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Conteúdo
Vale
Valer – Educação Vale
Conteudistas
Berli Rocha – Vitória (ES)
Hadson Nogueira – Vitória (ES)
Ronilson Vieira – Vitória (ES)
Wilson Ivo das Neves – Vitória (ES)
Wandsman Silva Filho – Vitória (ES)
Desenho Instrucional – ID Projetos Educacionais
Design Gráfico – Laborativa Educacional
Produção
Vale
Janeiro / 2008
É proibida a duplicação ou reprodução deste material, ou parte do mesmo,
sob qualquer meio, sem autorização expressa da Vale.
ABDR
3
APRESENTAÇÃO
Caro Empregado,
Você está participando da ação de desenvolvimento Operação de
Equipamentos Ferroviários da Trilha Técnica Operação Ferroviária.
A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com profissionais
técnicos da sua área, com o objetivo de identificar as competências
essenciais para o melhor desempenho de sua função, organizando as ações
de desenvolvimento necessárias para o aperfeiçoamento de suas atividades
diárias.
Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o
desenvolvimento de suas competências e reforçam os valores, saúde e
segurança, que são indispensáveis para sua atuação em conformidade com
os padrões de excelência exigidos pela Vale.
Agora é com você. Vamos Trilhar?
VALER
4
“Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado,
mas consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele.”
(Paulo Freire)
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – MANOBRAS
Definição de manobra
Formação de trens de carga
Tipos de manobra e procedimentos
Sargentos
CAPÍTULO II – APARELHO DE MUDANÇA DE VIA (AMV)
Máquinas de chave
Manobras com passagem de veículos sobre AMV
CAPÍTULO III – MANGOTES
Conceito e tipos
CAPÍTULO IV – ENGATES/DESENGATES/ACOPLAMENTOS
Conceitos, modelos e tipos de engate
Componentes do engate
Inspeção do engate
Cuidados especiais
Desengate de vagões
Segurança pessoal
Acoplamento
Acoplamento e engate de locomotivas
CAPÍTULO V – CABO JUMPER
CAPÍTULO VI – TRAÇÃO DISTRIBUÍDA
Link e unlink
Vantagens da tração distribuída
CAPÍTULO VII – INSTALAÇÃO DE EOT (End of Train)
Cuidados especiais
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CAPÍTULO VIII – COLOCAÇÃO DE CALÇO
Calço
Parâmetros para colocar o calço em veículo (sentido do trem descendente)
Calço no último veículo na extremidade oposta ao serviço do trem
Cuidados na retirada do calço
CAPÍTULO IX – OPERAÇÃO DE RÁDIO
Modelos de aparelhos
Modelo de operação
Comunicação em manobras
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INTRODUÇÃO
Esta apostila foi elaborada com o propósito de aprofundar os conhecimentos
sobre a operação dos equipamentos ferroviários, com base nas operações
do aparelho de mudança de via, engate, rádio, dentre outros procedimentos
necessários para seu aprendizado.
É claro que ao operar os equipamentos ferroviários com domínio e
eficiência, ao mesmo tempo, você investirá na prevenção de acidentes,
principalmente, na operação de manobras.
Por esse motivo, esta apostila tentará relacionar esses equipamentos com
certas manobras, procedimentos e cuidados especiais que o operador deve
ter em seu trabalho.
O intuito é unir a teoria do aprendizado a sua prática, no sentido de
otimizar a manipulação dos equipamentos no trabalho do dia-a-dia do
maquinista.
Logo, participando deste curso, você dará mais um passo para que esses
objetivos sejam atingidos.
Bem-vindo ao conhecimento.
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MANOBRAS
O estudo das operações de equipamentos é fundamental para não
ocorrerem acidentes na ferrovia, principalmente em caso de certas
manobras, que exigem muito conhecimento e atenção dos operadores.
Certos equipamentos, como o aparelho de mudança de via (AMV), devem
ser utilizados na transferência de via do trem com muita atenção pelo
maquinista.
Logo, antes mesmo de estudar as operações de equipamentos ao longo
desta apostila, você verá uma explanação sobre manobras, tipos e
procedimentos.
DEFINIÇÃO DE MANOBRA
O que é manobra?
Manobra é quando um trem deixa, recebe ou posiciona um ou mais veículos
ferroviários em um pátio (ou oficina) ao longo da linha ou em casos
específicos.
O fracionamento de trens (corte) e a “quebra de engate” são exemplos de
manobras.
Antes de se iniciar uma manobra, é necessário que se faça um
planejamento entre as pessoas envolvidas para que haja eficiência e
segurança.
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FORMAÇÃO DE TRENS DE CARGA
A formação de trens de carga e de minério deve seguir as normas de
Formação e Recomposição dos Trens do REG 0001 GEOPG.
Entretanto, em manobras nos pátios, a composição do trem não precisa
seguir a formação especificada anteriormente. Cabe aos gerentes analisar a
segurança de cada operação.
Veja como deverá ser o procedimento adotado na situação a seguir:
Situação Trens em manobras nos pátios com formação diferente
do padrão estabelecido
Como proceder CPT/TOF/OOF deverá informar ao maquinista, que ele
deverá manobrar com o máximo de cuidado, em
velocidade baixa, evitando o tranco no trem
NOTA: CPT – Controlador de Pátios e Terminais; TOF – Técnico de
Operação Ferroviária; OOF – Oficial de Operação Ferroviária.
TIPOS DE MANOBRA E PROCEDIMENTOS
Recuo de trens
Todo trem ao recuar deve contar com a presença de um empregado
habilitado, que ficará posicionado na cauda do trem.
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Recuo de trens
IMPORTANTE SABER!
É obrigatória a existência de documento específico em cada ferrovia
regulamentando o uso de dispositivo de cauda.
Nesse tipo de manobra, o empregado deve se proteger com:
• cinto de segurança;
• rádio transceptor.
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Esta operação deverá ser realizada com permanente comunicação via rádio
entre o operador do trem e o empregado qualificado responsável pela
cobertura do recuo.
Lembre-se que esses equipamentos são fundamentais nas operações,
principalmente em manobras que requerem cuidados.
ATENÇÃO: é facultativa a cobertura de recuo de trem com uso de câmera
digital e binóculos, desde que o empregado responsável pela cobertura
tenha plena visibilidade da cauda, das condições da via e do AMV a ser
transposto.
A velocidade no recuo
• A velocidade do recuo deve ser controlada por quem está cobrindo a
cauda do trem;
• Em casos de falha de comunicação, o operador de trem deve pará-lo
imediatamente. Caso seja verificado o não cumprimento da
velocidade estipulada pelo manobreiro, cabe a ele parar o trem.
IMPORTANTE SABER!
Todas as manobras de recuo em pátios, cujo último vagão do trem seja
uma plataforma com contêiner ou com outra carga (que possam correr),
devem ser realizadas com velocidade máxima de 10 km/h e com o
manobreiro acompanhando ao lado da linha.
Locomotiva na pêra
Ao virar a locomotiva na pêra, quando circular de ré, a operação deverá ser
acompanhada por um empregado habilitado, que se posicionará na traseira
da locomotiva, no lado oposto ao do maquinista.
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Recuo de trem onde existam PNs
Quando houver o recuo na linha onde existam passagens de nível (PN), o
empregado qualificado responsável pela cobertura deverá:
• verificar se há condições seguras de se realizar o recuo de forma
contínua;
• aguardar o fluxo rodoviário cessar antes de autorizar a transposição,
a qual não deverá ser realizada no vagão.
Recuo de trens onde existam PNs
Desvio de trem no pátio
É expressamente proibido autorizar desvio de trens no pátio acompanhando
a cauda de outro trem ou locomotiva, caso não haja linha livre ou
desocupada para receber o trem.
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Desvio de trem para formação
Não deixar a locomotiva formar tração na mesma linha do trem que está
desviando e sempre que possível não deixar o AMV direcionado para a linha
ocupada.
Desvio de locomotivas e vagões em linha morta
Ao desviar locomotivas e vagões em linha morta, você deve:
• colocar o calço;
• fazer a aplicação de emergência e apertar o freio manual;
• fazer o teste de resistência, salvo documento específico, obedecendo
a distância mínima de segurança do marco.
SARGENTOS
Suponha que você queira fazer uma manobra, mas o trilho está fraturado.
O que fazer?
É necessário utilizar os sargentos, que são duas talas especiais, de junções
compostas por um ou mais grampos e que têm a função de dar passagem
emergencial aos trens.
Os sargentos variam de acordo com o local da fratura (tangente ou curva).
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• Na tangente, geralmente, é utilizado um grampo;
• Na curva, são utilizados dois grampos.
Para instalar um sargento, deve-se:
• remover o lastro sob os trilhos fraturados, o suficiente para encaixar
e ajustar os grampos aparafusados às talas;
• apertar, posteriormente, os parafusos dos grampos de modo que as
talas preservem o alinhamento dos trilhos (alinhamento horizontal e
vertical).
