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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
REFLEXÕES ACERCA DA HIGIENE PESSOAL NA ADOLESCÊNCIA
NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Rosinete da Silva1
José Fabiano da Costa Justus²
RESUMO
O presente artigo traz a discussão acerca da sensibilização sobre o tema higiene pessoal na adolescência no Ensino de Ciências. O tema por vezes é de difícil abordagem por parte dos professores das variadas disciplinas e até mesmo da disciplina de ciências, talvez por uma cultura incutida na sociedade e que ainda não se consegue libertar. Assuntos relacionados à saúde, higiene vem sempre acompanhados de informações errôneas, tabus, discriminação. Nas escolas, os conhecimentos sobre a higiene são muito divulgados na educação infantil, quando chega-se à adolescência, devido ao extenso currículo a se cumprir ou mesmo por descuido por parte dos professores, termina-se o ano letivo e pouco se aborda sobre o tema higiene, esquecendo que os alunos nesta fase de grandes mudanças físicas e psíquicas precisam de uma orientação esclarecedora e reflexiva norteando-os para atitudes higiênicas que promova o bem estar físico e mental dentro das escolas e na sociedade em geral. Tendo em vista o exposto, primeiramente fez um estudo bibliográfico e em seguida foi desenvolvido um trabalho com os alunos do 9º ano do Colégio Estadual de Dois Vizinhos, com o objetivo de sensibilizar dos alunos para aceitar mudanças necessárias nos seus hábitos de higiene pessoal sem que haja numa sala de aula, constrangimento e desconforto por parte dos alunos e professores. O projeto atingiu seus objetivos pois foi possível evidenciar o interesse e participação ativa dos envolvidos, bem como sua sensibilidade para a prática de hábitos de higiene.
Palavras-chave: higiene, saúde, adolescência, aprendizagem, escola, educação.
1Professora de Ciências Educação Básica. Colégio Estadual de Dois Vizinhos- EFM e profissionalizante.
Município de Dois vizinhos – Paraná. ² Professor Orientador. Universidade estadual de Ponta Grossa.
INTRODUÇÃO
O presente estudo pretende demonstrar a necessidade e a importância da
prática de bons hábitos de higiene, tanto do corpo quanto do ambiente onde se
está inserido, a fim de prevenir inúmeras doenças, até mesmo na aceitação social
do ser humano. Mesmo sabendo da importância ainda há a ocorrência de doenças
causadas pela falta de higiene, como diarreia, cárie dental, doenças cutâneas entre
outras.
A Educação em Saúde é de fundamental importância e o local mais indicado
para que se efetive é na Escola. No decorrer dos anos, com as práticas
pedagógicas, pode-se perceber a necessidade de constantemente despertar nos
estudantes, na fase da adolescência principalmente, o interesse e descoberta da
importância dos hábitos de higiene.
Sabe-se que em qualquer idade é importante que o estudante tenha
conhecimento do próprio corpo e noções de higiene, pois quando o mesmo não for
sensibilizado, pode vir a ter problemas que irão interferir no seu desenvolvimento
pessoal e social.
Assim, espera-se com este estudo que os estudantes conheçam um pouco
sobre a história da higiene, a importância do banho diário, lavagem correta e
constante das mãos, uso de roupas limpas e uso do desodorante adequado e
contribuir para que os mesmos se percebam e se aceitem como parte integrante no
convívio escolar.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O tema saúde, nas décadas passadas, atingia apenas as elites políticas e
econômicas, visando aos interesses da própria elite. A população em geral não
tinha acesso a elas. Com a vinda da democracia política, os movimentos sociais
passaram a lutar por mudanças na área da saúde. Surge, então, a educação em
saúde, atingindo as camadas populares, com aprofundamento da ciência na vida
familiar, escolar e de toda a sociedade.
