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Mestrado Profissional em Enfermagem: Produção de Ciência e Tecnologia Aplicável aos Serviços de
Saúde e ao SUS
Cláudia Tavares UFF
Regulamentado pela CAPES – por meio da
(Portaria n. 47 de 17 de outubro de 1995).
▧ PORTARIA Nº 17/2009
Formatos de trabalho final
Art.11 – destaca a não concessão de
bolsa de estudos pela CAPES;
▧ PORTARIA Nº 389, DE 23 DE
MARÇO DE 2017
Dispõe sobre o mestrado e doutorado
profissional no âmbito da pós-
graduação stricto sensu.
-Não menciona o financiamento.
FOPROF Instituído em 5/5/2006 Objetivo Estabelecer diálogo permanente entre os coordenadores dos mestrados profissionais do país e os representantes da CAPES e da sociedade civil organizada. Encontros Nacionais Ocorrem periodicamente para avaliar e propor ações que visem construir a excelência e a sustentabilidade dos Mestrados Profissionais. Diretoria Eleita pela Assembléia do FOPROF a cada dois anos.
Fórum de Mestrados Profissionais em Enfermagem -FOPRENF
1 - UFF – Niterói - 2011
2 - UFES – Vitória -2012
3 - USP –Ribeirão Preto - 2013
4 - UFF- Niterói - 2014
5 - FEPECS - DF - 2015
6 - UFPR – Curitiba -2016
7- UFPB- João Pessoa - 2017
Panorama Atual – Expansão do MP
Conjunto dos MP
▧ 2012 - 417 2017 – 1054
Enfermagem
▧ 2012 – 8 2017 – 23
16 (69,6%) IES Pública
7 (30,4%) IES Privada
Crescimento de 252,7%
A oferta significativa por IES públicas revela o papel que o
Estado brasileiro tem assumido na indução da expansão da
oferta desta modalidade de ensino.
Egressos do MP
têm interesse na
vida acadêmica,
embora não seja a
meta do MP.
Egressos do MP
ministram aulas,
assumem funções
políticas e atuam
como gestores.
Firmar compromissos
de produzir, testar e
implementar novas
experiências de
organização e de
tecnologias avançadas
Acelerar o avanço
em tecnologia e
inovação de alta
qualidade.
“Muitas coisas não ousamos empreender por
parecerem difíceis; entretanto, são difíceis
porque não ousamos empreendê‐las.”
Sêneca
Doutorado Profissional: ter ou não ter?
Características do MP (1)
O MP é um modelo pensado para além da academia e, como vantagens, oferece maior ressonância social à pesquisa e uma reflexão sobre a prática, pois permite inovações em desenhos curriculares e formas de ensinar e aprender.
O MP deve ter padrões de exigência tão rigorosos como o MA, mas com critérios diferentes, já que se trata de cursos de natureza qualitativamente diferenciados.
O MP deve fornecer subsídios para o aluno localizar, reconhecer, identificar e utilizar problemas de sua realidade laboral como substrato para as atividades e aprendizagens acadêmicas, bem como utilizar os resultados dessa aprendizagem e da pesquisa em suas atividades diárias, devendo seu trabalho final favorecer a solução de problemas reais encontrados em seu local de trabalho.
A aplicabilidade dos resultados de um Mestrado Profissional é a essência dessa modalidade de pós-graduação Stricto sensu. Os produtos finais de um MP são uma rica fonte de retorno que a academia pode dar à sociedade.
Os trabalhos de conclusão podem assumir os mais variados modelos e naturezas - é uma possibilidade de produção aplicada à prática do Sistema Único de Saúde – SUS.
O tipo de trabalho mais desenvolvido ainda é a dissertação.
Características do MP (2)
Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e Enfermagem - Contextualização
A pesquisa em saúde é o setor que despende a maior quantidade de recursos em termos mundiais (Guimarães, 2004 ). No Brasil a pesquisa em saúde costuma ser circunscrita a pesquisa biomédica;
A política brasileira de C&T privilegia a eleição de setores de atividade econômica e internacionalização como base de sua concepção e orientação.
Setores que possuem uma enorme relevância no Brasil - saúde e educação não são tão
valorizados.
O MP saúde/enfermagem tem o desafio de operar um deslocamento na direção de um novo projeto nacional – valorizar mais o mercado interno e as necessidades da população brasileira.
Empecilhos contextuais para um aproveitamento integral das capacidades dos Mestrados Profissionais em Enfermagem produzirem ciência e tecnologia aplicável aos serviços de saúde e ao SUS
✘Desarticulação entre o setor acadêmico e o produtivo; ✘Falta de articulação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC ) e o Ministério da Saúde (MS); ✘Falta de uma agenda de prioridades em ciência e tecnologia orientada para as necessidades dos serviços de Saúde e Enfermagem; ✘Falta de transparência e informação sobre fontes de financiamento; ✘Falta de definição de orçamento público para os MP; ✘Falta de legislação adequada para o autofinanciamento dos MP nas instituições públicas (PEC 395/2014 – PEC 314/2017); ✘Falta de capacitação docente orientada para pesquisa estratégica e inovação científica para produção de novas tecnologias; ✘Falta de organização das necessidades de pesquisa segundo um padrão de prioridades. ✘Falta de política e linha de financiamento direcionado ao desenvolvimento de novos produtos e processos destinados ao sistema de saúde;
-A deterioração da infraestrutura repercute sobre a prestação de serviços, sobre o ensino e a viabilidade da realização de pesquisa. -O núcleo mais importante da atividade de pesquisa clínica nos hospitais de ensino vincula-se à avaliação tecnológica e é sobre ela que deveria recair a maioria dos esforços de uma política de recuperação da atividade de pesquisa em enfermagem nessas instituições.