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PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) O que é manobra?
2) Em uma manobra de recuo, quais são os equipamentos
fundamentais que não podem faltar ao empregado situado na cauda
do trem?
3) Complete as lacunas a seguir:
a) Quando houver o recuo na linha onde existam _______________, o
empregado qualificado deverá ver se há condições seguras de se realizar o
recuo de forma contínua.
b) Se houver falha de comunicação em uma manobra, o operador deverá
_______________ o trem imediatamente.
c) É expressamente proibido autorizar o _______________ de trens no
pátio acompanhando a cauda de outro trem ou locomotiva, caso não haja
linha livre para receber o trem.
4) Qual é a função do sargento?
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APARELHO DE MUDANÇA DE VIA (AMV)
No capítulo anterior, foram vistas, entre outros pontos, as manobras de
recuos. Foi ressaltado, inclusive, que, no desvio de trem para a formação,
não se devem deixar os AMV direcionados à linha ocupada.
Mas o que são AMV?
Os aparelhos de mudança de via (AMV) são dispositivos instalados na
ferrovia, que permitem a transferência de um trem ou veículo ferroviário de
uma linha para a outra.
ATENÇÃO: Os AMV possibilitam a translação e a rotação combinadas dos
eixos.
A maioria dos AMV instalados nas vias representa uma área crítica mais
fraca do que o restante da via.
Desse modo, são necessárias intervenções constantes para a manutenção e
a lubrificação dos AMV.
Esquema básico de um AMV
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Classificação dos AMV
• Comuns: são constituídos por
• Giradores: são equipamentos que permitem apenas a rotação do
eixo. São usados em oficinas de manutenção e servem como
equipamento para mudar o sentido do veículo;
• Especiais;
• Carretões: são equipamentos que possibilitam a translação do eixo,
de uso específico em oficinas de manutenção e lavadores;
• Triângulos de reversão;
• Pára-choques.
OBSERVAÇÃO: na FCA e na EFVM, predominam os seguintes tipos de
AMV:
• AMV # 08;
• AMV # 10;
• AMV # 12;
• AMV # 20.
- agulhagem ou chave;
- corpo do aparelho;
- cruzamento;
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A classificação dos AMV é realizada em função da razão de abertura do
jacaré no cruzamento. No caso do AMV # 10, por exemplo, a razão de
abertura do jacaré é 1:10.
MÁQUINAS DE CHAVE
São equipamentos mecânicos, eletromecânicos, hidráulicos ou pneumáticos,
utilizados para a movimentação do AMV.
A máquina de chave tem a função de travar mecanicamente as pontas de
agulha, verificando a posição correta do fechamento das mesmas.
Tipos de máquinas de chave
• Manuais;
• Elétricas;
• Pneumáticas.
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Manuais
São as máquinas acionadas por meio de alavancas, molas, cremalheiras
etc.
Elétricas
É um motor elétrico que substitui a ação manual.
Geralmente, são dotadas de dispositivos elétricos para detectar a posição
das pontas das agulhas e dispositivos mecânicos para travamento das
agulhas.
Podem ser dotadas de alavancas ou manivelas para operação manual.
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Pneumáticas
Executam o movimento das chaves por meio de dispositivos a ar
comprimido, controlado por válvula elétrica do tipo solenóide.
As máquinas de chave pneumáticas têm reduzido o tempo de operação. São
mais empregadas em pátio de classificação de vagões e pátios industriais.
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Modo operacional
Quanto ao modo operacional, as máquinas de chave podem ser:
• talonáveis;
• de mola.
Máquinas de chave talonáveis
São equipamentos que permitem o deslocamento da agulha pelas rodas de
um trem ou veículo ferroviário, entrando pelo lado da articulação (coice),
sem causar danos às agulhas do aparelho de manobra ou de suas conexões.
Máquinas de chave de mola
São chaves de mudança de via dotadas de um dispositivo de operação com
mola de retorno e amortecedor, para permitir a volta das agulhas à posição
original, quando a chave é talonada pela posição oposta.
AMV manual e a chave contra
Na operação de um AMV manual, deve-se ficar atento ao correto
posicionamento da chave para que não haja ultrapassagem em sentido
contrário.
Logo, a aproximação de um AMV para operação manual deve ser feita com
velocidade restrita e adequada para a observação do correto
posicionamento, da vedação e do travamento da agulha.
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Veja o AMV manual:
Caso a chave esteja em sentido contrário, observe os procedimentos a
seguir:
• pare o trem a uma distância segura do AMV para operá-lo;
• seja claro e objetivo em sua comunicação;
• confirme no local a informação recebida;
• verifique se está operando o AMV da linha correta;
• oriente-se pela abertura da lança do AMV;
• esteja atento, observe a bandeirola e a posição da lâmina;
• execute a tarefa no momento da solicitação, evitando o
esquecimento;
• certifique-se de que operou a chave certa para a posição que atende
à manobra ordenada.
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Cuidados especiais:
• não opere AMV sobre o trem;
• evite conversar sobre outros assuntos;
• evite trabalhar apressadamente.
ATENÇÃO: a operação do AMV só poderá ser realizada por
empregado qualificado responsável e após autorização do
controlador da área de atuação.
Se depois desse procedimento ocorrer a chave contra:
• pare a manobra;
• avise ao Centro de Controle Operacional (CCO), à Estação e ao
supervisor do trecho.
IMPORTANTE SABER!
A movimentação do trem em sentido contrário causará descarrilamento.
Travador
É um AMV de desvio que sai da linha finalizada, controlada pelo CCO para
os pátios de manobra.
Travadores elétricos Pontos de saída da via sinalizada, desvios, dotados de máquina de chave
elétrica para a movimentação do aparelho de mudança de via, por
intermédio de comando local.
O travador elétrico é imobilizado na posição “normal” e sua movimentação
só é liberada após solicitação pelo operador local e autorização do CCO.
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MANOBRAS COM PASSAGEM DE VEÍCULOS SOBRE AMV
Descrição da atividade
Desvio
Ações necessárias
Portar sempre cadeado tetrachave reserva
Falta cadeado reserva
Solicitar ao supervisor
Verificar se o AMV está trancado com cadeado tetrachave
Falta cadeado
Substituir pelo cadeado reserva Avisar ao supervisor
Observar se as agulhas estão vedando no trilho corretamente
Agulha não veda
Verificar a existência de objeto entre a agulha e o trilho que possa prejudicar a vedação; em caso positivo, retirá-lo; e em caso negativo, solicitar a presença do pessoal da via permanente
Havendo risco de acidente, interditar o AMV até que seja liberado pelo pessoal da via permanente
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Observar se o braço (maromba) do AMV está travado
Braço destravado Fazer o travamento Não sendo possível, interditar o AMV e acionar a equipe da via permanente para regularização
Trancar o AMV para a rota desejada
Verificar se a posição do AMV é a desejada, atentando que na condição de saída o AMV deverá estar no sentido da circulação
Posição incorreta
Solicitar a parada da composição e posicionar corretamente o AMV
Trancar o AMV com cadeado tetrachave
Falta cadeado
Substituir pelo cadeado reserva Avisar ao supervisor
Não estacionar vagões e locomotivas sobre AMV
Necessidade extrema
Verificar a correta posição do AMV antes da nova movimentação da composição
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PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) Explique o que são os aparelhos de mudança de via e para que
eles servem.
2) Preencha as lacunas do quadro, de acordo com as definições a
seguir:
a) São equipamentos mecânicos, eletromecânicos, hidráulicos ou
pneumáticos utilizados para a movimentação do AMV.
b) É dotada de dispositivo elétrico para detectar a posição das pontas das
agulhas e dispositivos mecânicos para travamento das agulhas.
c) Executa o movimento das chaves por meio de dispositivos a ar
comprimido, controlado por válvula elétrica do tipo solenóide.
d) Acionada por meio de alavancas, molas, cremalheiras etc.
e) Chaves de mudança de via dotada de um dispositivo de operação com
mola de retorno e amortecedor.
a)
b)
c)
d)
e)
3) O que são os travadores elétricos?
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4) Imagine a seguinte situação: o trem vai passar de uma linha para
outra, só que a chave está em sentido contrário.
a) Cite quatro procedimentos fundamentais para tentar modificar essa
situação.
b) Você tentou passar, mas a chave permaneceu contra. O que fazer?
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MANGOTES
Nos próximos capítulos desta apostila, você encontrará muitas referências
às peças que serão necessárias à operação de engate, de desengate e de
acoplamento.
Neste capítulo, serão apresentados conceitos, tipos e funções de uma
dessas peças fundamentais: o mangote.
CONCEITOS E TIPOS
O que são os mangotes?
São mangueiras que permitem a interligação do encanamento geral entre
vagões e locomotivas.
