O Código da Aliança -...

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O Código da Aliança Ex 20.23-23.19

Parashat Mishpatîm: Porção das Decisões Judiciais

Leitura da Torá: Shemôt (Ex) 21.1 – 24.18

‎ ‎ם פניה ים ל ש ר ת ים אש ט שפ ה המ ׃ ואל

‎ ית ר הבר ספ

A Torá fundamenta a raiz do Direito hebreu

Deus criou tudo

como um imenso

“TÔV”

טוב

“E viu Deus tudo o que fizera,

e eis que era muito bom.”

עת ובועץ הד ע׃ ט ר ‎ו

ע טוב ר

O ser humano

experimenta o

“TÔV” e o “RÁ”

“E a árvore do conhecimento

do bem e do mal”

Os vários contextos

de “quedas”

Disputa de poder, violência,

opressão, opulência

ר ל־אש ת־כ ים א וי רא אלהנה־ ה וה ש ובע ד ט מא

O ser humano tem em

si o “sopro” divino

ים שמת חי יו נ ח באפ פ ‎וי“E soprou nas suas narinas o

fôlego da vida”

Gn 2:7b‎

Gn 1.28b:

“enchei a terra e sujeitai-a e governai (regulamentai)...”

ה ורדו בש ץ וכ ר א ת־ה ו א לא ומ

Consciência

Normas e leis de

convívio

A Torá fundamenta a raiz do Direito hebreu

טוב

Rm 2.14-15 14 Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por

natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles

de lei para si mesmos.

15 Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração,

testemunhando-lhes também a consciência e os seus

pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se,

A gênese do Direito

Normas de convivência,

costumes, etc.

Família /Clã /Tribo Estado / Sociedade

complexa

leis de tradição oral e a

formalização de leis. Escritas.

Direito consuetudinário,

jurisprudência,

A Torá fundamenta a raiz do Direito hebreu

י ל ם בק ה ע אבר מ ר־ש ב אש ק ע

“Visto que Abraão ouviu minha voz

ר שמ וי שמרת צות י מ קות י מ י ו ח ת י׃ תור

e guardou meus mandados, meus mandamentos, meus estatutos e minhas leis.

Gênesis 26.5

(antes do Sinai? Sim)

A origem de Abraão e o berço dos

códigos mais antigos de leis

Ur

A origem de Abraão e o berço dos

códigos mais antigos de leis

Ur

A origem de Abraão e o berço dos

códigos mais antigos de leis

Urukagina (2350 a.C.)

Ur-Nammu (2050 a.C.)

Lipit-Ishtar (1870 a.C.)

Eshnunna (1825-1787 a.C.)

Hammurabi (1792-1760 a.C.) Ur

Forte tradição legal e direito

jurisprudencial

Os reis governam e os juízes

decidem segundo

mesharu kittu

“justiça” “verdade”

O Direito

O ser humano tem a necessidade básica de estar em

coletividade e se agrega formando grupos sociais.

Assim, desde o momento que existem no mínimo duas

partes em relacionamento, toda a sorte de conflituosidade

passa a existir, incluindo toda a “trama das relações

humanas”, a qual não tem fronteiras e nem limites

assinaláveis.

Daí surgem as regulações por meio de normas (quer orais,

quer escritas) com a finalidade de frear o ímpeto e a

potencial dominação ilegítima sobre o indivíduo quando

está atuando em grupo.

Disto nasce o DIREITO visando:

a ORDEM e

a PRESERVAÇÃO deste convívio social.

Sem o Direito, a sociedade está fadada a

sucumbir.

O Direito Hebreu

O Direito nasce por necessidade deste controle e preservação social,

visando melhores condições da vida em sociedade.

porém, não se reduz apenas à criação de normas, objetivando também

“organizar a vida pública e de facilitar o contrato social (pacto) voluntários

entre os cidadãos”.

O MODELO

Tratados de Lealdade-Compromisso,

também conhecidos como

Tratados de Vassalagem.

A inspiração da Torá toma

empréstimos do ambiente

para tornar o Direito Hebreu

INTELIGÍVEL ESQUEMAS DA LEI ABRANGENTE

Forte tradição legal e direito

jurisprudencial

Tratado de Lealdade-Compromisso

Documento do Pacto de Vassalagem Cortar a Aliança

a Barittû

O suserano lê o tratado (histórico e feitos do rei; os termos do pacto);

O suserano reúne o povo vassalo O suserano corta os animais, queima as metades no fogo e atravessa entre as partes queimadas;

Os vassalos fazem o juramento de lealdade (prometem fidelidade).

