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PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO CONSTRUÇÃO E IMPLANTAÇÃO NO TJDFT
2013
2
3
Composição Administrativa
ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
Desembargador Dácio Vieira Presidente
Desembargador Sérgio Bittencourt 1º Vice-Presidente
Desembargador Romeu Gonzaga Neiva 2º Vice-Presidente
Desembargador Lecir Manoel da Luz Corregedor
2ª VICE-PRESIDÊNCIA
Virgínia Costa Meireles Chefe de Gabinete da 2ª Vice-Presidência
Hélio Alves Bernardes Assessora da 2ª Vice-Presidência
NUPEMEC
Juiz de Direito Substituto Luciana Yuki Fugishita Sorrentino Juiz Coordenador do Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação
Marcelo Girade Corrêa Coordenador do Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação
CEJUSC-BSB
Juiz de Direito Substituto Atalá Correia Juiz Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Brasília
Marinurze Marra Batista Ribeiro Supervisora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Brasília
CEJUSC-JEC/Bsb
Juiz de Direito Substituto Ricardo Faustini Baglioli Juiz Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais Cíveis de Brasília
Andrezza Gaglionone Passani Supervisora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania dos Juizados Especiais Cíveis de Brasília
CEJUSC-TAG
Juiz de Direito Substituto Atalá Correia Juiz Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Taguatinga
Leila Duarte Lima Supervisora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Taguatinga
PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO USUÁRIO
iv
Estrutura Organizacional
ASVP
2ª Vice-Presidência
GSVP NUPEMEC
CEJUSC-BSB
CEJUSC-JEC/Bsb
CEJUSC-TAG
NUPECON CACSD
CEJUSC-PJC
CEJUSC-CJI
CEJUSC-MSVDF
CEJUSC-PJR
SVP Segunda Vice-Presidência.
GSVP Gabinete da Segunda Vice-Presidência.
ASVP Assessoria da Segunda Vice-Presidência.
NUPEMEC Núcleo Permanente de Mediação e Conciliação.
CEJUSC-BSB Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania de Brasília.
CEJUSC-TAG Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania de Taguatinga.
CEJUSC-JEC/BSB Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania dos Juizados Especiais Cíveis de Brasília.
NUPECON Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos.
CEJUSC-PJC Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania do Programa Justiça Comunitária.
CEJUSC-CJI Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania da Central Judicial do Idoso.
CEJUSC-MSVDF Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar.
CEJUSC-PJR Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania do Programa Justiça Restaurativa.
CACSD Comissão Permanente de Apoio ao Concurso para Servidores e para Delegação de Serviços de Notas e Registros.
1
Sumário
Composição Administrativa ............................................................................... 3
Estrutura Organizacional ................................................................................... iv
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 2
HISTÓRICO: A CONSTRUÇÃO DA PESQUISA ........................................... 4
OS FORMULÁRIOS .......................................................................................... 6
A IMPLANTAÇÃO NO TJDFT ........................................................................ 9
A aplicação dos formulários ......................................................................... 11
Tratamento dos dados e apresentação dos resultados ................................... 12
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 14
ANEXO I .......................................................................................................... 15
2
APRESENTAÇÃO
As formas de resolução adequada de conflitos têm sofrido expressiva expansão no
Brasil desde a década de 90. A complexificação dos problemas sociais e do direito, o
crescimento (do número) de demandas da população, a sobrecarga do Poder Judiciário, a
demora da prestação jurisdicional e o elevado custo dos serviços advocatícios exigem uma
mudança na forma de resolução dos conflitos. Nesse contexto, a mediação e a conciliação
mostraram-se substancialmente eficazes e eficientes para a pacificação social, a
desburocratização do Poder Judiciário, a ampliação do acesso à justiça e à razoável
duração do processo judicial, garantias constitucionais do cidadão.
