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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
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O acesso de mulheres negras brasileiras ao discurso midiático1
Céres Santos2
Márcia Guena3
Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Resumo
Neste artigo fazemos um estudo de caso comparativo de duas situações distintas, com o
objetivo de identificar a presença ou ausência dos discursos das mulheres negras na
grande mídia brasileira e nas redes sociais digitais, a partir de dados apurados na
dissertação Mídia e educação: o discurso da imprensa no debate das Ações Afirmativas
para negros/as, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, do
Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), 2007, e de
levantamentos da pesquisa, em execução, A mídia e a cobertura da execução da
vereadora Marielle Franco. Além de contextualizar os dois casos, fizemos uma breve
análise dos dados apresentados nessas duas pesquisas, da invisibilidade e visibilidade das
narrativas das mulheres negras brasileiras na mídia.
Palavras-chaves: acesso ao discurso midiático; mídia e mulheres negras; invisibilidade;
cidadania; feminismos negros.
Introdução
Ao pesquisarmos sobre imprensa e políticas de Ações Afirmativas, recorrendo a cotas,
para ampliar o acesso de negros/as ao Ensino Superior, em todas as publicações dos
jornais Folha de São Paulo (SP), Jornal do Brasil (RJ), O Globo (RJ) e A Tarde (BA), no
ano de 2001, identificamos não só o posicionamento desses mídias, mas, também, quem
1 Trabalho apresentado no GP DT 7 – Comunicação, Espaço e Cidadania, GP Comunicação para a
cidadania, XVIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 41º
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Discente do Curso de Doutorado Interinstitucional (Dinter) entre o Programa de Pós-graduação em Comunicação da
Universidade de São Paulo (PPGCOM – USP) e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Jornalista e docente no
curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB. E-mail: ceresantos3@gmail.com.
3 Dra. pela Universidade de Conplutense/Espanha, docente no curso de Jornalismo em Multimeios da
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Mestre em Integração da América Latina, pela USP.
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teve acesso ao discurso midiático. Nesse sentido, a pesquisa identificou 370 matérias,
assim distribuídas:
Tabela 1 - Total de Matérias
Fonte – Tabela elaborada pelas autoras, a partir dos dados da pesquisa
Uma das tabelas dessa pesquisa quantificou as pessoas que se manifestaram sobre o tema,
nesses quatro jornais e, também, informou o gênero dessas pessoas e o lugar de fala, se
era institucional ou não.
Quadro 2 - Gênero das fontes das matérias/notícias
LUGAR/GÊNERO O Globo JB FSP A Tarde T0TAL
FEMININO
(INSTITUCIONAL)
12 15 12 01 40
FEMININO
(NÃO OFICIAL)
05 03 04 01 13
MASCULINO
(OFICIAL)
50 72 45 20 187
MASCULINO
(NÃO OFICIAL)
13 14 06 02 35
MOV. NEGRO
(FEMININO)
05 04 04 07 20
MOV. NEGRO
MASCULINO
07 05 13 08 33
OUTRAS FONTES*4 10 04 03 17
TOTAL DE
ENTREVISTADOS/AS
102 117 84 42 345
Fonte – Elaborada pelas autoras, a partir dos dados da pesquisa
4 Outras fontes referem-se, principalmente, a dados de pesquisas que serviram para a produção de algumas
dessas matérias.
Jornal Matérias
O Globo 175
Jornal do Brasil 88
Folha de São Paulo 65
A Tarde 42
TOTAL 370
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Observa-se que de um total de 345 pessoas entrevistadas 53 foram mulheres brancas, 222
homens brancos, 33 homens negros e, apenas 20 mulheres negras. Desses dados
concluimos que, mesmo sendo o tema da entrevista – políticas de Ações Afirmativas -
um assunto também de interesse das mulheres negras, elas foram as menos ouvidas e as
que menos tiveram visibilidade de seus discursos e narrativas.
Já na pesquisa em andamento, A mídia e a cobertura da execução da vereadora Marielle
Franco5, iniciada em março de 2018, observa-se a presença ou ausência das narrativas
das mulheres negras sobre o crime, nos noticiários televisivos da Globo - Jornal da Noite,
de 14.3.2018 e Jornal Nacional de 15.3.2018 e os noticiários noturnos da Band nos dias
14.3.2018 e 15.3.2018. Essa pesquisa também acompanhou a incidência de matérias nas
redes sociais.
