View
391
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 1/43
Manual da HortaOrgânica e Pedagógica
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 2/43
Manual da HortaOrgânica e Pedagógica
Esse material é fruto da experiência entre estudantesda Universidade Federal de São Carlos e de três turmas
de 7° ano da EMEB Arthur Natalino Derigge, localizada
na região sul da cidade de São Carlos-SP, durante aimplementação de uma horta orgânica e pedagógica nas
de pendências desta escola no ano de 2007.
Agradecemos a todos que contribuíram para queesta vivência fosse possível, em especial ao coordenador
do projeto municipal de horta Luiz Valilo, àscoordenadoras da escola Maria do Carmo e Ana Maria,
aos Professores Roberto e José Luís, ao Diretor Osvaldodos Santos, aos amigos Jonas, Tiê, André, Eduardo e
Sônia, ao pessoal da cozinha e a todos os professores que
cederam suas aulas.
Professora Responsável: Ana Luiza Perdigão
Estudantes: Amanda Regis Faro, Ana Paula Ghilardi,
Felipe Noronha, Fernanda Tibério, Gabriele Nigra
Salgado, Giovane de Oliveira, Júlia da Silva Vilela, Máirade Oliveira Maia.
Ilustrações: Aline Ghilardi
Apoio:
Índice1. Apresentação...........................................51.1 Como utilizar este material............................62.Sensibilizando os participantes..........................8
2.1Todo Projeto precisa ter um começo certo?..92.2 Sensibilizando os estudantes.........................133 Conhecendo os solos e as necessidades dasplantas.................................................................173.1 Valorizando a Terra........................................183,2 Necessidades das plantas..............................224. Conhecendo o ciclo da matéria......................274.1 Entendendo a floresta...................................284.2 Começando a falar de lixo............................304.3 Trabalhando a compostagem na escola.........405. Construíndo a horta orgânica .......................475.2 Materiais necessários para a horta...............495.3 Escolha do terreno........................................515.4 Capina............................................................525.5 Preparo do solo..............................................53
5.6 Construção dos canteiros.............................556. Cotidiano da horta..........................................566.1 O que plantar.................................................577. Animais da horta.............................................728. Cuidados diários..............................................769. Colheita...........................................................7810. Encerrando....................................................80
11. Bibliografia.....................................................83
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 3/43
“Horta se parece com filho. Vai acontecendo aos
poucos, a gente vai se alegrando a cada momento,
cada mom ento é hora de colheita. Tanto o filho
quanto a horta nascem de semeaduras. Semente,
sêmen: a coisinha é colocada dentr o, seja da
mãe/mu lher, seja da mãe/terra, e a gente fica
esperando, pra ver se o m ilagre ocorreu, se a vida
aconteceu”.
De Rubem Alves, A Horta – O quarto, Papirus 1995
1. APRESENTAÇÃO
A partir de experiências nascidas de uma horta
orgânica/pedagógica na EMEB Arthur Natalino Deriggi e
de alguns conhecimentos, disposição e espírito coletivo
da equipe que desenvolveu esta idéia,
foi concebido este material didático de
apoio pedagógico para educadores
interessados em um modelo de ensino
alternativo àquele já consolidado em
nossa sociedade e que privilegiuma visão fragmentada dos fenômenos da
vida!
Nós professores, somos indicados como
pessoas fundamentais para alterar essa visão a
partir de uma ressignificação do ensino para que outros
valores, perante a natureza e o meio ambiente, sejam
semeados às futuras gerações.
Dentro deste contexto, a horta no ambiente
escolar é uma proposta promissora por motivar a
aprendizagem, despertar ou reforçar valores e atitudes
positivas em relação ao meio ambiente e a vida
5
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 4/43
favorecendo sua preservação. Possibilita ainda o
desenvolvimento de um trabalho multi e/ou
interdisciplinar entre os diferentes professores e suas
aulas.
Apesar das vantagens que o trabalho com a hortapode proporcionar, sua permanência nas escolas depende
fortemente do envolvimento de nós, professores que, de
maneira geral, encontramos dificuldades em associar o
conteúdo das aulas às atividades realizadas na horta.
Para dar suporte ao planejamento e
desenvolvimento desse tipo de trabalho, bem como proverorientações técnicas para a construção de uma horta
orgânica, surgiu a idéia de construirmos este material
didático.
1.1 COMO UTILIZAR ESTE MATERIAL
O material está dividido em tópicos que não são
regras a serem seguidas, apenas sugestões, já que
entendemos que o significado de cada conteúdo e a
relação com o currículo deve ser construído de acordo
com o contexto da escola, da turma, da série e das
disciplinas envolvidas no desenvolvimento do trabalho.
Os tópicos abordam métodos para sensibilização
de alunos e professores, conhecimentos sobre o solo,
necessidades das plantas, ciclagem da matéria, técnicas
para a construção da horta e dicas sobre o seu cotidiano.Incluimos também atividades que geralmente são
trabalhadas ao ar livre para transcender a sala de aula
convencional e que buscam inspirar maior integração
entre as disciplinas.
Uma dica para melhor aproveitamento deste
manual é a importância do trabalho de forma coordenadae cooperativa que propicie a oportunidade de integrar o
conhecimento em todas as disciplinas e em todas as
séries.
Bom, agora que estamos mais íntimos da proposta
deste material, esperamos que as nossas dicas e sugestões
sirvam como combustível para alimentar a esperança de
desenvolver um trabalho alternativo para um futuro
sustentável.
Mãos a obra!
67
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 5/43
2. SENSIBILIZANDO OS PARTICIPANTES
Iniciar uma atividade que fuja do modelo de ensino
convencional, muito utilizado até hoje, não é uma tarefa
fácil. Esse modelo de ensino pressupõe que o aprendizado
é passivo (professoraluno), com ênfase na mera
transmissão de informações descontextualizadas dos
fatos cotidianos, exigindo do aluno, na maioria das vezes,
a reprodução dessas informações. Cada vez mais esse
tipo de ensino irá se mostrar antiquado para a vida
moderna, que exige dos jovens a habilidade de resolverproblemas complexos, trabalhar em equipe, interpretar
textos e gerenciar o tempo.
Desta forma faz-se necessário trazer aos alunos
alternativas de ensino que busquem o aprendizado ativo,
contínuo, contextualizado e que explore, além de
conhecimentos, as suas habilidades e valores. Esse ensinodiferenciado pode proporcionar aos estudantes a
capacidade de sair da escola e enfrentar os problemas do
mundo.
2.1 Todo projeto precisa ter um começo, certo?
Ao iniciar um trabalho
coletivo, é preciso ter em mente
que somos todos diferentes, cada
um possui algo a acrescentar ao grupo
que se forma, possibilitando assim a
(trans) formação do (de) todo(s).
Nesse sentido, é importante identificar nesse
começo quais são as expectativas compartilhadas pelo
grupo diante do novo projeto: quais os anseios, as
mudanças que os mesmos buscam encontrar? Quais8 9
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 6/43
melhorias que aguardam e que alternativas o projeto
propõe?
Da mesma forma, é importante conhecer quais são
os fantasmas que serão enfrentados, os medos, as pedras
no caminho e para isso apresentamos a seguinte proposta.
Atividade Prática:
“Árvore dos sonhos”
É uma metodologia
proposta pela “Oficina do
Futuro” da Comissão de
Meio Ambiente e
Qualidade de Vida na
Escola ( ComVida) do
Ministério do Meio
Ambiente ( MMA) e
Ministério da Educação
( MEC), que possibilita essa discussão com os
participantes através de uma dinâmica rápida
e simples. Para realizá-la serão necessários:
mais ou menos 50 minutos para a discussão
papel pardo
papel sulfite
canetões coloridos (pincel atômico)
cola ou durex
tesoura
Com o papel pardo desenhe um tronco de
árvore com galhos, deixando um espaço em
branco na parte de baixo do papel. Recorte os
papéis sulfite em formato de folhas e/ou frutos.
Recorte ainda os papéis em formato de pedras.
Você pode amassá-las e dar um efeito
interessante.Essa dinâmica é realizada com os
professores, funcionários, coordenadores e a
direção da escola que realizará o projeto. Esse
passo pode se tornar um importante diagnóstico
inicial para a posterior avaliação do trabalho
coletivo.Reúna-os em roda e distribua as folhas e os
frutos, para que escrevam as expectativas acerca
do projeto. Podem ser frases ou até palavras que
expressem seus sentimentos. Peça para que cada
um exponha seus pensamentos aos outros
participantes, colando-os na árvore.10 11
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 7/43
Em seguida, distribua as pedras para que
escrevam as dificuldades que podem ser
encontradas e repita a exposição das idéias,
colando as pedras em baixo da árvore. Promova
então a discussão de como enfrentar as “pedras no caminho” para alcançar os r esultados
aguardados por todos.
