View
4.979
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Quando a 2ª Grande Guerra terminou, as ditaduras dos países da Europa Ocidental foram sendo substituídas pelas democracias.
Apesar deste facto, em Portugal o regime do “Estado Novo” não acabou.
O atraso económico:Para o atraso económico e o isolamento internacional de Portugal durante o Estado Novo contribuíram:
• A recusa da ajuda do Plano Marshall e renúncia ao investimento estrangeiro;
• A falta de investimento por parte do governo;
• A permanência da agricultura como principal atividade económica, embora atrasada e pouco produtiva;
• A falta de mão-de-obra qualificada, a taxa elevada de analfabetos e a população pouco dinâmica.
No final da década de 1950, criaram-se os “Planos de Fomento Nacional” e Portugal aderiu à EFTA-Associação Europeia de Comércio Livre.
Os planos levaram a um pequeno desenvolvimento das indústrias química e metalúrgica e à construção de infra- estruturas, como barragens hidroelétricas e centrais termoelétricas.
A adesão à EFTA levou à liberalização da economia portuguesa e a uma abertura face ao investimento estrangeiro em Portugal.
Apesar do mínimo desenvolvimento na década de 1950, Portugal não recuperou todo o atraso da economia.
A maior parte da população acabou por emigrar para o estrangeiro ou por partir em direção às cidades.
O Grande Surto de Emigração foi na década de 1960.
A população começou a emigrar devido ao atraso económico do país, às guerras coloniais e aos baixos salários em Portugal (comparados com os de outros países europeus).
Os principais destinos escolhidos eram países com níveis mais elevados de industrialização:
• França
• Alemanha
• Suíça
• Holanda
• Luxemburgo
A emigração teve benefícios, como o envio de divisas para Portugal, mas também teve aspetos negativos, como o grande número de jovens que saíram do país e que poderiam ter contribuído para o seu desenvolvimento.
O Movimento de Unidade Democrática (M.U.D.) constituiu o primeiro movimento geral de oposição democrática ao regime salazarista.
Este movimento, inicialmente tolerado pelo regime, que reunia comunistas, republicanos, socialistas e independentes, foi considerado ilegal em 1948 e os seus membros perseguidos.
Na eleições presidenciais de 1949, a oposição democrática reconstituiu-se e propôs Norton de Matos como candidato à Presidência.
Salazar não satisfez as suas exigências , pelo que Norton de Matos desistiu da sua candidatura, facilitando assim a vitória do candidato do regime, General Óscar Carmona.
Norton de Matos reivindicava liberdade, eleições justas e fiscalizadas pela oposição.
O grande momento de oposição surge em 1958, com a candidatura do General Humberto Delgado, apoiado pela oposição e por grande parte da população.
Contudo, foi o Almirante Américo Tomás, candidato do regime quem ganhou as eleições.
A oposição considerou que houve fraude eleitoral.
Em 1955, Portugal juntou-se à ONU, que aconselhou o nosso país a dar a independência às colónias africanas.
Os movimentos de independência e a guerra colonial:
Salazar recusava a independência das colónias e como consequência dessa recusa, formaram-se movimentos de libertação, que levaram às guerras coloniais.
O isolamento do país fez com que se verificasse um atraso no desenvolvimento económico, social e cultural.
A guerra colonial em África têm início em Angola, em 1961, com a luta armada desencadeada pelos movimentos nacionalistas.
No mesmo ano, a União Indiana ocupa os territórios portugueses na Índia.
Esta luta armada irá estender-se aos vários territórios coloniais portugueses, devido à recusa da descolonização por parte do Estado Novo.
A guerra colonial provocou:
• a morte ou incapacidade permanente de milhares de jovens;
• Despesas militares incalculáveis ;
• o isolamento internacional do regime Salazarista;
• a queda do regime em 1974.
Salazar, que morreu em 1970, foi substituído por Marcello Caetano no ano de 1968, devido a um acidente doméstico, que o deixou incapacitado para o exercício do poder.
Marcello Caetano empreendeu algumas reformas liberais:
Abrandou a ação da PIDE e da censura.
Autorizou os exilados políticos a regressar ao país.
Desenvolveu a ala liberal, constituída por vários deputados (como Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, entre outros), que desenvolveram uma atitude crítica durante a sua legislatura.
O Marcelismo:
O M.F.A - Movimento das Forças Armadas:
As dificuldades económicas, a falta de liberdade e a guerra colonial conduziram a maioria da população portuguesa, incluindo largos setores das forças armadas, ao descontentamento.
Tanto a recusa de Salazar, como posteriormente a de Marcello Caetano, em solucionar politicamente o problema da guerra colonial, levou à criação, dentro do próprio exército, de um movimento liderado por capitães e majores.
Estava assim formado em 1973, o Movimento das Forças Armadas (M.F.A.), também conhecido por movimento dos capitães.
O M.F.A - Movimento das Forças Armadas:
Este Movimento planeou um golpe de Estado que tinha por objetivos Este Movimento planeou um golpe de Estado que tinha por objetivos derrubar o regime de Estado Novo e criar condições para a resolução do derrubar o regime de Estado Novo e criar condições para a resolução do problema colonial.problema colonial.
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, o MFA, apoiado por militares de todo o país e liderado pelo major Otelo Saraiva de Carvalho, empreendeu uma revolução que pôs fim ao Estado Novo.
Esta revolução caracterizou-se por ser pacífica e rápida. Américo Esta revolução caracterizou-se por ser pacífica e rápida. Américo Tomás, Marcello Caetano e alguns ministros foram presos e mandados Tomás, Marcello Caetano e alguns ministros foram presos e mandados para o exílio. para o exílio.
Foi nomeada uma Junta de Salvação Nacional, por parte do MFA, onde o general António de Spínola foi escolhido como Presidente desta Junta e designado Presidente da República.
Democratização da Sociedade Portuguesa:Democratização da Sociedade Portuguesa:
Chegava, assim, o fim da ditadura Chegava, assim, o fim da ditadura salazarista e marcelista. A Revolução de salazarista e marcelista. A Revolução de 25 de Abril inaugurava um novo regime, 25 de Abril inaugurava um novo regime, tomando-se medidas para a tomando-se medidas para a democratização da sociedade democratização da sociedade portuguesa.portuguesa.
Medidas tomadas para a democratização Medidas tomadas para a democratização da sociedade portuguesa:da sociedade portuguesa: Libertação dos presos políticos;Libertação dos presos políticos; Abolição da censura;Abolição da censura; Desmantelamento das estruturas repressivas e dos órgãos de apoio ao Desmantelamento das estruturas repressivas e dos órgãos de apoio ao
anterior regime (PIDE, Legião Portuguesa e outros);anterior regime (PIDE, Legião Portuguesa e outros); Autorização do regresso dos exilados políticos ( entre os quais Mário Autorização do regresso dos exilados políticos ( entre os quais Mário
Soares e Álvaro Cunhal)Soares e Álvaro Cunhal) Início do processo de independência das colónias;Início do processo de independência das colónias; Organização de eleições livres para formação de uma Assembleia Organização de eleições livres para formação de uma Assembleia
Constituinte, que iria elaborar e aprovar uma Nova Constituição da Constituinte, que iria elaborar e aprovar uma Nova Constituição da República.República.
Recommended