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Inovação Fábricas em Diademainstalam bibliotecas para cultivarhábito de ler entre operários. ➥ P14
BNDES Investimento precisa definanciamento dos bancos privados,alerta Luciano Coutinho. ➥ P30
Internacionalizaçãoda pequena e médiaempresa atrai bancosNova “classe C” do mercado corporativo, os negócios de menor porte crescemno exterior e despertam o interesse de grandes corporações, como HSBC eSantander. O Banco do Brasil, que pretende montar uma rede de agências nosEstados Unidos, anuncia hoje nova etapa de sua estratégia internacional. ➥ P4
Após comprar fábrica de PVC daequatoriana Israriego há dez dias,a companhia analisa mercados ondeainda não atua, dentro de seu planode expansão internacional. O objetivoé dobrar o faturamento até 2014. ➥ P16
Tigre fazplanospara iniciarproduçãona África
O grupo Braskem antecipa para agosto o início dasatividades da primeira fábrica de plástico verde em largaescala do mundo, no Polo Petroquímico de Triunfo (RS). ➥ P26
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE AGOSTO, 2010 | ANO 2 | Nº 241 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 3,00
www.brasileconomico.com.brmobile.brasileconomico.com.br
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TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA
JUROS META EFETIVA
BOLSAS VAR. % ÍNDICES
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INDICADORES 6.8.2010
Dólar Ptax (R$/US$)Dólar comercial (R$/US$)Euro (R$/€)Euro (US$/€)Peso argentino (R$/$)
Selic (a.a.)
Bovespa - São PauloDow Jones - Nova YorkNasdaq - Nova YorkS&P 500 - Nova YorkFTSE 100 - LondresHang Seng - Hong Kong
1,75581,75702,33171,32800,4464
10,75%
-0,46-0,20-0,20-0,37-0,620,59
1,75661,7590
2,33291,3281
0,4473
10,66%
68.094,7610.653,562.288,47
1.121,645.332,39
21.678,80
Cotação das ações embolsa não reflete os bonsresultados das companhiasEntre janeiro e junho, 22 empresas que integramo Ibovespa viram seus lucros avançar 89%. Já suasações não acompanharam o mesmo ritmo, recuando 11%,de acordo com a Austin Rating. Com novos sinais deque a economia possa se recuperar no segundo semestre,há espaço para obter ganhos com os papéis. ➥ P28
Antonio Milena
Igo
Est
rela
A área derelações cominvestidoresganha pesonas empresase desafiosaumentam
Consumo maior força aNorsa a ampliar fábricasFabricante e distribuidora da Coca-Cola nosestados da Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grandedo Norte, a empresa eleva para R$ 100 milhõesos aportes em fábricas, centros de distribuiçãoe vasilhames para expandir a produção. ➥ P18
Comando da HP voltaa causar má impressãoO escândalo sexual envolvendo o executivo MarkHund e uma antiga funcionária ocorre cinco anosapós a ruidosa saída de Carly Fiorina do comando daempresa. Cathie Lesjak, vice-presidente financeira,assumirá a presidência interinamente. ➥ P22
Dilma empata no RioGrande do Sul, diz IbopePesquisa do instituto realizada entre 3 e 5 de agostomostra que petista ultrapassou ligeiramente o tucanopela primeira vez no estado. Dilma alcançou 42%das intenções de voto, contra 40% de Serra, o queconfigura empate técnico entre os candidatos ➥ P12
Eleições Para Cristovam Buarque,candidato ao Senado pelo DF, FichaLimpa tem eficácia limitada. ➥ P10
Evaldo Dreher,presidente da Tigre,garante quehá possibilidadede expansãoem todas as fábricas
2 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
NESTA EDIÇÃO
Em alta
Distribuidora de Coca-Cola nos estados daBahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte,a empresa ampliará a capacidade deprodução das cinco fábricas na região,junto com a expansão dos onze centrosde distribuição. “Historicamente, esteé o nosso maior investimento”, afirmaAndré Salles, presidente. Com faturamentode R$ 1,3 bilhão em 2009 e quatro milfuncionários, a Norsa se coloca entre ascinco maiores franquias da Coca-Cola nopaís, de um total de 14. Salles lembra quemesmo nesse período de baixa estação(de abril a setembro), as fábricas operamcom 80% da capacidade instalada. ➥ P18
Norsa investe R$ 100 milhõesna ampliação de fábricas
Divulgação
Henrique Manreza
Empresas estimulam o hábitoda leitura entre trabalhadoresDez companhias já aderiram ao projeto“Leitura nas Fábricas”, iniciativa daprefeitura de Diadema, sindicatos eMinistério da Cultura, para estimular aleitura entre os funcionários. “Tem genteque nunca pegou no livro, mesmo aqui noABC, onde temos uma elite metalúrgica.A biblioteca torna-se algo distante darealidade, enquanto a fábrica é o espaçodele”, justifica Nelson Miyazawa,diretor-presidente da Legas Metal, fabricantede displays, uma das empresas que aderiuo projeto, que começa com a criação deuma espaço para a biblioteca na própriafábrica. O projeto deverá ser expandidopara outras cidades da região do ABC. ➥ P14
TAXAS DE CÂMBIOCotação de fechamento para venda em 6/8/2010
PAÍS MOEDA R$ US$Argentina PesoCanadá DólarChile PesoChina IuaneCoreia do Sul WonUnião Europeia EuroEstados Unidos DólarÍndia RúpiaJapão IeneMéxico PesoParaguai GuaraniReino Unido LibraUruguai PesoRússia RubloVenezuela Bolívar forteFontes: Banco Central e Brasil Econômico
0,44731,7076
0,00340,25950,00152,33291,75660,0381
0,02060,1383
0,00042,80390,08490,05900,4095
3,93301,0288
514,83006,7686
1.162,00001,3281
1,000046,1700
85,420012,7083
4.815,00001,5962
20,900029,84254,3000
De acordo com a empresa, as investigações concluíramque não houve quebra da política de assédio sexual dacompanhia, mas houve violação dos padrões de condutacorporativos. Mark Hurd será substituído interinamentepela vice-presidente financeira, Cathie Lesjak. ➥ P22
Mais uma vez, crise destitui líder da HP
Ubaldo Balthazar, professor de direito, autor da ficçãoQuem matou Lula da Silva?, diz que são inevitáveis asmudanças de postura dos candidatos eleitos. “É impossívelse manter no poder com um partido só”, afirma. ➥ P9
O novo discurso dos candidatos eleitos
“É preciso se cercar de pessoas melhores que você,só assim é possível crescer”, sugere Flávio Corrêa,ex-presidente da Ogilvy & Mather, no Caribe e África,no livro Curto & Grosso sobre publicidade. ➥ P25
Problemas corporativos sob novo enfoque
O desejo do BNDES é de reduzir sua participação nofinanciamento a empresas, mas isso ocorrerá só quandooutras fontes de recursos avançarem. O aviso é deLuciano Coutinho, presidente do banco de fomento. ➥ P30
Investimento espera os bancos privados
A Letra Financeira foi regulamentada em fevereiroe servirá como um instrumento de captação derecursos de médio e longo prazos no mercado interno.No próximo mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN)deverá liberar o banco para ofertar o papel. ➥ P31
Colocação de LF terá ajuda do BNDES
Originária de Santana, na Zona Norte da capital paulista,a rede se expande para outros bairros, como Penha e VilaCarrão, na Zona Leste. A meta é conquistar um públicoque não sai do bairro, nem para ir a restaurantes. ➥ P36
Classe C no cardápio da China House
Lou Dematteis/Reuters
Marcela Beltrao
Cristovam Buarque (PDT-DF), candidato à reeleiçãoao Senado pelo Distrito Federal, diz que vai propor,ao sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva, a criaçãode um ministério exclusivo para tratar do tema. ➥ P10
Educação básica a cargo da União
A tradicional fabricante de tubos e conexões, que adquiriua equatoriana Israriego, fabricante de PVC, mapeia novosnichos, um deles o africano, “onde a infraestrutura estátoda por ser feita”, como diz Evaldo Dreher, presidente. ➥ P16
Tigre ronda o mercado africano
Fábrica instalada no Polo Petroquímico de Triunfo (RS)será a primeira do ramo em todo o mundo e usará o etanolde cana-de-açúcar como matéria-prima. Programado paraoutubro, o início de produção foi antecipado para agosto. ➥ P26
Braskem produz plástico verde
Marcelo Fiche, assessor especial do ministro da Fazenda,Guido Mantega, acredita que está se formando umambiente mais propício para capitalizações no mercado decapitais, mas admite que ainda haverá volatilidade. ➥ P29
Caminho livre para ofertas na bolsa
A FRASE
“A economia americana nãocairá novamente em recessão”
Christina Romer, principal assessora econômica do presidente BarackObama, após o anúncio pelo Departamento do Trabalho, da perdade 131 mil vagas em julho. “Conseguimos avanços substanciais desdeo período em que eram perdidas 750 mil vagas mensais”, justificou.
Andrew Harrer/Bloomberg
Antonio Milena
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 3
Diretor de Redação Ricardo GaluppoDiretor Adjunto Costábile Nicoletta
Editores Executivos Arnaldo Comin, Fred Melo Paiva, Ga-briel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa Produção Edi-torial Clara Ywata Editores Fabiana Parajara e Rita Ka-ram (Empresas), Carla Jimenez (Brasil), Cristina Rama-lho (Outlook e FS), Laura Knapp (Destaque), Marcel Sa-lim (On-line), Márcia Pinheiro (Finanças) SubeditoresMarcelo Cabral (Brasil), Estela Silva, Isabelle Moreira Lima(Empresas), Luciano Feltrin (Finanças), Maeli Prado (Pro-jetos Especiais), Phydia de Athayde (Outlook e FS) Re-pórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Ana Pau-la Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carlos Eduardo Valim, Caro-lina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Claudia Bre-darioli, Conrado Mazzoni, Daniela Paiva, Denise Barra,Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Elaine Cotta, Fabia-na Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni, Françoise Terzian,Gabriel Penna, João Paulo Freitas, Juliana Elias, KarenBusic, Luiz Henrique Ligabue, Luiz Silveira, Lurdete Ertel,Maria Luiza Filgueiras, Mariana Celle, Mariana Segala, Ma-rina Gomara, Martha S. J. França, Michele Loureiro, Mi-cheli Rueda, Natália Flach, Natália Mazzoni, Nivaldo Sou-
za, Paulo Justus, Pedro Venceslau, Priscila Machado, Re-giane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego, Va-nessa Correia Brasília Simone Cavalcanti, Sílvio RibasRio de Janeiro Daniel Haidar, Ricardo Rego Monteiro
Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor), Cas-siano de O. Araujo, Evandro Moura, Letícia Alves, Mai-con Silva, Paulo Argento, Renata Rodrigues, RenatoB. Gaspar, Tania Aquino, (Paginadores) Infografia AlexSilva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral Foto-grafia Antonio Milena (Editor), Marcela Beltrão (Su-beditora), Evandro Monteiro, Henrique Manreza, Mu-rillo Constantino, Rafael Neddermeyer (Fotógrafos),Angélica Bueno, Carlos Henrique, Fabiana Nogueira,Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo AlvesTratamento de imagem Henrique Peixoto, Luiz Car-los Costa Secretaria/Produção Shizuka Matsuno
Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Execu-tivo Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial), Jú-lio César Ferreira (Diretor de Publicidade), WilsonHaddad, Valquiria Rezende e Juliana Farias (GerentesExecutivos), Alisson Castro, Bárbara de Sá, Celeste Vi-
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Departamento de Marketing Evanise Santos (Direto-ra), Samara Ramos (Coordenadora)
Operações Cristiane Perin (Diretora)
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Jornalista Responsável Ricardo Galuppo
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TABELA DE PREÇOS
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Trimestral Semestral AnualR$ 147,50 R$ 288,00 R$ 548,00
Condições especiais para pacotes e projetos corporativos (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais)
Presidente do Conselho de AdministraçãoMaria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José MascarenhasDiretor-Vice-Presidente Ronaldo Carneiro
Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo
Algumas ações recuaram 8,7%, em média, no trimestre, enquanto olucro das empresas subiu 120,8%, constata a Austing Rating. “Se o Brasilestivesse descolado do mundo, o resultado das empresas seria melhorrefletido no preço da ação”, diz Alex Agostini, economista-chefe. ➥ P28
ALEX AGOSTINI, ECONOMISTA-CHEFE DA AUSTING RATING
Romero Cruz
Reforma da PrevidênciaO presidente do BNDES, economista Luciano Coutinho,tem razão ao incluir a lembrança da época da inflaçãogalopante entre as causas dos juros elevados no país. Na-quele tempo, as pessoas e empresas que tinham dinheiroguardado recebiam rendimentos polpudos por suas apli-cações — e a expectativa de manter essa realidade aindaestá presente entre elas. Espera-se pelos investimentosde curto prazo, rendimentos que — dadas as condiçõesde estabilidade que o país vive desde o Plano Real, em1994 — só se justificariam em prazos longuíssimos.
Coutinho, que desenvolveu esse raciocínio na sexta-feira passada, na solenidade promovida pela revista Ban-co Hoje para a entrega do prêmio Bem Sucedidos referen-te a 2009, entende que o país precisa desenvolver meca-nismos de poupança capazes de reter os recursos neces-sários para financiar o desenvolvimento nos próximosanos. Será muito difícil para o Brasil continuar crescendoà custa de recursos externos que entram e saem quandobem entendem e de um dinheiro caro como o nosso.
Ele não falou a res-peito nem foi pergunta-do sobre isso. Mas o dis-curso de Coutinho trou-xe a lembrança de umtema que andou esque-cido nos últimos anos: areforma da previdência.Conforme dissemos diasatrás neste mesmo espa-ço, o Brasil não conse-guirá manter por muitotempo o atual cenárioprevidenciário em que
as contribuições dos trabalhadores da ativa pagam osvencimentos dos aposentados. Para que isso não signifi-que um fardo sobre os ombros de quem trabalha, é pre-ciso que haja no mercado muito mais jovens do que ve-lhos — algo que, há muitos anos, deixou de ser a reali-dade demográfica do Brasil. Para o modelo não desmo-ronar, é preciso substituí-lo pelo regime de poupança.Nele, os trabalhadores de hoje guardam o dinheiro queos manterá no futuro. É a única forma de gerar um esto-que de poupança sólido, de longo prazo e barato.
Não é fácil. O custo político dessa mudança — pormais necessária que seja — é elevado e ela dificilmen-te será proposta por políticos que temam perder a po-pularidade. A menos que... Bem, existe pronto noBrasil um modelo capaz de resolver o problema deuma forma inteligente e prática. Ele foi elaborado peloex-presidente do BNDES André Lara Rezende, no go-verno de Fernando Henrique Cardoso. Já estava con-cluído, mas não foi chegou a ser apresentado no mo-mento em que Rezende deixou o posto. Recuperá-lo ecolocá-lo em discussão o quanto antes seria positivopara o país. Muito positivo. ■
RICARDO GALUPPOrgaluppo@brasileconomico.com.brDiretor de Redação
Existe no Brasilum modelo dereforma pronto,que pode serposto em práticaimediatamente
4 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
DESTAQUE SERVIÇOS CORPORATIVOS
Ana Paula Ribeiroaribeiro@brasileconomico.com.br
De olho no volume de negócioscrescente no segmento de em-presas de menor porte, os ban-cos reforçam as áreas de aten-dimento e aperfeiçoam os ser-viços financeiros prestadospara angariar mais clientes.Essa demanda inclusive ultra-passa fronteiras, uma vez queas médias também estão se in-ternacionalizando e as institui-ções financeiras querem darapoiar esse movimento. “Esta-mos nos estruturando para darsuporte à demanda das empre-sas, que está cada vez mais so-fisticada”, explica o responsá-vel pela área do middle market,ou mercado mediano, do HSBC,Fernando Freiberger.
A instituição tem atuaçãoglobal e quer tirar proveito dissono seu relacionamento com osclientes. Quando uma empresadecide se internacionalizar, éenviado para o HSBC no país dedestino o histórico dela e as ne-cessidades que terá no novo de-safio. De acordo com o executi-vo, o principal destino são ospaíses da América do Sul.
O movimento contrário tam-bém existe. Empresas de médioporte de outros países, a partirda relevância que o Brasil ga-nhou nos últimos anos, tentamse instalar no país. “O mercadointerno forte atrai essas empre-sas”, diz. Para melhorar o aten-dimento a esse grupo, o HSBCestá abrindo unidades de negó-cios com profissionais especiali-zados no atendimento global. Asduas primeiras foram abertas emSão Paulo e no Rio de Janeiro.
Já para as menores, que nãotêm estrutura para ir ao exterior,há também uma demanda cres-cente por serviços internacio-nais, mas mais voltados para im-portações e exportações. “Asempresas querem diversificar assuas vendas para o mercado in-ternacional e o mercado de co-mércio exterior é complexo paraalgumas delas”, diz o superin-tendente executivo do HSBCEmpresas, Marcelo Aleixo. Omiddle do HSBC atende empre-sas que faturam entre R$ 30 mi-
lhões e R$ 300 milhões por ano eo HSBC Empesas aquelas com fa-turamento de até R$ 30 milhões.
Ainda na área de comércioexterior, além das operaçõestradicionais feitas no Brasil, oHSBC inaugurou neste ano es-critórios em Xangai e HongKong para atender empresasbrasileiras e chinesas interessa-das no fluxo entre Ásia e Brasil.A complexidade dos serviços fi-nanceiros destinados a peque-nas e médias empresas aumen-ta, em geral, junto com o volu-me de faturamento, explica odiretor executivo de Pequenas eMédias Empresas do Santander,Ramón Camino. No banco decapital espanhol, essa áreaatende as pessoas jurídicas comfaturamento de até R$ 30 mi-lhões por ano. De acordo com oexecutivo, na área internacio-nal, a maior demanda está pelosadiantamentos de exportações.“Uma companhia desse porterequer um serviço simples.”
E pensando em simplificar odia-a-dia dessas empresas, obanco possui dois produtospara facilitar a burocracia. Um éo SuperGestão, programa parafacilitar os processos internosde uma pequena empresa (atéR$ 3 milhões de faturamento).Já no SuperCaixa, o banco ofer-ta aos clientes uma série defuncionalidades de recebimen-tos e pagamentos. Atrelado aosserviços, as empresas tiveramextensão no prazo das opera-ções de capital de giro, de 18para 36 meses.
Outra demanda dessas em-presas é por mobilidade. Por essarazão, o Itaú permite o acesso atodos os serviços pela internet oupor linha telefônica. A diretorade Produtos Empresariais doItaú, Sandra Boteguim, explicaque é possível fazer desde umasimples consulta de saldo atéagendar o atendimento com umespecialista para tratar de ordensde pagamento ou cobrança. “Es-sas empresas sempre terão umataxa de juro mais baixa nas ope-rações de crédito se fizerem aconcentração de pagamentos erecebimentos conosco. Conhe-cer o fluxo de caixa reduz osspreads”, explica. ■
Bancos levampequena e médiaempresa ao exteriorClasse emergente no meio empresarial atrai apetite do mercadofinanceiro, que investe em produtos e serviços sob medida
Bancos seaperfeiçoam paraoferecer serviçosmais sofisticadose facilitar áreafinanceira dasnovas emergentes
BB amplia processoInstituição, que comprou bancoargentino e busca rede de agênciasnos EUA, anuncia novidades hoje
A compra do banco argentinoPatagônia, em abril, foi só oprimeiro passo. Uma nova eta-pa do processo de internacio-nalização do Banco do Brasil(BB) será anunciada hoje peloministro da Fazenda, GuidoMantega, e o presidente da ins-tituição, Aldemir Bendine.
O próximo destino da insti-tuição federal pode ser os Esta-dos Unidos — já que o BB estudacomprar uma rede de agênciasno país. Mas também estão no
radar oportunidades na Améri-ca do Sul, como em países comoChile, Peru, Colômbia e Uru-guai. Capitalizada, a instituiçãopode avançar nessa estratégia.
A internacionalização dasempresas brasileiras é um dosfatores que vêm motivando aestratégia de expansão do BBno exterior, que inclui refor-mular as operações já existen-tes voltadas para o mercado decapitais. Na Argentina, a redede 154 agências do Patagôniaservirá tanto para dar créditoaos argentinos quanto paraatender as empresas brasileirasque por lá mantêm negócios.
Pequenas e médias empresas queremdiversificar vendas e precisam de suportepara atuação internacional, diz MarceloAleixo, superintendente do HSBC Empresas
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 5
Linha de financiamentodestinada à pequena e médiaempresa já é oferecida porBradesco, BB, CEF e Banrisul
Thais Folegotfolego@brasileconomico.com.br
O Cartão BNDES (Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômicoe Social), voltado para micro, pe-quenas e médias empresas, acabade ganhar um novo emissor, oItaú. “Até o final deste ano esta-remos emitindo o cartão”, dizFrederico Souza, superintenden-te de Cartões para Pessoa Jurídicado Itaú. Segundo ele, o cartãodesburocratiza o acesso ao finan-ciamento do BNDES. “Ele é muitomais rápido e fácil”, diz.
Criado em 2003, o CartãoBNDES é um crédito rotativo,pré-aprovado, de até R$ 1 mi-lhão, para aquisição de produtoscredenciados no portal do ban-co. Hoje, é emitido por Banco doBrasil, Caixa Econômica Fede-ral, Bradesco e Banrisul. De ja-neiro a maio, último dado dis-ponível, o BNDES desembolsoupor meio do cartão R$ 1,378 bi-lhão, em 103 mil operações. Ovalor despendido nesses cincomeses foi 148% superior ao domesmo período do ano passado(R$ 553 milhões).
O segmento de pequenas emédias empresas demanda fun-damentalmente crédito e capitalde giro para fazer gestão de cai-xa, explica o superintendente deprodutos da Bradesco Cartões,Márcio Parizotto. No Cartão doBNDES, a taxa de juros praticadaé igual para todos os emissores evariam de mês para mês. A deagosto é de 0,97% ao mês. O quemuda entre os bancos é o limitede crédito dado, que pode ir atéR$ 1 milhão, e o prazo de parce-lamento, de até 48 meses.
“Também conseguimos nosdiferenciar com as parcerias quefazemos com as empresas doportal do BNDES, que dão des-conto para o cliente do banco”,diz Rita Castro Barreiro Fernan-des, superintendente de Produ-tos Pessoa Jurídica do Bradesco.Ela conta que no ano passado aparceria com a Ford foi uma dasque mais fez sucesso.
Cartão corporativoNa prateleira de todos os bancosfigura o cartão corporativo, queajuda no controle de custos e gas-tos, pois pode ser modelado paraser aceito em apenas alguns tiposde compras — combustível, res-taurantes e hotéis, por exemplo.
Disponível para companhiasde todos os portes, o produtoprecisa, porém, ser adaptado àsnecessidades e características deuso da pequena e média empresa.No Santander, por exemplo, ocartão é múltiplo, tendo as fun-ções de crédito e débito no mes-mo plástico, e há a possibilidadede parcelar um valor sacado nocaixa eletrônico. A fatura tam-bém pode ser parcelada, condi-ções que não são oferecidas para apessoa jurídica de grande porte.
“O cliente pode usar o seu li-mite de crédito para saque, nocaso de precisar usar dinheiroem espécie para um pagamentoque não pode ser feito com car-tão”, explica Cassius Schymura,diretor de Cartões do Santan-der. Segundo ele, a base declientes PMEs cresce a um ritmode 20% ao ano. Atualmente, elaé de 150 mil clientes. ■
LEIA MAIS Profissionalização dasempresas pequenas
e médias do país faz com queaumentem os investimentos emtecnologia, atraindo a atençãodos grandes fornecedores.
As micro e pequenasempresas representam
99,12% das organizaçõesexistentes no país, mascolaboram com apenas 20%do Produto Interno Bruto.
Empresas com até 99funcionários abriram
82,43% dos 3,9 milhões devagas formais criadas entre2008 e agora. Os saláriospagos, no entanto, são baixos.
de internacionalizaçãoNa área internacional, o BB é
o principal financiador de ex-portações com operações deACC (adiantamento de contratode câmbio). Também oferece àspequenas e médias empresasserviços de remessas, paga-mentos e cobranças internacio-nais, além de serviços de fluxode caixa a pessoas jurídicas.
Na avaliação do diretor deMicro e Pequenas Empresas doBB, Clenio Severio Teribele, ademanda por esses serviçoscresce impulsionada pelo aque-cimento da atividade econômi-ca. “Torna-se ainda mais im-portante para as empresas utili-
zar ferramentas de gerencia-mento do seu fluxo de caixa e osserviços bancários auxiliamesse gerenciamento.”
No BB, micro empresa é aque-la com faturamento anual de atéR$ 500 mil. No segmento indús-tria, pequenas são as que fatu-ram até R$ 10 milhões anuais, eas de comércio e serviços sãoaquelas na faixa entre R$ 500mil e R$ 15 milhões. Já as médiasfaturam entre R$ 10 milhões eR$ 20 milhões por ano (indús-tria); de R$ 15 milhões a R$ 45milhões (comércio); e de R$ 15milhões a R$ 25 milhões (servi-ços). ■ A.P.R. e Mariana Segala
Principal financiadorde exportações eimportações dasempresas brasileiras,banco quer comprarrede de agênciasem vários países
Itaú passa aemitir cartãodo BNDES
Rafael Neddermeyer
“O segmento depequenas e médiasempresas demandafundamentalmentecrédito e capitalde giro para fazergestão de caixa
Márcio Parizotto,superintendente de produtos
da Bradesco Cartões
6 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
DESTAQUE SERVIÇOS CORPORATIVOS
Carolina Pereiracpereira@brasileconomico.com.br
Empresas de pequeno e, princi-palmente, de médio porte, comfaturamento de até R$ 100 mi-lhões, estão se preocupandocada vez mais com a profissio-nalização do negócio. Pelo me-nos é o que indica o mercado detecnologia da informação, queafirma estar vendendo maishardware e software para essepúblico por conta de critériosmais rígidos de governança cor-porativa que estão sendo imple-mentados, visando processoscomo abertura de capital nabolsa de valores e fusões.
Segundo André Rangel, ge-rente sênior da consultoriaKPMG, a necessidade de ade-quação às regulamentações lo-cais, chamada de compliance,também está influenciandoo crescimento da adoção dehardware, software e serviçosde TI. Regras relacionadas anota fiscal eletrônica e ao Sis-tema Público de EscrituraçãoDigital (Sped), por exemplo,aumentaram o nível de infor-matização dessas companhias,de acordo com Rangel.
Alberto Fávero, sócio de con-sultoria da Ernst & Young, es-pecializado no mercado de TI,afirma que as empresas desseporte, em geral, estão passandopor uma fase de rápido cresci-mento e, por isso, precisam in-vestir mais na melhoria dosprocessos de negócio por meioda adoção de ferramentas de TI.
Por conta de fatores comoesses, fornecedores estão adap-tando suas estratégias a essa de-manda crescente. A HP, porexemplo, passou a vender ser-vidores em lojas de shopping,movimento que visa atingir asempresas de pequeno porte. Emalgumas unidades da HP Store,que é voltada principalmentepara vendas de PCs para o con-sumidor final, já há servidoresem exposição, com o intuito deaproximar o cliente de pequenoporte. “Fazemos isso em regiõesonde nossa presença é menor,como no Nordeste”, diz Alexan-dre Kazuki, diretor de marke-ting da área que inclui servido-res, armazenamento de dados e
redes. Atualmente, 10% da re-ceita da divisão da companhiavem das pequenas e médias.
A previsão é que as vendaspara o segmento aumentem, jáque, segundo Kazuki, “a áreaainda é mal suprida em termosde TI”. E a concorrente IBMtambém está de olho nesse mer-cado e investe no que chama de“soluções de entrada”, que sãoos servidores e sistemas de ar-mazenamento mais básicos.
Para atingir esse público, as-sim como a HP colocou os pro-dutos em lojas da marca onde apresença da empresa não é for-te, a IBM intensificou a interio-rização via filiais. Segundo Lu-ciano Sulzback, executivo daIBM para o mercado de peque-
nas e médias empresas, o obje-tivo é diminuir a fronteira geo-gráfica com as que estão fora doeixo Rio-São Paulo.
A busca por um nível maiorde profissionalização tambémfez com que a área de pequenase médias empresas crescesse naSap. Segundo Cristina Pal-maka, vice-presidente comer-cial da empresa no Brasil, a di-visão cresceu 57% no primeirossemestre em relação ao mesmoperíodo de 2009 e o varejo é osegmento que mais tem inves-tido. O produto mais básico daSap, voltado para esse público,teve a taxa de implementaçãoreduzida em um terço, para au-mentar o número de clientespequenos e médios. ■
Novas regrasaumentamadoção detecnologiaInvestimentos também são influenciadospor critérios mais rígidos de governança
Aumento do interesseno mercado depequenas e médiasempresas fez comque a IBM abrissemais filiais fora doeixo Rio-São Paulo
“Para estar mais próximada pequena empresa,a HP colocou servidoresem exposição em algumasunidades da loja da marca,principalmente em cidades noNordeste, onde a companhiaainda não tem presença forte”
Alexandre KazukiDiretor demarketing da HP
Eduardo de Sousa
Cristina Palmaka, vice-presidentecomercial da Sap: 25% da receitavem de pequenas e médias
Divulgação
TAMANHO DO MERCADO
US$ 25,7 bié quanto as empresas de até99 funcionários vão investirem tecnologia em 2014 naAmérica Latina, segundoprevisão do Gartner. Em 2008 onúmero era de US$ 20,7 bilhões.
