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MELHORIAS NO PROCESSO DE
EXTRAÇÃO DE MINÉRIO: UM
ESTUDO DE CASO DA CAPACIDADE
PRODUTIVA DO TRANSPORTE DE
MINÉRIO DE FERRO
JUSSARA FERNANDES LEITE (FUPAC)
LEITE.JUSSARA@YAHOO.COM.BR
JOAO BATISTA CORREA JUNIOR (FUPAC)
joaobtstacjunior@yahoo.com.br
LUCIANO JOSE VIEIRA FRANCO (FUPAC)
lucianov_franco@hotmail.com
Lidia de Paula Pessoa (FUPAC)
lidiappessoa@hotmail.com
Cassio Roberto de Araujo (FUPAC)
cra_araujo@hotmail.com
O cenário para o setor de Mineração é preocupante, porque houve a
retração de compra de minério de ferro por parte da China em 2014 e
2015. Isso gerou a redução do preço do minério. Desta forma, faz-se
necessário analisar os possíveis gargalos, ou seja, restrições, que
impactam diretamente no ciclo de transporte entre a cava e o pátio de
produtos, e o carregamento de carretas para o cliente (mercado
externo). Esta pesquisa é um estudo de caso realizado na empresa
Silva, caracterizada como descritiva e exploratória. A pesquisa foi
desenvolvida por meio de três etapas. A primeira foi a descrição do
processo de carga e descarga de minério da mineração Silva. A
segunda etapa ocorreu por meio da aplicação de um questionário aos
motoristas que transportam minério de ferro da lavra ao pátio de
estocagem, a fim de identificar melhorias no processo para o aumento
da capacidade de produção. E na terceira etapa, realizou-se a medição
do volume de produção de cinco caminhões em um turno de trabalho.
Desta forma, os dados coletados foram tratados pelo método
qualitativo e quantitativo. A partir das observações coletadas neste
trabalho, foi possível perceber que a capacidade produtiva da frota de
transporte de minério de ferro supera a demanda exigida pela
empresa. Foram apresentados no desenvolver da pesquisa, métodos
para minimizar os tempos perdidos em fila pelos caminhões que
transportam minério de ferro durante o carregamento nas frentes de
lavra e no descarregamento nos pátios de estocagem. Neste contexto,
ao conhecer os gargalos e os entraves que comprometem o processo
logístico do transporte de minério de ferro, a empresa Silva é capaz de
elaborar um adequado planejamento e estabelecer metas compatíveis
com sua realidade de mercado. Além de aumentar a capacidade
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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produtiva do sistema, diminuir a ociosidade dos equipamentos de
carga e transporte consequentemente reduzir custos operacionais e
aumentar a sua lucratividade.
Palavras-chave: Transporte, mineração, capacidade de produção,
melhorias
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1. Introdução
O cenário para o setor de Mineração é preocupante, porque houve a retração de compra de
minério de ferro por parte da China em 2014 e 2015. Isso gerou a redução do preço do
minério.
Assim, dimensionar a frota, alocar os recursos disponíveis de maneira correta, monitorar e
atuar para minimizar possíveis filas indesejadas, definir rotas de tráfego e áreas de básculo,
conferir a qualidade do material a ser entregue aos clientes a fim de garantir a especificação
do produto, são pontos que devem ser levantados e analisados por todos envolvidos no
processo de extração do minério.
Logo, com o intuito de minimizar os custos e aumentar a lucratividade do negócio, faz-se
necessário analisar os possíveis gargalos, ou seja, restrições, que impactam diretamente no
ciclo de transporte entre a cava e o pátio de produtos, e o carregamento de carretas para o
cliente (mercado externo).
2. Referencial teórico
2.1. Definições e objetivo da logística
A logística é considerada um conceito moderno, no entanto, a sua origem está associada aos
primórdios da humanidade. O termo logística deriva do grego logos, que significa razão ou
arte de calcular (LUSTOSA ET AL, 2008).
Novaes (2001) ressalta em seus estudos que a logística é a parte do processo da cadeia de
suprimento que planeja, implementa e controla o eficiente e o efetivo fluxo e estocagem de
bens, serviços e informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando
atender aos requisitos dos consumidores.