A escola é um espaço legítimo para a Educação em Saúde, pois de acordo
com Lomônaco (2004, p. 13)
Um projeto de Educação em Saúde na escola para ser legítimo deve ter um significado social e humano. A saúde deve ser considerada como um meio, entre outros, de desenvolvimento do indivíduo como um todo, um recurso que irá contribuir com o sucesso escolar e a integração social. Por isso, a sua concretização e operacionalização deve acontecer de maneira integrada ao projeto político da escola.
Para o autor a educação em saúde não deve pressupor que os alunos não
sabem nade, mas sim fazer um trabalho a partir da valorização dos mesmos, de
sua cultura e de seus hábitos, levando em consideração a influência da família e do
meio em que está inserido, valorizando assim a troca de experiências e a vivência
dos envolvidos no processo.
Não esquecendo porém que as famílias são heterogêneas. O que é comum
a umas, não o são a outras, devido aos costumes, hábitos, ambiente, estruturação
e condição social. Por exemplo, todos sabem que tomar banho diariamente é
necessário e bom. Pois, depois deste, a pessoa se sente relaxada, limpa, disposta,
cheirosa. Isso não significa que todos fazem. Alguns, dependendo das condições
do meio em que vivem, nem se importam e não o fazem, ignorantes das
consequências de tais atos.
Alguns hábitos de higiene estão tão incorporados no dia a dia que não se
percebem como estão sendo executados diariamente. Práticas como lavar o rosto,
escovar os dentes, tomar banho, usar o vaso sanitário, dar descarga, olhar-se no
espelho, entre outras atitudes corriqueiras, fazem parte de nossas vidas que se
parássemos para refletir sobre elas, seria inconcebível imaginar como seria sem
elas.
Desde cedo as crianças aprendem os cuidados com a higienização pessoal.
Até que se atinja uma idade que consiga realizá-las sozinhos, são feitos por um
adulto e mais tarde supervisionados e assim, tais atividades vão fazendo parte da
vida de cada um.
De acordo com Barros; Paulino (2007, p. 62):
A situação do adolescente na família geralmente muda. Até então, ele era apenas uma criança de quem se exigia pouca responsabilidade. A partir
da adolescência, os pais costumam cobrar atitudes mais adultas, querem mais seriedade, mais aplicação nos estudos e mais responsabilidade. Ao mesmo tempo, no entanto, alguns adultos podem tratar o adolescente ainda como criança que não sabe direito o que quer e deve obedecer às normas da família, sem questionar. Na mente do jovem, geralmente surgem muitos conflitos. Ao mesmo tempo em que sente que pode contestar a autoridade dos pais, experimentando sentimentos de independência para muitas coisas, econômica e afetivamente ele ainda depende da família.
Nesse processo de mudanças (físicas e emocionais), o adolescente, na
verdade, se vê totalmente confuso. Pois até algum tempo atrás, era uma criança
em suas próprias brincadeiras, atitudes e responsabilidade. Por terem ainda
comportamentos de criança, protelam, muitas vezes, o banho e a troca de roupas
diárias, não percebendo os incômodos desses atos, principalmente entre os pares
em sala de aula.
Os adolescentes, na fase de descobrimento do próprio corpo, mudanças
físicas e comportamentais, por vezes com comportamentos infantis, em outros,
comportamentos adultizados, mas sem a maturidade da responsabilidade e
conhecimento das consequências que a falta da higiene diária pode trazer, por
vezes, se não forem rigidamente supervisionados pelos pais, burlam atividades
simples como o banho, escovar os dentes, colocar o pijama. Às vezes fingem
dormir, outras, imploram para que deixem para o dia seguinte. Enfim, quase todas
as famílias enfrentam esses momentos, a diferença está em se ter diálogos e
enfrentamento de atitudes inadequadas como as citadas acima, sempre tentando
orientá-los e corrigindo-os.
