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7242019 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos Maquinas Da Madeira
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Artigo de Pesquisa
Floresta e Ambiente 2011 janmar 18(1)60-68doi 104322floram2011023ISSN 1415-0980 (impresso)
ISSN 2179-8087 (online)
O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativospara Reduzir Acidentes de rabalho na Operaccedilatildeo
com Serras nas Induacutestrias Madeireiras
Clovis Eduardo Nunes Hegedus1 Rocircmulo Maziero2Vinicius Peixoto inti2 Wendel Pianca Demuner2
1Departamento de Engenharia Florestal Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFES
2Engenharia Industrial Madeireira Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFES
RESUMO
Os cuidados necessaacuterios para o manuseio de serra circular e serra destopadeira satildeoindispensaacuteveis para a reduccedilatildeo de acidentes e maior ganho em produtividade Pensandonesta questatildeo o trabalho desenvolvido propocircs pesquisar testar e comparar formas raacutepidas ebaratas que permitam adaptar dispositivos que evitem acidentes sem reduzir a produtividaderequisito baacutesico para o aumento do bem-estar do indiviacuteduo e aumento da competitividade daempresa Entretanto a atividade de operaccedilatildeo de equipamentos industriais como serras tiacutepicas
do segmento tem mostrado uma face terriacutevel ao ser um dos principais contribuintes paraa incapacitaccedilatildeo de muitos trabalhadores seja pela perda de horas trabalhadas seja pela realamputaccedilatildeo de partes dos membros humanos superiores O estudo focaliza os municiacutepios doentorno de Jerocircnimo Monteiro-ES inclusive com a comparaccedilatildeo dos iacutendices existentes na regiatildeoem relaccedilatildeo a nuacutemeros relatados em pesquisas realizadas em outros Estados da Federaccedilatildeo
Palavras-chave serra circular serra destopadeira acidentes de trabalho
Te Use of Alternative Safety Devices to Reduce Accidentsin Industrial Logging Operation in the Mountains
ABSTRACT
he caution required for handling crosscut saws and circular saws are indispensable for thereduction of accidents and higher productivity gains For this the purpose of this study wasto research test and compare inexpensive and quick ways to adapt and enable devices in orderto prevent accidents with no productivity reduction - a basic requirement for increasingcompetitiveness and the well being of individuals Nevertheless the activity of operatingindustrial equipment typical of this segment such as saws has shown a terrible side it isa major contributor to the physical disablement of many workers either due to the loss ofworking hours or the amputation of upper limbs his study focuses on the municipalitiessurronding Jeronimo Monteiro State of Espirito Santo Brazil including the comparison ofregional indices to figures reported in studies conducted in other states
Keywords circular saw crosscut saws work injuries
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1 INRODUCcedilAtildeO
A aacuterea definida pela Classificaccedilatildeo Nacional de
Atividades Econocircmicas ndash CNAE (Comissatildeo 2009)para a atividade de 1610-2 ndash Desdobramento da
Madeira 1622 ndash Fabricaccedilatildeo de Estruturas de Madeira
1623 ndash Embalagens de Madeira 1629 ndash Fabricaccedilatildeo
de artefatos de madeira e 3101-2 ndash Fabricaccedilatildeo de
moacuteveis com predominacircncia da madeira apresenta no
relatoacuterio 20062007 um alto iacutendice de acidentes nesta
aacuterea inclusive com acreacutescimo de aproximadamente
20 de um ano para outro (Brasil 2008)
Sabe-se que as principais responsaacuteveis poracidentes com lesotildees permanentes com perdas de
dedos e matildeos satildeo duas das mais comuns maacutequinas
utilizadas no processo de desdobro e processamento
da madeira a serra circular e a serra destopadeira
Estudo feito entre 1998 e 2001 pela Secretaria da
Sauacutede do Estado do Paranaacute mostra que a induacutestria
da madeira eacute a que alcanccedilou o maior nuacutemero de
acidentes com amputaccedilotildees no periacuteodo destacando-
se a serra circular responsaacutevel por 15 de todas as
amputaccedilotildees registradas (Arauacutejo amp Salgado 2002)Fiedler et al (2001) corroboram a leitura feita em
relaccedilatildeo a marcenarias no Distrito Federal A percepccedilatildeo
mostrada sobre o tema levanta a preocupaccedilatildeo na
conduccedilatildeo de um estudo mais aprofundado sobre
a proposiccedilatildeo de dispositivos simples que evitem
ou reduzam de maneira significativa as causas dos
acidentes de trabalho ocorridos nas pequenas e
meacutedias empresas do setor de processamento da
madeira no entorno de Jerocircnimo Monteiro-ES
O projeto levantou as empresas processadoras
da madeira na regiatildeo e em seguida quantificou
os acidentes suas consequecircncias e seus impactos
buscou ainda compreender como o acidente
ocorre nas empresas inicialmente identificadas e
acompanhou os meacutetodos utilizados na operaccedilatildeo
desses dois tipos de serras procurando propor e
testar formas simples de soluccedilatildeo quanto agrave seguranccedila
da operaccedilatildeo sem perda de produtividade
2 MAERIAL E MEacuteODOS
A pesquisa foi baseada em um levantamento
inicial da populaccedilatildeo de empresas de processamento
da madeira como tambeacutem dos iacutendices de acidentes
com amputaccedilotildees nessas induacutestrias Seguiu-se a
confecccedilatildeo de dispositivos empregados nas serras
utilizadas da regiatildeo do entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ESInicialmente procurou-se identificar dados
primaacuterios sobre acidentes levantados por diversos
oacutergatildeos puacuteblicos como prefeituras estado etc e
associaccedilotildees como sindicatos Notou-se a completa
ausecircncia de tais estudos impossibilitando o
levantamento desses dados em oacutergatildeos oficiais
Assim o trabalho passou a uma segunda etapa que
foi dividida em duas fases distintas elaboraccedilatildeo de
um questionaacuterio e sua respectiva validaccedilatildeo seguida
de seleccedilatildeo de empresas para um aprofundamento no
estudo do problema Em seguida foram aplicados
os questionaacuterios a 19 trabalhadores de maneira
individualizada o que foi realizado entre maio e
junho de 2010 Foram exploradas questotildees sobre
as caracteriacutesticas da funccedilatildeo bem como haacutebitos
costumes e viacutecios treinamento equipamentos de
proteccedilatildeo individual (EPIs) e seguranccedila das maacutequinas
Nenhum trabalhador recusou-se a responder o
questionaacuterioA fabricaccedilatildeo dos dispositivos alternativos foi
conduzida no Laboratoacuterio de Ciecircncia da Madeira
do Nuacutecleo de Estudos e de Difusatildeo de ecnologia
em Floresta Recursos Hiacutedricos e Agricultura
Sustentaacutevel (NEDEC) do Centro de Ciecircncias
Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo
(CCA-UFES) localizado no municiacutepio de Jerocircnimo
Monteiro sul do Espiacuterito Santo no periacuteodo de
janeiro a junho de 2010
As maacutequinas envolvidas no estudo foram serrascirculares e serras destopadeiras e todo o processo
de implementaccedilatildeo dos dispositivos constou das
seguintes etapas
a) escolha da espeacutecie de madeira (Eucalyptus grandis) eb) escolha do tipo de serra circular e serra
destopadeira para implantaccedilatildeo do dispositivo deseguranccedila a ser testado e analisado
Seguem-se as etapas de fabricaccedilatildeo e montagem
dos dispositivos nas Serras circulares (modelo
SCI-25) e Serras destopadeiras (modelo D-600)
a) preparar as peccedilas de madeira conforme asdimensotildees de mesa da maacutequina quatro peccedilascom 55 times 550 mm duas peccedilas com 55 times 935 mmquatro peccedilas com 55 times 600 mm e duas peccedilas com55 times 1090 mm
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6862
b) encaixar as peccedilas formando dois esquadros
retangulares que ficaratildeo sobre a mesa da maacutequina
c) preparar sete peccedilas com 55 times 300 mm
d) fazer um rasgo com broca de 516rdquo nas peccedilas comdimensotildees 55 times 300 mm
e) utilizar pregos eou parafusos de 14rdquo para fixaccedilatildeo
das peccedilas menores nos esquadros retangulares
f) utilizar tela metaacutelica para cobrir todo o dispositivo
evitando que a projeccedilatildeo de pedaccedilos de madeira ou
dentes do disco atinjam o operador e
g) acrescentar na parte inferior do esquadro
retangular uma pequena fita de borracha
(aproveitar pneus velhos) evitando deste modo o
retrocesso da peccedila a cortar e o contato direto das
matildeos com os dentes do disco
3 RESULADOS E DISCUSSAtildeO
Foram avaliadas oito empresas sete marcenarias
e apenas uma serraria Esta uacuteltima realiza tanto o
processo de desdobro primaacuterio da tora quanto o
desdobro secundaacuterio das peccedilas as marcenarias
apenas o desdobro secundaacuterio Em todas as empresas
os marceneiros desempenham vaacuterias funccedilotildees nalinha de produccedilatildeo e os proacuteprios donos exercem a
atividade de marceneiro sendo que em apenas uma
delas o dono natildeo exerce tal funccedilatildeo
O nuacutemero de funcionaacuterios variou de um a quatro
todos do gecircnero masculino sendo que das oito
empresas trecircs delas possuem quatro funcionaacuterios
cada (375) outras trecircs possuem um funcionaacuterio
cada (375) e apenas duas possuem dois funcionaacuterios
cada (25) totalizando 19 marceneiros recircs
empresas podem ser classificadas como individuais
ou seja apenas o dono trabalha sendo que destas
duas natildeo estatildeo mais em operaccedilatildeo pois os donos
atualmente estatildeo aposentados
A idade dos marceneiros variou de 22 a 60 anos
sendo que apenas um entrevistado apresentou idade
superior a 60 anos tendo 70 anos (atualmente
aposentado) A idade predominante estaacute entre 56 e
60 anos ndash cinco entrevistados (263) ndash e entre 46 e
50 anos ndash quatro entrevistados (211)O tempo de profissatildeo dos trabalhadores
variou de um ano ateacute acima de 40 anos sendo
que as faixas mais significativas se concentraram
entre 26 e 30 anos ndash trecircs marceneiros (158) ndash e
entre 36 e 40 anos tambeacutem com trecircs marceneiros
(158) A maioria natildeo possui treinamento tendo
aprendido a profissatildeo no proacuteprio local de trabalho
14 entrevistados (737) como ajudante de
marceneiro Entre os entrevistados 211 afirmaramfazer o uso de cigarro e 474 fazem o uso de bebidas
alcooacutelicas somente apoacutes o expediente
Foram entrevistados 19 funcionaacuterios quando
perguntados se teriam sofrido acidentes na
marcenaria ou serraria em que trabalham
ou trabalharam oito responderam sim e 11
responderam que natildeo Perguntados se a empresa
disponibilizava EPIs (Figura 1) uma grande maioria
afirmou que isto ocorria Entretanto surpreendendo
os entrevistadores um percentual maior entre os
que recebem o equipamento relatou natildeo os utilizar
(Figura 2) Isso infelizmente retrata a realidade dos
trabalhadores a maioria natildeo usa EPIs e ateacute os evita
Quando os entrevistados foram questionados
se jaacute sofreram acidentes na marcenaria ou serraria
em que trabalhavam oito responderam sim e 11
responderam que natildeo (Figura 3) A maioria dos
entrevistados (842) soacute trabalhou na regiatildeo que
engloba Jerocircnimo Monteiro e Alegre-ES apenas
Figura 1 Disponibilizaccedilatildeo de EPIrsquos pelas empresasFigure 1 Provision of PPE by employers
Figura 2 Uso de EPIrsquos pelo empregadoFigure 2 Use of PPE by the employee
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158 trabalharam em outra regiatildeo e natildeo relataram
que sofreram acidentes nesses locais
Em relaccedilatildeo agrave maacutequina ou ferramenta que o
entrevistado considerava mais perigosa a resposta
foi que a grande vilatilde seria a tupia Apenas um
entrevistado natildeo opinou pois eacute ajudante e natildeo
manuseia maacutequinas totalizando 18 respostas
(abela 1)
Natildeo se pode acusar que os problemas sejam
decorrentes de inexistecircncia de manutenccedilatildeo ou
manutenccedilatildeo inadequada nas maacutequinas conforme se
constata nas Figuras 4 e 5
Como relatado na medida em que natildeo foram
identificados registros pelos oacutergatildeos competentes de
dados de acidentes no segmento de beneficiamento
primaacuterio ou secundaacuterio da madeira na regiatildeo
entendeu-se que uma confiaacutevel fonte de dados seriam
os relatos de trabalhadores para o levantamento de
tais dados Foram perguntados quantos acidentes
os entrevistados haviam presenciado nos uacuteltimos
tempos Para minimizar a possibilidade de contagem
em duplicidade de relatos nomes locais e tipo deacidentes presenciados ou experimentados foram
anotados no questionaacuterio Com tais cuidados para