A logística tem como objetivos alcançar vantagens competitivas, ligando o mercado, a rede de
distribuição, o processo de fabricação e a atividade de aquisição, de tal modo que os clientes
sejam servidos com níveis cada vez mais altos, ainda assim mantendo os custos baixos,
portanto, a missão da logística é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e no
instante correto e na condição desejada, ao menor custo possível, conforme cita Slack (1997).
2.2. Escolha do meio de transporte
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Os principais tipos de modais de transporte são o ferroviário, aeroviário, hidroviário,
dutoviário e o rodoviário.
O transporte é uma atividade importante para a logística, pois é o responsável pela
movimentação dos produtos em seus diversos estágios pelos elos da cadeia de suprimentos,
desde as fontes de matérias-primas até o consumidor final. Ele pode ser realizado por meio de
vários modos ou modais. Um dos desafios relacionados a esta área funcional é decidir qual
dos modos de transporte é o mais apropriado para cada tipo de necessidade. Essa decisão leva
em consideração vários fatores, como: velocidade de entrega, confiabilidade, custos fixos e
variáveis, deterioração da qualidade do produto, capacidade, flexibilidade da rota e adequação
física ao produto. A escolha deve ponderar diversos fatores, pois cada um pode influenciar
negativamente o outro (NOVAES 2004).
2.3. Capacidade produtiva
Capacidade produtiva de uma unidade de operações pode ser entendida como: “O volume
máximo potencial de atividade de agregação de valor que pode ser atingido por uma unidade
produtiva sob condições normais de operação.” (CORRÊA E CORRÊA, 2010).
Esses autores ainda mencionam que a capacidade, portanto, deve ser vista como um potencial,
um volume máximo possível a ser obtido e não deve, assim, ser confundida com os níveis de
saída que a operação está produzindo em certo momento de tempo. Esse volume de saídas
produtivas pode estar mais perto ou mais longe do potencial produtivo (da capacidade) da
unidade, e essa relação entre o potencial e a parcela desse potencial que está sendo de fato
utilizado pode ser um indicador de quão boa é a utilização da capacidade produtiva.
3. Metodologia da pesquisa
Esta pesquisa é um estudo de caso realizado na empresa Silva, caracterizada como
exploratória e descritiva.
A empresa Silva é uma empresa de mineração de minério ferro de médio porte. Possui
movimentação anual projetada de treze milhões de toneladas, que compreende minério e
estéril. A frota total disponível para realizar a movimentação de minério é de 25 caminhões
“traçados”, com capacidade média de 25 toneladas cada, e cinco escavadeiras Caterpillar
modelo 336 com capacidade nominal de concha girando em torno de sete toneladas. A
empresa situa-se na região de Itabirito. Todo minério retirado da lavra é estocado em pátios.
Esse produto é enviado aos clientes por meio de carretas.
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Caracterizada como exploratória, esta pesquisa buscou analisar os possíveis gargalos, ou seja,
restrições, que impactam diretamente no ciclo de transporte entre a cava e o pátio de produtos,
e o carregamento de carretas para o cliente (mercado externo).
Como descritiva, esta pesquisa apresenta a descrição de como ocorre o processo de lavra de
mineração a céu aberto de minério de ferro da empresa Silva, objeto de estudo deste trabalho.
Esta pesquisa foi realizada, no período de agosto/2014 a novembro/2014 por meio de três
etapas.
A primeira etapa foi a descrição do processo de lavra de minério de ferro. Os dados foram
coletados por meio de observação, constituídos de natureza qualitativa.
A segunda etapa ocorreu por meio da aplicação de um questionário aos motoristas que
transportam minério de ferro da frente de lavra até o pátio de estocagem. O questionário foi
estruturado em duas categorias, a primeira compreende duas perguntas e trata o perfil do
funcionário. Já a segunda parte do questionário, analisa o quesito produtividade e consta de
seis questões, mescladas em perguntas abertas e perguntas fechadas. Os dados das perguntas
abertas possuem natureza qualitativa e seu tratamento foi por meio de análise de conteúdo, já
os dados das questões fechadas foi utilizado o método quantitativo.
E na terceira etapa, foi realizada a medição do volume de produção de cinco caminhões em
um turno de trabalho.
4. Apresentação e análise de resultados
4.1. Descrições do processo de lavra em mina a céu aberto na empresa Silva
As atividades iniciam-se com a preparação da área a ser lavrada para que ela possa ser
perfurada e detonada. Após as detonações, caminhões e escavadeiras fazem a limpeza da área,
que é a retirada do estéril.