2.2 Sensibilizando os estudantes
Existem diversas formas de iniciar o trabalho de
sensibilização dos estudantes, o que consideramos
importante é modificar o dia-a-dia deles, alterando a
rotina. Trabalhar em roda, por exemplo, é uma maneira
muito simples de mudar o cotidiano deles, tão
acostumados ao modelo vigente de carteiras enfileiradas.
Mas não é uma tarefa fácil. Muitos resistirão
bravamente a essa mudança, refletindo a cultura
estabelecida ao longo de séculos desta prática educativa.Inclusive, outra boa idéia é levá-los para fora da
sala, dar liberdade aos pássaros que querem voar.
Essa simples ação encoraja-os a
experimentarem o mundo com outros
sentidos, com o coração e a mente
numa nova e excitante aventura noconvívio com o mundo natural.
É importante que os estudantes
se sintam parte fundamental do projeto por isso
sugerimos que as atividades sejam construídas com eles,
sempre perguntando o que preferem e como gostariam de
fazer.
1312
IDÉIAS:
Você pode expor o resultado da oficina na
escola, pendurando-o na parede, por exemplo. Desenhar e recortar animais polinizadores,
como as abelhas, pássaros e borboletas, para que
representem os atores envolvidos no projeto.
Fazer a árvore com um tronco seco e colar as
folhas nele.
Usar papéis já utilizados para recortar as
folhas e pedras, assim estará dando um bom
exemplo de reutilização de materiais.
Essa mesma dinâmica pode ser realizada com
os estudantes para que apontem suas
expectativas em relação ao projeto.
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 8/43
Atividade Prática: Dinâmica da Teia.
O principal objetivo é
discutir com os participantes
a importância de um
trabalho coletivo.
Para realizá-la precisaremos de:
um rolo de barbante ou linha grossa
40-50 minutos
A dinâmica é realizada em roda, com
todos os participantes dispostos de pé, lado a
lado, de preferência no pátio ou na proximidade
do local escolhido para a horta. Uma pessoa dá
início à atividade. Segurando a ponta do
barbante, fala seu nome e alguma característica
sua (passa-tempos favoritos, esportes que gosta,
comidas, árvores e flores preferidos, etc.). Em seguida, arremessa o barbante para outra pessoa
da roda, que repetirá o procedimento. Quando
todos já tiverem se apresentado uma bela e
delicada teia interligada se mostrará.
O facilitador então pode propor a discussão
sobre cooperação e colaboração, elementos indispensáveis em qualquer trabalho coletivo.
Pode pedir para que alguém solte o barbante, e
outro e outro, mostrando como a teia fica
fragilizada quando algumas pessoas deixam de
fazer sua parte e como outras ficam
sobrecarregadas realizando funções alheias.
IDÉIA:
Peça para que os alunos dêem um
nome para o projeto e façam um
desenho que o represente. Apresente as
o ões ara a sala e decidam em
14 15
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 9/43
A Horta da
Escola
Quando todos participam, realizando as tarefas
a que foram designados, o objetivo fica cada vez
mais próximo de ser atingido e todos trabalham
de forma semelhante, sem pesar para um ou
outro participante. Aproveite para estimular a discussão e “ramificar” a conversa a partir dos
comentários feitos pelos estudantes, o que pode
ser uma importante ferramenta para conhecê-
los melhor.
Mural Uma atividade bem
legal de realizar com os
estudantes é a
construção de um mural
ativo do andamento da
Horta. Assim a escola inteira pode conhecer a Horta,mesmo não participando diretamente do projeto.
Podem descrever como construíram a Horta, quais
hortaliças foram plantadas, como eles utilizaram os
vegetais (na merenda, em uma feira, doações aos pais)
entre outros tópicos.
Esta atividade, trabalhada com crianças pequenas
pode estimulá-las a produzir textos próprios, praticando a
escrita, a leitura e desenvolvendo idéias. Além disso,
podem colorir e desenhar, expressar seus sentimentos em
relação ao trabalho realizado na Horta. É uma maneira de trabalhar a produção de texto, português e artes.
3. Conhecendo os solos e as necessidades das
plantas
Antes de iniciar a construçãoda horta, é interessante que os
estudantes valorizem a terra e reconheçam a importância
de um solo saudável para que nele cresçam plantas
vigorosas e, conseqüentemente, para que aqueles que
delas se alimentem também sejam seres saudáveis. É
importante também que tenham um contato com osprincipais tipos de solo e como eles se comportam em
relação à água. Além disso, conhecer as necessidades de
uma planta terrestre é fundamental para que se faça o
planejamento da horta e para que se tomem os
posteriores cuidados necessários a sua manutenção.
16 17
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 10/43
3.1 Valorizando a terra
Para entender a
importância de cuidar do solo é
necessário falar e demonstraras características da terra,
aguçando o olhar para
quebrar a monotonia de não perceber o chão onde se pisa
e por onde se passa. A sensibilização para uma mudança
de sentimento em relação a terra passa por um melhor
esclarecimento sobre o que ela é. Assim é importante estimular o uso dos sentidos
para um contato melhor e mais atento para este
componente natural que se apresenta com tanta
diversidade e é de fácil acesso.
A terra pode ter mais vida ou menos vida. Ela
precisa de cuidados para que não perca as qualidades
que possui. Quando não é agredida por adubos químicos
e agrotóxicos, e protegida da exposição direta ao sol e à
chuva, recupera sua fertilidade natural, oferecendo às
plantas que dele dependem as condições necessárias para
que se desenvolvam saudáveis e vigorosas.
É importante ressaltar a importância da vida do
solo. Os microorganismos, decompondo a matéria
orgânica (folhas, galhos, animais mortos, fezes etc.),
devolvem os nutrientes ao solo, disponibilizando-os às
raízes das plantas. Outro organismo muito importantepara a saúde do solo é a minhoca que, além de contribuir
para a decomposição e produção de húmus, areja o solo
ao construir seus túneis, permitindo que as raízes possam
respirar.
Atividade prática: Conhecendo os solos
Materiais necessários:
um copo de areia seca, um copo de argila seca
em pó e um copo de terra preta (de jardim)
três garrafas pets iguais com suas tampas
tesoura
água
1918
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 11/43
algodão
Procedimento
1. Recorte a parte superior das garrafas
igualmente
2. Faça um furo do mesmo tamanho nas três tampas, coloque uma bolinha de
algodão em cada uma e tampe
novamente
3. Encaixe a parte de cima da garrafa de
cabeça para baixo na parte inferior da
garrafa, como um funil.4. Encha cada funil com um tipo de solo
(mesma quantidade!). A figura a seguir
indica como deve ficar o experimento.
5. Coloque um copo de água em cada funil
e observe.
Trabalhando na sala de aula
Professor, você pode utilizar algumas questões como
estas para estimular o raciocínio dos estudantes:
Quais foram as diferenças observadas entre as
três situações?
Por que ocorreram essas diferenças?
A partir destes questionamentos pode explicar a
diferença no tamanho dos grãos de cada tipo de solo e
sua relação com a retenção de água: quanto menor o
espaço entre os grãos, como é o caso da argila (que
possui grãos muito pequenos), mais difícil fica passar a
água entre eles. No outro extremo temos a areia, que por
ter grãos bem maiores que a argila deixa a água passar
com maior facilidade entre eles. A terra preta, por sua
vez, apresenta grãos de tamanhos variados, indo de bem
pequenos para grandes, o que faz reter uma quantidade
de água um pouco maior que a areia e menor que a argila.
20 21
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 12/43
Mas como isso é possível?
3.2. Necessidades das plantas.
Uma planta terrestre necessita de água, do sol, de
ar e do solo para viver. É interessante estimular os
estudantes para que cheguem a essas conclusões e paraque identifiquem a importância de cada um desses
elementos para a plantinha.
Sol energia para a produção de carboidratos
(glicose) através da fotossíntese
Ar oxigênio para a respiração da planta e gás
carbônico para a fotossínteseSolo Fixação das raízes e fonte de nutrientes
Água Necessária para a formação da planta,
usada pela fotossíntese, transporte de substâncias,
solvente universal – indispensável para as reações
químicas que ocorrem nas plantas.
Os estudantes
podem fazer cartazes
com desenhos que
expliquem tais processos.
Desenvolvimento das plantas em diferentes solos
Você já percebeu que, apesar da grande
diversidade de ambientes encontrados no planeta Terra, a
grande maioria deles é habitado por plantas?
Elas habitam diferentes regiões, com
características únicas, como os pântanos, as florestas
úmidas, os lagos e os desertos, e, assim cada planta, em
seu ambiente adequado, consegue se desenvolver e viver
bem.
