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GUSTAVO RICCIARDI FÁBREGAS DE AGUIAR
OS GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E
LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA E O ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL DE 1995 A 2010
CAMPINAS
2014
iii
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
GUSTAVO RICCIARDI FÁBREGAS DE AGUIAR
OS GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E LUÍS INÁCIO LULA
DA SILVA E O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL DE 1995 A 2010
Orientador: Prof. Dr. JOSÉ CLAUDINEI LOMBARDI
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, para
obtenção do título de Mestre em Educação, na área de concentração Filosofia e História da
Educação.
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERATAÇÃO
DEFENDIDA PELO ALUNO GUSTAVO RICCIARDI FÁBREGAS DE
AGUIAR E ORIENTADA PELO PROF. DR. JOSÉ CLAUDINEI LOMBARDI
Assinatura do Orientador
CAMPINAS
2014
v
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
OS GOVERNOS FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E LUÍS INÁCIO LULA
DA SILVA E O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL DE 1995 A 2010
Autor: Gustavo Ricciardi Fábregas de Aguiar
Orientador: Prof. Dr. José Claudinei Lombardi
Este exemplar corresponde à redação final da Dissertação defendida por
Gustavo Ricciardi Fábregas de Aguiar e aprovada pela Comissão
Julgadora
Data: 14/02/2014
Assinatura:.......................................................................
Orientador
COMISSÃO JULGADORA:
________________________________________
________________________________________
________________________________________
____________________________________
2014
vii
RESUMO
As transformações promovidas na educação superior brasileira entre 1995 e 2010 são inegáveis.
Entretanto, há muitas dúvidas sobre a postura adotada pelos governantes neste período e o
resultado obtido por meio delas. Utilizando o portal da CAPES como ferramenta de busca,
apresentamos e sistematizamos as características gerais das teses e dissertações produzidas entre
1995 e 2012 que se propuseram a investigar a história da educação superior nos governos
Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva. Dentre elas, analisamos e comentamos
vinte trabalhos, destacando suas contribuições, referenciais utilizados e resultados alcançados.
Alicerçados no materialismo histórico-dialético, realizamos um panorama da Ditadura Militar ao
Governo Lula, dando ênfase às principais ações promovidas na educação superior. Através da
pesquisa, notamos a existência de problemas na divulgação das produções científicas, bem como
a inexistência de obras digitalizadas, o que reduz a possibilidade de debate, dificultando e
atrasando a produção de conhecimento. Verificamos também, em alguns trabalhos, a ausência de
comunicação entre seus autores e os conteúdos já existentes sobre o assunto, bem como em
relação a outros campos do conhecimento. Constatamos o crescimento da oferta de vagas no
segmento público e especialmente no privado em ambos os governos citados. No entanto, a
qualidade de alguns cursos oferecidos é muito questionável, bem como o impacto sociocultural
promovido na vida daqueles que os frequentam. Por fim, destacamos a difusão do vocabulário e
ideologia empresariais na educação superior, bem como a insistência dos governos em apresentar
dados meramente quantitativos a seu respeito.
Palavras-chave: Educação Superior, Governo Fernando Henrique Cardoso, Governo Luís Inácio
Lula da Silva, História da educação, Teses e Dissertações.
ix
ABSTRACT
The transformations made in brazilian higher education between 1995 and 2010 are
incontestable. However, there are many doubts about the postures adopted by governors during
this period and the result achieved through them. Having the CAPES portal as a searching tool,
we presented and systematized the general characteristics of the theses and dissertations produced
between 1995 and 2012 that meant to investigate the history of college education during the
periods of government of Fernando Henrique Cardoso and Luís Inácio Lula da Silva. Among
them, we analyzed and commented twenty works, detaching their contributions, applied
references and the results that were achieved. Based on the historic-dialectical materialism, we
made a scenery from the Military Dictatorship to Lula government, emphasizing the main actions
made in college education. Throughout the research, we noted problems in publishing the
scientific productions as well as the inexistence of digitized works, which reduces the possibility
of debates, hampering and delaying the production of knowledge. We also noted in some works
the absence of communication between their authors and the already existing contents about the
matter, as well as other fields of knowledge. We evidenced the growing offer of vacancies in the
public and particularly in the private sector in both mentioned governments. However, the quality
of some offered courses is very questionable and so is the sociocultural impact promoted in the
lives of those who attended them. At last, we pointed out the diffusion of entrepreneurship
vocabulary and ideology in college education, as well the insistence of the governments in
presenting merely quantitative data about it.
Key words: College Education, Fernando Henrique Cardoso government, Luís Inácio Lula da
Silva government, Education History, Theses, Dissertations.
xi
À minha mãe, Denise, por sempre me cobrir de
amor e ao meu pai, Alberto, por me fazer crescer.
À minha “mãe-vó”, Nilce, por estar sempre
presente com doçura e sabedoria.
Ao meu grande amor, Joseane, por ter voltado pra
me fazer sonhar e me ajudar a ser um homem
melhor, a cada dia.
xiii
Agradecimentos
Aos professores José Claudinei Lombardi, José Luís Sanfelice, Mara Regina Martins
Jacomeli e Lalo Watanabe Minto pelas aulas, conselhos e todo o apoio oferecido. Vocês
causaram enorme impacto em minha vida, formação e visão de mundo.
Aos meus colegas de profissão, Alexandre Fuchs, Donizete Rosa, Ciro Luiz Bertolucci
Junior, Ricardo Andrade, Eduardo Baez Ojeda, Fábio Simon, Rogério Bonfá, João Eduardo,
Lucas Sanches, Lorenço Jungklaus, Raquel Leite, Sandra Dedeschi, Fernanda Carone e Edgard
Bohn. Professores apaixonados, profissionais exemplares e amigos queridos. Obrigado por me
ensinarem, diariamente, a ter mais amor pela educação.
Agradeço especialmente à professora e amiga Rita de Cássia Ribeiro Barbosa, por me
servir de inspiração, acreditar em mim, e me ajudar a dar os primeiros passos na árdua tarefa da
pesquisa.
Aos meus amigos queridos, sempre presentes e leais, Ricardo e Júlia, Eduardo, Junior,
Alex, Thyago, Diego e Letícia, Henrique e Thaísa, Leandro e Ana, Henrique e Bárbara, Felipe,
Guilherme e Thiago.
xv
“Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de
amar e seu direito de pensar. É da empresa privada
o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora
não contentes querem privatizar o conhecimento, a
sabedoria, o pensamento, que só à humanidade
pertence”.
Bertold Brecht
xvii
Lista de Ilustrações
Lista de Gráficos
Gráfico 1. Divisão dos trabalhos por Estado Pg.12
Gráfico 2. Classificação das instituições. Pg.13
Gráfico 3. Áreas do conhecimento Pg. 15
Gráfico 4. Metodologia utilizada Pg. 19
Gráfico 5. Temas pesquisados Pg. 23
Lista de Tabelas
Tabela 1. Sistematização dos trabalhos encontrados no portal CAPES Pg. 11
Tabela 2. Tema das pesquisas Pg. 23
Tabela 3. Obras selecionadas para análise. Pg. 25
xix
Siglas Utilizadas
ABMES - Associação Brasileira dos Mantenedores do Ensino Superior
ABRUC – Associação Brasileira das Universidades Comunitárias
ANACEU – Associação Nacional dos Centros Universitários
ANDIFES – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior
ANDES-SN - Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
ARENA - Aliança Renovadora Nacional
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD/BM - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento/Banco Mundial
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEDES - Centro de Estudos Educação e Sociedade
CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
CF - Constituição Federal
CFE - Conselho Federal de Educação
CNC - Confederação Nacional do Comércio
CNE – Conselho Nacional de Educação
CNI - Confederação Nacional da Indústria
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CREDUC - Crédito Educativo
CRUB - Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras
CUT - Central Única dos Trabalhadores
DED/CAPES - Diretoria de Educação à Distância
EUA - Estados Unidos da América
FHC - Fernando Henrique Cardoso
FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
FMI - Fundo Monetário Internacional
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES - Instituições de Ensino Superior
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais "Anísio Teixeira"
xx
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada
ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MARE - Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado
MEC - Ministério da Educação
MF – Ministério da Fazenda
MP – Ministério do Planejamento
ONGs - Organizações não governamentais
ORUS – Observatório Internacional de Reformas Universitárias
PARU - Programa de Avaliação da Reforma Universitária
PFL - Partido da Frente Liberal
PNAD - Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar
PND - Plano Nacional de Desenvolvimento
PROEDUC - Programa de Educação para a Competitividade
PROINFO - Programa Nacional de Tecnologia Educacional
PROUNI - Programa Universidade para Todos
PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira
PT - Partido dos Trabalhadores
REUNI – Programas de apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
SEED – Secretaria de Educação à Distância
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESU – Secretaria de Educação Superior
UnB - Universidade de Brasília
UNE - União Nacional dos Estudantes
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
UNIREDE – Universidade Virtual Pública do Brasil
URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
USAID - United States Agency for International Development
USP - Universidade de São Paulo
xxi
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
CAPÍTULO 1. EM BUSCA DO “ESTADO DA ARTE” ...................................................... 9
1.1. Seleção das teses e dissertações ....................................................................................... 9
1.2 Local das Produções ....................................................................................................... 11
1.3 Classificação das instituições .......................................................................................... 13
1.4 Área do Conhecimento ................................................................................................... 14
1.5 Referencial Teórico ......................................................................................................... 16
1.6 Temas Pesquisados ......................................................................................................... 22
CAPÍTULO 2. EM BUSCA DA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NOS
GOVERNOS FHC E LULA .................................................................................................. 25
2.1 Apresentação dos trabalhos selecionados por tema ........................................................ 25
2.2 Análises dos trabalhos. ................................................................................................... 29
2.2.1 Trabalho nº 1. Álvaro César Cattani ................................................................................ 29
2.2.2 Trabalho nº 2. Angélica Karlla Marques Dias ................................................................. 33
2.2.3 Trabalho nº 3. Bruno Lima Patrício Santos ..................................................................... 35
2.2.4 Trabalho nº 4. Cláudio Afonso Peres .............................................................................. 41
2.2.5 Trabalho nº 5. Cristina Helena Almeida de Carvalho ..................................................... 44
2.2.6 Trabalho nº 6. Cristini Colleoni ....................................................................................... 50
2.2.7 Trabalho nº 7. Cristiane Pereira Melo de Oliveira .......................................................... 52
2.2.8 Trabalho nº8. Edson Rildo Penha de Alencar ................................................................. 55
2.2.9 Trabalho nº 9. Elaci Costa Ferreira de Carvalho ............................................................. 57
2.2.10 Trabalho nº 10. Janete Ilibrante ..................................................................................... 63
2.2.11 Trabalho nº 11. Kátia Regina de Souza Lima................................................................ 66
2.2.12 Trabalho nº 12. Marcos José Valle ................................................................................ 72
2.2.13 Trabalho nº 13. Maria Alice Aranda ............................................................................. 74
xxii
2.2.14 Trabalho nº 14. Maria Inês Corrêa Marques ................................................................. 78
2.2.15 Trabalho nº 15. Maria Zoreide Britto Maia ................................................................... 83
2.2.16 Trabalho nº 16. Patrícia Vosgrau de Freitas .................................................................. 90
2.2.17 Trabalho nº 17. Priscilla Gama Cardoso ....................................................................... 94
2.2.18 Trabalho nº 18. Rhoberta Santana de Araújo .............................................................. 102
2.2.19 Trabalho nº 19. Sueli de Fátima Ourique de Avila ...................................................... 108
2.2.20 Trabalho nº 20. Zuleide Simas da Silveira .................................................................. 112
2.3 Balanço dos trabalhos selecionados .............................................................................. 116
CAPÍTULO 3. A EDUCAÇÃO SUPERIOR APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO ....... 123
3.1 Brasil na virada do século ............................................................................................. 123
3.2 A educação superior nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) ..... 130
3.2 A educação superior nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) ............ 140
3.4 Classes e frações de classe no Brasil contemporâneo ................................................... 155
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 159
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 163
SITES ACESSADOS ............................................................................................................ 173
TESES CONSULTADAS .................................................................................................... 174
ANEXOS ............................................................................................................................... 177
1
INTRODUÇÃO
A “Nova República” está prestes a completar trinta anos. Fruto de um complexo processo
que envolvia crises econômicas, transformações no cenário internacional e um profundo embate
político interno, esta nova etapa da sociedade brasileira foi embalada pelas massas, que enchiam
as ruas com pedidos de eleições diretas e os corações com expectativas de mudanças efetivas.
A educação superior no Brasil sofreu, nestas três décadas, uma série de reformas, e
ganhou feições até então inimagináveis. Essas mudanças, no entanto, não são resultado deste
curto período de tempo, mas correspondem a um longo processo histórico, permeado de conflitos
e disputas. Para compreendê-las, portanto, devemos ampliar nossa visão e recuarmos um pouco
mais no tempo.
Ao lançarmos nossos olhos sobre as reformas que marcaram a década de 1960 no Brasil,
temos uma tendência quase natural em destacarmos a chamada “Reforma Universitária” de 1968.
Um dos principais inimigos do regime militar, os estudantes, eram atingidos em cheio com essas
mudanças. A reação aos Atos Institucionais de Castelo Branco e Costa e Silva seriam inclusive
justificativas para a implantação do A.I 5, responsável pela fase mais repressora e violenta de
toda a ditadura1.
Inserida neste período conturbado, a lei 5.540/68 seria uma espécie de carta de intenções
dos militares para a educação superior no país, fruto de todas as contradições e embates do
período. Nem todas as suas resoluções, foram efetivamente aplicadas, e boa parte delas tornou-se
“letra morta”.
Esta lei garantiu o crescimento das instituições privadas num movimento quase
ininterrupto. Medidas combinadas, como a elaboração de mecanismos indiretos de transferência
de recursos públicos seriam ampliadas por meio especialmente da renúncia fiscal. Esses aspectos,
somados ao relaxamento dos critérios para o estabelecimento e funcionamento destas instituições
garantiram um crescimento médio de 30% a.a. no setor entre 1968 e 1971.
1 O A.I.5 foi aprovado pelo então presidente Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. Este ato representava a
2
Intelectuais favoráveis ao regime e ligados ao empresariado promoveram então uma
transformação a partir de um referencial tecnicista, onde termos como “racionalização”,
“eficácia” e “eficiência” passaram a orientar as políticas para o ensino superior (MINTO, 2005).
A reforma de 1968, apesar de propiciar a construção da universidade no Brasil onde até
então existiam apenas faculdades isoladas, gerou grandes questionamentos. Ao longo da década
de 1970, professores e funcionários se mobilizaram para compreender seus efeitos e buscar
alternativas. A essas críticas, somaram-se todos os demais problemas econômicos e políticos
polêmicos da república militar. Como resposta, no início dos anos 80, o MEC lançava o
Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU), após amplas discussões no Conselho
Federal de Educação (CUNHA, 1997).
A crise da Ditadura Militar e o desenrolar da década de 1980 foram marcados pela
enorme mobilização civil e o processo de elaboração da Constituição “Cidadã”. Vitórias
sucessivas, como o retorno das eleições diretas, devolveram a muitos brasileiros a esperança de,
finalmente, alcançar as tão sonhadas reformas sociais.
A consolidação da democracia no Brasil, no entanto, não trouxe a solução para os nossos
problemas sociais, já que a real oposição a ser enfrentada não se resumia na disputa entre Estado
e sociedade civil, mas sim entre capital e trabalho (COUTINHO, 2002). Essa leitura reduzida e
equivocada teria estimulado muitos intelectuais, contrários à Ditadura Militar, a substituírem o
conceito de “luta de classes” pela mera oposição ao “Estado”, como se este significasse o oposto
da “sociedade civil”2. Assim, logo após a derrubada da Ditadura, setores da direita nacional
3
adotaram uma posição favorável à redução do Estado, encontrando refúgio no ideário neoliberal,
onde depositaram suas esperanças, e através do qual prometiam ao povo brasileiro mais
vantagens e desenvolvimento em todos os níveis.
Entretanto, o conceito de democracia construído no Brasil ao longo de toda sua história,
nunca foi pleno. Isso se deve ao fato de que a igualdade entre os cidadãos manteve-se inexistente.
Além disso, uma liberdade fictícia manteria nosso país acorrentado a uma posição periférica no
capitalismo mundial, perpetuando a violência, a péssima distribuição de renda, o latifúndio e a
2 Carlos Nelson Coutinho buscou demonstrar o equívoco cometido na leitura de Gramsci sobre o Estado e a
Sociedade Civil, bem como garantir uma exata compreensão das rivalidades existentes no Brasil pós Ditadura. Em
suas palavras: “o grande antagonismo continua a ser aquele entre o capital e trabalho; Estado e sociedade civil são
nada mais do que espaços onde se trava essa luta de classes”. (COUTINHO, 2002, p.35). 3 Estas posturas foram identificadas na introdução com elementos da direita nacional, em especial o PRN de
Fernando Collor e o PSDB de Fernando Henrique Cardoso.
3
exclusão social. Desta forma, enxergamos no Brasil, atualmente, mais uma simples transição
política, incapaz de promover reais alterações nas bases econômico-sociais. É como se uma
espécie de “modernização conservadora”, concentrada em questões políticas e não interessada em
alterar as estruturas sociais, já observada em marcos anteriores como 1889, 1930, 1946 e 1964,
nos atingisse mais uma vez. Assim, “ao confundir democracia com revolução, seus campeões
patrocinam a imobilidade da ordem e a contra-revolução permanente” (FERNANDES, 1991,
p.39).
A intensa mobilização popular, que levou milhões às ruas do Brasil no célebre movimento
das “Diretas-Já”, não foi capaz de aprovar a emenda proposta pelo então senador Dante de
Oliveira, e as eleições foram, mais uma vez, indiretas. A “Nova República” seria comandada,
após a morte inesperada de Tancredo Neves, por um “velho” conhecido dos povo, José Sarney4,
apoiador do regime ditatorial e ex-membro da ARENA.
José Sarney teve dois grandes desafios em seus cinco anos de mandato. Na economia,
equilibrar as contas e vencer a inflação, o grande “fantasma” do período, e na política, garantir a
transição democrática. Os planos “Cruzado”, “Verão” e “Cruzado II” não foram capazes de
segurar a onda inflacionária que nos atingia, e crescia desde o fim do “Milagre Econômico” de
Médici. Sem grandes rupturas ou transformações sociais, um modelo democrático conservador
ganhou forma com a Constituição Cidadã, de 1988.
Em novembro de 1985, Sarney delegou ao então ministro Marco Maciel a tarefa de criar
um grupo capaz de repensar a educação superior no Brasil, conhecido como GERES (Grupo
Executivo para a Reformulação da Educação Superior). A proposta de racionalização de recursos
e reestruturação não agradou professores e funcionários, que reagiram e conseguiram bloquear o
processo. As reformas deste período pouco acrescentaram à universidade brasileira,
representando mais uma fase de “continuidade com relação aos projetos da Ditadura Militar para o
ensino superior” (MINTO, 2005, p.160).
4 Nascido no Maranhão em 1930, formou-se em Direito e atuou como professor, oficial judiciário e diretor da
Secretaria do Tribunal de Justiça do Maranhão. Foi suplente de Deputado Federal em 1956 e 1957, presidiu a
UDN/MA entre 1958-1965. Ingressou na ARENA durante o período militar, sendo Senador entre 1971 e 1983.
Membro fundador do PDS, lançou-se como candidato a vice-presidência em coligação com a Frente Liberal, tendo
Tancredo Neves como líder.
4
Após um longo período de eleições indiretas, o povo brasileiro contou uma grande
quantidade de candidatos para as eleições de 19895. A disputa levou para segundo turno dois
nordestinos: o metalúrgico Luis Inácio Lula da Silva, um líder sindical, o qual apresentava forte
teor reformista; e Fernando Collor de Melo, ligado aos coronéis alagoanos e à grande mídia
nacional, mantinha uma postura conservadora, um discurso nacionalista e muitas promessas de
modernização.
A eleição de Collor representou uma das maiores decepções para a história recente do
Brasil. Sua proposta, embasada no neoliberalismo, produziu cortes drásticos no aparato do
Estado, extinguindo inclusive a CAPES e o INEP. O meio acadêmico mais uma vez mobilizou-se
e impediu a concretização destas ações, e os órgãos foram recriados (CUNHA, 1997). Envolvido
em um elaborado esquema de corrupção, Collor caiu em descrédito principalmente após o
polêmico episódio do confisco às poupanças. Seu fracasso na tentativa de estabilizar a economia
o tornou alvo fácil da mesma imprensa que o exaltara dois anos antes. As ruas foram ocupadas de
novo pela população, mas desta vez o pedido era por impeachment. Collor renunciou pouco antes
de ser condenado pelo Senado.
O então vice-presidente da República, Itamar Franco, conseguiu vencer a inflação através
de um elaborado plano econômico, tendo como peça chave seu ministro da fazenda e futuro
presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. Apesar do curto período de governo, Itamar
tomou duas decisões importantes em relação ao ensino superior. A primeira foi a extinção do
Conselho Federal de Educação (CFE) e sua substituição pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE). Tal ação foi justificada pelas denúncias de corrupção de membros do então extinto CFE,
os quais recebiam propina para credenciarem instituições de ensino privadas. O novo órgão teria
uma nova configuração, a fim de impedir tais atos. Metade dos seus membros seria indicado por
entidades da sociedade civil. Itamar alterou também o formato dos exames vestibulares, além de
tentar modificar a lógica de divisão dos recursos destinados às IFES. (CUNHA, 1997).
À frente do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso derrubou a inflação e consolidou aos
brasileiros a imagem de que era capaz de governar o país com eficiência, vencendo Lula nas
5 Em 1989, mais de vinte candidatos batalharam pelo cargo de presidente no primeiro turno. A lista completa, de
acordo com o número de votos é a seguinte: Fernando Collor de Mello, Luiz Inácio Lula da Silva, Leonel Brizola,
Mário Covas, Paulo Maluf, Guilherme Afif, Ulysses Guimarães, Roberto Freire, Aureliano Chaves, Ronaldo Caiado,
Affonso Camargo Neto, Enéas Carneiro, José Alcides de Oliveira, Paulo Gontijo, Zamir Teixeira, Lívia Maria,
Edues Mattar, Fernando Gabeira, Celso Brant, Antônio Pedreira, Manuel Horta, Armando Correia. Disponível em
<http://pdba.georgetown.edu/Elecdata/Brazil/pres89.html>. Acesso em janeiro de 2014.
5
eleições de 1994. Sua aliança partidária de centro-direita teria como articulador das novas
propostas para a educação superior Paulo Renato Souza, então técnico do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID). Ele seria o ministro da educação durante os dois governos de FHC.
Percebemos que a decomposição da ditadura militar e a adesão do país ao projeto
neoliberal significaram, em certa medida, a constituição de um governo ainda mais rígido e cruel
do que o anterior, onde as cartilhas neoliberais encontraram governos obedientes e submissos a
seus preceitos, prontos a estabelecer um novo tipo de totalitarismo: o do capital (FÁVERO;
SEMERARO, 2002).
Neste complexo cenário, propomos como objeto do nosso estudo a análise das teses e
dissertações que se propuseram a desvendar a concepção de educação superior no Brasil nos
governos Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) e Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Percebida em seu tempo histórico, e em interação com os demais acontecimentos dentro deste
processo, realizamos este trabalho mantendo o objeto dentro de seu contexto global, pois seria
um absurdo erguer uma fronteira entre a “História da Educação” e a “História”, como se estas
fizessem parte de dimensões separadas (SANFELICE, 2000). Desta forma, discussões
pertinentes e atuais no campo da história também foram consideradas, a fim de que fosse possível
a realização de uma análise coerente e bem contextualizada em história da educação.
Partimos do pressuposto que, ao lançar nossos olhos sobre o objeto “educação brasileira”,
podemos contemplar uma visão privilegiada da sociedade, na medida em que esta não se encontra
alheia à sua existência e manutenção. Não sendo neutra ou descolada do todo, mas sim um
produto social, que traz consigo marcas e influências muito maiores e complexas, a educação é
capaz de revelar as raízes dos diversos interesses que permeiam a nossa realidade (DALAROSA,
2000). Estudar este objeto garantiu-nos, desta forma, uma porta de entrada até os meandros de
nossa estrutura político-social, favorecendo um diagnóstico mais crítico a respeito do Brasil como
um todo.
Nossa pretensão inicial era analisar os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luís
Inácio Lula da Silva a fim de compreender a concepção de cada um destes sobre a educação
superior, quais decisões tomaram a respeito desta, e se houve de fato uma mudança de postura
entre as duas gestões. Com isso, poderíamos verificar se as supostas diferenças entre as
composições teóricas, bem como em relação às alianças político-partidárias, teriam de fato
promovido mudanças concretas durante o período em que comandaram a nação.
6
Não compactuamos com a noção de que a concepção de educação destes governos seja
fruto de uma proposta única ou a equação exata das políticas governamentais. A complexa
relação entre determinantes políticos e econômicos não se faz de maneira estática, nem mesmo
pode se reduzir a interesses econômicos, como muitos pressupõem erroneamente. Consideramos
também o papel de todas as formas de resistência neste complexo jogo de contradições, já que a
história se constrói a partir de uma lógica dialética, como sugeriu Lênin, ao comentar o
pensamento de Engels:
A grande ideia fundamental - escreve Engels - segundo a qual o mundo não deve
ser considerado como um conjunto de coisas acabadas, mas como um conjunto
de processos em que as coisas, aparentemente estáveis, bem como os seus
reflexos mentais no nosso cérebro, os conceitos, passam por uma série
ininterrupta de transformações, por um processo de gênese e de deperecimento,
esta grande ideia fundamental penetrou, desde Hegel, tão profundamente na
consciência corrente que, sob esta forma geral, quase já não encontra
contraditores. Mas reconhecê-la em palavras e aplicá-la na realidade concreta,
em cada domínio submetido à investigação, são duas coisas diferentes. Nada há
de definitivo, de absoluto, de sagrado para a filosofia dialética. “Ela mostra a
caducidade de todas as coisas e para ela nada mais existe senão o processo
ininterrupto do surgir e do perecer, da ascensão sem fim do inferior para o
superior, de que ela própria não é senão o simples reflexo no cérebro pensante.”
Portanto, para Marx, a dialética é“a ciência das leis gerais do movimento tanto
do mundo exterior como do pensamento humano (LÊNIN, 1980).
Alicerçados no materialismo histórico-dialético, levamos em conta inclusive os modismos
teóricos, as influências ideológicas na percepção da realidade e a forte presença dos organismos
internacionais na produção acadêmica brasileira, pois as políticas educacionais não são, mesmo
que se pressuponham humanitárias e benfeitoras, isentas da influência do capital. Elas são, na
verdade, o resultado de um intenso embate entre os anseios capitalistas e forças contrárias a estes
(SHIROMA, MORAES, EVANGELISTA, 2004).
A respeito destes cuidados, cabe retomar o alerta de José Paulo Netto sobre a metodologia
em trabalhos de pesquisa. Assim, lutamos para não aplicar simplesmente o método marxista na
análise do objeto em questão, mas sim em utilizá-lo a fim de aproximarmo-nos da realidade,
7
percebida por sua vez em meio a diversas influências, sendo a síntese de suas múltiplas
determinações (NETTO, 1998). Assim,
A referência teórico-metodológica só pode servir para abrir o objeto à
investigação do pesquisador. Nesse sentido é preciso lembrar que os fenômenos
são sempre mais ricos que as leis teóricas que se possam estabelecer sobre eles.
A razão está sempre atrás da realidade, ela não esgota nunca a realidade. Isso lhe
dá um sentido de claro conhecimento relativo e não é mesma coisa que uma
perspectiva relativista de conhecimento. (NETTO, 1998, p.60).
Ao iniciarmos uma busca pela atual produção a respeito deste recorte temático e temporal,
deparamo-nos com uma imensa quantidade de produções disponíveis no site da CAPES. Esta
farta documentação, em forma de teses e dissertações, seria analisada a fim de estabelecermos
uma síntese entre estes trabalhos e o conhecimento já produzido a seu respeito. Durante esse
trajeto, todavia, percebemos que mapear essas produções, compará-las e contextualizá-las poderia
trazer grandes contribuições ao campo da história da educação, e, portanto, adaptamos nossa
proposta inicial.
Acreditamos que, ao analisarmos as produções que se propuseram a discutir este tema,
realizando uma sistematização dos referenciais teóricos utilizados, dos recortes das conclusões,
possamos também avançar em nossas pretensões iniciais.
Nosso ponto de partida está exposto no primeiro capítulo, onde sistematizaremos as teses
e dissertações cuja proposta era estudar a educação superior nos governos Lula e FHC,
produzidas entre 1995 e 2012, e que foram disponibilizadas pelo site da CAPES. Informações
genéricas sobre esses trabalhos, bem como algumas conclusões prévias são realizadas ao final
desta etapa. No segundo capítulo apresentaremos, dentre as centenas de teses e dissertações
encontradas no capítulo primeiro, as selecionados para a leitura integral e análise detalhada.
Tendo em vista as informações encontradas, confrontamos os resultados obtidos com as obras de
autores consagrados sobre o período, a fim de apresentarmos um histórico a respeito da atual
situação do Brasil na transição do século XX para o XXI, bem como o papel de suas
universidades, o financiamento das pesquisas e a influência de organismos internacionais neste
processo. Na quarta e última sessão teceremos algumas conclusões sobre as produções
8
acadêmicas, seu processo de divulgação, e as conclusões alcançadas a partir das leituras
realizadas.
9
CAPÍTULO 1. EM BUSCA DO “ESTADO DA ARTE”
1.1. Seleção das teses e dissertações
O ponto de partida deste trabalho consistiu na busca das teses e dissertações com as quais
dialogaríamos, a fim de montarmos um “estado da arte” sobre os governos em questão.
Precisamos esclarecer que nosso olhar sobre estas produções não foi ingênuo e passivo, mas
sempre buscamos a compreensão do real através de um olhar crítico sobre as ações dos homens,
na medida em que:
As fontes resultam da ação histórica do homem e, mesmo que não tenham sido
produzidas com a intencionalidade de registrar a sua vida e o seu mundo,
acabam testemunhando o mundo dos homens em suas relações com outros
homens e com o mundo circundante, a natureza, de forma que produza e
reproduza as condições de existência e de vida. (LOMBARDI, 2004, p.155).
Em nossa busca por produções acadêmicas com as quais dialogaríamos, utilizamos como
ferramenta central o site de busca disponibilizado pela CAPES6. Esta instituição divulga resumos
de teses e dissertações e permite-nos fazer uma busca de maneira eficiente e rápida. As perguntas
que nos orientaram neste momento foram:
(A) Onde se concentram as produções?
(B) Essas instituições são públicas ou privadas?
(C) Qual é o referencial teórico utilizado para as mesmas?
(D) Quais áreas do conhecimento produzem essas pesquisas?
(E) Quais são os temas trabalhados? Há comunicação entre eles?
Excluímos a busca por autor e instituição, focando-nos no campo “assunto”. Neste,
realizamos buscas a partir de quatro temas gerais: “Educação superior no Brasil”; “Ensino
6 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - <http://capesdw.capes.gov.br> Acesso entre
outubro de 2012 e fevereiro de 2013.
10
Superior no Brasil”, “Educação FHC” e “Educação Lula”. Foram disponibilizados, a partir
destes comandos, aproximadamente oitocentos trabalhos.
Dado o grande número de teses e dissertações, tivemos de fazer diversas escolhas. A
primeira foi rejeitar os artigos e demais materiais que não se propunham a responder nossa
questão central, a saber, desvendar as concepções de educação dos governos em questão.
Ao realizar a leitura de cada resumo, elaboramos um quadro geral a fim de termos uma
dimensão das produções e suas principais características. Este quadro foi elaborado a partir dos
seguintes critérios: “Título”, “Nome do Autor”, “Local da Publicação”, “Data de Publicação”,
“Instituição em que foi produzido”, “Objetivos”, “Referencial Teórico”, “Metodologia”,
“Objeto(s) Analisado(s)”, “Procedimentos”, “Conclusão”, “Área do conhecimento”, “Abordagem
teórico-metodológica” e “Tema pesquisado”. Este farto material somou, ao final, duzentas e
noventa e duas obras (Anexo 1).
Cabe lembrar que a nossa seleção foi realizada exclusivamente a partir dos resumos
disponibilizados no site da CAPES. Realizar a leitura e análise integral de todas as obras seria
inviável, devido à grande quantidade de material encontrado e à limitação de tempo disponível
para a conclusão desta dissertação.
Antes de partirmos para a análise dos resultados obtidos, precisamos retomar a estrutura
de cada resumo. Segundo a CAPES, estes teriam como objetivo “Facilitar o acesso a
informações sobre teses e dissertações defendidas junto a programas de pós-graduação do país.
(CAPES, 2013)7” Sobre sua estrutura geral, a CAPES anuncia que os resumos são “relativos a
teses e dissertações defendidas a partir de 1987. As informações são fornecidos diretamente à
CAPES pelos programas de pós-graduação, que se responsabilizam pela veracidade dos
dados.”(idem, 2013).
Sendo assim, não foi encontrado um padrão na exposição geral dos resumos, o que
dificultou bastante a nossa formatação final. Muitos destes são apresentados sem a existência de
referenciais teóricos, conclusões, metodologias e até mesmo de objetivos gerais. Acreditamos que
essas lacunas ou inexistências não são vistas apenas como descuido daqueles que publicam os
resumos, mas também como um elemento revelador da qualidade e dos interesses envolvidos nas
produções acadêmicas das últimas décadas.
7 Disponível em <http://www.capes.gov.br > Acesso em março de 2013
11
A tabela a seguir sistematiza a busca realizada, bem como a quantidade de trabalhos
encontrados em cada item:
Tabela 1. Sistematização dos trabalhos encontrados no portal CAPES
Item procurado
e quantidades
encontradas
“Educação
FHC”
“Educação
Lula”
“Educação
Superior no
Brasil”
“Ensino
Superior no
Brasil”
Encontradas
31 43 450 277
Aproveitadas
19 34 203 36
Descartadas
12 9 222 141
Repetidas
- - 25 100
Selecionadas
para leitura
4 8 12 2
1.2 Local das Produções
Nossa análise começou com a busca pelo local onde as produções foram realizadas, a fim
de traçarmos um pequeno panorama das pesquisas em educação no Brasil.
No gráfico “1”, representado a seguir, temos o resultado geral:
12
Gráfico 1. Trabalhos envolvendo o tema, produzidos por Estado entre 1994 e 2012, disponibilizados pelo site
CAPES. Acesso em fevereiro de 2013.8
Como esperado, a região Sudeste e Sul concentra cerca de 50% de todos os estudos. A
região Sul, em especial o Paraná e o Rio Grande do Sul destacam-se, somando aproximadamente
15% das produções. Sete Estados não apresentaram qualquer trabalho, dentro os quais cinco na
região Norte (Acre, Amapá, Roraima e Rondônia e Tocantins), um na região Nordeste, um na
região Centro-Oeste (Mato-Grosso) e um na região Sudeste (Espírito Santo).
8 Foram encontradas as seguintes quantidades, Em ordem alfabética de Estado: Alagoas (5); Amazonas (2); Bahia
(5); Ceará (9); Distrito Federal (12); Goiânia (13); Maranhão (1); Minas Gerais (24); Mato Grosso do Sul (10); Pará
(4); Paraíba (3); Paraná (24); Pernambuco (9); Piauí (2); Rio de Janeiro (40); Rio Grande do Norte (4); Rio Grande
do Sul (25); Santa Catarina (18); Sergipe (1); São Paulo (81).
Paraná
9% Minas Gerais
9%
Rio de Janeiro
15%
São Paulo
30%
Outros
37%
Gráfico 1. Divisão dos trabalhos por Estado
13
1.3 Classificação das instituições
Nossa segunda seleção voltou-se para o tipo de instituição em que as obras foram
produzidas. Como ficou evidente na sessão anterior, há um grande desequilíbrio entre o
crescimento das instituições públicas e privadas no Brasil. Desta forma, desejávamos
compreender o formato das instituições que abrem espaço para discussão e elaboração de teses
sobre este assunto. Vejamos o resultado:
Gráfico 2. Tipos de instituição responsáveis pela produção dos trabalhos selecionados, disponibilizadas pela CAPES
entre 1994 e 2012. Acesso em fevereiro de 2013.9
9 Lista completa das instituições e as respectivas quantidades de trabalho produzidas em cada uma delas: Públicas
(217) - CEFETMG (1); UEM (2); UEPG (1); UERJ (1); UFAL (5); UFAM (2); UFBA (4) UFC (9); UFF (17); UFG
(11); UFGD (1); UFJF (3); UFLA (1); UFMA (1); UFMG (6); UFPA (3); UFMS (4); UFPB (4); UFPE (9); UFPel
(1); UFPI (2); UFPR (9); UFRJ (16); UFRN (4); UFRS (9); UFS (1); UFSC (17); UFSCar (7); UFSM (3); UFT (1);
UFU (5); UFV (3); UnB (11); UNEB (1); UNESP (5); UNICAMP (11); UNIFEI (1); UNIOESTE (1); UNISC (1);
UNOESTE (1); USP (21). Instituições Privadas (Total de 76 obras) – IUPERJ (2); PUC (33); UBC (1); UCB (1);
UCDB (6); UCP (3); UNISC (1); UNESA (2); UNIJUÍ (1); UNIMEP (8); Uninove (1); Unisinos (4); UNISO (2);
Univali (1); UPF (3); USM (2); UTP (5) e UNIFran (1).
Públicas
74%
Privadas
26%
Gráfico 2. Classificação das instituições
14
Nossas expectativas foram mais uma vez escancaradas sem grandes surpresas. Do total de
trabalhos praticamente três quartos são produzidos em instituições públicas, o que confirma o
perfil de produção de conhecimento das instituições públicas, em detrimento das privadas, as
quais voltam-se ao mercado e à preparação profissional.
A Universidade de São Paulo tem o maior número de produções no recorte aqui
estabelecido, com 21 trabalhos. A Universidade Federal de Santa Catarina destacou-se
totalizando 17 produções, superando assim instituições como as tradicionais UFRJ (com 16
produções) e a UNICAMP (11 produções).
Dentre as instituições privadas, destacam-se as produções das PUCs, espalhadas pelo
Brasil, totalizando trinta e três obras. Sem dúvida, o modelo de instituição privada tradicional
difere muito da expansão atual das instituições privadas, onde não há preocupação ou espaço para
a produção científica, conforme já apresentamos anteriormente.
1.4 Área do Conhecimento
A fragmentação dos saberes, decorrente do positivismo francês do século XIX, mantém
suas influências de maneira muito intensa nos dias atuais. Percebemos, ao longo da elaboração do
quadro, disciplinas como Química e Odontologia em busca de respostas sobre as transformações
na educação ao longo dos governos FHC e LULA. O grande problema desta fragmentação é a
não associação entre elas, ou seja, seu isolamento e a consequente impossibilidade de construção
de um saber ampliado, crítico e transformador.
Vejamos o resultado de nossa busca sobre este aspecto:
15
Gráfico 3. Áreas do conhecimento. Envolvidas na temática, publicadas pela CAPES entre 1994 e 2011. Acesso em
fevereiro de 201310
*Outros: Áreas que representaram 1% ou menos do total de trabalhos.
A área de educação somou 68% de produções, mostrando que ainda há uma busca pelas
faculdades de educação na busca por informações a respeito das práticas envolvendo o ensino
superior. No entanto, áreas como Direto, Ciências Sociais, Economia e Administração também
apresentam um número significativo de obras.
O ponto mais interessante ao compararmos as obras com este critério foi o isolamento
existente em cada área. Praticamente não há diálogo entre as produções, limitando as conclusões
aos olhares específicos de cada área.
10 Lista geral de áreas e as respectivas quantidades de trabalhos produzidos: Administração (7); Ciência Política (5);
Ciências da Comunicação (1); Ciências da Informação (1); Ciências Odontológicas (1); Ciências Sociais (7);
Ciências Sociais em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade (1); Comunicação Social (1); Desenvolvimento
Econômico (1); Desenvolvimento Regional (2); Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (1); Direito (11);
Economia (4); Educação (199); Educação Científica e Tecnológica (1); Educação Matemática (1); Educação nas
Ciências (1); Educação, Administração e Comércio (2); Enfermagem (2); Engenharia de Produção (2); História (1);
Integração da América Latina (3); Política Social (1); Políticas Públicas e Formação Humana (4); Psicologia (1);
Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (1); Química (2); Semiótica, Tecnologias de informação e
educação (1); Serviço Social (10); Sociologia (12); Sociologia e Ciência Política (1); Sociologia Política (3);
Tecnologia (1).
Educação
68%
Economia
1%
Ciência Política
2%
Administração
2%
Serviço Social
4%
Direito
4%
Sociologia
4%
Outros*
15%
Gráfico 3. Áreas do conhecimento
16
1.5 Referencial Teórico
Nesta sessão apresentaremos um balanço dos referenciais disponibilizados pelos resumos
das obras selecionadas. Consideramos este elemento absolutamente indispensável para a
produção de um trabalho acadêmico, na medida em que esclarece os métodos de trabalho do
pesquisador, seus pressupostos e categorias de análise. Defendemos a posição segundo a qual:
todo conhecimento produzido implica e pressupõe métodos e teorias que
embasam o processo (método) e o resultado (teoria) da construção do
conhecimento cientifico, sendo estes igualmente produtos sociais e históricos.
Mesmo quando não se explicita o referencial metodológico e teórico utilizado, é
evidente que, apesar dessa dimensão ficar subjacente ao texto, não se deixa de
adotar princípios ontológicos e gnosiológicos, posto que estes permeiam toda
produção de conhecimentos, todo processo e resultado do pensar do homem
(LOMBARDI, 2010, p.93).
Desta forma, o contato com diferentes matrizes teórico-metodológicas pode gerar uma
série de informações que dificilmente poderiam ser interpretadas sem a determinação de algumas
balizas fundamentais. Assim, a fim de facilitar a exposição e análise destes dados, recorreremos à
divisão sistematizada por LOMBARDI (2010), baseada em SEVERINO (1997), SCHAFF (1987)
e CARDOSO (1986). As obras foram então divididas em seis grandes conjuntos. São eles:
1) Tradição Metafísica
Fundada no essencialismo, este conjunto de obras conecta-se às produções vinculadas a
princípios religiosos, especialmente nas tendências neotomistas. Os grandes representantes deste
grupo são Matteo Liberatore, Gaetano Sanseverino, Victor Cathrein, Désiré Mercier, Antonin
Sertillanges, Réginal Garrigou-Lagrange, Agostini Gemlli, Jacques Maritan e, no Brasil, Alceu
Amoroso Lima.
2) Tradição Positivista (Empírico-Analíticas)
Decorrente das propostas cientificistas e naturalistas, os membros deste grupo buscariam
retratar a realidade por meio de fatos e evidências consideradas neutras, organizadas por um
17
interlocutor que não exerceria influência sobre tais objetos. Suas referências centrais seriam
Auguste Comte, Émile Durkheim e Leopold Von Ranke.
3) Tradição Hermenêutica
Inspiradas no subjetivismo, dariam origem à fenomenologia, ao culturalismo,
essencialismo e arqueogenealogia. O ponto de conexão destes múltiplos autores seria a ênfase na
subjetividade. Suas referências principais seriam: Husserl, Scheler, Merleau-Ponty, Heidegger,
Paul Ricoeur, Michel Foucault, Lacan, Gilles Deleuze, Felix Guattari, Michel Maffesoli, Jean
Baudrillard, Cornelius Castoriadis, Maurice Godelier, Roland Barthes, entre outros.
4) Tradição Dialética
Buscando conhecer o ser humano a partir de sua realidade histórico-social, os autores aqui
elencados teriam como ponto de conexão o “práxismo, ou seja, o homem é visto como produzido
pela sua história da qual é também o agente construtor” (SEVERINO, 1997, p.32). A imensa
lista de intelectuais seria constituída principalmente por Marx, Engels, Lênin, Trotsky, Kautsky,
Bernstein, Rosa Luxemburgo, Mao Tse-Tung, Lukács, Adam Schaff, Doldmann, Althusser e
Gramsci.
5) A Escola dos Annales
Esta classificação aparece apenas na classificação proposta por CARDOSO (1986), o qual
destaca especialmente as chamadas primeira e segunda gerações, constituída por nomes de peso
como Lucien Febvre, Marc Bloch e Fernand Braudel. Apesar da grande heterogeneidade de
autores e estilos, seriam pontos fundamentais de ligação neste grupo: (A) a construção de uma
“história problema” ao invés de uma “história narração”; (B) o câmbio constante com outras
disciplinas; (C) a busca pela realização de uma síntese histórica; (D) o reconhecimento da ligação
entre o presente e o passado na construção da história; (E) a utilização de um amplo conjunto de
documentos e fontes históricas.
6) Ecletismo
Por fim, sua preocupação em classificar a base teórica das produções acadêmicas
defrontaria-se com o chamado ecletismo, a saber, a justaposição, junções ou conexões formadas
18
por diferentes concepções, autores e tradições. Desta forma, seria “eclética toda e qualquer
teoria, prática ou disposição intelectual que se caracteriza pela escolha do que parece melhor
entre várias doutrinas, métodos ou estilos. (LOMBARDI, 2010).
Devemos atentar ainda para o fato de que nem sempre as atividades de pesquisa possuem
“pressuposições paradigmáticas que possibilitem a sua clara identificação” (idem, 2010), bem
como existem os irracionalistas ou céticos, os quais recusam qualquer embasamento
metodológico. Além disso, existem as produções que devem ser enquadradas em “ondas”
teóricas, as quais se constroem e se desfazem rapidamente, os “movimentos”. Estes “movimentos”
seriam, portanto, “modismos, característicos dos grupos sociais ao longo de toda a história e que
também impregnam grupos profissionalmente dedicados à atividade filosófica e científica.”
(idem, 2010, p.95).
Vejamos a divisão das obras consultadas a partir desta proposta:
19
Gráfico 4. Referenciais teóricos divulgados pela CAPES entre 1994 e 201011
11
Foram preservadas as denominações dos autores. Lista completa em ordem alfabética: Abordagem Qualitativa
(12); Análise Crítico-reflexiva (1); Análise de Conteúdo (4); Análise do Discurso (1); Análise do Discurso e Análise
de Conteúdo (1); Análise do Discurso e Materialismo Histórico (1); Análise Tridimensional da Política (1);
Boaventura de Sousa Santos (Sociologia das Ausências/Emergências)( 1); Carl Rogers (1); Catani, Cunha, Dias
Sobrinho, Gisi , Michelotto, Minto, Otranto, Sguissard, Trindade, Zainko (1); Clark; Drèze & Debelle, Kerr (1);
Cornelius Castoriadis e Hannah Arendt (1); Dedutiva – Popperiana (1); Deluiz , Gonzalez , Frigotto, Kuenzer,
Campos, Zeichner, Schön, Giroux, Alarcão, Tardif, Fonseca, Corsetti (1); Escola de Frankfurt (1); Esquizoanálise
(Deleuze e Guattari) e da analítica do poder (Foucault) (1); Exame de Documentos (1); Gramsci (2); História Oral
(1); Histórico Crítica (3); Jürgen Habermas (1); Martin Carnoy (1); Marx e Bourdieau (1); Materialismo Histórico-
Dialético (43); Max Weber (2); Método Popperiano e TCH (1); Metodologia das Redes Sistêmicas (Pesquisa
Qualitativa) (1); Metodologia hipotético-dedutiva (1); Michel Foucault (1); Nina Beatriz Ranieri (1); Nova História
Cultural (1); Philippe Perrenoud (1); Pierre Bourdieau (7); Pierre Bourdieu e Neil Fligstein (1); Pierre Bourdieu,
Lahire e Michel de Certeau (1); Norman Fairclough (1); Sociologia Comparada de Bendix (1); Teoria da
Complexidade de Edgard Morin (1); Teoria neo-institucionalista (1); Pablo Gentilli e Codo (1); Paulo Freire (1);
Triangulação de Métodos (1); Walter Benjamin (1); José Honório Rodrigues, Rui Martinho Rodrigues e de Jacques
Le Gof, Peter Burke, Franco Cambi e Antonio Nóvoa (1); Medina, Silva Jr. e Sguissardi, Catani, Dourado, Oliveira,
Chauí (1); Saviani, Freire, Deluiz, Zeichner (1); Jean-Jacques Rousseau, Carlos Coutinho, Wanderlei dos Santos,
Dermeval Saviani, Luiz Cunha, Luiz Dourado e Jamil Cury (1); Santos, Trigueiro, Dourado, Fialho, Freitas, Yu e
Façanha, Lima, Souza e Shibata (1); Sousa Santos, Bourdieu, Tardif, Lucarelli, Cunha (1); Teoria Crítica da
educação (1); Teoria Crítica da Sociedade (2); Abordagem Quanti-Qualitativa (1); Readings, Sobrinho, Paim,
Morosini, Chauí, Cunha, Oliven, Freire, Szymanski, Silveira (1). Sem referência – 171. Dentre as teses e dissertações
Tradição Positivista
1%
Ecletismo
5% Tradição
Hermenêutica
7%
Tradição Dialética
25% Não especificado*
62%
Gráfico 4. Metodologia utilizada
20
Ao atentarmos para as produções na pós-graduação com o tema “professores”
perceberemos a grande incidência de pesquisas que supostamente utilizaram-se do método
qualitativo. Ao deparar-se com esta situação, Mirian Warde sinalizou algo bastante interessante e
adequado à nossa discussão, pois também percebemos dezenas de obras que seguiam as mesmas
características em relação ao nosso tema de pesquisa:
Desse quadro de avaliação qualitativa constato que, tendencialmente, as
dissertações não são produto de pesquisa. Passados onze anos, penso que se
afirma a pressuposição de Cunha (1979); lamentavelmente, a grande maioria das
dissertações não consiste em trabalho de pesquisa (...) Constato um duplo
movimento: o estreitamento dos temas e a lassidão do método. Por isso, só
aparentemente, estar-se-ia aproximando da realização de um alvo bastante
almejado: ruptura com a maléfica divisão do conhecimento, tão a gosto do
positivismo, e o encontro da especificidade da educação como objeto do
conhecimento. (WARDE, 1990, p.73-74).
E ainda sobre este tema, podemos acrescentar:
Ainda é surpreendente encontrar nos projetos, por exemplo, nos processos de
seleção para ingresso na pós-graduação, no item relativo à caracterização da
pesquisa, simplesmente sendo definida como “qualitativa”. E no item relativo à
metodologia, anunciar simplesmente, a utilização de entrevistas ou
questionários, apontando uma técnica de coleta de informações, sem se referirem
ou justificarem as fontes, outros procedimentos, ou fases da construção das
respostas. Nesse caso, vemos a influência do reducionismo tecnicista, do
instrumentalismo e a falta da compreensão teórica da pesquisa. (GAMBOA,
2011, p.80).
pesquisadas, 15 apresentaram autores de referência, mas não foi possível, a partir das informações fornecidas no
resumo, identificar sua referência teórico metodológica. Assim, elas foram classificadas no gráfico como “Não
especificada”, mas nesta descrição geral aparecem com a referência criada pelo autor.
21
Uma reflexão honesta sobre o tema, portanto, demonstraria que nas pesquisas em
educação o abandono de métodos, como forma de construir autonomia dos sujeitos, tem sido uma
marca característica de muitos trabalhos (WARDE, 1990).
Outro elemento bastante significativo expresso pelo gráfico 3 reside no fato da maioria
esmagadora dos resumos publicados no site da CAPES não apresentar o referencial teórico de
maneira clara. Acreditamos que este elemento revela-nos, ao menos, duas grandes características
da produção acadêmica no Brasil. Primeiramente, notamos que ignora-se em grande medida a
necessidade de um referencial teórico claro, reduzindo produções em nível de mestrado e
doutorado a “achismos” e opiniões pessoais, incapazes de realizar sínteses ou de responder
perguntas complexas. Sobre este aspecto, DUARTE (2006) destaca que:
se por um lado, há uma carência de discussões sobre esse tema, por outro lado, o
processo de avaliação dos programas de pós-graduação pela CAPES, somado ao
universo ideológico pós-moderno e neoliberal, não se fazem de rogados e
subordinam a formação dos mestres e doutores em educação às demandas do
mercado ou do estilo acadêmico que esteja na moda, o que acaba sendo a mesma
coisa, pois os estilos acadêmicos também significam fatias de mercado na venda
de livros, de cursos, de palestras e de tantas outras mercadorias consumidas
pelos educadores e pelas instituições educacionais. (DUARTE, 2006, p.90).
A partir de suas contribuições, podemos concluir que muitas produções preocupadas em
compreender a educação superior no Brasil, na tentativa de definir a concepção de educação dos
governos selecionados para esta pesquisa, não desenvolvem, efetivamente, uma pesquisa crítica.
Newton Duarte, preocupado com estas questões, buscou definir as características daquilo que
poderia ser considerado um intelectual crítico. Em primeiro lugar, eles devem estar
comprometidos com a elevação do nível cultural de toda a população, e para tanto, o pesquisador
em questão deve se apropriar de um método definido, e a partir deste propôr sua pesquisa. Assim,
“a formação do intelectual crítico não dispensa o auxílio de uma teoria crítica. Não existe
nenhum tipo de pensamento crítico em abstrato, isto é, desprovido de conteúdo.” (DUARTE,
2006, p.94). A produção intelectual deveria ser, portanto, estruturada a partir de conhecimentos
adquiridos e incorporados, e existir com a finalidade de contribuir ainda mais com a crítica social
22
no campo da educação. Além disso, os pesquisadores não poderiam limitar os resultados de sua
produção a um grupo específico, mas sim deve permitir que todos os indivíduos tenham acesso
aos conhecimentos por ele produzidos.
Em segundo lugar, podemos perceber a influência da pós-modernidade nas produções
acadêmicas quando se trata do campo “educação brasileira”. A pós-modernidade, carregada de
irracionalismo, fragmentaria não só a realidade social, mas também o sujeito, seu pensamento e a
sua ação política. A proposta de superação do positivismo (diante da recusa de sua neutralidade
científica e preferência pelos estudos quantitativos), bem como da teoria marxista (acusada de ser
incapaz de lidar com micro-realidades do ambiente escolar) abriria espaço para o uso de outros
tipos de concepção, conectadas à fenomenologia, etnografia ou antropologia (DUARTE, 2006,
p.99).
A lista de referenciais teóricos revelou também a grande utilização do materialismo
histórico-dialético. Algumas das produções chegam a citar autores específicos, em especial
Gramsci, bem como o uso de suas categorias de análise específicas. É necessário, no entanto,
reforçar que não nos preocupamos em distinguir as várias tradições marxistas, mantendo-as no
mesmo grupo.
1.6 Temas Pesquisados
Dentre as centenas de trabalhos que se dispuseram a pesquisar a Educação Superior no
recorte selecionado, foi possível observar uma grande quantidade de temas. Procuramos
organizar estes temas a partir de pontos em comum, apesar de termos ciência dos limites dessa
proposta.
A tabela e o gráfico a seguir nos ajudam a observar o resultado:
23
Tabela 2. Tema das pesquisas
Temas Legenda Nº Trabalhos
Formação de Profissionais 1 21
Políticas Educacionais* 2 201
Crescimento das IES Públicas e/ou Privadas 3 31
Projetos/Experiências de Gestão 4 3
PROUNI 5 17
Trajetória de Instituições 6 4
EAD 7 6
ESTADO DA ARTE 8 4
OUTROS 9 5
* (Avaliação, Inclusão, Práticas, Diretrizes, Acesso, REUNI, Financiamentos, Diversidade, Autonomia, Organismos
Internacionais, Neoliberalismo e Pós Modernidade).
Gráfico 5. Temas presentes nos trabalhos entre 1994 e 2011, divulgados pela CAPES em fevereiro de 2013.12
*Temas que representam menos de 3% ou menos do total de trabalhos.
12
Lista completa dos temas: Formação de Profissionais (21); Políticas Educacionais - Avaliação, Inclusão, Práticas,
Diretrizes, Acesso, REUNI, Financiamentos, Diversidade, Autonomia, Organismos Internacionais, Neoliberalismo e
Formação de
Profissionais
7%
Crescimento das
IES
11%
Projetos ou
Experiências de
Gestão
1%
PROUNI
6%
Trajetórias de
Instituições
1%
Políticas
Educacionais
69%
EAD
2% Estado da Arte
1% OUTROS
2%
Gráfico 5. Temas Pesquisados
24
A elaboração deste gráfico permitiu analisar, tema a tema, todos os trabalhos e desta
forma perceber que, muitas vezes, a mesma pergunta é feita em inúmeros deles, bem como a
utilização de documentos semelhantes, ou idênticos.
O diálogo entre essas obras mostrou-se praticamente inexistente nos resumos publicados
pela CAPES, o que empobreceria e diminuiria a possibilidade de produzir um conhecimento
amplo e relevante. Na próxima sessão analisaremos as obras selecionadas de maneira integral,
especialmente quanto às suas conclusões, e então conseguiremos apontar traços de permanência
ou rupturas entre elas.
É importante dizer que a grande incidência do tema “políticas educacionais” revela o
interesse dos pesquisadores em entender as transformações ocorridas no ensino superior
brasileiro, e quem de fato se beneficia neste completo jogo. Agrupar essas obras, e promover um
diálogo entre as mesmas, contribuirá para o campo de pesquisa e permitirá a outros pesquisadores
referências para a elaboração de críticas profundas, além da busca por novos desafios.
Pós Modernidade (201); Crescimento das IES Públicas e/ou Privadas (31); Projetos/Experiências de Gestão (3);
PROUNI (17); Trajetória de Instituições (4); EAD (6); Estado da Arte (4); Outros (5).
25
CAPÍTULO 2. EM BUSCA DA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
NOS GOVERNOS FHC E LULA
2.1 Apresentação dos trabalhos selecionados por tema
Neste segundo capítulo realizaremos a análise dos trabalhos selecionados a partir dos
resumos publicados pela CAPES, de acordo a temática desenvolvida. Diante do grande número
de produções que tratavam da educação superior, selecionamos para leitura integral apenas os
trabalhos que apresentaram objetivos semelhantes aos propostos iniciais, a saber, desvendar a
concepção de educação superior nos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luís
Inácio Lula da Silva (2002-2010).
Dentre o montante de quase trezentas produções sobre a educação superior neste recorte
temporal, foram selecionadas vinte e seis trabalhos, dentre os quais, apenas vinte estavam
disponíveis em formato digital. A seguir, apresentamos uma lista organizada pelo nome dos
autores em ordem alfabética:
Tabela 3. Obras selecionadas para análise.
Título Autor
A INFLUÊNCIA DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS
NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
ALVARO CESAR
CATTANI
ATUONOMIA UNIVERSITÁRIA OU LIBERALIZAÇÃO
DO MERCADO DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO? A
POLÍTICA EDUCACIONAL DE FHC *
ANDRÉIA DA SILVA
QUINTANILLA DE
SOUZA
A EXPANSÂO DO ENSINO SUPERIOR PRIVADO, NO
AMAZONAS, NO PERÍODO DE FERNANDO HENRIQUE
CARDOSO (1995-2002)
ANGELICA KARLLA
MARQUES DIAS
26
A RELAÇÂO ENTRE DIVERSIFICAÇÃO E
DIFERENCIAÇÃO INSTITUCIONAL NAS POLÍTICAS
DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NOS ANOS
DE 1995 a 2006*
APARECIDA
CARNEIRO PIRES
AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO ENSINO SUPERIOR NO
GOVERNO LULA: TENUIDADE ENTRE A
DEMOCRATIZAÇÃO E A PRIVATIZAÇÃO.
BRUNO LIMA
PATRÍCIO DOS
SANTOS
O IMPACTO DO PENSAMENTO NEOLIBERAL SOBRE
A REFORMA DO ESTADO BRASILEIRO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS PARA AS INSTITUIÇÕES FEDERAIS
DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
(1995-1997)*
CÉSAR CANDIOTTO
O PÚBLICO E O PRIVADO NO ENSINO SUPERIOR
BRASILEIRO: DO REGIME MILITAR (1964-1984) AO
GOVERNO FHC (1995-2002)
CLÁUDIO AFONSO
PERES
A POLÍTICA PÚBLICA PARA A EDUCAÇÃO SUPERIOR
NO BRASIL (1995-2008): RUPTURA E/OU
CONTINUIDADE?
CRISTINA HELENA
ALMEIDA DE
CARVALHO
A EDUCAÇÂO SUPERIOR NO CONTEXTO DO PROUNI CRISTINI COLLEONI
PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS: A
PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE UMA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CRISTINA PEREIRA
MELO DE OLIVEIRA
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL: ENTRE O ESTADO E
O MERCADO
EDSON RILDO PENHA
DE ALENCAR
27
A PRIVATIZAÇÃO/MERCANTILIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA NO CONTEXTO
DO SISTEMA DO CAPITAL E DA SUA CRISE
ESTRUTURAL
ELACI FERREIRA DA
COSTA
A REFORMA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NOS
GOVERNOS FHC E LULA E A FORMAÇÃO PARA A
CIDADANIA
JANETE ILIBRANTE
REFORMA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NOS ANOS DE
CONTRA-REVOLUÇÃO NEOLIBERAL: DE FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO A LUIS INÁCIO LULA DA
SILVA
KATIA REGINA DE
SOUZA LIMA
PROUNI: POLÍTICA PÚBLICA DE ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR OU PRIVATIZAÇÃO? MARCOS JOSÉ VALLE
EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA
NO BRASIL: O CASO DA UNIVERSIDADE DO
TOCANTINS - UNITINS
MARIA ZOREIDE
BRITTO MAIA
EDUCAÇÂO SUPERIOR BRASILEIRA NO PERÍODO DE
1998-2007: PROPOSTAS, METAS E DIRETRIZES,
OUTRO OLHAR SOBRE OS MESMOS PROBLEMAS
PATRÍCIA LUCIAS
VOSGRAU DE FREITAS
PÚBLICO E PRIVADO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR:
UMA ANÁLISE DA HOMEOPÁTICA
CONTRARREFORMA UNIVERSITÁRIA NO BRASIL
(1995-2010)
PRISCILLA GAMA
CARDOSO
O SIGNIFICADO DO PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
NA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA NOS
ANOS INICIAIS DO SÉCULO XXI: O DECLARADO NO
PPA “BRASIL DE TODOS” (2004-2007)
MARIA ALICE DE
MIRANDA ARANDA
28
UFBA NA MEMÓRIA MARIA INÊS CORRÊA
MARQUES
A IMPLANTAÇÃO DO REUNI NA UNIVERSIDADE DO
PARÁ: UM ESTUDO DE CASO DO CAMPUS DE
ALTAMIRA
RHOBERTA SANTANA
DE ARAÚJO
AS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
PROGRAMAS E AÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO
GOVERNO LULA DA SILVA (2003-2010)*
SIMONE MEDEIROS
A EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR PÓS LDBEN:
TERRITÓRIOS DISPUTADOS* SINTIA SAID COELHO
MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR: AS
CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS PRODUTIVAS
PARA OS DOCENTES DE ENSINO SUPERIOR
SUELI DE FÁTIMA
OURIQUE DE AVILA
O REUNI COMO ESTRATÉGIA DA CONTRA-
REFORMA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR*
VIVIANE DE SOUZA
RODRIGUES
CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA NA
REFORMA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: FINALIDADES,
CONTINUIDADES E RUPTURAS (1995-2010). ESTUDO
COMPARADO BRASIL E PORTUGAL.
ZULEIDE SIMAS DA
SILVEIRA
*As obras de Aparecida Carneiro Pires, Andréia Quintanilha de Souza, César Candiotto, Simone Medeiros, Sintia
Said e Viviane Rodrigues, apesar de selecionadas, não foram encontradas em formato digital, o que inviabilizou a
sua leitura e incorporação a esta pesquisa.
29
2.2 Análises dos trabalhos.
Após a seleção dos trabalhos a partir da temática, desenvolvemos nesta seção uma breve
análise de cada um deles13
, destacando os seguintes aspectos: Título, Ano de Conclusão, Autor,
Tema, Argumentos Centrais, Referencial Teórico, Conclusão.
Ao final desta seção, compilamos e confrontamos as ideias principais desenvolvidas pelos
autores, bem como as contribuições mais relevantes de cada obra.
2.2.1 Trabalho nº 1. Álvaro César Cattani
A. Título.
“A influência dos organismos internacionais nas políticas educacionais para a educação
superior no Brasil”. Dissertação (Mestrado). Curitiba.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2006
C. Autor (a).
Álvaro César Cattani
D. Tema.
A pesquisa buscou desvendar o papel dos organismos internacionais (CEPAL, OMC, BM,
BID, UNESCO) e o impacto destes na educação superior brasileira, na segunda metade do século
XX e no início do século XXI.
E. Argumentos Centrais.
Álvaro Cattani procurou, através da análise de documentos e pesquisa bibliográfica,
compreender o impacto dos organismos internacionais supracitados no ensino superior brasileiro,
e constatou que práticas benéficas para a população passaram a ser substituídas por atividades
lucrativas ao capital.
13
Nosso critério de apresentação das obras obedeceu à ordem alfabética a partir do nome dos autores.
30
Como seu foco está nos efeitos dessa transformação para a educação superior, o
pesquisador discute o fenômeno do crescimento das instituições privadas de ensino superior em
relação às públicas, em especial durante o governo Lula, o qual foi comparado a seus opositores
no trato com os organismos internacionais.
Os acordos com essas instituições, desta forma, não se fariam de maneira neutra e
desinteressada, mas estariam sempre de acordo com regras e condições. Assim:
Todos os países que assinam empréstimos do Banco automaticamente recebem
um requerimento de que aceitam cada condicionalidade vinculada àquele
acordo, tanto pelo Banco quanto pelo FMI. (...) apesar de o Banco e o Fundo
desempenharem papéis diferentes, não se pode ter um sem ter o outro. (...)
estudos já estipularam que os projetos financiados pelo Banco Mundial trazem
uma média de condicionalidades, se forem computadas as do FMI que são
automaticamente vinculadas a eles. (SILVA, 2005, p.11-12).
Ao seguir as orientações, a partir da década de 1970, os governos brasileiros teriam
priorizado o ensino fundamental em detrimento do superior. A falta de investimentos teria sido,
portanto, um dos fatores mais importantes na privatização do setor.
O autor faz questão de ressaltar que o Banco Mundial é ligado a outros organismos, como
o “Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento” (BIRD), a “Associação
Internacional de Desenvolvimento” (IDA), a “Cooperação Financeira Internacional” (IFC), o
“Centro Internacional para Resolução de Disputas sobre Investimentos” (ICSID), a “Agência de
Garantia de Investimentos Multilaterais” (MIGA) e o “Fundo Mundial para o Meio Ambiente”
(GEF). Todos estes foram criados no contexto do pós Segunda Guerra, em meio às tensões
existentes entre o bloco socialista, liderado pela URSS, e capitalista, tendo os EUA como cabeça.
O autor destaca então a importante ação das assessorias propostas pelo BM, mais
significativas, segundo ele, até mesmo do que os empréstimos oferecidos. A concepção de
educação dos governos brasileiros seria então fortemente influenciada pelas propostas e
recomendações produzida nas sedes destes organismos14
.
14
Os programas sugeridos pelo BM são apresentados sempre como submissos aos interesses mercadológicos, tais
como sugerem os documentos “Supporting Reform in the Delivery of Social Services”, de 1996, e “Social
31
A educação foi apresentada por estes grupos como “antídoto da pobreza”, e elemento
chave na resolução dos conflitos sociais, devendo o ensino básico ser universal e gratuito,
enquanto os demais setores não seriam prioritários. Outros benefícios decorrentes da educação
seriam a contenção demográfica e a melhoria da condição de renda das camadas mais pobres da
população. Assim, “o Banco mostra que não propicia um volume de recursos injetados, mas sim
sua influência nas políticas sociais porque seu aval condiciona a liberação de empréstimos aos
ajustes estruturais” (CATTANI, 2006, P.41).
Outra instituição em destaque na pesquisa é a OMC. Possuindo personalidade jurídica, ela
buscaria regular as relações internacionais e, a partir da década de 1990, teria lutado para romper
as barreiras existentes no campo da educação. Se fosse vista apenas como um “serviço”, a
educação superior poderia ser oferecida pelo setor público ou privado e, portanto, deveria
sujeitar-se às regras de funcionamento estabelecidas pela instituição para todos os países
membros. Sua aprovação facilitaria a expansão do setor privado, na medida em que as novas
regras gerariam uma série de mudanças no interior desses países, tais como a aceitação simples
de títulos obtidos no exterior, a abertura comercial ou a isenção de impostos para instituições
privadas nacionais e internacionais.
Álvaro Cattani também discute as consequências da “Comissão Econômica para a
América Latina” (CEPAL), criada pela ONU em 1948, e suas consequências para o Brasil.
Respondendo aos interesses norte-americanos durante a Guerra Fria, a comissão proclamou ter
como propósito central o desenvolvimento econômico da região da América Latina, sendo
incorporados posteriormente os países do Caribe. Na década de 1990, a CEPAL teria incentivado,
em consonância com o “Consenso de Washington”, a ampliação das fontes de financiamento para
a educação, buscando garantir o aumento da educação superior privada, e enfatizando a formação
de profissionais que atendessem às necessidades do mercado.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura),
vinculada à ONU, seria outro exemplo de organização criada no mesmo contexto, cuja função
seria garantir a paz e a solidariedade intelectual e moral da humanidade. O contato entre a
UNESCO e o MEC teria se intensificado a partir da década de 1990, tendo sido assinado em
1993, durante o governo Itamar Franco, o primeiro plano de trabalho em conjunto.
Development Strategy”, de 2003. Disponíveis em <http://www.worldbank.org/pt/country/brazil>. Acesso em janeiro
de 2014.
32
Muitos documentos sobre a educação superior foram produzidos por esta instituição, tais
como: “Política para el Cambio y el Desarollo en la Educacion Superior” (1996), visando a
expansão quantitativa e a diversificação das formas de avaliações das IES; “Um tesouro a
descobrir” (1996), o qual trata a educação de maneira pragmática e a conecta às necessidades
econômicas e sociais; a “Declaração Mundial sobre a Educação Superior no Século XXI: Visão e
Ação” e “Marco Referencial de Ação Prioritária para a Mudança e o Desenvolvimento da
Educação Superior” (ambos de 1998), os quais têm uma ação de complementação e caminham
na linha dos demais ao tratar a educação como antídoto para crises econômicas e sociais.
Em 2006, no “Manifesto do México”, a UNESCO reagiu à ofensiva da OMC, a qual
buscava incorporar a educação ao “Acordo Geral para o Comércio de Serviços” (ACGS). O
resultado foi surpreendente, na medida em que freou o processo de mercantilização da educação.
O teor do documento pode ser resumido no seguinte trecho:
A redução da educação em mera mercadoria degrada sua qualidade e não
assegura seu caráter formativo, simplificando-a a um treinamento para
competências limitado. O grupo repudia sua inclusão entre os serviços da
ACGS, apoiando a posição do Brasil (citado anteriormente na fala do ministro
Cristóvão Buarque) e outros países que manifestaram sua posição contrária. Isto
na é só uma posição contrária, mas também a convicção de que a educação é e
deve ser uma formação de qualidade e que só é possível assegurar seu caráter
mediante sistemas rigorosos de controle da qualidade das instituições de
educação superior (UNESCO, 2005).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O referencial teórico metodológico apresentado foi o materialismo histórico-dialético,
tendo o autor a preocupação de demonstrar os caminhos e interesses que envolvem a construção
de uma política pública.
Para Cattani, uma política pública, longe de ser apenas a expressão de um ou outro grupo
social, constrói-se a partir de uma ampla disputa e troca de favores.
33
G. Conclusões
Sua conclusão aponta na continuidade do comportamento em relação aos organismos
internacionais no Brasil, seja nos governos da chamada “direita”, bem como os considerados da
“esquerda”. Assim, não haveria diferenças claras entre as propostas de FHC e Lula para a
educação.
Sobre o Banco Mundial, Álvaro Cattani acredita que sua posição não pode ser
simplificada em excesso, não sendo:
monolítica nem fixa: nos próprios documentos e estudos promovidos pelo BM
existem importantes diferenças de enfoque, conclusões divergentes e até
contraditórias, como também críticas aos arcabouços conceituais, às
metodologias e aos resultados de outros estudos publicados ou citados pelo BM
(CATTANI, 2006, p.69).
Finalizando, após analisar todos os documentos e suas dinâmicas, o que se observa no
Brasil seria a construção de uma política neoliberal na prática, disfarçada de Social-Democracia
(CATTANI, 2006).