POTENCIAL MUNDIAL
US$ 183 biserão gastos pelas pequenas emédias empresas com softwareem 2014 no mundo todo, segundoo Gartner. Em 2010, o númerodeve fechar com crescimentode 8% com relação a 2009.
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 7
Simone Cavalcanti, de Brasíliascavalcanti@brasileconomico.com.br
As micro e pequenas empresasbrasileiras geram 20% do totalde riquezas nacionais. O per-centual denuncia a baixa pro-dutividade obtida, uma vez que,juntas, representam 99,12% dascompanhias existentes no país.Isso significa que o 0,88% res-tante é de companhias médias egrandes, que perfazem 80% doProduto Interno Bruto (PIB).“De uma maneira simples, épossível dizer que um funcioná-rio de uma grande empresa pro-duz quatro vezes mais do que otrabalhador de uma de pequenoporte”, diz Carlos Alberto dosSantos, diretor técnico do Se-brae Nacional.
Levantamento do órgão feitoa pedido do Brasil Econômicomostra que, em pelo menoscinco países europeus, o cená-rio em relação à participaçãode companhias de micro e pe-queno portes é muito parecidocom o brasileiro, uma vez queessas empresas representamentre 97,7% e 99,4% do totalde empreendimentos.
No entanto, a diferença fun-damental ocorre quando sãoanalisados os dados relacionadosao chamado valor adicionadobruto (riqueza gerada na produ-ção, já descontados os custos dosinsumos adquiridos). No Brasil,de acordo com cálculos do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) divulgados peloSebrae, as micro e pequenascompanhias respondem porapenas 20% do PIB. Esse percen-tual é superior a 30% do produtonas economias europeias. Ale-manha e Itália são os dois extre-mos no estudo, a primeira apre-sentando participação de 33,5%e a segundo, de 55,6%.“Issomostra o importante papel de-sempenhado por essas empresasnas suas economias”, diz, ressal-tando que a soma de todo valoragregado produzido por elaschegou à marca de € 1,83 trilhãono ano passado.
Falta gestãoPara Santos, entre os motivos dabaixa produtividade brasileiraestão os problemas de gestão eorganização do processo produ-tivo, a carga tributária e o excesso
de burocracia. Outro ponto le-vantado pelo diretor está relacio-nado à baixa remuneração nessasempresas, pois salários menoresacabam atraindo profissionaiscom menor qualificação e issointerfere na produtividade.
No entanto, ele se mostra oti-mista com o cenário que se abredaqui para frente, dizendo queneste momento em que o paísalcança um outro patamar e sus-tentabilidade de crescimento, asmicro e pequenas serão forçadasa reduzir seus custos, elevar suaeficiência, principalmente porconta do aumento da concor-rência. “É preciso apostar noatendimento diferenciado, noproduto customizado e agregarvalor ao que se oferece.” ■
Para o diretor doSebrae Nacional,o atual momento daeconomia brasileiravai forçar empresasa melhorar sua gestãoe elevar sua eficiênciapor conta do aumentoda concorrência
Produtividadedas menoresainda é baixano Brasil
FUTURO POTENCIAL
No Brasil, micro, pequenas e médias empresas ainda não conseguem ter impacto no PIB como nos países europeus
PAÍS
REINO UNIDO
FRANÇA
ALEMANHA
ESPANHA
ITÁLIA
BRASIL*
NÚMERO DEEMPRESAS, EM MIL
1.590.789
2.363.562
1.778.398
2.671.798
3.920.642
5.786.696
NÚMERO DE EMPREGOS, EM MIL
7.001.522
6.845.907
9.131.395
9.013.494
10.644.136
13.027.233
PARTICIPAÇÃODAS EMPRESAS
98,0%
98,8%
97,2%
99,0%
99,4%
99,1%
PARTICIPAÇÃONO EMPREGO
39,4%
45,5%
41,1%
63,2%
68,5%
52,2%
VALOR ADICIONADOEM PIB, EM €
397
342
414
303
374
**
PARTICIPAÇÃO DO VALOR ADICIONADO AO PIB
34,0%
39,7%
33,5%
50,6%
55,6%
20,0%
Fonte: SBA Fact Sheet 2009 – Comissão Europeia de Economia e Indústria*Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS/TEM – Elaborada pelo Sebrae**A participação das MPE brasileiras no valor adicionado consiste em uma estimativa realizada por estudo do Sebrae em parceria com o IBGE
MERCADO DE TRABALHO
Muitas vagas, massalário segue baixo
O número significativo deoferta de empregos comcarteira assinada que o paísvem ostentando nos últimosanos é gerado essencialmentenas empresas de micro epequeno porte. Pela classificaçãodo Ministério do Trabalho,essas companhias com até 99funcionários foram responsáveispor nada menos do que 82,43%das 3,9 milhões de vagas formaisabertas entre 2008 e o primeirosemestre de 2010. “É claro queprecisamos das grandes, quetrazem ao país tecnologia refinadae de ponta, mas, pelo estoque, sãomenos responsáveis pela geraçãode vagas formais”, disse o diretordo Departamento de Empregodo ministério, Rodolfo Torelly.Um dado interessante a serobservado na comparaçãocom cinco países europeusselecionados pelo Sebrae Nacionalé que a participação das empresasbrasileiras de menor porte naoferta dos empregos formaisao longo dos anos é significativa.Enquanto em economias comoReino Unido, Alemanha e Françaa parcela fica, respectivamente,em 39,4%, 41,1% e 45,5%,no Brasil chega a 52,2%.Apenas Itália (68,5%) e Espanha(63,2%) estão à frente.Embora a quantidade deempregos gerados nos últimosdois anos e meio sejaextraordinária na avaliaçãode Torelly, o diferencial médiodos salários entre as empresasde até quatro empregadose aquelas que têm maisde mil funcionários é de 185%.Nas menores, a remuneraçãomédia é de R$ 788,13, enquantonas maiores é de R$ 2.248,93,segundo a Relação Anual deInformações Sociais (Rais).De acordo com o diretor, o valepode ser explicado pelo própriofaturamento das micro e pequenascompanhias. Mas, também, pelamaior qualificação daqueles queestão empregados nas grandesempresas. “Mesmo assim,o Brasil tem evoluído para umpatamar melhor e as diferençasestão diminuindo”, disse. S.C.
Sebrae mostra que micro e pequenas empresaseuropeias contribuem com pelo menos 30% doPIB, enquanto no Brasil parcela é de apenas 20%
DISPARIDADE
185%é a diferença entre a médiasalarial paga nas empresascom até quatro empregadose naquelas com mais demil funcionários, segundoo Ministério do Trabalho.
FORMALIDADE
3,23 milhõesde empregos com carteiraassinada foram gerados nas microe pequenas empresas entre 2008e o primeiro semestre deste ano,representando 82,4% do total devagas abertas no país no período.
8 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
OPINIÃO
Vem da teoria dos jogos a ideia de que a troca de in-formações e a cooperação levam a resultados supe-riores aos da tomada de decisões isoladas, sem levarem conta as posições da outra parte. A aplicação des-sa ideia às relações internacionais levou à criação deuma série de foros onde os países se reúnem para dis-cutir temas que lhes são comuns. Entre esses temas,poucos são tão globalizados quanto aqueles relacio-nados às finanças internacionais. Nesse campo, di-versas são as instâncias de discussão.
E não têm sido poucas, graças à última crise inter-nacional, as reuniões para debater a reforma do siste-ma financeiro a fim de evitar novas crises.
O mais recente desses encontros foi o do Comitê daBasileia – instituição que tem exatamente por objetivoo intercâmbio de informações e a cooperação na áreada supervisão bancária –, ocorrido no final de julho nasede do Banco de Compensações Internacionais.
Nele, presidentes dos bancos centrais de 26 paísesanunciaram um acordo denominado “Basileia 3”, comnormas sobre índice de liquidez, qualidade de capital ealavancagem – relação entre os empréstimos concedi-dos e o capital dos bancos.
O acordo classifica, ainda, as instituições financei-ras que geram risco de crise sistêmica no mercado in-ternacional e, para diminuir o risco de que os contri-buintes tenham que pagar a conta em caso de insol-vência dessas instituições consideradas “grandes de-mais para falir”, estas terão de obedecer a requeri-mentos adicionais de capital.
Foram idealizados também dois “colchões” de ca-pital: o chamado colchão de conservação, que serápermanente e terá um nível fixo, independentementeda conjuntura econômica, e o chamado colchão anti-cíclico, valor a ser acumulado em tempos de “vacasgordas”, de acordo com a definição das autoridadesmonetárias máximas de cada país.
Essas regras precisarão ser detalhadas e somente se-rão implementadas de forma gradativa entre 2012 e2018, para evitar que se restrinja o crédito neste mo-mento, dificultando a retomada do crescimento eco-nômico. Além disso, elas ainda serão submetidas àaprovação do G20 em sua próxima reunião, que acon-tecerá no final de novembro.
Porém, é importante lembrar que as normas do Co-mitê da Basileia têm caráter de simples recomenda-ções, e nem sempre são adotadas pelas autoridadesmonetárias máximas de cada país.
Essa possibilidade de que alguns países não incor-porem as novas regras fragiliza o sistema, já que a re-gulação de instituições e mercados financeiros que sãona verdade globais não deve ser local, e sim mundial.
Se pelo menos o diagnóstico e as receitas para evi-tar novas crises já estão sendo concebidos interna-cionalmente, cabe ao G20 assegurar que os remédiosa serem adotados sejam obrigatórios a todos os paí-ses, a fim de evitar que o mercado financeiro mundialvolte a apresentar os mesmos sintomas anteriores etenha uma nova recaída. ■
Diagnóstico global
A regulação de instituiçõese mercados financeiros quesão na verdade globais nãodeve ser local, e sim mundial
Sérgio ValeEconomista-chefe da MB Associados
Sempre que um novo meio de comunicação surge éinevitável que também surjam aqueles prontos paramatar os sistemas ditos obsoletos. Foi assim com orádio, com o cinema, com a televisão, com o jornal e,no fim, todos eles têm conseguido coexistir de algu-ma forma. Entretanto, um meio mais desafiador é odigital, pois muda radicalmente a forma de distribui-ção de todos esses meios em conjunto; todos eles po-derão ser agregados e desagregados em poucos apa-relhos eletrônicos no futuro.
A grande discussão em tempos de Flip (Festa Literá-ria Internacional de Parati) se refere ao futuro do livro epara isso duas mesas interessantes no festival discuti-ram o assunto. A mais interessante nesse aspecto foi opainel entre Robert Darnton, diretor da Biblioteca deHarvard, e John Makinson, diretor da Penguim. E ocurioso é que o maior medo não está na substituição dolivro impresso. Há certo consenso que diversas mídiasexistirão em conjunto, como existem hoje, e haveránichos para livros eletrônicos e livros impressos. Comobem lembrou o historiador Peter Burke, dificilmentealguém se animará de ler as mil páginas de Guerra ePaz, de Tolstoi, em meio eletrônico.
O grande problema, assim, se dará em manter o há-bito de leitura. Burke em sua palestra também citou deforma divertida que, assim como cozinhar de formalenta pode resultar em algo agradável no final e ao lon-go da feitura do alimento, o processo lento de leiturapermite esse saborear também. Mas com tantos dispo-sitivos e interesses ao mesmo tempo, a leitura que de-manda tempo corre mais risco do que o meio em queele será divulgado. Já se percebe uma tendência naprópria mídia jornalística impressa de textos mais cur-tos e objetivos, que rapidamente captam o interesse doleitor. Pode ser uma tentativa derradeira dos jornaisimpressos de sobreviver em tempos online. Mas nãodeixa de ser uma situação ambígua. Para atrair leitoressem disponibilidade de tempo, encurta-se o texto,mas também se sabe que o diferencial do texto impres-so em relação ao online seria sua capacidade de refletiro que o material digital apenas informou. Essa dificul-dade de achar um formato ideal ainda não foi resolvi-da, nem soluções foram iniciadas nesta Flip.
De qualquer forma, é reconfortante encontrar edi-tores que se animam com o futuro do livro e as múlti-plas possibilidades de sua interconexão com meios di-gitais, como os vooks, que são livros com vídeos. Alémdisso, como lembrou Makinson, diferentemente da in-dústria fonográfica, o livro se vende por inteiro, e nãopor capítulos. O que matou a indústria do CD foi justa-mente ser um meio fixo que tem um conjunto de músi-cas que não necessariamente interessa ao comprador.Por isso, ainda haverá interesse pelo meio impresso pormuito tempo. Darnton citou os manuscritos, formaque desapareceu completamente apenas no séculoXIX, quase 300 anos depois da criação do livro impres-so. Enfim, a indústria da escrita está borbulhando depossibilidades, apesar de alguns meios, como os jor-nais, não terem encontrado uma saída. ■
Sobre livros e jornais
A indústria da escrita estáborbulhando de possibilidades,apesar de meios como os jornaisnão terem encontrado uma saída
Eduardo Felipe MatiasDoutor em direito internacionalpela USP e sócio do escritórioL.O. Baptista Advogados
Recentemente, os países da América do Sul deramimportantes passos para concretizar a integraçãoenergética do continente, tão acalentada pelos go-vernos da região há várias décadas. Em junho de2010, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, doBrasil, e Alan García, do Peru, firmaram em Manausum tratado para construção de hidrelétricas no Perue de interconexão de redes elétricas dos dois países.
Pelo acordo, o governo brasileiro financiará comrecursos do BNDES a construção de quatro a seis usi-nas hidrelétricas no sudeste do Peru, que somarãopotência aproximada de 7,5 mil megawatts. Aindasegundo o acordo, 20% da energia gerada pelas usi-nas serão destinados ao Peru e 80% ao Brasil. Inicial-mente, o Peru pretendia incluir no acordo 15 usinascom um total de 20 mil megawatts, mas a princípioficou acordado a construção de quatro a seis usinas, oque acabou satisfazendo ambos os países. O investi-mento total estimado pela Eletrobras para a constru-ção das usinas é de aproximadamente R$ 25 bilhões.
A Eletrobras, ao buscar tornar irreversível seuprograma de internacionalização para vir a ser a “Pe-trobras do setor elétrico”, necessita convergir esteesforço hercúleo com os interesses estratégicos donosso país e os de seus acionistas. Apesar de impor-tante e válida, a tarefa da internacionalização da em-presa complexa e vai exigir a adoção de critérios quenão comprometam a rentabilidade de suas ações enem a segurança energética do Brasil.
A integração energética com países da Américado Sul exige parcimônia. Embora no sentido técnicoa interconexão elétrica da região faça sentido, doponto de vista geopolítico pode acarretar riscos aosetor elétrico brasileiro, caso os contratos não fo-rem respeitados. Recentemente, foram, no mínimo,seis contratempos que o sistema energético brasi-leiro teve com os vizinhos.
Em 2006, ocorreu a nacionalização, por parte dogoverno boliviano, de refinarias e campos de gás na-tural operados pela Petrobras na Bolívia. No ano se-guinte, houve a interrupção do fornecimento de 2 milmegawatts importados da Argentina e alteração dasformas de cobrança do gás da Bolívia. Em 2008, ausina de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, teve desuspender suas operações por prazo indeterminado,após a suspensão no fornecimento de gás natural ar-gentino. O racionamento de energia elétrica na Ve-nezuela no primeiro semestre de 2010 causou a sus-pensão do envio de energia elétrica ao Brasil. Hojeestão sendo renegociados os contratos da usina bina-cional de Itaipu, devido às reivindicações do governoparaguaio. Todos estes eventos causaram conse-quências negativas no sistema elétrico do Brasil.
Por isso, é necessário que a Eletrobras apresenteum plano de ação, mostrando a lógica econômica eestratégica do seu movimento de internacionaliza-ção. Há que se ter cuidado na elaboração dos tratadose desde já eleger arbitragens internacionais e capaci-tá-las, porque as disputas virão. ■
Mais integração
A Eletrobras deve apresentar umplano de ação, mostrando a lógicaeconômica e estratégica do seumovimento de internacionalização
Adriano PiresDiretor do Centro Brasileirode Infraestrutura
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 9
Ficção escrita por um dosfundadores do PT explorao processo de reconstruçãode imagem dos candidatos
Carolina Alvescalves@brasileconomico.com.br
Um dos fundadores do núcleodo PT em Santa Catarina, hojeprofessor de direito da Univer-sidade Federal de Santa Catari-na (UFSC), Ubaldo Balthazar,acaba de lançar o livro Quemmatou Lula da Silva? Em formade ficção, o texto aborda as no-tórias mudanças entre o Lulacandidato e o Lula presidente.Abaixo, ele fala sobre o inevitá-vel processo de reconstrução deimagem e de discurso políticopelo qual passam todos os can-didatos ao cargo máximo dopaís, discussão essencial em umano de eleições presidenciais.
Por que os candidatosmudam tanto?Em nome da governabilidade, écompreensível que o candidatoseja diferente do político eleito.O Lula é o maior exemplo, cujaimagem e atuação de hoje sãobem diferentes do sindicalista.Em 1989, quando a disputa como Fernando Collor estava bemacirrada, nós do PT até brincá-vamos: “Ai, meu Deus, o que agente faz se o Lula ganhar?”.Sabíamos que a realidade seriamuito diferente da teoria. Vocêtem que preencher muitas vagasno governo e não é possível che-gar ao poder e se manter nelecom um partido só. Daí o riscode fazer alianças erradas.
Os de esquerda mudammais que os de direita?Todos mudam. A Marina Silvacorre o risco de seguir esse cami-
nho também, na hipótese remotadela ganhar. Seu discurso é muitocoerente, mas o seu vice é empre-sário. Não importa quanto de es-querda ela seja, terá que fazeralianças mais de centro. O Serraabsorveu ideias que negava e quehoje são impossíveis de abando-nar. Falou até em ampliar o BolsaFamília. O slogan da campanha é“podemos avançar mais”.
Onde fica o eleitor nesse cenário?O mais ideológico faz o voto deprotesto. E é disso que os partidosnanicos se alimentam. Há dois ti-pos, porém, que devemos atentar:o utópico, que traz propostas maisradicais, e o oportunista, que secandidata buscando as ligaçõespartidárias. Os nanicos são ne-cessários, eles apontam tendên-cias. Eles trazem temas polêmicosà pauta de discussão eleitoral,como aborto, revolução sexual. Ea Marina, que é evangélica, comolida com essa pauta? Os candida-tos fogem de polêmica e as dis-cussões ficam muito superficiais.
Entretanto, os debates focammais os grandes candidatos...Os nanicos acabam se inserindono governo de alguma forma. Elessão ministros, presidentes de es-tatais. Os que são fisiológicos,oportunistas, acabam atrapa-
lhando o processo porque visam anegociação, e não o bem social.Mas eles existem e são muito pre-sentes. É preciso prestar maisatenção a esses candidatos tam-bém, coisa que esquecemos de fa-zer. Um grave erro.
O visual dos candidatostambém sofre grandesmudanças. O eleitor brasileirovota mesmo com os olhos?A mudança é, sim, necessária.Infelizmente, o eleitor pensa:“Se o candidato não sabe cuidarde si mesmo, imagine do país”. Épreciso trabalhar muito bem aimagem do candidato. O Lulasindicalista está irreconhecível.A Dilma passou do câncer ao bo-tox. A Marina está se vestindomelhor, usando maquiagem. Sóquem se recusou a mudar foi aHeloísa Helena, e o resultadoapareceu no final. ■
Sobre políticos e mudanças inevitáveisENTREVISTA UBALDO BALTHAZAR Professor de direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Toru Yamanaka/AFP
Lanternas de papel flutuam no rio Motoyasu, em Hiroshima, pelo 65º aniversário da bomba atômica jogada sobre a cidade japonesa naSegunda Guerra Mundial. Visitantes de mais de 70 países, inclusive dos EUA, que nunca haviam participado da cerimônia, vieram ao evento.
MEMÓRIA DO HORROR
“Você temque preenchermuitas vagas,e não épossível chegarao poder e semanter comum partido só”
Divulgação
Facebook vintageUma agência de publicidade, a Moma, teve uma ideia diferenteao bolar uma peça publicitária para o MaxiMídia, evento decomunicação realizado em São Paulo. Os publicitários imaginaramcomo a rede social Facebook seria anunciada em uma revista antiga,dos anos 1950 (o resultado pode ser conferido ao lado). A campanhade marketing foi batizada de “Everything Ages Fast”, e, além do Facebook,inclui peças publicitárias vintage para o Skype e para o YouTube.
Reprodução
10 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
BRASIL
SEGUNDA COM OS CANDIDATOS
Sílvio Ribas, de Brasíliasribas@brasileconomico.com.br
O senador Cris-tovam Buarque(PDT-DF) embar-cou faz um mêsna sua quintacampanha elei-toral, buscando areeleição, com oânimo de um jo-
vem militante. Apesar de Brasí-lia ainda estar sentindo efeitosda maior crise institucional dosseus 50 anos de história, quederrubou um governador popu-lar e ainda deixou no ar a amea-ça de intervenção federal, o ex-ministro da Educação renova féna democracia como soluçãopara impasses. “O Ficha Limpaé um avanço importantíssimo,mas ainda limitado e acompa-nhado de injustiças. O mais in-teressante é que o eleitor tercei-rizou para a Justiça a respon-sabilidade de excluir os mauscandidatos”, analisa Cristovamnesta entrevista ao BRASIL ECO-NÔMICO. Também ex-governa-dor, ele descarta o rótulo decandidato de uma bandeira só.“A educação é a maior das prio-ridades. Mas também há outrostemas, como a reforma políti-ca”, ressalta. Líder nas pesqui-sas de intenção de voto, o sena-dor de origem pernambucanaafirma que, se eleito, vai se de-dicar ao projeto que transferepara a União — ao longo de 20anos e por grupos de cidades —a responsabilidade pela educa-ção básica. Para isso, vai proporao sucessor do presidente LuizInácio Lula da Silva a criação deum ministério exclusivo paratratar do tema.
Como é fazer uma campanhaeleitoral no Distrito Federallogo depois de essa unidadeser sacudida pela maior crisepolítica de sua história?Pensei até na hipótese de deixara vida pública, sobretudo nos
últimos anos, quando se verificaum crescente desprestígio daatividade política, em especialcom o Senado e suas longas esucessivas crises políticas. Con-cluí, contudo, que não tenhoesse direito de aposentar. Seriafrustrante não me candidatar e,ao ler os jornais, deter-se sobredeterminado tema e imaginarque poderia estar lá no Legisla-tivo lutando para enfrentar pro-blemas cotidianos da vida na-cional. Tenho mais de cem pro-jetos em tramitação no Con-gresso. Eles precisam da aten-ção e da defesa do próprio autor.Estou tendo uma campanhaeleitoral sem rotina, levandopropostas aos eleitores em reu-niões partidárias e com gruposespecíficos, como professores epoliciais, além de participar desabatinas, entrevistas e fazer ocorpo a corpo. E sempre queposso, acompanho o candidatoao governo na nossa chapa, oAgnelo Queiroz (PT).
A crise que levou o entãogovernador José RobertoArruda (ex-DEM) a ser presoe depois excluído das urnasmudou o cenário eleitoraldo DF radicalmente...Sem dúvida. Menos de um anoatrás, o Arruda era imbatível,com uma reeleição garantida.Depois de tantas reviravoltasdecorrentes do escândalo doMensalão do DEM de Brasília,ainda hoje o cenário parece ins-tável, até mesmo para os que fo-ram mantidos na corrida daseleições de outubro. O curioso éque agora a instabilidade estácentralizada na Justiça eleitoral.Nas ruas, a população não con-firma a expectativa de desen-canto ou revolta com os escân-dalos políticos desde 2009. Poroutro lado, os eleitores no geralnão se opõem às decisões de juí-zes que retiram da disputa no-mes de peso. A Lei da Ficha Lim-pa, por exemplo, é um avançoimportantíssimo, mas ainda li-
“A crise política me fezpensar na hipótese dedeixar a vida pública.Concluí, contudo,que não tenho essedireito de aposentar
A candidatura deRoriz foi impugnadanão porirregularidades queeventualmentecometeu em cargospúblicos, mas apenaspor ter renunciadoà cadeira de senadorpara evitar acassação. Issoprova a limitaçãoda Ficha Limpa
Uma intervençãofederal no DF,sobretudo às vésperasdas eleições, seriauma desmoralizaçãocompleta para todaa classe política local,além de representaruma séria ameaçaà autonomia
CRISTOVAM BUARQUE Candidato ao Senado pelo Distrito Federal
“Ficha Limpa éavanço limitado”Ex-ministro vê Justiça selecionando candidatos para eleição, diznão ter bandeira única e defende federalização da educação básica
ELEIÇÕES2010
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 11
mitada e acompanhado de in-justiças, por que não pegou to-dos os casos de corrupção napolítica e ainda condena candi-daturas de pessoas que, aparen-temente, não deveriam ser con-denadas. O mais interessantedisso tudo é que o eleitor “ter-ceirizou” para a Justiça a res-ponsabilidade de excluir osmaus candidatos.
Quais teriam sidoas consequênciasde uma intervençãofederal em Brasília?Uma intervenção federal, so-bretudo às vésperas das elei-ções, seria uma desmoralizaçãocompleta para toda a classe po-lítica local, além de representaruma séria ameaça à autonomiado Distrito Federal, conquistadahá 20 anos. Não seria algo justocom a população. Ainda acredi-to que a democracia representa-da por suas instituições é a me-lhor forma para a superação decrises e de solução de impasses.
A exemplo de outros casosfamosos no país, Brasíliaconsagrou a tolerânciapopular com o políticochamado“rouba mas faz”?No Distrito Federal não ocorreexatamente esse o fenômeno do“rouba mas faz”. Existe aquiuma tolerância generalizada docidadão com a ilegalidade, cujoo principal mau exemplo vemdo Poder Executivo. Nas três ve-zes em que o Roriz (JoaquimRoriz, PSC) governou, os pobresganhavam assentamentos irre-gulares e as demais classes so-ciais acompanhavam essa grila-gem institucionalizada de terraspúblicas. O resultado práticodessa liberalidade toda com ouso do solo foi a atração de cen-tenas de milhares de pessoas detodo o país, particularmente dasregiões Norte e Nordeste, quenão encontraram uma infraes-trutura urbana preparada pararecebê-las e agora superpo-voam a periferia e o entorno deBrasília. Roriz ainda é candidatoa governador, apesar de ter sidobarrado (semana passada) peloTribunal Regional Eleitoral. Cu-riosamente, sua candidatura foiimpugnada não por irregulari-dades que eventualmente co-meteu em cargos públicos, masapenas por ter renunciado à ca-deira de senador em 2007, paraevitar a cassação. Isso prova alimitação da Lei da Ficha Limpa.
Ao senhor incomodaser sempre lembrado comoo candidato de uma únicabandeira, a educação?Absolutamente. Pelo menos te-nho uma missão que é reconhe-
cida por todos. Quem tem mui-tas bandeiras, acaba não tendoplataforma política nenhuma.Ninguém se lembra do que prio-rizavam os candidatos a presi-dente em 2006. Fui o único pre-sidenciável a ter coragem dedeixar claro para todo o país oque julgava ser o mais impor-tante. É bom lembrar, entretan-to, que meu programa de gover-no tinha, sim, bons projetospara a educação, mas tambémtrazia outros 46 capítulos ver-sando sobre os mais variadostemas. Não tenho dúvida de queinvestir pesado em educação,com visão estratégica, é a formade conseguir evitar que o pro-grama Bolsa Família seja eterno.
Quais são suas propostasnesse sentido?Como senador, vou defender afederalização da educação bási-ca ao longo de 20 anos. Esseprojeto prevê a implantação em250 cidades por ano para trans-formar o cargo de professor pri-mário em uma carreira federal,selecionada por concurso pú-blico nacional. Se olharmos osgastos previstos pela União comhidrelétricas e Trem de Alta Ve-locidade, fica claro que há re-cursos para treinar 3 milhões deeducadores e federalizar milha-res de escolas públicas, umamédia de R$ 7 bilhões anuais.Vou sugerir ao sucessor do pre-sidente Lula que crie o Ministé-rio da Educação Básica, separa-do do MEC, que está dominadopela pressão dos reitores de uni-versidades. O Brasil está atrasa-do nos investimentos na educa-ção se comparado aos seuscompetidores internacionais,perdendo oportunidades de ele-var o padrão de vida dos cida-dãos e de se inserir na economiaglobal. Um projeto de lei meuobriga políticos a matricularemseus filhos em escola pública. Éuma prática adotada em outrospaíses que cobraria coerência ecompromisso aos nossos parla-mentares e governantes.
