View
213
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
Resgatando valores e desenvolvendo a leitura e a produção detextos por meio das fábulas
Glacy Ezomal Borges1
Eliane Santos Raupp2
RESUMO
Através da observação e análise da prática pedagógica e dos trabalhosdesenvolvidos em sala de aula, pode-se perceber vários problemas que influenciamna aprendizagem. Entre eles um dos maiores é a dificuldade dos alunos com relaçãoà leitura e consequentemente, a interpretação de textos. Outro que também se fazmuito presente, considerado muitas vezes como indisciplina é a questão de respeitono convívio dos alunos com os colegas e com o próprio professor. Para formar bonsleitores devemos levar os alunos a ter contato direto com a leitura e a escrita. Sendoa fábula um gênero textual, curto, breve e que apresenta uma linguagem acessível,mostra-se como uma importante ferramenta para o plano pedagógico, a propostadeste trabalho foi apresentar aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental umaforma de ler e interpretar textos mais agradáveis e prazerosos, e também fazer comque reflitam situações de seu cotidiano e princípios como obediência, honestidade,gratidão, entre outras, levando-os a compreender-se e compreender seussemelhantes através da consciência moral presentes nas fábulas. Tendo comoobjetivo estimular o gosto pela leitura, resgatando os valores morais edesenvolvendo a leitura e a prática de produção textual. O trabalho foi desenvolvidojunto aos alunos através do desenvolvimento de Unidade Didática e com osprofessores da Rede Estadual de Educação por meio do Grupo de Trabalho emRede GTR.
Palavras-chave:Fábula. Leitura. Produção.
1 INTRODUÇÃO
Através da observação e análise da prática pedagógica e dos trabalhos
desenvolvidos em sala de aula, pode-se perceber vários problemas que influenciam
na aprendizagem. Entre eles um dos maiores é a dificuldade dos alunos com relação
à leitura e consequentemente, a interpretação de textos. Outro que também se faz
muito presente, considerado muitas vezes como indisciplina é a questão de respeito
no convívio dos alunos com os colegas e com o próprio professor.
1 Professora PDE – 2014. Professora de Língua no Colégio Est. Tancredo Neves – Ensino Fundamental e Médio, Imbaú, NRE – Telêmaco Borba, Paraná. glacy0107@yahoo.com.2Professora, Orientadora. UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Desta forma, optou-se por desenvolver um projeto que apresentasse
práticas e procedimentos didáticos/pedagógicos que fossem mais significativos aos
alunos abrindo possibilidades de adequar o ensino às suas necessidades de
aprendizagem e na construção de valores morais, utilizando como estratégia as
fábulas.
O projeto foi desenvolvido com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
utilizou o gênero textual fábula como uma forma de ler e interpretar textos mais
agradáveis e prazerosos, e também fazer com que reflitam situações de seu
cotidiano e princípios como obediência, honestidade, gratidão, entre outras, levando-
os a compreender-se e compreender seus semelhantes através da consciência
moral presentes.
De acordo com Nelly Novaes Coelho, fábula “é a narrativa (de natureza
simbólica) de uma situação vivida por animais que alude a uma situação humana e
tem por objetivo transmitir certa moralidade” (2000, p. 165).
Através das atividades desenvolvidas procurou-se trabalhar a questão da
leitura e interpretação com os alunos de forma motivadora, dinâmica e interativa
levando-os não apenas a ouvi-las, mais também compreendê-las. Pois, do tempo de
Esopo aos tempos de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes, a circulação das
narrativas populares conservaram sua essência, mas foram tomando a cor e o gosto
de cada cultura.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nos dias de hoje, a revolução eletrônica coloca todas as artes em contato.
Com isso, podemos ler as fábulas em livros de pano, em e-books, em CDs, em
DVDs e em livros com palavras ou sem palavras.
Sendo assim, convido você para adentrar o mundo das fábulas e desvendar
os segredos de palavras e imagens, tudo em busca dos sentidos dos textos e
melhoria na qualidade da educação buscada através do PDE- Programa de
Desenvolvimento da Educação.
2.1 Interpretação e produção de textos
Um dos maiores problemas encontrados atualmente nas salas de aula é a
grande dificuldade de alunos em interpretarem textos e isso se dá porque eles não
sabem ler, isso acaba refletindo nas maiorias das provas, de concursos,
vestibulares, etc. e na própria vida destas pessoas.
