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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha de Identificação – Produção Didático-pedagógica
Professor PDE/2013
Título Orientação profissional: o aluno do ensino médio noturno e a escolha da futura profissão
Autor Rosirene Aparecida Riceto Murbach
Disciplina/Área (ingresso no PDE) Pedagogia
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Colégio Estadual São José
Município da Escola Lapa (PR)
Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul
Professor Orientador Oséias Santos de Oliveira
Instituição de Ensino Superior UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do
Paraná/ Campus Curitiba.
Relação Interdisciplinar Não há
Resumo Este material didático pedagógico tem como objetivo viabilizar aos estudantes adolescentes e jovens do 1º ano do Ensino Médio noturno e Grêmio Estudantil do Colégio Estadual São José/PR, um Ciclo de Orientação Profissional com reflexões e atividades que possibilitam o acesso a informação, a descoberta de suas aptidões, potencialidades e talentos, por meio de troca de experiências e dinâmicas informativas em parceria com Universidades, empresas, indústrias locais e profissionais liberais. O trabalho em parceria contribuirá para uma análise significativa e consciente, quanto ao mundo do trabalho, suas possibilidades, exigências e a carreira profissional. A escola precisa orientar o jovem estudante nesta fase da vida, levando em conta as dúvidas, anseios e as influências que tendem a interferir na escolha. O trabalho de Orientação Profissional norteará ações educativas e reflexivas, condizentes com as necessidades, realidades e expectativas dos alunos de modo que estes sejam capazes de analisar as diferentes profissões, decidir pela continuidade dos estudos, através do ingresso num curso superior ou técnico, escolher de acordo com seus ideais e interesses, entendendo que as escolhas, nem sempre são para a vida toda, pois podem variar ao longo do tempo, enfim, espera-se que seja e esteja atento quanto ao seu futuro profissional, aliando sucesso e realização pessoal.
Palavras-chave Orientação Profissional – Profissão – Protagonismo
juvenil
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico
Público Alvo Estudantes do 1º ano do Ensino Médio noturno e
Grêmio Estudantil da Escola
1
O mundo vem passando por constantes transformações, sendo
configurado pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia, fatores estes que
acabam por redirecionar o estilo de vida dos seres humanos. Assim, exigem-se
cada vez mais novas habilidades e potencialidades dos indivíduos
protagonistas deste cenário atual. No caso dos jovens estudantes do Ensino
Médio, estas questões se constituem como parte integrante de sua busca por
identidade e realização, cabendo à escola oportunizar o debate, a informação e
a orientação adequada para que os educandos possam optar pelas escolhas
mais apropriadas quando o assunto é seu futuro profissional.
Na elaboração do presente Caderno Pedagógico, articulado ao PDE –
Programa de Desenvolvimento Educacional da SEED/PR – Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, partiu-se do pressuposto que o jovem aluno
precisa ser orientado e estimulado a encontrar a sua identidade pessoal e
profissional, levando em conta o autoconhecimento, a construção da identidade
e da própria história, enquanto ser histórico e mediador dessa transformação.
Para isso, então, precisa estar atento e conhecer a realidade profissional que o
circunda, no momento em que precisa refletir, para optar, buscando um futuro
promissor e feliz.
O autoconhecimento de suas potencialidades e o conhecimento de parte
do vasto mercado das profissões auxiliam o jovem no momento da escolha da
futura profissão, de modo que este possa fazer uma análise de suas opções
objetivando responder aos seus anseios, diminuindo a possibilidade de
escolhas errôneas e equivocadas no que diz respeito ao futuro profissional,
evitando investimentos desnecessários em tempo e dinheiro. Sendo assim o
trabalho de Orientação Profissional deverá desafiar o jovem a descobrir suas
habilidades, particularidades e perspectivas futuras, motivando-o a decidir por
si, tornando-se realizado pessoal e profissionalmente, fazendo escolhas ou
APRESENTAÇÃO
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investindo na profissão que eventualmente pretendam ou que já venham a
exercer.
O trabalho se pauta a partir de uma observação feita ao longo do tempo
de atuação desta professora PDE onde a experiência docente junto aos jovens
estudantes possibilita suscitar esta temática com vistas a uma contribuição
efetiva no sentido do identificação de áreas de interesse profissional e a busca
por informações mais contundentes para que os caminhos a serem trilhados
possam ser mais concretos. Portanto, identificada a realidade da falta de
oportunidades e de engajamento nas atividades de Orientação Profissional
para os alunos do Ensino Médio noturno do Colégio Estadual São José
(Lapa/PR), pois estes atendem na sua maioria pelo perfil de aluno trabalhador,
ficando impossibilitados de participação em visitas e eventos relacionados ao
tema que envolvem aos adolescentes/jovens que frequentam o período escolar
diurno, é que se propõe a intervenção sob o título “Orientação profissional:
o aluno do Ensino Médio noturno e a escolha da futura profissão”.
A produção didático pedagógica foi estruturada para ser desenvolvida
junto aos alunos do 1º ano do Ensino Médio noturno e equipe do Grêmio
Estudantil do Colégio Estadual São José, num trabalho interativo e
democrático, atendendo ao modelo atual de gestão democrática, possibilitando
a participação das instancias colegiadas na construção de uma escola aberta
ao diálogo e a prática reflexiva.
A partir de um estudo referencial teórico-metodológico apresentaremos
uma abordagem pedagógica de caráter informativo e colaborativo, através de
atividades que envolvem desde leituras, questionamentos, exibição de filmes,
análise de letra de música, rodas de conversas, palestras e dinâmicas de
grupo.
Com a dinamização deste trabalho espera-se que os jovens possam
perceber-se enquanto protagonistas da realidade social atual, bem como seu
papel diante da construção desta sociedade. Que sejam capazes de analisar
possibilidades e que principalmente despertem para a importância da
construção dos caminhos futuros, para que no decorrer da história de vida,
sejam surpreendidos pela alegria, satisfação e realização profissional e em
contra partida encontre a plenitude pessoal.