2.2.2 Trabalho nº 2. Angélica Karlla Marques Dias
A. Título.
“A expansão do Ensino Superior privado, no Amazonas, no período de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002).” Dissertação (Mestrado em Educação). Manaus, AM.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2006
C. Autor (a).
Angélica Karlla Marques Dias
34
D. Tema.
Ao afirmar que as reformas de FHC no campo educacional foram realizadas de acordo
com as diretrizes da “Conferência Mundial sobre a Educação para Todos”, realizada em Jomtien,
na Tailândia, em 1991, a pesquisadora buscou compreender a políticas públicas deste governo
para o ensino superior, bem como as ações do Banco Mundial neste processo, e quais foram os
reflexos destas para a educação superior do Amazonas. Seu trabalho intentou, desta forma,
“conhecer, compreender e explicar a trajetória do ensino superior, desde sua implantação no
Brasil, dando ênfase ao período de 1995 a 2002.” (DIAS, 2006, p.17).
E. Argumentos Centrais.
Para Angélica Dias, a década de 1990 representou um período de substituição do
investimento no setor público para o privado, sendo o governo submisso ao lobismo dos
empresários da educação. Ela atribui ao Banco Mundial a criação das diretrizes para as reformas
no Brasil, alterando a lógica da esfera pública.
A Constituição de 1988 foi apontada pelos governos da década de 1990 como a grande
responsável pelo encarecimento da máquina pública, sendo necessária sua urgente transformação.
Talvez essa seja a explicação do imenso número de medidas provisórias de FHC, muito acima
dos seus antecessores. O Estado teria então, em busca desses objetivos, reduzido sua atuação em
diversos setores, tendo na privatização a sua grande marca.
O Ensino Superior também foi alvo de uma forte reestruturação neste momento, e a
facilitação para o setor privado de ensino superior teria gerado consequências também em
Manaus, havendo resistência por parte do dos docentes.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
A dissertação procurou analisar documentos como o “Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado” (1995), “Ensino Superior Brasileiro: Características e Desafios”, “A
Educação do Ensino Superior no Brasil” (1998), “Brasil do Setor de Ensino Superior” (2000),
“Ensino Superior desafios e Opções” (2002), e “Declaracion Mundial sobre La educacional em
el siglo XXI: Vision y Acción da Organização das Nações Unidas para a Educação, a ciência e a
cultura – UNESCO” (1995). Os pressupostos são inspirados no materialismo histórico dialético,
35
tendo a pesquisadora manifestado a preocupação de relacionar os documentos em destaque ao
contexto mais amplo que os envolveu.
G. Conclusões
Angélica Dias concluiu que as transformações seriam fruto da expansão capitalista no
setor. Submisso às políticas orientadas por organismos internacionais, o governo brasileiro teria
reduzido suas responsabilidades e garantido mais espaço para a ação de agências reguladoras. A
UNESCO e o Banco Mundial enviariam então inúmeras propostas favoráveis ao acúmulo de
capitais.
A responsabilidade da educação estaria, ao longo deste processo, transferindo-se do
Estado para a iniciativa privada, e consequentemente, seu incessante interesse pelo lucro. FHC
não seria o responsável por tais mudanças, mas teria respondido positivamente a elas, facilitando
a implantação de diversas ações neste sentido.
2.2.3 Trabalho nº 3. Bruno Lima Patrício Santos
A. Título.
“Ampliação do Acesso ao Ensino Superior no Governo Lula: tenuidade entre a
democratização e a privatização”. Dissertação (Mestrado em Política Social). Niterói, RJ.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2010
C. Autor(a).
Bruno Lima Patrício Santos
D. Tema
Bruno Santos pesquisou o governo Lula (2003-2010), dando ênfase às diversas ações
realizadas ao longo dos dois mandatos no sentido de ampliar o acesso ao ensino superior, tais
como a UAB, o PROUNI, o REUNI e outras.
36
E. Argumentos Centrais.
O pesquisador revelou através de uma minuciosa análise de cada um dos “pilares”
relativos à política de inclusão petista, o vínculo mantido entre o projeto do PT para a educação
superior e os interesses da burguesia nacional e do capital internacional. Os supostamente
“maiores beneficiados” por este processo, os grupos populares, contariam na verdade com uma
atividade de qualidade questionável, e a essência de todas as ações estaria sujeita ao desejo do
Banco Mundial para o nosso país.
Um exemplo disso estaria no fato de que, ao longo deste período, surgiram 29 instituições
públicas de ensino superior, contra 364 privadas. Além disso, aproximadamente 60% dos
estudantes não estariam se graduando em universidades, o que, na opinião do autor, atentaria
contra a concepção de educação como direito do cidadão.
As parcerias público-privadas demonstrariam que os benefícios ao setor privatista também
teriam alcançado a universidade pública, as quais passariam a se expressar por meio de vocábulos
empresariais e quantitativos. Os projetos de acesso, como o PROUNI, FIES E PNAES, vincular-
se-iam mais à lógica de alívio à pobreza, propagada pelo Banco Mundial, do que ao ideal de
igualdade social, sonhado por muitos daqueles que depositaram suas esperanças no PT.
Para explicar a origem desta política, o pesquisador retoma a lógica do “Consenso de
Washington”, organizado em 1989, o qual teve como idealizador o economista estadunidense
John Williamson. De acordo com seu pensamento, a América Latina deveria, urgentemente,
aplicar as reformas neoliberais. Williamson apresentou uma lista com dez regras básicas a serem
seguidas, as quais teriam como essência a diminuição do papel do Estado, a busca pelo equilíbrio
orçamentário, a abertura comercial, incentivos à concorrência bem como um profundo programa
de privatizações e o afrouxamento da legislação trabalhista.
Praticamente no mesmo período, ocorreu na Tailândia a “Conferência Mundial de
Educação para Todos”, realizada em 1990, em Jomtien, sinalizando a interferência da UNESCO
e do Banco Mundial na educação, e contando ainda com apoio do “Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF) e do “Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento”
(PNUD). (SANTOS, 2010, p.43).
A UNESCO, no entanto, teria apresentado propostas que se confrontavam com as
sugestões do Banco Mundial. Enquanto a primeira defenderia um posicionamento central e
37
estratégico do Estado no ensino superior, o segundo proporia a radicalização dos princípios
neoliberais. Isso explicaria por que países como Alemanha, a despeito do que foi propagado
como “receita para o sucesso”, manteriam um sistema universitário gratuito e público
(TRINDADE, 1999).
O Banco Mundial, interessado em aplicar as chamadas medidas do chamado “alívio à
pobreza”, construiu um aparato ideológico no intuito de reforçar o modelo capitalista e assim,
garantir, segundo o Bruno Santos, lucros estratosféricos. A instituição seria capaz, em meados de
2004, de levantar algo em torno de 20 bilhões de dólares por ano.
A proposta do BM de privatização do ensino superior levaria em conta argumentos
relativos à otimização dos custos dos Estados, os quais deveriam direcionar seus investimentos
apenas sobre o ensino básico, delegando ao indivíduo a possibilidade de cursar ou não o ensino
superior.
Ao analisar o Plano Diretor de FHC, de 1994, poderíamos perceber sua subordinação às
recomendações do “Consenso de Washington”. Sob a promessa de ampliação de autonomia das
instituições superiores, foram tomadas uma série de medidas que acabaram por ampliar o
controle do governo federal sobre as instituições, sempre justificadas como “avaliações de
desempenho”. Os problemas das universidades eram atribuídos às supostas falhas administrativas
e gerenciais. Os diagnósticos e as propostas mantinham forte tendência quantitativa, bem como as
metas estabelecidas. Desta forma, ao invés de pensar-se no que se produz e na qualidade do
trabalho realizado, o foco residiria na quantidade e velocidade da pesquisa (CHAUÍ, 1999, p.218-
219).
O governo FHC teria sido também responsável por um gritante arrocho nos investimentos
sociais, especialmente sobre as universidade federais, o que gerou problemas gravíssimos para a
manutenção das mesmas. Essas questões passariam a ser utilizadas posteriormente para acusar as
instituições de ineficiência, bem como no intuito de reforçar a proposta de substituí-las pelas
privadas, tidas como mais eficientes e vantajosas (SANTOS, 2010, p.57).
O Governo Lula, por sua vez, teria criado uma série de leis, programas e medidas sobre a
educação superior. Os principais elementos de sua política sobre neste segmento: O “Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior” (SINAES), criado através da Lei nº 10.861, de 14
de abril de 2004; a “Lei de Inovação Tecnológica” (LIT), nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004; a
“Lei de parceria público-privada” (PPP), nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004; o “Projeto
38
Universidade para Todos” (ProUni), nº 11.096, de 13 de dezembro de 2005; a “Universidade
Aberta do Brasil” (UAB), instituída pelo Decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006; e o “Programa
de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades” (REUNI), criado através do
Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007.
O posicionamento inicial do governo Lula sobre a educação superior ganhou voz a partir
de seu ministro da educação, Cristovam Buarque, responsável por tecer duras críticas ao modelo
posto em prática por FHC (classificado de neoliberal), denunciou a submissão das IES aos
interesses econômicos. No entanto, Bruno Santos acredita que a proposta apresentada como
alternativa possuía semelhante tendência privatizante, ao reforçar o caráter público não-estatal
das instituições privadas de ensino superior, as quais, segundo o próprio ministro, “podem ser
privadas (...) mas sua organização tem de ser controlada pela comunidade acadêmica”.
(BUARQUE, 2003, p.03).
Uma das rupturas percebidas por Bruno Santos entre os dois governos encontra-se na
análise feita pelo GTI (Grupo de Trabalho Interministerial), criado pelo governo Lula para avaliar
a situação da educação superior no Brasil. Este grupo diagnosticou problemas diferentes dos
apontados pela equipe do governo anterior, na medida em que o primeiro atribuía os problemas à
incompetência gerencial, o segundo apontava raízes mais profundas, de ordem econômica e
social. (SANTOS, 2010, p.133).
No ano seguinte, Tarso Genro assumiu o comando do Ministério da Educação e deu
prioridade ao processo de reforma do ensino superior, tendo como marco a elaboração de outro
documento, intitulado “Reforma da Educação Superior: reafirmando princípios e consolidando
diretrizes da reforma da educação superior”. O centro das propostas estaria consolidado nos
princípios de autonomia universitária, financiamento, avaliação e política de acesso e
permanência. Ao tratar de autonomia, o documento abordaria principalmente a questão da
autonomia financeira, ampliando as fontes de obtenção de recursos pelas IES.
Assim, o governo Lula estaria mantendo uma postura de continuidade em relação ao
governo anterior, aprofundando o que havia sido apenas iniciado. Sobre o financiamento para a
educação, notou-se uma incompatibilidade entre a promessa feita em campanha, explicitados no
documento “Uma escola do tamanho do Brasil” e as projeções após a vitória nas urnas
(DAVIES, 2003). Surgiram, concomitante a estas mudanças, propostas na Câmara dos
Deputados, elaboradas por membros do PT, incentivando o pagamento pelo curso após a
39
conclusão do mesmo. A deputada Selma Schons, por exemplo, enviou a proposta de Emenda
Constitucional nº 21715
, buscando alterar o artigo 212 da Constituição Federal. A autora classifica
a sua proposta como criativa e ousada, mas na verdade, haveria a intenção de responsabilizar os
indivíduos por problemas estruturais e conjunturais do capitalismo (SANTOS, 2010, p.28). Esse
seria apenas um exemplo do posicionamento do PT, em total consonância com as propostas
apresentadas na década anterior pelo Banco Mundial. (MANCEBO, 2004, p.33).
Quanto à questão da avaliação, haveria uma divergência no interior do primeiro governo
Lula. Enquanto o ministro da educação Cristovam Buarque defendia uma política de permanência
dos princípios aplicado no governo de FHC, uma comissão criada pelo governo denominada
CEA (Comissão Especial de Avaliação da Educação Superior) propunha a avaliação como um
elemento formativo e emancipatório. A conclusão do SINAES, no entanto, só teria ocorrido após
a saída de Cristovam Buarque do MEC, ao longo de 2004. Lula sancionaria então, em abril de
2004, a Lei 10.861, criando o SINAES e também a “Comissão Nacional de Avaliação da
Educação Superior” (CONAES), no intuito de supervisionar e acompanhar seu funcionamento. O
então presidente do CONAES, o professor Hélgio Trindade, teceu duras críticas ao sistema de
financiamento e avaliação colocados em prática, tentando romper com os padrões semelhantes
aos governos de FHC e à lógica proposta pelo Banco Mundial. Entretanto, permaneceram no
governo do PT o sistema de ranqueamento das universidades, bem como a centralização
excessiva dos processos regulatórios e da aplicação de verbas por parte do Ministério da
Educação.
Sobre a política de acesso e permanência no ensino superior, o desafio era gigantesco.
Lula havia prometido em campanha ampliar, em médio prazo, para 30% o índice de jovens entre
18 e 24 anos cursando cursos superiores no país, o que significava praticamente quadriplicar o
número de matrículas. Deste grupo, 40% deveriam estar no ensino público16
. As ações tomadas
pelo governo justificar-se-iam a partir de críticas feitas ao modelo universitário, classificado
como elitista, e passaram a ser denominadas pelo governo como democráticas.
Desta forma, Bruno Santos demonstra que os projetos de acesso ao ensino superior do
governo centravam-se em três pilares: educação à distância, as parcerias-público-privadas e o
15
Disponível em <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=148603>. Acesso
em janeiro de 2014. 16
Disponível em <http://www1.uol.com.br/fernandorodrigues/arquivos/eleicoes02/plano2002-lula.doc>. Acesso em
janeiro de 2014.
40
crescimento do setor privado. A EAD seria vista como uma saída para o que o governo
classificou como incapacidade de ampliação de vagas em curto e médio prazo por parte das
instituições federais. Esse avanço corresponderia, de acordo com Bruno Santos, a um movimento
global, estimulado pela atual fase do capitalismo. A equação capaz de justificar essa modalidade
levaria em conta os baixos custos para implantação do sistema, a velocidade e facilidade de
acesso, bem como a criação de um rico mercado educacional para diversos setores. O grande
prejuízo estaria no fato de pensar-se a educação mais como um treinamento, uma dispersão de
informação, do que uma prática social propriamente dita. (SILVA JÚNIOR, 2003).
Devemos ressaltar que o pacote de transformações propostas durante o governo Lula teria
gerado facilidades para a entrada do capital estrangeiro no país, na medida em que 30% dos
investimentos para as instituições poderiam ser estrangeiros, e as mesmas ganhariam o direito de
validar diplomas obtidos em outros países. (BRASIL/MEC, 2006). Desta forma, o pesquisador
percebeu, durante o governo petista, um arranjo legislativo que permitiu e facilitou o
desenvolvimento de uma burguesia nacional de serviços, bem como do grande capital
internacional. (SANTOS, 2010, p.39).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos
Seu referencial teórico foi o materialismo histórico dialético. O pesquisador reuniu
documentos oficiais produzidos pelo governo, e os relacionou à conjuntura brasileira e
internacional. O histórico das reformas universitárias abraçou também o período dos governos
FHC, garantindo uma base de comparação entre as propostas aparentemente antagônicas para a
educação superior.
G. Conclusões
Bruno Santos acredita, a partir de suas pesquisas, que o governo Lula falhou na promessa
de democratizar o ensino superior no Brasil, e, além disso, garantiu a continuidade das
privatizações, já em curso no governo FHC. Isso teria ocorrido através do crescimento das
instituições privadas e da “privatização interna” das universidades públicas. Portanto, conclui o
pesquisador:
41
Embora o Ministério da Educação apresente com constância dados que visam
exaltar com magnitude a condução da política de democratização do acesso ao
ensino superior, existem alguns fatores palpáveis que demonstram que a
realidade da política educacional brasileira não é tão próspera quanto se tenta
fazer enxergar (SANTOS, 2010, p.135).
2.2.4 Trabalho nº 4. Cláudio Afonso Peres
A. Título
“O público e o privado no ensino superior brasileiro: do Regime Militar (1964-1985) ao
governo FHC (1995-2002)”. Dissertação (Mestrado) Cascavel, PR.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2009
C. Autor (a).
Cláudio Afonso Peres
D. Tema.
A proposta do pesquisador Claudio Afonso Peres foi analisar a expansão do setor privado
no ensino superior brasileiro, em especial nos períodos da Ditadura Militar (1964-1985) e do
Governo FHC (1995-2002). Seu objeto de pesquisa são as reformas na educação superior, bem
como a legislação produzida nos períodos selecionados e os documentos oficiais, levando em
conta as obras de autores clássicos e contemporâneos sobre o tema.
E. Argumentos Centrais.
Um dado impressionante teria motivado o autor a realizar sua pesquisa. Segundo Claudio
Peres, as instituições privadas de ensino superior ofereceram em 1985, final do período militar,
73% das vagas do ensino superior no Brasil e, surpreendentemente, esta marca chegou a 89% em
2006.
42
A obra teria relevância, segundo o pesquisador, dado o vazio de produções que tratem da
questão do público e do privado no Brasil durante o período militar. A comparação com o
governo FHC traria também novas contribuições na medida em que permitiria a discussão de
temas inéditos. O autor conseguiria provar que as formas de governo, sejam elas democráticas ou
autoritárias, não interferem nas práticas que interessam ao capital.
No primeiro capitulo o pesquisador Claudio Peres discute o conceito de público e privado,
retomando a teoria de John Locke e contrapondo-a a perspectiva marxiana. O conceito de Estado
também é colocado em pauta, a partir de diferentes eixos interpretativos.
Na sequência, um longo histórico sobre a educação superior no Brasil, desde o período
colonial, é apresentado. No período militar, o autor destaca o impacto dos acordos MEC-USAID,
a partir dos quais empréstimos e assistências eram elaborados seguindo a visão de tecnocratas, e
posteriormente implantadas na educação superior do Brasil. A reforma do ensino superior,
estabelecida pela Lei 5540/68 também ganhou espaço na pesquisa.
Ao tratar do governo FHC, o autor discutiu as reformas estabelecidas pelo MARE,
demonstrando as novas influências decorrentes de toda a transformação no panorama
internacional. A formulação da LDB/1996 também é discutida, e diversos autores são citados a
fim de elaborar uma crítica consistente sobre as diretrizes criadas. Para o pesquisador, os
organismos internacionais tiveram forte influência sobre o governo de FHC, o qual teria atendido
basicamente aos interesses do mercado.
No segundo capítulo o autor passa a estabelecer uma comparação entre o período militar e
o governo de FHC. Alicerçado na teoria marxiana, Claudio Peres delineia as características da
Constituição de 1967, revelando a hipertrofia do executivo e sua estratégia econômica,
responsável pelo “milagre econômico”. Enquanto a economia nacional sofria, na década de 1980,
as nefastas consequências das medidas tomadas durante a ditadura, a burguesia nacional
comemorava ganhos cada vez maiores. A desigualdade social crescera, colocando o Brasil na
lista dos países mais desiguais do mundo. A grande diferença, no entanto, é que não teria
ocorrido a política de privatizações, as quais marcariam o governo FHC. Outro ponto de
dissonância a ser destacado é que setores estratégicos, como telefonia, petróleo, água e luz,
mantiveram-se sob o comando do Estado.
A inflação e todos os problemas decorrentes da década de 1980 geraram a expectativa de
grandes reformas modernizantes, prontamente assumidas por FHC. O Estado abriria mão de ser a
43
“locomotiva do crescimento”, ampliando a participação direta do empresariado nacional e
internacional.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O pesquisador calcou-se na perspectiva materialista histórico-dialética, propondo
organizar um histórico do processo em questão. Sua análise da Ditadura Militar parte do conceito
marxista de Estado, segundo o qual este agiria como um “comitê da burguesia” a serviço de seus
interesses. Submisso às interferências que lhe são externas, o Estado brasileiro, seja no período
ditatorial, ou na chamada “Nova República”, obedeceria aos detentores do capital financeiro
internacional.
Claudio Peres apresenta também uma proposta de comparação dos dois recortes
selecionados, estratégia justificada a partir das reflexões de Marcela Pronko, especialmente em
seu artigo intitulado “A Comparação Histórica e a História do que não foi: desafios para a
pesquisa histórica em América Latina” (PRONKO, 2003, p.3). A autora, ao refletir sobre a
prática da comparação, acredita que “A riqueza da comparação está mais no processo de
pesquisa do que na forma de redação, está nas perguntas que nos permitem colocar e nas
relações que nos permitem enxergar, antes que na enumeração tediosa de semelhanças e
diferenças” (idem, 2003, p.3).
G. Conclusões
O autor chega conclui, a despeito do crescimento apresentado nas IES durante a Ditadura
Militar, que o grupo beneficiado ao longo do processo foi aquele vinculado ao capital, na medida
em que toda a lógica do Estado a ele se submetia. Assim, apesar do papel do Estado alterar-se no
mandato de FHC, podemos concluir que ele continuou ocupando a posição central. Na década de
1990, no entanto, ele assume a postura de regulador e fiscalizador das IES, e não mais de
responsável por seu desenvolvimento.
O autor reconhece que, numa sociedade capitalista, o acesso de todos os saberes
historicamente acumulados pela humanidade seria impossível. Assim, ele vê nas propostas da
Ditadura Militar e do governo Fernando Henrique Cardoso elementos claros de privatização e
submissão das IES à lógica do capital. A dicotomia ditadura-democracia, para ele, é apenas um
44
engodo, na medida em que ambas seriam apenas fases de mesmo modelo econômico (PERES,
2009).
2.2.5 Trabalho nº 5. Cristina Helena Almeida de Carvalho
A. Título.
“A Política Pública para a Educação Superior no Brasil: Ruptura e/ou Continuidade?”
Tese (Doutorado em Economia). UNICAMP – Campinas, SP.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2011
C. Autor(a).
Cristina Helena Almeida de Carvalho
D. Tema.
A tese de doutorado de Cristina Carvalho buscou analisar os investimentos do governo
federal na educação superior, nos seus âmbitos público e privado. O recorte, como o próprio
nome esclareceu, teve como foco os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula
(2003-2008), divulgados os dados até a elaboração da pesquisa. O fio condutor da pesquisa
residiria em duas perguntas: (a) Existiu semelhança entre os governos? (b) É possível verificar
rupturas ou continuidades entre eles?
E. Argumentos Centrais.
As fontes consultadas foram programas, projetos de lei e legislação sobre o tema, tais
como documentos impressos, relatórios, estudos, pareceres, manifestações públicas, conteúdos de
seminários, e também análises estatísticas e descritivas, censos da Educação superior (INEP),
Execuções Orçamentárias da União, relatórios da Receita Federal e as informações obtidas junto
aos órgãos competentes.
45
Foram selecionados os atores considerados efetivos para a construção de uma política
educacional para o nível superior, a saber: o “Ministério do Planejamento” (MP), o “Ministério
da Educação” (MEC) e o “Ministério da Fazenda” (MF), bem como atores sociais defensores do
setor privado, como a “Associação Brasileira dos Mantenedores do Ensino superior” (ABMES) e
a “Associação Brasileira das Universidades Comunitárias” (ABRUC); federais, como a
“Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior” (ANDIFES) e
o “Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior” (ANDES-SN), bem
como híbridos, como o “Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), além de
organismos multilaterais, como o “Banco Mundial” (BIRD) e a “Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura” (UNESCO), bem como atores sociais defensores do
setor privado, como a “Associação Brasileira dos Mantenedores do Ensino superior” (ABMES) e
a “Associação Brasileira das Universidades Comunitárias” (ABRUC); federais, como a
“Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior” (ANDIFES) e
o “Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior” (ANDES-SN), bem
como híbridos, como o “Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), além de
organismos multilaterais, como o “Banco Mundial” (BIRD) e a “Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura” (UNESCO).
Compreender a política pública seria possível, na concepção da pesquisadora, a partir da
definição de:
sete pilares, a saber: autonomia, centralização do poder decisório, avaliação,
formação de professores, flexibilização curricular, expansão e financiamento.
Neste sentido, a análise a respeito dos rumos da política pública requer o
entendimento de que esses sete elementos são multifacetados e, ao mesmo
tempo, estão imbricados entre si de modo a contribuírem para intervenção do
Poder Público em prol da expansão da educação superior (CARVALHO, 2011,
p.xi).
Assim, os principais atores políticos envolvidos nas políticas públicas para a educação
seriam o Ministério da Educação, do Planejamento e da Fazenda, enquanto que os principais
atores sociais seriam identificados no ANDES-SN, ANDIFES e UNE. Os representantes da
comunidade acadêmica teriam no ABMES e na ABRUC seus atores fundamentais, além do
46
CRUB que seria teoricamente neutro. A UNESCO e o BIRD entrariam no palco de disputas
como organismos internacionais. Partindo deste pressuposto, a pesquisa apontou que todos os
atores identificaram uma crise na educação superior e a urgente necessidade de ampliação do
setor.
Cristina Carvalho buscou, portanto, através da análise das instituições e dos chamados
“atores políticos”, analisar os processos e as políticas públicas para a educação. Assim,
O estímulo concedido à oferta privada no que se refere às mudanças na
legislação, com o intuito de flexibilizar as modalidades de cursos e
institucionais, bem como o frouxidão nos critérios de credenciamento e de
autorização do CNE foram os condicionantes fundamentais do boom de
matrículas particulares na era FHC. Ainda que tenha perdido força no governo
de seu sucessor, o principal elemento de continuidade residiu na manutenção da
supremacia do segmento privado cuja dimensão impressiona: 75% das
matrículas, 73% dos cursos e 90% das instituições em 2008. (...) A mudança
reside no protagonista dessas inovações. Se o governo FHC endereçou a
diversificação ao segmento privado, o governo Lula passou a incentivar a
adoção desses modelos não tradicionais também no segmento federal
(CARVALHO, 2011, p.3-4, grifos nossos).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
A proposta do estudo está alicerçada na concepção denominada “neo-institucionalismo
histórico. (...) a relação entre Estado e Sociedade é mediada por instituições e alicerçada na
figura do Estado, ao mesmo tempo, instituição e ator central da política pública.” (idem, 2011,
p. xii). Segundo a pesquisadora, esta opção interpretativa coloca o “Estado no lugar central para
a compreensão do fazer político e da mudança social” (idem, 2011, p.xii), o que a faz romper
com pressupostos deterministas, existentes entre o que ela classificou como “neo-marxistas” ou
os “estrutural-funcionalistas”. Em defesa de seu método, ela atribuiu a este a possibilidade de,
através dele, equilibrar e combinar as diferentes variáveis envolvidas nos processos históricos.
Um pressuposto importante da pesquisadora reside sobre sua visão sobre o Estado. Este
não seria um aparelho “puro” de regulação social, nem mesmo o instrumento de uma classe
47
dominante. Ela defende que o Estado seria uma instituição/ator fundamental dos processos
políticos e, para estudá-lo, deveríamos compreender as relações entre o este e a Sociedade Civil.
Entre as várias ressalvas em defesa de seu método, destaca-se a afirmação de que “Se por
um lado, as instituições são produto do conflito político e das escolhas, por outro, estas modelam
e restringem as estratégias políticas” (CARVALHO, 2011), sendo muitas vezes uma política
apena a consequência de decisões tomadas em governos anteriores. Assim:
O fio condutor da pesquisa é entender os atores e as instituições políticas (polity)
como essenciais para a compreensão do processo político (politics), bem como
para o desenho e a conformação das políticas públicas (policies). A participação
de indivíduos, de grupos, de classes e do Estado no processo político, a maneira
pela qual eles interpretam (ideias) e perseguem seus interesses e os resultados de
seus esforços são moldados pelo arcabouço institucional, assim como a trajetória
do fazer político (politics) molda e, simultaneamente, é moldada pela dimensão
material da política (policy) (CARVALHO, 2011, p.xi).
G. Conclusões
Após realizar um breve histórico da educação superior no Brasil, a partir da reforma da
educação de 1968 (Lei nº 5540/68), Cristina Carvalho demonstra que o crescimento das
instituições privadas desde então tem se dado de maneira quase ininterrupta. A participação
governamental em relação aos investimentos nas IES públicas já apresentaria uma redução
durante o Governo Militar, e mecanismos indiretos de transferência de recursos públicos seriam
ampliados, por meio especialmente da renúncia fiscal. Esses aspectos, somados ao relaxamento
dos critérios para o estabelecimento e funcionamento destas instituições teriam garantido um
crescimento médio de 30% a.a. no setor privado entre 1968 e 1971.
A constituição de 88 garantiria a gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais, e
também ampliaria a porcentagem dos impostos arrecadados pela União, destinados para a
educação, de 13% para 18%. A autora desenvolveu sua pesquisa a partir de dois pressupostos. O
primeiro é o de que a ação dos governos não foi exclusivamente resultado de intervenções
externas, como muitos atores insistem em afirmar. Seu segundo pressuposto seria o de que,
aparentemente, existem traços de continuidade entre os dois governos, tanto na formulação de
políticas, como na expansão do financiamento à educação.
48
Lula teria incorporado estratégias estabelecidas por FHC e as aperfeiçoado, elaborando
um sistema de ampliação de vagas e políticas de apoio à permanência dos alunos muito mais
complexas do que o governo anterior. A autora acredita ainda que o grande desafio seria reverter
a mentalidade segundo a qual a desigualdade nas propostas educativas é inerente ao sistema
capitalista, segundo ela, profundamente disseminada no Brasil.
Ao analisar os investimentos federais diretos e indiretos, Cristina Carvalho concluiu que
os governos de Fernando Henrique Cardoso não ampliaram investimentos na educação superior,
demonstrando um posicionamento claro do governo no sentido de não valorizar tais instituições.
A sobrevivência das instituições públicas deveu-se à busca de recursos extra orçamentários, como
a parceria com fundações de apoio à pesquisa. Seu governo teria deixado a tarefa da expansão
para o próprio mercado, sendo que “O benefício fiscal e o financiamento público conferiram a
chancela de credibilidade e de solidez financeira, necessárias para o acesso privilegiado ao
mercado bancário e de capitais.” (CARVALHO, 2011, p.398).
No governo seguinte, Lula teria alterado essa política ao criar o PROUNI. As expectativas
dos empresários da educação seriam supridas com o novo programa, que foi ampliado com o
passar dos anos. O programa, apesar de atender uma parcela pequena dos estudantes de ensino
superior, complementou de maneira bem sucedida o já conhecido FIES.
Cristina identificou e avaliou o uso de recursos a partir da ótica das diversas instituições
envolvidas, e concluiu o óbvio:
Como era de se esperar, os atores como ABMES e ABRUC são favoráveis à
ampliação dos mecanismos existentes, com o aval do Banco Mundial e a
aceitação, com ressalvas, da UNESCO, porém sob a desaprovação do ANDES-
SN, da ANDIFES e da UNE. Estes últimos são unânimes em afirmar que o
Poder Público destina recursos em demasia às IES particulares que têm como
objetivo central o lucro em detrimento da qualidade do ensino ofertado
(CARVALHO, 2011, p.90).
Retornando ao governo FHC, a pesquisadora conseguiu identificar também uma queda
nos investimentos na educação, especialmente no segundo mandato. Para compreender a conexão
entre as propostas políticas e as ações concretas, ela acompanhou os registros dos embates
49
realizados no Congresso, em especial quanto à LDB/96 e ao PNE. O resultado teria sido um
consenso entre as duas propostas, de modo que as recomendações “radicais” foram recusadas.
Dois objetivos de FHC não teriam sido concretizados em seus oito anos de mandato, a
saber: a autonomia plena das IES e o fim da gratuidade no setor, refletindo os inúmeros debates
existentes entre os envolvidos. O governo Lula, por sua vez, teria conseguido, graças a uma
situação econômica mais confortável, condições de aplicar volumes maiores nos projetos
educacionais de ensino superior. Isso teria sido resultado, segundo a pesquisadora, mais do
cenário econômico do que de propostas políticas realmente diferenciadas. Assim, gastou-se mais
no social não porque acreditava-se que este era o caminho correto, mas porque a condição
econômica mais abastada permitia também investir neste setor, que a própria autora identifica
como “gastos sociais”.
O crescimento de vagas não foi, no entanto, acompanhado do crescimento de matrículas,
durante o governo Lula, o que gerou uma série de vagas ociosas. A enorme reação popular aos
planos apresentados pelo MEC para a educação superior foi um diferencial entre os governos
LULA e FHC, talvez porque as expectativas vinculadas ao PT fossem mais ligadas aos grupos
populares. Sobre esta postura, ela acredita na materialização das propostas, na medida em que:
A concepção saiu do plano da retórica por meio do Programa Expansão Fase I e
do REUNI no intuito de contemplar não só o aumento de vagas e de instituições
federais para melhoria do acesso e da permanência, mas também a redução das
desigualdades regionais e a ocupação de vagas ociosas nos cursos noturnos, dois
outros aspectos da política de expansão que vinham sendo relegados ao segundo
plano (CARVALHO, 2011, p.407).
A quantidade de matrículas no ensino superior, entre a população com idade de 18 a 24
anos, era de 7% em 1995. As ações de FHC teriam elevarado o índice para 10%, enquanto os
mecanismos de Lula promoveram uma expansão na ordem dos 14%, ainda muito distantes dos
30% previstos no PNE. A constante disputa para a aprovação das políticas públicas estaria
vinculada aos conflitos envolvendo inerentes aos grupos de interesse. Assim, as decisões não
poderiam ser interpretadas como expressão exclusiva da vontade de um ou outro grupo.
50
2.2.6 Trabalho nº 6. Cristini Colleoni
A. Título.
“A Educação Superior no Contexto do PROUNI”. Dissertação (Mestrado). Cascavel, PR.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2012
C. Autor(a).
Cristini Colleoni
D. Tema.
A questão central no trabalho de Cristini Colleoni vincula-se às razões que originaram as
políticas de inclusão ao ensino superior, denominadas pelo governo Lula de “democráticas”, bem
como o seu contexto, contradições e consequências.
E. Argumentos Centrais.
A autora propôs a elaboração de um histórico sobre a criação da universidade no Brasil,
dando ênfase especial àqueles que conseguiram, neste tempo, acessar o ensino superior em nosso
país.
O trabalho parte da hipótese que a crise econômica da década de 1990, no Brasil, foi
combatida através de reformas diversas, orientadas nas propostas de organismos internacionais,
as quais direcionaram o país no rumo das reformas neoliberais (especialmente a redução do papel
do Estado e a política de privatizações). O resultado dessas ações, em especial durante o governo
Lula, seria a grande ampliação do número de estudantes em instituições superiores de ensino.
O histórico por ela realizado parte das transformações sofridas pelas universidades ao
longo do século XIX, onde profundas influências nacionalistas e liberais ganharam corpo. A
criação das universidades no Brasil, já no século XX, teria sido marcada pelo elitismo e o desejo
de formação das elites nacionais. Durante a Era Vargas, esta assumiria um caráter
profissionalizante, o qual se aprofundaria ao longo das décadas seguintes.
51
Após o período democrático, a Ditadura Militar manteria o rumo do processo, tendo como
um dos marcos a Lei Nº 5.962/68, a qual, embora tivesse impedido ações radicais e
transformadoras no campo educacional, promoveria a ampliação das vagas, garantiria a
gratuidade e facilitaria o ingresso no ensino superior. Os militares optavam, naquele momento,
por uma universidade orientada pelos interesses do capital, a partir do modelo tecnocrático-
empresarial.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
A pesquisa teve como referência o materialismo histórico-dialético, percebendo a
educação em meio às disputas, confrontos e conflitos de classe na formação do Brasil.
Enxergando a história como resultado de um longo processo, a autora se vê na obrigação de
realizar um histórico das mudanças econômico sociais no Brasil, construindo assim uma mesma
base explicativa para os dois governos em questão.
A existência dos organismos internacionais, tais como o Banco Mundial e o Fundo
Monetário Internacional, é levada em conta, e a estes é atribuída toda uma ideologia que teria
encontrado no Brasil um terreno absolutamente fértil para se desenvolver.
Na lógica de aproximação entre o público e o privado, Cristini Colleoni demonstra a
estratégia do grupo dominante no capitalismo, a burguesia, de impor seus valores e tentar
convencer que os seus interesses, na realidade, corresponderiam exatamente aos interesses de
toda a sociedade.
G. Conclusões
Ao analisar especificamente o Estado do Paraná, Cristini Colleoni demonstra que o
governo comandado por Jaime Lerner (1995-1998) apresentou supostas ações que seriam
responsáveis pela “expansão da autonomia universitária”, mas, no fundo, buscou retirar a
responsabilidade do Estado na condução deste setor.
Os argumentos na condução do Estado do Paraná eram muito semelhantes aos utilizados
pelo governo Federal, a saber: era necessário priorizar o ensino básico, não havia recursos e os
cursos superiores estavam elitizados. A ação, no entanto, parecia ser mais radical no Paraná, onde
o governador apresentou a proposta de cobrança de mensalidades imediata nos cursos da
52
educação superior no Estado, interessantemente justificada como medida garantidora da
“democratização do acesso”. Portanto:
Como se viu (...) a expansão da educação superior ocorreu tanto por pressão
social como pelas exigências do setor produtivo e de negócios. Com isso, por
um lado, ampliou-se o número de matrículas e, por outro, o Estado repassou
responsabilidades à iniciativa privada. E esta, com sua insaciável sede de lucro,
acabou por transformá-la em causa de crise, suscitando a intervenção do Estado
para resolvê-la. (COLLEONI, 2012, p.86).
Cristini Colleoni concluiu então que o PROUNI foi criado como uma medida dupla:
isentar o governo da responsabilidade sobre a gratuidade do ensino superior, e garantir um apoio
sólido às IES privadas que se viam em condições difíceis diante do grande número de vagas
ociosas. Assim, a formação acadêmica no Brasil priorizaria o ensino para o mercado, e não a
produção de conhecimento, sendo a educação condizente com a organização econômica e social
vigente. Subordinado às recomendações dos organismos internacionais, o Estado brasileiro
lançaria sobre o indivíduo a responsabilidade sobre seu sucesso ou fracasso, e ainda garantiria a
imagem de defensor da democracia.
2.2.7 Trabalho nº 7. Cristiane Pereira Melo de Oliveira
A. Título.
“Programa Universidade para todos: a percepção dos estudantes de uma universidade
privada de São Paulo”. Mestrado (Dissertação). São Paulo, SP.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2012
C. Autor(a).
Cristiane Pereira Melo de Oliveira
53
D. Tema.
O objetivo de seu trabalho foi verificar como o PROUNI é visto pelos alunos
contemplados pelo programa, e desvendar a opinião destes, não apenas sobre o programa, mas
também a respeito dos desafios e dificuldades por eles enfrentadas. A pesquisa foi realizada em
São Paulo, com alunos de uma única universidade privada com aproximadamente 18 mil alunos,
dentre os quais 5% são contemplados com bolsas do PROUNI.
E. Argumentos Centrais.
A partir dos dados fornecidos pelo governo sobre os programas de “democratização” do
ensino superior, a pesquisadora buscou esquadrinhar o perfil dos alunos beneficiados pelas bolsas
em uma universidade paulista a fim de compará-los às metas e discursos proclamados a respeito
do PROUNI.
Criado para democratizar o acesso ao ensino superior, o programa de bolsas seria
justificado pelo governo petista a partir do conceito de isonomia, presente na Constituição de
1988. A Carta Magna teria vários artigos que levantariam a questão da igualdade. Em seus
artigos 3º e 5º, encontramos as seguintes afirmações:
Artigo 3º.
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Artigo 5º.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988).
Para este governo, garantir aos brasileiros a igualdade nas condições de acesso e
permanência ao ensino superior seria possível apenas através das chamadas “ações afirmativas”,
ou seja, por meio de medidas jurídicas. Leis e medidas foram criadas neste sentido como forma
54
de apoiar deficientes, negros e outros grupos prejudicados historicamente no processo de
integração e ascensão social.
Para a pesquisadora, o programa é incompleto, pois ao garantir a entrada de grupos menos
favorecidos no ensino superior, ainda seria necessário um conjunto de ações que garantissem a
permanência destes na instituição. Diversos alunos entrevistados manifestaram o desejo de uma
“Bolsa Permanência”, na medida em que as dificuldades econômicas criariam enormes barreiras,
as quais muitas vezes impediriam a conclusão do curso.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O trabalho é descrito como tendo natureza “descritivo-exploratória”, sendo a coleta de
informações realizada através de entrevistas com aproximadamente 200 alunos. Dezenas de
perguntas, bem como um relatório completo sobre a ficha do aluno (Trabalho, salário, família,
cor, renda etc) foram elaborados. As respostas dos concluintes foram confrontadas com a dos
ingressantes, e lhes foi fornecida a possibilidade de manifestarem-se livremente.
Cristiane Oliveira confrontou os dados obtidos com a pesquisa empírica com a
Constituição Federal de 1988, considerada "direito fundamental aos brasileiros” (BRASIL,
1988). O balanço dos trabalhos realizados neste sentido foi feito a partir de uma busca no sistema
CAPES, a partir dos comandos “PROUNI” e “AÇÕES AFIRMATIVAS”, onde houve a seleção
de 38 trabalhos.
Ao buscar orientar o leitor sobre seu posicionamento e categorias de análise previamente
estabelecidos, a autora afirma: “A pesquisa apresenta como referencial teórico os direitos
fundamentais e o princípio da igualdade como direito posto essencial para que se efetive por
meio das políticas de ações afirmativas” (OLIVEIRA, 2012, p.19). Esta classificação deixou-nos
com dúvidas quanto ao referencial teórico por ela estabelecidas por esta pesquisa, não sendo
possível identificá-lo.
G. Conclusões
Cristiane Pereira Melo concluiu que o programa não foi capaz de resolver o problema
envolvendo a defasagem de vagas no ensino superior do Brasil, mas ela reconhece que houve
melhorias com sua implantação.
55
Para a autora, a falta de políticas de permanência no Ensino Superior, somadas à
quantidade insuficiente de bolsas de estudo, impedem que o programa seja mais impactante. Por
outro lado, o mérito do programa seria garantir que mais jovens entre 18 e 24 anos cursem o
ensino superior.
A pesquisa definiu ainda que os alunos ingressantes escolheram a instituição
prioritariamente devido à qualidade do ensino, depois pela localização e finalmente pela obtenção
de bolsa integral. Os concluintes, no entanto, estabeleceriam como elemento mais importante
para a escolha, a bolsa integral oferecida pelo governo.
Sua sugestão ao processo em curso seria a criação de uma “Bolsa Permanência”, a qual
garantiria aos alunos a possibilidade de equacionarem suas dificuldades financeiras a fim de
concluírem o curso iniciado.
2.2.8 Trabalho nº8. Edson Rildo Penha de Alencar
A. Título.
“Ensino Superior no Brasil: Entre o Estado e o Mercado”. Teses (Doutorado em Ciências
Sociais). São Paulo, SP.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2011
C. Autor (a).
Edson Rildo Penha de Alencar
D. Tema.
Edson Alencar defende que a educação brasileira sofreu duas grandes reformas em sua
história. A primeira teria ocorrido em 1968, com a lei 5.540/68. A segunda, por sua vez, teria
ocorrido sob o comando do ex-ministro da educação, Paulo Renato Souza, durante os dois
56
governos de FHC. Sendo assim, ele demonstra sua preocupação em relação ao crescimento das
instituições superiores privadas, pois estas teriam compromisso prioritário com o lucro,
oferecendo “uma qualidade de ensino superficial condizentes com as suas próprias estruturas
pedagógicas e de finalidades” (ALENCAR, 2011, p.10).
A redução da formação universitária a uma mera capacitação para o mercado também foi
objeto de preocupação do pesquisador, condição sobre a qual se refere repetidas vezes. A
expansão quantitativa seria inegável, mas isso não teria significado, como propagaram Lula e
FHC, uma “democratização da educação”, na medida em que há “incompatibilidades entre a
finalidade da educação e as condições de negócios que geralmente regem essas IES”.
(ALENCAR, 2011, p.14).
Sua pesquisa priorizou o governo FHC, mas estendeu-se até 2008, ou seja, também
incorporou o primeiro governo Lula.
E. Argumentos Centrais.
Para Edson Alencar, houve uma transferência do legado da democratização para o setor
privado, a partir de políticas de subsídio e isenção fiscal. A pesquisa constatou um crescimento
mais acentuado nas universidades isoladas, fruto da menor necessidade de investimentos, e
também do atendimento às regiões específicas, na medida em que grande parte do público que as
compõe trabalha e não pode deslocar-se grandes distâncias para estudar. Os cursos,
predominantemente noturnos, teriam pouca concorrência no processo seletivo, e nestas
faculdades isoladas estariam também o maior número de vagas ociosas.
O modelo do ensino superior brasileiro seria resultado de um longo processo de disputas
entre setores políticos-empresariais. Deveriam ser pontuados como marcos de transformação
neste setor as reformas empreendidas durante a Ditadura Militar, a partir da reforma de 1968, e
no governo FHC, por meio da adoção dos princípios neoliberais na educação.
Em tom de crítica aos programas estabelecidos, o autor levanta então algumas questões
importantes: Será que ampliar o número de vagas nas instituições públicas ampliaria ou garantiria
essa democratização? Até que ponto as instituições públicas manteriam uma perspectiva de
formação humanística-cidadã, de um indivíduo autônomo e emancipado, preocupado com a
coletividade?
57
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O pesquisador realizou a análise bibliográfica, a partir das produções já existentes, mas
também utilizou-se de documentos produzidos pelo INEP e pelo MEC. A tese está repleta de
referências dos mais diversos grupos teóricos, e não há uma declaração explícita do seu
referencial teórico em momento algum. Entretanto, há uma predominância nas categorias de
análise estabelecidas por Emile Durkheim, e deste referencial são extraídos o conceito de
educação e sociedade utilizados durante a pesquisa.
G. Conclusões
A conclusão do autor é que a opção de democratizar o ensino superior no Brasil através
do setor privado produziu uma falsa impressão de modernização no setor. Partindo do
pressuposto que o Estado brasileiro seria totalmente incapaz de suprir a demanda na educação
superior, a decisão teria sido delegar este papel ao setor privado. A desregulamentação, bem
como a ampliação dos financiamentos e incentivos teria garantido o sucesso desta proposta.
Alimentando a necessidade de reprodução do capital, a educação superior no Brasil cresceria sob
a égide do liberalismo, da competição e do mercado. Ou seja, estaria orientada pelo
individualismo, pela disputa e por ações egoístas, próprias da dinâmica do capital.
Isso revelaria que não houve democratização no setor, na medida em que a sobrevivência
destas instituições e também dos estudantes nelas graduados estaria sujeita a uma intensa disputa
e, obviamente, a um processo competição, seleção e derrota inevitável de alguns. A conquista
numérica poderia ser facilmente constatada, mas a formação de indivíduos competentes, ou de
cidadãos conscientes, ficaria no âmbito das intenções. Seria necessário, para uma real
democratização, romper com a lógica do capital na educação superior brasileira.
2.2.9 Trabalho nº 9. Elaci Costa Ferreira de Carvalho
A. Título.
“A privatização/mercantilização da educação superior brasileira no contexto do sistema
do capital e da sua crise estrutural”. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) Maceió, AL.
58
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2010
C. Autor(a).
Elaci Costa Ferreira de Carvalho
D. Tema.
A autora buscou, através de sua pesquisa, elaborar um histórico da privatização do ensino
superior no Brasil, partindo do período militar e atingindo o governo de Luís Inácio Lula da
Silva. Seu interesse foi desvendar como o capitalismo, em suas contradições e crises, afetou a
educação superior.
E. Argumentos Centrais.
A autora não reduziu o processo de privatização à simples venda dos bens públicos ao
capital, mas incluiu questões e argumentos aparentemente inofensivos, como a existência de
instituições de apoio às universidades públicas e o discurso do Estado que transfere a
responsabilidade pela educação aos indivíduos.
O pressuposto inicial do trabalho é que há no Brasil um movimento lento, mas constante,
de transformação no setor universitário, orientado por organismos internacionais, e executado
pelo Estado nacional. O papel do BM e do FMI neste processo, em especial a partir dos anos
1990 com a expansão dos ideais proclamados pelo “Consenso de Washington”, teriam gerado no
país uma série de “ajustes estruturais”.
No século XXI, ser industrializado teria, portanto, mudado de significado. Enquanto no
período pós-guerra (a partir de 1945) possuir indústrias era sinal de riqueza evidente, perceberia-
se hoje que o processo de industrialização nos países pobres, obedecendo ao interesse das nações
ricas, produziu uma mão de obra pobre e superexplorada, mantendo o acúmulo de capitais nos
países centrais.
A crise de 1973, no entanto, motivou as nações ricas a ser organizarem para novas
reformas. No plano econômico, a solução estava na proposta neoliberal, enquanto que no
ideológico, apontavam utopias a respeito da globalização. Para Elaci Costa, este processo era
59
“uma forma de dominação das potências capitalistas sobre os países periféricos, representando
desse modo o problema maior, que é a existência do capital, não tem como ser administrada de
forma a beneficiar todo o globo” (COSTA, 2010, p.60).
Os governos de Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso,
alicerçados nesta ideologia, propuseram a reforma do Estado, impactando inclusive a educação
superior. A autora discute então as propostas do governo para eximir-se de suas
responsabilidades, demonstrando que o princípio do “Estado Mínimo” nunca existiu, mas serviu
apenas como justificativa para as opções feitas pelo Estado. E conclui: “a estratégia de
enfrentamento da crise do capital, viabilizada por meio do projeto neoliberal, revelou-se um
fracasso.” (COSTA, 2010, p.69).
O sistema produtivo também sofreu um processo de reforma, passando a ser denominado
de “produção flexível” ou “toyotismo”. A novidade apresentada, em dissonância com as
tradicionais interpretações sobre o assunto, é que esta reforma não significou uma mudança
radical no sistema produtivo, mas sim a continuidade do mesmo modelo. Assim, acreditar que o
mercado do século XXI necessita de um trabalhador novo, flexível e qualificado, seria
ingenuidade, e até mesmo ignorância em relação a quem, de fato, são os trabalhadores. O saldo
disso seria a ampliação do número de desempregados, o crescimento do controle sobre o
trabalhador e a manipulação das relações de trabalho, escamoteando o processo de exploração do
trabalhador, o qual deixa de reagir à exploração e passa a se enxergar como um “colaborador” da
empresa.
Elaci Costa destaca que, desde os acordos MEC-USAID, estabelecidos entre a Ditadura
Militar brasileira e o governo dos EUA, a tendência privatizante do ensino teria ganhado corpo,
sendo, gradualmente, absorvida pela população.
A democratização, a partir da década de 1980, não teria trazido grandes transformações
sociais, na medida em que o país continuou sobre orientação de organismos internacionais, sendo
inclusive signatário do “Consenso de Washington”. A autora cita também a criação do “Grupo
Executivo para a Reformulação da Educação Superior” (GERES), responsável por condenar o
então vigente sistema de ensino publico superior, classificando-o como ineficiente e caro. Neste
período fortalece-se também o papel do Estado como regulador dos cursos superiores, o qual
estaria “calcada nas exigências dos organismos internacionais, que visa criar uma cultura
quantitativa e competitiva no meio acadêmico” (idem, p.87).
60
O Banco Mundial, órgão criado no contexto da Segunda Guerra Mundial, teve seus
objetivos políticos alterados ao longo das décadas seguintes, e, sob o comando de McNamara,
passou a focar o combate à pobreza. Obviamente, aponta a pesquisadora, a culpa do fracasso no
combate à pobreza é depositada sobre os indivíduos, sendo o papel do Estado reduzido, e
barreiras para a expansão da iniciativa privada, totalmente derrubadas. Assim, o “Banco Mundial
considera a educação, especialmente a superior, como um bem privado e não público, ou seja,
como uma mercadoria, enquadrando a universidade em moldes empresariais” (idem, p.94).
O resultado prático destas políticas, em lugar de combater a pobreza, foi de ampliá-la,
conforme percebido em diversos países da América do Sul. O governo FHC, no entanto, manteve
a crença nestas medidas e as concretizou em suas ações políticas. A aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, serve de símbolo desta postura. Outros
decretos, aprovados nos anos seguintes, reforçariam esta tendência.
Quanto ao governo Lula (2003-2010), não restariam dúvidas para a pesquisadora de que
este também poderia ser caracterizado como neoliberal, representando meramente uma
continuidade das práticas realizadas pelos governos anteriores. Os primeiros atos do governo
foram constantemente justificados como medidas necessárias para resolver os problemas
herdados de gestões anteriores, classificados como uma “herança maldita”. Sobre a educação
superior, Elaci Costa retoma documentos oficiais do MEC para identificar a prioridade de
trabalho do governo, e demonstra como esta manteve o padrão das ações e premissas já existentes
no governo FHC.
Compreender o fenômeno ocorrido nos governos entre 1995 e 2010 levaria-nos, segundo
a autora, ao conceito de “Terceira Via”, formulado por Antony Giddens na década de 1990. O ex-
primeiro-ministro britânico Tony Blair defendia uma posição diferente, tanto do neoliberalismo
quanto da social-democracia, acreditando em um Estado cujo papel seria estimular parcerias entre
os setores público e privado. Não mais o responsável pelas políticas públicas, o Estado seria
apenas o avaliador e coordenador das mesmas.
Entretanto, a chamada “terceira via” teria mantido os pilares fundamentais do
neoliberalismo, servindo, portanto, como disfarce para seus efeitos catastróficos (ANTUNES,
1999). Assim:
61
As Parcerias Público-Privadas, defendidas pela Terceira Via, que foram
regulamentadas no governo Lula, conforme veremos, como também o Decreto
de 2004, que regulamentou a Lei de 1994, que dispõe sobre as relações entre as
IES federais e as fundações de apoio, são apenas alguns exemplos da adesão
(idem, p.126)
Ao analisarmos este assunto, é importante levarmos em conta que a crise ocorrida na
década de 1970, produziu um impacto imenso, quando comparada às ocorridas em período
anteriores. Isso ocorreria na medida em que seus efeitos foram mais agudos e o capital teria
atingido o limite absoluto de sua existência. Os trabalhadores, desde então, estariam perdendo
direitos trabalhistas historicamente conquistados (MÉSZÁROS, 2002). Portanto, todos os ajustes
no campo da educação foram percebidos pela autora como conectados a um ambiente de crise
permanente, não podendo ser justificados, como temos percebido há décadas, como resultado de
uma mera falha administrativa e gerencial, pela existência de corrupção ou da falta de
investimentos.
A crise do final do século XX deveria ser tratada de maneira diferente em relação às
demais por quatro fatores essenciais:
(1) seu caráter seria universal, em lugar de restrito a uma esfera particular (por
exemplo, financeira ou comercial, ou afetando este ou aquele ramo particular de
produção, aplicando-se a este e não àquele tipo de trabalho [...]);
(2) seu alcance seria verdadeiramente global [...] em lugar de limitado a um
conjunto particular de países (como foram todas as principais crises no passado);
(3) sua escala de tempo seria extensa, contínua (...) em lugar de limitada e
cíclica, como foram todas as crises anteriores do capital;
(4) em contraste com as erupções e colapsos mais espetaculares e dramáticos do
passado, seu modo de se desdobrar poderia ser chamado de rastejante, desde que
acrescentemos a ressalva de que nem sequer as convulsões mais veementes ou
violentas poderiam ser excluídas no que se refere ao futuro: [...] quando a
complexa maquinaria agora ativamente empenhada na “administração da crise”
e no “deslocamento” mais ou menos temporário das crescentes contradições
perder sua energia” (CARVALHO apud MÉSZÁROS, 2002).
62
Em resposta à crise, no Brasil, a pesquisadora identificou o processo de privatização do
ensino superior no incentivo às instituições privadas e na precarização do ensino público. Sendo
anterior ao próprio capitalismo, devemos nos lembrar que o capital transformou-se em um
potente elemento de controle social, podendo sobreviver inclusive ao próprio sistema capitalista.
Qualquer tentativa de olhar o futuro, neste contexto e sob essas premissas, traria resultados
bastante desanimadores.
A saída para enfrentar uma crise de tamanha dimensão, de acordo com as conclusões de
Elaci Costa, residiria numa série de estratégias propagadas pelos países de capitalismo avançado,
com forte apoio das grandes corporações. Esses planos mirabolantes contemplaria a perspectiva
burguesa do termo “globalização”, propagado por escritores como Marshall McLuhan, segundo o
qual o mundo adentrava num processo de integração incrível, sustentado pela derrota do
socialismo real e pelo avanço extraordinário dos meios de comunicação e transporte.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O referencial teórico deste trabalho é o materialismo histórico-dialético. Segundo a
pesquisadora através das categorias marxistas seria possível buscar a essência dos fenômenos
sociais. Percebemos que a autora recorre muitas vezes à produção de Istvan Mészáros, segundo o
qual todas as dimensões da sociedade contemporânea permaneceriam subordinadas à lógica do
capital. Este, em busca de sua autorreprodução, ampliaria a desigualdade social e atingiria
campos como a educação, pensados anteriormente como direitos sociais, e tratados a partir de
então como simples mercadorias.
A pesquisa analisou documentos sob a forma de artigos e notícias relativas ao tema, e
também levou em conta a produção bibliográfica sobre o assunto.
G. Conclusões
As conclusões de Elaci Costa não são muito animadoras. A autora afirma que se
esgotaram todas as possibilidades civilizatórias do capitalismo, e que este sistema manterá o
processo de desigualdade e permanente diferenciação social em níveis cada vez mais
assustadores. Em busca de alternativas para a crise, as classes beneficiadas com a lógica do
capital procuram transformar setores, outrora vistos como direitos sociais, em serviços. O
63
processo de privatização das IES, que estava em curso desde a segunda metade do século XX,
teria se intensificado e ganhado novos formatos na virada do século. E conclui:
Pensar em uma educação superior realmente pública e de qualidade, só
superando o sistema do capital com tudo que ele pressupõe: capital, Estado, e
trabalho assalariado, em direção a uma nova forma social de produção e
reprodução em que não haja a exploração do homem pelo próprio homem.
(idem, p.41).
Superar a situação exigiria algo muito mais profundo do que simplesmente reformar
algumas estruturas políticas ou educacionais. O modelo regido pelo capital deveria ser derrubado,
e não o capitalismo. Assim, seria mais importante combater essa lógica das relações de trabalho
do que golpear o Estado capitalista (MÉSZÁROS, 1997).
A prova cabal da expansão da crise e da ineficiência das medidas propagadas pelas
instituições internacionais estaria, segundo a autora, no aumento do número de pobres e excluídos
no mundo todo. A desigualdade, a pobreza e a miséria cresceram em todos os continentes.
2.2.10 Trabalho nº 10. Janete Ilibrante
A. Título.
“A reforma da educação superior nos governos FHC e LULA e a formação para a
cidadania”. Dissertação (Mestrado em Educação), Curitiba, PR.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2008
C. Autor (a).
Janete Ilibrante
64
D. Tema.
A proposta da pesquisa vincula-se a uma investigação sobre a questão da cidadania nos
governos FHC e LULA, sempre tendo como fio condutor as políticas públicas para a educação
superior. Essa busca pela concepção de cidadania aproxima-se da nossa proposta para esta
dissertação, conforme mencionada na introdução.
Assim, o tema central do trabalho é a chamada “Educação para a cidadania”, promovida
pelos governos FHC e LULA entre os períodos de 1995 e 2007, partindo do pressuposto que a
formação cidadã dos alunos depende, segundo a autora, prioritariamente da formação do
profissional da Educação Superior. Ela destaca ainda que o diferencial na sua pesquisa reside em
sua compreensão da justiça social como um direito, reconhecido e protegido pela democracia, o
que no Brasil teria ocorrido a partir da Constituição de 1988.
E. Argumentos Centrais.
O acesso à educação seria um dos direitos fundamentais dos brasileiros, de acordo com a
Constituição de 1988. Vejamos o seu artigo 3º:
Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
(...) IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação. (...) Art. 5º Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei. Art. 3º. O ensino será ministrado com base
nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola (BRASIL, 1988).
No entanto, a desigualdade social, gritante em nosso país, seria, de acordo com Janete
Ilibrante, um bloqueio à cidadania, responsável por excluir grande parte da população do acesso a
direitos. Isso faria a expressão “cidadania social” transformar-se numa frase vazia e sem sentido.
Enquanto alguns autores interpretam a educação como um elemento capaz de promover o
equilíbrio entre os diferentes grupos sociais no Brasil (SILVA, 2007), a autora posiciona-se ao
65
lado daqueles que propõem uma visão crítica à proposta de cidadania defendia no país, nesta
passagem do século XX para o XXI. Portanto:
No que diz respeito à reconfiguração ou ressignificação das cidadanias, há quer
ter em conta que a Escola e as políticas educacionais nacionais foram muitas
vezes instrumentos para ajudar a nivelar ou a unificar os indivíduos enquanto
sujeitos jurídicos, criando uma igualdade meramente formal que serviu (e ainda
continua a servir) para ocultar e legitimar a permanência de outras desigualdades
(de classe, de raça, de gênero), revelando assim que a cidadania é historicamente
um atributo político e cultural que pouco ou nada tem a ver com uma
democracia substantiva ou com a democracia comprometida com a
transformação social. (AFONSO, 2001, p.20).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
A autora defende o papel da educação no sentido de atingir a omnilateralidade, ou seja,
ela deveria ser capaz de promover no homem o desenvolvimento de todas as dimensões,
garantindo sua formação integral (GRAMSCI, 1991). Ela recorre também a Dermeval Saviani e
Marx, estando, portanto, fundamentada no materialismo histórico-dialético.
A partir deste pressuposto, foi analisado o tratamento dado ao conceito de cidadania nos
dois governos, bem como os documentos produzidos nestes sobre o assunto, tendo como fio
condutor a busca por respostas para esta questão. Documentos oficiais também foram objeto de
análise, tais como a Constituição da República, a LDB, o Plano Nacional de Educação, o
SINAES, o PROUNI e REUNI.
G. Conclusões
Para a autora, a virada para o século XXI fez o discurso de “bem comum”, associado à
“solidariedade social” fortalecer-se. Mas a prática política os tem rejeitado, na medida em que as
ações acabam sendo seu oposto. Neste contexto, o Estado brasileiro deve, de acordo com sua
constituição de 1988, promover “A educação nacional para o exercício da cidadania”:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
66
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).
A conclusão da pesquisa leva-nos a perceber a construção de uma perspectiva burguesa de
cidadania, fundada em valores liberais nos quais apenas os proprietários podem usufruir
plenamente dos “direitos políticos”.
A proposta dos governos estaria, portanto, submissa a uma ordem que privilegia os lucros
e o acúmulo de capital, subvertendo os princípios de cidadania propostos por Gramsci e
defendidos pela perspectiva marxiana.
2.2.11 Trabalho nº 11. Kátia Regina de Souza Lima
A. Título.
“A Reforma da Educação Superior nos anos de contra-revolução neoliberal: de Fernando
Henrique Cardoso a Luís Inácio Lula da Silva”. Tese (Doutorado). Rio de Janeiro, RJ.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2005
C. Autor(a).
Kátia Regina de Souza Lima
D. Tema.
Em sua tese, Kátia Lima se propõe a discutir a promessa integradora da educação superior
no Brasil em seus três pressupostos básicos: (a) a ampliação do acesso à educação, concebida
como uma política de “inclusão social”, focalizada nos segmentos populacionais mais pobres; (b)
a diversificação das instituições e dos cursos de ensino superior e (c) a diversificação das fontes
de financiamento da educação superior.
Na sequência, a pesquisadora buscou investigar a reformulação da educação superior a
partir de 1995, em especial nos governos Lula e FHC a partir dos pressupostos colocados.
67
E. Argumentos Centrais.
Ao utilizar-se do conceito marxista de imperialismo, a autora realizou uma crítica da ação
de organismos internacionais no Brasil. Segundo ela, estes serviriam como peças chaves no
direcionamento da periferia do capitalismo para as novas exigências políticas e econômicas em
relação à educação superior.
Kátia Lima aponta uma importante mudança no discurso destes organismos internacionais
ao longo da década de 1990. Se na primeira metade desta década eles estavam orientados pelo
“Consenso de Washington”, a partir de 1995 seu posicionamento parece questionar o que eles
chamam de “neoliberalismo radical”, e a educação então emerge como um elemento fundamental
de “alívio à pobreza”.
Esta proposta, que estaria localizada entre o socialismo e o neoliberalismo, seria
identificada como a “Terceira Via”, tendo fundamentação teórica no pensamento de Anthony
Giddens. A proposta procuraria reforçar o conceito de “cooperação de classes”, associando-o a
uma política econômica de tipo misto, ou seja, garantiria as parcerias entre o “público” e o
“privado”. Assim, a “Teoria do Capital Humano”, defensora da conexão entre capacidade
individual e igualdade de oportunidades, conectaria-se à “Teoria do Capital Social”, ou seja, de
que é possível a construção de um capitalismo humanizado.
A formação cada vez mais “aligeirada”, associada a uma certificação massiva e muitas
vezes esvaziada seriam os resultados daquilo que é anunciado, por vezes, como “democratização
do ensino”.
Destarte, durante os governos FHC e LULA, a educação teria servido de lócus para a
aplicação de capitais estrangeiros, bem como para a difusão dos ideais burgueses de sociedade. A
propaganda produzida por estes governos, entretanto, manteria a divulgação de suas ações como
medida de “alívio à pobreza”.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos
Kátia Lima utilizou como referencial teórico o materialismo histórico-dialético. Sua
preocupação em analisar o objeto no período determinado, para além da simples aparência,
destacou-se durante a pesquisa. A autora retoma o princípio segundo o qual a aparência de um
objeto não revela, em si, sua essência, mas ao atentarmos para ela, entramos em contato com
elementos desta essência em questão. Entretanto, devemos nos lembrar que ela está repleta de
68
representações ideológicas construídas pelos grupos dominantes, ou seja, pela concepção de
mundo burguesa.
A sua estratégia de pesquisa seria então compreender o objeto mergulhado em sua
totalidade, e também decompô-lo através de categorias teóricas. Portanto, o trabalho girou em
torno das seguintes questões:
Qual o papel da educação escolar na atual configuração do capitalismo? (...)
Quais são os princípios e diretrizes da reformulação da educação escolar - e mais
especificamente da educação superior - que estão em curso na periferia do
capitalismo? De que forma e com que conteúdo as novas tecnologias da
informação e comunicação (NTIC´s) estão inscritas nesta reformulação? (LIMA,
2005, p.12).
Uma ampla discussão teórica e metodológica serviu de escopo teórico para suas
discussões, com destaque para a categoria “Imperialismo”, no intuito de combater noções
ideológicas da burguesia que percebem a globalização econômica como um processo possível de
ser humanizado, e com resultados benéficos para a população mundial. Ela propõe então um
debate com os seguintes termos: “Sociedade pós-capitalista” (DRUCKER, 2002); “Sociedade em
rede” (CASTELLS, 1999); “Revolução informacional” (LOJKINE, 2002); “Sociedade
informática” (SCHAFF, 1995); “Império” (HARDT e NEGRI, 2001).
A fim de problematizar essas construções teóricas, a autora se baseou em Marx e Engels
(especialmente no “Manifesto do Partido Comunista”), bem como em Lênin (Com destaque para
a obra “Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo”), além de Rosa Luxemburgo e Karl
Kautsky. A contribuição de Trostky e sua formulação teórica também são contempladas na tese,
em especial por três de suas premissas: (a) a inserção de cada formação econômico-social na
dinâmica mais ampla do sistema capitalista ocorre a partir da divisão internacional do trabalho;
(b) a subordinação de cada país periférico expressa a luta de classes no cenário mundial e em
cada cenário nacional, e (c) os países periféricos têm necessidade de realizar saltos históricos sob
a pressão das condições de avanço mundial do sistema capitalista, absorvendo valores e projetos
elaborados nos países centrais (LIMA, 2005, p.16).
G. Conclusões
69
O governo Collor teria classificado a educação superior como desatualizada, o que
impediria a modernização da classe trabalhadora. Segundo os “especialistas” de seu governo, a
educação superior precisava atender às demandas do mercado, com especial atenção para as
ciências exatas. Além disso, era necessário iniciar um movimento de privatização no setor
superior, para que a educação básica recebesse então mais investimentos governamentais.
A vitória de FHC consagraria a chamada “contra revolução neoliberal” do Brasil,
aprovando a LDB ainda no seu primeiro mandato. A essência das ações sobre a educação nos
dois governos de Fernando Henrique estaria, segundo Kátia Lima, na percepção do papel da
educação vista como o elemento responsável pela inserção dos indivíduos no mercado de
trabalho, compreendida como um “serviço público não estatal”.
O maestro destas reformas, o então ministro da educação, Paulo Renato Souza, anunciou
diversas vezes a realização de uma “revolução administrativa” na educação superior, de acordo
com as premissas disseminadas por organismos internacionais e também por associações
privatistas, como a CRUB, ABMES, ABRUC, ANUP e ANACEU. Assim, por meio da LDB/96,
do “Plano Nacional de Educação” e de diversas medidas provisórias, ocorreu um processo de
privatização o ensino superior no Brasil, sob a máscara de uma “democratização do acesso”.
O estímulo à ação empresarial no setor ganharia força com o governo de Lula,
especialmente através do estabelecimento de parcerias público-privadas. Isso se tornou possível
na medida em que se percebe a educação como um serviço público não exclusivo do Estado.
Assim, o Estado poderia inclusive redirecionar verbas para a execução deste “serviço”,
aproximando e, por vezes, confundindo o público e o privado.
Estes pressupostos podem ser encontrados no Programa de Governo denominado “Uma
escola do tamanho do Brasil”, no documento “Metas para a Educação Brasileira”, e também em
“Bases para o enfrentamento da crise emergencial das Universidades Federais” e “Roteiro para
a Reforma Universitária Brasileira” (LIMA, 2005, p. 27).
Recorrendo a teóricos clássicos do marxismo, um debate sobre a expansão do
imperialismo e as diversas interpretações a seu respeito é estabelecido. Assim,
A necessidade de expansão constante do mercado impele a burguesia a estender-
se por todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda a parte, explorar em toda
parte, criar vínculos em toda parte. A burguesia imprime um caráter cosmopolita
70
à produção e ao consumo, em todos os países, por meio da exploração do
mercado mundial. E para desespero dos reacionários, ela retirou da indústria sua
base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-
lo dia-a-dia. Em seu lugar surgem novas indústrias, como necessidade
imperativa para a sobrevivência das nações civilizadas, cujas matérias-primas já
não são mais as próprias dos referidos países, mas, provêm das mais longínquas
regiões (...) É um fenômeno que abarca a produção tanto material quanto
intelectual (...) Graças ao vertiginoso desenvolvimento dos meios de
comunicação, a burguesia consegue atrair irreversivelmente todas as nações,
mesmo as mais atrasadas, para seu modelo de civilização (...) Em suma, visa
formar o mundo à sua imagem e semelhança (MARX; ENGELS, 1984, p.22).
Lênin, já no século XX, perceberia o movimento do capital e afirmaria:
O imperialismo, como uma fase particular do capitalismo, articula a livre-
concorrência e a existência dos monopólios, “como desenvolvimento e
continuação direta das características fundamentais do capitalismo em geral. O
que há de fundamental neste processo – do ponto de vista econômico – é a
substituição da livre concorrência capitalista pelos monopólios capitalistas. Ao
mesmo tempo, os monopólios que derivam da livre concorrência, não a
eliminam, mas existem acima e ao lado dela, engendrando assim contradições,
fricções e conflitos particularmente agudos e intensos. Se fosse necessária uma
definição o mais breve possível do imperialismo, dever-se-ia dizer que o
imperialismo é a fase monopolista do capitalismo (LÊNIN, 2003, p.42).
A partir das propostas estabelecidas por Lênin na obra “O desenvolvimento do
capitalismo na Rússia”, outro participante da Revolução Russa, Leon Trotsky, teria se inspirado e
proposto o conceito de “Desenvolvimento combinado”, ou seja:
Sob o açoite de necessidades exteriores, a vida retardatária é constrangida a
avançar por saltos. Desta lei universal da desigualdade dos ritmos decorre uma
outra lei que, na falta de uma denominação mais apropriada, chamamos de lei do
desenvolvimento combinado, no sentido de reaproximação de diversas etapas,
71
da combinação de fases distintas, do amálgama de formas arcaicas com as mais
modernas (TROTSKY, 1980, p.21).
Assim, a ação dos países avançados sobre os “atrasados” poderia ser melhor
compreendida. Ela se daria através de propostas, bem como por meio das empresas e do capital
estrangeiro.
O imperialismo também foi objeto de estudo de István Meszáros. Para ele, este processo
se daria por meio de três momentos: (1) imperialismo colonial moderno (Séculos XVI – XVIII);
(2) ação das empresas monopolistas (Séculos XIX – XX); (3) imperialismo global hegemônico
EUA (Séculos XX). Este pensamento estaria, segundo a autora, atualizado e portanto, seria de
grande utilidade na compreensão dos fenômenos atuais.
