PETIÇÃO INICIAL Artigo 319 do CPC - Faculdade Legale · posterior em não podendo acolher o...

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

PETIÇÃO INICIAL

Artigo 319 do CPC

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1. Conceito – Art. 319 do NCPC

A petição inicial é o ato formal do autor que dá

início à causa. É um requerimento que contém a

exposição do fato e dos fundamentos jurídicos do

pedido sobre o qual incidirá a tutela jurisdicional.

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2. Requisitos da petição inicial

A petição inicial obedece aos requisitos do art.

319 do CPC para ser considerada apta, ou seja, para se

obter o pronunciamento judicial sobre o pedido.

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A petição inicial deve ser escrita em Língua

Portuguesa (vernáculo).

Art. 192 CPC. Em todos os atos e termos do processo é

obrigatório o uso da língua portuguesa.

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3. ENDEREÇAMENTO

Art. 319, inc. I, do CPC

A petição inicial indicará:

I – o juízo a que é dirigida

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Competência - Art. 46 do CPC

O art. 46 do CPC trata da competência interna, ou

seja, indica o lugar onde a ação deve ser distribuída, de

acordo com seu objeto.

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Competência pelo Código de Processo Civil

Art. 43. Determina-se a competência no momento do

registro ou da distribuição da petição inicial, sendo

irrelevantes as modificações do estado de fato ou de

direito ocorridas posteriormente, salvo quando

suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência

absoluta.

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Art. 319, inc. II, do CPC

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência

de união estável, a profissão, o número de inscrição no

Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional

da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio

e a residência do autor e do réu;

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Qualificação das partes:

Se o autor não tiver a qualificação completa do

réu, poderá requerer ao juiz de direito diligências

necessárias para obtê-la. [Art. 319, § 1º, do CPC]

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Qualificação das partes:

A petição inicial não será indeferida ainda que a

qualificação do autor esteja incompleta desde que seja

possível a citação do réu. [Art. 319, § 2º, do CPC]

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Se o autor não tiver a qualificação completa do

réu, havendo possibilidade de ele ser citado, a petição

inicial não será indeferida, principalmente se a

obtenção das informações for impossível ou

excessivamente onerosa o acesso à justiça [Art. 319, §

3º, do CPC]

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Quando a parte (autor ou réu) for pessoa jurídica, a

petição inicial deve identificar a própria pessoa jurídica e

seu representante, ou seja, aquele que tem poderes para

representar a empresa em juízo. Em audiência, o

preposto poderá ir no lugar do representante, munido de

carta de preposição.

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Art. 319, inc. III, do CPC

III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido

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Conceito de fato jurídico

Fato Jurídico é todo acontecimento, natural ou

humano, suscetível de produzir efeitos jurídicos

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Conceito de fundamento jurídico

Fundamento Jurídico é o motivo que justifica a

existência da ação, baseado nos princípios de ordem

jurídica.

“Da mihi factum, dabo tibi jus” (Dá-me os fatos, e eu te

darei o direito)

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Conceito de fundamento legal

Fundamento legal são os artigos da lei em que se

baseiam os pedidos do autor.

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É Importante indicar o fundamento legal para

fins de prequestionamento – Recurso Especial e

Recurso Extraordinário.

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Art. 105, III, alínea “c”, da CF

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas,

em única ou última instância, pelos Tribunais

Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do

Distrito Federal e Territórios, quando a decisão

recorrida:

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe

haja atribuído outro tribunal.

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Art. 102, inc. III, alínea “a”, da CF

Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente,

a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas

decididas em única ou última instância, quando a

decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

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FATO E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO =

CAUSA DE PEDIR

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Teoria da substanciação

Na teoria da substanciação, a petição inicial define a

causa de pedir, de maneira que o fato e os fundamentos

jurídicos precisam ser indicados com precisão.

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O Código de Processo Civil não autoriza a

aplicação da teoria da individuação.