3
A intervenção proposta neste Caderno Pedagógico visa destacar a
integração necessária ao Grêmio Estudantil, enquanto órgão que congrega o
coletivo dos alunos, para que aconteça a promoção de debates em torno de
uma proposta de formação profissional qualificada, sendo que além dos
integrantes deste colegiado estarão envolvidos no desenvolvimento das
atividades os alunos do 1º ano do Ensino Médio noturno, do Colégio Estadual
São José, localizado no município da Lapa/PR. O envolvimento do Grêmio
Estudantil se justifica pela possibilidade de implementação de ações educativas
direcionadas de modo a atender aos interesses dos adolescentes e jovens
estudantes, seja através de debates, palestras entre outros aspectos
interativos, sociais e culturais de interesse de todos os alunos.
As ações propostas objetiva, de maneira democrática e cidadã, orientar
o jovem estudante na escolha da futura profissão, levando em conta que o
processo é difícil e cauteloso, pois nesta fase da vida o jovem se depara com
dúvidas e anseios em relação ao futuro profissional e ainda são memoráveis as
influências vividas seja na escola, família e amigos. O desafio está exatamente
aí, onde o jovem é obrigado a decidir os rumos de seu futuro. Cabe à escola
contribuir neste processo de orientação das escolhas para que estas sejam
significativas e aliadas à realização pessoal de cada jovem estudante.
Neste sentido, este material didático-pedagógico objetiva explicitar uma
proposta de intervenção que visa o trabalho de orientação profissional e
motivação junto ao estudantes do Colégio Estadual São José (Lapa/PR) em
especial aos alunos do Grêmio Estudantil e aos estudantes do 1º ano do
Ensino Médio noturno, de modo a contribuir para a reflexão sobre a escolha da
futura profissão e continuidade dos estudos, seja em cursos técnicos ou no
Ensino Superior. Tal propósito, ao atender aos alunos ligados ao Grêmio
Estudantil de modo geral e aos alunos que ingressam no Ensino Médio busca
INTRODUÇÃO
4
evitar que estes cheguem ao final do curso equivocados, desmotivados e
influenciados negativamente para o momento da escolha profissional.
Os estudantes do noturno não contam com as mesmas oportunidades
de acesso as informações e orientações referentes à profissionalização tal qual
o aluno do diurno, pelo fato de que a maioria do alunado do noturno é
trabalhador. Sua participação em eventos, seminários e palestras promovidos
com a finalidade de auxiliar as escolhas dos estudantes fica inviabilizada, pois
tais eventos acontecem geralmente nos períodos da manhã e tarde. Diante do
exposto, acredita-se que um sólido trabalho de Orientação Profissional
direcionado a atender as necessidades e expectativas dos alunos do noturno
muito contribuirá para a formação de futuros profissionais mais realizados e
felizes.
A dinâmica desta proposta não tem a intenção de decidir pelos jovens,
mas sim apontar caminhos e possibilidades norteando a importância do
conhecimento adquirido na escola, para o sucesso tanto profissional como
pessoal.
Orientar os alunos no momento da dúvida requer cautela e
conhecimento, pois alguns já estão inseridos no mercado de trabalho devido às
questões de ordem econômica, outros, porém, encontram-se confusos entre
desejos familiares, modismo e influências de colegas, sendo necessária uma
gama de informações quanto às áreas distintas no mercado de trabalho
caracterizado pela exigência e competitividade, bem como as demandas do
vasto rol de cursos superiores existentes hoje nas mais diversas
Universidades, ou mesmo cursos técnicos e profissionalizantes.
A proposta de trabalho se caracteriza por ações conjuntas envolvendo o
Grêmio Estudantil e estudantes do 1º ano do Ensino Médio, num Ciclo de
Orientação profissional, em parceria com profissionais liberais do Município da
Lapa, FAEL (Faculdade Educacional da Lapa) e UnC (Universidade do
Contestado), SEARA (empresa local) e ex-alunos do Colégio, os quais através
de relatos de vida terão a oportunidade de expor suas experiências vividas bem
como enfatizar sobre a contribuição da escola, quando da importância do
comprometimento, conclusão e continuidade dos estudos, para o mercado de
5
trabalho, depondo sobre as oportunidades e dificuldades encontradas no
mundo fora da escola.
O Caderno Pedagógico é composto por três unidades que abordam as
temáticas relacionadas aos jovens, à escola, os desafios profissionais e as
escolhas. Estes assuntos articulados com atividades prático-reflexivas serão
norteadores de ações de orientação aos estudantes participantes.
Na primeira unidade, sob o título Os desafios dos estudantes do ensino
médio na construção de sua identidade juvenil serão abordados os seguintes
tópicos: a) Ser jovem hoje: A busca pela identidade e a construção da própria
história e b) O jovem e a escola: A contribuição da educação frente aos
desafios do protagonismo juvenil.
A unidade dois intitulada O jovem estudante na condição de futuro
profissional: a importância da escolha adequada quanto a profissão insere a
discussão a partir dos temas: a) O momento de decidir a futura profissão: uma
difícil escolha e b) Interferências no momento da escolha: necessidade de
escolhas adequadas.
Por fim, a terceira unidade deste Caderno Pedagógico denominada
Orientação profissional: fator necessário no processo de escolha tem o
propósito de desenvolver uma série de ações e práticas que envolvam
diretamente os estudantes, com dinâmicas, palestras, mostra de profissões,
visitas que permitam refletir sobre as escolhas profissionais.
6
Esta unidade visa debater o papel do jovem na sociedade, apresentando
seus desafios frente às dificuldades que compõe o cenário atual. Na busca pela
identidade social é que o jovem estudante precisa se autoafirmar como
cidadão, para poder viver intensamente sua cidadania.
Entender as interações entre jovem e sociedade é tarefa necessária
quando se procura compreender este sujeito como um todo, pois além de ser
indivíduo é também cidadão integrante do mundo.
Dentro de uma dinâmica de vida em sociedade a escola se apresenta
como sendo, muitas e apropriadas vezes, um espaço para a inserção social,
pois não se pode pensar um indivíduo sem o contato direto com a educação
sistematizada, onde o conhecimento e os saberes, frente aos desafios
contemporâneos fazem a grande diferença. A educação, a partir de sua função
socializadora e integradora, possibilita que os estudantes desenvolvam
apropriações e habilidades, tão necessárias na definição da identidade juvenil,
frente às limitações e desafios impostos pelas diferenças sociais.
