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MEMÓRIAS DA FAPSI
Histórias e Relatos de professores, funcionários, ex-professores e ex-funcionários da Faculdade de Psicologia da PUC Minas
faculdade de Psicologia começou sua história em 1959, quando a
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS criou o Instituto de
Psicologia, antecipando-se à regulamentação da profissão – que
aconteceu em 29 de agosto de 1962. Desde seu início muitas
histórias e vivências marcaram – e marcam – o exitoso percurso acadêmico
e de formação profissional – e porque não, pessoal – celebrando a
maturidade da entrada nos sessenta anos, a Faculdade vem partilhar essas
histórias nesse documento, dividindo com toda a comunidade a “história
viva” presente nos discursos, vivências e experiências dos professores, ex-
professores, funcionários e ex-funcionários. Tais discursos revelam, através
da sensibilidade de cada relato, os atravessamentos afetivos, políticos, éticos,
teórico-práticos e sobretudo humanos, contidos no fazer formativo do
Psicólogo e Psicóloga da Faculdade de Psicologia da PUC Minas.
A
MEMÓRIAS DA FAPSI
Histórias e Relatos de professores, funcionários, ex-professores e ex-funcionários da Faculdade de Psicologia da PUC Minas
A professora Maria Auxiliadora, a Dorinha, ex-aluna do curso de Psicologia
da PUC Minas e atualmente docente, conta sua trajetória desde 1987 na
Instituição.
Responder ao convite para falar da minha história na Faculdade de
Psicologia da PUC Minas foi um exercício prazeroso e emocionante tendo
em vista a importância da mesma na minha vida. Em meio ao turbilhão de
atividades na aproximação do final de mais um semestre letivo,
lembranças foram surgindo investidas de fatos, nomes, pessoas,
transformações, laço profissional e afetivo a partir de um encontro de
quase três décadas quando iniciei na PUC Minas como aluna.
Entrada na PUC Minas como estudante (2º semestre de 1987)
Após oito anos da conclusão do Ensino Médio, tendo realizado
neste interim um Curso de Teologia de 1980 a 1983, prestei vestibular na
PUC Minas para o 2º semestre de 1987. O vestibular para o Curso de
Psicologia oferecia 50 vagas no turno da manhã e 50 vagas no turno da
noite constando de duas etapas sendo a primeira eliminatória com provas
de múltipla escolha. A 2ª etapa era composta de questões abertas para
provas de Língua Portuguesa e de História, além da Redação. Fui aprovada
em 18º lugar para o turno da noite no Campus do Coração Eucarístico,
único na época.
O Curso de Psicologia (1987 a 1992)
Iniciei o Curso e logo percebi que muitos alunos que trabalhavam
durante o dia, com eu, não tinham condições de chegar à PUC para
algumas aulas que iniciavam às 18:00 horas. Sendo assim, uma comissão
de alunos, da qual eu fazia parte, foi escolhida pela minha turma para
representá-la na discussão com o Colegiado do Curso a respeito de uma
possível mudança no currículo. Optamos por acrescentar mais um
semestre no nosso currículo. Dessa forma, a minha turma foi a primeira a
realizar o Curso de Psicologia em 11 semestres na PUC Minas, sendo
mantidas as aulas aos sábados, inclusive com algumas à tarde.