Nas escolas, encontra-se espaço para aprendizagem, convívio, respeito,
amizades, entre outros. Muitas famílias equivocadas, pensam e esperam que as
escolas ensinem e eduquem seus filhos, sem saber, sem querer, abrem espaço
para que seus filhos sofram discriminação nas escolas, pois infelizmente é nelas
que isso mais acontece e grande parte das discriminações estão relacionadas à
aparência e higiene.
Notadamente, verifica-se em uma sala de aula, alunos isolados,
envergonhados. Alguns recebem apelidos ou são vítimas de piadinhas ou
apontamentos. Muitas vezes, o aluno que não tem em seu ambiente familiar,
hábitos de higiene, não se apercebe que num ambiente de sala de aula,
geralmente abafados, sem ventilação adequada, com muitos estudantes é notório
quando se está com um odor desagradável, roupa suja, suado ou com mau hálito
que o ambiente fica realmente insuportável causando desconforto a todos.
Se alguns alunos aprendem em casa os hábitos de higiene, outros não.
Então, cabe aos professores de qualquer disciplina, em todas as etapas da vida do
estudante, informá-los, esclarecendo sempre a importância dos bons hábitos de
higiene para que estes sejam pessoas felizes, autoconfiantes e se sintam parte
integradora do ambiente escolar e social.
Em seu artigo, Oliveira e Gonçalves (2004, p. 01):
Para alcançar um nível adequado de saúde, as pessoas precisam saber identificar e satisfazer suas necessidades básicas. Devem ser capazes de adotar mudanças de comportamentos, práticas e atitudes, além de dispor dos meios necessários à operacionalização dessas mudanças. Neste sentido, a educação em saúde significa contribuir para que as pessoas adquiram autonomia para identificar e utilizar as formas e os meios para preservar e melhorar sua vida.
Como a saúde e educação estão interligadas à aprendizagem, as escolas
precisam atender a esses alunos de acordo com a realidade deles. Deve-se
promover o conflito interior, levando o aluno a refletir sobre suas práticas, sua
cultura, avaliando se está certo ou não e despertando nele o desejo de mudanças
se preciso for.
Entende-se que a educação e saúde são inseparáveis e interdependentes,
pois, para se ter educação é preciso ter saúde e ao mesmo tempo, para se ter
saúde, é preciso ter educação.
Saúde e educação são necessidades sociais: são direitos do cidadão e
dever do estado, destinadas a todos sem exceção. Porém, podem ser privadas
também. Com isso, tem-se uma diferenciação no atendimento, refletindo um
problema político e social.
Para que a população tenha uma boa saúde, é preciso ter uma educação
voltada às necessidades e possibilidades da comunidade, como: controle de
doenças e medidas educativas sanitárias. Dentre essas medidas educativas estão:
saneamento básico, coleta de lixos, eliminação de moscas, baratas e ratos. Hábitos
de higiene, atividades físicas, lazer, entre outros.
Destaca-se então, a importância da comunicação como informação, tanto
escolar como social. Devendo-se instruir desde cedo, as crianças para que
aprendam e tomem consciência da importância do uso dos hábitos de higiene.
Para Mello (1987) “a educação e saúde são prática sociais que sempre
estiveram articuladas.”
Os Temas Transversais incorporados no currículo básico são eixos
geradores do conhecimento.
Para Rodríguez (2007, s/d):
Dentro dos múltiplos tópicos incluídos nos chamados temas transversais, compete à escola ensinar temas referentes a educação ambiental, sexualidade, ética, cidadania, trânsito e paz com o objetivo de elevar a moral cívica e convivência multicultural.
O tema transversal saúde, abrange além dos conhecimentos biológicos,
químicos e físicos, os fatores sociais, políticos, humanos, históricos, geográficos,
entre outros.
Com base nos temas transversais, as questões relacionadas à higiene
pessoal e coletiva, deveriam ser incluídas no currículo escolar temas como: a
importância de tomar banho diariamente, lavagem correta das mãos depois de usar
o banheiro e antes das refeições, higiene bucal, asseamento da casa e arredores,
uso individual de utensílios, importância de atividades como esporte e lazer.