Ser jovem hoje: a busca pela identidade e a construção
da própria história
Percebe-se que a sociedade contemporânea apresenta ao segmento
juvenil uma realidade categoricamente carente de expectativas com relação a
sua inclusão e inserção social. Diante das situações, muitas vezes conflituosas,
pelas quais a juventude brasileira passa, podem ser salientadas dificuldades
UNIDADE I
OS DESAFIOS DOS ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO NA CONSTRUÇÃO DE SUA IDENTIDADE
JUVENIL
7
quando se fala em atuação do jovem no mundo, pois são muitas as
desigualdades sociais que interferem em seu caminhar rumo à definição de
papéis sociais. Portanto faz-se necessário a autoafirmação do jovem em
sociedade, definindo-se como sujeito histórico e social, que emana em direitos
e deveres.
Atento aos desafios dos jovens, Soares (2002, p. 30) entende que:
A identidade é formada nas relações estabelecidas entre pessoas que desempenham papéis sociais importantes na vida de cada indivíduo, como pais, parentes, amigos, professores, etc. Desde criança já nos identificamos conscientes ou inconscientemente, assumindo e experimentando papéis que vão servir de base para o estabelecimento da identidade futura.
O jovem carrega consigo um modelo de perfil traçado ao longo de sua
convivência seja na família, na escola e na sociedade em si mesma. Tais
contatos refletem na construção de sua própria autonomia e coesão com o
modo de vida, bem como a administração que exerce sobre ela.
Aspectos como educação e saúde contribuem para a promoção social
do jovem assim como os valores familiares solidificavam uma base segura.
Hoje a escola, enquanto espaço social, tem que dar conta de atender as
demandas e tendências do mundo contemporâneo, onde a categoria juvenil
apresenta-se, muitas vezes, apática e sem perspectivas. Muitos jovens
oriundos de famílias de baixa renda ou mesmo desestruturadas são, muitas
vezes, atraídos pela marginalidade e se vêem desmotivados quanto ao futuro.
Tais características marcantes ensejam preocupações, pois estas situações
são capazes de fazer uma interferência comprometedora, que vai além de
momentânea, estendendo-se em sua vida profissional e pessoal.
Neste sentido, percebe-se o papel fundamental da escola em contribuir
para que o jovem tenha oportunidade de pensar, agir, construir e conquistar
espaços, com espírito de liderança, capaz de acompanhar as mudanças
culturais e sociais. Este é o grande desafio da escola na atualidade, pois requer
trabalhar com uma realidade juvenil, muitas vezes antagônica, e ainda
pressupõe a ruptura com o que parece, em um primeiro momento já
determinado, de modo a evidenciar promessas e expectativas, de sucesso
futuro.
8
Segundo Almeida (2010, p.70) "é impossível saber o que o jovem deseja
sem que ele próprio expresse a sua opinião. Conceder um "lugar ao jovem"
passa necessariamente pelo reconhecimento de sua fala, não estigmatizando
seu discurso ou sua ação, mas compreendendo o que há „escondido‟ por trás
dessas contestações".
O jovem expressa, cotidianamente, seus desejos e anseios em
sociedade, através de suas posturas comportamentais, que vão desde o
individualismo até as formas coletivas de se estabelecer enquanto cidadão.
Para tanto a escola e a sociedade devem estar atentas a todo tipo de
manifestação refletidas no cotidiano escolar.
Investir na reestruturação e apropriação das políticas públicas, voltadas
para o segmento juvenil torna-se um dos pontos essenciais para a promoção
da cidadania. Não combina mais com os jovens o papel de vitimado ou
alienado, mas sim de sujeitos atuantes e integrantes da sociedade. Por isso, a
necessidade de que as políticas públicas favoreçam o protagonismo juvenil,
isto é, que estes passem a ter participação ativa em processos decisórios de
investimentos, desenvolvimento, valorização e reconhecimento. A busca da
identidade do jovem, enquanto cidadão, pode ser mobilizadora do despertar
para a realidade social.
O desafio hoje está em desenvolver capacidades frente aos novos
conhecimentos, políticas, saberes e comportamentos humanos, em valorizar-
se, em reconhecer-se como pessoa provida de qualidades e potenciais,
respondendo assim as exigências de seu entorno social, buscando de fato
junto à sociedade, meios e formas de tornar-se um sujeito capaz de tomar
posições concretas nos campos políticos, social e humano, conquistando sua
autonomia e definindo sua identidade, indiferente de sua cultura, raça, credo ou
sexualidade. Compete, portanto à sociedade oportunizar abertura à reflexão e
possibilidades de criação de espaços formativos, viabilizando, com isto, a
convivência coletiva, num clima de aprendizado da democracia participativa e
da ação consciente.
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O jovem e a escola: A contribuição da educação frente aos desafios
do protagonismo juvenil
Dar conta das expectativas do jovem hoje é tarefa desafiadora. São
muitas as aspirações nesta fase, pois o jovem vive um momento único, aberto
a novas experiências de vida, assim como também está exposto às situações e
influências que podem desencadear fatores desmotivadores que o levam a
retardar e até mesmo perder de vista suas expectativas.
A escola direciona o jovem, abrindo
caminhos rumo a uma sociedade mais
humana, democrática e cidadã, pois sugere
meios de trabalhar e viver coletivamente,
através de uma convivência pautada no
diálogo e respeito às diferentes culturas,
promovendo o desenvolvimento pessoal do
cidadão.
Participar ativamente dos novos
padrões da sociedade, seja na tomada de
decisões, bem como na organização e
construção de novos modelos sociais,
envolve a interlocução dos indivíduos com o
conhecimento, bagagem esta que não se
consegue através de práticas intuitivas, mas
no interior da escola, onde estas reflexões
podem ser socializadas, gerando a sintonia
entre conhecimento e mundo.
No infográfico 01, a seguir
apresentado, discutiremos o protagonismo
juvenil. Afinal o que significa o jovem ser
protagonista de sua própria história? Vamos
conferir e refletir sobre isto?
PARA REFLETIR:
“A juventude sempre foi considerada um período delicado e decisivo da vida humana. No entanto, no mundo atual os conflitos e desafios que envolvem a vida dos jovens vêm se exacerbando de forma incomum. No Brasil de hoje, estar situado na faixa etária que vai dos 15 aos 24 anos já configura, por si só, uma situação de risco. Certamente, um país que não oferece aos jovens oportunidades adequadas de desenvolvimento pessoal e profissional tem pouco a esperar do futuro. Nesse contexto, a sociedade espera da escola pública uma contribuição significativa para que as crianças e adolescentes tenham um futuro melhor”.