natildeo tabular acidentes repetidos foi feita a contagem
segundo os relatos dos trabalhadores
Nas entrevistas foram notificados 32 acidentes
ocorridos na regiatildeo de Jerocircnimo Monteiro e Alegre-
ES nos uacuteltimos anos um nuacutemero considerado
grande se comparado ao nuacutemero de funcionaacuterios
entrevistados perfazendo-se praticamente 17acidentes por trabalhador Ressalte-se que muitos
dos acidentados natildeo exercem mais a funccedilatildeo No que
se refere agrave gravidade dos acidentes os entrevistados
forneceram as respostas listadas na abela 2
Os entrevistados foram ainda questionados sobre
quais seriam as condiccedilotildees ou abordagens a serem
tomadas de maneira a evitar ou reduzir acidentes nas
operaccedilotildees de serra e tupia aleacutem das outras maacutequinas
disponiacuteveis nas serrarias e marcenarias O resultadopode ser visto na abela 3
Deve-se atentar para o fato de que apesar de
todos responderem que a manutenccedilatildeo das maacutequinas
era feita dois entrevistados apontaram a necessidade
de ter maacutequinas em bom estado de conservaccedilatildeo
De acordo com os resultados a maioria dos
trabalhadores mostra que tem limitaccedilotildees teacutecnicas
o que explica em parte os acidentes identificados
como consequecircncia do despreparo na execuccedilatildeo de
0
20
40
60
421
579
1 sim 2 natildeo
Figura 3 Acidentes sofridos pelos entrevistadosFigure 3 Accidents suffered by respondents
Figura 4 Estado de conservaccedilatildeo das ferramentas eacuteadequadoFigure 4 Adequate conservation of equipment
Tabela 1 Maacutequinas consideradas perigosasTable 1 Machines considered dangerous
Maacutequinas Valores meacutedios ()
upia 778
Desempenadeira 56
upia e desempenadeira 111
Serra Circular 56
Tabela 2 Gravidade dos acidentesTable 2 Severity of accidents
Gravidade dosacidentes
ValoresValores
meacutedios ()
Morte 0 0
Afastamento definitivo 1 17
Afastamento maior que 15 dias 32 552
Perda ou lesatildeo grave dos dedos 24 414
Perda ou lesatildeo grave da matildeo 1 17
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6864
determinada tarefa de maneira correta SegundoMurrel (1965) Zoacutecchio (1971) Iida (1990) apud
Debiasi (2002) este conhecimento depende
principalmente do treinamento recebido pelo
trabalhador bem como a experiecircncia acumulada
durante a execuccedilatildeo da atividade
O niacutevel de escolaridade tambeacutem influencia o niacutevel
teacutecnico do trabalhador Segundo Zoacutecchio (1971)
apud Debiasi (2002) trabalhadores com maior
niacutevel de escolaridade apresentam maior facilidadepara compreender as medidas de seguranccedila e de se
conscientizar da importacircncia das mesmas Como a
maioria dos entrevistados apresenta ensino meacutedio
completo (421) a natildeo utilizaccedilatildeo de EPIs eacute um risco
assumido de maneira consciente pelos trabalhadores
e infelizmente tal utilizaccedilatildeo natildeo eacute devidamente
exigida pelas empresas
Segundo o chefe do setor de Medicina e
Seguranccedila do rabalho da Delegacia Regional dorabalho do Paranaacute Seacutergio Barros (2002) apud
Carvalho (2008) a informalidade eacute motivo de
preocupaccedilatildeo no setor madeireiro Como observado
no presente estudo a maioria das marcenarias
satildeo de origem familiar as maacutequinas satildeo antigas o
excesso de barulho o poacute da serragem e os cavacos
podem causar problemas respiratoacuterios de visatildeo de
audiccedilatildeo sem contar as amputaccedilotildees Isto tudo ainda
eacute agravado pelos trabalhadores natildeo possuiacuterem um
treinamento adequado
O Ministeacuterio do rabalho (2000) apud Carvalho
(2008) aponta que 20 bilhotildees de reais satildeo gastos
com acidentes de trabalho por ano no Brasil
representando 2 do Produto Interno Bruto (PIB)
De acordo com Barros (2002) apud Carvalho (2008)
eacute muito dinheiro gasto com acidentes que poderia
ser investido em outro acircmbito Se esta quantia for
aplicada na prevenccedilatildeo as empresas economizariam
bastante note-se que este investimento natildeo podeser visto como gasto De acordo com Barros (2002)
apud Carvalho (2008) se a empresa investir um real
em dois anos teraacute economizado cinco reais
Aleacutem da proteccedilatildeo individual a empresa tem de
investir no ambiente de trabalho Natildeo basta fornecer
maacutescaras luvas roupas especiais protetores
auriculares e oacuteculos de seguranccedila pois a proteccedilatildeo
contra os acidentes tem de ser realizada tambeacutem no
ambiente de trabalho
A maioria dos trabalhadores considerou a tupia
como a maacutequina mais perigosa (778) e em segundo
lugar a tupia e a desempenadeira juntas (116) Isto
se deve agrave falta de atenccedilatildeo do funcionaacuterio tanto na
tupia como na desempenadeira Apontou-se ainda
como maacutequina com grande versatilidade apenas a
tupia por natildeo apresentar proteccedilatildeo apenas a tupia e
por ter alta velocidade a tupia e a desempenadeira
Segundo Carvalho et al (2009) o principal
problema a ser resolvido na tupia eacute a diversidade detrabalhos que podem ser realizados por esta o que
obriga a utilizaccedilatildeo de vaacuterios protetores Estes em
muitos casos satildeo de difiacutecil colocaccedilatildeo motivo pelo
qual acabam natildeo sendo utilizados Souza (2004)
relata que os trabalhos realizados diretamente no eixo
Figura 5 Manutenccedilatildeo das maacutequinas (afiaccedilatildeo) eacute feitaregularmenteFigure 5 Maintenance of machines (grinding) is doneregularly
Tabela 3 Opiniatildeo dos trabalhadores para melhoria dascondiccedilotildees de seguranccedila do trabalho na aacutereaTable 3 Opinion of the workers for improvement ofsafety in the work area
Opiniatildeo dostrabalhadores
Respostasanotadas
Valoresmeacutedios ()
Atenccedilatildeo do funcionaacuterio 10 345
reinamento do funcionaacuterio 6 207
Modernizar as maacutequinas 5 172
Usar EPIs 3 103
Maacutequinas em bom estado 2 69Protetor de serras 1 34
Exaustores 1 34
Calma na execuccedilatildeo da atividade 1 34
Utilizar equipamento adequado 1 34
Melhor fixaccedilatildeo das peccedilas 1 34
Local livre 1 34
O entrevistado podia apontar mais de um fato
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porta-ferramenta satildeo mais perigosos se comparados
com o trabalho da guia As tupias oferecem os
seguintes tipos de riscos ruptura ou projeccedilatildeo de
ferramenta de corte contato com a ferramenta eretrocesso da peccedila trabalhada
Os acidentes na tupia de acordo com
Carvalho et al (2009) ocorrem tanto na zona de
trabalho como na parte posterior da guia Nesta
uacuteltima os acidentes satildeo menos frequentes por natildeo
existir proximidade das matildeos durante o processo
A parte posterior deve estar coberta para evitar o
contato do trabalhador com a ferramenta de corte
Para um trabalho correto na tupia deve-se ocultara ferramenta de corte ou seja trabalhar com a
ferramenta de corte protegida
Na desempenadeira segundo Carvalho et al
(2009) os acidentes ocorrem pelo contato das
matildeos do operador com as lacircminas de corte ou pelo
retrocesso da peccedila que estaacute sendo processada O
contato das matildeos nas lacircminas de corte pode ocorrer
tanto na zona posterior como na parte anterior da
guia de alimentaccedilatildeo A regra de proteccedilatildeo eacute cobrira parte de lacircmina de corte que natildeo estaacute sendo
utilizada Na parte posterior deve-se utilizar uma
proteccedilatildeo fixa jaacute na parte anterior essa proteccedilatildeo deve
ser autorregulaacutevel para permitir a passagem da peccedila
a ser trabalhada e esta voltar automaticamente agrave
posiccedilatildeo inicial sem a atuaccedilatildeo do operador
Jaacute o retrocesso da peccedila ocorre pela existecircncia
de noacutes ou outros defeitos na madeira ou pelo
aplainamento de peccedilas muito curtas Nesta situaccedilatildeodevem-se utilizar dispositivos que auxiliam o
deslizamento da peccedila contra as lacircminas de corte e na
primeira situaccedilatildeo eliminar madeiras com defeitos
Segundo Silva et al (2002) conhecer o perfil
dos trabalhadores eacute de grande importacircncia para
o desenvolvimento de trabalhos referentes a
treinamentos orientaccedilotildees e intervenccedilotildees no ambiente
de trabalho No treinamento eacute de suma importacircncia
a identificaccedilatildeo das caracteriacutesticas do trabalhadorcomo o grau de escolaridade e a experiecircncia na
profissatildeo para encontrar a melhor forma de se
abordarem os temas durante o treinamento
A satisfaccedilatildeo no trabalho tem uma significativa
importacircncia quando se quer introduzir novas
ideias pois permite melhor aceitaccedilatildeo por parte dos
trabalhadores em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas de acordo
com os autores
O presente trabalho apresentou algumas
limitaccedilotildees quando da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio
pois maiores detalhamentos do puacuteblico entrevistado
poderiam ter sido explorados como a caracterizaccedilatildeo
do ambiente de trabalho a caracterizaccedilatildeo das
marcenarias aprofundar-se mais no perfil do
marceneiro como por exemplo verificar a renda
salarial meacutedia dos marceneiros se todos possuem
registro em carteira de trabalho etc Mas a inclusatildeo
de tais pontos apesar de interessantes poderia causar
cansaccedilo e descompromisso nas respostas dadas
Assim optou-se pela simplificaccedilatildeo do levantamento
feito
Perguntas outras podem ser uacuteteis tais como
abordar se os trabalhadores apresentam algum
problema de sauacutede como alergia ao poacute da madeira
aos produtos quiacutemicos utilizados como cola para
foacutermica vernizes e solventes Outros pontos de
interesse abarcariam qual o tempo de jornada de
trabalho e se haacute pausas durante a jornada de trabalho
qual a frequecircncia de ocorrecircncia dessas pausas etc
Analisando os dados obtidos na operaccedilatildeo sem
e com o dispositivo de seguranccedila instalado nos dois
tipos de serras fica comprovada a funcionalidade do
mesmo sem prejudicar o rendimento da produccedilatildeo
Submetendo-se aos testes de tempo versus nuacutemero
de passos dos dispositivos eacute possiacutevel analisar o
desempenho de cada operaccedilatildeo
Na Figura 6 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra circular sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra circular apresenta um desvio padratildeo de
0023 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0021 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 4
O processo operacional da serra circular natildeo
sofreu alteraccedilotildees e comportou-se ajustaacutevel agraves formas
de trabalho O dispositivo de seguranccedila apresentado
na Figura 7 mostra que natildeo haacute contato da matildeo do
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6866
operador com os dentes do disco logo se evitando
possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ES
AGRADECIMENOS
Ao Laboratoacuterio de Usinagem da Madeira da
Universidade Federal do Espiacuterito Santo (LUM
UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
dos dispositivos e agraves empresas visitadas que
Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0034 0010
Com 0040 0011
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6868
colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
SAUS DA SUBMISSAtildeO
Recebido 22122010
Aceito 02032011
Resumo publicado online 15032011
Artigo completo publicado 31032011
AUOR 983080ES983081 PARA CORRESPONDEcircNCIA
Clovis Eduardo Nunes Hegedus
Departamento de Engenharia FlorestalUniversidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasile-mail hegedusgerencocombr
Rocircmulo Maziero
Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasil
e-mail mazieroufesgmailcom
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1 INRODUCcedilAtildeO
A aacuterea definida pela Classificaccedilatildeo Nacional de
Atividades Econocircmicas ndash CNAE (Comissatildeo 2009)para a atividade de 1610-2 ndash Desdobramento da
Madeira 1622 ndash Fabricaccedilatildeo de Estruturas de Madeira
1623 ndash Embalagens de Madeira 1629 ndash Fabricaccedilatildeo
de artefatos de madeira e 3101-2 ndash Fabricaccedilatildeo de
moacuteveis com predominacircncia da madeira apresenta no
relatoacuterio 20062007 um alto iacutendice de acidentes nesta
aacuterea inclusive com acreacutescimo de aproximadamente
20 de um ano para outro (Brasil 2008)
Sabe-se que as principais responsaacuteveis poracidentes com lesotildees permanentes com perdas de
dedos e matildeos satildeo duas das mais comuns maacutequinas
utilizadas no processo de desdobro e processamento
da madeira a serra circular e a serra destopadeira
Estudo feito entre 1998 e 2001 pela Secretaria da
Sauacutede do Estado do Paranaacute mostra que a induacutestria
da madeira eacute a que alcanccedilou o maior nuacutemero de