A pesquisa se propõe então a questionar a existência e atuação dos organismos
internacionais, os quais seriam responsáveis por disseminar um projeto burguês de sociabilidade,
onde todos poderiam ser integrados a partir da educação, desde que esta se submetesse à lógica
mercadológica.
A busca por novos mercados estaria no cerne da questão, assim como a formação dos
grandes blocos econômicos no final do século XX. Compreender a realidade educacional
brasileira só seria possível, segundo seu estudo, a partir da compreensão de suas múltiplas
determinações, as quais revelariam que “a ofensiva internacional do capital tem sufocado o uso
crítico-emancipatório das NTIC´s, através de uma lógica pautada na busca de lucratividade
pelos empresários nacionais e internacionais” (LIMA, 2005, p.438).
A despeito dos anúncios de “revolução” na educação, tudo teria ocorrido de maneira
absolutamente subordinada à lógica do capital e, portanto, atendendo aos interesses da grande
burguesia internacional, intensificando nossa dependência em relação aos grandes capitalistas
internacionais e segregando as pessoas. Concluindo,
Essa conversão neocolonial é resultado do fato de que com a mundialização
financeira, assentada na privatização, na liberalização do comércio exterior, na
desregulamentação financeira e do mercado de trabalho, configura-se uma
profunda alteração nas relações entre a burguesia brasileira e o capital
internacional. Se, historicamente, a burguesia brasileira possuía um relativo
poder de barganha para negociar sua inserção na economia-mundo, com a
72
mundialização financeira e a crise do “socialismo realmente existente”, este
poder diminui, na medida em que a lógica da mundialização financeira e sua
materialização através da contra-revolução neoliberal, restauram o poder de
classe burguês via “acumulação por desapropriação”, segundo expressão de
Harvey (2004), ampliando, por um lado, a taxa de lucros da burguesia
internacional, especialmente do capital financeiro, e por outro, as desigualdades
econômicas e sociais e a hierarquização planetária entre países e regiões.
(LIMA, 2005, p.441).
2.2.12 Trabalho nº 12. Marcos José Valle
A. Título.
“PROUNI: Política pública de acesso ao ensino superior ou privatização?”. Dissertação
(Mestrado) Curitiba, PR.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2009
C. Autor (a).
Marcos José Valle
D. Tema.
O propósito desta pesquisa foi compreender se as ações governamentais, na virada do
século XX para o XXI, representariam de fato a democratização do acesso à IES, ou estariam
permeados de outros interesses, intensificando inclusive o tão criticado processo de privatização.
A pesquisa de Marcos Valle focou suas análises no “Programa Universidade Para Todos”,
o PROUNI, criado em 2004, durante o primeiro mandato do presidente Lula.
E. Argumentos Centrais.
73
Através de análise documental, bem como de pesquisa bibliográfica, o autor promoveu
uma crítica ao PROUNI, percebendo-o como um programa criado a partir de recomendações do
Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio. Dados relacionados ao programa são
analisados, bem como os mecanismos de renúncia fiscal oferecidos às IES que a ele aderiram.
Um ponto importante e inovador em sua pesquisa é analisar o PROUNI e suas
metamorfoses ao longo de alguns anos, percebendo continuidades e variações na proposta inicial.
O pesquisador acredita que o programa ganhou novas feições com o passar do tempo, na medida
em que não era sua proposta inicial a ampliação das vagas no setor privado, mas sim o
preenchimento das ociosas.
Sua investigação detectou ainda que as condições oferecidas pelo governo federal
mostraram-se muito atraentes para o “mercado educacional”, a ponto de os empresários da
educação alterarem a oferta de vagas nestas instituições. Caberia então levantarmos
questionamentos a respeito dos verdadeiros beneficiados com todo esse processo.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O trabalhou propôs-se a estudar o tema a partir da perspectiva materialista histórico-
dialética. Para Marcos Valle, o PROUNI nada mais é do que uma política neoliberal, o qual,
através de uma complexa engrenagem, utiliza subsídios indiretos para financiar bolsas de estudos
parciais e integrais a alunos de baixa renda.
Avaliado por organismos internacionais como eficiente, o programa reforçaria a noção de
serviço conferida à educação, estabelecida através das PPPs (Parcerias Público-Privadas). Assim,
o pesquisador procura compreender o programa inserindo-o em seu contexto nacional e
internacional, com todos os interesses e determinações que o envolvem.
G. Conclusões.
A proposta do PROUNI, segundo o autor, contribuiu para reduzir as fronteiras entre o
público e o privado, sendo o Estado responsável por alimentar e manter as instituições privadas
através do investimento de grandes montantes de capital. Além disso, a concepção de educação
seria a de um serviço, e não de um direito universal. Esta seria meramente um “elemento
provedor de condições de comércio e de atendimento do mercado” (VALLE, 2009, p.44).
74
Marcos Valle destaca ainda a preocupação dos organismos internacionais com uma
suposta “qualidade” da educação. Esta, no entanto, não se verifica numa posição crítica,
transformadora e emancipatória do homem. Toda a qualidade estaria sujeita aos interesses do
mercado, ou seja, uma boa educação seria aquela que prepara adequadamente o homem para os
desafios do mercado de trabalho.
Democracia também teria, segundo o autor, um sentido restrito na medida em que a
perspectiva dos governos em questão as trataria como um direito, e não como um benefício. O
processo de privatização estaria maquiado nesta política, pois, apesar de não haver a venda direta
das instituições, o investimento no ensino superior se daria de maneira bastante polêmica.
A educação ganharia, desta forma, uma roupagem mercadológica, tendo como
preocupação central a ampliação das vagas oferecidas em IES, ou seja, seu aspecto meramente
quantitativo. A manutenção dos estudantes nos cursos, ou a qualidade destes, não seria a
preocupação central. As instituições privadas seriam ainda tratadas como as grandes responsáveis
pelo que a propaganda oficial denominou de “democratização do acesso”, sendo apresentadas
como a “solução do problema do acesso”.
2.2.13 Trabalho nº 13. Maria Alice Aranda
A. Título.
“O significado do princípio da participação na política educacional brasileira nos anos
iniciais do século XXI: O declarado no PPA “Brasil de Todos” (2004-2007)”. Tese (Doutorado).
Campo Grande, MS.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2009
C. Autor(a).
Maria Alice Aranda
75
D. Tema.
O objetivo da tese de Maria Alice Aranda foi desvendar o significado daquilo que o
governo Lula nomeou como “princípio da participação” na política educacional. As fontes
pesquisadas foram o “Plano Plurianual (2004-2007): Brasil de Todos: inclusão e participação”, a
partir do qual a autora buscou “Apreender o significado do princípio da participação na política
educacional brasileira nos anos iniciais do século XXI” (ARANDA, 2009).
E. Argumentos Centrais.
A fim de desvendar o significado da participação política, a pesquisadora realizou um
histórico sobre a construção da democracia ao longo dos séculos, abordando elementos da Grécia
antiga aos iluministas, com destaque para as teorias de “democracia participativa” defendida por
Rousseau, e “democracia representativa”, idealizada por Montesquieu.
A busca pelo que seria, de fato, a democracia contemporânea, revelou elementos
importantes para a compreensão do mundo atual e o conceito de “participação política” existente.
A premissa defendida pela autora é a de que, no início do século XXI, a “participação política”
existiria apenas como meio de fortalecimento dos grupos hegemônicos, não representando
quaisquer riscos para a estrutura social.
Entretanto, no que se refere à política educacional, Maria Aranda conclui que houve uma
transformação no governo Lula em relação a FHC, na medida em que os discentes deixaram de
ser percebidos como “clientes”, e passaram a ser tratados como “cidadãos”.
Esta nova concepção, inspirada no conceito de “cidadania ampliada”, corresponderia, no
entanto, às ideias liberais, e não representariam, portanto, alternativas reais ao capitalismo ou à
busca de superação das desigualdades sociais. Assim, o governo Lula, a despeito das críticas
feitas a FHC, também se encaixaria no que denominou de “cidadania ampliada”:
no PPA 2004-2007 do Governo Lula para a política social/educacional estão
presentes os pressupostos da cidadania ampliada, confirmando a presença de
ideologias que resultam de tentativas de convencimento que o capitalismo é a
melhor garantia para todos (ARANDA, 2009, p.193)
76
A autora demonstra, recorrendo à teoria de grandes nomes do liberalismo, que seria
impossível alcançar, dentro desta persepectiva, uma legítima igualdade entre os seres humanos.
Portanto,
é nesse ponto que muitas das proposições defendidas pelos governos que se
denominam populares, são apresentadas como igualitárias, mas não a são na
essência. Pode até ser que a justiça social se realize nessa forma de sociedade,
tirando de uns para dar a outros, a base de migalhas, mas serão apenas medidas
paliativas, portanto, liberais. (idem, p.195).
Após problematizar e diferenciar os vários modelos e opiniões a respeito do que seria, de
fato, a sociedade democrática atual, a autora esclarece que o modelo vigente é individualista, e
responderia apenas aos interesses do capital, na medida em que “Essa prática de democracia nem
cogita conceber o homem como sujeito da história, não faz referência a todos, diz respeito a
vários indivíduos ou a grupos de indivíduos.” (idem, p.71).
A ideia de uma “cidadania ampliada” representaria também os interesses do capital na
medida em que atenuaria as lutas de classes, desenvolvendo em seu lugar a ideia de uma
convivência harmônica entre elas. Negar o conflito existente entre as classes impediria, na
concepção da pesquisadora, qualquer possibilidade de combater a real oposição existente entre o
capital e o trabalho, o que cristalizaria as desigualdades.
Apenas amenizar o gigantesco abismo social no Brasil do século XXI não seria suficiente,
na opinião de Maria Aranda. Não poderíamos, portanto, contentar-nos com essa proposta de
cidadania, na medida em que:
a mesma não oferece as condições sociais, econômicas e educacionais
necessárias para ir além da conquista de alguns poucos espaços de participação
que nos interstícios do capitalismo estão prescritas apenas como formas de
resistências locais e particulares. Insuficientes em relação ao projeto de
sociedade, de educação e de homem que se tem em vista. (idem, p.193).
77
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O “Plano Plurianual 2004-2007”, apresentado por Lula, foi o objeto de investigação
principal. Documentos produzidos em governos anteriores, bem como aqueles elaborados por
organismos internacionais foram comparados ao plano petista em busca de continuidades e
rupturas.
Maria Alice Aranda baseou-se no materialismo histórico-dialético para compreender estas
produções e definir o significado do conceito contemporâneo de cidadania. A base material da
sociedade e suas determinações sobre as questões políticas e culturais são consideradas, em
especial a partir das análises de Ellen Wood sobre o tema, segundo a qual “a igualdade política
na democracia capitalista não somente coexiste com a desigualdade econômica, mas a deixa
fundamentalmente intacta” (WOOD, 2006, p.184).
G. Conclusões.
A pesquisadora concluiu a existência de uma alteração nos termos que fazem referência
aos estudantes universitário entre o governo Lula e os seus antecessores (Collor, Itamar Franco e
Fernando Henrique). O discurso teria, ao se referir aos estudantes, abandonado as expressões
“clientes” e “consumidores”, passando a referenciá-los como “cidadãos”.
O conceito de cidadania utilizado, no entanto, não teria condições de alterar
significativamente o cenário social, pois todas as mudanças estariam subordinadas a uma visão
liberal e conservadora de mundo. Desta forma, a participação política estaria totalmente
comprometida e limitada, a despeito de todos os conceitos e promessas dos governantes.
A “cidadania ampliada” seria, segundo as referências da pesquisadora, fruto de uma luta
que se iniciou no final da Ditadura Militar, sendo concomitante ao processo de redemocratização.
Seu efeito sobre a sociedade brasileira seria o de impedir a compreensão, por parte da população
em geral, da existência da luta de classes, o que tornaria qualquer processo revolucionário um
objetivo praticamente inalcançável. Mais do que isso, ela construiria sujeitos submissos à ordem
capitalista, dando a impressão de que estes serão cidadãos apenas quando se integrarem ao
mercado. (DAGNINO, 2004, p.181).
78
2.2.14 Trabalho nº 14. Maria Inês Corrêa Marques
A. Título.
“UFBA na memória: 1946-2006”. Tese (Doutorado) Salvador, Bahia.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2005
C. Autor (a).
Maria Inês Corrêa Marques
D. Tema.
A tese teve como foco a configuração atual da universidade no Brasil, sendo utilizados
como elementos de referência e mediação as reformas do ensino superior desenvolvidas ao longo
dos séculos XX e XXI. Foram analisadas fontes documentais e bibliográficas, além de entrevistas
com três reitores da instituição em destaque: Roberto Santos (1967-71), Rogério Vargens (1988-
1991) e Felippe Serpa (1993-1998).
Em busca daquilo que chamou de “teia de relações”, a autora interpretou as narrativas
apresentadas pelos ex-reitores, conforme a subjetividade dos mesmos e as circunstâncias
históricas dos períodos em que administraram a instituição. A narrativa foi considerada o centro
do trabalho, a partir das quais foram procurados nexos que revelassem a forma e as tendências
das universidades brasileiras. Para a autora, a narrativa “não pertence apenas à subjetividade do
narrador, é reveladora do real. Ele narra como testemunha e protagonista. Nesta perspectiva,
buscaríamos reflexões e memória.” (MARQUES, 2005, p.16).
Maria Marques se propõe, então, a realizar um amplo histórico sobre a educação superior
brasileira, desde o período colonial, até o governo Lula. Seu foco está na Universidade Federal da
Bahia, conforme anunciado. Grandes pensadores do Brasil são citados e relacionados a este
processo, com destaque para Anísio Teixeira e Florestan Fernandes.
79
E. Argumentos Centrais.
A pesquisa destaca a presença de técnicos estrangeiros na universidade brasileira desde a
década de 1950, bem como de investimentos que visavam diminuir a influência comunista no
Brasil. Os acordos MEC-USAID (1965) também são apresentados, não como uma imposição dos
EUA, mas como uma resposta para o que já era desejado por uma série de educadores,
administradores e até mesmo estudantes brasileiros.
Milhares de bolsas de estudo foram fornecidas para brasileiros, visando a formação de
professores nos EUA. O propósito seria consolidar uma estratégia de aproximação e disseminar
valores norte-americanos. Por outro lado, enquanto o mundo universitário latino americano
organizava-se para construir uma universidade mais democrática e popular, uma forte repressão,
estabelecida por diversas ditaduras militares do período, calava o pedido de transformação
através da tortura, do exílio e da censura.
A polêmica Lei 5.540/68 determinava um novo formato para a universidade, exigindo a
integração entre ensino, pesquisa e extensão. Procurando evitar uma análise histórica unilateral e
determinista, a pesquisadora reforça a ideia de que a ação de brasileiros, para consolidar ou
combater o novo modelo, deveria sempre ser levada em conta.
Neste momento, os governos militares haviam identificado a necessidade de novas vagas
para o Ensino Superior, dado o aumento de formandos do Ensino Médio e as novas demandas do
mercado. Na década de 1980, motivada pela democratização, a sociedade civil organizava-se e
buscava uma transformação no modelo estabelecido durante a Ditadura.
Sobre este período, a autora chega a conclusões interessantes: “Ideologicamente afirmava-
se que a educação pública era dever do Estado, na realidade o sistema privado saía fortalecido
com as ações governamentais. A concepção privatista dominou o Ministério da Educação”
(idem, p.276).
O posicionamento dos governos, mesmo após a redemocratização, teria favorecido o setor
privado. Portanto, seria necessário levar em conta que a diminuição dos investimentos públicos
nas IFES gerou uma crise no sistema, garantindo assim um campo para o desenvolvimento do
setor privado. Em paralelo a isso, o governo passou a estimular medidas de amparo aos
empresários da educação, tais como a ampliação dos financiamentos estudantis, isenção de
impostos às instituições, realização de empréstimos com juros atraentes etc.
80
A autora aponta então a redução do quadro docente da UFBA em 23,7% de 1981 até 1995
(MARQUES, 2005). A resistência do então reitor Felippe Serpa quanto às políticas federais, e
sua busca por renovar e ampliar a universidade também receberam destaque na tese. A autora
afirma ainda que
Todos os reitores da UFBA do século XX: Edgard Santos (1946-1961), Albérico
Fraga (1961-1964); Miguel Calmon (1964-1967), Adriano Pondé pró-tempore
(1967), Roberto Figueira Santos (1967-1971); Lafayette de Azevedo Pondé
(1971-1975); Augusto da Silveira Mascarenhas (1975-1979); Luís Fernando
Seixas de Macedo da Costa (1979-1983); Germano Tabacoff (1984-1988); José
Rogério da Costa Vargens (1988-1992); Eliane Elisa de Souza e Azevedo (1992-
1993); Luiz Felippe Serpa (1993-1994) e (1994-1998); consolidaram a UFBA
para o século XXI, dirigida por Heonir de Jesus Pereira da Rocha (1998-2002) e
Naomar Monteiro de Almeida Filho (2002-2006).(...) A UFBA chegou ao século
XXI como um a instituição pública, gratuita, de qualidade produtora de
conhecimento socialmente referenciado, fazendo ensino, pesquisa e extensão
(idem, p.321-322, grifos nossos).
A instituição, embora tenha sofrido interferências do governo federal na escolha dos
reitores, tanto na década de 80 como na de 90, apresentou resistência quanto à implantação de
diversas alterações sugeridas (como a implantação do vestibular seriado), e também em relação
às orientações propostas por organismos internacionais.
O cenário brasileiro buscava consolidar uma política para a educação superior que
estimulasse a iniciativa privada e reduzisse o quadro de investimentos nas instituições públicas. A
proposta de avaliação, implantada durante o governo FHC, sob os cuidados de Paulo Renato
Souza, foram criticadas na UFBA, sendo Felippe Serpa indicado para a comissão que organizaria
uma crítica ao programa. Ainda:
A reforma educacional pretendida pelos organismos internacionais e o governo,
aconteceu fracionadamente. Por meio de diferentes mecanismos legais foram
instauradas mudanças no modelo educacional. A LDB (BRASIL, 1996),
parâmetros curriculares, diretrizes curriculares para nível técnico, médio e
81
graduação, processo de avaliação da educação brasileira, Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino Fundamental foram algumas das inovações
introduzidas. Os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso asseguraram as
realizações do capital internacional, suas intenções globalizantes e privatistas
para a educação. (idem, p.336, grifos nossos).
A universidade, durante o governo FHC, passou então a assumir o formato “Universidade
Corporation”. O governo petista, na sequência, embora tenha apresentado diversas propostas
transformadoras, já as teria abandonado, segundo a autora, ainda na disputa eleitoral. Bastava
perceber as alianças concretizadas entre o PT e seus adversários históricos, bem como o tom
conciliador dos seus discursos.
Maria Marques entende que o ex-presidente Lula, além de manter a política de arrocho
salarial, reformou a Previdência Social punindo servidores públicos e estimulando fundos
privados de pensão. Esta postura seria caracterizada como a prática do “transformismo”, segundo
o qual, um candidato é eleito através de um discurso permeado de transformações e promessas de
justiça social, mas após a vitória, as mudanças são negadas em nome da “racionalidade” antes
condenada.
Quanto à educação superior, o governo teria apostado na solução via PROUNI e FIES,
reforçando as instituições privadas. E ainda:
Em suma, a PPP flexibiliza as relações de trabalho e coloca a Universidade
Pública a serviço da empresa e da ideia de empreendedorismo. Na Universidade
Corporation, na Universidade Pró-Ativa, o docente deve ser um empreendedor,
a PPP viabilizaria a implantação desta vertente empresarial, no âmago da
Universidade do Conhecimento. (idem, p.344).
O formato “Universidade Corporation” exigiria do professor a postura de um
“empreendedor”, promoveria o individualismo e impediria a integração entre os estudantes. Não
haveria, nesta estrutura acadêmica, espaço de convivência para discentes ou docentes.
As narrativas dos ex-reitores foi levada em consideração na elaboração de um histórico da
instituição. A autora defende ainda que a manutenção da história da UFBA sempre viva na
memória seria uma das principais estratégias na luta contra reformas, as quais ameaçavam
82
destruir o papel da Universidade como centro de produção e difusão de conhecimento no século
XXI.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
A autora sugere que seu trabalho é balizado pelo materialismo histórico-dialético, em
conexão com as categorias desenvolvidas por Walter Benjamin. Ela reconhece que todas as
instituições da vida social se erguem sobre as relações sociais da produção material, e que as
transformações são resultado dos conflitos e contradições inerentes a este sistema.
Ao recorrer a Walter Benjamin para analisar as narrativas dos reitores, ela admite que “o
importante não seria reconhecer o passado como ele realmente foi, mas, diante do não ocorrido,
alimentar a utopia da construção”. (idem, p.37). Benjamin teria a preocupação de recontar os
eventos de modo a impedir a cristalização da memória ou do esquecimento em favor das classes
dominantes. A visão de memória adotada é a de que o passado da UFBA deve ser relembrado e
revirado, de modo a desvendar sua identidade e o importante papel exercido pela instituição ao
longo de sua história.
G. Conclusões
Maria Marques conclui que a “forma de apreensão institucional das políticas públicas é
singular em cada Universidade Pública Federal” (idem, p.353). No caso da UFBA, ela faz
questão de exaltar seus feitos ao longo das décadas, onde sua identidade teria sido construída a
partir da aplicação das políticas públicas.
O mecanismo de esquadrinhar a memória garantiria a resistência aos modelos
universitários apresentados nos dias atuais, os quais buscariam reduzir a instituição a um
mecanismo utilitarista e orientado a partir de pressupostos mercadológicos.
Assim, o grande desafio para o século XXI seria resistir ao modelo “universidade
corporation”, bem como às reformas autoritárias e pragmáticas, mantendo um projeto de nação e
uma universidade pública e produtora de conhecimento, como teria sido feito na administração
dos vários reitores citados.
83
2.2.15 Trabalho nº 15. Maria Zoreide Britto Maia
A. Título.
“Expansão da Educação Superior a Distância no Brasil: O Caso da Universidade do
Tocantins - UNITINS”. Tese (Doutorado). Goiânia, GO.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2011
C. Autor (a).
Maria Zoreide Britto Maia
D. Tema.
A pesquisadora apresentou como objetivo da pesquisa a realização de um histórico da
educação à distância no Brasil, entre 1995 e 2010. Seu olhar voltou-se, como o título da tese já
enunciou, para a Universidade do Tocantins, mas percebida em seu contexto mais amplo, imersa
no capitalismo globalizado e sujeita a todas às suas determinações.
A UNITINS foi fundada em 1990 e credenciada em 2004 para oferecer 6.000 vagas de
graduação. No entanto, seu crescimento vertiginoso a levou a bater a marca de 100.000
estudantes em 2007. Após ser descredenciada, em 2009, pelo Ministério da Educação, o ritmo de
crescimento obviamente foi interrompido. Para a autora, as transformações ocorridas nesta
instituição, “evidenciavam, em grande parte, o atrelamento das políticas da educação superior,
no estado do Tocantins, às políticas do governo federal para a educação superior” (MAIA,
2011, p.17).
Assim, a fim de compreender melhor este processo, a pesquisa propôs-se a investigar não
só a UNITINS, sua expansão, credenciamento e descredenciamento, mas também o papel da
EAD a partir dos anos 1990, seus marcos regulatórios, programas e ações do governo federal que
contribuíram para sua expansão.
84
E. Argumentos Centrais.
Maria Maia defende a posição segundo a qual a reforma do Estado na década de 1990,
influenciada pelo neoliberalismo, adotou um modelo de gestão capaz de conciliar organizações
públicas e privadas. Assim, o Estado assumiria o papel de criar medidas regulatórias, entre as
quais, a que definiria as regras da EAD no país.
Uma das peças chaves deste processo foi, sem dúvida, a LDB/96, segundo a qual o ensino
a distância recebia diretrizes de funcionamento, marcadas pela flexibilidade, além de incentivos à
expansão do segmento, mas também a submetia a padrões e elementos regulatórios.
Este processo teria sido responsável, de acordo com a autora, pelo profundo processo de
privatização do setor, cada vez mais engolido pelos interesses do mercado, bem como pela visível
precarização da qualidade e padrões de ensino.
O então ministro da educação nos governos FHC (1995-2002), Paulo Renato Souza, teria
atuado neste processo de maneira a materializar as propostas de organismos internacionais como
o Banco Mundial, segundo os quais a expansão do acesso, somado à ampliação das
possibilidades de financiamento, seriam a fórmula de sucesso para a educação superior. As ações
se concentrariam na certificação e treinamento de professores em atividade. No governo Lula
(2003-2010), o tom do discurso se alteraria para promessas de inclusão social, associadas à
formação continuada de professores. Com FHC, o setor teria atingido a marca de
aproximadamente 25.000 vagas, enquanto que com Lula, as IES deste setor se tornariam
responsáveis por 14,3% das matrículas de graduação no Brasil, algo em torno de 1.700.000 vagas
(BRASIL, 2009).
A autora acredita que o primeiro mandato do governo Lula, tendo como ministro da
educação Cristovam Buarque, apenas houve continuidade dos projetos centrais de FHC nesta
área. Com a posse de Tarso Genro em seu lugar, em 2004, e depois por Fernando Haddad, o
projeto teria se ampliado a partir de um conjunto de leis, medidas provisórias e decretos. Dentre
esse conjunto de ações, destacam-se: “Programa Universidade para Todos” (PROUNI), o “Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação” (FUNDEB) e a criação e expansão das Escolas Técnicas Federais e de novas
Universidades Federais.
Este crescimento assustador deve também levar em conta o grande impulso tecnológico
experimentado ao longo destes anos. A velocidade das comunicações e a expansão do acesso à
85
internet são somadas às políticas públicas, compondo assim a fórmula capaz de explicar a
expansão do setor.
Muitos estudantes optariam pela EAD em virtude da facilidade de acesso, garantia de
flexibilidade de horários para o cumprimento das atividades e também pelos preços convidativos.
No entanto, muitas pesquisas têm buscado questionar até que ponto a qualidade dos serviços
oferecidos é satisfatória, bem como se a ampliação deste setor não é apenas uma resposta aos
Organismos Internacionais sedentos pela ampliação dos mercados.
A diluição das fronteiras entre o público e privado também aparecem em destaque na tese
de Maria Maia. Para a pesquisadora, isso ocorre a partir da noção de que a educação é um bem
público, mas não exclusivamente estatal, o que permitiria a aplicação de recursos públicos em
setores privados, os quais seriam capazes de sanar os déficits de serviço oferecidos pelas
instituições públicas.
A fim de provar a expansão das políticas públicas ao longo do segundo mandato de Lula,
a autora usou como pilar de argumentação o aprimoramento dos mecanismos de avaliação e
classificação das instituições superiores desta modalidade. Para avaliá-la, ela debruçou-se sobre o
caso da UNITINS, classificada como “estudo de caso”, e tendo como base metodológica análises
qualitativas. Após uma extensa discussão bibliográfica sobre o tema, a pesquisa analisou dados
disponibilizados pelo INEP e MEC: leis, decretos, portarias do MEC, resoluções, pareceres do
“Conselho Nacional de Educação” (CNE), bem como diversos outros documentos da “Secretaria
de Educação Superior” (SESU) e da “Secretaria de Educação à Distância” (SEED). Por fim,
foram contactados vinte e cinco professores da instituição para a realização de entrevistas, mas
nenhum deles aceitou participar da pesquisa.
No capítulo seguinte, encontramos um histórico das políticas para a educação superior nos
governos de FHC e LULA (1995-2010). Para a pesquisadora, há uma grande quantidade de
trabalhos preocupados em perceber as mudanças em andamento na educação superior do Brasil, a
saber, ADRIÃO, PERONI (2005); BITTAR, OLIVEIRA, MOROSINI (2008); CUNHA (2003);
LEHER (2004); LIMA (2007A); MINTO (2006); NEVES (2004); OLIVEIRA, DOURADO
(2005); PEREIRA, SPINK (1998); REVISTA TEMPO BRASILEIRO (2009); SIQUEIRA,
NEVES (2006); SILVA, SILVA (2006); SILVA JR, OLIVEIRA, MANCEBO (2006); SILVA
JR. (2002); SILVA JR., SGUISSARDI (2001).
86
Luiz Carlos Bresser Pereira e Peter Spink teriam justificado as ações de FHC, com o
propósito de inserir o Brasil na “Nova Ordem Mundial”, a fim de preparar o país para os novos
desafios que emergiam. Este plano teria sido colocado em prática pelo Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado (MARE), quando os serviços educacionais foram
reafirmados como “não exclusivos” do Estado.
Tais ações teriam representado o desejo de transformar as universidades públicas em
“fundações públicas”, o que na prática facilitaria o processo de privatização das mesmas. Este
processo, segundo Maia, não foi totalmente implementado, mas os elementos neoliberais do
governo FHC poderiam ser percebidos através do arrocho salarial de professores e funcionários
as IFES, das contratações sempre em número inferior à necessidade, bem como à cobrança de
inúmeros serviços acadêmicos.
Maria Maia demonstra ainda que o Brasil enfrentava um processo de publicização, ou
seja, de transferência de serviços sociais e científicos, até então até então exclusivos do Estado,
para o setor púbico não estatal (MINTO, 2006). O Estado conseguiria, desta forma, eximir-se de
responsabilidades e obrigações previstas pela Constituição.
O governo FHC, as classificar o Ensino Superior como um antídoto à pobreza e ao atraso,
previa a necessidade de expansão do setor, uma vez que as políticas públicas não conseguiam
suprir a imensa demanda existente. Sobre as criações de FHC, a pesquisa destaca a criação da
Secretaria de Educação à Distância, a Seed/MEC, pelo Decreto nº. 1917/1996;
do Programa TV escola, criado em 1996, um canal de TV via satélite; do PROINFO, em 1997,
também voltado para a formação continuada de professores; e da regulamentação da EAD em
1998, a partir do Decreto nº 2.494/1998.
A pesquisa constatou ainda que o governo Lula teria se assemelhado ao de FHC quanto às
mudanças na estrutura das IFES, orientada pelo desejo de ampliar vagas, aumentar a relação
professor/aluno, diminuir a evasão e reprovação, flexibilizar currículos, a fim de adequar os
cursos às necessidades práticas e aperfeiçoar mecanismos de avaliação e gestão. Lula, entretanto,
teria buscado atingir tais objetivos através de outros métodos, como:
A criação de novas universidades; contratação de professores e funcionários;
criação da Universidade Aberta do Brasil; Programa Universidade para Todos;
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
87
Federais (Reuni); Plano de Desenvolvimento da Educação; expansão dos
Institutos Federais e implementação de políticas de ações afirmativas
(FERREIRA, 2010, p.11).
Embora existissem semelhanças, a autora defende ainda que entre estes dois governos
existiriam concepções e projetos de universidade diferentes, perceptíveis nas políticas de
“parcerias público-privadas, TICs, políticas de acesso ao ensino superior, regulação, avaliação
e qualidade de cursos e programas de graduação e pós-graduação, fontes de financiamento”
(MAIA, 2011).
A Reforma proposta por Lula neste setor teve início com a criação de um GTI (Grupo de
Trabalho Interministerial), em 2003, enquanto Cristovam Buarque era o Ministro da Educação. A
partir dos problemas destacados, o grupo propunha uma ação no sentido de ampliar as
universidades federais do país, bem como o número de professores e ampliar a oferta de vagas.
Num segundo bloco, o documento garantiria a flexibilização das IES e ampliação do ensino à
distância. Assim:
O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (Reuni), implementado pelo governo Lula em 2007, tem como
objetivo: criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação
superior, no nível de graduação, para o aumento da qualidade dos cursos e pelo
melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas
universidades federais. Em 2008, o crescimento das matrículas foi de 715.185,
com a criação de 2.506 cursos de graduação presenciais, atingindo a média entre
as relações das universidades de 17,8 alunos por professor; foram
disponibilizados 1.560 cargos docentes (BRASIL, 2007).
O segundo mandato de Lula contou com um crescimento econômico e também com uma
melhor distribuição de renda. O acesso ao ensino superior foi facilitado a partir da criação do
PROUNI, da ampliação das federais e da criação de novas vagas.
Ao reestruturar a SEED/MEC, oito anos após ser fundada por seu rival, Lula buscou
ampliar a interatividade dos ambientes virtuais, inserida na lógica de que a educação estaria entre
as prioridades do governo federal. O decreto n.º5773/2006 teria então ampliado o poder do
88
Estado sobres os IES, facilitando inclusive o credenciamento e descredenciamento destas junto ao
MEC.
Neste ínterim, o governo criou a UAB através do Decreto nº 5800/2006, com a proposta
de, através do ensino à distância, oferecer educação a futuros professores, visando suprir a
carência de vagas no setor. Através de parcerias com instituições municipais, estaduais e federais,
esta poderia expandir as licenciaturas, em especial para a educação básica, além de outros cursos.
A pesquisadora ressalta ainda as transformações na CAPES, a partir de da Lei nº.11.502
de 2007. Segundo ela, a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior foi rearticulada a fim de servir como suporte à SEED/MEC. A respeito da adesão ao
projeto, o ANDES-SN denunciou:
[...] um pecado original está, adicionalmente, colado à UAB, possivelmente
também associado à pressa mencionada: as IFES e, provavelmente também as
IEES já envolvidas com o curso-piloto, foram, e continuam sendo, pressionadas,
por fora de seus mecanismos institucionais a aderirem à UAB. Na verdade,
cooptam-se as Pró-Reitorias de Graduação, com o aceno de novos docentes,
além de grupos específicos de pesquisa, esses, primordialmente, com vantagens
pecuniárias. Os Conselhos são apenas chamados em estágios adiantados das
negociações para chancelar o que praticamente já fora decidido, informalmente,
segundo interesses específicos de setores das IES, sem um aprofundamento da
discussão e, principalmente, sem uma análise das consequências mais amplas
das decisões tomadas (ANDES-SN, 2007, p.2).
A parceria entre a UAB tem se ampliado desde então, servindo a mais de vinte Estados. O
acesso teria, explicitamente, sido ampliado. No entanto, ainda discute-se a qualidade dos cursos
oferecidos.
Na comparação das ações sobre a Educação a Distância, Zoreide apontou FHC como o
responsável pela implantação do modelo no Brasil, sendo Lula o continuador destas propostas.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
Embora não tenha explicitamente declarado seu alicerce teórico metodológico, os
diversos autores citados e referenciados ao longo da produção apresentam uma visão de Estado e
89
Sociedade baseados no materialismo histórico-dialético. Em suas conclusões, a autora não
sugere qualquer tipo de ruptura com a lógica do capital, mas apresenta tão somente uma crítica
bem fundamentada à incoerência entre o que foi propagado pelo governo e o que, de fato,
aconteceu na educação superior brasileira nos últimos vinte anos.
G. Conclusões.
A autora defende a posição segundo a qual a EAD representa um mecanismo eficiente na
ampliação de oportunidades de acesso ao ensino superior, capaz de vencer limites geográficos e
sociais.
O sistema, citado no texto constitucional, ampliou-se na era FHC, a partir da LDB/96.
Naquele contexto, a criação do SEED/MEC passou a implementar políticas de atualização e
“treinamento” de professores. Os “entraves” legais, por ela citados, foram sumariamente
“equacionados” por meio de decretos, os quais viabilizaram o projeto neoliberal de FHC para a
educação superior, ampliando a privatização do setor.
O governo ainda buscou a criação de uma rede entre as IES na busca de convênios e
parceria que viabilizassem a modalidade EAD, com destaque para a “UNIREDE”. A falta de
investimentos, todavia, acabou por inviabilizar tal proposta.
Inserida neste forte processo de privatização, encontrava-se a UNITINS. Esta instituição,
segundo a pesquisadora, foi alvo de uma proposta até então inovadora: a transformação da
universidade numa “organização social”. Cobrando mensalidades e recebendo uma nova
definição, a de “entidade de direito privado, com caráter público”, sendo, portanto, a expressão
do desejo de privatização do governo FHC. A proposta foi revertida a partir de um forte
movimento discente, o que resultou em sua federalização no ano 2000.
A proposta de “democratização” trazida por Lula teria lançado, a partir de 2003, um novo
olhar sobre a modalidade à distância. Seu crescimento teria sido vertiginoso, aproximando-se de
650 cursos e 1.700.000 alunos. O referencial de qualidade destes cursos tornou-se, desta forma, o
grande problema para o governo.
Uma diferença entre os governos, no entanto, merece atenção. A autora afirma que, ao
longo dos governos de FHC, houve uma redução do papel do Estado, promovendo privatizações
e abertura econômica. Lula, inversamente, teria proposto uma maior intervenção do Estado,
90
especialmente no financiamento da educação superior e básica. (DANTAS e SOUSA JUNIOR,
2009).
Em suas considerações finais, a autora questiona a propaganda segundo a qual houve uma
“democratização” do ensino a partir da expansão da rede privada, e chama-nos a atenção para o
fato de que os cursos oferecidos não podem obedecer a uma lógica puramente mercadológica.
Por fim, as dificuldades internas, somadas à falta de coerência e descontinuidades nas
políticas do ensino superior no Estado do Tocantins teriam afetado gravemente a oferta de vagas
e a real democratização do acesso e permanência de estudantes desta região no ensino superior.
2.2.16 Trabalho nº 16. Patrícia Vosgrau de Freitas
A. Título.
“Educação Superior brasileira no período de 1998 a 2007: Propostas, metas e diretrizes.
Outro olhar sobre os mesmos problemas”. Dissertação (Mestrado). Curitiba – PR.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2010
C. Autor(a).
Patrícia Vosgrau de Freitas
D. Tema.
Partindo do pressuposto de que as políticas públicas para a educação criaram um cenário
onde apenas uma minoria dos brasileiros conseguiria frequentar o Ensino Superior em nosso país
e, dentre estes, aproximadamente três quartos o fazem em instituições privadas, a pesquisadora
manifestou o desejo de analisar as políticas para a educação superior, e desvendar por que as
opções governamentais resultaram neste cenário, bem como quais são as consequências deste
processo para o país.
91
A pesquisa utilizou-se de dados fornecidos pelo INEP e promoveu uma comparação entre
os governos FHC e LULA, apontando paralelos entre as duas propostas. Um histórico das
reformas universitárias foi realizado a fim de perceber o movimento construído no Ensino
Superior neste período.
E. Argumentos Centrais.
Para Patrícia Freitas, as propostas apresentadas por FHC refletiriam os interesses das
organizações internacionais (como o Banco Mundial) e, a fim de reforçar seu discurso, o ex-
presidente teria insistido na caracterização da universidade pública como ineficiente e incapaz de
atender às demandas da sociedade brasileira.
Através de um detalhado processo de avaliação do Ensino Superior, o governo exerceria
seu poder. Esta se faria através do credenciamento ou descredenciamento das IES; bem como a
partir da atuação da instituição no Exame Nacional de Cursos.
Astutamente, a pesquisadora revela como o plano de governo de Lula, publicado em
200217
, denunciava o tenebroso processo em curso nas IES brasileiras. A equipe do PT sinalizava
a ampliação do setor privado como elemento definidor da diminuição das pesquisas acadêmicas,
a destruição da carreira de docente, a precarização do trabalho, além da redução de gastos,
estrutura e profissionais técnico administrativos. A situação se agravaria ainda mais em 2003,
quando a equipe de Lula teria constatado, logo no início de seu mandato, a ampliação gigantesca
no número de concluintes do Ensino Médio pelo país e a inexistência de vagas suficientes no
ensino superior.
No intuito de explicar esta situação, a análise da pesquisadora parte da Era Vargas, na
década de 1930, onde haveria a primeira grande expansão do setor privado. O segundo momento
teria ocorrido entre as décadas de 1960 e 1980, ou seja, ao longo da Ditadura Militar. A novidade
seria o terceiro movimento, registrado por ela entre 1998 e 2004.
As reformas da década de 1960 teriam deixado como legado uma característica que se
manteria nas décadas posteriores: a universidade, juntamente com a estrutura econômica
nacional, estariam fadadas à dependência externa. Ela cresceria e se desenvolveria, portanto,
marcada pela subordinação e a falta de autonomia.
17
“Programa de Governo 2002: Um Brasil para Todos”. Disponível em
http://www1.uol.com.br/fernandorodrigues/arquivos/eleicoes02/plano2002-lula.doc. Acesso em janeiro de 2014.
92
O governo Lula, que deveria ter revertido esta lógica pelas promessas que fez em
campanha, bem como por sua trajetória política, acabou por ceder às propostas sugeridas pelo
Banco Mundial e por uma ONG francesa, conhecida como ORUS (Observatório Internacional de
Reformas Universitárias). Em parceria com a UNESCO, esta organização defendia a ampliação
de vagas por meio do ensino à distância, o estabelecimento de cotas raciais e sociais, bem como
uma total reorganização dos currículos, avaliações e contratação de professores.
Para Patrícia Freitas, o governo Lula:
de forma sutil, avança na mesma direção que o governo FHC caminhou, onde a
flexibilidade e a empregabilidade ditam as regras para o Ensino Superior e
pautam o movimento de reforma universitária de forma unilateral, reforçando
uma concepção de formação servil. (FREITAS, 2010, p.50).
Em 2005, diante de um novo diagnóstico sobre a educação superior, o MEC teria sugerido
novas reformas na educação superior. E, portanto,
O PROUNI representa para os críticos a continuidade das políticas neoliberais
postas para a Educação Superior no octênio do FHC, representando uma
infidelidade ao compromisso assumido em campanha, legitimando o descrédito
de alguns setores da sociedade para com o governo Lula e a ininterrupção da
obediência aos ditames dos organismos internacionais. (idem, p.71).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos
Patrícia Freitas demonstrou a preocupação de construir um histórico e contextualizar o
problema diante de todos os seus determinantes, recorrendo a autores marxistas para sua
fundamentação.
Seu referencial teórico e metodológico é influenciado também pela obra de DYE (1976),
segundo o qual a formulação de políticas públicas seria reveladora, e o pesquisador deveria
sempre atentar-se para este processo.
A obra “O processo político no moderno Estado capitalista”, escrita por HAM e HILL
(1993), também exerce forte influência sobre a pesquisadora. Para estes autores,
93
os analistas não se deveriam restringir a examinar como políticas podem ser
melhoradas, dentro das relações sociais e políticas já existentes: essas próprias
relações deveriam ser parte do campo de investigação. Se a análise política está
localizada na estrutura existente de relações sociais e se o escopo é limitado a
questões já postas na agenda para discussão, então questões significativas podem
ser ignoradas e as necessidades de grupos particulares podem ser negligenciadas
(HAM e HILL, 1993, p.4).
Assim, eles defendem a posição segundo a qual a “teia de decisões” deve ser
compreendida, o que a motivou a buscar, em todo o processo de formulação de políticas públicas
na área da educação, o que teria sido aprovado, rejeitado ou até mesmo ocultado.
G. Conclusões
A conclusão da pesquisadora é que o caráter público das universidades está se esfacelando
frente às ações das políticas públicas para a educação superior empreendidas nas últimas duas
décadas. Assim:
Suas discussões são cíclicas, pois, os governantes mudam, as políticas mudam,
porém a ideologia continua a mesma, as Universidades estão envolvidas na
malha da sociedade, no entanto, permanecem às margens, indiferentes, travando
lutas partidárias, com medo de se envolver numa luta maior pela democratização
da Educação Superior (FREITAS, 2010, p.129).
Apesar de o governo Lula ter estruturado seu plano para o ensino superior com foco na
ampliação da oferta da Educação Superior, cabe discutir o modelo de universidade adotado nesta
expansão.
O aumento de vagas no setor privado ainda não se encontra num patamar satisfatório, e,
pior do que isso, o PROUNI teria respondido à necessidade de milhares de brasileiros com vagas
em universidade de qualidade questionável.
94
2.2.17 Trabalho nº 17. Priscilla Gama Cardoso
A. Título.
“O público e o privado na Educação Superior: Uma análise da homeopática
contrarreforma universitária no Brasil (1995-2010)”. Rio Claro, SP.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2011
C. Autor (a).
Priscilla Gama Cardoso
D. Tema.
Priscila Cardoso parte do princípio que o governo FHC foi alvo de diversas investigações,
as quais propuseram uma crítica sobre o “empresariamento” da educação. Entretanto, o estudo
sobre o governo Lula ainda apresentaria brechas não analisadas, apesar das contribuições trazidas
por LEHER (2003), LIMA (2007), SILVA JUNIOR, SGUISSARDI (2005).
A autora propõe, então, contribuir com o entendimento do movimento exercido, ao longo
do governo Lula, sobre as políticas públicas para o ensino superior. Para isso, ela estabelece a
missão de discutir não apenas as reformas, mas também os conceitos utilizados eu seu governo, e
os redimensionamentos destes, bem como as estratégias para implementação das reformas.
Compreender a educação superior neste contexto seria, na opinião da autora, discutir o
redimensionamento do “público” e do “privado”. As reformas aplicadas apresentaram de maneira
geral uma lógica gerencial e capitalista, sempre em consonância com a ordem neoliberal que se
estabelecia.
E. Argumentos Centrais.
A Constituição Federal de 1988 garante a gratuidade do ensino nos estabelecimentos
oficiais, mas deixa claro que o ensino pago pode se estabelecer, sendo oferecido por instituições
privadas. A Carta Constitucional ainda garante que instituições que comprovem sua finalidade
não lucrativa podem receber recursos do Poder Público. O conceito de “não lucrativo”
95
apresentaria-se de maneira muito polêmica e aberta, abrindo inclusive brechas para o
estabelecimento de instituições dotadas de natureza lucrativa.
A prioridade dos governos, então, para as IES, as limitaria à preparação para o mundo do
trabalho e à disseminação das novas regras do universo capitalista, trazendo conformismo sobre o
mundo em que vivemos, adaptação às duras regras do mercado, preparação para a competição e o
individualismo, além de naturalizar a existência do um abismo social que compõe a sociedade.
Um aliado na aplicação destes objetivos seria a “Teoria do Capital Humano”, segundo a
qual a educação é um investimento que, ao ser aplicado, pode gerar aumento de renda e
consequentemente, elevar a condição social das pessoas. A função da educação, a partir desta
interpretação, seria a capacitação prática (preparação para o trabalho e a instrumentalização de
habilidades) e ideológica (conformação com os nefastos resultados do capitalismo).
A autora considera que o BM, a UNESCO e a CEPAL têm trabalhado no sentido de
inculcar nos brasileiros as novas propostas educacionais, sempre aliadas do capital e sedentas por
sua expansão em setores ainda não explorados. Nesta fase do trabalho, uma série de
documentos e conferências são apresentados no intuito de revelar essa condição, bem como quais
instituições teriam sido criadas com a finalidade de garantir a disseminação destas propostas.
As recomendações do Banco Mundial quanto à existência das IES foi analisada a partir do
documento “La enseñanza superior. Las lecciones derivadas de la experiência”18
(BM, 1995), o
qual questionou a condição da universidade pública e apresentou o setor privado como mais
eficiente e produtivo, ou seja, com maior potencial para reverter o aspecto “não democrático” do
ensino superior. Desta forma, caberia ao Estado Nacional facilitar a entrada e o crescimento da
ação privada neste campo, bem como ampliar a oferta de créditos e programas de transferência de
recursos públicos para estas instituições.
Todas as orientações acabariam vinculando-se a aspectos puramente econômicos,
submetendo todas as reformas à lógica do mercado. Cinco anos depois, outro documento foi
publicado pelos mesmos grupos: “La educacion superior en los países en desarollo: peligros e
promesas19
” (BM, 2000). Documentos oficiais, como o elaborado para grupos de países
18
Disponível em < http://www-
wds.worldbank.org/external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/2005/06/14/000090341_20050614161209/Rende
red/PDF/133500PAPER0Sp1rior0Box2150A1995001.pdf>. Acesso em janeiro de 2014. 19
Disponível em < http://documentos.bancomundial.org/curated/es/2000/12/6203545/higher-education-developing-
countries-peril-promie-la-educacion-superior-en-los-paises-en-desarrollo-peligros-y-promesas>. Acesso em janeiro
de 2014.
96
subdesenvolvidos, denominado de “Grupo Especial”, convocado pela UNESCO, afirmariam que
a educação nestes locais teria como função:
proveer a un creciente número de estudiantes (especialmente entre los que
pertenecen a los sectores menos aventajados) conocimiento y habilidades
especializadas, porque los especialistas son cada vez más necesarios en todos
los sectores de la economía mundial; dotar de educación general a una cantidad
importante de estudiantes, lo que facilita la flexibilidad y la
innovación,permitiendo la renovación permanente de estructuras econômicas y
sociales que son muy pertinentes para un mundo en proceso de cambio
acelerado; enseñar a los estudiantes no sólo lo que ya es conocido, sino también
la manera en que a futuro pueden actualizarse, de modo de hacerlos capaces de
readaptar sus potencialidades y conocimientos a medida que se producen los
cambios en el entorno económico, y aumentar la cantidad y calidad de las
investigaciones de cada país,permitiendo así que el mundo en desarrollo pueda
elegir, absorber y crear nuevo conocimiento, de manera más eficiente y rápida
que hasta a hora (GRUPO ESPECIAL, 2000, p.12)20
.
Acusando as instituições de pesquisa e investigação de serem extremamente seletivas no
processo de admissão de alunos, bem como de exigirem investimentos muito altos, o setor
privado foi sinalizado como o grande caminho para as reformas no setor. As universidades
virtuais e o ensino à distância deveriam receber atenção especial, assim como os institutos
técnicos e profissionais, tratados como a “pedra de salvação” de países como o Brasil.
A supremacia do mercado deveria ser garantida pelo Estado, a fim de que a modernização
e o desenvolvimento do Brasil de fato ocorressem. A autora mostra como as reformas
promovidas por FHC buscaram aumentar a eficiência das instituições, ou seja, a quantidade de
20
“providenciar a um número crescente de estudantes (especialmente entre os que pertencem aos setores menos
favorecidos) conhecimento e habilidades especificas, porque os especialistas são cada vez mais necessárias em
todos os setores da economia mundial, proporcionar uma educação geral para um grande número de estudantes,
facilitando a flexibilidade e a inovação, permitindo a renovação permanente das estruturas econômicas e sociais
que são muitos relevantes para um mundo em processo de rápida transformação, ensinar aos estudantes não apenas
o que já é conhecido, mas também como poderão aprender no futuro, de modo a garantir sua atualização e fazê-los
capazes de utilizar seu potencial e conhecimentos na medida em que ocorrem mudanças no contexto econômico, e
aumentar a quantidade e qualidade da pesquisa em cada país, garantindo assim que o mundo em desenvolvimento
possa escolher, absorver e criar novos conhecimentos, de maneira mais eficiente e rápida”. (Tradução nossa).
97
pessoas atingidas pelo ensino superior. Com isso, o ensino subordinava-se às demandas do
mercado.
As reformas, inspiradas nos documentos produzidos pelos organismos internacionais
citados, dariam ênfase ao ensino fundamental, sugerindo como solução para o Ensino Superior a
alternativa privatista. O planejamento político estratégico de FHC (1995/1998) tinha como
estratégias uma compilação de todas essas propostas: estabelecimento de avaliações, criação de
modelos alternativos de formação, estímulo ao ensino à distância, e reorganização do sistema de
crédito educativo. Analisando o texto, Priscila Cardoso afirmou:
como é possível observar, ao longo da análise desses dois documentos (Plano
Diretor da Reforma do Aparelho do Estado e Planejamento Político Estratégico
– 1995/1998), as políticas para a educação superior, na década de 1990, visaram,
em essência, promover a reforma do aparelho do Estado, com a adequação das
políticas sociais, tratando-se, nesse caso, da Educação Superior em relação à
hegemonia neoliberal. (CARDOSO, 2011, p.67, grifos nossos).
Muitas são as conclusões da autora em relação a todas essas leis.21
Sucintamente, o
ministro da educação nos oito anos do governo FHC teria expressado seus interesses: “a
expansão, a diversificação, a avaliação, a supervisão, a qualificação e a modernização
(SOUZA, 2000).
A demora de oito anos na aprovação da nova LDB/96, a partir da Constituição, refletiria a
estratégia do Estado em legislar a partir de doses homeopáticas. Além disso, ao julgar a educação
superior do período como sendo elitista, ela propunha reformas ancoradas nas mesmas propostas
21
A autora apresenta uma interessante compilação das leis e alterações propostas pelo governo FHC: “Serão
destacados neste item a Lei nº 9.131/1995, que altera dispositivos da Lei nº 4.204/1961; a Lei 9.192/1995, que altera
dispositivos da Lei nº 5.540/1968, as quais regulamentam o processo de escolha dos dirigentes universitários. Tem-
se também o Decreto nº 2.026/1996, que estabelece procedimentos para o processo e avaliação dos cursos e
instituições de ensino superior; a LDB nº 9.394/1996, que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional; o Decreto nº 2.207/1997, que regulamenta, para o Sistema Federal de Ensino, as disposições contidas nos
Arts. 19, 20, 45, 46 e § 1º, 52, Parágrafo Único, 54 e 88 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; o Decreto nº
2.306/1197, que regulamenta, para o Sistema Federal de Ensino, as disposições contidas no Art. 10º da Medida
Provisória nº 1.477-39, de 8 de agosto de 1997, e nos Arts. 16, 19, 20, 45, 46 e § 1º, 52, parágrafo único, 54 e 88 da
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; o Decreto nº 3.860/2001, que dispõe sobre a organização do Ensino
Superior, a avaliação de cursos e instituições; e a Lei nº 10.172/2001, que Aprova o Plano Nacional de Educação e
dá outras providências” (CARDOSO, 2011, p.68).
98
disseminadas pelo Banco Mundial, segundo as quais a diversificação das instituições e a
facilitação para o estabelecimento de instituições privadas no setor.
A autora percebe a estratégia do governo FHC no artigo 19 da LDB/96:
O artigo 19, da LDB, define duas categorias administrativas, a saber: instituições
públicas e privadas. Em seguida, pelo artigo 20, torna-se clara a existência de
quatro tipos de instituições educacionais privadas: as particulares, em sentido
estrito, as comunitárias, as confessionais e as filantrópicas. Essas subdivisões,
tratadas na lei, criam nova configuração no âmbito do público e do privado, isto
porque, ao ocorrer a diferenciação das instituições lucrativas, das confessionais,
filantrópicas e comunitárias, estas últimas se aproximaram das ideias
consolidadas no Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado de
proximidade ao setor público. Logo, por meio da justificativa do caráter não
lucrativo de tais instituições, estas passaram a se denominar públicas não
estatais, conforme diretrizes desse documento, buscando o acesso a verbas
públicas. (CARDOSO, 2011, p.74).
Priscila Cardoso analisa toda a regulamentação de cursos e os processos de avaliação
instituídos pela LDB/96. A ideia de substituição dos vestibulares pelos processos seletivos, a
quantidade de mestres e doutores nas instituições, e a autonomia universitária, já apareceriam no
texto da LDB/96. No entanto, as lacunas ali existentes só seriam preenchidas nos anos seguintes.
Quanto às fronteiras entre o público e o privado, o grande impacto viria com o Decreto nº
2.20722
, de 1997. A partir das inúmeras reações contrárias, ele seria revogado, sendo um novo
decreto escrito quatro meses depois, de nº 2.30623
, em agosto de 1997. A proposta era
regulamentar as instituições de ensino superior, distinguindo as públicas (criadas ou
22 BRASIL. Decreto nº 2.207, de 15 de abril de 1997. Regulamenta para o Sistema Federal de Ensino as disposições
contidas nos Arts. 19, 20, 45, 46 e § 1º, 52, Parágrafo Único, 54 e 88 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e
dá outras providências. Brasília, DF, 1997a. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2207.htm. Acesso em: 20 ago. 2010 23
BRASIL. Decreto nº 2.306, de 19 de agosto de 1997. Regulamenta para o Sistema Federal de Ensino as
disposições contidas no Art. 10º da Medida Provisória nº 1.477-39, de 8 de agosto de 1997, e nos Arts. 16, 19, 20,
45, 46 e § 1º, 52, Parágrafo Único, 54 e 88 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e dá outras providências.
Brasília, DF, 1997b. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2306.htm. Acesso em: 20 ago. 2010.
99
incorporadas, mantidas e administradas pela União) das privadas (criadas ou incorporadas,
mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado).
Em 2001, FHC editaria um novo Decreto, revogando o de 1997. A estrutura geral
mantinha-se, revelando que a concepção de educação superior do governo não tinha se alterado
ao longo dos dois mandatos. A última ação deste governo viria em seguida, com a Lei nº 10.172,
a qual aprovava o Plano Nacional de Educação. O plano apresenta aproximadamente 300 metas,
sendo que destas 35 estariam voltadas ao ensino superior. As propostas que visavam
transformações radicais, como a ampliação do número de professores, vagas e financiamento
público foram vetadas pelo governo, o que levou muitos a denominarem o plano mais como uma
“carta de intenções” do que como um plano propriamente dito (SAVIANI, 2008).
Absolutamente influenciado pelo ideário neoliberal, o governo teria então disseminado a
ideia de incapacidade do setor público de atender à demanda nacional pela expansão do setor,
garantindo que a via privada seria o melhor caminho. Os diversos mecanismos avaliativos
implementados seriam mais uma prova da essência neoliberal desse governo, na medida em que
este tipo de ação:
viabiliza as novas funções de controle, planejamento e avaliação da educação
superior pelo Estado, desviando-o de sua função de promoção direta do ensino,
ou seja, ele delega tal atividade a organizações sociais, credenciadas para o
exercício desse fim, por meio do estabelecimento de metas estipuladas em
contratos de gestão. (CARDOSO, 2011, p.88).
O censo da educação superior, realizado em 2002, demonstrou o grande crescimento do
setor no período, totalizando cerca de 800 instituições superiores a mais do que as existentes em
1995. A legislação facilitava a instalação de IES não universitárias, centradas no ensino e
possuidoras da chamada “autonomia” estabelecida no setor, bem como a possibilidade de não
realizarem trabalhos de pesquisa e extensão, por não serem classificadas como “universitárias”.
Ao assumir a presidência da República em 2003, “Lula concentrou o discurso de sua
propaganda política na consolidação de um pacto social, que pudesse garantir o crescimento e a
estabilidade econômica, bem como promover a justiça social e o alívio à pobreza.” (CARDOSO,
2011, p.111). O documento “Carta ao povo brasileiro”, divulgado por Lula em 2002, prometia
100
uma série de transformações e trazia muita esperança aos que aguardavam transformações de
impacto:
O povo brasileiro quer mudar para valer. Recusa qualquer forma de
continuísmo, seja ele assumido ou mascarado. Quer trilhar o caminho da
redução de nossa vulnerabilidade externa pelo esforço conjugado de exportar
mais e de criar um amplo mercado interno de consumo de massas. (SILVA,
2002, p.2).
Outro documento importante no início de seu governo foi, sem dúvida, o “Programa de
Governo 2002 - Coligação Lula Presidente”, o qual defendia a manutenção dos compromissos
brasileiros com o FMI, apesar das inúmeras críticas ao modelo de FHC e à chamada “herança
maldita” por ele deixada no país. Um caderno que fazia parte deste documento dedicava-se
especialmente à educação e foi denominado de “Uma escola do tamanho do Brasil”.
Cristovam Buarque, então ministro da educação, divulgou outro importante documento,
denominado “Metas para a educação brasileira”, onde apareciam diversas propostas, inclusive
contrárias à gratuidade do ensino superior, visto como elitista. O ministro da educação defendia
que a universidade como instituição estava em crise. Segundo ele:
o conhecimento, que antes representava capital acumulado, passa a ser algo que
flutua e que é permanentemente renovado ou ultrapassado por obsolescência; o
ensino, que antes se dava por meio de canais bilaterais diretos, entre aluno e
professor, e em locais definidos, como a universidade, agora acontece por outros
métodos reconhecidos, como um espraiamento em todas as direções, em meio ao
oceano das comunicações; a formação profissional, que antes representava uma
base firme na luta pelo sucesso, é agora, na melhor das hipóteses, um colete
salva-vidas a ser usado no conturbado mar em que se chocam as ondas do
neoliberalismo, da revolução científico-tecnológica e da globalização.
(BUARQUE, 2003, p.26).
O documento esclarece ainda o papel das instituições segundo o ministro da educação,
sendo revelador de sua concepção educacional, qual seja, “criar as bases científicas e
101
tecnológicas necessárias para enfrentar o futuro; compreender as relações internacionais (...)
compreender a realidade de um mundo globalizado, onde há exclusão e divisão”. (idem, p.60).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
A pesquisa foi elaborada a partir da análise bibliográfica, bem como dos documentos
oficiais produzidos, em especial os projetos de lei, as emendas, os pareceres e as atas das
comissões especiais a respeito da reforma universitária.
As categorias de análise apresentadas pertencem ao materialismo histórico-dialético,
utilizando o pressuposto de que as decisões governamentais só poderiam ser compreendidas
diante da contextualização histórica ampla, bem como de todos os seus determinantes.
G. Conclusões
A autora percebe que os documentos produzidos pelos organismos internacionais
correspondem à “Teoria do Capital Humano” na medida em que o objetivo das reformas de
ensino passa a ser o conhecimento e as habilidades, e não o direito público à educação. Para
atingir seus propósitos, seria fundamental integrar o público e o privado no ensino superior.
As leis criadas por Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2002 demonstram uma visão
de ensino superior detentora de forte viés empresarial, percebendo e tratando a educação como
simples mercadoria. A possibilidade de organização acadêmica em universidades, centros
universitários, faculdades integradas, faculdades, ou institutos superiores seria uma forma de
flexibilização do sistema, o qual facilitaria a expansão do ensino superior. Não houve, entretanto,
a devida preocupação com a qualidade dos cursos oferecidos. Assim, “as políticas públicas para
a educação superior enfatizaram o caráter privado para este nível de ensino, propondo ações
que determinaram, em essência, promover a interpenetração entre as esferas do público e do
privado.” (CARDOSO, 2011, p.156).
O governo reconhecia a necessidade de ampliação de vagas no setor de ensino superior e
apresentava a concepção de educação como “bem público”, o que consolidaria a noção de que
existem instituições públicas estatais e não estatais (as universidades privadas), naturalizando a
destinação de verbas públicas para o setor privado, que alcançaria proporções gigantescas ao
longo dos oito anos do governo Lula.
102
Com a ascensão do PT ao poder federal, muitos esperaram grandes alterações no cenário
político, especialmente na educação. A proposta petista, no entanto, não era de ruptura com o
modelo capitalista, mas de humanização desse sistema a partir do estabelecimento de um novo
pacto social, onde o crescimento econômico era necessário, bem como uma nova política
educacional, capaz de incluir os segmentos mais pobres e garantindo a “coesão social”. Os
documentos oficiais e as propostas políticas de 2002 já revelavam uma alteração significativa na
posição política do então candidato petista. Portanto:
Conclui-se, dessa maneira, que o governo Lula teve como marca a continuidade
e não a ruptura, com a aprovação esparsa, de instrumentos jurídicos normativos,
ao longo de seus dois mandatos, que, a partir, da articulação com a reforma do
Estado, manteve e aprofundou a contrarreforma homeopática, bem como as
principais diretrizes políticas e econômicas do governo FHC. (CARDOSO,
2011, p.238).
2.2.18 Trabalho nº 18. Rhoberta Santana de Araújo
A. Título.
“Implantação do Reuni na Universidade Federal do Pará: um estudo de caso do Campus
Universitário de Altamira”. Dissertação (Mestrado) Belém- PA.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2011
C. Autor (a).
Rhoberta Santana de Araújo
D. Tema.
O objetivo de estudo de Rhoberta Araújo, como o título deixa bem claro, foi o de analisar
o impacto do “Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
103
Públicas”, chamado de REUNI, no campus de Altamira, ligado à Universidade Federal do Pará.
Para tanto, ela se propõe a verificar o financiamento oferecido ao este campus, investigar a
criação dos novos cursos, bem como os índices de aprovação e conclusão de curso.
Ela parte do pressuposto que os indicadores oficiais do programa estariam limitados a
índices quantitativos, não sendo capazes, portanto, de avaliar verdadeiramente o impacto do
programa sobre as instituições federais.
E. Argumentos Centrais.
O REUNI, estabelecido pelo governo Lula, teria como prioridade ações no sentido de
ampliar o acesso à graduação nas IES federais, bem como melhorar os índices do programa (Taxa
de Sucesso da Graduação e Relação Aluno Professor). Ao estabelecer metas que previam o
crescimento do número de estudantes por professor, e ampliariam a taxa de conclusão da
graduação, o governo obviamente estaria enfatizando o ensino, em detrimento da pesquisa.
Dentro da nova concepção de universidade, adotada pelo REUNI, algumas medidas
ganharam destaque. A graduação deveria ser priorizada no ensino superior, o acesso às
universidades precisaria ser facilitado, o currículo reestruturado e novas metodologias de ensino
incorporadas.
Interessado em atingir sua meta de ampliação, o “conceito de ‘público não-estatal’,
idealizado ainda no governo FHC, é sistematicamente aprofundado no governo de Lula da
Silva” (ARAÚJO, 2011, p.21). A reforma da educação, desta forma, teria transformado esse
setor, classificado anteriormente como um “direito social”, em mais um “serviço”, o qual,
portanto, estaria sujeito às leis do mercado, do consumo e especialmente, do lucro.
A tese deixa evidente o impressionante crescimento das instituições privadas durante o
governo de FHC. Em 1995, existiam 432.210 vagas, e em 2002, o número tinha crescido para
1.477.733, o que significa 341,9% de crescimento. As vagas públicas do ensino superior
avançaram, no mesmo período, de 178.145 para 295.354, atingindo um crescimento na ordem de
165,7%.
O governo Lula da Silva, por sua vez, manteve uma política de continuidade em relação
ao governo anterior, anunciando ao povo e especialmente aos organismos internacionais, por
meio de diversos documentos, sua fidelidade aos compromissos financeiros estabelecidos no
governo anterior.
104
Assim, tal governo poderia ser classificado como neoliberal por três motivos essenciais. O
primeiro seria a sua busca por uma valorização do país em relação ao mercado financeiro
internacional. Em segundo, estaria o fato da presidência assumir uma única possibilidade para a
questão econômica: a da continuidade do que já estava sendo feito. Por fim, seu governo seria
neoliberal por criar políticas assistencialistas, propagadas como ‘políticas sociais’, as quais não
seriam capazes de solucionar os graves problemas sociais do país, mas apenas de amenizá-los.
O Estado brasileiro teria desta forma, assumido o papel de estimular e fiscalizar as
instituições privadas de ensino superior, ao mesmo tempo que garantiria o crescimento da
educação à distância, a qual passou a ser equiparada à formação presencial. Portanto, seria
possível perceber em seu governo um “caráter contraditório, que une, a um só tempo, marcas de
permanência e mudança: a expansão do acesso das classes trabalhadoras ao ensino superior é
coetânea da desqualificação desse nível de ensino” (idem, p.74).
Em busca da “Universidade Nova”, uma série de transformações deveriam ser realizadas.
Segundo Naomar Filho e Boaventura de Souza Santos, a antiga universidade deveria ser
substituída, pois apresentaria os seguintes problemas:
Excessiva precocidade nas escolhas das carreiras profissionais; Seleção limitada,
pontual e - traumática - para ingresso na graduação; Viés monodisciplinar na
graduação, com currículos estreitos e bitolados; Enorme fosse entre graduação e
pós-graduação; Submissão ao mercado, perda de autonomia; Incompatibilidade
quase completa com modelos de arquitetura acadêmica vigente em outras
realidades universitárias, especialmente de países desenvolvidos; Incultura:
formação tecnológico-profissional, quando eficiente, culturalmente
empobrecida; Anacronismo: dissonância da formação universitária com a
conjuntura contemporânea. (SANTOS; ALMEIDA FILHO, 2008, p.113-114).24
Aparece então a proposta dos Bacharelados Interdisciplinares (BI), como uma forma de
flexibilização dos currículos. A fim de evitar a evasão, seria estabelecida uma “pré-graduação”,
no intuito de garantir os pré-requisitos fundamentais à carreira escolhida pelo aluno. Esta
proposta carrega elementos da universidade americana, mas também da europeia. Há, por um
24
O texto completo está disponível em
https://ape.unesp.br/pdi/execucao/artigos/universidade/AUniversidadenoSeculoXXI.pdf. Acesso em janeiro de 2014.
105
lado, uma mescla entre a formação voltada para o mercado profissional e a interessada na
consolidação acadêmica do estudante. A União Europeia teria, nos últimos 20 anos, contribuído
para a busca de um modelo único de universidade, que congregasse em especial características do
modelo alemão, francês e inglês. O novo modelo, surgido como uma mescla de todos estes,
nasceria com a missão de garantir a integração dos países, privilegiando os mais grupos mais
competitivos, merecedores, portanto de maiores fatias do “mercado” educacional.
A Declaração de Bolonha25
, assinada em 1999, tentaria garantir um padrão único para as
universidades europeias. O ensino superior ficaria dividido em três ciclos. No primeiro, o aluno
teria a formação em licenciatura ou bacharelado, de acordo com a nomenclatura de cada país,
numa duração mínima de três anos. O segundo ciclo corresponderia ao mestrado (acadêmico ou
profissional) e por fim, o terceiro, ao doutorado, com duração de três ou quatro anos.
As propostas apresentadas foram amplamente divulgas das IFES do país, e deram origem
ao REUNI, criado pelo Decreto nº 6.096/2007. Rhoberta Santana chama atenção para o fato de
que, sendo um decreto, o ato dispensou a opinião do Congresso Nacional (ARAÚJO, 2011). Não
houve também qualquer tipo de consulta da comunidade acadêmica, seja por parte de reitores e
docentes, ou mesmo do movimento estudantil. Os diversos protestos ocorridos pelo país foram
ignorados, e o programa colocado em prática.
Os contrários ao REUNI afirmam que o programa prioriza o ensino no lugar da pesquisa
ao exigir que metas sejam cumpridas. Sabemos também que as metas estabelecidas para as
pesquisas acadêmicas forçam muitos pesquisadores a produzirem artigos que pouco ou nada
contribuem com o saber acadêmico, na medida em que são apenas respostas às exigências
quantitativas das agências de fomento.
Em 2008, apesar de todas as críticas, a necessidade por recursos levou todas as 54
universidades federais então existentes a aderirem ao programa. A verba seria liberada de acordo
com o cumprimento das metas, o que nos leva a perceber a continuidade do modelo gerencial
estabelecido por FHC. Assim, “O desempenho gerencial das universidades é tomado como
objeto de avaliação e serve de subsidio para definição de ações regulatórias, bem como de
instrumento para alocação orçamentária.” (idem, 2011). Cabe afirmar que as instituições que
passassem a utilizar o ENEM como porta de entrada, no lugar dos vestibulares, receberiam 100%
25
Disponível em http://paco.ua.pt/common/bin/Bolonha/Bolonha_Declaracao%20de%20Bolonha.pdf. Acesso em
janeiro de 2014.
106
de acréscimo ao valor, o que é, no mínimo, um ponto de questionamento a respeito da autonomia
das instituições.
Em 2010, o Governo Federal baixou a Medida Provisória 435/2010 em conjunto com
outros três decretos (nº 7.232, nº 7.233 e nº 7.234). Esse conjunto de ações teria gerado uma série
de medidas conhecidas por “Pacote da Autonomia Universitária”. Através destes mecanismos, o
Estado brasileiro diluiu ainda mais as fronteiras entre o público e privado, reforçando a
necessidade das instituições buscarem fontes próprias de receita financeira e apontando para a
proposta de auto-financiamento das instituições, na medida em que subordinaria o envio de novas
quantias ao cumprimento das metas estabelecidas.
Para a pesquisadora, a estrutura universitária sugerida não foi acatada pelas universidades,
sendo que a maioria delas sequer apresentou qualquer proposta de inovação curricular. Houve
ainda um problema na oferta dos cursos, na medida em que a área da saúde obteve índices bem
inferiores às demais, o que “repercute na formação de quadros profissionais para atendimento
das demandas sociais de certas regiões, reforçando indicadores de desigualdades regionais”
(idem, p,128).
Ela acredita ainda que o REUNI não trata-se apenas do estabelecimento de metas para as
universidades. Este programa na verdade comporia um novo modelo de gestão das IFES,
baseados na lógica gerencial, pela busca de resultados quantitativos.
Quanto aos resultados das entrevistas com docentes do campus de Altamira, Rhoberta
Araújo teve a seguinte opinião sobre a implantação do REUNI na região, ela destaca que: “não
houve planejamento, espaços coletivos de participação e discussão dos desdobramentos do
Programa, no campus investigado” (idem, p.177).
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
Alicerçada no materialismo histórico dialético, a pesquisadora buscou estudar o tema a
partir de documentos oficiais e produções acadêmicas. A investigação teve como base os
condicionantes que influenciam as práticas políticas e também sociais.
Entrevistas semi-estruturadas foram realizadas no campus de Altamira com dirigentes,
professores e coordenadores ligado à UFPA.