Assim, a multiplicação dessas formas adequadas de resolução de conflitos em todo
o país incitou a padronização desses serviços e a profissionalização dos agentes
envolvidos, a fim de garantir a qualidade dos serviços prestados pelo Poder Judiciário. Por
essas razões, a Secretaria de Reforma do Judiciário/Ministério da Justiça (SRJ/MJ) e o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instituíram, pela Resolução 125 de 2010 deste órgão,
a Política Judiciária de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses.
Por se tratar de uma política pública, o desenvolvimento de ferramentas para seu
acompanhamento, monitoramento e avaliação se faz imprescindível, com o intuito de
consolidar sua recente implementação, direcionando sua execução para melhores
resultados e com sustentabilidade e continuidade.
Nesta perspectiva, cabe destacar que os cidadãos são o principal foco dessa política
pública, motivo pelo qual a percepção de satisfação dos jurisdicionados é o principal
elemento de orientação das decisões dos gestores dos setores envolvidos e das estratégias
de ação no gerenciamento dos serviços prestados, segundo orientação inovadora e
modernizadora da Administração Pública:
A implantação do conceito de administração voltada para o
usuário/cidadão dos serviços públicos destaca-se entre as iniciativas do
atual processo de reforma do aparelho do Estado no Brasil em direção à
gestão empreendedora e voltada para resultados, que garanta uma
prestação de serviços eficiente e com qualidade.1
1SCHMIDT, F. STRICKLAND, T. Metodologia para medir a satisfação do usuário no Canadá: desfazendo mitos e redesenhando roteiros. Satisfação do Usuário: guia para o gerente Público no Canadá.Brasília:Enap,2000. (Série Cadernos Enap, 2000).
3
Outrossim, a pesquisa de satisfação do usuário confere legitimidade às práticas
autocompositivas, pois tanto a mediação quanto a conciliação intentam proporcionar ao
jurisdicionado o aumento das possibilidades no tratamento de suas demandas, a
oportunidade de decidir com maior autonomia o deslinde de suas causas, da maneira mais
adequada aos seus interesses. Assim, a avaliação da opinião dos cidadãos, por meio de
metodologias próprias, além de informar aos cidadãos os padrões de qualidade dos
serviços prestados, mensura em que grau o Judiciário está atendendo às suas expectativas.
Com esses fundamentos e com base no Plano Estratégico do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT, Resolução 1/2010), o Núcleo Permanente de
Mediação e Conciliação (NUPEMEC) iniciou, em 2012, o projeto de desenvolvimento do
Sistema de Gestão de Qualidade e Satisfação do Usuário (SGQSU) dos serviços voltados
ao tratamento adequado dos conflitos, em especial, a conciliação e a mediação.
Dentro do Sistema, elaborou e implantou a Pesquisa de Satisfação dos Usuários
(PSU), a fim de aferir a qualidade do serviço prestado em seus Centros Judiciários de
Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) por meio da identificação “das lacunas de
serviço entre o que os usuários esperam ou necessitam da organização (expectativas) e o
nível de serviço que eles realmente percebem (percepção do serviço)”2.
Neste sentindo, além de oportunizar a melhoria dos serviços, a aplicação da PSU
estabelece um marco no Judiciário de transparência e responsividade, bem como de
democracia e ampliação do acesso à Justiça, incorporando opiniões e sugestões dos
usuários na fase de retroalimentação de seus processos de trabalho.
Este documento possui a finalidade de contextualizar a Pesquisa de Satisfação do
Usuário, apresentar os formulários desenvolvidos e orientar outros Tribunais que possuam
interesse em utilizar essa ferramenta de monitoramento. Acredita-se que a prática da
Pesquisa de Satisfação de Usuários nos diferentes Tribunais possibilitará a padronização
dos serviços, oferecendo segurança aos cidadãos-usuários dos serviços de mediação e
conciliação, além de permitir a interação dos órgãos jurídicos na comparação de resultados,
a troca de experiências e o desenvolvimento de soluções em conjunto para problemas
comuns.