O objetivo dessas mangueiras é dar continuidade ao encanamento com
certa flexibilidade entre vagões, permitindo a passagem do ar.
As mangueiras são compostas por:
• niple;
• elemento de mangotes;
• bocal com a junta;
• duas braçadeiras com parafuso e porca.
Tipos de mangueiras
De acordo com os tipos de vagões, existem vários comprimentos de
mangueiras:
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• 19 – usadas em carros de passageiros;
• 22 – usadas em vagões de carga geral;
• 30 – usadas em vagões de minério (GDE);
• 34 – usadas em vagões de carga geral tipo HAD com torneiras retas;
• 64 – usadas em vagões de minério (GDE) para ligar encanamento do
cilindro de freio entre os dois vagões;
• 68 – usadas em vagões de minério (GDE) para ligar vagões
geminados.
Veja alguns exemplos de vários comprimentos de mangueira:
• 1 3/8 x 68: usada em vagões de minério (GDE) – liga o encanamento
geral entre os vagões geminados;
• 1 1/8 x 64: usada em vagões de minério (GDE) – liga o encanamento
do cilindro de freio entre os vagões geminados;
• 1 3/8 x 34: usada em vagões de carga geral tipo HAD e também em
locomotivas;
• 1 3/8 x 30: usadas em vagões de minério (GDE);
• 1 3/8 x 22: usadas em vagões de carga geral;
30
• 1 1/8 x 30 niple 1: usadas em locomotivas no encanamento de
equalização do reservatório principal;
• 1 1/8 x 30 niple 3/4: usadas em locomotivas no encanamento de
equalização do cilindro de freio.
Inspeção das mangueiras de freio – vagões carga geral
É importante fazer a inspeção das mangueiras para ver se elas não
sofreram nenhuma avaria.
ATENÇÃO: os mangotes danificados e suas partes metálicas (niple, bocal e
braçadeira) devem ser enviados às oficinas de manutenção para um
possível aproveitamento na montagem de novos mangotes.
Conceitos importantes
Você verá agora alguns conceitos importantes que se relacionam
diretamente às mangueiras e às operações de engate, desengate e
acoplamento.
Encanamento geral
O encanamento geral conduz o ar pressurizado para todo o sistema de freio
de uma cabeceira à outra do vagão.
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Engate cego
O engate cego consiste no suporte da mangueira do encanamento geral
quando não está acoplada, protegendo-a de avarias e da entrada de
impurezas no sistema.
Torneiras angular e reta
São localizadas nas duas extremidades do vagão e usadas para fechar o
encanamento geral do último vagão de um trem.
As torneiras têm a função de interromper o fluxo de ar no sistema, quando
fechadas, e dar continuidade, quando abertas.
Boquilha
Encaixe ou suporte em uma peça para a entrada de outra peça.
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PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) Analise as afirmativas e marque verdadeiro (V) ou falso (F).
( ) As mangueiras são composta por niple, elemento de mangotes, bocal
com junta, duas braçadeiras com parafuso e porca.
( ) As mangueiras não variam conforme os tipos de vagões ou locomotivas.
( ) Os mangotes danificados e suas partes metálicas não devem ser
enviados à oficina de manutenção.
2) Correlacione as informações.
(1) Torneira angular e reta
(2) Engate cego
(3) Boquilha
(4) Encanamento geral
( ) Consiste no suporte da mangueira do encanamento geral quando não
está acoplada, protegendo-a de avarias e da entrada de impurezas no
sistema.
( ) Tem a função de interromper o fluxo de ar no sistema, quando fechada,
e dar continuidade, quando aberta.
( ) Conduz o ar pressurizado para todo o sistema de freio de uma cabeceira
a outra do vagão.
( ) É o encaixe ou suporte em uma peça para a entrada de outra peça.
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ENGATES/DESENGATES/ACOPLAMENTOS
Neste capítulo, você estudará o engate e as respectivas definições,
modelos, tipos e procedimentos desse componente.
CONCEITOS, MODELOS E TIPOS DE ENGATE
O que é engate?
É o componente do aparelho de choque e tração que tem a função básica de
fazer a ligação entre os diversos vagões de uma composição.
Durante a ação de acoplamento ou após ser feita a ligação, esses vagões
agirão como transmissores de um veículo para outro.
O que é o aparelho de choque e tração?
Localizado nas cabeceiras dos vagões, o aparelho de choque e tração tem a
finalidade de permitir o acoplamento de um veículo ao outro.
VOCÊ SABIA?
Os engates usados no Brasil são padronizados de acordo com a Norma
Ferroviária Americana (AAR).
Engate dos vagões
Engate visto de perto
34
Principais modelos de engate
• Engate tipo F: vagões que operam em trens longos e com altas
cargas;
• Engate tipo E: vagões de pequena distância entre truques;
• Engate tipo E com double-shelf: vagões tanques (evitam a
possibilidade de engavetamento e conseqüente rompimento do corpo
cilíndrico com a explosão).
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Tipos de engate
• Haste de ligação;
• Fixo;
• Rotativo.
Engate de haste de ligação
O engate de haste de ligação é utilizado para o acoplamento de dois vagões
de minério, formando uma dupla geminada. Esse tipo de engate não
permite a operação de desengate da dupla de vagões.
Existem dois tipos de cauda de ligação:
• uma cauda rotativa e outra fixa – permitem o giro do vagão no seu
eixo longitudinal para descarga em car-dumper (sistema virador de
vagões);
• duas hastes fixas – não permitem o giro do vagão no seu eixo
longitudinal para descarga em car-dumper. Na EFVM, os vagões GDE
têm engates rotativos na cabeceira A pintada em amarelo e engate
fixo na cabeceira B.
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Engate fixo
Utilizado no acoplamento de vagões, geminados ou não, o engate fixo não
permite a rotação do vagão no seu eixo longitudinal para descarga em car-
dumper.
Os vagões HPE, utilizados na FCA, são exemplos de vagões geminados e
equipados com engates fixos.
COMPONENTES DO ENGATE
Conheça os componentes do engate:
• corpo do engate;
• mandíbula;
• castanha da mandíbula;
• levantador superior;
• acionador da mandíbula;
• pino da mandíbula;
• rotor;
• alavanca de manobra;
• cabeça;
• haste;
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• cauda;
• chapa de desgaste da haste do engate;
• braço protetor;
• contrapino do pino da mandíbula.
Engate fixo – definições sobre os principais componentes
Corpo do engate
Conjugado com o aparelho de choque, o corpo de engate é a maior peça do
aparelho de engate. Recebe as demais peças que vão possibilitar o
acoplamento e o desacoplamento entre veículos.
Mandíbula
A mandíbula é fixada ao corpo do engate por um pino também de aço. É por
meio da mandíbula que se acopla um vagão ao outro.
Castanha da mandíbula
É o dispositivo que trava a mandíbula no impacto do acoplamento para
garantir o tracionamento do vagão.
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Levantador da castanha
É o dispositivo que, permanentemente encaixado na castanha e fixado no
rotor por um pino, tem a finalidade de levantar a castanha destravando a
mandíbula, o que permite o desengate automático dos vagões.
Acionador da mandíbula
É um dispositivo que funciona encaixado dentro do corpo do engate. É
confeccionado em aço como as demais peças, tendo como finalidade acionar
a mandíbula no sentido de abrir, quando a castanha é levantada pelo
levantador da castanha.
Pino da mandíbula
Tem a função de fixar a mandíbula em sua sede no corpo do engate.
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Rotor
É um dispositivo que funciona encaixado dentro do corpo do engate e
prende o levantador da castanha por intermédio de um pino. Quando
acionado por meio da alavanca de manobra, o rotor faz com que se
processe o desengate entre os vagões.
Alavanca de manobra
A alavanca de manobra é feita em barra de aço redonda; encontra-se
situada em cada cabeceira (extremo) do vagão, exceto nos vagões GDE que
usam engates rotativos.
Engate rotativo
É utilizado no acoplamento de vagões e permite a rotação do vagão no seu
eixo longitudinal para a descarga em car-dumper.
O engate rotativo apresenta a extremidade arredondada do corpo do engate
(cauda), o que o diferencia do engate fixo.
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Além dos mesmos componentes do engate fixo, o rotativo ainda possui:
• mancal do pino do engate;
• mola do mancal;
• olhal móvel do rotor.
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INSPEÇÃO DO ENGATE
Itens a serem inspecionados
• Empeno na chapa de apoio do pino do engate;
• Empeno na chapa de apoio do aparelho de choque;
• Trinca em mandíbula;
• Falta do pino da mandíbula e/ou do contrapino;
• Castanha da mandíbula e levantador quebrado/empenado/trincado;
• Rotor posicionado incorretamente.
Mandíbula desgastada
CUIDADOS ESPECIAIS
Agora, observe os cuidados ao engatar ou desengatar veículos.
