Pais Da Igreja

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Pais da Igreja

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OBJETIVO DA AULA•Compreender a igreja como uma instituição em processo de hierarquização que vai se consolidar no século IV.

•Compreender a igreja como uma instituição em processo de uma construção ideológica.

•Definir as três escolas teológicas que surgiram no finda do século II e no começo do século III.

TEMAS A SEREM ABORDADOS

•Construção administrativa•Construção ideológica•Construção de escolas teológicas

CONSTRUÇÃO ADMINISTRATIVA•Construção sob perseguição.

•Tipos de acusações

A. Ateísmo: por não participarem das cerimônias públicas e por não adorarem os seus Deuses.

B. Imoralidade: por causa das suas cerimônias secretas e também por se chamarem mutuamente de irmãos.

•Antropofagia: Quanto a santa ceia, diziam que eles matavam um infante e deliciavam o comendo.

•Adoração exclusivista: Roma estava mergulhada em crises e os cristãos tinham responsabilidade nisso, já que os Deuses eram responsáveis pelo bem estar do império, mas os cristãos estavam negligenciando a adoração a eles.

EXCEDENTES TEOLÓGICOS E SUAS IMPLICAÇÕES POLÍTICAS

• Ideologia paulina: A sua teologia não possuía uma ofensividade direta, já que não atacava administração e a política oficial, mas fazia resistência aos pilares de sustentação do domínio indiretamente: o culto ao imperador, o sistema de patronagem e a paz que supostamente era estabelecido pelo imperador. O sistema de patronagem, sobretudo, ara mantido pelo pietas, do latim que remete a confiança de um pai semelhante ao fides do grego que faz referência a lealdade estabelecida entre os governadores ao povo.

OUTROS TERMOS DE CONTEXTAÇÃO

•Ekklesia:•Salvador:•Dikaiosne:•Eirene:•O evanggelion:•Kyrios• RIEGER, Joerg. Cristo e Império: de Paulo ao tempos pós-coloniais. São Paulo: Paulus, 2009. 10 p.

ASCENSÃO DE JESUS•Mesmos ideias como ascensão de Jesus ao céu, uma ideia interpretada hoje estritamente como uma ideia religiosa no século primeiro podia conter um uma dose de subserviência, já que somente o senado poderia achar um indivíduo merecedor de tal atributo. Portanto, a ascensão de Jesus ao céu era potencialmente uma ideia que causava problemas políticos.

• RIEGER, 2009. 10 p.

CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA•Não podemos falar de um cristianismo e sim de cristianismos (no plural), pois observamos que já nos textos do primeiro século observa-se uma certa pluralidade de ensinos, tendo em vista esses textos não serem tratados teológicos, mas sim ensinos que respondem as necessidades específicas de cada comunidade. Ressaltamos que até o primeiro concílio de Niceia em 325 não houve uma doutrina universal e oficial. Após isso os que não se posicionavam de acordo com o credo oficial, foram considerados hereges.

•O período apostólico era um período da devocionalidade e porque não dizer do coração, já o período dos pais da igreja diferentemente era um período da razão cujo desafio era justamente apresentar sua religião de forma racional para cultura intelectuais.

• HURBULT, 71 p.

PRINCIPAIS OBRAS DESSE PERÍODO

•Credo Apostólico•Evangelho de Tomé•1 Clemente (95)•2 Clemente•7 Cartas de Inácio•Epístola de Barnabé (escrito em Alexandria por volta de 130)

•Pastor Hermas•Carta a Diogneto•Didaquê (livro e pdf)

PRINCIPAIS HERESIAS•Gnósticos •Ebionitas (ebionim que significa os pobres)

PAIS DO GNOSTICISMO• Podemos citar dois representantes do gnosticismo, Basílides e Valentino que provavelmente trabalhavam em Roma antes de 14 a.C. Muitos dos seus escritos não foram preservados, os que chegaram até nós, estão citados em fragmentos pelos seus adversários como é o caso de Clemente de Alexandria que traz em seus escritos partes da Homilias de Valentino. Também há um evangelho que atribuído a Basílides, assim como um comentário sobre o mesmo, chamado de Exegética. Eusébio de Cesárea relata que Basílides escreveu 24 comentários sobre os Evangelhos. Neste mesmo período surge outra literatura como A Pregação de Pedro, Apocalipse de Pedro, e Cartas dos apóstolos, segue a lista destas mesmas obras já citadas.