acidentes com amputaccedilotildees no periacuteodo destacando-
se a serra circular responsaacutevel por 15 de todas as
amputaccedilotildees registradas (Arauacutejo amp Salgado 2002)Fiedler et al (2001) corroboram a leitura feita em
relaccedilatildeo a marcenarias no Distrito Federal A percepccedilatildeo
mostrada sobre o tema levanta a preocupaccedilatildeo na
conduccedilatildeo de um estudo mais aprofundado sobre
a proposiccedilatildeo de dispositivos simples que evitem
ou reduzam de maneira significativa as causas dos
acidentes de trabalho ocorridos nas pequenas e
meacutedias empresas do setor de processamento da
madeira no entorno de Jerocircnimo Monteiro-ES
O projeto levantou as empresas processadoras
da madeira na regiatildeo e em seguida quantificou
os acidentes suas consequecircncias e seus impactos
buscou ainda compreender como o acidente
ocorre nas empresas inicialmente identificadas e
acompanhou os meacutetodos utilizados na operaccedilatildeo
desses dois tipos de serras procurando propor e
testar formas simples de soluccedilatildeo quanto agrave seguranccedila
da operaccedilatildeo sem perda de produtividade
2 MAERIAL E MEacuteODOS
A pesquisa foi baseada em um levantamento
inicial da populaccedilatildeo de empresas de processamento
da madeira como tambeacutem dos iacutendices de acidentes
com amputaccedilotildees nessas induacutestrias Seguiu-se a
confecccedilatildeo de dispositivos empregados nas serras
utilizadas da regiatildeo do entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ESInicialmente procurou-se identificar dados
primaacuterios sobre acidentes levantados por diversos
oacutergatildeos puacuteblicos como prefeituras estado etc e
associaccedilotildees como sindicatos Notou-se a completa
ausecircncia de tais estudos impossibilitando o
levantamento desses dados em oacutergatildeos oficiais
Assim o trabalho passou a uma segunda etapa que
foi dividida em duas fases distintas elaboraccedilatildeo de
um questionaacuterio e sua respectiva validaccedilatildeo seguida
de seleccedilatildeo de empresas para um aprofundamento no
estudo do problema Em seguida foram aplicados
os questionaacuterios a 19 trabalhadores de maneira
individualizada o que foi realizado entre maio e
junho de 2010 Foram exploradas questotildees sobre
as caracteriacutesticas da funccedilatildeo bem como haacutebitos
costumes e viacutecios treinamento equipamentos de
proteccedilatildeo individual (EPIs) e seguranccedila das maacutequinas
Nenhum trabalhador recusou-se a responder o
questionaacuterioA fabricaccedilatildeo dos dispositivos alternativos foi
conduzida no Laboratoacuterio de Ciecircncia da Madeira
do Nuacutecleo de Estudos e de Difusatildeo de ecnologia
em Floresta Recursos Hiacutedricos e Agricultura
Sustentaacutevel (NEDEC) do Centro de Ciecircncias
Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo
(CCA-UFES) localizado no municiacutepio de Jerocircnimo
Monteiro sul do Espiacuterito Santo no periacuteodo de
janeiro a junho de 2010
As maacutequinas envolvidas no estudo foram serrascirculares e serras destopadeiras e todo o processo
de implementaccedilatildeo dos dispositivos constou das
seguintes etapas
a) escolha da espeacutecie de madeira (Eucalyptus grandis) eb) escolha do tipo de serra circular e serra
destopadeira para implantaccedilatildeo do dispositivo deseguranccedila a ser testado e analisado
Seguem-se as etapas de fabricaccedilatildeo e montagem
dos dispositivos nas Serras circulares (modelo
SCI-25) e Serras destopadeiras (modelo D-600)
a) preparar as peccedilas de madeira conforme asdimensotildees de mesa da maacutequina quatro peccedilascom 55 times 550 mm duas peccedilas com 55 times 935 mmquatro peccedilas com 55 times 600 mm e duas peccedilas com55 times 1090 mm
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6862
b) encaixar as peccedilas formando dois esquadros
retangulares que ficaratildeo sobre a mesa da maacutequina
c) preparar sete peccedilas com 55 times 300 mm
d) fazer um rasgo com broca de 516rdquo nas peccedilas comdimensotildees 55 times 300 mm
e) utilizar pregos eou parafusos de 14rdquo para fixaccedilatildeo
das peccedilas menores nos esquadros retangulares
f) utilizar tela metaacutelica para cobrir todo o dispositivo
evitando que a projeccedilatildeo de pedaccedilos de madeira ou
dentes do disco atinjam o operador e
g) acrescentar na parte inferior do esquadro
retangular uma pequena fita de borracha
(aproveitar pneus velhos) evitando deste modo o
retrocesso da peccedila a cortar e o contato direto das
matildeos com os dentes do disco
3 RESULADOS E DISCUSSAtildeO
Foram avaliadas oito empresas sete marcenarias
e apenas uma serraria Esta uacuteltima realiza tanto o
processo de desdobro primaacuterio da tora quanto o
desdobro secundaacuterio das peccedilas as marcenarias
apenas o desdobro secundaacuterio Em todas as empresas
os marceneiros desempenham vaacuterias funccedilotildees nalinha de produccedilatildeo e os proacuteprios donos exercem a
atividade de marceneiro sendo que em apenas uma
delas o dono natildeo exerce tal funccedilatildeo
O nuacutemero de funcionaacuterios variou de um a quatro
todos do gecircnero masculino sendo que das oito
empresas trecircs delas possuem quatro funcionaacuterios
cada (375) outras trecircs possuem um funcionaacuterio
cada (375) e apenas duas possuem dois funcionaacuterios
cada (25) totalizando 19 marceneiros recircs
empresas podem ser classificadas como individuais
ou seja apenas o dono trabalha sendo que destas
duas natildeo estatildeo mais em operaccedilatildeo pois os donos
atualmente estatildeo aposentados
A idade dos marceneiros variou de 22 a 60 anos
sendo que apenas um entrevistado apresentou idade
superior a 60 anos tendo 70 anos (atualmente
aposentado) A idade predominante estaacute entre 56 e
60 anos ndash cinco entrevistados (263) ndash e entre 46 e
50 anos ndash quatro entrevistados (211)O tempo de profissatildeo dos trabalhadores
variou de um ano ateacute acima de 40 anos sendo
que as faixas mais significativas se concentraram
entre 26 e 30 anos ndash trecircs marceneiros (158) ndash e
entre 36 e 40 anos tambeacutem com trecircs marceneiros
(158) A maioria natildeo possui treinamento tendo
aprendido a profissatildeo no proacuteprio local de trabalho
14 entrevistados (737) como ajudante de
marceneiro Entre os entrevistados 211 afirmaramfazer o uso de cigarro e 474 fazem o uso de bebidas
alcooacutelicas somente apoacutes o expediente
Foram entrevistados 19 funcionaacuterios quando
perguntados se teriam sofrido acidentes na
marcenaria ou serraria em que trabalham
ou trabalharam oito responderam sim e 11
responderam que natildeo Perguntados se a empresa
disponibilizava EPIs (Figura 1) uma grande maioria
afirmou que isto ocorria Entretanto surpreendendo
os entrevistadores um percentual maior entre os
que recebem o equipamento relatou natildeo os utilizar
(Figura 2) Isso infelizmente retrata a realidade dos
trabalhadores a maioria natildeo usa EPIs e ateacute os evita
Quando os entrevistados foram questionados
se jaacute sofreram acidentes na marcenaria ou serraria
em que trabalhavam oito responderam sim e 11
responderam que natildeo (Figura 3) A maioria dos
entrevistados (842) soacute trabalhou na regiatildeo que
engloba Jerocircnimo Monteiro e Alegre-ES apenas
Figura 1 Disponibilizaccedilatildeo de EPIrsquos pelas empresasFigure 1 Provision of PPE by employers
Figura 2 Uso de EPIrsquos pelo empregadoFigure 2 Use of PPE by the employee
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158 trabalharam em outra regiatildeo e natildeo relataram
que sofreram acidentes nesses locais
Em relaccedilatildeo agrave maacutequina ou ferramenta que o
entrevistado considerava mais perigosa a resposta
foi que a grande vilatilde seria a tupia Apenas um
entrevistado natildeo opinou pois eacute ajudante e natildeo
manuseia maacutequinas totalizando 18 respostas
(abela 1)
Natildeo se pode acusar que os problemas sejam
decorrentes de inexistecircncia de manutenccedilatildeo ou
manutenccedilatildeo inadequada nas maacutequinas conforme se
constata nas Figuras 4 e 5
Como relatado na medida em que natildeo foram
identificados registros pelos oacutergatildeos competentes de
dados de acidentes no segmento de beneficiamento
primaacuterio ou secundaacuterio da madeira na regiatildeo
entendeu-se que uma confiaacutevel fonte de dados seriam
os relatos de trabalhadores para o levantamento de
tais dados Foram perguntados quantos acidentes
os entrevistados haviam presenciado nos uacuteltimos
tempos Para minimizar a possibilidade de contagem
em duplicidade de relatos nomes locais e tipo deacidentes presenciados ou experimentados foram
anotados no questionaacuterio Com tais cuidados para
natildeo tabular acidentes repetidos foi feita a contagem
segundo os relatos dos trabalhadores
Nas entrevistas foram notificados 32 acidentes
ocorridos na regiatildeo de Jerocircnimo Monteiro e Alegre-
ES nos uacuteltimos anos um nuacutemero considerado
grande se comparado ao nuacutemero de funcionaacuterios
entrevistados perfazendo-se praticamente 17acidentes por trabalhador Ressalte-se que muitos
dos acidentados natildeo exercem mais a funccedilatildeo No que
se refere agrave gravidade dos acidentes os entrevistados
forneceram as respostas listadas na abela 2
Os entrevistados foram ainda questionados sobre
quais seriam as condiccedilotildees ou abordagens a serem
tomadas de maneira a evitar ou reduzir acidentes nas
operaccedilotildees de serra e tupia aleacutem das outras maacutequinas
disponiacuteveis nas serrarias e marcenarias O resultadopode ser visto na abela 3
Deve-se atentar para o fato de que apesar de
todos responderem que a manutenccedilatildeo das maacutequinas
era feita dois entrevistados apontaram a necessidade
de ter maacutequinas em bom estado de conservaccedilatildeo
De acordo com os resultados a maioria dos
trabalhadores mostra que tem limitaccedilotildees teacutecnicas
o que explica em parte os acidentes identificados
como consequecircncia do despreparo na execuccedilatildeo de
0
20
40
60
421
579
1 sim 2 natildeo
Figura 3 Acidentes sofridos pelos entrevistadosFigure 3 Accidents suffered by respondents
Figura 4 Estado de conservaccedilatildeo das ferramentas eacuteadequadoFigure 4 Adequate conservation of equipment
Tabela 1 Maacutequinas consideradas perigosasTable 1 Machines considered dangerous
Maacutequinas Valores meacutedios ()
upia 778
Desempenadeira 56
upia e desempenadeira 111
Serra Circular 56
Tabela 2 Gravidade dos acidentesTable 2 Severity of accidents
Gravidade dosacidentes
ValoresValores
meacutedios ()
Morte 0 0
Afastamento definitivo 1 17
Afastamento maior que 15 dias 32 552
Perda ou lesatildeo grave dos dedos 24 414
Perda ou lesatildeo grave da matildeo 1 17
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determinada tarefa de maneira correta SegundoMurrel (1965) Zoacutecchio (1971) Iida (1990) apud
Debiasi (2002) este conhecimento depende
principalmente do treinamento recebido pelo
trabalhador bem como a experiecircncia acumulada
durante a execuccedilatildeo da atividade
O niacutevel de escolaridade tambeacutem influencia o niacutevel
teacutecnico do trabalhador Segundo Zoacutecchio (1971)
apud Debiasi (2002) trabalhadores com maior
niacutevel de escolaridade apresentam maior facilidadepara compreender as medidas de seguranccedila e de se
conscientizar da importacircncia das mesmas Como a
maioria dos entrevistados apresenta ensino meacutedio
completo (421) a natildeo utilizaccedilatildeo de EPIs eacute um risco
assumido de maneira consciente pelos trabalhadores
e infelizmente tal utilizaccedilatildeo natildeo eacute devidamente
exigida pelas empresas
Segundo o chefe do setor de Medicina e
Seguranccedila do rabalho da Delegacia Regional dorabalho do Paranaacute Seacutergio Barros (2002) apud
Carvalho (2008) a informalidade eacute motivo de
preocupaccedilatildeo no setor madeireiro Como observado
no presente estudo a maioria das marcenarias
satildeo de origem familiar as maacutequinas satildeo antigas o
excesso de barulho o poacute da serragem e os cavacos
podem causar problemas respiratoacuterios de visatildeo de
audiccedilatildeo sem contar as amputaccedilotildees Isto tudo ainda
eacute agravado pelos trabalhadores natildeo possuiacuterem um
treinamento adequado
O Ministeacuterio do rabalho (2000) apud Carvalho
(2008) aponta que 20 bilhotildees de reais satildeo gastos
com acidentes de trabalho por ano no Brasil
representando 2 do Produto Interno Bruto (PIB)
De acordo com Barros (2002) apud Carvalho (2008)
eacute muito dinheiro gasto com acidentes que poderia
ser investido em outro acircmbito Se esta quantia for
aplicada na prevenccedilatildeo as empresas economizariam
bastante note-se que este investimento natildeo podeser visto como gasto De acordo com Barros (2002)