Como o senhor reage ao serchamado de um dos senadoresdo pequeno “grupo ético” numplenário com 81 congressistas?Primeiramente, não concordocom essa classificação criadapela imprensa, apontando ape-nas cinco ou seis senadores quepodem ser chamados de éticos.O grupo é bem maior. Os outrosnão aparecem tanto em razão doestilo como atuam, de formamais reservada. De toda forma,ser ético não é uma qualidade, éuma obrigação. ■
NA PRÓXIMA SEGUNDA, PAULO SKAF,CANDIDATO DO PSB AO GOVERNO DE SÃO PAULO
Igo Estrela
“Não me incomodao rótulo de candidatode bandeira única.Quem tem muitasbandeiras acabanão tendo plataformapolítica nenhuma
Se olharmos os gastosprevistos pela Uniãocom hidrelétricase Trem de AltaVelocidade, ficaclaro que há recursospara treinar 3 milhõesde educadores efederalizar milharesde escolas públicas,uma média deR$ 7 bilhões anuais
Um projeto de leimeu obriga políticosa matricularem seusfilhos em escolapública. É umaprática adotada emoutros países quecobraria coerênciae compromisso aosnossos parlamentarese governantes
Leia versão completa emwww.brasileconomico.com.br
Ficha Limpa pode barrar até 100 candidatosEm todo o país, pelo menos 100 pessoas deverão ter a candidatura barradapela Ficha Limpa, segundo previsão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Até o momento, das 1.030 candidaturas indeferidas, pouco mais de 70referem-se à nova lei. “A lei vai promover o saneamento. Mas, estamostratando de um universo pequeno de candidatos”, disse o presidente doTSE, Ricardo Lewandowski. Segundo ele, com a da lei, os próprios partidosse tornaram um filtro para candidatos condenados por órgãos colegiado.
● Ministério do Desenvolvimento(Mdic) divulga o resultadoda balança comercial daprimeira semana de agosto.● Fundação Getúlio Vargas (FGV)informa a prévia da inflaçãomedida pelo Índice de Preçosao Consumidor Semanal (IPC-S).
AGENDA DO DIARoosewelt Pinheiro/ABr
(11) 3138-5314
NA BDO O QUE É IMPORTANTE PARA VOCÊ É IMPORTANTE PARA NÓS.
AUDIT TAX ADVISORY
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Para Buarque, parte da populaçãodo DF é tolerante com a ilegalidade
12 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
BRASIL MOSAICO ELEITORAL
ARTISTAS NA CAMPANHA
A classe artística entrou de vez na campanha eleitoral deste ano. A cantora MariaBethânia (esq.) já gravou vídeo em apoio a Marina Silva (PV). Já Alcione (centro)pregou o fim da discriminação contra as mulheres e declarou seu voto em DilmaRousseff (PT). A atriz Lúcia Veríssimo (dir.), embora não tenha declarado oficialmente,tem trocado mensagens de boa sorte com o candidato tucano José Serra.
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Presidente nacional do PSDB
BOCA DE URNA
Dilma não temconteúdo
Principal dirigente dacampanha de José Serra, opresidente do PSDB, SergioGuerra, está empenhadoa tirar Lula do foco dacampanha. Ele aposta quequanto maior a exposiçãode Dilma, mais ela perderáa confiança dos eleitores.
Serra também estavanervoso no começo.É por causa da pesquisaSensus, que ele estádez pontos atrás?Pesquisa da Sensusnormalmente a genteguarda no bolso (risos).
Dilma estaria, segundoas pesquisas, na frentedo Serra em Minase no Rio. Ficou surpresocom o resultado?No caso Rio, eu tenho convicçãode que o resultado não éesse divulgado pelo Ibope.Temos pesquisas internasfeitas antes e depois.
Ficou frustrado com o resultadoda arrecadação do Serra?Não. Nossa arrecadaçãocomeçou com algum atraso,mas já está boa. Está tudonormal. Vamos cumpriro orçamento que fizemos.
Geraldo Magela/Ag. Senado
Dilma empataentre gaúchos,diz IbopeNo Paraná e em Santa Catarina, no entanto,tucano tem 11 pontos de vantagem sobre petista
Paulo Justuspjustus@brasileconomico.com.br
De acordo com aúltima pesquisado Ibope, a can-didata à Presi-dência pelo PT,Dilma Rousseff,ultrapassou li-geiramente, pela
primeira vez, as intenções docandidato do PSDB, José Serra,no Rio Grande do Sul. No levan-tamento realizado entre 3 e 5 deagosto, a petista ficou à frente,com 42% das intenções de voto,contra 40% do tucano. A situa-ção é de empate técnico, já que amargem de erro da pesquisa éde três pontos porcentuais paramais ou para menos.
Na pesquisa anterior realiza-da de 6 a 8 de julho no Rio Gran-de do Sul pelo Ibope, a petistaestava nove pontos atrás de seuprincipal adversário, com 37%das intenções de voto, contra46% de Serra. Em relação à pes-quisa anterior, o desempenhoda candidata tucana ao governodo estado, Yeda Crusius, tam-bém perdeu espaço, passou de15% para 11% das intenções devoto. À frente na pesquisa, ocandidato do PT ao Palácio Pira-tini, Tarso Genro, caiu de 39%para 37% da preferência doseleitores. O único que elevousua participação foi José Fogaça,do PMDB, que passou de 29%para 31% das intenções de voto.
Nos demais estados da regiãoSul, no entanto, o tucano lideracom 11 pontos porcentuais devantagem em relação à petista.Em Santa Catarina, Serra tem45% das intençõs de voto, con-tra 34% da petista, segundo le-vantamento do Ibope realizadode 3 a 5 de agosto no estado. Acandidata do PP ao governo ca-tarinense, Angela Amim, lideracom 38% das intenções de voto,seguida de Raimundo Colombo(DEM), com 23%, e Ideli Sal-vatti (PT) com 15%.
No Paraná, Serra tem 46%das intenções de voto, seguidode Dilma, com 35% do total, de
acordo com pesquisa do Iboperealizada de 2 a 4 de agosto noestado. O levantamento mos-trou que o candidato do PSDB aogoverno do estado, Beto Richa,saiu do empate técnico e conso-lidou a liderança sobre OsmarDias (PDT).O tucano tem 46%das intenções de voto, contra33% de Osmar Dias.
Na última pesquisa nacionaldo Ibope, realizada entre 2 e 5 deagosto, Dilma Rousseff, mante-ve a liderança, com 39% das in-tenções de voto, contra 34% deJosé Serra e 8% de Marina Silva(PV). “Dilma teve oportunidadede se consolidar como uma can-didata autônoma pelas apari-ções que teve durante a semana,sem a presença de Lula, no noti-ciário”, diz a socióloga e espe-cialista em pesquisas de opiniãoFátima Pacheco Jordão. ■
ELEIÇÕES2010
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“Dilma teveoportunidadede se consolidarcomo umacandidata autônomapelas apariçõesque teve durantea semana, sem apresença de Lula,no noticiário
Fátima Pacheco Jordão,socióloga e especialista em
pesquisas de opinião
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 13
“Ele é um burguêsquatrocentão que moraem um apartamento deR$ 1 milhão falando de umamenina pobre, nascida nafloresta, que se alfabetizouaos 16 anos e passou fome”
Alfredo Sirkis, presidente estadual doPartido Verde no Rio de Janeiro, ao se referirao presidenciável do PSOL Plínio de Arruda
“Sem argumentos paraquestionar a categorizaçãoque dei à política ambientaldefendida por Marina,a tropa de choque do PVparte para a baixaria”
Plínio de Arruda, candidato à Presidênciapelo PSOL, em resposta à declaração de AlfredoSirkis. Em nota, Plínio diz que mora numa casa
alugada no Alto de Pinheiros, em São Paulo
“Se for fazer vinculaçãode denúncias de pessoasque integram governos,levantemos de todos enão só os meus. Me parecebastante eleitoreira essatentativa de vinculação”
Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, ao sedefender das polêmicas sobre dossiês criados por petistas
“Lula e o PT não inventarama corrupção, mas ele foiconivente... Não sabe odano que causou ao Brasil”
Jarbas Vasconcelos, senador candidato aogoverno de Pernambuco pelo PSDB
“A candidata do Homempairou no abstrato ese enrolava na linguagem,enquanto o da oposiçãoera sempre concreto.Embora não goste, foi melhor”
Leonardo Boff, teólogo, escritor eex-petista, que atualmente apoio à campanha de
Marina Silva (PV), sobre o debate na televisão.
Como a campanha pretendetrabalhar o legado deFernando Henrique?Ele contribuiu para a formaçãodo momento atual brasileiro,assim como o Lula.
O ex–presidente estará nacampanha do PSDB na TV?Nosso foco é o futuro, mas vamosa todo momento afirmar o quefizemos no governo FHC semnenhum receio. A questão é aseguinte: o Brasil está em ummomento histórico que foiconstruído pelo Lula e por quemveio antes dele. O que importa,agora, é daqui para a frente.
Algum coisa naestratégia muda depoisdo primeiro debate?Tudo o que a gente quer é que aDilma apareça e que a discussãose de entre os candidatos e as suaspropostas. Não ouvi dela nenhumpensamento completo. O Plínio temum ponto de vista errado, mas temuma lógica com começo, meio e fim.Marina tem um raciocínio setorial,mas é firme. A Dilma não fala,não pensa, não tem conteúdo.
Fernando Gabeira reclamoude falta de apoio do PSDB...Não está mais reclamando decoisa nenhuma. Pedro Venceslau
VUVUZELA
Arquivo TRE
FUNDO DO BAÚ
A primeira cédula de papel do BrasilHouve um tempo em que tanto o voto como o usode cédula para votar não era obrigatório. O TribunalSuperior Eleitoral facultava ao partido ou candidatoa distribuição de cédulas com seu nome. Mas foi sóna década de 1950 que foi criada a cédula oficial, paraevitar fraudes. Desde então, passando pelo período
da ditadura do regime militar em que os sufrágiosregionais eram permitidos, o brasileiro votouem papel até 1996. Nesse ano, o governo começoua testar o uso da urna eletrônica em 57 cidades,e foi estendido para o país inteiro no ano 2000.Desde então, a tecnologia brasileira é exportada.
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BRANCO CORRIGE CONFIRMA
FALTAM
DIAS PARA O 1º TURNO DAS ELEIÇÕES
Sem viés econômico● Serra e Dilma travaram umduelo particular durante o debatede quinta passada, mas sóarranharam a superfície de temaseconômicos. “O debate nos fezacreditar que não existe entre oscandidatos uma estratégia paramelhorar a inserção do Brasilna economia global. Não se faloucom profundidade sobre comotornar a indústria nacional maiscompetitiva, aumentar a poupançainterna, reduzir os gastos públicose fazer as reformas da previdênciae tributária”, opina o economistaErnesto Lozardo, da FundaçãoGetúlio Vargas (FGV).
Baixo impacto
● Para Fernando Abrucio,cientista político da PontifíciaUniversidade Católica de SãoPaulo (PUC-SP), o debate não teráinfluência relevante no processoeleitoral. “Só podemos falarque há um vitorioso quandoo debate realmente é decisivo,o que não aconteceu dessa vez”.Ele concorda com a análise doeconomista da FGV sobre a faltade profundidade das propostas.“Os temas relevantes atéapareceram, mas a discussãofoi periférica. Faltou uma visãode fundo sobre as propostas.Os candidatos preferiramusar ‘pegadinhas’ contra osadversários”. Ainda segundoAbrucio, a candidata da situação,que nunca disputou umaeleição, começou mal, masmelhorou a partir do terceirobloco. “Mas o Serra tambémnão foi muito bem”.
Editada por Pedro Venceslaue Paulo Justusredacao@brasileconomico.com.br
NANICASPor onde anda Heloísa Helena?
R$ 15milhõesFoi o total arrecadado pelos 9 candidatos à Presidência noprimeiro mês da campanha, segundo o TSE. Dilma Rousseff(PT) declarou R$ 9,5 milhões, seguida de Marina Silva (PV),com R$ 3,4 milhões e José Serra (PSDB), com R$ 2,6 milhões.
O desempenho de Plínio deArruda Sampaio no debate daBand deixou os dirigentes dopequeno Psol animados. Apesarda audiência ter sido pequena, aexpectativa é que a presença docandidato nos próximo confrontosajude a sigla socialista egressa doPT a não definhar no Congresso.“A ideia é firmar o Psol comoalternativa. Com ele nos debates,a eleição ganha uma quartacandidatura com visibilidade”,afirma Fernando Silva,coordenador da campanha dePlínio. O Psol tem atualmente trêsdeputados federais, um senador,três deputados estaduais e 18vereadores. A preocupação dossocialistas com a sobrevivência
parlamentar decorre da ausênciada maior estrela da sigla, aex-senadora Heloísa Helena.Além de ter resistido àcandidatura de Plinio nas prévias,ela é muito amiga de MarinaSilva (PV). Heloisa não tem saídomuito de Alagoas, onde disputauma vaga Senado. O comandodo Psol garante que as diferençasforam resolvidas e estuda amelhor forma de usar a imagemde Heloisa na TV para puxarvotos. Na eleição presidencial de2006, Heloisa teve 6,85% dosvotos válidos e ocupou, durantea campanha, o espaço de terceiravia que, hoje, é da amiga MarinaSilva (PV). O resultado alavancoua votação do partido.
Jefferson Bernardes/AFP
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14 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
QUARTA-FEIRA
GESTÃOTERÇA-FEIRA
EMPREENDEDORISMOINOVAÇÃO & EDUCAÇÃO
Funcionário tende a ler conforme os colegas adquiremo hábito; há um ganho visível na moral coletiva
Conrado Mazzonicmazzoni@brasileconomico.com.br
Isaías acordou cedo para chegarao trabalho às 6h. No trajeto datrivial condução, uma imagemo impediu de extrapolar os res-quícios do sono interrompido.(...) Na noite de São João; haviaalegria e rumor; estrondos debombas, luzes de Bengala; vo-zes, cantigas e risos; ao pé dasfogueiras acesas (...). O trechoda poesia “Profundamente”, dolivro Libertinagem, de ManuelBandeira, ainda ecoava inter-namente, enquanto ele prepa-rava a indumentária para o tra-balho pesado ao som das má-quinas da metalúrgica.
Na cidade de Diadema, loca-lizada na região metropolitanade São Paulo, o objetivo é amultiplicação de cenas comoessa do cotidiano de Isaías. Omunicípio do ABC, berço da in-dústria automobilística do Bra-sil, é palco de iniciativa pionei-ra de instalar bibliotecas den-tro das fábricas para incentivaro hábito da leitura, um dos pi-lares da educação.
O ponto de partida foi o diá-logo entre a prefeitura de Dia-dema e os sindicatos do ABC vi-sando incrementar a cultura dostrabalhadores. Logo, veio oapoio do Ministério da Cultura,com investimento de R$ 200
mil. “Eles nos cederam 10 kits(equipamentos, livros didáticosde gêneros diversos e DVDseducativos) no valor de R$ 20mil cada um, para que pudésse-mos por em prática o ‘Leituranas Fábricas’”, descreve MariaRegina Ponce, secretária daCultura do município.
Entre as dez fábricas queaderiram o projeto, a LegasMetal, fabricante de displays(mostradores) para diversossegmentos do comércio, hojecom 200 funcionários, já inau-gurou seu ponto de leitura. Pre-cisou improvisar. Uma recepçãodeu lugar a um ambiente acon-chegante, com 650 livros nasprateleiras - uma delas produzi-da na própria fábrica. Algunspufs e quadros completam a de-coração do local, que tem com-putador e impressora.
“A prefeitura nos procurouporque sabia que sempre tive-mos um DNA social. Antes dis-so, já oferecíamos à comuni-dade cursos de tae kwon do,violão e tênis de mesa. Na cri-se, quase quebramos porquenão tinha crédito, mas tudoisso foi mantido”, garante Nel-son Miyazawa, diretor-presi-dente da Legas Metal, cujo fa-turamento anual é de cerca deR$ 8 milhões.
O esforço do empresário en-volveu também a liberação de
um funcionário para receber acontrapartida da prefeitura edos sindicatos no projeto: ocurso de agente de leitura. “Aideia era justamente ter esseambiente acolhedor, porque acuriosidade traz o funcionárioaté aqui, mas ele tem que gostardo local para retornar”, observaValderez Dias Amorim, o fun-cionário indicado pela Legaspara mobilizar a turma.
“Capacitamos para deixar oslivros abertos. Livro fechado to-dos temos em casa, mas nossaintenção é livro aberto”, acres-centa Maria Regina.
“Tem gente que nunca pegouno livro, mesmo aqui no ABC,onde temos uma elite metalúr-gica. A biblioteca torna-se algodistante da realidade, enquantoa fábrica é o espaço dele”, com-pleta Miyazawa.
Amorim não esconde que es-tava ansioso para a inauguraçãoda sala. Ciente do seu papel, or-gulha-se do resultado até agora.Uns 30 títulos foram reservados.
“Vamos ampliar. Estamosconversando com o ministério.Já conversei com a prefeitura deSão Bernardo do Campo parainstalarmos quatro pontos. Va-mos levar também a Ribeirão Pi-res, nas empresas químicas e deconstrução civil”, adiante SérgioNobre, presidente do Sindicatodos Metalúrgicos do ABC. ■
Empresas estimulam hábito de lerProjeto “Leitura nas Fábricas” firmado entre a Prefeitura de Diadema, sindicatos e Ministério da Cultura já tem dez
Sem nunca terlido um livro,operário se sentemais confortávelem debutar nabiblioteca dentrode seu próprioambiente detrabalho, ondetambém é auxiliadopelo agente de leitura
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 15
SEXTA-FEIRA
TECNOLOGIAQUINTA-FEIRA
SUSTENTABILIDADE
nos funcionáriosadesões e vai se expandir para outras cidades da região
PRÓXIMAS GERAÇÕES
O objetivo é ampliarhorizontes dos filhosdos trabalhadoresA unanimidade em torno doprojeto iniciado em Diademase refere ao potencial impactonas casas dos funcionários dasfábricas. Pais com hábito de lertendem a transmiti-lo aos filhosmais facilmente. O agente deleitura da Legas Metal, ValderezDias Amorim, destaca que, alémde livros de poesia, o estilo maisprocurado são títulos infantis egibis, justamente com o objetivode levar ao filho. “Sabemosda dificuldade em criar o hábitoda leitura em quem já tem umacerta idade e não o dispõe.Mas temos que incentivar os queestão começando agora, os filhosdestes funcionários. Estamosapostando nessa geração”,reconhece Maria Regina Ponce,secretária da Cultura da cidade.Não para por aí. Nas ideias dopresidente do Sindicato dosMetalúrgicos do ABC, SérgioNobre, há circo e teatro. “Estamosdiscutindo com as prefeituras deSão Bernardo e Diadema sobreter peças no horário de almoçoe de entrada dos trabalhadores.Adquirir o gosto pelo teatro.”
■ PÚBLICO
20mil
Número de pessoas atendidaspelo projeto chega a
■ INVESTIMENTO
R$200mil
Ministério da Cultura apoiao projeto com verba de
■ FÁBRICAS
10que aderiram ao projetoem Diadema até agora
Nelson Miyazawa eValderez Dias Amorim
(ao fundo) já marcaramdata para que os
operários levem osfilhos à sala de leitura
Não basta ler,é preciso pensarO incentivo à leitura tem sido um dos maiores desafios dos educado-res já há alguns séculos. Iniciativas públicas e privadas que aproxi-mam a criança e o jovem do livro vem se multiplicando em todo opaís, com sucesso crescente. Já passamos da marca de leitura de doislivros por ano por pessoa no Brasil. Parece pouco, mas esta estatísti-ca dobrou nos últimos 20 anos. Ainda assim, é quatro a cinco vezesmenor do que em países europeus.
Fazendo uma analogia ao processo de universalização do en-sino fundamental — primeiro foi a preocupação em ofertar es-colas para todos, agora vem a necessidade de melhorar a quali-dade. Na leitura idem. Primeiro precisamos incentivar o hábito
da leitura em todas as camadassociais, depois precisamos aper-feiçoar este hábito.
Um dos projetos mais inovado-res do país no que se refere aoaperfeiçoamento máximo do há-bito da leitura chama-se PAE —Programa de Aceleração da Erudi-ção, que é uma iniciativa da ONGReaprendentia, com sede em Fozdo Iguaçu — PR. Com o lema “Es-tudo, eis tudo”, a instituição ela-borou um programa diferenciadoque estimula jovens e adultos nãoapenas a cultivar o hábito da leitu-ra, mas a trabalhar o texto lido deforma muito mais abrangente,considerando, entre outros, os se-guintes elementos:
● Compreensão em profundidade do texto lido.● Análise minuciosa e detalhada do conteúdo da obra.● Avaliação crítica e comparativa do conteúdo.● Debates para a ampliação da visão de conjunto contrastando vi-sões e interpretações da obra.● Discussões sobre a contextualização da obra na realidade existen-cial do leitor.● Desenvolvimento da capacidade argumentativa e expositiva do lei-tor, exigindo mais do que a compreensão da obra, pois inclui a neces-sidade de integração cognitiva com o conhecimento prévio do leitor.
A Reaprendentia trabalha ainda com a otimização dos hábitos deestudo, ensinando a pessoa a como estudar melhor e aprender mais.Esta prática é de necessidade vital para o ensino brasileiro, uma vezque os exames oficiais como o Enem e o Enade tem média de apro-veitamento inferior a 50%.
Pesquisa realizada pela Hoper Educação com 200 estudantesque fizeram a última prova do Enade (o exame que avalia o desem-penho do estudante de ensino superior brasileiro) demonstrou que52% das questões que eles erraram no exame não foi devido a faltade conhecimento do conceito do que estava sendo perguntando,mas sim devido à incapacidade do estudante em compreender oenunciado da questão.
Evidências como esta mostram que não basta incentivar a leitura,mas precisamos ensinar a pensar, raciocinar, criticar, avaliar, inter-pretar, comparar, sintetizar, argumentar, expressar etc. Só assimpoderemos afirmar que a educação muda o país. ■
Precisamos ensinara pensar, raciocinar,criticar, avaliar,interpretar,comparar, sintetizar,argumentar,expressar. Só assimpoderemos afirmarque a educaçãomuda o país
RYON BRAGAPresidente da Hoper Educação
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Fotos: Henrique Manreza
16 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
EMPRESAS
Natália Flachnflach@brasileconomico.com.br
A Tigre está de malas prontas.Depois da compra da fábricade policloreto de vinila (PVC)da equatoriana Israriego hácerca de dez dias, que ficarácom parte do investimento deR$ 200 milhões programadopela empresa para este ano, afabricante brasileira de tubos econexões está mapeando novosmercados. Evaldo Dreher, pre-sidente da companhia, adiantaque os países africanos estãona mira: “Lá, a infraestruturaestá toda por ser feita”.
Quais são os próximos passos?Nós já sabemos o que espera-mos para os próximos cinco ouseis anos, mas prefiro não falaragora. O que posso dizer é queo nosso crescimento está acimado esperado. No primeiro se-mestre, tivemos um acréscimode 29% na produção em relaçãoao mesmo período do ano an-terior. É claro que no primeirosemestre de 2009 a crise aindaera uma realidade, mas é porisso mesmo que, para este ano,esperamos crescer 15% no fa-turamento. Para o futuro, esta-mos de olho em todas as possi-bilidades. Queremos dobrar onosso faturamento até 2014. Noano passado, a nossa receitabateu a casa dos R$ 2,3 bilhões,sendo que 25% desse montanteveio do mercado externo. Asnossas exportações entramnesse total, mas neste ano es-tão pouco significativas porcausa do câmbio e da demanda,que caiu devido à crise.
Olhar todas as oportunidadessignifica produzir emmercados onde a empresaainda não está?Sim. Um exemplo são os paísesafricanos, que têm muito poten-cial. Lá, a infraestrutura aindaestá toda por ser feita. Diferen-temente da Europa, que é ummercado que já olhamos diver-sas vezes e que, neste momento,não vale a pena, porque aindanão se recuperou da crise.
A aquisição no Equador absorveráparte dos investimentosprevistos para este ano.
Os R$ 200 milhões podemincluir outras compras?Não. Se comprarmos unidades,serão fora dos R$ 200 milhões.
A companhia tem fábricasem quais países?Estamos hoje na Colômbia, noEquador, Peru, Bolívia, Chile,na Argentina, no Uruguai, Pa-raguai e nos Estados Unidos .Só não estamos na Venezuela,porque o quadro político não épropício no momento, mesmo
sendo um mercado interes-sante por causa da Braskem —que está envolvida em umprojeto local de petroquímica— e do programa habitacional,como o do Brasil.
E o México (casa daconcorrente Mexichem,dona da Amanco)?Para entrar no México precisaser via aquisição. Já fizemosvárias tentativas, mas até hojenada. Apesar de ter grande
volume e sabermos que preci-samos entrar nesse mercado, aeconomia mexicana ainda estásofrendo muito com a criseeconômica.
Estamos falando emnovas fábricas e aquisições,mas e a Tigre? A empresatem sido sondada poroutros grupos?Todos os meses somos procura-dos por grupos querendo com-prar a Tigre. Mas até agora nada.
“Todas as nossasfábricas permitemexpansões, porquetemos terrenospróximos a elas.Neste ano, estamosalocando R$ 200milhões em inovação,novos produtose novas unidades
Para 2010,esperamos crescer15% no faturamento.Para o futuro, estamosde olho em todasas possibilidades
ENTREVISTA EVALDO DREHER Presidente da Tigre
Expansão de 100% no faturamento vaiocorrer até 2014, segundo previsões dogrupo; este ano, é esperada alta de 15%
Tigre faz planos de produzir na
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 17
Agnelli quer criar Vale FertilizantesO presidente da Vale, Roger Agnelli, disse na última sexta-feira que vaipropor a criação da Vale Fertilizantes, uma empresa que deverá ter açõeslistadas em bolsa, segundo ele. A Vale Fertilizantes nasceria da uniãodos ativos comprados da Bunge no Brasil com a Fosfertil, que uniramaportes de US$ 4,7 bilhões. “É um desejo antigo de todos os acionistas,uma planta é do lado da outra, uma mina é próxima da outra. Há muitassinergias entre as duas empresas e é positivo para todos”, afirmou.
A Tigre já teve capital aberto.Existe a possibilidade de fazernova oferta de ações na bolsa?A Tigre era empresa uma empre-sa de capital aberto, mas acaboufazendo uma oferta pública,comprou a participação dos mi-noritários e fechou o capital. Naépoca, foi uma oportunidade boapara todos os lados. É sempreuma possibilidade fazer umanova oferta. Pode ser que volte aacontecer. Mas, até agora, nãoprecisamos de volume de capital.
Como o senhoravalia o atual momentoda construção civilno Brasil?A construção civil é a grandegeradora de empregos do país.O Produto Interno Bruto (PIB)da construção sempre cresceacima do PIB brasileiro. E osprogramas do governo, aliadosà melhor distribuição de rendae à ampliação do financia-mento, têm impulsionado ain-da mais o setor.
Quem são os principaisclientes da Tigre?Em nosso ramo, o encanador écomo o médico. Ele diagnostica oproblema na casa do consumidore indica os produtos a ser usados.Mas temos muito relacionamentocom as construtoras. Sempre quevamos lançar um produto, man-damos e-mail sobre as vantagensdos itens. No nosso portfólio te-mos hoje 15 mil produtos volta-dos para condução de água eenergia, para portas e janelas, eainda itens sanitários, comotampa de vaso, porta-papel...Tudo feito com termoplásticos.Lançamos 700 produtos por ano.
Como se dividem asoperações da Tigre?A área predial e de irrigação re-presenta 70% do nosso portfó-lio. Desse total, a autoconstru-ção responde por 70% e asconstrutoras por 30%. Já o res-tante do faturamento vem declientes de infraestrutura e sa-neamento. Com a aproximaçãoda Copa do Mundo e da Olim-píada, é possível que haja algu-ma mudança nesse quadro, porcausa das obras em aeroportos,estádios, hotéis. Além disso,estamos no meio do períodoeleitoral, que historicamentefomenta o número de obras deinfraestrutura. O Brasil aindaperde de 35% a 40% de águatratada na hora da distribuição.Isso ocorre por causa das fa-mosas gambiarras e de tubula-ções antigas cuja estanqueida-de já não está boa. A saída é atroca por produtos mais novose maior fiscalização.
