculo a continuidade
do cuidado e a integraccedilatildeo da equipe incipiecircncia dos processos de gestatildeo sobrecarga das
equipes por sua populaccedilatildeo adscrita pouca integraccedilatildeo das equipes de AB com outros pontos
da Rede de Atenccedilatildeo baixa integralidade e resolutividade das praacuteticas procedimento-
meacutedico-centrada e financiamento insuficiente e inadequado da AB (Brasil 2013a)
A segunda abordagem dos documentos caracteriza a Atenccedilatildeo Baacutesica tal como a
PNAB 2011 A definiccedilatildeo se refere a uma APS abrangente destacando-se entre seus
princiacutepios a territorializaccedilatildeo e responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria a adscriccedilatildeo dos usuaacuterios e
viacutenculo a acessibilidade acolhimento e porta de entrada preferencial o cuidado
longitudinal a ordenaccedilatildeo da RAS a gestatildeo do cuidado integral em rede e o trabalho em
206
equipe multiprofissional (Brasil 2013a)
Especificamente no manual instrutivo do ciclo 2 observa-se uma maior ecircnfase nos
compromissos tripartite incluindo as pactuaccedilotildees da Rede Cegonha e do Programa
Nacional do Controle do tabagismo Aleacutem disso haacute atualizaccedilotildees em relaccedilatildeo ao novo
sistema de informaccedilatildeo eSUS ABSISAB para os indicadores de monitoramento e
desempenho e sobre o acompanhamento dos NASF
Ademais os instrumentos dos ciclos 1 e 2 apresentam uma similaridade em relaccedilatildeo
agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas variaacuteveis
Questotildees antes gerais no ciclo 1 tecircm uma certa transformaccedilatildeo no ciclo 2 para os
programas prioritaacuterios aleacutem do ciclo 2 buscar mais especificidade no conceito das accedilotildees
propostas Entre os moacutedulos do Programa a concentraccedilatildeo de perguntas dos instrumentos
foi em relaccedilatildeo ao aspecto da infraestrutura (moacutedulo I)
Quanto ao cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e
de usuaacuterios participantes do PMAQ-AB podem ser destacados alguns aspectos O
primeiro eacute que a maior parte das variaacuteveis natildeo possuiacutea equivalecircncia de questotildees na
perspectiva dos dois atores Na anaacutelise dos atributos prevaleceu um maior nuacutemero de
variaacuteveis relacionadas a percepccedilatildeo dos profissionais e natildeo dos usuaacuterios apesar de no
atributo da longitudinalidade ter sido possiacutevel privilegiar a percepccedilatildeo dos usuaacuterios atraveacutes
de um maior nuacutemero de variaacuteveis selecionadas
Um segundo ponto eacute a distribuiccedilatildeo de variaacuteveis equivalentes dos moacutedulos de
profissionais e dos usuaacuterios entre os atributos Mesmo em nuacutemero extremamente reduzido
observou-se equivalecircncia com variaacuteveis similares para profissionais e usuaacuterios nos
atributos de primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade
Comparando-se o resultado dessas variaacuteveis equivalentes a percepccedilatildeo dos
profissionais foi em todos os casos mais positiva que a percepccedilatildeo dos usuaacuterios Um
exemplo que chama a atenccedilatildeo se refere agrave definiccedilatildeo de maternidade para o parto Quanto
mais desenvolvida e maior a oferta de serviccedilos na regiatildeo de sauacutede mais elevada a
afirmaccedilatildeo dos profissionais sobre a existecircncia de referecircncias e fluxos para o parto Jaacute na
percepccedilatildeo das usuaacuterias quem mais relata ter sido orientada sobre a maternidade do parto
foram as usuaacuterias de equipes do grupo de regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos
O presente estudo aponta para um conjunto de resultados sintetizados a seguir O
atributo primeiro contato apresentou os melhores resultados dentre os demais atributos O
horaacuterio de funcionamento das UBS em geral foi adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto
207
ao atendimento de suas necessidades e a distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes
relataram realizar acolhimento aos usuaacuterios mas questiona-se a qualidade desse
acolhimento pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentiam acolhidos e os profissionais natildeo
foram capacitados para tal Identificaram-se importantes dificuldades na marcaccedilatildeo de
consultas na AB sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios
especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se
definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria
desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade Em siacutentese os indicadores
de padratildeo muito bom e bom corresponderam majoritariamente ao componente horaacuterios
de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo foi no agendamento da consulta
na AB
Nas equipes das Reg 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos) foram observados os piores resultados em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento
agendamento da consulta na AB e urgecircncia e emergecircncia O acolhimento teve piores
resultados tanto nas equipes das Reg 1 como das Reg 2 Os melhores resultados no
conjunto dos componentes do primeiro contato foram observados nas Regiotildees mais
desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5)
O atributo da longitudinalidade apresentou resultados em geral insatisfatoacuterios
tanto para continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente como para qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Todavia o tempo das consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio
falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo
apresentaram resultados satisfatoacuterios Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da
longitudinalidade que variaram desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo
dos registros e puericultura ateacute questotildees mais abrangentes como a fixaccedilatildeo de profissionais
e melhores condiccedilotildees de trabalho e um outro conjunto sendo influenciado pela capacitaccedilatildeo
e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo profissional-paciente como acessibilidade ao
profissional apoacutes a consulta Em resumo os indicadores com padratildeo bom concentraram-se
no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos faltosos pelos ACS e dentre os
piores indicadores destacaram-se as questotildees de escolha da equipe e de continuidade do
cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo lembram o que aconteceu em
consultas anteriores e escassa busca ativa)
Os melhores resultados em relaccedilatildeo a qualidade profissional-paciente residiu no
grupo de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) apesar das
limitaccedilotildees encontradas em todos os grupos de sauacutede para a longitudinalidade
208
Um ponto interessante eacute a superioridade das respostas nas regiotildees de sauacutede de
baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) um
comportamento incomum da longitudinalidade em relaccedilatildeo aos demais atributos Nesse
grupo percebe-se a maior realizaccedilatildeo de busca ativa maior possibilidade de tirar duacutevidas
apoacutes as consultas e maior satisfaccedilatildeo do usuaacuterio quanto ao tempo da consulta para falar
sobre suas preocupaccedilotildees Estes resultados nos sugerem que o viacutenculo e a continuidade do
cuidado estariam sendo mais bem trabalhados nas regiotildees menos desenvolvidas Mesmo
com alta rotatividade uma hipoacutetese eacute que os profissionais que se fixam nas Reg tipo 1
sentem-se tambeacutem mais vinculados com os usuaacuterios destes contextos entendendo aqui o
viacutenculo como uma relaccedilatildeo de dupla via profissional e usuaacuterios Estudos especiacuteficos satildeo
necessaacuterios para compreender se esses melhores resultados poderiam ser atribuiacutedos agrave
indisponibilidade de outros serviccedilos e portanto ldquofalta de opccedilatildeordquo dos usuaacuterios ou realmente
a uma maior proximidade entre profissional e usuaacuterio
O atributo da abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou melhores resultados
no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB A disponibilidade de
consultas meacutedicas e de enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios
mostraram-se adequados Todavia observou-se carecircncias mostrando que as unidades de
atenccedilatildeo baacutesica necessitam ampliar seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos
para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e
medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo
dos profissionais na atenccedilatildeo agrave sauacutede A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito
bom esteve na disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de
padratildeo inadequado se concentraram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave
equipe pelas diferentes categorias do NASF
A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e agrave
oferta de serviccedilos assim como evidenciado em outros estudos Observa-se que a
integralidade estaacute mais efetivada nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas e com alta oferta
de serviccedilos (Reg 5) Um destaque positivo nas Reg 1 estaacute na disponibilidade de cirurgiatildeo-
dentista e na imunizaccedilatildeo E uma observaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave resolutividade eacute que os
resultados satildeo similares comparando as Reg 1 e Reg 4 Aleacutem disso a vacinaccedilatildeo tem uma
variaccedilatildeo consideraacutevel por regiatildeo de sauacutede com piores resultados nas regiotildees de meacutedio
desenvolvimento socioeconocircmico e meacutediaalta oferta de serviccedilos (Reg 3)
O atributo da coordenaccedilatildeo apresentou os piores resultados dentre os demais
atributos indicando dificuldades de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames
209
especializados baixa comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de
referecircnciasfluxos e escassos mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso
dos usuaacuterios aos serviccedilos que necessitam A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo bom
esteve na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na existecircncia de
centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os indicadores de
padratildeo inadequado se distribuiacuteram em todos os componentes continuidade informacional
ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e
comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE
Considerando a dificuldade da APS em desempenhar sua funccedilatildeo de coordenadora
do cuidado observa-se que a dificuldade de institucionalizaccedilatildeo ndash seja da comunicaccedilatildeo
entre serviccedilos seja de referecircncias e fluxos ndash eacute ainda maior nos municiacutepios de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) Apesar de baixos
resultados de coordenaccedilatildeo de uma forma geral as equipes das regiotildees mais desenvolvidas
(Reg 4 e Reg 5) satildeo as com melhores resultados no conjunto de indicadores As equipes
das Reg 1 satildeo as que apresentam piores resultados independente do componente se
destacando entre esses a comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE tambeacutem com os mais baixos
percentuais nas Reg 2
Sobre o atributo orientaccedilatildeo para a comunidade as variaacuteveis do instrumento do
PMAQ-AB natildeo permitem realizar uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes
e os demais setores e poliacuteticas puacuteblicas presentes na comunidade em geral Esse atributo
apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo no que se refere agrave
disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da equipe Contudo
importante destacar a relaccedilatildeo desses resultados positivos com as exigecircncias do marco
normativo (PNAB 2011) Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes natildeo
consideraram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a
interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo
muito bom ou bom esteve na disponibilidade e trabalho dos ACS definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo do processo
de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se concentraram na articulaccedilatildeo com
outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social
Observa-se na maior parte dos resultados da orientaccedilatildeo para a comunidade pouca
variaccedilatildeo conforme desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos Em geral os
piores resultados se apresentaram nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) As Reg 5
foram melhores na organizaccedilatildeo da territorializaccedilatildeo planejamento das accedilotildees e mecanismos
210
de participaccedilatildeo social
No atributo centralidade na famiacutelia apesar de poucos indicadores disponiacuteveis no
instrumento para essa anaacutelise foram niacutetidos os avanccedilos relacionados agrave visita domiciliar
assim como a deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como
organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma
abordagem dos profissionais que envolva a famiacutelia como um todo Apesar dos resultados
desse atributo em geral serem altos o pior indicador ndash central na discussatildeo ndash foi se os
profissionais da EqAB perguntavam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas
A centralidade na famiacutelia natildeo parece estar diretamente relacionada ao
desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos O atributo teve comportamento
similar entre as regiotildees de sauacutede sendo observado com menores resultados apenas nas
regiotildees de meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 2) Os
melhores resultados variaram em indicadores especiacuteficos por exemplo com melhores
resultados de organizaccedilatildeo de prontuaacuterios por nuacutecleos familiares nas Reg 1 e maior registro
de consultas ou atendimentos no domiciacutelio nas Reg 5
O atributo competecircncia cultural dentre os escassos indicadores selecionados
apresentou resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir
respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como a oferta
de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com diferenccedila
entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma dificuldade em
saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses indicadores visto que
depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e quilombola) no
territoacuterio dos municiacutepios
Ainda que com baixos percentuais os resultados da competecircncia cultural apontam
que as regiotildees de baixa oferta de serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) satildeo as com melhores resultados
principalmente por realizarem accedilotildees e atendimento agrave populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas Isso provavelmente se deve a maior concentraccedilatildeo dessa populaccedilatildeo nas
referidas regiotildees de sauacutede com municiacutepios com menos habitantes Em contrapartida as
regiotildees de maior DSE e alta oferta de serviccedilos (Reg 4 e Reg 5) satildeo as que apresentam os
piores resultados se destacando positivamente apenas por maior oferta de praacuteticas
integrativas e complementares
As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)
foram as que apresentaram os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo
211
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) a maior parte dos piores
resultados Um problema maior dos piores resultados estarem concentrados nas Reg 1 eacute
porque eacute o grupo de regiotildees que contempla mais municiacutepios brasileiros (2159 municiacutepios)
As equipes das Reg 1 contudo destacam-se por resultados levemente mais positivos no
atributo da longitudinalidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural mostrando
que eacute possiacutevel uma organizaccedilatildeo do serviccedilo da APS que favoreccedila maior qualidade do
cuidado e que esteja mais proacuteximo das pessoas mesmo em regiotildees de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos
Os atributos com resultados mais baixos independente do grupo de regiatildeo de sauacutede
foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural O primeiro principalmente em
virtude da dificuldade da comunicaccedilatildeo entre APS e os demais equipamentos da rede de
atenccedilatildeo e o segundo pela ausecircncia de accedilotildees para grupos populacionais com caracteriacutesticas
especiacuteficas ademais da falta de variaacuteveis sobre a temaacutetica
Dois atributos apresentaram resultados proporcionalmente maiores conforme a
gradaccedilatildeo dos grupos de regiotildees de sauacutede ou seja resultados menores no grupo 1 crescente
nos demais grupos e maiores no grupo 5 Esses atributos foram o primeiro contato e a
coordenaccedilatildeo Em relaccedilatildeo a um comportamento oposto ou seja resultados piores nas Reg
5 melhorando entre os grupos e apresentando melhor resultado no grupo 1 tem-se o
atributo da competecircncia cultural poreacutem limitado conforme descrito anteriormente
Os resultados das equipes das Reg 4 (Alto desenvolvimento socioeconocircmico e
meacutedia oferta de serviccedilos) foram similares aos resultados da equipes das Reg 5 na maioria
dos atributos primeiro contato longitudinalidade orientaccedilatildeo para a comunidade
centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural
Jaacute em relaccedilatildeo aos resultados das Reg 2 (Meacutedioalto desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) os resultados foram similares aos das equipes
das Reg 1 nos atributos primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e competecircncia
cultural
Ressalta-se contudo uma dificuldade em avaliar as Reg 3 (Meacutedio DSE e
meacutediaalta oferta de serviccedilos) Seus resultados apresentaram-se medianos em todo o
conjunto de atributos ora superiores agraves Reg 1 e 2 (primeiro contato coordenaccedilatildeo e
orientaccedilatildeo para a comunidade) ora similares agraves Reg 1 e 2 (integralidade e centralidade na
famiacutelia) e raramente com resultados superiores agraves equipes das Reg 4 e 5 (competecircncia
cultural) Logo natildeo foi possiacutevel apreender um padratildeo de comportamento nesse grupo
Em resumo a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma heterogecircnea entre os
212
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees mais voltadas ao acircmbito da
relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio percebe-se resultados por vezes mais positivos nas regiotildees
menos desenvolvidas e no que depende de accedilotildees mais sistecircmicas e estruturais os
resultados satildeo superiores nas regiotildees mais desenvolvidas Os resultados reforccedilam a
diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede reflexo dessa desigualdade social de uma falta de
planejamento regional das accedilotildees em sauacutede e com repercussotildees importantes no acesso e uso
dos serviccedilos de APS
Observando a distribuiccedilatildeo desses grupos de regiotildees de sauacutede nas macrorregiotildees do
Brasil percebe-se a concentraccedilatildeo das Reg 5 nas macrorregiotildees Sudeste e Sul e a
concentraccedilatildeo das Reg 1 nas macrorregiotildees Norte e Nordeste Em macrorregiotildees como o
Nordeste eacute niacutetida a variaccedilatildeo para grupos de maior desenvolvimento socioeconocircmico ou
maior oferta apenas regiotildees de sauacutede onde ficam localizadas as capitais Todavia o grupo 1
representa 40 das regiotildees de sauacutede brasileiras e estaacute presente em todas as macrorregiotildees
brasileiras caracterizando heterogeneidades dentro de uma mesma macrorregiatildeo e de um
mesmo estado Eacute importante ressaltar o sentido que tem essa heterogeneidade para a
organizaccedilatildeo da APS em um sistema universal de sauacutede Todos os usuaacuterios devem ter
acesso a uma mesma gama de serviccedilos de forma integral coordenada e resolutiva mas a
organizaccedilatildeo dessa APS precisa considerar a diversidade regional
Na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da qualidade nas
equipes compatiacuteveis Os resultados mais positivos se expressaram tambeacutem para o conjunto
de equipes brasileiras No total de equipes participantes do ciclo 2 observou-se resultados
em geral ligeiramente inferiores do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2
Destacaram-se em geral as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos organizacionais de
governabilidade das proacuteprias equipes
Em relaccedilatildeo aos atributos essenciais houve resultados superiores do ciclo 2 no
atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na AB em
qualquer dia da semana se manteve como uma importante barreira organizacional de
acesso No atributo longitudinalidade a continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
identificada como inadequada se manteve e teve resultados ainda inferiores e o viacutenculo
apresentou melhoria mas com resultados ainda baixos em relaccedilatildeo ao padratildeo esperado Na
integralidade os resultados do escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Em geral observou-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees
realizadas e que o apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo assim como a
disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios Em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo foi
213
menor a possibilidade de comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 O acesso a consultas
especializadas permaneceu similar com leve aumento nos resultados de agendamento de
consultas de atenccedilatildeo especializada realizado pela UBS Elementos centrais como contato
institucionalizado entre profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento
foram excluiacutedos do novo instrumento
Quanto aos atributos derivativos a comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 mostrou que a
orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou resultados superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo aos
indicadores de territorializaccedilatildeo e de participaccedilatildeo social na perspectiva das equipes Na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios os indicadores de participaccedilatildeo social permaneceram ruins e na
intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os
dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma anaacutelise mais
adequada Os resultados do atributo centralidade na famiacutelia foram mantidos com poucos
indicadores para a discussatildeo do tema e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na
organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB
perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas Os indicadores da competecircncia
cultural se mantiveram insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do
instrumento
Concluiacutemos ressaltando que atraveacutes desta dissertaccedilatildeo buscou-se colaborar para as
anaacutelises da APS no Brasil a partir dos atributos definidos por Starfield (2002) sempre se
pautando pelos benefiacutecios de um sistema de sauacutede organizado em redes regionalizadas de
atenccedilatildeo tendo a APS como base Almeja-se que o pano de fundo da institucionalizaccedilatildeo da
cultura da avaliaccedilatildeo aqui representado pelo PMAQ-AB contribuam para um julgamento
que influencie positivamente a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede Entre as
reflexotildees produzidas a partir deste estudo fica evidente que as desigualdades presentes na
sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS e do SUS Dadas as
peculiaridades das populaccedilotildees satildeo necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais
heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham acesso a uma mesma gama de serviccedilos de
qualidade de acordo com as suas necessidades independente do territoacuterio em que habitam
Essas desigualdades precisam ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor
qualidade integral resolutivo e voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo
214
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227
ANEXOS
ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR
ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB
Quadro 21 Atributo primeiro contato variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA INDICADORES
Horaacuterios de funcionamento
I71 Quantos turnos de
funcionamento esta UBS oferece a
populaccedilatildeo
Dois turnos ou trecircs
turnos
de UBS que oferecem dois ou mais turnos
de atendimento agrave populaccedilatildeo
I73 Esta UBS funciona quantos dias
na semana
5 6 ou 7 dias de UBS que funcionam 5 ou mais dias na
semana
I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de
funcionamento da UBS
8 horasdia ou mais de UBS que funcionam 8 horasdia ou
mais
I76 Esta UBS oferece atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
Sim de UBS que oferecem atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas
necessidades
Sim de usuaacuterios que afirmam que o horaacuterio de
funcionamento desta unidade atende agraves suas
necessidades
III 52 O que o(a) senhor(a) acha da
distacircncia da sua casa ateacute esta Unidade
de Sauacutede
Perto ou razoaacutevel de usuaacuterios que afirmam que a distacircncia da
sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel
Acolhimento
II151 Estaacute implantado o acolhimento
da UBS
Sim de EqAB que afirmam que estaacute implantado
o acolhimento na UBS
II154 Todos os usuaacuterios que chegam
agrave UBS espontaneamente buscando
atendimento tem suas necessidades
escutadas e avaliadas
Sim de EqAB que afirmam que todos os
usuaacuterios que chegam agrave unidade de sauacutede
espontaneamente buscando atendimento tecircm
suas necessidades escutadas e avaliadas
II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade no acolhimento
aos usuaacuterios
Sim de EqAB que afirmam que os profissionais
que fazem o acolhimento foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos usuaacuterios
III71 Na maioria das vezes que o(a)
senhor(a) vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
Sim de usuaacuterios que afirmam que na maioria
das vezes que vatildeo a UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer problema
conseguem ser escutados(as)
III74 O que o(a) senhor(a) acha
sobre a forma como eacute
acolhidorecebido ao procurar o
serviccedilo
Muito bom ou bom de usuaacuterios que consideram muito bom ou
bom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a)
ao procurar o serviccedilo
Agendamento da consulta na AB
II15141 Caso o usuaacuterio tenha um
problema que natildeo seja recomendaacutevel o
agendamento para outro dia haacute
reservas de vagas para atendimento no
mesmo dia
Sim de EqAB que comprovam que caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro dia
haacute reserva de vagas para atendimento no
mesmo dia
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja
o caso de agendar no dia e o usuaacuterio
natildeo faccedila parte de algum grupo que
Sim de EqAB que afirmam que nas situaccedilotildees
em que natildeo seja o caso de agendar no dia e o
usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo que
228
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA INDICADORES
possui atendimento programado na
UBS ele consegue sair dessa unidade
com a consulta marcada
possui atendimento programado na unidade
de sauacutede ele consegue sair desta unidade
com a consulta marcada
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
Em qualquer dia da
semana em
qualquer horaacuterio
de EqAB que afirmam que as consultas
satildeo agendadas na UBS em qualquer dia da
semana em qualquer horaacuterio
III61 Na maioria das vezes como
o(a) senhor(a) faz para marcar
consulta na unidade de sauacutede
Vai agrave unidade e
marca atendimento
a qualquer hora
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS a qualquer hora
e marcam o atendimento
Marca por telefone de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS marcam por telefone
Vatildeo a UBS mas
tem que pegar
ficha
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS mas tem que
pegar ficha
Vatildeo a UBS e para
pegar ficha eacute
necessaacuterio fazer
fila antes da UBS
abrir
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS e para pegar
ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da UBS
abrir
O ACS marca a
consulta
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS o ACS marca a consulta
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
Todos os dias da
semana
de usuaacuterios que afirmam que a marcaccedilatildeo
de consultas pode ser feita todos os dias da
semana
Atendimento de
urgecircnciaemergecircncia
II158 A equipe realiza atendimento
de urgecircncia e emergecircncia nesta UBS
Sim de EqAB que afirmam realizar
atendimento de urgecircncia e emergecircncia nesta
unidade de sauacutede
III78 Onde o(a) senhor(a) procurou
atendimento (em relaccedilatildeo agrave urgecircncia)
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam que no caso de
urgecircncia procuraram atendimento nesta UBS
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Indicadores cujo padratildeo de referecircncia satildeo as respostas negativas
Quadro 22 Atributo longitudinalidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente
II35 Quanto tempo o(a) senhor(a)
atua nesta Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
3 anos ou mais de EqAB em que o respondente atua 3 anos
ou mais em sua equipe
II325 Nas visitas domiciliares dos
ACS eacute realizada a busca ativa no
territoacuterio
Hipertensos
faltosos
de EqAB que afirmam que nas visitas
domiciliares os ACS realizam a busca ativa dos
hipertensos faltosos
III97 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute
atendido pelo mesmo meacutedico
Sim de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo meacutedico na UBS
III99 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute
atendido pelo mesmo enfermeiro
Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo enfermeiro na UBS
III913 Os profissionais lembram-se
do que aconteceu nas uacuteltimas consultas
do(a) senhor(a)
Sim de usuaacuterios que afirmam que os profissionais
lembram-se do que aconteceu nas uacuteltimas
consultas
III916 Quando o(a) senhor(a)
interrompe o tratamento por algum
motivo ou natildeo vem agrave consulta nesta
UBS os profissionais procuram o(a)
Sim de usuaacuterios que afirmam que quando
interrompem o tratamento por algum motivo ou
natildeo comparecem agrave consulta na UBS os
profissionais os procuram para saber o que
229
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
senhor(a) para saber o que aconteceu e
retomar o atendimento
aconteceu e retomar o atendimento
III145 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias
de vida (primeira semana)
Sim de usuaacuterios que afirmam que a equipe fez
uma visita agrave crianccedila com ateacute sete dias de vida
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente (viacutenculo)
III510 Se o(a) senhor(a) quiser pode
escolher a equipe que lhe atende
Sim de usuaacuterios que afirmam que se quiserem
podem escolher a equipe que lhe atende
III91 Durante o atendimento nesta
Unidade de Sauacutede o (a) meacutedico(a)
deixa tempo suficiente para o(a)
senhor(a) falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
Sim de usuaacuterios que afirmam que o meacutedico deixa
tempo suficiente para falar sobre suas
preocupaccedilotildees ou problemas
III93 Durante o atendimento nesta
Unidade de Sauacutede o(a) enfermeiro(a)
deixa tempo suficiente para o(a)
senhor(a) falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
Sim de usuaacuterios que afirmam que o enfermeiro
deixa tempo suficiente para falar sobre suas
preocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando o(a) senhor(a) precisa
tirar duvidas apoacutes as consultas tem
facilidade para falar com os
profissionais que lhe atenderam
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando
precisam tirar duacutevidas apoacutes as consultas sempre
tem facilidade para falar com os profissionais
que lhe atenderam
III918 O(a) senhor(a) se sente agrave
vontade para falar com a equipe sobre
suas preocupaccedilotildees problemas sociais
familiares ou outras questotildees
Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir agrave vontade
para falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas sociais familiares ou
outras questotildees
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 23 Atributo abrangecircnciaintegralidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis
aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios
de funcionamento da UBS
Consultas
meacutedicas
de UBS que ofertam consultas meacutedicas
Consultas de
enfermagem
de UBS que ofertam consultas de
enfermagem
Consultas
odontoloacutegicas
de UBS que ofertam consultas odontoloacutegicas
Dispensaccedilatildeo de
medicamentos
pela farmaacutecia
de UBS que dispensam medicamentos pela
farmaacutecia
Vacinaccedilatildeo de UBS que ofertam vacinaccedilatildeo
II166 A equipe programa consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios e
necessitam de cuidado continuado
Sim de EqAB que afirmam programar consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado
continuado
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
Creatinina
de EqAB que afirmam solicitar exame de
creatinina para HAS
II176 Quais os exames solicitados
para DM
Hemoglobina
glicosilada
de EqAB que afirmam solicitar exame de
hemoglobina glicosilada para DM
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de 50 a
69 anos
Mamografia de EqAB que afirmam solicitar mamografia
para mulheres entre 50 e 69 anos
230
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
II1710 Quais os exames solicitados
para o preacute-natal
Sorologia para
HIV
de EqAB que afirmam solicitar sorologia
para HIV no preacute-natal
II203 A equipe realiza coleta de
material para exames de laboratoacuterio
Sim de EqAB que afirmam realizar coleta de
material para exames de laboratoacuterio
II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza procedimentos pequenas
cirurgias na UBS
Sim de EqAB que afirmam realizar
procedimentospequenas cirurgias
II208 A EqAB realiza os seguintes
procedimentos pequenas cirurgias
Sutura de
ferimentos
de EqAB que afirmam realizar sutura de
ferimentos
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidado no domiciacutelio
Sim de EqAB que afirmam possuir
levantamentomapeamento dos usuaacuterios
adscritos que necessitam receber cuidado no
domiciacutelio
III1416 Em que local foram feitas a
maioria das vacinas da crianccedila
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das vacinas da crianccedila na UBS
III153 Onde o (a) Senhor (a) fez a
maioria das consultas por causa da
pressatildeo alta (hipertensatildeo) nos uacuteltimos
seis meses
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das consultas de HAS na UBS
III163 Onde o (a) Senhor (a) fez a
maioria das consultas por causa da
diabetes (accediluacutecar alto no sangue) nos
uacuteltimos seis meses
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das consultas de diabetes na UBS
III106 A Senhora faz o exame
preventivo do cacircncer do colo do uacutetero
(exame papanicolau) nesta Unidade de
Sauacutede
Sim de usuaacuterias que afirmam ter feito o exame
preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS
III116 Em que local a senhora fez a
maioria das consultas de preacute-natal
Nesta UBS de usuaacuterias que afirmam ter feito a maioria
das consultas de preacute-natal na UBS
Resolutividade
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
1 ou mais
meacutedicos
de UBS que possuem meacutedico
1 ou mais
enfermeiros
de UBS que possuem enfermeiro
1 ou mais
cirurgiotildees-
dentista
de UBS que possuem cirurgiatildeo-dentista
II122 Quem realiza apoio agrave equipe de
atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de casos
considerados complexos
NASF de EqAB que afirmam receber apoio de
profissionais do NASF
II123 Equipes que recebem apoio dos
seguintes profissionais do NASF
Psicoacutelogo de EqAB que afirmam receber apoio de
psicoacutelogo do NASF
Fisioterapeuta
de EqAB que afirmam receber apoio de
fisioterapeuta do NASF
Nutricionista
de EqAB que afirmam receber apoio de
nutricionista do NASF
Assistente Social
de EqAB que afirmam receber apoio de
assistente social do NASF
Farmacecircutico
de EqAB que afirmam receber apoio de
farmacecircutico do NASF
Ginecologista
de EqAB que afirmam receber apoio de
ginecologista do NASF
Pediatra de EqAB que afirmam receber apoio de
pediatra do NASF
231
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Psiquiatra de EqAB que afirmam receber apoio de
psiquiatra do NASF
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
Sim de EqAB que afirmam que no municiacutepio haacute
accedilotildees de educaccedilatildeo permanente envolvendo
profissionais da AB
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
Sim de EqAB que afirmam que quando haacute accedilotildees
de educaccedilatildeo permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
II201 A equipe possuirecebe
medicamentos da farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender a sua
populaccedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam receber medicamentos
da farmaacutecia baacutesica suficientes para atender a
populaccedilatildeo
II205 A equipe realiza todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
Sim de EqAB que afirmam realizar todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
III81 Quando o senhor eacute atendido
nessa UBS o senhor acha que a equipe
busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria
UBS
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS acham que a equipe sempre
busca resolver suas necessidadesproblemas na
proacutepria UBS
III181 Quando o senhor procura
atendimento nesta UBS falta de
material ou equipamento costuma
prejudicar seu atendimento
Nunca de usuaacuterios que afirmam que quando
procuram atendimento na UBS nunca falta
material ou equipamento que prejudique seu
atendimento
III922 O(a) senhor(a) encontra
facilidade para saber dos resultados dos
seus exames que chegam nesta unidade
de sauacutede
Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre
encontram facilidade para saber os resultados de
seus exames
III 182 Quando o profissional receita
um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute
disponiacutevel na UBS
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando o
profissional receita um medicamento este
sempre estaacute disponiacutevel
III75 As orientaccedilotildees que os
profissionais datildeo para o senhor na UBS
atendem suas necessidades
Sempre de usuaacuterios que afirmam que as orientaccedilotildees
que os profissionais fornecem na UBS sempre
atendem suas necessidades
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 24 Atributo coordenaccedilatildeo variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Continuidade informacional
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
Sim de EqAB que afirmam existir prontuaacuterio
eletrocircnico implantado
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam que o prontuaacuterio
eletrocircnico estaacute integrado com outros pontos da
rede de atenccedilatildeo
II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas
de encaminhamento dos usuaacuterios para
demais pontos de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que comprovam existir fichas de
encaminhamento dos usuaacuterios para demais
pontos de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros
pontos de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que comprovam manter registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
II254 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro de pessoas com
hipertensatildeo arterial sistecircmica com
Sim de EqAB que afirmam possuir registro das
pessoas com HAS com maior riscogravidade
232
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
maior riscogravidade
II264 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro de pessoas com diabetes
mellitus com maior riscogravidade
Sim de EqAB que afirmam possuir registro das
pessoas com DM com maior riscogravidade
II2711 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro do nuacutemero de usuaacuterios
com tuberculose
Sim de EqAB que comprovam possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II2811 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro do nuacutemero de usuaacuterios
com hanseniacutease
Sim de EqAB que comprovam possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
Ordenamento de fluxos assistenciais
II173 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades para
encaminhamento
Sim de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de prioridades de
encaminhamento
II174 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas
para
Preacute-natal
de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
preacute-natal
HAS
de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
HAS
DM de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
DM
II184 A equipe possui documentos
contendo as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo municipal para
os atendimentos dos usuaacuterios do
territoacuterio da equipe
Sim de EqAB que afirmam possuir documentos
contendo as referecircncias e fluxos pactuados pela
gestatildeo municipal para os atendimentos dos
usuaacuterios do territoacuterio da equipe
II185 Quais as referecircncias e fluxos
definidos
Cacircncer de mama de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para cacircncer de mama
Cacircncer de colo
de uacutetero
de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para cacircncer de colo de uacutetero
Parto de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para parto
III1120 Na consulta de preacute-natal a
senhora jaacute saia com a proacutexima consulta
marcada
Sim sempre de usuaacuterias que afirmam que na consulta de
preacute-natal jaacute saem com a proacutexima consulta
marcada
III1122 A senhora foi orientada sobre
o lugar (maternidade) que faria o parto
Sim de usuaacuterias que afirmam ter sido orientada
sobre a maternidade que fariam o parto
Acesso agrave consultasexames
especializados
II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo
disponiacuteveis
Marcaccedilatildeo de
consulta
especializada
de EqAB que afirmam possuir central para
marcaccedilatildeo de consulta especializada
Marcaccedilatildeo de
exames
de EqAB que afirmam possuir central para
marcaccedilatildeo de exames
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para uma consulta especializada quais
formas possiacuteveis
O paciente sai da
UBS com a
consulta
agendada
de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio
eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado
para consulta especializada jaacute sai da UBS com
a consulta agendada
A consulta eacute
marcada pela
UBS e a data
posteriormente
informada ao
de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio
eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado
para consulta especializada a consulta eacute
marcada pela UBS e a data posteriormente
informada ao paciente
233
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
paciente
II256 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
II266 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com DM
Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de
espera para usuaacuterios com DM
III919 Quando o senhor precisa os
profissionais da equipe conseguem
marcar uma consulta com outros
profissionais ou especialistas
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando
precisam os profissionais da equipe sempre
conseguem marcar uma consulta com outros
profissionais ou especialistas
III920 Quando o senhor eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para
outros profissionais ou especialistas o
que acontece
Sai da UBS com
a consulta
agendada
de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS e necessitam ser
encaminhados para outros profissionais ou
especialistas saem da UBS com a consulta
agendada
A consulta eacute
marcada pela
UBS e depois
informada ao
usuaacuterio
de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS e necessitam ser
encaminhados para outros profissionais ou
especialistas a consulta eacute marcada pela UBS e
depois informada
Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos
AB e AE
II186 Os profissionais da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com
especialistas
Sempre de EqAB que afirmam que fizeram contato
com especialistas
II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi
contatada por especialistas
Sempre de EqAB que afirmam que foram contatadas
por especialistas
II188 A UBS possui fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Sim de EqAB que afirmam possuir fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II189 Qual fluxo institucional de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Discussatildeo de
casos
de EqAB que afirmam possuir a discussatildeo de
casos como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo
entre AB e AE
Reuniotildees
teacutecnicas com
especialistas da
rede
de EqAB que afirmam possuir a reuniotildees
teacutecnicas com especialistas como fluxo
institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Telessauacutede
de EqAB que afirmam possuir telessauacutede
como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo entre
AB e AE
Ficha de
referecircncia
contra-referecircncia
de EqAB que afirmam possuir ficha de
referecircnciacontra-referecircncia como fluxo
institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II1811 Haacute uma lista de contato na
UBS com os especialistas da rede SUS
com telefones eou e-mail
Sim de EqAB que afirmam possuir uma lista de
contatos na UBS com os especialistas da rede
SUS
III921 Depois que o senhor foi
atendido por outros profissionais fora
da UBS a equipe conversou com o
senhor sobre este atendimento
Sempre de usuaacuterios que afirmam que depois que
foram atendidos por outros profissionais fora da
UBS a EqAB sempre conversou sobre o
atendimento
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 25 Atributo orientaccedilatildeo para a comunidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia
e indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
234
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Territorializaccedilatildeo
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
4 ou mais ACS de UBS que possuem 4 ou mais ACS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
Sim de EqAB que afirmam existir definiccedilatildeo de
aacuterea de abrangecircncia
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
Sim de EqAB que afirmam existir populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
II131 Qual o nuacutemero de pessoas de
responsabilidade da equipe
Ateacute 3500 pessoas de EqAB que afirmam existir ateacute 3500
pessoas sob sua responsabilidade
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de
risco e vulnerabilidade para a definiccedilatildeo
da quantidade de pessoas sob
responsabilidade da equipe
Sim de EqAB que afirmam que a gestatildeo
considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade
para a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob
sua responsabilidade
II134 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui mapas com desenho do territoacuterio
de abrangecircncia
Sim de EqAB que afirmam possuir mapas com
desenho do territoacuterio de abrangecircncia
II136 Quando foi realizado o uacuteltimo
mapeamento da aacuterea de abrangecircncia da
equipe
Ateacute 12 meses de EqAB que realizaram mapeamento da aacuterea
de abrangecircncia da equipe nos uacuteltimos 12 meses
II910 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede
Sim de EqAB que afirmam realizar
monitoramento e anaacutelise dos indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
II92 Nos uacuteltimos 12 meses a equipe
realizou algum processo de
levantamento de problemas
Sim de EqAB que afirmam que nos uacuteltimos 12
meses realizou algum processo de
levantamento de problemas
II94 Foi estabelecido um plano de
accedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam que estabeleceram um
plano de accedilatildeo
III88 Na opiniatildeo do senhor durante
as consultas os profissionais desta
equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a
sua realidade
Sempre de usuaacuterios que afirmam que durante as
consultas os profissionais da EqAB sempre
sugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade
Intersetorialidade
II114 A equipe planejaprograma
suas atividades considerando o
envolvimento de outros setores
(intersetorialidade) que atuam na sua
aacuterea
Sim de EqAB que afirmam planejar suas
atividades considerando o envolvimento de
outros setores (intersetorialidade) que atuam na
sua aacuterea
II135 O mapa apresentado pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem quais
itens
Sinalizaccedilatildeo de
aacutereas de risco
de EqAB que afirmam que o mapa
apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo de aacutereas de
risco
Sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos
sociais
de EqAB que afirmam que o mapa
apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos sociais
II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis
para cadastramento do Programa Bolsa
Famiacutelia
Sim de EqAB que afirmam realizar busca ativa de
famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
II3331 Haacute mapa de acompanhamento
das famiacutelias cadastradas no Programa
Bolsa Famiacutelia
Sim de EqAB que comprovam existir mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no
Programa Bolsa Famiacutelia
II3821 A equipe realiza e registra as
atividades realizadas na escola
Sim de EqAB que comprovam realizar atividades
na escola
II314 Os ACS fazem accedilotildees
educativas sobre a qualidade da aacutegua
Sim de EqAB que afirmam que os ACS fazem
accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das
235
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
de cisternas cisternas
Participaccedilatildeo Social
II355 Haacute conselho local de sauacutede ou
instancia colegiada equivalente
Sim de EqAB que afirmam existir conselho local
de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente
II341 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo
baacutesica
Sim de EqAB que afirmam dispor de canais de
comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB
II351 A equipe realiza pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
Sim de EqAB que afirmam realizar pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
II354 A equipe considera a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
Sim de EqAB que afirmam considerar a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo
do processo de trabalho
III191 Quando o senhor quer fazer
uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na
Unidade de Sauacutede o senhor consegue
Sim de usuaacuterios que afirmam que quando querem
fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS
conseguem
III192 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
Sim teve
rapidamente
de usuaacuterios que afirmam que quando fizeram
alguma relaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamente
tiveram um retorno
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 26 Atributo centralidade na famiacutelia variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Abordagem familiar
II1411 Os prontuaacuterios dos usuaacuterios
da equipe de AB satildeo organizados por
nuacutecleos familiares
Sim de EqAB que comprovam que os prontuaacuterios
dos usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
Sim de EqAB que afirmam que outros membros
da equipe aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
Sim de EqAB que afirmam visitar com
periodicidade distinta as famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia de acordo com avaliaccedilotildees de risco
e vulnerabilidade
II3211 A equipe registra as consultas
ou atendimentos realizados no
domiciacutelio
Sim registra em
prontuaacuterio
Sim registra em
ficha proacutepria
de EqAB que afirmam registrar as consultas
ou atendimentos realizados no domiciacutelio
III912 Os profissionais desta unidade
costumam perguntar por seus
familiares
Sempre de usuaacuterios que afirmam que os profissionais
da EqAB perguntam sobre seus familiares
III923 O seu Agente Comunitaacuterio de
Sauacutede (ACS) visita o (a) Senhor (a) na
sua casa
Sim de usuaacuterios que afirmam receber visita do
ACS
III924 Outros profissionais da equipe
de sauacutede visitam a casa do (a) Senhor
(a)
Sim usuaacuterios que afirmam receber visita de outros
profissionais de sauacutede
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
236
Quadro 27 Atributo competecircncia cultural variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Abordagem cultural
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
Sim de EqAB que afirmam realizar accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas de acordo com as especificidades e
demandas do grupo
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
Sim de EqAB que afirmam atender a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombola
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
Sim de EqAB que afirmam oferecer o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
III76 O(a) senhor(a) se sente
respeitado pelos profissionais em
relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais
costumes sua religiatildeo
Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir respeitados
pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes e religiatildeo
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
237
ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS
COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB
Quadro 28 Primeiro contato seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Horaacuterio de funcionamento
UBS
I71 Quantos turnos de funcionamento
esta UBS oferece a populaccedilatildeo
I81 Quais os turnos de atendimento 2 ou mais
I73 Esta UBS funciona quantos dias
na semana
I82 Esta UBS funciona quais dias na
semana (exceto em campanhas e mutirotildees)
5 ou mais
I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de
funcionamento da UBS
I85 Nos dias em que a UBS funciona Em
que horaacuterio abre Em que horaacuterio fecha
8 horas ou mais
I76 Esta UBS oferece atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
I82 Esta UBS funciona quais dias na
semana (exceto em campanhas e mutirotildees)
Saacutebado e domingo
Usuaacuterios
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas necessidades
III57 O horaacuterio de funcionamento desta
UBS atende agraves suas necessidades
Sim
III52 O que o senhor acha da distacircncia
da sua casa ateacute esta UBS
III 52 Chegar ateacute essa UBS eacute Muito faacutecil faacutecil e
razoaacutevel
Acolhimento
EqAB
II151 Estaacute implantado o acolhimento
da UBS
II121 A equipe realiza acolhimento agrave
demanda espontacircnea nesta UBS
Sim
II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade no acolhimento
aos usuaacuterios
II1218 Os profissionais da equipe que
fazem o acolhimento foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos usuaacuterios
Sim
Usuaacuterios
III71 Na maioria das vezes que o
senhor vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
III73 No momento em que o senhor foi
recebido foi realizado algo para resolver o
seu problema
Sim
III74 O que o senhor acha sobre a
forma como eacute acolhidorecebido ao
procurar o serviccedilo
III72 Quando o senhor vem a unidade
sem hora marcada como o senhor foi
recebido
Muito bem e bem
Agendamento da consulta na AB
EqAB
II15141 Existe comprovaccedilatildeo caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro
dia haacute reservas de vagas para
atendimento no mesmo dia
II126 Existe reserva de vagas para
consultas de demanda espontacircnea
Sim
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o
caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo
faccedila parte de algum grupo que possui
atendimento programado na UBS ele
consegue sair dessa UBS com a consulta
marcada
II129 O usuaacuterio consegue sair da UBS
com a consulta marcada nas situaccedilotildees em
que natildeo seja o caso atender no mesmo dia
Sim
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
II1212 Como satildeo agendadas as consultas
na UBS
Em qualquer dia da
semana em qualquer
horaacuterio
Usuaacuterios
238
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
III61 Na maioria das vezes como o(a)
senhor(a) faz para marcar consulta na
UBS
III61 Na maioria das vezes como eacute
marcada consulta na UBS
Vai a UBS e marca
atendimento
Marca por telefone
Vai agrave UBS mas tem
que pegar ficha sem
ficar na fila
Vai a UBS e fica na
fila para pegar ficha
O ACS marca a
consulta
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
III62 Quando o senhor consegue marcar
consulta normalmente pode ser feita
Em qualquer dia da
semana em qualquer
horaacuterio
Atendimento de urgecircncia e
emergecircncia
EqAB
II158 A equipe realiza atendimento de
urgecircncia e emergecircncia nesta UBS
II128 A equipe realiza atendimento de Natildeo para ldquoNatildeo
realiza atendimento
de urgecircncia e
emergecircnciardquo Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Essas respostas natildeo satildeo um padratildeo de referecircncia pois se espera um maior nuacutemero de respostas negativas nas mesmas
Constam para auxiliar na anaacutelise dos dados
Quadro 29 Longitudinalidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente
EqAB
II35 Quanto tempo o senhor atua nesta
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
II35 Quanto tempo o senhor atua nesta
equipe de atenccedilatildeo baacutesica
3 anos ou mais
II325 Nas visitas domiciliares dos
ACS eacute realizada a busca ativa no
territoacuterio
II147 A equipe realiza busca ativa das
seguintes situaccedilotildees
Hipertensatildeo arterial
sistecircmica
Usuaacuterios
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo meacutedico
III93 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo meacutedico
Sempre
III99 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo enfermeiro
III94 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo enfermeiro
Sempre
III916 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo
vem a consulta nesta UBS os
profissionais procuram o senhor para
saber o que aconteceu e retomar o
atendimento
III99 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo vem agrave
consulta nesta UBS os profissionais
procuram o senhor para saber o que
aconteceu e retomar o atendimento
Sempre e na maioria
das vezes
III145 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias de
vida
III171 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias de
vida (primeira semana)
Sim
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente (viacutenculo)
Usuaacuterios
III91 Durante o atendimento nesta III91 O senhor acha que o tempo de Sim
239
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
UBS o meacutedico deixa tempo suficiente
para o senhor falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
consulta com o meacutedico eacute suficiente
III93 Durante o atendimento nesta
UBS o enfermeiro deixa tempo
suficiente para o senhor falar sobre as
suas preocupaccedilotildees ou problemas
III92 O senhor acha que o tempo de
consulta com o enfermeiro eacute suficiente
Sim
III914 Quando o senhor precisa tirar
duvidas apoacutes as consultas tem
facilidade para falar com os
profissionais que lhe atenderam
III97 Quando o senhor precisa tirar
duacutevidas apoacutes as consultas tem facilidade
para falar com os profissionais que lhe
atenderam
Sempre
III918 O senhor se sente agrave vontade
para falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas sociais
familiares ou outras questotildees
III87 O senhor se sente agrave vontade para
falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 30 AbrangecircnciaIntegralidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os
ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
UBS
I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis
aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios
de funcionamento da UBS
I86 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis aos
usuaacuterios durante os horaacuterios e dias de
funcionamento da UBS
Consultas meacutedicas
de enfermagem
odontoloacutegicas
dispensaccedilatildeo de
medicamentos e
vacinaccedilatildeo
EqAB
II166 A equipe programa consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte
de programas ou grupos prioritaacuterios e
necessitam de cuidado continuado
II131 A agenda dos profissionais estaacute
organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees
Consultas para
cuidado continuado
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Creatinina
II176 Quais os exames solicitados
para DM
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Hemoglobina
glicosilada
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de 50 a
69 anos
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Mamografia
II1710 Quais os exames solicitados
para o preacute-natal
II152 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede para o preacute-natal
Sorologia para HIV
II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza os seguintes procedimentos na
UBS
II172 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza Sutura de ferimentos
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidados no domiciacutelio
II284 A equipe possui
levantamentomapeamento dos usuaacuterios
adstritos que necessitam receber cuidados no
domiciacutelio (exceto acamados)
Sim
Usuaacuterios
240
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
III116 Em que local a senhora fez a
maioria das consultas de preacute-natal
III133 Em relaccedilatildeo a sua uacuteltima gravidez a
senhora fez preacute-natal nesta unidade de
sauacutede
Sim
III163 Onde o senhor fez a maioria
das consultas por causa da diabetes
nos uacuteltimos seis meses
III212 O senhor consultou com meacutedico ou
enfermeiro por causa da diabetes (accediluacutecar alto
no sangue) nos uacuteltimos seis meses
Sim
III153 Onde o senhor fez a maioria
das consultas por causa da pressatildeo alta
nos uacuteltimos seis meses
III202 O senhor consultou com meacutedico ou
enfermeiro por causa da pressatildeo alta
(hipertensatildeo) nos uacuteltimos seis meses
Sim
III106 A senhora faz o exame
preventivo do cacircncer de colo de uacutetero
nesta UBS
III127 A senhora faz o exame preventivo de
cacircncer do colo do uacutetero (exame Papanicolau)
nesta UBS
Sim
Resolutividade
UBS
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima existente na UBS
I33 Quantidade de profissionais da equipe
miacutenima (SF AB) existentes na unidade
Meacutedico enfermeiro
e dentista
EqAB
II122 Quem realiza apoio agrave equipe
de atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de
casos considerados complexos
II95 Os profissionais que realizam o apoio
matricial satildeo
Do NASF
II123 Equipes NASF que recebem
apoio de
II332 Quais profissionais do NASF apoiam
sua equipe
Fisioterapeuta
nutricionista
assistente social
farmacecircutico
ginecologista
pediatra e psiquiatra
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
II71 A equipe participa de accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente organizadas pela gestatildeo
municipal
Sim
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
II710 Essas accedilotildees de educaccedilatildeo permanente
contemplam as demandas e necessidades da
equipe
Contempla muito e
contempla
Usuaacuterios
III81 Quando o senhor eacute atendido
nessa UBS o senhor acha que a
equipe busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria
UBS
III81 Quando eacute atendido nesta unidade o
senhor acha que a equipe busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria unidade
de sauacutede
Sempre
III 182 Quando o profissional receita
um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute
disponiacutevel nesta UBS
III231 Quando o profissional receita um
remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute disponiacutevel nesta
UBS
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 31 Coordenaccedilatildeo seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Continuidade informacional
EqAB
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
II113 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
Sim
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da
II114 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute integrado
com os outros pontos da rede de atenccedilatildeo
Sim
241
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
rede de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios
de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Natildeo para ldquoNatildeo
realiza registrordquo
II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com HAS
com maior riscogravidade
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Hipertensatildeo
II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com DM
com maior riscogravidade
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Diabetes
II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui
registro do nuacutemero de usuaacuterios com
tuberculose
II2131 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe
de atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero
de usuaacuterios com tuberculose
Sim
II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui
registro do nuacutemero de usuaacuterios com
hanseniacutease
II2211 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe de
atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero de
usuaacuterios com hanseniacutease
Sim
Ordenamento de fluxos assistenciais
EqAB
II174 A equipe possui protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para
II144 A equipe utiliza protocolos para
estratificaccedilatildeo de risco para quais situaccedilotildees
Preacute-natal
hipertensatildeo diabetes
-
II336 Indique o que foi discutido neste
planejamento
Organizaccedilatildeo de
criteacuterios e fluxos
para
encaminhamento de
usuaacuterios a outros
serviccedilospontos de
atenccedilatildeo
Usuaacuterias
III1120 Na consulta de preacute-natal a
senhora jaacute saia com a proacutexima
consulta marcada
III1322 Na consulta de preacute-natal a senhora
jaacute saiacutea com a proacutexima consulta marcada
Sempre e na maioria
das vezes
III1122 A senhora foi orientada
sobre o lugar (maternidade) que faria
o parto
III1324 Foi falado com a senhora e qual
maternidade que seria feito o parto
Sim
Acesso agrave consultasexames
especializados
EqAB
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para uma consulta especializada quais
formas possiacuteveis
II141 Quando um usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para uma
consulta especializada quais satildeo as formas
possiacuteveis
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e
informada na hora
para o usuaacuterio
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e a
data posteriormente
informada ao
usuaacuterio
Usuaacuterios
III920 Quando o senhor eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para outros profissionais ou
especialistas o que acontece
III101 Quando eacute necessaacuterio ser
encaminhado para outro profissionais em
outro serviccedilos o senhor sabe como eacute marcada
a consulta
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e
informada na hora
242
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e a
data posteriormente
informada
Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE
EqAB
-
II161 A equipe de AB obteacutem retorno da
avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos
usuaacuterios encaminhados
Sempre e na maioria
das vezes
-
II188 Como a equipe monitora as gestantes
que tiveram parto
Recebe a contra
referecircncia da
maternidade Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 32 Orientaccedilatildeo para a comunidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os
ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Territorializaccedilatildeo
UBS
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
I33 Quantidade de profissionais da equipe
miacutenima (SF AB) existentes na UBS
4 ou mais ACS
EqAB
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
II102 Existe definiccedilatildeo da aacuterea de
abrangecircncia da equipe
Sim
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela
atenccedilatildeo baacutesica no entorno do territoacuterio de
abrangecircncia da equipe
Natildeo
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios
de risco e vulnerabilidade para a
definiccedilatildeo da quantidade de pessoas
sob responsabilidade da equipe
II101 A gestatildeo utilizou alguma tipificaccedilatildeo
com base em criteacuterios de risco e
vulnerabilidade para definir a quantidade de
pessoas sob responsabilidade da equipe
Sim
II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia
II103 A equipe possui mapas com desenho
do territoacuterio de abrangecircncia
Sim
II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede
II84 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza
monitoramento e anaacutelise dos indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
Sim
Usuaacuterios
III88 Na opiniatildeo do senhor durante
as consultas os profissionais desta
equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a
sua realidade
III89 Na opiniatildeo do senhor durante as
consultas os profissionais desta equipe
sugerem soluccedilotildees possiacuteveis de serem
realizadas
Sempre
Intersetorialidade
EqAB
II3331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
comprova existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias
cadastradas no Bolsa Famiacutelia
II272 Haacute mapa de acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa
Famiacutelia
Sim
II3821 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
comprova registro de atividades na
escola
II3021 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe
possui registro das atividades realizadas na
escola
Sim
243
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
II314 Os agentes comunitaacuterios de
sauacutede fazem accedilotildees educativas sobre a
qualidade da aacutegua de cisternas
II318 Os agentes comunitaacuterios de sauacutede
orientam a populaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao uso
adequado e boa qualidade dos reservatoacuterios
de aacutegua
Sim
Participaccedilatildeo social
EqAB
II355 Haacute conselho local de sauacutede ou
instancia colegiada equivalente
II296 Haacute Conselho Local de Sauacutede ou
outros espaccedilos de participaccedilatildeo popular
Sim
II341 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo
baacutesica
II292 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos usuaacuterios
expressarem suas demandas reclamaccedilotildees
eou sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica
Sim
II351 A equipe realiza pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
II291 A equipe realiza ou tem mecanismo
de avaliaccedilatildeo de satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
Sim
II354 A equipe considera a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
II295 A equipe considera a opiniatildeo do
usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo
do processo de trabalho
Sim
Usuaacuterios
III191 Quando o senhor quer fazer
uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na
Unidade de Sauacutede o senhor
consegue
III241 Quando o senhor quer fazer uma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na unidade de sauacutede
o senhor consegue
Sim
III192 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
III242 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
Sim teve
rapidamente Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 33 Centralidade na famiacutelia seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1
e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
EqAB
II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de
AB satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
II1111 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica estatildeo organizados por nuacutecleos
familiares
Sim
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
II131 A agenda dos profissionais estaacute
organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees
Visita domiciliar
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
II281 A equipe possui protocolo ou criteacuterios
para visita domiciliar
Sim
Usuaacuterios
III912 Os profissionais desta
unidade costumam perguntar por seus
familiares
III96 Os profissionais desta unidade
costumam perguntar por seus familiares
Sempre e na maioria
das vezes
III923 O seu agente comunitaacuterio de
sauacutede visita o(a) senhor(a) na sua
casa
III111 O agente comunitaacuterio de sauacutede
(ACS) visita o senhor na sua casa
Sim
III924 Outros profissionais da
equipe de sauacutede visitam a casa do
III112 Com qual frequecircncia outro
profissionais da equipe de sauacutede visitam a
Sempre e na maioria
das vezes
244
senhor casa do senhor
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 34 Competecircncia Cultural seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e
2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
EqAB
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
II311 A equipe realiza accedilotildees junto agrave
comunidades tradicionais assentados
populaccedilatildeo rural
Sim
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
II313 A equipe atende agraves comunidades
tradicionaisassentadospopulaccedilatildeo rural
Sim
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
II251 A equipe oferece o serviccedilo de praacuteticas
integrativas e complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
Sim
- II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da
equipe de sauacutede junto agrave cuidadores
tradicionais como parteiras benzedeiras
remedieiras pajeacutes e rezadeiras
Sim
- II254 A gestatildeo oferece alguma atividade
curso de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas
integrativas e complementares para a
equipe
Sim
Usuaacuterios
III76 O senhor se sente respeitado
pelos profissionais em relaccedilatildeo aos
seus haacutebitos culturais costumes sua
religiatildeo
III88 O senhor se sente respeitado pelos
profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes religiatildeo
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Catalogaccedilatildeo na fonte
Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica
Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica
L732a Lima Juliana Gagno
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma
anaacutelise dos dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso
e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica Juliana Gagno Lima --
2016
244 f tab graf mapas
Orientador Ligia Giovanella
Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica
Sergio Arouca Rio de Janeiro 2016
1 Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede 2 Avaliaccedilatildeo em Sauacutede
3 Regionalizaccedilatildeo 4 Integralidade em Sauacutede 5 Acesso aos
Serviccedilos de Sauacutede 6 Sistema Uacutenico de Sauacutede 7 Qualidade da
Assistecircncia agrave Sauacutede I Tiacutetulo
CDD ndash 22ed ndash 3621
Juliana Gagno Lima
Atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria nas regiotildees de sauacutede uma anaacutelise dos dados do
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de
Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica da Escola
Nacional de Sauacutede Puacuteblica Seacutergio Arouca
Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de mestre
em sauacutede puacuteblica na aacuterea de concentraccedilatildeo
Poliacuteticas Planejamento Gestatildeo e Praacuteticas
em Sauacutede
Aprovada em
Banca Examinadora
Profordf Drordf Ligia Giovanella ndash Orientadora
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Maacutercia Cristina Rodrigues Fausto ndash 2ordf Orientadora
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Prof Dr Gustavo Correcirca Matta
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Aylene Emilia Moraes Bousquat
Faculdade de Sauacutede PuacuteblicaUniversidade de Satildeo Paulo
Profordf Drordf Cristiani Vieira Machado (suplente)
Escola Nacional de Sauacutede PuacuteblicaFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz
Profordf Drordf Estela Maacutercia Saraiva Campos (suplente)
Universidade Federal de Juiz de Fora
Rio de Janeiro
2016
Dedico este trabalho
Agravequele que tanto amo e que me proporciona a integralidade da vida Douglas Mota
ldquoI hope you dont mind I hope you dont mind
That I put down in words
How wonderful life is while youre in the worldrdquo
(Elton John)
Agrave minha famiacutelia essa conquista eacute de vocecircs
ldquoE cada verso meu seraacute pra te dizer
Que eu sempre vou te amar
Por toda a minha vidardquo
(Tom Jobim e Viniacutecius de Moraes)
AGRADECIMENTOS
Meus emocionados agradecimentos a tods que torceram e me incentivaram de perto ou
de longe que fizeram e fazem parte de mais essa importante etapa da minha histoacuteria
ENSP Acompanhando a temaacutetica da dissertaccedilatildeo agradeccedilo especialmente
- agravequeles que foram minha porta de entrada para o SUS e para os quais recorro em todos os
momentos a equipe de professores da residecircncia em especial Helena Seidl Gustavo
Matta e Roberta Gondim A minha equipe de amigos PMAQ-AB Helena Seidl Maacutercia
Fausto Swheelen Vieira Lilia Romero Edson Menezes Valeacuteria Morgana Edjane Alves
Rafael Arauacutejo Patty Fidellis e Priscilla Contarato
- agravequeles que me acompanham e incentivam ao longo de toda a vida que tanto me
conhecem e cujo o viacutenculo eacute para sempre meus pais Maria Thereza e Joatildeo Soares meu
marido Douglas Mota meu irmatildeo Viniacutecius Gagno minha cunhada Ana Carolina Oliveira
minhas amigas-irmatildes Ariana Oliveira e Thatiane Barboza e minha sogra Luacutecia Mota
- agravequeles que muito me ensinam cotidianamente ampliando as perspectivas sobre a Sauacutede
Puacuteblica em seus variados escopos de atuaccedilatildeo os professores do DAPS principalmente
Maria Helena Mendonccedila Cristiani Machado e Luciana Dias toda a equipe da pesquisa
Regiotildees e Redes em especial as professoras Ana Luiza Viana Aylene Bousquat e Estela
Campos toda a equipe do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede
especialmente Renata Pella Allan Nuno e Joseacute Eudes
- agravequelas que brilhantemente coordenaram a minha trajetoacuteria acadecircmica me
acompanhando com muito cuidado dedicaccedilatildeo e construindo junto cada pedacinho de texto
e de reflexatildeo as amigas e professoras Ligia Giovanella e Maacutercia Fausto
- agravequeles que disponibilizaram seu conhecimento ldquointersetorialrdquo e sua atenccedilatildeo para auxiliar
nesse trabalho Viviane Azevedo Mariluacutecia Oliveira Luciane Vicente os estatiacutesticos
Edgard Fusaro Renata Clarisse e Paulo Borges Vanderlei Matos a equipe da SECA a
equipe do CEP ENSPFIOCRUZ e da secretaria do DAPS ENSPFIOCRUZ a CAPES
pela bolsa de estudo
- agravequeles que integram minhas diferentes famiacutelias e estatildeo sempre me apoiando os colegas
de mestrado da turma 2014 todos os familiares meu sogro Luciano Xavier minhas
amigas ldquoForeverrdquo Monique Padilha Caroline Martins Stefacircnia Soares Rafaella Peixoto e
Carolina Motta a equipe da Superintendecircncia de Atenccedilatildeo Baacutesica (SABSES ndash RJ) Gerson
Stumbo e Pedro Lima
- agravequeles com quem mais recentemente tenho conhecido e compartilhado uma nova
cultura a equipe do e-SUS AB a equipe da SESPA e os amigos de Histoacuteria da UFOPA
especialmente Gustavo Sousa e Andreacute Fonseca
Agradeccedilo a cada usuaacuterio profissional gestor entrevistador supervisor e coordenador
participante do PMAQ-AB e de antematildeo a tods que possam de alguma forma utilizar
esse trabalho na luta pelo SUS que queremos
RESUMO
A qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) pode ser avaliada por meio do exame da efetivaccedilatildeo dos
atributos de uma Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) robusta conforme definiccedilatildeo de Starfield
primeiro contato longitudinalidade abrangecircnciaintegralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a
comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica no
Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) seja de jurisdiccedilatildeo municipal para que se constitua na base de uma
rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva regional com suas
heterogeneidades O estudo teve por objetivo analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na praacutetica
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo Tipos de Regiotildees de Sauacutede Foram utilizados os bancos de
dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) ciclos 1 e 2 Os
atributos da APS foram operacionalizados em componentes e realizada seleccedilatildeo de variaacuteveis
PMAQ-AB pertinentes a cada atributo As regiotildees de sauacutede foram agrupadas em cinco tipos
segundo desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos de acordo com metodologia da
pesquisa ldquoRegiotildees e Redesrdquo A partir dos dados do ciclo 1 do PMAQ-AB foi analisada a efetivaccedilatildeo
dos atributos nos cinco grupos de regiotildees de sauacutede Posteriormente foram comparados resultados
nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Os atributos primeiro contato e integralidade
apresentaram os melhores resultados coordenaccedilatildeo e competecircncia cultural os piores No primeiro
contato destacam-se positivamente os lsquohoraacuterios de funcionamentorsquo e baixos resultados quanto agrave
facilidade para lsquoagendamento da consulta na ABrsquo No atributo longitudinalidade os resultados
tanto para o componente lsquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacientersquo como lsquoqualidade da
relaccedilatildeo profissional-pacientersquo foram inadequados Para abrangecircnciaintegralidade o componente
lsquoescopo de accedilotildeesrsquo apresentou resultados superiores aos do componente lsquoresolutividade na AB O
atributo coordenaccedilatildeo apresentou resultados inadequados em todos os componentes continuidade
informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e
comunicaccedilatildeo direta entre AB e atenccedilatildeo especializada destacando-se positivamente apenas a
presenccedila de fichas de encaminhamento e centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializadaexames
Para os atributos derivativos identificou-se escassez de variaacuteveis no instrumento PMAQ-AB que