FICA O QUESTIONAMENTO PARA DEBATE COM OS ALUNOS Qual pode ser a contribuição da escola para que os jovens assumam seu papel como protagonistas de sua própria história e para que façam do mundo um lugar melhor para se viver? Fonte: RIBAS Jr. Fábio Barbosa. Educação e Protagonismo Juvenil. Disponível em: http://prattein.publier.com.br/dados/anexos/95.pdf
10
Figura 01: Infográfico sobre Protagonismo Juvenil
Fonte: Elaboração própria, a partir dos recursos do Piktochart, 2013.
11
A escola deve oferecer ao jovem a retomada da sociabilidade para de
fato incluí-lo em sociedade, tornando-se um legítimo e perfeito palco onde o
jovem expressa suas frustrações e almeja realizações frente ao mercado de
trabalho e o mundo em si, marcado pela competitividade e pela disputa de e
entre espaços. As portas abertas devem ser as mesmas para todos, sendo
ofertadas condições sem equivalências ou restrições a toda massa estudantil,
perpetuando-se num espaço real de acolhimento e aprendizagem, onde
talentos, curiosidades e criatividade, intuem o indivíduo a buscar soluções
frente as dificuldades por vezes comuns no cotidiano juvenil, frente as relações
interpessoais.
Viver coletivamente requer desenvolver habilidades de pensar,
questionar e aceitar-se, enquanto agente transformador da sociedade e isso
tudo depende do conhecimento adquirido, capaz de preencher aquilo que o
jovem quer saber fazer ou até mesmo ser.
Somente através da educação com qualidade, que pauta pelo diálogo,
que trabalha junto à filosofia de vida do cidadão, aliadas em práticas
transformadoras, jovem e sociedade caminharão lado a lado, compondo um
cenário de mudança, propício ao fortalecimento de novas lideranças,
protagonizando a decisão e a participação, tornando a sociedade mais justa,
Para (LISBOA; SOARES ,2000, p. 25) " a escola é definida como espaço onde o aluno desenvolve suas potencialidades afetivo-cognitivas e sociais, e seu objetivo seria não só fornecer conhecimentos teóricos, mas também preparar para o trabalho, oferecendo uma formação adequada para o ingresso no mundo profissional".
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humana, solidária e democrática, sem divergências de cidadania ou
contextualização social.
Certamente é no contato direto com a educação sistematizada pela
escola que as oportunidades culturais, de exercício da cidadania, dos direitos
humanos, saúde, sexualidade, perspectiva de futuro e de vida são
condicionadas ao jovem, pois é neste espaço em clima de confiança que
deposita suas experiências de vida esperando ser sujeito e não objeto dela.
Pelas vias da educação teremos sempre e conscientemente uma sociedade
mais aberta e dinâmica, apta a receber jovens com ânsia de saber fazer e ser
história.
ATIVIDADES:
Vamos refletir sobre
o Protagonismo
Juvenil?
Palestrante: um profissional (assistente social) que atua com adolescentes
O tema do trabalho terá sua extensão ampliada através de uma palestra direcionada aos alunos do 1º ano do Colégio, bem como alunos que compõe o Grêmio Estudantil, tendo como foco as principais abordagens feitas ao longo desta unidade, entre elas o papel do jovem frente à sociedade atual e a função social da escola na vida destes jovens, abrangendo aspectos como necessidade da identidade, enquanto ser social e sucesso futuro, nos campos pessoais e profissionais.
O trabalho será relevante, pois além de incitar a valorização e a continuidade dos estudos, trará reflexões, nas questões de maturidade, vivências e convivências.
Palestra: PROTAGONISMO JUVENIL
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CÍRCULO DE DEBATE
Em pequenos grupos os estudantes discutirão as questões
propostas para reflexão, sendo que em seguida dois
relatores de cada grupo farão a exposição das idéias
debatidas (apresentação para o grande grupo, que estará
posicionado em um círculo de debate)
A) Como podemos ser protagonistas de um novo tempo: (na
sociedade, na escola, na família...)
B) Como você percebe o papel do jovem na sociedade
contemporânea, frente ao mercado de trabalho?
C) Diante do avanço da ciência e tecnologia, mediante a
influência da mídia e dos meios de comunicação. Quais os
valores que o jovem prioriza na sociedade hoje?
Acredita-se e espera-se que por meio desta metodologia o jovem
se dê conta do momento a qual perpassa sua vida, bem como do
seu real papel diante da sociedade, percebendo de fato suas
capacidades, dentro do que pode ser e em contra partida
compreendendo o que a sociedade espera dele.
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Orientar o jovem estudante no momento da escolha profissional é
trabalho difícil e cauteloso, pois é exatamente nesta fase da vida em que se
concretizam as maiores dúvidas e anseios. Ele se vê muitas vezes obrigado a
decidir os rumos de seu futuro, subordinando a esta escolha bem-estar,
qualidade de vida, valores familiares, sucesso entre outros pontos relevantes.
Engajada nesta temática a presente unidade de trabalho terá como foco
as expectativas e inquietudes que o jovem estudante do Ensino Médio
apresenta no cotidiano escolar e as possíveis influências vividas seja na
escola, no convívio social, família e amigos, as quais muitas vezes interferem
diretamente em seu projeto de vida pessoal, que acaba protelando ou
retardando suas escolhas em função da realização de outros, comprometendo
sua satisfação pessoal e profissional.
O momento de decidir a futura profissão: uma difícil escolha
Passamos a vida fazendo escolhas, desde muito cedo temos nossas
opções. Todavia quando se fala em escolha da profissão não poderia ser
diferente.
Ao final do Ensino Médio, os adolescentes que transitam para a fase
adulta, se deparam com as mais comuns angústias e dúvidas, quanto à
escolha da futura profissão. Sabem os jovens estudantes que o mundo os
espera fora da escola, portanto se vêem coagidos a decidirem os rumos
UNIDADE II
O JOVEM ESTUDANTE NA CONDIÇÃO DE
FUTURO PROFISSIONAL: A IMPORTÂNCIA DA
ESCOLHA ADEQUADA QUANTO À PROFISSÃO
15
futuros, iniciando o processo de
construção de um projeto de vida e
inserção social. Isto posto entende que
precisa planejar novos tempos, que irão
render meios de sobrevivência,
cidadania, prestígio e independência
econômica e social.
