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Guia de defesa pessoal contra o abuso dos bancos.
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Rodrigo Martins Barbosa
MÃOS AO ALTO
ISTO É UM EMPRÉSTIMO!
Guia de defesa pessoal contra o abuso dos bancos
Edição do Autor Maringá – PR, 2012
Autor: Rodrigo Martins Barbosa
Capa e diagramação: Talita Antunes Gomes Barbosa
Desenho: Rodrigo Martins Barbosa
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Sistema de Bibliotecas Públicas Municipais de Maringá – PR, Brasil)
Barbosa, Rodrigo Martins, 1981- B211m Mãos ao alto, isto é um empréstimo! : guia de defesa pessoal
contra o abuso dos bancos / Rodrigo Martins Barbosa - Maringá : Edição do Autor, 2012.
256 p. Disponível também em versão eletrônica. Bibliografia ISBN: 978–85–914112-0-7
1. Direito do consumidor – Legislação - Brasil 2. Contratos. 3. Direito bancário. I. Título.
CDD 21.ed. 343.81
SUMÁRIO
PARE: LEIA ANTES DE PROSSEGUIR
11
Capítulo 1 – O QUE É UM BANCO
Você vai ficar sabendo quando,
onde e como surgiram os bancos e
o que é um banco, afinal. Vai
aprender também o que fazem os
bancos modernos e quais os tipos
de bancos que operam no Brasil.
15
Capítulo 2 – DE ONDE VIERAM OS JUROS
Vai descobrir que cobrar juros nem
sempre foi uma coisa normal,
quando começaram a cobrar, de
que forma e com qual fundamento,
no Brasil e no mundo.
27
Capítulo 3 – AS REGRAS DO JOGO
O jogo é desigual, mas tem regras.
Fique sabendo quais existem,
quais você precisa obedecer e
aquelas que ninguém pode te
obrigar a respeitar.
49
Capítulo 4 – A DUREZA DA LEI
A lei é dura, mas é lei. Nem
sempre, é claro. Saiba quais as leis
63
específicas sobre os contratos
bancários e quais e em que casos
não podem ser aplicadas.
Capítulo 5 – O CONTRATO BANCÁRIO
Compreenda o que é um contrato,
porque nem todos resultam da
vontade livre das partes e as
consequências disso.
91
Capítulo 6 – UM JOGO MUITO DURO
Se já imaginava que o banco não
joga para perder, agora vai ficar
sabendo as faltas que ele comete
para ganhar. Tem muito abuso.
101
Capítulo 7 – A DEFESA NA PRÁTICA
Aqui você vai aprender como
aplicar todo o conhecimento dos
capítulos anteriores para se
defender de verdade.
137
Capítulo 8 – DICAS ESPECIAIS
Mais coisas interessantes que você
precisa saber sobre alguns tipos de
contratos
169
Capítulo 9 – O DINHEIRO DOS BANCOS
Uma palavrinha sobre de onde os
bancos tiram o dinheiro que nos
emprestam e mais algumas coisas
187
que nunca te contaram.
Capítulo 10 – COMEÇANDO
Dicas finais sobre negociação,
processo judicial e alguns cuidados
essenciais.
199
SOBRE O AUTOR
205
ANEXOS
LEI DA USURA
207
TABELAS DAS TAXAS MÉDIAS DE JUROS
Operações com juros prefixados - Conta
garantida
210
Operações com juros prefixados - Desconto
de duplicatas
215
Operações com juros prefixados - Capital de
giro
220
Operações com juros prefixados - Aquisição
de bens PJ
225
Operações com juros prefixados - Nota
promissória
230
Operações com juros prefixados - Cheque 235
especial
Operações com juros prefixados - Crédito
pessoal
240
Operações com juros prefixados - Aq. de
bens PF veículos
245
Operações com juros prefixados - Aq. de
bens PF outros
250
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 255
PARE: LEIA ANTES DE PROSSEGUIR
Existem várias maneiras de ler este livro. A primeira é
abrir na capa e ir lendo, página a página do início ao
fim.
Mas você pode fazer diferente, de um modo que se
encaixe melhor em seus objetivos.
Embora tenha sido organizado de maneira que o
conhecimento precedente produza uma melhor
compreensão dos que o sucedem, ele pode ser lido em
qualquer ordem sem prejudicar seu aprendizado.