Qual é a produçãoanual? Haverá ampliações?Encerramos 2009 com mais de300 mil toneladas de itens. Issosignifica um volume enorme. Etemos estratégia de investi-mentos no Brasil e fora. Todasas nossas fábricas permitemexpansões, porque temos ter-renos próximos a elas. Nesteano, estamos alocando R$ 200milhões em inovação, novosprodutos e novas unidades.
Para a Tigre, quemdeveria ganhar as eleiçõespresidenciais?O candidato que fizer o Brasilcrescer mais é o nosso candida-to. Os programas são muito pa-recidos. Então, se cumprirem oque estão prometendo, aplica-rem bem os recursos e controla-rem juros e despesas, para agente está ótimo. Acredito que oMinha Casa, Minha Vida vaicontinuar, independentementede quem ganhe. E a Copa e aOlimpíada farão muito bem aopaís, porque terão data para co-meçar e para terminar. Alémdisso, teremos fiscais neutros erígidos do mundo inteiro à es-preita. Será a hora de o Brasilmostrar do que é capaz. ■
“O candidato que fizer o Brasil crescer maisé o nosso candidato. Eles são muito parecidos.Se cumprirem o que estão prometendo,aplicarem bem os recursos e controlaremjuros e despesas, para a gente está ótimo
África e prevê dobrar vendas
FÁBRICAS
20são as unidades industriais daTigre: 12 no exterior (Argentina,Bolívia, Chile, Colômbia, Equador,Peru, Estados Unidos, Paraguai,Uruguai) e oito no Brasil.
FATURAMENTO
R$ 2,64 bié a expectativa de receitapara este ano. O montanterepresenta um aumento de 15%em relação ao faturamento doano passado, de R$ 2,3 bilhões.
PRODUÇÃO
300 miltoneladas é o volume fabricadopela empresa anualmente.Hoje, a companhia tem cerca de15 mil produtos em seu portfólioe são lançados 700 itens por ano.“Todos os meses,
somos procuradospor grupos querendocomprar a Tigre.Mas até agora nada
NOVOS NEGÓCIOS
PortfólioAlém de tubos e conexões,o grupo ainda possui a PincéisTigre (pincéis e acessórios),Claris (portas e janelas em PVC)e Plena (acessórios).
Fotos: Antonio Milena
Evaldo Dreher, que diz que Copa e Olimpíada farão bemao país, porque haverá prazos para obras e fiscalização
18 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
EMPRESAS
Françoise Terzianfterzian@brasileconomico.com.br
Depois de investir R$ 50 mi-lhões no primeiro semestre doano, a Norsa, fabricante e dis-tribuidora de Coca-Cola nos es-tados da Bahia, Ceará, Piauí eRio Grande do Norte, resolveuinjetar mais R$ 100 milhões naampliação da capacidade deprodução de suas cinco fábricas,na expansão de seus 11 centrosde distribuição, na compra devasilhames retornáveis e tam-bém em ações promocionais.
Em 2009, a companhia apli-cou R$ 80 milhões na operação.“Historicamente, este é o maiorinvestimento da história da em-presa fundada em 1998”, contaAndré Salles, presidente daNorsa. O novo aporte conta com30% de recursos próprios e 70%de empréstimo de bancos dedesenvolvimento como BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) eBanco do Nordeste (BNB).
Com um faturamento de R$ 1,3bilhão no ano passado e quatromil funcionários, a Norsa posi-ciona-se entre as cinco maioresfraquias de Coca-Cola de um to-tal de 14 em atuação no Brasil.
Nesse período de baixa esta-ção (de abril a setembro) para omercado de bebidas, a empresaestá operando próxima de 80%da capacidade instalada. “Issosignifica que, quando outubrochegar e o verão se aproximar,nós ultrapassaremos o teto.Como não podemos perder ven-das, vamos modernizar nossaslinhas para ganhar eficiência etambém criar outras ”, dizSalles, presidente da Norsa.
O novo investimento deveráampliar a capacidade instaladada Norsa entre 15% e 20%.
Diante desta constatação, aNorsa resolveu triplicar o inves-timento de 2010. Por trás donovo aporte há o aumento doconsumo de Coca-Cola na re-gião de atuação da Norsa, im-pulsionada principalmente pe-
las compras de embalagens me-nores ou retornáveis por partedas classes C e D.
ExpansãoNo primeiro semestre, as ven-das gerais da Norsa cresceram29%. Salles conta que o lucrooperacional da companhia cres-ceu 400%. A empresa conse-guiu alcançar porcentagenstão estratosféricas graças aosinvestimentos realizados nosúltimos anos para a moderni-zação das linhas de produção,que ajudaram a aumentar suaprodutividade, a uma série deprojetos implementados deredução de custos e despesas,à otimização de processos etambém à valorização do real,que favoreceu a empresa nacompra de açúcar, alumínio eembalagens PET. “Boa partedos nossos custos é cotada emdólar”, diz.
Diante disso tudo e tambémda estratégia de oferecer pro-dutos sob medida para os con-
sumidores da região, a Norsaconseguiu aumentar sua parti-cipação em refrigerantes em 2,7pontos nos quatro estados emque atua. “Em junho de 2009,estávamos com 54% de partici-pação. No mesmo mês desteano, nossa presença subiu para56,7%”, afirma Salles.
Esse aumento, garante Salles,pode ser atribuído ao aumentode consumo de refrigeranteprincipalmente no interior doNordeste. “Estamos vivendo umboom extraordinário, muito pu-xado pelo Ceará, Piauí e RioGrande do Norte”, afirma.
Diante desta explosão dasvendas ocasionada, principal-mente, por embalagens maiseconômicas (leia reportagem aolado), a expectativa de Salles é al-cançar um faturamento de R$ 1,6bilhão ao término de 2010.
A Norsa entrega refrigeran-tes, sucos, energéticos, chás ecervejas (só distribuição) a cer-ca de 150 mil pontos de venda debotecos até hipermercados. ■
Nordestino bebe mais Coca-ColaAumento do consumo obriga Norsa, franquia da região, a triplicar investimentos em produção e embalagem
INFRAESTRUTURA
Lucro da EcoRodovias cresce 33,4% nosegundo trimestre e atinge R$ 61,9 milhõesO Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)ficou em R$ 146 milhões, alta de 33,2% sobre 2009. A margem Ebitda,relação entre o Ebitda e a receita líquida, cresceu 1,5 ponto percentual,para 69,7%. O tráfego, no trimestre, cresceu 73,6% sobre o mesmoperíodo de 2009, com 44 milhões de veículos pagantes. Teve destaqueo desempenho da Ecopistas, no corredor Ayrton Senna — Carvalho Pinto.
QUÍMICA
Alemã Lanxess fatura € 1,83 bilhãono segundo trimestre, alta de 48%A América Latina registrou o maior crescimento em relação ao anoanterior no segundo trimestre, com um faturamento duas vezes maior,chegando a €245 milhões. Este aumento foi motivado principalmentepelo desempenho da unidade de negócios Polybutadiene Rubbers noBrasil. Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia, e China) representaram23% do faturamento do grupo, em comparação a 21% em 2009.
Divulgação
Divulgação
Linha de produção da Norsa,fabricante de Coca-Cola na Bahia,
no Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí
“Estamos vivendo umboom no consumo derefrigerantes, sucose cervejas nas regiõesem que atuamos, comcrescimento de 19%, 24%e 29%, respectivamente.O interior tem adquirido cadavez mais esses produtos”
André SallesPresidenteda Norsa
Drawlio Joca/Divulgação
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 19
LOGÍSTICA
LLX comprará 4,1 mil hectares em complexoindustrial no estado do Rio de JaneiroA LLX assinou com a Companhia de Desenvolvimento Industrial doEstado do Rio de Janeiro (Codin) e com o governo do Rio um acordoque prevê a venda de imóveis do Distrito Industrial São João da Barra.Após a compra, a LLX será proprietária de 7 mil hectares, do total de 9 milhectares destinados à instalação de áreas industriais e comerciais, queserá vizinho ao Superporto do Açu. O valor do acordo não foi informado.
MERCADO IMOBILIÁRIO
Venda de imóveis residenciais novosna Grande São Paulo cai 46% em maioAs vendas de imóveis residenciais novos na região totalizaram 4.149unidades, informou o sindicato que representa o setor imobiliário nacapital paulista (Secovi-SP) na última sexta-feira. A queda das vendasna região, composta pela capital e mais 38 municípios, afetou o indicadorde desempenho de comercialização, medido pela relação de vendasobre oferta, que ficou em 15,7% em maio, contra 26,2% em abril.
Marcela Beltrão
Garrafa econômica engorda vendasEmbalagens menores e retornável são estratégia da Norsa para dar poder de compra aos emergentes
Embora a economia brasileirae, principalmente, a nordestinavivam um momento de estí-mulo ao consumo, o cresci-mento das vendas da Norsa nãoestá ligado unicamente aos fa-tores do mercado. Para con-quistar os consumidores daschamadas tubaínas — refrige-rantes de fabricantes peque-nos, alguns até caseiros — eavançar no interior dos quatroestados onde atua, a Norsa tra-çou uma estratégia baseada emembalagens sob medida para osconsumidores de baixa renda.
O portfólio incluiu minilata, garrafa de 200 ml retor-nável, garrafa de 1 litro retor-nável e PET de 1,5 litro. Em ci-
dades de outras regiões, aexemplo da Sudeste, não é tãofácil encontrar esse tipo deembalagem. “Trata-se de em-balagens que permitem umponto de preço menor ao con-sumidor. A gente foca muitonisso para atrair a populaçãode baixa renda, que respondepor 90% dos 28 milhões dehabitantes que vivem nos 1 milmunicípios onde concentra-senossa atuação”, conta AndréSalles, presidente da Norsa.
A venda de produtos meno-res ou retornáveis da Norsacresce continuamente há cincoanos. Segundo Salles, o aumen-to no giro de vendas está direta-mente relacionado ao investi-
mento crescente em vasilha-mes, na exposição das mesmasnos pontos de venda e tambémno trabalho de comunicação.
Hoje, esses produtos respon-dem por 45% do volume e tam-bém do faturamento de R$ 1,3 bi-lhão da Norsa. Há cinco anos, elesrespondiam por 15% das vendas.
Do investimento de R$ 100milhões programado paraeste semestre, a Norsa estádirecionando uma parte dovalor à ampliação da distri-buição e compra de vasilha-mes e garrafeiras para os pon-tos de venda. Salles diz que asembalagens econômicas po-derão chegar a 60% das ven-das no futuro. ■ F.T.
Minilata, garrafade vidro retornávele embalagem PET de1,5 litro de Coca-Colarespondem por 45%do faturamento daNorsa e podem chegara 60% no futuro
FATURAMENTO
R$ 1,6 bilhãoé a previsão de faturamentoda Norsa para 2010.No ano passado, a franquiaCoca-Cola faturou R$ 1,3 bilhão.Só no primeiro semestredo ano, ela cresceu 29%.
LUCRO OPERACIONAL
400%foi o aumento no lucroda operação no primeirosemestre do ano em relaçãoa 2009. O avanço se deveà modernização da produçãoe redução de custos.
20 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
Solidez Desenvolvimento Sustentável CidadaniaTUDO QUE FAZ SERGIPE CRESCER
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 21
Solidez Desenvolvimento Sustentável CidadaniaTUDO QUE FAZ SERGIPE CRESCER
22 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
EMPRESAS
RESULTADOS
Algar Telecom apresenta 147,7%de crescimento no lucro líquidoA empresa de telecomunicações do Grupo Algar, detentora da marcaCTBC, atingiu lucro líquido de R$ 25,4 milhões no 2º trimestre de 2010,resultado 147,7% maior do que o mesmo período do ano passado.A Algar Telecom atingiu o Ebitda (lucro antes de juros, impostos,depreciações e amortizações) de R$ 102,6 milhões, cuja margem foide 26,8% a 28,4%, comparando o mesmo período do ano anterior.
JUSTIÇA
SAP aceita responsabilidadeem processo aberto pela OracleA fabricante de software SAP assumiu a responsabilidade por infraçãode direito autoral em um processo contra a rival Oracle. A SAP informouque vai aceitar responsabilidade financeira por “erros” cometidos pelasubsidiária TomorrowNow, acusada pela Oracle de “roubo corporativoem grande escala”. A Oracle acusando a empresa alemã de obterrepetidamente acesso não autorizado ao seu site protegido de suporte.
Wolfgang Von Brauchitsch/Bloomberg
Cinco anos após a saída ruidosade Carly Fiorina do comando daHewlett-Packard (HP), a em-presa enfrenta um novo escân-dalo. Mark Hurd, presidenteexecutivo, renunciou ao cargodepois de ser acusado de assédiosexual. A tumultuada demissãode Carly teve como pano de fun-do a compra da Compaq, envol-vendo US$ 25 bilhões, em 2002,um negócio que não tinha aaprovação da família Hewlett,fundadora da companhia. Em2005, sem conseguir apresentarmelhoras no desempenho daempresa, Carly foi demitida.
Hurd, por outro lado, contavacom a confiança de analistas eacionistas. “Ele foi uma parteimportante da história da com-panhia nos últimos anos e erauma peça importante para o ca-minho que ela estava tomando”,disse Aaron Rakers, analista daStifel Nicolaus & Co. No mundo,HP registrou aumento de 28%no lucro líquido no trimestre en-cerrado em 30 de abril, somandoUS$ 2,2 bilhões. No mesmo pe-ríodo, a receita subiu 13%, paraUS$ 27,4 bilhões. Em 2004, ain-da na gestão de Carly Fiorina, aempresa faturou US$ 80 bilhões.No ano passado, o faturamentofoi de R$ 114,6 bilhões.
Hurd receberá uma indeniza-ção estimada de US$ 12,2 mi-lhões, além de outros benefícios.O executivo será substituído inte-rinamente pela vice-presidentefinanceira, Cathie Lesjak, infor-mou a HP na última sexta-feira,quando a renúncia foi divulgada.A negociação de ações da empre-sa foi interrompida na bolsa deNova York no pregão after-marketapós o comunicado. A presidenteinterina declarou que os investi-dores entenderam a decisão daempresa e a única mudança foi atroca de comando, reforçandoque “o restante da empresa não foialterado”. No entanto, o analistada empresa de pesquisa Techno-logy Insights Research NehalChokshi prevê uma crise para seradministrada. “Há um impactonegativo porque a liderança posi-tiva da HP é creditada ao nomedele”, afirma Chokshi.
As ações da HP mais que do-braram desde que Hurd, ex-pre-sidente da NCR, tomou posse,cortando gastos e expandindo apresença da empresa em váriossegmentos, como o de serviços,com aquisições como a da EDSem 2008, por US$ 13,9 bilhões.
Em novembro do ano passado,houve ainda a compra da 3Com,por US$ 2,7 bilhões, que permi-tirá à HP competir com a Ciscono segmento de infraestrutura deredes de internet. Com a incor-poração da Palm — fabricante decomputadores de mão e celulares— por US$ 1,2 bilhão em abril, aHP somou cerca de 40 aquisiçõesnos últimos anos. Hurd tambémserá lembrado pelos milhares depostos de trabalho cortados. Emjunho passado, por exemplo,houve o anúncio de mais 9 mil
demissões em todo o mundo nospróximos cinco anos.
A HP informou que a investi-gação de assédio sexual envol-vendo Hurd e uma antiga funcio-nária concluiu que não houvequebra da política de assédio se-xual da companhia, mas violaçãodos padrões de conduta corpora-tivos. A mulher trabalhou pordois anos no departamento demarketing. “Ao longo da investi-gação, percebi instâncias em quenão agi de acordo com os padrõese princípios de confiança, respei-
to e integridade aos quais aderi naHP”, disse Hurd em comunicado.
A HP afirmou que seu conse-lho de administração formou umcomitê para escolher novos presi-dente executivo e presidente doconselho. Cathie já teria se candi-datado ao cargo de presidenteexecutiva. Todd Bradley, que di-rige a divisão de computadorespessoais, e Ann Livermore, vice-presidente da área de negócioscorporativos, seriam outros possí-veis candidatos ao posto. ■ Reda-ção, com agências internacionais
Novo escândalo abala o comandoAcusação de assédio sexual derruba o presidente executivo, Mark Hurd, a quem se creditava grande parte do
Executivo serásubstituídointerinamentepela vice-presidentefinanceira,Cathie Lesjak
“Ao longo dainvestigação, percebiinstâncias em que nãoagi de acordo com ospadrões e princípiosde confiança, respeitoe integridade aosquais aderi na HP
Mark Hurd,ex-presidente da HP
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 23
BALANÇO
B2W tem alta de 11% de receitabruta no segundo trimestreA receita bruta consolidada da B2W, maior empresa de comércioeletrônico do Brasil, controladora das marcas Americanas.com,Submarino e Shoptime, atingiu R$ 1,35 bilhão no 2º trimestre de 2010,com crescimento de 11% sobre o 2º trimestre de 2009. No acumulado doprimeiro semestre de 2010, o total da receita bruta consolidada chegou aR$ 2,6 bilhões, volume 13% maior que o mesmo período do ano anterior.
VAREJO
Lucro das Lojas Americanasalcança R$ 59,5 milhões no semestreA varejista registrou lucro líquido de R$ 59,5 milhões, no primeirosemestre deste ano, comparado a R$ 7,2 milhões no mesmo períododo ano passado, apresentando aumento de 2,2% na margem líquida.Esse desempenho deveu-se sobretudo ao crescimento de 23,3%no Ebitda da controladora (lucro antes do pagamento de juros e deimpostos e dos efeitos de depreciação e amortização).
Paulo Araújo/O Dia
da HPrecente sucesso da companhia
Carly Fiorina disputauma vaga no SenadoHá cinco anos, ex-presidentese envolveu em controvérsiaque resultou na sua destituição
A ex-presidente da Hewlett-Packard, Carly Fiorina, será acandidata ao Senado pelo parti-do republicano na Califórnia,enfrentando a rival Barbara Bo-xer, que teve quatro mandatos etem vantagem no estado, demaioria democrata. Segundo ojornal LA Times, Fiorina empre-gou na campanha US$ 5 mi-lhões de seus próprios recursosnas eleições primárias. Noevento no qual ela anunciou suacandidatura, a ex-executiva,aos 55 anos e após superar umcâncer de mama, avisou queestá pronta para a briga.
E foi exatamente por não fugirdo embate que Carly deixou, emfevereiro de 2005, a presidênciada HP, depois de seis anos. Suapermanência no cargo tornou-seinsustentável perante o conselhode administração devido às suasdecisões controversas, e que pe-saram no desempenho.
Mesmo sem o consentimentode fundadores da empresa e doconselho de administração, elabancou, em 2002, a compra daCompaq, por US$ 25 bilhões. Ameta da executiva, na época, eradesenvolver o segmento de com-
putadores e serviços, tornando aHP uma gigante do mundo doscomputadores, um setor em queas margens de lucros são cerca dedez vezes menos rentáveis que asdo segmento de impressoras, quefizeram a fama da empresa.
Seus adversários a critica-ram desde então por ter diluídoo valor da divisão de impresso-ras e acessórios, o que levou apressões da família Hewlettpara sua saída. Com a demissão,Patricia Dunn assumiu a presi-dência do conselho de adminis-tração, que acabou sendo inves-tigado, no mesmo ano, por prá-ticas de espionagem envolvendogrampos telefônicos e invasãode e-mails entre os seus mem-bros. ■ Redação com AFP
Após saída daexecutiva, conselhode administraçãoda HP aindafoi investigadopor práticas deespionagem, queenvolviam grampostelefônicos e invasãode e-mails entreseus membros
Kimberly White/Bloomberg
Carly Fiorina, ex-presidenteda HP, deixou o comando
da empresa em 2005,após a fusão com a Compaq
Jonathan Alcorn/Bloomberg
No Brasil, a HP tambémpassou por mudanças recentesno seu comando local.Em abril deste ano, Oscar Clarkedeixou a Intel para tornar-seo primeiro presidente daoperação nacional a vir defora dos quadros da empresa.Clarke substituiu Mario Anseloni,que agora comanda a Itautec.Anseloni esteve no postopor três anos, tendo
permanecido na empresapor 12 anos. Durante a gestãodele, a HP ultrapassou a IBMcomo a maior companhia detecnologia da informação noBrasil, devido à aquisição daempresa de serviços EDS.Antes de Anseloni, esteve noposto Carlos Ribeiro, que foiquem administrou os negócioslocais por mais tempo,entre 1998 e 2006.
Brasil também trocou presidente neste ano SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS AEROVIÁRIAS – SNEAASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA
EDITAL DE CONVOCAÇÃOO Diretor-Presidente do SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS AEROVIÁRIAS - SNEA, no uso da atribuição que lhe conferem os incisos II, X e Parágrafo único do art. 44 do Estatuto Social e tendo em vista o disposto no inciso IV do art. 37 e inciso VI do art. 66 do mesmo Estatuto, convoca os associados efetivos do Sindicato para participa-rem da ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA relacionada a seguir, a realizar-se no es-critório regional do SNEA, na Av. Marechal Câmara, número 160 grupo 1734, na Cidade e Estado do Rio de Janeiro, RJ, no dia 16 de agosto de 2010, às 09:30h (nove horas e trinta minutos) em primeira convocação ou, se não houver número para instalação, às 10:00h (dez horas), em segunda e última convocação, para apreciar e deliberar sobre a seguinte ORDEM DO DIA:1 - Aprovação do Relatório de Contas da Diretoria do Sindicato no exercício de 2009.
Rio de Janeiro, 06 de agosto de 2010.José Márcio Monsão Mollo
Diretor-Presidente
24 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
EMPRESAS
AQUISIÇÃO
Fabricante do iPhone planejaentrar no mercado da ChinaA Apple está negociando a compra da produtora de software Handseeing,afirmou um executivo da empresa chinesa. A negociação pode marcara primeira aquisição da fabricante do iPhone no país. “Devemos ter umadecisão a respeito em um ou dois meses”, afirmou à Reuters por telefoneTian Bo, vice-presidente de operações, preferindo não dar detalhes.A porta-voz da Apple, Jill Tan, também não comentou o assunto.
TECNOLOGIA
Governo japonês pede que Appledivulgue reparo de iPodsO Ministério do Comércio do Japão está exigindo que a unidadejaponesa da Apple informe em seu site que os usuários preocupadoscom a possibilidade de seus iPods Nano pegarem fogo poderãoreceber uma bateria nova para o aparelho. O Ministério exigiu queo comunicado seja de “fácil entendimento” , explicando como os usuáriosdos aparelhos podem receber baterias reservas e informações sobre ele.
Divulgação
A Inmarsat, provedora dina-marquesa de serviços via satéli-te, pretende colocar em órbita,até 2014, três novos satélitescom capacidade de levar inter-net em altíssima velocidade anavios e áreas remotas do pla-neta. O projeto exigirá investi-mentos equivalentes a R$ 2,1 bi-lhões nos próximos quatro anose meio, mas o retorno parececerto. A Boeing, fornecedorados satélites, comprometeu-sea adquirir 10% da banda nosprimeiros cinco anos de opera-ção. A Inmarsat projeta vendasanuais de mais de R$ 880 mi-lhões após cinco anos de opera-ção do novo serviço, batizadode Global Xpress.
Os novos equipamentos sãocapazes de trafegar dados comvelocidade de até 50 megabitspor segundo (Mbps). De acordocom a empresa, o serviço devefocar, inicialmente, nos seg-mentos naval, de energia e go-vernamental, que representamuma oportunidade de negóciosda ordem de R$ 2,45 bilhões.“Seremos a primeira empresado segmento a oferecer cober-tura global de banda larga mó-vel”, diz o presidente da Inmar-sat, Andrew Sukawaty.
O serviço usará a banda Ka,que permite maiores velocidadee preços menores, embora aindasuperiores aos valores cobradospor serviços tradicionais. “Estaé uma evolução da tecnologiaque permitirá às empresas desatélite aumentar o potencial denegócios e a oferta de bandalarga em regiões remotas”, dizEduardo Tude, presidente daconsultoria Teleco. No entanto,Tude ressalta que serviços ofe-recidos pela banda Ka podemenfrentar problemas técnicosno Brasil, devido a fatores cli-máticos, como as frequenteschuvas da região Amazônica.
BrasilNo mercado nacional, a Inmar-sat obteve licença para oferecerserviços de banda larga móvelvia satélite em meados de 2008.A companhia tinha 33 mil usuá-rios no país até março, quando agerente de serviços móveis ter-restres da Inmarsat para asAméricas, Kate Montgomery,
esteve no Brasil para lançar umserviço cuja velocidade máximade internet atingia 256 kilobitspor segundo (kbps), quase 200vezes menor do que os 50Mbpsprometidos pelo Global Xpress.
De acordo com a executiva,os preços dos serviços da em-presa na América do Sul são, emmédia, 30% inferiores aos doresto do mundo e a Inmarsat vêgrandes oportunidades na re-gião. Os rios brasileiros, nave-gados por pescadores, são polosde interesse da companhia,além das grandes áreas terres-tres e marítimas, que podem seratendidas por conexão via saté-lite. “À medida que o preço cai,o uso do serviço torna-se maisflexível”, afirmou Kate. ■ Reda-ção com Bloomberg
Inmarsat investe mais de R$ 2 biem três satélites para banda larga
Novo serviçochegará ao mercadoem 2014 e serádestinadoprincipalmenteaos segmentos naval,governamentale de energia
Kate Montgomery, gerente da Inmarsatpara Américas: queda no preço levará
à expansão do uso da internet por satélite
Murillo Constantino
NOVA TECNOLOGIA
50MbpsÉ a velocidade prometida pelanova tecnologia. Hoje, no Brasil,a internet por satélite da Inmarsaté de 256Kbps, uma velocidadecerca de 200 vezes inferior.
RECEITA
R$ 880 miÉ a projeção de faturamentoanual que o novo serviçovai gerar cinco anos após seulançamento mundial, em 2014,segundo a companhia.
POTENCIAL
R$ 2,45 biÉ o tamanho do mercadoque a Inmarsat quer atingircom os novos serviços.O foco serão os setoresnaval, de energia e governo.
Iniciativa permitirá serviço 200 vezes mais rápido do que os pacotes da empresa à venda hoje no Brasil
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 25
CARREIRA
C&A abre inscrições parao 57º Programa de TraineesCom o objetivo é selecionar talentos para atuar nas áreasde negócios do varejo e compras, a C&A abre inscrições parao 57º Programa de Trainees. Podem se inscrever candidatosgraduados entre dezembro de 2007 e dezembro de 2010 dos cursosde Administração, Comércio Exterior, Arquitetura, Comunicação,Economia, Engenharia, Marketing, Relações Internacionais e Moda.
AQUISIÇÃO
Google compra rede social Slidepara competir com FacebookO Google pagou US$ 182 milhões pela Slide, criada pelo co-fundadordo PayPal, Maz Levchin, além de US$ 46 milhões em bônus de retençãode funcionários, segundo uma pessoa próxima ao acordo. “Conformea equipe da Slide se incorpora ao Google, investiremos ainda mais paramelhorar os serviços sociais e ampliar essas capacidades para nossosusuários na rede”, afirmou o diretor de engenharia, David Glazer.
Tony Avelar/Bloomberg
Flavio Corrêa vai alémdo óbvio em novo livroColetânea de artigos do publicitáriotraz novos enfoques paraproblemas corporativos e sociais
Amanda Vidigal Amorimavidigal@brasileconomico.com.br
Mais do que um livro sobre publi-cidade, Curto & Grosso, de FlávioCorrêa, ex-presidente da Ogilvy& Mather, no Brasil, na AméricaLatina, no Caribe e na África, étambém uma compilação de re-flexões aguçadas sobre a econo-mia e a política no país. A obra,organizada por Christiane Mar-condes Alves de Brito e lançadano último dia 5, reúne 45 artigosdivididos entre comunicação,Brasil, gestão e memórias, com
críticas mordazes sobre os temas,mas também com novos cami-nhos para que empresas, políticose cidadãos se posicionem em rela-ção aos problemas sociais e cor-porativos. Para as companhias,seu recado é claro. “É preciso en-tender que o consumidor é ogrande senhor do fardo econômi-co. É preciso se cercar de pessoasmelhores do que você, só assim épossível crescer”, afirma Corrêa.
Sobre o surgimento de novasmídias e plataformas de trabalho,que nasceram com a internet, opublicitário afirma não acreditarno fim dos jornais e dos livros im-pressos. Se ele está realmentecerto, ninguém garante. Mas umapesquisa divulgada na última se-
mana mostra que, apesar doavanço da internet, a venda dejornais no Brasil aumentou em2009. No primeiro semestre desteano, os Estados Unidos tambémbateram recorde de vendas de li-vros impressos. “Acho que omundo digital veio para ficar, masele não vai acabar com os meiostradicionais de comunicação. Émais um nicho para se trabalhar”,diz, referindo-se tanto ao jorna-lismo quanto à publicidade.
