Normas_Constitucionais_Cooperativas

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Cooperativas

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  • DISPOSIES CONTITUCIONAIS

  • C o n s t i t u i o d a R e p b l i c a P o r t u g u e s a

    Normas Constitucionais Cooperativas

    Artigo 43 Liberdade de aprender e ensinar

    1. garantida a l iberdade de aprender e ensinar .

    2. O Estado no pode programar a educao e a cul tura segundo quaisquer di rectr izes f i losf icas, estt i cas, pol t i cas, ideolgicas ou re l igiosas.

    3. O ensino pbl ico no ser confessional .

    4. garantido o d irei to de criao de escolas particulares e cooperat ivas.

    Artigo 60 Direitos dos consumidores

    1. Os consumidores tm di re i to qual idade dos bens e serv ios consumidos, formao e inf ormao, proteco da sade, da segurana e dos seus interesses econmicos, bem como reparao de danos.

    2. A publ i cidade di scipl inada por lei , sendo proib idas todas as formas de publ icidade ocul ta, indi recta ou dolosa.

    3. As associaes de consumidores e as cooperat ivas de consumo tm direi to, nos termos da lei, ao apoio do Estado e a ser ouvidas sobre as questes que d igam respei to defesa dos consumidores, sendo -lhes reconhecida legi t imidade processual para defesa dos seus associados ou de interesses colect ivos ou difusos.

    Artigo 61 Iniciativa privada, cooperativa e autogestionria

    1. A in ic iat i va econmica pr iv ada exerce-se l i v remente nos quadros def inidos pela Consti tu io e pela le i e tendo em conta o interesse geral .

    2. A todos reconhecido o direito l ivre consti tuio de cooperativas, desde que observados os princpios cooperat ivos.

    3. As cooperat ivas desenvolvem l ivremente as suas act ividades no quadro da lei e podem agrupar-se em unies, federaes e confederaes e em outras formas de organizao legalmente previstas.

    4. A lei estabelece as especi ficidades organizativas das cooperativas com participao pblica.

    5. reconhecido o d irei to de autogesto, nos termos da lei .

  • Artigo 63 Segurana social e solidariedade

    1. Todos tm di rei to segurana soc ia l .

    2. Incumbe ao Estado organizar , coordenar e subsidiar um sistema de segurana social uni f i cado e desc ent ral i zado, com a part ic ipao das associaes sindicais, de out ras organizaes represe ntativas dos trabalhadores e de associaes representativas dos demais benef ic irios.

    3. O sistema de segurana soc ia l proteger os c idados na doena, velh ice, inval idez, v iuv ez e orf andade, bem como no desemprego e em todas as outras si tuaes de fal ta ou diminuio de meios de subsistnc ia ou de capacidade para o t rabalho.

    4. Todo o tempo de trabalho cont ribui r, nos termos da lei , para o clculo das penses de velh ice e inval idez, independentemente do sector de activ idade em que t iver sido prestado.

    5. O Estado apoia e fiscaliza, nos termos da lei, a actividade e o funcionamento das inst i tuies part icu lares de solidariedade social e de outras de reconhecido interesse pbl ico sem carcter lucrat ivo, com vista prossecuo de object ivos de sol idariedade social consignados, nomeadamente, neste artigo, na al nea b) do n 2 do artigo 67, no art igo 69, na al nea e) do n 1 do artigo 70 e nos art igos 71 e 72.

    Artigo 65 Habitao e urbanismo

    1. Todos tm direi to, para si e para a sua fam l ia, a uma habi tao de dimenso adequada, em condies de higiene e confor to e que preserv e a int im idade pessoal e pr iv acidade f ami l iar .