apud Carvalho (2008) se a empresa investir um real
em dois anos teraacute economizado cinco reais
Aleacutem da proteccedilatildeo individual a empresa tem de
investir no ambiente de trabalho Natildeo basta fornecer
maacutescaras luvas roupas especiais protetores
auriculares e oacuteculos de seguranccedila pois a proteccedilatildeo
contra os acidentes tem de ser realizada tambeacutem no
ambiente de trabalho
A maioria dos trabalhadores considerou a tupia
como a maacutequina mais perigosa (778) e em segundo
lugar a tupia e a desempenadeira juntas (116) Isto
se deve agrave falta de atenccedilatildeo do funcionaacuterio tanto na
tupia como na desempenadeira Apontou-se ainda
como maacutequina com grande versatilidade apenas a
tupia por natildeo apresentar proteccedilatildeo apenas a tupia e
por ter alta velocidade a tupia e a desempenadeira
Segundo Carvalho et al (2009) o principal
problema a ser resolvido na tupia eacute a diversidade detrabalhos que podem ser realizados por esta o que
obriga a utilizaccedilatildeo de vaacuterios protetores Estes em
muitos casos satildeo de difiacutecil colocaccedilatildeo motivo pelo
qual acabam natildeo sendo utilizados Souza (2004)
relata que os trabalhos realizados diretamente no eixo
Figura 5 Manutenccedilatildeo das maacutequinas (afiaccedilatildeo) eacute feitaregularmenteFigure 5 Maintenance of machines (grinding) is doneregularly
Tabela 3 Opiniatildeo dos trabalhadores para melhoria dascondiccedilotildees de seguranccedila do trabalho na aacutereaTable 3 Opinion of the workers for improvement ofsafety in the work area
Opiniatildeo dostrabalhadores
Respostasanotadas
Valoresmeacutedios ()
Atenccedilatildeo do funcionaacuterio 10 345
reinamento do funcionaacuterio 6 207
Modernizar as maacutequinas 5 172
Usar EPIs 3 103
Maacutequinas em bom estado 2 69Protetor de serras 1 34
Exaustores 1 34
Calma na execuccedilatildeo da atividade 1 34
Utilizar equipamento adequado 1 34
Melhor fixaccedilatildeo das peccedilas 1 34
Local livre 1 34
O entrevistado podia apontar mais de um fato
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porta-ferramenta satildeo mais perigosos se comparados
com o trabalho da guia As tupias oferecem os
seguintes tipos de riscos ruptura ou projeccedilatildeo de
ferramenta de corte contato com a ferramenta eretrocesso da peccedila trabalhada
Os acidentes na tupia de acordo com
Carvalho et al (2009) ocorrem tanto na zona de
trabalho como na parte posterior da guia Nesta
uacuteltima os acidentes satildeo menos frequentes por natildeo
existir proximidade das matildeos durante o processo
A parte posterior deve estar coberta para evitar o
contato do trabalhador com a ferramenta de corte
Para um trabalho correto na tupia deve-se ocultara ferramenta de corte ou seja trabalhar com a
ferramenta de corte protegida
Na desempenadeira segundo Carvalho et al
(2009) os acidentes ocorrem pelo contato das
matildeos do operador com as lacircminas de corte ou pelo
retrocesso da peccedila que estaacute sendo processada O
contato das matildeos nas lacircminas de corte pode ocorrer
tanto na zona posterior como na parte anterior da
guia de alimentaccedilatildeo A regra de proteccedilatildeo eacute cobrira parte de lacircmina de corte que natildeo estaacute sendo
utilizada Na parte posterior deve-se utilizar uma
proteccedilatildeo fixa jaacute na parte anterior essa proteccedilatildeo deve
ser autorregulaacutevel para permitir a passagem da peccedila
a ser trabalhada e esta voltar automaticamente agrave
posiccedilatildeo inicial sem a atuaccedilatildeo do operador
Jaacute o retrocesso da peccedila ocorre pela existecircncia
de noacutes ou outros defeitos na madeira ou pelo
aplainamento de peccedilas muito curtas Nesta situaccedilatildeodevem-se utilizar dispositivos que auxiliam o
deslizamento da peccedila contra as lacircminas de corte e na
primeira situaccedilatildeo eliminar madeiras com defeitos
Segundo Silva et al (2002) conhecer o perfil
dos trabalhadores eacute de grande importacircncia para
o desenvolvimento de trabalhos referentes a
treinamentos orientaccedilotildees e intervenccedilotildees no ambiente
de trabalho No treinamento eacute de suma importacircncia
a identificaccedilatildeo das caracteriacutesticas do trabalhadorcomo o grau de escolaridade e a experiecircncia na
profissatildeo para encontrar a melhor forma de se
abordarem os temas durante o treinamento
A satisfaccedilatildeo no trabalho tem uma significativa
importacircncia quando se quer introduzir novas
ideias pois permite melhor aceitaccedilatildeo por parte dos
trabalhadores em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas de acordo
com os autores
O presente trabalho apresentou algumas
limitaccedilotildees quando da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio
pois maiores detalhamentos do puacuteblico entrevistado
poderiam ter sido explorados como a caracterizaccedilatildeo
do ambiente de trabalho a caracterizaccedilatildeo das
marcenarias aprofundar-se mais no perfil do
marceneiro como por exemplo verificar a renda
salarial meacutedia dos marceneiros se todos possuem
registro em carteira de trabalho etc Mas a inclusatildeo
de tais pontos apesar de interessantes poderia causar
cansaccedilo e descompromisso nas respostas dadas
Assim optou-se pela simplificaccedilatildeo do levantamento
feito
Perguntas outras podem ser uacuteteis tais como
abordar se os trabalhadores apresentam algum
problema de sauacutede como alergia ao poacute da madeira
aos produtos quiacutemicos utilizados como cola para
foacutermica vernizes e solventes Outros pontos de
interesse abarcariam qual o tempo de jornada de
trabalho e se haacute pausas durante a jornada de trabalho
qual a frequecircncia de ocorrecircncia dessas pausas etc
Analisando os dados obtidos na operaccedilatildeo sem
e com o dispositivo de seguranccedila instalado nos dois
tipos de serras fica comprovada a funcionalidade do
mesmo sem prejudicar o rendimento da produccedilatildeo
Submetendo-se aos testes de tempo versus nuacutemero
de passos dos dispositivos eacute possiacutevel analisar o
desempenho de cada operaccedilatildeo
Na Figura 6 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra circular sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra circular apresenta um desvio padratildeo de
0023 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0021 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 4
O processo operacional da serra circular natildeo
sofreu alteraccedilotildees e comportou-se ajustaacutevel agraves formas
de trabalho O dispositivo de seguranccedila apresentado
na Figura 7 mostra que natildeo haacute contato da matildeo do
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operador com os dentes do disco logo se evitando
possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ES
AGRADECIMENOS
Ao Laboratoacuterio de Usinagem da Madeira da
Universidade Federal do Espiacuterito Santo (LUM
UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
dos dispositivos e agraves empresas visitadas que
Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0034 0010
Com 0040 0011
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6868
colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
SAUS DA SUBMISSAtildeO
Recebido 22122010
Aceito 02032011
Resumo publicado online 15032011
Artigo completo publicado 31032011
AUOR 983080ES983081 PARA CORRESPONDEcircNCIA
Clovis Eduardo Nunes Hegedus
Departamento de Engenharia FlorestalUniversidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasile-mail hegedusgerencocombr
Rocircmulo Maziero
Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasil
e-mail mazieroufesgmailcom
REFEREcircNCIAS
Arauacutejo CR Salgado JC Perfil dos trabalhadoresque sofreram amputaccedilotildees no trabalho BoletimEpidemioloacutegico 2002 5(16)
Brasil Ministeacuterio do rabalho e Emprego - ME Anuaacuterio estatiacutestico de acidentes do trabalho AEA 2007Brasiacutelia EM 2008
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Comissatildeo Nacional de Classificaccedilatildeo - CONCLA TabelaCNAE 20 para consulta Brasiacutelia Secretaria da Fazenda2009 [cited 2009 maio 23] Available from httpwwwreceitafazendagovbrPessoaJuridicaCNAEfiscalcnaefhtm
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Souza C Prevenccedilatildeo dos Riscos Laborais nas Marcenarias e Carpintarias DRSC - EM 2004
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6862
b) encaixar as peccedilas formando dois esquadros
retangulares que ficaratildeo sobre a mesa da maacutequina
c) preparar sete peccedilas com 55 times 300 mm
d) fazer um rasgo com broca de 516rdquo nas peccedilas comdimensotildees 55 times 300 mm
e) utilizar pregos eou parafusos de 14rdquo para fixaccedilatildeo
das peccedilas menores nos esquadros retangulares
f) utilizar tela metaacutelica para cobrir todo o dispositivo
evitando que a projeccedilatildeo de pedaccedilos de madeira ou
dentes do disco atinjam o operador e
g) acrescentar na parte inferior do esquadro
retangular uma pequena fita de borracha
(aproveitar pneus velhos) evitando deste modo o
retrocesso da peccedila a cortar e o contato direto das
matildeos com os dentes do disco
3 RESULADOS E DISCUSSAtildeO
Foram avaliadas oito empresas sete marcenarias
e apenas uma serraria Esta uacuteltima realiza tanto o
processo de desdobro primaacuterio da tora quanto o
desdobro secundaacuterio das peccedilas as marcenarias
apenas o desdobro secundaacuterio Em todas as empresas
os marceneiros desempenham vaacuterias funccedilotildees nalinha de produccedilatildeo e os proacuteprios donos exercem a
atividade de marceneiro sendo que em apenas uma
delas o dono natildeo exerce tal funccedilatildeo
O nuacutemero de funcionaacuterios variou de um a quatro
todos do gecircnero masculino sendo que das oito
empresas trecircs delas possuem quatro funcionaacuterios
cada (375) outras trecircs possuem um funcionaacuterio
cada (375) e apenas duas possuem dois funcionaacuterios
cada (25) totalizando 19 marceneiros recircs
empresas podem ser classificadas como individuais
ou seja apenas o dono trabalha sendo que destas
duas natildeo estatildeo mais em operaccedilatildeo pois os donos
atualmente estatildeo aposentados
A idade dos marceneiros variou de 22 a 60 anos
sendo que apenas um entrevistado apresentou idade
superior a 60 anos tendo 70 anos (atualmente
aposentado) A idade predominante estaacute entre 56 e
60 anos ndash cinco entrevistados (263) ndash e entre 46 e
50 anos ndash quatro entrevistados (211)O tempo de profissatildeo dos trabalhadores
variou de um ano ateacute acima de 40 anos sendo
que as faixas mais significativas se concentraram
entre 26 e 30 anos ndash trecircs marceneiros (158) ndash e
entre 36 e 40 anos tambeacutem com trecircs marceneiros
(158) A maioria natildeo possui treinamento tendo
aprendido a profissatildeo no proacuteprio local de trabalho
14 entrevistados (737) como ajudante de
marceneiro Entre os entrevistados 211 afirmaramfazer o uso de cigarro e 474 fazem o uso de bebidas
alcooacutelicas somente apoacutes o expediente
Foram entrevistados 19 funcionaacuterios quando
perguntados se teriam sofrido acidentes na
marcenaria ou serraria em que trabalham
ou trabalharam oito responderam sim e 11
responderam que natildeo Perguntados se a empresa
disponibilizava EPIs (Figura 1) uma grande maioria
afirmou que isto ocorria Entretanto surpreendendo
os entrevistadores um percentual maior entre os
que recebem o equipamento relatou natildeo os utilizar
(Figura 2) Isso infelizmente retrata a realidade dos
trabalhadores a maioria natildeo usa EPIs e ateacute os evita
Quando os entrevistados foram questionados
se jaacute sofreram acidentes na marcenaria ou serraria
em que trabalhavam oito responderam sim e 11
responderam que natildeo (Figura 3) A maioria dos
entrevistados (842) soacute trabalhou na regiatildeo que
engloba Jerocircnimo Monteiro e Alegre-ES apenas
Figura 1 Disponibilizaccedilatildeo de EPIrsquos pelas empresasFigure 1 Provision of PPE by employers
Figura 2 Uso de EPIrsquos pelo empregadoFigure 2 Use of PPE by the employee
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Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-68 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos 63
158 trabalharam em outra regiatildeo e natildeo relataram
que sofreram acidentes nesses locais
Em relaccedilatildeo agrave maacutequina ou ferramenta que o
entrevistado considerava mais perigosa a resposta
foi que a grande vilatilde seria a tupia Apenas um
entrevistado natildeo opinou pois eacute ajudante e natildeo
manuseia maacutequinas totalizando 18 respostas
(abela 1)
Natildeo se pode acusar que os problemas sejam
decorrentes de inexistecircncia de manutenccedilatildeo ou
manutenccedilatildeo inadequada nas maacutequinas conforme se