Em seguida, as escavadeiras retiram o minério de ferro e colocam-no em caminhões, para o
transporte da lavra a um determinado ponto de descarga (britador, pilha pulmão, pilhas de
estocagem).
Logo em seguida, a empresa realiza o beneficiamento do produto, que é a atividade de colocar
o minério de ferro em condições de ser utilizado pela indústria.
O maior volume de produção na operação da mina é obtido quando são tomadas decisões que
otimizam o tempo de carregamento, transporte e descarregamento do minério de ferro pelos
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caminhões. Desta forma, a programação das atividades dos caminhões é responsável por
maximizar a produção das minas e minimizar filas nos pontos de carga e descarga.
Na mineração Silva, local onde esta pesquisa foi realizada, a frota dimensionada contempla
seis escavadeiras e trinta caminhões, sendo que do total de escavadeiras cinco são alocadas
diretamente nas frentes de produção, e uma fica a disposição em caso de algum equipamento
entrar em manutenção corretiva ou preventiva. Já os caminhões, vinte e cinco são
direcionados para a produção propriamente dita e cinco caminhões ficam de “stand by”, já
prevendo que terão paradas não programadas, inerentes ao processo operacional e também
manutenções preventivas programadas.
Geralmente, como são cinco escavadeiras em operação, a orientação passada para as equipes
de produção de mina é de direcionar cinco caminhões por escavadeira, independente do
material transportado e da distância percorrida entre a lavra e os pátios de estocagem. Isso é
adequado, se todos os caminhões transportassem o mesmo tipo de material com o mesmo
destino, o que não é verídico.
Na realidade, a mineração Silva trabalha com foco em três tipos de material: hematitas,
itabiritos e rom aluminoso. Desta forma, as escavadeiras são posicionadas em pontos
estratégicos da mina para retirada do material e todos os caminhões têm destinos - pátios de
estocagem - diferentes. Isso ocorre devido à qualidade do material extraído e da necessidade
de blendagem do minério de ferro para atingir o teor de ferro solicitado pelo cliente.
Para melhor entendimento, o termo blendagem (mistura) diz respeito a uma mistura, em
proporções definidas, de minérios de características diferentes com o objetivo de se obter uma
massa com características específicas (MORAES et al., 2005)
Para melhor entendimento das atividades realizadas pelos motoristas de caminhões da
Empresa Silva, a figura 1 ilustra o ciclo produtivo.
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Figura 1 – Ciclo das atividades dos motoristas de caminhões
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
Em um sistema produtivo, o acúmulo de clientes que aguardam atendimento demonstra a
ineficiência do sistema. Em uma atividade de transporte de minério como na mineração Silva,
quando os veículos ficam parados em fila para fazer o carregamento ou descarregamento, há
uma perda de tempo que pode tornar o ciclo dispendioso para a empresa.
4.2. Resultados do questionário aplicado aos motoristas de caminhões de transporte de
minério.
O questionário foi estruturado em duas categorias, isto é, perfil dos motoristas de caminhões
de transporte de minério de ferro e produtividade. Os resultados referentes a estas duas
categorias são apresentados a seguir.
4.2.1. Resultados da primeira categoria: perfil dos motoristas
Nesta primeira categoria, a pesquisa buscou identificar o tempo que o funcionário trabalha na
empresa e o tempo que executa a função de motorista.
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Tabela 1 – Tempo de empresa
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
O tempo que os funcionários estão na função de motorista, foi o segundo item pesquisado
neste trabalho. A tabela 2 mostra a distribuição do tempo na função dos motoristas.
Tabela 2 – Tempo na função de motorista.
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
Ao relacionar os dados de tempo de empresa e tempo na função de motorista, observa-se que
os motoristas têm conhecimento do processo que trabalham e que são pessoas experientes nas
atividades que executam, pois todos os motoristas têm mais de um ano na função. É
importante enfatizar que 10 dos motoristas, 25%, têm mais de 10 anos.
4.2.2. Resultados da segunda categoria: produtividade dos caminhões
Na segunda categoria, a pesquisa buscou identificar, na percepção dos motoristas, os impactos
que causam a perda de produtividade dos caminhões que transportam material no percurso
compreendido entre a lavra e os pátios de estocagem.