A incapacidade de ler e escrever nas situações sociais numa sociedade em
que tal capacidade é cada vez mais exigida, além de limitar o acesso a informações,
privando a pessoa da aquisição de novos conhecimentos, tira da mesma o direito de
participar de forma ativa e autônoma da vida social já que a cultura escrita se faz
presente nos diversos meios em que vive.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa:
O ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar osconhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possamcompreender os discursos que os cercam e terem condições de interagircom esses discursos. Nesse sentido, é preciso que a escola seja um espaçoque promova, por meio de diferentes gêneros de textos com diferentesfunções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva naspráticas de uso da língua – sejam de leitura, oralidade e escrita. (PARANÁ,2008, p. 50)
Bakhtin (1992, p. 285 apud Paraná, 2008, p.53) afirma que “quanto melhor
dominamos os gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto mais plena e
nitidamente descobrimos neles a nossa individualidade (onde isso é possível e
necessário) (...)”.
Diante de tais circunstâncias acredita-se que seja necessário que o
professor propicie condições de leitura para o aluno na qual ele se sinta sujeito ativo
no seu papel de leitor atribuindo significados para o texto, acrescentando suas
experiências, refletindo sobre o que leu. Porém a escola muitas vezes não vem
desenvolvendo as atividades de leitura dentro dessa visão mais ampla,
considerando a leitura e a escrita apenas como elemento essencial do processo
escolar.
Ler é o processo de construir um significado a partir do texto. Os
conhecimentos de mundo do leitor, seus conhecimentos enciclopédicos e
linguísticos estabelecem interação com os elementos textuais no momento da leitura
e propiciam a construção de certos significados. Assim, quanto maior for a
concordância entre esses aspectos, maior será a probabilidade de êxito na leitura,
ou seja, uma melhor compreensão (TEIXEIRA, 2008).
Por isso dá-se a necessidade dos professores estimularem a leitura de
diversos gêneros, isto é, de textos que circulam em diferentes esferas sociais, com
as mais diversas intenções. Segundo Marcuschi (2002, apud Maia,2007), gêneros
textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social.
Desta forma o aluno não fará a leitura apenas para cumprir uma atividade
determinada pelo professor, mas para aprender, compreender, atribuir sentidos ao
texto e associar a leitura com o seu conhecimento de mundo. O professor tem papel
fundamental na motivação para leitura, ensinando seus alunos a discutirem,
analisarem, refletirem, tomarem posição e exteriorizarem pensamentos, tanto de
forma oral como escrita.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa –
1º e 2º ciclos (2001, p. 53):
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo deconstrução do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seuconhecimento sobre o assunto, de tudo o que sabe sobre a língua:características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc.
Para Solé (2004, p. 24):
O leitor é um processador ativo do texto e a leitura é um processo constantede emissão e verificação de hipóteses que levam à construção dacompreensão do texto e do controle desta compreensão – de comprovaçãode que a compreensão realmente ocorre.
Segundo Koch e Elias (2006, p. 11):
A leitura é [...] uma atividade interativa altamente complexa de produção desentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos lingüísticospresentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requera mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do eventocomunicativo.
Dessa forma, observamos que o leitor tem participação ativa e decisiva no
ato de ler; não é o texto ou o autor que garantirá a compreensão do leitor sobre os
sentidos do texto, mas sua vivência no mundo, suas experiências de leitura, seus
conhecimentos enciclopédicos sobre o assunto e seus conhecimentos sobre a lín-
gua e o gênero de texto que está lendo é que farão toda a diferença, é assim que se
estabelecerá o "diálogo" do leitor com o texto.
Neste contexto, as contribuições de Freire (1999) são relevantes:
A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. aprender a ler,a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo,compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras,mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. É urgenteque a questão da leitura e da escrita seja vista enfaticamente sob o ânguloda luta política a que compreensão científica do programa trás suacolaboração. É um absurdo que estejamos chegando ao fim do século, fimdo milênio ostentando os índices de analfabetismo, os índices que e dasque mal alfabetizadas, estão igualmente proibidas de ler e escrever, onúmero alarmante de crianças interditadas de ter escolarização e que comisso convivamos quase como se estivéssemos anestesiados.
Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se pelo gênero fábula, que
segundo Barbosa (2001, apud Maia 2007), é um gênero, entre outros, que, registra
as experiências e o modo de vida dos povos. Salienta ainda que, é por meio destas
histórias que ouvimos, por meio da tradição oral, ou registrada nos livros, que
aprendemos lições importantes para o convívio em sociedade.
2.2 O gênero literário fábula
A fábula é um gênero discursivo tão antigo que não se pode precisar o seu
surgimento. Narrativa oral, inicialmente ligada à sabedoria popular, ela tem caráter
universal, pois aparece em todas as culturas humanas e em todos os períodos
históricos.
De acordo com Rubio (et. al. 2008) entre um povo e outro, sempre haverá
diferenças quanto aos temas e figuras selecionados e quanto ao modo de estruturar
suas fábulas. Essas diferenças são determinadas por fatores culturais. O modo de
funcionamento delas é que permite que sejam vistas como representantes de uma
mesma prática discursiva.
Lima e Rosa (2012, p. 153) explica que:
A fábula é uma narração alegórica, cujos personagens são, geralmente,animais, e que encerra em uma lição de caráter mitológico, ficção, mentira,enredo de poemas, romance ou drama. Contém afirmações de fatosimaginários sem intenção deliberada de enganar, mas sim de promover umacrença na realidade dos acontecimentos. A fábula seria, portanto, umanarração em prosa e destinada a dar relevo a uma ideia abstrata,permitindo, dessa forma, apresentar, de maneira agradável, uma verdadeque, de outra maneira, se tornaria mais difícil de ser assimilada.
Por serem pequenas narrativas em que animais são os personagens
protagonistas, o comportamento humano é criticado através de atitudes de animais
que poderiam ser bons, maus ou apresentar diferentes virtudes ou defeitos. Além de
contar uma história, a fábula apresenta um ensinamento, procurando alertar os
homens a pensarem antes de agirem, a fazer amigos, a evitar inimigos, a defender-
se, tentando reconhecer a esperteza dos outros que julgam ser mais sabidos e
fortes. Segundo Lajolo (1997, apud Santos et.al., 2012), “o mundo da leitura nos
leva à leitura do mundo, ao conhecimento dos outros e de nós mesmos”.
Em poucas palavras, poderíamos dizer que as fábulas são pequenas
narrativas que, geralmente, ressaltam algum vício ou virtude e terminam, fatalmente,
com uma lição de moral.
Dezotti (2003) observa que, na fábula, o narrar está a serviço dos mais
variados atos de fala, como: mostrar, censurar, recomendar, aconselhar, exortar. Ela
considera que essa característica formal simples pode ser a explicação para a
popularidade desse gênero por meio dos tempos. A maleabilidade de sua forma lhe
permitiria incorporar novos repertórios de narrativas e ajustar-se à expressão de
visões de mundo de diferentes épocas.
De acordo com Lima e Rosa (2012, p. 156)
Entre as fábulas de um povo e outro, sempre haverá diferenças quanto aomodo de estruturar o texto ou quanto aos temas e figuras selecionadas. Sóque tais diferenças são baseadas por fatores culturais. A maneira comofunciona permite que seja entendida como representante de uma mesmaprática discursiva.
Espera-se assim que ao trabalhar a fábula, nas aulas ela tenha um
significado especial na formação da personalidade dos alunos, enquanto discurso,
pois a fábula é uma fórmula específica de comunicar pensamentos críticos que
oferece ao aluno um modelo de raciocínio, e que produza uma satisfação e a uma
clara relação de fundamento da vida.
Pois, segundo Lima e Rosa (2012, p. 159)
Uma vez que o aluno compreende e reconhece a fábula, isso lhe possibilitauma orientação para a vida em dois aspectos; um em que concluem oentendimento de situações humanas fundamentais, e o outro em que averdade abre seus olhos para o real, desconfortável lado da vida.
Assim, este gênero também será utilizado em sala de aula para tratar de um
outro problema que se faz presente na sala de aula que é a questão de valores
morais.
2.3 A contrução de valores humanos na escola
Segundo Aquino (2013), nas últimas décadas o Brasil tem passado por
grandes mudanças a estruturação da vida social e à ordenação do cotidiano das
pessoas, onde a família, a mídia, o trabalho não são mais os mesmos. Isto é visto
como algo positivo, pois, se passou a viver num mundo mais democrático e flexível e
menos opressor. Porém, não se pode negar que estas transformações também
ocasionaram mudanças também em vários segmentos da sociedade como na
família, nas relações de trabalho, entre outros, onde houve uma ressignificação dos
papéis e funções das diferentes instituições e seus atores, que estruturam e
condicionam nossa vida em sociedade destaca o mesmo autor.