Para o momento que o paísvive hoje, o publicitário mandaum recado oportuno. “O cidadãobrasileiro precisa adotar o seu po-lítico e exigir o cumprimento dosprocessos de campanha, só assimteremos um país melhor”. ■
Marcela Beltrão
Publicitário e jornalista,Corrêa é presidente daconsultoria Brand Motion
26 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
O vizinho Uruguai está fazendo escolana reconversão de prédios de antigasprisões.Depois de transformar emshopping o histórico presídio deMontevidéu que nos anos 1970 foipalco da fuga de 100 presos políticos —entre eles o atual presidente uruguaio,
José Mujica —, agora é a vez da primeiraprisão do país ganhar novo destino.Construída em 1890 e fechada desde 1990,Miguelete (fotos) acaba de ser reabertocomo Museu de Arte Contemporânea.O projeto de restauro foi iniciado em 2008e manteve quase intactas as principais
estruturas do prédio secular inspiradona prisão de Pétionville, na Inglaterra.Além de ter suas celas transformadasem galerias de arte, o gigantesco cárcerno centro de Montevidéu terá aindauma ala destinada à moradia de artistas eoutra, para estúdios de cinema animado.
“Ele (Kaká)começoua jogar comum incômodoe acaboucom uma dorinsuportável.Entendo quese trata de umacompetiçãoúnica, que haviapressão, mas eleforçou demais.Ele poderia terse arrebentadoe acabadocom a carreira”
Marc Martens, médicoque operou Kaká na Bélgica.
Alforria para a arte
Fotos Pablo Porciuncula/ AFP
ContagemregressivaverdeAgosto está sendoprogramado como mêsda largada das atividadesda primeira fábricade plástico verde emlarga escala no mundo,construída pela Braskemno Pólo Petroquímicode Triunfo (RS).O ínicio de produçãoda matéria-prima apartir do etanol decana-de-açúcar estavaprogramado paraoutubro. Mas o grupoestá antecipandoo cronograma emdois meses, graças àagilidade de fornecedoresde equipamentos.A unidade, que recebeuinvestimento da ordemde R$ 500 milhões,já começou a receberetanol por trem paratestes. Cerca de 80% daprodução da nova fábricajá foi vendida. Sobretudopara clientes de Europa,Estados Unidos e Ásia.
Uma nova campanhapublicitária da Reebokvirou assunto de segurançado trânsito na Inglaterra.Outdoors estampados coma modelo Kelly Brook vestindoapenas um par de tênis damarca esportiva, espalhadosnos cruzamentos das principaiscidades inglesas, estãosendo combatidos porespecialistas de trânsito do país.O Instituto de MotoristasAvançados (IAM) encaminhoupedido de retirada dos posteres,alegando que as curvas da belaameaçam distrair os condutores(masculinos, claro), causando“acidentes graves e até fatais”.Ocorre que os outdoors foraminstalados em alguns dospontos mais críticos de tráfegodas cidades inglesas, onde é“vital não tirar os olhos da pista”.Há no país um precedente quejustifica o movimento: dezenasde acidentes foram atribuídos apainéis com a deslumbrante EvaHerzigova espalhados pelas ruas.
Curvas perigosasTiro de meta
A discussão sobre ter ounão ter o Estádio Morumbi,de São Paulo, reformadopara a Copa de 2014 émais econômica do quepolítica ou esportiva,dizem os especialistas.Pelos calculadora doadvogado Renato Faria,do escritório NavarroAdvogados, se as obrascustarem mesmo osR$ 400 milhões inicialmenteprevistos, haveria um ganhode cerca de R$ 22 milhõespara as construtorasenvolvidas no projeto.É o que indica a desoneraçãopelo novo regime especialde tributação (Recom)previsto na Medida Provisória497/2010 que o governoacaba de publicar. O novobenefício implica uma renúnciafiscal de — no mínimo —3,65%, sem consideraros impostos incidentes naimportação de materiaise serviços, calcula Faria.
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Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 27
encontrodecontas@brasileconomico.com.br
GIRO RÁPIDO
De verdade
A indústria de brinquedosCandide também embarcouno Rally dos Sertões. Líderna vendas de carros rádiocontrolados, a empresa é aprimeira do setor a patrocinaruma equipe na corrida, coma linha Garagem. Em outubro,vai estacionar no mercadoum carrinho de brinquedoinspirado na competição.
Na vitrine
No embalo da evidênciainternacional do Brasil, oGartner estaciona no paíspela primeira vez o seuprincipal evento mundial.Realizado em apenasoutros quatro países, oGartner Symposium ITxpodiscutirá tendências e desafiosdo mercado de tecnologiada informação em São Paulo,de 14 a 16 de setembro.
Indoor
A loja feminina Kinca estáabrindo sua primeira filial emum shopping. No ShoppingVilla Lobos, em São Paulo.
De volta ao outro lado do ringue
Maior do que seu ego
Depois de passar seus quase80 anos guardada, justamentepor causa de suas dimensões,a maior obra do mestre espanholPablo Picasso finalmenteestá sendo desenroladapara exposição pública.A tela de tecido criada para umespetáculo de balé russo emParis, em 1924, será exibida apartir de setembro no museuVictoria and Albert (V&A), deLondres. A peça mede 10 metrosde altura por 11 metros de largurae é a maior já criada pelo pintor.A obra passou a maior parte dasúltimas décadas armazenada,por falta de espaço com dimensãosuficiente para sua exposição.O quadro revela uma facetapouco conhecida de Picasso:durante a Primeira GuerraMundial, o pintor se tornouum apoiador permanente doscorpos de balé da Rússia e esteveenvolvido na criação de projetospara nove grupos russos.
Linha de partida
Cidade que serviu comoplataforma de desembarqueda rede de lojas da Crocsno país em 2008, Brasíliaacaba de ganhar sua quartaloja exclusiva da famosamarca de calçados plásticos.A filial, inaugurada em ÁguasClaras, é a 18ª unidade coma bandeira da Crocs no país.
Mais calor
O Rio Quente Resorts,do sul de Goiás, preparapara este mês o lançamentoda pedra fundamental demais um empreendimento.O novo Rio Quente GrandVacation Hotel & Resort terá196 apartamentos e seráconstruído em uma área dequase 23 mil metros quadrados.O complexo faz parte dosR$ 172 milhões em investimentosprevistos pelo grupo, que édono da maior piscina do Brasil.
Repeteco
Mais uma engarrafadora regionalde refrigerantes está colocandogás na volta da antológica Grapette.
O Grupo Pakera,do Rio de Janeiro,também relançouuma versão da bebidade suco de uva quefoi hit dos anos 1950a 1980.O refrigerantevolta uma garrafaPET que imita afamosa embalagem queé um cult do design.
CAFÉ EM ALTA VELOCIDADE
Como conseguir uma xícarade café com extrema rapidez?Um designer americano acreditater encontrado a resposta definitiva:uma máquina expressa... da Ferrari.A brincadeira utiliza uma máquina deNespresso adaptada dentro de um capaceteda famosa marca automotiva italiana.
Desfile de gurusVenerado como papa de estratégia competitiva do mundo, o americanoMichael Porter voltará a conversar com os brasileiros em setembro.O guru da administração participará por videoconferência doFórum HSM de Estratégia, que ocorre no final de agosto emSão Paulo. O evento terá ainda a presença de outra grife do ramo,o igualmente americano Tom Peters. O autor best-seller e professoré famoso pelas dicas de gestão mais inventiva.
● De hoje a quinta-feira, a Rennerpromove em suas 125 lojas acampanha “Mais Eu”, que reverte5% do que for arrecadado davenda de mercadorias, livre deimpostos, para projetos sociaisque ajudam a capacitar e inserira mulher no mercado de trabalho.
MARCADOFotos: divulgação
As ousadas bonecas Bratz voltarão às lojasdos Estados Unidos a partir deste mês,depois que um tribunal americanorevogou a decisão que obrigava a fabricanteMGA a repassar o direito de produção damarca à rival Mattel, dona da Barbie.Para comemorar a reconquista das bonecasde lábios carnudos, a MGA Entertainmentestá tirando das pranchetas duas novaslinhas da família Bratz, que devem chegaraté o final de agosto às prateleiras deredes como Toys R Us, Target e Walmart.Produzidas há uma década pela americanaMGA, as Bratz foram pivô de uma longae milionária disputa judicial. A ação foi
deflagrada pela concorrente Mattel,que reivindicava direitos sobre o produto.Alegava que o criador das arquirrivaisda esguia Barbie as havia desenhadoenquanto ainda trabalhava para aempresa, antes de vender o projeto àconcorrente. A marca Bratz já chegoua ser avaliada em US$ 1 bilhão, masacabaou arranhada pela controversabatalha de propriedade intelectual.Agora, as novas versões que marcarãoa volta das bonecas aos braços da MGAtrazem Bratz com menos maquiageme roupas mais ampla, além de seremmais flexíveis do que as anteriores.
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28 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
FINANÇAS
Simone Cavalcantiscavalcanti@brasileconomico.com.br
Com o cenário externo desanu-viando, existe boa possibilidadede reversão da perda de valordas ações de empresas quecompõem o Ibovespa no segun-do semestre. “Com menos ten-são em relação aos aconteci-mentos no plano internacional,os investidores vão olhar maispara o que de fato está aconte-cendo dentro do país”, projetaAlex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Levantamento feito pela em-presa de classificação de riscomostra que, nos primeiros seismeses deste ano, os papéis de22 companhias (exceto Pe-trobras) que respondem por41,059% do principal índiceda bolsa apresentaram des-valorização média de 11,7%,mesmo com lucros mais robus-tos (89,3%). No mesmo perío-do, o Ibovespa recuou 11,2%.
O lucro líquido acumuladoem igual período foi de R$ 32,48bilhões, enquanto o patrimôniolíquido, de R$ 403 bilhões, re-sultando em uma rentabilidadede 8%. Porém, considerando amédia das rentabilidades dasempresas, a taxa vai a 15,1%.
“A rentabilidade das em-presas reforça a tese de queuma parte disso deve ser re-passada para uma valorizaçãodas ações que, naturalmente,vai ser refletida no Ibovespa”,diz Agostini, ressaltando queo descolamento é ainda maisvisível quando a análise é feitafocando o segundo trimestre.Entre abril e junho passados, amédia de desempenho dasações é negativa em 8,7%,com o Ibovespa perdendo12,9%, enquanto o lucro dascompanhias apontou expan-são de 120,8%.
Para o executivo da Austin,essa disparidade mostra clara-mente que o mercado de capi-tais brasileiro ainda é muito su-jeito a chuvas e trovoadas noambiente externo.
“O mercado não está blindado,tampouco é uma ilha de prosperi-dade”, ressalta o economista-chefe. Segundo ele, os próximospassos dos investidores, sejam es-trangeiros ou domésticos, aindaserão contaminados pelo am-biente externo e, justamente poresse motivo, não houve repassedos bons resultados para o preçodos papéis. “Se de fato o Brasil es-tivesse descolado do mundo, oresultado das empresas seria me-lhor refletido no preço das ações”.
Início de reversãoDessa forma, o economista vêque o potencial de valorizaçãodessas ações no segundo se-mestre é alto. Para ele, julhopode ser visto como exemplo damelhora esperada para os próxi-mos meses, com a alta de 10,8%do Ibovespa praticamente anu-lando as perdas dos três mesesanteriores (12,9%), refletindo obom desempenho das empresase dando um pouco de tranquili-dade em relação às expectativassobre os fatores externos.
Até o momento, a Austincompilou os resultados de 91companhias de capital aberto denove setores diferentes da eco-nomia brasileira. Do total, 15apresentaram prejuízo no se-gundo trimestre, contra 21 nomesmo período de 2009. Assim,quase um terço das empresasconseguiu reverter o resultadonegativo. Quando contabilizadosdados do primeiro semestre, onúmero de companhias que re-portou prejuízo foi de 19, ante 23de igual período do ano anterior.
Com exceção das companhiasligadas a commodities, institui-ções financeiras e empresascomo Cielo e Redecard, por se-rem os mais rentáveis para seusacionistas, chamam a atenção.Para Agostini, essas companhiastêm mostrado ganhos de efi-ciência, refletindo o excelentemomento da economia brasilei-ra, que tem o crédito como ala-vanca e a mudança na estruturade renda, com destaque para oavanço da classe C. ■
Lucro maior temimpacto limitadono preço das açõesPapéis de empresas analisadas perderam 8,7% no segundotrimestre, enquanto o lucro das companhias subiu 120,8%
“Se, de fato, oBrasil estivessedescolado domundo, o resultadodas empresas seriamelhor refletidono preço das ações
Alex Agostini,economista-chefeda Austing Rating
Quatro são os principais motivosda melhora das perspectivasdos estrangeiros e a busca pormais risco na avaliação deMarcelo Fiche, assessor especialdo ministro da Fazenda, GuidoMantega. O mais relevante,para ele, é o recado que foientendido claramente pelosinvestidores: a economiaamericana está se recuperando
abaixo de seu potenciale com riscos de deflação.Por isso, acredita-se que oFederal Reserve (Banco Centraldos Estados Unidos) manterá suataxa básica de juros inalterada —próxima de 0% — e que seráiniciado um processo de resgatede títulos públicos, injetandoliquidez naquele mercado.Os outros pontos estão
Investidor vê menos trovoadas na cena externa
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 29
Agostini, da Austin Rating:estrangeiros tendem a olhar mais
para fundamentos brasileiros
Romero Cruz
A FORÇA FINANCEIRA DAS EMPRESAS
Resultados desde o primeiro semestre de 2009
EMPRESAS
2ºTRI/10 2ºTRI/10E 2ºTRI/09
DESEMPENHO FINANCEIRO – LUCRO/PREJUÍZOEM R$ MILHÕES
RENTABILIDADE – LL/PL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM R$ MILHÕES
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
11º
12º
13º
14º
15º
16º
17º
18º
19º
20º
21º
22º
VALE
ITAÚ UNIBANCO
BANCO BRADESCO
BANCO SANTANDER
GERDAU
TELESP
TELEMAR NORTE LESTE
OI
CIELO
TELE NORTE CELULAR
REDECARD
USIMINAS
BRASIL TELECOM
VIVO
NATURA
PÃO DE AÇÚCAR
GAFISA
EMBRAER
TIM
LOJAS RENNER
NET
KLABIN
6.634,8
3.165,0
2.405,3
999,5
856,0
695,3
543,5
430,6
457,7
443,4
374,6
347,0
236,8
236,0
191,5
62,3
97,3
101,7
101,4
91,0
56,5
49,4
1ºSEM/09
4.617,7
4.585,7
4.020,4
1.002,5
-294,1
1.113,5
-175,3
-161,7
698,0
127,8
660,4
181,0
-1.517,4
314,7
307,0
226,6
94,5
519,0
147,7
58,7
299,8
335,3
1ºSEM/10
9.514,1
6.399,1
4.508,0
2.013,1
1.428,7
1.180,3
1.131,5
913,3
897,9
854,1
727,1
676,0
537,0
427,9
333,1
188,5
162,1
145,7
131,3
127,9
102,4
80,2
352,3%
23,1%
4,7%
70,5%
-
10,3%
-
-
25,5%
629,1%
9,1%
3,6%
-
29,9%
13,8%
-52,7%
68,4%
-78,6%
-67,6%
90,2%
-68,6%
-83,9%
2ºSEM/10E 2ºSEM/09
NORMALIZADA1ºSEM/10
106,0%
39,5%
12,1%
100,8%
-
6,0%
-
-
28,6%
568,2%
10,1%
273,5%
-
35,9%
8,5%
-16,8%
71,5%
-71,9%
-11,1%
117,9%
-65,9%
-76,1%
9,0%
11,6%
10,2%
3,1%
6,2%
10,6%
10,7%
11,6%
78,3%
8,3%
96,6%
4,3%
4,6%
4,7%
29,7%
2,8%
4,6%
2,8%
1,6%
14,0%
2,8%
3,2%
ATUALIZADA1ºSEM/10
18,0%
23,2%
20,4%
6,2%
12,3%
21,2%
21,4%
23,2%
156,6%
16,5%
193,1%
8,6%
9,2%
9,4%
59,3%
5,6%
9,1%
5,7%
3,1%
27,9%
5,7%
6,5%
105.612,2
55.074,0
44.295,3
65.354,1
23.227,9
11.127,5
10.569,0
7.865,7
1.147,1
10.343,7
753,1
15.653,6
11.631,9
9.074,6
1.123,3
6.775,3
3.545,4
5.118,3
8.454,1
915,6
3.609,9
2.467,0
Subtotal/média
Subtotal/mediana
18.576,4 17.161,9 32.479,3 120,8%
12,1%
89,3%
20,4%
8,0%
7,2%
16,1% 403.738,5
14,4%
Fontes: Balanço de Empresas, Bovespa e Sistemas: AustinBank, AustinCredit e AustinStock
Espaço aberto paranovas ofertas na bolsaSegundo integrante da áreaeconômica do governo, aindahaverá muita volatilidade
Um ambiente mais propíciopara capitalizações e ofertasiniciais de ações (IPO, na siglaem inglês) no mercado de capi-tais local está se formando parao segundo semestre. De acordocom a análise de Marcelo Fiche,assessor especial do ministro daFazenda, Guido Mantega, boasjanelas de oportunidade serãoabertas, mesmo que por umcurto espaço de tempo. “Deveráhaver muita volatilidade nosmercados, por conta de uma vi-são de curto prazo que está do-minando os investidores, em-bora as expectativas em relaçãoao cenário internacional este-jam melhores”, afirma.
Para ele, ainda assim haveráuma retomada do apetite porrisco, o que será favorável parapaíses como o Brasil, com boasperspectivas para o crescimen-to econômico neste e no próxi-
mo ano. Segundo Fiche, julhojá foi um mês que mostrou umacerta reversão, uma vez que aposição dos investidores es-trangeiros chegou a US$ 570milhões positivos ante US$ 3,1bilhões negativos apurados nofinal de junho.
Sem apreciaçãoFiche ressaltou que muitos fun-dos de investimento estrangei-ros estão no terreno negativoporque passaram por um perío-do de aversão ao risco, baseadospor apostas de um cenário piorpara a economia da Zona do Eu-ro. E isso acabou por reduzir emmuito sua rentabilidade. “Nãohá mais espaço para perdas eé preciso recuperar isso. Mastambém é difícil acreditar emum efeito manada seja para quelado for”, diz, descartando apossibilidade de haver uma“enxurrada” de recursos es-trangeiros no Brasil a ponto degerar uma apreciação expressi-va do câmbio. ■ S.C.
Deve haverretomada de apetitepor risco por partedos estrangeiros,o que seráfavorável ao Brasil
relacionados à União Europeia.Os testes de estresse ao quaisos bancos foram submetidosforam considerado satisfatóriosassim como as recentesemissões soberanas de Portugale Espanha foram bem-sucedidas.Aliado a isso, a China auxilioua estancar a desvalorizaçãodo euro, com queda acumuladade 7,65% no ano, comprando
€ 73 bilhões entre março e junho.Hoje, o estoque dessa moedachega a € 440 bilhões de umtotal de US$ 2,45 trilhões dasreservas chinesas.A moeda mais barata nãoé de interesse do governo dePequim, pois o país perderiacompetitividade para umaregião altamente demandantede seus produtos.
“Fed não deve elevar juros em 2 a 3 anos”Bill Gross, da Pacific Investment Management, disse na sexta-feira queo Federal Reserve não deve elevar as taxas de juros por dois a três anos,porque a autoridade monetária quer evitar que a economia americanaentre novamente em recessão. O rendimento da nota de dois anos doTesouro dos Estados Unidos caiu abaixo de 0,50% na sexta, depois queo Departamento de Trabalho informou que a economia perdeu maispostos de trabalho do que o previsto por economistas.
● Às 8h, a FGV divulga a primeiraprévia do IPC-S de agosto.● Às 8h, a FGV divulga a primeiraprévia do IGP-M de agosto.● Às 8h30, o Banco Centraldivulga a pesquisa Focus semanal.● Às 11h, sai a balança comercialsemanal.
AGENDA DO DIATim Boyle/Bloomberg
30 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
FINANÇAS
Maria Luíza Filgueirase Mariana Segalaredacao@brasileconomico.com.br
O Brasil precisa avançar 4 pontospercentuais no volume de inves-timento em relação ao ProdutoInterno Bruto (PIB), o que só serápossível com equilíbrio entre osrecursos dos bancos públicos, domercado de capitais e do sistemabancário privado. Segundo o pre-sidente do BNDES, Luciano Cou-tinho, o desejo do banco de fo-mento e do governo federal é dereduzir sua participação no fi-nanciamento a empresas, masisso ocorrerá apenas quando asoutras fontes de recursos avança-rem, para que não haja estrangu-lamento da atividade econômica.
“A participação do financia-mento com lucros retidos pelasempresas, como se faz no mundointeiro, também é tradicional nopaís e tem crescido. Temos um se-tor empresarial saudável e poucoalavancado, mas é muito relevan-te a necessidade de expansão domercado de capitais e do sistemabancário para ajudar a suportar ocrescimento econômico”, ressal-tou Coutinho na sexta-feira, napremiação Diploma de Bem-Su-cedido 2010, promovida em SãoPaulo pela revista Banco Hoje.
A fatia de investimentos noPIB, que chegou a 21% antes dacrise, fechou 2009 com média de17% e tem avançado em ritmoacelerado, segundo Coutinho,voltando aos 19% neste ano. Paraele, precisa chegar a 23%. O in-cremento percentual significariade R$ 100 bilhões a R$ 140 bilhõesao ano de investimento no país.
Formação de poupançaCoutinho destacou que o Brasiltem uma estrutura monetária“anômala”, resultante do históri-co econômico que incluiu políti-cas heterodoxas e opção pela nãodolarização do país, mantendo aforça da moeda local. Como con-sequência, as empresas tiveramque lidar com taxas reais de juros
(mediana) superiores a 20% antesdo estabelecimento do sistema demetas, já corrigidas para um dígi-to, e passivos no curto prazo.
A anomalia citada por Couti-nho se reflete e também se explicana diferença entre a taxa Selic(que guia os bancos privados) e aTaxa de Juros de Longo Prazo(TJLP), indexador dos financia-mentos do BNDES. Hoje a meta dataxa Selic é de 10,75% ao ano e aTJLP, de 6% anuais, fazendo aparticipação do sistema bancárioser reduzida no financiamento ainvestimentos. “Temos que bus-car um processo amigável e gra-dual de migração dessa estruturade crédito para o país crescer.”
Processo longo, na avaliaçãodos bancos. “Hoje o setor finan-ceiro não tem condição estruturalde financiar investimentos delongo prazo”, disse o presidentedo banco Santander, Fábio Bar-bosa, homenageado no evento nacategoria Instituições Financei-ras. E a razão é simples: os recur-sos captados pelos bancos (fun-ding), de curto prazo, não condi-zem com empréstimos longos.“Isso está sendo trabalhado. Acriação das letras financeiras vainessa direção”, lembrou o execu-tivo, que acredita que o investi-mento suba para 22% do PIB. “Amedida que a perspectiva de in-vestimento fica mais previsível, ataxa de investimento e tambémde poupança cresce.”
O incremento da poupançapassa necessariamente pela re-forma previdenciária, na visão dodiretor de redação do BRASIL ECO-NÔMICO, Ricardo Galuppo, pre-miado na categoria Imprensa.“Sem poupança interna, é im-possível pensar em crescimentode longo prazo, o que exige alteraro sistema de caixa da previdênciapara o regime de poupança.” Si-gnifica mudar o sistema em quetrabalhadores atuais honram a re-muneração dos aposentados paraoutro em que recursos acumula-dos pelo próprio contribuinte ga-rantam sua aposentadoria. ■
Isso é necessário para reduzir a fatia do governo no financiamentoa empresas sem estrangular a economia, diz presidente do BNDES
FUNDOS DE PENSÃO
Previ quer investir R$ 3 bilhõesem imóveis até 2016A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, pretendeinvestir R$ 3 bilhões no setor imobiliário nos próximos seis anospara elevar de 3% para 5% o peso desses ativos em sua carteirade investimentos, disse na sexta-feira o diretor de participaçõesdo fundo, Marco Geovanne Tobias da Silva. Os investimentosdevem ser feitos no eixo Rio de Janeiro-São Paulo-Brasília.
MERCADOS
Bolsas europeias caem apósdado de emprego nos EUAO principal índice de ações europeias teve na sexta-feira o piorfechamento da semana, abaixo de um importante nível de resistência,após dados abaixo do esperado sobre emprego nos Estados Unidos.O índice FTSEurofirst 300 caiu 1,14%, para 1.056 pontos. A economiados EUA cortou empregos pelo segundo mês seguido em julho,com aumento menor que o previsto da contratação no setor privado.
Hannelore Foerster/Bloomberg
O processo deequilíbrio entreos bancos públicose os privados deveser longo, já que osrecursos captadospelo setor financeiroainda são decurto prazo e osempréstimospara investimento,de longo
Investimentoprecisa do setorbancário privado
“Sem poupança interna, ocrescimento de longo prazoé impossível. Em nenhum paísdesenvolvido, o mecanismode poupança é desvinculadodo sistema previdenciário”
Ricardo GaluppoDiretor deredação doBrasil Econômico
■ INVESTIMENTO
23%
Para BNDES, fatia noPIB precisa chegar a
■ JUROS
10,75%
Avanço depende de reduçãoda Selic, que hoje tem meta de
Também foram homenageados apresidente da CVM, Maria HelenaSantana, o presidente do Pão deAçúcar, Abilio Diniz, a presidenteda Confederação Nacional daAgricultura, senadora Kátia Abreu,o presidente da BM&FBovespa,Edemir Pinto, o presidente daHypermarcas, João Alves deQueiroz Filho, o presidente daAncor, Manoel Felix Cintra Neto,o diretor da FGV, Ary Oswaldode Matos Filho, e o presidentedo Instituto Ethos, Oded Grajew.
Os premiados
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 31
BOLSA
CVM aprova modalidades de Acesso Diretoao Mercado para o segmento BovespaA Comissão de Valores Mobiliários aprovou três novos modelos de AcessoDireto ao Mercado (DMA) no segmento Bovespa, que já conta com o DMAtradicional. Eles estão disponíveis em setembro. Os quatro DMAs, quepermitem acesso direto do investidor ao ambiente de negociação, existemno segmento BM&F desde 2008. “A CVM fez exigências e a bolsa estácomunicando o atendimento delas”, diz presidente da bolsa, Edemir Pinto.
CÂMBIO
É razoável se o dólar se mantiverno atual patamar, diz MantegaO ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na sexta-feira que,se o dólar se mantiver no atual patamar nos próximos meses,o desempenho da moeda americana contra o real pode ser consideradorazoável. É claro que temos que admitir uma certa valorização,como admitimos. Temos um câmbio flutuante. Mas a gente procuracoibir abusos na valorização da moeda”, afirmou o ministro.
Igo Estrela/Pixel Imagem
ControllerNosso cliente é um grupo multinacional europeu, líder no segmento de mercado em que atua.
Bauru e Região � Pacote AtrativoReportando-se ao Diretor Geral, suas principais atribuições serão:
Criar relatórios fi nanceiros, abrangendo � preparação e gestão do processo de auditoria, sendo também responsável pelo fechamento mensal em BRGAAP e IFRS; Ser responsável pelo � forecast e budget anual, comparar e analisar as variações entre o orçado e o realizado, avaliando e propondo ações corretivas e acompanhar estas ações junto à diretoria; Controlar o caixa, onde será primordial a � elaboração dos relatórios de previsão e fl uxo
O candidato deve ter sólida formação acadêmica em Administração, Contabilidade ou Economia com experiência na área de fi nanças de indústrias multinacionais. Habilidade analítica e de liderança, além de perfi l gerencial e relacionamento interpessoal são requisitos necessários. Inglês fl uente, conhecimentos de SOX e balanços internacionais são imprescindíveis.
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Fotos: Rafael Neddermeyer
BNDES estimularánova forma de captação
“O mercado de capitaisbrasileiro é reconhecidono mundo. Para que conserveo status a que chegou,temos de manter o olhare a vontade de mudar”
Maria HelenaSantanaPresidenteda CVM
“Hoje, o setor financeiro nãopode financiar investimentode longo prazo. Precisamosde arcabouço jurídico queo permita fazê-lo sem assumirriscos desnecessários”
Fábio BarbosaPresidentedo Santander
“O investidorbrasileiro foi induzidoà situação anômalade ter sempre prontaliquidez e baixo risconos investimentos.No mundo, qualquerinvestimento decurto prazo tem jurosmicroscópicos eretorno proporcionalao prazo e à liquidez
Luciano Coutinho,presidente do BNDES
Henrique Manreza
Letra Financeira visa reduziro descasamento das aplicaçõesde curto e longo prazos
Simone Cavalcanti, de Brasíliascavalcanti@brasileconomico.com.br
O governo quer usar o BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES)para dar um impulso extra àsLetras Financeiras (LF) – ins-trumento de captação de médioe longo prazos no mercado in-terno, que foi regulamentadoem fevereiro. Segundo o secre-tário de Política Econômica doMinistério da Fazenda, NelsonBarbosa, detalhou ao BRASILECONÔMICO, a autorização pode-rá ser dada pelo Conselho Mo-netário Nacional (CMN) já emsetembro, liberando a institui-ção a ofertar o papel no merca-do. Ele explica que a medida nãofoi tomada antes porque com oporte do banco público, umaemissão muito grande poderiasaturar o mercado logo de saída.