107
G. Conclusões
A conclusão do trabalho aponta para o fato de que a expansão das universidades públicas
conecta-se a novos valores, os quais aproximariam as fronteiras do público e privado,
diminuiriam a autonomia universitária e não garantiriam, aos estudantes, um padrão de
excelência nos cursos universitários. Não houve, segundo a pesquisadora, uma ruptura na
concepção estrutural de educação entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio
Lula da Silva. Pelo contrário, ela afirma ter ocorrido inclusive uma “intensificação do processo
de reformas” (idem, p.19).
Sobre as diversas ações no campo da educação superior, Rhoberta Santana conclui que
FHC buscou novas fontes de financiamento para as IES, aproximando-as das empresas. Além
disso, criou um estímulo extra para os investimentos em pesquisas relacionadas aos interesses
mercadológicos e facilitou a expansão do setor privado, como foco no ensino. A partir de uma
lógica produtivista e quantitativa, foram exigidos resultados das universidades para que mais
investimentos fossem realizados, sempre mediados pelo novo sistema de avaliação dos cursos.
Essas reformas teriam atingido o ensino superior através da flexibilização na busca por
recursos destinados às universidades, e também pelo fortalecimento do setor privado, percebido
como local com maior capacidade de atender à demanda da sociedade.
O REUNI foi apresentado como uma das principais ações do governo Lula, tendo como
foco a recuperação das universidades federais e a expansão das mesmas por todo o país. A meta
era de ultrapassar um milhão de matrículas na rede Federal de Educação superior até 2012, e,
para ser atingida, foram necessários o investimento de recursos em infraestrutura, a contratação
de técnicos e docentes, além do estabelecimento de novos indicadores na relação Aluno-Professor
e Taxa de conclusão de graduação.
O programa teria, segundo a pesquisa, uma feição privatista, na medida em que os
recursos seriam destinados de acordo com o cumprimento de metas. Quanto à UFPA:
Os estudos demonstraram que o Programa, na Universidade Federal do Pará, se
apresentou como um marco na reconfiguração institucional, com metas
expressivas de expansão; entretanto, o volume de recursos executados, até o
momento em que encerrávamos o trabalho de pesquisa, não representou impacto
108
significativo na matriz orçamentária da Universidade, como apresentado na
análise dos indicadores financeiros. (idem, p.40).
Outros problemas apontados seriam a falta de capacitação dos gestores, as dificuldades
operacionais, a pouca disponibilidade de docentes para contratação, a inexistência de salas de
aula e o ambiente de competição entre os docentes.
O número de professores contratados cresceu, mas a maioria seria inexperiente e não
criaria vínculos duradouros com o campus em questão. Por fim, a pesquisadora percebeu que a
ampliação dos recursos não tem ocorrido de maneira a respeitar o crescimento das matrículas,
gerando distorções e problemas. Assim,
Esses dados revelam um aspecto preocupante do Programa. Os recursos
necessários à manutenção do campus e dos cursos não vêm sendo ampliados na
proporção do aumento da capacidade instalada, o que, certamente, trará
transtornos para a comunidade acadêmica. As matrículas, no período,
ampliaram, aproximadamente, 60%, e o recurso de custeio não aumentou mais
do que 30%. Os gestores da unidade enfrentarão dificuldades para
gerenciamento das atividades acadêmicas e administrativas (idem, p.40).
2.2.19 Trabalho nº 19. Sueli de Fátima Ourique de Avila
A. Título.
“Mercantilização do Ensino Superior: as consequências das mudanças produtivas para os
docentes de ensino superior”. Tese (Doutorado) Rio de Janeiro, RJ.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2010.
C. Autor (a).
Sueli de Fátima Ourique de Avila
109
D. Tema.
Sueli Avila buscou esquadrinhar, em sua tese de doutorado, as consequências das
transformações estruturais e conjunturais na virada para o século XXI para os professores do
ensino superior. Sua análise levou em conta o contexto histórico brasileiro e mundial, a partir da
referência de vários teóricos e da análise dos fatos históricos mais relevantes.
E. Argumentos Centrais.
Para a pesquisadora, a formação de novos profissionais no Brasil do século XXI criou
trabalhadores dóceis e disciplinados, os quais já entram no mercado de trabalho com os valores
benéficos para a lógica do capital assimilados, e prontos para reproduzi-los.
O contexto das reformas no ensino superior seria marcado pela hegemonia do capital
financeiro, segundo o qual a maior parte dos investimentos econômicos do planeta estaria
subordinado. Propostas de governo alternativas ao neoliberalismo teriam surgido, a partir da
Inglaterra, e se disseminado pelo mundo conhecidas como “Terceira Via”, a partir da
nomenclatura estabelecida por Giddens (1999). Para os críticos,
a Terceira Via desresponsabiliza o capital, desresponsabiliza a história e
responsabiliza os sujeitos e suas associações pela garantia da estabilidade social,
política e psicológica profundamente abalada pela eliminação de um horizonte
de transformação (LIMA; MARTINS, 2005, p.62).
Ao questionar essas transformações e o que chamou de “disfarces”, a pesquisadora
revelou a estratégia do capital em eximir-se de responsabilidades naquilo que denominou de
“Estado Mínimo”:
Neste quadro, o Estado assume um papel importante no processo de dominação:
tem como função manter a estrutura de classes e as relações de produção,
controlar através da repressão as ameaças de insatisfação das classes dominadas
e também das frações burguesas dominantes não contempladas com o processo;
tem que integrar, através de sua ideologia, as classes dominantes e controlar o
conjunto da sociedade. (AVILA, 2010, p.45)
110
Mantendo a postura crítica e reflexiva, ela questiona a visão dualista de mundo, a qual
contrapõe o subdesenvolvimento ao desenvolvimento, como se tratassem de estágios
diferenciados (OLIVEIRA, 2003). Na realidade, o que ocorreria seria a coexistência de ambos,
onde o grupo favorecido se utiliza dos países pobres para enriquecer. Portanto:
o termo subdesenvolvimento não é imparcial, pois seu prefixo ―sub revela uma
posição inferior que os países da América Latina possuíam com relação aos
países centrais. Não é um estágio anterior, mas uma condição menor na
hierarquia da ―divisão internacional do trabalho capitalista (OLIVEIRA, 2003,
p.128).
Através desta estratégia o Estado brasileiro estaria, ao longo das últimas décadas, abrindo
espaço ao desenvolvimento dos interesses do capital, independente do tipo de partido ou
orientação que tenha se estabelecido.
Após perceber o processo de precarização do trabalho docente, bem como o incentivo à
competição e ao individualismo, a autora conclui categoricamente que a produção em série de
trabalhadores submissos e competitivos “só é possível através da divisão, do aniquilamento dos
vínculos, da competitividade, do isolamento, e como consequências, do adoecimento psíquico e
da alienação dos trabalhadores.” (ÁVILA, 2010, p.160).
Todas as transformações no cenário educacional, não poderiam, portanto, produzir um
resultado diferente. O produto da exploração do capital sobre o trabalho seria a desigualdade, na
medida em que toda a vez que a força de trabalho é vendida para alguém, ocorre a exploração.
Recorrendo à teoria de David Harvey, ela critica o modelo conhecido popularmente como
toyotismo, denominando-o então de ‘acumulação flexível’ (HARVEY, 2005). Este processo,
longe de aprimorar o trabalho, teria gerado uma condição ainda mais dramática para os
trabalhadores menos qualificados, os quais teriam de trabalhar mais, com menos garantias de
emprego e sob uma constante competição.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
O objeto de estudo de Sueli Avila foram os trabalhos aprovados para apresentações na
ANPED entre 1996 e 2008 que se encaixavam nesta temática. Para compreendê-los, ela recorreu
111
à contextualização histórica, a fim de compreender os elementos determinantes de tais
pensamentos. Esta retomada apresentou forte influência do materialismo histórico-dialético,
especialmente a partir do pensamento do geógrafo David Harvey.
Para a análise das entrevistas, sua metodologia seguiu a linha da Teoria da Análise do
Discurso, alicerçada no pressuposto segundo o qual “a análise critica do discurso tem como
preocupação explorar a tensão que se estabelece entre os dois lados do uso da linguagem: o que
é formado socialmente e o que constitui socialmente” (FAIRCLOUGH, 2001, p.92).
A pesquisadora também apoiou-se na análise de conteúdo, a partir do qual “procurou-se
fazer uma correspondência entre as estruturas semânticas e as estruturas psicológicas ou
sociológicas (por exemplo: condutas, ideologias e atitudes) dos enunciados” (AVILA, 2011,
p.171).
G. Conclusões
A despeito dos governantes terem proclamado, ao longo da década de 1990, a diminuição
do papel do Estado, o que de fato ocorreu foi o aprofundamento de regras benéficas aos grandes
membros do capital financeiro e a ampliação do mercado através das privatizações. Dinheiro
público teria então sido usado para fortalecer empreendimentos privados, e o papel do Estado foi
transformando elementos até então percebidos como direitos sociais em “serviços não exclusivos
do Estado”, podendo inclusive receber verbas públicas para serem executados.
No processo de convencimento da população, e difusão dos ideais interessantes ao capital,
propagou-se então nas mais diversas instituições de ensino uma “concepção de qualificação, que
enfatizava os aspectos técnico–operacionais, definindo numa sequência lógica e objetiva as
habilidades e tarefas condizentes com cada profissão”. (ÁVILA, 2010). Esta crença levaria ainda
ao abandono das crenças num emprego estável e pleno. A noção de “empregabilidade”
substituiria a crença no “pleno emprego”, sendo o trabalhador convencido, desde o início de sua
formação, que qualquer tipo de fracasso em sua trajetória deveria ser creditado única e
exclusivamente à sua pessoa.
O grande problema desta estrutura seria o fato de que a atribuição individual sobre o
sucesso ou o fracasso conduziria o ser humano a uma competitividade ainda mais acirrada, a
ponto do projeto coletivo ficar completamente inviável.
112
Portanto, um triste cenário se estabeleceria, sendo a educação uma máquina de destruição
dos vínculos humanos, incentivadora da competição e do isolamento, levando os trabalhadores a
adoecerem e sofrerem um contínuo processo de alienação.
2.2.20 Trabalho nº 20. Zuleide Simas da Silveira
A. Título.
“Concepção de educação tecnológica na reforma da educação superior: finalidades,
continuidades e rupturas (1995-2010) – Estudo comparado Brasil e Portugal”. Tese (Doutorado
em Educação) Rio de Janeiro, RJ.
B. Ano de conclusão do Trabalho.
2011
C. Autor (a).
Zuleide Simas da Silveira
D. Tema.
O trabalhou buscou analisar o desenvolvimento das políticas de ciência e tecnologia nos
governos de Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva, procurando compará-las à
reforma do ensino superior em Portugal, norteada pelo Processo de Bolonha.
Para tanto, a autora elaborou um histórico que contemplasse os dois países e revelasse
suas posturas em relação às políticas de inovação tecnológica e científica, tanto nacional como
internacionalmente. A própria concepção de universidade nos dois países é reconstruída neste
processo, sendo seu objeto percebido na totalidade de relações de caráter social, econômico,
cultural, político e ideológico.
113
E. Argumentos Centrais.
A comparação entre os dois países revelou a conexão do ensino superior aos processos
econômicos e tecnológicos em curso no planeta nesta virada do século, de maneira que a política
educacional se subsumiria à política e diretrizes internacionais.
As reformas da educação no capitalismo estão sempre associadas, por se tratarem de um
Estado burguês, aos interesses deste grupo dominante. Em momentos de anseios por “reformas”,
a articulação dos grupos dominantes poderia gerar “contrarreformas”, ou seja, processos de
transformação em que características do modelo antigo e do novo passariam a coexistir,
prevalecendo elementos do primeiro (GRAMSCI, 2002). A partir destes pressupostos, Zuleide
Silveira percebe que:
o período de hegemonia das políticas neoliberais, em curso, pode ser
compreendido como um processo de contrarreforma, tendo em vista que suas
“reformas”, a exemplo da “reforma universitária”, não são mais que engodo e
instrumento de destruição das conquistas dos trabalhadores, trazendo em seu
bojo a precarização e a flexibilização do trabalho, a formação aligeirada e
fragmentada, a desorganização da classe trabalhadora e o enfraquecimento dos
sindicatos combativos. (SILVEIRA, 2010, p.10)
Assim, seria possível classificar como “partido único” uma série de organismos
internacionais a serviço de uma classe social, defendendo uma visão de mundo unitária, e
exigindo uma postura semelhante perante os problemas e transformações do mundo (GRAMSCI,
2007)26
. Na lista destes organismos apareceriam o BM, o BID, a OCDE, a UNESCO, o CEPAL,
o MERCOSUL, além da UE.
F. Pressupostos teóricos e metodológicos.
26
De acordo com Gramsci, “O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais
e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa de fato que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como
virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe e serve
ou para aumentar seu poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do
imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de
todas as relações de costume” (GRAMSCI, 2007).
114
O referencial teórico a pesquisa parte do princípio estabelecido por Michel Lowy de que o
saber científico sempre responde a um interesse pré-existente (LOWY, 2003). No entanto, o
esforço pela construção do conhecimento objetivo não pode ser abandonado, e a pesquisa deve
buscar a objetividade do conhecimento mesmo sabendo que sempre haverá uma dose de
subjetividade neste processo (SCHAFF, 1987),
Sua pesquisa, portanto, tem no materialismo histórico-dialético a referência teórica,
rejeitando análises fragmentadas, as quais desconsideram o contexto histórico e total dos
fenômenos sociais.
Assim, a construção da pesquisa levou em conta que as:
reformas educativas são produzidas a partir de relações de poder e de classe,
geradoras de embates de concepções de sociedade, de trabalho e de cultura,
buscamos captar as contradições do desenvolvimento histórico das políticas de
formação da força de trabalho na universidade (...) pela mediação da concepção
de universidade, no Brasil e em Portugal, partindo das origens do Estado
moderno, quando a universidade é submetida, ao mesmo tempo, ao ideal de
formação dos sujeitos e aos interesses do Estado-Nação. (idem, p.6)
A formulação das políticas de ciência, tecnologia, e inovação também aparece como uma
das mediações do trabalho em pauta. A autora considerou a construção destas da década de 1960
até o início do século XXI.
Sobre a proposta de comparar Brasil e Portugal, Zuleide Silveira entende que a
comparação permite o estudo dos projetos semelhantes nos dois países, desvelando conceitos de
universidade e produção de conhecimentos ligados à conjuntura do capitalismo, além de revelar,
igualmente, as características específicas de cada país em questão.
G. Conclusões
Tendo como premissa o movimento do capital em busca de expandir-se cada vez mais, a
pesquisadora sugere a subordinação da ciência e da técnica aos seus anseios. Assim, o Estado
burguês utilizaria-se do argumento de que a inovação seria indispensável para a humanidade, mas
direcionaria os frutos deste processo para expansão de seus anseios mercadológicos.
115
Divulgaria-se assim, por todo o mundo, uma infinidade de teorias a respeito da “sociedade
da informação” ou “sociedade do conhecimento”, dando a entender que o saber deveria substituir
o trabalho naquele momento específico da “evolução” humana.
O Estado, representante dos anseios burgueses, também deveria harmonizar os atritos
existentes entre o capital e o trabalho através de variadas ações políticas, ganhando em poder,
controle de capitais e implementação de regras e diretrizes. Assim, o século XXI assistiria, ao
contrário daquilo que foi propagado pelos defensores do neoliberalismo, a uma ampliação do
papel do Estado e dos blocos econômicos, sempre sujeitos à lógica imperialista.
Ao pesquisar a posição dos organismos internacionais (OCDE, UNESCO e BM), Zuleide
Silveira entende que uma série de programas foram criados para incentivar a formação de um
capital humano voltado para a pesquisa a partir de parcerias público-privadas. A concepção de
educação neste contexto, assim, “compreende a política educacional como um instrumento ao
seu serviço” (idem, 176), sendo a política científico-tecnológico a mediadora destas ações. Desta
forma, a educação superior teria assumido um caráter internacionalizado e seria “com base nesta
concepção instrumental e utilitarista da política de ciência, tecnologia e inovação, em geral, e do
conhecimento, em particular, que se pretende um novo modelo de universidade.” (idem, p.176).
A contrarreforma, em ambos os países, teria então se somado ao transformismo,
atingindo, desta forma, os propósitos estabelecidos pelos organismos internacionais, referentes
aos interesses do capital. Esses “partidos políticos” teriam disseminado a noção de “sociedade do
conhecimento”, e criado um mito ao associar desenvolvimento social e econômico à inovação
científica e tecnológica.
Essas perspectivas trouxeram grande impacto ao formato e visão das IES, na medida em
que, historicamente, esperava-se delas que transmitissem o conhecimento humano produzido ao
longo da história a todas as pessoas, e propiciassem espaço para o pensar crítico. A incorporação
de uma nova expectativa a respeito da educação superior, por parte da população, bem como sua
adequação aos interesses do capital e à formação de quadros profissionais, seria feita através da
“modernização” da universidade, defendida especialmente a partir da década de 1990, com a
execução das políticas neoliberais nos dois países.
Essa prática governamental “neodesenvolvimentista” teria como peça-chave para o
sucesso a educação superior. Disciplinadora, ela disseminaria a ideologia burguesa, promoveria a
inovação tecnológica e garantiria, ao menos em tese, a competitividade e a soberania dos países.
116
A universidade ganharia também uma feição democrática e humanizadora, aparentemente
atendendo ao “interesse geral”, e ainda harmonizaria as tensões envolvendo o capital e o trabalho.
As reformas ocorridas no Brasil e em Portugal, nos últimos 20 anos, teriam claramente reforçado
duas instituições superiores: as de “ensino” e as de “pesquisa”. Portanto, para Zuleide Silveira, o
modelo universitário só pode ser alterado mediante a ruptura entre este e a lógica do capital.
2.3 Balanço dos trabalhos selecionados
Como percebemos na descrição das obras, os pesquisadores selecionados que se
propuseram a desvendar a concepção de educação nos governos Lula e FHC estavam amparados
pelo materialismo histórico-dialético27
. A despeito das críticas feitas ao marxismo após o fim do
chamado “Socialismo Real”, com o fim da ex-URSS, percebemos a atualidade do pensamento
marxista no século XXI e como suas categorias de análise garantem a percepção e crítica dos
diversos determinantes que permeiam a educação superior no Brasil.
Em apenas uma das produções28
não foi possível identificar o referencial teórico do
pesquisador. As quatro demais utilizaram-se, cada uma, de um referencial teórico específico, a
saber, o neo-institucionalismo histórico29
, o ecletismo30
, o positivismo31
e o enfoque de análises
políticas (EaN)32
.
As produções analisadas apresentaram muita semelhança na avaliação dos governos de
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Suas características neoliberais seriam evidentes, bem
como a subordinação das políticas públicas às recomendações elaboradas pelos diversos
organismos internacionais, em especial o Banco Mundial.
27
Cerca de três quartos das obras selecionadas para leitura e análise eram amparadas pelo materialismo histórico-
dialético, a saber: CATTANI (2006), SOUZA (2007), DIAS (2006), SANTOS (2010), PERES (2009), COLLEONI
(2012), CARVALHO (2010), ILIBRANTE (2011), LIMA (2011), VALLE (2011), ARANDA (2011), MAIA (2011),
CARDOSO (2011), ARAÚJO (2011), AVILA (2011), SILVEIRA (2011). 28
OLIVEIRA (2012) 29
CARVALHO (2011) 30
O trabalho de Maria Inês Corrêa Marques baseou-se em Walter Benjamin, Florestan Fernandes e Nova História,
(MARQUES, 2005). 31
ALENCAR (2011) 32
FREITAS (2010). Para mais informações sobre a EaN, consulte CAVALCANTI, Paula Arcoverde. “O
Estudo da Política Pública de Educação”: alguns aportes teóricos” IN V Jornada Internacional de Políticas Públicas.
São Luís: UFMA, 2011. Disponível em <http://www.joinpp.ufma.br/ >. Acesso em janeiro de 2014.
117
Portanto, o governo FHC, ao incentivar a privatização, a publicização e a terceirização,
estaria em total consonância com os interesses do capital financeiro internacional. Ao classificar
o equilíbrio orçamentário como ação prioritária, o governo teria iniciado um programa intenso de
privatizações, símbolo da proposta de um “estado mínimo”. O aumento das terceirizações seria a
prova da precarização do trabalho e da perda de direitos historicamente estabelecidos, também
característica essencial do neoliberalismo. A “publicização”, por sua vez, consistiria no processo
de aplicação de recursos públicos nas instituições privadas, submetendo o Estado aos interesses
do capital (AVILA, 2010).
A instituição superior pública foi avaliada pela equipe de FHC, comandada pelo então
ministro da educação, Paulo Renato Souza, como elitista e cara. Diante disso, toda uma
legislação foi gradualmente construída com o intuito de garantir a expansão do setor privado. A
ênfase estaria na quantidade de alunos atendidos, e não na qualidade dos cursos oferecidos, ou
mesmo na possibilidade de produção de conhecimento nas IES. Argumentos deste tipo teriam
servidos para convencer a população de que as instituições privadas de ensino superior eram as
únicas capazes de suprir a imensa demanda por vagas (SANTOS, 2010, p.130).
No pacote de reformas oferecidas, as vítimas dos cortes orçamentários não foram apenas
as instituições superiores de ensino público. Sob a ótica neoliberal, o Estado reduziu
investimentos sociais, e priorizou o equilíbrio das contas públicas e da inflação, além de
promover um amplo movimento de privatização. O projeto neoliberal não teria se concretizado,
todavia, no governo Fernando Henrique Cardoso. O fim da gratuidade nas IFES não foi
implantado em seu governo, e as IES não alcançaram a chamada “autonomia plena”, marcando a
resistência dos setores contrários ao ideário neoliberal (CARVALHO, 2011).
A noção de educação como direito social daria lugar para uma nova concepção, segundo a
qual a educação seria vista como um serviço, e, portanto, deveria estar sujeito às leis
mercadológicas e à lógica do capital. (ARAÚJO, 2011).
Outro ponto de consenso entre as teses se refere ao grande crescimento de alunos
matriculados no ensino superior do Brasil durante o governo de FHC e Lula. Os pesquisadores
manifestaram sempre dúvidas em relação ao resultado prático deste crescimento na vida dos
estudantes. Não podemos ter certeza, portanto, de que todos os milhões de graduados no Brasil
tiveram acesso a um ensino de qualidade e conseguirão, de fato, ascender econômica e
culturalmente.
118
Percebemos ainda diversas ações do governo Lula na criação de políticas de ampliação do
acesso e da manutenção de estudantes no ensino superior. Cristina Carvalho acredita, no entanto,
que essas transformações seriam mais fruto da condição econômica favorável ao Brasil no
período Lula, do que de fato a práticas políticas diferenciadas. Assim, Lula teria feito mais
porque teria governado a nação durante um período economicamente mais favorável.
(CARVALHO, 2011).
Elaci Carvalho, ao analisar o processo de privatização ocorrido no país durante os dois
governos em discussão, não hesitou em classificar ambos como neoliberais. Lula, embora tenha
feito duras críticas a FHC e o acusado de deixar uma “herança maldita” ao governo petista,
manteve a mesma orientação política do seu rival, apesar de optar por práticas aparentemente
inofensivas, como a criação de instituições de apoio às IES e a propagação de um discurso que
delega aos indivíduos a responsabilidade por seu sucesso ou fracasso na formação superior. A
autora destaca ainda que manter esta postura inviabilizaria qualquer possibilidade de acabar com
a pobreza, a violência ou a exclusão social. (CARVALHO, 2010).
Na mesma linha de raciocínio, porém com uma estratégia de investigação diferente,
destacamos a colaboração de Patrícia Freitas. A autora focou sua pesquisa nos documentos
oficiais publicados pelo PT, antes e depois da vitória nas urnas. Foi possível verificar, então, a
mudança de postura do “candidato Lula”, o qual manifestava críticas profundas em relação às
práticas de FHC quanto à educação superior; para o então “presidente Lula”, cuja opção seria
investir em programas que incentivariam o crescimento das instituições privadas, em absoluta
consonância com as propostas do seu antigo adversário. O “transformismo”, disfarçado de
democratização de acesso, estava consolidado, e as possibilidades de superação das
desigualdades, mais uma vez, impossibilitadas. (FREITAS, 2010).
Seguindo uma linha de argumentação e trajetória de pesquisa diferentes, mas construindo
conclusões muito semelhantes a estas, encontramos o trabalho de Rhoberta Araújo. Ela acredita
que o governo de Lula poderia ser classificado como neoliberal por três motivos essenciais: sua
política econômica teria priorizado a valorização do país em relação ao mercado financeiro
internacional, seu programa de ações optou pela continuidade em relação ao governo FHC, e as
práticas por ele criadas seriam meramente assistencialistas, pois ao manter a lógica do capital, o
melhor resultado seria o de amenização das desigualdades, mas nunca de superação das mesmas
(ARAÚJO, 2011, p.125).
119
Para Priscila Cardoso, a ruptura tão esperada entre os dois governos não ocorreu. A
proposta de Lula era de conciliação entre os interesses do capital e as necessidades sociais, e o
caminho para isso seria o crescimento econômico. Os frutos colhidos seriam, além da coesão
social, o aprofundamento da “contrarreforma homeopática” da educação superior, iniciada no
governo FHC (CARDOSO, 2011, p.172).
Sobre a postura dos organismos internacionais, Kátia Lima acredita que o discurso do
Banco Mundial alterou-se do início da década de 1990, quando a orientação aos países era de
uma radicalização das práticas neoliberais, para o início do século XXI, onde o foco transferiu-se
para políticas de “alívio à pobreza” (LIMA, 2005). Bruno Santos, por sua vez, inova ao alertar
para a necessidade de percebermos as particularidades de cada organismo internacional, ao
menos no que se refere aos seus discursos. A postura da UNESCO seria a de garantir um papel
estratégico e central do Estado na condução das políticas para o ensino superior, enquanto o BM
apoiaria sua diminuição, em consonância com os ideais neoliberais. (SANTOS, 2010, p.105).
Sueli Ávila, ao investigar a orientação das reformas governamentais na virada do
século, constatou a enorme distância entre os discursos humanistas e as expectativas de
emancipação da humanidade por meio da educação e o que, de fato, era praticado. Deveríamos
assim perceber a completa submissão da educação aos interesses do capital, bem como sua
função de capacitação para o trabalho e convencimento ideológico a respeito das desigualdades e
efeitos nefastos do capitalismo (AVILA, 2010, p.36).
Os programas em destaque no governo Lula foram alvo de pesquisa e debate. Sobre o
REUNI, não há dúvidas que os investimentos geraram um resultado numérico impressionante,
mas os pesquisadores retornam às dúvidas quanto aos benefícios para os alunos, em termos
culturais, sociais e econômicos. O formato deste programa beneficiaria ainda o ensino no lugar da
pesquisa, facilitando a superação das metas, mas limitando a produção de conhecimento (idem,
p.146).
A respeito do PROUNI, há consenso em perceber a implantação do programa como uma
prática vinculada às premissas do Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio, os
quais previam a implantação de mecanismos favoráveis à expansão do setor privado de ensino.
No entanto, ao avaliar o PROUNI ao longo de seus primeiros anos de funcionamento, Marcos
Valle percebeu uma transformação interessante em sua proposta. Inicialmente, o programa teria
sido elaborado a fim de preencher as vagas ociosas no setor privado, mas as condições criadas
120
pelo governo foram tão favoráveis aos empresários da educação superior, que estes investiram
pesado na criação de novas instituições (VALLE, 2006).
Patrícia Freitas classificou a postura do presidente Lula, ao implantar o PROUNI, como
“infiel às promessas de campanha” (FREITAS, 2010, p.138), e Cristini Colleoni chama-nos a
atenção, mais uma vez, para uma prática no ensino superior que prioriza o ensino e a formação
voltada para o mercado, abandonando o ideal de educação libertária e crítica. (OLIVEIRA, 2012,
p.125).
Assim, nos dois governos em questão, a contrarreforma da educação estaria ocorrendo, e
os interesses envolvidos em programas como o PROUNI iriam muito além da supostas
democratização do acesso, atendendo prioritariamente aos empresários da educação
(COLLEONI, 2012, p.125; CARDOSO, 2011, p.216).
A diluição das fronteiras entre o público e o privado também foi apontado por muitos
pesquisadores ao tratar dos programas criados pelo governo FHC e Lula. Estes manteriam a
promessa de democratização quando estariam, de fato, garantindo grandes fatias de investimento
público na manutenção dos lucros empresariais (VALLE, 2006, p.81).
Quanto às soluções propostas pelos trabalhos, vários pesquisadores alertaram para o risco
de sermos ingênuos quanto aos processos em curso na educação superior brasileira, bem como
aos interesses envolvidos em cada ação (CATTANI, 2006, p.80). Falar em democratização do
acesso seria um exagero, embora medidas tenham sido tomadas em relação a esta questão
(SANTOS, 2010, p.141).
Não deveríamos, tampouco, acreditar que a mudança do regime ditatorial para a
democracia pudesse, por si só, ser capaz de romper com a lógica do capital e todas as suas
mazelas (PERES, 2009, p.221).
Sem negar o avanço conquistado através de programas como o REUNI e o PROUNI,
dentro do governo Lula, alguns pesquisadores apontaram importantes ações a serem implantadas
no intuito de dar suporte e corrigir erros existentes. Quanto ao REUNI, seria importante levar em
conta a opinião de docentes, discentes e funcionários no programa, sem negar as especificidades
regionais de cada instituição. Fundamental ainda seria manter os investimentos na proporção do
crescimento de alunos atendidos, o que não tem ocorrido. Novos mecanismos que garantissem
treinamento aos gestores, bem como o desenvolvimento de vínculos entre professores e suas
instituições também seriam essenciais. (ARAÚJO, 2011, p.219).
121
A expansão do ensino à distância (EAD) foi lembrada pelos pesquisadores, e a sua
capacidade de vencer barreiras geográficas e sociais exaltada. Porém, o profundo senso
mercadológico que envolve esta modalidade de ensino, bem como a qualidade dos cursos
oferecidos, ainda desperta dúvidas e precisariam ser frutos de debates (MAIA, 2011, p.247). A
preocupação com a qualidade dos cursos envolve também a modalidade presencial, a qual
apresentou taxas de crescimento semelhantes nos últimos anos (FREITAS, 2010, p.29).
A maior parte das teses e dissertações, no entanto, aponta como solução definitiva uma
medida muito mais radical. A alternativa ao processo de mercantilização do setor, à diferença de
qualidade oferecida pelas IES no Brasil, e à nefasta desigualdade no acesso aos conhecimentos
historicamente acumulados pela humanidade, seria a ruptura com a lógica do capital nas
instituições de ensino. Buscar a conciliação entre humanização e expansão do capital produziria,
no máximo, algumas reformas, cristalizando assim as desigualdades sob uma maquiagem de
democratização do acesso (CARVALHO, 2010, p.391).
Há ainda destaque para a necessidade de recusarmos os valores disseminados no modelo
burguês de universidade. A lógica de “empregabilidade”, “competição” e “individualismo”
romperia laços humanos de integração. e geraria conformismo nos indivíduos que não
ascendessem socialmente (AVILA, 2010, p.156).
As universidades deveriam, diante de todo esse quadro de mudanças, reforçar no ensino
as contradições existentes entre o capital e trabalho. Caso contrário, perderia-se o conceito de luta
de classes e, em seu lugar, seria incorporado o conceito burguês de “cidadania”, impedindo a
compreensão dos motivos causadores das desigualdades (SILVEIRA, 2011, p.386; ARANDA,
2009, p.197; ILIBRANTE, 2008, p.144).
O imperialismo, outro conceito bastante rejeitado nos dias de hoje, em especial pelos
defensores do processo de “globalização”, deveria ser retomado e incorporado por todos, na
medida em que este seria indispensável para a compreensão do processo de expansão da lógica
burguesa pelas IES, as quais tratariam, cada vez mais, a educação como mercadoria (VALLE,
2009, p.22; LIMA, 2005, p.424).
Maria Marques, fugindo propostas de combate ao capital e suas contradições, defendeu na
manutenção da memória das instituições públicas de qualidade, como a UFBA, a possibilidade de
resistir à lógica privatista das IES no século XXI. Retomar os embates no processo de construção
e reformas do ensino seria fundamental para manter o modelo institucional que desafie o padrão
122
“Universidade Corporation”, bem como um projeto de nação e uma universidade pública de
qualidade, gratuita e produtora de conhecimento crítico (MARQUES, 2005, p.353).
123
CAPÍTULO 3. A EDUCAÇÃO SUPERIOR APÓS A
REDEMOCRATIZAÇÃO
3.1 Brasil na virada do século
“a burguesia não pode existir sem revolucionar permanentemente os
instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e,
com isso, todas as relações sociais” (MARX e ENGELS, 1998, p.8).
Neste momento, buscamos construir um panorama da educação superior no Brasil no
período posterior ao Governo Militar. Em busca da concepção de educação superior proposta
pelos diversos governantes deste período, procuramos realizar uma síntese entre a produção de
pesquisadores renomados no assunto, no Brasil e no mundo, e as conclusões alcançadas através
das pesquisas divulgadas na seção anterior.
Ao lançar os olhos sobre o chamado processo de “globalização”, devemos rejeitar as
propostas simplistas e encantadoras. Nosso olhar deve levar em conta três mundos existentes em
um só: o mundo “perverso”; o mundo em formato de “fábula”, e uma terceira hipótese, a ser
construída de maneira justa e equilibrada (SANTOS, 2000)33
.
Existe ainda a proposta de percebermos o atual momento como uma “maré da
globalização”, pertencente a um processo muito maior e que teria, no mínimo, quinhentos anos
(CASTANHO, 2003). Assim, a história do capitalismo confundir-se-ia com a própria noção de
globalização e as suas diversas manifestações.
33
Milton Santos propõe um olhar crítico ao processo de globalização. Segundo ele: “De fato, se desejamos escapar à
crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua
percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo
tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização
como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.” SANTOS , Milton - Por
uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, Rio de Janeiro, Record, 2000.
124
A primeira “maré” estaria vinculada à transição do feudalismo para o capitalismo, em
meados do século XII. Naquele momento, Estado Nacional seria fundado, e a ideia de nação
gerida a partir deste. A segunda “maré” ocorreria no decorrer deste processo, onde as nações
recém-fundadas ampliariam sua influência através da expansão marítimo colonial, seguida por
uma terceira “maré”, provocada por sua vez pela indústria, ao longo dos séculos XVIII e XIX. O
colonialismo seria então percebido como um entrave aos avanços do capitalismo industrial, sendo
o primeiro desarticulado a fim de garantir a expansão do segundo. A quarta “maré” por ele
apontada seria a do imperialismo, termo cunhado por Lênin no início do século a fim de
demonstrar o processo de expansão dos monopólios em escala mundial (LÊNIN, 2011). O
penúltimo movimento em nossa escala seria a substituição do modelo imperialista inglês pelo
padrão associacionista proposto pelos EUA a partir da grande crise de 1929. Neste momento, os
estados nacionais seriam fortalecidos, bem como as suas ações em prol da economia, conforme
vislumbrava John Keynes. Finalmente, a sexta e última fase, para a qual tomaremos emprestado o
termo criado por Castanho, e a denominaremos de “maré da globalização contemporânea”.
Inspirada nas obras de Milton Friedmann, Friedrich Hayek, Karl Popper e Salvador de
Mandariaga, essa maré propunha a partir da década de 1940 a reintrodução de princípios liberais
no jogo político global. Como consequência destes princípios, os movimentos trabalhistas
deveriam ser contidos duramente, e as ações governamentais em prol das questões sociais,
reduzidas. Os investimentos estatais na economia precisariam ser enxugados, e a abertura aos
capitais internacionais, prontamente estabelecida. O Estado neoliberal, como passou a ser
chamado, deveria concentrar-se na busca pela estabilidade monetária, disciplina orçamentária,
reestabelecimento das taxas “naturais” de desemprego e do chamado “exército de reserva”.
Cabe ressaltar, todavia, que este neoliberalismo, elaborado e proposto na primeira metade
do século XX, ganharia espaço de fato apenas a partir da crise do capitalismo de 1973, servindo
de referência aos governos de Margareth Tatcher34
(Inglaterra), Ronald Reagan35
(EUA), e
também Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil entre 1990 e 1992, período sobre o qual
trataremos a seguir.
34
Margareth Tatcher foi primeira ministra britânica de 1979 a 1990. Conservadora, enfrentou os sindicatos ingleses,
manteve decisões rígidas e inflexíveis, postura que lhe garantiu o título de “Dama de Ferro”. 35
Ronald Reagan atuou em mais de 50 filmes antes de se envolver definitivamente na política. Como presidente,
governou os EUA durante os anos de 1981 e 1988, período no qual cortou impostos, estimulou o crescimento
econômico e esforçou-se para manter o abastecimento do petróleo, afetado pela Guerra Irã-Iraque (1980-8).
125
Muitos teóricos buscaram construir uma imagem deste processo a partir de perspectivas e
nomenclaturas positivas, sempre de acordo com os interesses do capital. Dentre este arcabouço,
poderíamos citar as seguintes variações: “sociedade pós-capitalista” (DRUCKER, 2002),
“sociedade em rede” (CASTELLS, 1999) e “revolução informacional” (LOJKINE, 2002). Essas
definições tendem a construir uma visão humana do capitalismo, tentando atribuir ao processo de
ampliação das grandes empresas e do capital financeira uma aparência democrática e positiva
para todos.
Se confrontarmos esta visão com a perspectiva marxista, no entanto, chegaremos a outras
conclusões. Marx e Engels anunciaram no “Manifesto Comunista de 1848”, muito antes do
poderoso avanço tecnológico vivido na virada do século XX para o XXI, que o capitalismo
possui uma intensa e contínua necessidade de expandir-se para superar suas constantes crises:
A necessidade de expansão constante do mercado impele a burguesia a estender-
se por todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda a parte, explorar em toda
parte, criar vínculos em toda parte. A burguesia imprime um caráter cosmopolita
à produção e ao consumo, em todos os países, por meio da exploração do
mercado mundial. E para desespero dos reacionários, ela retirou da indústria sua
base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-
lo dia-a-dia. Em seu lugar surgem novas indústrias, como necessidade
imperativa para a sobrevivência das nações civilizadas, cujas matérias-primas já
não são mais as próprias dos referidos países, mas, provêm das mais longínquas
regiões (...) É um fenômeno que abarca a produção tanto material quanto
intelectual (...) Graças ao vertiginoso desenvolvimento dos meios de
comunicação, a burguesia consegue atrair irreversivelmente todas as nações,
mesmo as mais atrasadas, para seu modelo de civilização (...) Em suma, visa
formar o mundo à sua imagem e semelhança (MARX E ENGELS, 1998, p.22)
Diversos autores marxistas, como Lênin, Rosa Luxemburgo e Trotsky estudaram e
produziram novos conhecimentos sobre a expansão do capital, debatendo então o conceito de
“imperialismo”. A despeito das diferentes conclusões alcançadas, destacamos dois elementos em
comum nestas interpretações, a saber:
126
a) a internacionalização como fundamento do capitalismo, na medida em que o
sistema do capital move-se, inexoravelmente, em direção à “globalização” desde
seu início, ou seja, ele não pode considerar-se completamente realizado, a não
ser como um sistema global abrangente; e, b) a internacionalização do
capitalismo como um movimento combinado de unificação – do mercado
mundial - e diversificação em um duplo sentido: a partir das relações
estabelecidas entre os países centrais e a periferia do sistema e o caráter desigual
e combinado do desenvolvimento em cada país periférico. (LIMA, 2005, p.39,
grifos nossos).
Pretendemos, com essas ressalvas, resgatar a atualidade da categoria imperialismo, e
confrontá-la com a proposta de naturalização do termo “globalização”. Esse amplo contexto
revela que as transformações na educação superior no Brasil não ocorreram exclusivamente por
aqui. O contexto mundial em fins do século XX estimulou a mudança na estrutura estatal em
países desenvolvidos e subdesenvolvidos, nas mais diversas partes do planeta. Iniciadas com as
transformações na Europa Ocidental, diante da desmontagem do Estado de “Bem Estar Social” e
a substituição do modelo fordista para um novo modelo de acumulação, e atingiram a América
Latina especialmente a partir da década de 1980. (SILVA JR; SGUISSARDI, 1997). Ainda,
[...] o “monetarismo” e o “neoliberalismo” deixaram Keynes de lado e cederam
à fantasia de eliminar integralmente a intervenção estatal, visando o “recuo das
fronteiras do Estado” da maneira mais absurda. [...] Na verdade, o papel do
Estado no sistema capitalista contemporâneo é maior do que jamais foi, e isso
inclui as duas décadas e meia do pós-guerra em que houve desenvolvimentos
keynesianos nos países capitalisticamente mais avançados. (MÉSZÁROS, 2007)
Analisar o comportamento do Estado torna-se fundamental na medida em que este
assumiu, nas sociedades capitalistas modernas, um papel de destaque na manutenção do próprio
sistema. Compreendê-lo, no entanto, exige mais do que lançar os olhos apenas aos seus aparelhos
repressivos e ideológicos, sendo necessário levarmos em conta todo o processo de construção de
uma legislação para o campo educacional. Devemos levar em conta que o papel do Estado, bem
como sua concepção de educação superior, estão intimamente ligados à posição que este ocupa
127
na divisão internacional do trabalho, e com os compromissos assumidos na transformação de suas
estruturas.
É necessário também evitar a separação entre as fronteiras econômicas e políticas de um
Estado. A dissociação entre os dois elementos acaba por encobrir as ações políticas nas relações
de produção (POULANTZAS, 2000). Da mesma forma, não podemos adotar uma visão simplista
que trate o político apenas como reflexo da economia, como muitos críticos do marxismo
pressupõe erroneamente.
Qualquer análise deste período deve levar em conta que, no intuito de conduzir as
reformas de Estado nos países subdesenvolvidos, organismos como o FMI e o BM publicaram
um documento conhecido como “Consenso de Washington”, em 1989. O encontro não tinha
como proposta discutir o tema “educação” exclusivamente, mas suas definições influenciariam
profundamente este setor, e reforçariam sua submissão à lógica econômica do capital. A
obediência às suas premissas era apresentada como a garantia para o desenvolvimento e a
modernização geral dos países, os quais deveriam adaptar-se para a redução dos gastos públicos;
a ampla abertura comercial (facilitando a entrada de produtos internacionais através da redução
de tarifas alfandegárias e da eliminação de entraves legais para a importação); a transformação
nas regras que impediam a entrada de capital estrangeiro; a eliminação das medidas estatais de
controle dos preços, incentivos e subsídios e a privatização de empresas e serviços públicos.
Enquanto este complicado cenário internacional se estabelecia, os brasileiros recuperavam
o direito de votar diretamente para presidente36
e, em 1989, elegiam Fernando Collor de Mello
para posto máximo do Poder Executivo. Filho de um ex-senador, ele não obteve sólidas alianças
partidárias, mas contou com grande apoio da mídia, seja por parte da revista Veja, ou mesmo da
TV Globo, a gigante das comunicações no Brasil (COLLING; RUBBIM, 2004)37
.
Em seu discurso de posse, no dia 15 de março de 1990, Collor revelaria a profunda
influência do neoliberalismo em suas diretrizes governamentais. Vejamos:
36
As eleições indiretas para presidente foram estabelecidas em 1965 por Castelo Branco, mediante o Ato
Institucional nº2. Após uma intensa participação popular, expressa na campanha denominada de “Diretas Já”, o
direito foi reconquistado e garantido pela Constituição de 1988. 37
Antonio Albino Canelas Rubim e Leandro Colling organizaram uma grande lista das produções a esse respeito.
COLLING, Leandro ; RUBIM, A. A. C. . Mídia e Eleições Presidenciais no Brasil Pós-Ditadura. Dia-Logos de la
Comunicación, Lima, v. 1, n.69, p. 75 nota 15, 2004. Disponível em:
<http://www.plataformademocratica.org/Publicacoes/16874_Cached.pdf> Acesso em 31 de março de 2013.
128
Daí a convicção de que a economia de mercado é forma comprovadamente
superior de geração de riqueza, de desenvolvimento intensivo e sustentado. Daí
a certeza de que, no plano internacional, são as economias abertas as mais
eficientes e competitivas, além de oferecerem bom nível de vida aos seus
cidadãos, com melhor distribuição de renda. Não abrigamos, a propósito,
nenhum preconceito colonial ante o capital estrangeiro. Ao contrário:
tornaremos o Brasil, uma vez mais, hospitaleiro em relação a ele, embora, é
claro, sem privilegiá-lo. Não nos anima a ideia de discriminar nem contra nem a
favor dos capitais externos, mas esperamos que não falte seu concurso para a
diversificação da indústria, a ampliação do emprego e a transferência de
tecnologia em proveito do Brasil. Em síntese, essa proposta de modernização
econômica pela privatização e abertura é a esperança de completar a liberdade
política, reconquistada com a transição democrática, com a mais ampla e efetiva
liberdade econômica (COLLOR, 1990, p. 15-16, grifos nossos)38
.
Ao estudarmos as práticas neoliberais propostas na primeira metade do século XX,
especialmente por Hayek e Friedman39
, e colocadas em prática no Brasil com intensidade
presidente Collor, acreditamos que elas não compunham uma simples retomada das sugestões
elaboradas por Smith e Ricardo, mas sim a radicalização destas. O correto, portanto, seria
compreendê-las como “ultraliberais”, na medida em que rompiam com o liberalismo clássico e
com o intervencionismo até então praticado (ORSO, 1997).
Em meio a todas estas transformações estruturais, o posicionamento dos Estados em
relação à educação também sofreu alterações:
A educação escolar passa a ter, na perspectiva da burguesia brasileira, como
finalidades principais: contribuir para aumentar a produtividade e a
competitividade empresariais, em especial dos setores monopolistas da
economia, principais difusores, em âmbito nacional, do novo paradigma
38
Para ter acesso ao discurso completo de Collor: <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-
presidentes/fernando-collor/discurso-de-posse/posse-collor.pdf/view>. Acesso em 31 de março de 2013. 39
Friedrich August Von Hayek e Milton Friedman eram contrários ao papel autoritário e centralizador do Estado.
Eles defendiam que as liberdades individuais, a concorrência o desligamento do Estado em relação ao mercado como
medidas garantidoras do desenvolvimento econômico. As grandes marcas deste processo, quando colocado em
prática pelos Estados, foram a privatização, a redução dos direitos trabalhistas e a diminuição do papel do Estado
como regulador ou desenvolvedor de políticas públicas.
129
produtivo e, concomitantemente, conformar a força de trabalho potencial e/ou
efetiva à sociabilidade neoliberal. (NEVES, 1997, p.212).
Inserida em seu momento histórico, a educação, em tempos de neoliberalismo, estaria
totalmente vinculada às transformações materiais da sociedade, bem como a todo o ideário pós-
moderno no campo da cultura. Os três elementos: educação, cultura pós-moderna e globalização
conectar-se-iam pela lógica de mercado. (SANFELICE, 2003, p.11).
O sonho iluminista de uma educação laica, de qualidade, gratuita e pública perderia
espaço para um projeto educacional visto como um serviço, disponível apenas para uma minoria.
A teoria do capital humano seria reforçada pelo processo de mundialização do capital, bem como
pelo o imaginário popular, crente na educação como “antídoto da pobreza” e garantidora de
crescimento econômico. No século XXI, entretanto, uma diferença ficaria bastante clara.
Enquanto os iluministas atribuíam ao Estado a culpa por muitos problemas, no mundo neoliberal
a responsabilidade seria exclusivamente dos indivíduos (LUCENA, 2006).
Em meio ao processo de avanço neoliberal, o setor educacional despontou como um dos
principais campos para a atuação de uma “nova burguesia de serviços”. Para que este grupo se
consolidasse a conquistasse cada vez mais espaço, aquilo que era visto tratado como direito social
passou a ser compreendido como um benefício, algo a ser oferecido apenas aos que podem pagar
por ele (BOITO JR, 1999).
Antes de analisarmos a trajetória da educação superior brasileira a partir de 1995, cabe
lembrar que os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva, os quais
assumiriam o comando da nação entre 1995 e 2010, possuíram trajetórias de vida muito
particulares40
, mas lutaram, cada um à sua maneira, contra o regime ditatorial que governou o
40
Fernando Henrique Cardoso nasceu em 1931 na cidade do Rio de Janeiro. Formou-se em sociologia na
Universidade de São Paulo, em 1952, especializando-se em seguida e conquistando o título de doutor em 1961 pelo
Laboratoire de Sociologie Industrielle da Universidade de Paris. Aos vinte e um anos já era professor da USP, e no
mesmo período contribuiu com a edição da revista “Fundamentos”, do PCB. Exilou-se no período da Ditadura,
período em que trabalhou na CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e lecionou no Chile, Argentina,
México, França e Estados Unidos. Obteve o título de doutor honoris causa em mais de vinte universidades
espalhadas pelo mundo. Participou da fundação do PMDB, sendo eleito senador por este partido em 1986. Em 1988
fundou o PSDB, através do qual foi líder do Senado, Ministro das Relações Exteriores, Ministro da Fazenda e,
finalmente, presidente da República em 1994, sendo reeleito em 1998.
Luiz Inácio Lula da Silva nasceu na cidade pernambucana de Garanhuns, em outubro de 1945. Com sete anos, viajou
durante treze dias num caminhão “pau de arara” para o Estado de São Paulo, onde foi alfabetizado e trabalhou a
partir dos doze anos de idade como tintureiro, engraxate e office-boy. Estudou no SENAI durante três anos e passou a
trabalhar como metalúrgico. Envolveu-se no movimento sindical em 1972 e três anos depois tornou-se presidente do
130
Brasil entre 1964 e 1985. Com o fim do bipartidarismo, estabelecido em dezembro de 197941
,
ARENA e MDB foram dissolvidos e novos partidos puderam se estabelecer. A partir de então,
estes líderes ocuparam posições distintas, e aparentemente opostas, no complexo jogo político
que se estabelecia.
3.2 A educação superior nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002)
Fernando Henrique Cardoso governou o Brasil de 1995 a 2002, mantendo uma postura de
centro-direita Inúmeras transformações foram realizadas ao longo deste período, ao final do qual
o Brasil apresentava-se mais “seguro ao capital” (PETRAS; VELMEYER, 2001).
As propostas de “modernização” e adequação do Brasil à “Nova Ordem Mundial”,
propostas por Cardoso, intensificaram as ações inspiradas no neoliberalismo, inicialmente
adotadas por Collor. Assim, este período passava a representar a perda das conquistas trabalhistas
do pós Guerra, e o desmonte do “Estado de Bem Estar Social”, construído naquele momento.
Estas reformas estavam intimamente ligadas às diretrizes traçadas por organismos
internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o
Banco Mundial (BIRD) e até mesmo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Estas
instituições, portanto, influenciaram profundamente as políticas públicas do Brasil e do mundo
nas últimas décadas do século XX, bem como na virada para o século XXI (FRIGOTTO;
CIAVATTA, 2003).
Uma das ramificações locais destes organismos, a CEPAL (Comissão Econômica para
América Latina e Caribe) publicou uma série de documentos na década de 1990 incitando os
governos destas regiões à elaboração de reformas que os adequassem às novas características dos
setores produtivos. A estes documentos podemos somar ainda a influência da “Conferência
sindicato dos metalúrgicos, período em que já representava cerca de cem mil pessoas. Passou trinta e um dias na
cadeia após a realização de uma greve nos ano de 1980, e quatro anos mais tarde era uma das principais lideranças na
campanha das “Diretas-Já”, que buscava a aprovação da emenda Dante de Oliveira. Fundou o Partido dos
Trabalhadores no início dos anos 80 e candidatou-se cinco vezes à presidência do Brasil. Perdeu a disputa eleitoral
para Collor (1989) e Fernando Henrique (1994 e 1998), até ser finalmente eleito na em 2002 e reeleito em 2006.
Disponível em <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br>. Aceso em 28 de março de 2013. 41
O pluripartidarismo foi reestabelecido com a Lei Federal n° 6.767, de 20 de dezembro de 1979.
<http://www2.camara.leg.br>. Acesso em 28 de março de 2013.
131
Mundial sobre Educação para Todos”42
, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, e também
do “Relatório Delors”43
, em 1996.
Em 2000, outro documento importante seria elaborado, desta vez pelo Banco Mundial.
Estamos nos referindo ao relatório intitulado “La educaciona Superior en Los países em
desarollo”44
. A grande sugestão deste texto reside na proposta do Banco Mundial em que sejam
aplicadas grandes somas de dinheiro na capacitação das pessoas, as quais seriam a chave do
sucesso para o avanço econômico das nações. As pessoas reduziriam-se, desta forma, às peças
que compõe uma engrenagem gigantesca.
Esta é uma pequena amostra da grande lista de documentos e manuais de educação orientados
pelos organismos supracitados e, portanto, incitava os governos nacionais a utilizarem a educação
como veículo de combate ao desemprego, pobreza e todas as demais formas cruéis de exclusão
agravadas a partir da implantação dos princípios neoliberais. A educação transformava-se,
portanto, num mecanismo de capacitação técnica e conformação ideológica, e a escola seria a
responsável por implantar conceitos como o de cidadania e competitividade, evitando lutas de
classe e reforçando ainda mais o individualismo, tão característico do capitalismo. Desta forma,
Reafirmam-se, pela via do pragmatismo, das visões positivistas e
neopositivistas, e neo-racionalistas e do pós-modernismo, uma visão
fragmentária da realidade e uma afirmação patológica da competição e do
individualismo. A crise do pensamento comprometido com mudanças profundas
na atual (des)ordem mundial é, também, a crise do pensamento utópico e da
acuidade da teoria social. (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003, p.96).
A proposta de Fernando Henrique teria como elemento base o destaque para o elemento
econômico da educação. A instituição superior deveria estar em contato com os avanços
tecnológicos e científicos e, a partir dela, seriam também atingidos os setores médio e básico da
educação. Alcançar essas novidades só seria possível mediante uma “parceria” entre setor
42
Disponível em < http://www.direitoshumanos.usp.br>. Acesso em janeiro de 2014. 43
O relatório ficou conhecido desta forma por ter sido organizado pelo político francês Jacques Delors. Disponível
em < http://www.comitepaz.org.br/dellors.htm>. Acesso em janeiro de 2014. 44
Disponível em < http://www.tfhe.net/report/downloads/report/bm.pdf>. Acesso em janeiro de 2014.
132
privado, governo, indústria e universidade. A qualidade das instituições federais foi colocada em
xeque, enquanto o setor privado era exaltado como modelo de eficiência e produtividade.
Paulo Renato Souza, Ministro da Educação no período, criticava o fato de que os
investimentos em educação eram consumidos por uma parcela reduzida da população. A
proposta, resumidamente, “seria a administração mais racional dos recursos e a utilização da
capacidade ociosa, visando generalizar os cursos noturnos e aumentar as matrículas, sem
despesas adicionais.” (CUNHA, 1997).
O então presidente, ao comentar essas reformas numa obra intitulada “A Arte da Política:
a história que vivi”, afirma:
No MEC as prioridades eram óbvias: ampliar o ensino fundamental, melhorar a
qualificação dos professores, tentar pagar-lhes melhor, sobretudo nas zonas mais
pobres do país e, ao mesmo tempo, revitalizar o ensino profissional e
racionalizar os gastos com o ensino superior. Além disso, tínhamos que incutir a
necessidade de avaliação de desempenho. (...) Tivemos grandes dificuldades
para por em prática políticas que invertiam as prioridades, passando-as do ensino
superior para o fundamental e, ainda por cima, com medidas de descentralização
administrativa, que incluíam, sempre que possível, critérios de mérito, com
sucessivas avaliações. (CARDOSO, 2006, p.514-515).
Ao referir-se à educação, Fernando Henrique Cardoso afirmou ter a certeza de que “se
houve área da qual se possa dizer que nela a ação do governo fez diferença foi a educação. E
isso se deve muito à capacidade do ministro Paulo Renato” (CARDOSO, 2006). Ainda, sobre o
ensino superior, o ex-presidente declarou que as reformas desejadas não foram aprovadas devido
à oposição de professores e estudantes, detentores de uma visão “passadista” e “desinformada”.
Com ironia, ele nega ter colaborado para a privatização das universidades, afirmando que essas
instituições são custosas e nunca dariam lucro, o que não despertaria em qualquer capitalista o
interesse de adquiri-las.
O livro, escrito pelo ex-presidente, celebra ainda o número de produções acadêmicas do
seu governo, e faz um levantamento geral de números e resultados, os quais demonstrariam o
avanço na formação de profissionais, mestres e doutores. O baixo número de patentes ainda seria
133
um problema, mas a solução, segundo ele, poderia ser alcançada a partir da “Lei de Inovação”45
,
criada no último ano de seu mandato.
Há ainda referências ao aumento nos montantes investidos, à valorização do salário dos
professores (embora não na proporção desejada) e ao sistema de avaliação e remuneração por
mérito, os quais, segundo ele, corresponderiam ao “redirecionamento dos recursos públicos”,
pois, na medida em que estes eram escassos, deveriam ser melhor aplicados.
Após esse período inicial de reformas, o Congresso produziu ao longo do governo
Fernando Henrique Cardoso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, a respeito da qual
comentaremos a seguir. Somada às outras ações políticas daquele momento, percebemos que a
estratégia do governo para a educação caminhava no sentido de redução dos gastos públicos com
o setor e na transferência de responsabilidade do Estado para empresas e cidadãos, através de
programas como “Acorda Brasil. Está na hora da escola”. Evidenciava-se também que a ação
governamental a favor dos bancos estaria sempre ativa, enquanto que propostas de ampliação dos
investimentos na educação eram rejeitadas por serem classificadas como utópicas e exageradas46
(SAVIANI, 1998).
As propostas de modernização e adaptação do Brasil à chamada “Nova Ordem Mundial”
demonstravam ter um custo social muito alto. Em entrevista concedida à Folha de São Paulo,
Perry Anderson fez um balanço bastante negativo daquele momento histórico:
A característica que define o governo FHC tem sido o neoliberalismo "light" do
tipo que predominou nos anos 90 (...). A dinâmica fundamental do
neoliberalismo se ergue sobre dois princípios: a desregulamentação dos
mercados e a privatização dos serviços. (...) FHC leiloou a maior parte do setor
estatal e abriu a economia completamente, apostando na entrada de um fluxo
maciço de capital externo para modernizar o país. Após oito anos, os resultados
estão aí evidentes: estagnação crescente, salário reais em queda, desemprego em
nível nunca antes visto e uma dívida estrondosa. O regime foi condenado aos
45
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm. Acesso em janeiro de
2014. 46
Astutamente o professor Saviani demonstrou como a quantia proposta por educadores de todo o país para a
ampliação dos investimentos na educação, em fins da década de 1990, era semelhante à utilizada para socorrer
bancos estaduais. Segundo o professor: “Em 21 de janeiro de 1998, manchete de primeira página da Folha de São
Paulo anunciava: 'Bancos estaduais terão socorro de R$37,6 bi'. Ora, para um PIB em 1997 de 862 bilhões,
conforme divulgado pelo IBGE em fevereiro de 1998, os 4% de acréscimo previstos na proposta do Plano Nacional
de Educação apresentada neste livro correspondem a 34,48 bilhões”. (SAVIANI, 1998).
134
seus próprios termos. (ANDERSON, 2004, p.2).
Assim, embora não tenha se rendido completamente ao ideário neoliberal47
, o qual
propunha um pacote de ações em conjunto (privatizações, redução do papel do Estado, abertura
econômica, entre outros), o governo FHC realizou reformas alicerçadas em conceitos
mercadológicos e advindos das propostas neoliberais, tais como “empregabilidade” e
“competitividade”, percebendo a educação em seu potencial econômico e mercadológico.
A respeito do formato do ensino superior no período, alguns apontamentos devem ser
feitos. O Decreto nº 2.306/97 determinou, dentre vários pontos, que as instituições privadas
empregassem 60% da receita advinda de mensalidades para o pagamento de professores e
funcionários, caso contrário, pagariam os mesmos impostos de uma sociedade civil qualquer.
Outra atribuição do decreto estava vinculada ao formato das instituições, sendo o aparecimento
dos “centros universitários” a grande novidade do período, onde as “instituições de ensino
pluricurriculares, que abrangem uma ou mais áreas do conhecimento (...) podem receber o
privilégio da autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de
educação superior” (CUNHA, 2003, p.18).
Podemos afirmar que o elemento definidor destas políticas não foi, como muitos gostam
de definir, o processo de privatização (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003). Este processo não se
limitaria a um único aspecto, como a venda das empresas estatais, mas seria na prática muito
mais profundo. O que ocorreria, na verdade, seria a construção de um Estado incapaz de agir
política e socialmente, subordinando todas as decisões, direitos e regulações ao mercado, ou seja,
aos interesses do capital. Assim, “não é casual que a ideologia das competências e da
empregabilidade esteja no centro dos parâmetros e das diretrizes educacionais e dos
mecanismos de avaliação” (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003, p.108), o que reforçaria ainda mais
a ideia da subordinação da educação aos anseios mercadológicos.
Quando nos referimos aos governos FHC, portanto, poderíamos destacar como os pontos
principais de mudanças ações quanto ao acesso às universidades, à redução das despesas com as
universidades federais e à grande expansão do setor privado. As decisões seriam tomadas ao
47
Armando Boito Jr., ao analisar o modelo estabelecido por FHC em seu primeiro mandato, afirmou: “Diante das
dificuldades econômicas no setor externo – a crise cambial – e da pressão política interna, FHC demitiu Gustavo
Franco da presidência do Banco Central e desvalorizou o Real. Tal desenlace representou um movimento de
moderação da abertura neoliberal, mas não significou um rompimento com o modelo” (BOITO JR, 2013).
135
longo dos dois mandatos de FHC através de leis, permissões, complacências e até mesmo, de
“silêncios”, como o percebido na construção da LDB/9648
(CUNHA, 2003, p.57-58).
O governo em questão promoveu uma ampla mercantilização do ensino, sendo as práticas
voltadas à autonomia e ampliação do acesso à universidade, indicativos da entrada “livre” do
capital em instituições públicas e o desprezo em relação à qualidade oferecida em instituições
privadas (LEHER, 2004). A definição, segundo a OMC, é de que o Brasil deve transferir a
educação da esfera do direito para a esfera do comércio, e importar conhecimento como já tem
feito, há longa data, com as patentes.
As já citadas reformas propostas pelo Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, comandante
do “Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado” (MARE), tinham como
elementos centrais a “flexibilização” e a “descentralização”, a fim de:
Tornar a administração pública mais flexível e eficiente; reduzir seu custo;
garantir ao serviço público, particularmente aos serviços sociais do Estado,
melhorar a qualidade; e levar o servidor público a ser mais valorizado pela
sociedade ao mesmo tempo que ele valorize mais seu próprio trabalho,
executando-o com mais motivação. (BRESSER PEREIRA, 1995, p.8).
Desta forma, seria através desta reforma que o Estado brasileiro corrigiria as
desigualdades sociais regionais, estabilizaria a inflação e garantiria a melhoria dos serviços
oferecidos. A lógica gerencial passaria a conduzir toda e qualquer ação do Estado no campo
educacional.
Ainda segundo esta linha de reformas, o Estado deveria transferir sua atuação como
prestador de serviços diretos, assumindo então a postura de regulador, provedor e promotor
destas atividades. (SILVA JR; SGUISSARDI, 1999). Além disso, surgiria um conceito
48
Luiz Antonio Cunha compreendeu a LDB/1996 como um projeto audacioso e que só pode ser entendido
ao longo dos governos do PSDB. Segundo o professor: “Assim, a LDB minimalista, finalmente aprovada,
não contém, propriamente, todas as diretrizes nem todas as bases da educação nacional. Elas terão de ser
procuradas dentro, mas, também, fora dela. Com efeito, a LDB diz pouco ou quase nada sobre questões
tão importantes quanto o Conselho Nacional de Educação (composição, atribuições etc.) ou a avaliação
universitária.”. CUNHA, Luiz Antonio. “O Ensino Superior no Octênio FHC” IN Educação e Sociedade,
Campinas, volume 24, n.82, p.37-61, abril 2003. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br.
136
importante no plano diretor do MARE, a saber, a ideia de “publicização”. Segundo ela, caberia ao
Estado:
Transferir para o setor público não estatal estes serviços, através de um
programa de ‘publicização’, transformando setores estatais nos chamados
“públicos não-estatais”, reconfigurando então as fundações públicas, as quais
passariam a ser organizações sociais. Em outras palavras, em entidades de
direito privado que tenham autorização específica do poder legislativo para
celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito a dotação
orçamentária. Lograr, assim, uma maior autonomia e uma consequente maior
responsabilidade para os dirigentes desses serviços (...) Lograr, finalmente, uma
maior parceria entre o Estado, que continuará a financiar a instituição, a própria
organização social, e a sociedade a que serve e que deverá também participar
minoritariamente de seu financiamento via compra de serviços e doações.
Aumentar assim, a eficiência e a qualidade dos serviços, atendendo melhor o
cidadão-cliente a um custo menor. (BRASIL/MARE, 1995).
Assim, as instituições estatais de educação superior, no governo FHC, adquiriam uma
nova face, passando a ser consideradas “entidades públicas de natureza privada”, ou ainda,
“semipúblicas”. Em paralelo a essas iniciativas, o MEC teria ainda, através de uma série de
medidas legais (LDB, emendas provisórias, portarias e decretos) conduzido o ensino superior a
uma condição precária através redução das vagas de docentes, do congelamento de salários, da
não realização de novos concursos, entre outras medidas. (SILVA JR; SGUISSARDI, 1999).
Com o auxílio de organismos internacionais, como o Banco Mundial49
, o governo FHC
teria identificado uma série de elementos que explicariam a crise das IES no Brasil. Eram
apontados, dentre os fatores supostamente responsáveis por esta crise: (a) um plano de carreiras
incompatível com as possibilidades do governo; (b) o mau uso do dinheiro pelas instituições, (c)
o excesso de conservadorismo por parte das universidades; (d) o baixo número de alunos por
docente; (e) a incapacidade do governo em oferecer novas vagas, (f) a baixa qualidade e falta de
equidade; dentre outros.
49
Neste caso, destaca-se o documento: La Enseñanza Superior: lãs lecciones derivadas de la experiência – El
desarollo en la practica. Washington, D.C: BIRD/Banco Mundial, 1994.
137
As reformas apresentadas pelo MARE durante o governo de Fernando Henrique Cardoso
parecem “apontar para um gradativo afastamento do Estado das responsabilidades
constitucionais de manutenção desse serviço público estatal” (SILVA JR; SGUISSARDI, 1997)
e o MEC, por sua vez, complementaria a reforma na Educação Superior a partir de diversos
documentos por ele produzidos, em especial, a LDB, aprovada em 1996. As reformas conduzidas
pelo ministro Bresser Pereira, desta forma, teriam como essência:
introduzir, na educação superior, a racionalidade gerencial capitalista e privada,
que se traduz na redução da esfera pública ou na expansão do capital, com sua
racionalidade organizativa, para setores outrora organizados segundo o interesse
público(...) Isso faz parte de um movimento mais amplo de expansão do capital
para espaços onde, em estágio anteriores, não existia uma organização
predominantemente capitalista (SILVA JR; SGUISSARDI, 1999, p.77-78).
As redefinições entre aquilo que constitui o “público” e o “privado” estariam, portanto,
submissas a um movimento muito mais amplo. A despeito da justificativa segundo a qual haveria
uma “ampliação” do conceito de público, o que ocorre de fato é uma resposta na educação diante
de uma necessidade de expansão do capital. Embora os discursos dos responsáveis por estas
alterações apresentam elaboradas estratégias e justificativas, estava em curso um processo de
privatização das IFES, sujeitas à lógica de administração empresarial. (SILVA JR e
SGUISSARDI, 1997, p.81)
Ainda sobre as decisões do governo neste período, destaca-se a não obrigatoriedade dos
exames vestibulares para o ingresso nos cursos superiores. Esta medida atendia imediatamente a
duas questões: garantia (ao menos em tese) a qualidade dos cursos de ensino médio, e reduziria
os custos das seleções para as instituições privadas. Enquanto as instituições particulares,
algumas de qualidade questionável, recebiam todo o tipo de apoio e cresciam aceleradamente no
período, as instituições públicas tiveram seus orçamentos enxugados e as promessas de reforma e
autonomia não materializadas (CUNHA, 2003).
A fim de manter total controle sobre a legislação educacional, o governo FHC suprimiu
propostas democráticas e utilizou-se de diferentes estratégias e manobras políticas. Neste ínterim,
“Paulo Renato Souza nomeou os conselheiros em número mais que suficiente para que nada,
que fosse fundamental ao projeto educativo preconcebido, escapasse do seu controle.”
138
(FRIGOTTO; CIAVATTA, 2003). Um exemplo disto encontra-se na proposta de um Conselho
Nacional de Educação, em 1998, gerida por diversos educadores e substituída pela LDB de Darcy
Ribeiro. Este conselho seria um órgão autônomo e democrático capaz de ampliar o debate, a
consulta pública e inclusive, de barrar ações polêmicas e puramente mercadológicas no campo da
educação. Obviamente esta proposta inicial foi rejeitada, sendo o tal órgão reduzido a um caráter
consultivo.
Quanto ao “Plano Nacional de Educação”50
, devemos fazer algumas observações. O
projeto não partiu de uma iniciativa governamental, mas teve como estímulo uma forte pressão
popular, organizada por diversas instituições. A disputa de então gerou ao menos dois projetos
para discussão:
De um lado, tínhamos o projeto democrático e popular, expresso na proposta da
sociedade. De outro, enfrentávamos um plano que expressava a política do
capital financeiro internacional e a ideologia das classes dominantes,
devidamente refletido nas diretrizes e metas do governo. (VALENTE;
ROMANO, 2002, p.99).
O interesse mercadológico sagrou-se vitorioso também nesta disputa, onde estaria
recusada a proposta de um “Sistema Nacional de Educação”, e em seu lugar, estabelecer-se-ia um
“Sistema Nacional de Avaliação” (VALENTE; ROMANO, 2002, p.99). Dos nove vetos impostos
ao projeto popular para o Plano Nacional, quatro faziam referência ao Ensino Superior51
, e a
participação popular restringir-se-ia ao voluntariado e a supostas ações de “cidadania”.
As reformas na Constituição brasileira, no entanto, não colocaram fim ao autoritarismo na
política nacional (MINTO, 2006) O que houve, na realidade, foi uma substituição do modelo
explícito da Ditadura Militar por um complexo jogo político, onde as decisões do Executivo
50
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em Julho de 2013. 51
Segundo Romano e Valente: “Os quatro outros seguintes incidiram sobre o ensino superior, especificamente na
meta que determinava que o número de vagas no ensino superior público não poderia ser inferior a 40% do total
deste nível de ensino; na que subvinculava 75% dos recursos da União voltados para manutenção e
desenvolvimento do ensino à manutenção e expansão da rede federal de ensino superior; na que determinava a
ampliação do programa de crédito educativo a 30% dos alunos da rede privada; e na que determinava a
implantação de planos gerais de carreira para os funcionários das universidades federais. Outro veto incidiu sobre
a meta que mandava ampliar o financiamento público à pesquisa científica e tecnológica.” (ROMANO; VALENTE,
2002).
139
colocavam-se sempre submissas aos interesses do capital internacional e das burguesias locais. E,
a respeito das reformas na educação superior, pode-se dizer que:
As reformas educacionais, tanto no plano prático, como no ideológico,
expressam as necessidades de o capital ampliar sua participação no campo
educacional (em suma, nos setores que não se constituíam como espaços
próprios da acumulação), adequando-o aos seus desígnios (...) Essa ‘nova’
roupagem, que (re) funcionaliza conceitos, muitos deles indevidamente
expropriados dos movimentos sociais em defesa da escola pública, esconde
velhos paradigmas, escamoteando, com isso, as reais relações sociais das quais
se constitui não só o modo capitalista de produção, mas também a forma
específica de educação a ele relacionada. (MINTO, 2006, p.280)
O ministro Bresser Pereira realizou um grande esforço para dar coerência ao processo de
transformação da educação, de direito social, em um privilégio, acessível apenas aos
consumidores mais poderosos. O Estado se isentaria das grandes responsabilidades, mas não
abriria mão de controlar o processo e garantir a expansão do capital. Nas palavras do ministro:
A ideia de opor a orientação para o consumidor (gerencialismo puro), à
orientação para o cidadão (gerencialismo reformado), não faz sentido algum (...)
