View
1
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
1
Patagônia: Torres del Paine e Monte Fitz Roy
Série: Viajando aos Extremos
SINOPSE DO PROGRAMA
Situada parte no Chile e parte na Argentina, a Patagônia é uma das regiões mais belas do
planeta, um terra de paisagens que vão de florestas às geleiras, de praias às enormes
montanhas. Os dois documentários da série viajando aos extremos apresentam esses cenários
incríveis e ainda revelam a enorme diversidade da vida selvagem da região, repleta de espécies
endêmicas que se adaptaram perfeitamente a vida numa região majestosa e indomável que
merece ser conhecida e protegida por todos nós. No programa Sala de Professor, convidados das
disciplinas de Biologia e Arte desenvolveram um projeto que buscou a inspiração na Patagônia e
sugere a investigação e o registro da natureza feitos pelos alunos.
CONSULTORES
Paulo Faria - Arte
Andréa Mendonça - Biologia
TÍTULO DO PROJETO
Arte e Ciência: Percebendo o mundo juntos
� APRESENTAÇÃO
O papel da disciplina de Artes Visuais na compreensão destes filmes é
evidenciar as relações entre história da arte, artista e representação da paisagem
e, como o olhar minucioso do fotógrafo, tal como o aparato técnico fotográfico
pode revelar pontos de vistas próprios sobre o mundo. Trabalharemos os
conteúdos das artes visuais: a experiência estética do sublime; a pintura de
paisagem no romantismo, especialmente com os artistas William Turner e Caspar
David Friedrich; os artistas viajantes e seus cadernos de campo; e, livro de artista
2
na arte contemporânea. A Biologia tem o papel de explicar como seres vivos
conseguem viver em ambientes tão inóspitos, seus comportamentos, suas formas
de adaptação e posição na cadeia alimentar, além das mudanças pelas quais
passam aqueles ambientes.
O trabalho em sala de aula e o Enem
Nesta proposta, trabalhamos com alguns dos conteúdos disciplinares
(objetos do conhecimento) listados na Matriz de Referência para o Enem 2013 e
com o desenvolvimento das seguintes competências e habilidades:
Arte
Conteúdo : Romantismo, Estética, Conceito de Sublime, Missão Artística
Francesa, Artistas Viajantes, Arte Contemporânea, Livro de Artista, Fotografia,
Fundamentos de Linguagem Visual.
Competência e habilidade : Área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Competência de área 4: H12 e H13.
Biologia
Conteúdo : Evolução e padrões anatômicos e fisiológicos observados nos seres
vivos. Funções vitais dos seres vivos e a relação com a adaptação desses
organismos a diferentes ambientes. Ecossistemas. Fatores bióticos e abióticos.
Habitat e nicho ecológico. Interações entre os seres vivos.
Competência e habilidade : Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Competência de área 4: H14, H16.
Competência de área 8: H28.
3
Para obter a Matriz de Referência para o Enem, acesse o Anexo II do edital
(Acesso em: 12 jun. 2014):
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/edital/2013/edital-enem-2013.pdf
� UM OLHAR PARA O DOCUMENTÁRIO A PARTIR DA ARTE
A atividade foi proposta para a 2ª série do Ensino Médio, a ser realizada
em aproximadamente 6 aulas de 50 minutos, e consiste das seguintes etapas:
1. Discutir o documentário a partir da questão estética do Sublime e sua
relevância para o movimento romântico dos séculos XVIII e XIX. Nesta
etapa será observado o sentimento estético do Sublime provocador de
sensações nas quais a sensibilidade se volta para aspectos extraordinários
e magníficos da natureza. Sendo a natureza considerada um ambiente
hostil e misterioso, e que desenvolve no indivíduo um sentido de solidão
conduzindo o sujeito a pensamentos profundos e grandiosos. (2 aulas de
50 min)
2. Comparar o trabalho e registro do fotógrafo do documentário com as obras
dos pintores românticos William Turner e Caspar David Friedrich. Para tal,
pode-se escolher cenas dos documentários e relacioná-las a algumas
pinturas românticas dos artistas citados. (1 aula de 50 min)
4
William Turner, A Passagem se São
Gotardo, 1804. Aquarela.
Imagem do documentário Patagônia: Torres del
Paine , 07`25``.
3. Uma vez feita a relação entre o documentário e o Romantismo, é possível
abordar na História da Arte o trinômio Arte/Artista/Paisagem. Identificando
como, ao decorrer da história da arte, o artista representou a paisagem por
olhares e estilos diversos deste gênero. (1 aula de 50 min)
Caspar David Friedrichk, O Andarilho Sobre o
Mar de Neblina , 1808. Óleo sobre tela.