A primeira pergunta questiona os motoristas e instiga-os a responder qual o fator que causa
perda da produtividade por parte dos caminhões que fazem o transporte do material da lavra
aos pátios de estocagem.
A tabela 3 mostra as respostas dadas pelos motoristas referentes a primeira questão.
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Tabela 3 – Fatores que impactam na produtividade dos caminhões
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
Nota-se, por meio da tabela 3, que as vias têm acesso ruim, principalmente após às 16 horas, e
esse fator é apontado por 25% dos motoristas. Isso ocorre devido as motoniveladoras
trabalharem no horário denominado administrativo isto é, das 08:00 às 16:00 horas. Esses
equipamentos são responsáveis por manter as vias de acesso da lavra aos pátios de estocagem
em perfeitas condições de trânsito. No entanto, o trafego de caminhões é intenso nos três
turnos, 24 horas, após o horário de trabalho das motoniveladoras, as vias danificam, o que
aumenta o tempo de percurso.
O percurso ruim faz com que os caminhões trafeguem lentos, o que aumenta o tempo para
percorrer o trajeto da lavra ao pátio de estocagem e consequente gera perda do volume de
produção.
Outros fatores que impactam na produtividade dos caminhões são o tempo perdido na fila na
frente de lavra, necessidade de ter que dá rés por longas distâncias nos caminhões na frente de
carregamento, fila na área de básculo, sinalização deficiente e poeira no acesso à lavra. Esses
fatores foram apontados, respectivamente, por 20%, 20%, 15%, 15% e 5% dos motoristas de
caminhões que responderam ao questionário.
A fim de reduzir o deslocamento longo em ré dos caminhões poderia definir junto ao
planejamento de mina a possibilidade de criar áreas de manobras mais próximas às
escavadeiras.
Em relação à sinalização, é sugerido criar um cronograma para a equipe responsável pela
sinalização comparecer à mineração, com o propósito de dá manutenção (limpeza, afixar
pontaletes refletivos, placas educativas).
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No quesito poeira, deve-se garantir a disponibilidade física (DF) dos caminhões pipas. Nesse
caso, é proposto a criação de cronograma de aspersão, a fim de deixar os caminhões pipas
operarem com maior intensidade nos horários de troca de turno e refeições.
Se a distância e as condições das vias de acesso da lavra ao pátio de estocagem são
adequadas, foram pesquisadas nas questões dois e três do questionário. A existência de fatores
que interferem no processo de carregamento de material na lavra e no descarregamento no
pátio de estocagem, acarretando atrasos, foi abordada nas questões quatro e cinco
respectivamente. A tabela 4 a seguir, apresenta as respostas dadas pelos motoristas.
Tabela 4 - Distância e vias adequadas e fatores que interferem no carregamento e descarregamento de material
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
Conforme apresentado na tabela 4, pode-se notar que a maioria dos motoristas, 26 no total de
40 pesquisados, ou seja, 65% acreditam que a distância entre a lavra e o pátio de estocagem
de material é adequada.
Sobre as condições das vias de acesso da lavra ao pátio de estocagem de material, a grande
maioria dos motoristas, 80%, respondeu que o trajeto não é adequado ao trânsito dos
caminhões. O maior motivo apontado pelos respondentes foram muitos buracos, pontos
estreitos e com sinalização deficiente.
Em relação à existência de fatores que interferem no processo de carregamento de material,
70% apontaram que a necessidade de realizar rés nos caminhões para posicionar para
carregamento é longo, o que atrasa o processo; em alguns casos, ocorre do material ser
resistente para a escavadeira cortar, o que demanda tempo; e a sinalização deficiente, o que
dificulta o trânsito principalmente no turno noturno devido à pouca visibilidade.
E finalizando a tabela 4, observa-se que 90% dos motoristas ressaltam que existem fatores que
interferem no processo de descarregamento de material, que são: posicionamento de carretas
que fazem transporte de material para clientes externos próximo aos estoques, inexistência de
área para aguardar liberação para carregamento, o estreitamento do pátio de estocagem devido
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ao grande volume de produção e a organização, o que dificulta a entrada e saída dos
caminhões.