É iniciativa do suserano escrever os termos do tratado (pacto):

Não é um pacto entre iguais (deveres e obrigações); Documento padrão (Adû) em 2 cópias nos dois lados). (1 cópia é o suserano e 1 era o reino vassalo) As cópias eram um testemunho do pacto.

Tratado de Lealdade-Compromisso

YHWH escreve com seu próprio dedo o documento do Testemunho (Ex 32.15) Há duas tábuas, escritas nos dois lados (v. 15b).

Documento do Pacto de Vassalagem Cortar a Aliança

a Barittû

O suserano lê o tratado (histórico e feitos do rei; os termos do pacto);

O suserano reúne o povo vassalo O suserano corta os animais, queima as metades no fogo e atravessa entre as partes queimadas;

Os vassalos fazem o juramento de lealdade (prometem fidelidade).

YHWH reúne seu povo (Ex 19)

Moisés divide em metade o sangue do pacto (Ex 24.6-7)

Moisés lê para o Povo os termos da Aliança (Ex 24.7)

O Povo faz juramento de lealdade (Ex 24.3-4)

É iniciativa do suserano escrever os termos do tratado (pacto):

O Direito Hebreu

O Direito Hebreu NÃO NASCE no Sinai

O Direito Hebreu no Sinai (e na Torá) é a consolidação de um longo processo de

experiência com ETERNO através do Direito Consuetudinário mais abrangente

Tem sua

germinação antes

do Sinai

Tem aplicação que

vai muito além do

Sinai

Qual é o objetivo do Direito Hebreu?

a) Para dar o merecimento da salvação.

b) Para a prática da justiça (horizontal e vertical).

Resposta correta: letra (b)

Salvação Primeiro Lei para melhor convivência depois

O Pentateuco entrelaça narrativas e textos legislativos

Os Gêneros Literários predominantes da Torá

Mostram a História da Humanidade como história da

salvação de um Deus de graça e de justiça: Base

fundamental: Êx 34.6-7.

São ancoradas nas narrativas para contextualizar a

natureza da instruções legais.

As instruções legais surgem dentro das condições

humanas do contexto-histórico.

Narrativas

Leis

As leis israelitas contextualizadas

As roupagens da Lei Mosaica

Código

da Aliança

Êx 20.22-24.18

Lei de

Santidade

Lv 17-26

Código

Deuteronômico

Dt 12 - 26

A Natureza espiritual da Lei: Rm 7.12-13

BASE: O caráter de Deus expresso na História

(nas narrativas): Êx 34.6-7

A Torá nos ensina contextualizar o Espírito da Lei

nas diferentes circunstâncias

Formação do Pentateuco – História da Pesquisa Diferenças legislativas sobre a mesma matéria legal

Hermenêutica Legal Os princípios da Teoria Literária para aplicar uma lei

Tribal Estatal Exílio Colonial Helenizado

Código

Deuteronômico

Dt 12-26

Sociedade simples

Com agrupamentos frágeis

(sedentarização)

Centralização

do Templo

Segregação e

reconstrução da

sociedade

Lei de

Santidade

Lv 17-26

Código da

Aliança

Êx 20-23

Mosaica

O Código da Aliança (Êx 20.22 – 23.19)

O Código Deuteronômico (Dt 12-26)

O Código da Santidade (Lv 17-26)

As roupagens dos Códigos da Torá

Casca - Apresentação: moldura temática

Poupa – Substancial: nutrição

Semente – Germinação: base para o

avanço, desenvolvimento futuro

As roupagens dos Códigos da Torá

O Código da Aliança (Êx 20.22 – 23.19)

A Moldura Externa da lei do ALTAR

A lei do ALTAR

Monte Sinai

Altar de Bronze

Ex 27.1-8

26

A lei do ALTAR

A lei do ALTAR

ט שפ מDecisão por arbitração;

Decisão judicial;

Decisão Legal;

Especificação legal;

Justiça;

Direito.

‎ ‎ם א דבר־שניה ים יב אלה ד ה ‎ע (Ex 22.8)

“até Elohîm virá o assunto de ambos”

A Bamah (lugar alto) cananéia

Santuários a céu aberto nas colinas. Aos lugares altos (montes) dava-se o papel de imitar a “áxis mundi”, a fim de ocasionar a hierofania (manifestação divina nos elementos naturais). Era um espaço sagrado arcaico, primitivo. Alguns se consistiam numa base redonda feita de pedras lavradas. Continham altares, massebot, asheras, tanques, pátios, etc.