    2. Para assegurar o di re i to habi tao , incumbe ao Estado:

    a) Programar e executar uma pol t i ca de habi tao inser ida em planos de ordenamento geral do terri trio e apoiada em planos de urbanizao que garantam a ex istncia de uma rede adequada de transportes e de equipamento soc ia l ;

    b) Promover, em colaborao com as autarquias locais, a construo de habitaes econmicas e sociais;

    c) Est imular a const ruo pr iv ada, com subordinao ao interesse geral , e o acesso habi tao prpr ia ou arrendada;

    d) Incentivar e apoiar as in iciat ivas das comunidades locais e das populaes, tendentes a resolver os respectivos problemas habitacionais e a fomentar a criao de cooperat ivas de habitao e a auto-construo.

    3. O Estado adoptar uma pol t i ca tendente a estabelecer um sistema de renda

  • compatvel com o rendimento f ami l iar e de acesso habitao prpria.

    4. O Estado, as regies autnomas e as autarquias locais def inem as regras de ocupao, uso e transformao dos solos urbanos, designadamente at ravs de instrumentos de planeamento, no quadro das leis respei t antes ao ordenamento do terri trio e ao urbanismo, e procedem s expropriaes dos solos que se revelem necessrias satisf ao de f ins de ut i l i dade pbl ica urbanst i ca.

    5. garantida a par t i cipao dos interessados na elaborao dos inst rumentos de planeamento urbanst ico e de quaisquer out ros instrumentos de planeamento f sico do terr i tr io.

    Artigo 75 Ensino pblico, particular e cooperativo

    1. O Estado criar uma rede de estabelecimentos pbl icos de ensino que cubra as necessidades de toda a popul ao.

    2. O Estado reconhece e f iscal iza o ensino part icular e cooperat ivo, nos termos da lei.

    Artigo 80 Princpios fundamentais

    A organizao econmico-social assenta nos seguintes princp ios:

    a) Subordinao do poder econmico ao poder pol t i co democrt ico; b) Coexistncia do sector pbl ico , do sector privado e do sector

    cooperativo e social de propriedade dos meios de produo; c) Liberdade de inic iat i va e de organizao empresarial no mbi to de uma

    economia mista; d) Propr iedade pbl ica dos recursos naturais e de meios de produo, de

    acordo com o interesse colect iv o; e) Planeamento democrtico do desenvolv imento econmico e soc ial ; f ) Proteco do sector cooperat ivo e social de propriedade dos meios de

    produo; g) Par t i cipao das organizaes representat iv as dos t raba lhadores e das

    organizaes representat ivas das act iv idades econmicas na def in io das pr inc ipais medidas econmicas e soc iais.

    Artigo 82

    Sectores de propriedade dos meios de produo

    1. garant ida a coex istnc ia de t rs sectores de propriedade dos m eios de produo.

    2. O sector pbl i co consti tudo pelos meios de produo cuja propr iedade e gesto pertencem ao Estado ou a outras entidades pbl icas.

    3. O sector pr iv ado const i tudo pelos meios de produo cuja propriedade ou

  • gesto pertence a pessoas singulares ou colect iv as pr ivadas, sem prejuzo do disposto no nmero seguinte.

    4. O sector cooperativo e social compreende especi f icamente: a) Os meios de produo possudos e geridos por cooperativas, em

    obedincia aos princpios cooperat ivos, sem prej u zo das especi ficidades estabelecidas na lei para as cooperativas com participao pbl ica, just if icadas pela sua especial natureza;

    b)Os meios de produo comunitrios, possudos e geridos por comunidades locais;

    c) Os meios de produo objecto de explorao colect iva por trabalhadores;

    d) Os meios de produo possudos e geridos por pessoas colectivas, sem carcter lucrativo , que tenham como principal object ivo a solidariedade social , designadamente entidades de natureza mutual ista.

    Artigo 85

    Cooperativas e experincias de autogesto 1. O Estado estimula e apoia a criao e a act ividade de cooperativas.

    2. A lei def in ir os benefcios f iscais e financeiros das cooperat ivas, bem como condies mais favorveis obteno de crdi to e auxl io tcnico.