Para os mais apressados, que querem saber apenas
quais os abusos que o banco pratica e como se defender
deles, o melhor é começar a leitura diretamente pelo
capítulo 6 – Um jogo muito duro e continuar com o 7 –
para saber como aplicar o conhecimento, seguindo para
o 8, onde pode encontrar alguma dica útil que se
aplique ao seu contrato em específico.
Para quem quer um entendimento mais completo, mas
está sem tempo para ler o livro todo, comece pelo
mesmo ponto que os apressados e continue lendo os
capítulos 3, 4 e 5.
Os capítulos 1 e 2 são para aqueles que gostam de saber
de onde vieram as coisas. Entender porque agimos
dessa ou daquela maneira que estamos tão
acostumados. Eles foram desenhados para construir
conhecimento de base.
O capítulo 9 traz informações incomuns. Já vou
adiantando que ele pode te deixar nervoso. Por isso é
bom mesmo que fique no final. Assim dá tempo de
aprender todo o conhecimento presente no restante do
livro, antes de perder o bom humor.
Ou então crie sua própria ordem. Explore o sumário
para descobrir o que quer saber primeiro.
Após o texto você encontrará uma série de anexos, que
foram escolhidos para te poupar o trabalho de pesquisar
outras fontes para elaborar sua estratégia de defesa e
facilitar a tua vida. Você pode explorá-los antes da
leitura do livro, mas fará melhor proveito depois que
tiver percorrido todas as páginas anteriores.
Depois da leitura, este volume certamente vai te servir
como material de referência, para ser visitado sempre
que tiver alguma dúvida ou precisar de uma informação
relevante.
Obviamente ele não contém tudo. Mas tem muito e,
depois que tiver assimilado tudo, com certeza saberá
como encontrar mais.
Este livro foi escrito para não advogados, embora algum
colega iniciante na área possa tirar proveito. É,
sobretudo, uma conversa, séria, mas realizada em tom
amigável, de quem está no mesmo lado.
Certamente não haverá espaços para risadas. Mas logo
perceberá o proveito que poderá tirar das próximas
páginas.
Agradeço a honra de poder recebê-lo neste volume. Por
favor, puxe a cadeira e fique à vontade. É um prazer
conversar com você.
CAPÍTULO 1
O QUE É UM BANCO
Você vai ler neste capítulo:
Quando, como e onde surgiram os bancos.
Como operavam os primeiros bancos.
Como surgiram o desconto, o depósito e o cheque.
A origem do termo banco.
O que são os bancos modernos e quais os tipos de
bancos que existem no Brasil.
Os bancos estão de tal maneira enraizados em nosso
modo de vida que nem paramos para pensar neles.
Olhando bem, com toda aquela aura de modernidade e
tecnologia pode até parecer uma instituição
relativamente recente, nova. Mas os bancos são muito,
muito antigos.
Na verdade, desde que o homem se dedica à agricultura
já existia alguma atividade que lembrasse o que hoje se
reserva aos bancos: guarda e empréstimo de coisas
valiosas, embora as coisas valiosas de então nada
tivessem a ver com dinheiro. Bem naquele começo, lá
nos anos 1800 a.C., os babilônios tinham o costume de
Leia o livro inteiro.
Nele estão as coisas que os bancos nos
cobram do modo ilegal e abusivo, fazendo as
dívidas dos cidadãos subirem a absurdos
impagáveis.
Acesse o seu em:
WWW.MAOSAOALTO.COM
Divulgue esta ideia.
Juntos somos mais fortes e faremos os
bancos respeitar os consumidores!
CAPÍTULO 7
A DEFESA NA PRÁTICA
Você vai ler neste capítulo:
Procedimentos preparatórios.
Negociando com o banco.
Órgãos de defesa do consumidor.
Procurando outro banco.
Ação judicial sem a assistência de advogado.
Ação judicial com a assistência de advogado.
Chegamos ao ponto alto da nossa conversa. Agora, com
todos os conhecimentos que já adquiriu nas páginas
anteriores você está pronto para colocar a mão na
massa e começar a resolver seu problema existente, ou
ficar preparado para não conseguir um problema que
ainda não existe. Vamos juntar todas as peças
anteriores para montar na prática a sua defesa.