Cuidados especiais
Certifique-se de que a operação não causará deslocamento
indesejado dos vagões
A autorização de engate e desengate será dada via rádio, sendo
proibida qualquer movimentação por sinal manual
Aguarde a parada total dos veículos e solicite ao maquinista
autorização para processar os engates e desengates
Nunca passe pela frente de veículos em movimento para ajustar
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engates
Verifique se os mecanismos dos engates estão alinhados e em bom
estado
Faça o alinhamento e o ajuste dos engates, devendo,
obrigatoriamente, se afastar para o meio da entrevia e conduzir a
aproximação da locomotiva pelo rádio
Ao fazer o alinhamento dos engates, informe repetidamente a
distância (em quantidade de vagões) que falta para o engate e
controle a velocidade até o acoplamento total
Em hipótese alguma, posicione-se entre os veículos no momento do
engate
Só se posicione entre os veículos após certificar-se de que a
composição está completamente parada e dê ciência ao maquinista
de que se posicionará entre os veículos, para o acoplamento das
mangueiras
Feito o acoplamento das mangueiras, afaste-se para o meio da
entrevia e informe a situação ao maquinista via rádio
Nunca puxe, chute ou use o pé para fazer o alinhamento do engate
Não fique na frente do engate (manter fora da direção do engate)
O maquinista só poderá movimentar a composição após confirmar a
mensagem recebida e acionar a buzina da locomotiva
DESENGATE DE VAGÕES
Procedimento para desengatar os vagões:
• verifique com o maquinista se os freios estão aplicados;
• feche as torneiras do encanamento geral dos vagões no ponto de
corte. Caso as torneiras não sejam fechadas, a composição entrará
em emergência devido ao vazamento do ar do encanamento geral;
• efetue o corte das mangueiras. Todo corte de encanamento geral
para deixar vagões parados durante a manobra em pátio deve ser
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realizado dando emergência e deixando a torneira angular aberta na
parte da composição que será deixada;
• pendure os mangotes nos suportes da boquilha da mangueira.
NOTA: corte é o desmembramento de veículos ou blocos de veículos,
atendendo às demandas de cada manobra.
Observe a próxima imagem. Você poderá observar o desacoplamento do mangote.
Lembre-se que esse desacoplamento deve ser feito no estouro, após prévio
fechamento da torneira.
IMPORTANTE SABER!
O freio manual deve ser acionado sempre que se estacionar vagões.
SEGURANÇA PESSOAL
Procedimentos para a segurança pessoal na hora do desengate.
• Toda a operação da alavanca de desengate deve ser feita com o
corpo ereto e fora da testeira do vagão;
• Ao abaixar para desacoplar as mangueiras, é preciso tomar certos
cuidados, como flexionar corretamente as pernas e não curvar a
coluna cervical;
• Observe o alívio de freio, a folga dos engates e o movimento súbito
da composição para evitar acidentes;
44
• Durante as atividades de manobra, evite se postar inadequadamente
para abrir as torneiras angulares. O mais correto é solicitar
autorização ao maquinista e transpor o engate sem curvar o corpo
sobre a peça.
ACOPLAMENTO
Acoplar vagões ou locomotivas é ligar o sistema pneumático para passagem
de ar em toda a composição.
O acoplamento é feito por meio dos mangotes, engatando-se as boquilhas
entre si e combinando adequadamente a passagem de ar.
45
É importante ressaltar que antes de fazer o acoplamento entre dois
mangotes, deve-se verificar se os bocais estão livres de impurezas e se os
mangotes não estão danificados.
IMPORTANTE: um vagão não acoplado, intencionalmente ou não, poderá
provocar acidentes.
Acoplamento entre vagões
No caso de acoplamento de vagões e de locomotivas, após ligar os
mangotes, abra gradualmente as torneiras da passagem de ar, evitando
que o trem entre em emergência.
OBSERVAÇÃO: é proibido utilizar qualquer objeto para bater nos bocais ao
acoplar os mangotes ou utilizar material inadequado para vedar os
vazamentos.
ACOPLAMENTO E ENGATE DE LOCOMOTIVA
Para fazer o acoplamento e o engate de uma locomotiva, deve-se ter em
mente dois itens: tração distribuída e cabo jumper.
A tração distribuída (também chamada de Locotrol ou potência distribuída)
é um sistema de controle de tração e frenagem de trens que permite a
utilização de mais vagões em um mesmo trem.
46
Já o cabo jumper deverá ser conectado aos bocais, caso a locomotiva não
tenha o sistema de tração e frenagem Locotrol.
Como proceder em caso de engate e acoplamento de locomotiva?
• Verifique, quando da aproximação das locomotivas, se os engates
estão alinhados e a mandíbula aberta. Caso contrário, mande parar
as locomotivas e corrija o problema;
• Acople os três mangotes e abra, gradualmente, as torneiras;
• Conecte o cabo jumper em seus respectivos bocais. Se as
locomotivas forem com tração distribuída (Locotrol), o cabo jumper
não deverá ser conectado;
• A formação de trem com locomotivas escoteiras deve obedecer ao
documento específico conforme o Regulamento de Operação
Ferroviária (ROF).
Desacoplamento de mangotes
O desacoplamento de mangotes entre vagões deverá ser feito fechando as
torneiras entre os vagões e as desacoplando por meio de estouro.
Após desacoplados, os mangotes deverão ser pendurados nos devidos
suportes (engates cegos).
Colocação de mangotes no engate cego
Durante as manobras e as viagens, os mangotes dos encanamentos dos
vagões e das locomotivas que não estiverem acoplados deverão ser
colocados nos seus respectivos suportes (engates cegos), a fim de evitar a
penetração de impurezas ou resíduos que possam se acumular no interior
das válvulas de controle impedindo seu funcionamento.
47
Posição correta
Posição incorreta
Procedendo assim é possível evitar avarias como:
• o arrastamento das boquilhas dos mangotes, causando avarias nestas
e quebra de detetor de descarrilamento;
• o arrastamento dos mangotes nos AMV, causando danos nas
boquilhas e nos AMV, atrasando a circulação de trens no local;
• a entrada de poeira e impurezas, causando danos no encanamento
geral e em todos os componentes em que circula o ar dos vagões e
das locomotivas.
48
PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) Qual é a função do engate?
2) Procure as palavras, de acordo com as definições a seguir:
a) É utilizado para o acoplamento de dois vagões de minério, formando
uma dupla geminada.
b) É utilizado no acoplamento de vagões, geminados ou não, e não permite
a rotação do vagão no seu eixo longitudinal para descarga em car-dumper.
c) É a maior peça do aparelho de engate. Recebe as demais peças que vão
possibilitar o acoplamento e o desacoplamento entre veículos.
d) É fixada ao corpo do engate por um pino de aço. É por meio dela que se
acopla um vagão ao outro.
e) É um dispositivo que funciona encaixado dentro do corpo do engate e
prende o levantador da castanha por intermédio de um pino. Quando
acionado por meio da alavanca de manobra, faz com que se processe o
desengate entre os vagões.
f) É feita em barra de aço redonda e encontra-se situada em cada cabeceira
(extremo) do vagão, exceto nos vagões GDE que usam engates rotativos.
49
A F E T Y R U I J V J K S D V B A E R D U I M
Ç E X A U M A L A V A N C A D E M A N O B R A
H N N E N F I R R O L U O I E N L I J Q U E I
B G V S S D B H M K O P Ç A R B I U V L P I A
W A V Y L A C R T I O E G K A E I M E T A J O
Y T A A I E O K L I O A N H D E T I Q R U I P
M E L U O U R D V U O E E A J K P F L D A F M
A D I E Y V P A V L M B N A U O Ç M A N Z O L
A E L V Ç V O G V T C V G M I O G V J S R U Ç
U H E L J E D H V H A I A T O S A E J A P V E
I A O B D R O O E O R O T O R P R I A E U T T
E S Q I A I E M R M Ç P E O O T E R M X R S V
N T Q U R T N O B O A U F M I A D I E M O L A
O E T O M A G S U O V E I C A C P N L T O E B
P D L N A S A S M O R L X T N A U T O N G N O
Ç E Ç L R L T A M U A L O O L N E C B D E A V
G L A Ç C U E P L M S A I R I T L K I P Y S I
Y I A A P P M O T F D E M A N C V L C B I S I
O G M E L U Ç I A U L T B R E O L O Q U R A T
M A N D I B U L A S A E S A T U A W H E R M T
A Ç L C P S U E T A V P I S A I E U O A R O A
N A I A E V C N T P R O K I R T S I K E S E R
O O A Ç R O S S I E A N L E U M T A L B O I E
V E I E O U Q Q Q R R H T E O A L J I V A O S
3) Com relação aos procedimentos adotados para fazer o engate,
marque a opção correta.
a)
50
b)
c)
4) Cite dois procedimentos para a realização do desengate.
