Limites Do Planeta Já Foram Extrapolados, Diz Estudo

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Artigo sobre limites planetários

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  • 20/05/2015 Limitesdoplanetajforamextrapolados,dizestudo

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    Limites do planeta j foram extrapolados, diz estudoPor Fabiano vila, do CarbonoBrasil

    Grupo de cientistas estipula nove fronteiras no sistema terrestre que osseres humanos no poderiam ultrapassar para o seu prprio bem, pormtrs delas j ficaram para trs, colocando em risco a capacidade da Terra deregular a si mesma.

    Quanta presso o planeta ainda pode suportar antes que comece a entrarem colapso? Foi com esta pergunta em mente que um grupo de 29pesquisadores de diversas partes do mundo resolveu procurar porfronteiras no sistema terrestre que deveriam ser respeitadas para seevitar grandes catstrofes ambientais e climticas.

    A resposta veio com o trabalho A safe operating space for humanity (algo como Um espao operacional seguro para ahumanidade) publicado na edio desta quartafeira (23) da revista Nature.

    Nele, os cientistas propuseram nove elementos que so fundamentais para as condies de vida na Terra: mudanasclimticas; acidificao dos oceanos; interferncia nos ciclos globais de nitrognio e de fsforo; uso de gua potvel; alteraesno uso do solo; carga de aerossis atmosfricos; poluio qumica; e a taxa de perda da biodiversidade, tanto terrestre comomarinha.

    Os limites planetrios seriam processos que influenciam a habilidade do planeta de se manter em um estado desejvel paradar apoio ao desenvolvimento humano. Depois de identificar alguns desses processos, ns sugerimos os pontos de exploraomximos de cada um, mantendo uma margem segura para as conseqncias mais desastrosas, explicou o lder do estudo,Johan Rockstrom, da Universidade de Estocolmo.

    Ao analisar cada um desses limites, o grupo chegou concluso que as atividades humanas j ultrapassaram os limitesadequados para trs delas: mudanas climticas, biodiversidade e concentrao de nitrognio na atmosfera.

    No caso da biodiversidade, por exemplo, este limite seria menos de 10 extines para cada um milho de espcies por ano,porm hoje o registro de mais de 100 extines.

    Segundo os pesquisadores, ultrapassar essas fronteiras no resulta em desastres imediatos, j que elas foram estabelecidoscom alguma margem de segurana. Entretanto, se continuarmos nesse caminho veremos efeitos como a desestabilizao dascalotas polares, a formao de grandes reas sem vida, mudanas nas mones africanas e indianas e inclusive a transformaoda Amaznia em uma enorme savana, declarou Rockstrom.

    Os autores, no entanto, ressaltam que o estudo no um mapa completo para o desenvolvimento sustentvel, mas que elefornece elementos importantes para a identificao dos limites crticos do planeta.

    Ns estamos propondo essas noes para que sejam discutidas pela comunidade cientifica. Esperamos que o debate ao redordo aquecimento global se amplie, porque no so apenas os gases do efeito estufa que ameaam o equilbrio do planeta.Existem muitos outros sistemas, que interagem entre si, ento ultrapassar uma fronteira pode resultar na desestabilizao detodas, afirmou um dos coautores, Sander van der Leeuw, da Universidade do Arizona.

    Outro coautor, Will Steffen, da Universidade Nacional da Austrlia, explica que a humanidade est comeando a forar oplaneta para fora do estvel perodo do Holoceno, que teve incio h 10 mil anos e no qual a agricultura e a sociedadecomplexa floresceram. A expanso dos seres humanos pode agora enfraquecer a resilincia do Holoceno, que sem a nossainterferncia continuaria por mais milhares de anos.

    Ns estamos entrando agora no Antropoceno, uma nova era geolgica na qual nossas atividades esto ameaando acapacidade da Terra de regular a si mesma, afirmou Steffen.

    Controvrsia

    Sete crticos independentes convidados pela revista Nature para analisar o estudo, concluram que, de uma forma geral, os

  • 20/05/2015 Limitesdoplanetajforamextrapolados,dizestudo

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    nmeros apresentados no so um consenso ou muito menos fatos comprovados. Porm, eles consideram a idia de limitesinovadora e dizem que pode ajudar as pessoas a verem melhor os problemas ambientais e climticos como um todo.

    Por exemplo, o presidente do Instituto Cary de Estudos de Ecossistemas, William Schlesinger, questionou o limite donitrognio, que teria sido traado de uma forma arbitrria.

    J Steve Bass, do Instituto Internacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento, afirmou que o limite de solo reservado para aagricultura, que de acordo com a pesquisa deve ser de 15%, pode facilmente tambm ser estabelecido em 10% ou 20%,dependendo do ponto de vista.

    As formas escolhidas para mensurar os limites tambm foram questionadas. Para a climatologista da Universidade de OxfordMyles Allen, as emisses de CO2 deveriam ter sido contadas de forma diferente. Por sua vez, o diretor do Museu de HistriaNatural dos Estados Unidos, Cristian Samper, afirmou que a perda de famlias taxonmicas muito mais relevante que a perdade espcies.

    Peter Brewer, do Instituto de Pesquisas do Aqurio da Baia de Monterey, nos EUA, questionou a relevncia deste tipo detrabalho. realmente til criar uma lista de limites ambientais sem sugerir planos para como se manter dentro deles? Sem oreconhecimento do que seria necessrio econmica e politicamente para evitarmos ultrapassar essas fronteiras, este estudopode apenas servir como mais um instrumento para assustar a sociedade.

    Os autores do estudo concordaram que no respondem como manter a humanidade dentro dos limites e isto um pontoinsatisfatrio do trabalho. Porm reforam a importncia em chamar a ateno para questes que vo alm da to faladaemisso de gases do efeito estufa.

    A questo reconhecer o problema por completo e, ento, introduzir medidas polticas que faam da comunidadeinternacional a guardi desses limites. No podemos focar apenas nas mudanas climticas, precisamos de aes para osoceanos, biodiversidade, recursos naturais etc, conclui Rockstrom.

    *CrditoImagem: Stockholm Resilience Centre

    (Envolverde/CarbonoBrasil)

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