O Curso tinha 03 ênfases que eram oferecidas para o 9º e 10º
períodos: Clínica; Organizacional; e Educacional. Concluí o Curso com
ênfase na Área Clínica acontecendo a colação de grau no dia 16 de
dezembro de 1992, em uma quarta feira, no Sesiminas (Bairro Santa
Efigênia/BH). A Professora Eliane Mussel foi a paraninfa da turma. Dentre
os professores homenageados encontravam-se Suzana Barroso e Maria
Carmem. A Chefe de Departamento no início do Curso era a Professora
Ana Maria Sarmento e ao final quem o coordenava era o Professor
Wanderley Chiepp. Os estágios curriculares obrigatórios iniciavam-se no
5º período e, dentre eles, constavam os de Avaliação Psicológica no antigo
INAMPS no Bairro Gameleira; Saúde Mental no Hospital Galba Veloso e no
Instituto Raul Soares; Psicologia Social no Aglomerado Cabana do Pai
Tomás (todos em Belo Horizonte) e o estágio na Clínica de Psicologia da
PUC na Unidade Coração Eucarístico. Neste último, a proposta era para os
02 últimos períodos do Curso estando as matrículas condicionadas às
disciplinas e estágios das ênfases. Como eu fazia estágios não obrigatórios
de 2ª à 6ª feira durante todo o dia e estudava à noite, realizei os estágios
da Clínica de Psicologia nos dois semestres (9º e 10º períodos) aos
sábados pela manhã atendendo clientes das 08:00 às 12:00 horas. Assim
como os estágios não obrigatórios (por um ano no Hospital Galba Veloso,
por dois anos no Hospital André Luiz), o estágio obrigatório de um ano na
Clínica de Psicologia foi muito proveitoso me dando uma rica experiência
para o exercício das minhas atividades no consultório no início da minha
carreira profissional. Durante o Curso participei de 02 Jornadas
promovidas pelo mesmo e produzi 02 artigos: o primeiro sobre uma
pequena pesquisa, com o título “Loucura”, publicado no Caderno de
Metodologia do Trabalho Científico. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 1988.
O outro artigo, “Demanda e Manejo de Transferência na Clínica com
Criança” , foi apresentado na I Jornada da Clínica de Psicologia no período
de 18 a 19/09/92 e publicado na Revista Pretextos Belo Horizonte: Ed.
PUC Minas, 1992. Ao mesmo tempo em que cursava a as disciplinas do
curso de graduação para obtenção do diploma de Psicóloga, eu também
cursei, em dois semestres, disciplinas do Curso de Licenciatura em
Psicologia com um estágio obrigatório de 225 horas/aula no antigo
Colégio Anchieta, em Belo Horizonte. Esta formação
complementar,optativa e na época só presencial, me conferiu o diploma
de Bacharel em Psicologia.
Estágios não obrigatórios (1989 a 1992)
Ao final da década de 80 e início de 90 a Psicologia estava voltada,
basicamente, para as atividades na área Clínica, principalmente nos
consultórios particulares, e na área Organizacional. Sendo assim, as
oportunidades de estágios não obrigatórios e remunerados eram raras.
Quem estudava à noite, geralmente, era o aluno que trabalhava o dia
todo, como o meu caso. Por isso iniciei os estágios não obrigatórios após
o 7º período e, também, porque os da área Clínica exigiam que o aluno
tivesse cursado as disciplinas de Psicopatologia, ofertadas neste período
em diante. Dentre os estágios não obrigatórios realizei um na área
Organizacional em uma Empresa na Savassi (BH) que prestava serviço
para o antigo Banco Real na seleção de pessoal nos seus concursos
externos. Eu aplicava uma bateria de testes nos candidatos, assim como
realizava uma entrevista com os mesmos. A Psicóloga que me contratou
corrigia os testes e dava a devolução/resultados para o Banco. Percebi
que eu não tinha qualquer afinidade com este estágio concluindo que eu
gostava , cada vez mais, da área Clínica. Assim, logo que fiquei sabendo do
concurso para estágio remunerado nos hospitais da FHEMIG eu me
inscrevi,realizei as provas e fui aprovada para atuar no Hospital Galba
Veloso no horário de 13:00 às 17:00 horas de 2ª à 6ª feira. Na mesma
época também participei e fui aprovada no concurso seletivo para estágio
no Hospital Espírita André Luiz no horário de 08:00 às 12:00 horas,
também de 2ª à 6ª feira.