pudessem representaacute-los A orientaccedilatildeo para a comunidade mostrou melhores resultados para
lsquoterritorializaccedilatildeorsquo e insuficiecircncia em relaccedilatildeo aos indicadores de lsquointersetorialidadersquo e lsquoparticipaccedilatildeo
socialrsquo Centralidade na famiacutelia apesar de natildeo apresentar baixos resultados seu principal
indicador ldquoos profissionais da equipe perguntavam nas consultas sobre os familiares dos usuaacuteriosrdquo
apresentou os resultados mais baixos Competecircncia cultural mostrou baixos resultados para accedilotildees
envolvendo grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos
usuaacuterios sobre respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo Entre os
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma
heterogecircnea As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)
apresentaram em geral os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) os piores resultados As equipes das Reg 5 mostraram
melhores condiccedilotildees e estrutura para o atendimento agrave sauacutede de suas populaccedilotildees e no que depende
de accedilotildees no acircmbito da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio observaram-se alguns resultados superiores nas
equipes das Reg 1 Os atributos com resultados mais baixos independente do tipo de regiatildeo de
sauacutede foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural Apesar da maior parte das
variaacuteveis do instrumento natildeo apresentar equivalecircncia de questotildees para profissionais e usuaacuterios
observou-se em geral percepccedilatildeo dos profissionais mais positiva que a dos usuaacuterios Na
comparaccedilatildeo de resultados entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria ao longo do tempo
Entre os resultados com variaccedilatildeo mais positiva destacaram-se as variaacuteveis referentes aos registros
e aspectos organizacionais sob governabilidade das proacuteprias equipes As desigualdades presentes na
sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS no SUS Essas desigualdades
devem ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor qualidade integral resolutivo e
voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo Dadas as peculiaridades das populaccedilotildees satildeo
necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham
acesso a uma mesma gama de serviccedilos de qualidade de acordo com as suas necessidades
independente do territoacuterio em que habitam
Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede avaliaccedilatildeo regionalizaccedilatildeo integralidade acesso
ABSTRACT
The quality of the Basic Care can be assessed by ascertaining to what extent the attributes of robust
Primary Health Care (PHC) as defined by Starfield ndash first contact care longitudinality (person-
focused care over time) comprehensiveness coordination community orientation family-
centeredness and cultural competence ndash are embodied in practice PHC in Brazilrsquos Unified Health
System (SUS) is a municipal responsibility but for it to become the basis of a care system oriented
by PHC it cannot be isolated from a regional perspective and the heterogeneities that entails This
study examined for the presence of PHC features in the practice of primary care teams in Brazil by
Health Region (HR) types Information was sourced from the databases of cycles 1 and 2 of the
national access and quality improvement programme (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e
da Qualidade PMAQ-AB) For the study PHC features were operationalised in components and
PMAQ-AB variables relevant to each feature were selected Using the Regions and Networks
research methodology HRs were grouped into five types by level of socioeconomic development
and service supply Data from PMAQ-AB cycle 1 were analysed to determine how effectively the
PHC features had been implemented in the five HR groups Then the results of the PHC attributes
from PMAQ-AB cycles 1 and 2 were compared First contact and comprehensiveness returned the
best results coordination and cultural competence the worst Of the PMAQ-AB variables
characterising first contact ldquoworking hoursrdquo stood out favourably and ease of ldquoPHC appointment
schedulingrdquo unfavourably Results for the longitudinality components ldquorelational continuityrdquo and
ldquorelational qualityrdquo were both inadequate Comprehensiveness returned better results in terms of
ldquoscope of actionsrdquo than in ldquoPHC problem-solvingrdquo Results for all components of coordination ndash
ldquoinformation continuityrdquo ldquocare flowsrdquo ldquoaccess to secondary carerdquo and ldquodirect communication
between primary and specialised carerdquo ndash were inadequate with favourable mentions for only
ldquoreferral formsrdquo and ldquosecondary care scheduling centresrdquo The PMAQ-AB instrument was found to
lack variables to represent derivative attributes Results relating to community orientation were
good for ldquoterritorialisationrdquo but poor in terms of indicators of ldquointersectoralityrdquo and ldquosocial
participationrdquo Although scores for family-centeredness were not low they were lowest for the
key indicator team personnel asked about usersrsquo families at appointments Cultural competence
produced low results for actions involving specific population groups although user perceptions of
respect from PHC personnel for their cultural habits customs and religion stood out favourably
Practical expression of PHC features was heterogeneous among the different HR groups HRs with
high levels of socioeconomic development and service supply (HR5) returned best results while
HRs where socioeconomic development and supply were low (HR1) generally returned the worst
results Teams in HR5 enjoyed better conditions and structure for providing care to their
populations while teams of HR1 produced better results in some actions regarding user-personnel
relations Coordination of care and cultural competence scored lowest independently of HR group
Although for most variables the questions posed to users and health personnel were not
equivalent perceptions were observed to be generally more favourable among health professionals
than among users Comparison of results from cycles 1 and 2 showed slight improvement over
time Results showing greatest improvement included particularly variables relating to records and
organisational aspects under governance of the teams themselves The inequalities present in
Brazilian society are also reflected in the extent to which the SUS embodies ideal PHC features in
practice These inequalities must be addressed in order to build a better-quality SUS that is
comprehensive has the power to solve problems and is geared to the populationrsquos health needs
Given the peculiarities of Brazilrsquos different populations heterogeneous organisational and care
arrangements are needed to assure users access to the same range of quality services according to
their needs and regardless of the territory they inhabit
Keywords Primary Health Care assessment regional health planning comprehensiveness
accessibility
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR 92
Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo 1
Brasil 2013 71
Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos 1 e
2 Brasil 2014 75 Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de funcionamento por
grupos de regiotildees de sauacutede 101 Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos de
regiotildees de sauacutede 103 Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta na
AB por grupos de regiotildees de sauacutede 106 Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia e
emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108 Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 114 Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 117 Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 119 Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede124 Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 129
Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 129 Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por
grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1) 133
Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB por
grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2) 134 Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede 139 Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade informacional
por grupos de regiotildees de sauacutede 142 Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 145 Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas
especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede 148
Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 151 Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede 156 Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por grupos
de regiotildees de sauacutede 160 Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por grupos
de regiotildees de sauacutede 163 Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por
grupos de regiotildees de sauacutede 165 Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees
de sauacutede 170
Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de regiotildees
de sauacutede 173 Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 176 Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de regiotildees
de sauacutede 179 Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede 181
Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 187 Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 189 Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 193 Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 196 Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 199
Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 200 Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis 202
Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de informaccedilatildeo
para mediccedilatildeo 32
Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de sauacutede
com os usuaacuterios 55 Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 68 Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil 2011
ndash ciclo 1 69 Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica 69 Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 73 Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB 74
Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo das
equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB 74 Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas 80 Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do PMAQ-
AB 80 Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Primeiro
Contato81 Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
Longitudinalidade82 Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Abrangecircncia
Integralidade 83
Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Coordenaccedilatildeo 85
Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Orientaccedilatildeo para a
comunidade 86 Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Centralidade na
famiacutelia 88 Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de Competecircncia
cultural 88
Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de sauacutede
segundo pesquisa Regiotildees e Redes 90 Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da pesquisa
Regiotildees e Redes 91 Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas 94
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo grupos de regiotildees de sauacutede 93
Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede 100
Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de regiotildees de sauacutede 102
Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na AB por grupos de regiotildees de sauacutede 105
Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede 108
Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede 116
Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede 118
Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede 127
Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade da AB por grupos de regiotildees de sauacutede 132
Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por grupos de regiotildees de sauacutede 141
Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede 144
Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames especializados por grupos de regiotildees de sauacutede 147
Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede 149
Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede 158
Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede 162
Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo social por grupos de regiotildees de sauacutede 164
Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar por grupos de regiotildees de sauacutede 172
Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural por grupos de regiotildees de sauacutede 178
Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 185
Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 188
Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 191
Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 195
Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 198
Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 200
Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014 201
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AB Atenccedilatildeo Baacutesica ACS Agente comunitaacuterio de sauacutede AE Atenccedilatildeo Especializada AIS Accedilotildees integradas de sauacutede AMQ Avaliaccedilatildeo para melhoria da qualidade APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede CEO Centro de Especialidades Odontoloacutegicas CIR Comissatildeo Intergestores Regional COAP Contrato Organizativo de Accedilatildeo Puacuteblica DAB Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica DM Diabetes mellitus DSE Desenvolvimento socioeconocircmico EqAB Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia GP General practitioner HAS Hipertensatildeo arterial sistecircmica HIV Human Immunodeficiency Virus IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ID SUS Iacutendice de Desempenho do Sistema Uacutenico de Sauacutede IDH Iacutendice de Desenvolvimento Humano INAMPS Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social MS Ministeacuterio da Sauacutede NASF Nuacutecleo de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia NHS National Health Service NOB Norma operacional baacutesica OCDE Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento econocircmico OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede OPAS Organizaccedilatildeo Pan-americana de Sauacutede PAB Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica PACS Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PBF Programa Bolsa Famiacutelia PcaTool Primary Care Assessment Tool PIB Produto Interno Bruto PIC Praacuteticas integrativas e complementares PMA2 Produccedilatildeo e marcadores para avaliaccedilatildeo PMAQ-AB Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo
Baacutesica PNAB Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica PROADESS Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede PSE Programa Sauacutede na Escola PSF Programa Sauacutede da Famiacutelia RAS Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede RENAME Relaccedilatildeo Nacional de Medicamentos Essenciais SES RJ Secretaria de Estado de Sauacutede do Rio de Janeiro SGDAB Sistema de Gestatildeo de Programas do Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica SIAB Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica SISAB e-SUS
Sistema de Informaccedilatildeo em Sauacutede para a Atenccedilatildeo Baacutesica
SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede TIC Tecnologia da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS 21 21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE 21 22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS 27 23 ATRIBUTOS DA APS 31 231 Primeiro contato 33 232 Longitudinalidade 36 233 Abrangecircnciaintegralidade 39 234 Coordenaccedilatildeo 41 235 Orientaccedilatildeo para a comunidade 46 236 Centralidade na famiacutelia 49 237 Competecircncia cultural 52 24 APS NA REDE REGIONALIZADA 56
3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA
ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB 61 31 PMAQ-AB CICLO 1 64 32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2 71 33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB 75
4 METODOLOGIA 79 41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA APS 79 42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES 89 43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE 89 44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA APS 93 45 ANAacuteLISE DOS DADOS 94 46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 96
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 98 51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO 99 511 Horaacuterios de funcionamento 99 512 Acolhimento 101 513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica 103 514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia 107 515 Discussatildeo 108 52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE 115 521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente 115 522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) 117 523 Discussatildeo 120 53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE 125 531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees 125 532 Resolutividade da AB 130 533 Discussatildeo 134 54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO 140 541 Continuidade informacional 140 542 Ordenamento de fluxos assistenciais 142
543 Acesso a consultasexames especializados 145 544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada 148 545 Discussatildeo 151 55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE 157 551 Territorializaccedilatildeo 157 552 Intersetorialidade 160 553 Participaccedilatildeo social 163 554 Discussatildeo 165 56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA 171 561 Abordagem familiar 171 562 Discussatildeo 173 57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL 177 571 Abordagem cultural 177 572 Discussatildeo 179 58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 e 2 PMAQ-AB 182
6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES 204
7 REFEREcircNCIAS 214
ANEXOS 227 ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR
ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB 227 ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS
COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB 237
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
Nas uacuteltimas deacutecadas a atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (APS) tem sido revitalizada visto
suas contribuiccedilotildees para a melhoria dos cuidados e para os resultados em sauacutede (Starfield et
al 2005 OPASOMS 2005 OMS 2008) No Brasil com a implantaccedilatildeo do SUS a
atenccedilatildeo baacutesica teve importante expansatildeo e a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) preconizou
um novo modelo assistencial para APS no paiacutes processo que vem exigindo avaliaccedilatildeo dos
serviccedilos ofertados agrave populaccedilatildeo com vistas agrave melhoria da qualidade da atenccedilatildeo
O objeto da dissertaccedilatildeo eacute a anaacutelise sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS na
praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica do Brasil na perspectiva das proacuteprias equipes e dos
usuaacuterios dos serviccedilos Para tal seratildeo analisadas variaacuteveis do banco de dados do Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) dos
ciclos 1 e 2 (20112012 e 20132014 respectivamente)
Ainda que a Atenccedilatildeo Baacutesica seja de competecircncia municipal para que se constitua
na base de uma rede de atenccedilatildeo orientada pela APS natildeo pode estar isolada da perspectiva
regional com suas heterogeneidades Dessa forma o foco da anaacutelise dos atributos da APS
seraacute segundo grupos de Regiotildees de Sauacutede definidos a partir de caracteriacutesticas de
desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos construiacutedos pela Pesquisa ldquoPoliacutetica
Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo1
As justificativas para a escolha do objeto envolvem a minha inserccedilatildeo profissional
na fase de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB a trajetoacuteria de formaccedilatildeo para a gestatildeo da APS
e aspectos de ordem ideoloacutegica-conceitual relacionados agrave importacircncia da APS na
construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos de sauacutede de qualidade para garantia do direito agrave sauacutede e agrave
importacircncia do estudo dos atributos da APS para a qualificaccedilatildeo dos serviccedilos de atenccedilatildeo
baacutesica no Brasil
No que se refere agrave proximidade com a temaacutetica da APS e PMAQ-AB os principais
motivadores foram a Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede da Famiacutelia seguida pelo
Curso de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica e a inserccedilatildeo na avaliaccedilatildeo externa
do PMAQ-AB pelo grupo de coordenaccedilatildeo da EnspFiocruz A Residecircncia foi realizada
entre os anos de 2010 a 2012 na EnspFiocruz e foi marcada pelas discussotildees teoacutericas e
vivecircncias do processo de trabalho em uma equipe de sauacutede da famiacutelia do territoacuterio de
Manguinhos Em seguida nos anos 2012 e 2013 o curso de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na
mesma instituiccedilatildeo possibilitou uma inserccedilatildeo e interlocuccedilatildeo com as trecircs esferas de
1 Essa pesquisa sob coordenaccedilatildeo da Profordf Ana Luiza DacuteAacutevila Viana seraacute referida no projeto tambeacutem pela
nomenclatura ldquoPesquisa Regiotildees e Redesrdquo
15
governo acircmbito municipal estadual e federal Nos dois momentos de formaccedilatildeo em
serviccedilo a preocupaccedilatildeo sobre a qualidade da APS sempre esteve latente Em especial o
trabalho final sobre financiamento da Atenccedilatildeo Baacutesica (AB) e a vivecircncia de preparaccedilatildeo
para o ciclo 1 do PMAQ-AB nas esferas estadual (estaacutegio na SES-RJ) e federal (vivecircncia
no Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede) em 2012 despertou-me um
interesse diferenciado pela temaacutetica de avaliaccedilatildeo da qualidade na AB e permitiu-me
conhecer a amplitude do PMAQ-AB
Esta oportunidade de reflexatildeo sobre o PMAQ-AB eacute produto principalmente da
inserccedilatildeo no grupo de conduccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa e divulgaccedilatildeo dos resultados pela
equipe EnspFiocruz ndash instituiccedilatildeo responsaacutevel pela coordenaccedilatildeo da coleta de dados em
nove estados brasileiros Esta vivecircncia propiciou debates sobre planejamento e organizaccedilatildeo
da coleta de dados anaacutelise de documentos institucionais aproximaccedilatildeo com o Ministeacuterio da
Sauacutede e discussotildees teoacutericas sobre os avanccedilos e desafios da avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica e
do PMAQ-AB enquanto ferramenta para institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo e da qualificaccedilatildeo
da APS como modelo de atenccedilatildeo preferencial agrave organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede
O foco da dissertaccedilatildeo se baseia na anaacutelise dos atributos essenciais e derivativos da
APS na atuaccedilatildeo das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica sendo eles primeiro contato
longitudinalidade abrangecircncia ou integralidade coordenaccedilatildeo orientaccedilatildeo para a
comunidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural segundo Starfield (2002) A
escolha por analisar se esses atributos estatildeo presentes no trabalho das equipes conforme o
preconizado parte do pressuposto dos benefiacutecios que o modelo de atenccedilatildeo agrave sauacutede com
base na APS proporciona agrave populaccedilatildeo e agrave organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede em redes tendo
a APS a funccedilatildeo de coordenadora do cuidado
Estudos internacionais apontam caracteriacutesticas da atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede que
isoladas ou combinadas podem ser responsaacuteveis por um impacto positivo deste modelo de
atenccedilatildeo na sauacutede da populaccedilatildeo Satildeo eles
um maior e melhor acesso aos serviccedilos necessaacuterios qualidade do
atendimento um maior enfoque na prevenccedilatildeo tratamento precoce de
problemas de sauacutede o efeito cumulativo das principais caracteriacutesticas de
prestaccedilatildeo de cuidados primaacuterios e o papel da atenccedilatildeo primaacuteria na reduccedilatildeo
de cuidados especializados desnecessaacuterios e potencialmente prejudiciais
(Starfield et al 2005 487)
Starfield et al (2005) demonstram que sistemas de sauacutede com APS forte estatildeo
associados a melhores resultados de sauacutede A partir de estudo realizado em paiacuteses
16
industrializados com orientaccedilatildeo para a APS observou-se a relaccedilatildeo de uma APS robusta
com menores taxas de mortalidade por qualquer causa (por exemplo cacircncer doenccedila
cardiovascular doenccedilas respiratoacuterias mortalidade prematura e infantil) Aleacutem disso
indicam um aumento da expectativa de vida e melhoria na autopercepccedilatildeo de sauacutede dos
usuaacuterios A magnitude da melhoria estaria associada tambeacutem agrave maior disponibilidade do
profissional meacutedico generalista (Starfield et al 2005)
Em revisotildees realizadas por Atun (2004) e Starfield et al (2005) a indicaccedilatildeo eacute que
um aumento de investimentos na APS melhora a equidade de acesso quando comparado a
sistemas baseados em especialistas Os meacutedicos da APS estatildeo mais propensos do que os
especialistas para prestar um cuidado continuado e atenccedilatildeo integral ocasionando melhores
resultados de sauacutede aleacutem de menor chance de intervenccedilotildees inadequadas em especial
quando desempenham a funccedilatildeo de gatekeeper As revisotildees indicam ainda que os meacutedicos
de APS estatildeo mais propensos a perceber os eventos adversos que resultam dos seus
proacuteprios cuidados e dos cuidados de outros profissionais (Atun 2004 Starfield et al
2005)
Ao estudar o impacto da APS na reduccedilatildeo das iniquidades em sauacutede Starfield et al
(2005) demonstram que maiores taxas de meacutedicos de APS por populaccedilatildeo estatildeo associados
a impactos positivos mais intensos na sauacutede da populaccedilatildeo de aacutereas socialmente mais
desfavorecidas contribuindo para a equidade (Starfield et al 2005) Aleacutem disso com
exceccedilatildeo das aacutereas metropolitanas todos os estudos concluiacuteram menor disparidade de
cuidados em sauacutede com base na APS particularmente os que examinaram o recebimento
de serviccedilos de APS pela populaccedilatildeo (Atun 2004)
A maior oferta de meacutedicos de APS tambeacutem se apresenta associada a menores custos
totais dos serviccedilos de sauacutede quando comparada a demais aacutereas Isso provavelmente se deve
a uma melhor assistecircncia preventiva taxas de hospitalizaccedilatildeo inferiores e menor utilizaccedilatildeo
de centros de serviccedilos de emergecircncia Aleacutem disso um cuidado mais integral ao usuaacuterio eacute
resultante dessa combinaccedilatildeo entre investimento em tecnologias de menor custo como
prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo da sauacutede (Starfield et al 2005 Atun 2004) Poreacutem eacute importante
destacar que outros pontos influenciam nos custos totais com a APS como por exemplo o
tipo de contrato e sistemas de pagamento dos meacutedicos (Kringos et al 2010)
Por fim Starfield (2002) destaca que a importacircncia de medir os atributos da APS
reside na possibilidade dos profissionais se qualificarem para a atuaccedilatildeo em APS Se
comparada aos demais niacuteveis de atenccedilatildeo eacute niacutetido o impacto da APS na sauacutede da
populaccedilatildeo Logo o conhecimento sobre cada aspecto visa contribuir para o alcance dos
17
resultados esperados e estiacutemulo a outras pesquisas visando uma APS de qualidade
Em outras palavras espera-se que o presente estudo sobre a efetivaccedilatildeo dos atributos
da APS no processo de trabalho das equipes permita identificar avanccedilos e desafios
colocados no contexto da atenccedilatildeo baacutesica brasileira para colaborar com a tomada de decisatildeo
frente a esses desafios
Para a verificaccedilatildeo da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foram escolhidos os dados do
PMAQ-AB escolha suscitada pelas seguintes reflexotildees
Eacute um dos principais mais atuais e amplos programas de avaliaccedilatildeo em Atenccedilatildeo
Baacutesica tanto no que se refere ao nuacutemero de equipes avaliadas ao nuacutemero de UBS
visitadas aos usuaacuterios entrevistados e agraves instituiccedilotildees de ensino envolvidas no seu
processo de planejamento e desenvolvimento
O importante recurso financeiro destinado agrave Atenccedilatildeo Baacutesica nos pagamentos por
desempenho a partir do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (PAB-variaacutevel) cujo
repasse se inicia desde o momento da adesatildeo das equipesmuniciacutepio ao PMAQ-AB
Seja sob a oacutetica do recurso financeiro destinado ao PMAQ-AB seja sob o aspecto
de fortalecimento da APS no paiacutes utilizar os resultados desse programa para a
dissertaccedilatildeo visa compor um conjunto de iniciativas sobre ldquorespostasrdquoldquoprestaccedilatildeo de
contasrdquo agrave sociedade aos participantes do programa e aos gestores envolvidos
Divulgar seus resultados busca gerar reflexotildees sobre algumas das contribuiccedilotildees
desse programa e da avaliaccedilatildeo em sauacutede para a melhoria da qualidade da AB no
Brasil
O PMAQ-AB estaacute em processo de desenvolvimento e em fase de discussatildeo dos
proacuteximos ciclos o que torna possiacutevel melhorias em sua formulaccedilatildeo
Ter disponiacutevel um banco de dados com informaccedilotildees de infraestrutura de
profissionais e usuaacuterios de niacutevel nacional permite uma discussatildeo mais ampla sobre
a efetivaccedilatildeo dos atributos e mesmo uma comparaccedilatildeo entre a percepccedilatildeo dos atores
isso sem contar que para alguns atributos as respostas dos usuaacuterios satildeo as mais
centrais
O recorte de anaacutelise dos dados do PMAQ-AB escolhido para a dissertaccedilatildeo foram as
regiotildees de sauacutede segundo tipologia preacute-definida pela pesquisa Regiotildees e Redes Optou-se
por analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS nas regiotildees de sauacutede segundo essa tipologia
que considera o desenvolvimento socioeconocircmico dos municiacutepios e a oferta de serviccedilos
puacuteblicos e privados agrupando as regiotildees de sauacutede do paiacutes em 5 tipos (Viana 2014)
18
Qual a importacircncia e por que a opccedilatildeo de discutir APS nas regiotildees de sauacutede se esse
niacutevel de atenccedilatildeo eacute de responsabilidade de execuccedilatildeo municipal Primeiro porque muitos
municiacutepios brasileiros isoladamente natildeo conseguem resolver os desafios de uma APS de
qualidade quiccedilaacute de acesso integral agrave rede de atenccedilatildeo Segundo porque os municiacutepios do
Brasil em sua maioria de pequeno porte tem caracteriacutesticas extremamente diversificadas
quanto agrave sustentabilidade financeira e capacidade de gestatildeo Terceiro porque a APS apesar
de estrateacutegia prioritaacuteria eacute somente um dos pontos da rede de atenccedilatildeo que natildeo opera o SUS
se estiver desarticulado dos demais niacuteveis
A organizaccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo regionalizada de qualidade a partir da APS estaacute
relacionada ao modelo federativo brasileiro que depende de cooperaccedilatildeo entre os entes
federativos em uma conjunccedilatildeo tripartite complexa que precisa conjugar a
interdependecircncia e a autonomia dos trecircs entes (Abrucio 2005 Lima 2012) Apesar da
organizaccedilatildeo da rede em regiotildees de sauacutede estar colocada nos marcos legais a pelo menos
duas deacutecadas o reconhecimento desta enquanto potecircncia eacute uma discussatildeo recente
Estrateacutegias que envolvam uma atuaccedilatildeo articulada entre os entes federativos com enfoques
nas especificidades de cada regiatildeo satildeo essenciais para que a APS consiga exercer a funccedilatildeo
de ordenaccedilatildeo da rede regionalizada (OPASOMS 2011)
Kringos et al (2010) da mesma forma ressaltam a responsabilidade da APS na
coordenaccedilatildeo dos cuidados e a relaccedilatildeo dessa caracteriacutestica com uma APS forte e de
qualidade visto que a coordenaccedilatildeo estaacute associada a melhor qualidade da atenccedilatildeo
Na presente pesquisa portanto o recorte da efetivaccedilatildeo dos atributos da APS por
regiotildees de sauacutede segundo Tipologia desenvolvida pela Pesquisa Regiotildees e Redes (Viana
2014) visa analisar o papel da APS na coordenaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede (RAS) e
na garantia do acesso dos usuaacuterios a um sistema integral e resolutivo Entende-se que essa
tipologia de regiotildees de sauacutede traz uma agregaccedilatildeo favoraacutevel para avaliar o papel da APS na
rede uma vez que considera caracteriacutesticas socioeconocircmicas e a capacidade instalada dos
serviccedilos de sauacutede contribuindo para a discussatildeo sobre equidade nos sistemas universais de
sauacutede (Viana 2014) Almeja-se que os resultados informem as gestotildees municipais ou
estaduais e mais especificamente as Comissotildees Intergestores Regionais (CIR) sobre
problemas comuns na APS possivelmente contribuindo para a anaacutelise da gestatildeo Aleacutem
disso que agregue elementos para anaacutelise da APS nas regiotildees de sauacutede conforme objetivo
pretendido pela pesquisa (Viana 2014)
Outra questatildeo motivadora desse estudo eacute o consenso entre os atores em sauacutede sobre
a necessidade de institucionalizar a ldquocultura de avaliaccedilatildeordquo Mesmo que os resultados das
19
avaliaccedilotildees natildeo gerem diretamente decisotildees imediatas espera-se que contribuam para um
julgamento que influencie mais positivamente essas decisotildees Mas visto a dificuldade
desse processo na praacutetica haacute alguns aspectos a serem destacados a pertinecircncia da
avaliaccedilatildeo o meacuterito da avaliaccedilatildeo e a credibilidade da avaliaccedilatildeo (Contandriopoulos 2011)
A pertinecircncia da avaliaccedilatildeo se refere agrave capacidade de responder aos problemas que
precisam ser resolvidos e seraacute tanto maior quanto mais coalisatildeo ela suscitar Eacute preciso
portanto que diferentes atores estejam cientes de sua importacircncia e portanto de que a
melhoria do sistema depende da institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo Jaacute o meacuterito se relaciona
agraves explicaccedilotildees teoacutericas para o potencial da avaliaccedilatildeo em melhorar as decisotildees visto os
provaacuteveis diferentes interesses envolvidos nessas decisotildees E a credibilidade consiste no
julgamento dos decisores sobre o valor da avaliaccedilatildeo ou seja a avaliaccedilatildeo enquanto
dispositivo de qualidade (Contandriopoulos 2011)
A anaacutelise mais aprofundada dos dados do PMAQ-AB pode contribuir para
potencializar meacuterito e credibilidade do programa tanto por difundir seus resultados como
por identificar pontos de aprimoramento nos instrumentos de avaliaccedilatildeo
A dissertaccedilatildeo apresenta as seguintes questotildees de pesquisa
Os atributos da APS satildeo efetivados no processo de trabalho das equipes de AB no
Brasil
Qual a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ-AB
Os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 permitem identificar uma evoluccedilatildeo nos resultados
das equipes no que se refere agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS
Existe associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de sauacutede
O objetivo geral eacute analisar a efetivaccedilatildeo dos atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
na praacutetica das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica segundo grupos de regiotildees de sauacutede do Brasil a
partir do banco de dados do PMAQ-AB ciclos 1 e 2
Os objetivos especiacuteficos satildeo
Identificar a concepccedilatildeo de APS orientadora dos instrumentos do PMAQ -AB
Examinar o cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e
usuaacuterios participantes do PMAQ-AB
Analisar a associaccedilatildeo entre os atributos da APS e caracteriacutesticas das regiotildees de
sauacutede segundo tipologia da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo de Regiotildees e
Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo
Comparar os resultados nacionais dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB referentes agraves
20
UBS equipes e usuaacuterios quanto agrave efetivaccedilatildeo dos atributos da APS
O trabalho estaacute estruturado da seguinte forma Seguindo-se agrave introduccedilatildeo o capiacutetulo
2 eacute composto por um referencial teoacuterico-conceitual sobre Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede
avaliaccedilatildeo em sauacutede e APS atributos da APS e APS na rede regionalizada a fim de
construir um arcabouccedilo geral das principais temaacuteticas da dissertaccedilatildeo
O capiacutetulo 3 foca no PMAQ-AB o que inclui seus marcos legais o desenho do
programa as caracteriacutesticas do ciclo 1 mudanccedilas no ciclo 2 e limitaccedilotildees metodoloacutegicas
Visa apresentar os principais aspectos do programa ao leitor contextualizar sua
abrangecircncia nacional e problematizar questotildees em torno do seu desenho
O capiacutetulo 4 aborda a metodologia da dissertaccedilatildeo envolvendo um detalhamento de
cada uma de suas etapas realizadas seleccedilatildeo das variaacuteveis dos ciclos 1 e 2 construccedilatildeo de
indicadores comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 e anaacutelise dos dados Possui tambeacutem um item de
apresentaccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede segundo a Pesquisa Regiotildees e
Redes que foi a base para a discussatildeo da APS nos grupos de regiotildees de sauacutede
O capiacutetulo 5 consiste na apresentaccedilatildeo dos resultados Ele foi construiacutedo em trecircs
eixos por componente de cada atributo da APS e discussatildeo desses resultados em diaacutelogo
com as bibliografias relacionadas a cada tema pela distribuiccedilatildeo dos resultados de cada
atributo por grupo de regiatildeo de sauacutede e as principais diferenccedilas entre esses grupos e pela
comparaccedilatildeo dos resultados nacionais por atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB
Nas conclusotildees sintetizam-se as principais reflexotildees derivadas do estudo sobre os
atributos da APS nas regiotildees de sauacutede a partir dos objetivos especiacuteficos Tem como
proposta retomar e articular as principais discussotildees entre os referidos capiacutetulos aleacutem de
suscitar reflexotildees para o aprofundamento e realizaccedilatildeo de novas pesquisas
21
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS E CONCEITUAIS
21 ATENCcedilAtildeO PRIMAacuteRIA Agrave SAUacuteDE
A primeira referecircncia agrave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave sauacutede como um niacutevel dos sistemas de
sauacutede eacute encontrada no Relatoacuterio Dawson de 1920 no Reino Unido Nesse relatoacuterio
constava a descriccedilatildeo completa de uma rede regionalizada com base na coordenaccedilatildeo entre
medicina preventiva e curativa em um territoacuterio Cada territoacuterio teria centros de sauacutede
primaacuterios que seriam a ldquoporta de entradardquo do sistema e buscariam resolver a maior parte
das necessidades de sauacutede por meio de meacutedico generalista Os casos natildeo resolvidos na
Atenccedilatildeo Primaacuteria deveriam ser encaminhados aos demais serviccedilos especializados e
hospitalares ao qual os centros estavam vinculados caracterizando assim a hierarquizaccedilatildeo
dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Kuschnir e Chorny 2010)
O Relatoacuterio Dawson foi o primeiro documento a discutir a territorializaccedilatildeo e
articulaccedilatildeo entre sauacutede puacuteblica e atenccedilatildeo individual No que se refere agrave organizaccedilatildeo dos
serviccedilos trouxe as concepccedilotildees de niacuteveis de atenccedilatildeo porta de entrada viacutenculo referecircncia
coordenaccedilatildeo pela APS e mecanismos de integraccedilatildeo (Kuschnir e Chorny 2010)
A concepccedilatildeo de organizaccedilatildeo hieraacuterquica influenciou sistemas de sauacutede de todo o
mundo principalmente por duas caracteriacutesticas regionalizaccedilatildeo e integralidade No caso
dos paiacuteses desenvolvidos buscavam-se novas formas de atenccedilatildeo agrave sauacutede mais eficientes e
baratas enquanto nos paiacuteses em desenvolvimento a falta de acesso a cuidados baacutesicos
predominava (Fausto e Matta 2007)
No final da deacutecada de 1970 a OMS e a Unicef realizaram a I Conferecircncia
Internacional sobre Cuidados Primaacuterios de Sauacutede em Alma Ata (Cazaquistatildeo) o principal
marco internacional da APS A Declaraccedilatildeo de Alma Ata preconizava a APS como
estrateacutegia para melhoria da sauacutede e alcance das metas do Programa Sauacutede para Todos no
Ano 2000 um pacto assinado por 134 paiacuteses Cuidados primaacuterios em sauacutede no relatoacuterio da
Conferecircncia de Alma Ata foram definidos como
Cuidados essenciais de sauacutede baseados em meacutetodos e tecnologias
praacuteticas cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitaacuteveis
colocadas ao alcance universal de indiviacuteduos e famiacutelias da comunidade
mediante sua plena participaccedilatildeo a um custo que a comunidade e o paiacutes
possam manter em cada fase de seu desenvolvimento no espiacuterito de
autoconfianccedila e autodeterminaccedilatildeo Fazem parte integrante tanto do
sistema de sauacutede do paiacutes do qual constituem a funccedilatildeo central e o foco
principal quanto do desenvolvimento social e econocircmico global da
comunidade Representam o primeiro niacutevel de contato dos indiviacuteduos da
famiacutelia e da comunidade com o sistema nacional de sauacutede pelo qual os
cuidados de sauacutede satildeo levados o mais proximamente possiacutevel aos lugares
22
onde pessoas vivem e trabalham e constituem o primeiro elemento de um
continuado processo de assistecircncia agrave sauacutede (OPAS 19781)
A APS de acordo com a Declaraccedilatildeo de Alma Ata pressupotildee centralidade nas
necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo perspectiva interdisciplinar participaccedilatildeo social na
gestatildeo e um conjunto de accedilotildees miacutenimas que envolvem educaccedilatildeo em sauacutede para proteccedilatildeo e
prevenccedilatildeo alimentaccedilatildeo adequada tratamento de aacutegua e saneamento sauacutede materno-
infantil planejamento familiar imunizaccedilatildeo controle de endemias tratamento de doenccedilas e
lesotildees comuns e fornecimento de medicamentos essenciais Para aleacutem disso a declaraccedilatildeo
aponta para a necessidade de conceber a sauacutede como direito humano e como resultado de
condiccedilotildees econocircmicas e sociais (Fausto e Matta 2007)
A partir de Alma-Ata a APS tornou-se referecircncia para reformas de sauacutede Poreacutem
em muitos paiacuteses principalmente em desenvolvimento organismos internacionais
adotaram uma perspectiva focalizada e seletiva de APS no sentido de minimizar a
exclusatildeo social focada nas populaccedilotildees de baixa renda e distanciando-se da universalidade
proposta no documento As accedilotildees com destaque nesses paiacuteses pobres financiadas pela
Unicef eram acompanhamento do crescimento e desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral
aleitamento materno e imunizaccedilatildeo (Giovanella e Mendonccedila 2012)
Deacutecadas depois da Conferecircncia em Alma-ata a OPAS e OMS elaboraram
documentos importantes para o fortalecimento da APS Satildeo eles o documento de
posicionamento ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo (OPASOMS
2005) e o Relatoacuterio Mundial de Sauacutede de 2008 ldquoAtenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agora Mais
do que Nuncardquo (OMS 2008)
O documento da OPAS destaca a importacircncia de uma abordagem integrada e
horizontal para o alcance da universalidade bem como de cuidados orientados agrave
qualidade ecircnfase na promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo intersetorialidade participaccedilatildeo social e
responsabilizaccedilatildeo dos governos (OPASOMS 2005) E o Informe da OMS destaca o papel
da APS como coordenadora do cuidado e capaz de dar respostas integrais em todos os
niacuteveis de atenccedilatildeo atraveacutes de um conjunto de reformas que visem agrave universalidade e a
participaccedilatildeo social Nesse a centralidade eacute na pessoa e em suas necessidades de sauacutede
(OMS 2008)
O documento de ldquoRenovaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede nas Ameacutericasrdquo
(OPASOMS 2005) aponta diferenccedilas quanto aos enfoques sobre o papel da APS no
desenvolvimento do sistema social e de sauacutede classificando essas abordagens em quatro
principais
23
- APS seletiva - selective primary care (ecircnfase nos serviccedilos de sauacutede restritos agrave populaccedilatildeo
muito pobre) O conceito de APS abrange programas especiacuteficos e seletivos com cesta
restrita de serviccedilos Haacute um enfrentamento limitado de problemas de sauacutede e eacute aplicada
principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento A maior parte das accedilotildees eacute dirigida ao
grupo materno-infantil como por exemplo monitoramento do crescimento e
desenvolvimento reidrataccedilatildeo oral imunizaccedilatildeo e aleitamento materno
- APS como primeiro niacutevel de atenccedilatildeo - primary care O conceito de APS como ponto de
entrada no sistema de sauacutede e local de cuidados para a maioria das pessoas na maior parte
do tempo Correspondem aos serviccedilos ambulatoriais meacutedicos de primeiro contato natildeo
especializados incluindo accedilotildees de caraacuteter preventivo e serviccedilos cliacutenicos para toda a
populaccedilatildeo
- APS abrangente ou integral de Alma-ata - comprehensive primary health care (ecircnfase na
organizaccedilatildeo dos sistemas de atenccedilatildeo agrave sauacutede e promoccedilatildeo) APS integrada ao sistema de
sauacutede garantindo a integralidade e participaccedilatildeo social Princiacutepios fundamentais da APS
integral enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede acesso e cobertura universal
com base em necessidades participaccedilatildeo comunitaacuteria accedilatildeo intersetorial tecnologias
apropriadas e uso eficiente de recursos
- APS como enfoque em sauacutede e direitos humanos (ecircnfase nos processos emancipatoacuterios
setores sociais e sauacutede) APS como parte da compreensatildeo da sauacutede como direito humano
abordagem dos determinantes sociais e poliacuteticos de sauacutede defesa da ideia de que as
poliacuteticas de desenvolvimento devem ser inclusivas e que as poliacuteticas devem ser apoiadas
em compromisso financeiro dos governos e em legislaccedilatildeo para promover a equidade em
sauacutede (OPASOMS 2005)
Rifkin e Walt (1986) ao analisar as concepccedilotildees de APS seletiva e abrangente
discutem que a concepccedilatildeo de APS seletiva eacute mais atrativa agraves agecircncias financiadoras devido
seus resultados em curto prazo o incentivo ao setor privado na prestaccedilatildeo de serviccedilos e o
foco na intervenccedilatildeo em sauacutede com baixos custos Ao contraacuterio a APS abrangente ou
integral apresenta maior complexidade eacute fundamentada na compreensatildeo da sauacutede como
direito e estaacute relacionada aos processos de desenvolvimento e determinaccedilatildeo social da
doenccedila Os autores defendem assim como o documento da OPAS que a APS natildeo eacute
somente uma alternativa para a prestaccedilatildeo de cuidados de sauacutede mas eacute uma estrateacutegia para
o desenvolvimento dos sistemas de sauacutede (Rifkin e Walt 1986)
A definiccedilatildeo de APS em Alma-Ata eacute abrangente pois considera APS como funccedilatildeo
central do sistema como parte de um processo mais geral de desenvolvimento econocircmico
24
e social das comunidades apresenta preocupaccedilatildeo com os custos crescentes da assistecircncia
meacutedica por consequecircncia da incorporaccedilatildeo de novas tecnologias atentando agrave relaccedilatildeo custo-
benefiacutecio pressupotildee participaccedilatildeo comunitaacuteria inclui praacuteticas da medicina tradicional e
agentes de sauacutede da comunidade treinados se contrapondo ao elitismo meacutedico APS
representa o primeiro niacutevel de contato levando a atenccedilatildeo agrave sauacutede o mais proacuteximo possiacutevel
de onde as pessoas residem ou trabalham natildeo se restringe ao primeiro niacutevel estaacute integrada
ao processo permanente da assistecircncia integral incluindo prevenccedilatildeo promoccedilatildeo cura e
reabilitaccedilatildeo e enfatiza a necessidade de accedilotildees de outros setores (Giovanella e Mendonccedila
2012)
Kringos et al (2010) destacam que sistemas de sauacutede onde a APS dispotildee de
recursos adequados para facilitar o acesso ao diversificado escopo de serviccedilos de maneira
coordenada e contiacutenua atraveacutes da aplicaccedilatildeo eficiente de recursos e prestaccedilatildeo de cuidados
de alta qualidade contribuem para a equidade em sauacutede
Para Starfield a APS corresponde ao primeiro niacutevel de atenccedilatildeo do sistema de
sauacutede articulando-se ao trabalho de todos os outros niacuteveis e organizando o uso dos
recursos direcionados agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo e melhoria da sauacutede Podemos dizer que a
autora operacionaliza a concepccedilatildeo de APS abrangente com foco na discussatildeo da qualidade
da atenccedilatildeo e identificando quatro atributos essenciais para avaliaccedilatildeo da APS primeiro
contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo O poder de intervenccedilatildeo e a
qualidade da APS satildeo potencializados quando se considera a capacidade de interaccedilatildeo dos
serviccedilos com os indiviacuteduos e com a comunidade o que foi nomeado pela autora como
atributos derivativos ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo ldquocentralidade na famiacuteliardquo e
ldquocompetecircncia culturalrdquo (Starfield 2002)
No Brasil nos anos 1980 o ideaacuterio da reforma sanitaacuteria compreendia a necessidade
de reorientaccedilatildeo do modelo assistencial e de mudanccedila do modelo da assistecircncia meacutedica
previdenciaacuteria do Instituto Nacional de Assistecircncia Meacutedica da Previdecircncia Social
(Inamps) As Accedilotildees Integradas em Sauacutede (AIS) jaacute eram um ensaio aos princiacutepios de
universalidade e atenccedilatildeo integral Com a criaccedilatildeo do SUS e seus princiacutepios de
universalidade descentralizaccedilatildeo integralidade e participaccedilatildeo popular a concepccedilatildeo de APS
tambeacutem foi se modificando Para diferenciar-se da concepccedilatildeo de APS seletiva as poliacuteticas
do Brasil adotaram o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo definida como accedilotildees individuais e coletivas
situadas no primeiro niacutevel voltadas agrave promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de agravos
tratamento e reabilitaccedilatildeo e com o objetivo de responder a maior parte de necessidades de
sauacutede da populaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006 Giovanella e Mendonccedila 2012)
25
A APS ganhou destaque nacionalmente a partir da norma operacional baacutesica
(NOB) SUS 0196 onde aparece o termo ldquoatenccedilatildeo baacutesicardquo que passa a ser caracterizada
como o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo agrave sauacutede A NOB 96 traz inovaccedilotildees quanto agrave alocaccedilatildeo de
recursos instituindo nova modalidade de financiamento ndash o PAB fixo e PAB variaacutevel
fortalecimento da capacidade gestora do Estado em niacutevel local e definindo indicadores de
produccedilatildeo e de impacto epidemioloacutegico (Levcovitz et al 2001)
O PAB fixo eacute uma transferecircncia per capita para cobertura de atenccedilatildeo baacutesica pelos
municiacutepios A esfera federal repassa fundo-a-fundo aos municiacutepios um valor fixo por
habitante por ano Jaacute o PAB variaacutevel tambeacutem fundo-a-fundo eacute composto por incentivos
financeiros para programas especiacuteficosestrateacutegicos que podem variar de acordo com a
adesatildeoadoccedilatildeo dos municiacutepios aos programas
O Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (Pacs) criado em 1991 e o
Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) de 1994 tinham o intuito de estimular a reorganizaccedilatildeo
da atenccedilatildeo em acircmbito local e tinham por foco as famiacutelias vulneraacuteveis Foram criados
enquanto programas verticais para as regiotildees Norte e Nordeste do paiacutes para interromper
epidemias Poreacutem principalmente no periacuteodo de 1998-2002 o PSF deixou de ser uma
poliacutetica de focalizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica para ser uma estrateacutegia de mudanccedila do modelo
de atenccedilatildeo no SUS com vistas agrave universalizaccedilatildeo (Teixeira e Solla 2006)
Segundo Gil (2006) a expansatildeo do PSF desencadeou reflexotildees como insuficiecircncia
nos arranjos organizacionais e falecircncia das praacuteticas profissionais e de gestatildeo voltadas ao
tradicional modelo de atenccedilatildeo A autora destaca o referencial da vigilacircncia em sauacutede como
base do PSF o que envolve organizaccedilatildeo das accedilotildees a partir do territoacuterio e problemas de
sauacutede intersetorialidade discriminaccedilatildeo positiva e paradigma da produccedilatildeo social da sauacutede
Aleacutem da vigilacircncia refere agraves accedilotildees programaacuteticas em sauacutede como um recurso
epidemioloacutegico de influecircncia no modelo do PSF para uma abordagem coletiva Ressalta
tambeacutem a proposta Em defesa da Vida (do Pacto pela Sauacutede) que foca na organizaccedilatildeo do
trabalho coletivo para produccedilatildeo de mudanccedilas no sistema e nas praacuteticas privilegiando
acolhimento viacutenculo etc
O PSF ganhou importacircncia poliacutetica governamental e passou a ser considerada uma
estrateacutegia prioritaacuteria para a organizaccedilatildeo dos sistemas municipais de sauacutede Em 2006 a
Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) formalizou o PSF enquanto estrateacutegia por
meio de acordo tripartite A PNAB 2006 incorporou os atributos de APS propostos por
Starfield
A PNAB preconiza equipe multiprofissional territorializaccedilatildeo adscriccedilatildeo de
26
clientela cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea O objetivo eacute
que a UBS seja a porta de entrada preferencial ao sistema de sauacutede integrada aos demais
serviccedilos da rede As equipes devem trabalhar no enfrentamento dos determinantes do
processo sauacutede-doenccedila desenvolvendo atividades de planejamento de educaccedilatildeo em sauacutede
accedilotildees intersetoriais e garantir assistecircncia integral agraves famiacutelias (Brasil 2006 Conill et al
2010)
Mais recentemente em 2011 com a atualizaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo
Baacutesica eacute reiterada uma concepccedilatildeo de APS abrangente
A Atenccedilatildeo Baacutesica caracteriza-se por um conjunto de accedilotildees de sauacutede no
acircmbito individual e coletivo que abrangem a promoccedilatildeo a proteccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede com o objetivo de desenvolver uma atenccedilatildeo
integral que impacte na situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas e nos
determinantes e condicionantes de sauacutede das coletividades (Brasil
2011b19)
Aleacutem disso a PNAB 2011 traz algumas propostas diferentes da PNAB 2006 no
que se refere aos programas que compotildeem o PAB variaacutevel como por exemplo o
componente qualidade (PMAQ-AB) agraves diferentes tipologias de equipes para aleacutem de
sauacutede da famiacutelia (ribeirinhas fluvial e consultoacuterio na rua por exemplo) agraves diferentes
possibilidades de inserccedilatildeo do profissional meacutedico nas equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica quanto agrave
carga horaacuteria e a institucionalizaccedilatildeo dos diferentes tipos de nuacutecleos de apoio agrave sauacutede da
famiacutelia (NASF) (Brasil 2011b)
Apesar dos avanccedilos na cobertura de atenccedilatildeo baacutesica com mais de 35000 equipes de
sauacutede da famiacutelia atuando no paiacutes permanecem importantes desafios Segundo diversos
autores os principais desafios da Atenccedilatildeo Baacutesica envolvem (Teixeira e Solla 2006 Viana
et al 2008 Conill et al 2010 Brasil 2013a Fausto et al 2013)
Situaccedilatildeo inadequada da rede fiacutesica das UBS e ambiecircncia o que influencia na
avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a qualidade dos serviccedilos oferecidos
Sobrecarga de populaccedilatildeo adscrita por equipe
Inadequadainsuficiente accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e apoio institucional que
fortaleccedilam o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes
Necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de trabalho das equipes de Atenccedilatildeo
Baacutesica principalmente quanto agrave resolutividade integraccedilatildeo entre os membros das
equipes orientaccedilatildeo em funccedilatildeo de prioridades metas e resultados baseado nas
complexidades de pequenos centros e metroacutepoles
27
Precaacuterias condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais
Rotatividade dos gestores e profissionais das equipes associado agrave fragilidade dos
viacutenculos trabalhistas o que gera insatisfaccedilatildeo por parte dos mesmos
Presenccedila irregular dos profissionais meacutedicos nas equipes principalmente em
municiacutepios do interior
Desafios especiacuteficos de municiacutepios de pequeno porte e da Regiatildeo Norte que
necessitam de outras formas de organizaccedilatildeo da AB para que se atenda agraves
necessidades de acesso geograacutefico oferta de serviccedilos e fixaccedilatildeo de profissionais
Necessidade de poliacuteticas intersetoriais para o enfrentamento de desafios da
complexidade urbana como por exemplo a violecircncia e suas repercussotildees para os
serviccedilos de sauacutede
Baixa capacidade gerencial e operacional na gestatildeo do SUS
Necessidade de processos de gestatildeo visando o acompanhamento da qualidade
Financiamento inadequado e insuficiente da AB
Integraccedilatildeo incipiente da APS agrave Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede
Segmentaccedilatildeo e fragmentaccedilatildeo dos serviccedilos questotildees centrais agrave compreensatildeo da
qualidade dos AB e operacionalizaccedilatildeo da concepccedilatildeo abrangente de APS
Necessidade de fortalecer a integralidade da atenccedilatildeo agrave sauacutede
Isolamento dos profissionais da Equipe de sauacutede bucal ou ausecircncia dessas equipes
com prejuiacutezos agrave integralidade
Pressatildeo dos setores do empresariado meacutedico-hospitalar e induacutestria farmacecircutica
pela manutenccedilatildeo do fluxo de recursos financeiros para os serviccedilos de meacutedia e alta
complexidade
22 AVALIACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E APS
A dinamicidade dos sistemas de sauacutede envolve o conjunto das relaccedilotildees poliacuteticas
econocircmicas e institucionais e seu arsenal de regras e serviccedilos aleacutem de aspectos essenciais
para a sua compreensatildeo como a cobertura o financiamento a forccedila de trabalho a rede de
serviccedilos a tecnologia e o conhecimento e as organizaccedilotildees Logo todos esses fatores
tornam o estudo e avaliaccedilatildeo desses sistemas complexos (Lobato e Giovanella 2012)
Em um contexto em que se associam as exigecircncias de acesso equitativo a serviccedilos
de qualidade eou as respostas ao complexo industrial de sauacutede agrave perspectiva de
desenvolvimento nacional a avaliaccedilatildeo em sauacutede se apresenta como um importante
28
mecanismo para compreender os sistemas sistematizar a anaacutelise dos contextos bem como
para responder agraves necessidades de informaccedilatildeo dos responsaacuteveis pela tomada de decisatildeo
(Champagne et al 2011)
A avaliaccedilatildeo em sauacutede tem sido aprimorada ao longo do tempo Champagne et al
(2011) organizam a histoacuteria da avaliaccedilatildeo em quatro geraccedilotildees e seis periacuteodos Geraccedilatildeo I ndash
periacuteodo do Reformismo (1800 e 1900) e eficiecircncia e testagem (1900-1930) que tinham
como principal caracteriacutestica a medida Geraccedilatildeo II ndash Idade da inocecircncia (1930-1960) cuja
caracteriacutestica principal era a descriccedilatildeo Geraccedilatildeo III ndash expansatildeo (1960-1973) e
profissionalizaccedilatildeo e institucionalizaccedilatildeo (1973-1990) tendo o julgamento como central e a
Geraccedilatildeo IV de duacutevidas (1990 ateacute a atualidade) que foca na negociaccedilatildeo e participaccedilatildeo de
diferentes atores nos processos avaliativos
Satildeo muitas as definiccedilotildees de avaliaccedilatildeo em sauacutede existentes na literatura Dubois et
al (2011) entendem a avaliaccedilatildeo em sauacutede na atualidade como um ldquoprocesso contiacutenuo de
construccedilatildeo e reconstruccedilatildeo dos meios de produccedilatildeo de conhecimento sobre as intervenccedilotildeesrdquo
(Dubois et al 201120)
Para Champagne et al (2011)
Avaliar consiste fundamentalmente em emitir um juiacutezo de valor sobre
uma intervenccedilatildeo implementando um dispositivo capaz de fornecer
informaccedilotildees cientificamente vaacutelidas e socialmente legiacutetimas sobre essa
intervenccedilatildeo ou sobre qualquer um de seus componentes com o objetivo
de proceder de modo a que os diferentes atores envolvidos cujos campos
de julgamento satildeo por vezes diferentes estejam aptos a se posicionar
sobre a intervenccedilatildeo para que possam construir individual ou
coletivamente um julgamento que possa se traduzir em accedilotildees
(Champagne et al 2011 44)
Ou segundo o Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica do Ministeacuterio da Sauacutede a
avaliaccedilatildeo eacute compreendida como atribuiccedilatildeo da gestatildeo
A avaliaccedilatildeo em sauacutede eacute um processo criacutetico-reflexivo sobre praacuteticas e
processos desenvolvidos no acircmbito dos serviccedilos de sauacutede Eacute um processo
contiacutenuo e sistemaacutetico cuja temporalidade eacute definida em funccedilatildeo do
acircmbito em que ela se estabelece () Deve constituir-se em um processo
de negociaccedilatildeo e pactuaccedilatildeo entre sujeitos que partilham co-
responsabilidades () A avaliaccedilatildeo eacute uma funccedilatildeo importante da gestatildeo
Nesse sentido natildeo eacute meramente atribuiccedilatildeo de avaliadores externos
devendo fazer parte do conjunto de atividades desempenhadas pelos
gestores do sistema e das equipes de sauacutede (Brasil 2005a 18)
Ambas as conceituaccedilotildees ressaltam a importacircncia da avaliaccedilatildeo para a tomada de
decisatildeo como embasamento para as accedilotildees e a necessidade do envolvimento de diferentes
29
atores nesse processo Mais que para o fornecimento de informaccedilotildees fundamentadas a
avaliaccedilatildeo pode ser vista como um processo de aprendizagem resultado de negociaccedilotildees
diversas e portanto ldquoestaacute apta a desempenhar um papel importante na governanccedila e na
melhoria contiacutenua das intervenccedilotildees do sistema de sauacutederdquo (Contandriopoulos 2011 272)
Figueiroacute et al (2010) resumem um conjunto de objetivos principais da avaliaccedilatildeo
auxiliar no planejamento e desenvolvimento de uma intervenccedilatildeo (objetivo estrateacutegico)
subsidiar por meio de informaccedilotildees a melhoria de uma intervenccedilatildeo no seu decorrer
(objetivo formativo) determinar os efeitos de uma intervenccedilatildeo para decidir se ela deve ser
mantida alterada ou interrompida (objetivo somativo) utilizar processos de avaliaccedilatildeo
como incentivo para transformaccedilatildeo de situaccedilotildees injustas ou problemaacuteticas visando o bem-
estar (objetivo transformador) ou contribuir para o progresso dos conhecimentos para a
elaboraccedilatildeo teoacuterica (objetivo fundamental)
Champagne et al (2011) destacam que as contribuiccedilotildees da avaliaccedilatildeo satildeo a
possibilidade de mediccedilatildeo controle administraccedilatildeo previsatildeo e definiccedilatildeo de prioridades para
intervenccedilotildees programas e poliacuteticas (Champagne et al 2011)
Para avaliar uma intervenccedilatildeo satildeo possiacuteveis principalmente dois tipos de estudos
avaliativos a avaliaccedilatildeo normativa e a pesquisa avaliativa A avaliaccedilatildeo normativa consiste
em ldquofazer um julgamento sobre uma intervenccedilatildeo no que se refere a seus recursos e
organizaccedilatildeo (estrutura) serviccedilos ou bens produzidos (processo) e os resultados obtidos
com criteacuterios e normas existentesrdquo (Figueiroacute et al 2010 10) Jaacute a pesquisa avaliativa se
refere a um julgamento por meio de meacutetodos cientiacuteficos Pode contemplar a anaacutelise
estrateacutegica (pertinecircncia) a anaacutelise loacutegica (coerecircncia) a anaacutelise de produccedilatildeo (produtividade
de qualidade) a anaacutelise de efeitos (eficaacutecia) a anaacutelise de eficiecircncia e a anaacutelise de
implantaccedilatildeo (interaccedilotildees entre intervenccedilatildeo e contexto de implantaccedilatildeo na produccedilatildeo de
efeitos) (Champagne et al 2011)
Outro debate essencial satildeo os enfoques de avaliaccedilatildeo de qualidade descritos por
Donabedian (1990) muito utilizados nas avaliaccedilotildees em sauacutede O autor se baseia no modelo
sistecircmico (relaccedilatildeo entre os componentes da estrutura processo e resultado) e nas
dimensotildeesatributos conhecidos como os ldquosete pilares da qualidaderdquo dos quais se incluem
(Donabedian 1990 Frias et al 2010)
Efetividade capacidade de produzir o efeito desejado quando ldquoem uso rotineirordquo
consiste na relaccedilatildeo entre o impacto real e o potencial
Eficiecircncia relaccedilatildeo entre o impacto real e o custo das accedilotildees
30
Eficaacutecia capacidade de produzir o efeito desejado quando o serviccedilo eacute colocado em
ldquocondiccedilotildees ideais de usordquo
Equidade distribuiccedilatildeo dos serviccedilos de acordo com as necessidades da populaccedilatildeo
Tratar desigualmente os desiguais e priorizar para intervenccedilatildeo os grupos sociais
com maiores necessidades de sauacutede
Aceitabilidade fornecimento de serviccedilo de acordo com as normas culturais sociais
e expectativas dos usuaacuterios e seus familiares
Otimizaccedilatildeo maacuteximo cuidado efetivo obtido pelo programa Ou seja uma vez
atingido determinado estaacutegio de efetividade do cuidado melhorias adicionais
seriam pequenas diante da elevaccedilatildeo dos custos
Legitimidade grau de aceitabilidade por parte da comunidade ou da sociedade
como um todo dos serviccedilos ofertados
Em estudo de Frias et al (2010) eacute destacada tambeacutem a perspectiva de outros
autores frente aos pilares estabelecidos por Donabedian Fazendo um compilado das
perspectivas os autores propotildeem a inclusatildeo de trecircs dimensotildees na avaliaccedilatildeo o acesso a
adequaccedilatildeocobertura da oferta e a qualidade teacutecnico-cientiacutefica dos serviccedilos
Starfield (2002) se baseia na concepccedilatildeo sistecircmica de Donabedian para avaliar os
serviccedilos de APS agrave medida que considera aspectos individuais e populacionais para anaacutelise
da qualidade da atenccedilatildeo e refere necessidade de distintas abordagens para avaliaccedilatildeo da
qualidade incluindo elementos de estrutura processo e resultados A operacionalizaccedilatildeo do
conceito de APS por meio de atributos permite identificar o grau de orientaccedilatildeo agrave APS
comparar sistemas ou tipos de serviccedilos e realizar a associaccedilatildeo entre presenccedila de atributos e
efetividade da atenccedilatildeo (Starfield 2002)
Considerando a variabilidade de acordo com o contexto e eacutepoca Starfield (2002)
apresenta uma abordagem para avaliaccedilatildeo dos sistemas de sauacutede Destaca que cada sistema
de sauacutede possui uma estrutura (capacidade) que satildeo as caracteriacutesticas que possibilitam a
ofertaprestaccedilatildeo de serviccedilos processos (desempenho) que satildeo as accedilotildees que constituem a
oferta e recebimento dos serviccedilos (accedilotildees dos profissionais e usuaacuterios) e resultados
observados em vaacuterios aspectos de estado de sauacutede da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
Para medir o potencial e o alcance de cada um dos atributos essenciais da APS
(atenccedilatildeo ao primeiro contato longitudinalidade integralidade e coordenaccedilatildeo) eacute necessaacuterio
relacionar elementos de estrutura (capacidade) e processo (desempenho) (Starfield 2002)
A autora argumenta que nenhum sistema de sauacutede alcanccedila o desempenho perfeito
31
em todos os atributos da APS ao mesmo tempo pois este eacute um processo gradativo e a
busca pela qualidade dos serviccedilos eacute um processo constante Ela chama a atenccedilatildeo para a
necessidade de uma atualizaccedilatildeo constante dos padrotildees de qualidade ou seja agrave medida que
um padratildeo eacute atingido outro deveraacute ser elaborado para o alcance de um patamar superior no
decorrer do tempo O estudo dos atributos e da qualidade da atenccedilatildeo reforccedilaria a
necessidade de qualificaccedilatildeo dos profissionais e organizaccedilatildeo dos serviccedilos para a melhoria
da qualidade do sistema e dos resultados de sauacutede (Starfield 2002)
Eacute importante ressaltar que a metodologia da avaliaccedilatildeo do PMAQ-AB se propotildee
colaborativa e construtivista agrave medida que os atores envolvidos (representantes dos entes
municipal estadual e federal) desempenham papeacuteis centrais ao mesmo tempo que natildeo
necessariamente compartilham da mesma opiniatildeo poreacutem constroem consensos que
contribuem para a permeabilidade da avaliaccedilatildeo e desenvolvimento de co-
responsabilidades Aleacutem disso pode ser considerado estrateacutegico uma vez que seu objetivo
ultrapassa a avaliaccedilatildeo do desempenho e repasse do recurso podendo suscitar a reflexatildeo
discussatildeo e qualificaccedilatildeo nos serviccedilos de APS (Fausto et al 2013)
23 ATRIBUTOS DA APS
Baacuterbara Starfield (2002) propotildee uma metodologia para avaliaccedilatildeo da APS que
abrange caracteriacutesticas que podem ser exclusivas da APS derivativas ou fundamentais
mas natildeo exclusivas
Entendendo que essas caracteriacutesticas possuem uma relaccedilatildeo entre si identifica
quatro atributos exclusivosessenciais primeiro contato longitudinalidade
abrangecircnciaintegralidade e coordenaccedilatildeo que satildeo os de maior especificidade para a
avaliaccedilatildeo da APS Estes atributos satildeo distintos conceitualmente mas apresentam
superposiccedilatildeo e complementaccedilatildeo na praacutetica das equipes (Starfield 2002)
Quanto aos aspectos derivativos da APS pode-se dizer que contribuem para o
alcance dos atributos exclusivos e potencializam a qualidade da APS agrave medida que
pressupotildeem interaccedilatildeo com os indiviacuteduos e com a comunidade Satildeo eles centralizaccedilatildeo na
famiacutelia a competecircncia cultural e a orientaccedilatildeo para a comunidade
Em relaccedilatildeo aos aspectos fundamentais mas natildeo exclusivos da APS destacam-se
caracteriacutesticas importantes para a qualidade do sistema de atenccedilatildeo agrave sauacutede tanto para a
atenccedilatildeo primaacuteria como para a atenccedilatildeo especializada Satildeo eles ldquo(1) a adequaccedilatildeo dos
prontuaacuterios meacutedicos (2) a continuidade do pessoal (3) a comunicaccedilatildeo profissional-
paciente (4) a qualidade da atenccedilatildeo e (5) a proteccedilatildeo dos pacientesrdquo (Starfield 2002 489)
32
Para efeitos deste trabalho seratildeo utilizados os atributos exclusivos e derivativos
conforme definiccedilotildees apresentadas no Quadro 1
Quadro 1 Definiccedilatildeo dos atributos exclusivos e derivativos da APS e tipos de
informaccedilatildeo para mediccedilatildeo Atributo Definiccedilatildeo Tipo de informaccedilatildeo
Atributos exclusivos
Atenccedilatildeo ao
primeiro contato
Serviccedilos procurados regularmente cada vez
que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso
de adoecimento ou para acompanhamento
rotineiro da sauacutede
Porta de entrada preferencial do sistema de
sauacutede ponto de iniacutecio da atenccedilatildeo e filtro para
acesso aos serviccedilos especializados
Acessibilidade da unidade
Acesso agrave atenccedilatildeo
Uso da unidade como local de
primeiro contato
Longitudinalidade Assunccedilatildeo de responsabilidade longitudinal
pelo usuaacuterio com continuidade da relaccedilatildeo
equipeusuaacuterio ao longo da vida
independentemente da ausecircncia ou da
presenccedila de doenccedila
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva
Conhecimento do paciente e de seu
meio social
Extensatildeo e forccedila da relaccedilatildeo com os
pacientes natildeo importando o tipo de
necessidade para a atenccedilatildeo
Abrangecircncia ou
Integralidade
Reconhecimento de amplo espectro de
necessidades considerando-se os acircmbitos
orgacircnico psiacutequico e social da sauacutede dentro
dos limites de atuaccedilatildeo do pessoal de sauacutede
Implica oferecer serviccedilos preventivos e
curativos e garantir acesso a todos os tipos de
serviccedilos para todas as faixas etaacuterias
resolvendo a grande maioria das demandas ou
por meio de encaminhamento quando
necessaacuterio
Espectro de problemas a serem
tratados
Atividades preventivas primaacuterias e
secundaacuterias
Reconhecimento e manejo dos
problemas de sauacutede (incluindo
sauacutede mental) na populaccedilatildeo
Porcentagem de pessoas atendidas
na APS sem necessidade de
encaminhamento
Coordenaccedilatildeo da
atenccedilatildeo
Coordenaccedilatildeo significa integraccedilatildeo de todos os
serviccedilos relacionados agrave sauacutede onde quer que
os pacientes tenham sido recebidos Ocorre a
partir da disponibilidade de informaccedilotildees
relacionadas agraves necessidades de sauacutede para o
presente atendimento
Mecanismos para continuidade
Reconhecimento de informaccedilotildees de
consultas preacutevias
Reconhecimento de consultas para
encaminhamento (ocorrecircncia e
resultados)
Atributos Derivativos
Orientado para
comunidade
Conhecimento das necessidades de sauacutede da
populaccedilatildeo adscrita em razatildeo do contexto
econocircmico e social em que vive
Conhecimento da distribuiccedilatildeo dos problemas
de sauacutede e dos recursos disponiacuteveis na
comunidade
Participaccedilatildeo da comunidade nas decisotildees
sobre sauacutede
Mecanismos de alcance do
conhecimento das necessidades de
sauacutede da comunidade
Participaccedilatildeo nas atividades
comunitaacuterias
Envolvimento comunitaacuterio na
unidade
Centralidade na
famiacutelia
Consideraccedilatildeo do contexto e dinacircmica familiar
para bem avaliar como responder agraves
necessidades de cada membro
Conhecimento dos membros e de seus
problemas de sauacutede
Conhecimento dos membros da
famiacutelia
Conhecimento dos problemas de
sauacutede dos membros da famiacutelia
Competecircncia
cultural
Reconhecimento de diferentes necessidades de
grupos populacionais suas caracteriacutesticas
eacutetnicas raciais e culturais entendendo suas
representaccedilotildees dos processos sauacutede-doenccedila
Providecircncias para atender a
necessidades especiais associadas
agraves caracteriacutesticas culturais
Prestaccedilatildeo de serviccedilos especiais para
atender necessidades culturais
Fonte Adaptado de Starfield 2002 e Giovanella e Mendonccedila 2012
33
231 Primeiro contato
O atributo ldquoprimeiro contatordquo indica os serviccedilos de porta de entrada regularmente
procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de atenccedilatildeo em caso de novo problema de
sauacutede ou de acompanhamento para um problema rotineiro de sauacutede Trata-se da porta
preferencial do sistema de sauacutede ou seja o ldquoponto de iniacutecio de atenccedilatildeo e filtro para
acesso a serviccedilos especializadosrdquo (Giovanella e Mendonccedila 2012 505)
Esse atributo envolve acessibilidade e acesso embora frequentemente esses termos
sejam utilizados como sinocircnimos Travassos e Martins (2004) baseando-se em
Donabedian e Andersen realizam a discussatildeo sobre a diferenccedila entre os termos A
acessibilidade refere-se agraves caracteriacutesticas da oferta que facilitam ou dificultam a chegada
das pessoas aos serviccedilos podendo ser soacutecio organizacionais financeiras (caracteriacutesticas do
serviccedilo) e geograacuteficas (relacionadas a distacircncia tempo e custo de viagem etc) Para
Donabedian ldquoa relaccedilatildeo dos usuaacuterios com o uso de serviccedilos eacute mediada pela acessibilidade
isto eacute a acessibilidade expressa as caracteriacutesticas da oferta que intervecircm na relaccedilatildeo entre
caracteriacutesticas dos indiviacuteduos e o uso de serviccedilosrdquo (Donabedian 1973 apud Travassos e
Martins 2004 191)
Jaacute acesso eacute explicado pelas autoras como um conceito multidimensional podendo
ser definido pelo acesso potencial e acesso realizado sendo acesso potencial
relacionado agrave presenccedila nos indiviacuteduos de fatores capacitantes para o uso dos serviccedilos e
acesso realizado a utilizaccedilatildeo em si influenciado tambeacutem por outros fatores que natildeo o
acesso potencial (Travassos e Martins 2004)
Travassos e Martins (2004) concluem que diferentes estudos optam entre uma ou
outra terminologia acessibilidade se referindo a uma caracteriacutestica da oferta de serviccedilos de
sauacutede ou do ajuste entre a oferta e usuaacuterios e o acesso como entrada inicialprincipal da
capacidade instalada em sauacutede A ideia de acesso portanto aparece como uma dimensatildeo
do desempenho dos sistemas de sauacutede associada agrave oferta (Travassos e Martins 2004)
Aleacutem disso eacute sinalizado um aspecto financeiro em que a principal barreira imediata ao
acesso estaacute nos sistemas em que eacute instituiacutedo a reparticcedilatildeo de custos com co-pagamentos ou
pagamentos por parte dos usuaacuterios no ato da utilizaccedilatildeo do serviccedilo (Starfield 2002)
Segundo estudo comparativo entre Brasil e Espanha a principal estrateacutegia para
acesso e organizaccedilatildeo da porta de entrada nas UBS identificada pelos gestores nas UBS
brasileiras eacute o acolhimento como forma de articulaccedilatildeo entre demandas espontacircnea e
programada embora natildeo haja padrotildees ou garantias de tempos maacuteximos para atendimento
34
(Almeida et al 2013)
O acolhimento vem sendo institucionalizado como caracteriacutestica do processo de
trabalho na ESF e atribuiccedilatildeo comum a todos os membros da equipe multiprofissional o
que favorece a universalizaccedilatildeo do acesso aos serviccedilos da APS aleacutem de fortalecer o
trabalho multiprofissional e intersetorial qualificar a assistecircncia agrave sauacutede e humanizar as
praacuteticas segundo Garuzi et al (2014) Para os autores o acolhimento eacute compreendido
como ferramenta essencial para promover viacutenculo estimular o autocuidado ampliar a
compreensatildeo do processo sauacutede-doenccedila e criar corresponsabilizaccedilatildeo no cuidado em sauacutede
e destacam a necessidade de valorizar a perspectiva dos usuaacuterios para uma qualificaccedilatildeo
desse acolhimento (Garuzi et al 2014)
De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica os serviccedilos de atenccedilatildeo
primaacuteria configuram-se como a porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede no
Brasil A expectativa eacute que esse niacutevel de atenccedilatildeo seja acessiacutevel e resolutivo em relaccedilatildeo agraves
necessidades de sauacutede realizando o acolhimento com escuta qualificada assim como agrave
demanda espontacircnea e o primeiro atendimento agraves urgecircncias (Brasil 2011b)
A OMS (2008) da mesma forma embasa essa concepccedilatildeo da PNAB acrescentando
que a APS deve ser porta de entrada do sistema para a maior parte dos novos problemas de
sauacutede assim como um sistema de sauacutede deve fortalecer a APS como primeiro niacutevel de
cuidado natildeo desconsiderando outros elementosserviccedilos estruturais e funcionais da rede de
atenccedilatildeo agrave sauacutede (OMS 2008)
Elementos como a forma de agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica o tempo
de espera de consulta o escopo de accedilotildees ofertados pela APS o acolhimento agrave demanda
espontacircnea e a capacidade de atendimento a pequenas urgecircncias nos revelam sobre a
capacidade da APS exercer sua funccedilatildeo de porta de entrada preferencial O atendimento agrave
demanda espontacircnea deve garantir o acesso oportuno e universal dos usuaacuterios agraves accedilotildees de
sauacutede independente de serem de grupos prioritaacuteriosprogramaacuteticos (Fausto et al 2014)
Uma das principais vantagens sinalizadas por Starfield (2002) no caso da APS
como serviccedilo de primeiro contato para aleacutem da ampliaccedilatildeo do acesso se refere agrave qualidade