Quando você já assinou o contrato, não dá mais para
evitar 100% o problema. Você já tem uma dívida, já se
obrigou a pagar algumas ilegalidades, talvez esteja em
dificuldade e logo começará a atrasar seus pagamentos.
Isso se já não estiver inadimplente, recebendo cobranças
por carta e telefone, ou pior, respondendo processo
judicial.
O primeiro passo é manter a calma. Você já deu um
passo importantíssimo quando decidiu ler este livro. Os
próximos serão mais simples, pois já terá o
conhecimento necessário, o que não quer dizer que será
fácil. Tudo demandará energia e dedicação, mas é
possível ser feito.
Se já está sofrendo algum abuso bancário você tem
basicamente quatro opções: negociar diretamente com a
instituição financeira; buscar a intermediação de órgãos
de defesa do consumidor; procurar outro banco; ajuizar
uma medida judicial, com ou sem advogado.
Antes de tomar qualquer medida, no entanto, são
necessários alguns cuidados preparatórios.
PROCEDIMENTOS PREPARATÓRIOS
Não dá para negociar com ninguém se, antes de tudo
você não conhecer muito bem sua situação, seus pontos
fortes e suas fraquezas. E não dá para conseguir nada
se você não sabe o que quer. Sinceramente não vai
produzir muito resultado você simplesmente se dirigir
até uma agência bancária e dizer que sua conta está
alta, não dá para pagar e você quer e precisa de um
desconto. Se estiver com o dinheiro na mão e
dependendo de algumas circunstâncias talvez até saia
alguma coisa.
Mas o melhor caminho para um bom resultado é o
planejamento. E o seu começa pelo reconhecimento de
sua situação.
O primeiro passo fazer uma leitura cuidadosa do
contrato e confrontá-lo com os tipos de abusos que já
viu no capítulo anterior.
Ao ler o contrato, você procure identificar estas coisas:
a) tarifas, todas as que encontrar, especialmente TAC e
TEC;
b) taxa de juros;
c) capitalização;
d) encargos de mora cumulados com comissão de
permanência;
e) multa moratória acima de dois por cento do valor da
parcela em atraso.
Ao encontrar qualquer uma das coisas mencionadas,
anote-as, com o devido valor, para confrontar se é legal
ou não e se poderá ou não excluí-las da sua dívida.
O objetivo é fazer, sozinho, uma estimativa da tua
situação. Dependendo do caso você vai precisar mesmo
de uma ajuda especializada depois, mas para esta
primeira etapa, se conseguir fazer, sozinho, uma
primeira avaliação, terá uma compreensão muito mais
profunda do seu caso e terá economizado um pouco
nesta etapa preliminar.
Se você, por algum motivo não tiver seu contrato, deve
pedir uma cópia junto ao banco. Ele tem a obrigação de
fornecer. Agora, siga os passos.
1) Como já viu no capítulo anterior, já sabe que é ilegal
as tarifas de abertura de cadastro e tarifa de emissão de
carnê – TAC e TEC. Se estiverem presentes no seu
contrato, pode anotar seu valor como algo que deverá
ser abatido da sua dívida ou devolvido.
2) Identifique sua taxa de juros. Vá até a tabela das
médias de mercado e encontre a taxa média praticada
para o tipo do seu contrato e para a data de sua
assinatura.
Se a taxa do contrato estiver menor que a média, não há
esperança de redução. Não vale a pena gastar tempo
com isso nesse primeiro momento. Se a taxa do contrato
estiver maior que a média de mercado, então faça a
regrinha de três e determine quanto por cento ela está
maior. Caso a diferença seja igual ou maior que 25%,
então você já poderá pleitear a redução para a média de
mercado. Anote a diferença percentual e agende a tarefa
de recalcular o valor do seu contrato com a nova taxa de
juros.
3) Identifique se há ou não a cobrança de juros sobre
juros. Meu palpite é que há quase 100% de chance de a
capitalização estar presente, mas cada caso é preciso
averiguar.