Cabe então, aos professores de qualquer disciplina, sempre abordar e
esclarecer as questões acima citadas, pois envolve a preocupação com o ser e o
meio em que vivem.
Mas, a informação, a educação, por si só não basta. É preciso atentar para
as possibilidades reais da população para que a higiene realmente aconteça e se
preserve assim, a saúde. Por exemplo, se num bairro falta água encanada por um
dia inteiro e com certa frequência, de nada adianta o saber se o acontecer não for
possível. Sabendo, claro, que muitos não possuem sequer uma caixa d’água ou de
bom tamanho.
Com base nessas realidades, Rodríguez (2007) salienta que: “O estado e os
órgãos do governo, junto a suas dependências de direção, administração de
serviços, como os principais responsáveis por garantir ou facilitar a aquisição
desses recursos básicos.”
Sabendo que diante de tal impotência ante o necessário e vital, há a
possibilidade de gerar entre as pessoas, a ociosidade, passividade e até a
marginalidade.
Não há dúvidas de que as várias epidemias que surgem, os delitos, a
marginalidade, é causada pela falta de saúde e também de educação. Os
professores têm o dever, junto aos profissionais de saúde, de atuar para a
superação cultural, educacional e sanitária da sociedade.
Mangabeira (2014, s/d), afirma que:
Cultivar hábitos de limpeza do corpo é essencial para garantir a saúde de todo o organismo, contra os estímulos externos, com destaque para o ataque de microrganismos. E é justamente a nossa incapacidade de percepção às investidas desses seres que dá à higiene um papel fundamental para o bem estar do corpo.
Hábitos de higiene previnem a ocorrência de várias doenças. Doenças
estas, que podem ser evitadas com o simples hábito de lavar as mãos com água
corrente e sabão antes das refeições. Integrando os níveis biológicos, psíquico e
social, permite-se ao indivíduo o bem estar na sociedade, facilitando o seu
desenvolvimento educacional.
METODOLOGIA
Consultando fontes referenciais, pode-se encontrar várias sugestões
metodológicas para se trabalhar o tema higiene nas escolas. À partir de uma
intervenção na escola, pretende-se desenvolver atividades que despertem a
curiosidade e reflexão dos alunos sobre os hábitos de higiene de maneira que não
haja apontamentos, desconforto por parte dos alunos e professores, mas de modo
que juntos, passam construir o conhecimento.
Devido a importância do tema, nesse ano foi iniciado um projeto sobre o
tema no Colégio Estadual de Dois Vizinhos, o qual teve início com uma visita e
conversa com a direção e equipe Pedagógica da Instituição de ensino, na qual foi
possível conhecer um pouco da realidade dos estudantes atendidos pela
Instituição, onde a clientela é de classe média e de baixa condição econômica,
inclusive vindas do interior do município.
A proposta foi aceita por parte da direção e equipe Pedagógica do
desenvolvimento do projeto, pois há uma necessidade constante de abordar e
despertar nos estudantes os cuidados com o corpo por ser seu e único.
Procurou-se então, desenvolver uma prática que fosse além de aulas
expositivas, mas que permitissem aos estudantes, manifestar suas opiniões, a
pensar criticamente sobre os temas trabalhados. Para isso, utilizou-se de diferentes
recursos metodológicos, possibilitando discussões e interesse por aprofundamento
dos conteúdos.
Neste sentido, durante todas as aulas, ocorreram observações na sala de
aula, na qual pode-se verificar um interesse e desejo de continuar os estudos por
parte dos estudantes.
Para o desenvolvimento deste projeto, utilizou-se como método de
abordagem teórica o Materialismo Histórico, que considera o conhecimento
adquirido pelo indivíduo a partir das práticas sociais, buscando uma transformação
da realidade, o que Pimenta (2005) denomina práxis, a qual é uma atividade
humana na qual faz-se necessário uma relação teórica com a prática de modo a
possibilitar o conhecimento da realidade e o estabelecimento de finalidades para
sua transformação.