Como melhoria, sugere-se definir pátio de espera para as carretas que fazem o transporte
externo, garantir que as mesmas só irão para os pátios de estocagem quando realmente forem
carregar, envolver equipe de qualidade (responsável pelos pátios) e solicitar liberação para
basculamento em pátios simultâneos quando estiver sendo lavrado o mesmo tipo de material
pelas escavadeiras. Desta forma, será dividida a frota de transporte, reduzindo filas nas áreas
de basculamento e facilitando a manutenção por parte dos tratores nas praças de descarga,
além de reduzir significativamente o risco de acidente devido menor fluxo de caminhões.
A questão seis buscou identificar se existem horários em que as filas que ocorrem no
carregamento e descarregamento de minério de ferro repetem-se com maior frequência no
decorrer de cada turno.
Conforme resposta dos motoristas a questão seis, a pesquisa identificou que os horários que
ocorrem mais filas no carregamento são: no primeiro turno, de 00 às 01 hora e de 05 às 06; no
segundo turno, de 07 às 08 e 13 às 14; e no terceiro turno de 16 às 17 e das 21 às 22.
Em relação ao descarregamento, foi identificado nesta pesquisa, os seguintes horários que
ocorrem as filas: no primeiro turno, de 01 às 02 horas, de 05 às 06 e 06 às 07; no segundo
turno, de 08 às 09, 13 às 14 e 15 às 16; e no terceiro turno de 17 às 18, de 22 às 23 e 23 às 24.
Entretanto, vale ressaltar que os horários de 07 às 08 horas, 16 às 17 horas e 00 às 01 hora são
os horários de trocas de turno; e os horários intermediários 12 às 13, 20 às 21 e 04 às 05 são
os horários de parada e retorno para as atividades após as refeições e lanche. Desta forma,
pode-se afirmar que as filas acontecem com mais intensidade nestes horários devido os
caminhões serem alocados de forma fixa em cada escavadeira. Com isso, quando retornam a
operação, deslocam-se todos de forma simultânea para as frentes de lavra pré-definidas no
início da jornada de trabalho, ocasionando filas nas frentes de serviço e consequentemente nas
pilhas de descarregamento.
4.3. Produtividade do sistema
O sistema analisado trabalha com transporte de minério de ferro e utiliza como recurso
material caminhões com capacidade de 25 toneladas. Contudo, o tempo disponível de trabalho
para os caminhões no primeiro turno é de seis horas; no segundo turno, 8 horas; e no terceiro,
7 horas. Desta forma, foi utilizada a média dos tempos disponíveis dos caminhões que é de 7
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horas. Nesses tempos, não estão inclusos os tempos de troca de turno e de paradas para
refeições dos motoristas.
Neste estudo, foram constados que cincos caminhões fizeram 84 viagens em um turno e cada
caminhão trabalha 7 horas. Desta forma, o tempo disponível de operação no sistema é de 35
horas, isto é, 5 caminhões que trabalham durante 7 horas por turno. Assim, ao dividir o
número de viagens pelo tempo disponível para operação, pode-se afirmar que cada caminhão
realiza 2,4 viagens por hora.
No caso presente, para o cálculo do volume de produção, como cada caminhão transporta 25
toneladas, os cinco caminhões transportam 2.100 toneladas de minério de ferro por turno.
Esse valor foi obtido ao multiplicar o número de viagens, 84, pela capacidade de um
caminhão 25 toneladas.
Como se tem três turnos operacionais, conclui-se que cada frente de lavra tem capacidade
produtiva de 6.300 toneladas por dia.
Como já informado anteriormente, a mineração Silva opera com uma frota de cinco
escavadeiras, dispostas em frentes de minério distintas, com a mesma capacidade nominal de
carga e com a mesma quantidade de caminhões alocados. Desta forma, replicando a
produtividade obtida na escavadeira analisada, para todas as demais escavadeiras, tem-se que
2.100 toneladas transcritas por cinco escavadeiras, obtêm-se 10.500 toneladas turno. Esse
último valor foi encontrado ao multiplicar o número de cinco escavadeiras pela produção
nominal encontrada por frente de lavra (2.100 toneladas). Como a mineração opera com três
turnos, a capacidade de produção diária do sistema é de 31.500 toneladas dia. No entanto, a
meta diária exigida pela empresa Silva é de 28.800 toneladas.
O gráfico 1 apresenta um comparativo da capacidade diária do sistema com a meta estipulada
pela empresa.
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Gráfico 1 – Produção diária calculada e meta estipulada pela empresa Silva
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
Nesse sentido, pode-se afirmar que a meta estipulada pela empresa Silva é cerca de 9%
menor que a capacidade diária do sistema.