Destaco a importância do embasamento teórico da psicanálise e
das disciplinas de Psicopatologia nas aprovações e atuação nestes
estágios. Para realizar os 02 estágios não obrigatórios em Saúde Mental
(ambos com uma carga horária semanal de 20 horas) pedi demissão do
meu emprego de 04 anos, em uma função burocrática, no Hospital Felício
Rocho. No primeiro estágio eu atuei por um ano (7º e 8º período) e no
segundo por dois anos (7º ao 10º período). No último ano do curso
(1992), além do estágio obrigatório na Clínica de Psicologia da PUC Minas,
eu continuei atuando nos estágios não obrigatório no Hospital Espírita
André Luiz e em uma Clínica para atendimento a crianças e adolescente
com deficiência e problemas de aprendizagem: Clínica Integrada de
Atendimento Psicopedagógico (CIAP) –meu primeiro local de trabalho
como Psicóloga.
Início de carreira e trajetória como Profissional de Psicologia (1993
–2002)
Fui contratada pelo CIAP em fevereiro de 1993, sendo esta minha
primeira experiência profissional, em uma Instituição, como Psicóloga
formada. Eu trabalhava em torno de 20 horas semanais, atendendo
clinicamente crianças e adolescentes, sustentada pela abordagem e
técnica da psicanálise. À noite eu fazia atendimentos clínicos no meu
consultório particular no qual iniciei dividindo despesas e horários com
alguns colegas de turma. Neste local realizamos, por 05 anos seguidos em
encontros semanais, um Grupo de Estudo sobre a Clínica Psicanalítica
onde discutíamos a teoria e nossos casos clínicos. Em 30 de setembro de
1993, como ex aluna, participei da II Jornada da Clínica de Psicologia
apresentando o artigo “Psicótico: Limite ou Desafio para a Clínica?” na
Mesa de trabalhos “Temas na Clínica–Psicanálise”, publicado na Revista
Pretextos. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 1993. Em 1994, paralelamente
ao trabalho no CIAP na parte da manhã e no consultório à noite, fui
contratada pela Secretaria de Educação do Estado para trabalhar na
Escola Estadual Sandra Risoleta de Lima Haukc (Escola de Ensino
Fundamental I para alunos com deficiência intelectual) para atuar no
turno da tarde. Estas duas experiências nas referidas Instituições , onde
atuei como Psicóloga por 08 e 07 anos respectivamente, me
possibilitaram ingressar na PUC Minas como docente através de
propostas de estágios no seu concurso externo de 2003. No entanto,
antes de iniciar minha atuação como Psicóloga na área da Educação
trabalhei, também, como Psicóloga na Clínica de Psicologia Infantil (CPI),
no mesmo modelo do CIAP (clínicas particulares inicialmente conveniadas
com a antiga LBA e, posteriormente, com o Estado e a Prefeitura de Belo
Horizonte). Trabalhando em espaços diferenciados eu continuava a
estudar: além do Grupo de Estudo, semanalmente no meu consultório, eu
participava de estudos (duas horas semanais) na Escola Brasileira de
Psicanálise – Seção Minas Gerais. Em 1994 estudamos os seguintes temas:
“O Tratamento Possível do Psicótico” ; “A Clínica da Psicanálise com
Crianças ” ; “Saídas da Análise– Vicissitudes da conclusão do tratamento” .