2 Idem.
4
HISTÓRICO: A CONSTRUÇÃO DA PESQUISA
A construção do SGQSU e da PSU começou em abril de 2012. Com a realização de
uma ampla pesquisa que levou em consideração outros sistemas de avaliação existentes em
outras instituições, especialmente os direcionados aos métodos adequados de resolução de
conflitos. Dentre as fontes normativas, citam-se as resoluções do Conselho Nacional de
Justiça sobre conciliação, em especial a Resolução 125/2010, bem como os dispositivos
legais que regulam a atividade da conciliação judicial. Em relação às fontes acadêmicas,
foram consultados os parâmetros de pesquisas de qualidade em serviços de conciliação
desenvolvidos nas pesquisas pioneiras do Grupo de Trabalho de Resolução Alternativa de
Disputas da Universidade de Brasília (GTRAD), nas pesquisas de universidades norte-
americanas e no Manual de Mediação Judicial (Ministério da Justiça, 2012, 3ª edição). Foi
realizado, também, o benchmarking em órgãos da Administração Pública brasileira3 e em
Tribunais norte-americanos4, bem como no próprio CNJ.
Em seguida, foram selecionadas as variáveis mais adequadas para os objetivos
esperados pela PSU, ou seja, “as características mensuráveis de um fenômeno que podem
apresentar diferentes valores ou ser agrupadas em categorias”, e que apresentam variações
em relação ao mesmo fenômeno e em relação a outros fenômenos. Para a seleção de
variáveis, foram adotados os princípios e tipos de Roberto Jarry Richardson5. As variáveis
selecionadas foram organizadas de modo a facilitar o entendimento e a resposta pelos
cidadãos-usuários dos serviços.
Após a etapa de construção do formulário, procedeu-se à etapa de validação. Os
instrumentos foram submetidos à análise de servidores, supervisores e coordenadores dos
referidos Centros Judiciários, que tiveram plena de participação, por meio de sugestões,
que levaram em consideração a experiência de mais de uma década de atuação em
mediação e conciliação. As sugestões foram avaliadas e incorporadas parcialmente,
ensejando o aprimoramento do formulário.
A etapa de validação teve por objetivo testar se o instrumento seria capaz de medir
aquilo que se propôs: a qualidade do serviço prestado e a satisfação dos usuários. O
formulário foi aplicado com entrevistas aos usuários dos serviços de mediação e
3 Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e Ministério da Justiça (MJ).
4 Nesse sentido, destacam-se: Supreme Court of Virginia; Superior Court of California, Conciliation Court of Arizona, The Office of Administrative Courts – State of Colorado, Mediate BC – Court Mediation Program.
5 RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social - Métodos e Técnicas. São Paulo: Atlas, 1999 (p. 117-137).
5
conciliação, após as respectivas sessões. Os responsáveis pelas entrevistas fizeram
relatórios de cada aplicação/entrevista, apresentando, entre outros dados, a resistência do
usuário para responder à pesquisa, sua opinião quanto à extensão do formulário e o
entendimento das variáveis e dos parâmetros. Esses dados ensejaram reformulações
sucessivas do formulário e a comparação entre as diversas versões destes formulários,
subsidiando a escolha do instrumento mais adequado para medir a qualidade do serviço
prestado e a satisfação dos usuários.
Ao final da etapa de validação, foram concluídos os instrumentos a serem utilizados
nos CEJUSCs. Ressalta-se, contudo que o sistema é orgânico e se adapta as demandas e
necessidades do serviço, sendo passível de adequações que se façam necessárias para o
aprimoramento da prestação jurisdicional. O que se tem é um modelo que pode ser
customizado em cada instituição que o adote.
6
OS FORMULÁRIOS
A pesquisa de qualidade
inclui perguntas a respeito da
satisfação dos usuários, suas
percepções da experiência,
expectativas, bem como quão
importantes os elementos do serviço
são e quais as prioridades em
relação às melhorias. As variáveis
são, predominantemente,
quantitativas. Além disso, foram
incluídas questões qualitativas que
fornecem informações mais
detalhadas. No final do instrumento,
estão incluídas perguntas reflexivas
sobre a visão das partes quanto ao
Poder Judiciário, a imagem e a percepção de cuidado com os usuários.