5) Cite duas ações de segurança pessoal para o desengate.
6) Como é feito o acoplamento entre vagões?
51
7) Analise as afirmativas e marque verdadeiro (V) ou falso (F).
( ) O cabo jumper não deverá ser conectado aos bocais, caso a locomotiva
tenha o sistema de tração e frenagem Locotrol.
( ) O desacoplamento de mangotes entre vagões deverá ser feito fechando
as torneiras entre os vagões e as desacoplando por meio de estouro.
( ) Os mangotes dos encanamentos dos vagões e das locomotivas que não
estiverem acoplados deverão ser colocados no seus respectivos engates
cegos,a fim de evitar a penetração de impurezas ou resíduos que possam
se acumular no interior das válvulas de controle impedindo seu
funcionamento.
52
CABO JUMPER
No capítulo anterior, foi ressaltada a utilização do cabo jumper para acoplar
e engatar locomotivas.
Agora, veja as formas corretas de se manusear o cabo jumper.
Manuseio do cabo jumper
Oriente todos os empregados envolvidos em manobras de locomotivas:
todas às vezes que for preciso locomover um cabo jumper de um local para
o outro, manuseie o cabo adequadamente, evitando arrastá-lo e quebrá-lo.
Observe as imagens a seguir:
Manuseio do cabo jumper
53
Procedendo assim, é possível evitar avarias no cabo jumper, tais como:
• mau contato no bocal do cabo, podendo até ocasionar choque elétrico
na hora da colocação do cabo na tomada da locomotiva;
• rompimento de alguns fios, tornando inoperantes algumas das
funções dos cabos;
• amassamento do bocal de alumínio, não permitindo o encaixe
adequado do bocal na tomada da locomotiva.
IMPORTANTE SABER!
Nunca jogue o cabo jumper em cima da locomotiva na brita, pois ele pode
ser danificado completamente.
54
PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) Classifique as afirmativas em certas e erradas. Corrija a(s) que
estiver(em) errada(s).
a) É preciso evitar arrastar o cabo ao locomovê-lo de um local para outro.
__________________________________________________________
b) Para evitar avarias no cabo, deve-se locomovê-lo de modo adequado.
__________________________________________________________
c) O rompimento de alguns fios não torna inoperantes as funções dos
cabos.
__________________________________________________________
55
TRAÇÃO DISTRIBUÍDA
Você viu anteriormente que, se o trem tiver tração distribuída, não se deve
colocar o cabo jumper ao acoplar ou desengatar vagões.
Mas você sabe o que é tração distribuída?
Tração distribuída é um sistema de controle de tração e frenagem de trens
que permite a utilização de mais vagões em um mesmo trem. Desse modo,
ela possibilita um transporte com mais volume e lucratividade.
Há dois conceitos fundamentais na tração distribuída que você deve
conhecer: link e unlink.
LINK E UNLINK
O link corresponde ao início de potência distribuída; já o unlink indica seu
fim.
Destaca-se que o link é a identificação das locomotivas no mesmo trem,
evitando a interferência de um trem de Locotrol no outro.
Por meio do link, você pode fazer alguns testes e iniciar a operação do
trem, como o teste do encanamento geral.
Teste do encanamento geral
O encanamento geral faz parte do sistema pneumático do freio e é contínuo
em todo o trem.
Por intermédio desse teste, o sistema de controle determina as locomotivas
que estão identificadas e presentes no trem.
56
É importante saber que o sistema de tração distribuída só se completa após
o término desse passo, e apenas as locomotivas reconhecidas como
presentes no encanamento geral farão parte do Locotrol.
VANTAGENS DA TRAÇÃO DISTRIBUÍDA
A utilização de tração distribuída (Locotrol) confere algumas vantagens para
a operação de trens, se comparada ao sistema de tração convencional.
Essas vantagens estão relacionadas:
• ao compressor de ar distribuído no trem;
• à frenagem;
• a engates, rodas e trilhos.
Compressor de ar distribuído no trem
Com relação ao compressor de ar, a tração distribuída confere mais rapidez
ao:
• carregamento inicial;
• carregamento após aplicações;
• alívio de freio.
Além disso, a partir dessa tração, você pode perceber aplicações mais
suaves e seguras, principalmente em descidas.
Frenagem
57
A tração distribuída auxilia no monitoramento de aplicações erradas da
frenagem, além de reduzir sua distância.
Engates, rodas e trilhos
Para os engates, rodas e trilhos, os ganhos estão relacionados à distribuição
de potência do trem, em que há um menor esforço nos engates e um
melhor contato entre as rodas e os trilhos.
Você também pode perceber que há um ganho na velocidade,
principalmente em curvas ou rampas.
59
PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) O que é tração distribuída?
2) Diferencie link de unlink no que diz respeito à potência
distribuída.
3) Qual é a vantagem da tração distribuída para os engates?
60
INSTALAÇÃO DE EOT (End of Train)
Agora, você conhecerá um aparelho muito importante para o maquinista: o
EOT (End of Train).
O que é EOT?
É um aparelho eletrônico constituído por uma Unidade de Locomotiva (UL) e
uma Unidade de Cauda (UC). Sua finalidade é informar ao maquinista a
pressão de ar existente na cauda do trem e, em caso de emergência,
provocar a aplicação de freio da cauda para a cabeça do trem.
CUIDADOS ESPECIAIS
Para o sucesso da operação de instalação ou retirada do EOT, você deve
garantir que:
• todos os envolvidos estejam cientes dessa operação;
• o veículo esteja parado;
• a torneira do encanamento geral esteja na posição fechada antes do
acoplamento e do desacoplamento entre a mangueira do EOT e do
encanamento geral (como mostra a imagem a seguir).
Posição torneira fechada
61
Colocação do EOT de cauda
Ao colocar o EOT, é obrigatório o uso de:
• capacete com aplicação de jugular;
• óculos de proteção;
• luva de vaqueta;
• botina de segurança;
• cinto de segurança tipo alpinista;
• rádio portátil de comunicação durante toda a execução do processo.
Quando você preparar o EOT para a instalação, deverá certificar-se de que
ele esteja carregado e desconectado do carregador de rede elétrica 220
volts.
ATENÇÃO: cuidado ao manusear o EOT para evitar acidente físico e choque
elétrico.
Para conduzir o EOT até o local de instalação você deverá:
• certificar-se de que a mangueira esteja enrolada e desacoplada da
caixa do EOT por intermédio do engate rápido;
• verificar se o cabo de aço também está enrolado e afixado no EOT;
62
• levar a caixa do EOT por meio da alça em uma das mãos e na outra
mão, a mangueira de ar, mantendo-os a uma distância segura do seu
corpo para evitar impacto e lesão física;
• averiguar se o veículo está parado antes de instalar o EOT;
• certificar-se de que todos envolvidos no processo estejam cientes de
sua colocação, principalmente o maquinista, a fim de evitar
movimentação do veículo durante a instalação do EOT;
• subir no veículo utilizando a escada dele, usando o cinto de
segurança, conectando somente a caixa do EOT no vagão (menos a
mangueira), alternando o posicionamento da caixa do EOT na subida
da escada, por meio dos ímãs existentes;
• subir na escada com as mãos livres.
Veja, a seguir, as imagens de colocação do EOT e confira os demais
procedimentos:
64
• posicione a caixa do EOT sobre o vagão, tranque-a utilizando cabo de
aço ou corrente e cadeado, desça do vagão pela escada (com as
mãos livres) para buscar a mangueira do EOT;
65
• suba pela escada do vagão utilizando o cinto de segurança, com as
mãos livres e a mangueira do EOT enrolada no ombro;
66
• quando chegar na caixa do EOT, utilizando o cinto de segurança e
com as mãos livres, desenrole a mangueira do EOT e faça o
acoplamento do engate rápido;
• desça do vagão com as mãos livres e utilizando o cinto de segurança;
67
• acople a mangueira do EOT com a do encanamento geral (EG) e abra
a torneira do EG pausadamente, a fim de evitar chicoteamento.
Se houver vazamento de ar após a abertura do EG, não tente corrigir o
vazamento sem antes fechar a torneira do EG. Isso evitará um possível
desacoplamento indesejável, que poderá causar lesão física grave.
OBSERVAÇÃO: em caso de colocação do EOT de cauda em vagão prancha
com contêiner, proceda com a instalação sobre sua plataforma, e se isso
não for possível, coloque o EOT sobre o contêiner utilizando uma escada
manual móvel.
68
Retirada do EOT de cauda
Para a retirada do EOT de cauda, você deverá seguir todas as
recomendações de segurança e de procedimentos de descida e subida do
vagão quanto à colocação do EOT de cauda e seguir os passos para a
despressurização da mangueira de ar:
• fechar a torneira do EG;
• desacoplar, primeiro, a mangueira de ar na caixa do EOT utilizando o
engate rápido, que propicia sua despressurização;
• desacoplar, em seguida, a outra extremidade da mangueira do EOT.