dos serviccedilos Ou seja utilizaccedilatildeo reduzida de serviccedilos especializados e serviccedilos de
emergecircncia menor demanda por exames e procedimentos de alto custo e menor
probabilidade de danos meacutedicos por erros o que se justifica pelas diferenccedilas na formaccedilatildeo
dos meacutedicos de APS e meacutedicos especialistas Enquanto meacutedicos de APS satildeo capacitados
para atuar com pacientes que apresentam baixa probabilidade de problemas complexos os
especialistas satildeo capacitados para atuar junto agrave pacientes com doenccedilas raras e especiacuteficas
35
de sua aacuterea de atuaccedilatildeo com correspondente praacutetica intervencionista
Quanto agraves desvantagens a partir de estudos sobre o tema Starfield sinaliza o caso
dos sistemas em que existe livre escolha de meacutedico pelos por especialistas ou generalistas
No caso dos usuaacuterios acreditarem que o especialista eacute melhor esse acesso direto poderia
ser mais eficiente visto que traz uma conveniecircncia em relaccedilatildeo ao tempo marcar uma
consulta ao inveacutes de duas e receber a atenccedilatildeo agrave sauacutede mais rapidamente O exemplo dos
Estados Unidos eacute citado onde a porta de entrada obrigatoacuteria eacute difundida como mecanismo
por seguros de sauacutede privados para contenccedilatildeo de despesas e natildeo para a organizaccedilatildeo do
sistema Logo neste contexto a APS como porta de entrada eacute encarada como um
dificultador de acesso aos especialistas (Starfield 2002)
Para avaliar a atenccedilatildeo no primeiro contato a autora destaca a necessidade de trecircs
informaccedilotildees ldquoacessibilidade das unidadesrdquo (horaacuterio de disponibilidade acessibilidade ao
transporte puacuteblico oferta de atenccedilatildeo sem exigecircncias para pagamento adiantado instalaccedilotildees
adequadas para portadores de deficiecircncias horaacuterios noturnos facilidade para marcaccedilatildeo de
consulta e de tempo de espera ausecircncia de barreiras linguiacutesticas e outras barreiras
culturais) ldquoexperiecircncias pessoais com o acesso a atenccedilatildeordquo sob a perspectiva do usuaacuterio e
uso real da ldquounidade como local para primeiro contatordquo e serviccedilo de procura regular
(Starfield 2002)
Estudos apontam um bom desempenho da Sauacutede da Famiacutelia como porta de entrada
Giovanella et al (2009a e 2009b) afirmam que os serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria tecircm se
configurado como importante fonte de cuidado regular e porta de entrada preferencial Em
4 municiacutepios investigados ndash Belo Horizonte Vitoacuteria Aracaju e Florianoacutepolis ndash resultados
apontam que mais de 70 das famiacutelias cadastradas buscam o mesmo serviccedilo de APS para
assistecircncia ou prevenccedilatildeo
Um debate essencial agrave qualidade da APS como porta de entrada preferencial ou
obrigatoacuteria eacute a sua funccedilatildeo de filtro aos serviccedilos especializados ou ldquosistemas de
gatekeeperrdquo tal como foram denominados e implantados nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo
dos paiacuteses europeus essencial agrave coordenaccedilatildeo de cuidados pelo generalista Essa temaacutetica
seraacute melhor discutida no atributo da coordenaccedilatildeo
Fausto et al (2014) discutem esse tema a partir dos resultados do PMAQ-AB
apontando que as equipes de atenccedilatildeo baacutesica atuam cada vez mais como porta de entrada
preferencial no que se refere ao atendimento de demandas diversas e funccedilatildeo de filtro para
atenccedilatildeo especializada Poreacutem haveria necessidade de avanccedilos quanto agrave organizaccedilatildeo
funcional principalmente no acolhimento assim como agrave disponibilidade para consultas de
36
urgecircncia e emergecircncia e agraves formas de acesso dos usuaacuterios agraves consultas
Da mesma forma Campos et al (2014) reconhecem uma APS como porta de
entrada do sistema poreacutem com acesso dificultado por problemas de organizaccedilatildeo uso do
acolhimento como barreira de acesso falta de recursos humanos e dificuldades de dar
seguimento ao tratamento
A existecircncia de um serviccedilo de primeiro contato procurado regularmente a cada vez
que o paciente necessita de atenccedilatildeo em caso de doenccedila ou acompanhamento rotineiro
facilita a formaccedilatildeo de viacutenculos e a coordenaccedilatildeo dos cuidados (Giovanella et al 2009a)
Kringos et al (2010) relatam associaccedilatildeo entre acesso integralidade continuidade e
coordenaccedilatildeo do cuidado Especificamente em relaccedilatildeo ao acesso os autores destacam que a
falta de uma atenccedilatildeo oportuna e eficaz em APS gera impactos negativos nas internaccedilotildees
por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo primaacuteria em especial em aacutereas rurais ou em grupos
socioeconocircmicos mais desfavorecidos
232 Longitudinalidade
O termo longitudinalidade ou cuidado longitudinal no contexto da APS estaacute
relacionado principalmente agrave relaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e os pacientes em suas
unidades de sauacutede Significa a responsabilidade assumida pela equipe em relaccedilatildeo ao
usuaacuterio quanto agrave continuidade da relaccedilatildeo equipeusuaacuterio ao longo da vida independente da
ausecircncia ou presenccedila de doenccedila (Starfield 2002 Almeida e Macincko 2006)
Eacute comum na literatura que a longitudinalidade apareccedila como sinocircnimo de
ldquocontinuidaderdquo mas segundo Starfield (2002) o termo longitudinalidade no cunho da
relaccedilatildeo eacute mais apropriado pois independe de continuidade para que exista a continuidade
poderia ser uma caracteriacutestica tanto da atenccedilatildeo especializada como da atenccedilatildeo primaacuteria
natildeo estaria orientada para a atenccedilatildeo agraves pessoas e sim aos problemas de sauacutede Aleacutem disso
a longitudinalidade pressupotildee o componente desse acompanhamento do usuaacuterio ldquoao longo
da vidardquo
Em pesquisa realizada por Cunha e Giovanella (2011) haacute um vasto resgate de
revisotildees sistemaacuteticas quanto agrave definiccedilatildeo do atributo de longitudinalidade Pode-se dizer
que o termo natildeo eacute usual na literatura brasileira e em trabalhos avaliativos com referecircncia agrave
Starfield as palavras ldquoviacutenculo e continuidaderdquo satildeo mais frequentes que
ldquolongitudinalidaderdquo Na literatura internacional apesar das muacuteltiplas e distintas dimensotildees
associadas ao conceito na maioria das vezes envolve fonte regular e viacutenculo
37
A longitudinalidade implica a existecircncia de um meacutedico ou grupo de
meacutedicos habitual e o uso desta fonte para a atenccedilatildeo que natildeo estaacute limitada
a determinados problemas ou tipos de problemas Sua avaliaccedilatildeo envolve
a mediccedilatildeo de aspectos estruturais da atenccedilatildeo (a identificaccedilatildeo da fonte
habitual de atenccedilatildeo pelas pessoas e a identificaccedilatildeo da populaccedilatildeo eletiva
por parte do meacutedico ou grupo) e determinados aspectos do desempenho
(uso adequado da fonte de atenccedilatildeo e a forccedila das relaccedilotildees interpessoais)
(Starfield 2002 282)
Em resumo Cunha e Giovanella (2011) identificam trecircs elementos principais ao
atributo da longitudinalidade a existecircncia e a identificaccedilatildeo de uma fonte regular de
cuidados de APS o estabelecimento de viacutenculo terapecircutico entre pacientes e profissionais
de sauacutede da equipe local de forma duradoura (relaccedilatildeo interpessoal) e ainda a
continuidade informacional entendida como registros de qualidade e disponibilizaccedilatildeo
entre a equipe para conhecimento sobre o paciente
No contexto da APS no Brasil as autoras destacam a divisatildeo de responsabilidades
do profissional meacutedico com uma equipe o que justificaria falar de viacutenculo com
profissionais da equipe ao inveacutes de com o profissional meacutedico a fim de atender ao atributo
da integralidade (Cunha e Giovanella 2011) Da mesma forma a Poliacutetica Nacional de
Atenccedilatildeo Baacutesica explicita o viacutenculoresponsabilizaccedilatildeo entre as equipes de atenccedilatildeo primaacuteria
e usuaacuterios bem como a adscriccedilatildeo da populaccedilatildeo como pressupostos para a
longitudinalidade do cuidado
Caprara e Rodrigues (2004) apoacutes revisatildeo de literatura e estudo no estado do Cearaacute
apontam como dificuldades agrave longitudinalidade a alta rotatividade dos meacutedicos a falta de
estrutura fiacutesica adequada problemas na organizaccedilatildeo dos serviccedilos e fatores culturais e
sociais Os autores afirmam que o espaccedilo de cuidado precisa facilitar a comunicaccedilatildeo
considerando a privacidade e o encontro dos atores com reconhecimento do paciente como
sujeito do cuidado
Os resultados encontrados por estes autores revelam problemas na forma da
compreensatildeo do usuaacuterio sobre o diagnoacutestico e indicaccedilotildees terapecircuticas baixo tempo de
consulta (associado a menor qualidade de anamnese e participaccedilatildeo do usuaacuterio na consulta)
e baixa consideraccedilatildeo de aspectos culturais e relatos familiares Estudos apontados por eles
demonstram que a maioria das queixas se refere agrave assimetria de comunicaccedilatildeo com o
meacutedico e natildeo agrave competecircncia cliacutenica (Caprara e Rodrigues 2004)
Cunha (2009) tambeacutem identifica fatores que dificultam o atendimento do viacutenculo
longitudinal busca de outras unidades de sauacutede para atendimento rotatividade dos
profissionais e problemas nos registros em sauacutede Ao mesmo tempo destaca avanccedilos
38
como o reconhecimento da influecircncia de fatores socioeconocircmicos no processo de
adoecimento dos indiviacuteduos e a presenccedila de viacutenculo entre usuaacuterios e profissionais da
equipe de APS
Da mesma forma Elias et al (2006) em estudo comparativo sobre PSF e UBS
tradicionais avaliam a longitudinalidade por meio do viacutenculo encontrando que o
estabelecimento de viacutenculo ocorre ldquoquase semprerdquo independente do modelo de atenccedilatildeo
baacutesica
Macincko et al (2003) definem longitudinalidade como a medida que os cuidados
satildeo organizados de modo a proporcionar uma fonte regular de cuidados ao longo do tempo
Em seu estudo sobre a organizaccedilatildeo para a cooperaccedilatildeo e desenvolvimento econocircmico
(OCDE) uma das medidas da longitudinalidade seria a lista de pacientes Essa eacute
apresentada como uma caracteriacutestica estrutural determinante para o local onde devem
ocorrer as praacuteticas de cuidados primaacuterios e com uma funccedilatildeo praacutetica de garantir que os
clientes possam ser atendidos pelo mesmo profissional durante o tempo em que residirem
na mesma aacuterea geograacutefica Visualizam que a maior parte dos sistemas de APS que utilizam
lista de espera possuem gatekeepers
Estudos sobre o tema sinalizam ainda alguns benefiacutecios e desafios em relaccedilatildeo agrave
longitudinalidade Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios destaca-se o melhor reconhecimento dos
problemasnecessidades o diagnoacutestico mais preciso a melhor concordacircncia em relaccedilatildeo agraves
consultas e tratamentos menor nuacutemero de hospitalizaccedilotildees reduccedilatildeo de custos melhor
capacidade de prevenccedilatildeo e maior satisfaccedilatildeo Aleacutem disso a longitudinalidade na
perspectiva da equipe poderaacute facilitar o relacionamento do paciente com sua fonte habitual
de atenccedilatildeo agrave sauacutede favorecendo o primeiro contato assim como contribuiraacute para uma
atenccedilatildeo integral e coordenada pela APS (Starfield 2002)
No que se refere aos desafios Cunha e Giovanella (2011) discutem que esse
atributo exige maior disponibilidade compromisso e responsabilidade dos profissionais
assim como alegam que uma relaccedilatildeo duradoura em si natildeo eacute sinocircnimo de benefiacutecios para a
qualidade do cuidado A avaliaccedilatildeo dos pacientes sobre a assistecircncia poderia ser
influenciada e tornaacute-los menos criacuteticos aos cuidados recebidos (Cunha e Giovanella
2011) Da mesma forma Starfield (2002) argumenta que um bom relacionamento entre
profissionais e pacientes estaria menos relacionado agrave duraccedilatildeo e estaria mais relacionado agrave
forccedila do viacutenculo e agrave satisfaccedilatildeo com a atenccedilatildeo em sauacutede (Starfield 2002)
Para efeitos desse trabalho consideraremos a concepccedilatildeo de Starfield em que a
mesma natildeo explicita dimensotildees para o atributo da longitudinalidade poreacutem relaciona-o a
39
fonte regular de cuidados e ao viacutenculo longitudinal entre meacutedico e paciente Neste
trabalho poreacutem de acordo com as caracteriacutesticas da AB brasileira consideraremos o
viacutenculo entre ldquoequipe de sauacutederdquo e paciente A continuidade do cuidado em especial a
continuidade informacional seraacute considerada na discussatildeo do atributo ldquocoordenaccedilatildeo do
cuidadordquo
233 Abrangecircnciaintegralidade
De acordo com Starfield (2002) integralidade eacute a capacidade do serviccedilo em
reconhecer a variedade completa das necessidades do paciente e disponibilizar os recursos
para abordaacute-las Pode ser julgada pelo elenco de accedilotildees ofertadasdisponibilidade de
serviccedilos (aspecto estrutural) no atendimento agraves necessidades de sauacutede das populaccedilotildees
(aspecto processual) mas tambeacutem pela medida em que serviccedilos prestados correspondem
agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
O atributo da integralidade para a autora deve ser orientado tanto para o niacutevel
populacional em que as necessidades da populaccedilatildeo definem a variedade dos serviccedilos
quanto para o niacutevel institucional onde a variedade se baseia em diretrizes normas e
protocolos (Starfield 2002)
A OMS apresenta definiccedilatildeo no mesmo sentido especificando que necessidades
poderiam ser essas
Atenccedilatildeo integral significa que a diversidade dos serviccedilos disponiacuteveis
deve ser suficiente para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo
incluindo o fornecimento de cuidados curativos preventivos paliativos
de promoccedilatildeo de diagnoacutestico precoce e de reabilitaccedilatildeo e apoio para o
autocuidado (OMS 200813)
Poreacutem amplia a noccedilatildeo de abrangecircncia como uma funccedilatildeo de todo o sistema de
sauacutede e inclui cuidados primaacuterios secundaacuterios terciaacuterios preventivos e paliativos (OMS
2008)
Eacute importante lembrar todavia que a atenccedilatildeo primaacuteria eacute apenas um dos
componentes dos sistemas de sauacutede apesar de se constituir como componente fundamental
(Starfield 2002)
Nesse sentido Hartz e Contandriopoulos (2004) focam sua discussatildeo na
integralidade da atenccedilatildeo enquanto pilar de construccedilatildeo da integraccedilatildeo de serviccedilos por meio
de redes assistenciais envolvendo diferentes atores e organizaccedilotildees e relacionando-a
diretamente aos mecanismos de cooperaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo Ressalta-se que essa discussatildeo
40
de coordenaccedilatildeo ocorreraacute no atributo especiacutefico sobre o tema
Hartz e Contandriopoulos (2004) dialogam com Giovanella et al (2002) tomando
por base quatro dimensotildees de campos distintos de intervenccedilatildeo
(1) primazia das accedilotildees de promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo (campo da poliacutetica de
prioridades) (2) garantia de atenccedilatildeo nos trecircs niacuteveis de complexidade da
assistecircncia meacutedica (campo da organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo) (3) articulaccedilatildeo
das accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo (campo da gestatildeo) (4)
abordagem integral do indiviacuteduo (campo do cuidado individual)
(Giovanella et al 200247)
Essa concepccedilatildeo em 4 dimensotildees amplia a noccedilatildeo de integralidade em alguns
sentidos concepccedilatildeo de sauacutede e a atuaccedilatildeo sobre os seus determinantes (agrave medida que
trabalha com o conceito de promoccedilatildeo de sauacutede) implicando o papel do Estado nesse
processo a existecircncia de uma rede de serviccedilos em distintos niacuteveis de complexidade e
competecircncias a articulaccedilatildeo entre as accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo e por
uacuteltimo a abordagem integral do indiviacuteduo e da famiacutelia como valor (Oliveira e Pereira
2013)
A discussatildeo sobre atenccedilatildeo integral na PNAB natildeo se diferencia das ateacute aqui
apresentadas apenas destacando o objetivo de uma atenccedilatildeo integral que impacte tanto na
situaccedilatildeo de sauacutede e autonomia das pessoas como nos determinantes e condicionantes de
sauacutede das coletividades Talvez a inovaccedilatildeo esteja no aspecto da autonomia dos indiviacuteduos
Kringos et al (2010) em sua revisatildeo sistemaacutetica incluem a abrangecircncia do cuidado
como dimensatildeo essencial para anaacutelise dos processos da APS Sobre esse tema os autores
chegam a conclusotildees como um escopo mais abrangente de accedilotildees de APS estaacute associado a
melhores resultados em sauacutede com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees sensiacuteveis a
APS a importacircncia dos serviccedilos de sauacutede eficazes voltados agrave prevenccedilatildeo cujo impacto
ocorre na gravidade da doenccedila ao mesmo tempo que intervenccedilotildees intersetoriais impactam
na ocorrecircncia da doenccedila
Starfield (2002) jaacute aponta uma problematizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a primeira afirmaccedilatildeo de
Kringos et al (2010) A autora relata que uma maior variedade e aplicaccedilatildeo de serviccedilos natildeo
necessariamente estaacute associada a melhor cuidado visto que alguns serviccedilos natildeo satildeo
efetivos e outros podem ser efetivos mas satildeo caros e outros podem ser ateacute mesmo
prejudiciais Em resumo a autora defende que ldquoo pacote de benefiacutecios eacute bastante notaacutevel
na atenccedilatildeo primaacuteria mesmo que natildeo ofereccedila todos os serviccedilos necessaacuteriosrdquo (Starfield
2002 325) e mais central ainda eacute a responsabilidade desse niacutevel de atenccedilatildeo sobre a
adequaccedilatildeo agraves necessidades e a coordenaccedilatildeo da prestaccedilatildeo de serviccedilos em outros locais
41
Outro ponto relevante para esse debate da integralidade na perspectiva das redes
assistenciais eacute a resolutividade Sabe-se que uma maior resolutividade da APS pode reduzir
demandas por consultas especializadas e exames de maior complexidade reservando os
recursos financeiros para garantir os procedimentos mais prioritaacuterios (Starfield et al
2005)
Fausto et al (2014) em anaacutelise dos dados do PMAQ-AB destacam a visibilidade de
espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees com vistas a resolutividade poreacutem os melhores
achados foram em relaccedilatildeo ao grupo materno-infantil Cabe melhorias por exemplo em
serviccedilos como vacinaccedilatildeo e coleta de material para exames assim como quanto ao apoio
assistencialmatricial agraves equipes
Magalhatildees Junior et al (2002) discutem em estudo da rede de Belo Horizonte que
os meacutedicos da rede baacutesica natildeo esgotam os recursos assistenciais disponiacuteveis nesse niacutevel de
atenccedilatildeo antes de encaminhar a especialistas Isso gera uma forma de operar a rede de
serviccedilos com baixa solidariedade baixa responsabilizaccedilatildeo no cuidado e baixa
resolutividade da rede baacutesica
Por fim Giovanella et al (2009a) destacam para a garantia de atenccedilatildeo integral as
potencialidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia na perspectiva da APS abrangente E
tambeacutem as dificuldades em torno do financiamento da formaccedilatildeo inadequada de recursos
humanos e da intersetorialidade
E Starfield (2002) pontua que a adequaccedilatildeo da integralidade pode ser comprometida
por ausecircncia de especificaccedilatildeo sobre o que satildeo as necessidades poucos estudos sobre a
frequecircncia destas necessidades na populaccedilatildeo e imprecisatildeo sobre os custos das
intervenccedilotildees
234 Coordenaccedilatildeo
A literatura sobre o atributo da coordenaccedilatildeo eacute extensa visto sua importacircncia para a
integraccedilatildeo dos sistemas de sauacutede e qualidade do cuidado A coordenaccedilatildeo entre niacuteveis
assistenciais eacute definida por Almeida et al (2010) como
a articulaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos e accedilotildees de sauacutede relacionada agrave
determinada intervenccedilatildeo de forma que independentemente do local onde
sejam prestados estejam sincronizados e voltados ao alcance de um
objetivo comum (Almeida et al 2010287)
Satildeo vaacuterias as definiccedilotildees para a coordenaccedilatildeo do cuidado similares e
complementares a essa Poucos sistemas de sauacutede conseguem atingir alta coordenaccedilatildeo do
42
cuidado em especial quando medimos a comunicaccedilatildeo entre meacutedicos de APS e meacutedicos
especialistas (Starfield et al 2005)
Um diferencial eacute a relaccedilatildeo entre coordenaccedilatildeo integraccedilatildeo e continuidade do
cuidado Starfield (2002) descreve o atributo da coordenaccedilatildeo como ldquointegraccedilatildeordquo da
atenccedilatildeo estando relacionado agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais especialmente
por meio de ferramentas de comunicaccedilatildeo visando o reconhecimento e acompanhamento
dos problemas de sauacutede
Giovanella (2014) especifica essa relaccedilatildeo
Integraccedilatildeo coordenaccedilatildeo e continuidade satildeo processos interdependentes
que se expressam em distintos acircmbitos no sistema na atuaccedilatildeo
profissional e na experiecircncia do paciente ao ser cuidado A integraccedilatildeo se
expressa na organizaccedilatildeo da rede assistencial do sistema de sauacutede por
meio de diversos instrumentos gerenciais e normativos de definiccedilatildeo de
fluxos sistemas de informaccedilatildeo e territorializaccedilatildeo A coordenaccedilatildeo se
realiza no cuidado individual exercida pelos profissionais de sauacutede no
processo de atenccedilatildeo com articulaccedilatildeo de diferentes accedilotildees e comunicaccedilatildeo
entre prestadores Concretiza-se na experiecircncia do paciente que
reconhece a atenccedilatildeo prestada como contiacutenua oportuna e adequada agraves suas
necessidades de sauacutede (Giovanella 2014 30-31)
A coordenaccedilatildeo do cuidado se expressa na lsquocontinuidade relacionalrsquo e na
lsquocontinuidade informacionalrsquo que seriam componentes da longitudinalidade Neste
trabalho considera-se a continuidade relacional como dimensatildeo da longitudinalidade e a
continuidade informacional como imprescindiacutevel para a coordenaccedilatildeo A continuidade
informacional consiste nas informaccedilotildees disponiacuteveis oportunamente (independente do
prestador) e na comunicaccedilatildeo entre os envolvidos no cuidado (Cunha e Giovanella 2011)
Aleacutem disso a coordenaccedilatildeo se relaciona agrave continuidade assistencial percebida pelo
usuaacuterio Portanto a continuidade pode ser caracterizada como a medida que o paciente tem
suas percepccedilotildees e experiecircncias das intervenccedilotildees de cuidado em sauacutede como processo
contiacutenuo e compatiacutevel agraves suas necessidades meacutedicas e ao seu contexto pessoal (Giovanella
et al 2009a)
Starfield (2002) classifica trecircs locus principais de coordenaccedilatildeo do cuidado
enfatizando as necessidades de comunicaccedilatildeo
43
Dentro da APS ndash quando os usuaacuterios satildeo vistos por diferentes profissionais da
equipe e as informaccedilotildees geradas em diferentes pontos (laboratoacuterios e unidades de
sauacutede por exemplo)
Com especialistas ndash quando para um melhor cuidado ao usuaacuterio satildeo convocados
especialistas para intervenccedilotildees ou orientaccedilotildees pontuaisde curta duraccedilatildeo
Com especialistas para pacientes crocircnicos ndash quando o cuidado ao usuaacuterio envolve o
acompanhamento por especialista por um longo periacuteodo de tempo em virtude de
uma patologia crocircnica
A OMS por sua vez destaca o papel da coordenaccedilatildeo como atenccedilatildeo continuada
relacionando-a tambeacutem agrave abrangecircnciaintegralidade Define a atenccedilatildeo contiacutenua no acircmbito
dos profissionais e dos serviccedilos e sistemas de sauacutede
A atenccedilatildeo continuada eacute um complemento agrave abrangecircncia no sentido de
requerer integraccedilatildeo entre todas as partes do sistema de sauacutede a fim de
garantir o atendimento agraves necessidades e o prosseguimento dos cuidados
de sauacutede ao longo do tempo e dos diferentes locais e instacircncias de
cuidados sem interrupccedilatildeo Para a populaccedilatildeo o cuidado continuado
implica em acesso contiacutenuo a referecircncias e contrandashreferecircncias por toda a
vida a todos os niacuteveis do sistema de sauacutede e algumas vezes a outros
serviccedilos de seguridade social No acircmbito dos sistemas a atenccedilatildeo
continuada requer o desenvolvimento de redes de serviccedilos e de
prestadores sistemas apropriados de informaccedilatildeo e gestatildeo incentivos
poliacuteticas e procedimentos e treinamento de prestadores de serviccedilos
equipes e administradores de sauacutede (OMS 200813)
Kringos et al (2010) e Davis et al (2014) em revisatildeo de literatura identificaram
aspectos relacionados a continuidade do cuidado diagnoacutesticos precoces um registro de
pacientes apropriado qualifica o acompanhamento a continuidade do cuidado melhora a
receptividade agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo aleacutem da qualidade do atendimento o que envolve
prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees reduccedilatildeo de internaccedilotildees reduccedilatildeo do uso da emergecircncia maior
adesatildeo do paciente ao tratamento menos erros no diagnoacutestico reduccedilatildeo no uso de recursos
e reduccedilatildeo testes de laboratoacuterios
Conill e Fausto (2007) relacionam que um bom desempenho da continuidade da
atenccedilatildeo traz benefiacutecios agrave credibilidade da APS como serviccedilo de primeiro contato e porta de
entrada preferencial facilitando o viacutenculo Para as autoras a continuidade do cuidado eacute
uma dimensatildeo da qualidade do serviccedilo que eacute experimentada pelo paciente dependendo do
grau de coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo dos serviccedilos
Em estudo comparativo sobre APS na Ameacuterica Latina Conill et al (2010)
destacam a importacircncia da integraccedilatildeo e da coordenaccedilatildeo para avaliaccedilatildeo e melhoria do
44
desempenho da APS e as fragilidades na Ameacuterica Latina ldquoEmbora haja uma poliacutetica
continental visando a renovaccedilatildeo e o fortalecimento da APS a situaccedilatildeo encontrada mostra
que a integraccedilatildeo e coordenaccedilatildeo com os demais serviccedilos ainda eacute fraacutegilrdquo (Conill 2010
524)
No caso da Uniatildeo Europeacuteia eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da
APS no sistema de sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014) serviccedilos ambulatoriais de
primeiro contato estatildeo integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo
individual eacute garantida em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede
Davis et al (2014) ressaltam a comunicaccedilatildeo eficaz entre os pacientes meacutedicos e
hospitais como essencial para o atendimento de alta qualidade Em estudo comparativo os
autores utilizam algumas caracteriacutesticas para avaliar a coordenaccedilatildeo do cuidado entre os
paiacuteses dentre as quais
O paciente possuir um meacutedico ou local de procura regular
O meacutedico ou local de procura regular sempre ou frequentemente ajuda a coordenar
e organizar o cuidado de outros meacutedicos
Quando os meacutedicos de APS encaminham um paciente para um especialista eles
sempre ou muitas vezes recebem um relatoacuterio de volta com todas as informaccedilotildees
relevantes sobre sauacutede recebem informaccedilotildees sobre alteraccedilotildees em um medicamento
ou plano de cuidados do paciente e recebem a informaccedilatildeo que precisam
oportunamente
Meacutedicos de APS recebem alerta ou aviso de resultados de exames as informaccedilotildees
necessaacuterias para gerenciar o cuidado do paciente em ateacute 2 dias apoacutes a alta do
hospital bem como plano escrito de cuidados apoacutes alta uma notificaccedilatildeo quando o
paciente for atendido em emergecircncia ou que teve alta hospitalar
Os autores demonstram que em paiacuteses com lsquoGeneral Practitionersrsquo (GP) a maior
parte desses profissionais possui uma boa comunicaccedilatildeo com os especialistas em especial
no Reino Unido Holanda e Franccedila caracterizando um bom funcionamento de contra-
referecircncia (Davis et al 2014) Giovanella (2006) reafirma tambeacutem duas questotildees centrais
na reorganizaccedilatildeo do sistema de sauacutede com foco na APS o exerciacutecio da funccedilatildeo de
coordenaccedilatildeo pelo generalista e a credibilidade dos pacientes neste profissional
Cabe destacar portanto a importacircncia da funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) exercida
pela APS No caso do Reino Unido um dos principais exemplos de sistemas de
gatekeeper os GP ocupam uma posiccedilatildeo de conduccedilatildeo do sistema de sauacutede (Saltman et al
45
2006) Dois objetivos principais podem ser destacados na funccedilatildeo de filtrocondutor pelo
GP
Em primeiro lugar o seu controle sobre a utilizaccedilatildeo de especialistas
hospitais ou outros serviccedilos caros que se destina a reduzir ou restringir
custos de tratamento de sauacutede ou seja os cliacutenicos agem como um
mecanismo de racionamento de serviccedilos Em segundo lugar eacute esperado
que eles melhorem ou mantenham a qualidade dos tratamentos atraveacutes de
seu papel de coordenaccedilatildeo Dessa forma os GPs satildeo considerados como
os coordenadores dos serviccedilos que integram o tratamento que eacute recebido
por um paciente o que pode melhorar a continuidade (Saltman et al
2006 138)
Gervaacutes e Fernaacutendez (2005) destacam que o desempenho adequado dessa funccedilatildeo de
filtro requer dos meacutedicos generalistas uma qualificaccedilatildeo constante no serviccedilo de sauacutede a
fim de assegurar a eficaacutecia do cuidado e elevada resolutividade Quanto melhor a qualidade
dos cuidados gerais prestados pelo meacutedico generalista da APS melhor seraacute desempenhado
o seu papel de filtro (em tempo e oportunidade e somente para casos necessaacuterios) (Gervaacutes
e Fernaacutendez 2005)
Da mesma forma Giovanella et al (2009b) destacam que a funccedilatildeo de filtro
exercida por generalistas com baixa qualificaccedilatildeo teacutecnica e inexperiecircncia tende a gerar
burocratizaccedilatildeo excessiva e aumento do nuacutemero de encaminhamentos aos serviccedilos
especializados Um exemplo eacute a percepccedilatildeo de gestores municipais do municiacutepio de
Vitoacuteria apontando que sistemas de gatekeeper gerariam maiores custos jaacute que
aumentariam o nuacutemero de consultas com generalistas apenas para solicitaccedilatildeo de referecircncia
(Giovanella et al 2009b)
Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de Janeiro a
coordenaccedilatildeo do cuidado aparece como um dos atributos menos presente no cotidiano das
equipes Usuaacuterios relatam a demora em receber os resultados dos exames complementares
e de conseguir alguns tipos de consultas com especialistas Aleacutem disso foi identificada
baixa qualidade da contra-referecircncia do especialista para APS salvo quando se trata de
uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS (OPAS 2013)
Fausto et al (2014) em produccedilatildeo sobre o PMAQ-AB apontam que as estrateacutegias
de integraccedilatildeo da rede assistencial e coordenaccedilatildeo do cuidado mostram-se incipientes salvo
a existecircncia de central de regulaccedilatildeo (inclusive para consultas especializadas) a quantidade
de equipes com continuidade informacional entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
(AE) por prontuaacuterio eletrocircnico eacute miacutenima somente metade das equipes tem fluxos definidos
46
para sauacutede da mulher e os contatos entre profissionais dos niacuteveis de atenccedilatildeo satildeo de baixa
frequecircncia
Magalhatildees Junior e Pinto (2014) com base nos resultados do PMAQ-AB tambeacutem
identificam deficiecircncias na coordenaccedilatildeo dos cuidados principalmente em relaccedilatildeo a
insuficiente gestatildeo do cuidado programaccedilatildeo de accedilotildees e acompanhamento de pacientes
crocircnicos e comunicaccedilatildeo entre os profissionais e serviccedilos
Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos tambeacutem foram
apontados problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo
entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e
ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre
os niacuteveis assistenciais puderem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias
nas SMS e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local organizaccedilatildeo dos
fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos especializados municipais
(Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os resultados do PMAQ-AB podem
supor uma relaccedilatildeo entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo e desenvolvimento
socioeconocircmico dos municiacutepios
De forma geneacuterica independente do sistema de sauacutede Saltman et al (2006)
apontam como mecanismos para melhorar a coordenaccedilatildeo
definir a populaccedilatildeo (do paciente) de antematildeo (acordos sobre testes
diagnoacutesticos interpretaccedilotildees definiccedilotildees etc) definir um pacote comum
de atividades de atenccedilatildeo em torno das necessidades especiacuteficas de um
grupo de pacientes definir a responsabilidade partilhada e
responsabilidades especiacuteficas do fornecimento de atenccedilatildeo de parceiros
criar respeito e confianccedila muacutetua (por exemplo o desenvolvimento de
protocolos ou consultas sobre o processo de atendimento) criar
mecanismos financeiros claros de antematildeo (por exemplo para hora extra
e trabalho administrativo relacionadas com a cooperaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo)
melhorar a comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo (TIC) e introduzir elementos da
atenccedilatildeo integrada em programas educacionais (por exemplo na formaccedilatildeo
meacutedica continuada) (Saltman et al 2006 157)
235 Orientaccedilatildeo para a comunidade
O atributo ldquoorientaccedilatildeo para a comunidaderdquo envolve diferentes aacutereas de
conhecimento (medicina cliacutenica epidemiologia ciecircncias sociais etc) estando diretamente
relacionado a abordagem integral em sauacutede (Starfield 2002) Apesar das diferentes
definiccedilotildees pode ser explicado por
47
A orientaccedilatildeo para a comunidade eacute a abordagem da APS que utiliza
habilidades epidemioloacutegicas e cliacutenicas de forma complementar para
ajustar os programas para que atendam agraves necessidades especiacuteficas de
sauacutede de uma populaccedilatildeo definida Fornece o reconhecimento especiacutefico
para as interaccedilotildees relacionadas aos determinantes de sauacutede o que inclui
sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e ambiente social e fiacutesico
bem como a sobreposiccedilatildeo do sistema de serviccedilos de sauacutede e os
comportamentos individuais que influenciam a sauacutede (Starfield 2002
538)
Starfield tambeacutem descreve algumas tarefas de uma abordagem orientada para a
comunidade ldquodefinir e caracterizar a comunidade identificar os problemas de sauacutede da
comunidade modificar programas para abordar estes problemas e monitorar a
efetividade das modificaccedilotildees no programardquo (Starfield 2002 238)
Dentre os vaacuterios valores princiacutepios e elementos de um sistema de sauacutede com base
na APS citados no documento da OPASOMS (2005) a orientaccedilatildeo para a comunidade (e
para a famiacutelia) significa que o sistema ultrapassa a perspectiva cliacutenicaindividual do
cuidado para empregar a visatildeo de sauacutede puacuteblica que avalia riscos e prioriza intervenccedilotildees
ldquoA famiacutelia e a comunidade satildeo vistas como sendo o foco principal para o planejamento e
intervenccedilatildeordquo (OPASOMS 2005 13)
Anderson e Rodrigues (2012) concordam com essa perspectiva agrave medida que
consideram que eacute essencial uma atuaccedilatildeo do profissional da APS junto agraves famiacutelias e
comunidades sob a perspectiva da integralidade e complexidade Ou seja ampliar a
capacidade de explicaccedilatildeo do processo sauacutede-doenccedila e ao mesmo tempo aumentar a
responsabilidade frente a um modelo de atenccedilatildeo baseado tambeacutem nos determinantes
sociais (Anderson e Rodrigues 2012)
Na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica o termo comunidade aparece associado a
cuidado (atividades de prevenccedilatildeo e promoccedilatildeo para a comunidade) participaccedilatildeo social
intersetorialidade (articulaccedilatildeo com recursos e parceiros da comunidade) visita domiciliar e
para explicar a atuaccedilatildeo das diferentes modalidades de equipes (fluvial ribeirinha e NASF)
Dessa forma podemos considerar que dentre os trecircs atributos derivativos eacute o que aparece
mais explicitamente na PNAB 2011
Na mesma loacutegica citada Gusso e Lopes (2012) destacam que para uma abordagem
comunitaacuteria de forma instrumental satildeo essenciais diagnoacutestico de sauacutede da comunidade
os grupos de educaccedilatildeo em sauacutede e a terapia comunitaacuteria
Giovanella e Mendonccedila (2012) avaliam que a orientaccedilatildeo para a comunidade requer
trecircs tipos informaccedilotildees a serem investigadas sobre a atuaccedilatildeo da equipe se a equipe conhece
48
as necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto econocircmico e social se
conhece a distribuiccedilatildeo dos problemas de sauacutede no territoacuterio dos recursos disponiacuteveis na
comunidade e promove accedilotildees intersetoriais e se haacute participaccedilatildeo da comunidade nas
decisotildees sobre sua sauacutede (Giovanella e Mendonccedila 2012)
Monken e Barcellos (2005) discutem que o territoacuterio longe de ser somente o
espaccedilo poliacutetico-operativo do sistema de sauacutede eacute o espaccedilo onde se verifica a interaccedilatildeo entre
populaccedilatildeo e serviccedilos do niacutevel local com problemas de sauacutede definidos Cada territoacuterio tem
seu perfil demograacutefico epidemioloacutegico administrativo tecnoloacutegico poliacutetico social e
cultural em constante construccedilatildeo
O reconhecimento do territoacuterio eacute um passo baacutesico para a caracterizaccedilatildeo
da populaccedilatildeo e de seus problemas de sauacutede bem como para a avaliaccedilatildeo
do impacto dos serviccedilos sobre os niacuteveis de sauacutede dessa populaccedilatildeo Aleacutem
disso permite o desenvolvimento de um viacutenculo entre os serviccedilos de
sauacutede e a populaccedilatildeo mediante praacuteticas de sauacutede orientadas por categorias
de anaacutelise de cunho geograacutefico (Monken e Barcellos 2005 899)
Portanto eacute importante reforccedilar que toda essa perspectiva de relaccedilatildeo com o territoacuterio
e planejamento a partir dele tem um objetivo central que eacute a reduccedilatildeo das iniquidades entre
grupos de populaccedilotildees vulneraacuteveis a partir do direcionamento dos recursos para as aacutereas
em que satildeo mais necessaacuterios O enfrentamento dos determinantes sociais da sauacutede requer
uma atuaccedilatildeo da APS junto a programas intersetoriais (Starfield 2002)
Carvalho e Buss (2008) discutem que a atuaccedilatildeo sobre os diversos niacuteveis dos
determinantes sociais em sauacutede no territoacuterio extrapola as competecircncias e atribuiccedilotildees dos
equipamentos de sauacutede e portanto eacute obrigatoacuteria a accedilatildeo coordenada dos diversos setores e
instacircncias governamentais
A sauacutede das populaccedilotildees natildeo eacute produto exclusivamente das accedilotildees desenvolvidas
pelo setor sauacutede independente se for na APS ou accedilotildees nacionais de sauacutede puacuteblica Possui
determinaccedilatildeo por fatores sociais e econocircmicos por poliacuteticas e accedilotildees que natildeo estatildeo no
domiacutenio direto do setor da sauacutede Dessa forma o empenho deve ocorrer no sentido da
sauacutede articular-se com outros setores natildeo apenas para a abordagem dos problemas de
sauacutede preacute-identificados mas para assegurar que a sauacutede seja reconhecida como um dos
resultados valorizados de todas as poliacuteticas (OMSOPAS 2008) Esta chamada accedilatildeo
intersetorial jaacute estava colocada como princiacutepio na Declaraccedilatildeo de Alma-Ata
Giovanella et al (2009a) destacam a accedilatildeo comunitaacuteria e a coordenaccedilatildeo intersetorial
satildeo essenciais para a efetividade da APS integral sendo importante reforccedilar o olhar e accedilatildeo
no territoacuterio de forma articulada com outras poliacuteticas que natildeo do setor sauacutede As autoras
49
discutem que haacute limites para a atuaccedilatildeo da ESF como mediadoras da accedilatildeo intersetorial
visto que essas accedilotildees satildeo mais abrangentes quando respondem a uma poliacutetica municipal e a
uma modalidade integrada de atuaccedilatildeo do governo Os desafios portanto estatildeo colocados
desde o niacutevel federal ateacute o territoacuterio local na integraccedilatildeo de poliacuteticas municipais na
articulaccedilatildeo das secretarias de sauacutede com outras secretarias e na accedilatildeo comunitaacuteria da ESF
no territoacuterio
Na mesma perspectiva Junqueira (2000) destaca a intersetorialidade como a
ldquoarticulaccedilatildeo de saberes e experiecircncias no planejamento realizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de accedilotildees
para alcanccedilar efeito sineacutergico em situaccedilotildees complexas visando o desenvolvimento social
superando a exclusatildeo socialrdquo (Junqueira 200042) Eacute importante dessa forma discutir
que ferramentas a APS tem utilizado com vistas a uma atuaccedilatildeo intersetorial
consequentemente com maior possibilidade de atender a complexidade de necessidades da
populaccedilatildeo Valorizar a atuaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos agentes comunitaacuterios de sauacutede eacute
fundamental nesse processo para aleacutem da atuaccedilatildeo individualizada desse ator em visitas
domiciliares
Uma especial atenccedilatildeo deve ser voltada tambeacutem agrave participaccedilatildeo da comunidade nas
decisotildees sobre sua sauacutede Nogueira et al (2001) definem que
a participaccedilatildeo popular consiste nas diferentes accedilotildees desenvolvidas pelas
muacuteltiplas forccedilas sociais para contribuir na construccedilatildeo implementaccedilatildeo
fiscalizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas ou dos serviccedilos baacutesicos da
aacuterea social sauacutede habitaccedilatildeo saneamento baacutesico transporte e educaccedilatildeo
entre outros (Nogueira et al 2011 215)
Valla (1998) entende a participaccedilatildeo social de forma abrangente como a capacidade
de mobilizaccedilatildeo de cidadatildeos para garantir o atendimento agraves suas necessidades a partir da
negociaccedilatildeo com governantes Neste sentido a accedilatildeo comunitaacuteria de equipes induziria a
mobilizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo na busca pela garantia dos seus direitos
Diferentes estudos mostram que a inclusatildeo de participaccedilatildeo popular nos processos
decisoacuterios satildeo incipientes indicando baixa representatividade social e legitimaccedilatildeo dos
usuaacuterios no contexto das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Nogueira et al 2011 Reichert et al
2016 Ibantildeez et al 2006 Sala et al 2011)
236 Centralidade na famiacutelia
A centralidade da famiacutelia no acircmbito das poliacuteticas sociais eacute um aspecto que vem
sendo observado no Brasil pelo menos desde a deacutecada de 1980 e no cenaacuterio internacional
50
haacute algumas deacutecadas atraacutes principalmente nos setores de sauacutede e assistecircncia social
Jaacute na criaccedilatildeo do modelo de ldquoPrograma Sauacutede da Famiacuteliardquo em 1994 a famiacutelia eacute
compreendida como sua unidade de atenccedilatildeo Na proposta de reorientaccedilatildeo do modelo
assistencial para uma intervenccedilatildeo voltada para o contexto social agrave equipe multidisciplinar
eacute atribuiacuteda a responsabilidade sobre territoacuterio e foco de intervenccedilatildeo na famiacutelia com vistas
a uma atenccedilatildeo continuada intersetorial resolutiva e com bases nos princiacutepios da promoccedilatildeo
da sauacutede (Fausto e Matta 2007)
Na discussatildeo realizada por Curto (2009) a famiacutelia aparece como unidade de
cuidado e requer dos profissionais uma desconstruccedilatildeo de conceitos cristalizados de famiacutelia
no acircmbito bioloacutegico nuclear ou concepccedilotildees ideoloacutegicas e preacute-formatadas sobre famiacutelia
Demanda todavia considerar a perspectiva do indiviacuteduo e identificar como ocorrem e
como potencializar os processos de cuidado pela famiacutelia
Baacuterbara Starfield destaca que
A centralidade na famiacutelia resulta quando o alcance da integralidade
fornece uma base para a consideraccedilatildeo dos pacientes dentro de seus
ambientes quando a avaliaccedilatildeo das necessidades para a atenccedilatildeo integral
considera o contexto familiar e sua exposiccedilatildeo a ameaccedilas agrave sauacutede e
quando o desafio da coordenaccedilatildeo da atenccedilatildeo se defronta com recursos
familiares limitados (Starfield 2002 486-487)
Silva (2010) em diaacutelogo com Starfield complementa que tatildeo importante como
conhecer os fatores de riscos para doenccedilas a abordagem sobre promoccedilatildeo da sauacutede requer
compreensatildeo da dinacircmica familiar e sobre a determinaccedilatildeo sauacutededoenccedila na mesma Aleacutem
disso destaca a famiacutelia como uma unidade de cuidado e a capacidade dela compartilhar e
resolver seus processos de doenccedila ainda no domiciacutelio e partir das experiecircncias jaacute
vivenciadas Dessa forma o cuidado prestado a cada famiacutelia deve ser individualizado de
acordo com o potencial das proacuteprias famiacutelias de exercer um cuidado de mais ou menos
qualidade dos seus membros (Silva 2010)
Essa compreensatildeo de famiacutelia influenciando a sauacutede fornece aos profissionais de
sauacutede a possibilidade de antecipar riscos e utilizar a famiacutelia como recurso de cuidado
atraveacutes de uma parceira profissional de sauacutede-usuaacuterio-famiacutelia
Em consonacircncia com este debate eacute importante destacar o relatoacuterio da OMS (2008)
cuja proposta eacute a renovaccedilatildeo da APS baseada em evidecircncias principalmente em relaccedilatildeo aos
seus princiacutepios e atributos O ldquoFoco nas pessoas e famiacuteliasrdquo identificou melhoria da
promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo maior compreensatildeo de aspectos psicoloacutegicos das pessoas aumento
do viacutenculo e adesatildeo ao tratamento melhoria da qualidade de vida maior comunicaccedilatildeo e
51
confianccedila dos usuaacuterios nos profissionais (OMS 2008)
Uma discussatildeo natildeo menos importante eacute como a abordagem sobre famiacutelia foi
realizada nas versotildees da Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica (PNAB) Em sua versatildeo de
2006 a noccedilatildeo de famiacutelia natildeo aparece no documento Apenas na discussatildeo sobre
especificidades da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia no que se refere a duas atribuiccedilotildees do
programa cuidado dos indiviacuteduos e das famiacutelias ao longo da vida e ter a famiacutelia e a
comunidade como foco da atenccedilatildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico de sauacutede
da comunidade e planejamento das accedilotildees (Silva 2010)
Na versatildeo de 2011 a famiacutelia tambeacutem aparece principalmente quando se discute
cadastramentoadscriccedilatildeo da populaccedilatildeo e visita domiciliar (nas atribuiccedilotildees dos
profissionais) O cuidado familiar e as intervenccedilotildees conjuntas com a famiacutelia aparecem
pouco exploradas no documento
Jaacute Ribeiro (2004) problematiza algumas abordagens sobre famiacutelia no cenaacuterio do
PSF
famiacuteliaindiviacuteduo foco no indiviacuteduo pertencente a um ciclo de vida especiacutefico e
famiacutelia se mobilizando para atenccedilatildeo ao individuo em foco
famiacuteliadomiciacutelio o ambiente a infraestrutura material da famiacutelia as condiccedilotildees de
cuidado desse ambiente satildeo o foco de atenccedilatildeo
famiacuteliaindiviacuteduodomiciacutelio unem-se as duas perspectivas anteriores O foco estaacute
num doente no domiciacutelio ou em outros indiviacuteduos sob condiccedilotildees especiacuteficas do
processo de sauacutededoenccedila (pueacuterpera receacutem-nascido etc) Percebe-se a famiacutelia com
a incumbecircncia de aliviar o sistema de sauacutede
famiacuteliacomunidade natildeo existe aqui a famiacutelia com suas singularidades e
individualidade e sim as famiacutelias que satildeo definidas sob paracircmetros universais
proveniente do contexto da inserccedilatildeo social do ambiente fiacutesico social da
comunidade
famiacuteliarisco social enfoque nas condiccedilotildees de um grupo especiacutefico de famiacutelias em
exclusatildeo social Percebe-se a famiacutelia com carecircncia de condiccedilotildees materiais e sociais
de sobrevivecircncia e como consequecircncia natildeo conseguindo realizar sua missatildeo e
demandando ajuda para um funcionamento esperado
famiacuteliafamiacutelia foco principal e real da atenccedilatildeo eacute a famiacutelia com sua identidade
ldquosimbolismos emocionalidades racionalidades intencionalidades pactuaccedilotildees
52
saberes fazeres e necessidadesrdquo (Ribeiro 2004 663) A famiacutelia aqui ultrapassa a
soma das individualidades
A autora complementa sua reflexatildeo problematizando que com essa multiplicidade
de abordagens de famiacutelia no PSF associada a um baixo
diaacutelogoarticulaccedilatildeocomplementaccedilatildeo entre si gera-se o desafio de alcance da integralidade
do cuidado para um ente que natildeo estaacute suficientemente identificado Aleacutem disso os
documentos oficiais sobre a AB carecem de orientaccedilotildees sobre conduccedilatildeo da accedilatildeo
profissional frente a dinacircmica familiar (Ribeiro 2004)
Em convergecircncia com uma dessas percepccedilotildees Campos e Matta (2007) discutem se
a famiacutelia seria o foco da atenccedilatildeo da APS visto que se analisarmos o trabalho do ACS haacute
um trabalho mais focado no cadastramento e adscriccedilatildeo da aacuterea de atuaccedilatildeo que
propriamente intervenccedilotildees voltadas agrave famiacutelia Nesse sentido eacute questionado quem seria de
fato o foco da atenccedilatildeo a famiacutelia ou o territoacuterio (Silva 2010)
Baacuterbara Starfield (2002) observa que a centralidade na famiacutelia pode ser avaliada
atraveacutes das informaccedilotildees disponibilizadas nos prontuaacuterios bem como pelo conhecimento
dos problemas de sauacutede dos membros da famiacutelia
237 Competecircncia cultural
Na busca realizada foram encontradas poucas referecircncias bibliograacuteficas que
abordem a termo ldquocompetecircncia culturalrdquo relacionado agrave sauacutede Segundo Starfield esse eacute um
aspecto derivativo da APS e pode ser definido como
A competecircncia cultural envolve o reconhecimento das necessidades
especiais das subpopulaccedilotildees que podem ou natildeo estar em evidecircncia devido
a caracteriacutesticas eacutetnicas raciais ou outras caracteriacutesticas culturais
especiais (Starfield 2002 487)
Esse reconhecimento e abordagem de necessidades especiais estatildeo diretamente
relacionados agrave integralidade quanto ao reconhecimento do problema e adoccedilatildeo de
estrateacutegias terapecircuticas O acesso voltado a grupos especiacuteficos se relaciona agrave concepccedilatildeo de
equidade no sentido de realizar uma ldquodiscriminaccedilatildeo positivardquo de grupos populacionais
socialmente desiguais (Assis e Jesus 2012)
Em alguns paiacuteses da Ameacuterica Latina em especial com povos indiacutegenas cada vez
mais se consideram as noccedilotildees de interculturalidade nas Constituiccedilotildees Federais no sentindo
de abarcar o direito dos povos indiacutegenas e outros segmentos da sociedade multicultural
53
aleacutem de preservar os elementos de identidade cultural e medicina tradicional (Gonzaacutelez et
al 2014)
Tejerina Silva (2015) em anaacutelise comparada da APS na Boliacutevia Equador e
Venezuela destaca que o componente intercultural eacute enfatizado nos paiacuteses sendo que nos
dois primeiros estatildeo presentes jaacute na nomenclatura do modelo de atenccedilatildeo ldquoModelo de
Salud Familiar Comunitario Interculturalrdquo na Boliacutevia e ldquoModelo de Atencioacuten Integral en
Salud Familiar Comunitaria e Interculturalrdquo (MAIS-FCI) no Equador Especifica que
dentre as metas de desenvolvimento da APS nos trecircs paiacuteses estaacute o enfoque intercultural
com ecircnfase no respeito e assimilaccedilatildeo de saberes e praacuteticas em sauacutede dos povos locais
Segundo o autor essa abordagem que integra sistema de sauacutede formal com a medicina
tradicional eacute mais desenvolvido na Boliacutevia com presenccedila de meacutedicos tradicionais e
parteiras em algumas UBS seguido do Equador que estaacute desenvolvendo poliacutetica
especiacutefica integrando os terapeutas tradicionais Jaacute na Venezuela as accedilotildees satildeo limitadas ao
programa integral de sauacutede para o povo Yanomami (Tejerina Silva 2015)
No Brasil a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica natildeo traz os termos
interculturalidade ou competecircncia cultural e sim uma abordagem mais geneacuterica cuja APS
deve considerar o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando produzir
a atenccedilatildeo integral (Almeida 2015) O Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica apresenta apenas
em 2014 uma definiccedilatildeo para a temaacutetica
A Interculturalidade entendida como modo de coexistecircncia no qual os
indiviacuteduos grupos e instituiccedilotildees com caracteriacutesticas culturais e posiccedilotildees
diferentes convivem e interagem de forma aberta inclusiva horizontal
respeitosa e se reforccedilam mutuamente em um contexto compartilhado Os
princiacutepios da interculturalidade entendida como processo de interaccedilatildeo
entre pessoas permitem fortalecer a identidade proacutepria o autocuidado a
autoestima a valoraccedilatildeo da diversidade e das diferenccedilas e gerar nas
pessoas uma consciecircncia da interdependecircncia para o benefiacutecio e
desenvolvimento comum (Portal Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica 2014
sn)
Algumas iniciativas referentes agrave competecircncia cultural no SUS podem ser
observadas em poliacuteticas como Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede dos Povos Indiacutegenas
(2002) Poliacutetica Nacional de Sauacutede Integral das Populaccedilotildees do campo e da floresta (2013)
e Poliacutetica Nacional de Praacuteticas integrativas e complementares no SUS (2015) Almeida
(2014) destaca tambeacutem a parceria do Ministeacuterio da Sauacutede do Brasil com o Meacutexico em
2010 com a realizaccedilatildeo do curso agrave distacircncia ldquoSensibilizaccedilatildeo em Competecircncia Intercultural
para Atenccedilatildeo agrave Sauacutederdquo Uma maior difusatildeo dessas poliacuteticas eacute essencial tanto para
54
profissionais como para usuaacuterios
Jaacute na Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Baacutesica a expressatildeo ldquoculturardquo aparece somente
em dois momentos em um toacutepico das atribuiccedilotildees dos profissionais relacionado ao
diagnoacutestico do territoacuterio que deve considerar caracteriacutesticas sociais econocircmicas culturais
demograacuteficas e epidemioloacutegicas E na introduccedilatildeo do documento em que ldquoA Atenccedilatildeo
Baacutesica considera o sujeito em sua singularidade e inserccedilatildeo sociocultural buscando
produzir a atenccedilatildeo integralrdquo (Brasil 2011b 20) Apesar da niacutetida dificuldade de englobar
o reconhecimento de necessidades especiacuteficas na proacutepria poliacutetica pode-se dizer que um
avanccedilo foi a inclusatildeo de diferentes modalidades de equipes de sauacutede da famiacutelia (equipes
fluviais ribeirinhas e consultoacuterio na rua) para o repasse do recurso de Atenccedilatildeo Baacutesica
apontando minimamente uma concepccedilatildeo diferenciada natildeo necessariamente da cultura mas
certamente do territoacuterio
Andrade e Costa (2010) discutem que a incorporaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Praacuteticas Integrativas e Complementares no SUS no cotidiano dos serviccedilos transporta para
seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional que passam a conviver
com a loacutegica e os serviccedilos convencionais da biomedicina (Andrade e Costa 2010 497)
Acentua tambeacutem a importacircncia da discussatildeo antropoloacutegica sobre integralidade em poliacuteticas
puacuteblicas de sauacutede dando ecircnfase na diversidade de aspectos envolvidos com o processo
sauacutede-doenccedila aspectos sociais simboacutelicos e culturais presentes nas realidades sanitaacuterias
Outros autores discutem a abordagem cultural na sauacutede e em especial na
enfermagem a luz da teoria da ldquoDiversidade e Universalidade do Cuidado Culturalrdquo
desenvolvida por Leininger (apud Sousa et al 2009) que demonstra os benefiacutecios do
cuidado cultural congruente2 Em outras palavras conhecer os valores expressotildees e
padrotildees de cultura do indiviacuteduo ou da coletividade fazem parte de uma articulaccedilatildeo entre o
saber profissional e o saber popular e a abordagem culturalmente fundamentada eacute uma
estrateacutegia diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede tendo como base a humanizaccedilatildeo dos serviccedilos e a
integralidade (Sousa et al 2009)
Essa abordagem amplia a noccedilatildeo de cuidado e incentiva a participaccedilatildeo e autonomia
dos usuaacuterios a partir do momento que o sujeito eacute compreendido como sujeito social em
seu contexto cultural e histoacuterico Isso entendendo a cultura como simultaneamente
2 O cuidado cultural congruente consiste no propoacutesito da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado
Cultural e constituem accedilotildees ou decisotildees assistenciais capacitadoras elaboradas para se ajustarem aos valores
e modos de vida de um indiviacuteduo grupo ou instituiccedilatildeo visando proporcionar ou apoiar um atendimento de
sauacutede satisfatoacuterio evitando choque cultural entre profissional de sauacutede e cliente (Leininger 1991 apud
Sousa et al 2009)
55
determinante de formas de agir e dinacircmica na compreensatildeo dos grupos sociais
movimento esse que precisa ser acompanhado pela praacutetica dos profissionais de sauacutede
(Muller et al 2007)
Para Targa e Oliveira (2012) em uma abordagem mais voltada agrave medicina de
famiacutelia a discussatildeo tem dois focos a competecircncia cultural para aleacutem de ldquoconsiderar as
crenccedilasrdquo envolve tanto os elementos do processo terapecircutico individual mas tambeacutem toda
a mobilizaccedilatildeo intersetorial e interdisciplinar o trabalho com as dinacircmicas familiares e com
as redes de apoio social e tambeacutem a necessidade de se desfazer a dicotomia existente
entre biologia e cultura mente e corpo natural e social ou seja a falsa noccedilatildeo de que
fatores culturais atrapalhariam o pensamento racional-cientiacutefico Pensando no tema de
forma operacional os autores sistematizam em quadros-siacutenteses os pontos iniciais para
uma aproximaccedilatildeo intercultural entre profissionais de sauacutede e usuaacuterios (Quadro 2) assim
como os enganos mais comuns de utilizaccedilatildeo do conceito de cultura na sauacutede
Quadro 2 Pontos iniciais para uma aproximaccedilatildeo intercultural dos profissionais de
sauacutede com os usuaacuterios Admitir que todo encontro terapecircutico eacute intercultural e que natildeo haacute ciecircncia neutra culturalmente
Ter uma postura respeitosa interessada e empaacutetica
Procurar conhecer dados demograacuteficos
Tentar compreender como as pessoas se identificam culturalmente
Revisar a literatura se disponiacutevel a respeito das pessoas envolvidas
Procurar reconhecer os outros recursos terapecircuticos comumente mobilizados por essas pessoas
Estudar a liacutengua e dialetos locais
Identificar e criar alianccedilas com pessoas importantes na comunidade
Fonte Extraiacutedo de Targa e Oliveira 2012
Caprara e Rodrigues (2004) destacam que considerar a diversidade cultural deve ser
uma aprendizagem para a intervenccedilatildeo meacutedica eficiente Discutem a importacircncia de uma
articulaccedilatildeo entre o conhecimento biomeacutedico ao sistema de representaccedilotildees populares sobre
sauacutede-doenccedila o que pode levar a uma melhor adesatildeo ao tratamento Exemplificam a
abordagem cultural atraveacutes de uma parceria observada no Cearaacute envolvendo as equipes de
sauacutede e rezadeiras locais que objetivava uma melhor ldquotraduccedilatildeordquo das informaccedilotildees sobre
prevenccedilatildeo e tratamento agrave populaccedilatildeo (Caprara e Rodrigues 2004)
Avaliar a competecircncia cultural demanda identificar a existecircncia de necessidades
culturais diferenciadas e perceber como a populaccedilatildeo avalia o atendimento a essas
necessidades (Starfield 2002) Dessa forma pode-se dizer que estaacute intimamente
relacionada a atenccedilatildeo integral
Em siacutentese a competecircncia cultural envolve o reconhecimento das diversas
representaccedilotildees do processo sauacutede-doenccedila a diversidade de abordagens terapecircuticas a
56
integraccedilatildeo entre as praacuteticas e a competecircncia comunicacional entre profissional e usuaacuterio
24 APS NA REDE REGIONALIZADA
Discutir a APS na rede regionalizada em sauacutede requer uma compreensatildeo mais
ampla de todo o processo de descentralizaccedilatildeomunicipalizaccedilatildeo ocorridos no Brasil desde a
constituiccedilatildeo do SUS Sem o objetivo de aprofundar tal contextualizaccedilatildeo pretende-se fazer
alguns apontamentos sobre a temaacutetica no intuito de compreender os desafios e a
importacircncia dessa forma de organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede
Viana et al (2010) destacam que em paiacuteses com sistemas de sauacutede universais a
descentralizaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede e a regionalizaccedilatildeo foram construiacutedas conjuntamente
atraveacutes da organizaccedilatildeo de redes de serviccedilos com o fortalecimento de autoridades sanitaacuterias
regionais
A experiecircncia internacional demonstra as evidecircncias do impacto da organizaccedilatildeo dos
sistemas em redes de atenccedilatildeo regionalizadas reduzem a fragmentaccedilatildeo da atenccedilatildeo
melhoram a eficiecircncia global do sistema evitam a multiplicaccedilatildeo de infraestrutura e
serviccedilos respondem melhor agraves necessidades e agraves expectativas das pessoas melhoram o
custo efetividade dos serviccedilos de sauacutede reduzem hospitalizaccedilotildees desnecessaacuterias
diminuem a utilizaccedilatildeo excessiva de serviccedilos e exames diminuem o tempo de permanecircncia
hospitalar produzem economias de escala e de escopo aumentam a produtividade do
sistema melhoram a qualidade da atenccedilatildeo produzem uma oferta balanceada de atenccedilatildeo
geral e especializada a continuidade da atenccedilatildeo gera maior efetividade cliacutenica facilitam a
utilizaccedilatildeo dos diferentes niacuteveis de atenccedilatildeo pelas pessoas e aumentam a satisfaccedilatildeo dos
usuaacuterios (OPASOMS 2011)
A regionalizaccedilatildeo no Brasil eacute apontada como um desafio seja pela ausecircncia de
investimentos compatiacuteveis com a ampliaccedilatildeo de cobertura do SUS (Conill et al 2010) seja
por caracteriacutesticas como as dimensotildees territoriais do paiacutes ou pelas desigualdades e
diversidades regionais aqui presentes (Dourado e Elias 2011)
Lima (2015) sintetiza alguns condicionantes para a regionalizaccedilatildeo no Brasil em
eixos de determinaccedilatildeo relacionados entre si
(1) a desigualdade e a diversidade territorial do paiacutes (2) a abrangecircncia e
as distintas loacutegicas territoriais observadas na atuaccedilatildeo do Estado e na
organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo agrave sauacutede (3) a multiplicidade de atores que
exercem funccedilotildees de financiamento gestatildeo e prestaccedilatildeo de accedilotildees e serviccedilos
em acircmbito regional (4) as muacuteltiplas escalas regionais configuradas pela
distribuiccedilatildeo da oferta uso de serviccedilos atuaccedilatildeo e acordo poliacutetico dos
57
atores regionais (Lima 2015 8)
Na implementaccedilatildeo do SUS na deacutecada de 90 o foco esteve na descentralizaccedilatildeo por
meio da municipalizaccedilatildeo A instituiccedilatildeo de redes regionalizadas foi retomada apenas a partir
de 2001 com a NOAS e em 2006 com o Pacto pela Sauacutede (Kuschnir e Fausto 2014) A
descentralizaccedilatildeo por meio da municipalizaccedilatildeo favoreceu a fragmentaccedilatildeo do sistema em
detrimento da sua organizaccedilatildeo em redes regionalizadas (Viana et al 2010 Kuschnir e
Fausto 2014)
Em um sistema de sauacutede fragmentado natildeo existe coordenaccedilatildeo entre os
diferentes niacuteveis e locais de atendimento podendo ser observados
problemas tais como duplicaccedilatildeo de serviccedilos e infraestrutura capacidade
produtiva natildeo utilizada e cuidados prestados em locais natildeo apropriados
como frequentemente acontece com os hospitais (OPASOMS 201158)
Em outras palavras um sistema fragmentado dificulta o acesso da populaccedilatildeo aos
serviccedilos onera a quantidade qualidade e distribuiccedilatildeo dos recursos e indica fragilidades na
capacidade de gestatildeo e lideranccedila dos diferentes entes frente a suas competecircncias e
atribuiccedilotildees (OPASOMS 2011) Os serviccedilos tendem a atuar de forma isolada ou competir
com outros em relaccedilatildeo a funccedilotildees e recursos (Silva Juacutenior et al 2015)
Na busca de caminhos de enfrentamento a essa fragmentaccedilatildeo do sistema o
governo federal introduziu marcos legais para a institucionalizaccedilatildeo de redes de atenccedilatildeo
regionalizadas com fortalecimento de instacircncias de negociaccedilatildeo como os CGR (colegiado
de gestatildeo regional) e posteriormente a CIR (comissatildeo intergestores regional) e articulaccedilatildeo
nesse acircmbito para melhorar o acesso aos niacuteveis secundaacuterio e terciaacuterio do SUS (Conill et
al 2010)
Simultaneamente a esse contexto a OPAS lanccedila o documento ldquoRedes integradas de
serviccedilos de sauacutede baseadas na APSrdquo em 2009 definindo alguns atributos essenciais das
redes integradas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Alguns deles satildeo populaccedilatildeoterritoacuterio definidos
extensa rede de serviccedilos de sauacutede que atenda o conjunto de necessidades em sauacutede ampla
participaccedilatildeo social sistema de governanccedila uacutenico para toda a rede suficiecircncia e
competecircncia de recursos humanos financiamento adequado dentre outros (Kuschnir
2014) A regionalizaccedilatildeo no acircmbito da APS se relaciona com a capacidade desse niacutevel de
atenccedilatildeo se organizar para corresponder aos princiacutepios propostos na perspectiva da
universalidade e equidade
Em 2010 a portaria 4279 do Ministeacuterio da Sauacutede estabeleceu as diretrizes e
58
estrateacutegias para a implementaccedilatildeo das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede dentre as quais estaacute o
fortalecimento da APS e do seu papel na coordenaccedilatildeo do cuidado Esse eacute um exemplo de
padratildeo nacional poreacutem que depende da atuaccedilatildeo de cada esfera nas suas funccedilotildees gestoras
a fim de resultar em melhores condiccedilotildees de acesso e sauacutede da populaccedilatildeo Por essa
normativa definiu-se tambeacutem as regiotildees de sauacutede como aacutereas de abrangecircncia territorial e
populacional sob a responsabilidade das redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e o processo de
regionalizaccedilatildeo como estrateacutegia fundamental de configuraccedilatildeo das redes (Brasil 2010b)
Logo em seguida com a publicaccedilatildeo do decreto presidencial 75082011 novo
destaque eacute dado agraves regiotildees de sauacutede atraveacutes de instrumentos de planejamento e
organizaccedilatildeo o mapa sanitaacuterio os Contratos Organizativos de Accedilatildeo Puacuteblica (COAP) os
planos de sauacutede a relaccedilatildeo nacional de accedilotildees e serviccedilos de sauacutede (Renases) a Relaccedilatildeo
Nacional de Medicamentos essenciais (Rename) e satildeo instituiacutedas as Comissotildees
intergestores regional ndash CIR (Brasil 2011a)
Santos e Campos (2015) travam uma abrangente discussatildeo sobre esses uacuteltimos
marcos legais Os autores destacam a necessidade de valorar as CIR como instrumento de
acordos solidaacuterios visando agrave equidade regional no SUS problematizam a importacircncia de
se pensar uma arquitetura sanitaacuteria organizativa regional assim como propotildee o Decreto
75082011 sem ferir o princiacutepio federativo das autonomias e ressaltam a necessidade de
evoluir para aleacutem da governanccedila poliacutetica para a operacionalizaccedilatildeo e financiamento dos
serviccedilos na regiatildeo de sauacutede
Esta inovaccedilatildeo (nova institucionalidade do SUS) seja qual for sua
extensatildeo deve centrar-se na regionalizaccedilatildeo da sauacutede integraccedilatildeo de
serviccedilos governanccedila regional autoridade sanitaacuteria regional e suas
responsabilidades planejamento e financiamento regional Entendemos
que soacute assim seraacute possiacutevel construir a figura da regiatildeo de sauacutede de forma
robusta e sempre como a resultante da aglutinaccedilatildeo de entes municipais na
CIR que decidiriam em comum acordo a gestatildeo do COAP e os
necessaacuterios apoios administrativos e seus processos de gestatildeo O que natildeo
mais eacute possiacutevel continuar eacute o fracionamento do SUS que nem sempre se
articula e nem sempre atua de maneira sistecircmica (Santos e Campos
2015 445)
Almeida e Santos (2015) tambeacutem ressaltam a importacircncia da CIR como forma de
governanccedila regional em estudos de regionais de sauacutede na Bahia Contudo a maioria das
pautas trata das cotas de vagas para consultasexamesprocedimentos especializados ao
inveacutes de um planejamento conjunto com vistas agrave qualificaccedilatildeo e expansatildeo das accedilotildees da
APS Em contrapartida ressaltam o COAP enquanto um instrumento juriacutedico de
59
responsabilidade solidaacuteria ainda distante da realidade das regiotildees pesquisadas Ou seja se
manteacutem a loacutegica de um planejamento com base no recurso disponiacutevel (pela PPI) em
detrimento das necessidades em sauacutede
Como a APS portanto continua a se inserir nesse processo fortalecendo a
perspectiva das redes regionalizadas de sauacutede Almeida e Santos (2015) defendem
algumas formas APS como serviccedilo de acesso principal preferencial e rotineiro resgate de
valorizaccedilatildeo do ACS fortalecendo a integraccedilatildeo horizontal expansatildeo e valorizaccedilatildeo das
atribuiccedilotildees cliacutenicas da enfermagem ampliaccedilatildeo do cardaacutepio de serviccedilos e oferta puacuteblica de
serviccedilos de diferentes densidades tecnoloacutegicas incorporaccedilatildeo da perspectiva dos usuaacuterios
fortalecimento da CIR e posicionamento estrateacutegico das diretorias regionais de sauacutede
Outra forma eacute que a APS consiga exercer sua funccedilatildeo de coordenaccedilatildeo Ao contraacuterio
da experiecircncia do NHS (Reino Unido) cujo papel da APS na funccedilatildeo de gatekeeper
organiza o acesso aos demais niacuteveis de densidade tecnoloacutegica no Brasil haacute dificuldades
nesse processo Dificuldades essas seja devido a baixa cobertura de ESF atuaccedilatildeo paralela
entre serviccedilos ausecircncia de regulaccedilatildeo e fluxos formais para a atenccedilatildeo hospitalar
subsistema privado formaccedilotildees especializadas dos meacutedicos distribuiccedilatildeo inadequada de
profissionais em municiacutepios de pequeno porte dentre outros (Silva Juacutenior et al 2015
Almeida et al 2010)
Magalhatildees Junior e Pinto (2014) destacam que de modo geral as equipes de AB
natildeo estatildeo organizadas nem empoderadas para ordenar o acesso agrave rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e
coordenar o cuidado Apesar das iniciativas e avanccedilos crescentes de informatizaccedilatildeo e
composiccedilatildeo multiprofissional ainda haacute carecircncia de informaccedilotildees para acompanhamento do
usuaacuterio poucas ferramentas de comunicaccedilatildeo entre profissionais da AB e da AE assim
como poucos mecanismos de acompanhamento do usuaacuterio entre os serviccedilos
Giovanella (2014) discute que os resultados do PMAQ-AB mostram avanccedilos na
responsabilizaccedilatildeo da UBS pela marcaccedilatildeo de consultas especializadas mas aponta baixo
monitoramento de listas de espera mesmo para casos prioritaacuterios Ressalta que
A ordenaccedilatildeo da rede a partir da APS implica organizaccedilatildeo e integraccedilatildeo
do sistema de sauacutede com territorializaccedilatildeo e definiccedilatildeo dos serviccedilos de AB
como porta de entrada preferencial com funccedilatildeo de filtro para acesso agrave
Atenccedilatildeo Especializada conforme a necessidade A integraccedilatildeo da APS agrave
rede assistencial (ou em outros termos a ordenaccedilatildeo da RAS a partir da
APS) eacute essencial para a garantia da atenccedilatildeo conforme a necessidade no
SUS Eacute crucial para que a APS natildeo se constitua apenas em um pacote
baacutesico de serviccedilos no primeiro niacutevel de atenccedilatildeo para populaccedilotildees em
situaccedilatildeo de pobreza como reiteradamente preconizado por agecircncias
60
internacionais para paiacuteses em desenvolvimento que negam a
possibilidade de construccedilatildeo de sistemas puacuteblicos universais como
pretendido pelo SUS (Giovanella 201436)
No Brasil mais de 80 de municiacutepios brasileiros tecircm menos de 50000 habitantes
com sua rede de serviccedilos de sauacutede resumindo-se agrave APS (Almeida e Santos 2015) e que
portanto demanda em algum grau de outros niacuteveis de complexidade de atenccedilatildeo fora
desses municiacutepios Somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e
financiamento em uma rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos
eficientes de pactuaccedilatildeo intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede
integral e resolutivo Independente de quatildeo heterogecircneo precise ser a organizaccedilatildeo dos
serviccedilos de sauacutede no Brasil para atender agraves diferentes demandas da populaccedilatildeo e
particularidades dos territoacuterios o usuaacuterio precisa ter acesso a mesma gama de serviccedilos em
tempo oportuno e sair com o seu problema de sauacutede resolvido A organizaccedilatildeo em redes
regionalizadas eacute o que favorece esse cenaacuterio em constante construccedilatildeo
Em resumo espera-se que a discussatildeo dos atributos como reflexo da qualidade da
APS no Brasil recortado pelas tipologias de regiotildees de sauacutede possa contribuir com
elementos para os desafios e fortalecimento dessa rede de atenccedilatildeo regionalizada
61
3 O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA
QUALIDADE DA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA ndash PMAQ-AB
Diferentes iniciativas de avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica estatildeo presentes no processo
de larga expansatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil em especial a partir dos anos 2000 Nesse
periacuteodo foram desenvolvidas iniciativas para institucionalizar a avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo
Baacutesica no Brasil envolvendo diferentes atores A preocupaccedilatildeo de valorizar os enfoques
regionais e a perspectiva de territoacuterio constituiacuteram-se como preocupaccedilotildees dos processos
avaliativos todavia se nota que esses elementos natildeo foram suficientes para contemplar a
heterogeneidade de necessidades em sauacutede dos municiacutepios brasileiros Segundo o
Ministeacuterio da Sauacutede
Em se tratando da avaliaccedilatildeo em sauacutede e em especial da avaliaccedilatildeo da
atenccedilatildeo baacutesica o objeto da avaliaccedilatildeo eacute um objeto em movimento As trecircs
esferas de governo satildeo co-responsaacuteveis no que se refere agrave avaliaccedilatildeo da
atenccedilatildeo baacutesica Deve-se reforccedilar seu caraacuteter formativo pedagoacutegico e
reorientador das poliacuteticas e praacuteticas superando o tradicional enfoque
punitivo e burocraacutetico Deve-se ter o cuidado de ao recortar o objeto natildeo
reduzi-lo sob o risco de que o processo de avaliaccedilatildeo natildeo expresse toda a
riqueza das diversidades regionais e locais e os novos valores que vecircm
sendo incorporados ao SUS (Brasil 2005a 19)
Na busca de institucionalizar a avaliaccedilatildeo a atenccedilatildeo baacutesica foi criada em 2003 a
Coordenaccedilatildeo de Acompanhamento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica do Departamento de
Atenccedilatildeo Baacutesica com o intuito de
formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a esse niacutevel de
atenccedilatildeo compreendendo-se seu papel estrateacutegico para o
redirecionamento da organizaccedilatildeo do sistema de sauacutede no paiacutes com o
propoacutesito de formular e conduzir os processos avaliativos relacionados a
esse niacutevel de atenccedilatildeo (Brasil 2005a 11)
A partir de 2005 o Ministeacuterio da Sauacutede desenvolveu a proposta de uma Poliacutetica
Nacional de Monitoramento e Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica para qualificar processos
decisoacuterios nos acircmbitos da gestatildeo e do cuidado e com foco na integralidade e
resolutividade das accedilotildees O objetivo era envolver diretamente os governos estaduais e
municipais no processo de acompanhamento e avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica na loacutegica da
descentralizaccedilatildeo (Brasil 2005a)
Almeida e Giovanella (2008) em estudo sobre avaliaccedilatildeo da AB no Brasil
identificaram no periacuteodo de 2000 a 2006 um importante conjunto de iniciativas no campo
62
da avaliaccedilatildeo e monitoramento da AB no Brasil por induccedilatildeo do gestor federal Uma das
principais iniciativas foram os estudos de ldquoLinha de Base do Programa de Expansatildeo e
Consolidaccedilatildeo do Sauacutede da Famiacutelia (Proesf)rdquo em 2005 Mais dois grupos principais de
iniciativas metodoloacutegicas de avaliaccedilatildeo da APS podem ser destacados A Avaliaccedilatildeo para
Melhoria da Qualidade da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (AMQ) de 2005 e a avaliaccedilatildeo
raacutepida dos serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica em niacutevel local (Primary Care Assessment Tool ndash
PCATool) adaptado no Brasil em 2002 e posteriormente validado em 2006
Os estudos de linha de base de apoio ao PROESF contemplavam municiacutepios acima
de 100000 hab tendo por objetivo fortalecer a institucionalizaccedilatildeo da AB o planejamento
local em sauacutede e identificar os movimentos de expansatildeo da ESF As propostas
apresentadas por diferentes instituiccedilotildees de ensino deveriam ser estruturadas em quatro
dimensotildees poliacutetico-institucional organizacional da atenccedilatildeo do cuidado integral e do
desempenho dos sistemas de sauacutede As avaliaccedilotildees consideraram a perspectiva de
gestores profissionais usuaacuterios do sistema de sauacutede e representantes do controle social
(Almeida e Giovanella 2008)
O AMQ elaborado pelo DAB e sua coordenaccedilatildeo de avaliaccedilatildeo e especialistas no
tema de avaliaccedilatildeo baseou-se na avaliaccedilatildeo interna de autogestatildeo a partir da compreensatildeo
dos profissionais Seus instrumentos eram voltados para gestores coordenaccedilatildeo do PSF
gerentes de UBS equipes e profissionais de niacutevel superior O principal objetivo do AMQ
era fomentar a melhoria da qualidade atraveacutes de um diagnoacutestico da organizaccedilatildeo e do
funcionamento dos serviccedilos baseado nos princiacutepios e diretrizes da AB e posteriormente
pelo desenvolvimento de projetos de intervenccedilatildeo em aspectos criacuteticos (Brasil 2005b) A
implementaccedilatildeo da metodologia natildeo foi acompanhada de incentivos financeiros tendo uma
adesatildeo de apenas parte dos municiacutepios Atualmente os instrumentos da AMQ foram
reformulados e uma versatildeo adaptada (AMAQ) compotildee o PMAQ-AB ou mais
precisamente a fase de autoavaliaccedilatildeo do PMAQ-AB (Fausto et al 2013)
O Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria (PCATool) eacute uma metodologia
desenvolvida sob coordenaccedilatildeo de Barbara Starfield Esse instrumento mede a presenccedila e a
extensatildeo dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos derivados da APS baseando-se em um