    3. So apoiadas pelo Estado as experincias v iveis de auto -gesto.

    Artigo 94 Eliminao dos latifndios

    1. O redimensionamento das unidades de explorao agrcola que tenham dimenso excessiva do ponto de v ista dos object iv os da pol t i ca agr cola ser regulado por lei , que dever prev er , em caso de expropriao, o direi to do proprietr io correspondente indemnizao e reserv a de rea suf ic iente para a v iabi l idade e a racional idade da sua prpria explorao.

    2. As terras expropriadas sero entregues a t tul o de propriedade ou de posse, nos termos da lei , a pequenos agricul tores, de preferncia integrados em unidades de explorao familiar, a cooperat ivas de trabalhadores rurais ou de pequenos agricul tores ou a outras formas de explorao por trabalhadores, sem prejuzo da estipulao de um perodo probatrio da efectividade e da racional idade da respectiva explorao antes da outorga da propriedade plena.

    Artigo 97 Auxlio do Estado

    1. Na prossecuo dos objectivos da pol t ica agrcola o Estado apoiar

  • preferencialmente os pequenos e mdios agricul tores, nomeadamente quando integrados em unidades de explorao familiar, individualmente ou associados em cooperat ivas, bem como as cooperat ivas de trabalhadores agrcolas e outras formas de explorao por trabalhadores.

    2. O apoio do Estado compreende, designadamente:

    a) Concesso de assistncia tcnica; b) Criao de f ormas de apoio comercial izao a montante e a jusante da

    produo; c) Apoio cobertura de r i scos resul tantes dos ac identes c l imatr icos e

    f i topatolgicos imprev isveis ou incont rolv eis; d) Estmulos ao associativismo dos trabalhadores rurais e dos

    agricultores, nomeadamente constituio por eles de co -operativas de produo, de compra, de venda, de transformao e de servios e ainda de outras formas de explorao por trabalhadores.

    Artigo 136

    Promulgao e veto

    1. No prazo de v inte d ias contados da recepo de qualquer decreto da Assembleia da Repbl ica para ser promulgado como le i , ou da publ icao da deciso do Tribunal Consti tucional que no se pronuncie pela inconsti tucional idade de norma dele constante, deve o Presidente da Repbl ica promulg- lo ou exercer o di re i to de veto, sol ici tando nova aprec iao do diploma em mensagem fundamentada.

    2. Se a Assembleia da Repbl ica conf i rmar o voto por m aior ia absoluta dos Deputados em efect iv idade de funes, o Presidente da Repbl ica dever promulgar o diploma no prazo de oi to dias a con tar da sua recepo.

    3. Ser, porm, ex igida a maior ia de dois teros dos Deputados presentes, desde que super ior maioria absoluta dos Deputados em efectiv idade de funes, para a conf i rmao dos decretos que rev istam a forma de lei orgnica, bem como dos que respeitem s seguintes matrias:

    a) Relaes externas; b) Limites entre o sector pblico, o sector privado e o sector cooperativo

    e social da propriedade dos meios de produo; c) Regulamentao das eleies para o Parlamento Europeu e dos demais

    actos elei tora is prev istos na Const i tu io.

    4. No prazo de quarenta dias contados da recepo de qualquer decreto do Governo para ser promulgado, ou da publ icao da deciso do Tribunal Consti tucional que no se pronuncie pela inconst i tucional idade de norma dele constante, dev e o Presidente da Repbl ica promulg-lo ou exercer o d irei to de veto, comunicando por escri to ao Governo o sentido do veto.

    5. O Presidente da Repbl ica exerce ainda o d irei to de veto nos termos dos Art igos 278 e 279.

  • Artigo 165

    Reserva relativa de competncia legislativa 1. da exc lusiva competncia da Assembleia da Repbl ica legislar sobre as seguintes matrias, salvo autor izao ao Governo:

    a) Estado e capacidade das pessoas; b) Direi tos, l iberdades e garantias; c) Def inio dos crimes, penas, medidas de segurana e respect ivos

    pressupostos, bem como processo crim inal ; d) Regime geral de punio das i nf races discipl inares, bem como dos actos