É fato que a sociedade
contemporânea exige hoje pessoas
empreendedoras e autônomas, que
apresentem competências múltiplas,
saibam trabalhar coletivamente, com
espírito de equipe e ainda que possuam capacidades de atuar em situações
inovadoras e com certo grau de complexidade, capazes de enfrentarem
possíveis desafios gerados pela própria transformação social. Portanto faz-se
necessário preparar o jovem desde cedo para o mundo do trabalho, auxiliando-
os no processo de ingresso e atuação no mercado, tornando-os profissionais
que saibam planejar ações, buscar informações e estabelecer metas, para si e
para a sociedade.
De perfil sonhador, os jovens emergem em dúvidas geradas pelo medo
e indecisão, pois temem não saber escolher algo que de retorno lhe garanta
sustentabilidade, realização e ascensão social. Sentem-se inseguros e
equivocados quando o assunto é escolher entre uma faculdade ou uma
ocupação no mercado de trabalho, além disso, precisam, muitas vezes, atrelar
aos seus desejos profissionais uma resposta frente às expectativas da família
ou pessoas de convivência comum.
Desempenhar funções, sem dúvida faz parte de um projeto pessoal, com
fins e objetivos comuns a todos os indivíduos, porém pertinentes à ação,
devem estar coligadas as questões de sobrevivência e realização. Sendo
assim o jovem precisa entender que irá projetar-se no mercado de trabalho,
não somente para atender suas necessidades básicas, mas também para
garantir sua cidadania, contento e realização, tornando-se mais um nas
estatísticas dos bem sucedidos. Proposição possível na sociedade
“O trabalho tem sido considerado
apenas como forma de
sobrevivência, desprovida de
oportunidades para a realização
pessoal, tem sido considerado
apenas como atividade produtiva,
não possibilitando a satisfação
pessoal” (PIMENTA; KAWASHITA,
1991, p.12).
16
contemporânea, pois apesar de ser evidente o fato, de as oportunidades não
são ofertadas de maneira igualitária a todos os cidadãos, distintos em classes
sociais, ainda acredita-se que todos podem conquistar seus espaços e crescer
por meio da perseverança, otimismo e competência, seja através do trabalho
ou pelo conhecimento, executando atividades profissionais físicas ou
intelectuais.
Ilusões e quimeras são comuns nesta fase, pois a falta de maturidade,
influências da família, escola,
amigos, bem como o modismo no
campo ocupacional, levam o jovem
muitas vezes a acreditar que a
melhor escolha é aquela que
acarretará em status social, fama,
dinheiro e poder, assumindo uma
conduta equivocada no que diz
respeito à realização pessoal.
Receber proventos é requisito para
sobreviver, mas escolher o que
fazer da vida é essencialmente condicionante para a felicidade futura.
Deste modo, no momento da tomada de decisões a informação sobre as
diferentes profissões existentes no mercado de trabalho atual, cursos
universitários e técnicos, bem como áreas de atuação se fazem necessárias,
pois dentre várias indagações feitas pelos jovens ao término do Ensino Médio,
as mais angustiantes estão entre fazer o vestibular ou ingressar numa
profissão alternativa.
A definição da futura profissão não deve ser pensada, para a vida toda,
mediante as transformações do mercado de trabalho, da consciência e do
mundo, a escolha é ponto de partida rumo aos horizontes futuros, que serão
consolidados e definidos pelas experiências e vivências do individuo sendo
facultativas para o sucesso.
Pimenta (1981, p. 19) ainda reforça que:
“o trabalho, enquanto dimensão da
existência, sempre existiu nas sociedades
dos homens. Porém, não se pode dizer que
o homem sempre pode escolher de
trabalhar naquilo que gostaria. Atenta ainda
para o fato que no decorrer da história, os
homens foram mais ou menos livres para
escolher aquilo que gostariam de fazer”.
17
Interferências no momento da escolha: necessidade de
escolhas adequadas
Decidir desde cedo o que muitas vezes pode ser uma situação para a vida
toda, vem acompanhado de dúvida e ansiedade, porém romper paradigmas é
desafio culminante neste processo de decisão.
O mercado de trabalho vem se reinventado numa velocidade
assustadora devido ao avanço da ciência e tecnologia, aonde novas profissões
vão surgindo e ganhando espaço pela diversidade, seja na oferta de cursos a
nível técnico ou superior que enfocam as mais diversas áreas de atuação
desde as mais saturadas até as inovadoras e promissoras, desencadeando
diversas dúvidas à sociedade juvenil em definir entre o que se quer ser, ou
fazer.
Isso tudo exige cautela, visto que as afinidades pessoais e profissionais
não acontecem da noite para o dia, mas sim vão sendo construídas
paulatinamente, pois é no momento da escolha onde se evidenciam a histórias
de vida, valores, posição social da família, ofícios exercido pelos pais, bem
como as expectativas parentais.
Nesta etapa são evidentes as mudanças significativas, pois além de
decidir-se por uma profissão, que atenda as mutações do mercado globalizado
o jovem aluno deve focar-se em suas habilidades e interesses, todavia ao
projetar-se no mercado terá condições de refletir sobre o estilo de vida que irá
consolidar.
No infográfico 02, a seguir apresentado, estão expostas
algumas ideias em relação às influências no processo de
escolha profissional. Vamos analisar estas ideias e discutir
as possíveis influências as quais os jovens estão passíveis,
quando o assunto é escolher uma profissão ou um rumo a
seguir?
18
Figura 02: Infográfico sobre Influências na escolha profissional
Fonte: Elaboração própria, a partir dos recursos do Piktochart, 2013.
19
Nem sempre o desejo do jovem é desvelado, pois a família desde a
tenra idade imbuí expectativas e recria valores em todo seu contexto. Sonhos
reprimidos, momentos não vividos e esperanças, vinculam-se ao jovem como
prioridade e este, muitas vezes, acaba decidindo pelos outros e não por si
próprio. É comum os jovens decidirem-se pela mesma profissão dos pais ou
demais parentes próximos, devido a uma herança cultural, que interfere na
construção da identidade do indivíduo. O curso e a profissão do momento, da
moda, a opinião dos amigos e o imediatismo pelo sucesso também maquiam a
escolha, o que certamente não atenderá nem ao perfil, muito menos ao desejo
de ser feliz.