constata nas Figuras 4 e 5
Como relatado na medida em que natildeo foram
identificados registros pelos oacutergatildeos competentes de
dados de acidentes no segmento de beneficiamento
primaacuterio ou secundaacuterio da madeira na regiatildeo
entendeu-se que uma confiaacutevel fonte de dados seriam
os relatos de trabalhadores para o levantamento de
tais dados Foram perguntados quantos acidentes
os entrevistados haviam presenciado nos uacuteltimos
tempos Para minimizar a possibilidade de contagem
em duplicidade de relatos nomes locais e tipo deacidentes presenciados ou experimentados foram
anotados no questionaacuterio Com tais cuidados para
natildeo tabular acidentes repetidos foi feita a contagem
segundo os relatos dos trabalhadores
Nas entrevistas foram notificados 32 acidentes
ocorridos na regiatildeo de Jerocircnimo Monteiro e Alegre-
ES nos uacuteltimos anos um nuacutemero considerado
grande se comparado ao nuacutemero de funcionaacuterios
entrevistados perfazendo-se praticamente 17acidentes por trabalhador Ressalte-se que muitos
dos acidentados natildeo exercem mais a funccedilatildeo No que
se refere agrave gravidade dos acidentes os entrevistados
forneceram as respostas listadas na abela 2
Os entrevistados foram ainda questionados sobre
quais seriam as condiccedilotildees ou abordagens a serem
tomadas de maneira a evitar ou reduzir acidentes nas
operaccedilotildees de serra e tupia aleacutem das outras maacutequinas
disponiacuteveis nas serrarias e marcenarias O resultadopode ser visto na abela 3
Deve-se atentar para o fato de que apesar de
todos responderem que a manutenccedilatildeo das maacutequinas
era feita dois entrevistados apontaram a necessidade
de ter maacutequinas em bom estado de conservaccedilatildeo
De acordo com os resultados a maioria dos
trabalhadores mostra que tem limitaccedilotildees teacutecnicas
o que explica em parte os acidentes identificados
como consequecircncia do despreparo na execuccedilatildeo de
0
20
40
60
421
579
1 sim 2 natildeo
Figura 3 Acidentes sofridos pelos entrevistadosFigure 3 Accidents suffered by respondents
Figura 4 Estado de conservaccedilatildeo das ferramentas eacuteadequadoFigure 4 Adequate conservation of equipment
Tabela 1 Maacutequinas consideradas perigosasTable 1 Machines considered dangerous
Maacutequinas Valores meacutedios ()
upia 778
Desempenadeira 56
upia e desempenadeira 111
Serra Circular 56
Tabela 2 Gravidade dos acidentesTable 2 Severity of accidents
Gravidade dosacidentes
ValoresValores
meacutedios ()
Morte 0 0
Afastamento definitivo 1 17
Afastamento maior que 15 dias 32 552
Perda ou lesatildeo grave dos dedos 24 414
Perda ou lesatildeo grave da matildeo 1 17
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6864
determinada tarefa de maneira correta SegundoMurrel (1965) Zoacutecchio (1971) Iida (1990) apud
Debiasi (2002) este conhecimento depende
principalmente do treinamento recebido pelo
trabalhador bem como a experiecircncia acumulada
durante a execuccedilatildeo da atividade
O niacutevel de escolaridade tambeacutem influencia o niacutevel
teacutecnico do trabalhador Segundo Zoacutecchio (1971)
apud Debiasi (2002) trabalhadores com maior
niacutevel de escolaridade apresentam maior facilidadepara compreender as medidas de seguranccedila e de se
conscientizar da importacircncia das mesmas Como a
maioria dos entrevistados apresenta ensino meacutedio
completo (421) a natildeo utilizaccedilatildeo de EPIs eacute um risco
assumido de maneira consciente pelos trabalhadores
e infelizmente tal utilizaccedilatildeo natildeo eacute devidamente
exigida pelas empresas
Segundo o chefe do setor de Medicina e
Seguranccedila do rabalho da Delegacia Regional dorabalho do Paranaacute Seacutergio Barros (2002) apud
Carvalho (2008) a informalidade eacute motivo de
preocupaccedilatildeo no setor madeireiro Como observado
no presente estudo a maioria das marcenarias
satildeo de origem familiar as maacutequinas satildeo antigas o
excesso de barulho o poacute da serragem e os cavacos
podem causar problemas respiratoacuterios de visatildeo de
audiccedilatildeo sem contar as amputaccedilotildees Isto tudo ainda
eacute agravado pelos trabalhadores natildeo possuiacuterem um
treinamento adequado
O Ministeacuterio do rabalho (2000) apud Carvalho
(2008) aponta que 20 bilhotildees de reais satildeo gastos
com acidentes de trabalho por ano no Brasil
representando 2 do Produto Interno Bruto (PIB)
De acordo com Barros (2002) apud Carvalho (2008)
eacute muito dinheiro gasto com acidentes que poderia
ser investido em outro acircmbito Se esta quantia for
aplicada na prevenccedilatildeo as empresas economizariam
bastante note-se que este investimento natildeo podeser visto como gasto De acordo com Barros (2002)
apud Carvalho (2008) se a empresa investir um real
em dois anos teraacute economizado cinco reais
Aleacutem da proteccedilatildeo individual a empresa tem de
investir no ambiente de trabalho Natildeo basta fornecer
maacutescaras luvas roupas especiais protetores
auriculares e oacuteculos de seguranccedila pois a proteccedilatildeo
contra os acidentes tem de ser realizada tambeacutem no
ambiente de trabalho
A maioria dos trabalhadores considerou a tupia
como a maacutequina mais perigosa (778) e em segundo
lugar a tupia e a desempenadeira juntas (116) Isto
se deve agrave falta de atenccedilatildeo do funcionaacuterio tanto na
tupia como na desempenadeira Apontou-se ainda
como maacutequina com grande versatilidade apenas a
tupia por natildeo apresentar proteccedilatildeo apenas a tupia e
por ter alta velocidade a tupia e a desempenadeira
Segundo Carvalho et al (2009) o principal
problema a ser resolvido na tupia eacute a diversidade detrabalhos que podem ser realizados por esta o que
obriga a utilizaccedilatildeo de vaacuterios protetores Estes em
muitos casos satildeo de difiacutecil colocaccedilatildeo motivo pelo
qual acabam natildeo sendo utilizados Souza (2004)
relata que os trabalhos realizados diretamente no eixo
Figura 5 Manutenccedilatildeo das maacutequinas (afiaccedilatildeo) eacute feitaregularmenteFigure 5 Maintenance of machines (grinding) is doneregularly
Tabela 3 Opiniatildeo dos trabalhadores para melhoria dascondiccedilotildees de seguranccedila do trabalho na aacutereaTable 3 Opinion of the workers for improvement ofsafety in the work area
Opiniatildeo dostrabalhadores
Respostasanotadas
Valoresmeacutedios ()
Atenccedilatildeo do funcionaacuterio 10 345
reinamento do funcionaacuterio 6 207
Modernizar as maacutequinas 5 172
Usar EPIs 3 103
Maacutequinas em bom estado 2 69Protetor de serras 1 34
Exaustores 1 34
Calma na execuccedilatildeo da atividade 1 34
Utilizar equipamento adequado 1 34
Melhor fixaccedilatildeo das peccedilas 1 34
Local livre 1 34
O entrevistado podia apontar mais de um fato
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Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-68 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos 65
porta-ferramenta satildeo mais perigosos se comparados
com o trabalho da guia As tupias oferecem os
seguintes tipos de riscos ruptura ou projeccedilatildeo de
ferramenta de corte contato com a ferramenta eretrocesso da peccedila trabalhada
Os acidentes na tupia de acordo com
Carvalho et al (2009) ocorrem tanto na zona de
trabalho como na parte posterior da guia Nesta
uacuteltima os acidentes satildeo menos frequentes por natildeo
existir proximidade das matildeos durante o processo
A parte posterior deve estar coberta para evitar o
contato do trabalhador com a ferramenta de corte
Para um trabalho correto na tupia deve-se ocultara ferramenta de corte ou seja trabalhar com a
ferramenta de corte protegida
Na desempenadeira segundo Carvalho et al
(2009) os acidentes ocorrem pelo contato das
matildeos do operador com as lacircminas de corte ou pelo
retrocesso da peccedila que estaacute sendo processada O
contato das matildeos nas lacircminas de corte pode ocorrer
tanto na zona posterior como na parte anterior da
guia de alimentaccedilatildeo A regra de proteccedilatildeo eacute cobrira parte de lacircmina de corte que natildeo estaacute sendo
utilizada Na parte posterior deve-se utilizar uma
proteccedilatildeo fixa jaacute na parte anterior essa proteccedilatildeo deve
ser autorregulaacutevel para permitir a passagem da peccedila
a ser trabalhada e esta voltar automaticamente agrave
posiccedilatildeo inicial sem a atuaccedilatildeo do operador
Jaacute o retrocesso da peccedila ocorre pela existecircncia
de noacutes ou outros defeitos na madeira ou pelo
aplainamento de peccedilas muito curtas Nesta situaccedilatildeodevem-se utilizar dispositivos que auxiliam o
deslizamento da peccedila contra as lacircminas de corte e na
primeira situaccedilatildeo eliminar madeiras com defeitos
Segundo Silva et al (2002) conhecer o perfil
dos trabalhadores eacute de grande importacircncia para
o desenvolvimento de trabalhos referentes a
treinamentos orientaccedilotildees e intervenccedilotildees no ambiente
de trabalho No treinamento eacute de suma importacircncia
a identificaccedilatildeo das caracteriacutesticas do trabalhadorcomo o grau de escolaridade e a experiecircncia na
profissatildeo para encontrar a melhor forma de se
abordarem os temas durante o treinamento
A satisfaccedilatildeo no trabalho tem uma significativa
importacircncia quando se quer introduzir novas
ideias pois permite melhor aceitaccedilatildeo por parte dos
trabalhadores em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas de acordo
com os autores
O presente trabalho apresentou algumas
limitaccedilotildees quando da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio
pois maiores detalhamentos do puacuteblico entrevistado
poderiam ter sido explorados como a caracterizaccedilatildeo
do ambiente de trabalho a caracterizaccedilatildeo das
marcenarias aprofundar-se mais no perfil do
marceneiro como por exemplo verificar a renda
salarial meacutedia dos marceneiros se todos possuem
registro em carteira de trabalho etc Mas a inclusatildeo
de tais pontos apesar de interessantes poderia causar
cansaccedilo e descompromisso nas respostas dadas
Assim optou-se pela simplificaccedilatildeo do levantamento
feito
Perguntas outras podem ser uacuteteis tais como
abordar se os trabalhadores apresentam algum
problema de sauacutede como alergia ao poacute da madeira
aos produtos quiacutemicos utilizados como cola para
foacutermica vernizes e solventes Outros pontos de
interesse abarcariam qual o tempo de jornada de
trabalho e se haacute pausas durante a jornada de trabalho
qual a frequecircncia de ocorrecircncia dessas pausas etc
Analisando os dados obtidos na operaccedilatildeo sem
e com o dispositivo de seguranccedila instalado nos dois
tipos de serras fica comprovada a funcionalidade do
mesmo sem prejudicar o rendimento da produccedilatildeo
Submetendo-se aos testes de tempo versus nuacutemero
de passos dos dispositivos eacute possiacutevel analisar o
desempenho de cada operaccedilatildeo
Na Figura 6 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra circular sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra circular apresenta um desvio padratildeo de
0023 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0021 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 4
O processo operacional da serra circular natildeo
sofreu alteraccedilotildees e comportou-se ajustaacutevel agraves formas
de trabalho O dispositivo de seguranccedila apresentado
na Figura 7 mostra que natildeo haacute contato da matildeo do
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operador com os dentes do disco logo se evitando
possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ES
AGRADECIMENOS
Ao Laboratoacuterio de Usinagem da Madeira da
Universidade Federal do Espiacuterito Santo (LUM
UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
dos dispositivos e agraves empresas visitadas que
Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
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colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
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Arauacutejo CR Salgado JC Perfil dos trabalhadoresque sofreram amputaccedilotildees no trabalho BoletimEpidemioloacutegico 2002 5(16)
Brasil Ministeacuterio do rabalho e Emprego - ME Anuaacuterio estatiacutestico de acidentes do trabalho AEA 2007Brasiacutelia EM 2008
Carvalho J Setor Madeireiro Lidera os AcidentesParanaacute Online 19 jul 2008 [cited 2010 jul 20]Available from httpwwwparana-onlinecombreditoriacidadesnews73844noticia=SEOR+MADEIREIRO+LIDEA+OS+ACIDENES
Carvalho DO Silva F Vieira JML Cavalcante JWSRodrigues NE Proteccedilatildeo de Maacutequinas em Marcenariasaccedilotildees Imprescindiacuteveis para Prevenccedilatildeo de Acidentes[monografia] Jundiaiacute Escola eacutecnica Estadual VascoAntonio Venchiarutti 2009