Dados preliminares da pesquisa
Total de matérias
PROGRAMA/
EMISSORA
14.3. 18
Total de matérias
Ordem de
apresentação
15.3.18
Total de matérias
Ordem de
Apresentação
JORNAL DA
GLOBO
13 matérias 1ª e penúltima
JORNAL
NACIONAL
8 matérias
1ª e última
5 A vereador carioca pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) foi brutalmente executada com quatro tiros na cabeça,
assim como seu motorista, Anderson Gomes com três tiros, também, na cabeça), na noite do dia 14 de março de 2018,
depois de sair do bairro central da Lapa, na cidade brasileira do Rio de Janeiro. Passados mais de quatro meses o caso
ainda não foi elucidado nem identificados os criminosos.
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TEMPO DAS MATÉRIAS
PROGRAMA/ EMISSORA
14.3. 18 15.3.18 Duração da matéria %
JORNAL DA GLOBO 41 m
6m21s
(4m18s +
2m3s)
15%
JORNAL NACIONAL
50 m22s 36m19s
(35m05
+1m14s
)
74%
QUEM FALA (GÊNERO)?
PROGRAMA/
EMISSORA
14.3.2018
AUTORIDADES
M-F
QUEM SÃO? 15.3.2018
AUTORIDADES
M-F
QUEM SÃO?
JORNAL DA
GLOBO
3 HOMENS Dep. Do PSOL
Raul Julgmann
Prefeito Pezão
JORNAL
NACIONAL
Como a pesquisa ainda está sendo apurada não dispomos, ainda, de todos os resultados,
mas já observamos que:
• Os quatro telejornais fazem referência as manifestações da imprensa
Internacional;
• Mostram a indignação da irmã;
• Algumas representantes de instituições sociais foram entrevistadas;
• Houve uma intenção de isentar o Estado e a Polícia carioca;
• Coletiva do Ministro Raul Jungmann;
• Uso das imagens do carro em que Marielle Franco e Anderson foram executados;
• Poucas ativistas negras falam nas entrevistas.
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Quando comparamos parte dos resultados das duas pesquisas citadas, com o objetivo de
identificar a presença ou ausência dos discursos das mulheres negras na grande mídia
brasileira e nas redes sociais digitais, observamos que a coleta de dados na internet
mostrou que a execução de Marielle Franco tornou-se o maior acontecimento político-
digital ocorrido no Brasil e que foi liderado por três mulheres negras de três gerações
diferentes: pela própria Marielle Franco, Elza Soares e Milena Martins. Essas mulheres
fizeram com que os disparos que vitimaram Marielle Franco, na noite de 14 de março,
reverberassem muito além do bairro carioca do Estácio, onde ela foi executada, ou mesmo
da cidade do Rio de Janeiro, onde era vereadora. A morte brutal de Marielle vereadora
rompeu fronteiras e somou um total de 3,573 milhões de tuítes. Nas 42 horas seguintes,
mobilizou 400 mil usuários do Twitter em 54 países e 34 idiomas.
Segundo dados apurados pelo Laboratório de Estudos de Internet e Cultura, o Labic, da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), no dia posterior a morte da vereadora,
em 15 de março de 2018, pouco antes do início do seu velório, na Câmara Municipal do
Rio de Janeiro, foram publicados 522 tuítes por minuto. A hashtag mais usada no debate,
#mariellepresente, aparece em 44,7 mil postagens e foi listada nos trending topics do
Twitter no Brasil.
O fato surpreendeu os/as pesquisadores do Labic, pois o laboratório havia feito uma
pesquisa semelhante quando do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, aprovado
pela Câmara dos Deputados, em 2016. Na época, os pesquisadores identificaram 3,357
milhões de tuítes publicados sobre o tema ao longo de 72 horas. O impeachment
estabelecera um recorde em eventos políticos – porém foi quebrado pela reação ao
assassinato de Marielle Franco: 216 mil tuítes a mais e em menos tempo.
Uma outra diferença apontada pelo Labic foi na distribuição das publicações e o alcance
dos compartilhamentos entre os dois acontecimentos. Enquanto que no impeachment da
presidenta Dilma Rousseff os mapas evidenciavam dois grupos antagônicos centralizando
os debates no meio digital, agora, na execução da vereadora toda a parte central do gráfico
abaixo (LABIC, 2018 apud TOLEDO e MORAES, 2018) está dominada por veículos e
pessoas com algum tipo de ligação com meios de comunicação e que orbitaram em torno
do perfil “@mariellefranco”. Assim, o nome da vereadora tornou-se o nó central da trama
e é citado na maior parte dos tuítes. Segundo a matéria, as manchas laranja correspondem
a tuítes em inglês e a verde, espanhol, mostram o alcance internacional do assassinado de
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Marielle Franco. Já as manchas em lilás e azul claro reúnem perfis de origens variadas,
como de pessoas desconhecidas, youtubers, celebridades e artistas.