modelo de avaliaccedilatildeo da qualidade de serviccedilos de sauacutede de acordo com aspectos de
estrutura processo e resultados de Donabedian Os instrumentos satildeo autoaplicaacuteveis para
crianccedilas adultos profissionais de sauacutede e tambeacutem ao coordenadorgerente do serviccedilo de
sauacutede O PCATool teve seus instrumentos adaptados traduzidos e validados para uso no
Brasil (Harzheim et al 2006 Macincko e Almeida 2004) Em 2010 o Ministeacuterio da
63
Sauacutede publicou oficialmente o Manual do Instrumento de Avaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria
agrave Sauacutede (PCATool mdash Brasil) Para cada atributo essencial da APS haacute um componente
relacionado agrave estrutura e outro ao processo de atenccedilatildeo conforme segue acesso de primeiro
contato (utilizaccedilatildeo) acesso de primeiro contato (acessibilidade) grau de afiliaccedilatildeo com
serviccedilo de sauacutede longitudinalidade coordenaccedilatildeo (integraccedilatildeo de Cuidados) coordenaccedilatildeo
(sistema de informaccedilotildees) integralidade (serviccedilos disponiacuteveis) integralidade (Serviccedilos
prestados) Aleacutem de questotildees sobre os atributos derivativos orientaccedilatildeo familiar e
orientaccedilatildeo comunitaacuteria (Brasil 2010a) Uma das identificaccedilotildees eacute que a metodologia do
PCAtool foi capaz de distinguir as diferenccedilas entre os diferentes modelos de AB existentes
nos municiacutepios (Macincko e Almeida 2004)
Entre os trabalhos publicados com resultados dos estudos de linha de base do
PROESF destacam-se anaacutelises que compararam o PSF com as UBS tradicionais Vaacuterios
estudos deles utilizaram os instrumentos do PCAtool Alguns resultados das percepccedilotildees de
diferentes estudos sugerem
unidades com PSF tiveram melhores resultados quando comparadas a UBS
tradicionais Em estudo sobre a percepccedilatildeo de profissionaisgestores e usuaacuterios por
estrato de exclusatildeo social no municiacutepio de Satildeo Paulo verificou que no caso dos
usuaacuterios o PSF foi melhor avaliado que as UBS com exceccedilatildeo do estrato de maior
exclusatildeo social em que a preferecircncia dos usuaacuterios foi pelas UBS e para os
profissionais e gestores natildeo se relevaram diferenccedilas significativas entre o PSF e a
UBS nos estratos de exclusatildeo social (Elias et al 2006)
em comparaccedilatildeo do desempenho do PSF nas regiotildees nordeste e sul do Brasil a
constataccedilatildeo foi que o PSF tem maior consolidaccedilatildeo nos centros urbanos do nordeste
com maior presenccedila em regiotildees mais vulneraacuteveis (Facchini et al 2006)
em avaliaccedilatildeo do estado de Satildeo Paulo concluiu-se que os trabalhadores do PSF
consideraram esse modelo melhor avaliando-o mais positivamente que os usuaacuterios
(Ibantildeez et al 2006)
Almeida e Giovanella (2008) tambeacutem destacam algumas caracteriacutesticas dos estudos
induzidos pelo Ministeacuterio da Sauacutede foco na implantaccedilatildeo do PSF fragmentaccedilatildeo na
realizaccedilatildeo das pesquisas por diferentes instituiccedilotildees acadecircmicas e com objetivos e
metodologias similares uma baixa regularidade de anaacutelise e divulgaccedilatildeo dos dados
produzidos e resultados a dificuldade de interaccedilatildeo entre gestores e pesquisadores
dificultando o uso da informaccedilatildeo para apoio agrave tomada de decisatildeo
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Por outro lado a contrataccedilatildeo de instituiccedilotildees de ensino e pesquisa que ateacute entatildeo natildeo
haviam participado de avaliaccedilotildees em AB promovidas pelo MS como um aspecto positivo
que permite acumular experiecircncias em pesquisa e induzir a formaccedilatildeo de pessoal nas
diferentes regiotildees do paiacutes (Almeida e Giovanella 2008 Bodstein et al 2006) Apesar dos
esforccedilos do MS as autoras questionam o quanto estas iniciativas seratildeo capazes de
subsidiar as poliacuteticas de sauacutede e os processos decisoacuterios com vistas agrave equidade (Almeida e
Giovanella 2008)
Atualmente o PMAQ-AB destaca-se como a principal estrateacutegia de avaliaccedilatildeo da
AB no Brasil cujos resultados satildeo o foco de anaacutelise desse trabalho
31 PMAQ-AB CICLO 1
A partir de 2011 a gestatildeo do Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaMinisteacuterio da Sauacutede
teve como uma das prioridades o Programa Nacional para Melhoria do Acesso e Qualidade
da Atenccedilatildeo Baacutesica (PMAQ-AB) O programa foi criado mediante a Portaria GMMS 1654
de 19 de julho de 2011 como base para repasse do incentivo financeiro por desempenho
denominado ldquoComponente Qualidaderdquo do Piso de Atenccedilatildeo Baacutesica variaacutevel (Brasil 2011c)
O principal objetivo do PMAQ-AB eacute induzir a ampliaccedilatildeo do acesso e a melhoria da
qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica por meio da instituiccedilatildeo de processos contiacutenuos e
progressivos que ampliem a capacidade das trecircs esferas de governo de ofertar serviccedilos
com garantia de um padratildeo de qualidade comparaacutevel nacional regional e localmente
(Brasil 2013a)
O Programa tem como diretrizes considerar as diferentes realidades de sauacutede do
paiacutes gerar melhorias que envolvam a gestatildeo o processo de trabalho das equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica e os resultados em sauacutede a transparecircncia nas etapas do programa a
mobilizaccedilatildeoresponsabilizaccedilatildeo dos atores das trecircs esferas de governo por meio de uma
cultura de negociaccedilatildeo e contratualizaccedilatildeo a mudanccedila no modelo de atenccedilatildeo com foco nas
necessidades e satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e o caraacuteter voluntaacuterio de adesatildeo ao programa
(Brasil 2011c)
Para mobilizar a adesatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede adotou a estrateacutegia de induccedilatildeo
financeira com repasse de recursos agraves equipes vinculado ao desempenho das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica conforme padrotildees especiacuteficos que deveriam expressar a ampliaccedilatildeo do
acesso aos serviccedilos a melhoria nas condiccedilotildees de trabalho e investimentos no
desenvolvimento dos profissionais da Atenccedilatildeo Baacutesica
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede o PMAQ-AB estaacute articulado a trecircs movimentos
65
mais amplos relacionados com o decreto 75082011 e com o Programa de Avaliaccedilatildeo para a
Qualificaccedilatildeo do SUS Um primeiro movimento envolve a valorizaccedilatildeo da AB no conjunto
da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua funccedilatildeo como ldquoporta de entradardquo acolhedora e resolutiva
do sistema Um segundo estaacute associado a perspectiva de governanccedila sistecircmica e
financiamento do SUS no qual o COAP eacute apresentado como uma possibilidade de
planejamento regionalizado que estaria adequado aos contextos e singularidades regionais
aleacutem de reforccedilar a loacutegica de contratualizaccedilatildeo por metas monitoramento de indicadores e
alcance de resultados E um terceiro baseado no conjunto de estrateacutegias para avaliaccedilatildeo de
desempenho e qualificaccedilatildeo do SUS o que inclui o Projeto Desenvolvimento de
Metodologia de Avaliaccedilatildeo do Desempenho do Sistema de Sauacutede Brasileiro (PRO-ADESS)
e iniciativas como o Iacutendice de Desempenho do SUS (IDSUS) (Pinto et al 2012 e Conass
2011)
Aleacutem disso o Programa visa contribuir para enfrentar desafios da AB no Brasil
como por exemplo o acesso dos usuaacuterios agrave AB a qualificaccedilatildeo do processo de trabalho das
equipes e da gestatildeo em sauacutede e o aporte de financiamento aleacutem de identificar novos
problemas no acircmbito local
O PMAQ-AB eacute constituiacutedo por quatro fases complementares que compotildeem um
ciclo de melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica A primeira fase eacute chamada
de ldquoAdesatildeo e Contratualizaccedilatildeordquo a segunda eacute denominada ldquoDesenvolvimentordquo a terceira
de ldquoAvaliaccedilatildeo Externardquo e a quarta que representa o iniacutecio do novo ciclo eacute chamada de
ldquoRecontratualizaccedilatildeordquo (Brasil 2011c)
A fase 1- Adesatildeo e contratualizaccedilatildeo eacute considerada a etapa formal de adesatildeo ao
programa por contratualizaccedilatildeo de compromissos e indicadores realizada por meio de
pactuaccedilatildeo voluntaacuteria entre equipes de atenccedilatildeo municipal inicialmente para que em um
segundo momento haja a formalizaccedilatildeo de adesatildeo do municiacutepio com o Ministeacuterio da Sauacutede
(MS) Cada equipe assina um ldquotermo de compromissordquo se responsabilizando por seguir as
diretrizes da PNAB ser monitorada pelo Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB)
e passar pelo processo de avaliaccedilatildeo de acordo com as regras do PMAQ-AB
Posteriormente o municiacutepio assume compromissos relacionados agrave aplicaccedilatildeo dos recursos
do PAB variaacutevel por desempenho a melhoria de condiccedilotildees de trabalho das equipes e agrave
estruturaccedilatildeo da gestatildeo da AB (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
A partir da homologaccedilatildeo da adesatildeo das equipes eacute transferido fundo a fundo ao
municiacutepio 20 do valor integral do Componente de Qualidade do Piso da Atenccedilatildeo Baacutesica
Variaacutevel (PAB Variaacutevel) vinculado ao nuacutemero de equipes participantes Esse repasse
66
permanece ateacute o fim da terceira fase em que ao depender do desempenho pode variar de
suspensatildeo ateacute repasse integral do recurso
A Fase 2 - Desenvolvimento eacute a etapa de desenvolvimento de accedilotildees pelas equipes
de atenccedilatildeo baacutesica gestotildees municipais estaduais e Ministeacuterio da Sauacutede a fim de instaurar
processos de mudanccedila para melhoria do acesso e da qualidade da atenccedilatildeo baacutesica Essa
etapa inclui accedilotildees em quatro dimensotildees autoavaliaccedilatildeo monitoramento dos indicadores
contratualizados apoio institucional agraves equipes de atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente (Brasil 2011c)
Em linhas gerais a autoavaliaccedilatildeo consiste na identificaccedilatildeo pelas proacuteprias equipes
de pontos positivos e negativos do seu processo de trabalho para produzir iniciativas de
mudanccedila e aprimoramento Para tal o Ministeacuterio da Sauacutede disponibilizou uma ferramenta
especiacutefica ldquoAutoavaliaccedilatildeo para a Melhoria do Acesso e da Qualidaderdquo (AMAQ) que
aborda muacuteltiplas dimensotildees a partir do que eacute esperado em termos de qualidade na gestatildeo e
atenccedilatildeo agrave sauacutede Jaacute o monitoramento dos indicadores envolve indicadores em aacutereas
estrateacutegicas As estrateacutegias de gestatildeo satildeo o apoio institucional agraves equipes e as accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente atraveacutes das quais o Ministeacuterio da Sauacutede pretende induzir processos
de formaccedilatildeo financiamento e orientaccedilatildeo teacutecnica agraves gestotildees municipais (Pinto et al 2012)
A Fase 3 - Avaliaccedilatildeo externa eacute o momento que inclui levantamento de informaccedilotildees
para verificar as condiccedilotildees de acesso e de qualidade dos municiacutepios e das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica participantes do PMAQ-AB em dois momentos visita da equipe de
avaliaccedilatildeo externa e certificaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo externa ocorre de acordo com padrotildees
especiacuteficos para avaliar municiacutepio infraestrutura das UBS processo de trabalho e
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios Principalmente nessa etapa o Ministeacuterio da Sauacutede atua em
conjunto com Instituiccedilotildees de Ensino Superior brasileiras A construccedilatildeo dos instrumentos de
coleta seleccedilatildeo e treinamento das equipes de entrevistadores a organizaccedilatildeo e a execuccedilatildeo do
trabalho de campo aleacutem da coleta de dados satildeo atividades realizadas pelo conjunto de
Instituiccedilotildees (Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
Apoacutes a coleta eacute responsabilidade do Ministeacuterio da Sauacutede realizar a certificaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de desempenho das equipes participantes segundo metodologia especiacutefica do
Programa Essa avaliaccedilatildeo gera um escore que resultaraacute na certificaccedilatildeo da equipe vinculada
ao percentual do componente qualidade que seraacute repassado ao municiacutepio
A Fase 4 - Recontratualizaccedilatildeo eacute a etapa considerada de ldquoconexatildeo re-
processamento re-iniacuteciordquo que ocorre posteriormente agrave certificaccedilatildeo das equipes da atenccedilatildeo
baacutesica Tomando como base a avaliaccedilatildeo de desempenho de cada uma das equipes uma
67
nova pactuaccedilatildeo de indicadores e compromissos deveraacute ser realizada o que deve conferir ao
programa o aspecto ciacuteclico e sistemaacutetico de qualidade Esta etapa tambeacutem deve contar com
novos padrotildees a serem escolhidos pelas equipes e gestotildees municipais privilegiando as
necessidades e prioridades locais Vale ressaltar que esta eacute a etapa ainda em formulaccedilatildeo
(Brasil 2011c Fausto e Souza Junior 2013)
Pinto et al (2012) destacam pelo menos quatro aspectos em relaccedilatildeo agrave loacutegica de
construccedilatildeo das fases do PMAQ-AB Um primeiro que se refere agrave adesatildeo voluntaacuteria cuja
perspectiva eacute que a qualificaccedilatildeo do serviccedilo e as mudanccedilas no processo de trabalho teratildeo
maior sucesso quanto maior a motivaccedilatildeo e envolvimento dos trabalhadores e gestores Um
segundo associado a segunda etapa (e principal) que objetiva motivar o protagonismo das
equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica na promoccedilatildeo de melhorias no serviccedilo assim como das gestotildees
municipais Um terceiro que o PMAQ-AB visa estimular reflexatildeo criacutetica e provocar accedilatildeo
no coletivo com vistas agrave mudanccedila do cotidiano mas se preocupa em natildeo cometer o excesso
de definir as formas estas podendo ser criadas inovadas conforme a realidade dos atores e
do territoacuterio E um quarto aspecto segundo Pinto et al (2012) eacute que apesar da co-
responsabilidade preconizada pelo programa e das dimensotildees avaliadas pelo PMAQ-AB
interessarem diretamente agraves equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica estas dimensotildees estatildeo mais
voltadas a governabilidade do gestor ou seja atribuir a responsabilidade do desempenho
agraves equipes seria um erro pois as mesmas podem natildeo ter a garantia de condiccedilotildees miacutenimas
para desenvolver seu trabalho (Pinto et al 2012)
A fase 3 do PMAQ-AB no que se refere agrave coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa eacute
realizada por instituiccedilotildees puacuteblicas de ensino superior (por recomendaccedilatildeo da Rede de
Pesquisas em APS) em parceria com o DABMS As principais instituiccedilotildees de ensino que
participam do planejamento e coordenam o desenvolvimento da avaliaccedilatildeo externa no paiacutes
satildeo Universidade Federal de Pelotas Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal de Minas Gerais e a EnspFundaccedilatildeo Oswaldo Cruz Estas satildeo
referidas como principais pois coordenam a parceria com cerca de 30 instituiccedilotildees de
ensino em todo o paiacutes
Para essa fase da avaliaccedilatildeo externa foi utilizado um instrumento elaborado
conjuntamente pelo DABMS e as instituiccedilotildees parceiras contendo padrotildees de qualidade
baseados nas normas protocolos princiacutepios e diretrizes que organizam accedilotildees e praacuteticas da
Atenccedilatildeo Baacutesica assim como conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos O instrumento
disponibilizado para a avaliaccedilatildeo externa associado ao banco de dados gerado a partir dele
68
subsidiaraacute a realizaccedilatildeo das anaacutelises quantitativas desta dissertaccedilatildeo de mestrado
O ciclo 1 do PMAQ-AB teve sua fase 3 realizada no periacuteodo de junho a novembro
de 2012 Teve como proposta aleacutem da avaliaccedilatildeo externa das equipes que aderiram ao
PMAQ-AB a aplicaccedilatildeo do moacutedulo I (infraestrutura) em todas as UBS do Brasil
independente de adesatildeo Ou seja realizou-se um censo das UBS brasileiras totalizando
38812 UBS
O instrumento utilizado para a realizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo externa do ciclo 1 foi
composto por trecircs moacutedulos (Brasil 2011c)
Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de
infraestrutura da unidade de sauacutede
Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica e sauacutede bucal e verificaccedilatildeo de documentos na UBS
Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo
e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede
Existia ainda um moacutedulo IV que corresponde a informaccedilotildees complementares agraves
coletadas nos Moacutedulos I II e III e foram respondidas em um moacutedulo on-line pelos
gestores e equipes no Portal do gestor O preenchimento desse moacutedulo era opcional e teve
baixa adesatildeo Logo o banco natildeo foi disponibilizado devido ao baixo percentual de
preenchimento desse grupo
As entrevistas foram baseadas em questionaacuterios estruturados aplicados por
entrevistadores treinados com equipamento com tecnologia 3G (tablet) e com transmissatildeo
imediata dos dados
Pinto et al (2012) destacam dois fatores relacionados agrave adesatildeo das equipes o
desenvolvimento socioeconocircmico (medido pelo IDH) e o porte populacional dos
municiacutepios Quanto maior o grau de desenvolvimento econocircmico maior o percentual
relativo de municiacutepios que aderiram ao PMAQ-AB (Quadro 3) E cruzando o porte
populacional com os municiacutepios que aderiram quanto menor o porte populacional menor
a adesatildeo ao PMAQ-AB (Quadro 4)
Quadro 3 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo IDH Brasil 2011 ndash ciclo 1 IDH Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram ao
PMAQ-AB
de municiacutepios que
aderiram ao PMAQ-AB
69
Baixo 2505 1747 697
Meacutedio 2427 1738 716
Alto 575 450 783
Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012
Quadro 4 Adesatildeo dos municiacutepios ao PMAQ-AB segundo porte populacional Brasil
2011 ndash ciclo 1 Porte populacional Total de municiacutepios Municiacutepios que aderiram
ao PMAQ-AB
de municiacutepios que
aderiram ao PMAQ-AB
Pequeno porte 3914 2646 676
Porte intermediaacuterio 1294 987 763
Grande porte 357 302 846
Total 5565 3935 707
Fonte Extraiacutedo de Pinto et al 2012
Para a certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica do ciclo 1 foi elaborado um escore
com trecircs componentes
implementaccedilatildeo de processos autoavaliativos correspondendo a 10 do conceito
final independente de que tipo de resposta seja obtida ndash este valor eacute fornecido a
partir da realizaccedilatildeo da autoavaliaccedilatildeo pela equipe
verificaccedilatildeo do desempenho do conjunto de indicadores de sauacutede contratualizados
na adesatildeo ao PMAQ-AB equivalendo a 20 do conceito
70 resultantes da verificaccedilatildeo do desempenho por padrotildees de qualidade na
avaliaccedilatildeo externa
Para o monitoramento de indicadores foram selecionados 47 indicadores de
contratualizaccedilatildeo classificados quanto agrave natureza do seu uso monitoramento (23
indicadores) e desempenho (24 indicadores) Os indicadores de monitoramento natildeo
compotildeem nota para certificaccedilatildeo e tecircm por funccedilatildeo o acompanhamento sistemaacutetico das
equipes pelo MS Jaacute os indicadores relacionados ao processo de avaliaccedilatildeo externa e que
possuem peso na nota da certificaccedilatildeo das equipes satildeo os indicadores de desempenho
distribuiacutedos em 5 aacutereas estrateacutegicas (sauacutede da mulher da crianccedila doenccedilas crocircnicas sauacutede
bucal e produccedilatildeo geral) conforme Quadro 5
Quadro 5 Indicadores de desempenho do ciclo 1 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho
Aacuterea 1 ndash Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
12 Meacutedia de consultas de preacute-natal por gestante cadastrada
13 Proporccedilatildeo de gestantes que iniciaram o preacute-natal no 1ordm trimestre
14 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal no mecircs
15 Proporccedilatildeo de gestantes com vacina em dia
16 Proporccedilatildeo de mulheres com exame citopatoloacutegico do colo do uacutetero
realizado na faixa etaacuteria de 15 anos ou mais
Aacuterea 2 ndash Sauacutede da Crianccedila 21 Meacutedia de atendimentos de puericultura
70
Aacuterea estrateacutegica Indicadores de desempenho
22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 4 meses com aleitamento exclusivo
23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 1 ano com vacina em dia
24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de 2 anos pesadas
25 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 1 ano
26 Meacutedia de consultas meacutedicas para menores de 5 anos
Aacuterea 3 ndash Controle de
Diabetes Mellitus e
Hipertensatildeo Arterial
Sistecircmica
31 Proporccedilatildeo de diabeacuteticos cadastrados
32 Proporccedilatildeo de hipertensos cadastrados
33 Meacutedia de atendimentos por diabeacutetico
34 Meacutedia de atendimentos por hipertenso
Aacuterea 4 ndash Sauacutede bucal 41 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada
42Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica
43 Cobertura de primeira consulta de atendimento odontoloacutegico agrave gestante
44 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas
programaacuteticas
Aacuterea 5 ndash Produccedilatildeo Geral 51 Meacutedia de consultas meacutedicas por habitante
52 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas para cuidado continuado programado
53 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda agendada
54 Proporccedilatildeo de consultas meacutedicas de demanda imediata
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2012
Os padrotildees de qualidade para a certificaccedilatildeo das equipes foram descritos nos
moacutedulos do instrumento de avaliaccedilatildeo externa e agrupados em cinco dimensotildees
Gestatildeo municipal para desenvolvimento da AB
Estrutura e condiccedilotildees de funcionamento da UBS
Valorizaccedilatildeo do trabalhador acesso e qualidade da atenccedilatildeo e organizaccedilatildeo do
processo de trabalho
Utilizaccedilatildeo participaccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
Cada dimensatildeo engloba um conjunto de variaacuteveissubdimensotildees (perguntas do
instrumento) cada qual com relevacircncia e pesos diferenciados na composiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo
externa definidos por meio de metodologia especiacutefica
Os resultados do processo de certificaccedilatildeo vinculados agrave disponibilizaccedilatildeo dos
recursos pelo componente do PAB variaacutevel satildeo divulgados agraves equipes da seguinte forma
desempenho insatisfatoacuterio (natildeo recebem o recurso direcionado ao
componente qualidade) desempenho mediano ou abaixo da
meacutediaregular (continuam recebendo 20 do recurso) desempenho
acima da meacutediabom (ampliam o recebimento para 60 do recurso) e
desempenho muito acima da meacutediaoacutetimo (ampliam o recebimento para
100 do recurso) (Brasil 2013a 35)
Equipes podem ser consideradas desclassificadas principalmente por natildeo
apresentarem registro no sistema de informaccedilatildeo O resultado do desempenho das equipes
do ciclo 1 estaacute expresso no graacutefico 1
71
Graacutefico 1 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclo
1 Brasil 2013
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS
Essa comparaccedilatildeo de desempenho natildeo eacute feita entre todas as equipes mas sim entre
equipes pertencentes a municiacutepios de um mesmo estrato Foram elaborados 6 estratos de
municiacutepios de acordo com aspectos sociais econocircmicos e demograacuteficos (PIB per capita
percentual da populaccedilatildeo com plano de sauacutede percentual da populaccedilatildeo com bolsa famiacutelia
percentual da populaccedilatildeo em extrema pobreza e densidade demograacutefica) bem como
baseando-se no porte populacional (municiacutepios com ateacute 10 mil habitantes de 10 mil a 20
mil habitantes de 20 mil a 50 mil habitantes de 50 mil a 100 mil habitantes de 100 mil a
500 mil habitantes e acima de 500 mil habitantes) (Brasil 2011c)
A portaria do PMAQ-AB natildeo estabelece a forma como os municiacutepios devem
utilizar os valores repassados de acordo com a certificaccedilatildeo de cada equipe ficando essa
decisatildeo a cargo da gestatildeo municipal Haacute apenas um apontamento do Ministeacuterio da Sauacutede
propondo que o recurso seja revertido em investimento nos profissionais e na melhoria das
condiccedilotildees de trabalho premiaccedilatildeo e remuneraccedilatildeo por desempenho (Pinto et al 2012)
32 MUDANCcedilAS NO PMAQ-AB CICLO 2
O ciclo 2 do PMAQ-AB teve as 4 fases do ciclo 1 mantidas e sua fase 3 ndash avaliaccedilatildeo
externa ndash foi realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014 Nesse ciclo natildeo houve
limite para o nuacutemero de equipes que poderiam aderir por municiacutepio devido aumento do
financiamento para o PAB variaacutevel por desempenho Logo foi possiacutevel a
Muito acima da meacutedia 176
Acima da meacutedia 439
Mediano ou abaixo da
meacutedia 348
Insatisfatoacuteria 21
Desclassificada 16
72
recontratualizaccedilatildeo de todas as equipes do ciclo 1 e a inclusatildeo de novas equipes de acordo
com a adesatildeo voluntaacuteria de cada gestatildeo municipal
No ciclo 2 natildeo foi realizado censo das UBS sendo visitadas exclusivamente as
UBS com equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica que aderiram ao programa num total de 30562
equipes Ocorreu um consideraacutevel aumento da adesatildeo de um ciclo para o outro (Quadro 6)
O instrumento utilizado para avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 tambeacutem sofreu
modificaccedilotildees tanto em organizaccedilatildeo como em conteuacutedo Foram incluiacutedos moacutedulos
adicionais para entrevista com os Nuacutecleos de Apoio agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF) e moacutedulos
especiacuteficos para infraestrutura e profissionais de sauacutede bucal conforme abaixo
Moacutedulo I - Observaccedilatildeo na Unidade Baacutesica de Sauacutede com questotildees de
infraestrutura da unidade de sauacutede
Moacutedulo II - Entrevista com o profissional sobre processo de trabalho da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica e verificaccedilatildeo de documentos na UBS
Moacutedulo III - Entrevista com o usuaacuterio na Unidade Baacutesica de Sauacutede sobre satisfaccedilatildeo
e condiccedilotildees de acesso e utilizaccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede
Moacutedulo IV ndash Entrevista com profissionais que compotildeem o Nuacutecleo de Apoio agrave
Sauacutede da Famiacutelia
Moacutedulo V ndash Observaccedilatildeo da infraestrutura especificamente das equipes de sauacutede
bucal
Moacutedulo VI ndash Entrevista com o profissional de sauacutede bucal sobre o processo de
trabalho da equipe de sauacutede bucal
Nesse segundo ciclo tambeacutem existiu o moacutedulo eletrocircnico de preenchimento dos
gestores atraveacutes do Sistema de Gestatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SGDAB) complementar aos
moacutedulos I II e III Contudo natildeo se tem informaccedilotildees sobre o quantitativo de
preenchimento ou conteuacutedo desse moacutedulo
Apesar de natildeo ser o foco desse trabalho importante relatar que o Centro de
Especialidades Odontoloacutegicas (CEO) tambeacutem participou desse ciclo sendo o campo
conduzido em um processo agrave parte por outras instituiccedilotildees de ensino Havia tambeacutem uma
proposta inicial de inclusatildeo das equipes de Consultoacuterio na Rua que natildeo se efetivou
73
Quadro 6 Caracteriacutesticas dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB 2011-12 e 2013-14 Caracteriacutesticas PMAQ-AB ciclo 1 PMAQ-AB ciclo 2
Periacuteodo das 4 fases 2011 a 2012 2013 a 2014
Periacuteodo da coleta de dados Junho a novembro de 2012 Novembro de 2013 a abril de 2014
Instrumento de coleta de dados Moacutedulos I II e III Moacutedulos I II III IVV e VI
Limite para adesatildeo das equipes 50 das equipes de sauacutede da
famiacutelia de cada municiacutepio Sem limites
Municiacutepios participantes do censo 5543 municiacutepios Natildeo houve censo
UBS participantes do censo 38812 UBS Natildeo houve censo
Municiacutepios com equipes
contratualizadas 3935 municiacutepios (713) 5211 municiacutepios (935)
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica
contratualizadas
- total 17482 equipes (541) 30562 equipes (945)
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com
sauacutede bucal
12075 19948
Equipes de NASF contratualizadas NASF natildeo participante 1813 NASF
UBS com equipes certificadas 13973 UBS 24055 UBS
Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica
certificadas 17202 equipes 29808 equipes
Nuacutemero de usuaacuterios entrevistados 65391 usuaacuterios 114615 usuaacuterios
Avaliadores externos 900 2000
Investimento com gastos da
avaliaccedilatildeo externa e com o
pagamento de PAB variaacutevel por
desempenho (R$)
770 milhotildees ~ 42 bilhotildees
Fonte Ministeacuterio da SauacutedeDepartamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBanco de dados ciclo 1 Portaria de
homologaccedilatildeo da adesatildeo ciclo 2 relatoacuterio descritivo ciclo 2 2015
Nuacutemero de equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica existentes no Brasil 32337 (Outubro2011)
Contratualizaccedilatildeo significa as equipes que fizeram adesatildeo ao PMAQ-AB sendo esse nuacutemero reduzido na
certificaccedilatildeo (somente equipes classificadas)
Esse nuacutemero de equipes estaacute incluiacutedo no total de Equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica contratualizadas 17482
equipes (ciclo 1) e 30562 equipes (ciclo 2)
Outra particularidade do ciclo 2 se refere agrave fonte de informaccedilatildeo para anaacutelise dos
indicadores (monitoramento e desempenho) No ciclo 1 as informaccedilotildees eram extraiacutedas da
base de dados do SIAB enquanto no ciclo 2 puderam ser extraiacutedas tanto do SIAB quanto
do e-SUS3 a depender do sistema de informaccedilatildeo que as equipes do municiacutepio estivessem
utilizando As competecircncias avaliadas no 2ordm ciclo foram julho agosto e setembro de 2013
(Brasil 2015)
Os 24 indicadores desempenho pactuados pelas trecircs esferas de governo foram
mantidos em relaccedilatildeo ao ciclo 1 nas 6 aacutereas estrateacutegicas para as equipes que utilizaram o
SIAB assim como os indicadores de monitoramento Jaacute no caso das equipes que
3 O SISAB (e-SUS AB) eacute o novo sistema de informaccedilatildeo da AB considerado como um avanccedilo nos registros
da Atenccedilatildeo Baacutesica visto que individualiza o registro eacute utilizado por todos os membros das equipes de
atenccedilatildeo baacutesica e possibilita a obtenccedilatildeo dos dados produzidos atraveacutes da geraccedilatildeo de relatoacuterios gerenciais e
operacionais configurando-se como uma potente ferramenta de reflexatildeo e transformaccedilatildeo do processo de
trabalho (Brasil 2015)
74
utilizaram o e-SUS ABSISAB foram considerados 08 indicadores de desempenho
vinculados ao processo de certificaccedilatildeo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (Quadro 7) e 04
indicadores de desempenho para as equipes de atenccedilatildeo baacutesica com sauacutede bucal (Quadro 8)
(Brasil 2013a)
Quadro 7 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de Atenccedilatildeo Baacutesica com uso do e-SUS AB Aacuterea 1 - Sauacutede da Mulher 11 Proporccedilatildeo de gestantes cadastradas pela equipe de atenccedilatildeo baacutesica
12 Proporccedilatildeo de gestantes com o preacute-natal em dia
13 Proporccedilatildeo de gestantes acompanhadas por meio de visitas
domiciliares
Aacuterea 2 - Sauacutede da Crianccedila 22 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de quatro meses com aleitamento
exclusivo
23 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de um ano com vacina em dia
24 Proporccedilatildeo de crianccedilas menores de dois anos pesadas
Aacuterea 3 ndash Doenccedilas crocircnicas 31 Proporccedilatildeo de pessoas com diabetes cadastradas
32 Proporccedilatildeo de pessoas com hipertensatildeo cadastradas
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a
Quadro 8 Indicadores de desempenho do ciclo 2 para a composiccedilatildeo da certificaccedilatildeo
das equipes de sauacutede bucal com uso do e-SUS AB Sauacutede bucal 1 Meacutedia de accedilatildeo coletiva de escovaccedilatildeo dental supervisionada
2 Cobertura de primeira consulta odontoloacutegica programaacutetica
3 Cobertura de atendimento odontoloacutegico agrave gestante
4 Razatildeo entre tratamentos concluiacutedos e primeiras consultas odontoloacutegicas
programaacuteticas
Fonte Extraiacutedo de Brasil 2013a
No segundo ciclo a avaliaccedilatildeo de desempenho para aleacutem da comparaccedilatildeo com
equipes do mesmo estrato tambeacutem considerou o desenvolvimento da proacutepria equipe entre
uma certificaccedilatildeo e outra Ou seja para as equipes que participaram pela primeira vez o
desempenho foi calculado em comparaccedilatildeo com a meacutedia de desempenho das equipes do
estrato a que o municiacutepio pertence (100) Jaacute as equipes que participaram do ciclo 1 parte
da nota foi calculada por comparaccedilatildeo do desempenho da equipe com o estrato (85) e
outra parte por meio do desempenho da proacutepria equipe comparando o 1ordm e 2ordm ciclo (15)
Os resultados do processo de certificaccedilatildeo foram mantidos equipes desclassificadas
equipes com desempenho insatisfatoacuterio equipes com desempenho mediano ou abaixo da
meacutediaregular equipes com desempenho acima da meacutediabom e equipes com desempenho
muito acima da meacutediaoacutetimo O resultado do desempenho das equipes do ciclo 2 estaacute
expresso no graacutefico 2
75
Graacutefico 2 Classificaccedilatildeo das equipes de adesatildeo ao PMAQ-AB por desempenho ciclos
1 e 2 Brasil 2014
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de relatoacuterio descritivo PMAQ-AB 2015 DABMS
No 1ordm ciclo o desempenho no processo autoavaliativo das equipes de sauacutede bucal foi igual ao da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica No 2ordm ciclo o desempenho nesse componente da Certificaccedilatildeo foi calculado considerando cada
equipe separadamente (sauacutede bucal e atenccedilatildeo baacutesica)
33 LIMITACcedilOtildeES DO PMAQ-AB
Entre 2013 e 2015 uma primeira gama de estudos com foco no PMAQ-AB
comeccedilam a ser desenvolvidos e divulgados Parte deles sinaliza para o avanccedilo do PMAQ-
AB enquanto uma praacutetica de institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo com potencial para melhoria
nas praacuteticas em sauacutede e organizaccedilatildeo do serviccedilo (Fausto et al 2013 Carneiro et al 2014)
Aleacutem disso destaca-se a abrangecircncia nacional do estudo incluindo UBS de aacutereas urbanas
e rurais (Tomasi et al 2015)
Pinto et al (2014) idealizadores do programa consideram que o PMAQ-AB pode
ser visto como
CICLO 1
CICLO 2
Muito acima da meacutedia
176
Acima da meacutedia 439
Mediano ou abaixo da
meacutedia 348
Insatisfatoacuteria 21
Desclassificada 16
Muito acima da meacutedia
154
Acima da meacutedia 328
Mediano ou abaixo da
meacutedia 483
Insatisfatoacuteria 12
Desclassificada 23
76
a) parte importante das mudanccedilas qualitativas e quantitativas do
financiamento da AB b) estrateacutegia da PNAB de enfrentamento de
condicionantes do desenvolvimento da AB brasileira que integra accedilotildees
novas e antigas num formato inovador que aposta fundamentalmente na
produccedilatildeo local de uma dinacircmica e construccedilatildeo de pactos priorizaccedilatildeo de
problemas accedilatildeo permanente de mudanccedila c) processo de induccedilatildeo que
oferta movimentos de mudanccedila com diferentes sentidos e significados d)
instrumento de avaliaccedilatildeo e acompanhamento do grau de implantaccedilatildeo de
accedilotildees priorizadas tanto na PNAB quanto na PNS e) dispositivo que
coloca a opiniatildeo dos atores locais em especial dos usuaacuterios no centro da
cena da formulaccedilatildeo implantaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo da poliacutetica (Pinto et al
2014 369)
Fausto et al (2013) concordam em alguns aspectos quanto aos primeiros avanccedilos
proporcionados pelo PMAQ-AB no que se refere ao caraacuteter pedagoacutegico de aplicaccedilatildeo dos
instrumentos e valorizaccedilatildeo das equipes de AB ao proacuteprio movimento de adesatildeo dos
gestores o que gerou accedilotildees internas de adequaccedilatildeoorganizaccedilatildeo nos municiacutepios aos
avanccedilos na institucionalizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo como instrumento de planejamento das
poliacuteticas puacuteblicas e a ampliaccedilatildeo das transferecircncias de recursos puacuteblicos federais para a
AB ainda que insuficiente
Todavia os estudos apontam para uma gama de limitaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
metodologia e execuccedilatildeo do programa ou mesmo das opccedilotildees poliacuteticas da gestatildeo federal em
relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo ao ciclo 1 do programa Entre estas destaca-se
Resultados da avaliaccedilatildeo externa baseado em desempenho e com desdobramentos
poliacuteticos e financeiros para a gestatildeo municipal gera um interesse do gestor em
fornecer respostas para o alcance de melhores resultados (Casotti et al 2014
Fausto et al 2014 Ney et al 2015)
Adesatildeo voluntaacuteria da gestatildeo municipal vinculada a incentivos financeiros gera um
vieacutes de positividade no universo de equipes que aderiram ao programa ou seja os
resultados satildeo provavelmente melhores do que a realidade de todas as equipes do
paiacutes (Medina et al 2014 Fausto et al 2014 Ney et al 2015 Mendes et al
2014)
A ausecircncia de representatividade da amostra dos usuaacuterios (4 usuaacuterios por equipe) e
sua forma de seleccedilatildeo (natildeo padronizada) sugere possiacuteveis vieses na seleccedilatildeo dos
usuaacuterios visto que a amostra era por conveniecircncia ndash usuaacuterios que estavam na UBS
no momento da avaliaccedilatildeo externa e tinham experiecircncia anterior de uso Isso pode
ter superestimado os resultados agrave medida que a tendecircncia satildeo usuaacuterios
selecionados com avaliaccedilotildees mais positivas sobre as equipes (Fausto et al 2014)
77
A certificaccedilatildeo das equipes utiliza como marcador de qualidade indicadores de
estrutura em detrimento de indicadores de processo e resultado (Fonseca Sobrinho
et al 2014)
Os indicadores de monitoramento selecionados pelo Programa podem natildeo
privilegiar as necessidades locais de sauacutede da populaccedilatildeo e natildeo englobar as
competecircncias teacutecnicas dos profissionais podendo natildeo ser um representativo de
melhoria de qualidade (Ney et al 2015)
O limite explicativo a partir de dados exclusivamente quantitativos em face da
complexidade e variabilidade das modelagens assistenciais no paiacutes (Casotti et al
2014)
Ainda que cada instituiccedilatildeo de ensino tenha produzido capacitaccedilotildees nos
procedimentos de coleta de dados para os estados de sua responsabilidade e
protocolos com a equipe de entrevistadores e supervisores natildeo houve padronizaccedilatildeo
sistemaacutetica de treinamento ou controle do trabalho de campo entre as instituiccedilotildees
de ensino participantes da fase 3 Logo questiona-se a confiabilidade da coleta dos
dados (Medina et al 2014)
A experiecircncia pregressa da avaliaccedilatildeo associada ao imaginaacuterio das gestotildees
municipais como accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e puniccedilatildeo o que gerou uma seacuterie de tensotildees
nos diferentes atores envolvidos (Fausto et al 2013)
A realizaccedilatildeo da coleta de dados do ciclo 1 durante as eleiccedilotildees municipais gerou
conflito de interesses entre o objetivo da avaliaccedilatildeo em ldquoretratarrdquo a situaccedilatildeo da AB
no municiacutepio e as campanhas eleitorais De acordo com o contexto eleitoral
intensificava-se ou mascarava-se o apontamento de fragilidades do AB nos
municiacutepios (Fausto et al 2013)
O iniacutecio do ciclo 2 em pouco tempo de intervalo em relaccedilatildeo ao ciclo 1 ou seja
antes que pudessem ser desenvolvidas estrateacutegias de melhoria do acesso e
qualidade (Mota e David 2015)
A divulgaccedilatildeo dos resultados da avaliaccedilatildeo de desempenho de forma pouco clara sem
indicar pontos especiacuteficos de aperfeiccediloamento assim como quais estrateacutegias de
intervenccedilatildeo deveriam ser formuladas para essas melhorias (Fausto et al 2013)
Satildeo necessaacuterios estudos envolvendo o segundo ciclo do Programa a fim de
verificar a manutenccedilatildeo das limitaccedilotildees apontadas no ciclo 1 ou possiacuteveis melhorias Uma
limitaccedilatildeo importante que se supotildee ter sido resolvida no ciclo 2 se refere ao vieacutes de
78
positividade em relaccedilatildeo agrave adesatildeo das equipes Como no segundo ciclo natildeo houve limite de
adesatildeo das equipes e nacionalmente participaram mais de 90 das equipes de AB
entende-se que as respostas foram mais abrangentes e representativas da praacutetica em sauacutede
na APS Outros pontos de melhoria no ciclo 2 foram o periacuteodo de coleta de dados que natildeo
coincidiu com eleiccedilotildees municipais e aparentemente uma melhor compreensatildeo das equipes
sobre a funccedilatildeo do processo avaliativo
79
4 METODOLOGIA
Esta dissertaccedilatildeo consiste em um estudo descritivo transversal de natureza
quantitativa baseado em dados secundaacuterios dos ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB O banco de
dados do ciclo 1 estaacute disponibilizado no site do DABMinisteacuterio da Sauacutede e o banco de
dados do ciclo 2 foi fornecido pelo DABMinisteacuterio da Sauacutede agraves instituiccedilotildees de ensino
participantes da avaliaccedilatildeo externa do Programa em 2015 e posteriormente seraacute tambeacutem
publicizado
Trata-se de uma pesquisa avaliativa de anaacutelise de efeitos da intervenccedilatildeo uma vez
que se busca compreender se na praacutetica das equipes satildeo efetivados os atributos da APS
partindo da premissa que esses atributos trazem benefiacutecios agrave sauacutede da populaccedilatildeo e indicam
uma APS de qualidade (Champagne et al 2011) Essa anaacutelise tem uma relaccedilatildeo direta com
as dimensotildees da qualidade efetividade (agrave medida que se avalia na rotina das equipes a
presenccedila dos atributos como efeito desejado) e acesso (analisando a organizaccedilatildeo das
equipes de atenccedilatildeo baacutesica para favorecer ou dificultar agrave utilizaccedilatildeo dos serviccedilos)
41 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 1 POR ATRIBUTO DA
APS
Embora os instrumentos utilizados para a coleta de dados da avaliaccedilatildeo externa do
PMAQ-AB natildeo estejam organizados a partir dos atributos definidos por Starfield (2002)
para a qualificaccedilatildeo da APS este trabalho busca estabelecer uma correspondecircncia entre
questotildees selecionadas do PMAQ-AB e os atributos essenciais e derivativos descritos pela
autora
Para a seleccedilatildeo das variaacuteveis do PMAQ-AB realizou-se uma busca inicial nos
instrumentos do Programa das variaacuteveis correspondentes aos componentes envolvidos
com cada atributo Buscou-se examinar a efetivaccedilatildeo de cada atributo da APS de acordo
com as respostas dos profissionais e dos usuaacuterios Quando possiacutevel a escolha relacionou a
experiecircncia de uso dos usuaacuterios com a percepccedilatildeo dos profissionais respondentes das
equipes de AB sendo selecionadas variaacuteveis similaresequivalentes respondidas por cada
ator
Apoacutes essa primeira seleccedilatildeo a equipe de pesquisadores Regiotildees e Redes ndash
Dimensatildeo APS ndash analisou esse conjunto de variaacuteveis e realizou uma segunda seleccedilatildeo com
reduccedilatildeo do nuacutemero de variaacuteveis Foram analisadas a pertinecircncia de acordo com a
concepccedilatildeo de cada atributo e uma tabulaccedilatildeo preliminar do banco de dados do ciclo 1
identificando-se a disponibilidade e a qualidade dos dados das variaacuteveis preacute-selecionadas
80
do questionaacuterio Entende-se variaacutevel aqui por cada resposta do instrumento utilizada ou
seja uma mesma pergunta do instrumento pode gerar uma ou mais variaacuteveis
O instrumento do ciclo 1 eacute composto por 1064 variaacuteveis distribuiacutedas em trecircs
moacutedulos Foram selecionadas variaacuteveis do moacutedulo I (observaccedilatildeo de infraestrutura)
moacutedulo II (entrevista com profissionais) e moacutedulo III (entrevista com usuaacuterios) O nuacutemero
de variaacuteveis selecionadas por moacutedulo eacute apresentado no Quadro 9
Quadro 9 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 1 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas
Moacutedulo I 450 8
Moacutedulo II 387 93
Moacutedulo III 277 44
TOTAL 1064 145
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 1 PMAQ-AB Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Os atributos essenciais e derivativos da APS a partir da revisatildeo de literatura e
anaacutelise de metodologias que avaliam esses atributos foram operacionalizados em
componentes considerando-se tambeacutem a disponibilidade das variaacuteveis do instrumento
PMAQ-AB compondo uma matriz de anaacutelise apresentada no Quadro 10
Quadro 10 Atributos da APS e componentes definidos para anaacutelise dos dados do
PMAQ-AB
Atributos Componentes
Primeiro contato Horaacuterios de funcionamento
Acolhimento
Agendamento da consulta na AB
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
Longitudinalidade Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
Abrangecircncia ou
Integralidade
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
Resolutividade da AB
Coordenaccedilatildeo Continuidade informacional
Ordenamento de fluxos assistenciais
Acesso a consultasexames especializados
Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo
especializada
Orientaccedilatildeo para a
comunidade Territorializaccedilatildeo
Intersetorialidade
Participaccedilatildeo social
Centralidade na famiacutelia Abordagem familiar
Competecircncia cultural Abordagem cultural Fonte Baseado em Harzheim et al 2006 Almeida 2010 Fausto et al 2014 Cunha e Giovanella 2011
Silva et al 2014
81
Para o atributo de primeiro contato ou seja a APS como serviccedilo de procura
regular e porta de entrada preferencial do sistema de sauacutede os componentes selecionados
foram ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento da consulta na ABrdquo e
ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo Entende-se que as variaacuteveis selecionadas para
cada um desses componentes que mesclaram condiccedilotildees de infraestrutura percepccedilatildeo dos
profissionais e dos usuaacuterios permitem verificar se as condiccedilotildees de funcionamento e a
organizaccedilatildeo do processo de trabalho das equipes favorecem o acesso dos usuaacuterios para a
UBS se constituir como o serviccedilo de primeiro contato Ademais ao se incluir o papel da
APS no atendimento agraves pequenas urgecircncias entende-se que sua disponibilidade favorece
que os usuaacuterios privilegiem a UBS como porta de entrada preferencial A funccedilatildeo de filtro
outro possiacutevel componente do atributo lsquoprimeiro contatorsquo seraacute avaliada em conjunto com o
atributo da coordenaccedilatildeo nos componentes comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos AB e AE e
no acesso a serviccedilos especializados
Quadro 11 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoPrimeiro
Contatordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Horaacuterios de funcionamento
I71 Quantos turnos de
funcionamento esta UBS
oferece agrave populaccedilatildeo
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas
necessidades
I73 Esta UBS funciona
quantos dias na semana
III52 O que o senhor acha da
distacircncia da sua casa ateacute esta UBS
I74 Qual a carga horaacuteria
diaacuteria de funcionamento da
UBS
I76 Esta UBS oferece
atendimento agrave populaccedilatildeo nos
fins de semana
Acolhimento
II151 Estaacute implantado o
acolhimento da UBS
II154 Todos os usuaacuterios que
chegam agrave UBS espontaneamente
buscando atendimento tem suas
necessidades escutadas e
avaliadas
III71 Na maioria das vezes que o
Senhor vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
II159 Os profissionais da equipe
que fazem o acolhimento foram
capacitados para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco dos
usuaacuterios
III74 O que o senhor acha sobre a
forma como eacute acolhidorecebido ao
procurar o serviccedilo
Agendamento da consulta na AB
II15141 Existe documento que
comprove que caso o usuaacuterio
tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento
para outro dia haacute reserva de
vagas para atendimento no
82
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
mesmo dia
II1517 Nas situaccedilotildees em que
natildeo seja o caso de agendar no dia
e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de
algum grupo que possui
atendimento programado na UBS
ele consegue sair com a consulta
marcada
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
III61 Na maioria das vezes como o
senhor faz para marcar consulta na
UBS
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
II158 A equipe realiza
atendimento de urgecircncia e
emergecircncia nesta UBS
III78 Onde o senhor procurou
atendimento (em relaccedilatildeo a urgecircncia)
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
No caso da longitudinalidade entendida como a responsabilidade da equipe pelo
cuidado ao usuaacuterio ao longo da vida optou-se pelos componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo
profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo que tem
relaccedilatildeo direta com o acompanhamento ao longo do tempo com o viacutenculo e retoma a
proposta de serviccedilo de procura regular As variaacuteveis selecionadas deste atributo focaram na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto ao atendimento pelo mesmo profissional ao longo do
tempo o conhecimento dos profissionais sobre a histoacuteria do paciente bem como a
possibilidade de contato com esse profissional
Quadro 12 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoLongitudinalidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
II35 Quanto tempo o senhor
atua nesta equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo
mesmo meacutedico
II325 Nas visitas domiciliares
dos ACS eacute realizada a busca
ativa no territoacuterio
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido pelo
mesmo enfermeiro
II913 Os profissionais lembram-se do que
aconteceu nas uacuteltimas consultas do senhor
III916 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo vem a
consulta nesta UBS os profissionais procuram o
senhor para saber o que aconteceu e retomar o
atendimento
III145 Depois que a crianccedila nasceu a equipe
fez uma consulta ateacute sete dias de vida
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
III510 Se o senhor quiser pode escolher a
equipe que lhe atende
83
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
III91 Durante o atendimento nesta UBS o
meacutedico deixa tempo suficiente para o senhor
falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas
III93 Durante o atendimento nesta UBS o
enfermeiro deixa tempo suficiente para o senhor
falar sobre as suas preocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando o senhor precisa tirar duvidas
apoacutes as consultas tem facilidade para falar com
os profissionais que lhe atenderam
III918 O senhor se sente agrave vontade para falar
com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees
problemas sociais familiares ou outras
questotildees
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Para o atributo da abrangecircnciaintegralidade que consiste na oferta de serviccedilos
preventivos e curativos para todas as faixas etaacuterias de acordo com as necessidades da
populaccedilatildeo adscrita foram selecionados os componentes ldquoserviccedilos realizadosescopo de
accedilotildeesrdquo e resolutividade da ABrdquo As variaacuteveis selecionadas enfatizaram a percepccedilatildeo dos
profissionais e usuaacuterios em relaccedilatildeo a que serviccedilos satildeo oferecidos (consultas exames
medicamentos vacinas) e para tal escolheu-se alguns marcadores como hipertensatildeo
diabetes e preacute-natal E tambeacutem em que medida a equipe de atenccedilatildeo baacutesica se
organizacapacitarecebe apoio para resolver a maior parte das necessidades na proacutepria
UBS
Quadro 13 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoAbrangecircnciaIntegralidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
I78 Quais serviccedilos estatildeo
disponiacuteveis aos usuaacuterios
durante os dias e horaacuterios de
funcionamento da UBS
II166 A equipe programa
consultas e accedilotildees para usuaacuterios que
faccedilam parte de programas ou
grupos prioritaacuterios e necessitam de
cuidado continuado
III1416 Em que local foram
feitas a maioria das vacinas da
crianccedila
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
III153 Onde o senhor fez a
maioria das consultas por causa
da pressatildeo alta nos uacuteltimos seis
meses
II176 Quais os exames solicitados
para DM
III163 Onde o senhor fez a
maioria das consultas por causa
da diabetes nos uacuteltimos seis
meses
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de
50 a 69 anos
III106 A senhora faz o exame
preventivo do cacircncer de colo de
uacutetero nesta UBS
II1710 Quais os exames
solicitados para o preacute-natal
III116 Em que local a senhora
fez a maioria das consultas de
preacute-natal
II203 A equipe realiza coleta de
84
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
material para exames de
laboratoacuterio
II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza procedimentos pequenas
cirurgias na UBS
II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza os seguintes
procedimentospequenas cirurgias
na UBS
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidados no domiciacutelio
Resolutividade
I35 Quantidade de
profissionais da equipe
miacutenima existente na UBS
II122 Quem realiza apoio agrave
equipe de atenccedilatildeo baacutesica para
resoluccedilatildeo de casos considerados
complexos
III81 Quando o senhor eacute
atendido nessa UBS o senhor
acha que a equipe busca resolver
suas necessidadesproblemas na
proacutepria UBS
II123 Equipes NASF que
recebem apoio de
III181 Quando o senhor procura
atendimento nesta UBS falta de
material ou equipamento costuma
prejudicar seu atendimento
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
III922 O senhor encontra
facilidade para saber dos
resultados dos seus exames que
chegam nesta unidade de sauacutede
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da
equipe
III75 As orientaccedilotildees que os
profissionais datildeo para o senhor na
UBS atendem suas necessidades
II201 A equipe possuirecebe
medicamentos da farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender a sua
populaccedilatildeo
III 182 Quando o profissional
receita um remeacutedio a medicaccedilatildeo
estaacute disponiacutevel na UBS
II205 A equipe realiza todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo da coordenaccedilatildeo do cuidado pode ser definido como a capacidade de
articulaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e a disponibilidade de
informaccedilotildees para atendimento das necessidades de sauacutede independente do local onde
sejam prestados Aqui se expressa a funccedilatildeo de filtro (gatekeeper) da APS Foram
identificados como componentes a ldquocontinuidade informacionalrdquo o ldquoordenamento dos
fluxos assistenciaisrdquo o ldquoacesso agraves consultasexames especializadosrdquo e a ldquocomunicaccedilatildeo
direta entre serviccedilos de AB e AErdquo As variaacuteveis selecionadas desses componentes
contemplaram a percepccedilatildeo dos profissionais e usuaacuterios principalmente quanto agrave
comunicaccedilatildeo da rede de serviccedilos (informaccedilotildees disponiacuteveis prontuaacuterios referecircncias fluxos
de comunicaccedilatildeo) o acesso do usuaacuterio a essa rede e a capacidade das equipes de AB
85
organizarem-se para oferecer um cuidado de qualidade ao usuaacuterio seja esse cuidado
efetuado diretamente na AB seja em outro serviccedilo (exercendo a funccedilatildeo de filtro)
Quadro 14 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCoordenaccedilatildeordquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Continuidade Informacional
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas
de encaminhamento dos usuaacuterios para
demais pontos de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros
pontos de atenccedilatildeo
II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com HAS com
maior riscogravidade
II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com DM com
maior riscogravidade
II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro
do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui registro
do nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
Ordenamento de fluxos assistenciais
II173 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades para
encaminhamento
III1120 Na consulta de preacute-
natal a senhora jaacute saia com a
proacutexima consulta marcada
II174 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
III1122 A senhora foi
orientada sobre o lugar
(maternidade) que faria o parto
II184 A equipe possui documentos
contendo as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo municipal para os
atendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio
da equipe
II185 Quais as referecircncias e fluxos
definidos
Acesso a consultasexames especializados
II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo
disponiacuteveis
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para
uma consulta especializada quais formas
possiacuteveis
III919 Quando o senhor
precisa os profissionais da
equipe conseguem marcar uma
consulta com outros
profissionais ou especialistas
II256 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
III920 Quando o senhor eacute
atendido na UBS e necessita ser
encaminhado para outros
profissionais ou especialistas o
86
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
que acontece
II266 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com DM
Comunicaccedilatildeo Direta entre serviccedilos de AB e AE
II186 Os profissionais da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com
especialistas
III921 Depois que o senhor foi
atendido por outros
profissionais fora da UBS a
equipe conversou com o senhor
sobre este atendimento
II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi
contatada por especialistas
II188 A UBS possui fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II189 Qual fluxo institucional de
comunicaccedilatildeo
II1811 Haacute uma lista de contato na UBS
com os especialistas da rede SUS
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
1
A orientaccedilatildeo para a comunidade estaacute diretamente relacionada ao conhecimento
das necessidades e dos problemas de sauacutede da populaccedilatildeo pela equipe de sauacutede com foco
no territoacuterio e na populaccedilatildeo Para tal os componentes selecionados foram
ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo As variaacuteveis selecionadas
para cada um desses componentes consideraram principalmente a perspectiva dos
profissionais uma vez que focou na organizaccedilatildeo do serviccedilo quanto agrave responsabilidade e
accedilotildees desenvolvidas no territoacuterio agraves accedilotildees desenvolvidas em contato com demais
equipamentos desse territoacuterio e quanto a valorizaccedilatildeo e os espaccedilos existentes de
participaccedilatildeo do usuaacuterio no serviccedilo Os questionaacuterios de usuaacuterios pouco abordam questotildees
especiacuteficas relacionadas agrave accedilatildeo comunitaacuteria das equipes
Quadro 15 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de ldquoOrientaccedilatildeo
para a comunidaderdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Territorializaccedilatildeo
I35 Quantidade de
profissionais da equipe
miacutenima de cada equipe
existente na UBS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
III88 Na opiniatildeo do senhor
durante as consultas os
profissionais desta equipe
sugerem soluccedilotildees adequadas a sua
realidade II137 Existe populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do
territoacuterio da equipe
II131 Qual o nuacutemero de pessoas
de responsabilidade da equipe
II132 A gestatildeo considerou
criteacuterios de risco e vulnerabilidade
para a definiccedilatildeo da quantidade de
pessoas sob responsabilidade da
87
Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
equipe
II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia
II136 Quando foi realizado o
uacuteltimo mapeamento da aacuterea de
abrangecircncia da equipe
II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de
sauacutede
II92 Foi realizado processo de
levantamento de problemas
II94 Foi estabelecido um plano de
accedilatildeo
Intersetorialidade
II114 A equipe planejaprograma
suas atividades considerando
II135 O mapa apresentado pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem
quais itens
II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza busca ativa de famiacutelias
elegiacuteveis para cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
II3331 A equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica comprova existecircncia de
mapa de acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no Bolsa
Famiacutelia
II3821 A equipe de Atenccedilatildeo
Baacutesica comprova registro de
atividades na escola
II314 Os ACS fazem accedilotildees
educativas sobre a qualidade da
aacutegua de cisternas
Participaccedilatildeo social
II355 Haacute conselho local de sauacutede
ou instancia colegiada equivalente
II341 A equipe dispotildee de canais
de comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees eou
sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica
III191 Quando o senhor quer
fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na Unidade de Sauacutede o senhor
consegue
II351 A equipe realiza pesquisa
de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
III192 Quando o senhor fez
alguma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
teve retorno
II354 A equipe considera a
opiniatildeo do usuaacuterio para a
reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do
processo de trabalho
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo centralidade na famiacutelia considera o contexto e a dinacircmica familiar para
avaliaccedilatildeo da condiccedilatildeo de sauacutede e resposta agraves necessidades de sauacutede Dadas as
88
caracteriacutesticas do instrumento de avaliaccedilatildeo externa do PMAQ-AB poucas variaacuteveis
puderam ser selecionadas nessa perspectiva e envolveram principalmente o cuidado no
domiciacutelio e a visita domiciliar
Quadro 16 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCentralidade na famiacuteliardquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Abordagem familiar
II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de
AB satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
III912 Os profissionais desta
unidade costumam perguntar por
seus familiares
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
III924 Outros profissionais da
equipe de sauacutede visitam a casa do
senhor
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
III923 O seu agente comunitaacuterio
de sauacutede visita o senhor na sua
casa
II3211 A equipe registra as consultas
ou atendimentos realizados no
domiciacutelio
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
O atributo competecircncia cultural trata do reconhecimento das necessidades e
representaccedilotildees diferenciadas entre os grupos populacionais nos processos sauacutede-doenccedila e a
capacidade de comunicaccedilatildeo entre profissionais e usuaacuterios A abordagem cultural buscou
abarcar variaacuteveis sobre a consideraccedilatildeo de haacutebitos culturais etnias e costumes do territoacuterio
Todavia a carecircncia de variaacuteveis nos instrumentos PMAQ-AB acabou por concentrar
perguntas sobre as praacuteticas integrativas e populaccedilotildees rurais
Quadro 17 Variaacuteveis do PMAQ-AB relacionadas ao atributo da APS de
ldquoCompetecircncia culturalrdquo Moacutedulo I Moacutedulo II Moacutedulo III
Abordagem cultural
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
III76 O senhor se sente
respeitado pelos profissionais
em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes sua
religiatildeo
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
Fonte Adaptado de instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
89
42 CONSTRUCcedilAtildeO DE INDICADORES
Apoacutes a seleccedilatildeo das variaacuteveis do ciclo 1 PMAQ-AB por atributo e componente a
proacutexima etapa foi a criaccedilatildeo de indicadores a partir das perguntas selecionadas e suas
respectivas respostas As respostas escolhidas denominadas ldquopadratildeo de referecircnciardquo
consideraram a resposta correspondente ao melhor padratildeo de qualidade Ou seja para cada
um dos atributos buscou-se na perspectiva dos profissionais e dos usuaacuterios que respostas
estariam relacionadas agrave maior qualidade e efetivaccedilatildeo de cada atributo na praacutetica das
equipes da APS No anexo 1 satildeo apresentados o conjunto de variaacuteveis as respostas
escolhidas como padratildeo de referecircncia e a transformaccedilatildeo das variaacuteveis em respectivos
indicadores para cada atributo e seus componentes
43 TIPOLOGIA DAS REGIOtildeES DE SAUacuteDE
O recorte por regiotildees de sauacutede seguiu a tipologia previamente construiacuteda pela
pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no
Brasilrdquo A metodologia de construccedilatildeo da tipologia considerou trecircs grandes temas o
contexto socioeconocircmico com informaccedilotildees sobre renda produto interno bruto (PIB)
perfil da divisatildeo econocircmica da regiatildeo ou municiacutepio (induacutestria serviccedilos e agropecuaacuteria) o
contexto demograacutefico com taxas de crescimento densidade demograacutefica e outros dados
que podem influenciar a demanda por serviccedilos de sauacutede e o contexto da sauacutede com
informaccedilotildees gerais sobre as condiccedilotildees de sauacutede da populaccedilatildeo como doenccedilas
infectocontagiosas mortalidade infantil e serviccedilos (capacidade instalada
estabelecimentos produccedilatildeo ambulatorial e hospitalar modelo de organizaccedilatildeo do SUS etc)
(Viana 2014)
Como unidades de anaacutelise foram consideradas as 436 regiotildees de sauacutede o que
engloba os 5565 municiacutepios do Brasil Para a construccedilatildeo dessa tipologia a pesquisa
Regiotildees e Redes utilizou as seguintes fontes de dados Censo Demograacutefico 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE os Bancos de Dados do Sistema
Uacutenico de Sauacutede disponiacuteveis no Datasus a Relaccedilatildeo Anual de Informaccedilotildees Sociais - RAIS
do Ministeacuterio do Trabalho e o Sistema de Contas Regionais ndash IBGE
Para a tipologia das regiotildees de sauacutede4 foram considerados dois fatores Situaccedilatildeo
Socioeconocircmica e Oferta e Complexidade dos Serviccedilos de Sauacutede a partir de variaacuteveis
especiacuteficas conforme Quadro 18
4 A metodologia completa da elaboraccedilatildeo da tipologia dos grupos de regiotildees de sauacutede elaborado pela Pesquisa
Regiotildees e Redes estaacute disponiacutevel em httpwwwresbrnetbrindicadoresview
90
Quadro 18 Variaacuteveis e fontes utilizadas na construccedilatildeo da tipologia de regiotildees de
sauacutede segundo pesquisa Regiotildees e Redes Fatores Variaacuteveis Ano Fonte
Situaccedilatildeo
econocircmica
Renda domiciliar per capita (em reais)
PIB per capita (Em R$100000)
de pessoas de 10 anos e mais com pelo
menos o ensino fundamental
de pessoas com 10 anos e mais com pelo
menos ensino meacutedio
Densidade populacional
2010
2011
2010
2010
2010
Censo 2010 ndash IBGE
Contas regionais ndash IBGE
Censo 2010 ndash IBGE
Censo 2010 ndash IBGE
Elaboraccedilatildeo dos autores
Oferta e
complexidade
dos serviccedilos de
sauacutede
de leitos por 1000 habitantes
de meacutedicos por 1000 habitantes
de beneficiaacuterios de plano de sauacutede
(inclusive odontoloacutegico)
de internaccedilotildees de alta complexidade no
SUS no total de internaccedilotildees
2013
2013
2013
2013
CNES
CNES
ANS
SIH
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
Os fatores das regiotildees de sauacutede foram classificados em trecircs categorias baixa meacutedia
e alta tanto no que se refere ao desenvolvimento socioeconocircmico quanto agrave oferta de
serviccedilos O cruzamento dos fatores com as categorias gerou cinco grupos (Quadro 19)
Grupo 1 ou Reg1 ndash baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos inclui 175 regiotildees 2159 municiacutepios e 236 da populaccedilatildeo do Brasil em
2013
Grupo 2 ou Reg2 ndash meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos inclui 53 regiotildees 590 municiacutepios e 73 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010
Grupo 3 ou Reg3 ndash meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de
serviccedilos inclui 123 regiotildees 1803 municiacutepios e 201 da populaccedilatildeo do Brasil em
2010
Grupo 4 ou Reg4 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de
serviccedilos inclui 35 regiotildees 388 municiacutepios e 129 da populaccedilatildeo do Brasil em
2010
Grupo 5 ou Reg5 ndash alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos
inclui 50 regiotildees 630 municiacutepios e 405 da populaccedilatildeo do Brasil em 2010
91
Quadro 19 Caracteriacutesticas principais das modalidades de Regiotildees de Sauacutede da
pesquisa Regiotildees e Redes
Caracteriacutesticas
Reg 1
Baixo
desenv
socioecon
e baixa
oferta de
serviccedilos
Reg 2
Meacutedio alto
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 3
Meacutedio
desenv
socioecon
e meacutedia
oferta de
serviccedilos
Reg 4
Alto
desenv
socioecon
e meacutedia
oferta de
serviccedilos
Reg 5
Alto
desenv
socioecon
e alta
oferta de
serviccedilos
Nuacutemero de regiotildees de
sauacutede
175 53 123 35 50
no total de regiotildees 401 122 282 80 115
Nuacutemero de municiacutepios 2159 590 1803 388 630
no total de municiacutepios 388 106 324 70 113
Populaccedilatildeo (projeccedilatildeo
2013)
45466120 14063158 38722577 24786600 77994259
no total da populaccedilatildeo 236 73 201 129 405
Meacutedia de municiacutepios por
Regiatildeo
12 11 15 11 13
Meacutedia da populaccedilatildeo por
municiacutepio
21059 23836 21477 63883 123800
Beneficiaacuterios de plano de
sauacutede na populaccedilatildeo ()
57 147 246 403 597
Meacutedicos por mil
habitantes
057 085 133 149 254
Meacutedicos SUS no total de
meacutedicos ()
923 867 835 779 711
Leitos por mil habitantes 17 17 25 19 26
Leitos SUS no total de
leitos ()
893 769 736 691 627
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
A Figura 1 apresenta um mapa com a representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo das
regiotildees de sauacutede do Brasil de acordo com a tipologia da pesquisa Regiotildees e Redes (Viana
2014) em que se percebe uma concentraccedilatildeo
No grupo 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos)
regiotildees de sauacutede predominantemente localizadas nas macrorregiotildees Norte e
Nordeste
No grupo 2 (meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos) regiotildees de sauacutede localizadas nas macrorregiotildees Norte Centro-Oeste e
parte do Sudeste (Norte de Minas e Vale do Ribeira em Satildeo Paulo)
Nos grupos 3 (meacutedio desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos)
grupo 4 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e meacutedia oferta de serviccedilos) e grupo
5 (alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) regiotildees de sauacutede
localizadas predominantemente nas macrorregiotildees Sudeste e Sul
92
Figura 1 Distribuiccedilatildeo das regiotildees de sauacutede do Brasil segundo tipologia de CIR
Fonte Extraiacutedo de banco de indicadores da pesquisa ldquoPoliacutetica Planejamento e Gestatildeo das Regiotildees e Redes
de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Brasilrdquo (Viana 2014)
A efetivaccedilatildeo dos atributos da APS foi analisada para o paiacutes como um todo e por
grupos de regiotildees de sauacutede segundo Tipologia da Pesquisa Regiotildees e Redes Uma etapa
deste trabalho portanto foi cruzar as variaacuteveis do PMAQ-AB de cada atributo com os 5
grupos de regiotildees de sauacutede a fim de identificar a efetividade da APS em cada grupo
socioeconocircmico e de oferta de serviccedilos
A Tabela 1 relaciona as adesotildees das equipes ao PMAQ-AB no 1ordm ciclo com cada
grupo da tipologia de regiotildees de sauacutede Observa-se uma concentraccedilatildeo de equipes de
atenccedilatildeo baacutesica que aderiram ao PMAQ-AB nas Reg 1 (regiotildees com baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) e nas Reg 5 (regiotildees com alto desenvolvimento
93
socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos) cada grupo abrangendo cerca de 30 das
equipes de adesatildeo Todavia em todos os tipos de regiotildees de sauacutede haacute adesatildeo de um
nuacutemero consideraacutevel de equipes (mais de 1000 equipes em cada grupo de regiatildeo de sauacutede)
o que permite a anaacutelise da efetivaccedilatildeo dos atributos por agrupamento de regiotildees de sauacutede
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo das equipes participantes do PMAQ-AB ciclo 1 segundo
grupos de regiotildees de sauacutede
Tipos de equipes
de atenccedilatildeo
baacutesica
Grupos de Regiotildees de Sauacutede segundo condiccedilotildees socioeconocircmicas e de oferta de
serviccedilos
Reg 1
Baixo
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 2
Meacutedio alto
desenv
socioecon e
baixa oferta
de serviccedilos
Reg 3
Meacutedio
desenv
socioecon e
meacutediaalta
oferta de
serviccedilos
Reg 4
Alto desenv
socioecon e
meacutedia oferta
de serviccedilos
Reg 5
Alto desenv
socioecon e
alta oferta
de serviccedilos
Total
n n n n n n
Equipe de Sauacutede
da Famiacutelia ndash
com sauacutede bucal
4331 359 937 78 3027 251 889 74 2891 239 12075 1000
Equipe de Sauacutede
da Famiacutelia ndash sem
sauacutede bucal
813 178 304 67 913 200 488 107 2050 449 4568 1000
Equipe de
atenccedilatildeo baacutesica
(parametrizada)
ndash com sauacutede
bucal
136 415 32 98 55 168 21 64 84 256 328 1000
Equipe de
atenccedilatildeo baacutesica
(parametrizada)
ndash sem sauacutede
bucal
23 185 9 73 13 105 16 129 63 508 124 1000
Outro(s) 11 122 3 33 5 56 4 44 67 744 90 1000
Natildeo SabeNatildeo
Respondeu 6 353 2 118 5 294 1 59 3 176 17 1000
Total 5320 309 1287 75 4018 234 1419 82 5158 300 17202 1000
Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de banco de dados do PMAQ ndashAB ciclo 1
44 SELECcedilAtildeO DAS VARIAacuteVEIS DO PMAQ-AB CICLO 2 POR ATRIBUTO DA
APS
As variaacuteveis do ciclo 2 foram selecionadas a partir da seleccedilatildeo do ciclo 1 no intuito
de comparar os resultados entre um ciclo e outro Ou seja foi refeita a seleccedilatildeo de variaacuteveis
e indicadores ldquopadratildeo de referecircnciardquo por atributo para comparaccedilatildeo entre os resultados dos
2 ciclos do PMAQ-AB tomando-se por base a presenccedila de variaacuteveis
correspondentessimilares nos dois ciclos Foram excluiacutedas da anaacutelise as variaacuteveis do ciclo
1 que natildeo tinham variaacutevel idecircntica ou de sentido similar no ciclo 2 Raras foram as
94
situaccedilotildees em que se acrescentou na tabulaccedilatildeo alguma variaacutevel especiacutefica do ciclo 2 nesse
caso considerada de extrema importacircncia para anaacutelise do atributo em questatildeo
Importante lembrar que tanto a estrutura como a equipe de sauacutede bucal que ficavam
concentradas nos moacutedulos I e II no ciclo 1 foram deslocadas para moacutedulos proacuteprios V e VI
no ciclo 2 e natildeo foram foco de anaacutelise nesse trabalho O mesmo ocorreu com o novo
moacutedulo IV sobre NASF que natildeo foi analisado
O instrumento do ciclo 2 eacute composto por 1197 variaacuteveis distribuiacutedas em 6 moacutedulos
(Quadro 20) Do total foram selecionadas 105 variaacuteveis com seus respectivos padratildeo de
referecircncia (melhores respostas) apresentados no anexo 2
Quadro 20 Composiccedilatildeo do instrumento PMAQ-AB Ciclo 2 por moacutedulo nuacutemero de
variaacuteveis existentes e selecionadas N de variaacuteveis do instrumento N de variaacuteveis selecionadas
Moacutedulo I 477 10
Moacutedulo II 234 59
Moacutedulo III 211 35
Moacutedulo IV 114 1
Moacutedulo V 45 -
Moacutedulo VI 116 -
TOTAL 1197 105 Fonte Elaboraccedilatildeo proacutepria a partir de instrumentos ciclo 2 PMAQ-AB Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
45 ANAacuteLISE DOS DADOS
O banco de dados disponibilizado no ciclo 1 abrange a participaccedilatildeo de 38812 UBS
17202 equipes (539) e 65391 usuaacuterios situados em 3935 municiacutepios (Fausto e Souza
Junior 2013) Importante ressaltar que para a anaacutelise desse trabalho natildeo foi considerado o
total de UBS participantes do censo nacional e sim foram consideradas somente as UBS
com equipes da adesatildeo ao ciclo 1 O banco de dados disponibilizado estaacute subdivido nos
trecircs moacutedulos moacutedulo I (infraestrutura) moacutedulo II (equipes) e moacutedulo III (usuaacuterios) Foi
necessaacuteria uma compatibilizaccedilatildeo do banco de dados do ciclo 1 em relaccedilatildeo aos seus trecircs
moacutedulos a fim de que os resultados fossem correspondentes agraves equipes e suas respectivas
UBS Desta forma no presente estudo foram analisados os dados de 13749 UBS nas
quais atuavam 16541 equipes de atenccedilatildeo baacutesica e foram entrevistados 65391 usuaacuterios
dessas equipes A compatibilizaccedilatildeo do banco foi realizada com apoio de estatiacutestico da
pesquisa Regiotildees e Redes5
5 Gostariacuteamos de agradecer ao profissional Edgard Fusaro do Departamento Intersindical de Estatiacutestica e
Estudos Socioeconocircmicos (DIEESE) e participante da pesquisa Regiotildees e Redes por sua disponibilidade e
todo o apoio no trabalho com os banco de dados do PMAQ-AB
95
Todas as tabulaccedilotildees frequecircncias e cruzamentos envolvendo os dados dos bancos
foram executadas por meio do software SPSS 220 em conjunto com o Microsoft Excel
versatildeo 2010 para organizaccedilatildeo das tabelas e elaboraccedilatildeo dos graacuteficos
Apoacutes definiccedilatildeo e finalizada a seleccedilatildeo de variaacuteveis para cada atributo construiacutedos os
ldquopadrotildees de referecircnciardquo e compatibilizado o banco de dados somente com as equipes de
adesatildeo ao ciclo 1 foram realizadas tabulaccedilotildees simples para os indicadores selecionados a
fim de subsidiar a anaacutelise dos resultados
As tabulaccedilotildees dos resultados envolveram frequecircncia simples e percentual com
tabelas organizadas para cada componente dos atributos Apoacutes a primeira tabulaccedilatildeo
aplicou-se um criteacuterio de exclusatildeo de acordo com os resultados variaacuteveis com erro no
banco foram eliminadas da seleccedilatildeo assim como variaacuteveis com 10 ou mais de respostas
ldquoNatildeo sabenatildeo respondeurdquo entendendo que essa uacuteltima eacute proveniente de uma formulaccedilatildeo
ou compreensatildeo inadequada da pergunta
Ao todo a seleccedilatildeo final abrangeu 140 variaacuteveis do instrumento do ciclo 1 cuja
distribuiccedilatildeo por atributo resultou em 22 variaacuteveis selecionadas para o primeiro contato 12
para o atributo longitudinalidade 40 variaacuteveis para a abrangecircnciaintegralidade 36 para o
atributo coordenaccedilatildeo 24 para a orientaccedilatildeo para a comunidade 7 variaacuteveis para a
centralidade na famiacutelia e 4 para a competecircncia cultural Por mais que uma variaacutevel se
relacionasse algumas vezes com mais de um atributo para efeitos de anaacutelise cada variaacutevel
foi listada em apenas um dos atributos
Na apresentaccedilatildeo dos resultados em tabelas aqueles com diferenccedila de 50 ou mais
pontos percentuais entre os grupos de regiotildees de sauacutede e a meacutedia Brasil foram realccedilados
em cor cinza No intuito de uma melhor visualizaccedilatildeo dos resultados foram elaborados
graacuteficos em teia para cada componente dos atributos por variaacuteveis e grupo de regiotildees de
sauacutede Para cada componente foi calculada uma meacutedia aritmeacutetica com os percentuais a fim
de gerar um graacutefico siacutentese com o percentual meacutedio de respostas positivas para cada
atributo Importante lembrar que nem todas as variaacuteveis selecionadas foram consideradas
padratildeo de referecircncia e utilizadas para caacutelculo da meacutedia visto que algumas natildeo se esperava
o percentual de 100 como resposta Essas variaacuteveis foram sinalizadas nas tabelas
Para melhor anaacutelise dos componentes por atributo foram definidos padrotildees de
respostas muito bom para 90 ou mais de respostas positivas bom para 75 a 89 de
respostas positivas regular para 60 a 74 de respostas positivas e ruim menor que 60 de
respostas positivas O recorte dos percentuais escolhidos foram altos pois se assume um
vieacutes de positividade das respostas das equipes e usuaacuterios participantes do PMAQ-AB