O cidadão também é um consumidor. Qualquer administração pública gerencial
tem de considerar o indivíduo, em termos econômicos, como consumidor (ou
usuário) e, em termos políticos, como cidadão (...) O objetivo é construir um
Estado que responda às necessidades de seus cidadãos. Um Estado democrático
no qual os burocratas prestem contas aos políticos e estes aos cidadãos de uma
forma responsável (accountable). Para isto, são mudanças essenciais: a reforma
política, que dê maior legitimidade aos governos; o ajuste fiscal, a privatização,
a desregulamentação, que reduzam o tamanho do Estado e recuperem sua saúde
financeira; e uma reforma administrativa que, combinada com a financeira, dote
o Estado de meios para alcançar uma boa governança (PEREIRA, 1996).
Embora FHC tenha se negado a admitir o processo de privatização do ensino superior, em
curso durante sua gestão, poderíamos percebê-lo através das seguintes características: (1)
140
Redução dos investimentos para a educação superior pública; (2) Transferência direta de recursos
públicos a organizações privadas a partir da proposta de Organizações Sociais (3) Transferência
de responsabilidades do setor Estatal para o Privado na gestão dos recursos; (4) Permissão da
existência de instituições de ensino superior com fins lucrativos na Constituição de 88; (5)
Isenções Fiscais; (6) Precarização das relações de trabalho, no que tange a contratação e os
direitos trabalhistas dos professores; (7) Recursos provenientes do setor privado sob o caráter de
fontes adicionais; (8) Cobrança de taxas e serviços; (9) A aplicação de verbas públicas em setores
privados, a partir dos Fundos Setoriais; (10) Programas de bolsas como o crédito educativo
(CREDUC) e o Financiamento do Estudante do Ensino Superior (FIES) (MINTO, 2006).
Alguns números ilustram muito bem esta realidade. O resumo técnico divulgado em 2002
pelo MEC/INEP, sobre o Ensino Superior, constatava que das 1.391 instituições de ensino
superior, apenas 183 eram públicas (13,2%), enquanto que 1208 eram privadas (86,8%). É
evidente o imenso crescimento do setor privado no governo Cardoso, o qual apresentou uma
média de crescimento na ordem de 11% a.a, pode ser atribuído, entre outros aspectos, pela
versatilidade na criação dos até então inexistentes “centros universitários”.
Desta forma, nota-se efetivamente que não há oposição direta entre Estado e setor
privado. Estes grupos entram em sintonia e trabalham em conjunto. A distância se coloca, na
realidade, entre aquilo que é Estatal e o interesse público efetivo (MINTO, 2006). Portanto, a
respeito das transformações do período, podemos dizer que:
baseando-se na tese de mercado livre, o que a burguesia vem fazendo, na prática,
no contexto neoliberal, é garantir os mecanismos reguladores da economia, sem
reduzir a intervenção do Estado segundo seus próprios interesses, mas
destruindo sistematicamente mecanismos democráticos de controle destas
práticas. Contraditoriamente, o Estado mínimo, sem democracia, é o Estado
máximo para o Capital (SANFELICE, 2000, p.153).
3.2 A educação superior nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010)
A eleição de Lula representou um momento de grande expectativa por parte daqueles que
buscavam uma mudança de rumos na política nacional. Símbolo da luta trabalhista e da
141
construção de um Brasil popular, Lula construiu sua carreira política a partir de promessas
radicais e da participação ativa nos sindicatos. Após a derrota nas três primeiras tentativas,
sagrou-se finalmente vitorioso na disputa eleitoral de 2002.
Em outubro de 2003, o então presidente autorizou a organização de um grupo
interministerial que teria como missão analisar a educação superior no país e apresentar um plano
de ação para este setor. O documento responsabilizava a crise fiscal do Estado pelos problemas
existentes, classificando a situação do setor como problemática e urgente. Como solução, eram
propostas uma reforma universitária profunda e um programa de apoio emergencial às
instituições federais.
Os principais pontos desta proposta seriam: (1) Ampliação de vagas para professores e
estudantes; (2) Elevação da carga horária dos professores; (3) Ampla utilização da Educação a
Distância, vista pelo ministro Cristovam Buarque como o caminho para revolucionar o ensino
superior no Brasil; (3) Garantia da Autonomia Universitária (restrita à captação de recursos
complementares); (4) Desenvolvimento de financiamentos alternativos que garantam a ampliação
dos investimentos nas universidades (OTRANTO, 2006). Este último ponto teria como grandes
símbolos programas como o PROUNI e o SINAES, além da chamada “Lei de Inovação
Tecnológica” e das “Parcerias Público-Privadas”.
O PROUNI tem se constituído, desde então, num dos principais elementos da propaganda
petista em relação à educação. Sua aprovação deu-se ainda em 2004, sendo transformado em lei
(nº 11.096/05) já no ano seguinte. Famílias que possuíssem um salário mínimo e meio de renda
teriam direito ao benefício, que oferece bolsas integrais ou parciais em troca de isenção de
impostos e contribuições diversas para as instituições. O projeto de lei enviado, ao Congresso em
28 de abril de 2004 destaca os propósitos do programa, em seu artigo 1º:
O Programa Universidade para Todos (PROUNI) visa democratizar o acesso da
população de baixa renda ao ensino superior, pois, enquanto os alunos do ensino
fundamental e médio estão majoritariamente matriculados em instituições
públicas de ensino, o mesmo não acontece com os alunos matriculados no
ensino superior, em que apenas 30% dos jovens universitários têm acesso ao
ensino gratuito” (BRASIL/MEC, 2004, grifos nossos).
142
O governo federal oferece também, como medida complementar ao programa, a
possibilidade do aluno que recebe bolsa parcial utilizar o FIES como forma de complementar os
valores e assim, frequentar a universidade privada. Para usufruírem dos benefícios oferecidos
pelo PROUNI, os candidatos devem obrigatoriamente se inscrever no Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) e obterem nota mínima de 450 pontos na média das cinco provas52
.
O PROUNI destina-se exclusivamente a brasileiros não portadores de diploma de Ensino
Superior, tendo estudado na rede pública de ensino, ou na particular (sendo bolsista integral),
bem como a estudantes portadores de deficiência. Professores da rede pública que estiverem em
busca de diplomas de licenciatura para lecionarem na educação básica também podem usufruir do
programa, independente da renda.
O programa reserva vagas para cidadãos brasileiros que se autodeclararem pretos,
indígenas ou pardos, num percentual semelhante ao do número de cidadãos declarados desta
forma pelo último censo do IBGE. Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, em
outubro de 2013, o crescimento do PROUNI é impressionantes, sendo que “De 2005 a 2013, o
total de bolsas anuais - concedidas para alunos pobres em instituições particulares - saltou de
cerca de 112 mil para mais de 252 mil.”53
O PROUNI exige que as IES sem fins lucrativos
ofereçam uma bolsa integral para cada 9 estudantes pagantes, enquanto que aquelas com fins
lucrativos precisam oferecer 1 para cada 10,7 estudantes pagantes. O benefício concedido aos
estudantes se dá por meio de isenção fiscal às instituições, em impostos como o IRPJ (Imposto de
Renda das Pessoas Jurídicas), a CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido), o COFINS
(Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social) e o PIS (Programa de
Integração Social).
A justificativa central do PROUNI, a saber, a ausência de vagas nos cursos superiores
para os estudantes interessados, é respondida apenas parcialmente pelo programa. O mero acesso
a um curso superior, muitas vezes de qualidade questionável, não é capaz, por si só, de garantir
transformações econômicas, sociais e, muitas vezes, nem mesmo culturais do beneficiado.Assim,
52
Segundo o MEC, o ENEM tem como “principais objetivos democratizar as oportunidades de acesso às vagas
federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir a reestruturação dos currículos do ensino
médio”. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br> Acesso em outubro de 2013. 53
Reportagem do jornal O Estado de São Paulo: “Total de bolsas concedidas pelo ProUni cresce 125% em 8 anos”.
Disponível em < http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,total-de-bolsas-concedidas-pelo-prouni-cresce-125-em-8-
anos,1090705,0.htm>. Acesso em outubro de 2013.
143
Entretanto, “O mais grave é que o Programa não prevê mecanismos de controle sobre a
qualidade dos cursos” (OTRANTO, 2006). Ainda,
é importante lembrar que a questão do acesso à educação superior permanece em
aberto. Considerando-se sua legitimidade social, o programa pode trazer o
benefício simbólico do diploma àqueles que conseguirem permanecer no sistema
e, talvez, uma chance real de ascensão social para poucos que estudaram no
seleto grupo de instituições privadas de qualidade. Mas, para a maioria, cuja
porta de entrada encontra-se em estabelecimentos lucrativos e com pouca
tradição no setor educacional, o programa pode ser apenas uma ilusão e/ou uma
promessa não cumprida. Ademais, a gratuidade integral ou parcial para estudar
não é suficiente para seus beneficiários, os quais necessitam de assistência
estudantil que apenas as instituições públicas ainda podem oferecer.
(CARVALHO, 2006, p.995).
Complementando este projeto, foram elaboradas as chamadas “bolsas permanência”,
sugeridas por Tarso Genro em 2004 e criadas em 2005. Elas atingiam, então, o valor de 300 reais,
mas estavam disponíveis apenas para alguns cursos superiores. Oito anos após a sua elaboração,
o valor do benefício gira em torno de 400 reais54
, o equivalente a 55%55
do salário mínimo.
Outro problema decorrente deste programa seria a sua estrutura assistencialista, voltada
mais à lógica de “benefícios” a “consumidores” do que a “direitos” dos “cidadãos”. A
democratização por ele criada seria falsa, pois a condição social dos estudantes acabaria
sujeitando-os aos serviços oferecidos por instituições precárias, cristalizando ainda mais as
divisões sociais. (CATANI, HEY; GILIOLI, 2006).
Muitos estudiosos apontam que o PROUNI localiza-se imerso em interesses amplos, os
quais visam inserir o Brasil na lista dos ambientes seguros para investimentos do mercado global.
Isso só poderia ser alcançado mediante taxas de superávit primário, o que basicamente é
conquistado por duas vias: redução de gastos e aumentos dos impostos. Assim: “O Prouni seria
um exemplo, dentre outros, do esforço em gastar menos para vender a imagem aos investidores
54
Disponível em:< http://permanencia.mec.gov.br/>. Acesso em julho de 2013. 55
O Salário Mínimo em janeiro de 2014 era de R$ 724,00. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D8166.htm>. Acesso em janeiro de 2014.
144
externos de que a dívida do país é sustentável e de que não haverá calote”. (CATANI; HEY;
GILIOLI, 2006).
O slogan que definia o plano para a educação superior, denominado “Universidade para
todos”, seria menos um projeto democrático, e mais um projeto neoliberal. Isso se comprova
através de dois pontos. Primeiramente, tal programa não universalizaria a educação, apenas
focalizaria o atendimento supostamente no grupo mais carente da população. Segundo e mais
grave, o programa reduziria a educação à condição de um serviço, a ser oferecido por instituições
privadas e sujeito às oscilações e humores do mercado, limitando o papel do Estado neste
processo (DAVIES, 2004).
Outra política importante no cenário do governo petista é o “Sistema Nacional de
Avaliação do Ensino Superior” (SINAES). Este programa foi reforçado no período supracitado,
mantendo a tônica da avaliação Estatal sobre as IES e, principalmente, o seu papel regulador
sobre estas instituições. Licenças e recursos seriam liberados somente quando as orientações dos
organismos internacionais fossem cumpridas, o que colocava o governo petista em sintonia com
as propostas regulatórias do octênio anterior, controlado pelo PSDB.
O governo Lula, ao propor a divulgação dos dados colhidos a partir do SINAES, estaria
rendendo-se à classificação e hierarquização de cursos propostas nos governos do seu antigo
rival, Fernando Henrique Cardoso. A concepção de uma educação transformadora e
emancipatória, como seria esperado de um governo inicialmente visto como “popular”, daria
então lugar a um sistema voltado para a competição, a individualidade e o mercado.
A polêmica fica ainda maior quanto levamos em conta a “Lei de Inovação Tecnológica”,
aprovada em 2 de dezembro de 2004. Vejamos o artigo primeiro desta lei:
Art. 1o Esta Lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao
alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País, nos
termos dos arts. 218 e 219 da Constituição (BRASIL, 2004)56
.
Como percebemos, a Lei direciona recursos para os professores que trouxerem inovação,
ou seja, que alimentarem as empresas com novas propostas e tecnologias. A universidade tem,
56
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm>. Acesso em Julho de
2013.
145
desta forma, seu princípio maior completamente distorcido, e subordina-se mais uma vez à lógica
do mercado. Enquanto alguns institutos garantem fluxos significativos de investimentos, outros,
considerados não importantes por não serem lucrativos, definham gradativamente.
O contraste entre essas críticas e o discurso oficial é facilmente perceptível. Tomemos
como exemplo, o documento produzido pelo MEC, em 2005, intitulado “Cinco razões para a
reforma da educação superior”. A longa citação abaixo permite identificar alguns dos importantes
referenciais do governo petista para a educação superior. Vejamos:
a) Reformar para fortalecer a Universidade pública: A liberalização do ensino
superior, a partir da metade da década de 90, levou a uma expansão desenfreada
das universidades privadas no Brasil. Isto fez com que, hoje, 70% das vagas
sejam não estatais e apenas 30% estatais. Com esse índice, o Brasil transformou-
se no país com maior participação privada no ensino superior no mundo. O
governo quer reverter este processo e ampliar a participação do setor público na
educação superior. A meta é criar novas universidades públicas, expandir novos
pólos e criar 400.000 novas vagas em 4 anos nas instituições federais. Fortalecer
a Universidade Pública, significa também mais recursos e investimentos em
pesquisa e extensão.
b) Reformar para impedir a mercantilização do ensino superior: O ensino não é
mercadoria, é um bem público. A constituição federal prevê a educação como
dever do Estado, mas garante também a participação da iniciativa privada. No
entanto, ao exercer uma função pública delegada, o setor privado deve buscar a
qualidade como centro de sua ação. O Estado, amparado no seu papel regulador,
deve garantir esse princípio, orientando a expansão de forma ordenada, evitando
a proliferação de instituições caça-níveis, cujo único objetivo é a obtenção de
lucros exorbitantes. As instituições estatais e privadas devem integrar um
sistema público de Ensino Superior.
c) Reformar para democratizar o acesso: Hoje, apenas 9% dos jovens brasileiros
entre 18 e 24 anos está cursando o ensino superior, número bem abaixo da
Argentina, que tem 32%, dos Estados Unidos, com 50%, e do Canadá, com
62%. O Plano Nacional de Educação (2001/2010) prevê uma taxa de
escolarização de 30% da população. O Estado brasileiro precisa promover
políticas efetivas que garantam o acesso de jovens de baixa renda ao ensino
146
superior expandindo as IFES para regiões que careçam de escolas superiores,
criando vagas públicas nas universidades não estatais e privadas e ampliando os
cursos noturnos nas universidades públicas já instaladas. O desafio da inclusão
social é um dos temas centrais da reforma.
d) Reformar para garantir qualidade: A qualidade é indispensável para a garantia
do papel social e político da Educação e a Universidade pública devem
constituir-se em elemento de referência. A abertura de faculdades, centros e
universidades no Brasil nos últimos anos, nem sempre veio acompanhada da
devida avaliação e preocupação com a qualidade do ensino, evidenciando uma
fragilidade da capacidade de supervisão e regulação do Estado. O governo
acredita que não basta abrir vagas, mas que é necessário que se garanta um
processo de ensino-aprendizado condizente com as necessidades e expectativas
da Nação, preservando a qualidade e promovendo a inclusão social.
e) Reformar para construir uma Gestão democrática: Democratizar é construir de
maneira participativa um projeto de educação de qualidade social, que promova
o exercício pleno da cidadania. Profundamente inseridas na sociedade civil e
com uma gestão democrática e participativa, as universidades e as instituições
públicas e privadas devem produzir, de forma concertada, uma nova estrutura
organizativa que dê sustentação para os desafios presentes e futuros do ensino
superior em nosso país. (BRASIL, 2005, grifos nossos)57
.
Fica evidente, portanto, qual seria a visão do governo naquele momento: (1) Cabe ao
governo ampliar sua participação no setor; (2) Instituições privadas e particulares são percebidas
como integrantes de um “sistema público de ensino”, estreitando as fronteiras entre o público e o
privado; (3) a “democratização do ensino” é vista meramente como uma política de facilitação do
acesso ao ensino superior.
Portanto, nem todas as propostas educacionais prometidas na Constituição de 1988 se
cumpriram no governo Lula. O governo petista mantinha-se, a exemplo do governo anterior,
submisso à divisão internacional do trabalho, quebrando qualquer esperança de autonomia ou
superação desta ordem (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005, p.1088).
57
Disponível em >www.mec.gov.br/reforma/cinco.asp>. Acesso em dezembro de 2013.
147
A postura do presidente Lula no início do seu primeiro mandato incomodou muitos
brasileiros, especialmente aqueles que aguardavam por reformas mais profundas. Em busca da
política para a educação superior em curso naquele momento, não podemos nos ater às
manifestações jurídicas ou mesmo os discursos. Estes por si só, seriam apenas a aparência do
real. Compreender esses processos deveria levar em conta as suas determinações profundas, a
luta de classes, o grau de organização das classes e o lugar da educação em meio a tudo isso
(LEHER, 2004, p.870).
Caminhando neste sentido, acreditamos que a resposta estaria exatamente numa completa
transformação das relações entre o público e o privado na educação, sendo as “Parcerias-Público-
Privadas” (PPPs) seu exemplo concreto. Estimuladas pelos acordos propostos através de
instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Banco Mundial (BM), o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), tais
medidas iriam além daquilo que havia sido proposto até mesmo por Fernando Henrique Cardoso.
A construção destas parcerias seria mais um passo da privatização deste setor.
Os defensores destes projetos afirmam que o governo não tem verbas suficientes para
aplicar na educação. Em contrapartida, este mantém as taxas de juros para pagamento da dívida
pública entre as mais altas do planeta, o que lhe gera gastos estratosféricos. Assim, percebe-se
que todo o esforço é válido para a construção de um ambiente “seguro” aos investidores
internacionais.
Outro argumento muito utilizado na defesa das PPPs é o da (suposta) superioridade da
eficiência do setor privado sobre o estatal. E, mais uma vez, percebemos a manutenção dos
argumentos já utilizados no governo FHC, além da falácia destas suposições, na medida em que a
qualidade é medida por meio de indicadores quantitativos, e a qualidade do setor privado é
superestimada.
Devemos ainda atentar para a inconstitucionalidade desta e de outras ações, como o
“Projeto de Inovação Tecnológica”, o qual direciona verbas públicas para fins privados e tenta
transformar o professor num “empreendedor” (LEHER, 2004). Neste sentido:
Essa orientação colide não só com o preceito constitucional da autonomia
didático-científica das universidades, como agride os princípios constitucionais
de liberdade de produção, expressão e circulação de conhecimentos e saberes. O
148
cerceamento da liberdade de produção de conhecimento é magnificado pelas
radicais transformações da política de financiamento de C&T. Com a inovação
tecnológica, a universidade deixa de ser o espaço público de produção de
conhecimento. Todo o exercício da crítica terá de ser um gesto de rebeldia
intelectual. (LEHER, 2004, p.886, grifos nossos).
Ainda durante o primeiro mandato do governo Lula, foi criada a Lei 10.861/2004, a qual
instituía a criação do “Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior” (SINAES). Seu
objetivo principal era, segundo o discurso governista, garantir a qualidade das instituições
privadas de educação superior, a partir de uma análise de três eixos: (1) avaliações realizadas por
estudantes deste setor, (2) avaliação dos cursos de graduação e (3) avaliação das instituições
(BRASIL, 2004). O Estado manteria o papel, também proposto no mandado de FHC, de mero
regulador do sistema privado, sem, no entanto, responsabilizar-se por ele.
A prova aplicada por este programa foi chamada de “Exame Nacional de Desempenho
dos Estudantes” (ENADE), sendo obrigatório e indispensável para emissão dos diplomas. Cursos
mal avaliados seriam divulgados na imprensa, podendo ser descredenciados junto ao MEC.
O governo Lula também é responsável por um amplo programa chamado “Apoio a Planos
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais” (REUNI). Ele foi instituído em 2007
por meio do Decreto nº. 6096, visando melhor aproveitamento dos recursos, vagas e estrutura das
universidades federais. As faculdades que desejassem poderiam se inscrever no programa através
da apresentação de um plano de reestruturação. Se aprovadas, receberiam recursos financeiros. O
programa também incentiva a criação de novas IES, na intenção de ampliar o acesso e a
permanência no ensino superior.
Integrantes da oposição acusam Lula de, mais uma vez, ter copiado um programa de
Paulo Renato Souza, ex-ministro de FHC. A questão, entretanto, vai muito além da simples
disputa política. Ao estimular-se a ampliação das atividades docentes, com ênfase nas aulas, a
pesquisa e a extensão ficarão, inevitavelmente, abaladas (OTRANTO, 2006).
As implementações do REUNI estão diretamente vinculadas às propostas trazidas pelo
Banco Mundial para os países pobres. Segundo este organismo, pesquisas são muito caras para
serem realizadas nestes locais, e, portanto, tal atividade deveria ser abandonada. Em outras
palavras, este programa pode representar uma total incapacidade de renovação científica e
149
cultural, tornando nossa nação dependente de inteligência internacional, o que custaria milhões
em pagamento de royalties todos os anos.
Portanto, apesar da razão nobre que permeia a existência do REUNI, este programa
utilizaria meios de execução que seriam muito prejudiciais ao ensino superior, na medida em que
eleva a quantidade de alunos professor e estabelece uma taxa de aprovação na ordem dos 90%
num período de tempo de apenas cinco anos. (LUCENA, 2007).
O site do REUNI propagandeia o fato de que o número de “universidades passou de 114
em 2003 para 237 até o final de 2011. Desde o início da expansão foram criadas 14 novas
universidades e mais de 100 novos campi”58
(BRASIL/MEC, 2013). O número de vagas foi
ampliado numa proporção maior do que a da construção de novos campi, o que significa uma
ampliação da oferta a partir do crescimento das vagas.
Em 2007 seria lançada uma política pública para a fundação do “Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia” (IFET). A proposta era promover, através da oferta de cursos
superiores em tecnologia, uma nova concepção de educação tecnológica no país. Através de
investimentos na ordem de centenas de milhões de reais entre 2008 e 2011, eles teriam como foco
a elaboração de centros de referência para o ensino tecnológico, mas também para a formação de
professores para a educação básica.
Apesar da proposta e da possibilidade de possuírem uma gestão descentralizada, a
exemplo das universidades federais, o programa tem sido questionado e percebido de maneira
bastante desconfiada pelos intelectuais em geral.
Outra criação do governo Lula sobre a qual devemos comentar é a “Universidade Aberta
do Brasil” (UAB), uma integração entre a Secretaria de Educação à Distância (SEED/MEC) e a
Diretoria de Educação à Distância (DED/CAPES), tendo como propósito promover a expansão
do ensino superior por meio da educação à distância. Criada em 2005 pelo MEC, sua estrutura
fundamenta-se em cinco pilares fundamentais:
- Expansão pública da educação superior, considerando os processos de
democratização e acesso;
58
Disponível em < http://reuni.mec.gov.br>. Acesso em outubro de 2013.
150
- Aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições de ensino superior,
possibilitando sua expansão em consonância com as propostas educacionais dos
estados e municípios;
- Avaliação da educação superior a distância tendo por base os processos de
flexibilização e regulação implantados pelo MEC;
- Estímulo à investigação em educação superior a distância no País;
- Financiamento dos processos de implantação, execução e formação de recursos
humanos em educação superior a distância. (BRASIL/MEC, 2005)59
.
O portal da instituição apresenta alguns números impressionantes. Em 2010, 88
instituições integrariam todo o sistema, sendo criadas aproximadamente 190.000 vagas em 557
pólos presenciais de apoio. As promessas de ampliação para os próximos anos previa o
crescimento na ordem dos 50%. Esse crescimento aparece como uma necessidade urgente, na
medida em que a demanda ainda seria muito grande no país.
Para o ANDES, a UAB não é uma universidade, na medida em que:
[...] não é definida como uma instituição, nem há, e não haverá, pesquisa e
extensão sendo executadas por essa entidade, propriamente dita. Desde o início,
o próprio discurso oficial sempre salientou que a UAB seria constituída como
um “Sistema”, consorciando as IES, nos três níveis da federação, com
municípios que desejassem contribuir, por meio do estabelecimento de Pólos de
apoio, para o avanço do EaD na Educação Superior. Deste modo, a UAB não
tem, ao menos, sede definida, não tem funcionários próprios e trabalha
intermediando bolsas para professores e tutores, vinculados, ou não, a outras
instituições (ANDES, 2007).
O ANDES realizou profundas críticas ao programa e o considerou uma enorme ameaça
para a educação superior brasileira, sendo necessário alertar a sociedade sobre algo que,
maquiado como política democrática de acesso, seria um grande engodo.
Entretanto, não podemos ignorar a importância da EAD para a expansão do ensino
superior no país, nem desconsiderar o fato que o programa não estava completamente
59
Disponível em <http://www.uab.capes.gov.br.>. Acesso em janeiro de 2014).
151
estabelecido no momento em que o ANDES se manifestou. Portanto, temos clareza de que “o
ensino a distância, nas condições atuais do avanço tecnológico (é) um importante auxiliar do
processo educativo que pode ser utilizada com proveito no enriquecimento dos cursos de
formação de professores” (SAVIANI, 2009).
Ainda sobre a criação da UAB, portanto, seria fundamental:
Realizar um acompanhamento constante do MEC para garantia da qualidade dos
cursos ofertados, sem perder de foco que a educação a distância pode contribuir
para o processo de democratização do saber, especialmente no que diz respeito
ao projeto para interiorização do ensino superior brasileiro (...)salientamos a
necessidade de uma avaliação constante para verificar se os polos de apoio
presencial e os cursos superiores ofertados na modalidade de educação a
distância atendem, de fato,os mesmos padrões de qualidade dos cursos regulares.
(COSTA, 2012).
Para encerrarmos essa breve apresentação, gostaríamos de comentar alguns pontos
interessantes do livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, lançado
em 2012. Organizado por Emir Sader, a obra é uma reunião de cerca de vinte pequenos textos,
elaborados por membros do governo e intelectuais de renome, tais como Marilena Chauí, Luiz
Gonzaga Belluzzo e Pablo Gentili.
Disponível gratuitamente em versão digital, a obra ultrapassou 470 mil downloads em um
mês60
. As afirmações do livro são muitas, mas os questionamentos por ele incitados não são o
alvo da nossa pesquisa. No entanto, cabe mantermos um posicionamento crítico em relação a esta
obra, e aos diversos pontos por ela revelados, supervalorizados ou até mesmo escamoteados.
Logo na apresentação, percebemos o propósito da obra: “O Brasil mudou – e mudou para melhor
– nesses dez anos, e recordar com precisão o que era o país antes de janeiro de 2003 e um
exercício necessário” (SADER, 2013, p.7).
No artigo de Pablo Gentili e Dalila Oliveira intitulado “A procura da igualdade: dez anos
de política educacional no Brasil”, muitas vezes é reforçada a imagem de profunda transformação
60
Dados fornecidos pela fundação Lula. Link: <http://www.institutolula.org/livro-sobre-10-nos-de-governos-pos-
neoliberais-ultrapassa-marca-dos-470-mil-downloads/#.Us9IVtI7uSo>. Acesso em janeiro de 2014.
152
nas práticas educacionais. Para os autores, “o governo democrático-popular iniciado por Lula
reverteu significativamente o processo de desinvestimento social que tinha caracterizado o
governo neoliberal do seu antecessor” (GENTILI; OLIVEIRA, 2013, p.254). A evidência
apresentada é justificada a partir da elevação dos “gastos” públicos com a educação e, em relação
específica ao ensino superior, o artigo celebra as supostas vitórias conquistadas através dos
programas do governo, responsáveis pelo que chamaram de “democratização do acesso à
educação superior”, corrigindo mais um equívoco do governo de FHC, o qual beneficiou as
instituições privadas e permitiu seu desenvolvimento, mas não foi capaz de estimular a ocupação
de todas as vagas oferecidas por elas.
Na sequência, afirmam que o PROUNI “não fez outra coisa senão dotar de sentido
público e social um segmento do sistema educacional marcado por prebendarismo, especulação,
baixa qualidade, interesse de lucro e falta de controle estatal” (GENTILI; OLIVEIRA, 2013,
p.257). Os argumentos giram em torno de números e estatísticas, as quais justificam todo o
sucesso do programa.
O REUNI também foi lembrado no livro, sendo igualmente louvado pelos autores. As
cotas das universidades públicas foram afirmadas como uma importante ação na promoção da
democratização do acesso ao ensino superior. O suposto avanço no setor educacional teria
ocorrido também graças à “gestão democrática” empreendida, na medida em que houve um
“amplo diálogo entre o governo e a sociedade civil”. E ainda,
Pode-se reconhecer que um dos grandes méritos desses dois governos tem sido
reverter as tendências a privatização e a permanente criminalização da educação
publica que tinham caracterizado o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ainda ha um enorme caminho por percorrer na construção de uma educação
publica de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras. Nesses dez anos, sem
duvida nenhuma, avançamos um longo trecho. (GENTILI . OLIVEIRA, 2013,
p.263)
O texto “A construção da hegemonia pós-neoliberal”, de Emir Sader também merece um
destaque. Após um breve histórico sobre o neoliberalismo e suas influências sobre a América
Latina e o Brasil, o sociólogo conclui que houve uma ruptura no processo de implantação destes
ideais a partir da eleição de Lula. Haveria ainda três pilares em comum entre Lula e os governos
153
Kirchner (Argentina), Chávez (Venezuela), Morales (Bolívia) e Correa (Equador), Segundo
Sader, todos eles:
a) priorizam as políticas sociais e não o ajuste fiscal; b) priorizam os processos
de integração regional e os intercâmbios Sul-Sul e não os tratados de livre-
comércio com os Estados Unidos; c) priorizam o papel do Estado como indutor
do crescimento econômico e da distribuição de renda, em vez do Estado mínimo
e da centralidade do mercado. (SADER, 2013, p.138).
Outra ênfase de sua análise está nas duas grandes crises que o governo Lula teria
enfrentado. A primeira, interna ao PT, levaria uma parcela considerada mais radical a se desligar
do partido por não concordarem com a postura de Lula em relação à reforma da previdência e
também devido às suas medidas econômicas conservadoras. A segunda crise, conhecida
popularmente como “mensalão”, envolveria denúncias de compra de votos.
O julgamento foi amplamente coberto pela imprensa brasileira e recebeu, por parte do
então ministro do supremo tribunal federal, Ayres Britto, um parecer bastante duro: "[O objetivo
do esquema era] um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de
continuísmo seco, raso. Golpe, portanto", afirmou Ayres Britto após condenar oito réus61
.”
(BRITTO, 2013). Sader, no entanto, apresentou o evento como algo arquitetado pela oposição, e
em nenhum momento assumiu qualquer erro por parte do partido. A definição deste sobre o
episódio é bastante superficial, sendo descrita apenas como “resultado de uma ofensiva
opositora, sobredimensionando na mídia, por meio de uma exitosa operação de marketing
político, denúncias políticas” (SADER, 2013, p.140).
Antes de concluir, Sader ainda elencaria dois elementos que seriam fundamentais para a
superação do neoliberalismo: a ampliação do “direito à expressão” e o “financiamento público
das campanhas”. A democracia não poderia, de acordo com seu raciocínio, se consolidar sem a
quebra dos monopólios das comunicações no Brasil, e da liberdade total de expressão; e quanto
às eleições, os candidatos deveriam, de uma vez por todas, refletir apenas o desejo dos eleitores, e
não de grupos dominados pelos lobbies das mais diversas espécies. Sader não toca no assunto da
privatização interna das universidades, ou do desvio de recursos públicos na expansão das
61
Disponível em < Disponível em http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/10/10/apos-condenar-
petistas-ayres-britto-diz-que-projeto-de-poder-do-pt-era-golpe.htm.> Acesso em janeiro de 2014.
154
empresas privadas como práticas neoliberais escamoteadas, mas foca nestas duas questões finais,
e as destaca como solução para os grandes problemas do país.
Para encerrar esse breve comentário sobre o livro, destacamos o posicionamento de Luiz
Gonzaga Belluzzo a respeito da educação. O economista coloca em pauta a necessidade de
impedir a formação de especialistas incapazes de perceber o mundo em que vivem, e as
transformações pelas quais o país está passando. Uma nova crítica à mídia é estabelecida, a qual
seria a responsável por barrar o que chamou de “verdadeiro debate” sobre o Brasil. O problema
parece então, residir na mídia, e em nenhum momento é aberta a discussão a sobre a qualidade da
educação, dos projetos pedagógicos ou mesmo da remuneração dos docentes.
Sobre a luta social desempenhada pelo ex-presidente Lula, Belluzzo exalta suas
habilidades de negociação e percepção de mundo, alfineta os sonhos da esquerda (a qual
condenaria as PPPs por estar “presa ao passado”) e da direita (refém de um liberalismo “mítico”),
e demonstra que a intenção de Lula na presidência foi de buscar o:
equilíbrio entre a esperança e os princípios (...) entre as ações que buscavam a
elevação dos padrões de vida dos mais pobres e as decisões de política
econômica que propiciavam os ganhos parrudos aos senhores das finanças (...)
Para ele, a política é, sobretudo, mediação entre dois sistemas: as necessidades e
aspirações dos cidadãos e os interesses monetários que se realizam através do
mercado. (BELLUZZO, 2013, p.108).
A população brasileira, desiludida com as propostas desenvolvimentistas, incapazes de
melhorar a condição geral de vida do povo brasileiro, teria inclusive desacreditado da ordem
republicana e dos benefícios da democracia. As velhas camadas dominantes ainda estariam no
controle do país, e a população manteria o sonho de uma “vida decente, segura, economicamente
amparada” (idem, 2013, p.109).
Devemos enfatizar ainda que conclusões do livro sobre os programas organizados no
governo petista de 2003 a 2010 são muito contrastantes com as conclusões apresentadas em todas
as teses e dissertações pesquisadas neste trabalho, as quais serão apresentadas na próxima sessão.
155
1.4 Classes e frações de classe no Brasil contemporâneo
Acreditamos que compreender a luta entre as classes e frações de classe no Brasil é
fundamental para uma melhor avaliação do jogo político que envolveu os governos FHC e Lula.
Assim,
assistimos, no Brasil da década de 2000, à ascensão política de uma nova
burguesia nacional no interior do bloco no poder vigente do Estado brasileiro.
Não se trata da velha burguesia nacional, aquela que, na análise de autores
marxistas e de partidos comunistas do século XX, poderia formar uma frente
anti-imperialista com a classe operária. Trata-se, na verdade, de uma nova
burguesia nacional, uma fração da classe burguesa à qual se aplica, sob medida,
o conceito de burguesia interna (...) essa burguesia ocuparia, na análise de
Poulantzas, uma posição intermediária entre a antiga burguesia nacional,
passível de adotar práticas anti-imperialistas, e a velha burguesia compradora,
mera extensão do imperialismo no interior desses países. (BOITO JR, 2012,
p.67-68).
Assim, entre a chamada “antiga burguesia nacional”, termo criado para designar uma
possível burguesia brasileira, avessa ao imperialismo e capaz de unir-se ao movimento operário e
popular, e a “burguesia compradora”, que seria uma extensão do capital externo no país e,
portanto desejaria a radicalização das políticas neoliberais, estaria localizada a “nova burguesia
nacional”, ou “burguesia interna”.
Os dois governos de FHC beneficiaram essencialmente a “burguesia compradora” e o
capital internacional (idem, 2012). O primeiro mandato (1994-1997) teria garantido o aumento
das importações através da fórmula que combinava moeda forte com a redução das tarifas
aduaneiras. Como consequência, nossa balança comercial passou a apresentar déficits
sequenciais a partir de 1995. O que se viu em seguida foi uma política radical de privatizações:
bancos, rodovias, ferrovias, telefonia, energia elétrica, serviço de esgoto, serviços, siderúrgicas
entre outros setores.
O segundo mandato apresentaria uma posição mais cautelosa e defensiva de FHC, na
medida em que suas ações se concentraram na tentativa de recuperação frente à crise cambial de
156
1999 e ao aumento das críticas da burguesia e dos movimentos populares ao seu governo. A
insatisfação dos setores industriais mais afetados pela abertura econômica “permitiu que a FIESP
buscasse uma aproximação com o movimento operário paulista e ganhasse a simpatia das
centrais sindicais para o protesto em Brasília” (idem, 2012, p.79).
Esse momento tenso no governo FHC acabou gerando a demissão de Gustavo Franco da
presidência do Banco Central e uma brusca desvalorização do Real. Isso teria representado uma
flexibilização do modelo neoliberal, mas não a sua ruptura com o mesmo. É fundamental destacar
que algumas medidas inspiradas nessa ideologia, como a construção da ALCA geraram inúmeros
protestos, não apenas entre grupos populares e de trabalhadores, mas também entre os membros
da grande burguesia nacional brasileira.
A postura de Lula em seus dois mandatos também apresentou grande variação, mas em
ambos foi possível perceber uma melhoria na posição da burguesia interna em relação à
burguesia compradora e ao capital internacional. No primeiro mandato, Lula teria assumido uma
postura muito cautelosa, sem confrontar-se com os grandes grupos financeiros internacionais e,
no segundo, teria se utilizado de uma estratégia “neodesenvolvimentista” a fim de beneficiar a
burguesia interna.
Esta nova burguesia nacional (ou burguesia interna), portanto, organizaria na sequência
uma frente política62
que integraria o movimento popular e operário às suas reivindicações. Para
beneficiar este setor, Lula passou a organizar uma série de medidas que rompiam com a lógica
dos governos de FHC, tais como a desativação da ALCA, a ampliação da influência diplomática
e econômica na América do Sul, criação de restrições na sequência de privatizações, as mudanças
no papel exercido pelo BNDES63
e o fortalecimento das Estatais.
Devemos levar em consideração, todavia, algumas contradições no seio da burguesia
interna no Brasil. A grande indústria e o setor bancário buscam manter a participação de grupos
nacionais no país, exigindo do governo uma postura protecionista e que estimule as empresas
62
Por frente política devemos compreender as classes e frações de classe que reúnem-se de maneira informal, sem
um programa claramente definido e impedindo que grande parte de seus membros conduzam o processo
político.(BOITO JR, 2012) 63 O banco atuou, ao longo do governo de FHC, como um mecanismo de financiamento das privatizações. Ao longo
dos governos Lula, ele assumiu a postura de um banco estatal em benefício do grande capital nacional. Assim,
“Estaríamos diante de um caso em que o dinheiro público é oferecido a um punhado de empresas de amigos do
governo. Ora, o governo FHC fez o mesmo, apenas com outro objetivo: privatizar as empresas estatais”. (BOITO
JR, 2012).
157
brasileiras. A discordância entre elas estaria na política de juros do Banco Central: enquanto a
indústria critica a elevação na taxa de juros, responsável pela redução dos investimentos, os
bancos obviamente dela se favorecem. Para compensar a falta de investimentos diante dos altos
juros, o BNDES tem aumentado significativamente os empréstimos aos industriais e
representantes do agronegócio, conciliando temporariamente interesses antagônicos.
Indústria e agronegócio teriam sua diferença exposta na política de comércio exterior.
Enquanto os industriais desejam bloqueios para a entrada de produtos estrangeiros
manufaturados, os representantes do agronegócio anseiam ardentemente pela abertura dos
mercados da Europa e Estados Unidos.
Outro ponto de ruptura importante na frente estabelecida pelo PT estaria entre os
industriais representados pela FIESP e as práticas do governo Lula quanto aos altos salários do
funcionalismo público, somados aos gastos pesados com a previdência social, o que ampliaria
consideravelmente as contas públicas. Para estes, seria fundamental uma política de redução nos
impostos.
Talvez a mais dramática contradição esteja na questão agrária. Como o vínculo com os
grandes latifundiários é base do governo petista, a reforma agrária está fora de questão. Para
suprir essa necessidade, o governo ampliou significativamente o crédito para a agricultura
familiar, sobre a qual se edifica grande parte do movimento sem-terra e outras organizações
camponesas. Quanto mais famílias assentadas ficam satisfeitas com o crédito oferecido, menor a
força do movimento em favor de um reforma agrária radical.
Para aqueles que criticaram o governo Lula, seu sucesso nas urnas deveu-se
exclusivamente às práticas clientelistas e assistencialistas, capazes de controlar populações
carentes. Além disso, havia a crença de que Lula, por ter origem sindical, seria o mais indicado
para conter greves e diminuir, desta forma, o risco da radicalização dos movimentos sociais.
Contra estes argumentos, devemos nos lembrar que grande parte da burguesia brasileira
não apoia o governo Lula. Para compreender esta situação, precisamos considerar a existência no
Brasil, além da chamada “burguesia interna”, de uma “alta burguesia”, conectada com o capital
estrangeiro e tradicionalmente denominada de “burguesia compradora”. Para este grupo importa
que a política neoliberal seja aplicada de maneira radical, o que esbarra na proteção construída
por Lula
Lula para a “burguesia interna”. Isso explicaria por que a chamada de “burguesia compradora”
158
insistiria no retorno do PSDB ao poder e, por outro lado, apoiar Lula seria, para a “burguesia
interna”, a melhor resposta para combater essa divisão no interior desta classe.
As vitórias de Lula poderiam ser compreendidas, desta forma, a partir da união da
burguesia interna com o movimento operário e popular. A relação com as classes pauperizadas se
daria através de programas de transferência de renda. As centrais sindicais foram oficializadas e
os funcionários públicos tiveram reajustes salariais. No entanto, “esse desajuste entre a força
hegemônica (burguesa) e a força principal (operária e popular) gera conflitos e instabilidades
no interior da frente política neodesenvolvimentista.” (idem, 2012, p.72).
Há que se destacar também as políticas públicas que atendem movimentos específicos,
como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A “burguesia interna” teria sua condição especial
no bloco do poder e, como grande parte do governo é constituída por líderes sindicais, a oposição
ao poder central perderia força.
Nem sempre uma “imagem vale mais do que mil palavras”, mas no caso da cerimônia de
posse em 2002, a foto em que Luís Inácio Lula da Silva abraça o então eleito vice-presidente do
Brasil, José de Alencar, o provérbio popular tinha razão. O abraço sorridente do ex-metalúrgico
petista associado à imagem mansa e igualmente feliz do milionário Alencar era revelador da
“fórmula mágica”, capaz de vencer as duas eleições e alcançar índices inéditos de aprovação: um
acordo entre grupos populares e a burguesia interna do Brasil. Os oitos anos seguintes seriam
marcados por uma tentativa de conciliação de interesses entre esses dois grupos.
Diante de todo esse raciocínio, ao lançarmos os olhos sobre o governo FHC ou Lula,
estaríamos diante de estratégias políticas que obviamente possuem raízes no neoliberalismo, mas
não se submeteriam a ele de uma maneira passiva e absoluta. Assim,
o neoliberalismo da década de 1990 não é o mesmo que o da década de 2000.
Tais situações ensejam a questão de saber se estamos diante de uma mudança de
modelo ou, simplesmente, de uma mudança no modelo (...) acreditamos ser
possível definir o neodesenvolvimentismo: trata-se do desenvolvimentismo
possível dentro do modelo capitalista neoliberal periférico. (idem, 2012, p.69).
159
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em meio às disputas políticas que marcaram o início do século XXI, o ensino superior no
Brasil passou por grandes transformações. Nossa pretensão inicial foi desvendar como os
presidentes e seus governos, nesta virada de século, atuaram em relação a este setor, apontando
possíveis rupturas e continuísmos entre estes.
Diante do grande volume de produções referentes à história da educação superior nos
governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010),
optamos pela realização de um balanço bibliográfico das obras divulgadas pelo portal CAPES
entre 1994 e 2012. Nossa busca levou-nos a um montante de aproximadamente trezentos
resumos, entre dissertações e teses. Constatamos a ausência de uma padronização na elaboração
destes, bem como a inexistência de muitas obras em formato digital, o que impediu-nos conhecer
os resultados alcançados por outros pesquisadores quando desejávamos fazer a leitura integral
destas pesquisas. Situações como estas inviabilizam o diálogo entre diferentes autores e atrasam a
produção científica, na medida em que esta se faz coletivamente, como o resultado de um
processo onde os saberes são historicamente acumulados e confrontados entre si.
Os resumos analisados revelaram alguns elementos importantes sobre a pesquisa em
história da educação nos últimos anos. A despeito do crescimento do setor privado, o qual
representava 88% das instituições de ensino superior em 2012, a produção de conhecimento
continua ocorrendo majoritariamente nas instituições públicas. Este elemento é profundamente
revelador dos rumos escolhidos para a graduação no país, cuja prioridade são as aulas expositivas
e não há espaço para a realização de pesquisas.
Destacamos também o fato de aproximadamente 60% dos resumos encontrados não
apresentarem seus referenciais teóricos, o que demonstra, além da ausência de um padrão para a
elaboração destes, uma despreocupação dos autores em apresentá-los. Não considerar importante
a divulgação do seu referencial poderia representar um descuido por parte do pesquisador, mas
acreditamos também que seja a evidência da pós-modernidade e sua influência sobre as pesquisas
em educação.
A partir deste primeiro recorte selecionamos vinte e seis obras para leitura integral, a
partir de seus objetivos. Foram analisadas as produções que se propuseram a construir um
histórico da educação superior no período, desvendando a concepção desenvolvida pelos
160
governos supracitados, independente de seus recortes ou referenciais teóricos. Esta proposta de
análise revelou a existência de muitas obras com perguntas centrais semelhantes, bem como o
conjunto de documentos a serem analisados, e as conclusões alcançadas por meio delas. O
diálogo entre estas obras, no entanto, era muito escasso, ou não ocorria, levando pesquisadores a
realizarem trabalhos muito parecidos, em pouco ou nada contribuindo para o debate acadêmico.
As teses e dissertações analisadas integralmente apresentaram consenso na interpretação
do governo Fernando Henrique Cardoso e sua atuação a respeito da educação superior. Foi
constatada a enorme expansão do setor privado entre 1995 e 2002, resultado de um processo que
teve início na Ditadura Militar, com a lei 5540/68, e consolidou-se durante a “Nova República”.
Houve também, no período, grande sintonia entre as propostas apresentadas por organismos
internacionais, em especial o Banco Mundial, e o praticado no governo federal. A lógica
privatista e mercadológica ganhou espaço na gestão do PSDB, e as IES federais, classificadas
como caras e elitistas, não foram priorizadas pelo governo. Em consonância com valores
neoliberais, o Estado alterou sua postura, e gradualmente abandonou o posto de responsável pela
educação, assumindo o papel de mero avaliador ou regulador da mesma.
O governo Lula, embora tenha feito duras críticas ao rival, condenando-o inclusive pela
“herança maldita” legada ao seu governo, manteve o mesmo rumo das suas políticas e estratégias
econômicas. Os compromissos internacionais estabelecidos pelo PSDB foram mantidos, e a
influência de organismos internacionais como o FMI e BM continuou exercendo forte influência
sobre o país. Não houve rupturas, tampouco, na educação superior, onde Lula manteve a ênfase
na avaliação, no estabelecimento de metas quantitativas, e na expansão das Parcerias-Público-
Privadas.
O grande diferencial entre os governos estaria na criação de dois programas voltados para
a chamada “democratização” do acesso ao ensino superior: o REUNI e o PROUNI. O primeiro
visava atender as instituições federais que se dispusessem a estabelecer metas de crescimento e
otimização dos serviços, enquanto o segundo ofereceria bolsas de estudo em instituições privadas
aos alunos de baixa renda. Como vimos, essa estratégia promoveu inegáveis ampliações no
acesso ao ensino superior, direcionou a aplicação de verbas muito superiores às realizadas por
FHC para o setor, além de permitir a criação de novas universidades federais. Entretanto, esse
conjunto de ações estaria muito aquém de uma “revolução na educação superior”, termo utilizado
pelo governo petista a fim de descrever suas ações no setor. A expansão do ensino privado e a
161
busca pelo cumprimento das metas de produtividade no ensino público seriam reveladoras de
uma expansão voltada aos interesses do mercado educacional, propagadora de valores liberais.
Em nossa busca pela concepção de educação destes governos, percebemos elaboradas
estratégias a fim de evitar qualquer associação entre suas ações e os princípios neoliberais. Para
tanto, valeram-se essencialmente de argumentos quantitativos. Obviamente, FHC e Lula não se
submeteram à cartilha neoliberal de maneira plena e cega, conforme elaborada na década de
1970, ignorando assim o cenário político-social do país e suas inerentes contradições. Tampouco
podemos negar a existência, em ambos os governos, de princípios neoliberais orientando ações
estratégicas. Assim, estaríamos vivenciando um neodesenvolvimentismo, ou seja, o
desenvolvimento possível dentro de uma posição periférica do capitalismo neoliberal do século
XXI.
Fernando Henrique Cardoso, embora tenha favorecido especialmente o capital
internacional, não teria ignorado os anseios da burguesia interna (grandes proprietários rurais e
industriais), o que o levou a manter parte das barreiras comerciais. De igual forma manteve-se
atento às pressões do movimento operário e popular, e exatamente por isso manteria políticas de
assistência social e não concluiria os programas de privatização.
Lula, por sua vez, teria sido influenciado pelo neoliberalismo ao manter o padrão da
política econômica existente nos oito anos do governo anterior, a fim de atender a demanda do
capital financeiro internacional. Além disso, uma nova face foi dada ao BNDES, gerando
benefícios inegáveis à burguesia interna e, revelando seu caráter conciliador, manteve o
compromisso com sua base eleitoral, ampliando programas assistencialistas já existentes, e
criando outros totalmente inéditos, como o PROUNI e o “Minha Casa Minha Vida”. Estes
garantiriam benefícios às populações carentes e, ao mesmo tempo, lucros extraordinários aos
empresários.
Todas essas ações demonstrariam a preocupação destes governos em conciliar dos
interesses das classes e frações de classe no Brasil do século XXI, impedindo rupturas drásticas.
Se quisermos compreender os rumos do ensino superior, no entanto, é preciso aprofundar a
discussão. Devemos atentar, por exemplo, ao vocabulário utilizado por estes governos para se
expressarem em relação à educação superior. Para além da aparência democrática anunciada
pelos discursos e manifestações oficiais, este seria profundamente revelador da privatização do
ensino superior, bem como da proximidade existente entre as propostas dos dois partidos para o
162
setor. O predomínio de expressões utilizadas por gestores e administradores, introduzida no
Brasil ainda na década de 1960, teria se fortalecido nas últimas décadas, revelando a forte
tendência mercadológica sob a qual o setor se submete.
Neste processo, o papel de resistência estabelecido por estudantes e principalmente pelos
professores universitários foi inestimável, e promoveu grande impacto sobre a estrutura da
universidade. Verificamos diversos momentos, desde a Ditadura Militar até o governo Lula, em
que o posicionamento destes grupos impediu reformas danosas aos que ainda acreditam na
construção de uma educação pública, gratuita, de qualidade e acessível a todos.
Assim, os valores propagados pelo iluminismo a respeito da educação, ou a utopia de
emancipação humana e socialização dos conhecimentos historicamente acumulados, idealizada
pelos comunistas, perderia espaço para as propostas interessadas na acumulação e formação de
mão de obra para o mercado. A ideologia burguesa, calcada no individualismo e na competição,
consolida-se na virada do século tendo a educação superior como uma arma estratégica. Esta tem
contribuído para a formação de sujeitos individualistas, competitivos e prontos a aceitar o próprio
fracasso, na medida em que são alimentados por um discurso que coroa os “empreendedores”
bem sucedidos, e acusa os perdedores pela falta de criatividade, dedicação ou competência.
Nosso modelo educacional tem formado profissionais incapazes de reagir às absurdas taxas de
desemprego, à concentração de renda ou à superexploração do trabalho, na medida em que
desconhecem o mundo em que vivem, ignoram a luta de classes e negam a contradição entre
capital e trabalho.
Enquanto a nossa sociedade caminha a passos largos rumo à barbárie, mantemos o sono
tranquilo, satisfeitos com as reformas, e convencidos pelo mito da “revolução na educação
superior”.
163
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ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
1
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS,
PRIVATIZAÇÃO DA
UNIVERSIDADE
PÚBLICA E AÇÃO
SINDICAL
ACÁCIA
APARECID
A BRINGEL
M 2002 GO UFG
Analisar a relação entre as
privatizações e as universidades
brasileiras
Não
especificado
Ação Sindical,
políticas de
privatização e
as políticas
educacionais
Não especificado
A privatização delega ao setor privado
responsabilidades públicas, com estratégias
de descentralização estatal e reforma
cultural, e amplia ainda mais a concentração
do poder econômico e do saber.
Educação
2
A
MERCANTILIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: CRÍTICA
MARXISTA AO
PROUNI
ADRIANA
DE
MENDONÇ
A COSTA
M 2011 AL UFAL
Analisar, por meio de pesquisa
bibliográfica das obras de Marx,
Engels , Mezáros, Ivo Tonet, Vera
Lúcia Jacob, dentre outros autores, a
influência do capital na criação de
políticas públicas destinandas ao
ensino superior.
Materialismo
Histórico
Dialético
PROUNI
Análise dos organismos
internacionais, tais
como Unesci, Banco
Mundial e FMI
A transferência de recurso financeiro do
setor público para o privado, apontando o
procedimento de sucateamento do setor
público da educação superior como uma das
consequências.
Educação
3
SISTEMA
CONFEF/CREFS: A
EXPRESSÃO DO
PROJETO
DOMINANTE DE
FORMAÇÃO HUMANA
ADRIANA
MACHADO
PENNA
M 2006 RJ UFF
Analisar a realidade da atual
formação do trabalhador de
Educação Física no Brasil, tomando
por base o avançado processo de
mercadorização da EF como um dos
elementos que impulsionam as ações
do sistema CONFEF/CREFs.
Não
especificado
Educação Física
e o mercado
Entrevistas semi-
estruturadas com
diretores e
coordenadores
responsáveis por quatro
instituições de ensino
superior no RJ
Conduzida pelas expectativas do mercado, a
escola caracteriza-se enquanto local para a
produção de consumidores em busca de
serviços ligados à promoção da qualidade de
vida e prevenção da saúde; serviços estes,
cada vez mais, oferecidos exclusivamente
pelo mercado.
Educação
4
A NEGAÇÃO DA
AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA NA
POLÍTICA
EDUCACIONAL DO
GOVERNO FEDERAL
(2003-2008) E DO
GOVERNO DO
ESTADO DE SÃO
PAULO (2007)
ADRIANO
MOREIRAM 2009 SP UNESP
Investigar se a política educacional
para o ensino superior do Governo
Federal conduz a uma perda de
autonomia pelas universidades
públicas e se a política para o ES do
Governo de SP se apresenta em
consonância com a política do
Governo Federal
Materialismo
Histórico
Dialético
Leis, decretos,
MP´s, portarias
e editais do
PDE, diplomas
legais,
documentos de
órgãos
governam., não-
governam. e de
organismos
intern.
Análise documental
As iniciativas do PDE para o ensino superior
agridem a autonomia das universidades
públicas, a qual subordina universidades
públicas aos interesses do setor produtivo.
As iniciativas do governo paulista seguem a
mesma tendência da política federal.
Educação
177
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
5
O LADO ECONÔMICO-
FINANCEIRO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: UM MODELO
PARA VIABILIZAÇÃO
DO FINANCIAMENTO
EDUCATIVO
ADRIANO
SAVASTAN
O DE
SANT´ANN
A
M 2005 SP USP
Desenvolver um modelo de fundo de
financiamento educativo privado e
auto-sustentável para o ES,
estruturado em função de três
atividades financeiras : captação de
recursos, análise de crédito e gestão
financeira.
Metodologia
hipotético-
dedutiva
Fundos de
financiamento
para a Educação
Superior
Pesquisas Qualitativas
Dada a conjuntura financeira nacional de
elevadas taxas de juros, são evidenciadas: a
necessidade de utilização expressiva de
recursos sem custos levantados com doações
e a importância do apoio financeiro público
aos fundos de financiamento educativo.
Administraç
ão
6
A RELAÇÃO ENTRE O
PÚBLICO E O
PRIVADO NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
E O PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS (PROUNI)
ALCIVAM
PAULO DE
OLIVEIRA
D 2007 PE UFPECompreender as relações entre o
público e o privado
Triangulação
de MétodosGoverno Lula
Discussão dos
conceitos de público e
privado, bem como
Como constatação principal, verificou-se
que a relação entre público e o privado se
caracteriza pela interpenetração,
ambigüidade e contradição dialética entre
temas, interesses e setores.
Educação
7
O PRINCÍPIO DA
INDISSOCIALIDADE
ENTRE ENSINO,
PESQUISA E
EXTENSÃO: UM
BALANÇO DO
PERÍODO 1988-2008
ALDERLAN
DIA DA
SILVA
MACIEL
D 2010 SPUNIM
EP
Explicar o percurso do princípio da
indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão a partir de sua
inclusão no artigo 207 da
Constituição Federal de 1988 até
2008.
Não
especificado
Governos de
Fernando
Henrique
Cardoso e Lula
da Silva
Dados estatísticos
sobre ensino, pesquisa,
extensão
A legislação pós-LDB através de decretos
criou os polêmicos Centros Universitários e
abriu um leque de opções para a organização
das IES, sem, contudo, considerar-se a
pesquisa e a extensão como funções que
aliadas ao ensino cumpriam o dispositivo
constitucional.
Educação
8
ANÁLISE DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS
FEDERAIS DE
EDUCAÇÃO E SUAS
REPERCUSSÕES
SOBRE AS
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
PRIVADAS NO
BRASIL
ALDO
ROBERTO
BOOSE
M 2009 RS UNISC
Analisar a relação entre o
crescimento acelerado das
instituições privadas de ensino
superior no país e a política
educacional do governo federal no
período 2001 – 2005
Não
especificado
Fernando
Henrique
Cardoso;
Governo Lula
Análise dos
documentos pertinentes
do governo federal
(dados do MEC e
INEP), a Constituição
Federal de 1988, a Lei
de Diretrizes e Bases
da Educação
O crescimento das IES de ES foi resultado
de uma política do GF, implantada pelo
governo FHC e ampliada pelo Governo
Lula, de incentivo e ampliação do crédito
educativo, o que ampliou as vagas nas IES
privadas. Ao mesmo tempo, as IES públicas,
sofreram restrições nos seus orçamentos e
dificuldade na reposição e ampliação dos
seus quadros docentes e técnicos
administrativos, o que provocou um
congelamento na expansão de vagas.
Desenvolvi
mento
Regional
178
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
9
REFORMA
(NEOLIBERAL) DA
UNIVERSIDADE NO
BRASIL: UM
DISCURSO
(RE)VELADOR
ALEXANDR
E FLEMING
VASQUES
BASTOS
M 2007 AL UFAL
Demonstrar a relação da atual
reforma da universidade, no interior
das políticas neoliberais em curso no
Brasil a partir da década de 90
Análise do
Discurso e
Materialismo
Histórico
Dialético
Analisar os
discursos
materializados
em textos dos
ministros da
Educação de
2003 a 2006
Proposta de reforma
universitária que vem
sendo desenvolvido
para o conjunto do
ensino superior
brasileiro
Não especificada Educação
10
O
DESENVOLVIMENTO
DAS INSTITUIÇÕES
DE ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL, NO
NÍVEL DE
GRADUAÇÃO, NO
CONTEXTO DO
PLANO DE REFORMA
DO ESTADO
BRASILEIRO
ALINE
CARLA
AFONSO
PEREIRA
M 2002 BA UFBA
Compreender o comportamento do
setor de educação superior no nível
de graduação, no Brasil, no contexto
do Plano Diretor da Reforma do
Estado, de 1995.
Não
especificado
Reforma do
Estado da Bahia
em 1995
Estudo exploratório
descritivo
Destaca-se a retração dos investimentos no
setor de educação superior em decorrência
do esforço na políticas de ajuste fiscal
Administraç
ão
11
AS POLÍTICAS
EDUCACIONAIS E A
FORMAÇÃO DO
PROFISSIONAL DE
HISTÓRIA (1996-2002)
ALIX
PINHEIRO
SEIXAS DE
OLIVEIRA
M 2005 SPUNES
A
Investigar a relação entre as políticas
educacionais pautadas nas Diretrizes
Curriculares (CNE/CES) e na
Avaliação (INEP), desenvolvidas
entre 1996 e 2002, e a concepção
docente da formação do profissional
de História
Deluiz,
Gonzalez ,
Frigotto,
Kuenzer,
Campos,
Zeichner,
Schön,
Giroux,
Alarcão,
Tardif,
Fonseca,
Corsetti
Documentos
originários do
MEC e INEP
voltados para a
graduação em
História
Natureza qualitativa
Expressivas divergências entre as posturas
dos docentes do Ensino Superior
pesquisados e os documentos que regem seu
curso de Graduação; exibiram profundas
polêmicas quanto ao caminho a seguir em
relação à formação de professores
Educação
179
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
12
ENSINO SUPERIOR
COMO ATIVIDADE
EMPRESARIAL E O
CIDADÃO MÍNIMO
NO BRASIL: O PESO
DA MÃO LIBERAL E A
MARCA DE UMA
ALIANÇA NÃO
VISÍVEL. UMA
ANÁLISE DO ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO A
PARTIR DOS
DILEMAS QUE
ENVOLVEM AS
POLÍTICAS PÚBLICAS
ALLAN
ARONIM 2008 SP USP
Analisar o essencial das políticas
destinadas ao Ensino Superior no
Brasil, principalmente as
implantadas no século XX e início
do XXI, tendo em vista a
persistência dos dilemas e desafios
que permeiam os comportamentos e
as ações sociais no país
Não
especificado
Leis, decretos,
relatos, e
registros
Pesquisas bibliográficas
e documentais
Na ausência de uma transformação ampla
desse quadro, a lógica que tem pautado as
políticas no Brasil continuará respondendo a
um projeto de país subordinado, contrário
aos interesses da sociedade e, portanto, de
nada adiantando tal ou qual política sem a
consideração da "força das coisas" na sua
totalidade e a sua aceitabilidade interna
Educação
13
A INFLUÊNCIA DOS
ORGANISMOS
INTERNACIONAIS
NAS POLÍTICAS
EDUCACIONAIS PARA
A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
ALVARO
CESAR
CATTANI
M 2006 PR UFPR
Analisar a influência dos organismos
internacionais nas Políticas
Educacionais para o ensino superior
no Brasil
Não
espefecificad
o
FHC e LULA
Documentos
produzidos pelos
organismos intern. e, na
sequência, avaliação da
bibliografia
Observamos um paralelo entre as
condicionalidades sugeridas pelos
organismos internacionais e as políticas
educacionais atuais
Educação
14
DISCURSOS SOBRE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: SOCIEDADE
INDUSTRIAL,
SOCIEDADE DO
CONHECIMENTO OU
ECONOMIA DO
CONHECIMENTO
ANA
MANUELLA
TAVEIRA
SOARES
M 2011 RJ UFRJ
Discursos sobre Educação Superior
no Brasil: Sociedade Industrial,
Sociedade do Conhecimento ou
Economia do Conhecimento
Não
Especificado
Não
EspecificadoNão Especificado Não Especificado
Química
Biológica
15
AS INFLUÊNCIAS DO
GOVERNO FHC NA
CONSTRUÇÃO E
DISSEMINAÇÃO DA
HEGEMONIA DO
ESTADO E SEUS
REFLEXOS NA
ELABORAÇÃO E
AVALIAÇÃO DOS
PROJETOS
PEDAGÓGICOS
ANA
MARIA
ANDRADE
DE
OLIVEIRA
MELO
D 2004 SP USP
Estudar, no governo FHC, a
construção e disseminação da
hegemonia do Estado na concepção,
desenvolvimento e avaliação dos
Cursos de Comunicação Social no
Brasil
Não
especificado
Curso de
Comunicação
Social no
Governo FHc
Interpretação
documental e
entrevistas
A falta de controle das ações gerou
corrupção e tráfico de influência nas
Comissões de Especialistas.
Ciências da
Comunicaçã
o
180
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
16
AVALIAÇÃO
ACADÊMICA
INSTITUCIONAL NA
UNIVERSIDADE:
CONHECENDO E
TRANSFORMANDO O
ENSINO SUPERIOR
ANA
MARIA
COELHO
PEREIRA
MENDES
D 2003 SP USP
Analisar o impacto das avaliações
institucionais e seus efeitos sobre a
universidade
Não
especificado
Avaliações
implementadas
pelo MEC
Os modelos de
avaliação são
analisados com a busca
nacional de suas
políticas, referenciados
nos teóricos que
argumentam em defesa
ou contra a avaliação.
Os resultados apresentados ancoram-se em
uma avaliação participativa no contexto da
IES e servem de parâmetro para
consubstanciar a hipótese de que toda
avaliação participativa promove mudança /
transformação na instituição que se propõe a
realizá-la.
Serviço
Social
17
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA BRASILEIRA
E O SISTEMA
UNIVERSITÁRIO
FEDERAL: A ÉTICA
DEFORMADA DO
PATRIMÔNIO
ANA
MARIA
COSTA
AMOROSO
LIMA
D 2006 RJ UFRJ
Analisar as metamorfoses
restauradoras da Administração
Pública brasileira e sua influência na
constituição, organização e
funcionamento das Universidades
Federais
Não
especificado
Patrimonialismo
na gestão das
Universidades
Federais
Análise dos setenta
últimos anos das
universidades
brasileiras e as
transformações do
Estado neste período
Perpetuação de um Estado patrimonial, sem
sombra de dúvida, que só serve aqueles para
os quais existe
Serviço
Social
18
PLANOS DE
REESTRUTURAÇÃO E
EXPANSÃO DAS
UNIVERSIDADES
FEDERAIS: O REUNI
EM MATO GROSSO
DO SUL
ANA
MARIA DA
SILVA
M 2011 MS UFGD
Analisar os Planos Institucionais,
elaborados pelas IFES de MS, com
vistas a explicitar suas configurações
a partir do Programa REUNI no
contexto nacional
Não
especificadoREUNI no MS
Pesquisa documental,
análise estatística,
entrevistas
Não especificado Educação
19
FINANCIAMENTO
PÚBLICO
ESTUDANTIL DO
ENSINO SUPERIOR:
UMA ANÁLISE
COMPARATIVA DOS
CASOS DO BRASIL E
DE PORTUGAL
ANA
MARIA
GONÇALVE
S DE
SOUSA
D 2008 GO UFG
Analisar as opções de financiamento
público da educação superior para
estudantes economicamente carentes
no Brasil e em Portugal, a partir da
década de 1990
Não
especificado
Programas
assistenciais dos
dois países em
questão
Programas nos dois
países, bem como das
agências internacionais
e da legislação dos
países
Conclui-se que as políticas de financiamento
público estudantil no Brasil e em Portugal
ainda não alcançaram o objetivo de
possibilitar acesso universal dos estudantes
economicamente carentes ao ensino superior
Educação
20
DOMINAÇÃO
SIMBÓLICA E
DESTINO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
ANA
PAULA
BELEM HEY
D 2004 SPUFSCa
r
A presente pesquisa analisa o espaço
de produção acadêmica em
Educação Superior no Brasil nos
últimos 20 anos
Pierre
Bourdieau
Produção
acadêmica em
Educação
Superior no
Brasil nos
últimos 20 anos
Política pública para o
sistema de educação
superior brasileiro.
A pesquisa aponta a heteronomia desse
espaço acadêmico em relação ao campo
político brasileiro.
Educação
21
A EDUCAÇÃO NO
BRASIL - O SISTEMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
E AS COMPETÊNCIAS
FEDERATIVAS
ANDRACI
LUCAS
VELTRONI
ANTIQUE
D 2005 SPPUCC-
SP
Analisar o papel das agências
reguladoras e os programas de pós
graduação
Não
especificado
Legislação e
autonomia dos
Estados
Análise do texto
constitucional (Direito)
A autonomia das universidades, assim como
a competência dos sistemas de ensino,
constituem-se clara disposição constitucional
que deverão institucionalizar-se, através de
um regime de colaboração e não mais
hierarquização
Direito
181
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
22
ANÁLISE DO
DISCURSO POLÍTICO-
IDEOLÓGICO DA
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR DO
GOVERNO LULA NA
F. DE SÃO PAULO
ANDRÉ
ARAÚJO DE
ANDRADE
M 2008 PE UFPE
Análise do discurso da reforma da
educação superior no Governo Luís
Inácio Lula da Silva, na Folha de
São Paulo no período 2004-2006
Michel
Foucault
Folha de São
PauloGoverno Lula Não especificado Sociologia
23 alde
ANDREA
ARAUJO DO
VALE
D 2011 RJ UERJ
Apresentar e examinar a expansão
da educação superior privada no
Brasil a partir da trajetória de uma
instituição de ensino superior
específica, tomada como caso
exemplar: a Estácio de Sá
Não
especificado
Universidade
Estácio de Sá
O CFE, os Censos da
Educação Superior
(INEP), documentos
oficiais e das
associações que
representam o
empresariado
publicados pela Estácio
Participações S.A.
O estudo aponta a financeirização, o
sequestro do fundo público como
pressuposto da acumulação capitalista e a
internacionalização da educação superior
Políticas
Públicas e
Formação
Humana
24
A VALORIZAÇÃO DO
TRABALHO DO
PROFESSOR: PARA
ALÉM DA
REMUNERAÇÃO
ANDRÉA
CRISTINA
BERLATTO
M 2011 SC UFSC
Identificar na produção acadêmica,
diferentes perspectivas de análise,
reivindicações e argumentos em
torno do tema
Materialismo
Histórico
Dialético
LulaRemuneração, planos
de carreira e formação
As práticas capitalistas de realização de
valor econômico acabam por determinar os
valores culturais presentes na atual
sociedade, e, por muitas vezes, o caráter
humanizador desfalece para emergir como
elemento de degradação.
Educação
25
AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA OU
LIBERALIZAÇÃO DO
MERCADO DE
ENSINO SUPERIOR
BRASILEIRO? A
POLÍTICA
EDUCACIONAL
SUPERIOR DO
GOVERNO FHC
ANDREA
DA SILVA
QUINTANIL
HA SOUZA
D 2004 RN UFRN
Analisa fatos referentes à política
educacional do governo de fernando
henrique cardoso (1994 - 2002),
especificamente no que toca à
educação superior brasileira
Materialismo
Histórico
Dialético
Governo FHC e
a autonomia
universitária
Paradigma da
autonomia universitária
A autonomia universitária, ligada à idéia de
formação, reflexão, criação e crítica, sofre
uma metamorfose e passa a ser entendida
como liberdade para captar recursos no
mercado
Educação
26
A EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA NOS
MEANDROS DA
LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA: 1988 –
1996
ANDREA
DA SILVA
QUINTANIL
HA SOUZA
M 2005 DF UnB
Desvelar a racionalidade subjacente
às leis para a EaD no Brasil no
período entre 1988 e 1996 pois
apesar do ceticismo e desânimo que,
no Brasil alimentamos com relação
às leis, elas se configuram em uma
importante conquista social
Materialismo
Histórico
Dialético
EAD no Brasil
de FHC - Pós
LDB
Análise documental das
leis brasileiras que
regulamentam a EaD
O texto final da LDB que versa sobre a EaD
está impregnado pela orientação neoliberal
que recebeu no Senado não apresentando
preocupação com a questão da cidadania e
da qualidade
Educação
182
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
27
ESTADO E
INICIATIVA PRIVADA
NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UM
ESTUDO DA
LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
ANDRÉA
MEDINA
COELI
M 2001 SPUniFra
n
Estudo do relacionamento que
ocorre entre o Estado e as entidades
públicas e privadas que ministram
ensino superior
Não
especificado
Legislações
educacionais,
Constituição
brasileira de
1988 e
diretrizes do
MEC.
Não especificado Não especificado Direito
28
EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
PRIVADO NO
AMAZONAS, NO
PERÍODO DE
FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO
ANGÉLICA
KARLA
MARQUES
DIAS
M 2006 AM UFAM
Analisar a política educacional do
ensino superior no período de
governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995 a 2002) e seus
reflexos no Amazonas
Histórico
Crítica e
Análise de
conteúdo
O Ensino
Privado no
Amazonas
Análise documental
Conclui-se a ausência do tripé – ensino,
pesquisa e extensão – essencial na formação
crítica de um cidadão; da IES e a
consolidação de seu objetivo em formar o
cidadão para o mercado financeiro e na
obtenção da educação em um negócio,
rentável.
Educação
29
UNIVERSIDADES
CORPORATIVAS:
OPORTUNIDADE OU
AMEAÇA AO ENSINO
SUPERIOR
TRADICIONAL?