69
PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) Qual é a função do EOT?
2) Cite três equipamentos necessários de segurança pessoal para a
instalação do EOT.
3) Para retirar o EOT de cauda é necessário despressurizar a
mangueira de ar. Explique como esse procedimento deve ser feito.
4) Marque PI para os procedimentos de instalação do EOT e PR
procedimentos de retirada do mesmo aparelho.
a) ( ) A caixa do EOT deve ser conduzida por meio da alça em uma das
mãos e na outra mão, a mangueira de ar, mantendo-os a uma distância
segura do seu corpo, a fim de evitar impacto e lesão física.
b) ( ) Fechar a torneira do encanamento geral.
c) ( ) Posicionar a caixa do EOT sobre o vagão e trancá-la utilizando cabo
de aço ou corrente e cadeado.
d) ( ) Descer do vagão pela escada com as mãos livres para buscar a
mangueira do EOT.
e) ( ) Desacoplar, primeiro, a mangueira de ar na caixa do EOT utilizando o
engate rápido, que propicia sua despressurização.
70
f) ( ) Quando chegar na caixa do EOT, desenrolar a mangueira do EOT e
fazer o acoplamento do engate rápido.
g) ( ) Desacoplar a outra extremidade da mangueira do EOT.
h) ( ) Acoplar a mangueira do EOT com a do encanamento geral e abrir a
torneira do encanamento geral pausadamente para evitar chicoteamento.
i) ( ) Descer do vagão com as mãos livre e utilizando o cinto de
segurança.
71
COLOCAÇÃO DE CALÇO
Neste capítulo, você compreenderá os parâmetros para a colocação de calço
nos veículos ferroviários.
Para isso, é importante saber que o teste de resistência verifica a eficiência
da frenagem dos veículos estacionados, utilizando-se da tração das
locomotivas para forçar o movimento dos veículos.
CALÇO
Qual é a função do calço?
O calço tem a finalidade de manter o veículo imobilizado, de modo a
impedir o movimento involuntário do trem, da composição ou do veículo,
por meio de atrito.
O calço que está sob a roda a impede de girar, devido ao seu formato
côncavo ascendente e simétrico à roda.
PARÂMETROS PARA COLOCAR O CALÇO EM VEÍCULOS (SENTIDO DO TREM DESCENDENTE)
Trem com a tração acoplada à composição
O calço deverá ser colocado no primeiro rodeiro da locomotiva comandante
e no primeiro rodeiro do primeiro vagão.
Corte entre as locomotivas e os vagões estacionados
72
Neste caso, o calço deverá ser colocado no primeiro rodeiro do primeiro
vagão da composição.
Nas situações anteriores, é necessário obedecer aos parâmetros descritos
na tabela a seguir.
Descrição da atividade Desvio Ações necessárias
1 Parar o trem no local
desejado para o
estacionamento com a
aplicação suficiente para
mantê-lo parado
2 Encostar o engate dos
primeiros vagões
(máximo de três) ou das
locomotivas, eliminando a
folga existente caso o
trem tenha parado
esticado
Isso deverá ser feito
ainda com os freios da
composição aplicados
O trem já parou com
engates
comprimidos/encostad
os
Seguir com o
procedimento
3 Colocar o calço na
extremidade que favorece
o movimento dos vagões
conforme demonstrado
nas imagens anteriores
Não tem calço
Calços danificados ou
sem a lingüeta de
subida
Informar à Estação ou
ao CCO e apertar o
dobro dos freios
manuais recomendado
pelo ROF
73
Trocar calço por modelo
adequado
4 Aliviar gradativamente o
freio independente, a fim
de esticar os primeiros
engates, utilizando o peso
das locomotivas e a força
da gravidade para o
movimento inicial do trem
em direção ao calço
Caso isso não seja
suficiente, auxiliar a
subida com o acelerador,
gradativamente, até que
o rodeiro do veículo suba
na lingüeta do calço, de
forma que a superfície da
roda coincida com a
concavidade do calço
Brusco movimento do
trem
Ultrapassagem do
limite do calço
provocando risco de
descarrilamento
Elevada força de tra-
ção
Atenção à aceleração, à
velocidade, à
amperagem, ao perfil de
via e ao movimento
inicial do trem
Utilizar o freio
independente junto com
o acelerador para
melhor controle da
subida no calço
Atenção aos princípios
do MT 0001 GATRG
5 Fechar a torneira do
encanamento geral da
parte que não ficará
estacionada, aplicar os
freios de emergência na
composição que ficará
estacionada e apertar os
seus manuais
6 Efetuar o corte dos
engates
74
Corte entre vagões
Neste contexto, independentemente da posição em que será feito o corte, o
calço deverá ser colocado no primeiro rodeiro do primeiro vagão da parte
que ficará estacionada, no sentido que favorece o movimento do trem.
Veja abaixo a imagem que exemplifica a situação em um trecho de rampa
descendente, considerando o sentido do trem.
Para esse caso, obedeça aos parâmetros da próxima tabela.
Passo Atividade Desvio Medida corretiva
1 Parar o trem no local
desejado para o
estacionamento e fazer a
aplicação total de freios da
composição
2 Fechar as torneiras do
encanamento geral dos
vagões onde será efetuado o
corte
3 Aliviar os freios da parte da
composição que seguirá com
as locomotivas e fazer o teste
de resistência com as duas
partes ainda com os engates
acoplados
Elevada força de
tração durante o
teste de
resistência
Atenção aos
princípios de
operação do MT
0001 GATRG
75
4 Movimentar o trem no sentido
contrário e encostar o engate
dos primeiros vagões
(máximo de três) da
composição que ficará
estacionada, eliminando a
folga existente entre eles
Elevada força de
compressão
Composição já
parou encolhida
Aguardar alívio
completo dos
freios
Atenção aos
princípios de
operação do MT
0001 GATRG
Prosseguir com a
operação
5 Colocar o calço na
extremidade que favorece o
movimento dos vagões
Não tem calço
Calços
danificados, de
madeira ou sem
lingüeta
Informar à
Estação ou ao
CCO e apertar o
dobro dos freios
manuais
recomendado pelo
ROF
Trocar calço por
modelo adequado
6 Aliviar o freio independente
esticando gradativamente os
engates, utilizando o peso da
composição que está com os
freios aliviados e a força da
gravidade para a subida no
calço
Caso isso não seja suficiente,
auxiliar com o acelerador até
que o rodeiro suba na
lingüeta do calço, de forma
que a superfície da roda
coincida com a concavidade
do calço
Brusco
movimento do
trem
Ultrapassagem do
limite do calço
provocando risco
de
descarrilamento
Elevada força de
tração ou
compressão
Atenção à
aceleração, à
velocidade, à
amperagem, ao
perfil de via e ao
movimento inicial
do trem
Utilizar o freio
independente
junto com o
acelerador para
melhor controle
da subida no calço
Atenção aos
76
princípios do MT
0001 GATRG
Caso necessário,
utilizar o freio
automático na
parte ligada à
locomotiva para
melhor controle
da velocidade de
subida no calço
7 Aplicar freios de emergência
na composição que ficará
estacionada
Apertar seus freios manuais
conforme item 31.3 do REG
0001 GEOPG
8 Efetuar o corte dos engates
CALÇO NO ÚLTIMO VEÍCULO NA EXTREMIDADE OPOSTA AO SERVIÇO DO TREM
Passo Atividade Desvio Medida corretiva
1 Parar o trem no local desejado
para o estacionamento com a
aplicação suficiente para
mantê-lo parado e, ainda, com
os freios da composição
aplicados, efetuar o teste de
resistência
Elevada força de
compressão
durante o teste de
resistência
Utilizar baixos
pontos de
aceleração apenas
para verificar a
efetividade dos
freios da
composição
2 Colocar o calço na
extremidade que favorece o
movimento dos vagões
Não tem calço
Calços danificados,
de madeira ou
Informar à
Estação ou ao CCO
e apertar o dobro
77
sem a lingüeta de
subida
dos freios manuais
recomendado pelo
ROF
Trocar calço por
modelo adequado
3 Movimentar o trem no sentido
contrário e encostar gradativa
e suavemente os engates, de
forma que a subida no calço
seja suave e não ultrapasse o
seu limite
O trem é muito
longo e há risco de
excessiva força de
compressão
Subida brusca no
calço provocando
descarrilamento
Aguardar alívio
completo dos
freios e atenção
aos princípios de
operação do MT
0001 GATRG
Prosseguir com a
operação
4 Aplicar freios de emergência
na composição que ficará es-
tacionada e apertar seus freios
manuais
5 Efetuar o corte dos engates
CUIDADOS NA RETIRADA DO CALÇO
Passo Atividade Desvio Medida corretiva
1 Acoplar o trem nos veículos
estacionados garantindo o
engate sem riscos para o
veículo que está estacionado
com o calço
Verificar a posição do trem e o
lado da composição em que
será feito o engate
Não ligar as mangueiras de ar
após o acoplamento
Engate brusco
provocando risco
de
descarrilamento
do vagão calçado
Acoplar engates
de forma suave,
atentando para a
velocidade, as
distâncias e as
informações do
funcionário que
está controlando a
manobra
78
2 Movimentar a composição
apenas o suficiente para a
liberação do calço pelo rodeiro
O calço está
distante da tração
e a tentativa de
movimentação
pode provocar
elevadas forças de
tração ou
compressão
Carregar e aliviar
o sistema de
freios, atentando
para que a
composição não se
movimente em
sentido contrário
ou em direção ao
calço do vagão
Os manuais
aplicados deverão
ser mantidos e os
princípios de
partida de trens
contidos no MT
0001 GATRG
observados
3 Aplicar freios de emergência
na composição que ficará es-
tacionada e apertar seus freios
manuais
IMPORTANTE SABER!