Neste sentido, Soares (2002, p.25) ainda afirma que “as expectativas
das pessoas quanto ao seu futuro estão carregadas de afetos, esperanças,
medos e inseguranças, não somente seus, como também os de seus familiares
mais próximos”.
O jovem deve estar aberto ao aprendizado e às possíveis informações e
orientações no que tange a escolha profissional, deve posicionar-se e
conscientizar-se sobre seus desejos, valores e melhor profissão as ser seguida
por ele, mesmo que estas sejam alheias as dos seus.
Soares (2002) reforça ainda que a escolha, portanto, dá-se nesse clima
de urgência na tomada da decisão. O fato de o jovem sentir que perde o ano se
não fizer o vestibular lhe é repassado socialmente por toda a estrutura familiar
e social, pelos amigos, colegas e professores.
Parte significativa dos jovens prestam vestibular sem uma prévia
reflexão de seu próprio perfil e capacidades para executar determinadas
profissões, nem sequer conhecem os campos e possibilidades a que se
destinam determinados cursos. Isto posto abre-se o leque para um futuro
equivocado e distorcido, pois em meio ao caminho alguns desistem e outros
concluem e pior, atuam numa área insatisfatória, rotulando-se como
profissional frustrado e insatisfeito.
O fracasso profissional na maioria das situações pode ser reconhecido
como a causa da escolha induzida pela opinião dos pais, que tentam definir
determinadas profissões para os filhos, esperando que os mesmos
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administrem negócios de família ou realizem sonhos não concretizados no
passado, influindo nas decisões e realizações dos jovens. A influência da
mídia, que supervaloriza as profissões clássicas como sendo a garantia de
futuro bem sucedido, status social e remuneração satisfatória. Determinantes
assim corrompem o jovem a tomar decisões ponderadas e conscientes, que lhe
tragam satisfação e lhe permitam ser o que realmente é e quer ser, capaz de
traçar suas próprias metas e objetivos, realizando sonhos e aspirações.
É importante ressaltar, que a participação da família é fundamental
durante o processo de escolha profissional, porém sem criar expectativas em
função de interesses pessoais, mas contribuir expondo suas experiências e
vivências pautada na ética e democracia, favorecendo ao jovem momentos de
reflexão, onde valores e desejos sejam correlacionados, num clima de
autoconfiança, autocontrole e cooperação, fazendo com que se efetive de
fato a plena realização pessoal de maneira natural, espontânea e significativa.
PROPOSTAS DE
ATIVIDADES
TÉCNICA DO ROLE-PLAYING DO PAPEL PROFISSIONAL OBJETIVOS: - Trabalhar ao nível corporal a vivência do papel profissional; - Permitir uma tomada de consciência do que o jovem sabe e do que não sabe sobre as profissões; - Sensibilizar para as sensações de ver-se no papel profissional.
CONSIGNA:
Utilizando-se de uma almofada (ou algum objeto macio que possa ser jogado) iniciam-se os trabalhos. O coordenador explica que vai atirar a almofada para uma pessoa dizer o nome de uma profissão. A pessoa deve se imaginar no lugar desse profissional e apresentar-se para o grupo, dizendo quem é, o que faz, onde trabalha, há quanto tempo, etc. Todos participam fazendo perguntas. As perguntas devem girar em torno de sua atividade profissional. Se gosta do que faz, como fez para conseguir o emprego, como está seu salário. Quando se esgota o assunto, a almofada é passada adiante para outra pessoa do grupo, atribuindo- se -lhe outra profissão.
(Técnica extraída do livro: Pensando e vivendo a Orientação Profissional. Dulce Helena Penna Soares Lucchiari, p, 47. 1993 S.P Summus 7º Ed.).
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DINÂMICA DE GRUPO:
ENTREVISTA COMIGO MESMO
DAQUI À DEZ ANOS
Objetivo: Possibilitar o aparecimento das fantasias dos jovens em relação ao futuro e discutir as metas que gostariam de alcançar durante os próximos dez anos.
Desenvolvimento:
1- Grupo em círculo, sentado;
2- Pedir que fechem os olhos e pensem na pessoa que são hoje. O facilitador deve dizer a data do dia, incluindo o ano;
3- Solicitar que deem um salto no tempo e se imaginem dez anos depois. Visualizar-se nesse novo tempo: como estão, o que estão fazendo, com quem estão. Tempo;
4- Dizer ao grupo que, ao abrir os olhos, todos, inclusive o facilitador, estarão dez anos mais velhos. O facilitador fala a data do dia acrescida de mais dez anos. Abrir os olhos;
5- Cada participante deve contar ao grupo o que realizou nestes dez anos, como está sua vida pessoal e profissional, o que conseguiu, como se sente;
6- Quando todos tiverem falado de si, pedir para que fechem os olhos novamente e se recordem de como eram dez anos atrás. O facilitador diz a data do dia e ano atual, trazendo-os de volta;
7- Abrir os olhos e reencontrar-se no presente;
8- Plenário - discutir os seguintes pontos:
- É difícil imaginar o futuro? Por quê?
- O que mais lhe chamou a atenção em você mesmo e ou nos demais?
- O que é preciso para realizar seus sonhos? O que você pode fazer agora para esses sonhos se transformem em realidade?
9- Fechamento: facilitador pontua para o grupo que as escolhas que fazemos no presente são orientadas pela visão de futuro que projetamos para nós mesmos.
(Dinâmica publicada junto ao artigo de BARCELOS, 2003, na edição nº 334, Jornal Mundo Jovem, p. 03).
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Exibição do filme: O HOMEM QUE MUDOU O JOGO
Disponível em: http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-o-
homem-que-mudou-o-jogo-dublado-online.html
Sinopse
Baseado numa história real, O Homem Que Mudou O Jogo (Moneyball) é um filme para quem nunca sonhou em ser parte do sistema. Brad Pitt interpreta Billy Beane, o gerente geral do time Oakland A's e o responsável pela montagem da equipe, que tem uma epifania: tudo da sabedoria convencional do beisebol é errado. Forçado a reinventar sua equipe com um orçamento apertado, Beane terá que ser mais esperto que os clubes mais ricos. A equipe que antigamente contava com atletas estudantes da IvyLeague, faz uma parceria improvável com Peter Brand (Jonah Hill), recrutando jogadores e barganhando com rejeitados, todos eles com uma mínima habilidade para chegar à base, marcar pontos e ganhar jogos. É mais do que beisebol, é uma revolução – uma atitude que desafia as tradições da velha escola e coloca Beane na mira daqueles que dizem que ele esta acabando com o coração e a alma do jogo (Sinopse disponível em: http://cinema10.com.br/filme/moneyball).