Os instrumentos de pesquisa apresentam-se em duas variações: conciliação e
mediação. Os formulários destinados à conciliação são dois: um instrumento genérico
aplicado quando não há sessão de conciliação (ausência, desídia, revelia, entre outras
situações) e os outros dois, específicos, direcionados às partes do processo e seus patronos.
Ademais, foi construído um formulário complementar para partes e advogados, a fim de
avaliar a atuação dos prepostos de empresas, quando estes figuram em um dos pólos da
causa. As informações obtidas nesse formulário são repassadas às empresas interessadas
posteriormente, possibilitando a identificação de necessidade de formação e treinamento de
seus representantes para negociações futuras.
Para a conciliação, os formulários de partes e advogados contêm variáveis comuns
e variáveis diferenciadas, tais como serão descritas a seguir:
Sobre a conciliação: questionam o andamento da sessão de conciliação,
oferecendo uma escala dicotômica com alternativa parcial (“sim”, “não” e ”em parte”): se
a tentativa de acordo foi válida, se o resultado da conciliação foi justo, se sentiu
pressionado a fechar um acordo, se a sessão terminou com acordo e, se não, o que teria
impedido;
Figura 1 – Capa da primeira versão dos
formulários de Pesquisa de Satisfação.
7
Satisfação com a conciliação e seus resultados: esta dimensão está contida
exclusivamente nos formulários destinados às partes. Seguindo a escala mencionada
anteriormente, pergunta sobre: o auxílio do conciliador, a participação da parte na
construção da solução e a compreensão mútua entre as partes.
Expectativas: por meio de uma escala específica de expectativa, pergunta sobre a
expectativa quanto à sessão de conciliação.
Satisfação geral: inquire quanto ao grau de satisfação geral, com o auxílio de uma
escala específica de satisfação.
Economia processual: esta dimensão está contida exclusivamente nos formulários
destinados aos advogados. Dada a sua experiência, pede-se uma estimativa quanto à
economia temporal e financeira proporcionada por um possível acordo em conciliação no
tipo de ação do processo em que houve conciliação.
Aspectos gerais: utilizando um escala ancorada do tipo Likert de 5 pontos
(“excelente”, “bom”, “regular”, “ruim”, “péssimo”), com a opção de “não se aplica”,
pergunta sobre aspectos ambientais: facilidade de encontrar o local da conciliação,
atendimento dado pelos servidores do Tribunal ao chegar ao local, tempo de espera para a
sessão de conciliação e qualidade do espaço físico.
Advogados: por meio da escala Likert, pergunta-se sobre o auxílio dos advogados
na compreensão do caso e na construção do acordo.
Atuação dos conciliadores: sob a mesma escala utilizada para avaliação dos
aspectos gerais e advogados, mensura a atuação dos conciliadores quanto a
comportamentos, habilidades, atitudes e responsabilidades éticas: apresentação, regras
gerais, imparcialidade e neutralidade, encorajamento à busca de soluções para um
consenso, estímulo dados aos advogados, atenção, zelo e preocupação em atender bem,
esclarecimento de dúvidas em relação ao acordo, redação clara e precisa do acordo e
esclarecimentos sobre procedimentos em caso de não haver acordo.
Visão do poder judiciário: questões de natureza opinativas-reflexivas em escala
dicotômica, com opção parcial (“sim”, “não” e “em parte”) sobre a imagem do Poder
Judiciário: se a imagem do Poder Judiciário melhorou com a Conciliação, se foi possível
vê-lo como centro de paz e se foi possível perceber o cuidado com o usuário;
Atuação dos prepostos: No complemento aos formulários destinado à avaliação da
atuação dos prepostos existem duas dimensões: a primeira, a ser respondida pela escala de
5 pontos do tipo Likert, mensura a atuação dos prepostos nos seguintes aspectos:
8
apresentação pessoal, respeito a todas as etapas do processo de conciliação, demonstração
de conhecimento prévio da causa, flexibilidade quanto à busca de soluções para um
consenso, atenção, zelo e preocupação em atender bem, esclarecimento de possíveis
dúvidas em relação à proposta da empresa. Também é questionada a expectativa quanto à
proposta de acordo desta e à melhora da imagem da empresa após a conciliação.