Se o trem estiver em movimento, é terminantemente proibida a colocação
ou a retirada do calço do local desejado.
79
PARA VOCÊ RELEMBRAR
1) Quais são os procedimentos que devem ser adotados para o corte
entre as locomotivas e os vagões estacionados quando se verifica
que há calço ou calços danificados ou que não há lingüeta de
subida?
2) Em relação ao corte entre vagões é correto afirmar que:
a) a colocação do calço depende da posição em que será feito o corte.
b) deverá haver um calço em cada extremidade.
c) o calço deverá ser colocado no primeiro vagão da parte que ficará
estacionada, no sentido que favorece o movimento do trem, independente
da posição em que será feito o corte.
d) o calço deverá ser colocado no primeiro vagão da parte que ficará
estacionada, no sentido que favorece o movimento do trem, dependendo da
posição em que será feito o corte.
e) o calço deverá ser colocado no último vagão da parte que ficará
estacionada, no sentido que favorece o movimento do trem, independente
da posição em que será feito o corte.
3) O que deve ser feito quando, ao retirar o calço, há um engate
brusco provocando risco de descarrilamento do vagão calçado?
80
OPERAÇÃO DE RÁDIO
Em outros capítulos, foi mencionado o uso do rádio como um instrumento
primordial para a comunicação entre os operadores de trem em manobras.
Agora, você conhecerá melhor esse equipamento.
MODELOS DE APARELHOS
Rádio transmissor
É um aparelho que, sem a utilização de fios, transmite ondas
eletromagnéticas em radiofreqüência.
Tipos
• Estação fixa;
• Rádio portátil.
81
MODELO DE OPERAÇÃO
É importante saber operar o rádio de modo eficiente para que a
comunicação entre os operadores se realize da melhor forma possível. Logo,
é imprescindível que a mensagem via rádio seja clara e objetiva.
Por isso, há um modelo padrão de uso do rádio a ser seguido, com a
finalidade de evitar confusões e quaisquer tipos de falhas nas operações,
sob pena de resultar em acidentes.
Como operar?
• O contato inicial da comunicação deve ser precedido pela
identificação e localização do trem;
• Na continuidade da comunicação, deve-se utilizar o prefixo do trem, o
número de locomotiva/veículo/manutenção ou o nome do operador
de trem;
• Toda comunicação deve ser encerrada com a palavra “câmbio”.
ATENÇÃO: casos em que haja duplicidade de identificação, deve-se
também mencionar o local.
Modelo de chamada inicial e de resposta
• Chamada: identificação do emissor (prefixo do trem ou locomotiva),
no local tal, chamando o ... (receptor), no local tal, câmbio.
• Resposta: identificação do receptor, no local tal, atendendo o ...
(emissor) no local tal, câmbio.
82
Veja o exemplo a seguir:
Chamada
(inserir figura de um empregado falando no rádio)
Resposta
(inserir figura de outro empregado falando no rádio)
COMUNICAÇÃO EM MANOBRAS
A comunicação em manobras de recuo tem algumas peculiaridades.
• A ordem de movimentação recebida pelo operador de trem deve ser
repetida em sua íntegra, a fim de certificar que foi completa e
corretamente compreendida;
• O operador de trem, após repetir a primeira ordem recebida, somente
pode recuar até a metade da última distância que lhe foi informada,
devendo parar a composição caso deixe de receber novas instruções.
CCO, atendendo o M-15,
na RH 34, câmbio.
M-15, na RH 34, chamando o CCO, câmbio.
83
IMPORTANTE SABER!
Quando a distância para o engate ou a parada for igual ou inferior a 10
vagões, não é necessário o uso da palavra “câmbio”, sendo obrigatória a
informação da identificação e a quantidade de vagões que faltam para a
parada ou o engate.
IMPORTANTE: o empregado qualificado responsável que estiver cobrindo o
recuo deve manter o operador do trem informado sobre a distância que
falta para a parada/o engate, de modo a não provocar a parada da
composição antes do local pretendido.
O rádio em engate de 15 vagões
Para uma operação de engate de 15 vagões, o empregado que está
cobrindo a cauda e o operador do trem devem proceder conforme abaixo:
Emissor Receptor Mensagem
OOF Operador do trem “Trem ou locomotiva ou
operador tal, recuar 15
vagões para engatar,
câmbio.”
Operador do trem OOF “Trem ou locomotiva ou
operador tal, recuando
15 vagões para
engatar, câmbio.”
Ao chegar o número de
10 vagões, a
comunicação prossegue
de forma decrescente
até o recuo final do
vagão, sem a palavra
câmbio.
OOF Operador do trem “Trem ou locomotiva ou
operador tal, faltam 10
84
vagões.”
Operador do trem OOF “Trem ou locomotiva ou
operador tal, recuando
10 vagões para
engatar.”
OBSERVAÇÃO: o operador de trem deve informar ao OOF a distância em
metros até a parada ou engate.
Chamadas de emergência
Essas chamadas devem ser usadas por qualquer empregado qualificado
responsável (próprio, contratado ou terceirizado) somente nos seguintes
casos:
• acidentes pessoais;
• obstruções da linha;
• acidentes ferroviários;
• incêndios;
• enxurradas;
• possibilidade de danos ao meio ambiente;
• danos a propriedades da empresa ou ao meio ambiente;
• aplicações de emergência voluntária ou involuntária;
• outras situações que possam causar sérios atrasos ao tráfego;
• descumprimento da licença fornecida pelo CCO, CCP ou pela Estação.
85
Como proceder em chamadas de emergência
A chamada de emergência é prioritária e deve ser feita da seguinte forma:
Emissor Receptor Mensagem
Trem CCO/CCP/Estação Chamada: trem tal, no
local tal, operador tal,
chamando
CCO/CCP/Estação, em
emergência, câmbio.
Resposta:
CCOP/CCP/Estação
atendendo trem tal, no
local tal, em
emergência.
CCO/CCP/Estação Trem Chamada:
CCO/CCP/Estação
chamando trem tal, no
local tal, em
emergência.
Resposta: trem tal, no
local tal, operador tal,
atendendo CCO/
CCP/Estação, em
emergência.
Caso o operador de trem não consiga se comunicar com o CCO pela rede de
tráfego, deverá passar o seu rádio para outra freqüência, comunicando-se
com outro trem ou estação mais próxima, voltando em seguida para a rede
de tráfego.
86
REVISANDO O ESTUDO
1) O contato inicial por rádio deve ser precedido por quais
operações?
2) Havendo duplicidade de identificação, deve-se também
mencionar:
a) os número da composição.
b) o local.
c) os códigos do aparelho.
d) todos os dados referentes ao aparelho.
3) Cite cinco casos de chamadas de emergência via rádio.
4) Como se deve proceder no caso de a formação de trem de carga
não seguir as normas de formação e recomposição dos trens do REG
0001 GEOPG?
5) Complete as lacunas.
a) A velocidade do recuo deve ser controlada por quem está cobrindo a
________________ do trem. (dianteira / cauda)
b) Todas as manobras de recuo em pátio, cujo último vagão do trem seja
uma plataforma com contêiner ou com outra carga, devem ser realizadas
com velocidade máxima de ________________ com o manobreiro
acompanhando ao lado da linha. (10 km/h / 35 km/h)
c) É ________________ a existência de documento específico em cada
ferrovia regulamentando o uso de dispositivo de cauda. (obrigatória /
87
facultativa)
d) É ________________ a cobertura de recuo de trem com uso de câmera
digital e binóculos, desde que o empregado responsável pela cobertura
tenha plena visibilidade da cauda, das condições da via e do AMV a ser
transposto. (obrigatória / facultativa)
6) Como se deve proceder ao desviar locomotivas e vagões em linha
morta?
7) Identifique as expressões relacionadas aos conceitos abaixo.