Crise dos Hospitais de Ensino
Será possível desenvolver a pesquisa clínica no Brasil, em níveis compatíveis com nossa tradição científica e na intensidade requerida pelos padrões internacionais
sem que os hospitais de ensino ocupem um lugar central?
Dificuldades para produção de ciência e tecnologia no âmbito dos MP- Enfermagem
Falta de fomentos a pesquisa direcionado aos MP; No campo da pesquisa em saúde, tradição de obtenção de financiamento e
arquitetura de captação e concorrência dos institutos de pesquisa federais e estaduais. [Quantos MPE temos nos institutos?]
Baixa capacidade de articulação entre as ações de fomento científico-tecnológico e a política de saúde. Entre outras conseqüências, isto contribui para uma baixa capacidade de transferência de conhecimento novo para as indústrias, serviços de saúde e para a sociedade em geral.
Carência de atividades de pesquisa realizadas nos serviços de saúde com apoio financeiro próprio.
Recursos para o fomento a pesquisa bastante aquém das necessidades.
Desafios na produção de conhecimento no âmbito do MP
Relacionados ao aluno Longo tempo de distanciamento da academia; Não liberação para cursar o MP; Reposição de carga horária; Sobrecarga de trabalho.
Relacionado ao processo Falta de ambiente acadêmico propício para inovação; Falta de financiamento; Alto custo para reprodução de algumas tecnologias; Dificuldade para incorporação do produto no serviço; Resistência de outros profissionais na implantação do produto novo.
Contribuição dos MP para os Serviços de Saúde e o SUS
Formação continuada e avançada dos profissionais enfermeiros;
O MP é uma estratégia para produzir ciência e tecnologia e promover a transferência de conhecimento da ciência de Enfermagem para a sociedade em sintonia com as políticas públicas, contribuindo para a consolidação do SUS;
O MP desafia a criação de ambientes de tecnologia e inovação para desenvolvimento de modelos de cuidado de Enfermagem e Saúde, com estratégias de sustentabilidade e empreendedorismo.
A ecologia dos saberes diz respeito
aos saberes contextualizados,
situados e úteis e que só podem
florescer em ambientes tão próximos
quanto possível das práticas de que
se originam e “de um modo tal que
os protagonistas da ação social
sejam reconhecidos como
protagonistas da criação de saber.”
(Boaventura de Sousa Santos)
Referências
Amadei José Roberto Plácido, Torkomian Ana Lúcia Vitale. As patentes nas
universidades: análise dos depósitos das universidades públicas paulistas. Ci.
Inf., Brasília, v. 38, n. 2, p. 9-18, maio/ago. 2009
Dantas Flávio. Responsabilidade social e pós-graduação no Brasil: idéias para
(aval)ação. R B P G, v. 1, n. 2, p. 160-172, nov. 2004.
Erdmann AL, et al. O alcance da excelência por programas brasileiros de pós-
graduação stricto sensu com doutorado em enfermagem.Texto Contexto
Enferm. 2012 Jan-Mar; 21(1): 130-9.
Horta José Silvério Baia. Avaliação da Pós-graduação: com a palavra os
Coordenadores de Programas. Perspectiva, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 19-47,
jan. 2006.
Novaes Hillegonda Maria Dutilh. Pesquisa em, sobre e para os serviços de
saúde: panorama internacional e questões para a pesquisa em saúde no
Brasil.Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20 Sup 2:S147-S173, 2004.
Referências
Hortale Virginia Alonso, Leal Maria do Carmo, Moreira Carlos Otávio Fiúza, Aguiar Adriana Cavalcanti de.
Características e limites do mestrado profissional na área da Saúde: estudo com egressos da Fundação
Oswaldo Cruz. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2010 July [cited 2017 May 05] ; 15( 4 ): 2051-2058.
Scochi Carmen Gracinda Silvan, Gelbcke Francine Lima, Ferreira Márcia de Assunção, Alvarez Ângela
Maria. Mestrado profissional: potencial contribuição para a Enfermagem de Prática Avançada. Rev. Bras.
Enferm. [Internet]. 2015 Dec [cited 2017 May 05] ; 68( 6 ): 1186-1189.
Santos GB, Hortale VA, Arouca R. Mestrado profissional em saúde pública: caminhos e identidade. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 2012.
Santos BS. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos
Estudos - CEBRAP, 2007; (79) : 71-94.
Verhine RE. Pós-graduação no Brasil e nos Estados Unidos: Uma análise comparativa. Educação, Porto
Alegre, 2008 maio-ago; 31(2): 166-172.
Tavares Cláudia Mara de Melo, Silva Rose Rosa Andrade. Possibilidades reais de interdisciplinaridade no
contexto dos mestrados profissionais. Online braz j nurs [Internet]. 2014 [citado 2017 Maio 05] ; 13(
Suppl 1 ): 362-365.
Obrigada!
claudiamarauff@gmail.com
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