Existem duas formas de fazer a verificação. As duas são
facílimas. A primeira consiste em encontrar no contrato
a taxa de juros mensal e a anual. Se a taxa anual for
maior do que a mensal multiplicada por 12, então você
tem cobrança de juros sobre juros! Por exemplo, se a
taxa mensal é 2%, a taxa anual deveria ser 24%, ou
seja, 2 x 24, para não ter a cobrança de juros
capitalizados. Agora, se a taxa anual é 27%, tem alguma
coisa errada, não acha?
Acostume-se, a matemática bancária tem algumas
regras diferentes da sua, quando se trata de cobrar do
cliente.
A outra forma também é muito fácil e prática e tem a
funcionalidade adicional de lhe dar a certeza de que foi
utilizada no seu contrato a famosa Tabela Price. Basta
acessar uma ferramenta gratuita e muito precisa no
endereço eletrônico especialmente dedicado à
ferramenta: www.calculadoraonline.com.br/financeira.
Se estiver conectado à internet, acesse o sítio agora
mesmo. Selecione a opção Financiamento. Quando abrir
selecione Tabela Price no campo Forma de cálculo e
coloque os dados do contrato nos demais campos: Valor
financiado, Taxa de juros, Número de períodos
(quantidade de parcelas), deixe o campo Valor da
parcela em branco e clique em calcular.
Vai aparecer logo abaixo o valor da parcela. Se for igual
ao valor do seu contrato, então você tem certeza de que
foi aplicada a Tabela Price e, portanto, foram cobrados
juros sobre juros.
Querendo ter uma visão mais completa, você pode clicar
no ícone que aparece ao lado do valor da parcela que a
ferramenta vai disponibilizar um gráfico com o montante
de amortização e montante de juros em cada parcela.
4) Calcule o total de juros. É somar todas as parcelas e
depois subtrair o valor financiado. O resultado será
utilizado na comparação com os juros simples.
5) Calcule o juros simples, com a fórmula já
apresentada: J = Ci(n+1)/2. Onde J é o total de juros, C
é o valor financiado, i é a taxa mensal de juros, n é o
número de parcelas. O resultado será o total de juros.
Pegue o resultado e some ao valor financiado. Pegue o
novo resultado e divida pelo número de parcelas e você
terá o novo valor das parcelas calculadas com a
metodologia juros simples pelo prazo médio, uma das
mais aceitas pelos tribunais estaduais.
Com essa conta dá para ter uma ideia muito realista do
quanto dá para reduzir das parcelas do seu
financiamento. O novo valor pode não ser tão baixo
como você pode ter visto em anúncios publicitários na
internet ou nos semáforos. Não é comum sua parcela
ficar 60% menor do que o valor que você paga hoje.
6) Identifique a presença da comissão de permanência.
Se houver, já sabe que pode excluir sem dó todos os
demais encargos de mora: multa, juros e correção
monetária. A comissão de permanência também não
pode ser cobrada em qualquer valor astronômico. É
posição quase pacífica dos nossos tribunais que ela não
pode ultrapassar a soma dos outros três encargos: juros
de mora, multa e correção monetária.
7) Se não tiver comissão de permanência, verifique o
valor da multa moratória. Não pode passar de 2% do
valor da parcela em atraso. Se for maior e houve
atrasos, pode recalcular a multa utilizando o percentual
de 2%.
8) Recalcule o valor da sua dívida debitando do total
apurado no item 5 o valor das tarifas ilegais que você já
pagou. Antes de subtrair o valor das tarifas, você pode
fazer a correção monetária dos valores desde a data em
que você realizou o pagamento. Para isso pode utilizar o
serviço gratuito calculadora do cidadão no sítio
eletrônico do Banco Central, www.bcb.gov.br.
Caso as tarifas tenham sido embutidas no valor
financiado, o procedimento é primeiro subtraí-las do
valor do empréstimo para depois fazer o cálculo do item
5.
Pronto, você acabou de analisar o seu contrato, tem
uma lista detalhada dos encargos que pretende alterar
ou retirar da conta e já tem um novo valor realista da
sua dívida. Esse novo valor será a base sobre a qual vai
trabalhar nas próximas etapas.
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É muito importante todos nós consumidores
estarmos preparados e informados quando
precisarmos de contratar quaisquer serviços
bancários.
Para ler o livro todo visite o site.
WWW.MAOSAOALTO.COM
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