A partir de todas essas transformações e mudanças, a escola acabou tendo
que assumir um novo papel e ficou a seu cargo ser o melhor lugar para o ensino-
aprendizagem dos valores, cumprindo, em se tratando de educação para a vida em
sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do educando. De acordo com
Martins (2007), a formação humana integral implica também em compromisso ético,
pautado pelas transformações sociais, políticas e culturais.
Ainda segundo o autor (2007), quando se refere à educação em valores,
toma-se esta expressão como processo social, no seio de uma determinada
sociedade, que visa, sobretudo, através da escola, levar os educandos à
assimilação dos valores que, explicita ou implicitamente, estão presentes, no
conteúdo das matérias, nos procedimentos e atitudes dos professores, colegas de
sala, pais de alunos e nas experiências humanas acumuladas no decorrer da
história, tendo em vista a formação dos indivíduos enquanto cidadãos.
Segundo Sacristán (2000, p. 150 apud Paraná, 2008, p.24), “o que se
ensina, sugere-se ou se obriga a aprender expressa valores e funções que a escola
difunde num contexto social e histórico concreto”
Desta forma, cabe à escola a missão de ensinar valores no âmbito do
desenvolvimento moral dos alunos, através de conteúdos e metodologias que
favoreçam este trabalho.
De acordo com o Artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (2010, p. 32) o ensino fundamental tem como um de seus objetivos “o
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores”.
Dentro desta perspectiva, a fábula se apresenta como um gênero textual que
estimula reflexões e discussões sobre o comportamento apresentado por indivíduos
na sua relação social propondo princípios morais importantes na formação do
educando e que amplia seu conhecimento, sua capacidade produtiva e criativa.
Goldstein (2002, p. 453) conceitua a fábula com o olhar voltado para a
função desse gênero na sociedade ao afirmar que:
A fábula tradicional apresenta um relato direcionado a uma lição de conduta.Mesmo que as personagens sejam animais, como ocorrem muitas vezes,elas representam emoções e sentimentos humanos, servindo ao mesmotempo para divertir e educar. Além de contar uma história, a fábula tem afunção de apoiar um ensinamento, alertando os homens a pensar antes deagir, a fazer amigos, a evitar inimigos, a defender-se, reconhecendo aesperteza dos que se julgam mais fortes etc.
Segundo Bagno (2002, p. 50), "de fato, a fábula é uma pequena narrativa
que serve para ilustrar algum vício ou alguma virtude, e termina invariavelmente com
uma lição de moral".
O hábito que temos de contar algum caso ou um fato curioso e encerrarmos
com uma avaliação, ou uma apreciação, uma "moral da história", vem dessa tradição
da fábula.
3 METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido no período de 24 meses, através do
Programa PDE, onde se criou um projeto que resultou na elaboração de Unidade
Didática, que através de atividades de pesquisa, ilustração, leitura, interpretação,
imagens, contação de história entre outras atividades, estimulou o gosto pela leitura,
resgatando os valores morais e desenvolvendo a leitura e a prática de produção
textual utilizando fábulas. Foi desenvolvido com os alunos do 6º ano do Colégio
Estadual Tancredo Neves, no município de Imbaú, Paraná. Por se perceber, como já
foi dito anteriormente que um dos maiores problemas que afetam a aprendizagem
na atualidade é a dificuldade que nossos jovens apresentam com relação à leitura e
interpretação de textos.
Também fez parte do Programa a apresentação do projeto a professores da
Rede Estadual de Ensino através do Grupo de Trabalho em Rede, o GTR, que
consiste em um curso online através do Portal Dia a Dia Educação.
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO E RESULTADOS
O trabalho foi desenvolvido durante o ano de 2015 com o 6º ano B, num
período de 32h/aula através da aplicação de atividades propostas em Unidade
Didática.
A implementação teve início no dia 23/03 com a apresentação do Projeto à
Equipe Pedagógica e aos demais professores do Colégio.