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158 trabalharam em outra regiatildeo e natildeo relataram
que sofreram acidentes nesses locais
Em relaccedilatildeo agrave maacutequina ou ferramenta que o
entrevistado considerava mais perigosa a resposta
foi que a grande vilatilde seria a tupia Apenas um
entrevistado natildeo opinou pois eacute ajudante e natildeo
manuseia maacutequinas totalizando 18 respostas
(abela 1)
Natildeo se pode acusar que os problemas sejam
decorrentes de inexistecircncia de manutenccedilatildeo ou
manutenccedilatildeo inadequada nas maacutequinas conforme se
constata nas Figuras 4 e 5
Como relatado na medida em que natildeo foram
identificados registros pelos oacutergatildeos competentes de
dados de acidentes no segmento de beneficiamento
primaacuterio ou secundaacuterio da madeira na regiatildeo
entendeu-se que uma confiaacutevel fonte de dados seriam
os relatos de trabalhadores para o levantamento de
tais dados Foram perguntados quantos acidentes
os entrevistados haviam presenciado nos uacuteltimos
tempos Para minimizar a possibilidade de contagem
em duplicidade de relatos nomes locais e tipo deacidentes presenciados ou experimentados foram
anotados no questionaacuterio Com tais cuidados para
natildeo tabular acidentes repetidos foi feita a contagem
segundo os relatos dos trabalhadores
Nas entrevistas foram notificados 32 acidentes
ocorridos na regiatildeo de Jerocircnimo Monteiro e Alegre-
ES nos uacuteltimos anos um nuacutemero considerado
grande se comparado ao nuacutemero de funcionaacuterios
entrevistados perfazendo-se praticamente 17acidentes por trabalhador Ressalte-se que muitos
dos acidentados natildeo exercem mais a funccedilatildeo No que
se refere agrave gravidade dos acidentes os entrevistados
forneceram as respostas listadas na abela 2
Os entrevistados foram ainda questionados sobre
quais seriam as condiccedilotildees ou abordagens a serem
tomadas de maneira a evitar ou reduzir acidentes nas
operaccedilotildees de serra e tupia aleacutem das outras maacutequinas
disponiacuteveis nas serrarias e marcenarias O resultadopode ser visto na abela 3
Deve-se atentar para o fato de que apesar de
todos responderem que a manutenccedilatildeo das maacutequinas
era feita dois entrevistados apontaram a necessidade
de ter maacutequinas em bom estado de conservaccedilatildeo
De acordo com os resultados a maioria dos
trabalhadores mostra que tem limitaccedilotildees teacutecnicas
o que explica em parte os acidentes identificados
como consequecircncia do despreparo na execuccedilatildeo de
0
20
40
60
421
579
1 sim 2 natildeo
Figura 3 Acidentes sofridos pelos entrevistadosFigure 3 Accidents suffered by respondents
Figura 4 Estado de conservaccedilatildeo das ferramentas eacuteadequadoFigure 4 Adequate conservation of equipment
Tabela 1 Maacutequinas consideradas perigosasTable 1 Machines considered dangerous
Maacutequinas Valores meacutedios ()
upia 778
Desempenadeira 56
upia e desempenadeira 111
Serra Circular 56
Tabela 2 Gravidade dos acidentesTable 2 Severity of accidents
Gravidade dosacidentes
ValoresValores
meacutedios ()
Morte 0 0
Afastamento definitivo 1 17
Afastamento maior que 15 dias 32 552
Perda ou lesatildeo grave dos dedos 24 414
Perda ou lesatildeo grave da matildeo 1 17
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determinada tarefa de maneira correta SegundoMurrel (1965) Zoacutecchio (1971) Iida (1990) apud
Debiasi (2002) este conhecimento depende
principalmente do treinamento recebido pelo
trabalhador bem como a experiecircncia acumulada
durante a execuccedilatildeo da atividade
O niacutevel de escolaridade tambeacutem influencia o niacutevel
teacutecnico do trabalhador Segundo Zoacutecchio (1971)
apud Debiasi (2002) trabalhadores com maior
niacutevel de escolaridade apresentam maior facilidadepara compreender as medidas de seguranccedila e de se
conscientizar da importacircncia das mesmas Como a
maioria dos entrevistados apresenta ensino meacutedio
completo (421) a natildeo utilizaccedilatildeo de EPIs eacute um risco
assumido de maneira consciente pelos trabalhadores
e infelizmente tal utilizaccedilatildeo natildeo eacute devidamente
exigida pelas empresas
Segundo o chefe do setor de Medicina e
Seguranccedila do rabalho da Delegacia Regional dorabalho do Paranaacute Seacutergio Barros (2002) apud
Carvalho (2008) a informalidade eacute motivo de
preocupaccedilatildeo no setor madeireiro Como observado
no presente estudo a maioria das marcenarias
satildeo de origem familiar as maacutequinas satildeo antigas o
excesso de barulho o poacute da serragem e os cavacos
podem causar problemas respiratoacuterios de visatildeo de
audiccedilatildeo sem contar as amputaccedilotildees Isto tudo ainda
eacute agravado pelos trabalhadores natildeo possuiacuterem um
treinamento adequado
O Ministeacuterio do rabalho (2000) apud Carvalho
(2008) aponta que 20 bilhotildees de reais satildeo gastos
com acidentes de trabalho por ano no Brasil
representando 2 do Produto Interno Bruto (PIB)
De acordo com Barros (2002) apud Carvalho (2008)
eacute muito dinheiro gasto com acidentes que poderia
ser investido em outro acircmbito Se esta quantia for
aplicada na prevenccedilatildeo as empresas economizariam
bastante note-se que este investimento natildeo podeser visto como gasto De acordo com Barros (2002)
apud Carvalho (2008) se a empresa investir um real
em dois anos teraacute economizado cinco reais
Aleacutem da proteccedilatildeo individual a empresa tem de
investir no ambiente de trabalho Natildeo basta fornecer
maacutescaras luvas roupas especiais protetores
auriculares e oacuteculos de seguranccedila pois a proteccedilatildeo
contra os acidentes tem de ser realizada tambeacutem no
ambiente de trabalho
A maioria dos trabalhadores considerou a tupia
como a maacutequina mais perigosa (778) e em segundo
lugar a tupia e a desempenadeira juntas (116) Isto
se deve agrave falta de atenccedilatildeo do funcionaacuterio tanto na
tupia como na desempenadeira Apontou-se ainda
como maacutequina com grande versatilidade apenas a
tupia por natildeo apresentar proteccedilatildeo apenas a tupia e
por ter alta velocidade a tupia e a desempenadeira
Segundo Carvalho et al (2009) o principal
problema a ser resolvido na tupia eacute a diversidade detrabalhos que podem ser realizados por esta o que
obriga a utilizaccedilatildeo de vaacuterios protetores Estes em
muitos casos satildeo de difiacutecil colocaccedilatildeo motivo pelo
qual acabam natildeo sendo utilizados Souza (2004)
relata que os trabalhos realizados diretamente no eixo
Figura 5 Manutenccedilatildeo das maacutequinas (afiaccedilatildeo) eacute feitaregularmenteFigure 5 Maintenance of machines (grinding) is doneregularly
Tabela 3 Opiniatildeo dos trabalhadores para melhoria dascondiccedilotildees de seguranccedila do trabalho na aacutereaTable 3 Opinion of the workers for improvement ofsafety in the work area
Opiniatildeo dostrabalhadores
Respostasanotadas
Valoresmeacutedios ()
Atenccedilatildeo do funcionaacuterio 10 345
reinamento do funcionaacuterio 6 207
Modernizar as maacutequinas 5 172
Usar EPIs 3 103
Maacutequinas em bom estado 2 69Protetor de serras 1 34
Exaustores 1 34
Calma na execuccedilatildeo da atividade 1 34
Utilizar equipamento adequado 1 34
Melhor fixaccedilatildeo das peccedilas 1 34
Local livre 1 34
O entrevistado podia apontar mais de um fato
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porta-ferramenta satildeo mais perigosos se comparados
com o trabalho da guia As tupias oferecem os
seguintes tipos de riscos ruptura ou projeccedilatildeo de
ferramenta de corte contato com a ferramenta eretrocesso da peccedila trabalhada
Os acidentes na tupia de acordo com
Carvalho et al (2009) ocorrem tanto na zona de
trabalho como na parte posterior da guia Nesta
uacuteltima os acidentes satildeo menos frequentes por natildeo
existir proximidade das matildeos durante o processo
A parte posterior deve estar coberta para evitar o
contato do trabalhador com a ferramenta de corte
Para um trabalho correto na tupia deve-se ocultara ferramenta de corte ou seja trabalhar com a
ferramenta de corte protegida
Na desempenadeira segundo Carvalho et al
(2009) os acidentes ocorrem pelo contato das
matildeos do operador com as lacircminas de corte ou pelo
retrocesso da peccedila que estaacute sendo processada O
contato das matildeos nas lacircminas de corte pode ocorrer
tanto na zona posterior como na parte anterior da
guia de alimentaccedilatildeo A regra de proteccedilatildeo eacute cobrira parte de lacircmina de corte que natildeo estaacute sendo
utilizada Na parte posterior deve-se utilizar uma
proteccedilatildeo fixa jaacute na parte anterior essa proteccedilatildeo deve
ser autorregulaacutevel para permitir a passagem da peccedila
a ser trabalhada e esta voltar automaticamente agrave
posiccedilatildeo inicial sem a atuaccedilatildeo do operador
Jaacute o retrocesso da peccedila ocorre pela existecircncia
de noacutes ou outros defeitos na madeira ou pelo
aplainamento de peccedilas muito curtas Nesta situaccedilatildeodevem-se utilizar dispositivos que auxiliam o
deslizamento da peccedila contra as lacircminas de corte e na
primeira situaccedilatildeo eliminar madeiras com defeitos
Segundo Silva et al (2002) conhecer o perfil
dos trabalhadores eacute de grande importacircncia para
o desenvolvimento de trabalhos referentes a
treinamentos orientaccedilotildees e intervenccedilotildees no ambiente
de trabalho No treinamento eacute de suma importacircncia
a identificaccedilatildeo das caracteriacutesticas do trabalhadorcomo o grau de escolaridade e a experiecircncia na
profissatildeo para encontrar a melhor forma de se
abordarem os temas durante o treinamento
A satisfaccedilatildeo no trabalho tem uma significativa
importacircncia quando se quer introduzir novas
ideias pois permite melhor aceitaccedilatildeo por parte dos
trabalhadores em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas de acordo
com os autores
O presente trabalho apresentou algumas
limitaccedilotildees quando da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio
pois maiores detalhamentos do puacuteblico entrevistado
poderiam ter sido explorados como a caracterizaccedilatildeo
do ambiente de trabalho a caracterizaccedilatildeo das
marcenarias aprofundar-se mais no perfil do
marceneiro como por exemplo verificar a renda
salarial meacutedia dos marceneiros se todos possuem
registro em carteira de trabalho etc Mas a inclusatildeo
de tais pontos apesar de interessantes poderia causar
cansaccedilo e descompromisso nas respostas dadas
Assim optou-se pela simplificaccedilatildeo do levantamento
feito
Perguntas outras podem ser uacuteteis tais como
abordar se os trabalhadores apresentam algum
problema de sauacutede como alergia ao poacute da madeira
aos produtos quiacutemicos utilizados como cola para
foacutermica vernizes e solventes Outros pontos de
interesse abarcariam qual o tempo de jornada de
trabalho e se haacute pausas durante a jornada de trabalho
qual a frequecircncia de ocorrecircncia dessas pausas etc
Analisando os dados obtidos na operaccedilatildeo sem
e com o dispositivo de seguranccedila instalado nos dois
tipos de serras fica comprovada a funcionalidade do
mesmo sem prejudicar o rendimento da produccedilatildeo
Submetendo-se aos testes de tempo versus nuacutemero
de passos dos dispositivos eacute possiacutevel analisar o
desempenho de cada operaccedilatildeo
Na Figura 6 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra circular sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra circular apresenta um desvio padratildeo de
0023 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0021 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 4
O processo operacional da serra circular natildeo
sofreu alteraccedilotildees e comportou-se ajustaacutevel agraves formas
de trabalho O dispositivo de seguranccedila apresentado
na Figura 7 mostra que natildeo haacute contato da matildeo do
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operador com os dentes do disco logo se evitando
possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ES
AGRADECIMENOS
Ao Laboratoacuterio de Usinagem da Madeira da
Universidade Federal do Espiacuterito Santo (LUM
UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
dos dispositivos e agraves empresas visitadas que
Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0034 0010
Com 0040 0011
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colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
SAUS DA SUBMISSAtildeO
Recebido 22122010
Aceito 02032011
Resumo publicado online 15032011
Artigo completo publicado 31032011
AUOR 983080ES983081 PARA CORRESPONDEcircNCIA
Clovis Eduardo Nunes Hegedus