Já para as sessões de mediação, utilizou-se um único formulário que contempla
tanto as partes quanto seus advogados. Os formulários de mediação avaliam o quão
apropriada foi a mediação para o caso; se houve acordo; se a parte se sentiu pressionada a
fechar um acordo; se a mediação contribuiu para evitar conflitos futuros; se o respondente
participaria novamente e se indicaria a mediação para outras pessoas e o nível de satisfação
com a mediação. Ainda, a satisfação com a mediação e seus resultados; aspectos gerais, a
atuação dos mediadores, o interesse em ser mediador e a pesquisa sobre a visão do poder
judiciário.
Destaca-se que em agosto deste ano será implementada uma nova variação nos
formulários de mediação, qual seja: a separação do formulário destinado à mediação em
partes e advogados, contemplando questões específicas para os grupos, em especial o
questionamento de economia processual para os patronos das causas.
Em todos os formulários, ao final, é aberto um espaço para colher elogios,
sugestões e críticas. Os formulários mencionados são disponibilizados, em anexo, em seu
formato atual.
9
A IMPLANTAÇÃO NO TJDFT
Para a implantação da PSU, foram realizadas reuniões com magistrados,
coordenadores, supervisores, servidores e facilitadores integrantes dos CEJUSCs do
TJDFT. O objetivo das reuniões foi apresentar a proposta de pesquisa de avaliação,
sensibilizar a equipe quanto à importância
da ação para o aperfeiçoamento dos
serviços prestados ao cidadão e a
construção e incorporação de novas rotinas
de trabalho na estrutura organizacional dos
Núcleos e Centros responsáveis pela
mediação e conciliação.
Os facilitadores ficaram
responsáveis por aplicar os formulários. Por
essa razão, foram realizados treinamentos
específicos com a equipe de mediadores e
conciliadores e com a equipe de supervisores e servidores de cada CEJUSC, oportunidade
em que foram instruídos em como mencionar a pesquisa de avaliação na declaração de
abertura da sessão, preparando as partes e advogados para esse momento, em como realizar
o convite ao final da sessão para preenchimento dos formulários e em como responder aos
questionamentos dos cidadãos que se mostraram mais frequentes na fase de validação.
Ademais, esse treinamento foi incluído no conteúdo programático do curso de capacitação
e aperfeiçoamento dos facilitadores.
Os Centros ficaram responsáveis por distribuir e monitorar as urnas de depósito dos
formulários pelas partes, em salões e corredores de espera, preferencialmente com canetas
ao redor, imprimir os formulários enviados pelo NUPEMEC e distribuí-los nas salas de
mediação e conciliação e nos salões e corredores de espera, recolher os instrumentos
diariamente, armazená-los organizadamente em local apropriado e enviá-los mensalmente
ao NUPEMEC.
Por fim, o Núcleo ficou responsável pelas adaptações nos formulários e envio aos
Centros, disponibilização das urnas aos Centros, recebimento mensal dos formulários,
tratamento dos dados neles contidos e confecção e disponibilização de relatórios
trimestrais ao Tribunal e ao público em geral, bem como a apresentação de feedbacks às
equipes dos Centros e às empresas.
Figura 2 – Urna para recolhimento dos
formulários da PSU.
10
De forma geral, essa dinâmica pode ser visualizada no fluxograma a seguir:
11
Após construída essa rotina, algumas reuniões entre Centros e Núcleo e entre
facilitadores, supervisores e coordenadores foram agendas no sentido de alinhar os
procedimentos e monitorar a implantação da PSU.
A seguir, mais dos processos mencionados, em razão de sua importância para o
produto final: aplicação dos formulários, tratamento dos dados e apresentação dos
resultados.