Nessa teoria, na inicial, o autor indica o fundamento

geral para o pedido. Exemplo: O autor é credor, logo

requer o pagamento.

Teoria da substanciação: Ora, se é credor, logo

deve indicar a causa que o levou a ser credor.

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Art. 319, inc. IV, do CPC

O pedido com as suas especificações

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O pedido é o objeto da causa. É o bem da vida. É

aquilo que o autor pretende do Estado frente ao réu.

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Pedido imediato: o tipo de provimento

jurisdicional (condenatório, constitutivo, declaratório)

Pedido mediato: o bem da vida almejado.

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Art. 322 do CPC

O pedido deve ser certo.

O pedido deve ser claro (certo) e manter relação

lógica com a causa de pedir.

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Pedido certo é pedido explícito, claro. O pedido não

pode ser obscuro nem estar implícito, ou seja, o juiz de

direito não pode deduzir a pretensão do autor. [Art. 322 do

CPC]

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O pedido determinado é aquele que se refere aos

limites da pretensão. [Art. 324 do CPC]

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Art. 324, § 1º, do CPC: Pedido genérico (pedido certo,

mas não determinado, ou seja, indica o bem

pretendido, mas não a quantidade.

a) Ações universais: universalidade de fato e de direito.

Exemplos: uma coleção de livros, a herança etc.

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Art. 324, inc. II, do CPC

b) Quando não for possível determinar, desde logo, as

consequências do ato ou do fato ilícito.

Exemplo: Às vezes, não se sabe se o autor se recuperará

de uma lesão corporal ou se desta resultará

incapacidade.

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Art. 324, inc. III, do CPC

c) Quando a determinação do objeto ou do valor da

condenação depender de ato que deva ser praticado pelo

réu.

Exemplo: Ação de prestação de contas, porque só depois

de o réu prestá-las, poder-se-á verificar se há saldo em

favor do autor.

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Cumulação de Pedidos – Art. 327 do CPC (Cumulação

objetiva)

É lícita a cumulação, em um único processo, contra o

mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não

haja conexão.

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Exemplo:

É possível ao credor cumular dois ou mais pedidos

de cobrança contra o mesmo réu no mesmo processo,

ainda que as dívidas sejam independentes entre si e não

guardem nenhuma relação umas com as outras, o que se

justifica pela economia processual.

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Art. 327 do CPC

a) Os pedidos precisam ser compatíveis entre si.

Por exemplo: dano moral e dano estético.

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Art. 327 do CPC

b) O juiz de direito deve ser competente para conhecer

dos pedidos.

O autor deve elaborar pedidos que sejam da

competência do mesmo juiz. Por exemplo, um pedido

cível e outro trabalhista.

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Art. 327 do CPC

c) O procedimento precisa ser o mesmo.

Os pedidos devem obedecer ao mesmo

procedimento. Não é possível elaborar um pedido de

cumprimento do contrato e, na mesma ação, requerer ação

de exigir contas, pois os procedimentos são diferentes.

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Espécies de Cumulação de pedidos

a) Cumulação simples: o autor formula vários pedidos,

pleiteando que todos eles sejam julgados procedentes.

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b) Cumulação sucessiva: é aquela em que o autor pleiteia

dois ou mais pedidos em relação ao mesmo réu, buscando

procedência de todos eles, no entanto, o acolhimento de

um depende do acolhimento do outro, já que as pretensões

guardam relação de prejudicialidade entre si.

Exemplo: ações de investigação de paternidade cumulada

com alimentos, em que a segunda depende da primeira.

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c) Cumulação alternativa: é aquela em que o autor

formula mais de um pedido, no entanto requer ao juiz a

procedência de um ou de outro sem preferência indicar sua

preferência.

Por exemplo: o consumidor pode requerer a troca do

produto ou a restituição do valor.

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d) Cumulação eventual ou subsidiária: o autor formula

um principal, requerendo que o juiz conheça de um

posterior em não podendo acolher o anterior.