Departamento de Engenharia FlorestalUniversidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasile-mail hegedusgerencocombr
Rocircmulo Maziero
Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasil
e-mail mazieroufesgmailcom
REFEREcircNCIAS
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Silva RS Souza AP Minetti LJ Avaliaccedilatildeo do Perfilde rabalhadores e das Condiccedilotildees de rabalho emMarcenarias no Municiacutepio de Viccedilosa - MG Revista Aacutervore 2002 26(6)769-775
Souza C Prevenccedilatildeo dos Riscos Laborais nas Marcenarias e Carpintarias DRSC - EM 2004
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determinada tarefa de maneira correta SegundoMurrel (1965) Zoacutecchio (1971) Iida (1990) apud
Debiasi (2002) este conhecimento depende
principalmente do treinamento recebido pelo
trabalhador bem como a experiecircncia acumulada
durante a execuccedilatildeo da atividade
O niacutevel de escolaridade tambeacutem influencia o niacutevel
teacutecnico do trabalhador Segundo Zoacutecchio (1971)
apud Debiasi (2002) trabalhadores com maior
niacutevel de escolaridade apresentam maior facilidadepara compreender as medidas de seguranccedila e de se
conscientizar da importacircncia das mesmas Como a
maioria dos entrevistados apresenta ensino meacutedio
completo (421) a natildeo utilizaccedilatildeo de EPIs eacute um risco
assumido de maneira consciente pelos trabalhadores
e infelizmente tal utilizaccedilatildeo natildeo eacute devidamente
exigida pelas empresas
Segundo o chefe do setor de Medicina e
Seguranccedila do rabalho da Delegacia Regional dorabalho do Paranaacute Seacutergio Barros (2002) apud
Carvalho (2008) a informalidade eacute motivo de
preocupaccedilatildeo no setor madeireiro Como observado
no presente estudo a maioria das marcenarias
satildeo de origem familiar as maacutequinas satildeo antigas o
excesso de barulho o poacute da serragem e os cavacos
podem causar problemas respiratoacuterios de visatildeo de
audiccedilatildeo sem contar as amputaccedilotildees Isto tudo ainda
eacute agravado pelos trabalhadores natildeo possuiacuterem um
treinamento adequado
O Ministeacuterio do rabalho (2000) apud Carvalho
(2008) aponta que 20 bilhotildees de reais satildeo gastos
com acidentes de trabalho por ano no Brasil
representando 2 do Produto Interno Bruto (PIB)
De acordo com Barros (2002) apud Carvalho (2008)
eacute muito dinheiro gasto com acidentes que poderia
ser investido em outro acircmbito Se esta quantia for
aplicada na prevenccedilatildeo as empresas economizariam
bastante note-se que este investimento natildeo podeser visto como gasto De acordo com Barros (2002)
apud Carvalho (2008) se a empresa investir um real
em dois anos teraacute economizado cinco reais
Aleacutem da proteccedilatildeo individual a empresa tem de
investir no ambiente de trabalho Natildeo basta fornecer
maacutescaras luvas roupas especiais protetores
auriculares e oacuteculos de seguranccedila pois a proteccedilatildeo
contra os acidentes tem de ser realizada tambeacutem no
ambiente de trabalho
A maioria dos trabalhadores considerou a tupia
como a maacutequina mais perigosa (778) e em segundo
lugar a tupia e a desempenadeira juntas (116) Isto
se deve agrave falta de atenccedilatildeo do funcionaacuterio tanto na
tupia como na desempenadeira Apontou-se ainda
como maacutequina com grande versatilidade apenas a
tupia por natildeo apresentar proteccedilatildeo apenas a tupia e
por ter alta velocidade a tupia e a desempenadeira
Segundo Carvalho et al (2009) o principal
problema a ser resolvido na tupia eacute a diversidade detrabalhos que podem ser realizados por esta o que
obriga a utilizaccedilatildeo de vaacuterios protetores Estes em
muitos casos satildeo de difiacutecil colocaccedilatildeo motivo pelo
qual acabam natildeo sendo utilizados Souza (2004)
relata que os trabalhos realizados diretamente no eixo
Figura 5 Manutenccedilatildeo das maacutequinas (afiaccedilatildeo) eacute feitaregularmenteFigure 5 Maintenance of machines (grinding) is doneregularly
Tabela 3 Opiniatildeo dos trabalhadores para melhoria dascondiccedilotildees de seguranccedila do trabalho na aacutereaTable 3 Opinion of the workers for improvement ofsafety in the work area
Opiniatildeo dostrabalhadores
Respostasanotadas
Valoresmeacutedios ()
Atenccedilatildeo do funcionaacuterio 10 345
reinamento do funcionaacuterio 6 207
Modernizar as maacutequinas 5 172
Usar EPIs 3 103
Maacutequinas em bom estado 2 69Protetor de serras 1 34
Exaustores 1 34
Calma na execuccedilatildeo da atividade 1 34
Utilizar equipamento adequado 1 34
Melhor fixaccedilatildeo das peccedilas 1 34
Local livre 1 34
O entrevistado podia apontar mais de um fato
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porta-ferramenta satildeo mais perigosos se comparados
com o trabalho da guia As tupias oferecem os
seguintes tipos de riscos ruptura ou projeccedilatildeo de
ferramenta de corte contato com a ferramenta eretrocesso da peccedila trabalhada
Os acidentes na tupia de acordo com
Carvalho et al (2009) ocorrem tanto na zona de
trabalho como na parte posterior da guia Nesta
uacuteltima os acidentes satildeo menos frequentes por natildeo
existir proximidade das matildeos durante o processo
A parte posterior deve estar coberta para evitar o
contato do trabalhador com a ferramenta de corte
Para um trabalho correto na tupia deve-se ocultara ferramenta de corte ou seja trabalhar com a
ferramenta de corte protegida
Na desempenadeira segundo Carvalho et al
(2009) os acidentes ocorrem pelo contato das
matildeos do operador com as lacircminas de corte ou pelo
retrocesso da peccedila que estaacute sendo processada O
contato das matildeos nas lacircminas de corte pode ocorrer
tanto na zona posterior como na parte anterior da
guia de alimentaccedilatildeo A regra de proteccedilatildeo eacute cobrira parte de lacircmina de corte que natildeo estaacute sendo
utilizada Na parte posterior deve-se utilizar uma
proteccedilatildeo fixa jaacute na parte anterior essa proteccedilatildeo deve
ser autorregulaacutevel para permitir a passagem da peccedila
a ser trabalhada e esta voltar automaticamente agrave
posiccedilatildeo inicial sem a atuaccedilatildeo do operador
Jaacute o retrocesso da peccedila ocorre pela existecircncia
de noacutes ou outros defeitos na madeira ou pelo
aplainamento de peccedilas muito curtas Nesta situaccedilatildeodevem-se utilizar dispositivos que auxiliam o
deslizamento da peccedila contra as lacircminas de corte e na
primeira situaccedilatildeo eliminar madeiras com defeitos
Segundo Silva et al (2002) conhecer o perfil
dos trabalhadores eacute de grande importacircncia para
o desenvolvimento de trabalhos referentes a
treinamentos orientaccedilotildees e intervenccedilotildees no ambiente
de trabalho No treinamento eacute de suma importacircncia
a identificaccedilatildeo das caracteriacutesticas do trabalhadorcomo o grau de escolaridade e a experiecircncia na
profissatildeo para encontrar a melhor forma de se
abordarem os temas durante o treinamento
A satisfaccedilatildeo no trabalho tem uma significativa
importacircncia quando se quer introduzir novas
ideias pois permite melhor aceitaccedilatildeo por parte dos
trabalhadores em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas de acordo
com os autores
O presente trabalho apresentou algumas
limitaccedilotildees quando da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio
pois maiores detalhamentos do puacuteblico entrevistado
poderiam ter sido explorados como a caracterizaccedilatildeo
do ambiente de trabalho a caracterizaccedilatildeo das
marcenarias aprofundar-se mais no perfil do
marceneiro como por exemplo verificar a renda
salarial meacutedia dos marceneiros se todos possuem
registro em carteira de trabalho etc Mas a inclusatildeo
de tais pontos apesar de interessantes poderia causar
cansaccedilo e descompromisso nas respostas dadas
Assim optou-se pela simplificaccedilatildeo do levantamento
feito
Perguntas outras podem ser uacuteteis tais como
abordar se os trabalhadores apresentam algum
problema de sauacutede como alergia ao poacute da madeira
aos produtos quiacutemicos utilizados como cola para
foacutermica vernizes e solventes Outros pontos de
interesse abarcariam qual o tempo de jornada de
trabalho e se haacute pausas durante a jornada de trabalho
qual a frequecircncia de ocorrecircncia dessas pausas etc
Analisando os dados obtidos na operaccedilatildeo sem
e com o dispositivo de seguranccedila instalado nos dois
tipos de serras fica comprovada a funcionalidade do
mesmo sem prejudicar o rendimento da produccedilatildeo
Submetendo-se aos testes de tempo versus nuacutemero
de passos dos dispositivos eacute possiacutevel analisar o
desempenho de cada operaccedilatildeo
Na Figura 6 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra circular sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra circular apresenta um desvio padratildeo de
0023 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0021 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 4
O processo operacional da serra circular natildeo
sofreu alteraccedilotildees e comportou-se ajustaacutevel agraves formas
de trabalho O dispositivo de seguranccedila apresentado
na Figura 7 mostra que natildeo haacute contato da matildeo do
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operador com os dentes do disco logo se evitando
possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-68 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos 67
4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ES
AGRADECIMENOS
Ao Laboratoacuterio de Usinagem da Madeira da
Universidade Federal do Espiacuterito Santo (LUM
UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
dos dispositivos e agraves empresas visitadas que
Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0034 0010
Com 0040 0011
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6868
colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
SAUS DA SUBMISSAtildeO
Recebido 22122010
Aceito 02032011
Resumo publicado online 15032011
Artigo completo publicado 31032011
AUOR 983080ES983081 PARA CORRESPONDEcircNCIA
Clovis Eduardo Nunes Hegedus
Departamento de Engenharia FlorestalUniversidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasile-mail hegedusgerencocombr
Rocircmulo Maziero
Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasil
e-mail mazieroufesgmailcom
REFEREcircNCIAS
Arauacutejo CR Salgado JC Perfil dos trabalhadoresque sofreram amputaccedilotildees no trabalho BoletimEpidemioloacutegico 2002 5(16)
Brasil Ministeacuterio do rabalho e Emprego - ME Anuaacuterio estatiacutestico de acidentes do trabalho AEA 2007Brasiacutelia EM 2008
Carvalho J Setor Madeireiro Lidera os AcidentesParanaacute Online 19 jul 2008 [cited 2010 jul 20]Available from httpwwwparana-onlinecombreditoriacidadesnews73844noticia=SEOR+MADEIREIRO+LIDEA+OS+ACIDENES
Carvalho DO Silva F Vieira JML Cavalcante JWSRodrigues NE Proteccedilatildeo de Maacutequinas em Marcenariasaccedilotildees Imprescindiacuteveis para Prevenccedilatildeo de Acidentes[monografia] Jundiaiacute Escola eacutecnica Estadual VascoAntonio Venchiarutti 2009
Comissatildeo Nacional de Classificaccedilatildeo - CONCLA TabelaCNAE 20 para consulta Brasiacutelia Secretaria da Fazenda2009 [cited 2009 maio 23] Available from httpwwwreceitafazendagovbrPessoaJuridicaCNAEfiscalcnaefhtm
Debiasi H Diagnoacutestico dos acidentes de trabalho edas condiccedilotildees de seguranccedila na operaccedilatildeo de conjuntos
tratorizados [dissertaccedilatildeo] Santa Maria UniversidadeFederal de Santa Maria 2002
Fiedler N Venturoli F Minetti LJ Vale A Diagnoacutestico
de fatores humanos e condiccedilotildees de trabalho emmarcenarias no Distrito Federal Revista Floresta 200131(1-2) 105-113
Silva RS Souza AP Minetti LJ Avaliaccedilatildeo do Perfilde rabalhadores e das Condiccedilotildees de rabalho emMarcenarias no Municiacutepio de Viccedilosa - MG Revista Aacutervore 2002 26(6)769-775
Souza C Prevenccedilatildeo dos Riscos Laborais nas Marcenarias e Carpintarias DRSC - EM 2004
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Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-68 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos 65
porta-ferramenta satildeo mais perigosos se comparados
com o trabalho da guia As tupias oferecem os
seguintes tipos de riscos ruptura ou projeccedilatildeo de
ferramenta de corte contato com a ferramenta eretrocesso da peccedila trabalhada
Os acidentes na tupia de acordo com
Carvalho et al (2009) ocorrem tanto na zona de
trabalho como na parte posterior da guia Nesta
uacuteltima os acidentes satildeo menos frequentes por natildeo
existir proximidade das matildeos durante o processo
A parte posterior deve estar coberta para evitar o
contato do trabalhador com a ferramenta de corte