Se pararmos para observar um
cacto, planta típica de ambientes
desérticos, perceberemos que suas
folhas se transformaram em espinhos,
evitando assim a perda de água. Já umasamambaia, que vive em florestas úmidas onde a água não
é escassa, as folhas permaneceram vistosas e abundantes.
Estas características diferentes, particulares de
cada espécie de planta, são conhecidas como
adaptações e se desenvolveram ao longo de milhares de
anos, num processo conhecido como evolução. Por
21
22 23
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 13/43
Mas na horta, as plantas
também são adaptadas?
possibilitar que a planta vivesse bem em um determinado
ambiente, essas plantas foram bem sucedidas,
sobreviveram e por meio de sua reprodução transmitiram
suas características para as próximas gerações. Assim
muitas dessas características são observadas nas plantasaté hoje.
As hortaliças que comemos
caracterizam-se, em sua maioria, porestarem adaptadas a ambientes
ensolarados e com solos ricos em matéria
orgânica.
Após os estudantes estarem familiarizados com
este tema é interessante desenvolver uma atividade
prática para que eles consigam compreender o significadobiológico de adaptação .
Atividade Prática:
Plantio de sementes em diferentes tipos de solos.
Utiliza-se pelo menos dois tipos de solo,
areia e “terra da mata” (caracterizada por ser
rica em matéria orgânica) e dois tipos de
sementes que se desenvolvam sob cuidados
diferentes como o feijão e a alface.O feijão é uma planta que germina e se
desenvolve com maior facilidade em diferentes
tipos de solos suportando a escassez de nutrientes
por ter uma grande reserva em sua semente, já a
alface necessita de cuidados maiores. Ela pode
até germinar, a partir dos nutrientes armazenados na
semente, mas na
areia, por exemplo,
não haverá o
suficiente para que
ocorra o seu desenvolvimento completo.
Como a alface possui semente pequena,
planta-se pelo menos três em cada tipo de solo.
Para o feijão não é necessário mais que uma
semente.
24 25
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 14/43
Lembre-se de fazer alguns furos no fundo
do recipiente para a água não ficar retida
durante a rega, já que o encharcamento do solo
pode asfixiar as raízes e conseqüentemente
prejudicar a planta.Os alunos poderão acompanhar o
desenvolvimento das plantas pelo menos um dia
da semana medindo o seu tamanho e
verificando a existência ou não de folhas.
A discussão pode girar em torno das
diferenças no desenvolvimento de cada planta e como elas reagem aos diferentes tipos de solos em
que foram plantadas de acordo com a
adaptação de cada uma.
Idéias:
Reutilizar garrafas PET, caixas de leite, potes plásticos
para o plantio das sementes;
A atividade pode ser realizada em grupos, se não houver
material suficiente para cada aluno acompanhar as suas
plantinhas.
Trabalhando na sala de aula...
As necessidades de cada espécie
podem ser listadas pelos alunos para que
entendam que cada uma tem suas
particularidades e que os organismos de uma mesma
espécie se comportam de forma similar
Os organismos de uma mesma espécie devem ser
comparados para avaliar se há diferença entre eles no
tamanho, forma e/ou vitalidade. Os alunos podem discutir
por que as diferenças existem. O professor pode usar a
oportunidade para explicar sobre a individualidade de
cada organismo, sobre adaptação às condições daquele
local, sobre hereditariedade, seleção artificial, entre
outros temas que lhe ocorrer.
4. Conhecendo o ciclo da matéria
Como disse Lavoisier, “na natureza, nada se cria,
nada se perde, tudo se transforma”. É assim que a grande
mãe Terra se mantém viva há milhares de anos, ou seja,
reciclando sua matéria. Na natureza, antes do homem e
suas invenções, não existia o lixo. Tudo no meio natural é
26 27
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 15/43
naturalmente reciclável – é só pensarmos numa simples
matinha e veremos que as folhas, galhos, plantas e animais
que morrem não viram um “lixo”, um problema para a
floresta, mas sim voltam a terra, serão decompostos e
adubarão o solo para que outras plantas venham a nascernele.
Assim, nesse tópico, trataremos da dinâmica
natural de uma floresta, a qual permite sua
sustentabilidade ao longo do tempo; da questão do lixo,
que nos permite perceber como nos excluímos dos ciclos
naturais e as conseqüências disso para o ambiente e para
a sociedade e da compostagem, a qual nos permite
reciclar a matéria orgânica de forma semelhante a que
ocorre naturalmente numa floresta.
4.1 Entendendo a floresta...
Uma floresta pode até parecer um amontoado de
árvores que estão lá há muito tempo. Está tudo quietinho
lá dentro, no máximo alguns animais andam ou voam pra lá
e para cá. Mas é um grande engano pensar assim! Malsabemos nós o tanto de coisa que está acontecendo o
tempo todo para que uma comunidade destas sobreviva
sozinha por muitos anos. Ninguém precisa ir até a floresta
adubar seu solo para que grandes árvores nasçam e todos
os animais consigam se alimentar.
Mas como isso é possível? A todo o momento
animais morrem, folhas e galhos caem, árvores morrem e
todos vão para o solo. E o que vai acontecer? Os
inúmeros decompositores – bichinhos do solo dos mais
diversos tipos (minhocas, pilohos de cobra, tatu-bola,
etc), bactérias e fungos – irão se alimentar dessa matéria
orgânica e o produto disso será um “adubo” para o solo.
Assim funciona a natureza, em ciclos: as plantas
usam os nutrientes do solo para crescerem, mas este
nunca fica pobre, pois outras plantas e animais, quando
decompostos, fazem com que esses nutrientes retornem a
ele. Como já dissemos a matéria não pode ser criada nem
destruída!
2928
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 16/43
O que é lixo? O que
fazemos com ele?
Humm...
Jogamosfora?
A natureza sabe desde sempre como reciclar, e dá
certo! Nós só precisamos aprender com ela. Para isso
falta olharmos com mais atenção, pois temos muito que
aprender.
Podemos, então perceber que não existe “lixo”numa floresta, apesar de algumas pessoas considerarem as
folhas secas de seus jardins como tal, sem perceber a
importância desta matéria orgânica para o
enriquecimento do solo.
Mas então, por que nós, seres humanos, temos
tanto problema com nosso lixo? Que tal começarmos a
trabalhar um pouquinho com essa questão?
4.2 Começando a falar de Lixo
Uma idéia inicial é trabalhar o conceito de lixo
com os alunos. A discussão pode ser feita com toda a sala
ou então a dividindo em pequenos grupos, os quaisposteriormente poderão apresentar suas conclusões para
o restante. Cabe ao professor orientar o
caminhar da discussão, o que pode ser
feito a partir de algumas perguntas de
estímulo.
“Jogar fora” é uma resposta muito comum para
esse tipo de pergunta. Mas o mais importante é
questionar o que é esse “fora”, onde ele fica, ou seja, qual
o destino do lixo que produzimos!
3031
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 17/43
Atividade prática:
Conhecendo o destino do lixo
Peça para seus estudantes realizarem uma
pesquisa sobre o destino do lixo em sua cidade, se é lixão, aterro, se tem coleta seletiva ou não.
Após este estudo, agende uma visita ao
local de destino do lixo da cidade. Lembre os
estudantes de usarem roupas adequadas no dia
da atividade – calças compridas e sapatos
fechados.Peça aos estudantes que anotem suas
impressões da visita, o que sentiram de estar lá,
quais as sensações que tiveram, etc. Peça também
que descrevam o local e anotem os principais
itens observados no lixão.
Trabalhando na sala de aula.
Depois da visita, os estudantes podem começar a
trabalhar as possíveis soluções para o grande problema
que é o lixo. É interessante estimulá-los a pensar em
soluções, o que pode ser feito em pequenos grupos de
“Fora” é um lugar que existe!
“O que os olhos não vêem o coração não
sente”, já dizia o ditado. Com o lixo é assim mesmo. É
muito fácil para a gente jogar ele “fora”. O problemaé que esse lugar, o “fora” existe no mundo, e em geral
é sempre fedido, e muito sujo. Jogamos “nosso lixo”
“fora”, mas para algum lugar ele vai. Não nos
preocupamos muito com o que botamos num cestinho
de lixo, já que ele vai pra bem longe e não ficará aoredor de nossa casa.
É importante saber, no entanto, que muitas
vezes “nosso lixo” vai pra perto da casa de outros,sejam de humanos ou de animais e vegetais que
passam a se prejudicar pelo nosso conforto. Além
disso, os problemas não chegam somente para aqueles que estão perto do lixo, mas indiretamente para
toda a sociedade a partir de diversos tipos
poluição (do ar, água e solo), por exemplo.
32 33
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 18/43
trabalho, os quais podem posteriormente apresentar suas
propostas para a sala.