O filme apresenta situações que envolvem: Motivação,
perseverança, valorização, trabalho em equipe, carreira,
crescimento, desempenho e liderança.
Divididos em grupos, os alunos escolhem uma das
situações , relacionam a uma das cenas do filme, analisam
e refletem sobre a importância do conceito para a vida
profissional.
Finalizando, um aluno de cada grupo relata a idéia para
todos os demais e assim sucessivamente.
Após a apreciação do filme a turma será organizada em grupos e cada um se responsabilizará em buscar informações sobre os temas, apresentando-as ao grande grupo através da confecção de painéis e cartazes que serão expostos na escola:
1- Profissões inusitadas;
2- Profissões do futuro;
3- Profissões clássicas;
4- Profissionais da informação-orientação vocacional?
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O jovem passa demasiada parcela da vida dentro da escola. Esta por
sua vez além de ser o local onde se processa a formação humana, cidadã e
profissional, acaba sendo também um espaço de socialização da juventude,
pois é exatamente ali que se desenvolvem as aptidões, potencialidades,
sonhos e esperanças.
Cogitar sobre futuro profissional hoje é complicado e desafiante, pois o
crescimento econômico frente ao aumento de consumo, bem como as diversas
áreas e ofertas de trabalho e emprego, exigem especialidades em todos os
campos. Para tanto a escola tem papel decisivo na conduta e na preparação do
jovem para o mundo social e do trabalho, o qual se reelabora, sempre em
constante mutação, seja através do acesso, ingresso e permanência ao ensino
superior ou técnico, ou ainda na conquista de um emprego digno em condições
de trabalho e salário.
Porém no momento da escolha, as opções e as demandas sociais
refazem e remodelam muitas profissões tradicionais, entusiasmando e
envolvendo o jovem nas mais nítidas expectativas. A escola pode contribuir
neste momento, com ações concretas, através de um trabalho de Orientação
Profissional, que ofereça subsídios e instrumentos de apoio ao jovem aluno,
seja pela informação como também na estruturação de um trabalho integrado e
dinâmico entre escola, universidades, família e profissionais das mais diversas
áreas que já atuam o mercado de trabalho, traçando assim modelos
profissionais.
A Orientação Profissional quando trabalhada em conjunto com toda a
comunidade escolar, fortalece os laços entre escola e instâncias colegiadas,
numa parceria democrática, atingindo assim todos os níveis da sociedade.
UNIDADE III
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: FATOR
NECESSÁRIO NO PROCESSO DE ESCOLHA
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O aluno precisa estar bem informado e orientado, quanto ao futuro e
suas possíveis respostas, sendo respeitadas suas particularidades, anseios e
sonhos, bem como instruídos quanto suas habilidades e potencialidades. O
entusiasmo em demasia pode ser um dos vilões, na hora das decisões.
Portanto o trabalho deve ser bem administrado pela escola, pois o papel de
mediadora entre o sucesso e a realização pessoal e profissional do cidadão
enquanto ser histórico e social, não cabe a nenhuma outra instituição senão a
ela.
A qualidade nas decisões está relacionada ao nível de informações que
se tem, visto que a falta ou inaplicabilidade das mesmas, nos levam a agir
sempre com impulsividade e imediatismo, fatores estes que apontam para
caminhos que menosprezam gostos, interesses, valores e habilidades incutidos
no futuro profissional.
As ações coletivas e propostas pela escola ampliam a percepção quanto
ao mundo competitivo, bem como frente à diversidade de profissões existentes
na atualidade. Para tanto fazer a opção correta exige o reconhecimento das
necessidades, objetivos, valores, tendências e capacidades, para realizar o que
se quer, ajustados a realidade e a certeza, frente às novidades, buscando a
qualificação e aprendizado.
Segundo Medico (2005, p.14) “a Orientação
Profissional passa a ser considerada um aspecto de problemática geral da vida do jovem e para que possa
ser contínua, eficiente e realizada em longo prazo
deve ser iniciada no período escolar”.
Reforça ainda o autor que "se, estes futuros
profissionais não forem bem preparados não poderão
encontrar soluções para os problemas sociais e
econômicos de forma satisfatória".
Parte significativa dos jovens
desconhece seu perfil comportamental e
muito menos percebem suas vocações.
Assim sendo não costumam buscar o
sucesso, por atitude e conhecimento.
Portanto pelas vias da Orientação
Profissional o jovem será capaz de perceber
suas aptidões, afinidades para aquilo que
pretende fazer e como irá fazer,
desenvolvendo ou não paixão pela profissão
em tempo hábil, decidindo pelo emprego
que combina com seu desejo, avaliando
suas escolhas e evitando adentrar em áreas
e profissões errôneas e inadequadas,
tornando-as fracassadas.
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O caminho da escolha profissional tem, pelo menos, dois lados: O lado
da pessoa (jovem ou adolescente) que escolhe, e o lado da profissão (ou
profissões) que serão escolhidas.
Para que a escolha seja a mais acertada possível, é preciso "conversar"
e conhecer estes dois lados da, talvez decisão mais importante de nossas
vidas. Primeiro é preciso conhecer-se, ou seja, saber das próprias habilidades,
interesses e valores, possibilidades e limites, depois, é preciso saber das
características da outra parte: o que será que ela (a profissão) vai exigir e
oferecer para mim?
ATIVIDADES:
LEITURA DA CRÔNICA: O LOUCO
No pátio de um manicômio encontrei um jovem com o rosto pálido, bonito e transtornado.