Dessa forma, o projeto se efetivou a partir de pressupostos da Pedagogia
Histórico-crítica, a qual apresenta os procedimentos necessários ao
desenvolvimento do trabalho, que segundo Gasparin (2007) deve expressar a
totalidade do processo pedagógico, direcionar a elaboração do conhecimento, bem
como possibilitar a compreensão dos conhecimentos científicos a partir da
realidade vivenciada pelos alunos.
Isto significa, trabalhar os conteúdos de forma contextualizada em todas as
áreas do conhecimento humano, onde o professor precisa buscar uma
interpretação da realidade educacional, para então, compreender os mais variados
elementos que evolvem a prática educativa, visando sua transformação.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
A proposta pedagógica iniciou-se com questionamentos aos alunos, sobre
seu conhecimento a respeito do tema higiene. Alguns responderam que se tratava
dos cuidados que deveriam ter com o corpo, com o ambiente em que vivem e
alguns ressaltaram que nem todas as pessoas apresentam hábitos de higiene
como tomar banho, escovar os dentes, manter os cabelos limpos, uso de
desodorantes. Outras destacaram que a higiene é imprescindível para se ter uma
boa saúde e que é desconfortável estar num ambiente com alguém que não tem
hábitos de higiene.
Neste momento, levou-se em consideração o conhecimento prévio dos
alunos que é de extrema relevância. A maioria dos alunos não se manifestaram.
Houve uma discussão sobre o tema e verificou-se que os mesmos tinham interesse
em aprofundar seus conhecimentos.
Em seguida, houve a leitura do texto Higiene: uma definição, mostrando aos
alunos que a higiene está relacionada ao bem estar e saúde, que inclusive a
alimentação, postura, atividades físicas fazem parte do tema.
Os alunos analisaram uma imagem onde o cascão está isolado. Alguns
alunos se manifestaram e quiseram dar sua opinião, constatando que é impossível
estar ao lado de uma pessoa que não cheire bem ou esteja com aparência de suja
ou desleixo.
Posteriormente, foi lido o texto Evolução da higiene. Nesta etapa, os alunos
mostraram um interesse muito grande e ficavam indignados com as histórias de
nossos antepassados, alguns nem acreditavam que fosse verdade e se
manifestavam em vários momentos dando opiniões de como melhorou nossa
história em relação à higiene.
Em outro momento, foi abordado o tema “Grandes personagens que não
eram amigos da água” e outros causos, o que foi motivo de muitas risadas e
piadas, mas os alunos interagiram de maneira bastante satisfatória.
O objetivo desta aula foi instigá-los à participação e reflexão das mudanças
no decorrer da história e o quanto avançamos nas questões relacionadas a saúde
pública.
Dando prosseguimento ao projeto, foi abordado o tema banho, inicialmente
foi perguntado aos alunos se é preciso tomar banho diariamente e qual a
necessidade de sê-lo mais de uma vez ao dia. Com a opinião de alguns, iniciou-se
uma discussão. Após, leu-se o texto sobre o banho e como higienizar todas as
partes do corpo. Após leitura, reflexão e discussão, os alunos assistiram aos vídeos
sobre o banho, onde os alunos analisaram e discutiram sobre o tema.
Em seguida, os alunos fizeram as atividades propostas “Palavras cruzadas”
e feita a correção da mesma.
A atividade em sequência, foi cuidado com os pés, iniciando com perguntas
para verificação do que os alunos sabem sobre o chulé, o que o causa, se todos
tem e qual a intensidade. Respondidas as questões, assistiu-se a dois vídeos que
abordam o assunto chulé, relacionado aos micros organismos. Em seguida, fez-se
perguntas novamente e os alunos já manifestavam outras respostas, ainda sem
embasamento e às vezes, nada coerentes.