“O nosso principal objetivofoi estimular as captações porparte do setor privado”, afir-mou, ressaltando que a deman-da por financiamentos de longoprazo tem aumentado substan-cialmente e é preciso reduzir oatual “descasamento” por con-
ta das captações internas que,em sua maioria, são de curtoprazo, muito baseadas em Cer-tificados de Depósito Bancário(CDB). De acordo com o secre-tário, as linhas ofertadas com osrecursos do BNDES captadospor meio de LF tenderão a teruma taxa mais alta do que astradicionais com dinheiro doFundo de Amparo ao Trabalha-dor (FAT) e os subsidiados peloTesouro Nacional. Mas, esclare-ceu, as linhas mais baratas con-tinuarão existindo também.Barbosa não vê risco de o bancopúblico entrar nesse tipo deoperação. “O banco vai esco-lher projetos com risco e taxa deretorno compatível para o fun-ding com Letra Financeira”.
Ele rejeitou a avaliação de al-guns agentes de mercado de queo instrumento ainda não temgrande aceitação. “A meu ver,está funcionando. Prova disso éque desde a sua criação já foramcaptados R$ 7 bilhões e a expec-tativa é chegar a R$ 15 bilhõesaté dezembro”. No entanto, as-sim como o chefe da pasta, Gui-do Mantega, Barbosa admiteque ainda é preciso fomentar omercado secundário dos papéis,uma das reclamações mais cons-tantes entre os principais com-pradores dos títulos. ■
Secretário doMinistério daFazenda não vêrisco de o bancopúblico entrar nessetipo de operação
32 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
INVESTIMENTOS
Conrado Mazzonicmazzoni@brasileconomico.com.br
Diante do forte histórico recente, a queda dabolsa brasileira no último pregão da semanapassada — 0,46% — não chegou a surpreen-der. Ainda mais quando há uma boa explica-ção chamada mercado de trabalho america-no. O Relatório de Emprego dos EstadosUnidos apontou perda de 131 mil postos deemprego durante o mês de julho, bem acimado previsto. A taxa de desemprego manteve-se estável em 9,5%. Após a baixa do Iboves-pa, o principal índice de ações da BM&FBo-vespa, analistas veem espaço para pessimis-mo com o curto prazo. Tudo vai depender darecepção do mercado aos indicadores eco-nômicos previstos para esta semana.
“Estamos atentos à agenda, pois algum in-dicador com viés de sensibilidade pode defla-grar o início de uma realização de lucros, comoo mercado já cogitava”, comenta Eduardo Ma-chado, analista da corretora mineira AmarilFranklin. Apesar de ainda ocupar o terreno ne-gativo em 2010 (-0,72%), o índice paulista jásubiu 7,60% no acumulado de 30 dias. Nos úl-timos 15 pregões, só fechou em baixa duas ve-zes. A sequência de 11 altas seguidas completa-da na semana passada foi a maior desde 2003.
Nas últimas sessões, porém, o fôlego jánão era mais o mesmo. “Acredito que seriasaudável uma pausa, até mesmo porque omercado já indicava menos apetite paramaiores valorizações”, acrescenta Machado.
O grande indutor do momento favorável àbolsa é a forte entrada do capital estrangeiro.O saldo na bolsa está positivo em pouco me-nos de R$ 1 bilhão neste início de agosto. Asposições compradas ultrapassam a cifra dosR$ 5 bilhões. Para o operador da corretoragaúcha Diferencial, Marco Aurélio Etche-
goyen, mapear esse movimento é funda-mental para projetar o desempenho do Ibo-vespa. “Acredito que o mercado deve conti-nuar forte. O determinante será a continui-dade ou não desse fluxo externo. Creio quedeve se manter, mesmo se alguns indicado-res vierem ruins”, afirma.
A principal fonte de dados ruins é a eco-nomia dos EUA. A recuperação a conta-go-tas da atividade não tem sido suficiente pararesolver o problema do emprego. Amanhã édia de anúncio do juro básico americano,cujo consenso é de manutenção da taxa per-to de zero. “Mas de qualquer maneira vai ge-rar alguma volatilidade”, afirma Etche-goyen, lembrando dos comentários queacompanham a decisão. Na sexta-feira, asvendas do varejo em julho devem dominar asatenções. Sem contar os números do Produ-to Interno Bruto (PIB) na Europa.
Para o departamento de economia doBank of America Merrill Lynch, a tese do“duplo mergulho” na economia global é im-provável, mas a recuperação é lenta. Paraeles, o PIB dos EUA irá desacelerar para 2,6%em 2011 após aumentar 2,9% neste ano.
Internamente, ocorre o inverso. A desa-celeração da economia esfriou temporaria-mente a ameaça inflacionária. E o destaque éa temporada de balanços. “Os resultados es-tão muito bons, nenhuma surpresa ruim porenquanto”, lembra o analista da AmarilFranklin. O agito corporativo, como a con-solidação do setor de telecom, é outro ingre-diente favorável ao Ibovespa.
Vale a dica de não se deixar levar pela eu-foria e acabar entrando na bolsa justamentequando as ações estão caras. ■
Indicadores e entrada de recursosestrangeiros definem rumos da bolsa
INDICADORES E EVENTOS DA SEMANA
Fontes: MCM e Gradual
SEGUNDA-FEIRA (9/8)
8h | (Brasil) – IGP-M (1º prévia de agosto)
8h30 | (Brasil) – Pesquisa Focus (semanal)
TERÇA-FEIRA (10)
7h | (Alemanha) – Inflação ao consumidor (julho)
7h | (Brasil) - IPC-Fipe (1º leitura de agosto)
9h | (Brasil) – Emprego e salário industrial (junho)
15h30 | (EUA) – Decisão do Fed sobre os juros
23h | (China) – Índices de inflação (julho)
23h | (China) – Vendas no varejo (julho)
23h | (China) – Produção industrial (julho)
| (Japão) – Anúncio da taxa básica de juro
QUARTA-FEIRA (11)
7h | (Reino Unido) – Taxa de desemprego (junho)
9h | (Brasil) – Pesquisa mensal do comércio (junho)
9h30 | (EUA) – Balança comercial (junho)
15h | (EUA) – Relatório mensal de orçamento (julho)
QUINTA-FEIRA (12)
9h30 | (EUA) – Pedidos de auxílio-desemprego (semanal)
| (Japão) – Produção industrial (junho)
SEXTA-FEIRA (13)
7h | (Alemanha) – Projeção do PIB (segundo trimestre)
7h | (Zona do Euro) – Projeção do PIB (segundo trimestre)
7h | (Zona do Euro) – Balança comercial (junho)
9h30 | (EUA) – Índice de preços ao consumidor (julho)
9h30 | (EUA) – Vendas no varejo (julho)
10h55 | (EUA) – Prévia da confiança do consumidor (agosto)
A Randon promove amanhãreunião com a Associação dosAnalistas e Profissionais deInvestimento do Mercado deCapitais (Apimec-SP). O evento,que será realizado no Hotel BlueTree Faria Lima (Av. Brig. FariaLima, nº 3.989), tem início às 9he as inscrições podem ser feitasaté hoje. A participação é gratuitapara os associados da Apimec.Os não associados devempagar uma taxa de R$ 50. Maisinformações pelo telefone(11) 3107-1571 ou pelo e-mailapimecsp@apimecsp.com.br.
RANDON
Apimec
Lojas Americanas
Os resultados trimestrais daLojas Americanas, divulgadosna semana passada, agradaramo BB Investimentos. “A LojasAmericanas apresentoubons números, considerandoa forte expansão no lucro líquido,a melhora de 19 dias no capitalde giro líquido e, principalmente,ganhos de margens e reduçãode despesas, mesmo como impacto desfavorável doresultado da B2W, mostrandoque a companhia teve umaperformance muito positivano trimestre”, afirmaram MariannaWaltz e Mário Bernardes Junior,analistas do BB Investimentos,em relatório. De acordo com odocumento, os analistas acreditamque para o próximo período,a empresa seguirá a tendênciade crescimento de margens,beneficiada pela variedadede produtos que oferece, alémdo cenário macroeconômico.“Por outro lado, o risco ficapor conta de mais um possíveldesempenho fraco da B2Wno terceiro trimestre.”
BB Investimentos diz que ganhosde eficiência elevam margens
Souza Cruz
A Souza Cruz divulgou osresultados referentes ao segundotrimestre do ano. O lucrolíquido atingiu R$ 371,8 milhões,queda de 22,3% ante o mesmoperíodo do ano passado.Já a receita líquida recuou 17,1%na mesma base de comparação.“Os números da Souza Cruzvieram abaixo das nossasjá fracas estimativas, devido,principalmente, a volumesmenores do que os antecipados —tanto para cigarros quantopara as exportações de tabaco”,afirmaram Juliana Rozenbaume Francine Martins, analistasdo Itaú, em relatório. Elas dizemestar cientes de que existealgum espaço para melhorasnas estimativas, não em funçãodos resultados do segundotrimestre, mas devido ao melhorcenário para as exportaçõesno segundo semestre deste anoe primeiro semestre de 2011.“Reiteramos nossa classificaçãode underperform (desempenhoabaixo da média do mercado)para a companhia”, disseram.
Itaú diz que expectativas fracasde resultado foram confirmadas
O conselho de administraçãodo Banco do Estado de Sergipe(Banese) aprovou o pagamentode dividendos intermediáriosno montante de R$ 2,02 milhões,sendo R$ 0,18 por ação ordináriae R$ 0,20 por preferencial(valores brutos). A posiçãoacionária considerada pelaempresa foi 30 de junhodeste ano e as ações já sãonegociadas “ex” dividendosdesde segunda-feira passada.Os dividendos serão pagosde maneira individualizadano dia 16 de agosto.
BANESE
Proventos
Diversas opçõesde investimentos para
você e sua empresa.
INVESTIMENTOS
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 33
AÇÕESEm alta
18,76%foi a alta acumulada pelos papéis da Net na última semana, o melhordesempenho dentre as ações do Ibovespa — que caiu 0,72% no período.Já as ações da Renner caíram 10,62% e registraram a maior baixa da semana.
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)
BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI 5/AGO 8,47 5,05 1,00 50.000BB RENDA FIXA LP ESTILO FICFI 5/AGO 8,47 5,05 1,00 -CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO 5/AGO 7,85 4,72 1,10 30.000CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO 5/AGO 7,32 4,42 1,50 5.000BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI 6/AGO 7,25 4,38 2,00 5.000BRADESCO FIC DE FI RF MERCURIO 6/AGO 6,78 4,04 2,50 5.000BB RENDA FIXA 200 FIC FI 6/AGO 6,10 3,71 3,00 200BB RENDA FIXA 50 FIC FI 6/AGO 5,60 3,42 3,50 50ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI 6/AGO 5,19 3,10 4,00 300BB RENDA FIXA LP 100 FICFI 5/AGO 5,14 3,12 4,00 100
930
935
940
945
950
17h10h
21.100
21.200
21.300
21.400
21.500
17h10h
67.400
67.700
68.000
68.300
68.600
17h16h15h14h13h12h11h10h
IBRX-100 MIDLARGE CAP - MLCXSMALL CAP - SMLLIBOVESPA
Fonte: BM&FBovespa
68.508,95 67.685,68 68.094,76
MáximaMínimaFechamento
(Em pontos)
1.235
1.243
1.250
1.256
1.265
17h10h
RENDA FIXA
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)
BB REFERENCIADO DI ESTILO FICFI 6/AGO 8,21 4,93 1,00 NDITAU PERS MAXIME REF DI FICFI 6/AGO 8,18 4,89 1,00 80.000CAIXA FIC DI LONGO PRAZO 5/AGO 6,75 4,10 2,00 100BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI 6/AGO 6,58 3,98 2,50 5.000BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI 5/AGO 6,23 3,78 2,47 100BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI 6/AGO 5,98 3,63 3,00 200HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS 6/AGO 5,39 3,37 3,00 30ITAU PREMIO REF DI FICFI 6/AGO 4,92 2,99 4,00 1.000BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER 6/AGO 4,55 2,69 4,50 100SANTANDER FIC FI CLAS REF DI 6/AGO 4,19 2,55 5,00 100
DI
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)
BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI 5/AGO 32,89 2,64 2,00 200CAIXA FMP FGTS VALE I 5/AGO 32,72 1,98 1,90 -BRADESCO FIC DE FIA 5/AGO 16,53 (1,97) 4,00 -BRADESCO FIC DE FIA IV 5/AGO 15,36 (2,07) ND -BRADESCO FIC DE FIA MAXI 5/AGO 15,09 (2,06) 4,00 -UNIBANCO BLUE FI ACOES 5/AGO 11,94 (4,69) 5,00 200ITAU ACOES FI 5/AGO 11,16 (6,75) 4,00 1.000MB FUNDO DE INV EM ACOES 5/AGO 9,07 (1,32) 7,00 100ALFA FIC DE FI EM ACOES 5/AGO 4,57 (9,18) 8,50 -BB ACOES PETROBRAS FIA 5/AGO (11,50) (18,30) 2,00 200
AÇÕES
Fundo Data Rent. (%) Taxa Aplic. mín.12 meses No ano adm. (%) (R$)
REAL CAP PROT VGOGH 3 FI MULTIM 5/AGO 14,10 7,59 2,50 10.000ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI 5/AGO 8,88 1,22 2,00 5.000REAL CAP PROT VGOGH 4 FI MULTIM 5/AGO 8,82 5,68 2,30 5.000BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI 5/AGO 8,65 4,94 1,50 -CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC 5/AGO 8,42 5,09 1,50 20.000ITAU PERS K2 MULTIM FICFI 5/AGO 8,38 4,49 1,50 50.000ITAU PERS MULTIE MULT FICFI 5/AGO 8,16 4,63 1,25 5.000ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI 5/AGO 8,10 2,39 2,00 5.000ITAU PERS MULT MODERADO FICFI 5/AGO 7,74 2,93 2,00 5.000SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM 5/AGO 3,97 2,71 2,00 50.000
MULTIMERCADOS
*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico
IBOVESPAIBOVESPA
* Ajustada por proventos, inclusive dividendos. Fonte: Economatica
Ação Código Cotação (R$) Rentabilidade* (%)Mínima Máxima Fechamento No dia No ano
ALL AMER LAT UNT N2 ALLL11 16,47 16,81 16,66 0,54 2,28AMBEV PN AMBV4 182,80 187,00 183,10 -2,08 5,99B2W VAREJO ON BTOW3 30,20 32,47 30,59 -7,30 -35,83BMF BOVESPA ON BVMF3 13,00 13,46 13,38 0,45 11,49BRADESCO PN BBDC4 31,50 31,90 31,80 0,16 6,84BRADESPAR PN BRAP4 38,70 39,45 38,91 -0,94 2,29BRASIL ON BBAS3 29,66 30,34 30,34 1,13 6,02BRASIL TELEC PN BRTO4 11,22 11,45 11,37 0,44 -32,12BRASKEM PNA BRKM5 13,55 13,96 13,75 -0,58 -2,34BRF FOODS ON BRFS3 23,38 23,98 23,46 -1,64 3,66CCR RODOVIAS ON CCRO3 39,60 40,36 39,80 -0,95 0,37CEMIG PN CMIG4 25,95 26,36 26,29 0,08 -3,91CESP PNB CESP6 25,60 26,26 26,00 -0,88 8,81CIELO ON CIEL3 15,50 15,85 15,68 -0,76 5,98COPEL PNB CPLE6 39,02 39,85 39,65 0,38 8,00COSAN ON CSAN3 24,20 25,25 24,50 -1,76 -2,38CPFL ENERGIA ON CPFE3 40,81 41,52 40,95 -0,99 20,34CYRELA REALTY ON CYRE3 23,10 23,94 23,42 -2,62 -2,22DURATEX ON DTEX3 17,21 17,90 17,29 -3,46 7,57ECODIESEL ON ECOD3 0,86 0,87 0,87 0,00 -20,18ELETROBRAS ON ELET3 22,68 23,00 23,00 0,44 -10,09ELETROBRAS PNB ELET6 27,11 27,45 27,45 0,26 -7,89ELETROPAULO PNB ELPL6 32,98 34,10 33,36 0,72 21,48EMBRAER ON EMBR3 11,39 11,70 11,63 -0,51 23,79FIBRIA ON FIBR3 28,85 29,70 29,60 0,34 -24,28GAFISA ON GFSA3 12,31 12,65 12,54 -0,48 -10,28GERDAU PN GGBR4 26,28 26,96 26,55 -1,45 -8,45GERDAU MET PN GOAU4 32,00 32,77 32,50 -1,04 -6,45GOL PN GOLL4 23,10 24,25 24,20 3,77 -4,20ITAUSA PN ITSA4 12,46 12,71 12,66 0,64 9,27ITAUUNIBANCO PN ITUB4 37,70 38,45 38,35 1,16 0,88JBS ON JBSS3 8,21 8,45 8,33 -0,72 -10,33KLABIN S/A PN KLBN4 5,01 5,05 5,01 -0,79 -3,37LIGHT S/A ON LIGT3 21,34 21,75 21,60 -0,78 -9,77LLX LOG ON LLXL3 9,15 9,50 9,50 1,93 -6,03LOJAS AMERIC PN LAME4 14,20 15,10 14,30 -2,85 -7,55LOJAS RENNER ON LREN3 52,70 54,89 52,70 -3,04 36,69MMX MINER ON MMXM3 13,17 13,69 13,18 -1,20 31,54MRV ON MRVE3 14,98 15,39 15,25 -0,39 10,00NATURA ON NATU3 45,28 46,51 45,61 0,00 30,77NET PN NETC4 22,36 22,80 22,47 -0,71 -6,38OGX PETROLEO ON OGXP3 18,42 18,98 18,64 -0,59 9,01P.ACUCAR-CBD PNA PCAR5 56,33 57,47 57,30 0,70 -11,02PDG REALT ON PDGR3 17,32 17,96 17,80 -1,11 3,98PETROBRAS ON PETR3 33,28 33,90 33,52 -0,83 -17,95PETROBRAS PN PETR4 28,94 29,45 29,09 -1,16 -18,95REDECARD ON RDCD3 25,23 25,94 25,90 1,32 -3,76ROSSI RESID ON RSID3 15,03 15,36 15,30 0,13 1,54SABESP ON SBSP3 34,92 35,76 35,76 0,31 4,53SID NACIONAL ON CSNA3 29,86 30,42 30,39 -0,20 12,11SOUZA CRUZ ON CRUZ3 73,75 77,42 74,00 -4,47 35,42TAM S/A PN TAMM4 28,92 29,64 29,45 1,06 -18,90TELEMAR ON TNLP3 30,55 31,11 30,76 0,10 -24,92TELEMAR PN TNLP4 24,81 25,39 25,10 -0,40 -25,13TELEMAR N L PNA TMAR5 46,25 47,01 46,50 -0,83 -25,25TELESP PN TLPP4 38,51 38,98 38,76 -0,44 -3,87TIM PART S/A ON TCSL3 7,81 8,10 8,03 0,37 12,31TIM PART S/A PN TCSL4 5,36 5,52 5,42 -1,45 8,94TRAN PAULIST PN TRPL4 48,10 49,51 48,73 -0,45 1,73ULTRAPAR PN UGPA4 92,38 94,15 92,81 -0,20 17,53USIMINAS ON USIM3 50,86 52,96 51,64 -1,81 3,35USIMINAS PNA USIM5 49,85 51,09 50,50 -1,58 2,53VALE ON VALE3 50,20 50,85 50,58 -0,14 2,91VALE PNA VALE5 43,77 44,28 44,08 -0,05 5,32VIVO PN VIVO4 44,04 45,24 44,40 -0,45 -14,94IBOVESPA IBOV 67685 68508 68094 -0,46 -0,72
34 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
INVESTIMENTOS
Cada dia mais brasileiros descobrem as vantagens deinvestir no Tesouro Direto, programa criado pelo go-verno federal em 2002 e que permite às pessoas físi-cas comprarem títulos públicos federais obtendorendimentos substancialmente superiores aos da ca-derneta de poupança, Fundos DI e de Renda Fixaofertados pelos grandes bancos ao segmento de va-rejo. Contudo, nem tudo são flores.
Um obstáculo é o fato de o investidor conservadoriniciante “gelar” quando escuta que precisa de umacorretora para comprar os títulos públicos. É neces-sário desfazer a ideia (errada) de que a corretoraapenas vende ativos arriscados.
Essa falsa ideia existe porque é de conhecimentogeral que precisamos das corretoras para comprarações que são, intrinsecamente, investimentos ar-riscados. No entanto, o fato de a corretora ser inter-mediária na venda de ações, opções e tantos outrosinstrumentos financeiros em nada aumenta o riscode se comprar títulos públicos federais usando a cor-retora. Lembre-se: ao comprar um título público fe-deral por meio de uma corretora, corre-se o risco decrédito do governo federal e não o da corretora esco-lhida para servir como intermediária da operação.
Trocando em miúdos, o risco de não recebimentodos investimentos é próximo a zero, pois ninguémimagina que o governo federal dará o calote emquem financia sua dívida.
Um segundo dilema enfrentado pelo investidor éescolher a corretora pela qual as compras de papéisgovernamentais serão realizadas. Existem corretorasque cobram 4% do valor da operação e também exis-tem algumas que cobram 0% (isso mesmo, zero!)para se operar no Tesouro Direto.
Deixo para o leitor fazer sua escolha. No site doTesouro Nacional (www.tesouro.fazenda.gov.br), háuma lista das corretoras autorizadas a intermediartais operações, bem como explicações sobre a natu-reza de cada título (atrelado à inflação ou à Selic, en-tre tantos outras opções oferecidas).
Por último, vejo como maior risco para os inician-tes o desconhecimento do fato de que o rendimentoprometido pelo título no ato da compra apenas é ga-rantido, se e somente se, o título for levado a venci-mento. Isso é, uma LTN (Letra do Tesouro Nacional)vencendo em 01/01/2013 prometendo rendimentode 12% ao ano (rendimento bruto) apenas cumprirásua promessa (de render 12% ao ano) se o investidorficar com o título até seu vencimento.
No exemplo em questão, se o investidor quiservender o seu título antes de 01/01/2013, não valerá orendimento prometido no ato da compra do papel.Seja para o pequeno ou grande investidor, o TesouroDireto se configura hoje como uma das melhores al-ternativas de investimento para as pessoas bem in-formadas. Bons investimentos! ■
A segurança doTesouro Direto
Lembre-se: ao comprar umtítulo público federal via corretora,corre-se o risco de crédito dogoverno federal, e não o da corretora
Rafael PaschoarelliProfessor de finanças da USP “O investidor conservador
iniciante “gela” quandoescuta que precisa de umacorretora para comprartítulos públicos. É precisodesfazer a ideia (errada)de que a corretora apenasvende ativos arriscados
10.600
10.620
10.640
10.660
10.680
6/AGO2/AGO
1.118
1.121
1.124
1.127
1.130
6/AGO2/AGO
2.260
2.270
2.280
2.290
2.300
2.310
6/AGO2/AGO
5.290
5.320
5.350
5.380
5.410
6/AGO2/AGO
6.260
6.280
6.300
6.320
6.340
6/AGO2/AGO
BOLSAS INTERNACIONAIS (COMPORTAMENTO NA SEMANA)
DOW JONES
S&P 500
NASDAQ
DAX
FTSE-100
Fonte: Rosenberg Consultores Associados (wwwrosenbergcombr)
(Em pontos)
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 35
POUPANÇARentabilidade
0,5795%é quanto rendem as cadernetas de poupança com aniversáriohoje. No primeiro dia útil do mês (2), a captação líquida(depósitos menos retiradas) da poupança foi de R$ 1,35 bilhão.
Tipos Semana Mês Ano 12 MesesAÇÕESIBOVESPA Ativo 2,34 1,07 -2,80 19,14Dividendos 1,17 0,25 1,67 19,59IBrX Ativo 2,08 0,79 -1,99 19,35Livre 1,49 0,27 3,43 26,97Sustentabilidade/Governança 1,09 -0,14 1,61 26,49RENDA FIXACurto Prazo 0,20 0,08 5,23 8,87Referenciado DI 0,20 0,08 5,35 9,14Renda Fixa 0,20 0,06 6,28 10,19MULTIMERCADOSMacro 0,32 0,10 6,74 13,14Multiestrategia 0,29 0,01 6,38 10,74Juros e Moedas 0,21 0,05 5,77 9,48
RENTABILIDADE ACUMULADA POR TIPO
ÍNDICES 2007 2008 2009 2010CDI 11,82 12,38 9,88 5,27Ibovespa 43,65 -41,22 82,66 -0,86IBrX 47,83 -41,77 72,84 -1,55Dólar -17,15 31,94 -25,49 1,05
RENTABILIDADE HISTÓRICA
Categorias PL Semana No AnoAplicações Resgates Captação líquida Aplicações Resgates Captação líquida
CURTO PRAZO 57.411,20 8.568,40 11.830,41 -3.262,00 282.817,65 276.186,04 6.631,60REFERENCIADO DI 202.254,99 7.417,09 9.269,45 -1.852,35 236.240,73 243.301,02 -7.060,29RENDA FIXA 425.158,17 8.038,99 11.212,00 -3.173,01 336.583,91 308.947,91 27.636,00MULTIMERCADOS 358.856,79 3.261,66 6.193,01 -2.931,36 177.818,89 178.095,92 -277,03CAMBIAL 772,66 13,44 2,96 10,48 452,74 339,02 113,72DÍVIDA EXTERNA 495,28 0,57 0,06 0,51 106,61 49,35 57,27AÇÕES 172.120,17 605,53 710,91 -105,38 26.265,58 22.971,64 3.293,94PREVIDÊNCIA 166.166,35 1.452,17 748,47 703,70 35.775,63 26.828,18 8.947,45FIDC 53.029,47 1.708,09 2.277,24 -569,15 52.351,02 52.067,25 283,77IMOBILIÁRIO 891,79 NB NB NB NB NB NBPARTICIPAÇÕES 42.034,31 164,67 0,00 164,67 2.721,74 209,10 2.512,65EXCLUSIVO FECHADO 963,57 0,00 0,00 0,00 323,18 1,45 321,72OFF-SHORE 55.676,50 NB NB NB NB NB NBTOTAL GERAL 1.535.831,26 31.230,62 42.244,53 -11.013,91 1.151.457,68 1.108.996,88 42.460,80
CAPTAÇÃO POR CATEGORIA
TRIMESTRE 2007 2008 2009 20101 21.529,59 30.883,14 9.455,78 28.827,552 30.095,14 -17.892,58 17.322,17 14.099,913 3.105,13 -36.409,83 52.425,86 -466,674 -8.417,53 -32.489,28 12.736,72
CAPTAÇÃO LÍQUIDA HISTÓRICA
Balanço da indústria brasileira de fundos(em %)
(em %) (em R$ milhões)
(em R$ milhões)
(Patrimônio líquido - Part. %)DISTRIBUIÇÃO POR CATEGORIA
Curto prazo3,74
Referenciado DI13,17
Renda fixa 27,68
Multimercados 23,37
Ações11,21
Previdência10,82
Demais10,02
Fonte: Anbima (www.comoinvestir.com.br)
1850
1875
1900
1925
1950
AGO/10MAR/10
1.730
1.760
1.790
1.820
1.850
AGO/10MAR/10
FUNDOS DE INVESTIMENTOS
APLICAÇÕES RESGATES CAPTAÇÃO LÍQUIDA
70
83
95
106
120
AGO/10MAR/10
(Em R$ bilhões)
Fonte: Anbima (www.comoinvestir.com.br)
36 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
CONSUMO POPULAR
PAULO VIEIRA LIMA
China House tenta conquistara exigente clientela da classe CEmpresa mostra as vantagensda culinária chinesa entrevárias opções de cardápio
A China House, quem diria,quer mesmo dominar a perife-ria da capital paulista. O iníciofoi em Santana, na Zona Norte,reduto de classe média, chegouà Freguesia do Ó, Perdizes e ci-dades vizinhas, como Osasco.Agora, chega a outros bairrosem ascensão, como Penha e VilaCarrão, na Zona Leste. JorgeTorres, diretor da franqueado-ra, está empenhado em de-monstra que a comida chinesa,
apesar de toda sofisticação, temcusto acessível ao cliente e érentável para o franqueado.