ÂNGELO
JOSÉ
PENNA
MACHADO
M 2007 DF UCB
Analisar o modelo de implantação de
universidades corporativas ligadas
ao governo federal e verificar se
estes órgãos enxergam a educação
corporativa como uma nova via de
ensino superior ou uma ameaça à
qualidade desta educação
Abordagem
Qualitativa
Banco do Brasil
(UNIBB) e a
Universidade do
Banco Central
(UNIBACEN)
no DF
Pesquisas bibliográfica
e documental, além de
entrevistas semi-
estruturadas
Nos modelos analisados, as universidades
corporativas, até o presente momento, não
representam uma opção de substituição ao
ensino superior e sim uma oportunidade de
parceria com as universidades tradicionais,
que é benéfica para ambas
Educação
30
INTERNACIONALIZA
ÇÃO DO ENSINO
SUPERIOR:
COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL
VERSUS
MERCANTILIZAÇÃO
ANNA
LUIZA DE
CASTRO
GIANASI
M 2006 MGPUC
MG
Esclarecer o processo de
internacionalização do ensino
superior foi feito um estudo da
doutrina, legislação e documentos
oficiais nacionais e internacionais
sobre o tema
Não
especificado
Evolução do
direito à
educação no
Brasil, e
legislação
internacional
Legislação Não especificada Direito
31
O PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS - PROUNI E A
PSEUDODEMOCRATI
ZAÇÃO NA CONTRA-
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
ANTONIA
ROZIMAR
MACHADO
E ROCHA
D 2009 CE UFCExaminar os pressupostos que
balizam o PROUNI
Materialismo
Histórico-
Dialético
Programa
Universidade
para Todos
Compreensão do
PROUNI, em sua
materialidade e em seus
contornos
socioeconômico e
político, bem como dos
organismos
internacionais
A análise confirma nossa tese de que o
PROUNI é uma política pseudo-
democratizante que visa favorecer a
iniciativa privada, e reduz as possibilidades
da classe trabalhadora a uma concepção
ampliada de educação superior, baseada no
tripé ensino, pesquisa e extensão
Educação
183
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
32
POLÍTICAS PÚBLICAS
DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR
ANTONIO
CARBONAR
I-NETTO
M 2005 SP USM
Discutir o papel da universidade na
formação superior do administrador
e seu papel no contexto
organizacional; os objetivos das
diretrizes curriculares; os desafios
apresentados pelas propostas, seu
conceito de conhecimentos,
habilidades e competências na visão
de vários autores
Não
especificado
Diretrizes
curriculares
elaboradas pela
Comissão de
Especialistas de
Ensino de
Administração
da SESu/MEC,
de 1999 a 2003
Não especificado Não especificado
Educação,
Adm. e
Com.
33
O PAIUB E O
“PROVÃO” NO
CONTEXTO DAS
POLÍTICAS
INSTITUCIONAIS DE
AVALIAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL
BENJAMIN
XAVIER DE
PAULA
M 2005 SP USPEstudar a avaliação institucional do
ensino superior no Brasil
Não
especificado
Décadas de 80
e 90
Legislação federal
sobre a avaliação do
ES, documentos
relatórios e publicações
acerca do PAIUB e do
“provão” produzidos
pelos órgãos oficiais
Não especificado Educação
34
POLÍTICAS DE
AVALIAÇÃO PARA A
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UM
ESTUDO ANALÍTICO
SOBRE AS PRÁTICAS
DISCURSIVAS NOS
GOVERNOS FHC E
LULA
BRUNA
TARCÍLIA
FERRAZ
M 2006 PE UFPE
Analisar comparativamente as
políticas de avaliação para a
educação superior dos governos
FHC e Lula
Norman
Fairclough
(Análise de
Discurso
Textualmente
Orientada
(ADTO))
Governo Lula e
FHCA Avaliação Superior
Existem convergências e diferenças. Assim:
transição de modelos, surgimento de uma
outra visão de avaliação e educação, a partir
do SINAES.Encontra-se presentes ideais
que visam romper com as práticas
neoliberais e fortificar discursos contrários
às avaliações impostas, à luz de ideais social-
democratas de solidariedade, participação no
sentido de construção de uma outra proposta
para a ed. superior, com vista à inclusão.
Educação
35
AMPLIAÇÃO DO
ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR NO
GOVERNO LULA:
TENUIDADE ENTRE A
DEMOCRATIZAÇÃO E
A PRIVATIZAÇÃO.
BRUNO
LIMA
PATRÍCIO
DOS
SANTOS
M 2010 RJ UFF
Analisar a política de ampliação do
acesso ao ensino superior
desenvolvida nos dois mandatos
presidenciais de Luiz Inácio Lula da
Silva.
Materialismo
Histórico
Dialético
Governo Lula
Análise dos dados e
dos programas do
governo Lula
Nas considerações finais, constatou-se que o
governo federal falhou diante dos
compromissos assumidos para com a
política de democratização da educação
superior, além de aprofundar seu grau de
privatização, tanto pelos benefícios
concedidos às instituições privadas de
ensino superior quanto na privatização
interna das universidades públicas.
Política
Social
184
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
36
PERFIL
CONSTITUCIONAL DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: ASPECTO
HISTÓRICOS E
ATUAIS
CAIO
SPERANDE
O DE
MACEDO
M 2005 SPPUC
SP
Elaborar o panorama das
Constituições brasileiras enfocando
o tema educação
Não
especificado
Constituições
brasileiras e
Autonomia
Universitária
Busca pela concepção
de educação
Defendendo como política de Estado de bem-
estar social, dar efetividade ao nosso
arcabouço Constitucional Educacional,
promovendo o acesso efetivo da população à
Educação e mormente à Educação Superior,
esta conjugada com a necessária Autonomia
universitária e atributos inerentes, como vital
contribuição no projeto de desenvolvimento
socioeconômico do país, selando o “pacto
social” defendido pelos fundamentos e
objetivos da nossa República
Direito
37
O DISCURSO DE
INCLUSÃO NAS
POLÍTICAS DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR (2003 –
2008).
CARINA
ELISABETH
MACIEL DE
ALMEIDA
D 2009 MS UFMS
Analisar como o discurso de
inclusão é apresentado no conjunto
de documentos referentes à
educação superior
Não
especificadoGoverno Lula
Dados estatísticos e os
documentos que
constituem os
programas para a ES no
Brasil, bem como leis
que orientam a
educação nacional,
como a Constituição e a
LDB/1996
O discurso de inclusão nas políticas de
educação superior vem sendo desenvolvido
de forma articulada e com coerência entre
seus pressupostos, com ressalvas aos limites
impostos pelo sistema capitalista
Educação
38
O CONHECIMENTO
DIALOGICAMENTE
SITUADO: HISTÓRIAS
DE VIDA, VALORES
HUMANISTAS E
CONSCIÊNCIA
CRITICA DE
PROFESSORES DO
CENTRO
TECNOLÓGICO DA
UFSC
CARLA
GIOVANA
CABRAL
D 2006 SC UFSC
Entender por que não houve a
feminilização dos cursos
tecnológicos
Não
especificado
Percepções de
ciência e de
tecnologia e a
incorporação de
valores
humanistas
Análise histórico-social Não especifiado
Educação
Científica e
Tecnológica
39
POLÍTICA E
PRIVATIZAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR: O
CASO DOS
INSTITUTOS
PARAIBANOS DE
EDUCAÇÃO - IPE
(1971-1997)
CARLOS
ALBERTO
JALES
COSTA
D 2000 RN UFRNRecuperar a história da educação
paraibana
Não
especificado
Institutos
Paraibanos de
Educação (IPÊ)
Pesquisa qualitativa em
que a Instituição de
Ensino Superior é
analisada à luz das
políticas públicas do
Estado brasileiro
O objeto de nossa investigação é sem dúvida
um conjunto de cursos que configuram uma
entidade privada, resultado da ausência e da
omissão do Estado na formulação de
políticas públicas
Educação
185
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
40
A DEMOCRATIZAÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR:
DIAGNÓSTICO E
ALTERNATIVAS
PARA UMA MAIOR
INCLUSÃO SOCIAL
CARLOS
WALTER
KOLB
M 2003 PRPUC
PR
Analisar a questão da exclusão no
ensino superior no Brasil, no
momento em que vivemos
Não
especificado
Candidatos da
UFPR
Perfil dos candidatos da
UFPR nos dois últimos
vestibulares
Não especificado Educação
41
OS PROJETOS
PEDAGÓGICOS NO
PROCESSO DE
RECONFIGURAÇÃO
CURRICULAR DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: O CASO DA
UNIOESTE/PR.
CARMEM
CÉLIA
BARRADAS
CORREIA
BASTOS.
D 2004 SPUNICA
MP
Compreender a intencionalidade das
propostas contidas nos projetos
pedagógicos de alguns cursos de
graduação da Universidade Estadual
do Oeste do Paraná
Abordagem
qualitativa,
baseada nos
pressupostos
da
fenomenologi
a
Projetos
pedagógicos
Projetos pedagógicos
de alguns cursos de
graduação da
Universidade Estadual
do Oeste do Paraná
Não especifiado Educação
42
UNIVERSIDADES OU
EMPRESAS? A
IDENTIDADE DAS
UNIVERSIDADES
CONFESSIONAIS
FRENTE À
COMPETITIVIDADE
GLOBAL NA
SOCIEDADE
CONTEMPORÂNEA
CARMEM
LUCIA
CASTRO DA
CRUZ
M 2008 RSPUC
RS
Oferecer elementos para uma
compreensão crítica das mudanças
sofridas pelo ensino superior no
Brasil, principalmente no período
iniciado no ano de 1990
Não
especificado
Análise
comparativa
entre a
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio
Grande do Sul –
PUCRS e a
Universidade
Estácio de Sá
Análise documental Não especificadaCiências
Sociais
43
DESAFIOS
PRESENTES NA
UNIVERSIDADE: DO
ESPELHO DO
PASSADO À
ALTERNATIVA PARA
O FUTURO
CARMEN
LUCIA
BEZERRA
MACHADO
D 1997 RSPUCC
RSAnálise da Universidade Brasileira
Não
especificado
Universidades
gaúchas de
1989 a 1996
Produção teórica a
respeito da própria
universidade e dos
desafios que ela
apresenta.
Não especifiado Educação
44
A FLEXIBILIDADE DO
SISTEMA DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E A
LÓGICA DA
SOCIEDADE
GLOBALIZADA: UM
ESTUDO SOBRE AS
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR DE
PELOTAS/RS
CASSIANE
DE FREITAS
PAIXÃO
D 2010 RSUNISI
NOS
Investigar a diversificação dos
cursos de graduação presenciais de
instituições de ensino superior no
Brasil
Não
especificado
Anhanguera
Educacional,
Universidade
Federal de
Pelotas e
Faculdade
Tecnológica
SENAC
Dados quantitativos,
documentos elaborados
por organismos
internacionais;
decretos, portarias e
leis entre 2000 e 2007;
identificação e análise
de cursos
Proveniente de um contexto que sofre a
intervenção de atores globais, de ditames
dos organismos internacionais, poder
simbólico dos diplomados e o
desenvolvimento sócio-econômico da região
Educação
186
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
45
A DINÂMICA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UM
ESTUDO SOBRE AS
UNIVERSIDADE DO
RS
CASSIANE
FREITAS
PAIXÃO
M 2005 SP UFRS
Objetivo de analisar as
transformações que ocorrerram na
educação superior ao longo dos anos
de 1990
Não
especificado
Universidades
públicas e
particulares do
Rio Grande do
Sul
Conceitos obtidos por
instituições e seus
cursos de graduação no
ENC, realizados pelo
ME , bem como os
perfis sócio-
econômicos dos alunos
As universidades privadas apresentaram-se
como principais responsáveis por essa
dinâmica de expansão; enquanto que as
públicas procuraram "ajustar-se" à nova
demanda da sociedade e do mercado
Sociologia
46
A EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA NA
ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DO
COMÉRCIO:
LIBERALIZAÇÃO OU
MERCANTILIZAÇÃO?
CÁSSIO
MALTA
SCUCCATO
M 2007 MGPUC
MG
Analisar a liberalização da educação
superior no âmbito do GATS –
Acordo Geral sobre o Comércio de
Serviços
Não
especificado
Sistema de
Solução de
Controvérsias
da OMC, o
Entendimento
Relativo às
Normas e
Procedimentos
sobre Solução
de
Controvérsias
Não especificado Não especificado Direito
47
A EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR RUMO À
EXPANSÃO DO
CAPITAL:
INTERFACES COM A
EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
CATARINA
DE
ALMEIDA
SANTOS
D 2008 SP USP
Investigar a implantação da
educação superior na modalidade a
distância no Brasil, sua expansão e
planejamento, buscando
compreender em que medida esse
processo está em consonância com a
expansão e reestruturação do setor
produtivo capitalista
Materialismo
Histórico
Dialético
BM, ONU para
a Educação
Ciência e
Cultura e
Organização
para
Cooperação do
Desenvolviment
o Econômico
Análise Documental
A informação e o conhecimento, travestidos
de possibilidades democráticas, representam
interesses voltados para o comércio
internacional e privatização da educação
Educação
48
PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS: ASPECTOS
DA CIDADANIA
FRAGMENTADA
CÉLIA
REGINA
GONÇALVE
S
MARINELLI
D 2010 SPUNIM
EP
Refletir sobre o princípio da
igualdade, a extensão/ampliação do
direito à educação
Sociologia-
histórica
comparada
de Bendix
Relatório de
Auditoria
Operacional,
elaborado pelo
TCU
questionando a
consistência e
efetividade
desse Programa
como política
pública
Contextualização da
educação superior
brasileira,
posteriormente
reconstitui-se a
trajetória da proteção
social
Reflexões sobre o papel da educação
superior nas sociedades capitalistasEducação
187
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
49
A UNIVERSIDADE
FEDERAL RURAL DO
RIO DE JANEIRO E A
CONSTRUÇÃO DA
SUA AUTONOMIA.
CELIA
REGINA
OTRANTO
D 2003 RJ UFRJ
Investigar a construção da
autonomia universitária no interior
desta Instituição, no período militar (
1964 - 1985)
Não
especificadoUFRJ
Atas do Conselho
Universitário, Estatutos
e Regimentos,
Legislação pertinente
A autonomia universitária não é obtida
exclusivamente por um dispositivo legal e a
autonomia universitária é um processo em
construção.
Ciências
Sociais em
Desenvolvi
mento
Agricultura
e Sociedade
50
UNIVERSIDADE NÃO
UNIVERSAL: O
ENSINO SUPERIOR
PRIVADO SOB A
LÓGICA DO CAPITAL
CÉLIO DOS
SANTOS
VIEIRA
M 2003 SPUniNov
e
Analisar a questão do público e do
privado, as políticas do ensino
superior, sua expansão e a nova
configuração desse setor à luz da
LDB/ 9.394/96
Não
especificado
LDB 1996,
Instituições
privadas de
Ensino Superior
Análise do ensino
superior, da LDB e dos
modelos produtivos na
educação
Não especificado Educação
51
IMPLANTAÇÃO DAS
DIRETRIZES
CURRICULARES
PARA CURSOS DE
GRADUAÇÃO EM
ODONTOLOGIA NO
BRASIL:
CONTRADIÇÕES E
PERSPECTIVAS
CELSO
ZILBOVICI
US
D 2007 SP USP
analisar a tendência de mudanças na
educação odontológica no Brasil em
face à necessidade de implantação
das Diretrizes Curriculares
Nacionais para cursos de graduação
em odontologia, aprovadas em 2002
Teoria crítica
da educação
Faculdades de
Odontologia
Análise quantitativa dos
obtidos pelo
instrumento de
avaliação utilizado
durante as oficinas
realizadas pela
Associação Brasileira
de Ensino
Odontológico
(ABENO)
A Educação odontológica provém de um
projeto político e ideológico desta voltado à
uma lógica capitalista, predominantemente
voltada a classes dominantes numa
perspectiva de tecnicismo direcionado à
prática individual e mercantil da profissão
Ciências
Odontológic
as
52
O IMPACTO DO
PENSAMENTO
NEOLIBERAL SOBRE
A REFORMA DO
ESTADO BRASILEIRO
E SUAS
CONSEQUÊNCIAS NA
POLÍTICA
EDUCACIONAL PARA
AS INSTITUIÇÕES
FEDERAISDE ENSINO
SUPERIOR NO BRASIL
CÉSAR
CANDIOTT
O
M 2000 PRPUC
PR
Estudar os fundamentos político-
filosóficos do neoliberalismo e os
fundamentos teórico-educacionais da
teoria do capital humano que
impactaram a institucionalidade das
Instituições Federais de Ensino
Superior (IFES)
Não
especificado
A Reforma do
Estado
brasileiro
empreendida a
partir de 1995,
sob o governo
de Fernando
Henrique
Cardoso
Aspectos do paradigma
da Pedagogia da
Qualidade Total,
medido pelo critério da
eficiência/produtividade
,
A política governamental em relação às
IFES caracteriza-se pela descentralização,
pela democracia mínima para as políticas
educacionais, próprias do pensamento
neoliberal; por outro lado, entendendo a
universidade pública a partir do valor
econômico da educação, o governo
identifica o investimento nessas instituições
como um gasto que onera o fundo público e
aumenta o déficit fiscal.
Educação
188
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
53
SOCIEDADE DO
CONHECIMENTO` E
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NA
DÉCADA DE 1990: O
BANCO MUNDIAL E A
PRODUÇÃO DO
DESEJO
IRREALIZÁVEL DE
MIDAS
CEZAR
LUIZ DE
MARI
D 2006 SC UFSC
Apreender esse processo por meio
do estudo da noção “sociedade do
conhecimento” e sua relação com as
reformas no ensino superior
brasileiro na década de 1990
Materialismo
Histórico
Dialético
(Gramsci,
Marx)
Documentos do
Banco Mundial
e dados oficiais
dos Ministérios
da Educação,
Fazenda,
Ciência e
Tecnologia, que
explicitam as
políticas
científicas
Pesquisa e uma
bibliografia que trata do
assunto para sua
sustentação teórica
A produção de conhecimentos pragmáticos
toma corpo por meio dessas políticas,
aprofundando uma visão unilateral do
sujeito, e a educação recrudesce a função
econômica e social. As políticas científicas
da década de 1990 consolidam a hegemonia
de uma concepção educacional economicista
e privatista.
Educação
54
NEOLIBERALISMO E
OS CURSOS
SUPERIORES DE
TECNOLOGIAS NO
BRASIL
CIRO
FRANCISCO
BURGOS
FERNANDE
S
M 2006 PRPUC
PR
Responder a seguinte questão: qual a
relação da proposição dos cursos
superiores de tecnologia em termos
de caráter, objetivos e formato, com
o ideário neoliberal?
Não
especificado
Quatro
Instituição de
Ensino Superior
Coleta de dados o
questionário com
alunos de Cursos
Superiores de
Tecnologia, além de
estudos documentais e
bibliográficos
Cursos em questão têm um perfil de muita
afinidade com o ideário neoliberal por se
tratar de formação continuada, reprodução
do conhecimento para aplicação imediata,
aquisição de conhecimento de curta duração,
de consumo imediato etc.
Educação
55
A GRADUAÇÃO NOS
TRABALHOS DA
ANPED (1996-2003).
CLARA
BRENER
MINDAL
D 2006 SPPUCC
SP
Construir um mapa dos principais
aspectos abordados nos estudos
sobre graduação com base nos textos
apresentados nas reuniões da
Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação
(ANPEd),
Não
especificado
Textos da
Anped sobre
graduação
Análise de 163 textos
publicados entre 1996 e
2003
A produção que focaliza aspectos da
graduação, apesar de aumentar no período,
tende a diminuir nos últimos anos, ao
contrário dos textos que abordam a
formação do professor para o ensino
superior que evidenciam crescimento.
Encontrou-se maior incidência de estudos
sobre licenciaturas e menor sobre cursos de
bacharelado, assim como recorrência de
estudos sobre alguns cursos como os de
Pedagogia e Matemática. O campo de
pesquisa sobre os alunos,investigações sobre
qualidade e condições de trabalho dos
professores, e substitutos são praticamente
ignoradas na produção acadêmica.
Educação
189
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
56
PERFIL DOS CURSOS
DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DOS
PROGRAMAS DE
LICENCIATURA EM
QUÍMICA DAS
INSTITUIÇÕES
PÚBLICAS DE ENSINO
SUPERIOR DA
REGIÃO NORDESTE
DO PAÍS
CLARA
VIRGINIA
VIEIRA
CARVALHO
OLIVEIRA
MARQUES
D 2010 SPUFSCa
r
Estabelecer o perfil dos cursos de
Licenciatura em Química das
Instituições Públicas de Ensino
Superior da região nordeste do
Brasil
Metodologia
de redes
sistêmicas
(Pesquisa
qualitativa)
Graduação em
Química no
Nordeste.
Projetos
Políticos
Pedagógicos e
as Matrizes
Curriculares de
16 cursos de
Licenciatura em
Química da
região nordeste
Análise documental e
análise de conteúdo de
entrevistas e
questionários semi
estruturados.
Portanto, o perfil dos cursos estudados ainda
não se apresenta igual ao que é preconizado
nos novos paradigmas da educação
brasileira para formação de professores.
Química
57
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
NO LIMIAR DO
SÉCULO XXI
CLAUDIA
GONÇALVE
S DE LIMA
D 2010 CE UFC
Análise da reestruturação da
educação superior no Brasil com
base na década de 1990
Não
especificado
Educação
Superior nos
Governos FHC
e LULA
Não especificada
Transformação do Estado em um Estado
forte para o capital e mínimo para ao menos
atenuar a profunda crise social que ora se
vivencia. Apesar desse quadro, o governo
que se inicia a partir de 2003, com o
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
interrompe esse ciclo, e promove uma
mudança de rumos que altera à lógica ditada
anteriormente e recupera a Universidade
como bem público de interesse social e
promove a maior expansão das
Universidades Federais de toda a
historiografia brasileira.
Educação
58
REFORMA DO
ESTADO BRASILEIRO
E A
RESTRUTURAÇÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR:
ESTRATÉGIAS DO
GRANDE CAPITAL
PARA OS PAÍSES DE
CAPITALISMO
PERIFÉRICO E O
IDEÁRIO DA
DEMOCRATIZAÇÃO
DOS DIREITOS
SOCIAIS
CLAÚDIA
GONÇALVE
S DE LIMA
M 2006 CE UFC
Compreender a reforma da educação
superior no contexto do governo
FHC
Não
especificado
Educação
superior no
Brasil definida e
organizada pelo
BM para os
países de
capitalismo
periférico
Análise documental
A reestruturação da educação superior e a
mudança na produção da ciência brasileira,
como uma intervenção consentida e
realizada pelas autoridades educacionais
orientadas pelas agências multilarerais, no
contexto da universalização do capitalismo,
direcionadas por uma razão instrumental,
que se constitui no epicentro de um processo
de mercantilização do trabalho
Educação
190
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
59
AVALIAÇÃO NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR EM
ENFERMAGEM SOB A
ÓTICA DIALÓGICA DE
FREIRE
CLAUDINIE
TE MARIA
DA
CONCEIÇÃ
O BEZERRA
VASCONCE
LOS
D 2011 SC UFSC
Compreender qual o significado da
avaliação do pro-cesso ensino e
aprendizagem para discentes e
docentes de um curso de graduação
em enfermagem
Teórico-
metodológico
de Paulo
Freire e
adaptadas ao
objeto dessa
pesquisa
como
“Rodas de
Cultura
Graduação em
enfermagem
Onze Rodas de Cultura,
sendo seis rodas com
os discentes e cinco
com os docentes
É essencial que haja comu-nicação mediada
pelo processo dialógico, pois estes vão
possibilitar uma via de expressão de suas
necessidades, dado a subjetividade e
subjetivação da avaliação
Enfermagem
60
O PÚBLICO E O
PRIVADO NO ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO: DO
REGIME MILITAR
(1964-1984) AO
GOVERNO FHC (1995-
2002)
CLAUDIO
AFONSO
PERES
M 2009 PRUNIOS
TE
Identificar o papel histórico do
Estado brasileiro com relação ao
financiamento e à manutenção do
ensino superior, considerando a
conjuntura política e econômica nos
dois momentos em apreço
Materialismo
Histórico-
Dialético
Reformas da
ditadura ao
governo FHC
Reformas, da
legislação, autores
clássicos e
contemporâneos,
documentos oficiais
Considera-se como um grande problema
para a classe trabalhadora do país o fato de
que o percentual de instituições privadas de
ensino superior tenha chegado ao índice de
89% no ano de 2006. Com efeito, já no final
do Regime Militar, em 1985, esse índice já
era de 73%.
Educação
61
FORMAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO EM
PROSPECTIVA: A
GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO NO
BRASIL NO QUARTO
DE SÉCULO
CLAUDIO
ANTONIO
TORDINO
D 2009 SP USPAnálise da formação profissional em
Administração
Abordagem
Qualitativa
Cursos de
Administração
Pesquisa bibliográfica,
ao recorrer à produção
intelectual
Não especificado Educação
62
O ENSINO SUPERIOR:
QUESTOES, DILEMAS
E TENDENCIAS
CLAUDIO
DE SALVO
OLIVEIRA
M 2004 MG UFMG
Interpretar as mudanças que ocorrem
na organização das atividades
acadêmicas e o impacto destas sobre
os perfis de orientações profissionais
Não
especificado
Não
especificado
Valores burocráticos,
acadêmicos e de
mercado,e da
coexistência destes
valores nas
universidades e os tipos
de compromissos ou
vocações associados a
ele
Não especificado Sociologia
63
PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS - PROUNI:
ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR E
QUALIFICAÇÃO.
PARA QUE?
CLEVERSO
N
MOLINARI
MELLO
M 2007 PR UTP
Analisar o Programa Universidade
Para Todos – PROUNI, enquanto
política pública de acesso ao ensino
superior
Não
especificadoPROUNI
Estado na sociedade
capitalista, a influência
da globalização, do
neoliberalismo e dos
organismos
internacionais, nas
políticas públicas
educacionais
Não resolver o problema da democratização
do acesso, acabou por gerar mais problemas,
pois, ao privilegiar o setor privado, o Estado
retrata sua preocupação com os interesses
imediatos dos agentes do mercado
Educação
191
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
64
EDUCAÇÃO
SUPERIOR PUBLICA
NA BAHIA PÓS-
LDB/96: EXPANSÃO E
FINANCIAMENTO
1995/2009
CRISPINIAN
O
CARNEIRO
DE
OLIVEIRA
D 2011 BA UFBA
Estudo da economia da educação
com foco nas políticas educacionais,
tendo em vista a expansão e o
financiamento da educação superior
no Brasil
Não
especificado
Educação
superior na
Bahia
As teorias do capital
humano e capital social,
objetos da economia da
educação, foram
tomadas como
embasamento teórico
As conclusões do estudo sobre a expansão e
financiamento da educação superior no
estado da Bahia indicam que o que ocorreu
neste estado é um reflexo do que aconteceu
nos cenários nacional e internacional, ou
seja, o que ocorreu na Bahia não foi um fato
isolado, mas sincrônico com os eventos nas
áreas nacional e internacional
Educação
65
NEOLIBERALISMO E
REESTRUTURAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: O REUNI
COMO ESTRATÉGIA
DO GOVERNO LULA E
DA BURGUESIA
BRASILEIRA PARA
SUBORDINAR A
UNIVERSIDADE
FEDERAL À LÓGICA
DO ATUAL ESTÁGIO
DE ACUMULAÇÃO
DO CAPITAL.
CRISTIANA
MARIA DE
PAULA
M 2009 RJ UFF
Identificar os interesses particulares
ou específicos da burguesia nacional
e dos organismos interancionais,
bem como suas possíveis inter-
relações e materializações no
REUNI.
Materialismo
Histórico
Dialético
Propostas de
educação
superior das
frações da
burguesia
brasileira e dos
organismos
internacionais
ou capital
financeiro
(Banco Mundial
e UNESCO)
Programa de Apoio a
Planos de
Reestruturação e
Expansão das
Universidades Federais
(REUNI)
Frações da burguesia brasileira, presentes no
cenário da reforma, se alinham com os
organismos internacionais em torno de um
modelo flexível de educação superior, sendo
que os principais interesses que se
convergem se materializam no REUNI
Educação
66
AS DIRETRIZES DO
BANCO MUNDIAL
PARA O ENSINO
SUPERIOR NOS
PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTO
CRISTIANE
GUERREIR
O AGUIAR
M 1998 RJ UFRJ
Demonstrar a íntima ligação entre a
ideologia neoliberal de
desregulamentação do estado e
orientação das políticas sociais
públicas as demandas do mercado e
as diretrizes propostas pelo BM
Materialismo
Histórico-
Dialético e
Orlandi
La Enseñanza
Superioe - as
lecciones
derivadas de la
experiencia
(Banco
Mundial, 1995)
Análise de um
documento específico
A conclusão a que chegamos é a
possibilidade de construção de um projeto
contra - hegemônico, na sociedade e na
instituição escola, que resgate valores como
a ética, a democracia, a solidariedade.
Educação
67
PENSAMENTO PÓS-
MODERNO E
EDUCAÇÃO NA CRISE
ESTRUTURAL DO
CAPITAL
CRISTIANE
MARIA
MARINHO
D 2008 CE UFC
Elaborar uma crítica ao pensamento
pós-moderno e a sua categoria
central da diferença apresentando-os
como expressões ideológicas da
produção material dessa crise,
demonstrando criticamente suas
reflexões e seu impacto ideológico
na Educação
Materialismo
Histórico
Dialético
Pensamento pós-
moderno e a
educação em
Lyotard e
Vattimo
Análise documental
O resultado da pesquisa demonstra que o
pensamento pós-moderno e sua influência
sobre a educação expressam o movimento e
os interesses do capital contemporâneo na
sua crise estrutural, mas também contribuiu
com avanços e possibilidades
emancipatórias.
Educação
192
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
68
A POLÍTICA PÚBLICA
PARA A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
(1995-2008): RUPTURA
E/OU
CONTINUIDADE?
CRISTINA
HELENA
ALMEIDA
DE
CARVALHO
D 2011 SPUNICA
MP
Compreender a relação complexa e
dinâmica da política pública para a
educação superior, entre 1995 e
2008
Análise
tridimensiona
l da política
(polity,
politics e
policy) -
ECONOMIA
Governo FHC e
LULA
Autonomia,
centralização do poder
decisório, avaliação,
formação de
professores,
flexibilização
curricular, expansão e
financiamento,
O PROUNI evidencia o processo de
realimentação promovido pela dependência
das trajetórias percorridas (path
dependence). O traço de ruptura e mudança
institucional na gestão de Lula
consubstanciou-se na lógica da retomada do
protagonismo da União na educação
superior em curso traduzida no crescimento
intensivo e extensivo das IFES. Mais do que
isso, sobreveio a mudança, sobretudo no 2º
mandato, do padrão de financiamento que
combina o acréscimo de recursos às IFES
para pessoal, custeio e investimento às
verbas destinadas ao alunado do segmento
federal
Economia
69
PERSPECTIVAS DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E A
QUALIDADE
CRISTINA
ZANETTINI
RIBEIRO
M 2010 RS UFRS
Objetivo encontrar projeções para a
Educação Superior nas próximas
décadas, levando em consideração a
importância da qualidade
Materialismo
Histórico
Dialético
(David
Harvey)
UNESCO E
OECD
Análise de conteúdo de
documentos
selecionados, das
organizações UNESCO
e OECD
Não especificado Educação
70
O CURSO DE
TURISMO DA PUCRS:
A TRAJETÓRIA DOS
SEUS 38 ANOS DE
EXISTÊNCIA - DO
BACHARELADO (1972)
AO TECNÓLOGO
(2010)
DALILA
ROSA
HALLAL
D 2010 RSPUCC -
RS
Compreender o percurso
institucional do curso de graduação
em Turismo da Pontifícia
Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS), ao longo
dos seus 38 anos (1972 – 2010)
História Oral
Curso de
turismo da
PUCC RS
Sentidos e significados
atribuídos pelos
narradores as suas
vivências nesse espaço,
nas lembranças e nos
esquecimentos.
A história do curso de Turismo da PUCRS
representa a história da educação superior
em Turismo no Brasil.
História
193
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
71
A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES A
DISTÂNCIA PARA A
NOVA
SOCIABILIDADE:
ANÁLISE DO
“PROJETO VEREDAS”
DE MINAS GERAIS
DANIELA
MOTTA DE
OLIVEIRA
D 2008 RJ UFFAnalisar as políticas públicas de
formação de professores
Materialismo
Histórico-
Dialético
Formação de
professores a
distância
Estudo dos seguintes
eixos: a) concepção de
formação profissional
para o trabalho
pedagógico; b)
conteúdos curriculares
propostos; c)
articulação entre teoria
e prática pedagógica; d)
competências atribuídas
ao professor das séries
iniciais do ensino
fundamental.
O projeto pretende formar os novos
organizadores da cultura, de acordo com as
demandas técnicas, éticas e políticas do
capitalismo mundializado; e preparar as
novas gerações para ser, pensar e agir de
acordo com as exigências do capitalismo
contemporâneo, além de prepará-las para a
sobrevivência material e para a convivência
social. Assumiu-se a pedagogia das
competências como diretriz curricular e a
transformação social, nos limites do
capitalismo: o caminho seria apenas
humanizá-lo, ainda que se mantenham
intactas a exploração e a dominação que o
engendram.
Educação
72
FACULDADE DE
EDUCAÇÃO DA UFRJ:
ARGUMENTOS PELA
SUA CONSTITUIÇÃO
COMO DE
TERRITÓRIO DE
FORMAÇÃO TEÓRICA
E PRÁTICA DOS
LICENCIANDOS
DANIELA
PATTI DO
AMARAL
D 2008 RJ UFRJ
Problematizar, ao longo dos últimos
setenta anos, as alterações sofridas
na legislação e nos programas de
formação de professores através das
licenciaturas tanto em instituições
públicas como privadas, bem como
as políticas internacionais e
nacionais para formação docente
Não
especificado
Formação de
professores nos
últimos 70 anos
na UFRJ
Analisamos o discurso
dos licenciandos ao
qual chegamos por
meio de um
questionário respondido
por 126 graduandos
A análise dos discursos revelou que os
argumentos pela defesa dos cursos de
origem como território de formação não se
constituíram suficientemente fortes para que
o primado da formação docente ficasse a
cargo das escolas e institutos de origem, o
que permite concluir que a Faculdade de
Educação se configura como território
legitimado de formação de professores no
âmbito da UFRJ
Educação
73
A EXPANSÃO DO
ENSINO DE
GRADUAÇÃO NA
MODALIDADE A
DISTÂNCIA NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARÁ
DANIELE
DO
SOCORRO
REIS
CALDAS
M 2009 PA UFPA
Analisar a política de expansão do
ensino superior público por meio de
cursos de graduação a distância e
como vem ocorrendo sua
materialização na Universidade
Federal do Pará
Pesquisa
quanti-
qualitativa
Universidade
Federal do ParáAnálise documental
Conclui-se que diante da crise da educação
superior, o governo utiliza o ensino a
distância comomum caminho viável e
necessário pra aumentar o acesso e a
formação de professores para a educação
básica
Educação
194
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
74
FINANCIAMENTO
PÚBLICO E
EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
DANILO DE
MELO
COSTA
M 2010 SC UFSC
Apresenta e analisa as ações de
financiamento da expansão do
ensino superior público federal no
Brasil
Abordagem
Qualitativa
Pró-Reitoria de
Graduação,
Diretoria de
Planejamento e
Secretaria
Especial de
Obras na UFFS;
e Pró-Reitoria
de Graduação,
Secretaria de
Planejamento e
Pró-Reitoria de
Infra-Estrutura
na UFSC
Pesquisa documental,
bibliográfica,
questionários e
entrevistas semi-
estruturadas
Os gestores de ambas as instituições
reconheceram a importância e a grandeza de
tais investimentos que tem contribuido para
o desenvolvimento não só das universidades
como de todo o país.
Administraç
ão
75
OS "SENTIDOS" DA
CIÊNCIA NO
CENÁRIO
INDUSTRIAL: A
INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA E
SUAS IMPLICAÇÕES
NA POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
DARLAN
MARCELO
DELGADO
D 2010 SP UNESP
Compreende o ponto de vista da
Confederação Nacional da Indústria
sobre as demandas de produção do
conhecimento que são consideradas
essenciais para as empresas
alcançarem a inovação e,
especialmente, a superação do hiato
tecnológico diagnosticado no país,
quando comparado aos países
desenvolvidos e às economias
emergentes, como as dos países
conhecidos como “tigres asiáticos”
Max Weber
Abordar a
Educação
Superior no
cenário pós-
implementação
do Plano Real
no Brasil, mais
precisamente, a
partir do início
da primeira
década do
século XXI
Foco em dois pontos: I)
uma seleção de
publicações da
Confederação Nacional
da Indústria; e (II) uma
publicação do
Ministério da Ciência e
Tecnologia.
Constatou-se a transformação da
Universidade no locus privilegiado das
demandas empresariais, cumprindo duas
funções em relação ao progresso
tecnológico: a produção de conhecimento
aplicado e a formação de recursos humanos
para o cenário da inovação, deslocando sua
ênfase tradicional de produção científica
crítica para o télos da cultura empreendedora
Educação
76
AS EXCEÇÕES E SUAS
REGRAS:
ESTUDANTES DAS
CAMADAS
POPULARES EM UMA
UNIVERSIDADE
PÚBLICA
DÉBORA
CRISTINA
PIOTTO
D 2007 SP USP
Analisar a trajetória escolar e a
experiência universitária de
estudantes de cursos superiores de
alta seletividade provenientes das
camadas populares
Não
especificado.Alunos da USP
Discutir os sentidos,
atribuídos por eles
próprios, do ingresso e
da permanência no
Ensino Superior
Público. Entrevistas.
A entrada na univerisadade pública traz
possibilidades que transformam inteiramente
suas perspectivas de vida, não sendo o
sofrimento a tônica de seus discursos. Além
disso, destaca-se a forte presença do
trabalho em suas trajetórias de vida, bem
como suas percepções sobre a contribuição
da escola para seus percursos.
Psicologia
Escolar e do
Desenvolvi
mento
Humano
195
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
77
A
CONTRARREFORMA
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR DO
GOVERNO LULA E A
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL EM
SERVIÇO SOCIAL:
UMA ANÁLISE DOS
IMPACTOS DO REUNI
NOS CURSOS DE
SERVIÇO SOCIAL DAS
UNIVERSIDADES
FEDERAIS DOS
ESTADOS DO
ESPÍRITO SANTO, DE
MINAS GERAIS E DO
RIO DE JANEIRO
DÉBORA
SPOTORNO
MOREIRA
MACHADO
FERREIRA
M 2011 MG UFJF
Análise contextual da contrarreforma
da educação superior do governo
Lula, a presente pesquisa visa
abordar os rebatimentos do REUNI
na formação profissional em Serviço
Social.
Análise
crítico-
reflexiva
Curso de
Serviço Social e
o REUNI
Documental e de
campo, empregando-se
como coleta de dados
entrevistas
semiestruturadas com
os(as)
coordenadores(as) dos
cursos de Serviço
Social das
universidades federais
Nâo especificadaServiço
Social
78
A EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA: O
TENSIONAMENTO
ENTRE O PÚBLICO E
O PRIVADO
DELOIZE
LORENZETM 2011 RS UPF
Analisar o tensionamento entre o
público e o privado nesse processo
de expansão da Educação Superior
Não
especificado
Plano Diretor da
Reforma do
Estado
(MARE), a
LDB/1996, o
PNE/2001,
PROUNI,
REUNI e a
Conferência
Nacional de
Educação de
2010
Mapeamento das
características de
desigualdade e a
necessidade de ampliar
a democratização,
como também uma
releitura do
investimento do
Produto Interno Bruto
(PIB) aplicado à
Educação
Não especificado Educação
79
A GÊNESE E OS
MOVIMENTOS DA
UNIVERSIDADE: DA
CONSTRUÇÃO DA
INTELIGÊNCIA DA
SOCIEDADE À
REPRODUÇÃO DE
PROFISSIONAIS PARA
O MERCADO
DENISE DE
ÁVILA
XAVIER
M 2006 MS UFMS
Compreender, ao longo do processo
histórico, entre os termos supra-
estruturais da sociedade burguesa, a
origem da Universidade e das
corporações universitárias, para que
melhor se possa entender o
significado e a função da
Universidade atual
Abordagem
qualitativa de
caráter
bibliográfico
Universidade
Brasileira, das
origens aos
tempos atuais
Análise documental
As transformações que acontecem de forma
cada vez mais rápida e acelerada, em todas
as dimensões, política, econômica, social e
científica, provocam repercussões nas
organizações, sobretudo na Universidade
Educação
196
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
80
A REFORMA DA
EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL NOS
ANOS 90
DOMINGOS
LEITE LIMA
FILHO
D 2002 SC UFSC
Reforma da Educação Profissional
no Brasil nos anos noventa e sua
implementação nas instituições
educacionais públicas
Não
especificado
Federal do
Paraná
Análise da reforma do
Estado e dos efeitos da
globalização no Brasil
A reforma da educação profissional se
constitui em uma estratégia de utilização de
recursos públicos para a desestruturação e
empresariamento da instituição pública e
para a promoção do mercado privado de
educação profissional
Educação
81
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
PÚBLICO NO BRASIL
E A QUESTÃO DO
FINANCIAMENTO NO
PERÍODO 1995-2002: O
CASO DA
UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA
DUSCELINO
PEREIRA
BORGES
M 2005 DF UnB
Examinar como se equacionou a
questão da expansão de cursos de
graduação e do orçamento na
universidade
Não
especificadoUnB
Percepção dos agentes
da UnB sobre os
caminhos percorridos
pela instituição no
período 1995-2002
Constatou-se que a Universidade de Brasília,
e as IFES de modo geral, conseguiu ampliar
seus índices de desempenho no nível de
graduação, mesmo diante de um quadro de
restrição orçamentária
Sociologia
82
CRISE DA
UNIVERSIDADE E
COMPROMISSO
SOCIAL DA
EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
EDINEIDE
JEZINE
MESQUITA
D 2002 PE UFPE
Apreender as condições materiais e
ideológicas da formação discursiva
educacional
Análise do
discurso
UnB: políticas
governamentais,
diretrizes
políticas do
Fórum Nacional
de Pró-Reitores
de Extensão das
Universidades
Públicas
Brasileiras e nas
práticas
extensionalistas
desenvolvidas
nas UFES
Análise documental
A manifestação atual da crise da
universidade brasileira tem suas raízes nas
relações hegemônicas históricas, não sendo,
portanto, somente produto das políticas
atualmente implementadas. Sua
manifestação concreta se faz, hoje, na
prática extensionalista de prestação de
serviços como venda, impulsionando
redefinições no papel social da universidade
como instância produtora e socializadora de
conhecimentos
Sociologia
83
PERFIL DE JOVENS
UNIVERSITÁRIOS
BOLSISTAS DO
PROUNI: UM ESTUDO
DE CASO NA
UNISINOS
EDNALDO
DA SILVA
PEREIRA
FILHO
D 2011 RSUNISI
NOS
Descrever, analisar, interpretar e
discutir o perfil dos jovens
universitários bolsistas do ProUni
Não
especificadoUnisinos
Elaboração de um perfil
destes bolsistas, onde é
destacada a distribuição
geográfica dos bolsistas
ProUni
Não especificadoCiências
Sociais
197
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
84
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL: ENTRE O
ESTADO E O
MERCADO
EDSON
RILDO
PENHA DE
ALENCAR
D 2011 SPPUC
SP
Busca na trajetória de sua análise
histórico-político entender como a
educação um “bem público” se
tornou uma “commodity” com
argumento de “democratização do
acesso” por via do setor privado de
ensino superior no Brasil
Não
especificadoFHC Não especificada
Estado recusou seu papel de fomentador,
controlador, disciplinador e regulador do
sistema educacional do ensino superior
socialmente aceito em uma verdadeira
democracia, em nome de uma modernização
do sistema conduzida pelo empresariado do
setor
Ciências
Sociais
85
FINANCIAMENTO DE
BOLSAS DE ESTUDOS
PARA O ENSINO
SUPERIOR: O
PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS (PROUNI) EM
MATO GROSSO DO
SUL, NO PERÍODO DE
2005 A 2010
EDUARDO
HENRIQUE
OLIVEIRA
DA SILVA
M 2011 RS UFMS
Analisar o PROUNI no Estado de
Mato Grosso do Sul entre 2005 e
2010
Materialismo
Histórico e
Dialético
PROUNI no RS
Legislações ; Dados do
Censo da Educação
Superior no Brasil e no
Estado de MS;
Programas de bolsas de
estudos, apresentar e
analisar Dados e
Estatística,
disponibilizados pelo
MEC
Constatou-se que com a promulgação da
LDBEN e posteriormente com a aprovação
do PNE, o processo da política
expansionista da educação superior se
tornou mais acentuada, sobretudo nas IES
privadas
Educação
86
A PRIVATIZAÇÃO/
MERCANTILIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA NO
CONTEXTO DO
SISTEMA DO CAPITAL
E DA SUA CRISE
ESTRUTURAL
ELACI
COSTA
FERREIRA
DE
CARVALHO
M 2010 AL UFAL
Estudo do processo de
privatização/mercantilização da
educação superior brasileira, no
contexto do sistema do capital e de
sua crise estrutural
Materialismo
Histórico
Dialético
Reformas no
Ensino Superior
da Ditadura
Militar até Lula
Pesquisa bibliográfica
A superação dessa situação, da crise
estrutural que atinge todas as esferas da vida
social, só acontecerá com a instauração de
outra forma histórica de produção e
reprodução social, o que requer a extinção
do capital, do Estado e do trabalho alienado.
Serviço
Social
87
A EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR PRIVADA
EM UBERLÂNDIA, A
PARTIR DOS ANOS 90:
RACIONALIDADES
INTITUICIONAIS E
MOTIVAÇÕES
DISCENTES
ELANE
LUIS
ROCHA
M 2005 MG UFU
Trata da expansão do sub-campo da
educação superior privada em
Uberlândia, a partir da década de
1990
Pierre
Bourdieau
Uberlândia na
Década de 1990
Entrevistas e
documentos produzidos
pelas universidades
O negócio da expansão da educação
superior privada local mantém a
diferenciação institucional, que impulsiona o
comércio da ilusão pela empregabilidade e
mobilidade social, pela via da aquisição do
capital cultural e traz impactos para a cultura
local criando novos contornos e regras para
a relação entre educação e trabalho na
cidade
Educação
198
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
88
DEMOCRATIZANDO
O ACESSO À
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: O CASO
DA UFSCAR –
CAMPUS SOROCABA
ELENITA
FERREIRA
MEIRA
CAMARGO
M 2011 SP UNISO
Reflexão sobre o processo de
democratização do acesso à
Educação Superior Brasileira
Não
especificado
Análise da
década de 1960
até o Governo
Lula
Estudo de caso, o da
Universidade Federal
de São Carlos –
Campus Sorocaba,
implantado no contexto
de uma política de
expansão formulada
pelo Ministério da
Educação (MEC).
Avanços na democratização, mas também
demonstram que há muito a ser feito e que
merece novos acompanhamentos e novos
estudos
Educação
89
INVESTIGAÇÃO
SOBRE UTILIZAÇÃO
DE PROGRAMAS DE
QUALIDADE
(GESPÚBLICA) NAS
UNIVERSIDADES
FEDERAIS DE ENSINO
SUPERIOR
ELIANE
D´MARTIN
FOWLER
M 2008 MGUNIFE
I
Buscou pesquisar o uso de
Programas de Qualidade pelas
Universidades Federais, com foco no
GESPÚBLICA, bem como
investigar as motivações e inibições
para adesão ao mesmo.
Não
especificado
Programa
Nacional de
Gestão Pública
e
Desburocratizaç
ão
GESPÚBLICA
Pesquisar o uso de
Programas de
Qualidade pelas
Universidades Federais,
com foco no
GESPÚBLICA, bem
como investigar as
motivações e inibições
para adesão ao mesmo.
Cabe ressaltar a posição do Ministério da
Educação (MEC), órgão máximo do ensino
do país, ao não adotar e também não
promover formalmente o uso de um Modelo
de Excelência em Gestão de Classe Mundial
nas Instituições de Ensino.
Engenharia
de Produção
90
CAPITALISMO
DEPENDENTE E A
DESCONSTRUÇÃO DA
UNIVERSIDADE
PÚBLICA NO BRASIL
ELISABETH
ORLETTID 2009 RJ UFRJ
O trabalho enfocou as políticas de
reformulação da educação superior
no Brasil
Materialismo
Histórico-
Dialético
1990-2009
Políticas de
reformulação da
educação superior no
Brasil, no nível de
graduação e pós-
graduação como
também as conexas
políticas públicas de
Ciência e de
Tecnologia
Os países centrais do capitalismo,
estrategicamente, procuram interferir nas
políticas educacionais dos países de
capitalismo dependente para que as políticas
de ciência e tecnologia não priorizem
pesquisas de ponta, utilizando tecnologias de
fora e não o desenvolvimento de tecnologia
própria.
Educação
91
EXPANSÃO
UNIVERSITÁRIA EM
MATO GROSSO DO
SUL - 1979-2001
ELOISA
BITTENCOU
RT
FERNANDE
S
M 2003 MS UCDB
Verificar e analisar o processo de
expansão da educação superior em
Mato Grosso do Sul, nas quatro
universidades existentes no estado:
duas públicas, UFMS e UEMS, e
duas privadas, UCDB e UNIDERP
Não
especificado
Faculdades de
MS
Análise documental e
fontes estatísticas do
INEP/MEC e do IBGE
A reforma incentivou o crescimento da
educação superior privada como forma de
atender as exigências do Consenso de
Washington, descentralizando as ações do
Estado e repassando para a iniciativa
privada os serviços considerados não-
exclusivos, como as universidades,
hospitais, centros de ensino e outros.
Educação
199
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
92
O INSTITUTO
SUPERIOR DE
EDUCAÇÃO DO RIO
DE JANEIRO: FIOS
HISTÓRICOS E
DESAFIOS DOCENTES
(1999 A 2002)
ELVIRA
LOPES PIO
PEREIRA
M 2005 RJUNES
A
Investigar o processo de construção
e implementação do PPP do Curso
Normal Superior do Instituto
Superior de Educação do Rio de
Janeiro (CNS/ISERJ), iniciado na
década de 90, bem como as
diretrizes de formação de
professores que orientaram o projeto
do referido curso e, ainda, quais
concepções foram apreendidas pelos
sujeitos partícipes dessa construção
Saviani,
Freire,
Deluiz,
Zeichner.
Instituto
Nacional de
Educação entre
1998 e 2002
11 entrevistas semi-
estruturadas com
professores
implementadores do
projeto e 18 alunos
egressos da 1ª turma
formada em dezembro
de 2002, constando,
também, de análise de
fontes documentais e
observações de campo
Conclui-se que são inovadores: a
licenciatura plena de 4 anos, abrangendo, em
nível de graduação, as ênfases em educação
especial e educação de jovens e adultos e,
fundamentalmente, a prática docente
interdisciplinar e investigativa constituindo o
elo de integração da educação superior com
a escola básica no ISERJ. No entanto, são
notórios a descontinuidade de políticas
educacionais e seus retrocessos no cotidiano
investigado: interrupção de projetos de
pesquisa, dissolução da gestão colegiada e o
desmonte da prática docente interdisciplinar.
Paradoxalmente, o reconhecimento legal do
curso (Parecer 200/CEE/RJ) fundamentou-se
nos princípios norteadores destas atividades,
hoje, interrompidas.
Educação
93
A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: UMA
ANÁLISE DOS
ASPECTOS DA
LEGISLAÇÃO
RELACIONADOS À
PRIVATIZAÇÃO DO
SISTEMA E À
QUALIDADE DO
ENSINO, 1990-2006
EMIR
GUIMARÃE
S ANDRICH
M 2006 PR UFPR
Analisar as transformações ocorridas
no sistema de educação superior
brasileiro no período de 1990 a
2006.
Não
especificado
Documentos
elaborados
pelos
organismos
multilaterais
(Banco Mundial
e UNESCO) e
um paralelo
com as medidas
implementadas
no Brasil
Constituição de 1988,
LDB e Decretos
Regulamentadores,
dados do Censo da
Educação Superior do
Estado do Paraná,
Decreto 5773 (Decreto-
ponte) e o Projeto de
Lei da Reforma
Universitária
Nos últimos quinze anos o sistema superior
de ensino brasileiro caminhou no sentido de
um aprofundamento do processo de
diversificação institucional, acentuando a
distância das várias formas de organização
acadêmica em termos de qualidade,
produção de novos conhecimentos e
compromisso social.
Educação
200
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
94
A ATUAÇÃO DO
LEGISLATIVO NO
PROCESSO DE
FORMULAÇÃO DA
LEGISLAÇÃO
EDUCACIONAL NO
GOVERNO LULA: UM
ESTUDO DA
TRAMITAÇÃO DAS
PROPOSTAS QUE
RESULTARAM NAS
EMENDAS
CONSTITUCIONAIS
53/06 E 59/09
ERICA
MACHADOD 2011 RJ UFF
Analisar a atuação do Poder
Legislativo na proposição e na
tramitação da legislação da
educação, durante a 52ª e a 53ª
legislaturas, tendo como objeto de
estudo as propostas que resultaram
nas Emendas Constitucionais 53/06
e 59/09, promulgadas durante o
governo Lula
Não
especificadoGoverno Lula
Legislação do Governo
Lula
Forte ingerência do Executivo e a tentativa
de se transformar conflitos em consensos.
Porém, não podem ser negligenciados os
avanços das Emendas Constitucionais 53/06
e 59/09, a despeito de suas grandes
limitações
Educação
95
AS AÇÕES
AFIRMATIVAS NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: POLÍTICA
DE INCLUSÃO À
LÓGICA DO CAPITAL
ERIKA
SURUAGY
ASSIS DE
FIGUEIRED
O
M 2008 RJ UFF
Responder à pergunta: as políticas
afirmativas estão contribuindo para a
democratização do acesso e
permanência dos estudantes na
educação superior no Brasil?
Materialismo
Histórico
Dialético
Documentos do
governo federal
e da
Universidade
Federal da
Bahia (UFBA)
Documentos dos
organismos
internacionais,
documentos do governo
federal e da
Universidade Federal
da Bahia (UFBA)
Hoje se abre uma aparente possibilidade de
ampliação da escolaridade para os
trabalhadores, como é caso das reserva de
vagas/cotas. Mas, para que isso aconteça, é
necessário realizar uma inclusão-excludente,
que aparentemente incorpora as
reivindicações históricas dos negros,
trabalhadores. Essa “inclusão” legitima a
transformação da educação superior numa
terceira etapa da educação básica, contribui
para privatização e destruição da
universidade pública enquanto lócus
privilegiado de produção (ensino-pesquisa-
extensão).
Educação
96
A CONCEPÇÃO DE
EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL NO
EXAME NACIONAL
DE CURSOS
ERIVANIO
DA SILVA
CARVALHO
M 2001 SPPUC
SP
Avaliar os cursos de graduação,
procurando a ênfase e sentido que se
pretende para a educação superior
no que se refere à formação geral,
entendida no sentido amplo, em
conformidade com o que expressa o
Art. 205 da Constituição Federal
Não
especificado
Exame Nacional
de Cursos
Exame Nacional de
Cursos foram
analisadas as provas
que foram aplicadas
aos estudantes em
comparação ao
discurso a elas aplicado
Os resultados evidenciaram uma
determinada concepção de educação
profissional que se expressa no Exame
Nacional de Cursos, passamos a contrastar
os resultados, em relação aos temas que
expressam proposições e concepções
teóricas mais amplas sobre a educação
superior
Educação
201
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
97
O SISTEMA
EDUCACIONAL NOS
ANOS 90 E O CURSO
DE ECONOMIA NO
CONTEXTO DA
POLÍTICA
NEOLIBERAL
ESTELA
MARES
STIVAL
M 2002 MG UFU
Analisar o sistema educacional nos
anos 90 e o curso de economia, no
contexto das políticas neoliberais
implementadas no Brasil
Não
especificado
Faculdades de
Economia
criadas e
estabelecidas
em Goiânia,
capital do
Estado de
Goiás.
Fontes orais e escritas,
na perspectiva de
contextualização sócio-
histórica, analisando os
seus determinantes
macroestruturais
O estudo identifica nos cursos oferecidos
mudanças em relação ao número de vagas e
aos projetos acadêmicos e pedagógicos, as
quais se explicam pelo novo cenário, em
nível nacional, oriundo das novas políticas
para educação, que passam a estar referidas
às orientações do Banco Mundial
Desenvolvi
mento
Econômico
98
O PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS E A
INSERÇÃO DE
NEGROS NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR : A
EXPERIÊNCIA DE
DUAS INSTITUIÇÕES
DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR DE MATO
GROSSO DO SUL -
2005 - 2008
EUGÊNIA
PORTELA
DE
SIQUEIRA
MARQUES
D 2010 SPUFSCa
r
O ProUni é uma das conquistas dos
Movimentos Sociais Negros pela
implementação de políticas de ação
afirmativa ou apenas uma estratégia
para transferir recursos públicos para
o setor privado via isenção fiscal?
Não
especificadoPROUNI
Prouni e o movimento
negro
Os problemas relativos às desigualdades
raciais e ao acesso dos jovens negros à
educação superior no Brasil certamente não
serão solucionados por intermédio do
ProUni e pelas políticas focalizadas
Educação
99
MODELOS DE
AVALIAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL
EVANDRO
JOSE BIFFIM 2010 SP
UFSCa
r
Entender o contexto histórico que
levou à criação dos primeiros cursos
de ensino superior do Brasil
Não
especificado
Avaliação no
governo FHC e
LULA
Entrevistas com
profissionais que
participam há vários
anos dos processos de
avaliação interna ou
externa de IES
Concluímos que a avaliação é necessária
devido às condições precárias de muitas IES
e cursos que não atingem sequer o “padrão
mínimo de qualidade” definido pelo MEC.
Educação
100
ESTUDO DA
EXPANSÃO DO
MERCADO DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
E EM SANTA
CATARINA NO
PERÍODO DE 1995 A
2002
EVERALDO
DA SILVAD 2010 SC UFSC
Compreender a expansão do
mercado de educação superior no
Brasil e em Santa Catarina, no
período de 1995 a 2002
Pierre
Bourdieu e
Neil Fligstein
Educação em
SC
De natureza qualitativa,
analisar a função de
Presidente da
República, de Ministro
da Educação e de
Secretária de Política
Educacional do
Ministério da Educação
(MEC)
O período foi marcado por objetivos e ações
políticas nacionais que contribuíram para a
expansão do mercado de educação superior
no país e no estado catarinense
Sociologia
Política
202
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
101
POLÍTICAS PÚBLICAS
DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR -
PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS: UM OLHAR
DOS ALUNOS
BENEFICIÁRIOS NA
PUC-SP
FABIANA
DE SOUZA
COSTA
M 2008 SPPUC
SP
Estudar o Programa Universidade
para Todos (PROUNI)
Abordagem
qualitativa,
no intuito de
identificar
questões
objetivas e
subjetivas
dos alunos
PUC SPOpinião dos alunos
sobre o Prouni
A partir do olhar dos alunos beneficiários do
PROUNI na PUCSP, identificamos que
estes reconhecem o PROUNI como uma
excelente oportunidade de acesso à
universidade
Educação
102
UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL:
LIMITES E
POSSIBILIDADES
PARA A
DEMOCRATIZAÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR NA BAHIA
FABIANO
CUNHA
DOS
SANTOS
M 2011 BA UNEB
Discutir o processo de
democratização do ensino superior
no Estado da Bahia através da
Universidade Aberta do Brasil
(UAB)
Não
especificado
Histórico, sua
legislação e
suas
potencialidades,
bem como a
implantação e
situação desta
modalidade no
território baiano
O caso da UAB no
território baiano
A experiência da UAB no Estado da Bahia
não tem obtido o sucesso esperado pelos
governos em relação a democratização do
ensino superior, apresentando problemas na
sua implementação, na infra-estrutura
tecnológica, ne gestão administrativa e
acadêmica entre outras dificuldades
Educação
103
DIRETRIZES
CURRICULARES
NACIONAIS:
MUDANÇAS NO
ENSINO SUPERIOR?
FABIOLA
LUCY
FRONZA
M 2009 SCUNIVA
LI
Analisar as Diretrizes Curriculares
Nacionais dos cursos de Direito,
Medicina e Psicologia, pretendidos
pela mudança pós-LDB
(9.394/1996)
Não
especificado
Legislação de
1961 e de 1996
Análises documental e
de conteúdo de
diversos documentos
referentes ao assunto,
tais como leis, decretos,
resoluções, pareceres,
entre outros.
Pode-se inferir que são fracos os indícios de
mudanças na política educacional para o
ensino superior, sendo que tanto em um
modelo quanto em outro, é perceptível o
papel do Estado na regulação dos processos,
e a concepção de um currículo como
prescrição.
Educação
104
A REFORMA DO
ESTADO BRASILEIRO
NO PERÍODO DE 1995
A 2002:
RECONFIGURAÇÃO
DA ADMINISTRAÇÃO
E DOS SERVIÇOS
PÚBLICOS E SEUS
REFLEXOS NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE GOIÁS
(UFG)
FATIMA
DOS REISM 2011 GO
PUC
GO
Compreender o processo da
reorganização da administração
pública no Brasil na lógica da
reforma do Estado implantada no
período
Não
especificado
Universidade
Federal de
Goiás (UFG)
Reforma administrativa,
a reforma da
previdência do setor
público e o
contingenciamento de
recursos se
expressaram na
Universidade Federal
de Goiás
A implantação da reforma neoliberal do
Estado brasileiro refletiu-se de maneira
significativa na administração da
Universidade Federal de Goiás, na medida
em que tanto a reforma da previdência dos
servidores públicos e a reforma
administrativa quanto o contingenciamento
dos recursos financeiros a ela destinados
geraram um déficit de pessoal e de recursos
financeiros
Educação
203
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
105
A FRAGMENTAÇÃO
DA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DE
EDUCAÇÃO FÍSICA:
MINIMIZAÇÃO DA
FORMAÇÃO SOB A
ORDEM DO CAPITAL
FERNANDA
BRAGA
MAGALHÃE
S DIAS
M 2011 SC UFSC
Compreender as contradições da
fragmentação da formação de
professores de educação física.
Materialismo
Histórico-
Dialético
Formação de
professores de
educação física
Contexto histórico,
produção científica e
análise dos cursos
Vericou-se o aumento do setor privado,
aceleração da formação, sujeição a baixos
salários.
Educação
106
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL. POLÍTICAS
PÚBLICAS,
REGULAÇÃO E
GRUPOS DE
INTERESSE
FERNANDA
JOFFILY
FRANÇA
M 2005 RJIUPER
J
Analisar possíveis entraves, sejam
institucionais ou de interesses, que
não permitem que as políticas
públicas para a educação superior
sejam implementadas da maneira
como são previstas em outras
normas ou planejadas
Não
especificado
Crescimento do
Ensino Superio
no Brasil:
análise da
autonomia
universitária
Processo de
regulamentação e
implementação de uma
política importante na
educação superior – a
autonomia universitária
A pesquisa concluiu que duas são as
questões que interferem o exercício da
autonomia, a microregulação do setor e a
fragmentação de interesses dos atores
envolvidos.
Sociologia e
Ciência
Política
107
NEOLIBERALISMO E
EDUCAÇÃO NO
BRASIL: O IMPACTO
DA FILOSOFIA
NEOLIBERAL SOBRE
A EDUCAÇÃO
SUPERIOR PÚBLICA,
NO PERÍODO DE 1993
A 2000
FERNANDO
JORGE
CORREIA
DE FREITAS
M 2002 PRPUC
PR
Analisar a transformação da
educação a partir do neoliberalismo
Não
especificado
Educação
superior pública
no Brasil
neoliberal
Não especificado
A educação perde a sua característica
histórica como sinônimo de integração e
inclusão social, passando a ser percebida
pelo sistema neoliberal como " serviço não
exclusivo do Estado", ou seja, como mais
uma mercadoria que, sob embalagens
diferentes, não discute questões inerentes à
cidadania, democracia e justiça social,
passando a existir para a satisfação das
necessidades e vicissitudes do mercado.
Educação
108
LIMITES SOCIAIS DA
EDUCAÇÃO –
ESTRATIFICAÇÃO,
MOBILIDADE SOCIAL
E ENSINO SUPERIOR
FERNANDO
TAVARES
JUNIOR
D 2007 RJIUPER
J
Compreender como a expansão do
ensino superior refletiu no dados
sociais
Pierre
Bourdieau
Educação
superior no
Brasil de 1977 a
2007
Não especificada
Ao contrário das premissas liberais, em
especial da Teoria do Capital Humano, a
expansão educacional não se refletiu em
crescimento econômico, diminuição das
desigualdades e aumento da fluidez social.
Confirmaram-se as hipóteses de outros
autores como Hirsch, Boudon, Jencks e
Bourdieu, que destacam os riscos de "efeito
social zero" das mudanças apenas
educacionais
Sociologia
204
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
109
O PROUNI COMO
POLÍTICA PÚBLICA
DE
DEMOCRATIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR E
REALIDADE
INSTITUCIONAL: A
EXPERIÊNCIA DA
PUC-RIO
FLAVIA
CASTELLAI
N
M 2008 RJ UCP
Descrever e analisar criticamente os
conceitos e as idéias contidas no
Programa Universidade para Todos
(ProUni), criado em 2005
Não
especificado
O PROUNI e o
seu processo de
implantação em
uma instituição
de ensino
superior, foi
realizado na
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio
de Janeiro
(PUC-Rio),
Estudo da legislação
pertinente ao Programa,
analisados os meandros
de funcionamento do
ProUni, além da
consulta a documentos
institucionais e
entrevistas.
O ProUni ampliou o acesso de estudantes
das escolas públicas a instituições e cursos
que, de outra forma, não conseguiriam fazer
seus estudos. Isto não significa, entretanto,
que este acesso seja igualitário no que se
refere à qualidade das instituições
integrantes do Programa, na própria
diferenciação entre bolsa integral e parcial e,
mais grave ainda, na falta de
comprometimento com a garantia de
continuidade da bolsa permanência
Educação
110
A AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA NOS
ANOS 90 E
CONTEXTO DE
DEBATES ACERCA
DO ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO
FLÁVIA DE
FREITAS
ALVES
M 2010 MG UFJF
Conhecer as concepções de
autonomia universitária dos atores
sociais envolvidos em seu processo,
e como estas influenciaram na
implementação de políticas para o
ensino superior ao longo dos anos 90
Abordagem
qualitativa
Pesquisa
bibliográfica
sobre os dois
governos de
FHC: NUPES,
ANDES-SN,
FASUBRA,
ANDIFES e
UNE
Análise documental Não especificada Educação
111
O CRESCENTE
PROCESSO DE
MERCANTILIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA:
MODIFICAÇÃO DOS
FINS ACADÊMICOS
PARA MAJORAÇÃO
DOS LUCROS
FLAVIA
OLIVEIRA
DE
ALMEIDA
M 2011 RJ UFF
O objetivo geral é fazer um resgate
das mudanças que vem ocorrendo na
educação superior desde a sua
criação no Brasil, principalmente no
setor privado, com o intuito de
identificar como as políticas
educacionais beneficiaram o
crescimento destas instituições
Materialismo
Histórico-
Dialético
UNESA no
contexto da
política
educacional da
educação
superior
brasileira
Análise documental
Vivenciamos um momento de profunda
mercantilização da Educação Superior com a
entrada de algumas universidades
particulares no mercado de capital e a
associação com grupos internacionais
Educação
112
AVALIAÇÃO E
PLANEJAMENTO
PARA O
DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL DE
UNIVERSIDADES
FRANCISCO
ANTONIO
DE ARAUJO
E SOUZA
D 2010 CE UFC
Elaborar o conceito de
desenvolvimento institucional para a
universidade brasileira
contemporânea
Não
especificado
Programa de
Pós Graduação
da UFC
Analisar as propostas
de avaliação,
Planejamento e Sinaes
Não especificado Educação
205
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
113
CO-
RESPONSABILIDADE
ACADÊMICO-
ADMINISTRATIVA:
GESTÃO DA ORDEM E
DA DESORDEM NA
UNIVERSIDADE
FRANCISCO
DE PAULA
MARQUES
RODRIGUE
S
D 2003 RS UFRS
Apresenta a hipótese da co-
responsabilidade como uma proposta
capaz de suscitar a integração das
dimensões pedagógicas e econômico-
financeiras que se configuram,
normalmente, dissociadas no interior
das Instituições de Ensino Superior
(IES)
Teoria da
complexidad
e (de Edgar
Morin)
Experiência
vivenciada na
Universidade
Católica de
Pelotas
Construir um modelo
prático na Universidade
de Pelotas
Admite-se a possibilidade do êxito da gestão
administrativa, ou seja, a manutenção e o
acréscimo das receitas destinadas à melhoria
das condições de oferta dos cursos
(bibliotecas, laboratórios, incentivo à
dedicação e capacitação docente, pesquisa,
extensão etc) como atrelada ao êxito da
gestão pedagógica, ou seja, do
aprimoramento do ensino e da qualidade das
aprendizagens e vice-versa.
Educação
114
UNIVERSITÁRIA
BRASILEIRA DOS
ANOS 90: PROJETOS
EM DISPUTA!
FRANCISCO
JACOB
PAIVA DA
SILVA
M 1995 SC UFSC
Contextualizar as mudancas que vem
ocorrendo nas instituições federais
de ensino superior brasileiras nos
anos 90, sistematizando o
pensamento critico sobre a politica e
a reforma universitária brasileira dos
anos 90
Não
especificado
Não
especificadoNão especificado Não especificado Educação
115
A RELAÇÃO ENTRE
ESCOLA E TRABALHO
NA LÓGICA DO
CAPITAL: OS CURSOS
SUPERIORES EM
TECNOLOGIA NO
BRASIL EM DEBATE
FREDERICO
DOURADO
RODRIGUE
S DE
MORAIS
M 2011 GO UFG
Apreender a relação entre escola e
trabalho na fase de acumulação
flexível do capital, tendo como
objeto de análise e estudo os Cursos
Superiores de Tecnologia
Materialismo
Histórico
Dialético
Cursos
Superiores de
Tecnologia
Pesquisa bibliográfica e
análise de documentos
e dados do censo do
ensino superior
disponibilizado pelo
INEP do período de
1999 a 2008
O crescimento do desemprego estrutural,
cuja formação dos indivíduos é delimitada
pelo estreitamento entre o tempo e o espaço,
a qualificação tende a ser mais um
instrumento de dominação do capitalismo
frente aos sujeitos e um elemento crucial na
justificação do desemprego
Educação
116
PRIVATIZAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
SUPERIOR NO BRASIL
E PROFISSÃO
DOCENTE
FREDIANA
VEZZARO
MEDEIROS
M 2011 SP UNISO
Contibuir para a discussão de
algumas determinantes relacionadas
aos desafios dos docentes no ensino
superior e a questões da privatização
do ensino superior bem como da
profissão docente
Não
especificado
Análise do
campo da
Educação
Superior no
Brasil com
destaque para a
profissão
docente nas IES
privadas com
fins lucrativos
Pesquisa bibliográfica Não especificado Educação
206
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
117
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UM
ESTUDO SOBRE A
AÇÃO DOCENTE DOS
PROFESSORES (AS)
DO CENTRO DE
EDUCAÇÃO DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DA
PARAÍBA A PARTIR
DE SUAS
REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS.
GALDINO
TOSCANO
DE BRITO
FILHO
D 2007 PA UFPB
Um estudo sobre a ação docente dos
professores (as) do Centro de
Educação da Universidade Federal
da Paraíba, a partir de suas
representações sociais
Não
especificado17 professores
Pesquisa qualitativa, a
partir da análise e
discussão de dados
obtidos em
questionários
Como os (as) investigados (as) se vêem
como professores Educação
118
EDUCAÇÃO-
MERCADORIA:
EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
PRIVADO NO PIAUÍ
(1990 A 2005)
GERALDO
DO
NASCIMEN
TO
CARVALHO
M 2008 PI UFPI
Analisar o processo de expansão e
mercantilização do ensino superior
privado no Piauí, no período
compreendido entre os anos de 1990
a 2005
Materialismo
Histórico
Dialético
Ensino Superior
Privado no Piauí
Criteriosa revisão da
literatura e pesquisa
empírica
Observou-se que a reforma do Estado e da
educação superior no Brasil, que resultou na
grande expansão/mercantilização desse
campo na década de noventa e início da
década seguinte, atende a orientações de
organismos multilaterais, como parte da
ofensiva dos países centrais de economia
capitalista
Educação
119
ANÁLISE
INSTITUCIONAL DE
UM
ESTABELECIMENTO
DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR PRIVADO:
ESTUDO DO
COTIDIANO, DOS
DOCUMENTOS E DA
PERSPECTIVA DE
DIRIGENTES E
DOCENTES
GERALDO
VIEIRA DA
COSTA
D 2009 SP USP
Análise institucional de um
estabelecimento de educação
superior privado: estudo do
cotidiano, dos documentos e da
perspectiva de dirigentes e docentes
Esquizoanáli
se (Deleuze e
Guattari) e
da analítica
do poder
(Foucault),
ambas com
base na
filosofia de
Nietzsche
USP - RIB
Estudo do cotidiano,
dos documentos e da
perspectiva de
dirigentes e docentes
Educação superior no Brasil é assolada por
um excesso de regulamentação que cerceia a
ação criativa e a autonomia institucional.