Importante também é focar a atenção dos
estudantes na causa do problema, gerando discussões
sobre o consumo desenfreado da atual sociedade, aspropagandas (é legal trabalhar com revistas!), a baixa
durabilidade de produtos, as embalagens descartáveis e
as retornáveis, a criação da necessidade de coisas que
não são essenciais para nossa existência, etc. Assim pode
se introduzir o conceito e importância dos 3-Rs – Reduzir,
Reutilizar e Reciclar.Não se esquecer de destacar a
importância da ordem dessas ações, ou seja:
Os estudantes podem fazer cartazes, teatros,
palestras e outras intervenções que estimulem o restante
da escola e da comunidade do entorno a praticarem os 3-
Rs. Coloque como desafio fazer uma campanha que
utilize o mínimo de materiais novos. Mostre como é
possível a reutilização de outros materiais já utilizados
pela escola e pelos alunos quando usamos a criatividade.
Assim, o mínimo de lixo será produzido!
Discutir com os estudantes o que é a reciclagem. Você pode pedir para que definam o que é reciclagem e
se acham que é importante. Buscar o conhecimento sobre
as ações da prefeitura da cidade que estão colaborando
com a reciclagem, como as cooperativas de catadores e
as usinas de reciclagem que podem existir na cidade.
Trabalhar também a valorização desse tipo de ocupação,
a qual infelizmente ainda é vista com desprezo pela
sociedade.
Para trabalhar com a matemática, podemos pegar
dados da produção de lixo por dia que existe na cidade.
São Carlos, por exemplo, produz em média 136 toneladas
de lixo todos os dias (Dados da Prefeitura Municipal).
Tendo em mãos também o número de habitantes da
cidade (cerca de 218.000), os estudantes podem fazer
cálculos de quanto lixo cada habitante produz em média
por dia, quanto lixo a cidade produz por ano e o volume
ocupado por todo esse lixo. O professor pode estimulá-
los a fazer proporções, gráficos, tabelas, estimativas e
O mais importante é reduzir nosso consumo para
reduzir o lixo produzido. Em seguida, reutilizar
tudo que for possível antes que vire “lixo”. Quando
algo não puder mais ser reutilizado, devemos
verificar se é feito de material reciclável e em caso
positivo, enviá-lo para Reciclar.
34
35
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 19/43
cálculos de acordo com as necessidades curriculares,
basta usar a criatividade!
Conhecendo o nosso lixo
Alguns dias antes dessa atividade, você pode pedir
que os estudantes descrevam o lixo de suas casas quantoao tipo de material que o compõe: papel, plástico, metal,
vidro, orgânico, etc. A participação do professor também
é muito importante, assim vocês também podem fazer o
mesmo em relação ao lixo de suas casas. Para facilitar, é
bom que levem consigo uma ficha orientando a
observação, como no exemplo a seguir:
- O que você mais observa sendo jogado no lixo?
- Há muitas embalagens? Qual o material dessas
embalagens (plástico, papel, isopor, etc.)?
- Há muita matéria orgânica* (restos de comida,
casca de frutas, legumes, casca de ovo, etc.) nesselixo?
- Quantos sacos de lixo são produzidos em sua casa
em “x” dias? (E quantas pessoas há na família?)
*É importante trabalhar com os alunos o conceito de
matéria orgânica antes de pedir que façam a observação.
Com esses dados em mãos, podemos discutir a
composição do nosso lixo e o que pode ser feito com
cada tipo de material – reciclável (papel, plástico, vidro),
orgânico (restos de alimentos, cascas de frutas, legumes,
restos de poda, etc.) e não reciclável (plásticos laminados,
papel higiênico sujo, isopor, etc.).
De tudo que o brasileiro “joga fora”, cerca de 60%
é composto por matéria orgânica, que também é chamada
de “lixo orgânico”. Isso significa que mais da metade do
que jogamos no lixo é composto por restos de alimentos,
Dicas:
Em São Carlos existe um grupo, o Sacoleco, quebusca promover a diminuição do consumo de sacolas
plásticas através do uso de sacolas duráveis. O
professor pode obter maiores informações no sitehttp://www.ramuda.org e trazer essa idéia para que seja
multiplicada dentro da escola e na comunidade.
É uma ótima proposta de projeto ambiental quepode ser desenvolvido pelos estudantes nos bairros
onde vivem.
36
37
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 20/43
O que fazer com todo esse
lixo orgânico?
Mas... o que é uma
composteira?
alimentos estragados, verduras, cascas de frutas,
legumes, podas, etc.
Todo esse material pode
facilmente retornar a natureza
como um tipo de adubo
através da ação de organismos
decompositores. Infelizmente
esse lixo fica misturado a
materiais recicláveis e não
recicláveis nos lixões e aterros, onde fica enterrado e
conseqüentemente decompondo-se sem oxigênio, gerando
gases mal cheirosos e eliminando substâncias como o
chorume, um líquido escuro e com alta carga poluidora,
resultado da fermentação e decomposição biológica da
parte orgânica do lixo e outros resíduos sólidos.
Uma solução para este problema é separarmos o
“lixo” orgânico e colocarmos numa composteira, que pode
ser feita em nossa própria escola e em casa.
É um lugarzinho reservadopara a deposição do material
orgânico que separamos de
nosso lixo. Ela pode ser feita
em diversas condições: No chão, numa caixa de frutas,
num buraco. Até num apartamento dá para ter uma
composteira se soubermos cuidar dela direitinho.
O processo de compostagem pode servir como um
grande laboratório num espaço bem pequeno, uma vez
que nela ocorrem vários processos biológicos. Além disso,
inúmeros assuntos giram em torno desse processo, de
forma que os estudantes possam ser estimulados a
discuti-los, a promover mudanças em seus hábitos e até
semear essas mudanças em sua casa e comunidade.
Dica: Essa grande quantidade de matéria orgânica
do lixo brasileiro pode gerar produtivas discussões
sobre o desperdício de alimentos no nosso país.s
38
39
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 21/43
4.3 Trabalhando a compostagem na escola
Tópicos para iniciar a discussão:
- O que acontece com uma fruta que cai na terra e
fica lá alguns dias? (Se possível é legal acompanhar esse
processo e fazer o experimento com um material de
rápida decomposição, como uma banana sem casca, ou
outra fruta. Picá-la pode otimizar o processo )
- O que é apodrecer?
- Como a fruta “some” depois de algum tempo?
A partir desses questionamentos o professor pode
explicar o que acontece com a matéria orgânica morta – a
decomposição. É importante entendermos que ela
acontece a partir da ação dos organismos e
microrganismos decompositores presentes no solo e que
estes precisam de água e ar para que façam uma boa e
rápida decomposição. Após se alimentarem desse material
orgânico, esses animais devolvem à terra os nutrientes
que haviam nesse material.
Para que uma composteira funcione bem ela
precisa ter as condições ideais para que os
decompositores vivam lá dentro. Assim como nós, esses
seres precisam de alimento, mas a fonte de alimento
desses seres é a matéria orgânica morta. Logo, podemos
alimentá-los com nossos restos de alimentos, cascas de
frutas, legumes, etc.
Eles também precisam de ar, pois respiram comonós. Por isso é importante, de tempos em tempos, revirar
a pilha de composto para que o ar entre e os nossos
microamigos possam respirar. Isso evita o mau cheiro, pois
este é resultado da liberação de gases mau cheirosos por
decompositores específicos que conseguem viver em
condições anaeróbicas (sem oxigênio).
Por último, também precisam de água. A matéria
orgânica tem muita água naturalmente, mas se
percebermos que a composteira está muito seca é bom
regarmos um pouquinho.
Esses elementos são essenciais para os
microrganismos. Estes, ao consumirem a matéria orgânica,
devolvem os nutrientes que a compõe para o solo. Por
isso o produto final da composteira é um adubo orgânico-
um composto muito rico em nutrientes com cheirinho de
terra que pode ser utilizado numa horta, em canteirinhos,
no jardim, em vasos, etc.
40
41
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 22/43
Atividade Prática: Dinâmica para
entender o processo de compostagem.
Você vai precisar de:
Pedaços de papel (+ ou – metade de um sulfite)
Canetões
Tesouras sem ponta
Os estudantes devem se dispor em roda.
Cada um deverá segurar um papel (ou colá-lo
na camisa), no qual estará escrito o componente
do processo de compostagem que ele representa:
Alguns estudantes serão “ água”, outros “ ar”,
“ decompositores”, “ plantas” e alguns serão
nutrientes, como fósforo, Potássio, nitrogênio,
boro, manganês, etc. (para séries mais iniciais,
eles podem ser definidos apenas como nutrientes).
Esses nutrientes, inicialmente, estarão
agrupados, representando a matéria orgânica –
todos seguram um barbante, sem soltar,
formando uma roda. Isso é importante para que
os estudantes percebam que a matéria orgânica é
rica em nutrientes.