A aplicação dos formulários
A forma como os usuários são convidados a responder aos instrumentos é
determinante para a adesão ou não dos jurisdicionados à pesquisa, o que, por consequência,
influencia na confiabilidade da correlação das variáveis e na significância dos dados, bem
como na legitimidade da política pública de tratamento adequado dos conflitos.
Os mediadores e conciliadores, dada a confiança estabelecida com os
jurisdicionados durante a sessão, são os responsáveis por realizarem essa tarefa. Na
declaração de abertura, devem mencionar a pesquisa, que poderá ser respondida ao final da
sessão.
Os formulários de mediação e conciliação ficam disponíveis em quantidade
suficiente em cada sala. Terminada a sessão ou o atendimento, os facilitadores selecionam
os formulários adequados, preenchem o espaço reservado à identificação e convidam os
usuários a responderem a pesquisa.
No convite, os facilitadores devem entregar os formulários aos participantes e
enfatizar a importância da sua participação para a melhoria dos serviços, agradecendo a
colaboração. Exemplificativamente, o convite pode ser feito da seguinte forma:
“Gostaria de convidá-los a preencher nosso formulário de
qualidade, voluntariamente. A opinião dos senhores é muito importante
para que nós possamos melhorar nossos serviços. Preenchido ou não,
pedimos para que depositem os formulários nas urnas que se encontram no
salão/corredor de espera e desde já agradecemos pela colaboração”.
Os formulários devem ser entregues a todos os participantes da mediação ou
conciliação – partes, prepostos e advogados. Após a entrega, os facilitadores podem
esclarecer as eventuais dúvidas que os jurisdicionados apresentarem. Cabe ressaltar,
contudo, a relevância de os facilitadores não influenciarem nas respostas, nem
pressionarem ou intimidarem os jurisdicionados no seu preenchimento. É de extrema
12
importância que os facilitadores mantenham distância e não tenham acesso às respostas
nesse momento, motivo por que os formulários devem ser depositados em urnas. Esse
procedimento garante a lisura da pesquisa. Em momento posterior, os supervisores
apresentam para cada conciliador/mediador os seus resultados pessoais.
Vale destacar também que os facilitadores devem convidar os usuários ao final de
todas as sessões, ainda que realizadas com partes ou advogados iguais. Cada mediação ou
conciliação é diferenciada e a sistematicidade da aplicação possibilita a construção de
séries históricas que podem revelar a evolução dos serviços prestados.
Tratamento dos dados e apresentação dos resultados
Os resultados da PSU contêm elementos que permitem estabelecer parâmetros
consistentes sobre a eficácia, eficiência e efetividade da prestação jurisdicional, bem como
identificar as iniciativas bem sucedidas e as oportunidades de melhoria dos serviços de
mediação e conciliação ofertados ao cidadão-usuário e de outros serviços relacionados –
inovações de sistemas, adequações de infraestrutura, prestação de informações, entre
outros.
Nesse sentido, a retroalimentação do sistema é essencial para o aprimoramento
contínuo. Dentro desta perspectiva, é essencial que seja direcionado feedback aos
envolvidos na prestação do serviço.
Os dados obtidos com as respostas aos formulários são tratados, organizados e
apresentados em forma de relatórios periódicos, servindo como subsídios para os gestores
dos CEJUSCs analisarem, aprimorarem e ampliarem a dinâmica do processamento das
lides.
Em um primeiro momento foram desenhados modelos de feedback para os
conciliadores e mediadores, afim de que os resultados obtidos com a pesquisa ensejem a
melhoria e capacitação dos facilitadores e melhor gestão do serviço.
Cabe destacar,ainda, que os relatórios gerados são direcionados aos parceiros
externos para que estes conheçam a percepção do usuário e atuem, construtivamente, na
melhoria do atendimento aos jurisdicionados em conjunto com o Tribunal.
Uma nova frente de trabalho está sendo desenvolvida: o modelo de feedback
direcionado aos jurisdicionados atendidos e que avaliaram o serviço. As informações
produzidas apresentam indicadores para a sociedade, com o objetivo de embasarem sua
escolha acerca da forma que desejam que seus conflitos sejam tratados.