Para um trabalho correto na tupia deve-se ocultara ferramenta de corte ou seja trabalhar com a
ferramenta de corte protegida
Na desempenadeira segundo Carvalho et al
(2009) os acidentes ocorrem pelo contato das
matildeos do operador com as lacircminas de corte ou pelo
retrocesso da peccedila que estaacute sendo processada O
contato das matildeos nas lacircminas de corte pode ocorrer
tanto na zona posterior como na parte anterior da
guia de alimentaccedilatildeo A regra de proteccedilatildeo eacute cobrira parte de lacircmina de corte que natildeo estaacute sendo
utilizada Na parte posterior deve-se utilizar uma
proteccedilatildeo fixa jaacute na parte anterior essa proteccedilatildeo deve
ser autorregulaacutevel para permitir a passagem da peccedila
a ser trabalhada e esta voltar automaticamente agrave
posiccedilatildeo inicial sem a atuaccedilatildeo do operador
Jaacute o retrocesso da peccedila ocorre pela existecircncia
de noacutes ou outros defeitos na madeira ou pelo
aplainamento de peccedilas muito curtas Nesta situaccedilatildeodevem-se utilizar dispositivos que auxiliam o
deslizamento da peccedila contra as lacircminas de corte e na
primeira situaccedilatildeo eliminar madeiras com defeitos
Segundo Silva et al (2002) conhecer o perfil
dos trabalhadores eacute de grande importacircncia para
o desenvolvimento de trabalhos referentes a
treinamentos orientaccedilotildees e intervenccedilotildees no ambiente
de trabalho No treinamento eacute de suma importacircncia
a identificaccedilatildeo das caracteriacutesticas do trabalhadorcomo o grau de escolaridade e a experiecircncia na
profissatildeo para encontrar a melhor forma de se
abordarem os temas durante o treinamento
A satisfaccedilatildeo no trabalho tem uma significativa
importacircncia quando se quer introduzir novas
ideias pois permite melhor aceitaccedilatildeo por parte dos
trabalhadores em relaccedilatildeo agraves mudanccedilas de acordo
com os autores
O presente trabalho apresentou algumas
limitaccedilotildees quando da aplicaccedilatildeo do questionaacuterio
pois maiores detalhamentos do puacuteblico entrevistado
poderiam ter sido explorados como a caracterizaccedilatildeo
do ambiente de trabalho a caracterizaccedilatildeo das
marcenarias aprofundar-se mais no perfil do
marceneiro como por exemplo verificar a renda
salarial meacutedia dos marceneiros se todos possuem
registro em carteira de trabalho etc Mas a inclusatildeo
de tais pontos apesar de interessantes poderia causar
cansaccedilo e descompromisso nas respostas dadas
Assim optou-se pela simplificaccedilatildeo do levantamento
feito
Perguntas outras podem ser uacuteteis tais como
abordar se os trabalhadores apresentam algum
problema de sauacutede como alergia ao poacute da madeira
aos produtos quiacutemicos utilizados como cola para
foacutermica vernizes e solventes Outros pontos de
interesse abarcariam qual o tempo de jornada de
trabalho e se haacute pausas durante a jornada de trabalho
qual a frequecircncia de ocorrecircncia dessas pausas etc
Analisando os dados obtidos na operaccedilatildeo sem
e com o dispositivo de seguranccedila instalado nos dois
tipos de serras fica comprovada a funcionalidade do
mesmo sem prejudicar o rendimento da produccedilatildeo
Submetendo-se aos testes de tempo versus nuacutemero
de passos dos dispositivos eacute possiacutevel analisar o
desempenho de cada operaccedilatildeo
Na Figura 6 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra circular sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra circular apresenta um desvio padratildeo de
0023 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0021 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 4
O processo operacional da serra circular natildeo
sofreu alteraccedilotildees e comportou-se ajustaacutevel agraves formas
de trabalho O dispositivo de seguranccedila apresentado
na Figura 7 mostra que natildeo haacute contato da matildeo do
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6866
operador com os dentes do disco logo se evitando
possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
Monteiro-ES
AGRADECIMENOS
Ao Laboratoacuterio de Usinagem da Madeira da
Universidade Federal do Espiacuterito Santo (LUM
UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
dos dispositivos e agraves empresas visitadas que
Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0034 0010
Com 0040 0011
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colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
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Recebido 22122010
Aceito 02032011
Resumo publicado online 15032011
Artigo completo publicado 31032011
AUOR 983080ES983081 PARA CORRESPONDEcircNCIA
Clovis Eduardo Nunes Hegedus
Departamento de Engenharia FlorestalUniversidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasile-mail hegedusgerencocombr
Rocircmulo Maziero
Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasil
e-mail mazieroufesgmailcom
REFEREcircNCIAS
Arauacutejo CR Salgado JC Perfil dos trabalhadoresque sofreram amputaccedilotildees no trabalho BoletimEpidemioloacutegico 2002 5(16)
Brasil Ministeacuterio do rabalho e Emprego - ME Anuaacuterio estatiacutestico de acidentes do trabalho AEA 2007Brasiacutelia EM 2008
Carvalho J Setor Madeireiro Lidera os AcidentesParanaacute Online 19 jul 2008 [cited 2010 jul 20]Available from httpwwwparana-onlinecombreditoriacidadesnews73844noticia=SEOR+MADEIREIRO+LIDEA+OS+ACIDENES
Carvalho DO Silva F Vieira JML Cavalcante JWSRodrigues NE Proteccedilatildeo de Maacutequinas em Marcenariasaccedilotildees Imprescindiacuteveis para Prevenccedilatildeo de Acidentes[monografia] Jundiaiacute Escola eacutecnica Estadual VascoAntonio Venchiarutti 2009
Comissatildeo Nacional de Classificaccedilatildeo - CONCLA TabelaCNAE 20 para consulta Brasiacutelia Secretaria da Fazenda2009 [cited 2009 maio 23] Available from httpwwwreceitafazendagovbrPessoaJuridicaCNAEfiscalcnaefhtm
Debiasi H Diagnoacutestico dos acidentes de trabalho edas condiccedilotildees de seguranccedila na operaccedilatildeo de conjuntos
tratorizados [dissertaccedilatildeo] Santa Maria UniversidadeFederal de Santa Maria 2002
Fiedler N Venturoli F Minetti LJ Vale A Diagnoacutestico
de fatores humanos e condiccedilotildees de trabalho emmarcenarias no Distrito Federal Revista Floresta 200131(1-2) 105-113
Silva RS Souza AP Minetti LJ Avaliaccedilatildeo do Perfilde rabalhadores e das Condiccedilotildees de rabalho emMarcenarias no Municiacutepio de Viccedilosa - MG Revista Aacutervore 2002 26(6)769-775
Souza C Prevenccedilatildeo dos Riscos Laborais nas Marcenarias e Carpintarias DRSC - EM 2004
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possiacuteveis mutilaccedilotildees
Na Figura 8 eacute apresentado o comportamento
de uma operaccedilatildeo em serra destopadeira sem e com
dispositivo de seguranccedila Eacute possiacutevel observar que
uma maacutequina com dispositivo natildeo altera a produccedilatildeo
tanto que o tempo de entrada e saiacuteda da madeira
na serra destopadeira possui um desvio padratildeo de
0040 minuto com dispositivo e sem dispositivo
de 0034 minuto para um nuacutemero de 30 passadasconforme a abela 5
Assume-se que as diferenccedilas das meacutedias de tempo
devem-se agrave influecircncia das curvas de aprendizado na
tarefa consolidadas na operaccedilatildeo tradicional e ainda
em construccedilatildeo na tarefa com os dispositivos
Figura 6 empo vs nuacutemero de passosFigure 6 ime vs no of steps
Figura 7 Serra circular com dispositivo de seguranccedila instalado mostrando a) vista lateral de uma peccedila de madeirasendo serrada com detalhe da disposiccedilatildeo da matildeo do operador e b) distacircncia entre os dentes do disco e a matildeo dooperador de 25 cm gerando uma aacuterea de seguranccedilaFigure 7 Circular saw with a safety device installed showing a) side view of a piece of wood being sawed in detailthe layout of operatorrsquos hand and b) distance between the blade teeth and the hand of the operator of 25 cm creatingan area security
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A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
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UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
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Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
Sem 0168 0021
Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
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Carvalho DO Silva F Vieira JML Cavalcante JWSRodrigues NE Proteccedilatildeo de Maacutequinas em Marcenariasaccedilotildees Imprescindiacuteveis para Prevenccedilatildeo de Acidentes[monografia] Jundiaiacute Escola eacutecnica Estadual VascoAntonio Venchiarutti 2009
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de fatores humanos e condiccedilotildees de trabalho emmarcenarias no Distrito Federal Revista Floresta 200131(1-2) 105-113
Silva RS Souza AP Minetti LJ Avaliaccedilatildeo do Perfilde rabalhadores e das Condiccedilotildees de rabalho emMarcenarias no Municiacutepio de Viccedilosa - MG Revista Aacutervore 2002 26(6)769-775
Souza C Prevenccedilatildeo dos Riscos Laborais nas Marcenarias e Carpintarias DRSC - EM 2004
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Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-68 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos 67
4 CONCLUSOtildeES
A falta de treinamento dos trabalhadores e deconscientizaccedilatildeo dos marceneiros e proprietaacuterios
a respeito da seguranccedila do indiviacuteduo e do
local de trabalho satildeo os primeiros problemas a
serem eliminados para que se possa aproximar
produtividade e bem-estar do trabalhador e com
isso conseguir melhorar as atividades de ambas as
partes trabalhador e empregador
A implantaccedilatildeo de gaiolas nas aacutereas de risco das
serras circulares e serras destopadeiras eacute vista como
uma forma de minimizar os gargalos decorrentes
da inseguranccedila que estas maacutequinas oferecem ao
operador
A partir dos dados mostrados ao longo dotrabalho eacute possiacutevel comprovar a funcionalidade dos
dispositivos e viabilizar sua instalaccedilatildeo num processo
de produccedilatildeo a fim de criar uma concepccedilatildeo que
favoreccedila sua utilizaccedilatildeo nas empresas que processam
a madeira principalmente em pequenas empresas
como aquelas encontradas no entorno de Jerocircnimo
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UFES) ao funcionaacuterio Elecir pela ajuda na fabricaccedilatildeo
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Figura 8 empo vs nuacutemero de passosFigure 8 ime vs no of steps
Tabela 4 Meacutedia e desvio padratildeoTable 4 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
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Com 0184 0023
Tabela 5 Meacutedia e desvio padratildeoTable 5 Average and standard deviation
DispositivoMeacutedia
()Desvio padratildeo
(minuto)
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Com 0040 0011
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Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6868
colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
SAUS DA SUBMISSAtildeO
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Carvalho J Setor Madeireiro Lidera os AcidentesParanaacute Online 19 jul 2008 [cited 2010 jul 20]Available from httpwwwparana-onlinecombreditoriacidadesnews73844noticia=SEOR+MADEIREIRO+LIDEA+OS+ACIDENES
Carvalho DO Silva F Vieira JML Cavalcante JWSRodrigues NE Proteccedilatildeo de Maacutequinas em Marcenariasaccedilotildees Imprescindiacuteveis para Prevenccedilatildeo de Acidentes[monografia] Jundiaiacute Escola eacutecnica Estadual VascoAntonio Venchiarutti 2009
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7242019 O Uso de Dispositivos de Seguranccedila Alternativos Maquinas Da Madeira
httpslidepdfcomreaderfullo-uso-de-dispositivos-de-seguranca-alternativos-maquinas-da-madeira 99
Hegedus CE Maziero R Tinti VP Demuner WP Floresta e Ambiente 2011 18(1)60-6868
colaboraram com as entrevistas de seus funcionaacuterios
e os testes com os dispositivos em suas serras
SAUS DA SUBMISSAtildeO
Recebido 22122010
Aceito 02032011
Resumo publicado online 15032011
Artigo completo publicado 31032011
AUOR 983080ES983081 PARA CORRESPONDEcircNCIA
Clovis Eduardo Nunes Hegedus
Departamento de Engenharia FlorestalUniversidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasile-mail hegedusgerencocombr
Rocircmulo Maziero
Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal do Espiacuterito Santo ndash UFESAv Governador Lindemberg 316 CEP 29550-000Jerocircnimo Monteiro ES Brasil
e-mail mazieroufesgmailcom
REFEREcircNCIAS
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