Os estudantes “planta” deverão chegar
perto da roda de nutrientes – matéria orgânica -
mas nada poderão fazer. Pedirão para dar as
mãos aos nutrientes (representando o ato de
absorção do nutriente pela planta), mas todas as mãos estão ocupadas segurando o barbante.
Chegam então os decompositores. Devem
tentar quebrar a matéria orgânica, mas não
conseguem. Os decompositores, então, dão as
mãos a uma “água” e a um “ar”, os quais, juntos,
conseguirão cortar os barbantes que prendem os nutrientes na matéria orgânica. O professor
deverá explicar a necessidade que os
decompositores têm de água e ar.
Os nutrientes liberados podem dar a mão
às “plantas”. O professor deverá explicar que as
plantas só conseguem absorver os nutrientes da matéria orgânica decomposta, quando os
nutrientes estão liberados no solo.
42
43
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 23/43
Como construir uma composteira na escola?
Como já dissemos, uma composteira pode ser feita
de diversas formas, de acordo com as possibilidades do
local e a quantidade de lixo orgânico produzida.
Se a escola tiver uma área de terra ao ar livre,
podemos fazer a composteira diretamente no chão, que
também é boa para grandes quantidades de matéria
orgânica. Se a escola produz pouco resíduo, podemos
fazer a composteira numa simples caixa de frutas.
A seguir descrevemos como fazer esse tipo de
composteira passo a passo, que é muito fácil de construir
com os estudantes.
Composteira em caixa de frutas
Você vai precisar de:
Uma caixa de frutas de madeira (com vãos entre as
madeiras)
Palha
Lixo orgânico (Cascas de frutas, legumes, restos de
verduras, cascas de ovos, borra de café, etc.)
Procedimento:
1. Coloque a caixa de frutas e local semi-sombreado,
aberto, de preferência sobre a terra;2. Forre o fundo da caixa com uma camada de palha;
3. Cubra a palha com o lixo orgânico;
4. Cubra novamente o lixo orgânico com a palha.
5. Molhar a composteira 1 ou 2 vezes por semana (só
quando não chover)
6. Revirar o composto com um garfo de jardim a cada 3
dias.
44
45
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 24/43
O que é uma horta
orgânica?
IDÉIA:
Agende uma visita à cozinha da escola. É muito
legal os estudantes conhecerem o local e as
pessoas que fazem o seu alimento. Podem,
então, conversar com os responsáveis pela
cozinha sobre a fonte dos alimentos; a
produção de resíduos e o desperdício de
alimentos. Podem então disponibilizar essas
informações para o restante da escola na forma
de cartazes, ou outros tipos de apresentações.
5. Construindo a horta orgânica
Antes de mais nada:
Quando dizemos que uma
horta é orgânica, queremos falar, na
verdade, que esta é feita sem o uso de
agrotóxicos e adubos químicos.
Dicas:
Nessa composteira podemos colocar lixo orgânico
diversas vezes, pois seu volume diminui bastante como passar dos dias. O lixo pode ser colocado todos os
dias, mas o importante é sempre o cobrirmos com
palha depois que o colocamos.
Quanto mais revirarmos o composto, mais rápido é
o processo de decomposição, pois isto permite que a
circulação do ar seja mais efetiva dentro do
composto, além de evitar o mau-cheiro.
Após encher uma caixa, devemos cobri-la com
palha e continuar revirando a cada 3 dias. Em cerca
de dois meses o composto estará pronto, com
cheirinho de terra e pronto para ser usado na horta!
Para uma composteira feita diretamente no chão,
o procedimento é semelhante: palha / lixo orgânico/
palha/ lixo orgânico/ palha... É bom fazê-la num
cantinho, ou encostada numa parede, o que facilita
o processo de revirar.
46
47
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 25/43
Mas...então os agrotóxicos e adubos
químicos não são bons?
Agrotóxicos são substâncias que foram criadas na
tentativa de defender a agricultura contra insetos que
atacam as plantações. Adubos químicos são minerais que
são adicionados ao solo ou às plantas para que cresçam
mais e de forma mais rápida.
Aparentemente eles
são bons, mas isto é um engano!
Os agrotóxicos são
venenos que não matam apenas os
insetos indesejados, mas também
os animais que naturalmente se
alimentam dessas plantas. O resultado disso é um
ecossistema desequilibrado! Além disso, esses agrotóxicos
acabam por selecionar as pragas mais resistentes, fazendocom que seja necessário, cada vez mais, aumentar as
doses ou aplicar venenos mais fortes!
Esses venenos ficam nos alimentos que ingerimos e
acabam no nosso organismo, podendo causar sérias
doenças.
Mas não somos somente nós, seres humanos, que
ficamos doentes, o planeta também. Esses agrotóxicos, e
também os adubos químicos, são facilmente levados pela
chuva ou por irrigação, atingindo rios e lençóis freáticos,
envenenando a água que bebemos e outros animais que também dependem dela.
Apesar disso, os nutrientes encontrados nos
adubos químicos também são encontrados nos compostos
da natureza. A diferença é que esses nutrientes são
disponibilizados aos poucos, através do processo de
decomposição de folhas, restos de frutos, galhos, etc.
Dessa forma os minerais se tornam mais difíceis de serem
carregados pela água.
5.2 Materiais necessários na Horta:
As ferramentas são importantes
companheiras no processo de construção e
Então...consumindo
alimentos orgânicos, estamos
fazendo um bem para a nossa
saúde e para o planeta também!
48
49
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 26/43
manutenção da horta. São elas que
estão sempre ali conosco, facilitando
tarefas que levaríamos muito tempo
para fazer só com as mãos. Por esse
motivo, é importante guardarmos umlugarzinho especial para elas, onde fiquem cobertas e
protegidas. Também é bom criarmos o hábito de sempre
guardá-las no lugar certo, para que elas não se espalhem
por aí e fiquem perdidas.
A seguir, algumas ferramentas básicas necessárias
para a construção e o desenvolvimento de uma horta:
Enxada
Enxadão
Cavadeira
Pá
Mangueira
Regador
carriola
Pázinha e Garfinhos de jardim
Rastelo
Garfão
5.3 Escolha do terreno
Ao olhar para um espaço de terra é importante
perceber como está o mato, qual a cor do solo, tocá-lo e
cheirá-lo para notar a existência de matéria orgânica,
microorganismos, etc. A característica do solo da escola geralmente é semelhante à da região onde ela se localiza.
Assim uma pessoa do bairro que conheça essas
características pode dar boas informações de como
cultivá-lo bem.
Outros aspectos importantes na observação do
local é a incidência de sol em boa parte do dia, e aexistência de alguma fonte de água, que geralmente é a
torneira, nas proximidades do local.
O vento pode prejudicar a horta porque faz com
que o solo perca água rapidamente, prejudicando o
desenvolvimento das plantas. Portanto um local abrigado
do vento é recomendável, mas pode-se também construir
um quebra vento, uma barreira feita com arbustos como
feijão Guandú, que irá reduzir a incidência do vento.51
50
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 27/43
È preferencial que o espaço seja plano, se não
houver uma área plana é importante que se faça os
canteiros obedecendo às curvas de nível, para evitar que
a chuva ao cair sobre o solo escoe com velocidade,
causando erosão. Curva de nível é um sistema de cultivo, que segue a altitude da região em questão. As curvas
ajudam a reter os elementos solúveis do solo, permitindo a
intensificação da produção.
Estes itens são cruciais para a escolha do local,
pois podem inviabilizar a existência da horta orgânica
visto que a qualidade da terra sempre pode ser
melhorada.
5.4 Capina
Deve ser tirado o mato somente no espaço onde
será construída a horta e no caminho para
chegar até ela, o restante do mato que pode
haver no terreno poderá ser útil para
conter a velocidade da água da chuva,
evitando erosões no local, além de
proteger o solo da incidência direta de
sol, que a deixa muito seca. O mato cortado servirá como
palha para proteger o solo.
5.5 Preparo do solo
Depois de carpido o solo fica exposto, o que é
ruim, pois perde muita umidade, matando a micro vida.
Deve-se o quanto antes recolocar a cobertura de palha.
Para preparar o solo propomos acrescentar os seguintes
elementos distribuídos em três camadas:1) Cal: Polvilhar uma camada de cal para
agricultura, que irá corrigir a acidez da terra (a
recomendação é importante pois a grande maioria dos
solos brasileiros é ácida).
2) Adubo orgânico: O composto ou o esterco
curtido devem ser usados para nutrir a terra, deve-se
espalhar uma camada de adubo (quanto mais pobre for o
solo mais adubo deve ser colocado). Como dissemos
acima, não recomendamos o uso de adubos químicos
como forma de preservar tanto nossa saúde como a do
ambiente.