Presas às normas molares instituídas, restam
às faculdades e universidades submeterem-
se ao domínio das leis, ainda que estas lhes
pareçam tão distantes de suas realidades.
Psicologia
120
ASPECTOS DA
POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL NO
BRASIL
GILDETE
DUTRA
EMERICK
M 2006 DF UnB
Análisar as principais características
do ensino superior brasileiro no
período compreendido entre 1995 e
2002 e sua relação com a formação
profissional
Não
especificado
Curso de
Direito no
Brasil
Condicionantes legais
definidos pela
Constituição Federal de
1988 e pela Lei de
Diretrizes e Bases da
Educação – Lei
9.394/96
Não especificadaCiência
Política
207
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
121
PROFISSIONAIS
LIBERAIS E/OU
PROFESSORES?
COMPREENDENDO
CAMINHOS,
REPRESENTAÇÕES E
AVALIAÇÃO DA
DOCÊNCIA NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
GILDO
VOLPATOD 2004 RS
UNISI
NOS
Identificar os possíveis interferentes
e impactos que ocorrem nesse
processo, decorrentes da história
pessoal dos docentes, dos sistemas
de avaliação institucional, dos
valores próprios do campo
profissional e do contexto mais
amplo da sociedade
Sousa
Santos,
Bourdieu,
Tardif,
Lucarelli, e
Cunha
Perfil dos
professores e
suas trajetórias
de Direito,
Engenharia
Civil e
Medicina
Entrevistas. Pesquisa
qualitativa de cunho
etnográfico, análise
documental,
questionários.
Os saberes e habilidades reveladas da
profissão de origem definem o esteio das
práticas de ensinar e aprender que vivem
com seus alunos.
Educação
122
POLÍTICAS DE
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES: AS
INFLUÊNCIAS DO
NEOPRAGMATISMO
DA AGENDA PÓS-
MODERNA
GISELE
MASSOND 2009 SC UFSC
desvelar as políticas de formação de
professores na perspectiva da
totalidade
Materialismo
Histórico-
Dialético
PDE-2007,
UAB-2005, na
“nova” CAPES-
2007, Sistema
Nacional
Público de
Formação dos
Profissionais do
Magistério
(2008) e
Política
Nacional de
Formação de
Profissionais do
Magistério da
Educação
Básica (2009).
Pesquisa bibliográfica e
documental
O estudo identificou traços da agenda pós-
moderna nas políticas de formação de
professores. O neopragmatismo é a categoria
síntese que apreende as determinações da
realidade das políticas de formação de
professores
Educação
123
A QUALIDADE
REVELADA NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: IMPACTOS
DA POLÍTICA DE
AVALIAÇÃO NO
BRASIL.
GISELLE
CRISTINA
MARTINS
REAL.
D 2007 SP USP
Apreender os impactos que a política
de avaliação da educação superior
adotada no período de 1995 a 2002
Teoria neo-
institucionali
sta
Brasil entre
1995 e 2002
As estatísticas oficiais,
os resultados obtidos
pelas instituições nas
avaliações de pares e
no ENC, e,
particularmente, os
pareceres das
comissões de
especialistas do MEC
elaborados nos
momentos das
avaliações in loco
Apesar do impacto positivo da avaliação,
observado no contexto institucional, as
evidências encontradas permitem apontar
para um esgotamento do poder indutor da
avaliação na melhoria da qualidade do
ensino, na medida em que as instituições
vêm procurando atender aos padrões de
qualidade estabelecidos pelo MEC em seus
aspectos formais sem, contudo alterar a
essência da qualidade do ensino superior.
Educação
208
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
124
RECONFIGURAÇÃO
DOS MODELOS DE
UNIVERSIDADE
PELOS FORMATOS DE
AVALIAÇÃO: EFEITOS
NO BRASIL E
PORTUGAL
GLADES
TEREZA
FÉLIX
D 2008 RS UFRS
Investigar os efeitos e as mudanças
promovidas pelos processos de
avaliação institucional externa nos
modelos de universidade.
Não
Especificada
Externas de
dois cursos de
graduação, um
Curso de
Medicina de
universidade
confessional do
Brasil e um
Curso de
Microbiologia
de universidade
confessional de
Portugal.
Concepções clássicas e
contemporâneas de
universidade, formatos
e modelos de IES, BM
e UNESCO
Constatou-se que foram introduzidas
melhorias nos cursos decorrentes das
recomendações dos processos avaliativos
externos.
Educação
125
POLÍTICAS SOCIAIS E
EDUCAÇÃO: O
PROGRAMA
ALFABETIZAÇÃO
SOLIDÁRIA E A
PARTICIPAÇÃO DAS
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
NA SUA
IMPLEMENTAÇÃO
GLADYS
BEATRIZ
BARREYRO
D 2005 SP USP
Estudo sobre o Programa
Alfabetização Solidária - que,
embora trate de uma temática
educacional, foi gestada no âmbito
da política social-assistencial do
Governo
Não
especificado
Programa de
Alfabetização
Levantamento de
bibliografia e de
documentos produzidos
sobre e pelo Programa
O Programa proporcionou o
desenvolvimento de atividades como
extensão e estágios, e valiosas experiências
de pesquisa, produção de materiais e
envolvimento com a problemática da
Educação de Jovens e Adultos
Educação
126
GARANTIA DE
QUALIDADE NO
ENSINO SUPERIOR
GLAUCO
BAUAB
BOSCHI
D 2007 SPPUC
SP
Usar a legislação para ampliar a
qualidade e atuação da educação
Não
especificado
Legislação da
antiguidade à
atualidade
Estudo da legislação e
das recomendações da
ONU
O trabalho procura determinar o sentido e
alcance do termo garantia na norma
constitucional educacional e
infraconstitucional
Direito
127
A GLOBALIZAÇÃO E
A
HOMOGENEIZAÇÃO
DO CURRÍCULO NO
BRASIL
GLÓRIA
DAS NEVES
DUTRA
ESCARIÃO
D 2006 PB UFPB
Analisa os efeitos da globalização na
homogeneização do currículo da
educação superior no Brasil: 1996 –
2001
Boaventura
de Sousa
Santos
Currículo na
Universidade
Federal da
Paraíba
Análise do currículo e
da complexidade da
globalização sobre este
O currículo da educação superior no Brasil é
homogeneizado em razão dos efeitos do
fenômeno da globalização no campo do
currículo
Educação
209
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
128
A LIBERALIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
ACORDO GERAL
SOBRE O COMÉRCIO
DE SERVIÇOS (GATS):
DA INTERPRETAÇÃO
COMO SERVIÇO À
INTERPRETAÇÃO
COMO DIREITO
GUSTAVO
FERREIRA
RIBEIRO
M 2004 SC UFSC
Analisar a liberalização da educação
superior no Acordo Geral sobre o
Comércio de Serviços (GATS), no
âmbito da Organização Mundial do
Comércio (OMC)
Não
especificado
OMC, GAT´s,
Declaração
Universal dos
Direitos
Humanos
(1948), o Pacto
Internacional
dos Direitos
Econômicos,
Sociais e
Culturais (1966)
e a Declaração
Mundial sobre a
Educação
Superior para o
Século XXI
(1998)
Análise dos
documentos e suas
propostas
São apresentadas as contradições e as
possibilidades de interpretação no âmbito da
OMC
Direito
129
PRÁTICA DE ENSINO
E FORMAÇÃO DE
PROFESSORES: UM
ESTUDO DE CASO
SOBRE A RELAÇÃO
UNIVERSIDADE-
ESCOLA EM CURSOS
DE LICENCIATURA
HAMILTON
DE GODOY
WIELEWIC
KI
D 2010 RS UFRS
explorar concepções desses
profissionais sobre a relação entre
universidade e escola em cursos de
licenciatura
Não
especificado
12 cursos de
licenciatura
análise documental e de
entrevistas com 34
profissionais
envolvidos
São apontadas algumas possibilidades
teóricas e metodológicas para a
problematização da relação entre
universidade e escola no âmbito do espaço
de transição representado pelas atividades
de prática de ensino, com o fito de nortear
ações formativas mais democráticas
Educação
210
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
130
AJUSTE ESTRUTURAL
E EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: PRINCÍPIOS
NEGADOS
HIRAN
FRANCISCO
OLIVEIRA
L. DA
SILVA
D 2007 PB UFPBCompreender as relações entre o
discurso e a prática de FHC
Não
especificadoFHC
Emendas
Constitucionais, Leis,
Decretos, Decretos-leis
e Portarias
O estudo apontou que, nos países
capitalistas, sobretudo os considerados
subdesenvolvidos, as reformas aconteceram
de forma brutal, provocando sérios
transtornos, com o crescimento dos índices
de exclusão de um número expressivo da
população. O estudo destaca, ainda, a opção
do Estado pelo abandono do ensino superior
público e gratuito, em prol de um modelo
privatizante e de exclusão, descumprindo o
que estabelecem os Artigos 6, 205 e 206 da
Constituição de 1988. Portanto, o resultado
da investigação demonstra o descompasso
entre o discurso oficial e a ausência de
condições objetivas para manter e ampliar o
ensino público e gratuito.
Educação
131
REPRESANDO E
DISTRIBUINDO
DISTINÇÃO: A
BARRAGEM DO
ENSINO SUPERIOR
HUSTANA
MARIA
VARGAS
D 2008 RJPUC
RIO
Propõe uma hipótese de construção
de um indicador de democratização
do ensino superior com vistas a
contribuir para o balizamento da
política educacional
Não
especificado
Ensino superior
de 2000 a 2003
Provão (2000, 2001,
2002 e 2003), sobre
seis cursos superiores
no Estado do Rio de
Janeiro: Biologia,
Direito, Letras,
Engenharia,
Matemática e Medicina
O estudo revelou o caráter desigual da
sociedade brasileira, traduzida neste caso
por uma forte correlação entre a carreira
escolhida pelos estudantes e sua origem
social, no quadro de uma quase impermeável
hierarquia de carreiras e de prestígio das
instituições
Educação
132
NA TRILHA DO
PROUNI:
IMPLANTAÇÃO,
ACOMPANHAMENTO
E PERSPECTIVAS EM
UMA INSTITUIÇÃO
DE ENSINO SUPERIOR
DE SANTA CATARINA
ILISABET
PRADI
KRAMES
D 2010 SPPUC
SP
Analisar a implantação e as
repercussões do PROUNI numa
Instituição de Ensino Superior (IES)
de Santa Catarina
Análise de
Conteúdo
Uma instituição
superior de SC
Processo de
implantação do Prouni
em uma instituição
A análise dos dados assinalaram que as
políticas públicas e as ações do Estado
voltadas à inclusão e ao bem-estar social
podem, efetivamente, alcançar os resultados
que potencialmente objetivam, desde que
haja um envolvimento coletivo das IES que
aderirem ao PROUNI
Educação
133
CONDIÇÕES DE
TRABALHO DOCENTE
NO ENSINO
SUPERIOR DA REDE
PRIVADA NA
MODALIDADE
EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
INAJARA
DE SALLES
VIANA
NEVES
D 2011 MG UFMG
Analisar as condições de trabalho
docente do ensino superior da rede
privada de ensino na EaD em Minas
Gerais
Não
especificado
Foram
selecionadas
três instituições
de BH
Pesquisa de campo foi
realizada em três
instituições particulares
de Belo Horizonte com
27 profissionais
Não especificado Educação
211
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
134
POLÍTICA
EDUCACIONAL E
AÇÕES
UNIVERSITÁRIAS: UM
ESTUDO SOBRE OS
CURSOS
SEQÜENCIAIS
IRENE
DOMENES
ZAPPAROLI
D 2007 SPPUC
SP
Analisar a legislação e os
documentos produzidos pelas
universidades sobre os cursos
sequenciais
Pierre
Bourdieau
Legislação e
documentação
produzida pelas
universidades
Estudo documental,
durante os anos de
2004 a 2006,
resgatando 762
documentos incluindo a
legislação ampla com
toda a seqüência do
ordenamento geral,
assim como os
documentos
disponibilizados por
duas universidades
Há diferentes elementos ordenadores da
criação dos cursos , a diversidade e
complexidade da vida atual; interferência de
modelos historicamente constituídos em
âmbito internacional; necessidade de
atendimento às prioridades do BM e
ampliação da lógica mercantil no ensino
superior, sobretudo pelo imenso percentual
de instituições privadas que implantam os
cursos sequenciais; necessidade de manter,
pela desigual escolaridade, as desigualdades
sociais também no âmbito superior e não
apenas nos graus anteriores. As instituições
não ficam passivas.
Educação
135
FORMAÇÃO
SUPERIOR DE
PROFESSORES EM
SERVIÇO: UM
ESTUDO SOBRE O
PROCESSO DE
CERTIFICAÇÃO DO
MAGISTÉRIO NO
BRASIL
ISABEL
MELERO
BELLO
D 2008 SP USP
Analisar as iniciativas empreendidas
no Brasil para certificar em nível
superior grandes contingentes de
professores da educação infantil e
séries iniciais do ensino fundamental
Pierre
Bourdieu,
Lahire e
Michel de
Certeau
Alunos-
professores do
PEC Formação
Universitária
Municípios/São
Paulo (2003-
2004)
Pesquisa empírica
acompanhou a
execução de um
programa, sobretudo,
para tentar
compreender as
apropriações que os
docentes fizeram
Elaboração de propostas que visam a
contribuir com projetos futuros que venham
a repensar a organização e execução de
programas dessa natureza e porte
Educação
136
LÓGICA SUBJACENTE
À POLÍTICA DE
FORMAÇÃO
SUPERIOR DE
PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA E
O PAPEL DA
UNIVERSIDADE
PÚBLICA ESTADUAL
DO CEARÁ
ISAIAS
BATISTA
DE LIMA
M 2002 CE UFC
Estudo sobre a política de formação
de professores da educação básica
no brasil, na década de 1990
Materialismo
Histórico-
Dialético
Universidades
públicas
estaduais do
ceará
Resgate histórico de
cunho descritivo-
analítico a partir da
categoria das
mediações, elegendo a
análise documental
como método de
construção de dados
A lógica a permear a definição das políticas
de educação básica e de formação de
professores no brasil e no ceará respondem a
critérios determinados de fora e impostos da
partir de acordos e compromissos assumidos
pelo brasil no plano internacional
particularmente oriundos da conferência
mundial de educação para todos (1990),
realizada em Jomtien
Educação
137
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
GOVERNO LULA:
DEBATE SOBRE
AMPLIAÇÃO E
DEMOCRATIZAÇÃO
DO ACESSO
JAANA
FLÁVIA
FERNANDE
S MOREIRA
M 2008 DF UnB
Discutir aspectos do processo de
elaboração das sucessivas versões
do referido projeto, bem como
analisa como evoluiu a questão na
ampliação e democratização do
acesso a esse nível de ensino nos
debates e nestas versões
Não
especificado
Colaboradores e
dirigentes do
MEC
Entrevistas
A pesquisa não pretendeu chegar a
resultados passíveis de generalizações, mas,
antes, compreender alguns aspectos das
questões mencionadas
Educação
212
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
138
A AVALIAÇÃO COMO
EIXO DAS REFORMAS
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NA
AMÉRICA LATINA: OS
CASOS DA
ARGENTINA, BRASIL,
CHILE E MÉXICO
JACQUELIN
E DE BLASID 2005 SP
UNICA
MP
Investigar o papel dos processos de
avaliação dos sistemas de educação
superior na Argentina, no Brasil, no
México e no Chile, nas reformas
educacionais, ocorridas no período
entre 1980/1990
Não
especificado
BM e UNESCO
sobre países
subdesenvolvid
os
Dados quantitativos e
qualitativos sobre o
crescimento privado e
público, a ampliação da
diversificação
institucional e as novas
características do
financiamento deste
setor
Não especificado Educação
139
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL E A
PARTICIPAÇÃO DO
FINANCIAMENTO
ESTATAL (1995-2004)
JACQUELIN
E DE
OLIVEIRA
LAMEZA
M 2006 SPPUC
SP
Delinear a importância do papel do
Estado na Educação, analisar a
expansão do Ensino Superior
Privado no Brasil e o financiamento
público nesse setor do ensino
Não
especificado
Ensino Superior
Privado no
Brasil no
período de 1995
a 2004
Papel do Estado na
Educação, o ES
privado no Brasil, as
atuais políticas
educacionais, dados do
INEP/MEC, IPEA e
IBGE, gastos com a
educação superior em
relação ao PIB.
Crescimento significativo do ensino superior
privado, sendo as políticas públicas
educacionais indutoras importantes desse
processo e o financiamento ao estudante,
que amplia as oportunidades de acesso e
permanência nesse sistema de ensino.
Economia
140
O SIGNIFICADO DO
CRESCIMENTO DAS
INSTITUIÇÕES
PRIVADAS DE
ENSINO SUPERIOR
NA
CONTEMPORANEIDA
DE BRASILEIRA: UMA
ANÁLISE DO CASO
DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO(1994-
2002)
JANAÍNA
BILATE
MARTINS
M 2003 RJ UFRJ
Compreender o significado do
crescimento das Instituições
Privadas de Ensino Superior na
contemporaneidade brasileira
Não
especificado
1994 a 2002 no
Rio de Janeiro
Significação da esfera
pública e da esfera
privada e análise e as
implicações disto na
educação brasileira e o
financiamento do
Ensino Superior no
Brasil
Não especificadoServiço
Social
141
A REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NOS
GOVERNOS FHC E
LULA E A FORMAÇÃO
PARA A CIDADANIA
JANETE
ILIBRANTEM 2008 PR UTP
A formação para a cidadania
examinando-a em cotejo com a
reforma da educação superior
promovida no país nos anos de 1995
a 2007
Materialismo
Histórico
Dialético
(Gramsci)
Constituição e
governos entre
1995 e 2006
Análise do discurso e
análise documental
Constatou-se que a cidadania promovida nos
discursos governamentais está assentada na
idéia de mercado, tratando-se de uma
cidadania “liberal” que se apóia na
coisificação humana
Educação
213
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
142
AS LICENCIATURAS
NO BRASIL: UM
BALANÇO DAS TESES
E DISSERTAÇÕES
DOS ANOS 90.
01/04/2002
JOANA
PAULIN
ROMANOW
SKI
D 2002 SP USP
A pesquisa realiza um balanço das
teses e dissertações sobre
licenciaturas defendidas nos
Programas de Pós-Graduação em
Educação no Brasil no período de
1990 a 1998. Outro objetivo foi
situar os cursos de licenciatura no
quadro da expansão do ensino
superior no Brasil procurando
perceber as problemáticas e
implicações decorrentes.
Carl Rogers
Foram
consultadas 39
teses e
dissertações e
107 resumos
Relação entre o
pesquisador e o curso
de licenciatura; as
relações entre a
pesquisa e a prática
pedagógica; as
contribuições da
pesquisa para mudança
e inovações da prática
pedagógica; a formação
do
professor/pesquisador
As pesquisas apontam que na relação teoria
e prática não ocorreu a superação das
dicotomias existentes
Educação
143
O ENSINO SUPERIOR
NO PNE: OS IDEAIS
ESTABELECIDOS
PARA A “DÉCADA DA
EDUCAÇÃO” E OS
COMPROMISSOS
RENOVADOS PARA O
PERÍODO 2011 A 2020
JOÃO
CARLOS
WIZIACK
M 2010 SPUNIM
EP
Analisar as propostas para o ensino
superior, constantes do PNE 2001-
2010 cotejando-as com as da
CONAE 2010 que, espera-se, serão
consideradas pelo MEC na
formulação do PNE 2011-2020
Não
especificadoPNE -2011
Análise documental das
fontes geradoras do
PNE materializado pela
Lei 10.172 de 9 de
janeiro de 2011
Embora o PNE se constitua em instrumento
constitucional aprovado pelo Congresso
Nacional, mostrou-se pouco utilizado e em
parte ignorado
Educação
144
A
RESESTRUTURAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
E O PROCESSO DE
METAMORFOSE DAS
UNIVERSIDADES
FEDERAIS: O CASO
DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE GOIÁS
JOÃO
FERREIRA
DE
OLIVEIRA
D 2000 SP USP
Classificar o papel da UFG dentro
das novas determinações para as
universidades federais no Brasil
Marx,
Bourdieau
Aspectos
qualitativos da
universidade
Federal de
Goiás
Estudo sobre as
mutações dentro da
UFG
A pesquisa alerta para o aumento da
concorrência entre as universidades federais
e o risco de que a postura de colaboração
deixe de existir
Educação
145
ANÁLISE DO
PROGRAMA DE
CRÉDITO
EDUCATIVO
FEDERAL - O CASO
DA UCPEL
JOÃO
NEUTZLING
JUNIOR
M 2004 RS UFPEL
Fazer uma análise qualitativa e
quantitativa do crédito educativo
federal/ CREDUC como mecanismo
que permite o acesso do estudante
de baixa renda à universidade
Não
especificado
Análise do
CREDUC e de
uma
universidade
particular
Questionários e dados
estatísticosNão especificado Educação
214
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
146
A EDUCAÇÃO COMO
POLÍTICA PÚBLICA: A
CRISE DO ESTADO
BRASILEIRO E O
IMPACTO DO
MODELO
NEOLIBERAL NO
ACESSO AO ENSINO
SUPERIOR NAS
DÉCADAS DE 1980 E
1990.
JOSE
ANTÔNIO F.
MAGALHÃE
S
M 1999 RS UFRS
Examinar a política educacional
incidente sobre a questão da seleção
universitária brasileira nas décadas
de 1980 e 1990
Não
especificado
INEP, IBGE,
IPEAAnálise Documental
Evidencia-se uma crise de hegemonia no
Estado Brasileiro, culminante na segunda
metade da década de 1980, respondida com
a adoção do paradigma neoliberal como
modelo para produção de políticas públicas
a partir da década de 1990
Ciência
Política
147
ASPECTOS DA
GÊNESE DO ENSINO
SUPERIOR NA
REGIÃO NORTE DO
CEARÁ: LUZES E
SOMBRAS, ENIGMAS
E DESVELAMENTOS
JOSE
EDVAR
COSTA DE
ARAUJO
D 2009 CE UFC
Explicitar os fatores
socioeconômicos, político-culturais e
educacionais que favoreceram a
criação das primeiras instituições de
ensino superior na Região Norte do
Ceará
José Honório
Rodrigues,
Rui Martinho
Rodrigues e
de Jacques
Le Goff; de
Peter Burke,
Franco
Cambi e
Antonio
Nóvoa
Região Norte
do Ceará
Documentos gerados
no período da criação
das instituições; os
depoimentos prestados
pelas pessoas que
viveram e assistiram as
iniciativas; as notícias
veiculadas pelos jornais
da época
Na confluência destas indagações ganha
sentido a afirmação de que a aparente
uniformidade dos discursos justificadores da
criação das duas instituições oculta a
existência de horizontes diferentes e
diferentes interesses das forças sociais;
dissimula ou revela – depende do ângulo do
observador - tensões existentes entre
diversas concepções, objetivos, estratégias e
metas políticas e educacionais
Educação
148
NEOLIBERALISMO E
A EDUCAÇÃO
SUPERIOR: O EXAME
DE CURSOS COMO
ESTRATÉGIA
NEOLIBERAL DE
CONTROLE E
LEGITIMAÇÃO DAS
REFORMAS NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
JOSÉ LUIZ
RIBEIRO
DA SILVA
M 2002 PR UFPR
Investigar se os alunos do 11
Semestre de 2000, do Curso de
Nutrição da PUCPR, formam
conceitos próprios a respeito da
atuação do profissional nutricionista,
quando entram em contato com a
prática profissional já no Início do
curso, e como a metodologia do
ensino com pesquisa colabora na
formação de um profissional agente
de transformação social
Não
especificado
60 alunos do
curso de
nutrição da
UFPR
pesquisa-ação, com
abordagem qualitativa
A metodologia inovadora proporciona
resultados inesperados, que a maioria dos
alunos incorpora os conhecimentos através
da pesquisa, através de uma curiosidade
natural que a metodologia faz brotar de suas
personalidades
Educação
215
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
149
POLÍTICA DE
PESSOAL DOCENTE
NO GOVERNO LULA:
UMA ANÁLISE DO
REUNI NA UFF E SEUS
DESDOBRAMENTOS
JOSE
RENATO
BEZ DE
GREGORIO
M 2011 RJ UFF
Objetivo desconstruir o argumento
sustentado pelo Estado, de que o
REUNI é um instrumento de
democratização do acesso à
educação superior pública e gratuita,
ressaltando o caráter precário e
ineficiente desta ampliação e como
essa precarização reflete num
trabalho docente intensificado
Não
especificado
A UFF e o
REUNI
Análise das práticas
governamentais sobre a
universidade
Apontamos para a necessidade de
observarmos este movimento não como fato
isolado, mas como parte de uma estratégia
burguesa de obtenção de consenso ao seu
projeto de sociabilidade e de conformação
da classe trabalhadora, a fim de que esta se
adeque às novas necessidades do
capitalismo contemporâneo, através de
políticas disseminadas pelos organismos
internacionais, em especial o Banco Mundial
Educação
150
O ENSINO SUPERIOR
PRIVADO NO
DISTRITO FEDERAL:
UMA ANÁLISE DE
SUA RECENTE
EXPANSÃO
(1995/2001)
JOSÉ
VIEIRA DE
SOUSA
D 2003 DF UnBAnálise da constituição do ensino
superior privado do Distrito Federal
Não
especificado
Distrito Federal,
de 1995 a 2001
Todas as instituições de
ensino superior do DF
criadas até o ano de
2001
A tendência histórica de incentivo à
ampliação de vagas na educação superior
por meio do segmento privado não foi
revertida, mas, ao contrário, reforçada
Sociologia
151
AS RELAÇÕES ENTRE
O PÚBLICO E O
PRIVADO NO
PROCESSO DE
EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL:
DEMOCRATIZAÇÃO
OU
MERCANTILIZAÇÃO?.
JOSENEIDE
SOUZA
PESSOA
DOS
SANTOS
D 2011 RN UFRN
Analisar a dinâmica da expansão do
ensino superior no Brasil,
investigando como se configura a
imbricação entre o público e o
privado neste processo.
Perspectiva
Histórico-
Crítica
Análise entre o
público e o
privado no que
tange a
expansão do
ensino superior
no Brasil
Pesquisa bibliográfica,
documental e, também,
buscou-se dados
secundários fornecidos
pelo INEP,
SISPROUNI, INEP,
PNUD; IBGE
Conclui-se que esse processo de expansão
não pode ser considerado como dimensão da
democratização porque ocorre mediante
mecanismos que se afastam da educação
como direito para situar-se no âmbito do
mercado, transfigurando o direito em um
serviço que é apropriado por relações
mercantis
Educação
152
O PROCESSO DE
INTERNACIONALIZA
ÇÃO DO ENSINO
SUPERIOR NO
BRASIL: EDUCAÇÃO
COMO BEM PÚBLICO
OU MERCADORIA?
JOYCE
ARIADNE
CERQUEIR
A
M 2008 SP UNESP
Analisa os antecedentes e o alcance
da internacionalização do ensino
superior brasileiro, tendo por
objetivo principal discutir se neste
processo a educação superior tem
sido tratada como um bem público
ou como uma mercadoria
Materialismo
Histórico
Dialético
AGCS,
documento "La
enseñanza
superior - Las
lecciones
derivadas de la
experiencia"
(BM) e o
projeto da
Reforma da
Educação
Superior
Brasileira no
governo Lula da
Silva
Pesquisa de campo
documental
As instituições internacionais presentes no
Brasil tem interesse lucrativo no ensino
superior, gerenciando suas faculdades como
grandes empresas e de acordo com a
demanda do mercado
Educação
216
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
153
RECOMPOSICÃO
NEOCONSERVADORA
: UNIVERSIDADE E
INTEGRACÃO NO
MERCOSUL -
ARGENTINA E
BRASIL NA DÉCADA
1990
JUAN
CARLOS
BERCHANS
KY
M 2002 SPUNIM
EP
Considerar a recomposição
neoconservadora que afetara os
Estados da região, o processo de
integração no MERCOSUL e suas
universidades, com especial foco na
Argentina e no Brasil na década de
1990
Não
especificado
Reformas
educativas
implementadas
a partir das
categorias de
financiamento;
avaliação
institucional;
avaliação,
salário e status
legal docente;
diferenciação
institucional e
autonomia
Análise histórica
comparativa
O processo de integração que se desenvolve
no MERCOSUL e suas universidades pode
estar a serviço de um projeto hegemônico
funcional às empresas multinacionais, que
reforça as desigualdades históricas dentro da
região, que aceita, por conveniência ou por
resignação, a visão fundamentalista da
globalização, ou do estar a serviço de um
projeto político que busque uma maior
justiça social
Educação
154
SÉCULO XXI: NOVO
IMPERIALISMO E
EDUCAÇÃO. BRASIL-
ARGENTINA NOS
GOVERNOS LULA E
KIRCHNER.
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E A
REFORMA DA
REFORMA
JUAN
CARLOS
BERCHANS
KY
D 2008 SPUNICA
MP
Estudo comparativo entre Brasil e
Argentina nos governos de Lula e
Kirchner, e também das
metamorfoses locais em relação aos
governos de Fernando Henrique
Cardoso e Carlos Menem
Não
especificado
Governo Lula e
Governo
Kirchner
Estudo comparativoDetectou-se a pura mercantilização da
educação superiorEducação
155
CURSOS SUPERIORES
DE TECNOLOGIA:
SURGIMENTO,
LEGISLAÇÃO E
EXPANSÃO NO
PERÍODO PÓS-LDB
JULIANA
FAVRETTOM 2010 MG UPF
Analisar a expansão e o
comportamento da oferta dos cursos
superiores de tecnologia no âmbito
do sistema de educação brasileiro no
período posterior à Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB/96).
Não
especificado
Legislações e
dados
estatísticos
produzidos pelo
Inep
Análise documental
Houve uma expansão substancial dos cursos
superiores de tecnologia no período de 2000
a 2007, quando comparados com os demais
cursos de graduação. Tal crescimento se dá
num contexto de flexibilidade e de
emergência de interesses da iniciativa
privada, cuja rede de ensino foi a que mais
se mobilizou e se expandiu para oferecer tais
cursos.
Educação
156
ANÁLISE DO REUNI:
UMA NOVA
EXPRESSÃO DA
CONTRA-REFORMA
UNIVERSITÁRIA
BRASILEIRA
JULIANA
FIÚZA
CISLAGHI
M 2010 RJ UFRJAnalisar o REUNI e seu impacto na
universidade brasileira
Não
especificadoREUNI Não especificado
REUNI propõe, na prática é uma redução
proporcional do número de docentes nas
universidades federais bem como uma
redução proporcional dos recursos de
custeio, levando à redução da qualidade e da
autonomia, conforme inscritas na
Constituição brasileira.
Serviço
Social
217
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
157
O ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL
REPUBLICANO DA
REPUBLICA VELHA A
ERA FHC A
REAFIRMAÇÃO DA
DEPENDENCIA EM
UM NOVO DISCURSO
JULIANO
DE MELO
COSTA
M 2008 AL UFAL
Analisa os fundamentos ideológicos
e as influências externas que
nortearam as transformações no
ensino superior, durante a
administração do presidente
Fernando Henrique Cardoso
Materialismo
Histórico
Dialético
Não
especficadaNão especificada Não especificado Educação
158
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL (1994-
2006): POLÍTICAS DE
ACESSO E
PERMANÊNCIA
JULIO
CESAR
LUCHMAN
N
M 2007 PRPUC
PR
Identificar políticas públicas
destinadas a tratar principalmente de
corrigir as deficiências de acesso ao
ensino superior, bem como a garantir
a permanência dos alunos que estão
naquele nível de ensino
Não
especificada
Governos de
Fernando
Henrique
Cardoso e Luiz
Inácio Lula da
Silva (1994 –
2006)
Pesquisa documental e
análise comparativa de
dados
FHC implementa o receituário neoliberal
com base no consenso de Washington, com
apoio do FMI e BM, influenciando, dessa
forma, as políticas públicas e diminuindo os
deveres do Estado, assim a educação perde
ainda mais seu papel de integradora social e
passa a ter uma conotação de
mercadológica.O governo de Lula tem dado
ênfase à continuidade das políticas
neoliberais, no entanto, as políticas públicas
implementadas no governo Lula preocuam-
se mais com as condições de acesso ao nível
superior e permanência nele do que a
expansão das IES como ocorreu com o
governo anterior
Educação
159
A MUNDIALIZAÇÃO
DO CAPITAL E SEUS
REFLEXOS NAS
POLÍTICAS DE
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES NO
PERÍODO 1990-2010
JUSSARA
MARQUES
DE
MACEDO
D 2011 RJ UFF
Compreender os desdobramentos da
formação, em nível superior, do
professor da Educação Básica, no
Brasil, conforme previsto na Lei
9.394/1996, e de que forma tem se
dado a formação destes profissionais
neste grau de ensino.
Materialismo
Histórico-
Dialético
Formação de
professores no
Brasil durante o
governo Lula
As políticas de
formação do professor,
em nível superior, no
governo Lula da Silva
As políticas de formação do professor da
Educação Básica, em nível superior, no
Brasil, estão diretamente ligadas aos
interesses do capital, representados pelos
organismos internacionais, cujo objetivo
principal é manter o Brasil em sua condição
de país de capitalismo periférico
heteronômico.
Educação
160
OS CAMINHOS DO
PROUNI:
TRAJETÓRIAS DE
BOLSISTAS
KARIN
TERRELL
FERREIRA
D 2011 SPUFSCa
r
Estudar a história destes alunos
durante sua formação e buscar
entender as transformações nas
demandas e nas práticas cotidianas
da escola e do mercado de trabalho
Pierre
Bourdieu
Pedagogia em
uma IES de
Limeira/SP
Trejetória de estudantes Não especificado Educação
218
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
161
A TRANSFORMAÇÃO
DA UNIVERSIDADE
NA ERA DA
GLOBALIZAÇÃO: UM
ESTUDO
COMPARATIVO DE
CASOS
KARINA
APARECID
A PERSUHN
GONÇALVE
S
M 2002 PR UFPR
Entender a universidade
relacionando-se com uma sociedade
que passa por transformações de
extraordinária rapidez influenciada
cada vez mais pelo processo da
globalização
Não
especificado
Três instituições
de ensino
superior
Não especificado
A universidade tem-se colocado ao ensejo
da globalização, pois a renovação do
conhecimento científico e artístico que segue
ritmo acelerado, próprio da inovação da
tecnológica, é muito dinâmica
Administraç
ão
162
INTERNACIONALIZA
ÇÃO DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR: REFLEXOS
DO AGCS NA
REGULAÇÃO
NORMATIVA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA
KARLA DA
SILVA
COSTA
M 2009 MG UFMG
Analisar os termos do Acordo Geral
de Comércio e Serviços, ratificado
pelo país em 1994.
Não
especificado
Vinte maiores
instituições
privadas quanto
à matricula com
o intuito de
conhecer sua
organização
operacional.
Análise documental
A configuração do sistema de educação
superior contribuiria para ampliar a
internacionalização mercantil desses
serviços no país e do país
Educação
163
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NOS ANOS
DE CONTRA-
REVOLUÇÃO
NEOLIBERAL: DE
FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO
A LUIS INÁCIO LULA
DA SILVA
KATIA
REGINA DE
SOUZA
LIMA
D 2005 SP UFF
Analisar a reformulação da educação
superior realizada no Brasil nos anos
de contra-revolução neoliberal
Não
especificado
Governos FHC
e LULANão especificada
aprofundamento da inserção capitalista
dependente do Brasil na economia mundial e
para intensificação do processo de
conversão neocolonial
Educação
164
ESTADO
CAPITALISTA E
ESTRATÉGIAS DE
GESTÃO DE
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
PRIVADAS: O PROUNI
COMO POLÍTICA
SOCIAL E COMO
ASSEGURAMENTO
DA ACUMULAÇÃO
DO CAPITAL
KÁTIA
REGINA
HOPFER
D 2011 PR UFPR
Investigar o processo de renúncia
fiscal direcionado às Instituições de
Ensino Superior Privadas (IESP)
quando da sua adesão ao PROUNI
Não
especificado
Três instituições
de ensino
superior
Pesquisa bibliográfica,
a documental, a
observação participante
e as entrevistas
O PROUNI possui elementos do sistema
capitalista e que sua operacionalização
garante a acumulação ampliada do capital
inserido no modo de produção dominante. O
PROUNI se apresenta como um programa
de cunho social, recheado de elementos que
garantem de forma eficaz o asseguramento
da acumulação ampliada do capital
Educação
219
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
165
A REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA NO
MUNDO DO
TRABALHO E O
IMPACTO NAS
POLÍTICAS DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: O ENSINO
SUPERIOR A SERVIÇO
DO MERCADO DE
TRABALHO.
LAISA
MIRELE
SOARES
NASCIMEN
TO
M 2009 MG UFUAnalisar as políticas da educação
superior no Brasil
Não
especificado
Documentos,
leis e projetosAnálise documental
A pesquisa indica que o discurso oficial
associa a idéia da escolaridade com a
aquisição de um posto de trabalho, sendo
assim, o ensino superior privado ganha
força. Essas mudanças , visam única e
exclusivamente a reprodução do capital,
provocando ainda mais exploração dos
trabalhadores
Educação
166
A EDUCAÇÃO DA
"MISÉRIA":
PARTICULARIDADE
CAPITALISTA E
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL.
LALO
WATANAB
E MINTO
D 2011 SPUNICA
MP
Examinar a relação entre as
transformações da educação superior
e o desenvolvimento capitalista no
Brasil
Materialismo
Histórico-
Dialético
Educação
superior
brasileira de
1964 a 2011
Análise histórica
Os Interesses de classes dominantes nas
condições da particularidade brasileira não
tornaram imprescindíveis formas autônomas
de educação superior
Educação
167
O PÚBLICO E O
PRIVADO NAS
REFORMAS DO
ENSINO SUPERIOR
BRASILEIRO: DO
GOLPE DE 1964 AOS
ANOS 90
LALO
WATANAB
E MINTO
M 2005 SPUNICA
MP
Discutir as políticas para o ensino
superior brasileiro no período que
vai do golpe de 1964 aos anos 90, à
luz da relação entre o público e o
privado
Materialismo
Histórico-
Dialético
A educação
brasileira, da
Ditadura Militar
às reformas dos
anos 90
Análise das reformas
educacionais
Nas transformações contemporâneas do
capitalismo encontra-se a chave para a
compreensão do significado histórico da
educação superior atual à luz do público e
privado.
Educação
168
CONTRA-REFORMA
DO ENSINO
SUPERIOR E
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
CRÍTICA EM SERVIÇO
SOCIAL: OS
REBATIMENTOS E
RESISTÊNCIAS NA
DIREÇÃO ÉTICO-
POLÍTICA DA
PROFISSÃO
LARISSE DE
OLIVEIRA
RODRIGUE
S
M 2011 PE UFPE
Analisar as formas de resistência à
contra-reforma universitária, formas
essas empreendidas elas entidades
representativas da categoria
profissional dos/as assistentes
sociais
Abordagem
Qualitativa
(Materialism
o Histórico
Dialético)
A resistência à
Contra Reforma
da Educação no
Governo Lula
Produção da ABEPSS
que enfoca o debate
sobre a Formação
Profissional, no período
de 2003 a 2010, assim
como a análise de
documentos produzidos
pelo CFESS
Nas ultimas décadas constata-se um
posicionamento hegemônico de recusa ao
conservadorismo que teve um papel
fundamental para a articulação da profissão
com as lutas da classe trabalhadora, e, por
conseguinte contrário aos princípios da
contra reforma do ensino superior que tanto
se adéquam a lógica do capital
Serviço
Social
169
A UNIÃO NACIONAL
DOS ESTUDANTES E
A REFORMA
UNIVERSITÁRIA NO
GOVERNO LULA: A
EDUCAÇÃO PÚBLICA
EM DEBATE
LAURA
KARINE
MAIA DOS
SANTOS
M 2007 CE UFC
Conhecer o posicionamento da
União Nacional dos Estudantes
frente ao projeto de reforma
universitária ora vigente, levando-se
em consideração o posicionamento
da mesma entidade no processo de
reforma implementado pela ditadura
militar
Não
especificado
Reforma
Universitária do
governo Lula
Comparação das visões
a respeito da Reforma
Universitária dentro do
contexto global
Análise crítica da atual reforma universitária
é que desenvolvemos nossa pesquisa,
salientando que não nos é descabido
concluir que o sucateamento enfrentado hoje
é o anúncio de destruição do ensino superior
público e gratuito
Educação
220
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
170
O PÚBLICO, O
PRIVADO E O
ESTADO SOB A
LÓGICA DO CAPITAL:
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO SUDOESTE DO
PARANÁ
LEANDRO
TURMENAM 2009 PR UEPG
Investigar a expansão do ensino
superior no Sudoeste do Estado do
Paraná no período de 1967 a 2009
Materialismo
Histórico
Dialético
A origem da
primeira IES
(década de
1960) e a
proliferação de
novos cursos a
partir da Lei
9394/96 na
região
Análise documental
O ensino superior que se expande na lógica
do mercado é fruto do “mercado do
conhecimento”, aplicado à formação do
trabalho complexo para atender a lógica do
“conhecimento para o mercado” sob o
discurso ideológico do desenvolvimento e da
empregabilidade, o que tem atraído a
burguesia de serviços educacionais. Ainda, a
formação em nível superior tem pouco a
contribuir para a formação de cidadãos
críticos e capazes de exercer o controle
político do Estado burguês
Educação
171
UMA UNIVERSIDADE
CRÍTICA OU
FUNCIONAL. AS
PROPOSTAS E A
POLÍTICA ATUAL
PARA A
UNIVERSIDADE
BRASILEIRA
LEO
VINICIUS
MAIA
LIBERATO
M 2000 SC UFSC
Analisar as propostas para a
universidade brasileira e a política
destas
Não
especificado
Propostas,
posições e
projetos vindos
do movimento
estudantil, do
sindicato dos
docentes, do
sindicato dos
funcionários
técnico-
administrativos
e das
mantenedoras
de
universidades
privadas
Análise documental
Embora haja uma vontade de se contrapor às
propostas do Banco Mundial e da política do
governo federal, não há uma coerência
interna das propostas em favor de uma
universidade essencialmente crítica e não
funcional
Sociologia
Política
172
AS PARCERIAS
ENTRE SETOR
EMPRESARIAL E
UNIVERSIDADE:
AMPLIAÇÃO DAS
TERRITORIALIDADES
MERCANTIL-
CORPORATIVAS NO
ESPAÇO PÚBLICO
ACADÊMICO
LEONARDO
CHAGAS
DE BRITO
M 2007 RJ UFRJ
Identificar como as parcerias público-
privadas entre universidade e
agentes empresariais contribuem
para a ampliação das
territorialidades mercantil-
corporativas no interior do espaço
público acadêmico
Não
especificado
Transformações
em curso nas
universidades
brasileiras
Não especificado
O processo de globalização econômica
capitalista e o projeto neoliberal constituem-
se em macro referências que inter-
relacionadas possibilitam a compreensão das
transformações em curso
Políticas
Públicas e
Formação
Humana
221
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
173
FINANCIAMENTO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL - UMA
CONTRIBUIÇÃO COM
BASE NA
EXPERIÊNCIA DA
UNICAMP
LEONARDO
VELASCO
RONDON
M 2002 SPUNICA
MP
Apresentar o atual estágio do debate
acerca do financiamento do Ensino
Superior no Brasil
Não
especificado
Documentos do
BID e Banco
Mundial
Análise documental
A Unesco também tem se dedicado à
problemática da expansão do Ensino
Superior nos países em desenvolvimento,
mas seus textos, não possuem foco
específico na realidade brasileira
Ciência
Econômica
174
POLÍTICAS PÚBLICAS
DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
GOVERNO LULA E
IMPACTOS NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO
AMAZONAS:
ENFOQUE NA
EXPANSÃO DOS
NOVOS CAMPI
LEYVIJANE
SOUZA
ALBURQUE
RQUE
M 2007 AM UFAM
O presente trabalho buscou mostrar,
de forma geral, quais são as políticas
públicas para a educação superior no
governo Lula
Não
especificado
Reformas do
Governo Lula
Plano Nacional de
Educação Brasileiro,
aprovado no governo
Fernando Henrique
Cardoso por meio da
Lei nº. 10.172/2001, e
o Anteprojeto de Lei da
Reforma Universitária
Ficou claro que, ao mesmo tempo em que o
governo atual remonta uma estrutura política
da oferta e expansão desse nível de ensino,
intensificam-se as continuidades das
políticas neoliberais de subordinação aos
interesses internacionais e a não-ruptura do
jogo de interesses dos dominadores sobre os
dominados
Educação
175
REFORMA DO
ESTADO E
MUDANÇAS NA
POLÍTICA
EDUCACIONAL:
ALGUMAS
OBSERVAÇÕES
SOBRE O ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO NOS
ANOS NOVENTA
LOURIVAL
BATISTA
DE
OLIVEIRA
JÚNIOR
M 2003 MG UFJF
Discutir as mudanças na política
educacional do terceiro grau a partir
dos movimentos reformistas
internacionais e das reformas
internas, particularmente as reformas
educacionais e a do aparelho do
Estado brasileiro
Martin
Carnoy
LDB, Governo
FHC e contexto
internacional
Análise das políticas
governamentaisNão especificado Educação
176
O PAPEL DO BANCO
MUNDIAL NA
FORMAÇÃO DA
AGENDA DE
REFORMAS EM C&T E
ENSINO SUPERIOR: A
EXPERIÊNCIA DA
ARGENTINA E
BRASIL COM
COMUNIDADES
EPISTÊMICAS
LOURRENE
DE CÁSSIA
ALEXANDR
E MAFFRA
M 2011 SP USP
Compreender o papel do Banco
Mundial como consolidador e
articulador de comunidades
epistêmicas em dois projetos
elaborados conjuntamente com
Brasil e Argentina na década de
1990
Não
especificado
Documentos
oficiais dos
projetos no
Brasil e
Argentina
Análise documental Não especificado
Integração
da América
Latina
222
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
177
UM ESTUDO SOBRE
MODELOS DE
FORMAÇÃO DE
TECNÓLOGOS EM
DESENVOLVIMENTO
NO BRASIL;
CONTRIBUIÇÃO À
ANÁLISE,
AVALIAÇÃO E
POSICIONAMENTO
NO ÂMBITO
POLÍTICO-
PEDAGÓGICO
LÚCIA
EMÍLIA
LETRA
RIBEIRO
M 2002 MGCEFET
MG
Identificar, analisar e descrever as
características de modelos de
formação de tecnólogos em
desenvolvimento no Brasil
Teoria
Crítica da
Sociedade
Legislação e
modelos
pedagógicos em
uso no período
determinado
Análise documental,
estudo de campo
Evidenciou que a concepção de tecnólogo
adotada no Brasil é aquela que o identifica
como um profissional de nível intermediário,
usuário e difusor de novas tecnologias
Tecnologia
178
O PÚBLICO E O
PRIVADO NAS
UNIVERSIDADES
PÚBLICAS: ANÁLISE
DA FUNDAÇÃO DE
APOIO PRIVADA
FADESP NO
GERENCIAMENTO
DOS RECURSOS PARA
A UFPA (2004 A 2008)
LUCIANA
RODRIGUE
S FERREIRA
M 2010 PR UFPR
Analisar a parceria entre o público e
o privado, estabelecida entre as
universidades federais e as
fundações de apoio privadas (FAP),
no gerenciamento de recursos para a
instituição apoiada
Não
especificada
Universidade
Federal do Pará
(UFPA) e a
Fundação de
Amparo e
Desenvolviment
o da Pesquisa
(FADESP), no
período de 2004
a 2008
FADESP; Decreto nº
5.204; Prestação de
contas anual
estabelecida pelo marco
regulatório das FAP e o
regimento da UFPA;
Relatórios de
Atividades
Apesar da introdução da lógica de mercado
e da naturalização da parceria com o privado
no interior das Instituições Federais de
Ensino Superior (IFES), a relação entre
público e privado é sustentada,
essencialmente, com recursos públicos
Educação
179
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS E
PROJETO
PEDAGÓGICO NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UM
ESTUDO DA
EXPERIÊNCIA NO
CURSO DE
ENGENHARIA
ELÉTRICA DA UFU
LUCIANA
SILVA DE
GOUVEA
M 2004 MG UFU
Investigar e analisar o processo de
construção do Projeto Pedagógico
no curso de Engenharia Elétrica da
UFU
Não
especificado
Curso de
engenharia
elétrica da UFU
Pesquisa documental
como técnica de coleta
de dados, entrevistas
Evidencia-se como o processo de
diversificação e diferenciação institucional
se articula com o princípio da flexibilização,
o qual se faz presente na educação superior
desde a reforma universitária de 1968 e que
o Curso de Engenharia Elétrica da UFU vem
passando por importantes mudanças.
Educação
180
A CRIAÇÃO DE
UNIVERSIDADES
TECNOLÓGICAS NO
BRASIL: UMA NOVA
INSTITUCIONALIDAD
E PARA A EDUCAÇÃO
SUPERIOR
LUCIENE
LIMA DE
ASSIS
PIRES
D 2005 GO UFG
Analisar a criação de universidades
tecnológicas no Brasil, como
resultante das políticas de
diversificação e diferenciação
institucional
Gramsci
Centro Federal
de Educação
Tecnológica do
Paraná
Tranformações entre
1997 e 2002
Conclui-se que as políticas, para educação
superior e profissional, desencadeiam um
modelo de formação mais flexível em
atendimento à demanda de profissionais
definida pelo mercado. E as instituições de
ensino superior aderem-se a este novo filão
construindo uma nova institucionalidade,
minimizando a oferta de uma formação,
fundada no tripé ensino-pesquisa-extensão
Educação
223
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
181
A AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA: DE
PRINCÍPIO
FUNDANTE ÀS
ORIENTAÇÕES DO
BANCO MUNDIAL E A
SUA RELAÇÃO COM
AS REFORMAS
ATUAIS DO ENSINO
SUPERIOR NO BRASIL
E NO ESTADO DO
PARANÁ
LUIZ
FERNANDO
REIS
M 2002 PR UEM
Apreender, brevemente, o que
caracteriza a autonomia universitária
em diversos momentos da história
dessa instituição, no mundo e no
Brasil; analisar as recomendações do
Banco Mundial para os " países em
desenvolvimento" no que tange à
reforma dos seus sistemas de ensino
superior
Não
especificado
Políticas do
Banco Mundial
Análise das políticas
implementadas, a partir
de sua relação com o
atual reordenamento do
capitalismo que tem
nos organismos
internacionais seus
princípios artífices
Para o BM a "concessão" da autonomia às
universidades se constitui no instrumento
para reformar os sistemas de educação
superior, possibilitando que a universidade
pública possa buscar fontes alternativas de
recursos, com vistas a sua auto-sustentação
financeira. Essa concepção de autonomia de
opões frontalmente à autonomia universitária
consagrada na Constituição Federal
brasileira, em 1988.
Educação
182
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA NA
VISÃO DE
DIRIGENTES DA
UEMA
LUIZ
GUSTAVO
ALVES
BATISTA
M 2006 SC UFSC
No momento em que a universidade
brasileira é convocada aos debates
sobre seu futuro, é o objeto da
presente pesquisa que buscou
analisar o tema na visão de
dirigentes da Universidade Estadual
do Maranhão
Não
especificado
Dirigentes da
UEMA
Realizadas entrevistas
semi-estruturadas para
obtenção dos dados
A grande maioria dos entrevistados
concorda com o processo e esperam que
mesmo aprovando-se o anteprojeto de lei da
educação superior os debates devam
continuar como forma de estimular as
universidades a se repensarem de maneira
coesa com a evolução do mundo. Destacou-
se ainda que a participação de diversos
segmentos sociais nesse processo promove a
democracia e o desenvolvimento da nação
Administraç
ão
183
A AUTONOMIA NAS
IES/PÚBLICAS
ESTADUAIS
PARANAENSES:
VISÕES E
PERSPECTIVA DOS
DIRIGENTES DAS
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
PÚBLICAS
ESTADUAIS DO
PARANÁ, SOBRE A
IMPLEMENTAÇÃO DA
AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA
LUIZ
LAERTES
DE FREITAS
M 2000 SC UFSC
Identificar a visão e as perspectivas
dos dirigentes das Instituições de
Ensino Superior Estaduais
Paranaenses sobre o processo de
autonomia implementado através do
termo de autonomia do govemo do
Estado
Não
especificado
Características
qualitativas a
uma perspectiva
de corte
transversal no
período
compreendido
entre 1999/2000
Roteiro de perguntas e
análise de documentos
Os dirigentes das Universidades parecem
mais receptivos quanto a implementação da
autonomia para que estas Instituições
cumpram suas finalidades de Ensino,
Pesquisa a Extensão. Por outro lado, os
dirigentes das Instituições Isoladas, parecem
mais reticentes quanto a autonomia pelas
dificuldades vivenciadas nas faculdades
Administraç
ão
224
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
184
PROGRAMAS DA
QUALIDADE TOTAL E
EDUCAÇÃO:
REFLEXÕES SOBRE A
UTILIZAÇÃO DE SEUS
PRINCÍPIOS NO
ENSINO DE
ENGENHARIA
LUIZ
ROBERTO
DE
CAMARGO
RIBEIRO
M 2000 SP USPAnalisar os programas de Gestão de
Qualidade Total
Não
especificado
Não
especificadaNão especificada
Os programas de Gestão da Qualidade Total
podem contribuir com princípios norteadores
e ferramentas úteis às universidades para se
adaptarem mais eficazmente a este rápido
processo de mudanças e satisfazerem as
necessidades de seus clientes, alunos,
empregadores, contribuintes, entre outros.
Engenharia
de Produção
185
"O PAROXISMO DA
QUALIDADE:
AVALIAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL"
LUIZ
ROBERTO
LIZA CURI
D 2011 SPUNICA
MP
O trabalho trata da avaliação como
principal forma de gestão da política
de ensino superior no Brasil
Não
especificada
Não
especficada
Políticas educacionais
brasileiras de 1996 a
2011
A regulação, divulgada como proteção da
sociedade em relação à má qualidade no
ensino superior, é, na verdade, disposição
legal para o efetivo processo de expansão.
Economia
186
A TENSÃO ENTRE O
PÚBLICO PRIVADO
NA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
MANOEL
JOAQUIM
FERNANDE
S DE
BARROS
D 2003 BA UFBA
Como se explica a tensão entre o
público e o privado na educação
superior brasileira, especialmente a
partir da LDB/96
Método
Popperiano e
Teoria do
Capital
Humano
Brasil pós 1996entrevista e
obras/documentos
A tensão entre o público e o privado na
educação superior brasileira é estrutural não
foi totalmente falseada, deixando lacunas
que poderão ser preenchidas por novas
hipóteses falseáveis, mais universais, porém
específicas e plausíveis, conforme orienta o
próprio Karl Popper.
Educação
187
EDUCAÇÃO E
CRESCIMENTO
ECONÔMICO NO
BRASIL
MARA
LUCY
CASTILHO
D 2003 MG UFV
Analisar o processo de crescimento
econômico brasileiro nas duas
últimas décadas, sobretudo no que
tange à contribuição da acumulação
de capital humano para este
processo.
Não
especificado
(Robert
Lucas)
Brasil 1983-
2003Análise de dados gerais
Mais educação não implicou em maior
crescimento do país, o que pode significar
que o Brasil está acumulando capital
humano, porém não fazendo uso adequado
deste fator. Ou simplesmente a qualidade da
educação oferecida não é suficiente para
gerar acúmulo de capital humano; o país
pode estar apenas obtendo quantidade e não
qualidade educacional.
Economia
188
O RELATÓRIO
JAQUES DE LORS, A
LDB 9394/96 E A
PROPOSTA DE
FORMAÇÃO DO
ASSISTENTE SOCIAL
MÁRCIA
ADRIANA
ARAÚJO
M 2002 PR UEM
Compreender qual a vinculação
conceitual de orientação filosófica
entre as Diretrizes Curriculares do
Curso de Serviço Social, de 08 de
novembro de 1996, a nova LDB, lei
nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996
e as diretrizes internacionais de
educação expressas no Relatório
Jacques Delors
Não
especificado
Diretrizes
Curriculares do
Curso de
Serviço Social,
de 08 de
novembro de
1996, a nova
LDB e o
relatório
Jacques Delors
Análise documental
O conteúdo histórico de 80/90 tem indicado
para uma nova cidadania, a ser consolidada
com a contribuição de áreas como a
educação e assistência social
Educação
225
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
189
A PROLETARIZAÇÃO
DO TRABALHO
INTELECTUAL:
MERCANTILIZAÇÃO
E RESISTÊNCIA NO
ENSINO SUPERIOR
MÁRCIA
DO ROCIO
SANTOS
D 2011 SPPUC
SP
Ensino superior no Brasil, sob a
forma da proletarização do trabalho
intelectual
Materialismo
Histórico-
Dialético
(Michael
Löwy)
Educação
Superior
Brasileira
Análise da ausência de
contratos e outros
elementos
A realidade educacional revela elementos da
relação econômico-filosófica e da dialética
material e imaterial destas contradições
Serviço
Social
190
A ATUAL
LEGISLAÇÃO
EDUCACIONAL
BRASILEIRA PARA
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES:
ORIGENS,
INFLUÊNCIAS E
IMPLICAÇÕES NOS
CURSOS DE
LICENCIATURA EM
MATEMÁTICA
MÁRCIO
ANTONIO
DA SILVA
M 2004 SPPUC
SP
Investigar a formação de professores
de Matemática no Brasil, analisando
as propostas apresentadas e
interpretações que estão sendo feitas
pelos coordenadores de cursos de
Licenciatura em Matemática a
respeito da atual legislação oficial
Philippe
Perrenoud
Coordenadores
de Insituições
de Ensino
Superior
Quatro entrevistas com
coordenadores de
instituições de ensino
superior
As propostas governamentais não foram
totalmente colocadas em prática nos cursos,
o que deveria ter ocorrido em fevereiro de
2004. Por outro lado, os coordenadores
propuseram alternativas para superar as
contradições existentes na elaboração das
diretrizes oficiais
Educação
Matemática
191
CONSIDERAÇÕES
SOBRE A EVOLUÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR NO BRASIL
MARCO
ANTÔNIO
SAMPAIO
M 2005 SP UBC
Procuramos entender os rumos do
Ensino Superior no Brasil, iniciando
com a discussão, sobre o vestibular,
suas conseqüências, a pós-graduação
e suas conseqüências, até chegarmos
a nova Lei de Diretrizes e Bases, nº
9.394/96, hoje vigente no país.
Não
especificado
Histórico das
transformações
na educação
humana ao
longo do tempo
Análise da educação,
dos primórdios à LDB
de 96
Concluindo, fazemos uma reflexão, sobre a
história do ensino superior brasileiro, no
sentido de levantar pontos de discussão,
objetivando o aprimoramento e a
modernidade que a educação necessita para
não termos mais a dualidade no ensino, mas
sim a união do conhecimento, ensino e
pesquisa.
Semiótica,
Tecnologias
de
informação
e educação
192
REESTRUTURAÇÃO
NEOLIBERAL E SEUS
REFLEXÕES NA
UNIVERSIDADE
BRASILEIRA: A
UNIVERSIDADE DO
ESTADO DO RIO DE
JANEIRO ENQUANTO
UM ESTUDO DE CASO
MARCOS
CORTESÃO
BARNSLEY
SCHVERST
UHL
M 1999 RJ UFRJAnalisar os reflexos das políticas
neoliberais no campo educacional
Não
especificado
Políticas de
reestruturação
dos sistemas de
ensino superior
Análise das diretrizes
da UFRJNão especificado Educação
226
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
193
PROUNI: POLÍTICA
PÚBLICA DE ACESSO
AO ENSINO
SUPERIOR OU
PRIVATIZAÇÃO?
MARCOS
JOSÉ
VALLE
M 2009 PR UTP Analisar o ProuniNão
especificado
Pesquisa
bibliográfica e
análise de dados
oficiais
Análise bibliográfica e
de dados oficiais
A influência de interesses particulares
externos e internos, resulta em alterações
que em longo prazo podem tornar-se fontes
de novos problemas devido à forma de
subsídio, implicando diretamente na
arrecadação de recursos do governo,
principalmente quanto à ampliação da oferta
pública e da qualidade do ensino, pesquisa e
extensão
Educação
194
TRANSFORMAÇÕES
NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
E SEUS IMPACTOS NA
ESTRUTURA,
ESTRATÉGIA E
GOVERNANÇA: O
CASO DE TRÊS
UNIVERSIDADES
FEDERAIS DE MINAS
GERAIS
MARCUS
VINICIUS
DAVID
D 2009 MG UFLA
Delinear as articulações e as
interfaces das universidades públicas
brasileiras, considerando a tríade
Estado, oligarquia acadêmica e
mercado, na busca de conhecer e
aprofundar os conflitos e interesses
envolvidos, bem como avaliar os
impactos na estrutura, na estratégia e
na governança
Clark (1983),
Drèze &
Debelle
(1983) e
Kerr (2005)
Universidade
Federal de
Minas Gerais
(UFMG), na
Universidade
Federal de Juiz
de Fora (UFJF)
e na
Universidade
Federal de
Uberlândia
(UFU)
Três faculdades de MG
Em suma, se o Estado estabelecer
macropolíticas que permitam que as
universidades interajam com a sociedade e o
mercado, a oligarquia acadêmica liberta e
liberada das amarras conservadoras e o
mercado demandando os saberes e poderes
da universidade, criam-se, assim, as
condições para um novo agir das
universidades, fundados em novas
concepções de estrutura, estratégia e
governança.
Administraç
ão
195
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E GESTÃO
NAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS : O
PLANEJAMENTO
INSTITUCIONAL NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
VIÇOSA/MG
MARIA
ALBA
PEREIRA
DE DEUS
D 2008 RJ UFF
As políticas de reformulação da
educação superior no Brasil, no
contexto do processo de ajuste
estrutural e das reformas
empreendidas desde o final da
década de 1980 sob os auspícios dos
organismos internacionais do capital
e das elites governantes
Não
especificado
Universidade
Federal de
Viçosa
Análise da construção
do PDI na
Universidade Federal
de Viçosa – MG e seus
planos de gestão de
2001 e 2005
O REUNI demonstra ser um eficaz
substituto do PDI como instrumento
hegemônico de obtenção do consenso das
IFES para uma expansão quantitativa,
contratada com aporte limitado e provisório
de recursos, ainda que isto leve à
intensificação e deterioração da qualidade
do trabalho e da formação acadêmica,
referenciadas no ensino e na pesquisa
Educação
196
O SIGNIFICADO DO
PRINCÍPIO DA
PARTICIPAÇÃO NA
POLÍTICA
EDUCACIONAL
BRASILEIRA NOS
ANOS INICIAIS DO
SÉCULO XXI: O
DECLARADO NO PPA
“BRASIL DE TODOS
(2004-2007)”
MARIA
ALICE DE
MIRANDA
ARANDA
D 2009 MS UFMS
Significado do princípio da
participação, empiricamente buscado
no Plano Plurianual (PPA) “Brasil de
Todos: inclusão e participação (2004-
2007)”, documento que legalmente
norteia a primeira gestão
governamental (2003-2006) de Luiz
Inácio Lula da Silva
Materialismo
Histórico
Dialético
Governo Lula -
Primeiro
Mandato
Participação
democrática no governo
Lula
O princípio da participação na política
educacional brasileira no limiar do século
XXI está fundamentado nos pressupostos da
cidadania ampliada projetada pelos ideais
liberais que visam ao bem-estar material ao
nível da civilização vigente na sociedade
capitalista e não como proposta alternativa
no que concerne à superação da relação
capital/trabalho
Educação
227
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
197
A EXPANSÃO E
RECONFIGURAÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR PRIVADO
NOS ANOS 90: O CASO
DO MUNICÍPIO DE
GOIÂNIA
MARIA
ANTONIA
GOMES
M 2002 GO UFG
Analisar, no contexto das políticas
educacionais no Brasil, a expansão e
reconfiguração do ensino superior
privado com fins lucrativos
Não
especificado
Instituições de
ensino superior
(ies) privadas
com fins
lucrativos
criadas e as
estabelecidas
em goiânia
Pesquisa documental no
sentido lato (fontes
orais e escritas),
Percebe-se que as ies redirecionaram antigas
formas de disputa, envolvendo em seu
conjunto recentes demandas que passam a
apontar outros significados do ensino
superior privado com fins lucrativos no
município
Educação
198
ARTICULAÇÃO
ENTRE DISCURSOS
GLOBAIS E LOCAIS
NA DEFINIÇÃO DA
INTERPRETAÇÃO
LEGÍTIMA DE
UNIVERSIDADE NAS
PROPOSTAS DE
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
MARIA
CREUSA DE
ARAÚJO
BORGES
D 2007 PE UFPE
Construção social de discursos sobre
a universidade por parte de
organismos e instituições
internacionais e entidades nacionais
no contexto de reforma da educação
superior em curso no Brasil
Pierre
Bourdieau
Anteprojeto de
lei e no PL
7.200/2006 do
MEC,
referências
discursivas
globais,
representadas
pelo BIRD,
UNESCO,
OMC e agentes
e instituições do
Processo de
Bolonha nas
estratégias de
luta dos
interlocutores
nacionais
Relação entre as
temáticas e seus
interlocutores; as
concepções de
educação superior, as
orientações/recomenda
ções indicadas e as
posições, no campo em
referência, equivalentes
e divergentes quanto à
matéria.
Configura-se, pois, uma articulação entre
discursos globais e locais nas diferentes
propostas de reforma nacionais, no processo
de luta em torno da concepção de
universidade, onde, somente, algumas
instituições detêm as condições materiais e
simbólicas, necessárias à definição social
legítima de instituição universitária.
Sociologia
228
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
199
POLÍTICAS DE
EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
BRASILEIRA
MARIA DAS
DORES
PIMENTEL
NOGUEIRA
GONÇALVE
S
M 1999 MG UFMG
Sistematização e análise de algumas
questões básicas da extensão
universitária
Jürgen
Habermas
Análise das três
políticas de
extensão
formuladas no
país, buscando
compreender o
processo de
formulação das
mesmas a partir
dos atores
sociais que as
elaboraram. do
início do século
Análise das concepções
das instituições, do
MEC e dos estudantes
Não especificado Educação
200
OS RUMOS DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
E O ENSINO DE
GRADUAÇÃO NA
UNIVERSIDADE DO
ESTADO DO RIO DE
JANEIRO: QUE
UNIVERSIDADE É
POSSÍVEL?
MARIA DAS
GRAÇAS
BRAGA
BOTELHO
M 2004 RJ UFRJ
Suscitar debates entre os segmentos
envolvidos na dinâmica da
Universidade, levando à reflexão
sobre os rumos traçados para o
ensino de graduação e os
mecanismos que possam fortalecer e
legitimar o seu caráter público e sua
função essencial de promover o
progresso da ciência e da tecnologia
Não
especificadoUFRJ
Pesquisa empírica
realizada com alunos e
professores da
Universidade do Estado
do Rio de Janeiro
Não especificadoServiço
Social
201
POLÍTICA DA
EDUCAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
BRASILEIRO. OS
RECURSOS PÚBLICOS
NO ENSINO PRIVADO:
O CASO DE UMA
UNIVERSIDADE
CATÓLICA
MARIA DAS
GRAÇAS
GOMES
MONTEIRO
M 1997 DF UnB
Analisar uma universidade privada e
católica, no que se refere à
apropriação dos recursos públicos e
seu compromisso social
Não
especificado
Universidade
Católica de
Goiás
Análise dos recursos
públicos ao setor
privado
Os recursos públicos não são volumosos
como explicitam os publicistas e nem são
diminutos como alardeiam os privatistas, e
por outra, a prática acadêmica não está
sustentada no lucro e se dirige para atender
as necessidades da região e setores sociais
pouco privilegiados, melhor dizendo, esta
universidade parece subordinar os interesses
privados aos interesses gerais da sociedade
na qual está inserida
Educação
229
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
202
POLÍTICAS PARA A
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL
DOS ANOS 90: O
PROBLEMA DA
DIVERSIFICAÇÃO
DAS INSTITUIÇÕES
MARIA DAS
GRAÇAS
MARCELO
RIBEIRO
D 2000 SPPUC
SP
Procura-se mostrar as dimensões
políticas dessa crise e seus impactos
sobre a educação superior,
chamando atenção para a proposta
de "Reforma do Estado" e, no seu
bojo, a de transformação das
universidades públicas em
"Organização Sociais".
Não
especificado
Reformas do
Estado
Estudos sobre a edição
do decreto n.2207/97 e
outros documentos
Apreensões quanto ao risco de
aprofundamento do elitismo da Universidade
brasileira e da dependência científica e
tecnológica do país, em decorrência do
estímulo à diversificação do sistema
Educação
203
O RASTRO DA
REFORMA DO
APARELHO DO
ESTADO NOS
SERVIÇOS
ADMINISTRATIVOS
EDUCACIONAIS: UM
ESTUDO DE CASO
MARIA DO
CARMO
SANTOS
NETA
D 2007 RJ UFRJ
Analisar o impacto da transposição
dos conceitos mercadológicos para a
administração educacional,
sobretudo nos serviços
administrativos do ensino superior
Max Weber
Depoimento e
de análise de
conteúdo
Governo FHC
Construiu-se um panorama dos entraves e
percepções dos servidores envolvidos no
processo de implantação do Programa de
Qualidade no Serviço Público, sobretudo no
início da década de 1990, no Governo de
Fernando Henrique Cardoso - FHC
Educação
204
INTERIORIZAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO PARÁ E NO
BANCO MUNDIAL:
OLHAR SOBRE AS
APROXIMAÇÕES
DESTAS PROPOSTAS
MARIA DO
SOCORRO
DA COSTA
COELHO
M 1998 SPUNIM
EP
Demonstrar como ocorreu o
processo de interiozação da
Universidade Federal do Pará-
UFPA, tendo como objeto o "Projeto
de Consolidação e Expansão das
Licenciaturas Plenas no Interior do
Estado"
Não
especificado
Investigar a
influência das
diretrizes
propostas pelo
BM ao
Ministério da
Educação
Projeto de
interiorização da
Amazônia
O trabalho demonstra por intermédio das
fontes primárias a articulação da UFPA com
o Congresso Nacional, o MEC e a Agência
Internacional, revelando o caráter privatista
das propostas
Educação
205
REFORMA DO
ESTADO, REFORMA
DA UNIVERSIDADE E
MOVIMENTO
DOCENTE:
RESISTÊNCIA E
EMBATE DE
PROJETOS
MARIA DO
SOCORRO
XAVIER
BATISTA
D 2000 PE UFPE
Analisar a reforma do Estado e da
universidade, no Brasil,
especialmente aquela dirigida às
Instituições Federais de Ensino
Superior
Não
especificado
Reforma do
Estado e da
Universidade
nos anos 1990
Análise documental
O trabalho buscou destacar os determinantes
estruturais, políticos, econômicos, sociais da
reforma, de ordem interna e externa, e
identificar alguns dos seus impactos nas
instituições públicas
Sociologia
230
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
206
A METAMORFOSE DO
TRABALHO DOCENTE
NO ENSINO
SUPERIOR: ENTRE O
PÚBLICO E O
MERCANTIL
MARIA
EMILIA
PEREIRA
DA SILVA
D 2009 RJ UFRJ
Trabalho docente no Ensino
Superior no Brasil, face ao atual
contexto das relações sociais de
produção sob a égide do capital
financeiro
Materialismo
Histórico-
Dialético
Empírica
realizada nas
licenciaturas de
duas
universidades,
uma pública e
uma privada
Instituições públicas e
privadas
A flexibilização dos regimes e contratos de
trabalho se impôs nas IES públicas e
privadas. A redução de gastos com a força
de trabalho docente, aliada a um
produtivismo e especialização exacerbada,
tende a reduzir as atividades de pesquisa na
universidade pública e a sobrecarregar o
professor, precarizando suas condições de
trabalho e salário. No setor privado, o
professor é submetido a uma carga horária
fragmentada em diversas instituições, a
flexibilização curricular e da sua área de
especialização. O valor-trabalho é a
categoria central de análise e explicação
Políticas
Públicas e
Formação
Humana
207
POLÍTICAS PARA A
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
PERÍODO DE 1995 A
2006: A (RE)
CONFIGURAÇÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO RIO GRANDE DO
NORTE
MARIA
GORETTI
CABRAL
BARBALHO
D 2011 RN UFRN
Analisar o delineamento do ensino
superior, no período de 1995-2006,
no Brasil como resultado da
implementação das políticas de
expansão
Não
especificado
Dados
estatísticos
Ensino Superior no Rio
Grande do Norte
A ampliação do domínio privado e, por
conseguinte, diminuição do público
impulsionadas pela implementação das
reformas do Estado e da educação significa
a defesa do mercado como princípio
regulador da sociedade, passando a orientar
as mudanças globais, com graves
implicações
Educação
208
HEGEMONIA, AJUSTE
NEOLIBERAL E
ENSINO SUPERIOR
NO BRASILL
MARIA
HELENA
RIBEIRO
MACIEL
D 2008 PB UFPB
Analisa a política educacional no
Brasil direcionada para o ensino
superior, num contexto de ajuste
neoliberal
Gramsci
Análise das
reformas do
Ensino
Superior,
principalmente
no período
denominado de
“Década da
Educação”
(1996/2006)
Verificação da
subordinação do ensino
às demandas do
mercado, análise dos
documentos
Os mecanismos hegemônicos do ajuste
neoliberal definiram as diretrizes para o
Ensino Superior no Brasil, visando a
hegemonia do capitalismo mundial
Educação
209
O FUNDO DE
FINANCIAMENTO AO
ESTUDANTE DO
ENSINO SUPERIOR
(FIES): O
DESEMPENHO DO
PROGRAMA FEDERAL
NO ATENDIMENTO À
DEMANDA PELO
ENSINO SUPERIOR
MARIA
HIDALGO
SANCHEZ
M 2004 SP USM
Analisar o programa do governo
federal brasileiro FIES - Fundo de
Financiamento ao Estudante do
Ensino Superior
Nina Beatriz
Ranieri
FIES e a
LDB/96
Fontes documentais,
instrumentos legais,
dados estatísticos e
investigação
bibliográfica
Não especificado
Educação,
Adm. e
Com.