A rede começou com entregaem domicílio e ampliou o leque,instalando restaurantes em suasunidades. O contato direto como público da metrópole que os-tenta o título de Capital Mun-dial da Gastronomia trouxe ex-periência para que a empresapercebesse o potencial de com-pra da massa que vai ascenden-do econômica e socialmente enão pensa em deixar seu bairronem mesmo para ir a um res-taurante. A este consumidor de
locais onde a predominância éda classe C, faltava a opção dacozinha internacional asiática ea culinária chinesa agradou aopaladar da clientela.
O resultado é um faturamen-to da rede de R$ 7 milhões porano. Jorge Torres, revela que30% das vendas vêm dos restau-rantes, e a China House planejadetonar uma fase de inaugura-ções. Está em andamento umaestratégia para conquistar novosempreendedores e demonstrar-lhes que podem contar com umaestrutura adequada para a segu-rança do negócio. ■
EXPRESSAS
...JORGE TORRES
Diretor de franquias da China House
TRÊS PERGUNTAS A...
A rede China House foi criada paraentrega em domicílio, mas cresceue trabalha também com unidadesonde funcionam restaurantes.
Qual o custo de uma lojafranqueada pela China House?Cada loja, com toda infraestrutura,fica por volta de R$ 300 mil e ofaturamento médio é de R$ 60 mil.Esperamos inaugurar nospróximos meses mais 20 lojas nacidade de São Paulo e estamosdedicados também ao mercado
de outros locais, como Brasília,São Luís, Campo Grande eCampinas, onde há unidadesem fase de implantação.
Que estratégia a ChinaHouse utiliza para chegaraté o consumidor?Nada mais eficaz do que alinguagem local, a mídia e omarketing dos locais ondeimplantamos nossas unidades.Não abrimos mão dasofisticação e qualidade,
porém nos empenhamos empopularizar a comida chinesa.
Qual o espaço que a comidachinesa pode ocupar no rankingda popularização?É enorme a chance de aceitação.Se a situação do país não fosse boaatualmente, já estaríamos satisfeitoscom o que conseguimos nos últimos15 anos. Sabemos que esta culináriadificilmente será tão popular quantoa pizza em São Paulo, por exemplo,mas estamos crescendo...
Na Capital Mundial da Gastronomia, comida chinesa muda a imagem de culinária sofisticada e inacessível ao morador dos bairros mais distantes do centro
“Percebemos opotencial de quemtem poder decompra e nãoquer sair do bairronem para comer
Lojas Marisa, novaâncora do popular MaisShopping 13 de Maio
Marisa é a mais recente marcade grandes lojas âncoras a firmarcontrato com o Mais Shopping 13 deMaio que, na periferia sul da cidadede São Paulo, implanta o conceitode shopping popular com propostade padrão semelhante ao quefaz o sucesso de empreendimentosdo gênero focados em públicoscom maior poder aquisitivo.A informação é de Marcos Romiti,presidente da Rep, controladora doshopping que será inaugurado emoutubro. O Mais Shopping tambémterá várias lojas modulares.
Empresas brasileirassó dão garantiaa produtos brasileiros
No Brasil, o Código de Defesa doConsumidor assegura direitos aquem adquire produtos no exterior.Mas o cliente deve ficar atento,porque a garantia e assistênciatécnica devem ser prestadaspelo fabricante ou fornecedorestrangeiro, mesmo que a empresatenha subsidiária no territóriobrasileiro. Segundo o advogadoGustavo Viseu, a empresabrasileira só atende casos emque o produto — não vendido oufabricado por ela — tenha garantiamundial, adverte o especialista.
Vitrine sem sinalizaçãoprovoca multa apartir de R$ 500,00
Na cidade de São Paulo, estáem vigor a Lei das Vitrines.As estruturas transparentesdevem ter sinalização com tarjasao longo de vitrines nas lojasde rua, shoppings, supermercados,bancos e outros estabelecimentos.O infrator será punido emR$ 500,00 e a multa dobra emcaso de reincidência. A intençãoé evitar acidentes provocadospor trombadas de clientesdesatentos que se chocamcontra as vitrines. Para aAssociação Brasileira de Lojistasde Shopping, isto é um absurdo.
Marcela Beltrão
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 37
Germânia entra firme no mercado de franquiaA Rede Lig Chopp Germânia está entrando no mercado defranquias com seis modelos diferentes de lojas. A expectativaé fechar 20 contratos para este ano. Inicialmente a expansão seráconcentrada no estado de São Paulo, incluindo a capital e cidadesdo interior próximas a Campinas. O investimento inicial necessáriopara a abertura dos estabelecimentos varia de acordo com a opçãode franquia escolhida, e pode variar de R$ 25 mil a a R$ 200 mil.
Fotos: divulgação
consumopopular@brasileconomico.com.br
Quem acompanha a evolução dascompras pela internet há de notarque, em breve, teremos a presençamarcante do novo consumidoraumentando a demanda nestamodalidade de comércio, prevê opesquisador Abrão Caro, professorde marketing da UniversidadeMackenzie, em São Paulo.Caro acaba de concluir estudoque revela como as diferençasculturais influenciam a decisãode compra. Ao se constatar quea chamada nova classe média
tende a privilegiar a educaçãoe atualização é de esperarque ela também busqueutilizar tecnologias maisavançadas para compra.Para o professor do Mackenzie,de maneira geral, é cada vez maiora aceitação do jovem consumidorbrasileiro frente ao comércioeletrônico. Ele, além da economiae comodidade, encontra nainternet a motivação em ser oprimeiro a adotar um novo estilode vida, assumindo alguns riscos.
Novo consumidor vaicomprar sem sair de casa
No Rio de Janeiro, o professorde marketing digital da ESPM,Klaus Denecke-Rabello, comentaque os conceitos como caudalonga, convergência e inversãodo poder de barganha ganharamforça e o princípio de viverem rede se cristalizou com ainternet. Os consumidores, antes
No mercado digital não háreféns entre marca e cliente
Alejandro Moreno, diretor-geraldo Resort CondominiumInternational (RCI) para o Brasil,quer o consumidor de rendamais modesta participando damodalidade de hospedagemque deu ao grupo a liderançamundial no segmento de tempocompartilhado. Isto porque, na suavisão, esta é a porta de entradapara o consumidor viajar pelo
mundo inteiro. São 4.200 hotéisem vários países e o turistapaga frações da hospedageme compartilha o local da estada,diluindo o custo das férias.Há dois anos, a empresa instituiua modalidade que inclui casas deveraneio onde o turista é dono deuma fração que dá ao viajante odireito a ficar na “própria casa”por tempo compatível com sua
chance de cambiar o local comoutras pessoas. Moreno esperaum fluxo de quase 60 mil pessoasutilizando esta forma de estada.Além das casas de veraneio,há a opção de hospedagemem estabelecimentos comoRio Quente Resort, BeachPark, Marina Palace e rede deHotéis Pestana, por exemplo,ressalta o diretor do RCI.
RCI quer popularizar o turismocom tempo compartilhado
Enquanto se discute a participaçãodo Estado de São Paulo narecepção de jogos e torcedoresda Copa, o setor de cursos deidiomas segue em busca por alunosinteressados em aperfeiçoar afala de uma língua estrangeira.As unidades da Aliança Francesada cidade de São Paulo aguardamum crescimento de 35% nademanda por cursos. A maioria dosinteressados está na faixa etária
dos 18 a 35 anos, portanto, dentroda população economicamenteativa e interessada naspossibilidades de trabalho.Renato Vieira, diretor da AliançaFrancesa, diz que o cuidado coma carreira profissional é a razãopor que 25% dos estudantesse matriculam, mesmo fora doclima esportivo. Ao todo são10 mil alunos que a Aliança temregistrados em suas unidades.
Jovens vão à escolaaprender francês
A mobilidade social no Brasiltraz previsões positivas, e aúltima pesquisa do InstitutoData Popular é uma forte razãopara que o mercado reforce aconfiança no poder de compradas pessoas da chamadaclasse D. Renato Meirelles,diretor do Instituto, chama aatenção para este consumidor,que é muito exigente. Tambémaponta a necessária inclusãodos empreendedores individuaisque atuam na informalidade.Diz que eles, em grande parte,são da classe D, grupo cujo poderde compra é de R$ 381,2 bilhões.
Consumo classeD tem futuro
Diferenças culturais influenciam decisões de compras via internet
Modalidade de hospedagem dá condição de dividir o uso e as despesas em hotéis e casas de veraneio
Aliança Francesa tem 10 mil alunos matriculados em suas escolas
Surpresas do varejo brasileiro
pontos aparentementeisolados e reféns deum mercado de massa,agora têm virtualmenteo poder e tamanhodesta massa. Bastaalguém iniciar umaação ou boicote on-line,que tenha fundamento,relevância e seja defácil assimilação edisseminação, queuma voz se amplifica
facilmente na multidão, podendovirar um case contra a marcaem questão — vivemos agorauma época em que as marcassão as reféns. “A tendência,contudo, é o equilíbrio da redeatravés de um respeito mútuoe ação simbiótica e sustentávelna relação marca-consumidor.”
Comércio on-line impõe respeito
Nilton Souza
Antonio Milena
Murillo Constantino
Dreamstime
38 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
MUNDO
As negociações sobre o climacom o objetivo de reduzir oaquecimento global estão retro-cedendo, mesmo diante dascrescentes evidências dos im-pactos causados pelas alteraçõesclimáticas, como as inundaçõesno Paquistão e a estiagem naRússia. Após uma semana detrabalhos em Bonn, na Alema-nha, os representantes dos paí-ses ricos e emergentes não con-seguem chegar a um acordo.
Segundo os negociadores, aschances para um compromissosob o guarda-chuva da Conven-ção-marco das Nações Unidassobre Mudanças Climáticas(UNFCC), que reúne 194 países,estão se esvaindo em meio àstrocas de acusações.
“Infelizmente, o que vimosse repetir é que alguns paísesestão retrocedendo do progres-so feito em Copenhague”, afir-mou o negociador americanoJonathan Pershing, referindo-
se ao ao acerto de última hora daconferência mundial sobre oclima, celebrada na capital di-namarquesa, em dezembro pas-sado. “Se continuarmos pelomesmo caminho, não há chan-ces para um acordo”, lamentou.
AmeaçaO acordo de Copenhague con-templava a contenção da eleva-ção das temperaturas globais em2 graus Celsius, mas não reuniuos comprometimentos necessá-rios para alcançá-la. Tambémprometeu um financiamento delongo prazo de até US$ 100 bi-lhões por ano para ajudar os paí-ses pobres a “limpar” sua econo-mia, mas sem especificar deonde o dinheiro viria.
Mesmo estas conquistas in-completas estão correndo risco,afirmou o belga Peter Wittoeck,falando em nome da União Euro-peia. “É decepcionante ver quealguns países que se associaram
ao acordo estão dissociados deseu consenso político”, disse.
Mesmo em áreas onde o acordojá foi alcançado, como transferên-cia de tecnologia florestal, “pare-ce ter havido retrocesso”, com-pletou Dessima Williams, de Gra-nada, representante da Associa-ção dos Pequenos Estados Insula-res, organização de 43 nações.
O já antevisto fracasso doCongresso americano em apro-var uma lei do clima este anotambém influenciou as nego-ciações. Grandes emergentes,como China e a Índia, têm resis-tido a requisitos vinculantespara o corte de emissões, afir-mando que os países ricos his-toricamente responsáveis peloaquecimento global precisamassumir a liderança. Já Pershingdisse que a discussão esteve ex-cessivamente voltada para colo-car o ônus das reduções apenassobre os países ricos, e não so-bre todas as nações. ■ AFP
Negociações da ONU sobremudanças climáticas patinamAo invés de avançar, discussões na Alemanha geram retrocesso e já ameaçam a próxima conferência global
“Infelizmente, o quevimos se repetiré que alguns paísesestão retrocedendodo progresso feitoem Copenhague
Jonathan Pershing,negociador dos EUA para
mudanças climáticas
● O fracasso das negociaçõesem Bonn é um péssimo prenúnciopara a próxima Cúpula doClima, no fim do ano, no México.“Andamos para trás em relaçãoao início do ano, e temos agoraum texto ilegível”, disse umnegociador europeu. O texto-base da negociação, que chegoua ter 200 páginas antes de serreduzido a 17, voltou a crescerpara 34 páginas. Propostas jádescartadas foram reinseridas.Resta apenas uma sessãode negociações — em outubro,na China — antes da cúpulado México, e espera-seque ela sirva, na melhordas hipóteses, para adiantartrechos da discussão.
PRENÚNCIO DE FRACASSO
Protesto durante as negociações deBonn pede aos líderes dos países ricos
que “parem de cozinhar nosso planeta”
Clemens Bilan/AFP
Segunda-feira, 9 de agosto, 2010 Brasil Econômico 39
Chuva causa mortes na China e no PaquistãoCasas e estradas do noroeste da China foram destruídas pelos deslizamentosde terra provocados pela pior inundação vivida pelo país em uma década.Na região tibetana de Gansu, mais de 45 mil pessoas foram evacuadas.O número de pessoas mortas em decorrência da chuva, até ontem, erade 127, além dos mais de 70 feridos e dos cerca de 2.000 desaparecidos.No Paquistão, as chuvas alagaram 15% do território do país, deixando aomenos 1.600 mortos e uma crise sanitária sem precedentes.
Sheng li/Reuters
O presidente venezuelano, HugoChávez, pediu ontem que os re-beldes da vizinha Colômbia de-ponham as armas e advertiu aonovo governo colombiano, dopresidente Juan Manuel Santos,que evite acusações de que a Ve-nezuela ajuda a guerrilha es-querdista. “Os guerrilheiros de-vem se mostrar favoráveis à paz.Que libertem todos os reféns”,acrescentou Chávez, repetindoos pedidos do governo da Co-lômbia para que os rebeldes ne-gociem um fim para o conflitoque desestabilizou a região. “Elesnão têm futuro usando de ar-mas”, disse Chávez.
A declaração foi dada um diadepois da posse de Santos que, emseu discurso no último sábado,prometeu trabalhar intensamentepara reconstruir as relações comos vizinhos venezuelanos e equa-torianos. “Um de meus propósi-tos fundamentais será restabele-cer a confiança e privilegiar a di-plomacia e a prudência”, afirmouSantos, acrescentando que a pa-lavra guerra não existe em seu vo-cabulário. “Quem afirma que adeseja, não sabe o que é umaguerra de verdade. Prefiro privi-legiar o diálogo”, afirmou.
Diplomacia e comércioEmbora ideologicamente opos-tos, Santos e Chávez querem umnovo começo nas relações emprol da paz e o restabelecimentodo comércio entre os dois países,que gira US$ 7 bilhões ao ano.Diante dessa nova realidade,Chávez disse estar disposto a sereunir com Santos e pediu ao seuministro das Relações Exterio-res, Nicolás Maduro, que tentas-se agendar um encontro durantereunião realizada ontem com aministra das Relações Exterioresda Colômbia, Maria Ángela Hol-guin. “Se ele (Santos) não pudervir à Venezuela nos próximostrês ou quatro dias, eu estariadisposto a ir à Colômbia”, disseChávez. “Se a Venezuela for res-peitada, podemos fazer progres-sos”, afirmou o venezuelano.
A Venezuela rompeu rela-ções com a Colômbia depoisque o ex-presidente ÁlvaroUribe acusou Chávez na Orga-nização dos Estados America-nos (OEA) de abrigar em terri-tório venezuelano integrantesdas Forças Armadas Revolu-cionárias da Colômbia (Farc), oque a Venezuela nega. ■ Comagências internacionais
Os ministros dasRelações Exterioresda Venezuela e daColômbia tentaracertar um encontroentre Chávez e Santosainda esta semana.
Santos, durante posse,no sábado: compromissocom a paz e não com a guerra
Jose Miguel Gomez /Reuters
Chávez se aproxima depresidente colombiano
SECRETARIA DA MODERNIZAÇÃO, GESTÃO E DESBUROCRATIZAÇÃO
COORDENADORIA DE GESTÃO DE BENS E SERVIÇOSAcha-se aberta licitação na modalidade PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRODE PREÇOS N° 012/2010 CGBS - Processo Administrativo nº 2009-0.236.882-2,que tem por objeto o FORNECIMENTO DE AÇÚCAR REFINADO AMORFO/MICROCRISTALINO. A abertura será procedida pela CPL 1, no dia 24/08/2010 às10:30 horas. O Edital e seus anexos poderão ser adquiridos pelas interessadas nohorário das 9h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante orecolhimento aos cofres públicos da importância de R$ 0,15 (quinze centavos) porfolha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS.21, na Rua Líbero Badaró,425 - 3º andar, Centro - São Paulo/SP, ou através da Internet pelos siteshttp://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br.
Venezuelano Hugo Chávez se diz disposto a restabelecer diálogo apósdiscurso com tom de trégua de Juan Manuel Santos durante a posse
“Quem afirma quea deseja, não sabeo que é uma guerrade verdade. Prefiroprivilegiar o diálogo
Juan Manuel Santos,presidente da Colômbia
Se Santos nãopuder vir à Venezuelanos próximos trêsa quatro dias, euestaria dispostoa ir à Colômbia.Se a Venezuela forrespeitada, podemosfazer progressos
Hugo Chávez,presidente da Venezuela
40 Brasil Econômico Segunda-feira, 9 de agosto, 2010
BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A, com sede à Avenida dasNações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000Central de atendimento e venda de assinaturas: 4007 1127 (capitais), 0800 6001127 (demais localidades)atendimento@brasileconomico.com.brÉ proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A.
Não faz muito tempo, produzir ou prestar serviçospara a população de baixa renda não eram atividadesmuito charmosas aos olhos dos principais agenteseconômicos. As marcas usadas para chegar até essesconsumidores camuflavam seus verdadeiros pro-prietários. Era quase uma heresia admitir que suafreguesia era formada por pessoas da base da pirâmi-de social. Mas quem nunca escondeu que os pobressão seu público-alvo — como Casas Bahia e o grupoSílvio Santos — são companhias bem-sucedidas.
Vender para consumidores de baixa renda nãosignifica oferecer artigos de qualidade inferior. Asempresas que agem assim não resistem à seleção na-tural do mercado. Justamente por terem pouco di-nheiro disponível, esses clientes não podem se dar oluxo de errar na escolha do que compram. É por issoque o Omo faz sucesso nas classes C e D há tantotempo. A Unilever notou essa característica de quemconsome seu sabão em pó e aperfeiçoou os métodosque usa para entender as necessidades dessa gente.
O mesmo crescente interesse pelas classe C e Dvem sendo observado em relação às pequenas emédias empresas. Até há pouco tempo igualmentedesprezadas pelas grandes corporações, hoje co-meçam a ser tratadas com certa deferência porbancos, seguradoras, prestadoras de serviços detecnologia da informação, entre várias outras com-panhias. Um exemplo disso pode ser lido a partir dapágina 4 desta edição de BRASIL ECONÔMICO.
É nesse nicho que estão as oportunidades decrescimento. Se individualmente as pequenas e mé-dias empresas representam receitas menores, tê-lasem conjunto na carteira de clientes pode constituirum acréscimo significativo no faturamento, desdeque o tratamento a elas dispensado mantenha o res-peito reservado a fregueses de maior porte. Assimcomo os consumidores das classes C e D, as peque-nas e médias empresas já contam com bons parâ-metros para comparar a qualidade de produtos eserviços que lhes oferecem. ■
Chegou a vez da baixarenda corporativa
As pequenas e médias empresas jácontam com bons parâmetros paracomparar a qualidade de produtose serviços que lhes oferecem
Costábile Nicolettacnicoletta@brasileconomico.com.brDiretor Adjunto
A Receita Federal libera hoje, às 9 horas, a consulta aoterceiro lote de restituições do Imposto de Renda PessoaFísica 2010 (ano calendário 2009). Também será aberta aconsulta a dois lotes de declarações retidas na malhafina, um de 2009 e outro de 2008. Para verificar se terá arestituição paga nestes lotes, o contribuinte pode aces-sar o site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) ouligar para o número 146. A consulta é realizada median-te a informação do número do CPF.
Na segunda-feira que vem, serão creditadas, simul-taneamente, parte das restituições referentes ao exercí-cio de 2010 (ano calendário 2009) e as residuais de 2009(ano calendário 2008) e 2008 (ano calendário 2007). Osvalores relativos às restituições do exercício de 2010,que somam R$ 1,4 bilhão, serão pagos a 1,6 milhão decontribuintes. Os números foram atualizados pela Selic(taxa básica de juros) de maio a agosto, o que represen-tou um acréscimo de 3,40%. Somando os lotes residuais
de 2009 e 2008, o total a ser pago a 1,7 milhão de contri-buintes na semana que vem alcança R$ 1,5 bilhão.
Os valores ficarão disponíveis no Banco do Brasil. Ocontribuinte deve contatar pessoalmente qualqueragência do banco ou ligar para a Central de AtendimentoBB, pelo número 0800-729-0722, para agendar o crédi-to em conta em qualquer banco. ■ Agências
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá trazer o presi-dente paraguaio Fernando Lugo ao Brasil para fazer umtratamento. Lugo, submetido a uma cirurgia dias atrás,quando um câncer linfático foi detectado, virá ao paísna terça-feira, e será examinado por médicos do SírioLibanês (SP), os mesmos que acompanham a candidataDilma Rousseff, do PT, que se curou de um câncer noinício do ano. ■ Agências internacionais
Brasil oferece ajuda emtratamento de Lugo
A receita líquida da Hypermarcas chegou a R$ 757,9 mi-lhões no segundo trimestre, alta de 79% em relação aomesmo período de 2009. A empresa informou que passoupor muitos desafios no último trimestre, como desaqueci-mento da economia em função do término dos incentivosfiscais e safra fraca de anti-gripais por conta da vacinaçãode H1N1. “Apesar deste cenário, a Hypermarcas atingiu seurecorde histórico de vendas, chegando a quase R$1 bilhãode faturamento bruto no segundo trimestre, crescendoquase 80% da receita total e 18% organicamente”, infor-mou a empresa. O lucro líquido, porém, foi de R$ 53,3 mi-lhões no período, um resultado R$ 79 milhões abaixo dovalor verificado no ano anterior. O Ebitda (lucro antes dejuros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 154,5milhões com margem de 20,4%. A Hypermarcas tambémanunciou a compra, por R$ 350 milhões, de 100% da in-dústria de fraldas e absorventes Mabesa, dona da Cremer-Disney, Plim Plim, Puppet e Affective. Esta é a quarta em-presa do grupo no segmento de fraldas, que conta tambémcom as marcas Pom-Pom, Sapeka e York. ■ Redação
Vendas da Hypermarcassobem 80% no trimestre
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DESTAQUE
Lucro da empresa de Warren Buffett tem queda de 40%
A Berkshire Hathaway, companhia gerida pelomegainvestidor americano, alcançou um lucrolíquido de US$ 1,7 bilhão, ou US$ 1,195 por ação, nosegundo trimestre de 2010. A cifra é inferior quandocomparada aos US$ 3,3 bilhões, ou US$ 2,123 porpapel, registrados em igual período do ano passado.
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A companhia francesa de energia GDF Suez está na reta final para firmar umaaliança com a britânica International Power. Segundo fontes das empresas, a in-tenção é chegar num acordo antes da publicação dos respectivos balanços, am-bos programados para terça, dia 10. A proposta é unificar as operações das com-panhias fora da Europa, além de ativos no Reino Unido e Turquia, segundo in-formaram os grupos em julho. A GDF deve pagar US$ 2,1 bilhões em dividendosespeciais aos acionistas da International Power, e terá cerca de dois terços do to-tal dos negócios somados. ■ Bloomberg
Suez está próxima de anunciar fusão
Antonio Milena
Ricardo Stuckert/PR
Loic Venance/AFP
ÚLTIMA HORA
Terceiro lote de restituição doImposto de Renda beneficiará1,7 milhão de contribuintes
Receita libera IR deR$ 1,5 bi em agosto
Normas e instruções da CVM exigirão adaptações importantesEmpresas começam a lançar mão de mídias sociais, como o TwitterProfissionais da área precisam ter formação cada vez mais ampla
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ESPECIALRELAÇÕES COMINVESTIDORES
Como se adaptar aos novosdesafios da transparência
SUPLEMENTO – 9 DE AGOSTO, 2010
B2 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL RELAÇÕES COM INVESTIDORES | Segunda-feira, 9.8.2010
porativa da BM&FBovespa, que estão emaudiência pública. Elas também alterarãoa qualidade e a quantidade de informaçõeslevadas ao mercado, além de aumentaremos requisitos para uma companhia se clas-sificar entre as que apresentam as melho-res práticas de governança corporativa.
Esse movimento que vemos em 2010 seassemelha muito ao observado em 2002 e2003, com a ampliação do interesse do in-vestidor estrangeiro pelas companhiasbrasileiras e a adoção de novas práticas enormas que transformaram a atuação dosRIs no Brasil, como o aprimoramento daLei das Sociedades Anônimas, o Plano Di-retor do Mercado de Capitais, a criaçãodos níveis de governança corporativa naantiga Bovespa e o programa de populari-zação das ações para a pessoa física.
Tanto no início da década como agora,ao modificar o modelo de prestação de in-formações e elevar a necessidade de trans-parência, a rotina dos departamentos deRelações com Investidores é totalmentetransformada. Diferentemente do quepossa parecer num primeiro momento, aimplantação de todas essas normas vaimuito além de um mero processo de adap-tação. Exige não só comprometimento,conhecimento técnico e investimento daárea de RI como, dependendo do caso, en-volvimento de toda a empresa. Um estudoda Ernst & Young aponta que 50% dascompanhias abertas acreditam que a es-trutura atual de RI da organização não serásuficiente para absorver as demandasdessas novas normas em 2010 e, dessas,36% pretendem aumentar a área.
E essa expansão já vem ocorrendo: em2000, no encontro nacional do InstitutoBrasileiro de Relações com Investidores(Ibri) estiveram presentes 350 profissio-nais do setor. Neste ano, foram 642.
Em mais dez anos, eu ousaria preverque esse número aumentará em propor-ção parecida. Sinal de mais trabalho e maiscomplexidade? Sem dúvida. Mas, mais doque isso, um reflexo da elevação da impor-tância da área de Relações com Investido-res e de um mercado mais transparente erobusto para todos os seus participantes.
Quando olhamos o dia a dia deum profissional de Relaçõescom Investidores (RI), o quenão faltam são desafios, se-jam decorrentes das oscila-ções próprias do mercado
de capitais ou da conjuntura econômica,sejam fruto de mudanças contábeis ou naprópria estrutura do negócio. Para o res-tante de 2010, no entanto, quando anali-samos todas as mudanças regulatórias queestão entrando em vigor, o cenário que sedesenha pela frente é de desafios em do-bro. Não há dúvida de que alterações nor-mativas fazem parte da nossa rotina, poiso sistema está sempre se aperfeiçoando.Mas este ano promete ser um marco para omercado de capitais brasileiro e, especial-mente, para a área de RI.
Em 2010, todas as companhias abertas,sem exceção, têm que apresentar suas de-monstrações financeiras com base no In-ternational Financial Reporting Stan-dards (IRFS). Promulgada em dezembrode 2007, a lei 11.638, que definiu a conver-gência às regras internacionais de conta-bilidade, constitui um grande avanço parao país. Além de facilitar o entendimentoda situação financeira aos acionistas e in-vestidores em geral, brasileiros ou estran-geiros, e tornar as companhias dos váriospaíses mais facilmente comparáveis, onovo padrão também auxilia a empresaem suas decisões. O resultado gerado não éapenas efeito da confrontação das despe-sas com receitas, mas das escolhas feitaspela administração.
Em paralelo, temos a adoção das ins-truções 480 e 481 da Comissão de ValoresMobiliários (CVM), aprovadas no final de2009. Essas normas também representamum importante avanço na transparênciado mercado brasileiro, ao exigirem relató-rios mais detalhados e ao introduziremnovos conceitos para a área de RI.
A instrução CVM 480 reforma algumasregras para registro de emissão de valoresmobiliários. Revoluciona ao demandartanto em quantidade quanto em qualidadede informações e ao estabelecer padrõessuperiores aos internacionais. Já a CVM481 disciplina assuntos relacionados às as-sembleias gerais e assembleias especiaisde acionistas, exigindo por parte do pro-fissional de Relações com Investidores aadoção de uma nova forma de relaciona-mento com o investidor.