52
53
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 28/43
3) Palha: por último cobre-se a terra com bastante
palha para conter a umidade e servir como matéria
orgânica para decomposição.
É bom deixar a terra descansar por mais ou menos
quinze dias, é necessário manter a umidade do solo e senão estiver chovendo é bom aguar a terra pelo menos três
vezes por semana. Assim proporcionamos um ambiente
favorável para o desenvolvimento dos microorganismos,
importantes para enriquecer a terra com matéria
orgânica.
Em caso de falta de espaço...
Se a escola não contar com espaço de terra disponível
para a implementação da horta, o cultivo de plantas pode
ser feito em vasos ou recipientes maiores como tambores,
caixas, etc. Estes devem estar furados em baixo para a
drenagem da água. As melhores plantas
para este tipo de cultura são as ervas
e saladas, dependendo da
profundidade dos vasos.
Para o plantio deve-se colocar no fundo do
recipiente um pouco de pedregulhos ou brita (para
facilitar a drenagem), uma terra de boa qualidade e
escolher uma bela mudinha para colocar. O vaso deve ser
proporcional ao tamanho da planta quando adulta. Alémdisso os vasos secam muito rápido, o que exige uma
grande quantidade de água.
5.6 Construção dos canteiros
São dois passos simples, mas um pouco mais trabalhosos. Depois de tirar a palha é preciso revirar
(afofar) a terra uns 30 cm de profundidade, misturando o
adubo com a terra. Com o solo fofo deve-se levantar os
canteiros com mais ou menos 30 cm de altura e 1 metro de
largura (se os alunos forem muito pequenos é preciso que
o canteiro seja mais estreito para que alcancem o meio
deste). 54
55
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 29/43
O comprimento depende do tamanho do
terreno disponível. Deve-se manter uns 40 cm de
distância entre um canteiro e outro para ser o
caminho. Por último o canteiro deve ser coberto
com uma camada de palha enquanto espera a
semeadura.
6. O cotidiano da Horta
Sendo professor, é possível que você não tenha
experiências como agricultor. Apesar disso, esta pode ser
uma ótima oportunidade para crescer junto com os
estudantes, aprendendo com a natureza a descobrir os
encantos de uma horta.
Só relembrando: uma vez semeada, a semente
precisará de água e luz para que possa germinar. O solo
precisa ser fértil para disponibilizar os nutrientes que a
plantinha precisará o que pode ser garantido pela
adubação orgânica. Para ter uma boa colheita, é
importante tomar alguns cuidados durante o plantio e
durante o crescimento das hortaliças. Algumas dicas
serão compartilhadas, mas o mais importante é observar
(SEMPRE!!), tanto o solo como as plantas.
Procure discutir com os estudantes o que vocês
farão com os produtos da Horta, assim eles começam a
desenvolver a habilidade de planejamento e tomada de
decisões.
6.1 O que plantar?
É um momento muito
interessante e deve ser
compartilhado com os
estudantes. Não fique restrito
às hortaliças. Em uma horta
podemos e devemos encontrar
flores e temperos, além das espécies
maiores, como as leguminosas e árvores. As flores
atraem os polinizadores e os temperos deixam a comida
mais saborosa. Busque também algumas plantas utilizadas
como medicamentos (chamadas plantas medicinais).
Cada uma possui características próprias, que
devemos conhecer para podermos escolher as espécies
mais apropriadas para a horta, de acordo com as
necessidades e possibilidades de cada escola.
56
57
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 30/43
Dicas:
Quando der início ao plantio, não se esqueça de
perguntar aos alunos se algum parente deles gosta de
plantar ou possui uma horta. Você pode pedir para ele
trazer sementes e mudas para plantar na escola. Peça para que os alunos pesquisem as plantas que
podem ser plantadas na horta ou aquelas que mais
despertam interesse neles.
Trabalhando na sala de aula: As sementes
possuem muitas cores, formas e tamanhos diferentes.
Aproveite essa característica da natureza e proponha
atividades antes de começar a plantar.
Eles começarão a se identificar com os vegetais e
perceberão que diferentes sementes produzem
diferentes plantas. EmCiências
, aproveite para
introduzir a noção de espécie.
Proponha uma pesquisa sobre o ciclo das plantas.
Como surgem as sementes? Qual o papel delas nesse
ciclo?
Distribua sementes de diferentes espécies. Peça para
que colem algumas em uma cartolina e que escrevam o
seu nome e utilidade. Vocês podem montar ainda
cadernos de receitas com as plantas da horta.
Se constar no currículo da escola o ensino de línguas
estrangeiras, trabalhe também o outro idioma.
Vocês podem produzir artesanatos, como colares ebrincos. Os índios usavam muitos colares. Em
História, pesquisem os costumes dos índios.
Vocês podem pesquisar a origem de cada planta, de
onde elas vêm e qual a história que elas trazem
consigo (muitas plantas estão relacionadas à vinda dos
imigrantes). A partir disso, você pode explorar tópicos
de geografia como localização geográfica, climas,
relevo, etc.
Algumas sementes são utilizadas também na
alimentação. Busquem saber quais são. Feijões,
castanhas, milho, sementes de Girassol, sementes de
abóbora. Pesquise os nutrientes que as sementes
possuem; conheça os grãos germinados.
Alguns fatores são importantes na escolha das
espécies, como o tempo de colheita, ou seja, o intervalo
de tempo entre o plantio e a primeira colheita. O
rabanete, por exemplo, é um exemplo de planta que pode
58
59
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 31/43
estimular o interesse dos estudantes, uma vez que em
somente 25 ou 30 dias está pronto para ser colhido. Já o
alho-poró precisará de 150 dias, aproximadamente. É
preciso adequar o tempo disponível para o
desenvolvimento dos trabalhos na horta e o tempo decolheita das hortaliças, para que a colheita não coincida
com o período de férias escolares.
As plantas são diretamente afetadas pelo clima. A
maioria das hortaliças, principalmente as de folha, se
desenvolve melhor durante o inverno, pois
não suportam temperaturas muito
altas. Entretanto há, durante o
verão, diversas outras que
podem ser plantadas.
Portanto é
importante conhecer a
estação de preferência de
cada planta antes de cultivá-la. Devemos estar cientes de
que a melhor estação para determinada espécie depende
da localidade em que se deseja plantar. A estação boa
para plantio deve variar entre as diferentes regiões do
país, devido a especificidade do clima de cada local.
Há ainda uma grande variação de tamanho entre as
hortaliças que podem ser cultivadas, algumas pequenas
como a cebolinha, outras nem tanto como a couve que,
se bem cuidada e escorada, pode ultrapassar 1,5 m de
altura. Logo, de acordo com a área disponível para ahorta escolhe-se o que plantar.
Algumas hortaliças são, quando jovens, muito
sensíveis à falta de água. Uma solução é plantá-las em
sementeiras, à sombra. As plantinhas devem ser
transferidas para o canteiro definitivo quando atingirem
de 8 a 10 cm de altura, tomando o cuidado de, ao
replantá-las, direcionar cuidadosamente a ponta da raiz
para baixo para facilitar o seu desenvolvimento.
60
61
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 32/43
IDÉIA:
Aproveite para reaproveitar materiais. Vocês podem
construir uma sementeira de caixa de ovos de
plástico ou isopor, fazendo pequenos furos na região
inferior de cada porta-ovos.
A escolha das espécies é um exercício bastante
valioso para os alunos, pois possibilita que analisem uma
situação real, considerando diversos fatores que
interagem entre si e que são fundamentais para o sucesso
da horta. É importante deixar claro que o sucesso da
horta depende do empenho, da participação e do
envolvimento de cada um.
Ao semear no canteiro,
observe as indicações de
espaçamento entre linhas e
profundidade da linha, além da
distância entre as sementes. Após o
crescimento das plantinhas, talvez
seja necessário fazer o desbaste de algumas delas se
estiverem muito próximas, pois poderá ocorrer
competição pela água, sol e nutrientes. Escolha aquelas
que estiverem maiores e mais fortes e mantenha-as no
canteiro. Retire as mais fraquinhas. Se elas foremretiradas com cuidado, poderão ser replantadas em outro
lugar do canteiro ou os alunos poderão levá-las para casa
para fazer experiências por lá.
Hortaliças
A tabela abaixo
apresenta as hortaliças mais
comuns e de mais fácil
cultivo. Além disso, apresenta
as características mais
relevantes no momento da
escolha.
62
63
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 33/43
Trabalhando na sala de aula…
Analisar a diferença existente entre as épocas de
plantio de cada planta e discutir a adaptação de plantas a
determinados climas e a distribuição geográfica dealgumas espécies.