Imagem do documentário Patagônia: Monte
Fitz Roy , 19`37``.
5
4. Nesta etapa, é possível fazer um recorte com ênfase na maneira como os
Artistas Viajantes da Missão Artística Francesa representaram as
paisagem brasileiras no século XIX. Nesta etapa também é abordado o
“Diários de Desenho” ou “Cadernos de Viagem” e como estes cadernos de
registros visuais e escritos consistiam em um instrumento de registro da
fauna e da flora das paisagens percorridas. (1 aula de 50 min)
Jean-Baptiste Debret, Vegetaux des Forets
vièrges du Brésil , Litogravura colorida.
Prancha 3 do 1º caderno. Século XIX.
Jean-Baptiste Debret, Café com detalhe de
folha e frutos. Aquarela sobre papel.
5. Aqui, pode-se levantar a questão se os Diários de Desenho/Cadernos de
Viagem são ou não obras de arte. De imediato, é possível introduzir o
conceito de Livro de Artista (livro-arte, livro-objeto) e mostrar uma série de
trabalhos de artistas que utilizam o livro como suporte de seus trabalhos.
(1 aula de 50 min)
6
Anselm Kiefer Tannhauser , 2000. Livros de
chumbo com galhos espinhosos.
Hilal Sami Hilal, Sherazade , 2011. Livro de
artista/instalação.
Autor desconhecido. Disponível em:
<http://homeforallseasons.blogspot.com.br/2012/10
/serendipity-experience-89-create-book.html>.
Acesso em: 12 jun. 2014.
Autor desconhecido. Disponível em:
<http://homeforallseasons.blogspot.com.br/2012/10/seren
dipity-experience-89-create-book.html>. Acesso em: 12
jun. 2014.
A atividade seguinte é interdisciplinar em que, juntamente com o professor
de Biologia, será proposta uma saída de campo em que o produto final será um
livro de artista/científico.
Material • Computador para pesquisa.
7
Etapas • Assistir aos documentários; • Discutir o documentário a partir da questão estética do Sublime e sua relevância para o movimento romântico dos séculos XVIII e XIX; • Comparar o fotógrafo do documentário às obras dos pintores românticos; • Abordar na História da Arte o trinômio Arte/Artista/Paisagem; • Tratar dos Artistas Viajantes (da Missão Artística Francesa) e os Cadernos de Viagem; • Relacionar o Caderno de Viagem à categoria Livro de Artista.
Veja mais...
• http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=2643. Acesso em: 12 jun. 2014. - Proposta de aula sobre livro como obra de arte, livro-objeto, e livro do artista.
� UM OLHAR PARA O DOCUMENTÁRIO A PARTIR DA BIOLOGIA
A Biologia está destacada nos documentários a partir da percepção da
vida em um ambiente muito inóspito, com características e mudanças climáticas
muito interessantes e extremas, por isso os documentários ressaltam algumas
características morfológicas e fisiológicas de certos seres vivos.
Esse trabalho deverá ser realizado com os alunos da 2ª série do Ensino
Médio e primeiramente, deverão ser apresentados os documentários aos alunos,
quando receberiam informações sobre as características biológicas retratadas
nos filmes.
Como sugestão, o professor pode dividir os alunos em grupos e requerer
que eles destaquem imagens de animais e vegetais dos ambientes retratados e
que expliquem as adaptações e comportamentos de cada um deles. Como
sugestão, indicamos algumas opções:
• Torres del Paine: guanaco macho no topo da colina (4min03s); raposa
(08min28s) e condores (19min49s);
8
• Monte Fitz Roy: árvores retorcidas (02min26s).
Em ambiente onde a água no estado líquido no solo é escassa e há muitos
ventos, muito frio e muito gelo, os seres vivos retratados, animais e vegetais
apresentam adaptações selecionadas ao longo do tempo que lhes permitam viver
e se reproduzir nesse ambiente tão selvagem e belo. Entre as adaptações citadas
estão o tamanho das pernas e orelhas das raposas, os pelos dos guanacos e seu
comportamento de grupo para se defender de predadores, o comportamento dos
condores, bem como suas características morfológicas, que diferenciam machos
de fêmeas e a vegetação, muitas vezes rasteiras e quando maiores com galhos
retorcidos.
A segunda etapa da atividade para as aulas de Biologia é a orientação e
preparação dos alunos para o trabalho de campo, onde, tal como o fotógrafo dos
documentários, eles terão de retratar o ambiente e os seres vivos visualizados no
local, que pode ser um parque, zoológico, reservas, áreas rurais e o entorno da
cidade. Nos endereços eletrônicos indicados a seguir, na seção “Veja mais...”
existem sequências didáticas que auxiliam na preparação do trabalho de campo
com sugestões de tabelas e fichas que os alunos podem preencher. Como será
9
apresentado na atividade interdisciplinar, o produto final será a construção de um
livro do artista-cientista.