A proposta seguinte, foi a leitura do texto: entendendo o chulé, onde
abordava-se o funcionamento das glândulas, a ação dos micro organismos e o que
causava o cheiro do chulé. Feitas a leitura e discussão, os alunos puderam
entender o nome correto dado ao chulé, o que o causa e se todos têm.
Em seguida, analisou-se o texto: Dicas para evitar o mau cheiro dos pés,
onde os alunos manifestaram suas opiniões que, inclusive, chegaram a conclusão
que os cuidados demandam tempo e dinheiro, o que não torna-se fácil para muitos.
Foi proposto questões onde os alunos deveriam registrar novamente suas
opiniões sobre as causas do chulé, doenças relacionadas e cuidados. Os alunos
reescreveram suas idéias e fez-se uma discussão sobre o assunto.
Nesta atividade, alguns alunos relataram casos em suas famílias e os
próprios problemas enfrentados principalmente no calor.
Dando prosseguimento, fez-se a atividade cuidados com as mãos. Iniciou-se
com a dinâmica do aperto de mão. Todos os alunos participaram e se divertiram
quando viram que suas mãos estavam “manchadas” com purpurina. Pediu-se que
os alunos sentassem sem tocar em nada e pediu-se que todos se dirigissem ao
lavabo e um por um lavassem bem suas mãos com água e sabonete líquido,
secassem com papel toalha.
Em seguida, os alunos retornaram à sala de aula, sentaram e foi pedido à
eles que verificassem se suas mãos ficaram limpas. Todos mostraram e disseram
que não. Ficou alguns pontos “sujos”. Em seguida, sugeriu-se aos alunos que a
purpurina seria os micros organismos e que alguns transmissores de doenças.
Levou-se então, os alunos a refletirem como lavar as mãos corretamente para que
realmente ficassem limpas. Os alunos deram suas opiniões e dois deles, tentaram
mostrar o modo correto de lavar as mãos, pois já sabiam dos procedimentos, vistos
em momento anterior.
Após discussão, leu-se o texto sobre os micros organismos, sua ação como
vetores de doenças e sua invisibilidade. Em seguida, perguntou-se aos alunos
quantas vezes ao dia as mãos devem ser lavadas. As respostas foram as mais
variadas possíveis. Então, fez-se uma lista de quando as mãos devem ser lavadas
durante o dia.
Houve discussão de como seria na sala de aula se alguém estivesse com
uma doença contagiosa, da impossibilidade de todos lavarem as mãos antes do
lanche e outras situações. Chegou-se a conclusão de que na escola os
procedimentos de lavar as mãos sempre é quase impossível.
Posteriormente, apresentou-se o cartaz: lavagem correta das mãos. Os
alunos fizeram leitura silenciosa e em seguida, sugeriu-se que todos seguissem os
passos da lavagem correta das mãos, na sala mesmo, sem água e sabão. Alguns
alunos mostravam-se apressados e não seguiram os passos com os outros
colegas.
Na sequência, os alunos dirigiram-se ao lavabo e dois alunos demonstraram
como lavar corretamente as mãos. Em seguida, todos os outros, aos poucos,
também fizeram os procedimentos. Em seguida, voltou-se para a sala de aula e
fez-se a pergunta se todos conseguiram e o que acharam do processo. A maioria
se manifestou dizendo que demora muito, que não é fácil e que na realidade
ninguém que conhecem fazem isso. Mas, que em algumas profissões isso se faz
necessário e obrigatório.
Após este momento, os alunos responderam algumas questões sugeridas,
respondidas, fez-se uma discussão e sugestão de elaboração de cartazes para
serem afixados nos arredores do colégio, inclusive cozinha e banheiros. Todos
acataram a idéia e começaram a confecção dos mesmos.
Depois de prontos os cartazes, alguns alunos saíram pelo colégio, afixando-
os em pontos como corredores, banheiros, sala ambiente, cozinha. Na cozinha, um
grupo de alunos conversou com as merendeiras e as mesmas disseram já saber
dos procedimentos corretos de lavagem das mãos e que o fazem sempre.