Flores
As flores deixarão a horta
colorida e atrairão polinizadores e
pássaros. Além de embelezar a
vista, algumas flores podem ainda servirem de alimentos e
chás e de repelente para alguns insetos indesejados. A seguir, algumas dicas de flores para plantar no
jardim:
Calêndula Possui propriedades curativas. AS
flores são utilizadas em chás ou saladas.
Capuchinha Possui um efeito calmante. Utilizamos
as flores e talos em saladas.
NOME ÉPOCA DEPLANTIO
DIAS ATÉ OINÍCIO DASCOLHEITAS
ESPAÇAMENTOENTRE ASPLANTAS (cm)
ALFACE ANO TODO 80 20
ACELGA ANO TODO 70 30
ALMEIRÃO ANO TODO 40-50 25
BERINGELA OUT - FEV 100 50
BETERRABA ANO TODO 70-90 20
BRÓCOLIS ANO TODO 80-100 50
CEBOLINHA ANO TODO 50-60 15-20
CENOURA ANO TODO 90-120 12-15
CHICÓRIA ANO TODO 70-90 25
COUVE ANO TODO 60-90 40
COUVE-FLOR ANO TODO 80-120 50
ESPINAFRE ANO TODO 60-70 25-30
MOSTARDA ANO TODO 40-50 25-30
PEPINO OUT – FEV 50-70 50
QUIABO OUT – FEV 50-80 50
RABANETE ANO TODO 25-30 15
REPOLHO ANO TODO 90-120 40
RÚCULA SET – MAR 30-50 25-30
SALSINHA ANO TODO 60-80 30
TOMATE ANO TODO 90-120 40-50
64
65
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 34/43
Idéia
A secagem de flores e folhas permite a
classificação da espécie e pode virar uma bela obra
de arte. Estimule-os a buscar flores no bairro esecá-las em um jornal colocado em baixo de alguns
livros. Após duas semanas retire-as. Vocês podem
colar no mural da escola ou decorar o caderno dos
alunos.
Girassol Possui diversas vitaminas e atrai
pássaros. Utilizamos as sementes tostadas e
as pétalas em saladas.
Rosa A flor possui muita vitamina
C. É possível fazer geléias, chás esaladas.
Temperos ou condimentos
Algumas espécies são utilizadas como temperos no
preparo dos alimentos. Você pode plantar hortelã,
orégano, alecrim, manjerona, manjericão, entre outras. O
manjericão alcança um porte
relativamente grande. Deve,
portanto, ser podado quando
necessário.
Plantas Medicinais.
As plantas medicinais são utilizadas por
populações humanas de todos os continentes há séculos.
Algumas espécies ficaram conhecidas por sua ação
medicinal no tratamento de diversas doenças.
Cada espécie de planta medicinal é indicada para
determinadas doenças. É essencial conhecermos asutilidades de cada espécie e a dosagem correta para
evitar acidentes (algumas espécies são tóxicas se usadas
em altas doses).
A seguir, algumas plantas medicinais que vocês
podem plantar nos canteiros ou nos arredores do jardim:
66
67
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 35/43
Camomila Tem efeito calmante e fungicida.
CarquejaUtilizado em caso de indigestão.
Erva de Santa Maria Ação vermífuga (Antes de
utilizá-la, procure instruções confiáveis, pois é tóxica).
Tanchagem
Ação antiinflamatória, utilizada emcasos de amigdalite.
Trabalhando na sala de aula…
Procure estimular os estudantes a pesquisar
sobre os costumes indígenas e seus conhecimentos a
respeito das plantas medicinais. Como eles viviam e
vivem sem as farmácias?
Atividade Prática: levantamento de
plantas medicinais no bairro
Monte um questionário com os estudantes e
faça uma visita nos arredores da escola,
pesquisando quais as principais plantas
medicinais utilizadas pelos moradores do bairro.
Vocês podem perguntar quais as plantas usadas,
suas utilidades, a dose usada, onde aprenderam
a usá-las e outras idéias que possam surgir.
Plantas permanentes
Algumas espécies de maior porte podem ser usadas
como quebra-vento para a horta. Devemos escolher as
que apresentem crescimento rápido como feijão guandu,
girassol (que ainda atraem polinizadores e afastam as
“pragas”), milho, margaridão e quaisquer outras que
sirvam para o mesmo fim.
Árvores frutíferas são sempre bem-vindas, atraem
insetos polinizadores, pássaros, oferecem-nos deliciosos
frutos, sombra, refrescam o ambiente, fornecem folhas
secas para adubar os canteiros,
além de embelezar a escola e
alegrar nossas vidas.
Há muitas espécies,
goiabeiras, jabuticabeiras,
araçás, pitanga, limão, laranja,
mexerica, abacate, manga,
graviola, acerola, amora,
mamão, diversas variedades
68
69
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 36/43
de bananas, nêspera, e muitas outras mais. Escolhemos a
espécie de acordo com o espaço disponível para ela
crescer e o tempo que leva para ela ficar adulta. É
importante saber o tamanho que a árvore irá ter quando
adulta para que não seja preciso cortá-la por falta deespaço.
Plantas companheiras
Um antigo costume dos agricultores para evitar
“pragas” e aumentar a produção é o plantio de mais de
uma espécie no mesmo canteiro. Espécies diferentesutilizam os nutrientes do solo de forma também
diferente, e por isso, plantá-las em associação traz ganho
de produção.
Geralmente, hortaliças de folha,
como alface e chicória, se dão
bem associadas às de raiz,
como o rabanete, pois cada
uma utiliza nutrientes
diferentes, além de explorarem
profundidades diferentes do solo.
Um canteiro com uma só espécie é um prato cheio
para animais que dela se alimentem, já em canteiros
diversificados o predador
não terá a mesma facilidade
e fartura.
Algumas espécies
produzem e liberam no solo substâncias que podem teração benéfica ou maléfica sobre as raízes de outras
plantas, dependendo da espécie. Portanto é importante
conhecer estas interações para favorecer as benéficas e
evitar as prejudiciais.
Abaixo listamos algumas interações para ajudá-los
na escolha:
INTERAÇÕESFAVORÁVEIS
INTERAÇÕESDESFAVORÁVEIS
Alface e rabanete Alface e salsinha
Alface e beterraba Tomate e pepino
Couve flor e espinafre Cebolinha e ervilha
Beterraba e pepino Tomate e ervilha
Rabanete e salsinha Beterraba e batata
70
71
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 37/43
O que é P LEN??
7. Animais da Horta
Na horta podemos encontrar diversos animais,
grandes e pequenos. Observá-los pode ser uma atividade
interessante para os estudantes.Onde eles estão no solo ou na planta? O que estão
fazendo? Eles estão se alimentando das folhas ou do
pólen das flores?
A partir dessas observações, podemos perceber se
esses animais são amigos da horta ou se podem prejudicá-
la. Muitos insetos, como as joaninhas, besourinhos e
abelhas aparecem na Horta por causa das belas flores que
existem por lá. E eles farão a preciosa função de polinizar
as flores, levando o pólen de uma para outra,
possibilitando a fertilização das mesmas e o surgimento
de novos frutos e sementes.
Não perca essa oportunidade de
vivenciar o ciclo reprodutivo das
plantas e a importância dos animais
nesse ciclo. Observem também o
ciclo dos animais. A borboleta, por exemplo, poliniza
as plantas. Durante seu ciclo acontece uma
metamorfose completa, a lagarta se transformará
em uma pupa ou casulo e em seguida uma bela borboleta
sairá voando pelos ares. A lagarta irá se alimentar de
folhas e poderá prejudicar algumas plantas. Apesar disso,
vale a pena mantê-la para ver as coloridas e fascinantes
borboletas.
Os pássaros também adoram
um belo jardim. Beija-flores são
atraídos por flores coloridas e
periquitos adoram comer sementes
de Girassol.
Observemo solo,
como é rico em
biodiversidade! Minhocas,
tatus-bola, piolhos-de-
cobra e outros micro-
72
73
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 38/43
seres que vivem naquele ambiente, colaborando com a
saúde de suas plantas, decompondo a matéria orgânica,
ajudando as hortaliças na obtenção de nutrientes.
Mesmo com tantos convidados, alguns animais
podem aparecer de vez em quando e não serem muitobem vindos. Algumas pessoas os tratam como pragas, mas
esse não é um nome muito adequado, já que cada ser vivo
tem um papel muito importante no ecossistema.
Saúvas, pulgões e outros seres podem atrapalhar a
colheita. Apesar de muitos agricultores utilizarem
venenos como agrotóxicos e herbicidas, é importante
saber, como dito anteriormente, que esses produtos não
matam só esses animais, mas também toda a diversidade
do solo como fungos, bactérias e minhocas, deixando-o
pobre e sem vida. Além disso, eles passam a adquirir
resistência aos agrotóxicos, tornando-os cada vez mais
fortes.