De 1995 a 2000 prestei um serviço voluntário (uma noite por semana)
como Psicóloga Clínica no Centro de Psicologia Márcio Moreira, uma
Clínica Social no Barro Preto (BH). Neste interim eu voltei a atuar (1993 a
2000) como Professora no Curso de Teologia do Instituto Teológico
Quadrangular e no Seminário Bíblico Mineiro (BH). Estas atuações foram
em períodos distintos e nos quais eu já não mais trabalhava na Clínica de
Psicologia Infantil (CPI). Pela minha atuação comprovada de mais de 05
anos como Psicóloga na Área Clínica e na Educação me foi concedido,
pelo Conselho Regional de Psicologia –4ª região, a titulação de
“Especialista em Psicologia Educacional/Escolar” e “Especialista em
Psicologia Clínica”. Em 1995 participei do I Congresso Mineiro de
Psicologia, de 14 a 16 de Setembro na Associação Médica de Minas Gerais
em Belo Horizonte. No ano de 2000 eu ingressei no Curso de Mestrado da
UFMG onde desenvolvi a pesquisa com o título “Religião, Identidade e
Angústia –um estudo entre os Evangélicos Pentecostais” na Área da
Psicologia Social, mas na sustentação teórica da psicanálise, sob a
orientação inicial do Professor Miguel Mafud e, posteriormente, do
Professor Eduardo Gontijo. Para cursar as disciplinas no turno da manhã e
da tarde pedi demissão dos meus empregos (primeiro o CIAP e logo
depois a Escola Estadual Sandra Risoleta de Lima Hauck). Logo que iniciei
o Curso de Mestrado, no ano 2000, fui indicada pelo Professor Alisson
Massote, da UFMG, para atuar na Faculdade Evangélica Batista Nacional
(FEBAN), em Belo Horizonte, no Curso de Pós-graduação em
Aconselhamento ministrando a disciplina “Depressão ”. Posteriormente
(em 2011), atuei no mesmo Curso na Faculdade Teológica do Espírito
Santo (FATES) na cidade de Vitória.
A entrada na PUC Minas como docente
Em 2002 eu fui indicada pela Professora Betânia Diniz Gonçalves,
minha colega na graduação que já estava atuando como docente na PUC
Minas, para uma substituição na disciplina “Psicologia Social” (1º período)
na Unidade São Gabriel onde permaneci como professora temporária nos
dois semestres do referido ano. No segundo semestre, nesta mesma
categoria profissional, atuei também na Unidade Coração Eucarístico
ministrando a disciplina Psicologia Social II (5º período). Em Junho de
2003 eu concluí a Dissertação de Mestrado e obtive o título de “ Mestre
em Psicologia Social” pela UFMG. Em seguida eu participei do provimento
externo para professores na PUC Minas na Unidade São Gabriel. Concorri
à vaga para estágio apresentando a proposta de estágio na Cínica do CIAP
sendo aprovada, iniciando minha carreira docente como Professora
concursada na PUC Minas em 2004.
A carreira docente na PUC Minas (2004 a 2015)
Após ser concursada, participei e fui aprovada em um provimento
externo para a docência na disciplina “Psicologia do Excepcional” (10º
período, turnos manhã e noite). O nome desta disciplina foi alterado,
posteriormente com a mudança de currículo, para “Psicologia, Inclusão e
Direitos Humanos”, permanecendo no mesmo período. Participei e fui
aprovada em provimentos internos para estágios e para a disciplina
“Teoria Psicanalítica I”, havendo acréscimo na minha carga horária na PUC
Minas à medida que eu ia assumindo propostas que me eram oferecidas,
assim como as que eu também apresentava como, por exemplo, um
estágio obrigatório na Escola Estadual Sandra Risoleta de Lima Hauck
onde eu tinha trabalhado como Psicóloga por 07 anos. Este estágio é
mantido de 2004 até o momento com alunos do 10º período tanto no
turno da manhã quanto no turno da tarde dependendo da demanda do
Curso. Dentre disciplinas e estágios (alguns sofrendo alterações com as
mudanças de currículo ao longo do tempo), assumidos por mim na minha