Exemplo: obrigação de fazer ou não fazer, o pedido

principal é o da prática do ato ou abstenção de fato, mas, se

não obtiver a conduta desejada, requer-se a prática por

terceiro, se a obrigação é fungível, ou a conversão em

perdas e danos, se a obrigação é fungível.

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e) Cumulação de fundamentos

Admite-se a cumulação de pedidos e a cumulação de

fundamentos.

Na cumulação de pedido, temos duas ou mais causa

de pedir.

Exemplo: o autor requer a nulidade de um contrato por

incapacidade de um dos contratantes e na existência de um

vício de consentimento.

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Depois de registrada ou distribuída a petição inicial, o autor

poderá emendá-la ou alterar o pedido ou a causa de pedir:

a) até a citação;

b) até o despacho saneador com o consentimento do réu,

assegurado o direito do contraditório mediante possibilidade de

manifestação do réu no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultando

requerimento de prova suplementar;

c) depois do despacho saneador, o autor, mesmo com o

consentimento do réu, não poderá emendar, alterar ou aditar o pedido

ou a causa de pedir.

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Art. 321 do CPC

Se a petição inicial não preencher os requisitos dos

arts. 319 e 320 do NCPC ou se apresentar defeitos ou

irregularidades capazes de dificultar o julgamento de

mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze)

dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o

que deve ser corrigido ou completado.

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A petição inicial também será indeferida nos seguintes

casos:

a) for inepta;

É aquela que não esta apta para produzir os efeitos

jurídicos do pedido.

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O art. 330, § 1º, incs. I a IV, explicita que a petição inicial

será inepta, quando:

I – faltar-lhe pedido ou causa de pedir;

II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses

legais em que se permite o pedido genérico;

III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a

conclusão;

IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.

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De acordo com o art. 330, § 1º, inc. II, a petição

inicial inepta é aquela em que o autor carecer de interesse

processual.

Neste caso, o autor deve demonstrar que o

processo é o único instrumento de que dispõe para dirimir

o conflito de interesse. Envolve o trinômio (necessidade +

utilidade + adequação)

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Por fim, a petição inicial será inepta (art. 330, § 1º, inc. IV, do

CPC), quando não atender as prescrições dos arts. 106 e 321.

O art. 106 do CPC explicita as regras processuais para o

advogado que estiver postulando em causa própria.

O art. 321 do CPC diz respeito ao não preenchimento dos

requisitos da petição inicial cuja peça apresente defeitos e

irregularidades não corrigidas no prazo de 15 (quinze) dias.

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DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Nas ações judiciais que versarem sobre matéria de

direito, ou que dispensarem a fase instrutória, o juiz de

direito, independentemente da citação do réu, julgará

liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

a) Enunciado de Súmula do STJ ou STF.

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b) Acórdão do STJ ou STF proferido em julgamento

de recursos repetitivos.

c) Entendimento firmado em incidente de resolução

das demandas repetitivas ou de assunção de competência.

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Art. 319, inc. VI, do CPC

V – o valor da causa

Toda causa deverá indicar um valor.

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Art. 291 do CPC

A toda causa será atribuído valor certo, ainda que

não tenha conteúdo econômico aferível.

Ex.: ação declaratória

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Art. 291 do CPC

I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente

corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de

outras penalidades, se houver, até a data de propositura da

ação;

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II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o

cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a

rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte

controvertida;

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III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações

mensais pedidas pelo autor;

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IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o

valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;

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V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral,

o valor pretendido;

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VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia

correspondente à soma dos valores de todos eles;

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VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior

valor;

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VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do

pedido principal.

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Art. 319, inc. VIII, do CPC

VIII – A opção do autor pela realização ou não de audiência

de conciliação ou de mediação.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O Código de Processo Civil, no art. 319, não traz

como requisito da petição inicial o requerimento para

citação do réu.

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