Já o início das atividades com os alunos só se deu à partir do mês de maio,
devido ao período de greve dos professores da rede estadual de ensino.
No dia 29/05 dei início ao trabalho com os alunos, através da apresentação
do projeto e conversação sobre como será realizado sua aplicação.
No dia 01/06 comecei a desenvolver os conteúdos propostos na Unidade
Didática com as atividades: O que são fábulas, sua origem, apresentação de alguns
fabulistas e realização de atividades para fixação. Um dos fatos que maisme marcou
nesta aula foi que apresentei um mapa aos alunos com a localização da Ásia Menor
e da Grécia, para falar sobre a origem das fábulas, foi muito interessante, pois,
muitos associaram o trabalho feito ao da professora de Geografia, onde pude
perceber como muitas vezes falhamos no desenvolvimento de nossos trabalhos por
não haver um verdadeiro trabalho interdisciplinar na escola.
No dia 08/06 tivemos mais um encontro onde se trabalhou a construção e
compreensão do gênero fábula, através da fábula: A reunião geral dos ratos. Todos
gostaram da fábula, muitos não a conheciam, porém, não tiveram dificuldades na
realização das atividades, deram muitas opiniões sobre como os ratos deveriam agir,
enfim, o trabalho foi muito produtivo.
No dia 12/06 foi desenvolvido um trabalho com a fábula: A cigarra e a
formiga através da apresentação de várias versões da mesma, apresentação de
vídeo e de atividades par fixação do conteúdo estudado, visando a aprendizagem
do aluno quanto à leitura e interpretação de texto, os alunos gostaram muito de
trabalharem este texto, até mesmo porque a maioria deles já tinham algum
conhecimento sobre ele e também porque apresentei diversas versões sobre a
mesma onde puderam comparar a visão dos diferentes autores sobre o mesmo
assunto.
No encontro do dia 15/06 trabalhou-se a fábula: A raposa e a uva, através de
atividades diversificadas para leitura, interpretação e produção de texto. A primeira
versão que apresentei foi com um texto breve de apenas três linhas, porém, nos
proporcionou um bom estudo principalmente sobre a questão moral que apresenta,
várias discussões foram feitas à respeito. Durante as atividades desenvolvidas neste
segmento apresentei também outras fábulas com moral que se assemelham ao
texto principal.
No dia 19/06 trabalhou-se a fábula: A galinha dos ovos de ouro através de
atividades diversas. Neste encontro os alunos confeccionaram uma galinha com
potinho de iogurte. Eles gostaram muito deste trabalho.
No dia 26/06 foi trabalhado a fábula: O rato do campo e o rato da cidade.
Foram apresentada duas versões da mesma para que os alunos percebessem
algumas mudanças na estrutura do texto, dependendo do autor. Foram trabalhadas
questões para o aprendizado de leitura e interpretação e realizado um trabalho de
dobradura, onde os alunos, usando essa técnica, fizeram um ratinho, eles gostaram
muito destes trabalhos artesanais.
No dia 26/06 foi realizado nosso 8º e último encontro. Neste dia realizamos
uma exposição com os trabalhos produzidos pelos alunos para que toda a
comunidade escolar pudesse apreciá-los, pude perceber o orgulho que tiveram ao
apresentar seus textos e trabalhos realizados para os demais, isso os estimulou
bastante.
De maneira geral não houve grandes problemas com relação à
implementação, apenas alguns contratempos devido ao novo calendário. Quanto
aos alunos, um dos problemas vivido é que por ser em contra-turno nem todos
podem participar das atividades, mais creio que os objetivos propostos foram
alcançados, pode-se perceber um bom rendimento dos alunos e a facilidade com a
qual realizaram as atividades propostas. Percebe-se assim, que quando motivados e
apresentado novas formas de trabalho acaba-se conseguindo melhores resultados.