careira na PUC Minas, menciono: “Psicologia do Desenvolvimento I” (2º
período, turnos manhã e noite); “Psicologia da Aprendizagem” (2º
período, turnos manhã e noite); “Psicologia Social” (1º período, turnos
manhã e noite); “Psicologia do Excepcional ” / “ Psicologia, Direitos
Humanos e Inclusão” (10º período, turnos manhã e noite); “Psicologia da
Vida Adulta e da Velhice” (4º período, turnos manhã e noite); “Teoria
Psicanalítica I” (3º período, turno manhã); “Psicologia e Educação” (7º
período, turnos manhã e noite); “Estágios Supervisionados VI e VI” –
Intervenção no Coltec (6º e 7º períodos, turnos manhã e noite); “Estágio
Supervisionado I/Prática Investigativa I”–conhecendo os campos de
atuação do Psicólogo (2º período, turnos manhã e noite); “Estágio
Supervisionado II” - produção de um artigo (3º período); “Estágio
Supervisionado III” –projeto de pesquisa (4º período, turno manhã);“
Prática Investigativa II” – elaboração de um projeto de pesquisa (3º
período, turno manhã e noite);“Prática Investigativa III” - realização de
pesquisa do projeto anterior (4º período, turnos manhã e noite) ;“Estágio
Supervisionado Profissionalizante -Clínica Psicanalítica III ” (9º período,
turno noite); “Intervenção com Idosos” (5º período, turnos manhã e
noite); “Orientação de Monografia I” (9º período, turnos manhã e
noite);“Orientação de Monografia II” (10º período manhã e
noite);“Psicologia Social II” (5º período, turno manhã–Unidade Coração
Eucarístico). Em 2005 iniciei meus estudos no Curso de Doutorado na PUC
São Paulo no Programa de Pós graduação em Psicologia Social, no Núcleo
de “Psicologia Política” sob a orientação do Professor Salvador Sandoval.
Nesta época eu tinha uma carga horária na PUC Minas Unidade São
Gabriel de 24 horas semanais concursadas e mais 04 horas de
substituição. Graças ao PPCD (Programa Permanente de Capacitação
Docente) eu tive 15 horas de licença para realizar minha pesquisa com a
temática “Religião, Sexualidade e Poder - A liderança religiosa e politica
dos Evangélicos Pentecostais ” , também na articulação com a teoria
psicanalítica. Minha tese foi defendida no dia 09 de Maio de 2009 e recebi
o diploma de Doutora em Psicologia Social. A pesquisa concluída foi
indicada pelo Programa de Pós graduação em Psicologia Social da PUC São
Paulo para concorrer ao Prêmio CAPES de melhor tese do ano de 2009 no
Brasil. Participei de inúmeros eventos científicos, com apresentações de
trabalho e publicações em Congressos, Simpósio e Encontros
(internacionais, nacionais e locais) como os da ABRAPSO (Belo Horizonte,
Rio de Janeiro); Psicologia Política (Bauru/SP), Psicossociologia (Belo
Horizonte); Sociedade Inclusiva (Belo Horizonte); Ciência da Religião (Belo
Horizonte e Juiz de Fora),além dos eventos científicos internos como as
Jornadas do Curso de Psicologia da Unidade São Gabriel. Escrevi um artigo
o qual consta no livro “Psicologia na PUC Minas São Gabriel: uma década
de história” , organizado por Betânia Diniz Gonçalves e outros, publicado
em 2013. Participei, ainda, de 2005 a 2008, do Grupo de Pesquisa na PUC
Minas “Religião e Cultura” na linha “Pluralismo Religioso, Diálogo e
Sociedade” , sob a Coordenação do Professor Flávio Senra. Do final do 2º
semestre de 2011 ao final do 1º semestre de 2013 participei da
elaboração do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura na Faculdade
de Psicologia. Esta formação complementar deixou de ser ofertada por
muitos anos no nosso curso. Com a Resolução nº 5, de 15 de março de
2011, que “institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de
Psicologia, estabelecendo normas para o projeto pedagógico
complementar para a formação de professores de Psicologia”, fui
convidada, assim como outros professores, para fazer parte de uma