GOVERNANÇA CORPORATIVAEmbora ainda não estejam aprovadas, te-mos que colocar no nosso planejamento asmudanças nos níveis de governança cor-
Rogério CalderonDiretor corporativo de Controle do Itaú Unibanco
Todas as companhias abertas terão de apresentar suas demonstrações financeiras de acordocom padrões internacionais; instruções da CVM também exigem relatórios mais detalhados
A R T I G O
Ao modificar o modelode prestação de informaçõese elevar a necessidadede transparência, a rotinados departamentos de RIé totalmente transformada
Ano promete ser um marcopara o mercado de capitais
Henr ique Manreza
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OS PREMIADOS DO IR MAGAZINE AWARDS BRASIL 2010S PREMIADOS DO IR MAGA
ITAÚUNIBANCO
GRAND PRIX DO MELHOR PROGRAMA DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "LARGE CAP")COM INVESTIDDOREORES (EMPRESESAS AS "LARGE CAP")COM INVESTIDOREES (S (EMPEMPRESR AS "LARGE CAP")
ODONTOPREV
GRAND PRIX DO MELHOR PROGRAMA DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "SMALL & MID CAP")
WARDS BRASIL 2010
SILVIO GUERRA (Localiza)
MELHOR EXECUTIVO DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "LARGE CAP")INVESTIDODORERES (EMPRESASAS "S LARGE CAP")INVESTIDORESS (E(EMPRMPRESAE S "LARGE CAP")
JOSÉROBERTO BORGES PACHECO
(OdontoPrev)
MELHOR EXECUTIVO DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "SMALL & MID CAP")
Apartir do exercício deste ano,as empresas de capital abertoe bancos passam, obrigato-riamente, a ter que elaborarsuas demonstrações finan-ceiras consolidadas seguindo
o padrão contábil internacional — Interna-tional Financial Reporting Standards(IFRS). Mas será que as empresas brasileirasjáestãoprontaspara seguiranormaqueestáem vigor na Europa desde 2005? SegundoEliseu Martins, professor e presidente doconselho curador da Fundação Instituto dePesquisasContábeis,AtuariaiseFinanceiras(Fipecafi), as empresas estão em estágiosvariados no que diz respeito a essa conver-gência internacional. “Algumas se anteci-param e já apresentaram os balanços de2009 no novo formato. Ao mesmo tempo,outras engatinham e ainda têm muito a fa-zer”, diz Martins, lembrando que na Europaessa adaptação também não foi tão rápida.
As empresas que terão que fazer mu-danças mais significativas em seus balan-ços são, principalmente, as concessioná-rias de serviços como energia, saneamen-to básico, rodovias, serviços públicos e al-gumas que se dedicam à atividade agríco-la, com grandes estoques de gado (frigorí-ficos) e florestas (indústrias de papel ecelulose), por exemplo.
Martins destaca as mudanças que po-dem atingir as atividades imobiliárias.Hoje, construtoras e incorporadoras apu-ram o lucro dos imóveis ao mesmo tempoem que executam a obra nas unidades jávendidas. Com as novas regras, existe orisco de as empresas do setor não poderemmais adotarem esse procedimento, poissomente poderão apurar o lucro quandotoda a obra for entregue.
O professor da Fipecafi lembra que oscontratos das construtoras e incorporado-ras variam entre si. Por isso, elas podemsofrer mais ou menos com as novas regras.“Apurar o lucro durante a construção, sóse a construtora ou incorporadora for ape-nas uma prestadora de serviços, comoacontece, por exemplo, no programa Mi-nha Casa, Minha Vida. Nesse caso, a CaixaEconômica Federal (CEF) é quem comer-cializa as unidades e corre o risco. A cons-trutora é apenas prestadora de serviço,então ela pode reconhecer o lucro antes dea obra ser totalmente entregue.”
Martins explica que, para a maioria dasempresas comerciais e industriais, quenão têm operações com derivativos com-plexos, as mudanças são mínimas. “Issoporque o país já opera com um modelo re-conhecido no mundo de boa contabilida-de, pois a Comissão de Valores Mobiliários
Concessionárias e setor imobiliário precisarãofazer as mudanças mais significativas para seadequar às regras contábeis internacionaisTEXTO LOURDES RODRIGUES
Mercado aindase prepara paranovas normas
P A N O R A M A
[CVM] sempre foi diligente em adotar asmudanças boas que acontecem lá fora,como nos fundos de pensão. Além disso, aadoção do IFRS, tornando os balançosmais transparentes, também fará com queo custo do capital fique mais barato, bene-ficiando a economia.”
Martins analisa que as empresas de ca-pital aberto e o relacionamento com os in-vestidores ainda têm um bom caminho apercorrer. “Não é só a contabilidade quedeve ficar atenta. A empresa toda deve sereposicionar, porque essa mudança vai sercobrada em 2011”, conclui.
AVALIAÇÃO MAIS FÁCILO padrão IFRS é muito bom para o merca-do, de acordo com Geraldo Soares, supe-rintendente de RI do Itaú Unibanco, poisvai tornar mais fácil a avaliação e a opçãode uma instituição financeira, ou umaempresa estrangeira, de investir em negó-cios no Brasil. “É um ganho para todomundo. Um banco alemão, por exemplo,vai poder analisar com mais facilidade osbalanços das empresas e elevar seus in-vestimentos em renda variável.”
Com relação à atuação da área de RI doItaú Unibanco, Soares diz que o banco temfoco definido e o comprometimento daequipe de fazer um trabalho cada vez me-lhor. “No ano passado, o banco foi a compa-nhia que mais realizou encontros com acio-nistas no Brasil, com 22 reuniões da Associa-ção dos Analistas e Profissionais de Investi-mento do Mercado de Capitais [Apimec].” Osuperintendente destaca entre as ações derelacionamento com analistas o patrocínio àExpomoney – feira de eventos de educaçãofinanceira e investimentos pessoais. “O ItaúUnibanco participa neste ano de 11 ediçõesda feira, se posicionando ainda mais pertodos investidores e profissionais de investi-mento e contribuindo para a divulgação deinformações sobre a companhia.”
O reconhecimento do bom programade Relações com Investidores do Itaú Uni-banco tem rendido prêmios como o IRMagazine Awards Brazil 2010 (ver mais nareportagem da próxima página). “Ganha-mos em duas categorias: melhor programade Relações com Investidores de empresaslarge cap e melhor desempenho em RI porum CEO ou CFO, concedido ao presidentedo banco, Roberto Setubal.”
Ele destaca que, entre as práticas de RIdo banco, as redes sociais também come-çam a ser canais de comunicação com osinvestidores (leia mais sobre o uso de re-des sociais em RI na página 6 deste suple-mento especial). “Fomos o primeiro ban-co a lançar um twitter específico para a
área de RI, há quase um ano, e já temos 1,3mil seguidores que incluem ONGs, asso-ciações de classe e sindicatos. Trata-se deum novo público, mais jovem, não ligadoao mercado de ações, mas que tem inte-resse no assunto”, comenta Soares.
Com relação ao uso das redes sociaiscomo canal de comunicação com os in-vestidores, Ricardo Florence, presidentedo Instituto Brasileiro de Relações com In-vestidores (Ibri) e diretor de RI da Marfrig,é mais reticente. “Não é um canal regula-do e seus rumos ainda são indefinidos. Omelhor é ouvir muito e procurar trilharum caminho estratégico.”
Florence destaca que a área de RI deveestar alinhada com a estratégia da empre-sa, divulgando e trazendo informaçõessobre as tendências de mercado. “É umavia de mão dupla”, analisa.
MAIOR ACESSO A MERCADOSFlorence acredita que a convergênciacontábil, o IFRS, vai ajudar as empresas a
“As normas IFRSrefletem o conteúdodo balanço. Essapadronização tornao balanço mais fácilde ser entendido”
ANTONIO CASTRO,presidente da Abrasca
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ROBERTO SETUBAL
(Itaú Unibanco)
MELHOR DESEMPENHO EM RELAÇÕES COM INVESTIDORES POR UM CEO OU CFOINVESTIDODORESRES POR UM CM CEO EO OU CFOINVESTIDORESS POPOR UR UM CM EO OU CFO
VALE
MELHOR WEBSITE DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "LARGE CAP")
POSITIVO INFORMÁTICA
MELHOR WEBSITE DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "SMALL & MID CAP")NVESTIDORESS (E (EMMPRESAS "SMASMALL & MID CAP")VESTIDORES (EMPRMPRESAESAS "S "SMALL & MID CAP")
NATURA
MELHOR GOVERNANÇA CORPORATIVA
VALE
MELHOR RELATÓRIO ANUAL
CEMIG
MELHOR ENCONTRO COM A COMUNIDADE DE ANALISTAS (EMPRESAS "LARGE CAP")
MINERVA
MELHOR ENCONTRO COM A COMUNIDADE DE ANALISTAS (EMPRESAS "SMALL & MID CAP")ALISTAS (E (EMPMPRESAS "SMASMALL L & MID CAP")ANAALISTAS (EMPRPRESAESAS "S "SMAS LL & MID CAP")ANAAN
VALE
MELHOR "CONFERENCE CALL"
GOL LINHAS AÉREAS
INTELIGENTES
MAIOR EVOLUÇÃO EM RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "LARGE CAP")
DROGASIL
MAIOR EVOLUÇÃO EM RELAÇÕES COM INVESTIDORES (EMPRESAS "SMALL & MID CAP")
NATURA
MELHOR SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTALSOCSOCIOAIOAMBIMBIENTENTALASOCIOAMBIENTAL
PETROBRAS
MELHOR RELAÇÕES COM INVESTIDORES PARA INVESTIDORES INDIVIDUAIS
As empresas, os programase os profissionais que maisse destacaram em suas relaçõescom investidores no mercadode capitais brasileiro no últimoano tiveram seu reconhecimentooficializado no dia 14 deste mês,reunindo mais de 300representantes da comunidadede investimentos. Em cerimôniarealizada em São Paulo,a IR Magazine, uma das maisimportantes publicaçõesinternacionais sobre relaçõescom investidores, promoveu pelasexta vez consecutiva no Brasil,em conjunto com a Revista RIe o Instituto Brasileiro de Relaçõescom Investidores (Ibri), e com aparceria do jornal BRASIL ECONÔMICO,a entrega do prêmio IR MagazineAwards Brazil 2010(veja os premiados ao lado).Antes da versão brasileira doprêmio, foram realizadas trêsedições em Nova York, destacandoos melhores em RI da AméricaLatina. “Como o Brasil era o donoda festa latino-americana, pois 80%dos premiados eram brasileiros,ficou decidido que o prêmio viriapara o nosso país, e a versão latinaacabou”, conta Ronnie Nogueira,diretor editoral da revista RI.Divididos em 16 categorias,os vencedores saem de umarelação de indicados a partir deuma ampla pesquisa independenterealizada entre administradoresde carteiras e analistas deinvestimentos com atividadesrelacionadas ao mercado de açõesno Brasil. O Instituto Brasileirode Economia da Fundação GetulioVargas (FGV), responsável pelaelaboração e pelo cálculo de algunsdos indicadores econômicosmais utilizados no Brasil, comoos índices gerais de preços (IGP-DIe IGP-M), índices de preçossetoriais, sondagens de opiniãoempresarial e do consumidor,índices de ações e rankingde maiores e melhoresempresas, foi novamenteo responsável pela sondagem.“A sondagem não é uma votaçãoaleatória, e sim uma pesquisa séria,realizada nos meses de abril e maio.As empresas e os profissionaisnão fazem campanha paraconseguir voto. Eles concorrempor suas ações realizadas nomercado de capitais nos últimos12 meses”, explica Nogueira.Em torno de 500 profissionaisde investimentos, incluindoinvestidores institucionais, analistassell-side e buy-side e gestoresde recursos, que cobrem ouinvestem no mercado de açõesdo Brasil e mais de 4 milinvestidores individuais foramcontatados para a sexta sondagem.
Prêmio destaca asmelhores práticas
atrairem investimentos, aproveitando obom momento que o país vive. “A con-vergência é um desafio que vai permitiràs empresas brasileiras acesso a merca-dos diferenciados como os da Ásia eOriente Médio”, afirma o executivo. Opresidente do Ibri destaca que, mais doque nunca, os profissionais de RI devemter profundo conhecimento da sua em-presa, da sua área de atuação, do mo-mento econômico e do mercado compe-titivo. Nesse cenário, a sustentabilidadetem importante papel (leia mais sobre oassunto na página 8 deste suplemento).“Para atrair o investidor, o primeiro dife-rencial é o financeiro, mas empresas quenão se preocuparem com a sustentabili-dade, no longo prazo, terão condiçõespiores de rentabilidade e atrativos”, ava-lia o especialista.
Antonio Castro, presidente da Associa-ção Brasileira das Companhias Abertas(Abrasca), diz que a convergência contá-bil deve facilitar a inserção internacional
no mercado brasileiro de capitais. “A con-tabilidade tradicional segue a forma dedocumento, e as normas IFRS refletem oconteúdo do balanço. Essa padronizaçãotorna o balanço mais fácil de ser entendi-do. E isso é importante para a participaçãode investidores estrangeiros nas ofertaspúblicas de ações [IPO] no Brasil.”
Na avaliação de Reginaldo Alexandre,presidente da Associação dos Analistas eProfissionais de Investimento do Mer-cado de Capitais em São Paulo (Apimec--SP), esses ajustes são necessários paraque as empresas passem a trabalhar comum padrão transparente e mais acessívelaos investidores, inclusive os estrangei-ros. “Os RIs e as empresas estão bemequipados. Ainda há muito trabalho afazer para a adaptação ao IFRS, são mui-tas normas, mas o processo está corren-do normalmente. Quanto mais clara fora demonstração dos balanços e da situa-ção da empresa, melhor para ela”, con-clui Alexandre.
“Empresas que nãose preocuparem comsustentabilidade, nolongo prazo, terãocondições pioresde rentabilidade”
RICARDO FLORENCE,presidente do Ibri
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B6 | BRASIL ECONÔMICO - ESPECIAL RELAÇÕES COM INVESTIDORES | Segunda-feira, 9.8.2010
Osuperintendente de rela-ções com investidores doItaú Unibanco, GeraldoSoares, está satisfeito com arepercussão do perfil de re-lações com investidores (RI)
do banco nas redes sociais. No final de2009, o banco usou, além das mídias tra-dicionais, o microblog Twitter para divul-gar suas ações de sustentabilidade, come-morando os dez anos de listagem no índice“Dow Jones Sustainability Index”, o maisimportante do mundo nesse segmento.Muitos representantes de ONGs (organi-zações não governamentais) e profissio-nais de sustentabilidade acompanharam aapresentação no microblog e geraram umgrande efeito multiplicador de comunica-ção, conta Soares. Pelas suas contas, a ca-deia de seguidores que acompanhou aprogramação chegou a 10 mil. “Foi im-pressionante a quantidade de presidentese diretores de ONGs que retransmitiram apalestra a seus públicos”, acrescenta.
Esse é um bom exemplo de como a co-municação instantânea e interativa dasmídias sociais, acessadas por um públicoeclético e formador de opinião, começa aatrair os departamentos financeiros dasempresas. “Temos clientes, acionistas,
fornecedores, associações, ONGs e estu-dantes que nos acompanham”, disse Soa-res. O banco decidiu participar do Twitterem 2008, criando um perfil corporativo eoutro para RI. Outras companhias de capi-tal aberto, como a Gol, a Weg e a Bematechtambém possuem perfis de RI para dialo-gar com seus públicos. Pela grande intera-tividade, o Twitter tem sido a mídia prefe-rida das empresas.
No perfil de RI do banco são veiculadasas cotações das ações preferenciais e ordi-nárias do Itaú, eventos financeiros e agen-da de divulgação de apresentações ou re-sultados. Soares frisa que as notícias di-vulgadas tanto no microblog como em ou-tras mídias são feitas após informar pre-viamente o órgão regulador, a Comissãode Valores Mobiliários (CVM).
A divulgação de informações financei-ras em comunidades virtuais segue as di-retrizes vigentes na instrução 358 daCVM, que trata da divulgação e uso de in-formações relevantes das companhiasabertas. “O Twitter também pode ser uti-lizado como item adicional de comunica-ção, mas seu uso não elimina nem reduz,de qualquer forma, as obrigações do dire-tor de relações com investidores de fazeras comunicações adequadas na forma da
T E N D Ê N C I A
Apesar do interesse por esse novo tipo de comunicaçãocom o investidor, é preciso cuidado ao usar as redesTEXTO ANDRÉ INOHARA
Mídias sociais, comoTwitter e Facebook,atraem empresas
instrução”, manifestou o órgão, por meiode sua assessoria de imprensa.
O objetivo não é priorizar um ou outromeio de comunicação, mas ir de encontroa todos os que se relacionam com o bancode alguma forma. A rapidez de dissemina-ção das informações pelas redes sociaisnão pode ser desprezada, observa RobertoSirotsky, diretor de novos negócios daagência gaúcha de comunicação digital,3YZ. “Querendo ou não, as empresas têmque monitorar seu público e adaptar suasabordagens. As redes sociais são fontesimportantes de informação”, afirma.
A repercussão de notícias nas comuni-dades virtuais pode ser uma faca de doisgumes, alerta Sirotsky. Um episódio polê-mico ocorreu com a Locaweb, fornecedo-ra de hospedagem de sites. O então diretorcomercial da companhia, Alex Glikas, foidemitido no final de março depois de en-viar mensagens provocativas aos torcedo-res do São Paulo Futebol Clube pelo Twit-ter. Na época, a Locaweb havia fechadoum patrocínio com o São Paulo para o clás-sico contra o Corinthians no CampeonatoPaulista. Glikas, corintiano declarado,postou comentários tripudiando o rivaldurante o jogo, causando protestos da tor-cida são-paulina e a sua saída da empresa.
O poder decomunicaçãoe a agilidade nadisseminação deinformações junto aum público ecléticoe formador deopinião começam adespertar a atençãodo departamentofinanceiro dasempresas paraas redes sociais
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COMUNIDADES FINANCEIRAS VIRTUAISMas há exceções que confirmam a regra ABematech, líder em automação comer-cial, decidiu criar o seu perfil financeiroapós ouvir a experiência dos colegas de RIdo Itaú e Weg. “Vimos uma oportunidadede multiplicar a atuação de nosso depar-tamento de forma mais ágil e sem sobre-carga maior de nossa demanda”, disse adiretora de RI da Bematech, Monica Car-valho Molina. Para acelerar a comunica-ção com o seu público, a Bematech entrouem comunidades virtuais como o SeekingAlpha, microblog americano de informa-ções financeiras, o LinkedIn, mídia de re-lacionamento corporativo, SlideShare eFacebook, para compartilhamento deconteúdo. “Postamos apresentações ins-titucionais, notícias financeiras recentes eresultados trimestrais”, detalha.
O perfil da Bematech no Twitter es-treou este ano e as repercussões junto aosseguidores ainda estão sendo avaliadas,observa Monica. Mas a companhia pre-tende trabalhar o lançamento do perfildurante o mês de julho. “Depois vamos fa-lar da divulgação de nossos resultados” ,adianta a diretora. A exemplo de Soares,do Itaú, Monica também concorda ser ne-cessário criar canais de comunicação.
Cresce procura por especialistas em relações com investidores
Requisitos para ser profissionalda área são cada vez maiores
Aexigência por transparên-cia nas empresas de capitalaberto nunca esteve tãogrande. Investidores pro-fissionais, iniciantes ounão, veem no mercado de
capitais uma opção atrativa para maximarsuas economias no menor espaço de tem-po. De olho nesses investidores, a empresarecorre ao profissional de relações cominvestidores — ou simplesmente o RI –,para apresentar as oportunidades de re-torno da companhia. “O grande desafio doprofissional de RI é saber falar sobre osfundamentos da empresa descrevendo asvantagens competitivas e ter agilidadepara fazer cálculos comparativos”, disse adiretora de RI da Bematech, Monica Car-valho Molina. “Precisa estar sempre atua-lizado, pois a tendência é que ele encontrequestionamentos que exijam conheci-mento prévio”, acrescenta Monica à listade exigências de um bom gestor de RI.
Cabe ao RI apresentar a situação econô-mico-financeira da companhia a uma au-diência bastante diversificada, que incluiacionistas, investidores, analistas de mer-cado, jornalistas e órgãos reguladores.Mas diante de um público tão heterogêneoé preciso saber se comunicar. “Um apo-sentado, por exemplo, tem muito maistempo para ouvir sobre a empresa do queum analista”, diz Geraldo Soares, supe-rintendente de RI do Itaú Unibanco. “O RItem que segmentar a comunicação”.
No aspecto técnico, o profissional de RItem que conhecer todas as áreas de finan-ças, como controladoria, tesouraria, fu-sões e aquisições e planejamento financei-ro. “Do contrário, nao se habilitará a con-correr a uma cadeira de diretor financei-ro”, comenta o gerente executivo de fi-nanças e TI da recrutadora de executivosMichal Page, Luiz Gustavo Mariano.Quanto maior o grau de transparência nasinformações, mais positiva é a repercus-são geral sobre a companhia, observa IranSiqueira Lima, presidente e um dos coor-denadores do MBA de RI da Fundação Ins-tituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais eFinanceiras (Fipecafi). “Se um debentu-rista for comunicado dos prêmios e encar-gos na data correta, vai se sentir mais con-fortável em ter papéis da empresa”.
Um departamento financeiro que con-segue informar rapidamente o quanto foipago de dividendos e juros sobre capitalpróprio nos últimos anos, ou que expliqueprontamente o motivo das oscilações decurto prazo dos ativos, demonstra possuirum excelente sistema de informações ge-renciais, detalha Lima. Para ser um bomprofissional de RI, a experiência em outrasáreas financeiras conta muito. MonicaMolina, da Bematech, conta que iniciousua vivência em RI em 2006, oriunda daárea de Tesouraria. Monica lembra que foinessa área que começou a negociar títulosde dívida com os credores. “O RI está seenvolvendo cada vez mais com operaçõesestruturadas de captação de dívida, comoeurobonds e debêntures”, comenta.
Como o mercado de RI é relativamentenovo no Brasil, os primeiros profissionais
vinham de diversas áreas. Muitas vinhamda área de planejamento financeiro ou deinstituições financeiras, lembra Lima, daFipecafi. “O mercado amadureceu de2004 para cá e as exigências dos profissio-nais mudou”. O MBA da Fipecafi em RIformou a sua primeira turma em 2001, dizLima. Até agora, seis classes foram con-cluídas, disponibilizando 114 profissionaise mais cinco estão em andamento. “Entreformados e cursandos, temos algo em tor-no de 225 participantes”, observa.
A ampliação de funções já está sendoabordada nos cursos de formação. A faseinicial das empresas, de abertura de capi-tal ou associações com concorrentes, exi-gia profissionais especializados em fusõese aquisições, normalmente encontradosem bancos de investimentos.
PROCURA AUMENTAMariano, da Michal Page, tem percebidoaumento da procura por esses profissio-nais. As empresas começam a ter um pou-co mais de confiança e preparam opera-ções de captação de recursos. “No primei-ro semestre o recrutamento ocorreu sob aótica da substituição de profissionais.Neste segundo semestre a procura deveser para aumento de quadro”, observa. Acarteira de vagas da Michael Page para RIfoi de 10% do total no primeiro semestre, edeve aumentar para 15% no segundo, es-tima Mariano. A procura maior tem sidono setor de construção civil.
“O mercadoamadureceu de2004 para cá,e as exigênciasdos profissionaismudaram”
IRAN SIQUEIRA LIMA,presidente da Fipecafi
Roberto Sirotsky,diretor de novos
negócios da agênciade comunicação
digital 3YZ: rapidezde disseminação
de informação nãopode ser desprezada
Luiz Gustavo Mariano,da Michael Page:
quem trabalha comRI precisa conhecer
controladoria,tesouraria, fusões
e aquisiçõese planejamento
financeiro
Fotos : d ivu lgação
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Tema está sempre na pauta dos investidores, principalmente de fundos de investimentointernacionais; área de RI das empresas precisa de preparo para os questionamentos
Oassunto ainda é relativamentenovonoBrasil,jáqueentrounapauta há pouco mais de umadécada, mas já existem em-presas “modelos” de susten-tabilidade, com pesquisas so-
bre o tema e prêmios conquistados. Mesmoassim,osprofissionaisaindaestãoseajustan-do ao assunto e não é diferente para a área deRelações com Investidores das empresas,que são cada vez mais questionadas por in-vestidores institucionais e minoritários.
“ORInãoprecisaserexpertemsustenta-bilidade, assim como não é em contabilida-de,masdeveestaratentoparatodasasaçõesda empresa nesse sentido”, explica RobertoGonzalez, diretor de Estratégia em Susten-tabilidade da The Media Group. Na opiniãodo especialista, a sustentabilidade ainda épouco explorada pela maioria das empresasde capital aberto, com poucas exceções.“Conheço o caso de uma empresa que sópassou a publicar relatório de sustentabili-dade depois que foi questionada por umagrande investidora pessoa física”, conta.
Gonzalez defende que o ideal seria que orelatório de desempenho trimestral in-corporasse as questões ambientais e so-ciais. “Se faz parte da estratégia deveriaestar inserido em cada análise financeira.Quando a capacidade de produção cresce,o número de empregos e influência nomeio ambiente também. A empresa temque mostrar para o investidor como lidacom isso. Esse é o real conceito de umaempresa sustentável”, defende.
Há bem pouco tempo atrás, a preocupa-ção com a sustentabilidade e responsabili-dade social não tinha a importância que temhoje com o mundo globalizado. “Sabemosque as empresas fabris não têm como pro-meter poluição zero, mas o RI tem um papelrelevante para mostrar a preocupação daempresa em encontrar soluções modernaspara poluir menos e compensar os impactosambientais e sociais”, diz José Marcos Trei-ger, autor do livro Relações com Investido-res –AArtedesecomunicarcomomercadoe de atrair investidores (Campus/Elsevier).
Treiger também acha interessante aideia de que os relatórios de resultados ab-sorvam as informações relacionadas à sus-tentabilidade e acha que os profissionaisdevem ir além. Para ele, o assunto pode sermais bem explorado nos próprios sites. “Asustentabilidade hoje faz parte da reputa-ção mundial das empresas, já que abordajustamente os riscos. Isso reflete na veia, ouseja, na valorização da ação”, alerta. A ten-dência, na opinião do escritor, é que asáreas estratégicas de sustentabilidade, co-municação e RI estejam sob o mesmo guar-da-chuva e orientadas para a importânciade comunicar todos os stakeholders.
Paraseadaptaràsmudançasquevempelafrente e às exigências do mercado interna-cional, os profissionais de relações com in-vestidores devem estar antenados para asmudanças climáticas em âmbito maior,como a falta de alimentos e a pobreza. Se-gundo Carlos Roberto Kassai, professor daFipecafi, cerca de 80 empresas brasileiraspublicam o modelo de relatório da GlobalReporting Initiative (GRI), atualmente omais completo e mundialmente difundido.
TEXTO CRISTIANE MORAES
No caminho da reputação sustentável
S U S T E N T A B I L I D A D E
“Os profissionaisdeveriam ler edecorar o relatórioMudançasClimáticas no Brasilaté 2050, paraeducar a empresa”
“O RI não precisaser expert emsustentabilidade,assim como nãoé em contabilidade,mas deve estaratento para todasas ações da empresanesse sentido”
Existem, também, algumas empresasque apontam as informações dos relató-rios de sustentabiidade nas notas explica-tivas dos balanços, o que também é bas-tante recente. “Existem relatórios exten-sos e completos que podem ajudar nessaimersão dos profissionais sobre o tema.Temos inclusive o relatório “MudançasClimáticas no Brasil até 2050”, que os pro-fissionais devem ler e decorar para educara empresa”, desafia o professor.
IMPACTO NO VALOR DA AÇÃOO RI é o grande de porta voz da compa-nhia, no sentido de alimentar as deman-das e atender às dúvidas dos investidores.Para Denise Hills, superintendente deSustentabilidade do Itaú Unibanco, os tra-balhos de sustentaibilidade se cruzamconstantemente com RI porque impactamfinanceiramente. “O investidor é o maiorinteressado, porque essas iniciativas re-fletem diretamente no valor da ação.”
O superintendente de RI do Itaú Uni-banco, Geraldo Soares, comenta que o
mercado de capitais tem o hábito de ante-cipar as tendências e foi o que aconteceucom a sustentabilidade, que está na pautadas empresas desde o lançamento do DowJones Sustainability Indexes (DJSI), há 11anos. De acordo com Soares, a área de RI ésempre muito questionada, principal-mente por fundos internacionais, e porisso precisa estar preparada e alinhada.“Já fomos questionados se tínhamos ne-gociação ou empréstimos para o Sudão.Isso mostra a preocupação mundial com aquestão social e ambiental”, comentaSoares, que acaba de lançar uma publica-ção voltada à área, Comunicação no Mer-cado Financeiro: Um Guia para Relaçõescom Investidores (Saraiva).
Mesmo que as empresas ainda não con-sigam tangibilizar as ações de sustentabi-lidade, o profissional de Relações com In-vestidores já percebe os ganhos de seguir acartilha sustentável. Justamente por isso,está mais atento para iniciativas que pro-porcionem o crescimento da companhiana área econômica, social e ambiental.
Geraldo Soares, superintendentede RI do Itaú Unibanco, ressalta
que o mercado de capitais tempor hábito antecipar tendências
CARLOS ROBERTO KASSAI,professor da Fipecafi
ROBERTO GONZALEZ,diretor de estratégiaem sustentabilidadeda The Media Group
Rafae l Neddermeyer
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