De acordo com os resultados obtidos, segue sugestões de ações a serem desenvolvidas no
processo de extração de minério.
A primeira sugestão é a proposta de redução da frota de caminhão, pois a necessidade de
volume de produção da empresa por mês é de 864.000 toneladas e a capacidade de produção
calculada para os 25 caminhões, neste trabalho, é de 945.000 toneladas mês. Esse último valor
é obtido ao multiplicar o número de dias do mês, 30 dias, pelo o volume de produção diário,
31.500 toneladas. A tabela 5 apresenta esses valores, e o número caminhões e capacidade
produtiva proposta.
Tabela 5 – Capacidade total de transporte versus real necessidade do sistema
Sistema Quantidade de Caminhões no
sistema
Capacidade de Transporte por
Mês
Atual 25 945.000
Necessidade da Empresa Silva - 864.000
Proposta 23 868.000
Fonte: Dados da pesquisa (2014)
Diante dos resultados apresentados na tabela 5, os dados da pesquisa mostram que com vinte
e três caminhões é possível atender a demanda mensal do transporte de minério de ferro.
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Desta forma, a empresa silva pode-se reduzir dois caminhões que tem capacidade de produção
suficiente para atender sua demanda.
5. Conclusões
A partir das observações coletadas neste trabalho, foi possível perceber que a capacidade
produtiva da frota de transporte de minério de ferro supera a demanda exigida pela empresa.
Entretanto, vários fatores interferem na produtividade do sistema, fazendo com que a real
capacidade de produção não seja alcançada.
Para melhor entendimento, fez-se necessário descrever todo o processo de carga e transporte
da mineração Silva, bem como verificar na percepção dos usuários quais os reais motivos das
filas, a partir de então, conseguiu-se identificar as possíveis causas.
Foram apresentados no desenvolver da pesquisa, métodos para minimizar os tempos perdidos
em fila pelos caminhões que transportam minério de ferro durante o carregamento nas frentes
de lavra e no descarregamento nos pátios de estocagem, dentre os quais, as seguintes:
- Redução da frota de transporte de 25 para 23 caminhões;
- Treinar, capacitar e habilitar operadores de motoniveladoras e organizar equipe de
infraestrutura de mina nos turnos, para garantir as vias de acesso em qualidade
adequada de operação 24 horas por dia;
- Criar áreas de manobras mais próximas às escavadeiras, a fim de evitar ré muito longa
por parte dos caminhões;
- Criar cronograma de manutenção semanal para equipe de sinalização das vias de
acesso e monitorar o cumprimento dele;
- Alocar escavadeiras em frentes de material resistente apenas após detonação;
Já para pátios de estocagem, no intuito de “agilizar” a descarga do minério, deve-se:
- Criar pátio para as carretas que fazem o transporte externo aguardar liberação para o
carregamento, evitando dessa forma, a interferência com os caminhões que
transportam o minério da mina;
- Liberar pátios simultâneos para basculamento, para evitar possíveis estrangulamentos
das praças de estocagem.
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Desta forma, conhecendo os gargalos e os entraves que comprometem o processo logístico do
transporte de minério de ferro, a empresa é capaz de elaborar um adequado planejamento e
estabelecer metas compatíveis com sua realidade de mercado. Ela pode aumentar a
capacidade produtiva do sistema, diminuir a ociosidade dos equipamentos de carga e
transporte e, consequentemente reduzir custos operacionais e aumentar a sua lucratividade.
REFERÊNCIAS
CORREA, Henrique Luiz. CORREA, Carlos Alberto. Administração de produção e operações. São Paulo:
Atlas, 2010.
LUSTOSA, L.; MESQUITA, M.A.; QUELHAS, O.; OLIVEIRA, R. Planejamento e controle da Produção.
Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2008.
MORAES, E. F.; ALVES, J. M.; SOUZA, M. J. F.; CABRAL, I. E. e MARTINS, A. X. Um
Modelo de programação matemática para otimizar a composição de lotes de minério de ferro. Revista
Escola de Minas, 59:299–306. 2005
NOVAES, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. São Paulo: Campus, 2001
NOVAES, A.G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. 3..ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SLACK, Nigel, HARRISON, Alan. CHAMBERS, Stuart. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.
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