comissão, sob a Coordenação da Professora Tininha, na elaboração do
referido projeto. Dessa forma, durante todo o ano de 2012 nos reunimos,
quinzenalmente, discutindo e elaborando o “Projeto Pedagógico
Complementar para a formação de Professor de Psicologia” cuja proposta
é virtual para as disciplinas. Diante disso, ao final de 2012, participei de
um treinamento para professores na PUC Virtual. Em abril de 2013 o
Projeto estava implantado na Faculdade de Psicologia e em agosto do
mesmo ano as primeiras disciplinas do Curso de Licenciatura foram
ofertadas. Ao longo destes anos, como Professora na PUC Minas, além das
atividades já referidas, assumi outras como orientação de pesquisas
PROBIC, Coordenação da Área de Psicologia Clínica; Coordenação Adjunta
da Clínica de Psicologia; Coordenação da Área da Psicologia e Educação;
Coordenação do Projeto de Inclusão e Acompanhamento de alunos com
deficiências e/outras dificuldades no Curso de Psicologia da PUC Minas
Unidade São Gabriel. Tenho atuado, também, em Bancas de trabalhos de
conclusão de curso da graduação e pós graduação em Psicologia e
Teologia; como parecerista de artigos e outros trabalhos para publicação
em revistas e premiação como na “ Psicologia em Revista” e “Prêmio Silva
Lane”, como membro de Colegiado Ampliado do Curso de Psicologia da
Unidade São Gabriel e da Comissão Organizadora dos seus Encontros
anuais.
Exercício atual na PUC Minas
Atualmente, com uma carga horária de 40 horas semanais, exerço
as seguintes atividades na Unidade São Gabriel: Professora nas
disciplinas:“Teoria Psicanalítica I” ;“Psicologia e Educação”; “Psicologia da
Vida Adulta e Velhice”; “Psicologia, Direitos Humanos e Inclusão”.
Supervisora de estágios: “Práticas Investigativa I” ;“Intervenção com
Idosos ” ; “Clínica Psicanalítica II” ;“Clínica Psicanalítica III”;“Psicologia e
Inclusão”. Orientadora de Monografia I e II; Orientadora de Probic na
pesquisa sobre “Os efeitos das ações inclusivas da PUC Minas nos seus
alunos com deficiência”. Coordenadora do “Projeto de Inclusão e
acompanhamento de alunos com deficiência e/ou outras dificuldades no
Curso de Psicologia da PUC Minas Unidade São Gabriel”. Membro da
Comissão Organizadora do VIII Encontro de Psicologia (realizado em abril
de 2016). Coordenadora da Área da Psicologia e Educação e membro do
Colegiado Ampliado do Curso na Unidade São Gabriel.
Finalizando uma história que não acabou
Alguns momentos marcantes me vêm à memória na minha história
na Faculdade de Psicologia, dentre os quais: 1) o primeiro dia de aula
como caloura do Curso de Psicologia em agosto de 1987 – a emoção e
satisfação pelo meu esforço, coragem e determinação de iniciar um curso
de graduação, conforme o meu desejo, em uma situação onde poucos
tinham acesso a uma formação universitária. 2) Muitas aulas com seus
conteúdos importantes na minha formação em Psicologia ministradas por
professores competentes, mestres dos quais eu lembro com carinho. 3)
Os colegas de graduação cujo relacionamento com alguns se
transformaram em amizade nestes quase 30 anos. 4) A realização dos
estágios, tão importantes na minha formação. 5) A colação de grau
quando recebi o título de Psicóloga no dia 16/12/92. 6) O início da minha
carreira docente, em 2002 na Unidade São Gabriel, iniciando como
professora substituta no Curso. 7)Muitos momentos de reconhecimento
do meu trabalho por alunos em manifestações de palavras e gestos que
não cabem aqui descrever, mas que me são vivas e preciosas. 8) O
companheirismo com os colegas da Unidade São Gabriel em meio a
momentos de “correria” para compartilharmos as alegrias e as
dificuldades no exercício da docência. Com todos tenho um bom
relacionamento e amizade com muitos. 9) Momentos tensos e difíceis na