231
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
210
NOVOS MODOS DE
REGULAÇÃO DAS
POLÍTICAS DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E O
ENSINO DE
GRADUAÇÃO EM
ODONTOLOGIA NO
BRASIL (1995-2008):
ESPAÇOES, SUJEITOS
E AÇÕES
MARIA
INÊS
BARREIROS
SENNA
D 2010 MG UFMG
Analisar os novos modos de
regulação das políticas de educação
superior no Brasil no contexto dos
cursos de graduação em Odontologia
Não
especificado
FHC (1995-
2002) e Lula
(2003-2008)
Censo da Educação
Superior (1995-2008),
Questionário do
ENADE 2004 e 2007 e
das súmulas dos
pareceres da CES/CNE
(1997-2007) sobre os
processos de
autorização e
reconhecimento dos
cursos, entrevistas
A grande ampliação da oferta de formação
ocorreu principalmente no setor privado; e
foi acompanhada pela busca de novos
mercados educacionais para além das
Regiões Sudeste e Sul; tendência de
diversificação da oferta de formação,
principalmente com a criação de novos
cursos de graduação em centros
universitários e faculdades de odontologia;
diminuição da competitividade dos
processos seletivos para a área de
Odontologia, tendo em vista a grande
redução da relação candidato/vaga (51%).
Educação
211UFBA NA MEMÓRIA:
1946 - 2006
MARIA
INES
CORREIA
MARQUES
D 2005 BA UFBA
Reconhecer a configuração atual da
universidade brasileira através do
rastreamento histórico, para analisar
os processos reformistas do ensino
superior
Walter
BenjaminUFBA
Narrativas de três
reitores da UFBA:
Roberto Santos (1967-
1971); Rogério
Vargens (1988-1991) e
Felippe Serpa (1993-
1998)
A autora percebeu a história conforme sua
subjetividade, e suas circunstâncias
historicamente. As narrativas dos reitores,
não são apêndices, estão no cerne do
trabalho.
Educação
212
A RECONFIGURAÇÃO
DO CAMPO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR DE
ENFERMAGEM NO
ESTADO DO RIO DE
JANEIRO: 1996 - 2006
MARIA
LELITA
XAVIER
D 2010 RJ UFRJ
Descrever as circunstâncias que
favoreceram a promulgação da LDB;
analisar as estratégias de luta
empreendidas pelos agentes da
educação superior de enfermagem;
discutir a reconfiguração do campo
da educação superior em
enfermagem no estado do RJ
Pierre
BourdieauUFRJ
LDB e Plano Naconal
de Educação e seus
impactos sobre a UFRJ
Na década de 1990, sob os auspícios do
neoliberalismo foi realizada a reforma
educacional no Brasil, a qual se baseou nos
aspectos de flexibilidade, competitividade,
avaliação, focando especialmente o princípio
da expansão. Para tanto, o MEC
providenciou a elaboração de vários
instrumentos legais como: a Lei nº
9.131/1995, a LDB nº 9.394/1996 e o Plano
Nacional de Educação
Enfermagem
213
EXPANSÃO E
CONSOLIDAÇÃO DO
MERCADO DE
ENSINO SUPERIOR
NA CIDADE DO
RECIFE
MARIA
LETÍCIA
LEOCÁDIO
SILVA
CAVALCAN
TI
M 2008 PE UFPE
Analisar as estratégias, iniciativas ou
políticas institucionais formuladas e
empregadas pelas IES,
correlacionando-as com as políticas
para educação superior
correspondentes aos governos de
FHC (1995-2002) e Lula (2003-
2006)
Análise de
Conteúdo
Governo FHC e
LULA
Documentos
governamentais, o
marco legal, entrevistas
semi-estruturadas
A formação, consolidação e sofisticação de
um mercado de serviços educacionais na
Cidade do Recife, que teve seu início com as
políticas implementadas no governo FHC
Educação
232
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
214
POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA O ENSINO
SUPERIOR A
DISTÂNCIA E A
IMPLEMENTAÇÃO DO
SISTEMA
UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL
NO ESTADO DO
PARANÁ
MARIA
LUISA
FURLAN
COSTA
D 2010 SP UNESP
O objetivo geral deste estudo é
analisar os procedimentos adotados
para viabilizar a implementação de
cursos superiores ofertados em uma
modalidade distinta do ensino
presencial, no âmbito do Sistema
UAB
Não
especificado Paraná UAB no Paraná
Pesquisa vem reforçar a premissa básica de
que a expansão da oferta de cursos
superiores a distância por meio da
modalidade a distância é um fato inconteste
Educação
215
PDI - PLANO DE
DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL, PPI -
PROJETO
PEDAGÓGICO
INSTITUCIONAL E
PPC - PROJETO
PEDAGÓGICO DE
CURSO, ENTRE O
DITO E O FEITO, UMA
ANÁLISE DA
IMPLEMENTAÇÃO EM
TRÊS IES/RS/BRASIL
MARIA
MAIRA
PICAWY
D 2008 RSPUC
RS
O trabalho traz reflexões sobre: o
Ensino Superior Brasileiro e sua
expansão, competitividade e
avaliação; Base Legal da Avaliação
do Ensino Superior – SINAES -
PDI, PPI, PPCPed; o Curso de
Pedagogia – Formação Docente; a
Metodologia de Pesquisa de
“Estudos de Casos Múltiplos”
Não
especificado
Institutos de
Educação
Superior do RS
Análise das orientações
legais do
MEC/INEP/SINAES/D
CNs
Não especificado Educação
216
MOBILIDADE SOCIAL
E EDUCAÇÃO: A
DUALIDADE NO
ENSINO SUPERIOR
MARIA
NELI
RIBEIRO
CUNHA
M 1998 MG UFV
Analisar as desigualdades
educacionais a partir de sua
interação com as desigualdades
sociais e econômicas
Não
especificado
Universidade
Federal de
Viçosa
Analisar os dados dos
canditatos ao vestibular
de 1993 a 1997
O sistema educacional brasileiro, e mais
especificamente a universidade pública,
reflete as estruturas sociais e econômicas da
sociedade brasileira, ao reservar de forma
geral, aos mais carentes as profissões e as
carreiras de mais baixo status e menores
salários.
Educação
233
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
217
EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO PARÁ:
PROGRAMAS
EXPANDIR E REUNI E
A COMPOSIÇÃO DOS
QUADROS DOCENTE
DOS CAMPI DA UFPA
MARIA
PÁSCOA
SARMENTO
SOUSA
M 2011 PA UFPACenário da política de educação
superior entre 1980 e 2010 no Brasil
Santos
(2010),
Trigueiro
(2003),
Dourado
(2002) Fialho
(2005),
Freitas
(2005), Yu e
Façanha
(2011), Lima
(2011) Souza
e Shibata
(2011)
UFPA e as
políticas
públicas
Processos internos de
gestão e decisão nesta
organização
universitária complexa
e estruturada como
burocracia profissional,
macro políticas do
MEC
Identifica uma iniquidade na distribuição das
vagas para docentes efetivos entre os campi
da UFPA, fruto de uma estratégia
organizacional, de decisões e escolhas -
filosofia de expansão baseada nas vocações
econômicas regionais - que optou por
investir prioritariamente em alguns campi em
detrimento de outros
Desenvolvi
mento
Sustentável
do Trópico
Úmido
218
EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR A
DISTÂNCIA NO
BRASIL: O CASO DA
UNIVERSIDADE DO
TOCANTINS
MARIA
ZOREIDE
BRITTO
MAIA
D 2011 GO UFG
Analisar o processo de expansão da
educação superior no Brasil, por
meio da Educação à Distância
(EaD), nos governos Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002) e
Luiz Inácio Lula da Silva (2003-
2010)
Exame de
documentos
Universidade do
Tocantins
(Unitins)
Governos FHC e
LULA
O governo federal elegeu a EaD como um
dos mecanismos para promover a expansão
desse nível de ensino, e evidenciou a
necessidade de maior avaliação, regulação e
supervisão das instituições e dos cursos,
tendo em vista assegurar padrões aceitáveis
de qualidade acadêmica na oferta de cursos
de graduação e de pós-graduação nessa
modalidade de educação
Educação
219
QUALIDADE DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR E O
PROUNI: LIMITES E
POSSIBILIDADES DE
UMA POLÍTICA DE
INCLUSÃO
MARIALVA
LINDA
MOOG
PINTO
D 2010 RSUNISI
NOS
O estudo propôs a investigar o
Programa Universidade para Todos
– PROUNI, enquanto uma política
de inclusão na Educação Superior,
com o intuito de averiguar se a
presença dos bolsistas deste
Programa impacta a qualidade de
ensino nas Instituições que os
acolhem
Readings(20
03),
Sobrinho
(2005), Paim
(1982),
Morosini
(2007),
Chauí
(2001),
Cunha (2006,
1998),
Oliven(2007)
,
Freire(1980),
Szymanski
(2002) e
Silveira(2002
)
Região Sul e o
PROUNI
Entrevistas
semiestruturadas com
professores e gestores
da IES e aplicados
questionários com os
estudantes beneficiados
pelo Prouni
Existe a necessidade de repensar as políticas
governamentais e institucionais, no sentido
de prever maior apoio aos bolsistas durante
o percurso de formação e aprofundar as
causas da evasão
Educação
234
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
220
A UNIVERSIDADE
PÚBLICA EM CRISE:
DILEMAS E DESAFIOS
FRENTE 'A
GLOBALIZAÇÃO E AO
MERCOSUL
MARILISE
LUIZA
MARTINS
DOS REIS
M 2001 SC UFSC
Analisar e discutir determinadas
contradições pelas quais vem
passando a instituição universidade
pública no decorrer da sua história
Não
especificado
Reforma do
Ensino Superior
na América
Latina diante do
avanço da
globalização
Reforma do ensino
superior na América
Latina, através do BM,
na Argentina, Brasil e
Chile, propostas que
apresenta o
MERCOSUL para o
sistema, através do seu
Plano Trienal
Todas as reformas propostas tanto pelos
países, quanto pelo MERCOSUL,
convergem para a proposta do Banco
Mundial, que propõe um modelo de ensino
superior e de universidade nos parâmetros
da doutrina neoliberal e do mercado
internacional
Sociologia
221
AS RELAÇÕES ENTRE
AS
TRANSFORMAÇÕES
DO MUNDO DO
TRABALHO. AS
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS E A
FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
MARILISE
MONTEIRO
DE SOUZA
ZOCCOLI
M 2005 PRPUC
PR
Analisar as relações entre as
transformações do mundo do
trabalho, as políticas educacionais e
a formação de professores,
constituindo-se em preocupação, o
modo como se formulam as políticas
educacionais, seus determinantes e
condicionamentos.
Não
especificado
Pesquisa
qualitativa,
mediante
entrevista semi-
estruturada
junto a
coordenadores
de Curso
Normal
Superiores e
nove
coordenadores
pedagógicos de
escolas de
educação básica
As relações entre as
transformações do
mundo do trabalho, as
políticas educacionais e
a formação de
professores
As transformações que vem ocorrendo na
sociedade, assentadas na reestruturação
produtiva, economia e na política se refletem
e forma significativa nas políticas
educacionais de formação de professores.
Tais políticas refletem um descompasso com
uma formação que propicie ao professor as
condições para fazer a leitura da realidade e
contribuir com a sua transformação.
Educação
222
Neoliberalismo e
Educação: novo conflito
entre o público e o
privado
MARIO
LUIZ
NEVES DE
AZEVEDO
M 1995 SPUFSCa
r
Analisar o neoliberalismo
relacionado com a educacao,
anexando a este a diade publico-
privado referenciado na dialética
Materialismo
Histórico-
Dialético
Teóricos
liberais e
socialistas
Análise das propostas
educacionais dos
liberais clássicos aos
neoliberais
Relização de considerações sobre a Teoria
do Capital HumanoEducação
223
INTERNACIONALIZA
ÇÃO DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR E
POLÍTICA EXTERNA
BRASILEIRA: ESTUDO
DA CRIAÇÃO DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DA
INTEGRAÇÃO
LATINO-AMERICANA
(UNILA)
MARTA
MARIA
BRACKMA
NN
M 2010 RS UFRS
Analisar a criação da Universidade
Federal da Integração Latino-
Americana (Unila) - situada em Foz
do Iguaçu, na tríplice fronteira entre
Brasil, Argentina e Paraguai
Abordagem
qualitativa,
de caráter
exploratório,
que envolve
fontes
primárias e
secundárias
Universidade
Federal da
Integração
Latino-
Americana
(Unila)
Análise documental
Concluir que a Unila é um modelo inovador
de Universidade e que a internacionalização
da educação superior, via sua criação, tem
potencial para contribuir para o alcance dos
objetivos da política externa brasileira
referente à integração regional, embora, por
si só, ela não garanta o sucesso da
integração
Ciências
Sociais
235
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
224
A EDUCAÇÃO SOB A
ÉGIDE DO MERCADO:
OS NOVOS RUMOS
DO ENSINO
SUPERIOR NO
BRASIL.
MILTON
BATISTA
NIZATO
M 2000 SPPUC
SP
Discutir as transformações ocorridas
no ensino superior brasileiro nos
últimos anos, levando-se em
consideração que a politica do
Estado para esse setor tem sido de
diminuição da presença
Não
especificado
Não
especificadaNão especificada Não especificada
Serviço
Social
225
A AVALIAÇÃO DO
SISTEMA DE ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO - A
DISPUTA ENTRE
DISCURSOS E DADOS
MÍRIAN
ELIZABETH
HAHMEYER
COLLARES
M 2002 SC UFSC
Analisar e avaliar os principais
discursos sobre o processo
avaliativo, bem como os resultados
obtidos a partir dos dados
publicizados pelo Ministério desde a
implementação dos mecanismos
avaliativos (de 1997 a 2000)
Não
especificado
Questões
centrais das
políticas de
ensino superior
brasileiras ,
discursos dos
principais atores
envolvidos
Análise documental
Os discursos utilizados pelo Ministério, ou
melhor, pelos seus representantes, não se
correspondem, havendo entre eles estão
desconexos e fora da realidade social
brasileira.
Sociologia
Política
226
A
INSTITUCIONALIZAÇ
ÃO DA AVALIAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UMA
ANÁLISE
COMPARADA DO
BRASIL E DO
MÉXICO.
MÔNICA
APARECID
A DA
ROCHA
SILVA
D 2007 DF UnB
Descrever o processo de
institucionalização desse instrumento
de políticas públicas e averiguar os
principais fatores que levaram os
governantes desses países a adotá-lo
Não
especificadoBrasil e México
Análise de documentos,
a principal técnica
adotada foi a realização
de entrevistas
individuais semi-
estruturadas
Apesar dos principais fatores relacionados à
introdução da AES no Brasil e no México
serem semelhantes, os processos de
institucionalização se deram de forma
diferenciada nos países em estudo,
possivelmente em virtude das relações de
poder e consensos estabelecidos
Ciências
Sociais
227
REFORMAS DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NA
AMÉRICA LATINA:
ESTUDO DE DOIS
CASOS (BRASIL E
CHILE)
MÔNICA
APARECID
A DA
ROCHA
SILVA
M 1999 SP USP
Objetivo realizar uma análise
comparativa das mudanças
introduzidas na educação superior
do Brasil (década de 90) e do Chile
(décadas de 80 e 90), com base nas
reformas do Estado
Não
especificado
Políticas
Públicas dos
dois países e
suas trajetórias
na década de 80
e 90
Não especificado
A reforma ocorrida na educação superior
privilegia a expansão institucional, como a
diferenciação e diversificação de fontes de
financiamento, avaliação institucional e
flexibilização do acesso ao ensino de nível
superior. Há uma nova concepção de
Estado, cujo ponto central é concentrar-se
na formulação e avaliação das políticas
públicas. As atividades ficam a cargo de
entidades descentralizadas, empresas
privadas ou organizações não-
governamentais
Inegração
da América
Latina
236
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
228
EXPANSÃO DOS
CENTROS
UNIVERSITÁRIOS NO
BRASIL APÓS A
APROVAÇÃO DA LDB
DE 1996 – UM
ESTUDO DE CASO DO
UNIVAG - CENTRO
UNIVERSITÁRIO DE
VÁRZEA GRANDE
MYRIAN
TEREZA
MACIEL DE
ARRUDA E
SÁ
M 2007 MS UCDB
Analisar, por meio de um estudo de
caso, o processo de criação do
Centro Universitário de Várzea
Grande – UNIVAG e sua relação
com o movimento de expansão de
Centros Universitários no Brasil e
com as políticas públicas para a
educação superior, pós LDB (Lei nº.
9.394/1996)
Não
especificado
Centro
Universitário de
Várzea Grande
– UNIVAG
Entrevistas e Análise
Documental
Observou-se, ainda, que a justificativa da
expansão da educação superior está
vinculada a interesses das políticas
neoliberais que defendem a minimização do
Estado nesse nível de ensino, deixando para
a iniciativa privada, especialmente a
empresarial, esse espaço educacional
Educação
229
ESTADO E
FINANCIMENTO
UNIVERSITÁRIO NO
BRASIL: O FUNDO
PÚBLICO FEDERAL E
AS INSTITUIÇÕES
FEDERAIS DE ENSINO
SUPERIOR (1989-2001)
NELSON
CARDOSO
DO
AMARAL
D 2002 SPUNIM
EP
O estudo analisa sob a ótica do
financiamento as mudanças
ocorridas nas Instituições Federais
de Ensino Superior (IFES), entre
1989 e 2001
Não
especificadaIFES
Instituições federais
entre 1989 e 2001
Uma verdadeira reforma universitária, que
utiliza o financiamento como um dos
instrumentos essenciais para a sua
implantação, que estaria levando as IFES a
se afastarem de suas funções de elaboração
de cultura, tornando-se, cada vez mais,
organizações utilitaristas a serviço do "quase-
mercado" educacional
Educação
230
POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
BRASIL: A EXPANSÃO
DOS CURSOS DE
CIÊNCIAS
CONTÁBEIS (1996 a
2009)
NEUSA
OVIEDO
RAMIRES
M 2011 MS UCDB
Analisar a expansão do curso de
graduação presencial em Ciências
Contábeis no Brasil, na Região
Centro-Oeste e em Mato Grosso do
Sul, em função das políticas públicas
de cunho neoliberal
Não
especificado
Censos da
Educação
Superior do
INEP focando a
relação entre
políticas
públicas
neoliberais e a
educação
superior
Análise documental
A expansão do curso de graduação
presencial em Ciências Contábeis no Brasil
segue a tendência nacional da educação
superior, com características específicas em
função do perfil profissional de seus
egressos, da necessidade do mercado e do
próprio curso
Educação
231
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NA
PERSPECTIVA DO
DIREITO E DO
ESTADO - REFLEXÕES
SOBRE A ATUAÇÃO
DO ESTADO, A
PARTIR DA LEI N.
9.394
NINA
BEATRIZ
STOCCO
RANIERI
D 1999 SP USP
Estudar a intervenção do Estado
brasileiro na educação superior, a
partir da análise crítica da Lei n.
9.394/96 e das diversas
manifestações do poder
regulamentar federal
Não
especificado
Relações que se
estabelecem
entre a União e
os Estados
federados, e
entre a União e
as instituições
de ensino
superior,
públicas e
privadas
Análise Documental
As conclusões apontam para a restrição das
condições de eficácia da lei; para a
ampliação da interferência pública na esfera
privada; e para o descompasso entre a
legalidade formal e a prática regulamentar
federal.
Direito
237
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
232
EDUCAÇÃO E
INSERÇÃO DO AFRO-
DESCENDENTE NA
SOCIEDADE
CAPITALISTA: COTAS
NAS UNIVERSIDADES
COMO FATOR DE
JUSTIFICAÇÃO DA
ORDEM LIBERAL
ODAIR DA
COSTA
MOREIRA
M 2004 SP UTP
Investigar a situação do afro-
descendente na sociedade brasileira
através da análise das políticas
públicas liberais
Histórico
Crítica
Ações
afirmativas no
Brasil e o
Liberalismo
Políticas de ação
afirmativa, sua
consolidação nos EUA,
perante a chamada era
dos direitos das
minorias e a forma
como esse discurso
passou a ser adotado no
Brasil
O processo de implementação das políticas
de cotas em universidades brasileiras são
articulados no âmbito da concepção de
justiça liberal, no sentido de se tentar
promover igualdade de oportunidades de
acesso à universidade pública numa
sociedade cujo histórico de desigualdade e
discriminação étnica não pode ser corrido
sem profundas transformações estruturais
Educação
233
PRODUTIVIDADE
ACADÊMICA E
POLÍTICAS
AVALIATIVAS NO
ENSINO SUPERIOR:
INTENSIFICAÇÃO DO
TRABALHO E
DESCARACTERIZAÇÃ
O DA IDENTIDADE
DOCENTE NO
DEPARTAMENTO DE
EDUCAÇÃO DA
UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE
LONDRINA
OKÇANA
BATTINID 2011 PR UFPR
Impacto das políticas avaliativas
centradas na produtividade
acadêmica –habitualmente chamadas
de “produtivismo’
Pablo
Gentilli e
Codo
UEL -
Pedagogia
Política avaliativa no
país, formulada pelo
MEC, através do INEP
e da CAPES para
avaliar o impacto das
normativas do SINAES
e da avaliação dos
programas de pós-
graduação
A polarização do corpo docente entre
professores da pesquisa e professores do
ensino, entre os de graduação e de pós-
graduação e, até entre os do mesmo nível,
trazem alguns indicativos para pensarmos
que está ocorrendo um processo de
transformação da identidade docente
Educação
234
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NAS UNIVERSIDADES
DO SISTEMA
FUNDACIONAL
CATARINENSE
OLMAR
LUIS
HAWERROT
H
M 1999 SC UFSC
Identificar quais fatores foram
preponderantes e proporcionar o
entendimento de como influenciaram
a expansão do ensino superior em
Santa Catarina
Não
especificado
Universidades
de Santa
Catarina
Entrevistas semi-
estruturadas e análise
de documentos
Apesar da preponderância dos fatores
mencionados acima, projetos dificilmente
teriam sua implantação aprovada se não
existissem uma demanda reprimida que
garantisse uma durabilidade mínima, um
mercado de trabalho promissor que pudesse
absorver seus concluintes e que o
investimento e o custo operacional
envolvidos estivessem dentro da realidade
financeira da instituição
Educação
235
ENSINO SUPERIOR E
MODERNIDADE: A
EXPERIENCIA DE
IMPLANTACAO DA
UNIVERSIDADE DO
TOCANTINS
OSINEIDA
MARIA
GOMES
MASCAREN
HAS
M 1995 DF UnB
Detectar e analisar a presença e a
articulação do discurso da
modernidade na universidade do
Tocantins - unitins
Não
Especificado
Documentos
oficiais e
funcionários
Análise de documentos
e entrevistas semi
estruturadas
Não especificado Educação
238
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
236
A UNIVERSIDADE E O
MUNDO DO
TRABALHO NO
CONTEXTO
NEOLIBERAL:
REFLETINDO
ACERCA DA
FORMAÇÃO EM
CIÊNCIAS SOCIAIS E
DO PROFISSIONAL
SOCIÓLOGO
PAOLA
LUCIANA
RODRIGUE
Z PECIAR
M 2009 RS UFSM
Elucidar os desafios do atual
contexto socioeconômico para a
educação superior universitária de
forma geral e, no âmbito da área de
ciências sociais e humanas de forma
particular
Análise de
Conteúdo
Coleta de
dados,
entrevistas
individuais e
semi-
estruturadasno
curso de
graduação em
Ciências
Sociais, debate
com alunos e
professores
Estudos de Caso
A universidade vem sendo pressionada a
reger suas atividades sob a lógica da
produtividade e da competitividade,
condizentes à economia de mercado, e
convocada a uma participação mais ativa no
sentido de incrementar a concentração na
investigação na área tecnológica relegando a
importância dos conhecimentos da área de
ciências sociais e humanas a um segundo
plano
Educação
237
A EXPANSÃO DAS
LICENCIATURAS E
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR EM GOIÁS:
privatização,
interiorização e
estadualização (1997 -
2006).
PATRÍCIA
DA SILVA
FERNANDE
S ADORNO
M 2008 GO UFG
Compreender, no contexto das
políticas educacionais no Brasil pós-
aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional
(LDB/96), a expansão da Educação
Superior, especialmente das
licenciaturas, em Goiás
Medina,
Silva Jr. e
Sguissardi,
Catani,
Dourado,
Oliveira,
Chauí
Licenciaturas
em Goiás
Pesquisa documental
associada a reflexões
acerca das políticas
públicas para a
educação superior no
Brasil
Em Goiás, diferentemente de outras regiões
do Brasil, a expansão da formação de
professores para a educação básica ocorreu
por meio dos movimentos de interiorização e
estadualização da oferta e da intermediação
de uma instituição pública, a Universidade
Estadual de Goiás (UEG), criada em 1999
Educação
238
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA NO
PERÍODO DE 1998 -
2007: PROPOSTAS,
METAS E
DIRETRIZES. OUTRO
OLHAR SOBRE OS
MESMOS
PROBLEMAS
PATRICIA
LUCIA
VOSGRAU
DE FREITAS
M 2010 PR UFPR
A expansão da Educação Superior
brasileira no setor público é uma
direção expressa
Catani
(2006),
Cunha(2003)
, Dias
Sobrinho
(2003), Gisi
(2003),
Michelotto
(2003),
Minto
(2006),
Otranto
(2006),
Sguissard(19
97), Trindade
(2004),
Zainko
(2008)
PROUNI,
SINAES; Lei de
Inovação
Tecnológica;
Parcerias
Públicas
Privadas;
Educação a
Distancia –
UAB; Educação
Profissional -
IFETs; REUNI
Documento de
campanha eleitoral de
Lula da Silva: Uma
Escola do Tamanho do
Brasil e as práticas
governamentais de Lula
Esta análise identifica que a expansão de
acesso, a elevação da qualidade e a
efetivação do compromisso social estão
sendo desafios reincidentes em todas as
discussões, é necessário romper o discurso e
balizar as políticas públicas para a Educação
Superior por demandas sociais.
Educação
239
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
239
DEMOCRACIA E
POLÍTICA
EDUCACIONAL NO
GOVERNO LULA
PAULO
ROBERTO
DE SOUZA
GERMAN
M 2011 PR UTP
Revelar, por meio de pesquisa
bibliográfica, as políticas públicas
educacionais no Brasil, durante o
governo Lula perante o que se
divulgou ser uma nova forma de
relação entre o Estado e a sociedade
rumo à promoção de uma
democracia mais participativa
Jean-Jacques
Rousseau,
Carlos
Coutinho,
Wanderlei
dos Santos,
Dermeval
Saviani, Luiz
Cunha, Luiz
Dourado e
Jamil Cury
Governo Lula
Documento Final da
Conferência Nacional
de Educação (CONAE)
entre outros textos de
referência das políticas
educacionais no
período em questão.
Mostrou-se que as políticas educacionais do
Governo Lula estiveram mais afinadas com
o discurso comunitarista da democracia,
aproximando também da concepção liberal
da mesma.
Educação
240
CULTURA DE
MERCADO NO
ENSINO SUPERIOR:
POLÍTICAS,
ESTRATÉGIAS E
MARKETING
PAULO
ROBERTO
LOPES
PIMENTEL
M 2011 RS UPF
Listar as políticas determinantes para
a mercantilização e expansão do
ensino superior no Brasil a partir de
1990; realizar uma reconstrução
temporal, descrever em que consiste
a mercantilização do ensino superior,
examinar estratégias de um dos 4P’s
do marketing (promoção)
Não
especificado
Foco em
Curitiba/PR,
Londrina/PR,
Maringá/PR,
Florianópolis/S
C, Joinville/SC,
Blumenau/SC,
Porto
Alegre/RS,
Caxias do
Sul/RS e
Pelotas/RS
Fontes documentais e
bibliográficas, dados
estatísticos do INEP e
IBGE
Aponta-se para duas características
peculiares no processo de mercantilização
da educação superior na região sul do Brasil:
há um predomínio de IES de origem
endógena, isto é, que surgem e consolidam-
se no próprio Estado; e nota-se que a maior
parte dessas instituições foi criada no
período posterior a 1990
Educação
241
QUALIDADE TOTAL
NAS INSTITUIÇÕES
DE ENSINO
SUPERIOR:
POSSIBILIDADES E
LIMITAÇÕES
PAULO
ROBERTO
TREVIZAN
M 2003 SPUNOE
STE
Analisar as condições em que o
processo de qualidade total pode ser
aplicado nas IES
Não
especificado
Um caso prático
de uma
instituição
particular do
ensino superior
(IES), obras,
publicações
técnicas,
artigos.
Análise documental
Existência de limitações de implantação da
qualidade total do mesmo modo como foi
implementada nas empresas brasileiras,
entre os anos noventa, até os dias de hoje
Educação
242
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
PRIVADO NO BRASIL
PEDRO
LUIZ
STIELER
M 2009 RSUNIJU
Í
Desvelar quais idéias, concepções e
interesses estão em jogo na
expansão do ensino superior no
Brasil, num contexto da educação
como um mercado em rápida
ascensão
Não
especificada
(Análise
Documental
e Reflexiva)
Documentos e
publicações
Visão de empresários,
professores e sindicatos
sobre a expansão do
ensino superior privado
Evidenciaram a existência de pontos frágeis
na expansão do ensino, tais como a
formação dos professores, o controle e
fiscalização, tanto por parte do Governo
como dos Sindicatos
Educação
nas Ciências
240
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
243
A SOCIEDADE DO
APRENDIZADO E AS
TRANSFORMAÇÕES
NO ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO. DE 1997
A 2002 - UMA
EXPERIÊNCIA
PRÁTICA
PEDRO
VIEIRA DE
ANDRADE
M 2004 RJ UFF
Investigar o impacto que a revolução
da informação e do conhecimento
vêm provocando no cenário social
como um todo - a chamada era da
informação - e como essa nova
realidade se reflete no sistema
educacional superior brasileiro em
particular
Não
especificado
Não
especificadoNão especificado Não especificado
Ciências da
Informação
244
PÚBLICO E PRIVADO
NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR: UMA
ANÁLISE DA
HOMEOPÁTICA
CONTRARREFORMA
UNIVERSITÁRIA NO
BRASIL (1995-2010).
PRISCILLA
GAMA
CARDOSO
M 2011 SP UNESP
Analisar as políticas do governo
Lula para a educação superior, tendo
como fio condutor os conceitos de
público e privado
Não
especificada
Governo FHC e
LULA
Análise bibliográfica e
documental,
identificação e análise
de documentos oficiais,
legislações referentes à
educação superior,
estatísticas.
Governo Lula, foram realizadas e orientadas
para atender à racionalidade econômica
crivada pela lógica mercantil
Educação
245
O PROCESSO DE
EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
EM MATO GROSSO
QUELEN
GIANEZINIM 2009 RS UFRS
Investigar o processo de expansão
do ensino superior e suas peculiares
iniciativas
Não
especificada
Estudo sócio-
histórico do
estado de Mato
Grosso (MT).
Projetos de criação e de
desenvolvimento das
Instituições de
Educação Superior
(IES) - UFMT e da
UNEMAT, bem como
realização de
entrevistas
semiestruturadas
As reações às pressões econômicas,
políticas e sociais, impostas respectivamente
pela globalização, pela manutenção do poder
no campo político e pelas necessidades da
sociedade do conhecimento, vão fazer com
que a expansão do ensino superior e dessas
universidades, bem como seu fortalecimento
Sociologia
246
PROUNI: UMA
POLÍTICA DE
DEMOCRATIZAÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR?
RAISA
MARIA DE
ARRUDA
MARTINS
M 2011 MG UFV
Analisar o PROUNI enquanto
Programa que pretende promover a
democratização do ensino superior e
a justiça social
Não
especificado
Quatro
instituições
privadas de
ensino superior
da cidade de
Belo Horizonte
Entrevista dos
dirigentes das
instituições e de alunos
bolsistas do PROUNI,
dados documentais
O PROUNI constitui Programa que
beneficia e contribui para a expansão do
setor privado de ensino superior. Pensa-se
que, o ideal de democratização não se
efetiva através do PROUNI, a não ser em
caráter quantitativo, caracterizando-se,
então, como oportunidade de acesso, e não
de permanência
Educação
247
CURSOS SUPERIORES
DE TECNOLOGIA: A
CONSTRUÇÃO DE
SUA IDENTIDADE
CULTURAL - UM
DESAFIO PARA O
PAÍS.
REGINA
MARIA
ENÉAS
D 2010 SPPUC
SP
O trabalho tem o objetivo de
esmiuçar as relações que envolvem a
formação do tecnólogo brasileiro,
tratando-a em três eixos: econômico,
social e político.
Não
especificado
Cursos
Superiores de
Tecnologia
A pesquisa qualitativa e
vivência profissional
enquanto docente e
coordenadora de curso
desta modalidade
Os CST foram transformados em objeto de
manobra e sustentação da política neoliberal
que conduz nosso país desde 1990
Ciências
Sociais
241
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
248
EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR PRIVADA
NO BRASIL A PARTIR
DA DÉCADA DE 1990:
O CASO DA
FACULDADE
CAMBURY DE
GOIÂNIA- GÓIAS
REGINA
MARIA
JORDÃO C.
DE CASTRO
M 2004 GOPUC
GO
Compreender o processo de
expansão e privatização da educação
superior que ocorreu no Brasil
Não
especificado
Estudo de caso:
o da Faculdade
Cambury de
Goiânia-GO
Estudos teóricos
relacionados à
temática, de pesquisa
documental e de
entrevistas
A criação da Faculdade Cambury e as
atividades que esta organização vem
desenvolvendo foram guiadas pela política
educacional vigente no país e pelas
exigências do mercado associadas aos
interesses empresariais de seus gestores
Educação
249
A ESCOLHA DO
MAGNÍFICO: UMA
ANÁLISE DO
SISTEMA DE
ESCOLHA DOS
DIRIGENTES DA
UNIVERSIDADES
PÚBLICAS FEDERAIS
BRASILEIRAS
REINALDO
CARLOS DE
OLIVEIRA
M 2002 RJ UFF
Desvelar a forma pela qual se dá a
distribuição dos níveis de autoridade
e a participação dos segmentos
universitários no processo decisório
no âmbito da universidade
Não
especificadoUFF
Reuniões do conselho
universitário no período
de outubro de 2001 a
maio de 2002 e dos
debates entre os
candidatos a reitor
Observou-se que os colegiados deliberativos
universitários são compostos
majoritariamente por membros indicados
indiretamente. O dirigente universitário
nomeado pelo reitor para ocupar um
determinado cargo executivo atua também
em órgão colegiado deliberativo, sem passar
por nenhum processo específico de escolha
democrática
Ciência
Política
250
A UNIVERSIDADE
BRASILEIRA:
PERSPECTIVA
HISTÓRICA E
MOMENTO ATUAL
RENATA
CARBONEM 2006 SP
UNIM
EP
A pesquisa trata do sistema nacional
de educação superior, sua história
desde a primeira República
Não
especificado
Sistema
nacional de
educação
superior
Histórico desde a
década de 1960 até
LDB/1996 e a estrutura
do ensino superior na
atualidade
Não especificado Educação
251
REFORMAS NO
ENSINO SUPERIOR
LATINO-AMERICANO:
BRASIL E
ARGENTINA NOS
ANOS 90
REYNALDO
ZORZI
NETO
M 2002 SP USP
Analisar as políticas relativas ao
ensino superior implementadas
nesses dois países na década de 90,
durante os governos Fernando
Henrique Cardoso e Carlos Menem
Não
especificado
Governo
Menem, FHC e
o Banco
Mundial
Não especificado
O aumento da ingerência do BM na
formulação de políticas públicas nos dois
países tem levado a um processo gradativo
de descompromisso do Estado em relação à
educação superior.
Inegração
da América
Latina
252
A IMPLANTAÇÃO DO
REUNI NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARÁ:
UM ESTUDO DE CASO
DO CAMPUS
UNIVERSITÁRIO DE
ALTAMIRA
RHOBERTA
SANTANA
DE ARAÚJO
M 2011 PA UFPA
Repercussões do Programa nos
aspectos relacionados ao acesso à
educação superior, ao financiamento
e a gestão universitária
Não
especificado
Planos de
Reestruturação
e Expansão das
Universidades
Públicas -
REUNI
Pesquisa bibliográfica,
análise de documentos
e estudo de caso,
realizado no referido
Campus de Altamira
O marco da atual conformação atribuída às
universidades públicas está na
ressignificação dos conceitos de público e
privado e na progressiva diminuição da
autonomia universitária, apontando, também,
uma forma de expansão sem os
correspondentes aportes financeiros e sem a
garantia dos padrões de excelência
acadêmica, historicamente atribuídos às
universidades públicas
Educação
242
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
253
OS SENTIDOS DO
TRABALHO DOCENTE
NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR PRIVADA
EM EXPANSÃO (1990
A 2010).
RICARDO
SPINDOLA
MARIZ
D 2010 DF UnB
Estudar a dinâmica de construção
dos sentidos do trabalho docente na
educação superior privada do Brasil
Não
especificado
IES privados e
seu corpo
docente
Mudanças na
organização do trabalho
das IES, a ampliação de
oferta de vagas para os
estudantes nas últimas
duas décadas e uma
IES
Não se encontrou, a partir da pesquisa, uma
relação de causalidade linear entre os
sentidos do trabalho docente e elementos
como trajetória profissional dos professores,
organização do trabalho e outros elementos
que poderiam ser considerados inicialmente
como variáveis para o entendimento da
questão.
Sociologia
254
ENSINO SUPERIOR: A
QUALIDADE TOTAL
EM QUESTÃO
ROSEMAR
DELPINOM 2005 SP
PUCCa
mp
Analisar os efeitos da Gestão da
Qualidade Total na Educação
Não
especificado
Discursos sobre
a aplicação da
qualidade total
na educação
Análise documental
As consequências desse modelo foram
absorvidas, as instituições formam seus
alunos para permanecerem no mercado,
dentro da lógica da concorrência. A
educação é oferecida como bem de consumo
e fonte de lucro.
Educação
255
AS POLÍTICAS DE
AVALIAÇÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA NO
CONTEXTO DA
REFORMA DO
ESTADO: 1995-2002
RÚBIA
HELENA
NASPOLINI
COELHO
M 2005 PR UFPR
Analisar o sistema nacional de
avaliação do ensino superior, com
ênfase no Exame Nacional de
Cursos, no interior do contexto da
reforma do Estado brasileiro no
decorrer dos governos Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002)
Não
especificado
Governo FHC e
propostas da
UNESCO
quanto à
avaliação
Análise documental Não especificado Educação
256
A COMUNICAÇÃO
MIDIATIZADA NA
EAD: UM DISCURSO
PEDAGÓGICO
DIFERENCIADO
SAMIRA
FAYEZ
KFOURI
D 2010 SPUNIM
EP
Analisar e avaliar como e com quais
características a comunicação
pedagógica apresenta o discurso
educativo nesta modalidade,
enquanto categoria educacional e
comunicativa, caracterizada pelo uso
de TIC dentro da perspectiva social
Pesquisa
participante e
documental,
de natureza
qualitativa.
EAD
Regulamentação
específica e dos
debates que envolvem o
MEC e a SEED, a
ABED e os
profissionais da área
Existem muitas iniciativas, mas o discurso
predominante ainda é o da democratização
da expansão, o que prejudica sensivelmente
o avanço da valorização humana em
detrimento do uso da tecnologia, e isso
impede avanços na construção dos espaços
possíveis e essenciais na modalidade EAD
Comunicaçã
o Social
257
MERCANTILIZAÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR
BRASILEIRO:
ANÁLISE DA
POLÍTICA
ECONÔMICA
PRIVATIZANTE EM
FACE DA
CONSTITUIÇÃO DE
1988
SAMUEL
PONTES DO
NASCIMEN
TO
M 2010 MGPUC
MG
Análise do processo de privatização
do ensino superior brasileiro,
desencadeado desde meados dos
anos 1990, para confrontá-lo com a
Constituição de 1988, sob a ótica do
Direito Econômico
Não
especificado
Constituição de
1988 e dados
dos anos 1990
sobre o Ensino
Análise Documental
Até 1997, não se cogitava a eploração
lucrativa da educação no Brasil, mas,
seguindo os preceitos orientadores de
política econômica formulados pela OMC, o
Estado brasileiro criou o ambiente jurídico
necessário para que os empresários
pudessem prestar o serviço de ensino
superior sob regime de livre concorrência
Direito
243
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
258
O AVANÇO DA
PRIVATIZAÇÃO NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA: O
PROUNI COMO UMA
NOVA ESTRATÉGIA
PARA A
TRANSFERÊNCIA DE
RECURSOS PÚBLICOS
PARA O SETOR
PRIVADO
SERGIO
CAMPOS
DE
ALMEIDA
M 2006 RJ UFF
Análise da criação do Programa
Universidade para Todos – ProUni
como uma nova forma de
transferência de recursos públicos
para as instituições de educação
superior de caráter privado
Não
especificado
Diretrizes de
organismos
internacional,
em especial do
Banco Mundial
e a Reforma
Universitária do
governo Lula
Análise das políticas
públicas
O governo Lula deixa claramente
especificado duas estratégias: desobrigar o
Estado no financiamento das universidades
públicas criando mecanismos para que estas
captem recursos junto ao “mercado” e criar
mecanismos que permitam a transferência de
recursos públicos direta ou indiretamente
para as instituições de ensino superior
privadas
Educação
259
O ESTADO MÍNIMO E
O TRABALHO
DOCENTE:
INFLUÊNCIA DAS
POLÍTICAS DE
CUNHO NEOLIBERAL
EM DUAS
UNIVERSIDADES DE
MATO GROSSO DO
SUL - 1996 a 2006
SILVIA
PEIXOTO
DE LIMA
M 2009 MS UCDB
Analisar as mudanças ocorridas no
trabalho e na formação docente em
duas instituições de Educação
Superior (IES) do estado de Mato
Grosso do Sul, sediadas em Campo
Grande
Não
especificado
Universidades
do MS
Fontes documentais
(leis, decretos,
resoluções, portarias)
entre 1996 e 2006.
Entrevistas com 16
professores.
As políticas neoliberais atingem a classe
trabalhadora como um todo, acarretando aos
professores o aumento do número de alunos
por sala, a exigência de formação continuada
como garantia de empregabilidade, a
flexibilização dos direitos e o acúmulo de
atividades
Educação
260
DIRETRIZES
CURRICULARES
NACIONAIS PARA A
FORMAÇÃO
DOCENTE:
FLEXIBILIZAÇÃO,
QUALIDADE E
COMPETÊNCIA
SIMONE DE
MAGALHÃE
S VIEIRA
BARCELOS
M 2004 GO UFG
Discutir a formação docente
delineada nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica, em
nível superior, curso de licenciatura
de graduação plena, com o objetivo
de apreender sua contribuição
Não
especificado
Foram
estudadas as
categorias
flexibilização,
qualidade e
competência
como eixo
articulador das
DCN.
Pesquisa teórico-
documental
Inferimos que a proposta oficial para
formação docente revela a consonância
deste dispositivo legal com orientações de
organismos internacionais, cujos
pressupostos concebem a formação docente
na perspectiva das demandas do trabalho na
sociedade contemporânea
Educação
261
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
PÓS LDBEN:
TERRITÓRIOS
DISPUTADOS
SINTIA
SAID
COELHO
M 2010 RJ UCP
A pesquisa teve como objetivos
analisar o processo de expansão da
educação superior no país,
apresentando alguns aspectos da
situação atual.
Abordagem
QualitativaPetrópolis
Fontes documentais e
bibliográficas, além de
entrevistas
Não especificado Educação
244
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
262
MERCANTILIZAÇÃO
DA EDUCAÇÃO E
DOCÊNCIA EM
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
PRIVADO
SOLANGE
NONNENM
ACHER
M 2008 RS UFSM
Analisar a visão que possuem
professores de instituições de ensino
superior privado sobre os processos
de docência que vivenciam, para
estabelecer relações entre as práticas
relatadas por eles, os contextos
globais e com as referências teórico-
práticas sobre o tema
Não
especificado
Instituições
privadas de
Ensino Superior
Entrevista com
professores atuantes em
três instituições de
ensino superior privado
Não especificada Educação
263
EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA E
UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL:
QUANDO A
MERCANTILIZAÇÃO
DO ENSINO E A
PRECARIZAÇÃO DA
DOCÊNCIA
ALCANÇAM UM
NOVO ÁPICE?
SOLONILD
O ALMEIDA
DA SILVA
D 2011 CE UFC
Analisamos a reestruturação da
produção e do trabalho, bem como a
condição mercadológica que a
educação passou a assumir nessa
nova ordem do capital
Materialismo
Histórico
Dialético
(Mészaros)
UFC, IFCE,
UECE e FDR
Análise do processo de
consolidação da
Educação a Distância
(EaD)
A educação no cenário da crise estrutural do
capital torna-se um mecanismo necessário à
administração dessa situação de crise
Educação
264
AUTONOMIA
UNIVERSITÁRIA NA
CONSTITUIÇÃO DE
1988
SONIA
MARIA DE
PINHO
GODOY
D 1997 SPPUC
SP
Pesquisa sobre o artigo 207 da
constituição federal de 1988
Não
especificado
Estudo da
legislação
Constituição de 1988 e
a LDB/96
Apesar de estar garantida a autonomia em
nível constitucional, houve a promulgação
da lei 9394/96 que veio desrespeitar o
mandamus, possibilitando que o poder
executivo a regulamentasse, resultando na
quebra da autonomia, impôs à universidade
normas para criação de cursos que deram
poderes a órgãos que não ligados ao sistema
de educação e, mesmo que o fossem, a
constituição não permitiria
Direito
265
A CRISE DA
UNIVERSIDADE
MODERNA NO
BRASIL
STELA
MARIA
MENEGHEL
D 2001 SPUNICA
MP
Este estudo busca compreender as
causas do esgotamento do modelo
moderno e a origem das diretrizes da
nova proposta, relacionando-a com a
crise do modelo de Universidade
moderna e com o papel reservado à
política educacional
Não
especificadoLDB 1996
Transformações a partir
da LDB de 1996Não especificado Educação
245
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
266
MERCANTILIZAÇÃO
DO ENSINO
SUPERIOR: AS
CONSEQUÊNCIAS
DAS MUDANÇAS
PRODUTIVAS PARA
OS DOCENTES DO
ENSINO SUPERIOR
SUELI DE
FATIMA
OURIQUE
DE AVILA
D 2010 RJ UFRJ
Análise da privatização do ensino
superior no Brasil. Apresenta um
breve histórico sobre a educação
superior no Brasil, dando ênfase às
medidas legais que impulsionaram a
expansão do setor privado /
mercantil
Análise do
Discurso e
Análise do
Conteúdo
Governo Lula
Reuniões Anuais da
ANPED, entre 1996 e
2008
O processo necessário para a valorização e
manutenção do capital na seara educacional
só é possível através da divisão, do
aniquilamento dos vínculos, da
competitividade, do isolamento, e como
consequências, do adoecimento psíquico e
da alienação dos trabalhadores
Políticas
Públicas e
Formação
Humana
267
A UNIVERSIDADE DO
SÉCULO XXI:
CONCEPÇÕES,
FINALIDADES E
CONTRADIÇÕES
SUELY
FERREIRAD 2009 GO UFG
Discutir a construção das novas
concepções e papéis sociais que
estão sendo requeridos para a
universidade pública tendo em vista
a reforma da educação superior no
Brasil (1995-2008) e o Processo de
Bolonha na União Europeia (1999-
2008).
Materialismo
Histórico-
Dialético
(David
Harvey,
Chesnais,
Santos,
Lojkine)
Documentos
produzidos
pelos governos
brasileiros e no
âmbito da
União Europeia
Pesquisa
essencialmente
bibliográfica
O estudo percebeu significativas mudanças
na identidade, na concepção, nos critérios de
relevância e de pertinência social, o que tem
possibilitado certa naturalização das novas
finalidades sociais e das novas formas de
conceber as universidades mais afinadas
com as demandas da globalização produtiva
e dos interesses competitivos dos estados
nacionais.
Educação
268
POLÍTICAS DE
EXPANSÃO E
ESTRUTURAÇÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR EM
GOIÂNIA NOS ANOS
90: O CASO DA
FACULDADE
ANHANGUERA DE
CIÊNCIAS HUMANAS
SUELY
FERREIRAM 2002 GO UFG
Compreender as políticas de
expansão e estruturação da educação
superior em Goiânia-Go
Materialismo
Histórico-
Dialético
Faculdade
Anhangüera de
Ciências
Humanas de
Goiânia
Pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental e
entrevistas
A partir da aplicação do Exame Nacional de
Curso (ENC) e a avaliação das condições de
ensino, a faculdade estudada iniciou um
significativo processo de mudança, para
readaptar-se a essa nova realidade
Educação
269
AS POLÍTICAS
PÚBLICAS DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR: A
EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA NOS
GOVERNOS FHC E
LULA (1995-2006).
SUSANA
PITOL
GUASTI
M 2009 PR UFT
Identificar as diferenças e/ou
continuidades das políticas públicas
em relação à educação a distância
(EAD) no Brasil, nos governos de
Fernando Henrique Cardoso e Luís
Inácio Lula da Silva
Escola de
Frankfurt
EAD nos
governos Lula e
FHC
Dados do INEP, a
educação superior
brasileira e a inserção
da EAD no processo de
expansão do ensino
superior
FHC buscou a massificação do ensino
superior, enquanto Lula levou estas políticas
do ensino privado para o público, como
ferramenta de “democratização” deste
ensino, e construiu um processo avaliativo
no ensino a distância nos moldes daquele
implantado pelo governo anterior para o
ensino presencial
Educação
246
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
270
POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NA
DÉCADA DE 90:
EFEITOS DA
AVALIAÇÃO PARA O
ENSINO DE
GRADUAÇÃO
SUZANA
SALUM
RANGEL
M 2007 DF UnB
Analisar o sistema de avaliação
implantado no Brasil no período
1995/2002, enquanto principal
política pública para a educação
superior; e identifica os seus efeitos
para o ensino superior
Não
especificado
Propostas de
superação
desenvolvidas
pela CEJ/OAB
e pela
CEED/SESu/M
EC e os dados
da expansão dos
cursos de
Direito no
Brasil
Apresentação da
situação do ensino de
Direito no Brasil a
partir do seu paradigma
de crise e análise dos
resultados das
avaliações dos cursos
de graduação em
Direito
Não especificado Direito
271
O PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA
TODOS (PROUNI) NAS
IES COMUNITÁRIAS:
A EXPERIÊNCIA DA
UNIVERSIDADE
CATÓLICA DE GOIÁS
(2005 – 2008)
SUZANIR
FERNANDA
MAIA
M 2009 MS UCDB
Analisar as mudanças ocorridas nas
Universidades Comunitárias com a
implantação do ProUni, no período
de 2005 a 2008.
Não
especificadoPROUNI
Documentos e
legislação do Ministério
da Educação sobre o
ProUni no período de
2004 a 2008,
categorização dos
documentos e
questionários
Conclui-se que o ProUni é um Programa
necessário, que deve ser modificado em
alguns aspectos, como por exemplo no que
se refere à fiscalização, para que realmente
atenda a população
Educação
272
A EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
PRIVADO EM
ALAGOAS: UM
PANORAMA PÓS-LDB
TATIANA
MAGALHÃE
S
FLORÊNCIO
M 2007 AL UFAL
Proposta investigar o processo de
expansão do ensino superior em
Alagoas a partir da promulgação da
Lei 9.394/96 até os dias atuais
Materialismo
Histórico-
Dialético
Políticas
educacionais no
estado
neoliberal
brasileiro e seu
desdobramento
em Alagoas
Censo de Ensino
Superior e do discurso
nacional e local,
entrevistas do ex-
ministro da educação
Paulo Renato Souza, e
dirigentes e donos de
cinco IES
O mercado de ensino superior existente em
Alagoas hoje apresenta um conflito cultural
no que se refere ao gerenciamento das
instituições, ao mesmo tempo em que segue
as tendências atuais de mercantilização do
ensino superior
Educação
273
A ASCENSÃO DA
DIVERSIDADE NAS
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
CONTEMPORÂNEAS
TATIANE
COSENTIN
O
RODRIGUE
S
D 2011 SPUFSCa
r
Analisar as condições teóricas, as
práticas e as políticas que
possibilitaram a ascensão do
conceito de “diversidade” nas
políticas públicas de educação entre
os anos de 2003 a 2006
Não
especificado
Governo Lula -
Primeiro
Mandato
Entrevistas, discursos e
documentos oficiais,
como o Balanço de
Governo, o Plano
Plurianual, as Leis
Orçamentárias,
informativos e
relatórios de gestão
Na primeira gestão do governo Lula, houve
um processo de institucionalização das
políticas de diversidade, mas que as
apropriações da diversidade são díspares e
restritas a poucas Secretarias no Ministério
da Educação
Educação
247
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
274
CONFIGURAÇÕES DA
AÇÃO DO ESTADO NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR –
PROCESSOS DE
REGULAÇÃO E
AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL NO
BRASIL (1853 – 2004).
TATTIANA
TESSYE
FREITAS
DA SILVA
D 2007 RS UFRS
Este estudo tem por objetivo
apresentar e analisar a atuação do
Estado junto às instituições de
educação superior ao longo dos
quase duzentos anos de sua
existência no Brasil
Não
especificado
Análise de
Legislação
relacionada aos
processos de
inspeção
científica das
faculdades,
equiparação,
autorização,
reconhecimento,
credenciamento
e avaliação de
instituições de
educação
superior
Atores, das arenas e
dos números que
envolveram cada uma
dessas ações, estando
todas essas
informações precedidas
por uma breve
apresentação do
contexto histórico no
qual cada processo se
desenvolveu
Esta tese alia-se ao Direito Educacional
defendendo a idéia de que este é um campo
específico do direito, cujas determinações,
mesmo com o forte controle do Estado,
saíram da exclusiva esfera do Poder
Executivo para fazer parte dos despachos do
Poder Judiciário. Ainda assim, o controle do
Estado representado pelo Executivo
permanece e, com o SINAES, abre-se a
possibilidade de ao menos na avaliação
institucional, as IES poderem folgar mais o
laço dado pelo Estado, construindo
perspectivas mais autonômicas
Educação
275
UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL:
IMPLEMENTAÇÃO E
PREVISÕES
TELMA
MARIA DA
CRUZ
M 2007 DF UnB
Mostrar as facetas da implementação
do Sistema Universidade Aberta do
Brasil UAB
Dedutiva-
popperiana
As ações pró-
implementação
do Sistema
UAB, ou seja, o
Edital 001/2005-
SEED/MEC e o
Projeto Piloto
do Curso de
Administração
de Empresas
são
demonstradas,
bem como os
reflexos na
cultura
institucional
universitária
Aplicação das
entrevistas semi-
estruturadas
A interiorização e inclusão social ou
incentivo aos Estados mais pobres da
Federação, das regiões Norte e Nordeste não
puderam, maciçamente, ser verificados
dentre os participantes do Projeto Piloto ou
como resultado Edital n° 01. As regiões sul
e sudeste ficaram com mais de 50% das
vagas propostas em resposta ao primeiro
Edital. A UAB depender economicamente
de empresas estatais e não de previsão
orçamentária do MEC para sua subsistência,
um risco
Educação
276
A EXPANSÃO DAS IES
PRIVADAS NO RIO DE
JANEIRO NO
PERÍODO DE 1991 -
2004 UNIVERCIDADE
– UM ESTUDO DE
CASO
TERESA
CRISTINA
FREITAS
MOURA
M 2006 RJ UCP
Analisar a expansão das instituições
de ensino superior no Rio de Janeiro,
no período de 1991 a 2004, por meio
de estudo de caso do Centro
Universitário da Cidade
Não
especificadoUniversidade
Pesquisa documental,
bibliográfica e de
entrevista semi-
estruturada como
estratégias
complementares de
coleta de dados
A expansão das instituições de ensino se deu
preferencialmente pelo setor privado e que a
mesma se deu de forma desordenada e sem
planejamento, trazendo sérios riscos
financeiros para a instituição e para a
qualidade dos cursos que ministra
Educação
248
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
277
EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO
EXTREMO SUL
PIAUIENSE (1986-
2005): HISTÓRIA E
MEMÓRIA
TERESINHA
DE JESUS
ARAÚJO
MAGALHÃE
S
NOGUEIRA
M 2006 PI UFPI
Reconstituir a história da Educação
Superior no extremo sul do Piauí,
particularmente na cidade de
Corrente
Nova
História
Cultural
Processo
histórico da
Educação
Superior na
cidade de
Corrente-PI,
desde 1986 até
2005
Documentos (atas,
manuais, editais, etc.) e
na história oral
A história da Educação Superior nesta
região apresenta características próprias,
iniciando por uma tentativa de universidade
comunitária, passando logo depois por
situações de convênio com a Universidade
Federal do Piauí e, finalmente, se firmando
como campi da Universidade Estadual
Educação
278
O ENSINO SUPERIOR
DE ADMINISTRAÇÃO
NO BRASIL E EM
GOIAS:EXPANSÃO,
PRIVATIZAÇÃO E
MERCANTILIZAÇÃO
NO PERÍODO DE 1995-
2006
TEREZA
CRISTINA
MEDEIROS
PINHEIRO
DE LIMA
D 2007 GO UFG
Examinar a expansão do Ensino
Superior de Administração, no Brasil
e em Goiás, no período de 1995-
2006
Não
especificadoGoiás
Cursos de
Administração em
Goiás
Apresenta a expansão do curso de
Administração, com suas múltiplas
habilitações como estratégia mercadológica
para atender ao mercado de trabalho, gerar
lucratividade aos empresários da educação,
desconfigurando o curso de Administração
Educação
279
A POLÍTICA DE
AVALIAÇÃO
IMPLANTADA PELO
MEC: as respostas das
instituições particulares
de ensino superior de
Caruaru
TEREZINHA
DE JESUS
PONTES
LUCAS
M 2003 PE UFPE
Analisa a política de avaliação
implantada pelo Ministério da
Educação (MEC), no governo de
Fernando Henrique Cardoso (1995-
2002)
Não
especificado
Instituições
Privadas de
Ensino Superior
(IPES) de
Caruaru
Entrevistas semi-
estruturadas com os
gestores e com uma
amostra dos
professores e análise
documental nas IPES
Verificaram-se diferenças significativas de
políticas e ações institucionais passaram a
ocorrer em função da implementação da
política de avaliação do ensino superior
Educação
280
OS ESPECIALISTAS
DA EDUCAÇÃO:
CONCEPÇÕES,
PRÁTICAS E
CULTURA FRENTE À
GESTÃO
DEMOCRÁTICA
TEREZINHA
SCHIRMER
SCHRAMM
M 2003 RS UFSM
Estudo sobre as funções dos
"especialistas da educação", quais
sejam, a Administração Escolar, a
Supervisão Escolar e a Orientação
Educacional, que se traduzem como
frutos de um modelo empresarial,
tendo por base a divisão social do
trabalho, especialmente no período
compreendido entre os anos 60 a 90
no Brasil
Materialismo
Histórico
Dialético
Décadas de 60
a 90 no Brasil
Interior da prática
educativa e, nela, a
divisão do trabalho,
onde se situam as
especializações, como
parte da estrutura
organizacional da
instituição escolar
A educação, cuja função seria a promoção
da qualidade de vida humana, exerce um
papel inverso quando reproduz os meios
para a produção, preparando o trabalhador
para a subserviência e dissimulando as
contradições existentes na sociedade, a qual
serve de mediadora entre a classe
dominante, detentora do poder, e os
subalternos que, sem opção, se submetem às
arbitrariedades do capital
Educação
281
EXPANSÃO DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR EM MATO
GROSSO DO SUL E A
AMPLIAÇÃO DO
ACESSO AO ENSINO
NOTURNO – 1990 A
2006
VALQUIRIA
ALLIS
NANTES
M 2010 MS UCDB
Análise da expansão da educação
superior em Mato Grosso do Sul e
ampliação do acesso à educação
superior no período de 1990 a 2006
Não
especificado
Ensino superior
no MS
Documentos e
bibliografia
relacionadas ao tema,
matérias jornalísticas,
dados do Censo da
Educação Superior do
MEC/INEP e do IBGE
Mesmo com os avanços ocorridos entre
1990 e 2006 na ampliação do acesso à
educação superior, ainda há a necessidade
de maior investimento por parte do Estado
para que em todo o país a educação superior
seja democrática, pública e gratuita e possa
se transformar em políticas públicas de fato
Educação
249
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
282
IMPRENSA E
NEOLIBERALISMO
NO BRASIL (1995-
1998): O
POSICIONAMENTO
DA REVISTA VEJA NO
PRIMEIRO GOVERNO
FHC
VANDERLE
I SOUZA
CARVALHO
M 2004 SPUNICA
MP
Posição política e ideológica da
revista Veja no período de 1995 a
1998, primeiro governo FHC
Materialismo
Histórico-
Dialético
(Gramsci)
Imprensa e
Política
Reportagens
produzidas pela regista
"Veja"
Diagnosticou a falência dos serviços
públicos e a queda da capacidade de
investimento do Estado, defendeu as
privatizações e as reformas da previdência e
da legislação trabalhista, ocultou o
desemprego ou o apresentou como um
fenômeno inevitável, e elogiou a estabilidade
e o crescimento econômico conquistados
com o Plano Real
Ciência
Política
283
POLÍTICAS DE
AVALIAÇÃO
DOCENTE NO ENSINO
SUPERIOR: O
SIGNIFICADO DA
GRATIFICAÇÃO DE
ESTÍMULO À
DOCÊNCIA (GED) NA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
UBERLÂNDIA
VÂNIA
AMARAL
DA ROCHA
M 2005 MG UFU
Apreender o significado da
implantação da Gratificação de
Estímulo à Docência (GED) na
Universidade Federal de Uberlândia
Análise de
ConteúdoUFU
Condicionantes sócio-
históricos que
permearam o
desenvolvimento da
educação superior no
Brasil, no final do
século XX, e utilizando-
se da técnica de análise
de conteúdo dos
documentos produzidos
no período de (1998-
2003) na UFU
Contribuiu no processo de padronização
flexível do trabalho acadêmico nas IFES, na
medida em que propicia a diferenciação
salarial, estimula a competitividade entre os
docentes e, desse modo, nega o modelo de
universidade pública que associa o ensino, a
pesquisa e a extensão como princípio
norteador da qualidade do ensino.
Educação
284
EDUCAÇÃO
SUPERIOR A
DISTÂNCIA: UMA
PROPOSTA DOS
ORGANISMOS
INTERNACIONAIS
PARA A FORMAÇÃO
CAPITALISTA DO
HOMEM DO SÉCULO
XXI NOS PAÍSES
PERIFÉRICOS
VANJA DA
ROCHA
MONTEIRO
M 2011 RJ UFF
Esta dissertação apresenta as
análises das estratégias da burguesia,
através das ações do Banco
Mundial, da UNESCO, bem como
dos demais Organismos
Internacionais, num consórcio de
ações, para a formação do homem
coletivo nos países da periferia do
capitalismo, para os próximos anos,
a partir do estudo sobre as
reformulações em curso na política
de educação superior brasileira
Materialismo
Histórico
Dialético
(Gramsci,
Lênin)
Ações do Banco
Mundial, da
UNESCO, bem
como dos
demais
Organismos
Internacionais,
num consórcio
de ações, para a
formação do
homem coletivo
nos países da
periferia do
capitalismo
Análise da política de
educação superior a
distância,
implementada no
governo Lula, através
das influências externas
As novas tecnologias da informação e
comunicação têm um papel preponderante,
pois são fundamentais para a valorização do
capital, portanto, é preciso, sob a ótica do
capital, introduzir o Brasil nessa lógica e,
portanto torna-se necessário o
desenvolvimento de um ambiente psico-
físico-social correspondente
Educação
250
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
285
AS FEIÇÕES DA
PRIVATIZAÇÃO DO
PÚBLICO NA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
BRASILEIRA: O CASO
DA UFPA
VERA
LUCIA
JACOB
CHAVES
D 2005 MG UFMG
Analisar como o processo de
privatização vai sendo naturalizado
no interior da universidade e
promovendo alterações substantivas
na organização da instituição
Não
especificado
Universidade
Federal do ParáAnálise documental
A pesquisa evidenciou a intensificação de
um movimento de “naturalização” das
reformas que tem sido materializado pela
diversidade de ações que vêm sendo
adotadas pelas reitorias e acatadas por
grupos de docentes que passaram a aceitar a
idéia de “modernização racionalizadora”, via
privatização e terceirização
Educação
286
CENTRO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO
TECNOLÓGICA DE
SÃO PAULO: ILHA DE
SABER OU MAR DE
INCERTEZAS?.
VERA
LUCIA
MARQUES
MERGULHA
O
M 2003 SP USP
Pesquisa etnográfica e de estudo de
caso sobre o impacto, efetividade e
desdobramentos da Reforma da
Educação Profissional no Centro
Federal de Educação Tecnológica de
São Paulo
Não
especificadoCFET
Análise do impacto
promovido pelo
Decreto no 2.208 e
subsidiada pelo
Programa de Expansão
da Educação
Profissional
A Reforma Educacional desenvolveu-se sob
o discurso da autonomia do Projeto
Pedagógico, da valorização da Educação
Profissional visando à qualidade,
flexibilidade, atualização e alinhamento em
relação às tendências mundiais, mas foi
limitada às restrições orçamentárias, às
imposição do modelo de competências e
modularização e desencadeada, na
instituição, de forma arbitrária, truncada,
incompleta e mal planejada.
Educação
287
O PAPEL DA
EDUCAÇÃO EM TRÊS
MOMENTOS DA
EVOLUÇÃO DO
CAPITALISMO
ECONÔMICO:
CONSOLIDAÇÃO,
ORGANIZAÇÃO
CIENTÍFICA E
FLEXIBILIZAÇÃO
VICENTE
MARQUES
DE CASTRO
NETO
M 2008 MA UFMAAnalisar a influência do capitalismo
econômico na educação
Não
especificado
Capitalismo e
Educação
Revisão histórica da
evolução do
capitalismo e da
trajetória da evolução
da educação no Brasil
Panorama geral da educação Educação
288
A
DESCENTRALIZAÇÃO
DA POLÍTICA
EDUCACIONAL NO
BRASIL 1987-1994
VICENTE
RODRIGUE
Z
D 1999 SPUNICA
MP
Discutir o processo de
descentralização das políticas
educacionais no período de 1987 a
1994.
Não
especificado
Políticas
educacionais no
período de 1987
a 1994
Dinâmica entre os
setores federal e
estadual
O processo de descentralização da educação
realizou-se em condições de descoordenação
nacional e local, com uma dinâmica geral de
irracionalidade administrativa e financeira,
asssentada na competividade política entre
as esferas de governo, levando a resultados
administrativos contrastantes com a
descentralização desejada
Ciências
Sociais
251
ANEXO A
nº Título Autor N Ano Loc. Inst. Objetivo Metod. Objeto Procedimentos Conclusões Área
289
O REUNI COMO
ESTRATÉGIA DA
CONTRA-REFORMA
DA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
VIVIANE
DE SOUZA
RODRIGUE
S
M 2011 RJ UFF
Analisar a contra-reforma da
educação superior no governo Luís
Inácio Lula da Silva (2003-2010)
Não
especificado
Programa de
Apoio aos
Planos de
Reestruturação
e Expansão das
Universidades
Federais
(REUNI)
Política de expansão e
reestruturação operada
pelo REUNI está sendo
realizada nas unidades
do interior da UFF, no
Pólo Universitário de
Rio das Ostras e de
Nova Friburgo
Este processo está indicando a
precarização/intensificação do trabalho
docente, desqualificação da formação
profissional e uma profunda reconfiguração
da universidade pública brasileira
Educação
290
"UMA ANÁLISE DO
PROCESSO DE
EXPANSÃO DO
ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL:
IMPLICAÇÃO EM
SERGIPE
WAGNER
BARRETO
SOARES
M 2009 SE UFS
Descrever a distribuição da
educação na população brasileira
(particularmente Sergipe), mostrar
sua evolução ao longo do tempo e
contribuir para o entendimento de
sua importância para o desempenho
do trabalhador brasileiro no mercado
de trabalho.
Não
especificado
Política
educacional nos
governos de
Collor, Itamar,
Fernando
Henrique e
Lula,
procurando
compreender a
relação
complexa e
dinâmica da
política pública
para o ensino
superior neste
último governo
Análise documental
Conclui-se sobre a recuperação da
capacidade de crescimento do ensino
brasileiro cuja expansão verificada nas
últimas décadas foi, em grande parte,
atendida e patrocinada pelo segmento
privado e que a agenda de reformas do
ensino superior nos períodos analisados é
permeável às políticas macroeconômicas no
que tange à reestruturação da produção e à
reforma do Estado
Desenvolvi
mento
regional e
gestão de
empreendim
entos locais
291
"VARGAS E FHC: A
EDUCAÇÃO A
SERVIÇO DE UMA
NOVUS ORDO
SECLORUM"
WAGNER
MARQUES
PEREIRA
M 1999 RJ UFRJ
Buscando as linhas de continuidade
existentes entre as políticas
educacionais de Getúlio Vargas e
Fernando Henrique Cardoso
Cornelius
Castoriadis e
Hannah
Arendt
Vargas e FHC
perspectiva dos dois
governantes em
redefinirem as práticas
sociais através da
educação
não possui a pretensão de responder a
totalidade das variáveis presentes na
sociedade brasileira
Educação
292
CONCEPÇÕES DE
EDUCAÇÃO
TECNOLÓGICA NA
REFORMA DA
EDUCAÇÃO
SUPERIOR:
FINALIDADES,
CONTINUIDADES E
RUPTURAS (1995-
2010) – ESTUDO
COMPARADO BRASIL
E PORTUGAL.
ZULEIDE
SIMAS DA
SILVEIRA
D 2011 RJ UFF
Analisar a reforma da educação
superior, em curso, no Brasil desde
os anos de 1990, com foco no
desenvolvimento das políticas de
ciência e tecnologia, nos períodos de
governo de FHC a Lula da Silva
(1995-2010), comparada com a
reforma do Ensino Superior, em
Portugal, que tem por mediação o
Processo de Bolonha
Não
especificado
Brasil e
Portugal
Estudar a subordinação
das políticas
educacionais às
políticas científico-
tecnológicas e de
inovação
A política de ciência, tecnologia e inovação
subsume a política de educação,
particularmente a educação superior de
modo a responder aos processos de
internacionalização da economia e de
tecnologia
Educação
252
Recommended