96
Todo esse processo de seleccedilatildeo e anaacutelise das variaacuteveis foi realizado de forma
independente e sequencial entre os ciclos 1 e 2 Isso porque o banco de dados do ciclo 2 foi
disponibilizado somente no 1ordm semestre de 2015
A proacutexima etapa do trabalho consistiu em realizar a comparaccedilatildeo entre os resultados
do ciclo 1 e ciclo 2 Para a comparaccedilatildeo do ciclo 2 com o ciclo 1 a partir de variaacuteveis
equivalentes utilizou-se as equipes compatiacuteveis (mesmas equipes) do ciclo 2 que
participaram do ciclo 1 no intuito de obter uma comparaccedilatildeo de resultados mais precisa
Tal fator demandou uma compatibilizaccedilatildeo entre os bancos de dados dos 2 ciclos a partir
do CNES e coacutedigo de aacuterea das equipes para gerar um novo nuacutemero de UBS e equipes que
tivessem participado tanto do ciclo 1 como do ciclo 2 Logo encontrou-se entre os 2
ciclos 12985 UBS 15208 equipes e 58425 usuaacuterios das EqAB em comum Optou-se
tambeacutem por apresentar nas tabelas comparativas os resultados referentes ao total de
entrevistas do ciclo 2 (e natildeo somente as UBS compatiacuteveis com o ciclo 1) o que
representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o dobro de
participantes Considerou-se para toda essa comparaccedilatildeo exclusivamente os resultados
nacionais
Para melhor visualizaccedilatildeo da diferenccedila entre os resultados do ciclo 1 e ciclo 2 (de
equipes compatiacuteveis) elaborou-se graacuteficos de teias por atributo a partir das variaacuteveis
selecionadas
46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS
O projeto em desenvolvimento foi submetido a avaliaccedilatildeo pelo Comitecirc de Eacutetica em
Pesquisa da Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica ndash CEPENSPFIOCRUZ no mecircs de marccedilo
de 2015 como subprojeto da Pesquisa ldquoAvaliaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica em municiacutepios de
nove estados brasileiros Alagoas Amapaacute Amazonas Espiacuterito Santo Paranaacute Pernambuco
Rio de Janeiro Roraima e Tocantins O projeto original pode ser identificado pela CAAE
02040212100005240 e o parecer de aprovaccedilatildeo nordm117396 E o subprojeto pelo parecer de
aprovaccedilatildeo nordm 32012 de 05 de junho de 2012
De acordo com as ldquoDiretrizes e Normas regulamentadoras sobre pesquisa
envolvendo seres humanosrdquo resoluccedilatildeo de nuacutemero 196 de 10 de outubro de 1996 foi
utilizado na pesquisa de campo o termo de consentimento livre e esclarecido quando
necessaacuterio bem como as demais recomendaccedilotildees No referido trabalho foi utilizado o
banco de dados disponibilizados pelo Ministeacuterio da Sauacutede a partir das referidas
entrevistas
97
A pesquisa foi realizada sem riscos diretos implicados para os profissionaisequipes
da Atenccedilatildeo Baacutesica agrave medida que eles natildeo foram identificados pois a anaacutelise foi realizada
por dados agregados
Aleacutem disso estatildeo previstos no desenho do Programa cuidados para evitar possiacuteveis
desvios no uso poliacutetico dos resultados e garantir a colaboraccedilatildeo dos gestores municipais e
equipes no processo de avaliaccedilatildeo Os dados do ciclo 1 satildeo puacuteblicos e os dados do ciclo 2 se
encontram sob a guarda da coordenaccedilatildeo da pesquisa sendo garantido seu sigilo e
confidencialidade
Em relaccedilatildeo aos benefiacutecios a proposta eacute que as informaccedilotildees utilizadas na
dissertaccedilatildeo possam subsidiar o aperfeiccediloamento do PMAQ-AB e da Poliacutetica Nacional de
Atenccedilatildeo Baacutesica a promoccedilatildeo da cultura da avaliaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica e identificar focos
de atuaccedilatildeo da gestatildeo para a efetivaccedilatildeo dos atributos da APS e portanto melhoria da
qualidade no processo de trabalho das equipes
98
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
Na perspectiva que UBS acessiacuteveis e de qualidade satildeo aquelas que conseguem ser
porta de entrada ofertar accedilotildees diversificadas e contiacutenuas para o cuidado em sauacutede exercer
papel de filtro para acesso agrave rede de sauacutede favorecer a organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco
nas necessidades dos usuaacuterios garantir a participaccedilatildeo social e interlocuccedilatildeo com os
equipamentos do territoacuterio e desenvolver accedilotildees comunitaacuterias busca-se realizar uma
discussatildeo sobre os atributos da Atenccedilatildeo Primaacuteria a partir de elementos praacuteticos do processo
de trabalho das equipes
Em concordacircncia com Starfield (2002) Kringos et al (2010) em revisatildeo de
literatura propotildeem quatro dimensotildees para anaacutelise dos processos em APS com vistas a bons
resultados acesso continuidade do cuidado coordenaccedilatildeo do cuidado e integralidade ou
abrangecircncia do cuidado Relacionam tambeacutem essas dimensotildees agrave reduccedilatildeo de desigualdades
socioeconocircmicas e qualidade da atenccedilatildeo com menores taxas de internaccedilatildeo por condiccedilotildees
sensiacuteveis a cuidados ambulatoriais Geacutervas (2009) discute que melhores resultados em
sauacutede dependem de qualidade de estrutura e processos e salienta a importacircncia de manter a
qualidade do processo mediante mecanismos de controle de indicadores de atividades de
formaccedilatildeo continuada e incentivos apropriados A presente anaacutelise insere-se nesta
perspectiva de produccedilatildeo de indicadores para possiacutevel monitoramento e melhoria do
cuidado em sauacutede
Importante compreender que uma UBS muitas vezes natildeo consegue alcanccedilar
simultaneamente esse conjunto de caracteriacutesticas poreacutem reforccedilaacute-las enquanto imagem-
objetivo aproxima o cuidado em sauacutede de um padratildeo esperado de qualidade independente
de que ponto da rede de atenccedilatildeo ele seja oferecido Outra questatildeo eacute que natildeo se objetiva
medir ou avaliar cada atributo mas sim descrever e analisar um conjunto de elementos que
contribua para uma APS de maior qualidade com serviccedilos e accedilotildees de sauacutede que estejam
voltados a esse fim
Posto isso a seccedilatildeo atual estaacute organizada por atributo da APS cada qual descrito a
partir de seus componentes e indicadores especiacuteficos selecionados do banco PMAQ-AB e
analisados segundo a tipologia de regiotildees de sauacutede da Pesquisa Regiotildees e Redes Apoacutes a
descriccedilatildeo dos resultados dos componentes de cada atributo eacute realizada uma discussatildeo sobre
os avanccedilos e desafios referente agravequele atributo
Conforme mencionado na metodologia os indicadores foram construiacutedos a partir
de variaacuteveis em que as respostas relacionadas agraves UBS foram provenientes de observaccedilatildeo
in loco agravequelas referentes agraves equipes foram atraveacutes de resposta do profissional da equipe
99
assim como as relacionadas aos usuaacuterios consistem nas respostas dadas pelos proacuteprios
usuaacuterios que estavam na UBS
51 ATRIBUTO PRIMEIRO CONTATO
O atributo do ldquoprimeiro contatordquo abrange os serviccedilos de porta de entrada
preferencial do sistema de sauacutede procurados cada vez que os usuaacuterios necessitam de
atenccedilatildeo para um problema de sauacutede seja ele novo ou rotineiro A APS deve cumprir um
papel nesse caso de serviccedilo de procura regular e exercer funccedilatildeo de filtro para acesso aos
demais equipamentos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e
Mendonccedila 2012)
O atributo primeiro contato foi analisado considerando os seguintes componentes
complementares entre si ldquohoraacuterios de funcionamentordquo ldquoacolhimentordquo ldquoagendamento agraves
consultas na ABrdquo e ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo
511 Horaacuterios de funcionamento
Os horaacuterios de funcionamento satildeo um dos elementos de organizaccedilatildeo das UBS que
contribui para avaliar se o serviccedilo se constitui como uma ldquoporta abertardquo ou seja se sua
organizaccedilatildeo facilita ou dificulta o acesso da populaccedilatildeo em tempo oportuno Esse
componente considera tambeacutem a experiecircncia de uso do paciente em relaccedilatildeo agrave adequaccedilatildeo
do horaacuterio agraves suas necessidades bem como no que se refere agrave distacircncia da sua casa ateacute a
UBS
A Tabela 2 e o Graacutefico 3 apresentam indicadores do componente horaacuterios de
funcionamento com recorte de variaacuteveis que expressam a organizaccedilatildeo da porta de entrada
dos serviccedilos de APS Observa-se que 949 das UBS brasileiras participantes do PMAQ-
AB oferecem dois ou mais turnos de atendimento agrave populaccedilatildeo 934 funcionam 5 ou mais
dias na semana e 89 funcionam 8 horasdia ou mais Contudo apenas 119 oferecem
atendimento agrave populaccedilatildeo nos fins de semana Tal padratildeo de atendimento eacute considerado
adequado por 857 dos usuaacuterios respondentes assim como 867 destes afirmam que a
distancia da sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel
Para maior parte dos indicadores observa-se similaridade da distribuiccedilatildeo pelos
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Um acesso mais dificultado quanto aos turnos
horaacuterios e dias de funcionamento eacute observado nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa
oferta (Reg 1) em comparaccedilatildeo com as regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5) Nas Reg 1
925 das UBS atendem em dois turnos ou mais 911 funcionam 5 ou mais dias na
100
semana 823 funcionam 8hdia ou mais e 99 abrem nos fins de semana Jaacute nas Reg 5
975 das UBS atendem em dois turnos ou mais 947 funcionam 5 ou mais dias na
semana 946 funcionam 8hdia ou mais e 168 atendem nos fins de semana Destaca-se
uma diferenccedila importante em relaccedilatildeo agraves UBS que funcionam 8hdia ou mais com 823
nas Reg 1 enquanto em todos os outros grupos de regiotildees esta frequecircncia eacute maior que
90
Os indicadores do componente horaacuterio de funcionamento mostram-se favoraacuteveis ao
padratildeo de qualidade esperado quanto ao horaacuterio dias e turnos de funcionamento tanto no
que se refere agrave organizaccedilatildeo da UBS como na perspectiva da populaccedilatildeo que
majoritariamente considera o serviccedilo perto e com horaacuterio adequado agraves suas necessidades A
exceccedilatildeo eacute o atendimento nos fins de semana que natildeo eacute uma realidade na maior parte das
UBS
Tabela 2 Primeiro contato indicadores do componente horaacuterios de funcionamento
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I71 Oferecem dois ou
mais turnos de
atendimento agrave populaccedilatildeo
4626 925 1114 968 3373 951 1128 964 2811 975 13052 949
I73 Funcionam 5 ou
mais dias na semana 4617 911 1102 944 3394 942 1140 962 2793 947 13046 934
I74 Funcionam 8
horasdia ou mais 4115 823 1072 931 3226 910 1091 932 2728 946 12232 890
I76 Oferecem
atendimento agrave populaccedilatildeo
nos fins de semana
496 99 144 125 372 105 145 124 484 168 1641 119
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
Usuaacuterios
III57 O horaacuterio de
atendimento desta UBS
atende agraves suas
necessidades
17869 865 4212 860 13154 867 4672 858 16136 839 56043 857
III52 A distacircncia da
casa ateacute a UBS eacute perto ou
razoaacutevel
17528 849 4184 854 13146 867 4806 882 17056 887 56720 867
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 745 780 774 787 794 769
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
101
Graacutefico 3 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente horaacuterios de
funcionamento por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
512 Acolhimento
O acolhimento se configura como uma estrateacutegia para acesso e organizaccedilatildeo da
porta de entrada nas UBS seja no atendimento da demanda espontacircnea seja no
atendimento da demanda programada (Almeida et al 2013) Um acolhimento de qualidade
favorece um serviccedilo de porta aberta e primeiro contato ao regular e organizar o acesso em
funccedilatildeo das necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo O acolhimento enquanto tecnologia
relacional permite que uma unidade de sauacutede seja capaz de rever necessidades e
prioridades realizar classificaccedilatildeo por risco e evitar a espera desnecessaacuteria dos usuaacuterios
(Garuzi et al 2014)
Na Tabela 3 e no Graacutefico 4 satildeo apresentados indicadores do componente
acolhimento O acolhimento estaacute implantado em 801 das equipes Todavia somente
578 das equipes possuem profissionais capacitados para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios o que atenta contra a qualidade do acolhimento Os
usuaacuterios que chegam agrave UBS espontaneamente buscando atendimento tecircm suas
necessidades escutadas e avaliadas segundo 972 das equipes Entretanto apenas 789
dos usuaacuterios fazem a mesma afirmaccedilatildeo e 661 avaliam como muito boa ou boa a forma
como foram acolhidos ao procurar o serviccedilo
No que se refere aos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede uma maior variaccedilatildeo
pode ser observada em relaccedilatildeo agrave implantaccedilatildeo do acolhimento com 710 e 752 nas Reg
1 e Reg 2 782 nas Reg 3 e um aumento para 889 e 900 nas Reg 4 e Reg 5 Ou seja
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I71 Oferecem dois ou maisturnos de atendimento agravepopulaccedilatildeo
I73 Funcionam 5 ou maisdias na semana
I74 Funcionam 8 horasdiaou mais
III52 A distacircncia da casa ateacutea UBS eacute perto ou razoaacutevel
III57 O horaacuterio deatendimento desta UBSatende agraves suas necessidades
I76 Oferecem atendimentoagrave populaccedilatildeo nos fins desemana
102
haacute uma priorizaccedilatildeo da implantaccedilatildeo do acolhimento no processo de trabalho das equipes
nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas No aspecto capacitaccedilatildeo dos profissionais para
realizaccedilatildeo do acolhimento os extremos estatildeo entre as regiotildees 3 (534) e a regiotildees 5
(623)
No que se refere agrave avaliaccedilatildeo dos usuaacuterios sobre comparecer a UBS sem ter hora
marcada e conseguir ser escutado as melhores respostas aparecem nas Reg 1 e Reg 3 com
aproximadamente 800 dos usuaacuterios A opiniatildeo mais negativa sobre a forma como os
usuaacuterios foram acolhidos eacute observada nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg 5) com 619
de respostas como muito boa ou boa a forma de acolhimento Nas demais regiotildees de sauacutede
pouco mais de 64 dos usuaacuterios fazem essa avaliaccedilatildeo chegando a 699 na Reg 3
Em resumo os resultados do componente acolhimento apontam duas necessidades
a implantaccedilatildeo do acolhimento nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) e a melhoria na
qualidade do acolhimento independente do grupo de regiotildees o que pode ser verificado
pelo baixo nuacutemero de profissionais capacitados e de usuaacuterios satisfeitos
Tabela 3 Primeiro contato indicadores do componente acolhimento por grupos de
regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II151 Estaacute
implantado o
acolhimento na UBS
3666 710 936 752 3007 782 1197 889 4449 900 13255 801
II154 Todos os
usuaacuterios que chegam agrave
unidade de sauacutede
espontaneamente
buscando
atendimento tecircm suas
necessidades
escutadas e avaliadas
5000 969 1195 960 3722 968 1324 983 4833 977 16704 972
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
II159 Os
profissionais que
fazem o acolhimento
foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos
usuaacuterios
2012 549 551 589 1606 534 718 600 2773 623 7660 578
N EqAB com
acolhimento
implantado
3666 936 3007 1197 4449 13255
103
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
Usuaacuterios
III71 Na maioria das
vezes que vatildeo a UBS
sem ter hora marcada
para resolver qualquer
problema conseguem
ser escutados(as)
13678 803 3082 764 10488 808 3567 784 12638 766 43453 789
III74 Consideram
muito bom ou bom a
forma como eacute
acolhido(a)
recebido(a) ao
procurar o serviccedilo
11478 674 2607 646 9074 699 3054 672 10207 619 36420 661
N usuaacuterios que
alguma vez foram a
UBS sem ter hora
marcada
17027 4034 12975 4548 16493 55077
MEacuteDIA 741 742 758 786 777 760
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 4 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acolhimento por grupos
de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
513 Agendamento da consulta na Atenccedilatildeo Baacutesica
O ldquoagendamento da consulta na ABrdquo avalia a forma de acesso dos usuaacuterios agraves UBS
a partir da organizaccedilatildeo do processo de trabalho Envolve questotildees como por exemplo se haacute
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II154 Todos os usuaacuterios que chegamagrave unidade de sauacutede espontaneamentebuscando atendimento tecircm suasnecessidades escutadas e avaliadas
II151 Estaacute implantado oacolhimento na UBS
III71 Na maioria das vezes que vatildeo aUBS sem ter hora marcada pararesolver qualquer problemaconseguem ser escutados(as)
III74 Consideram muito bom oubom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a) ao procurar o serviccedilo
II159 Os profissionais que fazem oacolhimento foram capacitados paraavaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco evulnerabilidade dos usuaacuterios
104
atendimento de demanda espontacircnea e programada se as consultas podem ser agendadas
por livre demanda ou se haacute dias e horaacuterios especiacuteficos para marcaccedilatildeo expressa a forma de
marcaccedilatildeo dessas consultas e a experiecircncia de uso dos usuaacuterios em relaccedilatildeo ao agendamento
A Tabela 4 e o Graacutefico 5 apresentam indicadores que expressam a disponibilidade
das unidades baacutesicas de sauacutede para realizar o agendamento de consultas de acordo com a
necessidade de sauacutede dos usuaacuterios 640 das equipes reservam vagas para atendimento no
mesmo dia caso usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja recomendaacutevel o agendamento
para outro dia Para as situaccedilotildees que natildeo seja o caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila
parte de algum grupo de atendimento programado na UBS 834 das equipes relatam que
o usuaacuterio consegue sair da UBS com a consulta marcada Todavia as consultas podem ser
marcadas na UBS em qualquer dia da semana e qualquer horaacuterio somente segundo 555
das equipes
As dificuldades de acesso satildeo mais niacutetidas na experiecircncia dos usuaacuterios Em relaccedilatildeo
agrave forma de marcaccedilatildeo de consultas apenas 28 dos usuaacuterios marcam consulta a qualquer
hora O percentual maior satildeo dos usuaacuterios que para marcar consulta precisam ir a UBS
pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir representando 306 Se somado aos usuaacuterios
que precisam pegar ficha (sem fazer fila) na UBS (234) esse percentual ultrapassa os
50 Para 116 dos usuaacuterios a consulta eacute marcada pelo ACS e inexiste a possibilidade de
marcaccedilatildeo por telefone (22) Aleacutem disso pocircde-se observar que a marcaccedilatildeo de consultas
pode ser feita todos os dias da semana segundo 553 dos usuaacuterios Ou seja haacute
dificuldades de acesso claramente expostas nesses indicadores de marcaccedilatildeo de consultas
Apesar de uma percepccedilatildeo geral de dificuldade de acesso em todos os grupos de
regiotildees de sauacutede observa-se maior dificuldade de agendamento nas equipes da regiatildeo de
sauacutede menos desenvolvida (Reg 1) Apenas 523 das equipes das Reg 1 e 607 das Reg
3 reservam vagas para atendimento no mesmo dia enquanto nas Reg 4 e Reg 5 mais de
75 das equipes responderam positivamente Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso de
agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo de atendimento programado na
UBS ele consegue sair com a consulta marcada principalmente nas Reg 1 (862) e nas
Reg 4 (843) e Reg 5 (852) Nas Reg 2 e 3 a dificuldade de sair com a consulta
marcada nesses casos eacute maior com apenas 775 dos usuaacuterios na Reg 2 e 791 nas Reg
3 Outra situaccedilatildeo de destaque eacute a possibilidade de marcar consulta em qualquer dia da
semana e qualquer horaacuterio que nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1) representou 491 das
respostas e nas regiotildees de alto desenvolvimento (Reg 4 e Reg 5) foi mais de 61
A diferenccedila tambeacutem eacute marcante nas respostas dos usuaacuterios entre os grupos de
105
regiotildees de sauacutede Apenas 185 dos usuaacuterios relatam marcar consulta em qualquer hora na
UBS no grupo das regiotildees de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) e esse percentual vai se
elevando ateacute chegar a 366 de respostas positivas no grupo de regiotildees de alto DSE e alta
oferta (Reg 5) Nos casos em que o usuaacuterio precisa pegar ficha para marcar consulta
chama atenccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as Reg 1 com 294 dos usuaacuterios e as Reg 2 com 207
dos usuaacuterios Nos casos em que aleacutem da ficha haacute necessidade do usuaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir as maiores respostas foram nas Reg 1 e Reg 2 (aproximadamente 340)
poreacutem a maior diferenccedila estaacute entre as Reg 3 (332) e Reg 4 (272) Um
comportamento diferente foi observado em relaccedilatildeo a marcaccedilatildeo de consultas todos os dias
da semana que se manteve baixo (464) na Reg 1 mas aumenta nas Reg 2 Reg 3 e Reg
4 com mais de 61
Os indicadores do componente agendamento da consulta na AB mostram uma
fragilidade na organizaccedilatildeo do serviccedilo para atendimento do usuaacuterio em tempo oportuno As
dificuldades de acesso satildeo ainda mais niacutetidas nas regiotildees de sauacutede de baixa oferta e baixo
desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 1) A forma prioritaacuteria de marcaccedilatildeo de consulta por
ficha ou ficha e fila resgatam a loacutegica e a praacutetica de pronto-atendimento e acesso natildeo
universal ou equitativo aos serviccedilos Ressalta-se que a marcaccedilatildeo de consultas por telefone
inexistente nas equipes poderia ser uma boa alternativa agrave agilidade do serviccedilo e facilidade
de acesso dos usuaacuterios agrave marcaccedilatildeo de consultas
Tabela 4 Primeiro contato indicadores do componente agendamento da consulta na
AB por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalt
a oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II15141 Comprovam que
caso o usuaacuterio tenha um
problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento
para outro dia haacute reserva de
vagas para atendimento no
mesmo dia
2700 523 747 600 2335 607 1015 754 3788 766 10585 640
II1517 Nas situaccedilotildees em
que natildeo seja o caso de agendar
no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila
parte de algum grupo que
possui atendimento
programado na UBS ele
consegue sair com a consulta
marcada
4447 862 965 775 3039 791 1136 843 4216 852 13800 834
106
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalt
a oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
II1612 As consultas satildeo
agendadas na UBS em
qualquer dia da semana em
qualquer horaacuterio
2534 491 675 542 2098 546 824 612 3041 615 9172 555
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS a qualquer hora e
marcam o atendimento
3749 182 1341 274 4252 280 1951 358 7032 366 18325 280
III61 Para marcar consulta
na UBS marcam por telefone 103 05 176 36 572 38 226 41 387 20 1464 22
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS mas tem que pegar
ficha
6064 294 1016 207 3348 221 1166 214 3720 193 15314 234
III61 Para marcar consulta
vatildeo a UBS e para pegar ficha
eacute necessaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir
7022 340 1677 342 5041 332 1484 272 4760 247 19984 306
III61 O agente comunitaacuterio
de sauacutede marca a consulta 2966 144 418 85 1425 94 417 77 2376 124 7602 116
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
III62 A marcaccedilatildeo de
consultas pode ser feita todos
os dias da semana
9477 464 2997 619 9200 612 3303 611 10830 568 35807 553
N usuaacuterios que fazem
marcaccedilatildeo nesta UBS 20433 4838 15043 5407 19071 64792
MEacuteDIA 421 474 479 537 531 481
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 5 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente agendamento da consulta
na AB por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o caso deagendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de algumgrupo que possui atendimento programado na UBSele consegue sair com a consulta marcada
II15141 Comprovam que caso o usuaacuterio tenha umproblema que natildeo seja recomendaacutevel oagendamento para outro dia haacute reserva de vagaspara atendimento no mesmo dia
II1612 As consultas satildeo agendadas na UBS emqualquer dia da semana em qualquer horaacuterio
III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser feita todosos dias da semana
III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a qualquerhora e marcam o atendimento
III61 Para marcar consulta na UBS marcam portelefone
107
514 Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
O ldquoatendimento de urgecircncia e emergecircnciardquo que compotildee o atendimento agrave demanda
espontacircnea se refere agrave capacidade de organizaccedilatildeo do serviccedilo de APS para atendimento agraves
pequenas urgecircncias assim como a busca dos usuaacuterios por esse serviccedilo no caso de
urgecircncia Esse eacute mais um dos fatores que privilegiaria a APS como porta de entrada
preferencial seja para resoluccedilatildeo do problema de sauacutede no proacuteprio serviccedilo seja para
coordenar o cuidado para outros pontos de atenccedilatildeo quando necessaacuterio
A Tabela 5 e o Graacutefico 6 apresentam indicadores sobre a disponibilidade nas UBS
do atendimento de urgecircncia e emergecircncia e a procura dos usuaacuterios por esse tipo de
atendimento O atendimento de urgecircncia e emergecircncia eacute realizado por 729 das equipes
e em relaccedilatildeo aos usuaacuterios 653 procuraram a UBS no caso de atendimentos de urgecircncia
Existe uma similaridade comparando a opiniatildeo dos usuaacuterios nas diferentes regiotildees
de sauacutede ou seja a meacutedia Brasil (653) eacute uma meacutedia padratildeo de busca dos usuaacuterios pela
UBS no caso de urgecircncia em todas as regiotildees O mesmo natildeo ocorre em relaccedilatildeo agrave
disponibilidade de atendimento de urgecircncia pelas UBS em que haacute variaccedilatildeo de ateacute 10
pontos percentuais Apenas 643 de UBS realizam atendimento de urgecircncia nas Reg 2
com resultados crescentes de acordo com o aumento do DSE e oferta de serviccedilos chegando
a 821 nas Reg 5 Ou seja haacute alta disponibilidade de serviccedilos de urgecircncia nas UBS das
Reg 5 mas o padratildeo de uso natildeo se modifica o que pode revelar certa tradiccedilatildeo dos serviccedilos
de APS no Brasil em natildeo ofertar atendimento de urgecircncia e por isso haacute uma menor procura
do usuaacuterio
Os indicadores desse componente apontam uma coerecircncia entre oferta de
atendimento agraves pequenas urgecircncias na UBS e procura por esse tipo de atendimento com
exceccedilatildeo das Reg 5 em que a procura de atendimento de urgecircncia na UBS foi bem menor
que a oferta Haacute necessidade de aumento da disponibilidade de atendimento de pequenas
urgecircncias nas UBS em especial nos municiacutepios das regiotildees 1 e 2 Pouco mais de 60 dos
usuaacuterios entrevistados buscam a APS para urgecircncia quando precisam o que eacute um
percentual baixo se analisarmos o potencial da APS enquanto porta aberta porta de entrada
preferencial da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede
108
Tabela 5 Primeiro contato indicadores do componente atendimento de urgecircncia e
emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo
DSE e
baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II158 Realizam
atendimento de urgecircncia
e emergecircncia nesta
unidade de sauacutede
3447 668 801 643 2689 700 1059 786 4058 821 12054 729
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III78 No caso de
urgecircncia procuraram
atendimento nesta UBS
7908 648 1882 616 6627 664 2294 650 8204 659 26915 653
N usuaacuterios que alguma
vez procurou
atendimento de urgecircncia
12197 3053 9986 3528 12454 41218
MEacuteDIA 658 629 682 718 740 691
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 6 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente atendimento de urgecircncia
e emergecircncia por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
515 Discussatildeo
A partir do conjunto de componentes que integram o atributo primeiro contato em
linhas gerais verifica-se que o horaacuterio de funcionamento das UBS eacute adequado e proacuteximo
agraves necessidades da populaccedilatildeo Contudo melhorias de organizaccedilatildeo do serviccedilo precisam ser
realizadas para um aumento de atendimento aos fins de semana principalmente ao
considerar uma importante parcela da populaccedilatildeo que trabalha em horaacuterio comercial e teria
uma maior facilidade em acessar o serviccedilo aos fins de semana
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II158 Realizamatendimento deurgecircncia eemergecircncia nestaunidade de sauacutede
III78 No caso deurgecircncia procuraramatendimento nestaUBS
109
A discussatildeo acerca do horaacuterio de funcionamento denominada ldquoacessibilidade
temporalrdquo aparece em estudo sobre municiacutepios brasileiros de grande porte sendo
adequada em municiacutepio com atendimento de trecircs turnos e aos saacutebados Nos demais
municiacutepios o horaacuterio de funcionamento de 8h agraves 17h foi visto como um limitante de
acesso da populaccedilatildeo de trabalhadores (Escorel et al 2007) Geacutervas (2009) identifica sobre
a APS espanhola que poucas satildeo as unidades de sauacutede da APS abertas apoacutes as 19h e que
um dos fatores para esse horaacuterio de funcionamento eacute a necessidade do profissional em
compatibilizar vida familiar e de trabalho Considerando por exemplo as regiotildees de sauacutede
de baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) na Tabela 2 chama a atenccedilatildeo que cerca de 180 das
UBS natildeo funcionam 8hdia ou mais o que dificulta a acessibilidade temporal
Jaacute a acessibilidade geograacutefica parece satisfatoacuteria visto que 867 da populaccedilatildeo
encontra-se satisfeita com a distacircncia entre a UBS e sua casa Resultados similares foram
encontrados no estado da Bahia e Pernambuco para as equipes de estrateacutegia de sauacutede da
famiacutelia (Albuquerque et al 2014 Cunha e Vieira-da-Silva 2010) Os autores ressaltam
que os criteacuterios de territorializaccedilatildeo para a implantaccedilatildeo da ESF e descentralizaccedilatildeo foram
fundamentais para a melhoria na acessibilidade geograacutefica o que natildeo eacute verdadeiro para as
UBS tradicionais com barreiras financeiras para o transporte (Cunha e Vieira-da-Silva
2010)
Quanto ao tema acolhimento Assis e Jesus (2012) o definem como accedilotildees
comunicacionais que possibilitam novas praacuteticas em sauacutede a partir de respostas adequadas
agraves demandas dos usuaacuterios em todo o seu percurso Mitre et al (2012) indicam que apesar
de avanccedilos para a ampliaccedilatildeo do acesso dos serviccedilos da APS o acolhimento encontra
alguns desafios para sua operacionalizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como ausecircncia de articulaccedilatildeo
em redes integradas excesso de demandas de atendimento ausecircncia de capacitaccedilatildeo e de
espaccedilos democraacuteticos e reflexivos para organizaccedilatildeo do processo de trabalho em sauacutede
Em outras palavras um serviccedilo pode ser acessiacutevel quanto ao horaacuterio de
funcionamento e localizaccedilatildeo mas ter barreiras organizacionais como por exemplo baixa
implantaccedilatildeo do acolhimento ou baixa qualidade desse acolhimento conforme observado
na Tabela 3 em todas as regiotildees Essa baixa qualidade pode decorrer tanto da carecircncia de
profissionais capacitados para a classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade quanto em relaccedilatildeo
agrave loacutegica de organizaccedilatildeo desse acolhimento Importante tambeacutem lembrar que a classificaccedilatildeo
de risco e vulnerabilidade entendida como uma forma de priorizaccedilatildeo no acolhimento deve
ser percebida como um facilitador para a equidade evitando agravamentos dos quadros
cliacutenicos agudos e nunca como uma barreira de acesso independente da gravidade da
110
demanda do usuaacuterio
Souza et al (2008) destacam que apesar do acolhimento possibilitar maior
compreensatildeo sobre as necessidades dos usuaacuterios sua qualidade depende diretamente das
condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos profissionais Ou seja os profissionais precisam de
melhorias nas condiccedilotildees de trabalho para melhorias no serviccedilo e isso abrangeria
incentivos financeiros espaccedilos de escuta pela gestatildeo capacitaccedilotildees e autonomia no
trabalho
As respostas mais negativas em relaccedilatildeo ao acolhimento em regiotildees de baixa oferta
de serviccedilos de sauacutede pode ser um indicador de falta de acesso desse usuaacuterio a quaisquer
tratamentos de sauacutede visto as deficiecircncias da proacutepria rede de atenccedilatildeo Fausto et al (2014)
destacam que quanto menor o porte populacional do municiacutepio menor a frequecircncia de
realizaccedilatildeo do acolhimento
Diferentes estudos apontam que um desafio do acolhimento eacute o seu foco dar
respostas a todos que procuram o serviccedilo de sauacutede Ao inveacutes disso muitas vezes percebe-
se no acolhimento uma adequaccedilatildeo do atendimento dos usuaacuterios agrave organizaccedilatildeo existente e
conveniente do serviccedilo que nem sempre eacute voltada agraves necessidades da populaccedilatildeo
Souza et al (2008) verificam o dispositivo acolhimento como desconhecido no caso
das UBS tradicionais o que se traduz em um modelo tradicional de organizaccedilatildeo da
recepccedilatildeo com fichas e filas O agravamento disso eacute percebido pela reclamaccedilatildeo dos
usuaacuterios sobre a convencional disputa por vagas de atendimento atraveacutes do ldquodormir na
filardquo uma condiccedilatildeo para tentar o acesso aos serviccedilos
Tal problema tambeacutem foi constatado nos resultados da nossa pesquisa em que a
forma prioritaacuteria de marcar atendimento na Atenccedilatildeo Baacutesica eacute atraveacutes de ficha ou ficha e
fila antes da UBS abrir presente em todas as regiotildees de sauacutede e maior nas Reg 1 e 2 Nas
Reg 4 e 5 pouco mais de 350 dos usuaacuterios afirmam marcar atendimento a qualquer hora
do dia (Tabela 4) Considerar a rotina de um indiviacuteduo doente ou sintomaacutetico que precisa
acordar de madrugada enfrentar fila pegar ficha e ainda assim ser marcado para muitos
dias depois eacute uma das mais claras barreiras agrave APS como serviccedilo de primeiro contato
Geacutervas (2009) destaca na APS espanhola a frequecircncia dos encontros indiretos entre
profissional e paciente com uso de telefone ou internet chega a cerca de 20 do total Seu
estudo exemplifica o Reino Unido e experiecircncias locais como na Catalunha que oferecem
serviccedilos telefocircnicos de atenccedilatildeo agrave sauacutede 24h por dia para resolver duacutevidas de pacientes e
realizar orientaccedilotildees gerais Apesar de natildeo haver estudos acerca dos impactos na sauacutede
desse tipo de iniciativa claramente ele se constitui como um facilitador do acesso aos
111
serviccedilos em tempo oportuno O telefone portanto eacute uma das ferramentas que poderia natildeo
soacute facilitar essa marcaccedilatildeo de consultas como favorecer o viacutenculo entre serviccedilo de sauacutede e
usuaacuterios
Tatildeo importante quanto a forma de marcaccedilatildeo de consultas seria avaliar o tempo de
marcaccedilatildeo dessas consultas o que natildeo foi possiacutevel atraveacutes dos dados PMAQ-AB Em
estudo de Assis et al (2010) os autores apontam que os obstaacuteculos para o acesso funcional
estatildeo tanto na marcaccedilatildeo da consulta como na demora do atendimento Apoacutes a marcaccedilatildeo os
resultados da pesquisa no estado da Bahia revelam que metade dos usuaacuterios esperam uma
semana ou mais para a consulta com exceccedilatildeo dos casos de emergecircncia
Tal problema poderia ser minimizado por investimento da reserva de vagas para
atendimento no mesmo dia especialmente para os casos de maior gravidade cliacutenica ou
risco social para usuaacuterios com dificuldade de ir agrave UBS em horaacuterio diferente eou para
grupos prioritaacuterios A reserva de vagas para atendimento no mesmo dia eacute condicionada
pelo planejamento da agenda do profissional pela disponibilidade de profissionais e por
uma organizaccedilatildeo do acolhimento com criteacuterios de risco e vulnerabilidade Mas esse
indicador soacute foi visualizado em metade das equipes das Reg 1 e cerca de 75 das Reg 4 e
5 (Tabela 4) Nesse caso as equipes em regiotildees com maior desenvolvimento
socioeconocircmico e maior oferta de serviccedilos possuem uma melhor organizaccedilatildeo com vistas
ao acesso da populaccedilatildeo que precisa de atendimento no mesmo dia Um resultado em geral
mais favoraacutevel eacute que mesmo que o usuaacuterio natildeo seja de grupo prioritaacuterio 80 das equipes
afirmam que ele consegue sair da UBS com a consulta marcada
A AB como serviccedilo de primeiro acesso tambeacutem estaacute relacionado agrave sua capacidade
de atender as demandas de pequenas urgecircncias Vale ressaltar que o instrumento do
PMAQ-AB ciclo 1 natildeo faz uma abordagem precisa do que seriam os atendimentos de
urgecircnciaemergecircncia e isso gera tambeacutem imprecisatildeo na resposta Diferentemente do
instrumento do PMAQ AB ciclo 2 em que essa questatildeo foi melhor especificada sobre
quais seriam as accedilotildees de pequenas urgecircncias nas UBS como por exemplo dor toraacutecica
crise convulsiva nefrolitiacutease crise de asma crise hipertensiva hiperglicemia em
diabeacuteticos casos suspeitos de dengue dentre outros (Brasil 2013b) Natildeo seria adequado o
uso da UBS em emergecircncias para as quais satildeo necessaacuterios estabelecimentos de sauacutede bem
equipados com equipes capacitadas e recursos apropriados para esse tipo de atendimento
O que se pode visualizar eacute que especialmente nas regiotildees de baixa oferta de
serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) esse atendimento deveria ser mais disponibilizado jaacute que
dificilmente haveraacute Unidades de pronto atendimento disponiacuteveis em curta distacircncia ou
112
equipamentos de sauacutede que atendam urgecircncia em tempo oportuno Em muitos municiacutepios
as UBS satildeo os uacutenicos equipamentos de sauacutede existentes Contudo os resultados
visualizados apontam que mais de 80 das Reg 5 atendem urgecircncia e por volta de 65
das equipes das Reg 1 e 2 fazem esse tipo de atendimento (Tabela 5) Esse resultado natildeo
totalmente satisfatoacuterio mesmo das Reg 5 pode ser influenciado pela provaacutevel existecircncia
do equipamento das UPA abertas 24h para atendimentos de urgecircncia
A pesquisa de Escorel et al (2007) discute a fragilidade da AB nos atendimentos de
urgecircncia Oito capitais foram investigadas no estudo e seis destas tiveram a urgecircncia como
o motivo mais frequente entre os usuaacuterios na busca dos serviccedilos de sauacutede mesmo que a
maioria das urgecircncias natildeo fosse grave Em apenas 3 municiacutepios o serviccedilo de Atenccedilatildeo
Baacutesica aparece como o serviccedilo mais procurado para os casos de urgecircncia
Geacutervas (2009) discute um crescimento das urgecircncias na APS espanhola gerado por
mudanccedilas sociais problemas de acesso agraves unidades no horaacuterio habitual de funcionamento
pelo atendimento imediato em sauacutede exigido pela populaccedilatildeo e pela falta de adaptaccedilatildeo dos
serviccedilos de sauacutede a mudanccedilas Exemplifica um aumento de cerca de 8 em uma proviacutencia
espanhola na uacuteltima deacutecada e uma procura majoritaacuteria de trabalhadores do sexo masculino
por esses atendimentos de urgecircncia devido a problemas de acessibilidade Diferencia o
meio urbano do meio rural em que o primeiro centraliza as urgecircncias nos serviccedilos
especializados que funcionam fora do horaacuterio habitual dos centros de sauacutede e o segundo
em que os profissionais se organizam para suprir as demandas de urgecircncia fora do horaacuterio
de trabalho em ldquoPontos de Atenccedilatildeo Continuadardquo
Soares et al (2014) em estudo no Rio de Janeiro verificam a existecircncia de
compreensatildeo por parte de gestores municipais que a AB deve realizar atendimento agrave
demanda espontacircnea e nos casos de urgecircncia atender imediatamente estabilizar o quadro e
avaliar a necessidade de transferecircncia para outros pontos de atenccedilatildeo Para que o papel da
APS nas urgecircncias seja fortalecido eacute necessaacuteria uma integraccedilatildeo na rede de atenccedilatildeo de
equipamentos como as UPA Konder (2013) sinaliza dificuldade na relaccedilatildeo entre UPA e
hospitais e um baixo referenciamento de retorno para a APS para um acompanhamento
adequado A autora aponta que as UPA atendem uma demanda em geral de baixo risco
que seria melhor acolhida na APS mas que a populaccedilatildeo encontra nas UPA respostas
imediatas mesmo que natildeo duradouras e sem acompanhamento Isso gera uma baixa
confianccedila no potencial resolutivo da APS e uma demanda cada vez maior por exames e
especialistas
Haacute uma falta de tradiccedilatildeo da APS no Brasil em ofertar atendimento de urgecircncia nas
113
UBS Associado a isso nos uacuteltimos anos os governos federal e estaduais investiram no
modelo UPA e de certa forma alguns procedimentos possiacuteveis de serem realizados na
APS passaram a ser realizados nas UPA com mais agilidade e recursos Tal fator gerou um
tipo de concorrecircncia (financeira e de atenccedilatildeo) entre os dois serviccedilos de sauacutede
Em siacutentese no atributo primeiro contato o horaacuterio de funcionamento das UBS em
geral eacute adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto ao atendimento de suas necessidades e a
distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes relatam realizar acolhimento aos usuaacuterios mas
a qualidade desse acolhimento deixa a desejar pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentem
acolhidos e os profissionais natildeo foram capacitados Haacute importantes dificuldades na
marcaccedilatildeo de consultas sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios
especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se
definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria
desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade
Do total de 22 indicadores estabeleceu-se 19 como padratildeo de referecircncia para o
atributo primeiro contato Apenas 3 indicadores alcanccedilaram o padratildeo muito bom (mais de
90 das respostas) 6 indicadores se apresentaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das
respostas) 4 indicadores se encontraram no padratildeo regular (entre 60 e 74 das respostas)
e 6 indicadores apresentaram o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) Os
indicadores de padratildeo muito bom e bom correspondem majoritariamente ao componente
horaacuterios de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo estaacute no agendamento
da consulta na AB
O Graacutefico 7 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo de
primeiro contato
114
Graacutefico 7 Primeiro contato siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalHoraacuterios defuncionamento
Acolhimento
Urgecircncia eemergecircncia
Agendamento daconsulta na AB
115
52 ATRIBUTO LONGITUDINALIDADE
O atributo da ldquolongitudinalidaderdquo se refere agrave responsabilidade da equipe pelo
usuaacuterio ao longo da vida atraveacutes da qual a APS cumpre sua funccedilatildeo de fonte regular de
cuidados por meio da organizaccedilatildeo do serviccedilo e do fortalecimento da relaccedilatildeo entre
profissional e paciente (Starfield 2002 Macincko et al 2003)
Para analisar o atributo longitudinalidade organizou-se o conjunto de indicadores
nos seguintes componentes ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade
da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo
521 Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
A ldquocontinuidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo abrange aspectos do cuidado
ofertado aos usuaacuterios nos diferentes ciclos de vida e da organizaccedilatildeo do serviccedilo que
permita um acompanhamento pelo profissional ao longo do tempo como por exemplo a
fixaccedilatildeo dele em uma mesma UBS o atendimento do usuaacuterio pelo mesmo profissional e a
realizaccedilatildeo de busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio
A Tabela 6 e o Graacutefico 8 apresentam indicadores sobre a continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Apenas 434 dos profissionais respondentes do PMAQ-AB atuam
3 anos ou mais em sua equipe A busca ativa dos hipertensos faltosos pelos ACS eacute
realizada por 878 das equipes
Em relaccedilatildeo aos usuaacuterios na meacutedia Brasil observa-se que 643 relatam sempre ser
atendidos pelo mesmo meacutedico e 578 pelo mesmo enfermeiro Os profissionais lembram-
se do que aconteceu nas uacuteltimas consultas segundo 481 dos usuaacuterios o que poderia ser
fortemente auxiliado por registros qualificados No caso de interrupccedilatildeo de tratamento ou
falta os profissionais procuram saber o que aconteceu de acordo com 429 dos usuaacuterios
e 642 dos usuaacuterios receberam visita da equipe agrave crianccedila com ateacute sete anos de vida
Na maior parte dos indicadores existe similaridade em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do
serviccedilo nas diferentes regiotildees de sauacutede Destaca-se nas Reg 2 que apenas 382 dos
profissionais respondentes estatildeo na equipe haacute 3 anos ou mais As regiotildees de sauacutede de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) satildeo as que mais
realizam busca ativa dos hipertensos faltosos representando 897 das equipes
De uma forma geral as piores respostas dos usuaacuterios estatildeo nas regiotildees de
meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Sempre satildeo atendidos pelo mesmo meacutedico na UBS
581 dos usuaacuterios das Reg 2 e 632 das Reg 3 gerando curiosidade esse valor inferior
das Reg 2 em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees visto que a carecircncia de meacutedicos eacute realidade de
116
todas as regiotildees de sauacutede mas em especial nas de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) Observa-se
uma diferenccedila mais consideraacutevel nos usuaacuterios que afirmam sempre ser atendidos pelo
mesmo enfermeiro com 688 de respostas positivas nas Reg 1 596 nas Reg 2 e 504
nas Reg 5 Aleacutem disso nas Reg 2 apenas 368 afirmam que os profissionais os procuram
para saber o que aconteceu no caso de faltas agraves consultas e 584 receberam visita agrave
crianccedila com ateacute 7 dias de vida Nas equipes das Reg 5 essa visita agrave crianccedila jaacute aumenta para
698 dos usuaacuterios
Os indicadores da continuidade relaccedilatildeo profissional-paciente revelam dificuldades
na organizaccedilatildeo do serviccedilo como rotatividade de profissionais e baixo resgate do histoacuterico
de atendimento do usuaacuterio ou busca ativa dos usuaacuterios quando necessaacuterio Apesar da
possibilidade de melhoria os resultados mais satisfatoacuterios podem ser observados atraveacutes
dos marcadores de hipertensatildeo e puericultura independente do grupo de regiotildees de sauacutede
Tabela 6 Longitudinalidade indicadores do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n
EqAB
II35 O respondente atua
3 anos ou mais em sua
equipe
2115 410 475 382 1701 443 572 425 2318 469 7181 434
II325 Nas visitas
domiciliares os ACS
realizam a busca ativa de
hipertensos faltosos
4630 897 1102 885 3291 856 1163 863 4337 877 14523 878
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III97 Sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo
meacutedico na UBS
12802 620 2847 581 9583 632 3687 677 13146 683 42065 643
III99 Sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo
enfermeiro na UBS
14196 688 2921 596 8083 533 2883 529 9692 504 37775 578
III913 Os profissionais
lembram-se do que
aconteceu nas uacuteltimas
consultas
9441 457 2180 445 7150 471 2752 505 9925 516 31448 481
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
III916 Quando
interrompem o tratamento
por algum motivo ou natildeo
comparecem agrave consulta na
UBS os profissionais os
procuram para saber o que
aconteceu e retomar o
atendimento
4460 429 879 368 3132 430 1228 456 4383 435 14082 429
117
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio
DSE e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE
e alta
oferta
Brasil
n n n n n n N usuaacuterios que alguma
vez interrompeu o
tratamento ou faltou a
consulta
10388 2388 7283 2693 10076 32828
III145 A equipe fez uma
visita agrave crianccedila com ateacute
sete dias de vida
1570 600 484 584 1417 649 519 655 1646 698 5636 642
N usuaacuterias com crianccedilas
ateacute 24 meses e que
fizeram preacute-natal
2616 829 2183 792 2357 8777
MEacuteDIA 586 549 573 587 597 584
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 8 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
522 Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
O componente ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)rdquo foi analisado
principalmente sob a perspectiva do usuaacuterio Buscou-se apreender alguns resultados sobre
o viacutenculo estabelecido nessa relaccedilatildeo entre profissional-paciente para aleacutem do
acompanhamento nos diferentes ciclos de vida
A Tabela 7 e o Graacutefico 9 apresentam indicadores sobre a experiecircncia de uso do
paciente em relaccedilatildeo agrave suficiecircncia do tempo das consultas facilidade para tirar duacutevidas ou
falar de diferentes questotildees que preocupam o usuaacuterio e possibilidade de escolha da equipe
Quanto agrave meacutedia Brasil no caso de UBS com mais de uma equipe somente 81 permitem
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II325 Nas visitas domiciliares os ACS realizam a buscaativa de hipertensos faltosos
III97 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmo meacutedicona UBS
III145 EqAB fez uma visita agrave crianccedila com ateacute sete diasde vida
III99 Sempre satildeo atendidos(as) pelo mesmoenfermeiro na UBS
III913 Os profissionais lembram-se do que aconteceunas uacuteltimas consultas
II35 O respondente atua 3 anos ou mais em suaequipe
III916 Quando interrompem o tratamento por algummotivo ou natildeo comparecem agrave consulta na UBS osprofissionais os procuram para saber o que aconteceu eretomar o atendimento
118
que o usuaacuterio opte por qual equipe deseja ser atendido e quando perguntados sobre o
mesmo tema 241 dos usuaacuterios respondem que podem fazer essa opccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao
profissional deixar tempo suficiente para o usuaacuterio falar de suas preocupaccedilotildees ou
problemas observa-se que 790 dos usuaacuterios respondem positivamente em relaccedilatildeo ao
meacutedico e 789 quanto ao enfermeiro Contudo somente 626 dos usuaacuterios sempre tecircm
facilidade de tirar duacutevidas quando precisam e 547 sempre se sentem agrave vontade para
fazer suas colocaccedilotildees
Em geral os resultados dos indicadores nos diferentes grupos de regiotildees de sauacutede
apresentam proximidade entre si com melhores respostas nas Reg 1 A facilidade para
falar com os profissionais que lhe atenderam e tirar duacutevidas teve melhores respostas dos
usuaacuterios das Reg 1 (643) e a pior resposta foi dos usuaacuterios das Reg 2 (577) Os
usuaacuterios das Reg 1 satildeo os que mais podem escolher a equipe que os atendem (278) e os
usuaacuterios das Reg 5 satildeo os que menos podem escolher (207) O enfermeiro deixa tempo
suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees segundo 744 dos usuaacuterios das Reg 5 e
838 dos usuaacuterios das Reg 1 E dos grupos que menos se sente agrave vontade para falar sobre
suas preocupaccedilotildees e problemas estatildeo 497 dos usuaacuterios das Reg 2
Os resultados em relaccedilatildeo agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo)
mostram que os usuaacuterios natildeo podem escolher a equipe que desejam ser atendidos Eles se
mostram satisfeitos quanto ao tempo para falar sobre suas preocupaccedilotildees independente do
profissional Poreacutem quando a questatildeo se amplia a acessar o profissional no poacutes consulta e
se sentir a vontade o suficiente para falar sobre suas questotildees os percentuais apresentam
uma queda Melhorias de comunicaccedilatildeo durante a consulta favoreceriam a qualidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente
Tabela 7 Longitudinalidade indicadores do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
Usuaacuterios
III91 O meacutedico deixa
tempo suficiente para falar
sobre suas preocupaccedilotildees
ou problemas
15790 778 3716 767 11974 795 4362 804 15273 799 51115 790
N usuaacuterios que alguma
vez foram atendidos pelo
meacutedico
20294 4848 15055 5426 19108 64731
III93 O enfermeiro deixa
tempo suficiente para falar 16153 838 3631 784 11246 786 4051 780 13560 744 48641 789
119
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
sobre suas preocupaccedilotildees
ou problemas N usuaacuterios que alguma
vez foram atendidos pelo
enfermeiro
19273 4632 14302 5192 18217 61616
III914 Quando precisam
tirar duacutevidas apoacutes as
consultas sempre tem
facilidade para falar com
os profissionais que lhe
atenderam
9604 643 1983 577 7246 648 2519 631 8560 602 29912 626
N usuaacuterios que alguma
vez precisou tirar duacutevidas 14942 3438 11182 3990 14211 47763
III510 Se quiserem
podem escolher a equipe
que lhe atende
5744 278 1139 233 3611 238 1247 229 3991 207 15732 241
III918 Sempre se sente agrave
vontade para falar com a
equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas
sociais familiares ou
outras questotildees
11388 552 2436 497 8491 560 3010 553 10471 544 35796 547
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 533 484 516 507 496 512
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 9 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente (viacutenculo) por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III91 O meacutedico deixa tempo suficientepara falar sobre suas preocupaccedilotildees ouproblemas
III93 O enfermeiro deixa temposuficiente para falar sobre suaspreocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando precisam tirar duacutevidasapoacutes as consultas sempre tem facilidadepara falar com os profissionais que lheatenderam
III918 Sempre se sente agrave vontade parafalar com a equipe sobre suaspreocupaccedilotildees problemas sociaisfamiliares ou outras questotildees
III510 Se quiserem podem escolher aequipe que lhe atende
120
523 Discussatildeo
A longitudinalidade representada neste trabalho pelos componentes ldquocontinuidade
da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo e ldquoqualidade da relaccedilatildeo profissional-pacienterdquo
apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo aos marcadores de hipertensatildeo e quanto ao
tempo de consulta com meacutedico e enfermeiro em geral considerado suficiente pelos
usuaacuterios para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees
Uma gama de estudos tem associado a continuidade do cuidado e APS como fonte
regular de cuidados a resultados positivos mais amplos como diminuiccedilatildeo de internaccedilotildees e
maior satisfaccedilatildeo do paciente (Kringos et al 2010 Cunha e Giovanella 2011) Em
concordacircncia uma pesquisa no estado do Paranaacute indicou a ausecircncia do atributo de
primeiro acesso e longitudinalidade e associou a esse resultado a hospitalizaccedilatildeo de crianccedilas
por condiccedilotildees sensiacuteveis agrave atenccedilatildeo ambulatorial (Damasceno 2014)
Donabedian (2001) destaca que haacute dois elementos que constituem a qualidade da
assistecircncia o teacutecnico e o interpessoal Uma melhor comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo entre meacutedicos e
pacientes favoreceria a qualidade teacutecnica da atenccedilatildeo prestada ao usuaacuterio
Mainous et al (2001) destacaram a questatildeo da confianccedila no profissional meacutedico
nos serviccedilos de APS no Reino Unido e Estados Unidos Ambos os grupos de usuaacuterios
estudados demonstraram altos niacuteveis de confianccedila nos seus meacutedicos Os autores discutem
que o acompanhamento por um mesmo meacutedico ao longo do tempo estaacute associado ao
aumento da confianccedila neste profissional Logo a longitudinalidade estaria relacionada agrave
confianccedila do usuaacuterio no profissional Cunha (2009) reforccedilou a importacircncia da confianccedila e
responsabilidade na constituiccedilatildeo do viacutenculo longitudinal encontrando resultados positivos
em seu estudo em Belo Horizonte e Camaragibe nos aspectos confianccedila na competecircncia
do profissional e interesse do profissional pelos problemas dos usuaacuterios
Outro ponto relevante eacute que um maior tempo de consulta estaacute relacionado a uma
melhor qualidade do atendimento envolvendo melhor explicaccedilatildeo do problema e das
solicitaccedilotildees diagnoacutesticas e maior preocupaccedilatildeo do meacutedico sobre a compreensatildeo do paciente
(Caprara e Rodrigues 2004) Apesar dos indicadores escolhidos natildeo precisarem a duraccedilatildeo
meacutedia da consulta a Tabela 7 mostra que os usuaacuterios avaliam positivamente o tempo da
consulta com meacutedico e enfermeiro para falar de seus problemas e preocupaccedilotildees (cerca de
80) Esse resultado eacute um pouco superior nas regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) no caso dos enfermeiros A mesma
relaccedilatildeo natildeo eacute percebida para o profissional meacutedico pois os melhores resultados foram
obtidos por usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico (Reg 4
121
e Reg 5) Contudo apesar desse resultado positivo pouco mais da metade dos usuaacuterios
conseguem tirar duacutevidas facilmente apoacutes as consultas e apenas metade deles sempre se
sentem a vontade para falar sobre suas preocupaccedilotildees e problemas o que eacute um indicativo de
necessidade de melhorias nessa relaccedilatildeo
Na Tabela 6 tambeacutem podemos visualizar que os usuaacuterios das regiotildees mais
desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5) satildeo os que com mais frequecircncia sempre satildeo atendidos pelo
mesmo meacutedico na UBS (aproximadamente 68) E os usuaacuterios das regiotildees de sauacutede de
baixo DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo os que com mais frequecircncia satildeo atendidos pelo
mesmo enfermeiro (aproximadamente 68) Parece haver uma compatibilidade entre as
percepccedilotildees dos usuaacuterios sobre atendimento com o mesmo profissional e satisfaccedilatildeo com o
tempo de consulta Uma possiacutevel justificativa para natildeo ter resultados melhores nesse
indicador poderia estar relacionada a maior disponibilidade de enfermeiros nas UBS em
regiotildees com maior oferta de serviccedilos e a rotatividade dos meacutedicos e enfermeiros
independente do grupo de regiotildees de sauacutede
A seleccedilatildeo de parte dos indicadores da Tabela 6 se baseia na evidecircncia que a
longitudinalidade envolve preacute-condiccedilotildees como uma oferta adequada de serviccedilos de APS e
mecanismos de fixaccedilatildeo de profissionais (Cunha 2009 Campos et al 2014) Entende-se
que uma menor rotatividade dos profissionais e maior tempo de atuaccedilatildeo na equipe possa
indicar maior possibilidade de relaccedilatildeo interpessoal destes profissionais com os usuaacuterios
Contudo um dos resultados demonstra que menos da metade dos profissionais
respondentes do PMAQ AB estatildeo nas equipes trecircs anos ou mais
Em estudo no estado de Satildeo Paulo Campos e Malik (2008) analisam associaccedilotildees
da rotatividade profissional na ESF com diferentes aspectos Alguns deles satildeo quanto mais
tempo de formado menor a rotatividade profissional quanto maior a distacircncia da UBS do
local de moradia do profissional maior a rotatividade quanto menor a percepccedilatildeo de
capacitaccedilatildeo para o serviccedilo maior a rotatividade de profissionais (Campos e Malik 2008)
Novos estudos relacionando a rotatividade agrave longitudinalidade satildeo necessaacuterios mas
possivelmente o tempo de formaccedilatildeo proximidade da UBS da residecircncia do profissional e
maior oferta de capacitaccedilatildeo poderiam ser influecircncias positivas na continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Estes aspectos tambeacutem estatildeo relacionados a maior satisfaccedilatildeo do
profissional no desempenho do trabalho
A literatura aponta outras ecircnfases natildeo captadas por este trabalho com interessante
discussatildeo Uma delas destacada no estudo de Caprara e Rodrigues (2004) se refere agrave infra-
estrutura do espaccedilo da consulta que deveria facilitar a proximidade e comunicaccedilatildeo
122
garantindo conforto e privacidade por exemplo atraveacutes da colocaccedilatildeo adequada das
cadeiras e mesas sem caracterizaccedilatildeo hieraacuterquica Sobre o mesmo tema com uma
abordagem diferente Campos e Malik (2008) afirmam que quanto pior a percepccedilatildeo dos
profissionais sobre o ambiente fiacutesico da unidade maior a rotatividade
Apesar de neste trabalho a discussatildeo sobre a continuidade informacional estar
considerada como componente do atributo coordenaccedilatildeo do cuidado baseando-se na
classificaccedilatildeo de Starfield (2002) dois indicadores da Tabela 6 se relacionam agrave temaacutetica
Cunha e Giovanella (2011) caracterizam a continuidade informacional
A continuidade informacional considerada a base da longitudinalidade
diz respeito agrave qualidade dos registros em sauacutede seu manuseio e
disponibilizaccedilatildeo de forma a favorecer o acuacutemulo de conhecimento sobre
o paciente por parte da equipe de sauacutede Este acuacutemulo de conhecimento
que eacute dinacircmico deve orientar a conduta terapecircutica e favorecer a
avaliaccedilatildeo da mesma (Cunha e Giovanella 1039)
Nos indicadores ldquoos profissionais lembram-se do que aconteceu com o(a) senhor(a)
nas uacuteltimas consultasrdquo e ldquoquando interrompem o tratamento por algum motivo ou natildeo
comparecem agrave consulta na UBS os profissionais procuram o(a) senhor(a) para saber o que
aconteceu e retomar o atendimentordquo menos da metade dos usuaacuterios respondem
positivamente Logo esses resultados fornecem pistas de que as UBS carecem de um
registro adequado que permita uma maior continuidade da atenccedilatildeo o que envolve por
exemplo resgate de informaccedilotildees das uacuteltimas consultas e busca ativa quando necessaacuterio
Cabe problematizar tambeacutem o indicador de opccedilatildeo do usuaacuterio em relaccedilatildeo agrave equipe
que deseja ser atendido na Tabela 7 apresentado com baixo percentual 241 dos usuaacuterios
respondendo positivamente A percepccedilatildeo dos profissionais sobre esse tema precisou ser
excluiacuteda da seleccedilatildeo devido o alto percentual de respostas ldquonatildeo sabenatildeo respondeurdquo Sobre
isso natildeo se encontra uma especificaccedilatildeo na PNAB apenas que o atendimento das equipes
de sauacutede da famiacutelia deve ser territorializado e ter populaccedilatildeo adscrita Uma contradiccedilatildeo
portanto estaacute colocada ao mesmo tempo que escolher a equipe pode favorecer o viacutenculo
do usuaacuterio com a equipe de sauacutede envolvendo satisfaccedilatildeo desse usuaacuterio se a escolha for
permitida sem criteacuterios especiacuteficos pode desfavorecer o viacutenculo agrave medida que a troca de
profissional poderia gerar uma descontinuidade na relaccedilatildeo profissional-paciente ao longo
do tempo Giovanella e Mendonccedila (2012) diferenciam essa possibilidade de escolha dos
profissionais entre os sistemas de sauacutede inglecircs (NHS) e o SUS A funccedilatildeo da APS de porta
de entrada obrigatoacuteria no NHS eacute acompanhada de uma obrigatoriedade de inscriccedilatildeo de
123
pacientes em um consultoacuterio de meacutedico generalista (GP) e posterior troca se necessaacuterio
assegurando ao usuaacuterio certa liberdade de escolha Jaacute no Brasil pode-se falar em adscriccedilatildeo
compulsoacuteria baseada no cadastro da populaccedilatildeo a partir de aacuterea geograacutefica especiacutefica
Campos et al (2014) encontram os mesmos resultados sobre a impossibilidade dos
usuaacuterios de escolherem o seu meacutedico e equipe e discutem que a loacutegica da adscriccedilatildeo eacute
interessante mas precisa ter flexibilizaccedilatildeo para maior autonomia dos usuaacuterios Freeman e
Hughes (2010) em estudo na Inglaterra defendem que os pacientes natildeo devam ser
obrigados a consultar com o mesmo meacutedico e sim possam escolher visto que para
pacientes mais jovens ou que necessitam de um cuidado continuado tecircm menos
importacircncia que para usuaacuterios adultos e vulneraacuteveis ou de grupos prioritaacuterios Em outras
palavras determinados grupos podem natildeo considerar a longitudinalidade como um criteacuterio
de qualidade da APS
Baacuterbara Starfield (2002) salienta relaccedilotildees entre longitudinalidade e aspectos dos
demais atributos essenciais (Starfield 2002) Precede um cuidado continuado ao longo do
tempo que o usuaacuterio consiga acessar adequadamente o serviccedilo - acesso de primeiro
contato (Damasceno 2014) que o usuaacuterio tenha disponiacutevel o conjunto de accedilotildees e serviccedilos
que necessita para a resoluccedilatildeo de seu problema favorecendo a integralidade da atenccedilatildeo
(Assis e Jesus 2012) e que exista uma co-participaccedilatildeo do usuaacuterio na terapecircutica atraveacutes de
uma consulta participativa e uma troca de saberes entre profissional e usuaacuterio e para tal a
percepccedilatildeo e disposiccedilatildeo do profissional para esse diaacutelogo (Cunha 2009)
Em siacutentese no atributo da longitudinalidade tanto os resultados da continuidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente como da qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente foram
inadequados Em geral os resultados satildeo satisfatoacuterios apenas quanto ao tempo das
consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo
agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da
longitudinalidade que variam desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo
dos registros e a visita de puericultura outros dependem de questotildees mais abrangentes e
muitas vezes tripartite como a fixaccedilatildeo de profissionais e melhores condiccedilotildees de trabalho
e um outro conjunto eacute influenciado pela capacitaccedilatildeo e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo
profissional-paciente como acessibilidade ao profissional apoacutes a consulta
Do conjunto de 12 indicadores que podem ser considerados um padratildeo de
referecircncia para o atributo da longitudinalidade nenhum foi classificado no padratildeo muito
bom (mais de 90 das respostas) O padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) foi
expresso em 3 indicadores da mesma forma que o padratildeo regular (60 a 74 das respostas)
124
apresentou-se tambeacutem com 3 indicadores O padratildeo inadequado (menor que 60 das
respostas) foi visualizado na maior parte dos indicadores em 6 deles Os indicadores com
padratildeo bom concentram-se no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos
faltosos pelos ACS e dentre os piores indicadores destacam-se as questotildees de escolha da
equipe e de continuidade do cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo
lembram o que aconteceu em consultas anteriores e escassa busca ativa)
O Graacutefico 10 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
longitudinalidade
Graacutefico 10 Longitudinalidade siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de
sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalQualidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente(viacutenculo)
Continuidade da relaccedilatildeoprofissional-paciente
125
53 ATRIBUTO ABRANGEcircNCIA OU INTEGRALIDADE
A integralidade envolve a capacidade do serviccedilo em reconhecer as necessidades do
paciente e ofertar recursos diversificados para uma abordagem resolutiva no acircmbito da AB
Envolve o elenco de accedilotildees dos serviccedilos e se a forma como esses serviccedilos satildeo prestados satildeo
capazes de atender agraves necessidades da populaccedilatildeo (Starfield 2002)
Para essa anaacutelise foram selecionados os componentes serviccedilos realizadosescopo de
accedilotildees e resolutividade da AB
531 Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
O componente ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo expressa a oferta de recursos
da Atenccedilatildeo Baacutesica a seus usuaacuterios a fim de se aproximar de um cuidado em sauacutede de
acordo com as necessidades da populaccedilatildeo Nesse item foram definidas como accedilotildees
essenciais consultas medicamentos exames vacinaccedilatildeo e procedimentospequenas
cirurgias
A Tabela 8 e os Graacuteficos 11 e 12 apresentam os indicadores sobre os serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees Os indicadores relacionados agrave UBS expressam que 916 das
UBS oferecem consultas meacutedicas 971 ofertam consultas de enfermagem 768
oferecem consultas odontoloacutegicas 804 possuem dispensaccedilatildeo de medicamentos pela
farmaacutecia e 853 ofertam vacinaccedilatildeo no seu escopo de accedilotildees
Quanto ao processo de trabalho das equipes pode-se observar que 788 das
equipes comprovam programar consultas e accedilotildees para usuaacuterios de programas ou grupos de
cuidado continuado Em relaccedilatildeo aos exames para problemas especiacuteficos a maioria das
equipes tem realizado a solicitaccedilatildeo 974 solicitam exame de creatinina para os usuaacuterios
com hipertensatildeo 928 solicitam exame de hemoglobina glicosilada para usuaacuterios com
diabetes 979 solicitam mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos 983 solicitam
sorologia para HIV no preacute-natal Todavia apenas 526 das equipes realizam coleta de
material para exames de laboratoacuterio Os procedimentospequenas cirurgias satildeo realizados
por 631 das equipes Poreacutem no exemplo da sutura de ferimentos a realizaccedilatildeo soacute eacute feita
por 308 das equipes Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos que
precisam receber cuidado no domiciacutelio 703 das equipes
Considerando as usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 698 fizeram a maioria das
consultas de preacute-natal em sua UBS e 776 fizeram a maioria das vacinas da crianccedila no
mesmo local Dos usuaacuterios com diabetes 777 fizeram a maioria das consultas de DM
em sua UBS nos uacuteltimos 6 meses e quanto aos usuaacuterios com HAS o mesmo resultado
126
representa 754 Das usuaacuterias em geral 732 fizeram o exame preventivo de cacircncer de
colo de uacutetero em sua UBS Ou seja independente do grupo prioritaacuterio (gestante crianccedila
usuaacuterios com diabetes ou hipertensatildeo) houve aproximadamente a mesma oferta de
serviccedilos e acesso dos usuaacuterios agraves UBS
Alguns dos resultados mais positivos desse componente estatildeo nas regiotildees de alto
desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos (Reg 5) Apesar disso natildeo se
verificou um padratildeo de comportamento de oferta entre as regiotildees com grande variaccedilatildeo
dependendo do indicador Dos principais resultados que apresentaram variaccedilatildeo entre os
grupos pode-se destacar nas UBS que a dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia
varia entre 705 (Reg 2) 731 (Reg 3) e 873 (Reg 5) nas Reg 3 apenas 763 das
UBS disponibilizam vacinaccedilatildeo Os resultados das Reg 1 e Reg 5 satildeo equiparados em
relaccedilatildeo a vacinaccedilatildeo (cerca de 900)
Entre as equipes as que mais comprovam programar consultas e accedilotildees para
usuaacuterios de programas ou cuidado continuado satildeo as das Reg 5 (862) A possibilidade de
solicitar exames gera afirmaccedilotildees similares entre as equipes dos grupos de regiotildees de sauacutede
com exceccedilatildeo da solicitaccedilatildeo de exame de hemoglobina glicosilada para DM com a variaccedilatildeo
de 872 nas Reg 1 e 985 nas Reg 5 Jaacute quanto agrave realizaccedilatildeo de coleta de material para
exames de laboratoacuterio a diferenccedila eacute gritante pois somente 344 das Reg 1 e 437 das
Reg 3 respondem positivamente enquanto 751 das Reg 5 realizam a coleta A realizaccedilatildeo
de exames na proacutepria UBS eacute um oacutetimo indicador tambeacutem de resolutividade e acesso aos
exames em tempo oportuno
A realizaccedilatildeo de procedimentos aparece com menores resultados nas Reg 1 e Reg 2
com 597 e maiores resultados nas Reg 4 com 690 das equipes Contudo na sutura de
ferimentos os extremos estatildeo entre as Reg 4 com 361 e as Reg 5 com apenas 235
das equipes realizando esse procedimento A variaccedilatildeo tambeacutem aparece nas equipes que
possuem levantamento dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio menor nas
Reg 1 e Reg 2 (cerca de 62) e maior nas Reg 4 (778) e Reg 5 (819)
Quanto agraves variaccedilotildees entre as respostas dos usuaacuterios tem-se que a realizaccedilatildeo da
maior parte das consultas de preacute-natal em sua UBS teve melhores resultados nas Reg 1
com 813 e o piores resultados nas Reg 3 com 606 dos usuaacuterios Os usuaacuterios que
realizaram as vacinas da crianccedila na UBS estatildeo em sua maioria nas Reg 1 (827) e Reg 5
(824) e em minoria nas Reg 3 (669) Dentre as mulheres entrevistadas apenas
684 das Reg 2 fizeram o exame preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS
O escopo de accedilotildees pode ser expresso como satisfatoacuterio somente nos aspectos
127
disponibilidade de consultas meacutedicas e de enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames Avanccedilos
nesse componente satildeo necessaacuterios pois ainda existem aproximadamente 30 de UBS sem
consulta odontoloacutegica assim como a dispensaccedilatildeo de medicamentos parece ser centralizada
em algumas UBS e a vacinaccedilatildeo deveria ter alcanccedilado niacuteveis proacuteximos de 100 visto seu
caraacuteter histoacuterico no escopo de accedilotildees da Atenccedilatildeo Baacutesica Merece destaque que a coleta de
material para exames laboratoriais eacute realidade apenas nas equipes das Reg 5 e a oferta de
procedimentos eacute baixa em todos os grupos de regiotildees de sauacutede
Tabela 8 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I78 Ofertam consultas
meacutedicas 4403 881 1077 936 3248 916 1083 926 2788 967 12599 916
I78 Ofertam consultas
de enfermagem 4851 970 1135 986 3412 962 1123 960 2825 980 13346 971
I78 Ofertam consultas
odontoloacutegicas 3874 775 867 753 2772 782 835 714 2212 767 10560 768
I78 Dispensam
medicamentos pela
farmaacutecia
4212 842 812 705 2590 731 916 783 2518 873 11048 804
I78 Ofertam vacinaccedilatildeo 4486 897 1002 871 2705 763 961 821 2573 892 11727 853
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II166 Comprova
programar consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que
faccedilam parte de grupos
prioritaacuterios de cuidado
continuado
3887 753 923 741 2852 742 1110 824 4265 862 13037 788
II175 Solicitam exame
de creatinina para HAS 4964 962 1201 965 3726 969 1327 985 4889 989 16107 974
II176 Solicitam exame
de hemoglobina
glicosilada para DM
4449 872 1099 883 3581 932 1296 962 4870 985 16541 928
II179 Solicitam
mamografia para
mulheres entre 50 e 69
anos
4980 965 1190 956 3792 986 1322 981 4906 992 16190 979
II1710 Solicitam
sorologia para HIV no
preacute-natal
5104 989 1230 988 3698 962 1334 990 4898 990 16264 983
II203 Realizam coleta
de material para exames
de laboratoacuterio
1777 344 606 487 1681 437 804 597 3836 751 8704 526
II207 Realizam
procedimentos na UBS 3080 597 742 597 2604 677 930 690 3080 623 10436 631
128
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
II208 Realizam
procedimento sutura de
ferimentos
1644 319 426 342 1372 357 486 361 1163 235 5091 308
II326 Possuem
mapeamento os usuaacuterios
adscritos que necessitam
receber cuidado no
domiciacutelio
3193 619 783 629 2557 665 1048 778 4052 819 11633 703
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III116 Fizeram a
maioria das consultas de
preacute-natal nesta UBS
2128 813 582 702 1322 606 519 655 1571 667 6122 698
III1416 Fizeram a
maioria das vacinas da
crianccedila nesta UBS
2164 827 644 777 1461 669 598 755 1941 824 6808 776
N usuaacuterias com crianccedilas
ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777
III163 Fizeram a
maioria das consultas de
diabetes nesta UBS nos
uacuteltimos 6 meses
1494 766 517 760 1352 744 613 809 2333 801 6309 777
N usuaacuterios com diabetes 1951 680 1816 758 2913 8118
III153 Fizeram a
maioria das consultas de
HAS nesta UBS nos
uacuteltimos 6 meses
4707 754 1360 742 4040 717 1663 780 6173 776 17943 754
N usuaacuterios com HAS 6239 1833 5638 2132 7955 23797
III106 Fizeram o exame
preventivo de cacircncer de
colo de uacutetero nesta UBS
12220 724 2616 684 8371 739 2870 736 11114 747 37191 732
N usuaacuterias 16870 3825 11325 3897 14874 50791
MEDIA 772 763 756 795 818 783
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
129
Graacutefico 11 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 12 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente serviccedilos
realizadosescopo de accedilotildees por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1710 Solicitam sorologia para HIVno preacute-natal
II179 Solicitam mamografia paramulheres entre 50 e 69 anos
II175 Solicitam exame de creatininapara HAS
I78 Ofertam consultas deenfermagem
II176 Solicitam exame dehemoglobina glicosilada para DM
I78 Ofertam consultas meacutedicas
I78 Ofertam vacinaccedilatildeo
I78 Dispensam medicamentos pelafarmaacutecia
I78 Ofertam consultasodontoloacutegicas
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III163 Fizeram a maioria das consultas dediabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses
III1416 Fizeram a maioria das vacinas dacrianccedila nesta UBS
III153 Fizeram a maioria das consultas deHAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses
III106 Fizeram o exame preventivo decacircncer de colo de uacutetero nesta UBS
II326 Possuem levantamentomapeamento dos usuaacuterios adscritos quenecessitam receber cuidado no domiciacutelioIII116 Fizeram a maioria das consultas depreacute-natal nesta UBS
II207 Realizam procedimentos na UBS
II203 Realizam coleta de material paraexames de laboratoacuterio
II208 Realiza procedimento sutura deferimentos
130
532 Resolutividade da AB
A ldquoresolutividaderdquo diz respeito agrave qualidade dos serviccedilos prestados ou seja se as
accedilotildees e serviccedilos oferecidos pela Atenccedilatildeo Baacutesica conseguem responder agraves necessidades dos
usuaacuterios eou a capacidade do serviccedilo de realizar encaminhamentos adequados quando
necessaacuterio O contato da AB com outros pontos de atenccedilatildeo seraacute tratado no item
coordenaccedilatildeo do cuidado
A Tabela 9 e os Graacuteficos 13 e 14 apresentam os indicadores do componente
resolutividade da AB abrangendo a disponibilidade de profissionais de apoio do NASF
accedilotildees de educaccedilatildeo permanente medicamentos e vacina Considerando a meacutedia Brasil
963 das UBS possuem meacutedico 993 possuem enfermeiros e 780 possuem dentista
valores aproximados da disponibilidade de consultas analisada no componente anterior
561 das equipes recebem apoio do NASF cuja maior disponibilidade se refere aos
profissionais natildeo meacutedicos da seguinte forma 481 recebem apoio de psicoacutelogo 450
do fisioterapeuta 436 do nutricionista 376 do assistente social 226 do
farmacecircutico Das categorias meacutedicas no NASF 138 das equipes recebem apoio do
ginecologista 131 do pediatra e 108 do psiquiatra
A educaccedilatildeo permanente envolvendo profissionais da AB ocorre em 812 das
equipes poreacutem quando perguntado se essas accedilotildees contemplam as demandas e
necessidades da equipe apenas 613 responderam positivamente Quanto o aspecto das
ofertas 677 das equipes recebem medicamentos da farmaacutecia baacutesica em quantidade
suficiente para atender a populaccedilatildeo e 821 realizam todas as vacinas do calendaacuterio
baacutesico Contudo quando perguntados sobre os medicamentos apenas 306 dos usuaacuterios
afirmam que estes sempre estatildeo disponiacuteveis
Outras avaliaccedilotildees sob o ponto de vista dos usuaacuterios 725 acham que a sua equipe
sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS 652 relatam que nunca falta
material ou equipamento que prejudique seu atendimento 657 sempre encontram
facilidade para saber os resultados de seus exames e 528 afirmam que as orientaccedilotildees que
os profissionais fornecem na UBS sempre atende suas necessidades
Variaccedilotildees entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo observadas Em geral as regiotildees
de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5) destacam-se por resultados
que indicam maior capacidade para ser resolutiva As UBS de regiotildees de sauacutede de baixo
DSE e baixa oferta (Reg 1) satildeo as que mais possuem cirurgiatildeo-dentista (833) Os
menores percentuais estatildeo nas UBS regiotildees de alto DSE e meacutedia oferta (Reg 4) com
690
131
Apesar das equipes disporem de um baixo apoio dos profissionais do NASF com
valores proacuteximos a 50 mesmo nas categorias profissionais mais frequentes observa-se
maiores percentuais de equipes apoiadas pelo NASF nas Reg 5 independente da categoria
profissional Uma variaccedilatildeo importante tambeacutem eacute vista nas equipes das Reg 4 com