Neste mesmo período surge outra literatura como:

•A Pregação de Pedro•Apocalipse de Pedro•Cartas dos Apóstolos

FORMAÇÃO DO CÂNON DO NT•Aos livros escolhidos como normativos para se estabelecerem como padrão de literatura teológica para igreja deu se o nome de cânon. Um termo grego provavelmente emprestado do fenício que faz referência a uma vara. Aplicado aos textos bíblicos dá um sentido de regra, ou normas. Daí falamos de cânon do Antigo Testamento e cânon do Novo Testamento. Entretanto, quanto ao Novo Testamento este termo, Cânon, só foi utilizado em 367 por Atanásio, Bispo de Alexandria

PROCESSO DE SELEÇÃO DOS LIVROS

Márcion 144Irineu 180Cânon Muratoriano IIOrígenes 185-254Eusébio de Cesáreia IVAtanásio 367Concílio de Cartago 397

Márcion 144•que embora em sua mensagem entendia que Jesus revelava a mensagem mais sublime de Deus, o amor, fora criticado pelas autoridades da igreja de Roma tendo em vista não reconhecer no Deus de amor do NT o Deus furioso da lei do AT. Além disso revisou o evangelho de Lucas tirando todas todas as referências de Jesus e incluiu em sua relação dez cartas de Paulo com a alegação que estas nitidamente demonstrava o triunfo da graça sobre a lei.

IRINEU 180Apoiado pelo apologista Justino e seu discípulo Taciano escreve em sua obra contras as heresias defenderam o quadruplo evangelho de Mateus, Marcos, Lucas (na sua integralidade) e João. Entretanto, só sinalizou a questão da circulação dos quatro evangelhos, nada falando os demais escritos.

HISTÓRIA e Histórias do NOVO TESTAMENTO. São Paulo: Vida Nova, 2005. 100 p.

CÂNON MURATORIANO IVDocumento descoberto em 1740 por Lodovico Antonio Muratori, sacerdote e arqueólogo italiano, por isso nome Cânon Muratoriano. Este cânon é importante por ele possuí uma relação de livros mais ou menos parecidos com os presentes no Cânon atual, além de podermos deduzir através dele que por volta do ano 200 já existia uma lista extensa de livros com potencial normatização. • Para ver relação dos livros que compões o Cânon Muratoriano cf. WITHERINGTON III, 2005.

101, 102 p.

ORÍGENES (185-254)•Já no terceiro século já observamos uma outra constância no processo de canonização da literatura cristã, principalmente no que diz respeito aos usos desses escritos por parte de Orígenes (185-254), o teólogo da escola Alexandrina. Ele fez uso de todos os 27 livros atuais do NT, mas registro reticência ainda quanto os livros de Hebreus, Tiago, 2 e 3 João e Apocalipse, além de Pastor de Hermas, a epístola de Barnabé, Didaquê e aos evangelhos aos Hebreus que sempre foram questionados.

EUSÉBIO DE CESÁREA IV•O primeiro historiado da igreja fez observações quanto o livro de apocalipse questionando a autoria de João, além de colocar também entre parêntese a carta de Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e judas como livros utilizados nas igrejas, mas sem terem a aceitação como os evangelhos e as cartas paulinas, 1 Pedro e 1 João.

CRITÉRIOS DA CANONIZAÇÃO•O mesmo Eusébio de Cesárea em sua obra História Eclesiástica citou três critérios que a princípio norteou a escolha dos livros para o Cânon do Novo Testamento, são eles: Uso na igreja, origens apostólicas e consistência teológica. CESARÉIA, Eusébio. HISTÓRIA ECLESIÁSTICA. São Paulo: Novo Século, 2002. 66 p.

ATANÁSIO 367•Bispo de Alexandria escrevera uma carta onde eram citados também os 27 livros como nós os conhecemos hoje no Novo Testamento. WITHERINGTON III, 2005. 102 p.

CONCÍLIO DE CARTAGO•No norte da África foi promulgada uma lista de 27 livros em 397 durante um concílio eclesiástico. Portanto, fica muito claro que tanto o ocidente, quanto o oriente estavam de acordo quanto a canonização dos livros que hoje damos o nome de Novo Testamento. Aliás uns dos primeiros a citar a expressão Novo Testamento (Novum Testamentum) em relação a um conjunto de livros foi Tertuliano no século II.

CONCLUSÃO• Concluímos que o que nós conhecemos hoje como Novo

Testamento não foi algo pontual, ou dado de uma hora para outra como as tábuas da lei que Moisés recebeu de Adonai, mas foi fruto de um processo relativamente demorado e de construções e desconstruções, acordos e desacordos, mas em fim a igreja sobre o auspício de uma instituição em processo de estatização e de poderes políticos não só internamente, mas externamente também e sobre todo império romano tendo como fiel escudeiro o imperador Constantino, um hábil governador convertido ao cristianismo que reconheceu no cristianismo ao contrário dos seus antecessores, não um problema, mas o cimento cultural que iria dar liga a um império em processo de esfacelamento.

AS TRÊS PRINCIPAIS ESCOLAS TEOLÓGICAS

TIPOS DE TEOLOGIA  A B CTrês lugares Cartago Alexandria Ásia menor e SíriaTrês Teólogos Tertuliano Orígenes IrineuInteresse Moral Metafisico PastoralCategoria Principal Lei Verdade HistóriaOrientação Filosófica Estoica Platônica Nenhuma

Percussores

Clemente de Roma Filo O NT

Inácio JustinoII Epístola de Clemente

Hermas PolicarpoTeófilo de Alexandria

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