De acordo com todo o conteúdo estudado nesta apostila, busque as
definições corretas no caça-palavras.
a) É composta por niple, elemento de mangotes, bocal com junta e duas
braçadeiras com parafuso e porca. Pode ligar o encanamento entre os
vagões geminados. O objetivo é dar continuidade ao encanamento com
certa flexibilidade entre vagões, permitindo a passagem do ar.
b) É o componente do aparelho de choque e tração que tem a função básica
de fazer a ligação entre os diversos vagões de uma composição. Durante a
ação de acoplamento ou após ser feita essa ligação, esses vagões agirão
como transmissores de um veículo para outro.
c) São dispositivos instalados na ferrovia, que permitem a transferência de
um trem ou veículo ferroviário de uma linha para a outra.
d) Liga o sistema pneumático para a passagem de ar em toda a
composição. É realizado por meio dos mangotes, engatando-se as boquilhas
entre si e combinando adequadamente a passagem de ar.
88
e) É um instrumento fundamental para a comunicação em manobras, bem
como para chamadas de emergência.
f) Deverá ser colocado um equipamento no primeiro rodeiro da locomotiva
comandante e no primeiro rodeiro do primeiro vagão, em caso de trem com
tração acoplada à composição. É terminantemente proibida a colocação ou a
retirada deste equipamento do local desejado pelo funcionário responsável
com o trem em movimento.
g) É um aparelho eletrônico constituído por uma unidade de locomotiva e
uma unidade de cauda e tem como propósito informar ao maquinista a
pressão de ar existente na cauda do trem e, em caso de emergência,
provocar a aplicação de freio da cauda para a cabeça do trem.
h) Deverá ser conectado aos bocais, caso a locomotiva não tenha o sistema
de tração e frenagem.
i) É um sistema de controle de tração e frenagem de trens que permite a
utilização de mais vagões em um mesmo trem.
j) Corresponde ao início da potência distribuída.
l) Indica o fim da potência distribuída.
90
GABARITOS
PARA VOCÊ RELEMBRAR
CAPÍTULO I
1) Manobra é quando um trem deixa, recebe ou posiciona um ou mais
veículos ferroviários em um pátio (ou oficina) ao longo da linha ou em casos
específicos.
2) Cinto de segurança e rádio transceptor.
3)
a) passagens de nível
b) parar
c) desvio
4) Dar passagem emergencial no caso de trilho fraturado.
CAPÍTULO II
1) São dispositivos instalados na ferrovia, que permitem a transferência de
um trem ou veículo ferroviário de uma linha para a outra.
2)
a) M A Q U I N A S D E C H A V E
b) C H A V E E L E T R I C A
c) C H A V E P N E U M A T I C A
d) C H A V E M A N U A L
e) C H A V E D E M O L A
3) São pontos de saída da via sinalizada, desvios, dotados de máquina de
chave elétrica para movimentação do aparelho de mudança de via, por
intermédio de comando local.
91
4) a) Pare o trem a uma distância segura do AMV para operá-lo; seja claro e
objetivo em sua comunicação; confirme no local a informação recebida;
verifique se está operando o AMV da linha correta; oriente-se pela abertura
da lança do AMV; esteja atento, observe a bandeirola e a posição da
lâmina; execute a tarefa no momento da solicitação, evitando o
esquecimento; certifique-se de que operou a chave certa para a posição que
atende à manobra ordenada.
OBS: o aluno deverá citar apenas quatro opções das respostas apontadas.
b) Parar o trem e avisar ao Centro de Controle Operacional, à estação e ao
supervisor do trecho.
CAPÍTULO III 1) V – F – F 2) 2 – 1 – 4 – 3 CAPÍTULO IV
1) Fazer a ligação entre os diversos vagões de uma composição.
2)
a) engate de haste de ligação
b) engate fixo
c) corpo do engate
d) mandíbula
e) rotor
f) alavanca de manobra
A F E T Y R U I J V J K S D V B A E R D U I M
Ç E X A U M A L A V A N C A D E M A N O B R A
H N N E N F I R R O L U O I E N L I J Q U E I
B G V S S D B H M K O P Ç A R B I U V L P I A
92
W A V Y L A C R T I O E G K A E I M E T A J O
Y T A A I E O K L I O A N H D E T I Q R U I P
M E L U O U R D V U O E E A J K P F L D A F M
A D I E Y V P A V L M B N A U O Ç M A N Z O L
A E L V Ç V O G V T C V G M I O G V J S R U Ç
U H E L J E D H V H A I A T O S A E J A P V E
I A O B D R O O E O R O T O R P R I A E U T T
E S Q I A I E M R M Ç P E O O T E R M X R S V
N T Q U R T N O B O A U F M I A D I E M O L A
O E T O M A G S U O V E I C A C P N L T O E B
P D L N A S A S M O R L X T N A U T O N G N O
Ç E Ç L R L T A M U A L O O L N E C B D E A V
G L A Ç C U E P L M S A I R I T L K I P Y S I
Y I A A P P M O T F D E M A N C V L C B I S I
O G M E L U Ç I A U L T B R E O L O Q U R A T
M A N D I B U L A S A E S A T U A W H E R M T
A Ç L C P S U E T A V P I S A I E U O A R O A
N A I A E V C N T P R O K I R T S I K E S E R
O O A Ç R O S S I E A N L E U M T A L B O I E
V E I E O U Q Q Q R R H T E O A L J I V A O S
3) c 4) Verifique com o maquinista se os freios estão aplicados, efetue o corte
das mangueiras, feche as torneiras do encanamento geral dos vagões no
ponto de corte e pendure os mangotes nos suportes da boquilha da
mangueira.
OBS: o aluno deverá citar apenas duas opções das respostas apontadas.
5) Manter o corpo ereto e fora da testeira do vagão ao realizar a operação
de desengate, flexionar as pernas e não curvar a coluna cervical ao abaixar-
se para desacoplar as mangueiras, observe o alívio de freio, a folga dos
engates e o movimento súbito da composição para evitar acidentes e
93
solicite autorização do maquinista para abrir as torneiras e não curve o
corpo sobre a peça para transpor o engate.
OBS: o aluno deverá citar apenas duas opções das respostas apontadas.
6) O acoplamento entre vagões é feito por meio dos mangotes, engatando-
se as boquilhas entre si e combinando adequadamente a passagem de ar.
7) F – V – V
CAPÍTULO V
1)
a) Certa
b) Certa
c) Errada. O rompimento de alguns fios torna inoperantes as funções dos
cabos.
CAPÍTULO VI
1) Tração distribuída é um sistema de controle de tração e frenagem de
trens que permite a utilização de mais vagões em um mesmo trem.
2) Link é o início da potência distribuída e o unlink é o final dessa potência.
3) Com a distribuição de potência do trem, proporcionada pela tração
distribuída, há um menor esforço nos engates e um melhor contato entre as
rodas e os trilhos.
CAPÍTULO VII
1) Informar ao maquinista a pressão de ar existente na cauda do trem e,
em caso de emergência, provocar a aplicação de freio da cauda para a
cabeça do trem.
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2) Capacete com aplicação de jugular, óculos de proteção, luva de vaqueta,
botina de segurança, cinto de segurança tipo alpinista e rádio portátil de
comunicação.
OBS: o aluno deverá citar apenas três opções das respostas apontadas.
3) É preciso fechar a torneira do EG, desacoplar a mangueira de ar na caixa
do EOT utilizando o engate rápido, que propicia sua despressurização, e
depois desacoplar a outra extremidade da mangueira do EOT.
4)
a) PI
b) PR
c) PI
d) PI
e) PR
f) PI
g) PR
h) PI
i) PI
CAPÍTULO VIII
1) Informar a situação à estação ou ao CCO e apertar o dobro dos freios
manuais recomendado pelo ROF e trocar o calço pelo modelo adequado.
2) c
3) Deve-se acoplar engates de forma suave, atentando para a velocidade,
as distâncias e as informações do funcionário que está controlando a
manobra.
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REVISANDO O ESTUDO
1) O contato inicial da comunicação deve ser precedido pela identificação e
localização do trem.
2) b
3) Acidentes pessoais, obstruções da linha, acidentes ferroviários,
incêndios, enxurradas, possibilidade de danos ao meio ambiente, danos a
propriedades da empresa ou meio ambiente, aplicações de emergência
voluntária ou involuntária, outras situações que possam causar sérios
atrasos ao tráfego e descumprimento da licença fornecida pelo CCO, CCP ou
pela Estação.
OBS: o aluno deverá citar apenas cinco opções das respostas apontadas.
4) O CPT/TOF/OOF deverá informar ao maquinista, que deverá manobrar
com o máximo de cuidado em velocidade baixa, evitando o tranco no trem.
5)
a) cauda
b) 10 km/h
c) obrigatória
d) facultativa
6) Deve-se colocar o calço, fazer a aplicação de emergência, apertar o freio
manual e realizar o teste de resistência.
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