A avaliação poderá ser feita baseada nas impressões dos alunos sobre a
aula de campo, além de uma avaliação formal sobre as características dos seres
vivos do documentário e suas diferenças com os visualizados no campo.
Material • Imagens dos documentários.
Etapas • Apresentação do documentário; • Análise das características morfológicas e fisiológicas dos seres vivos e da relação do processo de evolução dos seres vivos; • Orientação do trabalho de campo.
Veja mais... (Acessos em: 12 jun. 2014)
• <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=41560>. - Sequência didática sobre a evolução do vertebrados. • <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37332>. - Sequência didática sobre a classificação do reino vegetal com sugestão de trabalho de campo. • <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=53788>. - Sequência didática sobre a classificação dos vertebrados com sugestão de trabalho de campo.
� UMA CONVERSA ENTRE AS DISCIPLINAS
O projeto interdisciplinar parte do princípio que tanto a disciplina de Artes
Visuais como a Biologia são coautoras em um processo de construção do
conhecimento. É sabido que os grandes historiadores naturais utilizavam de
recursos ilustrativos principalmente para registrar seus achados, suas impressões
e suas percepções de ambientes naturais exóticos.
A ideia é fazer com que os alunos utilizem diferentes formas de registros
artísticos para a visualização e caracterização de seres vivos de diferentes
ambientes, baseando-se em conceitos artísticos e biológicos para a construção
10
do livro de artista/conhecimento. Essa parte da proposta pode ser estruturada nas
seguintes etapas:
1. Proposta de uma saída de campo em que o produto final será um livro
de artista/científico. Os estudantes devem ser orientados a anotar,
desenhar, fotografar e coletar materiais referentes ao local que será
representado. Todo esse repertório será matéria-prima para a produção
do livro de artista/científico.
Ainda nesta etapa devem-se formar os grupos de trabalho. Uma
sugestão é que se formem grupos com quatro integrantes. Outra
sugestão é que seja pedido que se separe a sala em dois grandes
grupos - um com perfil mais artístico, outro com perfil mais artístico. É
interessante que os grupos de quatro estudantes tenham dois
integrantes com perfil mais científico, e dois com perfil mais artístico.
2. Após a saída de campo em que todas as referências foram coletadas,
começa a produção um livro de artista para cada grupo de quatro
estudantes. No exemplo apresentado no programa, a saída de campo
foi para Praia do Forte, em Cabo Frio, Rio de Janeiro.
3. Pode-se organizar uma Mostra de Arte ou mesmo uma Exposição para
toda a escola ou, pelo menos, para a classe. Assim, todos poderão
conhecer e apreciar os livros produzidos. Nesse momento, é importante
11
que ocorra uma discussão e avaliação conjunta entre os estudantes e
os professores de Arte e Biologia sobre o processo do trabalho.
Abaixo seguem alguns exemplos de livros de cientistas com a inserção de
elementos artísticos.
Material • Fotografias tiradas na visita de campo; • Materiais coletados na visita de campo. • Um caderno ou livro para reutilização; • Cola branca (bastão e/ou tubo); • Jornal;
12
• Figuras para colagem; • Régua; • Canetas, lápis (grafite e coloridos), tintas, pincéis; • Fitas adesivas; • Tesoura/estilete; • Papéis variados; • Papelão.
Etapas • Proposta da saída de campo e divisão dos alunos em grupos; • Visitação ao ambiente e obtenção dos registros; • Construção dos livros de artistas; • Organização da exposição com o material produzido; • Discutir com os estudantes os resultados de todo processo.
� BIBLIOGRAFIA, SUGESTÕES DE LEITURA E OUTROS RECURS OS
Livros e Revistas
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues - Conceitos da Biologia .
São Paulo: Moderna, 2001.
_____________ – Biologia . 3ª Ed. São Paulo: Moderna, 2009.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos
contemporâneos . Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. São Paulo:
Companhia das Letras, 1993.
BANDEIRA, Julio. Jean-Baptiste Debret - Caderno de viagem . Rio de Janeiro:
Sextante, 2006.
13
CHALVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte . 2.ed. Tradução de Marcelo
Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ECO, Umberto. História da beleza . Rio de Janeiro: Record , 2004.
GOMBRICH, E. H. A história da arte . 16.ed. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 1999.
SILVEIRA, Paulo. A Página Violada - Da Ternura À Injúria na Construç ão do
Livro de Artista . 2.ed. Porto Alegre: UFRS, 2008.
Recommended