Em outro momento, perguntou-se aos alunos se sentiram interesse por parte
dos colegas de outras salas de aula em analisar os cartazes e todos disseram que
ninguém se manifestou e pareciam não dar a menor importância.
Discutiu-se sobre o assunto e apresentado o Dia Mundial de Lavagem das
Mãos. Sua criação, importância, objetivo e disseminação. Nenhum dos alunos tinha
conhecimento sobre este dia e após análise das informações, chegou-se à
conclusão que irá demorar muito tempo até que esta data seja um dia realmente
lembrado e respeitado.
Para encerrar esta atividade, sugeriu-se aos alunos, que respondessem
algumas questões, exercitando o que aprenderam e listassem um quadro com as
seguintes situações: Devemos lavar as mãos “antes de” e “depois de”: Ao término
desta atividade, fez-se as correções e discussões sobre o tema.
A próxima atividade teve como tema o Cheiro de Cecê. Iniciou-se com um
vídeo sobre os problema causados pelo cheiro de suor, suas causas e
consequências. Analisou-se o vídeo e os alunos manifestaram suas opiniões.
Em seguida, leu-se o texto “Cheiro de Cecê”, onde aborda-se o nome
correto, como surge, a ação das bactérias e suas relações com as glândulas. Os
fatores que favorecem o aparecimento do mau odor corporal e as situações difíceis
que enfrentamos em sala de aula. Feitas as leituras e discussões, os alunos
perguntavam como melhorar ou acabar com essas situações. Falou-se então, do
controle do suor com a higienização correta e com uso do desodorante ou
antitranspirante adequados.
Apresentados alguns tipos de desodorantes e antitranspirantes, mostrou-se
aos alunos, suas diferenças e ações, preços, tipos. Concluiu-se que os alunos não
conheciam essas diferenças, mas mostraram curiosidade em conhecê-las.
Falou-se também da disfunção em glândulas sudoríparas, conhecida como
hiperidrose, tratamento, cirurgias e casos conhecidos.
Após essas discussões, falou-se da importância do uso de roupas limpas e
passadas para evitar o cheiro do suor. Alguns alunos falaram sobre as dificuldades
de uso de uniforme limpo em dias chuvosos, devido a quantidade de uniformes que
alguns tem, devido à baixa renda.
Para terminar esta atividade, foi sugerido aos alunos, exercícios para
responder para análise do que apreenderam. Em seguida, feitas as correções e
discussões sobre o assunto.
Depois destas atividades sugeridas em seus respectivos temas, foi proposto
aos alunos, um questionário sobre o que acharam das atividades, sugestões,
abordagem pelo professor e participação por parte dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos trabalhos dos alunos, evidenciou-se que os mesmos gostaram
das atividades e do tema proposto. Muitos queriam continuar as atividades durante
o ano letivo inteiro. Em todas as aulas, houve muitas opiniões, muitos relatos e
perguntas de interesse. Fora o problema do número grande de alunos na sala de
aula, foi muito prazeroso e fácil trabalhar com eles sobre os respectivos temas
relacionados à higiene.
Analisando as respostas, foi possível observar que a temática proposta foi
relevante aos alunos, pois compreenderam a importância dos bons hábitos de
higiene, tendo em vista que em muitos momentos, alguns alunos relataram estar
mudando seus hábitos de higiene, alguns eram vistos pequenas mudanças.
Assim, ao terminar a aplicação do projeto, o resultado foi satisfatório e
esperado. Obviamente, no processo ensino-aprendizagem, mesmo com
metodologias diferentes, retomando a cada etapa, nem todos os alunos
conseguiram aprender, ou seja, atingir 100% de aprendizagem e participação, mas
com certeza, a maioria aprendeu e em algum momento, irão relembrar essas aulas
tão especiais.
REFERÊNCIAS
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