    i l c i tos de mera ordenao social e do respect iv o processo; e) Regime geral da requisio e da expropriao por ut i l i dade pbl ica; f ) Bases do sistema de segurana social e do serv io nacional de sade; g) Bases do sistema de proteco da natureza, do equi l brio ecolgico e do

    pat rimnio cul tura l ; h) Regime geral do arrendamento rural e urbano; I ) Criao de impostos e sistema f i scal e regime geral das taxas e demais

    cont ribuies f inanceiras a favor das ent idades pbl icas; j ) Definio dos sectores de propriedade dos meios de produo,

    incluindo a dos sectores bsicos nos quais seja vedada a act ividade s empresas privadas e a outras entidades da mesma natureza;

    l ) Meios e f ormas de interveno, expropriao, naci onal i zao e pr ivatizao dos meios de produo e solos por motivo de interesse pbl ico, bem como cri trios de f ixao, naqueles casos, de indemnizaes;

    m) Regime dos planos de desenvolv imento econmico e soc ial e composio do Conselho Econmico e Social ;

    n) Bases da pol t i ca agrcola, incluindo a f i xao dos l im i tes mximos e mnimos das unidades de explorao agr cola;

    o) S istema monetrio e padro de pesos e medidas; p) Organizao e competnc ia dos tr ibunais e do Ministr io Pbl ico e estatuto

    dos respectivos magist rados, bem como das entidades no jur isdicionais de composio de conf l i tos;

    q) Estatuto das autarquias locais, inc lu indo o regime das f inanas locais; r ) Part i cipao das organizaes de moradores no exerccio do poder local ; s) Associaes pbl icas, garant ias dos administ rados e responsabi l idade civ i l

    da Administrao; t ) Bases do regime e mbi to da funo pbl ica; u) Bases gerais do estatuto das empresas pbl icas e das fundaes pbl icas; v ) Def inio e regime dos bens do domnio pbl i co; x ) Regime dos meios de produo integrados no sector cooperat ivo e

    social de propriedade; z) Bases do ordenamento do terri trio e do urbanismo; aa) Regime e forma de cr iao das pol cias municipais.

    2. As le is de autor izao legislat iv a devem def in ir o objecto, o sentido, a

  • extenso e a durao da autorizao, a qual pode ser prorrogada.

    3. As autorizaes legislat i vas no podem ser ut i l i zadas mais de uma vez, sem prejuzo da sua execuo parcelada.

    4. As autorizaes caducam com a demisso do Governo a que t iverem sido concedidas, com o termo da legislatura ou com a dissoluo da Assembleia da Repbl ica.

    5. As autor izaes concedidas ao Governo na le i do Oramento observ am o disposto no presente art igo e, quando incidam sobre matria f i scal , s caducam no termo do ano econmico a que respeitam.

    Artigo 288 Limites materiais da reviso

    As leis de rev iso const i tuc ional tero de respeitar :

    a) A independncia nacional e a unidade do Estado; b) A f orma republ icana de governo; c) A separao das Igrejas do Estado; d) Os direi tos, l iberdades e garant ias dos cidados; e) Os di re i tos dos t rabalhadores, das comisses de t rabalhadores e das

    associaes sindicais; f ) A coexistncia do sector pblico, do sector privado e do sector

    cooperat ivo e social da propriedade dos meios de produo; g) A ex istncia de planos econmicos no mbito de uma economia mista; h) O suf rgio universal, di recto, secreto e peridico na designao dos

    t i tu lares elect i vos dos rgos de soberania, das regies autnomas e do poder local , bem como o sistema de representao proporcional ;

    I ) O plural i smo de expresso e organizao pol t i ca, incluindo part idos pol t icos, e o d irei to de oposio democrt ica;

    j ) A separao e a independncia dos rgos de soberania; l ) A f iscal izao da consti tucional idade por aco ou por omisso de normas

    jur d icas; m) A independncia dos t ribunais; n) A autonomia das autarquias locais; o) A autonomia pol t ico-administ rat i va dos arquiplagos dos Aores e da

    Madei ra.