Bamôt - ‎ במות‎

O Código da Aliança (Êx 20.22 – 23.19)

1. O altar deve ser feito com “´adāmāh”, isto é, de material do solo

agricultável (20.24);

2. Gado bovino sustentado por pastagem no campo (incompatível

com a região árida do deserto, 22.4);

3. Menção aos itens “campo, vinha e olival” (22.4; 23.11) e a

regulamentação agrícola (23.10);

4. A alusão ao arrombamento (22.1) revela a característica de uma

sociedade sedentarizada, etc.

Um Código Legal para a vida no deserto?

A Moldura Externa da Lei do Altar e as celebrações

1º) Êx 23.15

2º) Êx 23.16a

3º) Êx 23.16b

‎ חג המצות

‎כורי יר ב צ ח ג הק

‎ ף ס א ח ג ה

Festa dos Pães Ázimos - Libertação

Festa das Primícias – O Povo Liberto

Festa da Colheita – Gerações Futuras

A Moldura Interna do Direito Social de Privilégio

A Moldura Interna do Direito Social de Privilégio

A Moldura Interna do Direito Social de Privilégio

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

Lex Talionis (a lei do talião)

“olho por olho, dente por dente”

Lex Talionis (a lei do talião)

“olho por olho, dente por dente”

Lex Talionis (a lei do talião)

Lex talionis (lex: “lei”; talio: de talis, “tal, idêntico”) – antiga lei equitativa, encerra

a ideia de equivalência entre o delito e a pena.

Aparece: no Código de Hammurabi, nas leis assírias e no Direito hebreu.

A lex talionis significou um avanço em três direções:

1. Eliminação da arbitrariedade do poder tirânico, pondo freio e limite ao poder do rei.

2. Limitação ao excesso da vingança (vingança desproporcionada).

3. Geração do instituto indenizatório.

“olho por olho, dente por dente”

Lex Talionis (a lei do talião)

A lei do talião em Dt 19.19-21 põe limite ao julgamento do homicídio culposo, restringindo

a equitação apenas ao doloso.

Em Êx 21.23-32 a lex talionis já figura como base para as formulações indenizatórias.

E devido esta abertura compensatória nos casos que não geram morte, a tradição oral

documentada no Talmude (que dá suporte à tradição escrita da Tôrāh) traz a seguinte

ampliação hermenêutica para a lex talionis citada nos corpos legislativos do Pentateuco:

Nézec – pelo valor de órgãos danificados.

Tsáar – pela dor infligida.

Bóshet – pela vergonha imposta em razão da mutilação física.

Ripui – pelas despesas médico-hospitalares.

Shévet – lucro cessante.

“olho por olho, dente por dente”

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

Temática do Processo Judicial:

A Solidariedade de YHWH aos mais fracos

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

Temática do Processo Judicial:

A Solidariedade de YHWH aos mais fracos

O interior do Código: Ordem Legal e o Processo Judicial

Temática do Processo Judicial:

A Solidariedade de YHWH aos mais fracos

Os revestimentos

(camadas) da romã e

suas várias sementes:

Roupagens da Torá

A Torá – uma grande romã

As Metas do Direito

Disto nasce o DIREITO visando:

a ORDEM e

a PRESERVAÇÃO deste convívio social.

Sem o Direito, a sociedade está fadada a sucumbir.

Entretanto, o DIREITO deve levar em consideração o condicionamento

estrutural, econômico e cultural do respectivo agrupamento humano,

caso contrário, contribuirá para autodestruição da sociedade,

Enquanto sua função primordial é a preservação que permite:

resolver conflitos,

reprimir abusos,

criar canais de cooperação e

bases sólidas para o desenvolvimento.

O DIREITO israelita, dentro das tradições mosaicas tem exatamente esta

mesma natureza e função.

Na própria redação da Torá as leis israelitas nunca foram cogitadas para

garantir uma vida eterna no “post-mortem”, a meta da lei sempre foi:

1. Instruir (direcionar) o melhor convívio comunitário de Israel.

2. Desenvolver uma conscientização gradual de uma moralidade cada vez

mais iluminada visando as ampliações e novas contextualizações legais.

3. Estabelecer bases para o cenário ideal do projeto divino universal.

Em Êx 24.1 Deus estabelece perímetros: Delimita o santuário natural em três espaços

1 Disse também Deus a Moisés: Sobe a YHWH, tu, e Arão, e Nadabe, e Abiú,

e setenta dos anciãos de Israel; e adorai de longe.

2 Só Moisés se chegará a YHWH; os outros não se chegarão, nem o povo

subirá com ele.

YHWH

Arão; Nadabe e Abiú; os 70 anciões

O povo de Israel em geral

Moisés

Próxima Parashá:

ה Terûmá - תרומ