menores percentuais de apoio em geral (454)
Nas Reg 1 apenas 735 das equipes participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente
e 543 avaliam que estas contemplam as demandas e necessidades da equipe Nas Reg 2
o quadro eacute parecido 726 participam de accedilotildees de educaccedilatildeo permanente e 553 avaliam
como adequadas Jaacute nas Reg 5 as respostas alcanccedilam 925 das equipes com educaccedilatildeo
permanente e 733 avaliando como adequadas agraves demandas e necessidades da equipe
Os usuaacuterios mantem um mesmo padratildeo de resposta entre os diferentes grupos de
regiotildees de sauacutede acompanhando a meacutedia Brasil Uma variaccedilatildeo de destaque estaacute no
indicador sobre a presenccedila do meacutedico na UBS ou em atividades no bairro durante todos os
horaacuterios de funcionamento da UBS respondido positivamente por 695 dos usuaacuterios das
Reg 4 e Reg 5 enquanto apenas 555 das Reg 1 fizeram a mesma afirmaccedilatildeo Outro
desses indicadores se refere agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre a falta de material ou
equipamento na UBS que prejudique o atendimento em que 593 dos usuaacuterios das Reg 1
e 719 das Reg 4 relatam nunca faltar material Jaacute em relaccedilatildeo aos medicamentos estarem
sempre disponiacuteveis as menores respostas estatildeo nas Reg 2 e 3 com 255 dos usuaacuterios
respondendo positivamente e 351 dos usuaacuterios das Reg 5 afirmando que os
medicamentos sempre estatildeo disponiacuteveis
Entre os indicadores de resolutividade os melhores resultados se referem agrave
disponibilidade de profissionais meacutedicos e enfermeiros necessitando ser melhorada em
relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal O apoio do NASF eacute ainda baixo dentre as categorias profissionais
mais frequentes o resultado eacute de apenas 50 de equipes o que pode gerar
encaminhamentos desnecessaacuterios para especialistas de casos que poderiam estar sendo
resolvidos na proacutepria UBS Haacute maior apoio de NASF nas regiotildees de sauacutede com alta oferta
de serviccedilos seguindo a tendecircncia Em relaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo permanente aleacutem da ampliaccedilatildeo
falta adequaacute-la agraves necessidades da equipe Surpreende que mais de 30 das equipes natildeo
recebem todos os medicamentos da farmaacutecia baacutesica e quase 20 natildeo disponibilizarem
todas as vacinas do calendaacuterio Na percepccedilatildeo dos usuaacuterios que em geral realizam piores
avaliaccedilotildees que os profissionais o que mais chama a atenccedilatildeo eacute a indisponibilidade de
medicamentos
132
Tabela 9 Abrangecircncia ou Integralidade indicadores do componente resolutividade
da AB por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I35 UBS possuem
meacutedico 4796 959 1088 945 3407 961 1144 978 2811 975 13246 963
I35 UBS possuem
enfermeiro 4969 994 1146 996 3510 990 1159 991 2866 994 13650 993
I35 UBS possuem
cirurgiatildeo-dentista 4166 833 879 764 2817 795 807 690 2059 714 10728 780
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II122 Recebem apoio
do NASF 2944 571 577 463 1768 460 611 454 3384 684 9284 561
II123 Recebem apoio
de psicoacutelogo do NASF 2472 479 498 400 1510 393 529 393 2945 596 7954 481
II123 Recebem apoio
de fisioterapeuta do
NASF
2467 478 476 382 1364 355 428 318 2711 548 7446 450
II123 Recebem apoio
de nutricionista do
NASF
2371 459 439 353 1403 365 483 359 2510 508 7206 436
II123 Recebem apoio
de assistente social do
NASF
2056 398 392 315 1128 293 380 282 2263 458 6219 376
II123 Recebem apoio
de farmacecircutico do
NASF
985 191 243 195 766 199 288 214 1462 296 3744 226
II123 Recebem apoio
de ginecologista do
NASF
712 138 153 123 424 110 161 120 840 170 2290 138
II123 Recebem apoio
de pediatra do NASF 623 121 163 131 393 102 172 128 822 166 2173 131
II123 Recebem apoio
de psiquiatra do NASF 420 81 85 68 216 56 113 84 948 192 1782 108
II81 No municiacutepio haacute
accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente envolvendo
profissionais da AB
3794 735 904 726 2992 778 1172 870 4576 925 13438 812
II84 Quando haacute accedilotildees
de educaccedilatildeo
permanente estas
contemplam as
demandas e
necessidades da equipe
2800 543 688 553 2180 567 900 668 3627 733 10195 613
II201 Recebem
medicamentos da
farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender
a populaccedilatildeo
3504 679 761 611 2518 655 949 705 3460 700 11192 677
II205 Realizam todas
as vacinas do calendaacuterio
baacutesico
4498 872 1042 837 2678 697 1031 765 4335 877 13584 821
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
133
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
Usuaacuterios
III81 Quando satildeo
atendidos acham que a
equipe sempre busca
resolver suas
necessidades problemas
na proacutepria UBS
14878 721 3492 713 11280 744 4005 735 13736 714 47391 725
III181 Nunca falta
material ou
equipamento na UBS
que prejudique seu
atendimento
12250 593 2943 601 10566 697 3913 719 12968 674 42640 652
III922 Sempre
encontram facilidade
para saber os resultados
de seus exames
12890 624 3185 650 10581 698 3751 689 12532 652 42939 657
III 182 Quando o
profissional receita um
medicamento este estaacute
sempre disponiacutevel
6462 313 1250 255 3873 255 1664 306 6760 351 20009 306
III75 As orientaccedilotildees
que os profissionais
fornecem na UBS
sempre atendem suas
necessidades
10966 531 2435 497 8529 562 2849 523 9760 507 34539 528
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 539 509 517 531 597 544
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 13 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB
por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 1)
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I35 UBS possuem enfermeiro
I35 UBS possuem meacutedico
II205 Realizam todas as vacinas docalendaacuterio baacutesico
II81 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente envolvendo profissionais daAB
I35 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista
III81 Quando satildeo atendidos acham quea equipe sempre busca resolver suasnecessidades problemas na proacutepria UBS
II201 Recebem medicamentos dafarmaacutecia baacutesica suficientes para atender apopulaccedilatildeo
134
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 14 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente resolutividade na AB
por grupos de regiotildees de sauacutede (parte 2)
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
533 Discussatildeo
A abrangecircncia ou integralidade expressa neste trabalho pelos componentes
ldquoserviccedilos realizadosescopo de accedilotildeesrdquo e ldquoresolutividade da ABrdquo apresentou resultados
positivos principalmente em relaccedilatildeo agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de
enfermagem e solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Os indicadores relacionados
agrave educaccedilatildeo permanente coleta de material para exames disponibilidade de medicamentos
vacinas e apoio do NASF indicam necessidade de melhorias para maior resolutividade das
accedilotildees da AB
Visto os diferentes sentidos da integralidade eacute importante destacar que para a
anaacutelise do atributo abrangecircnciaintegralidade foram selecionadas condiccedilotildees objetivas de
organizaccedilatildeo do serviccedilo e percepccedilatildeo dos usuaacuterios (Starfield 2002) Natildeo se extrapolou para
outras noccedilotildees de integralidade como por exemplo a praacutetica sanitaacuteria individual para uma
abordagem integral do indiviacuteduo a abrangecircncia das respostas governamentais (Mattos
2001) ou a integraccedilatildeo dos serviccedilos por meio de redes assistenciais (Mendes 2011)
Brandatildeo et al (2013) em estudo sobre o instrumento de avaliaccedilatildeo da APS por
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III922 Sempre encontramfacilidade para saber os resultadosde seus exames
III181 Nunca falta material ouequipamento na UBS queprejudique seu atendimento
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeopermanente estas contemplam asdemandas e necessidades da equipe
II122 Recebem apoio do NASF
III75 As orientaccedilotildees que osprofissionais fornecem na UBSsempre atendem suas necessidades
III 182 Quando o profissionalreceita um medicamento este estaacutesempre disponiacutevel
135
usuaacuterios EUROPEP apontam como sugestotildees dos usuaacuterios a ampliaccedilatildeo da oferta de
profissionais e serviccedilos a maior disponibilidade de medicamentos a ampliaccedilatildeo da oferta
de exames implantaccedilatildeo do serviccedilo de urgecircnciaemergecircncia e aumento de realizaccedilatildeo de
visitas domiciliares Tais itens satildeo similares agrave seleccedilatildeo do nosso estudo
Os resultados das Tabelas 8 e 9 mostram a carecircncia do dentista nas equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica em comparaccedilatildeo com os demais profissionais da equipe miacutenima assim
como o baixo nuacutemero de consultas odontoloacutegicas independente da regiatildeo de sauacutede Em
relaccedilatildeo agraves consultas meacutedicas os menores resultados satildeo visualizados nas equipes de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) Casotti et al (2014) indicam
resultados mais especiacuteficos em relaccedilatildeo agrave sauacutede bucal em que apenas 451 dos usuaacuterios
conseguem marcar consulta com o dentista e que mais de 80 das equipes ofertam vagas
em funccedilatildeo do risco identificado
Nos grupos prioritaacuterios de cuidado continuado como pessoas com HAS DM
mulheres adultas crianccedilas e preacute-natal observou-se em nosso estudo que cerca de 20 a 30
de usuaacuterios natildeo fizeram as consultas na UBS Considerando o atributo de primeiro contato
em que o horaacuterio de funcionamento atende agraves necessidades talvez o que justifique esse
resultado seja a dificuldade na marcaccedilatildeo das consultas na ausecircncia de oferta
Aleacutem disso nos marcadores selecionados para esses grupos prioritaacuterios visualiza-
se pontos significativos como por exemplo a solicitaccedilatildeo de exames baacutesicos presente na
maioria das equipes Contudo ao observar que equipes coletam o exame na proacutepria UBS
esses resultados tem variaccedilatildeo importante de acordo com a regiatildeo de sauacutede Em regiotildees de
sauacutede alto desenvolvimento socioeconocircmico e com alta oferta de serviccedilos (Reg 5) a coleta
chega a 751 enquanto nas regiotildees de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa
oferta de serviccedilos (Reg 1) apenas 344 das equipes realizam os exames Os usuaacuterios que
sempre encontram facilidade para saber o resultado dos seus exames correspondem a
657 Fausto et al (2014) na comparaccedilatildeo por porte populacional destacam que satildeo
visiacuteveis os espaccedilos para o desenvolvimento de accedilotildees na APS com oferta de cuidados
regulares e resolutivos mas chamam a atenccedilatildeo que mais de 50 das UBS em municiacutepios
de ateacute 100000 habitantes natildeo dispotildeem de serviccedilos baacutesicos como coleta de material para
exames
Giovanella et al (2015) em estudo sobre tipologia das UBS encontra que apenas
44 das UBS oferecem um conjunto de serviccedilos miacutenimos (consultas meacutedicas de
enfermagem e odontoloacutegicas dispensaccedilatildeo de medicamentos pela farmaacutecia e vacinaccedilatildeo) ou
seja mais de 20 mil UBS brasileiras natildeo ofertam esse conjunto de serviccedilos
136
Especificamente a vacinaccedilatildeo uma atividade da Atenccedilatildeo Baacutesica desde a sua criaccedilatildeo natildeo eacute
realizada por mais de 9 mil UBS no paiacutes (24) A disponibilidade de geladeira exclusiva
para vacina apresenta resultados inferiores com 35 das UBS natildeo possuindo (Giovanella
et al 2015)
Nas Tabelas 8 e 9 apesar de mais de 800 das UBS possuiacuterem dispensaccedilatildeo de
medicamentos apenas 677 recebem medicamentos suficientes e somente 306 dos
usuaacuterios declaram que o medicamento sempre estaacute disponiacutevel Tais resultados demonstram
uma baixa disponibilidade de medicamentos independente da regiatildeo de sauacutede assim como
em estudo de Mendes et al (2014) que realizaram a comparaccedilatildeo por estrato populacional e
achou resultados sobre a disponibilidade meacutedia de medicamentos que convergiram com o
cenaacuterio global A disponibilidade meacutedia de medicamentos foi de 585 abaixo do valor
aceitaacutevel de 80 proposto pela OMS em todos os estratos analisados seja o populacional
seja por tipo de UBS Os autores destacam que apoacutes a Poliacutetica Nacional de Medicamentos
e descentralizaccedilatildeo da assistecircncia farmacecircutica em 2005 poucos estudos nacionais foram
realizados Tais resultados associados agrave percepccedilatildeo da organizaccedilatildeo nas UBS remete-nos agrave
hipoacutetese de que a baixa disponibilidade de medicamentos pode ser justificada pela
centralizaccedilatildeo da dispensaccedilatildeo em UBS centrais principalmente considerando a dificuldade
de logiacutestica adequada de dispensaccedilatildeo de medicamentos com qualidade
Outra questatildeo que poderia influenciar positivamente nesses resultados sobre
medicamentos seria a existecircncia do farmacecircutico no NASF Todavia apenas cerca de 20
das equipes recebe este apoio Mendes et al (2014) ressaltam que apesar de positiva e
significativamente associada agrave boa disponibilidade o apoio matricial do farmacecircutico foi
baixo
O apoio matricial tem aos poucos se estruturado no Brasil com melhorias na
qualidade da Atenccedilatildeo Baacutesica segundo diversos autores (Fonseca Sobrinho et al 2014
Sampaio et al 2012) Fonseca Sobrinho et al (2014) destacam os avanccedilos do NASF por
exemplo atraveacutes de accedilotildees como educaccedilatildeo permanente construccedilatildeo conjunta accedilotildees cliacutenicas
compartilhadas discussotildees de processo de trabalho e intervenccedilotildees no territoacuterio Os autores
discutem que as atividades de apoio matricial na Atenccedilatildeo Baacutesica no Brasil satildeo expressivas
poreacutem extremamente desiguais de acordo com o desenvolvimento das regiotildees Em regiotildees
mais desenvolvidas haacute maior presenccedila de apoio matricial da mesma forma que apontam
os resultados de nosso estudo Os autores destacam que em 12 estados brasileiros cerca de
50 das equipes de AB possuem baixo ou nenhum apoio matricial (Fonseca Sobrinho et
al 2014) Na Tabela 9 observa-se resultados similares em que nas categorias
137
profissionais mais frequentes nenhuma delas chega aos 50 de presenccedila nas equipes de
Atenccedilatildeo Baacutesica (meacutedia Brasil) Especialmente as categorias meacutedicas no NASF satildeo as mais
ausentes
Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de procedimentos pelas UBS a portaria 841 de maio de
2012 define o que seria caracterizado como ldquoatendimento ciruacutergico ambulatorial baacutesicordquo
Discutido no atributo de primeiro contato escolheu-se aqui o exemplo de sutura de
ferimentos que requer um ambiente esteacuteril para realizaccedilatildeo E o resultado foi um terccedilo das
equipes realizando com valores inferiores nas Reg 5 Nessas uacuteltimas a caracteriacutestica de
pequenas cirurgias seria menor devido agrave presenccedila de Unidades de pronto-atendimento Ou
essas UBS seriam mais criteriosas em relaccedilatildeo agrave seguranccedila do procedimento Esses satildeo
exemplos de questotildees que exigiriam novos estudos para aprofundamento
Assis et al (2010) em pesquisa com usuaacuterios encontraram que 82 dos usuaacuterios
referiram que sua necessidade de sauacutede foi resolvida na proacutepria UBS assim como nos
dados do PMAQ AB Os autores destacam que essa busca pela UBS para resoluccedilatildeo dos
seus problemas fortalece o viacutenculo entre instituiccedilatildeo usuaacuterios e trabalhadores de sauacutede e
sugere a identificaccedilatildeo da UBS como um serviccedilo de sauacutede resolutivo (Assis et al 2010)
Importante destacar que essa percepccedilatildeo eacute inferior quando os usuaacuterios satildeo perguntados se os
profissionais fornecem orientaccedilotildees que sempre atendem agraves suas necessidades
Outro ponto de discussatildeo se refere agraves visitas domiciliares com maior mapeamento
dos usuaacuterios que necessitam de cuidados no domiciacutelio nas regiotildees mais desenvolvidas (Reg
4 e Reg 5) Da mesma forma satildeo as regiotildees que mais possuem accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente e adequadas agraves necessidades e demandas da equipe Como uma seacuterie de
resultados satildeo melhores nessas regiotildees pode-se supor que a infraestrutura e a educaccedilatildeo
permanente tecircm influecircncia positiva na oferta e disponibilidade de serviccedilos
Uma das limitaccedilotildees na escolha dos indicadores se refere agraves accedilotildees de sauacutede bucal O
uacutenico indicador escolhido referente a esta temaacutetica eacute a disponibilidade de cirurgiatildeo-dentista
e de consultas de sauacutede bucal Isso porque o questionaacuterio PMAQ AB traz uma seacuterie de
perguntas especiacuteficas sobre instrumental e procedimentos sendo difiacutecil para um natildeo
especialista na aacuterea identificar elementos marcadores para o processo de trabalho
Uma dificuldade para a avaliaccedilatildeo da integralidade eacute que o acesso eacute inseparaacutevel ou
preacute-condiccedilatildeo para a integralidade Um conjunto de accedilotildees ofertadas soacute teraacute efetividade se
for utilizada com equidade de acordo com as necessidades do usuaacuterio Ou seja eacute
importante verificar se estaacute ocorrendo acesso a um sistema com cuidados integrais (Conill
2004)
138
A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e oferta
de serviccedilos das regiotildees de sauacutede Mendes et al (2014) apontam que municiacutepios com
menos habitantes tem menor escala de compra menor disponibilidade de recursos
humanos capacitados e maiores dificuldades de infraestrutura Da mesma forma
Giovanella et al (2015) mostram que a maior presenccedila de UBS sem condiccedilotildees de
funcionamento se concentra nas regiotildees de sauacutede de baixo DSE e baixa oferta de serviccedilos
(Reg 1) assim como a melhor estrutura nas Reg 5
Em siacutentese pode-se dizer que a abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou
melhores resultados no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB
Resultados positivos foram observados quanto agrave disponibilidade de consultas meacutedicas e de
enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios Eacute importante que as
unidades de atenccedilatildeo baacutesica ampliem seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos
para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e
medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo
dos profissionais na atenccedilatildeo agraves condiccedilotildees de impacto na sauacutede das famiacutelias seja para
grupos dos programas de sauacutede seja para problemas como alcoolismo drogas sauacutede
mental etc (Harzheim etal 2004 Leatildeo et al 2011) A alta resolutividade eacute percebida
pelo usuaacuterio agrave medida que haacute alta satisfaccedilatildeo com os serviccedilos de Atenccedilatildeo Baacutesica (Harzheim
etal 2004)
Do total de 40 indicadores haacute um conjunto de 32 indicadores que podem ser
considerados um padratildeo de referecircncia para o atributo da integralidade Tecircm-se que
resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Dos 32 indicadores 8 indicadores se apresentaram no
padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 10 indicadores se expressaram com padratildeo
bom (entre 75 e 89 das respostas) e 9 indicadores estatildeo no padratildeo regular (entre 60 a
74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) foi visualizado
em 5 indicadores A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito bom estaacute na
disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de padratildeo
inadequado se concentram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave equipe
pelas diferentes categorias do NASF
O Graacutefico 15 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
abrangecircnciaintegralidade
139
Graacutefico 15 AbrangecircnciaIntegralidade siacutentese dos componentes por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
Resolutividade da AB
140
54 ATRIBUTO COORDENACcedilAtildeO
A coordenaccedilatildeo refere-se agrave capacidade dos prestadores de atenccedilatildeo primaacuteria
coordenar o uso de serviccedilos no territoacuterio e em outros niacuteveis de atenccedilatildeo para resolver
necessidades menos frequentes e mais complexas e garantir continuidade assistencial
(Giovanella e Mendonccedila 2012) Relaciona-se agrave continuidade da atenccedilatildeo entre profissionais
e serviccedilos da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede ao acompanhamento dos casos cliacutenicos por meio de
ferramentas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo e agrave existecircncia de referecircnciasfluxos entre os
serviccedilos (Almeida et al 2010)
Para tal escolheu-se os componentes continuidade informacional ordenamento de
fluxos assistenciais acesso agrave consultaexames especializados e comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos AB e AE para a anaacutelise da coordenaccedilatildeo do cuidado pelas equipes de Atenccedilatildeo
Baacutesica
541 Continuidade informacional
A ldquocontinuidade informacionalrdquo abarca a organizaccedilatildeo do serviccedilo para registrar as
accedilotildees realizadas incluindo os prontuaacuterios que favorecem a disponibilidade e utilizaccedilatildeo da
informaccedilatildeo para uma atenccedilatildeo mais integral e voltada agraves necessidades do paciente
(Navarrete et al 2009) A continuidade informacional entre diversos serviccedilos e niacuteveis de
atenccedilatildeo aumenta as possibilidades de colaboraccedilatildeocomunicaccedilatildeo entre os diferentes pontos
da rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Almeida et al 2014) O registro e acompanhamento de casos
mais graves encaminhados demonstra iniciativa de coordenaccedilatildeo
Na Tabela 10 e Graacutefico 16 satildeo apresentados indicadores do componente
continuidade informacional Verificou-se que 140 das equipes possuem prontuaacuterio
eletrocircnico e apenas em 110 das equipes ele estaacute integrado com outros pontos da rede de
atenccedilatildeo As fichas de encaminhamento para os demais pontos de atenccedilatildeo foram
apresentadas por 852 das equipes contudo a comprovaccedilatildeo de registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros serviccedilos eacute de apenas 378
No que se refere agraves patologias e classificaccedilatildeo de risco 484 das equipes manteacutem
registro das pessoas com HAS com maior riscogravidade 52 possuem registro das
pessoas com DM com maior riscogravidade 660 comprovam o registro do nuacutemero de
usuaacuterios com tuberculose e 515 comprovam o registro de usuaacuterios com hanseniacutease
Comparando os grupos de regiotildees de sauacutede para todos os indicadores valores
superiores agrave meacutedia Brasil e aos demais grupos satildeo apesentados nas equipes das regiotildees de
sauacutede de alto DSE e alta oferta (Reg 5) A uacutenica exceccedilatildeo ocorre no registro de usuaacuterios
141
com hanseniacutease em que a Reg 2 se destaca com 662 das equipes apresentando
comprovaccedilatildeo
Os resultados mais negativos podem ser observados nas Reg 1 e Reg 3 Nas Reg 1
apenas 12 das equipes possuem prontuaacuterio eletrocircnico e 08 integrado a outros pontos
da atenccedilatildeo 761 comprovam existir fichas de encaminhamento para outros pontos de
atenccedilatildeo e 326 manteacutem registro dos usuaacuterios de maior risco encaminhados a outros
serviccedilos Nas Reg 3 percebemos o menor registro entre os grupos em relaccedilatildeo agraves patologias
407 possuem registro de pessoas com HAS com maior risco 437 de pessoas com DM
com maior risco e 564 comprovam o registro do nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
Observa-se portanto a necessidade de melhora e qualificaccedilatildeo dos registros de
encaminhamentos Especialmente em uma realidade nacional com rotatividade de
profissionais registros incompletos geram accedilotildees duplicadas nos serviccedilos gastos
desnecessaacuterios e descontinuidade no cuidado aos usuaacuterios Haacute carecircncia de informaccedilatildeo
compartilhada entre os pontos de atenccedilatildeo ficando restrita agraves fichas de encaminhamento
dos usuaacuterios que mais se constituem como um facilitador de acesso do que como uma
ferramenta de comunicaccedilatildeo entre profissionais
Tabela 10 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente continuidade informacional por
grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n N
EqAB
II145 Possui
prontuaacuterio eletrocircnico
implantado
64 12 63 51 501 130 237 176 1457 295 2322 140
II146 Possuem
prontuaacuterio eletrocircnico e
ele estaacute integrado com
outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
39 08 41 33 383 100 206 153 1156 234 1825 110
II1831 Comprovam
existir fichas de
encaminhamento dos
usuaacuterios para demais
pontos de atenccedilatildeo
3926 761 1072 861 3200 832 1236 918 4651 941 14085 852
II1721 Comprovam
manter registro dos
usuaacuterios de maior risco
encaminhados para
outros pontos de
atenccedilatildeo
1680 326 455 365 1319 343 548 407 2256 456 6258 378
II254 Possui registro
das pessoas com HAS 2317 449 565 454 1563 407 696 517 2871 581 8012 484
142
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n N
com maior
riscogravidade
II264 Possui registro
das pessoas com DM
com maior
riscogravidade
2493 483 600 482 1678 437 727 540 3102 627 8600 520
II2711 Comprovam
possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios
com tuberculose
3122 605 802 644 2169 564 930 690 3901 789 10924 660
II2811 Comprovam
possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios
com hanseniacutease
2744 532 824 662 1768 460 634 471 2545 515 8515 515
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
MEacuteDIA 397 444 409 484 555 457
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 16 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente continuidade
informacional por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
542 Ordenamento de fluxos assistenciais
O ldquoordenamento de fluxos assistenciaisrdquo eacute expresso pelas referecircncias e fluxos
definidos para o encaminhamento entre os niacuteveis de atenccedilatildeo assim como pelos protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para grupos prioritaacuterios ou com patologias
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II1831 Comprovam existir fichas deencaminhamento dos usuaacuterios parademais pontos de atenccedilatildeoII2711 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II264 Possui registro das pessoas comDM com maior riscogravidade
II2811 Comprovam possuir registro donuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
II254 Possui registro das pessoas comHAS com maior riscogravidade
II1721 Comprovam manter registro dosusuaacuterios de maior risco encaminhadospara outros pontos de atenccedilatildeoII145 Possui prontuaacuterio eletrocircnicoimplantado
II146 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico eele estaacute integrado com outros pontos darede de atenccedilatildeo
143
atendidos pela AB
Na Tabela 11 e Graacutefico 17 satildeo apresentados os indicadores de ordenamento de
fluxos assistenciais Os protocolos com definiccedilatildeo de prioridades de encaminhamento estatildeo
presentes em 429 das equipes Em relaccedilatildeo aos grupos prioritaacuterios 748 das equipes
possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para preacute-natal 694 para
HAS e 695 para DM As referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal estatildeo
presentes em documentos de 566 das equipes sendo que 519 das equipes possuem
referecircncias e fluxos para cacircncer de mama 527 para cacircncer de colo de uacutetero e 484
para parto Quando perguntadas sobre a maternidade que fariam o parto apenas 466 das
usuaacuterias tiveram orientaccedilatildeo sobre o local E em relaccedilatildeo a sair da consulta de preacute-natal com
a proacutexima marcada as respostas foram de 616 das usuaacuterias
As diferenccedilas de respostas entre os grupos de regiotildees de sauacutede satildeo marcantes As
respostas mais positivas aparecem nos grupos das Reg 5 e as mais negativas variam entre
os grupos das Reg 1 e Reg 2 Os protocolos com prioridades de encaminhamento estatildeo
presentes apenas em 307 das equipes das Reg 2 resultado similar aos grupos Reg 1 e
Reg 3 e 631 das equipes das Reg 5 Quanto agraves especificidades desses protocolos tecircm-se
674 das equipes nas Reg 1 e 865 nas Reg 5 quanto ao protocolo de preacute-natal 603
nas Reg 1 e 823 nas Reg 5 em relaccedilatildeo ao protocolo de HAS 607 nas Reg 1 e 820
nas Reg 5 no que se refere ao protocolo para DM Um comportamento diferente pode ser
observado sob a perspectiva das usuaacuterias em que 539 das usuaacuterias das Reg 3 respondem
que jaacute saem do preacute-natal com a consulta marcada e 702 das Reg 1 fazem a mesma
afirmaccedilatildeo
Os documentos com referecircncias e fluxos pactuados pela gestatildeo municipal para o
atendimento dos usuaacuterios da equipe estatildeo disponiacuteveis por 455 das equipes das Reg 1 e
742 das equipes das Reg 5 Para o cacircncer de mama 406 das equipes das Reg 2 e
698 das Reg 5 possuem referecircncias ou fluxos definidos Para o cacircncer de colo de uacutetero
os percentuais variam entre 414 nas Reg 2 e 706 nas Reg 5 E quanto agraves definiccedilotildees
para o parto apenas 383 das equipes das Reg 1 possuem referencias e fluxos definidos
enquanto 660 das Reg 5 fazem a mesma afirmaccedilatildeo
Nota-se que as classificaccedilotildees de risco existecircncia de protocolos de prioridades de
encaminhamento assim como referecircncias e fluxos definidos satildeo mais frequentes apenas
nas regiotildees de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta de serviccedilos Chama a
atenccedilatildeo a dificuldade de referecircncias e fluxos definidos especialmente nas regiotildees de baixa
oferta de serviccedilos
144
Tabela 11 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n N
EqAB
II173 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades
de encaminhamento
1658 321 382 307 1248 325 697 517 3119 631 7104 429
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para preacute-
natal
3476 674 843 677 2706 704 1077 800 4275 865 12377 748
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para HAS
3114 603 774 622 2559 666 968 719 4068 823 11483 694
II174 Possuem
protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para DM
3134 607 783 629 2558 665 971 721 4056 820 11502 695
II184 Possuem
documentos contendo
as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo
municipal para os
atendimentos dos
usuaacuterios do territoacuterio da
equipe
2349 455 568 456 1918 499 857 636 3669 742 9361 566
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para cacircncer
de mama
2117 410 505 406 1733 451 773 574 3452 698 8580 519
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para cacircncer
de colo de uacutetero
2175 422 515 414 1757 457 783 581 3493 706 8723 527
II185 Possuem
referecircncias e fluxos
definidos para parto
1975 383 485 390 1567 408 713 529 3263 660 8003 484
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterias
III1120 Na consulta
de preacute-natal jaacute saem
com a proacutexima consulta
marcada
1837 702 481 580 1176 539 458 578 1453 616 5405 616
III1122 Foram
orientadas sobre a
maternidade que fariam
o parto
1324 506 373 450 917 420 356 449 1122 476 4092 466
N usuaacuterias com
crianccedilas ateacute 24 meses 2616 829 2183 792 2357 8777
MEacuteDIA 533 519 542 627 714 595
145
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 17 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente ordenamento de fluxos
assistenciais por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
543 Acesso a consultasexames especializados
A garantia de acesso agrave atenccedilatildeo especializada eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para que a
coordenaccedilatildeo se realize Os indicadores selecionados estatildeo relacionados aos modos como o
serviccedilo se organiza para que o usuaacuterio ingresse na atenccedilatildeo especializada quando
necessaacuterio entendendo o papel da AB como ordenadora desses encaminhamentos e
organizadora da fila de espera de acordo com prioridades em sauacutede Um acesso oportuno agrave
rede de atenccedilatildeo e acompanhamento do usuaacuterio inclusive quando este eacute encaminhado ao
cuidado especializado eacute uma das principais funccedilotildees da AB enquanto coordenadora do
cuidado (Almeida et al 2010)
Na Tabela 12 e Graacutefico 18 satildeo apresentados indicadores do componente acesso a
consultasexames especializados Na meacutedia Brasil 898 das equipes possuem central
para marcaccedilatildeo de consulta especializada e 868 possuem central para marcaccedilatildeo de
exames Ao necessitar ser encaminhado para consulta especializada somente 262 das
equipes respondem que o usuaacuterio jaacute sai da UBS com a consulta agendada e 610 das
equipes respondem que a consulta eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para preacute-natal
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para DM
II174 Possuem protocolos com definiccedilatildeo de diretrizesterapecircuticas para HAS
III1120 Na consulta de preacute-natal jaacute saem com aproacutexima consulta marcada
II184 Possuem documentos contendo as referecircncias efluxos pactuados pela gestatildeo municipal para osatendimentos dos usuaacuterios do territoacuterio da equipeII185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de colo de uacutetero
II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paracacircncer de mama
II185 Possuem referecircncias e fluxos definidos paraparto
III1122 Foram orientadas sobre a maternidade quefariam o parto
II173 Possuem protocolos com definiccedilatildeo deprioridades de encaminhamento
146
usuaacuterio Quando o usuaacuterio eacute perguntado sobre o mesmo tema apenas 130 relatam sair
da UBS com a consulta agendada para o especialista 465 respondem que a consulta eacute
marcada pela UBS e posteriormente informada e 677 afirmam que quando precisam
sempre conseguem marcar uma consulta com outros profissionais ou especialistas Em
relaccedilatildeo agrave fila de espera 492 das equipes coordenam a fila para usuaacuterios com HAS e
489 coordenam para usuaacuterios com DM
Observa-se similaridade nas respostas se compararmos os diferentes grupos de
regiotildees de sauacutede nos indicadores sobre centrais de marcaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo de fila de
espera E diferenccedilas consideraacuteveis quando observamos os resultados de forma de acesso agrave
consulta especializada
Nas equipes das Reg 1 e Reg 2 o usuaacuterio sai da UBS com a consulta especializada
agendada em 161 e 191 dos casos respectivamente enquanto nas Reg 4 e Reg 5 as
respostas correspondem a 339 e 330 das equipes No formato em que a consulta
especializada eacute marcada pela UBS e posteriormente informada ao paciente tem-se nas Reg
1 408 das equipes procedendo dessa forma enquanto nas Reg 4 e Reg 5 os valores satildeo
bem superiores sendo 736 nas Reg 4 e 821 das equipes nas Reg 5 Os usuaacuterios
fazem uma avaliaccedilatildeo mais negativa relatando que nas Reg 1 somente 298 tiveram suas
consultas marcadas pela UBS e posteriormente informadas e nas Reg 5 609 Um
resultado diferenciado aparece em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo de fila de espera para usuaacuterios
com HAS em que o grupo das Reg 2 apresentam os melhores resultados (530) e no caso
da fila de espera para usuaacuterios com diabetes os resultados das Reg 2 (515) se equiparam
agraves equipes das Reg 5 (517)
O acesso a consultasexames especializados parece ser facilitado tanto pela
existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo como pela forma como as equipes majoritariamente
vecircm marcando as consultas especializadas ndash no mesmo dia da consulta AB ou
posteriormente Observa-se uma necessidade de melhoria de acesso nas regiotildees de sauacutede
de baixa oferta de serviccedilos possivelmente impactadas pela indisponibilidade de serviccedilos
especializados A coordenaccedilatildeo da fila de espera aqui exemplificada pelas pessoas com
HAS e DM necessita ser incentivada independente da regiatildeo de sauacutede visto que tem um
papel fundamental na busca da equidade e garantia dos atendimentos em sauacutede pela rede
de atenccedilatildeo
147
Tabela 12 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente acesso agrave consultasexames
especializados por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n
EqAB
II182 Possui central
para marcaccedilatildeo de
consulta especializada
4502 872 1056 848 3412 888 1256 932 4634 937 14860 898
II182Possui central
para marcaccedilatildeo de
exames
4419 856 996 800 3264 849 1210 898 4465 903 14354 868
II171 Quando o
usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser
encaminhado para
consulta especializada
jaacute sai da UBS com a
consulta agendada
829 161 238 191 1179 307 456 339 1632 330 4334 262
II171 A consulta eacute
marcada pela UBS e
depois informada ao
usuaacuterio
2106 408 622 500 2304 599 991 736 4061 821 10084 610
II256 Coordena a fila
de espera para usuaacuterios
com HAS
2492 483 660 530 1807 470 669 497 2505 507 8133 492
II266 Coordena a fila
de espera para usuaacuterios
com DM
2454 476 641 515 1775 462 669 497 2556 517 8095 489
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III919 Quando
precisam os
profissionais da equipe
sempre conseguem
marcar uma consulta
com outros
profissionais ou
especialistas
8790 633 2075 633 8384 730 3037 728 9956 674 32242 677
III920 Quando satildeo
atendidos na UBS e
necessitam ser
encaminhados para
outros profissionais ou
especialistas saem da
UBS com a consulta
agendada
1413 102 352 107 1873 163 581 139 1954 132 6173 130
III920 Quando satildeo
atendidos na UBS e
necessitam ser
encaminhados para
outros profissionais ou
especialistas a consulta
eacute marcada pela UBS e
depois informada ao
usuaacuterio
4146 298 1222 373 5345 465 2418 580 8983 609 22114 465
148
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n N usuaacuterios que
alguma vez precisou
marcar consultas com
especialistas
13897 3279 11491 4171 14761 47599
MEacuteDIA 477 500 548 594 603 543
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 18 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente acesso a consultas
especializadas por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
544 Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
A comunicaccedilatildeo eficaz entre serviccedilos de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada
tanto quanto a comunicaccedilatildeo profissional-usuaacuterio satildeo elementos essenciais para o
atendimento de boa qualidade (Davis et al 2014) A coordenaccedilatildeo eacute especialmente afetada
pela falta de integraccedilatildeo entre os niacuteveis assistenciais e precaacuteria relaccedilatildeo entre os prestadores
o que resulta em barreiras para a trajetoacuteria do usuaacuterio pela rede de atenccedilatildeo (Almeida et al
2010)
Na Tabela 13 e Graacutefico 19 satildeo apresentados indicadores do componente
comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos da atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada As equipes de
atenccedilatildeo baacutesica que fizeram contato com especialistas representam 670 enquanto as que
foram contatadas por especialistas correspondem a menos da metade das equipes (485)
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II182 Possui central para marcaccedilatildeo de consultaespecializada
II182Possui central para marcaccedilatildeo de exames
III919 Quando precisam os profissionais da equipe sempreconseguem marcar uma consulta com outros profissionais ouespecialistasII171 A consulta eacute marcada pela UBS e depois informada aousuaacuterio
II256 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com HAS
II266 Coordena a fila de espera para usuaacuterios com DM
III920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistas aconsulta eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterioII171 Quando o usuaacuterio eacute atendido na UBS e necessita serencaminhado para consulta especializada jaacute sai da UBS coma consulta agendadaIII920 Quando satildeo atendidos na UBS e necessitam serencaminhados para outros profissionais ou especialistassaem da UBS com a consulta agendada
149
A existecircncia de fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado entre AB e AE eacute uma realidade
para metade das equipes (498) Todavia diversos tipos de fluxo institucionalizado satildeo
pouco frequentes a discussatildeo de casos ocorre em 175 das equipes as reuniotildees teacutecnicas
com especialistas em 131 o telessauacutede em 77 das equipes e a ficha de referecircncia
contra-referecircncia com histoacuteria detalhada e sugestotildees de conduta eacute utilizada por 412 das
equipes A lista de contatos na UBS com os especialistas da rede SUS estaacute presente em
431 das equipes E 401 dos usuaacuterios afirmam que depois de atendidos por outros
profissionais fora da UBS a equipe sempre conversou sobre esse atendimento
A variaccedilatildeo entre os grupos de regiotildees de sauacutede eacute expressa pelo tipo de fluxo
institucionalizado e a existecircncia de lista de contatos na UBS Quanto a esse uacuteltimo os
extremos satildeo 330 de equipes possuem lista nas Reg 1 e 530 nas Reg 5 Em relaccedilatildeo a
existecircncia de fluxo institucionalizado os melhores resultados estatildeo nas Reg 4 (578) e
Reg 5 (637) e os piores nas Reg 1 (382) e Reg 2 (368) O mesmo comportamento
pode ser observado em relaccedilatildeo aos tipos de fluxos institucionalizados (discussatildeo de casos
reuniotildees teacutecnicas com especialistas telessauacutede e fichas de referecircncia e contra-referecircncia)
com baixos resultados em geral contudo mais altos nas equipes das Reg 5 e mais baixos
nas Reg 1
Na comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE o uacutenico resultado que ultrapassa
a metade das equipes estaacute no contato feito pela atenccedilatildeo baacutesica com os especialistas A
institucionalizaccedilatildeo de fluxos de comunicaccedilatildeo seria um grande avanccedilo na organizaccedilatildeo dos
serviccedilos para potencializar o cuidado em sauacutede e o diaacutelogo entre os profissionais Mas
percebe-se que o tipo mais utilizado ainda eacute a ficha de referecircnciacontra-referecircncia
inclusive nas regiotildees de alto DSE e alta oferta
Tabela 13 Coordenaccedilatildeo indicadores do componente comunicaccedilatildeo direta entre
serviccedilos AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II186 Fizeram contato
com especialistas 3258 631 748 601 2707 704 926 687 3436 695 11075 670
II187 Foram contatadas
por especialistas 2333 452 553 444 1876 488 686 509 2576 520 8021 485
II188 Possuem fluxo de
comunicaccedilatildeo
institucionalizado entre
AB e AE
1973 382 458 368 1870 486 779 578 3150 637 8230 498
150
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE discussatildeo de
casos
684 133 184 148 599 156 288 214 1141 231 2896 175
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE reuniotildees
teacutecnicas com
especialistas
476 92 130 104 368 96 235 174 953 193 2162 131
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE telessauacutede
266 52 109 88 336 87 140 104 426 86 1277 77
II189 Fluxo
institucionalizado entre
AB e AE ficha de
referecircncia
contrarreferecircncia com
histoacuteria detalhada e
sugestotildees de conduta
1581 306 359 288 1543 401 639 474 2698 546 6820 412
II1811 Possuem uma
lista de contatos na UBS
com os especialistas da
rede SUS
1701 330 417 335 1704 443 688 511 2619 530 7129 431
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III921 Depois que
foram atendidos por
outros profissionais fora
da UBS a EqAB sempre
conversou sobre o
atendimento
5665 408 1199 366 4783 416 1718 412 5713 387 19078 401
N usuaacuterios que alguma
vez precisou marcar
consultas com
especialistas
13897 3279 11491 4171 14761 47599
MEacuteDIA 310 305 364 407 425 364
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
151
Graacutefico 19 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente comunicaccedilatildeo direta
entre serviccedilos de AB e AE por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
545 Discussatildeo
A partir do conjunto de componentes que integram o atributo da coordenaccedilatildeo em
linhas gerais pode-se verificar dificuldades na maior parte dos indicadores analisados que
abrangem acesso agraves consultas e exames especializados disponibilidade de equipamentos
de tecnologia de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) contato entre os profissionais da AB e
AE e mecanismos de referecircncias e fluxos para o cuidado ao usuaacuterio nos diferentes pontos
da rede de atenccedilatildeo
Diferentes estudos sobre o tema em especial nas reformas proacute-coordenaccedilatildeo nos
paiacuteses europeus mostram ser esta uma preocupaccedilatildeo crescente assim como o avanccedilo de
medidas para melhorar a coordenaccedilatildeo do cuidado em paiacuteses com serviccedilos nacionais de
sauacutede cuja funccedilatildeo de gatekeeper eacute exercida pela APS (Giovanella e Stegmuumlller 2013
Starfield et al 2005) Nesses casos eacute perceptiacutevel uma maior coordenaccedilatildeo e integraccedilatildeo da
APS no sistema de sauacutede em que os serviccedilos ambulatoriais de primeiro contato estatildeo
integrados em um sistema de sauacutede de acesso universal e a atenccedilatildeo individual eacute garantida
em todos os niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (Giovanella 2006 Davis et al 2014)
Jaacute no caso brasileiro diversos estudos encontraram deficiecircncia na funccedilatildeo de
coordenaccedilatildeo pela APS (Escorel et al 2007 Ibantildeez et al 2006 OPAS 2013 Mesquita
Filho et al 2014 Almeida et al 2010 Fausto et al 2014)
Escorel et al (2007) a partir de resultados insatisfatoacuterios para a coordenaccedilatildeo do
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II186 Fizeram contato com especialistas
II188 Possuem fluxo de comunicaccedilatildeoinstitucionalizado entre AB e AE
II187 Foram contatadas por especialistas
II1811 Possuem uma lista de contatos na UBScom os especialistas da rede SUS
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEficha de referecircncia contrarreferecircncia comhistoacuteria detalhada e sugestotildees de condutaIII921 Depois que foram atendidos por outrosprofissionais fora da UBS a EqAB sempreconversou sobre o atendimentoII189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEdiscussatildeo de casos
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEreuniotildees teacutecnicas com especialistas
II189 Fluxo institucionalizado entre AB e AEtelessauacutede
152
cuidado em estudos de caso realizados em 2001 e 2002 apontam a importacircncia da
melhoria da comunicaccedilatildeo entre os serviccedilos para um cuidado continuado
O acesso agrave atenccedilatildeo secundaacuteria permaneceu difiacutecil () A referecircncia era
pouco estruturada sendo grande a dificuldade para garantir o
atendimento nas especialidades meacutedicas e exames de apoio diagnoacutestico
de meacutedia complexidade A maioria das unidades de sauacutede da famiacutelia natildeo
possui equipamentos de informaacutetica e telefonia muitas vezes valendo-se
dos celulares e dos contatos dos proacuteprios profissionais para conseguir o
atendimento especializado Na maior parte dos municiacutepios estudados
havia alguma forma de regulaccedilatildeo para a referecircncia Contudo os
mecanismos de integraccedilatildeo natildeo eram suficientes para garantir um sistema
de referecircncia e contra-referecircncia que possibilitasse a coordenaccedilatildeo do
cuidado Esse foi um dos atributos da atenccedilatildeo primaacuteria menos
desenvolvidos nas experiecircncias estudadas permanecendo como grande
desafio do PSF a melhora da comunicaccedilatildeo entre profissionais da atenccedilatildeo
baacutesica e especialistas e serviccedilos de pronto-atendimento e emergecircncia Satildeo
profissionais com experiecircncias e formaccedilotildees distintas o que exige a
criaccedilatildeo de estrateacutegias de comunicaccedilatildeo e de ampliaccedilatildeo da confianccedila e da
credibilidade do profissional de atenccedilatildeo primaacuteria para que o especialista
promova o retorno do paciente ao generalista de forma a garantir a
continuidade do tratamento pelo profissional mais adequado (Escorel et
al 2007 174)
Essa discussatildeo dialoga com os resultados dos componentes continuidade
informacional e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE do nosso trabalho A troca
de informaccedilotildees entre profissionais eacute primordial para que o generalista da atenccedilatildeo baacutesica
possa exercer sua funccedilatildeo de coordenador de cuidados (Escorel et al 2007) Da mesma
forma os registros tecircm um papel fundamental na continuidade dos cuidados especialmente
considerando o trabalho em equipe multiprofissional e a constante rotatividade de
profissionais no SUS Ainda que centrais de regulaccedilatildeo estejam sempre presentes nossos
resultados mostram a deficiecircncia na continuidade informacional com existecircncia apenas de
fichas de encaminhamento dos usuaacuterios aos demais pontos de atenccedilatildeo e somente cerca de
metade das equipe registrando as pessoas com HAS e DM com maior risco ou o nuacutemero de
pessoas com tuberculose e hanseniacutease
Almeida e Santos (2015) discutem que sendo uma das caracteriacutesticas da
coordenaccedilatildeo do cuidado a articulaccedilatildeo entre serviccedilos e accedilotildees para uma prestaccedilatildeo de
cuidado mais integral e sincronizada isso pode ser potencializado por estrateacutegias de
integraccedilatildeo da rede e investimento em tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) Na
pesquisa dos autores a implantaccedilatildeo das TIC foi considerada precaacuteria assim como nos
achados de nosso estudo A continuidade informacional entre AB e AE por exemplo por
meio de prontuaacuterio eletrocircnico compartilhado estaacute presente em apenas 11 das equipes
153
participantes do PMAQ-AB assim como o uso do telessauacutede eacute incipiente (Fausto et al
2014)
Um exemplo interessante pode ser encontrado em estudo no municiacutepio de Curitiba
(Chomatas et al 2013) em que os autores encontram bons resultados para o atributo da
coordenaccedilatildeo do cuidado e em relaccedilatildeo ao sistema de informaccedilatildeo Atribuem esses resultados
ao investimento feito pelo municiacutepio no sistema informatizado tanto para resultados de
exames laboratoriais de anaacutelises cliacutenicas disponibilizados on-line no prontuaacuterio como na
operacionalizaccedilatildeo da marcaccedilatildeo de consultas especializadas
Outro ponto recorrente eacute a insuficiecircncia de fluxos institucionalizados de
comunicaccedilatildeo entre atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo especializada Na Tabela 13 menos da metade
das equipes tem uma lista de contatos de especialistas da rede SUS na UBS o que
caracteriza a tradicional informalidade nos contatos Apenas metade das equipes possui
fluxo de comunicaccedilatildeo institucionalizado e o predominante dentre os tipos satildeo as fichas de
referecircncia e contrarreferecircncia (cerca de 40) A contrarreferecircncia eacute uma dificuldade
apontada na maior parte dos estudos trazendo prejuiacutezos nessa comunicaccedilatildeo entre os
equipamentos da rede (Escorel et al 2007 Costa et al 2013 Almeida et al 2010
Carneiro et al 2014) Em publicaccedilatildeo da OPAS (2013) sobre o municiacutepio do Rio de
Janeiro tambeacutem foi identificada baixa qualidade da contrarreferecircncia do especialista para
APS salvo quando se trata de uma unidade mista e haacute especialistas na proacutepria UBS
Almeida e Santos (2015) discutem que em um cenaacuterio nacional de deficiente
disponibilidade de recursos tecnoloacutegicos e de informaccedilatildeo mesmo as tradicionais referecircncia
e contrarreferecircncia poderiam trazer algum avanccedilo de suporte cliacutenico
Segundo Mendes (2011) o desconhecimento de tecnologias de microgestatildeo pelos
municiacutepios e equipes como gestatildeo de casos gestatildeo de lista de espera revisatildeo do
prontuaacuterio protocolos cliacutenicos e sistema integrado de informaccedilatildeo estariam dificultando a
implantaccedilatildeo dos sistemas de referecircncia e contrarreferecircncia dos usuaacuterios Estaacute colocada
aqui pelos resultados encontrados no conjunto de estudos a reduzida capacidade de
funccedilatildeo de filtro da APS
A anaacutelise dessa funccedilatildeo de gatekeeper (ou funccedilatildeo de filtro) estaacute mais diretamente
relacionada ao componente acesso a consultasexames especializados (Tabela 12) que se
revelou tambeacutem com resultados insatisfatoacuterios Observou-se a existecircncia de centrais de
marcaccedilatildeo de consultas em exames na maior parte das equipes assim como em outros
estudos (Almeida et al 2010 Escorel et al 2007) Contudo o agendamento de consultas
especializadas no mesmo dia de atendimento do usuaacuterio na UBS ou marcaccedilatildeo pela UBS
154
informada posteriormente ao paciente mostram certo avanccedilo ainda que baixo nos
municiacutepios de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1)
Eacute niacutetida uma melhor organizaccedilatildeo das equipes das Reg 5 nesse aspecto Aleacutem disso menos
da metade das equipes coordenam as filas de espera
Cabe ressaltar a importacircncia de profissionais qualificados tambeacutem para exercer a
funccedilatildeo de filtro para o acesso aos serviccedilos especializados A qualificaccedilatildeo dos profissionais
pode evitar a burocratizaccedilatildeo excessiva (busca do profissional da AB somente para
encaminhamentos) e o aumento do nuacutemero de encaminhamentos desnecessaacuterios aos
serviccedilos especializados (Giovanella et al 2009) Leatildeo e Caldeira (2011) em concordacircncia
mostram em seus resultados que equipes em que atuavam profissionais qualificados (com
residecircncias em sauacutede da famiacutelia ou medicina de famiacutelia e comunidade) apresentaram
melhores resultados no conjunto de atributos da APS
Outra discussatildeo pertinente cabe ser apresentada sobre o ordenamento dos fluxos
assistenciais Mendes (2011) define como objetivo dos protocolos cliacutenicos ldquoprestar
atenccedilatildeo agrave sauacutede apropriada em relaccedilatildeo a partes do processo de uma condiccedilatildeo de sauacutede e
em um ponto de atenccedilatildeo agrave sauacutede determinadordquo (Mendes 2011 372) garantindo assim
processos mais precisos e seguros e com menor variabilidade Nesse sentido cerca de 70
das equipes relatam possuir protocolos para preacute-natal HAS e DM de forma mais
expressiva nas regiotildees mais desenvolvidas
Jaacute em relaccedilatildeo agraves referecircncias e fluxos ndash que estatildeo diretamente relacionadas agrave
disponibilidade de equipamentos e vagas na rede de atenccedilatildeo ndash a diferenccedila entre as regiotildees
mais desenvolvidas e maior oferta e menos desenvolvidas com menor oferta de serviccedilos eacute
ainda mais expressiva Exemplificando nem metade das mulheres foram orientadas sobre
a maternidade que fariam o parto Cabe ressaltar que a implementaccedilatildeo de protocolos e
definiccedilatildeo de referecircncias satildeo medidas que demandam pouco investimento da gestatildeo
municipal abrangendo mapeamento do territoacuterio e distribuiccedilatildeo das vagas e qualificaccedilatildeo
dos profissionais
Em estudos de caso realizados em quatro grandes centros urbanos foram apontados
problemas agrave garantia da integraccedilatildeo da rede tais como a falta de integraccedilatildeo e comunicaccedilatildeo
entre diferentes prestadores a insuficiecircncia de fluxos formais para atenccedilatildeo hospitalar e
ausecircncia de poliacuteticas para meacutedia complexidade Todavia mecanismos de integraccedilatildeo entre
os niacuteveis assistenciais podem ser melhor identificados tais como estruturas regulatoacuterias
nas secretarias municipais e nas UBS com descentralizaccedilatildeo de funccedilotildees para o niacutevel local
organizaccedilatildeo dos fluxos prontuaacuterios eletrocircnicos e ampliaccedilatildeo da oferta de serviccedilos
155
especializados municipais (Almeida et al 2010) Tal constataccedilatildeo assim como os
resultados do PMAQ-AB apresentados por Fausto et al (2014) podem supor uma relaccedilatildeo
entre a presenccedila de mecanismos de integraccedilatildeo da rede de atenccedilatildeo e desenvolvimento
socioeconocircmico dos municiacutepios Segundo as autoras nos municiacutepios menores haacute um
pouco mais de possibilidade de interaccedilatildeo entre os profissionais de atenccedilatildeo baacutesica e atenccedilatildeo
especializada o que provavelmente se deve a questotildees de proximidade entre os serviccedilos e
pessoal ao inveacutes de iniciativas institucionalizadas para a integraccedilatildeo As diferenccedilas
encontradas nas condiccedilotildees de oferta e uso de serviccedilos de APS nos municiacutepios pequenos
vem mostrar a limitaccedilatildeo da gestatildeo municipal de isoladamente responder pelo conjunto de
accedilotildees proacuteprias da APS e a necessidade de articulaccedilatildeo regional
Do conjunto de 36 indicadores considerados um padratildeo de referecircncia para o
atributo da coordenaccedilatildeo nenhum se apresenta no padratildeo muito bom (mais de 90 das
respostas) 3 indicadores se expressaram no padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) 8
indicadores estiveram no padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) e 25 indicadores no
padratildeo inadequado (menor que 60 das respostas) A concentraccedilatildeo dos indicadores em
padratildeo bom estaacute na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na
existecircncia de centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os
indicadores de padratildeo inadequado se distribuem em todos os componentes continuidade
informacional ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames
especializados e comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE Em outras palavras haacute
dificuldade de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames especializados baixa
comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de referecircnciasfluxos e
mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso dos usuaacuterios aos serviccedilos que
necessitam
O Graacutefico 20 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
coordenaccedilatildeo
156
Graacutefico 20 Coordenaccedilatildeo siacutentese dos componentes por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Ordenamento defluxos assistenciais
Acesso agraveconsultasexamesespecializados
Continuidadeinformacional
Comunicaccedilatildeo diretaAB e AE
157
55 ATRIBUTO ORIENTACcedilAtildeO PARA A COMUNIDADE
O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade envolve o conhecimento das necessidades
da populaccedilatildeo adscrita quanto ao contexto socioeconocircmico a distribuiccedilatildeo dos problemas de
sauacutede no territoacuterio a interaccedilatildeo com recursosequipamentos disponiacuteveis no territoacuterio para o
enfrentamento dos problemas e a participaccedilatildeo da comunidade nas accedilotildees para melhoria de
sua sauacutede (Starfield 2002 Giovanella e Mendonccedila 2012)
Uma atenccedilatildeo baacutesica orientada para a comunidade busca potencializar a interaccedilatildeo
entre serviccedilo de sauacutede equipamentos do territoacuterio determinantes sociais e comunidade a
fim de produzir melhores resultados em sauacutede Para operacionalizar este atributo foram
definidos trecircs componentes territorializaccedilatildeo intersetorialidade e participaccedilatildeo social
551 Territorializaccedilatildeo
O componente territorializaccedilatildeo contempla principalmente a perspectiva das equipes
no que se refere agrave sua organizaccedilatildeo voltada para o territoacuterio quais sejam adscriccedilatildeo da
populaccedilatildeo uso de criteacuterios de risco e vulnerabilidade e conhecimentomapeamento desse
territoacuterio para o planejamento das accedilotildees Buscou-se tambeacutem identificar se as ofertas ao
usuaacuterio lhe parecem adequadas agrave sua realidade
Na Tabela 14 e Graacutefico 21 satildeo expostos indicadores sobre a territorializaccedilatildeo Na
meacutedia Brasil 4 ou mais ACS estatildeo presentes em 917 das UBS A aacuterea de abrangecircncia
definida eacute um dos indicadores com resultados mais elevados existente em 977 das
equipes Contudo ainda haacute populaccedilatildeo descoberta pela atenccedilatildeo baacutesica no territoacuterio de
334 das equipes 641 das equipes tem ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade e
apenas 539 afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para
essa definiccedilatildeo de quantidade de pessoas
Em relaccedilatildeo ao mapeamento do territoacuterio 844 das equipes possuem mapas com
desenho do territoacuterio de abrangecircncia 607 das equipes realizara esse mapeamento nos
uacuteltimos 12 meses 810 realizam monitoramento e anaacutelise dos indicadores e informaccedilotildees
de sauacutede 795 das equipes realizaram algum levantamento de problemas e 765
estabeleceram um plano de accedilatildeo Jaacute os usuaacuterios 490 afirmam que os profissionais
sempre sugerem soluccedilotildees adequadas agrave realidade durante as consultas
Observou-se diferenccedilas na territorializaccedilatildeo nas diferentes regiotildees de sauacutede Haacute
273 de equipes com populaccedilatildeo descoberta no territoacuterio nas regiotildees de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) e 440 nas regiotildees de
meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) Jaacute em relaccedilatildeo agraves equipes com ateacute 3500 pessoas sob
158
sua responsabilidade a maior concentraccedilatildeo estaacute nas Reg 1 com 724 de respostas
positivas e a pior concentraccedilatildeo nas Reg 5 com apenas 534 das equipes o que eacute
compatiacutevel com a alta concentraccedilatildeo populacional em municiacutepios maiores e portanto
necessidade de muitas equipes para cobertura populacional Quando perguntadas se a
gestatildeo adotou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definir a quantidade de pessoas sob
sua responsabilidade a variaccedilatildeo foi de 475 de respostas positivas nas regiotildees de meacutedio
DSE e meacutediaalta oferta (Reg 3) e 610 nas regiotildees de alto DSE e alta oferta (Reg 5)
Variaccedilotildees tambeacutem puderam ser observadas quanto ao mapeamento do territoacuterio As
Reg 1 destacam-se positivamente em relaccedilatildeo a menor populaccedilatildeo descoberta e a quantidade
de pessoas sob sua referencia contudo satildeo as que menos possuem mapas do territoacuterio de
abrangecircncia e atualizaccedilatildeo desse mapa nos uacuteltimos 12 meses As Reg 2 apresentam os
piores resultados quanto agrave populaccedilatildeo descoberta e ao planejamento das accedilotildees no territoacuterio
a partir do seu mapeamento As Reg 5 apesar de terem mais de 13 de populaccedilatildeo
descoberta conseguem ter mapas de abrangecircncia e satildeo as que mais utilizam esses mapas
para o planejamento das accedilotildees
Os avanccedilos observados nesse componente se referem agrave presenccedila de ACS e
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia nas equipes independente da regiatildeo de sauacutede Haacute cerca
de 13 de populaccedilatildeo descoberta em todas as regiotildees de sauacutede e os mapas de territoacuterio
quando existem poderiam ser amplamente utilizados no planejamento das accedilotildees o que eacute
uma realidade mais proacutexima apenas das Reg 4 e 5 Outro ponto importante eacute que os
profissionais precisam adequar suas condutas terapecircuticas agrave realidade dos usuaacuterios pois
menos da metade dos usuaacuterios em todas as regiotildees as consideram adequadas
Tabela 14 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente
territorializaccedilatildeo por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
UBS
I35 Possuem 4 ou
mais ACS 4664 933 1047 910 3286 927 1054 901 2560 888 12611 917
N UBS 5000 1151 3545 1170 2883 13749
EqAB
II133 Existe
definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia
4979 965 1203 966 3775 982 1329 987 4872 985 16158 977
II137 Existe
populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno
1410 273 548 440 1210 315 469 348 1891 382 5528 334
159
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
do territoacuterio
II131 Existe ateacute
3500 pessoas sob sua
responsabilidade
3736 724 813 653 2687 699 724 537 2641 534 10601 641
II132 A gestatildeo
considerou criteacuterios
de risco e
vulnerabilidade para
a definiccedilatildeo de
quantidade de
pessoas sob sua
responsabilidade
2739 531 633 508 1827 475 707 525 3017 610 8923 539
II134 Possuem
mapas com desenho
do territoacuterio de
abrangecircncia
3784 733 976 784 3307 860 1235 917 4661 943 13963 844
II136 Nos uacuteltimos
12 meses realizou
mapeamento da aacuterea
de abrangecircncia
2724 522 672 535 2367 611 946 697 3437 687 10146 607
II910 Realizam
monitoramento e
anaacutelise dos
indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
4191 812 951 764 3012 784 1109 823 4130 835 13393 810
II92 Realizam
algum processo de
levantamento de
problemas
3905 757 891 716 2991 778 1118 830 4249 859 13154 795
II94 Estabelecem
um plano de accedilatildeo 3745 726 859 690 2829 736 1090 809 4156 840 12679 767
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III88 Durante as
consultas os
profissionais da
EqAB sempre
sugerem soluccedilotildees
adequadas a sua
realidade
9515 461 2241 458 7526 496 2711 498 10017 521 32010 490
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 681 681 702 723 744 715
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
160
Graacutefico 21 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente territorializaccedilatildeo por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
552 Intersetorialidade
A intersetorialidade no niacutevel local abrange a perspectiva das equipes quanto ao
conhecimento do territoacuterio e articulaccedilatildeo com os equipamentos disponiacuteveis no territoacuterio a
fim de um cuidado mais integral ao usuaacuterio capaz de reduzir iniquidades e aumentar a
responsabilidade e capacidade de intervenccedilatildeo sobre os determinantes sociais (Starfield
2002 Anderson e Rodrigues 2012) As variaacuteveis do PMAQ-AB natildeo permitem realizar
uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes e os demais setores e poliacuteticas
puacuteblicas presentes na comunidade Foram selecionados alguns indicadores com elementos
para essa discussatildeo como mapa com equipamentos sociais planejamento das atividades
considerando outros setores Programa Bolsa-famiacutelia (PBF) e Programa Sauacutede na Escola
(PSE)
A Tabela 15 e Graacutefico 22 apresentam os resultados dos indicadores selecionados
sobre a intersetorialidade Na meacutedia Brasil 596 das equipes planejam suas atividades
considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea Em relaccedilatildeo aos mapas apenas
192 das equipes possuem mapas com sinalizaccedilatildeo de aacuterea de risco e 458 das equipes
possuem mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais No que se refere ao PBF 749
das equipes realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do Programa
Bolsa Famiacutelia e 492 comprovam existecircncia de mapa de acompanhamento das famiacutelias
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
I35 Possuem 4 ou mais ACS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia
II134 Possuem mapas com desenho do territoacuterio deabrangecircncia
II910 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos indicadores einformaccedilotildees de sauacutede
II92 Realizaram algum processo de levantamento deproblemas
II94 Estabeleceram um plano de accedilatildeo
II131 Existe ateacute 3500 pessoas sob sua responsabilidade
II136 Nos uacuteltimos 12 meses realizou mapeamento da aacuterea deabrangecircncia
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidadepara a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob suaresponsabilidadeIII88 Durante as consultas os profissionais da EqAB sempresugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB no entorno doterritoacuterio
161
cadastradas no PBF Cerca da metade das equipes (538) apresentam registro de
realizaccedilatildeo de atividades nas escolas Algumas equipes atuam em territoacuterios com
implantaccedilatildeo de cisternas dentre as quais 807 tecircm seus ACS fazendo accedilotildees educativas
sobre a qualidade da aacutegua de cisternas
Independente do grupo de regiatildeo de sauacutede a busca ativa para as famiacutelias elegiacuteveis
do PBF assim como as accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das cisternas foram os
itens com maior percentual de respostas positivas Poreacutem haacute variaccedilotildees importantes entre
os grupos de regiotildees de sauacutede observando os demais indicadores Equipes que planejam
suas atividades considerando o envolvimento de outros setores de sua aacuterea corresponde a
483 nas Reg 2 e 661 nas Reg 5 Os resultados satildeo muito baixos em relaccedilatildeo aos mapas
com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e de equipamentos sociais e piores nas equipes das Reg
2 em que somente 125 possuem mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e 355 com
sinalizaccedilatildeo dos equipamentos sociais Tais resultados sugerem um provaacutevel
desconhecimento de importantes elementos do territoacuterio
Aproximadamente 70 das equipes independente da regiatildeo de sauacutede realizam
busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o cadastramento do PBF o que poderia ser
considerado um avanccedilo na interlocuccedilatildeo com o processo de trabalho da assistecircncia social
Contudo observa-se baixa comprovaccedilatildeo da existecircncia do mapa de acompanhamento das
famiacutelias do PBF com os extremos de 410 de equipes nas Reg 2 e 577 nas Reg 4 Isso
pode indicar que as equipes tecircm demonstrado baixa capacidade de captaccedilatildeo das famiacutelias
eou de resposta ao acompanhamento das condicionalidades do PBF
A accedilatildeo intersetorial a partir das variaacuteveis analisadas pode ser considerada deficiente
no cotidiano das equipes A maioria dos indicadores apresentam resultados positivos para
menos de 50 das equipes Um dos pontos de maior avanccedilo eacute o planejamento
considerando outros setores poreacutem este natildeo estaacute associado a um mapeamento dos
equipamentos sociais do territoacuterio elemento baacutesico para a realizaccedilatildeo de atividades em
parceria
162
Tabela 15 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente
intersetorialidade por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n n n
EqAB
II114 Planejam suas
atividades considerando
o envolvimento de
outros setores de sua
aacuterea (intersetorialidade)
2869 556 601 483 2332 607 788 585 3267 661 9857 596
II135 Possui mapa
com sinalizaccedilatildeo de aacutereas
de risco (aacutereas de
violecircncia com precaacuterias
condiccedilotildees sanitaacuterias
zonas de risco como
encostas morros e
loteamentos irregulares)
837 162 156 125 751 195 302 224 1127 228 3173 192
II135 Possui mapa
com sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos sociais
(comeacutercios locais
igrejas escolas e outros)
2394 464 442 355 1919 499 671 498 2154 436 7580 458
II331 Realizam busca
ativa de famiacutelias
elegiacuteveis para
cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
3969 769 943 757 2653 690 973 722 3845 778 12383 749
II3331 Comprovam
existecircncia de mapa de
acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no
Programa Bolsa Famiacutelia
2254 437 511 410 1919 499 777 577 2679 542 8140 492
II3821 Comprovam
registro de atividades na
escola
3007 583 627 504 2144 558 697 517 2426 491 8901 538
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
II314 Nos territoacuterios
com cisternas os ACS
fazem accedilotildees educativas
sobre a qualidade da
aacutegua de cisternas
2723 853 492 837 1059 753 331 757 1036 756 5641 807
N EqAB que possuem
cisternas no territoacuterio
de atuaccedilatildeo
3191 588 1407 437 1371 6994
MEacuteDIA 546 496 543 554 556 547
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
163
Graacutefico 22 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente intersetorialidade por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
553 Participaccedilatildeo social
A participaccedilatildeo social no niacutevel local refere-se a estrateacutegias dos serviccedilos de sauacutede
que favorecem a participaccedilatildeo da comunidade para o alcance de melhores resultados em
sauacutede (Starfield 2002) A participaccedilatildeo contempla desde decisotildees sobre a organizaccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo com o serviccedilo ateacute decisotildees sobre as condutas terapecircuticas Para essa anaacutelise
foram selecionados indicadores referentes aos espaccedilos formais de participaccedilatildeo social e
canais de comunicaccedilatildeo assim como a experiecircncia da comunidade quanto ao uso desses
espaccedilos
Na Tabela 16 e no Graacutefico 23 satildeo apresentados indicadores sobre a participaccedilatildeo
social O conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente estaacute presente na UBS
segundo 592 das equipes A disponibilidade de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios
para demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees foi afirmada por 731 das equipes e 883
dizem considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho Todavia apenas 368 das entrevistadas realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo com os
usuaacuterios
Quando querem fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS 496 dos usuaacuterios
conseguem e quando fizeram reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo somente 236 afirmam ter um
retorno rapidamente
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II314 Nos territoacuterios com cisternas os ACS fazemaccedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de cisternas
II331 Realizam busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis paracadastramento do Programa Bolsa Famiacutelia
II114 Planejam suas atividades considerando oenvolvimento de outros setores de sua aacuterea(intersetorialidade)
II3821 Comprovam registro de atividades na escola
II3331 Comprovam existecircncia de mapa deacompanhamento das famiacutelias cadastradas noPrograma Bolsa Famiacutelia
II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo dos equipamentossociais (comeacutercios locais igrejas escolas e outros)
II135 Possui mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco(aacutereas de violecircncia com precaacuterias condiccedilotildees sanitaacuteriaszonas de risco como encostas morros e loteamentosirregulares)
164
Em relaccedilatildeo aos grupos de regiotildees de sauacutede percebe-se similaridade entre a opiniatildeo
dos usuaacuterios e variabilidade entre as respostas das equipes Nas equipes das Reg 5 694
possuem conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada similar percentual superior agraves
demais regiotildees em especial a Reg 3 com 516 das equipes afirmando o mesmo Essa
variaccedilatildeo eacute similar em relaccedilatildeo agrave disponibilidade dos canais de comunicaccedilatildeo para os
usuaacuterios 851 nas equipes das Reg 5 835 nas Reg 4 e no outro extremo 606 nas
Reg 2 e 637 nas Reg 1
Observa-se maior presenccedila de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios do que
espaccedilos formais de decisatildeo como conselhos locais de sauacutede e ambos estatildeo mais instituiacutedos
nas Reg 5 Nas regiotildees de sauacutede como um todo as respostas satildeo positivas em relaccedilatildeo a
considerar a opiniatildeo do usuaacuterio na reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
(mais de 80) Contudo quando se observa os demais indicadores em especial a resposta
dos usuaacuterios ao fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS (cerca de 50) percebe-se
deficiecircncias importantes nas possibilidades de participaccedilatildeo social e de funcionamento dos
espaccedilos de interaccedilatildeo
Tabela 16 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores do componente participaccedilatildeo
social por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n N n
EqAB
II355 Existe conselho
local de sauacutede ou
instacircncia colegiada
equivalente
2763 535 773 621 1984 516 834 619 3432 694 9786 592
II341 Dispotildeem de
canais de comunicaccedilatildeo
para os usuaacuterios
expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees
eou sugestotildees na AB
3285 637 754 606 2723 708 1125 835 4208 851 12095 731
II351 Realizam
pesquisa de satisfaccedilatildeo
dos usuaacuterios
2024 392 389 312 1339 348 509 378 1831 370 6092 368
II354 Consideram a
opiniatildeo do usuaacuterio para
a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do
processo de trabalho
4493 871 1026 824 3360 874 1234 916 4500 910 14613 883
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III191 Quando
querem fazer uma 3006 470 756 448 2772 537 985 513 3713 495 11232 496
165
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e
meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE e
meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n n n N n
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na UBS conseguem
III192 Quando
fizeram alguma relaccedilatildeo
ou sugestatildeo
rapidamente tiveram
um retorno
1449 227 324 192 1299 252 476 248 1794 239 5342 236
N usuaacuterios que
precisaram fazer
reclamaccedilatildeo ou
sugestatildeo na UBS
6393 1686 5158 1919 7505 22661
MEacuteDIA 522 501 539 585 593 551
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
Graacutefico 23 Indicadores padratildeo de referecircncia do componente participaccedilatildeo social por
grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
554 Discussatildeo
O atributo orientaccedilatildeo para a comunidade expresso neste trabalho pela anaacutelise dos
componentes ldquoterritorializaccedilatildeordquo ldquointersetorialidaderdquo e ldquoparticipaccedilatildeo socialrdquo apresentou
resultados insatisfatoacuterios assim como em estudos anteriores utilizando o PCATool
demonstraram (Elias et al 2006 Curto 2009 Leao e Caldeira 2011 Ibantildeez et al 2006
Turci et al 2016)
Em estudo realizado no municiacutepio de Satildeo Paulo gestores e profissionais avaliaram
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II354 Consideram a opiniatildeo dousuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo equalificaccedilatildeo do processo de trabalho
II341 Dispotildeem de canais decomunicaccedilatildeo para os usuaacuteriosexpressarem suas demandasreclamaccedilotildees eou sugestotildees na ABII355 Existe conselho local de sauacutedeou instacircncia colegiada equivalente
III191 Quando querem fazer umareclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBSconseguem
II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeodos usuaacuterios
III192 Quando fizeram algumarelaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamentetiveram um retorno
166
positivamente a orientaccedilatildeo para a comunidade das equipes enquanto os usuaacuterios avaliaram
como negativa (Elias et al 2006)
Em outra pesquisa com foco na atenccedilatildeo agrave tuberculose realizada por Curto (2009) a
orientaccedilatildeo para a comunidade nos serviccedilos de APS foi considerada insatisfatoacuteria pelos trecircs
atores usuaacuterios profissionais e gestores com algum grau de variaccedilatildeo nas respostas
Quanto agrave existecircncia de parcerias sociais e participaccedilatildeo social os trecircs atores (usuaacuterios
profissionais e gestores) avaliaram os serviccedilos como insatisfatoacuterios ou regular e em
relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo de atividades lsquoextra murosrsquo usuaacuterios consideraram insatisfatoacuterias
profissionais como regular e gestores como satisfatoacuteria (Curto 2009)
Da mesma forma Macincko et al (2003) revelam que caracteriacutesticas dos serviccedilos
de sauacutede voltadas para a melhoria da coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade satildeo
escassas em quase todos os paiacuteses da OCDE envolvidos em sua pesquisa
Em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo praticamente a totalidade das equipes possuem
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da populaccedilatildeo mas 13 ainda tecircm populaccedilatildeo descoberta no
seu territoacuterio Esse uacuteltimo resultado eacute preocupante considerando o grande nuacutemero de
pessoas sob responsabilidade de uma equipe de sauacutede da famiacutelia ndash maacuteximo de 4000
pessoas sendo recomendado 3000 pessoas (Brasil 2011b) uma vez que mesmo a
populaccedilatildeo sendo adscrita eacute notoacuteria a dificuldade de acompanhamento desse quantitativo
de pessoas por uma equipe Logo provavelmente o acesso agrave APS pela populaccedilatildeo
descoberta no territoacuterio eacute muito difiacutecil Giovanella (2006) destaca a variaccedilatildeo na lista de
cidadatildeos inscritos por meacutedico de famiacutelia em diferentes paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia que vai
desde 1030 pessoas na Itaacutelia ateacute o maacuteximo de 2500 na Espanha um nuacutemero bem inferior
agrave norma brasileira
A maior parte das equipes (80) planejam accedilotildees a partir dessa territorializaccedilatildeo
(mapas de territoacuterio anaacutelise de indicadores levantamento de problemas) a partir de
criteacuterios definidos pela gestatildeo municipal Contudo eacute baixa a atualizaccedilatildeo do mapeamento
da aacuterea de abrangecircncia pelas equipes
Faria (2013) traz a discussatildeo da territorializaccedilatildeo sob o aspecto do planejamento e
gestatildeo da sauacutede O autor destaca a importacircncia dos limites da territorializaccedilatildeo servirem