elaboração das muitas alterações de currículo do Curso, principalmente
quando foi preciso e imperativo a “Unificação” do mesmo. Reuniões e
mais reuniões se fizerem necessárias com tarefas que mobilizaram
discussões, conflitos e administração do trabalho coletivo. 10)Períodos de
muita produção e envolvimento nos eventos científicos locais como os
Encontros de Psicologia da Unidade São Gabriel e outros. 11) As
apresentações da minha dissertação de mestrado em 2003 e da defesa da
tese de doutorado em 2009. Desde o meu primeiro encontro com a PUC
Minas (iniciando como vestibulanda em 1987) do papel de aluna ao de
professora (de 2002 a 2015) muita coisa aconteceu. Mudanças no cenário
social, cultural, político e econômico do Brasil, mudanças na PUC Minas
abrindo novos campis e unidades, surgimento da PUC Virtual, mudança no
perfil de seus alunos e corpo docente, mudança nos currículos de seus
cursos, incluindo o da Psicologia. Esta, ao longo desses anos, sofreu
transformações significativas em suas áreas tradicionais emergindo novas
áreas e subáreas. Minha história na Faculdade de Psicologia da PUC
Minas, tendo mais alegria do que tristeza, mais satisfação do que
insatisfação, mais prazer do que desprazer, mais realizações do que
frustrações, mais êxito do que fracasso também é permeada por conflitos,
dificuldades, estresse, momentos de angústias, desânimo e sofrimento,
assim como falhas e falta, inerentes ao mundo do trabalho e à existência
humana. Uma história pressupõe encontros e desencontros, afetos e
desafetos, compreensão e incompreensão, entendimentos e
desentendimentos, elementos e questões que dizem respeito à história
particular e modo de funcionamento de seus protagonistas em uma
relação onde circula o poder como em todas as outras relações entre os
humanos. Nestes longos anos, em meio a tantas transformações e
acontecimentos, pessoas se fizeram e se fazem presentes na minha
trajetória de vida contribuindo para que, a partir do meu sonho/desejo de
fazer um curso de Psicologia, eu pudesse prosseguir, avançar e,
orgulhosamente, poder escrever este texto a respeito da minha história
na PUC Minas e, especificamente, com e na Faculdade de Psicologia. Esta
se apresenta de forma significativa na minha passagem existencial por
este mundo que, com o meu trabalho, tento contribuir para que ele seja
melhor. Que a minha história
possa ter contribuído, também,
na vida daqueles que dela
fizeram e fazem parte! Agradeço
aos meus ex professores pela
minha formação que, aliada ao
meu esforço, compromisso,
desejo e coragem, foi rica e de
qualidade me proporcionando
um exercício profissional com competência. Agradeço aos meus colegas
de trabalho (reencontrei alguns do curso de graduação, alguns do curso
de mestrado e alguns ex professores) e aos Coordenadores do Curso,
especialmente aos da Unidade São Gabriel, pela confiança e
reconhecimento do meu trabalho. Agradeço aos meus ex alunos (alguns já
mestres e doutores, agora meus colegas na docência na PUC Minas,
outros meus supervisandos no início de suas carreiras) e aos meus atuais
alunos, a maioria sempre me tratando com tanto carinho e respeito. A
todos a minha gratidão pelo incentivo e mobilização para que esta história
acontecesse e continue a acontecer tendo, ainda, muito a ser contada.
Maria Auxiliadora da Silva (Dorinha)
Novembro de 2015
“Nestes longos anos, em meio a tantas transformações e acontecimentos, pessoas se fizeram e se fazem presentes na minha trajetória de vida contribuindo para que, a partir do meu sonho/desejo de fazer um curso de Psicologia, eu pudesse prosseguir, avançar e, orgulhosamente, poder escrever este texto a respeito da minha história na PUC Minas e, especificamente, com e na Faculdade de Psicologia.”
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