View
213
Download
0
Category
Preview:
DESCRIPTION
escola livro
Citation preview
Ilustração 1
Sara Letícia Preto Gomes, nº25, 6ºE
Profissões Antigas
[2011-03-04]
[As lavadeiras lavavam as roupas nos rios, nas ribeiras, nos tanques ou nos lavadouros. Apontavam num “rol” (lista) as peças das freguesas, que tratavam cuidadosamente e devolviam ao fim de uma semana. As roupas eram postas em barrelas, esfregadas numa pedra, estendidas ao sol, a corar, lavadas com sabão azul.]
[Lavadeiras de
Portugal]
AS LAVADEIRAS
"Mê ofício é lavadeira Mê amor é aguadeiro Ele vai vender a água
Eu vou entregar a roupa Para trazer o dinheiro"
Nas águas cristalinas dos rios, nos tanques comunitários, as
mulheres juntavam-se para lavar a roupa.
Nos rios, as pedras serviam para esfregar a roupa e escutar as
mágoas de quem se juntava a este trabalho.
As lavadeiras de Portugal cantavam cantigas de rara beleza,
enquanto lavavam.
Umas lavavam a roupa da casa, outras lavavam para outros,
aqueles que tendo mais posses, podiam pagar.
Estes encontros serviam também para desabafar e chorar as
tristezas, até mesmo matar a solidão de mulheres que viam os maridos
e filhos partir para a guerra ou emigrar.
Com muito cuidado, tratavam a roupa que recolhiam, devidamente
registada no “rol”, procedendo à lavagem e à secagem desta, ao sol, a
“corar”, junto das ribeiras, dos rios ou nas almácegas (do árabe:
almostanca; tanque).
O crescimento desta actividade fez surgir os característicos
lavadouros, uns públicos, outros privados, onde as lavadeiras lavavam as
peças de roupa.
Após uma semana dedicada ao trato da roupa, as lavadeiras
entregavam-na, embrulhada nas famosas trouxas, utilizando o dorso de
animais, as carroças ou as galeras de tracção animal.
As lavadeiras ficaram imortalizadas no filme de Chianca de Garcia
"Aldeia da Roupa Branca", protagonizado por Beatriz Costa, ela própria
uma saloia do Milharado, povoação próxima da Malveira; a fita, uma
comédia de época, de meados de 1900, retrata o quotidiano de um
lugar saloio, conseguindo a caricatura perfeita de personagens típicas
da região; os amores e desamores e as acesas rivalidades, ligadas
precisamente à indústria da "Lavagem de Roupa Para Fora" são ali
retratados, recorrendo à figuração dos locais e aproximando o mais
possível a ficção da realidade.
Quem não conhece o tema "Roupa Branca", que serve de
enquadramento à acção inicial, cantado assim:
"Água fria, da ribeira Água fria qu' o Sol aqueceu
Ver a aldeia, traz à ideia Roupa Branca qu' a gente estendeu
Três corpetes e um avental Sete fronhas e um lençol Três camisas do enxoval
Qu' a freguesa deu ao rol"
http://www.youtube.com/watch?v=clrmt-sb-P4
Recommended