para integraccedilatildeo e natildeo segregaccedilatildeo assim como a necessidade de solidariedade no SUS
entre o planejamento em niacutevel de equipe do municiacutepio e da regiatildeo de sauacutede Somente
dessa forma poderia ser garantida a continuidade da atenccedilatildeo e o planejamento territorial na
perspectiva das redes de atenccedilatildeo
Monken (2008) define o termo como base para o relacionamento entre equipe de
167
sauacutede e comunidade conceito pelo qual se atribuiu a territorializaccedilatildeo como um
componente do atributo orientaccedilatildeo para a comunidade
uma territorializaccedilatildeo ampla em que este processo seja o meacutetodo de
obtenccedilatildeo e de anaacutelise de informaccedilotildees sobre as condiccedilotildees de vida e sauacutede
de populaccedilotildees um instrumento para se entender os contextos de uso do
territoacuterio em todos os niacuteveis das atividades humanas [] (Monken 2008
143)
Contudo a praacutetica e o planejamento em sauacutede algumas vezes caminham ao
contraacuterio dessa perspectiva quando o cadastramento e os limites dos serviccedilos satildeo feitos
privilegiando a dimensatildeo poliacutetico-administrativa do serviccedilo ao inveacutes da dimensatildeo das
necessidades em sauacutede no territoacuterio e sua oferta (Faria 2013)
Uma das principais perspectivas para enfrentamento de determinantes sociais
assim como uma condiccedilatildeo para uma APS abrangente consiste na accedilatildeo intersetorial
(Carvalho e Buss 2008) A accedilatildeo articulada de diversos setores pode produzir resultados
mais efetivos do que o setor sauacutede alcanccedilaria por si soacute (Giovanella et al 2009) Garcia et
al (2014) em revisatildeo de literatura sobre o tema identificam um consenso sobre o
potencial das accedilotildees intersetoriais para a transformaccedilatildeo da realidade dos serviccedilos poreacutem
concluem que as experiecircncias analisadas natildeo permitem avaliar sobre a continuidade e
sustentabilidade das accedilotildees
A anaacutelise dos resultados da Tabela 15 mostram a dificuldade de articulaccedilatildeo
intersetorial por parte das equipes com avanccedilos em poucos setores Alencar et al (2014)
destacam em estudo com usuaacuterios no municiacutepio de Satildeo Luiacutes que a oferta de serviccedilos de
sauacutede nas escolas e a intersetorialidade tiveram uma alta porcentagem de ldquonatildeo saberdquo como
resposta demonstrando o desconhecimento da comunidade a escassez de accedilotildees
intersetoriais e a incipiente participaccedilatildeo da mesma nos processos democraacuteticos
Outras abordagens sobre esse tema ressaltam dificuldades em torno da
intersetorialidade formaccedilatildeo inadequada dos recursos humanos necessidade de iniciativas
gerais do municiacutepio que respaldem as accedilotildees locais das ESF (Giovanella et al 2009)
importacircncia da interdisciplinaridade como diretriz nas graduaccedilotildees em sauacutede e as rubricas
dos orccedilamentos puacuteblicos predominantemente setorizadas (Azevedo et al 2012)
Uma problematizaccedilatildeo importante e que pouco consegue ser expressada pelos
indicadores selecionados do PMAQ-AB para a discussatildeo dessa temaacutetica se refere ao papel
do governo municipal na efetivaccedilatildeo da intersetorialidade Por mais que as equipes
cumpram um papel de mediadoras e executoras dessas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede
168
intersetoriais satildeo as accedilotildees de planejamento execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de diversos atores e
setores do municiacutepio como um todo que podem contemplar uma seacuterie de respostas aos
problemas do territoacuterio A concepccedilatildeo ampliada de sauacutede depende de reformas
organizacionais que deem respostas concretas agraves necessidades da populaccedilatildeo (Papoula
2006 Inojosa e Junqueira 1997)
Haacute portanto a necessidade de ativaccedilatildeo do sujeito nas accedilotildees intersetoriais seja ele
gestor teacutecnico profissional ou usuaacuterio Uma incorporaccedilatildeo desse conjunto de sujeitos nos
processos decisoacuterios resulta em uma reflexatildeo sobre praacutetica profissional privilegiando
posturas solidaacuterias e comprometidas (Azevedo et al 2012) Ao mesmo tempo a interface
entre sauacutede e outros setores para a construccedilatildeo da cidadania pode ser expressa nos espaccedilos
institucionais como as cacircmaras para a gestatildeo da poliacutetica local municipal e as experiecircncias
de orccedilamento participativo que ampliam a visatildeo sobre os determinantes de sauacutede
(Giovanella et al 2009 Carvalho e Buss 2008)
Cerca de 70 das equipes de atenccedilatildeo baacutesica possuem canais de comunicaccedilatildeo para
os usuaacuterios expressarem suas demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees e mais de 80
relatam considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para organizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho (Tabela 16) Contudo mais de 40 das equipes natildeo tecircm um espaccedilo decisoacuterio
instituiacutedo como um conselho local de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente e menos de
13 dos usuaacuterios tiveram rapidamente algum retorno sobre sua sugestatildeo ou reclamaccedilatildeo Em
outras palavras percebe-se aqui que natildeo haacute espaccedilo para o ldquoempoderamentordquo dos grupos
nas decisotildees relativas agrave sua sauacutede conforme definem Carvalho e Buss (2008)
Ademais a simples existecircncia do conselho natildeo informa sobre a qualidade da
participaccedilatildeo Bispo Junior e Martins (2014) em discussatildeo sobre os conselhos locais
sinalizam diferentes fatores que contribuem para o baixo envolvimento da populaccedilatildeo nas
instacircncias decisoacuterias especialmente a ausecircncia de cultura participativa e baixa
resolutividade do conselho em relaccedilatildeo aos problemas comunitaacuterios Segundo os autores haacute
um ciclo vicioso que associa problemas na assistecircncia prestada agrave ausecircncia da participaccedilatildeo
popular (Bispo Junior e Martins 2014)
Escorel e Moreira (2012) entretanto aprofundam esse debate identificando que os
problemas dos conselhos relacionam-se agraves dificuldades da democracia representativa como
um todo sendo necessaacuterio fortalecer o potencial democraacutetico desses espaccedilos evitando os
existentes processos de cooptaccedilatildeo dos grupos sociais Os autores sinalizam dentre os
desafios a recuperaccedilatildeo do papel poliacutetico dos conselhos o resgate da mobilizaccedilatildeo social
das conferecircncias o respeito agrave diversidade de sujeitos poliacuteticos e a mobilizaccedilatildeo de novos
169
sujeitos poliacuteticos Reforccedilam a necessidade de aumentar a democratizaccedilatildeo por meio da
melhoria da representaccedilatildeo nos conselhos e da qualidade dessa participaccedilatildeo instaurando um
novo ciclo virtuoso o exerciacutecio da democracia deliberativa resultando em aumento da
efetividade dos conselhos e melhoria das poliacuteticas puacuteblicas (Escorel e Moreira 2012)
Em siacutentese pode-se dizer que orientaccedilatildeo para a comunidade em geral mostrou
melhores resultados para territorializaccedilatildeo e baixos resultados e insuficiecircncia em relaccedilatildeo a
indicadores de intersetorialidade e participaccedilatildeo social Os resultados positivos em relaccedilatildeo agrave
territorializaccedilatildeo se referem agrave disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia
da equipe Contudo importante destacar que esses melhores resultados provavelmente satildeo
influenciados pelo marco normativo (PNAB 2011) que vincula a existecircncia de equipes
completas (com ACS) e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia para o repasse de financiamento
da esfera federal aos municiacutepios Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes
natildeo consideram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a
interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A percepccedilatildeo positiva dos profissionais
sobre considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de
trabalho se contrapotildee aos demais resultados insatisfatoacuterios de participaccedilatildeo social
Do conjunto de 24 indicadores todos foram considerados um padratildeo de referecircncia
para o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade Do total de indicadores 2 se
apresentaram no padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) 6 indicadores se
expressaram com padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) e 4 indicadores estiveram no
padratildeo regular (entre 60 a 74 das respostas) O padratildeo inadequado (menor que 60 das
respostas) foi visualizado em 12 indicadores ndash mais de 50 A concentraccedilatildeo dos
indicadores em padratildeo muito bom ou bom estaacute na disponibilidade e trabalho dos ACS
definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para
reorganizaccedilatildeo do processo de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se
concentram na articulaccedilatildeo com outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social
O Graacutefico 24 mostra uma siacutentese dos resultados por componente para o atributo da
orientaccedilatildeo para a comunidade
170
Graacutefico 24Orientaccedilatildeo para a comunidade siacutentese dos componentes por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
TotalTeritorializaccedilatildeo
Participaccedilatildeo social
Intersetorialidade
171
56 ATRIBUTO CENTRALIDADE NA FAMIacuteLIA
O atributo centralidade na famiacutelia visa a consideraccedilatildeo do contexto e da dinacircmica
familiar a fim de dar melhores respostas agraves necessidades de cada membro Pode ser
avaliado por dois eixos principais na accedilatildeo das equipes as informaccedilotildees sobre famiacutelia
disponiacuteveis nos prontuaacuterios bem como o conhecimento dos problemas de sauacutede dos
membros da famiacutelia e sua maior ou menor capacidade de cuidado (Starfield 2002) Das
variaacuteveis disponiacuteveis no instrumento do PMAQ-AB constata-se a quase ausecircncia de
variaacuteveis especiacuteficas deste atributo e ao mesmo tempo uma valorizaccedilatildeo da visita
domiciliar como forma de abordagem familiar
Os indicadores selecionados para anaacutelise deste atributo buscam identificar quais satildeo
as estrateacutegias e a forma de organizaccedilatildeo das equipes para possibilitar o cuidado e
acompanhamento agrave famiacutelia em complementaccedilatildeo ao cuidado individual
561 Abordagem familiar
Os indicadores da abordagem familiar abarcam principalmente duas perspectivas
de registrocomprovaccedilatildeo das accedilotildees voltadas agrave famiacutelia e de visita domiciliar Abrange accedilotildees
relacionadas ao acompanhamento e ao cuidado prestado agrave famiacutelia seja na organizaccedilatildeo do
prontuaacuterio seja no atendimento realizado no domiciacutelio
Na Tabela 17 e no Graacutefico 25 satildeo apresentados os indicadores para abordagem
familiar A grande maioria das equipes (787) comprova a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios
por nuacutecleos familiares Na quase totalidade das equipes (996) as visitas domiciliares satildeo
realizadas tanto por ACS como por outros membros das equipes 930 visitam as famiacutelias
com periodicidade distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade e 960
registram as consultas ou atendimentos realizados no domiciacutelio Todavia somente 495
dos usuaacuterios referem que profissionais perguntam por seus familiares 851 dos usuaacuterios
recebem visita dos ACS e 295 jaacute receberam visita de outros profissionais de sauacutede
Observa-se uma miacutenima variaccedilatildeo na maior parte dos indicadores segundo os
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Uma diferenccedila importante pode ser observada na
organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares com os extremos de 692 nas regiotildees
de meacutedioalto DSE e baixa oferta (Reg 2) e 848 nas regiotildees de baixo DSE e baixa oferta
(Reg 1) Neste atributo outra observaccedilatildeo eacute que apesar da baixa variabilidade as Reg 2
agregam em geral os piores resultados
Para o atributo centralidade da famiacutelia alguns avanccedilos podem ser identificados em
relaccedilatildeo agrave visita domiciliar realizada tanto pelos ACS como por outros profissionais de
172
sauacutede e uma priorizaccedilatildeo dessas visitas de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade
Contudo faltam elementos fundamentais para uma abordagem dos profissionais que
envolva mais diretamente a famiacutelia como um todo
Tabela 17 Centralidade na famiacutelia indicadores do componente abordagem familiar
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
N n n n n n
EqAB
II1411 Comprovam
que os prontuaacuterios dos
usuaacuterios satildeo organizados
por nuacutecleos familiares
4378 848 862 692 2948 767 1049 779 3789 766 13026 787
II321 Outros membros
da equipe aleacutem dos ACS
realizam visita
domiciliar
5132 995 1238 994 3829 996 1342 996 4936 998 16477 996
II323 Visitam as
famiacutelias com
periodicidade distinta
de acordo com avaliaccedilatildeo
de risco e
vulnerabilidade
4752 921 1117 896 3553 924 1255 932 4704 951 15381 930
II3211 Registram as
consultas ou
atendimentos realizados
no domiciacutelio
4838 938 1164 935 3695 961 1317 978 4868 984 15882 960
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III912 Profissionais da
EqAB perguntam sobre
seus familiares
10267 497 2242 458 7660 505 2857 525 9336 485 32362 495
III923 Recebem visita
do ACS 18023 873 4081 833 13123 865 4671 858 15726 818 55624 851
III924 Recebem visita
de outros profissionais
de sauacutede
6301 305 1338 273 4165 275 1532 281 5981 311 19317 295
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 768 726 756 764 759 759
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
173
Graacutefico 25 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem familiar por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
562 Discussatildeo
A anaacutelise do atributo centralidade na famiacutelia foi insuficiente devido agrave ausecircncia de
variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB sobre o cuidado agraves famiacutelias As informaccedilotildees
possiacuteveis de ser captadas se limitaram ao registro e visita domiciliar Em geral estudos
apontam que este atributo ainda eacute incipiente na organizaccedilatildeo do processo de trabalho das
equipes de atenccedilatildeo baacutesica com resultados ligeiramente mais altos no PSF em comparaccedilatildeo
agrave UBS tradicional (Elias et al 2006 Ibantildeez et al 2006 Van Stralen et al 2008)
Jaacute o estudo de Chomatas et al (2013) em Curitiba difere dos demais pois encontra
altos escores para centralidade na famiacutelia e orientaccedilatildeo para a comunidade Tais resultados
foram atribuiacutedos pelos autores agrave incorporaccedilatildeo de princiacutepios da APS em Curitiba como a
territorializaccedilatildeo a vigilacircncia agrave sauacutede e a responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria (Chomatas et al
2013)
Chama a atenccedilatildeo a positividade das respostas para o indicador ldquoas EqAB registram
as consultas ou atendimentos realizados no domiciacuteliordquo com resultados superiores a 90
das equipes visto a rotineira dificuldade na qualidade dos registros na Atenccedilatildeo Baacutesica em
geral identificado em diferentes estudos (Almeida 2010 Vasconcellos et al 2008 Silva
et al 2014) Uma hipoacutetese eacute que esse indicador possa ser compreendido somente como
quantitativo ou seja a EqAB tem listado o nuacutemero de consultas ou atendimentos de
domiciacutelio um dado inclusive utilizado para compor o preenchimento do antigo sistema de
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
II321 Outros membros da equipealeacutem dos ACS realizam visitadomiciliar
II3211 Registram as consultas ouatendimentos realizados no domiciacutelio
II323 Visitam as famiacutelias comperiodicidade distinta de acordo comavaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade
III923 Recebem visita do ACS
II1411 Comprovam que osprontuaacuterios dos usuaacuterios satildeoorganizados por nuacutecleos familiares
III912 Profissionais da EqABperguntam sobre seus familiares
174
informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) ou mais precisamente o relatoacuterio de produccedilatildeo e
marcadores para avaliaccedilatildeo (PMA2) Neste caso uma melhor pergunta seria sobre o
ldquoregistro em prontuaacuteriordquo que minimamente detalharia as intervenccedilotildees na visita
Os indicadores relacionados agrave visita domiciliar (quem realiza e periodicidade)
tambeacutem apresentam altos resultados tanto sob o ponto de vista dos profissionais como dos
usuaacuterios Uma discussatildeo importante se refere agrave abordagem da famiacutelia nessas visitas e agraves
competecircncias e habilidades que os profissionais da ESF precisam ter para uma praacutetica
diferenciada com as famiacutelias Silva (2010) chama a atenccedilatildeo para as visitas domiciliares
com objetivos preacute-definidos com foco no campo bioloacutegico em detrimento de outros
aspectos para uma atenccedilatildeo integral como as condiccedilotildees de vida e relaccedilotildees familiares Nesse
sentido o indicador ldquoas EqAB visitam as famiacutelias com periodicidade distinta de acordo
com avaliaccedilatildeo de risco e vulnerabilidaderdquo compreendendo a amplitude do risco e
vulnerabilidade na Atenccedilatildeo Baacutesica pautada nos determinantes sociais traz resultados
interessantes
Muitas vezes a identificaccedilatildeo do problema em uma visita domiciliar consegue ser
realizada mas uma atuaccedilatildeo efetiva depende de campos de conhecimentos distintos
ausentes na formaccedilatildeo limitado no apoio matricial e insuficiente na educaccedilatildeo permanente
dos profissionais (Silva 2010) Na mesma loacutegica eacute preciso destacar a formaccedilatildeo para o
profissional ACS a fim que ele possa obter um posicionamento criacutetico sobre sua praacutetica de
trabalho evitando as possiacuteveis posiccedilotildees autoritaacuterias e invasivas que esta categoria
profissional tambeacutem estaacute sujeita (Campos e Matta 2007) A atuaccedilatildeo do ACS ao ldquoentrarrdquo
na casa das famiacutelias precisa estar acompanhada de uma seacuterie de reflexotildees eacuteticas visto que
envolve a privacidade das relaccedilotildees familiares a intimidade dos seus costumes e os
conflitos familiares (Campos e Matta 2007)
Os baixos valores no indicador ldquoUsuaacuterios recebem visita de outros profissionais de
sauacutederdquo natildeo podem ser considerados negativos pois eacute uma necessidade que varia de acordo
com o territoacuterio e o perfil de risco e vulnerabilidade da populaccedilatildeo
Em nossa pesquisa a organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios dos usuaacuterios por nuacutecleos
familiares com cerca de 80 das respostas foi um resultado positivo apesar desse
indicador natildeo dizer sobre a qualidade do registro como foi discutido anteriormente Silva
(2010) mostra em seu estudo nas UBS de Manaus que a qualidade dos registros eacute
insatisfatoacuteria
175
Os registros sobre o nuacutecleo familiar se datildeo de forma incompleta e
insuficiente sem interlocuccedilatildeo entre os membros da famiacutelia () o
prontuaacuterio familiar encontra-se fragmentado com as fichas de Assistecircncia
Meacutedico Sanitaacuteria dos integrantes da famiacutelia separadas por programas
prioritaacuterios e a ficha de cadastro das famiacutelias com dados socioeconocircmicos
sob a guarda do ACS dificultando sua consulta por parte dos demais
membros das ESF A visita domiciliar eacute por sua vez uma praacutetica mais
direcionada aos indiviacuteduos do que agraves famiacutelias (Silva 2010 vii)
Em estudo de Pereira et al (2008) a partir de manual de acreditaccedilatildeo verificou-se
que natildeo houve implantaccedilatildeo massiva do uso do prontuaacuterio familiar e do genograma nos
municiacutepios estudados O elevado nuacutemero de prontuaacuterios em inconformidade com o
preconizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede ou mesmo a natildeo utilizaccedilatildeo do prontuaacuterio familiar
intensifica a necessidade de capacitaccedilatildeo sobre instrumentos de abordagem familiar (Pereira
et al 2008)
Silva et al (2014) destacam a centralidade da famiacutelia como incipiente em acircmbito
nacional com foco na abordagem hegemocircnica apenas sobre o indiviacuteduo Tal afirmaccedilatildeo se
relaciona ao indicador mais especiacutefico sobre abordagem familiar questionado aos usuaacuterios
ldquoos profissionais da EqAB perguntam sobre seus familiaresrdquo com os piores resultados
(abaixo de 50 das respostas) As autoras (Silva et al 2014) ressaltam a limitaccedilatildeo do
cadastramento familiar agraves condiccedilotildees do domiciacutelio e natildeo das caracteriacutesticas da famiacutelia o
que eacute reforccedilado pela principal forma de cadastro na eacutepoca a ficha A do sistema de
informaccedilatildeo de atenccedilatildeo baacutesica (SIAB) A criacutetica das autoras que o SIAB natildeo contempla as
relaccedilotildees de parentesco entre as famiacutelias hoje foi solucionada pela ficha de cadastro
domiciliar do novo sistema de informaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica ndash SISAB Da mesma forma
nesse sistema haacute a identificaccedilatildeo de um responsaacutevel familiar no proacuteprio registro
Em resumo apesar de poucos indicadores e num geral esse atributo natildeo apresentar
baixos resultados os avanccedilos mais niacutetidos estatildeo relacionados agrave visita domiciliar e haacute
deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como organizaccedilatildeo
dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma abordagem dos
profissionais que envolva a famiacutelia como um todo
Do total de 7 indicadores estabeleceu-se 6 como padratildeo de referecircncia para o
atributo centralidade na famiacutelia O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi
encontrado em 3 indicadores o padratildeo bom (entre 75 e 89 das respostas) se expressou
em 2 indicadores enquanto nenhum indicador esteve no padratildeo regular e 1 indicador se
localizou no padratildeo inadequado Os melhores indicadores estatildeo concentrados na
176
organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e o pior indicador eacute se os profissionais da EqAB
perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios
O Graacutefico 26 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da centralidade na
famiacutelia
Graacutefico 26 Centralidade na famiacutelia siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Abordagem familiar
177
57 ATRIBUTO COMPETEcircNCIA CULTURAL
A competecircncia cultural implica no reconhecimento de diferentes necessidades dos
grupos populacionais suas caracteriacutesticas eacutetnicas culturais e diferentes representaccedilotildees
sociais dos processos sauacutede-doenccedila (Starfield 2002)
O atributo da competecircncia cultural contribui para uma compreensatildeo da dinacircmica
individual e de grupos sociais que se expressa em um cuidado mais integral (Muller et al
2007) Seu foco expande a noccedilatildeo simples do profissional de sauacutede ldquoconsiderar as crenccedilasrdquo
para envolver diferentes elementos como a mobilizaccedilatildeo intersetorial a dinacircmica familiar e
as redes de apoio social Importante destacar o papel da cultura e do bioloacutegico como
complementares (Targa e Oliveira 2012)
571 Abordagem cultural
De antematildeo observa-se fragilidade do instrumento do PMAQ-AB na abordagem
competecircncia cultural e dificuldade para a escolha de variaacuteveis visto que poucas delas
conseguem refletir aspectos da competecircncia cultural As variaacuteveis selecionadas envolvem a
adoccedilatildeo de estrateacutegias terapecircuticas mais adequadas agrave realidade aos usuaacuterios incluindo as
possiacuteveis necessidades especiais de grupos populacionais especiacuteficos
A Tabela 18 e o Graacutefico 27 apresentam os quatro indicadores selecionados para a
abordagem cultural Pode-se observar na meacutedia Brasil que apenas 188 das equipes
ofertam o serviccedilo de praacuteticas integrativas e complementares 322 realizam accedilotildees gerais
para a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas e somente 116 ofertam atendimento agrave
essa populaccedilatildeo Ao mesmo tempo 903 usuaacuterios entrevistados responderam sempre se
sentir respeitados pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e
religiatildeo
No que se refere agrave distribuiccedilatildeo segundo diferentes grupos de regiotildees de sauacutede
constata-se uma variaccedilatildeo importante na oferta de praacuteticas integrativas e complementares
que apesar de baixa em todos os grupos apresenta-se maior nas Reg 5 (311) e menor
nas Reg 1 (114) e Reg 3 (126) Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees ofertadas para a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas destaca-se positivamente as respostas das Reg 1 (468) e das
Reg 2 e 3 (com cerca de 39 cada) em contraposiccedilatildeo com os 120 das Reg 5 e 227
das Reg 4 Essa situaccedilatildeo se agrava quando o tema eacute ldquoatendimentordquo a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas com os extremos de 218 de respostas nas Reg 2 e 30 nas
Reg 5
Os indicadores do componente abordagem cultural mostram-se insuficientes para a
178
anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento do PMAQ-AB e da proacutepria
poliacutetica nacional de AB nessa temaacutetica Apesar de uma anaacutelise superficial os dados
apontam para uma dificuldade de acesso e de cuidado a diferentes grupos populacionais
Isso eacute expresso pela baixa oferta de serviccedilos agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola em
especial nos grandes centros e de poucas equipes oferecendo praacuteticas integrativas e
complementares como forma de cuidado Uma noccedilatildeo interessante parece ser o respeito das
equipes aos padrotildees culturais dos usuaacuterios
Tabela 18 Competecircncia Cultural indicadores do componente abordagem cultural
por grupos de regiotildees de sauacutede
INDICADORES
Reg 1
Baixo DSE
e baixa
oferta
Reg 2
Meacutedioalto
DSE e
baixa
oferta
Reg 3
Meacutedio DSE
e meacutediaalta
oferta
Reg 4
Alto DSE
e meacutedia
oferta
Reg 5
Alto DSE e
alta oferta Brasil
n n N n n n
EqAB
II391 Realizam accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo
rural assentados e
quilombolas de acordo
com as especificidades e
demandas do grupo
2417 468 495 398 1510 393 306 227 591 120 5319 322
II392 Atendem a
populaccedilatildeo rural
assentada e quilombola
974 189 272 218 401 104 116 86 148 30 1911 116
II301 Oferecem o
serviccedilo de praacuteticas
integrativas e
complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
590 114 221 178 486 126 267 198 1540 311 3104 188
N EqAB 5160 1245 3844 1347 4945 16541
Usuaacuterios
III76 Sempre se
sentem respeitados pelos
profissionais em relaccedilatildeo
aos seus haacutebitos
culturais costumes e
religiatildeo
18803 911 4332 885 13980 922 4854 891 17077 888 59046 903
N usuaacuterios 20646 4897 15168 5446 19234 65391
MEacuteDIA 421 420 386 351 337 382
Indicador natildeo considerado para o padratildeo de referecircncia
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
179
Graacutefico 27 Indicadores padratildeo de referecircncia da abordagem cultural por grupos de
regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
572 Discussatildeo
A anaacutelise do atributo competecircncia cultural foi insuficiente devido agrave ausecircncia de
variaacuteveis no instrumento do PMAQ-AB Dentre os escassos indicadores selecionados
observou-se resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir
respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
Chama a atenccedilatildeo esse indicador com mais de 90 dos usuaacuterios respondendo
positivamente Todavia de forma isolada ele natildeo traz elementos suficientes para a anaacutelise
da interculturalidade
Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como
a oferta de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com
diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma
dificuldade em saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses
indicadores visto que depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e
quilombola) no territoacuterio dos municiacutepios Ou seja haacute de se compreender se os maiores
percentuais estatildeo relacionados aos locais de moradia dessas populaccedilotildees especiacuteficas
Cunha (2009) aborda um aspecto em seu estudo em Camaragibe (PE) e Belo
Horizonte (MG) parte dos profissionais entrevistados reconhece a interferecircncia dos
aspectos socioeconocircmicos psicoloacutegicos e culturais na condiccedilatildeo de sauacutede e para a adesatildeo
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
III76 Sempre se sentemrespeitados pelos profissionais emrelaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturaiscostumes e religiatildeo
II391 Realizam accedilotildeesdirecionadas a populaccedilatildeo ruralassentados e quilombolas deacordo com as especificidades edemandas do grupo
II301 Oferecem o serviccedilo depraacuteticas integrativas ecomplementares para os usuaacuteriosdo territoacuterio
180
do usuaacuterio ao tratamento todavia esse reconhecimento natildeo foi suficiente para gerar
registros em prontuaacuterios ou condutas diferenciadas
No Meacutexico Gonzaacutelez et al (2014) destacam que uma das queixas constantes na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios se refere ao atendimento natildeo humanizado impessoal e
discriminaccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede Seja para os grupos indiacutegenas e rurais seja para
mulheres idosos homossexuais pacientes com HIV ou de sauacutede mental as criacuteticas se
referem ao desrespeito agrave privacidade indiferenccedila agraves suas opiniotildees e desinformaccedilatildeo dos
profissionais de sauacutede Como resultado os autores observam uma percepccedilatildeo negativa e
resistecircncia aos serviccedilos de sauacutede o abandono do tratamento e em casos extremos o choque
cultural (Gonzaacutelez et al 2014)
Partindo da observaccedilatildeo que as Reg 5 satildeo as que mais ofertam serviccedilos em geral e as
que mais capacitam profissionais em diferentes temas um ponto a se avaliar eacute se as
praacuteticas integrativas e complementares (PIC) nos grandes centros estatildeo em consonacircncia
com a cultura popular brasileira ou se referem agrave inserccedilatildeo de terapias alternativas
convenientes ao serviccedilo O tema eacute abordado por Veiga Junior (2008) em municiacutepios do
Rio de Janeiro Seus achados apontam que as plantas medicinais satildeo a principal forma de
tratamento para mais de 60 dos entrevistados mesmo com a disponibilidade de
medicamentos alopaacuteticos Isso foi visualizado de 3 formas automedicaccedilatildeo uso em
conjunto com o medicamento alopaacutetico ou em substituiccedilatildeo a esse O autor mostra que falta
compreensatildeo dos profissionais sobre a cultura de utilizaccedilatildeo de plantas medicinais pelos
usuaacuterios e uma preferecircncia por ofertar serviccedilos que natildeo fazer parte da cultura popular
brasileira como a acupuntura (Veiga Junior 2008)
Estudos sobre a PIC a sintetizam como uma ldquopoliacutetica de inclusatildeo terapecircuticardquo com
foco na complementariedade ampliando a variedade de opccedilotildees para o cuidado integral em
sauacutede As PIC valorizariam os recursos natildeo biomeacutedicos agrave medida que enriquecem as
estrateacutegias de diagnoacutesticoterapecircuticas e favorecem a integraccedilatildeo de novos saberes e
racionalidades ao tradicional saber biomeacutedico (Andrade e Costa 2010) Para incluir as PIC
na APS deve-se considerar a necessidade de ampliar as pesquisas sobre o tema de inserir
as PIC na formaccedilatildeo profissional e atualizaccedilotildees de estabelecer maior relaccedilatildeo entre
cuidadores tradicionais e profissionais da rede e de organizar lista de fitoteraacutepicos e plantas
medicinais recomendadas pelos sistemas de sauacutede (Schveitzer et al 2012)
Do total de 4 indicadores estabeleceu-se 3 como padratildeo de referecircncia para o
atributo competecircncia cultural O padratildeo muito bom (mais de 90 das respostas) foi
encontrado em 1 indicador e o padratildeo inadequado (menos de 60 das respostas) se
181
expressou em 2 indicadores O atributo apresentou baixos resultados para accedilotildees envolvendo
grupos populacionais especiacuteficos destacando-se positivamente a percepccedilatildeo dos usuaacuterios sobre
respeito dos profissionais aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
O Graacutefico 28 mostra uma siacutentese dos resultados para o atributo da competecircncia
cultural
Graacutefico 28 Competecircncia cultural siacutentese por grupos de regiotildees de sauacutede
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados
0102030405060708090
100Reg 1
Reg 2
Reg 3
Reg 4
Reg 5
Total
Abordagem cultural
182
58 COMPARACcedilAtildeO DOS RESULTADOS NACIONAIS ndash CICLOS 1 E 2 PMAQ-AB
A seguir satildeo comparados os resultados nacionais das variaacuteveis selecionadas por
atributo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Atraveacutes dessa anaacutelise busca-se apontar tanto
possiacuteveis mudanccedilas no instrumento em relaccedilatildeo aos indicadores analiacuteticos sobre os
atributos da APS como identificar possiacuteveis resultados superiores inferiores ou mantidos
nos dois anos da avaliaccedilatildeo externa (2012 e 2014) Antes disso seratildeo feitas algumas
consideraccedilotildees a respeito da anaacutelise do instrumento dos dois ciclos
Em relaccedilatildeo aos instrumentos dos ciclos 1 e 2 observa-se uma similaridade em
relaccedilatildeo agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas
variaacuteveis As subdimensotildees exclusivas do ciclo 1 se referem ao tema de sauacutede bucal
modalidade e profissionais que compotildeem a equipe de atenccedilatildeo baacutesica equipe de atenccedilatildeo
baacutesica como coordenadora do cuidado na Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede e planejamento
familiar Alguns cuidados especiacuteficos como cacircncer de colo de uacutetero e de mama
hipertensatildeo arterial e diabetes apresentavam-se com uma subdimensatildeo especiacutefica no ciclo
1 e dispersaram-se na subdimensatildeo atenccedilatildeo agrave sauacutede e outras no ciclo 2 No segundo ciclo
portanto criaram-se as subdimensotildees NASF atenccedilatildeo agrave sauacutede exames solicitados pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica e realizados pela rede de serviccedilos e incluiu-se grupos especiacuteficos
como atenccedilatildeo agrave pessoa com obesidade e tabagista
Observa-se tanto no ciclo 1 como no ciclo 2 uma priorizaccedilatildeo de padrotildees de
qualidade relacionados agrave infraestrutura o que se reflete pelo nuacutemero de variaacuteveis
existentes nos respectivos moacutedulos I Nesse aspecto da infraestrutura a maior parte das
variaacuteveis se concentra nos medicamentos equipamentos e materiais e infraestrutura da
Unidade de Sauacutede
Em relaccedilatildeo ao moacutedulo II haacute uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos ciclos 1 e 2 em
temas diferenciados estando o acolhimento agrave demanda espontacircnea e o planejamento da
equipe da atenccedilatildeo baacutesica e accedilotildees da gestatildeo para organizaccedilatildeo do processo de trabalho da
equipe com uma concentraccedilatildeo de variaacuteveis nos dois ciclos No ciclo 1 destacam-se o
planejamento familiar aleacutem do tempo de espera para atendimento especializado e
referecircncias especializadas para sauacutede bucal Jaacute no ciclo 2 os temas que prevalecem satildeo
nuacutecleo de apoio agrave sauacutede da famiacutelia e formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo dos profissionais da Equipe
de Atenccedilatildeo Baacutesica
No que se refere ao moacutedulo III percebe-se no ciclo 2 uma reduccedilatildeo consideraacutevel de
variaacuteveis no tema de viacutenculo responsabilizaccedilatildeo e coordenaccedilatildeo do cuidado em relaccedilatildeo ao
183
ciclo 1 O maior nuacutemero de variaacuteveis se concentra na sauacutede da mulher gravidez e preacute-natal
e sauacutede da crianccedila
Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua
organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)
integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com
subdimensatildeo especiacutefica
Conforme explicitado na metodologia no ciclo 1 foram consideradas somente as
UBS que tinham moacutedulos de infraestrutura entrevista com a equipe e usuaacuterios totalizando
13749 UBS 16541 equipes e 65391 usuaacuterios correspondendo agraves equipes que aderiram
ao PMAQ-AB A fim de facilitar uma visualizaccedilatildeo de possiacuteveis mudanccedilas nos resultados
entre um ciclo e outro para a comparaccedilatildeo com o ciclo 2 utilizou-se as mesmas UBS
analisadas no ciclo 1 totalizando em comum 12985 UBS 15208 equipes e 58425
usuaacuterios das EqAB Essas UBS foram chamadas de compatiacuteveis ou seja UBSequipes do
ciclo 2 que participaram do ciclo 1 Para complementaccedilatildeo da anaacutelise foram apresentados
tambeacutem os resultados referentes ao total de entrevistas de avaliaccedilatildeo externa do ciclo 2 o
que representou 24055 UBS 29778 equipes e 114615 usuaacuterios aproximadamente o
dobro das equipes compatiacuteveis entre ciclo 1 e ciclo 2
Cabe ressaltar que por mais que se considere a importacircncia e o alinhamento do
PMAQ-AB a uma seacuterie de outras iniciativas nacionais do Ministeacuterio da Sauacutede como
Programa Mais Meacutedicos Programa Requalifica UBS e-SUS AB etc seriam necessaacuterios
outros estudos e maior tempo de existecircncia dos programas para avaliar o impacto dessas
iniciativas na qualidade da APS Em outras palavras independente dos resultados obtidos
entre um ciclo e outro do PMAQ-AB natildeo se pretende atribuir o impacto dos resultados ao
Programa visto que um estudo dessa envergadura demandaria outra metodologia e
aprofundamento
Em cada tabela satildeo apresentados apenas os indicadores que possuem variaacutevel
compatiacutevel nos dois ciclos O questionaacuterio do PMAQ-AB vem sendo revisado a cada ciclo
Nessas revisotildees algumas variaacuteveis satildeo excluiacutedas outras reformuladas e novas
introduzidas A fim de facilitar a visualizaccedilatildeo da evoluccedilatildeo dos resultados de cada atributo
entre os ciclos 1 e 2 construiu-se os graacuteficos 29 a 35 em teia com as variaacuteveis no eixo
comparando os resultados Do total de variaacuteveis selecionadas para anaacutelise do ciclo 1 99
estavam contempladas no ciclo 2 Aleacutem dessas 6 variaacuteveis exclusivas do ciclo 2 foram
listadas nas tabelas
184
A Tabela 19 e o Graacutefico 29 apresentam os indicadores PMAQ-AB de primeiro
contato selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel compatiacutevel no questionaacuterio do ciclo
2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse tema pois do total de
19 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 17 apresentaram variaacutevel equivalente no
ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave escuta das necessidades
de todos os usuaacuterios que chegam a UBS espontaneamente agrave busca da UBS para
atendimento de urgecircncia e emergecircncia
Os resultados de quatro das seis variaacuteveis referentes ao horaacuterio de funcionamento
no ciclo 2 apresentaram pequena elevaccedilatildeo Houve uma ligeira reduccedilatildeo nas UBS que
funcionam 8h ou mais no dia (de 890 para 835) e na oferta de atendimento aos fins de
semana (de 110 para 43) Verificou-se um maior percentual de usuaacuterios avaliaram
como perto ou razoaacutevel a distacircncia da UBS ateacute a sua casa (de 867 para 923) E em
relaccedilatildeo ao acolhimento observou-se melhora em todos os aspectos o que envolve a
implantaccedilatildeo do acolhimento (de 801 para 977) e a capacitaccedilatildeo dos profissionais (de
578 para 729) Da mesma forma a percepccedilatildeo dos usuaacuterios foi mais positiva com
relaccedilatildeo agrave escuta sem ter hora marcada (de 789 para 858) e a forma como satildeo
acolhidos como boa ou muito boa (de 661 para 827)
Os indicadores do agendamento da consulta na AB tambeacutem expressam resultados
superiores no ciclo 2 referentes agrave reserva de vagas para atendimento no mesmo dia (de
640 para 883) e no caso de usuaacuterios que natildeo faccedilam parte de grupos prioritaacuterios
913 conseguem sair da UBS com a consulta marcada Todavia somente segundo os
profissionais 612 das equipes afirmam que as consultas satildeo agendadas em qualquer dia
qualquer horaacuterio O dobro de usuaacuterios dizem conseguir marcar consulta na UBS a qualquer
hora (de 280 para 608) mais usuaacuterios tecircm sua consulta marcada pelo ACS (de 116
para 192) enquanto menos usuaacuterios precisam pegar ficha e fazer fila antes da UBS abrir
(de 306 para 244) Contudo menos usuaacuterios afirmaram a possibilidade de marcar
consulta todos os dias da semana (de 550 para 492) Quanto ao atendimento de
urgecircncia e emergecircncia mais equipes afirmam realizar esse tipo de atendimento (956) A
variaacutevel dos usuaacuterios difere do ciclo 1 em que a afirmaccedilatildeo era sobre o uso enquanto no
ciclo 2 a pergunta eacute se os usuaacuterios contam com a UBS para este tipo de atendimento caso
necessite (891)
Em siacutentese pode-se dizer que houve uma melhora entre os resultados do ciclo 1 e
ciclo 2 no atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na
AB em qualquer dia da semana se manteacutem como uma importante barreira organizacional
185
de acesso
Tabela 19 Primeiro contato indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
Horaacuterio de funcionamento
UBS
I71 e I81 Oferecem 2 ou mais turnos de
atendimento6
13052 949 12810 986 23766 988
I73 e I82 Funcionam 5 ou mais dias na semana 13046 934 12673 976 23525 978
I74 e I85 Funcionam 8 horasdia ou mais 12232 890 10841 835 19639 816
I76 e I82 Oferecem atendimento nos fins de
semana 1641 119 555 43 1243 52
N UBS 13749 12985 24055
Usuaacuterios
III57 e III57 O horaacuterio de atendimento desta
UBS atende agraves suas necessidades 56043 857 50547 865 98198 857
III52 e III52 A distacircncia da sua casa ateacute a UBS eacute
perto ou razoaacutevel 56720 867 53932 923 105508 921
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Acolhimento
EqAB
II151 e II121 Estaacute implantado o acolhimento na
UBS 13255 801 14857 977 28866 969
N EqAB 16541 15208 29778
II159 e II1218 Os profissionais que fazem o
acolhimento foram capacitados para avaliaccedilatildeo e
classificaccedilatildeo de risco e vulnerabilidade dos usuaacuterios
7660 578 10259 691 18937 656
N EqAB com acolhimento implantado 13255 14857 28866
Usuaacuterios
III71 e III73 Na maioria das vezes que vatildeo a
UBS sem ter hora marcada conseguem ser
escutados
43453 789 30476 858 57665 853
III74 e III72 Consideram muito bom ou bom a
forma como eacute acolhido(a) ao procurar o serviccedilo 36420 661 29384 827 55700 824
N usuaacuterios que alguma vez foram a UBS sem ter hora
marcada 55077 35507 67570
Agendamento da consulta na AB
EqAB
II15141 e II126
Comprovam que caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro dia haacute
reserva de vagas para atendimento no mesmo dia
10585 640 13425 883 25321 850
II1517 e II129 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o
caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo faccedila parte de
grupo de atendimento programado na UBS ele
consegue sair com a consulta marcada
13800 834 13878 913 26697 897
II1612 e II1212 As consultas satildeo agendadas na
UBS em qualquer dia da semana em qualquer
horaacuterio
9172 555 9310 612 17863 600
6 Com apoio do estatiacutestico da Pesquisa Regiotildees e Redes foi realizada uma primeira aproximaccedilatildeo
comparando as UBS comuns entre os ciclos 1 e 2 Observou-se a evoluccedilatildeo desta variaacutevel analisada com teste
estatiacutestico natildeo parameacutetrico McNemar concluindo que as proporccedilotildees foram diferentes entre os ciclos 1 e 2
186
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS a
qualquer hora e marcam o atendimento 18325 280 35497 608 68486 598
III61 e III61 Para marcar consulta na UBS
marcam por telefone 1464 22 3485 60 6190 54
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS
mas tem que pegar ficha
15314 234 13452 230 26438 231
III61 e III61 Para marcar consulta vatildeo a UBS e
para pegar ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da
UBS abrir
19984 306 14262 244 27718 242
III61 e III61 O agente comunitaacuterio de sauacutede
marca a consulta
7602 116 11207 192 22493 196
N usuaacuterios 65391 58425 114615
III62 e III62 A marcaccedilatildeo de consultas pode ser
feita todos os dias da semana 35807 553 27501 492 52917 470
N usuaacuterios que fazem marcaccedilatildeo nesta UBS 64792 55912 112516
Atendimento de urgecircncia e emergecircncia
EqAB
II158 e II128 Realizam atendimento de urgecircncia
e emergecircncia nesta unidade de sauacutede 12054 729 14533 956 27980 940
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III77 O senhor(a) conta com esta unidade para
algum atendimento de urgecircncia caso necessite
- - 23824 891 43870 888
N usuaacuterios que alguma vez procurou atendimento de
urgecircncia 26734 49419
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel exclusiva do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
187
Graacutefico 29 Primeiro contato comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 20 e no Graacutefico 30 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
longitudinalidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Natildeo houve uma variaccedilatildeo consideraacutevel no instrumento sobre esse
tema pois do total de 12 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 10 apresentaram
variaacutevel equivalente no ciclo 2 As variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem agrave
lembranccedila dos profissionais sobre as uacuteltimas consultas com os usuaacuterios e agrave possibilidade
de escolha da equipe que lhe atende na visatildeo do usuaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente observa-se resultados
inferiores no ciclo 2 para quatro das seis variaacuteveis Nas visitas domiciliares um percentual
menor de ACS realizam a busca ativa de hipertensos faltosos (de 878 para 741) e
somente 579 dos usuaacuterios (no ciclo 1 642) receberam uma visita da equipe agrave crianccedila
com ateacute 7 dias de vida Todavia mais usuaacuterios afirmam que ao interromper o tratamento ou
natildeo comparecer agrave consulta os profissionais os procuram para saber o que aconteceu e
retomar o atendimento (de 429 para 480)
No que se refere agrave qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente (viacutenculo) houve
resultados melhores nos quatro indicadores ainda que a maioria apresente uma diferenccedila
pequena entre os dois ciclos O destaque de resultados superiores no ciclo 2 se refere aos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I71 e I81
I73 e I82
I74 e I85
I76 e I82
III57 e III57
III52 e III52
II151 e II121
II159 e II1218
III71 e III73
III74 e III72
II15141 e II126
II1517 e II129
II1612 e II1212
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III61 e III61
III62 e III62
II158 e II128
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
188
usuaacuterios sempre se sentirem agrave vontade para falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees e
problemas (de 547 para 677)
Em resumo observa-se manutenccedilatildeo no comportamento das variaacuteveis entre os
resultados do ciclo 1 e ciclo 2 no atributo longitudinalidade uma vez que a continuidade da
relaccedilatildeo profissional-paciente identificada como inadequada se manteve e teve resultados
ainda inferiores ao mesmo tempo que o viacutenculo apresentou melhora principalmente sobre
o usuaacuterio sentir-se agrave vontade com a equipe contudo com resultados ainda baixos em
relaccedilatildeo ao padratildeo esperado
Tabela 20 Longitudinalidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
EqAB
II35 e II35 O respondente atua 3 anos ou mais
em sua equipe 7181 434 5780 380 12513 420
II325 e II147 Nas visitas domiciliares os ACS
realizam a busca ativa de hipertensos faltosos 14523 878 11274 741 21844 734
N EqAB 16541 12985 29778
Usuaacuterios
III97 e III93 Sempre satildeo atendidos(as) pelo
mesmo meacutedico na UBS 42065 643 34821 596 67335 587
III99 e III94 Sempre satildeo atendidos(as) pelo
mesmo enfermeiro na UBS 37775 578 36028 617 71310 622
N usuaacuterios 65391 58425 114615
III916 e III99 Quando interrompem o tratamento
por algum motivo ou natildeo comparecem agrave consulta na
UBS os profissionais os procuram para saber o que
aconteceu e retomar o atendimento
14082 429 12434 480 23433 464
N usuaacuterios que alguma vez interrompeu o tratamento
ou faltou a consulta 32828 25887
50527
III145 e III171 A equipe fez uma visita agrave crianccedila
com ateacute 7 dias de vida 5636 642 3826 579 7180 550
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
(viacutenculo)
Usuaacuterios
III91 e III91 O meacutedico deixa tempo suficiente
para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou problemas 51115 790 47991 821 93139 813
N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo
meacutedico (ciclo 1) e N usuaacuterios (ciclo 2) 64731 58425 114615
III93 e III92 O enfermeiro deixa tempo
suficiente para falar sobre suas preocupaccedilotildees ou
problemas
48641 789 48624 832 94806 827
N usuaacuterios que alguma vez foram atendidos pelo
enfermeiro e N usuaacuterios (ciclo 2) 61616 58425 114615
III914 e III97 Quando precisam tirar duacutevidas
apoacutes as consultas sempre tem facilidade para falar
com os profissionais que lhe atenderam
29912 626 26346 638 50057 627
189
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2 PMAQ-
AB
n n n
N usuaacuterios que alguma vez precisou tirar duacutevidas 47763 41287 79826
III918 e III87 Sempre se sente agrave vontade para
falar com a equipe sobre suas preocupaccedilotildees
problemas sociais familiares ou outras questotildees
35796 547 39568 677 76592 668
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 30 Longitudinalidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 21 e no Graacutefico 31 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
abrangecircnciaintegralidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu uma variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do
total de 32 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 24 apresentaram variaacutevel
equivalente no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se
referem aos indicadores de resolutividade recebimento de medicamentos realizaccedilatildeo de
todas as vacinas do calendaacuterio baacutesico pela EqAB e percepccedilatildeo dos usuaacuterios quanto agrave falta
de material ou equipamento facilidade de obter os resultados dos exames e orientaccedilatildeo dos
profissionais voltada agraves suas necessidades Dos indicadores de accedilotildees ofertadasescopo de
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
II35 e II35
II325 e II147
III97 e III93
III99 e III94
III916 e III99
III145 eIII171
III91 e III91
III93 e III92
III914 e III97
III918 e III87
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
190
accedilotildees a coleta de material para exames de laboratoacuterio e a realizaccedilatildeo de procedimentos na
UBS em geral natildeo puderam ser comparadas
Em relaccedilatildeo ao escopo de accedilotildees observa-se na maior parte dos indicadores
resultados superiores no ciclo 2 A oferta de consultas e vacinas e dispensaccedilatildeo de
medicamentos apresentou resultados similares entre os ciclos 1 e 2 destacando-se apenas
a oferta de consultas meacutedicas mais elevada no ciclo 2 (de 916 para 982) Os
indicadores com maior elevaccedilatildeo foram a realizaccedilatildeo de sutura de ferimentos (procedimento)
nas UBS (de 308 para 446) e a oferta de consultas para usuaacuterios de grupos
prioritaacuterios que aumentou de 788 para 907 A solicitaccedilatildeo de mamografia nas
mulheres na faixa etaacuteria apresentou leve queda (de 979 para 927) Dentre os usuaacuterios
a maioria das consultas de preacute-natal (775) e de diabetes (829) foi realizada na UBS
Um indicador com variaccedilatildeo extrema e incomum se refere ao exame preventivo de cacircncer
de colo de uacutetero na UBS com uma grande queda de 732 para 120 das usuaacuterias o que
pode indicar algum tipo de erro no banco de dados
Quanto agrave resolutividade observa-se manutenccedilatildeo ou leve melhora na maior parte
dos resultados do ciclo 2 Destacam-se poreacutem piores resultados quanto aos usuaacuterios que
consideram que a equipe sempre busca resolver suas necessidades na proacutepria UBS (de
725 para 538) e que consideram que o medicamento estaacute sempre disponiacutevel na UBS
(de 306 para 224) Em relaccedilatildeo agraves equipes envolvidas com accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente ofertadas pelo municiacutepio haacute um aumento no ciclo 2 (de 812 para 904)
Os indicadores referentes ao apoio de categorias especiacuteficas do NASF apresentaram ligeiro
aumento na maioria das categorias natildeo meacutedicas e uma ligeira queda nas categorias
meacutedicas
Portanto eacute mantida a interpretaccedilatildeo na anaacutelise dos resultados do ciclo 1 de que os
resultados relacionados ao escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Em geral observa-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees
realizadas A oferta de consultas (gerais e para grupos especiacuteficos) e a solicitaccedilatildeo de
exames se mantiveram com resultados elevados melhorando a oferta do procedimento
sutura de ferimentos A maior especificidade na definiccedilatildeo do que satildeo os procedimentos no
instrumento do ciclo 2 poderia ter favorecido um resultado mais preciso nesse aspecto
poreacutem a comparaccedilatildeo natildeo foi possiacutevel pois as variaacuteveis mudaram Aleacutem disso a
experiecircncia dos usuaacuterios na temaacutetica da abrangecircnciaintegralidade foi menos valorizada no
instrumento do ciclo 2 e particularmente em suas respostas sobre a resolutividade os
191
resultados foram ainda piores O apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo em cerca da
metade das equipes assim como a disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios
Tabela 21 Abrangecircncia ou integralidade indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo
entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
UBS
I78 e I86 Ofertam consultas meacutedicas 12599 916 12755 982 23523 978
I78 e I86 Ofertam consultas de enfermagem 13346 971 12896 993 23878 993
I78 e I86 Ofertam consultas odontoloacutegicas 10560 768 10726 826 18818 782
I78 e I86 Dispensam de medicamentos pela
farmaacutecia 11048 804 10132 780 18776 781
I78 e I86 Ofertam vacinaccedilatildeo 11727 853 11248 866 20458 850 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
II1661 e II131
Comprova programar
consultas e accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado
continuado
13037 788 13793 907 26605 893
II175 e II151 Solicitam exame de creatinina para
HAS 16107 974 14908 980 29037 975
II176 e II151 Solicitam exame de hemoglobina
glicosilada para DM 16541 928 14147 930 27419 921
II179 e II151 Solicitam mamografia para
mulheres entre 50 e 69 anos 16190 979 14091 927 27051 908
II1710 e II152 Solicitam sorologia para HIV no
preacute-natal 16264 983 14891 979 28958 972
II208 e II172 Realiza procedimentos sutura de
ferimentos 5091 308 6776 446 12620 424
II326 e II284 Possuem levantamento
mapeamento dos usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidado no domiciacutelio
11633 703 11367 747 21150 710
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III116 e III133 Fizeram a maioria das consultas
de preacute-natal nesta UBS 6122 698 5121 775 9945 762
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
III163 e III212 Fizeram a maioria das consultas
de diabetes nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 6309 777 6720 829 12915 830
N usuaacuterios com diabetes 8118 8102 15557
III153 e III202 Fizeram a maioria das consultas
de HAS nesta UBS nos uacuteltimos 6 meses 17943 754 17588 786 33775 786
N usuaacuterios com HAS 23797 22380 42994
III106 e III127 Fizeram o exame preventivo de
cacircncer de colo de uacutetero nesta UBS 37191 732 5542 120 10226 112
N usuaacuterias 50791 46210 91203
Resolutividade
UBS
I35 e I33 UBS possuem meacutedico 13246 963 12686 977 23376 972
I35 e I33 UBS possuem enfermeiro 13650 993 12943 997 23941 995
I35e I33 UBS possuem cirurgiatildeo-dentista 10728 780 10582 815 18629 774 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
192
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
II122 e II95 Recebem apoio do NASF
10635 643 9301 612 17157 576
II123 e II332 Recebem apoio de fisioterapeuta
do NASF 7446 450 8149 536 14993 503
II123 e II332 Recebem apoio de nutricionista do
NASF 7206 436 5936 390 10665 358
II123 e II332 Recebem apoio de assistente social
do NASF 6219 376 6463 425 11850 398
II123 e II332 Recebem apoio de farmacecircutico do
NASF 3744 226 4185 275 7012 235
II123 e II332 Recebem apoio de ginecologista do
NASF 2290 138 1564 103 2850 96
II123 e II332 Recebem apoio de pediatra do
NASF 2173 131 1622 107 3017 101
II123 e II332 Recebem apoio de psiquiatra do
NASF 1782 108 1485 98 2741 92
II81 e II71 No municiacutepio haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente envolvendo profissionais da AB 13438 812 13752 904 26463 889
II84 e II710 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as demandas e
necessidades da equipe
10195 613 9443 621 17193 577
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III81 e III81 Quando satildeo atendidos acham que a
equipe sempre busca resolver suas necessidades
problemas na proacutepria UBS
47391 725 31407 538 60393 527
III 182 e III231 Quando o profissional receita
um medicamento este estaacute sempre disponiacutevel 20009 306 13103 224 24369 213
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
A variaacutevel de NASF referente ao apoio do psicoacutelogo foi excluiacuteda da comparaccedilatildeo pois apresentava erro no banco do
ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
193
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100I78 e I86
I78 e I86I78 e I86
I78 e I86
I78 e I86
II166 e II131
II175 e II151
II176 e II151
II179 e II151
II1710 e II152
II208 e II172
II326 e II284
III116 e III133
III163 e III212
III153 e III202III106 e III127I35 e I33
I35 e I33
I35e I33
II123 e II95
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II123 e II332
II81 e II71
II84 e II710
III81 e III81III 182 e III231
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
Graacutefico 31 Integralidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 22 e no Graacutefico 32 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
coordenaccedilatildeo selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no questionaacuterio do
ciclo 2 Houve importante variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema pois do total de 36
indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 somente 16 apresentaram variaacutevel equivalente
no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos
indicadores de ordenamento de fluxos e de comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE O bloco
especiacutefico de coordenaccedilatildeo do cuidado no moacutedulo de entrevista com usuaacuterios tanto no ciclo
1 como no ciclo 2 se resumiram a questotildees sobre marcaccedilatildeo de consultas especializadas
Esse foi o atributo essencial com pior avaliaccedilatildeo no ciclo 1
A comunicaccedilatildeo entre AB e AE foi resumida por 2 indicadores no ciclo 2 ldquoA EqAB
obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos usuaacuterios encaminhados
sempre ou na maioria das vezesrdquo respondido positivamente por apenas 353 das
equipes e ldquoA EqAB monitora as gestantes que tiveram parto atraveacutes da contra referecircncia
da maternidaderdquo com 217 de respostas positivas Eacute certo que haacute prejuiacutezo na avaliaccedilatildeo
do atributo da coordenaccedilatildeo no ciclo 2 sob diferentes perspectivas contudo jaacute eacute possiacutevel
observar por essas variaacuteveis que as dificuldades de comunicaccedilatildeo se manteacutem
194
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos a maioria dos resultados se
apresentou de forma similar A maior variaccedilatildeo ocorreu na continuidade informacional com
melhora nos registros consideraacutevel melhora nos registros de usuaacuterios de maior risco
encaminhados a outros pontos de atenccedilatildeo (de 378 para 653) e aumento do registro das
pessoas com HAS com maior gravidade (de 484 para 606) Jaacute em relaccedilatildeo ao registro
de usuaacuterios com tuberculose e hanseniacutease os resultados foram inferiores o que pode
indicar um menor nuacutemero de UBS que fazem este tipo de tratamento por vezes
centralizado em uma UBS do municiacutepio No ordenamento dos fluxos assistenciais quanto
agraves usuaacuterias saiacuterem da consulta de preacute-natal com a proacutexima consulta agendada houve um
leve aumento de 616 para 677 Esse resultado se apresenta muito abaixo do esperado
visto que tal marcaccedilatildeo natildeo depende de nenhum outro recurso a natildeo ser a organizaccedilatildeo da
agenda da equipe Ainda neste componente de ordenamento dos fluxos assistenciais o
instrumento do ciclo 2 apresentou uma nova variaacutevel sobre planejamento considerando a
organizaccedilatildeo de criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a outros pontos de
atenccedilatildeo com 669 das EqNASF respondendo positivamente Esse valor estaacute abaixo do
esperado principalmente se considerarmos que apenas metade das EqAB contam com
apoio do NASF
Em siacutentese para o atributo da coordenaccedilatildeo foi menor a possibilidade de
comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 Elementos centrais como contato institucionalizado entre
profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento foram excluiacutedos do novo
instrumento Algumas variaacuteveis se dispersaram no instrumento do ciclo 2 para
especificidades da sauacutede bucal ou NASF O acesso a consultas especializadas permanece
similar com leve melhora no agendamento de consultas de atenccedilatildeo especializada realizado
pela UBS A avaliaccedilatildeo positiva no ciclo 1 sobre fichas de encaminhamento e centrais de
marcaccedilatildeo de consultas ou exames natildeo pode ser visualizado no ciclo 2 pela ausecircncia destes
indicadores Da mesma forma todas as variaacuteveis referentes a comunicaccedilatildeo da AB com a
AE na rede de atenccedilatildeo apresentadas como inadequadas no ciclo 1 foram excluiacutedas no
questionaacuterio do ciclo 27
7 As mudanccedilas no instrumento do ciclo 2 com reduccedilatildeo de variaacuteveis relacionadas agrave coordenaccedilatildeo pode ter tido
motivaccedilotildees diversas que seria interessante conhecer
195
Tabela 22 Coordenaccedilatildeo indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os ciclos 1
e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
Continuidade informacional
EqAB
II145 e II113 Possui prontuaacuterio eletrocircnico
implantado 2322 140 2601 171 4133 139
II146 e II114 Possuem prontuaacuterio eletrocircnico e
ele estaacute integrado com outros pontos da rede de
atenccedilatildeo
1825 110 2171 143 3337 112
II1721 e II146
Comprovam manter registro
dos usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
6258 378 9936 653 18018 605
II254 e II146 Possui registro das pessoas com
HAS com maior riscogravidade 8012 484 9209 606 16826 565
II264 e II146 Possui registro das pessoas com
DM com maior riscogravidade 8600 520 8899 585 16228 545
II2711 e II2131 Comprovam registro do nuacutemero
de usuaacuterios com tuberculose 10924 660 7644 503 14441 485
II2811 e II2211 Comprovam registro do nuacutemero
de usuaacuterios com hanseniacutease 8515 515 5414 356 9935 334
N EqAB 16541 15208 29778
Ordenamento de fluxos assistenciais
EqAB
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolos de
estratificaccedilatildeo de risco para preacute-natal
12377 748 11886 782 21763 731
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de
estratificaccedilatildeo de risco para HAS
11483 694 10626 699 19091 641
II174 Possuem protocolos com diretrizes
terapecircuticas e II144 Possuem protocolo de
estratificaccedilatildeo de risco para DM
11502 695 10642 700 19066 640
N EqAB 16541 15208 29778
II336 Planejam considerando organizaccedilatildeo de
criteacuterios e fluxos para encaminhamento de usuaacuterios a
outros serviccedilospontos de atenccedilatildeo
- - 6226 669 11042 644
N Eq NASF 9301 17157
Usuaacuterias
III1120 e III1322 Na consulta de preacute-natal jaacute
saem com a proacutexima consulta marcada 5405 616 4469 677 9060 695
III1122 e III1324 Foram orientadas sobre a
maternidade que fariam o parto 4092 466 3034 459 5659 434
N usuaacuterias com crianccedilas ateacute 24 meses 8777 6604 13043
Acesso a consultasexames especializados
EqAB
II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser
encaminhado para consulta especializada jaacute sai da
UBS com a consulta agendada
4334 262 4811 316 8234 277
II171 e II141 Quando o usuaacuterio necessita ser
encaminhado para consulta especializada a consulta
eacute marcada pela UBS e depois informada ao usuaacuterio
10084 610 9164 603 16932 569
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e 6173 130 5755 170 10004 157
196
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
II145 e II113
II146 e II114
II1721 e II146
II254 e II146
II264 e II146
II2711 e II2131
II2811 e II2211
II174 e II144
II174 e II144
II174 e II144
III1120 e III1322
III1122 e III1324
II171 e II141
II171 e II141
III920 e III101
III920 e III101
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
necessitam ser encaminhados para outros
profissionais ou especialistas saem da UBS com a
consulta agendada
III920 e III101 Quando satildeo atendidos na UBS e
necessitam ser encaminhados para outros
profissionais ou especialistas a consulta eacute marcada
pela UBS e depois informada ao usuaacuterio
22114 465 15515 459 27797 435
N usuaacuterios que alguma vez precisou marcar consultas
com especialistas 47599 33767 63879
Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE
EqAB
II161 Obteacutem retorno da avaliaccedilatildeo realizada pelos
especialistas dos usuaacuterios encaminhados sempre ou
na maioria das vezes
- - 5365 353 10134 340
II188 Monitora as gestantes que tiveram parto
atraveacutes da contra referecircncia da maternidade
- - 3302 217 5611 188
N EqAB 16541 15208 29778 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 32 Coordenaccedilatildeo comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
197
Na Tabela 23 e no Graacutefico 33 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
orientaccedilatildeo para a comunidade selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente
no questionaacuterio do ciclo 2 Ocorreu variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que dos
24 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 16 deles apresentaram variaacutevel equivalente
no ciclo 2 A maior parte das variaacuteveis sem correspondecircncia no ciclo 2 se referem aos
indicadores de intersetorialidade como planejamento de atividades considerando o
envolvimento de outros setores mapa com sinalizaccedilatildeo de aacutereas de risco e equipamentos
sociais e busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis para o Programa Bolsa Famiacutelia
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos praticamente todos os resultados se
apresentaram superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo ao ciclo 1 Quanto agrave territorializaccedilatildeo os
resultados do ciclo 2 mostram que um pouco menos equipes possuem populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do territoacuterio (de 334 para 295) e mais equipes
afirmam que a gestatildeo considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade para definiccedilatildeo da
quantidade de pessoas sob sua responsabilidade (de 539 para 662) Aleacutem disso
916 das equipes (antes 844) possuem mapas com desenho do territoacuterio e 909
(antes 810) realizaram monitoramento e anaacutelise de indicadores e informaccedilotildees em sauacutede
nos uacuteltimos 12 meses
Na temaacutetica de intersetorialidade o ciclo 2 tambeacutem apresenta resultados superiores
ao ciclo 1 734 das equipes (antes 491) comprovam a existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa Famiacutelia 688 (antes
538) comprovam as atividades na escola e 982 (antes 807) nos territoacuterios com
cisternas os ACS fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua No que se refere agrave
participaccedilatildeo social mais equipes tanto dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios
(de 731 para 846) como realizam ou tem mecanismos de pesquisa de satisfaccedilatildeo com
os usuaacuterios (de 368 para 734) Ao mesmo tempo 958 (antes 883) afirmam
considerar a opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
Em resumo o atributo da orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou melhorias no
ciclo 2 Indicadores de territorializaccedilatildeo avanccedilaram para padratildeo muito bom Os indicadores
de participaccedilatildeo social sob o ponto de vista das equipes apresentaram melhoria contudo
os indicadores na percepccedilatildeo dos usuaacuterios permaneceram ruins No componente da
intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os
dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma melhor
anaacutelise Satildeo necessaacuterios mais elementos que o Programa Bolsa Famiacutelia sauacutede na escola e
qualidade da aacutegua para uma anaacutelise da intersetorialidade
198
Tabela 23 Orientaccedilatildeo para a comunidade indicadores por componente ndash
comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2
PMAQ-AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n N n
Territorializaccedilatildeo
UBS
I35 e I33 Possuem 4 ou mais ACS 12611 917 12225 941 22324 928 N UBS 13749 12985 24055
EqAB
II133 e II102 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia 16158 977 14956 983 29141 979
II137 e II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela AB
no entorno do territoacuterio 5528 334 4485 295 9520 320
II132 e II101 A gestatildeo considerou criteacuterios de risco e
vulnerabilidade para a definiccedilatildeo de quantidade de
pessoas sob sua responsabilidade
8923 539 10063 662 18452 620
II134 e II103 Possuem mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia 13963 844 13933 916 26364 885
II910 e II84 Realizaram monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede 13393 810 13828 909 26363 885
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III88 e III89 Durante as consultas os profissionais da
EqAB sempre sugerem soluccedilotildees adequadas a sua
realidade
32010 490 37015 634 70987 619
N usuaacuterios 65391 58425 114615
Intersetorialidade
EqAB
II3331 e II272
Comprovam existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no Programa
Bolsa Famiacutelia
8140 492 11161 734 20751 697
II3821 e II3021Comprovam registro de atividades
na escola 8901 538 10467 688 19053 640
N EqAB 16541 15208 29778
II314 e II318 Nos territoacuterios com cisternas os ACS
fazem accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua de
cisternas
5641 807 6082 982 12116 980
N EqAB que possuem cisternas no territoacuterio de atuaccedilatildeo 6994 6191 12357
Participaccedilatildeo social
EqAB
II355 e II296 Existe conselho local de sauacutede ou
instacircncia colegiada equivalente 9786 592 9278 610 16850 566
II341 e II292 Dispotildeem de canais de comunicaccedilatildeo
para os usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB
12095 731 12863 846 23528 790
II351 Realizam pesquisa de satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios e
II291 Realiza ou tem mecanismo de avaliaccedilatildeo de
satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
6092 368 11160 734 20017 672
II354 e II295 Consideram a opiniatildeo do usuaacuterio para a
reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo do processo de trabalho 14613 883 14570 958 28123 944
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III191 e III241 Quando querem fazer uma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS conseguem 11232 496 8676 519 15992 491
III192 e III242 Quando fizeram alguma relaccedilatildeo ou
sugestatildeo rapidamente tiveram um retorno 5342 236 4686 280 8576 263
N usuaacuterios que precisaram fazer reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo
na UBS 22661 16720 32571
199
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
No ciclo 2 essa variaacutevel natildeo se refere a comprovaccedilatildeo
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 33 Orientaccedilatildeo para a comunidade comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por
variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 24 e no Graacutefico 34 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
centralidade na famiacutelia selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
questionaacuterio do ciclo 2 Houve pouca variaccedilatildeo no instrumento sobre esse tema visto que
dos 6 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 5 deles apresentarem variaacutevel
equivalente no ciclo 2 Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos todos os resultados
se apresentaram de forma similar
Logo manteacutem-se o comportamento dos resultados no atributo centralidade na
famiacutelia conforme observado no ciclo 1 com poucos indicadores para a discussatildeo do tema
e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos
piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios
nas consultas (509)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
I35 e I33
II133 e II102
II137 e II105
II132 e II101
II134 e II103
II910 e II84
III88 e III89
II3331 e II272
II3821 eII3021
II314 e II318
II355 e II296
II341 e II292
II351 e II291
II354 e II295
III191 e III241
III192 e III242
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
200
Tabela 24 Centralidade na famiacutelia indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre
os ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1 PMAQ-
AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2
PMAQ-AB
Brasil Total
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n n
EqAB
II1411 e II1111 Comprovam que os prontuaacuterios dos
usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos familiares 13026 787 12527 824 24124 810
II321 e II131 Outros membros da equipe aleacutem dos
ACS realizam visita domiciliar 16477 996 14520 955 28073 943
II323 e II282 Visitam as famiacutelias com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade
15381 930 14719 968 28432 955
N EqAB 16541 15208 29778
Usuaacuterios
III912 e III96 Profissionais da EqAB perguntam
sobre seus familiares 32362 495 29710 509 56914 497
III923 e III111 Recebem visita do ACS 55624 851 49148 841 95063 829
III924 e III112 Receberam visita de outros
profissionais de sauacutede 19317 295 18396 315 34740 303
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 34 Centralidade na famiacutelia comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Na Tabela 25 e no Graacutefico 35 satildeo apresentados os indicadores PMAQ-AB de
competecircncia cultural selecionados no ciclo 1 que possuem variaacutevel equivalente no
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100II1411 e II1111
II321 e II131
II323 e II281
III912 e III96
III923 e III111
III924 e III112
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
201
questionaacuterio do ciclo 2 Dos 3 indicadores padratildeo de referecircncia no ciclo 1 todos
apresentaram equivalecircncia no ciclo 2 Houve uma melhora no instrumento sobre esse
atributo pois o instrumento do ciclo 2 trouxe um pouco mais de detalhamento nessa
temaacutetica Especifica por exemplo o tipo de praacuteticas integrativas e complementares que a
equipe realiza e o tipo de comunidades tradicionaispopulaccedilatildeo rural a equipe atende aleacutem
de questotildees de educaccedilatildeo permanente e registro Uma variaacutevel especiacutefica exclusiva do 2deg
ciclo eacute se existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de sauacutede junto a cuidadores
tradicionais como parteiras benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras Seu resultado
poreacutem apresenta apenas 77 de respostas positivas Outra variaacutevel nova se refere a
atividades de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e complementares respondido
positivamente por apenas 145 das equipes
Dentre as variaacuteveis equivalentes nos dois ciclos os resultados se mantiveram em
niacuteveis baixos ou apresentaram melhorias em relaccedilatildeo agrave populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas 391 das equipes realizam accedilotildees direcionadas e 367 realizam
atendimento a populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas antes 322 e 116
respectivamente
Em siacutentese os indicadores do componente abordagem cultural tambeacutem no ciclo 2
se mantecircm insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do instrumento
Os escassos dados apontam para uma dificuldade de acesso e cuidado a diferentes grupos
populacionais e baixo diaacutelogo das EqAB com cuidadores tradicionais Apesar de
observarmos uma pequena melhoria na especificidade das variaacuteveis seu eixo ainda eacute
limitado agrave populaccedilatildeo rural e praacuteticas integrativas e complementares
Tabela 25 Competecircncia cultural indicadores por componente ndash comparaccedilatildeo entre os
ciclos 1 e 2 do PMAQ-AB Brasil 2012 e 2014
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1
PMAQ-AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n N
EqAB
II391 e II311 Realizam accedilotildees direcionadas a
populaccedilatildeo rural assentados e quilombolas de acordo com
as especificidades e demandas do grupo
5319 322 5953 391 12016 404
II392 e II313 Atendem a populaccedilatildeo rural assentada e
quilombola 1911 116 5583 367 11347 381
II301 e II251 Oferecem o serviccedilo de praacuteticas
integrativas e complementares para os usuaacuterios do
territoacuterio
3104 188 3541 233 5666 190
II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da equipe de
sauacutede junto agrave cuidadores tradicionais como parteiras
benzedeiras remedieiras pajeacutes e rezadeiras
- - 1167 77 2288 77
202
INDICADORES
Brasil
Ciclo 1
PMAQ-AB
Brasil
Compatiacutevel
Ciclo 2 PMAQ-
AB
Brasil
Ciclo 2
PMAQ-AB
n n N
II254 A gestatildeo oferece alguma atividadecurso de
educaccedilatildeo permanente em praacuteticas integrativas e
complementares para a equipe
- - 2208 145 3414 115
N EqAB 15208 29778
Usuaacuterios
III76 e III88 Sempre se sentem respeitados pelos
profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais
costumes e religiatildeo
59046 903 51698 885 100807 880
N usuaacuterios 65391 58425 114615 Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Primeiro nuacutemero de indicador corresponde ao instrumento do ciclo 1 e segundo nuacutemero do indicador corresponde ao
instrumento do ciclo 2
Variaacutevel especiacutefica do instrumento do ciclo 2
UBS equipes do ciclo 2 que participaram do ciclo 1
Graacutefico 35 Competecircncia Cultural comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 por variaacuteveis
Fonte Banco do PMAQ AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=microdados E banco de dados PMAQ AB ciclo 2 2014
Em siacutentese na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da
qualidade nas equipes compatiacuteveis Comparando os resultados das variaacuteveis selecionadas
para todas as UBS equipes e usuaacuterios participantes do ciclo 2 do PMAQ-AB expostos na
uacuteltima coluna das Tabelas 23 a 29 observa-se resultados em geral ligeiramente inferiores
do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2
O conjunto de resultados aqui discutidos podem nos remeter a no miacutenimo trecircs
observaccedilotildees a melhoria dos resultados na AB se expressou no conjunto de equipes
0102030405060708090
100II391 e II311
II392 e II313
II301 e II251
III76 e III88
Ciclo 1
CompatiacutevelCiclo 2
203
brasileiras e natildeo soacute naquelas participantes do PMAQ-AB a importacircncia da linearidade
entre os instrumentos dos ciclos do PMAQ-AB a fim de perceber a evoluccedilatildeo das equipes
entrevistadas e a possibilidade de atraveacutes das variaacuteveis do instrumento visualizar o
funcionamento da AB em relaccedilatildeo aos quatro atributos essenciais da APS e alguns aspectos
em relaccedilatildeo aos atributos derivativos
A anaacutelise do conjunto de variaacuteveis que evoluiacuteram positivamente entre os 2 ciclos
permite observar algum destaque para as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos
organizacionais no acircmbito da governabilidade das proacuteprias equipes
204
6 DISCUSSAtildeO FINAL E CONCLUSOtildeES
Em deacutecadas recentes tem-se observado o crescente debate sobre as vantagens do
fortalecimento da APS nos sistemas de sauacutede que optam por organizar seus serviccedilos em
rede A literatura sobre o tema em geral indica que Sistemas de sauacutede com APS forte
estatildeo associados a melhores resultados de sauacutede maior acesso aos serviccedilos maior
qualidade de atendimento reduccedilatildeo dos cuidados especializados desnecessaacuterios e
potencialmente prejudiciais aleacutem de favorecer o diagnoacutestico e tratamento precoce dos
problemas de sauacutede
Nesta investigaccedilatildeo analisar os resultados do PMAQ-AB a partir dos atributos da
APS definidos por Starfield (2002) foi uma tentativa de colaborar para a qualificaccedilatildeo da
APS no Brasil sinalizando elementos tanto da praacutetica profissional como da organizaccedilatildeo
do serviccedilo que se relacionam com aspectos da qualidade do cuidado em sauacutede Uma APS
de qualidade foi aqui representada por UBS que conseguem ser porta de entrada coordenar
e ofertar accedilotildees diversificadas para o cuidado em sauacutede exercer papel de filtro para acesso agrave
rede especializada dar continuidade ao cuidado dos usuaacuterios ao longo da vida favorecer a
organizaccedilatildeo do serviccedilo com foco nas necessidades dos usuaacuterios mediar a participaccedilatildeo
