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OS DIREITOS HUMANOS,
A PAZ E A JUSTIÇA COMO IDEAIS DA
PEDAGOGIA DA INTERDEPENDÊNCIA
LURDES FERNANDES & PAULA CORREIA – GRUPO INTERNO GENTLE TEACHING
12 ABRIL 2017
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DIREITOS HUMANOS – O QUE SÃO?
Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, que devem ser
reconhecidos, pelo indivíduo, como a essência das e nas relações
humanas.
Todos os devem seguir e respeitar – seja o estado ou qualquer
cidadão.
Não podem ser suprimidos nem negados e são iguais e
interdependentes: isto é, nenhum deles é mais importante que os
demais e o gozo de qualquer um afeta o gozo dos restantes .
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FUNÇÃO DOS DIREITOS
Os Direitos Humanos têm como função proteger os indivíduos das
arbitrariedades, do autoritarismo, da prepotência e abusos de poder.
Garantem uma vida digna a cada ser humano, (uma vida não pode
ser inferior ou superior à vida de outros por se ser de sexo diferente,
por pertencer a uma etnia ou religião diferente, ou por pertencer a
um determinado grupo social ou ter uma deficiência).
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A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 foi criada
como uma forma de garantir paz no mundo (…)
Considera que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis
constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo;
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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948
Os textos constitucionais estabelecem os direitos essenciais que
devem ser respeitados, nomeadamente:
- direitos civis e políticos
- direitos econômicos, sociais e culturais
- direitos coletivos
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MAS SERÁ MESMO ASSIM?
A verdade é que o que foi /está decretado não é praticado em
muitos países (incluindo Portugal), não passando assim, em
muitas ocasiões, de frases escritas num papel.
Por isso, ao longo dos tempos, foi necessário a criação de outros
documentos que especificassem os direitos presentes na
declaração forçando os Estados a cumpri-la.
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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Não é por acaso que é estabelecida a Convenção Sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, em 2006, ratificada por Portugal em
2009.
O objeto da Convenção é promover, proteger e garantir o pleno e
igual gozo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais
por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua
dignidade inerente (…) e a sua plena e efetiva participação na
sociedade em condições de igualdade com os outros.
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a) Relembrando os princípios proclamados na Carta das Nações
Unidas, que reconhecem a dignidade e o valor inerente a todos
os membros da família humana e os seus direitos iguais e
inalienáveis como base para a fundação da liberdade, justiça e
paz no mundo;
h) Reconhecendo também que a discriminação contra qualquer
pessoa com base na deficiência é uma violação da dignidade e
valor inerente à pessoa humana;
k) Preocupados que, apesar destes vários instrumentos e esforços, as
pessoas com deficiência continuam a deparar-se com barreiras na
sua participação enquanto membros iguais da sociedade e violações
dos seus direitos humanos em todas as partes do mundo;
n) Reconhecendo a importância para as pessoas com deficiência da
sua autonomia e independência individual, incluindo a liberdade de
fazerem as suas próprias escolhas;
Para garantir o seu cumprimento foi criado um mecanismo
independente que procede à avaliação periódica da sua
implementação em Portugal.
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EFET IVAMENTE
As nossas interações são, muitas vezes, marcadas pela
violência/intolerância, pela incompreensão, pelo preconceito, pela
incapacidade de ver no outro uma pessoa com características
próprias e únicas.
E a construção da paz tem de partir de uma atitude pessoal que se
vai refletir depois em todas as situações da nossa vida em
comunidade.
JUSTIÇA e PAZ não são conceitos abstratos; são valores inseridos no
coração de cada pessoa.
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ASSIM
A relação entre a existência dos direitos humanos, a justiça e a paz
não é linear, pois, em qualquer momento podemos violar os mesmos,
e cometer tremendas injustiças se não tivermos em nós um “código
moral mínimo” que orienta a nossa ação; "É na origem, que devemos
criar uma cultura de paz.”
A ONU elaborou em 13 de setembro de 1999, um Programa de Ação
sobre uma Cultura de Paz tendo, em 2004, reforçado esta
necessidade, definindo-a assim:
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“Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições,
comportamentos e estilos de vida baseados:
- No respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da
não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação;
- Na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia,
tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade
cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e
entre as nações;”
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“Cultura de paz é uma cultura que promove a diversidade pacífica.”
Uma cultura de paz envolve :
- esforços dinâmicos, para que as tensões e os conflitos sejam
superados sem o uso de meios violentos;
- convivência com a pluralidade, assente num diálogo verdadeiro que
só é possível entre iguais ou entre pessoas que desejam igualar-se;
- Compromisso com a igualdade , respeito mútuo e reciprocidade ;
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PARECE-NOS POIS… .
A paz e a justiça estão intimamente ligada à Pedagogia da
Interdependência como filosofia de vida;
Viver em paz é viver em harmonia connosco e com os outros;
Viver em paz é um processo tanto externo quanto interno.
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Podemos ser diferentes na nossa forma de pensar ou de responder
às situações, mas todos sentimos vontade de tranquilidade,
sentimos a falta da justiça quando somos injustiçados ….
Podemos ser diferentes na nossa forma física, na altura, no tom da
voz , mas todos nós sabemos o valor de um sorriso, de um abraço,
de um sono tranquilo ….
Isso é que nos torna iguais em dignidade e direitos: o facto de
intrinsecamente sentirmos o mesmo, desejarmos o mesmo e
estarmos dispostos a lutar pelo mesmo.
