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Métodos Quantitativos em
Biotecnologia
Prof.a Dr.a Simone Daniela Sartorio de Medeiros
DTAiSeR-Ar
Disciplina: 220922
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Introdução
No início de todo trabalho de pesquisa que envolva a realização de
experimentos, sempre nos perguntamos:
Como esses experimentos devem ser conduzidos de forma que possam ser
reproduzidos sob condições controladas, obtendo-se resultados confiáveis e que
se repitam nessas condições?
Preocupa-nos todo o planejamento experimental (equipamentos, instrumentos,
materiais, número de ensaios e condições de ensaio), em suma:
o que medir e como medir.
Um segundo passo é analisar esses dados para que se possa tomar decisões, e
para isso a estatística tem um papel essencial.
A experimentação tem por objetivo o estudo dos experimentos (entende-
se uma experiência realizada sob condições previamente estabelecidas e
que opera com causas controladas), isto é, seu planejamento, execução,
análise dos dados obtidos e interpretação dos resultados. 2
Para que serve a estatística?
Imagine um médico e um farmacêutico querendo saber se um remédio em
desenvolvimento é bom ou ruim.
Imagine o perigo de uma pesquisa mal feita
num assunto tão importante!
Bom, para não colocar a vida de ninguém em risco, é preciso tomar
MUITOS CUIDADOS.
Antes de mais nada, é preciso planejar cada etapa:
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O remédio será testado em quem?
Quantas pessoas serão necessárias
para testar?
Há dinheiro para testar em
tantas pessoas? Homens?
Mulheres?
Jovens?
Idosos?
Obesos?
Crianças?
Basta testar em uma ou duas pessoas?
Ou será melhor testar em 10 pessoas?
30? 500? 2.000? Como saber?
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E se houver dois grupos de pessoas?
Para um grupo de voluntários dá-se
o remédio a ser testado;
Remédio Placebo
Mas se o remédio foi testado só com um grupo de pessoas, em geral voluntários,
como é que depois pode-se afirmar que este remédio vai ser bom para todo
mundo? É certeza absoluta?
E se tivermos mais que dois grupos? 5
Para o outro grupo, dá-se um remédio “de
mentirinha”, chamado placebo, mas não se
conta a verdade para ninguém.
Será que há diferença nos resultados de um grupo para outro?
O estatístico é exatamente o profissional que auxiliará tanto o
médico como o farmacêutico em cada uma destas etapas:
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• Na coleta cuidadosa e minuciosa dos dados (campo),
• Na organização destes dados no computador (banco de dados e
tabulação),
• Na hora de fazer todas as comparações interessantes, interpretar os
resultados (testes estatísticos) e
• Divulgá-los para todos os envolvidos (análises estatísticas).
• Desde o tipo de voluntário, quantidade e
controle das pessoas (animais, plantas,
etc.) que farão parte do experimento
(amostragem),
“Consultar um estatístico depois que os dados já
foram colhidos é como pedir uma autópsia para
saber do que o experimento morreu”
(Ronald A. Fisher)
Como os testes são feitos somente num grupo de pessoas
(animais, plantas, etc.), existe uma pequena chance de haver
um erro, não é mesmo?
O estatístico saberá dizer que tipo de erro poderá ocorrer e com
que grau de certeza o resultado será divulgado.
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À época, Fisher era o chefe do Departamento de matemática da Estação
Experimental de Rothamstead, em Londres, Inglaterra. Ao se debruçar sobre
vários conjuntos de dados experimentais gerados naquela Estação, ele
desenvolveu métodos estatísticos que o levaram à melhor compreensão dos
fenômenos biológicos.
É conveniente lembrar que muitos outros pesquisadores deram contribuições
expressivas para a experimentação, como F. Yates, K. Pearson, W.G. Cochran, O.
Kempthorne, G.W. Snedecor e outros.
História de Fisher
Ronald Fisher (1890-1962)
Devemos a Ronald A. Fisher o lançamento das
bases da Experimentação, em 1924
(Fisher, 1970).
A ele podemos atribuir o desenvolvimento da
genética quantitativa, em 1918 – fusão das
genéticas mendelianas e populacional, com a
estatística e matemática.
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A estatística é um conjunto de técnicas e métodos que vai ajudar o
estatístico/pesquisador em todas as etapas de uma pesquisa:
No planejamento do experimento;
Na amostragem;
Na coleta;
Na organização dos dados;
Na geração de tabelas e análises comparativas;
Na interpretação honesta dos resultados, de forma que todas as
afirmações possam ser feitas dentro de um limite de segurança estabelecido.
Mas a estatística não é usada só para ver se o remédio é bom ou não. Se você
pensar bem, muita coisa do nosso dia-a-dia acontece em consequência de
estudos que levam em conta análises estatísticas.
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A profissão de estatístico
Profissional versátil que pode trabalhar em diversas áreas do conhecimento,
interagindo com várias equipes multidisciplinares.
A sólida formação em teoria e técnicas estatísticas, probabilidade, computação e
métodos quantitativos permite ao Estatístico a construção de modelos, o controle e o
estudo adequado de fenômenos que envolvam incerteza, além do desenvolvimento e
aperfeiçoamento de novas técnicas estatísticas de obtenção e análise de informações.
http://www.famat.ufu.br/node/173
Por causa da difícil tarefa de definir o que fazemos, o trabalho do estatístico é
"adivinhar o invisível": buscamos entender e falar sobre algo que não estamos vendo.
O estatístico é, hoje, o profissional que vai colaborar com a sociedade na definição de
limites, por exemplo:
_ Qual o limite de segurança para o paciente de exposição a raios-x?
_ Ao monitorar índice de poluição, em que ponto recomendamos que o tráfego seja
parado?
_ Quais são os limites que suportamos?
Prof. Dr. Carlos Pereira Bragança
Analisar o comportamento de epidemias, doenças, cáries, seus tratamentos e
controles; desnutrição, etc., analisar milhões de células que um orgão tem;
milhares de genes de um ser humano; GENOMA, etc.
Testar eficiência e eficácia de medicamentos, cosméticos, alimentos, sistemas
de segurança e prevenção de acidentes, etc.
Estabelecer padrões/curvas que servirão como parâmetros de comparação
(Idade versus Altura, por exemplo).
Veja como e onde um estatístico (ou biotecnogista com conhecimentos
estatísticos) pode ser essencial
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1) A escolha da profissão é como a do casamento. Uma vez realizada a
escolha, trabalhe para que tudo dê certo.
2) Para que tudo dê certo no futuro, escolha ser um bom aluno hoje e
você será o bom profissional do amanhã. Não espere que as questões da
lista de exercícios caia em suas mãos de graça: corra e procure soluções
sem esperar por terceiros. Faça sua parte, para quem trabalha tudo dá
certo!
3) A diferença entre um bom profissional e um profissional comum é a
quantidade de leitura.
Para a vida:
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