Número de tuites sobre a execução de Marielli Franco
Fonte: Laboratório de Estudos de Iternet e Cultura da Universidade Federal do
Espirito Santo (LABIC, 2018 apud TOLEDO e MORAES, 2018)
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Mapa com dados dos conteúdos dos debates sobre a execução de Marielle Franco
Fonte: Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV
DAPP, 2018)
Em outro levantamento, elaborado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Dapp, 2018, apud COSTA, 2018) o caso do assassinato
da vereadora Marielle Franco recebeu 567,1 mil menções no Twitter em 19 horas - entre
às 22 horas da quarta-feira, dia 14 de março de 2018, minutos depois do crime e, às 17
horas do dia 15 de março de 2018, quinta-feira. Na noite de quarta-feira, foram registrados
594 tuítes por minuto sobre o tema. Em entrevista à BBC Brasil (COSTA, 2018) uma das
pesquisadoras responsáveis pelo levantamento, Ana Luisa Azevedo, informou que os
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dados, quando relacionados ao tema ‘segurança’ apontam para um dos maiores picos
registrado em 2018, “quase tão grande quanto as menções à intervenção”.
Fonte: Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas
(FGV DAPP, 2018)
Mulheres negras e a mídia
Santos (2009) ao tratar de organizações de mulheres negras, explica que apesar de terem
uma base identitária comum, na contemporaneidade, na luta contra formas diversas de
opressão, elas têm especificidades e, mesmo assim, procuram formar redes internas, no
Brasil e na América Latina, por exemplo. Nesse sentido algumas instituições, a exemplo
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da Geledés (SP), Criola (RJ), Odara (BA) e Flores de Dan (BA), têm na área da
comunicação um de seus focos de enfrentamento de várias exclusões, entre elas as que se
alicerçam no racismo e no sexismo.
No Instituto Odara, por exemplo, são desenvolvidas ações de formação em Educom para
que as mulheres negras se apropriem das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) como ferramentas de promoção dos discursos das mulheres negras nas redes sociais
e, com isso, estimular uma comunicação plural e democrática. A ong Flores de Dan, por
sua vez, foi criada em 2004 por um grupo de jornalistas negras dispostas a promover
ações voltadas para a democratização da Comunicação, como a criação de uma rede de
ativistas. Flores de Dan integrou o 1º Conselho de Comunicação da Bahia, em 2012 e a
Frente Baiana Pela Democratização da Comunicação. As referências servem para
evidenciar que as exclusões e representações negativas das mulheres negras nos meios de
comunicação fazem parte das preocupações e ações de ong’s brasileiras, formadas por
essas mulheres.
Ressaltamos que essas iniciativas têm como referência, os feminismos negros que para
Santos (2007), Carneiro (2003) e Collins (1990) tratam das narrativas e experiências das
mulheres negras que ao nascer são envolvidas por um contexto preexistente e estruturado
pelo racismo, sexismo, que as impelem ao ativismo político que, segundo Carneiro (2003)
também requer que os demais movimentos feministas compreendam e abracem as
demandas especificas das mulheres negras. Por conta dessa realidade Collins (1990)
sugere uma consolidação do pensamento feminista negro norte-americano, alicerçado em
uma teoria crítica centrada nas vivências e no ponto de vista das mulheres negras.
As duas pesquisas Mídia e educação: o discurso da imprensa no debate das Ações
Afirmativas para negros/as e A mídia e a cobertura da execução da vereadora Marielle
Franco, essa, ainda em desenvolvimento, mostram dados distintos sobre o acesso das
narrativas de mulheres negras na mídia e redes sociais. Enquanto a primeira evidencia a
invisibilidade do grupo, no universo de pessoas entrevistas para trataram sobre Políticas
de Ações Afirmativas, em quatro veículos de comunicação a segunda pesquisa mostra
que, mesmo ainda inconclusa, três mulheres negras: Marielle Franco, 38 anos, Elza
Soares, 80, e Milena Martins, 17, impulsionaram o que se transformou no maior
acontecimento político-digital do país.
Importante salientarmos que, até a sua execução, a vereadora não tinha inserção na grande
mídia nacional, mesmo tendo sido a quinta candidata mais votada do Rio de Janeiro nas
Comentado [Mgds1]: FALTA O ANO PARA CADA UMA
DESSAS PESQUISAS. VER SE ESTÁ NA REFERENCIA FINAL
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eleições de 2016, com 46.502 votos, para ocupar uma das vagas da Câmara Municipal,
em sua primeira disputa eleitoral, pelo PSOL. As ideias e identidades políticas de
Marielle, não se alinhavam com as dos grandes grupos de comunicação do país. Por isso,
era invisibilizada pelos meios de comunicação, que recorriam a mesma prática usada para
evitar as narrativas de outras mulheres negras, como vimos na pesquisa Mídia e educação:
o discurso da imprensa no debate das Ações Afirmativas para negros/as.