13
Para exemplificar a apresentação dos dados à gerência do Tribunal, parceiros e
operadores, são disponibilizados, em anexo, os relatórios e feedbacks por profissional
confeccionados por este Núcleo no ano de 2013.
Para facilitar a compreensão do significado dos percentuais obtidos nos relatórios
da pesquisa de satisfação, estabeleceu-se o padrão de qualidade esperado pelo Núcleo, o
qual vai em direção ao objetivo da organização quanto sua prestação jurisdicional, que é
buscar a excelência em seus serviços prestados. Destaca-se que o padrão desenhado é
rigoroso e exige alto grau de profissionalização dos agentes envolvidos.
Dessa forma, o padrão deve ser aplicado na dimensão de atuação dos mediadores
e/ou conciliadores e em todas as variáveis que utilizam escala de 5 pontos (excelente a
péssimo), por estarem relacionadas diretamente à atuação da equipe dos Centros.
A classificação foi baseada nos parâmetros de qualidade de outras pesquisas, nas
escalas de 5 pontos, utilizadas em instrumentos de análises e nos resultados já alcançados
pelo NUPEMEC.
DESEMPENHO SIGNIFICADO
IDEAL É considerado ideal quando 90% dos respondentes consideram a variável em análise como “excelente”;
SATISFATÓRIO Consideram-se satisfatórios os itens que o acumulado entre “excelente” e “bom” alcança índice de 90%;
NECESSIDADE DE APERFEIÇOAMENTO
Havendo mais de 10% de respostas entre “regular” e “ruim” – esta variável aponta a necessidade de aperfeiçoamento;
INACEITÁVEL Mais de 5% em péssimo é considerado inaceitável.
Atualmente o desempenho dos Centros supervisionados por este NUPEMEC atinge
o padrão “satisfatório”: apresentam índices, quanto à atuação dos conciliadores/mediadores
e aspectos gerais, concentrados nas âncoras “excelente” e “bom” com média acima de
90%; 10% dividido nos pontos “regular”, “ruim” e “péssimo”. O objetivo almejado é
alcançar a excelência, menção ideal em todos os aspectos avaliados.
14
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A PSU foi uma das práticas vencedoras do Prêmio Nacional Conciliar É Legal do
CNJ de 2012, haja vista seus resultados comprovados no aprimoramento da relação das
partes em disputa. Outrossim, os formulários da pesquisa foram utilizados nos
atendimentos realizados durante a Copa das Confederações pelo CNJ e em todos os
Estados da Federação que foram sede da referida competição, com o objetivo de difundir o
instrumento de avaliação.
Os formulários possuem as características da exportabilidade, podendo ser
utilizados por qualquer Tribunal que ofereça os serviços de mediação e conciliação, e da
flexibilidade, permitindo que os órgãos gestores realizem as adaptações necessárias às
especificidades de cada jurisdição, para que o instrumento tenha aplicabilidade.
Acredita-se que a Pesquisa de Satisfação do Usuário é inovadora, pois propõe
mudanças em práticas anteriores, por meio da incorporação de novos elementos da gestão
pública e uma combinação de mecanismos existentes, que produzam resultados positivos
para o serviço público e para a sociedade.
A inovação na administração pública, como ocorre no setor privado, se constitui em
uma vantagem competitiva, e uma forma colaborativa de atuação, de resolução de
problemas, de adaptação ao contexto e de criação de novos serviços. Avaliar a gestão de
uma organização pública significa verificar o grau de aderência de seus processos
gerenciais em relação ao modelo de excelência que se espera de uma organização.
Por essa metodologia de avaliação são identificados os pontos fortes e as
oportunidades de melhoria do serviço. As oportunidades podem ser consideradas como
aspectos gerenciais menos desenvolvidos e que, portanto, devem ser objeto das ações de
aperfeiçoamento. Assim, o processo de avaliação é complementado pelo planejamento de
melhoria da gestão. Quando realizada de forma sistemática, a avaliação funciona como
uma oportunidade de aprendizado sobre a própria organização e também como instrumento
de internalização dos princípios e práticas da competência em gestão pública. Esse
processo de avaliação é aplicável a todos os Núcleos que desejarem avaliar seus serviços.