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“Gentle Teaching – a philosophy of life for a culture of
peace” Uma filosofia de vida para uma cultura de paz
A essência (exigência) desta abordagem é a de que, apenas só
quando tivermos construído uma base sólida de relacionamento
interdependente (segurança e amor), temos “autoridade” para
ensinar.
Se não demos ou tivermos o tempo para construir o relacionamento,
não temos o direito de ensinar.
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A Pedagogia da Interdependência assume que, ao criarmos “justiça
para uma pessoa, criaremos justiça para todos”.
A Pedagogia da Interdependência assenta em relações
interdependentes, horizontais e comprometidas com o respeito pelas
pessoas sujeitas de direitos.
É preciso que cada um de nós esteja disponível para “ apoiar sem
substituir, sem ser intrusivo, sem julgar”.
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É importante lembrar que para construir uma sociedade mais
humana, é fundamental, que cada um começa por si mesmo e faça
a sua parte por meio de uma mudança de atitudes, valores e
comportamentos;
A maioria das interações numa cultura de gentileza não custam
nada, elas são momentâneas e espontâneas;
Estas criam uma sensação de paz, autoestima e companheirismo.
Uma cultura de gentileza é conseguida em inúmeros encontros
acidentais durante o dia. Outros precisam ser previstos e intencionais
(…)
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PRESSUPOSTOS ÉTICOS E MORAIS
“Ser competente é a nossa primeira obrigação moral” ;
Cultura de respeito e compromisso com os direitos humanos;
Aceitação incondicional da nossa existência enquanto seres humanos
diferentes e únicos;
Cultura de gentileza - “simultaneamente bons, mas sérios e justos”;
Compartilhar tempo e recursos com generosidade;
Qualquer abordagem precisa procurar/provocar uma transformação
no "outro", com o nosso poderoso exemplo e palavras.
Uma visão não violenta e baseada na justiça no mundo requer um
afastamento da visão das pessoas marginalizadas como "máquinas“
onde o foco é no comportamento e controle;
A nossa tarefa não é só a de criar novas e alegres memórias que
assumam mais vida do que as antigas (…) deve reconhecer a tristeza
sem permanecer sobre ela.
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O CAMINHO……..
Procure amar, não controlar os outros.
Uma abordagem controladora dos relacionamentos irá mantê-lo
em conflito com outros.
Pense na paz antes do poder. Gandhi disse que “o poder baseado
no amor é mil vezes mais eficaz e permanente do que o poder
adquirido através da ameaça de punição”.
Desenvolver a capacidade de negociação, de resolução de
conflitos e de comunicação assertiva, pois é esta capacidade que
ajudará a evitar ou ultrapassar um conflito de forma eficaz.
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Seja tolerante. Ser tolerante com os outros é apreciar a diversidade e a pluralidade;
Quando deixamos de tolerar as crenças dos outros, os modos de
ser e as opiniões, o resultado final pode ser discriminação,
repressão, desumanização e, finalmente, a violência. Praticar a
tolerância é o cerne da vida em paz.
Seja pacífico.
Seja parte da solução. Deixe as pessoas confortáveis perto de si, e
permita que demonstrem os seus verdadeiros "eus".
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“Reconhecer alguém como portador de direitos significa tomar o outro não
como mero objeto da nossas obrigações, mas reconhecer as nossas próprias
obrigações como reflexo dos seus direitos. Apenas no âmbito de uma
comunidade assim definida, pode cada indivíduo “exigir” os seus direitos como
algo independente do arbítrio dos demais” .
OU SEJA:
Um direito impõe aos outros deveres.
Basicamente, se temos o direito a viver, então o outro tem o dever de fazer com
que a nossa vida se mantenha preservada;
Se temos o direito à liberdade de expressão, então os restantes têm o dever de
nos ouvir e deixar exprimir.
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Imagina “Imagina que as outras pessoas nunca falam diretamente contigo, mas falam de ti
na tua presença.
Imagina que as pessoas te pegam no braço e te levam à rua sem te dizer onde te
levam.
Imagina que os professores te fazem sempre perguntas tontas como : “Que cor é
esta?” ou então “Aponta o teu nariz”, mesmo quando já tens 18 anos ou até mais.
Imagina que quando tentas fazer alguma coisa há sempre alguém que se antecipa
e o faz por ti.
Imagina que ouves constantemente as pessoas falar sobre as coisas que não
consegues fazer.
Imagina que és adulto, mas todos se referem a ti como se fosses criança.
Imagina que nunca te é permitido tomar uma decisão pessoal, (ou escolher o que
fazer) por mais pequena que seja.
Imagina que expressas a tua angústia (dor) através de atitudes e as pessoas só
veem em ti problemas de comportamento”
Judith M.Leblanc
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
- Justiça Social e Direitos Humanos: ensaios filosóficos. Dias MC. Rio de Janeiro:
Editora Pirilampo; 2015.
- Edições ASSOL – Uma Pedagogia da Interdependencia e Uma Pedagogia do Companheirismo
- Convenção sobre os Direitos Das Pessoas com Deficiência
- http://pt.wikihow.com/Viver-em-Paz
- http://www.unilab.edu.br/noticias/2011/03/30/representante-da-unesco-destaca-papel-da-
educacao/
- Educação, Sociedade & Culturas, nº 25, 2007, 43-81, DIREITOS HUMANOS, JUSTIÇA E EDUCAÇÃO,
Carlos V. Estêvão
- http://www.unilab.edu.br/noticias/2011/03/30/representante-da-unesco-destaca-papel-da-
educacao/
- Yesterday. Today and Tomorrow
- José Manuel Moreira (professor catedrático de Ciências Sociais e Politicas)
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