Mas a notícia do assassinato da vereadora promoveu uma mudança radical, pontual e
rápida nessa realidade. Levou, por exemplo, a cantora carioca Elza Soares, 80 anos, a
postar no Twitter o seguinte texto, um dos mais lidos e curtidos (41 mil), às 0h45, do dia
15 de março de 2018: “Das poucas vezes que me faltam voz. Chocada. Horrorizada. Dessa
forma me mata mais. Mulher negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos.
Marielle Franco, sua voz ecoará entre nós. Gritemos”.
A mesma notícia também indignou a jovem carioca Milena Martins, 17 anos, que não
teve recursos para participar das homenagens póstumas a vereadora. A jovem é negra, é
ativista, reside em Queimados, na Baixada e é dona do perfil @badgcat - com pouco mais
de mil seguidores. Milena foi a autora do tuíte mais citado após o assassinato da vereadora
do PSOL: “Marielle morreu dps de denunciar abuso dos militares e a galera tá falando
“morreu pelas mãos bandidos que ela defende”. acho que ela morreu pelas mãos dos
bandidos que você defende, amigo”.6 Mais de 33 mil retuítes transformaram Milena no
segundo nó mais importante da rede formada a partir da execução de Marielle. O primeiro
nó foi o da própria vereadora.
Considerações Finais
Neste breve estudo de caso comparativo de duas pesquisas/situações com o objetivo de
identificar a presença ou ausência dos discursos das mulheres negras em quatro veículos
de comunicação da grande mídia brasileira, a partir de dados apurados na dissertação
Mídia e educação: o discurso da imprensa no debate das Ações Afirmativas para
negros/as, e a presença singular de três mulheres negras nas redes sociais digitais,
apontada pela pesquisa em andamento, A mídia e a cobertura da execução da vereadora
Marielle Franco, pudemos constatar que a mudança brusca da invisibilidade para a
6 Fonte: http://piaui.folha.uol.com.br/marielle-bate-impeachment-em-alcance-no-twitter/
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visibilidade massiva foi decorrente de um fato pontual: a execução da vereadora Mariele
Franco e não de um processo mais consistente de mudança de comportamento dos meios
de comunicação ou resultado de processos de exercício de cidadania. Inclusive, os dados
parciais da cobertura do caso, em duas emissoras de televisão, já sinalizam para a ausência
das mulheres negras entrevistadas.
Também observamos que o enfrentamento do racismo, do sexismo, das representações
negativas de homens e mulheres negras nos meios de comunicação está na pauta de
algumas ong’s de mulheres negras brasileiras que fazem ativismo por meio das redes
sociais. Dessa forma, promovem a divulgação de seus discursos e narrativas pautadas nos
feminismos negros em busca do acesso a cidadania e direitos humanos.
Referencial Bibliográfico
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em Movimento. 2003. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142003000300008&script=sci_arttext.
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DAN, Flores de. Blog: http://floresdedan.blogspot.com.br/. Acesso em: 15.08.2017.
ODARA, Instituto. Site: http://institutoodara.org.br/. Acesso em 20.08.2017.
SANTOS, Céres. Mídia e educação: o discurso da imprensa no debate das Ações
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Mestrado em Educação e Contemporaneidade da UNEB, 2007.
__________. A mídia e a cobertura da execução da vereadora Marielle Franco.
Pesquisa em desenvolvimento, na UNEB, 2018.
SANTOS, Márcia Guena. A mídia e a cobertura da execução da vereadora Marielle
Franco. Pesquisa em desenvolvimento, na UNEB, 2018.
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018
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SANTOS, Sonia Beatriz dos. As Ong’s de mulheres negras no Brasil. Revista
Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 12, n. 2, p. 275-288, jul./dez. 2009, p. 275-280.
________. Feminismo negro diaspórico. Revista Gênero, vl.8, no1, 2007. p. 11-26.
TOLEDO, José Roberto de. MORAES, Kellen. Piaui – Anais da Violência, 2018.
Marielle bate impeachment no twitter. Disponível em:
http://piaui.folha.uol.com.br/marielle-bate-impeachment-em-alcance-no-twitter/. Acesso
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http://dapp.fgv.br/intervencao-federal-no-rio-soma-mais-de-626-mil-mencoes-no-
twitter-mostra-pesquisa-da-fgv-dapp/. Ac e s s o e m : 2 1 . 0 3 . 2 0 1 8 .
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