social desenvolver accedilotildees comunitaacuterias e estar integrada com os demais equipamentos do
territoacuterio
Buscar o enfoque das regiotildees de sauacutede para essa discussatildeo partiu da compreensatildeo
de que somente atraveacutes do planejamento integraccedilatildeo regulaccedilatildeo e financiamento em uma
rede regionalizada de atenccedilatildeo agrave sauacutede aleacutem de mecanismos eficientes de pactuaccedilatildeo
intergestores os usuaacuterios teratildeo acesso a um sistema de sauacutede integral Independente da
heterogeneidade de necessidades e realidades nos territoacuterios do nosso paiacutes a organizaccedilatildeo
da rede de atenccedilatildeo em sauacutede precisa possibilitar aos usuaacuterios o acesso a uma mesma gama
de serviccedilos em tempo oportuno e de forma resolutiva
Dentre as limitaccedilotildees da dissertaccedilatildeo destacam-se quatro aspectos principais Um
primeiro se refere agrave amplitude e complexidade de tratar o conjunto dos atributos da APS
um desafio para o aprofundamento de referecircncias bibliograacuteficas e discussotildees sobre cada
grande tema Um segundo abrange a insuficiente revisatildeo de referecircncias internacionais Um
terceiro identificado foi a natildeo realizaccedilatildeo de testes estatiacutesticos para verificar a associaccedilatildeo
entre variaacuteveis examinadas e diferenccedilas entre regiotildees e na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e
2 E um quarto discutido no decorrer do trabalho satildeo as proacuteprias limitaccedilotildees do
instrumento do PMAQ-AB com questotildees estruturadas para orientar o pagamento por
desempenho o vieacutes de positividade das equipes participantes e a amostra intencional dos
205
usuaacuterios
Apesar desse uacuteltimo aspecto compreende-se que cada vez mais o desenho e
execuccedilatildeo do PMAQ-AB tecircm superado as dificuldades enfrentadas no primeiro ciclo A
avaliaccedilatildeo dos resultados do PMAQ-AB possibilita apresentar um panorama de maior
amplitude da AB no Brasil tanto pela sua abrangecircncia nacional como pelo envolvimento
de diferentes atores adesatildeo ampliada e o investimento realizado pelo Ministeacuterio da Sauacutede
Pode-se tecer algumas consideraccedilotildees a respeito da concepccedilatildeo orientadora do
PMAQ-AB tomando como base seus dois principais documentos os manuais instrutivos e
os instrumentos de cada ciclo O marco legal e a proposta colocada na origem do PMAQ-
AB se relacionam com uma APS abrangente e com os atributos da APS propostos por
Starfield (2002) mas com pouca ecircnfase na centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural
Na observaccedilatildeo dos instrumentos os atributos mais claramente identificados em sua
organizaccedilatildeo satildeo primeiro contato (horaacuterio de funcionamento acolhimento agendamento)
integralidade (escopo de accedilotildees) e coordenaccedilatildeo sendo este uacuteltimo o uacutenico com
subdimensatildeo especiacutefica Como destacado na anaacutelise dos atributos os instrumentos carecem
de abordagem cultural a centralidade na famiacutelia eacute pouco desenvolvida e a accedilatildeo
comunitaacuteria e intersetorial satildeo pouco abordadas elementos tambeacutem cruciais para uma APS
abrangente
Os manuais instrutivos do PMAQ-AB dos ciclos 1 e 2 tecircm como foco a
apresentaccedilatildeo do Programa seu conceito e justificativa aleacutem de um detalhamento das
quatro fases de implantaccedilatildeo Foram identificadas nos documentos duas abordagens
especificamente sobre a Atenccedilatildeo Baacutesica Uma delas se refere aos desafios para a
qualificaccedilatildeo da AB que pretendem ser enfrentados pelo PMAQ precariedade da rede
fiacutesica inadequadas condiccedilotildees de trabalho necessidade de qualificaccedilatildeo dos processos de
trabalho elevada rotatividade de profissionais comprometendo o viacutenculo a continuidade
do cuidado e a integraccedilatildeo da equipe incipiecircncia dos processos de gestatildeo sobrecarga das
equipes por sua populaccedilatildeo adscrita pouca integraccedilatildeo das equipes de AB com outros pontos
da Rede de Atenccedilatildeo baixa integralidade e resolutividade das praacuteticas procedimento-
meacutedico-centrada e financiamento insuficiente e inadequado da AB (Brasil 2013a)
A segunda abordagem dos documentos caracteriza a Atenccedilatildeo Baacutesica tal como a
PNAB 2011 A definiccedilatildeo se refere a uma APS abrangente destacando-se entre seus
princiacutepios a territorializaccedilatildeo e responsabilizaccedilatildeo sanitaacuteria a adscriccedilatildeo dos usuaacuterios e
viacutenculo a acessibilidade acolhimento e porta de entrada preferencial o cuidado
longitudinal a ordenaccedilatildeo da RAS a gestatildeo do cuidado integral em rede e o trabalho em
206
equipe multiprofissional (Brasil 2013a)
Especificamente no manual instrutivo do ciclo 2 observa-se uma maior ecircnfase nos
compromissos tripartite incluindo as pactuaccedilotildees da Rede Cegonha e do Programa
Nacional do Controle do tabagismo Aleacutem disso haacute atualizaccedilotildees em relaccedilatildeo ao novo
sistema de informaccedilatildeo eSUS ABSISAB para os indicadores de monitoramento e
desempenho e sobre o acompanhamento dos NASF
Ademais os instrumentos dos ciclos 1 e 2 apresentam uma similaridade em relaccedilatildeo
agraves suas subdimensotildees apesar de diferenccedilas em organizaccedilatildeo e em algumas variaacuteveis
Questotildees antes gerais no ciclo 1 tecircm uma certa transformaccedilatildeo no ciclo 2 para os
programas prioritaacuterios aleacutem do ciclo 2 buscar mais especificidade no conceito das accedilotildees
propostas Entre os moacutedulos do Programa a concentraccedilatildeo de perguntas dos instrumentos
foi em relaccedilatildeo ao aspecto da infraestrutura (moacutedulo I)
Quanto ao cumprimento dos atributos da APS na perspectiva de profissionais e
de usuaacuterios participantes do PMAQ-AB podem ser destacados alguns aspectos O
primeiro eacute que a maior parte das variaacuteveis natildeo possuiacutea equivalecircncia de questotildees na
perspectiva dos dois atores Na anaacutelise dos atributos prevaleceu um maior nuacutemero de
variaacuteveis relacionadas a percepccedilatildeo dos profissionais e natildeo dos usuaacuterios apesar de no
atributo da longitudinalidade ter sido possiacutevel privilegiar a percepccedilatildeo dos usuaacuterios atraveacutes
de um maior nuacutemero de variaacuteveis selecionadas
Um segundo ponto eacute a distribuiccedilatildeo de variaacuteveis equivalentes dos moacutedulos de
profissionais e dos usuaacuterios entre os atributos Mesmo em nuacutemero extremamente reduzido
observou-se equivalecircncia com variaacuteveis similares para profissionais e usuaacuterios nos
atributos de primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e orientaccedilatildeo para a comunidade
Comparando-se o resultado dessas variaacuteveis equivalentes a percepccedilatildeo dos
profissionais foi em todos os casos mais positiva que a percepccedilatildeo dos usuaacuterios Um
exemplo que chama a atenccedilatildeo se refere agrave definiccedilatildeo de maternidade para o parto Quanto
mais desenvolvida e maior a oferta de serviccedilos na regiatildeo de sauacutede mais elevada a
afirmaccedilatildeo dos profissionais sobre a existecircncia de referecircncias e fluxos para o parto Jaacute na
percepccedilatildeo das usuaacuterias quem mais relata ter sido orientada sobre a maternidade do parto
foram as usuaacuterias de equipes do grupo de regiotildees de sauacutede de baixo desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos
O presente estudo aponta para um conjunto de resultados sintetizados a seguir O
atributo primeiro contato apresentou os melhores resultados dentre os demais atributos O
horaacuterio de funcionamento das UBS em geral foi adequado com usuaacuterios satisfeitos quanto
207
ao atendimento de suas necessidades e a distacircncia de sua casa ateacute a UBS As equipes
relataram realizar acolhimento aos usuaacuterios mas questiona-se a qualidade desse
acolhimento pois em geral os usuaacuterios natildeo se sentiam acolhidos e os profissionais natildeo
foram capacitados para tal Identificaram-se importantes dificuldades na marcaccedilatildeo de
consultas na AB sendo necessaacuterio pegar ficha ou comparecer a UBS em horaacuterios
especiacuteficos para marcaccedilatildeo de consultas Em relaccedilatildeo agraves urgecircncias haacute necessidade de se
definir melhor o papel da APS para esse tipo de atendimento especificando o que seria
desse niacutevel de atenccedilatildeo e o que demandaria maior complexidade Em siacutentese os indicadores
de padratildeo muito bom e bom corresponderam majoritariamente ao componente horaacuterios
de funcionamento e dentre os inadequados a concentraccedilatildeo foi no agendamento da consulta
na AB
Nas equipes das Reg 1 (baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de
serviccedilos) foram observados os piores resultados em relaccedilatildeo ao horaacuterio de funcionamento
agendamento da consulta na AB e urgecircncia e emergecircncia O acolhimento teve piores
resultados tanto nas equipes das Reg 1 como das Reg 2 Os melhores resultados no
conjunto dos componentes do primeiro contato foram observados nas Regiotildees mais
desenvolvidas (Reg 4 e Reg 5)
O atributo da longitudinalidade apresentou resultados em geral insatisfatoacuterios
tanto para continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente como para qualidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente Todavia o tempo das consultas (meacutedico e enfermeiro) para o usuaacuterio
falar sobre suas preocupaccedilotildees e em relaccedilatildeo agrave busca ativa dos usuaacuterios com hipertensatildeo
apresentaram resultados satisfatoacuterios Melhorias satildeo necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo da
longitudinalidade que variaram desde fatores da organizaccedilatildeo do serviccedilo como a adequaccedilatildeo
dos registros e puericultura ateacute questotildees mais abrangentes como a fixaccedilatildeo de profissionais
e melhores condiccedilotildees de trabalho e um outro conjunto sendo influenciado pela capacitaccedilatildeo
e resultado da construccedilatildeo da relaccedilatildeo profissional-paciente como acessibilidade ao
profissional apoacutes a consulta Em resumo os indicadores com padratildeo bom concentraram-se
no tempo suficiente da consulta e busca ativa de hipertensos faltosos pelos ACS e dentre os
piores indicadores destacaram-se as questotildees de escolha da equipe e de continuidade do
cuidado (alta rotatividade dos profissionais profissionais natildeo lembram o que aconteceu em
consultas anteriores e escassa busca ativa)
Os melhores resultados em relaccedilatildeo a qualidade profissional-paciente residiu no
grupo de baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) apesar das
limitaccedilotildees encontradas em todos os grupos de sauacutede para a longitudinalidade
208
Um ponto interessante eacute a superioridade das respostas nas regiotildees de sauacutede de
baixo desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) um
comportamento incomum da longitudinalidade em relaccedilatildeo aos demais atributos Nesse
grupo percebe-se a maior realizaccedilatildeo de busca ativa maior possibilidade de tirar duacutevidas
apoacutes as consultas e maior satisfaccedilatildeo do usuaacuterio quanto ao tempo da consulta para falar
sobre suas preocupaccedilotildees Estes resultados nos sugerem que o viacutenculo e a continuidade do
cuidado estariam sendo mais bem trabalhados nas regiotildees menos desenvolvidas Mesmo
com alta rotatividade uma hipoacutetese eacute que os profissionais que se fixam nas Reg tipo 1
sentem-se tambeacutem mais vinculados com os usuaacuterios destes contextos entendendo aqui o
viacutenculo como uma relaccedilatildeo de dupla via profissional e usuaacuterios Estudos especiacuteficos satildeo
necessaacuterios para compreender se esses melhores resultados poderiam ser atribuiacutedos agrave
indisponibilidade de outros serviccedilos e portanto ldquofalta de opccedilatildeordquo dos usuaacuterios ou realmente
a uma maior proximidade entre profissional e usuaacuterio
O atributo da abrangecircnciaintegralidade em geral apresentou melhores resultados
no escopo de accedilotildees e piores resultados quanto agrave resolutividade na AB A disponibilidade de
consultas meacutedicas e de enfermagem e a solicitaccedilatildeo de exames para grupos prioritaacuterios
mostraram-se adequados Todavia observou-se carecircncias mostrando que as unidades de
atenccedilatildeo baacutesica necessitam ampliar seu escopo de atuaccedilatildeo disponibilizando mais serviccedilos
para atender agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo incluindo insumos como vacinas e
medicamentos em qualidade e quantidade necessaacuterias aleacutem de uma melhor qualificaccedilatildeo
dos profissionais na atenccedilatildeo agrave sauacutede A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo muito
bom esteve na disponibilidade de consultas e solicitaccedilatildeo de exames e os indicadores de
padratildeo inadequado se concentraram na disponibilidade de medicamentos na UBS e apoio agrave
equipe pelas diferentes categorias do NASF
A integralidade parece estar associada ao desenvolvimento socioeconocircmico e agrave
oferta de serviccedilos assim como evidenciado em outros estudos Observa-se que a
integralidade estaacute mais efetivada nas regiotildees de sauacutede mais desenvolvidas e com alta oferta
de serviccedilos (Reg 5) Um destaque positivo nas Reg 1 estaacute na disponibilidade de cirurgiatildeo-
dentista e na imunizaccedilatildeo E uma observaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave resolutividade eacute que os
resultados satildeo similares comparando as Reg 1 e Reg 4 Aleacutem disso a vacinaccedilatildeo tem uma
variaccedilatildeo consideraacutevel por regiatildeo de sauacutede com piores resultados nas regiotildees de meacutedio
desenvolvimento socioeconocircmico e meacutediaalta oferta de serviccedilos (Reg 3)
O atributo da coordenaccedilatildeo apresentou os piores resultados dentre os demais
atributos indicando dificuldades de acesso dos usuaacuterios agraves consultas e exames
209
especializados baixa comunicaccedilatildeo e integraccedilatildeo entre os serviccedilos da rede e carecircncia de
referecircnciasfluxos e escassos mecanismos institucionalizados para coordenar esse acesso
dos usuaacuterios aos serviccedilos que necessitam A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo bom
esteve na disponibilidade de fichas de encaminhamento para os usuaacuterios e na existecircncia de
centrais de marcaccedilatildeo para consulta especializada ou exames enquanto os indicadores de
padratildeo inadequado se distribuiacuteram em todos os componentes continuidade informacional
ordenamento de fluxos assistenciais acesso a consultasexames especializados e
comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos de AB e AE
Considerando a dificuldade da APS em desempenhar sua funccedilatildeo de coordenadora
do cuidado observa-se que a dificuldade de institucionalizaccedilatildeo ndash seja da comunicaccedilatildeo
entre serviccedilos seja de referecircncias e fluxos ndash eacute ainda maior nos municiacutepios de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos (Reg 1) Apesar de baixos
resultados de coordenaccedilatildeo de uma forma geral as equipes das regiotildees mais desenvolvidas
(Reg 4 e Reg 5) satildeo as com melhores resultados no conjunto de indicadores As equipes
das Reg 1 satildeo as que apresentam piores resultados independente do componente se
destacando entre esses a comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE tambeacutem com os mais baixos
percentuais nas Reg 2
Sobre o atributo orientaccedilatildeo para a comunidade as variaacuteveis do instrumento do
PMAQ-AB natildeo permitem realizar uma anaacutelise aprofundada sobre a interaccedilatildeo entre equipes
e os demais setores e poliacuteticas puacuteblicas presentes na comunidade em geral Esse atributo
apresentou resultados positivos em relaccedilatildeo agrave territorializaccedilatildeo no que se refere agrave
disponibilidade dos ACS e definiccedilatildeo de aacuterea de abrangecircncia da equipe Contudo
importante destacar a relaccedilatildeo desses resultados positivos com as exigecircncias do marco
normativo (PNAB 2011) Os mapas do territoacuterio e planejamento quando existentes natildeo
consideraram fatores essenciais voltados agraves necessidades da comunidade assim como a
interlocuccedilatildeo com outros setores eacute muito baixa A concentraccedilatildeo dos indicadores em padratildeo
muito bom ou bom esteve na disponibilidade e trabalho dos ACS definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia com mapas do territoacuterio e opiniatildeo do usuaacuterio para reorganizaccedilatildeo do processo
de trabalho E os indicadores de padratildeo inadequado se concentraram na articulaccedilatildeo com
outros setores e nos indicadores de participaccedilatildeo social
Observa-se na maior parte dos resultados da orientaccedilatildeo para a comunidade pouca
variaccedilatildeo conforme desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos Em geral os
piores resultados se apresentaram nas regiotildees de baixa oferta (Reg 1 e Reg 2) As Reg 5
foram melhores na organizaccedilatildeo da territorializaccedilatildeo planejamento das accedilotildees e mecanismos
210
de participaccedilatildeo social
No atributo centralidade na famiacutelia apesar de poucos indicadores disponiacuteveis no
instrumento para essa anaacutelise foram niacutetidos os avanccedilos relacionados agrave visita domiciliar
assim como a deficiecircncia nos demais elementos relacionados agrave abordagem familiar como
organizaccedilatildeo dos prontuaacuterios por nuacutecleos familiares qualidade nos registros e uma
abordagem dos profissionais que envolva a famiacutelia como um todo Apesar dos resultados
desse atributo em geral serem altos o pior indicador ndash central na discussatildeo ndash foi se os
profissionais da EqAB perguntavam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas
A centralidade na famiacutelia natildeo parece estar diretamente relacionada ao
desenvolvimento socioeconocircmico e oferta de serviccedilos O atributo teve comportamento
similar entre as regiotildees de sauacutede sendo observado com menores resultados apenas nas
regiotildees de meacutedioalto desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 2) Os
melhores resultados variaram em indicadores especiacuteficos por exemplo com melhores
resultados de organizaccedilatildeo de prontuaacuterios por nuacutecleos familiares nas Reg 1 e maior registro
de consultas ou atendimentos no domiciacutelio nas Reg 5
O atributo competecircncia cultural dentre os escassos indicadores selecionados
apresentou resultado positivo em relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos usuaacuterios em sempre se sentir
respeitado pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais costumes e religiatildeo
Os resultados relacionados agrave populaccedilatildeo rural assentada e quilombola assim como a oferta
de praacuteticas integrativas e complementares (PIC) foram em geral baixos com diferenccedila
entre as regiotildees de sauacutede Ao mesmo tempo eacute importante destacar uma dificuldade em
saber que percentuais seriam o melhor padratildeo de resposta para esses indicadores visto que
depende da distribuiccedilatildeo de populaccedilatildeo especiacutefica (rural assentada e quilombola) no
territoacuterio dos municiacutepios
Ainda que com baixos percentuais os resultados da competecircncia cultural apontam
que as regiotildees de baixa oferta de serviccedilos (Reg 1 e Reg 2) satildeo as com melhores resultados
principalmente por realizarem accedilotildees e atendimento agrave populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas Isso provavelmente se deve a maior concentraccedilatildeo dessa populaccedilatildeo nas
referidas regiotildees de sauacutede com municiacutepios com menos habitantes Em contrapartida as
regiotildees de maior DSE e alta oferta de serviccedilos (Reg 4 e Reg 5) satildeo as que apresentam os
piores resultados se destacando positivamente apenas por maior oferta de praacuteticas
integrativas e complementares
As regiotildees de sauacutede de alto desenvolvimento socioeconocircmico e alta oferta (Reg 5)
foram as que apresentaram os melhores resultados e as regiotildees de sauacutede de baixo
211
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta (Reg 1) a maior parte dos piores
resultados Um problema maior dos piores resultados estarem concentrados nas Reg 1 eacute
porque eacute o grupo de regiotildees que contempla mais municiacutepios brasileiros (2159 municiacutepios)
As equipes das Reg 1 contudo destacam-se por resultados levemente mais positivos no
atributo da longitudinalidade centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural mostrando
que eacute possiacutevel uma organizaccedilatildeo do serviccedilo da APS que favoreccedila maior qualidade do
cuidado e que esteja mais proacuteximo das pessoas mesmo em regiotildees de baixo
desenvolvimento socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos
Os atributos com resultados mais baixos independente do grupo de regiatildeo de sauacutede
foram a coordenaccedilatildeo do cuidado e a competecircncia cultural O primeiro principalmente em
virtude da dificuldade da comunicaccedilatildeo entre APS e os demais equipamentos da rede de
atenccedilatildeo e o segundo pela ausecircncia de accedilotildees para grupos populacionais com caracteriacutesticas
especiacuteficas ademais da falta de variaacuteveis sobre a temaacutetica
Dois atributos apresentaram resultados proporcionalmente maiores conforme a
gradaccedilatildeo dos grupos de regiotildees de sauacutede ou seja resultados menores no grupo 1 crescente
nos demais grupos e maiores no grupo 5 Esses atributos foram o primeiro contato e a
coordenaccedilatildeo Em relaccedilatildeo a um comportamento oposto ou seja resultados piores nas Reg
5 melhorando entre os grupos e apresentando melhor resultado no grupo 1 tem-se o
atributo da competecircncia cultural poreacutem limitado conforme descrito anteriormente
Os resultados das equipes das Reg 4 (Alto desenvolvimento socioeconocircmico e
meacutedia oferta de serviccedilos) foram similares aos resultados da equipes das Reg 5 na maioria
dos atributos primeiro contato longitudinalidade orientaccedilatildeo para a comunidade
centralidade na famiacutelia e competecircncia cultural
Jaacute em relaccedilatildeo aos resultados das Reg 2 (Meacutedioalto desenvolvimento
socioeconocircmico e baixa oferta de serviccedilos) os resultados foram similares aos das equipes
das Reg 1 nos atributos primeiro contato integralidade coordenaccedilatildeo e competecircncia
cultural
Ressalta-se contudo uma dificuldade em avaliar as Reg 3 (Meacutedio DSE e
meacutediaalta oferta de serviccedilos) Seus resultados apresentaram-se medianos em todo o
conjunto de atributos ora superiores agraves Reg 1 e 2 (primeiro contato coordenaccedilatildeo e
orientaccedilatildeo para a comunidade) ora similares agraves Reg 1 e 2 (integralidade e centralidade na
famiacutelia) e raramente com resultados superiores agraves equipes das Reg 4 e 5 (competecircncia
cultural) Logo natildeo foi possiacutevel apreender um padratildeo de comportamento nesse grupo
Em resumo a efetivaccedilatildeo dos atributos se apresentou de forma heterogecircnea entre os
212
diferentes grupos de regiotildees de sauacutede Em relaccedilatildeo agraves accedilotildees mais voltadas ao acircmbito da
relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio percebe-se resultados por vezes mais positivos nas regiotildees
menos desenvolvidas e no que depende de accedilotildees mais sistecircmicas e estruturais os
resultados satildeo superiores nas regiotildees mais desenvolvidas Os resultados reforccedilam a
diferenccedila entre as regiotildees de sauacutede reflexo dessa desigualdade social de uma falta de
planejamento regional das accedilotildees em sauacutede e com repercussotildees importantes no acesso e uso
dos serviccedilos de APS
Observando a distribuiccedilatildeo desses grupos de regiotildees de sauacutede nas macrorregiotildees do
Brasil percebe-se a concentraccedilatildeo das Reg 5 nas macrorregiotildees Sudeste e Sul e a
concentraccedilatildeo das Reg 1 nas macrorregiotildees Norte e Nordeste Em macrorregiotildees como o
Nordeste eacute niacutetida a variaccedilatildeo para grupos de maior desenvolvimento socioeconocircmico ou
maior oferta apenas regiotildees de sauacutede onde ficam localizadas as capitais Todavia o grupo 1
representa 40 das regiotildees de sauacutede brasileiras e estaacute presente em todas as macrorregiotildees
brasileiras caracterizando heterogeneidades dentro de uma mesma macrorregiatildeo e de um
mesmo estado Eacute importante ressaltar o sentido que tem essa heterogeneidade para a
organizaccedilatildeo da APS em um sistema universal de sauacutede Todos os usuaacuterios devem ter
acesso a uma mesma gama de serviccedilos de forma integral coordenada e resolutiva mas a
organizaccedilatildeo dessa APS precisa considerar a diversidade regional
Na comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 observou-se leve melhoria da qualidade nas
equipes compatiacuteveis Os resultados mais positivos se expressaram tambeacutem para o conjunto
de equipes brasileiras No total de equipes participantes do ciclo 2 observou-se resultados
em geral ligeiramente inferiores do que para as equipes compatiacuteveis do ciclo 2
Destacaram-se em geral as variaacuteveis referentes aos registros e aspectos organizacionais de
governabilidade das proacuteprias equipes
Em relaccedilatildeo aos atributos essenciais houve resultados superiores do ciclo 2 no
atributo primeiro contato poreacutem a dificuldade de agendamento de consulta na AB em
qualquer dia da semana se manteve como uma importante barreira organizacional de
acesso No atributo longitudinalidade a continuidade da relaccedilatildeo profissional-paciente
identificada como inadequada se manteve e teve resultados ainda inferiores e o viacutenculo
apresentou melhoria mas com resultados ainda baixos em relaccedilatildeo ao padratildeo esperado Na
integralidade os resultados do escopo de accedilotildees se mostraram mais satisfatoacuterios que os
relacionados agrave resolutividade Em geral observou-se a ampliaccedilatildeo do escopo de accedilotildees
realizadas e que o apoio do NASF agraves equipes se manteve baixo assim como a
disponibilidade de medicamentos avaliada por usuaacuterios Em relaccedilatildeo agrave coordenaccedilatildeo foi
213
menor a possibilidade de comparaccedilatildeo entre ciclos 1 e 2 O acesso a consultas
especializadas permaneceu similar com leve aumento nos resultados de agendamento de
consultas de atenccedilatildeo especializada realizado pela UBS Elementos centrais como contato
institucionalizado entre profissionais da rede de atenccedilatildeo e referecircncias de encaminhamento
foram excluiacutedos do novo instrumento
Quanto aos atributos derivativos a comparaccedilatildeo entre os ciclos 1 e 2 mostrou que a
orientaccedilatildeo para a comunidade apresentou resultados superiores no ciclo 2 em relaccedilatildeo aos
indicadores de territorializaccedilatildeo e de participaccedilatildeo social na perspectiva das equipes Na
percepccedilatildeo dos usuaacuterios os indicadores de participaccedilatildeo social permaneceram ruins e na
intersetorialidade apesar de resultados superiores nos indicadores equivalentes entre os
dois ciclos o questionaacuterio do ciclo 2 extinguiu questotildees importantes para uma anaacutelise mais
adequada Os resultados do atributo centralidade na famiacutelia foram mantidos com poucos
indicadores para a discussatildeo do tema e concentraccedilatildeo dos melhores resultados na
organizaccedilatildeo das visitas domiciliares e dos piores na variaacutevel se os profissionais da EqAB
perguntam sobre os familiares dos usuaacuterios nas consultas Os indicadores da competecircncia
cultural se mantiveram insuficientes para a anaacutelise desse atributo visto as limitaccedilotildees do
instrumento
Concluiacutemos ressaltando que atraveacutes desta dissertaccedilatildeo buscou-se colaborar para as
anaacutelises da APS no Brasil a partir dos atributos definidos por Starfield (2002) sempre se
pautando pelos benefiacutecios de um sistema de sauacutede organizado em redes regionalizadas de
atenccedilatildeo tendo a APS como base Almeja-se que o pano de fundo da institucionalizaccedilatildeo da
cultura da avaliaccedilatildeo aqui representado pelo PMAQ-AB contribuam para um julgamento
que influencie positivamente a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede Entre as
reflexotildees produzidas a partir deste estudo fica evidente que as desigualdades presentes na
sociedade brasileira tambeacutem se expressam na efetivaccedilatildeo da APS e do SUS Dadas as
peculiaridades das populaccedilotildees satildeo necessaacuterios arranjos organizacionais e assistenciais
heterogecircneos de modo que os usuaacuterios tenham acesso a uma mesma gama de serviccedilos de
qualidade de acordo com as suas necessidades independente do territoacuterio em que habitam
Essas desigualdades precisam ser enfrentadas para a construccedilatildeo de um SUS de melhor
qualidade integral resolutivo e voltado agraves necessidades de sauacutede da populaccedilatildeo
214
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227
ANEXOS
ANEXO 1 VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE REFEREcircNCIA E INDICADORES POR
ATRIBUTO DA APS ndash CICLO 1 PMAQ-AB
Quadro 21 Atributo primeiro contato variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA INDICADORES
Horaacuterios de funcionamento
I71 Quantos turnos de
funcionamento esta UBS oferece a
populaccedilatildeo
Dois turnos ou trecircs
turnos
de UBS que oferecem dois ou mais turnos
de atendimento agrave populaccedilatildeo
I73 Esta UBS funciona quantos dias
na semana
5 6 ou 7 dias de UBS que funcionam 5 ou mais dias na
semana
I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de
funcionamento da UBS
8 horasdia ou mais de UBS que funcionam 8 horasdia ou
mais
I76 Esta UBS oferece atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
Sim de UBS que oferecem atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas
necessidades
Sim de usuaacuterios que afirmam que o horaacuterio de
funcionamento desta unidade atende agraves suas
necessidades
III 52 O que o(a) senhor(a) acha da
distacircncia da sua casa ateacute esta Unidade
de Sauacutede
Perto ou razoaacutevel de usuaacuterios que afirmam que a distacircncia da
sua casa ateacute a UBS eacute perto ou razoaacutevel
Acolhimento
II151 Estaacute implantado o acolhimento
da UBS
Sim de EqAB que afirmam que estaacute implantado
o acolhimento na UBS
II154 Todos os usuaacuterios que chegam
agrave UBS espontaneamente buscando
atendimento tem suas necessidades
escutadas e avaliadas
Sim de EqAB que afirmam que todos os
usuaacuterios que chegam agrave unidade de sauacutede
espontaneamente buscando atendimento tecircm
suas necessidades escutadas e avaliadas
II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade no acolhimento
aos usuaacuterios
Sim de EqAB que afirmam que os profissionais
que fazem o acolhimento foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos usuaacuterios
III71 Na maioria das vezes que o(a)
senhor(a) vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
Sim de usuaacuterios que afirmam que na maioria
das vezes que vatildeo a UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer problema
conseguem ser escutados(as)
III74 O que o(a) senhor(a) acha
sobre a forma como eacute
acolhidorecebido ao procurar o
serviccedilo
Muito bom ou bom de usuaacuterios que consideram muito bom ou
bom a forma como eacute acolhido(a)recebido(a)
ao procurar o serviccedilo
Agendamento da consulta na AB
II15141 Caso o usuaacuterio tenha um
problema que natildeo seja recomendaacutevel o
agendamento para outro dia haacute
reservas de vagas para atendimento no
mesmo dia
Sim de EqAB que comprovam que caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro dia
haacute reserva de vagas para atendimento no
mesmo dia
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja
o caso de agendar no dia e o usuaacuterio
natildeo faccedila parte de algum grupo que
Sim de EqAB que afirmam que nas situaccedilotildees
em que natildeo seja o caso de agendar no dia e o
usuaacuterio natildeo faccedila parte de algum grupo que
228
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA INDICADORES
possui atendimento programado na
UBS ele consegue sair dessa unidade
com a consulta marcada
possui atendimento programado na unidade
de sauacutede ele consegue sair desta unidade
com a consulta marcada
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
Em qualquer dia da
semana em
qualquer horaacuterio
de EqAB que afirmam que as consultas
satildeo agendadas na UBS em qualquer dia da
semana em qualquer horaacuterio
III61 Na maioria das vezes como
o(a) senhor(a) faz para marcar
consulta na unidade de sauacutede
Vai agrave unidade e
marca atendimento
a qualquer hora
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS a qualquer hora
e marcam o atendimento
Marca por telefone de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS marcam por telefone
Vatildeo a UBS mas
tem que pegar
ficha
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS mas tem que
pegar ficha
Vatildeo a UBS e para
pegar ficha eacute
necessaacuterio fazer
fila antes da UBS
abrir
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS vatildeo a UBS e para pegar
ficha eacute necessaacuterio fazer fila antes da UBS
abrir
O ACS marca a
consulta
de usuaacuterios que afirmam que para marcar
consulta na UBS o ACS marca a consulta
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
Todos os dias da
semana
de usuaacuterios que afirmam que a marcaccedilatildeo
de consultas pode ser feita todos os dias da
semana
Atendimento de
urgecircnciaemergecircncia
II158 A equipe realiza atendimento
de urgecircncia e emergecircncia nesta UBS
Sim de EqAB que afirmam realizar
atendimento de urgecircncia e emergecircncia nesta
unidade de sauacutede
III78 Onde o(a) senhor(a) procurou
atendimento (em relaccedilatildeo agrave urgecircncia)
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam que no caso de
urgecircncia procuraram atendimento nesta UBS
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Indicadores cujo padratildeo de referecircncia satildeo as respostas negativas
Quadro 22 Atributo longitudinalidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Continuidade da relaccedilatildeo
profissional-paciente
II35 Quanto tempo o(a) senhor(a)
atua nesta Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
3 anos ou mais de EqAB em que o respondente atua 3 anos
ou mais em sua equipe
II325 Nas visitas domiciliares dos
ACS eacute realizada a busca ativa no
territoacuterio
Hipertensos
faltosos
de EqAB que afirmam que nas visitas
domiciliares os ACS realizam a busca ativa dos
hipertensos faltosos
III97 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute
atendido pelo mesmo meacutedico
Sim de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo meacutedico na UBS
III99 Nesta UBS o(a) senhor(a) eacute
atendido pelo mesmo enfermeiro
Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre satildeo
atendidos(as) pelo mesmo enfermeiro na UBS
III913 Os profissionais lembram-se
do que aconteceu nas uacuteltimas consultas
do(a) senhor(a)
Sim de usuaacuterios que afirmam que os profissionais
lembram-se do que aconteceu nas uacuteltimas
consultas
III916 Quando o(a) senhor(a)
interrompe o tratamento por algum
motivo ou natildeo vem agrave consulta nesta
UBS os profissionais procuram o(a)
Sim de usuaacuterios que afirmam que quando
interrompem o tratamento por algum motivo ou
natildeo comparecem agrave consulta na UBS os
profissionais os procuram para saber o que
229
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
senhor(a) para saber o que aconteceu e
retomar o atendimento
aconteceu e retomar o atendimento
III145 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias
de vida (primeira semana)
Sim de usuaacuterios que afirmam que a equipe fez
uma visita agrave crianccedila com ateacute sete dias de vida
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente (viacutenculo)
III510 Se o(a) senhor(a) quiser pode
escolher a equipe que lhe atende
Sim de usuaacuterios que afirmam que se quiserem
podem escolher a equipe que lhe atende
III91 Durante o atendimento nesta
Unidade de Sauacutede o (a) meacutedico(a)
deixa tempo suficiente para o(a)
senhor(a) falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
Sim de usuaacuterios que afirmam que o meacutedico deixa
tempo suficiente para falar sobre suas
preocupaccedilotildees ou problemas
III93 Durante o atendimento nesta
Unidade de Sauacutede o(a) enfermeiro(a)
deixa tempo suficiente para o(a)
senhor(a) falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
Sim de usuaacuterios que afirmam que o enfermeiro
deixa tempo suficiente para falar sobre suas
preocupaccedilotildees ou problemas
III914 Quando o(a) senhor(a) precisa
tirar duvidas apoacutes as consultas tem
facilidade para falar com os
profissionais que lhe atenderam
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando
precisam tirar duacutevidas apoacutes as consultas sempre
tem facilidade para falar com os profissionais
que lhe atenderam
III918 O(a) senhor(a) se sente agrave
vontade para falar com a equipe sobre
suas preocupaccedilotildees problemas sociais
familiares ou outras questotildees
Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir agrave vontade
para falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas sociais familiares ou
outras questotildees
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 23 Atributo abrangecircnciaintegralidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis
aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios
de funcionamento da UBS
Consultas
meacutedicas
de UBS que ofertam consultas meacutedicas
Consultas de
enfermagem
de UBS que ofertam consultas de
enfermagem
Consultas
odontoloacutegicas
de UBS que ofertam consultas odontoloacutegicas
Dispensaccedilatildeo de
medicamentos
pela farmaacutecia
de UBS que dispensam medicamentos pela
farmaacutecia
Vacinaccedilatildeo de UBS que ofertam vacinaccedilatildeo
II166 A equipe programa consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios e
necessitam de cuidado continuado
Sim de EqAB que afirmam programar consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte de
programas ou grupos prioritaacuterios de cuidado
continuado
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
Creatinina
de EqAB que afirmam solicitar exame de
creatinina para HAS
II176 Quais os exames solicitados
para DM
Hemoglobina
glicosilada
de EqAB que afirmam solicitar exame de
hemoglobina glicosilada para DM
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de 50 a
69 anos
Mamografia de EqAB que afirmam solicitar mamografia
para mulheres entre 50 e 69 anos
230
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
II1710 Quais os exames solicitados
para o preacute-natal
Sorologia para
HIV
de EqAB que afirmam solicitar sorologia
para HIV no preacute-natal
II203 A equipe realiza coleta de
material para exames de laboratoacuterio
Sim de EqAB que afirmam realizar coleta de
material para exames de laboratoacuterio
II207 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza procedimentos pequenas
cirurgias na UBS
Sim de EqAB que afirmam realizar
procedimentospequenas cirurgias
II208 A EqAB realiza os seguintes
procedimentos pequenas cirurgias
Sutura de
ferimentos
de EqAB que afirmam realizar sutura de
ferimentos
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidado no domiciacutelio
Sim de EqAB que afirmam possuir
levantamentomapeamento dos usuaacuterios
adscritos que necessitam receber cuidado no
domiciacutelio
III1416 Em que local foram feitas a
maioria das vacinas da crianccedila
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das vacinas da crianccedila na UBS
III153 Onde o (a) Senhor (a) fez a
maioria das consultas por causa da
pressatildeo alta (hipertensatildeo) nos uacuteltimos
seis meses
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das consultas de HAS na UBS
III163 Onde o (a) Senhor (a) fez a
maioria das consultas por causa da
diabetes (accediluacutecar alto no sangue) nos
uacuteltimos seis meses
Nesta UBS de usuaacuterios que afirmam ter feito a maioria
das consultas de diabetes na UBS
III106 A Senhora faz o exame
preventivo do cacircncer do colo do uacutetero
(exame papanicolau) nesta Unidade de
Sauacutede
Sim de usuaacuterias que afirmam ter feito o exame
preventivo de cacircncer de colo de uacutetero na UBS
III116 Em que local a senhora fez a
maioria das consultas de preacute-natal
Nesta UBS de usuaacuterias que afirmam ter feito a maioria
das consultas de preacute-natal na UBS
Resolutividade
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
1 ou mais
meacutedicos
de UBS que possuem meacutedico
1 ou mais
enfermeiros
de UBS que possuem enfermeiro
1 ou mais
cirurgiotildees-
dentista
de UBS que possuem cirurgiatildeo-dentista
II122 Quem realiza apoio agrave equipe de
atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de casos
considerados complexos
NASF de EqAB que afirmam receber apoio de
profissionais do NASF
II123 Equipes que recebem apoio dos
seguintes profissionais do NASF
Psicoacutelogo de EqAB que afirmam receber apoio de
psicoacutelogo do NASF
Fisioterapeuta
de EqAB que afirmam receber apoio de
fisioterapeuta do NASF
Nutricionista
de EqAB que afirmam receber apoio de
nutricionista do NASF
Assistente Social
de EqAB que afirmam receber apoio de
assistente social do NASF
Farmacecircutico
de EqAB que afirmam receber apoio de
farmacecircutico do NASF
Ginecologista
de EqAB que afirmam receber apoio de
ginecologista do NASF
Pediatra de EqAB que afirmam receber apoio de
pediatra do NASF
231
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Psiquiatra de EqAB que afirmam receber apoio de
psiquiatra do NASF
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
Sim de EqAB que afirmam que no municiacutepio haacute
accedilotildees de educaccedilatildeo permanente envolvendo
profissionais da AB
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
Sim de EqAB que afirmam que quando haacute accedilotildees
de educaccedilatildeo permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
II201 A equipe possuirecebe
medicamentos da farmaacutecia baacutesica
suficientes para atender a sua
populaccedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam receber medicamentos
da farmaacutecia baacutesica suficientes para atender a
populaccedilatildeo
II205 A equipe realiza todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
Sim de EqAB que afirmam realizar todas as
vacinas do calendaacuterio baacutesico
III81 Quando o senhor eacute atendido
nessa UBS o senhor acha que a equipe
busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria
UBS
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS acham que a equipe sempre
busca resolver suas necessidadesproblemas na
proacutepria UBS
III181 Quando o senhor procura
atendimento nesta UBS falta de
material ou equipamento costuma
prejudicar seu atendimento
Nunca de usuaacuterios que afirmam que quando
procuram atendimento na UBS nunca falta
material ou equipamento que prejudique seu
atendimento
III922 O(a) senhor(a) encontra
facilidade para saber dos resultados dos
seus exames que chegam nesta unidade
de sauacutede
Sempre de usuaacuterios que afirmam que sempre
encontram facilidade para saber os resultados de
seus exames
III 182 Quando o profissional receita
um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute
disponiacutevel na UBS
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando o
profissional receita um medicamento este
sempre estaacute disponiacutevel
III75 As orientaccedilotildees que os
profissionais datildeo para o senhor na UBS
atendem suas necessidades
Sempre de usuaacuterios que afirmam que as orientaccedilotildees
que os profissionais fornecem na UBS sempre
atendem suas necessidades
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 24 Atributo coordenaccedilatildeo variaacuteveis padrotildees de referecircncia e indicadores
para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Continuidade informacional
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
Sim de EqAB que afirmam existir prontuaacuterio
eletrocircnico implantado
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da rede
de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam que o prontuaacuterio
eletrocircnico estaacute integrado com outros pontos da
rede de atenccedilatildeo
II1831 Existe comprovaccedilatildeo de fichas
de encaminhamento dos usuaacuterios para
demais pontos de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que comprovam existir fichas de
encaminhamento dos usuaacuterios para demais
pontos de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios de
maior risco encaminhados para outros
pontos de atenccedilatildeo
Sim de EqAB que comprovam manter registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
II254 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro de pessoas com
hipertensatildeo arterial sistecircmica com
Sim de EqAB que afirmam possuir registro das
pessoas com HAS com maior riscogravidade
232
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
maior riscogravidade
II264 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro de pessoas com diabetes
mellitus com maior riscogravidade
Sim de EqAB que afirmam possuir registro das
pessoas com DM com maior riscogravidade
II2711 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro do nuacutemero de usuaacuterios
com tuberculose
Sim de EqAB que comprovam possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios com tuberculose
II2811 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui registro do nuacutemero de usuaacuterios
com hanseniacutease
Sim de EqAB que comprovam possuir registro do
nuacutemero de usuaacuterios com hanseniacutease
Ordenamento de fluxos assistenciais
II173 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de prioridades para
encaminhamento
Sim de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de prioridades de
encaminhamento
II174 A equipe possui protocolos com
definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas
para
Preacute-natal
de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
preacute-natal
HAS
de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
HAS
DM de EqAB que afirmam possuir protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes terapecircuticas para
DM
II184 A equipe possui documentos
contendo as referecircncias e fluxos
pactuados pela gestatildeo municipal para
os atendimentos dos usuaacuterios do
territoacuterio da equipe
Sim de EqAB que afirmam possuir documentos
contendo as referecircncias e fluxos pactuados pela
gestatildeo municipal para os atendimentos dos
usuaacuterios do territoacuterio da equipe
II185 Quais as referecircncias e fluxos
definidos
Cacircncer de mama de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para cacircncer de mama
Cacircncer de colo
de uacutetero
de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para cacircncer de colo de uacutetero
Parto de EqAB que afirmam possuir referecircncias e
fluxos definidos para parto
III1120 Na consulta de preacute-natal a
senhora jaacute saia com a proacutexima consulta
marcada
Sim sempre de usuaacuterias que afirmam que na consulta de
preacute-natal jaacute saem com a proacutexima consulta
marcada
III1122 A senhora foi orientada sobre
o lugar (maternidade) que faria o parto
Sim de usuaacuterias que afirmam ter sido orientada
sobre a maternidade que fariam o parto
Acesso agrave consultasexames
especializados
II182 Quais as centrais de marcaccedilatildeo
disponiacuteveis
Marcaccedilatildeo de
consulta
especializada
de EqAB que afirmam possuir central para
marcaccedilatildeo de consulta especializada
Marcaccedilatildeo de
exames
de EqAB que afirmam possuir central para
marcaccedilatildeo de exames
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para uma consulta especializada quais
formas possiacuteveis
O paciente sai da
UBS com a
consulta
agendada
de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio
eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado
para consulta especializada jaacute sai da UBS com
a consulta agendada
A consulta eacute
marcada pela
UBS e a data
posteriormente
informada ao
de EqAB que afirmam que quando o usuaacuterio
eacute atendido na UBS e necessita ser encaminhado
para consulta especializada a consulta eacute
marcada pela UBS e a data posteriormente
informada ao paciente
233
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
paciente
II256 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de
espera para usuaacuterios com HAS
II266 A equipe coordena a fila de
espera para usuaacuterios com DM
Sim de EqAB que afirma coordenar a fila de
espera para usuaacuterios com DM
III919 Quando o senhor precisa os
profissionais da equipe conseguem
marcar uma consulta com outros
profissionais ou especialistas
Sempre de usuaacuterios que afirmam que quando
precisam os profissionais da equipe sempre
conseguem marcar uma consulta com outros
profissionais ou especialistas
III920 Quando o senhor eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para
outros profissionais ou especialistas o
que acontece
Sai da UBS com
a consulta
agendada
de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS e necessitam ser
encaminhados para outros profissionais ou
especialistas saem da UBS com a consulta
agendada
A consulta eacute
marcada pela
UBS e depois
informada ao
usuaacuterio
de usuaacuterios que afirmam que quando satildeo
atendidos na UBS e necessitam ser
encaminhados para outros profissionais ou
especialistas a consulta eacute marcada pela UBS e
depois informada
Comunicaccedilatildeo direta entre serviccedilos
AB e AE
II186 Os profissionais da equipe de
atenccedilatildeo baacutesica fizeram contato com
especialistas
Sempre de EqAB que afirmam que fizeram contato
com especialistas
II187 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica foi
contatada por especialistas
Sempre de EqAB que afirmam que foram contatadas
por especialistas
II188 A UBS possui fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Sim de EqAB que afirmam possuir fluxo de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II189 Qual fluxo institucional de
comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Discussatildeo de
casos
de EqAB que afirmam possuir a discussatildeo de
casos como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo
entre AB e AE
Reuniotildees
teacutecnicas com
especialistas da
rede
de EqAB que afirmam possuir a reuniotildees
teacutecnicas com especialistas como fluxo
institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE
Telessauacutede
de EqAB que afirmam possuir telessauacutede
como fluxo institucional de comunicaccedilatildeo entre
AB e AE
Ficha de
referecircncia
contra-referecircncia
de EqAB que afirmam possuir ficha de
referecircnciacontra-referecircncia como fluxo
institucional de comunicaccedilatildeo entre AB e AE
II1811 Haacute uma lista de contato na
UBS com os especialistas da rede SUS
com telefones eou e-mail
Sim de EqAB que afirmam possuir uma lista de
contatos na UBS com os especialistas da rede
SUS
III921 Depois que o senhor foi
atendido por outros profissionais fora
da UBS a equipe conversou com o
senhor sobre este atendimento
Sempre de usuaacuterios que afirmam que depois que
foram atendidos por outros profissionais fora da
UBS a EqAB sempre conversou sobre o
atendimento
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 25 Atributo orientaccedilatildeo para a comunidade variaacuteveis padrotildees de referecircncia
e indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
234
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Territorializaccedilatildeo
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
4 ou mais ACS de UBS que possuem 4 ou mais ACS
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
Sim de EqAB que afirmam existir definiccedilatildeo de
aacuterea de abrangecircncia
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
Sim de EqAB que afirmam existir populaccedilatildeo
descoberta pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
II131 Qual o nuacutemero de pessoas de
responsabilidade da equipe
Ateacute 3500 pessoas de EqAB que afirmam existir ateacute 3500
pessoas sob sua responsabilidade
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios de
risco e vulnerabilidade para a definiccedilatildeo
da quantidade de pessoas sob
responsabilidade da equipe
Sim de EqAB que afirmam que a gestatildeo
considerou criteacuterios de risco e vulnerabilidade
para a definiccedilatildeo de quantidade de pessoas sob
sua responsabilidade
II134 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
possui mapas com desenho do territoacuterio
de abrangecircncia
Sim de EqAB que afirmam possuir mapas com
desenho do territoacuterio de abrangecircncia
II136 Quando foi realizado o uacuteltimo
mapeamento da aacuterea de abrangecircncia da
equipe
Ateacute 12 meses de EqAB que realizaram mapeamento da aacuterea
de abrangecircncia da equipe nos uacuteltimos 12 meses
II910 A Equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede
Sim de EqAB que afirmam realizar
monitoramento e anaacutelise dos indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
II92 Nos uacuteltimos 12 meses a equipe
realizou algum processo de
levantamento de problemas
Sim de EqAB que afirmam que nos uacuteltimos 12
meses realizou algum processo de
levantamento de problemas
II94 Foi estabelecido um plano de
accedilatildeo
Sim de EqAB que afirmam que estabeleceram um
plano de accedilatildeo
III88 Na opiniatildeo do senhor durante
as consultas os profissionais desta
equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a
sua realidade
Sempre de usuaacuterios que afirmam que durante as
consultas os profissionais da EqAB sempre
sugerem soluccedilotildees adequadas a sua realidade
Intersetorialidade
II114 A equipe planejaprograma
suas atividades considerando o
envolvimento de outros setores
(intersetorialidade) que atuam na sua
aacuterea
Sim de EqAB que afirmam planejar suas
atividades considerando o envolvimento de
outros setores (intersetorialidade) que atuam na
sua aacuterea
II135 O mapa apresentado pela
equipe de atenccedilatildeo baacutesica conteacutem quais
itens
Sinalizaccedilatildeo de
aacutereas de risco
de EqAB que afirmam que o mapa
apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo de aacutereas de
risco
Sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos
sociais
de EqAB que afirmam que o mapa
apresentado conteacutem sinalizaccedilatildeo dos
equipamentos sociais
II331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza busca ativa de famiacutelias elegiacuteveis
para cadastramento do Programa Bolsa
Famiacutelia
Sim de EqAB que afirmam realizar busca ativa de
famiacutelias elegiacuteveis para cadastramento do
Programa Bolsa Famiacutelia
II3331 Haacute mapa de acompanhamento
das famiacutelias cadastradas no Programa
Bolsa Famiacutelia
Sim de EqAB que comprovam existir mapa de
acompanhamento das famiacutelias cadastradas no
Programa Bolsa Famiacutelia
II3821 A equipe realiza e registra as
atividades realizadas na escola
Sim de EqAB que comprovam realizar atividades
na escola
II314 Os ACS fazem accedilotildees
educativas sobre a qualidade da aacutegua
Sim de EqAB que afirmam que os ACS fazem
accedilotildees educativas sobre a qualidade da aacutegua das
235
COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
de cisternas cisternas
Participaccedilatildeo Social
II355 Haacute conselho local de sauacutede ou
instancia colegiada equivalente
Sim de EqAB que afirmam existir conselho local
de sauacutede ou instacircncia colegiada equivalente
II341 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo
baacutesica
Sim de EqAB que afirmam dispor de canais de
comunicaccedilatildeo para os usuaacuterios expressarem suas
demandas reclamaccedilotildees eou sugestotildees na AB
II351 A equipe realiza pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
Sim de EqAB que afirmam realizar pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
II354 A equipe considera a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
Sim de EqAB que afirmam considerar a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo
do processo de trabalho
III191 Quando o senhor quer fazer
uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na
Unidade de Sauacutede o senhor consegue
Sim de usuaacuterios que afirmam que quando querem
fazer uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na UBS
conseguem
III192 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
Sim teve
rapidamente
de usuaacuterios que afirmam que quando fizeram
alguma relaccedilatildeo ou sugestatildeo rapidamente
tiveram um retorno
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
Quadro 26 Atributo centralidade na famiacutelia variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Abordagem familiar
II1411 Os prontuaacuterios dos usuaacuterios
da equipe de AB satildeo organizados por
nuacutecleos familiares
Sim de EqAB que comprovam que os prontuaacuterios
dos usuaacuterios satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
Sim de EqAB que afirmam que outros membros
da equipe aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
Sim de EqAB que afirmam visitar com
periodicidade distinta as famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia de acordo com avaliaccedilotildees de risco
e vulnerabilidade
II3211 A equipe registra as consultas
ou atendimentos realizados no
domiciacutelio
Sim registra em
prontuaacuterio
Sim registra em
ficha proacutepria
de EqAB que afirmam registrar as consultas
ou atendimentos realizados no domiciacutelio
III912 Os profissionais desta unidade
costumam perguntar por seus
familiares
Sempre de usuaacuterios que afirmam que os profissionais
da EqAB perguntam sobre seus familiares
III923 O seu Agente Comunitaacuterio de
Sauacutede (ACS) visita o (a) Senhor (a) na
sua casa
Sim de usuaacuterios que afirmam receber visita do
ACS
III924 Outros profissionais da equipe
de sauacutede visitam a casa do (a) Senhor
(a)
Sim usuaacuterios que afirmam receber visita de outros
profissionais de sauacutede
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
236
Quadro 27 Atributo competecircncia cultural variaacuteveis padrotildees de referecircncia e
indicadores para anaacutelise dos dados do PMAQ-AB COMPONENTES E VARIAacuteVEIS PADROtildeES DE
REFEREcircNCIA
INDICADORES
Abordagem cultural
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
Sim de EqAB que afirmam realizar accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural assentados e
quilombolas de acordo com as especificidades e
demandas do grupo
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
Sim de EqAB que afirmam atender a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombola
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
Sim de EqAB que afirmam oferecer o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
III76 O(a) senhor(a) se sente
respeitado pelos profissionais em
relaccedilatildeo aos seus haacutebitos culturais
costumes sua religiatildeo
Sempre de usuaacuterios que afirmam se sentir respeitados
pelos profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes e religiatildeo
Fonte Instrumentos do PMAQ-AB ciclo 1 2012 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphpconteudo=1_ciclo
237
ANEXO 2 VARIAacuteVEIS E PADROtildeES DE REFEREcircNCIA DAS VARIAacuteVEIS
COMPATIacuteVEIS CICLO 2 PMAQ-AB
Quadro 28 Primeiro contato seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Horaacuterio de funcionamento
UBS
I71 Quantos turnos de funcionamento
esta UBS oferece a populaccedilatildeo
I81 Quais os turnos de atendimento 2 ou mais
I73 Esta UBS funciona quantos dias
na semana
I82 Esta UBS funciona quais dias na
semana (exceto em campanhas e mutirotildees)
5 ou mais
I74 Qual a carga horaacuteria diaacuteria de
funcionamento da UBS
I85 Nos dias em que a UBS funciona Em
que horaacuterio abre Em que horaacuterio fecha
8 horas ou mais
I76 Esta UBS oferece atendimento agrave
populaccedilatildeo nos fins de semana
I82 Esta UBS funciona quais dias na
semana (exceto em campanhas e mutirotildees)
Saacutebado e domingo
Usuaacuterios
III57 O horaacuterio de funcionamento
desta UBS atende agraves suas necessidades
III57 O horaacuterio de funcionamento desta
UBS atende agraves suas necessidades
Sim
III52 O que o senhor acha da distacircncia
da sua casa ateacute esta UBS
III 52 Chegar ateacute essa UBS eacute Muito faacutecil faacutecil e
razoaacutevel
Acolhimento
EqAB
II151 Estaacute implantado o acolhimento
da UBS
II121 A equipe realiza acolhimento agrave
demanda espontacircnea nesta UBS
Sim
II159 A equipe realiza avaliaccedilatildeo de
risco e vulnerabilidade no acolhimento
aos usuaacuterios
II1218 Os profissionais da equipe que
fazem o acolhimento foram capacitados
para avaliaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de risco e
vulnerabilidade dos usuaacuterios
Sim
Usuaacuterios
III71 Na maioria das vezes que o
senhor vem agrave UBS sem ter hora
marcada para resolver qualquer
problema o senhor consegue ser
escutado
III73 No momento em que o senhor foi
recebido foi realizado algo para resolver o
seu problema
Sim
III74 O que o senhor acha sobre a
forma como eacute acolhidorecebido ao
procurar o serviccedilo
III72 Quando o senhor vem a unidade
sem hora marcada como o senhor foi
recebido
Muito bem e bem
Agendamento da consulta na AB
EqAB
II15141 Existe comprovaccedilatildeo caso o
usuaacuterio tenha um problema que natildeo seja
recomendaacutevel o agendamento para outro
dia haacute reservas de vagas para
atendimento no mesmo dia
II126 Existe reserva de vagas para
consultas de demanda espontacircnea
Sim
II1517 Nas situaccedilotildees em que natildeo seja o
caso de agendar no dia e o usuaacuterio natildeo
faccedila parte de algum grupo que possui
atendimento programado na UBS ele
consegue sair dessa UBS com a consulta
marcada
II129 O usuaacuterio consegue sair da UBS
com a consulta marcada nas situaccedilotildees em
que natildeo seja o caso atender no mesmo dia
Sim
II1612 Como satildeo agendadas as
consultas na UBS
II1212 Como satildeo agendadas as consultas
na UBS
Em qualquer dia da
semana em qualquer
horaacuterio
Usuaacuterios
238
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
III61 Na maioria das vezes como o(a)
senhor(a) faz para marcar consulta na
UBS
III61 Na maioria das vezes como eacute
marcada consulta na UBS
Vai a UBS e marca
atendimento
Marca por telefone
Vai agrave UBS mas tem
que pegar ficha sem
ficar na fila
Vai a UBS e fica na
fila para pegar ficha
O ACS marca a
consulta
III62 Em geral a marcaccedilatildeo de
consulta nesta UBS pode ser feita
III62 Quando o senhor consegue marcar
consulta normalmente pode ser feita
Em qualquer dia da
semana em qualquer
horaacuterio
Atendimento de urgecircncia e
emergecircncia
EqAB
II158 A equipe realiza atendimento de
urgecircncia e emergecircncia nesta UBS
II128 A equipe realiza atendimento de Natildeo para ldquoNatildeo
realiza atendimento
de urgecircncia e
emergecircnciardquo Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Essas respostas natildeo satildeo um padratildeo de referecircncia pois se espera um maior nuacutemero de respostas negativas nas mesmas
Constam para auxiliar na anaacutelise dos dados
Quadro 29 Longitudinalidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Continuidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente
EqAB
II35 Quanto tempo o senhor atua nesta
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
II35 Quanto tempo o senhor atua nesta
equipe de atenccedilatildeo baacutesica
3 anos ou mais
II325 Nas visitas domiciliares dos
ACS eacute realizada a busca ativa no
territoacuterio
II147 A equipe realiza busca ativa das
seguintes situaccedilotildees
Hipertensatildeo arterial
sistecircmica
Usuaacuterios
III97 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo meacutedico
III93 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo meacutedico
Sempre
III99 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo enfermeiro
III94 Nessa UBS o senhor eacute atendido
pelo mesmo enfermeiro
Sempre
III916 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo
vem a consulta nesta UBS os
profissionais procuram o senhor para
saber o que aconteceu e retomar o
atendimento
III99 Quando o senhor interrompe o
tratamento por algum motivo ou natildeo vem agrave
consulta nesta UBS os profissionais
procuram o senhor para saber o que
aconteceu e retomar o atendimento
Sempre e na maioria
das vezes
III145 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias de
vida
III171 Depois que a crianccedila nasceu a
equipe fez uma consulta ateacute sete dias de
vida (primeira semana)
Sim
Qualidade da relaccedilatildeo profissional-
paciente (viacutenculo)
Usuaacuterios
III91 Durante o atendimento nesta III91 O senhor acha que o tempo de Sim
239
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
UBS o meacutedico deixa tempo suficiente
para o senhor falar sobre as suas
preocupaccedilotildees ou problemas
consulta com o meacutedico eacute suficiente
III93 Durante o atendimento nesta
UBS o enfermeiro deixa tempo
suficiente para o senhor falar sobre as
suas preocupaccedilotildees ou problemas
III92 O senhor acha que o tempo de
consulta com o enfermeiro eacute suficiente
Sim
III914 Quando o senhor precisa tirar
duvidas apoacutes as consultas tem
facilidade para falar com os
profissionais que lhe atenderam
III97 Quando o senhor precisa tirar
duacutevidas apoacutes as consultas tem facilidade
para falar com os profissionais que lhe
atenderam
Sempre
III918 O senhor se sente agrave vontade
para falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees problemas sociais
familiares ou outras questotildees
III87 O senhor se sente agrave vontade para
falar com a equipe sobre suas
preocupaccedilotildees
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 30 AbrangecircnciaIntegralidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os
ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Serviccedilos realizadosescopo de accedilotildees
UBS
I78 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis
aos usuaacuterios durante os dias e horaacuterios
de funcionamento da UBS
I86 Quais serviccedilos estatildeo disponiacuteveis aos
usuaacuterios durante os horaacuterios e dias de
funcionamento da UBS
Consultas meacutedicas
de enfermagem
odontoloacutegicas
dispensaccedilatildeo de
medicamentos e
vacinaccedilatildeo
EqAB
II166 A equipe programa consultas e
accedilotildees para usuaacuterios que faccedilam parte
de programas ou grupos prioritaacuterios e
necessitam de cuidado continuado
II131 A agenda dos profissionais estaacute
organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees
Consultas para
cuidado continuado
II175 Quais os exames solicitados
para HAS
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Creatinina
II176 Quais os exames solicitados
para DM
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Hemoglobina
glicosilada
II179 Quais os exames solicitados
para sauacutede da mulher na idade de 50 a
69 anos
II151 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede
Mamografia
II1710 Quais os exames solicitados
para o preacute-natal
II152 Quais desses exames satildeo solicitados
pela sua equipe e satildeo realizados pela rede de
serviccedilos de sauacutede para o preacute-natal
Sorologia para HIV
II208 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
realiza os seguintes procedimentos na
UBS
II172 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza Sutura de ferimentos
II326 A equipe possui
levantamentomapeamento dos
usuaacuterios adscritos que necessitam
receber cuidados no domiciacutelio
II284 A equipe possui
levantamentomapeamento dos usuaacuterios
adstritos que necessitam receber cuidados no
domiciacutelio (exceto acamados)
Sim
Usuaacuterios
240
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
III116 Em que local a senhora fez a
maioria das consultas de preacute-natal
III133 Em relaccedilatildeo a sua uacuteltima gravidez a
senhora fez preacute-natal nesta unidade de
sauacutede
Sim
III163 Onde o senhor fez a maioria
das consultas por causa da diabetes
nos uacuteltimos seis meses
III212 O senhor consultou com meacutedico ou
enfermeiro por causa da diabetes (accediluacutecar alto
no sangue) nos uacuteltimos seis meses
Sim
III153 Onde o senhor fez a maioria
das consultas por causa da pressatildeo alta
nos uacuteltimos seis meses
III202 O senhor consultou com meacutedico ou
enfermeiro por causa da pressatildeo alta
(hipertensatildeo) nos uacuteltimos seis meses
Sim
III106 A senhora faz o exame
preventivo do cacircncer de colo de uacutetero
nesta UBS
III127 A senhora faz o exame preventivo de
cacircncer do colo do uacutetero (exame Papanicolau)
nesta UBS
Sim
Resolutividade
UBS
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima existente na UBS
I33 Quantidade de profissionais da equipe
miacutenima (SF AB) existentes na unidade
Meacutedico enfermeiro
e dentista
EqAB
II122 Quem realiza apoio agrave equipe
de atenccedilatildeo baacutesica para resoluccedilatildeo de
casos considerados complexos
II95 Os profissionais que realizam o apoio
matricial satildeo
Do NASF
II123 Equipes NASF que recebem
apoio de
II332 Quais profissionais do NASF apoiam
sua equipe
Fisioterapeuta
nutricionista
assistente social
farmacecircutico
ginecologista
pediatra e psiquiatra
II81 Haacute no municiacutepio accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente que envolva
profissionais da atenccedilatildeo baacutesica
II71 A equipe participa de accedilotildees de
educaccedilatildeo permanente organizadas pela gestatildeo
municipal
Sim
II84 Quando haacute accedilotildees de educaccedilatildeo
permanente estas contemplam as
demandas e necessidades da equipe
II710 Essas accedilotildees de educaccedilatildeo permanente
contemplam as demandas e necessidades da
equipe
Contempla muito e
contempla
Usuaacuterios
III81 Quando o senhor eacute atendido
nessa UBS o senhor acha que a
equipe busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria
UBS
III81 Quando eacute atendido nesta unidade o
senhor acha que a equipe busca resolver suas
necessidadesproblemas na proacutepria unidade
de sauacutede
Sempre
III 182 Quando o profissional receita
um remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute
disponiacutevel nesta UBS
III231 Quando o profissional receita um
remeacutedio a medicaccedilatildeo estaacute disponiacutevel nesta
UBS
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 31 Coordenaccedilatildeo seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e 2 e
padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Continuidade informacional
EqAB
II145 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
II113 Existe prontuaacuterio eletrocircnico
implantado na equipe
Sim
II146 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute
integrado com os outros pontos da
II114 O prontuaacuterio eletrocircnico estaacute integrado
com os outros pontos da rede de atenccedilatildeo
Sim
241
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
rede de atenccedilatildeo
II1721 Existe comprovaccedilatildeo de que a
equipe manteacutem registro dos usuaacuterios
de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Natildeo para ldquoNatildeo
realiza registrordquo
II254 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com HAS
com maior riscogravidade
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Hipertensatildeo
II264 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui registro de pessoas com DM
com maior riscogravidade
II146 A equipe manteacutem registro dos
usuaacuterios de maior risco encaminhados para
outros pontos de atenccedilatildeo
Diabetes
II2711 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui
registro do nuacutemero de usuaacuterios com
tuberculose
II2131 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe
de atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero
de usuaacuterios com tuberculose
Sim
II2811 Existe comprovaccedilatildeo que a
equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica possui
registro do nuacutemero de usuaacuterios com
hanseniacutease
II2211 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe de
atenccedilatildeo baacutesica possui registro do nuacutemero de
usuaacuterios com hanseniacutease
Sim
Ordenamento de fluxos assistenciais
EqAB
II174 A equipe possui protocolos
com definiccedilatildeo de diretrizes
terapecircuticas para
II144 A equipe utiliza protocolos para
estratificaccedilatildeo de risco para quais situaccedilotildees
Preacute-natal
hipertensatildeo diabetes
-
II336 Indique o que foi discutido neste
planejamento
Organizaccedilatildeo de
criteacuterios e fluxos
para
encaminhamento de
usuaacuterios a outros
serviccedilospontos de
atenccedilatildeo
Usuaacuterias
III1120 Na consulta de preacute-natal a
senhora jaacute saia com a proacutexima
consulta marcada
III1322 Na consulta de preacute-natal a senhora
jaacute saiacutea com a proacutexima consulta marcada
Sempre e na maioria
das vezes
III1122 A senhora foi orientada
sobre o lugar (maternidade) que faria
o parto
III1324 Foi falado com a senhora e qual
maternidade que seria feito o parto
Sim
Acesso agrave consultasexames
especializados
EqAB
II171 Quando um usuaacuterio eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para uma consulta especializada quais
formas possiacuteveis
II141 Quando um usuaacuterio eacute atendido na
UBS e necessita ser encaminhado para uma
consulta especializada quais satildeo as formas
possiacuteveis
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e
informada na hora
para o usuaacuterio
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e a
data posteriormente
informada ao
usuaacuterio
Usuaacuterios
III920 Quando o senhor eacute atendido
na UBS e necessita ser encaminhado
para outros profissionais ou
especialistas o que acontece
III101 Quando eacute necessaacuterio ser
encaminhado para outro profissionais em
outro serviccedilos o senhor sabe como eacute marcada
a consulta
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e
informada na hora
242
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
A consulta eacute
marcada pela
unidade de sauacutede e a
data posteriormente
informada
Comunicaccedilatildeo direta entre AB e AE
EqAB
-
II161 A equipe de AB obteacutem retorno da
avaliaccedilatildeo realizada pelos especialistas dos
usuaacuterios encaminhados
Sempre e na maioria
das vezes
-
II188 Como a equipe monitora as gestantes
que tiveram parto
Recebe a contra
referecircncia da
maternidade Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 32 Orientaccedilatildeo para a comunidade seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os
ciclos 1 e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
Territorializaccedilatildeo
UBS
I35 Quantidade de profissionais da
equipe miacutenima de cada equipe
existente na UBS
I33 Quantidade de profissionais da equipe
miacutenima (SF AB) existentes na UBS
4 ou mais ACS
EqAB
II133 Existe definiccedilatildeo de aacuterea de
abrangecircncia da equipe
II102 Existe definiccedilatildeo da aacuterea de
abrangecircncia da equipe
Sim
II137 Existe populaccedilatildeo descoberta
pela AB no entorno do territoacuterio da
equipe
II105 Existe populaccedilatildeo descoberta pela
atenccedilatildeo baacutesica no entorno do territoacuterio de
abrangecircncia da equipe
Natildeo
II132 A gestatildeo considerou criteacuterios
de risco e vulnerabilidade para a
definiccedilatildeo da quantidade de pessoas
sob responsabilidade da equipe
II101 A gestatildeo utilizou alguma tipificaccedilatildeo
com base em criteacuterios de risco e
vulnerabilidade para definir a quantidade de
pessoas sob responsabilidade da equipe
Sim
II134 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
possui mapas com desenho do
territoacuterio de abrangecircncia
II103 A equipe possui mapas com desenho
do territoacuterio de abrangecircncia
Sim
II910 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica
realiza monitoramento e anaacutelise dos
indicadores e informaccedilotildees de sauacutede
II84 A equipe de atenccedilatildeo baacutesica realiza
monitoramento e anaacutelise dos indicadores e
informaccedilotildees de sauacutede
Sim
Usuaacuterios
III88 Na opiniatildeo do senhor durante
as consultas os profissionais desta
equipe sugerem soluccedilotildees adequadas a
sua realidade
III89 Na opiniatildeo do senhor durante as
consultas os profissionais desta equipe
sugerem soluccedilotildees possiacuteveis de serem
realizadas
Sempre
Intersetorialidade
EqAB
II3331 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
comprova existecircncia de mapa de
acompanhamento das famiacutelias
cadastradas no Bolsa Famiacutelia
II272 Haacute mapa de acompanhamento das
famiacutelias cadastradas no Programa Bolsa
Famiacutelia
Sim
II3821 A equipe de Atenccedilatildeo Baacutesica
comprova registro de atividades na
escola
II3021 Existe comprovaccedilatildeo que a equipe
possui registro das atividades realizadas na
escola
Sim
243
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
II314 Os agentes comunitaacuterios de
sauacutede fazem accedilotildees educativas sobre a
qualidade da aacutegua de cisternas
II318 Os agentes comunitaacuterios de sauacutede
orientam a populaccedilatildeo com relaccedilatildeo ao uso
adequado e boa qualidade dos reservatoacuterios
de aacutegua
Sim
Participaccedilatildeo social
EqAB
II355 Haacute conselho local de sauacutede ou
instancia colegiada equivalente
II296 Haacute Conselho Local de Sauacutede ou
outros espaccedilos de participaccedilatildeo popular
Sim
II341 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos
usuaacuterios expressarem suas demandas
reclamaccedilotildees eou sugestotildees na atenccedilatildeo
baacutesica
II292 A equipe dispotildee de canais de
comunicaccedilatildeo que permitem aos usuaacuterios
expressarem suas demandas reclamaccedilotildees
eou sugestotildees na atenccedilatildeo baacutesica
Sim
II351 A equipe realiza pesquisa de
satisfaccedilatildeo dos usuaacuterios
II291 A equipe realiza ou tem mecanismo
de avaliaccedilatildeo de satisfaccedilatildeo do usuaacuterio
Sim
II354 A equipe considera a opiniatildeo
do usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e
qualificaccedilatildeo do processo de trabalho
II295 A equipe considera a opiniatildeo do
usuaacuterio para a reorganizaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo
do processo de trabalho
Sim
Usuaacuterios
III191 Quando o senhor quer fazer
uma reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na
Unidade de Sauacutede o senhor
consegue
III241 Quando o senhor quer fazer uma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo na unidade de sauacutede
o senhor consegue
Sim
III192 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
III242 Quando o senhor fez alguma
reclamaccedilatildeo ou sugestatildeo teve retorno
Sim teve
rapidamente Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 33 Centralidade na famiacutelia seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1
e 2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
EqAB
II1411 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de
AB satildeo organizados por nuacutecleos
familiares
II1111 Existe comprovaccedilatildeo que os
prontuaacuterios dos usuaacuterios da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica estatildeo organizados por nuacutecleos
familiares
Sim
II321 Outros membros da equipe
aleacutem dos ACS realizam visita
domiciliar
II131 A agenda dos profissionais estaacute
organizada para a realizaccedilatildeo de quais accedilotildees
Visita domiciliar
II323 As famiacutelias da aacuterea de
abrangecircncia da equipe de atenccedilatildeo
baacutesica satildeo visitadas com periodicidade
distinta de acordo com avaliaccedilotildees de
risco e vulnerabilidade
II281 A equipe possui protocolo ou criteacuterios
para visita domiciliar
Sim
Usuaacuterios
III912 Os profissionais desta
unidade costumam perguntar por seus
familiares
III96 Os profissionais desta unidade
costumam perguntar por seus familiares
Sempre e na maioria
das vezes
III923 O seu agente comunitaacuterio de
sauacutede visita o(a) senhor(a) na sua
casa
III111 O agente comunitaacuterio de sauacutede
(ACS) visita o senhor na sua casa
Sim
III924 Outros profissionais da
equipe de sauacutede visitam a casa do
III112 Com qual frequecircncia outro
profissionais da equipe de sauacutede visitam a
Sempre e na maioria
das vezes
244
senhor casa do senhor
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
Quadro 34 Competecircncia Cultural seleccedilatildeo de variaacuteveis compatiacuteveis entre os ciclos 1 e
2 e padratildeo de referecircncia
VARIAacuteVEIS CICLO 1 VARIAacuteVEIS CICLO 2
PADRAtildeO DE
REFERENCIA
CICLO 2
EqAB
II391 A equipe realiza accedilotildees
direcionadas a populaccedilatildeo rural
assentados e quilombolas de acordo
com as especificidades e demandas do
grupo
II311 A equipe realiza accedilotildees junto agrave
comunidades tradicionais assentados
populaccedilatildeo rural
Sim
II392 A equipe atende a populaccedilatildeo
rural assentada e quilombolas
II313 A equipe atende agraves comunidades
tradicionaisassentadospopulaccedilatildeo rural
Sim
II301 A equipe oferece o serviccedilo de
praacuteticas integrativas e complementares
para os usuaacuterios do territoacuterio
II251 A equipe oferece o serviccedilo de praacuteticas
integrativas e complementares para os
usuaacuterios do territoacuterio
Sim
- II148 Existe articulaccedilatildeo entre o trabalho da
equipe de sauacutede junto agrave cuidadores
tradicionais como parteiras benzedeiras
remedieiras pajeacutes e rezadeiras
Sim
- II254 A gestatildeo oferece alguma atividade
curso de educaccedilatildeo permanente em praacuteticas
integrativas e complementares para a
equipe
Sim
Usuaacuterios
III76 O senhor se sente respeitado
pelos profissionais em relaccedilatildeo aos
seus haacutebitos culturais costumes sua
religiatildeo
III88 O senhor se sente respeitado pelos
profissionais em relaccedilatildeo aos seus haacutebitos
culturais costumes religiatildeo
Sempre
Fonte Instrumentos do PMAQ AB ciclo 1 2012 e ciclo 2 2014 Disponiacutevel em
httpdabsaudegovbrportaldabape_pmaqphp
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