Sentei-me junto a ele sobre a banqueta e lhe perguntei:
– " Porque você está aqui"?*
Olhou-me com olhar atônito e me disse:
– É uma pergunta pouco importuna a sua, mas vou respondê-la: Meu pai queria fazer de
mim um retrato dele mesmo, e assim também meu tio. Minha mãe via em mim a imagem
de seu ilustre genitor. Minha irmã me apontava o marido, marinheiro, como o modelo
perfeito para ser seguido. Meu irmão pensava que eu devia ser idêntico a ele: um vitorioso
atleta. E mesmo meus mestres, o doutor em Filosofia, o maestro de música e o orador,
eram bem convictos: cada um queria que eu fosse o reflexo de seu vulto em um espelho.
Por isso vim pra cá. Acho o ambiente mais sadio.
Aqui pelo menos posso ser eu mesmo.
Kahil Gibran (Para além das Palavras)
DINÂMICA DE GRUPO:
CAMINHOS
PROFISSIONAIS
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Algumas pessoas do grupo
que já trabalham, podem contar a
sua experiência de ingresso e a
realização no trabalho (como se
sentem, problemas, vitórias e
conquistas)?
Cada participante fala da
profissão ou profissões que
gostariam de ter. Depois, o grupo
busca informações sobre as
profissões do futuro (como requisitos
que exigem, carreira e salários)
A partir da leitura da crônica:
“O LOUCO", de Kahil Gibran,
conversar sobre a influência dos
adultos, sobretudo, dos pais, na sua
escolha profissional. Em que ajuda?
Em que atrapalha?
(Dinâmica extraída de: GHIZON,
2003, edição 339, Jornal Mundo
Jovem, página 14).
MÚSICA: FÁBRICA (Renato Russo) Nosso dia vai chegar Teremos nossa vez Não é pedir demais: Quero justiça, Quero trabalhar em paz Não é muito o que lhe peço Eu quero trabalho honesto Em vez de escravidão Deve haver algum lugar Onde o mais forte Não consegue escravizar Quem não tem chance De onde vem a indiferença Temperada a ferro e fogo? Quem guarda os portões da fábrica? O céu já foi azul, mas agora é cinza E o que era verde aqui já não existe Mas quem me dera acreditar que não acontece nada de tanto brincar com fogo Que venha o fogo então Esse ar deixou minha vista cansada Nada demais Nada demais
Escutar e/ou ler a música
Fábrica, de Renato Russo.
Depois, conversar sobre as
expectativas de cada um (a)
em relação ao mercado de
trabalho. O que espero?
Quais caminhos
profissionais "eu espero
trilhar"?
APLICAÇÃO DA
DINÂMICA
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Palestrante: Relações Públicas do Exército local
O tema abordado será de grande importância para os jovens alunos,
devido à faixa etária dos mesmos, onde a proximidade com o serviço militar
obrigatório é motivo de apreensão e receio, bem como a dúvida e
desconhecimento que os mesmos demonstram quando são indagados, quanto
às oportunidades e expectativas do ingresso e da carreira militar. Inclusive, a
relevância se dá também pelo fato de que hoje as oportunidades são
estendidas tanto para os jovens alunos, como para as jovens alunas, nas mais
diversas áreas de atuação e postos de graduação, quando somados a
existência de um diploma de cursos superior.
Serão convidados para participar da atividade, ex-alunos do Colégio,
que já estão atuando no mercado de trabalho, onde terão a oportunidade de
relatar suas experiências, dificuldades, realizações e ou frustrações, bem como
influências e interferências que tiveram ao longo do caminho entre escola X
trabalho.
Após os relatos os alunos poderão expor seus questionamentos aos
convidados.
RODA DE
CONVERSA
PALESTRA:
CARREIRA MILITAR
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SEARA - Será realizada visita a empresa onde, num trabalho interativo,
todos poderão ter acesso ao ambiente de trabalho, visualizando e vivenciando
a realidade cotidiana da empresa.
FAEL - Em visita a Faculdade Educacional da Lapa os alunos terão
contato direto com informações sobre cursos, áreas de atuação e requisitos
para ingresso.
Após as diversas atividades de Orientação Profissional desenvolvidas ao
longo das unidades deste Caderno Pedagógico os alunos do 1º Ano do Ensino
Médio em conjunto com Grêmio Estudantil organizarão uma Mostra das
Profissões. Nesta atividade apresentarão os resultados das orientações, as
quais tiveram contato durante o trabalho de Intervenção Pedagógica, levando
assim a informação e acessibilidade a todos os alunos do Colégio. Espera-se,
com esta atividade final, despertar o interesse dos demais alunos, para a
análise e reconhecimento da necessidade de conhecimento prévio, quando o
assunto é o futuro profissional dos jovens estudantes.
MOSTRA DAS
PROFISSÕES
VISITAS
ORIENTADAS
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ALMEIDA, Maria da Graça Blaya (org). A Violência na Sociedade
Contemporânea. Porto Alegre: PUCRS, 2010.
BARCELOS, Carlos Alberto. Planejar a vida: uma questão de escolha. In:
Jornal Mundo Jovem. Edição 334, março de 2003. p, 03.
GHIZONI, Liliam Deisy. Minha profissão: minha contribuição para um mundo
melhor. In: Jornal Mundo Jovem. Edição 339, agosto de 2003. p, 14.
LISBOA, Marilu Diez: SOARES, Dulce H. P. (Orgs). Orientação Profissional
em Ação: Formação e Prática de Orientadores. São Paulo, Summus, 2000.
LUCCHIARI, Dulce Helena Penna Soares. (org). Pensando e Vivendo a
Orientação Profissional. São Paulo: Summus, 7ª Ed. 1993.
MEDICO, Marisa Dal. PIP: Programa de Orientação Profissional. São Paulo,
Casa do Psicólogo, 2005.
PIMENTA, Selma Garrido. Orientação Vocacional e Decisão: Estudo Crítico
da Situação no Brasil. São Paulo: Ed. Loyola, 2ª Ed.1981.
PIMENTA, Selma Garrido; KAWASHITA, Nobuko. Orientação Profissional:
Um Diagnóstico Emancipador. São Paulo: Loyola, 3ª Ed. 1991.
RIBAS Jr. Fábio Barbosa. Educação e Protagonismo Juvenil. Disponível
em: http://prattein.publier.com.br/dados/anexos/95.pdf. Acesso em 23 set.
2013.
SOARES, Dulce Helena Penna. A Escolha Profissional: do jovem ao adulto.
São Paulo: Summus 2ª Ed, 2002.
REFERÊNCIAS
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