As saúvas gostam de solo seco e sem sombra. Se
vocês têm problemas com saúvas, observe
a composição do solo. Se ele estiver
muito seco, acrescente
mais adubo orgânico e
cubra bem com palha seca
para sombreá-lo e mantê-lo úmido.
Plantas geralmente são atacadas quando estão
fracas e doentes, pois as saudáveis possuem defesas
naturais contra esses seres. Um solo saudável sempre dá
origem a uma planta saudável, por isso, cuidem do solo e tenham uma ótima colheita. Escolha plantar uma grande
quantidade de espécies nos canteiros, e não uma só.
Algumas plantas companheiras como a salsa,
cebolinha e coentro funcionam como repelentes e podem
ser plantadas no canteiro. Ao lado dos canteiros, plante
capim-cidrera, boldo e hortelã que também ajudam a
espantar animais indesejados.
Algumas receitas caseiras podem auxiliar no
controle biológico e na cura de doenças:
Calda de Fumo de Corda É bom para eliminar
pulgões. Você vai precisar de 50 gramas de fumo de corda
picado e 6 litros de água. Deixe de molho o fumo em 1
litro por um dia ou ferva até obter uma coloração bem
escura. Então, adicione os 5 litros restantes à mistura.
Pulverize as folhas ao entardecer para não queimá-las e
evite a rega após a aplicação. Repita a operação até o
74
75
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 39/43
desaparecimento dos pulgões. Só colha a hortaliça após
10 dias da última aplicação.
Chá de Camomila É um fungicida suave, para
problemas com fungos (surgimento de pintas ou manchas
nas folhas). Após esfriar o chá, pulverize nas plantas
infectadas.
Losna Colha as folhas antes da floração. Pique-as
e ferva por alguns minutos. Agite por 10 minutos. Aplique
nas plantas infestadas por pulgões.
8. Cuidados diários
A horta necessita de um cuidado diário. Para
realizar as atividades, é interessante criar uma rotina com
os alunos. Vocês podem optar por visitar o lugar
diariamente ou dividir a sala em grupos menores que se
responsabilizarão semanalmente.
O começo da manhã ou fim da tarde são
os melhores momentos para trabalhar
na Horta, já que o sol não está tão
forte, não pela nossa pele somente,
mas por que o sol forte e a água queimam as plantas.
A rega deve ser diária, exceto nos dias chuvosos.
Cuide para regar todos os cantinhos, inclusive fora dos
canteiros.
Observe se os canteiros não estão
sobrecarregados. Se estiverem, faça o desbaste das
plantas mais fracas e menores. Se os canteiros
apresentarem muitas tiriricas, remova-as manualmente.
Uma boa prática para prevenir o aparecimento de plantas
indesejadas é cobrir o solo com palha.
A erosão pode vir a ser um problema para sua
Horta. As raízes das plantas ajudam a segurar a terra dos
canteiros. Se for necessário, refaça os canteiros.
Dica : A aprendizagem não se dá somente de
sucessos. Os problemas também devem ser
absorvidos e aproveitados. Pesquisem sobre erosão
de rios, lixiviamento do solo e como impedir a erosão
e perda de nutrientes.
76
77
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 40/43
9. Colheita
Esse é um dos momentos mais aguardados e
excitantes de todo o processo. Os estudantes terão a
oportunidade de colher da terra o que eles própriosplantaram. Nesse momento, é importante decidir o que
farão com os produtos da horta, se ainda não tiverem
decidido.
Outra decisão a ser tomada: após a colheita, o que
será plantado? É importante fazer a rotação de culturas
nos canteiros, já que cada tipo de planta utiliza um
determinado nutriente e acrescenta outros à terra.
Se nenhuma cultura for plantada, não se esqueçam
de cobrir o canteiro com bastante palha para que o solo
não perca umidade e não se aqueça demais, assim os
amigos que moram na terra não sofrerão e ainda
aguardarão as próximas plantinhas.IDÉIAS:
Acrescentar as hortaliças na merenda da
escola, incrementando a alimentação dos
estudantes;
Dividir entre os estudantes para que as
levem para casa;
Montar uma feirinha ecológica, com
produtos da horta; levar uns pães e fazer um
lanche da tarde para comemorar a colheita.
78
79
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 41/43
10.Encerrando
Professor, esperamos que com nosso empenho em
proporcionar-lhe este simples material que buscou ser
elaborado de forma clara e coerente, com ilustraçõesdivertidas para não tornar a leitura cansativa e com
exemplos de atividades para serem aplicadas nas aulas
(não necessariamente em sala de aula) você possa sentir-se
estimulado a pôr em prática esta experiência em sua
escola.
Para estimulá-lo ainda mais, basta fazer uma
pesquisa rápida na internet e verá inúmeros exemplos de
hortas escolares bem sucedidas nas quais você poderá se
inspirar.
Recomendamos o site da Horta Viva
( WWW.hortaviva.com.br) no qual você poderá conhecer a
trajetória do projeto “Uma horta em cada escola” que
teve início em 1982, com o objetivo oferecer materiais e
insumos agrícolas, além de apoio técnico a cerca de 300
escolas públicas e privadas na cidade do Rio de Janeiro.
Mas com o tempo e com a crescente circulação de
informações sobre as primeiras conferências
internacionais que tratavam de questões relacionadas ao
meio ambiente, foram detectadas algumas questões e
deficiências que precisavam ser trabalhadas neste
projeto, o que transformou seu caráter técnico em um
trabalho educativo pautado em princípios ecológicos e de
Educação Ambiental.
Outro ponto positivo a considerar quando se
pretende fazer uma horta escolar é o fato de que, caso
seja bem sucedida, os produtos podem ser
comercializados a fim de se transformarem em alternativa
de renda para melhorias na escola, o que também pode
ser um estímulo a mais para o apoio da direção e dos
próprios alunos.
Como estamos nos despedindo, consideramos
importante lembrar que as temáticas, atividades e
propostas que abordamos neste manual não esgotam todo
o potencial pedagógico que a horta apresenta. O trabalho
coletivo sempre pode enriquecer mais o projeto!
Além disso, não explanamos sobre a organização
dos planos de ensino a partir da horta, algo que deixamos
como um ponto de reflexão para, quem sabe, virar uma
proposta sua ao planejamento escolar da escola em que
você trabalha.
80
81
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 42/43
Para finalizar, gostaríamos de lembrar que o
sucesso da horta certamente surtirá efeitos visíveis nas
pessoas que se envolverem como a mudança de hábitos e
valores dos alunos e de nós mesmos que estamos
propondo algo inovador. Neste sentido podemos dizer
que estamos no caminho certo para transformar a
realidade com a qual não estamos satisfeitos pois, como
diria Mahatma Gandhi, “seja você mesmo a mudança que
deseja para o mundo”.
Desejamos um ótimo trabalho e uma grande
transformação, mesmo que seja em você mesmo, em sua
própria prática, seja ela pedagógica ou não!
11. Bibliografia
CENTRO DE EDUCACIÓN TECNOLOGICA. A Horta
Intensiva Familiar. Chile, 1983. Tradução, adaptação e
publicação: Projeto de Tecnologias Alternativas da
FASE.
CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de
agrotóxicos: a teroria da trofobiose. Trad. Maria José
Guazzelli. 2. ed. Porto Alegre: L&PM, 1999.
LEGAN, L. A escola Sustentável: Eco-alfabetizado pelo
ambiente. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo; Pirenópolis, GO: IPEC – Instituto de
Permacultura e Ecovilas do Cerrado, 2004.
LORENZI H, Matos FJA. Plantas medicinais do Brasil :
nativas e exótica cultivadas, Nova Odessa, SP : Instituto
Plantarum. 2002.
LORENZI, H.; SARTORI, S.F.; BACHER, L.B.;
LAERDA, M.T.C. de. Frutas brasileiras e exóticas
cultivadas. São Paulo: Instituto Plantarum, 2006.
82
83
5/10/2018 manual.horta.org nica.pedag gica - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/manualhortaorganicapedagogica 43/43
NUTTALL, Carolyn. Agrofloresta para crianças: uma
sala de aula ao ar livre. Lauro de Freitas, Bahia: Instituto
de Permacultura da Bahia, 1999.
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo. 18 ed. São
Paulo. Ed. Nobel, 2006.
VALILO. L. M. Horticultura Orgânica. Secretaria
Municipal de Agricultura e Abastecimento de São
Carlos, SP. (não tem data nem editora)
MEC; MMA . Formando Com-Vida (Comissão de Meio
Ambiente e Qualidade de vida na escola): Construindo
Agenda 21 na escola. 2ª ed. 2007.
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/secad/CNIJMA/arquivos/com_vi
da.pdf
Acesso: 24/02/2010
Recommended