A intenção de direcionar a ação do Estado para atender as expectativas do usuário-
cidadão traz um desafio que vai além da melhoria da prestação dos serviços em si: o
desafio de implantar procedimentos e instrumentos para medir a qualidade e satisfação dos
usuários com os serviços públicos, colocando em prática o ideal de oferecer aos cidadãos
um serviço público mais adequado às suas expectativas, focando as ações naqueles que
15
usufruem dos benefícios dessa política. Possibilitando no futuro, como desdobramento das
ações dessa política pública, influenciar positivamente a cultura e a percepção social a
respeito dessas modalidades de serviço jurisdicional.
16
ANEXO I
Procedimentos para Aplicação da Pesquisa de Satisfação do Usuário
SUGESTÃO DE CONVITE:
“Gostaria de convidá-los a preencher nosso formulário de qualidade, que tem o objetivo
de dar voz ao cidadão e oportunidade de aprimorarmos nosso trabalho pra melhor servi-
los. Se assim desejarem, o formulário pode ser preenchido de forma anônima.
Ressaltamos ainda que os dados serão tratados de forma agrupada.”
OBSERVE QUE:
O formulário “Partes” deverá ser entregue tanto para requerente, quanto para
requerido (independente de ser pessoa física ou jurídica (preposto));
O formulário “Advogados” deverá ser entregue aos advogados tanto da parte
requerente, quanto da parte requerida (independente de ser pessoa física ou
jurídica);
O complemento “Pesquisa de Satisfação – Preposto” deverá ser entregue à parte
contrária (pessoa física ou jurídica) ao preposto que deverá ser avaliado. Ex¹.: PJA X
PJB. O preposto da PJA deverá avaliar o preposto da PJB e vice-versa. Neste caso,
ambos receberão o formulário “Partes” e o complemento “Pesquisa de Satisfação –
Preposto”.
Ex²: PF X PJC. A PF deverá avaliar o preposto da PJC. Neste caso, a PF receberá o
formulário “Partes” e o “Pesquisa de Satisfação – Preposto”; e o preposto da PJC receberá
somente o formulário “Partes”.
1) Os conciliadores/mediadores deverão selecionar o formulário adequado à sessão;
2) Preencher a capa: nome do(s) conciliador(es), nº sala, data, nome do preposto e da empresa;
3) Se possível, mencionar a Pesquisa de Satisfação na declaração de abertura;
4) Convidar ao preenchimento** e entregá-los às partes/advogados no momento da confecção da certidão da audiência ou termo de acordo. Se possível, sair da sala para dar maior comodidade aos respondentes.
5) Indicar onde se encontram as urnas para depósito dos formulários (no hall);
6) Esclarecer eventuais dúvidas;
7) Agradecer a colaboração.
17
EX³: PJD (com advogado) X PJE (com advogado). O preposto e o advogado da PJD deverão
avaliar o preposto da PJE, bem como o preposto e o advogado da PJE deverão analisar o preposto
da PJD. Neste caso, os prepostos da PJD e PJE receberão o formulário “Partes” e o “Pesquisa de
Satisfação – Preposto”.
Os advogados da PJD e da PJE receberão o formulário “Advogados” e o complemento.
Ex6: PF X PJ1 + PJ2. A PF deverá avaliar o preposto da PJ1 e o da PJ2. Neste caso, a PF
receberá o formulário “Partes” e dois complementos “Pesquisa de Satisfação – Atuação do
Preposto” (um para cada preposto); e os prepostos da PJ1 e PJ2 receberão cada um somente o
formulário “Partes”.
OBS.: Os formulários de qualidade são complementares ao formulário da Ouvidoria
(esclarecer às partes a importância deste instrumento como canal de comunicação com o
Tribunal).
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