Também fez parte do Programa o desenvolvimento do GTR – Grupo de
Trabalho em Rede, um curso online no Portal Dia a Dia Educação, onde contei com
uma turma composta por 20 professores da Rede Estadual, onde pude apresentar
meu Projeto e socializá-lo através de atividades diversas onde discutimos, trocamos
ideias e experiências. O curso teve início em outubro e encerramento em dezembro
de 2015. Foi um período muito produtivo, onde pude perceber que as mesmas
dificuldades que percebi em minhas turmas faz parte da realidade de outros
professores também, através das colocações e ações relatadas pude perceber que
projetos simples podem trazer bons resultados em sala de aula contribuindo para a
melhoria da qualidade do ensino.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste trabalho posso considerar que o PDE – Programa de
Desenvolvimento Educacional é um período muito importante na carreira profissional
do professor. Pois, nos proporciona um tempo para refletirmos sobre nossa prática,
sobre como estamos desenvolvendo nosso trabalho em sala de aula. Nos dá a
oportunidade através de novas leituras, aprendizagem, convívio, reflexão e troca de
experiências mudarmos certas atitudes, melhorarmos outras e mantermos aquelas
que estão funcionando.
Que devemos sempre estarmos buscando alternativas que visem a melhoria
de nossa prática no cotidiano escolar, com o objetivo principal da melhoria da
qualidade na educação, proporcionando assim melhores condições de ensino e
aprendizagem aos nossos alunos, que tantas dificuldades vem apresentando
atualmente.
Pude perceber também como foi importante e produtivo o trabalho
relacionado à questão moral/educativa na escola, pois, nossos alunos estão muitas
vezes perdendo a maior referência que deveriam ter que é a família, cabendo à
escola esse papel.
Enfim, o trabalho desenvolvido ao longo destes 2 anos, foram muito
produtivos para minha vida profissional pude aprender muito mais do que ensinar.
Que as dificuldades existem e não desaparecem de um dia para o outro, porém,
podemos superá-las a cada dia.
REFERÊNCIAS
AQUINO, J. G. A Questão Ética na Educação Escolar. Disponível em:http://www.senac.br/BTS/251/boltec251a.htm. Acesso em jun. 2014.
BAGNO, M. Fábulas fabulosas. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/vdt/vdttxt3.htm>. Acesso em: 10 dez 2015.
BRASIL. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB : Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional : lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes ebases da educação nacional. – 5. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados,Coordenação Edições Câmara, 2010. Disponível emhttp://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_5ed.pdf. Acesso emjulho de 2014.
COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna,2000.
DEZOTTI, M. C. C. (Org.). A tradição da fábula: de Esopo a La Fontaine. Brasília:Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo,2003.
FREIRE, P. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 29.São Paulo: Cortez, 1994.
GOLDSTEIN, N. S. Releituras de uma fábula: paródia e intertextualidade. In:CANIATO, BENILDE J; MINÉ, E. (Orgs.). Abrindo caminhos – Homenagem a MariaAparecida Santilli. São Paulo: Via Atlântica, 2002. v. 1.
KOCK, I. G. V . ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos dos textos. SãoPaulo: Contexto, 2006.
LAJOLO, M. A prática da Leitura. In: GERALDT, J. Wanderley (org.) O texto em salade aula. São Paulo: Ática, 1997.
LIMA, R. de M. R. e Rosa, L.R.L. da. O USO DAS FÁBULAS NO ENSINOFUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL EESCRITA. REVISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO UNILASALLE. CentroUniversitário La Salle – Unilasalle/Canoas – RS. v. 1 n. 1 maio/2012.
MAIA, Z. O ENSINO DE LEITURA A PARTIR DO GÊNERO FÁBULA. Artigo PDE/UEM, 2007. Disponível emhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/520-4.pdf. Acesso em jun.2014.
MARTINS, V. A PRÁTICA DE VALORES NA ESCOLA. Disponível emhttp://www.artigos.com/artigos/humanas/filosofia/a-pratica-de-valores-na-escola-1831/artigo/#.U85n9kBhi_w. Acesso em jul. de 2014.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. v. 2. Ministério daEducação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília: ASecretaria, 2001.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de línguaportuguesa/literatura. Curitiba: SEED, 2008.
RUBIO, C.P.(et.al). Fundamentos e Métodos do Ensino da Língua Portuguesa.Batatais:Claretiano, 2008.
SANTOS, C. De M. R. dos (et al.). AS PRÁTICAS DOCENTES DE LEITURA EESCRITA: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO DE LEITORES. Encontro Nacionalde Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP . Campinas, 2012. Disponível em:http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivostemplate/upload_arquivos/acervo/docs/3545p.pdf. Acesso em jun. 2014.
SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. Tradução de Cláudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
TEIXEIRA, L.P.C. Trabalhando com as fábulas e ilustrações. Batatais:Claretiano,2008.
Recommended